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Março 2021
JUNTOS
Em casa…
…ɑ criɑr novos caminhos…
JUNTOS em CASA
FICHA TÉCNICA:
Propriedade – Centro Comunitário de Esmoriz
Redação – Centro de Convívio Farol e Projeto EstimuLAR
Conexões
Periodicidade – Trimestral
4ª Edição - Março 2021
Editorial
2020 terminou com uma sensação de alívio para todos nós e a notícia da
disponibilização das vacinas contra o coronavírus SARS-COV-2, renovou a
esperança que melhores dias chegassem, mas o mês de janeiro de 2021 revelouse
trágico no aumento exponencial do número de infeções, de mortes, com os
serviços de saúde a entrarem em rutura… e voltámos ao confinamento geral… ao
permanecer em casa e sair apenas para o estritamente necessário…
Mais uma vez, a população idosa, tão penalizada nesta pandemia, por ser o maior
grupo de risco e pelo isolamento daí decorrente, ficou mais só e fragilizada… e
algumas respostas sociais, como Centros de Dia e Centros de Convívio, voltaram a
fechar portas…
O Centro Comunitário de Esmoriz tem vindo a fazer um percurso de apoio à
população mais idosa numa perspetiva de proporcionar um envelhecimento mais
ativo, em segurança e com conforto no domicílio dos idosos e esta pandemia veio
dar todo sentido e incrementar este tipo de intervenção.
A Revista Juntos, é um exemplo das dinâmicas alternativas que cumprem este
propósito e, neste número, estamos “Juntos, Em Casa”
Jacinta Valente
Diretora Técnica do Centro Comunitário de Esmoriz
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O Centro Intergeracional “O Farol” é uma resposta do Centro Comunitário de
Esmoriz à população mais velha, desde longa data. Para além de um espaço de
convívio diário, o Farol dinamiza ateliers de manualidades, de informática, sessões
de yoga e um grupo de danças de salão. O objetivo sempre foi o de proporcionar
diferentes atividades, adequando-as à diversidade de interesses e aptidões dos
candidatos.
No ano passado, o projeto “EnvelheSER em casa”, financiado pelo Prémio BPI
Séniores Fundação La Caixa, permitiu complementar o apoio aos mais velhos, com
um conjunto de serviços facilitadores do bem-estar e do envelhecimento ativo em
suas próprias casas. Foi um desafio que surgiu no momento certo e que se revelou
de um enorme impacto positivo e diferenciador na vida dos intervenientes.
No presente ano, o Centro Comunitário de Esmoriz foi contemplado com a
aprovação de um novo projeto nesta área: “EstimuLAR Conexões”, financiado
através do Prémio Caixa Social da Caixa Geral de Depósitos.
Com o recurso a uma ferramenta
tecnológica (SiosLife), uma gerontóloga
visita as pessoas nos seus domicílios e
proporciona-lhes dinâmicas e desafios
de interação, capacitação e convívio.
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Se a pandemia obrigou a uma mudança radical na nossa vida em 2020, o ano de
2021 começou da pior forma… Voltamos a encerrar serviços, a cancelar atividades,
a evitar visitas presenciais, a pedir a todos para confinar e protegerem a si e aos
outros.
Foi tempo de voltar a reinventar a intervenção do Centro Comunitário de Esmoriz,
em especial junto dos mais velhos. Continuam a ser um dos grupos mais
fragilizados perante a pandemia. Precisam de ser protegidos e apoiados, num
misto de riscos, fragilidades, sentimentos e necessidades.
É neste sentido, que reforçamos um trabalho
de equipa para apoio à população idosa, com a
reativação de uma linha de apoio, com
telefonemas diários, visitas no exterior,
acompanhamentos a consultas, articulação
com os serviços públicos, bem como aquisição
de bens e serviços.
Como a estimulação é também uma forma de
ocupação, realizamos semanalmente uma
planificação de atividades ajustada à realidade
de cada pessoa. Neste sentido, criamos um
caderno de exercícios que contribui para
preservar as suas capacidades cognitivas e ao
mesmo tempo ocupar os seus dias.
Como sempre o fizemos, voltamos a “arregaçar as mangas” e procurámos ir mais
longe, ficando ainda mais perto…
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Desde dos primórdios que a D. Ana Rosa frequenta o
Centro de Convívio Intergeracional do Centro Comunitário
de Esmoriz. Lembra-se que chegou em Fevereiro de 2003
e iniciou logo os preparativos para o carnaval. Sempre
com o caderno de sopa de letras na mão, entra na
carrinha com um grande sorriso, saudando todos com
muita animação.
