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OPINIÃO
A ordem altera o produto
A continuidade dos desmatamentos
ilegais destrói a credibilidade do
País e permite todo tipo de críticas,
ainda que muitas vezes infundadas
Pedro de Camargo Neto (*)
Ograu de ilegalidade nos
desmatamentos identificados
na Região
Amazônica destrói a
credibilidade do País. Dificulta
qualquer iniciativa de avanço ou
negociação internacional futura.
E a ausência de credibilidade permite
todo tipo de críticas, ainda
que muitas vezes infundadas.
Pagamento por serviços ambientais,
bioeconomia, sociobiodiversidade,
sustentabilidade do pequeno
produtor e até mesmo o
polêmico programa Adote um
Parque Florestal podem se tornar
avanços na construção de uma
política florestal e climática. Longe,
porém, de resolver a questão
sem enfrentar o retrocesso representado
pelo persistente desmatamento
ilegal.
Em 2019, após intensas queimadas
na floresta, o Exército foi enviado
à Região Amazônica para
atuar numa operação de Garantia
da Lei e da Ordem (GLO). Pouco
fez. No ano seguinte, novamente
o Exército embarcou com destino
à Amazônia, mesmo assim
o desmatamento ilegal continuou
crescendo. Dados de satélite coletados
pelo sistema de monitoramento
Prodes, do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais
(Inpe), mostram que o desmatamento
com corte raso na Amazônia
Legal aumentou 9,5% de
2019 a 2020. No Estado do Pará
houve espantoso aumento de
24%.
Estão encerrando a GLO. O Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e o Instituto
Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), autarquias
responsáveis pelo controle
em terras públicas, encontram-se
ainda sem a necessária
estrutura para uma atuação
diferenciada que venha a
produzir resultados.
Imagens de satélite de excelente
definição são amplamente disponíveis
no Inpe, no satélite do governo
da Noruega, em futuro próximo
no recém-adquirido pelo
governo, ou em outro qualquer
facilmente acessível para essa
verificação. Diariamente os focos
de desmatamento podem ser
identificados com elevada precisão,
as coordenadas geográficas
são prontamente identificáveis.
Sabemos, hoje, exatamente o
que acontece na imensidão da
Amazônia.
O Brasil deveria ser o país
a liderar a questão climática
A questão é chegar ao local, diariamente,
com os profissionais
devidamente qualificados. Um
fiscal do Ibama basta, desde que
com poder, talão de multas e
proteção da Polícia Federal. Na
eventualidade de reação, existiria
um plano alternativo. Isso exigirá
orientação para penalizar de imediato
os responsáveis pelo crime,
até mesmo com a destruição de
máquinas e equipamentos encontrados,
quando em terras públicas,
informação conhecida de
antemão. Quando em terras privadas,
em coordenação com a
autoridade estadual, providências
enérgicas no âmbito do Cadastro
Ambiental Rural (CAR), bem
como do CPF lá identificado.
Diariamente as equipes sairiam
para as coordenadas identificadas
dos desmatamentos. A
questão é chegar lá com rotina e
rapidez. Certamente não será a
pé ou de carro. A proposta aqui
é outra GLO, desta vez com a Aeronáutica,
que desenvolveria e
operaria os meios de locomoção
da equipe mínima. Considerando
a relevância da questão amazônica,
acredito ser possível, até
mesmo contando com apoios internacionais.
Não sendo essa a alternativa escolhida,
que desenvolvam outra.
O inaceitável é a continuidade da
ilegalidade. A questão climática
está em grande evidência. Os debates
sobre o clima evoluem para
a Conferência do Clima (COP
26) a ser realizada em Glasgow,
na Escócia, em novembro. Os
esforços vão na direção de limitar
o aumento da temperatura
global a 1,5 grau Celsius acima
dos níveis pré-industriais. Os países
desenvolvem políticas visando
a zerar a emissão líquida
dos gases de efeito estufa
(GEEs), a métrica na questão do
aquecimento global. O presidente
norte-americano, Joe Biden, organiza
importante evento em
Washington já no próximo dia 22
de abril.
