Fhox Edição 204
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204
ANO XXX
EXEMPLAR
DE ASSINANTE
WWW.FHOX.COM.BR
O DESAFIO
DE VIVER DE
FOTOGRAFIA
EM 2020
OS IMPACTOS DA PANDEMIA NO
MERCADO FOTOGRÁFICO
NUPICS
Chega como alternativa
para mídias de
impressão para o ramo
VIACOLOR
Oprimeiro evento
educacional drive-in
da América Latina
BEHIND THE
MASK
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de Bru e Fer Cesar
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NESTA EDIÇÃO
EDITORIAL
COMO ESTÁ A FOTOGRAFIA DEPOIS DA COVID-19?
PERFIL
BEHIND THE MASKS
ENTREVISTA XEROX
COLUNA CRISTIAN LIMA
CASAMENTO AO VIVO
COLUNA MARCO PERLMAN
MARKETING PARA FOTOGRAFIA
UM MAR DE SILÊNCIOS
COLUNA DR. PAULO GOMES
AMARELOS
RETORNO DO QR CODE
O PRIMEIRO DRIVE-IN DA FOTOGRAFIA
ORGANIZAÇÃO DE FOTOS
NOTAS
COLUNA NICOLAU PIRATININGA
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QUEM FAZ A
LEO SALDANHA Líder | MOZART MESQUITA Líder | POLIANE SILVEIRA Comercial | ANDREIA CACIJI Administrativo
DIOGO AMORIM Coordenador Geral | WICTOR DUARTE Design
Membro
FUNDADOR: CARLOS DREHER MESQUITA (1953 - 2012). Uma publicação da Editora FHOX dirigida às atividades técnicas
e comerciais da fotografia brasileira. Circulação apenas por assinatura. Os artigos assinados não representam necessiariamente
a opinião da revista. Atenção! A venda de assinaturas é feita somente pela editora FHOX. Não temos representantes.
Na eventual não ocorrência da indicação de autoria da foto, entrar em contato com a Redação para a devida correção.
Assinaturas e números atrasados: (11) 98245-0709 • redacao@fhox.com.br | assina@fhox.com.br | FHOX.com.br
Rua Clodomiro Amazonas, 1.099 · cj. 121 · CEP 04537-012
Foto de Capa: Bru e Fer César (Behind The Masks) • Impressão: Revista impressa em equipamento Canon imagePRESS C10000VP
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24,2 MP
10 FPS
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Sinto a segurança de criar e ter como resultado a real
nitidez daquele momento através da minha fotografia.
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(61) 3877-1692
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Os logos Sony e α são marcas comerciais registradas pela Sony Corporation. Imagens meramente ilustrativas.
6 | · 2020
REINVENÇÃO OU
ADAPTAÇÃO?
Por Leo Saldanha
Com mais de 180 dias de pandemia fica difícil
não falar do impacto da Covid-19 no Brasil e no
mundo. Não é uma foto bonita. Foram milhares
de mortes e os números de infectados segue
crescendo. É um quadro que traz desafios ao
mercado da fotografia. Que é feito de momentos
felizes e memórias marcantes. Sem festas
grandes muitos dos segmentos foram fortemente
afetados. Caso de casamento, cabines e
formatura.
Difícil fazer
previsões de
como será até
o fim do ano
e o que vem
pela frente em
2021. Essa edição
histórica
chega para debater
e refletir
o que aconteceu
até aqui.
Tirando o salto
tecnológico de
comportamento, o online cresceu de forma
que não podíamos imaginar. E vem mais transformações
por aí. O que fica claro é que a fotografia
de família sai até aqui fortalecida. E
não só ela. A fotografia para decoração, fotos
para negócios venderem online. As transmissões
ao vivo e os cursos online. Um fotógrafo
famoso comentou com a FHOX que a reinvenção
não é algo que ele quer fazer. Pois bem,
não é sobre se reinventar, mas talvez mais importante
seja se adaptar à nova realidade. Outro
fortalecimento do mercado na pandemia é
da foto no papel. Que ajudou a pagar contas
e foi opção para famílias com tempo para garantir
memórias impressas de viagens e outras
situações importantes. O desafio segue enorme
e conseguimos
trazer
essa edição
para nossos
leitores de forma
impressa.
O que fica claro
é que nosso
papel será
cada vez maior
(como foi) no
online. Mais de
100 lives, dezenas
e mais
dezenas de
matérias no site e agora nova fase com FHO-
XPro.com.br com foco em vídeo. Estamos em
um processo de adaptação e sobrevivência.
Assim como boa parte dos negócios em todos
os ramos.
Boa leitura.
Foto: Suzanne D. Williams
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8 | · 2020
Foto: Wendy Wei/ Pexels
2020 · | 9
COMO ESTÁ A
FOTOGRAFIA
DEPOIS DA
COVID-19?
COM MAIS DE SEIS MESES NO BRASIL, O AVANÇO DO
NOVO CORONAVÍRUS TROUXE GRANDES IMPACTOS
NO MERCADO FOTOGRÁFICO. ENTENDA O QUE
HOUVE E O QUE PODE VIR PELA FRENTE
Por Leo Saldanha e Mozart Mesquita
Começando por uma boa notícia. A fotografia
no papel (quem diria) em tempos de tudo
tão online foi fundamental na saude financeira
de muitos negócios de fotografia. Com mais
pessoas em casa e com tempo, olhar para as
memórias, organizar álbuns e imprimir fotos
foi uma das tarefas da quarentena. Mas não
ficou só nisso.
Álbuns da quarentena, as sessões online com
inúmeras variações e com direito a fotos no papel
oriundas desses ensaios virtuais. O surgimento
de diários da Covid ou de foto máscaras. Decoração
com fotos para deixar a casa mais bonita.
Tudo envolvendo a impressão para agregar valor
e entregar um produto tangível para clientes.
Além de ser uma memória histórica (sempre afetiva)
de um momento em que a família está reunida.
E o mais relevante: tudo mesclado com a
oferta online via site, apps de mensagem e afins.
correu ainda um avanço nos produtos híbridos.
De usar realidade aumentada e QR Code
para encaixar vídeos junto com fotos impressas.
E a venda usando a internet bombou no
período. Os fotógrafos perceberam que tinham
que buscar clientes antigos e demandas
com álbuns que não foram feitos. Lojas estimularam
a impressão pelo WhatsApp. O que
ficou claro é que as pessoas querem sim foto
no papel. Daqueles momentos valiosos. E se
tiver um produto diferenciado melhor ainda.
10 | · 2020
Foto: Jonathan Borba/Unsplash
FOTOGRAFIA DE CASAMENTO
Forte impacto. Por envolver aglomeração, festas
sairam do circuito. Aliás aparece na tabela
de grau de contágio como um dos locais com
maior risco. Em um primeiro momento vieram
as remarcações e cancelamentos. Matéria recente
da FHOX mostrou que a queda foi forte,
mas que as cerimônias ocorreram (no civil e
em eventos muito menores). Redução de 50
a 60%. O que surge como tendência é o micro
wedding com no menos de 10 pessoas.
Ocorrem em espaços abertos e duram menos.
Outra vertente que surge na pandemia é
a Live do Casamento. O que virá pela frente?
Os profissionais da área mostram-se preocupados
(além do lado financeiro crítico) quanto
ao boom de eventos que teremos no ano que
vem com a retomada. Com as remarcações te-
Casamento
transmitido ao
vivo para mais de
20 mil pessoas
e produzido por
Rodrigo de Paula
2020 · | 11
rão que ser criativos na agenda. Outros optaram
pela impressão de fotos dos clientes em
plataformas como a FotoGo ou mesmo usar
impressoras próprias que tinham em casa. O
fotógrafo Danilo Siqueira lançou uma campanha
estimulando casamentos aos domingos.
Uma forma de atenuar um dos muitos desafios
daqui para a frente no cenário pós-pandemia.
A Fotop, por exemplo, lançou uma nova
plataforma para atender fotógrafos com uma
idéia engenhosa no estilo Uber. É importante
dizer que muitos fotógrafos até mudaram ou
estão mudando de profissão. E tem aqueles
que simplesmente tem condições e vão esperar
(até quando?). Esses obviamente são a
minoria. Resta saber se o setor de casamentos
vai se transformar completamente de 2021
para frente. Será que a era das mega festas
acabou e os orçamentos mais justos serão a
nova norma?
FOTOGRAFIA DE FAMÍLIA
E NEWBORN
Foto: Mockaroon/Unsplash
Aqui o impacto também foi sentido só que em
diferentes níveis. Isso porque muitas gestantes
fizeram questão de ter um ensaio (tentando fazer
isso com segurança) em externas e até no
estúdio. O setor mostrou-se uma alternativa interessante
até para fotógrafos de casamento e
para as profissionais que só faziam newborn. O
ensaio remoto entrou como opção de produto
para muita gente desse segmento no caso da
sessão de família. A ideia de imprimir ou ter um
produto para o cliente também ajudou. Como
o caso da Chloé com os albuns da quarentena
que agora tem até versão para avós. Parto, que
no começo estava mais travado por conta das
limitações em hospitais acabou tendo alguma
demanda, mas segue com restrições para boa
parte do Brasil.
Aqui vale a menção de uma área que faz parte
da família: aniversários. O que na verdade vimos
foi o avanço das festas para pais e filhos com
transmissão ao vivo. E os fotógrafos (aqueles de
confiança e verdadeiramente da família) foram
chamados até para cuidar da transmissão dessas
lives. No caso do newborn, o que muito se
viu foram profissionais da área que foram sim clicar
os bebês nesse meio tempo. Muitas fizeram
isso sem divulgar para não ter qualquer tipo de
julgamento ou percepção negativa dos próprios
consumidores ou de colegas. Lembrando que a
ABFRN listou uma série de recomendações para
associadas como não abrir estúdio e também
para não expor clientes e bebês ao risco do contágio.
Ainda assim, muitas sessões ocorreram.
Nos estúdios newborn os cuidados sempre fo-
12 | · 2020
ram a regra e isso só foi reforçado para essa nova
fase. Ter o controle total do ambiente e mostrar
de forma direta as medidas de segurança é
questão prioritária para passar confiança. Algumas
clientes pedem para as fotógrafas irem em
casa e até teve caso de fotógrafo lançando um
kit tutorial para que as clientes façam a própria
sessão. A ideia de Betina Valente de Salvador foi
essa em produto lançado recentemente.
FOTOGRAFIA DE FORMATURA
Terra arrasada nesse setor que depende de aglomerações.
Segundo dados da ABEFORM, entidade
do segmento, cerca de 5 mil eventos dos seus
associados foram adiados. O ensino superior está
sem uma previsão concreta de retorno e muitas
universidades anunciando que vão manter um
formato EAD até o fim do ano. O mercado de foto
escolar foi atingido da mesma forma. Para a parte
fotográfica, em ambos, a restrição foi gigantesca.
As empresas do ramo de formaturas (e de foto
e vídeo) viram boa parte do seu faturamento zerar.
As colações que retornaram no meio do ano
são muito menores e os empresários estão preocupados
com a viabilidade do negócio nessas
condições. A alternativa foi a busca por ofertas de
álbuns para clientes do passado. Muitas empresas
conseguiram atuar com bons resultados na impressão
desses produtos para turmas antigas. A
questão é até quando dura o estoque? E depois?
Se existe um alento é do EAD que só deve avançar
com universidades como a USP anunciando
que as aulas seguirão nesse ambiente online.
Resta saber se as empresas de foto de formatura
vão conseguir adaptar uma nova oferta para esse
estudante. A digitalização e um formato híbrido
para atuar no relacionamento com os formandos
parece ser essencial assim como acelerar as questões
da transformação digital para o setor. Talvez
a necessidade de um novo olhar que tem mais a
ver com personalização do que escala faça-se necessário
daqui para frente. O formando é jovem,
tem família e não poderia imprimir e consumir a
fotografia (ou vídeo) de outras formas no contato
com essas empresas? A Vison Color de Tupã
é uma que está fazendo um trabalho de referência.
Em vídeo recente postado no site FHOXPro
a empresa mostrou uma colação realizada em
Presidente Prudente, em que os formandos fizeram
questão de ter o evento. Nos Estados Unidos,
as empresas que fotografam estudantes foram a
casa dos alunos para buscar ao menos um ensaio
como lembrança do momento, assim como sessões
externas gerando produtos impressos.
Foto: Mohammad Shahhosseini/Unsplash
2020 · | 13
LOJA DE FOTO
O varejo foi extremamente atingido. Como não é
um serviço essencial, as lojas de foto e estúdios
não puderam abrir em muitos estados brasileiros
e começaram a retomar nas últimas semanas.
Lembrando que em algumas cidades menores
essas restrições não ocorreram. O lado bom
é que acelerou o avanço online das operações.
O que é uma loja de foto hoje? Importante dizer
que o estilo de atuar e configuração dessas
empresas já estava em transformação antes da
pandemia. Em um grupo de lojistas organizado
pela FHOX no WhatsApp (que não para de crescer)
a participação é distinta: papelarias, gráficas
rápidas, loja-estúdio, loja clássica, loja online
e fotógrafos apostando em impressão online. O
que os empreendedores perceberam: que a entrega
virou um diferencial além da comodidade e
conveniência de enviar pelo WhatsApp.
