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| ERGO SOFY NOVA ALMOFADA ERGONÓMICA E REVOLUCIONÁRIA |
<
NÚMERO 314
MENSAL
MARÇO 2021
BURNOUT
NOS PROFISSIONAIS
DE SAÚDE
O QUE PODEMOS
FAZER PARA OS
AJUDAR?
DISTÚRBIOS
DO SONO
CONSELHOS
PRÁTICOS E FÁCEIS
DOENÇA RENAL
Sinais de alerta
DOENÇAS QUE MAIS
AFETAM E PREOCUPAM AS
MULHERES
• VARIZES E CONGESTÃO PÉLVICA • OSTEOPOROSE
• ARTRITE REUMATOIDE • CANCROS GINECOLÓGICOS
PREÇO CONTINENTE
2,80€
[SUMÁRIO SAÚDE]
6
10
14
16
18
20
22
24
26
28
32
34
38
40
42
46
48
50
56
60
62
ESPECIAL MULHER
Cancros no feminino
ESPECIAL MULHER
Varizes e síndrome de congestão
pélvica: grande impacto na mulher
ESPECIAL MULHER
Artrite reumatoide: mulheres em
risco, mas com excelente prognóstico
ESPECIAL MULHER
Osteoporose: pesadelo evitável
ESPAÇO SOFY
Nova almofada ergonómica
e revolucionária
NUTRIÇÃO
Chegou à menopausa?
Saiba que alimentos deve incluir
na sua alimentação
NUTRIÇÃO
Dieta da convalescença
NUTRIÇÃO
Esteróis vegetais contra o colesterol
CARDIOLOGIA
Risco vascular e covid-19
ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL
Mais energia e coração mais forte
NEFROLOGIA
Doença renal crónica:
sinais de alerta
OFTALMOLOGIA
Adiar a saúde ocular
pode ter graves consequências
SAÚDE ORAL
5 dicas para um sorriso bonito
e saudável
OTORRINO
Perdas auditivas:
é importante procurar ajuda
PSICOLOGIA
Burnout nos profissionais de saúde
ESPAÇO AMPLIPHAR
Como combater a falta
de concentração e memória?
PSICOLOGIA
Stress pós-traumático
MEDICINA DO SONO
Distúrbios do sono:
consequência da pandemia
FITNESS
Fique em forma com a ajuda
das novas tecnologias
DERMATOLOGIA
Dermatite atópica
ALTERNATIVAS
Acupuntura: benefícios comprovados
ESPECIAL MULHER
Cancros no feminino 6
PSICOLOGIA
Burnout nos profissionais de saúde:
o que podemos fazer para os ajudar? 42
Siga-nos em
www.saudebemestar.com.pt
Textos redigidos ao abrigo
do Novo Acordo Ortográfico
OFTALMOLOGIA
Adiar a saúde ocular
pode ter graves consequências 34
MEDICINA DO SONO
Distúrbios do sono:
consequência da pandemia 50
As rubricas designadas por ESPAÇO são da exclusiva responsabilidade das empresas, marcas ou autores mencionados.
Estatuto editorial em www.saudebemestar.com.pt
Todos aqueles que tenham fatores de risco,
nomeadamente hipertensão ou doença
cardiovascular, devem vacinar-se na primeira
oportunidade que lhes for dada
PROF. MANUEL CARRAGETA,
presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia
> MARÇO 2021 <
3
[SAÚDE OBSERVAÇÃO]
PANDEMIA
CRIOU UM CONSUMIDOR
MAIS EMOCIONAL E EXIGENTE
EM 2021, a componente emocional estará,
mais do que nunca, na origem das decisões
do consumidor. A pandemia está a deixar
uma pegada profunda nos hábitos de consumo
em todo o mundo, e representa já a maior
mudança comportamental das últimas décadas.
Estas são algumas das conclusões apontadas
no relatório “Tendências do Consumidor 2021”,
publicado no IDEAS, o think tank de liderança e
conhecimento da consultora LLYC.
De acordo com o estudo, a empatia das marcas
será quase obrigatória para entender este novo
consumidor, que está, há um ano, imerso na tensão
emocional da pandemia. É um cidadão global
que se reconectou com o essencial e que buscará,
mais do que nunca, a perceção de um lar saudável
e seguro, onde a saúde mental deixou de ser
um tabu e passa a fazer parte das conversações
do dia a dia.
A nova forma de consumir confere à logística
um papel protagonista: o consumidor exige uma
disponibilidade imediata dos produtos de que
precisa, mas também caminhamos para novos
modelos de cidade onde a proximidade e o consumo
local primam. A crise económica acentua
o conceito de acessibilidade e affordability dos
produtos. Além disso, exige uma maior responsabilidade
por parte das marcas – que estão a ser
obrigadas a repensar as suas estratégias de retail
e publicidade, devido ao aumento do teletrabalho
e da emergência do e-commerce.
David González Natal, diretor de Consumer
Engagement da LLYC, reconhece que “radiografar
o consumidor nascido de uma pandemia tem
sido um desafio, porque nunca tínhamos passado
por uma mudança tão rápida de tendências fruto
da adaptação ao novo contexto. É uma oportunidade
para todos, mas as marcas terão de
entender bem o novo cidadão que emergiu deste
contexto e colocar-se, mais do que nunca, na sua
pele se quiserem ter êxito nas suas propostas de
valor”.
Para Marlene Gaspar, diretora de Engagement
e Digital em Portugal, “a (r)evolução que estamos
a viver passa por uma mudança
radical na forma como nos relacionamos
e por um regresso aos
aspetos mais primários e às garantias
de segurança. Os consumidores
exigirão das marcas mais um passo
no seu compromisso com as pessoas
para estarem mais perto delas
e criarem uma diferença real nas
suas vidas; quer seja em termos de
empatia e de ligação emocional,
quer seja através de aspetos mais
racionais, como a proximidade e a
prontidão no momento de responder
às suas necessidades. Mais do
que informação comercial, esperam
que se posicionem e opinem
frente a temas sociais e políticos”.
IMPACTO
DA COVID-19
NA DIABETES
A Associação Protetora
dos Diabéticos de Portugal
alerta para o impacto da
pandemia covid-19 nas
pessoas com diabetes e
reforça os riscos resultantes
da interrupção nos cuidados
de saúde. Para João Filipe
Raposo, diretor clínico da
APDP, a pandemia está a
promover “uma desigualdade
crescente no acesso aos
cuidados de saúde que, por
toda a Europa, estão, quase
em exclusivo, dedicados
ao combate à Covid-19”.
VACINAÇÃO
EM DRIVE-THRU
A Câmara Municipal do
Porto, o Centro Hospitalar
Universitário de São
João, o Centro Hospitalar
Universitário do Porto
e a Unilabs Portugal
apresentaram recentemente
o primeiro centro de
vacinação covid-19 em Drive-
Thru, no Queimódromo do
Porto. A Câmara Municipal
do Porto assegura a gestão
das pessoas que serão
vacinadas, operacionalizando
a sua mobilização. A CMP
pretende com este teste
piloto preparar a cidade
para um processo seguro
e robusto de vacinação,
em larga escala, assim que
houver vacinas para as 2ª
e 3ª fases de vacinação.
> MARÇO 2021 <
4
Saúde, segurança, proximidade, disponibilidade de
produtos ou o seu preço definem os novos hábitos de
consumo; as marcas devem ser mais empáticas e repensar
a sua estratégia para se adaptarem ao novo consumidor
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(% de voluntárias de acordo e tendencialmente de acordo com a alegação)
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[ESPECIAL MULHER]
O CANCRO É A DOENÇA QUE MAIS
ALARMA OS PORTUGUESES.
EM PARTICULAR, OS CANCROS
GINECOLÓGICOS E O CANCRO DA
MAMÃ - ESTE COM A RESPETIVA
INCIDÊNCIA A AUMENTAR DE
FORMA INQUIETANTE - ESTÃO
NA BASE DAS PREOCUPAÇÕES
FEMININAS AO NÍVEL DA SAÚDE.
O
CANCRO É A DOENÇA que mais preocupa
os portugueses, segundo um estudo
recente. Taxas de mortalidade elevadas e
familiares com doença oncológica são as duas razões
mais apontadas para justificar a inquietação com o
cancro.
A aposta na prevenção e diagnóstico precoce da
doença oncológica devem ser uma prioridade. Nos
cancros ginecológicos e da mama, quando a doença
é detetada numa fase inicial, na maior parte
das vezes, o tratamento é simples e não deixa
sequelas. Pelo contrário, quando o diagnóstico
é tardio, torna-se comum não haver propostas
curativas. Esta é a mensagem que devemos
difundir, no sentido de alcançarmos uma
melhor saúde feminina. A estratégia deverá
focar-se na prevenção da doença
e promoção da saúde.
CANCROS
NO FEMININO
6
DIFERENTES TIPOS
DE CANCRO DO ÚTERO
O útero é a parte do corpo da mulher
onde se desenvolve o feto, se ela estiver
grávida. O órgão divide-se em colo do útero
e corpo do útero. O corpo do útero possui
uma fina camada de revestimento interno
(o endométrio) e uma espessa camada
externa (o miométrio).
O cancro uterino ocorre quando as células
normais do útero se transformam em
células anormais e crescem de forma
descontrolada.
Existem diferentes tipos de cancro uterino,
mas a maioria começa nas células
revestimento interno, ou seja, no endométrio.
O cancro uterino pode ocorrer em
mulheres de qualquer idade, mas é muito
mais comum em mulheres após a menopausa.
O sinal mais comum do cancro uterino é
a hemorragia vaginal anormal, que se pode
manifestar por:
4perdas de sangue entre os ciclos menstruais;
4período menstrual mais intenso do que
o normal;
4qualquer perda de sangue vaginal
(mesmo pequenas gotículas) na mulher
após a menopausa.
A hemorragia vaginal anormal pode ser
causada por outras causas não oncológicas.
No entanto, deverão sempre constituir
um sinal de alerta importante e motivar
avaliação médica ginecológica.
Pelo
PROF. DR. HÉLDER
FERREIRA
MD, PhD, MBA. Coordenador
da Unidade de Cirurgia
Minimamente Invasiva
Ginecológica e Endometriose
do Centro Hospitalar do Porto,
Universidade do Porto
endométrio
ovários
colo do útero
vagina
CANCRO DO ENDOMÉTRIO
O cancro do endométrio é a doença maligna ginecológica mais comum em países
desenvolvidos e a segunda mais comum em países em desenvolvimento.
Para fazer o diagnóstico da doença oncológica da cavidade uterina, a execução de
uma histeroscopia, exame realizado pelo ginecologista, é de particular importância.
A histeroscopia, além de possibilitar a observação endoscópica direta do interior
do útero, permite realizar simultaneamente uma biopsia dirigida de qualquer lesão
suspeita identificada.
Comprovado o diagnóstico de cancro do endométrio, nas mulheres com tumores
localizados e de baixo risco de recorrência, a cirurgia, por si só, é frequentemente
curativa.
A abordagem cirúrgica minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica), com
identificação do gânglio-sentinela (técnica de fluorescência), constitui a opção
atual mais recomendada para tratamento e estadiamento do cancro do endométrio,
associando-se a menores taxas de complicações e internamentos mais curtos.
Mulheres com doença de risco intermédio ou alto podem beneficiar com o tratamento
complementar de radioterapia (radiação que “elimina” as células cancerosas)
ou/e quimioterapia (medicamentos que “eliminam” as células cancerosas ou
impedem seu crescimento).
CANCRO DO COLO DO ÚTERO
O cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais frequente nas mulheres,
representando 7,7% das mortes femininas por cancro em todo o mundo. Nos países
em desenvolvimento, consiste no cancro ginecológico mais comum. Na Europa, são
diagnosticados cerca de 58 mil novos casos todos os anos e quase metade acabam
por ser fatais. O cancro do colo do útero é o terceiro mais frequente nas mulheres
portuguesas com menos de 50 anos.
Quase todos os cancros do colo do útero são causados por um vírus chamado
HPV (papilomavírus humano), que se transmite pelo contacto pele a pele e pela
relação sexual. Qualquer mulher está em risco e o risco persiste durante toda a vida.
O vírus infeta 75 a 80% das pessoas sexualmente ativas. O cancro do colo do útero
manifesta-se, na grande maioria dos casos, após vários anos de infeção persistente.
Já existem vacinas que evitam a infeção pelo HPV. Esta vacina está disponível
para homens e mulheres e é mais eficaz quando administrada antes de iniciar a
atividade sexual. Mas também pode conferir proteção após o início da atividade
sexual.
Uma outra forma de prevenção é a realização de rastreios (citologia cervicovaginal
ou teste papanicolau) para a deteção e diagnóstico precoce de lesões
pré-malignas ou até mesmo da doença maligna em fase inicial, de forma a tratar
a doença precocemente. É, por isso, aconselhado o exame ginecológico regular. O
tratamento de células pré-cancerosas pode evitar que se transformem em cancro
do colo do útero.
> MARÇO 2021 <
7
[ESPECIAL MULHER]
> MARÇO 2021 <
8
Alguns casos de cancro do colo do útero
são tratados com cirurgia para remover
o tumor, com remoção do colo do útero,
corpo do útero e parte superior da vagina
- chamada histerectomia radical; ou
remoção total ou parcial do colo do útero,
mas deixando o útero no lugar - este tipo
de cirurgia é feito apenas em situações
especiais. Outras opões para quadros mais
avançados podem incluir quimioterapia e/
ou radioterapia.
SARCOMAS DO ÚTERO
Os sarcomas do útero são tumores malignos
do tecido mesenquimatoso. São muito
pouco prevalentes, representando cerca
de 3 a 7% de todos os cancros uterinos.
Contudo, a sua raridade e diversidade
têm dificultado a abordagem diagnóstica
e terapêutica.
As mulheres devem ter conhecimento destas
patologias, estarem sensibilizadas para a
importância dos rastreios e valorizarem os sintomas,
procurando orientação médica atempada
CANCRO DO OVÁRIO
O cancro do ovário é o sétimo cancro
mais comum nas mulheres em todo o
mundo e é responsável por quase 4% de
todos os novos casos de cancro na mulher.
É também a oitava causa mais comum de
morte por cancro no mundo.
O cancro do ovário ocorre quando as
células normais do ovário se transformam
em células anormais e crescem de forma
descontrolada. O risco de cancro de ovário
aumenta com a idade (maior prevalência
entre os 50 e 65 anos), com apenas 10 a
15% dos casos diagnosticados antes da
menopausa. Por vezes, o cancro do ovário
tem história familiar positiva.
Os sintomas do cancro do ovário podem
incluir dor e distensão abdominal, sensação
de saciedade que dificulta a ingestão
de alimentos ou necessidade de urinar
com frequência. Estas manifestações são
comuns e também podem ser causados
por outras doenças. Muitas mulheres não
apresentam sintomas e descobrem que
têm um cancro de ovário tardiamente,
por exemplo, quando uma massa pélvica
é encontrada num exame ginecológico de
rotina ou num exame de imagem feito por
um outro motivo.
A única forma de saber, com total certeza,
se uma mulher tem cancro do ovário
é através da remoção cirúrgica do ovário
(massa pélvica). Durante a cirurgia, normalmente
um outro médico (anatomopatologista)
examina as células do ovário
ao microscópio para verificar se há células
cancerígenas.
Se houver tumor, o médico continuará
a cirurgia e tratará o cancro removendo
o máximo possível. Na maioria das vezes,
isso envolve fazer uma cirurgia chamada
“histerectomia total com salpingo-ooforectomia”.
Para esta cirurgia, o ginecologista
remove os ovários, as trompas que
conectam os ovários ao útero e o útero. Se
o cancro se espalhou para outros órgãos
próximos, o médico pode ter de remover
partes deles.
O tratamento do cancro do ovário, geralmente,
impede a mulher de engravidar.
Mas, para algumas mulheres, pode ser
possível planear o tratamento de forma
que a gravidez ainda seja possível.
CANCRO DA VAGINA
O cancro da vagina é raro, representando
1 a 2% dos tumores malignos ginecológicos.
Está mais frequentemente localizado
no terço superior da parede posterior da
vagina. É mais prevalente na pós-menopausa,
em mulheres com idade média de
70 anos.
Na mulher jovem, o cancro da vagina
parece estar a aumentar a sua incidência,
estando relacionado ao cancro do colo
do útero, com persistência de infeções de
HPV de alto risco, sobretudo num contexto
de prevalência de VIH.
CANCRO DA MAMA
Globalmente, o cancro de mama é a
doença oncológica mais frequentemente
diagnosticada na mulher e a principal
causa de morte por cancro na mulher.
Aproximadamente metade dos cancros
de mama recém-diagnosticados pode ser
explicada por fatores de risco conhecidos,
como idade da menarca, primeiro nascimento
vivo, menopausa e doença proliferativa
da mama. Outros 10% estão associados
a uma história familiar positiva. O
cancro de mama é muito mais comum nas
mulheres, embora também afete homens.
O cancro da mama acontece quando
as células normais da mama mudam e
crescem fora de controlo. Às vezes, as
pessoas descobrem que têm cancro da
mama porque palpam um nódulo em uma
das mamas. Os nódulos mamários podem
ser causados por doenças não oncológicas.
Mas é aconselhável verificar todos os
nódulos.
O exercício físico regular parece fornecer
proteção modesta contra o cancro da
mama. O consumo de álcool e o tabagismo
estão associados a um risco aumentado
de cancro da mama com uma relação
dose-resposta. Uma dieta rica em frutas e
vegetais, peixe e azeite pode resultar num
menor risco de cancro da mama.
CONCLUSÃO
Finalmente, é importante salientar que
as mulheres devem ter conhecimento destas
patologias oncológicas, estarem sensibilizadas
para a importância dos rastreios
e valorizarem as manifestações destas
doenças, procurando orientação médica de
uma forma atempada.
Em termos de política de saúde, devemos
cada vez mais apostar na prevenção
e deteção precoce da doença oncológica
na mulher.
Com respeito ao tratamento, é importante
seguirmos o caminho de uma menor
agressividade, adotando técnicas cirúrgicas
cada vez menos invasivas.
O futuro deverá passar por mais e
melhor saúde no feminino, com ganhos na
longevidade e qualidade de vida da mulher.
[ESPECIAL MULHER]
VARIZES e
de congestão
GRANDE IMPACTO NA MULHER
> MARÇO 2021 <
10
AS VARIZES SÃO VEIAS dilatadas
e tortuosas, evidentes a “olho nu”.
Nestas veias, o sangue reflui em
sentido contrário ao normal.
Extremamente frequentes, as varizes
podem atingir até 30% da população adulta,
segundo a maioria das estimativas. Mais
prevalentes nos países desenvolvidos, parecem
também predominar nas mulheres.
Diversas situações têm sido implicadas
como fatores associados ao seu aparecimento:
antecedentes familiares, obesidade,
uma ocupação que obrigue a longos
períodos de pé, tabagismo, sedentarismo,
tratamentos hormonais e uma dieta pobre
em fibras são apenas alguns exemplos.
Pela
DRA. JOANA
DE CARVALHO
Licenciada pela Faculdade de
Medicina da Universidade do
Porto. Especialista em Angiologia
e Cirurgia Vascular. Fellow of
the European Board of Vascular
Surgery.
Diretora – Allure Clinic
ENTRE AS PATOLOGIAS QUE ACOMETEM PREFEREN-
CIALMENTE O SEXO FEMININO, ENCONTRA-SE
A DOENÇA VENOSA. A SUA MANIFESTAÇÃO MAIS
ÓBVIA E COMUM É O DESENVOLVIMENTO DE
VARIZES. MENOS CONHECIDA, A SÍNDROME DE
CONGESTÃO PÉLVICA É UMA PATOLOGIA ASSOCIADA,
COM GRANDE IMPACTO NA MULHER.
QUAIS AS QUEIXAS
E COMPLICAÇÕES?
As manifestações são variadas. Muitas
pessoas notam desconforto nas pernas,
geralmente descrito como sensação de
peso. Por vezes, as varizes tornam-se elas
próprias localmente dolorosas.
O aspeto da perna também pode ser
alterado de diversos modos. Para além da
presença de pequeníssimas veias dilatadas
(frequentemente designadas como “derrames”
ou “raios”) ou de varizes propriamente
ditas, as pernas podem apresentar
edema (inchaço) e alterações da pele, que
pode ficar pigmentada (de cor acastanhada)
e/ou atrofiada.
