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DEZEMBRO 2020 • Nº 261 • ANO 25
conectando você ao mercado de seguros
ANOS
SAÚDE
Mercado busca
alternativas para
alcançar novos
consumidores
PLANEJAMENTO
FINANCEIRO
Corretores têm mais
uma possibilidade
de atuação
PERSPECTIVAS 2021
Tecnologia
marcará
atuação no
pós-pandemia
Executivos de todas as áreas
do mercado contam as suas
expectativas para o próximo ano,
preocupados com a jornada do
cliente, a incorporação de sistemas
digitais e de produtos capazes de
atender as novas demandas
dos segurados
DISTRIBUIÇÃO
CO-CORRETAGEM É A RESPOSTA PARA MAIS NEGÓCIOS
Uniforte Seguros intensifica atuação com corretores parceiros para
ampliar as possibilidades de ganhos com mais produtos na carteira
EDITORIAL
Será que 2020
acaba mesmo?
Este ano foi tão intenso que, às vezes, temos a impressão
de que ele não vai acabar nunca. Foi muito difícil para
as pessoas (com algum discernimento) sentirem na pele
a dor da perda de entes e amigos queridos, quando não a dor
provocada pela perda de renda ou até pela própria Covid-19.
Uma pandemia que não era imaginada com tamanha
gravidade, abalou a sociedade em pleno século 21 e colocou em
xeque nossas crenças. Ao mesmo tempo em que ela provou que
há líderes completamente despreparados para lidar com a logística
de uma ação nacional, também mostrou que as organizações são
capazes de se movimentar rapidamente para garantir a segurança
de seus colaboradores.
No mercado de seguros foi assim: companhias passaram
seu atendimento inteiramente para o meio remoto em poucos dias
e liberaram a cobertura por pandemia. Corretores de seguros, no
começo atordoados (como todos, inclusive), passaram a ter papel
ainda mais importante na intermediação dos negócios.
O que ficou mais claro, do nosso mercado, é que se
trata de gente cuidando de gente. Pessoas que viram de perto o
sofrimento de outras e que se abalaram. Isso nos acalenta: saber
que ainda existe empatia.
Em nossas próximas páginas vocês poderão ver o que
os líderes imaginam para 2021. Todos temem o movimento de
uma economia cambaleante, principalmente após o término do
auxílio emergencial. Entretanto, cabe a estes líderes mostrarem
também os possíveis caminhos para a recuperação da sociedade.
Se o mercado de seguros não sofreu muito com a pandemia, cabe
a ele agir para que outros setores possam se recuperar.
Deve ser assim no mundo corporativo e também no
cotidiano de cada cidadão.
Que 2021 traga um pouco mais de serenidade para
percebermos o que é importante para tornar a vida do próximo
melhor.
Boa leitura!
Diretora de Redação
Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para
redacao@revistaapolice.com.br
DEZEMBRO 2020 • Nº 261 • ANO 25
EXPEDIENTE
Diretora de Redação:
Kelly Lubiato - MTB 25933
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Diagramação e Arte:
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Tiragem: 15.000 exemplares
Circulação: Nacional
Periodicidade: Mensal
Os artigos assinados são de
responsabilidade exclusiva de seus autores,
não representando, necessariamente, a
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publicação independente
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Rua Loefgreen, 1291 - cj. 41
V. Clementino - Cep 04040-031
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CONTEÚDO
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PLANEJAMENTO
FINANCEIRO
O conceito de consultor do
cliente pode ser ampliado
para os corretores de
seguros. Com a expansão
dos produtos a serem
comercializados, também
aumenta a responsabilidade
e a necessidade de
formação e capacitação
>> PÁG. 23
DISTRIBUIÇÃO
Uniforte Seguros investe
no desenvolvimento de
condições comerciais
melhores para seus
parceiros. Co-corretagem
é um caminho para que
corretores encontrem
apoio técnico e
backoffice
>> PÁG. 10
PRODUTO
Diante da pandemia,
sociedade e empresas
privadas correram atrás
de alternativas aos
planos e seguros saúde
tradicionais. A resposta
foi a criação de clubes de
benefícios que oferecem
desconto em consultas,
exames e farmácias
>> PÁG. 30
ÍNDICE
05 painel
08 gente
TECNOLOGIA
12 samplemed
Empresa lança produto Modelo
Preditivo, que consegue realizar
uma análise para a subscrição de
riscos de seguro de vida com apenas
poucos dados do proponente
13 confitec
Prestadora investe no Girus,
uma plataforma que oferece
flexibilidade para a comunicação
entre seguradoras e resseguradoras
e realiza a gestão dos contratos
14 perspectivas 2021
Executivos de seguradoras, órgãos
do governo, operadoras de saúde,
entidades e insurtechs falam sobre
o que esperam do próximo, em
um cenário que ainda é incerto,
mas que pode trazer muitas novas
oportunidades
28 mundo digital
Ciclic mostra ao mercado que é
possível fazer a comercialização de
produtos de forma 100% digital.
Empresa investe agora na criação
de novos produtos personalizados,
específicos para cada necessidade
do consumidor
Os artigos assinados são de
responsabilidade exclusiva de
seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião desta revista.
4
PAINEL
produto
Seguro auto mais fácil
A Bradesco Auto/RE anunciou novidades na contratação
de serviços e assistências do produto Auto Frota.
Desde o mês de outubro, o segurado tem a opção
de contratar uma apólice mais personalizada, de acordo
com suas necessidades. Ele pode escolher se deseja adquirir
ou não alguns dos serviços, como assistência de
vidros, carro reserva e Assistência Dia & Noite.
A escolha opcional dos serviços poderá ser feita
conforme a finalidade de cada veículo, e não necessariamente
para toda a frota. Ainda, em casos de ‘substituição
de veículo’ e ‘inclusão de item’, também será possível
escolher os serviços desejados.
“Estamos modernizando nossos produtos e
serviços através de oportunidades que atendam às demandas
de clientes e corretores. Essa novidade torna o
produto Auto Frota mais atrativo aos segurados”, afirma
Eduardo Menezes, superintendente de Produto Auto da
Bradesco Auto/RE.
previdência
Comissão maior para venda de novos
produtos
Corretores de seguros
que vendem Porto
Seguro Previdência
vão receber comissão
adicional para cada
aporte a partir de
R$ 200 feito por
seus clientes nos
planos de previdência
PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL
(Vida Gerador de Benefício Livre), individual ou para
crianças, novos ou já vigentes.
Ao realizar os aportes até dezembro, o participante
que efetua a declaração completa do Imposto de
Renda consegue deduzir suas contribuições já na próxima
declaração. O incentivo fiscal é exclusivo na modalidade
PGBL e permite a dedução das contribuições
e aportes feitos ao plano em até 12% da renda bruta
anual do participante.
Fernanda Pasquarelli, diretora de Vida e Previdência
da seguradora, lembra que esse período do ano
em que as pessoas costumam ter um rendimento extra
com o 13º salário, PLR (Participação nos Lucros e Resultados)
e os bônus recebidos no final de ano contribuem
para aumentar a reserva financeira futura.
direito
Empresa amiga da Justiça
A Amil recebeu
em novembro a renovação
do Selo Empresa
Amiga da Justiça e
Parceiro Institucional
do Programa Empresa
Amiga da Justiça
de 2020, concedido pelo Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo (TJSP). O certificado é atribuído às companhias
que contribuem para a disseminação da cultura de pacificação
social por meio da utilização de métodos opcionais
de solução de conflitos, como a mediação e a conciliação,
buscando a melhoria da comunicação com os seus clientes,
evitando, assim, a excessiva judicialização. Em 2020, as
empresas participantes do programa realizaram mais de
838 mil acordos.
Em 2017 a operadora se tornou o primeiro plano
de saúde do Brasil a receber o selo do TJSP, pela parceria
constante em projetos de conciliação. Em 2019 a empresa
alinhou 5.531 acordos. Este ano, até o mês de setembro,
foram celebrados 2.631 acordos, a maior parte deles de
forma remota. A companhia já realizava conciliações online
antes mesmo da pandemia da Covid-19, através de
uma plataforma virtual, o que deu suporte à sequência do
trabalho no período de afastamento social.
“Esse reconhecimento nos gratifica muito, pois nosso
objetivo principal é resgatar a satisfação do cliente com
a empresa. Essa prática reduz o volume de judicialização, o
que nos permite focar nas ações judiciais em que devemos
defender as práticas adotadas pela empresa”, afirma Daniela
Wanderley, diretora de Contencioso Cível do UnitedHealth
Group Brasil, grupo de saúde ao qual a Amil integra.
5
PAINEL
novos players
Banco digital amplia atuação para seguro
O Nubank chegou ao mercado de
seguros com um produto de vida contratado
a partir de seu aplicativo. Ele é oferecido
em parceria com a Chubb Seguros,
integrada à plataforma Chubb Studio.
“O custo e a complexidade das
opções existentes no mercado tornam o
seguro de vida um sonho distante para
a maioria dos brasileiros. Assim como já
fizemos ao ajudar a criar uma nova geração de serviços
financeiros na América Latina, damos o primeiro passo
para democratizar o acesso a esse setor com um produto
prático e totalmente adaptável às necessidades de cada
um”, afirma David Vélez, fundador e CEO do Nubank. “O
Nubank Vida é um produto prático e 100% personalizável.
Abandonamos os pacotes pré-definidos e a linguagem
técnica e cheia de asteriscos dos contratos
convencionais que só encarecem
e dificultam o processo. O cliente terá
autonomia para escolher e só pagar o
que realmente valoriza e utiliza.”
“Estamos felizes em participar
da reinvenção que o Nubank está propondo
para o setor de serviços financeiros
no país”, diz Antonio Trindade,
presidente da Chubb Brasil. “Termos sido escolhidos para
apoiar a entrada do Nubank no setor de seguros, além de
nos dar um enorme orgulho, demonstra o acerto da nossa
estratégia digital e a qualidade da nossa equipe. Juntos,
entregamos uma solução de seguros sob medida, totalmente
alinhada ao foco ímpar do banco em oferecer uma
experiência diferenciada aos seus clientes”.
consolidação
Parceria em saúde para vender mais
A AllCare, administradora de planos de saúde coletivos,
e a Integral Saúde, operadora do Grupo Caberj,
com atuação em todo o Estado do Rio de Janeiro, firmaram
uma parceria para a comercialização de planos de
saúde coletivos na região.
A parceria amplia as alternativas de acesso à saúde
privada para a população fluminense, especialmente
profissionais liberais, servidores públicos, comerciantes
e estudantes do Estado, que poderão contar com um
plano de saúde coletivo por adesão com excelente custo-benefício.
O diretor Comercial
da AllCare,
Alexandre Coelho,
explica que essa
parceria vem ao encontro
dos planos
traçados pela administradora
neste
ano. “Mais do que a
expansão no Estado, a parceria com a Integral nos permitirá
atender à crescente demanda da população por
um plano que vai além e oferece programas de prevenção
e gestão integrada da saúde. Um diferencial que,
certamente, fortalecerá a atuação de nossos corretores
parceiros”, comenta o executivo.
saúde integral
É preciso cuidar
dos investimentos
A Sulamérica Seguros
e a Órama Investimentos lançaram
o IndicaSAS. A plataforma tem como objetivo
apoiar os corretores de seguros a incrementarem sua
atuação e, consequentemente, seus negócios, tornando-se
consultores financeiros para seus clientes.
“Ter um olhar integrado de proteção é essencial,
assim como entender a necessidade das pessoas. Acreditamos
que o equilíbrio entre saúde física, emocional e
financeira propicia a segurança necessária para uma vida
plena no presente e no futuro”, afirma André Lauzana,
vice-presidente Comercial e Marketing da seguradora, referindo-se
ao conceito da seguradora de Saúde Integral.
Para Habib Nascif, CEO da Órama Investimentos,
a novidade fomenta a educação financeira e ajuda a disseminar
boas práticas de como lidar com o dinheiro. “A sinergia
que há entre corretores e clientes, muitas vezes com
longo histórico de relacionamento, possibilita um alinhamento
maior aos objetivos de vida dos investidores”, diz.
Para o corretor usar a plataforma de indicação
de clientes, basta acessar o Portal do Corretor da SulAmérica
e utilizar a ferramenta IndicaSAS. Explorando os
recursos disponíveis, o corretor poderá escolher se atuará
como “Corretor Indicador”, “Consultor SulAmérica/
Órama” ou “Agente Autônomo”.
6
gente
PRESIDENTE INTERINO
A Argo Seguros anunciou
Bruno Pereira como CEO interino.
Atualmente, o executivo já é
responsável por finanças, planejamento
e controle, fiscal, atuarial e
operações.
“O Grupo Argo reforçou que a estratégia para
o Brasil não muda, assim como os investimentos
previstos para os próximos anos. Tudo o que foi planejado
em termos de crescimento e expansão será
mantido e intensificado, ou seja, portfólio, canais e
parcerias”, disse Pereira.
NOVO DIRETOR DE SINISTROS
A Tokio Marine anunciou a
contratação de Laur Diuri para a
diretoria de Sinistros. O executivo,
que conta com 42 anos de experiência
no mercado de seguros, sucede
Alexandre Vieira, que assumiu
novos desafios dentro do Grupo.
Diuri responderá ao diretor executivo de Operações,
Tecnologia e Sinistros, Adilson Lavrador, que
está bastante otimista com sua chegada.
