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| ERGO SOFY NOVA ALMOFADA ERGONÓMICA E REVOLUCIONÁRIA |

<

NÚMERO 314

MENSAL

MARÇO 2021

BURNOUT

NOS PROFISSIONAIS

DE SAÚDE

O QUE PODEMOS

FAZER PARA OS

AJUDAR?

DISTÚRBIOS

DO SONO

CONSELHOS

PRÁTICOS E FÁCEIS

DOENÇA RENAL

Sinais de alerta

DOENÇAS QUE MAIS

AFETAM E PREOCUPAM AS

MULHERES

• VARIZES E CONGESTÃO PÉLVICA • OSTEOPOROSE

• ARTRITE REUMATOIDE • CANCROS GINECOLÓGICOS

PREÇO CONTINENTE

2,80€



[SUMÁRIO SAÚDE]

6

10

14

16

18

20

22

24

26

28

32

34

38

40

42

46

48

50

56

60

62

ESPECIAL MULHER

Cancros no feminino

ESPECIAL MULHER

Varizes e síndrome de congestão

pélvica: grande impacto na mulher

ESPECIAL MULHER

Artrite reumatoide: mulheres em

risco, mas com excelente prognóstico

ESPECIAL MULHER

Osteoporose: pesadelo evitável

ESPAÇO SOFY

Nova almofada ergonómica

e revolucionária

NUTRIÇÃO

Chegou à menopausa?

Saiba que alimentos deve incluir

na sua alimentação

NUTRIÇÃO

Dieta da convalescença

NUTRIÇÃO

Esteróis vegetais contra o colesterol

CARDIOLOGIA

Risco vascular e covid-19

ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL

Mais energia e coração mais forte

NEFROLOGIA

Doença renal crónica:

sinais de alerta

OFTALMOLOGIA

Adiar a saúde ocular

pode ter graves consequências

SAÚDE ORAL

5 dicas para um sorriso bonito

e saudável

OTORRINO

Perdas auditivas:

é importante procurar ajuda

PSICOLOGIA

Burnout nos profissionais de saúde

ESPAÇO AMPLIPHAR

Como combater a falta

de concentração e memória?

PSICOLOGIA

Stress pós-traumático

MEDICINA DO SONO

Distúrbios do sono:

consequência da pandemia

FITNESS

Fique em forma com a ajuda

das novas tecnologias

DERMATOLOGIA

Dermatite atópica

ALTERNATIVAS

Acupuntura: benefícios comprovados

ESPECIAL MULHER

Cancros no feminino 6

PSICOLOGIA

Burnout nos profissionais de saúde:

o que podemos fazer para os ajudar? 42

Siga-nos em

www.saudebemestar.com.pt

Textos redigidos ao abrigo

do Novo Acordo Ortográfico

OFTALMOLOGIA

Adiar a saúde ocular

pode ter graves consequências 34

MEDICINA DO SONO

Distúrbios do sono:

consequência da pandemia 50

As rubricas designadas por ESPAÇO são da exclusiva responsabilidade das empresas, marcas ou autores mencionados.

Estatuto editorial em www.saudebemestar.com.pt

Todos aqueles que tenham fatores de risco,

nomeadamente hipertensão ou doença

cardiovascular, devem vacinar-se na primeira

oportunidade que lhes for dada

PROF. MANUEL CARRAGETA,

presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia

> MARÇO 2021 <

3


[SAÚDE OBSERVAÇÃO]

PANDEMIA

CRIOU UM CONSUMIDOR

MAIS EMOCIONAL E EXIGENTE

EM 2021, a componente emocional estará,

mais do que nunca, na origem das decisões

do consumidor. A pandemia está a deixar

uma pegada profunda nos hábitos de consumo

em todo o mundo, e representa já a maior

mudança comportamental das últimas décadas.

Estas são algumas das conclusões apontadas

no relatório “Tendências do Consumidor 2021”,

publicado no IDEAS, o think tank de liderança e

conhecimento da consultora LLYC.

De acordo com o estudo, a empatia das marcas

será quase obrigatória para entender este novo

consumidor, que está, há um ano, imerso na tensão

emocional da pandemia. É um cidadão global

que se reconectou com o essencial e que buscará,

mais do que nunca, a perceção de um lar saudável

e seguro, onde a saúde mental deixou de ser

um tabu e passa a fazer parte das conversações

do dia a dia.

A nova forma de consumir confere à logística

um papel protagonista: o consumidor exige uma

disponibilidade imediata dos produtos de que

precisa, mas também caminhamos para novos

modelos de cidade onde a proximidade e o consumo

local primam. A crise económica acentua

o conceito de acessibilidade e affordability dos

produtos. Além disso, exige uma maior responsabilidade

por parte das marcas – que estão a ser

obrigadas a repensar as suas estratégias de retail

e publicidade, devido ao aumento do teletrabalho

e da emergência do e-commerce.

David González Natal, diretor de Consumer

Engagement da LLYC, reconhece que “radiografar

o consumidor nascido de uma pandemia tem

sido um desafio, porque nunca tínhamos passado

por uma mudança tão rápida de tendências fruto

da adaptação ao novo contexto. É uma oportunidade

para todos, mas as marcas terão de

entender bem o novo cidadão que emergiu deste

contexto e colocar-se, mais do que nunca, na sua

pele se quiserem ter êxito nas suas propostas de

valor”.

Para Marlene Gaspar, diretora de Engagement

e Digital em Portugal, “a (r)evolução que estamos

a viver passa por uma mudança

radical na forma como nos relacionamos

e por um regresso aos

aspetos mais primários e às garantias

de segurança. Os consumidores

exigirão das marcas mais um passo

no seu compromisso com as pessoas

para estarem mais perto delas

e criarem uma diferença real nas

suas vidas; quer seja em termos de

empatia e de ligação emocional,

quer seja através de aspetos mais

racionais, como a proximidade e a

prontidão no momento de responder

às suas necessidades. Mais do

que informação comercial, esperam

que se posicionem e opinem

frente a temas sociais e políticos”.

IMPACTO

DA COVID-19

NA DIABETES

A Associação Protetora

dos Diabéticos de Portugal

alerta para o impacto da

pandemia covid-19 nas

pessoas com diabetes e

reforça os riscos resultantes

da interrupção nos cuidados

de saúde. Para João Filipe

Raposo, diretor clínico da

APDP, a pandemia está a

promover “uma desigualdade

crescente no acesso aos

cuidados de saúde que, por

toda a Europa, estão, quase

em exclusivo, dedicados

ao combate à Covid-19”.

VACINAÇÃO

EM DRIVE-THRU

A Câmara Municipal do

Porto, o Centro Hospitalar

Universitário de São

João, o Centro Hospitalar

Universitário do Porto

e a Unilabs Portugal

apresentaram recentemente

o primeiro centro de

vacinação covid-19 em Drive-

Thru, no Queimódromo do

Porto. A Câmara Municipal

do Porto assegura a gestão

das pessoas que serão

vacinadas, operacionalizando

a sua mobilização. A CMP

pretende com este teste

piloto preparar a cidade

para um processo seguro

e robusto de vacinação,

em larga escala, assim que

houver vacinas para as 2ª

e 3ª fases de vacinação.

> MARÇO 2021 <

4

Saúde, segurança, proximidade, disponibilidade de

produtos ou o seu preço definem os novos hábitos de

consumo; as marcas devem ser mais empáticas e repensar

a sua estratégia para se adaptarem ao novo consumidor


HYALU-

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(% de voluntárias de acordo e tendencialmente de acordo com a alegação)

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[ESPECIAL MULHER]

O CANCRO É A DOENÇA QUE MAIS

ALARMA OS PORTUGUESES.

EM PARTICULAR, OS CANCROS

GINECOLÓGICOS E O CANCRO DA

MAMÃ - ESTE COM A RESPETIVA

INCIDÊNCIA A AUMENTAR DE

FORMA INQUIETANTE - ESTÃO

NA BASE DAS PREOCUPAÇÕES

FEMININAS AO NÍVEL DA SAÚDE.

O

CANCRO É A DOENÇA que mais preocupa

os portugueses, segundo um estudo

recente. Taxas de mortalidade elevadas e

familiares com doença oncológica são as duas razões

mais apontadas para justificar a inquietação com o

cancro.

A aposta na prevenção e diagnóstico precoce da

doença oncológica devem ser uma prioridade. Nos

cancros ginecológicos e da mama, quando a doença

é detetada numa fase inicial, na maior parte

das vezes, o tratamento é simples e não deixa

sequelas. Pelo contrário, quando o diagnóstico

é tardio, torna-se comum não haver propostas

curativas. Esta é a mensagem que devemos

difundir, no sentido de alcançarmos uma

melhor saúde feminina. A estratégia deverá

focar-se na prevenção da doença

e promoção da saúde.

CANCROS

NO FEMININO

6


DIFERENTES TIPOS

DE CANCRO DO ÚTERO

O útero é a parte do corpo da mulher

onde se desenvolve o feto, se ela estiver

grávida. O órgão divide-se em colo do útero

e corpo do útero. O corpo do útero possui

uma fina camada de revestimento interno

(o endométrio) e uma espessa camada

externa (o miométrio).

O cancro uterino ocorre quando as células

normais do útero se transformam em

células anormais e crescem de forma

descontrolada.

Existem diferentes tipos de cancro uterino,

mas a maioria começa nas células

revestimento interno, ou seja, no endométrio.

O cancro uterino pode ocorrer em

mulheres de qualquer idade, mas é muito

mais comum em mulheres após a menopausa.

O sinal mais comum do cancro uterino é

a hemorragia vaginal anormal, que se pode

manifestar por:

4perdas de sangue entre os ciclos menstruais;

4período menstrual mais intenso do que

o normal;

4qualquer perda de sangue vaginal

(mesmo pequenas gotículas) na mulher

após a menopausa.

A hemorragia vaginal anormal pode ser

causada ​por outras causas não oncológicas.

No entanto, deverão sempre constituir

um sinal de alerta importante e motivar

avaliação médica ginecológica.

Pelo

PROF. DR. HÉLDER

FERREIRA

MD, PhD, MBA. Coordenador

da Unidade de Cirurgia

Minimamente Invasiva

Ginecológica e Endometriose

do Centro Hospitalar do Porto,

Universidade do Porto

endométrio

ovários

colo do útero

vagina

CANCRO DO ENDOMÉTRIO

O cancro do endométrio é a doença maligna ginecológica mais comum em países

desenvolvidos e a segunda mais comum em países em desenvolvimento.

Para fazer o diagnóstico da doença oncológica da cavidade uterina, a execução de

uma histeroscopia, exame realizado pelo ginecologista, é de particular importância.

A histeroscopia, além de possibilitar a observação endoscópica direta do interior

do útero, permite realizar simultaneamente uma biopsia dirigida de qualquer lesão

suspeita identificada.

Comprovado o diagnóstico de cancro do endométrio, nas mulheres com tumores

localizados e de baixo risco de recorrência, a cirurgia, por si só, é frequentemente

curativa.

A abordagem cirúrgica minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica), com

identificação do gânglio-sentinela (técnica de fluorescência), constitui a opção

atual mais recomendada para tratamento e estadiamento do cancro do endométrio,

associando-se a menores taxas de complicações e internamentos mais curtos.

Mulheres com doença de risco intermédio ou alto podem beneficiar com o tratamento

complementar de radioterapia (radiação que “elimina” as células cancerosas)

ou/e quimioterapia (medicamentos que “eliminam” as células cancerosas ou

impedem seu crescimento).

CANCRO DO COLO DO ÚTERO

O cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais frequente nas mulheres,

representando 7,7% das mortes femininas por cancro em todo o mundo. Nos países

em desenvolvimento, consiste no cancro ginecológico mais comum. Na Europa, são

diagnosticados cerca de 58 mil novos casos todos os anos e quase metade acabam

por ser fatais. O cancro do colo do útero é o terceiro mais frequente nas mulheres

portuguesas com menos de 50 anos.

Quase todos os cancros do colo do útero são causados por um vírus chamado

HPV (papilomavírus humano), que se transmite pelo contacto pele a pele e pela

relação sexual. Qualquer mulher está em risco e o risco persiste durante toda a vida.

O vírus infeta 75 a 80% das pessoas sexualmente ativas. O cancro do colo do útero

manifesta-se, na grande maioria dos casos, após vários anos de infeção persistente.

Já existem vacinas que evitam a infeção pelo HPV. Esta vacina está disponível

para homens e mulheres e é mais eficaz quando administrada antes de iniciar a

atividade sexual. Mas também pode conferir proteção após o início da atividade

sexual.

Uma outra forma de prevenção é a realização de rastreios (citologia cervicovaginal

ou teste papanicolau) para a deteção e diagnóstico precoce de lesões

pré-malignas ou até mesmo da doença maligna em fase inicial, de forma a tratar

a doença precocemente. É, por isso, aconselhado o exame ginecológico regular. O

tratamento de células pré-cancerosas pode evitar que se transformem em cancro

do colo do útero.

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7


[ESPECIAL MULHER]

> MARÇO 2021 <

8

Alguns casos de cancro do colo do útero

são tratados com cirurgia para remover

o tumor, com remoção do colo do útero,

corpo do útero e parte superior da vagina

- chamada histerectomia radical; ou

remoção total ou parcial do colo do útero,

mas deixando o útero no lugar - este tipo

de cirurgia é feito apenas em situações

especiais. Outras opões para quadros mais

avançados podem incluir quimioterapia e/

ou radioterapia.

SARCOMAS DO ÚTERO

Os sarcomas do útero são tumores malignos

do tecido mesenquimatoso. São muito

pouco prevalentes, representando cerca

de 3 a 7% de todos os cancros uterinos.

Contudo, a sua raridade e diversidade

têm dificultado a abordagem diagnóstica

e terapêutica.

As mulheres devem ter conhecimento destas

patologias, estarem sensibilizadas para a

importância dos rastreios e valorizarem os sintomas,

procurando orientação médica atempada

CANCRO DO OVÁRIO

O cancro do ovário é o sétimo cancro

mais comum nas mulheres em todo o

mundo e é responsável por quase 4% de

todos os novos casos de cancro na mulher.

É também a oitava causa mais comum de

morte por cancro no mundo.

O cancro do ovário ocorre quando as

células normais do ovário se transformam

em células anormais e crescem de forma

descontrolada. O risco de cancro de ovário

aumenta com a idade (maior prevalência

entre os 50 e 65 anos), com apenas 10 a

15% dos casos diagnosticados antes da

menopausa. Por vezes, o cancro do ovário

tem história familiar positiva.

Os sintomas do cancro do ovário podem

incluir dor e distensão abdominal, sensação

de saciedade que dificulta a ingestão

de alimentos ou necessidade de urinar

com frequência. Estas manifestações são

comuns e também podem ser causados ​

por outras doenças. Muitas mulheres não

apresentam sintomas e descobrem que

têm um cancro de ovário tardiamente,

por exemplo, quando uma massa pélvica

é encontrada num exame ginecológico de

rotina ou num exame de imagem feito por

um outro motivo.

A única forma de saber, com total certeza,

se uma mulher tem cancro do ovário

é através da remoção cirúrgica do ovário

(massa pélvica). Durante a cirurgia, normalmente

um outro médico (anatomopatologista)

examina as células do ovário

ao microscópio para verificar se há células

cancerígenas.

Se houver tumor, o médico continuará

a cirurgia e tratará o cancro removendo

o máximo possível. Na maioria das vezes,

isso envolve fazer uma cirurgia chamada

“histerectomia total com salpingo-ooforectomia”.

Para esta cirurgia, o ginecologista

remove os ovários, as trompas que

conectam os ovários ao útero e o útero. Se

o cancro se espalhou para outros órgãos

próximos, o médico pode ter de remover

partes deles.

O tratamento do cancro do ovário, geralmente,

impede a mulher de engravidar.

Mas, para algumas mulheres, pode ser

possível planear o tratamento de forma

que a gravidez ainda seja possível.

CANCRO DA VAGINA

O cancro da vagina é raro, representando

1 a 2% dos tumores malignos ginecológicos.

Está mais frequentemente localizado

no terço superior da parede posterior da

vagina. É mais prevalente na pós-menopausa,

em mulheres com idade média de

70 anos.

Na mulher jovem, o cancro da vagina

parece estar a aumentar a sua incidência,

estando relacionado ao cancro do colo

do útero, com persistência de infeções de

HPV de alto risco, sobretudo num contexto

de prevalência de VIH.

CANCRO DA MAMA

Globalmente, o cancro de mama é a

doença oncológica mais frequentemente

diagnosticada na mulher e a principal

causa de morte por cancro na mulher.

Aproximadamente metade dos cancros

de mama recém-diagnosticados pode ser

explicada por fatores de risco conhecidos,

como idade da menarca, primeiro nascimento

vivo, menopausa e doença proliferativa

da mama. Outros 10% estão associados

a uma história familiar positiva. O

cancro de mama é muito mais comum nas

mulheres, embora também afete homens.

O cancro da mama acontece quando

as células normais da mama mudam e

crescem fora de controlo. Às vezes, as

pessoas descobrem que têm cancro da

mama porque palpam um nódulo em uma

das mamas. Os nódulos mamários podem

ser causados por doenças não oncológicas.

Mas é aconselhável verificar todos os

nódulos.

O exercício físico regular parece fornecer

proteção modesta contra o cancro da

mama. O consumo de álcool e o tabagismo

estão associados a um risco aumentado

de cancro da mama com uma relação

dose-resposta. Uma dieta rica em frutas e

vegetais, peixe e azeite pode resultar num

menor risco de cancro da mama.

CONCLUSÃO

Finalmente, é importante salientar que

as mulheres devem ter conhecimento destas

patologias oncológicas, estarem sensibilizadas

para a importância dos rastreios

e valorizarem as manifestações destas

doenças, procurando orientação médica de

uma forma atempada.

Em termos de política de saúde, devemos

cada vez mais apostar na prevenção

e deteção precoce da doença oncológica

na mulher.

Com respeito ao tratamento, é importante

seguirmos o caminho de uma menor

agressividade, adotando técnicas cirúrgicas

cada vez menos invasivas.

O futuro deverá passar por mais e

melhor saúde no feminino, com ganhos na

longevidade e qualidade de vida da mulher.



[ESPECIAL MULHER]

VARIZES e

de congestão

GRANDE IMPACTO NA MULHER

> MARÇO 2021 <

10

AS VARIZES SÃO VEIAS dilatadas

e tortuosas, evidentes a “olho nu”.

Nestas veias, o sangue reflui em

sentido contrário ao normal.

Extremamente frequentes, as varizes

podem atingir até 30% da população adulta,

segundo a maioria das estimativas. Mais

prevalentes nos países desenvolvidos, parecem

também predominar nas mulheres.

Diversas situações têm sido implicadas

como fatores associados ao seu aparecimento:

antecedentes familiares, obesidade,

uma ocupação que obrigue a longos

períodos de pé, tabagismo, sedentarismo,

tratamentos hormonais e uma dieta pobre

em fibras são apenas alguns exemplos.

Pela

DRA. JOANA

DE CARVALHO

Licenciada pela Faculdade de

Medicina da Universidade do

Porto. Especialista em Angiologia

e Cirurgia Vascular. Fellow of

the European Board of Vascular

Surgery.

Diretora – Allure Clinic

ENTRE AS PATOLOGIAS QUE ACOMETEM PREFEREN-

CIALMENTE O SEXO FEMININO, ENCONTRA-SE

A DOENÇA VENOSA. A SUA MANIFESTAÇÃO MAIS

ÓBVIA E COMUM É O DESENVOLVIMENTO DE

VARIZES. MENOS CONHECIDA, A SÍNDROME DE

CONGESTÃO PÉLVICA É UMA PATOLOGIA ASSOCIADA,

COM GRANDE IMPACTO NA MULHER.

QUAIS AS QUEIXAS

E COMPLICAÇÕES?

As manifestações são variadas. Muitas

pessoas notam desconforto nas pernas,

geralmente descrito como sensação de

peso. Por vezes, as varizes tornam-se elas

próprias localmente dolorosas.

O aspeto da perna também pode ser

alterado de diversos modos. Para além da

presença de pequeníssimas veias dilatadas

(frequentemente designadas como “derrames”

ou “raios”) ou de varizes propriamente

ditas, as pernas podem apresentar

edema (inchaço) e alterações da pele, que

pode ficar pigmentada (de cor acastanhada)

e/ou atrofiada.

Este processo culmina, por vezes, no

aparecimento de úlceras venosas, feridas

crónicas que surgem geralmente junto aos

tornozelos, que podem ser de difícil cicatrização,

levando vários meses, por vezes

anos, a cicatrizar.

