Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
SUMÁRIO
32
54
46
62
8 Notícias
20 ENTREVISTA José Sotto Mayor Matoso
32 REGATAS XXV Troféu SM Rei Juan Carlos/CN da Classe Dragão
38 REGATAS Cascais Vela 2020
46 REGATAS Campeonato Nacional de Optimist/Camp. da Europa de Optimist
50 REGATAS 1º Troféu SailCascais
54 CLUBE Melhores do Mundo em 49er e 49er FX preferem CNC
62 CLUBE Jantar dos Comodoros
82 ENTREVISTA Gastão Brun
90 CLUBE Parceria Rolex-Clube Naval de Cascais
98 CULTURA Mirpuri Foundation recupera fachada do TNSC
104 AMBIENTE Aeródromo Municipal de Cascais
108 Resultados CNC
114 Agenda CNC
90
98
Ficha técnica
Propriedade: Clube Naval de Cascais | Esplanada Príncipe D. Luís Filipe, 2750-411 Cascais
Tel. 214 830 125 | Fax. 214 868 712 | geral@cncascais.com | www.cncascais.com
Conselho Editorial:
Miguel Horta e Costa, José Sotto Mayor Matoso, Gonçalo Esteves,
Francisco Geraldes, Manuel Durães Rocha e Pedro Costa Alemão
Director:
Director-adjunto:
Subdirector:
Vela Adaptada:
Escola de Vela:
Marketing e Comunicação:
Coordenador Desportivo:
Gonçalo Esteves
José Sotto Mayor Matoso
Francisco Geraldes
Charles Lindley
Fernanda Hoffmann
Helena Caiado
Sebastião Osório de Castro
Editor:
Clube Naval de Cascais
Sede e Redacção:
Esplanada Príncipe D. Luís Filipe | 2750-411 Cascais
Edição:
António de Sousa Pereira
Design Gráfico:
Ricardo Macieira Coelho
Impressão: AConsulting, Lda. – Av. de Ceuta, 25 | 2700-188 Amadora (Tel. 915 698 861)
Tiragem:
4000 exemplares
Foto de capa: Neuza Aires Pereira
Nos termos do previsto pelo art.º 15º da Lei de Imprensa, o Estatuto Editorial da Hippocampus
pode ser econsultado em http://www.cncascais.com/hippocampus
Interdita a reprodução, total ou parcial, de textos e ilustrações, por quaisquer meios, mesmo para fins não comerciais
Depósito legal n.º 285339/08 | Registada na ERC com o n.º 125583 | ISSN 1647-7294 | NIPC 500 065 535
Clube Naval de CASCAIS 3
EDITORIAL
Estimados Sócios,
CHEGADOS ÀS PORTAS DO INVERNO, E COM O OUTONO A TERMINAR, TRATAREI NESTE EDITORIAL DE FAZER
UM SUMÁRIO DO NOSSO ANO DE 2020, O ANO DA FAMIGERADA PANDEMIA.
Como referi no editorial da pretérita edição da Hippocampus, ninguém
imaginaria que 2020 viria a ser o ano que foi. Tudo se transfigurou
e tudo foi desigual. Aqui, no nosso Clube Naval de Cascais, apesar da
inexistência dos campeonatos internacionais, que, desde o início deste
século, passaram a ser uma realidade permanente no nosso clube, tentámos
manter a actividade em todas as frentes possíveis desde o início
do desconfinamento.
Com as limitações adequadas à nossa recente realidade, o CNCascais
desfrutou de um Verão e de uma campanha da Escola de Vela como
há muitos anos não acontecia. Como consequência das limitações das
famílias em viajar, tivemos a Escola de Vela do CNC totalmente ocupada
durante onze semanas, contando esta, este ano, com os serviços não só
dos indispensáveis Optimist, mas também dos Laser Pico, dos Laser
Bahia, dos Hobbie Cat, dos Sprintos, das pranchas à vela, das pranchas
de paddle, dos caiaques e dos novíssimos Sunfish, que amavelmente nos
foram emprestados pelo nosso sócio Andre Grey, representante desta
classe em Portugal. Foi, sem qualquer dúvida, uma festa da vela.
Só com uma equipa absolutamente fantástica, em que incluo todo o
nosso staff sem excepção, dos treinadores ao pessoal de apoio, passando
pelos incansáveis voluntários, foi possível levar a cabo estas onze semanas
da forma como as mesmas decorreram – e com tão notável adesão e
participação. Onze semanas durante as quais tudo correu na perfeição,
e decerto que as 750 crianças e 100 adultos que passaram pela nossa
escola de vela neste período irão guardar como memória perpétua a
experiência náutica que viveram neste Verão de 2020, tão particular e
limitativo. Também não podia deixar de destacar, e por escrito, uma
nota especial para a coordenadora da Escola de Vela, Fernanda Hoffmann,
que comandou uma vasta equipa de profissionais durante estas
inesquecíveis onze semanas.
Por outro lado, foi durante o mês de Setembro que se realizou o Jantar
dos Comodoros, momento em que a Comissão Executiva que acompanhou
o segundo e terceiro mandatos do Comodoro Horta e Costa teve
a oportunidade de o acarinhar com um jantar de despedida, no qual
sessenta sócios e convidados puderam assistir à cerimónia de entrega da
bandeira. Tal como prevêm os nossos estatutos, o Comodoro do Clube
Naval de Cascais, bem como o seu Vice-Comodoro, usufruem do
privilégio de ter uma bandeira especial, onde os cavalos marinhos que
dão nome a esta revista se encontram acompanhados por três estrelas
douradas, no caso do Comodoro, e duas, no caso do Vice-Comodoro.
Foi uma cerimónia memorável, brindada ainda por uma noite magnifica,
em que as palavras de agradecimento e reconhecimento por parte
dos três presidentes que o Comodoro Horta e Costa acompanhou,
Presidente Magalhães, Presidente Matoso e eu, bem como os discursos
do Presidente da Assembleia Geral. Vasco Pinto Basto, e do Comodoro
Honorário, Patrick Monteiro de Barros, ambos lidos por mim próprio
devido à ausência de ambos por motivos pessoais, foram muito fortemente
sentidas não apenas pelo comodoro Horta e Costa, bem como pela
sua família, presente em grande número e em três gerações. Tal como
tive oportunidade de referir na noite da cerimónia, muito agradeço ao
Comodoro Horta e Costa tudo o que fez pelo nosso clube, e desejo um
excelente mandato ao Comodoro Matoso.
Convido, também, os sócios do CNC a lerem a entrevista publicada
nesta edição com o nosso sócio Gastão Brum, uma lenda viva da vela,
e da história da vela brasileira e sul americana, e muito nos orgulha em
poder contar com ele nas nossas fileiras já de há uns anos a esta parte.
O Gastão Brun, e a sua mulher Ângela, não só marcam presença assídua
do nosso clube, como são excelentes embaixadores do Clube Naval de
Cascais no Rio de Janeiro.
A emoção de ver de novo a classe Dragão em Cascais foi muito grande.
Após mais de uma década de regatas de altíssimo nível em Cascais, por
diversos motivos, a classe Dragão deixou de ser uma presença assídua no
nosso clube. Por via de uma renovação geracional, e da opção por parte
da classe em fazer regatas em locais de menor intensidade de vento e de
mar, levou a que Cascais e o Clube Naval de Cascais deixassem de ser
uma primeira opção para esta classe.
O XXV Troféu Sua Majestade Rei Juan Carlos de Espanha trouxe de
novo a Cascais alguns dos melhores velejadores da classe da actualidade.
Foi com enorme júbilo que vimos o nosso colega da Comissão Executiva,
Pedro Mendes Leal, acompanhado dos nossos sócios Pedro Andrade e
Jorge Ferlov, ser apenas o quarto português a vencer este troféu em vinte
e cinco anos, depois do nosso saudoso António Mardel Correia (Noni), e
dos comodoros Patrick Monteiro de Barros e José Sotto Mayor Matoso.
Uma nota, igualmente, para a classe 49er! Sendo a nossa única classe
apurada para os próximos Jogos Olímpicos, através dos nossos atleta Jorge
Lima e José Costa, congregando ainda as esperanças olímpicas Tomás
Barreto e Afonso Prieto, para além das já praticamente Portuguesas
Kim e Ceci, a classe 49er foi capaz de reunir em Cascais um enorme
número de equipas Olímpicas e Pré-Olímpicas, que fizeram do Centro
de Treinos de Alto Rendimento do CNC o centro mundial de treino
da classe. E foi assim que desfrutámos do privilégio de ter em Cascais
equipadas dos Estados Unidos da América, Brasil, Peru, Uruguai, Argentina,
Reino Unido, Alemanha, Espanha, Singapura, França… Foi
uma enorme honra para Cascais e para o CNC poder acolher tantos
atletas de alta competição.
Por fim, nota de destaque para os melhores resultados alcançados pelos
velejadores do nosso clube: Francisco Uva Sancho foi Campeão de
Portugal de Juvenis; Augusto Castelo Branco é o novo Vice-Campeão
de Portugal de Juvenis; Pedro e Sofia Barreto sagraram-se Campeões
Nacionais da Classe Snipe; Pedro Rebelo de Andrade, Manuel Durães
Rocha e Charles Nankin foram os vencedores do Marblehead Trophy;
Bernardo Freitas venceu o Portugal Dragon Grand Prix; Frederico Melo
sagrou-se Campeão Europeu da Classe Star; Pedro Rebelo de Andrade
e Afonso Domingos venceam a Dragon European Cup; e Filipe Silva é
Vice-Campeão Eeuropeu Master em Finn. A todos, parabéns!
4
Hippocampus
Dear Members,
AS WE APPROACH THE GATES OF WINTER, AND WITH AUTUMN COMING TO AN END, I WILL MAKE IN THIS
EDITORIAL A SUMMARY OF OUR YEAR 2020, THE YEAR OF THE INFAMOUS PANDEMIC.
As I mentioned in the editorial of the previous edition of Hippocampus,
nobody would have imagined that 2020 would be the
year it was. Everything was transfigured and everything was unequal.
Here, in our Clube Naval de Cascais, despite the non-existence of
international championships, which, since the beginning of this
century, have become a permanent reality in our club, we have tried
to maintain the activity on all possible fronts since the beginning
of the deconfinement.
With the appropriate limitations to our recent reality, CNCascais
enjoyed a summer and a sailing school campaign like it had not
been for many years. As a consequence of the families’ limitations
in travelling, we had the CNC Sailing School totally occupied for
eleven weeks, counting this year with the services not only of the
indispensable Optimist, but also of Laser Pico, Laser Bahia, Hobbie
Cat, Sprintos, sailing boards, paddle boards, kayaks and the brand
new Sunfish, which were kindly lent to us by our member Andre
Grey, who represents this class in Portugal. It was, without any
doubt, a sailing party.
Only with an absolutely fantastic team, including all our staff
without exception, from the coaches to the support staff, passing
through the tireless volunteers, was it possible to carry out these
eleven weeks in the way they went - and with such remarkable adherence
and participation. Eleven weeks during which everything went
perfectly, and I am sure that the 750 children and 100 adults who
passed through our sailing school during this period will keep as a
perpetual memory the nautical experience they lived this summer of
2020, so particular and limiting. Also, I could not fail to highlight,
in writing, a special note for the coordinator of the Sailing School,
Fernanda Hoffmann, who led a large team of professionals during
these unforgettable eleven weeks.
On the other hand, it was during the month of September when
the Commodores’ Dinner took place, that the Executive Committee
that accompanied the second and third mandates of Commodore
Horta e Costa had the opportunity to cherish him with a farewell
dinner, in which sixty members and guests were able to attend
the flag ceremony. As provided in our statutes, the Commodore
of Clube Naval de Cascais, as well as his Vice-Commodore, enjoy
the privilege of having a special flag, where the seahorses that give
name to this magazine are accompanied by three gold stars, in the
case of Commodore, and two, in the case of the Vice-Commodore.
It was a memorable ceremony, also toasted by a magnificent evening,
in which the words of thanks and recognition from the three
presidents that Commodore Horta e Costa accompanied, President
Magalhães, President Matoso and myself, as well as the speeches of
the President of the General Assembly, Vasco Pinto Basto, and the
Honorary Commodore, Patrick Monteiro de Barros, both read by
myself due to the absence of both for personal reasons, were very
strongly felt not only by Commodore Horta e Costa, but also by his
family, present in great number and in three generations. As I had
the opportunity to mention on the night of the ceremony, I thank
Commodore Horta e Costa very much for all he has done for our
club, and wish Commodore Matoso an excellent mandate.
I also invite the members of the CNC to read the interview published
in this edition with our partner Gastão Brun, a living legend
of sailing, and the history of Brazilian and South American sailing,
and we are very proud to be able to count on him in our ranks for
some years now. Gastão Brun, and his wife Angela, are not only a
regular member of our club, but are also excellent ambassadors of
Clube Naval de Cascais in Rio de Janeiro.
The thrill of seeing the Dragon class in Cascais again was immense.
After more than a decade of very top level regattas in Cascais, for
several reasons, the Dragon class is no longer an assiduous presence
in our club. Due to a generational renovation, and the class’s option
to race in places with less wind and sea intensity, Cascais and Clube
Naval de Cascais were no longer a first option for this class.
The XXV HM King Juan Carlos Trophy of Spain brought back
to Cascais some of the best sailors in the class today. It was with
great joy that we saw our colleague from the Executive Committee,
Pedro Mendes Leal, accompanied by our members Pedro Andrade
and Jorge Ferlov, being only the fourth Portuguese to win this
trophy in twenty-five years, after our late António Mardel Correia
(Noni), and the Commodores Patrick Monteiro de Barros and José
Sotto Mayor Matoso.
A note, also, for the 49er Class! Being our only class for the next
Olympic Games, through our athletes Jorge Lima and José Costa,
reuniting also the Olympic hopes Tomás Barreto and Afonso Prieto,
in addition to the already practically Portuguese Kim and Ceci, the
49er class was able to gather in Cascais a huge number of Olympic
and Pre-Olympic teams, which made the CNC High Performance
Training Centre the world training centre of the class. And that is
how we enjoyed the privilege of having in Cascais teams from the
United States of America, Brazil, Peru, Uruguay, Argentina, United
Kingdom, Germany, Spain, Singapore, France... It was an enormous
honour for Cascais and for the CNC to be able to welcome so many
top level competition athletes.
Finally, a note of prominence for the best results achieved by the
sailors of our club: Francisco Uva Sancho was the Portuguese Youth
Champion; Augusto Castelo Branco is the new Portuguese Vice-
-Champion; Pedro and Sofia Barreto were the Portuguese National
Champions of Snipe Class; Pedro Rebelo de Andrade, Manuel Durães
Rocha and Charles Nankin were the winners of the Marblehead
Trophy; Bernardo Freitas won the Portugal Dragon Grand Prix;
Frederico Melo was European Champion of Star Class; Pedro Rebelo
de Andrade and Afonso Domingos won the Dragon European Cup;
and Filipe Silva is Vice-Champion European Master in Finn Class.
To all, congratulations!
Clube Naval de CASCAIS 5
NOTÍCIAS
Patrick Monteiro de Barros dominador
OReal Club Náutico de Sanxenxo e a Associação dos
Armadores da Classe 6 Metros Espanha têm sido os organizadores
da Volvo Autesa Cup, regata que comemora o V
Centenário da primeira volta ao mundo. A edição deste ano
do evento, realizada em Sanxenxo, foi, igualmente, a primeira
prova de 2020 da Taça de Espanha da classe de 6 metros,
tendo como vencedores, neste regresso da frota à competição,
o Bribon 500, do timoneiro galego Pedro Campos, e o Seljm,
de Patrick Monteiro de Barros, sócio e Comodoro Honorário
do Clube Naval de Cascais.
No último dia de competição, a Comissão de Regatas deu a
primeira largada no horário previsto, 12h30, contudo, após
a classe Open ter rondado a primeira baliza do percurso, foi
decidido anular a prova devido a uma queda abrupta na intensidade
do vento, acompanhada de um grande salto da respectiva
direcção. Depois de esperar cerca de uma hora para que as
condições fossem adequadas para navegar, foi dado sinal de
largada para a única regata do dia: com vento de Oeste, ambas
as categorias iniciaram um percurso que teve de ser encurtado,
após nova queda de intensidade do vento.
Na categoria Open, o Seljm, de Patrick Monteiro de Barros,
não deu quaisquer hipóteses aos seus rivais, liderando a regata
e conquistando, também, o primeiro lugar da classificação
geral, que confirmou o seu triunfo sem máculas em Sanxenxo.
Dragões do CNC em destaque na Bélgica
Afrota de Dragão regressou à acção na Europa de 13
a 16 de Agosto, com a realização do Campeonato
Nacional da Bélgic da Classe. Uma competição que
contou com a presença de Pedro Rebelo de Andrade,
vencedor da última Dragon Gold Cup, e de Charles
Nakin, ambos sócios do Clube Naval de Cascais, a
bordo do Venus, que terminou o evento na terceira
posição. O CNC também esteve representado pelo
seu sócio Guy Celis, aos comandos do White Pearl,
que terminou no quinto lugar de um campeonato em
que os vencedores foram Andy Beadsworth, Simon
Fry e Arda Baykal, a bordo do Provezza.
8
Hippocampus
CNC estabelece acordo
de reciprocidade com KSSS
OClube Naval de Cascais e o KSSS -
Royal Swedish Yacht Club passam
a estar unidos através de um acordo de
reciprocidade com óbvios benefícios para
as duas reputadas instituições e seus
sócios. A formalização do KSSS como
clube correspondente do CNC teve lugar
em Estocolmo, na sede do clube Sueco,
contando com a assinatura presencial de
Gonçalo Esteves, Presidente do Clube
Naval de Cascais, e de Patrik Salén, Comodoro
do Royal Swedish Yacht Club.
Fórmula Foil:
CNC brilha em
Portimão
Decorreu de 6 a 9 de Agosto último,
em Portimão, o Campeonato Nacional
de Fórmula Foil em Portimão. O Clube
Naval de Cascais esteve representado
por Martim Monteiro, terceiro da Geral;
por Rui Borges de Sousa, quinto da geral
e primeiro classificado Grand Master;
por José Pedro Monteiro, sexto da geral
e primeiro classificado Veterano; e por
Miguel Dória, décimo primeiro da lugar.
Carlos Azevedo, Filipe Clérigo e Rui Caldas
Barreiro, igualmente sócios do CNC,
não conseguiram participar no evento
por motivo de avarias nas respectivas
pranchas.
Estará patente até ao último dia do ano
em curso a exposição “Maria da Graça
Amado da Cunha – Uma presença singular
no meio musical português”. Como o seu
próprio nome indica, dedicada à grande
pianista, que se destacou pela defesa e
pela divulgação da música portuguesa,
esta exposição pretende desvendar a história
desta extraordinária intérprete, que
desde cedo despertou a atenção de figuras
como José Viana da Mota, Luís de Freitas
Branco, Francine Benoit ou Fernando
Lopes-Graça.
Presença única
Trata-se de uma mostra documental,
assente no espólio doado pela família e incorporado
no Museu da Música Portuguesa
em 2011, tendo a investigação em torno
deste acervo contado com a colaboração do
INET-MD (Instituto de Etnomusicologia -
Música e Dança) e do CESEM (Centro de
Estudos de Sociologia e Estética Musical).
A exposição pode ser apreciada no Museu
da Música Portuguesa - Casa Verdades
de Faria, situado na Av. Sabóia, 1146,
no Estoril, de terça-feira a Domingo, das
10h00-13h00 e das 14h00-18h00.
Frederico Melo
Campeão
Europeu de Star
Foi em Garda, Itália, no passado dia 1 de
Novembro, que Frederico Melo se sagrou
Campeão Europeu da classe Star. Depois
de, em 2019, então com Mateusz Kusznierewicz,
ter terminado o Campeonato
da Europa de Star na quarta posição,
em 2020, e desta feita com Piet Eckert,
ascendeu ao lugar mais alto do pódio.
Clube Naval de CASCAIS 9
NOTÍCIAS
CNC no Campeonato de Portugal de Juniores e Absoluto
Decorreu em Leixões, entre 1 e 5 de Outubro, o Campeonato de
Portugal de Juniores e Absoluto, o qual contou com a participação
do Clube Naval de Cascais nas classes 420, Laser Radial e Hansa 303.
Na Classe 420, o CNC fez-se representar por quatro barcos, com Guilherme
Gomes e Patrícia Bastos a terminarem na 6ª posição, Sebastião
Ramirez e Tomás Gray no 11º posto, Francisco Camacho e Filipe Ribeiro
Ferreira no 15o lugar, e Katharina Leite e Mafalda Cruz no 27º lugar.
Na classe Laser Radial, Zilas Nascimento conquistou o terceiro posto
da classificação geral, logo seguido de Max de Groot, em quarto,
cabendo a Ricardo Rodrigues a sexta posição, a Francisco Cai-Água
a 10ª, a Pedro Garcia a 11ª, a Peter Lekszycki a 13ª e a Manuel Cruz
a 15ª. Já na classe Hansa 303, Pedro Reis sagrou-se Vice-Campeão,
fiando na quinta posição Daniel Cunha, e no sétimo posto Teodoro
Cândido.
Prova de confiança:
250 estrelas no Estoril Classics 2020
Embora sem público, devido às razões de
todos conhecidas, mas com os amantes
do desporto motorizado a poderem
acompanhar o programa através de live
streaming, a edição deste ano do Estoril
Classics assumiu-se como um rotundo
sucesso. Trouxe ao Circuito do Estoril mais
de 250 automóveis históricos de competição,
e equipas de mais de vinte diferentes
nacionalidades, assim confirmando este
como um dos maiores e melhores eventos
de clássicos a nível mundial.
Frederico Almeida Nunes, vereador da
Câmara Municipal de Cascais, referia a
propósito: “A confiança depositada em
Cascais, para acolher esta iniciativa
em pleno período de pandemia, ainda
que sem a presença física do público,
demonstra bem o reconhecimento da
capacidade organizativa de Cascais
para receber grandes eventos internacionais,
e a capacidade de resposta que
o município tem vindo a desenvolver
para garantir níveis de segurança e de
combate à pandemia”. O autarca com o
pelouro do Desporto na CMC salientava,
ainda, que “eventos como o Estoril Classics,
para além de posicionarem Cascais
no panorama dos eventos desportivos
de referência a nível mundial, assumem
um papel fundamental no contribuir
para uma economia local mais forte”.
Não é, pois, demais salientar que esta é já
uma iniciativa de referência para os amantes
do automobilismo, levada a cabo num
circuito de referência, carregado de história.
O mesmo que viu Niki Lauda conquistar o
seu último título mundial, num duelo com
Alain Prost, em Outubro de 1984, ambos
em representação da McLaren; o mesmo
que, há 35 anos, viu Ayrton Senna, vestindo
já o fato da Lotus, conquistar a sua primeira
vitória na Fórmula 1, debaixo de uma chuva
inolvidável; e o mesmo onde o piloto de
motociclismo Jorge Lorenzo conquistou a
sua primeira vitória em MotoGP.
Não será, aliás, por acaso que, ao longo
dos anos, o Circuito do Estoril tem vindo
a ser palco das mais diferentes competições
nas categorias de automobilismo e
motociclismo. As condições oferecidas
pela infraestrutura, e por Cascais, têm
vindo a colocar o Circuito do Estoril
como um dos principais palcos do desporto
motorizado, para tal contribuindo,
igualmente, o facto de estar inserido
numa região com uma grande riqueza
natural e cultural, com opções turísticas
de elevada qualidade, e que goza também
de uma proximidade com o Aeródromo
Municipal de Cascais – por se encontrar
esta infraestrutura preparada para receber
tráfego internacional, acaba por colocar o
Circuito do Estoril como um local com
todas as condições para acolher eventos
desportivos de topo.
10
Hippocampus
DOM PEDRO
DIGITALMEETINGS
EVENTOSHÍBRIDOSEVIRTUAIS?
NÓSOFERECEMOSASOLUÇÃO
NohotelDom PedroLisboaépossivelvirtualizarumareuniãodeempresa,umaapresentaçãodeprodutoou
omaiscomplexocongresso,com novassoluçõesdecenografiaem LedwalouChromakey,mecânicas
interativasestreaming.
Temossoluçõeschavenamão,oueventos“àlacarte”com asmaisatuaisplataformasparareuniõesvirtuais,
quepermitem juntaraplateiafísicaàvirtual.
FAÇAOSEUPEDIDO:lisboa.evmanager@dompedro.com .+351213896600.www.dompedro.com .
dompedrohotels
NOTÍCIAS
Martim Monteiro
Campeão
Nacional
de Windsurf
Slalom
Martim Monteiro, atleta do Clube
Naval de Cascais, sagrou-se Campeão
Nacional de Windsurf Slalom! O campeonato
disputou-se, este ano, numa só
etapa, entre 30 de Julho e 2 de Agosto,
tendo o local escolhido para o efeito
sido o Algarve, mais concretamente a
Praia do Martinhal, em Sagres – onde
Martim Monteiro, além do título na
disciplina de Slalom, também conseguiu
arrebatar o terceiro lugar do pódio da
classificação geral.
Mas os resultados foram mais do que
meritórios para todos os winsurfistas
do CNCascais presentes no evento:
Francesco Orsi foi 8º classificado, José
Pedro Monteiro 10º, Rui Silva 14º, Nuno
Esteves 30º e Nuno Jardim 32º.
Filipe Silva Vice-Campeão Europeu de Finn
OCampeonato Europeu da Classe Finn
teve este ano um formato diferente
do habitual, por ter juntado, no mesmo
evento, as frotas sub 23 e Master, e os velejadores
da classe Open. A competição teve
lugar em Gdynia, na Polónia, ao longo
da primeira semana de Setembro, com a
frota a ser brindada com ventos entre os
10-18 nós de intensidade e acentuadas
oscilações de direcção.
Filipe Silva, velejador do Clube Naval
de Cascais, que este ano defendia o título
de Campeão da Europa da Classe Finn
na categoria de Masters, conquistado na
anterior edição do evento, acabou por ser
batido pelo Croata Milan Vujasinovic,
que, habitualmente, compete na categoria
Open. Filipe Silva terminou o campeonato
na 37ª posição da classificação
geral, e segundo na categoria de Masters,
sagrando-se, assim, Vice-Campeão Europeu
na sua classe.
Cruzeiros do CNC no Campeonato Regional de ORC
Decorreu de 5 a 6 de Setembro o Campeonato
Regional da Classe ORC, organizado pela
Associação Naval de Lisboa e divido em dois
dias. No primeiro, a frota completou uma regata
costeira; no segundo, por falta de condições
meteorológicas, não se conseguiram realizar as
regatas de barlavento-sotavento.
Na divisão A, o Rational – German Kitchens, de
Miguel Graça, sócio do Clube Naval de Cascais,
terminou na terceira posição, seguido do Giulietta
2 – Marina de Cascais, de Alexandre Kossack. Já
na divisão B esteve o Vicky, de Augusto Castelo
Branco, que terminou o campeonato na sétima
posição.
12
Hippocampus
II edição da Liga Vela Portugal
Organizada pela BBDouro e pela Sail-
Cascais, e contando com o patrocínio
da Lusíadas Saúde, a segunda edição da Liga
Vela Portugal decorreu em Vila Nova de Gaia,
entre 19 e 20 de Setembro. Um evento em que
a equipa Youth Team Portugal – 98.1 Rádio
Marginal, do Clube Naval de Cascais, voltou
a competir neste formato, depois de terminar
no 17º lugar a qualificação europeia realizada
em Tutzing, na Alemanha.
A formação cascalense, composta por Henrique
Brites, Bernardo Torres Pêgo, Luís
Pinheiro e Rafael Rodrigues, entrou em
competição muito motivada no primeiro
dia, apurando-se para as fases finais. Já no
segundo dia, e tendo em conta a instabilidade
do vento, a jovem equipa do CNC conseguiu
igualar o resultado do ano anterior, terminando
o campeonato na quarta posição. Os
grandes vencedores foram Martinho, Manuel
e Marta Fortunato, acompanhados de Frederico
Baptista e em representar do Clube de
Vela de Lagos.
CNC no pódio na Women on Water
Depois da sua edição de estreia se
ter realizado em Cascais, no ano
passado, a Women on Water rumou, em
2020, a Vila Nova de Gaia, onde, de 11
a 13 de Setembro, foi disputada a sua
segunda edição, organizada pela Sailcascais
BBDouro, e com o patrocínio da
Lusíadas Saúde. Um campeonato que foi
disputado por onze equipas, perfazendo
um total de 44 participantes, e no qual o
Clube Naval de Cascais, naturalmente,
não podia deixar de estar representado.
Mariana Lobato, sócia do CNC, em
conjunto com Mafalda Pires de Lima,
Matilde Pinheiro de Melo e Mariana
Freitas, a bordo do Faith on, terminou
o evento na segunda posição da
geral, atrás da formação composta por
Francisca Barros, Inês Torres, Mariana
Almeida e Rita Rocha. Já Teresa Borges
Coutinho, aos comandos do Cheers, e
acompanhada de Mafalda Barros, Rita
Borges Coutinho e Mariana Almada,
terminaram o campeonato na quinta
posição.
Destaque, ainda, para a experiente
equipa Miúdas, composta por Sofia
Regojo, Marta Melo, Ingrid Fortunato
e Ana Champalimaud, que garantiu o
sexto lugar final. Já na oitava posição
ficou a equipa We Can, de Inês Nolasco,
Sara Matta, Inês Gamito e Maria João
Passarinho.
Clube Naval de CASCAIS 13
NOTÍCIAS
CNC bem representado
em Imperia
Dez barcos da classe Dragão participaram
na Imperia International Sailing
Week de 2020, evento em que foi possível
realizar oito regatas longo de três dias
de prova, com uma ampla variedade de
condições. A liderar desde o início esteve
a extremamente experiente formação do
“RocknRolla”, dirigida por Dmitry Samokhin,
acompanhado de Kasper Hasberg
e Andrey Kirilyuk: uma equipa de ponta,
que conseguiu vencer todas as três regatas
do dia de abertura, e que adicionou, de
seguida, mais duas vitórias no segundo
dia de competição.
Boa vantagem para o RUS 76 enquanto
a frota se aproxima da porta de sotavento.
A navegar bem estava, igualmente, o leme
suíço Wolf Waschelihn, no “1 Quick 1”
SUI 318, tripulado por Bernardo Freitas,
sócio do Clube Naval de Cascais e vencedor
das European Cup Finals em 2019, e pelo
seu companheiro português João Vidinha
(vencedor da Gold Cup). Esta excelente
equipa manteve a pressão sobre os líderes
ao longo de toda o campeonato, e acabou
por terminar com 12 pontos, apenas menos
CNC vitorioso na Dragon Vilamoura Cup
Devido ao cancelamento da Dragon
Gold Cup, a classe Dragão, em conjunto
com a Vilamoura Sailing, criou a
Dragon Vilamoura Cup, troféu com as
mesmas características da Gold Cup (uma
regata por dia, com um tempo aproximado
de 120 minutos), que se disputou
no Algarve, mais concretamente em Vilamoura,
entre 5 e 11 de Outubro. Neste
campeonato dedicado à frota de Dragão,
o grande vencedor foi Pedro Rebelo de
Andrade, sócio do Clube Naval de Cascais,
acompanhado de Gonçalo Ribeiro,
João Matos Rosa e Beatriz Gago.
O pódio contou ainda com outro representante
do CNC, já que o terceiro
lugar final coube ao Sophie Racing, de
Hugo Stenbeck, que fez tripulação com
Martin Westerdhal e Bernardo Freitas.
O CNCascais esteve ainda representado
dois do que os vencedores, contando com
três vitórias no campeonato.
O terceiro lugar geral foi para a melhor
equipa italiana liderada por Giuseppe
Duca, tripulado por Salvatore Eulisse e
e Vittorio Zaoli. Depois de descartado
um quarto lugar na regata de abertura,
Giuseppe Duca e a sua tripulação nunca
ficaram fora dos três primeiros barcos,
provando bem o merecimento do seu
lugar no pódio.
pela Youth Team Portugal – 98.1 Rádio
Marginal, equipa composta por Bernardo
Torres Pêgo, Henrique Brites, Rafael
Rodrigues e Luís Pinheiro, no que foi a
estreia desta formação num campeonato
de Dragão, em que terminou no sétimo
posto da classificação geral.
Pedro
e Sofia Barreto
Campeões
Nacionais
de Snipe
Foi em meados de Setembro que decorreu,
no Clube de Vela Atlântico, o
Campeonato Nacional da Classe Snipe.
Mais uma vez, o Clube Naval de Cascais
esteve representado em peso, não só pelos
habituées da classe, como por novos velejadores
que estão a dar os seus primeiros
passos neste tipo de embarcação.
Pedro e Sofia Barreto sagraram-se
Campeões Nacionais depois de disputadas
quatro regatas. No terceiro lugar,
e conquistando o título de Campeão
Nacional na categoria Júnior, ficaram
Guilherme Gomes e Vasco Veras (SAD).
Referência, ainda, para o 11º lugar de
Miguel Graça e João Lopes (ANL), para o
12º de Luis Guedes de Queiroz e Gonçalo
Barreto, paea o 15º de Henrique Brites e
Phill Kempe, e para o 19º de Bernardo e
Filipe Loureiro.
14
Hippocampus
NOTÍCIAS
Marblehead
Trophy de novo
em Portugal
em 2021
Vilamoura acolheu, entre 29 e 31 de
Outubro, a edição deste ano do Marblehead
Trophy, icónica prova da classe
Dragão disputada por clubes e inserida
no calendário activo de regatas em
Portugal. O grande vencedor foi Pedro
Rebelo de Andrade, acompanhado de
Manuel Rocha e Charles Nankin, assim
garantindo que, em 2021, o evento volta
a ser realizado em águas lusas.
O Clube Naval de Cascais esteve representado
pela equipa de Pedro Mendes
Leal, com Jorge Ferlov e João Vidinha,
que terminaram o campeonato na décima
primeira posição da classificação
geral. Menção, ainda, para os dócios
do CNC que participaram na competição,
mas alinhando por outros
clubes: Afonso Domingo e Filipe Silva
conquistaram o quarto lugar; Bernardo
Freitas assegurou a sexta posição; e
Wouter Ter Wolde e João Matos Rosa
foram décimos segundos.
CNC na estreia
de Aos Bordos
p’lo Algarve
Foi entre 24 e 26 de Julho que teve
lugar a edição inaugural da regata Aos
Bordos p’lo Algarve, prova de cruzeiros,
dividida nas classes ORC e NHC,
disputada entre Albufeira e Lagos,
numa exetensão de 40 milhas. O Clube
Naval de Cascais esteve representado
em ambas as classes: em ORC, o terceiro
lugar foi para o Rational Kitchens, de
Miguel Graça, ficando na sexta posição
o Extreme, de Carlos Azevedo; já em
NHC, o Metralha, de Jozé Vozone,
terminou na quinta posição.
Diogo Cayolla e Nuno Barreto
na Toscana
Após o cancelamento da Rolex Swan Cup, em Porto Cervo, a classe decidiu criar um
novo evento desportivo na Marina de Scarlino, em Itália: o Swan Tuscany Challange
2020. O Clube Naval de Cascais esteve representado na Class Swan 36 em dois barcos,
e com excelentes resultados: o primeiro lugar da classificação geral foi conquistado pelo
Thirtysix, de Riccardo e Edoardo Ferragamo, e que contou com o apoio de Diogo Cayolla,
sócio do Clube Naval de Cascais; cabendo a segunda posição ao Hurakan, de Marco
Serafini, que teve a bordo Nuno Barreto, também ele sócio do CNCascais.
Pedro Rebelo de Andrade
dominador em Dragão
Ocircuito europeu da classe Dragão
ficou, em 2020, resumido a uma
única prova, o International Dragon Portuguese
Grand Prix, dispoutado em Vilamoura,
entre 2 e 7 de Novembro últimos.
Uma semana em que as estrelas da classe
Dragão disputaram a Dragon European
Cup, composta por cinco dias de regatas
de frota, e dois dias de regatas knock-out
finais e arbitradas.
O sucesso na qualificação sorriu ao vencedor
da Dragon European Cup de 2019, o
Sophie Racing, comandado por Bernardo
Freitas, na companhia de Diogo Pereira
e Martin Westerdhal, seguido do barco
Venus, capitaneado por Pedro Rebelo de
Andrade, que fez equipa com Kim Andersen
e Afonso Domingo, cabendo o 11º lugar ao
Olinghi, de Wouter Ten Wolde, com João
Matos Rosa e Gonçalo Ribeiro. Nas finais,
as posições inverteram-se, tendo a equipa de
Pedro Rebelo de Andrade levado a melhor
sobre a formação de Bernardo Freitas, assim
sagrando-se como o novo campeão da Dragon
European Cup. De notar o excelente
ano que Pedro Rebelo de Andrade está a
realizar: em 2019 venceu a Dragon Gold
Cup, em 2020 arrecadou mais três títulos:
King Juan Carlos Trophy, Marblehead
Trophy e Dragon European Cup.
16
Hippocampus
Paulo Mirpuri, presidente da
Mirpuri Foundation, presenteou,
no início do passado
mês de Setembro, o Clube Naval
de Cascais com um meio casco
do “Racing For The Planet”, réplica
do barco com que a Mirpuri
Foundation irá participar na The
Ocean Race com a bandeira do
CNCascais. A equipa entrará na
próxima edição da mais célebre
regata de circum-navegação do
planeta prometendo não só competitividade
e uma intensa luta
pelo troféu, mas, também, e muito
especialmente, um foco na luta
contra as alterações climáticas.
Paulo Mirpuri brinda CNC com
“Racing For The Planet”
CNC domina Troféu D. Pedro V
AAssociação Naval de Lisboa, em colaboração
com o Clube Náutico de
Almada, levou a cabo, no fim-de-semana
de 19 e 20 de Setembro, o Troféu D. Pedro
V, prova a contar para o Circuito Offshore,
nas classes ANC e ORC, em dois tripulantes
ou tripulação completa. No Sábado, a
regata ligou Lisboa a Sesimbra, e o vento
soprou com cerca de 12-14 nós do quadrante
Sudoeste, o que permitiu desfrutar de um
excelente de dia de mar.
À chegada ao Cabo Espichel, o vento caiu
para 6 nós e os barcos que optaram por
uma aproximação a Sesimbra mais pelo
mar, tiveram mais pressão, mas ganharam
larga vantagem. No Domingo, as previsões
de vento não eram muito animadoras, com
a largada a ser dada com cerca de 6 nós,
mas o Giulietta 2 de Alexandre Kossack,
e o Rational-German Kitchens, de Miguel
Graça, destacaram-se da frota e foram os
primeiros a rondar o Cabo Espichel, seguindo
em direcção à chegada, localizada
em Oeiras, com o grande vencedor na
classe ORC a ser o Giullietta 2, seguido
do Rational – German Kitchens.
Clube Naval de CASCAIS 17
NOTÍCIAS
Clube Naval de Cascais na limpeza subaquática
ODia Internacional de Limpeza Costeira,
também decorreu debaixo de
água. Por isso, a 26 de Setembro último,
numa acção conjunta da Câmara Municipal
de Cascais e do Clube Naval de
Cascais, que contou, também, com a
colaboração do Claro Cascais e da Sailors
for the Sea - Portugal, foram recolhidos
por quinze mergulhadores 115kg de lixo,
encontrando-se entre os itens recolhidos,
por exemplo, armadilhas de rede e covos
de plástico; garrafas de vidro e plástico;
dois pneus; um fragmento de bandeira; e
cabos diversos, entre outro lixo e detritos
encontrados.