COMERCIAL DE SAÚDE E BENEFÍCIOS
A MDS Brasil anunciou a
contratação de Claudia Leite Silva
para assumir a diretoria comercial
de Saúde e Benefícios (Health &
Benefits).
“Estou muito honrada em
compor o time da MDS Brasil e
acredito que teremos bons resultados nos negócios
da empresa. Os 20 anos que passei liderando e motivando
outras pessoas a alcançarem objetivos são a
minha principal bagagem e, sem dúvida, serão fundamentais
para a concretização deste novo desafio”,
diz Claudia.
CUIDADOS FINANCEIROS
Alan Leal é o novo diretor financeiro da
Allianz Partners Brasil. Na companhia desde de
janeiro de 2018, o executivo é líder da diretoria financeira
para a região da América Latina, sendo
responsável pela gestão das áreas de Risco, Planejamento
e Controle, Jurídico, Compliance, Contabilidade
e Garantia de Receita, além da participação
em análises estratégicas de inovação com foco na
satisfação do cliente.
REFORÇO DE TECNOLOGIA
A Berkley Brasil Seguros
anunciou a contratação do executivo
Alexandre Elid como superintendente
de tecnologia.
“A tecnologia permite ajudar
na consolidação da relação entre os corretores, clientes
e as seguradoras e isso ficou muito evidente logo
no início da pandemia, surpreendidos a desempenhar
as nossas atividades profissionais em casa, de
forma remota”, comenta Alexandre.
REGIONALIDADES
A Sabemi anunciou João
Batista Vieira como novo gerente
Regional de Seguros. A chegada
do profissional faz parte da ampliação
da área comercial da companhia,
que tem por objetivo a entrada
no mercado de corretores de seguros e affinity.
8
DISTRIBUIÇÃO
CO-CORRETAGEM
Parceria ganha-ganha
UNIFORTE SEGUROS INVESTE NO DESENVOLVIMENTO DE CONDIÇÕES COMERCIAIS
PARA CORRETORES DE SEGUROS QUE DESEJAM AMPLIAR SUA CARTEIRA DE CLIENTES
Se o ano de 2020 foi desafiador,
2021 não deverá ser diferente.
Para enfrentar as adversidades,
um dos caminhos mais “seguros” é apostar
em parcerias com empresas que estejam
mais desenvolvidas e que sejam capazes
de conseguir melhores condições
comerciais com as seguradoras e mais
leads de potenciais clientes.
A prática da parceria como um
valor, apostando em clientes e colegas
corretores como aliados para consolidar
o crescimento, foi o que moveu a Uniforte
Seguros até agora. A empresa pavimentou
uma estrada de crescimento
independente das adversidades. “A visão
Os sócios da Uniforte Seguros: Francisco de Assis de Souza Gomes,
João Luciano da Fonseca e Robson Isídio da Silva
de negócios, honestidade, seriedade e
tremendo esforço para mudar e valorizar
nosso capital humano foram pilares essenciais
para manter sua postura profissional
e inovadora, não repetir erros comuns
do mercado e seguir vencendo no
segmento de seguros”, afirma João Luciano
da Fonseca, um dos sócios da empresa.
Esta verdadeira parceria foi capaz
de seguir ampliando sua operação
mesmo em um ano tão conturbado. A
Uniforte contribui para que o corretor
de seguros faça o atendimento como
consultor especialista. Esta é uma prioridade,
amparada por uma equipe técnica
conceituada e ágil, que levou a empresa
a consolidar a co-corretagem como modelo
de sucesso.
Hoje a Uniforte Seguros atende
todo o Brasil, com unidades em vários estados,
representando a união de um time
de empreendedores capazes de se dedicar
aos clientes nos momentos de crise,
especialmente com a expertise e diferenciais
no setor de Seguro de Transportes:
mais de R$ 50 bilhões em cargas seguradas
e 250.000 apólices emitidas.
10
CONDIÇÕES DIFERENCIADAS
A parceria de co-corretagem funciona da seguinte maneira: o
corretor de seguros habilitado pela Susep tem um cliente com uma
necessidade específica, que ele sozinho não consegue atender. Ele
procura a Uniforte Seguros para se associar e ter à disposição uma
área técnica capaz de oferecer atendimento diferenciado ao cliente,
além de condições comerciais mais favoráveis nas seguradoras.
É feita uma verificação rigorosa de perfil e deveres do candidato
à associação e, aprovado, o novo parceiro corretor de seguros
pode se dedicar à prospecção de novos clientes, deixando
O QUE OS PROFISSIONAIS DIZEM DA CO-CORRETAGEM?
“Conheço a Uniforte há aproximadamente 20 anos e pude constatar
a expertise e evolução da corretora ao longo dos anos. Hoje é considerada
referência nacional no segmento de seguros.
O modelo de negócio (co-corretagem) constituiu uma estratégia
de negócios eficiente em que todas as partes envolvidas ganham. Tanto o
corretor de seguros que está dando seus primeiros passos na carreira quanto
o corretor já experiente podem se beneficiar do suporte da Uniforte em
termos de estrutura técnica, comercial e sinistro.
Com isso, por meio dessa parceria, o corretor pode se concentrar
em seus objetivos de negócio, que são prospectar, fechar negócios e reter
clientes.”
CLAUDINEY BRAMANTE, Sompo Seguros
“O nosso segmento de seguro de transportes é extremamente
dinâmico e está em constante mudança. Todos os dias nos deparamos
com situações novas, desafios relacionados com toda a cadeia logística
nacional, prazos extremamente apertados.
Saber lidar com estas questões é fator decisivo na condução dos
nossos negócios. Exatamente neste sentido que entendo enquadrar-se à
Uniforte. É um importante agente consultivo para o mercado, conhecedor
de todos os aspectos e problemas vividos pelos diferentes tipos de segurados
ao longo das estradas.”
MARTIN MOLLA, AIG Seguros
“A parceria com a Uniforte Seguros foi um divisor de águas para
a nossa corretora.
A estrutura de atendimento e o conhecimento técnico da equipe
foram fundamentais para alavancar nossas vendas, bem como administrar
a carteira de forma eficiente”
IVAN BOCHIARD, Corretor Parceiro
“Pude focar no resultado de vendas, não perder tempo com
questões de estrutura, ter flexibilidade para trabalhar, maior poder de
negociação oferecendo as condições comerciais diferenciadas da Uniforte
Seguros, o que gerou aumento de receita para as duas empresas.”
RICARDO VALADARES, Corretor Parceiro
“Após iniciar o regime de co-corretagem com a Uniforte, minhas
vendas e faturamento alavancaram aceleradamente. Poder contar com
toda a estrutura que a empresa me proporciona permite que eu me dedique
mais à parte comercial e angariar novos negócios.”
CLEINER SANTOS, Corretor Parceiro
todo o suporte técnico e backoffice para
a Uniforte.
“É exatamente este apuro técnico,
o feedback às seguradoras e a confiança
do suporte Uniforte que proporciona
condições especiais. Os profissionais associados
tomam isso como premissa para
que a empresa siga competitiva”, ressalta
Francisco de Assis, outro sócio da empresa.
É fato que no mercado de seguros,
cada vez mais, o serviço oferecido
ao cliente será um diferencial, além de
condições comerciais favoráveis. “Mesmo
que a concorrência ofereça um preço
mais atrativo aos consumidores, no ramo
de seguros isso não significa fechamento
de negócio, porque o cliente já começa a
saber diferenciar os profissionais que são
consultores daqueles que apenas ‘vendem’
um produto”, acrescenta Fonseca. Os
contratos de seguros possuem cláusulas
muito detalhadas, que são pontos críticos
para a contratação de seguros, o que só
aumenta a necessidade de esclarecimento
dos clientes para que eles não se deparem
com imprevisto não cobertos.
REVOLUÇÃO INTERNA
Para consolidar esta parceria, a empresa
e seus associados abraçaram uma
verdadeira revolução interna, para incrementar
a competitividade e bater metas
audaciosas. Esta revolução começou há
mais de uma década, quando a empresa
entendeu o peso e a importância da tecnologia
em sua operação.
A Uniforte valoriza a automatização
e oferece tecnologia de ponta como apoio,
para que seus colaboradores não se desgastem
desnecessariamente e para que
estejam focados em sua atividade fim. “Os
profissionais não podem se deparar com
tarefas operacionais intermináveis ou burocracias
que emperram o seu dia”, pontua
Robson Isídio, também sócio da Uniforte.
A tecnologia está em vários processos,
como na gestão de documentos,
sistema de cotação em nuvem, assinaturas
digitais e atendimento com inteligência
artificial 24/7.
Acesse a página da empresa:
uniforteseguros.com.br/co-corretagem
11
TECNOLOGIA
SAMPLEMED
Modelo preditivo agiliza a subscrição
de risco do seguro de vida
COM A INSERÇÃO DE POUCOS DADOS É POSSÍVEL CRIAR UMA PONTUAÇÃO PARA O PROPONENTE
DO SEGURO DE VIDA, TRAZENDO NOVO POTENCIAL DE CONSUMO PARA AS SEGURADORAS
Kelly Lubiato
Agilizar a subscrição do seguro
de vida sempre foi um dos desafios
do mercado. Nesta linha,
o Modelo Preditivo da Samplemed é um
produto para facilitar a aceitação do seguro
de vida pelas seguradoras com apenas
poucas informações do segurado.
Este modelo serve principalmente
para a cobertura de morte. A avaliação
do risco leva em consideração informações
básicas do proponente e ferramentas
de Big Data para gerar faixas de risco e
agilizar o processo de subscrição.
“Com base nas informações que
coletamos no cliente (seguradora) fazemos
a análise para subscrição, rodando o
modelo preditivo para identificar o perfil
do consumidor dentro da nossa base de
dados. Como trabalhamos fortemente
com análises médicas, temos outras informações
disponíveis”, explica Silas Kasahaya,
COO e sócio da Samplemed.
Há quinze anos no mercado, a
empresa é especializada na realização de
análises médicas para subscrição de risco
de seguro de vida. No início, elaborava a
análise médica para riscos acima de R$ 2
milhões. Ela foi pioneira na realização de
telessubscrição e em análises automáticas.
“Com o modelo preditivo é possível
SILAS KASAHAYA
dizer se a pessoa representa um
risco maior ou menor para a seguradora”,
avalia Kasahaya, acrescentando
que tudo o que a empresa
juntou de banco de dados
neste período vai servir como
referência para a tomada de decisão
do modelo.
O CTO da Samplemed,
Albert Costa, afirma que a empresa,
como um todo, procura
atender a avaliação de risco para
JAIRO WAITMAN
qualquer volume de capital. “O objetivo deste produto é dar suporte
à avaliação de risco, com foco em carteiras com maior quantidade
de cotações, por sua característica de agilidade”. O executivo ressalta
que a empresa sabe que é necessário entender todos os pilares da
operação para integrar as plataformas de vendas e bancos de dados.
“Estamos superando as barreiras internas das seguradoras, de falta
de recursos humanos, limitações de tecnologia, conhecimento e
processos burocráticos”.
É importante ressaltar que o processo de avaliação dentro da seguradora
é caro. “Portanto, nossa expectativa é dar agilidade e maximizar
os resultados deste processo para a seguradora”, resume Kasahaya.
EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
O fundador da Samplemed e CEO, Jairo Waitman, destaca
que a evolução tecnológica é motivo de muito orgulho. Fundada há
15 anos, a empresa nasceu para dar suporte para a subscrição de
riscos das seguradoras, com processos mais modernos.
A criação de novos produtos implica no investimento em
tecnologia e em pessoas. Durante o desenvolvimento
deste novo produto, mesmo com a
pandemia que assolou o Brasil e o mundo, a empresa
contratou mais de 50 colaboradores, oferecendo
condições para que eles trabalhassem
em home-office.
“Nos últimos cinco anos, participamos da
subscrição de mais de R$ 100 bilhões em cobertura
de vida, de cerca de cinco mil proponentes”,
comemora Waitman, acrescentando que a empresa
já está expandindo suas operações para
Europa, Ásia e América Latina.
ALBERT COSTA
12
TECNOLOGIA
CONFITEC
Sistema dá suporte a contratos de resseguro
GIRUS OFERECE FLEXIBILIDADE
PARA A COMUNICAÇÃO ENTRE
SEGURADORAS E RESSEGURADORAS,
REALIZANDO A GESTÃO DOS
CONTRATOS E DO ACERTO DE CONTAS
ENTRE AS COMPANHIAS ENVOLVIDAS
Kelly Lubiato
Resseguro pode ser definido como
o seguro da seguradora. Cada contrato
tem as suas particularidades,
considerando a complexidade das coberturas
envolvidas na operação. Assim como as
resseguradoras buscam atender as dores de seus clientes, a Confitec
nasceu (em 2003) a partir da resolução de um problema para uma
seguradora: criar um sistema de resseguro que fosse capaz de acompanhar
todos os contratos vigentes, desde a sua assinatura, emissão
e endossos, até a regulação dos sinistros, com o acompanhamento
do acerto de contas (prêmios a pagar e sinistros a recuperar) e dos
percentuais de pagamento.
Pablus Marins, diretor de TI da empresa, explica que, após
a eficácia do primeiro sistema, a Confitec acompanhou todo o setor
de resseguro brasileiro, que passou por muitas transformações,
principalmente após a abertura de
mercado, em janeiro de 2007, com
a publicação da lei Complementar
126, respaldada posteriormente
pela Resolução 168 da Superintendência
de Seguros Privados. Até
então, havia a presença de uma
única resseguradora no país.
