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Entrevista: Bioeconomia será fundamental para recuperação econômica<br />
9 7 72359 4 58 1 08 0 0 0 4 1<br />
COGERAÇÃO:<br />
O FUTURO DA<br />
ENERGIA<br />
SISTEMAS DE CALDEIRAS<br />
IMPULSIONAM O SETOR<br />
ECONOMIA VERDE<br />
BIOCOMBUSTÍVEIS<br />
RENOVÁVEIS GERAM<br />
EMPREGOS<br />
ALGAS SUBSTITUEM PETRÓLEO
SUMÁRIO<br />
06 | EDITORIAL<br />
Fluxo criativo<br />
08 | CARTAS<br />
10 | NOTAS<br />
15 | INFORME<br />
16 | ENTREVISTA<br />
20 | PRINCIPAL<br />
26| PELO MUNDO<br />
Sydney sustentável<br />
30 | SUSTENTABILIDADE<br />
Parceria energética<br />
34| ECONOMIA<br />
Pós-pandemia com<br />
economia verde<br />
38| CASE<br />
42 | ARTIGO<br />
48 | AGENDA<br />
50| OPINIÃO<br />
O mundo encantado da<br />
sustentabilidade empresarial<br />
04 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL<br />
A capa desta edição é alusiva aos<br />
equipamentos oferecidos pela<br />
Engecass<br />
FLUXO<br />
CRIATIVO<br />
A<br />
A COPEL (Companhia Paranaense de Energia) assinou um termo de cooperação com o instituto<br />
de ciência e tecnologia CIBiogás para o desenvolvimento de estratégias de atuação e modelos<br />
de negócios utilizando como fonte o gás gerado por resíduos da agroindústria. Contamos esta<br />
história nas próximas páginas da REVISTA BIOMAIS para inspirar: é mais um exemplo de que<br />
empresas, órgãos e entidades públicas, são capazes de pensar fora da caixa e buscar soluções para a sociedade.<br />
Além disso, o Leitor encontrará reportagem sobre como a adoção de opções de economia verde<br />
específicas para determinados setores produtivos no período pós-pandemia da Covid-19 pode acrescentar<br />
à economia brasileira e uma entrevista com o professor e pesquisador José Vitor Bomtempo, da UFRJ<br />
(Universidade Federal do Rio de Janeiro), que criou no Brasil o Grupo de Estudos em Bioeconomia. Tenha<br />
uma excelente leitura!<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO VII - EDIÇÃO <strong>41</strong> - OUTUBRO <strong>2020</strong><br />
Diretor Comercial<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />
Diretor Executivo<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />
Redação<br />
Murilo Basso<br />
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Dep. de Criação<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Crislaine Briatori Ferreira<br />
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Representante Comercial<br />
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Dep. Comercial<br />
Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />
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Fone: +55 (<strong>41</strong>) 3333-1023<br />
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Cristiane Baduy, Simone D'ávila<br />
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ASSINATURAS<br />
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A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da<br />
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Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />
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www.jotaeditora.com.br<br />
Veículo filiado a:<br />
A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente, dirigida aos<br />
produtores e consumidores de energias limpas e alternativas, produtores de resíduos<br />
para geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários,<br />
órgãos governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/<br />
ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos, anúncios ou colunas assinadas, por entender<br />
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textos, fotos e outras criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente<br />
proibídas sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais, exceto para fins<br />
didáticos.<br />
REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed at clean alternative<br />
energy producers and consumers, producers of residues used for energy generation and<br />
cogeneration, research institutions, university students, governmental agencies, NGO’s, class<br />
and other entities, directly and/or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does<br />
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by others; these are the responsibility of their authors. The use, reproduction, appropriation,<br />
databank storage, in any form or means, of the text, photos and other intellectual property<br />
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authorial rights, except for educational purposes.<br />
06 www.REVISTABIOMAIS.com.br
TECNOLOGIA EM<br />
EQUIPAMENTOS E<br />
SISTEMAS DE RECICLAGEM DE<br />
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CARTAS<br />
INOVAÇÃO<br />
Ótimo case do protótipo desenvolvido pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba) que<br />
transforma energia eólica e fotovoltaica em elétrica para iluminação. São essas iniciativas que<br />
precisamos em nossas universidades!<br />
Alan Tavares – João Pessoa (PB)<br />
Foto: divulgação<br />
CRESCIMENTO<br />
Não é mais novidade o crescimento do setor de biomassa no Brasil! E isso só é possível graças a iniciativas como da <strong>Revista</strong><br />
BIOMAIS, que acompanha sempre atenta nosso setor!<br />
Elias Figueira – Florianópolis (SC)<br />
PONTO DE VISTA<br />
A editoria Opinião traz um balanço ideal para a <strong>Revista</strong>, sempre com artigos conectados com temas de interesse do<br />
setor - mesmo que não abordem diretamente energias renováveis. Parabéns pela seleção.<br />
Heloísa Kruger – Curitiba (PR)<br />
ALTERNATIVA<br />
Excelente reportagem sobre como a energia solar gera economia nas contas de luz e<br />
oportunidades de empregos. Parabéns!<br />
Amauri Balan – Guarapuava (PR)<br />
Foto: divulgação<br />
REVISTA<br />
na<br />
mídia<br />
informação<br />
biomassa<br />
energia<br />
www.revistabiomais.com.br<br />
