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Anuário Café 2021

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MERCADO

Sob o refúgio de uma xícara de café produz-se

reflexão articulada sobre sua realidade existencial

(mal-estar), pautada pela abundância de mortos associada

às imagens de covas escavadas em ritmo exponencial

e dos velórios expedidos.

Realidade

A safra de café 2019/20, no Brasil, foi recorde

histórico. Mais elevadas produtividades foram obtidas

por meio do emprego de tecnologia agronômica

de ponta (safra zero, irrigação, podas de condução,

manejo da fertilidade, fitossanitário e das

espécies invasoras), inclusive iniciando os primeiros

passos na chamada agricultura 4.0.

Favoráveis condições climáticas, nos mais distintos

cinturões produtores, ofereceram qualidades

excepcionais à bebida. Ademais, houve plena

recuperação da produção de conilon capixaba.

As medidas adotadas contrariaram os cenários

previstos e evitaram grandes dificuldades na contratação

de mão de obra decorrente das restrições sanitárias

impostas para reduzir a circulação do vírus.

Constituiu-se, portanto, em safra ímpar na

história econômica da lavoura no País. Estimativa

elaborada pelo Conselho dos Exportadores

de Café do Brasil (CECAFE) indicam que a comercialização

do produto gerou receita global de

R$ 39,2 bilhões!

Desafios

vegetativo da população, sempre haverá crescimento

do quantum de alimentos demandados, imunizando

o segmento contra impactos de movimentos

adversos provindos da restrição econômica.

Por outro lado, as políticas de entrega monetária

direta às populações empobrecidas foram, majoritariamente,

direcionadas para a compra de alimentos,

alavancando sua oferta e antecipando uma

retomada econômica.

No decorrer da pandemia houve aumento no

consumo de café em inúmeros mercados relevantes

para a bebida. Aparentemente, os indivíduos buscaram

numa xícara de café o conforto necessário para

enfrentar o confinamento/quarentena.

Fotos: Shutterstock

Apesar dos desafios logísticos, as exportações

do agronegócio brasileiro permaneceram operando

em capacidade ampliada pelos esforços portuários,

registrados no período recente e pela eficiência

do comércio exportador.

Após contabilizar embarques recordes em 2019

de 40,70 milhões de sacas (todos os tipos em equivalente

verde), o ano que se encerrou promoveu um

novo salto nas exportações de café, que totalizaram

44,52 milhões de sacas, ou seja, expansão de

9,38%, frente a igual período do ano anterior, assinalando,

com esse montante, novo recorde de exportações

brasileiras de café.

A cada temporada, o Brasil amealha mais expressiva

fatia do mercado internacional da bebida,

mérito esse que deve ser partilhado pelos cafeicultores

(esforço pela melhoria da qualidade) e

pela excelência das empresas atuantes no comércio

exterior de café.

A crescente participação do café brasileiro no

market share internacional do comércio da bebida

reflete-se primeiramente em perda de fatias

de mercado dos nossos principais concorrentes e,

paralelamente, no aumento do resultado cambial

amealhado pelo País.

Contabilizando o saldo apurado em 2020 com

aquele obtido em 2019, houve expansão de 7,0%

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