L+D 79
Edição 4º trimestre
Edição 4º trimestre
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R$25,00<br />
SU VERTICAL NOS RETIENE (SANTIAGO)<br />
ALPINE SPA (LUCERNA) | LOJA CHLOÉ (SÃO PAULO) | RIVERVIEW (SÃO PAULO)<br />
PRODUTOS: ESPECIAL LEDFORUM.20 | FOTO LUZ FOTO: TADEU MELEGATTI
3<br />
LED Lighting Solutions
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K
SUMÁRIO<br />
4˚ Trimestre 2020<br />
edição <strong>79</strong><br />
Como uma parceira Omega Light, a Boomera, especialista em economia circular no Brasil<br />
desenvolveu uma resina pós consumo que será transformada em luminárias e sistemas<br />
de iluminação. Contamos agora com mais de 200 cooperativas homologadas pela<br />
Boomera, que tem a capacidade de coletar 400 toneladas de resíduo por ano, gerando<br />
um impacto direto na vida de 8.000 pessoas que nos ajudarão a transformar lixo em<br />
luminárias e produtos circulares para o mercado de iluminação.<br />
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10<br />
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84<br />
90<br />
¿QUÉ PASA?<br />
SU VERTICAL NOS RETIENE<br />
Um único gesto<br />
ALPINE SPA<br />
RIVERVIEW<br />
Atualização autoral<br />
CHLOÉ SÃO PAULO<br />
Conceito dado, Conceito aplicado<br />
PRODUTOS<br />
Especial LEDforum.20<br />
Foi um longa jornada de pesquisas, desenvolvimentos e testes, para<br />
encontrarmos uma solução sustentável e segura como essa resina da<br />
Boomera que nos permite produzir luminárias mais sustentáveis.<br />
Acreditamos que sustentabilidade sem compartilhamento não existe, e<br />
nós acreditamos no poder transformador e sustentável da luz.<br />
Começamos essa história já há algum tempo, transformando as<br />
embalagens pós-consumo do o Boticário e os cabides quebrados da Riachuelo<br />
em luminárias, o que nos ajudou a começar a transformar o mundo.<br />
Agora, contamos com essa nova solução para produzirmos nossos produtos a<br />
partir dessa resina e podermos transformar muito mais.<br />
98<br />
FOTO LUZ FOTO<br />
Tadeu Melegatti<br />
6
EDITORIAL<br />
store.luxion.com.br | @luxion_<br />
NOVOS TEMPOS<br />
Não fosse a pandemia, estaríamos apresentando, nesta edição, a<br />
cobertura especial do LEDforum.20, como temos feito nos últimos dez anos.<br />
No entanto, como tudo e como todos, até o LEDforum teve de se reinventar<br />
neste ano e será realizado pela primeira vez em ambiente digital, no dia 6<br />
de novembro. Não deixaremos de reunir a comunidade da iluminação, de<br />
aprender nem de trocar ideais. Mas dessa vez o encontro acontecerá em<br />
outro formato, e em outro lugar.<br />
Nesta edição fomos inspirados pelo trabalho da lighting designer Camille<br />
Laurent, que, com saudades de vivenciar a cidade que a adotou há dez anos,<br />
reinterpretou seus bairros por meio da luz com a coleção “Sampa”. Esse é um<br />
exemplo do espírito desses novos tempos: buscar formas de trazer até nós<br />
aquilo ou aqueles que momentaneamente não podemos encontrar.<br />
Simultaneamente ao LEDforum, destacamos nesta edição os produtos e<br />
os lançamentos dos patrocinadores e dos expositores que tornaram possível<br />
a realização da 11ª edição do evento em 2020. Apresentamos também alguns<br />
projetos de iluminação que, em comum, trazem conceitos bem definidos e<br />
soluções inspiradoras: o Alpine Spa, em Lucerna, Suíça, iluminado pelo escritório<br />
alemão Licht Kunst Licht; a loja Chloé, em São Paulo – a primeira da maison<br />
francesa na América Latina –, com projeto do Looom Lighting Consultant; e<br />
o projeto de retrofit do edifício Riverview, também em São Paulo, assinado<br />
pela equipe do Senzi Lighting. Na capa desta edição, a escultura Su vertical nos<br />
retiene, em Santiago, Chile, iluminada pelo escritório Limarí Lighting Design –<br />
cujo titular Pascal Chautard é um dos palestrantes do LEDforum.20.<br />
Boa leitura!<br />
CAPA<br />
Iluminação: Limarí Lighting Design<br />
Foto: Aryeh Kornfeld<br />
PUBLISHER<br />
Thiago Gaya<br />
EDITOR-CHEFE<br />
Orlando Marques<br />
EDITORA<br />
Débora Torii<br />
DIAGRAMAÇÃO<br />
Maria Fraga<br />
PROJETO GRÁFICO<br />
Thais Moro<br />
REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />
Camille Laurent, Débora Torii , Diogo de Oliveira,<br />
Fabiana Rodriguez, Natalia Morassi, Orlando Marques<br />
e Waleria Mattos<br />
REVISÃO<br />
Débora Tamayose<br />
CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />
Márcio Silva<br />
T 11 3062.2622<br />
PUBLICADA POR<br />
A natureza é sempre incrível.<br />
Já imaginou ter sempre dentro<br />
de casa o sabor das ervas<br />
frescas, a alegria das plantas,<br />
o aroma das flores?<br />
Com tecnologia de luz nós<br />
imaginamos, e criamos o<br />
Sistema Fito que produz a<br />
luz ideal para iluminar e<br />
fornecer a energia necessária<br />
para vida saudável das plantas<br />
em ambientes internos.<br />
O Sistema Fito está disponível<br />
para diversos modelos<br />
de luminárias.<br />
Luminária<br />
Bio<br />
com exclusivo Sistema Fito para<br />
crescimento de plantas indoor.<br />
A lighting designer<br />
francesa radicada no Brasil<br />
Camille Laurent é nossa<br />
coeditora convidada do ¿Qué<br />
Pasa? duplo desta edição.<br />
Editora Lumière Ltda.<br />
Rua João Moura, 661 – cj. 77, 05412-001<br />
São Paulo SP, T 11 3062.2622<br />
www.editoralumiere.com.br<br />
8
ATRIA<br />
sistema de perfil para sanca<br />
trilho eletrificado integrado.<br />
NIX C FLEX<br />
projetor led orientável para trilho<br />
cinco eixos de movimentação.<br />
VELA M FLEX<br />
embutido de teto orientável.<br />
¿QUÉ PASA?<br />
LEDFORUM20<br />
A 11ª edição do LEDforum acontecerá no dia 6 de novembro<br />
de 2020, com conteúdo e formato especiais. O maior congresso<br />
latino-americano de Lighting Design reafirma sua missão:<br />
oferecer conteúdo de qualidade em um ambiente de trocas<br />
e de intenso networking – neste ano, pela primeira vez, em<br />
plataforma digital.<br />
A organização do evento manteve seu entusiasmo e sua<br />
dedicação diante de todos os desafios impostos pela pandemia<br />
de COVID-19 para reconstruir sua edição de 2020. O resultado<br />
é mais um LEDforum com programação dinâmica e abrangente,<br />
e com palestrantes escolhidos a dedo pela curadoria do evento.<br />
Abrindo o LEDforum.20, o lighting designer francês<br />
radicado no Chile Pascal Chautard contará os bastidores<br />
de seu projeto de iluminação para o monumento Su Vertical<br />
Nos Retiene – publicado nesta edição da <strong>L+D</strong> –, na palestra<br />
“Um único gesto”. A pesquisadora e educadora brasileira<br />
radicada nos Estados Unidos Mariana G. Figueiro, Ph.D. –<br />
recém-nomeada diretora e membro docente na Icahn School<br />
of Medicine, no Mt. Sinai Hospital, como conta a matéria na<br />
página 16 desta edição – abordará na palestra um tema de<br />
grande relevância no momento atual na palestra “Os impactos<br />
da luz no sono durante a pandemia de COVID-19”. A arquiteta<br />
e lighting designer brasileira Fernanda Carvalho dividirá<br />
com o público seu conhecimento acerca da obra do artista<br />
norte-americano Dan Flavin, tema da sua tese de mestrado.<br />
O arquiteto e engenheiro alemão Thomas Schielke falará<br />
sobre “Como a Apple luta para um céu perfeito e revive as<br />
cidades”, em que apresentará diversos estudos de caso<br />
incluindo a novíssima loja em Cingapura. Abordando aspectos<br />
técnicos do lighting design, a arquiteta e lighting designer<br />
brasileira Mariana Novaes (5) e o engenheiro e pesquisador<br />
brasileiro Vicente Scopacasa apresentarão em conjunto a<br />
palestra “E o flicker?”. O artista e educador norte-americano<br />
Chris Fraser , criador de instalações in situ; apresentará a<br />
palestra “Corpos Luminosos”, a respeito da sua pesquisa sobre<br />
a câmera obscura.<br />
Como keynote speaker desta edição, o lighting designer norteamericano<br />
Charles Stone , presidente do premiado escritório<br />
Fisher Marantz Stone Architectural Lighting, encerrará o evento<br />
com a imperdível apresentação de “A luz lá fora: vasta e íntima”.<br />
Além da jornada de palestras, o LEDforum digital também<br />
contará com lounges online de expositores, que poderão ser<br />
visitados durante todo o evento. Além disso, os produtos e<br />
lançamentos dos patrocinadores desta edição do evento estão<br />
presentes em uma matéria especial da <strong>L+D</strong>. Confira a partir da<br />
página 90.<br />
Acesse ledforum20.com.br para a programação completa e<br />
inscrições (Débora Torii)<br />
TYL<br />
linear orientável multi-ópticas e sistema<br />
programado DALI para controle<br />
do fluxo luminoso.<br />
Loja Chloé<br />
São Paulo<br />
Atelier Lâme Architecture (Paris)<br />
Looom Lighting Consultants (Lyon)<br />
10<br />
São Paulo SP Brasil 11 3871-3755 www.lightsource.com.br @lightsource_lighting
Natalia Morassi<br />
¿QUÉ PASA?<br />
RADIAÇÃO UV PARA DESINFECÇÃO DE ESPAÇOS<br />
No contexto do combate à COVID-19, a indústria da<br />
iluminação oferece sua contribuição por meio de pesquisas<br />
sobre a eficácia da radiação eletromagnética ultravioleta (UV)<br />
na eliminação do vírus nas superfícies.<br />
A radiação UV emitida pelo Sol é, em grande parte, absorvida<br />
pela atmosfera. Por possuir comprimento de onda (nanômetros)<br />
maior (entre 400 nm e 320 nm, aproximadamente), mais<br />
próximo ao da cor violeta da luz visível, a radiação UV-A é<br />
menos nociva à saúde, sendo essa a que mais chega à superfície<br />
da Terra. Já as radiações UV-B e UV-C são mais prejudiciais<br />
para a pele e os olhos, sendo ambas absorvidas em quantidades<br />
diferentes pelo ozônio presente na atmosfera.<br />
A radiação UV causa danos biológicos em escalas diferentes.<br />
Enquanto a UV-A provoca alterações e envelhecimento da pele,<br />
a UV-B causa mutações genéticas que podem evoluir para<br />
câncer de pele.<br />
Contudo, a radiação UV-C (280 nm-100 nm) possui<br />
ação germicida por meio da destruição da capa proteica e<br />
do material genético de microrganismos, sendo eficaz na<br />
aniquilação de vírus, bactérias e fungos. Esse é o comprimento<br />
de onda que entra em pauta no combate à pandemia do novo<br />
coronavírus.<br />
Lâmpadas tradicionais com raios UV-C possuem, em<br />
geral, comprimentos de onda entre 254 nm e 222 nm. Já as<br />
lâmpadas de LED emissoras de UV são fabricadas utilizando<br />
faixa de radiação mais eficiente para eliminar vírus e bactérias,<br />
