06.02.2021 Views

Folha de Sala Digital transmissão online 7 fevereiro 2021 — Temporada 20-21-concertogravado14jan2021

Notas de programa: Rui Campos Leitão Transmissão Online: 7 de fevereiro às 16h em Facebook.com/SaoCarlos e em YouTube.com/SaoCarlos #SãoCarlosVoltaASuaCasa #CulturaéImaginação

Notas de programa:
Rui Campos Leitão

Transmissão Online: 7 de fevereiro às 16h em Facebook.com/SaoCarlos e em YouTube.com/SaoCarlos

#SãoCarlosVoltaASuaCasa
#CulturaéImaginação

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

#SÃO

CARLOS

VOLTA A

SUA CASA

EDIÇÃO ARQUIVO 2020-21

TRANSMISSÃO ONLINE

07 FEV 2021 às 16H

CONCERTO

com a

ORQUESTRA

SINFÓNICA

PORTUGUESA

ANA QUINTANS

Soprano

LUÍS RODRIGUES

Barítono

JOANA CARNEIRO

Direção Musical

e Maestrina Titular da OSP

ORQUESTRA

SINFÓNICA

PORTUGUESA

SAOCARLOS.PT

#CULTURAÉIMAGINAÇÃO

Concerto

gravado a

14 JAN 2021


CONCERTO

ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA

GUSTAV MAHLER / ARRANJ. KLAUS SIMON

DES KNABEN

WUNDERHORN

(VERSÃO PARA VOZ E ORQUESTRA DE CÂMARA)

Das Himmlische Leben

Revelge

Rheinlegendchen

Lied des Verfolgten im Turm

Wo die schönen Trompeten blasen

Verlor’ne Müh

Des Antonius von Padua Fischpredigt

Wer hat dies Liedel erdacht?

Lob des hohen Verstandes

Der Tamboursg’sell

Es sungen drei Engel einen süssen gesang

Urlicht

TELÃO - I Capuleti e i Montecchi, Vincenzo Bellini

Produção – 1964 · Cenógrafo – Alfredo Furiga

Acervo TNSC

M/6 Este programa pode ser alterado por motivos imprevistos

2


Ana Quintans

< SOPRANO

Luís Rodrigues

< BARÍTONO

Estudou canto na Escola de Música

do Conservatório Nacional (ECMN) e

no Flanders Operastudio. Especialmente

dedicada ao repertório barroco, já

trabalhou com maestros como William

Christie, Marc Minkowski, Michel Corboz,

Vincent Dumestre, Marcos Magalhães, Enrico

Onofri, Leonardo Garcia Alarcon e Ivor

Bolton. Gravou o Requiem de Fauré com a

Sinfonia Varsóvia, Judicium Salomonis com

o Les Arts Florissants, Sementes do Fado

e La Spinalba com os Músicos do Tejo, e

um álbum a solo com árias de Albinoni.

Em DVD gravou Drusilla em L’incoronazione

di Poppea, Dido and Aeneas e David et

Jonathas de Charpentier. Já colaborou

com encenadores como Deborah Warner, Pier

Luigi Pizzi, Graham Vick e Jonathan Kent

e em teatros e festivais como Opéra de

Lyon, Wiener Festwochen,Centro Cultural

de Belém, Flanders Opera, Dutch National

Opera, Fundação Calouste Gulbenkian,

Salle Pleyel e Cité de la Musique,

Festival d’Aix-en-Provence, Glyndebourne

e Salzburgo. No Teatro Nacional de São

Carlos já se apresentou como Ília em

Idomeneo, de Mozart, e no papel titular

de Alceste, de Gluck. Projetos futuros

incluem deslocações a França, Espanha,

Les Indes Galantes no Festival Beaune

e o papel titular em Coronis de Sebastian

Durón, bem como concertos na Alemanha

com o agrupamento Concerto de’ Cavalieri

e uma digressão da Paixão Segundo São

Mateus com o Ensemble Capella Mediterranea

sob a batuta de Leonardo García Alarcón.

Estudou no Conservatório Nacional e

na Escola Superior de Música de Lisboa.

Ganhou o 2.º Concurso de Interpretação do

Estoril, o 4.º Concurso de Canto «Luísa

Todi» e o prémio Jovens Músicos da RDP

em Música de Câmara, com o pianista David

Santos. Tem vindo a construir em Portugal

uma sólida carreira no domínio da Ópera,

com papéis como Figaro (Il barbiere di

Siviglia), Guglielmo (Così fan tutte),

Nick Shadow (The Rake’s Progress) Escamillo

(Carmen), Gianni Schicchi, Beauperthuis

(Il capello di paglia di Firenze), Sulpice

(La fille du régiment) e Don Profondo

(Il Viaggio a Reims) no Teatro Nacional

de São Carlos, Narrador (A Flowering Tree)

e Kurwenal (Tristan und Isolde) no Centro

Cultural de Belém, Eduard (Neues vom Tage)

no Teatro Aberto, Semicúpio (Guerras do

Alecrim e Mangerona) no Acarte, Teatro

da Trindade e Teatro Nacional D. Maria

II (Prémio Bordalo da Imprensa 2000 para

Música Erudita), Marcello (La bohème) com

o Círculo Portuense de Ópera e a Orquestra

Nacional do Porto, Tom (The English Cat)

com a Cornucópia e a ONP, Guarda Florestal

(A Raposinha Matreira) com a Casa da

Música, Papageno (Die Zauberflöte), Ramiro

(L’heure Espagnole) e Sumo Sacerdote

(Samson et Dalila) na Fundação Calouste

Gulbenkian, Yoshio (Hanjo) na Culturgest,

Arsénio (La Spinalba) com os Músicos do

Tejo e Giorgio Germont, Iago e os papéis

titulares de D. Giovanni e Rigoletto

com a Orquestra do Norte. Intérprete de

reconhecida versatilidade, apresenta-se

também regularmente em oratória, concerto

ou recitais de música de câmara, e possui

já importantes registos discográficos em

todos estes géneros.

