08.04.2021 Views

Anuário Café 2021

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MERCADO

Diante de toda esta diversificação dos hábitos

de consumo proposta pelas ondas do café e pela

comprovação de seus benefícios à saúde, pode-se

considerar que, hoje em dia, chegamos a um ponto

em que o café é “fashion”, está na moda e, por

isso, seu mercado, sim, deve seguir mais promissor

do que nunca. Tanto é que, países cuja população

até então não possuía o hábito e o prazer de

tomar um cafezinho, estão começando a dar fortes

indícios de que a realidade está mudando.

Mercados potenciais

Dentro desta evolução do consumo de café, enquanto

alguns mercados seguem promissores, outros

vêm surgindo como novidades surpreendentemente

animadoras.

De um modo geral, antes da pandemia da Covid-19,

as projeções de crescimento global para o

consumo de café giravam em torno de 3,5%, com

países emergentes, sobretudo da África, Ásia e

Oceania se destacando com índices superiores

a este.

Frente à pandemia, um fato muito interessante

veio para confirmar que o mercado de café é realmente

promissor: o consumo não teve queda considerável,

praticamente se manteve estável, ou seja,

apenas teve seu crescimento, que vinha contínuo,

estagnado.

E, apesar desta estagnação do crescimento no

consumo mundial em função da pandemia da Covid-19,

os volumes embarcados no final do ano de

2020 pelo Brasil confirmam que o consumo segue

aquecido e deve voltar a ter crescimento brevemente.

De um modo mais específico, há pouco tempo

um relatório da Euromonitor International, elaborado

pela analista Angelica Salado, apontou o Brasil,

os Estados Unidos, a Indonésia, a Alemanha e

o Japão como os cinco países mais promissores no

setor e que devem oferecer ótimas oportunidades

para o agronegócio café:

Brasil: atualmente, com a maior fatia de seu

consumo surfando na segunda onda. Todavia, com

o eminente desenvolvimento econômico do País,

tudo indica que deve caminhar para a terceira

onda. De fato, o maior palco da cafeicultura a nível

mundial, pois além de ser o maior produtor do

mundo, está também entre os maiores e mais promissores

mercados quando o assunto é consumo.

No Brasil, o café é a segunda bebida mais tomada,

ficando atrás somente da água. Segundo dados

da OIC, o Brasil, com um consumo atual na

casa de 22 milhões de sacas de 60 quilos, é o segundo

maior consumidor do mundo, ficando atrás

apenas dos EUA.

De acordo com o relatório da Euromonitor International,

que aponta o Brasil como o mercado

mais promissor do mundo, inclusive na frente dos

EUA, o País apresenta um crescimento contínuo

do consumo, com taxas acima da média global e,

ainda que o tradicional torrado e moído seja o tipo

dominante. Formatos como cápsulas e grãos vêm

ganhando destaque no País.

Estados Unidos: atualmente, a maior parte encontra-se

surfando na terceira, ou até mesmo quarta

onda do consumo. Com um consumo de 27,43 milhões

de sacas de 60 quilos, os dados da OIC o colocam

como o país de maior consumo no mundo,

embora não produza o produto.

De acordo com o relatório da Euromonitor International,

apesar de ser um mercado sólido, sua

taxa de crescimento fica abaixo da média global,

apresentando forte crescimento no foodservice. E,

mesmo com toda a preocupação que os norte-americanos

demonstram com relação à sustentabilidade,

preço e qualidade, as cápsulas se tornaram o segundo

maior segmento, superando os grãos.

Segundo a analista da Euromonitor International,

Angelica Salado, a tendência no mercado

norte-americano é que a maioria das oportunidades

se concentre em produtos com maior valor

agregado, tal como as bebidas prontas, que podem

oferecer praticidade e premiunização.

Indonésia: com a maior parte de seu consumo

surfando ainda na primeira onda, inferior a 1,0 milhão

de sacas, o relatório da Euromonitor International

coloca este como um mercado que, apesar

de ter muito o que evoluir, apresenta-se como potencialmente

promissor, haja vista a existente tendência

de urbanização e novos estilos de vida que

vêm levando os indonésios a buscar produtos convenientes,

o que vem resultando em um crescimento

na demanda por café solúvel.

Há, ainda, aqueles consumidores que, dado o fato

de não possuírem condições econômicas para frequentar

cafeterias, buscam reproduzir em casa a mesma

experiência que teriam se as frequentassem.

Alemanha: com características marcantes da

terceira onda, o mercado consumidor alemão é bem

balanceado, possuindo também características das

demais ondas do consumo. A Alemanha é um país

membro da União Europeia, cuja soma dos cafés

consumidos representa uma demanda anual de

aproximadamente 45 milhões de sacas (OIC).

Segundo o estudo da analista da Euromonitor

International, Angelica Salado, a Alemanha possui

um mercado consumidor que, independentemente

do tipo de café, preza muito por atributos como

sustentabilidade, rastreabilidade e inovação, sendo

estes aspectos amplamente considerados na hora

da escolha da marca a ser consumida.

Japão: assim como nos EUA, atualmente o

maior percentual de seu consumo surfa na terceira

ou, até mesmo, quarta onda. De acordo com dados

da OIC, o atual consumo dos japoneses encontra-

-se na casa de 7,48 milhões de sacas de café. A tendência

é que brevemente o consumo de café neste

53

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!