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Revista Cariocas Outubro Novembro 2020

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ENTREVISTA

Odacy de Brito- Sinceramente absolutamente

superficial, não sinaliza como decorrência de um

sistema de comunicação e integração social, já

que em pleno século XXI muitas são as lesões,

os indicadores medidos por institutos como

IPEA, dentre outros evidenciam a necessidade

de consolidação da formação básica, qual seja,

a dignidade como status de desenvolvimento

humano.

Foto: Divulgação

RC- Um dos temas que vem sendo muito

discutido no país é o aborto. A senhora é a

favor?

Odacy de Brito- Este é um assunto antigo,

autorizado por lei em situações excepcionais,

uma delas a gravidez resultante de estupro, são

os chamados Abortamento eletivo previsto em

lei. Essa situação diz respeito aos abortamentos

solicitados em caso de estupro, risco de

vida para a mulher ou feto anencéfalo (que

não apresenta total ou parcialmente a calota

craniana e o cérebro). Diferentes técnicas podem

ser utilizadas, como uso de medicamentos,

curetagem. Nesse contexto, apesar do aborto

ser provocado, não se configura um crime; Sou

favorável, por convicção própria !

RC- Estamos em ano eleitoral. O número

de mulheres à frente das nominatas cresceu

muito. Como a senhora vê a mulher na política

como gestora?

Odacy de Brito- Sempre fui adepta da

igualdade constitucional, sou contra cota de

participação feminina, o maior reflexo da

participação da mulher está implementação de

programas permanentes, jamais às vésperas

das eleições, não sendo o caso das 3 políticas

citadas, posto inequivocamente despontaremse

como reconhecidas lideranças no cenário

político nacional;

RC-Aumentou o número de mulheres no

poder judiciário na última década. Esta é

mais uma conquista feminina alcançada?

Odacy de Brito- Sou a favor do reconhecimento

igualitário, o mundo sempre conviveu

com mulheres corajosas. Essa participação

potencializada na Magistratura está na também

na Medicina, nos quartéis;

Destaco Marie Curie, uma química e física

polonesa, como sendo a primeira mulher a

receber um Prêmio Nobel em 1903 (física), e

recebeu novamente o prêmio em 1911 (química),

ambos por seu trabalho sobre radiação, sendo

a primeira pessoa e única mulher a ser laureada

duas vezes e continua;

Chiquinha Gonzaga, e sua luta segue presente

nos dias atuais, diante efetiva proteção dos

direitos autorais, na sua forma mais ampla,

temos artistas maravilhosas como Marília, Bibi

Ferreira, Cecília Meirelles, Rachel de Queirós,

Nélida Piñón, é tanta gente, de Tia Ciata,

Bethânia, Gal, Alcione, Cora.

RC-A senhora é feminista?

Odacy de Brito- Sou aluna da obra de Simone

de Beauvoir, escritora, filósofa, intelectual,

ativista e professora. Integrante do movimento

existencialista, simplesmente sou existencialista,

não feminista, sou defensora da aplicação

efetiva da Constituição Federal.

RC-Uma questão muito importante no

universo feminino é o abandono familiar.

Poderia discorrer sobre o assunto?

Odacy de Brito- É sobre esta família que

recai o ônus de indenizar o filho pelo dano

moral causado em virtude do abandono familiar,

ou seja, quando um dos componentes desta

entidade, inadmitindo-se hipótese para omissão

e abandono dos pais para com os filhos e

filhos para com os pais, o chamado afeto

reverso;

RC-A senhora escreveu um livro sobre uma

mulher muito forte e gestora, Dona Zica da

Mangueira, um ícone carioca. Ela representa

a luta feminina contra o preconceito e a

superação?

Odacy de Brito- Uma mulher à frente de

seu tempo, e da própria superação;

RC-Qual recado que a senhora gostaria de

deixar para as leitoras da Revista Cariocas?

Odacy de Brito- É sempre tempo de avançar,

independente de formação profissional, o

autoconhecimento, sempre desponta-se como

excelente oportunidade para se buscar.

REVISTA CARIOCAS - 33

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