3


Orquestra Sinfónica

Portuguesa

Joana Carneiro

< DIREÇÃO MUSICAL

E MAESTRINA TITULAR DA OSP

É maestrina titular da Orquestra Sinfónica

Portuguesa desde 2014 e diretora artística

do Estágio Gulbenkian para Orquestra.

Compromissos recentes e futuros incluem a

Philharmonia Orchestra, BBC Philharmonic,

BBC Symphony, Royal Stockholm

Philharmonic, Swedish Radio Symphony,

Helsinki Philharmonic, RTE Symphony, Hong

Kong Philharmonic e Gothenburg Symphony,

Óperas de Estocolmo, Copenhaga, Escócia e

Inglaterra. Colaborou com a Royal Liverpool

Philharmonic, Royal Philharmonic Orchestra,

Orchestre Philharmonique de Radio France,

Ensemble Orchestral de Paris, Orchestre de

Bretagne, Norrköping Symphony, Norrlands

Opera Orchestra, Residentie Orkest/Hague,

Malmo Symphony, Orquestra Nacional de

Espanha e Orquestra Sinfónica do Teatro

La Fenice na Bienal de Veneza. Nos EUA

dirigiu a Los Angeles Philharmonic, Toronto

Symphony, Saint Paul Chamber Orchestra,

Detroit Symphony, Colorado Symphony,

Indianapolis Symphony, Los Angeles Chamber

Orchestra, entre outras. Dirigiu em

2010 OEdipus Rex/Symphony of Psalms, com

encenação de Peter Sellars, premiada com

um «Helpmann Award». Entre 2009 e 2018 foi

diretora musical da Orquestra Sinfónica de

Berkeley.

Criada em 1993, a Orquestra Sinfónica

Portuguesa (OSP) é um dos corpos

artísticos do Teatro Nacional de São

Carlos e tem vindo a desenvolver uma

atividade sinfónica própria, incluindo

uma programação regular de concertos,

participações em festivais de música

nacionais e internacionais. No âmbito

de outras colaborações, destaque-se

também a sua presença nos seguintes

acontecimentos: 8.º Torneio Eurovisão

de Jovens Músicos (1996); concerto

de encerramento do 47. o Festival

Internacional de Música e Dança de Granada

(1997); concerto de gala da Abertura da

Feira do Livro de Frankfurt; concerto

de encerramento da Expo’98; Festival de

Música Contemporânea de Alicante (2000)

e Festival de Teatro Clássico de Mérida

(2003). Colabora regularmente com a

Rádio e Televisão de Portugal através da

transmissão dos seus concertos e óperas

pela Antena 2, designadamente a realização

da tetralogia O Anel do Nibelungo,

transmitida na RTP2. Também no Prémio

Pedro de Freitas Branco para Jovens Chefes

de Orquestra, no Prémio Jovens Músicos-RDP

e na Tribuna Internacional de Jovens

Intérpretes. A OSP tem-se apresentado

sob a direção de notáveis maestros,

como Rafael Frühbeck de Burgos, Alain

Lombard, Nello Santi, Alberto Zedda, Harry

Christophers, George Pehlivanian, Michel

Plasson, Krzysztof Penderecki, Djansug

Kakhidze, Milán Horvat, Jeffrey Tate

e Iuri Ahronovitch, entre outros.

A discografia da OSP conta com dois

CD para a etiqueta Marco Polo, com

Sinfonias n. os 1, 3, 5 e 6 de Joly Braga

Santos, que gravou sob a direção do seu

primeiro maestro titular, Álvaro Cassuto,

e Crossing borders (obras de Wagner,

Gershwin e Mendelssohn), sob a direção de

Julia Jones. No cargo de maestro titular,

seguiram-se José Ramón Encinar (1999-2001),

Zoltán Peskó (2001-2004) e Julia Jones

(2008-2011); Donato Renzetti desempenhou

funções de primeiro maestro convidado entre

2005 e 2007. Atualmente, a direção musical

está a cargo de Joana Carneiro.

4


A TROMPA MÁGICA DO RAPAZ

A música vocal foi fundamental

para o jovem Gustav Mahler desenvolver

um estilo de composição

próprio, e assim emancipar-

-se da influência que os legados

de Johannes Brahms e Robert

Schumann tiveram na sua formação.

Para lá da destreza técnica

e do planeamento formal, acrescentava

ao seu universo criativo

uma profusão de novos recursos.

Os frutos da aposta acompanharam-no

ao longo de toda a carreira,

entre os quais um discurso

inconfundível que tantas vezes

sobrepõe a comoção de pendor

contemplativo e a ostentação da

ironia e do bom humor. Junta-se

a tudo isto a dramaticidade que

advém dos textos, a qual explorou

cuidadosamente desde as

primeiras canções. Estes aspetos

tornaram-se mais tarde preponderantes

nalgumas das páginas

orquestrais que mais contribuíram

para o seu sucesso.

Ao todo, compôs cerca de meia

centena de canções, metade das

quais antes dos 31 anos de idade.

