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MERCADO
Sob o refúgio de uma xícara de café produz-se
reflexão articulada sobre sua realidade existencial
(mal-estar), pautada pela abundância de mortos associada
às imagens de covas escavadas em ritmo exponencial
e dos velórios expedidos.
Realidade
A safra de café 2019/20, no Brasil, foi recorde
histórico. Mais elevadas produtividades foram obtidas
por meio do emprego de tecnologia agronômica
de ponta (safra zero, irrigação, podas de condução,
manejo da fertilidade, fitossanitário e das
espécies invasoras), inclusive iniciando os primeiros
passos na chamada agricultura 4.0.
Favoráveis condições climáticas, nos mais distintos
cinturões produtores, ofereceram qualidades
excepcionais à bebida. Ademais, houve plena
recuperação da produção de conilon capixaba.
As medidas adotadas contrariaram os cenários
previstos e evitaram grandes dificuldades na contratação
de mão de obra decorrente das restrições sanitárias
impostas para reduzir a circulação do vírus.
Constituiu-se, portanto, em safra ímpar na
história econômica da lavoura no País. Estimativa
elaborada pelo Conselho dos Exportadores
de Café do Brasil (CECAFE) indicam que a comercialização
do produto gerou receita global de
R$ 39,2 bilhões!
Desafios
vegetativo da população, sempre haverá crescimento
do quantum de alimentos demandados, imunizando
o segmento contra impactos de movimentos
adversos provindos da restrição econômica.
Por outro lado, as políticas de entrega monetária
direta às populações empobrecidas foram, majoritariamente,
direcionadas para a compra de alimentos,
alavancando sua oferta e antecipando uma
retomada econômica.
No decorrer da pandemia houve aumento no
consumo de café em inúmeros mercados relevantes
para a bebida. Aparentemente, os indivíduos buscaram
numa xícara de café o conforto necessário para
enfrentar o confinamento/quarentena.
Fotos: Shutterstock
Apesar dos desafios logísticos, as exportações
do agronegócio brasileiro permaneceram operando
em capacidade ampliada pelos esforços portuários,
registrados no período recente e pela eficiência
do comércio exportador.
Após contabilizar embarques recordes em 2019
de 40,70 milhões de sacas (todos os tipos em equivalente
verde), o ano que se encerrou promoveu um
novo salto nas exportações de café, que totalizaram
44,52 milhões de sacas, ou seja, expansão de
9,38%, frente a igual período do ano anterior, assinalando,
com esse montante, novo recorde de exportações
brasileiras de café.
A cada temporada, o Brasil amealha mais expressiva
fatia do mercado internacional da bebida,
mérito esse que deve ser partilhado pelos cafeicultores
(esforço pela melhoria da qualidade) e
pela excelência das empresas atuantes no comércio
exterior de café.
A crescente participação do café brasileiro no
market share internacional do comércio da bebida
reflete-se primeiramente em perda de fatias
de mercado dos nossos principais concorrentes e,
paralelamente, no aumento do resultado cambial
amealhado pelo País.
Contabilizando o saldo apurado em 2020 com
aquele obtido em 2019, houve expansão de 7,0%
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