A principal emissão de GEEs do
Brasil, a que nos coloca em posição
desfavorável, é proveniente
dos desmatamentos florestais.
Reduzi-los não depende de pesquisa,
nem de novas tecnologias,
nem mesmo de debate político.
Basta cumprir a legislação em
vigor. A continuidade dos desmatamentos
ilegais destrói a credibilidade
do País para qualquer
outra iniciativa.
O Brasil deveria ser o país a liderar
a questão climática. É o país dos
biocombustíveis, do primeiro carro
a álcool, do biodiesel, da geração
de energia com a biomassa,
da energia eólica, como pode ser
observado na Região Nordeste do
País, e da agricultura de baixo carbono,
cujo enorme potencial na
produção de alimentos em conjunto
com a absorção de carbono
no solo vem sendo demonstrado.
É o país que maior capacidade
tem de promover a fotossíntese
na construção do futuro.
Enfrentar o desmatamento, hoje
principalmente resultado de invasões
de terras públicas, precisa
ser feito de imediato, de uma maneira
ou outra. Ele prejudica e prejudicará
ainda mais o País, em
especial o setor agropecuário.
É insuficiente apresentar propostas
necessárias e possivelmente
positivas para avançarmos em
outras questões. Precisamos de
foco no inaceitável desmatamento
ilegal. Ou serão dois passos
pra frente e três ou quatro
para trás
(*) Produtor rural e ex-secretário
de Produção do Ministério
da Agricultura; publicado em O
Estado de S.Paulo)
2
Jornal Paraná
CANA-DE-AÇÚCAR
Usinas no PR retomam
colheita em março
Para a safra 2021/22 no Estado, a perspectiva é de números semelhantes aos
do ano passado em termos de ganhos econômicos e resultados agronômicos
Como tradicionalmente
ocorre no Paraná, a
colheita de cana-deaçúcar
nas indústrias
sucroenergéticas do Estado deve
iniciar com ritmo forte no
mês de março, com mais da
metade das usinas e destilarias
paranaenses entrando em operação
no mês. A expectativa é
de que quase um milhão de toneladas
de cana a mais sejam
moídas ainda na safra 2020/
21, fechando a produção total
com cerca de 34 milhões de
toneladas de cana, estima o
presidente da Alcopar, Miguel
Tranin.
Como a colheita da safra
2021/ 22 só começa oficialmente
a partir do dia 1 de abril,
todo o volume de cana esmagado
no período que antecede
a data ainda será computado
como da safra 2020/21. Praticamente
todas as unidades
paranaenses devem estar em
funcionamento até o final do
mês de abril.
Apesar da seca severa que
castigou as lavouras do Centro-
Sul como um todo, e do temor
inicial de que a colheita só iniciaria
em abril no Paraná, por
falta de matéria prima para a
tradicional retomada da colheita
mais cedo, Tranin comenta
que “as chuvas ocorridas no
final do ano e em janeiro recuperaram
e potencializaram o
desenvolvimento das lavouras.
E como as empresas sucroenergéticas
fizeram a sua parte,
investindo na renovação dos
canaviais, temos cana para iniciar
a safra mais cedo”, diz.
Em anos em que o clima ocorre
sem sobressaltos é possível
até mesmo antecipar ainda
mais a colheita, com o Paraná
dando início a operação já na
segunda quinzena de fevereiro.
Nos últimos anos, entretanto, a
safra tem iniciado dentro dos
prazos normais, em meados de
março, por conta de sucessivas
estiagens.
