Notas de programa:
Teresa Castanheira
Transmissão Online: 5 fevereiro às 21H em Facebook.com/SaoCarlos e em YouTube.com/SaoCarlos
#SãoCarlosVoltaASuaCasa
#CulturaéImaginação
#SÃO
CARLOS
VOLTA A
SUA CASA
EDIÇÃO ARQUIVO 2020-21
TRANSMISSÃO ONLINE
05 FEV 2021 às 21H
CONCERTO
com a
ORQUESTRA
SINFÓNICA
PORTUGUESA
HUGUES BORSARELLO
Violino
GÉRARD CAUSSÉ
Viola
PEDRO NEVES
Direção Musical
ORQUESTRA
SINFÓNICA
PORTUGUESA
SAOCARLOS.PT
#CULTURAÉIMAGINAÇÃO
Concerto
gravado a
12 SET 2020
CONCERTO
ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA
WOLFGANG AMADEUS MOZART
CONCERTO N.º 4 EM RÉ
MAIOR PARA VIOLINO E
ORQUESTRA KV.218
I. ALLEGRO
II. ANDANTE CANTABILE
III. RONDEAU:
ANDANTE GRAZIOSO – ALLEGRO MA NON TROPPO
◆
SINFONIA CONCERTANTE
EM MIB MAIOR PARA
VIOLINO, VIOLA
E ORQUESTRA KV.364
I. ALLEGRO MAESTOSO
II. ANDANTE
III. PRESTO
M/6 Este programa pode ser alterado por motivos imprevistos
2
Hugues Borsarello
< VIOLINO
«Não se pode deixar de pensar em Arthur
Grumiaux ao ouvir Hugues Borsarello
interpretar Mozart» (Diapason). Estas
palavras refletem o excecional talento
instrumental deste brilhante e carismático
violinista. Enquanto que a simplicidade,
fluência, elegância, precisão e subtileza
de interpretação lhe são características
inegáveis, o seu som brilhante e uma
execução suave granjearam unanimidade
entre a crítica, bem como pelos seus pares
e público. Além das suas interpretações como
solista (Orchestre Symphonique de Bretagne,
Orchestre des Concerts Lamoureux, entre
várias), a música de câmara tem-no levado
a inúmeros festivais em França, bem como em
outros países, ao lado de artistas como F.-R.
Duchâble, G. Caussé, G. Capuçon. Na temporada
passada, Hugues Borsarello foi convidado
de Rolando Villazón na Semana de Mozart em
Salzburgo juntamente com o pianista Paul
Montag. Em 2020, contribuiu para a Symphony
for Life (da Warner Music) dedicada ao pessoal
médico francês, acompanhado de artistas do
panorama clássico internacional (P. Jarrousky,
N. Dessay, K. Deshayes, G. Capuçon, F. Braley).
Compromissos para a temporada 2020-2021
incluem a apresentação das sonatas de Mozart
na Boulez Saal em Berlim com Paul Montag
e será artista residente da Orchestre
National de Bretagne. Hugues Borsarello
toca num violino V. Ruggieri (circa 1695),
com um arco de Léonard Tourte (circa 1790),
e é patrocinado pela Savarez.
Gérard Caussé
< VIOLA
Há já alguns anos que Gérard Caussé explora
todos os territórios da voz da viola. É solista
internacional dirigido por ilustres maestros,
apresentando-se frequentemente com as mais
prestigiadas formações, e também defensor
do repertório contemporâneo, como violetista,
após a criação do Ensemble Intercontemporain
de Pierre Boulez. É um notável músico de
câmara, regularmente convidado, tendo-se já
apresentado com Gidon Kremer, Mischa Maisky,
Michel Portal, Renaud Capuçon, Franck Braley,
Nicholas Angelich, entre outros. Pedagogo
conceituado da Escuela Reina Sofia de Madrid
e do Conservatório Superior de Paris.
Foi diretor artístico da Orquestra
de Câmara de Toulouse e é cofundador
e diretor musical da Camerata da Fondation
Caja Duero de Salamanca. A sua discografia,
com mais de 60 gravações premiadas, abrange
um repertório que vai de Bach a Mozart,
Berlioz, Bartók, Britten, Stravinski
e Shostakovitch. Gérard Caussé toca num
magnífico Gasparo da Salò datado de 1560.
Pedro Neves
< DIREÇÃO MUSICAL
Pedro Neves é maestro titular da Orquestra
Clássica de Espinho. Desempenhou as funções
de maestro titular da Orquestra do Algarve
entre 2011 e 2013 e de maestro convidado
da Orquestra Gulbenkian entre 2013
e 2018. É convidado regularmente a dirigir
a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da
Música, Orquestra Sinfónica Portuguesa,
Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra
Filarmonia das Beiras, Orquestra Clássica da
Madeira, Real Filarmonia da Galiza (Espanha),
Orquestra Sinfónica de Porto Alegre
e a Orquestra de São Paulo (Brasil).