A doença venosa crónica aumenta ainda

o risco de outros problemas dermatológicos,

nomeadamente eczema e infeções

cutâneas.

Além das complicações já descritas,

as varizes podem também ser sede de

tromboflebites. Trata-se de uma situação

que deve beneficiar de tratamento expedito,

uma vez que apresenta algum risco

de complicações sérias, nomeadamente

extensão da trombose para veias mais

profundas (trombose venosa profunda) ou

entrada em circulação de fragmentos do

trombo (embolia pulmonar).

Depois de instaladas algumas destas

complicações, tais como as alterações

cutâneas, dificilmente se obterá um resultado

ótimo. Contudo, muitas pessoas adiam

este tratamento, por desconhecimento ou

por medo.

QUANDO E COMO TRATAR?

O tratamento deve ser o mais precoce

possível, antes do agravamento da doença

e desenvolvimento de complicações. Portanto,

mesmo quando não causam quaisquer

sintomas, as varizes têm potencial

para gerar complicações e devem, por isso,

ser tratadas.

A estratégia de tratamento tem, obviamente,

de ser adaptada a cada caso.

São diversos os FÁRMACOS que se

podem recomendar, com vista a minimizar

os sintomas.

O uso de MEIAS DE COMPRESSÃO

ELÁSTICA ou de descanso é, muitas

vezes, aconselhável, mediante a adaptação

do tipo de meia à situação clínica.


síndrome

pélvica

Quanto aos métodos que visam a intervenção

direta sobre as varizes, fundamentalmente,

existem três grandes opções: a exérese cirúrgica;

a obliteração térmica mediante a passagem

de uma fibra de LASER ou de radiofrequência;

e a injeção de produtos esclerosantes ou

adesivos.

Muito mais do

que um problema

estético, as varizes

podem condicionar,

além de grande

incómodo e prejuízo

da qualidade de vida,

complicações diversas

4CIRURGIA DE VARIZES

A estratégia na cirurgia de varizes deve passar

sempre por tratar a “origem” das varizes,

na maioria dos casos a incompetência das

veias safenas. É o tratamento destas veias que

pode diferir e condicionar diferentes tempos de

recuperação, complicações e resultados.

4ABLAÇÃO ENDOVENOSA

POR RADIOFREQUÊNCIA

Cada vez mais são procurados métodos

menos invasivos e que envolvam menos complicações,

permitindo uma mais fácil e rápida

recuperação. Um dos métodos mais em voga

é a ablação endovenosa por radiofrequência.

Este é um procedimento minimamente invasivo

para o tratamento de varizes. É um método

alternativo ao clássico stripping da veia

safena (método de extração desta através de

uma incisão na virilha).

Este método utiliza a energia da radiofrequência

para aquecer a parede da veia, através

de um cateter que é colocado no seu interior,

por visualização ecográfica. O aquecimento

provoca encolhimento das fibras de colagénio

que fazem parte da parede do vaso. O diâmetro

da veia é reduzido e, simultaneamente, as proteínas

do sangue são desnaturadas pelo calor,

obliterando o vaso. Nos 10 a 12 meses seguintes,

a veia acaba por fibrosar completamente,

tornando-se indetetável ao exame ecográfico,

sem que, na realidade, tenha sido extraída.

Para este tipo de intervenção, a escolha do

método anestésico (local ou geral) é habitualmente

feita entre o médico e o doente.

> MARÇO 2021 <

11


[ESPECIAL MULHER]

> MARÇO 2021 <

12

Adicionalmente, são feitas incisões punctiformes

espaçadas sobre as varizes propriamente

ditas, através das quais estas

são extraídas. Estas são incisões muito

pequenas que não obrigam a qualquer tipo

de sutura e que, ao fim de algumas semanas,

são impercetíveis ou quase.

Após este tipo de procedimento, é expectável

a retoma da atividade habitual ao

longo dos 5 dias seguintes.

O doente é encorajado a deambular

precocemente após a intervenção e, em

alguns casos pode, mesmo retomar a sua

atividade laboral no próprio dia ou no dia

seguinte.

Neste tipo de procedimento, as complicações

são raras e o período de convalescença

diminuto.

4INJEÇÃO DE PRODUTOS

ESCLEROSANTES OU ADESIVOS

A ablação da veia pode ser conseguida

com injeção de espuma (uma mistura

de ar e de um agente químico, com uma

consistência que permite um maior e mais

prolongado contacto com a parede do vaso

a tratar) ou com uma cola específica para

uso endovenoso.

As técnicas a propor dependem sempre

de uma criteriosa avaliação da doença e do

doente em causa.

Além de tratar a causa das varizes,

pretende-se a sua eliminação, o alívio sintomático

e um bom resultado estético, com

o mínimo de complicações.

VARIZES PÉLVICAS

Nunca é de mais salientar a importância

de tratar as varizes desde a sua “fonte”.

Esta pode, em alguns casos, ter uma relação

direta com as varizes pélvicas, dando

origem à chamada síndrome de congestão

pélvica. Esta deve ser tratada, não só para

alívio dos sintomas que possa causar, mas

também para diminuir o risco de reaparecimento

de varizes nos membros inferiores

após um primeiro tratamento.

O QUE SÃO?

Varizes pélvicas são veias dilatadas, tortuosas

e com refluxo na cavidade pélvica,

isto é, dentro do baixo ventre, portanto,

não evidentes. Estas varizes acompanhamse,

por vezes, de varizes vulvares ou de

varizes na face interna das coxas ou nas

nádegas, o que deverá alertar para a possibilidade

da sua existência, motivando o

seu estudo.

QUAIS AS SUAS CAUSAS?

As causas das varizes pélvicas são pouco

conhecidas. Sabe-se que acometem predominantemente

mulheres jovens, mais

frequentemente as que tiveram duas a três

gravidezes.

Durante a gravidez, as veias pélvicas

são comprimidas pelo útero gravídico em

expansão, levando a um comprometimento

da drenagem venosa, de que resulta

refluxo (isto é, fluxo em sentido contrário

ao que era suposto) e, subsequentemente,

dilatação das veias.

Por outro lado, a gravidez caracteriza-se

por um aumento de fluxo sanguíneo a nível

pélvico, o que pode, por si só, contribuir

para o desenvolvimento da síndrome de

congestão pélvica.

Existem outras causas raras, como trombose

das veias ováricas e ausência de

válvulas venosas por mau desenvolvimento

congénito.

QUAIS OS SINTOMAS?

Dor na região pélvica e abdómen inferior

é o sintoma mais comum. Esta dor tem

um caráter crónico, arrastando-se, habitualmente,

por mais de 6 meses. É agravada

quando se está muito tempo de pé, com a

realização de esforços, durante o período

menstrual e durante ou após as relações

sexuais. Pode também verificar-se agravamento

de incontinência urinária.

Contudo, nem sempre há sintomas e,

muitas vezes, estes só se tornam evidentes

durante ou após a gravidez.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

O diagnóstico da síndrome de congestão

pélvica é, inicialmente, apoiado nos

sintomas e na presença de varizes típicas

(vulvares, na face interna das coxas ou

nas nádegas). A realização de eco-doppler

pélvico pode evidenciar a presença

de veias dilatadas, sendo, muitas vezes,

necessária a realização de eco-doppler

transvaginal, já que estes vasos podem ser

difíceis de estudar através do abdómen.

Pode ser necessário complementar este

estudo com outros meios de imagem não

invasivos, como a angio-ressonância ou o

angio-TAC.

QUAL O TRATAMENTO?

Em alguns casos, este quadro pode

melhorar com uma abordagem conservadora,

com a administração de medicamentos.

A resolução definitiva apenas com

recurso a fármacos é, porém, muito rara.

Quando é necessária uma intervenção,

o tratamento de eleição é a embolização

venosa. Este é um método minimamente

invasivo, realizado sob anestesia local,

através de uma picada na virilha (por

vezes, no pescoço).

Através desta punção, é colocado um

“tubo” (cateter) nas veias a estudar. É

por este cateter que se procede à oclusão

terapêutica das veias doentes. Tal é

conseguido com recurso à injeção de um

produto esclerosante e ao implante de um

ou mais dispositivos apropriados (plugs

ou coils).

Trata-se de um procedimento eficaz e

seguro, geralmente realizado em ambulatório

e com uma recuperação rápida e

confortável.

Muito mais do que um problema estético,

as varizes podem condicionar, além de

grande incómodo e prejuízo da qualidade

de vida, complicações diversas. Assim, o

seu tratamento está indicado e deve ser

o mais precoce possível, para garantir um

melhor e mais definitivo resultado.



[ESPECIAL MULHER]

Artrite

reumatoide

MULHERES EM RISCO,

MAS COM

EXCELENTE PROGNÓSTICO

A

ARTRITE REUMATOIDE (AR)

é uma das mais de 200 doenças

reumáticas e musculoesqueléticas,

todas elas diferentes, mas todas com um

tremendo impacto na vida de mais de 50%

dos portugueses.

De facto, mais de metade da população

adulta portuguesa sofre de, pelo menos,

uma doença reumática. De comum a todas

elas a incapacidade que provocam ou

podem provocar e a presença de dores e

alterações musculoesqueléticas com limitação

na capacidade de mobilização ou

de utilização das articulações e músculos.

A AR atinge em Portugal quatro vezes

mais a mulher que o homem e, como tal,

devemos estar atentos às queixas articulares,

nomeadamente se não tiverem uma

causa identificável ou se perdurarem por

semanas ou meses.

estão “perras” ou de difícil mobilização

pela manhã, prolongando-se essa rigidez

por mais de 30 minutos. Muitas das vezes,

essa rigidez prolonga-se por horas, levando

muitos doentes a levantar-se mais cedo

para conseguirem funcionar melhor quando

chegam ao trabalho.

Imagine uma dor numa qualquer articulação

com edema e limitação do movimento.

Muitos de nós, quer por acidente ou

por traumatismo, tivemos essa experiência.

Agora, imagine multiplicar isso por 10, 20

ou 30 articulações, com dores e limitação

durante semanas ou meses. Imagine que

isso se iria prolongar ao longo de toda a

sua vida. Que impactos provocaria?

Como cuidaria dos filhos? Como manteria

uma vida profissional ou social minimamente

ativa? Devemos pensar que o pico da

prevalência da doença é por volta do 40 a

55 anos, mas com muitas pessoas a iniciar

a doença muito antes disso, e que tal faixa

etária é também o pico da nossa atividade

laboral e social e que esta doença pode ter

um impacto significativo na vida e no futuro

das pessoas que são afetadas por ela.

DIAGNÓSTICO PRECOCE

FAZ A DIFERENÇA

Não sabemos muito relativamente às

causas da doença e porque aparece nalgumas

pessoas e não noutras, mas do

> MARÇO 2021 <

14

CARACTERÍSTICAS

INFLAMATÓRIAS

De característico, a AR atinge múltiplas

articulações, nomeadamente as pequenas

articulações das mãos e pés, mas pode

envolver muitas outras articulações. Como

doença reumática sistémica, pode envolver,

para além do sistema musculoesquelético,

órgãos como o pulmão, o coração ou os

olhos, entre outros.

Na artrite reumatoide, as dores são de

características inflamatórias, o que quer

dizer que são mais de manhã ou ao final

da noite, melhorando ao longo do dia, e

associando-se a uma sensação de rigidez

ou de “ferrugem” das articulações que


A ARTRITE REUMATOIDE

ATINGE QUATRO VEZES

MAIS A MULHER QUE

O HOMEM, MAS JÁ NÃO

É UMA CONDENAÇÃO.

ATUALMENTE, COM UM

DIAGNÓSTICO PRECOCE E

O SEGUIMENTO POR PARTE

DE UM REUMATOLOGISTA, É

POSSÍVEL INSTAURAR UMA

ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA

QUE CONFERE UM

EXCELENTE PROGNÓSTICO

FACE À DOENÇA.

que sabemos, a genética e o consumo de

tabaco são causas importantes de se vir

a desenvolver a doença. E se a genética

não controlamos, já o consumo de tabaco

depende da nossa escolha pessoal.

Mas ao pensar na artrite reumatoide,

devemos ter a noção que, felizmente, ao

longo dos últimos anos, muito foi descoberto

e melhorado no diagnóstico e no

tratamento destes doentes, e a incapacidade

e as limitações que víamos há 20

anos são, hoje em dia, muito raras.

Um diagnóstico precoce e a chegada

atempada ao reumatologista fazem

uma grande diferença no prognóstico

da doença. Um doente que seja diagnosticado

rapidamente, que mantenha um

seguimento regular em consulta de Reumatologia,

que é a especialidade central

no seguimento destes doentes, e que se

possa controlar a doença com medicação

dirigida, pode ter uma vida muito próxima

do normal.

E é, sem dúvida, no seguimento e nos

novos medicamentos que se assistiu a

uma autêntica revolução. Hoje, temos

diversas armas terapêuticas que podem

ser utilizadas e que permitem a melhoria

da atividade da doença no seu todo, com

o objetivo de se atingir a remissão ou a

baixa atividade da mesma.

PLANO

TERAPÊUTICO

O plano terapêutico deve passar por

medicação, exercício adaptado e controlo

do peso, bem como o retirar do tabaco.

A medicação é usada pelo reumatologista

de uma forma pensada, tendo em

conta a resposta daquele doente concreto.

As estratégias medicamentosas têm por

base a utilização de fármacos de primeira

linha de fácil manuseamento e, em caso

de resposta, podem manter-se por diversos

meses ou anos.

Contudo, em formas mais agressivas da

AR ou quando se perde a boa resposta aos

fármacos de primeira linha, podemos ter

de escolher outros fármacos que, sendo

mais complexos e com outro tipo de efeitos

adversos, têm uma excelente resposta.

Falo quer das terapêuticas biotecnológicas

(ou biológicos como são conhecidos) quer

os novos inibidores da JAK kinase, ambos

são medicamentos muito eficazes na gestão

do doente com artrite reumatoide e

que são utilizados apenas quando os medicamentos

de primeira linha falham.

ÁREA DE GRANDE

DESENVOLVIMENTO

A área das doenças reumáticas sistémicas,

como a artrite reumatoide, as

espondiloartrites, incluído a espondilite

anquilosante e a artrite psoriática e, mais

recentemente, o lúpus eritematoso sistémico,

são das áreas de maior desenvolvimento

de novos fármacos e novas abordagens

terapêuticas. Se há 20 ou 30 anos era

uma quase fatalidade ter-se uma artrite

reumatoide, hoje podemos, com o seguimento

pelo especialista em Reumatologia

e com uma boa estratégia partilhada entre

o reumatologista e o seu doente, ter uma

qualidade de vida bastante próxima do

normal e, sobretudo, ter um futuro próximo

ao de alguém da mesma idade, pensando

em trabalho, filhos, família, desporto, etc.

São, sem dúvida, bons tempos para ser

reumatologista e tratar doentes com artrite

reumatoide, pois temos a capacidade

para devolver às pessoas a sua vida, muito

mais que apenas dar-lhe um diagnóstico

e uma condenação. Das sensações mais

gratificantes de ser-se médico é poder

devolver a qualquer doente a capacidade

de voltar a viver, apesar da doença.

Pelo

DR. LUÍS CUNHA

MIRANDA

Assistente Graduado de

Reumatologia; Instituto

Português de Reumatologia

> MARÇO 2021 <

15


OSTEOPOROSE

NÃO OBSTANTE SER UMA DOENÇA

SILENCIOSA, existem alguns sinais

de alerta que nos devem fazer pensar

na existência de osteoporose ainda não diagnosticada:

perda de altura, rápida ou excessiva;

aparecimento de uma curvatura marcada

na região dorsal (cifose); dor de costas, entre

outros.

O grupo populacional com maior risco de

osteoporose é o das mulheres em pós-menopausa

(cerca de 30% das mulheres nesta

fase), pelo que devemos estar com especial

atenção a estes sinais, nesta fase da vida da

mulher. A nível mundial, estima-se que uma

em cada três mulheres e um em cada cinco

homens após os 50 anos irá sofrer uma fratura

osteoporótica. E ainda que a cada três segundos

ocorre uma fratura osteoporótica.

PESADELO

EVITÁVEL

A OSTEOPOROSE É UMA DOENÇA SILENCIOSA,

QUE COSTUMA PROGREDIR SEM QUALQUER

SINTOMA AO LONGO DOS ANOS, ATÉ AO

APARECIMENTO DA PRIMEIRA FRATURA.

FRATURAS DE FRAGILIDADE

O diagnóstico inicial da doença é frequentemente

realizado pelo médico de família no

indivíduo a partir dos 50 anos, através do teste

FRAX e/ou a densitometria óssea.

O tratamento da doença já instaurada passa

pela aquisição de hábitos saudáveis e uma

terapêutica farmacológica para aumentar a

massa óssea.

Quando, apesar de tudo, a doença progride,

frequentemente leva ao aparecimento das

fraturas osteoporóticas, também chamadas

“fraturas de fragilidade”. Estas refletem uma

perda da normal resistência do tecido ósseo,

provocando a falência da sua estrutura perante

um trauma de baixa energia, ou mesmo de

forma espontânea, perante uma carga normal

ou habitual.

> MARÇO 2021 <

16

RESULTADOS SATISFATÓRIOS

As fraturas osteoporóticas mais frequentes

são as localizadas a nível do punho (rádio

distal), ombro, coluna vertebral e anca. A sua

localização anatómica tem sido relacionada

com a diferente faixa etária em que acontecem,

sendo mais precoces as do punho e

ombro, seguidas das vertebrais e, por último,

das fraturas de anca.

No caso das fraturas de rádio distal e de

ombro, frequentemente obtém-se um resultado

satisfatório após o seu tratamento, seja este

conservador ou cirúrgico, e o doente consegue

uma aceitável recuperação da função e qualidade

de vida prévias. A redução correta da

fratura e uma reabilitação cuidadosa e atempada

são fundamentais para obter um bom

resultado final.


[MULHER ESPECIAL]

CONSEQUÊNCIAS MAIS SÉRIAS

Quando a fratura se localiza a nível da

coluna ou da anca, a limitação funcional

é mais marcada e pode ter consequências

mais sérias.

No caso da fratura vertebral, devemos

saber que são muito mais frequentes do

que pensamos, porque só se manifestam

como uma dor de costas, crónica ou

subaguda, que é considerada normal e

justificada pela idade avançada do doente,

não se dando a atenção devida e podendo

conduzir a repercussões mais sérias a

longo prazo.

A fratura vertebral de fragilidade

aumenta o risco para uma nova fratura em

2,3 vezes a nível da anca e em 4,4 vezes a

nível da coluna. Por vezes, o doente sofre

sucessivas fraturas de coluna, conduzindo

à chamada “cascata da fratura vertebral

osteoporótica”, situação que tem sérias

repercussões: deformidades da coluna com

perda de altura e alterações no equilíbrio,

diminuição do espaço nas cavidades torácica

e abdominal, alteração das funções

respiratória e digestiva, entre outras. Tudo

isto pode levar, a médio e longo prazo, à

fragilização progressiva do doente, com

um aumento da mortalidade de até 23

por cento.

Quando a fratura é a nível da anca, a

situação costuma ser ainda mais grave,

observando-se um importante aumento da

morbilidade e mortalidade (até 20 a 25 %

de óbitos no primeiro ano pós-fratura) e

uma perda da função prévia em até 60%

dos doentes. E isto acontece mesmo com o

melhor dos tratamentos cirúrgicos.

Pelo

DR. ANTÓNIO TIRADO

Ortopedista no CHULN- H.

Santa Maria (Lisboa) e

presidente da Sociedade

Portuguesa de Osteoporose e

Doenças Metabólicas (SPODOM)

O grupo populacional com maior risco

de osteoporose é o das mulheres

em pós-menopausa:

cerca de 30% das mulheres nesta fase

LACUNA DEMASIADO FREQUENTE

Tendo tudo isto em conta, quando aparece pela primeira vez um fratura de fragilidade

(frequentemente, a nível do punho), os profissionais de saúde devem considerar

que se trata de um doente com alto risco para nova fratura e que deve ser, por

isso, estudado e medicado adequada e precocemente. Na falta desta orientação,

deixamos uma lacuna com consequências sérias na saúde futura do doente. Este

tem sido um problema demasiado frequente, tanto a nível de centros de trauma

como de reabilitação e posterior seguimento dos doentes nos seus centros de saúde.

Perante uma aparente falta de responsabilização ou de conhecimento em anos

anteriores da chamada “assassina silenciosa”, a osteoporose, motivadora das fraturas

de fragilidade descritas, nos centros mais atualizados e modernos trabalha-se

em equipas multidisciplinares para conseguir o melhor acompanhamento e resultado

final nos doentes atingidos por este problema.

