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MERCADO
país seja duas vezes maior que o consumo de chá.
A analista Angelica Salado, em seu relatório, indica
que o formato de maior consumo segue sendo
o de grãos e que, dado o espaço limitado das residências
no Japão, mesmo prezando pelo atributo
conveniência, o formato de cápsulas tende a ter queda
em seu ritmo de crescimento.
Apesar de não constar no referido relatório dos
cinco países mais promissores para o mercado de
café da Euromonitor International, temos que destacar
um fenômeno que vem tornando diversos
países, até então não tradicionais, em mercados
altamente promissores para o agronegócio café:
asiáticos e orientais estão cada vez mais adotando
hábitos de consumo do Oriente e, dentre eles, o de
tomar um cafezinho.
Se pegarmos um mapa mundi e fizermos um círculo
naquela região do globo passando pela China,
Japão, Filipinas, Indonésia e Índia, temos mais da
metade da população mundial. O consumo daquela
região em números ainda deixa a desejar, mas ao
analisarmos o crescimento percentual do consumo,
acima da média mundial, atrelado ao tamanho da
população que habita aqueles países, percebemos o
real potencial de crescimento do consumo existente
no mundo.
A questão é que, enquanto vivenciamos um cenário
consumidor repleto de estímulos, a produção
segue repleta de desafios...
Obstáculos
Os maiores desafios dos cafeicultores são aqueles
que dificilmente se consegue ter controle. Dentre
os principais, podemos citar dois como os mais
intrigantes:
Intempéries climáticas: o comportamento das
condições climáticas, em cada uma das fases fenológicas
do cafeeiro, interfere em seu desempenho
produtivo. As condições de déficit hídrico, das
quais o mundo passa aliado às altas temperaturas,
prejudicam diretamente a qualidade e a produção
de café no mundo, além de distorcer o volátil mercado
cafeeiro.
Ao considerarmos as duas últimas décadas, é
possível notar que a produção mundial de café vem
crescendo, entretanto, não de modo contínuo, pois
a cada cinco ou seis anos, as condições climáticas
impactam de modo negativo, causando retração
na produção aquém do fator bienalidade da cultura
cafeeira.
Como exemplo, podemos citar as três últimas
ocorrências: nos anos de 2007/08, 2014/15
e 2020/21 a cafeicultura mundial vivenciou o impacto
da alteração dos padrões de chuva, com consequente
déficit hídrico e elevação das temperaturas,
o que abalou a produtividade e a qualidade do
café, assim como ocasionou aumento na ocorrência
de pragas e doenças nas lavouras cafeeiras.
Portanto, é evidente que a influência dos fatores
climáticos se tornou um dos, se não o maior desafio
da cafeicultura mundial. Para evidenciar ainda
mais este desafio, consideremos o momento atual: a
irregularidade e má distribuição das chuvas durante
o ano de 2020, com déficit hídrico severo aliado
às altas temperaturas, ocasionaram perdas além
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