observação Mali, Agosto de <strong>2020</strong> O espectro de uma crise que tarda a cessar A junta militar que tomou o poder no Mali a 18 de Agosto passado, por via de um golpe de Estado, veio agudizar uma instabilidade que se arrasta desde 2012, e com repercussões alarmantes sobre a economia, dada a prolongada estagnação económica e os elevados índices de corrupção naquele país da África Ocidental. Mais grave ainda é a persistente ausência de sinais para a reconquista da paz e tranquilidade, mesmo com a intervenção de instituições multilaterais como a ONU. Na mais recente crise, por exemplo, a junta militar que tomou o poder e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tentaram uma série de negociações que se arrastaram por vários dias, mas que não resultaram em qualquer acordo para a transferência de poder para os civis. As duas partes chegaram a afastar, nessas negociações, a reintegração do ex-presidente, Ibrahim Boubacar Keita, depois de este ter dito aos representantes da CEDEAO que já não queria governar, contrariando uma das exigências iniciais da organização regional e tornando ainda mais difícil o alcance de consensos. fotografia D.R 6 www.economiaemercado.co.mz | <strong>Setembro</strong> <strong>2020</strong>