A moagem de cana, realizada
pelas unidades produtoras no
Estado, no acumulado desta
safra até o final do ano passado,
quando se iniciou o período
de entressafra, foi de 33,3
milhões de toneladas. Comparando
com as 33,2 milhões de
toneladas registradas no mesmo
período do ano safra 2019/
20, o aumento foi de 0,4%. A
entressafra é o período em que
as usinas paralisam suas atividades
para manutenção de
suas máquinas agrícolas e da
indústria.
A quantidade de Açúcares Totais
Recuperáveis (ATR) por tonelada
de cana, também no
acumulado da safra 2020/21
ficou 0,8% abaixo do valor observado
na safra 2019/20, totalizando
141,83 kg de ATR/t
de cana, contra 142,99 kg ATR
observados na safra passada.
A produção de açúcar totalizou
2,571 milhões de toneladas até
o final do ano passado e a de
etanol 1,184 bilhão de litros,
sendo 505,8 milhões de litros
de anidro e 678,1 milhões de litros
de hidratado.
Analistas apontam que a safra
2021/22, que se inicia em abril,
poderá não ter as mesmas características
da atual na região
Centro-Sul. A oferta de cana
pode ser menor, e a qualidade
4
Jornal Paraná
da matéria-prima não deverá
atingir os patamares do ano
passado. A seca afetou o desenvolvimento
da cana, o que
deverá reduzir a oferta da matéria-prima
na região. Além disso,
a aceleração dos preços
dos grãos, principalmente os
da soja e os do milho, vão ter
efeito sobre a área de cana em
toda região. “Este é um fator
que deve pressionar principalmente
as usinas localizadas em
regiões de terras mais férteis,
onde a concorrência com as lavouras
de soja e milho é forte,
o que nos preocupa”, afirma
Tranin.
Para a próxima safra, estimativas
feitas pela Unica (União
da Indústria de Cana-de-Açúcar)
apontam para uma produção
menor, com moagem
total de 575 milhões de toneladas
na região Centro-Sul. No
etanol, também deve haver
queda em relação a este ciclo,
para 25,6 bilhões no próximo.
Já o açúcar, a retração esperada
é para 34,2 milhões de
toneladas. A seca prolongada
e os efeitos do La Niña são os
principais fatores que explicam
estas projeções.
O cenário para o setor sucroenergético
em 2021 deve ser
bastante semelhante a do ano
anterior na avaliação do presidente
da Alcopar. “No Paraná,
vamos ter um ano semelhante
em termos de ganhos
econômicos e resultados
agronômicos”, diz. A estimativa
da safra ainda está
sendo levantada, e só em meados
de maio é que será possível
ter um número mais
assertivo.
Neste primeiro momento, as
unidades industriais do Paraná
devem priorizar a produção de
etanol, para atender a demanda
do produto na entressafra.
Também, como normalmente é
um período mais chuvoso, a
tendência é que a cana concentre
menos açúcar, sendo
mais difícil obter a commodity.
Na safra como um todo, entretanto,
o mix de produção no
Paraná tende a ser mais açucareiro,
como tradicionalmente
ocorre.
Também, com o mercado de
açúcar mais favorável, muitas
usinas aproveitaram para
comercializar de forma antecipada
grande parte da produção
da commodity em um
percentual de fixações antecipadas
da safra recorde e a
preços remunerativos. A Alcopar
acredita que deve ter
ocorrido até 80% de fixação
das exportações, do total
previsto. Com isso o Estado
deve embarcar 80% das 2,5
milhões de toneladas de produção
de açúcar na safra
2021/22, pelos cálculos de
Tranin.
Na ponta do lápis, 1,6 milhão/t
já foram vendidas internacionalmente,
com apoio dos preços
que chegaram a picos em
Nova York de 17 c/lp, além do
dólar sempre favorável, que
foi o motor exportador praticamente
exclusivo da safra
passada.