www.facebook.com.br/revistabiomais<br />
www<br />
Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />
08 www.REVISTABIOMAIS.com.br
INDÚSTRIA DE GERADORES DE CALOR LTDA.<br />
O QUE É UM DEFAGULHADOR<br />
E UM REDEMUNHADOR<br />
ASSOCIADOS À FORNALHA?<br />
A IMTAB NOVAMENTE PIONEIRA,<br />
SAIU NA FRENTE E JÁ INSTALOU<br />
NO MERCADO MAIS DE 10 UNIDADES<br />
Equipamentos complementares da fornalha, instalados exatamente após a parte destinada à queima<br />
da biomassa para formação dos gases quentes.<br />
Tem como função central fazer a retirada das partículas, oferecendo um gás mais limpo à secagem. O<br />
defagulhador é caracterizado como uma câmara primária de partículas responsável pela decantação<br />
dos particulados.<br />
Por definição, o defagulhador, é câmara revestida com manta e massa alta temperatura, onde ocorre<br />
a decantação primária das partículas maiores e serve para fazer a mistura de ar inicial.<br />
Já o sistema de filtragem redemunhadores são filtros ciclônicos axiais em que os gases fluem no<br />
sentido da tubulação, com o material sólido sendo separado pelos ciclones num movimento<br />
tangencial e as fagulhas caem pela tremonha de descarga, ou seja é o responsável por realizar a<br />
filtragem propriamente dita, tendo a função de entregar os gases quentes de melhor qualidade<br />
dentro do secador.<br />
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NOTAS<br />
CRESCIMENTO EM<br />
PLENA PANDEMIA<br />
A produção de energia solar no Rio Grande do Sul<br />
disparou durante a pandemia da Covid-19. De março<br />
a agosto de <strong>2020</strong>, a capacidade instalada no estado foi<br />
de 299,6 MW (Megawatts) para 424,9 MW, aumento<br />
de 125 MW - <strong>41</strong>,8%. O Rio Grande do Sul responde por<br />
13% da geração desse tipo de energia no Brasil, segundo<br />
a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar<br />
Fotovoltaica). Exatas 493 cidades do Estado contam com<br />
ao menos um sistema solar fotovoltaico, e mais de 40<br />
mil consumidores gaúchos geram ou recebem energia<br />
solar. Importante salientar que além do aspecto ligado<br />
à sustentabilidade, o crescimento da adoção de energia<br />
solar também impulsiona a economia. “Só nesse setor a<br />
gente gera mais de 12 mil empregos, mas tem uma outra<br />
questão que é muito importante levar em consideração:<br />
quando o consumidor deixa de pagar um determinado<br />
valor na fatura de energia para a distribuidora, esse<br />
recurso passa a circular na economia local”, enaltece à<br />
imprensa, Mara Schwengber, coordenadora da ABSOLAR<br />
no Rio Grande do Sul.<br />
Foto: divulgação<br />
DATASEBRAE BIOGÁS<br />
Com o objetivo de reunir informações essenciais e soluções<br />
para o desenvolvimento, difusão e aplicações da bioenergia no<br />
Brasil e transformar a matriz energética nacional, foi lançado,<br />
em meados de setembro, o DataSebrae Biogás. Trata-se de<br />
ferramenta desenvolvida por meio de parceria entre o Sebrae<br />
e o projeto GEF Biogás Brasil, liderado pelo MCTI (Ministério da<br />
Ciência, Tecnologia e Inovações) e implementado pela UNIDO<br />
(Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento<br />
Industrial). “Essa é uma medida objetiva e revestida de grande<br />
importância. Por meio do uso do biogás na geração de energia<br />
ou de fonte combustível, é possível ter energia a custo baixo e<br />
de forma altamente sustentável. Entretanto, muitos empreendimentos<br />
não faziam uso dessa alternativa por não terem um<br />
nível adequado de informação. O DataSebrae Biogás permitirá<br />
que as empresas tenham dados, busquem parceiros aliados<br />
à tecnologia e equipamentos para a autogeração do biogás”,<br />
disse Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
MAIS EMPREGOS<br />
A Aeris Energy, fabricante brasileira de pás eólicas, está ampliando<br />
seu portfólio no estado do Ceará, no nordeste brasileiro. A empresa<br />
inaugurou uma nova fábrica localizada a aproximadamente 15<br />
quilômetros do Porto do Pecém. Batizada de Aeris Pecém II, a unidade<br />
vai ser responsável pela criação de 700 novas vagas de emprego até<br />
dezembro deste ano. A nova fábrica fica em uma localização estratégica<br />
para a logística de recebimento de matéria-prima e exportação das<br />
pás eólicas. Em 2019, a empresa, junto ao Porto de Pecém, transportou<br />
cerca de duas mil pás. O número é três vezes maior do que a<br />
movimentação registrada em 2018, quando foram embarcadas 683<br />
pás para parques de energia eólica espalhados pelo mundo.<br />
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
SENTINDO NO BOLSO<br />
Para 84% dos brasileiros entrevistados pelo IBOPE e<br />
pela ABRACEEL (Associação Brasileira dos Comercializadores<br />
de Energia) a energia elétrica é cara<br />
ou muito cara. Para a ABRACEEL, o valor<br />
pago pelos consumidores tem se tornado<br />
mais evidente nas despesas<br />
das famílias, já que as pessoas<br />
que consideravam o serviço caro<br />
ou muito caro no ano de 2014<br />
– primeiro de realização da<br />
pesquisa – chegavam a<br />
67%. O percentual atingiu<br />
a maior marca em 2014<br />
(88%) e no ano passado<br />
(87%).<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
CAPTAÇÃO<br />
Em setembro, o BNDES (Banco Nacional de<br />
Desenvolvimento Econômico e Social) captou<br />
US$ 100 milhões com o Banco Japonês para<br />
a Cooperação Internacional, o Japan Bank<br />
for International Cooperation. Os recursos<br />
vão permitir alavancar o apoio a 12 parques<br />
eólicos nos Estados da Bahia e Pernambuco,<br />
com capacidade instalada total de 331,85 MW<br />
(Megawatts) e investimentos que ultrapassam<br />
R$ 2 bilhões. A estimativa é que mais de 737<br />
mil domicílios brasileiros sejam atendidos com<br />
o fornecimento de energia limpa e renovável<br />
gerada pelos projetos. “Com esta operação,<br />