CNC na Sailing Champions League
Decorreu no lago Starnberger, em Tutzing, Alemanha de 20 a
23 de Agosto, a qualificação para a Sailing Champions League,
tendo o Clube Naval de Cascais sido representado no evento
por Henrique Brites, Bernardo Torres Pêgo, Rafael Rodrigues e
Luís Pinheiro. A jovem equipa Campeã Nacional da Classe SB20
disputou ao mais alto nível as vagas para a prova final da Liga dos
Campeões, a decorrer em Porto Cervo, Itália, mas, apesar dos onze
lugares disponíveis para a prova final, a formação do CNCascais
terminou esta qualificação na 17ª posição.
Bernardo Torres Pêgo comentou: “Tivemos o ano passado, em
Kiel, a primeira experiência neste formato, com a Liga dos
Campeões Júnior, embora com uma equipa diferente, mas o
mesmo skipper – Henrique Brites. Este campo de regatas é um
pouco complicado, uma vez que estamos habituados a ventos
fortes em Cascais, e aqui só temos competido com ventos muito
fracos. Contudo, foi uma experiência incrível”. A vitória nesta
qualificação coube ao Württembergischer Yacht-Club, seguido do
Norddeutscher Regatta Verein, clube correspondente do CNC,
cabendo o mais baixo do pódio ao Clube Bordée de Tribord.
18
Hippocampus
6m de regresso a Sanxenxo
Após um longo período de seis meses
sem regatas, os 6m regressaram
a Sanxenxo para disputar a Regata de
la Amistad. Evento que contou com a
organização do Real Clube Nautico de
Sanxenxo, e com o patrocínio do Clube
Naval de Cascais e do Seljm – SICSA.
Aliás, o grande vencedor deste troféu
foi mesmo Patrick Monteiro de Barros,
Comodoro Honorário do CNC, aos
comandos do Seljm, que contou ainda
na sua tripulação com Álvaro Marinho,
Rodrigo Vantacich, Henrique Anjos e João
Matos Rosa. Em segundo lugar ficou o
Berta, capitaneado por Paulo Mirpuri,
acompanhado de Bernardo Freitas, Frederico
Pinheiro de Melo, Hugo Rocha e
Lino Perez.
Royal Southern
Yacht Club
correspondente
do CNC
O Clube Naval de Cascais tem mais um
Clube Correspondente. Trata-se do Royal
Southern Yacht Club. fundado em 1837 e
situado junto ao rio Hamble, em Hampshire,
Inglaterra. O acordo de reciprocidade
entre os dois clubes foi assinado
em Inglaterra, pelo Presidente do Clube
Naval de Cascais, Gonçalo Esteves, e pelo
Comodoro do Royal Southern Yacht Club,
Graham Nixon.
Em prol da literatura
Aliteratura clássica e universal é o mote
do ciclo-seminário concebido pela
Cátedra Cascais Interartes e dedicado
às grandes obras literárias da cultura
ocidental – desde as suas mais remotas
origens, marcada pela presença do texto,
de Homero à Bíblia, com inúmeras obras
a resistirem à passagem do tempo, dando
corpo a um cânone ao qual se convencionou
chamar os “clássicos”. A decorrer
até 5 de Junho de 2021, no Auditório do
Centro Cultural de Cascais, este seminário
permanente contará com a participação de
reputados especialistas, que irão ajudar a
compreender melhor a razão pelas quais
determinados textos conseguiram integrar
o nosso tecido cultural comum, tendo uma
periodicidade mensal, sempre ao Sábado,
pelas 17h00, sendo as sessões transmitidas
em directo via stream.
CNC no Europeu
de 49er de 2020
O lago de Attersee, na Áustria, acolheu,
entre 26 de Setembro a 4 de Outubro, o
Campeonato da Europa da classe 49er, no
qual marcaram presença duas tripulações
de velejadores do Clube Naval de Cascais:
Jorge Lime e José Costa (apurados para
os Jogos Olímpicos de Tóquio), e Tomás
Barreto e João Prieto. Numa semana com
bastantes altos e baixos, mas que lhes permitiu
retomar o calendário competitivo de
preparação para as próximas olimpíadas, a
realizar em Agosto do próximo ano, Jorge
Lima e José Costa terminaram no 13ª lugar
final, com a dupla Tomás Barreto e João
Prieto a conquistarem a 18º posição final,
isto tendo competido na frota de ouro,
assim dando mostras do seu potencial
para o próximo ciclo olímpico.
Clube Naval de CASCAIS 19
Entrevista José Sotto Mayor Matoso
REFERÊNCIA
INCONTORNÁVEL
José Sotto Mayor Matoso é já, e por direito
próprio, um nome maior da história do Clube
Naval de Cascais. Emérito Dragonista,
tem estado presente em todos os momentos
decisivos para o clube nos últimos anos,
enquanto Vice-Presidente e Presidente.
E continuará a estar, agora enquanto Comodoro,
lugar que abordará sob uma nova perspectiva,
para desempenhar com renovada dinâmica.
Entrevista de fundo para melhor conhecer
o percurso, e os planos para o futuro, de quem
assegurou já o seu lugar nos anais do CNC
Fotos: JOÃO ALCOBIA E CNC
José Sotto Mayor Matoso nasceu em
Lisboa, é casado, pai de três filhos e conta
com uma longa, e profícua, carreira profissional
na área da administração de empresas,
em Portugal como no estrangeiro, ao longo
da qual passou por áreas como a banca, a
gestão de investimentos, a edição livreira ou
a hotelaria. Assim resumido, o seu percurso
pode indiciar uma aparente simplicidade, que
não faz jus à dedicação e competência que
colocou, e ao êxito que alcançou, em todos
os projectos que abraçou ao longo da vida.
O mesmo acontece com a sua ligação ao
Clube Naval de Cascais. Velejador desde
muito tenra idade, e com um invejável palmarés
na modalidade, tem sido uma das figuras
mais influentes e proeminentes do CNC – especialmente
na última década e meia, durante
a qual o clube registou um crescimento e um
desenvolvimento nunca antes vistos em 82
anos de história, tornando-se uma referência
incontornável entre os clubes náuticos não só
em Portugal, como no plano internacional.
Mas muito há ainda por fazer. E foi por isso
que, de forma unânime, o presente elenco
executivo considerou ser José Sotto Mayor
Matoso o elemento ideal para suceder a Miguel
Horta e Costa, e assumir as funções de
novo Comodoro do CNC, lugar para o qual
o nomeou em Junho último. Uma função
que, necessariamente, desempenhará com o
empenho que lhe é (re)conhecido, e, até de
forma distinta do que até aqui tem sido hábito,
já que, a partir de agora, o Comodoro passa a
ter assento na Comissão Executiva, por forma
a incrementar a sua ligação, e participação,
do dia-a-dia da instituição. Tudo razões mais
do que suficientes para uma entrevista de
fundo a alguém que como poucos conhecerá
a realidade do CNCascais, e não deixará de
partilhar a visão daquilo que se pretende seja
o seu crescimento futuro.
DE LISBOA PARA CASCAIS
Sócio do Clube Naval de Cascais desde 1972,
José Sotto Mayor Matoso não possui, ao
contrário de outros, uma ligação ancestral
nem ao clube, nem a Cascais, embora a vela, a
20
Hippocampus
região e o CNC estejam presente na sua vida
desde muito cedo. “Não tenho pergaminhos
familiares de sócios do CNC porque a
minha família era de Lisboa, tendo mudado
para Cascais nos anos de 1960. Por
outro lado, como o meu pai era oficial de
marinha, era sócio do CNOCA, o Clube
Náutico de Oficiais e Cadetes da Armada,
e não sócio de um clube tradicional – se o
fosse, então, provavelmente, seria sócio do
CNC ou da Associação Naval de Lisboa.
Mas as voltas que a vida dá acabaram por fazer
de José Sotto Mayor Matoso um verdadeiro
cascalense, e um autêntico homem do mar:
“Mudei-me definitivamente para Cascais
em 1963, quanto tinha dez anos, e antes
disso já andava à vela com o meu pai, que
tinha um iate de 33 pés. Lembro-me que a
minha primeira expedição náutica foi ir com
ele da doca de Belém até à Praia da Rocha,
teria uns sete anos, e foi algo de que nunca
mais me esquecerei. Recordo, perfeitamente,
de como andava ali agarrado às latas de
bolachas (que ainda eram de lata, nessa
altura, quadradas…). Enfim, era sempre a
descer, com as nortadas, num barco pesado
e grande, e aquilo fazia-se muito bem.
Estas são as minhas primeiras ideias de
estar na água. Aliás, formalmente, aprendi
a nadar ainda em Lisboa, numa instituição
que, felizmente, ainda existe, o Clube Nacional
de Natação, na zona do Rato, numa
água gélida de piscinas ao ar livre. Mas, na
verdade, onde eu aprendi a nadar foi à volta
do ‘Senhor da Piedade’, que era o nome do
barco do meu pai, com o arrais, que era o
Patrão Lopes, seu antigo subordinado na
aviação naval, em Belém – um homem de
mar, que esteve anos e anos como patrão
do barco. E eu com um cabo amarrado à
cintura, e ele a passear-me à volta do barco.
Lembro-me como se fosse hoje…”.
Depois, surgiu a paixão pela vela: “Por volta
dos meus 12, 13 anos é que comecei a andar
à vela. Em Belém, até porque em Cascais
ainda não existiam estas protecções, e a
actividade náutica decorria, basicamente,
nos meses de Verão. Fossem iates, Snipe ou
Dragões, com os barcos que havia aqui, o
que existia era uma pequena escola de vela.
Portanto, iniciei-me na vela em Lisboa, e
de uma forma muito moderna: não recordo
o nome, mas quem me ensinou a andar
à vela foi uma instrutora, uma rapariga,
que também era velejadora – e, na altura,
contavam-se pelos dedos das mãos as mulheres
que velejavam. Como tinha amigos
e primos em Lisboa, e que por lá velejavam,
apanhava o comboio em Cascais e ia até à
estação de Belém, para andar à vela”.
Naturalmente, as condições de então não
eram as mesmas que existem hoje, nomeadamente
no que diz respeito aos barcos
disponíveis para a formação na modalidade:
“Consegui arranjar um Snipe, com que me
iniciei na vela, que era da Brigada Naval. A
Brigada Naval era a secção náutica da Legião
Portuguesa, continuação da mocidade portuguesa.
O programa era andar ali no Tejo,
à vela, sair, aprender. Depois, herdei do meu
pai um barco que mais tarde oferecemos ao
clube, e que foi um dos primeiros barcos da
escola de vela capaz de levar mais do que
duas ou três pessoas, ainda em madeira.
Nessa época, a expedição mais bonita era ir
até à Cova do Vapor. Em dias de bom tempo,
normalmente, não havia vento, regressar era
sempre um sarilho, chegávamos às dez ou
onze da noite, e o meu pai preocupadíssimo,
a ver se tínhamos todos morrido, e nós ali
andávamos com três ou quatro barcos…
Comecei, depois, a andar de Finn, mas
tinha já cerca de 17 anos. Foi um barco
que experimentei no final da formação em
Snipe, e pelo qual me interessei bastante
porque, em 1971, foi organizada em Cascais
a Gold Cup, o Mundial da classe, a mais
participada de sempre. Tivemos aqui 160
ou 170 barcos, foi usado o antigo Cais Sul,
construído um ano antes, em boa parte
também a pensar nessa enorme prova.
Aquilo entusiasmou-me, porque estavam
aqui os campeões todos, e comecei a levar
as coisas um bocado mais a sério. O meu
pai até me deixou trocar um cavalo, pois
eu andava a cavalo desde miúdo, ao mesmo
tempo que andava à vela, já dava uns saltos
e tudo, pelo meu primeiro Finn de competição.
Um barco construído em Portugal e
copiado de um barco estrangeiro”.
Clube Naval de CASCAIS 21
Entrevista José Sotto Mayor Matoso
CASCAIS PONTO DE REFERÊNCIA
Nessa época, e também por via da Gold Cup
de Finn, já Cascais se começa a assumir como
um local de excelência para a prática da vela,
inclusive no plano internacional, certo? “Nessa
altura, a classe Finn estava bastante enraizada
entre nós, também porque o presidente
era Patrick Monteiro de Barros, Comodoro
Honorário do CNC. Uma pessoa superorganizada,
que faz acontecer as coisas, eu até
fui secretário dele na época, e havia uma
grande actividade, no Inverno em Lisboa,
e no Verão em Cascais – era assim. Aliás, a
classe estava tão à frente, digamos assim, que
até tinha um torneio durante os meses de
Inverno, o Torneio do Diário Popular, em
que o jornal fazia a cobertura e publicava
as reportagens sobre as regatas. À segunda
ou terça-feira, lá vinham os resultados das
regatas de Sábado e Domingo, o que era
muito avançado para a altura, ter cobertura
de um jornal como o Diário Popular.
E assim foi. Depois, comecei, então, a levar
aquilo um pouco mais à séria, e troquei
o primeiro barco por um segundo: fui a
França comprar o que era um dos ‘Rolls
Royce’ da altura, um Finn Lanaverre,
que deu várias voltas e cujo actual dono
é o Gonçalo Esteves, que o comprou um
pouco por saudosismo, pois estava lá para o
Algarve, já tinha passado por várias mãos,
e agora quer recuperá-lo.
Nesse período, levei a vela tão a sério
quanto podia, chegando a ser Campeão
Nacional de Juniores. Em absolutos, já a
competição era muito dura: o meu principal
rival era o José Manuel Quina, mais velho
e mais pesado, o que no Finn fazia uma
grande diferença, e muito mais experiente,
medalha de prata nos Jogos Olímpicos de
1960. De vez em quando ganhava-lhe, mas,
normalmente, ficava atrás dele.
Mas também viveu uma experiência olímpica…
“O apogeu dessa fase foram os
Jogos Olímpicos de Munique. Fiquei em
segundo nas qualificações, e para lá fui,
num papel que já não existe, o do suplente:
não participei nas cerimónias oficiais, mas
estive o tempo todo em Kiel, que acolheu a
competição de vela, e foi uma experiência
memorável, o ambiente olímpico que se
vivia era espetacular, marcou-me muito,
para mais com os atentados de Munique.
No dia seguinte aos atentados, até em Kiel
estava a chover e cinzento, o que não é habitual
para aquelas zonas, parecia que
até o clima se associava ao ambiente de
cortar à faca, criado por aquele dia de
luto. A seguir veio o último dia de regatas,
foi o dia da vitória dos que ganharam
as medalhas, e também foi fantástico,
foi para mim uma prova, dez dias que
me impressionaram muito pelo espírito
fantástico que lá havia”.
AVENTURA FORA DE PORTAS
“Apesar de continuar a velejar em Cascais,
sempre em Finn, em 1975, como
consequência da revolução de 1974,
estava eu a estudar engenharia mecânica
no Instituto Superior Técnico, fui para
os EUA acabar o curso, depois entrando
para uma business school, também na
Universidade de Columbia. Vinha muito
pouco a Portugal, não havia companhias
low cost e andar de avião era caro. Praticamente
deixei de andar à vela, a não
ser com amigos nos EUA, onde ainda
fiz umas regatas na Florida em barcos
offshore, e também no Connecticut, mas
mais para estar entretido. Acabei por ficar nos
EUA até 1981, porque, acabado o curso, fui
aceite no J.P. Morgan, convencido de que ia
ficar só um ano, para ver como era, para ter
uma experiência de trabalho, e só saí onze
anos mais tarde. Tendo ainda passado por
Madrid durante quatro anos, e depois por
Itália, também ao serviço do banco.
Em 1977, o meu pai resolveu comprar um
iate comigo, o Alvorada, um Swan 47. Naquela
altura ainda era possível fazer regatas
com um barco de série, e, com uns amigos da
vela, vencemos praticamente todas as regatas
que existiam em Portugal, e que também não
eram muitas: às Berlengas, a Sines, a Sesimbra,
o Troféu Salazar, entre outras. Como o barco
era competitivo, fomos fazer regatas para o
Mediterrâneo, rumando, pela primeira vez,
a Palma de Maiorca acompanhados do Jorge
Arnoso, o ‘adulto responsável’ a bordo, porque
o resto era tudo pessoas praticamente da minha
idade, todos velejadores na casa dos vinte anos,
à excepção do Domingos Roque de Pinho,
que estava a meia distância entre nós e o Jorge
Arnoso. Fomos terceiros na nossa classe.
22
Hippocampus
No ano seguinte, fomos fazer o campeonato
na Sardenha, no Yacht Club Costa
Smeralda, então no seu segundo ou terceiro
ano de existência, e que organizava provas
como forma de promoção da região e do
clube, fazendo convites com todas as despesas
pagas. Competimos contra dois barcos
americanos cuja estrutura era já tão evoluída,
um deles praticamente reconstruindo
o barco durante a noite, após um problema
que teve na porta do leme em alumínio, que
acabei por dizer ao Domingos Roque de
Pinho. ‘Então e andamos aqui nós a fazer
regatas contra estes tipos?’.
Foi o último campeonato que fiz com o
Alvorada, e dediquei-me a fazer cruzeiros,
para que o barco era bom, porque rápido.
Só regressei a Portugal no final de 1986,
acabado de casar, e tendo muito que fazer
em termos de trabalho. Não tinha muito
tempo para andar à vela: ainda trouxe o
Alvorada para Portugal, mas, não tendo
tempo para fazer viagens grandes, acabei
por vendê-lo e tive um período de alguns
anos em que só fiz uma ou outra regata”.
A ÉPOCA ÁUREA EM DRAGÃO
Mas as coisas mudaram, ao ponto de José Sotto
Mayor Matoso ser um dos grandes nomes da
classe Dragão em Portugal: “A dada altura, foi
relançada a classe Dragão em Portugal, pela
mão de sete ou oito velejadores, quase todos
do CNC – Carlos Medeiros Ferreira, Patrick
Monteiro de Barros, Nóni, Jorge Arnoso.
Um pouco mais velhos que eu, compraram
em conjunto uns quanto barcos, e depois
vieram mais três, e foi nessa segunda vaga,
quatro ou cinco meses depois, que eu entrei
e também comprei um Dragão.
Comecei a fazer regatas só para participar,
com uma tripulação composta por
um sobrinho e um amigo, sem grandes
pretensões. Aproveitava para sair com os
miúdos no barco, pois, entretanto, já tinha
um terceiro filho, e cabíamos todos, até a
minha mulher, Cláudia. Andei nisso uns
três ou quatro anos, depois o barco esteve
parado uns três anos, já que eu não tinha
tempo a não ser para dar umas voltinhas
com os miúdos.
Porém, por volta de 2006, a minha vida
profissional alterou-se substancialmente,
deixei de ter que ser executivo, ficando
completamente livre das minhas obrigações
profissionais de então em 2007. Pus-me a
pensar um pouco, a classe Dragão, que eu
ia acompanhando, tinha-se desenvolvido
bastante, pelo que resolvi comprar um barco
novo e organizar-me para fazer algumas
regatas mais à séria, já com alguns objectivos
– no fundo, tentar ir andando melhor
em Dragão, e ver como que é que corria.
E correu muitíssimo bem, excedeu todas
as minhas expetativas, que não eram muitas
à partida. Comecei a fazer regatas lá fora,
e a conseguir trazer os Dragonistas lá de
fora para fazerem regatas aqui, porque
havia uma tradição de Dragão em Portugal.
Fomos bastante mais longe do que eu
alguma vez imaginei, comprei mais dois
barcos, um até foi ao fundo aqui na baía
de Cascais, o que é uma sensação também
muito desagradável”.
Mas, para além de um notável palmarés em
Dragão, também teve responsabilidades na
classe, mesmo a nível internacional: “Nessa
altura, envolvi-me bastante na classe, participava
na maioria dos grandes campeonatos
internacionais, dei a volta a toda a Europa
a fazer regatas, conhecia muita gente e, a
certa altura, desafiaram-me: inicialmente,
queriam que eu fosse o Chairman da classe,
mas eu disse que não, e fui Vice-Chairman
durante quatro anos, dois mandatos.
Foi muito mais simples do que gerir o
CNC, contribuí com algumas ideias que
vinham do clube, que já nessa altura tinha
uma vasta experiência de organizar troféus
internacionais, como os dos RC44 ou TP52,
que são verdadeiros negócios, e bem-sucedidos.
Creio ter alguma responsabilidade no
facto de a classe ter passado a rentabilizar
bastante melhor os seus grandes eventos
internacionais. Entretanto, depois de dez
anos muito intensos, deixei de competir
em Dragão em 2017, e hoje só participo na
classe de uma forma mais lúdica”.
PRESIDENTE IMPREVISTO…
É, também, durante este período que assume
a presidência do Clube Naval de Cascais, mas
de forma algo imprevista… “Sim. Estávamos
no final do mandato de Miguel Magalhães,
algo exausto porque esse mandato foi bastante
ingrato. Na prática, não teve clube
por causa da construção da marina e da
reconstrução do clube; fazer obras é terrível,
fazer obras deste género deve ser pior ainda,
e, ao mesmo tempo, ainda tentar manter
o clube a funcionar, é muito desgastante.
Lembro-me do clube daquela altura,
parecia um acampamento de marines no
Iraque. Eram quatro contentores dispostos
em ‘U’ na zona onde hoje estão os barcos,
tudo o resto estava em obras, com uma
tenda a tentar tapar o meio a ver se não
chovia em cima de nós – e o clube era isso,
eram contentores básicos, e assim foi pelo
menos durante dois anos.
Clube Naval de CASCAIS 23
Entrevista José Sotto Mayor Matoso
Foi nesta altura que o Gonçalo Esteves me
desafiou para vir para a direcção do CNC.
Com a sua energia, e grande amor pelo
clube, juntou o grupo que achava que fazia
sentido. E, depois, terá dito a todos que eu
seria o presidente, mas só no fim me o disse
a mim, que tinha que ser porque era o mais
velho. Não estava a contar com isso, mas,
como tinha todo o interesse em participar e
contribuir para o desenvolvimento do CNC,
aceitei… Tinha a disponibilidade, estava,
então, a andar à vela em Dragão de forma
activa, portanto, conjugaram-se as duas
coisas e assumi a tarefa com muito prazer.
Fui presidente do clube durante seis anos,
um mandato e meio, no segundo tive de
pedir para ser substituído, por razões de
índole pessoal. Fui substituído pelo Gonçalo
Esteves, fiquei ainda um mandato
como vice-presidente, e há dois anos que
sou apenas membro do Conselho Geral.
Tiveram a gentiliza de me ir mantendo, e
eu também participo com gosto. Agora,
surgiu esta ideia de eu substituir o Miguel
Horta e Costa como Comodoro”.
E como correu essa aventura na gestão executiva
do CNC? “Muito bem. Foi muito bom,
porque dá satisfação ver coisas a acontecer.
Claro que não é o presidente que faz tudo,
mas é o ‘empurrador mor’. O clube registou
uma enorme evolução, muito maior
do que qualquer um de nós imaginava,
e como eu, então, também andava à vela,
mais de metade do ano estava a circular,
passava o Inverno, de Outubro a Março,
em Cascais, e puxava pelo clube; e puxava
pela presença da classe Dragão no clube e
em Portugal quando estava nas regatas no
estrangeiro. No fundo, caminhava tudo
na mesma direcção”.
E que principais memórias guarda desse
período? “De uma forma geral, os resultados
alcançados. Tudo se desenvolveu. O
CNC passou a fazer muito mais regatas,
substituiu-se aos promotores dos grandes
eventos, passou ele próprio a organizá-los,
conseguindo despertar a atenção da autarquia
para as grandes provas internacionais,
como já acontecia com o golfe, o hipismo
ou o ténis, ao mesmo tempo que o próprio
executivo camarário melhorou muito na
gestão das suas actividades.
Rercordo que o CNC é uma entidade
sem fins lucrativos; tudo o que seja ganho
financeiro obtido por esta organização tem
que ser reinvestido – e em Cascais, porque
o clube só opera em Cascais, logo, é para
benefício de todos os cascalenses. Também
não posso deixar de evocar a criação da vela
adaptada, por iniciativa de Charles Lindley,
projecto que muito se tem desenvolvido e
melhorado, tal como a Escola de Vela, que
continua, e deverá continuar, a ser, a parte
mais estruturante do clube, como inscrito
nos seus estatutos: promover as actividades
náuticas e de mar, e não apenas a vela.
A escola é a forma de apresentar essa
mensagem, embora depois passe para a
competição, indo até aos olímpicos. E
também esse período coincidiu com uma
fase de ouro da vela olímpica portuguesa,
chegámos a ter onze velejadores nos jogos,
penso que foi o máximo, era uma das modalidades
com maior participação, creio
que fomos sempre o clube português com
maior representação olímpica.
Tudo isso deu muito trabalho. A vela
adaptada começou com um dia por semana,
hoje são quase todos os dias; começou por
servir uma entidade, a CERCICA, agora são
mais de uma dezena de instituições. Tudo se
foi tornando mais complexo, até o nível de
organização das regatas, tudo acabando por
se tornar muito profissionalizado, inclusive
a obtenção de apoios, pois os patrocinadores
também querem ter o seu retorno.
Fez-me muita coisa. Não sei se existe um
momento singular que marque mais do
que outros, embora, como o Miguel Horta
e Costa já salientou, a entrega da condecoração
nos 75 anos do CNC marque qualquer
um, até por ocorrer numa cerimónia formal
muito bonita no Palácio de Belém, em que
o Presidente Cavaco Silva todos surpreendeu,
falando sem apoio de qualquer papel,
e quase sabendo mais acerca do clube do
que eu próprio! É fantástico ser reconhecido
daquela forma, uma pessoa não pode dizer
que não fica emocionada com um dia como
aquele, com toda a sucessão de momentos
que culminou com um jantar inesquecível.
Também não esqueço o grande mérito do
Gonçalo Esteves em nos ter juntado a todos
para o acompanhar na renovação da equipa
do Miguel de Magalhães, que continuou
sempre no Conselho Geral, garantindo
uma continuidade que é muito importante”.
EVOLUÇÃO NA CONTINUIDADE
Continuidade é, pois, um dos pilares do êxito
da equipa de gestão do CNC dos últimos doze
anos. O passo lógico a dar em seguida era o de
assumir a função de Comodoro? “Porventura,
sim. Foi, justamente, por isso que aceitei o
desafio do Gonçalo Esteves, para continuar
no clube como Comodoro. É uma forma de
continuar a contribuir. Além disso, tendo
vivido tantos anos o CNC por dentro, sei
que são precisos braços para fazer acontecer
coisas… Há muito para fazer, a representação
internacional do clube é cada vez mais
24
Hippocampus
importante, o ser membro do International
Council of Yacht Clubs.
Nós tivemos a sorte de ser convidados
ainda eu era vice-presidente. Fui com o
Gonçalo Esteves a Marselha, à reunião
europeia, e tudo o que lá foi feito, em termos
de organização, não nos impressionou
sobremaneira. Depois, tivemos a sorte de
rapidamente nos ser atribuída a organização
do encontro europeu seguinte, e
toda a experiência que já possuíamos, de
lidar com organizações complexas, com
patrocinadores exigentes, fez com que o
presidente do ICOYC, quando terminou
o encontro aqui em Cascais, dissesse que o
próximo iria ter uma tarefa difícil, porque
o CNC tinha elevado a barra deste tipo de
reuniões para um nível muito superior. E,
mesmo não tendo feito nada que, para nós,
fosse extraordinário, apenas aplicando os
nossos padrões habituais, sei que é preciso
trabalho para nos mantermos nesse nível”.
Ainda assim, a expectativa é a de que este
seja um Comodoro diferente, na sua actuação,
dos que que fizeram a história do CNC:
“Um dos grandes projectos em marcha é
a revisão dos estatutos, algo sempre complicado.
Estamos a discutir o tema entre
nós da forma o mais alargada possível, mas
uma das alterações previstas, e não fui eu
quem propôs, mas o Gonçalo Esteves, é o
Comodoro ter lugar à mesa da Comissão
Executiva, não votando, mas sendo esta
uma forma de estar ao corrente das coisas,
assim podendo contribuir para a discussão,
para a solução dos problemas.
Pretendo contribuir, também, para desenvolver
qualquer tarefa que seja necessária,
e em que possa ser útil, nomeadamente
em termos de representação, o que é tanto
mais fácil quanto mais ao corrente estiver
do que se passa, porque, de facto, se uma
pessoa deixa de aparecer, perde o fio à
meada e deixa de saber ao detalhe quais
os problemas que se estão a viver.
Ao mesmo tempo, penso que é bom termos,
pela primeira vez, na Comissão Executiva
uma senhora, a Ana Champalimaud, assim
como Ricardo Schedel, que tem pouco mais
de trinta anos e acaba por representar mais
directamente a juventude. Quando cheguei
a presidente, tinha 55 anos; o Gonçalo Esteves
assumiu o lugar sendo mais novo do que
eu quando me tornei presidente – temos que
pugnar por isso, por esse rejuvenescimento.
Por fim, uma palavra para os contratos
assinado entre o CNC e a Rolex, e entre o
CNC e a Mirpuri Foundation. Algo que
não acontece por acaso, mas em resultado
de muito trabalho, que, no primeiro caso,
se prolongou durante cerca de quatro anos.
São duas instituições que credibilizam
muito o clube, e julgo ser uma das áreas em
que mais deveremos continuar, e para que
penso poder contribuir. No fundo, trata-se
de pôr o Comodoro a trabalhar, o que acho
que faz todo o sentido, porque é mais um
corpo para ajudar a puxar por isto tudo, e
não me custa nada, penso que é a evolução
normal, de alargar o número de pessoas que
possam activamente contribuir. E se, para
contribuir, tem que estar informado, para
estar informado tem que marcar presença
nas reuniões, ler uns papéis e ter disposição
para isso. E eu tenho”.
DEDICAÇÃO
AO MUNDO EMPRESARIAL
Casado e pai de três filhos, José Sotto Mayor Matoso nasceu em Lisboa, há muito
reside em Cascais e tem uma vida profissional dedicada por inteiro às empresas.
Depois de ter cursado Engenharia no Instituto Superior Técnico, Faculdade de Ciências
de Lisboa (1971-1975), terminou o primeiro capítulo da sua formação académica
superior nos EUA, com um BSc Industrial and Management Engineering (1977), a
que adicionou um Master in Business Administration (1979), em ambos os casos na
Universidade de Columbia, Nova Iorque.
Iniciou o seu percurso profissional no J.P. Morgan & Co, em Nova Iorque, ao qual
permaneceu ligado de 1979 a 1989, chegando ao lugar de vice-presidente, antes
tendo ocupado na organização várias posições na área de corporate banking internacional
nos seus escritórios de Nova Iorque, Madrid e Milão, a ultima das quais
enquanto Director de Operações Financeiras (Crédito, Mercado de Capitais, Análise
Financeira e Fusões e Aquisições) da MDM - Sociedade de Investimentos, SA em
Lisboa (33,3% J.P.Morgan).
De 1989 a 2004, foi Presidente do Conselho de Administração e accionista da Companhia
de Investimentos Afa Finiter, SGPS, AS, empresa de participações financeiras de capital
de risco/desenvolvimento, de que também foi co-fundador, investindo, desenvolvendo
e realizando cerca de 20 milhões de euros de participações em empresas de cerâmica,
material eléctrico, audiovisual e imagem corporativa. A Alfa Fininter foi dissolvida em
2004, após a realização da suas participações. Foi, ainda, de 1994 a 2007, Presidente
do Conselho de Administração e accionista da Livraria Bertrand – SGPS, AS, holding
do grupo Bertrand, líder em Portugal no retalho livreiro especializado, editora de livros
(chancelas Bertrand e Quetzal) e distribuidor de livros nacionais e estrangeiros.
Actualmente, e desde 2008, é sócio único e gerente da Sociedade Hoteleira de Condeixa,
Unipessoal, Lda, empresa que detém e explora a Pousada de Condeixa-Coimbra.
Presidente e Vice-Presidente do Clube Naval de Cascais entre 2008 e 2017, foi, em
Junho último, nomeado Comodoro do CNC.
Clube Naval de CASCAIS 25
Interview José Sotto Mayor Matoso
An unavoidable
reference
José Sotto Mayor Matoso is already, and in his own right, a major name in the history
of Clube Naval de Cascais. Emeritus Dragonist, he has been present at all decisive moments
for the club in recent years, as Vice-President and as President. And he will continue to be,
now as Commodore, a role he will approach from a new perspective, to perform an in-depth
interview to gain a better understanding of the club’s history and future prospects,
from those who have already secured their place in the annals of the CNC
José Sotto Mayor Matoso was born in
Lisbon, is married, father of three children
and has a long and fruitful professional career
in business administration, both in Portugal
and abroad, during which he has worked in
areas such as banking, investment management,
book publishing or hotel management.
In short, his career may indicate an apparent
simplicity, which does not do justice to the
dedication and competence he has placed,
and to the success he has achieved, in all the
projects he has embraced throughout his life.
The same happens with his connection to
Clube Naval de Cascais. A sailor since a very
young age, and with an enviable record in this
sport, he has been one of the most influential
and prominent figures of the CNC - especially
in the last decade and a half, during which the
club registered a growth and development never
before seen in 82 years of history, becoming an
unavoidable reference among the sailing clubs
not only in Portugal, but also internationally.
But much remains to be done. And that is
why, with unanimity, the present executive team
considered José Sotto Mayor Matoso to be the
ideal element to succeed Miguel Horta e Costa,
and to assume the functions of Commodore of
26
Hippocampus
the CNC, position to which he was appointed
last June. A role that he will necessarily perform
with the commitment that is (re)known to him,
and even in a different way from what has been
customary until now, since, from now on, the
Commodore will have a seat on the Executive
Committee, in order to increase his connection,
and participation, in the day-to-day life of the
institution. All this is more than enough reason
for a fundamental interview with someone who,
like few others, knows the reality of CNC,
and will not fail to share the vision of what is
intended to be its future growth.
FROM LISBON TO CASCAIS
A member of Clube Naval de Cascais since
1972, José Sotto Mayor Matoso has no ancestral
connection either to the club or to Cascais,
although sailing, the region and the CNC
have been in his life since very early. “I don’t
have family parchments of CNC members
because my family was from Lisbon, having
moved to Cascais in the 1960s. On the
other hand, as my father was a naval officer,
he was a member of CNOCA, the Clube
Náutico de Oficiais e Cadetes da Armada,
and not a member of a traditional club - if
he had been, then he would probably have
been a member either of the CNC or the
Associação Naval de Lisboa”.
But the twists and turns of life eventually
made José Sotto Mayor Matoso a true Cascalense
(a native of Cascais), and a true man of
the sea: “I moved definitively to Cascais in
1963, when I was ten years old, and before
that I was sailing with my father, who had
a 33 foot yacht. I remember that my first
nautical expedition was to go with him
from the Belém dock to Praia da Rocha, I
would be about seven years old, and it was
something I will never forget. I remember
clearly how I was hanging on to the biscuit
cans (which were still tin cans, at that time,
squared...). Anyway, it was always going
down, with the north wind, in a heavy and
big boat, and the travel was quite good.
These are my first ideas of being in the
water. In fact, I formally learned how to
swim still in Lisbon, in an institution that,
fortunately, still exists, the Clube Nacional
de Natação (National Swimming Club),
in the Rato area, in the icy water of open-
-air swimming pools. But, in fact, where I
learned to swim was around the ‘Senhor
da Piedade’, which was the name of my
father’s boat, with the skipper, who was
Patrão Lopes, his former subordinate in
naval aviation, in Belém - a man of the
sea, who spent years and years as Captain
of the boat. And I, with a cable tied at my
waist, and he strolling me around the boat.
I remember it as if it were today...”.
Then came the passion for sailing: “Around
the age of 12 or 13 I started sailing. Still in
Belém, because in Cascais there were still no
such protections, and the nautical activity
was basically during the summer months.
Either yachts, Snipe or Dragons, with the
vessels that were here, what existed was a
small sailing school. So I started sailing in
Lisbon, and in a very modern way: I don’t
remember the name, but who taught me
to sail was an instructor, a girl, who was
also a sailor - and at that time the women
sailing could be counted on the fingers
of one hand. As I had some friends and
cousins who were from Lisbon and were
sailing there, I took the train in Cascais
and went to Belém station to sail”.
Naturally, the conditions at that time were
not the same as they are today, particularly
with regard to the boats available for training:
“I managed to get a Snipe, with which I
started sailing, from the Naval Brigade.
The Naval Brigade was the nautical section
of the Portuguese Legion, in continuation
of Mocidade Portuguesa. The programme
was to sail in the Tagus, to go out, to learn.
Then, I inherited from my father a boat that
we later offered to the club, and that was
one of the first sailing school boats able to
take more than two or three people, still
made of wood.
At that time, the most beautiful expedition
was to go to Cova do Vapor. On
days of good weather, normally there was
no wind, returning was always a trouble,
we would arrive at ten or eleven at night,
and my father worried to see if we had all
died, and we would were there with three
or four boats...
I then started to sail Finn, but I was already
about 17 years old. It was a boat that
I experienced at the end of my training in
Snipe, and for which I became very interested
because, in 1971, the Gold Cup was
organised in Cascais, the most participated
class of all. We had 160 or 170 boats here,
the old South Pier was used, built a year
before, in good part also thinking about
that enormous race.
Clube Naval de CASCAIS 27
Interview José Sotto Mayor Matoso
It excited me, because all the champions
were here, and I started to take things a
little more seriously. My father even let
me change a horse, as I was riding since I
was a kid, while also sailing, I was already
doing some jumping and everything, for my
first Finn of competition. A boat built in
Portugal and copied from a foreign boat”.
CASCAIS AS A REFERENCE POINT
At that time, and also through the Finn Gold
Cup, Cascais was beginning to become a place
of excellence for sailing, even internationally,
right? “At that time, the Finn class was very
much rooted among us, also because the
president of the class was Patrick Monteiro
de Barros, Honorary Commodore of the
CNC. An extremely organized person,
who makes things happen, I was even his
secretary at the time, and there was a lot of
activity, during the winter in Lisbon, and
during summer in Cascais - that was the case.
In fact, the class was so far ahead, let’s say,
that it even had a tournament that took place
throughout the winter months, the Diário
Popular Tournament, in which the newspaper
covered and published the reports on
the races. After every weekend, on Monday
or Tuesday, the results of the Saturday and
Sunday Diário Popular Tournament races
would come, which was very advanced at the
time, to have media coverage of a newspaper
like the Diário Popular.
And so it was. Then I started to take it a
bit more seriously, and exchanged the first
boat for a second one: I went to France to
buy what was one of the ‘Rolls Royce’ at the
time, a Finn Lanaverre, which went around
several times and whose current owner is
Gonçalo Esteves, who bought it a bit out of
nostalgia, as it was there in the Algarve, had
already passed through several hands, and
now wants to recover it.
During this period, I took sailing as seriously
as I could, becoming National Junior
Champion. In absolutes, the competition was
already very tough: my main rival was José
Manuel Quina, older and heavier, which in
Finn made a big difference, and much more
experienced, silver medal in the 1960 Olympic
Games. Every now and then I would win
him, but normally I would stay behind him.
But you also had an Olympic experience...
“The climax of that phase was the Munich
Olympic Games, where Kiel hosted the
sailing competition. I was second in the
qualifying, and there I went, in a role that
no longer exists, that of the substitute: I
didn’t take part in the official ceremonies,
but I was in Kiel the whole time, and it
was a spectacular experience, the Olympic
atmosphere there was spectacular, it marked
me a lot, moreover with the attacks in
Munich. The day after the attacks, even in
Kiel it was raining and grey, which is not
usual for those areas, it seemed that even
the weather was associated with the knife
cutting environment created by that day of
mourning. Then came the last day of races,
it was the day of the victory of those who
won the medals, and it was also fantastic, it
was a test for me, ten days that impressed me
a lot by the fantastic spirit that was there”.
AMERICAN ADVENTURE... AND MORE!
Although I continued sailing in Cascais,
always in Finn, in 1975, as a consequence
of the 1974 revolution, I was studying mechanical
engineering in Lisbon, I went to
the USA to finish the course, then entering a
business school, also at Columbia University.
I hardly-ever came to Portugal, there were no
low-cost companies and flying was expensive.
