*Março:2021 Referência Industrial 227 OPS
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ECONOMIA - ESG: uma tendência cada vez mais consistente na indústria de base madeireira<br />
INVESTIMENTO<br />
DE PRIMEIRA<br />
INDÚSTRIA DE RESINAS CONSTRÓI<br />
MODERNA FÁBRICA DE FORMOL<br />
FIRST CLASS INVESTMENT<br />
RESIN COMPANY BUILDS MODERN<br />
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SUMÁRIO<br />
INDUSTRIAL<br />
54<br />
<strong>2021</strong><br />
36<br />
50<br />
46<br />
MADEIRA<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Alca Máquinas 11<br />
Benecke 09<br />
Bonardi Química 67<br />
Burntech 25<br />
Cipem 15<br />
DRV Ferramentas 19<br />
Engecass 17<br />
Gottert do Brasil 27<br />
Lignum Brasil 33<br />
Linck 05<br />
Máquinas Águia 63<br />
Mendes Máquinas 02<br />
Mill Indústrias 68<br />
Montana Química 07<br />
MSM Química 13<br />
My Wood Home 29<br />
Omil 21<br />
Prêmio REFERÊNCIA 35<br />
Serf Drytech 23<br />
SUMÁRIO<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Coluna Flavio C. Geraldo<br />
14 Notas<br />
26 Aplicação<br />
28 Frases<br />
30 Entrevista<br />
34 Coluna ABIMCI<br />
36 Principal Ponte para o futuro<br />
42 Madeira Tratada<br />
46 Marcenaria<br />
50 Mercado<br />
54 Economia<br />
58 Artigo<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
04<br />
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Inovação. Qualidade.<br />
Economia.<br />
MADE IN GERMANY
0 0 2 2<br />
EDITORIAL<br />
DE OLHO<br />
NO FUTURO<br />
A<br />
s promessas para a indústria da<br />
madeira são diversas. Com o fortalecimento<br />
das empresas durante a<br />
pandemia, o setor está pronto para<br />
ampliar investimentos e busca abocanhar<br />
novos negócios. Na editoria de Mercado,<br />
abordamos o sistema construtivo wood frame, que<br />
utiliza produtos de madeira na construção civil. Na<br />
entrevista desta edição, o economista e professor<br />
da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Paulo Gala,<br />
avalia o atual panorama das políticas industriais<br />
no Brasil. Além disso, o leitor poderá acompanhar<br />
matérias exclusivas nas editorias de Madeira Tratada<br />
e Marcenaria, assim como novidades do setor.<br />
Tenha uma ótima leitura!<br />
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<br />
<br />
NA CAPA<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
A CAPA DESTA EDIÇÃO TRAZ<br />
REPORTAGEM SOBRE A NOVA<br />
PLANTA DE FORMOL DA<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXIII - EDIÇÃO <strong>227</strong> - MARÇO <strong>2021</strong><br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XXIII • N°<strong>227</strong> • Março <strong>2021</strong><br />
ECONOMIA - ESG: uma tendência cada vez mais consistente na indústria de base madeireira<br />
INVESTIMENTO<br />
DE PRIMEIRA<br />
INDÚSTRIA DE RESINAS CONSTRÓI<br />
MODERNA FÁBRICA DE FORMOL<br />
9 7 7 2 35 9 4 66 0 3 5 7<br />
BONARDI<br />
FIRST CLASS INVESTMENT<br />
RESIN COMPANY BUILDS MODERN<br />
FORMALDEHYDE FACTORY<br />
06<br />
WITH AN EYE ON<br />
THE FUTURE<br />
T<br />
he possibilities for the woodworking<br />
industry are diverse. With the strengthening<br />
of the companies during<br />
the pandemic, the Sector is ready<br />
to expand its investments and “take<br />
on” new markets. In the Market Section, we cover<br />
the Wood Frame construction system, which<br />
uses wood products in building construction. In<br />
this issues interview, Paulo Gala, Economist and<br />
Professor at the Getúlio Vargas Foundation (FGV),<br />
evaluates the current panorama of industrial policies<br />
in Brazil. Also, the reader will be able to follow<br />
exclusive articles in the Treated Wood and Woodworking<br />
Sections and news from the Sector.<br />
Have a pleasant read!<br />
referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong><br />
Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
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0800 600 2038<br />
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Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />
consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />
segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />
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FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />
exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />
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ECONOMIA - Reformas estruturais: aprovação é fundamental para retomada já em <strong>2021</strong><br />
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CAPA DA EDIÇÃO 226 DA<br />
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE FEVEREIRO DE <strong>2021</strong><br />
MERCADO<br />
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Ano XXIII • N°226 • Fevereiro <strong>2021</strong><br />
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MADEIRA TRATADA<br />
Por Dolores Gumm –<br />
Florianópolis (SC)<br />
Por William Sathler –<br />
Curitiba (PR)<br />
Excelente reportagem sobre como o setor<br />
moveleiro se fortaleceu durante a pandemia!<br />
Que belo exemplo<br />
do uso da madeira na<br />
construção civil. Que<br />
casa linda!<br />
Foto: divulgação<br />
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ENTREVISTA<br />
Por Natalia Rodrigues –<br />
São Paulo (SP)<br />
Entrevista muito<br />
esclarecedora sobre a Lei<br />
do Gás. Parabéns pelo<br />
trabalho!<br />
ECONOMIA<br />
Por Pedro Vargas –<br />
Santa Maria (RS)<br />
As reformas precisam sair logo, para que o<br />
país cresça e se torne uma nação rica.<br />
08<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong><br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
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CAPA<br />
O DIRETOR COMERCIAL DA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, FÁBIO MACHADO,<br />
EM VISITA A PLANTA DE FORMOL DA INDÚSTRIA BONARDI QUÍMICA, DO<br />
DIRETOR COMERCIAL ROBSON LEMOS.<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
ALTA<br />
RECONHECIMENTO<br />
O DIRETOR COMERCIAL DA REFERÊNCIA FLORESTAL, FÁBIO<br />
MACHADO, COM A EQUIPE COMERCIAL DA DRV, BRUNA RAFAELA,<br />
DIEGO VIEIRA, LILIANE CORDEIRO E MICHELE CORDEIRO<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
MERCADO DE MÓVEIS<br />
O comércio de móveis no Brasil confirmou<br />
a tendência dos últimos meses,<br />
sendo o segmento que teve o maior crescimento<br />
no volume de vendas em 2020,<br />
de acordo com a Pesquisa Mensal de<br />
Comércio divulgada pelo IBGE (Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística). O<br />
volume de vendas cresceu 11,9% comparado<br />
ao ano anterior, conforme dados<br />
apurados pela Inteligência Comercial do<br />
Sindmóveis Bento Gonçalves (RS). Observa-se,<br />
contudo, que esse crescimento<br />
ocorreu de forma bastante desigual ao<br />
longo do ano em função dos impactos<br />
da pandemia. O segundo trimestre foi de<br />
forte retração nas vendas, ao passo que o<br />
varejo acelerou de forma muito acentuada<br />
no segundo semestre. Os Estados que<br />
cresceram mais que a média brasileira<br />
foram Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São<br />
Paulo, além do Distrito Federal.<br />
BAIXA<br />
RECUPERAÇÃO MUNDIAL<br />
As dúvidas sobre a velocidade de uma<br />
possível recuperação da economia mundial<br />
no primeiro semestre de <strong>2021</strong> e uma<br />
grande diversidade entre as regiões provocaram,<br />
em fevereiro, uma desaceleração<br />
na alta do Barômetro Global Coincidente<br />
na comparação com janeiro e um recuo<br />
no Barômetro Global Antecedente, que<br />
se aproximou do nível de neutralidade.<br />
Enquanto o Barômetro Global Coincidente<br />
subiu 1,3 ponto em fevereiro e passou de<br />
96,3 para 97,6 pontos, o Barômetro Global<br />
Antecedente registrou queda de 6,9 pontos,<br />
indo para 104,1 pontos. Os resultados<br />
foram divulgados pelo IBRE/FGV (Instituto<br />
Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio<br />
Vargas). Segundo a análise, no horizonte<br />
Coincidente, enquanto a região da Ásia,<br />
Pacífico & África evolui favoravelmente,<br />
áreas da Europa e Hemisfério Ocidental influenciaram<br />
negativamente o desempenho.<br />
10 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
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Ahistória da madeira como material construtivo<br />
dá muitas voltas. Como um dos primeiros<br />
materiais utilizados na construção de<br />
habitações pelos homens primitivos, jamais<br />
deixou de ser uma opção interessante, por<br />