“A nova realidade trouxe
a necessidade de cobrir as deficiências
que eram identificadas a
JAILSON MEIRELLES partir das novidades dos contratos
que surgiam”, pontua Pablus,
acrescentando que perceberam
que era fundamental criar um sistema
flexível para que o usuário
pudesse controlar estas nuances
das resseguradoras.
“Aproveitamos a nossa
experiência para fazer um sistema
com um cadastro de contratos
bem flexível, que tornasse o
produto adaptável a qualquer
PABLUS MARINS
seguradora do mercado, dando
ao usuário a liberdade de configurar as
variações específicas de cada resseguradora,
evitando que ele precisasse, a cada
lançamento de produto, de uma nova implementação
sistêmica”, destaca Pablus. O
GIRUS dá suporte a toda operação de resseguro,
desde a emissão do contrato até o
acerto financeiro com o ressegurador.
“Esta plataforma atende as dores
das seguradoras. Ela surgiu após percebermos
uma carência na gestão desta
operação”, avalia Jailson Meireles, CEO da
Confitec. Essa necessidade não era decorrente
de qualquer falha na operação, mas
da complexidade e da diversidade dos
contratos de resseguro.
O GIRUS possui a característica de
absorver toda a complexidade de cada
contrato. O sistema é bastante robusto
e faz interface (via borderô) com as principais
resseguradoras do mercado. Além
disso, ele também preenche os requisitos
de dados de supervisão da Susep, no que
diz respeito ao quadro estatístico de resseguro
(prêmio e sinistro) e ao quadro 51
(movimentação financeira de resseguros
contratados).
Jailson ressalta que “a ausência
de um controle rigoroso desse processo
pode acarretar em perda de dinheiro no
meio do caminho. Além disso, o GIRUS
simplifica também a renovação dos contratos
e a negociação das suas condições”,
completa.
13
PERSPECTIVAS 2021
OPINIÃO
Um novo ano,
com novas
OPORTUNIDADES
2020 NÃO FOI UM ANO FÁCIL, ASSIM COMO 2021 NÃO SERÁ TAMBÉM. ENTRETANTO,
EXECUTIVOS DO MERCADO DE SEGUROS APONTAM ALGUMAS TENDÊNCIAS QUE
DEMONSTRAM CERTO OTIMISMO
Kelly Lubiato
Estímulo à concorrência
Este ano, o setor demonstrou que toda crise pode
ser catalisada em um processo de inovação e
evolução, com as organizações viabilizando novos
produtos e processos, entre outras medidas.
Na Susep, temos trabalhado no aumento do uso
da tecnologia como instrumento de trabalho e na modernização
da regulamentação. A implementação do
Sistema de Registro de Operações, o Sandbox, as novas
norma de Seguros de Danos – massificados e grandes
riscos, a possibilidade de emissão de dívida subordinada,
o ILS, entre outros são alguns exemplos do que tem
sido feito.
Nossa expectativa é de que, com o avanço de
ações mais principiológicas que prescritivas, o aumento
do uso da tecnologia e o ingresso de novas empresas
no mercado, teremos um ano com empresas investindo
na criação de novos produtos. Esperamos um
aumento da concorrência, redução
de preço e uma maior cobertura de
seguros no Brasil.
SOLANGE VIEIRA,
Superintendente da Susep
Garantia de sustentabilidade no setor
Aprimorar a qualidade dos serviços prestados no
setor de planos de saúde e dos serviços prestados
pela própria ANS a todos os seus públicos
serão, certamente, prioridades da Agência em 2021.
Nesse sentido, vamos seguir com o Plano de Transformação
Digital, inclusive com previsão de uso de Inteligência
Artificial para agilizar atendimentos e soluções
de demandas; e daremos prosseguimento à revisão do
estoque regulatório, a fim de simplificar e dar mais clareza
às normas do setor. Também estão na pauta para
o próximo ano: ampliar ações de indução a melhorias
na atenção à saúde dos beneficiários; aprimorar regras
prudenciais e o instrumento de mediação da ANS; in-
crementar a integração de dados dos sistemas público
e privado de saúde; e definir mecanismos para aumentar
o acesso de consumidores a planos de saúde.
Em 2021, entrará em vigor a nova lista de coberturas
obrigatórias e a ANS permanecerá atenta ao cenário da
pandemia de Covid-19 para a garantir a sustentabilidade
do setor e assistência aos consumidores
em tempo oportuno.
ROGÉRIO SCARABEL,
Diretor-presidente
substituto da Agência Nacional de
Saúde Suplementar
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Corretor dará segurança ao consumidor
Há bons motivos para estarmos otimistas e a perspectiva
da chegada da vacina, apesar de ser algo
excepcional, não é a única razão para enxergarmos
2021 com um olhar muito mais positivo.
No caso específico do mercado de seguros, já há
uma clara tendência de recuperação neste último trimestre,
o que deve se consolidar nos primeiros meses
do próximo ano.
Algumas carteiras têm se destacado, como os
seguros de vida, residenciais e de saúde. E isso deve
avançar nos próximos anos. A pandemia, que é a mais
grave crise na saúde mundial nos últimos 100 anos,
trouxe uma percepção nova e bem mais aguda para
a população brasileira sobre a necessidade de se proteger
a amparar a família e o patrimônio. E nós, corretores
e seguradores, devemos usar esse cenário como
base para o definitivo avanço do mercado, em bases
sólidas, no País.
Todos sabem que a capacidade ociosa do mercado
é imensa, há muito espaço para ser ocupado. E
arrisco a dizer que em raros momentos tivemos uma
oportunidade tão cristalina para buscar atingir, no Brasil,
níveis semelhantes aos dos países desenvolvidos em
termos de participação do setor no PIB nacional.
A população já reconhece nosso valor e para isso
muito contribuiu a excepcional atuação dos corretores
de seguros durante a pandemia. A categoria foi incansável,
atendendo os segurados diuturnamente, com
qualidade, presteza e dedicação. Certamente, os consumidores
não esquecerão tanto
esmero de quem esteve ao seu lado
ao longo de uma crise de tamanha
dimensão.
ARMANDO VERGILIO,
Presidente da Fenacor
Atendimento de excelência
A
pandemia reforçou na sociedade a consciência
do quanto é importante estar prevenido
e bem amparado para enfrentar momentos
inesperados. Isso deve refletir na busca de produtos
em diferentes nichos, ampliando o nível de proteção
que as pessoas têm tanto na área da saúde quanto
em previdência e patrimônio.
Até aqui, estamos atravessando esta crise em
segurança, apoiados nos fundamentos de gestão e
nas estratégias que adotamos nos últimos anos, em
busca da nossa visão de futuro. Nossa expectativa é fechar
2020 no mesmo patamar de 2019, com um faturamento
consolidado da ordem de R$ 4 bilhões (+7%).
Em 2021, seguiremos com nossos investimentos
estruturantes em tecnologia e inovação digital,
para simplificar e agilizar nossos processos e beneficiar
nossos clientes, comprometidos em garantir
um atendimento de excelência às
suas demandas e nos anteciparmos
diante de suas necessidades.
HELTON FREITAS,
Diretor-presidente da
Seguros Unimed
Soluções diferenciadas
As seguradoras precisaram sair da caixinha
e adotar diferentes formas de pagamento,
oferecer novos produtos e prazos diferenciados
de vigência, que vão além da prática de seguros
anuais. O mercado encontra novas formas de atendimento
personalizado e diferenciado ao cliente, mantendo
a qualidade mesmo a distancia, o que a gente
achava que só era possível com a visita pessoal.
As pessoas se sentem bem atendidas e acolhidas
mesmo que de forma online. O pós-pandemia
vai evidenciar ainda mais a preocupação das pessoas
com a vida.
Os seguros patrimoniais não ficarão esquecidos.
Mas, será preciso encontrar soluções diferenciadas
para proteger o patrimônio das pessoas, sejam
residências, cada vez mais usadas no home office, ou
até meios de transportes alternativos, como bicicletas,
patinetes ou skates motorizados.
O novo cenário exige que
trabalhemos de forma diferente.
É isso que a sociedade espera do
mercado.
FABIO IZOTON,
Presidente do CCS-RJ
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PERSPECTIVAS 2021
OPINIÃO
Ano de integração
Seguro para a vida
Os canais de distribuição devem alcançar um papel
de destaque na indústria de seguros. Com
os inúmeros ajustes implementados pelas seguradoras
para atender às demandas dos segurados,
frente à pandemia, como a oferta de novos serviços e
tecnologias e a expansão do leque de produtos; o trabalho
de consultoria dos corretores, assessorias e plataformas
de seguros ganha predominância para auxiliar
o consumidor a contratar a cobertura adequada à
sua necessidade. Tanto os especialistas em produtos
voltados a segmentos específicos – como os seguros
do Agronegócio, por exemplo –, quanto aqueles que
atendem a múltiplos segmentos, devem trabalhar
de forma ainda mais próxima com os comerciais das
seguradoras. Podemos dizer que
2021 vai ser um ano de muita integração
no mercado segurador.
FERNANDO GROSSI,
Diretor Executivo Comercial e de
Marketing da Sompo Seguros
Estamos vivendo novos tempos e a percepção da
proteção mudou, abrindo espaço para um novo
consumidor. O PASI tem no DNA a essência dos
seguros inclusivos, e atento a esse novo consumidor,
iniciou um caminho para levar amparo para todas as
pessoas, indo além dos trabalhadores. Para 2021 estamos
desenvolvendo novos produtos e assistências
inovadoras. Estamos ampliando nossa distribuição
em novos canais e amplamente focados no mundo
digital e na venda 100% online que, para nós, já é
uma realidade em alguns produtos. Nossa intenção
não é estar apenas nos momentos difíceis, mas estar
presente na vida de nossos segurados de uma forma
completa. Todas as nossas inovações seguem essa linha,
de nos posicionar como um
Seguro PARA a Vida, indo muito
além que um simples seguro.
FABIANA RESENDE,
Vice-Presidente Executiva
do Seguro PASI
Gestão eficiente de recursos
Em 2021, a pandemia ainda será um desafio, mas
a cada dia estamos mais preparados para enfrentá-la,
principalmente do ponto de vista clínico.
Em termos de número de beneficiários, o mercado de
planos de saúde é diretamente impactado por indicadores
econômicos e níveis de emprego. Nesse aspecto,
a retenção de clientes e a oferta de produtos mais
acessíveis serão os caminhos para contornar a previsão
de índices de empregabilidade pouco favoráveis, até
o momento, para 2021. Por isso, a Amil investirá ainda
mais na qualidade da assistência e na gestão eficiente
de recursos. Assim como em tecnologia da informação,
em serviços médicos e em equipes clínicas. Essas prioridades
nos levarão a alcançar cada vez mais qualidade
na informação, na interação com os
nossos clientes e nos serviços médicos
que prestamos.
CAROLINA LORENZATTO,
Diretora de Growth da Amil
Mudança no comportamento
do consumidor
O
principal posicionamento que o mercado
deve ter para 2021 é acompanhar a mudança
de comportamento do consumidor durante o
ano de 2020 e isso já vem sendo percebido nos últimos
movimentos do setor. Ao longo desse período,
percebemos que trabalhar com produtos personalizados
permite aos nossos clientes entender o que se
encaixa mais com as suas necessidades e montar um
seguro feito especialmente para ele.
A empresa também é uma das 11 selecionadas
para fazer parte do Sandbox Regulatório da Susep,
que visa ser um projeto experimental com foco
em pesquisa, desenvolvimento e
aplicação de produtos mais acessíveis
e completos no mercado
de seguros.
FELIPE BARRANCO,
CEO da Flix
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Disseminar a cultura da proteção
Atender as demandas do mercado
Trabalhamos com um cenário de 2021 mais
benigno que o deste ano, mas ainda influenciado
pela pandemia e seus impactos
econômicos.
A energia do nosso time continuará sendo dirigida
para aperfeiçoar a experiência do cliente. Independentemente
do canal escolhido, essa jornada
tem de ser cada vez mais fácil, rápida e conveniente.
Apoiamos o cliente na gestão de riscos com soluções
que protejam o que importa para a vida e para
os negócios.
Na Brasilseg, investimento em tecnologia é
prioritário, com foco na transformação da experiência
do cliente, novas soluções de proteção e melhores
canais de vendas e atendimento.
Investimos para ter estrutura tecnológica
aberta, flexível e ágil, mas também colaboradores
capacitados e apaixonados pelo que fazem. Uma cultura
de inovação constante e aberta depende dessas
dimensões.
A liderança da Brasilseg nos segmentos em
que atua nos traz a missão de acelerar a disseminação
da cultura de proteção e gestão
de riscos, onde o seguro é um
pilar fundamental.
RODRIGO CARAMEZ,
Presidente da Brasilseg,
uma empresa BB Seguros
Para a Sabemi, os esforços por superar os desafios
de 2020 reafirmaram a crença de que a
geração de valor de uma empresa está na sua
capacidade de contribuir não só com seus próprios
interesses organizacionais, mas, principalmente, com
a sustentabilidade do seu contexto operacional.
Acreditamos que as grandes seguradoras, como
é o nosso caso, têm o papel fundamental de criar conexões,
buscar objetivos em comum e propor soluções
que atendam às emergentes demandas de mercado.