Ainda quando estudava no Conservatório

de Viena, completou

uma cantata dramática intitulada

A Canção do Lamento, que

foi também a sua primeira obra

orquestral de grande fôlego. Em

1880 compôs três lieder para tenor

e piano, aos quais seguiram, pela

mesma altura em que já trabalhava

nas duas primeiras sinfonias,

cinco das Canções de Juventude,

as Canções de um Viandante e as

canções sobre poemas d’A Trompa

Mágica do Rapaz (Des Knaben

Wunderhorn). Mais sofisticadas, é

notória a influência que estas últimas

tiveram nas sinfonias números

2, 3 e 4. São disso exemplos as

canções «Santo António de Pádua

Pregando aos Peixes», cuja melodia

serve de tema para o Scherzo

da Sinfonia n.º 2, e «Luz Original»,

que é cantada no quarto andamento

da mesma obra. A Sinfonia

n.º 3 inclui «Três Anjos Cantavam».

Já a «A Vida Celestial» conclui a

Sinfonia n.º 4. De maneira menos

explícita, o início da Sinfonia n.º 5

convida-nos a revisitar a marcha

fúnebre que se ouve em registo

grotesco n’«O Tambor da Guarda».

É importante notar, todavia, que

Mahler evitava os arquétipos do

lirismo operático. Em vez disso,

investia na recriação expressiva

da riqueza e diversidade provinda

das personagens que povoavam

poemas afins à cultura popular,

os mesmos que lia desde a

infância e que tanto o fascinavam,

por se aproximarem «da natureza

e da vida», como gostava de dizer.

Como vimos, entre tais referências

literárias ressalta A Trompa

Mágica do Rapaz, essa coleção

editada e publicada no início do

século XIX por Achim von Arnim

(1781-1831) e por Clemens Brentano

(1778-1842). Era o resultado

da recolha de um vasto conjunto

de poemas tradicionais, muito

5


embora hoje saibamos que muitos

foram deliberadamente adaptados

ao gosto do nacionalismo romântico

oitocentista e que, inclusivamente,

uma boa parte consista

em imitações de estilo – pretensamente

genuínas, portanto. Certo

é, no entanto, que aqueles três

volumes se tornaram comuns nas

bibliotecas dos lares germânicos

nas décadas seguintes, e também

que despertaram o interesse de

muitos compositores de relevo,

entre os quais Brahms e Schumann,

mas também Felix Mendelssohn

e Carl Maria von Weber,

numa tendência que evoluiu

para o formato mais sumptuoso

de voz com orquestra em que se

destacaram os nomes de Richard

Strauss e do próprio Mahler. Por

sinal, o título é tomado do poema

introdutório, o qual nos fala de

uma criança montada a cavalo enquanto

ergue bem alto um dente

de elefante ricamente ornamentado

por ouro e rubis. O artefacto

assemelha-se a um chifre de caça

e seria oferenda para uma imperatriz,

em louvor da sua pureza,

beleza e sabedoria. Um dedo seu

fazia aquela «trompa» soar com

um timbre tão doce e cristalino

que não existia na terra qualquer

pássaro ou sereia que pudessem

igualá-lo.

Mahler tinha grande sensibilidade

para lidar com as temáticas

destes poemas. Cresceu em

Iglau, uma pequena localidade

que se acha hoje na República

Checa. Familiarizou-se aí com

uma cultura rústica cujas nuances

escapavam aos habitantes

da cosmopolita cidade de Viena.

De início, ele mesmo escrevia os

textos para as suas canções. Mas

inspirava-se sempre naquele

imaginário, tal como aconteceu

nas Canções de um Viandante, de

1885. Depois disso abordou mais

sistematicamente as páginas d’A

Trompa Mágica do Rapaz. Doze

dessas canções foram publicadas

em 1899, em dois volumes, e juntou-lhes

ainda mais três: «A vida

celestial», «Alvorada» e «O tambor

da guarda». Nunca foi intenção do

compositor, porém, formar um

verdadeiro ciclo de canções, pelo

que o conjunto não respeita uma

coerência estilística ou temática.

Apesar de quase todas contraporem

duas personagens diferentes,

são absolutamente autónomas.

Percorrem universos que se estendem

desde a efabulação mágica

ao anedotário das casernas

militares, passando pela ternura

romântica e pelo mistério soturno.

As mesmas canções também

existem em versão para voz e piano,

mas o autor nunca explicitou

se se destinavam a uma voz feminina

ou a uma voz masculina. É

por estas razões que se apresentam

hoje em diferentes versões,

as quais nem sempre coincidem

no número e ordem das canções

ou nos tipos de voz que as interpretam.

RUI CAMPOS LEITÃO

6


LETRAS

JOÃO PAULO SANTOS Tradução


[DE]

DAS HIMMLISCHE LEBEN

A VIDA NO CÉU

[PT]

Wir genießen die himmlischen Freuden

Usufruímos dos prazeres celestes

Drum tun wir das Irdische meiden

e evitamos as coisas terrestres.

Kein weltlich Getümmel

Nenhum tumulto do mundo

Hört man nicht im Himmel!

se ouve no Paraíso!

Lebt alles in sanftester Ruh’!

Tudo vive em grande harmonia!

Wir führen ein englisches Leben!

Levamos uma vida angelical.

Sind dennoch ganz lustig daneben!

Apesar de tudo podemos divertir-nos:

Wir tanzen und springen

dançamos e saltamos,

Wir hüpfen und singen!

e saltitando cantamos!

Sankt Peter im Himmel sieht zu!

São Pedro olha para nós lá do céu.

Johannes das Lämmlein auslasset

São João deixa o seu cordeiro sozinho

Der Metzger Herodes drauf passet!

enquanto o carniceiro Herodes espreita!