sua disponibilidade, versatilidade, sensação<br />
de aconchego e inúmeras outras vantagens. Acelerando a<br />
máquina do tempo, observamos que as práticas construtivas<br />
vão sempre deixando as suas marcas pelo mundo. O<br />
século XIX foi marcado pela intensa utilização de componentes<br />
metálicos. Já no século XX, a base de concreto foi<br />
predominante.<br />
No presente século XXI, a madeira começa a delinear<br />
seus caminhos de predominância dentro do setor da<br />
construção, mostrando-se definitivamente como o material<br />
mais amigo do ambiente, com respeitáveis benefícios<br />
comparativos dos pontos de vista prático e econômico,<br />
sem falar na enorme versatilidade, graças ao desenvolvimento<br />
de tecnologias voltadas à madeira engenheirada.<br />
Hoje, a estruturação e demais componentes de edifícios<br />
altos, que excedem facilmente os 20 pavimentos, encontram<br />
receptividade plena em muitos países, com o endosso<br />
dos seus respectivos Códigos de Obras e Edificações.<br />
A frenética disseminação de construções de edifícios<br />
altos (tall buildings) ao redor do mundo é impressionante!<br />
Parece mesmo estar havendo uma verdadeira competição<br />
– saudável, diga-se de passagem – para ver quem<br />
lidera essa verdadeira corrida. Esse movimento contribui<br />
tremendamente com a aceleração no desenvolvimento de<br />
novas tecnologias a cada dia, envolvendo conjuntamente<br />
as instituições de pesquisa, universidades e o setor produtivo.<br />
Vale aqui mencionar o importante programa de certificação<br />
internacional de sustentabilidade na construção,<br />
chamado Living Building Challenge, criado no ano de 2006<br />
pelo International Living Future Institute. Esse programa<br />
de certificação adota os mais avançados indicadores de<br />
sustentabilidade no ambiente de uma construção, contemplando<br />
abordagens que envolvem a localização, recursos<br />
hídricos, energia, bem-estar e felicidade, materiais,<br />
Foto: divulgação<br />
igualdade e beleza.<br />
A certificação é norteada com base no desempenho<br />
real de uma edificação, quando já em uso por pelo menos<br />
um ano, e não em projetos ou modelos que possam antecipar<br />
qualquer desempenho. Em junho de 2019, o instituto<br />
editou uma relevante publicação, a Living Building Challenge<br />
4.0 – A Visionary Path to a Regenerative Future, que<br />
pode ser acessada na íntegra, gratuitamente no site do<br />
instituto (living-future.org). É uma leitura obrigatória para<br />
os dirigentes de empresas do setor industrial madeireiro,<br />
assim como para os arquitetos e empresas de engenharia<br />
que acreditam que o setor da construção modular industrializada<br />
em madeira é um dos mais importantes caminhos<br />
para o futuro dos seus negócios.<br />
Trata-se de assunto que encontra respaldo em ações<br />
efetivas, já em curso em inúmeros países. Muito recentemente,<br />
entre os dias 02 e 04 de março, a Southern Forest<br />
Products Association, por meio de suas representações<br />
na América Latina, realizou um interessante evento online<br />
com o tema “Construa Com Madeira – Construções Seguras<br />
e Inovadoras”. Foi surpreendente a participação de representantes<br />
da indústria e pesquisa do setor madeireiro,<br />
de vários países. Parece estar havendo um despertar para<br />
essas oportunidades.<br />
12 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
REUNIÃO ONLINE<br />
A ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente) realizou, no dia 11 de fevereiro,<br />
reunião online que contou com uma apresentação<br />
sobre dados florestais e evolução da produção brasileira<br />
de madeira processada, além de uma palestra sobre<br />
os: Desafios e Perspectivas para a Gestão Florestal em<br />
Nível Nacional; com Fernando Castanheira Neto, Coordenador<br />
Geral de Fomento e Inclusão Florestal do SFB<br />
(Serviço Florestal Brasileiro). Durante o evento, foram<br />
apresentadas as pautas e temas que são prioridade<br />
para o comitê, assim como informações relevantes para<br />
o segmento florestal e madeireiro. A participação de<br />
Fernando Castanheira Neto diagnosticou as perspectivas<br />
da agenda de desenvolvimento florestal brasileiro.<br />
“Sabemos da importância, abrangência e transversalidade<br />
da pauta florestal e de suprimento para o segmento<br />
madeireiro. É importante a participação de todas as<br />
empresas nas atividades que serão desenvolvidas pelo<br />
comitê, bem como, em contribuir nas comissões de trabalho<br />
que serão formadas”, informou a ABIMCI.<br />
RECONHECIMENTO<br />
INTERNACIONAL<br />
A John Deere é a empresa mais admirada na indústria de máquinas<br />
agrícolas e de construção, segundo o ranking World’s<br />
Most Admired Companies, divulgado pela revista americana<br />
Fortune. A publicação destaca as companhias mais respeitadas<br />
do mundo, levando em conta critérios como inovação, gestão<br />
de pessoas, responsabilidade social, qualidade da gestão, solidez<br />
financeira, investimentos de longo prazo, qualidade dos<br />
produtos e serviços, além da capacidade de competir globalmente.<br />
“Sempre nos orgulhamos em fazer parte de rankings<br />
tão importantes e reconhecidos como este da revista Fortune.<br />
Estar ao lado de marcas que também admiramos eleva ainda<br />
mais nossa responsabilidade com nossos clientes, funcionários<br />
e fãs. Há 184 anos, a John Deere vem construindo sua história<br />
baseada nos valores de integridade, qualidade, comprometimento<br />
e inovação, mas, principalmente, segue comprometida<br />
em construir um futuro ainda mais próspero e sustentável”,<br />
destaca Elisa Pimenta, gerente de marca e eventos corporativos<br />
da empresa.<br />
Foto: divulgação<br />
MERCADO<br />
INTERNACIONAL<br />
Foto: divulgação<br />
O SINDMÓVEIS retomou, em fevereiro, sua agenda de cursos e palestras sobre<br />
oportunidades de negócio no mercado internacional voltadas à indústria moveleira,<br />
fornecedores e designers. No dia 23 de fevereiro, a entidade promoveu o painel<br />
Por que exportar?, conduzido pelos instrutores Ana Cristina Sant’anna Schneider e<br />
Eduardo Trapp Santarossa. Os especialistas em mercado internacional do SINDMÓ-<br />
VEIS pontuaram os benefícios da presença em exportações e como diminuir riscos,<br />
custos e vender mais. Esses treinamentos têm como objetivo apresentar à indústria<br />
moveleira canais de vendas alternativos e formas de acesso a eles. Em sua maioria,<br />
essas oportunidades são focadas no mercado global. Ana Cristina Sant’anna Schneider<br />
é Mestre em Administração pela UFRGS, professora da Escola de Negócios da<br />
PUC (RS) e presta consultoria em estratégia e desenvolvimento de mercado global.<br />
Já prospectou mercados como a Índia, Rússia, China, Japão, EUA (Estados Unidos<br />
da América), Colômbia, Chile, Argentina, dentre outros.<br />
14 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
“O SETOR DE BASE FLORESTAL ORGANIZADO TEM COMO<br />
OBJETIVO MAJORITÁRIO A SUSTENTABILIDADE DA ATIVIDADE<br />
EM TODOS OS CICLOS DA MADEIRA NATIVA.”<br />
Valdinei Bento dos Santos<br />
Diretor-executivo do CIPEM<br />
Enfim, é olhar para o passado e projetar o<br />
futuro da produção, respeitosamente<br />
utilizando a madeira nativa com o sentimento<br />
de dever cumprido e a certeza de que<br />
estamos no caminho do bem, mesmo por<br />
diversas vezes enfrentando adversidades. E<br />
mesmo sob dúvidas e questionamentos “dos<br />
de fora”, manter-se firme a respeito do<br />
grande objetivo deste segmento econômico,<br />
social e sustentável.<br />
Mato Grosso e a direção de suas ações<br />
rumo à conservação de suas florestas,<br />
capitaneado pela organização da base<br />
florestal tornou-se referência e, mais que isso,<br />
de atuações sem igual e cada vez mais um<br />
expressivo e importante modelo para outros<br />
estados, quiçá, países.<br />
Por fazer parte da construção de uma vida<br />
melhor e promover melhorias em um setor tão<br />
importante para o planeta, em especial, para<br />
esta nação.<br />
O sentimento que fica é um só: Gratidão!<br />
Gratidão por integrar este segmento que tem<br />
seu início na conservação das florestas por<br />
meio do Manejo Florestal Sustentável e segue<br />
cautelosamente toda uma cadeia de geração<br />
de emprego, renda e divisas, desde os<br />
trabalhadores até a grande responsabilidade<br />
da arrecadação de um Estado continental<br />
como Mato Grosso!<br />
Gratidão por participar de um setor<br />
econômico que promove desenvolvimento com<br />
origem em um produto sensacional, natural,<br />