o BNDES dá continuidade à sua estratégia de<br />
diversificação de fontes de financiamento e<br />
de atrair recursos que promovam projetos<br />
sustentáveis no Brasil”, enaltece a diretora<br />
de Finanças da instituição, Bianca Nasser. Os<br />
recursos da operação foram desembolsados<br />
em uma única parcela e são originários de<br />
contrato de empréstimo externo, com prazo<br />
de 12 anos, cofinanciado pelo Mizuho Bank Ltd<br />
e pelo The Bank of Saga Ltd.<br />
RENOVÁVEIS TRIPLICADAS<br />
Em apresentação sobre iniciativas ESG, a multinacional japonesa Sony<br />
anunciou que vai triplicar o uso de energia renovável nos negócios em<br />
cinco anos. Isso significa que até a metade desta década, ao menos 15% da<br />
eletricidade utilizada pela companhia virá de fontes renováveis. A fabricante<br />
também anunciou a criação de um fundo de capital de risco que vai investir<br />
US$ 9,4 milhões em startups de tecnologia ambiental. As ações fazem parte<br />
de uma iniciativa verde da companhia com duração de cinco anos e que<br />
começará no ano fiscal de 2021. ESG é a sigla para Environmental, Social and<br />
corporate Governance, que em português significa Governança Ambiental,<br />
Social e Corporativa e refere-se aos três fatores centrais na medição da<br />
sustentabilidade e do impacto social de um investimento em uma empresa<br />
ou negócio. Esses critérios ajudam a determinar melhor o desempenho<br />
financeiro futuro das companhias.<br />
Foto: divulgação<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
11
NOTAS<br />
BOA AÇÃO<br />
A Remanso da Pedreira, entidade que atende crianças em situação de vulnerabilidade<br />
na região de Pato Branco (PR), vai receber um gerador de energia<br />
fotovoltaica da Renovigi Energia Solar, empresa especializada em painéis<br />
solares e inversores. A instituição recebeu o maior número de indicações em<br />
uma postagem feita no Instagram da fabricante, que realiza um projeto para<br />
viabilizar a doação de equipamentos para entidades sociais de todo o país. O<br />
projeto Energia do Bem foi criado pela Renovigi em 2018, com o objetivo de<br />
doar sistemas fotovoltaicos a entidades brasileiras sem fins lucrativos. No ano<br />
passado, 100 entidades foram beneficiadas com sistemas de energia solar. A<br />
empresa também incentiva sua rede de credenciados a participar da ação e<br />
se responsabiliza em realizar as instalações dos sistemas sem custo nenhum.<br />
Para a Remanso da Pedreira, que promove oficinas e atividades artísticas,<br />
esportivas e de saúde para várias crianças, o gerador deverá contribuir para a<br />
redução dos custos com energia elétrica por parte da entidade.<br />
Foto: divulgação<br />
FONTES SOLAR,<br />
EÓLICA E BIOMASSA<br />
REFORÇADAS<br />
Para o secretário do Meio Ambiente da<br />
Bahia, João Carlos Oliveira da Silva, o momento<br />
de crise pelo qual o Brasil passa, causado pela<br />
pandemia do novo coronavírus, representa<br />
uma oportunidade para ampliar o debate<br />
sobre as perspectivas para energias renováveis<br />
para o Brasil e para seu estado. A afirmação foi<br />
feita durante o webinário “Meio Ambiente e<br />
Energias Renováveis: Novas Perspectivas”, realizado<br />
pela SEMA (Secretaria do Meio Ambiente<br />
do Estado da Bahia) e pelo INEMA (Instituto do<br />
Meio Ambiente e Recursos Hídricos). Para Silva,<br />
a Bahia tem potencial e precisa incorporar novas<br />
tecnologias à matriz energética do estado,<br />
com a produção de uma energia limpa, sustentável<br />
do ponto de vista ambiental e alinhada<br />
com o enfrentamento às mudanças climáticas.<br />
A Bahia está entre os estados que mais<br />
produzem energia solar no Brasil, mas também<br />
possui potencial para a produção eólica e de<br />
energia gerada a partir da biomassa.<br />
CRESCIMENTO NO PARANÁ<br />
A Gaslog, distribuidora especializada em GLP (Gás Liquefeito de Petróleo),<br />
manteve em <strong>2020</strong> um projeto de crescimento e ampliação da sua atuação<br />
no Paraná. Neste ano, a empresa investiu R$ 2,3 milhões em operações<br />
no estado, que divide suas atenções junto com Santa Catarina. Desse total,<br />
R$ 1,2 milhão foi dedicado ao aporte de tanques e novos equipamentos;<br />
R$ 700 mil na ampliação da frota de veículos; e R$ 300 mil na nova base<br />
de operações, em Balsa Nova. “Esse movimento reforça o posicionamento<br />
da Gaslog, que<br />
é buscar sempre<br />
maior qualidade na<br />
aprovação dos seus<br />
clientes. Atualmente,<br />
de acordo com<br />
um levantamento<br />
interno, atingimos<br />
90% em aprovação”,<br />
afirma Wolney<br />
Pereira, CEO da<br />
Gaslog.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
12 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS<br />
RETOMADA<br />
CONSOLIDADA<br />
A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica)<br />
informou que na primeira quinzena de setembro o<br />
consumo de energia no Brasil apresentou alta de 2,5% em<br />
comparação ao mesmo período de 2019. De acordo com<br />
o órgão, o dado consolida a tendência de retomada das<br />
atividades econômicas no país. Se entre os dias 1° e 15<br />
de setembro de <strong>2020</strong> o volume de energia consumido foi<br />
de 63,6 mil mw médios, no ano anterior o valor verificado<br />
foi de 62,1 mil MW (Megawatts). Também foi constatado<br />
que a geração de energia no SIN (Sistema Interligado<br />
Nacional) avançou 3,4% na primeira metade de setembro<br />
em relação ao mesmo mês do ano passado, indo de 64,4<br />
mil MW médios para 66,6 mil MW médios. Destaque para<br />
a produção das usinas hidráulicas, eólicas e fotovoltaicas,<br />
que avançaram 16,7%, 12,6% e 24,2%, respectivamente.<br />
Foto: divulgação<br />
MARCO REGULATÓRIO<br />
No começo de setembro, o Plenário da Câmara dos Deputados<br />
aprovou o PL (Projeto de Lei) número 6.407/2013, na<br />
forma do substitutivo que havia sido aprovado na Comissão de<br />