I practically stopped sailing, except with
28
Hippocampus
friends there in the USA, where I still did some
racing in Florida on offshore boats, and also
in Connecticut, but more to be entertained.
I ended up staying in the US until 1981 because,
after graduation, I was accepted at J.P.
Morgan, convinced I was only going to stay
one year to see what it was like, to have a work
experience, and only left eleven years later.
I went to Madrid for four years, and then to
Italy, also in the service of the bank.
In 1977, my father decided to buy a yacht
with me, the Alvorada, a Swan 47. At that
time it was still possible to race with a standard
boat, and, with some sailing friends, we
won practically all the races there were to win
in Portugal, and there were not many: the
Berlengas race, the Sines race, the Sesimbra
race, the Salazar Trophy, among others. As the
boat was competitive, we went to make races
for the Mediterranean, heading, for the first
time, to Palma de Mallorca, accompanied by
Jorge Arnoso, who was the ‘responsible adult’
on board, because the rest were practically
people of my age, all sailors in their twenties,
except Domingos Roque de Pinho, who was
in the middle between us and Jorge Arnoso.
We were third in our class.
The following year we went to the championship
in Sardinia, at acht Club Costa
Smeralda, then in its second or third year of
existence, and organized competitions as a
way to promote both the region and the club,
doing so by inviting with all expenses paid.
We competed against two American boats
whose structure was already so evolved, one
of them practically rebuilding the boat during
the night, after a problem it had in the door
of the rudder in aluminium, that I ended up
saying to Domingos Roque de Pinho, ‘So what
are we doing here, racing against these guys?
It was the last championship I did with
Alvorada, and I dedicated myself to cruising,
so the boat was good, because it was fast. I
only returned to Portugal in the end of 1986,
having just got married, and had a lot to do
in terms of work. I didn’t have much time to
sail: I still brought the Alvorada to Portugal,
but, not having time to make big trips, I ended
up selling it and had a period of a few years in
which I only had one or two races.
THE GOLDEN AGE IN DRAGON
But things have changed to the point where José
Sotto Mayor Matoso is one of the great names of
the Dragon class in Portugal:“At a certain point,
the Dragon class in Portugal was relaunched,
by the hand of seven or eight sailors, almost
all from the CNC, Carlos Medeiros Ferreira,
Patrick Monteiro de Barros, Nóni, Jorge
Arnoso; a little older than me, they bought
a few boats together, and then three more
came, and it was in that second wave, four
or five months later, that I entered and also
bought a Dragon.
I started racing just to participate, with a
crew composed of a nephew of mine and a
friend, without much pretension. I took the
opportunity to go out with the kids on the
boat, as I already had a third son, and we all
fit, even my wife, Cláudia. I did it for about
three or four years, then the boat was stopped
for about three years, since I had no time but
to go for a few rides with the kids.
However, around 2006, my professional
life changed substantially, I no longer had to
be an executive, being completely free from
my then professional obligations in 2007. I
started to think a bit, the Dragon class, which
I was accompanying, had developed a lot,
so I decided to buy a new boat and organize
myself to do some more serious races, already
with some objectives - in the end, try to sail
better in Dragon, and see what was going on.
And it went very well, it exceeded all my
expectations, which were not many at first. I
started to race outside, and I managed to bring
the Dragonists outside to race here, because
there was a Dragon tradition in Portugal.
We went a lot further than I ever imagined,
I bought two more boats, one even went to
the bottom here in the bay of Cascais, which
is also a very unpleasant feeling”.
But in addition to a notable dragon’s record, also
had responsibilities in the class, even internationally:
“At that time, I was very involved in the
Dragon class, I took part in most of the great
international championships, I went all over
Europe racing, I knew a lot of people and at
one point they challenged me: initially they
wanted me to be the Chairman of the class,
but I said no, and I was Vice-Chairman for
four years, over two terms.
It was much simpler than managing the
CNC, I contributed some ideas that came from
the club, which at that time already had extensive
experience of organizing international
trophies such as the FC44 or TP52, which are
real businesses, and very successful. I believe
I have some responsibility in the fact that the
Dragon class has come to make their big international
events much better. Meanwhile, after
ten very intense years, I stopped competing in
Dragon in 2017, and today I only participate
in the class in a more playful way”.
UNEXPECTED PRESIDENT...
It is also during this period that he assumes the
presidency of Clube Naval de Cascais, but in
a somewhat unexpected way... “Yes. We were
at the end of Miguel Magalhães’ mandate,
quite exhausted because that mandate was
quite ungrateful. In reality, he had no club
because of the construction of the marina and
the reconstruction of the club; doing works
is terrible, doing works of this kind must be
even worse, and, at the same time, still trying
to keep the club running, is very stressful.
I remember the club at that time, it looked
like a marine camp in Iraq. There were four
‘U’ shaped containers in the area where the
boats are today, everything else was under
Clube Naval de CASCAIS 29
Interview José Sotto Mayor Matoso
construction, with a tent trying to cover the
middle to try and make sure it didn’t rain on
us - and that was the club, they were basic
containers, and so it was for at least 2 years.
It was at this time that Gonçalo Esteves
challenged me to come to the direction of
the CNC. With his energy, and great love
for the club, he brought together the group
that he thought made sense. And then he
must have told everyone that I would be the
president, but only in the end did he tell me,
that it had to be me because I was the oldest.
I wasn’t counting on it, but as I had every
interest in participating and contributing to
the development of the CNC, I accepted... I
had the availability, I was then actively sailing
in Dragon, so the two things came together
and I assumed the task with great pleasure.
I was president of the club for six years, that
is, one and a half terms, in the second I had to
ask to be replaced, for personal reasons. I was
replaced by Gonçalo, I was still vice-president
for a term, and for the past two years I have
only been a member of the General Council.
They had the graciousness to keep me, and I
also participate with pleasure. Now, Gonçalo
Esteves had this idea of me replacing Miguel
Horta e Costa as Commodore”.
And how did that adventure in the CNC’s
executive management go? “Very well. It
gives satisfaction to see things happening.
Of course, it’s not the president who does
everything, but it’s the ‘major pusher’.
The club has had a huge evolution, much
bigger than any of us imagined, and as I, at
the time, was also sailing, more than half
of the year I was circulating, I spent the
winter from October to March, in Cascais,
and pulled for the club; and pulled for the
presence of the Dragon class in the club and
in Portugal when I was in the races abroad.
In the end, everything was moving in the
same direction”.
What are your main memories from that period?
“In general, the results achieved. Everything
has developed. The CNC started to do a lot
more regattas, replaced the promoters of the
big events, started to organize the events,
managing to awake the attention of the Municipality
of Cascais for the big international
events, as it was already happening with golf,
horse riding or tennis, at the same time that
the chamber executive himself improved a lot
in the management of its activities.
I would like to remind you that the CNC
is a non-profit organisation, so anything that
is financially gained by this organisation has
to be reinvested - and in Cascais, because the
club only operates in Cascais, so it is for the
benefit of all the people of Cascais. I must
also mention the creation of adapted sailing
on the initiative of Charles Lindley, a project
that has been greatly developed and improved,
as well as the Sailing School, which continues
to be, and should continue to be, the most
structuring part of the club, as it is written
in its statutes: promoting nautical and sea
activities, and not only sailing.
The school is the way to introduce and
present this message, but then move on to
the competition, going all the way to the
Olympics. And also that period coincided
with a golden phase of Portuguese Olympic
sailing, we had eleven sailors in the games, I
think it was the most we ever had, it was one
of the sports with the greatest participation,
I think we were always the Portuguese club
with the greatest Olympic representation.
All this took a lot of work. The adapted
sailing started with one day a week, today
it is almost every day; it started by serving
an entity, CERCICA, now there are more
than a dozen institutions. Everything was
becoming more complex, even the level of
organization of the regattas, everything ended
up becoming very professional, including the
endorsements, because the sponsors also want
to have their return.
Many, many things were done. I don’t know
if there is a singular moment that marks more
than others, although, as Miguel Horta e
Costa has already pointed out, of course,
the awarding of the CNC’s 75th anniversary
marks anyone, especially because it took
place in a very beautiful formal ceremony at
the Belém Palace, where President Cavaco
Silva surprised everyone, speaking without
support of any role, and almost knowing more
about the club than myself! It’s fantastic to be
recognized in that way, nobody can say that
they are not moved by a day like that, with all
the succession of moments that culminated
with an unforgettable dinner.
I also remember the great merit that Gonçalo
Esteves had in joining us all in the renewal
of Miguel de Magalhães’ team, that always
continued in the General Council, ensuring
a continuity that is very important”.
DEVELOPMENT IN CONTINUITY
Continuity is therefore one of the pillars of the
success of the CNC management team over the
last twelve years. The logical next step was to
30
Hippocampus
assume the role of Commodore? “Perhaps. That
is precisely why I accepted Gonçalo Esteves’
challenge to continue in the club as Commodore.
It is a way of continuing to contribute.
Besides, having lived the CNC for so many
years on the inside, I know that it takes arms
to make things happen, right? There is a lot to
do, the international representation of the club
is more and more important, being a member
of the International Council of Yacht Clubs.
We were lucky enough to be invited while I
was still Vice President. I went with Gonçalo
Esteves to the European meeting in Marseille,
and everything that was done there,
in terms of organisation, did not impress
us very much. Then we were lucky enough
to be quickly entrusted with organising
the next European meeting, and all the
experience we already had of dealing with
complex organisations, with demanding
sponsors, led the president, when he finished
the meeting here in Cascais, to say
that the next gentleman to follow would
have a difficult task, because the CNC
had raised the bar for this type of meeting
to a much higher level. And even though
we did nothing extraordinary for us, just
by applying our usual standards, I know
that it takes work to keep us at that level”.
Nevertheless, the expectation is that this is a
different Commodore, in his performance, from
all those who made the history of the CNC:
“One of the great projects in progress is the
revision of the statutes, something that is
always complicated. We are discussing the
issue among ourselves as broadly as possible,
but one of the planned changes, and it was not
me who proposed it, but Gonçalo Esteves, is
that the Commodore may participate, take
place at the Executive Committee’s table,
not voting, but as a way of being aware of
things, thus being able to contribute to the
discussion, to the solution of problems.
I also want to contribute to the development
of this or that necessary task and in
which I can be useful, particularly in terms
of representation, which is easier the more
aware one is of what is going on, because, in
fact, if a person stops appearing, one loses the
thread and no longer knows in detail what
problems are being experienced.
At the same time, I think it is good that,
for the first time, we have in the Executive
Committee a lady, Ana Champalimaud, as
well as Ricardo Schedel, who is just over
DEDICATION TO THE
BUSINESS WORLD
Married and father of three, José Sotto Mayor Matoso was born in Lisbon, has
lived in Cascais for a long time and has a professional life dedicated entirely to
companies. After studying Engineering at the Instituto Superior Técnico, Faculty
of Sciences of Lisbon (1971-1975), he completed the first chapter of his higher
education in the USA with a BSc Industrial and Management Engineering (1977),
to which he added a Master in Business Administration (1979), in both cases at
Columbia University, New York.
He began his professional career at J.P. Morgan & Co in New York, to which he
remained attached from 1979 to 1989, becoming Vice-President of the reputed
commercial and investment bank, having previously held various positions in international
corporate banking at its offices in New York, Madrid and Milan, the latter
as Director of Financial Operations (Credit, Capital Markets, Financial Analysis and
M&A) at MDM - Sociedade de Investimentos, SA in Lisbon (33.3% J.P.Morgan).
From 1989 to 2004, he was Chairman and shareholder of Companhia de Investimentos
Alfa Fininter, SGPS, AS, a venture capital/development holding company,
of which he was also co-founder, invested, developed and held approximately 20
million euros in ceramics, electrical, audiovisual and corporate image companies.
Alfa Fininter was dissolved in 2004, after completion of its shareholding. From
1994 to 2007, he was also Chairman and shareholder of Livraria Bertrand - SGPS,
AS, the holding company of the Bertrand group, Portugal’s leading specialist book
retailer, book publisher (Bertrand and Quetzal) and distributor of Portuguese and
foreign books.
Currently, and since 2008, he is the sole partner and manager of Sociedade Hoteleira
de Condeixa, Unipessoal, Lda, a company that owns and operates Pousada
de Condeixa-Coimbra. President and Vice-President of Clube Naval de Cascais
between 2008 and 2017, he was, last June, appointed Commodore of the CNC. .
thirty years old and ends up representing
the youth more directly. I remember that
when I became president I was 55; Gonçalo
Esteves took over being younger than me
when I became president - we have to fight
for that, for that rejuvenation of the structure.
Finally, a word about the contracts signed
between the CNC and Rolex, and between
the CNC and the Mirpuri Foundation.
Something that does not happen by chance,
but as a result of a lot of work, which in the
first case lasted for about four years. These
are two institutions that give the club a lot
of credibility, and I believe this is one of the
areas in which we should continue to invest
in the near future, and to which I think I can
contribute. Basically, it’s about putting the
Commodore to work, which I think makes
perfect sense, because it’s one more body
to help pull all this together, and it doesn’t
cost me anything, I think it’s the normal
evolution, to expand the number of people
who can actively contribute. And if, in order
to contribute, you have to be informed, you
have to attend meetings, read some papers
and be willing to do so. And I do”.
Clube Naval de CASCAIS 31
REGATAS
XXV Troféu SM Rei Juan Carlos/CN da Classe Dragão
O REGRESSO
DA CLASSE DRAGÃO
O final do Verão assinalou o regresso à competição
da classe Dragão no Clube Naval de Cascais. Primeiro,
com a disputa do XXV Troféu SM Rei Juan Carlos,
a que se seguiu, duas semanas volvidas,
o Campeonato Nacional da Classe Dragão
Uma das mais caras para o Clube Naval
de Cascais, tanto pela tradição como
pelos inegáveis (e invejáveis) pergaminhos que
na mesma detém, a classe Dragão regressou ao
mar, desde que terminaram as regatas de Inverno,
inseridas nas não menos consagradas Cascais
Dragon Winter Series, com a realização de dois
eventos de primeiro nível. No final de Agosto,
teve lugar o XXV Troféu SM Rei Juan Carlos,
prestigiada prova que há duas décadas e meia
vem conquistando dragonistas das mais diversas
paragens; a que seguiu, logo no início de Setembro,
o Campeonato Nacional da Classe Dragão.
No que ao primeiro dia de prova da vigésima
quinta edição do Troféu SM Rei
Juan Carlos diz respeito, os nove barcos
da classe Dragão que compunham a frota
apenas disputaram uma regata, devido ao
aumento da intensidade do vento que se foi
registando com o evoluir do dia. A vitória
na regata de estreia, que atribuiu o troféu
Vincie, foi para o Olinghi, de Wouter ten
Wolde, secundado por Gonçalo Ribeiro e
João Matos Rosa, com o Venus, de Pedro
Mendes Leal, acompanhado de Jorge Ferlov
e Pedro Rebelo de Andrade (vencedor do
Marbleheah Trophy e da Dragon European
Cup em Novembro de 2020, da Dragon
Gold Cup em 2019, e Campeão Europeu
em 2017), a conquistar a segunda posição,
seguido do Saturno, de Peter Cunningham,
com Andy Beadsworth (Campeão do Mundo
em 2017 e 2019) e Charles Nakin (vencedor
do Marblehead Trophy 2020 e Campeão
Europeu em 2017), que garantiram o lugar
mais baixo do pódio.
O segundo dia do Troféu SM Rei Juan
Carlos ficou marcado pelo sol radiante e pelo
vento forte, que soprou do quadrante Norte
32
Hippocampus
com uma intensidade dos 15-22 nós. A frota,
composta pelos nove Dragões inscritos em
prova, iniciou o dia às 11h00 com uma só
regata, pois teve que regressar a terra devido
ao acréscimo da intensidade do vento no final
da mesma. Cerca de uma hora volvida, as
condições voltaram a melhorar e os dragões
regressaram ao mar para completar mais uma
regata. Após as duas regatas disputadas neste
segundo dia, o Venus, de Peter Cunningham,
com Andy Beadsworth e Charles Nankin,
liderava a classificação geral da prova, ao ser
o vencedor de ambas, cabendo o segundo
posto ao Band à Part, de Gery Trentesaux,
com Eric Brezellec e Codric Pouligny, e a
terceira posição a Pedro Mendes Leal, com
Jorge Ferlov e Pedro Rebelo de Andrade
No terminus da 25ª edição do Troféu do
Rei, e para não variar, o vento teimou em
demorar a entrar, e a primeira regata do dia
não só começou com trinta minutos de atraso,
como ficou marcada pela instabilidade do
vento, que culminou com um encurtamento
na baliza de desmarque na segunda passagem
no barlavento do percurso, acabando a vitória
por sorrir ao Whisper, de Mário Quina, com
Raúl Bulhão Pato e Marco Flávio. A Comissão
de Regatas fez, então, um compasso de espera
entre a primeira e a segunda regata, de modo
a que as condições mínimas voltassem a estar
reunidas para se iniciarem, uma vez, mais, os
procedimentos de largada, e assim aconteceu:
o vento de Noroeste voltou a estabelecer-se
na baía de Cascais, e os nove barcos da classe
Dragão puderam terminar as duas regatas que
faltavam para fechar o campeonato.
A tripulação do Vénus bisou, alcançado
a vitória nas regatas que faltavam, e assim
obteve o primeiro lugar do pódio – além que
a equipa liderada por Pedro Mendes Leal, e
composta por Jorge Ferlov e Pedro Rebelo
de Andrade, ao vencer a última regata do
evento, conquistou, também, o troféu Stavros.
O segundo lugar final foi ocupado pela
equipa francesa de Gery Trentesaux, seguida
da tripulação anglo-saxónica capitaneada
por Peter Cunningham.
DUPLO SUCESSO
Chegado o momento de disputar o Campeonato
Nacional de Dragão, a decidir entre
uma frota composta por seis embarcações
desta magnifica classe, o primeiro dia de
prova proporcionou às tripulações o prazer
da navegação com ventos moderados de
Clube Naval de CASCAIS 33
Regatas XXV Troféu SM Rei Juan Carlos/Campeonato Nacional da Classe Dragão
Setembro, a soprar do quadrante Noroeste
e com uma intensidade de 11-8 nós. A prova
de como o campo de regatas da Guia nunca
desilude os velejadores, plasmada num dia
de vela verdadeiramente espectacular.
A embarcação Uranus, de Pedro Mendes Leal,
com Jorge Ferlov e Pedro Rebelo de Andrade,
estreou-se com três vitórias no primeiro dia
de competição, e confirmou o favoritismo ao
título nacional de Dragão, depois da vitória
na 25ª edição do Troféu SM Rei Juan Carlos
duas semanas antes. Ao rubro estava a luta pelo
segundo posto, levada a cabo entre o Peggy,
segundo classificado, capitaneado por Miguel
Magalhães, com Jorge Pinheiro de Melo e Peter
Leksycki, e o Jupiter, de Francisco Pinheiro de
Melo, com Charles Nankin e Gonçalo Ribeiro,
que ocupava a terceira posição, estando as
duas equipas separadas por não mais do que
um ponto.
Apresentando-se o vento não só instável em
termos de direção, como demasiado fraco, a
Comissão de Regatas viu-se obrigada a atrasar
o primeiro sinal de advertência do segundo
dia de regatas. Com o vento a entrar de Oeste,
com 6-7 nós, por volta das 14h00, a frota foi
para o mar para disputar o segundo dia de
campeonato. Na primeira regata do dia, Pedro
Mendes Leal, Jorge Ferlov e Pedro Rebelo
de Andrade, a bordo do Uranus, voltaram
a ter linhas de honra; na segunda, e última,
regata do dia, Francisco Pinheiro de Melo,
Gonçalo Ribeiro e Charles Nankin roubaram
a perfeição à equipa de Pedro Mendes Leal,
estreando-se nas vitórias. A classificação geral,
com cinco regatas realizadas, era liderada por
Pedro Mendes Leal, ocupando Jorge Pinheiro
de Melo o segundo, fechando o pódio a equipa
de Miguel Magalhães.
Para o último dia do campeonato, o primeiro
sinal de advertência estava marcado para as
11h00, e a frota da Classe Dragão entrou na
água com o vento a rodar de Leste para Sueste.
A única regata do dia começou com vento na
casa dos 8 nós, mas perdendo intensidade ao
longo da mesma, o que levou a Comissão de
Regatas de fazer um encurtamento na segunda
passagem da baliza de barlavento. As honras
da última regata foram, mais uma vez, para
a equipa de Pedro Mendes Leal, cabendo o
segundo posto ao Whisper, de Mário Quina,
com Raúl Bulhão Pato e Eduardo Marques,
seguidos do barco de Francisco Pinheiro de
Melo, Charles Nankin e Gonçalo Ribeiro.
Após esta regata, a Comissão de Regatas
teve de enviar a frota para terra, por não
existirem condições mínimas para a prática
da modalidade.
Pedro Mendes Leal, Jorge Ferlov e Pedro
Rebelo de Andrade, a bordo do Uranus,
sagraram-se, com grande naturalidade, e
como se antecipava, Campeões Nacionais da
Classe Dragão de 2020 ao fim das seis regatas
disputadas. Em segundo lugar, Francisco
Pinheiro de Melo, Charles Nankin e Gonçalo
Ribeiro, cabendo o lugar mais baixo do
pódio a Miguel Magalhães, que comandou
o Peggy, ajudado por Jorge Pinheiro de Melo
e Peter Lekszycki.
34
Hippocampus
Regattas XXV HM King Juan Carlos Trophy/Dragon National Championship
The return of the Dragon Class
The end of the summer marked the return to the Dragon Class
competition at Clube Naval de Cascais. First, with the dispute
of the XXV HM King Juan Carlos Trophy, followed two weeks later
by the Dragon National Championship
One of the dearest for Clube Naval de
Cascais, both by tradition and by the
undeniable (and enviable) parchment that it
holds, the Dragon class has returned to the
sea, since the end of the winter races, part of
the no less renowned Cascais Dragon Winter
Series, with two top level events. At the end of
August, the XXV HM The King Juan Carlos
Trophy took place, a prestigious event that for
two and a half decades has been conquering
dragonists from the most diverse locations;
followed by, in early September, the Dragon
National Championship.
On the first day of the 25th edition of
the HM The King Juan Carlos Trophy,
the nine Dragon class vessels that formed
the fleet only competed in one race, due
to the increased wind intensity that was
registered as the day progressed. The victory
in the first race, which awarded the Vincie
trophy, went to the Olinghi, by Wouter ten
Wolde, seconded by Gonçalo Ribeiro and
João Matos Rosa, with the Venus, by Pedro
Mendes Leal, accompanied by Jorge Ferlov
and Pedro Rebelo de Andrade (Winner of
the Marblehead Trophy and of the Dragon
Eurpean Cup in November 2020, Winner of
the Dragon Gold Cup in 2019, and European
Champion in 2017), taking second place,
followed by Peter Cunningham’s Saturn,
with Andy Beadsworth (World Champion in
2017 and 2019) and Charles Nakin (winner of
the Marblehead Trophy 2020 and European
Champion in 2017) securing the lowest place
on the podium.
The second day of the HM King Juan Carlos
Trophy was marked by the radiant sun and
the strong wind, blowing from the North
quadrant with an intensity of 15-22 knots.
The fleet, composed by the nine Dragons
enrolled in the race, started the day at 11:00
AM with only one race, returning to land
due to the increased wind intensity at the end
of the race. About one hour later, conditions
improved again and the dragons returned to
the sea to complete another race. After the two
races in this second day, Peter Cunningham’s
Venus, with Andy Beadsworth and Charles
Nankin, led the overall classification of the
race, being the winner of both, with the second
place going to Gery Trentesaux’s Band à Part,
with Eric Brezellec and Codric Pouligny, and
the third place to Pedro Mendes Leal, with
Jorge Ferlov and Pedro Rebelo de Andrade.
At the end of the 25th edition of the King
Juan Carlos Trophy, once again the wind took
time to enter, and the first race of the day
not only started thirty minutes late but was
marked by the instability of the wind, which
culminated with a shortening in the offset
mark in the second passage on the windward
side of the course, with the victory smiling
upon the Whisper, by Mario Quina, with
Raúl Bulhão Pato and Marco Flávio. The
Race Committee then made a break between
the first and the second regatta, so that the
minimum conditions were once again met
to initiate the starting procedures, and so it
happened: the Northwest wind established
itself again in the Cascais bay, and the nine
Dragons were able to finish the two races that
were missing to complete the championship.
The crew of Venus encored, obtaining the
victory in the remaining races, and thus
obtained the first place on the podium - in
addition to the team led by Pedro Mendes
Leal, and composed of Jorge Ferlov and Pedro
Rebelo de Andrade, winning the last race of
the event, also won the Stavros trophy. The
final second place was occupied by the French
team of Gery Trentesaux, followed by the
Anglo-Saxon crew led by Peter Cunningham.
36
Hippocampus
DOUBLE SUCCESS
When the time came to dispute the Portuguese
Dragon National Championship, to be
decided among a fleet composed of six vessels
of this magnificent class, the first day of the
race gave the crews the pleasure of sailing with
moderate September winds, blowing from the
Northwest quadrant and with an intensity of
11-8 knots. The proof of how the race field of
Guia never disappoints the sailors, reflected
in a truly spectacular sailing day.
Pedro Mendes Leal’s Uranus, with Jorge
Ferlov and Pedro Rebelo de Andrade, made its
debut with three victories on the first day of the
competition, and confirmed the favouritism
to the national Dragon title, after the victory
in the 25th edition of the HM The King Juan
Carlos Trophy two weeks earlier. The fight for
second place was tight, between Peggy, runner-
-up, captained by Miguel Magalhães, with
Jorge Pinheiro de Melo and Peter Leksycki,
and Jupiter, by Francisco Pinheiro de Melo,
with Charles Nankin and Gonçalo Ribeiro,
who occupied third place, with the two teams
separated by no more than one point.
With the wind not only unstable in direction
but also too weak, the race committee was
forced to delay the first warning signal for
the second day of racing. With the wind
coming in from the west, at 6-7 knots, at
around 2pm, the fleet went to sea to dispute
the second day of the championship.
In the first race of the day, Pedro Mendes
Leal, Jorge Ferlov and Pedro Rebelo de
Andrade, aboard Uranus, had honourable
lines again; in the second and last race of
the day, Francisco Pinheiro de Melo, Gonçalo
Ribeiro and Charles Nankin stole the
perfection from Pedro Mendes Leal’s team,
making their debut in victories. The overall
classification, with five races held, was led
by Pedro Mendes Leal, with Jorge Pinheiro
de Melo occupying the second, closing the
podium was the Miguel Magalhães team.
For the last day of the championship, the
first warning sign was set for 11:00 AM,
and the Dragon Class fleet went into the
water with the wind blowing from East to
South East. The only race of the day started
with the wind at around 8 knots, but losing
intensity along the it, which led the Race
Committee to shorten in the second passage
of the windward mark. The honours of the
last race went, once again, to Pedro Mendes
Leal’s team, with the second place going to
Mário Quina’s Whisper, with Raúl Bulhão
Pato and Eduardo Marques, followed by
the vessel of Francisco Pinheiro de Melo,
Charles Nankin and Gonçalo Ribeiro. After
this race, the Race Committee had to send
the fleet ashore, as there were no minimum
conditions for the practice of the sport.
Pedro Mendes Leal, Jorge Ferlov and Pedro
Rebelo de Andrade, aboard the Uranus, were,
naturally and as anticipated, 2020 Dragon
Class National Champions at the end of the
six disputed races. In second place, Francisco
Pinheiro de Melo, Charles Nankin and Gonçalo
Ribeiro, and closing the podium Miguel
Magalhães leading Peggy, assisted by Jorge
Pinheiro de Melo and Peter Lekszycki.
Clube Naval de CASCAIS 37
REGATAS
Cascais Vela 2020
UMA REFERÊNCIA
COM VINTE ANOS
DE SUCESSO
Referência incontornável não só do Clube Naval de Cascais, como do calendário
anual da vela em Portugal, o Cascais Vela comemorou este ano o seu vigésimo
aniversário. O evento integrou, igualmente, o também já tradicional campeonato
Maria de Guedes Queiroz, para a classe Snipe, voltando a constituir um enorme
êxito, não só em termos de adesão, mas, também, de competitividade
Fotos: NEUZA AIRES PEREIRA
38
Hippocampus
Desde a sua criação que o Cascais Vela é
uma referência absoluta do calendário
da vela em Portugal. O evento comemorou
este ano o seu vigésimo aniversário, e voltou
a exibir todas as qualidades que fazem desta
uma das provas preferidas dos velejadores
nacionais, nas mais variadas classes que o
compõem, conseguindo reunir, em pleno
ano de pandemia, praticamente sete dezenas
de embarcações.
No arranque do campeonato, o primeiro dia
amanheceu com sol e vento não mais do que
moderado. As 67 tripulações, repartidas por
quatro classes, que competiram na jornada
inaugural velejaram com vento de 8-10 nós
a soprar do quadrante Oeste, e que, com o
decorrer do dia, foi rodando para Norte.
Findo o primeiro dia de prova, na Classe
ORC – Troféu Quebramar, a liderança da
classificação geral e da classe A era pertença do
Giulietta 2 – Marina de Cascais, de Alexandre
Kossack, graças às duas vitórias alcançadas nas
regatas “técnicas”. No segundo posto estava o
Rational German Kitchens, de Miguel Graça,
fechando o pódio da classificação geral o
Syone, de Nuno Neves, primeiro classificado
na Classe B.
Na Classe NHC – Regata Marina de Cascais,
a regata costeira de estreia, e única do dia, foi
vencida pelo Metralha, de José Vozone. O
Mirpuri Foundation - Racing for The Planet,
comandado por Yoan Richomme, teve direito
às line honours mas não conseguiu bater o
Metralha em tempo corrigido, cabendo o lugar
mais baixo do pódio desta classe ao Carapau,
de Bernardo Dias Pinheiro.
Quanto à classe SB20 – Desafio Mitsubishi.
A estrelas do primeiro dia foram José Paulo
Ramada, António Silva Pereira e Fernando
Kuo, a bordo do Dom Pedro Hotels, que conseguiram
terminar as três regatas disputadas
sempre dentro dos três primeiros. Os “vices”
do primeiro dia foram os franceses do Skin
in the Game, Edward Russo, Gilles Favennec
e Mikael Mergui, seguidos pelo Puss Puss
– SailCascais, de Vasco Serpa, Pedro Costa
Alemão e Diogo Machado Pinto.
Esta 20ª edição do Cascais Vela englobou,
ainda, o tradicional Troféu Maria de Guedes
Queiroz para a classe Snipe. Campeonato que
conta com a particularidade de ter tripulações
obrigatoriamente mistas, ou seja, uma mulher e
um homem, e que contou, como é da tradição,
com uma forte participação da frota espanhola.
No final do primeiro dia, o veterano e múltiplo
Campeão Nacional, Tiago Roquette, seguia
na frente com Vitória Almada. Na segunda
Clube Naval de CASCAIS 39
Regatas Cascais Vela 2020
posição estavam os campeões nacionais de
2020, Pedro e Sofia Barreto, fechando o pódio
José Luís Maldonado e Carmela Marzal.
MAIS UM MAGNÍFICO DIA DE VELA
No segundo dia do Cascais Vela, as quatro
frotas voltaram a encher a baía de Cascais, com
o vento a soprar do quadrante de Noroeste
com 9-12 nós de intensidade. Os cruzeiros da
Classe ORC e NHC cumpriram uma regata
costeira em cada uma das classes, a qual, para
a Classe ORC, tinha um peso superior do
que para as restantes, dado que não podia ser
descartada do resultado final, e também por
ter um valor ponderado de 1.5. A vitória nesta
regata na classe ORC, que definiu, igualmente,
o vencedor do Troféu Pedro Mendonça, foi
para o Xekmatt, de José Carlos Prista. No fim
do segundo dia de competição, o Syone, de
Nuno Neves, liderava a tabela classificativa e
a Divisão B, no segundo posto mantinha-se o
Rational German Kitchens, de Miguel Graça,
seguido do Giulietta 2, de Alexandre Kossack.
No desafio Marina de Cascais – Classe
NHC, A liderança continuava a pertencer
ao Metralha, de José Vozone, seguido pelo
Cristina A, de Francisco Brito e Abreu, que
venceu em tempo corrigido a regata disputada
neste segundo dia. No lugar mais baixo do
pódio continuava o Carapau, de Bernardo
Dias Pinheiro.
Na segunda jornada da classe SB20 – Desafio
Mitsubishi, os dois lugares cimeiros
mantinham-se inalterados, com o Dom Pedro
Hotels e o Skin in the Game a manterem-se,
por esta ordem, na liderança. A terceira posição
foi garantida pela jovem equipa Youth
Team Portugal – 98.1 Radio Marginal, de
Henrique Brites, Rafael Rodrigues, Bernardo
Torres Pêgo e Luis Pinheiro. De salientar que
a jovem equipa, Campeã Nacional da Classe
SB20, completou um fantástico segundo dia
de competição, com uma vitória e um segundo
lugar, deixando para trás o sétimo lugar obtido
na última regata do dia.
Quanto ao Troféu Maria Guedes Queiroz,
foi dia de fecho e, no final das cinco regatas
realizadas, a dupla Sofia e Pedro Barreto voltou
a vencer e a levantar este troféu, já que em 2019
também tinha conquistado este título. Tiago
Roquette e Vitória Almada foram segundos,
seguidos da dupla Alexandre Tinoco, campeão
do mundo da classe Snipe, e Laura Morata.
TERMINAR EM GRANDE ESTILO
Depois de dois espectaculares dias de vela,
o último dia do Cascais Vela não podia ser
diferente, brindando os participantes no
campeonato com ventos de Oeste a Noroeste,
com 8-14 nós de intensidade. Era tempo de
terminar a competição para as classes de
Cruzeiro, NHC e ORC, bem como para a
classe SB20.
40
Hippocampus
Na Classe ORC – Troféu Quebramar, na
divisão A, a vitória foi para o Xekmatt, de
José Carlos Prista, que, além do êxito na
sua divisão, venceu também a classificação
geral da classe – por tendo vencido no dia
anterior a regata costeira, assim arrecadou,
também, o Troféu Pedro Mendonça. Em
segundo lugar na divisão A da Classe ORC
ficou o Rational German Kitchens, do
sócio do Clube Naval de Cascais, Miguel
Graça, cabendo o lugar mais baixo do
pódio ao Giulietta 2 – Marina de Cascais,
do também sócio do CNC, Alexandre
Kossack. Já na divisão B, o detentor dos
títulos de 2018 e 2019 deste troféu levou a
melhor sobre toda a concorrência e voltou
a sagrar-se campeão, só que, desta feita,
apenas na sua divisão. Em segundo lugar
nesta divisão ficou o Bamak, de Rodrigo
Vargas, seguido do Vicky, do sócio do
CNC, Augusto Castelo Branco.
O grande vencedor na classe NHC – Regata
Marina de Cascais foi o Cristina A, de
Francisco Brito e Abreu, seguido do Metralha,
de José Vozone. O terceiro lugar em tempo
corrigido, e como seria de esperar, por via das
três vitórias alcançadas em tempo real, foi para
o espectacular VO65 Mirpuri Foundation -
Racing For the Planet, naturalmente vencedor
do troféu para tempo real.
Por fim, no Desafio Mitsubishi para a Classe
SB20, a vitória sorriu a José Paulo Ramada,
aos comandos do Dom Pedro Hotels, coadjuvado
por António Pereira, Miguel Leal Faria
e Tomás Camelo. Em segundo lugar ficaram
os Campeões Nacionais em título da classe
SB20, a equipa do Youth Team Portugal – 98.1
Radio Marginal, capitaneada por Henrique
Brites, secundado por Luís Pinheiro, Rafael
Rodrigues e Bernardo Pego. Ainda no pódio
ficou a equipa francesa de Edward Russo, com
Gilles Favennec e Mikael Mergui.
Clube Naval de CASCAIS 41
Regattas Cascais Vela 2020
A reference with twenty
years of success
An unavoidable reference not only for Clube Naval de Cascais,
but also for the annual sailing calendar in Portugal, Cascais Vela
celebrated its 20th anniversary this year. The event also included the
already traditional Maria de Guedes Queiroz championship,
for the Snipe class, and was again an enormous success, not only
in terms of participation, but also of competitiveness
Since its creation, Cascais Vela has
been an absolute reference in the
sailing calendar in Portugal. This year
the event celebrated its twentieth anniversary,
and once again demonstrated all
the qualities that make this one of the
favourite races of national sailors, in the
most diverse classes that compose it, managing
to gather, in the middle of a year
of pandemic, almost seven dozen boats.
At the start of the championship, the first
day dawned with sun and wind no more
than moderate. The 67 crews, divided
into four classes, who competed in the
opening day sailed with a wind of 8-10
knots blowing from the West quadrant,
and as the day progressed it was turned
North.
After the first day of race, in the ORC
Class – Quebramar Trophy, the leadership
of the general classification and of the A
class belonged to Giulietta 2 - Marina de
Cascais, of Alexandre Kossack, with the
two victories achieved in the “technical”
races. In second place was Miguel Graça’s
Rational German Kitchens, and closing
the podium in the general classification,
42
Hippocampus
Nuno Neves’ Syone, first place in Class B.
In the NHC Class - Cascais Marina Regatta,
the first and only offshore race of the
day, was won by José Vozone’s Metralha.
The Mirpuri Foundation - Racing for The
Planet, commanded by Yoan Richomme,
was given the line honours but could not
beat the Metralha in corrected time, with
the lowest place on the podium of this
class going to Bernardo Dias Pinheiro’s
Carapau.
As for the SB20 Class - Mitsubishi Challenge.
The stars of the first day were José
Paulo Ramada, António Silva Pereira and
Fernando Kuo, aboard the Dom Pedro
Hotels, who managed to finish the three
races always within the first three. The
“vices” of the first day were the French
from Skin in the Game, Edward Russo,
Gilles Favennec and Mikael Mergui,
followed by Puss Puss - SailCascais, of
Vasco Serpa, Pedro Costa Alemão and
Diogo Machado Pinto.
This 20th edition of Cascais Vela also
included the traditional Maria de Guedes
Queiroz Trophy for the Snipe Class. This
championship has the peculiarity of having
mandatory mixed crews, that is, a woman
and a man, and that counted, as it is tradition,
with a strong participation of the
Spanish fleet. At the end of the first day,
the veteran and multiple times National
Champion, Tiago Roquette, was ahead
Clube Naval de CASCAIS 43
Regattas Cascais Vela 2020
with Vitória Almada. In second position
were the 2020 Portuguese National Champions,
Pedro and Sofia Barreto, and closing
the podium was José Luís Maldonado and
Carmela Marzal.
ANOTHER MAGNIFICENT
SAILING DAY
On the second day of Cascais Vela, the
four fleets filled the bay of Cascais again,
with wind blowing from the Northwest
quadrant with 9-12 knots of intensity.
The ORC and NHC Class cruises had
an offshore race in each of the classes,
which, for the ORC Class, had a greater
weight than the others, as it could not be
discarded from the final result, and also
because it had a weighted value of 1.5.
The victory in this race in the ORC class,
which also defined the winner of the Pedro
Mendonça Trophy, went to the Xekmatt, of
José Carlos Prista. At the end of the second
day of competition, Nuno Neves’ Syone
led the classification table and Division
B, second place went to Miguel Graça’s
Rational German Kitchens, followed by
Alexandre Kossack’s Giulietta 2.
In the challenge Marina de Cascais -
NHC Class, the lead continued to belong
to Metralha, of José Vozone, followed by
Cristina A, of Francisco Brito and Abreu,
who won in time corrected the regatta
disputed this second day. In the lowest
place of the podium remained Bernardo
Dias Pinheiro’s Carapau.
