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Revista Empresários Abril e Maio 2021

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Saúde mental no ambiente de trabalho precisa de liderança dedicada

Por: Lisia Prado – sócia da House of Feelings, primeira escola de sentimentos do mundo

saúde mental e o bem-estar dos

A colaboradores devem ser uma

prioridade para qualquer empresa.

Especialmente em momentos como

este, quando vivemos a incerteza e

aprendemos a nos ajustar ao trabalho

em casa e a outras mudanças no estilo

de vida.

Como sabemos, o esgotamento é perigoso

para uma organização, sendo um

importante caminho para o desenvolvimento

de transtornos mentais, sintomas

físicos e consequentemente, afastamento

do trabalho. Embora a saúde

mental continue sendo um assunto

delicado no local de trabalho, uma

pesquisa feita no Canadá apontou que

72% dos respondentes, desejam que as

empresas cuidem da sua saúde mental

e bem-estar.

E, inclusive, quase três quartos dos

trabalhadores dizem que querem que

seus empregadores defendam a saúde

mental e o bem-estar dos profissionais

como um dos alicerces para a qualidade

no ambiente de trabalho. Isso é

classificado como mais importante do

que igualdade (48%), sustentabilidade

(38%) e diversidade (31%).

No Brasil com certeza não deve ser diferente.

Então, como agir?

As organizações devem olhar para a

implementação de iniciativas em torno

da criação de políticas, comunicação

e treinamentos, por exemplo. Isso

pode incluir a criação de políticas que

contemplem a saúde mental em nível

corporativo, fornecendo aos colaboradores,

ferramentas e programas de autoajuda.

E, o mais importante de tudo, não apenas

capacitar o RH e os gestores para

identificar problemas, mas sim ter uma

área dedica e especializada, trabalhando

sistematicamente no assunto. Ainda

mais porque é preciso encarar de frente

e sermos sinceros: ainda existe um forte

estigma e dificuldade das pessoas em

falar sobre saúde mental.

Ao revelar problemas, as pessoas temem

ficar isoladas, vistas como anormais

e inadequadas para o trabalho.

Destacar uma liderança exclusiva reforça

o papel essencial das empresas de

apoiar os colaboradores com educação

sobre saúde mental, criando um diálogo

aberto.

Fornecer apoio que promova a conscientização

e o cuidado pode ajudar a

criar um local de trabalho acessível e

positivo, que promova o engajamento

e inclusive atraia talentos.

Considerando que passamos cerca de

60% do nosso tempo no trabalho, e que

o trabalho pode ser repleto de fatores

de estresse – carga de trabalho, prazos,

preocupações relacionadas à segurança

no emprego e assim por diante, ter um

‘porto seguro’ onde seja possível encontrar

apoio para lidar com o estresse

faz sentido. Preparar uma liderança

que seja capaz de lidar com desconfortos

mentais pode ajudara resolver problemas

antes que se tornem debilitantes

– e caros para a organização.

Atualmente, muitos colaboradores estão

no modo de sobrevivência, o que

significa que estão trabalhando para

passar o dia, mas não processaram o

que lhes aconteceu física, emocional,

social e mentalmente. Muitos sofrem

de esgotamento, principalmente aqueles

que trabalham em serviços essenciais.

Promover a saúde mental também

pode ser uma decisão financeira inteligente.

Investir em um local de trabalho

(mesmo em home office) mentalmente

saudável, que conte com um apoio exclusivo,

pode ter um efeito de economia

de custos ao reduzir o absenteísmo

e presenteísmo, bem como reivindicações

por invalidez e perda de produtividade.

Para piorar as coisas, não é tão simples

oferecer um programa de saúde mental

eficaz, até porque cada organização

e profissão têm seus próprios estressores.

Os líderes dedicados precisam avaliar

quais são os fatores de estresse que

acometem a força de trabalho e procurar

recursos que não apenas permitam

fornecer suporte com confiança, mas

também sejam acessíveis. Isso é o que

ajudará a construir uma estratégia eficaz

de saúde mental para combater as

lutas durante e após a COVID-19.

Você já tinha visto a saúde mental por

esta ótica? Caso não, então comece a

pensar quais colaboradores poderiam

capitanear um projeto de saúde mental

efetivo!

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Como a tecnologia pode ajudar o setor gastronômico na retomada em 2021

Mais de 70% das empresas em

todo o mundo aceleraram suas

estratégias de transformação digital na

pandemia de Covid-19, situação global

que exigiu maior conectividade, necessidade

de interação remota com clientes

e entendimento de seus padrões de

consumo.

O estudo, realizado pela global KPMG,

veio reforçar o que todos já sabíamos:

contar com tecnologia nos negócios é

cada vez mais essencial para o sucesso

das empresas. E, não poderia ser diferente

para as do setor gastronômico.

“Hoje, já é possível contar com tecnologias

capazes de atuar em todas as

etapas do negócio. Elas permitem uma

visão macro do empreendimento, auxiliam

no gerenciamento das atividades

diárias e apontam possibilidades a

serem seguidas, impulsionando e sustentando

o crescimento. Além disso,

sobra tempo para os gestores se dedicarem

à parte criativa, o que contribui

para a inovação do mercado como um

todo”, conta Eduardo Ferreira, CCO

da ACOM Sistemas, empresa líder no

desenvolvimento de tecnologia para

gestão de empresas do setor de food

service.

Segundo Ferreira, o uso de tecnologia

para gestão de empreendimentos

gastronômicos, especificamente, tem

crescido a cada ano, por proporcionar

maior praticidade, qualidade, economia

e rentabilidade. E deve assumir,

em 2021, uma posição de destaque, por

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apresentar funcionalidades que permitem

aos empresários planejar e recuperar

as perdas de 2020, para, enfim,

crescer neste ano.