Este processo culmina, por vezes, no
aparecimento de úlceras venosas, feridas
crónicas que surgem geralmente junto aos
tornozelos, que podem ser de difícil cicatrização,
levando vários meses, por vezes
anos, a cicatrizar.
A doença venosa crónica aumenta ainda
o risco de outros problemas dermatológicos,
nomeadamente eczema e infeções
cutâneas.
Além das complicações já descritas,
as varizes podem também ser sede de
tromboflebites. Trata-se de uma situação
que deve beneficiar de tratamento expedito,
uma vez que apresenta algum risco
de complicações sérias, nomeadamente
extensão da trombose para veias mais
profundas (trombose venosa profunda) ou
entrada em circulação de fragmentos do
trombo (embolia pulmonar).
Depois de instaladas algumas destas
complicações, tais como as alterações
cutâneas, dificilmente se obterá um resultado
ótimo. Contudo, muitas pessoas adiam
este tratamento, por desconhecimento ou
por medo.
QUANDO E COMO TRATAR?
O tratamento deve ser o mais precoce
possível, antes do agravamento da doença
e desenvolvimento de complicações. Portanto,
mesmo quando não causam quaisquer
sintomas, as varizes têm potencial
para gerar complicações e devem, por isso,
ser tratadas.
A estratégia de tratamento tem, obviamente,
de ser adaptada a cada caso.
São diversos os FÁRMACOS que se
podem recomendar, com vista a minimizar
os sintomas.
O uso de MEIAS DE COMPRESSÃO
ELÁSTICA ou de descanso é, muitas
vezes, aconselhável, mediante a adaptação
do tipo de meia à situação clínica.
síndrome
pélvica
Quanto aos métodos que visam a intervenção
direta sobre as varizes, fundamentalmente,
existem três grandes opções: a exérese cirúrgica;
a obliteração térmica mediante a passagem
de uma fibra de LASER ou de radiofrequência;
e a injeção de produtos esclerosantes ou
adesivos.
Muito mais do
que um problema
estético, as varizes
podem condicionar,
além de grande
incómodo e prejuízo
da qualidade de vida,
complicações diversas
4CIRURGIA DE VARIZES
A estratégia na cirurgia de varizes deve passar
sempre por tratar a “origem” das varizes,
na maioria dos casos a incompetência das
veias safenas. É o tratamento destas veias que
pode diferir e condicionar diferentes tempos de
recuperação, complicações e resultados.
4ABLAÇÃO ENDOVENOSA
POR RADIOFREQUÊNCIA
Cada vez mais são procurados métodos
menos invasivos e que envolvam menos complicações,
permitindo uma mais fácil e rápida
recuperação. Um dos métodos mais em voga
é a ablação endovenosa por radiofrequência.
Este é um procedimento minimamente invasivo
para o tratamento de varizes. É um método
alternativo ao clássico stripping da veia
safena (método de extração desta através de
uma incisão na virilha).
Este método utiliza a energia da radiofrequência
para aquecer a parede da veia, através
de um cateter que é colocado no seu interior,
por visualização ecográfica. O aquecimento
provoca encolhimento das fibras de colagénio
que fazem parte da parede do vaso. O diâmetro
da veia é reduzido e, simultaneamente, as proteínas
do sangue são desnaturadas pelo calor,
obliterando o vaso. Nos 10 a 12 meses seguintes,
a veia acaba por fibrosar completamente,
tornando-se indetetável ao exame ecográfico,
sem que, na realidade, tenha sido extraída.
Para este tipo de intervenção, a escolha do
método anestésico (local ou geral) é habitualmente
feita entre o médico e o doente.
> MARÇO 2021 <
11
[ESPECIAL MULHER]
> MARÇO 2021 <
12
Adicionalmente, são feitas incisões punctiformes
espaçadas sobre as varizes propriamente
ditas, através das quais estas
são extraídas. Estas são incisões muito
pequenas que não obrigam a qualquer tipo
de sutura e que, ao fim de algumas semanas,
são impercetíveis ou quase.
Após este tipo de procedimento, é expectável
a retoma da atividade habitual ao
longo dos 5 dias seguintes.
O doente é encorajado a deambular
precocemente após a intervenção e, em
alguns casos pode, mesmo retomar a sua
atividade laboral no próprio dia ou no dia
seguinte.
Neste tipo de procedimento, as complicações
são raras e o período de convalescença
diminuto.
4INJEÇÃO DE PRODUTOS
ESCLEROSANTES OU ADESIVOS
A ablação da veia pode ser conseguida
com injeção de espuma (uma mistura
de ar e de um agente químico, com uma
consistência que permite um maior e mais
prolongado contacto com a parede do vaso
a tratar) ou com uma cola específica para
uso endovenoso.
As técnicas a propor dependem sempre
de uma criteriosa avaliação da doença e do
doente em causa.
Além de tratar a causa das varizes,
pretende-se a sua eliminação, o alívio sintomático
e um bom resultado estético, com
o mínimo de complicações.
VARIZES PÉLVICAS
Nunca é de mais salientar a importância
de tratar as varizes desde a sua “fonte”.
Esta pode, em alguns casos, ter uma relação
direta com as varizes pélvicas, dando
origem à chamada síndrome de congestão
pélvica. Esta deve ser tratada, não só para
alívio dos sintomas que possa causar, mas
também para diminuir o risco de reaparecimento
de varizes nos membros inferiores
após um primeiro tratamento.
O QUE SÃO?
Varizes pélvicas são veias dilatadas, tortuosas
e com refluxo na cavidade pélvica,
isto é, dentro do baixo ventre, portanto,
não evidentes. Estas varizes acompanhamse,
por vezes, de varizes vulvares ou de
varizes na face interna das coxas ou nas
nádegas, o que deverá alertar para a possibilidade
da sua existência, motivando o
seu estudo.
QUAIS AS SUAS CAUSAS?
As causas das varizes pélvicas são pouco
conhecidas. Sabe-se que acometem predominantemente
mulheres jovens, mais
frequentemente as que tiveram duas a três
gravidezes.
Durante a gravidez, as veias pélvicas
são comprimidas pelo útero gravídico em
expansão, levando a um comprometimento
da drenagem venosa, de que resulta
refluxo (isto é, fluxo em sentido contrário
ao que era suposto) e, subsequentemente,
dilatação das veias.
Por outro lado, a gravidez caracteriza-se
por um aumento de fluxo sanguíneo a nível
pélvico, o que pode, por si só, contribuir
para o desenvolvimento da síndrome de
congestão pélvica.
Existem outras causas raras, como trombose
das veias ováricas e ausência de
válvulas venosas por mau desenvolvimento
congénito.
QUAIS OS SINTOMAS?
Dor na região pélvica e abdómen inferior
é o sintoma mais comum. Esta dor tem
um caráter crónico, arrastando-se, habitualmente,
por mais de 6 meses. É agravada
quando se está muito tempo de pé, com a
realização de esforços, durante o período
menstrual e durante ou após as relações
sexuais. Pode também verificar-se agravamento
de incontinência urinária.
Contudo, nem sempre há sintomas e,
muitas vezes, estes só se tornam evidentes
durante ou após a gravidez.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico da síndrome de congestão
pélvica é, inicialmente, apoiado nos
sintomas e na presença de varizes típicas
(vulvares, na face interna das coxas ou
nas nádegas). A realização de eco-doppler
pélvico pode evidenciar a presença
de veias dilatadas, sendo, muitas vezes,
necessária a realização de eco-doppler
transvaginal, já que estes vasos podem ser
difíceis de estudar através do abdómen.
Pode ser necessário complementar este
estudo com outros meios de imagem não
invasivos, como a angio-ressonância ou o
angio-TAC.
QUAL O TRATAMENTO?
Em alguns casos, este quadro pode
melhorar com uma abordagem conservadora,
com a administração de medicamentos.
A resolução definitiva apenas com
recurso a fármacos é, porém, muito rara.
Quando é necessária uma intervenção,
o tratamento de eleição é a embolização
venosa. Este é um método minimamente
invasivo, realizado sob anestesia local,
através de uma picada na virilha (por
vezes, no pescoço).
Através desta punção, é colocado um
“tubo” (cateter) nas veias a estudar. É
por este cateter que se procede à oclusão
terapêutica das veias doentes. Tal é
conseguido com recurso à injeção de um
produto esclerosante e ao implante de um
ou mais dispositivos apropriados (plugs
ou coils).
Trata-se de um procedimento eficaz e
seguro, geralmente realizado em ambulatório
e com uma recuperação rápida e
confortável.
Muito mais do que um problema estético,
as varizes podem condicionar, além de
grande incómodo e prejuízo da qualidade
de vida, complicações diversas. Assim, o
seu tratamento está indicado e deve ser
o mais precoce possível, para garantir um
melhor e mais definitivo resultado.
[ESPECIAL MULHER]
Artrite
reumatoide
MULHERES EM RISCO,
MAS COM
EXCELENTE PROGNÓSTICO
A
ARTRITE REUMATOIDE (AR)
é uma das mais de 200 doenças
reumáticas e musculoesqueléticas,
todas elas diferentes, mas todas com um
tremendo impacto na vida de mais de 50%
dos portugueses.
De facto, mais de metade da população
adulta portuguesa sofre de, pelo menos,
uma doença reumática. De comum a todas
elas a incapacidade que provocam ou
podem provocar e a presença de dores e
alterações musculoesqueléticas com limitação
na capacidade de mobilização ou
de utilização das articulações e músculos.
A AR atinge em Portugal quatro vezes
mais a mulher que o homem e, como tal,
devemos estar atentos às queixas articulares,
nomeadamente se não tiverem uma
causa identificável ou se perdurarem por
semanas ou meses.
estão “perras” ou de difícil mobilização
pela manhã, prolongando-se essa rigidez
por mais de 30 minutos. Muitas das vezes,
essa rigidez prolonga-se por horas, levando
muitos doentes a levantar-se mais cedo
para conseguirem funcionar melhor quando
chegam ao trabalho.
Imagine uma dor numa qualquer articulação
com edema e limitação do movimento.
Muitos de nós, quer por acidente ou
por traumatismo, tivemos essa experiência.
Agora, imagine multiplicar isso por 10, 20
ou 30 articulações, com dores e limitação
durante semanas ou meses. Imagine que
isso se iria prolongar ao longo de toda a
sua vida. Que impactos provocaria?
Como cuidaria dos filhos? Como manteria
uma vida profissional ou social minimamente
ativa? Devemos pensar que o pico da
prevalência da doença é por volta do 40 a
55 anos, mas com muitas pessoas a iniciar
a doença muito antes disso, e que tal faixa
etária é também o pico da nossa atividade
laboral e social e que esta doença pode ter
um impacto significativo na vida e no futuro
das pessoas que são afetadas por ela.
DIAGNÓSTICO PRECOCE
FAZ A DIFERENÇA
Não sabemos muito relativamente às
causas da doença e porque aparece nalgumas
pessoas e não noutras, mas do
> MARÇO 2021 <
14
CARACTERÍSTICAS
INFLAMATÓRIAS
De característico, a AR atinge múltiplas
articulações, nomeadamente as pequenas
articulações das mãos e pés, mas pode
envolver muitas outras articulações. Como
doença reumática sistémica, pode envolver,
para além do sistema musculoesquelético,
órgãos como o pulmão, o coração ou os
olhos, entre outros.
Na artrite reumatoide, as dores são de
características inflamatórias, o que quer
dizer que são mais de manhã ou ao final
da noite, melhorando ao longo do dia, e
associando-se a uma sensação de rigidez
ou de “ferrugem” das articulações que
A ARTRITE REUMATOIDE
ATINGE QUATRO VEZES
MAIS A MULHER QUE
O HOMEM, MAS JÁ NÃO
É UMA CONDENAÇÃO.
ATUALMENTE, COM UM
DIAGNÓSTICO PRECOCE E
O SEGUIMENTO POR PARTE
DE UM REUMATOLOGISTA, É
POSSÍVEL INSTAURAR UMA
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA
QUE CONFERE UM
EXCELENTE PROGNÓSTICO
FACE À DOENÇA.
que sabemos, a genética e o consumo de
tabaco são causas importantes de se vir
a desenvolver a doença. E se a genética
não controlamos, já o consumo de tabaco
depende da nossa escolha pessoal.
Mas ao pensar na artrite reumatoide,
devemos ter a noção que, felizmente, ao
longo dos últimos anos, muito foi descoberto
e melhorado no diagnóstico e no
tratamento destes doentes, e a incapacidade
e as limitações que víamos há 20
anos são, hoje em dia, muito raras.
Um diagnóstico precoce e a chegada
atempada ao reumatologista fazem
uma grande diferença no prognóstico
da doença. Um doente que seja diagnosticado
rapidamente, que mantenha um
seguimento regular em consulta de Reumatologia,
que é a especialidade central
no seguimento destes doentes, e que se
possa controlar a doença com medicação
dirigida, pode ter uma vida muito próxima
do normal.
E é, sem dúvida, no seguimento e nos
novos medicamentos que se assistiu a
uma autêntica revolução. Hoje, temos
diversas armas terapêuticas que podem
ser utilizadas e que permitem a melhoria
da atividade da doença no seu todo, com
o objetivo de se atingir a remissão ou a
baixa atividade da mesma.
PLANO
TERAPÊUTICO
O plano terapêutico deve passar por
medicação, exercício adaptado e controlo
do peso, bem como o retirar do tabaco.
A medicação é usada pelo reumatologista
de uma forma pensada, tendo em
conta a resposta daquele doente concreto.
As estratégias medicamentosas têm por
base a utilização de fármacos de primeira
linha de fácil manuseamento e, em caso
de resposta, podem manter-se por diversos
meses ou anos.
Contudo, em formas mais agressivas da
AR ou quando se perde a boa resposta aos
fármacos de primeira linha, podemos ter
de escolher outros fármacos que, sendo
mais complexos e com outro tipo de efeitos
adversos, têm uma excelente resposta.
Falo quer das terapêuticas biotecnológicas
(ou biológicos como são conhecidos) quer
os novos inibidores da JAK kinase, ambos
são medicamentos muito eficazes na gestão
do doente com artrite reumatoide e
que são utilizados apenas quando os medicamentos
de primeira linha falham.
ÁREA DE GRANDE
DESENVOLVIMENTO
A área das doenças reumáticas sistémicas,
como a artrite reumatoide, as
espondiloartrites, incluído a espondilite
anquilosante e a artrite psoriática e, mais
recentemente, o lúpus eritematoso sistémico,
são das áreas de maior desenvolvimento
de novos fármacos e novas abordagens
terapêuticas. Se há 20 ou 30 anos era
uma quase fatalidade ter-se uma artrite
reumatoide, hoje podemos, com o seguimento
pelo especialista em Reumatologia
e com uma boa estratégia partilhada entre
o reumatologista e o seu doente, ter uma
qualidade de vida bastante próxima do
normal e, sobretudo, ter um futuro próximo
ao de alguém da mesma idade, pensando
em trabalho, filhos, família, desporto, etc.
São, sem dúvida, bons tempos para ser
reumatologista e tratar doentes com artrite
reumatoide, pois temos a capacidade
para devolver às pessoas a sua vida, muito
mais que apenas dar-lhe um diagnóstico
e uma condenação. Das sensações mais
gratificantes de ser-se médico é poder
devolver a qualquer doente a capacidade
de voltar a viver, apesar da doença.
Pelo
DR. LUÍS CUNHA
MIRANDA
Assistente Graduado de
Reumatologia; Instituto
Português de Reumatologia
> MARÇO 2021 <
15
OSTEOPOROSE
NÃO OBSTANTE SER UMA DOENÇA
SILENCIOSA, existem alguns sinais
de alerta que nos devem fazer pensar
na existência de osteoporose ainda não diagnosticada:
perda de altura, rápida ou excessiva;
aparecimento de uma curvatura marcada
na região dorsal (cifose); dor de costas, entre
outros.
O grupo populacional com maior risco de
osteoporose é o das mulheres em pós-menopausa
(cerca de 30% das mulheres nesta
fase), pelo que devemos estar com especial
atenção a estes sinais, nesta fase da vida da
mulher. A nível mundial, estima-se que uma
em cada três mulheres e um em cada cinco
homens após os 50 anos irá sofrer uma fratura
osteoporótica. E ainda que a cada três segundos
ocorre uma fratura osteoporótica.
PESADELO
EVITÁVEL
A OSTEOPOROSE É UMA DOENÇA SILENCIOSA,
QUE COSTUMA PROGREDIR SEM QUALQUER
SINTOMA AO LONGO DOS ANOS, ATÉ AO
APARECIMENTO DA PRIMEIRA FRATURA.
FRATURAS DE FRAGILIDADE
O diagnóstico inicial da doença é frequentemente
realizado pelo médico de família no
indivíduo a partir dos 50 anos, através do teste
FRAX e/ou a densitometria óssea.
O tratamento da doença já instaurada passa
pela aquisição de hábitos saudáveis e uma
terapêutica farmacológica para aumentar a
massa óssea.
Quando, apesar de tudo, a doença progride,
frequentemente leva ao aparecimento das
fraturas osteoporóticas, também chamadas
“fraturas de fragilidade”. Estas refletem uma
perda da normal resistência do tecido ósseo,
provocando a falência da sua estrutura perante
um trauma de baixa energia, ou mesmo de
forma espontânea, perante uma carga normal
ou habitual.
> MARÇO 2021 <
16
RESULTADOS SATISFATÓRIOS
As fraturas osteoporóticas mais frequentes
são as localizadas a nível do punho (rádio
distal), ombro, coluna vertebral e anca. A sua
localização anatómica tem sido relacionada
com a diferente faixa etária em que acontecem,
sendo mais precoces as do punho e
ombro, seguidas das vertebrais e, por último,
das fraturas de anca.
No caso das fraturas de rádio distal e de
ombro, frequentemente obtém-se um resultado
satisfatório após o seu tratamento, seja este
conservador ou cirúrgico, e o doente consegue
uma aceitável recuperação da função e qualidade
de vida prévias. A redução correta da
fratura e uma reabilitação cuidadosa e atempada
são fundamentais para obter um bom
resultado final.
[MULHER ESPECIAL]
CONSEQUÊNCIAS MAIS SÉRIAS
Quando a fratura se localiza a nível da
coluna ou da anca, a limitação funcional
é mais marcada e pode ter consequências
mais sérias.
No caso da fratura vertebral, devemos
saber que são muito mais frequentes do
que pensamos, porque só se manifestam
como uma dor de costas, crónica ou
subaguda, que é considerada normal e
justificada pela idade avançada do doente,
não se dando a atenção devida e podendo
conduzir a repercussões mais sérias a
longo prazo.
A fratura vertebral de fragilidade
aumenta o risco para uma nova fratura em
2,3 vezes a nível da anca e em 4,4 vezes a
nível da coluna. Por vezes, o doente sofre
sucessivas fraturas de coluna, conduzindo
à chamada “cascata da fratura vertebral
osteoporótica”, situação que tem sérias
repercussões: deformidades da coluna com
perda de altura e alterações no equilíbrio,
diminuição do espaço nas cavidades torácica
e abdominal, alteração das funções
respiratória e digestiva, entre outras. Tudo
isto pode levar, a médio e longo prazo, à
fragilização progressiva do doente, com
um aumento da mortalidade de até 23
por cento.
Quando a fratura é a nível da anca, a
situação costuma ser ainda mais grave,
observando-se um importante aumento da
morbilidade e mortalidade (até 20 a 25 %
de óbitos no primeiro ano pós-fratura) e
uma perda da função prévia em até 60%
dos doentes. E isto acontece mesmo com o
melhor dos tratamentos cirúrgicos.
Pelo
DR. ANTÓNIO TIRADO
Ortopedista no CHULN- H.
Santa Maria (Lisboa) e
presidente da Sociedade
Portuguesa de Osteoporose e
Doenças Metabólicas (SPODOM)
O grupo populacional com maior risco
de osteoporose é o das mulheres
em pós-menopausa:
cerca de 30% das mulheres nesta fase
LACUNA DEMASIADO FREQUENTE
Tendo tudo isto em conta, quando aparece pela primeira vez um fratura de fragilidade
(frequentemente, a nível do punho), os profissionais de saúde devem considerar
que se trata de um doente com alto risco para nova fratura e que deve ser, por
isso, estudado e medicado adequada e precocemente. Na falta desta orientação,
deixamos uma lacuna com consequências sérias na saúde futura do doente. Este
tem sido um problema demasiado frequente, tanto a nível de centros de trauma
como de reabilitação e posterior seguimento dos doentes nos seus centros de saúde.