UNIDADES MULTIDISCIPLINARES

Assim, no território nacional têm aparecido progressivamente, embora ainda

de forma lenta, novas unidades multidisciplinares hospitalares que servem para

orientar não só as fraturas, como também o estudo e o tratamento da osteoporose

existente na maioria dos casos.

Esta abordagem tem sido aplicada mais facilmente nos doentes internados,

devendo ser progressivamente oferecida aos outros em que o tratamento é conservador

e realizado a nível domiciliário.

Estas novas unidades são conhecidas internacionalmente como “FLS” (Fracture

Liaison Services”) ou Unidades de Ligação de Fraturas. O seu objetivo primordial

é a prevenção secundária, procurando evitar novas fraturas de fragilidade em quem

já sofreu a primeira.

Parte fundamental deste trabalho é realizada a nível extra-hospitalar, com a

integração das unidades de cuidados primários e a inclusão dos doentes, sempre

que possível, em programas de prevenção de quedas. A sua implementação a nível

nacional, no seguimento do que já acontece em outros países da União Europeia,

deverá ser uma prioridade nos programas do Sistema Nacional de Saúde, num

futuro próximo.

> MARÇO 2021 <

17


[ESPAÇO SOFY]

ERGO-SOFY

NOVA ALMOFADA

ERGONÓMICA E REVOLUCIONÁRIA

PASSAMOS UM TERÇO DA NOSSA VIDA NA CAMA. SE NÃO TIVERMOS UMA

POSTURA CORRETA, DORMIR PODE TRANSFORMAR-SE NUMA FONTE DE DORES

E OUTRAS PERTURBAÇÕES. NO ENTANTO, ACABA DE CHEGAR AO MERCADO

DE SAÚDE UMA ALMOFADA REVOLUCIONÁRIA, CAPAZ DE PROPORCIONAR

UM DESCANSO REPARADOR, PARA ALÉM DE OUTROS BENEFÍCIOS.

ATUALMENTE, AS DORES DE

COSTAS afetam quase 90%

da população, em qualquer país

desenvolvido. E cerca de 50% das pessoas

desenvolvem dores cervicais, perturbação

que é um grande motivo de mal-estar e

perda de qualidade de vida.

A dor cervical implica o pescoço, os

ombros e os braços. Assim, a contratura

muscular reflexa que gera tende a provocar

torcicolo, ao mesmo tempo que provoca

o aparecimento de dores de cabeça

occipitais ou de tipo difuso, sendo, por

vezes, este o sintoma mais importante.

Além disso, a dor cervical tende a tornarse

crónica.

Estes são dados mais ou menos conhecidos.

Porém, o que muitos não sabem é que

este problema ter muito a ver com a forma

como dormimos, nomeadamente a almofada

em que dormimos. Dito de outra forma:

se lhe dói o pescoço e a cabeça ao acordar

ou sente tensão nas costas, provavelmente

está a usar a almofada errada.

NOVIDADE NO MERCADO DE SAÚDE

ERGO-SOFY é a nova almofada ergonómica,

com um design revolucionário, em

forma de duplo C, que acaba de chegar ao

mercado nacional.

O design inovador da almofada ERGO-

SOFY – aberta nas extremidades – permite

regulá-la e adaptá-la à forma do rosto,

proporcionando assim um maior conforto

durante a noite.

A almofada ERGO-SOFY foi concebida

para uma total ergonomia no posicionamento

da cabeça em todas as posições:

para cima, de lado e para baixo. É, de

resto, a única almofada que permite dormir

de cabeça para baixo.

Por outro lado, a almofada oferece

a possibilidade de aumentar a respetiva

altura em mais 6 cm, com a aplicação

da base SOFY, para assegurar o perfeito

alinhamento da coluna vertebral, qualquer

que seja a sua fisionomia.

Com a almofada ergonómica ERGO-

SOFY, o seu corpo ficará posicionado

corretamente, permitindo uma maior oxigenação

cerebral e evitando as temidas

dores cervicais.

PREVINE A FORMAÇÃO DE RUGAS

A nossa cabeça corresponde a cerca de

1/8 do peso total do corpo. Quando se

dorme de bruços ou de lado, a pressão da

cabeça sobre a almofada provoca rugas –

as chamadas “sleep lines” –, situação que,

com o passar dos anos, acaba por contribuir

para o envelhecimento da cútis.

A almofada ERGO-SOFY previne a formação

das “sleep lines” no rosto, pelo contacto

mínimo com a almofada, retardando

o envelhecimento precoce da pele.

Também é especialmente recomendada

após cirurgias faciais, como em casos de

rinoplastia, otoplastia ou lifting facial. Os

apoios da cabeça da ERGO-SOFY foram

estudados para atribuir mais conforto

e reduzir a pressão no rosto,

pelo peso da cabeça contra a

almofada durante a noite, permitindo

posições adequadas para o

pós-operatório.

18


Benefícios

da ERGO-SOFY

1. Concebida para adaptação natural

à anatomia da cabeça.

2. Ajuda na circulação do ar e favorece

a oxigenação.

3. Reduz a pressão e melhora a circulação

sanguínea.

4. O núcleo em espuma viscoelástica

torna-a modulável e mais adaptável a

todas a fisionomias.

5. Flexível, suave e macia, para o máximo

conforto.

6. Permite dormir de cabeça para baixo.

7. Novo conceito que ajuda a prevenir

rugas e retardar o envelhecimento.

8. Minimiza interrupções do sono ao usar

o sistema CPAP.

9. Minimiza o risco de reações alérgicas.

10. Evita a transpiração e mantém

a frescura durante o sono.

11. Permite dormir de auriculares.

12. Facilita a leitura de um livro na posição

deitado de lado.

SISTEMA CPAP

DEIXA DE SER PROBLEMA

As apneias são períodos de alguns segundos,

durante o sono, em que a pessoa deixa de respirar.

Estes episódios podem repetir-se dezenas de

vezes durante uma única noite, convertendo-se

num sério problema de saúde. Uma das técnicas

terapêuticas recomendadas é o uso do

sistema CPAP, um compressor de ar ligado a

uma máscara que se coloca no nariz durante o

sono. Através dele, o paciente recebe ar a uma

pressão constante. Não obstante a sua eficácia,

o sistema pode ser bastante incómodo de usar

com uma almofada tradicional.

A almofada ergonómica ERGO-SOFY foi

também estudada para minimizar as interrupções

do sono ao usar o sistema CPAP. Ficará,

assim, a salvo da apneia do sono e voltará a ter

um descanso reparador.

CONCEÇÃO E PRODUÇÃO NACIONAL

Produzida com espuma viscoelástica, antitranspirante

e hipoalergénica, a almofada

ERGO-SOFY já solicitou a certificação por

parte do INFARMED.

De acordo com Ana Sofia Ramos Pereira,

a empreendedora responsável pelo desenvolvimento

e comercialização da almofada ERGO-

SOFY, “o nosso foco principal são as pessoas e

as suas necessidades, por isso, comprometemonos

a criar e produzir produtos inovadores para

a melhoria da qualidade de vida de todos”.

Totalmente produzida em Portugal, na Região

Norte, a almofada ERGO-SOFY pode ser adquirida

na loja online, em WWW.SOFY.PT

Muito brevemente, também estará disponível

em lojas selecionadas de produtos ortopédicos

e em farmácias.

Saiba mais em

www.sofy.pt

Peça informações pelo e-mail

info@sofy.pt

ou pelo telefone 911 876 548

Veja os vídeos

(aponte a câmara do seu smartphone

ou use uma App QR Reader)

19


[SAÚDE NUTRIÇÃO]

Chegou à

MENOPAUSA?

SAIBA QUE ALIMENTOS DEVE

INCLUIR NA SUA ALIMENTAÇÃO

Pela

DRA. CATARINA

SOFIA CORREIA

Nutricionista; Clínica Tejo

Saúde Bobadela, Parceira

Fitness Hut - Grupo

VivaGym

MARÇO É O MÊS DA MULHER. PARA O CELEBRAR,

ESTE ARTIGO É INTEIRAMENTE DEDICADO A

TODAS AS MULHERES QUE, DE FORMA NATURAL

OU NÃO, CHEGARAM À FASE DA MENOPAUSA.

4ALIMENTOS RICOS

EM VITAMINA D

Os alimentos ricos em vitamina D contribuem

para a proteção dos ossos. Ingira

salmão, ostras, arenque, ovo, fígado de

galinha, sardinhas, entre outros.

A

MENOPAUSA resulta da redução

na atividade dos ovários, que deixam

de libertar óvulos mensalmente.

Ao mesmo tempo, dá-se uma mudança

hormonal, na qual os estrogénios começam

a ser produzidos em menor quantidade. Os

sintomas resultam, fundamentalmente, da

carência desta hormona e manifestam-se

a diferentes níveis: perturbações vasomotoras,

psicológicas e geniturinárias.

As perturbações vasomotoras correspondem

aos afrontamentos e são as queixas

mais comuns, com efeito mais intenso nos

primeiros dois anos de menopausa, sendo,

por vezes, acompanhados por vertigens.

As perturbações psicológicas traduzemse

na dificuldade em adormecer, dificuldade

em dormir uma noite inteira de seguida e

insónias matinais. Podem ainda ocorrer

alguns sintomas depressivos.

As perturbações geniturinárias traduzem-se

na atrofia da mucosa vaginal, com

secura que provoca irritação e dores associadas

às relações sexuais. Existe ainda

maior tendência para infeções urinárias.

Para minimizar estes e outros sintomas

(principalmente os que estão associados

ao aumento do peso corporal), é essencial

que tenha um estilo de vida ativo e uma

alimentação saudável e equilibrada.

Seguem-se alguns exemplos de alimentos

essenciais, que deve incluir na sua alimentação

quotidiana:

4ÁGUA

A hidratação é essencial para o bom

funcionamento do organismo em geral e da

pele em particular.

4 ALIMENTOS RICOS

EM CÁLCIO

Como a falta de estrogénios pode acelerar

a decomposição óssea, é importante

ingerir alimentos ricos em cálcio: leite e

iogurtes e/ou opções vegetais enriquecidas

em cálcio, como vegetais de folha verde

escura, tofu, castanhas-do-pará, feijão de

soja, feijão, ameixas secas e brócolos, por

exemplo.

4ALIMENTOS RICOS

EM FERRO

Carne, ovos, cereais enriquecidos em

ferro e leguminosas, como grão-de-bico,

grão de soja, feijão, lentilhas e favas, são

os alimentos preferenciais no que respeita

à ingestão de ferro.

4FRUTAS E VEGETAIS

Como muitas mulheres se queixam do

ganho de peso associado à menopausa, é

importante aumentar o consumo de frutas

e vegetais, em detrimento de outras opções

com maior densidade energética.

4ALIMENTOS INTEGRAIS

Além de fornecerem energia, os alimentos

integrais contribuem para a saúde

intestinal. Ingira flocos de aveia integral,

arroz integral, farinha de espelta integral,

entre outros.

4FRUTOS SECOS

Graças ao elevado teor de gordura

monoinsaturada, essencial para o bom

funcionamento do coração, e também pelo

teor de vitamina E, importante para a

saúde da pele, os frutos secos são muito

recomendados. Coma amendoins, amêndoas,

cajus e nozes.

4SOJA

Apesar de alguma controvérsia sobre o

assunto, estudos indicam que a soja pode

aliviar os afrontamentos, uma vez que os

seus compostos, conhecidos por isoflavonas,

têm um efeito no organismo semelhante

ao dos estrogénios.

> MARÇO 2021 <

20

4SEMENTES DE LINHAÇA

Excelente fonte vegetal de ácidos gordos

ómega-3, estas sementes devem ser consumidas

moídas, para uma melhor absorção.



[SAÚDE NUTRIÇÃO]

Dieta da

convalescença

QUAL É A DIETA MAIS ADEQUADA EM

PERÍODOS DE CONVALESCENÇA, APÓS

UMA DOENÇA OU UMA CIRURGIA?

O SEGREDO ESTÁ EM RECUPERAR

PROGRESSIVAMENTE UMA ALIMENTAÇÃO

EQUILIBRADA E NORMAL.

ENQUANTO UM INDIVÍDUO PERMANECE INTERNA-

DO, são os nutricionistas da clínica ou do hospital que

supervisionam o seu esquema alimentar. Porém, quando o

doente recebe alta e regressa a casa, para prosseguir aí o processo

de convalescença, é normal que surjam dúvidas sobre a dieta

mais adequada a este período, até que atinja a plena normalidade.

Durante o tempo que o convalescente permanece acamado, a

sua alimentação deve adequar-se a esta situação, a qual exige um

pouco mais de equilíbrio e disciplina dietética. De facto, pode ser

o começo de novos hábitos alimentares mais saudáveis.

REGRESSO GRADUAL À NORMALIDADE

A dieta nos períodos de convalescença deve ser variada, ligeira,

suave e de fácil digestão, para ir reintroduzindo, pouco a pouco,

os alimentos habituais. Além disso, não convêm esquecer a importância

de comer devagar e mastigar bem os alimentos, para que

os mecanismos da saciedade do cérebro atuem à medida.

É, igualmente, conveniente repartir as refeições ao longo do

dia, com doses pequenas, tentando que não passem mais de três

horas entre refeições.

Os alimentos mais recomendados são aqueles que apresentam

texturas macias, com pouca gordura, poucas fibras e temperos

suaves, para que sejam fáceis de digerir.

Por outro lado, é crucial que as técnicas culinárias usadas

sejam das mais simples: cozidos em água ou ao vapor, grelhados

e/ou assados no forno, sem gordura. Os guisados, os estufados e

os fritos devem esperar pela recuperação total e, ainda assim,

serem introduzidos gradualmente e sem abuso de gorduras e

condimentos.

> MARÇO 2021 <

22


ERVAS AROMÁTICAS E INFUSÕES

As ervas aromáticas mais suaves, como o tomilho e o alecrim, são

uma boa escolha para condimentar os pratos do convalescente, em

substituição do sal e das especiarias.

Um detalhe importante é evitar as temperaturas extremas nos alimentos:

nem muito frios nem muito quentes, já que qualquer das situações

pode causar incómodos digestivos.

As infusões digestivas, como a de camomila, ingeridas lentamente e à

temperatura adequada, são muito recomendadas.

A dieta nos períodos de

convalescença deve ser variada,

ligeira, suave e de fácil digestão,

para ir reintroduzindo, pouco a

pouco, os alimentos habituais

ESQUEMA DIETÉTICO PARA O CONVALESCENTE

SEGUNDA

PEQUENO-ALMOÇO

4Uma infusão

4Um iogurte bio magro

4Duas bolachas

de água-e-sal

MEIO DA MANHÃ

4Um sumo de maçã

ALMOÇO

4Creme de cenoura

4Peito de frango cozido, com

batata cozida

4Uma fatia de pão branco

4Um iogurte bio magro

LANCHE

4Salada de frutas

JANTAR

4Sopa de legumes

com massinhas

4Omeleta de fiambre magro

4Uma pera

4Uma fatia de pão branco

TERÇA

PEQUENO-ALMOÇO

4Uma tosta de pão branco

430g de queijo fresco

4Uma infusão

MEIO DA MANHÃ

4Um sumo de pêssego

ALMOÇO

4Caldo de verduras

4Arroz de ervilhas

4Uma fatia de pão branco

4Um iogurte bio magro

LANCHE

4Sanduíche de pão branco

com fiambre magro

JANTAR

4Creme de cogumelos

4Posta de pescada com

verduras, cozidas ao vapor

4Uma fatia de pão branco

4Uma maçã

QUARTA

PEQUENO-ALMOÇO

4Um copo de leite magro

4Três bolachas maria

MEIO DA MANHÃ

4Uma maçã assada

ALMOÇO

4Peito de frango cozido

ao vapor, com batata

cozida

4Uma banana

4Uma fatia de pão branco

LANCHE

4Leite-creme caseiro

JANTAR

4Puré de verduras

4Perca assada no forno

com cogumelos

4Uma fatia de pão branco

4Um iogurte bio magro

QUINTA

PEQUENO-ALMOÇO

4Um iogurte bio magro

4Uma fatia de pão branco com

margarina vegetal

4Uma infusão

MEIO DA MANHÃ

4Um sumo de fruta

ALMOÇO

4Esparguete cozido

com cogumelos e cenouras

4Pescada grelhada

com curgete e tomate

4Uma fatia de pão branco

com compota de pera

LANCHE

4Uma tosta de pão branco

4Queijo fresco

JANTAR

4Creme de alho-francês

4Lombo de porco assado

com puré de batata

4Uma fatia de pão branco

4Um iogurte bio magro

SEXTA

PEQUENO-ALMOÇO

4Um copo de leite magro

4Uma fatia de bolo caseiro

MEIO DA MANHÃ

4Uma banana

ALMOÇO

4Peito de peru grelhado com

cenoura e feijão-verde cozido

4Uma fatia de pão branco

com compota de pera

LANCHE

4Salada de frutas

JANTAR

4Sopa de estrelinhas

4Bacalhau no forno

com tomilho e limão

4Uma fatia de pão branco

4Um iogurte bio magro

SÁBADO

PEQUENO-ALMOÇO

4Um iogurte bio magro

4Uma fatia de pão branco

com margarina vegetal

4Uma infusão

MEIO DA MANHÃ

4Uma fatia de pão branco

com compota de pera

ALMOÇO

4Linguado grelhado

com curgete

4Uma banana

4Uma fatia de pão branco

LANCHE

4Um iogurte bio magro

JANTAR

4Creme de abóbora

4Omeleta com queijo

magro

4Uma maçã assada

4Uma fatia de pão branco

DOMINGO

PEQUENO-ALMOÇO

4Um copo de leite magro

4Três bolachas maria

MEIO DA MANHÃ

4Leite-creme caseiro

ALMOÇO

4Salteado de verduras

com cogumelos

4Uma fatia de pão branco

com compota de pera

LANCHE

4Maçã assada

JANTAR

4Sopa de verduras

4Salsicha fresca de peru

com alecrim

4Uma fatia de pão branco

4Um iogurte bio magro

DOSES RECOMENDADAS – Quando não especificadas, as doses são as seguintes:

• 150-200g de verduras cozidas;

• 150g de verduras cruas ou fruta;

• 100-130g de carne magra, fiambre ou peixe branco;

• 110-120g de carne vermelha;

• 60g de leguminosas, arroz ou massa;

• fatia de pão com dois dedos.


[SAÚDE NUTRIÇÃO]

ESTERÓIS

VEGETAIS

contra o

colesterol

PERGUNTAS

FREQUENTES

O QUE SÃO ESTERÓIS VEGETAIS?

Tratam-se de extratos de plantas que estão naturalmente

presentes na nossa alimentação quotidiana,

embora em pequenas quantidades.

EM QUE ALIMENTOS SE PODEM ENCONTRAR

OS ESTERÓIS VEGETAIS?

Os alimentos mais ricos em esteróis vegetais são os

óleos vegetais, os cereais e as nozes. Também os alimentos

ricos em fibras, como os alimentos integrais

e legumes, podem reduzir a absorção de colesterol

no intestino.

COMO ATUAM OS ESTERÓIS VEGETAIS?

Por terem uma estrutura química muito semelhante

ao colesterol, os esteróis vegetais bloqueiam a

absorção do colesterol ao nível do intestino. Deste

modo, os esteróis vegetais diminuem a absorção do

colesterol, diminuindo assim os níveis de colesterol

total e o colesterol LDL (mau colesterol) no sangue.

OS ESTERÓIS VEGETAIS, EXTRATOS

DE PLANTAS QUE ESTÃO

NATURALMENTE PRESENTES NA

NOSSA ALIMENTAÇÃO, CONSTITUEM

UM INTERESSANTE ALIADO NO

COMBATE AO COLESTEROL ELEVADO.

CERCA DE 70% DA POPULAÇÃO adulta portuguesa tem níveis

elevados de colesterol, ou seja, dois em cada três portugueses, o que

faz com que as doenças cardiovasculares sejam a principal causa de

morte no nosso país, sendo o colesterol um dos fatores de risco que mais

contribui para esta situação.

O nosso coração acaba por ser, muitas vezes, penalizado com excesso de

colesterol, favorecendo o depósito desta e de outras substâncias nas paredes

dos vasos sanguíneos, que podem conduzir à sua obstrução.

GRANDES ALIADOS

Na luta contra o colesterol, os esteróis vegetais surgem como grandes aliados.