de 270 nm a 260 nm, mas também oferecem maior risco de<br />
lesões em humanos, por isso seu uso exige extremo cuidado.<br />
Estudos demonstram que a eficácia da radiação UV-C na<br />
redução microbiana é equivalente à do álcool 70%. Em abril<br />
deste ano, um estudo publicado por pesquisadores dos Estados<br />
Unidos comprovou a eficácia dos raios UV-C na eliminação do<br />
coronavírus no material das máscaras de proteção N95. Embora<br />
tenham custo acessível e sejam facilmente produzidas pela<br />
indústria, as luminárias com radiação UV-C demandam atenção<br />
quanto à sua instalação, recomendada apenas em locais sem a<br />
presença humana, uma vez que podem causar danos à saúde.<br />
(Natalia Morassi)<br />
12<br />
experience room: avenida dos tajurás, 152 cidade jardim são paulo | 11.3062 7525 | goelight.com.br
¿QUÉ PASA?<br />
CIÊNCIA APLICADA E ILUMINAÇÃO<br />
TM<br />
Após 24 anos atuando no Rensselaer Polytechnic Institute,<br />
em Nova York, Estados Unidos, a arquiteta mineira Mariana<br />
Figueiro, uma das mais proeminentes pesquisadoras no campo<br />
de iluminação e saúde, foi recentemente convidada a assumir o<br />
posto de diretora e membro docente na Icahn School of Medicine,<br />
no Mt. Sinai Hospital, um dos mais prestigiosos hospitais e<br />
centros educacionais e de pesquisa em saúde do mundo.<br />
O convite abrange também a equipe liderada por ela no<br />
Lighting Research Center (LRC), parte do Rensselaer Polytechnic<br />
Institute, o que permite a continuidade, de maneira colaborativa,<br />
dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos por eles ao longo<br />
das últimas décadas. Pesquisas recentes conduzidas pela equipe<br />
de Mariana apontam a influência da luz artificial e natural no<br />
humor e na saúde fisiológica e mental e sugerem soluções para<br />
melhorar a qualidade de vida a partir da interação saudável com<br />
mais ou menos luz, ao longo do dia e da noite, em atividades<br />
profissionais ou não.<br />
Em paralelo, Mariana participará do desenvolvimento de<br />
um curso de mestrado relacionado à luz e saúde, a ser oferecido<br />
futuramente pela escola de Medicina do Mt. Sinai Hospital,<br />
dando, assim, continuidade ao legado educacional construído<br />
no LRC nos últimos anos. (Diogo de Oliveira / Débora Torii)<br />
16
Superblue é um empreendimento que reunirá centros<br />
de arte e plataformas físicas e digitais de divulgação de arte<br />
experimental, imersiva e de larga escala. Sua missão é amplificar<br />
vozes de artistas sobre questões de relevância global.<br />
Com inauguração programada para dezembro de 2020,<br />
o centro de arte experimental Superblue em Miami, Estados<br />
Unidos, será o primeiro de uma série de espaços programados<br />
para abrir tanto no país quanto internacionalmente.<br />
Esses centros são projetados para receber públicos diversos<br />
e concebidos para expôr obras de arte de larga escala, em<br />
que o engajamento do público seja parte mesma dela. Dessa<br />
forma, o trabalho com instalações imersivas e experimentais é<br />
marcante na obra dos artistas que fazem parte dessa iniciativa,<br />
como Studio Drift , Simon Heijdens , Carsten Nicolai<br />
Ossip van Duivenbode / Courtesy of DRIFT<br />
¿QUÉ PASA?<br />
ARTE E MUNDO<br />
teamLab, courtesy Pace Gallery<br />
Charles Emerson<br />
e Leo Villareal. Em tempo: já estão confirmados os artistas que<br />
apresentarão instalações na inauguração do Superblue Miami:<br />
Es Devlin , teamLab e James Turrell.<br />
Superblue foi criado para atender ao interesse crescente por<br />
arte experimental e à demanda dos artistas por possiblidades de<br />
criação para além do universo dos objetos de arte, promovendo<br />
um modelo inovador que permite que artistas e público interajam<br />
fora dos limites de museus e galerias. Central ao Superblue é<br />
seu sistema de remuneração dos artistas, que serão incluídos<br />
na distribuição da receita gerada pela visitação aos centros de<br />
arte. Esses espaços funcionarão também como agentes para<br />
a colaboração entre os artistas e os museus, as coleções e o<br />
mercado de arte. (D.O./D.T.)<br />
Moris Moreno / Courtesy of Superblue Courtesy Es Devlin Studio<br />
18
¿QUÉ PASA?<br />
GALLERIA<br />
COMO CENTRALIDADE<br />
A rede coreana de centros comerciais Galleria se mantém<br />
desde os anos 1970 como líder no mercado de consumo de luxo.<br />
Sua sexta unidade, construída em Gwanggyo, cidade recémcriada<br />
nas proximidades de Seul, foi projetada pelo escritório de<br />
arquitetura OMA, fundado por Rem Koohaas, com a intenção<br />
de se tornar um ponto de referência central na vida da cidade.<br />
Aparentemente desconectado do contexto urbano vizinho,<br />
um olhar mais atento ao projeto distingue elementos que<br />
afirmam o contrário: é na conexão do edifício com o entorno e no<br />
convite ao público para interações culturais aliadas a experiência<br />
de compras e para observar a cidade que se encontra o centro<br />
desse projeto, como defendem os arquitetos responsáveis.<br />
O que torna o projeto da Galleria de Gwanggyo um desafio<br />
de inovação entre os centros comerciais é a multiplicidade<br />
dos usos em seu interior, desde espaços para eventos de arte,<br />
cultura e educação até um terraço para atividades de lazer.<br />
A circulação do público ao longo da fachada e eventualmente<br />
fora dela – permitindo vistas da cidade – e a presença de luz<br />
natural em abundância no seu interior refletem a intenção de<br />
integrar as compras ao entretetimento e ao turismo, reforçando<br />
a centralidade do consumo no modo de vida contemporâneo.<br />
(D.O.)<br />
Copyright OMA<br />
20
¿QUÉ PASA?<br />
CENTRO DE<br />
AUTOCONHECIMENTO<br />
Em Pequim, na China, o arquiteto japonês Jun Murata,<br />
em parceria com o artista Sun Chu, projetou um conjunto de<br />
edifícios com área de 80 metros quadrados que integra múltiplos<br />
usos: centro de exposição e organização de arte, residência de<br />
artistas, visitação pública e espaço de meditação.<br />
No projeto, contêineres coloridos são dispostos como blocos<br />
de construção em uma composição modular que inclui uma<br />
espécie de túnel aberto nas extremidades, por onde entra luz<br />
natural e de onde se tem vista aberta para os jardins externos.<br />
Aqui, área de circulação e fruição se juntam, e aberturas verticais<br />
permitem a entrada de luz natural – às vezes suave, outras vezes<br />
brilhante. O projeto de iluminação acomoda-se em nichos<br />
e rasgos, inspirados pelos efeitos da luz natural nos espaços.<br />
O espaço dispõe ainda de um espelho-d’água no topo de<br />
uma escada, que reflete a paisagem do jardim ou refrata a luz<br />
natural, dependendo da hora do dia.<br />
Essa junção de usos – de área interna e externa, de espaço<br />
de fruição de arte, criação e meditação – parece refletir parte do<br />
espírito do nosso tempo. Vide as práticas de terapia normatizadas<br />
no estilo de vida contemporâneo, como ioga, astrologia e leitura<br />
de tarô, tão populares entre as gerações em amadurecimento.<br />
Ao que parece, o autoconhecimento está inserido no espírito do<br />
nosso tempo e na arquitetura desse centro de meditação para<br />
a criação. (Diogo de Oliveira / Orlando Marques)<br />
JAM<br />
22
¿QUÉ PASA?<br />
CALMA LUNAR<br />
Green Massage, projeto do escritório Vermilion Zhou em<br />
Xangai, China, teve como inspiração a Lua para a concepção<br />
dos ambientes do spa. As fases, o silêncio e a calma lunares, o<br />
mistério, as cores e as texturas da sua superfície estão presentes<br />
em cada canto desse espaço, que arredonda também seus<br />
ângulos, em referência ao satélite natural da Terra.<br />
As arandelas esféricas seguem o mesmo conceito, assim<br />
como as cores variantes de cinza e bege, em diálogo com as<br />
da superfície lunar. A instalação Moon Light vista da vitrine do<br />
spa – uma pintura retroilumada do artista Yang Yong Liang –<br />
destaca-se entre as referências poéticas.<br />
Além dela, a suavidade da luz, em referência à luz indireta<br />
do Sol que incide na Lua e nos permite enxergá-la, define a<br />
atmosfera de todo o espaço do spa. A forma circular aparece em<br />
luminárias, divisórias, batentes, espelhos e mesmo em efeitos<br />
de sombra, sublinhando o convite ao conceito do espaço.<br />
Localizado em um centro comercial, Green Massage sugere<br />
a quietude lunar como filtro para a agitação do mundo exterior e<br />
constrói um ambiente de contraste e cura, em que a experiência<br />
do cliente possa absorver essa proposta de jornada interna de<br />
relaxamento. (D.O.)<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
Yunpu Cai<br />
24
Yongjoon Choi<br />
Nova fita com 120 LEDs por metro.<br />
Intervalo de corte a cada LED,<br />
¿QUÉ PASA?<br />
A FLOR DA PELE<br />
IRC > 90<br />
A clínica estética ATOP, em Seul, Coreia do Sul, propõe a<br />
experiência do cliente no ambiente como parte constituinte do<br />
seu contato com a marca e o serviço de cuidados com a pele.<br />
A continuidade entre espaços comuns e privados, garantida pela<br />
luz uniforme e pela escolha dos materiais, promove atmosferas<br />
coerentes. Essa sensação de tranquilidade e acolhimento é que<br />
se sugere aos clientes, tanto pelo serviço quanto pelo projeto<br />
do espaço.<br />
Referências a materiais e texturas naturais, como pedra<br />
e barro, aliadas à sutileza e à harmonia da iluminação, por vezes<br />
integrada no mobiliário e nas divisórias, são usadas no sentido<br />
de promover conforto e continuidade. Ideia similar à sensação<br />
da pele, que, como quer o ambiente, pode melhorar se bem<br />
manipulada.<br />
A clínica tem sete áreas privadas de cuidado, integradas ao<br />
espaço, e dois ambientes fechados. ATOP aponta como serão<br />
as clínicas estéticas do futuro ao criar espaços de cura e cultura,<br />
para além de meros procedimentos clínicos. (D.O.)<br />
26
Andrea Martiradonna e Federica Cocco<br />
¿QUÉ PASA?<br />
ESPAÇO HÍBRIDO<br />
Cafeteria que também é restaurante, bar e bistrô, o<br />
Prima Café foi concebido pelo escritório Park Associati para<br />
a empresa de tecnologia Prima.it, em Milão, Itália, seguindo<br />
o conceito de um espaço híbrido original, aberto desde<br />
de manhã até a noite. Para além de combinar funções de<br />
alimentação e entretenimento, o Prima Café procura combinar<br />
em um mesmo local diferentes significados atribuídos pelo<br />
público: vida privada, profissional e social, possíveis por meio<br />