Wir führen ein geduldig’s

Acompanhamos um paciente,

Unschuldig’s, geduldig’s

inocente e paciente,

Ein liebliches Lämmlein zu Tod!

pequeno cordeiro até à morte!

Sankt Lucas den Ochsen tät schlachten

São Lucas chacina o boi

Ohn’ einig’s Bedenken und Achten

sem pensar, sem se importar.

Der Wein kost’ kein Heller

Não custa um tostão

Im himmlischen Keller

o vinho que vem da adega celeste;

Die Englein, die backen das Brot

e os anjos cozem o pão.

Gut’ Kräuter von allerhand Arten

Crescem legumes de toda a variedade

Die wachsen im himmlischen Garten!

nos jardins celestes!

Gut’ Spargel, Fisolen

Bons espargos, feijões

Und was wir nur wollen!

e tudo o que se deseja!

Ganze Schüsseln voll sind uns bereit!

Servem-nos pratos repletos!

Gut Äpfel, gut’ Birn’ und gut’ Trauben!

Boas maçãs, boas peras e uvas suculentas!

Die Gärtner, die alles erlauben!

Os jardineiros deixam-nos levar tudo!

Willst Rehbock, willst Hasen

Queres uma ovelha, queres um coelho?

Auf offener Straßen sie laufen herbei!

Correm por toda a parte!

8



[DE]

Sollt’ ein Fasttag etwa kommen

Nos dias de jejum, todos os peixes

[PT]

Alle Fische gleich mit Freuden

nadam alegremente para nós!

angeschwommen!

E eis São Pedro que chega

Dort läuft schon Sankt Peter

com a sua rede e isco

Mit Netz und mit Köder

ao viveiro celeste.

Zum himmlischen Weiher hinein

Santa Marta será a cozinheira!

Sankt Martha die Köchin muß sein

Kein’ Musik ist ja nicht auf Erden

Não há música na terra

Die uns’rer verglichen kann werden

que se possa comparar à nossa.

Elftausend Jungfrauen

Onze mil virgens

Zu tanzen sich trauen!

preparam-se para dançar!

Sankt Ursula selbst dazu lacht!

Até Santa Úrsula se diverte!

Kein Musik ist ja nicht auf Erden

Na terra não há músicos

Die unsrer verglichen kann werden.

que aos nossos se possam comparar.

Cäcilia mit ihren Verwandten

São excelentes músicos de corte

Sind treffliche Hofmusikanten!

Cecília e a sua família!

Die englischen Stimmen

As vozes dos anjos

Ermuntern die Sinnen

alegram o nosso coração

Daß alles für Freuden erwacht.

para que tudo desperte para a felicidade!

REVELGE

O TOQUE DA ALVORADA

Des Morgens zwischen drei’n und vieren,

De madrugada, entre as três e as quatro,

da müssen wir Soldaten marschieren

temos, nós soldados, de marchar

das Gäßlein auf und ab,

pela ruela para cima e para baixo,

trallali, trallalei, trallalera,

tralali, tralalai, tralalera,

mein Schätzel sieht herab!

o meu amor está a ver-me!

„Ach Bruder, jetzt bin ich geschossen,

«Irmão, fui atingido,

die Kugel hat mich schwer getroffen,

a bala feriu-me gravemente,

trag’ mich in mein Quartier,

leva-me para o quartel,

trallali, trallalei, trallalera,

tralali, tralalai, tralalera,

es ist nicht weit von hier!“

não fica longe daqui.»

9



[DE]

„Ach Bruder, ich kann dich nicht tragen,

«Ah, irmão, não te posso levar,

[PT]

die Feinde haben uns geschlagen!

o inimigo venceu-nos!

Helf’ dir der liebe Gott!

Que Deus te ajude!

Trallali, trallalei, trallalera!

Tralali, tralalai, tralalera,

Ich muß marschieren bis in’ Tod!“

tenho de marchar até morrer!»

„Ach Brüder ihr geht ja mir vorüber,

«Ai irmãos, vocês passam por mim

als wär’s mit mir vorbei!

como se eu já estivesse morto!

Trallali, trallalei, trallalera!

Tralali, tralalai, tralalera,

Ihr tretet mir zu nah!

passam perto demais!

Ich muß wohl meine Trommel rühren,

Tenho de fazer soar o meu tambor,

sonst werd’ ich mich verlieren,

senão vocês vão-me perder,

trallali, trallaley, trallala.

tralali, tralalai, tralalera,

Die Brüder, dick gesät,

os irmãos, em grande número

sie liegen wie gemäht.“

estão deitados como ceifados.

Er schlägt die Trommel auf und nieder,

E faz soar o tambor,

er wecket seine stillen Brüder,

acorda os seus silenciosos irmãos

sie schlagen ihren Feind,

que atacam o inimigo,

trallali, trallalei, trallalera,

tralali, tralalai, tralalera,

ein Schrecken schlägt den Feind!

que foge apavorado!

Er schlägt die Trommel auf und nieder,

E faz soar o tambor;

da sind sie vor dem Nachtquartier schon

passam de novo pelo quartel

wieder,

na pequena ruela!

In’s Gäßlein hell hinaus!

Tralali, tralalai, tralalera,

Trallali, trallaley, trallalera,

passam em frente à casa do seu amor.

sie ziehen vor Schätzeleins Haus.

Pela manhã os cadáveres

Des Morgens stehen da die Gebeine

estão alinhados como pedras tumulares

in Reih’ und Glied, sie steh’n wie Leichensteine

o primeiro é o tambor

Die Trommel steht voran,

tralali, tralalai, tralalera,

trallali, trallaley, trallalera,

para que ela o possa ver!

daß sie ihn sehen kann!