renovável: a madeira nativa!<br />
Grato por poder desenvolver aqui meu<br />
papel na sociedade, inserido neste segmento<br />
que tem o foco principal na sustentabilidade,<br />
logo, na perenidade de todas as atividades.<br />
Em especial, a da construção civil, responsável<br />
por promover desde o desenvolvimento ao<br />
abrigo de pessoas e embelezamento dos<br />
meios ambientes urbanos.<br />
Esta mesma atividade é responsável pela<br />
promoção do sequestro de carbono e a<br />
regulação do clima.<br />
É esta mesma gratidão que me leva a<br />
perseverar em favor da economia florestal e<br />
contra a ilegalidade, corrupção, inverdades e<br />
tanto quanto mais possa ferir esta<br />
organização.<br />
Finalmente, gratidão!<br />
CipemdeMT CipemMT cipemmt<br />
Manejosustentavel (65) 3644-3666
NOTAS<br />
FIMMA<br />
E MOVELSUL<br />
As duas principais feiras do setor moveleiro no Brasil – Fimma e Movelsul<br />
– estão unindo forças e terão suas próximas edições no mesmo<br />
período, integrando toda cadeia de madeira e móveis, de 14 a 17 de<br />
março de 2022, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS). A decisão,<br />
inédita na história das feiras, responde ao momento de excepcionalidade<br />
e oferece uma nova data alinhada ao calendário mundial<br />
de eventos do setor. A definição foi anunciada pelos presidentes de<br />
suas entidades promotoras, a MOVERGS (Associação das Indústrias<br />
de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul) e o SINDMÓVEIS (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves).<br />
Com a Movelsul já agendada para março de 2022, a data oferece também uma janela de oportunidades para o expositor da<br />
Fimma dentro do calendário mundial de eventos. Juntas, as feiras vão reunir em um mesmo espaço toda a cadeia produtiva:<br />
máquinas, tecnologia, design, serviços, insumos, acessórios e ferramentas – chegando ao fabricante de móveis e varejo nacional<br />
e internacional. Não se trata de uma fusão, mas de duas feiras importantes para o setor moveleiro mundial sendo realizadas<br />
na mesma data e local, numa decisão pontual que responde ao momento de excepcionalidade. A realização concomitante de<br />
Fimma e Movelsul resultará em mais de 400 expositores.<br />
Foto: divulgação<br />
POLO DE<br />
BENTO GONÇALVES (RS)<br />
BREXIT<br />
As empresas que exportam para o Reino Unido podem<br />
utilizar a plataforma Brazil Brexit Watch, desenvolvida pela<br />
Embaixada brasileira em Londres com a Apex-Brasil e<br />
Câmara de Comércio do Brasil na Grã-Bretanha. A página<br />
reúne uma gama de informações para apoiar os exportadores<br />
brasileiros com monitoramento constante de mudanças<br />
decorrentes do Brexit em aspectos tarifários, logísticos,<br />
exigências alfandegárias e regulamentos. É possível<br />
encontrar desde informações mais básicas sobre o Brexit<br />
e seus possíveis impactos gerais até dados que vão apoiar<br />
uma mudança na estratégia de exportação de setores específicos,<br />
com foco nos que têm maior volume exportado<br />
pelo Brasil para o mercado britânico (o que inclui o segmento<br />
moveleiro). O objetivo da iniciativa é minimizar os<br />
impactos do Brexit sobre os fluxos de comércio existentes<br />
e apontar potenciais oportunidades para o exportador<br />
brasileiro. A plataforma traz também informações que<br />
podem ser úteis ao exportador brasileiro em qualquer<br />
tempo, como uma lista de importadores britânicos. Atualmente,<br />
o Reino Unido ocupa a quinta colocação entre<br />
os destinos de exportação para os móveis produzidos no<br />
polo moveleiro de Bento Gonçalves (RS).<br />
Foto: divulgação<br />
O polo moveleiro de Bento Gonçalves (RS) reverteu a queda<br />
de desempenho verificada nos primeiros meses da pandemia.<br />
O balanço total de 2020, conforme dados apurados pela Inteligência<br />
Comercial do SINDMÓVEIS (Sindicato das Indústrias<br />
do Mobiliário de Bento Gonçalves), aponta que o polo teve<br />
faturamento de R$ 2,23 bilhões, um crescimento nominal de<br />
10,9% em relação a 2019. Atualmente, as empresas do polo<br />
moveleiro respondem por 27,2% do faturamento do estado<br />
do Rio Grande do Sul, onde o total faturado em 2020 foi de R$<br />
8,22 bilhões – crescimento nominal de 9,1% em relação ao ano<br />
anterior. A retomada, que teve início no segundo semestre,<br />
fica muito evidente no comparativo interanual do segundo<br />
semestre. Houve crescimento nominal de 22% e no Rio Grande<br />
do Sul, de 25,5%. O economista do SINDMÓVEIS, Eduardo<br />
Santarossa, explica que apesar da trajetória positiva nos últimos<br />
meses, as perdas decorrentes da pandemia ainda não foram<br />
recuperadas. Dentre os principais motivos estão a alta dos<br />
custos e a falta de matérias-primas e insumos em decorrência<br />
da desestruturação da cadeia produtiva. Nesse contexto, as<br />
vendas se recuperaram de modo mais rápido do que a produção<br />
em um cenário de estoques em baixa e alta no preço dos<br />
insumos, em especial os dolarizados.<br />
Foto: divulgação<br />
16 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
NOVO<br />
MARCO LEGAL<br />
O novo marco legal para o mercado de câmbio, aprovado<br />
pela Câmara dos Deputados, facilitará a entrada do Brasil<br />
na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento<br />
Econômico), que reúne as economias mais industrializadas<br />
do planeta. A avaliação é da CNI (Confederação<br />
Nacional da Indústria), que divulgou estudo com o<br />
impacto da medida sobre a movimentação de capitais, o<br />
comércio de serviços e os investimentos estrangeiros no<br />
país. O projeto de lei, que depende de votação no Senado<br />
e sanção presidencial, simplifica e agiliza as operações<br />
internacionais, além de dar sequência à agenda do Banco<br />
Central de modernização do sistema financeiro nacional.<br />
De acordo com a CNI, o novo marco regulatório do câmbio<br />
facilita a adesão do Brasil a dois códigos de liberalização,<br />
que são requisitos para o ingresso na OCDE.<br />
ICMS<br />
SOBRE COMBUSTÍVEIS<br />
O presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao congresso nacional<br />
um projeto de lei complementar para definir os combustíveis<br />
e lubrificantes sujeitos à incidência única do ICMS<br />
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Na<br />
prática, a medida, se aprovada como quer o Governo Federal,<br />
altera a forma de cobrança do ICMS, que é um imposto<br />
estadual. Pela proposta, caberá ao CONFAZ (Conselho<br />
Nacional de Política Fazendária) definir as alíquotas no Icms<br />
sobre combustíveis, que deverão “ser uniformes em todo o<br />
território nacional e poderão ser diferenciadas por produto.”<br />
O CONFAZ é formado por integrantes do Ministério da Economia,<br />
incluindo o titular da pasta, Paulo Guedes, e todos os<br />
secretários estaduais de Fazenda. Essas alíquotas também<br />
serão, segundo dispõe o texto, “específicas, por unidade de<br />
medida adotada”, que pode ser quilo ou litro, por exemplo.<br />
A proposta, na prática, torna o ICMS invariável por causa do<br />
preço do combustível ou de mudanças do câmbio. Segundo<br />
o projeto, qualquer aumento no valor do tributo só entrará<br />
em vigor 90 dias depois de anunciado, de modo a dar mais<br />
previsibilidade ao setor.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
EXPORTAÇÕES DE MÓVEIS<br />
As exportações brasileiras de móveis e colchões fecharam o ano de 2020<br />
com um crescimento de 5,1% em volume exportado em relação ao resultado<br />
do acumulado de 2019. Por outro lado, em termos de valores exportados<br />
- US$ 628,2 milhões - nota-se recuo de 2,5%, também comparado com<br />
o ano anterior. Desse total, destacam-se as exportações de móveis para os<br />
EUA (Estados Unidos da América), com participação bastante significativa<br />
de 39,9% dos valores exportados, um aumento de 11,5% em relação a<br />
2019, demonstrando a força da relação entre esses dois mercados. Aliás, a<br />
exemplo do que aconteceu no Brasil, o varejo de móveis norte-americano<br />
experimentou um aquecimento substancial no segundo semestre de 2020.<br />
Essa situação deverá se manter durante o primeiro trimestre deste ano,<br />
continuando estável até pelo menos 2024, segundo análise de especialistas<br />
locais. Tais projeções indicam boas oportunidades de negócios com o país<br />
também neste e nos próximos anos.<br />
18 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
SOMOS DEPENDENTES DE ENERGIA<br />
<br />
<br />
<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