“Após o ano difícil que foi 2020 para

todo o mercado em ocasião da pandemia,

a tecnologia pode ser uma grande

aliada dos estabelecimentos gastronômicos

para planejar 2021, reverter perdas

e alcançar as metas de dois anos inteiros

em apenas um”, reforça Eduardo

Ferreira.

Acompanhe os benefícios que a tecnologia

pode proporcionar aos bares, restaurantes

e redes:

CENTRALIZA INFORMAÇÕES:

Uma boa tecnologia de gestão de

negócios permite centralizar os dados

e a administração de um restaurante

ou de vários (rede) em um único local

– como finanças, cadeia de suprimentos,

compras, entre outros,

automatizando processos, ganhando

tempo e reduzindo erros. E, ainda,

através de integrações com sistemas de

BI – Business Intelligence -, é possível

obter uma análise completa do negócio,

além de auxiliar a tomada de decisões

por parte dos gestores.

REDUZ O CUSTO DAS MERCADO-

RIAS: Um sistema consegue realizar o

controle de estoque, através do rastreamento

dos suprimentos, e avisar o empresário

a hora de reabastecer.

Ele também analisa os custos de compra

e mostra quanto a empresa está

gastando com cada produto no estoque,

para, assim, indicar possibilidades

de pedidos que permitam diminuir o

CMV – Custo de Mercadoria Vendida

– e aumentar a lucratividade.

“Esta funcionalidade permitiu que

um cliente nosso conseguisse reduzir

em 10% o CMV de seu restaurante.

Ele percebeu que poderia comprar

em maior quantidade, negociar valores

mais baixos para os seus insumos e foi

isso que ele fez”, conta Ferreira.

AUTOMATIZA AS COMPRAS: Várias

ferramentas buscam o entendimento

dos padrões de consumo de um

estabelecimento, para assim, auxiliar

na automatização das compras.

O ERP EVEREST, por exemplo, utiliza

Machine Learning na análise dos padrões

de compra e da baixa de produtos

para montar pedidos automaticamente,

quando estiver integrado a uma

loja on-line.

PADRONIZA PRATOS E REDUZ O

DESPERDÍCIO: Um recurso muito

utilizado por redes de restaurantes é a

padronização dos pratos.

Através de uma funcionalidade, como

o Ficha Técnica do ERP EVEREST, é

possível ter a descrição detalhada de

cada prato, definir a quantidade exata

de cada ingrediente da receita, evitando

desperdícios, o que acaba por refletir

diretamente na qualidade e na rentabilidade

de cada produto.

RENTABILIZA O DELIVERY: Muitos

restaurantes que não contavam com


o sistema de entrega tiveram que se

adaptar durante a pandemia, e muitos

que tinham reestruturaram processos

para atender o aumento da demanda.

Esta é uma tendência que veio para

ficar e envolve muito o uso da tecnologia.

Ferramentas de gestão podem

auxiliar em toda esta fase do negócio,

apontando qual prato custa mais,

qual tem a maior saída, além de criar

cardápios especiais ou de alta lucratividade.

GESTÃO FINANCEIRA: Tecnologias

de gestão trazem funcionalidades

para organização e fácil acesso a informações

dos setores contábeis, fiscais

e financeiros. O ERP EVEREST, por

exemplo, da ACOM Sistemas, possui o

DRE (Demonstrativo de Resultado do

Exercício), função que apresenta tudo

isso em um relatório personalizado,

de fácil visualização e entendimento

ao proprietário do estabelecimento. “É

possível visualizar pontos fracos e fortes

dos negócios, assim como áreas que

produzem lucro e as que estão dando

prejuízo”, diz o CCO da ACOM.

CONCILIAÇÃO BANCÁRIA: A automatização

dos processos bancários

e fiscais possibilita ao empresário mais

tempo para focar em estratégias, além

de evitar erros em transações bancárias,

completamente passíveis quando

realizados manualmente.

GERAÇÃO DE NOTAS FISCAIS:

Automatizam a geração de notas

fiscais, o que muitas vezes toma tempo

e

preocupa os gestores. Evitam erros e os

profissionais ficam liberados para atuarem

na parte estratégica.

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Por que as empresas devem ouvir mais os consumidores e tomar vantagens

competitivas disso – Por: Eli Moreno , Especialista em gestão de talentos,

planejamento estratégico, governança corporativa e desenvolvimento. Consultor

líder na VECTOR Consultants Brasil

Estamos em um mundo cada vez mais tech, mas nada substituirá a empatia.

pandemia jogou luz sobre questões

ambientais, sociais e de go-

A

vernança (ESG, na sigla em inglês) nos

mercados de capitais ao redor do mundo.

Pesquisa do HSBC, com sede em Londres,

divulgada em 14/10/2020, mostrou

que 30% dos investidores reconheceram

a importância dessa agenda

nos tempos de crise. No caso das empresas

de capital aberto, 41% já admitiram

que ser sustentável é importante

para os negócios. Os principais motivadores

para o engajamento social e

ambiental dos investidores, conforme

estudo, são risco e retorno, na visão de

49% dos entrevistados, e pressões externas

(43% das expectativas da sociedade

e 41% por parte dos reguladores).

Seguramente, os interesses das empresas

em reduzir os custos de capital através

do acesso a fundos de investimentos

que adotam, cada vez mais, ESG

como exigência às empresas candidatas

a investimento. No entanto, a visão

de risco e resultados toma força entre

todas as empresas, em razão das expectativas

da sociedade e da crescente influência

dos consumidores no destino

dos negócios.