AS ALTERNATIVAS
O grande produto que evoluiu nos últimos meses
na pandemia foi o ensaio ou sessão remota. Começou
como um desafio de fotografar amigos e
clientes fiéis. Para depois se transformar em uma
opção de produto real. Com ensaio online para
gestantes, famílias e até na moda. Diretores filmando
clipes a distância por exemplo mostram
a diversidade no formato. Curioso é ver a sessão
online gerar produtos impressos com álbuns físicos
e se tornar uma experiência diferenciada
para as famílias que ficaram em quarentena. O
formato evoluiu muito em 180 dias e parece que
não só veio para ficar como vai render ainda
mais para a fotografia de família e outras áreas
do nosso mercado.
A INDÚSTRIA E OS
LABORATÓRIOS
As marcas foram afetadas da mesma forma
que seus clientes. Até porque estamos falando
de uma economia em ciclo. Se o fotógrafo,
lojista ou empreendedor não consome comprando
da indústria o efeito é nocivo em toda
a cadeia. Nos bastidores é sabido sobre a redução
de quadros de funcionários e adequação
a essa nova realidade. Alguns laboratórios
lançaram iniciativas diferenciadas para ajudar
os clientes. Caso da Go Image lançando a Fotogo.com.br
e de um pacote de soluções para
a Covid-19. Questões como entrega, restrições
na operação da produção afetaram claramente
diversas operações no país. Resta saber como
as marcas de diferentes portes vão atuar para
os mais variados mercados da fotografia daqui
para frente? Boa parte das empresas reduziu
no marketing ou partiu para ações táticas que
fazem sentido no curto ou até médio prazo
mas que corroem o valor e a continuidade do
negócio mais para frente. A sensação que fica
é que mais do que vender a questão do suporte
e de se posicionarem de forma mais pró-ativa
ficou aquém do que poderia ser. O reflexo
dessa postura será sentido nesse semestre e
provavelmente em 2021. Até porque envolve
os próprios clientes na ponta que consomem
da indústria movimentando tudo. O número
mundial de vendas de câmeras em 2019 girou
e torno de quase 15 milhões (em 2010 eram 120
milhões de unidades). Sim, tem relação com
smartphones avançando, mas também já com
impacto do fim do ano da Covid-19 na Ásia. E
os números para 2020 até 2021 devem mostrar
queda ainda maior. Pois fotógrafos (na média)
provavelmente vão segurar a compra de uma
nova câmera para um futuro próximo. O anuncio
do encerramento das operacões da Sony
no Brasil, incluindo o fechamento da fabrica de
Manaus, foi o banho de agua fria que o mercado
não esperava.
A triste noticia de que a Sony fecha a
farica de Manaus e deixa o Brasil
Printscreen Techmundo
14 | · 2020
Foto: Fabio Seltz
A iniciativa inovadora da ViaColor de fazer o primeiro evento Drive-In de fotografia da América Latina
FOTO CABINE
Altamente impactado assim como casamentos
e formaturas. As foto cabines
se viram paradas e sem trabalho. Alguns
nesse setor buscaram alternativa com
ofertas criativas para lives e impressão
via hashtag. Outros viraram o negócio
para impressão e entrega local. Há ainda
os que migraram para o negocio de
totem de alcool em gel. Embora sem
dados oficiais muitos também já desistiram
do mercado. A reinvenção desse
negócio vai depender de um mínimo retorno
com eventos médios mas pedindo
ajustes na forma de atuar. Sem toque na
tela por exemplo. Coisa que a BM Works
apresentou no mercado recentemente
com uma foto cabine para espaços comerciais,
shoppings e afins. Dispensando
toque e com realidade aumentada
para tirar foto com personagens famosos
de qualquer universo.
O MARKETING E A
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Não resta nenhuma dúvida que a era online se consolida
em muitas frentes. Do ensino ou dos eventos
digitais na fotografia. Das sessões remotas as
lives como ferramenta de marketing. Da oferta de
produtos e no acompanhamento de ponta a ponta
usando ferramentas digitais.
O que vem por aí? É irresponsvel fazer qualquer
tipo de previsão para os próximos meses. O cenário
macro na economia é complexo, com queda
prevista para o PIB no país sendo a maior em 120
anos segundo números recentes divulgados por
especialistas com base em informações divulgadas
pelo FMI. Essa mistura de incerteza, milhões
de desempregados e a sombra de novas ondas de
casos do novo coronavírus não dá margens para
muita animação. Por outro lado vimos sim casos de
empresas e empreendedores se reinventando com
resultados financeiros surpreendentes. Um estúdio
do centro-oeste abriu os números de faturamento
2020 · | 15
“Um estúdio do centro-oeste abriu os números
de faturamento mostrando que cresceu
durante a quarentena. Um grande laboratório
brasileiro que atende profissionais também
indicou o mesmo, assim como outro, focado no
publico amador. A Chloè recentemente disse
em conversa que o período foi de faturamento
recorde. Até evento de fotografia Drive-In a
gaucha ViaColor fez”
mostrando que cresceu durante a quarentena.
Um grande laboratório brasileiro que atende
profissionais também indicou o mesmo, assim
como outro, focado no publico amador relatou
40% de crescimento no periodo. A Chloè
recentemente disse em conversa que o período
foi de faturamento recorde. Até evento
de fotografia Drive-In a gaucha ViaColor fez
(veja materia nessa edição). Todos os exemplos
acima têm algo em comum: valorizam a
impressão. São casos pontuais. Uma pesquisa
recente da FHOX com mais de 1000 fotógrafos
mostrou um impacto grande em todos os
segmentos. O caminho óbvio escolhido pelos
profissionais: oferta de produtos mais acessíveis,
estudar e buscar alternativas dentro da
própria fotografia.
As pessoas não vão deixar de celebrar e mesmo
com grandes transformações a fotografia vai
continuar. A indicação clara do bom resultado
da fotografia de família mostra isso. As pessoas
estão juntas em casa e querem guardar lembranças
históricas, ter essas fotos para relembrar.
Não será diferente para os eventos que por
hora possam ter sido pausados ou adiados. Que
em 2021 tenhamos uma vacina e um quadro
bem mais promissor é uma expectativa geral.
Enquanto isso não vem, talvez a palavra de ordem
não seja reinvenção, mas sim adaptação.
A FHOX
A FHOX gerou centenas de matérias e conteúdos
grátis no período. Dezenas de entrevistas
ao vivo (já são mais de 100), encontros, seminários
grátis e pagos. Formatou um novo canal, o
Fhoxpro.com.br que chega para ser mais uma
forma de atender em alto nível ao ramo fotográfico.
Algo que move a FHOX é o propósito de
gerar valor aos leitores e clientes e assim puxar
o mercado. Mesmo tendo parado a impressão
da revista por meses seguimos nosso trabalho
de informar, dar suporte e fomentar. Ao mesmo
tempo que somos desafiados da mesma forma
que todos. Se você acredita no trabalho da
FHOX e quer apoiá-lo, assine FHOXPro, a nossa
nova plataforma de conteudo em video.
Foto: Julia Cameron/Pexels
A COMUNIDADE
DO PROFISSIONAL
DE IMAGEM.
FHOX PRO é uma nova plataforma adequada
a um novo mundo, em que a informação
chega através de um podcast, de um vídeo,
de um texto e em que cada segmento da
fotografia precisa ter seu canal.
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Foto: Paulo Stucchi
2020 · | 19
UMA NOVA
MARCA COM
SOLUÇÕES
DIFERENCIADAS
DE IMPRESSÃO
DE FORMATURAS
FHOX ENTREVISTOU SERGIO TAKAYAMA DA NUPICS PARA MOSTRAR
COMO É A ATUAÇÃO DA EMPRESA COM PAPÉIS, SUBSTRATOS E
TINTAS PARA IMPRESSÃO FOTOGRÁFICA NO BRASIL
Texto por Leo Saldanha. Fotos: Divulgação Mitsubishi
Executivo reconhecido e experiente do ramo fotográfico,
Sergio Takayama, passou por algumas
das mais importantes empresas da fotografia
do setor. Responsável pelas áreas comerciais,
de marketing e técnica da Nupics, ele conta a
seguir como vai ser a participação desse novo
player para atender a demanda de papéis e mídias
para quem imprime fotos no Brasil. Uma
chegada oportuna para lojas, encadernadoras e
o segmento de impressão em geral.
FHOX - Qual será o posicionamento da Nupics
no mercado nacional?
Sergio Takayama - Como premissa básica, a Nupics
do Brasil tem como missão ofertar ao mercado
brasileiro, toda linha de mídias, substratos e tintas
para impressão fotográfica, produtos estes em
sua maioria produzidos pela Mitsubishi Paper Mills,
empresa centenária quanto ao desenvolvimento
e fabricação de produtos de altíssima qualidade .
20 | · 2020
Entendemos que pelas exigências dos consumidores
brasileiros e consequentemente as
empresas de impressão, temos como obrigação
atender estas demandas que poucos fabricantes
podem oferecer para o mercado de
impressão. A Nupics do Brasil é a Companhia
que a Mitsubishi Paper Mills confiou toda operação
de corte de papéis Ink Jet em Manaus
e toda sua distribuição no Brasil para consolidar-se
de forma progressiva no mercado.
Os produtos da MPM são reconhecidos como da
mais alta qualidade. No Brasil, a Nupics procurará
parcerias estratégicas em longo prazo com
distribuidores locais,
empresas tradicionais
de longa data e de referência
no setor fotográfico,
para fornecer
produtos Mitsubishi e
assim atender todo o
território nacional de
forma abrangente.
Além disto, já estamos
colaborando com os
principais fabricantes
de equipamentos de
impressão no Brasil
para garantir a otimização
da qualidade
obtida nos seus produtos
com os nossos
papeis e tintas.
FHOX - Se puder explicar um pouco sobre a
formação da empresa no Brasil?
Sergio Takayama - A Mitsubishi Paper Mills
confiou à Nupics todo o desenvolvimento do
mercado fotográfico nos continentes Europeu
e na América Latina. Nossa fábrica em Manaus
estará totalmente operacional no decorrer
deste ano. Neste momento a fábrica está finalizando
os testes de qualidade de corte que
serão devidamente homologadas pela Mitsubishi
Paper Mills dos EUA.
Para se fomentar a produção de nossa fábrica
e não depender do “trans-time” de importação
“Queremos oferecer
suporte aos nossos
distribuidores de
forma que atuem como
real distribuidores e
não somente como um
veio de oportunidade
de negócios”
Sergio Takayama, experiência absoluta em mercado
fotográfico a disposição da chegada de
Nupics e Mitsubishi Paper no Brasil
de materiais, utilizaremos um depósito alfandegário
em Manaus para que a nacionalização
das matérias primas sejam efetivadas em “Real-Time”,
ou seja, a nacionalização e o desembaraço
das matérias primas ocorrerão no local,
tudo isto para buscarmos eficiência na produção,
embalagem e despacho aos nossos clientes.
Temos também uma trade Co. sediada na
região sul, especificamente no estado do Paraná
para que sejam efetuadas as importações
de produtos acabados, prontos para serem
despachados aos nossos parceiros comerciais.
FHOX - A empresa está operacional com a fábrica
operando e as
bases montadas. Quais
os próximos passos?
Sergio Takayama -
Sobre a fábrica, já citei
os detalhes acima.
Quanto aos próximos
passos, estamos agora
revisando todo o
forecast de matérias
primas para que seja
efetuada a importação
para Manaus e
iniciar a produção e
consequentemente a
distribuição para todo
o mercado nacional
através de nossos dealers.
E também devemos
iniciar a formatação
da estrutura profissional da empresa para
que todos os mercados que queremos atingir
além do fotográfico estejam aptos para receber
nossos produtos.
FHOX - Qual a expectativa com relação ao
momento desse setor no Brasil?
Sergio Takayama - A expectativa já era otimista
antes da pandemia. Houve este hiato no
tempo, porém cedo ou tarde, com a volta das
atividades sociais que são geradores de produção
de imagens, o mercado retomará seu
rumo de crescimento, pois entendemos que a
economia geral no país retornará em seu rit-
2020 · | 21
mo de ascensão. Não podemos estar fora disto.
Pouquíssimas são as empresas que detém
a expertise de desenvolver produtos de altíssima
qualidade através de altos investimentos
em tecnologia. Francamente falando, a base
de referência de qualidade de produtos e sistemas
de negócios são poucas no Brasil.
FHOX - Como será sua função no negócio?
Sergio Takayama - Bom, sou o responsável da
Nupics do Brasil em conduzir toda estratégia
de marketing, comercial e técnica da empresa.
Também sou o responsável para elaborar
todas as estratégias e táticas para desenvolvimento
de negócios junto ao mercado brasileiro,
incluindo a formatação de nossa equipe
comercial. Como sabem, boa parte da minha
vida, exatamente 36 anos, foram dedicados
ao mercado de impressão de imagem através
de multinacionais tradicionais e respeitadas,
portanto creio que posso e quero muito
dar continuidade na minha colaboração para
o desenvolvimento de nosso mercado e das
pessoas que vivem dele. Recebo total apoio
de nosso Presidente Jaume Garriga para que
nossa missão e objetivos sejam alcançados o
mais pronto possível.
FHOX - A Mitsubishi Paper é reconhecida e
respeitada. O quanto isso ajuda para começar
a atuar no Brasil?