Minas e Energia em outubro de 2019. A maioria foi expressiva.<br />
O texto aprovado ficou conhecido como Nova Lei do Gás, já que<br />
estabelece um novo marco para o setor de gás natural, e ainda<br />
precisa ser aprovado no Senado para começar a valer. Para os<br />
parlamentares brasileiros, o texto facilita a entrada de novos<br />
agentes no mercado. Além disso, confere segurança jurídica<br />
para a quebra de monopólio da Petrobras, o que deve baratear<br />
o gás natural. A estimativa da CNI (Confederação Nacional da<br />
Indústria) é de que, com a aprovação do projeto, haja incremento<br />
de R$ 60 bilhões ao ano em investimentos, mais a geração de<br />
4,3 milhões de vagas de emprego nos próximos anos.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
REFLORESTAMENTO<br />
Em agosto, uma equipe do RURALTINS (Instituto de Desenvolvimento<br />
Rural do Tocantins) percorreu os municípios de Lagoa da Confusão, Caseara,<br />
Marianópolis e Pium a fim de coletar sementes nativas visando a implementação<br />
dos projetos Restaura (TO) e da Missão Burle Marx - Coleta de Germoplasma<br />
Vegetal Nativo do Tocantins. As coletas foram feitas em áreas de<br />
cerrado, floresta, pastagens e na zona urbana desses municípios, onde foram<br />
coletadas cerca de 20 mil sementes das seguintes espécies: Jatobá-da-mata,<br />
Cabeça-da-arara, Ipê-roxo, Cinzeiro, Garroteiro, Cajuzinho-do-cerrado, Mutamba,<br />
Mirindiba, Folha-seca e Jatobá-de-areia. As sementes serão destinadas<br />
à produção de mudas, semeadura direta em áreas degradadas, instalação de<br />
módulos produtivos de recuperação e doação para produtores rurais.<br />
14 www.REVISTABIOMAIS.com.br
INFORME<br />
Crescimento renovável<br />
Setor de combustíveis renováveis investe em<br />
soluções para transporte de biomassa<br />
Fotos: divulgação<br />
Grande parte dos maiores players nos setores de produção<br />
de etanol do mundo continuam buscando expandir suas<br />
operações, sempre com foco na sustentabilidade e na<br />
qualidade de toda a cadeia produtiva. Com esse objetivo,<br />
empresas do setor têm investido na modernização do<br />
transporte de biomassa, com a utilização de implementos<br />
rodoviários com o sistema de Piso Móvel.<br />
Como parte desse processo de atualização para a safra de<br />
<strong>2020</strong>, os implementos da USICAMP e os Sistemas de Piso<br />
Móvel da HALLCO estão oferecendo soluções importantes<br />
para o segmento. A escolha por essas duas empresas de<br />
transporte de biomassa reforça a confiança do mercado no<br />
atendimento qualificado das companhias, ou seja, unidades<br />
de produção de açúcar, etanol e bioenergia, além de<br />
milhares de hectares de área agrícola cultivada. Para a safra<br />
de <strong>2020</strong>, as empresas terão novas tecnologias para o<br />
deslocamento e descarga de biomassa.<br />
ESCOLHA CERTA<br />
Um de seus maiores operadores logísticos no segmento<br />
de biomassa, a LC Castro Coelho Transporte atesta a<br />
escolha da parceria comercial por já trabalhar com a<br />
estrutura de pisos móveis da HALLCO, com o sistema<br />
hidráulico da Binotto e com os implementos da USICAMP. A<br />
companhia, líder no transporte de biomassa no estado de<br />
São Paulo e referência também neste mesmo segmento no<br />
Mato Grosso, possui hoje 45 carretas de piso móvel que<br />
também contam com os serviços e produtos da HALLCO e<br />
USICAMP.<br />
“O sistema hidráulico fornecido pela HALLCO conferiu<br />
mais segurança e agilidade à nossa rotina de trabalho.<br />
Antes, usávamos uma tampa lateral. A máquina realizava a<br />
descarga e o processo demorava de 40 a 50 minutos. Hoje,<br />
com os pisos da HALLCO, precisamos apertar apenas um<br />
botão e o material todo é descarregado em menos de 15<br />
minutos”, explica Cristiano Coelho, proprietário da LC<br />
Castro Coelho. Coelho também destaca a importância da<br />
BINOTTO, fornecedora dos kits hidráulicos que têm como<br />
uma de suas principais características a durabilidade dos<br />
componentes, e da USICAMP, responsável pela fabricação<br />
do equipamento de semirreboque, que dispõe da melhor<br />
estrutura para a operação.<br />
“Temos uma verdadeira junção de habilidades. Já trabalhamos<br />
com várias empresas, mas depois de um tempo<br />
sempre surgia algum problema. Agora, temos um conjunto<br />
e serviço de excelência”, diz o empresário. Outra vantagem<br />
a ser salientada é a expertise da HALLCO no fornecimento<br />
do sistema de pisos móveis para o transporte de biomassa.<br />
Já sobre o pós-venda da HALLCO, BINOTTO e USICAMP,<br />
Coelho é só elogios. Segundo ele, o atendimento ao<br />
consumidor está disponível 24 horas por dia. “Além disso,<br />
nossos parceiros possuem equipes de engenharia praticamente<br />
dentro da empresa, acompanhando o cotidiano dos<br />
motoristas sempre em busca de melhorias”, finaliza.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
15
ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
JOSÉ VITOR<br />
BOMTEMPO<br />
Formação: Doutor em Economia<br />
Industrial pela École Nationale<br />
Supérieure des Mines de Paris<br />
Cargo: Professor da UFRJ (Universidade<br />
Federal do Rio de Janeiro)<br />
SUPORTE NA RECUPERAÇÃO<br />
ECONÔMICA<br />
D<br />
ois anos depois da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento<br />
Econômico) lançar mundialmente o termo bioeconomia, em meados de 2009, o<br />
professor e pesquisador José Vitor Bomtempo, da UFRJ (Universidade Federal do<br />
Rio de Janeiro), criou no Brasil o Grupo de Estudos em Bioeconomia. Segundo seus<br />
pares na indústria e na academia, Bomtempo foi um dos primeiros especialistas a trabalhar<br />
no Brasil com o conceito de bioeconomia, que tem como base o uso de recursos genéticos<br />
da biodiversidade para criar produtos de alto valor agregado. Em entrevista, Bomtempo, que<br />