Ao longo dos anos, as investigações e estudos científicos realizados têm

vindo a comprovar a segurança e a eficácia dos esteróis vegetais na redução

do colesterol: para mantermos o nosso coração saudável, é importante que

mantenhamos níveis saudáveis de colesterol.

O colesterol é parcialmente derivado da dieta (20%), sendo os restantes

80% sintetizados pelo próprio organismo. É importante fazer uma alimentação

equilibrada, que forneça macro e micro nutrientes em quantidades

adequadas, bem como manter um estilo de vida saudável, através da prática

de exercício físico de forma regular e eliminando o hábito de fumar. A par de

hábitos de vida saudáveis, a toma de suplementos de vitaminas e minerais com

esteróis vegetais ajuda a manter os níveis de colesterol e o coração saudáveis.

> MARÇO 2021 <

24

Por terem uma estrutura química muito

semelhante ao colesterol, os esteróis

vegetais bloqueiam a absorção do

colesterol ao nível do intestino



[SAÚDE CARDIOLOGIA]

Risco

vascular

E COVID-19

TODOS OS DADOS DISPONÍVEIS E ESTUDOS

APONTAM PARA QUE OS FATORES DE RISCO

VASCULAR, COM PARTICULAR DESTAQUE PARA

A HIPERTENSÃO ARTERIAL, CONFEREM MAIOR

RISCO DE COMPLICAÇÕES E MORTALIDADE NOS

DOENTES INFETADOS COM O VÍRUS SARS-COV-2.

> MARÇO 2021 <

26

OS FATORES DE RISCO VASCU-

LAR, com a hipertensão arterial

(HTA) à cabeça, são responsáveis

pelas complicações vasculares, seja a nível

cerebral, cardíaco, renal ou das grandes

artérias. Infelizmente, a principal complicação

é a morte. E esta pode surgir quer

como primeira apresentação da doença

vascular, quer como consequência dos acidentes

vasculares acima referidos.

DESENCADEAR A

DESCOMPENSAÇÃO

As infeções víricas e/ou bacterianas são,

muitas vezes, o “gatilho” para desencadear

a descompensação de doentes com

fatores de risco ou doença vascular, muitos

dos quais estavam perfeitamente estáveis

até então.

O vírus SARS-CoV-2, responsável pela

COVID-19, não é diferente, e o facto de,

até há muito pouco tempo, não haver

profilaxia, a não ser as medidas higienosanitárias,

constitui um óbvio obstáculo à

contenção e controlo da doença e das suas

complicações.

De acordo com o site worldmeters.info,

acedido a 7 de Fevereiro de 2021, Portugal,

com os seus mais de 750.000 casos

e cerca de 14.000 mortes, ocupava o 10º

lugar a nível mundial no número de casos

por milhão de habitantes, número que

nos preocupa e até, de certa forma, nos

envergonha.

IMPORTANTE COMORBILIDADE

De acordo com os primeiros relatos

oriundos da China, a hipertensão arterial

foi identificada como uma das mais frequentes

doenças ou comorbilidades associadas

à COVID-19, quer nas formas mais

ligeiras desta doença, quer naqueles casos

com necessidade de admissão em unidades

de cuidados intensivos.

E mesmo quando se tem em conta o

ajustamento para a idade, já que a HTA

aumenta com a idade e este fator por si

só acarreta um grande risco de complicações

associadas à COVID-19, a hipertensão

(e os outros fatores de risco, de

que se destaca a diabetes), continua a ser

uma importante comorbilidade com efeitos

negativos nos doentes infetados pelo novo

coronavírus.

Seja como for, uma importante mensagem

a reter é que as pessoas que desenvolvem

doença grave são mais vulneráveis

devido à presença de fatores de risco ou

doença vascular prévia.

PANDEMIA NÃO POUPA NINGUÉM

Logo no início da pandemia se percebeu,

após análise da evolução da curva epidémica

que, se se quer reduzir o número

de infetados e mortos, as medidas de

confinamento drástico (“fique em casa”,

distanciamento social, quarentena) são as

mais eficazes e deverão ser assumidas o

mais precocemente possível.

Pelo

DR. VÍTOR PAIXÃO DIAS

Diretor do Serviço de

Medicina Interna do Centro

Hospitalar de Vila Nova

de Gaia/ Espinho, EPE.

Especialista em Hipertensão

Clínica da Sociedade Europeia

de Hipertensão. Presidente

da Sociedade Portuguesa de

Hipertensão


As infeções víricas ou bacterianas são,

muitas vezes, o “gatilho” para desencadear

a descompensação de doentes com fatores

de risco ou doença vascular, muitos dos quais

estavam perfeitamente estáveis até então

A pandemia COVID-19 não poupa ninguém,

nem mesmo os profissionais de

saúde ocupados a tratar dos doentes infetados,

o que é dramático, como facilmente

se compreende.

HIPERTENSOS EM MAIOR RISCO

Segundo dados observacionais que foram

entretanto surgindo, percebemos que quase

um quarto dos doentes com COVID-19

tinham comorbilidades e aqueles com

doença grave eram, em termos médios,

quase 10 anos mais velhos do que os com

doença mais ligeira. Felizmente que a

grande maioria das pessoas infetadas contrai

doença ligeira a moderada e podem

permanecer no seu domicílio, pois de outra

forma a pressão sobre os sistemas de

saúde seria absolutamente incomportável.

De entre as várias comorbilidades que

têm sido associadas a doença grave e

mortalidade estão a doença cardiovascular

e cerebrovascular (de que a HTA é o

principal fator de risco), a diabetes mellitus,

a própria hipertensão arterial ou a

obesidade, a par de outras como a doença

pulmonar obstrutiva crónica, o cancro e a

doença renal crónica.

Em estudos realizados em diversos países,

particularmente na China, Itália e

Estados Unidos, verifica-se uma maior

mortalidade no sexo masculino.

Num estudo retrospetivo com mais de

70.000 casos (Wu Z, McGoogan JM,

2020), o risco de morte não ajustado para

a idade foi 5 vezes superior nos indivíduos

com doença vascular.

Por outro lado, nos doentes afetados

pela COVID-19, a presença de lesão cardíaca

agrava também, de forma muito significativa,

o prognóstico. Estes doentes em

que o coração é atingido, (Tao Guo et al,

2020) são geralmente mais velhos, mais

frequentemente do sexo masculino e com

mais comorbilidades (mais uma vez, com

a HTA, a diabetes e a doença das artérias

coronárias como as mais frequentes).

EM CONCLUSÃO

4O risco de complicações relacionadas

com a COVID-19 é substancialmente

maior naquelas pessoas que, de base,

já têm um maior risco; o prognóstico é

pior nestas pessoas;

4Os fatores de risco vascular, com particular

destaque para a hipertensão

arterial e a diabetes mellitus, conferem

maior risco de complicações e mortalidade

nos doentes infetados com o vírus

SARS-CoV-2.

Tal como afirmam Bernd Kamps e Christian

Hoffmann (2020), “as pessoas na

Europa e noutras partes do Mundo terão

de se adaptar e inventar novos estilos de

vida, naquele que é evento mais perturbador

desde a Segunda Guerra Mundial”.

> MARÇO 2021 <

27


[ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL]

MAIS ENERGIA

e CORAÇÃO

MAIS FORTE

UM CORAÇÃO CHEIO DE ENERGIA É UM DOS FATORES QUE

CONTRIBUEM PARA O BEM-ESTAR FÍSICO E MENTAL, MAS ESSA

ENERGIA DIMINUI COM A IDADE. FELIZMENTE, UM SUPLEMENTO

ADEQUADO DE COENZIMA Q10 PODE RESTAURAR O NÍVEL ENERGÉTICO

DAS CÉLULAS NO CORPO, DANDO MAIOR FORÇA AO CORAÇÃO.

COM A IDADE, O MÚSCULO CARDÍACO vai

perdendo a força de contração, o que explica

alguns sintomas de cansaço. Mas esse

declínio dos níveis de energia não tem de ser uma

fatalidade, tendo em conta que existe uma forma de

repor e revitalizar todo o organismo. A chave é uma

substância com propriedades semelhantes às das

vitaminas chamada coenzima Q10, produzida pelo

próprio organismo e obtida também, em pequena

quantidade, na alimentação.

Esta coenzima é a “pilha” energética de todas as

células do nosso corpo, que não conseguiriam sobreviver

sem ela.

À medida que vamos envelhecendo, a nossa capacidade

de produzir Q10 vai reduzindo e um dos

primeiros órgãos a sentir esse efeito é, precisamente,

o coração. Mesmo uma ligeira redução dos níveis de

Q10 pode ter consequências no nosso organismo, que

se sentem no dia a dia. A partir deste momento, a

suplementação pode ser um importante aliado.

SUPLEMENTO ENERGÉTICO

Quando a produção reduzida de Q10 leva a um

aumento da sensação de fadiga, sem que haja causas

médicas que justifiquem esse estado, um suplemento

desta coenzima devidamente formulado pode literalmente

aumentar a potência do músculo cardíaco

para o ajudar a bombear sangue com a mesma força

de um coração mais jovem.

Os benefícios começam a sentir-se ao fim de algumas

semanas, registando-se mais resistência e um

aumento do bem-estar físico e mental.

ESTUDOS CONCLUSIVOS

Dois estudos recentes demonstraram, de forma

clara, o efeito da administração diária de Q10 na

insuficiência cardíaca. Num estudo dinamarquês

realizado com mais de 400 participantes afetados

por este problema, os que tomaram cápsulas com

Q10 tiveram um aumento significativo da função

cardíaca e diminuíram para metade o risco de complicações

cardiovasculares face aos participantes

que tomaram cápsulas com placebo. Adicionalmente,

a taxa de sobrevivência duplicou no grupo que

tomou Q10.

O suplemento utilizado nestes estudos é uma

fórmula especial desenvolvida especificamente para

aumentar a absorção do composto ativo e assegurar

que ele entra na circulação sanguínea de forma a

que possa ser transportado para os diferentes tecidos

do organismo. Esta fórmula dinamarquesa é a

referência oficial da International Coenzyme Q10

Association (ICQA), uma organização internacional

que reúne todos os investigadores mundiais de Q10.

Em Portugal está disponível uma fórmula semelhante,

com uma dosagem de 100mg de Q10, produzida

com microcristais desta coenzima dissolvidos

em óleo vegetal, para uma absorção superior.

> MARÇO 2021 <

28

Saiba mais em www.q10.pt


Um suplemento

de coenzima Q10

devidamente formulado

pode literalmente

aumentar a potência do

músculo cardíaco para o

ajudar a bombear sangue

com a mesma força de

um coração mais jovem


[SAÚDE FLASHS]

Células estaminais são opção no tratamento

de doentes com Covid-19 em fase aguda

De acordo com um estudo publicado

recentemente na revista Stem Cells

Translational Medicine, o uso de células

estaminais mesenquimais extraídas do

tecido do cordão umbilical é um procedimento

eficaz e seguro no tratamento de

doentes com Covid-19 em fase aguda. O

estudo levado a cabo pela Universidade

de Miami, nos E.U.A, materializou-se na

realização de um ensaio clínico de fase I e

II com a inclusão de 24 doentes.

Do total de participantes neste ensaio

clínico, 12 dos indivíduos foram sujeitos

a duas infusões com um preparado de

células estaminais mesenquimais, previamente

criopreservadas, e o grupo de

controlo do qual faziam parte os restantes

12 indivíduos foram sujeitos a uma infusão

de um preparado sem células estaminais

mesenquimais. Tratou-se, assim, de um

ensaio com um grupo de controlo e

duplamente cego, de forma a reforçar a

solidez das conclusões do estudo.

De entre as principais conclusões, o estudo

revelou que existia uma melhoria

significativa na sobrevida dos doentes

sujeitos à infusão das células estaminais

mesenquimais, do tecido do cordão

umbilical, quando comparado com o

grupo de controlo.

Os doentes do grupo sujeito à terapia

celular registaram um índice de sobrevida

de 91%, quando o grupo de controlo

se ficou pelos 42%. De acordo com o

Dr. João Sousa, diretor de Qualidade

do laboratório BebéVida, “estes resultados

devem ser recebidos de forma

entusiástica pela comunidade científica

e médica, pois permitem lançar as bases

para a necessidade de realização de um

ensaio clínico de fase II/III com a inclusão

de um maior número de doentes, de

forma que as conclusões sejam ainda

mais robustas”.

Esta alternativa terapêutica em estudo,

através da infusão de células estaminais, é

de absoluta necessidade, pois apesar de

o plano de vacinação da população estar

a decorrer durante os próximos meses,

continuarão a existir doentes infetados

com o novo coronavírus em fase aguda

e que vão necessitar de um tratamento

eficaz e seguro.

“A terapia celular com células estaminais

mesenquimais extraídas do tecido do

cordão poderá vir a tornar-se um procedimento

bem estabelecido no tratamento

de doentes com Covid-19 em fase

aguda”, conclui o Dr. João Sousa.

Cirurgia pioneira

para tratamento

das hemorroidas

> MARÇO 2021 <

30

O Hospital Lusíadas Albufeira tem disponível uma cirurgia

inovadora com recurso a laser para o tratamento das

hemorroidas, que tem vindo a revolucionar o tratamento da

doença. A Unidade hospitalar torna-se pioneira, na região

do Algarve, na utilização desta técnica que tem revelado ser

eficaz e garante um pós-operatório praticamente indolor e

um regresso precoce à vida normal.

Com uma incidência assinalável na população em geral,

a doença hemorroidária constitui, em muitos casos, uma

enorme condicionante à qualidade de vida de quem sofre

com esta patologia. O cirurgião Eduardo Xavier revela que

“a cirurgia no tratamento das hemorroidas é, geralmente,

muito receada por ser sinónimo de um pós-operatório com

dor violenta, recuperação penosa e possibilidade do aparecimento

de complicações graves. Estes medos levam a que

muitos doentes recusem o tratamento cirúrgico, preferindo

continuar a sofrer. Felizmente, graças a este novo procedimento,

este cenário não tem de ser uma realidade e tem, de

facto, mudado a vida destas pessoas”.

“A utilização de laser na cirurgia das hemorroidas é uma

técnica consolidada, bastante eficaz, com excelentes resultados

e que, além de não implicar internamento, garante

um pós-operatório quase indolor, não necessitando de

pensos ou outros cuidados após a intervenção”, acrescenta

o especialista.

OrCam auxilia pessoas disléxicas

ou com dificuldades de leitura

A OrCam Technologies, empresa israelita especialista em tecnologia

baseada em inteligência artificial para pessoas cegas, disponibilizou

ao Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) da Escola

Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria,

o dispositivo OrCam Read, um novo produto que pretende ajudar

pessoas com dificuldades de visão ou de leitura. O aparelho está

desenhado para pessoas com dificuldades derivadas de dislexia,

fadiga, afasia ou outras condições, bem como para pessoas que

leem grandes quantidades de texto.

Já o CRID pretende ser um serviço privilegiado de apoio à comunidade

na área da acessibilidade digital. Dotado de recursos tecnológicos

e dinamizado por técnicos qualificados, este centro tem como

missão promover a inclusão social da população com necessidades

específicas, através do recurso a ajudas técnicas e produtos de apoio

no âmbito da acessibilidade digital.



[SAÚDE NEFROLOGIA]

> MARÇO 2021 <

32

DOENÇA RENAL

A

DOENÇA RENAL CRÓNICA é

uma patologia progressiva, caracterizada

por uma deterioração

lenta e irreversível dos rins e das suas funções.

Uma dessas principais funções consiste

na eliminação de substâncias tóxicas

resultantes do funcionamento (metabolismo)

dos órgãos. Em consequência, aquelas

substâncias, ao ficarem retidas no sangue,

resultam numa acumulação de produtos

metabólicos tóxicos, cujo quadro clínico se

designa por uremia.

Pode atingir indivíduos de ambos os

sexos, mas parece progredir mais rapidamente

no sexo masculino. A incidência

é maior nos adultos e idosos. Todavia, a

doença renal crónica pode evoluir silenciosamente

durante muito tempo. Por este

motivo, são particularmente importantes a

prevenção e o diagnóstico tão cedo quanto

possível. Com esta dupla intervenção, é

possível evitar a progressão para uma fase

mais avançada e grave.

Causas e

sintomatologia

4A diabetes, sobretudo a tipo 2, é

a causa mais comum. Em Portugal,

cerca de 30% dos casos de insuficiência

renal crónica em diálise devem-se

à nefropatia diabética.

4A hipertensão contribui com mais

de 20%. A hipertensão surge, com

frequência, associada à obesidade e

à diabetes mellitus tipo 2.

4Muitas doenças renais (nefrites) evoluem

ao longo do tempo, com sinais

e sintomas pouco evidentes, mas que

incluem, frequentemente, a hipertensão

arterial.

4Existem doenças hereditárias dos

rins (com vários casos familiares) que

podem progredir para a insuficiência

renal com necessidade de diálise e/

ou transplante.

4Em fases já avançadas da evolução

da doença, pode surgir a anemia que

se traduz por sensação de fraqueza e

cansaço intenso.

4A ausência de sintomas, nos primeiros

estádios da doença, faz com que

grande parte da população desvalorize

os cuidados a ter com a saúde

dos seus rins.

crónica

SINAIS DE ALERTA

DIAGNÓSTICO PRECOCE

EVITA AGRAVAMENTO

O diagnóstico precoce da doença renal

crónica é essencial para que seja possível

controlar as suas causas e impedir que se

agrave. Contudo, alguns sintomas só são

percetíveis nas fases mais avançadas da

doença e a possibilidade de recuperação

torna-se muito mais difícil.

A hipertensão arterial e a diabetes são

responsáveis por mais de metade dos casos

de insuficiência renal. Por isso, as pessoas

que sofrem destas patologias estão em

maior risco.

Um dos principais sinais de doença renal

consiste da alteração na cor da urina, que

pode tornar-se mais turva e escura.

Outro dos sintomas comuns é o inchaço

à volta dos olhos, assim como nas pernas.

A dor lombar, frequente e que não aumenta

com o movimento, é um sinal de alerta

para a existência de um distúrbio ao nível

renal.

Falta de força, fadiga, anemia (palidez

anormal), náuseas, vómitos matinais e até

falta de ar podem ser sinais de que os rins

não estão a funcionar corretamente. As

pessoas com historial de familiares com

doença renal também estão em maior

risco. A única forma de detetar a doença

renal crónica em fases precoces é através

da análise ao sangue, que avalia os valores

da ureia e creatinina. As análises à urina

permitem detetar substâncias anómalas e

caracterizar o eventual tipo de lesão renal.

Por último, a ecografia renal avalia o

tamanho dos rins. Se forem mais pequenos

que o normal, a doença é provavelmente

crónica.

Em Portugal, estima-se que 800 mil

pessoas sofram desta doença. Todos os

anos são registados 2200 novos casos

em falência renal, a necessitar de diálise.

Existem atualmente 14.000 doentes

dependentes de diálise, dos quais 5000 são

transplantados.


A DOENÇA RENAL CRÓNICA É UMA DOENÇA

SILENCIOSA E, POR ISSO, MUITAS VEZES

DETETADA TARDIAMENTE, PELO QUE APRENDER

A IDENTIFICAR OS SINAIS DE ALERTA É

FUNDAMENTAL PARA EVITAR A SUA PROGRESSÃO.

PRINCIPAIS

SINAIS DE ALERTA

4Tensão arterial elevada

4Olhos, mãos e/ou pernas e pés

inchados persistentemente, de manhã

ou ao fim do dia

4Urina espumosa ou com sangue

4Urinar frequente e em grande

quantidade, sobretudo durante a noite

4Perda do apetite e sensação de

fraqueza geral ou de cansaço intenso

VERTENTES DO TRATAMENTO

4Tratamento médico específico, de acordo

com a causa subjacente (por exemplo, os corticosteroides,

vulgo cortisona, nas nefrites);

4Prevenção de fatores que agravam as lesões

já instaladas (evitando a toma de medicamentos

sem prescrição médica, como os

antirreumatismais e os antibióticos);

4Estratégias para a diminuição da perda progressiva

de função renal (como a adaptação

da dieta, a toma regular de medicamentos

para a hipertensão arterial ou o controlo

rigoroso da glicemia no diabético);

4Manutenção de um bom estado nutricional

e de prevenção das complicações

inerentes à doença, como a anemia, e

as alterações do metabolismo mineral e

ósseo que podem conduzir, sem tratamento,

à grande fragilidade óssea, com

risco de fratura;

4A perda de função renal é inexorável e, na

sua fase avançada, é necessário recorrer

às terapêuticas de substituição da função

renal, que incluem a hemodiálise, diálise

peritoneal e a transplantação renal.