NOTAS<br />
VENDAS<br />
DE MÁQUINAS<br />
As vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos totalizaram<br />
no ano de 2020 R$ 144,5 bilhões, resultado 5,1% superior<br />
ao registrado em 2019. No mês de dezembro, as vendas somaram<br />
R$ 13,4 bilhões, 36,7% superior ao obtido no mesmo mês de 2019.<br />
Os dados são da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas<br />
e Equipamentos). “Após sucessivas retrações, o ano de 2020<br />
encerrou com a sinalização de normalização das vendas internas e<br />
melhoria das exportações para <strong>2021</strong>”, disse a entidade em nota.<br />
Dentre os segmentos que mais colaboraram com o aumento nas<br />
vendas estão máquinas para bens de consumo, em especial máquinas para madeira, alimentos e refrigeração. O setor vendeu<br />
ao exterior, no ano passado, R$ 7,3 bilhões em equipamentos, montante 23,7% inferior ao registrado em 2019. Em dezembro,<br />
as exportações somaram R$ 759,2 milhões, 0,9% a mais que o obtido no mesmo mês de 2019. “Ainda que o crescimento de<br />
dezembro seja modesto, o resultado sinaliza uma possível mudança de rumo das exportações em <strong>2021</strong>. No acumulado do ano,<br />
as vendas externas de máquinas registraram a maior queda desde a crise de 2009”, ressaltou a entidade.<br />
Foto: divulgação<br />
DESMATAMENTO<br />
NA AMAZÔNIA<br />
O mês de janeiro apresentou a menor área de alertas de<br />
desmatamento na Amazônia Legal dos últimos quatro anos,<br />
com uma redução de 70% em relação a janeiro de 2020. A informação<br />
foi divulgada pelo Ministério da Defesa, com dados<br />
do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Segundo<br />
a pasta, nos últimos seis meses, os avisos de desmatamento<br />
tiveram redução de 21%. “Entre agosto de 2020 e janeiro de<br />
<strong>2021</strong> foram 988 km² (quilômetros quadrados) de redução em<br />
alertas, de acordo com dados do INPE. A título comparativo,<br />
trata-se de uma área superior à área urbana da cidade de São<br />
Paulo (SP) - maior centro urbano do país, com aproximadamente<br />
950 km²”, informou o Ministério da Defesa. O órgão<br />
acrescentou que esses dados demonstram o bom desempenho<br />
do trabalho integrado coordenado pelo Conselho Nacional<br />
da Amazônia Legal na região, principalmente por meio da<br />
Operação Verde Brasil 2.<br />
Foto: divulgação<br />
EXPORTAÇÕES<br />
EM 2020<br />
A ABIMCI (Associação Brasileira de Madeira Processada<br />
Mecanicamente) publicou, em fevereiro deste<br />
ano, o desempenho das exportações de produtos<br />
oriundos da madeira no ano de 2020. No segmento de<br />
compensado tropical, o volume embarcado chegou<br />
a 101.720 m 3 (metros cúbicos), representando um aumento<br />
de 14% em relação ao volume embarcado no<br />
ano anterior. As exportações de folheados tropicais no<br />
ano passado registraram 83.625 m 3 , um aumento em<br />
relação a 2019, com a Ásia sendo o principal destino.<br />
Em 2020, as exportações de madeira serrada tropical<br />
foram de 450.217 m 3 , um declínio anual de 15%, com<br />
o Vietnã como principal comprador do produto. Já as<br />
molduras tropicais seguiram a mesmo tendência, com<br />
redução de 7% no volume expedido em comparação<br />
a 2019. As exportações de pisos de madeira projetada<br />
foram 4.028.076 kg, sendo 29% abaixo do resultado<br />
obtido no ano anterior, mesmo com uma grande<br />
quantidade adquirida pelos EUA (Estados Unidos da<br />
América).<br />
Foto: divulgação<br />
20 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
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NOTAS<br />
GRANDES NEGÓCIOS<br />
“Os pequenos negócios são a coluna vertebral da economia”. O<br />
comentário foi feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante<br />
a primeira reunião da Frente Parlamentar da Micro e Pequena<br />
Empresa, em <strong>2021</strong>. O evento foi coordenado pelo senador Jorginho<br />
Melo (PL-SC) e contou com as presenças do presidente da República,<br />
Jair Bolsonaro; do secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade,<br />
Carlos da Costa e do presidente do Sebrae, Carlos Melles.<br />
Entre parlamentares e presidentes de instituições comprometidas<br />
com os micro e pequenos negócios, estiveram presentes mais de 500<br />
pessoas ao evento. O ministro Paulo Guedes defendeu que os micro<br />
e pequenos negócios tem um papel fundamental na economia brasileira.<br />
“As micro e pequenas empresas geram quase 60% dos empregos,<br />
produzem cerca de 28% do PIB e são a coluna vertebral da<br />
nossa economia. É por isso que muito dos nossos esforços estão em<br />
desenvolver essa camada da sociedade. Leis que incentivam o crédito,<br />
como o Pronampe e a da Empresa Simples de Crédito são exemplos<br />
disso. As palavras de ordem nesse momento são: vacinação em<br />
massa de um lado e manutenção de empregos de outro. Com isso,<br />
vamos retomar o crescimento econômico”, afirmou o ministro.<br />
Foto: divulgação<br />
IMIGRAÇÃO<br />
FLORESTAL<br />
A J.D. Irving Limited, empresa canadense, sediada<br />
na cidade de New Brunswick, contratou 13<br />
brasileiros para operar máquinas florestais em<br />
suas florestas no leste do Canadá. Os colaboradores<br />
deverão receber cerca de 70 mil dólares<br />
canadenses por ano e deverão ser agraciados<br />
com um programa de imigração para a província<br />
de Quebec. Segundo a Irving, o conhecimento<br />
operacional das empresas brasileiras é referência<br />
no setor. A ideia, de acordo com a empresa, é<br />
ampliar o programa para os próximos anos, e estreitar<br />
os laços entre os ramos florestais dos dois<br />
países. O Canadá é um dos maiores incentivadores<br />
de programas de imigração do mundo, e<br />
pretende, nos próximos cinco anos, receber mais<br />
de 3 milhões de imigrantes.<br />
Foto: divulgação<br />
NOTA DE FALECIMENTO<br />
A IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores) lamenta o falecimento de Erling Lorentzen,<br />
pioneiro e visionário do setor de árvores cultivadas. Empresário<br />
norueguês radicado no Brasil, Erling Lorentzen é reconhecido por sua marcante<br />
atividade empresarial e socioambiental. Foi fundador e presidente da<br />
Aracruz Celulose, na década de 1970, tida como a primeira fábrica de celulose<br />
em linha do Brasil. Fundador da Aracruz Celulose, o norueguês começou<br />
a dar corpo ao projeto com o plantio florestal, que previa a exportação<br />
de cavaco. Buscando agregar valor e gerar riqueza com a industrialização,<br />
o executivo sugeriu o desenvolvimento de uma indústria local de processamento<br />
de celulose. Obstinado, não se intimidou com as desconfianças da época ao idealizar a então maior fábrica, com 400 mil<br />
t (toneladas). Hoje o setor de base florestal emprega mais de 3,75 milhões de pessoas no Brasil, é líder mundial em exportação<br />
e é protagonista no investimento em novas aplicações e novos produtos de base florestal. Só chegamos até aqui, pois tivemos<br />
na nossa fundação líderes como Erling Lorentzen, que mudou o paradigma de um país exportador de commodities sem valor<br />
agregado e sem industrialização, inovou no entendimento de que o valor precisa ser compartilhado com a comunidade e com<br />
o meio ambiente, e que se não nos anteciparmos ao futuro, ficaremos no passado”, disse Paulo Hartung, presidente da IBÁ.<br />
Foto: divulgação<br />
22 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
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NOTAS<br />
VISÃO<br />
SOBRE EXPORTAÇÕES<br />
A ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário)<br />
divulgou recentemente uma nova edição do relatório Conjuntura<br />
de Móveis, em que mostra as exportações de móveis em 2020<br />
divididas por cada estado. A região sul se mostrou a maior exportadora<br />
de produtos. Juntos, os Estados de Santa Catarina (41,3%),<br />
Rio Grande do Sul (27,6%) e Paraná (14,9%) responderam por quase<br />
85% das exportações brasileiras de móveis em 2020. Apesar do<br />
desempenho bastante impressionante, as exportações de Santa<br />
Catarina e Rio Grande do Sul recuaram na comparação a 2019. Em<br />
Santa Catarina houve queda de US $ 5,9 milhões e no Rio Grande do Sul houve queda de US $ 16,2 milhões em exportações.<br />
O Estado do Paraná, por outro lado, experimentou um crescimento nas exportações de móveis de US $ 2,3 milhão. Em 2020 os<br />
estados do Pará e Rio de Janeiro conseguiram expandir sua participação nas exportações, mas a partir de uma base muito baixa.<br />