On the second day of the SB20 - Mitsubishi
Challenge class, the two top places
remained unchanged, with Dom Pedro
Hotels and Skin in the Game staying, in
this order, in the lead. The third position
was guaranteed by the Youth Team Portugal
- 98.1 Radio Marginal, of Henrique
Brites, Rafael Rodrigues, Bernardo Torres
Pêgo and Luis Pinheiro. It should be noted
that the young team, National Champion
of the SB20 Class, completed a fantastic
second day of competition, with a victory
and a second place, leaving behind the
seventh place obtained in the last race
of the day.
As for the Maria Guedes Queiroz Trophy,
it was closing day and, at the end of the
five races held, the duo Sofia and Pedro
Barreto won again and raised this trophy,
as they had also won this title in 2019.
Tiago Roquette and Vitória Almada were
second, followed by Alexandre Tinoco,
Snipe class world champion, and Laura
Morata.
FINISH IN STYLE
After two spectacular sailing days, the
last day of Cascais Vela couldn’t be any
different, toasting the participants in the
championship with winds from West to
Northwest, with 8-14 knots of intensity.
It was time to finish the competition for
the Cruise, NHC and ORC Classes, as
well as for the SB20 Class.
In the ORC Class - Quebramar Trophy,
in division A, the victory went to the Xekmatt,
of José Carlos Prista, who, besides
the success in his division, also won the
44
Hippocampus
general classification of the class - for having
won the offshore race the day before,
he also won the Pedro Mendonça Trophy.
In second place in division A of the ORC
Class was the Rational German Kitchens,
of the member of Clube Naval de Cascais,
Miguel Graça, with the lowest place on the
podium going to Giulietta 2 - Marina de
Cascais, of the also member of the CNC,
Alexandre Kossack. In the B division, the
holder of the 2018 and 2019 titles of this
trophy got the best over all the competition
and became champion again, but this time
only in his division. In second place in this
division was Bamak, of Rodrigo Vargas,
followed by Vicky, of the CNC member,
Augusto Castelo Branco.
The big winner in the NHC - Cascais
Marina Regatta class was Cristina A,
of Francisco Brito e Abreu, followed by
Metralha, of José Vozone. The third place
in corrected time, and as one would expect,
due to the three victories achieved
in elapsed time, went to the spectacular
VO65 Mirpuri Foundation - Racing For
the Planet, naturally winner of the trophy
for elapsed time.
Finally, in the Mitsubishi Challenge for
the SB20 Class, the victory smiled to José
Paulo Ramada, at the controls of Dom
Pedro Hotels, assisted by António Pereira,
Miguel Leal Faria and Tomás Camelo. In
second place were the National Champions
in the SB20 class, the Youth Team Portugal
- 98.1 Radio Marginal team, captained
by Henrique Brites, accompanied
by Luís Pinheiro, Rafael Rodrigues and
Bernardo Pego. Still on the podium was
the French team of Edward Russo, with
Gilles Favennec and Mikael Mergui.
Clube Naval de CASCAIS 45
REGATAS
Campeonato Nacional de Optimist/Campeonato da Europa de Optimist
E tudo o Clube Naval
de Cascais levou!
Mesmo num ano atípico, que se traduziu numa temporada repleta
de incerteza e inúmeros contratempos, os jovens velejadores da equipa
de Optimist do CNC souberam encontrar a motivação tanto para alcançar
o título nacional, como para garantir vários lugares na selecção
que representou Portugal no europeu da classe
Chegada ao fim a época desportiva mais
atípica de que há memória, valerá a pena
recordar o percurso dos jovens atletas da classe
Optimist do Clube Naval de Cascais ao longo
deste inesquecível ano de 2020. A equipa de
competição de Optimist do CNC, composta
por Boudie Van Dishoeck, Francisco Uva
Sancho, José Vozone, Max de Groot e Tiago
Santos, interrompeu a sua actividade em
Março, tal como as demais. Regressou aos
treinos em Maio, com o objectivo de preparar
o apuramento para os campeonatos internacionais
na Prova de Apuramento Nacional
Fotos: JOÃO COSTA FERREIRA
em Viana do Castelo – campeonato que foi
cancelado devido à pandemia da COVID-19,
tal como todos os outros, deixando este grupo
de trabalho desolado por, mais uma vez, não
poder competir.
Mas a equipa deu a volta, e voltou a saber
encontrar a motivação para treinar. A formação
de Optimist foi deslocada para o Algarve,
onde treinou desde a primeira semana de
Agosto até à realização do Campeonato de
Portugal de Juvenis e Infantis, período durante
o qual até recebeu dois novos elementos:
Matilde Bandeira e Augusto Castelo Branco.
Findo o Campeonato de Portugal de Juvenis
e Infantis, a formação do CNCascais
deu mostras da sua coesão e da qualidade
do trabalho realizado nos meses que o antecederam.
Francisco Uva Sancho sagrou-se
Campeão de Portugal, com quatro vitórias
seguidas nas últimas regatas disputadas. No
4º lugar ficou Augusto Castelo Branco, em
11º Matilde Bandeira, em 15º Tiago Santos,
em 30º Max de Groot, em 49º José Vozone
e em 54º Boudie Van Dishoeck.
A equipa do CNC conquistou, assim, um
excelente resultado, pois não só três dos seus
46
Hippocampus
velejadores – Francisco Uva Sancho, Augusto
Castelo Branco e Matilde Bandeira – ficaram
apurados para o Campeonato Europeu da
Classe Optimist, que se disputou na Eslovénia,
como trouxe para Cascais o troféu do
melhor clube. De sublinhar que este êxito
não teria sido possível sem o enquadramento
técnico dos dois treinadores do Clube Naval
de Cascais, Afonso Prieto e Miguel João.
Refira-se, a propósito, que Afonso Prieto
despede-se, assim, da classe Optimist, com
a qual trabalhou ao longo de quatro épocas,
duas delas no Clube Naval de Cascais, para
voltar a enquadrar a equipa de competição de
420 do CNC, sendo o enquadramento técnico
da classe Optimist em Cascais garantido por
Miguel João.
CNC EM FORÇA NO EUROPEU
Francisco Uva Sancho, Augusto Castelo
Branco e Matilde Bandeira, os três velejadores
que integraram a selecção nacional composta
por uma dezena de elementos, que teve por
missão representar Portugal no Campeonato
da Europa de Optimist de 2020, fizeram,
também, a sua estreia em competições internacionais
justamente no evento realizado
em Portoroz, na Eslovénia, em meados de
Outubro. Ainda acompanhados de Afonso
Prieto, todos foram magníficos exemplos
da excelente preparação com que contavam,
inclusive para esta prova de topo, os atletas do
CNC que integram esta emblemática classe
de formação, sendo a melhor prova disso
mesmo o terceiro lugar obtido por Matilde
Bandeira na primeira regata que disputou
a nível internacional, assim como a vitória
alcançada por Francisco Uva Sancho também
na regata inaugural.
E mesmo que a classificação final do campeonato
tenha acabado por ficar condicionada
pelo facto de este ter tido menos um dia do
que o previsto, por decreto do governo esloveno,
que suspendeu de imediato todas as
competições no país devido ao agravamento
da pandemia da COVID-19 naquela época
do ano, nem por isso os velejadores do Clube
Naval de Cascais deixaram de dar o seu
melhor na prova levada a cabo na matreira
baía de Portoroz, onde imperou um vento
fraco e instável durante todo o evento. Ainda
assim, no final, Matilde Bandeira terminou
na 25ª posição da classificação geral da frota
feminina, ao passo que, entre os rapazes,
Francisco Uva Sancho terminou no 14º
posto, e Augusto Castelo Branco no 108º.
Clube Naval de CASCAIS 47
Regattas Optimist National Championship/Optimist European Championship
Gone with Clube Naval
de Cascais!
Even in an atypical year, which translated into a season full of uncertainty and
countless setbacks, the young sailors from the CNC Optimist team were able to find
the motivation both to achieve the national title and to secure several places in the
national team that represented Portugal in the European championship of the class
When the most atypical sports season
in memory comes to an end, it is
be worth remembering the journey of the
young athletes of the Optimist class of Clube
Naval de Cascais throughout this unforgettable
year of 2020. The competition team
of Optimist of the CNC, formed by Boudie
Van Dishoeck, Francisco Uva Sancho, José
Vozone, Max de Groot and Tiago Santos,
interrupted its activity in March, as did the
others. The team returned to training in
May, with the aim of preparing the qualification
for the international championships
in the National Qualifying Competition
in Viana do Castelo - a championship
that was cancelled due to the COVID-19
pandemic, like all the others, leaving this
group devastated because, once again, it
could not compete.
But the team bounced back and found
the motivation to train again. Optimist’s
training was moved to the Algarve, where
they trained from the first week of August
until the Portuguese Youth and Children’s
Championship was held, during which time
they even received two new elements: Matilde
Bandeira and Augusto Castelo Branco.
After the Portuguese Youth and Children’s
Championship, the CNCascais’ team showed
its cohesion and the quality of the work done
in the months that preceded it. Francisco
Uva Sancho became Portuguese Champion,
with four victories in a row in the last
disputed races. In 4th place was Augusto
Castelo Branco, 11th Matilde Bandeira, 15th
Tiago Santos, 30th Max de Groot, 49th José
Vozone and 54th Boudie Van Dishoeck.
The CNC’s team obtained an excellent
result, because not only three of its sailors
48
Hippocampus
- Francisco Uva Sancho, Augusto Castelo
Branco and Matilde Bandeira - were qualified
for the European Championship of the
Optimist Class, which took place in Slovenia,
but also brought to Cascais the trophy
of the best club. It should be stressed that
this success would not have been possible
without the technical framework of the two
coaches of Club Naval de Cascais, Afonso
Prieto and Miguel João. In this way, Afonso
Prieto says goodbye to the Optimist class,
with which he worked for four seasons, two
of them at Clube Naval de Cascais, to return
to the CNC’s 420 competition team, being
the technical framework of the Optimist
class in Cascais assured by Miguel João.
CNC IN GREAT SHAPE AT THE
EUROPEAN CHAMPIONSHIP
Francisco Uva Sancho, Augusto Castelo
Branco and Matilde Bandeira, the three sailors
who were part of the national team composed
of a dozen elements, whose mission
was to represent Portugal in the European
Optimist Championship in 2020, also made
their debut in international competitions
at the event held in Portoroz, Slovenia, in
mid-October. Still accompanied by Afonso
Prieto, all were magnificent examples of
the excellent preparation received, even for
this top event, by the CNC athletes that
integrate this emblematic training class,
being the best proof of that the third place
obtained by Matilde Bandeira in her first
race disputed at international level, as well
as the victory achieved by Francisco Uva
Sancho also in the inaugural race.
And even if the final classification of the
championship was conditioned by the fact
that it had one day less than expected, by
decree of the Slovenian government, which
immediately suspended all competitions
in the country due to the worsening of the
pandemic of COVID-19 at that time of the
year, the sailors of Club Naval de Cascais
did not fail to give their best in the event
held in the bay of Portoroz, where the weak
and unstable wind prevailed throughout the
event. Even so, in the end, Matilde Bandeira
finished in the 25th position of the general
classification of the female fleet, while,
among the boys, Francisco Uva Sancho
finished in the 14th position, and Augusto
Castelo Branco in the 108th.
Clube Naval de CASCAIS 49
REGATAS
1º Troféu SailCascais
ESTREIA ÉPICA
Nova competição destinada à frota de SB20 organizada pelo Clube Naval
de Cascais, a primeira edição do Troféu SailCascais disputou-se
com condições verdadeiramente épicas para a prática da modalidade,
que muito contribuíram para o seu extraordinário êxito
Com o patrocínio da SailCascais, e o
apoio da Vista Alegre, teve lugar no
final do passado mês de Agosto o 1º Troféu
SailCascais, a mais recente organização do
Clube Naval de Cascais destinada aos SB20.
Uma iniciativa que redundou num inequívoco
sucesso, não só pelas excelentes condições
climatéricas que se fizeram sentir em águas
cascalenses, ideais para a prática da vela, e o
garante de uma intensa competição entre as
tripulações presentes, como pela extraordinária
adesão à prova, que contou com uma frota de
praticamente três dezenas de embarcações.
Primeiro dia de regatas, céu azul, um sol
radiante e vento a soprar de Norte, com uma
intensidade entre 15-25 nós, acabando o percurso
por ser montado muito próximo da costa,
no interior da Baía de Cascais, devido às calmas
condições de mar. Os 27 barcos da classe
SB20 foram para a água, e a equipa campeã
nacional da classeem Portugal, a Youth Team
Portugal -98.1 Radio Marginal, composta por
Henrique Brites, Bernardo Torres Pêgo, Rafael
Rodrigues e Luis Pinheiro, recomeçou no lugar
que havia deixado da última vez que esteve
no mar, e acertou com uma vitória na regata
de abertura. Uma navegação firme e sólida
da jovem equipa de Cascais, a que se seguiu
o Faith On, de Mafalda Pires de Lima, com
Mariana Lobato, Francisco Maia e Martim
Fernandes, do Clube de Vela Atlântico, e o
Roff, de Manuel Marques, com Tiago Morais
e Hugo Mastbaum, da Associação Naval de
Lisboa.
Para a segunda regata do dia, o vento continuou
a aumentar, e algumas rajadas em torno
dos 20 nós estavam a varrer o percurso. Vasco
Passanha, aos comandos do Patris Finance,
coadjuvado por Nuno Bajanca, Francisco Mello
e Tomás Barreto, construiu uma liderança
sólida na primeira bolina, quando escolheu
o lado esquerdo do percurso para a primeira
perna, e, a partir daí, nunca mais largou o
primeiro lugar. Henrique Brites foi segundo,
seguido por Diogo Correa Mendes, no Quinta
dos Murças, acompanhado de João Prieto,
Ana Costa Santos e Tomás Pires de Lima.
Uma vez que a previsão meteorológica
apontava para um aumento significativo da
intensidade do vento, a comissão de regatas
expôs Deferimento sobre alpha e, deste modo,
mandou a frota regressar a terra, dando por
terminado o primeiro dia de prova. A jornada
de abertura foi, pois, um dia de catálogo pelo
50
Hippocampus
qual Cascais é conhecida. Os mais novos assumiram
a liderança da classificação geral, e,
após duas regatas realizada, Henrique Brites
liderava, na frente de Mafalda Pires de Lima,
com a nova equipa de Bernardo Loureiro,
com Guilherme Gomes, Michel Del Vecchio
e Pedro Garcia, a garantir o terceiro posto.
O segundo dia do Troféu SailCascais de 2020
começou com uma forte brisa de Norte, na
casa dos 17-18 nós. Após o início da primeira
regata, as tripulações locais do Youth Team
Portugal/Rádio Marginal, capitaneada por
Henrique Brites, e do PussPuss, de Vasco
Serpa, pareciam fortes, mas um salto do lado
esquerdo, no final da primeira bolina, trouxe
de volta um conjunto de barcos liderados
pelo Medalha de Bronze de 1996 e Campeão
Mundial da classe SB20 de 2016, Hugo Rocha.
E Hugo Rocha assumiu a liderança e não
mais a largou. Foi seguido pelo Roff, de
Manuel Marques, e por Vasco Serpa, que
garantiu a terceira posição. Para a segunda
regata, uma extremidade do lado do barco
visor favorecida criou alguns problemas no
início. Hugo Rocha e Mafalda Pires de Lima
lideraram o percurso, mas ambos os barcos
foram desclassificados por largada adiantada.
Vasco Serpa, no PussPuss, com Pedro
Costa Alemão e Santiago Sampaio, acabou
por levar as honras da chegada, seguido por
Pedro Nieto, no Guto, do Clube de Vela
Atlântico, e por Henrique Brites. Para fechar
o dia, o numeral 2 foi exposto, significando
3 bolinas para a última regata do dia: com o
vento na casa dos 20 nós, e rajadas com 5 a 8
nós adicionais de intensidade, foi disputada
sobre o que restou das equipas. Vasco Serpa
apanhou os dois primeiros saltos de vento,
construindo uma vantagem inicial para navegar
directo para a vitória. O calmo Hugo
Rocha zarpou para segundo, seguido do
Roff, de Manuel Marques. Assim, no final
do segundo dia do Troféu SailCascais, Vasco
Serpa e Henrique Brites estavam empatados,
com dez pontos, na liderança da classificação
geral, logo seguidos de Manuel Marques, em
terceiro, com 7 pontos.
O MOMENTO DA CONSAGRAÇÃO
O último dia de competição acabou por
iniciar-se com um atraso de uma hora e meia
face ao inicialmente estipulado, dado que o
vento não entrou na Baía de Cascais como
estaria previsto. Por fim, o vento de Norte foi
entrando, e a Comissão de Regatas conseguiu
montar o percurso bem dentro da baía, com
a baliza de barlavento a menos de 200 metros
da praia.
As duas últimas regatas do evento foram
um pouco mais suaves para a frota, depois de
dois dias a navegar em condições desafiantes,
impostas pelos fortes ventos que sopraram ao
largo de Cascais. O Patris, de Vasco Passanha,
venceu a primeira regata do dia, sendo seguido
por Henrique Brites e Manuel Marques.
Hugo Rocha, com o MataUPinto, tripulado
por Eduardo Marques, Pedro Espergueira
e Luis Mira, levou as honras da chegada na
segunda regata, já disputada com um pouco
mais de vento, seguindo-se-lhe o Bravo, de
Paulo Palha, e por Henrique Brites.
Chegado o momento de disputar a Medal
Race, e não obstante Henrique Brites liderar
com cinco pontos de vantagem sobre o Puss
Puss, de Vasco Serpa, tudo estava ainda em
aberto para a primeira posição, especialmente
porque o vento voltou a carregar para cerca de
20 nós. Na largada, quatro barcos voltaram
à linha quando a bandeira X foi exposta e
não desceu.
Com a divisão da frota, Hugo Rocha assumiu
a liderança e rumou para a vitória. A equipa de
Henrique Brites manteve a calma e segurou a
segunda posição, apesar de alguns problemas
no final da segunda popa. Mafalda Pires de
Lima, no Faith On, também terminou nos
três primeiros. No final da lista, os vencedores
foram o PussPuss, de Vasco Serpa, em
representação do Clube Naval de Cascais, e
o Roff, de Manuel Marques, da Associação
Naval de Lisboa. Primeiro lugar feminino para
o Ladies First, a equipa do Sport Algés e Dafundo
composta por Carolina João, Frederica
Franchi, Joana Azevedo e Zezi Cardoso, que
terminou num impressionante quatro lugar
da geral. A equipa Bravo, de Paulo Palha, foi
a vencedora na divisão coríntia!
Deste modo, a Youth Team Portugal /98.1
Rádio Marginal, de Henrique Brites, Bernardo
Torres Pêgo, Rafael Rodrigues e Luís
Pinheiro, conquistou o 1º Troféu SailCascais.
Depois de vencer o Campeonato Nacional no
mês passado, a jovem equipa do Clube Naval
Cascais continuou a exercer o seu domínio
sobre a frota, e navegou forte no último dia,
marcando um segundo e um terceiro lugares
antes de ir para a Medal Race, que terminou
em segundo. Duas vitórias seguidas! Muito
bem! Com a vitória no Troféu SailCascais,
esta equipa venceu, igualmente, a qualificação
interna do Clube Naval de Cascais para a Liga
Vela Portugal.
Clube Naval de CASCAIS 51
Regattas 1st SailCascais Trophy
Epic debut
A new competition for the SB20 fleet organized by Clube Naval
de Cascais, the first edition of the SailCascais Trophy was held
with truly epic conditions for the practice of the sport,
greatly contributing to its extraordinary success
With the sponsorship of SailCascais,
and the support of Vista Alegre, the
1st SailCascais Trophy, the most recent initiative
of Clube Naval de Cascais for SB20, took
place at the end of August. An initiative that
resulted in an unequivocal success, not only
because of the excellent weather conditions
that were felt in the waters of Cascais, ideal
for the practice of sailing, and the guarantee
of intense competition among the crews
present, but also because of the extraordinary
adherence to the race, which had a fleet of
almost three dozen boats.
First day of races, blue sky, a radiant sun
and wind blowing from the north, with an
intensity between 15-25 knots, ending the
course very close to the coast, inside the Bay
of Cascais, due to the calm sea conditions.
The 27 vessels of the SB20 class went into
the water, and the national champion team
of the category in Portugal, the Youth Team
Portugal -98.1 Radio Marginal, formed by
Henrique Brites, Bernardo Torres Pêgo, Rafael
Rodrigues and Luis Pinheiro, started again
in the place they had left last time they were
at sea, and got a victory in the opening race.
A firm and solid navigation of the young
team from Cascais, followed by Faith On, of
Mafalda Pires de Lima, with Mariana Lobato,
Francisco Maia and Martim Fernandes,
from Clube de Vela Atlântico, and Roff, of
Manuel Marques, with Tiago Morais and
Hugo Mastbaum, from Associação Naval
de Lisboa.
For the second race of the day, the wind
continued to increase, and some gusts around
20 knots were sweeping the course. Vasco
Passanha, in charge of Patris Finance, assisted
by Nuno Bajanca, Francisco Mello and
Tomás Barreto, built a solid lead in the first
beat, when he chose the left side of the course
for the first leg, and from then on never left
the first place. Henrique Brites was second,
followed by Diogo Correa Mendes, on Quinta
dos Murças, accompanied by João Prieto,
Ana Costa Santos and Tomás Pires de Lima.
As the weather forecast indicated a significant
increase in wind intensity, the race
committee sent the fleet back to shore, ending
the first day of the race. The opening day was
therefore a catalogue day for which Cascais
is known. The youngest took the lead in the
overall classification, and after two races,
Henrique Brites led, in front of Mafalda Pires
de Lima, with the new team of Bernardo
Loureiro, with Guilherme Gomes, Michel
Del Vecchio and Pedro Garcia, ensuring
the third place.
The second day of the 2020 SailCascais
Trophy began with a strong breeze from the
north, at 17-18 knots. After the start of the
first race, the local crews of the Youth Team
Portugal/Radio Marginal, captained by Henrique
Brites, and of Vasco Serpa’s PussPuss,
looked strong, but a left-sided jump at the
end of the first upwind brought back a set
of vessels led by the 1996 Bronze Medal and
2016 SB20 World Champion Hugo Rocha.
And Hugo Rocha took the lead and never
let go. He was followed by Roff of Manuel
Marques and Vasco Serpa, who secured
52
Hippocampus
third place. For the second race, a favoured
extremity on the side of the display vessel
created some problems at the beginning.
Hugo Rocha and Mafalda Pires de Lima led
the course, but both vessels were disqualified
for early start. Vasco Serpa, on PussPuss, with
Pedro Costa Alemão and Santiago Sampaio,
ended up taking the honours of the arrival,
followed by Pedro Nieto, on Guto, of Clube
de Vela Atlântico, and Henrique Brites. To
close the day, the numeral 2 was displayed,
meaning 3 buoys for the last race of the day:
with the wind at about 20 knots, and gusts
with an additional 5 to 8 knots of intensity, it
was disputed over what was left of the teams.
Vasco Serpa caught the first two jumps of
wind, building an initial advantage to navigate
straight to victory. Calmly, Hugo Rocha set
sail for second, followed by Roff of Manuel
Marques. By the end of the second day of
the SailCascais Trophy, Vasco Serpa and
Henrique Brites were tied, with ten points, at
the top of the overall standings, followed by
Manuel Marques, in third, with seven points.
THE MOMENT OF THE TRUTH
The last day of the competition started
with an hour and a half delay compared to
the initially scheduled, as the wind did not
enter the Bay of Cascais as expected. Finally,
the north wind was entering, and the Race
Committee managed to set the course well
inside the bay, with the windward buoy less
than 200 meters from the beach.
The last two races of the event were a little
smoother for the fleet, after two days sailing in
challenging conditions imposed by the strong
winds that blew in Cascais. Vasco Passanha’s
Patris won the first race of the day, followed
by Henrique Brites and Manuel Marques.
Hugo Rocha, on MataUPinto, crewed by
Eduardo Marques, Pedro Espergueira and
Luis Mira, took the honours of the arrival
in the second race, already disputed with a
little more wind, followed by Bravo of Paulo
Palha and Henrique Brites.
The time had come to dispute the Medal
Race, and although Henrique Brites led
with five points ahead of Puss Puss of Vasco
Serpa, everything was still open for the first
position, especially as the wind increased
again to about 20 knots. At the start, four
boats returned to the line when flag X was
shown and did not come down.
With the division of the fleet, Hugo Rocha
took the lead and headed for victory. Henrique
Brites’ team remained calm and held on
to second position despite some problems at
the end of the second stern. Mafalda Pires de
Lima, on board of Faith On, also finished
in the top three. At the end of the list, the
winners were PussPuss, of Vasco Serpa,
representing the Clube Naval de Cascais,
and Roff, of Manuel Marques, from the
Associação Naval de Lisboa. First place for
Ladies First, the Sport Algés and Dafundo
team composed by Carolina João, Frederica
Franchi, Joana Azevedo and Zezi Cardoso,
ended in an impressive fourth place overall.
Paulo Palha’s Bravo team was the winner in
the Corinthian division!
In this way, the Youth Team Portugal
/98.1 Rádio Marginal, of Henrique Brites,
Bernardo Torres Pêgo, Rafael Rodrigues
and Luís Pinheiro, won the 1st SailCascais
Trophy. After winning the National
Championship last month, the young team
from Clube Naval Cascais continued to
exercise their dominance over the fleet,
and sailed hard on the last day, scoring a
second and a third place before going to
the Medal Race, finishing second. Two
wins in a row! Well done! With the victory
in the SailCascais Trophy, this team also
won the internal qualification of Clube
Naval de Cascais for the Portuguese Sailing
League.
Clube Naval de CASCAIS 53
Clube Melhores do Mundo em 49er e 49er FX preferem CNC
54
Hippocampus
PROVA DE
EXCELÊNCIA
O Centro de Treino de Alto Rendimento do Clube
Naval de Cascais voltou a provar ser uma das melhores
infraestruturas do seu género a nível mundial. Dezanove
equipas de 49er e 49er FX, oriundas de dez países, e entre
as quais se encontravam algumas das melhores formações
do mundo, escolheram, justamente, as águas cascalenses
e a infraestrutura do CNC para preparar as olimpíadas
de Tóquio, adiadas para 2021
Fotos: NEUZA AIRES PEREIRA
Adiados que foram os Jogos Olímpicos
de Tóquio para 2021, o Clube Naval
de Cascais voltou a ser base de treinos, entre
Julho e Outubro últimos, das melhores
formações do mundo de 49er e 49er FX.
Dezanove equipas oriundas de dez países,
de três diferentes continentes (Europa, Ásia
e América – do Sul e do Norte), marcaram
presença em Cascais a preparar o último
ano do ciclo olímpico nas referidas classes.
Presentes estiveram desde medalhados
olímpicos, como Erik Heil e Thomas Plobel
(Bronze em 49er nos Jogos do Rio de 2016),
ou Martine Grael e Kahena Kunze (Ouro
em 49er FX também no Rio de Janeiro),
aos Vice-Campeões do Mundo de 2020,
Diego Botin e Iago Lopez Marra (49er),
e Charlotte Dobson e Saskia Tidey (49er
FX), passando pelas terceiras classificadas
nesse mesmo mundial, Stephanie Roble e
Maggie Shea. Todas estas equipas procuraram,
naturalmente, encontrar as condições
mais parecidas com aquelas com que se irão
deparar em Julho e Agosto do próximo ano,
na baía de Sagami, em Tóquio.
CHUVA DE ESTRELAS
Esta autêntica e impressionante chuva de
estrelas durou nada menos do que três meses,
durante os quais foi possível observar
uma enorme acção na sede do Clube Naval
de Cascais, com o cais sempre repleto de
vida e animação, e decorado com as bandeiras
dos países representados. Ao mesmo
tempo, as equipas puderam desfrutar tanto
das notáveis condições proporcionadas pela
excepcional infraestrutura desportiva do
CNCascais, como das fantásticas condições
oferecidas pelo mar de Cascais, fossem as
ondas e os ventos fortes da Guia, ou as
condições mais instáveis, no interior da
Baía de Cascais. Tudo concorrendo para
que o Clube Naval de Cascais demonstrasse,
mais uma vez, que o seu Centro de Treino
de Alto Rendimento é uma referência a
nível mundial.
Provando, igualmente, a sua mestria na
arte de bem receber, no decorrer deste
período, o Clube Naval de Cascais organizou
duas regatas de treino especialmente
para estes velejadores. Na primeira, levada
a cabo no final de Setembro, e na Classe
49er FX, a equipa de Singapura, e residente
em Cascais, composta por Kimberley Lim
e Cecilia Low, foi a vencedora, cabendo
Clube Naval de CASCAIS 55
Clube Melhores do Mundo em 49er e 49er FX preferem CNC
56
Hippocampus
a segunda posição às “meninas de ouro”
Martine Grael e Kahena Kunze, do Brasil
(que no último dia não se puderam juntar
à frota devido a uma lesão sofrida por
Martine Grael), cabendo o lugar mais baixo
do pódio às britânicas Charlotte Dobson
e Saskia Tidey, Vice-Campeãs do Mundo
em Geelong, na Austrália. Já na classe
49er, a grande vencedora foi a tripulação
bávara composta por Erik Heil e Thomas
Plobel, sendo o segundo posto pertença
de Dylan Fletcher e Stu Bithell, do Reino
Unido, seguidos pelos seus compatriotas
Jack Hawicks e Chris Thomas.
No segundo evento, realizado no final
de Outubro, só competiram os 49er, e,
desta feita, as duplas do Clube Naval de
Cascais, Jorge Lima e José Costa, e Tomás
Barreto e João Prieto, recém-chegadas do
Campeonato da Europa, também estiveram
presentes. A vitória acabou por sorrir
aos Vice-Campeões do Mundo em título,
os espanhóis Diego Botin e Iago Lopez
Marra, seguidos da dupla norte-americana
composta por Andrew Mollerus e Ian MacDiarmid,
fechando o pódio os franceses
Lucas Rual e Emile Amoros.
Clube Naval de CASCAIS 57
Club World’s Best in 49er and 49er FX prefer the CNC
Proof of excellence
Clube Naval de Cascais’ High Performance Training Centre has once
again proved to be one of the best infrastructures of its kind in the
world. Nineteen teams of 49er and 49er FX, from ten countries,
among which were some of the best teams in the world, chose,
precisely, the Cascais waters and the CNC infrastructure
to prepare the Tokyo Olympics, postponed to 2021
After the Tokyo Olympic Games
were postponed to 2021, Clube
Naval de Cascais was once again the base
for training, between July and October,
of the world’s best teams of 49er and 49er
FX. Nineteen teams from ten countries,
from three different continents (Europe,
Asia and America - South and North),
were present in Cascais to prepare the
last year of the Olympic cycle in these
classes.
Attendees ranged from Olympic medallists
such as Erik Heil and Thomas
Plobel (49er Bronze at the Rio 2016
Games), to Martine Grael and Kahena
Kunze (49er FX Gold also in Rio
de Janeiro), to the 2020 World Vice-
-Champions Diego Botin and Iago Lopez
Marra (49er), and Charlotte Dobson
and Saskia Tidey (49er FX), to the third
world champions Stephanie Roble and
Maggie Shea. All these teams naturally
tried to find the conditions most similar
to those they will face in July and August
next year in Sagami Bay, Tokyo, in the
Olympic Games.
STARS RAIN
This authentic and impressive stars rain
lasted no less than three months, during
which it was possible to observe a huge
action at the headquarters of Clube Naval
de Cascais, with the wharf pier full of life
and excitement, and decorated with the
flags of the countries represented. At the
same time, the teams were able to enjoy
both the remarkable conditions provided
by the exceptional sports infrastructure of
CNCascais, and the fantastic conditions
offered by the Cascais sea, whether the
58
Hippocampus
Clube Naval de CASCAIS 59
Club World’s Best in 49er and 49er FX prefer the CNC
waves and strong winds of Guia, or the
more unstable conditions inside the Bay
of Cascais. All this contributed to the
CNC demonstrating, once again, that
its High Performance Training Centre
is a worldwide reference.
Also proving its mastery in the art of
welcoming, during this period, Clube
Naval de Cascais organized two training
races especially for these sailors. In the
first, carried out at the end of September,
in the 49er FX Class, the Singapore team,
resident in Cascais, composed of Kimberley
Lim and Cecilia Low, was the winner, with
the second place going to the “golden girls”
Martine Grael and Kahena Kunze, from
Brazil (who were unable to join the fleet
on the last day due to an injury suffered by
Martine Grael), with the British Charlotte
Dobson and Saskia Tidey, Vice-Champions
of the World in Geelong, Australia, taking
the lowest place on the podium. In class
49er, the big winner was the Bavarian crew
formed by Erik Heil and Thomas Plobel,
60
Hippocampus
the second place being held by Dylan
Fletcher and Stu Bithell from the United
Kingdom, followed by their compatriots
Jack Hawicks and Chris Thomas.
In the second event, held at the end
of October, only the 49ers competed,
and this time Clube Naval de Cascais
doubles, Jorge Lima and José Costa, and
Tomás Barreto and João Prieto, who had
recently returned from the European
Championship, were also present. The
victory ended up smiling to the current
Vice-Champions of the World, the
Spanish Diego Botin and Iago Lopez
Marra, followed by the North American
duo composed of Andrew Mollerus and
Ian MacDiarmid, closing the podium
with the French Lucas Rual and Emile
Amoros.
Clube Naval de CASCAIS 61
Clube Jantar dos Comodoros
MOMENTO
Pela primeira vez na sua já longa história, o Clube Naval
de Cascais levou a cabo uma cerimónia específica para
assinalar a passagem de testemunho do Comodoro que cessa
funções para aquele que as inicia. Uma iniciativa que tem por
objectivo inaugurar uma nova tradição no CNC, e servir
de ponto de partida para uma renovada organização do clube
Fotos: ASSUNÇÃO BRANCO
Miguel Horta e Costa e José Sotto
Mayor Matoso. Dois nomes incontornáveis
da história recente – e,
seguramente, futura – do Clube Naval
de Cascais, autênticos (e merecidos)
protagonistas da cerimónia organizada
pelo CNC para celebrar a passagem
de testemunho entre o Comodoro que
cessou funções e aquele que lhe sucede.
Um evento com lotação esgotada, no qual
não quiseram deixar de marcar presença
inúmeros sócios e amigos do CNCascais,
entre os quais se encontravam diversas
figuras ilustres do clube e do concelho,
nomeadamente Miguel Pinto Luz (Vice-
-Presidente da Câmara Municipal de
Cascais) e Bernardo Corrêa de Barros
(Presidente da Associação de Turismo
de Cascais).
Esta foi uma iniciativa de suprema importância
para o CNC, um verdadeiro
momento histórico, desde logo por ter
sido a primeira vez, em 82 anos, que foi
organizada uma cerimónia exclusivamente
dedicada à entrega da bandeira
de Comodoro por parte de quem cessou
funções a quem, a partir de então, as
inicia. Algo que, em alguns dos maiores
e mais prestigiados clubes náuticos do
mundo, é um dos mais relevantes eventos
do seu calendário – e que, a partir de
agora, se espera venha a ser também para
o CNCascais, cujo estatutos até prevêem
galhardetes específicos para o Comodoro
e Vice-Comodoro, nos quais três e duas
estrelas, respectivamente, se juntam aos
obrigatórios cavalos marinhos.
Convirá, a este propósito, realçar ser
intenção da actual direção do CNC que a
primeira edição do Jantar dos Comodoros
não seja, apenas, uma nova iniciativa
destinada a perdurar no tempo. Antes
que sirva, igualmente, como ponto de
partida para uma reformulação da sua
organização e funcionamento internos,
plenamente justificada pelo extraordinário
crescimento que o Clube Naval de
Cascais tem registado ao longo dos anos,
e, em especial, nas duas últimas décadas.
E algumas metas foram já traçadas.
Em primeiro lugar, que também as
funções de Presidente e Vice-Presidente
da direcção sejam brindadas com um
evento análogo, destinado a assinalar
oficialmente a passagem de testemunho
entre a direcção cessante e o novo elenco
directivo, sempre que a mesma ocorra.
E, por outro lado, que a próxima revisão
estatutária não só atribua galhardetes
específicos para os cargos de Presidente e
Vice-Presidente, como preveja um maior
envolvimento do Comodoro nas tarefas
operacionais do CNC.
Neste caso, o fito passa por conjugar a
tradição do Sul da Europa nesta matéria,
em que o Presidente da direcção tende a
ser quem lidera o conselho geral, com a
de outras latitudes, em que essa missão
62
Hippocampus
HISTÓRICO
Clube Naval de CASCAIS 63
Clube Jantar dos Comodoros
acabar por estar atribuída ao Comodoro.
No fundo, adoptar algo que é já prática
corrente em clubes com os quais o CNC tem
acordos de reciprocidade, como o são os de
Barcelona, Palma de Maiorca ou Mónaco.
LEGADO DE PESO
Mais do que o Comodoro que cessa funções
e o novo Comodoro, Miguel Horta e Costa
e José Sotto Mayor Matoso são duas figuras
marcantes do CNC, e determinantes para
os êxitos e para o progresso que o clube
tem registado desde 2000, e especialmente
nos últimos quinze anos. Deixando de ser
“apenas” um dos mais prestigiados clubes
náuticos portugueses, para passar a ser um
dos mais relevantes do seu género a nível
mundial.
Nunca sendo demais relembrar alguns
dos seus principais feitos, nomeadamente
a capacidade para passar a organizar um
calendário de provas que integra, de forma
recorrente, alguns dos mais importantes e
reconhecidos eventos de vela do mundo.
Tudo terá tido o seu início com o Troféu
Quebramar/Chrysler, hoje conhecido como
Cascais Vela, e reconhecido como o mais
importante evento da vela nacional. Sendo
imperioso referir, também, o campeonato
ISAF2007 para as classes olímpicas, assim
como a America’s Cup Series de 2011 –
provas cuja realização em águas cascalenses
também só foi possível graças ao contributo
dado por outro nome incontornável do
Clube Naval de Cascais, Patrick Monteiro
de Barros, seu Comodoro Honorário.
Dignas, igualmente, de menção, as sete
vezes que o CNC acolheu o circuito dos
TP52 (duas delas enquanto Rolex 52 Super
Series World Championship); a visita recorrente
da RC44 World Cup desde 2011; e a
organização de outros eventos de dimensão
mundial, como a Panerai Transat Classique,
os IMOCA ou os Mod70, só para referir
algumas das mais significativas iniciativas
neste âmbito. Não menos importante, o
facto de ter cabido ao CNC, e ao seu staff, a
organização offshore das duas passagens da
Volvo Ocean Race por águas portuguesas,
não obstante a regata ter ficado sediada em
Lisboa nesses anos de 2012 e 2015.
Por fim, mas não menos importante,
dois apontamentos. Uma para o impres-
1 2
3 4
64
Hippocampus
1
Gonçalo Esteves, Nicole
Haman
2
Jochen e Sofia Michalski
3
Paulo e Renata Torres
Pereira
4
Bernardo Corrêa de Barros
5
Jorge e Quim Abreu
6
Paula e Jorge Ferlov
5 6
sionante calendário do CNC dedicado a
duas das suas mais importantes classes,
Dragão e SB20, protagonistas de vários
campeonatos internacionais (incluindo
europeus e mundiais), assim como das
já célebres Winter Series. A outra, para o
sucesso alcançado pelo CNCascais e seus
velejadores a nível internacional, o qual
permitiu elevar bem alto a bandeira do
clube graças aos diversos títulos europeus
e mundiais obtidos, não esquecendo a
presença regular nos Jogos Olímpicos.
Mais recentemente, o CNC também
esteve fortemente empenhado na última
edição da VOR, com a campanha levada
a cabo pela Mirpuri Foundation, com o
Turn the tide on Plastic, a conceder ao
clube a honra de contar com três membros
na sua equipa, um deles o próprio
Paulo Mirpuri. Como se tal não bastasse,
na próxima edição da regata de circum-
-navegação, a campanha estará ainda
mais intimamente ligada ao CNC: não
só o novo barco, Racing for the Planet de
seu nome, é albergado pelo CNC desde
Outubro de 2019, como a base em terra
da equipa é o próprio CNC.