10



[DE]

RHEINLEGENDCHEN

UMA LENDA DO RENO

[PT]

Bald gras’ ich am Neckar,

Uns dias passeio pelo Neckar,

bald gras’ ich am Rhein;

outros pelo Reno;

bald hab’ ich ein Schätzel,

uns dias tenho comigo o meu querido,

bald bin ich allein!

outros estou sozinha.

Was hilft mir das Grasen,

De que serve a erva

wenn d’Sichel nicht schneid’t;

se a foice não a corta;

was hilft mir ein Schätzel,

de que serve um querido

wenn’s bei mir nicht bleibt!

se não fica comigo!

So soll ich denn grasen

E então, ao passear

am Neckar, am Rhein,

pelo Neckar, pelo Reno,

so werf’ ich mein goldenes

vou neles deitar

Ringlein hinein.

o meu anel de ouro.

Es fließet im Neckar

Será levado pelo Neckar,

und fließet im Rhein,

será levado pelo Reno,

soll schwimmen hinunter

e nadará até

in’s Meer tief hinein.

ao profundo mar.

Und schwimmt es, das Ringlein,

E o anel, enquanto nada,

so frißt es ein Fisch!

será comido por um peixe!

Das Fischlein soll kommen

O peixe irá parar

auf’s König’s sein Tisch!

à mesa do rei.

Der König tät fragen,

E o rei há de perguntar

wem’s Ringlein sollt’ sein?

a quem pertence o anel.

Da tät mein Schatz sagen:

E o meu querido dirá:

„Das Ringlein g’hört mein!“

«O anel pertence-me!»

Mein Schätzlein tät springen

O meu querido correrá

Berg auf und Berg ein,

por vales e montes,

tät mir wied’rum bringen

para me vir trazer

das Goldringlein mein!

o meu anel de ouro!

11



[DE]

Kannst grasen am Neckar,

Passeia pelo Neckar,

[PT]

kannst grasen am Rhein!

passeia pelo Reno!

Wirf du mir nur immer

Não te esqueças de

dein Ringlein hinein!

atirar o teu anel.

LIED DES VERFOLGTEN IM TURM

CANÇÃO DO PRISIONEIRO NA TORRE

Der Gefangene:

O prisioneiro:

Die Gedanken sind frei,

O pensamento é livre,

wer kann sie erraten;

ninguém o pode adivinhar;

sie rauschen vorbei

por nós passa

wie nächtliche Schatten,

como sombras na escuridão,

kein Mensch kann sie wissen,

nenhum homem o pode saber,

kein Jäger sie schießen,

nenhum caçador atingir,

es bleibet dabei:

permanece sempre:

die Gedanken sind frei!

o pensamento é livre!

Das Mädchen:

A rapariga:

Im Sommer ist gut lustig sein

Sabe bem ser alegre, no verão,

auf hohen, wilden Bergen.

nas altas, rudes montanhas.

Dort findet man grün’ Plätzelein,

Lá encontramos lugares verdejantes,

mein Herz verliebtes Schätzelein,

amor do meu coração,

von dir mag ich nicht scheiden!

nunca te vou deixar!

Der Gefangene:

O prisioneiro:

Und sperrt man mich ein

E mesmo que me prendam

in finstere Kerker,

em escuras masmorras,

dies Alles sind nur

tudo isso será

vergebliche Werke;

sempre inútil;

denn meine Gedanken

pois o meu pensamento

zerreißen die Schranken

rasga a escuridão

und Mauern entzwei,

e derruba as paredes,

die Gedanken sind frei!

o pensamento é livre!

12



[DE]

Das Mädchen:

A rapariga:

[PT]

Im Sommer ist gut lustig sein

Sabe bem ser alegre, no verão,

auf hohen, wilden Bergen.

nas altas, rudes montanhas.

Man ist da ewig ganz allein

Lá estamos sempre sozinhos,

man hört da gar kein Kindergeschrei!

não se ouve o barulho das crianças!

Die Luft mag einem da werden.

O ar que respiramos é nosso.

Der Gefangene:

O prisioneiro:

So sei’s, wie es sei,

Será como dizes,

und wenn es sich schicket,

e como deve ser,

nur Alles sei in der Stille,

tudo em silêncio.

Mein Wunsch und Begehren,

Mas os meus desejos e vontades

Niemand kann’s wehren!

ninguém os poderá deter!

Es bleibt dabei:

Assim será:

die Gedanken sind frei!

o pensamento é livre!

Das Mädchen:

A rapariga:

Mein Schatz, du singst so fröhlich hier,

Meu amor, cantas com tanta alegria,

wie’s Vögelein im Grase.

como um pássaro na pradaria.

Ich steh’ so traurig bei Kerkertür,

Estou triste diante da tua prisão,

wär’ ich doch tot, wär’ ich bei dir,

quem me dera morrer se não posso estar contigo,

ach muß ich immer denn klagen!?

terei de para sempre me lamentar?

Der Gefangene:

O prisioneiro:

Und weil du so klagst,

Pois então se te lamentas

der Lieb’ ich entsage!

eu abdico do teu amor!

Und ist es gewagt,

E assim o ousarei

so kann mich Nichts plagen!

para que nada me atormente!

So kann ich im Herzen

Para poder de coração

stets lachen und scherzen.

sempre rir e brincar.

Es bleibet dabei:

Assim será:

Die Gedanken sind frei!

o pensamento é livre!