Exportações do Pará em 2020 aumentaram 121% em relação ao ano anterior, enquanto a indústria moveleira do Estado do<br />
Rio de Janeiro exportou 93% a mais em 2020 em comparação com o ano anterior.<br />
Foto: divulgação<br />
PODCAST<br />
A geração de informação qualificada sobre o setor<br />
moveleiro é um dos pilares do SINDMÓVEIS (Sindicato<br />
das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves)<br />
como estratégia de desenvolvimento para<br />
a indústria. A entidade tem um setor de Inteligência<br />
Comercial que, permanentemente, gera dados<br />
de mercado e apoia as empresas com relatórios<br />
e estudos econômicos. Agora, o SINDMÓVEIS<br />
estreia mais um canal para levar informação ao<br />
seu público: o podcast Somos Móveis. Este será<br />
um espaço de análise, debate e divulgação dos<br />
principais fatos que interessam ao setor moveleiro<br />
nacional em episódios semanais, disponíveis todas<br />
as terças-feiras. O programa estreou com dois<br />
episódios no ar: o primeiro explicando como o<br />
Sindmóveis trabalha pelo setor moveleiro nacional<br />
e o segundo sobre a decisão de promoção conjunta<br />
de Fimma e Movelsul em 2022.<br />
Foto: divulgação<br />
DIÁLOGO<br />
PARA CRESCER<br />
Após problemas gerados pela pandemia, entidades e empresas<br />
do setor moveleiro no Brasil divulgaram um comunicado para<br />
tentar resolver dificuldades no abastecimento e reajustes. Na<br />
nota, as instituições pedem que seja esclarecida a situação sobre<br />
a falta de matéria-prima e a alta dos preços. “Para dar transparência,<br />
as indústrias moveleiras e sindicatos abaixo esclarecem<br />
ao mercado as dificuldades pelas quais estão passando desde o<br />
início da pandemia no que se refere a abastecimento e reajustes.<br />
É de conhecimento de todos que o aumento de vendas e dificuldades<br />
de produção de insumos no ano passado fizeram com que<br />
muitas matérias-primas faltassem na indústria e que alterações<br />
de câmbio e de preços internacionais afetaram o custo, mas não<br />
é justo que a indústria moveleira seja vista como causadora deste<br />
problema, pois vem lutando muito para equilibrar mercado e produção<br />
o tempo todo, com a responsabilidade de manter empregos<br />
e empresa saudáveis em meio a uma turbulência nunca vista<br />
antes. Ao contrário do que se pode pensar, as margens das indústrias<br />
estão sendo esmagadas entre aumentos de matéria-prima<br />
imediatos e repasses nos móveis tardiamente”, afirma a nota.<br />
Foto: divulgação<br />
24 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
APLICAÇÃO<br />
SAÚDE BUCAL<br />
COM ESTILO<br />
Foto: divulgação<br />
Todo o design e conforto da madeira<br />
ao alcance das mãos. Esse é o conceito<br />
das escovas ecológicas da Wowe, desenvolvidas<br />
com madeira de bambu.<br />
Com um desenho moderno e alinhado<br />
às necessidades da saúde bucal humana,<br />
as peças são resistentes à água. De<br />
acordo com a empresa, as escovas são<br />
100% ecológicas, já que não possuem<br />
nenhum resíduo plástico em sua produção.<br />
“É uma escova de dente normal,<br />
só que produzida com madeira. Assim<br />
como as outras, recomenda-se trocar<br />
a escova de dentes a cada três meses.<br />
Após o uso normal, suas cerdas começam<br />
a se desgastar, criando uma escova<br />
de dentes menos eficaz”, afirmam os<br />
idealizadores do projeto. O bambu funciona<br />
muito bem como uma escova de<br />
dentes porque repele naturalmente a<br />
água, não lasca e é antimicrobiano.<br />
PAVILHÃO<br />
DO UNA<br />
Projetado pelos arquitetos Anderson Freitas, Pedro Barros<br />
e Acácia Furuya, do escritório Apiacás, o Pavilhão<br />
do Una faz parte do condomínio residencial Sertão do<br />
Una, no litoral norte paulista. Abrigando portaria, sala<br />
multiuso, áreas de serviço e lançando mão da madeira<br />
cumaru em bitolas disponíveis comercialmente, o projeto<br />
disponibiliza aos moradores ambientes singelos, com<br />
madeira, vidro e, em menor quantidade, concreto. A<br />
construção é suspensa do solo, que, sujeito ao encharcamento<br />
devido à proximidade de um córrego intermitente,<br />
acomodou apenas as vigas baldrame que interligam<br />
as duplas de pilares de madeira.<br />
Foto: divulgação<br />
26 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
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FRASES<br />
“A PARCERIA ENTRE APEX-BRASIL E ABIMÓVEL VEM DE LONGA<br />
DATA E TEM OBTIDO EXCELENTES RESULTADOS NO APOIO À INSERÇÃO<br />
INTERNACIONAL DAS INDÚSTRIAS DE MÓVEIS BRASILEIRAS. NO ÚLTIMO<br />
CICLO, O BRAZILIAN FURNITURE APOIOU 187 EMPRESAS QUE FORAM<br />
RESPONSÁVEIS POR 42% DAS EXPORTAÇÕES DO SETOR MOVELEIRO NACIONAL.<br />
ESTA É UMA INDÚSTRIA QUE DEMONSTROU, DURANTE A PANDEMIA,<br />
TER GRANDE RESILIÊNCIA E FORÇA. NESTE NOVO CICLO DO PROJETO,<br />
ASSINADO EM 11 DE FEVEREIRO DE <strong>2021</strong>, BUSCAMOS APRIMORAR AINDA<br />
MAIS ESTE TRABALHO E REFORÇAR A PRESENÇA BRASILEIRA NO MERCADO<br />
INTERNACIONAL”<br />
SERGIO SEGOVIA BARBOSA, PRESIDENTE DA APEX-BRASIL<br />
“HOUVE<br />
UMA<br />
MUDANÇA NO<br />
COMPORTAMENTO<br />
DO CONSUMIDOR,<br />
QUE FICOU MAIS<br />
TEMPO EM CASA E<br />
MUITAS ATIVIDADES<br />
PASSARAM A SER<br />
DESENVOLVIDAS<br />
NO FORMATO HOME<br />
OFFICE. MAS A INDÚSTRIA<br />
MOVELEIRA SEGUE<br />
AQUECIDA, MOVIDA<br />
PELA ALTA DEMANDA DO<br />
MOBILIÁRIO E ESTOQUES EM<br />
BAIXA. APESAR DO AMBIENTE<br />
INSTÁVEL QUE SE APRESENTA NO<br />
INÍCIO DE <strong>2021</strong>, A EXPECTATIVA<br />
AINDA É OTIMISTA”<br />
ROGÉRIO FRANCIO,<br />
PRESIDENTE<br />
DA MOVERGS<br />
(ASSOCIAÇÃO<br />
DAS INDÚSTRIAS<br />
DE MÓVEIS, DO<br />
ESTADO DO RIO<br />
GRANDE DO SUL)<br />
28 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong><br />
“O TRANSPORTE PRECISA SER DIVIDIDO EM MAIS<br />
CAMINHÕES, PARA PRESERVAR AS ESTRADAS, QUE NO<br />
INTERIOR SÃO MUITO AFETADAS PELAS CHUVAS. ISSO<br />
GERA MAIS CUSTOS. TODO ESSE PROCESSO RESULTA EM<br />
MENOS MADEIRA NAS SERRARIAS E, POR CONSEQUÊNCIA,<br />
AS INDÚSTRIAS ESTÃO PRODUZINDO MENOS, APESAR DA<br />
ALTA DEMANDA POR PRODUTOS DE MADEIRA”<br />
AURÉLIO DE BORTOLO, PRESIDENTE DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />
DE CAÇADOR (SC), SOBRE AS DIFÍCEIS CONDIÇÕES PARA EXTRAÇÃO E<br />
ESCOAMENTO DA MADEIRA, DO REFLORESTAMENTO ATÉ A SERRARIA<br />
Foto: Evandro Soares<br />
“A AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL<br />
É UM PASSO IMPORTANTE PARA SEPARAR<br />
O CICLO POLÍTICO DO CICLO DE POLÍTICA<br />
MONETÁRIA. POR SUA PRÓPRIA NATUREZA,<br />
A POLÍTICA MONETÁRIA REQUER UM<br />
HORIZONTE DE LONGO PRAZO, POR CONTA<br />
DA DEFASAGEM ENTRE AS DECISÕES<br />
DE POLÍTICA E SEU IMPACTO SOBRE A<br />
ATIVIDADE ECONÔMICA E A INFLAÇÃO. EM<br />
CONTRASTE, O CICLO POLÍTICO POSSUI UM<br />
HORIZONTE DE PRAZO MAIS CURTO”<br />
ROBERTO CAMPOS NETO, PRESIDENTE DO<br />
BANCO CENTRAL, SOBRE O PROJETO DE<br />
INDEPENDÊNCIA DO ÓRGÃO
ENTREVISTA<br />
A INDÚSTRIA<br />
É A SOLUÇÃO<br />
INDUSTRY IS<br />
THE SOLUTION<br />
E<br />
conomista, professor da FGV (Fundação Getúlio<br />
Vargas) e autor do livro: Brasil, uma economia que<br />
não aprende; Paulo Gala é enfático ao relacionar<br />
o desenvolvimento econômico de um país à sua<br />
capacidade de aplicar conhecimento à produção:<br />
“Países emergentes apenas usam as máquinas; países ricos<br />
produzem as máquinas no coração de seus sistemas industriais.”<br />
ENTREVISTA<br />
P<br />
aulo Gala, Economist, Professor at the Getúlio Vargas<br />
Foundation (FGV, and author of the book “Brazil, an<br />
economy that does not learn”, is emphatic in relating<br />
the economic development of a country to its ability<br />
to apply knowledge to production: “Emerging countries<br />
only use the machines; rich countries produce the machines<br />
which are at the heart of their industrial systems.”<br />
PAULO GALA<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ECONOMISTA (FEA-USP)<br />
CARGO: PROFESSOR DE ECONOMIA NA FGV-SP<br />
Foto: divulgação<br />
PROFESSIONAL EDUCATION: PROFESSOR OF ECONOMICS, FGV-SP<br />
FUNCTION: ECONOMICS, FEA-USP<br />
30 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
COMO AVALIA A POLÍTICA INDUSTRIAL DO<br />
BRASIL?<br />
Erros de política industrial não significam que ela<br />
não funciona. O fato de o Brasil não ter conseguido<br />
avançar mais no mercado mundial significa apenas que<br />
não executou essa política de maneira adequada, com<br />
destaque para metas de exportação, de sofisticação<br />
tecnológica e de conquista de mercados mundiais.<br />
Abrir mão de políticas industriais significa abrir mão da<br />