No âmbito da música contemporânea tem
colaborado com o Sond’arte Electric Ensemble,
com o Grupo de Música Contemporânea de
Lisboa, e com o Remix Ensemble Casa da
Música. Pedro Neves iniciou os seus estudos
musicais na sua terra natal, estudou
violoncelo com Isabel Boiça, Paulo Gaio
Lima e Marçal Cervera, respetivamente no
Conservatório de Música de Aveiro, Academia
Nacional Superior de Orquestra em Lisboa e
Escuela de Música Juan Pedro Carrero
3
em Barcelona, com o apoio da Fundação
Gulbenkian. No que diz respeito
à direção de orquestra estudou com Jean
Marc Burfin, com Emilio Pomàrico em Milão
e com Michael Zilm, do qual foi assistente.
Orquestra Sinfónica
Portuguesa
sob a direção de Julia Jones, numa gravação
ao vivo pela Antena 2. No cargo de maestro
titular, seguiram-se José Ramón Encinar
(1999-2001), Zoltán Peskó (2001-2004)
e Julia Jones (2008-2011); Donato Renzetti
desempenhou funções de primeiro maestro
convidado entre 2005 e 2007. Atualmente,
a direção musical está a cargo de
Joana Carneiro.
Criada em 1993, a Orquestra Sinfónica
Portuguesa (OSP) é um dos corpos
artísticos do Teatro Nacional de São
Carlos e tem vindo a desenvolver uma
atividade sinfónica própria, incluindo
uma programação regular de concertos,
participações em festivais de música
nacionais e internacionais. No âmbito
de outras colaborações, destaque-se também
a sua presença nos seguintes acontecimentos:
8.º Torneio Eurovisão de Jovens Músicos
transmitido pela Eurovisão para cerca
de quinze países (1996); concerto de
encerramento do 47. o Festival Internacional
de Música e Dança de Granada (1997);
concerto de gala da Abertura da Feira do
Livro de Frankfurt; concerto de encerramento
da Expo’98; Festival de Música Contemporânea
de Alicante (2000) e Festival de Teatro
Clássico de Mérida (2003). Colabora
regularmente com a Rádio e Televisão
de Portugal através da transmissão dos
seus concertos e óperas pela Antena 2,
designadamente a realização da tetralogia
O Anel do Nibelungo, transmitida na RTP2,
e da participação em iniciativas da própria
RTP, como no Prémio Pedro de Freitas Branco
para Jovens Chefes de Orquestra, no Prémio
Jovens Músicos-RDP e na Tribuna Internacional
de Jovens Intérpretes. No âmbito das
temporadas líricas e sinfónicas, a OSP
tem-se apresentado sob a direção de notáveis
maestros, como Rafael Frühbeck de Burgos,
Alain Lombard, Nello Santi, Alberto Zedda,
Harry Christophers, George Pehlivanian,
Michel Plasson, Krzysztof Penderecki,
Djansug Kakhidze, Milán Horvat, Jeffrey
Tate e Iuri Ahronovitch, entre outros.
A discografia da OSP conta com dois CD para
a etiqueta Marco Polo, com as Sinfonias
n. os 1, 3, 5 e 6 de Joly Braga Santos, que
gravou sob a direção do seu primeiro maestro
titular, Álvaro Cassuto, e Crossing borders
(obras de Wagner, Gershwin e Mendelssohn),
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Em março de 1775, Mozart, de regresso a Salzburgo, após uma
das muitas viagens que empreendeu Europa fora, atravessava
um período de enorme frustração profissional. Com
19 anos de idade as suas ambições iam muito além do cargo
que desempenhava como compositor e violinista executante
da corte da sua cidade natal, onde o ambiente musical se
foi revelando demasiado provinciano para o inquieto jovem
Amadeus. Imparável na arte de compor, de abril a dezembro,
escreveu cinco concertos para violino que acabariam por se
consagrar no corpo principal das obras concertantes para
este instrumento compostas pela mão de Mozart. Contudo
a exígua e desinteressante atividade musical de Salzburgo
somada aos entraves do inflexível patrono Hieronymus von
Colloredo, que lhe dificultava as dispensas ao trabalho, contribuíram
para que Mozart apresentasse em 1777, o pedido
de demissão.