Um dos principais

sinais de doença

renal consiste

na alteração da

cor da urina, que

pode tornar-se mais

turva e escura


[SAÚDE OFTALMOLOGIA]

ADIAR A

SAÚDE OCULAR

PODE TER

GRAVES CONSEQUÊNCIAS

OS HÁBITOS QUE RESULTA-

RAM, em grande medida, do confinamento

imposto pela pandemia,

como passar mais tempo em frente

aos ecrãs, ficar em casa ou reduzir o

número de consultas, têm piorado a saúde

ocular, a tal ponto que podem ter gerado

perdas irreparáveis de visão, no caso de

pacientes com patologias anteriores ou não

detetadas. Esta é a principal conclusão do

relatório “#VisãodeFuturo: A Saúde Ocular

em Tempos de Coronavírus”, elaborado

por um grupo de trabalho de cinco clínicas,

espanholas e portuguesas, com base num

inquérito feito a mais de 50 médicos oftalmologistas.

De acordo com este grupo de especialistas,

durante a pandemia, houve uma redução

das consultas de rotina para exames

aos olhos (para 67% dos profissionais)

e o aumento do tempo passado em frente

aos ecrãs (para 68% dos profissionais) foi

o hábito que mais afetou a saúde ocular.

No conjunto, 78% dos especialistas considera

que piorou a saúde ocular, em termos

gerais, em consequência da pandemia.

MÉDICOS OFTALMOLOGISTAS CONSIDERAM QUE

A PANDEMIA TAMBÉM TROUXE PROBLEMAS

PARA A SAÚDE OCULAR, SOBRETUDO POR

CAUSA DO AUMENTO DO TEMPO EM FRENTE AOS

ECRÃS, MAS IGUALMENTE PELO ADIAMENTO

DE EXAMES OFTALMOLÓGICOS DE ROTINA.

A maioria dos especialistas (60%) detetou

que a miopia é o distúrbio mais afetado

pela pandemia em menores. Já era

considerada uma epidemia infantil, mesmo

antes da COVID-19. Mas agora, insistem,

a tendência de maior uso dos ecrãs e para

permanecer mais tempo em casa podem

fazer com que a sua frequência sofra um

aumento ainda maior nos próximos anos.

O Prof. Manuel Monteiro Pereira destaca

que não foi demonstrada uma relação

direta entre o uso de computadores e a

miopia. No entanto, ressalva que, para a

boa saúde ocular dos menores, é fundamental

que “façam pausas visuais regulares

e aproveitem o ambiente ao ar livre,

sempre que possível”.

PREVENIR O OLHO SECO

No caso dos adultos, o olho seco é o

distúrbio identificado por 60% dos especialistas

como o mais prevalecente devido

aos hábitos ligados à pandemia. O uso frequente

de máscaras aumenta a secura dos

olhos, tal como passar muito tempo em

frente aos ecrãs ou trabalhar muito intensamente

com o computador, reduzindo a

frequência do pestanejar.

> MARÇO 2021 <

34

MUITAS HORAS EM

FRENTE AOS ECRÃS

Durante a pandemia do coronavírus,

“o uso da visão de perto e da visão de

distância intermédia intensificaram-se”.

O Prof. Manuel Monteiro Pereira, um dos

membros do grupo de trabalho responsável

pelo relatório, explica que esta última

é utilizada quando olhamos a cerca de

60-80 centímetros, como acontece quando

se trabalha com um computador ou na

cozinha. “Durante a pandemia, a situação

piorou, principalmente por causa do confinamento.

O número de horas em frente

aos ecrãs aumentou significativamente,

agravando doenças como olho seco, astenopia,

olhos vermelhos, dores de cabeça e,

nos jovens, miopia”, afirma o especialista.


“Para descansar a visão e ajudar a

hidratar os olhos adequadamente, recomendamos

que pestaneje e faça pausas

para descanso dos olhos com frequência,

pelo menos a cada hora, por 2 a 3 minutos.

Além disso, mantenha uma boa posição na

mesa e evite o reflexo da luz nos ecrãs”,

salienta ainda o Prof. Manuel Monteiro

Pereira.

Além disso, os especialistas recomendam

trabalhar num ambiente bem iluminado

e humedecido, pois a secura do ambiente

causada pelo aquecimento ou ar condicionado

pode agravar os distúrbios oculares.

EXAMES OFTALMOLÓGICOS

DE ROTINA

No relatório sobre saúde ocular, os especialistas

alertam, ainda, para os riscos

associados ao adiamento das visitas de

rotina às clínicas oftalmológicas, comportamento

que atribuem principalmente ao

medo do contágio do coronavírus (61%).

Em causa pode estar a deteção precoce

de patologias tão importantes quanto a

degeneração macular relacionada com a

idade (DMRI), a retinopatia diabética ou

o glaucoma, com o consequente risco de

perda irreparável da visão.

Na verdade, 48% dos especialistas consideram

que os pacientes com DMRI são

aqueles cujo prognóstico piorou durante

a pandemia, seguidos por aqueles com

retinopatia diabética (20%) e glaucoma

(12%).

Como explica o Prof. Manuel Monteiro

Pereira, “a DMRI é uma doença degenerativa

da mácula relacionada com a idade,

que leva a uma diminuição acentuada da

visão central ou mesmo à cegueira, começando

após os 55-60 anos”.

O problema, explica este oftalmologista,

é que essa doença, na sua fase inicial,

> MARÇO 2021 <

35


[SAÚDE OFTALMOLOGIA]

> MARÇO 2021 <

36

não apresenta sintomas relevantes. E, por

causa da pandemia, esses doentes adiaram

as suas consultas ou estas foram canceladas

pelos hospitais. “Detetámos uma

diminuição significativa no número de tratamentos

e um agravamento da situação

daqueles que apareceram para tratamento,

tanto na acuidade visual como no estágio

da doença, devido à redução de consultas”.

ATRASO NAS INTERVENÇÕES

DE CATARATAS

Cerca de 84% dos oftalmologistas descobriram

que, devido à pandemia, muitas

das intervenções às cataratas que estavam

previstas foram adiadas, uma situação

que põe em causa a qualidade de vida

dos doentes, os quais, devido à sua má

qualidade visual, apresentam maior risco

de acidentes de trânsito, quedas, fraturas e

até mesmo de agravamento dos seus problemas

neurológicos ou psicológicos.

Negligenciar patologias graves, como a

Além disso, atrasar muito esta intervenção

pode dificultar a cirurgia em si. “A

intervenção atempada nesta patologia é

extremamente importante: quanto mais

cedo se fizer o seu tratamento, mais fácil

será a execução cirúrgica. A cirurgia é

mais rápida em regime ambulatório e a

qualidade de vida melhora significativamente”,

explica o Prof. Manuel Monteiro

Pereira.

MEDIDAS

HIGIÉNICO-SANITÁRIAS

O medo de contrair a Covid-19 é o principal

motivo pelo qual as pessoas pararam

de fazer exames de saúde ocular, segundo

os especialistas consultados. Além disso,

70% deles consideram que aqueles que

mais deixaram de frequentar esses exames

foram os maiores de 65 anos.

Porém, quando questionados sobre as

medidas higiénico-sanitárias que as clínicas

de Oftalmologia cumprem, todos

enfatizam que evitar infeções tem sido e é

uma prioridade, seguindo rígidos padrões

de segurança.

“As medidas higiénico-sanitárias estabelecidas

nas clínicas oftalmológicas

seguem todas as normas decretadas pela

Direção Geral de Saúde. O uso da máscara

é obrigatório e, ao entrar na receção,

a temperatura dos pacientes é verificada

e as mãos são desinfetadas. Além disso,

degeneração macular relacionada com a idade

(DMRI), retinopatia diabética ou glaucoma,

pode levar à perda irreparável da visão

mantemos a distância entre os pacientes,

tanto na sala de espera quanto entre

as consultas, desinfetamos as superfícies

utilizadas e protegemos a equipa clínica

com touca, máscara, bata e luvas. Toda a

clínica é limpa diariamente, como se fosse

uma sala de cirurgia”, detalha o Prof.

Manuel Monteiro Pereira, responsável

pela Clínica Oftalmológica das Antas, no

Porto.

RECOMENDAÇÕES

dos especialistas

Com o lançamento do relatório

“#VisãodeFuturo”, o grupo de trabalho

responsável pela sua elaboração

quer consciencializar a população de

que deixar de fazer check-ups por

medo da pandemia pode ter efeitos

colaterais na saúde, prejudicando a

sua visão. Como tal, os oftalmologistas

apresentam uma série de recomendações

para ajudar a prevenir e reverter

essa situação:

1. Fique em espaços tão abertos

quanto possível e devidamente iluminados.

A luz natural, neste caso,

é muito melhor para a saúde ocular

do que a artificial.

2. Trabalhe em ambientes adequadamente

humidificados. O aquecimento

ou o ar condicionado ressecam o

ambiente e também os olhos. O uso

de humidificadores pode ser uma

boa alternativa para evitar o olho

seco.

3. Faça pausas visuais. Programe

uma rotina de trabalho em que,

por exemplo, a cada 20 minutos,

repouse os olhos por um determinado

tempo, afastando-os do ecrã e

olhando para longe.

4. Procure usar menos a visão de

perto e a intermediária: se vamos

usar um ecrã, é melhor ver televisão

(a uma distância maior) do que usar

o telemóvel para o mesmo fim.

5. Para momentos de lazer, prefira

sempre passar mais tempo ao ar

livre.

6. Evite os reflexos nos ecrãs. Estes

podem obrigar a realizar um maior

esforço visual.

7. Pestaneje mais e melhor: essa ação

ajuda a espalhar a lágrima, repleta

de nutrientes essenciais, por toda a

superfície ocular.

8. Faça exames oftalmológicos de

forma rotineira, anualmente em

idades críticas (em idades precoces,

durante a gravidez ou acima dos 40

anos).

9. Se sofre de uma patologia já detetada,

não negligencie os seus tratamentos

ou intervenções. Apesar

de não apresentar sintomas fortes,

muitas vezes ocorre perda de visão

irreparável.

10. Em caso de sintomas, consulte um

especialista em Oftalmologia.



DICAS PARA UM

SORRISO

bonito e saudável

OSTENTAR UM SORRISO BONITO E SAUDÁVEL DEVE SER UM PRIORIDADE, JÁ QUE

TRAZ DIVERSOS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE E A AUTOESTIMA. E PARA ALCANÇAR

UM SORRISO SAUDÁVEL, SÃO VÁRIOS OS ASPETOS A TER EM CONTA E QUE VÃO MUITO

ALÉM DAS CONSULTAS COM UM ESPECIALISTA: COMEÇAM POR UMA CORRETA

HIGIENE ORAL E UMA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA, DIARIAMENTE. AQUI FICAM

CINCO DICAS ESSENCIAIS PARA QUEM QUER TER UM SORRISO BONITO E SAUDÁVEL.

Pelo

DR. CÉSAR KELLY

PIMENTEL

Médico dentista;

fundador da clínica TWIST


[MEDICINA DENTÁRIA SAÚDE]

1.

ESCOVAR OS DENTES

CORRETAMENTE

A saúde dos dentes passa, essencialmente, por uma boa

higiene oral, por isso, aplicar uma técnica de escovagem

correta é um dos fatores mais importantes.

É fundamental escovar os dentes, pelo menos, duas

vezes por dia, durante dois minutos, em movimentos circulares

e num ângulo de 45 graus em relação à gengiva,

para higienizar todas as faces dos dentes. Usar fio dentário

e escovar a língua são também passos essenciais.

A lavagem deve acontecer cerca de meia hora depois de

comer, o tempo necessário para equilibrar o pH oral, ou

seja, o nível de acidez da boca.

No final, em vez de bochechar com água, deve retirar

apenas o excesso de pasta dentífrica, deixando o restante

em contacto com os dentes, para que possa atuar enquanto

agente reparador e protetor.

2.

LER OS RÓTULOS

DAS EMBALAGENS

Nas idas ao supermercado, poucos são os que dedicam

tempo a ler os rótulos, mas esse é também um ponto fulcral

para uma boa saúde oral, já que permite escolher os

produtos dentífricos mais adequados a cada caso.

O principal aspeto a ter em conta nas pastas dentífricas

é a quantidade de flúor: deve-se sempre optar por um

produto com 1200 ppm de flúor, para garantir a remineralização

dos dentes e prevenir as cáries.

Pastas branqueadoras ou que tenham na sua composição

carvão ativado devem ser evitadas, por serem muito

abrasivas para os dentes. Este tipo de pastas deve ser

utilizado, no máximo, duas vezes por semana, já que

podem trazer diversas complicações, como desgaste do

esmalte e agravamento da sensibilidade dentária.

3. ALIMENTAÇÃO

EQUILIBRADA

Ter uma alimentação equilibrada é o segredo para

mantermo-nos saudáveis também no que diz respeito à

saúde da boca.

Seguir uma alimentação rica em fibras e baixa em

açúcares traz grandes benefícios para os dentes e gengivas:

os alimentos ricos em fibras ajudam a proteger os

dentes, eliminando resíduos de outros alimentos que ficam

na superfície dentária. Por outro lado, a acumulação de

resíduos doces na boca propicia o aparecimento de cáries.

Refeições pesadas devem também ser evitadas, sobretudo

à noite e para pessoas com problemas gástricos, já

que o elevado nível de acidez que se gera na boca e no

estômago pode danificar o esmalte dentário.

4.

CONSUMIR DOCES

SÓ NAS REFEIÇÕES

Sendo difícil resistir aos doces, a melhor altura para os consumir

é durante ou logo após as refeições. Desta forma, além do açúcar

se misturar com os outros nutrientes ingeridos, evitando picos

de insulina no sangue, tem mais-valias para a saúde dentária. A

ingestão de alimentos ricos em açúcar faz com que o pH da boca

diminua mais do que o habitual numa refeição baixa em açúcares,

tornando-o mais ácido, o que pode causar a desmineralização

dos dentes e favorecer o aparecimento de placa bacteriana, que

resultará em cáries.

Ao serem consumidos juntamente com outros alimentos, os

doces tornam-se menos agressivos e a boca recupera o seu pH

natural mais rapidamente.

5.

TER UMA MAÇÃ

OU PASTILHA ELÁSTICA

SEMPRE À MÃO

Sempre que comemos, ficam na superfície dentária resíduos dos

alimentos. Idealmente, devemos lavar os dentes após a sua ingestão,

mas nem sempre isso é possível, por estarmos no trabalho ou

na rua. Por isso, é importante evitar comer entre refeições e ter

sempre à mão partilhas elásticas sem açúcar ou uma maçã. Tanto

o mascar uma pastilha como o comer uma maçã, que é altamente

rica em fibra, ajudam a retirar resíduos de outros alimentos dos

dentes, o que vai mantê-los mais limpos e, consequentemente, mais

brancos e brilhantes.

Estes são os principais cuidados a ter no dia a dia para uma

boca saudável e bonita. É importante, no entanto, aliar estes cuidados

a visitas regulares ao dentista, de seis em seis meses, para

um controlo e para a realização de tratamentos de destartarização,

evitando o aparecimento de cáries e outros problemas orais.

É importante aliar estas dicas a visitas regulares

ao dentista, de seis em seis meses, para um controlo

e para a realização de tratamentos de destartarização

> MARÇO 2021 <

39


[SAÚDE OTORRINO]

Perdas auditivas

CONTRARIAMENTE AO QUE A

MAIORIA PENSA, a perda auditiva

não é uma consequência do

avançar da idade: na realidade, pode acontecer

em qualquer altura da vida. A maior

parte das pessoas vai perdendo a audição

de forma gradual, o que explica a elevada

incidência do problema nos mais seniores.

Quando começam a “ouvir mal”, a evidência

não é imediata, o que facilita o arrastamento

até estados mais graves.

A população afetada por perdas auditivas

já começa a abranger uma faixa

etária mais jovem, especialmente devido à

exposição excessiva de ruído. No entanto, a

maioria dos jovens é incapaz de relacionar

o efeito indesejado do som alto à perda

auditiva.

CAUSAS DIVERSAS

A exposição prolongada a ruído elevado

e/ou constante, medicação tóxica, infeções

e ferimentos do tímpano, bem como predisposição

genética, são algumas das causas

da perda auditiva. No entanto, o ruído é

bastante importante, pois pode ser evitado,

sendo necessária grande atenção ao nível e

tempo de exposição ao ruído. Por exemplo,

se tivermos de levantar a voz para sermos

ouvidos por alguém que está a uma distância

de três metros, o ruído à volta pode ser

prejudicial.

É IMPORTANTE

PROCURAR AJUDA

EM PORTUGAL, O TEMPO ENTRE O SURGIMENTO

DOS PRIMEIROS SINTOMAS DE PERDA AUDITIVA E

A DECISÃO DE PROCURAR AJUDA ESPECIALIZADA

É, EM MÉDIA, SUPERIOR A SETE ANOS.

CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS

Para além das consequências físicas,

a pessoa com perda auditiva cria um

isolamento social muito grande e um distanciamento

do seu círculo social e, consequentemente,

começa a tornar-se inativo

e dependente. Por exemplo, se uma pessoa

com problemas auditivos não consegue

compreender as conversas e interagir com

as outras pessoas, quer ao vivo quer por

telefone ou videochamada, é bastante provável

que comece a recusar os contactos

sociais.

E, por vezes, as pessoas mais próximas

não compreendem que existe um problema

auditivo, o que, por sua vez, leva a situações

de conflito. Estas situações geram constrangimento

e problemas de sociabilidade.

SINAIS DA PERDA AUDITIVA

As pessoas com perda auditiva sofrem,

essencialmente, de uma redução significativa

no volume do som. Colocar a

televisão ou a rádio muito altos, pedir

constantemente para as pessoas repetirem

o que foi dito, aproximar um ouvido da

pessoa que está a falar ou demonstrar

dificuldade em compreender conversas ao

telefone, recusando-se muitas vezes até

a atender, podem ser sinais deste tipo de

perda auditiva.

Em casos mais graves, a pessoa não

compreende conversas, apresenta uma

enorme dificuldade de audição na presença

de ruído, coloca todos os aparelhos num

volume altíssimo e fica confuso com a

falta de perceção da direção do som.

> MARÇO 2021 <

40


A exposição prolongada a ruído elevado e/ou

constante, medicação tóxica, infeções e ferimentos

do tímpano, bem como predisposição genética,

são algumas das causas da perda auditiva

ESTIGMA DA NEGAÇÃO

A perda gradual de audição vem acompanhada,

muitas vezes, por um estigma de

negação bastante enraizado. Pessoas com

perda auditiva acreditam, e defendem, que

são as outras pessoas que falam demasiado

baixo. Encaram o problema como

sendo de terceiros e não seu. E, na maioria

dos casos, não conseguem ultrapassar esse

sentimento sozinhos: tem de existir, geralmente,

uma influência social por partes

dos seus pares ou uma situação induzida

que faça surgir a necessidade de procurar

aconselhamento especializado.

AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de perda de audição

deve ser sempre iniciado com a avaliação

esclarecedora de um profissional

de saúde, que permita determinar a

capacidade auditiva de cada ouvido.

É essencial a visita a um centro

especializado em audição ou a um

otorrinolaringologista, como primeiro

passo na avaliação e tratamento.

E, como a perda é, muitas vezes, identificada

por amigos ou família, recomenda-se

que o paciente vá fazer os exames acompanhado

por uma pessoa mais próxima, que

pode contribuir com informações valiosas

sobre os seus sintomas e efeitos, bem

como prestar apoio no início do processo

de tratamento.

NOVA GERAÇÃO DE

APARELHOS AUDITIVOS

Na maioria dos casos de perda auditiva

diagnosticados precocemente, o tratamento

restitui a audição. Em casos mais

graves, em que a ação clínica não é eficaz,

os aparelhos auditivos são a solução recomendada,

podendo melhorar significativamente

a audição perdida.

Apesar de já estarem disponíveis aparelhos

de várias cores e tamanhos, ainda

existe um estigma visual que os refere

como “feios”e “grandes”. Mas a tecnologia

continua a evoluir, com o lançamento

de aparelhos pequenos, praticamente

“invisíveis” e bastante confortáveis.

Tipos de perdas

auditivas

A perda de audição é classificada

como congénita, se ocorrer antes do

nascimento, ou adquirida, se ocorrer

posteriormente. Existem três tipos de

perdas auditivas:

4DE CONDUÇÃO, que resulta de uma

interferência na transmissão do som

do ouvido externo para o ouvido

interno;

4NEURO-SENSORIAL, uma desordem

irreversível do ouvido interno, mas

nem sempre passível de reabilitação

significativa através de aparelhos; e

4MISTA, que ocorre quando uma

perda auditiva é causada por alterações

no ouvido interno, bem como

no ouvido externo.