Este é o mindset da Sabemi para 2021. Nas prioridades
do próximo ano, alicerçados sob uma estrutura operacional
robusta, que nos possibilita forte capacidade de
adaptação e de tomadas de decisões, intensificamos
uma atuação consultiva junto aos corretores de seguros,
com um olhar atento sobre os principais objetivos,
especialmente, dos pequenos e médios empresários.
Buscamos ser úteis e estratégicos para os nossos
parceiros de negócios, de forma a contribuir verdadeiramente
com a perenidade das suas operações.
Essa visão de interdependência é o que garantirá, no
futuro, que as seguradoras sigam gerando valor a
sua rede de parceiros, de corretores
de seguros e de clientes finais.
Construímos relações que vão
além de uma simples parceria.
LEANDRO NUNES,
Diretor Executivo Comercial da Sabemi
Facilitar e simplificar a vida do usuário
A
pandemia
acelerou processos como a telemedicina
e telepsicologia. A criação do aplicativo
Cuid@r previsto para início de 2021 reforça essa
tendência com a proposta de cuidado contínuo.
Os investimentos em tecnologia de acesso ao
usuário serão fundamentais para acompanhamento assistencial
e controle de custos. A D’Or Consultoria com
a expertise e a estrutura de T.I em gestão de saúde, qualidade
de vida e gestão técnica possibilitará entregas
mais rápidas e assertivas.
A presença mais intensa no ambiente digital e
a entrada em vigor da LGPD no Brasil também podem
aumentar a demanda por Seguros Cyber.
Em tecnologia, mais uma aposta para 2021 é
facilitar e simplificar a vida do usuário na busca pelos
melhores preços dos planos de saúde, odontológico e
seguro de vida no site da D’Or PME.
Já a área de Previdência Privada será utilizada
como planejamento tributário, financeiro e sucessório
e não apenas como complemento
da aposentadoria. Seguro de vida
ampliará coberturas e assistências,
fortalecendo a proteção financeira
familiar e a percepção do benefício.
BRUNO IANNUZZI,
CEO da D’Or Consultoria
17
PERSPECTIVAS 2021
OPINIÃO
Hora de colher bons frutos
O
ano
de 2020 pode ter marcado, de forma bem interessante,
a evolução dos Seguros de Pessoas no
País. Na área de seguros de Vida com coberturas
de risco, a decisão das seguradoras de conceder indenização
decorrente de mortes causadas pela Covid-19,
apesar da quase totalidade dos produtos do mercado
prever em suas condições gerais a exclusão para pandemia,
foi extremamente benéfica à imagem do seguro
de forma institucional. Afinal, as pessoas enxergaram
que, quando mais podem precisar do seguro, ele estará
à disposição. Além disso, a divulgação dessa concessão
levantou o debate sobre o seguro de Vida, lembrando
à população sua extrema importância. Além desse aspecto,
o distanciamento social incentivou a criação de
novos processos de contratação de seguros de Vida, em
seguradoras e corretoras, o que pode ser visto de forma
bem salutar. A necessidade se aliou à vontade de fazer
diferente e, utilizando tecnologias de ponta, pudemos
assistir a uma grande evolução nas práticas de vendas,
levando ainda à criação de produtos adaptados à nova
realidade. Em 2021 será a hora de colher bons frutos decorrentes
desses dois aspectos, ou seja, maior divulgação
institucional do seguro de Vida, que registrou sua
importância mesmo diante da pandemia, e novas práticas
e novos produtos que, certamente, vão se manter e
até evoluir, proporcionando melhor
produtividade nas vendas.
JOÃO PAULO
MOREIRA DE MELLO,
Presidente do CSP-MG
Consultoria mais precisa
O
desafio do setor de seguros será manter-se
alerta às tendências e transformações, conectado
aos riscos e novas tecnologias para oferecer
consultoria mais precisa aos clientes, atuando na
gestão de riscos e continuidade do negócio. Na AIG,
vemos como tendência aprimorar nossas soluções de
seguros, com coberturas e clausulados adequados às
necessidades dos clientes, com ferramentas digitais
ao corretor e segurado, e manter-nos em contato com
nossas operações em mercados mais maduros para
compartilhar experiência. Ao analisarmos o Brasil,
identificamos produtos chave que devem fazer parte
do planejamento financeiro estratégico das empresas,
segundo setores com mais demanda ou menos
afetados pela crise. A constante ameaça de ataques
virtuais, a vulnerabilidade da economia e da sociedade
como um todo frente a questões de saúde, a
crescente responsabilização das empresas diante das
questões ambientais e sociais e causas climáticas que
têm causado estragos em diferentes
regiões são alguns dos fatores
que afetam a todos, com impacto
direto no setor de seguros.
FABIO PROTÁSIO OLIVEIRA,
CEO da AIG no Brasil
2021: inovação e foco
O
mercado
re/segurador vem demonstrando
grande força e resiliência ao longo dos últimos
anos, apesar da inequívoca instabilidade e dos
desafios causados por fenômenos como inflação
social, tendências adversas de sinistros, mudanças
climáticas e, nos últimos meses, o panorama do ambiente
econômico mundial e suas consequências.
As exposições mudaram, assim como os recursos
financeiros e a tolerância ao risco. As re/seguradoras
vivem um momento único, adaptando-se
por um lado à gestão de riscos atuais e, por outro,
inovando na oferta de soluções. O posicionamento
estratégico das companhias deverá, portanto, continuar
alinhado à otimização de portfólios e processos
e também à divulgação de novos produtos, estruturas
e transferência de risco. Na AGCS, 2021 será o ano
em que consolidaremos o nosso projeto global de
transformação iniciado em julho, aumentando o foco
na excelência técnica adaptada aos nossos mercados
e segmentos-chave, replicando a
força de toda a nossa organização
global nas regiões onde estamos
presentes.
NUNO ANTUNES,
Managing Director AGCS Ibero/Latam
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Atentos ao cliente
Tivemos que nos reinventar, adaptando nossos
negócios, digitalizando processos e trabalhando
constantemente para trazer soluções que
atendam às necessidades e desejos dos nossos clientes,
corretores e assessorias.
O seguro Transporte, por exemplo, foi impactado
positivamente por conta do crescimento do
e-commerce na operação de “last mile”, que passou
a ser realizada por empresas especializadas. Porém,
inúmeras situações novas e não previstas geraram a
necessidade de encontrar um lugar físico para estocagem
do bem e assim garantir a sua integridade e
funcionamento, abrindo novas oportunidades.
Tenho convicção que, de maneira geral, o próximo
ano será de crescimento e de boas oportunidades
de negócios. A Argo Seguros, que é especialista
no desenvolvimento de produtos de nicho, aposta
também no canal parcerias, que é um pilar que não
existia na seguradora e segue em expansão.
Por tudo isso, acreditamos no potencial do
mercado brasileiro e certamente seguiremos criando
soluções específicas de acordo
com a atuação dos nossos
clientes.
MARIANA MIRANDA,
Head de Marine & Corporate
Sales da Argo Seguros
Democratização do acesso
A
pandemia
expôs e reforçou a desigualdade
social no nosso país. Nossa principal missão é
democratizar o acesso a coberturas de seguros
(saúde, auto, vida), contribuindo com a qualidade
de vida da população, sobretudo, de baixa renda.
Nós já estávamos trabalhando no desenvolvimento
de uma alternativa acessível aos planos de saúde,
com o aumento da demanda durante a pandemia,
concentramos nossos esforços no desenvolvimento
do Ôn Vida +, que é um “programa de saúde de
baixo custo”, que contém Telemedicina ilimitada,
atendimento odontológico de urgência e assistência
funeral são alguns dos serviços oferecidos a baixo
custo no modelo assinatura, sem fidelidade e sem
carência. Outros seguros low cost como o seguro
auto rastreado estão programados para lançamento
no próximo ano.
Nós, como uma insurtech que opera em
Open Insurance, acreditamos que a tecnologia aplicada
permite a simplificação de processos, derrubando
barreiras de custos, distribuição, precificação
e customização do produto, por
exemplo. Open Insurance é a chave
para 2021.
JOSÉ CARLOS MACEDO,
Fundador e CEO da Ô Insurance Group
Cenário de oportunidades em seguro auto
Os segmentos afins ao seguro de automóvel, tais
como, fabricação, aluguel e compra de automóveis
e emplacamentos de veículos demonstram
uma tendência de alta. Os brasileiros estão preferindo
alugar e/ou comprar automóveis para se locomover, ao
invés de utilizar ônibus, táxi ou aplicativos.
A carteira de Auto irá se beneficiar disso e as
assessorias de seguros, que respondem por 60% da
produção de Auto no Estado do Rio de Janeiro, estão
capacitadas para atender, com competência e larga experiência,
esta nova onda de protagonismo da carteira.
O total de visitas ao portal de compra e venda
de veículos Webmotors no terceiro trimestre de 2020
foi de 9,5 milhões, crescimento de 16% sobre o segundo
trimestre desse ano. E o mesmo site revela uma alta
do número de propostas comerciais para carros novos
registradas no terceiro trimestre de 2020, em relação ao
período anterior de 41,2%.
A Aconseg-RJ aposta todas as fichas no resgate
da carteira de Auto. E são as parceiras mais experientes
das companhias para tornar o segmento mais robusto
ainda. Só temos motivos para
comemorar a chegada desta nova
e boa fase da carteira de Auto em
nosso País.
LUIZ PHILIPE BAETA NEVES,
Diretor Aconseg-RJ
19
PERSPECTIVAS 2021
OPINIÃO
Atendimento às necessidades dos corretores
2021 promete se manter um ano com muitos desafios,
mas estamos confiantes diante dos investimentos
realizados em pessoas, tecnologia e
inovação desde 2018. O nível de atividade econômica
deve retomar gradualmente, mesmo depois da vacina
contra a Covid-19.
O mercado vem viabilizando produtos e condições
a este cenário que potencializou riscos inerentes
ao dia a dia, vem desenvolvendo novas tecnologias
para facilitar o processo de venda e o órgão regulador
apoiando e fomentando oportunidades que o mercado
brasileiro oferece ao mercado de seguros.
2020 foi um ano de aproveitar oportunidades e
definir as novas tendências. Lançamos produtos com
acesso digital, expandimos nossa capilaridade de distribuição
através de novas assessorias e parcerias, e o
nosso time comercial e de subscritores intensificaram
o relacionamento com o nosso principal distribuidor, o
corretor. Como resultado destas ações, apresentamos
um crescimento de 32%.
Fizemos também nossa estreia em seguro garantia
para atender a demanda que surgirá com os projetos
de infraestrutura e estamos estudando o mercado
de riscos cibernéticos, seguro que conta com forte
demanda diante do aumento de casos de ataques de
hackers e avaliando o mercado de seguro Rural, com
foco no seguro paramétrico importando a experiência
do Grupo neste tipo de seguro.
Estamos preparados para um 2021 com inovação,
tecnologia e com o time Mitsui
Sumitomo para atender diversos
canais, com diversos produtos e estarmos
juntos das necessidades de
nossos corretores.
HÉLIO KINOSHITA,
Vice-presidente da Mitsui Sumitomo
Foto: Marco Torelli
Parcerias para novos negócios
Transformação de longo prazo
Acredito fortemente na evolução de negócios
ecossistêmicos e em como a continuidade
desse modelo será decisivo para o nosso
crescimento. Em 2021 a HDI seguirá atenta a oportunidades
de parcerias e desenvolvimento de novos
produtos e coberturas, principalmente nos segmentos
Auto, Vida, Residencial e Empresarial, que façam
sentido dentro das nossas expertises, levando em
conta a sinergia de potenciais parceiros.
Os investimentos em inovação e em canais
online de atendimento são caminhos consolidados e
que terão presença cada vez maior no processo de
transformação digital da HDI. Nossa atuação seguirá
focada na inovação e no uso da inteligência de dados
para oferecer novas soluções que proporcionem agilidade
e praticidade no dia a dia dos nossos clientes e
corretores, além de buscar novos projetos e parcerias
para melhoria de performance,
ganhos econômicos e diferenciais
de mercado relacionados à
experiência do consumidor.
MURILO RIEDEL,
Presidente da HDI Seguros
Apandemia do novo coronavírus acelerou a digitalização
da indústria de seguros. Na Zurich
avançamos substancialmente neste campo.
Vistorias por celular, uso de chatbots, atendimento
virtual a sinistros, entre outras iniciativas digitais, foram
incorporadas às nossas operações e serão ampliadas
em 2021 e ao longo dos próximos anos, trazendo
mais comodidade e rapidez tanto para os clientes finais
como para os nossos canais de distribuição. Outra
frente de transformação se dará na incorporação
cada vez mais intensa de serviços aos nossos produtos.
O cliente não quer apenas a proteção do seguro,
mas espera contar com serviços que tragam mais segurança
para o seu dia a dia. Vamos avançar na simplificação
de processos e de produtos para melhorar
a experiência do consumidor e dos corretores. 2021
será um ano desafiador, no contexto de pós pandemia.
Mas estamos confiantes que
estamos num caminho promissor
de transformação e de crescimento
no longo prazo.