Centro-Sul deve fechar safra
20/21 com 605 milhões/t
Na região Centro Sul, a União
da Indústria de Cana-de-
Açúcar (Unica) aponta que
15 unidades estavam em
funcionamento até o final da
segunda quinzena de fevereiro,
sendo 7 empresas
com moagem de cana-deaçúcar,
3 unidades flex (processam
milho e cana-deaçúcar)
e 5 plantas dedicadas
exclusivamente à produção
de etanol de milho.
A moagem de cana-de-açúcar
na segunda quinzena de
fevereiro alcançou 668,98
mil toneladas e, no acumulado
desde o início da safra,
totalizou 598,79 milhões de
toneladas. “Seguindo os números
divulgados no final do
ano passado, deveremos fechar
a safra 2020/21 com
moagem próxima a 605 milhões
de toneladas”, concluiu
Antonio de Padua
Rodrigues, diretor técnico da
Unica.
A produção quinzenal de
açúcar atingiu 18,67 mil toneladas
e, no acumulado da
safra, a fabricação do adoçante
alcançou 38,24 milhões
de toneladas. A produção
de etanol, por sua vez,
foi de 114,96 milhões de litros
na segunda quinzena do
mês, sendo 107,45 milhões
de litros de etanol hidratado
e apenas 7,51 mil litros de
etanol anidro. No acumulado
desde o início da safra 2020/
2021 até 1º de março, a produção
de etanol chegou a
29,79 bilhões de litros, sendo
9,71 bilhões de litros de
etanol anidro e 20,08 bilhões
de etanol hidratado.
A produção quinzenal de etanol
de milho totalizou 85,63
milhões de litros na segunda
metade de fevereiro, com
74,44 milhões de litros de
etanol hidratado e 11,20 milhões
de litros de etanol anidro.
No acumulado da safra
2020/21, a produção de etanol
de milho é de 2,30 bilhões
de litros.
Segundo levantamento, na
primeira quinzena de março
17 empresas devem iniciar a
safra 2021/22. Até o final do
mês, outras 21 unidades iniciarão
suas operações. “No
final de março do ano passado,
87 unidades produtoras
estavam em operação e
neste ano apenas 50 empresas
devem estar operando.
“Para a primeira quinzena de
abril, a nossa expectativa é
de que outras 124 empresas
iniciem a moagem, dando
início efetivo à produção da
safra 2021/22”, acrescentou
Rodrigues.
Jornal Paraná 5
BIOCOMBUSTÍVEIS
Menor poluição evita
centenas de mortes ao ano
Estudo da EPE mostra que mistura obrigatória de biodiesel ao diesel e de
etanol anidro à gasolina reduz emissões de particulados e o número de mortes
As políticas de biocombustíveis
têm gerado
impactos positivos
"significativos" à saúde
humana, conforme aponta
estudo publicado pela estatal
Empresa de Pesquisa Energética
(EPE), em reportagem da
Reuters. A mistura obrigatória
de biodiesel ao diesel e de etanol
anidro à gasolina, realizada
há anos no Brasil, evita centenas
de mortes por ano na região
metropolitana de São Paulo
por meio da redução da
emissão de particulados.
Com base nas demandas de
etanol e gasolina observadas
em 2018 na região, a pesquisa
mostrou resultados favoráveis
como consequência ao consumo
do biocombustível por
veículos flex: uma redução de
371 óbitos por ano e aumento
da expectativa de vida em 13
dias na comparação com um
cenário em que não há qualquer
demanda por etanol, apenas
por gasolina. O panorama
reflete a demanda por etanol hidratado
e a mistura adotada de
mais de um quarto de etanol
anidro na gasolina comum.
Considerando um cenário de
aumento de 10% no consumo
de etanol hidratado em detrimento
da gasolina, a pesquisa
aponta que mais 43 mortes seriam
evitadas anualmente e a
expectativa de vida avançaria
em mais um dia. "Os resultados
apontam que o uso do etanol
tem elevado impacto positivo
na saúde humana sob o
prisma de emissão de particulados,
contribuindo para uma
redução de 7,2% de concentração
de particulados associada
ao setor de transportes", afirmou
o estudo publicado pela
EPE.