Sergio Takayama - Primeiro estamos falando de
uma marca japonesa global, empresa esta centenária
fundada em 1.898 através da Kobe Paper
Mills e que em 1.917 mudou a razão social
para Mitsubishi Paper Mills. Segundo porque o
principal foco do desenvolvimento de materiais
de impressão está voltado para papéis, mídias
de imagem e materiais especiais para imagem.
Portanto, estamos representando uma empresa
que é uma das principais desenvolvedoras e fornecedoras
de materiais de altíssima qualidade
Mitsubishi, uma marca global japonesa com mais de cem anos de expertise na produção de papel
22 | · 2020
Presença em todos os continentes e uma gama muito ampla de papeis e substratos
de impressão. Queremos colaborar com o desenvolvimento
do mercado fotográfico brasileiro
introduzindo tais produtos e suas enormes
variações, trazendo novas oportunidades de
negócios e produtos aos nossos clientes. Desejamos
introduzir nossos produtos através da
malha de distribuição de produtos fotossensíveis
já existentes e francamente falando, no nosso
ponto de vista a missão de um distribuidor é
hiper importante, pois o papel do distribuidor
no Brasil deve ser valorizado devido todas as
dificuldades de atender um país de dimensões
continentais, com culturas de negócios diversificadas
e maior riscos do negócio , ou seja, a
responsabilidade de um distribuidor é enorme
e entendemos que devemos fazer parte de seu
desenvolvimento. Queremos oferecer suporte
aos nossos distribuidores de forma que atuem
como real distribuidores e não somente como
um veio de oportunidade de negócios, ou seja,
queremos levar aos nossos distribuidores toda
a sorte de materiais de impressão que temos
disponíveis em nosso portfólio de produtos e
digo que é extenso e que será ótimo para o seu
progresso em geral. Com uma operação local,
estaremos aptos a fomentar negócios através
de uma parceria “ganha-ganha”, dando todo o
suporte comercial, Marketing e Técnico.
Existem tecnologias de impressão que ao longo
destes anos foram sendo introduzidas no mercado
fotográfico. Devido ao alto grau de desenvolvimentos
de produtos para impressão, nós da
Nupics estamos aptos a oferecer tais produtos
para que nossos distribuidores possam explorar
novos nichos de mercado e consequentemente
desenvolver mais incisivamente sua operação.
Este é um dos pontos que queremos enfatizar
com nossa entrada no mercado.
Marca, Produtos de alta qualidade e atendimento
serão as premissas na introdução e
condução de nossos negócios aqui no país.
Digo mais uma vez que além de introduzirmos
produtos de qualidade Super Premium, queremos
fazer parte do crescimento e desenvolvimento
de nossos clientes de acordo com nossa
filosofia de divisão de responsabilidades
e que devem ser assumidos e usufruídos por
ambas as partes.
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24 | · 2020
EM 2030,
VAMOS LEMBRAR
DESSAS IMAGENS
BRU E FER CÉSAR, FAZEM UM REGISTRO SENSÍVEL DE UM
MOMENTO HISTÓRICO
Por Mozart Mesquita
Dignidade. Essa foi a palavra que me veio ao
ler as imagens do trabalho que inspira essa e as
próximas páginas. Como trazer dignidade para o
que estamos passando nesse momento enquanto
humanidade?
Antes uma pausa para relembrar:
Dignidade
substantivo feminino
1.
qualidade moral que infunde respeito;
consciência do próprio valor; honra,
autoridade, nobreza.
2.
qualidade do que é grande, nobre, elevado.
O que estamos vivendo não é simples. Não é fácil
manter valores elevados com tantas pessoas
morrendo e tantas outras fazendo pouco da gravidade
da situação. Dificil ser sensível e conviver
com tanta insensibilidade. Mas é possível focar
na esperança e “esperança” não rima, mas anda
junto com dignidade.
Na FHOX estamos vivendo o momento mais desafiador
da nossa história. E ao pensar num ensaio que
traduzisse o que essa edição histórica poderia deixar
de legado, os retratos de Bru e Fer, são dignos. E
o são por que nos dão esperança. Nos lembram do
propósito de salvaguardar memórias tão importantes,
nos tocam de forma transversal emocionando o
retratado e, todos que registram as famílias, os casórios,
as chegadas a esse mundo tão especial apesar
das dores e dos amores. Da polaridade que compõe
os altos e baixos do ser e do viver e que ficaram latentes
na pandemia. Que na verdade já estavam extrapolados
no Brasil. Quem não chorou? Quem não
se emocionou? Quem não teve dias de muito pesar e
angústia, alternados por dias de luz e alívio.
Mas o meu ponto é o futuro. As fotos me levaram
para lá. O casal de fotógrafos, que considero amigos
e que admiro muito, relata a preocupação em
não romantizar uma situação que demanda enorme
responsabilidade. É verdade, dada a gravidade da
situação. Mostram o cuidado fundamental com a
segurança dos retratados que, importante seja dito,
queriam o registro. Para Bru e Fer, meus conterrâneos,
essas fotos, nas portas das casas curitibanas, ajudaram
a cruzar um periodo de receitas inexistentes
oriundas de casamentos que não ocorreram. Deve
tê-los ajudado a manter também a sanidade. Certamente,
como eles mesmo relataram em uma rara live,
que gentilmente toparam participar, causou questionamentos,
incertezas e até mesmo angústias. Mas,
para essas pessoas aqui congeladas no tempo de
2020, no ano que o mundo mudou, rever essas fotos
em 2030, 40, 50, 60, será uma forte emoção, algo
digno de um portal. Poder imaginar essa cena linda
me faz pensar no propósito de todos nós que, com
dignidade e esperança, trabalhamos com fotografia.
26 | · 2020
2020 · | 27
FHOX - Como surgiu a ideia do projeto? E da
onde vem inspiração?
Bru e Fer - FO projeto surge no começo de maio,
com algumas inquietações nossas. Depois de um
período de reclusão e reflexão, decidimos registrar
esse período que estamos vivendo, pois
de certa forma é um momento histórico e seria
interessante que fosse registrado de uma forma
particular, ou seja no âmbito pessoal, sem ser redundante
na carga que já é pesada mas também
sem romantizar a situação.
O behind the mask tem o cuidado de olhar para
diversas formas de existir e de se relacionar consigo
e com o mundo, todas são formas de amor.
FHOX - Qual a coisa mais importante que vocês
buscam retratar nas fotos do Behind the Mask?
Bru e Fer - Acreditamos que esse pode ser um
registro histórico para essas pessoas que retratamos
e para quem virá no futuro, será um ano
para jamais esquecer.
Estamos passando por diversas mudanças no
mundo e como sociedade de uma forma geral,
queremos que nossa trabalho reflita um pouco disso.
Que as as pessoas e famílias que registramos
tenham uma lembrança desse momento, de onde
moravam, pois as sessões são sempre realizadas
na porta de casa ou durante uma volta no quadra
onde as pessoas vivem. Que acima de qualquer
peso, que todos de mais diversas formas e intensidade
estamos lidando, que no futuro as pessoas
possam olhar para esses retratos e lembrar a forma
como cada um passou por essa situação.
FHOX - Qual a sua motivação para continuar a
fotografar na pandemia?
Bru e Fer - A fotografia é a forma que nos comunicamos
com o mundo lá fora, é a forma de
expressar o que sentimos, é nosso olhar sobre
o outro. Fomos muito relutantes em dar início a
esse projeto, pelos mais diversos motivos: Qual
seria o legado para as pessoas retratadas? Será
que não estaríamos romantizando uma situação
que deve ser encarada com muita responsabilidade?
E quanto a segurança, nossa e das pessoas,
qual a melhor forma e tempo de duração
para todos se exporem o mínimo possível? Todas
essas foram questões que tivemos que ter muito
claro para que o projeto fizesse sentido de existir.
FHOX - Quais são os próximos passos para vocês?
Pretendem continuar o projeto? Fazer outros?
Bru e Fer - O projeto ainda não chegou ao fim,
queremos retratar pessoas com vivências mais
plural possível. Estamos em contato com algumas
pessoas e pretendemos dar sequência a
ele, mesmo ainda sem um objetivo final enquanto
projeto.
A idéia inicial é uma registro voltado para pessoa,
casal família etc, mas não definimos uma finalidade
para o projeto como um todo, talvez quando
as coisas estiverem mais estáveis, possamos
pensar em algo que junte todo esse acervo.
28 | · 2020
Foto: Divulgação Xerox
2020 · | 31
TEMOS A MELHOR
SOLUÇÃO CUSTO
BENEFÍCIO PARA
O MERCADO
CLAUDIO LIMA É O NOVO RESPONSÁVEL POR TODA A ÁREA DE
CANAIS DA XEROX DO BRASIL E CONVERSOU COM A FHOX
Por Leo Saldanha
Além das oportunidades de mercado para esse
momento do ramo Claudio Lima falou também das
transformações e da nova dinâmica e desafios impostos
por um 2020 inesperado. Com larga experiência,
e forte visão comercial, Lima abordou possibilidades
não só na fotografia mas de uma nova
forma de atender os clientes e parceiros diante desse
momento que vivemos
FHOX - Como o senhor vê o momento da Xerox
sob a ótica da impressão e fotografia, dentro do
novo cenário deste ano?
Claudio Lima - Fomos surpreendidos por boas notícias
nesse período. O mundo mudou. A Xerox tem
muito mais força no escritório do que em mercados
especializados. A mudança para home office em
função da pandemia provocou algumas necessidades
e ajustes no mercado. O que acontece: nós já
tínhamos uma oferta de ambiente de trabalho inteligente.
Pegamos essa oferta que já existia e levamos
para a ponta. Que no caso é um funcionário que é
cliente final. Então isso ajudou bastante. Vou te dizer
que a venda de equipamentos ano sobre ano cresceu.
Impulsionados justamente por equipamentos
de entrada.
FHOX - A Xerox tem muitas soluções engenhosas
para o mercado não?
Cláudio Lima - É um desafio para não só o parceiro
de outsourcing de serviços e até de impressão
especializada ele está muito preocupado com a
questão da demanda. Preocupado com a questão
de custos. Preocupados em gerir as empresa deles.
Muitas vezes ele não tem tempo para estudar
e olhar para outras coisas com o objetivo de trazer
dinheiro novo. E a Xerox tem um portfólio tão extenso
do ponto de vista de soluções que o nosso desafio
é justamente como é que eu passo isso de uma
maneira clara para o mercado. Não só do ponto de
vista de tecnologia mas também do ponto de vista
de negócios de uma forma que o mercado consiga
capturar isso.
FHOX - No ano passado chegou a Iridesse da Xerox
com personalizações em metais e muito mais.
Isso é tendência?
Cláudio Lima - Isso está começando. Estamos entregando
agora o CYMK Plus. Ouro, prata, clear e
branco. Além das quatro cores entrego mais e com
certeza isso vai evoluir não só no segmento de foto-
32 | · 2020
grafia mas também embalagens, capa de livro, publicidade.
Então isso vai contribuir bastante.
FHOX - Para lojas de foto, gráficas, com foco em
fotografia ha alguma percepção de interesse específico
em algum tipo de equipamento?
Cláudio Lima - Nós entendemos que temos três
níveis aí. Equipamentos de entrada. Que nós trabalhamos
imediatamente a oferta como um todo. O
equipamento de médio porte que entrega essas novas
cores que acabei de dizer. E o equipamento de
maior porte que também entrega qualidade, só que
é um equipamento de maior produtividade.
FHOX - Estamos notando um aumento no e-commerce
para os pedidos de fotografia no geral.
Gostaria que o senhor falasse um pouco das soluções
de software que a Xerox tem para esse setor?
Cláudio Lima - Sim. Nós temos parceiros especializados
nisso né. Que entregam esse tipo de serviço e
temos parceiros que conseguem entregar isso para
outros parceiros. O que estou dizendo é que o cara
que não quer investir tanto na tecnologia de impressão
ou em um portal, eu tenho parceiros que conseguem
entregar uma loja virtual para outro parceiro.
Ele faz essa venda e ainda ganha o dinheiro na ponta.
Então isso é interessante, o Brasil é muito grande.
Então é como se fosse um hub. Um marketplace ao
inverso. O negócio tem uma solução de impressão e
ela tem uma solução de web e eu meio que hospedo
empresas debaixo do meu guarda-chuvas. Isso
é bem interessante. O que acontece, essa união de
software e equipamento (que é saída do produto
final). Mas tem um miolo aqui. Nós temos condições
de preparar e suportar venda e criar lojas, mas além
disso tenho como criar processos de produção. Inclusive
de personalização. Ou seja, posso suportar
uma empresa a conceber um projeto de comunicação
com um cliente final. Para conceber a arte,
personalizar, distribuir de forma impressa e na web
e email. E principalmente capturar a efetividade
dessas mídias. Obviamente com impressão não tenho
como, mas quando for via email ou web tenho
como capturar quem entrou, quem se interessou e
quanto tempo ficou navegando pela propaganda.
FHOX - Nessa parte de personalização está vindo
muita coisa diferente? E na produão sob demanda?
Cláudio Lima - Se você pegar a Iridesse agora tem
uma opção de verniz fosco na impressão. Então é
outra alternativa que tem especificamente desse
modelo que é fantástica. Você vê que são de fato
milhões de possibilidades. E sim, acredito que é
uma tendência do sob demanda. Temos condições
de entregar isso em qualquer nível de volume. Obviamente
quando se fala de micro printing (micro
demandas) quando entrego uma oferta para uma
empresa especializada ela consegue fazer o planejamento
dela de produção e reservar um espaço.