Perante uma aparente falta de responsabilização ou de conhecimento em anos
anteriores da chamada “assassina silenciosa”, a osteoporose, motivadora das fraturas
de fragilidade descritas, nos centros mais atualizados e modernos trabalha-se
em equipas multidisciplinares para conseguir o melhor acompanhamento e resultado
final nos doentes atingidos por este problema.
UNIDADES MULTIDISCIPLINARES
Assim, no território nacional têm aparecido progressivamente, embora ainda
de forma lenta, novas unidades multidisciplinares hospitalares que servem para
orientar não só as fraturas, como também o estudo e o tratamento da osteoporose
existente na maioria dos casos.
Esta abordagem tem sido aplicada mais facilmente nos doentes internados,
devendo ser progressivamente oferecida aos outros em que o tratamento é conservador
e realizado a nível domiciliário.
Estas novas unidades são conhecidas internacionalmente como “FLS” (Fracture
Liaison Services”) ou Unidades de Ligação de Fraturas. O seu objetivo primordial
é a prevenção secundária, procurando evitar novas fraturas de fragilidade em quem
já sofreu a primeira.
Parte fundamental deste trabalho é realizada a nível extra-hospitalar, com a
integração das unidades de cuidados primários e a inclusão dos doentes, sempre
que possível, em programas de prevenção de quedas. A sua implementação a nível
nacional, no seguimento do que já acontece em outros países da União Europeia,
deverá ser uma prioridade nos programas do Sistema Nacional de Saúde, num
futuro próximo.
> MARÇO 2021 <
17
[ESPAÇO SOFY]
ERGO-SOFY
NOVA ALMOFADA
ERGONÓMICA E REVOLUCIONÁRIA
PASSAMOS UM TERÇO DA NOSSA VIDA NA CAMA. SE NÃO TIVERMOS UMA
POSTURA CORRETA, DORMIR PODE TRANSFORMAR-SE NUMA FONTE DE DORES
E OUTRAS PERTURBAÇÕES. NO ENTANTO, ACABA DE CHEGAR AO MERCADO
DE SAÚDE UMA ALMOFADA REVOLUCIONÁRIA, CAPAZ DE PROPORCIONAR
UM DESCANSO REPARADOR, PARA ALÉM DE OUTROS BENEFÍCIOS.
ATUALMENTE, AS DORES DE
COSTAS afetam quase 90%
da população, em qualquer país
desenvolvido. E cerca de 50% das pessoas
desenvolvem dores cervicais, perturbação
que é um grande motivo de mal-estar e
perda de qualidade de vida.
A dor cervical implica o pescoço, os
ombros e os braços. Assim, a contratura
muscular reflexa que gera tende a provocar
torcicolo, ao mesmo tempo que provoca
o aparecimento de dores de cabeça
occipitais ou de tipo difuso, sendo, por
vezes, este o sintoma mais importante.
Além disso, a dor cervical tende a tornarse
crónica.
Estes são dados mais ou menos conhecidos.
Porém, o que muitos não sabem é que
este problema ter muito a ver com a forma
como dormimos, nomeadamente a almofada
em que dormimos. Dito de outra forma:
se lhe dói o pescoço e a cabeça ao acordar
ou sente tensão nas costas, provavelmente
está a usar a almofada errada.
NOVIDADE NO MERCADO DE SAÚDE
ERGO-SOFY é a nova almofada ergonómica,
com um design revolucionário, em
forma de duplo C, que acaba de chegar ao
mercado nacional.
O design inovador da almofada ERGO-
SOFY – aberta nas extremidades – permite
regulá-la e adaptá-la à forma do rosto,
proporcionando assim um maior conforto
durante a noite.
A almofada ERGO-SOFY foi concebida
para uma total ergonomia no posicionamento
da cabeça em todas as posições:
para cima, de lado e para baixo. É, de
resto, a única almofada que permite dormir
de cabeça para baixo.
Por outro lado, a almofada oferece
a possibilidade de aumentar a respetiva
altura em mais 6 cm, com a aplicação
da base SOFY, para assegurar o perfeito
alinhamento da coluna vertebral, qualquer
que seja a sua fisionomia.
Com a almofada ergonómica ERGO-
SOFY, o seu corpo ficará posicionado
corretamente, permitindo uma maior oxigenação
cerebral e evitando as temidas
dores cervicais.
PREVINE A FORMAÇÃO DE RUGAS
A nossa cabeça corresponde a cerca de
1/8 do peso total do corpo. Quando se
dorme de bruços ou de lado, a pressão da
cabeça sobre a almofada provoca rugas –
as chamadas “sleep lines” –, situação que,
com o passar dos anos, acaba por contribuir
para o envelhecimento da cútis.
A almofada ERGO-SOFY previne a formação
das “sleep lines” no rosto, pelo contacto
mínimo com a almofada, retardando
o envelhecimento precoce da pele.
Também é especialmente recomendada
após cirurgias faciais, como em casos de
rinoplastia, otoplastia ou lifting facial. Os
apoios da cabeça da ERGO-SOFY foram
estudados para atribuir mais conforto
e reduzir a pressão no rosto,
pelo peso da cabeça contra a
almofada durante a noite, permitindo
posições adequadas para o
pós-operatório.
18
Benefícios
da ERGO-SOFY
1. Concebida para adaptação natural
à anatomia da cabeça.
2. Ajuda na circulação do ar e favorece
a oxigenação.
3. Reduz a pressão e melhora a circulação
sanguínea.
4. O núcleo em espuma viscoelástica
torna-a modulável e mais adaptável a
todas a fisionomias.
5. Flexível, suave e macia, para o máximo
conforto.
6. Permite dormir de cabeça para baixo.
7. Novo conceito que ajuda a prevenir
rugas e retardar o envelhecimento.
8. Minimiza interrupções do sono ao usar
o sistema CPAP.
9. Minimiza o risco de reações alérgicas.
10. Evita a transpiração e mantém
a frescura durante o sono.
11. Permite dormir de auriculares.
12. Facilita a leitura de um livro na posição
deitado de lado.
SISTEMA CPAP
DEIXA DE SER PROBLEMA
As apneias são períodos de alguns segundos,
durante o sono, em que a pessoa deixa de respirar.
Estes episódios podem repetir-se dezenas de
vezes durante uma única noite, convertendo-se
num sério problema de saúde. Uma das técnicas
terapêuticas recomendadas é o uso do
sistema CPAP, um compressor de ar ligado a
uma máscara que se coloca no nariz durante o
sono. Através dele, o paciente recebe ar a uma
pressão constante. Não obstante a sua eficácia,
o sistema pode ser bastante incómodo de usar
com uma almofada tradicional.
A almofada ergonómica ERGO-SOFY foi
também estudada para minimizar as interrupções
do sono ao usar o sistema CPAP. Ficará,
assim, a salvo da apneia do sono e voltará a ter
um descanso reparador.
CONCEÇÃO E PRODUÇÃO NACIONAL
Produzida com espuma viscoelástica, antitranspirante
e hipoalergénica, a almofada
ERGO-SOFY já solicitou a certificação por
parte do INFARMED.
De acordo com Ana Sofia Ramos Pereira,
a empreendedora responsável pelo desenvolvimento
e comercialização da almofada ERGO-
SOFY, “o nosso foco principal são as pessoas e
as suas necessidades, por isso, comprometemonos
a criar e produzir produtos inovadores para
a melhoria da qualidade de vida de todos”.
Totalmente produzida em Portugal, na Região
Norte, a almofada ERGO-SOFY pode ser adquirida
na loja online, em WWW.SOFY.PT
Muito brevemente, também estará disponível
em lojas selecionadas de produtos ortopédicos
e em farmácias.
Saiba mais em
www.sofy.pt
Peça informações pelo e-mail
info@sofy.pt
ou pelo telefone 911 876 548
Veja os vídeos
(aponte a câmara do seu smartphone
ou use uma App QR Reader)
19
[SAÚDE NUTRIÇÃO]
Chegou à
MENOPAUSA?
SAIBA QUE ALIMENTOS DEVE
INCLUIR NA SUA ALIMENTAÇÃO
Pela
DRA. CATARINA
SOFIA CORREIA
Nutricionista; Clínica Tejo
Saúde Bobadela, Parceira
Fitness Hut - Grupo
VivaGym
MARÇO É O MÊS DA MULHER. PARA O CELEBRAR,
ESTE ARTIGO É INTEIRAMENTE DEDICADO A
TODAS AS MULHERES QUE, DE FORMA NATURAL
OU NÃO, CHEGARAM À FASE DA MENOPAUSA.
4ALIMENTOS RICOS
EM VITAMINA D
Os alimentos ricos em vitamina D contribuem
para a proteção dos ossos. Ingira
salmão, ostras, arenque, ovo, fígado de
galinha, sardinhas, entre outros.
A
MENOPAUSA resulta da redução
na atividade dos ovários, que deixam
de libertar óvulos mensalmente.
Ao mesmo tempo, dá-se uma mudança
hormonal, na qual os estrogénios começam
a ser produzidos em menor quantidade. Os
sintomas resultam, fundamentalmente, da
carência desta hormona e manifestam-se
a diferentes níveis: perturbações vasomotoras,
psicológicas e geniturinárias.
As perturbações vasomotoras correspondem
aos afrontamentos e são as queixas
mais comuns, com efeito mais intenso nos
primeiros dois anos de menopausa, sendo,
por vezes, acompanhados por vertigens.
As perturbações psicológicas traduzemse
na dificuldade em adormecer, dificuldade
em dormir uma noite inteira de seguida e
insónias matinais. Podem ainda ocorrer
alguns sintomas depressivos.
As perturbações geniturinárias traduzem-se
na atrofia da mucosa vaginal, com
secura que provoca irritação e dores associadas
às relações sexuais. Existe ainda
maior tendência para infeções urinárias.
Para minimizar estes e outros sintomas
(principalmente os que estão associados
ao aumento do peso corporal), é essencial
que tenha um estilo de vida ativo e uma
alimentação saudável e equilibrada.
Seguem-se alguns exemplos de alimentos
essenciais, que deve incluir na sua alimentação
quotidiana:
4ÁGUA
A hidratação é essencial para o bom
funcionamento do organismo em geral e da
pele em particular.
4 ALIMENTOS RICOS
EM CÁLCIO
Como a falta de estrogénios pode acelerar
a decomposição óssea, é importante
ingerir alimentos ricos em cálcio: leite e
iogurtes e/ou opções vegetais enriquecidas
em cálcio, como vegetais de folha verde
escura, tofu, castanhas-do-pará, feijão de
soja, feijão, ameixas secas e brócolos, por
exemplo.
4ALIMENTOS RICOS
EM FERRO
Carne, ovos, cereais enriquecidos em
ferro e leguminosas, como grão-de-bico,
grão de soja, feijão, lentilhas e favas, são
os alimentos preferenciais no que respeita
à ingestão de ferro.
4FRUTAS E VEGETAIS
Como muitas mulheres se queixam do
ganho de peso associado à menopausa, é
importante aumentar o consumo de frutas
e vegetais, em detrimento de outras opções
com maior densidade energética.
4ALIMENTOS INTEGRAIS
Além de fornecerem energia, os alimentos
integrais contribuem para a saúde
intestinal. Ingira flocos de aveia integral,
arroz integral, farinha de espelta integral,
entre outros.
4FRUTOS SECOS
Graças ao elevado teor de gordura
monoinsaturada, essencial para o bom
funcionamento do coração, e também pelo
teor de vitamina E, importante para a
saúde da pele, os frutos secos são muito
recomendados. Coma amendoins, amêndoas,
cajus e nozes.
4SOJA
Apesar de alguma controvérsia sobre o
assunto, estudos indicam que a soja pode
aliviar os afrontamentos, uma vez que os
seus compostos, conhecidos por isoflavonas,
têm um efeito no organismo semelhante
ao dos estrogénios.
> MARÇO 2021 <
20
4SEMENTES DE LINHAÇA
Excelente fonte vegetal de ácidos gordos
ómega-3, estas sementes devem ser consumidas
moídas, para uma melhor absorção.
[SAÚDE NUTRIÇÃO]
Dieta da
convalescença
QUAL É A DIETA MAIS ADEQUADA EM
PERÍODOS DE CONVALESCENÇA, APÓS
UMA DOENÇA OU UMA CIRURGIA?
O SEGREDO ESTÁ EM RECUPERAR
PROGRESSIVAMENTE UMA ALIMENTAÇÃO
EQUILIBRADA E NORMAL.
ENQUANTO UM INDIVÍDUO PERMANECE INTERNA-
DO, são os nutricionistas da clínica ou do hospital que
supervisionam o seu esquema alimentar. Porém, quando o
doente recebe alta e regressa a casa, para prosseguir aí o processo
de convalescença, é normal que surjam dúvidas sobre a dieta
mais adequada a este período, até que atinja a plena normalidade.
Durante o tempo que o convalescente permanece acamado, a
sua alimentação deve adequar-se a esta situação, a qual exige um
pouco mais de equilíbrio e disciplina dietética. De facto, pode ser
o começo de novos hábitos alimentares mais saudáveis.
REGRESSO GRADUAL À NORMALIDADE
A dieta nos períodos de convalescença deve ser variada, ligeira,
suave e de fácil digestão, para ir reintroduzindo, pouco a pouco,
os alimentos habituais. Além disso, não convêm esquecer a importância
de comer devagar e mastigar bem os alimentos, para que
os mecanismos da saciedade do cérebro atuem à medida.
É, igualmente, conveniente repartir as refeições ao longo do
dia, com doses pequenas, tentando que não passem mais de três
horas entre refeições.
Os alimentos mais recomendados são aqueles que apresentam
texturas macias, com pouca gordura, poucas fibras e temperos
suaves, para que sejam fáceis de digerir.
Por outro lado, é crucial que as técnicas culinárias usadas
sejam das mais simples: cozidos em água ou ao vapor, grelhados
e/ou assados no forno, sem gordura. Os guisados, os estufados e
os fritos devem esperar pela recuperação total e, ainda assim,
serem introduzidos gradualmente e sem abuso de gorduras e
condimentos.
> MARÇO 2021 <
22
ERVAS AROMÁTICAS E INFUSÕES
As ervas aromáticas mais suaves, como o tomilho e o alecrim, são
uma boa escolha para condimentar os pratos do convalescente, em
substituição do sal e das especiarias.
Um detalhe importante é evitar as temperaturas extremas nos alimentos:
nem muito frios nem muito quentes, já que qualquer das situações
pode causar incómodos digestivos.
As infusões digestivas, como a de camomila, ingeridas lentamente e à
temperatura adequada, são muito recomendadas.
A dieta nos períodos de
convalescença deve ser variada,
ligeira, suave e de fácil digestão,
para ir reintroduzindo, pouco a
pouco, os alimentos habituais
ESQUEMA DIETÉTICO PARA O CONVALESCENTE
SEGUNDA
PEQUENO-ALMOÇO
4Uma infusão
4Um iogurte bio magro
4Duas bolachas
de água-e-sal
MEIO DA MANHÃ
4Um sumo de maçã
ALMOÇO
4Creme de cenoura
4Peito de frango cozido, com
batata cozida
4Uma fatia de pão branco
4Um iogurte bio magro
LANCHE
4Salada de frutas
JANTAR
4Sopa de legumes
com massinhas
4Omeleta de fiambre magro
4Uma pera
4Uma fatia de pão branco
TERÇA
PEQUENO-ALMOÇO
4Uma tosta de pão branco
430g de queijo fresco
4Uma infusão
MEIO DA MANHÃ
4Um sumo de pêssego
ALMOÇO
4Caldo de verduras
4Arroz de ervilhas
4Uma fatia de pão branco
4Um iogurte bio magro
LANCHE
4Sanduíche de pão branco
com fiambre magro
JANTAR
4Creme de cogumelos
4Posta de pescada com
verduras, cozidas ao vapor
4Uma fatia de pão branco
4Uma maçã
QUARTA
PEQUENO-ALMOÇO
4Um copo de leite magro
4Três bolachas maria
MEIO DA MANHÃ
4Uma maçã assada
ALMOÇO
4Peito de frango cozido
ao vapor, com batata
cozida
4Uma banana
4Uma fatia de pão branco
LANCHE
4Leite-creme caseiro
JANTAR
4Puré de verduras
4Perca assada no forno
com cogumelos
4Uma fatia de pão branco
4Um iogurte bio magro
QUINTA
PEQUENO-ALMOÇO
4Um iogurte bio magro
4Uma fatia de pão branco com
margarina vegetal
4Uma infusão
MEIO DA MANHÃ
4Um sumo de fruta
ALMOÇO
4Esparguete cozido
com cogumelos e cenouras
4Pescada grelhada
com curgete e tomate
4Uma fatia de pão branco
com compota de pera
LANCHE
4Uma tosta de pão branco
4Queijo fresco
JANTAR
4Creme de alho-francês
4Lombo de porco assado
com puré de batata
4Uma fatia de pão branco
4Um iogurte bio magro
SEXTA
PEQUENO-ALMOÇO
4Um copo de leite magro
4Uma fatia de bolo caseiro
MEIO DA MANHÃ
4Uma banana
ALMOÇO
4Peito de peru grelhado com
cenoura e feijão-verde cozido
4Uma fatia de pão branco
com compota de pera
LANCHE
4Salada de frutas
JANTAR
4Sopa de estrelinhas
4Bacalhau no forno
com tomilho e limão
4Uma fatia de pão branco
4Um iogurte bio magro
SÁBADO
PEQUENO-ALMOÇO
4Um iogurte bio magro
4Uma fatia de pão branco
com margarina vegetal
4Uma infusão
MEIO DA MANHÃ
4Uma fatia de pão branco
com compota de pera
ALMOÇO
4Linguado grelhado
com curgete
4Uma banana
4Uma fatia de pão branco
LANCHE
4Um iogurte bio magro
JANTAR
4Creme de abóbora
4Omeleta com queijo
magro
4Uma maçã assada
4Uma fatia de pão branco
DOMINGO
PEQUENO-ALMOÇO
4Um copo de leite magro
4Três bolachas maria
MEIO DA MANHÃ
4Leite-creme caseiro
ALMOÇO
4Salteado de verduras
com cogumelos
4Uma fatia de pão branco
com compota de pera
LANCHE
4Maçã assada
JANTAR
4Sopa de verduras
4Salsicha fresca de peru
com alecrim
4Uma fatia de pão branco
4Um iogurte bio magro
DOSES RECOMENDADAS – Quando não especificadas, as doses são as seguintes:
• 150-200g de verduras cozidas;
• 150g de verduras cruas ou fruta;
• 100-130g de carne magra, fiambre ou peixe branco;
• 110-120g de carne vermelha;
• 60g de leguminosas, arroz ou massa;
• fatia de pão com dois dedos.
[SAÚDE NUTRIÇÃO]
ESTERÓIS
VEGETAIS
contra o
colesterol
PERGUNTAS
FREQUENTES
O QUE SÃO ESTERÓIS VEGETAIS?
Tratam-se de extratos de plantas que estão naturalmente
presentes na nossa alimentação quotidiana,
embora em pequenas quantidades.
EM QUE ALIMENTOS SE PODEM ENCONTRAR
OS ESTERÓIS VEGETAIS?
Os alimentos mais ricos em esteróis vegetais são os
óleos vegetais, os cereais e as nozes. Também os alimentos
ricos em fibras, como os alimentos integrais
e legumes, podem reduzir a absorção de colesterol
no intestino.
COMO ATUAM OS ESTERÓIS VEGETAIS?
Por terem uma estrutura química muito semelhante
ao colesterol, os esteróis vegetais bloqueiam a
absorção do colesterol ao nível do intestino. Deste
modo, os esteróis vegetais diminuem a absorção do
colesterol, diminuindo assim os níveis de colesterol
total e o colesterol LDL (mau colesterol) no sangue.
OS ESTERÓIS VEGETAIS, EXTRATOS
DE PLANTAS QUE ESTÃO
NATURALMENTE PRESENTES NA
NOSSA ALIMENTAÇÃO, CONSTITUEM
UM INTERESSANTE ALIADO NO
COMBATE AO COLESTEROL ELEVADO.