de diversas interações.<br />
A ambientação, ao mesmo tempo informal, tecnológica e<br />
flexível, inspirou-se na arte e na extravagância dos concertos<br />
de rock, com luzes e cores que mudam de acordo com a<br />
variação dos ritmos do dia e da noite. De dia, o espaço<br />
ganha luz natural através de paredes de vidro, suas vitrines.<br />
As paredes têm tridimensionalidade, com revestimento que<br />
produz efeitos de cor que vão do roxo ao espelhado, inspiradas<br />
na arte cinética.<br />
O projeto de iluminação foi concebido para produzir<br />
ambientes diversos ao longo do dia, ativando os 600 tubos<br />
translúcidos com projeção de LED, uma referência à neon art<br />
e à montagem dos palcos de shows de rock. A intensidade e<br />
a cor da luz variam em concordância com o ritmo biológico<br />
dos clientes – ciclo circadiano – em busca do seu bem-estar.<br />
Os tons azuis arroxeados da luz compõem com o ferro das<br />
mesas e os acabamentos de bronze, aproximando função e<br />
estética. (D.O.)<br />
28
¿QUÉ PASA?<br />
LUZ MATERIAL<br />
O Bar Minēral, projeto do escritório Blanchettes Architectes,<br />
abriu no centro do Gay Village, em Montreal, Canadá, como<br />
uma casa de experiências múltiplas, com um aconchego glacial,<br />
que funciona de dia como um bar de vinhos e à noite como um<br />
clube noturno.<br />
A ideia surgiu de três faixas musicais diferentes para definir<br />
as mudanças radicais na atmosfera do lugar, desde um final de<br />
tarde até tarde da noite. Para realizar o conceito, a iluminação foi<br />
inserida na arquitetura, tornando luz, cores e sons as matériasprimas<br />
que preenchem o espaço. Projetores usam as paredes<br />
como telas e produzem os efeitos cenográficos para cada<br />
sequência de fases do ambiente.<br />
Os materiais – madeira, couro, metal e policarbonato – foram<br />
escolhidos pelo efeito de reflexão da luz e por suas qualidades<br />
estéticas, assim como o trabalho em madeira escura do bar e da<br />
treliça do teto – assinados por um dos donos do local –, também<br />
destacados pelo projeto de iluminação. A treliça cenográfica<br />
remete às estruturas japonesas e às adegas, e as plantas<br />
crescendo em meio a painéis de policarbonato completam a<br />
atmosfera de sonho e mistério. (D.O.)<br />
Atelier Welldone<br />
30
Velvet Projects<br />
¿QUÉ PASA?<br />
PEDRA PRESENTE<br />
Em somente 30 metros quadrados de uma casa típica<br />
da Andaluzia, Espanha, foi instalado o bar Atún Y Chocolate,<br />
concepção do escritório Velvet Projects. O ambiente aproxima a<br />
tradição construtiva local – a estrutura original do edifício revelada<br />
nas paredes de pedra colocadas em vitrines em toda a volta do<br />
espaço – do desenho contemporâneo, presente no mobiliário, na<br />
seleção de materiais e nas escolhas do projeto de iluminação.<br />
As paredes de pedra ganham protagonismo na composição<br />
da ambientação, e os efeitos de luz e sombra produzidas<br />
pelo projeto de iluminação que varre as paredes centralizam<br />
a composição. Madeira, aço e vidro, em contraste com a<br />
rudeza das pedras, atualizam a referência à tradição, aliando o<br />
contemporâneo ao atemporal. Isso também vale para o desenho<br />
do mobiliário, minimalista, reforçando o contraste.<br />
O destaque dado à estrutura aparente das paredes reaparece<br />
no ornamento do teto, uma alusão à espinha do pescado,<br />
colocado à mostra ao longo do espaço. (D.O.)<br />
32
¿QUÉ PASA?<br />
HOSPITALIDADE DOS BANHEIROS<br />
Iniciativa da Nippon Fundation, organização com foco em<br />
inovação, o projeto Tokyo Toilet se uniu a arquitetos e designers<br />
internacionais para desenvolver 17 banheiros públicos no<br />
agitado bairro de Shibuya, em Tóquio, Japão, a partir da ideia<br />
de que os banheiros simbolizam a conhecida hospitalidade<br />
japonesa (omotenashi, em japonês). O projeto foi originalmente<br />
concebido para fazer parte dos Jogos Olímpicos de Tóquio,<br />
recentemente adiados, e acabou por mudar a percepção<br />
comum acerca dos banheiros públicos na cidade, que, graças ao<br />
design, tornaram-se atrações turísticas, para além da sua bemvinda<br />
função.<br />
Satoshi Nagare, courtesia The Nippon Foundation<br />
Entre os projetos estão os banheiros transparentes propostos<br />
pelo escritório Shigeru Ban em dois parques do bairro. Segundo o<br />
escritório, duas são as preocupações ao entrar em um banheiro<br />
público: limpeza e se está ou não ocupado. Assim, partindo<br />
dessas premissas, os interiores dos banheiros são visíveis por<br />
fora e, ao serem trancados por dentro, tornam-se opacos por<br />
dentro e translúcidos por fora, em decorrência da aplicação de<br />
voltagem em um filme de LCD, com polímeros dispersos, entre<br />
as duas lâminas dos vidros. À noite, os banheiros tornam-se<br />
lanternas, iluminando o parque ao redor.<br />
Dos 17 projetos, cinco já abriram ao público, incluindo os<br />
banheiros transparentes do Shigueru Ban, e os demais devem<br />
ser inaugurados nos próximos 12 meses. (D.O.)<br />
36<br />
Sistemas CONECTA e LINK<br />
Academia Smart Fit, unidade Penha - SP<br />
Projeto luminotécnico: Mingrone Iluminação Fotografia: Bruno Martin<br />
www.lightdesign.com.br
¿QUÉ PASA?<br />
ONDAS DE CALOR<br />
Esta instalação responsiva de arte e tecnologia acoplada a<br />
um edifício em Toronto, Canadá, funciona a partir de sensores<br />
de calor – termografia e medidores de raios infravermelhos –,<br />
que decodificam e apresentam, em forma de luz e cor, o impacto<br />
do campo energético dos visitantes na sua fachada de vidro,<br />
presente em toda a estrutura.<br />
O público é convidado a se mover através, em cima e em<br />
volta da rampa de acesso do edifício, tornando-se a um só<br />
tempo observador e observado, objeto e sujeito da instalação,<br />
em diálogo com o fenômeno em volta dele. O projeto indica<br />
o futuro da leitura da temperatura corporal, da visualização<br />
criativa de informação e dos equipamentos de vigilância, além<br />
de promover oportunidade de estudo para alunos de arquitetura<br />
e lighting design.<br />
O edifício é o centro de visitantes Fort York, projeto dos<br />
escritórios Patkau e Kearns Mancini para o Nuit Blanche 2019;<br />
e a instalação Thermally Speaking foi concebida pela Leuwebb<br />
Projects em colaboração com a Mulvey & Banani Lighting. (D.O.)<br />
Doublespace Photography, Simon Tenenbaum<br />
38
¿QUÉ PASA?<br />
VINHO E SIMBIOSE<br />
A vinícola Lahofer, na Morávia, República Tcheca, projeto do<br />
escritório Chybik + Kristok, promove interação entre a tradição<br />
regional e a cultura contemporânea de produção de vinho e de<br />
construção, o ambiente natural, o relevo e as atividades culturais<br />
em torno da sua atividade.<br />
Organizado ao redor de três funções principais – centro de<br />
visitantes, degustação e produção –, o edifício revisita as arcadas<br />
das vinícolas tradicionais em arcos de concreto de dimensão<br />
variada que estruturam as três áreas interconectadas e sugerem<br />
as fileiras das parras das plantações de vinho. Seguindo a<br />
forma dos arcos, a cobertura ondulada do edifício, destacada<br />
pela iluminação do guarda-corpo, funciona como anfiteatro<br />
para atividades culturais ao ar livre. O projeto procura seguir<br />
a tradição da vinícola Lahofer de respeito ao meio natural, o<br />
que fica evidente na implantação do edifício, que acompanha<br />
a angulação do terreno, e nas paredes de vidro conectadas ao<br />
ambiente externo.<br />
O centro de visitantes feito de concreto, madeira e vidro traz<br />
a intervenção do artista tcheco Patrik Hábl no teto: pintura em<br />
tons que remetem ao solo, a base de toda produção de vinho.<br />
O projeto de iluminação evoca intimidade, em referência aos<br />
ambientes tradicionais das vinícolas. As luminárias pendentes<br />
são ajustáveis na altura, de acordo com a função, sem deixar de<br />
destacar a pintura no teto em todo o ambiente. (D.O.)<br />
Alex Shoots Buildings<br />
40
OMA<br />
VO<br />
YA<br />
EMBUTIDO DE<br />
TETO<br />
SPOT<br />
¿QUÉ PASA?<br />
LOJA NÃO LOJA<br />
Com o crescimento do comércio online e do interesse<br />
por tecnologia e redes sociais, qual é o papel de uma loja<br />
presencial?<br />
Para responder a essa pergunta crucial do nosso tempo,<br />
a loja flagship da marca Off-White em Miami – projetada por<br />
seu criador, Virgil Abloh, em conjunto com a equipe do AMO,<br />
think tank (“laboratório de ideias”) do Office for Metropolitan<br />
Architecture, OMA, fundado por Rem Koolhass – desenvolveu<br />
um espaço que tem na flexibilidade o conceito do desenho<br />
e da utilização, como se entre a prancheta e a abertura do<br />
espaço o uso pudesse ser profundamente alterado, de acordo<br />
com demandas imprevisíveis. Um dos destaques é uma<br />
parede móvel do piso ao teto. Ela funciona como uma fachada<br />
secundária que pode ser empurrada para dentro da loja,<br />
ampliando o espaço interno – um convite para que o público<br />
da rua entre na loja.<br />
42<br />
De fato, o espaço foi concebido para ser alterado, para<br />
atender a diversos usos que vão de palestras a exposição de arte,<br />
desfiles de moda e jantares. A iluminação branca tubular, filtrada<br />
por uma tela metálica, confere ao espaço um tom industrial,<br />
seguindo a ideia de uma tela em branco a ser preenchida e<br />
novamente embranquecida para ser reutilizada.<br />
O mobiliário italiano desenhado para a marca pode estar<br />
exposto ou estocado; a fachada pode ser removida e se abrir<br />
radicalmente para a rua, se essa for a configuração do evento da<br />
vez; o espaço em dois níveis é ligado por uma escada em tom<br />
intenso de azul, em referência aos anos neon; as estantes são de<br />
aço escovado e mármore marquina preto e carrara, iluminadas<br />
como vitrines.<br />
O espaço funciona como centro de atendimento e de<br />
promoção de contato dos clientes com o espírito da marca,<br />
ajustável como o presente. (D.O.)<br />
GER<br />
LUMINÁRIAS VOYAGER<br />
SOBREPOR<br />
ARANDELA<br />
PENDENTE<br />
comercial@everlight.com.br<br />
A nova linha Voyager traz o conceito de versatilidade e dinamismo, sua<br />
www.everlight.com.br<br />
inspiração vem do verbo viajar e representa o deslocamento com um<br />
(31) 2566-8963<br />
propósito, aqui como protagonista: a luz. A linha conta com peças de<br />
Redes Sociais<br />
embutir, sobrepor, arandela, pendente e spot para aplicação interna de<br />
ambientes residenciais ou comerciais.