também leciona no Instituto de Economia da UFRJ, destaca que a bioeconomia está se estruturando<br />
no mundo todo e, com isso, o Brasil tem a oportunidade de ser um protagonista e não<br />
um seguidor como foi em processos industriais anteriores, como o do setor automobilístico e<br />
petroquímico. Confira:<br />
16 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
17
18 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
19
PRINCIPAL<br />
20 www.REVISTABIOMAIS.com.br
COGERAÇÃO:<br />
O FUTURO<br />
DA ENERGIA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
CRESCIMENTO DE ALTERNATIVAS<br />
SUSTENTÁVEIS NA GERAÇÃO DE<br />
ENERGIA TEM SIDO OBSERVADO<br />
NO BRASIL E NO MUNDO<br />
A<br />
ntes vista como um futuro distante a ser alcançado,<br />
a cogeração de energia elétrica tem se popularizado<br />
nas últimas duas décadas, com o desenvolvimento<br />
do setor de biomassa e das demais<br />
fontes renováveis de energia. Grandes empresas que buscam<br />
se alinhar às novas tecnologias e tendências têm apostado<br />
em sistemas de geração de calor e energia, que auxiliam em<br />
diversos processos produtivos. O leque de potenciais clientes<br />
é diverso, indo de grandes indústrias madeireiras até panificadoras,<br />
academias, escolas e outros tipos de estabelecimentos<br />
comerciais.<br />
Trata-se de um mercado promissor. Estimativas da EPP<br />
(Empresa de Pesquisa Energética), vinculada ao MME (Ministério<br />
de Minas e Energia), apontam que a demanda por energia<br />
no Brasil deve aumentar aproximadamente 35% nos próximos<br />
anos. Em 2050, segundo o órgão, o consumo poderá<br />
triplicar em relação aos números atuais. Com a alta demanda,<br />
também devem ocorrer reflexos no preço no futuro, dizem<br />
economistas especialistas no tema.<br />
No caso da cogeração, como muitas indústrias e prédios<br />
comerciais necessitam de calor (vapor ou água quente), foi<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
21
24 www.REVISTABIOMAIS.com.br
PELO MUNDO<br />
SYDNEY<br />
SUSTENTÁVEL<br />
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CIDADE TROCOU A MATRIZ<br />
ENERGÉTICA DE PROPRIEDADES<br />
PÚBLICAS POR ENERGIA<br />
SOLAR E EÓLICA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
27
PELO MUNDO<br />
S<br />
ydney, a maior cidade da Austrália, anunciou<br />
recentemente que vai ser abastecida por energia<br />
solar e eólica, vindas de um parque eólico -<br />
Sapphire Wind Farm - e dois parques solares<br />
- Bomen Solar Farm e Shoalhaven Solar Farm - localizados<br />
em Nova Gales do Sul, estado onde está localizado o<br />
município. A cidade trocou a matriz energética de diversas<br />
propriedades públicas, como prédios, bibliotecas, salões<br />
comunitários, edifícios de escritórios, parques, piscinas<br />
e postes de iluminação. A sede da prefeitura também foi<br />
abarcada pela iniciativa.<br />
A decisão terá um forte impacto tanto econômico<br />
quanto ambiental: serão economizados aproximadamente<br />
US$ 500 mil, cerca de R$ 2,7 milhões na cotação atual,<br />
e capturadas 200 mil t (toneladas) de emissões de gás<br />
carbônico na atmosfera nos próximos 10 anos. Além disso,<br />
a iniciativa vai ajudar a Austrália a atingir suas metas de<br />
redução de poluentes. Também serão gerados empregos<br />
nas regiões dos parques de energia sustentável.<br />
“Estamos em meio a uma emergência climática, por<br />
isso decidimos por essa troca emergencial. Se quisermos<br />
reduzir as emissões de poluentes e aumentar o setor de<br />
energia verde, todos os níveis do governo devem passar a<br />
usar urgentemente a energia renovável”, afirmou a prefeita<br />
de Sydney, Clover Moore, acrescentando que 70% das<br />
emissões mundiais de gases poluentes são geradas nas<br />
cidades. É necessária, portanto, uma análise crítica.<br />
Iniciativa vai ajudar a<br />
Austrália a atingir suas<br />
metas de redução de<br />
poluentes<br />
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29
SUSTENTABILIDADE<br />
PARCERIA<br />
ENERGÉTICA<br />
30 www.REVISTABIOMAIS.com.br
COPEL E CIBIOGÁS<br />
FIRMAM PARCERIA<br />
PARA GERAÇÃO DE<br />
ENERGIA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
31
SUSTENTABILIDADE<br />
A<br />
COPEL (Companhia Paranaense de Energia)<br />
assinou recentemente um termo de<br />
cooperação com o instituto de ciência e<br />
tecnologia CIBiogás para o desenvolvimento<br />
de estratégias de atuação e modelos de negócios<br />
utilizando como fonte o gás gerado por resíduos<br />
da agroindústria e outras atividades. A parceria faz<br />
parte do Projeto GEF Biogás Brasil, implementado<br />
pela UNIDO (Organização das Nações Unidas para<br />
o Desenvolvimento Industrial) com o objetivo de<br />
reduzir as emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) e a<br />
dependência de combustíveis fósseis, e terá validade<br />
por três anos.<br />
A inserção do Paraná neste movimento internacional<br />
que reúne 183 países (o Global Environment<br />
Facility - GEF) fortalece o protagonismo do estado nas<br />
ações de exploração do biogás como fonte de energia.<br />
De acordo com o superintendente de Gás, Biomassa<br />
e Inovação da COPEL, Carlos Diego do Valle Pedroso,<br />
a diversidade de plantas já instaladas e o trabalho<br />
do CIBiogás, que tem a Copel como associada fundadora<br />
e mantenedora, são fatores que impulsionam o<br />
desenvolvimento de novos projetos para a geração de<br />
eletricidade, com um horizonte de grande potencial<br />
a ser explorado. Ele explica que os ganhos esperados<br />
aliam cuidado com o meio ambiente e benefício econômico<br />
para a cadeia produtiva.<br />
“Além de contribuir diretamente para o meio<br />
ambiente, reduzindo os gases do efeito estufa, os projetos<br />
incentivados por esta rede de parcerias ajudarão<br />
a fomentar uma indústria nacional, em uma área que<br />
hoje tem muitos equipamentos importados”, diz.<br />
BIOGÁS<br />