CERCA DE 70% DA POPULAÇÃO adulta portuguesa tem níveis
elevados de colesterol, ou seja, dois em cada três portugueses, o que
faz com que as doenças cardiovasculares sejam a principal causa de
morte no nosso país, sendo o colesterol um dos fatores de risco que mais
contribui para esta situação.
O nosso coração acaba por ser, muitas vezes, penalizado com excesso de
colesterol, favorecendo o depósito desta e de outras substâncias nas paredes
dos vasos sanguíneos, que podem conduzir à sua obstrução.
GRANDES ALIADOS
Na luta contra o colesterol, os esteróis vegetais surgem como grandes aliados.
Ao longo dos anos, as investigações e estudos científicos realizados têm
vindo a comprovar a segurança e a eficácia dos esteróis vegetais na redução
do colesterol: para mantermos o nosso coração saudável, é importante que
mantenhamos níveis saudáveis de colesterol.
O colesterol é parcialmente derivado da dieta (20%), sendo os restantes
80% sintetizados pelo próprio organismo. É importante fazer uma alimentação
equilibrada, que forneça macro e micro nutrientes em quantidades
adequadas, bem como manter um estilo de vida saudável, através da prática
de exercício físico de forma regular e eliminando o hábito de fumar. A par de
hábitos de vida saudáveis, a toma de suplementos de vitaminas e minerais com
esteróis vegetais ajuda a manter os níveis de colesterol e o coração saudáveis.
> MARÇO 2021 <
24
Por terem uma estrutura química muito
semelhante ao colesterol, os esteróis
vegetais bloqueiam a absorção do
colesterol ao nível do intestino
[SAÚDE CARDIOLOGIA]
Risco
vascular
E COVID-19
TODOS OS DADOS DISPONÍVEIS E ESTUDOS
APONTAM PARA QUE OS FATORES DE RISCO
VASCULAR, COM PARTICULAR DESTAQUE PARA
A HIPERTENSÃO ARTERIAL, CONFEREM MAIOR
RISCO DE COMPLICAÇÕES E MORTALIDADE NOS
DOENTES INFETADOS COM O VÍRUS SARS-COV-2.
> MARÇO 2021 <
26
OS FATORES DE RISCO VASCU-
LAR, com a hipertensão arterial
(HTA) à cabeça, são responsáveis
pelas complicações vasculares, seja a nível
cerebral, cardíaco, renal ou das grandes
artérias. Infelizmente, a principal complicação
é a morte. E esta pode surgir quer
como primeira apresentação da doença
vascular, quer como consequência dos acidentes
vasculares acima referidos.
DESENCADEAR A
DESCOMPENSAÇÃO
As infeções víricas e/ou bacterianas são,
muitas vezes, o “gatilho” para desencadear
a descompensação de doentes com
fatores de risco ou doença vascular, muitos
dos quais estavam perfeitamente estáveis
até então.
O vírus SARS-CoV-2, responsável pela
COVID-19, não é diferente, e o facto de,
até há muito pouco tempo, não haver
profilaxia, a não ser as medidas higienosanitárias,
constitui um óbvio obstáculo à
contenção e controlo da doença e das suas
complicações.
De acordo com o site worldmeters.info,
acedido a 7 de Fevereiro de 2021, Portugal,
com os seus mais de 750.000 casos
e cerca de 14.000 mortes, ocupava o 10º
lugar a nível mundial no número de casos
por milhão de habitantes, número que
nos preocupa e até, de certa forma, nos
envergonha.
IMPORTANTE COMORBILIDADE
De acordo com os primeiros relatos
oriundos da China, a hipertensão arterial
foi identificada como uma das mais frequentes
doenças ou comorbilidades associadas
à COVID-19, quer nas formas mais
ligeiras desta doença, quer naqueles casos
com necessidade de admissão em unidades
de cuidados intensivos.
E mesmo quando se tem em conta o
ajustamento para a idade, já que a HTA
aumenta com a idade e este fator por si
só acarreta um grande risco de complicações
associadas à COVID-19, a hipertensão
(e os outros fatores de risco, de
que se destaca a diabetes), continua a ser
uma importante comorbilidade com efeitos
negativos nos doentes infetados pelo novo
coronavírus.
Seja como for, uma importante mensagem
a reter é que as pessoas que desenvolvem
doença grave são mais vulneráveis
devido à presença de fatores de risco ou
doença vascular prévia.
PANDEMIA NÃO POUPA NINGUÉM
Logo no início da pandemia se percebeu,
após análise da evolução da curva epidémica
que, se se quer reduzir o número
de infetados e mortos, as medidas de
confinamento drástico (“fique em casa”,
distanciamento social, quarentena) são as
mais eficazes e deverão ser assumidas o
mais precocemente possível.
Pelo
DR. VÍTOR PAIXÃO DIAS
Diretor do Serviço de
Medicina Interna do Centro
Hospitalar de Vila Nova
de Gaia/ Espinho, EPE.
Especialista em Hipertensão
Clínica da Sociedade Europeia
de Hipertensão. Presidente
da Sociedade Portuguesa de
Hipertensão
As infeções víricas ou bacterianas são,
muitas vezes, o “gatilho” para desencadear
a descompensação de doentes com fatores
de risco ou doença vascular, muitos dos quais
estavam perfeitamente estáveis até então
A pandemia COVID-19 não poupa ninguém,
nem mesmo os profissionais de
saúde ocupados a tratar dos doentes infetados,
o que é dramático, como facilmente
se compreende.
HIPERTENSOS EM MAIOR RISCO
Segundo dados observacionais que foram
entretanto surgindo, percebemos que quase
um quarto dos doentes com COVID-19
tinham comorbilidades e aqueles com
doença grave eram, em termos médios,
quase 10 anos mais velhos do que os com
doença mais ligeira. Felizmente que a
grande maioria das pessoas infetadas contrai
doença ligeira a moderada e podem
permanecer no seu domicílio, pois de outra
forma a pressão sobre os sistemas de
saúde seria absolutamente incomportável.
De entre as várias comorbilidades que
têm sido associadas a doença grave e
mortalidade estão a doença cardiovascular
e cerebrovascular (de que a HTA é o
principal fator de risco), a diabetes mellitus,
a própria hipertensão arterial ou a
obesidade, a par de outras como a doença
pulmonar obstrutiva crónica, o cancro e a
doença renal crónica.
Em estudos realizados em diversos países,
particularmente na China, Itália e
Estados Unidos, verifica-se uma maior
mortalidade no sexo masculino.
Num estudo retrospetivo com mais de
70.000 casos (Wu Z, McGoogan JM,
2020), o risco de morte não ajustado para
a idade foi 5 vezes superior nos indivíduos
com doença vascular.
Por outro lado, nos doentes afetados
pela COVID-19, a presença de lesão cardíaca
agrava também, de forma muito significativa,
o prognóstico. Estes doentes em
que o coração é atingido, (Tao Guo et al,
2020) são geralmente mais velhos, mais
frequentemente do sexo masculino e com
mais comorbilidades (mais uma vez, com
a HTA, a diabetes e a doença das artérias
coronárias como as mais frequentes).
EM CONCLUSÃO
4O risco de complicações relacionadas
com a COVID-19 é substancialmente
maior naquelas pessoas que, de base,
já têm um maior risco; o prognóstico é
pior nestas pessoas;
4Os fatores de risco vascular, com particular
destaque para a hipertensão
arterial e a diabetes mellitus, conferem
maior risco de complicações e mortalidade
nos doentes infetados com o vírus
SARS-CoV-2.
Tal como afirmam Bernd Kamps e Christian
Hoffmann (2020), “as pessoas na
Europa e noutras partes do Mundo terão
de se adaptar e inventar novos estilos de
vida, naquele que é evento mais perturbador
desde a Segunda Guerra Mundial”.
> MARÇO 2021 <
27
[ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL]
MAIS ENERGIA
e CORAÇÃO
MAIS FORTE
UM CORAÇÃO CHEIO DE ENERGIA É UM DOS FATORES QUE
CONTRIBUEM PARA O BEM-ESTAR FÍSICO E MENTAL, MAS ESSA
ENERGIA DIMINUI COM A IDADE. FELIZMENTE, UM SUPLEMENTO
ADEQUADO DE COENZIMA Q10 PODE RESTAURAR O NÍVEL ENERGÉTICO
DAS CÉLULAS NO CORPO, DANDO MAIOR FORÇA AO CORAÇÃO.
COM A IDADE, O MÚSCULO CARDÍACO vai
perdendo a força de contração, o que explica
alguns sintomas de cansaço. Mas esse
declínio dos níveis de energia não tem de ser uma
fatalidade, tendo em conta que existe uma forma de
repor e revitalizar todo o organismo. A chave é uma
substância com propriedades semelhantes às das
vitaminas chamada coenzima Q10, produzida pelo
próprio organismo e obtida também, em pequena
quantidade, na alimentação.
Esta coenzima é a “pilha” energética de todas as
células do nosso corpo, que não conseguiriam sobreviver
sem ela.
À medida que vamos envelhecendo, a nossa capacidade
de produzir Q10 vai reduzindo e um dos
primeiros órgãos a sentir esse efeito é, precisamente,
o coração. Mesmo uma ligeira redução dos níveis de
Q10 pode ter consequências no nosso organismo, que
se sentem no dia a dia. A partir deste momento, a
suplementação pode ser um importante aliado.
SUPLEMENTO ENERGÉTICO
Quando a produção reduzida de Q10 leva a um
aumento da sensação de fadiga, sem que haja causas
médicas que justifiquem esse estado, um suplemento
desta coenzima devidamente formulado pode literalmente
aumentar a potência do músculo cardíaco
para o ajudar a bombear sangue com a mesma força
de um coração mais jovem.
Os benefícios começam a sentir-se ao fim de algumas
semanas, registando-se mais resistência e um
aumento do bem-estar físico e mental.
ESTUDOS CONCLUSIVOS
Dois estudos recentes demonstraram, de forma
clara, o efeito da administração diária de Q10 na
insuficiência cardíaca. Num estudo dinamarquês
realizado com mais de 400 participantes afetados
por este problema, os que tomaram cápsulas com
Q10 tiveram um aumento significativo da função
cardíaca e diminuíram para metade o risco de complicações
cardiovasculares face aos participantes
que tomaram cápsulas com placebo. Adicionalmente,
a taxa de sobrevivência duplicou no grupo que
tomou Q10.
O suplemento utilizado nestes estudos é uma
fórmula especial desenvolvida especificamente para
aumentar a absorção do composto ativo e assegurar
que ele entra na circulação sanguínea de forma a
que possa ser transportado para os diferentes tecidos
do organismo. Esta fórmula dinamarquesa é a
referência oficial da International Coenzyme Q10
Association (ICQA), uma organização internacional
que reúne todos os investigadores mundiais de Q10.
Em Portugal está disponível uma fórmula semelhante,
com uma dosagem de 100mg de Q10, produzida
com microcristais desta coenzima dissolvidos
em óleo vegetal, para uma absorção superior.
> MARÇO 2021 <
28
Saiba mais em www.q10.pt
Um suplemento
de coenzima Q10
devidamente formulado
pode literalmente
aumentar a potência do
músculo cardíaco para o
ajudar a bombear sangue
com a mesma força de
um coração mais jovem
[SAÚDE FLASHS]
Células estaminais são opção no tratamento
de doentes com Covid-19 em fase aguda
De acordo com um estudo publicado
recentemente na revista Stem Cells
Translational Medicine, o uso de células
estaminais mesenquimais extraídas do
tecido do cordão umbilical é um procedimento
eficaz e seguro no tratamento de
doentes com Covid-19 em fase aguda. O
estudo levado a cabo pela Universidade
de Miami, nos E.U.A, materializou-se na
realização de um ensaio clínico de fase I e
II com a inclusão de 24 doentes.
Do total de participantes neste ensaio
clínico, 12 dos indivíduos foram sujeitos
a duas infusões com um preparado de
células estaminais mesenquimais, previamente
criopreservadas, e o grupo de
controlo do qual faziam parte os restantes
12 indivíduos foram sujeitos a uma infusão
de um preparado sem células estaminais
mesenquimais. Tratou-se, assim, de um
ensaio com um grupo de controlo e
duplamente cego, de forma a reforçar a
solidez das conclusões do estudo.
De entre as principais conclusões, o estudo
revelou que existia uma melhoria
significativa na sobrevida dos doentes
sujeitos à infusão das células estaminais
mesenquimais, do tecido do cordão
umbilical, quando comparado com o
grupo de controlo.
Os doentes do grupo sujeito à terapia
celular registaram um índice de sobrevida
de 91%, quando o grupo de controlo
se ficou pelos 42%. De acordo com o
Dr. João Sousa, diretor de Qualidade
do laboratório BebéVida, “estes resultados
devem ser recebidos de forma
entusiástica pela comunidade científica
e médica, pois permitem lançar as bases
para a necessidade de realização de um
ensaio clínico de fase II/III com a inclusão
de um maior número de doentes, de
forma que as conclusões sejam ainda
mais robustas”.
Esta alternativa terapêutica em estudo,
através da infusão de células estaminais, é
de absoluta necessidade, pois apesar de
o plano de vacinação da população estar
a decorrer durante os próximos meses,
continuarão a existir doentes infetados
com o novo coronavírus em fase aguda
e que vão necessitar de um tratamento
eficaz e seguro.
“A terapia celular com células estaminais
mesenquimais extraídas do tecido do
cordão poderá vir a tornar-se um procedimento
bem estabelecido no tratamento
de doentes com Covid-19 em fase
aguda”, conclui o Dr. João Sousa.
Cirurgia pioneira
para tratamento
das hemorroidas
> MARÇO 2021 <
30
O Hospital Lusíadas Albufeira tem disponível uma cirurgia
inovadora com recurso a laser para o tratamento das
hemorroidas, que tem vindo a revolucionar o tratamento da
doença. A Unidade hospitalar torna-se pioneira, na região
do Algarve, na utilização desta técnica que tem revelado ser
eficaz e garante um pós-operatório praticamente indolor e
um regresso precoce à vida normal.
Com uma incidência assinalável na população em geral,
a doença hemorroidária constitui, em muitos casos, uma
enorme condicionante à qualidade de vida de quem sofre
com esta patologia. O cirurgião Eduardo Xavier revela que
“a cirurgia no tratamento das hemorroidas é, geralmente,
muito receada por ser sinónimo de um pós-operatório com
dor violenta, recuperação penosa e possibilidade do aparecimento
de complicações graves. Estes medos levam a que
muitos doentes recusem o tratamento cirúrgico, preferindo
continuar a sofrer. Felizmente, graças a este novo procedimento,
este cenário não tem de ser uma realidade e tem, de
facto, mudado a vida destas pessoas”.
“A utilização de laser na cirurgia das hemorroidas é uma
técnica consolidada, bastante eficaz, com excelentes resultados
e que, além de não implicar internamento, garante
um pós-operatório quase indolor, não necessitando de
pensos ou outros cuidados após a intervenção”, acrescenta
o especialista.
OrCam auxilia pessoas disléxicas
ou com dificuldades de leitura
A OrCam Technologies, empresa israelita especialista em tecnologia
baseada em inteligência artificial para pessoas cegas, disponibilizou
ao Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) da Escola
Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria,
o dispositivo OrCam Read, um novo produto que pretende ajudar
pessoas com dificuldades de visão ou de leitura. O aparelho está
desenhado para pessoas com dificuldades derivadas de dislexia,
fadiga, afasia ou outras condições, bem como para pessoas que
leem grandes quantidades de texto.
Já o CRID pretende ser um serviço privilegiado de apoio à comunidade
na área da acessibilidade digital. Dotado de recursos tecnológicos
e dinamizado por técnicos qualificados, este centro tem como
missão promover a inclusão social da população com necessidades
específicas, através do recurso a ajudas técnicas e produtos de apoio
no âmbito da acessibilidade digital.
[SAÚDE NEFROLOGIA]
> MARÇO 2021 <
32
DOENÇA RENAL
A
DOENÇA RENAL CRÓNICA é
uma patologia progressiva, caracterizada
por uma deterioração
lenta e irreversível dos rins e das suas funções.
Uma dessas principais funções consiste
na eliminação de substâncias tóxicas
resultantes do funcionamento (metabolismo)
dos órgãos. Em consequência, aquelas
substâncias, ao ficarem retidas no sangue,
resultam numa acumulação de produtos
metabólicos tóxicos, cujo quadro clínico se
designa por uremia.
Pode atingir indivíduos de ambos os
sexos, mas parece progredir mais rapidamente
no sexo masculino. A incidência
é maior nos adultos e idosos. Todavia, a
doença renal crónica pode evoluir silenciosamente
durante muito tempo. Por este
motivo, são particularmente importantes a
prevenção e o diagnóstico tão cedo quanto
possível. Com esta dupla intervenção, é
possível evitar a progressão para uma fase
mais avançada e grave.
Causas e
sintomatologia
4A diabetes, sobretudo a tipo 2, é
a causa mais comum. Em Portugal,
cerca de 30% dos casos de insuficiência
renal crónica em diálise devem-se
à nefropatia diabética.
4A hipertensão contribui com mais
de 20%. A hipertensão surge, com
frequência, associada à obesidade e
à diabetes mellitus tipo 2.
4Muitas doenças renais (nefrites) evoluem
ao longo do tempo, com sinais
e sintomas pouco evidentes, mas que
incluem, frequentemente, a hipertensão
arterial.
4Existem doenças hereditárias dos
rins (com vários casos familiares) que
podem progredir para a insuficiência
renal com necessidade de diálise e/
ou transplante.
4Em fases já avançadas da evolução
da doença, pode surgir a anemia que
se traduz por sensação de fraqueza e
cansaço intenso.
4A ausência de sintomas, nos primeiros
estádios da doença, faz com que
grande parte da população desvalorize
os cuidados a ter com a saúde
dos seus rins.
crónica
SINAIS DE ALERTA
DIAGNÓSTICO PRECOCE
EVITA AGRAVAMENTO
O diagnóstico precoce da doença renal
crónica é essencial para que seja possível
controlar as suas causas e impedir que se
agrave. Contudo, alguns sintomas só são
percetíveis nas fases mais avançadas da
doença e a possibilidade de recuperação
torna-se muito mais difícil.
A hipertensão arterial e a diabetes são
responsáveis por mais de metade dos casos
de insuficiência renal. Por isso, as pessoas
que sofrem destas patologias estão em
maior risco.
Um dos principais sinais de doença renal
consiste da alteração na cor da urina, que
pode tornar-se mais turva e escura.
Outro dos sintomas comuns é o inchaço
à volta dos olhos, assim como nas pernas.
A dor lombar, frequente e que não aumenta
com o movimento, é um sinal de alerta
para a existência de um distúrbio ao nível
renal.
Falta de força, fadiga, anemia (palidez
anormal), náuseas, vómitos matinais e até
falta de ar podem ser sinais de que os rins
não estão a funcionar corretamente. As
pessoas com historial de familiares com
doença renal também estão em maior
risco. A única forma de detetar a doença
renal crónica em fases precoces é através
da análise ao sangue, que avalia os valores
da ureia e creatinina. As análises à urina
permitem detetar substâncias anómalas e
caracterizar o eventual tipo de lesão renal.
Por último, a ecografia renal avalia o
tamanho dos rins. Se forem mais pequenos
que o normal, a doença é provavelmente
crónica.
Em Portugal, estima-se que 800 mil
pessoas sofram desta doença. Todos os
anos são registados 2200 novos casos
em falência renal, a necessitar de diálise.
Existem atualmente 14.000 doentes
dependentes de diálise, dos quais 5000 são
transplantados.
A DOENÇA RENAL CRÓNICA É UMA DOENÇA
SILENCIOSA E, POR ISSO, MUITAS VEZES
DETETADA TARDIAMENTE, PELO QUE APRENDER
A IDENTIFICAR OS SINAIS DE ALERTA É
FUNDAMENTAL PARA EVITAR A SUA PROGRESSÃO.