Gosta muito de conversar e de ajudar os outros, tem um coração do tamanho do mundo.
A dedicação e a amizade que demonstra pelas pessoas que a rodeia é uma das grandes
caraterísticas “Para mim o Centro de Convívio é a minha segunda casa.”.
Agora, em casa os dias “são um bocadinho
mais aborrecidos”. Acompanhada pela
Branquinha e pela Pipoca, as duas gatas
de estimação que pousam no parapeito da
janela enquanto a D. Ana se dedica à caça
das palavras com a sua sopa de letra.
O dia começa com as lidas da casa, pois há sempre com que ocupar o tempo, dedicada
e organizada, nunca deixa nada por fazer. De manhã entretém-se na cozinha, à tarde
usufrui do espaço da sala, sempre com a televisão ligada com a companhia do Goucha
e as suas gargalhadas. Ao fim do dia pára e dedica-se à oração, contando-nos que:
“ouço o terço todos os dias na televisão diretamente de Fátima”. Entre o fim do dia e a
hora do jantar mais uma palavra vai procurar na sopa de letras.
Ana Rosa – 77 anos
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Conhecemos a Dª Alexandrina há cerca de um ano, que com um sorriso na face
nos abriu as suas portas e ouvimos “Entrem minhas filhas…”. Na sua sala, com
muita cor e alegria, ouvimos histórias de fé e de motivação.
Visita após visita, telefonema após telefonema fomos conhecendo a sua história e
percebendo a diferença que fazíamos na sua vida “Quando me liga conheço logo a
sua voz. Fico muito feliz quando ouço a voz da menina”.
Festejamos os seus 91 anos e em breve celebra mais um ano de vida. Apesar de
ter passado algumas dificuldades e de, por vezes, ter dias mais difíceis, a alegria
que ouvimos da sua voz quando falamos é contagiante e encorajadora. “A solidão é
um sentimento muito difícil. As dores, o mal-estar que muitas vezes sinto… e não
tenho com quem partilhar. Quando falo consigo lembro-me sempre que tenho
alguém e desabafar ajuda muito. Sinto que alguém me ouve.”
De uma forma muito bonita e peculiar, os nossos
telefonemas terminam sempre da mesma forma
“Se puder ligue-me amanhã sim?”. É através das
palavras que levamos alegria e conforto até quem
mais precisa.
Com a pandemia, o telefone foi, o meio pelo qual nos sentimos próximos e unidos.
Muitas vezes, era com estes telefonemas que as pessoas falavam e de seguida,
ficava novamente o silêncio de quem está sozinho. Mas, também, com estes
telefonemas foi possível levar novidades, música, estimulação, sorrisos e vida.
Numa época tão diferente e marcante, criamos ligações, estivemos presentes e
principalmente ouvimos, rimos e também choramos.
Alexandrina Sá – 92 anos
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Este maldito bicho não nos deixa. Sempre fui uma pessoa ativa, e com muitas
coisas para fazer, mas agora tudo é diferente, pois obrigam-nos a ficar em casa.
Sou a Arnalda, para alguns uma pessoa conhecida para outros não. Resido em
Esmoriz, mas sou natural de Luanda. Conheci o Centro Comunitário de Esmoriz
por acaso e agora pertenço a esta grande família. Sempre me acolheram com
muita carinho, apoio e amizade. Desde de logo comecei a frequentar as atividades.
Comecei com as Malhas, depois com os Lavores e Informática e agora faço
Danças de Salão e Yoga. Com esta ocupação tenho a minha semana toda
preenchida. No entanto, com esta situação da pandemia os meus dias
começaram a ser mais caseiros. Tive necessidade de me ajustar e de encontrar
formas de passar o tempo. Sinto falta das atividades do Centro Comunitário, mas
as aulas on-line ajudam imenso, não sendo a mesma coisa, mas dá para
convivermos, conversar e ocupar um pouco a cabeça. Os cadernos de exercícios
que nos deixam, ajudam imenso a estimular o nosso cérebro e a puxar pela
cabeça.
