Jornal Paraná Novembro 2020
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OPINIÃO
Cenário é complicado, mas cheio de oportunidades
Certamente teremos uma mudança muito significativa nos próximos anos,
mas esta será mais adequada a cada região do planeta e à realidade de cada país
Ocenário atual do setor sucroenergético
brasileiro é
bastante complicado, difícil
até, diria. Mas, quero
crer que também seja uma excelente
oportunidade de aprender,
crescer e fortalecer, buscando proporcionar,
no futuro, um ambiente
mais estável.
Em paralelo, e não menos preocupante,
é a mudança que tem ocorrido
em todo mundo com relação
à busca por energias alternativas.
Certamente teremos uma mudança
muito significativa nos próximos
anos. Em nossa visão, será uma
mudança mais adequada a cada
região do planeta e até à realidade
de cada país.
Nesse sentido, no Brasil, há de se
observar a existência de uma indústria
de base (automobilística e
de máquinas e equipamentos) consolidada
e os impactos sociais e
econômicos dessa eventual mudança,
além do fato de já contarmos
com uma excelente alternativa
de combustível renovável, com
parque industrial constituído, rede
de distribuição por todo o país e
que tem mostrado sua importância
econômica e social pela geração
de empregos e renda e pela distribuição
de suas unidades agroindustriais
pelo interior de grande
parte dos estados brasileiros, movimentando
as economias locais.
Para a realidade brasileira, o que se
vislumbra como grande oportunidade
é o veículo hibrido flex, utilizando
etanol como fonte propulsora,
que apresenta baixíssima emissão
de gases poluentes. Afinal, até
o veículo flex, quando rodando
com etanol, já emite menos gramas
de gás carbônico equivalente/quilometro
rodado do que um
veículo elétrico europeu (considerando
fonte de energia elétrica na
UE), cerca de um terço a menos. O
hibrido flex é muito mais econômico
e menos poluente ainda.
Com essa opção, toda indústria nacional
que já trabalha com a tecnologia
voltada a energia renovável,
especialmente do setor sucroenergético,
poderá dar prosseguimento
a sua atividade, sem prejuízo a geração
de emprego e renda. Especialistas
e analistas projetam que
essa opção tecnológica tem um
grande potencial até 2040, quando,
segundo eles, a tecnologia e o preço
dos veículos elétricos, tendo como
fonte a energia solar, passarão
a dominar o mercado, principalmente
pela sua eficiência.
Porém, no Brasil, há de muito a se
investir ainda nas várias fontes de
energia renovável em uso no País,
inclusive na geração e transmissão
de energia elétrica, pois continuamos
ainda muito próximos ao risco
de apagões, caso haja um crescimento
da economia brasileira.
Apenas vinte anos nos separam
dessa realidade. O que fazer? Quais
as alternativas? Qual o horizonte de
investimento nesse prazo?
Fruto de uma grande união nacional
pelos biocombustíveis, os setores
sucroenergético e de biodiesel,
somados ao Ministério de Minas e
Energia, Empresa de Pesquisa
Energética e Agência Nacional de
Petróleo e Gás Natural, se uniram
em um grande projeto: o Renovabio.
Se for dada continuidade a sua
implantação e o incentivo necessário,
o projeto poderá tirar esses setores
da dependência governamental,
com a efetivação da comercialização
dos CBIOS.
O etanol de cana-de-açúcar ainda
tem mais um grande desafio: o etanol
de milho. Antes, uma realidade
nos EUA e ameaça ao nosso mercado
interno, agora é também uma
realidade na produção nacional.
Estima-se que nos próximos dois
anos o volume de produção de etanol
de milho no Brasil já atinja o volume
de 4 bilhões de litros, resultado
que é potencializado pelos
subprodutos resultantes dessa fermentação:
o óleo de milho e o
DDGS (Distillers Dried Grain with
Solubles - grãos de destilaria secos
com solúveis) e WDG (Wet Destillers
Grain - grãos de destilaria úmidos).
Esses produtos são destinados à
nutrição animal (aves, suínos e bovinos)
e têm um mercado que
cresce a cada dia, trabalhando com
valores de mercado já superiores
ao preço do milho. Outro atrativo é
a sua forma de produção, no modelo
industrial de micro destilarias,
adequadas a menores áreas e com
integração à pecuária.