O biogás é produzido pela digestão anaeróbia<br />
(sem a presença de ar) de uma biomassa, que pode<br />
ter origem bastante variada: cana-de-açúcar, resto de<br />
alimentos, esterco, entre outros. Para o uso em motores<br />
geradores de eletricidade, na maioria das vezes<br />
é necessária apenas a retirada do gás sulfídrico, para<br />
prevenir a corrosão dos equipamentos. Existe ainda a<br />
possibilidade de filtragem de outros elementos, a fim<br />
de obter o gás biometano, com no mínimo 90% de<br />
metano, se tornando como gás natural e podendo ser<br />
utilizado como combustível.<br />
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
33
ECONOMIA<br />
PÓS-PANDEMIA<br />
COM ECONOMIA<br />
VERDE<br />
BRASIL PODERIA SER<br />
BENEFICIADO COM<br />
DOIS MILHÕES DE<br />
EMPREGOS ATÉ 2030<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
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A<br />
adoção de opções de economia verde específicas<br />
para determinados setores produtivos<br />
no período pós-pandemia da Covid-19 pode<br />
acrescentar à economia brasileira R$ 2,8<br />
trilhões, com a geração de dois milhões de empregos até<br />
2030. A conclusão é apresentada no estudo “Uma Nova<br />
Economia para uma Nova Era: Elementos para a Construção<br />
de uma Economia Mais Eficiente e Resiliente para o<br />
Brasil.” A pesquisa é liderada pela ONG (Organização não<br />
Governamental) WRI Brasil e pela New Climate Economy e<br />
assinada por pesquisadores de seis instituições nacionais.<br />
O professor de Planejamento Energético do Instituto<br />
Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia,<br />
da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro),<br />
André Lucena, disse que essas opções de economia verde<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
35
ECONOMIA<br />
têm vários co-benefícios econômicos que não são percebidos<br />
diretamente, mas que existem.<br />
Lucena exemplificou que medidas para aprimorar o<br />
transporte público, que melhorem a qualidade do ar nas<br />
cidades, seja pela substituição de combustíveis fósseis por<br />
outros menos poluentes, significam menores gastos com<br />
a saúde, maior produtividade dos trabalhadores e menos<br />
tempo gasto em deslocamentos. “Isso tudo tem ganhos<br />
econômicos.” Por meio da criação de diferentes modelos,<br />
os pesquisadores puderam avaliar como custos associados<br />
a problemas ambientais podem gerar ganhos econômicos.<br />
A melhoria do transporte público poderia ser obtida<br />
também por medidas transitórias, como os carros híbridos,<br />
em que não há mudança de combustível, mas têm uma<br />
autonomia bem maior, ou seja, uma eficiência energética<br />
muito maior. “Reduz o consumo de combustíveis e, portanto,<br />
a poluição associada”, compara Lucena.<br />
VANTAGENS<br />
André Lucena observou que o Brasil precisa usar vantagens<br />
comparativas que possui, associadas a essas medidas<br />
de economia verde, de curto, médio e longo prazos. “O<br />
Brasil tem vantagens que podem ser utilizadas para tentar<br />
melhorar a qualidade e a percepção de seus produtos no<br />
mercado internacional, associadas, por exemplo, à baixa<br />
intensidade de carbono da matriz elétrica brasileira.”<br />
O aço nacional, por ter alguma participação de carvão<br />
vegetal, tem conteúdo de emissões de carbono menor do<br />
que países que produzem aço baseado em carvão mineral.<br />
“Diante de uma ação coordenada global para reduzir<br />
emissões, isso pode dar ao Brasil vantagens competitivas<br />
a partir da menor intensidade de carbono. Isso precisa ser<br />
explorado também”, sinalizou o professor. No caso do setor<br />
de uso do solo, o primeiro passo é conter o desmatamento,<br />
indica o estudo. André Lucena explicou que o Brasil não<br />
precisa de mais terra. “O Brasil já tem terra suficiente para<br />
atender a uma demanda própria e para exportação no horizonte<br />
de 2050, principalmente se você considerar que o<br />
país tem 200 milhões de ha (hectares) de pecuária de baixa<br />
produtividade que poderia facilmente aumentar, liberando<br />
um terço dessas terras para produção agrícola.”<br />
Lucena destacou que o país está vivenciando no atual<br />
momento uma perda de mercado em função do desmatamento.<br />
Acordos comerciais estão em risco, como o<br />
existente entre o Mercosul e a Alemanha. Além disso, há<br />
uma avaliação negativa de produtos brasileiros no mercado<br />
internacional, cortes de fluxos de investimentos, tudo<br />
em função do desmatamento. “É um custo que não traz<br />
benefícios à sociedade nem ao país”, comentou.<br />
Substituir combustíveis<br />
fósseis por outros<br />
renováveis e menos<br />
poluentes gera gastos<br />
menores com saúde<br />
INTEGRAÇÃO<br />
O estudo reforça que não há necessidade de aumentar<br />
a quantidade de terras mas, sim, de melhorar a sua produtividade.<br />
Isso pode ser alcançado por meio da recuperação<br />
de pastagens degradadas, da integração entre lavoura e<br />
pecuária, ações que repercutem em benefícios ao meio<br />
ambiente.<br />
Na parte industrial, Lucena citou que há opções de eletrificação<br />
que podem ser adotadas para reduzir emissões<br />
de gás carbônico. Outra área que o Brasil poderia explorar<br />
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
37
CASE<br />
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ALGAS PARA<br />
SUBSTITUIR O<br />
PETRÓLEO<br />
EMPRESAS JAPONESAS<br />
QUEREM AUMENTAR<br />
PRODUÇÃO DE<br />
ALGAS PARA<br />
BIOCOMBUSTÍVEIS<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
E<br />
mpresas japonesas do setor de biocombustíveis<br />
estão expandindo sua produção de<br />
combustíveis que tem como fonte algas e<br />
resíduos de óleo de palma. Uma delas é a<br />
startup Chitose Bio Evolution, que em março recebeu<br />
financiamento da empresa de petróleo e gás Eneos<br />
