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ENTREVISTA
Odacy de Brito- Sinceramente absolutamente
superficial, não sinaliza como decorrência de um
sistema de comunicação e integração social, já
que em pleno século XXI muitas são as lesões,
os indicadores medidos por institutos como
IPEA, dentre outros evidenciam a necessidade
de consolidação da formação básica, qual seja,
a dignidade como status de desenvolvimento
humano.
Foto: Divulgação
RC- Um dos temas que vem sendo muito
discutido no país é o aborto. A senhora é a
favor?
Odacy de Brito- Este é um assunto antigo,
autorizado por lei em situações excepcionais,
uma delas a gravidez resultante de estupro, são
os chamados Abortamento eletivo previsto em
lei. Essa situação diz respeito aos abortamentos
solicitados em caso de estupro, risco de
vida para a mulher ou feto anencéfalo (que
não apresenta total ou parcialmente a calota
craniana e o cérebro). Diferentes técnicas podem
ser utilizadas, como uso de medicamentos,
curetagem. Nesse contexto, apesar do aborto
ser provocado, não se configura um crime; Sou
favorável, por convicção própria !
RC- Estamos em ano eleitoral. O número
de mulheres à frente das nominatas cresceu
muito. Como a senhora vê a mulher na política
como gestora?
Odacy de Brito- Sempre fui adepta da
igualdade constitucional, sou contra cota de
participação feminina, o maior reflexo da
participação da mulher está implementação de
programas permanentes, jamais às vésperas
das eleições, não sendo o caso das 3 políticas
citadas, posto inequivocamente despontaremse
como reconhecidas lideranças no cenário
político nacional;
RC-Aumentou o número de mulheres no
poder judiciário na última década. Esta é
mais uma conquista feminina alcançada?
Odacy de Brito- Sou a favor do reconhecimento
igualitário, o mundo sempre conviveu
com mulheres corajosas. Essa participação
potencializada na Magistratura está na também
na Medicina, nos quartéis;
Destaco Marie Curie, uma química e física
polonesa, como sendo a primeira mulher a
receber um Prêmio Nobel em 1903 (física), e
recebeu novamente o prêmio em 1911 (química),
ambos por seu trabalho sobre radiação, sendo
a primeira pessoa e única mulher a ser laureada
duas vezes e continua;
Chiquinha Gonzaga, e sua luta segue presente
nos dias atuais, diante efetiva proteção dos
direitos autorais, na sua forma mais ampla,
temos artistas maravilhosas como Marília, Bibi
Ferreira, Cecília Meirelles, Rachel de Queirós,
Nélida Piñón, é tanta gente, de Tia Ciata,
Bethânia, Gal, Alcione, Cora.
RC-A senhora é feminista?
Odacy de Brito- Sou aluna da obra de Simone
de Beauvoir, escritora, filósofa, intelectual,
ativista e professora. Integrante do movimento
existencialista, simplesmente sou existencialista,
não feminista, sou defensora da aplicação
efetiva da Constituição Federal.
RC-Uma questão muito importante no
universo feminino é o abandono familiar.
Poderia discorrer sobre o assunto?
Odacy de Brito- É sobre esta família que
recai o ônus de indenizar o filho pelo dano
moral causado em virtude do abandono familiar,
ou seja, quando um dos componentes desta
entidade, inadmitindo-se hipótese para omissão
e abandono dos pais para com os filhos e
filhos para com os pais, o chamado afeto
reverso;
RC-A senhora escreveu um livro sobre uma
mulher muito forte e gestora, Dona Zica da
Mangueira, um ícone carioca. Ela representa
a luta feminina contra o preconceito e a
superação?
Odacy de Brito- Uma mulher à frente de
seu tempo, e da própria superação;
RC-Qual recado que a senhora gostaria de
deixar para as leitoras da Revista Cariocas?
Odacy de Brito- É sempre tempo de avançar,
independente de formação profissional, o
autoconhecimento, sempre desponta-se como
excelente oportunidade para se buscar.
REVISTA CARIOCAS - 33