Essa tendência reflete a evolução do

comportamento do consumidor e a

ascensão do que alguns chamam de

“capitalismo consciente”. À medida que

as gerações mais jovens (especialmente

a geração Y) acumulam mais poder

de compra, elas continuarão a pesar as

políticas ESG das marcas ao fazer investimentos

de longo prazo e decisões

de compra diárias.

Por outro lado, com a aceleração dos

processos de inovação nas empresas,

em especial na forma de se relacionar

com os clientes e consumidores, as

empresas já percebem que as vantagens

das relações digitais devem estar

limitadas aos primeiros sinais de que

as condições de empatia podem estar

sendo comprometidas. Empatia é um

conceito que representa entender o que

o cliente espera de uma marca quando

vai consumir. Por mais, os consumidores

em geral se tornam cada vez mais

conscientes e exigentes quanto às marcas

e como elas se apresentam no mercado.

Uma pesquisa do Instituto Akatu constatou

que o número de brasileiros que

começaram a se preocupar com o tema

da sustentabilidade socioambiental aumentou

consideravelmente. Em 2012,

32% dos respondentes passaram do

nível “indiferente” para “iniciante”; já

em 2018, esse número chegou a 38%.

Em 2020, em razão da forte mudança

no comportamento dos consumidores,

a expectativa é que o número de consumidores

que passaram a adotar o

consumo consciente deve ter se elevado

consideravelmente e indicam uma

tendência.

De acordo com a pesquisa da Confederação

Nacional da Indústria (CNI),

62% dos brasileiros já boicotaram marcas

ou empresas por práticas que, na

percepção dos consumidores, violam

ou violaram princípios de sustentabilidade

socioambiental.

Esse elevado índice pode expressar

outro dado importante levantado pela

pesquisa do Instituto Akatu: Dentre

as instituições mais respeitadas pelos

consumidores, apenas 34% dos entrevistados

declararam confiança nas empresas

nacionais.

Embora ainda que restrito a uma única

pesquisa, o dado sinaliza que as empresas

precisam ouvir mais os clientes

e criar um diálogo permanente com

os públicos para entender melhor as

razões de elevada rejeição, promover

mudanças e conquistar a confiança dos

consumidores. Os modelos atuais de

relacionamento digital podem não ser

suficientes para isso.

A necessidade de repensar estrategicamente

os negócios, em uma visão de

futuro, tem se colocado como prioritário

nas empresas que buscam se ajustar

às novas demandas de mercado. É

difícil assegurar quais costumes irão

permanecer no pós-pandemia, mas é

certo de que o seu lado positivo levará

à permanência de hábitos criados pela

elevação da consciência dos consumidores.

A seguir, os principais resultados da

pesquisa “Vida Saudável e Sustentável

2020: Um Estudo Global de Percepções

do Consumidor” realizada pelo

Instituto Akatu e a GlobeScan Brasil.

(Reprodução na íntegra):

1. Responsabilidade das

empresas

Mais de 80% dos consumidores esperam

que as empresas cuidem do que

está sob seu controle, além de informar

sobre os seus processos produtivos.

Mais de 70% dos consumidores esperam

que as empresas não agridam o

meio ambiente.

E mais de 60% esperam que as empresas

estabeleçam metas para tornar o

mundo melhor.

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2. Considerou recompensar

uma empresa socialmente

responsável

44% fez isso no último ano; 35% pensaram

em fazer, mas não fizeram.

Em 2019, esta mesma pergunta teve os

resultados 41% e 34%, respectivamente.

A pequena variação mostra que o

resultado obtido neste item da pesquisa

tem consistência.

3. Como as empresas podem

ajudar a viver melhor?

Criar produtos melhores e mais acessíveis

é a maior demanda dos consumidores

(45% dos respondentes), seguido

de criar novos produtos, melhores para

o ambiente e a sociedade (42%).

Colaborar com outros atores na solução

de problemas socioambientais

é importante para 1/3 da população

(35%), especialmente os mais jovens.

4. Mudanças no estilo de vida

A grande maioria dos brasileiros está

interessada em diminuir o desperdício

de alimentos (91% dos respondentes) e

há grande percepção de facilidade em

fazer isso (82%). Sobre reciclar itens,

81% têm interesse, enquanto 66% veem

facilidade em fazê-lo.

Durante a pandemia, os consumidores

buscaram informações sobre estilos de

vida saudáveis (68% dos respondentes)

e sobre estilos de vida ecológicos

(59%).

E 54% foram encorajados a viver de

maneira mais saudável por familiares

ou amigos.

5. Atitudes positivas ao meio ambiente

e ao bem-estar

90% dos consumidores afirma estar

tentando melhorar sua saúde e bem-

-estar — na pesquisa de 2019, essa

busca já existia para 85%. Saltou de 69

para 81% os que pensam que o que o

que é bom para cada um nem sempre

é bom para o meio ambiente. Mais de

80% creem que pode fazer muito para

proteger o meio ambiente.

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E quase 70% acredita estar fazendo

tudo o que pode para essa proteção.

6. Mudanças climáticas

63% dos consumidores afirmam concordar

plenamente com a frase “nós,

como sociedade, devemos responder

às mudanças climáticas com a mesma

urgência que respondemos à pandemia

de COVID-19”, enquanto 29% afirmam

concordar parcialmente.

7. Prioridades pós-pandemia

Dois entre 3 brasileiros (71% dos respondentes)

priorizam reestruturar a

economia para lidar com as desigualdades

e as mudanças climáticas como

mais importante que a recuperação rápida

da economia.