13



[DE]

WO DIE SCHÖNEN TROMPETEN BLASEN

LÁ, ONDE SOAM OS DOCES TROMPETES

[PT]

Wer ist denn draußen und wer klopfet an,

Quem está lá fora a bater à porta

der mich so leise wecken kann!?

que tão suavemente me acordou?

Das ist der Herzallerlieble dein,

É o teu amor,

steh’ auf und laß mich zu dir ein!

levanta-te e faz-me entrar!

Was soll ich hier nun länger steh’n?

Porque hei de esperar mais?

Ich seh’ die Morgenröt’ aufgeh’n,

Já vejo a aurora despontar,

die Morgenröt’, zwei helle Stern’.

a madrugada, duas estrelas luzidias.

Bei meinem Schatz da wär ich gern’,

Gostaria de estar junto ao meu amor,

bei meinem Herzallerlieble.

junto ao amor do meu coração.

Das Mädchen stand auf und ließ ihn ein;

A rapariga levantou-se e fê-lo entrar;

sie heißt ihn auch willkommen sein.

deu-lhe também as boas-vindas.

Willkommen lieber Knabe mein,

Sê bem-vindo, meu querido,

so lang hast du gestanden!

esperaste tanto tempo!

Sie reicht’ ihm auch die schneeweiße Hand.

Dá-lhe a sua mão, branca como a neve.

Von ferne sang die Nachtigall,

Ao longe o rouxinol cantava,

das Mädchen fängt zu weinen an.

a rapariga começou a chorar.

Ach weine nicht, du Liebste mein,

Não chores, meu amor,

auf’s Jahr sollst du mein Eigen sein.

dentro de um ano serás minha.

Mein Eigen sollst du werden gewiß,

Serás de certeza minha,

wie’s Keine sonst auf Erden ist!

como nunca ninguém nesta terra!

O Lieb auf grüner Erden.

Ó amor nesta verde terra.

Ich zieh’ in Krieg auf grüne Haid,

Vou para a guerra, para as verdes planícies,

die grüne Haide, die ist so weit!

Que tão longe estão!

Allwo dort die schönen Trompeten blasen,

Lá onde soam os doces trompetes,

da ist mein Haus,

é aí que habito,

mein Haus von grünem Rasen!

na minha morada de verde erva!

14



[DE]

VERLOR’NE MÜH

ESFORÇO INGLÓRIO

[PT]

Sie:

Ela:

„Büble, wir wollen auße gehe!

«Moço! Vamos passear?

Wollen wir unsere Lämmer besehe?

Queres ir ver as nossas ovelhinhas?

Gelt! Komm! lieb’s Büberle,

Sim? Anda, meu querido,

komm’, ich bitt’!“

anda, peço-te eu!»

Er:

Ele:

„Närrisches Dinterle,

«Parva!

ich mag dich halt nit!“

Não gosto de ti!»

Sie:

Ela:

„Willst vielleicht a bissel nasche?

«Queres comer qualquer coisa?

Hol’ dir was aus meiner Tasch’!

Tira o que quiseres do meu saco!

Hol’, lieb’s Büberle,

Tira, moço,

hol’, ich bitt’!“

Tira, peço-te eu!»

Er:

Ele:

„Närrisches Dinterle,

«Parva!

ich nasch’ dir halt nit!“

Não quero da tua comida!»

Sie:

Ela:

„Gelt? ich soll mein Herz dir schenke?

«Verdade? Queres que te ofereça o meu coração?

Immer willst an mich gedenken.

Pensarei em ti para sempre.

Nimm’s, lieb’s Büberle!

Aceita-o, moço,

Nimm’s, ich bitt’!“

aceita, eu peço-te!»

Er:

Ele:

„Närrisches Dinterle,

«Parva!

ich mag es halt nit!‘‘

Não gosto nada dele!»

15



[DE]

DES ANTONIUS VON PADUA FISCHPREDIGT

O SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO AOS PEIXES

[PT]

Antonius zur Predigt

Santo António achou que a igreja

Die Kirche findt ledig.

não mais servia para fazer sermões.

Er geht zu den Flüssen

E foi para os rios

und predigt den Fischen;

pregar aos peixes.

Sie schlagen mit den Schwänzen,

Eles batiam com os rabos

Im Sonnenschein glänzen.

e brilhavam ao sol.

Die Karpfen mit Rogen

As carpas cheias de ovas

Sind allhier gezogen,

até lá foram todas,

Haben d’Mäuler aufrissen,

abriam as bocas

Sich Zuhörens beflissen;

de tão atentas que estavam.

Kein Predigt niemalen

Nunca um sermão

Den arpfen so g’fallen.

agradou tanto às carpas.

Spitzgoschete Hechte,

Os lúcios pontiagudos,

Die immerzu fechten,

sempre guerreando entre si,

Sind eilend herschwommen,

vieram velozes, nadando

Zu hören den Frommen;

para ouvir o santo homem.

Kein Predigt niemalen

Nunca um sermão

Den Hechten so g’fallen.

agradou tanto aos lúcios.

Auch jene Phantasten,

E até aquele extraordinário peixe,

Die immerzu fasten;

adequado ao jejum,

Die Stockfisch ich meine,

estou a falar do bacalhau,

Zur Predigt erscheinen;

apareceu para ouvir o sermão.

Kein Predigt niemalen

Nunca um sermão

Den Stockfisch so g’fallen.

agradou tanto ao bacalhau.

Gut Aale und Hausen,

E até as enguias e os esturjões,

Die Vornehme schmausen,

muito apreciados pelos conhecedores,

Die selbst sich bequemen,

se dignaram aparecer

Die Predigt vernehmen:

para ouvir o sermão.

Kein Predigt niemalen

Nunca um sermão

den Aalen so g’fallen.

agradou tanto às enguias.