Principalmente agora as coisas vão começar a
acontecer mais personalizadas e mais por demanda.
Ou seja, vou parar de consumir aquela coisa
sempre grandona. Vou parar de ter estoque. Vou
parar de ter escritório. Do ponto de vista de mercado
especializado nós estamos preparados para
isso. E também para o mercado em geral. Tanto
no transacional quanto no mercado, de escritório
quanto home office. Porque já tínhamos essas soluções
disponíveis.
FHOX - A transformação digital é algo fundamental
agora não?
Cláudio Lima - Não tem como. Chega uma hora
que o mercado percebe que precisa de solução. E
nós já tínhamos aquilo pronto. As empresas e parceiros
sabiam, perceberam isso e saíram na frente.
FHOX - As possibilidades de cores do Kit que tínhamos
comentado. Tem um limite para a impressão
em termos de qualidade e da evolução?
Cláudio Lima - Olha creio que não tem limite. Porque
a criatividade no mercado é forte. Não sei qual
é o limite, mas o que sei é muita oportunidade no
mercado. Você veja que no mercado de impressão
no mundo, apesar que do corporativo estar em queda,
5 a 6% ao ano. O mercado gráfico e especializado
é um ramo com tendência de aumentar. A personalização
é uma coisa bacana.
FHOX - Nos últimos anos vemos muitas gráficas
rápidas e até grandes olhando e investindo
na fotografia.
Cláudio Lima - O que acho que vai impulsionar
são essas novas tecnologias que estão aparecendo.
Por quê? Porque vão abrir novos mercados,
2020 · | 33
que não eram cobertos pela tecnologia anterior.
Quem não estava vivendo isso está começando
a experimentar. Daqui a pouco talvez ele esteja
inteiro no meio digital. Principalmente por disponibilizar
impressão por demanda. Sobretudo em
questão de custo e de grandes tiragens você entrega
qualidade (falando de livros) de publicações
com cor, fotos e tudo mais. E ainda tem a oportunidade
de fazer por demanda e de fazer personalização.
Essa migração que se esperava rápida ao
longo do tempo e não foi, com certeza tende a ser
mais rápida. E temos trilhões de impressões a serem
feitas no mundo em offset ainda né. Se você
imaginar uma migração de 10 ou 20% ao longo do
ano você imagina ao longo de dois ou três anos
já é muita coisa. Faz com que nosso mercado aumente
absurdamente.
FHOX - O senhor vê
com bons olhos o potencial
da fotografia
para a Xerox?
Cláudio Lima - Sem
dúvida nenhuma. Estamos
aí com esses
lançamentos. Nós entendemos
o seguinte,
já trabalhamos fortemente
do ponto de
vista de criatividade
e de criação de novos
produtos. No que nosso
cuidado agora está
se voltando? Para o
parceiro. Como é que eu ajudo o parceiro? Para
que ele faça mais negócios. Não adianta eu ter
um portfólio gigante se não me aproximo desse
parceiro. O movimento que estamos fazendo internamente
é de justamente potencializar tudo
que nós temos. Para o mercado de fotografia, e
gráfico como um todo. É de como faço o parceiro
chegar melhor no seu consumidor final. O cliente
do meu cliente. Como é que faço parcerias para
ele desenvolver melhor cobertura? No período da
pandemia o que nós fizemos de demonstração
virtual foi absurdo. De parceiros, alguém lá nos
Estados Unidos com a máquina, produzindo fotografias
e outros tipos de serviços e a quantidade
de clientes embarcando nesse formato.
“O movimento que
estamos fazendo
internamente é de
justamente potencializar
tudo que nós temos. Para
o mercado de fotografia,
e gráfico como um todo.”
Cláudio Lima, CEO Xerox
FHOX - As coisas que mudaram com a pandemia
vão se manter na rotina das empresas
pós-pandemia?
Cláudio Lima - Minha opinião é que vamos capitalizar
muito isso. Nos mercados especializados
você tem que ter um conhecimento profundo. Ou
seja, não sou especialista do mercado de fotografia.
Nós temos um grupo especializado nisso. E
nós temos um centro de soluções aqui em São
Paulo que tem lá praticamente todos nossos equipamentos.
Mas o Brasil é muito grande e temos
oportunidade no país inteiro. Ao invés de deslocar
nossos parceiros do norte, nordeste para vir aqui,
por que não fazer isso online? Posso fazer isso
concomitante. Posso fazer muito mais vezes. Isso
vai certamente facilitar nosso processo de vendas
e capacitação de revendas
e clientes.
FHOX - Em relação a
concorrência. Como é
a sua visão?
Cláudio Lima - A
competição é forte e
há concorrentes com
propostas bem agressivas.
No que a gente
acredita, e como te
disse gostamos muito
do mercado especializado,
a impressão
que é área fim tem
um valor absurdo
para essas empresas. Ou seja, quanto melhor
entregar o produto mas serei reconhecido. Nós
não nos posicionamos como a empresa mais
em conta. Mas estamos trabalhando fortemente
nisso eposs o dizer que hoje na relação custo
benefício somos a melhor oferta. justamente
por essa análise que acabamos de fazer. Como
é que eu entrego a um custo melhor com a mais
alta solução e qualidade. Qual é a ideia? Se estou
com essa expectativa e a demanda está aumentando
e está melhorando nós fizemos uma
reengenharia interna e com isso estamos entregando
a qualidade Xerox. Algo que sempre tivemos,
mas agora com custo muito mais competitivo
do que no passado.
34 | · 2020
SOBRE MANTER
O FOCO NO
NEGÓCIO,
MESMO NA
PANDEMIA
Cristian Lima, é um dos sócios da GoImage
Foto: Arlindo Namour
Lembro-me bem do dia 18 de março deste
ano. Eu e o Rafael (irmão e sócio), estávamos
em Curitiba viabilizando a abertura de
um novo centro de distribuição da Go image.
Até então, não tínhamos a exata noção
do que estava acontecendo. Esperando um
Uber no saguão do hotel, vimos uma mulher
entrar de forma ríspida falando algo do tipo:
é para voltar todo mundo para São Paulo,
não importa o valor da passagem! Assim que
ela terminou a ligação, me aproximei e meio
constrangido, perguntei o que havia acontecido.
Relatou-me que trabalhava no Banco
Itaú como gerente de operações, e que por
determinação do banco, para cumprir as medidas
de segurança, ela e a equipe deveriam
voltar imediatamente para a base, no caso
São Paulo. Ali a ficha caiu e percebemos que
tempos incertos se aproximariam.
Já em Caxias do Sul, notamos a redução dos
pedidos, na casa de 90%. E assim foi ao longo
de todo o mês. A Go image crescia bem
em relação ao ano anterior, e devido a ações
de mostruários e a retomada natural do mercado
no mês de março, provavelmente teríamos
o recorde de faturamento de toda a
história da empresa. Obviamente isso não
aconteceu. Apenas atingimos o nosso ponto
de equilíbrio.
Duas saídas possíveis: ficar aguardando o que
iria acontecer nos próximos dias ou tomar
ações que pudessem contribuir de alguma forma
para o nosso mercado tão afetado. Reunimos
todos os sócios e as pessoas mais ligadas
a nossa estratégia, e por mais que na ocasião
ainda houvessem pensamentos de que seria
“errado falar de negócios em um momento
tão delicado”, decidimos confiar ainda mais
em nosso propósito: contribuir para que as
pessoas revivam as suas memórias!
Primeiramente fizemos a lição de casa, renegociamos
com alguns fornecedores, cortamos
muitos custos desnecessários (inclusive nos
demos conta de que isso deveria ter sido feito
antes), infelizmente tivemos que readequar o
quadro funcional.
Após isso, entendemos que precisávamos estar
junto dos nossos clientes, e pensamos em
um conjunto de benefícios que chamamos de
Pacote de Soluções. Demos um desconto significativo
em nossa principal linha de álbuns,
o Fastbook. Aumentamos o prazo de pagamento
sem juros em nosso site. Colocamos
muitos pontos de retirada em todo o Brasil,
diminuímos o valor de compra para obter frete
grátis. Tudo isso ficando vigente até o fim
de novembro deste ano. Por fim, entendendo
2020 · | 35
que o comportamento das famílias seria ficar
em casa, desafiamos o nosso time de tecnologia
a criar uma plataforma que pudesse ser
oferecida aos nossos clientes, como sendo
uma loja de revelação para essas famílias, instigando-as
a tirar as fotos do celular e colocar
no papel. Nosso cliente define o lucro que vai
querer, e após o pagamento feito pelo usuário
final, o valor cai diretamente na conta bancária
cadastrada. Foi uma forma de permitir que
nossas fotógrafas e fotógrafos tivessem uma
receita extra, já que o mercado estava parado.
Em 30 dias a plataforma estava pronta e
operando, com mais de 300 clientes com lojas
ativas e faturando. Esse projeto me enche de
orgulho pois demonstra o comprometimento
da nossa equipe com o mercado e fiéis ao
nosso propósito.
Para divulgar isso tudo fizemos uma live, algo
inédito na Go image. Foi um sucesso. Percebemos
como nossos clientes confiam na gente
pois entenderam muito a mensagem e a intenção
do nosso Pacote de Soluções. Gostamos
tanto da ideia da live, que decidimos criar um
programa de lives chamado: Lives On Stage,
fazendo alusão ao nosso evento presencial
que esse ano não ocorreu, o Go image on Stage.
Montamos um cronograma com diversos
profissionais que pudessem inspirar e levar
metodologias relevantes para que o mercado
pudesse aos poucos achar saídas criativas
para se manter ativo. Contamos com temas
relacionados a crescimento exponencial, customer
centric, eventos, família, além de uma
visão do mercado e tendências a nível global
através da participação do Leo Saldanha e
Mozart Mesquita da FHOX.
Passados seis meses daquele dia 18 de março,
posso dizer que nossas ações foram acertadas,
conseguimos recuperar o faturamento
para o mesmo patamar de 2019 e já fizemos
as recontratações necessárias. Para nós é motivo
de muito orgulho e gratidão. Gratidão a
nossa equipe, que sempre nas horas mais difíceis,
estão lá para dar o melhor. Aos nossos
parceiros e fornecedores, que sempre aconselham
e estendem a mão. Gratidão principalmente
a todos os nossos clientes, que dentre
tantas boas opções no mercado brasileiro escolhem
a Go Image como sendo a empresa
para confiar a impressão dos seus trabalhos
que carregam tantas memórias. Temos muito
respeito por isso. Por fim, nosso desejo é que
tudo isso passe logo, e que na próxima fase
tenhamos todos aprendido muito. A Go image
estará sempre de braços abertos e disposta
a contribuir para que as pessoas revivam as
suas memórias.
Foto: John Schnobrich/Unsplash
38 | · 2020
CASAMENTO
AO VIVO E A
TENDÊNCIA DAS
LIVES PARA
EVENTOS
NÃO SÓ O WEDDING TEM POTENCIAL E VEM CRESCENDO
NESSE SENTIDO. ATÉ AS FESTAS DE ANIVERSÁRIO E A PARTE
CORPORATIVA AVANÇARAM DURANTE A PANDEMIA
Texto por Leo Saldanha e imagens são frames capturados por Rodrigo de Paula
2020 · | 39
A notícia deu no site “Razões para Acreditar”.
O casal de São Paulo (Netto e Milena) decidiram
não adiar o casamento. Ao invés disso
eles transmitiram a cerimônia ao vivo via
YouTube. A ideia veio de um amigo e o resultado
foi de uma audiência de 20 mil pessoas
assistindo ao casamento na live. De acordo
com o site os noivos sentiram como se todos
estivessem próximos mesmo distantes. E
que a emoção foi muito grande. Outra ideia
diferente foi transformar os tradicionais presentes
de casamento em doações para uma
instituição de caridade. Quem assistiu a live
pode fazer isso via QR Code. A instituição
beneficiada foi a Mangalô que distribuiu cestas
básicas para famílias carentes. Os noivos
disseram ainda que o que importa para eles é
a celebração e o significado. “Não uma grande
festa, mas apenas que a gente precisava
apenas um do outro. Encontramos alegria e
paz quando entendemos que essa era a verdadeira
motivação e, foi isso que nos trouxe
até aqui” disse a noiva. Embora na matéria
não apareça claramente é possível notar
que as fotos do evento foram feitas por um
profissional. Pena que os créditos nas divulgações
não indicam quem clicou o evento.
Contudo, no vídeo no YouTube aparece que
a produção é de Rodrigo de Paula (e parece
que as belas fotos são dele também). De
qualquer forma é mais uma das indicações da
transformação que estamos passando com a
pandemia. Em tempo: o serviço de transmissão
de lives já começa a entrar no pacote de
empresas e empreendedores da fotografia.
A FHOX entrevistou Rodrigo De Paula em
uma live no Instagram para comentar sobre
a experiência. Ele deixouo claro que foi marcante.
Uma verdadeira produção de cinema
com ele como diretor. Tinha outro parceiro de
fotografia por lá, mas o destaque ficou para a
transmissão. De Paula contou que o trabalho
envolveu os desafios de coordenar uma equipe
e mostrar o maximo possivel para que os
convidados virtuais pudessem assistir a tudo
sem problemas. O fato é que deu muito certo
com ao todo 2500 pessoas assistindo ao vivo
e depois no YouTube foram muitos outros. O
casamento ocorreu em maio e já conta com
40 | · 2020
quase 30 mil visualizações. As doações em
tempo real para ajudar uma causa e todo o
aspecto virtual combinado com o mundo real
mostram o potencial para o segmento. Com
pouco mais de uma hora de duração a ideia
foi pioneira e acabou tendo destaques em
portais de notícias e deu ampla visibilidade
para De Paula.
