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ESPECIAIS
Resgatar memórias é um momento muito
importante para o mundo onde a nossa
linguagem tem a mesma essência. E nesse
ano de 2021, vamos recordar um fato muito importante
para o desenvolvimento da pesquisa que
aconteceu no ano de 1971, há 50 anos.
Vamos fazer uma homenagem ao professor
João da Cruz Filho, engenheiro agrônomo, fitopatologista
da Universidade Federal de Viçosa
(UFV), que devido o aparecimento do primeiro
foco de ferrugem do cafeeiro no Brasil, em janeiro
de 1970, e sua disseminação por todas as zonas
cafeeiras do País, vários pesquisadores passaram a
procurar soluções de combate à doença.
Entre eles, o professor João da Cruz Filho, que
em 1971, como parte do esforço integrado de pesquisa
e desenvolvimento pela Universidade Federal
de Viçosa e Epamig, realizou estudos presenciais
no Centro de Investigação das Ferrugens do
Cafeeiro (CIFC), em Oeiras – Portugal, de onde o
professor João da Cruz trouxe para o Brasil as variedades
de Catimores e o híbrido Timor.
Com o intuito de iniciar um programa de melhoramento
do cafeeiro para a obtenção de variedades
resistentes à ferrugem, ele entrou em contato
com instituições de pesquisa de outros países,
de onde recebeu farto material genético, alguns já
em adiantada fase de melhoramento.
Deste material, o que apresentou melhores resultados,
não só em Viçosa como também em Três
Pontas, Ponte Nova, Caratinga (Minas Gerais) e
em Marilândia (Espírito Santo) foi o Catimor, resultado
do cruzamento da variedade brasileira Caturra
com o híbrido Timor, um cruzamento inicialmente
feito em Portugal no CIFC.
Clones diferenciadores de raças
fisiológicas de Hemileia vastatrix
Os clones que distinguem raças fisiológicas de
Hemileia vastatrix são extremamente importantes
para programas de melhoramento do cafeeiro, visando
conhecer a variabilidade fisiológica do fungo
na natureza e a produção de variedades resistentes.
Na década de 1960, somente o Instituto Agronômico
de Campinas havia recebido de Oeiras,
Portugal os clones diferenciadores de Coffea arabica
e híbridos interespecíficos. Com o surgimento
da ferrugem do cafeeiro no Brasil, em1970, o Departamento
de Fitopatologia da Universidade Federal
de Viçosa, tendo como chefe o então saudoso
professor Geraldo Martins Chaves, iniciou
um programa de obtenção de variedades de café
resistentes à ferrugem na UFV.
Para a felicidade do professor Chaves, UFV e de
toda a comunidade científica nacional e mundial, o
saudoso professor João da Cruz Filho se dispôs a
ir até Portugal para tentar trazer os clones para a
UFV.
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