Atualmente, existem aparelhos com uma

tecnologia de nova geração, passíveis de

uso dentro de água, imunes a interferências

e que até permitem a ligação por Bluetooth

a telemóvel e televisão. Para além de um

tratamento prático e eficaz, estes aparelhos

providenciam uma completa liberdade

de movimentos.

> MARÇO 2021 <

41


[SAÚDE PSICOLOGIA]

BURNOUT

nos profissionais

de saúde

O QUE PODEMOS FAZER

PARA OS AJUDAR?

DURANTE A PANDEMIA

COVID-19, MAIS DE METADE

DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

APRESENTARAM SINAIS DE

BURNOUT, STRESS E ANSIEDADE,

DE ACORDO COM UM ESTUDO

REALIZADO PELA FACULDADE

DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE

DO PORTO. DEVEMOS FAZER

ALGO PARA OS AJUDAR.

> MARÇO 2021 <

42

“QUASE TRÊS EM CADA QUATRO (72,2%) PRO-

FISSIONAIS DE SAÚDE APRESENTA NÍVEIS

MÉDIOS OU ELEVADOS DE EXAUSTÃO EMOCIO-

NAL E VALORES SEMELHANTES DE BURNOUT.

(...) Em Portugal, entre 2011 e 2013, 21,6% dos

profissionais de saúde apresentaram burnout moderado

e 47,8% burnout elevado”, pode ler-se no Barómetro

COVID-19, projeto de investigação da Escola Nacional

de Saúde Pública (ENSP).

Estes são dados que nos indicam que o burnout é uma

preocupação atual quanto aos nossos profissionais de

saúde e que devemos fazer algo para os ajudar. Pessoas

que estão na linha da frente são formadas e preparadas

para ajudar o próximo, com um notável espírito de

missão, focadas e preparadas para a ação, não estando,

portanto, preparadas para elas próprias receberem

ajuda de outros.


SENSAÇÃO DE PERIGO CONSTANTE

Outro facto que ocorre quando estes profissionais estão na linha

da frente é que existe uma sensação de perigo constante, a qual

aumenta os seus níveis de adrenalina no organismo, ocorrendo

uma ativação persistente e um alerta, que não os permite, de

maneira nenhuma, abrandar.

Repare-se que o burnout entre profissionais de saúde já se faz

sentir com um aumento considerável, apresentando grandes repercussões

na sua saúde mental e psicológica, bem como nos serviços

que prestam.

Contudo, devido às necessidades e exigências atuais, é importante

sensibilizarmos estes profissionais para o seu próprio autocuidado

diário e para a necessidade urgente de cuidarem da sua

saúde mental, para que continuem a ter a capacidade de exercer a

sua profissão – ou missão, como muitos descrevem.

Jamais podemos culpar os nossos profissionais de saúde por

desenvolverem essa síndrome, pois ela é o reflexo da sobrecarga

horária, da escassez de recursos (quer materiais, quer humanos),

de um aumento do número de doentes ao cuidado de cada profissional,

do acúmulo de tarefas e responsabilidades, das exigências

e desafios diários (enfrentar a doença altamente contagiosa, com

consequências graves e sem um tratamento cabal), da falta de

descanso, de um contexto de grande incerteza, da necessidade de

confortar emocionalmente alguns doentes, de comunicar o agravamento

de quadros clínicos ou falecimentos a familiares, de lidar

com a morte a todo o momento, do afastamento das suas famílias

e da falta de apoio destes, entre outros. Enfim, de todo o panorama

global que atravessamos.

Pela

DRA. TÂNIA DANIELA CARVALHO

Psicóloga Clínica

www.taniadanielacarvalho.pt

Jamais podemos culpar os

nossos profissionais de saúde por

desenvolverem esta síndrome,

pois ela é o reflexo do panorama

global que atravessamos


[SAÚDE PSICOLOGIA]

AFINAL, O QUE É O BURNOUT?

O burnout ou síndrome de esgotamento profissional é um tipo

específico de stress ocupacional, provocado pelo trabalho e caracterizado,

sobretudo, pela exaustão emocional e diminuição do

envolvimento pessoal no trabalho.

O burnout apresenta sintomas que incluem a sensação de esgotamento

físico e emocional, apatia, desânimo, ansiedade, atitudes

negativas no trabalho como isolamento, mudanças bruscas no

humor, irritabilidade, alterações do sono, sentimento de incapacidade

ou inferioridade, falta de motivação, ausência de criatividade

e pessimismo.

Também apresenta manifestações físicas como: enxaqueca, cansaço

constante, palpitações, pressão alta, dores musculares, crises

de asma e distúrbios gastrointestinais.

São notórias as consequências para a vida pessoal e profissional

do indivíduo. A nível pessoal, o burnout pode afetar o bem-estar

psicológico, emocional e físico, as relações familiares, profissionais

e com amigos. No campo profissional, o burnout pode levar ao

absentismo, acidentes de trabalho, perda de produtividade ou diminuição

do compromisso com o trabalho. A acrescentar, os custos

económicos do burnout, como, por exemplo, a perda de salário e

os gastos com consultas e tratamentos.

RECONHECIDO COMO DOENÇA

Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento de

situações de burnout. São exemplos disso uma carga de trabalho

elevada e superior à capacidade do trabalhador, horários de trabalho

por turnos, contínuos ou acima das 8 horas diárias recomendadas,

ausência de momentos para descanso, conflitos laborais, má

relação entre colegas e/ou superiores hierárquicos, realizar tarefas

com grande exigência a nível emocional, dificuldade em manter

o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional e incapacidade

na resolução de problemas pessoais que possam ter impacto no

trabalho.

No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

– DSM V, publicado em 2014, pela Associação Americana de Psiquiatria,

o burnout não é reconhecido como uma doença. Porém,

na CID-10, Classificação Internacional das Doenças, encontrase

no capítulo “fatores que influenciam o estado da saúde ou o

contacto com os serviços de saúde”, que diz respeito às razões

para contactar os serviços de saúde que não são consideradas

doenças. Na 11.ª revisão da CID, que entrará em vigor em 2022,

entra na lista de doenças, descrito como “problemas associados

com o emprego e o desemprego” e tem o código QD85. Na lista

de classificação, o burnout é definido como “uma síndrome que

resulta de um stress crónico no local de trabalho que não foi bem

gerido”. São descritas três dimensões desta síndrome: sensação

de esgotamento de energia ou exaustão; aumento da distância

mental do emprego ou sentimentos de negativismo ou cinismo

relativamente ao emprego; e sensação de ineficácia e falta de

realização. Importa salientar que o burnout refere-se a fenómenos

no contexto profissional e não deve ser aplicado para descrever

experiências noutras áreas da vida. Com a evolução do problema,

poderão surgir perturbações mentais ou outros problemas, como

a ansiedade generalizada, a depressão, o alcoolismo ou o suicídio.

empatia, diminuição da compaixão pelo outro e exaustão física

e emocional;

4Menor realização profissional: a pessoa faz uma avaliação de si

e da sua situação no trabalho de forma mais negativa;

4Menor motivação, envolvimento e dedicação ao trabalho;

4Falta de energia;

4Falta de vontade para fazer atividades sociais ou estar com

outras pessoas;

4Dificuldades de concentração;

4Sintomas físicos: maior fadiga, enxaquecas, tonturas, dores

musculares, alterações do sono e do apetite, alterações nos

níveis da tensão arterial, entre outros.

Com a evolução do problema,

poderão surgir perturbações

mentais ou outros problemas,

como a ansiedade generalizada, a

depressão, o alcoolismo ou o suicídio

> MARÇO 2021 <

44

COMO SABER SE ESTÁ COM BURNOUT?

Uma situação de burnout é identificada com maior frequência

em pessoas cujo trabalho envolve o contacto com outras pessoas,

como é o caso de médicos, enfermeiros, cuidadores, professores ou

polícias. Esta síndrome não ocorre de um dia para o outro e, como

tal, as pessoas vão experienciando sintomas como:

4Exaustão emocional: sensação de sobrecarga, de desgaste da


MEDIDAS PARA EVITAR O BURNOUT

Eis algumas medidas que os profissionais de saúde (e todos os

profissionais em geral) poderão implementar para evitar atingir

uma situação de burnout:

4Implemente na sua rotina diária práticas de autocuidado –

Respeite os seus tempos e pausas e, sobretudo, descanse; tenha

uma alimentação saudável; realize atividade física ou pratique

meditação; contacte com familiares e amigos; e não se esqueça

das atividades de lazer;

4Abrande o ritmo – Não ande sempre a “correr”, procure

fazer uma coisa de cada vez, aproveitando esse momento e

concentrando-se no que está a fazer;

4Crie pausas para se conectar consigo próprio – Concentre-se

na sua respiração, no seu corpo, nas suas emoções e permita-se

tranquilizar um pouco;

4Procure dar nome ao que está a sentir – Analise as suas

emoções e procure perceber se está preocupado, exausto,

stressado, ansioso, sobrecarregado. Assim, estará a ganhar

consciência sobre as emoções que está a sentir, conhecendo-as

e aumentando a capacidade de as conseguir gerir;

4Permita-se entender que você não tem o controle de tudo

– Existem coisas que estão realmente sob o seu controlo, mas

outras não. Foque-se apenas naquilo que consegue controlar, o

resto deixe ir;

4Faça o que gosta – Faça uma reflexão sobre o que mais gosta

e tem vindo a adiar na sua vida e faça-o. Procure em si uma

paixão, um hobbie ou uma atividade que lhe dê prazer;

4Aproveite para escrever – Escreva sobre si, sobre algo que

goste, sobre coisas boas que lhe aconteceram, sobre coisas pelas

quais se sente grato ou que o fazem sentir-se bem;

4Peça ajuda – Se sentir que está frequentemente preocupado,

ansioso, stressado, exausto, interferindo no seu funcionamento e

vida diária, peça ajuda.

AJUDA PROFISSIONAL

O psicólogo é um profissional de saúde devidamente habilitado,

que o poderá ajudar numa situação de burnout.

Após avaliação da sua situação, o psicólogo poderá ajudá-lo

ao nível da regulação emocional (gestão de stress e ansiedade),

na promoção de autocuidado, na priorização de momentos de

descanso e lazer, e no aumento do equilíbrio entre a vida pessoal e

profissional, re-estabelecendo a sua saúde psicológica e emocional

e levando-o a um bem-estar aumentado.

Cuidar de si é essencial e ajuda-o a cuidar dos outros!


[ESPAÇO AMPLIPHAR ]

apresenta uma fórmula

completa com nutrientes importantes para

a função cerebral, memória e concentração,

função psicológica e sistema nervoso, conferindo

proteção antioxidante e energia.

está indicado para pessoas sob

stress profissional, estudantes, idosos em declínio

das suas faculdades mentais, pessoas com falhas

de memória e fadiga intelectual e para todos

que pretendam melhorar a performance cerebral.

MEMÓRIA/CONCENTRAÇÃO

ENERGIA

FUNÇÃO PSICOLÓGICA

E SISTEMA NERVOSO

Ómega 3

Guaraná

Vitaminas

Fosfolípidos

Minerais

Carotenóides

Ginkgo biloba

5-HTP

Glutationa

L-arginina

Ginseng

Glutamina

PROTEÇÃO ANTIOXIDANTE

FUNÇÃO CEREBRAL

Disponível em Farmácias

e Espaços de Saúde

Suplemento alimentar. Os suplementos alimentares não devem ser utilizados como substitutos de um regime alimentar variado e de um modo de vida saudável.


www.winfitmc.pt

FUNÇÃO CEREBRAL

memória / concentração


[SAÚDE PSICOLOGIA]

STRESS pós-

UM TRAUMA

MUITO ALÉM DO MEDO

A PERTURBAÇÃO DE STRESS PÓS-TRAUMÁTICO, MAIS CONHECIDA PELA

SUA SIGLA EM INGLÊS PTSD (POST TRAUMATIC STRESS DISORDER), É A

DESIGNAÇÃO PARA UMA PERTURBAÇÃO MENTAL QUE PARECE RESULTAR

DE UMA HIPERATIVAÇÃO DOS MECANISMOS DE RESPOSTA AO MEDO.

A

PERTURBAÇÃO DE STRESS

PÓS-TRAUMÁTICO manifesta-

-se, normalmente, no primeiro mês

após um evento traumático, mas por vezes

pode passar um ano até que isso aconteça.

Segundo estudos, mediante acontecimentos

potencialmente traumáticos, é muito

frequente encontrar sintomatologia significativa

na maioria das pessoas expostas.

Mas, em mais de 90% dos casos, esta

acaba por ser atenuada ao longo das seis

semanas seguintes.

Pela

DRA. SANDRA NEVES

Psiquiatra da UPPC -

Unidade Psiquiátrica

Privada de Coimbra

SINTOMAS EXPRESSIVOS

Os sintomas da perturbação de stress

pós-traumático agrupam-se em quatro

tipos fundamentais: pensamentos intrusivos,

evitações, mudanças negativas no

conteúdo dos pensamentos e no humor, e

mudanças nas reações físicas e emocionais.

Estes podem variar com o tempo e de

pessoa para pessoa.

Podem, desta forma, surgir pensamentos

intrusivos, recorrentes, angustiantes e

involuntários sobre o acontecimento traumático,

sensação de estar a reviver o

acontecimento, muitas vezes com verdadeiros

flashbacks, sonhos perturbadores

ou pesadelos relacionados com o trauma

e sensação de angústia intensa ou reações

físicas perante situações que recordem,

de alguma forma, o acontecimento traumático.

Os sintomas de evitação podem passar

por não falar do acontecimento e mesmo

"evitar pensar", bem como evitar lugares,

atividades ou pessoas que façam recordar

o sucedido.

Para além de toda esta sintomatologia,

podem surgir pensamentos negativos acerca

de si próprio, das outras pessoas e do

mundo em geral, bem como desesperança

face ao futuro. A memória pode também

ser afetada e, muitas vezes, as pessoas

não recordam aspetos importantes sobre o

acontecimento traumático.

UM DIA A DIA PENOSO

Estas manifestações tendem a provocar

problemas consideráveis na qualidade

de vida dos doentes com PTSD, dos

quais se destacam:

4as dificuldades que surgem em

manter as relações interpessoais;

4a sensação de "distância" de familiares

e amigos;

4n a descrição de se sentirem "insensíveis

emocionalmente";

4a dificuldade muitas vezes relatada

em sentir "emoções positivas"; ou

4a falta de interesse pelas atividades

que anteriormente eram gratificantes.

Para além de tudo isto, o doente

relata muitos sintomas que se relacionam

com o estado de hipervigilância,

tais como assustar-se facilmente,

estar sempre alerta para uma eventual

situação de perigo, queixas de dificuldade

de concentração, perturbações do

sono, irritabilidade, ataques de raiva

ou manifestação de comportamentos

agressivos e até mesmo conduta autodestrutiva,

como conduzir em excesso

de velocidade e sem cuidado ou beber

em excesso. Muitas vezes, a todos os

sintomas referidos ainda se juntam

sentimentos de culpa ou de fraqueza,

tornando o dia a dia destes doentes

extremamente penoso.

48


traumático

AJUDA URGENTE

Todos estes sintomas podem ainda variar

de intensidade ao longo do tempo, podendo

por exemplo ser mais intensos em fases

da vida de maior stress e preocupação,

ou quando se ouvem determinados barulhos,

se assiste a condições meteorológicas

adversas ou a notícias sobre a guerra,

atentados terroristas, assaltos, violações

ou acidentes na televisão. Quadros intensos

podem culminar mesmo em ideação

suicida, sendo urgente obter ajuda para o

doente. Convém referir que nem todos os

casos preenchem os critérios necessários

para fazer o diagnóstico de PTSD, não significando

por isso que o quadro clínico não

afete de igual forma o doente, diminuindo-

-lhe a qualidade de vida e acarretando dor

e sofrimento.

Para além do sofrimento e da diminuição

da qualidade de vida, também o núcleo de

familiares e amigos do doente acaba por

ser atingido. Por isso, é essencial o reconhecimento

e a orientação destes casos

para os profissionais de saúde mental. A

instituição de medicação psicofarmacológica

por psiquiatras e o apoio psicoterapêutico

instituídos precocemente poderão

mudar o rumo de muitas vidas, melhorando

a saúde global e devolvendo os sorrisos.

A instituição de medicação psicofarmacológica por psiquiatras

e o apoio psicoterapêutico instituídos precocemente

poderão mudar o rumo de muitas vidas

49


[SAÚDE MEDICINA DO SONO]

Distúrbios

OS IMPACTOS NEGATIVOS DESTA

PANDEMIA NÃO SE ESGOTAM

QUANDO O ÚLTIMO DOENTE COM

COVID-19 ESTIVER CURADO, UMA

VEZ QUE RESULTOU UMA CLARA

REDUÇÃO DA CAPACIDADE DE

DIAGNOSTICAR E TRATAR OUTRAS

DOENÇAS. OS DISTÚRBIOS DO

SONO NÃO FORAM EXCEÇÃO,

TENDO HAVIDO UMA DIMINUIÇÃO

SIGNIFICATIVA DAS CONSULTAS

DEDICADAS A ESTAS PATOLOGIAS.

> MARÇO 2021 <

50


do SONO

CONSEQUÊNCIA DA PANDEMIA

O

DIA MUNDIAL DO SONO celebra-se,

todos os anos, na sextafeira

anterior ao equinócio da

Primavera. Este dia, instituído pela World

Seep Society, tem como objetivo alertar

a sociedade para os benefícios do sono e

para os malefícios da sua ausência.

Em 2021, o Dia Mundial do Sono será

assinalado a 19 de março. Seria, pois,

expectável que o sono fosse o tema de

saúde dominante nos meios de comunicação

social, cumprindo-se, mais uma vez, o

desígnio da celebração. Infelizmente, este

ano será diferente!

TSUNAMI PARA OS

SERVIÇOS DE SAÚDE

A 2 de março de 2020, foi diagnosticado

em Portugal o primeiro caso de infeção

pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e,

desde então, travamos diariamente uma

luta contra esta doença.

Esta pandemia revelou-se um autêntico

tsunami para os serviços de saúde, obrigando

a um enorme esforço de adaptação

e aumento da capacidade de resposta ao

elevado número de doentes infetados.

Nos hospitais, a grande maioria das atividades

eletivas foram reduzidas ao indispensável

ou mesmo suprimidas e muitos

estabelecimentos de prestação de cuidados

de saúde foram obrigados a alterar profundamente

a sua atividade.

Infelizmente, os impactos negativos

desta pandemia não se esgotam quando

o último doente com COVID-19 estiver

curado, uma vez que, da inevitável reestruturação

dos serviços de saúde, resultou

uma clara redução da capacidade de

diagnosticar e tratar outras doenças. Os

distúrbios do sono não foram exceção,

tendo havido uma diminuição significativa

das consultas dedicadas a estas patologias,

bem como do número de polissonografias

(estudos do sono) realizadas

durante o último ano.

CIRCUNSTÂNCIAS ASSOCIADAS

AO CONFINAMENTO

Nos últimos meses, observamos um

aumento significativo dos pedidos de ajuda

por queixas relacionadas com o sono. As

preocupações profissionais, a incerteza

quanto ao futuro e a gestão das relações

familiares no contexto do confinamento,

são fatores geradores de stress e ansiedade,

muitas vezes, associados à insónia.

A redução da atividade física e da exposição

solar, a irregularidade de horários e

o aumento da exposição a ecrãs, circunstâncias

associadas ao confinamento, foram

determinantes para o aumento das queixas

relacionadas com o sono.

Estudos realizados com profissionais

de saúde na primeira linha do combate

à pandemia de COVID-19 demonstraram

um impacto negativo na qualidade do seu

sono comparativamente com outros grupos

profissionais.

CONSEQUÊNCIAS DA

PRIVAÇÃO DE SONO

O sono é um estado de repouso fundamental

para o ser humano, que tem impacto

na saúde, bem-estar, equilíbrio emocional

e qualidade de vida. É indispensável

para o desenvolvimento do cérebro, da

memória e de outras funções do organismo

- capacidade de aprender, memorizar, criar,

tomar decisões e fazer escolhas lógicas.

Vários estudos científicos demonstraram

os benefícios do sono na melhoria da performance

desportiva e na redução de lesões.

No entanto, não é preciso ser um atleta para

beneficiar dos efeitos positivos do sono ou

para sofrer as consequências da sua ausência.