Não tenho quintal apenas alguns vasos que
trato, pois ando sempre a mexer e às vezes a
estragar. Gosto muito de falar com as minhas
plantas e cuidar delas. Faço também bordados
à mão e à máquina, mais para bebés, como
casaquinhos e carapins, faço malha e croché,
mas também vejo televisão.
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Mesmo estando em casa e condicionada tenho sempre os meus dias ocupados,
acabando por me distrair e não pensar tanto na situação em que estamos a viver.
As nossas tecnologias ajudam imenso, pois consigo falar com os meus amigos e
com os meus filhos e nora não saindo de casa, e o longe faz-se perto.
escrito por Arnalda Valente - 65 anos
Fralda bebé bordado à Máquina
Ponto Cruz
Sapatos em Malha
9
O ano de 2020 foi para todos nós um ano muito difícil em que surgiu um novo vírus.
Este vírus, designado de COVID-19 trouxe muita tristeza, solidão e sofrimento para
todos. O receio e o medo estavam presentes todos os dias, sentindo a morte muito
perto. Tudo foi posto à prova e apesar da minha idade não me lembro de uma
época assim.
Foi também neste ano que alguém bateu à minha porta para me oferecer ajuda.
Esse alguém foi o Centro Comunitário de Esmoriz, que me veio apresentar o
projeto “EnvelheSER em Casa”. Nesta altura, ninguém sabia o que estava por vir e
os momentos que iríamos viver. Mas ainda bem que assim aconteceu, pois tive o
apoio e o carinho que tanto precisava, numa época tão difícil e de dor.
Foi, a partir deste momento, que fui sendo acompanhada em tudo o que precisava,
quer fosse nas visitas que me faziam, no acompanhamento e transporte a
consultas, nas articulações com o centro de saúde e mais tarde nos encontros
semanais que realizávamos.
Sinto muita saudade dos encontros e convívios que tínhamos. Ver pessoas que já
não via há muito tempo foi muito importante para mim. As conversas, as atividades
para avivar a mente e esticar o corpo… faziam a diferença na nossa semana. Os
telefonemas eram quase diários e traziam o apoio que muitas vezes era preciso.
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Foi sempre com a presença da menina Daniela,
alguém muito especial que entrou na minha vida e que
eu considero como o meu anjo da guarda. Deu-me
muita alegria e apoio em todas as horas, mesmo
quando não estava à espera e aparecia na minha
porta para uma surpresa. Recordo o dia que nos
conhecemos com muito carinho e é algo que me
enche o coração. Para mim somos família. Sem as
suas palavras e presença fica um grande vazio. Desde
a primeira consulta, que estivemos sempre presentes
e unidas.
Eu, Natividade, tenho a agradecer a toda a equipa que
dá o seu melhor no trabalho que realiza, o meu muito
obrigada. A vossa presença na minha vida aconteceu
na altura certa, apesar de ser algo que eu não
esperava. Que seja possível continuar com este
projeto durante muito tempo e que outras pessoas
possam apoiar, para que nos possam continuar a
ajudar. Um bem-haja para todos.
escrito por Natividade Domingues - 72 anos
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Notas Informativas
A Linha de Apoio JUNTOS, com o contacto
914 845 536, é uma linha disponível para
todo o concelho e destina-se a pessoas
idosas que necessitem de apoio ao nível da
entrega de bens e serviços, ou mesmo para
quem se sinta só e queira conversar.
O Programa de Rádio – Discos Pedidos, que teve início no dia 7 de março, tem como
objetivo recordar músicas antigas e/ou recentes, escolhidas pela população idosa de
Esmoriz. Sintonize-se em 93.1 FM, com transmissão em direto aos Domingos entre as
13:00h e as 14:00h.
A vacinação contra a COVID-19 teve início
no dia 18 de fevereiro, no Pólo de Maceda
da USF Laços. É importante atualizar os
seus contactos telefónicos, no centro de
saúde, para que o possam contactar, caso
faça parte desta primeira fase de vacinação.
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Ingredientes
Modo de Preparo
• 1 kg farinha
• 4 ovos
• 300 gr açúcar
• 100 gr de manteiga derretida
• 15g de fermento Padeiro
• Raspa de limão
• 10gr sal
Num fogão, ferva cerca de 1litro de água e reserve. Numa taça pequena coloque o
fermento de padeiro coberto com água quente para diluir.