Outra grande ameaça ao setor sucroenergético
é a “demonização”
do açúcar, que sofre forte concorrência
com os adoçantes artificiais.
O açúcar hoje é propagado como
o grande responsável pela obesidade
mundial, com recomendação
de redução de consumo inclusive
pela OMS (Organização Mundial de
Saúde).
Naturalmente, devemos ter a consciência
de que a causa real da obesidade
reside no consumo excessivo
de alimentos de um modo
geral e não de apenas em um determinado
produto. Serão necessários
grande empenho e investimentos
na mídia para que possamos
atenuar a propaganda negativa sobre
o açúcar. O aumento da produção
mundial de açúcar, em especial
nos países onde subsídios são
concedidos, também tem afetado
muito os preços da commodity.
Nos últimos anos, com a proibição
da queima das lavouras de canade-açúcar
e a mecanização da colheita
e plantio, vimos reduzir
drasticamente nossos índices de
produtividade, causado pela compactação
do solo, uso de variedades
não adequadas e crescimento
das infestações de pragas e doenças,
além da forte redução do
tempo de renovação dos canaviais.
Tudo isso afetou seriamente as
margens de lucro do setor, que já
vinha de uma crise sem precedentes
causada por políticas governamentais
inadequadas, trazendo o
setor à realidade atual, com um
grande número de indústrias sucroenergéticas
fechadas e outro
tanto em recuperação judicial.
Reverter o quadro não será fácil,
mas uma das primeiras providências
a serem tomadas é a recuperação
da produtividade agrícola,
necessidade praticamente comum
em todos os estados produtores de
cana-de-açúcar, em especial ao
Paraná, onde a queda desses índices
foi muito acentuada. É preciso
atentar para o uso de variedades
melhoradas e de qualidade, adequadas
à mecanização, bem como
para a escolha de mudas saudáveis.
Atualmente, as usinas têm investido
fortemente nessa área.
O horizonte de 20 anos é curto,
dado o volume de investimentos
necessários no setor. Urge pensar
em produtos alternativos, com
maior valor agregado, atrelado ao
crescimento mundial da conscientização
por uso de produtos renováveis
e recicláveis (onda verde).
Essa é com certeza, um dos caminhos.
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SAFRA 2020/21
Colheita no Paraná
encerra mais cedo
Três unidades já paralisaram as atividades e até o final de novembro,
a maior parte das usinas deve iniciar o período de entressafra
Asafra 2020/21 de
cana-de-açúcar vai
terminar antes do esperado
este ano no
Paraná, segundo o presidente
da Alcopar, Miguel Tranin. No
início de novembro, três unidades
industriais – Santa Terezinha,
Terra Rica, Alto Alegre,
Colorado e Cooperval, de
Jandaia do Sul – já tinham encerrado
suas atividades e a
previsão é de que até o final
do mês a maior parte das usinas
também inicie a entressafra,
período usado para manutenção
das instalações industriais.
“No máximo até meados de
dezembro todas as indústrias
sucroenergéticas paranaenses
devem paralisar a colheita.
O clima mais seco desde o
início da safra acelerou o processo,
favorecendo a operacionalização
da colheita, permitindo
que o aproveitamento
de tempo permanecesse acima
da média histórica, com
os volumes de matéria-prima
esmagados nas quinzenas
sendo superiores às médias
normais”, comenta Tranin. Por
isso a safra acabou sendo antecipada
em 15 dias em média.
Até o dia 1 de novembro, das
33,543 milhões de toneladas
de cana estimadas para processamento
este ano, 30,483
milhões de toneladas já tinham
sido esmagadas, cerca
de 90,9% do total. O volume é
4,4% menor que do mesmo
período do ano passado,
quando já tinham sido processadas
31,873 milhões de toneladas
de cana. A expectativa
é de fechar a safra 2020/
21 com números semelhantes
aos do período anterior.
Inicialmente, entretanto, havia
a possibilidade de que a safra
fosse maior, ante a crescente
renovação dos canaviais paranaenses.
Devido às recorrentes
estiagens ocorridas,
entretanto, as lavouras de cana
não apresentam o desenvolvimento
esperado fazendo
com que qualquer efeito positivo
da renovação fosse perdido.
Este é o terceiro ano
consecutivo de perdas nas
lavouras no Paraná por conta
do clima adverso, lembra Tranin.