Tom Ferguson<br />
¿QUÉ PASA?<br />
CASA ESCULPIDA<br />
A extensão e reforma da Chimney House, projeto residencial<br />
do escritório de arquitetura Atelier Dau em área protegida pelo<br />
patrimônio histórico em Sydney, Austrália, apresenta conexões<br />
interessantes entre arte, arquitetura, urbanismo e iluminação.<br />
A partir do programa, que propunha a ampliação do espaço<br />
da casa e sua adaptação para acomodar a coleção de arte dos<br />
clientes, foi criada sob medida uma fachada de bronze perfurada<br />
que acompanha as formas da arquitetura – incluindo a varanda,<br />
o que contribui para a segurança do imóvel – e ainda cobre a<br />
garagem antes exposta e a área adicionada ao edifício original.<br />
Ao mesmo tempo, esse elemento se torna ele mesmo um<br />
objeto de arte, com formas geométricas e elementos vazados<br />
destacados pela iluminação originada dos interiores da casa.<br />
Os elementos gráficos da fachada, além de permitir que ar<br />
e luz natural circulem livres no espaço interno, servem tanto<br />
para apreciação de quem passa em frente da casa quanto de<br />
inspiração para detalhes de piso, que seguem o mesmo padrão.<br />
No interior, um pátio garante entrada de luz natural através de<br />
paredes de vidro e dá mais visibilidade para as obras de arte<br />
integradas à casa. (D.O.)<br />
44
Copyright Fenfang Lu<br />
¿QUÉ PASA?<br />
MAR À VENDA<br />
A incorporadora imobiliária CIFI apresenta este centro<br />
de vendas, projeto do escritório de arquitetura LWK + Partners,<br />
à beira do Mar Amarelo, em Qingdao, na costa leste da<br />
China, como parte de sua estratégia de lançamento de torres<br />
residenciais. Toda a ambientação, em dois níveis, evoca o<br />
estilo de vida à beira-mar e conduz a experiências relacionadas<br />
ao produto.<br />
Tradicionalmente, a cultura chinesa não valoriza a<br />
proximidade com o oceano – em geral, associada ao lazer e ao<br />
luxo no Ocidente –, daí a tarefa da ambientação: aproximar a<br />
vida na orla do sonho e do desejo dos possíveis compradores.<br />
Os espaços são amplos, claros e definidos por elementos de<br />
iluminação e cenografia organizados como possíveis gatilhos<br />
mentais que evoquem lembranças de prazer à beira-mar.<br />
Tons de azul e prateado, transparências, cardumes de peixes,<br />
redes de pescadores, vistas para o mar, veleiros, maquetes das<br />
torres, horizontes ensolarados, multimídia, formas onduladas e<br />
espaços privados para venda foram cuidadosamente dispostos<br />
para voltar os olhos do consumidor local em direção ao mar.<br />
O centro será convertido em restaurante quando as ações de<br />
venda forem concluídas. (D.O.)<br />
46
imagens meramente ilustrativas<br />
9h<br />
13h<br />
A aplicação dos padrões espectrais adequados à cada faixa<br />
horária do dia permitiu que os colaboradores desta empresa<br />
mudassem alguns hábitos para se manterem produtivos durante<br />
o expediente.<br />
¿QUÉ PASA?<br />
DESDE A CONCEPÇÃO<br />
Antes da adequação<br />
DIA<br />
NOITE<br />
Depois da adequação<br />
DIA<br />
NOITE<br />
Pygmalion Karatzas<br />
17h<br />
Índice de reprodução de cor nos ambientes<br />
48<br />
O escritório Danilof light + visual perception studio<br />
desenvolveu o projeto de iluminação do conjunto comercial<br />
Orbit Urban Office Campus em Atenas, Grécia, em contato com<br />
equipe multidisciplinar.<br />
Foram três anos de colaboração criativa com escritórios de<br />
arquitetura e consultorias ambientais.<br />
O resultado foi a criação de uma paisagem noturna com<br />
forte identidade visual, em que a estrutura da fachada do<br />
edifício brilha em contraste com o reflexo escuro dos vidros.<br />
A luz fria sublinha os contornos dos beirais na vista externa.<br />
Nas áreas internas, a estrutura é revelada em tonalidades de<br />
luz mais quentes. Ao nível da rua e em cada andar, o plantio do<br />
paisagismo também é destacado pela luz fria, produzindo jogo<br />
vivo de luz e sombra.<br />
O projeto procurou harmonizar estética, funcionalidade<br />
e sustentabilidade ao propiciar conforto visual e, ao mesmo<br />
tempo, prevenir o desperdício de energia e a poluição luminosa.<br />
Para isso, foram desenvolvidos detalhes e especificações para<br />
luminárias feitas sob medida, ajustadas às especificidades de<br />
cada demanda. (D.O.)<br />
18h<br />
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O estudo realizado pelo Kelving Lab contou com soluções da<br />
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dimerização, permitindo melhores combinações para cada<br />
horário do dia. É a iluminação direcionada para maior bem estar e<br />
performance.<br />
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Dan Roosegaarde<br />
¿QUÉ PASA?<br />
LIXO EM ÓRBITA<br />
Neste instante existem quase 30 mil resíduos (mais de<br />
8 milhões de quilogramas) com mais de 10 centímetros flutuando<br />
em volta da Terra. Conhecidos como lixo espacial, são partes de<br />
foguetes e satélites quebrados que podem colidir com satélites<br />
em operação e atrapalhar sistemas de telecomunicação.<br />
O Space Waste Lab, projeto do Studio Roosegaarde com a<br />
Agência Espacial Europeia, tem a missão de visualizar, capturar<br />
e transformar o lixo espacial em experiências sustentáveis,<br />
como a criação de estrelas cadentes artificiais e um refletor<br />
solar gigante para ajudar a reduzir mudanças climáticas<br />
O Space Waste Lab Performance identifica o lixo espacial a<br />
uma altitude de 200 a 20.000 quilômetros, por meio de raios de<br />
luz verde de LED. (D.O.)<br />
50
¿QUÉ PASA?<br />
LUZ VERDE EM SKOPJE<br />
A terceira edição do Skopje Light Art District aconteceu<br />
em agosto deste ano, apesar das condições adversas relativas<br />
à pandemia de COVID-19. O evento é realizado na capital da<br />
Macedônia desde 2018, com o objetivo de criar um encontro<br />
sociocultural com foco em Light Art, o que vem colaborando<br />
para tornar a cidade um centro da produção contemporânea<br />
de arte e iluminação.<br />
A edição deste ano trouxe obras de 25 artistas, locais<br />
e internacionais, em 18 localidades da cidade, mantendo o<br />
conceito de promover a ligação simbólica entre arte, tecnologia<br />
e ciência; entre passado, presente e futuro; e entre cidade e<br />
natureza, usando a linguagem da Light Art.<br />
A estratégia para atualizar o evento em tempos pandêmicos<br />
foi transportá-lo para a área verde da cidade, o Skopje City<br />
Park. A mensagem por trás desta edição do festival foi a<br />
preocupação ambiental, promovendo decisões e estilos de<br />
vida ecologicamente responsáveis, como forma de auxiliar na<br />
preservação e no uso sustentável de recursos naturais. O parque<br />
da cidade pareceu o ambiente mais adequado para atualizar o<br />
espírito do evento. (D.O.)<br />
Angel Angelovsky<br />
52
Karina Bacci<br />
¿QUÉ PASA?<br />
MAM NA CIDADE<br />
Para além de sua sede física, o Museu de Arte Moderna<br />
de São Paulo, MAM, lançou em 2020 uma série de programas<br />
alinhados com sua missão de democratizar seu acervo, levando<br />
obras para suportes urbanos, como painéis em pontos de ônibus<br />
e projeções em empenas de edifícios espalhados pela cidade.<br />
As medidas foram ao encontro das novas dinâmicas sociais<br />
impostas pela pandemia do novo coronavírus e promovem<br />
novas formas de experienciar o museu e seu acervo.<br />
Das mais de 5 mil obras modernas e contemporâneas,<br />
principalmente brasileiras, que compõem o acervo, foram<br />
selecionados artistas como Cildo Meireles, Claudia Andujar,<br />
Regina Silveira, Tarsila do Amaral e Waltércio Caldas, entre<br />
outros, para ganhar exposição no espaço público.<br />
Cada obra foi acompanhada de QR Code que direcionava<br />
o público a podcast com áudio de personalidades informando<br />
sobre a obra, o artista e seus contextos de criação. As ações foram<br />
realizadas de forma colaborativa, com agência de publicidade e<br />
artistas doando seus serviços para o programa. (D.O.)<br />
54
¿QUÉ PASA?<br />
UMA JOGADA DE MARCA<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
Qual<br />
é a sua<br />
luz?<br />
Em feiras comerciais, as marcas não podem expor produtos<br />
e promover o contato de clientes com seus conceitos de forma<br />
criativa e memorável. Por isso, sair da mesmice passa a ser um<br />
grande desafio.<br />
Em Hanover, Alemanha, em uma feira de revestimento de<br />
piso, a Demotex, os escritórios de arquitetura Yerse e ZAAS,<br />
baseados em Istambul, Turquia, criaram para uma fábrica de<br />
tapetes uma instalação interativa, exposta na feira, em uma<br />
bem-sucedida estratégia de promoção de marca.<br />
A instalação foi inspirada nas cores dos fios usados na<br />
tecelagem dos tapetes e criou um jogo em que os visitantes<br />
escolhem bolas coloridas que representam fios e nós e se<br />
tornam sujeitos na produção de tapetes.<br />
No reduzido espaço de um estande, foram instaladas calhas<br />
que funcionam como circuito para as bolas. Ao cair na base, as<br />
bolas são acesas, compondo, a cada jogada, o desenho único<br />
para um tapete. (D.O.)<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
Yerce Art Photography Emin Emrah Yerce<br />
56
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www.lumalux.com.br<br />
Alexandre Roesler<br />
¿QUÉ PASA?<br />
BUREN SOBRE NIEMEYER<br />
Nos jardins da Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, interior de<br />
São Paulo, a Galeria Nara Roesler abriu no segundo semestre de<br />
2020 a maior exposição ao ar livre já organizada por uma galeria<br />
de arte no Brasil e o primeiro evento desse porte promovido<br />
pelos Roesler. Nove esculturas de larga escala, assinadas por<br />
oito artistas brasileiros e internacionais, entre eles o francês<br />
Daniel Buren, com a obra A Cabana Explodida: homenagem a<br />
Oscar Niemeyer, trabalho situado, 2015, fizeram parte da mostra<br />
Ar Livre.<br />
O trabalho de Buren, expoente da arte cinética, dialoga com<br />
a produção da arquitetura moderna, e particularmente com a de<br />
Oscar Niemeyer, ao incorporar elementos modulares e industriais<br />
em sua instalação. As grelhas metálicas que emolduram as<br />
placas translúcidas coloridas fazem clara referência aos brisesoleil,<br />
caros ao arquiteto e ao movimento construtivo, como os<br />
usados na fachada do edifício Bienal, construído em 1954 no<br />
Parque do Ibirapuera, em São Paulo.<br />
Ainda alinhada com a arquitetura, a instalação, como os<br />
edifícios modernos, impacta a paisagem com a força visual<br />
de suas formas. Na obra, a interação entre cores naturais e<br />
artificiais permite diversas possiblidades cromáticas, conforme<br />
a variação e a posição da luz e do observador, bem como jogos<br />
de luz e sombra, ampliando possibilidades de percepção. (D.O.)<br />
58<br />
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O teto não é o limite.<br />
¿QUÉ PASA?<br />
ÁGORA MENTAL<br />
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO LINEAR<br />
Sem ofuscamento, sem vazamento e<br />
com encaixe perfeito. Sobrepor, embutir<br />
ou no frame? Sua criatividade é quem diz.<br />
Combine cores branco e jet black,<br />
com ângulos, tamanhos e conexões<br />
que quiser: 90°, T, teto-parede<br />
e cruzeta. Compatível com sistema<br />
de dimerização LUTRON.<br />
É o domínio da luz em<br />
uma só linha.<br />
Foi aberta ao público em setembro de 2020, em parque<br />
na região costeira da Regia Calábria, na Itália, uma instalação<br />
permanente do artista Edoardo Tresoldi, OPERA, comissionada<br />
pela prefeitura local. Na abertura, performances de som e poesia<br />
fizeram parte da programação.<br />
A instalação celebra a relação contemplativa entre o<br />
observador e o lugar, por meio da linguagem da arquitetura<br />
clássica e da matéria ausente, o que se expressa pela escolha de<br />
redes de arame como material escultórico. A obra produz uma<br />
ágora – espaço público – mental, ao sobrepor recursos como as<br />
diferentes perspectivas, alturas e profundidades originadas por<br />
sua relação com o espaço existente do parque.<br />
O conjunto de esculturas é formado por 46 colunas de<br />
até 8 metros de altura. A permeabilidade do arame cria uma<br />
interessante composição de cheios e vazios com as árvores<br />
ao redor, o que se transforma completamente ao escurecer,<br />
quando os pilares se materializam sobre o céu escuro por<br />
meio da iluminação artificial instalada no piso, ao redor de<br />
suas bases.<br />
A obra foi construída em um parque com 2.500 metros<br />
quadrados abertos ao público, um dos maiores espaços desse<br />
tipo na Europa e candidato a se tornar o novo ponto de referência<br />
da região. (D.O./D.T.)<br />
60<br />
Saiba tudo<br />
sobre o Sistema<br />
de Iluminação<br />
Linear e suas<br />
possibilidades.