"A adição de biodiesel ao diesel
A também apresentou impacto
significativo na saúde humana
em termos de emissão de particulados",
afirmou a nota técnica
da EPE. Usando dados
captados em 2018 na região, o
estudo concluiu que a mistura
de 12% de biodiesel no diesel B
(B12), adotada pelo Brasil no
momento, evita 277 mortes por
ano e faz com que a população
deixe de perder dez dias de vida
desde o nascimento, em comparação
com o cenário em que
não há qualquer mistura.
A pesquisa também traçou panoramas
para os impactos positivos
gerados pelas misturas
de 10% e 15%, percentual que
segundo o cronograma estipulado
pelo país deve ser atingido
até 2023. Com o B10,
usado como cenário-base de
São Paulo em 2018, são evitadas
244 mortes, com um
aumento de nove dias na expectativa
de vida. Já a eventual
mistura de 15% acarretaria
348 mortes a menos por ano,
e aumentaria a expectativa de
vida em mais quatro dias ante
à mistura do B10. O estudo
destacou que, em 2018, a
mistura obrigatória de 10%
evitou 6,8% das emissões
provenientes do setor de
transportes na região metropolitana
de São Paulo.
A pesquisa também avaliou o
valor implícito à melhoria da
qualidade de vida decorrente
do uso de biocombustíveis em
substituição aos combustíveis
fósseis, seguindo métricas da
Organização Mundial da Saúde
(OMS) com base na variação
da expectativa de vida. Considerando
esses critérios, a trajetória
que leva em conta a
demanda atual por etanol e gasolina
tem resultado positivo
de 24,6 bilhões de reais ante o
cenário em que há consumo
apenas de gasolina. Já no
caso do diesel, a mistura-base
de 10% resulta em impacto
econômico de 17 bilhões de
reais.
Estatísticas elaboradas pela
OMS apontam que a poluição
atmosférica nas cidades e nas
áreas rurais cause, por ano,
cerca de 4,2 milhões de mortes
prematuras em todo o
mundo. E a principal causa é
a exposição a materiais particulados,
destacou a nota técnica
da EPE. "A inserção de
biocombustíveis na matriz de
transportes, grande responsável
pela demanda de combustíveis
e importante emissor de
GEE (gases de efeito estufa)
da economia global, se torna
cada dia mais relevante", concluiu
o estudo.
6
Jornal Paraná
AUDITORIA
Relatório de Sustentabilidade
da Santa Terezinha é validado
O relato é anual, está em sua 10° edição e demonstra o engajamento da empresa com
o desenvolvimento sustentável, priorizando a ética, confiabilidade e transparência
Pelo 3° ano consecutivo,
o Relatório de
Sustentabilidade/Comunicação
de Progresso
da Usina Santa Terezinha
foi validado pela empresa
de auditoria PwC (PricewaterhouseCoopers).
No processo
de verificação externa,
o conteúdo foi constatado de
acordo com os critérios do
GRI (Global Reporting Initiative),
opção Essencial da
versão Standards. Essa norma
é a mais atual disponível e
principal referência para esse
tipo de publicação em todo
o mundo, presente em 60
países.
Além da norma GRI, a auditoria
externa seguiu controles
próprios determinantes e necessários
para permitir a propagação
desse material: livre
de distorção causada por
fraude ou erro.
Desde 2010, a Usina Santa
Terezinha divulga este documento
composto de práticas
ESG (Environmental, Social
and Governance/ Ambiental,
Social e Governança) e resultados
financeiros. O relato é
anual, está em sua 10° edição
e demonstra o engajamento
da empresa com o desenvolvimento
sustentável, priorizando
a ética, confiabilidade e
transparência.
No decorrer da leitura são
apresentados dados referentes
ao perfil da empresa, sua
governança e engajamento
com os públicos de relacionamento.