Segundo o presidente da Alcopar,
o comportamento dos
canaviais vem sendo acompanhado
de perto este ano,
mas a expectativa é de que os
números sejam bastante semelhantes
aos da safra passada,
ficando em mais de 33
milhões de toneladas de cana
esmagadas. “A previsão é de
que teremos mais um La Niña,
comportamento climático que
costuma ser mais seco no sul
do Brasil, mas ainda é muito
cedo para qualquer avaliação.
A cana é uma cultura que responde
muito rápido às chuvas
e a uma boa incidência solar.
Mesmo que as frentes de chuvas
sejam mais esporádicas,
a cultura pode surpreender
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Jornal Paraná
com bons resultados”, avalia
Tranin.
produtividade em nível rentável.
Por outro lado, mesmo com
a menor produtividade agrícola
devido ao clima mais
seco, essa mesma condição
climática tende a aumentar a
produtividade industrial da
cana, com maior concentração
de ATR (Açúcar Total Recuperável),
compensando em
grande parte a perda agrícola.
A quantidade de Açúcares
Totais Recuperáveis
(ATR) por tonelada de cana,
no acumulado da safra
2020/21 totalizou 141,04 kg
de ATR/t de cana.
Outro fato que tem preocupado
é a dificuldade de renovação
dos canaviais por causa
da estiagem. Nos últimos
anos, as usinas do Paraná
vinham retomando o plantio
dos canaviais, com índices
crescentes de renovação,
bem próximos aos 20%, considerados
ideais para a manutenção
das lavouras com
Com 2,395 milhões de toneladas
de açúcar produzidas
até o dia 1 de novembro,
27,3% a mais que no mesmo
período da safra passada
quando tinham sido fabricados
1,881 milhão de toneladas,
o Paraná retoma sua tradição
de produção com mix
mais açucareiro. A previsão
inicial é de que seriam produzidas
2,414 milhões de toneladas
de açúcar, mas os
números já estão sendo revistos.
Muitas usinas fixaram um
volume maior de vendas antecipadas
de açúcar entre o
final do ano passado e início
deste, aproveitando os preços
mais remunerativos para o
açúcar na época. Também, a
questão cambial, com desvalorização
do real ante o dólar,
tem permitido uma melhor remuneração
pelo açúcar exportado.
Nas duas últimas safras, devido
aos baixos preços do
açúcar no mercado internacional,
ante os superávits repetidos
de produção no mundo,
o perfil de produção no
Paraná foi mais alcooleiro, seguindo
uma tendência nacional.
Este ano, entretanto, devido
à quarentena imposta
pelo novo coronavírus, houve
uma redução no consumo de
etanol. No mesmo período do
ano passado, 56,58% da matéria-prima
disponível tinham
sido destinadas à fabricação
de etanol e 43,42% para o
açúcar. Este ano o cenário inverteu.
Até o momento,
58,22% da cana foram utilizadas
para a produção de açúcar
e 41,78% para o etanol.
Dos 1,458 bilhão de litros esperados
de etanol total, sendo
1,035 bilhão de litros de etanol
hidratado e 423 milhões de litros
de anidro, até o momento
foram produzidos 1,041 bilhão
de litros de etanol total, 30,2%
a menos do que no mesmo
período do ano passado
(1,493 bilhão de litros). Desse
total, 565,6 mi-lhões de litros
são de etanol hidratado, 41,7%
a menos (970,6 milhões de litros)
e 475,6 milhões de anidro,
8,9% a menos (521,9 milhões
de litros).
Jornal Paraná 5
RECORDE
Produção de biodiesel deve
crescer 8,5% em 2020
Segundo a Abiove, Brasil terminará o ano com um total de 6,4 bilhões de litros,
apesar das incertezas vividas por causa da pandemia de coronavírus
De acordo com a Associação
Brasileira
das Indústrias de
Óleos Vegetais (Abiove),
o setor de biodiesel do
Brasil deverá fechar este ano
com uma produção recorde do
biocombustível, encerrando
2020 com um total de 6,4 bilhões
de litros, uma alta de
8,5% em relação a 2019. A
consolidação do volume vem
após a homologação dos resultados
do 76º Leilão de Biodiesel,
realizado recentemente
pela Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP). No leilão foram
negociados 1,1 bilhão de
litros para atender à demanda
obrigatória do último bimestre
deste ano.