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A crise e as empresas – Por : Carlos Fernando dos Santos Lima é advogado

especialista em compliance e proprietário do escritório Carlos Fernando Santos

Lima e Advogados, com sede em Curitiba, no Paraná. Antes de aposentar-se do

cargo de Procurador da República, atuou nas operações Banestado e Lava Jato

Ninguém está livre de enfrentar crises

graves em sua vida. Nem pessoas,

nem empresas, organizações ou

governos. As crises, diga-se, tornaram-

-se cada vez mais recorrentes, pelo que

podemos até afirmar que se tornaram

o novo normal. Quando a próxima

crise virá? Será ela financeira, como a

crise de 2008/2009? Ou será sanitária

como a atual pandemia da Covid-19?

Até mesmo crises decorrentes da disrupção

de modelos de negócio, como

foi a TV aberta para o cinema, como a

TV a cabo para a TV aberta e como o

streaming para a TV a cabo, são cada

vez mais comuns. Ninguém sabe o que

acontecerá neste ano, quanto mais em

um futuro de cinco anos.

Seja qual for esse futuro, um dos principais

ativos de um negócio será sua

resiliência à crise. Mesmo sendo as crises

relativamente imprevisíveis, estar

pronto para elas não é de todo impossível,

pois com uma gestão de riscos adequada

é possível compreender as perspectivas

de estresse do negócio. Para

o compliance, especificamente, não

interessa os riscos financeiros e do negócio;

a preocupação da conformidade

são com os riscos legais, regulamentares

e éticos e seus impactos reputacionais

para o negócio. Isso não é pouco,

pois danos reputacionais podem levar

a crise financeira, como o fechamento

de torneiras de crédito, e uma crise

econômica, com a perda de valor da

empresa e até mesmo sua falência por

perda de consumidores.

A Operação Lava Jato, por exemplo,

deixou mu itas empreiteiras muito

próximas desse fim.

É claro que o empreendedor prefere

apostar todo o seu capital naquilo que

é a essência do negócio. Parece mais

lógico apostar nas vendas e no desenvolvimento

tecnológico que em algo

que significa custo, entretanto, em um

mundo cada vez mais instável, apostar

seguro sempre faz sentido. Não só

os programas de conformidade serão

cada vez mais exigidos por consumidores

em geral, pois o mercado está

cada vez mais atento à responsabilidade

social das empresas, mas também

instituições financeiras exigirão que os

interessados em buscar crédito possuam

programas bem estruturados.

Além disso, para quem deseja ser fornecedor

de empresas multinacionais

ou governos, não ter compliance tornar-se-á

um impeditivo para atingir

esses setores da economia.

É preciso compreender que conformidade

não significa programas caríssimos

ou um freio aos negócios. Antes

de mais nada, um bom programa de

compliance deve ser desenhado para

aquela empresa, com suas características

que a tornam única, dentro do seu

setor de empreendimento.

A conformidade deve ser estabelecida

na ideia de eficácia e economicidade,

ou seja, deve ser capaz de prevenir os

riscos específicos levantados, mas também

ser estruturada com inteligência

para que se torne autogerenciável pela

empresa, com apoio de consultorias

externas apenas pontuais. Uma vez que

se introjete em todos os stakeholders,

principalmente na alta administração,

uma cultura ética e de controle de riscos,

o programa será aperfeiçoado por

seus próprios agentes.

E, por fim, um setor de compliance

jamais deve ser um dificultador dos

negócios, mas sim um programa que

objetiva favorecê-los com a prevenção

daqueles que podem dar errado e tornarem-se,

em uma crise, um motivo

de perdas financeiras graves. Uma boa

gestão da conformidade agirá sempre

no sentido de viabilizar soluções

para que negociações cheguem a um

fim positivo. Se não houver solução, e

isso será confirmado com o passar do

tempo, era porque o negócio não deveria

mesmo ter acontecido. E quando

perceber isso, o empresário agradecerá

por ter sido impedido o desastre.

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Trader Clobal – Vatagens e Riscos nas Comunicações – Por : Por : Leandro J.P.

Sousa, CEO na empresa IRON Trading International

As mídias sociais seguem representando

um grande avanço trazido

pela tecnologia da informação e como

citei em um artigo anterior, nada neste

mundo é, por assim dizer; de graça

! Temos o bônus e o ônus e, portanto,

como dizia o velho ditado, “é um olho

no padre e outro na missa” e muita

atenção nessa hora !

Qualquer um pode elaborar um perfil

de impressionar. Também, não é preciso

muito para se criar um website de

“cair o queixo” e isso não mencionando

aqueles famosos e-mails propondo

parcerias fantásticas; geralmente de

alguém que teve um parente falecido,

de algum desses Regimes Autoritários

mundo à fora e que, por coincidência,

o falecido tem o seu sobrenome, exatamente

e… pronto ! De uma hora para

outra, você enriqueceu, como num

passe de mágica ! Cuidado ! Isso significa

dizer que acabou de receber uma

scam proposal e o mais impressionante

nesses golpes é que eles começaram

através de cartas trazidas pelos correios

e depois via fax e, finalmente, evoluímos

para os padrões mais modernos.

Portanto, tudo evoluí; a questão é sabermos

distinguir o que vale à pena ser

lido até ; o final e o que deve ser, imediatamente,

deletado !

Outro aspecto que deve chamar a

atenção dos mais incautos se refere às

ofertas de produtos e/ou serviços tanto

na importação quanto na exportação

cujos e-mails procedem de contas gratuitas

como o Gmail, Hotmail e outros.

Por quê, afinal, alguém enviaria propostas

à partir de um e-mail pessoal se

a empresa disponibiliza um belíssimo

site com o seu domínio, naturalmente

? Não custa pensamos duas vezes antes

de responder. É evidente que existem

exceções.