Infelizmente, a privação de sono pode

ter um impacto negativo em todos os sistemas

do nosso corpo. Dificulta a manutenção

da vigília, da atenção e da concentração,

aumenta o tempo de reação e o risco de

acidentes e provoca alterações de humor,

instabilidade emocional e irritabilidade.

Estudos científicos evidenciaram uma

relação significativa entre a falta de sono

e múltiplas condições clínicas, como a

obesidade, a diabetes mellitus tipo 2, a

hipertensão, o enfarte agudo do miocárdio

e a disfunção erétil.

A privação de sono tem também um

impacto negativo no nosso sistema imunitário.

Existem dados que demonstram

haver um maior risco de infeção aquando

da exposição a vírus respiratórios nos indivíduos

privados de sono. E isto, no contexto

atual, assume particular relevância.

CONSELHOS PRÁTICOS E SIMPLES

Alguns conselhos, práticos e simples,

podem ajudar a promover uma boa noite

de sono. Um dos mais importantes assenta

na criação de rotinas, nomeadamente

horários para acordar e para deitar. Procurar

a exposição solar, no período da manhã,

ajuda na regulação do nosso ritmo circadiano.

Realizar atividade física regular,

preferencialmente nas primeiras horas do

dia, promove um sono de qualidade.

Pelo

DR. TIAGO SÁ

Pneumologista e Especialista

em Medicina do Sono;

Diretor Clínico da Sleeplab


[SAÚDE MEDICINA DO SONO]

É também importante reduzir o consumo

de bebidas cafeinadas ou açucaradas,

evitar refeições pesadas ao jantar e não

fumar ou beber bebidas alcoólicas nas

últimas 4 horas antes de ir para a cama.

Dormir uma sesta pode trazer vários

benefícios como a melhoria do humor,

capacidade de concentração e redução da

fadiga. No entanto, sestas prolongadas e

tardias devem ser evitadas, pois frequentemente

provocam dificuldade em adormecer

à noite.

Criar um ambiente confortável para

potenciar o sono é fundamental - para isso

devemos dormir num espaço escuro, silencioso

e com uma temperatura adequada

(idealmente 16-20ºC).

A exposição à luz dos écrans dos dispositivos

eletrónicos é quase inevitável, mas

deve ser evitada nas últimas horas antes

de adormecer, pois pode inibir a secreção

de melatonina, uma das hormonas responsáveis

pela regulação do sono.

Em alternativa, atividades que promovam

o relaxamento, como um banho de

água quente 1 a 2 horas antes de adormecer

ou momentos de leitura podem ajudar

a ter uma boa noite de sono.

CONSULTAR UM ESPECIALISTA

Por vezes, o cumprimento de todas

estas recomendações não é suficiente para

obter um sono de qualidade. Se continuar

com dificuldade em adormecer, acordar a

meio da noite ou cedo demais, apresentar

A privação de sono dificulta a manutenção da vigília,

da atenção e da concentração, aumenta o tempo de

reação e o risco de acidentes e provoca alterações

de humor, instabilidade emocional e irritabilidade

paragens respiratórias ou engasgamentos

noturnos, sentir sonolência durante o dia,

precisar de dormir mais horas do que o

habitual para ter energia, sentir dificuldade

de concentração, estiver desatento ou

irritável, então está na hora de consultar

um médico especialista.

Apesar da existência de inúmeros fármacos

frequentemente usados em doentes

com queixas relacionadas com o sono

(muitas vezes, sem indicação formal), o

que não se deve fazer é recorrer à automedicação,

pois na maioria dos casos os

resultados não são satisfatórios, podendo

mesmo ocorrer efeitos adversos.

Existem dezenas de distúrbios do sono

conhecidos e o diagnóstico adequado é um

passo fundamental para uma abordagem

bem-sucedida. Esta deverá, idealmente,

passar por uma equipa multidisciplinar,

pois só assim se constroem soluções adequadas

a cada doente.

Como promover uma BOA

NOITE DE SONO

4Crie rotinas, nomeadamente horários para acordar e para deitar.

4Procure a exposição solar, no período da manhã, pois ajuda na

regulação do nosso ritmo circadiano.

4Realize atividade física regular, preferencialmente nas primeiras

horas do dia.

4Reduza o consumo de bebidas cafeinadas ou açucaradas.

4Evite refeições pesadas ao jantar e não fume nem beba bebidas

alcoólicas nas últimas 4 horas antes de ir para a cama.

4Durma uma sesta curta. Sestas prolongadas e tardias devem ser

evitadas, pois provocam dificuldade em adormecer à noite.

4Crie um ambiente confortável para potenciar o sono: durma num

espaço escuro, silencioso e com uma temperatura adequada (idealmente

16-20ºC).

4Evite a exposição à luz dos écrans dos dispositivos eletrónicos nas

últimas horas antes de adormecer.

4Opte por atividades que promovam o relaxamento, como um

banho de água quente 1 a 2 horas antes de adormecer ou momentos

de leitura podem ajudar a ter uma boa noite de sono.

4Quando o cumprimento de todas estas recomendações não é

suficiente para obter um sono de qualidade, consulte um médico

especialista.

52



[SAÚDE ESTANTE]

Vencer a

Depressão

com a

Psicologia

Positiva

Autora:

Miriam Akhtar

Editora:

Nascente

Perturbação de

Hiperatividade

/ Défice de

Atenção

Coordenalção:

Octávio Moura,

Marcelino Pereira e

Mário R. Simões

Editora: Pactor

Quem já sofreu de depressão sabe que a medicação

nem sempre é a melhor solução. Então,

qual é? A resposta está na psicologia positiva

e neste livro. Em vez de procurar identificar a

causa do mal-estar e reduzir os níveis de stress

e ansiedade, a psicologia positiva tem como

principal objetivo elevar os níveis de felicidade

e bem-estar, transformando a energia negativa

numa atitude positiva perante a vida. As técnicas

usadas neste livro irão não só ajudá-lo

a ultrapassar a depressão, como a reduzir as

hipóteses do seu aparecimento.

Partindo da especificidade das temáticas relacionadas

com a Perturbação de Hiperatividade/Défice

de Atenção (PHDA), esta obra aborda-as de forma

completa, desde o impacto dos sintomas comportamentais

nos vários contextos à avaliação clínica

e terapêutica farmacológica e não farmacológica.

É também analisada a perspetiva histórica e os

futuros desenvolvimentos sobre esta Perturbação

de Neurodesenvolvimento. Foi pensado como uma

ferramenta essencial para profissionais de saúde e

educação, bem como para pais de crianças/adolescentes

e adultos com esta perturbação.

Limpeza

Cerebral

Autores:

Dr. David

Perlmutter e

Dr. Austin

Perlmutter

Editora:

Lua de Papel

Curados

Autor:

Dr. Jeffrey Rediger

Editora:

Nascente

> MARÇO 2021 <

54

Este livro parte de um pressuposto muito simples:

o nosso cérebro está a ser gravemente

manipulado pelos estímulos da tecnologia.

Como consequência, desenvolvemos uma série

de comportamentos que nos deixam mais

sozinhos, ansiosos, deprimidos e propensos a

doenças. A partir dos mais recentes estudos

científicos, os autores identificam as armadilhas

e apresentam o antídoto: uma série de técnicas

que nos permitem pensar de forma mais clara,

tomas melhores decisões e criar hábitos mais

saudáveis.

Para a comunidade médica, as recuperações “milagrosas”

são casualidades. Em 2003, o Dr. Jeffrey

Rediger iniciou um trabalho de investigação sobre

a remissão espontânea, que incluiu entrevistas a

sobreviventes de doenças incuráveis. Cada uma destas

fascinantes histórias mostra-nos a importância de

criar um ambiente biológico na preparação do caminho

para a cura. O autor revela-nos os padrões que

estão por detrás destas curas incompreensíveis e os

princípios físicos e mentais a que chama os “quatro

pilares“ da saúde: o sistema imunitário, a nutrição, a

resposta ao stress e a identidade.


O Caminho

do Homem

Superior

Autor:

David Deida

Editora:

Nascente

O Caminho do Homem Superior explora os

pontos mais importantes na vida de um homem

- a carreira, a família, as mulheres, a intimidade,

o amor e a espiritualidade - e define-se como

um guia para viver uma vida de integridade,

autenticidade e liberdade. As lições apresentadas

neste livro explicam o derradeiro desafio, e

recompensa, ao homem atual: unir determinação

e emoção na mais plena expressão do amor

e da consciência. Mais de 20 anos após a sua

publicação original, esta obra continua a ser uma

referência na área do desenvolvimento pessoal.

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E TERAPÊUTICAS

A FORMAR PROFISSIONAIS DESDE 1999

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- Reflexologia Podal

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Regressivas

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- Chi Kung Terapêutico

- Massagem Tui Ná

Bebé Amado

Autora:

Cátia Godinho

Editora:

Influência

O nascimento de um bebé pode ser uma das

fases mais bonitas na vida de muitos pais,

mas com o bebé surgem também muitas dúvidas

e inseguranças. Neste guia prático, Cátia

Godinho, enfermeira em contexto pediátrico

há mais de uma década, explica-lhe tudo o que

precisa de saber no primeiro ano de vida do seu

bebé, descomplicando aquilo que pode parecer

complicado. Um livro indispensável para uma

parentalidade mais serena e confiante.

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[SAÚDE FITNESS]

Fique em forma

com a ajuda das

NOVAS TECNOLOGIAS

DESCUBRA COMO AS APLICAÇÕES DE SAÚDE E BEM-ESTAR SÃO UM ÓTIMO

ALIADO NA PROMOÇÃO DE UM ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL. MANTER-SE EM

FORMA ESTÁ À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE. SAIBA COMO, NESTE ARTIGO.

SERÁ QUE AS APLICAÇÕES DE

FITNESS podem realmente ajudar

na promoção de hábitos saudáveis?

Como começar a treinar, ter uma alimentação

mais saudável, praticar meditação e,

consequentemente, melhorar a nossa saúde

e bem-estar? Sabemos que a mudança

comportamental requer força de vontade,

dedicação e consistência. Através de uma

aplicação simples, mas completa, arranjamos

todas as soluções que necessita para

acabar com as desculpas!

APROVEITAR O CONFINAMENTO

As principais barreiras para a prática

de atividade física são a falta de tempo e

de motivação. E se o “ganhar tempo” e a

“motivação extra” estivessem na palma da

nossa mão?

A pensar na época em que atravessamos,

de longos meses de distanciamento social

e confinamento, mas convictos de que a

melhor maneira de estarmos seguros para

vencer a pandemia covid-19 passa também

por estarmos em casa, as aplicações

tecnológicas aparecem como uma solução

simples, prática e eficaz para nos mantermos

ativos.

A cadeia de Health Clubes Holmes Place

tem ao seu dispor uma App exclusiva para

sócios, que não só vai fazê-lo suar, como

também terá acesso a conteúdos sobre

alimentação, fisioterapia, spa e outras

temáticas associadas à saúde e bem-estar,

tudo isto à distância de um clique.

FÁCIL DE USAR

De certeza que, em menos de 1 minuto,

tem o telemóvel na mão ou o portátil na

sua frente. Acessível e fácil de usar, para

efetuar o registo basta descarregar a App

Holmes Place (download gratuito), clicar

na opção “Registar”, inserir o e-mail,

clicar em “Continuar” e está pronto para

começar a viagem.

Através da aplicação, poderá aceder à

área pessoal, avaliar e partilhar os seus

progressos com os seus amigos através das

redes sociais. Poderá também enviar mensagens

diretamente para o seu clube, ter

acesso aos eventos que estão a decorrer e

personalizar o mapa de aulas com as suas

aulas favoritas. A aplicação Holmes Place

fornece mais apoio para melhorar o seu

bem-estar, permitindo monitorizar as conquistas

de saúde, a evolução nos desafios e

condicionamento físico em qualquer lugar.

Além disso, terá orientação sobre como

realizar exercícios específicos e fornece

também planos de treino que poderá

seguir através do telemóvel, quando quiser

e em qualquer lugar.

VAI UMA MOTIVAÇÃO EXTRA?

Uma das características que dão destaque

a estas aplicações é a promoção

da motivação. Ao agendar uma aula,

comprometemo-nos a não falhar e até

recebemos um e-mail e alertas, minutos

antes de começar o treino. Fantástico não

é?! Desta forma, acabaram as desculpas

para se atrasar.

Pela PROF.ª ANA ANDRADE

> MARÇO 2021 <

56

Doutoranda em Atividade Física e Saúde,

pela Universidade Lusófona de Lisboa

(ULHT). Mestre em Exercício e Bem-Estar,

ULHT Lisboa. Personal Trainer e Group Trainer

no Holmes Place Parque das Nações.


> MARÇO 2021 <

57


[SAÚDE FITNESS]

Se não gosta de horários e prefere fazer

o treino quando bem lhe apetece, também

pode optar por um vídeo “on demad”: uma

espécie de “buffet de treinos à escolha do

freguês”, mas neste as calorias são sempre

a subtrair! Seja a que hora for ou onde

estiver, o seu treino está à distância de um

“push, play and go!”.

E, já agora, sabia que 93% dos médicos

acreditam que aplicações relacionadas

com a promoção da saúde têm realmente

a capacidade de melhorar a saúde e o bemestar

no geral?

AULAS ONLINE

Na aplicação, poderá selecionar a aula

que deseja fazer no dia. Tem inúmeras

modalidades, desde aulas de dança (como

Euphoria, Zumba e Ballet Kids), como

de localizada (Total Condicionamento ou

MIB) e até aulas mais desafiantes a nível

muscular, terá à sua disposição a descrição

e um vídeo ilustrativo de todos os exercícios,

para executá-los de forma segura e

eficaz. Pode entrar em contato com o seu

Personal Trainer, para realizar um plano de

treino individualizado e ajustado aos seus

objetivos, que o mesmo ficará disponível

na aplicação.

VIDEOS ON DEMAND

O seu clube, a qualquer hora, em qualquer

lugar. Nesta secção, terá vídeos que

poderá selecionar de acordo com o seu

objetivo. Tem as suas modalidades de treino

preferidas, mas muito mais do que isso!

Destaca-se a temática Anti Aging, onde

ficará a conhecer quais os tratamentos que

poderá realizar para a prevenção do envelhecimento

da pele, rotinas de rosto diárias

ou tratamentos e cuidados a ter na zona do

pescoço, colo e olhos, entre outros.

as nossas receitas de Guacamole de Ervilhas

ou Pataniscas de Grão com Curgete

e Cenoura.

Se é daquelas pessoas que gosta de

saber mais, terá acesso a webinars com a

duração de cerca de 30 minutos, de temáticas

desde alimentação, gestão de stress,

treinos e saúde e bem-estar. Poderá ter

acesso à última informação sobre “treino

para emagrecer de forma saudável”; “qual

a alimentação ideal na promoção de longevidade”

ou uma boa dose de “mindfullness,

a vacina para o confinamento”.

TECNOLOGIA QUE CRIA

E REFORÇA LAÇOS

As novas tecnologias tornaram o mundo

mais simples e dão soluções plausíveis

para o período em que estamos a viver.

Sabemos que somos todos humanos e

necessitamos de afetos, de estar uns com

As novas tecnologias

tornaram o mundo

mais simples e dão

soluções plausíveis

para o período que

estamos a viver

cardiovascular e força (como o Cross Training,

Warrior, Spartans, iCycle ou Airfit).

Se for adepto de treinos mais holísticos,

tem à disposição aulas de Alongamentos,

Yoga, Meditação ou Pilates. As aulas têm

a duração média de 30 minutos, mas há

modalidades que podem ir aos 45 minutos.

PLANOS DE TREINO

Se não for adepto de aulas de grupo, tem

a opção de planos de treino previamente

preparados de acordo com o seu objetivo.

Seja para melhorar a condição física em

geral, emagrecer ou aumentar a massa

UMA APP PARA TODOS

A aplicação é tão versátil que dá para

pôr toda a família a mexer. Para os mais

novos, pode optar por aulas de dança como

o Ballet Kids, Dance Kids ou até mesmo

jogos tradicionais.

Se sofre de dores lombares ou se tem

alguma patologia específica no ombro,

também há vídeos informativos de fisioterapeutas,

para ajudar a minimizar estas

patologias e atuar na sua prevenção, entre

outras temáticas.

Se tem dotes de master chef, poderá

“por a mão na massa” e deliciar-se com

os outros e de partilhar o nosso gosto pelo

treino, pela saúde e bem-estar em comunidade.

Enquanto não for possível estarmos

novamente juntos fisicamente, temos as

tecnologias a criar e a reforçar estes laços.

É determinante mantermo-nos ativos,

saudáveis e equilibrados para o bem-estar

físico e mental. Usufrua desta aplicação

como um aliado no combate a comportamentos

sedentários, para experimentar

novas rotinas de treino, saber mais sobre

uma temática ou simplesmente para relaxar,

enquanto ouve as suas músicas favoritas.

> MARÇO 2021 <

58



[SAÚDE DERMATOLOGIA]

Dermatite

atópica

A DERMATITE ATÓPICA

PODE IR MUITO ALÉM

DO PRURIDO, DA

VERMELHIDÃO, DA

DESCAMAÇÃO, DAS

ESCORIAÇÕES, DAS

FISSURAS E CROSTAS.

ESTA É TAMBÉM

UMA DOENÇA COM

EFEITOS INVISÍVEIS

NAS PESSOAS QUE

VIVEM TODOS OS

DIAS COM ELA.

Pelo

DR. JOÃO MAIA SILVA

Médico dermatologista

e membro da Sociedade

Portuguesa de Dermatologia

e Venereologia

CONSEQUÊNCIAS

VISÍVEIS E INVISÍVEIS

POR VEZES REFERIDA COMO ECZEMA,

a dermatite atópica (DA) é uma doença

caracterizada por prurido intenso e vermelhidão

da pele. A DA é uma doença crónica,

mais frequente na infância, na maioria dos casos

autolimitada até à adolescência, mas que pode

prolongar-se para a idade adulta.

Porém, a dermatite atópica pode ir muito além

do prurido, da vermelhidão, da descamação,

das escoriações, das fissuras e crostas. Esta é

também uma doença com efeitos invisíveis nas

pessoas que vivem todos os dias com ela, efeitos

esses como a perturbação do sono, depressão,

frustração e ansiedade.

Dados europeus indicam que existem cerca

de 440.000 pessoas em Portugal com DA,

das quais 46% apresentam formas mais

graves da doença.

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

A DA é uma doença multifatorial complexa,

cujos mecanismos ainda estão por

esclarecer. Tem na sua origem fatores

genéticos, a hiperreatividade do sistema imunitário

e a deficiência da função de barreira da

pele. A importância relativa de cada um destes

fatores vai determinar diferentes aspetos e gravidade

das lesões.

Viver com DA pode significar viver com comichão

e irritação constantes. A pele inflamada

com manchas vermelhas, descamativas e ásperas

é, muitas vezes, uma constante visível na doença.

A DA está associada a outras doenças, entre as

quais, rinite alérgica, asma, conjuntivite alérgica,

alergias alimentares, polipose nasal e complicações

cardiovasculares, que afetam a saúde e

qualidade de vida do doente.

60


A par das manifestações físicas descritas, salienta-se o forte

impacto da DA na qualidade de vida dos doentes e na sociedade.

Alguns dos efeitos associados a esta doença, como a privação de

sono, ansiedade e défice de atenção, originados pelo constante prurido,

conduzem, em média, a um défice de 25% da produtividade,

com impacto no desempenho escolar e profissional.

Segundo um estudo português desenvolvido pela NOVA IMS/

Sociedade Portuguesa de Dermatologia, em colaboração com a

Associação Portuguesa de Doentes com Dermatite Atópica, aproximadamente

metade dos doentes que sofrem desta doença tem

dificuldade em dormir três ou mais noites por mês. O mesmo estudo

mostrou que cerca de 16% dos doentes referem uma redução

do seu estado de saúde superior a 50 por cento.

A DA é ainda sinónimo de um grande esforço financeiro para

os doentes, famílias, sistema de saúde e sociedade. À medida

que a gravidade da doença evolui de forma negativa, os

custos aumentam. O estudo realizado pela NOVA IMS/Sociedade

Portuguesa de Dermatologia mostrou que, em média,

cada doente gasta 1818 euros por ano devido à sua doença.

A DA tem um impacto geral na economia de 1477 milhões de

euros. O SNS suporta 31% destes custos, ficando os restantes

69% ao encargo dos doentes.

TIPOS DE TRATAMENTO

O diagnóstico desta doença é essencialmente

clínico. Em média, o tempo entre os primeiros

sintomas e a confirmação do diagnóstico é de

dois anos. Para melhorar, será importante

promover o “awareness” para a doença nos

diferentes profissionais de saúde e agilizar a

referenciação dos doentes para a Consulta

de Dermatologia.