Holdings, também do Japão.<br />
A startup planeja aumentar sua unidade de produção<br />
para mais de 200 mil m² (metros quadrados), com<br />
foco na Malásia. Isso porque as algas crescem rapidamente<br />
sob a luz do sol, o que faz do sudeste asiático<br />
um local ideal para as companhias japonesas. O objetivo<br />
da jovem empresa é levantar alguns bilhões de<br />
ienes, a moeda oficial japonesa, de governos e outras<br />
companhias que deem conta da expansão almejada,<br />
que poderia gerar mais de mil toneladas de algas<br />
secas, posteriormente transformadas em cerca de 500t<br />
(toneladas) de óleo. Ainda, segundo os representantes<br />
da empresa, as algas podem ser usadas na fabricação<br />
de outros produtos, como proteínas, e até mesmo<br />
transformadas em uma espécie de plástico.<br />
Outra empresa japonesa do setor que está procurando<br />
aumentar sua produção de algas é a Euglena,<br />
provavelmente na Indonésia, no sudeste da Ásia, ou<br />
na Colômbia, na América Latina. A empresa também<br />
está buscando outras matérias-primas para a fabricação<br />
de combustíveis sustentáveis, como resíduos da<br />
produção de óleo de palma.<br />
Apesar de a pandemia da Covid-19 ter reduzido<br />
a demanda por combustíveis por parte da indústria<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
39
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
<strong>41</strong>
ARTIGO<br />
APROVEITAMENTO DA<br />
BIOMASSA FLORESTAL<br />
NA FABRICAÇÃO DE<br />
BRIQUETES<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
43
ARTIGO<br />
ANGELO FERNANDO DE OLIVEIRA SACCOL<br />
CARLINE ANDRÉA WELTER<br />
CRISTIANE PEDRAZZI<br />
JORGE ANTONIO DE FARIAS<br />
ROSSANA CORTELINI DA ROSA<br />
RODRIGO COLDEBELLA<br />
SOLON JONAS LONGHI<br />
Integrantes do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da UFSM<br />
(Universidade Federal de Santa Maria)<br />
RESUMO<br />
A<br />
importância do emprego de fontes alternativas<br />
de energia, que sejam renováveis e provoquem<br />
menores danos ao meio ambiente, como menor<br />
poluição atmosférica e estabilidade do ciclo<br />
do carbono, traz em destaque a biomassa florestal. Nesse<br />
contexto, avaliou-se a produção de briquetes, produzidos a<br />
partir de resíduos florestais encontrados nas diversas fases<br />
de produção das fábricas de celulose, os quais foram analisados<br />
quimicamente, bem como suas propriedades físicas<br />
e mecânicas. Foram realizados dez tratamentos a partir<br />
de quatro classes de resíduos amostrados, utilizando DIC<br />
(Delineamento Estatístico Inteiramente Casualizado), com<br />
10 repetições por tratamento. Para a análise estatística,<br />
realizou-se teste Tukey de comparação de médias e análise<br />
de componentes principais para explicar a estrutura da<br />
variância. Os tratamentos 4 e 10 apresentaram maior poder<br />
calorífico devido ao seu maior percentual de lignina, bem<br />
como obtiveram os melhores resultados de densidade<br />
energética. Quanto a densidade e a resistência mecânica,<br />
os valores encontrados foram adequados e condizentes<br />
aos citados na literatura, sendo que a última variável não<br />
diferiu estatisticamente entre os tratamentos. A análise<br />
dos componentes principais foi adequada, sendo os teores<br />
de extrativos, umidade, lignina, e a densidade energética<br />
as variáveis mais importantes na análise, com os mais<br />
elevados coeficientes da componente principal 1, a qual<br />
representa 70,9% da variância total explicada. O tratamento<br />
4, contendo apenas casca de Pinus taeda, se destacou<br />
pelas suas melhores características para energia.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A biomassa vegetal pode ser utilizada para obtenção<br />
das mais variadas formas de energia seja por conversão<br />
direta ou indireta. Como vantagens da utilização desse material<br />
em substituição aos combustíveis fósseis podemos<br />
citar a menor poluição atmosférica, além da estabilidade<br />
do ciclo de carbono. Já em comparação a outros tipos de<br />
energias renováveis, a biomassa vegetal, se destaca pela<br />
alta densidade energética e pelas facilidades de armazenamento,<br />
conversão e transporte desse material, sendo a<br />
segunda fonte de geração de energia predominante no<br />
Brasil.<br />
As biomassas para uso energético provêm de recursos<br />
florestais, seus produtos e subprodutos, que incluem basicamente<br />
resíduos lenhosos produzidos de forma sustentável,<br />
podendo ser obtidos de florestas cultivadas, e também<br />
em atividades que processam ou utilizam a madeira para<br />
fins não energéticos, destacando-se as indústrias de papel/<br />
celulose e moveleira, bem como as serrarias. As indústrias<br />
de base florestal, como as de celulose, têm por característica<br />
a geração de um grande volume de resíduos ao longo<br />
do seu processo produtivo. O setor madeireiro apresenta<br />
um grande potencial para o aproveitamento desses resíduos,<br />
já que as perdas são inerentes ao processo produtivo,<br />
representando de 40 a 70% do volume da matéria-prima.<br />
Estes resíduos (cascas, galhos, folhas, cavacos e lascas de<br />
madeira, etc) são provenientes da colheita e do beneficiamento<br />
da madeira e por muito tempo, não tiveram<br />
destinação adequada. A queima de biomassa florestal em<br />
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
45
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CURSO GERAÇÃO DE ENERGIA<br />
A PARTIR DA BIOMASSA<br />
Temas abordados:<br />
Preparação e tratamento da biomassa<br />
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47
AGENDA<br />
NOVEMBRO <strong>2020</strong><br />
FÓRUM FLORESTAL MINEIRO<br />
Data: 5 a 6<br />
Local: Belo Horizonte (MG)<br />
Informações: https://malinovski.com.br/<br />
agenda-<strong>2020</strong>/<br />
DESTAQUE<br />
INTERSOLAR<br />