Os Árabes, por exemplo, costumam

enviar mensagens de suas contas pessoais

mas, ainda assim, é sempre oportuno

revisitar o site da empresa, realizar

pesquisas através dos motores de

buscas e, se for o caso, enviar um correio

eletrônico para o Setor Comercial

da nossa Embaixada no País do qual,

supostamente, estaria sediada a empresa

remetente d a mensagem.

O mesmo cuidado devemos ter nas comunicações

via Whatsapp, Telegram,

IMO, Viber e todos esses aplicativos

de mensagens instantâneas. Costumo,

em lugar de escrever uma resposta ao

convite de aceitação, gravar uma mensagem

de voz no idioma do remetente

ou, na pior das hipóteses, em Inglês.

Não que isso nos possibilite saber que

não estamos trabalhando às escuras

mas o efeito costuma ser revelador, de

alguma maneira. Há aqueles que por

alguma razão, simplesmente não respondem

e isso já nos deve fazer pensar.

Por outro lado, como a dualidade está

presente em todas as atividades humanas,

não é raro a mensagem ser muito

bem aceita porque feita dessa maneira

e o retorno acaba por encurtar etapas.

Propor uma chamada ONLINE, o famoso

“conference call” via Whatsapp,

SKYPE ou Google Meet são instrumentos

que nos auxiliam tamb&ea

cute;m na melhor identificação daquele

novo contato.

Como citou Abraham Lincoln, quando

ninguém seria capaz de imaginar uma

Internet, o seguinte:

“Pode-se enganar a todas as pessoas

por algum tempo e a algumas pessoas

durante todo o tempo, mas não se pode

enganar a todos, o tempo todo!”

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A importância de uma visão interpretativa sobre as normas legais – Por : Vicente

Alvarez é sócio na FNCA Advogados. Especialista em Direito Tributário, possui

mais de 14 anos de atuação no mercado.

Traduzir o que está sendo proposto

pela legislação é uma missão

complexa e simboliza a importância

dos profissionais de Direito para que a

interpretação seja conduzida de modo

analítico

A legislação é responsável por estruturar

o corpo jurídico de um país e garantir

a funcionalidade das instituições

e o bem-estar dos cidadãos, por meio

dos direitos personalíssimos e outras

vertentes legais elaboradas e aprimoradas

ao longo dos anos.

O que muitos deixam passar é a importância

de se adotar uma postura analítica

sobre a relação de determinada lei

com a realidade que lhe é apresentada.

Existem diversos fatores externos ao

conteúdo previsto em regulamentações

que não podem ser ignorados.

Dito isso, é preponderante que se conceda

essa tarefa complexa à figura do

advogado e os profissionais do Direito

acostumados a lidar com a dinamicidade

do tema.

Para que a aplicação da lei seja condizente

com seu verdadeiro significado, a

interpretação concisa e abrangente é o

caminho mais indicado e próximo de

uma conclusão fidedigna.

Um dos preceitos básicos que fundamentam

essa mentalidade repousa na

ideia de pluralidade e flexibilidade dos

métodos de análise, que não se limitam

a modelos estáticos e inadequados ante

à legislação brasileira. Nesse sentido,

discutir o ato de interpretar normas legais

é compreender com mais profundidade

o real papel dos advogados no

campo jurídico e sua relação para com

os cidadãos.

O que significa interpretar uma

norma?

De antemão, é importante enfatizar

que interpretar uma norma não significa

ceder às inúmeras hipóteses sem

qualquer embasamento por trás e nenhuma

convicção do que está sendo

levantado. Há de se valorizar que o

advogado é o profissional capacitado

e preparado para realizar essa ponte

entre a legislação e a sociedade, com

autonomia para conceder uma abordagem

puramente analítica, que passe

por tópicos equivalentes ao sentido da

lei e seu teor declaratório, bem como o

tamanho de sua extensão.

O intérprete cumpre a função cívica de

avaliar os principais objetivos da norma

analisada, sempre sob a premissa

de orientar suas ações visando a coletividade

e o bem-estar geral.

Isso também implica em uma noção

de mundo bem estruturada, o que se

estende para a concepção que o profissional

possui sobre as finalidades sociais

da norma específica.

Evidentemente, o aspecto individual

não será desconsiderado, pelo contrário,

deverá ser incluso como um dos

maiores interessados na resolução do

caso com transparência e coesão.

Contribuições para a aplicação

do Direito

Como presume a própria ciência do

Direito, a interpretação é uma das etapas

que compõem o processo de aplicabilidade

de uma lei. Se olharmos para o

tema com uma ótica mais ampla, podemos

enxergar a transposição dos fatos

por meio dessa correlação entre aspectos

normativos, fáticos e que provém

de valores previamente estabelecidos.

No fim, trata-se de uma reunião de fatores

cuja resolução fora determinada

por uma abordagem 100% analítica.

Claro, é preponderante que o profissional

tenha plena dominância sobre quesitos

técnicos e naturais à legislação, e o

advogado, capacitado e munido de um

embasamento que lhe oferece segurança

para tomar decisões, tem todas as

condições necessárias para transcender

o espaço teórico e levar o Direito

para a nossa realidade.

Devemos visualizar as regras

de uma forma analítica

Em tempos de avanço tecnológico e

consolidação das redes sociais como

principais ferramentas de comunicação,

a informação tem modificado a

percepção das pessoas quanto às leis.

Todos possuem suas próprias visões

do fato e compartilham suas ideias

com extrema facilidade, o que impacta

positivamente para uma discussão pública

democrática e acessível, fato que

deve ser comemorado. Porém, no que

diz respeito à interpretação das normas

vigentes, é determinante para a resolução

de dúvidas e questões acerca do

tema que o maior referencial permaneça

sobre a figura dos advogados.