EDSON FRANCO,
CEO da Zurich no Brasil
20
Mais capilaridade na distribuição
Todos necessitam de proteção
Sou otimista quanto ao desempenho da indústria
securitária em 2021. Isso porque, apesar do
ano atípico e dos enormes desafios impostos
pela pandemia, o mercado de seguros demonstrou
grande resiliência, mantendo os níveis de atendimento
e a oferta de produtos e serviços. Temos condições
de voltar a crescer dois dígitos, considerando
o espírito naturalmente empreendedor dos corretores
e os novos hábitos dos consumidores evidenciados
pela crise sanitária.
Já é possível notar a retomada do ritmo de
obras na construção civil, o que permite reforçar as
carteiras de Riscos de Engenharia e Garantia. No ramo
de Automóveis, a recuperação deve se dar principalmente
no segmento de usados, atendendo a um novo
perfil de condutor que busca alternativas ao transporte
público ainda por conta dos riscos de saúde. Outras
opções de diversificação são os seguros de Vida Individual,
Safras, Empresarial e Riscos Digitais. Em suma,
haverá muitas oportunidades para
aumentar a capilaridade da distribuição
com o apoio da tecnologia
oferecida pelas seguradoras.
JOSÉ ADALBERTO FERRARA,
Presidente da Tokio
2021 será o ano do teletrabalho, da Inteligência
Artificial e incremento dos portais para a Capemisa
Seguradora e também Capitalização. Nosso
foco é manter as operações com uma infraestrutura
tecnológica robusta e as metas de nosso planejamento
estratégico, tático e orçamentário.
Teremos um incremento ainda maior dos meios
digitais de relacionamento, estruturando processos
de automação. A palavra-chave é continuidade com
melhorias, por exemplo, para o cotador da Capemisa
que está sendo atualizado e vai conferir mais velocidade
às implantações das apólices com vantagens para
corretores e clientes.
Em produtos com maior potencial, a Capemisa
destaca a carteira para PME. O foco serão os empreendedores
e empresas deste porte em todo Brasil. O
novo ano renova a percepção de necessidade de proteção
de todos os envolvidos na cadeia produtiva: o
microempresário e seus colaboradores. Para capitalização,
a modalidade Filantropia
Premiável, que cresceu 94,69%, é
a nossa aposta, assim como a categoria
de Incentivo.
JORGE ANDRADE,
Presidente da Capemisa Seguradora
O risco ficou mais próximo em 2020
Além de ensinar a trabalharmos a resiliência para
compreender as relações interpessoais e profissionais,
os últimos meses nos despertou para
uma importância ainda maior sobre proteção e segurança
com relação a nossa vida e a nossa saúde, assim como
daqueles que nos cercam, e aos bens patrimoniais que
conquistamos com muito esforço. Esse período também
remodelou a maneira como nos comunicamos, inclusive
com as empresas, que intensificaram seus canais digitais
para manter a aproximação com os clientes, colaboradores
e parceiros. Vejo que esse é um caminho sem volta.
Dentro desse cenário de pandemia, o mercado
de seguros uniu forças para incluir a cobertura de
morte por Covid-19 nos seguros de vida, algo inédito
até então. Desenvolveu soluções mais acessíveis voltadas
para a Saúde e para o Aluguel, um setor que sentiu
fortemente os impactos da crise. Não deixou de inovar,
pois a inovação está na essência desse mercado. Os corretores,
nossos principais parceiros, foram e continuarão
sendo o elo do segmento com o público final.
2020 não tirou o nosso otimismo. Já atravessamos
vários outros momentos desafiadores e agora
não será diferente. Vejo que a indústria de seguros
passará a ocupar um espaço maior na economia em
2021 e também nos próximos anos, pois operamos
com o conceito de oferta de proteção
e a partir da proximidade do
risco, o que nunca ficou tão claro e
evidente como agora.
ROBERTO SANTOS,
Presidente da Porto Seguro
21
PERSPECTIVAS 2021
OPINIÃO
Coberturas e assistências aprimoradas
Seguro de vida tem papel importante
Notamos, com otimismo, uma mudança no
comportamento dos brasileiros em relação
ao planejamento do patrimônio e à proteção
da família, mais propensos a repensar o nível
de segurança de que dispõem hoje, principalmente
no que toca ao Seguro de Pessoas. As coberturas
de Seguro de Vida Individual, Prestamista e
Educacional endereçam bem a demanda do período
que vivemos em 2020. A tendência para 2021
é que essa conscientização aumente ainda mais,
com maior penetração dos produtos que oferecem
benefícios em vida, como diagnóstico de doenças
graves. Nesse sentido, temos intensificado o movimento
pela disseminação da cultura do seguro e
acompanhado de perto as mudanças de hábitos,
para identificar as reais necessidades dos clientes
e usá-las como drivers no aprimoramento das nossas
coberturas e assistências. Também adotamos
novos modelos de interação e engajamento para
os corretores, gerando proteção, potencializando
ganhos e contribuindo para uma
rede colaborativa e sustentável.
BERNARDO CASTELLO,
Diretor da Bradesco Vida e
Previdência
Mesmo com as incertezas devido à pandemia
em 2020 e a instabilidade da economia, tenho
a certeza que 2021 será um ano desafiador
para o mercado segurador. A queda da renda
dos segurados, as mudanças regulatórias, o novo
hábito de consumo e o aumento do desemprego, é
uma preocupação para os brasileiros. Mesmo com as
dificuldades, existem chances de o setor crescer no
seguro de pessoas, pois os números comprovam que
essa modalidade ultrapassou o seguro de automóvel
faz tempo. O seguro de vida tem um papel importante
na vida das famílias e na verdade, ninguém quer
deixar um ente querido desamparado.
O momento é de planejar todas as ações e, até
mesmo, rever o planejamento quantas vezes forem
necessárias. Seguradoras precisam estar em sinergia
com seus parceiros de negócios, com a finalidade de
dar todo suporte necessário aos corretores, nos fechamentos
das apólices e na condução das negociações.
Além de tudo, temos a tecnologia e as soluções inovadoras,
colaborando constantemente
para um aprimoramento
de toda experiência com o cliente,
que está cada vez mais exigente.
FAUSTO DOREA
Clube dos Seguradores da Bahia
Cenário desafiador continua
A
crise na saúde despertou ainda mais reflexão e
conscientização a respeito da vulnerabilidade
e finitude da vida, abrindo espaço para que o
mercado de seguros, especialmente os de vida, tenha se
mantido resiliente à pandemia e com ainda mais expectativa
de crescimento ao longo dos próximos anos.
Apostamos no desenvolvimento de programas
que tragam não só os benefícios da proteção financeira
dos seguros diante de imprevistos, mas que também incentivem
o bem-estar e hábitos saudáveis dos clientes,
a partir do conceito de saúde global, que envolve saúde
física, mental e financeira. A Prudential do Brasil, inclusive,
lançará em parceria com a Vitality um programa com
este foco, no primeiro semestre de 2021. Por fim, acreditamos
no potencial da oferta personalizada de conteúdo,
aumentando o conhecimento de nossos clientes
e apoiando o amadurecimento de consumidores e do
próprio mercado.
Essa visão de modernização do setor somada
ao grande potencial dos nossos canais de distribuição
de seguros de vida, que são altamente qualificados e
especializados, serão o elo fundamental para o nosso
destaque no mercado de seguros no ano que vem,
principalmente quando falamos em
produtos exclusivos, de longo prazo
e alto valor agregado, como os seguros
de vida da Prudential do Brasil.
DAVID LEGHER,
Presidente e CEO da Prudential do Brasil
22
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
CORRETOR DE SEGUROS
Há muito a
O MERCADO SEGURADOR
FAZ A SUA PARTE AO
EXPOR AO CONSUMIDOR DE
SEGUROS A IMPORTÂNCIA
DO PLANEJAMENTO
FINANCEIRO PARA
UM FUTURO COM
RESPOSTAS PRECISAS
AOS IMPREVISTOS.
MAS REPRESENTANTES
DO MERCADO E
ESPECIALISTAS SÃO
CATEGÓRICOS AO AFIRMAR
QUE, EMBORA SE CAMINHE
NESSE SENTIDO, AINDA
HÁ MUITO A SER FEITO
PARA QUE O BRASILEIRO
INCORPORE AO SEU DIA
A DIA A CULTURA DA
PREVENÇÃO FINANCEIRA
André Felipe de Lima
Não está sendo fácil para pessoas e empresas. A pandemia
da Covid-19 abalou as estruturas sociais de forma contundente.
Para muitos, ela foi ainda mais perniciosa. Além de
perder entes queridos, famílias inteiras se depararam com a economia
do dia a dia severamente comprometida. Além da escalada do
desemprego, a renda ficou dramaticamente escassa e fez com que a
maciça maioria da população percebesse a pobreza batendo à sua
porta. Por outro viés, a crise econômica oriunda do estrago social
desencadeado pelo coronavírus instigou muitos a protegerem de
infortúnios tanto a família quanto o patrimônio.
A lição foi duramente passada.
Daqui em diante, todos, inexoravelmente,
teremos de internalizar conceitos de
educação financeira. Mas há muito a ser
feito nesse sentido, como aponta estudo
da Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE) realizado
dois anos atrás em 30 países e que
sinaliza que o brasileiro está bem abaixo
da média mundial de conhecimento de
23
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
CORRETOR DE SEGUROS
A primeira grande lição é em relação à
imprevisibilidade. O mercado de seguro de vida atua
analisando, avaliando e protegendo a sociedade
perante os riscos aos quais todos estão expostos. É,
no entanto, inerente à cultura do brasileiro, acreditar
que tais situações nunca acontecerão com eles.”
NILTON MOLINA, da Mongeral Aegon
conceitos básicos financeiros e que 30%
da população não são poupadores, ou
seja, não mantêm qualquer fundo de reserva.
Mais recentemente, uma pesquisa
realizada com 1500 pessoas e encomendada
pelo XPeed, veia educacional do
grupo XP Inc., ao Instituto Locomotiva,
aponta que três em cada dez brasileiros
passaram a atrasar mais o pagamento de
contas durante a pandemia e 51% disseram
estar insatisfeitos com a situação
financeira atual.
A postura parece, contudo, estar
mudando. Do total dos entrevistados
pelo Locomotiva, 41% responderam
que ao longo da pandemia passaram
a pesquisar sobre planejamento financeiro.
Quase a metade (47%) disse que
a pandemia é quem os estimulou a conhecer
mais sobre educação financeira
como planejamento para o futuro. Mas
há um dado preocupante identificado
no estudo: apenas 8% dos entrevistados
acertaram todas as respostas de um rol
de perguntas sobre investimentos primários.
Mas quase todos (90%) querem
conhecer mais sobre modelos que os
ensinem a planejar o futuro.
Presidente do Instituto de Longevidade
Mongeral Aegon e membro titular
do Conselho Nacional de Previdência
Complementar (CNPC), Nilton Molina
lamenta haver no Brasil uma forte cultura
e motivação para que a população não renuncie aos gastos do
presente para um planejamento de médio e longo prazo. “Esta pesquisa
(do Instituto Locomotiva) é reflexo disso. A primeira grande
lição é em relação da imprevisibilidade. O mercado de seguro de
vida atua analisando, avaliando e protegendo a sociedade perante
os riscos aos quais todos estão expostos. É, no entanto, inerente à
cultura do brasileiro, acreditar que tais situações nunca acontecerão
com eles. Acrescemos a este contexto, ainda, que há no país uma
baixa compreensão em torno da importância do planejamento financeiro.
Desta forma, a pandemia mostrou a população que realmente
há imprevistos e riscos no nosso dia a dia e que, na maioria
das vezes, são invisíveis, mas que, com um plano de seguro de vida,
podem ter o risco financeiro mitigado. Entendo que a pandemia
tende a favorecer o desenvolvimento de uma visão mais previdente
e consciente do brasileiro, o que, consequentemente, terá reflexos
positivos no mercado de seguro de pessoas.”
O que Molina anseia e aponta é o mercado de seguros deve
crescer quando os preceitos da educação financeira encurtar a jornada
de conhecimento do brasileiro. Para o diretor de Vida, Previdência,
Capitalização e Odonto da Mapfre, André Serebrinic, ainda há
muito espaço para o segmento segurador avançar no Brasil. Como
frisa o executivo, o Brasil é, hoje, o oitavo país com o maior potencial
para o mercado segurador nos segmentos Vida e Não-Vida, entre as
96 nações pesquisadas no Índice Global de Seguros Potenciais (GIP),
elaborado pela Mapfre Economics. “Estima-se que o mercado segurador
brasileiro poderia ser 2,6 vezes maior. Atualmente, por exemplo,
apenas 30% da população brasileira tem seguro de carro, 15%
tem apólice residencial, 8% tem seguro pessoal e 10% das PME’s possuem
apólice de proteção”, ressalta Serebrinic.
Com as pequenas e médias empresas, realmente parece não
ser diferente em relação à população em geral no país. Elas precisam
estar mais atentas para a importância do seguro. “Ainda há
um longo caminho a percorrer. Atualmente, apenas 10% das pequenas
e médias empresas possuem um seguro. Não ter uma proteção
pode colocar em risco a viabilidade do negócio em caso de
adversidade, por isso, é tão importante que as empresas comecem
a olhar para essa questão o quanto antes e insiram os seguros em
seus planejamentos de médio e longo prazo”, sugere o executivo
da Mapfre.