possibilidade de se desenvolver.<br />
EM QUE MEDIDA O SISTEMA FINANCEIRO<br />
PODE POTENCIALIZAR A ATIVIDADE INDUS-<br />
TRIAL?<br />
O salto de escala e tecnológico das indústrias de<br />
países pobres e de renda média não vai ocorrer sem<br />
políticas adequadas que recuperem o papel dos bancos<br />
públicos como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social). A experiência asiática<br />
da segunda metade do século XX demonstra que<br />
é incontornável a constituição de um sistema financeiro<br />
formado pela interação virtuosa entre grandes bancos<br />
comerciais públicos e privados.<br />
HOW DO YOU EVALUATE BRAZIL’S INDUS-<br />
TRIAL POLICY?<br />
<strong>Industrial</strong> policy errors don’t signify it doesn’t work.<br />
The fact that Brazil has not been able to advance further<br />
in the world markets just means that it has not implemented<br />
this policy properly by emphasizing export<br />
goals, technological sophistication, and the conquest<br />
of world markets. Giving up on industrial policies means<br />
giving up on the possibility of developing.<br />
TO WHAT EXTENT CAN THE FINANCIAL SYS-<br />
TEM ENHANCE INDUSTRIAL ACTIVITY?<br />
The leap in scale and technology of industries<br />
in poor and middle-income countries will not occur<br />
without adequate policies that restore the role of<br />
public banks, such as the Brazilian National Bank for<br />
Economic and Social Development (Bndes). The Asian<br />
experience of the second half in the 20th century demonstrates<br />
that building a financial system formed by<br />
a virtuous interaction between large public and private<br />
commercial banks is entirely necessary.<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 31
ENTREVISTA<br />
32 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
COLUNA ABIMCI<br />
INDÚSTRIA PRECISA FAZER<br />
PARTE DA DISCUSSÃO SOBRE FLORESTAS<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da ABIMCI<br />
(Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente)<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE<br />
MADEIRA PROCESSADA<br />
MECANICAMENTE É UM DOS SETORES<br />
MAIS PRÓXIMOS E PROMISSORES EM<br />
TERMOS DE OPORTUNIDADES DE<br />
NEGÓCIO NA NOVA ECONOMIA<br />
umento da área plantada, consolidação de<br />
Apolíticas de incentivo ao aumento da base<br />
florestal, otimização e operacionalização<br />
de modalidades de fomento florestal – em<br />
especial para as pequenas propriedades –,<br />
desburocratização e simplificação do plantio.<br />
Esses são alguns dos principais desafios que se apresentam<br />
ao setor florestal e madeireiro brasileiro.<br />
Sem base florestal não há indústria. Sem indústria, o<br />
planejamento e o uso das florestas produtivas ficam comprometidos.<br />
Cada elo da cadeia florestal e madeireira tem<br />
um papel indispensável para o sucesso dessa complexa<br />
engrenagem que, ao fim, produz uma imensa variedade<br />
de bens de consumo essenciais para o dia a dia da sociedade<br />
moderna.<br />
A indústria brasileira de madeira processada mecanicamente<br />
– que inclui a produção de madeira serrada,<br />
compensados, painéis, portas, molduras, pisos, pellets,<br />
biomassa, entre outros produtos – tem exercido historicamente<br />
um importante papel para a economia do país por<br />
meio da geração de emprego e renda, saldo positivo na<br />
balança comercial, conservação de áreas de preservação<br />
e fabricação de produtos a partir de matéria-prima reno-<br />
34 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
PRINCIPAL<br />
36 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
PONTE<br />
PARA O FUTURO<br />
Fotos: Emanoel Caldeira<br />
COM ALTO INVESTIMENTO E GRANDES<br />
AMBIÇÕES, INDÚSTRIA DO SETOR DE<br />
RESINAS PARA MADEIRA SE PERPETUA<br />
NO MERCADO AO CONSTRUIR SUA<br />
PRÓPRIA PLANTA DE FORMOL<br />
A BRIDGE TO<br />
THE FUTURE<br />
WITH SIGNIFICANT INVESTMENTS AND<br />
GOOD PROSPECTS, A COMPANY IN THE<br />
WOOD RESINS SEGMENT PROTECTS ITSELF<br />
IN THE MARKET BY BUILDING ITS OWN<br />
FORMALDEHYDE PLANT<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 37
PRINCIPAL<br />
M<br />
atéria-prima fundamental para o setor de<br />
produtos oriundos da madeira, as resinas<br />
e colas utilizadas em painéis de compensados,<br />
MDP e MDF são de suma importância<br />
no segmento madeireiro, tanto no Brasil,<br />
quanto no resto do mundo. Graças a ela, peças e fibras de<br />
madeira podem ser unidas e transformadas em belos painéis<br />
para móveis, e de outros componentes da construção civil,<br />
de forma segura e duradoura.<br />
Mas para que essa resina seja produzida, um importante<br />
insumo precisa ser, geralmente, adquirido de outras<br />
companhias: o formol. O fornecimento terceirizado desta<br />
substância química pode, muitas vezes, gerar gargalos<br />
produtivos para uma indústria de resinas. Este problema<br />
foi resolvido pela Bonardi em outubro de 2020, quando a<br />
empresa inaugurou sua primeira planta de formol, em sua<br />
sede, na cidade de Colombo (PR), e trouxe independência<br />
para o fornecimento deste insumo.<br />
O projeto, desenhado há alguns anos pela diretoria da<br />
Bonardi Química, saiu do papel no ano passado e já tem<br />
mostrado ótimos resultados em seus cinco meses iniciais de<br />
atuação. De acordo com o diretor comercial da companhia,<br />
Robson Lemos, a iniciativa era um grande sonho dos sócios<br />
da empresa.<br />
“Esse é um projeto, em que estudamos, avaliamos<br />
investimentos, fornecedores e equipamentos. Foi uma idealização<br />
dos diretores da empresa, e acabamos realizando<br />
com sucesso, pois sabíamos que era o melhor caminho<br />
e o futuro da companhia. Esse processo trata-se de uma<br />
verticalização em nossa produção. Hoje, tudo que nós produzimos<br />
de formol é consumido pela fábrica, o que nos dá<br />
mais competitividade e segurança de ter a matéria-prima<br />
sob nosso controle”, explica Robson.<br />
Com a construção da nova planta de formol, a Bonardi<br />
tornou-se a mais nova fabricante de Formaldeído no Brasil,<br />
há mais de duas décadas o setor não recebia um novo<br />
player. “Esta planta, com tecnologia de última geração,<br />
obtém o formol a partir da reação metanol + O 2<br />
em catálise<br />
38 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
MARÇO <strong>2021</strong> 39
PRINCIPAL<br />
40 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
MARÇO <strong>2021</strong> 41
MADEIRA TRATADA<br />
INÚMERAS<br />
POSSIBILIDADES<br />
PARA A MADEIRA<br />
42 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
CONTRA A MARÉ, INDÚSTRIA DE MÓVEIS MOSTROU<br />
CRESCIMENTO DURANTE A PANDEMIA, COM NÚMEROS<br />
SUPERIORES AOS DE ANOS ANTERIORES<br />
Fotos: divulgação<br />
C<br />
om as florestas mais produtivas do<br />
mundo, o Brasil conta com grandes<br />
áreas de plantações de árvores<br />
como eucalipto, pinus, acácia, cedro<br />
australiano, teca, entre outras.<br />
Como uma das matérias-primas mais utilizadas<br />
no mundo, o setor traz boas possibilidades para<br />
o segmento madeireiro nacional.<br />
Segundo dados da IBÁ (Indústria Brasileira de<br />
Árvores), por exemplo, essa indústria tem hoje<br />
uma participação de 7% no PIB (Produto Interno<br />
Bruto) industrial, com destaque para produtos<br />
como pisos, painéis de madeira, papel, celulose,<br />
madeira serrada e carvão vegetal.<br />
Além de todo esse bom momento vivido<br />
pelas indústrias, a diminuição da pressão sobre<br />
as florestas nativas, a rentabilidade e o grande<br />
potencial de geração de emprego e renda fazem<br />
dos polos florestais o sustentáculo para um novo<br />
e promissor segmento econômico no Brasil.<br />
E tais vantagens já têm sido utilizadas por<br />
gestões municipais e estaduais no país, seja na<br />
reforma ou construção de pontes, prédios públi-<br />
cos ou até mesmo em conhecidos cartões-postais<br />
de diversas regiões brasileiras.<br />
Um bom exemplo desse bom uso dos recursos<br />
públicos é a construção e instalação das<br />
novas lixeiras da cidade de Timbó, localizada no<br />
interior de Santa Catarina. O projeto, que prevê<br />
a ampliação das lixeiras em diversos pontos da<br />
cidade, foi inaugurado em 2020 pelo SAMAE<br />
(Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto<br />
de Timbó), na região do Travessão dos Tiroleses.<br />
A prefeitura informa, inclusive, que outras 23 deverão<br />
ser colocadas em pontos estratégicos nos<br />
próximos meses.<br />
De acordo com o presidente do SAMAE,<br />
Waldemar Gebauer, a iniciativa vai ao encontro<br />