“Mesmo diante de um cenário
de incertezas como o que vivemos
em 2020, em meio a
uma pandemia que impactou a
vida de pessoas e empresas
no mundo todo, o Brasil encerrará
o ano como o terceiro
maior produtor de biodiesel”,
disse em nota o economistachefe
da Abiove, Daniel Furlan
Amaral.
Para o economista, o recorde
de produção faz com que o
setor saia fortalecido de 2020
e preparado para elevar a participação
do biodiesel na matriz
energética do Brasil, projetando
a transição para o B13 - mistura
de 13% ao diesel - a partir
de março do ano que vem.
O setor tem enfrentado dificuldades
nos últimos tempos devido
aos altos preços da soja,
matéria-prima da maior parte
do biodiesel produzido no Brasil.
Com as firmes exportações
do grão na temporada, houve
uma redução acentuada nos
estoques internos da commodity,
o que, consequentemente,
impacta no valor do biocombustível.
Desde maio, com o aquecimento
do mercado de soja e o
aumento das exportações,
“tem ocorrido a menor oferta
do biocombustível no setor de
combustíveis”. O Brasil produziu
um recorde de 124,8 milhões
de toneladas de soja em
2020, mas as exportações estão
estimadas para atingir 82
milhões de toneladas, segundo
a estatal Conab, enquanto o
processamento interno no ano
deve superar 44 milhões. No
76º leilão, a ANP reduziu temporariamente
a mistura obrigatória
de biodiesel no diesel de
12% para 11%, com o objetivo
de amenizar a alta das cotações.
O representante da Abiove
disse que a entidade apoia um
diálogo aberto com o governo
e as distribuidoras de combustíveis
para adequar o funcionamento
dos leilões em meio às
incertezas econômicas deste
ano. “Trabalhamos para corrigir
rotas que prejudicaram a
segurança da comercialização.
O resultado é que encerramos
o L76, o último do leilão do
ano, sem surpresas, com previsibilidade
de demanda e garantia
de entrega”, afirmou
Amaral.
A Abiove lembrou também que
o crescimento do biodiesel
ainda estimulou o processamento
da soja e a produção de
rações para o setor de proteína
animal, sendo que a indústria
de oleaginosas deve encerrar o
ano com recorde de moagem,
totalizando 44,6 milhões de toneladas.
Setor se prepara
para aumentar
participação do
biodisel no diesel
para 13% no ano
que vem
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PROJETO
Saúde dos funcionários é
prioridade na Santa Terezinha
Nos meses de setembro, outubro e novembro, várias ações da usina
trabalharam com o bem-estar físico, mental e social da equipe
Durante o mês de setembro,
a Usina
Santa Terezinha, em
parceria com a Unimed
Maringá, realizou ações
focadas na saúde preventiva e
no bem-estar mental, físico e
social de seus funcionários.
O Projeto “Escuto e Penso em
Você UST” abrangeu trabalhadores
dos setores agrícola, industrial
administrativo e as
oficinas automotivas que participaram
do DDS - Diálogo
Diário de Segurança, conduzidos
pela equipe de SSMA-
Saúde Segurança e Meio Ambiente
e RH - Recursos Humanos
junto às lideranças da
empresa. Houve ainda iniciativas
promovidas pela operadora
de saúde visando os
atendimentos psicológicos
nos Ambulatórios Unimed.
Durante os DDSs foram abordados
temas como o que é
ansiedade, atividades e comportamentos
que promovem a
saúde mental, formas de
acesso a tratamentos psicológicos
e também a divulgação
dos serviços prestados pelo
CVV- Centro de Valorização da
Vida.
Todos os funcionários receberam
conteúdos informativos
por meio de comunicados e
vídeos divulgados em grupos
de WhatsApp e pelas redes
sociais oficiais UST. Também
foram distribuídas camisetas
personalizadas do projeto e
bolinhas antiestresse contendo
o telefone gratuito do
CVV.
O projeto seguiu ainda durante
o mês de outubro e continua
em novembro com temas voltados
para a saúde preventiva
da mulher - combate ao câncer
de mama e ao câncer do
colo do útero - e do homem -
combate de câncer de próstata.