16



[DE]

Auch Krebse, Schildkroten,

E os caranguejos, as tartarugas,

[PT]

Sonst langsame Boten,

normalmente vagarosos mensageiros,

Steigen eilig vom Grund,

depressa nadaram das profundezas

Zu hören diesen Mund:

para ouvir o santo falar.

Kein Predigt niemalen

Nunca um sermão

den Krebsen so g’fallen.

agradou tanto aos caranguejos.

Fisch große, Fisch kleine,

Peixes grandes, peixes pequenos,

Vornehm und gemeine,

refinados ou vulgares,

Erheben die Köpfe

erguiam as cabeças

Wie verständge Geschöpfe:

como criaturas dotadas de raciocínio:

Auf Gottes Begehren

como Deus ordena

Die Predigt anhören.

escutaram o sermão.

Die Predigt geendet,

Quando o sermão acabou

Ein jeder sich wendet,

todos se foram.

Die Hechte bleiben Diebe,

Os lúcios continuam a roubar,

Die Aale viel lieben.

as enguias a entregar-se ao amor.

Die Predigt hat g’fallen.

O sermão agradou muito,

Sie bleiben wie alle.

ficaram como eram.

Die Krebs gehn zurücke,

Os caranguejos andam para trás,

Die Stockfisch bleiben dicke,

os bacalhaus continuam gordos,

Die Karpfen viel fressen,

as carpas, como sempre, a comer muito,

die Predigt vergessen.

e toca a esquecer o sermão.

Die Predigt hat g’fallen.

O sermão agradou muito,

Sie bleiben wie alle.

ficaram como eram.

17



[DE]

WER HAT DIES LIEDEL ERDACHT?

QUEM INVENTOU ESTA CANÇÃO?

[PT]

Dort oben am Berg in dem hohen Haus,

No alto da montanha, na casa lá do alto,

da gucket ein fein’s, lieb’s Mädel heraus!

espreita uma linda rapariguinha!

Es ist nicht dort daheime,

Não é lá que ela mora,

es ist des Wirt’s sein Töchterlein,

é a filha do estalajadeiro

es wohnet auf grüner Heide!

e vive nos verdes prados!

Mein Herzle is’ wundt!

O meu coração foi ferido!

Komm’, Schätzle, mach’s g’sund!

Meu amor, vem curá-lo!

Dein’ schwarzbraune Äuglein,

Foram os teus negros olhos

die hab’n mich verwund’t!

que me feriram!

Dein rosiger Mund

A tua boca rosada

macht Herzen gesund,

pode curar um coração,

macht Jugend verständig,

tornar a juventude sensata,

macht Tote lebendig,

ressuscitar os mortos,

macht Kranke gesund.

curar qualquer doente.

Wer hat denn das schöne Liedel erdacht?

Quem inventou esta linda canção?

Es haben’s drei Gäns’ über’s Wasser gebracht,

Foram três gansos que a trouxeram da outra margem,

zwei graue und eine weiße!

dois cinzentos e um branco!

Und wer das Liedel nicht singen kann,

E para quem a não souber cantar

dem wollen sie es pfeifen!

eles vão assobia-la!

18



[DE]

LOB DES HOHEN VERSTANDES

ELOGIO DA SABEDORIA

[PT]

Einstmals in einem tiefen Tal

Noutros tempos, num profundo vale

Kukuk und Nachtigall

o cuco e o rouxinol

täten ein’ Wett’ anschlagen.

entraram numa competição.

Zu singen um das Meisterstück,

Aquele que cantasse uma obra-prima,

gewinn’ es Kunst, gewinn’ es Glück!

seria um artista afortunado!

Dank soll er davon tragen.

E todos lhe agradeceriam!

Der Kukuk sprach: „So dir’s gefällt,

Disse o cuco: «Se concordares,

hab’ ich den Richter wählt,“

já escolhi quem nos vai julgar,»

und tät gleich den Esel ernennen.

e logo nomeou o burro.

„Denn weil er hat zwei Ohren groß,

«Tem duas grandes orelhas,

so kann er hören desto bos,

portanto, ouve melhor,

und, was recht ist, kennen!“

e assim poderá reconhecer o que é justo!»

Sie flogen vor den Richter bald.

Voaram logo até ao juiz,

Wie dem die Sache ward erzählt,

que mal soube do que se tratava

schuf er, sie sollten singen!

ordenou que cantassem!

Die Nachtigall sang lieblich aus!

Que bem cantou o rouxinol!

Der Esel sprach: „Du machst mir’s kraus!

Disse o burro: «Que canto complicado!

Ich kann’s in Kopf nicht bringen!“

Não me entra na cabeça!»

Der Kukuk drauf fing an geschwind

Depressa o cuco começa as suas

sein Sang durch Terz und Quart und Quint.

terceiras, quartas e quintas.

Dem Esel g’fi els, er sprach nur:„Wart!

Agradaram ao burro que logo disse: «Alto!

Dein Urteil will ich sprechen.

Vou já dar o meu veredicto.

Wohl sungen hast du, Nachtigall!

Não cantaste mal rouxinol!

Aber Kukuk, singst gut Choral!

Mas, cuco, como cantas bem um coral!

Und hältst den Takt fein innen!

E observas sempre o ritmo!

Das sprech’ ich nach mein’ hoh’n Verstand,

Digo-o do alto da minha profunda sabedoria,

und kost’ es gleich ein ganzes Land,

e proclamarei por toda a parte

so laß ich’s dich gewinnen!“

que és tu o vencedor!»