Encerro o artigo destacando que adotar

uma postura de análise completa de

todos os pilares que cercam uma norma

legal, antes de tomar uma decisão

importante sobre a configuração do

caso trabalhado, é uma movimentação

que pode parecer básica e simplória,

mas é crucial para a execução da legislação

e o desenvolvimento de uma

sociedade mais justa e amadurecida no

meio jurídico.

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Os reflexos da LGPD para o direito tributário – Por: Roberto Cardone é Sócio na FNCA

Advogados. Formado em Direito, o executivo possui mais 20 anos de experiência no

ramo jurídico, com especialização em direito tributário e foco no suporte às empresas

e atividades de consultoria, administração e gestão empresarial

nova legislação traz profundas

A mudanças para o universo tributário

e exige um alto nível de adaptabilidade

por parte das organizações

nacionais

A concepção mundial acerca da utilização

e armazenamento dos dados

pessoais tem se transformado significativamente

nos últimos anos.

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de

Dados (LGPD) chegou para contemplar

essa mentalidade e transmiti-la

para o campo empresarial, inserindo

noções de consentimento, transparência

e privacidade no cotidiano operacional

das empresas. De um modo

geral, o texto previsto no corpo da lei

tem como principal objetivo garantir

e proteger direitos fundamentais ao

cidadão, preservando a integridade de

informações concedidas.

Para o direito tributário, a legislação

também exerce um impacto inegável.

Visando o tratamento adequado dos

materiais de cunho pessoal, as novas

regras afetam diretamente processos

relativos aos contribuintes como um

todo. Isso se justifica na medida em que

relações conduzidas com o intuito de

realizar o cumprimento de obrigações

tributárias caracterizam a transmissão

de dados pessoais. Compreender a importância

de se pensar em políticas de

segurança informacional é o primeiro

passo para entender a seriedade do

tema nos dias atuais.

A LGPD sob a ótica do Fisco

O Fisco, como uma autoridade fazendária

e responsável pelo controle de

pagamento de impostos em todas as

esferas tributárias do país, tem autorização

para aplicar a coleta e separação

de dados pessoais sem a necessidade

do consentimento do titular.

Portanto, é de suma importância que o

órgão adote uma postura de transparência

plena, clarificando os cenários

ao contribuinte e expondo ocasiões em

que o tratamento poderá ser conduzido

sem a concessão.

O que se mostra determinante é a adoção

de medidas técnicas e administrativas

elaboradas justamente para proteger

as informações concedidas sem a

autorização do usuário e/ou fornecidas

por situações acidentais.

É indispensável que os agentes responsáveis

por essas operações estejam respaldados

e preparados para cumprir

suas funções e respeitar os direitos e

garantias previstas pela nova legislação.

Trata-se de uma movimentação compatível

com os princípios que cercam

a atividade da Administração Pública,

entre elas, conceitos de legalidade, impessoalidade

e moralidade.

O poder público precisa dar o exemplo

e viabilizar o impacto da LGPD sobre

as organizações.

A importância de uma nova

cultura corporativa

Em resposta à Lei Geral de Proteção de

Dados, devemos nos apoiar em uma

visão ampla sobre os efeitos da lei no

ambiente de trabalho.

O gestor, grande encarregado de tomar

iniciativas que caminhem neste sentido,

se depara com a urgência por uma

transformação completa na cultura organizacional.

Em termos práticos, torna-se necessária

a construção de um sistema de

fluxo informacional que priorize a integridade

dos dados, por meio de um

programa contínuo de adequação. Isso

vale para o setor público e o privado,

afinal, o universo do Direito Tributário

também deverá se adaptar às demandas

propostas pela LGPD.

Quanto antes se pensar em uma mudança

pontual no planejamento e organização

dos dados armazenados

internamente, melhor será o tempo

de reformulação processual e, consequentemente,

o período de adaptação

à vigência da lei.

Conformidade é palavra-chave

de um futuro inadiável

Não há como negar que os tempos

mudaram. Se por um lado, investir

na inovação empresarial tem sido um

compromisso compartilhado por muitas

empresas, colocar os serviços oferecidos

em plena harmonia com a LGPD

é uma tarefa tão importante quanto.

Pensar na criação de políticas de Compliance

bem estabelecidas e disseminadas

no âmbito interno, impactando

positivamente a rotina de todos os profissionais,

sem distinções, é uma questão

primordial para que a mudança

não se limite ao espaço teórico.

Encerro o artigo destacando que a Lei

Geral de Proteção de Dados afetará todos

os campos do Direito, e os desafios

para o setor jurídico são numerosos,

mas não devem ser visualizados como

empecilhos ou obstáculos, pelo contrário,

são ótimas oportunidades de se

abraçar a conformidade das informações

adquiridas e à própria privacidade

dos usuários. Os resultados extraídos

dessa sinalização positiva à LGPD são

condizentes com um futuro cada vez

mais promissor, sempre vinculado ao

respeito às normas vigentes.

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O oceano azul do crédito: Criando oportunidades através da disrupção do

mercado financeiro – Por: Adilson Seixas é fundador e CEO da Loara

profissão de especialista em crédito

bancário e seu potencial para

A

desenhar novos paradigmas no ambiente

de negócios brasileiro

Após quase duas décadas de uma carreira

bem-sucedida no sistema bancário,

próximo de completar 40 anos, tive

de tomar uma decisão. Ou corria atrás

do sonho ‘louco’ de empreender ou

continuava no banco, correndo o risco

– vivido por muitos de meus colegas

– de ser desligado após alguns anos e

vivenciar a dificuldade de recolocação

até, eventualmente, ir parar em outra

área fora do mercado financeiro.