PRINCIPAIS
SINAIS DE ALERTA
4Tensão arterial elevada
4Olhos, mãos e/ou pernas e pés
inchados persistentemente, de manhã
ou ao fim do dia
4Urina espumosa ou com sangue
4Urinar frequente e em grande
quantidade, sobretudo durante a noite
4Perda do apetite e sensação de
fraqueza geral ou de cansaço intenso
VERTENTES DO TRATAMENTO
4Tratamento médico específico, de acordo
com a causa subjacente (por exemplo, os corticosteroides,
vulgo cortisona, nas nefrites);
4Prevenção de fatores que agravam as lesões
já instaladas (evitando a toma de medicamentos
sem prescrição médica, como os
antirreumatismais e os antibióticos);
4Estratégias para a diminuição da perda progressiva
de função renal (como a adaptação
da dieta, a toma regular de medicamentos
para a hipertensão arterial ou o controlo
rigoroso da glicemia no diabético);
4Manutenção de um bom estado nutricional
e de prevenção das complicações
inerentes à doença, como a anemia, e
as alterações do metabolismo mineral e
ósseo que podem conduzir, sem tratamento,
à grande fragilidade óssea, com
risco de fratura;
4A perda de função renal é inexorável e, na
sua fase avançada, é necessário recorrer
às terapêuticas de substituição da função
renal, que incluem a hemodiálise, diálise
peritoneal e a transplantação renal.
Um dos principais
sinais de doença
renal consiste
na alteração da
cor da urina, que
pode tornar-se mais
turva e escura
[SAÚDE OFTALMOLOGIA]
ADIAR A
SAÚDE OCULAR
PODE TER
GRAVES CONSEQUÊNCIAS
OS HÁBITOS QUE RESULTA-
RAM, em grande medida, do confinamento
imposto pela pandemia,
como passar mais tempo em frente
aos ecrãs, ficar em casa ou reduzir o
número de consultas, têm piorado a saúde
ocular, a tal ponto que podem ter gerado
perdas irreparáveis de visão, no caso de
pacientes com patologias anteriores ou não
detetadas. Esta é a principal conclusão do
relatório “#VisãodeFuturo: A Saúde Ocular
em Tempos de Coronavírus”, elaborado
por um grupo de trabalho de cinco clínicas,
espanholas e portuguesas, com base num
inquérito feito a mais de 50 médicos oftalmologistas.
De acordo com este grupo de especialistas,
durante a pandemia, houve uma redução
das consultas de rotina para exames
aos olhos (para 67% dos profissionais)
e o aumento do tempo passado em frente
aos ecrãs (para 68% dos profissionais) foi
o hábito que mais afetou a saúde ocular.
No conjunto, 78% dos especialistas considera
que piorou a saúde ocular, em termos
gerais, em consequência da pandemia.
MÉDICOS OFTALMOLOGISTAS CONSIDERAM QUE
A PANDEMIA TAMBÉM TROUXE PROBLEMAS
PARA A SAÚDE OCULAR, SOBRETUDO POR
CAUSA DO AUMENTO DO TEMPO EM FRENTE AOS
ECRÃS, MAS IGUALMENTE PELO ADIAMENTO
DE EXAMES OFTALMOLÓGICOS DE ROTINA.
A maioria dos especialistas (60%) detetou
que a miopia é o distúrbio mais afetado
pela pandemia em menores. Já era
considerada uma epidemia infantil, mesmo
antes da COVID-19. Mas agora, insistem,
a tendência de maior uso dos ecrãs e para
permanecer mais tempo em casa podem
fazer com que a sua frequência sofra um
aumento ainda maior nos próximos anos.
O Prof. Manuel Monteiro Pereira destaca
que não foi demonstrada uma relação
direta entre o uso de computadores e a
miopia. No entanto, ressalva que, para a
boa saúde ocular dos menores, é fundamental
que “façam pausas visuais regulares
e aproveitem o ambiente ao ar livre,
sempre que possível”.
PREVENIR O OLHO SECO
No caso dos adultos, o olho seco é o
distúrbio identificado por 60% dos especialistas
como o mais prevalecente devido
aos hábitos ligados à pandemia. O uso frequente
de máscaras aumenta a secura dos
olhos, tal como passar muito tempo em
frente aos ecrãs ou trabalhar muito intensamente
com o computador, reduzindo a
frequência do pestanejar.
> MARÇO 2021 <
34
MUITAS HORAS EM
FRENTE AOS ECRÃS
Durante a pandemia do coronavírus,
“o uso da visão de perto e da visão de
distância intermédia intensificaram-se”.
O Prof. Manuel Monteiro Pereira, um dos
membros do grupo de trabalho responsável
pelo relatório, explica que esta última
é utilizada quando olhamos a cerca de
60-80 centímetros, como acontece quando
se trabalha com um computador ou na
cozinha. “Durante a pandemia, a situação
piorou, principalmente por causa do confinamento.
O número de horas em frente
aos ecrãs aumentou significativamente,
agravando doenças como olho seco, astenopia,
olhos vermelhos, dores de cabeça e,
nos jovens, miopia”, afirma o especialista.
“Para descansar a visão e ajudar a
hidratar os olhos adequadamente, recomendamos
que pestaneje e faça pausas
para descanso dos olhos com frequência,
pelo menos a cada hora, por 2 a 3 minutos.
Além disso, mantenha uma boa posição na
mesa e evite o reflexo da luz nos ecrãs”,
salienta ainda o Prof. Manuel Monteiro
Pereira.
Além disso, os especialistas recomendam
trabalhar num ambiente bem iluminado
e humedecido, pois a secura do ambiente
causada pelo aquecimento ou ar condicionado
pode agravar os distúrbios oculares.
EXAMES OFTALMOLÓGICOS
DE ROTINA
No relatório sobre saúde ocular, os especialistas
alertam, ainda, para os riscos
associados ao adiamento das visitas de
rotina às clínicas oftalmológicas, comportamento
que atribuem principalmente ao
medo do contágio do coronavírus (61%).
Em causa pode estar a deteção precoce
de patologias tão importantes quanto a
degeneração macular relacionada com a
idade (DMRI), a retinopatia diabética ou
o glaucoma, com o consequente risco de
perda irreparável da visão.
Na verdade, 48% dos especialistas consideram
que os pacientes com DMRI são
aqueles cujo prognóstico piorou durante
a pandemia, seguidos por aqueles com
retinopatia diabética (20%) e glaucoma
(12%).
Como explica o Prof. Manuel Monteiro
Pereira, “a DMRI é uma doença degenerativa
da mácula relacionada com a idade,
que leva a uma diminuição acentuada da
visão central ou mesmo à cegueira, começando
após os 55-60 anos”.
O problema, explica este oftalmologista,
é que essa doença, na sua fase inicial,
> MARÇO 2021 <
35
[SAÚDE OFTALMOLOGIA]
> MARÇO 2021 <
36
não apresenta sintomas relevantes. E, por
causa da pandemia, esses doentes adiaram
as suas consultas ou estas foram canceladas
pelos hospitais. “Detetámos uma
diminuição significativa no número de tratamentos
e um agravamento da situação
daqueles que apareceram para tratamento,
tanto na acuidade visual como no estágio
da doença, devido à redução de consultas”.
ATRASO NAS INTERVENÇÕES
DE CATARATAS
Cerca de 84% dos oftalmologistas descobriram
que, devido à pandemia, muitas
das intervenções às cataratas que estavam
previstas foram adiadas, uma situação
que põe em causa a qualidade de vida
dos doentes, os quais, devido à sua má
qualidade visual, apresentam maior risco
de acidentes de trânsito, quedas, fraturas e
até mesmo de agravamento dos seus problemas
neurológicos ou psicológicos.
Negligenciar patologias graves, como a
Além disso, atrasar muito esta intervenção
pode dificultar a cirurgia em si. “A
intervenção atempada nesta patologia é
extremamente importante: quanto mais
cedo se fizer o seu tratamento, mais fácil
será a execução cirúrgica. A cirurgia é
mais rápida em regime ambulatório e a
qualidade de vida melhora significativamente”,
explica o Prof. Manuel Monteiro
Pereira.
MEDIDAS
HIGIÉNICO-SANITÁRIAS
O medo de contrair a Covid-19 é o principal
motivo pelo qual as pessoas pararam
de fazer exames de saúde ocular, segundo
os especialistas consultados. Além disso,
70% deles consideram que aqueles que
mais deixaram de frequentar esses exames
foram os maiores de 65 anos.
Porém, quando questionados sobre as
medidas higiénico-sanitárias que as clínicas
de Oftalmologia cumprem, todos
enfatizam que evitar infeções tem sido e é
uma prioridade, seguindo rígidos padrões
de segurança.
“As medidas higiénico-sanitárias estabelecidas
nas clínicas oftalmológicas
seguem todas as normas decretadas pela
Direção Geral de Saúde. O uso da máscara
é obrigatório e, ao entrar na receção,
a temperatura dos pacientes é verificada
e as mãos são desinfetadas. Além disso,
degeneração macular relacionada com a idade
(DMRI), retinopatia diabética ou glaucoma,
pode levar à perda irreparável da visão
mantemos a distância entre os pacientes,
tanto na sala de espera quanto entre
as consultas, desinfetamos as superfícies
utilizadas e protegemos a equipa clínica
com touca, máscara, bata e luvas. Toda a
clínica é limpa diariamente, como se fosse
uma sala de cirurgia”, detalha o Prof.
Manuel Monteiro Pereira, responsável
pela Clínica Oftalmológica das Antas, no
Porto.
RECOMENDAÇÕES
dos especialistas
Com o lançamento do relatório
“#VisãodeFuturo”, o grupo de trabalho
responsável pela sua elaboração
quer consciencializar a população de
que deixar de fazer check-ups por
medo da pandemia pode ter efeitos
colaterais na saúde, prejudicando a
sua visão. Como tal, os oftalmologistas
apresentam uma série de recomendações
para ajudar a prevenir e reverter
essa situação:
1. Fique em espaços tão abertos
quanto possível e devidamente iluminados.
A luz natural, neste caso,
é muito melhor para a saúde ocular
do que a artificial.
2. Trabalhe em ambientes adequadamente
humidificados. O aquecimento
ou o ar condicionado ressecam o
ambiente e também os olhos. O uso
de humidificadores pode ser uma
boa alternativa para evitar o olho
seco.
3. Faça pausas visuais. Programe
uma rotina de trabalho em que,
por exemplo, a cada 20 minutos,
repouse os olhos por um determinado
tempo, afastando-os do ecrã e
olhando para longe.
4. Procure usar menos a visão de
perto e a intermediária: se vamos
usar um ecrã, é melhor ver televisão
(a uma distância maior) do que usar
o telemóvel para o mesmo fim.
5. Para momentos de lazer, prefira
sempre passar mais tempo ao ar
livre.
6. Evite os reflexos nos ecrãs. Estes
podem obrigar a realizar um maior
esforço visual.
7. Pestaneje mais e melhor: essa ação
ajuda a espalhar a lágrima, repleta
de nutrientes essenciais, por toda a
superfície ocular.
8. Faça exames oftalmológicos de
forma rotineira, anualmente em
idades críticas (em idades precoces,
durante a gravidez ou acima dos 40
anos).
9. Se sofre de uma patologia já detetada,
não negligencie os seus tratamentos
ou intervenções. Apesar
de não apresentar sintomas fortes,
muitas vezes ocorre perda de visão
irreparável.
10. Em caso de sintomas, consulte um
especialista em Oftalmologia.
DICAS PARA UM
SORRISO
bonito e saudável
OSTENTAR UM SORRISO BONITO E SAUDÁVEL DEVE SER UM PRIORIDADE, JÁ QUE
TRAZ DIVERSOS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE E A AUTOESTIMA. E PARA ALCANÇAR
UM SORRISO SAUDÁVEL, SÃO VÁRIOS OS ASPETOS A TER EM CONTA E QUE VÃO MUITO
ALÉM DAS CONSULTAS COM UM ESPECIALISTA: COMEÇAM POR UMA CORRETA
HIGIENE ORAL E UMA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA, DIARIAMENTE. AQUI FICAM
CINCO DICAS ESSENCIAIS PARA QUEM QUER TER UM SORRISO BONITO E SAUDÁVEL.
Pelo
DR. CÉSAR KELLY
PIMENTEL
Médico dentista;
fundador da clínica TWIST
[MEDICINA DENTÁRIA SAÚDE]
1.
ESCOVAR OS DENTES
CORRETAMENTE
A saúde dos dentes passa, essencialmente, por uma boa
higiene oral, por isso, aplicar uma técnica de escovagem
correta é um dos fatores mais importantes.
É fundamental escovar os dentes, pelo menos, duas
vezes por dia, durante dois minutos, em movimentos circulares
e num ângulo de 45 graus em relação à gengiva,
para higienizar todas as faces dos dentes. Usar fio dentário
e escovar a língua são também passos essenciais.
A lavagem deve acontecer cerca de meia hora depois de
comer, o tempo necessário para equilibrar o pH oral, ou
seja, o nível de acidez da boca.
No final, em vez de bochechar com água, deve retirar
apenas o excesso de pasta dentífrica, deixando o restante
em contacto com os dentes, para que possa atuar enquanto
agente reparador e protetor.
2.
LER OS RÓTULOS
DAS EMBALAGENS
Nas idas ao supermercado, poucos são os que dedicam
tempo a ler os rótulos, mas esse é também um ponto fulcral
para uma boa saúde oral, já que permite escolher os
produtos dentífricos mais adequados a cada caso.
O principal aspeto a ter em conta nas pastas dentífricas
é a quantidade de flúor: deve-se sempre optar por um
produto com 1200 ppm de flúor, para garantir a remineralização
dos dentes e prevenir as cáries.
Pastas branqueadoras ou que tenham na sua composição
carvão ativado devem ser evitadas, por serem muito
abrasivas para os dentes. Este tipo de pastas deve ser
utilizado, no máximo, duas vezes por semana, já que
podem trazer diversas complicações, como desgaste do
esmalte e agravamento da sensibilidade dentária.
3. ALIMENTAÇÃO
EQUILIBRADA
Ter uma alimentação equilibrada é o segredo para
mantermo-nos saudáveis também no que diz respeito à
saúde da boca.
Seguir uma alimentação rica em fibras e baixa em
açúcares traz grandes benefícios para os dentes e gengivas:
os alimentos ricos em fibras ajudam a proteger os
dentes, eliminando resíduos de outros alimentos que ficam
na superfície dentária. Por outro lado, a acumulação de
resíduos doces na boca propicia o aparecimento de cáries.
Refeições pesadas devem também ser evitadas, sobretudo
à noite e para pessoas com problemas gástricos, já
que o elevado nível de acidez que se gera na boca e no
estômago pode danificar o esmalte dentário.
4.
CONSUMIR DOCES
SÓ NAS REFEIÇÕES
Sendo difícil resistir aos doces, a melhor altura para os consumir
é durante ou logo após as refeições. Desta forma, além do açúcar
se misturar com os outros nutrientes ingeridos, evitando picos
de insulina no sangue, tem mais-valias para a saúde dentária. A
ingestão de alimentos ricos em açúcar faz com que o pH da boca
diminua mais do que o habitual numa refeição baixa em açúcares,
tornando-o mais ácido, o que pode causar a desmineralização
dos dentes e favorecer o aparecimento de placa bacteriana, que
resultará em cáries.
Ao serem consumidos juntamente com outros alimentos, os
doces tornam-se menos agressivos e a boca recupera o seu pH
natural mais rapidamente.
5.
TER UMA MAÇÃ
OU PASTILHA ELÁSTICA
SEMPRE À MÃO
Sempre que comemos, ficam na superfície dentária resíduos dos
alimentos. Idealmente, devemos lavar os dentes após a sua ingestão,
mas nem sempre isso é possível, por estarmos no trabalho ou
na rua. Por isso, é importante evitar comer entre refeições e ter
sempre à mão partilhas elásticas sem açúcar ou uma maçã. Tanto
o mascar uma pastilha como o comer uma maçã, que é altamente
rica em fibra, ajudam a retirar resíduos de outros alimentos dos
dentes, o que vai mantê-los mais limpos e, consequentemente, mais
brancos e brilhantes.
Estes são os principais cuidados a ter no dia a dia para uma
boca saudável e bonita. É importante, no entanto, aliar estes cuidados
a visitas regulares ao dentista, de seis em seis meses, para
um controlo e para a realização de tratamentos de destartarização,
evitando o aparecimento de cáries e outros problemas orais.
É importante aliar estas dicas a visitas regulares
ao dentista, de seis em seis meses, para um controlo
e para a realização de tratamentos de destartarização
> MARÇO 2021 <
39
[SAÚDE OTORRINO]
Perdas auditivas
CONTRARIAMENTE AO QUE A
MAIORIA PENSA, a perda auditiva
não é uma consequência do
avançar da idade: na realidade, pode acontecer
em qualquer altura da vida. A maior
parte das pessoas vai perdendo a audição
de forma gradual, o que explica a elevada
incidência do problema nos mais seniores.
Quando começam a “ouvir mal”, a evidência
não é imediata, o que facilita o arrastamento
até estados mais graves.
A população afetada por perdas auditivas
já começa a abranger uma faixa
etária mais jovem, especialmente devido à
exposição excessiva de ruído. No entanto, a
maioria dos jovens é incapaz de relacionar
o efeito indesejado do som alto à perda
auditiva.
CAUSAS DIVERSAS
A exposição prolongada a ruído elevado
e/ou constante, medicação tóxica, infeções
e ferimentos do tímpano, bem como predisposição
genética, são algumas das causas
da perda auditiva. No entanto, o ruído é
bastante importante, pois pode ser evitado,
sendo necessária grande atenção ao nível e
tempo de exposição ao ruído. Por exemplo,
se tivermos de levantar a voz para sermos
ouvidos por alguém que está a uma distância
de três metros, o ruído à volta pode ser
prejudicial.
É IMPORTANTE
PROCURAR AJUDA
EM PORTUGAL, O TEMPO ENTRE O SURGIMENTO
DOS PRIMEIROS SINTOMAS DE PERDA AUDITIVA E
A DECISÃO DE PROCURAR AJUDA ESPECIALIZADA
É, EM MÉDIA, SUPERIOR A SETE ANOS.
CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS
Para além das consequências físicas,
a pessoa com perda auditiva cria um
isolamento social muito grande e um distanciamento
do seu círculo social e, consequentemente,
começa a tornar-se inativo
e dependente. Por exemplo, se uma pessoa
com problemas auditivos não consegue
compreender as conversas e interagir com
as outras pessoas, quer ao vivo quer por
telefone ou videochamada, é bastante provável
que comece a recusar os contactos
sociais.
E, por vezes, as pessoas mais próximas
não compreendem que existe um problema
auditivo, o que, por sua vez, leva a situações
de conflito. Estas situações geram constrangimento
e problemas de sociabilidade.
SINAIS DA PERDA AUDITIVA
As pessoas com perda auditiva sofrem,
essencialmente, de uma redução significativa
no volume do som. Colocar a
televisão ou a rádio muito altos, pedir
constantemente para as pessoas repetirem
o que foi dito, aproximar um ouvido da
pessoa que está a falar ou demonstrar
dificuldade em compreender conversas ao
telefone, recusando-se muitas vezes até
a atender, podem ser sinais deste tipo de
perda auditiva.
Em casos mais graves, a pessoa não
compreende conversas, apresenta uma
enorme dificuldade de audição na presença
de ruído, coloca todos os aparelhos num
volume altíssimo e fica confuso com a
falta de perceção da direção do som.
> MARÇO 2021 <
40
A exposição prolongada a ruído elevado e/ou
constante, medicação tóxica, infeções e ferimentos
do tímpano, bem como predisposição genética,
são algumas das causas da perda auditiva
ESTIGMA DA NEGAÇÃO
A perda gradual de audição vem acompanhada,
muitas vezes, por um estigma de
negação bastante enraizado. Pessoas com
perda auditiva acreditam, e defendem, que
são as outras pessoas que falam demasiado
baixo. Encaram o problema como
sendo de terceiros e não seu. E, na maioria
dos casos, não conseguem ultrapassar esse
sentimento sozinhos: tem de existir, geralmente,
uma influência social por partes
dos seus pares ou uma situação induzida
que faça surgir a necessidade de procurar
aconselhamento especializado.
AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de perda de audição
deve ser sempre iniciado com a avaliação
esclarecedora de um profissional
de saúde, que permita determinar a
capacidade auditiva de cada ouvido.
É essencial a visita a um centro
especializado em audição ou a um
otorrinolaringologista, como primeiro
passo na avaliação e tratamento.
E, como a perda é, muitas vezes, identificada
por amigos ou família, recomenda-se
que o paciente vá fazer os exames acompanhado
por uma pessoa mais próxima, que
pode contribuir com informações valiosas
sobre os seus sintomas e efeitos, bem
como prestar apoio no início do processo
de tratamento.