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DOIS
PONTOS
A Raízen fechou parceira
com a alemã RWE, uma das
maiores geradoras de energia
elétrica da Europa, para o desenvolvimento
de projetos
termoelétricos abastecidos
com pellets de bagaço da
cana, que podem substituir o
carvão na geração termoelétrica.
Os testes estão sendo
realizados em Geertruidenberg,
na Holanda. O objetivo
Pellets de bagaço
Impostos
Açúcar
A seca ocorrida no Brasil nos
últimos meses deve afetar o
potencial produtivo dos canaviais
para a próxima safra, e a
fabricação nacional de açúcar
tende a recuar 4,8% em
2021/22, para 39,65 milhões
de toneladas, estimou a consultoria
Datagro. Do total, um
volume de 36 milhões de toneladas
será proveniente das usinas
do centro-sul, principal
polo produtor da commodity
no país, uma queda de 5,3%
em relação ao ciclo de 2020/
21. A moagem de cana no
centro-sul deve ter uma redução
de 3,6% na safra 2021/22
que começa em abril para
575 milhões de toneladas.
é comprovar a viabilidade da
utilização em larga escala
dos pellets de bagaço em
usinas a carvão convertidas
para biomassa. O Brasil é um
dos maiores produtores de
cana do mundo, com 590,36
milhões de toneladas processadas
na safra 2019-20. A
biomassa representa aproximadamente
8% da matriz
energética nacional. Nos Países
Baixos, estima-se que
haverá escassez de geração
de energia renovável e despachável
nos próximos anos.
No projeto, serão avaliados
aspectos técnicos como logística,
armazenamento, incineração
e as emissões dos
pellets de bagaço. O mercado
internacional é uma aposta
da Raízen para exportação de
pellets.
O Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz) aprovou
a prorrogação de dois
convênios que reduzem a cobrança
de impostos no agronegócio
até 31 de março de
2021, segundo a Confederação
da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA). Foram prorrogados
o Convênio 100/
1997, que prevê a isenção tributária
em operações internas
e a redução da base de cálculo
do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e
Serviços (ICMS) na comercialização
interestadual de insumos
agropecuários, e o Convênio
52/1991, que indica impostos
menores sobre máquinas
e equipamentos agrícolas.
Ambos possuíam validade até
o final deste ano. Esse convênio
é muito importante para o
setor agropecuário, pois reduz
o tributo incidente sobre os insumos.
Além disso, a safra deverá demorar
mais para começar e o
produtor deve processar cana
com idade e rendimento menores.
A próxima temporada
será novamente mais “açucareira”,
com 46,54% do mix de
cana destinado para a produção
do adoçante, semelhante
ao do ciclo atual.
Os Estados Unidos e o Brasil,
dois produtores líderes de etanol,
veem potencial para um
grande aumento no consumo
mundial do biocombustível
como uma forma definitiva de
reduzir as emissões de carbono,
enquanto ocorre a transição
para os veículos totalmente
elétricos, indicaram representantes
da indústria. A
mistura de biocombustíveis
em carros com motor a combustão
é vista como a maneira
mais rápida de se melhorar
a qualidade do ar. Diversos
países e regiões de todo
o mundo estão discutindo ou
estabelecendo metas para aumentar
o uso de biocombustíveis,
como China, Canadá,
Reino Unido, Índia, México,
Vietnã, África do Sul e Austrália,
mas houve adiamentos
O retorno do fenômeno climático
La Niña, com suas
consequências de tempestades,
secas e mau tempo,
está em andamento e deve
durar até o próximo ano,
anunciou a Organização Meteorológica
Mundial. De acordo
com a agência da ONU,
esse episódio será "de intensidade
moderada a forte". A
última vez que um episódio
grave foi registrado foi em
2010/11, seguido por um
episódio moderado em
2011/12. O episódio intenso
Transição
La Niña
generalizados. Analistas veem
uma relutância de alguns países
em depender de fontes renováveis
de energia se não
puderem produzi-las, como é
o caso da China, que adiou
sua meta para uma política
nacional de mistura E10.
causou chuvas torrenciais na
Austrália, parte norte da
América do Sul e Sul da Ásia.
Em 2008-09, outro episódio
de La Niña foi responsável
por temperaturas congelantes
que causaram dezenas de
vítimas em toda a Europa. La
Niña é um fenômeno que
produz um resfriamento em
grande escala da temperatura
da superfície do oceano nas
partes central e oriental do
Pacífico equatorial, além de
outras mudanças na circulação
atmosférica tropical.
