VALORO preço dos cafés robusta conillon também variaram.Com base nas cotações do Centro de Comérciode Café de Vitória, no Espírito Santo, principalEstado produtor de café conillon, verifica-seque, por exemplo, em julho de 2019 o preço médiodo conillon (tipo 7) foi de R$ 269,00 por saca,subindo para R$ 300,00 em dezembro de 2019,indo para R$ 341,00 em julho de 2020 e para R$376,00 em dezembro de 2020.Portanto, num ano, de 1979 para 2020 o acréscimofoi de cerca de 25%. Comparando-se as cotaçõesdo café conillon com as do arábica bebidadura, ainda com as cotações do CCC-V, verifica--se que a saca do conillon se situou, em 2020, cercade 25% abaixo do preço da saca do café arábicaduro para melhor.Rentabilidadeos preços flutuaram numa faixa aproximada entreR$ 500,00 e R$ 580,00 por saca.Em 2019 eles variaram na faixa de R$ 380,00 aR$ 500,00 por saca. Verificou-se, assim, um acréscimonominal de cerca de 25%. Já o preço da sacaequivalente em dólares pouco variou de 2019 para2020.Observa-se que, na média mensal do preço equivalenteem dólar, o valor variou de US$ 106,40 em2019 para US$ 106,04, portanto, sem alteração significativa.Se a comparação do preço em dólaresfor feita com anos anteriores, como os de 2017e 2018, as perdas de preço em dólares foram muitoexpressivas.Ao longo de 2017 os preços variaram na faixade US$ 136,00 a US$ 163,00 por saca. Em 2018variaram de US$ 105,00 a US$ 134,00, enquanto em2020 os preços mensais variaram na faixa de US$93,00 a US$ 120,00.Ao verificarmos as taxas de câmbio entre reaise dólares no final de cada ano, nota-se que em2017 um dólar equivalia a R$ 3,31. Em 2018 saltoupara R$ 3,88 reais, em 2019 para R$ 4,01 e nofinal de 2020 foi para R$ 5,20. Mais recentemente,subiu ainda mais. Assim, do final de 2017 até finsde 2020 os preços da saca de café em reais subiramde R$ 449,00 para R$ 586,00, com acréscimo nominalde cerca de 30%, porém, em dólares houveuma queda de cerca de 16%.A margem de renda do cafeicultor brasileiro,na comparação entre os custos de produção levantadosno ano de 2020 e os preços vigentes na maiorparte do ano, cujos valores estão na tabela 2, mostrou-sequase sempre muito positiva, quando seconsidera o custo operacional (COE), o que significaum dispêndio efetivo do produtor.Quando se compara com o custo total (COT),que considera remunerações e depreciações, a margemfica menor, mas mesmo assim positiva, especialmenteem relação às cotações do café mais nofinal de 2020. Essa situação ficou bastante diferenciadaem relação ao ano de 2019, em que a margemficou quase sempre negativa.No ano de 2020, por ser uma safra de bienalidadepositiva, o maior volume da safra brasileirade café, de cerca de 63 milhões de sacas, resultouna maior produtividade das lavouras, portanto,um fator favorável à obtenção de custos de produçãomais baixos.Além disso, com maior produção, a renda brutaficou aumentada. Porém, o produtor deve pensarque, nas condições de cafeicultura a pleno sol,como no Brasil, após uma safra alta sobrevém umabaixa, o que vai consumir parte da renda auferidano ano anterior, ou seja, vai dispender parte do ganho,ao ter que repor seu estoque de mercadoria, ocafé, que em condições de safras baixas vai resultarem custos mais altos das sacas a serem produzidas.Deve-se ressaltar que as despesas com insumos,sendo as principais com aquisição de fertilizantes,defensivos e óleo diesel, têm aumentado demasiadamentenos últimos meses, por efeito da subida nopreço internacional do petróleo e pela elevada valorizaçãodo dólar frente ao real.Autoria:José Braz MatielloEngenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procaféjb.matiello@yahoo.com.br42
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