Optei pelo primeiro caminho e, em

janeiro de 2014, fundei a Loara, que

facilita a jornada de crescimento das

empresas por meio do crédito. Foi a

melhor decisão que tomei na vida –

mas isso não quer dizer que foi fácil.

Passamos por transformações como

qualquer empresa e superamos desafios

que, hoje, só reforçam o propósito

de que estamos contribuindo, de fato,

para a sobrevivência de empresas, empregos

e projetos inovadores que, por

sua vez, contribuem para o fortalecimento

do ambiente econômico brasileiro.

E toda a nossa história começou com a

identificação de uma dor do mercado.

Mapeando o caminho: nasce a

profissão do especialista em

crédito bancário empresarial

O propósito inicial da Loara pode ser

resumido com uma sentença simples:

Como facilitar o acesso ao crédito bancário

para empresas com potencial de

crescimento, mas que, na maioria das

vezes, precisam de um “empurrãozinho

financeiro”?

A grande verdade é que conseguir crédito

em um banco pode ser uma tarefa

bastante árdua e vai muito além da

ideia de “saber negociar” ou mesmo

de ter um histórico sem restrições no

mercado.

É preciso conhecer o perfil de cada

banco, entender quais tipos de garantia

ele exige e, em suma, saber se ele possui

fit com seu perfil empresarial. Em

outras palavras: você precisa ser um

verdadeiro especialista (ou ter muita

sorte) para conseguir capital no sistema

bancário.

Como no universo empreendedor não

podemos depender da sorte, tive um

insight que me levou à criação da profissão

de especialista em crédito bancário

para empresas e, consequentemente,

a fundação da Loara. Por meio

da minha experiência e networking na

indústria financeira, poderia liderar a

criação de uma rede de profissionais

capacitados para intermediar as relações

entre bancos e negócios, levando

em conta o perfil de cada instituição e

como suas oportunidades de crédito se

adequam a realidade de nossos clientes.

Após 7 anos de história e investimentos

contínuos em pessoas, processos e

inovação que nos permitiram escalar

o mapeamento das oportunidades de

crédito nas principais instituições bancárias

do país e oferecer mais de 150

soluções financeiras para os nossos

clientes, já capitalizamos mais de R$

350 milhões em crédito que, por sua

vez, contribuíram para o fortalecimento

de empresas e para a geração e salvaguarda

de centenas de empregos

.

Mas hoje, percebemos que podemos

fazer mais. É hora de dar o próximo

passo.

O futuro da profissão: difundindo

conhecimento e gerando oportunidades

Agências bancárias fechando. Profissionais

com mais de 40 anos e ótima expertise

na indústria financeira encontrando

inúmeras barreiras para uma

recolocação digna. Infelizmente, essa

é uma realidade que só tem crescido

no país. Por outro lado, é nos cenários

mais desafiantes que surgem janelas

para a disrupção e para as transformações

que beneficiam o mercado.

Levando em conta este cenário e o fato

de que sempre tive interesse em difundir

os conhecimentos que pude acumular

ao longo de toda a minha história

de atuação e relacionamento com o

segmento bancário, estamos lançando,

nos próximos 60 dias, a Loara Academy,

focada na formação inicial de

especialistas em crédito bancário empresarial

e direcionada para profissionais

que buscam recolocação ou querem

identificar novas oportunidades

no mercado financeiro.

Com módulos voltados para o entendimento

dos desafios da profissão, empreendedorismo

e tópicos gerais de

finanças, o curso pretende formar, até

o fim de março, 60 especialistas certificados

e mais de 300 até o fim do ano.

E como nosso intuito é gerar oportunidades,

os melhores profissionais destas

turmas já terão a chance de atuar

no time de especialistas da Loara, uma

empresa que só cresce e projeta a captação

de R$ 300 milhões em crédito em

2021.

Com tudo isso, não tenho dúvidas em

afirmar que, apesar dos desafios do

segmento financeiro, este momento de

transformação faz fluir um oceano azul

de aberturas para o sucesso no mercado

de crédito brasileiro. Você está preparado

para acompanhar a mudança?


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Os pilares para o advogado do futuro: Mindset, Tecnologia e Gestão Ágil! – Por :

Vinicius Marques é Founder e CEO da EasyJur Software Jurídico Inteligente,

especializado em Gestão e Tecnologia Jurídica

Dentro do contexto de transformação

digital, a figura do advogado

tem passado por mudanças importantes,

expondo a necessidade de se adaptar

à inovação da prática advocatícia

O mercado jurídico foi alvo da transformação

digital, bem como todo os

segmentos e áreas de atuação.

Durante os últimos meses, notamos

essa transformação ocorrendo de forma

acelerada e, com isso, demandando

dos profissionais se adaptarem à nova

realidade.

Sendo assim, diante da acelerada mudança

de era, podemos afirmar que o

advogado do futuro se encaixa nesse

padrão de profissional que precisa estar

antenado e conseguir acompanhar

as a revolução do direito 4.0 que vêm

acontecendo. Na era digital, é preciso

também que os profissionais do Direito

pensem além de tudo o que já foi vivido

até hoje e façam da tecnologia a sua

maior aliada para colocar as pessoas no

centro de tudo.

Os recursos digitais, como a integração

com novas tecnologias, legislações

(exemplo a nova Lei Geral de Proteção

de Dados), audiências virtuais e profissionalizar

a gestão dos escritórios de

advocacia vêm ganhando ainda mais

força no mercado.

Todos esses recursos interferem na

rotina em que esses advogados trabalham,

colocando em evidência a necessidade

de um olhar estratégico para o

futuro e modelos de negócios inovadores.