Clube Naval de CASCAIS 65
Clube Jantar dos Comodoros
Mas o sucesso da parceria entre a Mirpuri
Foundation e o Clube Naval de
Cascais não se esgota neste projecto. Já
este ano, as duas instituições tiveram a
audácia e o talento para inovar, não só em
Portugal, mas a nível global, uma vez que
a primeira edição do Mirpuri Foundation
Sailing Trophy foi, “tão só”, o primeiro
evento de vela do mundo levado a cabo
após o início da pandemia da Covid-19
– e totalmente seguro neste particular.
A decisão de avançar foi tomada apenas
quatro dias antes do confinamento obrigatório
em Portugal, e o decurso da prova
demonstrou ao mundo o pioneirismo
de levar a cabo uma regata costeira ao
largo nas novas condições, e respeitando
as novas exigências, impostas pela pandemia
– sendo, porventura, o seu maior
feito o ter nada menos do que sessenta
embarcações alinhadas para a largada.
E que dizer do desenvolvimento registado
pela Escola de Vela do CNC, da
qual a Mirpuri Foundation é o principal
patrocinador nestes últimos doze anos?
Anualmente, cerca de um milhar de
crianças e jovens integram os cursos
realizados ao longo de todo ano, motivo
de grande orgulho para o CNC, o
mesmo se aplicando ao projecto Vela sem
Limites, só possível graças a uma notável
organização e aos dedicados voluntários
que o integram.
1
2 3
INTERNACIONALIZAÇÃO
PERMANENTE
Domínio em que o CNC muito tem
progredido nos últimos doze anos é do da
internacionalização. Ao longo desse espaço
de tempo, foram assinados vinte e três
acordos de reciprocidade (nomeadamente
com alguns dos seus mais prestigiados congéneres
a nível mundial); ao passo que, no
final de 2013, o CNCascais teve o excelso
privilégio de ser convidado a integrar o
ICOYC (International Council of Yacht
Clubs), com o patrocínio do RHKYC e do
NRV, seus clubes correspondentes. Uma
adesão de tal forma bem-sucedida que,
no final de 2018, coube ao CNC acolher
a conferência europeia do ICOYC, a qual
contou com a participação de comodoros
de dezasseis clubes europeus e seis dos
4 5
66
Hippocampus
1
Gonçalo Carvalho Martins,
Diana de Polignac Nigra,
Federico de Polignac
Nigra, Francesca
Caramanico, Catarina
Ahrens Teixeira, Miguel
de Mendia Horta e Costa
2
Julieta e Alexandre
Kossack
3
Paulo e Luiza Mirpuri
6
4
Madalena e Manuel
Durães Rocha
7
EUA; sendo que, desde Abril último, cabe
ao CNCascais ocupar o lugar de chairman
do Comité de Nomeações, o segundo cargo
mais importante do ICOYC logo a seguir
ao da presidência.
E como nada se faz sem auxílio, é da
mais elementar justiça evocar aqui os
patrocinadores de primeiro nível que têm
acompanhado o CNC nesta caminhada,
mormente o Turismo de Cascais, a Mirpuri
Foundation e, mais recentemente, a
Rolex. Neste ponto, será oportuno recordar
que, após o Rolex 52 Super Series World
Championship de 2018, o CNC teve tal
impacto em Genebra, que foi o primeiro
clube desportivo português, e terceiro da
Península Ibérica, a merecer o patrocínio
da Rolex – como é do conhecimento
geral, o mais importante patrocinador
da modalidade a nível global , garantido
por um contrato de três anos, assinado a
1 de Julho último.
Destaque imprescindível, de igual modo,
8
para o principal e mais estratégico parceiro
do CNC, a Câmara Municipal de Cascais.
E, ainda, para a sua estrutura organizativa:
ao longo dos últimos doze anos, todas
as semanas, a direcção tem-se reunido
durante, pelo menos, três horas nas instalações
do CNC, que hoje funciona como
uma verdadeira empresa, não sendo mais
possível geri-lo como antigamente, em que
três voluntariosos membros da direção
se juntavam aos Sábados de manhã para
decidir sobre o respectivo funcionamento.
Hoje, o Conselho Geral é composto por
sete extraordinários profissionais, sem
os quais muito do que foi alcançado não
teria sido possível, e a quem os presidentes
Gonçalo Esteves e José Sotto Mayor
Matoso, e os Comodoros Miguel Horta e
Costa e Patrick Monteiro de Barros, fazem
questão de expressar a sua gratidão pelo
árduo trabalho desenvolvido de forma
voluntária, pelo contributo inestimável que
deram para o desenvolvimento do CNC.
5
Martina Wasser,
Carlos Vieira
6
Miguel Horta e Costa,
Nicole Haman
7
José Sotto Mayor
Matoso, Cecília Pina
Prata, Ana Pinto Luz
8
Andrew e Maria José
Bailey
BEM-VINDO, COMODORO
SOTTO MAYOR MATOSO
Se Cascais é, hoje, considerado como um
dos dez melhores locais do mundo para
viver, as suas águas estão entre as cinco
melhores do planeta para realizar regatas,
juntamente com São Francisco e Newport
(Rhode Island), nos EUA, a Sardenha, em
Itália, e Auckland, na Nova Zelândia. Ao
mesmo tempo, o clube conta com novos
membros no Conselho Geral, o qual
integra, pela primeira vez, uma presença
feminina (Ana Champalimaud, presidente
do novo Comité das Senhoras), assim como
um membro jovem (Ricardo Schedel, Presidente
do também recém-criado Comité
da Juventude). O CNC ajusta-se, assim,
para que as gerações presentes e futuras
estejam à altura dos requisitos internacionais,
não só em termos de eventos, mas
também das expectativas dos seus novos
membros internacionais.
O CNC aspira, também, a que, muito
Clube Naval de CASCAIS 67
Clube Jantar dos Comodoros
1
Francisco Mattos
Chaves e Mathilde
Horta e Costa
2
Maurizio Mazzotti
e Filippo Sotto Mayor
Matoso
3
Diana Polignac
de Barros e Miguel
Horta e Costa
1 2 3
4
Ricardo e Simone
Galvão
5
Cláudia e José Sotto
Mayor Matoso
6
Michael Del Vecchio
4 5 6
em breve, sejam operadas significativas
melhorias no clube, com o apoio de muitos,
e o árduo trabalho da direcção, por
forma a superar a única lacuna de monta
que ainda regista: uma vida social mais
intensa. Em que sócios mais antigos e
outros mais recentes, e jovens, possam
conviver regular e saudavelmente; e em
que sócios não velejadores possam aderir ao
clube, proporcionando-lhe a cultura mais
típica da América do Sul de utilização e
desfrute dos clubes náuticos.
Prova-se, assim, que, tal como a região,
também as necessidades do CNC evoluíram
com o passar dos tempos. E se, nos
seus primeiros oitenta anos de existência,
o papel de Comodoro cabia na perfeição
a alguém com perfil de executivo, com
uma forte presença doméstica, hoje, para
ir de encontro à vertente internacional
do clube, é necessário alguém com um
conhecimento absoluto das suas operações
correntes e um forte currículo internacional
em termos de vela.
Foi com base nestes pressupostos que o
Clube Naval de Cascais considerou José
Sotto Mayor Matoso como o seu membro
mais elegível para esta exigente tarefa, por
isso nomeando-o como seu Comodoro a
partir de Junho último. O seu envolvimento
e apoio ao CNC no decurso dos últimos
doze anos tem sido, a todos os títulos,
extraordinário, integrando, em 2008, o
elenco de que também faziam parte Gonçalo
Esteves, Francisco Geraldes, Manuel
Rocha e Pedro Costa Alemão, os “cinco
pioneiros” que, semanalmente, lidavam
com uma enorme quantidade adicional
de chamadas telefónicas e e-mails, e se
68
Hippocampus
7
Ricardo Galvão, André
Godinho
e Pedro Costa Alemão
8
Jorge Ferlov
7 8
9
Diana de Polignac
Nigra e Miguel Horta
e Costa
10
Sónia Santiago
e Francisco Geraldes
9 10
reuniam com o desiderato (com êxito alcançado)
de retirar o CNC da problemática
situação financeira em que se encontrava,
colocando-o na invejável posição em que
presentemente se encontra.
Foram uns primeiros seis anos extremamente
duros em termos de trabalho, ao
longo dos quais José Sotto Mayor Matoso
dedicou inúmeras horas, e aturado esforço,
não só em Portugal, como em diversos
pontos da Europa – a maioria das vezes,
com o seu Dragão atrelado ao automóvel,
promovendo incessantemente o CNC nas
mais variadas paragens. Seis anos volvidos,
Francisco Brito e Abreu e José Paulo Ramada
juntaram-se ao Conselho Geral, uma
vez que, em 2014, as exigências do CNC já
eram excessivas apenas para somente cinco
pessoas. Mais recentemente, Pedro Mendes
Leal veio consolidar a equipa – e, com José
Sotto Mayor Matoso como Comodoro, mas
com assento no Conselho Geral, sem dúvida
que o CNC fica mais forte, e os resultados
serão ainda melhores.
Inicialmente, o nome de José Sotto Mayor
Matoso foi apresentado pelo Presidente da
Direcção, Gonçalo Esteves, ao Vice-Pesidente,
Francisco Brito e Abreu, merecendo
acolhimento absolutamente favorável não
só da parte deste, como, posteriormente, de
toda Comissão Executiva, do Comodoro Miguel
Horta e Costa, do Presidente da Mesa
da Assembleia Geral, Vasco Pinto Basto,
e, não menos importante, do Comodoro
Honorário, Patrick Monteiro de Barros.
Naquela que foi uma decisão unânime,
todos ficaram, pois, tão radiantes quanto
gratos com a aceitação da sua nova missão,
por estarem certos e seguros de terem
encontrado o comodoro ideal para o que
serão as necessidades do CNCascais nos
próximos anos.
OBRIGADO,
COMODORO HORTA E COSTA
Um momento de tão suprema importância para
o Clube Naval de Cascais só ficaria completo
com um profundo e sentido agradecimento a
Miguel Horta e Costa, Comodoro do CNC
durante os doze últimos anos. E, para tal, nada
melhor do que oferta de uma colecção completa,
encadernada, da revista Hippocampus,
e, sobretudo, as palavras, em nome de todos
os membros e sócios do clube, proferidas por
Gonçalo Esteves, eleito em 2014 como 14º
Presidente do CNCascais, quando do marcante
jantar que assinalou a referida passagem de
testemunho para José Sotto Mayor Matoso.
“Lembro-me como se fosse hoje, a primeira
vez que estive no gabinete de Miguel
Horta e Costa no Edifício Portugal
Telecom, na Av. Fontes Pereira de Melo,
bem no coração de Lisboa. Com o apoio
do Comodoro de então, Patrick Monteiro
de Barros, fomos visitá-lo, o Francisco
Geraldes e eu, para propor à PT tornar-
-se patrocinador das primeiras edições do
Troféu Quebra-Mar/Chrysler, atualmente
Cascais Vela. Estava bastante nervoso, pois,
embora, na altura, já não fosse, propriamente,
um estreante nestas andanças, o
Miguel já era, para mim, então, a referência
entre os CEO em Portugal.
Desse dia até hoje, muito foi o que fizemos
e alcançámos juntos. Com o passar dos
anos, tivemos a capacidade para encetar
e desenvolver uma profunda amizade.
Estivemos juntos em inúmeras situações
e locais, de Hong Kong a São Paulo, passando
por muito outros lugares – e aqueles
que bem o conhecem sabem que é sempre
o mesmo, não importa com quem se reúna
ou encontre, e sempre com um sorriso no
rosto.
Clube Naval de CASCAIS 69
Clube Jantar dos Comodoros
1
Diana de Polignac
de Barros
2
Francisco e Cristina
Brito e Abreu
3
Charles Lindley,
Nicole Haman, Paula
e Jorge Ferlov
1
2
3
Estou neste clube desde que era muito
jovem, e nunca me passou pela cabeça
tornar-me Presidente do Clube Naval de
Cascais. Quando a minha altura chegou,
praticamente de um dia para o outro, de
substituir o José Sotto Mayor Matoso
após o seu segundo mandato, estava com
a minha confiança bastante em baixo para
assumir o seu lugar. Existiam alguns outros
nomes que eu considerava serem melhor
opção para o nosso clube. Telefonei-lhe, e
disse-me: ‘Gonçalo: desses três nomes que
acabaste de me mencionar, és, de longe,
aquele que eu penso deveria o próximo
Presidente, e quero dizer-to desde já, e
também que irei referir à direcção que te
apoio a 100%’.
Obrigado, Miguel, do fundo do coração:
sem dúvida, estava sinceramente convicto
de que iria apoiar uma das outras opções.
A sua confiança em mim foi o derradeiro
impulso de que necessitava para aceitar
ser o 14º Presidente deste prestigiado
clube. Obrigado, Miguel, obrigado pelo seu
apoio ao longo dos meus seis anos enquanto
Vice-Presidente, e obrigado pelo seu apoio,
disponibilidade e amizade durante estes
seis anos enquanto Presidente.
Como referi anteriormente, o nosso clube,
hoje, não é o clube de antigamente, e a
forma como temos vindo a elevar a fasquia
só foi possível, sem sobra de dúvida, com o
importante contributo dado pelo Miguel
Horta e Costa. Aprendi muito com ele,
e todo o clube tem uma eterna dívida de
gratidão para consigo.
Dos muitos episódios que vivi com o
Miguel Horta e Costa, escolho aquele que
penso ser o que melhor o descreve. Quando
era Vice-Presidente do José Sotto Mayor
Matoso, tornei-me sócio do Royal Hong
Kong Yacht Club. À época, o Comodoro era
Ambrose Lee, e o Vice-Comodoro Joachim
Isler. Depois de ser admitido no RHKYC,
na que foi a minha segunda tentativa, pois
na primeira não fui bem-sucedido, de imediato
comecei a estruturar um acordo de
reciprocidade entre os dois clubes.
Dado que o RHKYC conta com 170
anos de existência, na altura tinha já
inúmeros clubes correspondentes e não
estava com grande disposição para firmar
acordo com o CNC. Na época, sabia que
o Miguel Horta e Costa tinha por hábito
viajar para Macau mais do que uma vez
por ano, e liguei-lhe a perguntar quando
seria a sua próxima viagem para a antiga
possessão portuguesa. Fiquei a saber tinha
agendado para poucos dias depois a sua
próxima deslocação de negócios à Ásia.
Coloquei-o a par dos nossos requisitos e
do desafio que se nos colocava pela frente.
Quem bem o conhece, sabe o quão rápido
70
Hippocampus
4
Da esquerda para
a direita. Em cima:
Francisco Geraldes,
Pedro Mendes Leal,
Pedro Costa Alemão,
José Paulo Ramada,
Manuel Durães Rocha.
Em baixo: José Sotto
Mayor Matoso, Gonçalo
Esteves, Francisco Brito
e Abreu
5
Miguel Pinto Luz
4
6
Jorge Leitão
5
6
7
Charles Lindley,
Francisco Brito e Abreu,
Miguel Horta e Costa
8
Cláudia Sotto Mayor
Matoso, Jochen
Michalski
7
é a compreender um desafio diplomático,
e disse-mo claramente: ‘Gonçalo, não te
preocupes: marca uma reunião no clube,
e vou tentar ajudar’. E marcou um dia
extra na sua viagem à Ásia para assumir
tal missão.
Organizei as coisas de modo a que tanto
Ambrose Lee como Joachim Isler o recebessem,
e o Miguel Horta e Costa foi
convidado para um jantar levado a cabo
na célebre Compass Room, a elegante
sala de jantar situada nas instalações do
8
RKHYC, no porto de Vitória.
Desconheço os detalhes do jantar. Contudo,
fiquei a saber que foi uma noite extremamente
agradável. Estava a dormir na
minha sala de estar, com a televisão ligada,
quando recebo uma chamada de Joachim
Isler, era já meia-noite, oito da manhã em
Hong Kong. De imediato julguei que algo
tinha corrido mal. ‘Desencontraram-
-se, decerto’, pensei. Atendi o telefone:
‘Goncalo?’, ouvi. ‘Sim, Joachim, o que
aconteceu?’ E a sua resposta foi: ‘Ora, Gonçalo…
O seu comodoro… Aquilo é que é
um comodoro! Já não existem comodoros
assim!!! Não pode falhar: será assinado
um acordo assim que vier a Hong-Kong’.
Para terminar, e mais uma vez em nome
do clube, obrigado por todo o seu empenho
ao longo de todos estes anos, e vamos ter
de ajustar os nossos estatutos para que
uma vez Comodoro, sempre Comodoro,
como acontece na maioria dos clubes em
todo o mundo. Obrigado, Comodoro
Horta e Costa”.
Clube Naval de CASCAIS 71
Club Commodores’ Dinner
HISTORICAL
For the first time in its already long history,
Clube Naval de Cascais held a ceremony to mark
the passing of testimony of the Commodore
who ceases functions to the one who initiates them.
This initiative aims at inaugurating a new tradition
at CNC, and to serve as a starting point
for a renewed Organization of the club
Fotos: ASSUNÇÃO BRANCO
Miguel Horta e Costa and José Sotto
Mayor Matoso. Two essential names
in the recent - and certainly future -
history of Clube Naval de Cascais, true (and
deserving) protagonists of the ceremony
organized by the CNC to celebrate the
passing of testimony between the outgoing
Commodore and his successor. It was a
sold-out event in which many members
and friends of the CNCascais were present,
among whom were several illustrious figures
of the Club and of the Council, including
Miguel Pinto Luz (Vice-President of the
Cascais Municipal Council) and Bernardo
Corrêa de Barros (President of the Cascais
Tourism Association).
This was an initiative of utmost importance
for the CNC, a true historical moment, since
it was the first time in 82 years that a ceremony
was organised exclusively dedicated
to the handing over of the Commodore’s
flag by those who ceased functions to those
who begin them. Something that, in some
of the largest and most prestigious sailing
clubs in the world, is one of the most relevant
events in the calendar - and that, from now
on, is also expected for CNCascais, whose
statutes even provide specific pennants for
the Commodore and Vice-Commodore, in
which three and two stars, respectively, join
the mandatory seahorses.
In this regard, it should be pointed out
that it is the intention of the current CNC
management that the first edition of the
Commodores’ Dinner should not only be a
new initiative destined to last in time. It also
serves as a starting point for a reformulation
of its internal organisation and functioning,
fully justified by the extraordinary growth
that Clube Naval de Cascais has registered
over the years, and especially over the last
two decades.
And some goals have already been set.
Firstly, that the functions of President and
Vice-President of the Board should also be
provided with a similar event to officially
72
Hippocampus
MOMENT
Clube Naval de CASCAIS 73
Club Commodores’ Dinner
1
Sofia Michalski,
Cláudia Sotto Mayor
Matoso, Filippo Sotto
Mayor Matoso, Jochen
Michalski
2
Renata Torres,
Madalena Rocha
3
Jorge Abreu, José Sotto
Mayor Matoso
4
José Sotto Mayor
Matoso, Miguel Horta
e Costa
5
Ana Pinto Luz
6
Ricardo and Simone
Galvão
1
mark the passing of the baton between the
outgoing board and the new management
team, whenever this occurs. And, on the
other hand, that the next statutory revision
not only awards specific pennants for the
positions of President and Vice-President,
but also provides for greater involvement
of the Commodore in the operational tasks
of the CNC.
In this case, the purpose is to combine the
tradition of Southern Europe in this area,
where the President of the Board tends to
be the leader of the General Council, with
that of other latitudes, where this task is
ultimately assigned to the Commodore.
Basically, to adopt something that is already
common practice in clubs with which the
CNC has reciprocal agreements, such as
those in Barcelona, Palma de Majorca or
Monaco.
2
3
74
Hippocampus
4
5 6
A NOTABLE LEGACY
More than the outgoing Commodore and
the new Commodore, Miguel Horta e
Costa and José Sotto Mayor Matoso are
two remarkable figures of the CNC, and
determinant for the successes and progress
that the club has registered since 2000, and
especially in the last fifteen years. From
being “only” one of the most prestigious
Portuguese sailing clubs, to becoming one
of the most relevant of its kind worldwide.
It is important to remember some of his
most important achievements, namely his
ability to organise a calendar of events that
includes, on a recurring basis, some of the
most important and recognised sailing events
in the world. Everything will start with the
Quebramar/Chrysler Trophy, nowadays
known as Cascais Vela, and recognised as
the most important national sailing event. It
is also important to mention the ISAF2007
championship for the Olympic classes,
as well as the 2011 America’s Cup Series
- events which were also held in Cascais
waters thanks to the contribution made by
another unavoidable name of Clube Naval
de Cascais , Patrick Monteiro de Barros, its
Honorary Commodore.
Also worthy of mention are the seven times
the CNC has hosted the TP52 circuit (two
of them as Rolex 52 Super Series World
Championship); the recurring visit of the
RC44 World Cup since 2011; and the
organisation of other world events, such as
the Panerai Transat Classique, the IMOCA
or the Mod70, just to mention some of the
most significant initiatives in this field. Not
less important is the fact that the CNC, and
its staff, were responsible for the offshore
organisation of the two Volvo Ocean Race
tours in Portuguese waters, despite the fact
that the regatta was based in Lisbon in
2012 and 2015.
Last but not least, two notes. One for the
impressive CNC calendar dedicated to two
of its most important classes, Dragon and
SB20, protagonists of several international
championships (including European
and global), as well as the already famous
Winter Series. The other, for the success
achieved by the CNCascais and its sailors
on an international level, which allowed the
club’s flag to be raised high thanks to the
various European and World titles obtained,
not forgetting the regular presence at the
Olympic Games.
More recently, the CNC was also closely
involved in the last edition of VOR, with
the campaign carried out by the Mirpuri
Foundation, with Turn the Tide on Plastic,
giving the club the honour of having three
members in its team, one of them Paulo
Mirpuri himself. As if that were not enough,
in the next edition of the circumnavigation
race, the campaign will be even more closely
linked to the CNC: not only is the new boat,
Racing for the Planet, housed by the CNC
since October 2019, but the onshore base
of the team is the CNC itself.
But the success of the partnership between
the Mirpuri Foundation and Clube Naval de
Cascais is not limited to this project. This
year, both institutions had the audacity and
talent to innovate, not only in Portugal but
globally, since the first edition of the Mirpuri
Foundation Sailing Trophy was, “only” the
first sailing event in the world held after the
beginning of the Covid-19 pandemic - and
totally safe in this regard. The decision to
go ahead was taken just four days before the
compulsory confinement in Portugal, and
the course of the event demonstrated to the
world the pioneering spirit of carrying out an
offshore regatta in the new conditions, and
respecting the new demands, imposed by the
pandemic - perhaps its greatest achievement
being to have no less than sixty boats lined
up for the start.
And what about the development registered
by the Sailing School of the CNC, of
which the Mirpuri Foundation has been
the main sponsor for the last twelve years?
Every year, around one thousand children
and young people take part in the courses
held throughout the year, a source of great
pride for the CNC, and the same applies
to the “Sailing Without Limits” project,
which is only possible thanks to a remarkable
organisation and the dedicated volunteers
that are part of it.
PERMANENT
INTERNATIONALISATION
The field in which the CNC has made
much progress in the last twelve years is
that of internationalisation. Twenty-three
reciprocity agreements have been signed
over that period (notably with some of its
most prestigious counterparts worldwide);
Clube Naval de CASCAIS 75
Club Commodores’ Dinner
1
while at the end of 2013, the CNCascais
had the distinguished privilege of being
invited to join the ICOYC (International
Council of Yacht Clubs), sponsored by
RHKYC and the NRV, its corresponding
clubs. A membership so successful that
at the end of 2018, the CNC hosted the
ICOYC European Conference, with the
participation of Commodores from sixteen
European and six US clubs; since last April,
the CNCascais has held the position of
chairman of the Nominating Committee,
the second most important position in the
ICOYC after the presidency.
And since nothing is done without help,
it is of the most elementary justice to mention
here the first level sponsors that have
accompanied the CNC in this journey,
especially Turismo de Cascais, the Mirpuri
Foundation and, more recently, Rolex. At
this point, it is worth recalling that, after the
Rolex 52 Super Series World Championship
in 2018, the CNC had such an impact in
Geneva, making it the first Portuguese
sports club, and the third in the Iberian
Peninsula, to be sponsored by Rolex - as is
76
Hippocampus
well known, the most important sponsor
of the sport at a global level, guaranteed
by a three-year contract signed on July 1st.
It is also essential to highlight the main
and most strategic partner of the CNC, the
Municipal Council of Cascais. And also
for its organisational structure: over the
last twelve years, every week, the management
has met for at least three hours at the
CNC facilities, which today operates as a
real company, and it is no longer possible
to manage it as in the past, when three
voluntary members of the management
joined on Saturday mornings to decide on
its operation. Today, the General Council
is made up of seven extraordinary professionals,
without whom much of what
has been achieved would not have been
possible, and to whom Presidents Gonçalo
Esteves and José Sotto Mayor Matoso, and
Commodores Miguel Horta e Costa and
Patrick Monteiro de Barros, make a point
of expressing their gratitude for the hard
work done on a voluntary basis, for the
invaluable contribution they have made
to the development of the CNC.
1
Gonçalo Esteves
2
José Sotto Mayor
Matoso
3
Miguel Horta e Costa
WELCOME, COMMODORE
SOTTO MAYOR MATOSO
If Cascais is now regarded as one of the ten
best places in the world to live, its waters are
among the top five on the planet for racing,
along with San Francisco and Newport
(Rhode Island) in the USA, Sardinia in Italy
and Auckland in New Zealand. At the same
time, the club has new members on the
General Council, which for the first time
has a female presence (Ana Champalimaud,
President of the new Ladies’ Committee), as
well as a young member (Ricardo Schedel,
President of the also newly created Youth
Committee). The CNC thus adjusts itself so
that present and future generations are up
to international requirements, not only in
terms of events, but also of the expectations
of its new international members.
The CNC also aspires to significant
improvements in the club very soon, with
the support of many, and the hard work
of the management, in order to overcome
the only major shortcoming it still has: a
more intense social life. In which older and
newer members, and young people, can
2
3
Clube Naval de CASCAIS 77
Club Commodores’ Dinner
get together regularly and healthily; and
in which non-sailing members can join the
club, providing it with South America’s
most typical culture of use and enjoyment
of yacht clubs.
This proves that, like the region, the
needs of the CNC have evolved with the
passage of time. And if, in its first eighty
years of existence, the role of Commodore
was perfectly suited to someone with an
executive profile, with a strong domestic
presence, today, to meet the international
side of the club, someone with an absolute
knowledge of its current operations and a
strong international curriculum in terms
of sailing is needed.
It was based on these assumptions that
Clube Naval de Cascais considered José
Sotto Mayor Matoso as its most eligible
member for this demanding task, so it
appointed him as its Commodore since
last June. His involvement and support
to the CNC over the last twelve years has
been, in all respects, extraordinary, being
part, in 2008, of the cast of which Gonçalo
Esteves, Francisco Geraldes, Manuel
1 2
3
3
78
Hippocampus
1
Catarina Ahrens Teixeira
4
2
Michael and Mita Zell
3
José Sotto Mayor
Matoso, Miguel Pinto Luz
4
Miguel Horta, Francisco
Geraldes
5
Pedro Costa Alemão,
Manuel Durães Rocha,
Sebastião Osório
de Castro
5
Rocha and Pedro Costa Alemão were also
members, the “five pioneers” who, every
week, dealt with a huge additional amount
of telephone calls and e-mails, and met with
the desire (successfully achieved) to remove
the CNC from its problematic financial
situation, placing it in the enviable position
it is currently in.
The first six years were extremely hard
in terms of work, during which José Sotto
Mayor Matoso dedicated countless hours,
and a lot of effort, not only in Portugal,
but also in several parts of Europe - most
of the time, with his Dragon tied to the
car, incessantly promoting the CNC in
the most varied locations. Six years later,
Francisco Brito e Abreu and José Paulo
Ramada joined the General Council,
since in 2014 the demands of the CNC
were already excessive for only five people.
More recently, Pedro Mendes Leal came to
consolidate the team - and, with José Sotto
Mayor Matoso as Commodore, but with
a seat on the General Council, no doubt
the CNC will become stronger, and the
results will be even better.
Initially, the name of José Sotto Mayor
Matoso was presented by the President
of the Board, Gonçalo Esteves, to the
Vice-President, Francisco Brito e Abreu,
deserving an absolutely favourable reception
not only from him, but subsequently
from the entire Executive Committee, from
Commodore Miguel Horta e Costa, from
the President of the Board of the General
Meeting, Vasco Pinto Basto, and, not least,
from the Honorary Commodore, Patrick de
Barros. In what was a unanimous decision,
everyone was therefore as radiant as they
were grateful for the acceptance of their
new mission, for being sure and certain
that they had found the ideal commodore
for what the CNCascais will need in the
coming years.
THANK YOU,
COMMODORE HORTA E COSTA
A moment of such supreme importance for
Clube Naval de Cascais would only be complete
with profound and heartfelt thanks
to Miguel Horta e Costa, Commodore of
Clube Naval de CASCAIS 79
Club Commodores’ Dinner
the CNC during the last twelve years. And,
for that, nothing better than the words, on
behalf of all the members and members
of the club, spoken by Gonçalo Esteves,
elected in 2014 as the 14th President of
the CNCascais, at the remarkable dinner
that marked the passage of testimony to
José Sotto Mayor Matoso.
“I remember it as if it were today, the
first time I was in Miguel Horta e Costa’s
office in the Portugal Telecom Building
on Av. Fontes Pereira de Melo, right in
the heart of Lisbon. With the support of
the then Commodore, Patrick Monteiro
de Barros, we went to visit him, Francisco
Geraldes and myself, to propose
to PT to become a sponsor of the first
editions of the Quebra-Mar/Chrysler
Trophy, currently Cascais Vela. I was
quite nervous because, although at the
time he was not exactly a first-timer in
these wanderings, Miguel was already,
for me, the reference among the CEO’s
in Portugal.
From that day until today, much has
been done and achieved together. Over
the years, we have had the ability to enter
into and develop a deep friendship. We
have been together in countless situations
and places, from Hong Kong to São
Paulo, and in many other places - and
those who know him well know that he
is always the same, no matter with whom
he meets or encounters, and always with
a smile on his face.
I have been in this club since I was
very young, and it never crossed my
mind to become President of Clube
Naval de Cascais. When my time came,
almost overnight, to replace José Sotto
Mayor Matoso after his second term,
I was quite low on confidence to take
his place. There were a few other names
that I considered to be the best option
for our club. I called him up and said:
‘Gonçalo: of those three names you just
mentioned to me, you are by far the one
I think the next President should be, and
I want to tell you right now, and also
that I will refer you to the direction I
support you 100%’.
Thank you, Miguel, from the bottom
of my heart: I was certainly convinced
that you would support one of the other
options. Your confidence in me was the
ultimate boost you needed to accept
being the 14th President of this prestigious
club. Thank you, Miguel, thank
you for your support throughout my six
years as Vice-President, and thank you
for your support, availability and friendship
during these six years as President
As I mentioned before, our club, today,
is not the club of the past, and the way we
have been raising the bar has only been
possible, without any doubt, with the
80
Hippocampus
1
Paulo Mirpuri
2
2
André and Lilian Godinho
3
Alexandre and Julieta
Kossack
1 3
important contribution given by Miguel
Horta e Costa. I learned a lot from him,
and the whole club has an eternal debt
of gratitude to you.
From the many episodes I have lived
with Miguel Horta e Costa, I choose the
one I think best describes him. When I
was Vice-President to José Sotto Mayor
Matoso, I became a member of the Royal
Hong Kong Yacht Club. At the time, the
Commodore was Ambrose Lee, and the
Deputy Commodore Joachim Isler. After
being admitted to RHKYC, in what was
my second attempt, because in the first
one I was not successful, I immediately
started to structure a reciprocity agreement
between the two clubs.
Given that RHKYC is 170 years old,
at the time it already had numerous
correspondent clubs and was not very
keen to sign a deal with the CNC. At the
time, I knew that Miguel Horta e Costa
used to travel to Macau more than once
a year, and I called him to ask when
his next trip to the former Portuguese
colony would be. I learned that he had
scheduled his next business trip to Asia
in the coming days.
I brought him up to speed on our requirements
and the challenge ahead. Anyone
who knows him well knows how fast he
can understand a diplomatic challenge,
and he told me clearly: ‘Gonçalo, don’t
worry: set up a meeting at the club, and
I’ll try to help’. And he scheduled an
extra day on his trip to Asia to take on
such a mission.
I arranged so that both Ambrose Lee
and Joachim Isler received him, and
Miguel Horta e Costa was invited to
a dinner held in the famous Compass
Room, the elegant dining room located
on the premises of RKHYC in the port
of Victoria.
I don’t know the details of the dinner.
However, I learned that it was an extremely
pleasant evening. I was asleep in my
living room, with the TV on, when I get
a call from Joachim Isler, it was already
midnight, 8 am in Hong Kong. I immediately
thought that something had gone
wrong. ‘I’m sure they missed each other’, I
thought. I answered the phone: ‘Gonçalo?’,
I heard. ‘Yes, Joachim, what happened?’
And his answer was: ‘Well, Gonçalo... Your
commodore... That’s a commodore! There
are no commodores like him anymore! It
cannot fail: an agreement will be signed
as soon as you come to HK’.
To conclude, and again on behalf of the
club, thank you for all your commitment
over all these years, and we will have to
adjust our bylaws so that once a Commodore,
always a Commodore, as happens in
most clubs around the world. Thank you,
Commodore Horta e Costa”.
Clube Naval de CASCAIS 81
Entrevista Gastão Brun
Volta ao mundo
com chegada a Cascais
Apaixonado confesso pelo Clube Naval de Cascais, Gastão Brun é um
homem de negócios com um impressionante palmarés, de nível mundial,
na vela, apesar de ter decido nunca enveredar pela profissionalização.
Cidadão do mundo, viveu no Brasil, nos EUA e na Austrália, mas foi
Cascais que entrou em definitivo no seu coração, e o local que escolheu
para residir em definitivo
Natural do Rio de Janeiro, mais do
que um cidadão brasileiro, Gastão
Brun é um verdadeiro cidadão do mundo,
que percorreu de lés-a-lés, tendo, inclusivamente,
vivido em três diferentes continentes.
Tem, há muito, e em definitivo, Portugal e,
sobretudo, Cascais, no coração, local onde
decidiu passar a viver de forma permanente.
Empresário, pai de três filhos e avô de cinco
netos, é, igualmente, um reputado velejador,
contando no seu palmarés, entre outros,
com vários títulos de campeão do mundo
em diversas classes, e duas participações
nos Jogos Olímpicos. Numa altura em que
assume um propositado abrandamento da
sua carreira desportiva, nem por isso deixar
de velejar é algo que esteja no horizonte, bem
pelo contrário!, deste, mais do que sócio,
amigo do Clube Naval de Cascais.
Mas, não obstante um invejável percurso
desportivo, e a já existente ligação familiar
à modalidade, a iniciação de Gastão Brun
na vela terá sido, no mínimo, inusitada: “É
uma coisa que já vem de família. O meu
pai tinha um veleiro, nunca participou em
regatas, mas viajava com a minha mãe e
os filhos todos, somos três irmãos, tenho
uma irmã e um irmão, que é três anos
mais novo. Quando fiz 11 ou 12 anos,
o meu pai construiu um barco que era
exactamente igual a um Optimist daquela
época… mas a remos.
Eu e o meu irmão estávamos sempre em
disputa sobre quem iria pilotar o barco.
Morávamos em Niterói, no Rio de Janeiro,
do outro lado da baía de Guanabara, e,
quando íamos para a praia, colocávamos
Fotos: JOÃO ALCOBIA
82
Hippocampus
o barquinho na água e saíamos a remar.
Até que, um dia, pegámos na barraca de
praia da minha mãe e levámos a barraca
de praia connosco. Fomos até ao outro
lado do morro, abrimos a barraca de praia
e voltámos ‘à vela’.
A partir daí, foi uma sequência de idas
e vindas com essa barraca a fazer de vela.
Pelo que, no Natal seguinte, o meu pai
construiu um mastro, colocou estais e
uma bolina no barco, e a minha mãe fez
uma vela a partir de uma vela de um barco
antigo. E assim se transformou o nosso
Optimist a remos num Optimist à vela.
E assim começámos, verdadeiramente,
a velejar”.
Esses foram os primórdios. Mas, entretanto,
e com avanços e recuos pelo meio, o envolvimento
com a vela foi de tal ordem que daí
resultou uma brilhante carreira desportiva.
Ainda que, à partida, nada o fizesse prever:
“É verdade. Algum tempo mais tarde, o
meu pai comprou um outro barco, um
Snipe, uma classe que todos bem conhecem,
mas que era muito grande para mim
e para o meu irmão: não conseguíamos
dominar o barco, e a nossa actividade em
conjunto na vela abrandou um pouco. Por
outro lado, pouco depois de o meu pai
ter comprado esse Snipe, eu também tive
que me concentrar nos estudos, porque
sempre tinha tido o sonho de entrar para a
faculdade de engenharia, e aquela que era
gratuita era muito exigente e selectiva, tal
como o era a escola preparatória. Como
tinha de estudar muito, deixei a vela um
pouco de lado”.
AVENTURA COMEÇOU DE PINGUIM
Deste modo, acabou por ser na classe Pinguim
que Gastão Brun alcançou os seus
primeiros grandes feitos desportivos: “Se o
meu irmão continuou sempre a velejar,
já que não tinha a mesma dedicação aos
estudos, era mais ‘solto’, já eu só voltei
a velejar com regularidade teria cerca
de 16/17 anos. E fi-lo de Pinguim, uma
classe que teve grande impacto em todo
o Brasil, e também, claro, no Rio Janeiro,
tendo sido introduzida no país por um
célebre velejador de Star, chamado Roberto
Bueno.
E foi então que eu e o meu antigo parceiro
de vela, o Arthur Falk, com quem
ainda hoje tenho ligações, começámos a
treinar muito, mais a sério e em vários
locais, de São Paulo ao Rio Grande do
Sul. Em 1960 vencemos o Campeonato
do Rio de Janeiro; em 1961 fomos Vice-
-Campeões Mundiais de Pinguim. E foi aí
que começou de forma mais empenhada
e assídua a minha carreira nas regatas”.
Mas não ainda de forma totalmente dedicada…
“É um facto. Como, entretanto,
entrei para o curso de engenharia, voltava
a não ter muito tempo disponível. Mas
acabei por, depois, competir em Laser
e em Star, fiz carreira também nessas
duas classes, mesmo que o Star seja, porventura,
o barco de que mais gosto, um
barco a que dediquei uma boa parte da
minha vida, em que fui campeão norte-
-americano – enfim, em que alcancei uma
série de sucessos.
Mas os meus maiores êxitos alcancei-os
juntamente com o meu irmão Vicente,
na classe Soling. Era uma classe olímpica,
que, não sei porquê, foi eliminada
das olimpíadas, protagonizada por um
barco desenvolvido pelos noruegueses.
E no Brasil morava há muito tempo um
norueguês que trouxe a classe Soling para
lá, e eu comprei um barco desses.
Daí em diante, eu e o meu irmão passámos
a treinar muito nesse barco, começámos
a desenvolver velas, inclusivamente
arranjei emprego para ele numa velaria
nos EUA, e começámos a ficar sempre
no Top 5 da classe em qualquer regata
ou campeonato em que participássemos.
E isso também porque desenvolvíamos
as nossas próprias velas, ele era muito
talentoso nessa área.