Data: 16 a 18<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: www.intersolar.net.br/pt/inicio<br />
EXPOGD<br />
Data: 18 a 19<br />
Local: Salvador (BA)<br />
Informações: www.expogd.com.br<br />
MARÇO 2021<br />
Imagem: divulgação<br />
LIGNUM BRASIL 2021<br />
Data: 24 a 26<br />
Local: Pinhais (Paraná)<br />
Informações: https://lignumlatinamerica.com<br />
FENASUCRO & AGROCANA<br />
Data: 17 a 20 de Agosto de 2021<br />
Local: Sertãozinho (SP)<br />
Informações:<br />
www.fenasucro.com.br/pt-br.html<br />
JUNHO 2021<br />
ECONERGY<br />
Data: 08 a 10<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: https://feiraecoenergy.com.br/<br />
JULHO 2021<br />
FIEE SMART FUTURE<br />
Data: 20 a 23<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: www.fiee.com.br/pt-br.html<br />
A Fenasucro & Agrocana é a principal feira de<br />
bioenergia e do setor sucroenergético da América<br />
Latina. O evento acontece anualmente no principal<br />
polo de produção bioenergética do Brasil; país com<br />
maior potencial de produção mundial. Atualmente,<br />
reúne profissionais dos principais pilares da matriz<br />
energética, de usinas bioenergéticas e dos setores<br />
de transporte e logística, papel e celulose e de<br />
alimentos e bebidas para realização de negócios,<br />
networking e atualização profissional.<br />
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OPINIÃO<br />
Foto: divulgação<br />
O MUNDO ENCANTADO<br />
DA SUSTENTABILIDADE<br />
EMPRESARIAL<br />
A<br />
ssim como os letreiros da Times Square destacam<br />
o viés tecnológico e inovador de Nova York - EUA<br />
(Estados Unidos da América), a sustentabilidade<br />
proporciona grande holofote para o contexto<br />
empresarial. Afinal, qual empresa não quer ser vista pelo<br />
consumidor como responsável, atraente e disruptiva? Ou,<br />
então, como heroína em uma batalha em que a recompensa<br />
é a continuidade do negócio ao mesmo tempo em que contribui<br />
com o desenvolvimento sustentável - e responsável - do<br />
planeta? Pois bem, todas querem, mas poucas conseguem<br />
aplicar efetivamente a filosofia sustentável.<br />
A magia da sustentabilidade faz com que as empresas<br />
estampem em tudo, em tudo mesmo, o enredo de marca<br />
consciente, amiga da natureza e guardiã da sociedade. Tal<br />
ação é vista em simples panfletos, nos produtos e até mesmo<br />
nas diretrizes estratégicas organizacionais, como a missão,<br />
visão e valores. De forma resumida, parafraseando e contextualizando<br />
a frase de Vinicius de Moraes, lá vem a sustentabilidade<br />
empresarial pata aqui, pata acolá. Quem nunca viu o termo<br />
estampado na comunicação de alguma empresa que atire a<br />
primeira pedra.<br />
É lindo? Sim! Mas nem tudo são flores. A pior coisa para<br />
nós, consumidores, é quando uma empresa da qual adquirimos<br />
algum produto ou serviço não corresponde a um nível de<br />
serviço esperado. Ao racionalizarmos a inferência entre o que<br />
foi entregue com a percepção do que era esperado, temos a<br />
famosa fórmula da satisfação do consumidor, influenciando<br />
totalmente a experiência do usuário. Imagine o seguinte<br />
exemplo: você recebe um panfleto ao caminhar pelo centro<br />
da cidade e se depara com um tentador bolo que está estampado<br />
no papel, com a seguinte frase “temos o melhor bolo do<br />
mundo, venha provar o melhor bolo da sua vida.” Após chegar<br />
ao local e consumir o produto, você percebe que aquele bolo<br />
não entraria nas melhores experiências da sua vida, quiçá da<br />
sua cidade.<br />
Bom, aí que mora o problema. O mundo encantado da<br />
sustentabilidade é tentador, confesso! É muito fácil falar<br />
que faz, seja fisicamente ou por meio da missão empresarial<br />
exposta em uma página de internet. Aqui, porém, deve ser<br />
aplicado o princípio básico de gestão e bons modos. Se prometeu,<br />
precisa cumprir.<br />
Há muitas discussões sobre quais seriam os verdadeiros<br />
benefícios da adoção de práticas sustentáveis. Um deles<br />
diz respeito a um viés mais econômico e protetor, que é a<br />
reputação e imagem da marca. Sem dúvida, marcas fortes<br />
possuem sustentabilidade e compliance como background. O<br />
problema, porém, está em quem fala que é – sustentável — e,<br />
na prática, não realiza ações condizentes com tal discurso.<br />
Nesse caso, a reputação e o branding passam de benefício a<br />
problema para a organização.<br />
Na maioria das vezes, os setores que atuam com temas<br />
relacionados aos critérios ESG (sigla em inglês para Ambiental,<br />
Social e Governança) nas empresas possuem grandes<br />
desafios no caminho, como a falta de apoio da alta direção,<br />
pequena fatia do budget, falta de comprometimento de áreas<br />
relacionadas, priorização de outros projetos e problemas que<br />
envolvem a cultura organizacional.<br />
Claro, para algumas empresas, poucas até então, o cenário<br />
é totalmente o inverso, pois já possuem a sustentabilidade no<br />
DNA, como fator competitivo do negócio. Esse é o caso de<br />
algumas empresas brasileiras do ramo da beleza. Ou, então,<br />
de negócios certificados como “Empresa B”, do Sistema B,<br />
que facilitam a identificação. Ainda, há algumas iniciativas do<br />
mercado financeiro e de investimentos que buscam transparecer<br />
a filosofia e práticas sustentáveis, como o DJSI (Dow<br />
Jones Sustainability Index), Euronext Eurozone ESG Large 80<br />
e o Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE da B3. Usar a<br />
sustentabilidade no core da empresa, como requisito de desempenho,<br />
possibilita autenticidade das ações e proporciona<br />
que o mundo encantando se torne, enfim, realidade.<br />
Por Pablo Carpejani<br />
Especialista em Sustentabilidade Corporativa e professor da PUC - PR (Pontifícia Universidade<br />
Católica do Paraná) nos cursos de Engenharia de Produção e Negócios<br />
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