A questão que fica é: as transmissões ao
vivo farão parte do cardápio do fotógrafo e
videomaker. Aliás, a mistura dos dois ofícios
vem acontecendo de forma cada vez mais
constante. Durante a pandemia muitos fotógrafos
abordados pela FHOX disseram que
estão estudando edição e que vão investir
em vídeo. A mistura de produtos impressos
com o avanço do QR Code também ilustra
bem a tendência. Matéria publicada no jornal
O Globo em agosto mostrou que cresce
a tendência de casamentos transmitidos em
lives. Mas nem só os casamentos são opção.
Aniversários também seguem pela mesma linha.
As mães com poder de renda maior capricham
em decoração, bolo e só os pais e
a criança participam do parabéns. A transmissão
ocorre por conta da família ou já com
profissionais oferecendo a transmissão como
2020 · | 41
parte do pacote. No fim, uma forma de compensar
perdas. Já que o tempo de cobertura
e valor da festa obviamente cairam. Por outro
lado, o foógrafo/videomaker consegue
incrementar nessa oferta multimídia. Tibério
Hélio de Teresina no Piauí comprou os equipamentos
necessários e passou a oferecer o
serviço para os mais variados estilos. Desde
transmissões de bandas até coisas mais corporativas.
Como ele mesmo diz: “quebrei o
retrovisor e estou me reinventando na fotografia”.
Aqui entra a questão de criar pacotes
mais em conta, rápidos e com produtos mais
simples. Uma entrega menor e de olho no volume
com mais eventos. Seja o exemplo de
De Paula ou de Tibério, o que fica evidente
é que quem vive da imagem terá olhar para
a força do vídeo. A tecnologia 5G chegou de
vez ao Brasil com potencial de crescimento
vertiginoso para os próximos anos. O que
isso representa? Vídeos carregados muito
mais rapidamente e pessoas assistindo conteúdos
desse tipo com mais frequência. Para
a visibilidade nas redes sociais e como forma
de contar histórias o vídeo é imbatível.
Juntando com fotos impressas então é uma
combinação irresistível e necessária nesses
tempos de pandemia.
42 | · 2020
VOLTANDO
À VIDA
(A)NORMAL
Marco Perlman é diretor da Digipix
Arquivo pessoal
O ano de 2020 está difícil para todos – em graus
diferentes, de formas diferentes, por prazos diferentes.
Um ano complexo, difícil para o corpo, a
alma, a mente e o bolso. Um ano longo, em que
o tempo não passa... mas que nos dá a sensação
de estarmos parados enquanto gastamos energia
rapidamente. Um ano em que tantas pessoas,
amadas por nós e por tantos outros, partiram. E,
pior, sem uma despedida digna. Um ano em que
estamos vivendo pouco, mas que nos faz lembrar
que o maior objetivo é seguirmos vivendo.
Na fotografia, um cenário desolador em quase
todos os segmentos. Dificuldades para trabalhar,
para vender e para receber. Poucas oportunidades
de clicar, com remuneração reduzida, risco
pessoal e tensão constante.
Mas a fotografia é muito maior que isso. Temos
e teremos OPORTUNIDADES – para colaborar,
aprender e, o mais importante, preparar-se para
o que está por vir. Está chegando a hora de partir
para cima. Com os pés no chão, sem loucuras.
Mas com a fotografia na cabeça e no coração,
vamos juntos fazer acontecer.
Oportunidades para agora!
A fotografia impressa ganhou fôlego novo. O
tátil que vai além das telas, o registro e a lembrança
de sorrisos. Álbuns e fotolivros para
contar e reviver histórias e momentos de vidas
felizes, fotopresentes para manusear, brincar e
sentir o amor na ponta dos dedos.
A fotografia ganhou de vez as paredes, com
função artística e/ou decorativa, como testemunha
e intérprete do (lindo) mundo além das paredes.
Oportunidades para amanhã!
Os sites de fotógrafos, lançados ou ressignificados
durante a pandemia, vão encantar os
clientes, que usarão cada vez mais a Internet
para descobrir, procurar e fazer negócios.
A fotografia de qualidade vai ser cada vez
mais um diferencial no comércio eletrônico, para
destinos turísticos, residências, automóveis, refeições...
o que for!
Oportunidades para o futuro!
Os eventos vão voltar e uma parte dos cancelados
ou adiados vai acontecer. A verdade é que
o amor e a celebração da vida estavam apenas
escondidos durante a pandemia.
As escolas e universidades vão abrir, os corredores
vão se encher novamente e os abraços e
sorrisos dos jovens serão captados e impressos...
para os próprios jovens e para seus pais, que terão
saudade da época que eles não podiam sair
de casa!
Vamos brindar juntos: “À vida e à fotografia!”.
Faça parte do crescimento da
fotografi a newborn no Brasil
Laura Alzueta
Faça parte da ABFRN e traga sua marca para uma das comunidades mais unidas do mercado fotográfico.
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44 | · 2020
Foto: JAlexandr Bormotin
10 QUESTÕES
FUNDAMENTAIS DO
NOVO MARKETING
PARA QUALQUER
NEGÓCIO DE
FOTOGRAFIA
NÃO É UMA FÓRMULA PRONTA COM A RECEITA DE SUCESSO.
NA VERDADE SERVE PARA INICIAR E ORIENTAR OS ESFORÇOS
DE MARKETING COM QUESTIONAMENTOS CRUCIAIS PARA QUEM
QUER VIVER DA FOTOGRAFIA
por Leo Saldanha
Gosto muito do que publica Seth Godin. Ele é um
autor celebrado mundialmente quando o assunto
é marketing. Para ele não é mais só sobre atrair e
manter clientes. Na verdade se tornou uma forma
de mudar comportamentos e ter um impacto
nas vidas das pessoas. Seguindo os preceitos
de Godin trago aqui questionamentos relevantes
que podem ajudar a orientar seu negócio de fotografia.
São indicações que servem para todos os
negócios de foto no que se refere ao marketing.
Resumindo: está cada vez mais humano.Além
disso, para ele, em tempos de confinamento, a
opinião da família do participante pode contar
muito como um primeiro passo de triagem.
2020 · | 45
1 – PARA QUEM É?
O erro mais comum no mercado fotográfico
nas mais variadas áreas é achar que todo
mundo é alguém. E mais: acreditar que famílias
ou mulheres ou crianças são seu público.
Saber quem você vai atender no maior nível
de detalhamento possível é fundamental para
criar uma mensagem, produtos, definir preço
e onde você vai aparecer e atender seus clientes.
Uma foto na parede autoral é bem diferente
de uma foto na parede de um bebê. A
mesma pessoa pode querer as duas coisas em
momentos distintos da vida. Entender essa
distinção faz toda a diferença.
2 – PARA QUE SERVE?
Qual a função do que você faz na vida das
pessoas. Eternizar momentos é jargão que
não cabe e leva ao “mais do mesmo”. Aqui
entram dois pontos importantes: serve para
algo com base na sua história e no que você
acredita. Então é importante saber por que
você faz o que faz. Saber responder isso (não
é tão simples quanto parece) faz a diferença
para entender o “para que serve”. Uma sessão
de fotos para criar uma experiência marcante
e inesquecível com determinados elementos
exclusivos para um perfil característico já seria
um caminho. Essa serventia passa dos elementos
do produto até o serviço oferecido.
Uma Polaroid serve para gerar uma foto única
na hora. Um app que permite editar fotos com
filtros serve para embelezar minhas fotos para
as redes sociais. Quanto mais detalhes melhor.
Para que serve o que você faz?
3 – QUAL A VISÃO DE MUNDO
DA SUA AUDIÊNCIA?
O que eles curtem ver, viver, aprender? O
que seus clientes gostam de ler e de assistir?
Como eles veem o mundo? Pessoas que
curtem a Disney podem ser bem diferentes
daquelas que gostam de locais exóticos. Ou
talvez não. Pessoas que curtem GoPro querem
mostrar seu ponto de vista. O que seu público
de fato acredita? Isso é importante para saber
se você está alinhado ou se você sabe ou parou
para pensar nisso. Para quem já atende é
uma questão de perguntar e pesquisar. Para
quem está começando é uma questão de fazer
testes e participar de conversas (virtuais).
4 – DO QUE SEUS CLIENTES
TEM MEDO?
Medo é uma palavra forte mas hoje bem presente
na sociedade. A pandemia trouxe isso
de forma relevante. Eles têm medo de um negócio
que mostra uma coisa mas faz outra.
Promessa de melhor produto e a qualidade é
ruim. Daquele que vende qualidade e não tem
muito cuidado em nenhuma característica
qualitativa. Existem clientes que tem medo de
produtos que agridem o meio ambiente. Outros
têm medo de atrasos? De poder contar
com aquele negócio? Será que ele estará lá?
Será que o álbum vai demorar para chegar?
Será que ele pode entrar na minha casa? Conhecer
essas nuances não é uma tarefa fácil
e só ouvindo e colaborando com os clientes
permite entender essas questões.
5 – QUAL HISTÓRIA VOCÊ
PODE CONTAR?
As pessoas não querem mais anúncios, posts
patrocinados com meras chamadas publicitárias.
Elas querem histórias e algo que faça
sentido para elas. A sua capacidade de contar
a história certa tem a ver com as respostas
que você der para as questões acima. Só não
resta dúvidas que o novo marketing é sobre
contar histórias verdadeiras. E para quem lida
com imagens isso é uma vantagem e tanto.
6 – QUE MUDANÇAS VOCÊ
QUER FAZER?
A mudança de comportamento. A ideia poderosa
que possa transformar a vida das pessoas.
Fotógrafos já fizeram campanhas para que
as noivas casassem de dia. Ou de contar uma
46 | · 2020
história verdadeira com fotos vivendo dentro
da casa da família (documental). Ou imprimir e
entregar álbuns na própria festa de aniversário
ou casamento. O fato é que o impacto parte do
negócio de foto e do fotógrafo que busca criar
algo que fará a diferença na vida das pessoas. O
que você pode fazer? Na pandemia fotógrafos
fizeram a diferença criando ensaios remotos ou
criando fotos de produtos para negócios afetados.
Ou vendendo fotos para ajudar causas.
recurso. Da mesma forma é o poder do grátis
e de estimular o interesse e a degustação. Só
não dá para ficar o tempo todo só fazendo
isso. Essa força de rede depende do trabalho
conjunto. De combinar todos os elementos
anteriores abordados e ainda pensar nessa
forma de incentivar a divulgação.
9 – QUAL SERÁ SEU LEGADO?
7 – AS
PESSOAS
VÃO FALAR
DE VOCÊ
PARA
AMIGOS E
PARENTES?
Essa é a pergunta em
que a resposta positiva
tem conexão
direta com o bom
trabalho nos itens
anteriores desta lista.
O melhor marketing
do mundo é o mesmo
desde sempre:
o boca a boca. É a
indicação gerada a
partir de um trabalho
bem feito. As pessoas
vão falar de você e
te indicar se você der
motivos. Pode ser
que você crie ações
específicas. Só não
se engane. O boca a boca normalmente leva
tempo é super efetivo e reflexo direto do seu
trabalho que agradou.
8 – QUAL EFEITO DE REDE
QUE VAI IMPULSIONAR JUNTO
A DIVULGAÇÃO?
O Uber dava descontos para quem indicasse
amigos e outros negócios seguem na mesma
linha. Amigo que indica amigo é um poderoso
“As pessoas não querem
mais anúncios, posts
patrocinados com meras
chamadas publicitárias.
Elas querem histórias
e algo que faça sentido
para elas. A sua
capacidade de contar a
história certa tem a ver
com as respostas que
você der para as questões
acima.”
Leo Saldanha
Essa parte está ligada com seu motivo e aquela
perguntinha simples
e difícil de responder:
por que você fotografa
mesmo? Por
que faz o que faz na
fotografia? vale para
qualquer negócio de
foto. O que vai ficar
são memórias impressas
em todos os
segmentos do ramo.
Fotos que serão lembradas
por décadas.
O que mais você deixará
de legado para
seus clientes?
10 – VOCÊ
ESTÁ
ORGULHOSO?
A Canon mostra e
festeja quantas lentes
e câmeras já produziu
na sua história. A Fujifilm
diz que está há mais de 60 anos no Brasil
e celebra isso. Fotógrafos e fotógrafas referências
em diferentes segmentos destacam quantos
ensaios fizeram e há quantos anos vivem da
fotografia. Destacando sobretudo as histórias
dos clientes. Mais do que números, mostrar orgulho
das conquistas em conjunto com as pessoas
atendidas pela sua fotografia. Seja você
loja, estúdio, fotógrafo e tudo o que envolve a
fotografia como negócio.