24
A flagrante incipiência da educação financeira no país vem
sendo considerada por empresas de diversos setores, especialmente
o securitário, e por órgãos públicos. Durante a 7ª Semana Nacional
de Educação Financeira, realizada de 23 a 29 de novembro, o
presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, revelou
um projeto, desenvolvido em parceria com a Federação Brasileira
de Bancos (Febraban), que poderá deflagrar uma possível mudança
de rumo para identificar em que estágio se encontra a economia do
cidadão. A partir de outubro de 2021, bancos oferecerão ao cliente
uma plataforma de educação financeira. Uma pesquisa preliminar
com 10 mil brasileiros vem sendo realizada pelo BC para avaliar a
implantação do programa.
O BC já havia implantando uma página em seu portal onde
orienta sobre a educação financeira em tempos de coronavírus.
Mais alvissareiro ainda é o projeto Aprender Valor, também do
BC, cuja meta é levar às escolas públicas de ensino fundamental
conceitos de educação financeira. Anunciado em janeiro, o projeto
vem sendo testado no Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Pará e Paraná e deverá ser expandido aos outros
estados no segundo semestre do próximo ano, atingindo cerca de
21 milhões de estudantes em escolas públicas de Norte a Sul, o
setor de seguros está atento a esse curso. “Não existe uma receita
de bolo. As pessoas precisam entender que imprevistos acontecem
com pessoas de 20, 30, até com as que têm mais de 100 anos.
Portanto, o planejamento financeiro deve existir em todas as idades.
A grande questão que temos que trazer é pensar em quais as
coberturas que fazem sentido para cada um em sua determinada
fase da vida. Um jovem precisa ter uma cobertura de morte caso
tenha pessoas que dependam financeiramente dele, como pais,
cônjuges ou filhos, por exemplo", ensina Molina.
POR QUE IMPORTA O SEGURO?
Hoje, não há dúvida de que o seguro deva integrar um amplo
plano de educação financeira no país. Haja vista a presença da
Superintendência de Seguros Privados (Susep) no Comitê Nacional
de Educação Financeira (Conef), órgão que norteia a Estratégia Nacional
de Educação Financeira (Enef), que tem entre seus articuladores
a própria Susep, a Confederação Nacional das Seguradoras
(CNseg), a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor)
e a Escola de Negócios e Seguros (ENS). “Nós temos defendido um
olhar particularizado para a Educação em Seguros, que reforça os
fundamentos do seguro, como mutualismo, gestão de risco, entre
outros que são diferentes dos fundamentos do setor financeiro de
forma mais ampla. Em razão disso, todos os anos a CNseg participa
ativamente da Semana ENEF, por ser uma oportunidade de divulgar
ações institucionais e do mercado no plano da educação”, analisa o
presidente da CNseg, Marcio Coriolano.
No caso da CNseg, especificamente, avança o programa Educação
em seguros, criado em 2016, e um dos tentáculos da Enef. “O
programa avançou muito, tornando-se uma plataforma que passou a
agregar todo o trabalho que já era feito pela CNseg e foi intensificado
a partir dele. Sob a bandeira da educação em seguros, que sempre
teve o nítido intuito de diferenciar os fundamentos do nosso setor
ANDRÉ SEREBRINIC, da Mapfre
daqueles tratados de forma ampla pela
agenda de ‘educação financeira’, pudemos
fortalecer as ações de comunicação
da CNseg com a criação da rádio e, mais
recentemente, dos podcasts e inserção da
Confederação nas redes sociais. Também
produzimos conteúdo qualificado por
meio dos livretos de educação em seguros,
uma série em permanente evolução. E
consolidamos a estrutura de diálogo com
os Procons de todo o Brasil, por intermédio
dos colóquios de proteção do consumidor
de seguros. Essas são algumas
ações de destaque do programa nesse
período”, antecipou Coriolano.
O trabalho vem sendo feito e os
frutos começam a ser colhidos com a
MARCIO CORIOLANO, da CNseg
25
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
CORRETOR DE SEGUROS
bom exemplo: com a nova rotina doméstica, assistências que antes
eram desconhecidas até por quem já tinha o seguro passaram
a ser mais valorizadas, como help desk de informática. Estamos em
um momento de oportunidade para a oferta de produtos que sejam
relevantes para a vida dos consumidores. A reabertura das discussões
com a Susep sobre o microsseguro também sinaliza nesse
sentido”, completa o presidente da CNseg.
Molina explica ser o seguro a “primeira grande porta” de entrada
para o brasileiro perceber que precisa olhar para o seu dinheiro
no presente e no futuro. “Neste aspecto, o mercado de seguros
tem um importante papel quando pensamos no planejamento financeiro
de curto, médio e longo prazos com a gestão dos riscos
aos quais qualquer pessoa está exposta: morte, invalidez, bem-estar
e sobrevivência”, avalia o especialista.
ROBERT BITTAR, da ENS
crescente adesão das companhias do
setor ao programa Educação em Seguros,
da CNseg. “A crescente participação
das seguradoras na Semana Nacional
de Educação Financeira, fortalecendo
a vertente da educação em seguros, é
evidência do engajamento das seguradoras.
No seminário promovido pela Susep
na Semana ENEF, vimos que a própria
autarquia compreendeu a proposta
de educação em seguros e chancelou o
conceito”, reforça Coriolano, para quem
as pessoas estão, hoje, mais atentas às
diferentes estratégias de proteção financeira,
buscando entender melhor as coberturas
e serviços oferecidos pelo setor
de seguros. “O seguro residencial é um
SONIA MARRA, corretora
CORRETOR ABERTO PARA UM NOVO MUNDO
E o corretor nesse cenário? Até que ponto pode-se afirmar
que ele pode desenvolver uma nova habilidade, capacitando-se
como agente de distribuição do mercado financeiro para poder
vender, além de produtos de seguros, também investimentos, atendendo
de forma mais completa o consumidor? Para Coriolano, a iniciativa
pode ser viável ao se aproveita a capilaridade oferecida pelo
corretor de seguros. “Chamo a atenção apenas para que o corretor,
caso vitoriosa a iniciativa, sempre busque diferenciar, para o cliente,
os fundamentos e distintas características de produtos securitários
e financeiros”, sugere.
Molina, da Mongeral Aegon, entende que o consumidor
atual é mais consciente em torno de uma composição assertiva de
planejamento financeiro, envolvendo em sua cesta produtos de seguro,
previdência e investimento. No mesmo cenário — enfatiza o
especialista — percebem-se grandes players e corretoras ampliando
o seu portfólio de soluções e passando a oferecer cada vez mais soluções
em seguro de vida. “Entendo que este é um caminho natural
também para os corretores de seguro. Ou seja, que, no futuro, eles
passem também a ofertar soluções de investimento”, completa Molina,
ponderando, todavia, que a Mongeral Aegon já investe em ações
de promoção da educação financeira junto à sociedade, como, por
exemplo, o blog e simuladores desenvolvidos pela seguradora,
além de uma série de conteúdos criados também pelo Instituto de
Longevidade Mongeral Aegon, cujo portal alcança, hoje, cerca de 1
milhão de pessoas por mês. “Junto aos corretores e parceiros, contamos
com a MAG Universidade. “Apenas de março a agosto deste
ano, foram mais de 50 mil horas de treinamentos ministrados para
corretores. Estes profissionais também contam com o acesso a uma
ampla gama de mais de 300 cursos disponíveis na plataforma da
universidade corporativa da companhia”, endossa Molina.
Considerando o programa da CNseg descrito por Coriolano,
fica evidente que a educação financeira, sobretudo agora em meio
ao caos socioeconômico provocado pela pandemia, é o melhor caminho
para difusão em massa da cultura de proteção securitária
e, consequentemente, de novos consumidores de seguros. O presidente
da Escola de Negócios e Seguros, Robert Bittar, é um dos
que concordam com essa tese: “Não há dúvida em relação a isso. A
26
educação financeira é essencial para que uma sociedade prospere,
para que as pessoas possam realmente ter uma vida futura de forma
planejada. Quando você tem também um ambiente de crédito
sendo oferecido fartamente pelas instituições, a percepção é muitas
vezes equivocada de que os juros estão baratos. Está barato em
relação a quê? Está barato em relação ao passado. Não é barato.
Então, isso precisa entrar no exercício cotidiano das famílias, das
pessoas, de quanto isso impacta na sua renda. Qual o nível de sua
renda que já está comprometida com itens essenciais? Alimentação,
transporte, vestuário, educação, saúde... é muito comum perceber
famílias irem assumindo compromissos contando com melhores
dias ali na frente e vem um ambiente desses de isolamento
social que tira o chão. Esse choque é educativo.”
Bittar faz, entretanto, uma ressalva: é preciso difundir ainda
mais entre os corretores a capacitação como agende de distribuição
do mercado financeiro. “Acho muito ruim, em todas as situações, se
generalizar. Se nós temos hoje 100 mil corretores atuantes no Brasil,
não é de se imaginar que estes 100 mil se transformarão em agentes
autônomos de investimento. Não. Mais uma vez é uma oportunidade
que se cria, uma oportunidade que se disponibiliza, mas somente
um extrato desse universo é que vai buscar. ”, afirma Bittar,
que completa: “O corretor, primeiramente, precisa ter o desejo de
atuar também nesse segmento. A partir do momento em que tem
esse desejo, que identifica na sua carteira de clientes oportunidades
de atuação nesse seguimento, ele terá de adquirir conhecimento,
buscar aprendizado, e aí é só o cotidiano, o dia a dia, o êxito que
ele possa ter nessa empreitada é que vai fazer vingar ou não. Eu,
pessoalmente, não me interessei pela matéria, mas meu filho se interessou.”
A ENS participa ativamente da Semana Nacional da Educação
Financeira. No dia 24, a escola promoveu uma live em seu canal
no YouTube sobre o tema Cuidando das suas finanças, com o
professor da ENS e especialista no assunto Ildebrando Neres Júnior.
Além disso, há diversos cursos afinados com a educação financeira,
como Gestão Financeira, Mercado Financeiro, Análise Financeira e
de Investimentos, Cenários Econômicos e Tendências, Finanças e Investimentos,
Finanças Pessoais em Tempos de Crise e Planejamento
da Aposentadoria. Além da grade que incorpora premissas da Enef,
a ENS estimula o corretor de seguros a perceber as oportunidades
de negócios que tem com seus clientes, tornando-se um consultor
financeiro, um agente autônomo de investimento. “São cursos nos
quais a escola prepara os profissionais de mercado para atuarem assim”,
diz Bittar.
Para ele, o seguro em si é item indissociável da educação financeira.
“O que quero dizer com isso? Se você consegue adquirir
um automóvel, tem de se considerar que a preservação desse patrimônio
é um custo adicional. Tem que colocar numa planilha, além
das obrigações fiscais, emplacamento, tudo mais, nós temos de colocar
na planilha o seguro, pondera Bittar.
Para Serebrinic, da Mapfre, o corretor tem um papel essencial
nessa jornada para mostrar ao consumidor as possibilidades de proteção
disponíveis, com o cuidado de apresentar uma oferta personalizada.
Diante disso — enfatiza o executivo —, torna-se ainda mais
fundamental o papel consultivo do corretor,
de verdadeiro parceiro e educador
financeiro do cliente. Para isso, o corretor
precisa se preparar, conhecer as melhores
soluções de proteção e investimentos e
recomendar aos seus clientes. “Além disso
precisa conhecer de legislação, como
a nova previdência, e como funciona a dinâmica
do mercado financeiro. No final, o
que o cliente quer é alguém para se consultar
e confiar, e que sempre esteja atualizado
com os novos acontecimentos do
mercado e que ajude o cliente a tomar as
melhores decisões”, diz Serebrinic.
A VOZ DE QUEM ESTÁ NA
LINHA DE FRENTE
Com muitos anos de experiência
no mercado, a corretora Sonia Marra, não
abre mão dos conceitos de educação financeira
em seu dia a dia profissional.
“Apesar de não ser uma tarefa fácil no dia
a dia, empregar conceitos da educação financeira
nos permite provisionar melhor
os custos e alcançar os objetivos. Educação
financeira envolve fatores financeiros
e emocionais, nos ajuda a avaliar se
a compra de determinado produto ou
serviço é realmente necessária. É notório
que quando controlamos receitas e despesas
no orçamento, conseguimos economizar
para investir, o que nos permite
um futuro com mais tranquilidade.”
Para a experiente corretora, aprender
com situações adversas é o que previne
a todos de cometer os mesmos erros
no futuro: “Com a crise da Covid-19, muitos
brasileiros viram seus salários reduzidos
ou até mesmo suspensos. Buscar
proteção financeira através de seguros
passou a ser uma alternativa para compor
o planejamento”. O mercado de seguros
brasileiro, embora com indicadores ainda
abaixo do que realmente possa atingir,
comprometeu-se com essa premissa, e
vem atuando para incluir, definitivamente,
o seguro na pauta econômica do país.
Educação financeira e seguros tornaram-
-se premissas indissociáveis de qualquer
estratégia de mercado e, especialmente,
de sustentação para que o brasileiro olhe
para seu futuro com a convicção de dias
tranquilos e mais felizes.
27
MUNDO DIGITAL
CICLIC
Três anos
de inovação
no mercado
de seguros
A DISTRIBUIÇÃO 100% DIGITAL
DE SEGUROS AINDA É UM
FEITO PARA POUCOS. A CICLIC
INVESTIU NISSO, CONSEGUIU
MAIS EXPERIÊNCIA E JÁ
COMEÇA A COLHER OS FRUTOS
DESTE MERCADO EM EXPANSÃO
Kelly Lubiato
Digital e inovação são palavras
que facilmente cabem em uma
mesma sentença. As empresas
que investiram neste setor e estudaram
como funciona a cabeça do novo consumidor
começam a colher frutos. O perfil
digital dos consumidores ganhou ainda
mais força durante a pandemia e esta é
uma tendência que deve continuar nos
próximos anos.