Os tratamentos utilizados devem ser

mantidos no tempo e ajustados à gravidade

da doença. Variam entre a promoção

da barreira cutânea com hidratantes

e a utilização de produtos de higiene

sem sabão, a aplicação de cremes com

corticosteroides ou outros imunomoduladores,

até às terapêuticas orais com

imunossupressores.

Recentemente, surgiram tratamentos

biológicos inovadores que, pela sua eficácia

e segurança, vieram modificar a

evolução da dermatite atópica.

A mensagem final é de esperança!

Apesar de ainda existir um longo caminho

a percorrer na descoberta das verdadeiras

causas desta doença, importa

sublinhar que a ciência evoluiu ao ponto

de definirem as vias moleculares implicadas

e encontrarem tratamentos biológicos seletivos,

seguros e eficazes. O alívio das manifestações

cutâneas da dermatite atópica, assim como a melhor

qualidade de vida dos doentes, continuará a ser a grande

prioridade, estando a tornar-se cada vez mais próximo.

Recentemente, surgiram tratamentos biológicos

inovadores que, pela sua eficácia e segurança,

vieram modificar a evolução da dermatite atópica

61


[SAÚDE ALTERNATIVAS]

Acupuntura

BENEFÍCIOS COMPROVADOS

> MARÇO 2021 <

62

UMA EXPERIÊNCIA DE MAIS DE 5000 ANOS

COMPROVA A EFICÁCIA DA ACUPUNTURA

COMO FORMA DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO

DE INÚMERAS DOENÇAS E SINTOMAS.

EM TEMPOS DE PANDEMIA, um

dos assuntos mais falados e discutidos

é a saúde! A saúde sempre

foi importante, porém, 2020 trouxe um

desafio inesperado: o vírus SARS-CoV-2 e,

a partir daí, percebeu-se que nossa saúde

é frágil e nosso sistema imunológico pode

não estar preparado para as infecões

oportunistas. Por isso, manter uma boa

imunidade e prevenir as doenças é muito

mais eficaz do que tratá-las, após se tornarem

crónicas.

Os chineses já sabiam disso há 5000

anos, mais ou menos quando iniciaram as

práticas da chamada Medicida Tradicional

Chinesa. E, desde então, continuam a privilegiar

os métodos preventivos. No Ocidente,

a prevenção não é tão valorizada como

no Oriente, mas ainda podemos utilizar as

técnicas da Medicina Chinesa como forma

de tratamento.

EQUILÍBRIO PROMOVE A SAÚDE

A Medicina Tradicional Chinesa faz uso

de bases teóricas que foram aperfeiçoadas

ao longo de séculos e que foram descobertas

observando a Natureza – e o que

é mais perfeito que a Natureza? – e o

Universo.

Os chineses notaram que os fenómenos

seguem ciclos, que seguem o seu próprio

ritmo. Tais descobertas têm sido aplicadas

em todas as áreas das atividades humanas

e constituem a base da filosofia chinesa.

Com isso, estabeleceu-se que nosso corpo,

a nossa fisiologia, também se comporta

como a Natureza e o equilíbrio promove

a saúde. Assim surgiram as teorias de Yin

Yang e dos 5 Elementos.

Nós, seres humanos, também somos

seres mutáveis e estamos em constante

transformação.

TEORIA YIN YANG

Yin e Yang são energias complementares

que se unem e fazem parte de

tudo o que existe no Universo. A

teoria Yin Yang considera que

o mundo é o resultado dessas

duas unidades opostas.

Podemos dizer, basicamente,

que o Yin é a mulher,

a noite, a lua; e o Yang o

homem, o dia, o sol.

Na Medicina Tradicional

Chinesa, esta teoria é

a base de todos os aspetos

relacionados com o ser

humano: funções fisiológicas,

estrutura orgânica do

corpo, causa e evolução das

doenças, diagnóstico e tratamento.

As técnicas de tratamento utilizadas –

sendo a Acupuntura a mais conhecida –

visam equilibrar o Yin e o Yang.

Todos os órgãos do nosso corpo têm

estas duas energias complementares e

intrínsecas, e o seu equilíbrio contribui

para que a fisiologia funcione corretamente.

Mas quando umas delas se torna

deficiente ou excessiva, provoca perda ou

excesso de energia para o órgão e isso irá

acarretar prejuízos a médio e longo prazo.

DINÂMICA TERAPÊUTICA DA MTC

A dinâmica terapêutica utilizada pela

Medicina Tradicional Chinesa engloba:

4ACUPUNTURA – Inserção de agulhas

em pontos específicos do corpo;

4MOXATERAPIA – Combustão de um

rolo de artemísia, erva medicinal com

propriedades anti-inflamatórias;

4DO-IN – Massagem nos meridianos, os

canais de energia que percorrem o nosso

corpo;

4VENTOSATERAPIA – Copos de acrílico/vidro

utilizados para libertação muscular;

4AURICULOTERAPIA – Utiliza o pavilhão

auricular para estimular todo o

corpo;

4TRIGRAMAS – Técnica indolor que

utiliza desenhos referentes às 8 combinações

de Yin e Yang;

4DIETOTERAPIA – Os alimentos atuam

como recurso terapêutico para a cura;

4FITOTERAPIA – Plantas e raízes

medicinais usadas como complemento

para o tratamento.

O terapeuta habilitado, após fazer o diagnóstico

energético, que consiste na observação

do pulso, língua e hábitos quotidianos,

irá propor um tratamento, utilizando

uma ou mais técnicas das acima citadas.

Pela

DRA. MARIANA MELLO

Biomédica Acupunturista


BENEFÍCIOS DA ACUPUNTURA

Atualmente, com o avanço da tecnologia,

já foram feitas experiências científicas

que comprovam a eficácia da Acupuntura

como tratamento de inúmeras doenças e

sintomas.

Mas se ainda não está convencido dos

benefícios da Acupuntura para a prevenção

e tratamento, seguem-se algumas das

suas ações fisiológicas:

4Produz hormonas e neurotransmissores

endógenos (serotonina, dopamina, ocitocina,

etc);

4Melhora o sono e as funções fisiológicas;

4Proporciona uma sensação de relaxamento

e bem-estar;

4Não tem contraindicações e pode ser

feita em qualquer idade.

A Medicina Tradicional Chinesa faz uso

de bases teóricas que foram aperfeiçoadas

ao longo de séculos e que foram descobertas

observando a Natureza e o Universo

4É uma técnica indolor: as agulhas têm

um diâmetro aproximado de 0,13mm,

inferior a um fio de cabelo. Mas se,

ainda assim, as agulhas o assustam, existem

outros materiais que estimulam, da

mesma forma, os pontos selecionados;

4A OMS reconhece que a Acupuntura

atua de forma eficaz em diversas patologias.

DICAS para manter sua saúde em equilíbrio

4Alimente-se de forma saudável e siga

um antigo provérbio chinês: “Tome um

pequeno-almoço de rei, almoce como

um príncipe e jante como um pobre”.

4Ingira muita água durante o dia, de

preferência à temperatura ambiente.

4Pratique atividade física de qualquer

intensidade (para movimentar o Qi, a

energia). Os chineses praticam Qi Gong

(Chi Kung) e Tai Chi Chuan.

4Cuide das suas emoções! Os nossos

sentimentos influenciam diretamente

na funcionalidade dos nossos órgãos.

4Procure fazer coisas que lhe dão prazer:

“nem só de trabalho vive o homem”.

Mas lembre-se que tudo quanto é

excesso trará malefícios, até mesmo o

prazer.

4Tenha um propósito na sua vida! Os

sonhos são importantes, são eles, muitas

vezes, que movem as pessoas a

alcançarem os seus objetivos.

E, claro, faça Acupuntura! Escolha um

profissional habilitado e desfrute dos

benefícios que essa técnica pode trazer

para a sua saúde.

> MARÇO 2021 <

63


[SAÚDE DIVULGAÇÃO]

Mais conforto na menopausa

Arkoreal auxilia

o sistema imunitário

Os Laboratórios Arkopharma acabam de lançar

Arkoreal Imunidade, uma solução farmacêutica

à base de geleia real, combinada com

equinácea, própolis, pólen e mel, ingredientes

que contribuem para o normal funcionamento

do sistema imunitário. Estudos in vitro mostraram

uma estimulação do sistema imunitário

graças à apalbumina-1, uma proteína exclusiva

da geleia real. Além disso, a sua combinação

com plantas medicinais, como a equinácea,

pode ser útil na diminuição dos sintomas da

constipação comum.

A menopausa, para além de ser um dos fatores que mais afeta a qualidade de

vida da mulher, leva também ao aumento do risco de doenças como a osteoporose,

sendo esta uma preocupação para

muitas mulheres. De forma a retirar esta

preocupação e aliviar as manifestações

características desta fase, como os afrontamentos,

suores noturnos, cansaço e

fadiga, Femal One é uma solução que

permite à mulher viver a vida focada no

que realmente interessa. Femal One é

um suplemento alimentar 100% não hormonal

da farmacêutica nacional Tecnifar.

Novo óleo essencial

Energizante da Folha D’Água

A marca portuguesa Folha D’Água, especializada na criação

de produtos 100% naturais, revela mais uma inovação para

ajudar a combater o stress e a ansiedade do dia a dia, duas

patologias cada vez mais frequentes na conjuntura atual.

O novo óleo essencial Energizante reforça assim a gama

de essências já disponíveis na linha de saúde e bem-estar

da marca. Elaborado com óleos essenciais de laranja doce,

lima e zimbro, o óleo essencial Energizante é indicado para

técnicas naturais de aromaterapia, perfumando o espaço e

proporcionando uma sensação única de bem-estar.

> MARÇO 2021 <

64

Para um ventre

mais liso

Para mulheres a partir dos 45 anos, que desejem

voltar a estar em forma, a Thalgo oferece

uma resposta corretiva para o volume abdominal

e o excesso de água. MÉNOSVELT 45+

associa um extrato de alga castanha Undaria

pinnatifidia, titulada em fucoxantina (que ajuda

no metabolismo das gorduras), com iodo (que

contribui para o normal metabolismo produtor

de energia) e um fito complexo composto por

chá verde e pó de folha de freixo (reconhecidos

por facilitarem a eliminação de água em

excesso).

Novo pó nasal atua

na prevenção de

gripes e constipações

Ferraz Lynce, uma referência no mercado farmacêutico

em Portugal, é o laboratório responsável pelo lançamento

no mercado português do primeiro pó nasal

para a prevenção de gripes e constipações. Nazaleze

Cold & Flu Blocker é o primeiro pó nasal preventivo

para gripes e constipações, que atua enquanto barreira

protetora na mucosa nasal. Formulado através

de celulose (HPMC) inerte, Alicina e Hortelã-pimenta,

o Nasaleze é um produto à base de extratos naturais,

indicado para toda a família, exceto em crianças com

menos de 3 anos de idade.

Novidades Uriage

A Uriage apresenta duas novidades da gama Xémose.

Com uma composição adaptada à pele seca com tendência

atópica, Xémose Bruma SOS Antiprurido é um

cuidado fresco e leve, com uma aplicação muito prática,

para alívio da sensação de prurido em apenas 60

segundos. Por seu lado, Xémose Cuidado Suavizante

Ocular apresenta uma textura adaptada ao contorno

ocular e pálpebras, nutrindo intensamente, ao mesmo

tempo que alivia a sensação de secura extrema, repuxar

e desconforto.


Lábios bonitos e hidratados

Lançado recentemente, o novo

Labello Exfoliante Hidratante

é um 2 em 1: Exfolia e Cuida,

proporcionando instantaneamente

lábios super suaves. É o

primeiro exfoliante Labello em

stick e uma inovação quando

falamos em cuidado diário com

os lábios. Contém grãos de origem

natural (a partir de amido

de milho) que funcionam como

partículas exfoliantes. Estes

grãos são muito suaves para

a pele em comparação com

outros ingredientes habitualmente

utilizados para exfoliação,

como o açúcar.

Novo aliado na higiene íntima

das mulheres

ativas e dinâmicas!

A higiene íntima pode parecer uma atividade

rotineira simples, mas as diferenças

inerentes ao estado fisiológico e estilo de

vida exigem a escolha do produto com a

ação mais adequada. Para fomentar hábitos

de higiene íntima desde a idade jovem, a

Viatris lançou Saugella YouFresh, uma solução

de lavagem íntima diária feminina que

atende às necessidades das adolescentes

e das mulheres ativas e dinâmicas. A sua

fórmula específica com extratos naturais

fornece uma frescura prolongada e delicada,

permitindo uma lavagem suave.

Incontinência urinária

já não é motivo para limitar

a vida social das mulheres

Os pensos TENA Silhouette Noir,

Prémio Cinco Estrelas 2021, com um

grau de satisfação global de 83,4%,

são a mais recente gama lançada

pela TENA com o objetivo de ampliar

as opções de escolha e continuar a

derrubar estigmas.

Estes pensos para mulheres com

incontinência ligeira são os únicos

no mercado totalmente pretos e, por

isso, invisíveis quando usados com

roupa interior escura. Os novos pensos

TENA Silhouette Noir devolvem

à mulher a autoestima e a liberdade

de escolha.

Acupuntura - Osteopatia - Naturopatia

Medicina Tradicional Chinesa

Auriculoterapia - Iridologia

Aconselhamento Nutricional

Massagens - shiatsu

drenagem linfática manual

massagem desportiva e de relaxamento

INSTITUTO DE MEDICINA

REGENERATIVA E SAÚDE NATURAL*

TERAPIA REGENERATIVA

RECUPERAR DE:

• doenças degenerativas,

• antienvelhecimento,

• doenças crónicas,

• pós-radioterapia e quimioterapia,

• alergias,

• doenças autoimunes,

• obesidade,

• intoxicações.

LISBOA • BENFICA • BARREIRO

Rua da República da Bolívia, 55 B

1500-544 Benfica – Lisboa

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* Departamento da Corpus Clinic - Terapias Alternativas, Lda.

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RECUPERE A SUA SAÚDE

E QUALIDADE DE VIDA

COM AS TERAPIAS DO FUTURO


[SAÚDE DIVULGAÇÃO]

Novo teste rápido de antigénio deteta variante

inglesa com taxa de sensibilidade de 99,8%

Os testes rápidos de antigénio SARS-CoV-2 da SureScreen Diagnostics já estão disponíveis em

Portugal e detetam a variante inglesa da COVID-19 com uma taxa de sensibilidade que atinge

os 99,8%. Esta é considerada a mais facilmente transmissível e a que está em crescimento exponencial

no nosso país.

Os ensaios ao teste rápido de antigénio SARS-CoV-2 da SureScreen Diagnostics, designadamente

no que se prende com a deteção da nova variante, foram feitos por investigadores da Public

Health England e da Universidade de Oxford, que atestaram o elevado grau de precisão. A

qualidade do teste foi também avaliada por outros

organismos, como a Fundação Champalimaud.

Os testes rápidos de antigénio da SureScreen

Diagnostics procuram antígenos de proteína que

vivem na superfície do vírus e funcionam adicionando

um reagente líquido a uma amostra de

saliva ou swab nasal. Produzem resultados em

apenas 15 minutos. Este foi o teste escolhido pelas

autoridades públicas de saúde britânicas para a

testagem em massa da população.

Novo site para marcação de testes rápidos à covid-19

Acaba de ser lançado um site que permite

agendar a realização de testes à COVID-19

em 62 locais em todo o país, existindo ainda

a possibilidade de execução dos mesmos ao

domicílio e em empresas.

A plataforma www.covidtesterapido.pt agrega

os postos disponíveis em cada distrito, nos

quais é possível fazer o teste rápido de antigénio,

efetuado através de uma zaragatoa, aprovado

pelo INFARMED – Autoridade Nacional

do Medicamento e Produtos de Saúde e pela

Direção-Geral da Saúde, e que apresenta alta

fiabilidade com desempenhos acima de 93%.

O objetivo passa por sistematizar informação,

de modo a facilitar e a democratizar o acesso

à marcação dos mesmos.

DIRETOR: Francisco Duarte

REVISÃO CIENTÍFICA: Drª Luísa Carvalho

(Especialista de Medicina Geral e Familiar)

COLABORADORES/CONSULTORES: Dr. A. Coimbra

de Carvalho (Dent.);Dr. Alexandre Fernandes

(Nutrição); Drª Ana Maria Cordeiro (Radiodiag.);

Prof. Antero da Palma Carlos (Alergo.);

Dr. António Manuel Marques (Socio.);

Dr. António Meyrelles do Souto (Ortop.);

Dr. Artur Aguilar (Oftalm.); Dr. Artur

P. Galvão (Psiq.); Dr. Baptista Fernandes

(Cirur. Estét.); Dr. C. Canas Ferreira (Otorrino.);

Dr. César Ramos (Imuno./Alergo.);

Drª Cláudia Madeira Pereira (Psicologia

Clínica); Dr. Duarte Vilar (Socio.); Dr. E.

Melo Rocha (Alergo./Pediat.); Dr. Fernando

Lacerda Nobre (Clín. Geral); Prof. Francisco

J. Antunes (Venér./SIDA); Prof. Francisco

Reich de Almeida (Oftal. Infant.); Drª Isabel

do Carmo (Endocri.); Dr. J. Seixas Martins

(Cirur. Plást.); Dr. João de Matos Silva

(Homeop.); Dr. Joaquim Margalho Carrilho

(Ass. Port. Medi. Adicção); Dr. José Pacheco

(Sexo); Prof. L. Menezes Falcão (Cardio.);

Dr. Libério Bonifácio Ribeiro (Pediat./ Alergo.);

Prof. Lincoln Justo da Silva (Pediat.);

Dr. Luís Mendes Graça (Obstet.); Dr. Manuel

Costa Guerreiro (Psiq.-Assoc. Defesa Saúde

Mental); Dr. Manuel Neves e Castro (Gineco.);

Drª Margarida Cordo (Psico-Socio.);

Drª Maria Antónia Frasquilho (Psiq. Med.

Trabalho); Dr. Mário Andrea (Otorrino.);

Nazaré Nunes (Estét.); Drª Paula Martinho

da Silva (Adv.-Ética); Dr. Paulo Guimarães

(Urolog.); Dr. Pedro Levy (Psiq.); Associação

de Planeamento para a Família.

E-MAIL: saudebemestar@silroc.pt

FOTOGRAFIA: Raquel Madureira,

Adobe Stock, Arquivo

PUBLICIDADE:

Carlos Ramos

carlos.ramos@silroc.pt

Enézia Tibério

marketing@silroc.pt

> MARÇO 2021 <

66

Thalgo associa-se ao projeto The Sea Cleaners

O mar foi sempre uma fonte de energia para o

homem, capaz de regenerá-lo física e mentalmente.

Graças à presença de plantas marinhas,

o oceano liberta mais oxigénio para a atmosfera

do que qualquer floresta do mundo.

Mas este ecossistema está sufocado pela

poluição aquática, 80% da qual é de origem

terrestre. Mais de 8 milhões de toneladas de

plásticos são lançados no oceano, a cada ano,

o que equivale a um camião de lixo a cada

minuto. Se não agirmos, daqui a 30 anos haverá

mais plástico do que peixes nos oceanos!

A THALGO, laboratório que sempre investiu

na proteção do meio ambiente e do fundo

marinho, acaba de anunciar a associação ao

projeto do explorador Yvan Bourgnon, The

Sea Cleaners, destinado à limpeza dos oceanos

e redução do desperdício de plástico. Um

dos principais objetivos é a despoluição de

plástico dos oceanos, enquadrado no Projeto

Manta – a construção de um barco coletor e

reciclador dos macro-resíduos plásticos, que

percorrerá os mares e oceanos mais poluídos

do mundo.

ASSINATURAS: assinaturas@silroc.pt

EDITOR:

Silva&Rocha Editores, Lda

Rua Jaime Batalha Reis, nº 1 C - R/C C

1500-679 Lisboa

DIREÇÃO, REDAÇÃO, PUBLICIDADE

E ASSINATURAS:

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Tel.: 21 754 31 90

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www.ligacaovisual.pt

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL:

VASP - Soc. de Transportes e Distribuições, Lda

Quinta do Grajal - Venda Seca

2739-511 Agualva Cacem

TIRAGEM: 30 000 exemplares

PROPRIETÁRIO: Ana de Sousa

Nº DE CONTRIBUINTE: 214655148

REGISTO NA ERC: 117447, de 93/08/05

Depósito Legal nº 77 725/94

Interdita a reprodução, parcial ou integral,

de textos ou ilustrações.



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