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2020 · | 49
UM MAR
DE SILÊNCOS
VALÉRIA MENDONÇA FOI EDITORA DE FOTOGRAFIA DA REVISTA
BRAVO, É FOTÓGRAFA, ARTISTA VISUAL E TEM MINISTRADO
OFICINAS DE SENSIBILIZAÇÃO BASEADAS NA RELAÇÃO DAS
PESSOAS COM A SUA MEMÓRIA
Texto, fusões e colagens por Valéria Mendonça. Fotos por Elias Francis
Só soube da existência do meu avô libanês na
adolescência. Ele era pai da minha mãe mas
como nunca haviam convivido sua presença
ficara oculta na minha infância. Seu nome
era Elias Francis e veio do Líbano para o Brasil
num navio no começo do século passado, ainda
bem novo. Naquela época, como sempre, os
imigrantes fugiam da guerra e da fome, tendo
à frente um oceano circular e suas infinitas
possibilidades de destino em um mundo novo.
Há alguns anos, tentando resgatar o tempo, fui
atrás dessa história. Eu era editora de fotografia
da revista Bravo! na editora Abril. Quando a
revista fechou, resolvi aproveitar o tempo livre e
fazer finalmente um percurso afetivo na cidade
onde minha mãe nasceu, um lugar pequeno nas
montanhas no interior do Rio de janeiro. Fotografei
a casa da infância, a escola, a igreja. Queria
encontrar o passado e suas histórias secretas.
Conversando com os idosos que haviam conhecido
minha mãe e meu avô, descobri muitas
coisas da vida dele. Nessa época ele já
havia morrido, mas soube que havia sido comerciante
e que havia exercido outros ofícios,
entre eles o de fotógrafo, além de escrever
poemas. A história do fotógrafo me intrigou.
Minha mãe era médica, assim como meu pai.
Será que eu segui a paixão de um avô que não
conheci? De onde vem tudo que somos?
Nas caminhadas pela cidade, fui até a casa de
cultura e achei seu acervo. Negativos de vidro
dentro de várias pastas. Um tesouro: retratos de
homens, mulheres e crianças; cenas de casamento,
de carnaval e de enterros – sim, naquela época
se fotografavam os mortos! Pessoas sérias
num contexto muito diferente do de hoje, uma
época em que fotografar a alegria não era uma
obrigação. A vida banal e seus personagens era
o que ele registrava. Libaneses, descendentes de
escravos, portugueses, italianos, e as misturas de
todos esses povos naquela cidade pequena.
Essas fotos haviam sido tiradas a partir de
1925, a maior parte dentro do estúdio que ele
havia criado dentro de sua venda. A experiência
de achá-las me emocionou e me conectou
com ele. Eu via o que ele um dia havia visto.
Fiquei pensando que havia entrado em um
processo de arqueologia do tempo.
Nessa época comecei a participar de um grupo
de estudos sobre acervos e álbuns de família
com a antropóloga e professora da Uni-
50 | · 2020
camp Fabiana Bruno no Ateliê Fotô, em São
Paulo. Vi pessoas trabalhando com fotos de
família, com fotos antigas compradas em feira
ou fotos achadas em lugares inesperados, vi
ensaios feitos a partir de histórias familiares.
Um mundo parecia surgir e comecei a pensar
que daria para construir a minha história.
No ano seguinte fiz um workshop no festival
Foto em Pauta, em Tiradentes, com o curador
e editor Eder Chiodetto e ele me disse que eu
só precisaria editar as fotografias do meu avô.
Já tinha um livro pronto se eu quisesse.
Mas o que eu faria com a história familiar?
Queria me juntar a esse avô de algum jeito.
Comecei a fundir, no photoshop, as fotos coloridas
que eu tinha produzido na cidade, com os
retratos pb dele . Mas sabia que havia começado
um processo longo, que não iria parar por aí.
Um dia a artista Pink Wainer apareceu no Ateliê
Fotô para dar um curso que se chamava
52 | · 2020
2020 · | 53
Estratégias para machucar a imagem. Todos
os alunos eram fotógrafos com suas histórias
e seus ensaios. Percebi o quanto era difícil
para nós fotógrafos cortarmos nossas fotos.
Alguns realmente não deram conta de fazer
isso, mas muitos, como eu, se jogaram no universo
desconhecido e libertador das colagens.
Usei as fotos desse avô e inventei mundos,
discursos, poemas visuais. Pelo menos era
isso que eu conseguia enxergar nelas.
Virou uma espécie de obsessão. Imprimi as fotos
em tecidos, fiz bolsas com elas, ilustrações
para revista, vinhetas para abertura de uma série
de tv, vinheta para o canal Arte 1. As fotos
de meu avô junto às minhas colagens viraram
minha assinatura. Era como se trabalhássemos
juntos. Outros arquivos com fotos antigas começaram
a chegar até mim, são projetos de
que vou fazer mais para frente. Por enquanto
preciso fechar o ciclo desse acervo e esgotá-lo.
Para encerrar essa história, estou editando as
imagens para um fotolivro.
À partir dessa experiência, comecei a dar oficinas.
Coloquei o nome desse workshop de:
Colagens e narrativas pessoais. Durante a
pandemia, tenho dado aulas pelo zoom para
artistas, fotógrafos ou mesmo pessoas que
não possuem nenhum contato com as artes
como médicos, matemáticos, jornalistas, massagistas,
publicitários, professores, etc. E ampliei.
Além dos álbuns de família, peço para
que as pessoas peguem seus acervos fotográficos
e construam histórias com ele. Tem sido
uma boa experiência. Olho para trás e penso
nas situações surpreendentes que a fotografia
é capaz de criar.
54 | · 2020
PRODUÇÃO
FOTOGRÁFICA
E CUIDADOS NA
PANDEMIA
Arquivo Pessoal
Paulo Gomes de Oliveira Filho é advogado e
especialista em direito autoral
Durante o momento delicado que vivemos, Estados,
municípios e União, estabelecem protocolos
que precisam ser observados pelos profissionais de
imagem em suas mais variadas áreas de atuação.
A atividade fotográfica é inquestionavelmente artística
além de técnica e demanda para sua realização,
como regra, vários profissionais na execução das
obras fotográficas, sejam eles os próprios fotógrafos
sua equipe técnica, a equipe de apoio, o “elenco”
e outros.
Quando exercitada profissionalmente, o número de
tipos de trabalhos fotográficos é expressivo.
Uma rápida relação dessas atividades na criação de
obras fotográficas, mostra sua diversidade:
Fotografia de Retrato, Fotojornalismo, Fotografia
Publicitária, Fotografia Infantil,
Fotografia de Moda, Fotografia Artística,
Fotografia Documental, Fotografia Arquitetônica,
Fotografia de Culinária, Fotografia
de Paisagem, Fotografia Social, Fotografia
Científica.
A produção fotográfica profissional se realiza em
estúdios, em lugares abertos e fechados, públicos
ou privados e na natureza. Normalmente contando
com vários profissionais. Neste momento de
pandemia do coronavirus, demanda a tomada de
cuidados especiais para evitar o contágio. Daí decorrem
os chamados “Protocolos de Segurança e
Saúde”, quando as atividades diárias da população,
restringidas pela necessidade preventiva de enfrentamento
ao COVID-19, passam a ser flexibilizadas
pelas autoridades sanitárias, mas com a adoção de
cuidados especiais e específicos.
Os cuidados recomendados pelos citados Protocolos
se destinam às atividades que exigem a aglomeração
de pessoas – poucas ou muitas – mas que
implicam na maior possibilidade de contaminação
pelo coronavirus.
Entidades representativas de categorias econômicas
vêm solicitando das autoridades municipais
a aprovação desses Protocolos, onde são
apresentados os cuidados necessários para a
prevenção contra o coronavirus, no exercício das
atividades realizadas em grupo, pelos profissionais
de cada setor. As especificidades de cada
atividade são levadas em conta para composição
desses Protocolos.
Assim é que a produção fotográfica, notadamente a
profissional, é uma dessas atividades, que exigem o
estabelecimento de regras de proteção dos participantes,
para reduzir o risco de contaminação, quando
da retomada das atividades, que acontecerá em
datas propostas pelo governo local, de acordo com
a situação da saúde em cada região.
Dependendo do tipo de produção fotográfica, os
cuidados para evitar o contágio pelo coronavirus variarão
e nesse sentido entidades como a Associação
Brasileira de Fotógrafos – ABRAFOTO, já propõem
perante os órgãos sanitários municipais, um Protoco-
2020 · | 55
lo de Segurança e Saúde, que orientará os profissionais
que realizarão os trabalhos fotográficos.
São previstas fases de flexibilização ao isolamento
social, à medida em que os efeitos da pandemia,
em cada região, forem sendo minoradas:
Fase 1 – Mais restritiva (distanciamento e isolamento
social ou lockdown). Necessidade de suspensão das
produções fotográficas em locações públicas e particulares.
Produções fotográficas remotas, com deslocamento
mínimo de equipe técnica de fotografia.
Fase 2 – Momento intermediário de flexibilização
das medidas restritivas, adotando-se novas medidas
de biossegurança e distanciamento social. Entra
em vigor à medida em que as autoridades sanitárias
forem permitindo que as atividades do setor
sejam retomadas.
Fase 3 – Será desenvolvida a partir das experiências
da fase 2.
Para cada fase, os protocolos de segurança e saúde
recomendam ações preventivas destinadas a evitar
o contágio do coronavirus, tais como:
Distanciamento Social Seguro – 1,5 metros entre
duas pessoas no mesmo espaço, com o uso de
equipamentos de segurança individual e coletivo.
Higienização pessoal e material fotográfico -
processo de limpeza cotidiano para evitar a propagação
do vírus.
Desinfecção – Processo que deve ser feito no início
e no fim da jornada, nos locais de trabalho.
Principais modos de desinfecção – Água e sabão
comum; álcool etílico na concentração de 70% na
forma líquida e em gel; solução de água sanitária;
desinfetantes eficazes aprovados pela ANVISA.
Áreas de risco – Divisões físicas do espaço de
trabalho que levam em consideração a concentração
de pessoas e o risco que a aproximação entre
elas acarreta. Após a prévia identificação das áreas,
as divisões entre elas deverão ser sinalizadas com
clareza, para proteção coletiva.
Utilização de equipamentos de proteção individual,
assim considerado todo equipamento destinado
à proteção do corpo do trabalhador contra
riscos do trabalho.
A adoção desses protocolos, devidamente aprovados
pelas autoridades sanitárias municipais,
além de resguardar a saúde dos profissionais envolvidos,
resguarda também as responsabilidades
dos estúdios e fotógrafos, na execução de
seus trabalhos.
Foto: Engin Akyurt/Unsplash
56 | · 2020
Foto: Humberto Padilha
A fotógrafa Vivi Thomas, e seus sócios Alexandre Baumgartner e Otávio Miotto Soldatelli
AMAR ELOS, FAZ
TODO O SENTIDO
COMO OS VÍDEOS DURANTE OS EVENTOS DE FORMATURA
ESTÃO TRANSFORMANDO O MERCADO
por Mozart Mesquita
A questão dos concursos, associações e premiações
é sempre polêmica. Para muitos fotógrafos
obter um selo é uma grande vitória
e ostentá-los uma necessidade. Outros defendem
que é perda de tempo e as iniciativas, na
sua maioria são caça níqueis. O fato é que não
haviam muitas, de repente, várias surgiram
e hoje já não são novidade. O ponto está no
propósito. Alguns são explicitamente focados
na própria monetização e nos bastidores oferecem
histórias tristes de credibilidade duvidosa.
Para nós na FHOX depois de 30 anos de
tantas coisas na fotografia brasileira, parecia
mais um modismo. Lembro de uma passagem
2020 · | 57
em que entrevistei um dono de associação
que se orgulhava de ter copiado com êxito um
similar estrangeiro. Um “copiation” assumido
e autêntico. Legítimo, já que na vida, nada se
cria e tudo se transforma mesmo esse caso de
cópia conseguiu agregar algumas novidades
no modelo. Mas e o propósito?
“O propósito de Amarelos é não só ajudar na
evolução dos fotógrafos de família na construção
de boas fotos, mas fazer com que eles
aliem a fotografia a mensagem. A fotografia
vai muito além de uma boa técnica, uma boa
luz e composição”, explica Vivi Thomas, idealizadora
da plataforma Amarelos junto com
Alexandre Baumgartner e Otávio Miotto Soldatelli.
“Estamos nesse processo de mostrar
para os fotógrafos que as suas fotografias
precisam transmitir algo. Que é para isso que
vale. Nos últimos concursos temos debatido
muito sobre essa realidade. Sobre ir além um
pouco do resto dos concursos”, continua Vivi.
Com jurados do peso de Renato D’Paula e Maíra
Erlich, Amarelos sempre prezou pelo crescimento
dos fotógrafos. Além de gerar prestígio
com o selo, oferece críticas construtivas
dos jurados como passaporte para uma evolução
fotográfica e pessoal, sempre com a perspectiva
de que quem fotografa carrega uma
mensagem e isso envolve responsabilidade.
O resultado tem aparecido nos números da
plataforma que não param de crescer e saltam
aos olhos. De 2016 para cá, já são mais de 15
mil fotos enviadas e quase 10 mil pessoas cadastradas
para enviar material. O último concurso,
já na pandemia recebeu mais de 2300
fotos. Muitas delas já icônicas, como a da indigena
amamentando que atraiu a atenção da
mídia para a iniciativa. Sobre o futuro Vivi é
enfática: “A gente quer atingir a maior parte
dos fotógrafos de família e impactar o mercado
elevando o nível dos fotógrafos e mudando
a percepção deles, expandindo horizontes
e fazendo surgir fotografias com mais alma”.