Desde 2018, quando lançou o seu
primeiro produto, uma previdência privada
100% digital, a Ciclic investiu em uma
plataforma robusta e ágil, com capacidade
para inovar com velocidade, seguindo
o perfil que uma insurtech deve ter.
Ao fazer isso, a empresa começou
a entender, na prática, o funcionamento
da cabeça do consumidor no ambiente
digital, seu perfil, seu comportamento
de compra e seus hábitos. “Em 2019 começamos
a lançar produtos de seguro,
iniciando pelo seguro viagem. No primeiro
ano atingimos 3% de market share
olhando o mercado como um todo. Estimamos
que na venda digital representamos
mais de 30%”, comemora Raphael
Swierczynski, CEO da Ciclic. Vale ressaltar
que a maioria das empresas que comercializam
o seguro viagem utilizam todos
os meios de distribuição, principalmente agências de viagem. A proposta
da insurtech foi atender o cliente com disponibilidade e conveniência,
a qualquer momento - inclusive possibilitando a compra
quando ele esta embarcando no avião.
Ainda em 2019 foi lançado o seguro para celulares e este já
está entre os principais mercados da empresa. “Somos a empresa
que mais vende seguro para celulares com jornada 100% online”,
confirma Swierczynski. Este movimento reflete uma preocupação
da sociedade com os danos que os aparelhos possam sofrer, pois
o seguro cobre, além de roubo e furto, a quebra do aparelho e os
danos causados por líquidos.
PRODUTO CUSTOMIZÁVEL
Já em fevereiro de 2020, a Ciclic lançou o seu primeiro produto
totalmente customizável, um seguro residencial, com coberturas
flexíveis que podem ser ajustadas de acordo com cada necessidade
dos clientes. “Nós conversamos muito com os clientes e fazemos
muitos testes (A/B, rápido) para entender o que funciona para o
consumidor e o que é melhor na prática. Um produto customizável
é mais bem aceito pelo consumidor”, pontua. “Usamos Inteligência
Artificial para sugerir um primeiro desenho utilizando o endereço
fornecido pelo cliente no momento da cotação.”
Com a pandemia, a Ciclic buscou produtos que pudessem
contribuir para o novo momento da sociedade. Assim, surgiram os
produtos de crédito e o produto saúde. “Nós queremos entender
que tipo de produto é valorizado pelo consumidor, pensando em
uma proteção mais abrangente. Estamos avaliando em nosso pipeline
quais produtos geram mais valor para o consumidor e, para 2021,
já temos mais três pensados para nossa plataforma - sempre conversando
com os clientes.
28
O próximo desafio da empresa é co-relacionar os produtos,
entendendo como o cliente entra na plataforma e quais produtos
realmente fazem sentido para a realidade de cada um. A Ciclic quer
sair deste movimento de ofertar tudo para todo mundo. Seu objetivo
é direcionar campanhas programáticas, utilizando Inteligência
Artificial e um bot automatizado para venda via WhatsApp - já em
funcionamento.
“O cliente chega até a empresa e cota algum produto, posteriormente
nós fazemos um contato automaticamente para direcioná-lo
na jornada de quatro dos nossos produtos: saúde, viagem,
celular e residencial”. A venda automatizada esta sendo ‘treinada’
para ficar cada vez mais inteligente, entendendo as demandas dos
clientes.
A empresa oferece também um aplicativo de carteira de seguros,
que guarda os dados e faz a gestão da carteira de apólices do
consumidor. Isso dentro de todas as normas da Lei Geral de Proteção
de Dados. O cliente baixa o aplicativo na loja da sua operadora
e compartilha os dados das suas apólices com a Ciclic - que sobe
as informações de forma estruturada. A Ciclic informa vencimentos,
gama de produtos, permite que o cliente acione suas apólices diretamente
do App - independente da seguradora e corretora que vendeu
o produto etc. Sempre visando conveniência para os usuários.
A base de informações que a Ciclic acumula será útil para entender
cada tipo de pessoa. “O mercado tratava todo mundo como
igual. Depois, com o questionário de avaliação de risco, ele passou
a tratar em grupos, mas a tendência é partir para o atendimento
customizado e com precificação personalizada”, avalia Swierczynski.
Este movimento é imprescindível pois a penetração do mercado
de seguros na sociedade ainda é muito baixa, porque as pessoas
não conhecem o modelo ou não encontram produtos que verdadeiramente
atendam às suas necessidades. O CEO sentencia: “o
produto tem que ser compatível com as necessidades de cada um”.
COMO SERÁ O FUTURO?
Apesar de algumas pessoas crerem que os mais jovens são
menos preocupados, isso não é uma verdade absoluta, principalmente
no período pós-pandemia. Segundo Swierczynski, para atrair
a atenção das pessoas, é preciso mostrar o produto de forma clara e
transparente - demonstrando por que o cliente deveria contratá-lo
- que problema este produto resolve na vida dele? “O caminho natural
do cliente quando pensa em adquirir um produto é procurar nas
redes de busca - e aí entra a mídia programática - onde buscamos
aparecer para aqueles consumidores que tem o perfil dos nossos
clientes, onde acreditamos que podemos ser relevantes para ele.
Assim, ele é atraído para a página da Ciclic e, conseguimos mostrar
os principais atributos dos nossos produtos. Importante também
sempre evoluirmos no ranking orgânico das buscas, pois os clientes
estão começando a entender que estas são as empresas mais relevantes
do segmento.
“Nós vamos criar um Índice de Proteção Ciclic, para indicar
qual a necessidade de cada cliente, apresentando a ele as alternativas
possíveis e desejáveis”. A pandemia trouxe a preocupação de
que as pessoas precisam se preparar para o imponderável - que não
RAPHAEL SWIERCZYNSKI, da Ciclic
conseguimos controlar tudo ao nosso redor.
Por isso, no pós-pandemia os consumidores
devem buscar ainda mais sobre
as possibilidades de proteção. Além dos
seguros relacionados à vida, a cobertura
para saúde será ainda mais demandada,
principalmente porque as pessoas sentiram
na pele a diferença de se ter acesso
a saúde através de um plano privado e o
surgimento de novas alternativas, como
da própria Ciclic, abriram novas oportunidades
para a maior parte da população.
“Fora das grandes operadoras, o
mercado de saúde despertou para essa
parcela de aproximadamente 80% das
pessoas que não têm plano de saúde.
Este é um setor que vai crescer muito,
principalmente com o surgimento de
novas healtechs. Elas trazem em seu escopo
novidades que podem incluir novos
consumidores ao setor de saúde”, prevê
Swierczynski.
As pessoas migraram para o digital
e a pandemia foi um fator de aceleração
para esta tendência, que deve continuar
em 2021. “Vejo que produtos por demanda
(pay per use) e os riscos cibernéticos
para pessoas físicas devem ser tendência
também, pelo risco de fraudes usando as
informações que todos nós carregamos
nos nossos celulares frequentemente”,
avalia o CEO da Ciclic. O digital traz como
desafio atrair mais consumidores para o
mundo dos seguros, entendendo os diferentes
perfis, simplificando a jornada do
cliente e oferecendo produtos mais aderentes
às suas necessidades”.
29
PRODUTO
SEGURO SAÚDE
Como será
o amanhã?
O MERCADO DE SAÚDE ESTÁ
MUDANDO, E ISSO ACONTECE NO
MUNDO INTEIRO. NO BRASIL NÃO
SERIA, OBVIAMENTE, DIFERENTE.
PLANOS DE SAÚDE E SEGURO PARA
ESSE NICHO ESTÃO SE ADEQUANDO
A UMA NOVA REALIDADE IMPOSTA
PELA COVID-19. NOVAS COMPANHIAS
E HEALTHTECHS EMERGEM EM MEIO
À PANDEMIA, MAS AINDA HÁ MUITO
A SER DISCUTIDO, ESPECIALMENTE
SOBRE ASPECTOS REGULATÓRIOS
QUE ENVOLVEM, ENTRE OUTROS
SERVIÇOS, A OFERTA DA
TELEMEDICINA. O QUE VIRÁ EM 2021
SE PRESSENTE, MAS COM CAUTELA E
SEM CERTEZAS ABSOLUTAS
André Felipe de Lima
A
Constituição Federal não tergiversa.
O artigo 196 da Carta
Magna determina, entre outros
aspectos, ser a saúde dever do estado. E
ponto. Mas a pandemia pôs a prova se
esse dever está sendo cumprido e escancarou
de vez mazelas de décadas, e
notoriamente conhecidas, que envolvem
o Sistema Único de Saúde (SUS), que tenta
cumprir a árdua missão de garantir a
proteção do cidadão brasileiro em meio
ao avanço descomunal do coronavírus.
Quem mais sofre com tudo isso é uma
imensa camada populacional desassistida
e também distante do suporte que
poderia receber da saúde complementar,
contando com acesso a planos médicos
e seguros de saúde, cujos preços permanecem
elevados. Estima-se que cerca de
180 milhões de brasileiros encontram-se
distantes da saúde privada, um número
que, inexoravelmente, deverá aumentar com a crise econômica intensificada
pelo fim do auxílio emergencial em dezembro e do elevado
e crescente índice de desemprego.
Com aval da Agência Nacional de Saúde (ANS), a saúde complementar
tenta buscar mecanismos para desonerar o SUS. Novas
empresas foram habilitadas, sobretudo as ditas healthtechs, a ingressar
nesse mercado justamente no olho do furacão. Paralelamente,
o Conselho Federal de Medicina cedeu à pressão exercida
pela Covid-19 e, enfim, mesmo que ainda sem uma regulamentação
definida, autorizou em março o uso da telemedicina em todo
território brasileiro. Mas tudo isso ainda é pouco.
Para atrair o imenso público sem cobertura da saúde complementar,
o mercado vem oferecendo planos médicos populares com
preços mais baixos — pleito antigo da Federação Nacional de Saúde
(FenaSaúde) e em debate antes mesmo de a pandemia chegar ao
país — e cartões de desconto — liberados pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade) após exaustiva discussão sobre
30
sua comercialização. É um primeiro e importante passo para democratizar
o acesso à saúde complementar. São, inegavelmente, alternativas
viáveis, porém bastante embrionárias e que ainda esbarram
em excesso regulatório por parte da própria ANS, como apontam
alguns representantes do mercado ouvidos por Apólice. Paralelamente
a essa preocupação com regras em larga escala, há um temor
reinante no setor em relação ao avanço de companhias no mercado
da saúde que estão à margem das determinações da ANS, receio
revelado no 23º Congresso Internacional Unidas pelo presidente da
FenaSaúde, João Alceu Amoroso Lima, durante o painel Perspectivas
para a Saúde Suplementar no Brasil: “Não oferecem internações
nem os tratamentos cobertos pelo rol de procedimentos da ANS e
impostos às operadoras. São iniciativas bem-vindas, mas queremos
regras iguais para os players.”
Qual, afinal, o impacto da entrada de novos tipos de planos
de saúde no setor e de produtos, como, por exemplo, os cartões
de desconto e os modelos de coparticipação? Quem é quem nesse
novo contexto de mercado desenhado
a partir da pandemia? Sócio-fundador
da Clude e fundador da Barela, uma das
maiores distribuidoras de planos e de seguros
de saúde no Brasil, Marcio Mantovani
acredita que o impacto dos cartões
de desconto é positivo e ajudará todo o
sistema de saúde, porém — frisa ele —
é preciso diferenciar alguns aspectos
nesse novo contexto de mercado. “Não
são planos de saúde, na verdade, são alternativas
para quem não pode ter um
plano de saúde. Os cartões de desconto
vêm para preencher uma lacuna que
está entre as pessoas que podem ter um
plano de saúde ou que têm um plano de
saúde pelas suas empresas e as pessoas
que estão dependentes do SUS”, diz o
executivo, com 25 anos de experiência
na área da saúde.
Na mesma linha opinativa está o
sócio e Chief Business Officer (CBO) da
Avus, Francisco Dias Duarte, para quem,
além de mais opções para o consumidor
e aumento de concorrência, ampliou-se
a qualidade do serviço. “Os cartões de
desconto e as plataformas digitais oferecem
preços mais competitivos que os
planos de saúde, então acabam atingindo,
como no caso da Avus, uma camada
que não consegue arcar com os custos
de um plano de saúde e também não
quer ficar esperando na fila do SUS para
fazer uma simples consulta ou até mesmo
um exame de baixa complexidade”,
pondera Duarte, completando: “Não somos
uma operadora, um plano de saúde.
Nós não somos regulados pela ANS.
Estamos num outro enquadramento. A
Avus, por exemplo, não possui internação,
então nós não somos um plano de
saúde. Deixamos isso bem claro. Mas,
da mesma forma, somos uma opção
muito interessante para quem não tem
condições de arcar com um plano de
saúde, mas está atrás de benefícios, está
buscando acesso a consultas e exames
de baixa complexidade, além de outros
benefícios, como descontos muito
agressivos em farmácias, procedimentos
odontológicos e também em medicina
de apoio, como psicologia e fisioterapia.