UM BOM BATE PAPO<br />
ILUMINA SUAS IDEIAS!<br />
Iniciativa do Laboratório para Estudos de Empatia, Design<br />
e Tecnologia do Estúdio Guto Requena, Estímulos Emocionais<br />
é uma instalação imersiva, programada para gerar pinturas<br />
digitais a partir de biofeedback (resposta biológica) registrado ao<br />
longo de experiências interativas audiovisuais.<br />
Acomodados ao redor de uma mesa circular em ambiente<br />
escuro, os participantes são plugados a sensores cardíacos<br />
e cerebrais e estimulados por um texto narrado com temas<br />
sensíveis. Suas reações afetivas são, então, codificadas<br />
em imagens projetadas no centro da roda. A obra trata da<br />
importância da coletividade e da conexão em tempos de<br />
¿QUÉ PASA?<br />
A ARTE DO ENCONTRO<br />
distanciamento social. Ao aliar arte e tecnologia com afeto,<br />
o trabalho procura materializar a interação e reafirmar a<br />
centralidade da convivência como valor humano fundamental.<br />
Essa instalação produz o que se entende por arte generativa,<br />
ou seja, arte criada a partir de sistemas autônomos. As<br />
origens desse movimento estão nas pinturas pré-modernas<br />
de Paul Cézanne, no seu flerte revolucionário com sistemas<br />
geométricos. Essa aproximação de sistemas relativamente<br />
alheios aos artistas, desde a arte moderna até a digital, minimiza<br />
a interferência do criador sobre sua obra e questiona os limites<br />
do que se entende por arte. (D.O.)<br />
“Tenho observado nesse<br />
momento de pandemia, que as<br />
pessoas estão observando a<br />
iluminação das próprias casas.<br />
A necessidade de MELHORAR<br />
a luz. Uniformidade, conforto<br />
visual, não ter ofuscamento.<br />
Luz é emoção, sensação.”<br />
LORENA MATTOS<br />
Gestora Comercial<br />
Templuz • Minas Gerais<br />
“CONFORTO VISUAL é algo<br />
extremamente importante nos<br />
projetos, ninguém gosta de<br />
uma luz que está ofuscando<br />
(...) e a Revoluz se preocupa<br />
muito com isso também.”<br />
CAMILA MONTEIRO<br />
Gerente de Iluminação<br />
Essencial • Rio Grande do Sul<br />
“A ILUMINAÇÃO É TÃO<br />
IMPORTANTE quanto o<br />
revestimento, o mobiliário, a<br />
decoração. Conseguimos fazer<br />
tudo isso com os produtos da<br />
Revoluz. Sabemos o quanto a<br />
Revoluz é preocupada com a<br />
QUALIDADE nos produtos.”<br />
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¿QUÉ PASA?<br />
SAMPA<br />
“A cidade é uma casa.<br />
A casa é uma cidade.”<br />
Villanova Artigas<br />
Perdizes<br />
Em confinamento, vemos a cidade pelas janelas, e as suas<br />
luzes entram na nossa casa.<br />
Eu sonho com a cidade. Sonho em estar no terraço de um<br />
boteco com amigos, olhando pelas ruas, procurando algum<br />
rosto conhecido para cumprimentar. Fico ouvindo seu pulso,<br />
sua bagunça e suas músicas nas esquinas. Sinto saudades<br />
dela, São Paulo, que há dez anos me adotou – ou fui eu que a<br />
fiz minha? Tenho uma relação de amor com São Paulo, sinto<br />
saudades quando fico longe e quero encontrá-la de novo logo.<br />
A primeira vez que a vi, pela janela do avião, estava angustiada,<br />
fiquei assustada pelo seu tamanho sem fim, mas sentindo ao<br />
mesmo tempo uma grande alegria por descobrir um lugar que<br />
até então nunca tinha conhecido. Cheguei aqui para passar um<br />
ano estudando na FAU-USP, hoje já se passaram dez; não podia<br />
imaginar que esta longa história começaria naquele dia, no final<br />
de julho.<br />
Nesta fase que estamos atravessando, sinto cada dia<br />
mais saudade, sinto falta, falta dos encontros nas ruas. Sinto<br />
falta de pular de um show para outro, de fazer luz – ou como<br />
gosto de falar, de “dar à luz”. Sinto falta de montar instalações<br />
e de ver os rostos de vocês se iluminando, piscando, mudando<br />
de forma e de cores.<br />
A partir desse amor pela cidade e da minha saudade de fazer<br />
luz, criei essa coleção de esculturas de luz. Sampa é a minha<br />
visão sobre sete bairros que me acolheram ao longo destes<br />
dez anos. Com elas, os espaços tornam-se palco, tornam-se cor.<br />
A luz tem esse poder de transformar os espaços, mas<br />
também de nos transformar, deixando tudo mais doce,<br />
mais gostoso.<br />
Neste momento de quarentena, precisamos mais do que<br />
nunca deixar nosso lar cada dia mais aconchegante.<br />
(Camille Laurent)<br />
Pompeia<br />
Centro<br />
64 65
UM ÚNICO GESTO<br />
Texto: Diogo de Oliveira<br />
Fotos: Aryeh Kornfeld<br />
A escultura pública Su vertical nos retiene, do artista chileno<br />
Fernando Prats, produzida em parceria com os escritórios<br />
de arquitetura Elton Leniz e Cruz Mandiola, reúne diversas<br />
linguagens desde sua concepção, programação e instalação até<br />
seu projeto de iluminação. Como resultado, ela levanta questões<br />
fundamentais do nosso tempo: a potência dos movimentos<br />
sociais, a integração entre as áreas do conhecimento e a<br />
atualidade da arte.<br />
O CONTEXTO<br />
O projeto nasceu de um concurso público de esculturas<br />
urbanas, como parte da COP25 (Conferência da ONU sobre<br />
as mudanças climáticas) que seria realizada na capital chilena<br />
no final de 2019, no parque Bicentenário de Cerrillos, situado<br />
em bairro periférico da cidade. Contudo, os protestos populares<br />
que ocorreram em outubro desse mesmo ano, contrários à falta<br />
de políticas sociais no país, levaram milhões às ruas. Um dos<br />
resultados do levante foi o cancelamento do COP25 em Santiago<br />
e sua transferência para Madri, na Espanha. A escultura, no<br />
entanto, foi instalada e aberta ao público.<br />
A OBRA<br />
Vista aérea da escutura do artista Fernando Prats<br />
para o parque Bicentenário de Cerrillos, iluminada por<br />
Limarí Lighting Design.<br />
As 16 colunas de aço de 16 metros de altura que compõem<br />
o conjunto escultórico proposto por Prats surgiram de três<br />
observações: da Cordilheira dos Andes; da leitura do “Poema de<br />
Chile”, de Gabriele Mistral – poeta chilena vencedora do Nobel<br />
de Literatura em 1945 e figura central das artes e da política<br />
cultural na América Latina – e dos desenhos de 1875 do geógrafo<br />
Pedro Amado Pissis, encontrados no Atlas das Geografias Físicas<br />
do Chile.<br />
O artista reproduz em escala os perfis da cordilheira, que,<br />
se alinhados, cobrem a cadeia de montanhas em quase toda a<br />
sua extensão chilena (dos paralelos 24’ ao 42’). Cada lado da<br />
coluna, ou cada chapa de aço, representa uma das duas vistas,<br />
da costa e da cordilheira. Em um único gesto escultórico, Prats<br />
reúne o ambiente natural, o registro geográfico e a poesia do seu<br />
país, para usufruto da sua população, para muito além do evento<br />
internacional interrompido.<br />
As dimensões horizontais e verticais das montanhas e<br />
sua representação confluem na obra quando as imagens fiéis são<br />
dispostas verticalmente e lado a lado nas colunas, repartindo o<br />
horizonte em 16 pedaços. A escolha da Cordilheira dos Andes, a<br />
espinha dorsal do continente sul-americano, evoca, entre outros<br />
aspectos, a convivência da natureza com a ocupação humana.<br />
66 67
OBRA PÚBLICA<br />
Entre os diversos ganhos que Su vertical nos retiene sugere,<br />
permanece seu caráter urbano e de livre acesso a um parque<br />
público, mais precisamente em uma área que fora a extremidade<br />
de uma pista de pouso quando ali funcionava o aeroporto da<br />
cidade. A escultura foi instalada em um espelho-d’água circular<br />
de 48 metros de diâmetro e se vê em contraste real com as<br />
partes dos Andes presentes em Santigo.<br />
Neste ano, o projeto de Limarí Lighting Design foi premiado<br />
com o Award of Merit do Illuminating Engeneering Society – IES<br />
– e listado no Lighting Design Awards 2020, na categoria de<br />
projetos com baixo orçamento, e como Projeto de Iluminação<br />
Arquitetônica do Ano no DEZEEN Awards 2020, além de ter sido<br />
selecionado para integrar a mostra da Bienal Iberoamericana de<br />
Design (BID20), em Madrid, Espanha – cuja abertura se dará<br />
em 23 de novembro, de forma presencial e virtual.<br />
O PROJETO DE ILUMINAÇÃO<br />
Quando os lighting designers Pascal Chautard e Bárbara<br />
Maranbio, do escritório Limarí Lighting Design, iniciaram a<br />
tarefa de iluminar as esculturas, o projeto do artista e dos<br />
arquitetos posicionava o equipamento de iluminação na base<br />
das colunas, orientado para cima. Em um gesto, o conceito do<br />
projeto de iluminação moveu a posição do equipamento para o<br />
alto, acendendo as peças desde suas pontas, solucionando a um<br />
só tempo a poluição luminosa prejudicial às aves migratórias, a<br />
observação do céu, eventuais problemas de vandalismo e todo<br />
o resultado estético, além é claro, da criação de uma atmosfera<br />
contemplativa no nível do piso.<br />
Os desafios enfrentados eram, além da proteção do<br />
céu noturno e da biodiversidade, o que incluiu a escolha de<br />
equipamentos de baixo consumo energético, a valorização da<br />
experiência do observador tanto de longe quanto em meio às<br />
esculturas e a instalação do sistema de iluminação da obra.<br />
Ao destacar as formas e a materialidade das esculturas,<br />
por um lado, e criar um ambiente íntimo e acolhedor no nível<br />
do piso, por outro, com efeitos de luz e sombra calibrados<br />
cuidadosamente durante a instalação, desenhou-se a interação<br />
do público com o conjunto. Para a integração do sistema<br />
de iluminação, praticamente camuflado em cada coluna,<br />
o cabeamento e as pequenas luminárias acomodadas em<br />
anteparos desenhados sob medida foram desenvolvidos pelos<br />
designers. Cada coluna foi iluminada por seis projetores – três<br />
de cada lado ou em cada lâmina de aço – instalados em caixas<br />
na parte superior das peças.<br />
Cada coluna é iluminada por seis projetores de LED (três de<br />
cada lado) localizados na parte superior. Cada projetor possui<br />
3 W, 166 lm, 3˚ de abertura de facho, temperatura de cor de<br />
3.000 K e grelha tipo honeycomb antiofuscamento.<br />
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SU VERTICAL NOS RETIENE<br />
Santiago, Chile<br />
Projeto de iluminação:<br />
Limarí Lighting Design<br />
Pascal Chautard, Bárbara Marambio<br />
Projeto de arquitetura<br />
Elton Leniz Arquitectos<br />
Cruz Mandiola Arquitectura & Objetos<br />
Artista:<br />
Fernando Prats<br />
Elétrica:<br />
Felipe Osses e Raúl Osses<br />
Plataforma hidráulica:<br />
Vertitek<br />
Fornecedores:<br />
DGA<br />
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ALPINE SPA<br />
Texto: Orlando Marques<br />
Fotos: Johannes Roloff<br />
Localizado no Monte Bürgenstock, na Suíça, o Alpine<br />
Spa – Bürgenstock Resort apresenta-se como um lugar para<br />
relaxamento a uma altitude de 1.100 metros com vista para o<br />
lago Lucerna, no coração dos Alpes Suíços.<br />
Com projeto do escritório de arquitetura Dierks & Sachs, em<br />
colaboração com os escritórios plus4930 Architektur e MKV<br />
Design, a ampliação do edifício existente, construído na década<br />
de 1950, contou com projeto de iluminação do escritório Licht<br />
Kunst Licht, com conceito que destaca elementos-chave do<br />
projeto de ampliação.<br />
Depois de quase seis anos de construção e renovação, o<br />
resort não só abriga um spa, mas também dois hotéis adicionais<br />
para contemplação alpina num ambiente elegante e luxuoso.<br />
O Alpine Spa oferece ambientes com piscinas internas e<br />
externas, várias saunas, banheiras de água fria e de água quente,<br />
sala de silêncio, suítes de spa privadas, salas de tratamento, uma<br />
academia e um restaurante, além das áreas externas.<br />
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SPAS<br />
A piscina é inundada por muita luz natural. “Durante a noite,<br />
as luminárias subaquáticas embutidas na parede da piscina<br />