E sem compromissos, decide partir de novo em setembro,
acompanhado de sua mãe, numa digressão pela Alemanha e
pela França, largamente documentada pela correspondência
que manteve com o pai Leopold e que se prolongaria por 16
meses. Passou por Munique e Augsburgo e instalou-se cerca
de cinco meses em Mannheim, cidade fervilhante, que dispunha
da melhor orquestra na época. Fez amizades com muitos
dos instrumentistas da orquestra e com o maestro Christian
Cannabich (deu aulas à filha para quem compôs a Sonata para
piano K. 309); conheceu a cantora Aloysia Weber, por quem se
apaixonou, e a irmã Constanze Weber, sua futura mulher.
Mostrando-se infrutíferos todos os contactos para arranjar
trabalho, partiu para Paris onde compôs a Sinfonia Concertante
para flauta, oboé, fagote e trompa, para os seus amigos
de Mannheim, o Concerto para flauta e harpa e a Sinfonia
n.º 31, intitulada de «Paris». Cruzou-se de novo com Johann
Christian Bach, filho de J. S. Bach, que em 1764 tinha conhecido
numa viagem a Londres e que musicalmente muito o tinha
marcado. Sua mãe adoece e acaba por morrer, obrigando
Mozart, contrariado a regressar a Salzburgo, por insistência
do pai, para ocupar um cargo mais bem pago como organista
da corte e para o qual havia sido convidado outra vez
por Colloredo. A rutura final com o príncipe que Mozart não
apreciava dar-se-ia apenas em 1781.
Sem pressa, para grande irritação do pai, ainda ficou um mês
em Mannheim e alguns dias em Munique (para matar saudades
junto da família Weber). Chegado a janeiro de 1779 compôs
o Concerto n.º 10 para dois pianos para tocar com a irmã
Nannerl e a Sinfonia Concertante para violino e viola obra que
se pensa ter sido escrita para o violinista seu amigo, Fränzl
de Mannheim.
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Mozart foi deveras influenciado pela linguagem
da sinfonia concertante muito em
voga nas cidades de Paris e de Mannheim
na década de 70 deste período pré-clássico.
Carl Stamitz, filho de Johann Stamitz, maestro
e fundador da orquestra suportada pelo
príncipe-eleitor Carl Theodor, e um dos
compositores mais emblemáticos da segunda
geração de Mannheim, escreveu 38 sinfonias
concertantes, 30 das quais apenas para
dois instrumentos solistas e três para violino
e viola, uma vez que o próprio tocava tanto
um instrumento como outro, assim como
Mozart. Já Johann Christian Bach compôs
cerca de 15 sinfonias concertantes para uma
combinação variada de instrumentos, na sua
maioria para três, mas só quatro foram escritas
para dois solistas.
No Concerto nº 4 KV. 218, após uma introdução
prolongada e assertiva da orquestra, o
violino exibe as suas potencialidades virtuosísticas.
O segundo andamento, apesar
de não ser tão famoso como os dos Concertos
n.º 3 e n.º 5, não lhes fica atrás na intensidade
poética. O tema imaginativo de rondó
do último andamento tem dupla personalidade:
a um motivo Andante, delicado liga-se
um Allegro que dispara energicamente num
ritmo jocoso e bem-humorado.
TERESA CASTANHEIRA
Concebida para um número não determinado
de instrumentos solistas, a sinfonia
concertante pressupõe um diálogo entre
os solistas e a orquestra que os acompanha
de forma interventiva numa grande sintonia
musical; por sua vez o concerto para
um instrumento solista centra-se numa
escrita de acentuado virtuosismo. No Barroco,
o designado Concerto Grosso era um
género algo idêntico à sinfonia concertante
para solistas e orquestra. Todos eles apresentam
uma estrutura em três andamentos:
rápido – lento – rápido.
Mas sobretudo, Mozart deixou-se seduzir pelas
inovações orquestrais introduzidas pela
Escola de Mannheim: o aumento do efetivo
instrumental, o enriquecimento da escrita
mais complexa e individualizada, as experimentações
na dinâmica orquestral, os novos
crescendos, diminuendos e ataques súbitos,
a exploração das formas bitemáticas e o
maior protagonismo dos sopros. A Sinfonia
Concertante KV. 364 é, pois, uma síntese das
conquistas de Mannheim, deixando antever a
linguagem mozartiana de plena maturidade.
Nesta obra, violino e viola, alternam a uma
só voz com conversas a dois num constante
jogo de pergunta/resposta ou de imitação,
mas sempre enquadrados por um brilhante
tecido orquestral.
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FOTOGRAFIA
CONCERTO
Concerto do dia 12 SET 2020 por ©SUSANA CHICÓ
BIOGRAFIAS
Hugues Borsarello por ©THOMAS BALTES
Gérard Caussé por ©DOROTHEA MARCIA
/
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO OPART
Presidente CONCEIÇÃO AMARAL
Vogais ANNE VICTORINO D’ALMEIDA E ALEXANDRE SANTOS
Diretora Artística do TNSC ELISABETE MATOS
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