Além dos tópicos considerados
materiais, a partir
da elaboração da matriz da
materialidade.
O conteúdo é aliado aos quatro
temas do Pacto Global das
Nações Unidas (direitos humanos,
trabalho, meio ambiente
e combate à corrupção)
tornando este documento,
há seis anos, uma COP
(Comunicação de Progresso),
que possui o status nível
avançado e é publicada no
banco de dados do Pacto Global.
O documento ainda segue
as premissas dos ODS (Objetivos
de Desenvolvimento
Sustentável), estipulados pela
ONU (Organização das Nações
Unidas).
8
Jornal Paraná
BOLSA QUALIFICAÇÃO
Cooperval capacita
200 trabalhadores
O objetivo é qualificar os empregados quanto as habilidades educacionais,
profissionais e humanas, além de manter empregos na entressafra e gerar renda
Os treinamentos são
ministrados pelo Senai
e Senat em parceria
com Sescoop
Como tem ocorrido nos últimos anos no período
de entressafra, a Cooperval, Cooperativa
Agroindustrial Vale do Ivaí Ltda, com
sede no município de Jandaia do Sul, promove
a edição de 2021 do projeto Bolsa Qualificação
Profissional. Este ano o trabalho de capacitação começou
em janeiro, com a participação de 200 trabalhadores,
divididos em várias turmas e vai até abril,
quando se inicia oficialmente a safra de cana-de-açúcar
na região Centro-Sul.
Com o objetivo de qualificar os empregados da usina
quanto as suas habilidades educacionais, profissionais
e humanas, além de manter os empregos e gerar
renda, o projeto Bolsa Qualificação Profissional é prevista
pela legislação, conforme o artigo 476-A da CLT,
e funciona como uma suspensão temporária do contrato
de trabalho no período de entressafra.
Os cursos que estão sendo oferecidos este ano pelo
programa aos trabalhadores da Cooperval são treinamentos
como soldador, mecânica e eletricidade automotiva,
formação de pedreiro, mecânica industrial,
direção defensiva, direção econômica, NR 17 – Ergonomia,
NR 35 - Trabalho em Altura, NR 33 - Trabalho
em Espaço Confinado, NR 20 - Trabalho com
Inflamáveis, comunicação organizacional e relacionamento
interpessoal. Os treinamentos são ministrados
pelo Senai e Senat em parceria com Sescoop.
A colheita de cana-de-açúcar na área de ação da
Cooperval deve ser retomada a partir de abril, segundo
o diretor presidente da cooperativa, Fernando
Fernandes Nardine. Além do açúcar, a cooperativa
deverá fabricar etanol hidratado e etanol anidro.
Como a empresa tem diversificado suas atividades,
também produzirá etanol anidro e hidratado através
da moagem de milho. Outro subproduto obtido
desse processo é o DDG, utilizado para ração animal.
Jornal Paraná 9
Fixação
DOIS
PONTOS
Déficit global
Usinas brasileiras já fixaram
preços de açúcar da safra
2021/22 para 80,5% da exportação
projetada na temporada,
estimou a Archer
Consulting com base em
dados até 31 de janeiro. O
número mostra um aumento
de mais de 10 pontos percentuais
ante os 69% – de
uma exportação estimada
em 25 milhões de toneladas
– fixados até o mês anterior.
O PIB (Produto Interno Bruto) da agropecuária
tomou rumo diferente do dos demais setores
da economia no ano passado. Terminou
o ano com evolução acumulada de
2%, e foi o único a crescer. No último trimestre,
no entanto, mostrou fraquezas, e foi o
único a registrar queda, conforme os dados
Usinas têm aproveitado as
condições favoráveis de
mercado e adiantado o travamento
de negócios para a
próxima safra, que começa
oficialmente em abril, no
centro-sul. A Archer também
disse que as usinas brasileiras
tinham fixado preços de
açúcar para 25% da safra
2022/23 (versus 23% no
mês anterior), segundo estimativa
preliminar.