de uma antiga solicitação dos moradores, que<br />
pediam um número maior de pontos de coleta<br />
de lixo pela cidade. Além disso, as novas estruturas<br />
são maiores, com capacidade para diversos<br />
sacos de lixo, e foram construídas totalmente em<br />
madeira.<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 43
MADEIRA TRATADA<br />
A CIDADE DE<br />
TIMBÓ E A REGIÃO<br />
DE SANTA CATARINA SÃO<br />
CONHECIDAS NO BRASIL<br />
INTEIRO POR SUA GRANDE<br />
PRODUTIVIDADE DE<br />
MADEIRA<br />
44 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
MARCENARIA<br />
46 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
AUMENTA A<br />
PRODUTIVIDADE, MARCENEIRO!<br />
DIANTE DOS DESAFIOS IMPOSTOS PELO ÚLTIMO ANO, O SETOR<br />
DE MARCENARIA TEM INVESTIDO EM TÉCNICAS, SOFTWARES E<br />
EQUIPAMENTOS PARA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE<br />
Fotos: divulgação<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 47
MARCENARIA<br />
C<br />
ortar gastos, adequar tarefas e escolher<br />
as ferramentas corretas são três das mais<br />
importantes decisões na hora de aumentar<br />
a produtividade de uma marcenaria<br />
em tempos de crise econômica nacional.<br />
E essas são apenas algumas das medidas que podem<br />
fazer com que o seu negócio continue rentável<br />
e, mais importante ainda, sem parar sua produção<br />
por causa de imprevistos. A REFERÊNCIA INDUS-<br />
TRIAL lista abaixo algumas dicas para a saúde financeira<br />
e operacional do seu negócio.<br />
ESPAÇO DE TRABALHO<br />
Ninguém gosta de um espaço de trabalho desorganizado,<br />
no qual as máquinas e ferramentas<br />
não estejam dispostas harmonicamente na linha de<br />
produção. Essa falta de praticidade faz com que o<br />
trabalhador perca tempo (e até mesmo a paciência)<br />
ao realizar suas atividades. Funcionalidade é a palavra-chave<br />
durante essa etapa de organização do seu<br />
negócio.<br />
Vários são os layouts que você pode utilizar em<br />
sua marcenaria. Tudo dependerá do tipo e escala dos<br />
48 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
EM QUALQUER RAMO<br />
DA INDÚSTRIA,<br />
POSSUIR UMA MÃO DE OBRA<br />
QUALIFICADA PODE SER O<br />
GRANDE DIFERENCIAL DA SUA<br />
EMPRESA NA ENTREGA DE<br />
PRODUTOS<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 49
MERCADO<br />
UM NOVO<br />
HORIZONTE<br />
50 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA WOOD<br />
FRAME PODERIA REVOLUCIONAR<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA<br />
Fotos: divulgação<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 51
PRINCIPAL MERCADO<br />
AABIMCI (Associação Brasileira da Indústria<br />
de Madeira Processada Mecanicamente)<br />
tem acompanhado todo o processo<br />
para a implementação do sistema<br />
construtivo wood frame, que utiliza produtos<br />
de madeira na construção, no Brasil e liderado<br />
o desenvolvimento dessa e de outras frentes sobre o<br />
uso do material no setor da construção civil brasileira.<br />
Por ser um modelo construtivo industrializado, que<br />
reduz o tempo em canteiro de obras, o sistema wood<br />
frame é visto como uma solução para atender parte<br />
do déficit habitacional brasileiro. A PNAD (Pesquisa<br />
Nacional por Amostra de Domicílios) de 2019, a mais<br />
recente nesse sentido, mostra que faltam, no país, 7,7<br />
milhões de habitações.<br />
No site oficial da ABIMCI, o presidente, Juliano<br />
Vieira de Araujo, afirma que as indústrias da construção<br />
e de madeira estão diante de novas oportunidades.<br />
“Estamos diante de um momento para consolidar<br />
esse método construtivo eficiente, sustentável e que<br />
há décadas vem sendo utilizado em diferentes países<br />
do mundo. Os fabricantes de produtos de madeira<br />
estão acompanhando essas transformações e se pre-<br />
O WOOD FRAME SE<br />
APRESENTA COMO UMA<br />
OPORTUNIDADE PARA O SETOR<br />
INDUSTRIAL MADEIREIRO NO<br />
MERCADO INTERNO, JÁ QUE<br />
INÚMEROS PRODUTOS PODEM<br />
FAZER PARTE DO PROJETO<br />
52 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
A CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
ESTÁ DANDO MAIS<br />
UM PASSO PARA O SEU<br />
DESENVOLVIMENTO NO PAÍS<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 53
ECONOMIA<br />
INVESTIMENTO<br />
EM ALTA<br />
54 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
SETOR DE MADEIRA CHAMA A ATENÇÃO PELO<br />
TRABALHO PAUTADO NO ESG E SEGUE CRESCENDO,<br />
CONTRARIANDO A LÓGICA DA RECESSÃO MUNDIAL<br />
Fotos: divulgação<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 55
PRINCIPAL ECONOMIA<br />
O<br />
setor representado institucionalmente<br />
pela IBÁ (Indústria Brasileira de<br />
Árvores), que reúne empresas que<br />
têm nas árvores cultivadas a base<br />
da sua produção, oferecendo bioprodutos<br />
e biomateriais para o mercado nacional<br />
e internacional, prevê investimentos em expansão<br />
de R$ 35,5 bilhões até 2023, destinado a florestas,<br />
novas fábricas, expansões, tecnologia e ciência.<br />
Esse investimento é praticamente o dobro do registrado<br />
nos quatro anos anteriores, entre 2016 e<br />
2019, quando foram realizados investimentos de<br />
R$ 18 bilhões para a construção de diversas novas<br />
unidades.<br />
Esse alto nível de investimento demonstra a<br />
confiança do segmento no crescimento da economia<br />
verde, na opção dos consumidores por produtos<br />
com rastreabilidade, originados em fontes<br />
renováveis, recicláveis, muitos deles, biodegradáveis,<br />
e que, por sua base em árvores plantadas,<br />
absorvem e estocam CO 2<br />
(dióxido de carbono).<br />
“Rastreabilidade é um imperativo para esta<br />
cadeia, que há mais de duas décadas opera dentro<br />
de níveis de excelência, não somente cumprindo,<br />
mas indo além do que certificadores como FSC<br />
e até mesmo a legislação ambiental nacional exigem.<br />
100% da matéria-prima vinda da indústria<br />
tem origem em florestas cultivadas. O desmatamento<br />
ilegal é repudiado pelas companhias do<br />
setor, que inclusive se destacam como as que mais<br />
conservam áreas naturais no país”, afirma Paulo<br />
Hartung, presidente da IBÁ.<br />
O setor de árvores plantadas atua há anos com<br />
produção sustentável, provendo inúmeros produtos<br />
de origem renovável, essenciais para o dia a<br />
dia das pessoas, como móveis, livros, pisos, papéis<br />
higiênicos e embalagens. A IBÁ, associação que<br />
reúne empresas do setor, lança seu novo estudo<br />
apontando os avanços ambientais, sociais, econômicos,<br />
além de revelar o olhar para o futuro desta<br />
cadeia.<br />
56 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
RASTREABILIDADE<br />
É UM IMPERATIVO<br />
PARA ESTA CADEIA, QUE HÁ<br />
MAIS DE DUAS DÉCADAS<br />
OPERA DENTRO DE NÍVEIS<br />
DE EXCELÊNCIA<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 57
ARTIGO<br />
ESTIMATIVA DA<br />
RESISTÊNCIA E DA<br />
RIGIDEZ À COMPRESSÃO<br />
PARALELA ÀS<br />
FIBRAS DA MADEIRA DE<br />
PINUS SP. PELA COLORIMETRIA<br />
Fotos: divulgação<br />
LUCAS JOSÉ MARINI<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS<br />
JÚLIA CRUZ DA SILVA<br />
INSTITUTO SENAI DE INOVAÇÃO BIOMASSA<br />
DIEGO HENRIQUE ALMEIDA<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA<br />
ANDRÉ LUIS CHRISTOFORO<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS<br />
FRANCISCO ANTONIO ROCCO LAHR<br />
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO<br />
58 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
RESUMO<br />
Propriedades de resistência e de rigidez da<br />
madeira, fundamentais em um projeto estrutural,<br />
são determinadas com base em ensaios<br />
mecânicos. Entre as propriedades mecânicas<br />
da madeira, destacam-se as de resistência<br />
(f c0<br />
) e de rigidez (E c0<br />
) à compressão na direção<br />
paralela às fibras. A cor é uma característica própria de<br />
cada espécie. Se determinadas experimentalmente as<br />
propriedades f c0<br />
e E c0<br />
de uma espécie de madeira com<br />
base em um significativo número de amostras caracterizadas,<br />
a correlação dessas propriedades por meio<br />
de equações obtidas por regressão possibilita realizar<br />
estimativas de tais propriedades sem a necessidade<br />
de novos ensaios, procedimento esse com potencial<br />
de aplicação por empresas madeireiras.<br />
Com o auxílio do sistema CIE L*a*b* e de 403<br />
peças de madeira de Pinus sp., equações obtidas por<br />
modelo de regressão foram utilizadas para a estimativa<br />
do E c0<br />
e da f c0<br />