Vencemos o Mundial em 1978 e 1981,
e não ganhámos os outros mundiais em
que participámos por falhas ou erros
menores, por não termos uma estrutura
de apoio tão desenvolvida quanto a de
outras equipas. Por exemplo, em Porto
Rico, fomos desclassificados porque
passámos a tarde inteira a tentar fazer a
regata, mas o vento mudava e a comissão
de regatas intervinha, até que, a dada
altura, as condições proporcionaram-se, e
nós pegámos numa buja e pedimos a um
barco de apoio que estava a passar para
ficar com ela, que depois devolviam-na
quando chegássemos a terra. E houve
quem apresentasse um protesto como se
isso se tratasse de uma ajuda externa…
Seja como for, eramos muito rápidos. O
barco e a tripulação. Eu e o meu irmão
sempre nos demos muito bem, ele optou
pela profissionalização, entrou para o
Hall of Fame, disputou a America’s Cup.
Hoje é coach profissional”.
OPÇÃO DE VIDA
Vicente Brun, ainda no activo, é, de igual
modo, não só um dos mais galardoados
velejadores brasileiros de todos os tempos,
Clube Naval de CASCAIS 83
Entrevista Gastão Brun
como um dos mais respeitados nomes da
vela a nível mundial. Entre outros feitos,
registem-se os seus títulos de Campeão do
Mundo e da Europa de Star; de Campeão do
Mundo (por três vezes), Norte-americano e
Sul-Americano de Soling – além de que foi
velejador olímpico, com o seu irmão Gastão,
em 1976 e 1980; disputou a America’s Cup;
e integra o Hall of Fame da vela desde 2018.
Um percurso notável, mas, ainda assim, insuficiente
para levar o seu irmão mais velho
a seguir o mesmo rumo: “Já eu nunca quis
envolver-me na vela a nível profissional.
Tive todas as possibilidades de fazê-lo,
mas tinha a minha carreira, queria ser
empresário, e fui empresário, detendo
várias empresas de grande dimensão no
Brasil.
Nunca gostei muito dessa vertente profissional
da vela, sempre velejei quando
integrado em tripulações motivado pela
amizade. Por exemplo, velejei várias
vezes com Patrick Monteiro de Barros,
nomeadamente em Espanha, fomos Vice-
-Campeões do Mundo na Finlândia, e eu
era o único não profissional a bordo – e
o mesmo aconteceu quando velejei com
Eduardo Souza Ramos. A amizade foi
sempre a principal motivação. E isso, para
mim, é bom, também porque me dá uma
liberdade muito maior, não sou empregado
de ninguém, e sim um bom amigo
Gastão Brun foi capa da revista do Iate Clube
do Rio de Janeiro de Fevereiro de 1978, ano
em que foi Campeão Brasileiro de Laser
das pessoas com quem velejei e velejo”.
E, com tantos títulos no palmarés, não
há nada que o entristeça não ter alcançado?
“Nunca conquistei uma medalha olímpica,
apesar da tal rapidez a que me referi.
Por exemplo, em Talín, hoje capital da
Estónia, nos Jogos Olímpicos de 1980,
disputados na antiga União Soviética,
até à quinta regata, os vencedores do
ouro estiveram sempre atrás de nós. Os
dois brasileiros que venceram a medalha
de ouro, à partida, eram considerados
como não tendo a menor hipótese de o
conseguir, nós é que eramos considerados
os grandes favoritos, tal como já havia
sucedido nos Jogos Olímpicos de 1976,
realizados em Montreal, no Canadá.
Mas as circunstâncias favoreceram-nos.
Pelo que o que mais me impressionou
nos Jogos Olímpicos foi a atenção recebida,
no sentido em que uma pessoa
deixa de ser um nome, para passar a ser
o representante do seu país, e isso é algo
verdadeiramente único”.
MUDANÇA DE RUMO… ATÉ CASCAIS
Entretanto, Gastão Brun viajou pelo mundo,
não só para disputar regatas, mas também
devido a obrigações profissionais, tendo
vivido em três continentes. E o momento
chegou em que foi necessário tomar opções
de fundo: “A dada altura, conversei com
84
Hippocampus
os meus filhos, sobre se eles gostariam de
dar continuidade ao meu negócio de então
– tinha uma empresa que era o maior
revendedor do Brasil de carbonato de
sódio, matéria-prima para a produção de
vidro, detergentes e outros produtos, que
importava do Wyoming, nos EUA. Mas
nenhum deles estava interessado, todos
estudaram nos EUA, a minha filha gestão,
um dos meus filhos engenharia e ciência
computacional, e o terceiro, que agora
vive em Inglaterra, em Southampton, é
arquitecto naval e fez, também, um mestrado
em ciência computacional – o único
que se dedicou aos barcos, participou na
Volvo Ocean Race, integra tripulações
enquanto velejador profissional, embora
não viva disso.
Acabei por vender as acções da empresa,
e fiquei como consultor do seu novo
presidente, que já tinha sido meu sócio.
E dediquei-me a tempo inteiro aos barcos
à vela, nomeadamente aos Star. Tinha
barco nos EUA, na Europa, treinava
praticamente como um profissional,
velejava quase todos os dias da semana,
e ganhei campeonatos em praticamente
todas as paragens.
Entretanto, estava eu numa prova, a
pessoa que me tinha comprado a empresa
ligou-me a dizer: ‘Gastão, decidi entrar
no mercado australiano, e estou com
problemas por lá, as coisas não estão
mesmo a correr bem. Acha que podia ir
até à Austrália, ver o que podíamos fazer,
o que é possível melhorar?’. E eu e a
minha mulher fomos para Melbourne, e
ficámos apaixonados pelo país. Passados
três meses de lá estarmos, disse ao meu
ex-sócio que sim, que poderíamos ficar
por lá uns tempos, e acabámos por ficar
seis anos e meio. E, hoje, o negócio da
empresa nos antípodas é enorme.
Nessa fase da minha vida, eu nunca quis
ser CEO, nem proprietário, nem sócio da
empresa – apenas consultor. E assim me
mantive, hoje colaborando com o filho
desse meu ex-sócio, que posso considerar
como meu discípulo, e é quem passou a
liderar a empresa. E mesmo a partir de
Cascais, consigo controlar a área de construção
dos armazéns nos portos, que é o
meu forte, já que o dia-a-dia, a vertente
comercial, não é possível de gerir a uma
distância tão grande.
Mas mesmo enquanto vivi na Austrália,
durante aqueles seis anos e meio, sempre
tive um ‘pé’ em Cascais. Sempre gostei de
Cascais, das pessoas, do clima, do vento,
da comida – há restaurantes fantásticos de
todos os géneros, e do mais caro ao mais
barato! As primeiras vezes que aqui vim
foi para velejar, de Dragão e em outros
barcos, já há muitos anos. Conhecia vários
portugueses que foram ao Brasil para
velejar, ou que lá viviam então, e na época
do pós-25 de Abril cheguei a vir Portugal
tentar contratar mão-de-obra qualificada
para um banco de que era director.
De então para cá, passei a vir muitas
vezes a Cascais. Comecei por comprar
um apartamento em Cascais como investimento,
mas a verdade é que, sempre que
vinha da Austrália, passava por Cascais.
E acabei por ficar definitivamente. Para
tratar de alguns assuntos, claro que me
desloco a Lisboa, que é uma cidade muito
bonita, mas onde não viveria. Não trocaria
Cascais por nada”.
APAIXONADO POR CASCAIS
E (SEMPRE) PELA VELA
E a ligação ao CNCascais, como aconteceu?
“Apesar de conhecer o clube há muitíssimos
anos, sou sócio do CNC desde que
estabeleci residência em Portugal. E posso
afirmar que é um clube apaixonante.
Apesar de ser um clube relativamente
pequeno, é um verdadeiro clube de vela,
não tem, como outros, muitos proprietários
de barcos a motor. Decerto que
haverá muitas coisas a melhorar, mas,
para mim, o clube é espectacular, tem um
serviço de topo, que é difícil encontrar. A
solicitude das pessoas é impressionante,
a infraestrutura é muito boa e a vista é
sensacional.
Quanto à vela, presentemente, tenho um
SB20. O Tony Castro acertou em cheio
no design, e a classe é muito forte aqui
em Cascais, mas é muito complicado para
mim arranjar um proa, ainda não tenho
proa, por exemplo, para participar nas
SB20 Winter Series. Por isso, apesar de
o barco estar perfeito, mas estou a pensar
vendê-lo e comprar um barco maior.
No Brasil tinha um 54 pés, na Ilha
Grande, mas como na Marina de Cascais
não é possível ter um barco muito grande,
penso comprar um barco que vi no Salão
de Paris, um J99, de 33 pés, fácil de navegar,
em que posso passear com a minha
mulher. E estou a pensar em afastar-me
um pouco das regatas, não totalmente,
mas já sem aquela dedicação a que obriga
uma participação mais competitiva, até
porque ainda tenho afazeres que me
consomem muito tempo. Mas é certo
que, enquanto puder, vou estar sempre
a velejar, de qualquer forma, e seja em
que barco for”.
Clube Naval de CASCAIS 85
Interview Gastão Brun
Around the world
with arrival in Cascais
A confessed passionate of Clube Naval de Cascais, Gastão Brun is a businessman with
impressive world-class sailing credentials, although he has never decided to go into
professionalism. A citizen of the world, he has lived in Brazil, the USA and Australia, but it
was Cascais that entered his heart for good, and the place he chose to permanently live
Born in Rio de Janeiro, more than a Brazilian
citizen, Gastão Brun is a true citizen of
the world, who has travelled all around it, having
even lived in three different continents. He has
had for a long time, and definitely, Portugal
and, above all, Cascais, in his heart, where he
decided to start living permanently.
A businessman, father of three and grandfather
of five , he is also a renowned sailor, with several
world champion titles in various classes, and two
participations in the Olympic Games. At a time
when he is taking a deliberate slowdown in his
sports career, stop sailing is not something that
is on the horizon, quite the contrary!
But despite an enviable sports track, and the
already existing family connection to the sport,
Gastão Brun’s initiation into sailing was, to say
the least, unusual: “It is something that comes
from family. My father had a sailboat, he
never took part in regattas, but he travelled
with my mother and all the children, we are
three siblings, I have a sister and a brother,
who is three years younger. When I turned
11 or 12, my father built a boat that was
exactly like an Optimist of that time... but
it was a rowing boat.
My brother and I were always in dispute
about who would steer the boat. We lived in
Niterói, in Rio de Janeiro, on the other side
of Guanabara Bay, and when we went to the
86
Hippocampus
beach, we put the little boat in the water and
went out rowing. Until, one day, we took my
mother’s beach tent and took it with us. We
went to the other side of the bay, opened the
beach tent and returned ‘sailing’.
From then on, it was a sequence of comings
and goings with this tent as a sail. So the
following Christmas, my father built a mast,
put stays and a bowline in the boat, and my
mother made a sail from a sail of an old boat.
And so our rowing Optimist became a sailing
Optimist. And thus, we truly began sailing”.
Those were the beginnings. But in the meantime,
and with advancements and setbacks in
the middle, the involvement with sailing was
such that it resulted in a brilliant sporting career.
Even if, in the beginning, nothing could have
predicted it. “It’s true. Some time later, my
father bought another boat, a Snipe, a class
that everyone knows well, but which was
very big for me and my brother: we couldn’t
dominate the boat, and our activity together
in sailing slowed down a bit. On the other
hand, shortly after my father bought this
Snipe, I also had to concentrate on my studies,
because I had always had the dream of
entering engineering college, and the one that
was free was very demanding and selective,
as was the preparatory school. Since I had to
study a lot, I left sailing a bit aside”.
THE ADVENTURE STARTED IN PENGUIN
Thus, it was in the Penguin class that Gastão
Brun achieved his first great sporting achievements:
“If my brother always kept sailing,
since he didn’t have the same dedication to
his studies, he was more ‘loose’, I would only
return to sailing regularly when I was about
16/17 years old. And I did it in Penguin, a
class that had a great impact all over Brazil,
and also, of course, in Rio de Janeiro, having
been introduced to the country by a famous
Star sailor, called Roberto Bueno.
And it was then that I and my former sailing
partner, Arthur Falk, with whom I still have
connections today, started training a lot,
more seriously and in several places, from São
Paulo to Rio Grande do Sul. In 1960 we won
the Rio de Janeiro Championship; in 1961
we were Penguin World Champions. And
it was there that I started my racing career
in a more committed and assiduous way”.
But not yet in a fully dedicated way... “It is a
fact. Since, in the meanwhile, I joined the
engineering course, I didn’t have much time
available again. But then I ended up competing
in Laser and Star, I also made a career
in those two classes, even if Star is perhaps
the boat I like the most, a boat to which I
dedicated a good part of my life, in which
I was an American champion - in short, in
which I achieved a series of successes.
But my greatest successes have been achieved
together with my brother Vicente, in the
Soling class. It was an Olympic class, which,
I do not know why, was eliminated from
the Olympics, starred by a boat developed
by the Norwegians. And in Brazil there was
a Norwegian who brought the Soling class
there a long time ago, and I bought one of
those boats.
From then on, my brother and I started
training a lot on that boat, we started to
develop sails, I even got a job for him in a
sailing shop in the USA, and we began to
always stay in the Top 5 of the class in any
race or championship we participated in.
And that also because we developed our
own sails, he was very talented in that area.
We won the World Cup in 1978 and 1981,
and we did not win the other World Cups
in which we participated because of minor
failures or errors, because we did not have
a support structure as developed as other
teams. For example, in Puerto Rico we
were disqualified because we spent the
whole afternoon trying to race, but the
wind kept changing and the race committee
intervened until, at some point, conditions
improved, and we took a sail and asked a
support boat that was passing by to take it,
which they would then return when we got
to land. And some people protested as if it
was external aid...
Anyway, we were very fast. The boat and the
crew. My brother and I always got along very
well, he opted for professionalism, entered
the Hall of Fame, competed in the America’s
Cup. Today he is a professional coach”.
LIFE CHOICE
Still active, Vicente Brun is not only one of the
most awarded Brazilian sailors of all times,
but also one of the most respected names in
sailing in the world. Among other achievements,
he has won the World and European
Star Championships, the North American
and South American Soling Championships
(three times) and was an Olympic sailor with
his brother Gastão in 1976 and 1980, competed
in the America’s Cup and has been a member
of the Hall of Fame of sailing since 2018. A
remarkable journey, but still insufficient to
lead his older brother in the same direction: “I
never wanted to get involved in sailing on a
professional level. I had all the possibilities
to do it, but I had my career, I wanted to be
an entrepreneur, and I was an entrepreneur,
holding several large companies in Brazil.
I never really liked this professional side of
sailing, I always sailed when I was part of
crews motivated by friendship. For example,
I sailed several times with Patrick Monteiro
de Barros, namely in Spain, we were Vice-
-Champions of the World in Finland, and
I was the only non-professional on board -
and the same happened when I sailed with
Eduardo Souza Ramos. Friendship was
always the main motivation. And that, for
me, is good, also because it gives me much
more freedom, I am not employed by anyone,
but a good friend of the people with whom
I sailed and sail”.
And with so many titles on the table, there is
nothing that saddens you not to have achieved?
“I have never won an Olympic medal, despite
the speed to which I referred. For example,
in Tallinn, now the capital of Estonia, at the
1980 Olympic Games in the former Soviet
Clube Naval de CASCAIS 87
Interview Gastão Brun
Union, until the fifth race, the gold winners
were always behind us. The two Brazilians
who won the gold medal were considered
to have no chance of winning it, we were
considered to be the big favourites, as was the
case at the 1976 Olympic Games in Montreal,
Canada. But circumstances favoured us. So
what impressed me most about the Olympic
Games was the attention received, in the
sense that a person is no longer a name, but
the representative of his country, and that
is something truly unique”.
CHANGE OF COURSE... TO CASCAIS
In the meantime, Gastão Brun has travelled the
world, not only to compete in races, but also
due to professional obligations, having lived
in three continents. And the moment came
when it was necessary to make basic choices:
“At one point, I talked to my children about
whether they would like to continue my
business at that time - I had a company that
was the largest dealer in Brazil of sodium
carbonate, the raw material for the production
of glass, detergents and other products,
which I imported from Wyoming, in the
USA. But none of them were interested, they
all studied in the US, my daughter studied
management, one of my sons engineering
and computer science, and the third, who
now lives in England, in Southampton, is
a naval architect and also did a master’s
degree in computer science - the only one
who dedicated himself to boats, took part
in the Volvo Ocean Race, is a member of
the crew as a professional sailor, although
he does not live from this.
I ended up selling the company’s shares,
and became an advisor to its new president,
who had already been my partner. And I
dedicated myself full-time to sailing boats,
especially Star boats. I had a boat in the US,
in Europe, I trained like a professional, I
sailed almost every day of the week, and I
won championships at almost every stop.
Meanwhile, I was at an event, the person
who had bought me the company called me
and said: ‘Gastão, I have decided to enter the
Australian market, and I am having problems
there, things are really not going well. Do you
think you could go to Australia, see what we
could do, what could be improved? And my
wife and I went to Melbourne, and we fell in
love with the country. Three months after we
were there, I told my ex-partner that yes, we
could stay there for a while, and we ended up
staying six and a half years. And today, the
company’s business in the antipodes is huge.
At that stage in my life, I never wanted
to be CEO, nor owner, nor partner of the
company - just a consultant. And so I stayed,
today collaborating with the son of this
ex-partner of mine, who I can consider as
my disciple, and who is now the head of
the company. And even from Cascais, I am
able to control the construction area of the
warehouses in the ports, which is my forte,
since day-to-day life, the commercial side,
is not possible to manage at such a distance.
But even while I was living in Australia,
during those six and a half years, I always
had a ‘foot’ in Cascais. I always liked Cascais,
the people, the climate, the wind, the
food - there are fantastic restaurants of
all kinds, from the most expensive to the
cheapest! The first time I came here was
to sail, in Dragon and other boats, many
years ago. I knew several Portuguese who
went to Brazil to sail, or who lived there
then, and in the post-April 25th period I
came to Portugal to try to hire qualified
labour for a bank of which I was director.
Since then, I have come to Cascais many
times. I started by buying a flat in Cascais as
an investment, but the truth is that, whenever
I came from Australia, I passed by Cascais.
And I ended up staying for good. To deal
with some matters, of course I go to Lisbon,
which is a very beautiful city, but where I
would not live. I wouldn’t trade Cascais for
anything”.
PASSIONATE ABOUT CNC AND
(ALWAYS) SAILING
And the connection to the CNCascais, how
did it happen? “Although I have known the
club for many years, I have been a member
of the CNC since I established residence in
Portugal. And I can say that it is an exciting
club. Although it is a relatively small club,
it is a real sailing club, it does not have, like
others, many motorboat owners. There will
certainly be many things to improve, but,
for me, the club is spectacular, it has a top
service, which is hard to find. The demand
from the people is impressive, the infrastructure
is very good and the view is sensational.
As for sailing, I currently have an SB20.
Tony Castro got the design right, and the
class is very strong here in Cascais, but it is
very complicated for me to get a bow, I don’t
have a bow yet, for example, to participate
in the SB20 Winter Series. So, although the
boat is perfect, I’m thinking of selling it and
buying a bigger boat.
In Brazil I had a 54 feet, at Ilha Grande, but
as it is not possible to have a very big boat in
the Marina of Cascais, I think I will buy a
boat that I saw in the Paris Salon, a J99, 33
feet, easy to navigate, where I can sail with
my wife. And I’m thinking of moving away
from racing, not totally, but without that
dedication to make my participation more
competitive, because I still have tasks that
take a lot of time. But it is certain that, as
long as I can, I will always be sailing, and
in any boat”.
88
Hippocampus
Clube Parceria Rolex-Clube Naval de Cascais
UMA QUESTÃO DE EXCELÊNCIA
Nome indissociável da vela, a Rolex é há muito (re)conhecida pelo seu apoio
aos principais pilares da modalidade, sejam velejadores, provas ou clubes.
Um leque de referências de invejável prestígio, com as quais partilha a sua incessante
busca pela excelência, e ao qual se juntou, a partir de 2020, o Clube Naval de Cascais
Tal como é virtualmente impossível
dissociar o Clube Naval de Cascais da
prática da vela ao mais alto nível em Portugal,
e não só, também a Rolex é um nome
que há longas décadas faz parte integrante
do património histórico dessa modalidade
indelevelmente marcada pela performance
e pela tradição, com a qual possui afinidades
naturais. A busca pela excelência da
reputada marca suíça, patente em todas as
suas actividades, da arte relojoeira aos seus
restantes compromissos, e garantida pelo
aperfeiçoamento e pela inovação permanentes,
é de tal forma partilhada com a
modalidade da vela, que a Rolex se tornou,
há mais de sessenta anos, num seu parceiro de
referência, nomeadamente através do apoio
aos mais prestigiados velejadores, provas,
regatas e clubes – no fundo, os guardiões
do seu espírito de resistência.
Neste particular, será importante lembrar
que a identidade de cada clube náutico é definida
pela sua localização e pela sua tradição
únicas, todos tendendo a perfilhar valores
como profissionalismo e competição leal,
camaradagem e espírito de comunidade. A
primeira parceria da Rolex neste domínio
remonta já a 1958 e foi estabelecida com o
New York Yacht Club, criador da America’ s
Cup e considerado como o principal impulsionador
das regatas monotipo. Uma associação
pioneira, que abriu caminho a uma relação
permanente entre a Rolex e a vela, modalidade
em que se conjugam fair play e amizade, no
mais puro espírito das tradições navais do
passado, mas em que a dimensão eminentemente
competitiva e técnica não pode,
por outro lado, ser negligenciada, por exigir
destreza, precisão ao segundo, resistência e
um aguçado sentido de trabalho em equipa.
É por isso que, ao longo dos últimos sessenta
anos, a Rolex tem colocado o seu prestígio e
a sua admiração ao serviço dessa apaixonante
modalidade que é a vela, acabando por criar
estreitos laços com os grandes clubes náuticos
do mundo, onde se encontram os adeptos
da vela e da competição ao mais alto nível,
assim como os velejadores de elite. Do lote
de notáveis fazem ainda parte o Royal Yacht
Squadron, desde a década de 1980; o Yacht
Club Costa Smeralda; o Yacht Club Italiano;
o Royal Malta Yacht Club; a Société Nautique
de Saint-Tropez; o Royal Hong Kong Yacht
Club; ou o Yacht Club de Monaco. Foi, pois,
90
Hippocampus
com indesmentível orgulho que, em 2020,
também o Clube Naval de Cascais passou
a integrar este grupo de elite, feito de que
só poderão estar orgulhosos os seus sócios
e amigos.
REGATAS E VELEJADORES:
OS MELHORES SEMPRE NA MIRA
A Rolex marca ainda presença de destaque
nos grandes eventos da vela realizados no
Atlântico, no Mediterrâneo e no Pacífico.
Nomeadamente, em duas das principais regatas
offshore levadas a cabo no planeta, a Rolex
Sydney Hobart Yacht Race, na Austrália, e
a Rolex Fastnet Race, disputada de dois em
dois anos no Reino Unido (desde 2001); ou
em campeonatos altamente competitivos,
como o SailGP Global Championship (desde
2019) e o Rolex TP52 World Championship.
E, ainda, em provas de elite, como a Rolex
Swan Cup, a Maxi Yacht Rolex Cup, a
Rolex Giraglia, a Rolex Middle Sea Race,
a Les Voiles de Saint-Tropez, a Rolex China
Sea Race, a Rolex New York Yacht Club
Invitational Cup, a Rolex Big Boat Series ou
a Rolex Circuito Atlántico Sur.
Não menos relevante, a longa ligação da
Rolex aos grandes velejadores de craveira
mundial, sendo, hoje, três aqueles com
quem mantém uma parceria e que fazem
parte da sua família embaixadores planetários.
Entre eles, Sir Ben Ainslie, “apenas”
o mais bem-sucedido velejador olímpico de
todos os tempos, continuando a competir
ao mais alto nível: tendo conquistado a sua
primeira medalha olímpica com 19 anos
(prata, em 1996, em Atlanta), é um dos
três atletas de sempre a vencer medalhas
em cinco Jogos Olímpicos consecutivos na
modalidade da vela (a par de Torben Grael
e Robert Scheidt), e um dos dois a contar
no seu palmarés com quatro medalhas de
ouro (a par de Paul Elvstrom, mas, no seu
caso, consecutivas, e obtidas entre 2000 e
2012). Campeão do Mundo por onze vezes,
e quatro vezes nomeado Rolex World Sailor
of the Year (1998, 2002, 2008 e 2012), foi
condecorado cavaleiro do império britânico
após abandonar a vela olímpica. Em 2013,
venceu a America’s Cup com uma tripulação
dos EUA, liderando, atualmente, a formação
britânica que irá disputar este mesmo troféu.
É embaixador da Rolex desde 2019.
O norte-americano Paul Cayard é considerado
um dos mais versáteis e talentoso
velejadores da actualidade, competindo ao
mais alto nível há já mais de três décadas. Sete
vezes Campeão do Mundo, participou por
sete vezes na America’s Cup e por duas vezes
nos Jogos Olímpicos, foi nomeado Rolex
Yachtsman of the Year em 1998, é membro
do Sailing World Hall of Fame desde 2002,
e juntou-se à família de embaixadores Rolex
em 2000. Por fim, o brasileiro Robert Scheidt
é um excepcional velejador, vencedor de nada
menos do que treze títulos mundiais de vela
nas classes Laser e Star, e de cinco medalhas
olímpicas, duas delas de ouro. Com mais de
174 vitórias em nome próprio na vela, foi
nomeado Rolex World Sailor of the Year pela
Federação Internacional de Vela em 2001 e
2004, e é embaixador da Rolex desde 2009.
De recordar que em terra a Rolex também
participa no desenvolvimento da vela.
Seja por meio do seu apoio à Federação
Internacional de Vela, entidade que tutela a
modalidade a nível internacional, seja através
do seu prémio anual Rolex World Sailor of
the Year, que visa reconhecer os homens e
mulheres velejadores que se destacaram na
vela ao longo do ano.
MAR: O HABITAT NATURAL
Sendo a cronometragem elemento fundamental
nas regatas, para determinar o exacto
momento em que é dada a largada, o possível
vencedor em handicap ou em tempo compensado,
a rotação da tripulação numa prova de
longa duração, a execução de uma manobra
em particular ou a escolha da melhor vela ou
da rota ideal, seria quase óbvia a associação
da Rolex a uma actividade desportiva em
que o tempo está sempre presente. Também
por isso, é sempre muito cobiçado o prémio
atribuído em todos os eventos de vela da
Rolex: um relógio especialmente gravado,
que é sinónimo de sucesso e distingue os
vencedores como alguém que realizou algo
notável no seu desporto de eleição.
E há muito que é assim. Logo no início
do século XX, quando o relógio de pulso
era ainda considerado uma jóia frágil, Hans
Wilsdorf, o fundador da Rolex em 1905,
antecipou as vantagens de um modelo
robusto, preciso e confiável, adaptado ao
extremo dinamismo do novo estilo de vida
que se estava a desenvolver. Daí ao mar ser
o ambiente natural da Rolex foi um passo:
em 1914, um relógio de pulso Rolex era o
primeiro a obter um certificado de precisão
de classe A, emitido pelo Observatório de
Kew, na Grã-Bretanha, após testes extremamente
rigorosos, os mais estritos do mundo:
foi testado em cinco posições diferentes, e
sob três temperaturas distintas, durante 45
longos dias.
Com uma variação diária de apenas mais
um segundo, uma verdadeira proeza em
miniatura para a época, provava-se, assim,
Clube Naval de CASCAIS 91
Clube Parceria Rolex-Clube Naval de Cascais
PENSADOS PARA O MAR
Ao longo dos anos, a Rolex ultrapassou
constantemente os limites da precisão e da
certificação cronométrica. No presente, como
no passado, continua a ser líder nesse capítulo,
já que todos os seus mecanismos cumprem
os testes do COSC (Contrôle Officiel Suisse
des Chronomètres), e cada relógio terminado
recebe a certificação de “Cronómetro Superlativo”,
simbolizado pelo selo verde que
indentifica cada relógio Rolex e é acompanhado
de uma garantia internacional de cinco anos,
seguindo um protocolo interno que garante
uma precisão duas vezes superior à exigida
pelas normas oficiais, ou seja, –2/+2 segundos
por dia. A Rolex reafirma, assim, o papel precursor
que sempre foi seu desde a invenção
de um relógio de pulso tão preciso quanto um
cronómetro de marinha.
O Rolex Oyster Perpetual reúne três qualidades
fundamentais: precisão, impermeabilidade e
corda automática, o que o torna no relógio
ideal para a navegação em alto mar, sendo
especialmente destinados a velejadores dois
modelos, incluídos na linha Yacht-Master, originalmente
lançada em 1992, com um modelo
especialmente projectado para navegadores
e skippers. O Oyster Perpetual Yacht-Master
é um testemunho dos laços privilegiados
que unem a Rolex e o mundo da vela desde
a década de 1950, conjugando com êxito
funcionalidade e estilo náutico – um relógio
profissional que opera com a mesma facilidade
tanto no mar como em terra.
Inicialmente proposto em ouro 18 quilates (uma
novidade para um modelo profissional), e com
um diâmetro de 40 mm, seria pouco depois
apresentado nas versões Rolesor (combinação
de aço Oystersteel e ouro 18 quilates) e
Rolesium (combinação de aço e Oystersteel,
para a caixa e para a pulseira, e de aço e platina
950, para a luneta), assim como em outros
tamanhos. A luneta graduada é bidireccional,
o que permite uma regulação fácil e rápida, e
ornada com algarismos em relevo e polidos,
o que os destaca claramente sobre um fundo
fosco. Oferece uma função timer, que permite
ao utilizador, por exemplo, determinar o tempo
de navegação já decorrido, ou o tempo de percurso
entre duas boias ou dois marcadores. A
caixa Oyster, cuja impermeabilidade é garantida
até 100 metros de profundidade, exibe linhas
ligeiramente arredondadas, para evitar que se
enrosque no cordame ou nas velas. Robusta,
mas, ainda assim, muito elegante, protege
eficazmente o mecanismo mecânico de corda
automática que abriga.
Em 2015, foi apresentada a inovadora pulseira
técnica Oysterflex, desenvolvida e patenteada
pela Rolex, que combina, de forma única, a robustez
e a fiabilidade de uma pulseira metálica,
com a flexibilidade, o conforto e a estética de
uma pulseira de borracha. Com efeito, é constituída
por duas lâminas metálicas flexíveis – uma
para cada um de seus filamentos – revestidas
por elastómero preto de alta performance. Foi
usada pela primeira vez no Oyster Perpetual
Yacht-Master 37, novo modelo lançado no
mesmo ano e equipado com o calibre 2236
(que possui a espiral Syloxi em silício), e sobre
uma variação do Oyster Perpetual Yacht-Master
40. Ambos são fabricados em ouro Everose de
18 quilates e munidos de um disco de luneta
Cerachrom em cerâmica preta fosca, uma
novidade na linha Yacht-Master.
Em 2019, a Rolex apresentou o Oyster Perpetual
Yacht-Master 42, com um diâmetro de 42
mm (inédito na linha), e que marcou a chegada
do ouro branco de 18 quilates a um modelo
Yacht-Master. Equipado com o calibre de
nova geração 3235, igualmente introduzido no
Yacht-Master 40 na mesma altura, é também
acompanhado de uma pulseira Oysterflex.
Outra novidade em 2019, a pulseira Oysterflex,
que equipa o Yacht-Master 42 e o Yacht-Master
40 em ouro Everose 18 quilates, adopta o
sistema de extensão Rolex Glidelock, engenhoso
dispositivo de cremalheira, integrado no
fecho, desenvolvido e patenteado pela marca,
que permite um ajuste fino do comprimento
da pulseira sem necessidade de nenhuma
ferramenta. Graças ao Rolex Glidelock, o
comprimento da pulseira Oysterflex pode ser
ajustado facilmente em cerca de 15 mm por
estágios de aproximadamente 2,5 mm.
Já o Rolex Oyster Perpetual Yacht-Master II
é um relógio de regatas com funcionalidades
únicas, concebido para a competição e a alta
performance no mar. Um cronógrafo destinado
aos velejadores experientes e aos apaixonados
pela vela, que combina inovação, tecnologia e
desempenho desportivo no verdadeiro espírito
Rolex, e apresenta uma nova complicação relojoeira
única no mundo: a contagem regressiva
programável com memória mecânica e sincronização
on the fly, desenvolvida especificamente
para largadas de regatas. Aqui, a complexidade
da realização técnica esconde-se por detrás
da simplicidade de utilização e da primorosa
legibilidade, reforçada graças ao mostrador
e aos ponteiros característicos dos relógios
profissionais da Rolex.
Primeiro desafio técnico vencido pelo Yacht-
-Master II: exibir uma contagem regressiva
que se mantenha compreensível no instante
do disparo de uma largada: os segundos decorridos
são indicados através de um ponteiro
central, na forma clássica de um cronógrafo, e
os minutos são, por sua vez, calculados por um
ponteiro com ponta triangular vermelha sobre
um segmento graduado de 10 a 0 minutos
(com marcas para cada meio minuto) em três
quartos do mostrador. Os números 10 a 0 são
92
Hippocampus
repetidos em tamanho maior no disco da luneta
para reforçar a leitura. O conjunto destaca claramente
a exibição regular da hora e dos minutos,
complementada por um pequeno ponteiro de
segundos num totalizador às 6 horas.
Segundo desafio: a duração oficial da contagem
regressiva de uma regata pode variar de uma
prova para outra. No relógio, também é preciso
ajustar, e foram necessárias 35 mil horas de desenvolvimento
dos engenheiros da Rolex para
materializar essa complexidade, sob a forma de
um novo mecanismo, o calibre 4161. Construído
sobre a base do calibre 4130, desenvolvido no
ano 2000 para o Cosmograph Daytona, o calibre
4161 também possui um mecanismo inédito
patenteado, ligado ao mecanismo principal do
cronógrafo por uma roda de coluna bilateral,
outra inovação, que permite reprogramar à
vontade a duração da contagem regressiva de
10 a 1 minuto. Além disso, essa programação
pode ser “memorizada” mecanicamente de
forma a que, durante a reinicialização, o ponteiro
volte a posicionar-se na mesma duração para
a próxima contagem. Pode, depois, definir-se
e memorizar uma duração diferente.
Ainda mais difícil foi tornar fácil a utilização
destas novas funções. Os meios clássicos de
interacção com o mecanismo num cronógrafo
estavam já razoavelmente satisfeitos, e foi então
que a Rolex inovou mais uma vez, introduzindo
uma luneta giratória que interage diretamente
com o mecanismo: a luneta Ring Command,
em que a rotação de 90° permite o acesso à
programação da duração da contagem regressiva
feita pela coroa. Uma rotação da luneta
Ring Command no sentido oposto permite, em
seguida, travar e memorizar essa programação.
Último desafio a ser vencido pelo Yacht-Master
II: permitir ao velejador, durante a fase da largada,
sincronizar seu relógio com a contagem
regressiva oficial. Essa sincronização deve
ser feita on the fly, enquanto a contagem regressiva
continua a rodar. Para o ponteiro dos
segundos, a solução consiste em integrar uma
função chamada flyback: o ponteiro a “voa”
instantaneamente para o seu ponto de partida,
pressionando-se o pulsador às 4 h e reiniciando
imediatamente quando esse pulsador for
libertado. O ponteiro dos minutos da contagem
regressiva é sincronizado automaticamente no
minuto mais próximo, compensando, assim, o
adiantamento ou o atraso ocorrido no momento
de arranque do cronógrafo.
que o relógio de pulso da Rolex conseguia
satisfazer, e até mesmo superar, o desempenho
esperado dos melhores instrumentos
de navegação, garantindo uma certificação
até então exclusivamente destinada a
instrumentos que, nesses tempos, eram
de primordial importância para a navegação
– os cronómetros de marinha –,
indispensáveis para determinar a posição
(longitude) em alto mar. Ao criar um
relógio de pulso com tal nível de precisão,
a Rolex abria caminho para se tornar no
maior fabricante de relógios certificados
como cronómetros à escala mundial.
Dado o primeiro passo fundamental,
começaram, pouco depois, a estreitar-se
os laços que a Rolex iria manter, até aos
dias de hoje, com o universo marítimo.
Após ter-se inspirado nos cronómetros
da marinha para desenvolver seu relógio
de pulso, Hans Wilsdorf tinha as suas
preocupações centradas na impermeabilidade
do mesmo, por constituírem estes
os principais entraves à respectiva precisão
em condições de utilização mais extremas.
O que o levou à invenção, em 1926, do
Oyster, o primeiro relógio de pulso impermeável
do mundo, graças à caixa equipada
com um engenhoso sistema patenteado,
composto pela luneta, pelo fundo e pela
coroa roscados.
Para testar a sua novel criação, Hans
Wilsdorf confiou um Oyster a Mercedes
Gleitze, jovem nadadora inglesa que se
preparava para atravessar o Canal da
Mancha. Após mais de dez horas de
imersão, o relógio continuou a funcionar
perfeitamente, e foi assim que Mercedes
Gleitze, ao comprovar o desempenho excepcional
do Oyster, se tornou na primeira
embaixadora Rolex da história.
A partir de 1931, a Rolex aperfeiçoou
o conceito do relógio moderno com o
rotor Perpetual, sistema desenvolvido e
patenteado pela marca, capaz de captar
e restituir a energia dos movimentos do
pulso. Deixava de ser necessária a preocupação
com a corda manual de relógio, com
o sistema de corda automática a garantir
não só uma constante reserva de energia,
mas também contribuindo largamente
para a impermeabilidade do relógio.
Ao inventar um relógio de pulso impermeável,
preciso e confiável, a marca
convenceu os pioneiros das regatas e os percursores
das provas de circum-navegação,
para os quais o Oyster Perpetual se tornou
um instrumento indispensável. Hoje,
a Rolex continua a avaliar o Oyster em
condições reais, utilizando o mundo como
verdadeira plataforma de testes, tendo este
demonstrado, em diversas ocasiões, a sua
confiabilidade e seu notável desempenho
nas condições mais extremas: em terra, no
ar, nas profundezas do mar ou no pico
das mais altas montanhas. E foram estas
façanhas que permitiram desenvolver os
relógios Rolex profissionais, mormente
o Oyster Perpetual, o Oyster Explorer,
o Oyster Explorer II, o Cosmograph
Daytona, o Submariner, o Yacht-Master
e o Yacht-Master II (um cronógrafo de
regatas dotado de contagem regressiva
mecânica), assentes num compromisso
com a performance de exceção, que se
manifesta, também, na excelência desportiva,
domínio em que a Role investe
activamente.
Clube Naval de CASCAIS 93
Club Partnership Rolex-Clube Naval de Cascais
A matter of excellence
Inseparable from sailing, Rolex has long been (re)known for its support for the main
pillars of the sport, be it sailors, races or clubs. A range of references of enviable prestige,
with which it shares its ceaseless quest for excellence, and to which was added,
in 2020, Clube Naval de Cascais
Just as it is virtually impossible to dissociate
Clube Naval de Cascais from the practice
of sailing at the highest level in Portugal, and
beyond, Rolex is a name that has been part of
the historical heritage of this sport for many
decades, indelibly marked by performance
and tradition, with which it has natural affinities.
The search for excellence of the reputed
Swiss brand, evident in all its activities, from
watchmaking art to its other commitments,
and guaranteed by permanent improvement
and innovation, is so shared with the sailing
discipline that Rolex became, more than sixty
years ago, its partner of reference, namely
through the support to the most prestigious
sailors, races, regattas and clubs - in the end,
the guardians of its enduring spirit.
