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Anuário Café 2021

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MERCADO

país seja duas vezes maior que o consumo de chá.

A analista Angelica Salado, em seu relatório, indica

que o formato de maior consumo segue sendo

o de grãos e que, dado o espaço limitado das residências

no Japão, mesmo prezando pelo atributo

conveniência, o formato de cápsulas tende a ter queda

em seu ritmo de crescimento.

Apesar de não constar no referido relatório dos

cinco países mais promissores para o mercado de

café da Euromonitor International, temos que destacar

um fenômeno que vem tornando diversos

países, até então não tradicionais, em mercados

altamente promissores para o agronegócio café:

asiáticos e orientais estão cada vez mais adotando

hábitos de consumo do Oriente e, dentre eles, o de

tomar um cafezinho.

Se pegarmos um mapa mundi e fizermos um círculo

naquela região do globo passando pela China,

Japão, Filipinas, Indonésia e Índia, temos mais da

metade da população mundial. O consumo daquela

região em números ainda deixa a desejar, mas ao

analisarmos o crescimento percentual do consumo,

acima da média mundial, atrelado ao tamanho da

população que habita aqueles países, percebemos o

real potencial de crescimento do consumo existente

no mundo.

A questão é que, enquanto vivenciamos um cenário

consumidor repleto de estímulos, a produção

segue repleta de desafios...

Obstáculos

Os maiores desafios dos cafeicultores são aqueles

que dificilmente se consegue ter controle. Dentre

os principais, podemos citar dois como os mais

intrigantes:

Intempéries climáticas: o comportamento das

condições climáticas, em cada uma das fases fenológicas

do cafeeiro, interfere em seu desempenho

produtivo. As condições de déficit hídrico, das

quais o mundo passa aliado às altas temperaturas,

prejudicam diretamente a qualidade e a produção

de café no mundo, além de distorcer o volátil mercado

cafeeiro.

Ao considerarmos as duas últimas décadas, é

possível notar que a produção mundial de café vem

crescendo, entretanto, não de modo contínuo, pois

a cada cinco ou seis anos, as condições climáticas

impactam de modo negativo, causando retração

na produção aquém do fator bienalidade da cultura

cafeeira.

Como exemplo, podemos citar as três últimas

ocorrências: nos anos de 2007/08, 2014/15

e 2020/21 a cafeicultura mundial vivenciou o impacto

da alteração dos padrões de chuva, com consequente

déficit hídrico e elevação das temperaturas,

o que abalou a produtividade e a qualidade do

café, assim como ocasionou aumento na ocorrência

de pragas e doenças nas lavouras cafeeiras.

Portanto, é evidente que a influência dos fatores

climáticos se tornou um dos, se não o maior desafio

da cafeicultura mundial. Para evidenciar ainda

mais este desafio, consideremos o momento atual: a

irregularidade e má distribuição das chuvas durante

o ano de 2020, com déficit hídrico severo aliado

às altas temperaturas, ocasionaram perdas além

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