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Etanol
Índia e Tailândia
A produção e o consumo de
etanol da Índia, terceiro
maior mercado de combustíveis
do mundo, deve aumentar
rapidamente nos
próximos anos, à medida
que o governo se esforça
para elevar as misturas do
biocombustível no país,
disse uma autoridade do
setor. As usinais do país deverão
aumentar a produção
de etanol de 1,9 bilhão de litros
em 2020 para 3 bilhões
Coquetel
Pesquisadores do Centro Nacional
de Pesquisa em Energia
e Materiais (CNPEM) desenvolveram,
por meio de técnicas
de engenharia genética,
um fungo capaz de produzir
um coquetel de enzimas que
degrada a biomassa.
Por esse processo, as enzimas
atuam de forma coordenada
na quebra e conversão
de carboidratos da palha e do
bagaço da cana-de-açúcar
em açúcares simples, que
podem sofrer fermentação e,
assim, se transformar em biocombustível.
A descoberta
abre caminho para maior
de litros em 2021, visando
cumprir a meta do governo
de adicionar 10% do biocombustível
à gasolina até
2022. Isso exigiria um volume
de 5,5 bilhões de litros
de etanol.
aproveitamento dos resíduos
da cana na fabricação de biocombustíveis,
uma vez que o
desenvolvimento de um coquetel
de enzimas de baixo
custo representa um dos principais
desafios para a produção
do etanol de segunda
geração.
A Índia é a quinta maior produtora
de etanol do mundo,
atrás somente dos Estados
Unidos, Brasil, China e Canadá.
O país vê o programa
para o aumento da mistura do
biocombustível como uma
forma de reduzir os custos
com importações de petróleo,
elevar os preços internacionais
do açúcar e ajudar a reduzir
as emissões de carbono
nas grandes cidades. O governo
deseja avançar para
uma mistura de 20% de etanol
até 2030, o que exigiria de 10
bilhões a 11 bilhões de litros
do biocombustível por ano. A
Tailândia, outra grande produtora
de açúcar e etanol, também
está elevando a mistura,
mas o país reduziu sua meta
de longo prazo para a mistura
de 11,3 milhões de litros por
dia para 7,5 milhões de litros
por dia por projetar que o papel
dos veículos elétricos vá
aumentar. Mas considerando
que o consumo atual de etanol
é de cerca de 4,45 milhões
de litros por dia, ainda
há espaço para crescimento.
Exportação
A produção mundial de biocombustíveis
para transportes,
como o biodiesel, o etanol
celulósico e o óleo vegetal hidratado,
deve cair este ano
pela primeira vez em duas décadas
por força do impacto da
pandemia da COVID-19 na atividade
econômica, na circulação
de pessoas e no preço do
petróleo. Os incentivos à rápida
recuperação e aceleração
do setor, que foi um dos mais
Biocombustíveis
afetados pela crise, podem
contribuir para a retomada do
crescimento econômico mundial,
criar milhões de empregos
e conter as emissões
globais de dióxido de carbono
(CO2). As estimativas são de
um plano de recuperação sustentável
do setor, elaborado
pela Agência Internacional de
Energia (IEA) em parceria
com o Fundo Monetário Internacional
(FMI). A produção
global de biocombustíveis
para transporte atingiu em
2019 o recorde de 162 bilhões
de litros, ou 2,8 milhões
de barris por dia. Para 2020,
estima-se que a produção
tenha uma queda de 20 bilhões
de litros (13%), voltando
aos níveis de 2017. Antes do
início da pandemia era previsto
que a produção aumentasse
em mais de 5 bilhões de
litros (3%) este ano.
As exportações de açúcar do
Brasil deverão atingir um recorde
de 32,02 milhões de
toneladas em 2020/21, alta
de 66% em relação ao ano
anterior, segundo o Departamento
de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA). O
avanço se deve ao grande excedente
exportável de açúcar
no país e à demanda estável
de países importadores pelo
adoçante brasileiro. Em
2019/20, os embarques foram
estimados em 19,28 milhões
de toneladas. Além disso,
o representante dos EUA
revisou para cima sua projeção
para a moagem de cana
2020/21 do Brasil, passando
a estimá-la em 655 milhões
de toneladas.
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