Agro
do IBGE. O crescimento do PIB agrícola em
2020 já era esperado, embora o mercado
apostasse em taxa ainda maior. Apesar da
pandemia, o setor manteve seu ritmo de
plantio, de colheita e de transporte das mercadorias.
O setor foi ajudado, ainda, por uma
boa produção e aumento de produtividade.
A Organização Internacional
do Açúcar (OIA) estimou um
déficit maior do que o esperado
anteriormente para o
mercado global do adoçante
na temporada 2020/21, de 4,8
milhões de toneladas. Em sua
projeção anterior, o órgão intergovernamental
indicava um
Menor produção
A queda foi guiada, em parte,
por um corte na estimativa
para a produção na Europa
Ocidental, que passou a
ser vista em 15,2 milhões de
toneladas, versus 16,5 milhões
anteriormente. Juntos,
doenças e secas prejudicaram
as safras da região.
Também houve revisões para
baixo na produção do Irã
(1,3 milhão de toneladas,
Economia
déficit de 3,5 milhões de toneladas
na atual temporada. A
OIA, em atualização trimestral,
estimou a produção global de
açúcar em 2020/21 (outubro
a setembro) em 169,0 milhões
de toneladas, abaixo da
previsão anterior de 171,1 milhões
de toneladas.
contra 1,85 milhão), Paquistão
(5,5 milhões de toneladas,
versus 6,0 milhões) e
Tailândia (7,8 milhões de toneladas,
ante 8,2 milhões). O
consumo global foi estimado
em 173,8 milhões de toneladas,
abaixo da projeção anterior
de 174,6 milhões de
toneladas, mas ainda 2,1%
acima do registrado na temporada
anterior.
Índia
A economia brasileira registrou
em 2020 a maior contração
em 24 anos sob o
impacto das medidas de
contenção ao coronavírus,
terminando o ano com
perda de força e diante de
um pano de fundo de incertezas.
O Produto Interno
Bruto (PIB) do Brasil despencou
4,1% em 2020, depois
de crescimento de
1,4% em 2019, na maior
queda desde o início da
série histórica do IBGE iniciada
em 1996.
O Brasil possui aproximadamente
10 milhões de hectares
plantados com cana-de-açúcar.
No entanto, apesar de sermos
o maior produtor de cana
do mundo, a nossa produtividade
é relativamente baixa
quando comparada a outros
Irrigação
países produtores. Na última
safra, o Brasil produziu aproximadamente
77 ton/ha, enquanto
países como Colômbia
e Guatemala produziram 118
ton/ha e 88 ton/ha. O clima representa
50% das condições
que impactam na produtividade
de cana e os demais fatores
se distribuem entre variedades,
fertilidade do solo e fatores
biótipos. O uso de tecnologias
que permitam a irrigação
e o parcelamento nutricional
(nutrirrigação) podem potencializar
a produção.
A Índia deve ficar abaixo de
sua meta para as exportações
de açúcar neste ano por
causa do atraso nos embarques
e desafios logísticos, o
que pode impulsionar ainda
mais o rali da commodity. O
segundo maior produtor
mundial, atualmente com
enormes estoques, deve exportar
quase 20% menos do
que a meta do governo e da
previsão de uma importante
associação. O risco surge
justo quando o mercado global
está sob pressão. Os futuros
do açúcar bruto registraram
o décimo mês de
ganhos em fevereiro, o período
mais longo de alta segundo
dados de bolsa das
últimas seis décadas. Com
um mercado apertado por
causa de safras menores na
Tailândia e na União Europeia,
juntamente com a forte
demanda na Ásia, a queda
das exportações indianas
pode fornecer mais estímulo
para o mercado.