Noutra tacinha, coloque o sal e um pouco de água quente para que as pedras de sal
fiquem desfeitas. Numa bacia grande ponha a farinha e faça-lhe um buraco no meio.
À parte, bata os ovos e junte-lho o açúcar. Disponha esta mistura na farinha e mexa
bem.
Junte-lhe o fermento previamente diluído e volte a amassar. Junte o sal também
diluído e a raspa de limão. Por último, acrescente a manteiga derretida e volte a
amassar. Deixe levedar a massa cobrindo-a cerca de 3h.
Amasse a massa até formar uma bola, coloque o
punho de uma mão para formar um buraco no
centro. Pincele com ovo e leva ao forno cerca de 15
min.
Celeste- 80 anos
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Bolo de Banana
Ingredientes
• 3 bananas
• 3 ovos
• 1 chávena de óleo
• 1 chávena de açúcar mascavado
• 2 chávenas de farinha de trigo sem fermento
• 1 colher de chá de fermento
Modo de Preparo
Na liquidificadora, coloque as cascas da
banana cortadas ao meio, os ovos, o açúcar
e o óleo. Rale bem até obter um líquido.
Num recipiente, coloque o líquido e junte a
farinha, peneirando, envolvendo muito bem.
De seguida junte o fermento ao preparado,
mexendo novamente. Corte as bananas às
rodelas e envolva na massa.
Numa forma previamente untada com
manteiga e farinha, coloque a massa.
Leve ao forno cerca de 25 minutos a 180ºC.
Bom apetite.
Mª de Lurdes Soares – 66 anos
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Exercício 1
Descubra qual a música que representam as seguintes imagens.
________________________ ________________________ ________________________
________________________ ________________________ ________________________
Exercício 2
Resolva os seguintes problemas e realize os cálculos pedidos.
Número de letras da
capital de Portugal +
número do dia em
que se comemora o
Dia da Liberdade
_______________________
Número do ano em
que Portugal foi
campeão europeu –
número da camisola
de Cristiano Ronaldo
_________________________
Número do dia que só
existe de 4 em 4 anos
x número de dias da
semana – número de
meses do ano
_______________
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Exercício 3
Observe o quadro e assinale qual a imagem que se repete três vezes.
Exercício 4
Observe o exemplo e descubra quais os nomes próprios escondidos.
.
CÉLIA
TÂNIA
A L I C E T
CARLA
L L U
NICOLAU
ELISA
ORLANDO
E S N L
MARCO
ADELINA
M D E
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Para relaxar…
Sente-se confortavelmente numa cadeira. Os pés deverão estar bem assentes no chão,
baixando o olhar. Tome atenção à sua respiração, da maneira como o ar entra e sai do
seu corpo. Esteja atento às diferentes sensações de cada inspiração e de cada expiração.
Concentre-se na forma como o ar entra e sai dos seus pulmões. Inspire lentamente e
expire profundamente…. Se em algum momento se distrair, traga novamente a sua
atenção para a respiração… sem muito esforço.
Deixe-se ficar alguns segundos observando a respiração. Quando estiver pronto, volte a
trazer a atenção para as partes do corpo, para os dedos dos pés, para as pernas, para o
abdómen, para as mãos, rodando a cabeça de um lado para o outro.
Agora sim, dê as boas vindas para um novo dia.
Soluções
Exercício 1
Exercício 2
1º problema: 31; 2º problema:2009; 3º problema: 191
Exercício 3
“Alecrim, alecrim doirado” “Eu ouvi um passarinho” “Menina estás à janela”
“Apita o comboio” “O mar enrola na areia” “Desfolhada”
Exercício 4
Carla – Clara | Elisa – Elias | Marco – Carmo | Tânia – Anita | Nicolau – Luciano | Orlando – Ronaldo | Adelina – Daniela
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Estes tempos de pandemia permitiram-me
encontrar formas de ocupação, quer seja
nos bordados, no jardim, a confecionar
bolos ou nos meus passeios higiénicos.
Aos 83 anos aprendi a passar mais tempo
em casa, dedicando-me às pequenas
coisas do dia a dia.
Os meus vizinhos são quem comem os bolos que faço, para não os devorar… As
flores ouvem os meus cantares… E assim são formas de me ocupar. Todos os dias
acordo com muita energia e tento transmitir isso a quem me rodeia, pois uma
palavra positiva é essencial para podermos sorrir.
escrito por Dalila Cruz – 83 anos