transformam a superfície da água em uma fonte de luz cintilante<br />
e, assim, criam uma atmosfera relaxante e confortável”, explica<br />
a gerente de projeto Martina Weiss.<br />
Arandelas nas colunas de aço ladeiam a piscina e definem<br />
ritmo ao espaço por meio de luz direta, para destaque do piso<br />
e brilho no mobiliário, e indireta, para destaque do calor e<br />
da textura do forro de madeira. A textura das históricas paredes<br />
de alvenaria de pedra maciça, no entanto, é suavemente<br />
enfatizada pela iluminação wallwasher. A fim de atender aos<br />
requisitos de mudança de luz ao longo do dia, foram criadas três<br />
cenas de iluminação: dia, crepúsculo e noite.<br />
Uma escada conduz até as banheiras da sauna e das salas<br />
de relaxamento. Uma parede de água escorrendo cria um<br />
jogo de luz em contraste com luminárias fixadas na base dos<br />
espelhos dos degraus.<br />
Nessas áreas, são utilizados a iluminação suave das<br />
sancas e elementos de iluminação integrados em detalhes<br />
de arquitetura, para oferecer aos hóspedes conforto visual e<br />
sensorial. Nas piscinas menores e nas banheiras foi criado um<br />
detalhe com iluminação integrada ao piso. A impermeabilidade<br />
e a resistência à água clorada representaram desafios, que<br />
foram resolvidos por meio da especificação de equipamentos<br />
adequados à instalação.<br />
A piscina principal tem atmosfera relaxante, marcada por<br />
iluminação indireta que destaca os revestimentos do ambiente:<br />
a madeira por meio de arandelas, as pedras da parede por meio<br />
da sanca e as da piscina por meio de projetores subaquáticos<br />
com facho definido.<br />
PRIMEIRA IMPRESSÃO<br />
O hóspede acessa o spa por um túnel escavado na<br />
montanha, no qual é convidado a explorar a história do resort<br />
e dos arredores, em uma exposição temporária. Uma sequência<br />
de arquitraves de madeira determina o ritmo da entrada,<br />
enfatizado pela luz.<br />
A iluminação das vitrines em ambos os lados é parte<br />
integrada a fotografias retroiluminadas e parte obtida por meio<br />
de projetores orientáveis, para que possa dar destaque frontal<br />
a objetos. Arandelas cilíndricas fixadas a cada três colunas de<br />
madeira marcam o ritmo da arquitetura, conceito que se repetirá<br />
em outros ambientes do spa.<br />
Na área da recepção e nos vestiários, os espaços são<br />
definidos pelo uso de iluminação indireta e difusa aplicada de<br />
modo a distinguir as hierarquias dos espaços, sendo a piscina<br />
coberta o coração do Alpine Spa.<br />
Acima à esquerda, detalhe da entrada do spa pelo túnel<br />
escavado na rocha. O ritmo dos arcos criados pelos arquitetos é<br />
acentuado pelo projeto de iluminação.<br />
À direita, vista da escada de acesso ao spa, com iluminação<br />
integrada em sua estrutura, destacando a parede molhada.<br />
As salas de banho são iluminadas de maneira sutil e confortável,<br />
por meio de sancas e de iluminação subaquática.<br />
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O projeto de iluminação das áreas de relaxamento segue o<br />
conceito de iluminação que promove o relaxamento, o conforto<br />
e a privacidade dos hóspedes. Nesses ambientes, luminárias<br />
decorativas e luz de velas são utilizadas como uma camada íntima<br />
e aconchegante de luz, adicional à da iluminação arquitetônica.<br />
O ANTIGO E O NOVO<br />
Em contraste com as paredes de pedra do edifício histórico,<br />
os arquitetos criaram uma fachada de chapa de cobre e de zinco<br />
para o novo edifício da extensão. Ao interagir com a iluminação,<br />
a fachada reluz como em ouro. A aparência externa do spa após<br />
o anoitecer é inteiramente resultado de uma iluminação interna<br />
cuidadosamente ajustada, que se destaca contra o céu escuro<br />
dos Alpes, através dos panos de vidro do edifício.<br />
Para todo o resort, foi desenvolvida uma luminária<br />
customizada com base nas antigas luminárias fixadas em poste.<br />
Cúpulas de bronze com desenho atemporal acompanham<br />
os caminhos e as calçadas em toda a propriedade. Diversos<br />
mock-ups foram desenvolvidos com o uso de malha de bronze<br />
para um conjunto óptico, o qual ajuda a orientar o visitante com<br />
sua luz quente e confortável.<br />
ALPINE SPA<br />
Bürgenstock Resort, Lago Lucerna, Suíça<br />
Projeto de iluminação:<br />
Licht Kunst Licht<br />
Martina Weiss, Isabel Sternkopf<br />
e Naiara Caballero<br />
Projeto de arquitetura<br />
Patrik Dierks Norbert Sachs Architekten<br />
plus4930 Architektur<br />
Projeto de interiores:<br />
MKV Design<br />
Cliente:<br />
Katara Hospitality<br />
Fornecedores:<br />
Artemide, Bega, iGuzzini, Lucifer Lighting,<br />
Reggiani, Selux, Vibia, Wibre e XAL<br />
Vista da entrada do spa, marcada por postes de luz criados com<br />
base em luminárias antigas. Uma malha de bronze fixada junto<br />
ao conjunto óptico garante conforto visual.<br />
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ATUALIZAÇÃO AUTORAL<br />
Texto: Fabiana Rodriguez | Fotos: Tuca Reinés<br />
O edifício Riverview, localizado no centro financeiro do<br />
Brooklin, em São Paulo, pertence hoje à incorporadora e gestora<br />
de investimentos imobiliários Hines.<br />
Projetado orginalmente para sede do BankBoston pelo<br />
escritório Skidmore, Owings & Merrill, em colaboração com<br />
o arquiteto brasileiro Júlio Neves, e com projeto de iluminação<br />
de Schuler & Stook e Esther Stiller Consultoria, foi inaugurado<br />
em 2002.<br />
O edifício é considerado um marco arquitetônico na cidade,<br />
com fachada arrojada, composta de granito, vidros curvos e<br />
aço inoxidável, e jardim de entrada com projeto de paisagismo<br />
original de Isabel Duprat.<br />
Com a intenção de atualizar o edifício para o século XXI,<br />
a Hines investiu em projeto de retrofit de todo o complexo. O<br />
projeto de interiores ficou a cargo do escritório Athié Wohnrath<br />
– AW, e o novo conceito de iluminação foi desenvolvido pelo<br />
escritório Senzi Lighting da arquiteta e lighting designer<br />
Neide Senzi.<br />
O conceito do projeto original de iluminação, que valoriza o<br />
elemento curvo da fachada, foi modernizado por meio de perfis<br />
de LED flexíveis com difusor translúcido, com LED 15 W/m,<br />
1.400 lm, 4.000 K e IRC 90, iluminando a superfície de aço<br />
inoxidável, que rebate a luz suavemente. Integrado à esquadria<br />
externa da fachada, o sistema facilita a manutenção.<br />
78 <strong>79</strong>
O projeto de arquitetura da AW adicionou recantos de<br />
estar e de permanência no jardim, propondo a extensão do<br />
espaço corporativo para o ambiente externo. Esses lounges são<br />
iluminados por grandes luminárias decorativas apoiadas no piso<br />
e têm detalhes incorporados ao pergolado, promovendo o uso<br />
contínuo das áreas externas ao longo do dia.<br />
Nas fachadas, o projeto de iluminação original procurou<br />
valorizar uma característica singular da arquitetura: a<br />
sinuosidade do vértice da fachada. A solução atual mantém essa<br />
ideia, porém iluminando a fachada pela parte externa, por meio<br />
da instalação de perfis flexíveis de LED integrados à estrutura<br />
dos caixilhos apenas nesse trecho da fachada. A iluminação se<br />
dá pelo rebatimento da luz nas placas de aço inoxidável, criando<br />
uma superfície contínua de luz.<br />
Acima à esquerda, o contorno do espelho-d´água é valorizado por<br />
uma linha flexível de LED subaquática de 15 W/m, 1.400 lm/m,<br />
4.000 K e IRC 90. Junto às pontes, projetores de 24 W, 3.200 lm,<br />
12˚, 3.000 K e IRC 85 contribuem para sinalização do percurso.<br />
Abaixo, os mesmos projetores foram instalados no pergolado das<br />
áreas de permanência do jardim. Já a marquise de pedestres é<br />
iluminada por projetores multifocais orientáveis, com LED de 33<br />
W, 4.588 lm, 3.000 K e IRC 85. Embutidos no piso, destacam<br />
cada pilar e a cobertura de concreto.<br />
Considerado por muitos um oásis dentro da cidade, o jardim,<br />
um dos grandes destaques do projeto, foi ressaltado pelo projeto<br />
de iluminação. Formada por vegetação consolidada e árvores<br />
frondosas, a grande massa verde recebeu nova iluminação de<br />
baixo para cima. Para atender às diferentes tipologias de copa e<br />
de tronco existentes, optou-se pelo uso de projetores multifocais<br />
orientáveis, embutidos no solo, com controle de facho nas<br />
próprias peças. Essa tecnologia permitiu fazer o afinamento da<br />
luz in loco e destacar as áreas de interesse com precisão.<br />
Um espelho-d’água abraça o edifício, e sua geometria é<br />
realçada por uma linha de luz subaquática que delimita seu<br />
contorno. Esse detalhe de luz possibilita que a paisagem do<br />
entorno reflita na água, ampliando visualmente o espaço do<br />
jardim. Outro elemento arquitetônico do projeto original é a<br />
extensa marquise para pedestres que liga o portão de entrada<br />
ao edifício. Estruturada por pilares revestidos de granito preto e<br />
cobertura em planos horizontais descontínuos, seguindo a suave<br />
inclinação do terreno, a marquise continuou sendo iluminada<br />
indiretamente por meio de luminárias embutidas no piso, com<br />
luz de baixo para cima, conforme conceito inicial do projeto.<br />
80 81
A parte interna do edifício passou por uma atualização<br />
completa de instalações e de revestimentos, incluindo toda a<br />
iluminação. No térreo, foi desenhada uma nova camada de forro<br />
– feita de uma malha metálica parabólica suspensa abaixo do<br />
forro original – que parece flutuar no ambiente. Esse elemento<br />
confere um ar contemporâneo ao espaço e é valorizado por meio<br />
da iluminação indireta e uniforme dos perfis de LED instalados<br />
na própria grelha. Para fornecer as iluminâncias adequadas<br />
ao uso desses espaços, a lighting designer propôs a utilização<br />
de perfis lineares contínuos junto às paredes, para iluminação<br />
difusa e destaque desses planos. Esse detalhe se repete por<br />
todo o pavimento, mantendo consistentes as soluções e os<br />
conceitos adotados.<br />
O hall dos elevadores recebeu identidade única por meio<br />
de elementos zenitais de lona tensionada retroiluminados. No<br />
core do térreo, esse elemento é rebaixado à escala humana e<br />
diferencia-se em relação ao nível do forro principal. Nos andares<br />
tipo, além da iluminação zenital, perfis lineares embutidos no<br />
piso projetam a luz para cima, enfatizando a textura das paredes<br />
revestidas de concreto aparente, formada pelo desenho das<br />
formas de madeira.<br />
O hall de elevadores recebeu iluminação zenital com lona<br />
tensionada retroiluminada e perfis de LED 14,4 W/m,<br />
1.460 lm/m, 3.000 K e IRC 90. Nos andares tipo foram<br />
adicionados perfis lineares embutidos no forro, com LED 24,5<br />
W/m, 2.500 lm/m, 3.000 K e luminárias lineares embutidas no<br />
piso, com LED 4,8 W/m, 480 lm/m, 3.000 K e IRC 90. Perfis<br />
de LED com as mesmas características foram apoiados sobre a<br />
grande estrutura metálica rebaixada do lobby, proporcionando<br />
iluminação indireta e homogênea em todo o espaço.<br />
O projeto de iluminação seguiu as premissas para a<br />
obtenção da certificação LEED Gold, por meio da especificação<br />
de luminárias e de equipamentos de alta eficiência, e conferiu<br />
ainda a atmosfera contemporânea almejada como resultado do<br />
retrofit do empreendimento.<br />
RIVERVIEW<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
Senzi Lighting<br />
Arq. Dra. h.c. Neide Senzi (titular)<br />
Rose Raad (arquiteta colaboradora)<br />
Projeto de interiores<br />
Athié Wohnrath<br />
Cliente:<br />
Hines do Brasil<br />
Fornecedores:<br />
e-light (Duralamp, LedsC4, Targetti),<br />
FAS Iluminação, Lemca e Tensoflex<br />
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CONCEITO DADO, CONCEITO APLICADO<br />