NOVA GERAÇÃO DE
APARELHOS AUDITIVOS
Na maioria dos casos de perda auditiva
diagnosticados precocemente, o tratamento
restitui a audição. Em casos mais
graves, em que a ação clínica não é eficaz,
os aparelhos auditivos são a solução recomendada,
podendo melhorar significativamente
a audição perdida.
Apesar de já estarem disponíveis aparelhos
de várias cores e tamanhos, ainda
existe um estigma visual que os refere
como “feios”e “grandes”. Mas a tecnologia
continua a evoluir, com o lançamento
de aparelhos pequenos, praticamente
“invisíveis” e bastante confortáveis.
Tipos de perdas
auditivas
A perda de audição é classificada
como congénita, se ocorrer antes do
nascimento, ou adquirida, se ocorrer
posteriormente. Existem três tipos de
perdas auditivas:
4DE CONDUÇÃO, que resulta de uma
interferência na transmissão do som
do ouvido externo para o ouvido
interno;
4NEURO-SENSORIAL, uma desordem
irreversível do ouvido interno, mas
nem sempre passível de reabilitação
significativa através de aparelhos; e
4MISTA, que ocorre quando uma
perda auditiva é causada por alterações
no ouvido interno, bem como
no ouvido externo.
Atualmente, existem aparelhos com uma
tecnologia de nova geração, passíveis de
uso dentro de água, imunes a interferências
e que até permitem a ligação por Bluetooth
a telemóvel e televisão. Para além de um
tratamento prático e eficaz, estes aparelhos
providenciam uma completa liberdade
de movimentos.
> MARÇO 2021 <
41
[SAÚDE PSICOLOGIA]
BURNOUT
nos profissionais
de saúde
O QUE PODEMOS FAZER
PARA OS AJUDAR?
DURANTE A PANDEMIA
COVID-19, MAIS DE METADE
DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
APRESENTARAM SINAIS DE
BURNOUT, STRESS E ANSIEDADE,
DE ACORDO COM UM ESTUDO
REALIZADO PELA FACULDADE
DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE
DO PORTO. DEVEMOS FAZER
ALGO PARA OS AJUDAR.
> MARÇO 2021 <
42
“QUASE TRÊS EM CADA QUATRO (72,2%) PRO-
FISSIONAIS DE SAÚDE APRESENTA NÍVEIS
MÉDIOS OU ELEVADOS DE EXAUSTÃO EMOCIO-
NAL E VALORES SEMELHANTES DE BURNOUT.
(...) Em Portugal, entre 2011 e 2013, 21,6% dos
profissionais de saúde apresentaram burnout moderado
e 47,8% burnout elevado”, pode ler-se no Barómetro
COVID-19, projeto de investigação da Escola Nacional
de Saúde Pública (ENSP).
Estes são dados que nos indicam que o burnout é uma
preocupação atual quanto aos nossos profissionais de
saúde e que devemos fazer algo para os ajudar. Pessoas
que estão na linha da frente são formadas e preparadas
para ajudar o próximo, com um notável espírito de
missão, focadas e preparadas para a ação, não estando,
portanto, preparadas para elas próprias receberem
ajuda de outros.
SENSAÇÃO DE PERIGO CONSTANTE
Outro facto que ocorre quando estes profissionais estão na linha
da frente é que existe uma sensação de perigo constante, a qual
aumenta os seus níveis de adrenalina no organismo, ocorrendo
uma ativação persistente e um alerta, que não os permite, de
maneira nenhuma, abrandar.
Repare-se que o burnout entre profissionais de saúde já se faz
sentir com um aumento considerável, apresentando grandes repercussões
na sua saúde mental e psicológica, bem como nos serviços
que prestam.
Contudo, devido às necessidades e exigências atuais, é importante
sensibilizarmos estes profissionais para o seu próprio autocuidado
diário e para a necessidade urgente de cuidarem da sua
saúde mental, para que continuem a ter a capacidade de exercer a
sua profissão – ou missão, como muitos descrevem.
Jamais podemos culpar os nossos profissionais de saúde por
desenvolverem essa síndrome, pois ela é o reflexo da sobrecarga
horária, da escassez de recursos (quer materiais, quer humanos),
de um aumento do número de doentes ao cuidado de cada profissional,
do acúmulo de tarefas e responsabilidades, das exigências
e desafios diários (enfrentar a doença altamente contagiosa, com
consequências graves e sem um tratamento cabal), da falta de
descanso, de um contexto de grande incerteza, da necessidade de
confortar emocionalmente alguns doentes, de comunicar o agravamento
de quadros clínicos ou falecimentos a familiares, de lidar
com a morte a todo o momento, do afastamento das suas famílias
e da falta de apoio destes, entre outros. Enfim, de todo o panorama
global que atravessamos.
Pela
DRA. TÂNIA DANIELA CARVALHO
Psicóloga Clínica
www.taniadanielacarvalho.pt
Jamais podemos culpar os
nossos profissionais de saúde por
desenvolverem esta síndrome,
pois ela é o reflexo do panorama
global que atravessamos
[SAÚDE PSICOLOGIA]
AFINAL, O QUE É O BURNOUT?
O burnout ou síndrome de esgotamento profissional é um tipo
específico de stress ocupacional, provocado pelo trabalho e caracterizado,
sobretudo, pela exaustão emocional e diminuição do
envolvimento pessoal no trabalho.
O burnout apresenta sintomas que incluem a sensação de esgotamento
físico e emocional, apatia, desânimo, ansiedade, atitudes
negativas no trabalho como isolamento, mudanças bruscas no
humor, irritabilidade, alterações do sono, sentimento de incapacidade
ou inferioridade, falta de motivação, ausência de criatividade
e pessimismo.
Também apresenta manifestações físicas como: enxaqueca, cansaço
constante, palpitações, pressão alta, dores musculares, crises
de asma e distúrbios gastrointestinais.
São notórias as consequências para a vida pessoal e profissional
do indivíduo. A nível pessoal, o burnout pode afetar o bem-estar
psicológico, emocional e físico, as relações familiares, profissionais
e com amigos. No campo profissional, o burnout pode levar ao
absentismo, acidentes de trabalho, perda de produtividade ou diminuição
do compromisso com o trabalho. A acrescentar, os custos
económicos do burnout, como, por exemplo, a perda de salário e
os gastos com consultas e tratamentos.
RECONHECIDO COMO DOENÇA
Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento de
situações de burnout. São exemplos disso uma carga de trabalho
elevada e superior à capacidade do trabalhador, horários de trabalho
por turnos, contínuos ou acima das 8 horas diárias recomendadas,
ausência de momentos para descanso, conflitos laborais, má
relação entre colegas e/ou superiores hierárquicos, realizar tarefas
com grande exigência a nível emocional, dificuldade em manter
o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional e incapacidade
na resolução de problemas pessoais que possam ter impacto no
trabalho.
No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
– DSM V, publicado em 2014, pela Associação Americana de Psiquiatria,
o burnout não é reconhecido como uma doença. Porém,
na CID-10, Classificação Internacional das Doenças, encontrase
no capítulo “fatores que influenciam o estado da saúde ou o
contacto com os serviços de saúde”, que diz respeito às razões
para contactar os serviços de saúde que não são consideradas
doenças. Na 11.ª revisão da CID, que entrará em vigor em 2022,
entra na lista de doenças, descrito como “problemas associados
com o emprego e o desemprego” e tem o código QD85. Na lista
de classificação, o burnout é definido como “uma síndrome que
resulta de um stress crónico no local de trabalho que não foi bem
gerido”. São descritas três dimensões desta síndrome: sensação
de esgotamento de energia ou exaustão; aumento da distância
mental do emprego ou sentimentos de negativismo ou cinismo
relativamente ao emprego; e sensação de ineficácia e falta de
realização. Importa salientar que o burnout refere-se a fenómenos
no contexto profissional e não deve ser aplicado para descrever
experiências noutras áreas da vida. Com a evolução do problema,
poderão surgir perturbações mentais ou outros problemas, como
a ansiedade generalizada, a depressão, o alcoolismo ou o suicídio.
empatia, diminuição da compaixão pelo outro e exaustão física
e emocional;
4Menor realização profissional: a pessoa faz uma avaliação de si
e da sua situação no trabalho de forma mais negativa;
4Menor motivação, envolvimento e dedicação ao trabalho;
4Falta de energia;
4Falta de vontade para fazer atividades sociais ou estar com
outras pessoas;
4Dificuldades de concentração;
4Sintomas físicos: maior fadiga, enxaquecas, tonturas, dores
musculares, alterações do sono e do apetite, alterações nos
níveis da tensão arterial, entre outros.
Com a evolução do problema,
poderão surgir perturbações
mentais ou outros problemas,
como a ansiedade generalizada, a
depressão, o alcoolismo ou o suicídio
> MARÇO 2021 <
44
COMO SABER SE ESTÁ COM BURNOUT?
Uma situação de burnout é identificada com maior frequência
em pessoas cujo trabalho envolve o contacto com outras pessoas,
como é o caso de médicos, enfermeiros, cuidadores, professores ou
polícias. Esta síndrome não ocorre de um dia para o outro e, como
tal, as pessoas vão experienciando sintomas como:
4Exaustão emocional: sensação de sobrecarga, de desgaste da
MEDIDAS PARA EVITAR O BURNOUT
Eis algumas medidas que os profissionais de saúde (e todos os
profissionais em geral) poderão implementar para evitar atingir
uma situação de burnout:
4Implemente na sua rotina diária práticas de autocuidado –
Respeite os seus tempos e pausas e, sobretudo, descanse; tenha
uma alimentação saudável; realize atividade física ou pratique
meditação; contacte com familiares e amigos; e não se esqueça
das atividades de lazer;
4Abrande o ritmo – Não ande sempre a “correr”, procure
fazer uma coisa de cada vez, aproveitando esse momento e
concentrando-se no que está a fazer;
4Crie pausas para se conectar consigo próprio – Concentre-se
na sua respiração, no seu corpo, nas suas emoções e permita-se
tranquilizar um pouco;
4Procure dar nome ao que está a sentir – Analise as suas
emoções e procure perceber se está preocupado, exausto,
stressado, ansioso, sobrecarregado. Assim, estará a ganhar
consciência sobre as emoções que está a sentir, conhecendo-as
e aumentando a capacidade de as conseguir gerir;
4Permita-se entender que você não tem o controle de tudo
– Existem coisas que estão realmente sob o seu controlo, mas
outras não. Foque-se apenas naquilo que consegue controlar, o
resto deixe ir;
4Faça o que gosta – Faça uma reflexão sobre o que mais gosta
e tem vindo a adiar na sua vida e faça-o. Procure em si uma
paixão, um hobbie ou uma atividade que lhe dê prazer;
4Aproveite para escrever – Escreva sobre si, sobre algo que
goste, sobre coisas boas que lhe aconteceram, sobre coisas pelas
quais se sente grato ou que o fazem sentir-se bem;
4Peça ajuda – Se sentir que está frequentemente preocupado,
ansioso, stressado, exausto, interferindo no seu funcionamento e
vida diária, peça ajuda.
AJUDA PROFISSIONAL
O psicólogo é um profissional de saúde devidamente habilitado,
que o poderá ajudar numa situação de burnout.
Após avaliação da sua situação, o psicólogo poderá ajudá-lo
ao nível da regulação emocional (gestão de stress e ansiedade),
na promoção de autocuidado, na priorização de momentos de
descanso e lazer, e no aumento do equilíbrio entre a vida pessoal e
profissional, re-estabelecendo a sua saúde psicológica e emocional
e levando-o a um bem-estar aumentado.
Cuidar de si é essencial e ajuda-o a cuidar dos outros!
[ESPAÇO AMPLIPHAR ]
apresenta uma fórmula
completa com nutrientes importantes para
a função cerebral, memória e concentração,
função psicológica e sistema nervoso, conferindo
proteção antioxidante e energia.
está indicado para pessoas sob
stress profissional, estudantes, idosos em declínio
das suas faculdades mentais, pessoas com falhas
de memória e fadiga intelectual e para todos
que pretendam melhorar a performance cerebral.
MEMÓRIA/CONCENTRAÇÃO
ENERGIA
FUNÇÃO PSICOLÓGICA
E SISTEMA NERVOSO
Ómega 3
Guaraná
Vitaminas
Fosfolípidos
Minerais
Carotenóides
Ginkgo biloba
5-HTP
Glutationa
L-arginina
Ginseng
Glutamina
PROTEÇÃO ANTIOXIDANTE
FUNÇÃO CEREBRAL
Disponível em Farmácias
e Espaços de Saúde
Suplemento alimentar. Os suplementos alimentares não devem ser utilizados como substitutos de um regime alimentar variado e de um modo de vida saudável.
www.winfitmc.pt
FUNÇÃO CEREBRAL
memória / concentração
[SAÚDE PSICOLOGIA]
STRESS pós-
UM TRAUMA
MUITO ALÉM DO MEDO
A PERTURBAÇÃO DE STRESS PÓS-TRAUMÁTICO, MAIS CONHECIDA PELA
SUA SIGLA EM INGLÊS PTSD (POST TRAUMATIC STRESS DISORDER), É A
DESIGNAÇÃO PARA UMA PERTURBAÇÃO MENTAL QUE PARECE RESULTAR
DE UMA HIPERATIVAÇÃO DOS MECANISMOS DE RESPOSTA AO MEDO.
A
PERTURBAÇÃO DE STRESS
PÓS-TRAUMÁTICO manifesta-
-se, normalmente, no primeiro mês
após um evento traumático, mas por vezes
pode passar um ano até que isso aconteça.
Segundo estudos, mediante acontecimentos
potencialmente traumáticos, é muito
frequente encontrar sintomatologia significativa
na maioria das pessoas expostas.
Mas, em mais de 90% dos casos, esta
acaba por ser atenuada ao longo das seis
semanas seguintes.
Pela
DRA. SANDRA NEVES
Psiquiatra da UPPC -
Unidade Psiquiátrica
Privada de Coimbra
SINTOMAS EXPRESSIVOS
Os sintomas da perturbação de stress
pós-traumático agrupam-se em quatro
tipos fundamentais: pensamentos intrusivos,
evitações, mudanças negativas no
conteúdo dos pensamentos e no humor, e
mudanças nas reações físicas e emocionais.
Estes podem variar com o tempo e de
pessoa para pessoa.
Podem, desta forma, surgir pensamentos
intrusivos, recorrentes, angustiantes e
involuntários sobre o acontecimento traumático,
sensação de estar a reviver o
acontecimento, muitas vezes com verdadeiros
flashbacks, sonhos perturbadores
ou pesadelos relacionados com o trauma
e sensação de angústia intensa ou reações
físicas perante situações que recordem,
de alguma forma, o acontecimento traumático.
Os sintomas de evitação podem passar
por não falar do acontecimento e mesmo
"evitar pensar", bem como evitar lugares,
atividades ou pessoas que façam recordar
o sucedido.
Para além de toda esta sintomatologia,
podem surgir pensamentos negativos acerca
de si próprio, das outras pessoas e do
mundo em geral, bem como desesperança
face ao futuro. A memória pode também
ser afetada e, muitas vezes, as pessoas
não recordam aspetos importantes sobre o
acontecimento traumático.
UM DIA A DIA PENOSO
Estas manifestações tendem a provocar
problemas consideráveis na qualidade
de vida dos doentes com PTSD, dos
quais se destacam:
4as dificuldades que surgem em
manter as relações interpessoais;
4a sensação de "distância" de familiares
e amigos;
4n a descrição de se sentirem "insensíveis
emocionalmente";
4a dificuldade muitas vezes relatada
em sentir "emoções positivas"; ou
4a falta de interesse pelas atividades
que anteriormente eram gratificantes.
Para além de tudo isto, o doente
relata muitos sintomas que se relacionam
com o estado de hipervigilância,
tais como assustar-se facilmente,
estar sempre alerta para uma eventual
situação de perigo, queixas de dificuldade
de concentração, perturbações do
sono, irritabilidade, ataques de raiva
ou manifestação de comportamentos
agressivos e até mesmo conduta autodestrutiva,
como conduzir em excesso
de velocidade e sem cuidado ou beber
em excesso. Muitas vezes, a todos os
sintomas referidos ainda se juntam
sentimentos de culpa ou de fraqueza,
tornando o dia a dia destes doentes
extremamente penoso.
48
traumático
AJUDA URGENTE
Todos estes sintomas podem ainda variar
de intensidade ao longo do tempo, podendo
por exemplo ser mais intensos em fases
da vida de maior stress e preocupação,
ou quando se ouvem determinados barulhos,
se assiste a condições meteorológicas
adversas ou a notícias sobre a guerra,
atentados terroristas, assaltos, violações
ou acidentes na televisão. Quadros intensos
podem culminar mesmo em ideação
suicida, sendo urgente obter ajuda para o
doente. Convém referir que nem todos os
casos preenchem os critérios necessários
para fazer o diagnóstico de PTSD, não significando
por isso que o quadro clínico não
afete de igual forma o doente, diminuindo-
-lhe a qualidade de vida e acarretando dor
e sofrimento.
Para além do sofrimento e da diminuição
da qualidade de vida, também o núcleo de
familiares e amigos do doente acaba por
ser atingido. Por isso, é essencial o reconhecimento
e a orientação destes casos
para os profissionais de saúde mental. A
instituição de medicação psicofarmacológica
por psiquiatras e o apoio psicoterapêutico
instituídos precocemente poderão
mudar o rumo de muitas vidas, melhorando
a saúde global e devolvendo os sorrisos.
A instituição de medicação psicofarmacológica por psiquiatras
e o apoio psicoterapêutico instituídos precocemente
poderão mudar o rumo de muitas vidas
49
[SAÚDE MEDICINA DO SONO]
Distúrbios
OS IMPACTOS NEGATIVOS DESTA
PANDEMIA NÃO SE ESGOTAM
QUANDO O ÚLTIMO DOENTE COM
COVID-19 ESTIVER CURADO, UMA
VEZ QUE RESULTOU UMA CLARA
REDUÇÃO DA CAPACIDADE DE
DIAGNOSTICAR E TRATAR OUTRAS
DOENÇAS. OS DISTÚRBIOS DO
SONO NÃO FORAM EXCEÇÃO,
TENDO HAVIDO UMA DIMINUIÇÃO
SIGNIFICATIVA DAS CONSULTAS
DEDICADAS A ESTAS PATOLOGIAS.
> MARÇO 2021 <
50
do SONO
CONSEQUÊNCIA DA PANDEMIA
O
DIA MUNDIAL DO SONO celebra-se,
todos os anos, na sextafeira
anterior ao equinócio da
Primavera. Este dia, instituído pela World
Seep Society, tem como objetivo alertar
a sociedade para os benefícios do sono e
para os malefícios da sua ausência.
Em 2021, o Dia Mundial do Sono será
assinalado a 19 de março. Seria, pois,
expectável que o sono fosse o tema de
saúde dominante nos meios de comunicação
social, cumprindo-se, mais uma vez, o
desígnio da celebração. Infelizmente, este
ano será diferente!
TSUNAMI PARA OS
SERVIÇOS DE SAÚDE
A 2 de março de 2020, foi diagnosticado
em Portugal o primeiro caso de infeção
pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e,
desde então, travamos diariamente uma
luta contra esta doença.
Esta pandemia revelou-se um autêntico
tsunami para os serviços de saúde, obrigando
a um enorme esforço de adaptação
e aumento da capacidade de resposta ao
elevado número de doentes infetados.
Nos hospitais, a grande maioria das atividades
eletivas foram reduzidas ao indispensável
ou mesmo suprimidas e muitos
estabelecimentos de prestação de cuidados
de saúde foram obrigados a alterar profundamente
a sua atividade.
Infelizmente, os impactos negativos
desta pandemia não se esgotam quando
o último doente com COVID-19 estiver
curado, uma vez que, da inevitável reestruturação
dos serviços de saúde, resultou
uma clara redução da capacidade de
diagnosticar e tratar outras doenças. Os
distúrbios do sono não foram exceção,
tendo havido uma diminuição significativa
das consultas dedicadas a estas patologias,
bem como do número de polissonografias
(estudos do sono) realizadas
durante o último ano.
CIRCUNSTÂNCIAS ASSOCIADAS
AO CONFINAMENTO
Nos últimos meses, observamos um
aumento significativo dos pedidos de ajuda
por queixas relacionadas com o sono. As
preocupações profissionais, a incerteza
quanto ao futuro e a gestão das relações
familiares no contexto do confinamento,
são fatores geradores de stress e ansiedade,
muitas vezes, associados à insónia.