Para atingir esse objetivo, uma transição está
em curso. Passar a oferecer uma assinatura
anual está nos planos dos sócios. Hoje são
três rodadas por ano, e as inscrições são feitas
pela quantidade de fotos enviadas. FHOX está
participando do processo de mudança e uma
parceria que envolva assinatura de FHOXPro
Foto de
Lumion Fotografia
58 | · 2020
e presença de exposições impressas de fotos
e álbuns na Feira Fotografar estão previstas.
Amarelos é sexy e inovadora enquanto conceito e
atua num frame que tem tudo para ser o mais promissor
dentro da fotografia social brasileira: Família.
Esse é um segmento de conforto para os fotógrafos
profissionais. Um assunto com o qual as marcas
querem estar conectadas. E que dialoga com todos
os outros setores da fotografia profissional. Tanto é
verdade que Amarelos premia em formaturas, parto,
gestante, eventos infantis, newborn e 15 anos. Há
anos defendemos em nossos congressos que a fotografia
de família contempla uma gama muito mais
ampla de serviços. Estamos felizes em sermos parceiros
de Amarelos e temos sinergia com seu propósito.
Mas o melhor está na simplicidade do por
que do nome: Vivi gosta da cor, claro e da música
do Coldplay, também. Mas além disso, ela viu o óbvio:
quem fotografa familia ama elos.
Foto de Yulli Nakamura Rocha
“Estamos nesse processo
de mostrar para os
fotógrafos que as suas
fotografias precisam
transmitir algo. Que é
para isso que vale.”
Vivi Thomas
Foto de Camila Mendonça
Foto de Marcos Souza
Foto de Emanuelle Rigoni
PubliEditorial
IMAGENS FALAM
“Difícil não extrair palavras das imagens,
por vezes, somente uma frase; em
outras, sequências de parágrafos”
Para os associados da ABRAFOTO ter uma câmera
fotográfica nas mãos sempre foi motivo para o exercício
do olhar. Aquilo que no outro nos toca também
nos move um passo adiante, seja lá qual for o assunto.
Difícil acreditar no clichê uma imagem vale mil palavras,
mas com certeza palavras podem ser ditas sobre uma
imagem a partir dela ou mesmo para conectar uma
imagem na outra. Claro, se houver um punhado delas.
Sim, estamos imersos em uma sociedade de imagens,
mas ainda nos parece que não estamos plenamente
alfabetizados. As imagens falam, de maneira polifônica.
Sempre foi assim, e talvez, esta seja sua virtude e sua
penúria. Mas de alguma maneira o que as imagens carecem
é de ser olhadas e não necessariamente faladas.
Antes de tudo, uma associação de fotógrafos deve
propor o exercício de olhar para então criar imagens.
A paisagem desfigurada, a pose que intriga, o flagrante
do óbvio, são todos pontos de fuga que ativam as
pupilas no ato de olhar. E como olhamos? Despretensiosamente,
detalhadamente, com objetividade e sentimento,
são apenas algumas de nossas atitudes.
Difícil não extrair palavras das imagens, por vezes somente
uma frase, em outras sequências de parágrafos.
Olhar, pensar e registrar uma imagem, ou mesmo
uma série delas, é o motivo para nos encontrarmos e
conversar, sem estilo definido, porém, séria em sua
intenção, sem rigidez ou didatismo.
O entorno é nosso campo de visão. A rua, o filho,
a chuva, a menina na bicicleta, a nuvem, a torneira
aberta, a água que escorre, o café quente e o sorvete
gelado. O que mais então ? O cotidiano em sua expressão
mais ampla é nosso campo de interesse. É
dele que vamos falar, a partir das imagens.
A conversa é aberta, olho no olho. Comentários são
bem-vindos, chegue junto e participe.
Conheça mais a ABRAFOTO, acesse:
abrafoto.com.br
60 | · 2020
O RETORNO
TRIUNFANTE
DO QR CODE
TECNOLOGIA QUE NÃO É NOVIDADE GANHOU AINDA MAIS
FORÇA COM A PANDEMIA. ENTENDA COMO ELA PODE SER ÚTIL
PARA OS NEGÓCIOS DE FOTOGRAFIA
Texto por Redação
Uma matéria recente na respeitada revista
Wired traz a chamada: o curioso retorno do
(temido) QR Code. De anúncios na tevê a mídia
impressa, de ações em pontos de vendas
até pontos turísticos e museus. O QR Code retornou
triunfante como opção óbvia e híbrida
para esses tempos em que não podemos tocar
as coisas. A força da tecnologia avançou com
as câmeras de smartphone fazendo a leitura
automática sem a necessidade de app. Quando
isso aconteceu, e com todo mundo com
um dispositivo no bolso, parecia um caminho
natural aproveitar essa alternativa. Na fotografia
não é diferente. Agora vemos produtos
2020 · | 61
dos mais variados tipos (impressos) que trazem
o uso do QR Code para dar uma outra
dimensão para as imagens, com áudios e vídeos
associados. Assim, a foto impressa em
um porta-retrato, álbum ou pendurada na parede,
ganha outra dimensão: aquele retrato da
criança soprando
as velinhas
pode ter um vídeo
junto mostrando
os parabéns.
Vale para
convidar para
um festa como
foto convite,
como produto
de lançamento
de uma iniciativa
corporativa ou
social.
Serve para inserir
animações,
slideshows e vídeos.
Serve ainda
nos casos
mais sofisticados
para colocar efeitos sofisticados como joguinhos
e interações que misturam o mundo
real e digital. Marcas famosas estão usando
os códigos do QR Code para as mais variadas
ações. Spotify, Gillete, Snapchat e por aí
vai. O WhatsApp criou a opção de você gerar
um código QR Code para que as pessoas mirem
a câmera e abre direto no app de mensagens.
Serve para marketing, para encantar
os clientes e aproveitar essa nova fase híbrida
da fotografia. O que isso quer dizer? Que
com bilhões de pessoas com smartphone e a
tecnologia finalmente acessível a todos torna
a foto muito mais do que uma mera imagem.
No caso do Snapchat o sucesso é estrondoso.
A empresa conseguiu conseguiu tornar o recurso
de fácil acesso para seus usuários e hoje
são 8 milhões de
leituras de códigos
por dia. Batizados
de Snapcodes, a
ferramenta bombou.
O exemplo
do Snap mostra
que até o nome
QR Code pode ser
chamado de outra
coisa (marketing).
No exemplo do
Snap é chamado
de Snapcodes. A
matéria da Wired
indica um futuro
com mais QR Code
e a tecnologia popularizada
com
força por toda a
parte. Motivo: os
óculos com realidade aumentada. Coisa que a
própria Snap tem através dos seus óculos Spectacles.
Na fotografia aqui e lá fora o uso dessa
ferramenta depende do fotógrafo ou negócio
de foto. Basta ter uma ideia, criar algo que vai
além só de uma fotografia dando assim uma experiência
mais completa aos consumidores que
terão mais tempo olhando para a sua criação
no produto. Uma imagem que abre possibilidades
muito maiores com multimídia. Em tempos
de todo mundo em casa e com smartphone na
mão parece muito apropriado.
Foto: Hillary Black/Unsplash
FHOX PRO
Faça a leitura do QR Code
ao lado para assistir ao vídeo
de apresentação do
FHOX Pro, a plataforma de
streaming da FHOX
62 | · 2020
O PRIMEIRO
DRIVE-IN A GENTE
NUNCA ESQUECE
Foto: Fabio Eltz
VIA COLOR INAUGURA O FORMATO PARA EVENTOS DE
FOTOGRAFIA NO AEROPORTO DE PORTO ALEGRE
Texto por Mozart Mesquita
Os mineiros Mari Siqueira e Henrique Ribas, junto
com o gaúcho Fernando Dai Prá, colocaram a fotografia
no mesmo patamar do cinema e da música.
Foram eles os talentos escolhidos pela tradicional
laboratório porto alegrense Viacolor para palestrar
no primeiro evento educacional da fotografia brasileira
e da América Latina em formato Drive-In. O
Circuito Viacolor Drive-In foi uma mostra de que
mesmo em tempos bicudos como os atuais é possível
inovar.
Para quem foi, além do conteúdo de alto nível ofertado
por três dos mais talentosos e respeitados
profissionais da fotografia brasileira, ainda foi possível
experimentar os velhos tempos do esquema
drive-in no formato Workshop. Cada carro podia ter
até quatro pessoas, que não podiam deixar o veículo.
Autorização para ir ao banheiro ou solicitação
de comidas e bebidas, tudo pelo app do espaço.
“É muito gratificante poder retomar a participação
nesses eventos de fotografia que certamente fazem
falta nesse momento de pandemia, podendo manter
a nossa atualização, conhecendo o trabalho de
outros profissionais. Foi muito bom ver o esforço da
ViaColor para manter um evento para a gente. Isso
nos dá um ânimo maior de que as coisas vão voltar
em breve” afirma Denise Boff, fotógrafa de família
de Caxias do Sul. Para Robson Nunes, renomado
fotógrafo da capital gaúcha, o primeiro ponto a ressaltar
é facilidade de acesso e a pontualidade. “para
mim é importante dizer a coragem do Luciano e
da ViaColor, por que o momento não é simples e
justamente nessas horas educar é fundamental, um
evento com essa organização, confortável, aconchegante,
quase romântico o clima, mas ao mesmo
tempo tecnológico com um super telão gigantesco,
O boneco “Só Alegria” marca registrada de
Luciano Souza e sua ViaColor
Fotos: Bruno Soares
Fernando Dai Pra, falando de vendas
a visão perfeita, você fica em drive-in com o som
dentro do teu carro, o áudio funciona muito bem.
Além disso, vários mimos, sorteios, enfim tenho que
tirar o chapéu para a ViaColor. E não só eu por que
está lotado, respeitando o distanciamento claro,
mas tudo perfeito. ”, complementando que “mesmo
após a pandemia a experiência pode seguir valendo
por que uma coisa interessante é que você acaba
ficando até mais no conteúdo que está no palco,
por que acaba não tendo aquele networking que
muitas vezes desvirtua a atenção, eu achei incrível e
perfeito para acabar com a mesmice que os eventos
andavam apresentando”.
Mari Siqueira veio de Belo Horizonte falar
de fotografia de familia
Segundo Luciano Souza, proprietário da empresa,
o evento foi um grande sucesso e confirmou
a tendência de marketing de experiência como o
grande trunfo para as empresas do setor. Ao todo
foram cerca de 110 veículos com três pessoas em
média em cada um, totalizando quase 350 pessoas.
“Quando começou a pandemia a gente não sabia
se ia ser duas semanas, 1 mês ou mais. Depois vimos
que o estrago era maior, eventos adiados como a
Fotografar, por exemplo entre outros. Sentimos que
tínhamos que fazer algo. A Elisa (esposa e sócia) sugeriu
o Cine. A gente já tinha um evento em março
que teve que ser cancelado, chamado Circuito Via
Color e ai criamos o Circuito Drive In”, conta Luciano,
que já avisa que o evento pode sim, passar por
outras cidades. Segundo ele, a fotografia de eventos,
na qual atuam a maior parte dos seus clientes,
foi a primeira a sentir e a última a sair desse drama
da pandemia e por isso “algo precisava ser feito,
até para mostrar que sempre tem caminhos, e que
podemos reinventar nossa história mesmo em momentos
difíceis”, conclui Luciano.
Henrique Ribas e o tratamento ninja
Prêmios, brindes, mimos , numa experiência
completa no aeroporto de Porto Alegre
Foto: Américo Vermelho
Tatiana Laura e Renata Fontanillas, sócias e fundadoras da Academia da Foto
APRENDER A
CUIDAR
DA MEMÓRIA
UMA PLATAFORMA DE PROTEÇÃO E ORGANIZAÇÃO
DO MAR DE FOTOS DAS PESSOAS
por Tatiana Laura e Renata Fontanillas
A Academia da Foto é uma plataforma que
surge com a missão de trabalhar a memória
individual e coletiva através da fotografia. Somos
duas profissionais do setor cultural, da
Museologia e da Gestão Cultural, respectivamente.
Estamos lançando o curso online, em
formato inédito no Brasil: “Memória Digital -
organizando, protegendo e curtindo minhas
fotos”. Dividido em sete módulos apresentados
através de videoaulas, na plataforma Hotmart,
onde cada pessoa poderá trabalhar com
autonomia e ir organizando o seu acervo durante
as aulas; um grande passo a passo para
fazer de acordo com seu tempo e ritmo.
Criamos uma metodologia própria para esse
curso. Inspirada nas boas práticas de conservação
de acervos institucionais, naquilo que é
o dia a dia de museus e instituições que salvaguardam
acervos e fizemos algo dirigido
às pessoas e suas coleções digitais pessoais.
Uma museologia doméstica do séc. XXI.
2020 · | 65
Já éramos sócias e amigas e tínhamos uma inquietação
devido à circunstância que temos
hoje de vermos as pessoas com acervos fotográficos
vulneráveis a perda, desorganizados,
pouco acessíveis e sem consciência do que a
fotografia digital vai exigir de nós para poder
ser transmitida às próximas gerações; pondo
em risco a permanência desses objetos. São
muito poucas as pessoas que já estão atentas
quanto a facilidade de fotografar e dificuldade
de manter essas fotos a longo prazo.