Texto: Débora Torii (colaborou Orlando Marques) | Fotos: Tadeu Melegatti<br />
Com uma equipe de especialistas em lighting design e<br />
em marketing, o escritório francês Looom Lighting Consultant<br />
apresenta-se como uma agência de iluminação especializada<br />
em projetos comerciais e de varejo. A vasta experiência em<br />
projetos de iluminação para algumas das mais conhecidas redes<br />
de varejo e grifes internacionais, como Chanel e Kenzo, levou os<br />
profissionais envolvidos a desenvolver meios para assegurar que<br />
o conceito de cada projeto fosse aplicado internacionalmente de<br />
forma fiel, garantindo que a unidade visual para as marcas se<br />
mantenha conforme os projetos.<br />
Não foi diferente para o projeto da nova loja Chloé no<br />
Shopping Cidade Jardim, em São Paulo – a primeira unidade<br />
da maison francesa na América Latina –, que obedeceu a um<br />
rigoroso manual desenvolvido pelo Looom especialmente para<br />
a marca. Chamado de Lighting Bible, o documento detalha,<br />
de forma bastante didática, os princípios do conceito da<br />
iluminação e suas aplicações para os interiores e as vitrines de<br />
todas as lojas da rede.<br />
O conceito de iluminação da loja Chloé é composto de duas<br />
camadas principais: a iluminação difusa e indireta da sanca<br />
perimetral, com LED 14,4 W/m, 1.300 lm/m, em temperatura<br />
de cor 3.500 K; e a iluminação de destaque em 4.000 K, por<br />
meio de projetores orientáveis com LED 17, W 1.680 lm e fachos<br />
de 12˚ e 23˚, instalados em trilhos eletrificados embutidos em<br />
nichos que desenham os forros dos ambientes.<br />
84 85
Os lighting designers tiveram também o cuidado de<br />
produzir informações minuciosas acerca de todos os detalhes<br />
especiais que compõem o projeto, como os nichos e as sancas<br />
no forro de gesso, além da iluminação integrada às prateleiras.<br />
O manual especifica ainda possíveis cenas a serem criadas,<br />
em ocasiões específicas, por meio da dimerização setorizada<br />
dos equipamentos de iluminação, um recurso utilizado<br />
principalmente nas lojas de rua, com a presença de luz natural.<br />
A equipe do Looom acredita que a luz e a iluminação são<br />
ferramentas importantes para moldar o espaço e a experiência<br />
dos consumidores. A adequada valorização do ambiente<br />
arquitetônico e de seus acabamentos torna-se, portanto, o<br />
suporte ideal para a apresentação dos produtos. Com sua<br />
Lighting Bible, o Looom prova que um conceito com diretrizes<br />
sólidas, claras e consistentes é capaz de se manter a qualquer<br />
distância.<br />
Em linhas gerais, todas as lojas Chloé são iluminadas por<br />
meio de projetores orientáveis com diferentes fachos, instalados<br />
em trilhos eletrificados ocultos em nichos no forro de gesso.<br />
A luz indireta no perímetro dos ambientes e os detalhes de<br />
iluminação integrados ao mobiliário complementam o conceito<br />
de iluminação.<br />
O desenho e o posicionamento dos nichos que contêm<br />
os trilhos seguem diretrizes específicas de acordo com o<br />
pé-direito e a distância dos produtos a serem destacados. Da<br />
mesma forma, a especificação dos projetores foi determinada<br />
pelos lighting designers para a criação de contraste entre<br />
produtos e ambiente. Optou-se pelo uso de projetores com<br />
facho concentrado, por volta de 10˚, garantindo um alto<br />
contraste sobre os produtos com relação à iluminância geral –<br />
que também é alta, porém menos intensa em decorrência de<br />
seu caráter difuso. Para assegurar que os níveis de destaque<br />
e de contraste sobre os produtos dispostos nas prateleiras<br />
sejam semelhantes aos das araras e dos expositores, foram<br />
especificados perfis lineares orientáveis sob cada uma das<br />
prateleiras, com diferentes ópticas, de acordo com as tipologias<br />
dos produtos a serem destacados e do mobiliário.<br />
O projeto determina que os produtos sejam expostos em<br />
temperatura de cor 4.000 K, enquanto a iluminação indireta é<br />
feita em 3.500 K, o que garante um resultado equilibrado com<br />
relação aos acabamentos dos interiores, predominantemente<br />
brancos e em tons pastéis. A qualidade da luz também é<br />
destacada no manual, que estabelece um índice de reprodução<br />
de cor (IRC) mínimo de 90, para garantir fidelidade na<br />
aparência dos produtos, e binning não superior a 3 SDCM<br />
(Standard Deviation Colour Matching, ou Desvio Padrão de<br />
Correspondência de Cor), preservando a consistência da<br />
temperatura de cor das fontes luminosas.<br />
O mesmo conceito dos interiores das lojas estende-se à<br />
iluminação das vitrines: luz ambiente, iluminação dos planos<br />
verticais e destaque para produtos.<br />
Nesta página, as prateleiras contam com perfis lineares<br />
integrados sob cada uma delas, com LED 21 W/m, 2.247 lm/m e<br />
orientáveis em 20˚, para destaque dos produtos. Desenvolvidos<br />
especialmente para esse projeto, os perfis contam com<br />
dispositivo antiofuscamento e lentes individuais para cada LED,<br />
com ópticas de 12˚, 24˚ e 44˚, de acordo com a tipologia dos<br />
produtos e do mobiliário.<br />
Na página ao lado, fica evidente o contraste entre a iluminação<br />
de destaque sobre os produtos, iluminados por projetores de<br />
facho concentrado 12˚, e a iluminação ambiente, alcançada por<br />
meio de projetores com facho de 23˚ e luminárias embutidas em<br />
alguns pontos do perímetro, com facho de 38˚.<br />
86 87
O detalhe de sanca indireta perimetral se repete na área da vitrine, iluminando<br />
esse espaço de maneira difusa e uniforme, em 3.500 K. O plano vertical tem sua<br />
tridimensionalidade acentuada por meio de projetores em temperatura de cor<br />
4.000 K, assim como os expositores e os manequins, que contam ainda com<br />
a contribuição de trilhos instalados em posição vertical, dotados de projetores<br />
com LED 10 W, 990 lm e 12˚, para destaque frontal dos produtos.<br />
CHLOÉ SÃO PAULO<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
Looom Lighting Consultant<br />
Projeto de arquitetura e interiores<br />
Atelier Lâme Architecture<br />
Coordenação e execução:<br />
Saeng<br />
Cliente:<br />
Chloé<br />
Fornecedor:<br />
Lightsource<br />
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PRODUTOS<br />
ESPECIAL LEDFORUM.20<br />
Texto: Waleria Mattos | Fotos: Divulgação<br />
Realizado de forma inédita em um ambiente totalmente<br />
digital, o LEDforum.20 – o maior congresso de Lighting Design<br />
da América Latina – propõe discussões exclusivas acerca do que<br />
está em voga no cenário mundial da Iluminação.<br />
O evento também reúne experts renomados que, com<br />
dedicação e protagonismo, possibilitam aos participantes uma<br />
abrangente jornada de conhecimento.<br />
Além disso, o LEDforum.20 conta com a parceria<br />
de patrocinadores comprometidos com o mercado, que<br />
buscam agregar em seus produtos inovação, eficiência e<br />
qualidade, promovendo uma verdadeira transformação do setor<br />
de Iluminação.<br />
Confira, a seguir, os destaques e lançamentos dos<br />
patrocinadores do LEDforum.20.<br />
COMPANHIA DE ILUMINAÇÃO<br />
As luminárias Versa, lançamento da Companhia de<br />
Iluminação, articulam-se em torno de si mesmas a partir de seu<br />
formato evidenciado pelo ângulo de 45°. Disponíveis em dois<br />
tamanhos e com fluxos e fachos diversos, as luminárias têm<br />
aplicação em diversas tipologias de projetos.<br />
ciadeiluminacao.com.br/versa<br />
DELIS DO BRASIL<br />
A linha de perfis de LED Delis é composta de diferentes<br />
modelos: perfil de canto (2.000 mm × 16 mm); perfil embutido<br />
difuso (2.000 mm × 23 mm); modelo arandela (2.000 mm ×<br />
48 mm) e perfil de embutir de iluminação indireta (2.000 mm ×<br />
102 mm). Confira todos os detalhes no site da empresa.<br />
delisbr.com<br />
CREE<br />
A linha de LEDs J 2835 entrega alta eficácia e baixo consumo<br />
de energia e é indicada para aplicações em que a discrição é<br />
essencial. Em conformidade com o padrão de cores Cree’s<br />
EasyWhite®, os LEDs estão disponíveis de 2.200 K a 6.500 K<br />
(opções de 70-95 CRI) no padrão industrial com dimensões de<br />
2,8 mm × 3,5 mm.<br />
cree.com/led-components/products/j2835/jseries-2835<br />
artimar.com.br<br />
BELLALUCE<br />
A Bellaluce destaca um novo conceito de iluminação que visa<br />
propiciar conforto visual, saúde e bem-estar. A linha Confort<br />
é composta de luminárias e fontes luminosas especialmente<br />
desenvolvidas para estimular a produção de melatonina e,<br />
assim, auxiliar na regulação do ciclo circadiano.<br />
bellaluce.com.br<br />
BRILIA<br />
A Brilia apresenta LightSense, uma tecnologia de controle<br />
de iluminação por WiFi que cria cenas, programa horários e<br />
controla diferentes ambientes e locais. A solução é acionada por<br />
celular, smartwatch, dimmer touch e assistente de voz (Alexa e<br />
Google Assistente). Disponível em sete versões.<br />
brilia.com<br />
DRAMALUX<br />
A linha Trio tem perfil extrudado linear de alumínio com<br />
difusor de acrílico translúcido ou lentes. Utilizada em projetos<br />
comerciais, residenciais e corporativos, a linha permite diversas<br />
aplicações por meio das versões de luminária de embutir<br />
“no frame” e com borda, de sobrepor e luminária pendente.<br />
Possibilita mesclar com a Linha Dot, utilizando fachos com<br />
diferentes aberturas: 8°, 25°, 40° ou 60°, luz difusa ou spots.<br />
dramalux.com.br<br />
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E:LIGHT<br />
A novidade da e:light é a luminária Nime, criação do lighting<br />
designer Dean Skira para o fabricante Delta Light. Desenvolvidos<br />
a partir do conceito da “ausência em sua presença, a presença<br />
em sua ausência”, os downlights quase invisíveis possuem<br />
abertura de 1 centímetro de diâmetro, capacidade de orientação<br />
de 0-30°/350°, fachos ajustáveis entre 20° e 50° e fluxo final<br />
de 354 lm em 2.700 K e de 3<strong>79</strong> lm em 3.000 K.<br />
goelight.com.br<br />
INTERLIGHT<br />
Miniaturização e discrição são as principais características<br />
da linha Picco. As luminárias possuem UGR < 16, o que garante<br />
conforto visual no controle de ofuscamento. A partir de agora,<br />
a linha também dispõe de uma versão orientável em todos os<br />
modelos pontuais, difuso, assimétrico e projetores de sobrepor.<br />
interlight.com.br<br />
LEDLINK OPTICS<br />
A empresa trabalha com produtos de qualidade e<br />
competitividade, como o Windows Lens, fabricado com PMMA<br />
alemão com 30 anos de certificação antiamarelamento, o COB<br />
Lens com conector Solder Free e a Athenas Series, que reduz o<br />
SKD das lentes, substituindo o Difusion Sheet – e possui diversos<br />
ângulos disponíveis.<br />
ledlink-optics.com<br />
EBLUX<br />
A empresa apresenta o downlight EBX-3304 com alta<br />
performance, fluxo > 100 lm/W, IRC > 90, temperaturas de cor<br />
de 2.700 K, 3.000 K e 4.000 K e fachos de 15°, 25°, 38° e 60°.<br />
Opções de refletores em cores e metalizados lisos ou escovados<br />
(dourado, prateado ou cobreado).<br />
ebluxiluminacao.com.br<br />
EVERLIGHT<br />
Pequenas dimensões e alto impacto. Assim é a luminária de<br />
embutir Misty. Com alto fluxo luminoso, a luminária possui uma<br />
moderna tecnologia em seu conjunto óptico que traz conforto<br />
visual. A sua aparência minimalista a torna discreta no ambiente.<br />
As lentes de PMMA possibilitam fachos de luz definidos.<br />
everlight.com.br<br />
ITAIM LIGHTING CONCEPT<br />
A luminária de sobrepor ou pendente Caelus tem corpo<br />
de perfil de alumínio extrudado com acabamento em pintura<br />
eletrostática. Com iluminação direta e/ou indireta, a luminária<br />
é indicada para instalação de maneira contínua, em razão do<br />
sistema de alinhamento das peças, o que garante excelente<br />
encaixe entre os módulos.<br />