A redução da atividade física e da exposição
solar, a irregularidade de horários e
o aumento da exposição a ecrãs, circunstâncias
associadas ao confinamento, foram
determinantes para o aumento das queixas
relacionadas com o sono.
Estudos realizados com profissionais
de saúde na primeira linha do combate
à pandemia de COVID-19 demonstraram
um impacto negativo na qualidade do seu
sono comparativamente com outros grupos
profissionais.
CONSEQUÊNCIAS DA
PRIVAÇÃO DE SONO
O sono é um estado de repouso fundamental
para o ser humano, que tem impacto
na saúde, bem-estar, equilíbrio emocional
e qualidade de vida. É indispensável
para o desenvolvimento do cérebro, da
memória e de outras funções do organismo
- capacidade de aprender, memorizar, criar,
tomar decisões e fazer escolhas lógicas.
Vários estudos científicos demonstraram
os benefícios do sono na melhoria da performance
desportiva e na redução de lesões.
No entanto, não é preciso ser um atleta para
beneficiar dos efeitos positivos do sono ou
para sofrer as consequências da sua ausência.
Infelizmente, a privação de sono pode
ter um impacto negativo em todos os sistemas
do nosso corpo. Dificulta a manutenção
da vigília, da atenção e da concentração,
aumenta o tempo de reação e o risco de
acidentes e provoca alterações de humor,
instabilidade emocional e irritabilidade.
Estudos científicos evidenciaram uma
relação significativa entre a falta de sono
e múltiplas condições clínicas, como a
obesidade, a diabetes mellitus tipo 2, a
hipertensão, o enfarte agudo do miocárdio
e a disfunção erétil.
A privação de sono tem também um
impacto negativo no nosso sistema imunitário.
Existem dados que demonstram
haver um maior risco de infeção aquando
da exposição a vírus respiratórios nos indivíduos
privados de sono. E isto, no contexto
atual, assume particular relevância.
CONSELHOS PRÁTICOS E SIMPLES
Alguns conselhos, práticos e simples,
podem ajudar a promover uma boa noite
de sono. Um dos mais importantes assenta
na criação de rotinas, nomeadamente
horários para acordar e para deitar. Procurar
a exposição solar, no período da manhã,
ajuda na regulação do nosso ritmo circadiano.
Realizar atividade física regular,
preferencialmente nas primeiras horas do
dia, promove um sono de qualidade.
Pelo
DR. TIAGO SÁ
Pneumologista e Especialista
em Medicina do Sono;
Diretor Clínico da Sleeplab
[SAÚDE MEDICINA DO SONO]
É também importante reduzir o consumo
de bebidas cafeinadas ou açucaradas,
evitar refeições pesadas ao jantar e não
fumar ou beber bebidas alcoólicas nas
últimas 4 horas antes de ir para a cama.
Dormir uma sesta pode trazer vários
benefícios como a melhoria do humor,
capacidade de concentração e redução da
fadiga. No entanto, sestas prolongadas e
tardias devem ser evitadas, pois frequentemente
provocam dificuldade em adormecer
à noite.
Criar um ambiente confortável para
potenciar o sono é fundamental - para isso
devemos dormir num espaço escuro, silencioso
e com uma temperatura adequada
(idealmente 16-20ºC).
A exposição à luz dos écrans dos dispositivos
eletrónicos é quase inevitável, mas
deve ser evitada nas últimas horas antes
de adormecer, pois pode inibir a secreção
de melatonina, uma das hormonas responsáveis
pela regulação do sono.
Em alternativa, atividades que promovam
o relaxamento, como um banho de
água quente 1 a 2 horas antes de adormecer
ou momentos de leitura podem ajudar
a ter uma boa noite de sono.
CONSULTAR UM ESPECIALISTA
Por vezes, o cumprimento de todas
estas recomendações não é suficiente para
obter um sono de qualidade. Se continuar
com dificuldade em adormecer, acordar a
meio da noite ou cedo demais, apresentar
A privação de sono dificulta a manutenção da vigília,
da atenção e da concentração, aumenta o tempo de
reação e o risco de acidentes e provoca alterações
de humor, instabilidade emocional e irritabilidade
paragens respiratórias ou engasgamentos
noturnos, sentir sonolência durante o dia,
precisar de dormir mais horas do que o
habitual para ter energia, sentir dificuldade
de concentração, estiver desatento ou
irritável, então está na hora de consultar
um médico especialista.
Apesar da existência de inúmeros fármacos
frequentemente usados em doentes
com queixas relacionadas com o sono
(muitas vezes, sem indicação formal), o
que não se deve fazer é recorrer à automedicação,
pois na maioria dos casos os
resultados não são satisfatórios, podendo
mesmo ocorrer efeitos adversos.
Existem dezenas de distúrbios do sono
conhecidos e o diagnóstico adequado é um
passo fundamental para uma abordagem
bem-sucedida. Esta deverá, idealmente,
passar por uma equipa multidisciplinar,
pois só assim se constroem soluções adequadas
a cada doente.
Como promover uma BOA
NOITE DE SONO
4Crie rotinas, nomeadamente horários para acordar e para deitar.
4Procure a exposição solar, no período da manhã, pois ajuda na
regulação do nosso ritmo circadiano.
4Realize atividade física regular, preferencialmente nas primeiras
horas do dia.
4Reduza o consumo de bebidas cafeinadas ou açucaradas.
4Evite refeições pesadas ao jantar e não fume nem beba bebidas
alcoólicas nas últimas 4 horas antes de ir para a cama.
4Durma uma sesta curta. Sestas prolongadas e tardias devem ser
evitadas, pois provocam dificuldade em adormecer à noite.
4Crie um ambiente confortável para potenciar o sono: durma num
espaço escuro, silencioso e com uma temperatura adequada (idealmente
16-20ºC).
4Evite a exposição à luz dos écrans dos dispositivos eletrónicos nas
últimas horas antes de adormecer.
4Opte por atividades que promovam o relaxamento, como um
banho de água quente 1 a 2 horas antes de adormecer ou momentos
de leitura podem ajudar a ter uma boa noite de sono.
4Quando o cumprimento de todas estas recomendações não é
suficiente para obter um sono de qualidade, consulte um médico
especialista.
52
[SAÚDE ESTANTE]
Vencer a
Depressão
com a
Psicologia
Positiva
Autora:
Miriam Akhtar
Editora:
Nascente
Perturbação de
Hiperatividade
/ Défice de
Atenção
Coordenalção:
Octávio Moura,
Marcelino Pereira e
Mário R. Simões
Editora: Pactor
Quem já sofreu de depressão sabe que a medicação
nem sempre é a melhor solução. Então,
qual é? A resposta está na psicologia positiva
e neste livro. Em vez de procurar identificar a
causa do mal-estar e reduzir os níveis de stress
e ansiedade, a psicologia positiva tem como
principal objetivo elevar os níveis de felicidade
e bem-estar, transformando a energia negativa
numa atitude positiva perante a vida. As técnicas
usadas neste livro irão não só ajudá-lo
a ultrapassar a depressão, como a reduzir as
hipóteses do seu aparecimento.
Partindo da especificidade das temáticas relacionadas
com a Perturbação de Hiperatividade/Défice
de Atenção (PHDA), esta obra aborda-as de forma
completa, desde o impacto dos sintomas comportamentais
nos vários contextos à avaliação clínica
e terapêutica farmacológica e não farmacológica.
É também analisada a perspetiva histórica e os
futuros desenvolvimentos sobre esta Perturbação
de Neurodesenvolvimento. Foi pensado como uma
ferramenta essencial para profissionais de saúde e
educação, bem como para pais de crianças/adolescentes
e adultos com esta perturbação.
Limpeza
Cerebral
Autores:
Dr. David
Perlmutter e
Dr. Austin
Perlmutter
Editora:
Lua de Papel
Curados
Autor:
Dr. Jeffrey Rediger
Editora:
Nascente
> MARÇO 2021 <
54
Este livro parte de um pressuposto muito simples:
o nosso cérebro está a ser gravemente
manipulado pelos estímulos da tecnologia.
Como consequência, desenvolvemos uma série
de comportamentos que nos deixam mais
sozinhos, ansiosos, deprimidos e propensos a
doenças. A partir dos mais recentes estudos
científicos, os autores identificam as armadilhas
e apresentam o antídoto: uma série de técnicas
que nos permitem pensar de forma mais clara,
tomas melhores decisões e criar hábitos mais
saudáveis.
Para a comunidade médica, as recuperações “milagrosas”
são casualidades. Em 2003, o Dr. Jeffrey
Rediger iniciou um trabalho de investigação sobre
a remissão espontânea, que incluiu entrevistas a
sobreviventes de doenças incuráveis. Cada uma destas
fascinantes histórias mostra-nos a importância de
criar um ambiente biológico na preparação do caminho
para a cura. O autor revela-nos os padrões que
estão por detrás destas curas incompreensíveis e os
princípios físicos e mentais a que chama os “quatro
pilares“ da saúde: o sistema imunitário, a nutrição, a
resposta ao stress e a identidade.
O Caminho
do Homem
Superior
Autor:
David Deida
Editora:
Nascente
O Caminho do Homem Superior explora os
pontos mais importantes na vida de um homem
- a carreira, a família, as mulheres, a intimidade,
o amor e a espiritualidade - e define-se como
um guia para viver uma vida de integridade,
autenticidade e liberdade. As lições apresentadas
neste livro explicam o derradeiro desafio, e
recompensa, ao homem atual: unir determinação
e emoção na mais plena expressão do amor
e da consciência. Mais de 20 anos após a sua
publicação original, esta obra continua a ser uma
referência na área do desenvolvimento pessoal.
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Bebé Amado
Autora:
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O nascimento de um bebé pode ser uma das
fases mais bonitas na vida de muitos pais,
mas com o bebé surgem também muitas dúvidas
e inseguranças. Neste guia prático, Cátia
Godinho, enfermeira em contexto pediátrico
há mais de uma década, explica-lhe tudo o que
precisa de saber no primeiro ano de vida do seu
bebé, descomplicando aquilo que pode parecer
complicado. Um livro indispensável para uma
parentalidade mais serena e confiante.
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[SAÚDE FITNESS]
Fique em forma
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NOVAS TECNOLOGIAS
DESCUBRA COMO AS APLICAÇÕES DE SAÚDE E BEM-ESTAR SÃO UM ÓTIMO
ALIADO NA PROMOÇÃO DE UM ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL. MANTER-SE EM
FORMA ESTÁ À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE. SAIBA COMO, NESTE ARTIGO.
SERÁ QUE AS APLICAÇÕES DE
FITNESS podem realmente ajudar
na promoção de hábitos saudáveis?
Como começar a treinar, ter uma alimentação
mais saudável, praticar meditação e,
consequentemente, melhorar a nossa saúde
e bem-estar? Sabemos que a mudança
comportamental requer força de vontade,
dedicação e consistência. Através de uma
aplicação simples, mas completa, arranjamos
todas as soluções que necessita para
acabar com as desculpas!
APROVEITAR O CONFINAMENTO
As principais barreiras para a prática
de atividade física são a falta de tempo e
de motivação. E se o “ganhar tempo” e a
“motivação extra” estivessem na palma da
nossa mão?
A pensar na época em que atravessamos,
de longos meses de distanciamento social
e confinamento, mas convictos de que a
melhor maneira de estarmos seguros para
vencer a pandemia covid-19 passa também
por estarmos em casa, as aplicações
tecnológicas aparecem como uma solução
simples, prática e eficaz para nos mantermos
ativos.
A cadeia de Health Clubes Holmes Place
tem ao seu dispor uma App exclusiva para
sócios, que não só vai fazê-lo suar, como
também terá acesso a conteúdos sobre
alimentação, fisioterapia, spa e outras
temáticas associadas à saúde e bem-estar,
tudo isto à distância de um clique.
FÁCIL DE USAR
De certeza que, em menos de 1 minuto,
tem o telemóvel na mão ou o portátil na
sua frente. Acessível e fácil de usar, para
efetuar o registo basta descarregar a App
Holmes Place (download gratuito), clicar
na opção “Registar”, inserir o e-mail,
clicar em “Continuar” e está pronto para
começar a viagem.
Através da aplicação, poderá aceder à
área pessoal, avaliar e partilhar os seus
progressos com os seus amigos através das
redes sociais. Poderá também enviar mensagens
diretamente para o seu clube, ter
acesso aos eventos que estão a decorrer e
personalizar o mapa de aulas com as suas
aulas favoritas. A aplicação Holmes Place
fornece mais apoio para melhorar o seu
bem-estar, permitindo monitorizar as conquistas
de saúde, a evolução nos desafios e
condicionamento físico em qualquer lugar.
Além disso, terá orientação sobre como
realizar exercícios específicos e fornece
também planos de treino que poderá
seguir através do telemóvel, quando quiser
e em qualquer lugar.
VAI UMA MOTIVAÇÃO EXTRA?
Uma das características que dão destaque
a estas aplicações é a promoção
da motivação. Ao agendar uma aula,
comprometemo-nos a não falhar e até
recebemos um e-mail e alertas, minutos
antes de começar o treino. Fantástico não
é?! Desta forma, acabaram as desculpas
para se atrasar.
Pela PROF.ª ANA ANDRADE
> MARÇO 2021 <
56
Doutoranda em Atividade Física e Saúde,
pela Universidade Lusófona de Lisboa
(ULHT). Mestre em Exercício e Bem-Estar,
ULHT Lisboa. Personal Trainer e Group Trainer
no Holmes Place Parque das Nações.
> MARÇO 2021 <
57
[SAÚDE FITNESS]
Se não gosta de horários e prefere fazer
o treino quando bem lhe apetece, também
pode optar por um vídeo “on demad”: uma
espécie de “buffet de treinos à escolha do
freguês”, mas neste as calorias são sempre
a subtrair! Seja a que hora for ou onde
estiver, o seu treino está à distância de um
“push, play and go!”.
E, já agora, sabia que 93% dos médicos
acreditam que aplicações relacionadas
com a promoção da saúde têm realmente
a capacidade de melhorar a saúde e o bemestar
no geral?
AULAS ONLINE
Na aplicação, poderá selecionar a aula
que deseja fazer no dia. Tem inúmeras
modalidades, desde aulas de dança (como
Euphoria, Zumba e Ballet Kids), como
de localizada (Total Condicionamento ou
MIB) e até aulas mais desafiantes a nível
muscular, terá à sua disposição a descrição
e um vídeo ilustrativo de todos os exercícios,
para executá-los de forma segura e
eficaz. Pode entrar em contato com o seu
Personal Trainer, para realizar um plano de
treino individualizado e ajustado aos seus
objetivos, que o mesmo ficará disponível
na aplicação.
VIDEOS ON DEMAND
O seu clube, a qualquer hora, em qualquer
lugar. Nesta secção, terá vídeos que
poderá selecionar de acordo com o seu
objetivo. Tem as suas modalidades de treino
preferidas, mas muito mais do que isso!
Destaca-se a temática Anti Aging, onde
ficará a conhecer quais os tratamentos que
poderá realizar para a prevenção do envelhecimento
da pele, rotinas de rosto diárias
ou tratamentos e cuidados a ter na zona do
pescoço, colo e olhos, entre outros.
as nossas receitas de Guacamole de Ervilhas
ou Pataniscas de Grão com Curgete
e Cenoura.
Se é daquelas pessoas que gosta de
saber mais, terá acesso a webinars com a
duração de cerca de 30 minutos, de temáticas
desde alimentação, gestão de stress,
treinos e saúde e bem-estar. Poderá ter
acesso à última informação sobre “treino
para emagrecer de forma saudável”; “qual
a alimentação ideal na promoção de longevidade”
ou uma boa dose de “mindfullness,
a vacina para o confinamento”.
TECNOLOGIA QUE CRIA
E REFORÇA LAÇOS
As novas tecnologias tornaram o mundo
mais simples e dão soluções plausíveis
para o período em que estamos a viver.
Sabemos que somos todos humanos e
necessitamos de afetos, de estar uns com
As novas tecnologias
tornaram o mundo
mais simples e dão
soluções plausíveis
para o período que
estamos a viver
cardiovascular e força (como o Cross Training,
Warrior, Spartans, iCycle ou Airfit).
Se for adepto de treinos mais holísticos,
tem à disposição aulas de Alongamentos,
Yoga, Meditação ou Pilates. As aulas têm
a duração média de 30 minutos, mas há
modalidades que podem ir aos 45 minutos.
PLANOS DE TREINO
Se não for adepto de aulas de grupo, tem
a opção de planos de treino previamente
preparados de acordo com o seu objetivo.
Seja para melhorar a condição física em
geral, emagrecer ou aumentar a massa
UMA APP PARA TODOS
A aplicação é tão versátil que dá para
pôr toda a família a mexer. Para os mais
novos, pode optar por aulas de dança como
o Ballet Kids, Dance Kids ou até mesmo
jogos tradicionais.
Se sofre de dores lombares ou se tem
alguma patologia específica no ombro,
também há vídeos informativos de fisioterapeutas,
para ajudar a minimizar estas
patologias e atuar na sua prevenção, entre
outras temáticas.
Se tem dotes de master chef, poderá
“por a mão na massa” e deliciar-se com
os outros e de partilhar o nosso gosto pelo
treino, pela saúde e bem-estar em comunidade.
Enquanto não for possível estarmos
novamente juntos fisicamente, temos as
tecnologias a criar e a reforçar estes laços.
É determinante mantermo-nos ativos,
saudáveis e equilibrados para o bem-estar
físico e mental. Usufrua desta aplicação
como um aliado no combate a comportamentos
sedentários, para experimentar
novas rotinas de treino, saber mais sobre
uma temática ou simplesmente para relaxar,
enquanto ouve as suas músicas favoritas.
> MARÇO 2021 <
58
[SAÚDE DERMATOLOGIA]
Dermatite
atópica
A DERMATITE ATÓPICA
PODE IR MUITO ALÉM
DO PRURIDO, DA
VERMELHIDÃO, DA
DESCAMAÇÃO, DAS
ESCORIAÇÕES, DAS
FISSURAS E CROSTAS.
ESTA É TAMBÉM
UMA DOENÇA COM
EFEITOS INVISÍVEIS
NAS PESSOAS QUE
VIVEM TODOS OS
DIAS COM ELA.
Pelo
DR. JOÃO MAIA SILVA
Médico dermatologista
e membro da Sociedade
Portuguesa de Dermatologia
e Venereologia
CONSEQUÊNCIAS
VISÍVEIS E INVISÍVEIS
POR VEZES REFERIDA COMO ECZEMA,
a dermatite atópica (DA) é uma doença
caracterizada por prurido intenso e vermelhidão
da pele. A DA é uma doença crónica,
mais frequente na infância, na maioria dos casos
autolimitada até à adolescência, mas que pode
prolongar-se para a idade adulta.
Porém, a dermatite atópica pode ir muito além
do prurido, da vermelhidão, da descamação,
das escoriações, das fissuras e crostas. Esta é
também uma doença com efeitos invisíveis nas
pessoas que vivem todos os dias com ela, efeitos
esses como a perturbação do sono, depressão,
frustração e ansiedade.
Dados europeus indicam que existem cerca
de 440.000 pessoas em Portugal com DA,
das quais 46% apresentam formas mais
graves da doença.
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
A DA é uma doença multifatorial complexa,
cujos mecanismos ainda estão por
esclarecer. Tem na sua origem fatores
genéticos, a hiperreatividade do sistema imunitário
e a deficiência da função de barreira da
pele. A importância relativa de cada um destes
fatores vai determinar diferentes aspetos e gravidade
das lesões.
Viver com DA pode significar viver com comichão
e irritação constantes. A pele inflamada
com manchas vermelhas, descamativas e ásperas
é, muitas vezes, uma constante visível na doença.
A DA está associada a outras doenças, entre as
quais, rinite alérgica, asma, conjuntivite alérgica,
alergias alimentares, polipose nasal e complicações
cardiovasculares, que afetam a saúde e
qualidade de vida do doente.
60
A par das manifestações físicas descritas, salienta-se o forte
impacto da DA na qualidade de vida dos doentes e na sociedade.
Alguns dos efeitos associados a esta doença, como a privação de
sono, ansiedade e défice de atenção, originados pelo constante prurido,
conduzem, em média, a um défice de 25% da produtividade,
com impacto no desempenho escolar e profissional.