In this respect, it is important to remember
that the identity of each sailing club is defined
by its unique location and tradition, all tending
to be shaped by values such as professionalism
and fair competition, camaraderie and community
spirit. Rolex’s first partnership in this
field dates back to 1958 and was established
with the New York Yacht Club, creator of the
America’s Cup and considered the main drivers
of one design racing. A pioneering association,
which opened the way to a permanent relationship
between Rolex and sailing, a sport in
which fair play and friendship are combined,
in the purest spirit of past maritim traditions,
but in which the eminently competitive and
technical dimension cannot, on the other
hand, be neglected, as it demands dexterity,
precision to the second, endurance and a keen
sense of teamwork.
That is why, for the last sixty years, Rolex
has placed its prestige and admiration
at the service of this exciting sport that is
sailing, eventually creating close links with
the world’s great sailing clubs, where sailing
and competition at the highest level fans, as
well as elite sailors, meet. The notable group
includes the Royal Yacht Squadron since the
1980s, the Yacht Club Costa Smeralda, the
Italian Yacht Club, the Royal Malta Yacht
Club, the Société Nautique de Saint-Tropez,
the Royal Hong Kong Yacht Club and the
Yacht Club de Monaco. It was, therefore,
with undeniable pride that, in 2020, Clube
Naval de Cascais also joined this elite group,
94
Hippocampus
a fact that its members and friends can only
be proud of.
REGATTAS AND SAILORS: THE BEST
ALWAYS IN SIGHT
Rolex is also a strong presence at major sailing
events in the Atlantic, Mediterranean
and Pacific. In particular, in two of the
world’s main offshore races, the Rolex Sydney
Hobart Yacht Race in Australia (since 2002)
and the Rolex Fastnet Race, held every two
years in the United Kingdom (since 2001);
or in highly competitive championships
such as the SailGP Global Championship
(since 2019) and the Rolex TP52 World
Championship (since 2017). And also in
elite races and regattas, such as the Rolex
Swan Cup since 1984; the Maxi Yacht Rolex
Cup; the Rolex Giraglia; the Rolex Middle
Sea Race; Les Voiles de Saint-Tropez; the
Rolex China Sea Race; the Rolex Big Boat
Series; the Rolex Circuito Atlántico Sur; or
the Rolex New York Yacht Club Invitational
Cup since 2011.
Not less relevant is Rolex’s long association
with world-class sailors, three of whom are now
partners and part of its global ambassadors.
Among them, Sir Ben Ainslie, “only” the
most successful Olympic sailor of all time,
continuing to compete at the highest level:
Having won his first Olympic medal at the
age of 19 (silver in 1996 in Atlanta), he is
one of three athletes to have won medals in
five consecutive Olympic Games in sailing
(alongside Torben Grael and Robert Scheidt),
and one of two to have won four gold medals
(alongside Paul Elvstrom, but in his case consecutive,
and won between 2000 and 2012).
World Champion eleven times, and four times
Rolex World Sailor of the Year (1998, 2002,
2008 and 2012), he was decorated knight
of the British Empire after leaving Olympic
sailing. In 2013, he won the America’s Cup
with a US crew, currently leading the British
line-up that will compete for this same trophy.
He has been a Rolex ambassador since 2019.
The American Paul Cayard is considered
one of the most versatile and talented sailors of
today, competing at the highest level for over
three decades. Seven times World Champion,
participated seven times in the America’s Cup
and twice in the Olympic Games, was named
Rolex Yachtsman of the Year in 1998, has been
a member of the Sailing World Hall of Fame
since 2002, and joined the Rolex family of
ambassadors in 2000. Finally, the Brazilian
Robert Scheidt, an exceptional sailor, winner
of no less than thirteen world sailing titles in
the Laser and Star classes, and five Olympic
medals, two of them gold): With over 174
victories in sailing in his own name, he was
named Rolex World Sailor of the Year by the
World Sailing Federation in 2001 and 2004,
and has been a Rolex Ambassador since 2009.
It should be noted that Rolex also participates
in the development of sailing. Both through
its support to the World Sailing, the body
that oversees the sport at international level,
and through its annual Rolex World Sailor of
the Year award, which aims to recognize the
male and female sailors who have excelled in
sailing throughout the year.
SEA: THE NATURAL HABITAT
Since timing is a fundamental element in
racing, whether to determine the exact moment
a race starts, the eventual winner under
handicap or compensated time, the rotation
of crew on a long race, the choreography of
a particular manoeuvre or the sail choice
or navigation, it would be almost obvious
to associate Rolex with a sporting activity
where time is always present. This is also
why the prize awarded in all Rolex sailing
events is always highly coveted: a specially
engraved watch, which is a symbol of success
that marks out the winners as having
accomplished something remarkable in their
chosen sport.
In an era when wristwatches were still
regarded as fragile items of apparel, Hans
Wilsdorf, the founder of Rolex in 1905,
was determined to create one that would
be robust, precise and reliable, adapted to
ever more active and sporting lifestyles. In
1914, the Kew Observatory in Great Britain
granted a Class A chronometer certificate
for the very first time to a wristwatch, a
watch made by Rolex. Until then, such a
certification, which attested to the highest
chronometric precision, had generally been
awarded only to large marine chronometers
after extremely rigorous tests, which were
vital to determine a vessel’s position (longitude)
on the high sea. After 45 days of
tests, in five different positions and at three
different temperatures, the Rolex wristwatch
matched and even exceeded the standards
expected of the finest marine clocks.
Clube Naval de CASCAIS 95
Clube Parceria Rolex-Clube Naval de Cascais
DESIGNED FOR THE SEA
Over the years, Rolex has constantly exceeded
the limits of precision and timing certification.
Today, as in the past, it continues to be the
leader in this field, since all its mechanisms
meet the COSC (Contrôle Officiel Suisse des
Chronomètres) tests, and each finished watch
receives the “Superlative Chronometer” certification,
symbolized by the green seal that comes
with every Rolex watch and is coupled with
a five-year international guarantee, following
an internal protocol that guarantees accuracy
twice that required by official standards, i.e.
-2/+2 seconds per day. Rolex thus reaffirms
the pioneering role it has always had since
the invention of a wristwatch as accurate as
a marine chronometer.
The Rolex Oyster Perpetual combines three
fundamental qualities: precision, waterproofness
and automatic winding, making it the ideal
watch for sailing on the high sea, two models,
are especially designed for sailors, included in
the Yacht-Master range, originally launched
in 1992, with a model specially designed for
navigators and skippers. The Oyster Perpetual
Yacht-Master is a testament to the privileged
ties that have linked Rolex and the world of
sailing since the 1950s, successfully combining
functionality and nautical style - a professional
watch operates with the same ease both at
sea and on land.
Initially offered in 18 ct gold (a novelty for a
professional model), and with a diameter of
40 mm, it would soon be presented in Rolesor
(combination of Oystersteel steel and 18
ct gold) and Rolesium (combination of steel
and Oystersteel, for the case and bracelet,
and steel and 950 platinum, for the bezel), as
well as in other sizes. The graduated bezel is
bi-directional, which allows easy and quick
adjustment, and ornate with raised and polished
numerals, that stand out clearly on the matt
background. It offers a timer function, which
allows the user, for example, to determine
the elapsed sailing time, or the travel time
between two buoys or waypoints. The Oyster
case, whose waterproofness is guaranteed up
to 100 metres deep, displays slightly rounded
lines to prevent it from getting tangled in the
riggings or the sails. Robust, yet very elegant,
it effectively protects the self-winding mechanical
movement.
In 2015, the innovative technical Oysterflex
bracelet, developed and patented by Rolex, was
presented. It uniquely combines the strength
and reliability of a metal bracelet with the flexibility,
comfort and aesthetics of a rubber bracelet.
In fact, it consists of two flexible metal blades
- one for each bracelet section - overmoulded
with high-performance black elastomer. It was
first used on the Oyster Perpetual Yacht-Master
37, a new model launched the same year and
equipped with the caliber 2236 (incorporating
the Syloxi silicon hair-spring), and on a version
of the Oyster Perpetual Yacht-Master 40. Both
are made of 18 ct Everose gold and fitted with
a Cerachrom bezel insert in matt black ceramic,
a first for the Yacht-Master range.
In 2019, Rolex presented the Oyster Perpetual
Yacht-Master 42, with a diameter of 42 mm
(unprecedented in the range), that marked the
arrival of 18 ct white gold to a Yacht-Master
model. Equipped with the new generation caliber
3235, also introduced in the Yacht-Master
40 at the same time, it is also accompanied
by an Oysterflex bracelet. Another innovation
in 2019, the Oysterflex bracelet, which equips
the Yacht-Master 42 and the Yacht-Master
40 in 18 ct Everose gold, is fitted with the
Rolex Glidelock extension system, ingenious
toothed panel mechanism, located under the
clasp, developed and patented by the brand,
which allows a fine adjustment of the bracelet
length without the need of any tool. Thanks to
Rolex Glidelock, the length of the Oysterflex
bracelet can be easily adjusted by about 15
mm in increments of approximately 2.5 mm.
The Rolex Oyster Perpetual Yacht-Master II is a
unique racing watch designed for competition
and high performance at sea. A chronograph
designed for experienced sailors and sailing
enthusiasts, that blends innovation, technology
and sporting performance the Rolex way,
and presents a new watchmaking complication
unique in the world: the programmable
countdown with mechanical memory and on
the fly synchronization, designed specifically
for the start sequence of regattas. Here, the
technical complexity is masked by the simplicity
of use and excellent legibility, enhanced
by the dial and hands characteristic of Rolex
Professional models.
First technical challenge won by the Yacht-
-Master II: devise a countdown display that
remains legible at the start of a regatta: the
elapsed seconds are displayed by a central
hand, in the traditional way of a stopwatch,
and the minutes are in turn calculated by a
red-triangle-tipped hand on a scale graduated
96
Hippocampus
from 10 to 0 minutes (with markers for the
half minutes) on three-quarters of the dial. The
numerals 10 to 0 are repeated in large format
on the bezel insert to further enhance reading.
The ensemble clearly highlights the regular
hours and minutes display, supplemented with
a small seconds hand in a counter at 6 o’clock.
Second challenge: the official duration of a
regatta countdown may vary from one race to
race. The watch also has to be adaptable, and
it took 35,000 hours of development by Rolex
engineers to materialise this complexity in the
form of a new mechanism, the calibre 4161.
Built on the basis of the caliber 4130, developed
in 2000 for the Cosmograph Daytona, the caliber
4161 also has a patented new mechanism,
connected to the main mechanism of the
chronograph by a traversing column wheel,
another innovation, which allows to be reprogrammed
with a choice of duration from 10 to
1 minutes. In addition, this programming can
be “ memorized “ mechanically so that, during
the reset, the hand is positioned again at the
same duration for the next count. A different
duration can then be set and memorized.
It was even more difficult to make these new
functions simple to operate. The traditional
means of interaction with the mechanism
in a chronograph were already reasonably
satisfied, and it was then that Rolex innovated
once again by introducing a rotating bezel that
interacts directly with the mechanism: the Ring
Command bezel, where the 90° rotation allows
access to the programming of the countdown
duration via the winding crown. Turning the
Ring Command bezel in the opposite direction
then allows this programming to be locked
and memorized.
Last challenge to be met by the Yacht-Master
II: allow the skipper, during the starting phase,
to synchronize the watch with the official
countdown. This synchronization must be
done on the fly, while the countdown is still
running. For the seconds hand, the solution
consists of integrating a function called flyback,
the hand “flying” instantly to its starting point
by pressing the push button at 4 o’clock and
restarting immediately when the push button
is released. The countdown minutes hand is
automatically synchronized to the nearest minute,
thereby compensating for the advance
or delay that occurred when the chronograph
was launched.
With a daily variation of only one more
second, a true miniature achievement
for the time, it was thus proven that the
Rolex wristwatch was able to satisfy, and
even surpass, the expected performance
of the best navigational instruments,
guaranteeing a certification until then exclusively
intended for instruments which,
in those times, were of prime importance
for navigation - marine chronometers - indispensable
for determining the position
(longitude) on the high sea.
Given the first fundamental step, the
links that Rolex would maintain with
the maritime world to this day began
to be strengthened shortly afterwards.
After taking inspiration from marine
chronometers to develop his wristwatch,
Hans Wilsdorf had his concerns focused
on its waterproofness, as these were the
main obstacles to its accuracy under more
extreme conditions of use. This led him
to invent the Oyster, the world’s first waterproof
wristwatch, in 1926, thanks to a
case equipped with an ingenious patented
system consisting of the screw-down bezel,
case back and winding crown.
To test his ground-breaking creation, Hans
Wilsdorf entrusted an Oyster to Mercedes
Gleitze, a young English swimmer preparing
to cross the English Channel. After
over ten hours of immersion, the watch
continued to run perfectly, and that is how
Mercedes Gleitze, proving the Oyster’s
exceptional performance, became the first
Rolex ambassador in history.
Since 1931, Rolex has perfected the
concept of the modern watch with the
Perpetual rotor, a system developed and
patented by the brand, capable of capturing
and restoring the energy of the wrist
movements. The concern with the manual
winding of the watch was no longer necessary,
with the automatic winding system
ensuring not only a constant reserve of
power, but also contributing greatly to
the waterproofness of the watch.
By inventing a waterproof, accurate and
reliable wristwatch, the brand caught the
attention of pioneering round the world
sailors for whom the Oyster Perpetual
became an indispensable tool. Today,
Rolex continues to evaluate the Oyster
in real conditions, using the world as a
real testing platform, which has demonstrated,
on several occasions, its reliability
and remarkable performance in the most
extreme conditions: on land, in the air, in
the depths of the sea or on the summit of
the highest mountains. And these feats
made it possible to develop the professional
Rolex watches, especially the Perpetual
Oyster, the Oyster Explorer, the Oyster
Explorer II, the Cosmograph Daytona,
the Submariner, the Yacht-Master and the
Yacht-Master II (a mechanical countdown
timer), based on a commitment to exceptional
performance, which also manifests
itself in sporting excellence, a domain in
which Rolex actively focuses on.
Clube Naval de CASCAIS 97
Cultura Mirpuri Foundation recupera fachada do Teatro Nacional de São Carlos
Exemplo de excelência
A Mirpuri Foundation deu mais um exemplo do seu forte compromisso
com a comunidade ao tornar-se mecenas exclusivo das obras
de recuperação da fachada do Teatro Nacional de São Carlos.
Uma aposta inequívoca na cultura, um dos pilares essenciais
das actividades desenvolvidas pela fundação
98
Hippocampus
Foi em 2018 que a Mirpuri Foundation
e o Organismo de Produção
Artística (OParte), entidade que tutela o
Teatro Nacional de São Carlos (TNCS),
firmaram o protocolo que constituiu a
fundação presidida por Paulo Mirpuri
como mecenas único da recuperação da
fachada de um edifício emblemático do
património nacional, tanto cultural e
artístico, como arquitectónico. Contudo,
só a 28 de Outubro último foi possível
dar início às obras de restauro, limpeza,
conservação e requalificação da fachada
do edifício, as quais têm uma duração
prevista de 110 dias.
Inicialmente, previa-se que a intervenção
tivesse que ficar pronta em Dezembro, para
a realização do tradicional Concerto de Natal
com a Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Assim, e durante cerca de três meses, a
fachada que dá para o largo que viu nascer
Fernando Pessoa estará coberta por uma
tela. Entretanto, tanto o Coro como a
Orquestra do TNSC actuarão fora do
teatro, com a ópera a voltar ao seu palco
lírico apenas em 2021.
Conceição Amaral, Presidente do Conselho
de Administração do OParte, sublinhou
o papel que o mecenato pode desempenhar,
e não só no TNSC, defendendo que “o
mecenas tem de ser um filantropo. Há
que dar garantias para atrair os mecenas,
e não recorrer a eles apenas quando são
mais necessários. O mecenato deve ser
um compromisso da sociedade civil com
o património cultural que herdámos e de
que todos temos de cuidar”. Acrescentando:
“Esta reabilitação é fruto de um
longo processo técnico e administrativo,
que esta administração tem levado a cabo,
mas também de um forte envolvimento e
dedicação de anteriores administrações do
OParte com a Mirpuri Foundation, que
não podemos deixar de lembrar, e a quem
nos cabe agradecer neste momento”.
Já Paulo Mirpuri sublinhou que “a conservação
e restauro do património edificado é
uma necessidade premente em Portugal”.
O presidente da Mirpuri Foundation lembrou,
ainda, que a fundação está apostada
no apoio à cultura, nomeadamente no que
diz ser “um exemplo de excelência” como
o é o do Teatro Nacional de São Carlos.
A fachada do teatro, em pedra de lioz,
mantém os traços arquitectónicos iniciais
do edifício, inaugurado em finais do século
XVIII. As obras, orçadas em 170 mil euros,
são acções correctivas e preventivas, visando
solucionar alguns problemas identificados
e resultantes da exposição do edifício às
condições ambientais. Havendo que limpar
a sujidade acumulada; arranjar as fissuras
no tecto da arcada e as zonas de superfície
em pedra que estão danificadas; substituir
a madeira das caixilharias, já degradada;
fazer o tratamento de ferragens oxidadas; e
rever o envelhecimento de massas e outros
materiais.
Este levantamento foi feito em articulação
com a Direção-Geral do Património
Cultural, e enumera as necessidades de
correção a serem feitas no edifício inaugurado
em 1793 e já classificado como
Monumento Nacional. Ao longo deste
período também serão desenvolvidas acções
correctivas e preventivas, com o objectivo
de solucionar os vários tipos de problemas
identificados, e que resultam da exposição
Clube Naval de CASCAIS 99
Cultura Mirpuri Foundation recupera fachada do Teatro Nacional de São Carlos
do edifício às condições ambientais, e da
falta de manutenção e de intervenção humana.
De novo nas palavras de Conceição
Amaral, “a obra de conservação e restauro
é, simbolicamente, não só um marco da
nossa responsabilidade enquanto gestores
de património nacional que está à nossa
guarda, mas também da nossa estratégia
cultural, que entende valorizar e dignificar
o património artístico, móvel e imóvel, material
e imaterial, que o Teatro Nacional de
São Carlos encerra e que urge requalificar”.
PONTO DE PARTIDA
Deste modo, o restauro da fachada é só o
ponto de partida para uma requalificação
mais ampla e profunda do TNCS, estando
já no horizonte do conselho de administração
outras obras, nomeadamente no
interior do teatro, como a renovação dos
dourados e o tratamento de estuques,
que estarão a cargo da Fundação Ricardo
Espírito Santo Silva. Até final do ano será
feita uma intervenção no ‘piso zero’ do
teatro, não incluindo a sala, mas apenas
nos espaços comuns, orçada em 40 mil
euros. No tocante ao interior, a situação
é considerada como “decadente”.
Por isso, outra intervenção prevista é a
renovação do pano de ferro, o obliterador
de cena, já que o actual data da década
de 1940 e pesa 20 toneladas, devendo ser
substituído por um outro, com menos de
metade do peso do atual, obra orçada em
110 mil euros. Também sob a mira dos
seus responsáveis está o arquivo do TNSC,
que se entende como um repositório dos
mais diferentes documentos relativos à
prática operática, dos libretos e partituras
aos artefactos, cenários, fatos e figurinos,
registos fotográficos e audiovisuais, entre
outros. Conceição Amaral reconhece que
“há algum material à guarda de outras
instituições”, como a Biblioteca Nacional,
defendendo a sua reunião num espaço, onde
seja possível a consulta pública, chamando
ainda a atenção para a necessidade de se
valorizarem as áreas oficinais da ópera,
mantidas por costureiras, bordadoras,
carpinteiros, marceneiros, entre outros
ofícios, dos quais urge renovar os recursos
humanos.
REFERÊNCIA HISTÓRICA E CULTURAL
Situado em pleno Chiado, no coração de
Lisboa, o Teatro Nacional de São Carlos
é um edifício de feições neoclássicas e
características de inspiração setecentista e
italiana, da autoria do arquitecto José da
Costa e Silva, evocando o Teatro di San
Carlo, em Nápoles, e o Teatro alla Scala,
de Milão. Ligado a toda a história política e
social de Lisboa do século XIX e do início
do século XX, foi construído, entre 8 de
Setembro de 1792 e 30 de Junho de 1793,
num contexto político adverso às ideias
iluministas, para substituir a opulenta
Real Casa da Ópera (ou Ópera do Tejo),
situada na Ribeira das Naus e destruída
100
Hippocampus
SITUADO EM PLENO CHIADO, O TEATRO
NACIONAL DE SÃO CARLOS CONTINUA A SER O
ÚNICO TEATRO LÍRICO EXISTENTE EM PORTUGAL
pelo terramoto de 1755.
Classificado como imóvel de interesse
público a 8 de setembro de 1928, e como
Monumento Nacional a 6 de março de
1996, mantém-se como o único teatro
lírico em Portugal, vocacionado para a
produção e apresentação de ópera e de
música coral e sinfónica. A sua inauguração
ocorreu a 30 de Junho de 1793, e contou
com a presença da família real, que se fez
acompanhar de toda a corte, para assistir
à ópera em dois actos La ballerina amante,
de Domenico Cimarosa, seguida do bailado
A felicidade lusitana, de Caetano Gioia –
incluindo, ainda, o programa um elogio
cantado, composto pelo maestro António
Leal Moreira (primeiro maestro-director
do São Carlos, da sua abertura até 1800,
ano em que foi substituído por Marcos
Portugal), no âmbito das celebrações da
gravidez da princesa Carlota Joaquina, a
quem foi dedicado o Teatro Nacional de
São Carlos.
A materialização do Teatro Nacional de
São Carlos muito ficou a dever à iniciativa
e protecção do Intendente Geral da Polícia
da época, Diogo Inácio de Pina Manique,
homem de confiança do Marquês de
Pombal, que conseguiu obter da Coroa
permissão para a respectiva construção (que
custou 165 845$196 reis), justificando-a
como fonte de receita para uma obra de
caridade chamada Real Casa Pia de Lisboa,
que fundou a 29 de Dezembro 1780,
tendo os seus esforços para a aceleração
do processo burocrático que envolvia a
mesma encurtado substancialmente o
tempo de construção do edifício – uns
impressionantes seis meses. A financiar o
projecto estiveram abastados comerciantes,
como Anselmo José da Cruz Sobral, Jacinto
Fernandes Bandeira, João Pereira Caldas,
António Francisco Machado, António José
Ferreira ou Joaquim Pedro Quintela, (mais
tarde Barão de Quintela, depois Conde de
Farrobo, e director do Real Teatro Nacional
de São Carlos entre 1938 e 1840), que
cedeu os terrenos no Chiado em troca de
um grande camarote para si e para os seus
descendentes –comprado em hasta publica
pelo Rei D. Fernando, em 1880, por 21
contos da época, e que mais tarde o passou
à Condessa d‘Edla.
Inicialmente colocado sob administração
da Intendência da Polícia, e mais tarde
com a sua exploração a ser entregue a
empresários, o TNSC foi adquirido pelo
Estado em 1954 e integrado no Património
Nacional. Hoje, tem como agrupamentos
artísticos residentes o Coro do Teatro Nacional
de São Carlos, criado em 1943, que
interpreta o grande repertório operístico e
coral-sinfónico, mantendo-se como a única
estrutura coral profissional em Portugal;
e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, cuja
origem remonta a 1993.
A sua programação musical regular divide-se
por três espaços: Sala Principal
(palco de grandes produções líricas e de
concertos sinfónicos e coral-sinfónicos,
assim como de bailados); Salão Nobre
(permite o acesso à varanda da fachada,
recebe recitais e concertos de diferentes
formações instrumentais, leituras de ópera
e apresentações mais intimistas) e Foyer
(entrada do teatro, espaço privilegiado
para concertos de câmara e breves recitais
de entrada gratuita, que convidam
ao convívio informal). Pelos seus palcos
passaram já nomes incontornáveis do
panorama artístico a nível mundial, de
diversas proveniências, como Franz Liszt,
Sarah Bernhardt, Maria Callas, Renata
Tebaldi, Placido Domingo, Alfredo Kraus
ou Monserrat Caballé, e companhias de
bailado como as do Bolshoi, da Ópera de
Paris ou o Royal Ballet.
Clube Naval de CASCAIS 101
Culture Mirpuri Foundation rebuilds façade of São Carlos National Theatre
Example of excellence
The Mirpuri Foundation has given another example of its strong
commitment to the community by becoming the exclusive patron
of the restoration works of the façade of São Carlos National Theatre.
An unequivocal commitment to culture, one of the essential pillars
of the foundation’s activities
It was in 2018 that the Mirpuri Foundation
and the Organismo de Produção Artística
(OParte), the entity that oversees São Carlos
National Theatre (SCNT), signed the protocol
that constituted the foundation presided
by Paulo Mirpuri as the sole sponsor of the
restoration of the façade of an emblematic
building of national heritage, both cultural
and artistic and well as architectural. However,
it was only on 28th October that work on
the restoration, cleaning, conservation and
requalification of the building’s façade began,
scheduled to last 110 days.
Initially, it was expected that the intervention
would have to be ready in December for
the traditional Christmas Concert with the
Portuguese Symphony Orchestra.
Thus, and for about three months, the façade
facing the square that saw Fernando Pessoa
being born will be covered with a canvas.
Meanwhile, both the Choir and the SCNT
Orchestra will perform outside the theatre,
with the opera returning to its lyrical stage
only in 2021.
Conceição Amaral, Chairman of OParte’s
Board of Directors, stressed the role that
patronage can play, and not only in SCNT,
arguing that “patronage must be a philanthropist.
Guarantees must be given to attract
sponsors, not only when they are most needed.
Patronage must be a commitment by civil
society to the cultural heritage that we have
inherited and that we must all take care of”.
She added: “This rehabilitation is the result of
a long technical and administrative process,
which this administration has carried out, but
also of a strong involvement and dedication of
previous administrations of OParte with the
Mirpuri Foundation, which we cannot fail
to remember, and to whom we must thank
at this time”.
Paulo Mirpuri stressed that “the conserva-
tion and restoration of the built heritage is a
pressing need in Portugal”. The president of
the Mirpuri Foundation also pointed out that
the foundation is committed to supporting
culture, particularly in what he says is “an
example of excellence” such as São Carlos
National Theatre.
The facade of the theatre, in lioz stone,
retains the initial architectural features of the
building, inaugurated at the end of the 18th
century. The works, estimated at 170 thousand
euros, are corrective and preventive actions,
aiming to solve some problems identified and
resulting from the exposure of the building to
environmental conditions. It is necessary to
clean the accumulated dirt; to fix the cracks
in the ceiling of the arch and the stone surface
areas that are damaged; to replace the wood
of the frames, already degraded; to make the
treatment of oxidized hardware; and to review
the aging of masses and other materials.
This assessment was made in collaboration
with the Directorate General of Cultural
Heritage, and lists the correction necessities
to be made in the building inaugurated in
1793 and already classified as a National Monument.
Throughout this period, corrective
and preventive actions will also be developed,
with the aim of solving the various types
of problems identified, which result from
the building’s exposure to environmental
conditions, and the lack of maintenance and
human intervention. Again in the words of
Conceição Amaral, “the conservation and
restoration work is, symbolically, not only a
landmark of our responsibility as managers of
102
Hippocampus
national heritage that is in our care, but also of
our cultural strategy, which intends to value
and dignify the artistic heritage, movable and
immovable, material and immaterial, that São
Carlos National Theatre closes and that needs
to be re-qualified”.
STARTING POINT
Thus, the restoration of the façade is only
the starting point for a broader and deeper
requalification of CSNT, and other works
are already on the horizon of the board of
directors, particularly inside the theatre, such
as the renovation of gilt and the treatment
of stuccos, which will be in charge of the
Ricardo Espírito Santo Silva Foundation.
By the end of the year, an intervention will
be made in the ground floor of the theatre,
not including the room, but only in the
common spaces, budgeted at 40 thousand
euros. As far as the interior is concerned, the
situation is considered “decadent”.
Therefore, another intervention that is
planned is the renovation of the iron cloth,
the obliterator of scene, since the current
one dates back to the 1940s and weighs
20 tons, to be replaced by another, less
than half the weight of the current one,
a work budgeted at 110 thousand euros.
Also under the sights of those responsible
is the archive of the SCNT, considered a
repository of the most different documents
related to operatic practice, from librettos
and scores to artefacts, scenery, costumes
and photographic and audio-visual records,
among others. Conceição Amaral recognises
that “there is some material in the care of
other institutions”, such as the National
Library, defending its collection in a space
where public consultation is possible, also
drawing attention to the need to value the
workshop areas of the opera, maintained
by seamstresses, embroiderers, carpenters,
carpenters, among other trades, of which
human resources must be renewed.
HISTORICAL AND CULTURAL
REFERENCE
Located in Chiado, in the heart of Lisbon,
São Carlos National Theatre is a building
of neoclassical features and characteristics
of inspiration from the 18th century and
Italy, by the architect José da Costa e Silva,
evoking the Teatro di San Carlo, in Naples,
and the Teatro alla Scala, in Milan. Linked
to Lisbon’s entire political and social history
of the 19th and early 20th centuries, it was
built between September 8th, 1792 and June
30th, 1793, in a political context adverse to
Enlightenment ideas, to replace the opulent
Royal House of the Opera (or Tagus Opera),
located in Ribeira das Naus and destroyed by
the 1755 earthquake.
Classified as a property of public interest
on September 8th 1928, and as a National
Monument on March 6th 1996, it remains
the only lyric theatre in Portugal, devoted
to the production and presentation of opera
and choral and symphonic music. Its inauguration
took place on June 30th 1793, and
was attended by the royal family, who were
accompanied by the whole court, to watch
the opera in two acts La ballerina amante, by
Domenico Cimarosa, followed by the dance
A Felicidade Lusitana, by Caetano Gioia - the
programme included, also, a eulogy sung by
António Leal Moreira (the first conductor of
São Carlos, from its opening until 1800, the
year it was replaced by Marcos Portugal), as
part of the pregnancy celebrations of Princess
Carlota Joaquina, to whom São Carlos
National Theatre was dedicated.
The materialization of São Carlos National
Theatre was greatly due to the initiative and
protection of the General Intendant of the
Police of the time, Diogo Inácio de Pina
Manique, a trusted man of the Marquis of
Pombal, who managed to obtain from the
Crown permission for its construction - which
cost 165 845$196 Kings (currency of the
time) - justifying it as a source of income for
a charity called the Royal Casa Pia of Lisbon,
which he founded on December 29th 1780,
and its efforts to speed up the bureaucratic
process involving it substantially shortened the
building’s construction time - an impressive
six months. The project was financed by
wealthy merchants such as Anselmo José da
Cruz Sobral, Jacinto Fernandes Bandeira,
João Pereira Caldas, António Francisco
Machado, António José Ferreira or Joaquim
Pedro Quintela, (later Baron of Quintela,
later Count of Farrobo, and director of São
Carlos Royal National Theatre between 1938
and 1840), who ceded the land in Chiado
in exchange for a large box for himself and
his descendants - bought in public auction
by King Fernando, in 1880, for 21 Contos
(currency of the time), and who later passed
it on to the Countess of Edla.
Initially placed under the administration
of the General Intendancy of Police, and
later with its operation being handed over to
entrepreneurs, the SCNT was acquired by the
State in 1954 and integrated in the National
Patrimony. Today, it has as resident artistic
groupings the Choir of São Carlos National
Theatre, created in 1943, which interprets
the great operatic and choral-symphonic
repertoire, remaining the only professional
choral structure in Portugal; and the Portuguese
Symphonic Orchestra, whose origin
dates back to 1993.
Its regular musical programme is divided
into three spaces: Main Hall (stage for major
lyric productions and symphonic and choral-
-symphonic concerts, as well as dances); Noble
Hall (allows access to the façade balcony,
receives recitals and concerts of different
instrumental formations, opera readings
and more intimate performances) and Foyer
(theatre entrance, privileged space for chamber
concerts and short free entrance recitals, which
invite to informal conviviality). Their stages
have already given rise to some of the most
important names on the world artistic scene,
such as Franz Liszt, Sarah Bernhardt, Maria
Callas, Renata Tebaldi, Placido Domingo,
Alfredo Kraus or Monserrat Caballé, and
ballet companies such as Bolshoi, the Paris
Opera or the Royal Ballet.
Clube Naval de CASCAIS 103
Ambiente Aeródromo Municipal de Cascais
Aeródromo Municipal de Cascais único com neutralização de carbono
Cascais de novo pioneira
O pioneirismo de Cascais, nomeadamente no plano ambiental, volta
a estar em plano de destaque. Desta feita, no sector da aviação, com
o Aeródromo Municipal de Cascais a ser o primeiro aeroporto do mundo
a contar com total neutralização das emissões de carbono geradas
pelo combustível vendido nas suas instalações, graças a uma parceria
estabelecida com a Air bp
Cascais ganha, literalmente, asas no
plano ambiental, por via do programa
de neutralização das emissões de carbono
recém-implementado no Aeródromo Municipal
Cascais. A infraestrutura localizada
em Tires passa, assim, a ser o primeiro
aeroporto do mundo a receber tão determinante
certificação, e distinção, assegurando
que todas as emissões de carbono geradas
pelo combustível vendido na instalação
são, a jusante, compensadas através de
iniciativas várias.
O programa foi implementado em parceria
com a Air bp, fornecedor de combustíveis e
serviços para a aviação a nível internacional,
e fornecedor exclusivo de Jet-A1 e Avgas
para o Aeródromo Municipal de Cascais,
complementando o plano de operações de
reabastecimento de aeronaves neutras em
carbono que a multinacional tem já em vigor
em todos os locais do mundo em que opera,
incluindo Cascais. Para a sua prossecução
conta com o apoio da bp Target Neutral,
divisão especializada em ajudar as organizações
a reduzir, recolocar e neutralizar as suas
emissões de carbono, nomeadamente através
da aquisição de créditos junto de projectos
de redução de carbono em todo o mundo,
como a plantação e protecção da floresta na
Zâmbia, ou a instalação de biodigestores
na China e na Índia, que substituem os
ineficientes fogos a céu aberto por biogás
renovável – reduções estas que compensam
o carbono emitido noutras paragens.
Os projectos de neutralização de carbono
são eleitos com base no seu contributo para
a redução das emissões de carbono, e no seu
potencial para apoiar os objectivos de desenvolvimento
sustentável da ONU. De referir
que as reduções de carbono são reais, únicas,
permanentes e não seriam possíveis sem o
recurso ao financiamento provindo do carbono.
104
Hippocampus
A propósito desta iniciativa, Carlos Carreiras,
Presidente da Câmara Municipal
de Cascais, referiu: “Para as empresas ou
organizações, a sustentabilidade não é
só um objectivo: é uma parte crucial da
operação e do negócio. As empresas e
organizações mais aptas a sobreviver no
competitivo ambiente do século XXI são
aquelas que forem capazes de estabelecer
um relacionamento de responsabilidade
e reciprocidade com a comunidade, os
clientes, os fornecedores e o ambiente.
Estamos muito satisfeitos e orgulhosos
desta colaboração com a Air bp, que faz
do Aeródromo Municipal de Cascais
o primeiro aeroporto do mundo em
que as emissões de carbono de todo o
combustível de aviação são neutralizadas.
Quem descolar de Cascais estará,
verdadeiramente, a realizar uma viagem
rumo a um futuro mais verde e mais
sustentável”.
Já Ricardo Diniz, director da Air bp,
sublinhou: “Este programa de neutralização
de carbono assinala um importante
marco neste aeroporto para a Air bp, para
os nossos parceiros e par a comunidade
de Cascais. Estamos empenhados em
ajudar os nossos clientes e o aeroporto
a terem uma melhor compreensão da
pegada de carbono do seu combustível
para a aviação, e, depois, a neutralizar as
emissões de carbono geradas pela produção,
refinação, distribuição e consumo
dos combustíveis. Para que se saiba, este
é o primeiro aeroporto do mundo em
que as emissões de carbono associadas
a todo o combustível para a aviação são
neutralizadas de forma continuada”.
Clube Naval de CASCAIS 105
Environment Cascais Municipal Aerodrome
The only one with carbon neutralization
Cascais – once again a pioneer
The pioneering spirit of Cascais, particularly in terms of the environment,
is once again in the spotlight. This time, in the aviation sector, with Cascais
Municipal Aerodrome being the first airport in the world to have total
neutralization of carbon emissions generated by the fuel sold in its facilities,
thanks to a partnership established with Air bp
Cascais literally gains wings in the
environmental field through the
recently implemented carbon neutralization
programme at Cascais Municipal
Aerodrome. The infrastructure located in
Tires thus becomes the first airport in the
world to receive such a crucial certification
and distinction, ensuring that all carbon
emissions generated by the fuel sold at the
facility are offset downstream through
various initiatives.
The programme was implemented in partnership
with Air bp, an international supplier
of aviation fuel and services, and exclusive
supplier of Jet-A1 and Avgas to the Cascais
Municipal Aerodrome, complementing the
carbon neutral aircraft refuelling operations
plan that the multinational already has in
place at all locations in the world where it
operates, including Cascais. It has the support
of bp Target Neutral, a division that
specialises in helping organisations reduce,
relocate and neutralise their carbon emissions,
including the purchase of credits from
carbon reduction projects around the world,
such as planting and protecting forests in
Zambia, or installing biodigesters in China
and India to replace inefficient open fires
with renewable biogas - reductions that offset
the carbon emitted elsewhere.
Carbon neutralisation projects are elected
on the basis of their contribution to reducing
carbon emissions, and their potential to support
the UN’s sustainable development goals.
It should be noted that carbon reductions are
real, unique, permanent and would not be
possible without the use of carbon finance.
Regarding this initiative, Carlos Carreiras,
Mayor of Cascais, said: “For companies
or organisations, sustainability is not
only an objective: it is a crucial part of
operation and business. The companies
106
Hippocampus
and organisations best able to survive
in the competitive environment of the
21st century are those that are able to
establish a relationship of responsibility
and reciprocity with the community,
customers, suppliers and the environment.
We are very pleased and proud
of this collaboration with Air bp, which
makes Cascais Municipal Aerodrome the
first airport in the world where carbon
emissions from all aviation fuel are neutralised.
Those taking off from Cascais
will truly be making a journey towards
a greener and more sustainable future”.
Ricardo Diniz, director of Air bp, stressed:
“This carbon neutralisation programme
marks an important milestone at this
airport for Air bp, for our partners and
for the community of Cascais . We are
committed to helping our customers and
the airport have a better understanding
of the carbon footprint of their aviation
fuel, and then to neutralise the carbon
emissions generated by fuel production,
refining, distribution and consumption.
For the record, this is the first airport
in the world where the carbon emissions
associated with all aviation fuel are
continuously neutralised”.