As fotografias digitais estão totalmente estabelecidas
no mundo atual, mas se tornaram
um amontoado de arquivos espalhados em diferentes
dispositivos e suportes: estão no notebook,
no celular, na nuvem, num chip antigo,
etc. Pensando que era preciso fazer algo para
mudar essa situação, começamos a estudar e
pesquisar soluções e aplicações práticas que
pudessem contribuir para reverter esse quadro.
Encontramos materiais, principalmente
dos Estados Unidos e Canadá, sobre organização
de fotos digitais pessoais. Eles nos ajudaram
muito, mas víamos que o que se oferecia
na prática para pessoas comuns, tinha
a ver com serviços exclusivos de organização
– onde alguém tinha acesso e organizava as
imagens.
Não era esse nosso foco. Não queríamos levar
a solução para poucas pessoas. Além da exclusividade,
nos incomodava o fato de que os
donos das imagens praticamente não participavam
desse processo o que leva a uma série
de problemas a nosso ver, por exemplo:
Uma das etapas mais
importantes para o sucesso
dessa organização
pessoal é o descarte de
imagens, isto é, excluir
fotos. Como outra pessoa
faz isso por você?
Não faz. Ou faz superficialmente
de forma que
não tem resultado a longo
prazo;
“São muito poucas as
pessoas que já estão
atentas quanto a
facilidade de fotografar
e dificuldade de manter
essas fotos a longo prazo”
É preciso pensar sobre
o número de fotos que se tem e o número
que se quer ter. Para que seu acervo seja funcional
e possa ser transmitido para as futuras
gerações, não pode ter um tamanho excessivo.
É preciso trabalhar com um número funcional.
Caso contrário, as fotos estarão todas
organizadas, mas serão inúteis.
É preciso formar uma consciência sobre
essa nova circunstância que a fotografia digital
nos proporciona. Ao mesmo tempo que é
ótimo, é acessível; ela vai exigir cuidados muito
diferentes de antigamente, com as fotos
analógicas, quando bastava uma caixa para
guardar os álbuns.
Esse cuidado precisa começar na hora do
clique.
O custo não está no fotografar, mas em
manter esse acervo.
Hoje, temos a impressão
que fotografar é de
graça; só que o custo está
em preservar. E quanto mais
imagens, maior será esse
gasto. Transmitir memórias
para as futuras gerações
será um privilégio de determinados
grupos sociais. Vimos
que era preciso iniciar
um movimento que incluísse
reflexão e ação e foi daí que
nasceu a Academia da Foto:
66 | · 2020
um ambiente para ensinar as pessoas a cuidar
das suas memórias pessoais, de seus acervos
individuais, isto é, do patrimônio de cada um
de nós. Nossa missão é orientar as pessoas
a conhecerem e implementarem as melhores
práticas de organização de imagens e contribuir
para a conscientização sobre a importância
de manter adequadamente os acervos
pessoais de fotos digitais, para que se possa
transmitir essas memórias adiante.
Pensando ainda nessa abrangência, temos um
material sobre o assunto dirigido aos gestores e
profissionais de museus e instituições culturais.
No Brasil hoje, segundo dados do IBRAM (Instituto
Brasileiro de Museus, em 2010) há pouco
mais de 3.000 museus. Partindo da premissa
que os museus são instituições de preservação,
conservação e valorização da memória por excelência;
e entendendo que hoje as pessoas vêm
produzindo verdadeiros acervos pessoais através
da fotografia digital e que são muito poucas
aquelas que já estão alertas sobre a facilidade de
se perder e a dificuldade de se transmitir essas
memórias para suas próximas gerações; propomos
que, através de um trabalho de conscientização
e partilha de conhecimento, os museus se
tornem os guardiões da memória digital do seu
público e das comunidades do seu entorno. Se a
gente pensar em daqui a 50 ou 100 anos... quais
os registros de pessoas comuns vão sobreviver
para contar a nossa história de hoje? Se nada for
feito, corremos o risco de perder uma parte relevante
da nossa memória.
Acreditamos que podemos estabelecer um diálogo
parecido com empresas e profissionais
da fotografia porque há muito a fazer. Os fotógrafos,
por exemplo, já possuem essas práticas
de organização, isso faz parte do dia a dia de
trabalho. Nosso curso pode ajudá-los a criar
e oferecer uma prática personalizada para os
seus clientes, por exemplo. Se pensarmos ainda
no momento de pandemia em que vivemos,
esse trabalho ganha ainda mais sentido.
Para quem tem interesse em saber mais sobre
o nosso curso, é só ir ao nosso site academiadafoto.com.br
ou acessar nosso perfil no Instagram
@_academiadafoto.
TODO SETOR
QUE SE PREZE
TEM UMA
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FORTE QUE LHE
REPRESENTA
Chegou a hora de um segmento econômico importante como o
setor de formaturas abraçar a sua entidade e crescer com esse
movimento.
Faça como algumas das principais empresas do setor, que juntas
representam cerca de R$480 milhões em faturamento, associe-se!
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68 | · 2020
NOTAS
CÂMARAS EM QUEDA
O mercado de mundial de câmeras encolheu. Em
agosto passado saíram números que mostram que
a Canon está 45.4% de participação de mercado.
O que representa quase metade das 14.8 milhões
de equipamentos vendidos no ano passado. A Sony
está com 20.2% de participação na segunda posição.
Nikon ficou com a terceira posição com 18.6%
(queda de 1.6% em comparação com o último levantamento).
A Fujifilm na quarta posição com 4.7%
de participação (queda de 0.4%). Encostada na Fuji
está a Panasonic na quinta posição e também com
4.7%. É a primeira vez que a Sony aparece na frente
da Nikon no relatório da Nikkei. Foram vendidas
14.830.000 câmeras em 2019. Queda de 22% em
comparação com 2018. Movimento de diminuição
nas vendas que já vem com força desde 2017 e segue
a mesma tendência. A Sony e a Canon se destacam.
A Sony por se manter na segunda posição e
crescer. Desde 2019 que a fabricante segue firme na
vice-liderança. A Canon também com bom resultado.
A Olympus que foi vendida recentemente estava
na quinta posição em 2019, mas perdeu o espaço
para a Panasonic. É fato que a Covid-19 também
afetou nessa queda acentuada para mais um ano.
Resta saber se teremos uma recuperação com as
mirrorless avançando para 2020 ou se os impactos
da pandemia e da crise financeira decorrente dela
afetarão ainda mais o relatório do ano que vem.
FORMATURAS
DESAFIADAS
O desafio das formaturas está não só na
questão das festas de formatura e colação.
Motivo? A forte inadimplência e evasão nas
universidades privadas. Os últimos meses tiveram
muitas demissões nas instituições particulares
com cortes de professores e pessoal.
A aposta é no EAD em turmas maiores o que
possibilita menos professores. Isso pode afetar
a qualidade do ensino. Se a parte financeira
está complicada outra parte delicada é das
colações que estão migrando para o online. A
Estácio, uma das maiores do Brasil, fez uma
mega colação online para mais de 30 mil alunos.
Algo que também se repetiu em outras
ocasiões para grandes quantidades de alunos.
O fato é que enquanto não sair uma vacina
parece que o “novo normal” continuará se
mostrando desafiador. Para as empresas de
foto de formatura o obstáculo é não ter como
trabalhar e criar algo para esses formandos.
2020 · | 69
A FOTOGRAFIA E O VOTO
A fotografia de políticos e para campanhas
eleitorais acelerou mais uma vez por
conta das eleições municipais. A diferença
é que os profissionais estão sendo demandados
de forma distinta. Dessa vez com
pedidos para criação de imagens mais diversas
dos candidatos a prefeito e vereador.
Como assim? Lives, pacotes de fotos
e vídeos para redes sociais, arquivos animados
e a transmissão de lives. Mudou a
demanda porque a forma de fazer a campanha
migrou com força para as redes sociais
e internet. Vídeo é fundamental nesse
processo. E sim, os valores cobrados se
ajustaram para uma nova realidade com
preços mais competitivos.
QUE INSTAGRAM E
YOUTUBE QUE NADA
Duas redes sociais para ficar de olho. Os fotógrafos
e negócios de fotografia costumam olhar só
para Instagram, Facebook e YouTube. Mas é fato
que TikTok e LinkedIn oferecem boas oportunidades.
O TikTok cresce entre jovens, adolescentes
e adultos. Com foco em vídeo e já atraindo
a atenção de marcas que trabalham de olho em
crianças e adolescentes. E tem fotógrafo que já
está conseguindo orçamento por ali. Já o LinkedIn
o olhar é outro. Uma rede social de negócios
com os mais variados públicos e que também
oferece boas chances de relacionamento com
pessoas. Seja para oferecer retratos, estabelecer
contatos e até garantir a cobertura de eventos
fotográficos corporativos. Aqui é a mesma coisa:
fotógrafos estão com resultados interessantes
nessa rede social.
NEGÓCIO INFALIVEL
Foto Infalível Turma da Mônica é uma solução de
entretenimento para as famílias nesta fase em que
o contato direto ainda não é recomendado. Uma
nova solução em cabine fotográfica com tecnologia
de realidade aumentada para promover ao usuário
uma experiência interativa com o seu personagem
preferido da Turma da Mônica. Assim é o Foto Infalível
Turma da Mônica (LivePhotoXP). “Além desta
incrível experiência virtual, o usuário ainda leva para
casa uma foto impressa como lembrança com qualidade
profissional, eternizando aquele mágico momento!
O totem aproxima os fãs dos personagens,
criando um momento de alegria e conforto, por meio
de uma nova experiência inesquecível” diz o descritivo
do produto. Os diferenciais da solução: Hotsite
exclusivo – Para evitar aglomeração, o agendamento
da interação deverá ser feito pelo Hotsite, independente
da modalidade disponibilizada ao cliente
– Gratuita ou Paga. Após o agendamento, o cliente
receberá um QR Code que liberará a interação no
horário agendado e o código para resgate da foto
digital posteriormente. Personalização do totem de
acordo com datas comemorativas A combinação
de realidade aumentada, fotos impressas e digitais
com um universo de personagens tão queridos dos
brasileiros tem tudo para fazer muito sucesso e gerar
muitas fotos impressas para as famílias. Saiba mais
aqui: http://www.livephotoxp.com.br
E-COMMERCE EM ALTA
Não é surpresa que o ambiente online bombou.
Milhões de brasileiros compraram pela primeira
vez na internet por conta da pandemia. Os grandes
campeões como ferramentas nesses últimos
meses? WhatsApp, Zoom, Google Meet e outras
plataformas do tipo. Para vendas, contato, apresentações
e sessões fotográficas. impressão e
marketing direto ocorrendo usando essas tecnologias
em tempo real. Fotógrafos, lojas de foto, estúdios
e a própria indústria se adaptaram a essa
nova realidade com resultados consideráveis. Especialistas
de tecnologia falam em um salto de 5
anos em 5 meses nas questões de transformação
digital das empresas. Alguém duvida?
70 | · 2020
VULNERÁVEL,
HOLÍSTICO E
ADAPTÁVEL
Nicolau Piratininga é especialista em conservação
de acervos e montagens fine art
Autorretrato
Essas três palavras têm me rodeado nestes
meses de quarentena. Cada uma delas apareceu
na minha vida de forma e em momentos
distintos e me trouxe muito aprendizado. Não
quero aqui parecer presunçoso, mas sim dividir
alguns pontos em que venho pensando e
trazer referências que me engrandeceram.
Das três palavras, a que poderia ter uma conotação
negativa é vulnerável. A fotografia e os
entornos dela podem parecer neste momento
vulneráveis, mas se nos apoiarmos nos pensamentos
da professora, pesquisadora e escritora
americana, Brené Brown, é justamente
dessa incerteza e da exposição emocional de
estar vulnerável é que podemos encontrar a
base da coragem. Permitir-se ou compreender
que vulnerabilidade é algo bom e encorajador
nos leva a enxergar e ir além.
Ver mais longe e distinguir o todo, olhar para
tudo que está à sua volta ou do seu negócio,
isso quer dizer holístico. Para mim, a visão holística
surgiu durante uma matéria da pós graduação
em que tive com a professora Marina
Pechlivanis, autora do livro Gestão do Encantamento,
cuja leitura recomendo. A pergunta atual,
que toda hora fazermos: faz sentido isso? É
uma grande ferramenta da visão holística. Dentro
de toda sua cadeia de fornecedores e clientes
e tudo que está em volta, isso faz sentindo?
Posso dar um exemplo simples da falta de visão
holística. Um tempo atrás, antes da pandemia,
fui a uma exposição fotográfica cujo
tema principal era os índios e a preservação
da Amazônia. Legal né? Super em alta e polêmico
o assunto. Agora, faz sentido a montagem
dos quadros dessa exposição serem feitos
com molduras de madeira sem origem de
procedência? Tire suas próprias conclusões.
Adaptável é a palavra do momento. Pode ser
ela por sobrevivência, mas melhor ainda se for
intencional. Um dos meus poetas favoritos é
Manoel de Barros, e é da sua obra “Matéria de
poesia” que vem este trecho:
“Quem anda no trilho é trem de ferro
Sou água que corre entre pedras:
- liberdade caça jeito”
Achei que essa seria uma ótima definição de
adaptação intencional e penso que a produção
de imagem ao longo de toda história é
justamente isso: das pinturas rupestres ao Tik
Tok, e seja lá o que estiver por vir.