10
Jornal Paraná
Raízen
A Raízen, líder mundial em
açúcar e etanol de cana-deaçúcar,
obteve aval do órgão
brasileiro de defesa da concorrência
para a aquisição
da Biosev, uma transação
anunciada pelas empresas
no início de fevereiro. O negócio,
que envolve pagamento
pela Raízen de 3,6
bilhões de reais e mais um
montante em ações, foi
aprovado sem restrições
pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica
(Cade).
Energia Verde
Após a aquisição e integração
dos negócios da Biosev,
a Raízen - uma joint venture
entre Cosan (CSAN3) e
Shell - passará a contar
com um total de 35 unidades
produtoras e capacidade
instalada de moagem
de 105 milhões de toneladas
de cana, além de cerca
de 1,3 milhão de hectares
Aquisição
de cultivos. A operação envolve
nove unidades da Biosev,
com capacidade total
de moagem de 32 milhões
de toneladas de cana, localizadas
em São Paulo (seis),
Mato Grosso do Sul (duas)
e Minas Gerais (uma), que
virão sem qualquer dívida,
além de 280 mil hectares de
cana.
British Airways
A companhia aérea British
Airways (BA) em colaboração
com a start-up americana
LanzaJet anunciou o
uso de um combustível produzido
a partir do etanol em
alguns de seus aviões em
2022. O uso deste combustível
representa uma redução
de mais de 70% das emissões
de gases de efeito estufa
em comparação com o
querosene tradicional, o que
equivale a retirar 27 mil carros
a gasolina e diesel da estrada
todo ano.
O programa Selo Energia
Verde superou a marca de 50
usinas certificadas em 2021.
Juntas, têm o potencial para
produzir, anualmente, mais de
11 mil GWh. 64% deste volume
é ofertado na rede e
chega a milhares de lares brasileiros.
O restante, 36%, é
O Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia
(Inmetro) informou que está
em fase final de implantação
do regulamento que prevê a
certificação digital das bombas
de combustíveis. Com a
medida, será possível dificultar
fraudes durante o abastecimento
de veículos nos
postos de combustíveis do
para o autoconsumo. O potencial
de geração das usinas
certificadas é superior a toda
energia elétrica produzida no
Brasil, em 2020, com carvão
mineral. Isso significa menos
poluição do ar, já que a energia
gerada nessas usinas deve
evitar a emissão de mais de 3
país. Segundo o Inmetro, o
controle será feito por meio
de certificação digital. Um
componente instalado na
bomba do posto vai checar
se a quantidade de energia
gerada pela bomba é compatível
com o volume de combustível
colocado no tanque
do veículo. Dessa forma, o
motorista poderá verificar, por
milhões toneladas de CO 2 .
Para retirar essa quantidade de
gás poluente do ar é necessário
cultivar 21 milhões de árvores
nativas por 20 anos. O
Selo Energia Verde é emitido
pela UNICA (União da Indústria
da Cana-de-Açúcar) todos os
anos.
Certificação eletrônica
Cientistas da Embrapa têm
pesquisado o potencial de
uso de Bacillus aryabhattai,
descoberto pelo pesquisador
Itamar Melo, em mudas prébrotadas
de cana-de-açúcar
inoculadas com o microrganismo,
quando submetidas
a diferentes regimes de
fornecimento de água após
transplantio. A pesquisa tem
meio de um aplicativo de celular,
se o estabelecimento
fraudou a compra. A checagem
ocorrerá por assinatura
eletrônica. A troca das bombas
será feita de forma gradual
pelos postos, sendo
imediatamente obrigatória somente
em caso de fraudes
encontradas e na substituição
de equipamentos obsoletos.
Bacillus aryabhattai
demonstrado que pode haver
efeito benéfico do uso do ativo
biológico, dependendo da
cultivar de cana utilizada. Testes
mostram efeito do uso do
ativo biológico no crescimento
da parte aérea, afetando
também a massa das
plantas, o diâmetro e altura
do colmo e desenvolvimento
das raízes.
Jornal Paraná 11