As plataformas de benefícios agregam
31
PRODUTO
SEGURO SAÚDE
MARCIO MANTOVANI, da Barela
valor à cadeia da saúde, no ecossistema,
que é o termo que eu avalio como mais
adequado hoje nesse novo mercado da
área da saúde.”
SACUDIDA NO MERCADO
A pandemia mexeu rigorosamente
em todos os aspectos possíveis do
mercado de saúde, e em todos os segmentos,
sem distinção. Mexeu com a
vida de todo mundo de uma forma muito
hostil. Novas entrantes, sejam elas
reguladas ou não pela ANS, articulam-se
para atender uma demanda reprimida
no país antes mesmo de a pandemia
eclodir. Mas a concentração no setor
permanece, com grandes players à frente
da saúde complementar, embora haja
uma pulverização de ofertas por conta
dessas novas entrantes. “A pandemia
trouxe muita coisa nova, muita alternativa
nova. Na verdade, não vejo uma
descentralização dos planos de saúde
no Brasil. Há cada vez mais uma consolidação
dos planos de saúde. Na verdade,
a consolidação provoca a concentração.
Você pega empresas como Hapvida e
Grupo NotreDame Intermédica (GNDI)
comprando outras empresas do setor.
São esses os principais compradores.
Ao invés de haver uma descentralização
pela entrada de empresas novas no setor,
como algumas healtechs que estão
surgindo, vejo uma centralização ainda
maior neste momento em planos de
saúde”, avalia Mantovani, ponderando
ser necessário, contudo, uma avaliação mais minuciosa do contexto
para compreender quais e quantos novos produtos vêm surgindo
nos últimos meses como resposta à Covid-19. “A gente precisa,
primeiramente, conseguir separar os tipos de produtos que existem
para fazer uma análise aprofundada, por que há os produtos
que são os planos de saúde e as seguradoras, que estão aí com
muita regulação para operar, que dificulta as novas ofertas de serviços
dessas companhias, e há as healtechs que estão trazendo
soluções fora da caixa, estão fora da regulação e proporcionando
algumas ideias de produtos.”
Um fato é concreto: as empresas estão olhando para custo.
Pelo menos é o que percebe Duarte, da Avus: Uma plataforma de
benefícios tem um valor muito mais competitivo, como no caso da
Avus. É claro que dependendo do porte da empresa, ela vai precisar
— até por questões de dissídio e de benefícios trabalhistas — de um
plano de saúde, mas a Avus é uma solução complementar com um
preço muito mais competitivo que um plano de saúde que envolve
internação. As empresas estão revendo (gastos com planos de saúde)
muito em função do fator custo, mas também vão e devem se
preocupar com a assistência de seus colaboradores colaboradores".
SERÁ UTOPIA DESONERAR O SUS?
A pandemia acelerou processos na área da saúde que deveriam
ser desenvolvidos há mais tempo e outros que se espera sejam
empregados no curto prazo. Um deles seria a migração de usuários
do SUS para a saúde suplementar, cuja consequência inicial seria
desonerar o próprio SUS. Por outra via, teme-se que, embora com
as entrantes no mercado e as healthtechs, os indicadores econômicos
impeçam esse possível êxodo, que, inclusive, foi sinalizado pela
diretora executiva da FenaSaúde, Vera Valente, em recente evento
online promovido pela Apólice. “Temos discutido isso. Acredito que
essa agenda vai ficar mais importante, mais presente logo após o
fim do pico dessa pandemia”, prevê Vera.
Para o vice-presidente Executivo do Qsaúde, Anderson
Nascimento, o SUS é um exemplo mundial de saúde pública, porém,
entende ele, para que o sistema público continue atendendo
a população com qualidade e investindo em pesquisa, não pode
ficar sobrecarregado. “É pra isso que temos a saúde suplementar.
Porém o acesso a planos de saúde no país ainda é restrito: aproximadamente
47 milhões dos 210 milhões de brasileiros possuem
um plano”, diz o executivo da Qsaúde, um plano de saúde individual
lançado em outubro. “O plano original era de lançarmos o Qsaúde
em março ou abril, porém, com o agravamento da pandemia, optamos
por aguardar que a fase mais aguda tivesse passado”, completa
Nascimento.
A empreitada é hercúlea. Antes de idealizar uma debandada
de gente do SUS para a saúde suplementar é imprescindível considerar
os atuais e temerários indicadores econômicos do país. Como
aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
Mensal (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o desemprego no Brasil atingiu recorde de 14,4% no
terceiro trimestre. O número de desempregados no país aumentou
1,1 milhão em somente três meses, chegando a 13,8 milhões este
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ano, e tudo por conta de um vírus tão insidioso quanto devastador.
Desde que a PNAD Contínua foi iniciada em 2012 não se presencia
algo do gênero no mercado de trabalho brasileiro. Em saúde privada,
então, não seria diferente. Entre março e julho, como efeito do
desemprego em massa, mais de 320 mil brasileiros deixaram de ter
cobertura médico-hospitalar. Houve até um momento em agosto
quando o mercado acolheu, aproximadamente, 78 mil usuários.
Mas isso é pouco. Muito pouco para uma realidade socioeconômica
hostil atual.
Mas é preciso encarar o desafio, e isso vale para grandes
players ou empresas que estão há pouco tempo na lida deste complexo
mercado da saúde brasileiro. Criada em novembro de 2017,
a plataforma digital Ciclic, de seguros, serviços e previdência, lançou
em junho o serviço Saúde Protegida, com assinatura mensal
a partir de R$ 29,90. Em agosto, a empresa lançou o plano Plus do
Saúde Protegida, oferecendo descontos de até 80% em consultas e
exames em uma rede credenciadas com mais de 3500 clínicas em
todo o país, além de serviços de telemedicina 24 horas por dia, sete
dias por semana com clínicos gerais, pediatras e descontos em medicamentos.
CEO da Ciclic, Raphael Swierczynski reconhece que a pandemia
acelerou realmente muitos processos na indústria da saúde e
“abriu os olhos” de muitos para outros aspectos, sobretudo os custos
elevados para o consumidor final. Para o executivo, uma migração
de quem está no SUS para a saúde complementar, como preveem
especialistas e alguns atores do mercado, é pouco provável. “No
seguinte sentido: há um grande número de pessoas que já tinham
plano de saúde no emprego e perderam o emprego, infelizmente.
Há mais gente está deixando de ter plano de saúde. Os planos de
saúde devido às questões regulatórias não têm como custar menos
do que custa hoje”, enfatiza Swierczynski.
O debate é oportuno e há quem veja a situação por um
prisma diferente. Mantovani, da Clude, também reconhece que a
pandemia acelerou muitos processos e que, consequentemente,
permitiu às healthtechs contribuírem para não tão utópica desoneração
do SUS. Como exemplo, ele menciona os produtos populares
recentemente ofertados, sobretudo por novas entrantes, e cujo
público-alvo é justamente o cidadão que está fora das estatísticas
de planos médicos e do seguro saúde. Mas Mantovani faz algumas
ressalvas em relação à precificação dos planos:
“Vai diminuir a fila (no SUS). Mas, na regulação atual, não vai
haver muitos novos entrantes. Não consigo ver um crescimento
grande do plano de saúde tradicional por uma questão de precificação.
Há uma crise econômica que vai, de alguma forma, começar
a se materializar em 2021 após o fim do auxílio emergencial. Então,
para planos de saúde, onde há a regulação, onde há todo aquele rol
de coberturas necessárias, não vejo um crescimento relevante. Vejo
que as alternativas que as healtechs estão trazendo vão permitir
que o SUS seja desonerado a partir de agora. Com todas as tecnologias
que estão aí, muitas pessoas têm feito atendimento por telemedicina,
atendimentos em clínicas com preços reduzidos, e não
vão ao SUS. De alguma maneira, isso tende a desonerar o SUS no
curto e médio prazo, sim”, prevê Mantovani.
ANDERSON NASCIMENTO,
da QSaúde
Para Duarte, não há como estipular
uma data para o fim da pandemia.
Na Europa, por exemplo — diz ele — já
sinalizam para uma terceira onda da doença.
O executivo da Avus define como
“polêmico” o debate sobre a desoneração
do SUS e defende a expansão de
ofertas promovida pelas empresas que
ingressaram recentemente no mercado:
“Houve uma tentativa recente de privatizar
alguns serviços e gerou toda uma
polêmica. Pela Constituição, o SUS tem
que ser gratuito, agora se ele for público
ou se ele for privado, não importa. Nós
entendemos que é um assunto delicado,
complexo, que merece muita atenção.
Mas repito: no caso das plataformas de
saúde, elas entraram para agregar valor.
Acreditamos que elas têm, inclusive,
uma função social por dar acesso a uma
ampla rede credenciada, com preços
muito mais competitivos comparados
com a tabela particular. Acreditamos
que a Avus, como plataforma de benefícios,
ela ganha força no mercado porque
presta um serviço de qualidade e agrega
valor ao sistema de saúde.”
Swierczynski, da Ciclic, alerta que
a ANS deveria “olhar” para os 80% da população
que não têm plano de saúde e
“pensar” em como criar sistemas de saúde
intermediários, porém sem que os
planos de saúde tenham de cobrir tudo,
o que encareceria ainda mais o já caro
produto final: “ANS regula estes novos
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PRODUTO
SEGURO SAÚDE
observando como lidarão com essa questão da regulamentação,
porque ela é bem rígida”, ressalta o executivo da Ciclic.
FRANCISCO DIAS DUARTE, da Avus
sistemas de saúde, talvez os cartões de
desconto, que já existem há algum tempo,
mas não eram regulados antes, embora
sejam produtos já legalizados, e vai
deixando o próprio mercado se adequar
para que cheguem à população produtos
cada vez mais interessantes. A gente
mesmo está buscando se diferenciar.
Estamos trabalhando em nosso produto
com aspectos relacionados ao bem-estar,
a nutricionistas, à alimentação e ao
exercício físico para ajudar as pessoas a
terem uma vida mais saudável e, consequentemente,
a precisarem menos do
sistema de saúde.”
SEGURO SAÚDE INDIVIDUAL
RESISTIRÁ ATÉ QUANDO?
Swierczynski explica que a ANS
vem endurecendo as normas, mas incrementando
os níveis de coberturas e não
permitindo reajustes. “Por isso que o seguro
saúde individual quase sumiu. Muito
comum vermos as pessoas fazendo
plano de saúde usando uma associação,
como, por exemplo o caso dos produtos
que a Qualicorp distribui, porque a regulamentação
do seguro por associação
ou por pessoa jurídica permite reajuste,
permite readequação por sinistralidade.
No individual, não é permitido (pela
ANS) nada disso. Estou atento, mas também
curioso com esses novos planos
individuais que estão surgindo. Estou
DESCONFORTÁVEL JUDICIALIZAÇÃO
Para as operadoras do setor, a judicialização representa um
caminho de mão única para a quebra de contrato com o usuário.
Atores da saúde suplementar debatem exaustivamente o espinhoso
tema para mitigar o impacto de um processo culturalmente
enraizado no mercado brasileiro. “A gente vê a banalização da
judicialização. O juiz, na dúvida, vai autorizar o procedimento,
mas isso a gente vê que é um processo que está mudando também.
Nós observamos que o Judiciário também tem buscado assessorias
para tomar decisões técnicas também do ponto de vista
jurídico, mas com um bom embasamento médico. É importante,
seja para um plano de saúde ou para a Avus, explicar com clareza
o que está incluído, seja na apólice, seja no contrato. No caso da
Avus, achamos muito claro: nós não somos um plano de saúde,
somos uma plataforma de benefícios”, destaca Duarte.
TELEMEDICINA EM MEIO À POLÊMICA
Entre os serviços que despontaram na área da saúde em
meio à pandemia, não há duvidas que um dos destaques é a difusão
da consulta médica à distância no Brasil, a telemedicina. Mas
com o oportuno e indispensável recurso também emergiram polêmicas.
A principal delas a de quem empresas sem nenhum vínculo
técnico com o setor estão terceirizando serviços sem que estejam
sob as regras determinadas pela ANS para operação no mercado
da saúde.
“Há abuso no uso da telemedicina, porque surgiram empresas
que não prestam nenhum serviço ou contratam serviços de
terceiros, que quarterizam esse serviço e no fim cobram do cliente
final um preço maior. Tem que haver um certo cuidado. A gente faz
todo um trabalho sério, enfim, com os médicos, com a validação
dos médicos, com processo de segurança da informação, com relação
à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), todos os cuidados formais,
e nesse tempo foram criados dezenas e dezenas de empresas
que vendem a telemedicina e quarterizam esse trabalho. Entende?”,
alerta Mantovani.
Para ele, a ANS precisa intensificar o debate sobre o tema,
mas de forma menos intervencionista: “O grande problema é que
toda vez que se coloca uma agência reguladora para interferir
em um serviço, normalmente, se estraga o serviço. Se pegarmos
o plano de saúde em si, o excesso de regulação da agência nos
fez chegar nesse momento onde praticamente não existe plano
individual. Foi um excesso de regulação da agência, que trouxe
um milhão de benefícios, uma série de soluções importantes,
mas o excesso de regulação tirou do mercado a grande maioria
das empresas.”
O sistema de saúde, seja ele público ou privado, está se
transformando com a pandemia. O desdobramento dos serviços e
produtos lançados nos últimos meses no mercado brasileiro e dos
incansáveis debates é, contudo, incerto, mas já são perceptíveis alguns
sinais do que nos aguarda em 2021.
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