itaimlc.com.br<br />
LEDVANCE<br />
Seguindo o conceito de Internet of Things (IoT), o fabricante<br />
destaca suas soluções inteligentes e conectáveis, operadas por<br />
rede sem fio. A empresa também exibe o sistema que simula as<br />
mudanças da luz natural, as alterações visuais e biológicas e os<br />
efeitos emocionais, baseados no conceito de Human Centric Light.<br />
ledvance.com.br<br />
EKLART<br />
A fita com 120 LEDs por metro é o lançamento da Eklart no<br />
LEDforum.20. A fita apresenta intervalo de corte a cada LED,<br />
possibilitando versatilidade na instalação em qualquer espaço.<br />
www.eklart.com<br />
ILUMINAR<br />
Vuuu foi inspirado pelos desafios de iluminar ambientes<br />
residenciais, comerciais e corporativos com criatividade.<br />
A versatilidade do perfil em alumínio e a possibilidade de<br />
comprimentos sob medida permitem que o sistema – um ou<br />
mais módulos – seja fixado na parede, no teto ou no piso, por<br />
meio de luminária pendente ou de sobrepor.<br />
iluminar.com.br<br />
LEDiL<br />
Com tecnologia patenteada, as lentes Ilona-Zoom, da LEDiL,<br />
são produtos avançados com ajuste rotativo de facho que<br />
permitem transições entre 12° e 48° de abertura, sem que seja<br />
necessário variar as dimensões das luminárias para alcançar<br />
essa amplitude de fachos. As lentes são feitas de PMMA com<br />
diâmetro de 50 mm e altura de 33,22 mm.<br />
ledil.com<br />
LEMCA ILUMINAÇÃO<br />
A Lemca apresenta Extendlit, sistema de iluminação simples,<br />
direto, linear e suspenso apenas pelas extremidades. Composto<br />
de uma tira ultrafina e resistente de aço inox e usando LED COB<br />
como fonte para um efeito de luz contínua, o Extendlit é oferecido<br />
com até 25 metros de extensão, podendo ser aplicado de parede<br />
a parede ou do teto ao piso, com iluminação direta ou indireta.<br />
lemca.com.br<br />
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LIGHTDESIGN + EXPORLUX<br />
Desenvolvida para áreas externas (IP 67), a Tubiline DL<br />
tem diversas possibilidades de fachos (13°, 28°, 48°, 60° e<br />
34° × 14°) e sistema de rotação em uma solução linear com<br />
diferentes comprimentos e fluxos. Seu sistema óptico dispõe<br />
de um louver antiofuscante, reduzindo o UGR do equipamento<br />
abaixo de 16. O acabamento externo em policarbonato<br />
transparente é um diferencial.<br />
lightdesign.com.br<br />
LUMICENTER<br />
Desenhados para possibilitar a aplicação de linhas contínuas<br />
de luz – de sobrepor, pendentes ou embutidas –, os modelos<br />
lineares Way possuem aletas e refletores de alumínio,<br />
oferecendo excelente controle de ofuscamento com UGR 19.<br />
A linha pode ser customizada com diferentes fluxos e potências,<br />
além de estar disponível em versão dimerizável, compatível com<br />
o sistema de automação Lumisense.<br />
lumicenter.com<br />
LUMINACRIL<br />
O projetor orientável da linha Netuno conta com refletor<br />
de alumínio de alto brilho e LED integrado com diversas<br />
possibilidades de fachos e de fluxos, em três temperaturas de<br />
cor. A Luminacril também oferece versão para trilho eletrificado<br />
e garantia de cinco anos.<br />
luminacril.com.br<br />
LUTRON<br />
A Lutron acredita na transformação dos edifícios comerciais<br />
– sejam novos, sejam existentes – em lugares eficientes e<br />
inteligentes. Por isso, criou VIVE, que conta com controles<br />
de iluminação simples e instalação sem fio e escalonável, de<br />
acordo com a necessidade de cada projeto. O sistema dispõe<br />
de dispositivos flexíveis e fáceis de instalar, que podem ser<br />
rapidamente programados pelo smartphone.<br />
lutron.com<br />
MISTERLED<br />
O sistema modular S33 tem possibilita instalações pendentes,<br />
aplicadas e embutidas, com ou sem moldura. São oferecidos<br />
módulos para iluminação direta – com diferentes ópticas e<br />
controle de ofuscamento (UGR < 19) –, de destaque por meio<br />
de projetores orientáveis e iluminação difusa.<br />
misterled.com.br<br />
LIGHTSOURCE<br />
Novidade da Lightsource, o microprojetor embutido de teto<br />
Alcor tem abertura de apenas 9 mm de diâmetro, com opções<br />
de frame quadrada ou circular. A óptica tipo dark light permite<br />
alto controle de ofuscamento (UGR 11.4) e é oferecida com<br />
fachos de 20° a 60°, com fluxos variando de 107 lm a 378 lm e<br />
temperaturas de cor entre 2.700 K e 4.000 K.<br />
lightsource.com.br<br />
LUMINI<br />
Com design de Fernando Prado, o pendente Lanterna agora<br />
está disponível em mais dois diâmetros (90 mm e 150 mm),<br />
possibilitando distintas composições por meio de aplicação<br />
unitária ou em conjunto. Produzido em vidro com difusor<br />
em polímero impresso em 3D, o pendente é oferecido com<br />
acabamento em latão, cobre ou alumínio e pode ser aplicado<br />
diretamente no forro ou em trilho eletrificado.<br />
lumini.com.br<br />
LUXION<br />
O nome Nido advém do italiano “ninho”, que busca definir<br />
o aconchego proporcionado pela luz. A luminária de mesa tem<br />
cúpula móvel, fixada por ímã, podendo ser usada tanto para<br />
iluminação direta de trabalho quanto para indireta, visando<br />
ao relaxamento. É compatível com o sistema de luz dinâmica<br />
Cicluz, da Luxion.<br />
luxion.com.br<br />
NEWLINE ILUMINAÇÃO<br />
O FIT 15, sistema linear supercompacto, é indicado para<br />
ambientes residenciais e comerciais. Dispõe de módulos difusos<br />
para iluminação geral e projetores direcionáveis para iluminação<br />
de destaque, além de diversos tipos de pendente com diferentes<br />
formatos, que podem ser utilizados tanto em aplicações<br />
funcionais como decorativas.<br />
newline.ind.br<br />
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OMEGA LIGHT<br />
Propondo um novo pensamento com relação aos padrões de<br />
consumo para alcançar um futuro mais sustentável, utilizando<br />
os conceitos da economia circular, a Omega Light lança um novo<br />
tipo de resina que será a base da próxima geração de luminárias<br />
e sistemas de iluminação da empresa. Esse projeto será possível<br />
por meio da parceria entre a Omega e a Boomera, empresa<br />
pioneira na aplicação da metodologia de economia circular.<br />
omegalight.com.br<br />
PUNTOLUCE<br />
A Puntoluce está atenta às tendências do mercado e,<br />
por isso, oferece o serviço de desenvolvimento de produtos<br />
customizados. A empresa apresenta a luminária pendente<br />
Leaf, desenvolvida para um projeto do escritório Debora Aguiar<br />
Arquitetos Associados e agora disponível no catálogo da marca.<br />
puntoluce.com.br<br />
SAVE ENERGY<br />
Disponíveis nas potências de 12 W, 20 W e 25 W e nas<br />
temperaturas de cor de 3.000 K, 4.000 K e 5.700 K, as<br />
luminárias da linha No Frame da Save Energy contam com<br />
acabamento sem borda e difusor recuado, iluminando os<br />
ambientes de maneira uniforme e com baixo ofuscamento.<br />
save.com.br<br />
TENSOFLEX<br />
A Tensoflex lança Tensolight. A solução tem perfis de<br />
alumínio desenvolvidos para conjugar telas Tensoflex e LEDs<br />
de alto rendimento. As telas de diferentes cores e acabamentos<br />
permitem a finalização de forros de maneira rápida, além de<br />
agregar propriedades acústicas no ambiente.<br />
tensoflex.com.br<br />
OSVALDO MATOS<br />
Octo, novidade da O/M, é um dos menores downlights do<br />
mercado. As ópticas, desenvolvidas em parceria com o instituto<br />
alemão Bartenbach, garantem design minimalista, perfeita<br />
integração na arquitetura e eficiente conforto visual. Com IP 65,<br />
as luminárias estão disponíveis em versões com diâmetros de<br />
8 mm ou 27 mm, de acordo com o fluxo luminoso, que pode<br />
chegar a até 600 lm úteis.<br />
om-light.com<br />
POWER LUME<br />
Destaque da Power Lume, o Mix Line é um sistema de<br />
iluminação linear mista composto de diferentes tipologias de<br />
módulos, com aplicações de embutir, de sobrepor e pendente.<br />
Além de opções difusas com diferentes comprimentos, são<br />
oferecidos módulos com 1, 2, 3 ou 6 lentes unitárias, com<br />
ópticas de 10°, 24°, 36°, 48° e 10° × 35°.<br />
powerlume.com.br/project/mix-line/<br />
REVOLUZ<br />
A premissa da linha Daka é o conceito visual de um domo –<br />
uma cúpula arquitetônica. Quando embutida no forro, seu difusor<br />
recuado cria o efeito de um nicho de luz, propiciando conforto<br />
visual e minimizando ofuscamentos. Além de iluminação difusa,<br />
a linha dispõe de modelos com lentes que oferecem diversas<br />
opções de fachos.<br />
revoluz.com.br<br />
STELLA<br />
A linha Square, com produtos de embutir, foi ampliada com<br />
o lançamento das luminárias de sobrepor no teto Square Out.<br />
Assim como na versão embutida, essas luminárias têm recuo<br />
da fonte luminosa, o que contribui para reduzir o ofuscamento.<br />
Outra novidade da Stella é o acessório Kit Grade, uma grelha<br />
antiofuscamento que estende o conforto visual do Square Out.<br />
stella.com.br<br />
STILLUX<br />
As luminárias lineares Kepler com emissão de luz difusa<br />
podem ser embutidas ou aplicadas, utilizadas como módulos<br />
individuais ou como parte de um sistema. O corpo é feito de<br />
chapa de aço com pintura eletrostática na cor branca ou preta<br />
e o conjunto óptico é formado por difusor translúcido. Possuem<br />
driver incorporado à peça e vida útil de 50 mil horas.<br />
stillux.com<br />
TLS<br />
O sistema TLS Dynamix possui CRI 90+ e pode ser<br />
programado para temperaturas de cor de branco quente ou<br />
branco frio durante horas específicas do dia – mimetizando a luz<br />
do dia (entre 2.700 K e 6.500 K). Pode ser dimerizado entre 0%<br />
e 100% sem alterar a aparência de cor da fonte luminosa.<br />
tls-led.com/br<br />
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FOTO LUZ FOTO<br />
TADEU MELEGATTI<br />
A aura construída pela arquitetura de interiores e reforçada<br />
pela iluminação em todo o projeto da loja é de grande<br />
suavidade. Há um cuidado singular com as cores do ambiente,<br />
tratadas de modo a compor o pano de fundo da leitura da<br />
moda contemporânea.<br />
Apesar de não haver grandes complexidades no que diz<br />
respeito aos contrastes do espaço (que usualmente são difíceis<br />
de fotografar, especialmente quando não há, conceitual e<br />
discursivamente, a ideia de alterar a imagem a posteriori), o lugar<br />
compreende uma enorme quantidade de projetores (visíveis no<br />
interior dos rasgos e invisíveis sob as prateleiras) cuja tonalidade<br />
de branco precisa ser cuidada. Se no salão de entrada os tons<br />
são mais salmão, no salão posterior são muito mais mostarda. A<br />
partir disso, o equilíbrio cromático das composições é desafiador<br />
– não só no balanço de branco, mas também nas massas de cor<br />
que caracterizam cada imagem.<br />
O enquadramento desta fotografia procura revelar o pédireito<br />
elevado e as linhas rasgadas no forro, que são o principal<br />
caráter da iluminação e da arquitetura.<br />
Para a realização do ensaio, foi utilizada uma câmera Sony<br />
Alpha-7 Full Frame e uma lente grande angular 17 mm da Canon<br />
– série L. A imagem em questão foi feita com uma abertura<br />
F8 para uma razoável profundidade de campo focal e ISO100,<br />
que utilizo em qualquer circunstância, expondo apenas 1/20s.<br />
Dessa maneira, a profusão das emissões de luz das luminárias<br />
comportou-se muito bem, de modo que o tratamento resumiuse<br />
apenas a ajuste de branco comparativo às demais imagens e<br />
pequena correção da distorção da lente.<br />
Tadeu Melegatti é formado pela Faculdade de Arquitetura e<br />
Urbanismo da Universidade de São Paulo. Atua como designer<br />
de produtos de iluminação e faz da fotografia de arquitetura sua<br />
janela para a observação minuciosa da luz como elemento base<br />
da revelação espacial.<br />
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