em função dos parâmetros colorimétricos<br />
e do número de anéis de crescimento. Da estimativa<br />
do E c0<br />
(R 2 = 43,61%), pela Anova da equação<br />
de regressão foi constatada significância apenas do<br />
número de anéis de crescimento (Nle). Para a resistência<br />
à compressão paralela às fibras (R 2 = 48,53%),<br />
apenas os parâmetros colorimétricos e as interações<br />
desses parâmetros afetaram significativamente a f c0<br />
.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A madeira está presente no cotidiano das pessoas<br />
nas mais diversas formas de utilização, tais como fabricação<br />
de móveis, celulose e papel, geração de energia<br />
e, especificamente para o escopo deste trabalho,<br />
na construção civil (Andrade Jr. et al., 2014; Almeida et<br />
al., 2017). Para suprir a demanda por madeira serrada<br />
foi introduzido no Brasil o gênero Pinus, que conta<br />
com mais de cem espécies e é nativo do hemisfério<br />
Norte (Empresa..., 2018). Atualmente, no Brasil, as<br />
plantações de Pinus ocupam 1,6 milhão de ha (hectare)<br />
- Instituto..., 2018.<br />
Uma das principais características do gênero Pinus<br />
sp. é a presença de anéis de crescimento, que se originam<br />
da atividade sazonal do câmbio vascular, que é<br />
a estrutura interna responsável pelo crescimento radial<br />
das árvores. Em países onde o clima tem uma clara<br />
distinção entre as estações do ano é mais fácil identificar<br />
o início e o fim de um período de crescimento da<br />
árvore (Ferreira, 2009).<br />
Em cada anel de crescimento é possível encontrar<br />
duas regiões distintas, uma apresentando coloração<br />
clara e outra escura. O lenho inicial corresponde ao<br />
crescimento da árvore no início do período vegetativo,<br />
normalmente primavera e verão, em que há<br />
células de paredes finas e lumes grandes, o que lhe<br />
confere coloração clara e densidade menor. O lenho<br />
tardio é formado durante o outono e o inverno, sendo<br />
constituído de células com paredes mais largas e menor<br />
lúmen, uma vez que as células vão diminuindo a<br />
atividade fisiológica. Em consequência desse fato, sua<br />
coloração é escura e sua densidade é maior do que a<br />
do lenho inicial (Santini; Haselein; Gatto, 2000; Burger;<br />
Richter, 1991).<br />
O comportamento do material quando submetido<br />
a esforços varia de acordo com as propriedades mecânicas<br />
da madeira. O ensaio de compressão paralela às<br />
fibras é um dos mais importantes, uma vez que o valor<br />
característico da resistência à compressão paralela às<br />
fibras (f c0,k<br />
) possibilita o enquadramento da madeira<br />
nas classes de resistência estabelecidas pela NBR<br />
7190 (Abnt, 1997), além de possibilitar a estimação do<br />
módulo de elasticidade (E c0<br />
), que determina a rigidez<br />
da madeira utilizada no projeto (Bertolini et al., 2012;<br />
Ferro et al., 2015; Almeida, 2017).<br />
A coloração é uma propriedade organoléptica<br />
da madeira, que em conjunto com as propriedades<br />
anatômicas permite a identificação de espécies, exercendo<br />
também extrema importância sobre o valor<br />
decorativo do material, por adicionar valor estético.<br />
Pode ser influenciada por diversos fatores, tais como<br />
espécie, estrutura anatômica, composição química,<br />
genética, densidade e tratamentos silviculturais (Montes<br />
et al., 2008; Garcia; Marinonio, 2016; Gierlinger et<br />
al., 2003; Garcia et al., 2014).<br />
A VARIABILIDADE<br />
DOS ANÉIS DE<br />
CRESCIMENTO É CAUSADA POR<br />
DIVERSOS FATORES, SENDO O<br />
CLIMA UM DELES<br />
MARÇO <strong>2021</strong> 59
ARTIGO<br />
60 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
MARÇO <strong>2021</strong> 61
ARTTIGO<br />
62 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
MARÇO <strong>2021</strong> 63
AGENDA<br />
AGENDA<br />
<strong>2021</strong><br />
MARÇO<br />
16 A 17<br />
INTERNATIONAL BIOMASS<br />
CONFERENCE & EXPO<br />
LOCAL: ONLINE<br />
WWW.BIOMASSCONFERENCE.<br />
COM/<br />
MARÇO<br />
24<br />
MONTREAL WOOD<br />
CONVENTION<br />
LOCAL: MONTREAL (CANADÁ) -<br />
VIRTUAL EXPERIENCE<br />
TION.COM/EN<br />
MARÇO<br />
26 A 29<br />
MEDWOOD<br />
DATA: 26/03/<strong>2021</strong> A 29/03/<strong>2021</strong><br />
LOCAL: ATENAS (GRÉCIA)<br />
WWW.MONTREALWOODCONVEN-<br />
WWW.MEDWOOD.GR/EN/MED-<br />
WOOD<br />
LIGNA HANNOVER <strong>2021</strong><br />
27 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO<br />
HANNOVER (ALEMANHA)<br />
WWW.NFEIRAS.COM/LIGNA-HANNOVER-22/<br />
A CIDADE DE HANNOVER, NA ALEMANHA, SE TRANSFORMA NO FOCO DE ATENÇÃO<br />
PARA O MUNDO DA MADEIRA E A INDÚSTRIA MADEIREIRA. CONSIDERADA A MAIOR<br />
OU A MAIS IMPORTANTE FEIRA DO MUNDO NO SETOR, A LIGNA EXPÕE TODA A<br />
CADEIA DE PRODUÇÃO MADEIREIRA: DESDE A CAPTAÇÃO E O PROCESSAMENTO DA<br />
MADEIRA, ATÉ A PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE PRODUTOS DA MADEIRA E TECNOLOGIAS<br />
INOVADORAS DE TRATAMENTO DA MADEIRA, ENTRE OUTROS.<br />
MAIO<br />
18 A 21<br />
WOODPROCESSING LVIV<br />
LOCAL: LVIV (UCRÂNIA)<br />
WWW.GALEXPO.COM.UA<br />
JUNHO<br />
8 A 11<br />
FESQUA<br />
LOCAL: SÃO PAULO<br />
WWW.FESQUA.COM.BR<br />
SETEMBRO<br />
21 A 23<br />
EXPOBIOMASSA <strong>2021</strong><br />
LOCAL: VALLADOLID (ESPANHA)<br />
WWW.EXPOBIOMASA.COM/EN/<br />
SALON-GAS-RENOVABLE<br />
NOVEMBRO<br />
3 A 5<br />
EXPOCORMA <strong>2021</strong><br />
LOCAL: CONCEPCIÓN (CHILE)<br />
WWW.EXPOCORMA.CL/<br />
64 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
ESPAÇO ABERTO<br />
OS TRÊS<br />
PROBLEMAS PRINCIPAIS<br />
Foto: divulgação<br />
Pobreza, desemprego e violência assolam o<br />
Brasil. Planejamento pode ser entendido<br />
como um processo intelectual composto<br />
de seis passos: 1) identifique um problema<br />
e seus aspectos; 2) identifique as causas do<br />
problema; 3) encontre as soluções possíveis; 4) liste as<br />
vantagens e desvantagens de cada solução; 5) escolha<br />
uma solução; 6) justifique sua escolha. Esse roteiro é útil<br />
para organizar o pensamento e a compreensão de problemas,<br />
suas causas e soluções, seja no plano pessoal,<br />
empresarial ou nacional.<br />
Examinando a economia nacional por esse roteiro,<br />
não é difícil chegar aos problemas principais e pensar<br />
nas soluções possíveis, mesmo porque o Brasil é previsível,<br />
repetitivo e contumaz nos mesmos erros. Os três<br />
problemas principais hoje são: a pobreza, o desemprego,<br />
a violência. É possível aumentar essa lista, mas<br />
as demais deficiências nacionais, como o baixo nível<br />
educacional e a baixa qualidade das instituições, fazem<br />
parte das causas daqueles problemas principais.<br />
A descrição dos aspectos que envolvem cada um<br />
dos três problemas, que são graves, pode ser resumida<br />
em uns poucos indicadores. Tomando tudo o que o Brasil<br />
produz e dividindo pela população, temos em torno<br />
de US$ 10 mil/ano, contra US$ 55 mil nos EUA (Estados<br />
Unidos da América), US$ 40 mil na Inglaterra, só para<br />
ficar nesses exemplos. Em algumas semanas, devem sair<br />
as estatísticas de 2018 e esses números terão se modificado,<br />
mas a relação deve seguir a mesma.<br />
A renda per capita, ou renda por habitante, é apenas<br />
a outra face da moeda do produto por habitante,<br />
e a comparação com os países adiantados conduz à<br />
conclusão de que o Brasil não é apenas pobre; é muito<br />
pobre. A renda per capita inglesa é equivalente a quatro<br />
vezes a renda brasileira. É uma distância brutal. Grosso<br />
modo, o fato de o Brasil produzir por habitante apenas<br />
um quarto do que a Inglaterra produz define que o padrão<br />
bem-estar médio aqui será um quarto do padrão<br />
médio de lá.<br />
O segundo maior problema brasileiro é o desemprego.<br />
De um total de 208,5 milhões de habitantes, o<br />
país tem 104 milhões de pessoas em condições de trabalhar,<br />
13 milhões trabalham no setor estatal (portanto,<br />
sem risco de perder o emprego, mesmo na crise), 91<br />
milhões estão no setor privado e, destes, 12,2 milhões<br />
estão desempregados. O desemprego é causa da pobreza<br />
e também sua consequência.<br />
POR<br />
JOSÉ PIO<br />
MARTINS<br />
ECONOMISTA, REITOR<br />
DA UNIVERSIDADE<br />
POSITIVO<br />
66 referenciaindustrial.com.br MARÇO <strong>2021</strong>
LINHA MADEIRA<br />
- Resinas Fenólicas<br />
- Resinas Uréicas<br />
- Resinas Melamínicas<br />
- Resinas baixa emissão de formol<br />
(CARB/E0/E1)<br />
LINHA PAPEL<br />
- Papel Tego Film<br />
- Resinas Tego Film<br />
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