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ESPECIAIS
um impacto muito grande, porque sabendo o que
se está produzindo, também se sabe onde investir
para otimizar a qualidade, melhorar os processos,
ver qual se adapta melhor à nossa região, qual
empregar em cada safra e qual o melhor resultado.
Todo começo de safra fazemos uma triagem e
foi assim que chegamos ao café campeão do Cup
of Excellence”, explica o irmão mais velho.
A história de qualificação dele no café também
cruza o caminho da BSCA em outras ocasiões.
“Tive a oportunidade de ser juiz do Cup of Excellence
por duas vezes. Em uma delas, em 2017,
tive o orgulho de fazer parte da equipe de apoio
em Venda Nova (do Imigrante), na nossa cidade, e
foi assim que vi cafés de elevado padrão e passei a
almejar esse know how que muitos produtores têm
e lutam para manter na produção de cafés de excelência”,
recorda.
Lucas Louzada, professor do Ifes e responsável
pelo direcionamento de Luiz Henrique ao nicho
de cafés especiais, celebra o resultado alcançado
pelo aluno e seu irmão. “Para nós, é uma alegria
imensa ver o que foi aplicado na sala de aula e nos
laboratórios refletir na vida destes egressos, jovens
que receberam formação acadêmica e estão conseguindo
empreender, ousar e realizar coisas grandes
com a produção de cafés especiais”, comemora.
Para ele, o campus de Venda Nova do Imigrante
do Ifes se transformou em um grande celeiro de
formação de provadores de cafés especiais e capacitador
de jovens produtores. “Acredito que o conceito
de laboratório ‘portas abertas’ é o diferencial.
Todos são bem-vindos, os produtores são atendidos
por nossos alunos, que são treinados e ficam sob
supervisão dos professores, caso seja necessária alguma
intervenção técnica. Os alunos possuem um
ambiente inovador, empreendedor e que possibilita
a integração com a comunidade”, revela.
O professor Moreli também salienta o fato de
esses jovens se constituírem exemplos de sucessão
familiar bem-sucedida. “Por meio dos treinamentos
dados com cursos de cafés especiais, temos conseguido
levar para o campo, à unidade produtiva,
aquilo que é o maior paradigma da geração de tecnologia.
A academia a gera, mas a extensão tem
dificuldade em empregar. Porém, por meio desses
treinamentos que desenvolvemos, conseguimos
trazer pai e filho e a melhor absorção por parte dos
jovens tem alavancado o campo”, pontua.
O café campeão
Dotados do conhecimento adquirido, os irmãos,
a cada safra, realizam a classificação de seus
cafés, sendo especiais ou não. Para o Cup of Excellence,
eles contavam com 60 lotes provados,
a partir dos quais, selecionaram os 10 principais
Shutterstock
e afunilaram até chegar aos melhores cinco, que
“blendaram” para preparar a amostra inscrita no
concurso.
“Esse café que ‘blendamos’ contém notas com
alto teor de melaço, leve direcionamento de sabor
para capim-limão, cítrico e também notas de mel.
Quando agrupamos isso, essas nuances ficaram
muito nítidas, o café ficou muito balanceado e não
existia adstringência, ficou um café com um potencial
muito alto, o que fez com que a gente acreditasse
em uma conquista futura com esse lote, preparado
especificamente para o Cup of Excellence, que
acabou campeão”, descreve Luiz Ricardo.
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