19



[DE]

DER TAMBOURSG‘SELL

O TAMBOR

[PT]

Ich armer Tamboursg’sell!

Pobre tambor, pobre de mim!

Man führt mich aus dem G’wölb!

Levam-me para fora da minha cela!

Wär ich ein Tambour blieben,

Se ao menos continuasse a ser tambor

dürft’ ich nicht gefangen liegen!

não estaria aqui preso!

O Galgen, du hohes Haus,

Ó forca, alto edifício,

du siehst so furchtbar aus!

pareces tão assustadora!

Ich schau dich nicht mehr an!

Não quero olhar mais para ti,

Weil i weiß, daß i g’hör d’ran!

pois sei que te pertenço!

Wenn Soldaten vorbeimarschier’n,

Os soldados quando passam

bei mir nit einquartier’n.

não entram aqui.

Wenn sie fragen, wer i g’wesen bin:

Perguntam quem eu fui:

Tambour von der Leibkompanie!

fui tambor da guarda!

Gute Nacht! Ihr Marmelstein!

Boa noite, mármores,

Ihr Berg’ und Hügelein!

montes e montanhas!

Gute Nacht, ihr Offizier,

Boa noite, oficiais,

Korporal und Musketier!

comandantes e atiradores!

Gute Nacht!

Boa noite!

Gute Nacht ihr Offizier!

Boa noite, oficiais,

Korporal und Grenadier!

comandantes e granadeiros!

Ich schrei’ mit heller Stimm:

Clamo bem alto:

Von Euch ich Urlaub nimm!

a vós peço despensa

Gute Nacht!

boa noite!

20



[DE]

ES SUNGEN DREI ENGEL EINEN SÜSSEN GESANG

TRÊS ANJOS CANTARAM UMA DOCE CANÇÃO

[PT]

Es sungen drei Engel einen süßen Gesang,

Três anjos cantaram uma doce canção,

Mit Freuden es selig in dem Himmel klang;

que alegremente ecoou pelos céus;

Sie jauchzten fröhlich auch dabei,

nela rejubilavam

Daß Petrus sei von Sünden frei.

por Pedro estar livre de pecado.

Und als der Herr Jesus zu Tische saß,

Quando o Senhor estava à mesa

Mit seinen zwölf Jüngern das Abendmahl aß,

para com os seus doze apóstolos tomar a ceia,

Da sprach der Herr Jesus: Was stehst du denn hier?

disse o Senhor: Que tens tu?

Wenn ich dich anseh’, so weinest du mir!

Quando olho para ti começas a chorar!

,,Und sollt’ ich nicht weinen, du gütiger Gott?

«E como posso não o fazer, Deus de bondade?

Ich hab übertreten die zehn Gebot;

Desobedeci aos Dez Mandamentos;

Ich gehe und weine ja bitterlich.

por aqui ando e choro amargamente.

Ach komm’ und erbarme dich über mich!‘‘

Vem e tem piedade de mim!»

Hast du denn übertreten die zehn Gebot,

Se desobedeceste aos Dez Mandamentos

So fall auf die Knie und bete zu Gott!

ajoelha-te e reza a Deus!

Liebe nur Gott in alle Zeit!

Ama a Deus todo o sempre!

So wirst du erlangen die himmlische Freud’.

Assim alcançarás a felicidade dos céus.

Die himmlische Freud’ ist eine selige Stadt,

A felicidade dos céus é uma morada abençoada,

Die himmlische Freud’, die kein Ende mehr hat!

A felicidade dos céus não tem nunca fim!

Die himmlische Freud’ war Petro bereit’t,

a felicidade dos céus foi dada a Pedro

Durch Jesum, und allen zur Seligkeit.

e a todos nós por Jesus para nossa bênção.

21



[DE]

URLICHT

LUZ PRIMORDIAL

[PT]

O Röschen rot!

Rosinha vermelha!

Der Mensch liegt in größter Not!

A humanidade está em aflição!

Der Mensch liegt in größter Pein!

A humanidade está em dor!

Je lieber möcht’ ich im Himmel sein!

Antes queria viver no céu!

Da kam ich auf einen breiten Weg.

Cheguei a um amplo caminho.

Da kam ein Engelein und wollt mich abweisen.

Um anjo veio ter comigo e tentou que eu me desviasse.

Ach nein! Ich ließ mich nicht abweisen!

Não! não deixei que me desviasse!

Ich bin von Gott, und will wieder zu Gott!

Pertenço a Deus e quero voltar para Deus!

Der liebe Gott wird mir ein Lichtchen geben,

Deus há de me dar uma luzinha

wird leuchten mir bis in das ewig selig Leben!

que me guiará até à bem-aventurada vida eterna!

22



FOTOGRAFIA

CONCERTO

Concerto do dia 14 JAN 2021 por ©BRUNO SIMÃO

BIOGRAFIAS

Ana Quintans por ©CRISTOVÃO

Joana Carneiro por ©BRUNO SIMÃO

/

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO OPART

Presidente CONCEIÇÃO AMARAL

Vogais ANNE VICTORINO D’ALMEIDA E ALEXANDRE SANTOS

Diretora Artística do TNSC ELISABETE MATOS


Siga as nossas páginas

de Facebook, Instagram

@SAOCARLOS

e Youtube e subscreva

/SAOCARLOS

@SAOCARLOS1793

a nossa newsletter para

SAOCARLOS.PT

acompanhar todas as

iniciativas da sua casa

de Ópera, em sua casa.

O IDEALISTA APOIA O TNSC

PARCEIRO PARA A COMUNICAÇÃO

SAOCARLOS.PT

#CULTURAÉIMAGINAÇÃO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!