Clube Naval de CASCAIS 107
Resultados regatas CNC 2020
1st Sailcascais Trophy
Rank Boat Class SailNo Club HelmName CrewName R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 M Total Nett
1 Youth Team Portugal - 98.1 FM SB20 3800 CNC Henrique Brites Bernardo Torres Pêgo, Luis Pinheiro, Rafael Rodrigues 1.0 2.0 (4.0) 3.0 4.0 2.0 3.0 4.0 23.0 19.0
2 PussPuss/SailCascais SB20 3756 CNC Vasco Serpa Pedro Costa Alemão, Santiago Sampaio 5.0 6.0 3.0 1.0 1.0 (8.0) 4.0 10.0 38.0 30.0
3 Drado - Roff SB20 3616 ANL Manuel Marques Tiago Morais, Hugo Mastbaum 3.0 (9.0) 2.0 9.0 3.0 3.0 7.0 12.0 48.0 39.0
4 Ladies First/SailCascais SB20 22 SAD Carolina João Joana Azevedo, Federica Franchi , Zezi Cardoso (11.0) 7.0 11.0 5.0 8.0 4.0 5.0 8.0 59.0 48.0
5 Patris Finance SB20 3505 CNC Vasco Passanha Nuno Bajanca, Francisco Mello, Tomás Barreto 9.0 1.0 7.0 4.0 (DNC) 1.0 10.0 16.0 76.0 48.0
6 Faith on/SailCascais SB20 3516 CVA Mafalda Pires de Lima Mariana Lobato, Francisco Maia, Martim Fernandes 2.0 5.0 16.0 (UFD) 5.0 7.0 11.0 6.0 80.0 52.0
7 Keep Clear /SailCascais SB20 361 CNC Bernardo Loureiro Guilherme Gomes, Michael del Vecchio Carranza, Pedro Garcia 4.0 4.0 6.0 7.0 11.0 6.0 (14.0) 14.0 66.0 52.0
8 MATA U PINTO SB20 3525 CNC Hugo Rocha Pedro Espergueira , Eduardo , Sampaio 10.0 (DNC) 1.0 (UFD) 2.0 13.0 1.0 2.0 85.0 57.0
9 Quinta dos Mur,as SB20 3411 CNC Diogo Correa Mendes Joao Prieto, Ana Costa Santos, Tomás Pires de Lima 7.0 3.0 13.0 13.0 12.0 (UFD) 20.0 18.0 114.0 86.0
10 Bravo SB20 3652 CVA Paulo Palha André Gonçalves, António Barros, Rita Leal Faria 14.0 (17.0) 5.0 16.0 13.0 12.0 2.0 (OCS) 135.0 118.0
11 YoungGuns/SailCascais SB20 15 CNC Sebastião Ramirez Zilas Dunke-Nascimento, Matilde Cruz 12.0 8.0 (DNS) 6.0 9.0 (UFD) 9.0 (DNC) 128.0 100.0
12 Metalfrio Solutions SB20 3578 CNC Erwin Russel Gustavo Lima , Filipe Silva 15.0 (16.0) 10.0 10.0 15.0 10.0 12.0 (DNC) 116.0 100.0
13 Guto SB20 3558 CVA Pedro Nieto José Paulo Ramada, Francisco Neto, Mariana Freitas 8.0 (DNF) DNC 2.0 (DNC) 5.0 6.0 (DNC) 133.0 105.0
14 TLEVEL.PT SB20 1 CNC André Gray Lourenço Mateus - João Tomás (DNF) 11.0 9.0 11.0 10.0 9.0 (DSQ) (DNC) 134.0 106.0
15 LTX SB20 3427 CNC Eduardo Cardoso Gonçalo Ribeiro, Manuel Champalimaud, André Granadeiro 6.0 (18.0) 17.0 14.0 14.0 16.0 15.0 (DNC) 128.0 110.0
16 Irmandade SB20 3728 CNC Per Croner Gonçalo Vieira Lopes, Phillip Kemp Lekszycki 13.0 13.0 15.0 12.0 (DNC) 11.0 23.0 (DNC) 143.0 115.0
17 Chalky SB20 3740 CVL Rob Clark Alexey Farenyuk, Peter Kemp Lekszycki 18.0 10.0 20.0 (DNC) 7.0 (UFD) 8.0 (DNC) 147.0 119.0
18 Contrabandista SB20 3637 CNC Patrick Lindley Pedro Simões, Brandon Paine 22.0 (DNF) 12.0 8.0 17.0 17.0 18.0 (DNC) 150.0 122.0
19 WindWard/SailCascais SB20 355 CNC Pedro Miguel Cruz Miguel Cruz, Manuel Cruz, Gonçalo Barreto 16.0 19.0 8.0 (DNF) (DNC) 14.0 13.0 (DNC) 154.0 126.0
20 Volta SB20 3506 CNC Nuno Espirto Santo Luis Queiroz , Bernardo Faria e Maia 17.0 12.0 23.0 17.0 (DNF) 15.0 16.0 (DNC) 156.0 128.0
21 NACEX SB20 3438 CNC Diogo Machado Pinto Miguel Graça , João Ferreira 19.0 14.0 18.0 15.0 18.0 (DNC) 17.0 (DNC) 157.0 129.0
22 Casilda SB20 3101 CNC Duarte B. Bello Gonçalo Lacerda, Margarida Lopes 21.0 15.0 21.0 20.0 16.0 (UFD) 19.0 (DNC) 168.0 140.0
23 Old Spice SB20 537 CVA Filipe Aguilar Machado Tomás Aires Pereira , Pedro Borges Araujo (24.0) 21.0 22.0 19.0 20.0 18.0 22.0 (DNC) 174.0 150.0
24 NO WORRIES SB20 3710 CNC Gastão Brun Pedro Caldas, André Lekszycki 20.0 (DNF) 14.0 (UFD) 6.0 (UFD) (DSQ) (DNC) 180.0 152.0
25 SARGO SB20 7 CNC Gonçalo Gonçalves Rafael Valladares , Catarina Ferlov (DNC) (DNC) 19.0 18.0 19.0 20.0 21.0 (DNC) 181.0 153.0
26 Vicky SB20 6 CNC Augusto Castelo Branco João Pires, Tomás Oliveira Martins 23.0 (DNC) (DNC) (DNC) (DNC) 19.0 24.0 (DNC) 206.0 178.0
27 Santa Maria SB20 3521 CNC Luís Rosário André Carinhas , Romain Maistre (DNF) 20.0 24.0 (DNF) (DNC) (DNC) (DNC) (DNC) 212.0 184.0
1st Cascais SB20 Winter Series
Rank Boat Class SailNo Club HelmName CrewName R1 R2 R3 R4 R5 R6 Total Nett
1 Puss Puss/SailCascais SB20 3745 CNC Vasco Serpa Pedro Costa Alemão, Joaquim Moreira (4.0) 2.0 3.0 2.0 1.0 1.0 13.0 9.0
2 Keep Clear /SailCascais SB20 3183 CNC Bernardo Loureiro Guilherme Gomes, Mafalda Gonçalves, Manuel Fortunato 6.0 5.0 (10.0) 3.0 5.0 2.0 31.0 21.0
3 Yess tooenty SB20 36 CWDS Francisca Barros Tiago Morais, Nuno Barreto, Teresa Borges Coutinho (10.0) 1.0 1.0 9.0 3.0 10.0 34.0 24.0
4 Metalfrio Solutions SB20 3578 CNC Erwin Russel Gustavo Lima, Carolina Campos,Beatriz Gago 1.0 (9.0) 9.0 6.0 4.0 4.0 33.0 24.0
5 AP HOTELS SB20 3738 CNC José Paulo Ramada António Silva Pereira,Miguel Leal de Faria, Mariana Lobato 2.0 6.0 5.0 5.0 (13.0) 6.0 37.0 24.0
6 PATRIS FINANCE SB20 3505 CNC Vasco Passanha Nuno Bajanca, Tomás Camelo, Pedro Garcia 8.0 (15.0) 2.0 4.0 2.0 12.0 43.0 28.0
7 GUTO SB20 3558 CVA Hugo Rocha Francisco Neto , Kimberly Lim, Álvaro Marinho 3.0 10.0 8.0 1.0 8.0 (11.0) 41.0 30.0
8 ROFF becomes inetum.^ SB20 3616 ANL Manuel Marques Rui Boia, Hugo Mastbaum 7.0 4.0 (11.0) 8.0 6.0 9.0 45.0 34.0
9 Ladies First/SailCascais SB20 361 SAD Carolina João Federica Franchi, Joana Azevedo, Zezi Cardoso 5.0 3.0 18.0 (UFD) 9.0 3.0 65.0 38.0
10 NACEX SB20 3438 CNC Miguel Graça Diogo Machado Pinto, João Ferreira (11.0) 7.0 7.0 10.0 11.0 5.0 51.0 40.0
11 Youth Team Portugal - 98.1 FM SB20 3800 CNC Henrique Brites Bernardo Torres Pêgo, Luís Pinheiro, Rafael Rodrigues 9.0 8.0 4.0 (UFD) 10.0 13.0 71.0 44.0
12 Young Guns/SailCascais SB20 3516 CNC Sebastião Ramirez Martim Mastbaum,Matilde Cruz, Manuel Cruz (12.0) 12.0 6.0 7.0 12.0 8.0 57.0 45.0
13 Miúdas SB20 3203 CNC Margarida Aguiar Ingrid Fortunato, Ana Champalimaud, Maria Anjos (17.0) 16.0 16.0 11.0 16.0 7.0 83.0 66.0
14 SIN BIN SB20 3544 CNC Martin Estlander Eduardo Marques, Phillipe Kemp Lekszycki (DSQ) 19.0 13.0 14.0 7.0 14.0 94.0 67.0
15 IRMANDADE SB20 3206 CNC Per Croner Gonçalo Lopes, André Granadeiro (16.0) 11.0 12.0 15.0 14.0 15.0 83.0 67.0
16 LTX SB20 3427 CNC Eduardo Cardoso Luís Mira, Santiago Sampaio 15.0 13.0 (22.0) 16.0 15.0 17.0 98.0 76.0
17 Another Affair SB20 35 CVA Miguel Oliveira João Oliveira, Francisco Oliveira 14.0 (DSQ) 19.0 13.0 18.0 16.0 107.0 80.0
18 LUSÍADAS SB20 3100 CNC Vasco Pereira Miguel Marques, Miguel Guimarães 13.0 18.0 21.0 12.0 17.0 (DNC) 108.0 81.0
19 DAY OFF SB20 3651 CNBB Filipe Albino António Albino, Vicente (22.0) 21.0 17.0 18.0 19.0 18.0 115.0 93.0
20 SailCascais SB20 355 CNC Rafael Valladares Francisco Cai-Água, Ricardo Rodrigues, Gonçalo Barreto 20.0 17.0 20.0 17.0 (UFD) 20.0 121.0 94.0
21 Contrabandista SB20 3637 CNC Pedro Simões Luís Vasconcelos Dias , Patrick Lindley 18.0 14.0 14.0 (UFD) (DNS) (DNC) 127.0 100.0
22 Vicky SB20 372 CNC Augusto Castelo Branco João Pires, Luísa Peres 21.0 22.0 (DSQ) 19.0 20.0 19.0 128.0 101.0
23 MATA U PINTO SB20 3525 CNC Sara Leiria Pinto José Pedro Leiria Pinto, Pedro Espergueira 19.0 20.0 15.0 (DNC) (DNC) (DNC) 135.0 108.0
24 EN2 SB20 2 CNOCA Pedro Frazão Pedro Dias 24.0 (DNF) (DNF) 20.0 21.0 (DNF) 146.0 119.0
25 EN1 SB20 5 NOCA Francisca Mauricio Miguel Dias Ribeiro 23.0 (DNF) (DNF) 21.0 (DNF) 21.0 146.0 119.0
26 Volta SB20 3506 CNC Vasco Empis Bernardo Faria e Maia, Nuno Espirito Santo Silva (DNC) (DNC) (DNC) (DNC) (DNC) (DNC) 162.0 135.0
108
Hippocampus
Cascais Vela 2020
Classe ORC A
Rank Yacht Name Sail No Type Skipper Club R1 R2 R3 R4 R5 Total
1 XEKMATT BEL-1450 IMX 45 José Carlos Prista ANL 2 7 1,5 2 2 7,5
2 MAD MAX-Rational German Kitchens NED-7025 GRAND SOLEIL 44 R Miguel Graça CNC 3 2 3 4 1 9
3 Giulietta 2-Marina de Cascais POR-8370 JV 56 Alexandre Kossack CNC 1 1 7,5 1 4 10,5
4 SUPER AÇOR XIS-Lusitania POR-14 X-41 Gonçalo Botelho CNVFC 5 5 4,5 3 3 15,5
5 VERTIGO POR-6616 IMX 40 Jorge Queiroga CVS 4 4 6 6 6 20
6 FUNBEL-Nacex POR-4508 FIRST 45 António Noronha ANL 6 3 9 5 5 22
Cascais Vela 2020 - Classe ORC B
Rank Yacht Name Sail No Type Skipper Club R1 R2 R3 R4 R5 Total
1 ONE-Syone POR - 347 FIRST 34.7 Nunos Neves CVT 1 1 1,5 1 1 4,5
2 BAMAK FRA-21716 FIRST 35 QB Rodrigo Vargas CNL 2 3 3 2 2 9
3 VICKY POR-6969 FIRST 34.7 Augusto Castelo Branco CNC 5 5 4,5 3 3 15,5
4 LEIXAO-OZ Energia POR-8284 J 100 Manuel Champalimaud CNC 4 2 6 4 4 16
5 DJANGO ONE ESP-9148 FIRST 31.7 Jorge Alves CVS 3 4 7,5 5 5 19,5
6 WHISPER POR 25481 FARR 25 Rui Neves CNC 7 6 9 6 6 27
Cascais Vela 2020 / Desafio Quebramar - Classe ORC Overall
Overall
Rank Yacht Name Sail No Type Skipper Club Division R1 R2 R3 R4 R5 Total
1 XEKMATT BEL-1450 IMX 45 José Carlos Prista ANL A 2 13 1,5 2 2 7,5
2 MAD MAX-Rational German Kitchens NED-7025 GRAND SOLEIL 44 R Miguel Graça CNC A 4 2 4,5 4,5 1 11,5
3 ONE-Syone POR - 347 FIRST 34.7 Nunos Neves CVT B 3 3 3 4,5 4 13
4 Giulietta 2-Marina de Cascais POR-8370 JV 56 Alexandre Kossack CNC A 1 1 12 1 5 15
5 SUPER AÇOR XIS-Lusitania POR-14 X-41 Gonçalo Botelho CNVFC A 9,5 8 6 3 3 20
6 BAMAK FRA-21716 FIRST 35 QB Rodrigo Vargas CNL B 5 6 7,5 6 6 24,5
7 FUNBEL-Nacex POR-4508 FIRST 45 António Noronha ANL A 11 5 13,5 7 7 32,5
8 VERTIGO POR-6616 IMX 40 Jorge Queiroga CVS A 6 7 10,5 9 9 32,5
9 VICKY POR-6969 FIRST 34.7 Augusto Castelo Branco CNC B 9,5 10 9 8 8 34,5
10 LEIXAO-OZ Energia POR-8284 J 100 Manuel Champalimaud CNC B 8 4 15 10 10 37
11 DJANGO ONE ESP-9148 FIRST 31.7 Jorge Alves CVS B 7 9 16,5 11 11 43,5
12 WHISPER POR 25481 FARR 25 Rui Neves CNC B DSQ 11 18 12 12 53
Clube Naval de CASCAIS 109
Resultados regatas CNC 2020
Cascais Vela / Desafio Marina de Cascais
Overall
Rank Boat Class SailNo Club HelmName NHC1 R1 R2 R3 Total Nett
1 Cristina A NHC 25477 CNC Francisco Brito e Abreu 1.055 4.0 1.0 2.0 7.0 7.0
2 Metralha NHC 8175 CNC José Vozone 0.95 1.0 2.0 5.0 8.0 8.0
3 Mirpuri Foundation - Racing for the Planet NHC VO65 CNC Yoann Richomme 1.625 2.0 6.0 1.0 9.0 9.0
4 CARAPAU NHC 8501 CNOCA Bernardo Dias Pinheiro 1.013 3.0 3.0 4.0 10.0 10.0
5 Anthea NHC 8551 CVP Geraldo Roth 1.013 5.0 5.0 6.0 16.0 16.0
6 Green Eyes NHC 5000 CNC Paulo Mirpuri 1.591 6.0 8.0 3.0 17.0 17.0
7 Altitudes 2 NHC 888 CNL Tiago Matos 1.013 7.0 4.0 7.0 18.0 18.0
8 Masty III NHC 1176 CSP Luís Guerra 0.901 10.0 DNC 7.0 8.0 25.0 25.0
9 Akelia Concorde NHC 8638 CNC Fredy Taurines 0.907 10.0 DNC 10.0 DNF 9.0 29.0 29.0
R1
Rank Boat Class SailNo Club HelmName NHC1 Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Metralha NHC 8175 CNC José Vozone 0.95 13:05:00 15:47:32 2:42:32 2:34:24 1.0
2 Mirpuri Foundation - Racing for the Planet NHC VO65 CNC Yoann Richomme 1.625 13:05:00 14:40:03 1:35:03 2:34:27 2.0
3 CARAPAU NHC 8501 CNOCA Bernardo Dias Pinheiro 1.013 13:05:00 15:39:42 2:34:42 2:36:43 3.0
4 Cristina A NHC 25477 CNC Francisco Brito e Abreu 1.055 13:05:00 15:38:30 2:33:30 2:41:57 4.0
5 Anthea NHC 8551 CVP Geraldo Roth 1.013 13:05:00 15:47:07 2:42:07 2:44:13 5.0
6 Green Eyes NHC 5000 CNC Paulo Mirpuri 1.591 13:05:00 14:51:43 1:46:43 2:49:47 6.0
7 Altitudes 2 NHC 888 CNL Tiago Matos 1.013 13:05:00 15:57:48 2:52:48 2:55:03 7.0
R2
Rank Boat Class SailNo Club HelmName NHC1 Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Cristina A NHC 25477 CNC Francisco Brito e Abreu 1.051 13:15:00 15:45:22 2:30:22 2:38:02 1.0
2 Metralha NHC 8175 CNC José Vozone 0.957 13:15:00 16:04:52 2:49:52 2:42:34 2.0
3 CARAPAU NHC 8501 CNOCA Bernardo Dias Pinheiro 1.015 13:15:00 15:56:12 2:41:12 2:43:37 3.0
4 Altitudes 2 NHC 888 CNL Tiago Matos 1.008 13:15:00 16:05:12 2:50:12 2:51:34 4.0
5 Anthea NHC 8551 CVP Geraldo Roth 1.007 13:15:00 16:08:01 2:53:01 2:54:14 5.0
6 Mirpuri Foundation - Racing for the Planet NHC VO65 CNC Yoann Richomme 1.636 13:15:00 15:09:00 1:54:00 3:06:30 6.0
7 Masty III NHC 1176 CSP Luís Guerra 0.901 13:15:00 16:45:10 3:30:10 3:09:22 7.0
8 Green Eyes NHC 5000 CNC Paulo Mirpuri 1.586 13:15:00 15:23:58 2:08:58 3:24:32 8.0
9 Akelia Concorde NHC 8638 CNC Fredy Taurines 0.907 DNF 10.0
R3
Rank Boat Class SailNo Club HelmName NHC1 Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Mirpuri Foundation - Racing for the Planet NHC VO65 CNC Yoann Richomme 1.615 12:23:00 13:21:29 0:58:29 1:34:27 1.0
2 Cristina A NHC 25477 CNC Francisco Brito e Abreu 1.078 12:23:00 13:51:10 1:28:10 1:35:03 2.0
3 Green Eyes NHC 5000 CNC Paulo Mirpuri 1.567 12:23:00 13:25:29 1:02:29 1:37:55 3.0
4 CARAPAU NHC 8501 CNOCA Bernardo Dias Pinheiro 1.030 12:23:00 13:58:05 1:35:05 1:37:56 4.0
5 Metralha NHC 8175 CNC José Vozone 0.973 12:23:00 14:05:02 1:42:02 1:39:17 5.0
6 Anthea NHC 8551 CVP Geraldo Roth 1.004 12:23:00 14:02:16 1:39:16 1:39:40 6.0
7 Altitudes 2 NHC 888 CNL Tiago Matos 1.008 12:23:00 14:02:39 1:39:39 1:40:27 7.0
8 Masty III NHC 1176 CSP Luís Guerra 0.887 12:23:00 14:22:00 1:59:00 1:45:33 8.0
9 Akelia Concorde NHC 8638 CNC Fredy Taurines 0.907 12:23:00 14:21:21 1:58:21 1:47:21 9.0
110
Hippocampus
Cascais Vela 2020 / Desafio Mitsubishi
Rank Boat Class SailNo Club HelmName CrewName R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 Total Nett
1 DOM PEDRO HOTELS SB20 3738 CNC José Paulo Ramada António S. Pereira, Miguel L.Faria, Fernando Kuo 1.0 2.0 3.0 3.0 3.0 1.0 5.0 3.0 (BFD) 42.0 21.0
2 Youth Team Portugal - 98.1 FM SB20 3800 CNC Henrique Brites Luís D. Pinheiro, Bernardo T. Pêgo, Rafael Rodrigues 5.0 6.0 4.0 2.0 1.0 2.0 (7.0) 2.0 1.0 30.0 23.0
3 Skin in the Game SB20 3763 NV Edward Russo Gilles Favennec, Mikael Mergui 2.0 1.0 7.0 1.0 4.0 5.0 (8.0) 4.0 3.0 35.0 27.0
4 Puss Puss/SailCascais SB20 22 CNC Vasco Serpa Pedro C. Alemão, Diogo M.Pinto 6.0 3.0 1.0 (9.0) 8.0 4.0 4.0 9.0 6.0 50.0 41.0
5 ROFF becomes inetum.^ SB20 3616 ANL Manuel Marques Rui Boia, Hugo Mastbaum 10.0 (DSQ) 5.0 4.0 5.0 3.0 10.0 7.0 2.0 67.0 46.0
6 Bravo SB20 3558 CVA Pedro Nieto Teresa B. Coutinho, Tomás Morais, António Barros 4.0 7.0 6.0 7.0 2.0 7.0 3.0 10.0 (12.0) 58.0 46.0
7 Patris Finance SB20 3505 CNC Vasco Passanha Diana Neves, Nuno Bajanca, Francisco P. Mello 8.0 (12.0) 2.0 5.0 9.0 11.0 2.0 1.0 11.0 61.0 49.0
8 Yess tooenty SB20 36 CWDS Francisca Barros João Cunha, Ricardo Schedel, António M. Rosa 9.0 4.0 9.0 6.0 7.0 8.0 1.0 8.0 (DNC) 73.0 52.0
9 Keep Clear SB20 3516 CNC Bernardo Loureiro Joana Azevedo, Martim Mastbaum, Duarte Teles 3.0 9.0 10.0 10.0 (DNF) (DNC) 9.0 6.0 4.0 93.0 72.0
10 How to Put a Man Down /SC SB20 361 CNC Piedade Colaço Luisa Figueiredo, Gustavo Seguro, Martim S.Franco (19.0) 10.0 11.0 12.0 10.0 16.0 6.0 13.0 8.0 105.0 86.0
11 Miúdas SB20 3203 CNC Margarida Aguiar Ana Champalimaud, Maria Anjos, Sofia Regojo 7.0 8.0 8.0 8.0 (16.0) 13.0 15.0 15.0 13.0 103.0 87.0
12 LTX SB20 3427 CNC Eduardo Cardoso Luís Mira, Nuno Lopes, Manuel Champalimaud 14.0 11.0 (17.0) 17.0 14.0 9.0 11.0 5.0 9.0 107.0 90.0
13 NO WORRIES SB20 3710 CNC Gastão Brun Marco Flávio, Ruben Neto 12.0 5.0 12.0 16.0 13.0 14.0 (20.0) 12.0 7.0 111.0 91.0
14 Another Affair SB20 35 CVA Miguel Oliveira João Oliveira, Francisco Oliveira 16.0 14.0 14.0 11.0 12.0 6.0 12.0 (17.0) 10.0 112.0 95.0
15 MATA U PINTO SB20 3525 CNC Sara Leiria Pinto José Pedro L. Pinto, Pedro Espergueira, Diogo Vital 11.0 13.0 16.0 15.0 6.0 (17.0) 17.0 14.0 15.0 124.0 107.0
16 TLEVEL.PT SB20 8 CNC André Gray Pedro Pires de Lima, João Tomás 15.0 16.0 (UFD) 18.0 11.0 10.0 18.0 16.0 5.0 130.0 109.0
17 Volta SB20 3506 CNC Vasco Empis Nuno Espirito Santo Silva, Bernardo F. e Maia 13.0 15.0 (UFD) 14.0 18.0 12.0 14.0 11.0 14.0 132.0 111.0
18 SARGO SB20 7 CNC Gonçalo Gonçalves Rafael Valladares, Gonçalo Barreto, Leo 17.0 19.0 (DNS) 13.0 15.0 15.0 13.0 20.0 16.0 149.0 128.0
19 Casilda SB20 3101 CNC Duarte B. Bello José Maria Vozone, Tiago Marques 20.0 18.0 13.0 20.0 17.0 (DNF) 16.0 19.0 17.0 161.0 140.0
20 Old Spice SB20 537 CVA Pedro Borges de Araújo Luis Cadeco, Pedro Silva 18.0 17.0 15.0 19.0 19.0 18.0 19.0 18.0 (BFD) 164.0 143.0
Club Race - SB20
Rank Class SailNo Club HelmName CrewName R1 R2 R3 R4 Total Nett
1 SB20 15 CNCascais Bernardo Loureiro Guilherme Gomes, Carolina João, Mafalda Gonçalves (1.0) 1.0 1.0 1.0 4.0 3.0
2 SB20 537 CVAtlantico Filipe Aguilar Machado Tomas Aires Pereira, Pedro Borges Araujo (2.0) 2.0 2.0 2.0 8.0 6.0
3 SB20 3710 CNCascais Vasco Serpa 3.0 3.0 3.0 (4.0 DNC) 13.0 9.0
Club Race - Cruzeiros
Rank Boat SailNo Club HelmName NHC4 Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Cristina A 25477 CNCascais Francisco Brito e Abreu 1.037 11:40:00 16:48:02 5:08:02 5:19:26 1.0
2 Pezagano 0 CNCascais Artur Passanha 1.127 11:40:00 16:47:25 5:07:25 5:46:28 2.0
3 Sound of Silence 8531 CVTejo Manuel Mello Ramos 0.964 11:40:00 18:26:44 6:46:44 6:32:05 3.0
4 Akelia Concorde 8638 CNCascais Freddy Taurines 0.907 DNF 6.0
4 Metralha 8175 CNCascais José Vozone 0.95 DNF 6.0
Clube Naval de CASCAIS 111
Resultados regatas CNC 2020
Clube Race - SB20
Boat Class SailNo Club HelmName CrewName R1 R2 R3 R4 R5 Total Nett
LTX SB20 3427 CNC Eduardo Cardoso Ruben Luís 2.0 (5.0) 1.0 2.0 4.0 14.0 9.0
Contrabandista SB20 3637 CNC Pedro Simões José Camelo (11.0 DNF) 4.0 2.0 1.0 3.0 21.0 10.0
Rádio Marginal 98.1 FM SB20 78 CNC Bernardo Torres Pêgo Martim Mastbaum, Rafael Rodrigues, Tomé Rodrigues 7.0 1.0 3.0 4.0 (8.0) 23.0 15.0
MATA U PINTO SB20 3525 CNC Inês Nolasco Sara Mata Leiria Pinto, MªJoão Marques, Inês Gamito,Francisco Neto 1.0 (11.0 OCS) 6.0 3.0 5.0 26.0 15.0
XXX SB20 32 CNC Rafael Valladares Ricardo Rodrigues, Francisco Cai-Água 5.0 6.0 4.0 5.0 (10.0) 30.0 20.0
Keep Clear SB20 15 CNC Bernardo Loureiro Guilherme Gomes, Mafalda Gonçalves, Manuel Cruz 4.0 (11.0 OCS) 7.0 11.0 OCS 2.0 35.0 24.0
TBD SB20 37 CVA Susana Lima 3.0 (11.0 OCS) 9.0 6.0 6.0 35.0 24.0
Kiss the locals SB20 3652 CNC Luís Dias Pinheiro Henrique Brites, Lúcio Correia, António Barros 6.0 7.0 (11.0 DNF) 11.0 OCS 1.0 36.0 25.0
Irmandade SB20 3728 CNC Per Croner Beatriz Gago 9.0 2.0 5.0 (11.0 OCS) 9.0 36.0 25.0
TBD SB20 3710 CNC Jorgen Wennberg (8.0) 3.0 8.0 7.0 7.0 33.0 25.0
IV - Club Race Formula Foil
Rank Class SailNo Club HelmName R1 R2 Total Nett
1 Formula Foil 12 CNCascais Rui Borges de Sousa 2.0 1.0 3.0 3.0
2 Formula Foil 3 CNCascais José Pedro Moneteiro 1.0 2.0 3.0 3.0
3 Formula Foil 55 CNCascais Rui Caldas Barreiro 3.0 6.0 DNC 9.0 9.0
4 Formula Foil 303 CNCascais Filipe Clerigo 4.0 6.0 DNC 10.0 10.0
5 Formula Foil 34 CNCascais Carlos Azevedo 5.0 6.0 DNC 11.0 11.0
Campeonato Nacional da Classe Dragão
Rank Boat Class SailNo Club HelmName CrewName R1 R2 R3 R4 R5 R6 Total Nett
1 Uranus Dragão POR87 CNC Pedro Mendes Leal Jorge Ferlov, Pedro Rebelo de Andrade 1.0 1.0 1.0 1.0 (2.0) 1.0 7.0 5.0
2 Jupiter Dragão POR9 CNC Francisco Pinheiro de Melo Charles Nankin, Gonçalo Ribeiro 2.0 (5.0) 2.0 5.0 1.0 3.0 18.0 13.0
3 Peggy Dragão POR 56 CNC Miguel Magalhães Jorge Pinheiro de Melo, Peter Lekszycki 3.0 2.0 3.0 2.0 (4.0) 4.0 18.0 14.0
4 WHISPER Dragão POR57 CNC Mário Quina Raúl Bulhão Pato, Santiago Sampaio (5.0) 4.0 4.0 3.0 5.0 2.0 23.0 18.0
5 CATARINA III Dragão POR47 CNC Manuel Rocha José Bello, Bernardo Torres Pêgo 4.0 3.0 (5.0) 4.0 3.0 5.0 24.0 19.0
6 CLOUD Dragão IRL206 CNC Jonathan Bourke Diogo Diniz, Sancho Miedzir (6.0) 6.0 6.0 6.0 6.0 6.0 36.0 30.0
112
Hippocampus
XXV HM King Juan Carlos Trophy
Boat Class SailNo Club HelmName CrewName R1 R2 R3 R4 R5 R6 Total Nett
Venus Dragon 87 CNC Pedro Mendes Leal Jorge Ferlov , Pedro Rebelo de Andrade 2.0 (5.0) 3.0 3.0 1.0 1.0 15.0 10.0
BANDE A PART Dragon 428 SNT Gery Trentesaux Eric Brezellec, Cédric Pouligny, Jean Queveau (4.0) 2.0 2.0 4.0 2.0 2.0 16.0 12.0
Venus Dragon 9 CIYC Peter Cunningham Andy Beadsworth - Charles Nankin 3.0 1.0 1.0 (9.0) 5.0 4.0 23.0 14.0
OLINGHI Dragon 411 Wouter ten Wolde Gonçalo Ribeiro, João Matos Rosa 1.0 (10.0 DNF) 10.0 DNC 2.0 3.0 3.0 29.0 19.0
Herbie Dragon 82 Royal North Sea Yacht Club Xavier Vanneste Dries Van Den Abbeele - Thomas De Schrijver 6.0 3.0 6.0 5.0 7.0 (8.0) 35.0 27.0
Dirndlwind Dragon 69 BYC Christof Wieland Peter Koenig - Afonso Domingos 5.0 4.0 5.0 7.0 (8.0) 7.0 36.0 28.0
Cloud Dragon 206 Jonathan Bourke Evan O´ Conner, Diogo Diniz (9.0) 6.0 4.0 8.0 6.0 5.0 38.0 29.0
CATARINA III Dragon 47 CNC Manuel Rocha José Bello , Miguel Tavares 8.0 7.0 (10.0 DNC) 6.0 4.0 6.0 41.0 31.0
WHISPER Dragon 57 CNC Mário Quina Raul Bulhão Pato, Marco Flávio 7.0 (10.0 DNF) (10.0 DNC) 1.0 9.0 (10.0 DNF) 47.0 37.0
Troféu Maria Guedes Queiroz - Dom Pedro Hotels
Boat Class SailNo Club HelmName CrewName R1 R2 R3 R4 R5 Total Nett
A SNIPE 30554 CNC Pedro Barreto Sofia Barreto 1.0 (3.0) 2.0 1.0 1.0 8.0 5.0
We do Sailing SNIPE 29541 WDS Tiago Roquette Vitória Almada 3.0 1.0 1.0 (6.0) 5.0 16.0 10.0
DR SNIPE 3155 RCNV Alexandre Tinoco do Amaral Laura Morata 2.0 (17.0 OCS) 3.0 4.0 2.0 28.0 11.0
ARANCCIONE SNIPE 31559 RCNV Jose Luis Maldonado Dasit Carmela Marzal Ramos (10.0) 2.0 7.0 5.0 3.0 27.0 17.0
SEITA V SNIPE 31470 CVL António Viegas Amélia Viegas (8.0) 5.0 5.0 3.0 4.0 25.0 17.0
Sem Cerimónias SNIPE 29959 CNOCA Rita Leal Faria Manuel Stichini Vilela (7.0) 6.0 4.0 2.0 6.0 25.0 18.0
SLICE SNIPE 30244 CNOCA Gonçalo Dias Pinheiro 5.0 7.0 (8.0) 7.0 7.0 34.0 26.0
AMPHETAMINE SNIPE 30238 ANL Nuno Pinheiro de Melo Maria Pinheiro de Melo Pinto da Silva (15.0) 12.0 6.0 8.0 8.0 49.0 34.0
BRUXO SNIPE 28681 CNC Luís Guedes de Queiroz Mariana Guedes de Queiroz 9.0 4.0 9.0 (17.0 DNS) (17.0 DNC) 56.0 39.0
SNIPE SNIPE 29846 CNOCA Francisco Quina Barros Carlota Pinheiro de Mello (14.0) 13.0 10.0 9.0 9.0 55.0 41.0
ÉOLO SNIPE 31296 CNOCA Domingos Borralho Beatriz Caeiro 4.0 8.0 (17.0 DNF) (17.0 DNC) (17.0 DNC) 63.0 46.0
B SB20 31348 CNC Fernando Kuo, Kimberly Lin 12.0 9.0 (17.0 DNC) (17.0 DNC) (17.0 DNC) 72.0 55.0
FALENA VI SNIPE 28206 ANL Daniel Santana Cristina Domingos 11.0 10.0 (17.0 DNC) (17.0 DNC) (17.0 DNC) 72.0 55.0
Peixe Voador SNIPE 27683 CNOCA António Dias Pinheiro Ana Dias Pinheiro 6.0 (17.0 DNC) (17.0 DNC) (17.0 DNC) (17.0 DNC) 74.0 57.0
ALVADA SNIPE 30530 CNC Bernardo Leal Celeste Rodrigues 13.0 11.0 (17.0 DNC) (17.0 DNC) (17.0 DNC) 75.0 58.0
MARIA PIA SNIPE 31483 CNC José Pedro Dias Pinheiro Catarina Dias Pinheiro (17.0 DNC) (17.0 DNC) (17.0 DNC) (17.0 DNC) (17.0 DNC) 85.0 68.0
Clube Naval de CASCAIS 113
Agenda Regatas CNC 2021
MÊS / Month DATA / Date CLASSE / Class EVENTO / Event
Janeiro/January 09-10 Optimist I PAR – Prova de Apuramento Regional
10 Optimist I PAR - Entrega de Prémios / Prize Giving
23-24 SB20 3rd Cascais SB20 Winter Series 2020-21
24 SB20 3rd Cascais SB20 Winter Series – Entrega de Prémios / Prize Giving
Fevereiro/ February 05-07 Dragão / Dragon 1st Cascais Dragon Winter Series
07 Dragão / Dragon 1st Cascais Dragon Winter Series – Entrega de Prémios / Prize Giving
27-28 SB20 4th Cascais SB20 Winter Series 2020-21
28 SB20 4th Cascais SB20 Winter Series – Entrega de Prémios / Prize Giving
Março/ March 05-07 Dragão / Dragon 2nd Cascais Dragon Winter Series
07 Dragão / Dragon 2nd Cascais Dragon Winter Series – Entrega de Prémios / Prize Giving
13 VL + VC I Club Race – Vela Ligeira e Vela Cruzeiro / Dinghy and Cruiser Sailing
20-21 SB20 5th Cascais SB20 Winter Series
21 SB20 5th Cascais Sb20 Winter Series – Entrega de Prémios / Prize Giving
25-28 Dragão / Dragon 26º H.M. King Juan Carlos Trophy
28 Dragão / Dragon 26º H. M. King Juan Carlos Trophy – Entrega de Prémios / Prize Giving
Abril/ April 01-03 420 PAN– Prova de Apuramento Nacional
3 420 PAN– Entrega de Prémios / Prize Giving
10-11 Snipe PAN – Prova de Apuramento Nacional
11 Snipe PAN – Entrega de Prémios / Prize Giving
17 VL + VC II Club Race – Vela Ligeira e Vela Cruzeiro / Dinghy and Cruiser Sailing
Maio/ May 2 VL + VC III Club Race - Vela Ligeira e Vela Cruzeiro / Dinghy and Cruiser Sailing
08-09 Laser PAN – Prova de Apuramento Nacional
09 Laser PAN – Entrega de Prémios / Prize Giving
15-16 VC Troféu Conde Caria / Conde Caria Trophy
16 VC Troféu Conde Caria / Conde Caria Trophy – Entrega de Prémios / Prize Giving
22-23 SB20 Cascais SB20 Spring Cup
23 SB20 Cascais SB20 Spring Cup – Entrega de Prémios / Prize Giving
Junho/June
03-06 VC Mirpuri Foundation Sailing Trophy
06 VC Mirpuri Foundation Sailing Trophy – Entrega de Prémios / Prize Giving
25-27 SB20 Campeonato Nacional SB20 / SB20 Nationals
26-27 Todas / All Troféu 83º Aniversário – 83rd Anniversary Regatta
26 - Jantar de Aniversário, 83 Anos / Anniversary dinner, 83rd years
26 - Festa Hello Summer / Hello Summer Party
27 SB20 Campeonato Nacional SB20 / SB20 Nationals – Entrega de Prémios / Prize Giving
27 Todas / All Troféu 83º Aniversário / 83rd Anniversary Regatta – Entrega de Prémios / Prize Giving
Julho/July 10-11 SB20 Cascais SB20 Summer Regatta
11 SB20 Cascais SB20 Summer Regatta – Entrega de Prémios / Prize Giving
12-17 TP52 Rolex TP52 World Championship
17 TP52 Rolex TP52 World Championship – Entrega de Prémios / Prize Giving
23-25 Formula Foil Iberico Formula Foil
25 Formula Foil Iberico Formula Foil – Entrega de Prémios / Prize Giving
Agosto/August 21-22 SB20 Sail Cascais Trophy
22 SB20 Sail Cascais Trophy - Entrega de Prémios / Prize Giving
27-29 Cruzeiro / Dragão / SB20 Cascais Vela
29 Cruzeiro / Dragão / SB20 Cascais Vela – Entrega de Prémios / Prize Giving
29-31 SB20 SB20 World Championship – Entrega de Prémios / Prize Giving
Setembro/September 01-03 SB20 SB20 World Championship
03 SB20 SB20 World Championship – Entrega de Prémios / Prize Giving
Outubro/ October 02-03 Snipe / SB20 Troféu Maria Guedes Queiroz / Dom Pedro Hotels Golf & Collection
03 Snipe / SB20 Troféu Maria Guedes Queiroz / Dom Pedro Hotels Golf & Collection – Entrega de Prémios / Prize Giving
Outubro/ October 08 VA / Para Sailing Encontro Brisa / Brisa Encounter
09 VA / Para Sailing Troféu Brisa / Brisa Trophy
30-31 SB20 1st Cascais SB20 Winter Series 2021-22
Novembro/November 01 SB20 1st Cascais SB20 Winter Series – Entrega de Prémios / Prize Giving
Dezembro/December 04-05 Optimist, 420, Laser Regata de Natal / Christmas Regatta
05 Optimist, 420, Laser Regata de Natal / Christmas Regatta – Entrega de Prémios / Prize Giving
04-05 SB20 2nd Cascais SB20 Winter Series 2021-22
05 SB20 2nd Cascais SB20 Winter Series – Entrega de Prémios / Prize Giving
114
Hippocampus
COME FOR
THE LANDSCAPE.
STAY FOR THE
CULTURAL LIFE.
visitcascais.com
#omelhorsitioparaviver
#thebestplacetolive
Follow us