Segundo um estudo português desenvolvido pela NOVA IMS/
Sociedade Portuguesa de Dermatologia, em colaboração com a
Associação Portuguesa de Doentes com Dermatite Atópica, aproximadamente
metade dos doentes que sofrem desta doença tem
dificuldade em dormir três ou mais noites por mês. O mesmo estudo
mostrou que cerca de 16% dos doentes referem uma redução
do seu estado de saúde superior a 50 por cento.
A DA é ainda sinónimo de um grande esforço financeiro para
os doentes, famílias, sistema de saúde e sociedade. À medida
que a gravidade da doença evolui de forma negativa, os
custos aumentam. O estudo realizado pela NOVA IMS/Sociedade
Portuguesa de Dermatologia mostrou que, em média,
cada doente gasta 1818 euros por ano devido à sua doença.
A DA tem um impacto geral na economia de 1477 milhões de
euros. O SNS suporta 31% destes custos, ficando os restantes
69% ao encargo dos doentes.
TIPOS DE TRATAMENTO
O diagnóstico desta doença é essencialmente
clínico. Em média, o tempo entre os primeiros
sintomas e a confirmação do diagnóstico é de
dois anos. Para melhorar, será importante
promover o “awareness” para a doença nos
diferentes profissionais de saúde e agilizar a
referenciação dos doentes para a Consulta
de Dermatologia.
Os tratamentos utilizados devem ser
mantidos no tempo e ajustados à gravidade
da doença. Variam entre a promoção
da barreira cutânea com hidratantes
e a utilização de produtos de higiene
sem sabão, a aplicação de cremes com
corticosteroides ou outros imunomoduladores,
até às terapêuticas orais com
imunossupressores.
Recentemente, surgiram tratamentos
biológicos inovadores que, pela sua eficácia
e segurança, vieram modificar a
evolução da dermatite atópica.
A mensagem final é de esperança!
Apesar de ainda existir um longo caminho
a percorrer na descoberta das verdadeiras
causas desta doença, importa
sublinhar que a ciência evoluiu ao ponto
de definirem as vias moleculares implicadas
e encontrarem tratamentos biológicos seletivos,
seguros e eficazes. O alívio das manifestações
cutâneas da dermatite atópica, assim como a melhor
qualidade de vida dos doentes, continuará a ser a grande
prioridade, estando a tornar-se cada vez mais próximo.
Recentemente, surgiram tratamentos biológicos
inovadores que, pela sua eficácia e segurança,
vieram modificar a evolução da dermatite atópica
61
[SAÚDE ALTERNATIVAS]
Acupuntura
BENEFÍCIOS COMPROVADOS
> MARÇO 2021 <
62
UMA EXPERIÊNCIA DE MAIS DE 5000 ANOS
COMPROVA A EFICÁCIA DA ACUPUNTURA
COMO FORMA DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO
DE INÚMERAS DOENÇAS E SINTOMAS.
EM TEMPOS DE PANDEMIA, um
dos assuntos mais falados e discutidos
é a saúde! A saúde sempre
foi importante, porém, 2020 trouxe um
desafio inesperado: o vírus SARS-CoV-2 e,
a partir daí, percebeu-se que nossa saúde
é frágil e nosso sistema imunológico pode
não estar preparado para as infecões
oportunistas. Por isso, manter uma boa
imunidade e prevenir as doenças é muito
mais eficaz do que tratá-las, após se tornarem
crónicas.
Os chineses já sabiam disso há 5000
anos, mais ou menos quando iniciaram as
práticas da chamada Medicida Tradicional
Chinesa. E, desde então, continuam a privilegiar
os métodos preventivos. No Ocidente,
a prevenção não é tão valorizada como
no Oriente, mas ainda podemos utilizar as
técnicas da Medicina Chinesa como forma
de tratamento.
EQUILÍBRIO PROMOVE A SAÚDE
A Medicina Tradicional Chinesa faz uso
de bases teóricas que foram aperfeiçoadas
ao longo de séculos e que foram descobertas
observando a Natureza – e o que
é mais perfeito que a Natureza? – e o
Universo.
Os chineses notaram que os fenómenos
seguem ciclos, que seguem o seu próprio
ritmo. Tais descobertas têm sido aplicadas
em todas as áreas das atividades humanas
e constituem a base da filosofia chinesa.
Com isso, estabeleceu-se que nosso corpo,
a nossa fisiologia, também se comporta
como a Natureza e o equilíbrio promove
a saúde. Assim surgiram as teorias de Yin
Yang e dos 5 Elementos.
Nós, seres humanos, também somos
seres mutáveis e estamos em constante
transformação.
TEORIA YIN YANG
Yin e Yang são energias complementares
que se unem e fazem parte de
tudo o que existe no Universo. A
teoria Yin Yang considera que
o mundo é o resultado dessas
duas unidades opostas.
Podemos dizer, basicamente,
que o Yin é a mulher,
a noite, a lua; e o Yang o
homem, o dia, o sol.
Na Medicina Tradicional
Chinesa, esta teoria é
a base de todos os aspetos
relacionados com o ser
humano: funções fisiológicas,
estrutura orgânica do
corpo, causa e evolução das
doenças, diagnóstico e tratamento.
As técnicas de tratamento utilizadas –
sendo a Acupuntura a mais conhecida –
visam equilibrar o Yin e o Yang.
Todos os órgãos do nosso corpo têm
estas duas energias complementares e
intrínsecas, e o seu equilíbrio contribui
para que a fisiologia funcione corretamente.
Mas quando umas delas se torna
deficiente ou excessiva, provoca perda ou
excesso de energia para o órgão e isso irá
acarretar prejuízos a médio e longo prazo.
DINÂMICA TERAPÊUTICA DA MTC
A dinâmica terapêutica utilizada pela
Medicina Tradicional Chinesa engloba:
4ACUPUNTURA – Inserção de agulhas
em pontos específicos do corpo;
4MOXATERAPIA – Combustão de um
rolo de artemísia, erva medicinal com
propriedades anti-inflamatórias;
4DO-IN – Massagem nos meridianos, os
canais de energia que percorrem o nosso
corpo;
4VENTOSATERAPIA – Copos de acrílico/vidro
utilizados para libertação muscular;
4AURICULOTERAPIA – Utiliza o pavilhão
auricular para estimular todo o
corpo;
4TRIGRAMAS – Técnica indolor que
utiliza desenhos referentes às 8 combinações
de Yin e Yang;
4DIETOTERAPIA – Os alimentos atuam
como recurso terapêutico para a cura;
4FITOTERAPIA – Plantas e raízes
medicinais usadas como complemento
para o tratamento.
O terapeuta habilitado, após fazer o diagnóstico
energético, que consiste na observação
do pulso, língua e hábitos quotidianos,
irá propor um tratamento, utilizando
uma ou mais técnicas das acima citadas.
Pela
DRA. MARIANA MELLO
Biomédica Acupunturista
BENEFÍCIOS DA ACUPUNTURA
Atualmente, com o avanço da tecnologia,
já foram feitas experiências científicas
que comprovam a eficácia da Acupuntura
como tratamento de inúmeras doenças e
sintomas.
Mas se ainda não está convencido dos
benefícios da Acupuntura para a prevenção
e tratamento, seguem-se algumas das
suas ações fisiológicas:
4Produz hormonas e neurotransmissores
endógenos (serotonina, dopamina, ocitocina,
etc);
4Melhora o sono e as funções fisiológicas;
4Proporciona uma sensação de relaxamento
e bem-estar;
4Não tem contraindicações e pode ser
feita em qualquer idade.
A Medicina Tradicional Chinesa faz uso
de bases teóricas que foram aperfeiçoadas
ao longo de séculos e que foram descobertas
observando a Natureza e o Universo
4É uma técnica indolor: as agulhas têm
um diâmetro aproximado de 0,13mm,
inferior a um fio de cabelo. Mas se,
ainda assim, as agulhas o assustam, existem
outros materiais que estimulam, da
mesma forma, os pontos selecionados;
4A OMS reconhece que a Acupuntura
atua de forma eficaz em diversas patologias.
DICAS para manter sua saúde em equilíbrio
4Alimente-se de forma saudável e siga
um antigo provérbio chinês: “Tome um
pequeno-almoço de rei, almoce como
um príncipe e jante como um pobre”.
4Ingira muita água durante o dia, de
preferência à temperatura ambiente.
4Pratique atividade física de qualquer
intensidade (para movimentar o Qi, a
energia). Os chineses praticam Qi Gong
(Chi Kung) e Tai Chi Chuan.
4Cuide das suas emoções! Os nossos
sentimentos influenciam diretamente
na funcionalidade dos nossos órgãos.
4Procure fazer coisas que lhe dão prazer:
“nem só de trabalho vive o homem”.
Mas lembre-se que tudo quanto é
excesso trará malefícios, até mesmo o
prazer.
4Tenha um propósito na sua vida! Os
sonhos são importantes, são eles, muitas
vezes, que movem as pessoas a
alcançarem os seus objetivos.
E, claro, faça Acupuntura! Escolha um
profissional habilitado e desfrute dos
benefícios que essa técnica pode trazer
para a sua saúde.
> MARÇO 2021 <
63
[SAÚDE DIVULGAÇÃO]
Mais conforto na menopausa
Arkoreal auxilia
o sistema imunitário
Os Laboratórios Arkopharma acabam de lançar
Arkoreal Imunidade, uma solução farmacêutica
à base de geleia real, combinada com
equinácea, própolis, pólen e mel, ingredientes
que contribuem para o normal funcionamento
do sistema imunitário. Estudos in vitro mostraram
uma estimulação do sistema imunitário
graças à apalbumina-1, uma proteína exclusiva
da geleia real. Além disso, a sua combinação
com plantas medicinais, como a equinácea,
pode ser útil na diminuição dos sintomas da
constipação comum.
A menopausa, para além de ser um dos fatores que mais afeta a qualidade de
vida da mulher, leva também ao aumento do risco de doenças como a osteoporose,
sendo esta uma preocupação para
muitas mulheres. De forma a retirar esta
preocupação e aliviar as manifestações
características desta fase, como os afrontamentos,
suores noturnos, cansaço e
fadiga, Femal One é uma solução que
permite à mulher viver a vida focada no
que realmente interessa. Femal One é
um suplemento alimentar 100% não hormonal
da farmacêutica nacional Tecnifar.
Novo óleo essencial
Energizante da Folha D’Água
A marca portuguesa Folha D’Água, especializada na criação
de produtos 100% naturais, revela mais uma inovação para
ajudar a combater o stress e a ansiedade do dia a dia, duas
patologias cada vez mais frequentes na conjuntura atual.
O novo óleo essencial Energizante reforça assim a gama
de essências já disponíveis na linha de saúde e bem-estar
da marca. Elaborado com óleos essenciais de laranja doce,
lima e zimbro, o óleo essencial Energizante é indicado para
técnicas naturais de aromaterapia, perfumando o espaço e
proporcionando uma sensação única de bem-estar.
> MARÇO 2021 <
64
Para um ventre
mais liso
Para mulheres a partir dos 45 anos, que desejem
voltar a estar em forma, a Thalgo oferece
uma resposta corretiva para o volume abdominal
e o excesso de água. MÉNOSVELT 45+
associa um extrato de alga castanha Undaria
pinnatifidia, titulada em fucoxantina (que ajuda
no metabolismo das gorduras), com iodo (que
contribui para o normal metabolismo produtor
de energia) e um fito complexo composto por
chá verde e pó de folha de freixo (reconhecidos
por facilitarem a eliminação de água em
excesso).
Novo pó nasal atua
na prevenção de
gripes e constipações
Ferraz Lynce, uma referência no mercado farmacêutico
em Portugal, é o laboratório responsável pelo lançamento
no mercado português do primeiro pó nasal
para a prevenção de gripes e constipações. Nazaleze
Cold & Flu Blocker é o primeiro pó nasal preventivo
para gripes e constipações, que atua enquanto barreira
protetora na mucosa nasal. Formulado através
de celulose (HPMC) inerte, Alicina e Hortelã-pimenta,
o Nasaleze é um produto à base de extratos naturais,
indicado para toda a família, exceto em crianças com
menos de 3 anos de idade.
Novidades Uriage
A Uriage apresenta duas novidades da gama Xémose.
Com uma composição adaptada à pele seca com tendência
atópica, Xémose Bruma SOS Antiprurido é um
cuidado fresco e leve, com uma aplicação muito prática,
para alívio da sensação de prurido em apenas 60
segundos. Por seu lado, Xémose Cuidado Suavizante
Ocular apresenta uma textura adaptada ao contorno
ocular e pálpebras, nutrindo intensamente, ao mesmo
tempo que alivia a sensação de secura extrema, repuxar
e desconforto.
Lábios bonitos e hidratados
Lançado recentemente, o novo
Labello Exfoliante Hidratante
é um 2 em 1: Exfolia e Cuida,
proporcionando instantaneamente
lábios super suaves. É o
primeiro exfoliante Labello em
stick e uma inovação quando
falamos em cuidado diário com
os lábios. Contém grãos de origem
natural (a partir de amido
de milho) que funcionam como
partículas exfoliantes. Estes
grãos são muito suaves para
a pele em comparação com
outros ingredientes habitualmente
utilizados para exfoliação,
como o açúcar.
Novo aliado na higiene íntima
das mulheres
ativas e dinâmicas!
A higiene íntima pode parecer uma atividade
rotineira simples, mas as diferenças
inerentes ao estado fisiológico e estilo de
vida exigem a escolha do produto com a
ação mais adequada. Para fomentar hábitos
de higiene íntima desde a idade jovem, a
Viatris lançou Saugella YouFresh, uma solução
de lavagem íntima diária feminina que
atende às necessidades das adolescentes
e das mulheres ativas e dinâmicas. A sua
fórmula específica com extratos naturais
fornece uma frescura prolongada e delicada,
permitindo uma lavagem suave.
Incontinência urinária
já não é motivo para limitar
a vida social das mulheres
Os pensos TENA Silhouette Noir,
Prémio Cinco Estrelas 2021, com um
grau de satisfação global de 83,4%,
são a mais recente gama lançada
pela TENA com o objetivo de ampliar
as opções de escolha e continuar a
derrubar estigmas.
Estes pensos para mulheres com
incontinência ligeira são os únicos
no mercado totalmente pretos e, por
isso, invisíveis quando usados com
roupa interior escura. Os novos pensos
TENA Silhouette Noir devolvem
à mulher a autoestima e a liberdade
de escolha.
Acupuntura - Osteopatia - Naturopatia
Medicina Tradicional Chinesa
Auriculoterapia - Iridologia
Aconselhamento Nutricional
Massagens - shiatsu
drenagem linfática manual
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[SAÚDE DIVULGAÇÃO]
Novo teste rápido de antigénio deteta variante
inglesa com taxa de sensibilidade de 99,8%
Os testes rápidos de antigénio SARS-CoV-2 da SureScreen Diagnostics já estão disponíveis em
Portugal e detetam a variante inglesa da COVID-19 com uma taxa de sensibilidade que atinge
os 99,8%. Esta é considerada a mais facilmente transmissível e a que está em crescimento exponencial
no nosso país.
Os ensaios ao teste rápido de antigénio SARS-CoV-2 da SureScreen Diagnostics, designadamente
no que se prende com a deteção da nova variante, foram feitos por investigadores da Public
Health England e da Universidade de Oxford, que atestaram o elevado grau de precisão. A
qualidade do teste foi também avaliada por outros
organismos, como a Fundação Champalimaud.
Os testes rápidos de antigénio da SureScreen
Diagnostics procuram antígenos de proteína que
vivem na superfície do vírus e funcionam adicionando
um reagente líquido a uma amostra de
saliva ou swab nasal. Produzem resultados em
apenas 15 minutos. Este foi o teste escolhido pelas
autoridades públicas de saúde britânicas para a
testagem em massa da população.
Novo site para marcação de testes rápidos à covid-19
Acaba de ser lançado um site que permite
agendar a realização de testes à COVID-19
em 62 locais em todo o país, existindo ainda
a possibilidade de execução dos mesmos ao
domicílio e em empresas.
A plataforma www.covidtesterapido.pt agrega
os postos disponíveis em cada distrito, nos
quais é possível fazer o teste rápido de antigénio,
efetuado através de uma zaragatoa, aprovado
pelo INFARMED – Autoridade Nacional
do Medicamento e Produtos de Saúde e pela
Direção-Geral da Saúde, e que apresenta alta
fiabilidade com desempenhos acima de 93%.
O objetivo passa por sistematizar informação,
de modo a facilitar e a democratizar o acesso
à marcação dos mesmos.
DIRETOR: Francisco Duarte
REVISÃO CIENTÍFICA: Drª Luísa Carvalho
(Especialista de Medicina Geral e Familiar)
COLABORADORES/CONSULTORES: Dr. A. Coimbra
de Carvalho (Dent.);Dr. Alexandre Fernandes
(Nutrição); Drª Ana Maria Cordeiro (Radiodiag.);
Prof. Antero da Palma Carlos (Alergo.);
Dr. António Manuel Marques (Socio.);
Dr. António Meyrelles do Souto (Ortop.);
Dr. Artur Aguilar (Oftalm.); Dr. Artur
P. Galvão (Psiq.); Dr. Baptista Fernandes
(Cirur. Estét.); Dr. C. Canas Ferreira (Otorrino.);
Dr. César Ramos (Imuno./Alergo.);
Drª Cláudia Madeira Pereira (Psicologia
Clínica); Dr. Duarte Vilar (Socio.); Dr. E.
Melo Rocha (Alergo./Pediat.); Dr. Fernando
Lacerda Nobre (Clín. Geral); Prof. Francisco
J. Antunes (Venér./SIDA); Prof. Francisco
Reich de Almeida (Oftal. Infant.); Drª Isabel
do Carmo (Endocri.); Dr. J. Seixas Martins
(Cirur. Plást.); Dr. João de Matos Silva
(Homeop.); Dr. Joaquim Margalho Carrilho
(Ass. Port. Medi. Adicção); Dr. José Pacheco
(Sexo); Prof. L. Menezes Falcão (Cardio.);
Dr. Libério Bonifácio Ribeiro (Pediat./ Alergo.);
Prof. Lincoln Justo da Silva (Pediat.);
Dr. Luís Mendes Graça (Obstet.); Dr. Manuel
Costa Guerreiro (Psiq.-Assoc. Defesa Saúde
Mental); Dr. Manuel Neves e Castro (Gineco.);
Drª Margarida Cordo (Psico-Socio.);
Drª Maria Antónia Frasquilho (Psiq. Med.
Trabalho); Dr. Mário Andrea (Otorrino.);
Nazaré Nunes (Estét.); Drª Paula Martinho
da Silva (Adv.-Ética); Dr. Paulo Guimarães
(Urolog.); Dr. Pedro Levy (Psiq.); Associação
de Planeamento para a Família.
E-MAIL: saudebemestar@silroc.pt
FOTOGRAFIA: Raquel Madureira,
Adobe Stock, Arquivo
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Carlos Ramos
carlos.ramos@silroc.pt
Enézia Tibério
marketing@silroc.pt
> MARÇO 2021 <
66
Thalgo associa-se ao projeto The Sea Cleaners
O mar foi sempre uma fonte de energia para o
homem, capaz de regenerá-lo física e mentalmente.
Graças à presença de plantas marinhas,
o oceano liberta mais oxigénio para a atmosfera
do que qualquer floresta do mundo.
Mas este ecossistema está sufocado pela
poluição aquática, 80% da qual é de origem
terrestre. Mais de 8 milhões de toneladas de
plásticos são lançados no oceano, a cada ano,
o que equivale a um camião de lixo a cada
minuto. Se não agirmos, daqui a 30 anos haverá
mais plástico do que peixes nos oceanos!
A THALGO, laboratório que sempre investiu
na proteção do meio ambiente e do fundo
marinho, acaba de anunciar a associação ao
projeto do explorador Yvan Bourgnon, The
Sea Cleaners, destinado à limpeza dos oceanos
e redução do desperdício de plástico. Um
dos principais objetivos é a despoluição de
plástico dos oceanos, enquadrado no Projeto
Manta – a construção de um barco coletor e
reciclador dos macro-resíduos plásticos, que
percorrerá os mares e oceanos mais poluídos
do mundo.
ASSINATURAS: assinaturas@silroc.pt
EDITOR:
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Nº DE CONTRIBUINTE: 214655148
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