Diante desse novo cenário, é de extrema

importância que o mercado jurídico

se adeque à essa nova realidade

e busque orquestrar a integração das

pessoas com a tecnologia como pilar

do planejamento estratégico do advogado

do futuro. No entanto, isso requer,

primeiramente, uma mudança

ampla de pensamento.

Mude o seu Mindset: sair da zona

de conforto e mudar o Mindset é a chave

para mudar definitivamente o status

quo da forma de advogar no Brasil e

no mundo. Com isso, o profissional

do futuro é aquele que está aberto para

novos desafios e consegue implementar

esse pensamento na prática do dia

a dia. Esse novo profissional tem a

mentalidade que as tecnologias sejam

utilizadas para potencializar suas habilidades

e conectar genuinamente todos

os agentes do ecossistema jurídico do

país, colocando o operador do direito

como protagonista desse movimento

irreversível.

Explore novas tecnologias: nos

escritórios de advocacia, já podemos

notar as tradicionais pilhas de papéis

sendo deixadas de lado, assim dando

espaço para a centralização digital desses

documentos. Não só por questão

de organização, mas esses recursos têm

garantido ainda mais assertividade aos

processos, uma vez que não demandam

a participação humana em atividades

repetitivas e manuais.

Além disso, soluções que utilizam a Inteligência

Artificial podem dar ainda

mais agilidade na resolução dos casos.

Logo, podemos notar que isso é algo

que agrega valor para os dois lados:

profissional e cliente.

Seja um diferencial no mercado:

toda a evolução tecnológica que estamos

presenciando não diz respeito somente

ao profissional do futuro, mas

também sobre o consumidor atual.

Estudos apontam que esse novo consumidor

está cada vez mais seletivo,

consciente e tecnológico, mas essas atitudes

não estão relacionadas somente

ao “novo normal”, elas já foram incorporadas

pela sociedade. O que o seu

negócio jurídico tem de diferente para

entregar a esse novo consumidor? Por

meio da tecnologia, entregue facilidade,

segurança para os seus clientes e

acima de tudo acesso a justiça.

Unindo os três principais pilares apresentados

acima, podemos enxergar o

advogado do futuro como um profissional

com muitas habilidades e cobiçado

pelo mercado. Por outro lado,

temos que ter em mente que a transformação

é continua e exponencial,

ela ocorre a todo momento, então, é

preciso sempre aprimorar e atualizar

essas habilidades adquiridas ao longo

da trajetória. No fim, você não será visto

somente como um advogado, mas

também um profissional dinâmico e

inovador, indispensável para o desenvolvimento

socioeconômico do país.

Encerro o artigo destacando que a

tecnologia é uma realidade inadiável

para o universo jurídico. Não é sobre

substituir o protagonismo humano ou

ofuscá-lo de alguma forma, mas de

simplificar o dia a dia de profissionais

que podem centralizar seu tempo em

proporcionar uma melhor experiência

para seus clientes. Introduzir essa nova

filosofia operacional em um escritório

de advocacia é o mesmo que abrir as

portas para um futuro repleto de oportunidades.

O futuro é feito agora!

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Saber escutar e segurança psicológica na retomada – Por: Pedro C Ribeiro,

sócio da Stratech/RiskPerceptions e autor do livro Lições do Titanic sobre Riscos

e Crises para Líderes

Saber ouvir e proporcionar um ambiente

seguro para a equipe falar sobre riscos

e segurança em operações e projetos, mesmo

sob pressões de recursos, prazos e custos

são habilidades essenciais para líderes

em todos os níveis hierárquicos e funções,

e serão ainda mais importantes durante

a retomada. Saiba por que neste artigo de

Pedro C Ribeiro

Além de ter que responder aos impactos

imediatos da crise gerada pela pandemia

da Covid-19, empresas no Brasil, e em

todo o mundo, tiveram rapidamente que

se adaptar, inovar e se reinventar.

A retomada provavelmente vira em ritmos

diferentes entre setores e acompanhada

por desafios como segurança de

colaboradores, restrições de recursos e sob

intensa pressão de fornecimento, prazos e

custos que testarão empresas e líderes na

gestão dos riscos e da segurança de suas

operações e projetos.

Neste ambiente, saber escutar a equipe será

ainda mais crucial, pois em boa parte de

projetos e operações que falham, especialmente

em situações de pressão de prazos

e custos, já existiam alertas vindo de colaboradores

da empresa, ou conhecimento

prévio, dentro da própria organização,

que uma falha séria poderia ocorrer, mas,

infelizmente, os alertas foram ignorados,

minimizados, ou não foram detectados à

tempo até que fosse tarde demais.

Logo após a ocorrência de uma falha ou

desastre, não raro lemos nos noticiários

revelações de auditorias pós-desastre que

trazem à tona trocas de e-mails entre colaboradores

e relatórios internos que alertavam

para problemas à frente, assim como

declarações de equipes e fornecedores tais

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como “eu já sabia” ou “eu bem que avisei e

ninguém me escutou”. Em resumo, os alertas

estavam lá, mas foram ignorados, minimizados

ou não captados pelos sistemas

e processo de gestão da empresa.

Alertas ignorados contribuem para minar

a confiança na liderança e na organização,

incentivam a complacência e prejudicam

a comunicação aberta, o engajamento e o

trabalho de equipe, tornando a organização

mais propensa a crises.< /p>

A boa notícia é que o conhecimento necessário

para se prevenir uma crise em uma

operação ou projeto quase sempre existe

em algum lugar da organização, mas a forma

com que líderes se comunicam sobre

risco e segurança com suas equipes e fornecedores,

especialmente em situações de

pressão, pode silenciar tal conhecimento.

Para detectar este conhecimento, é importante

que o líder, além de saber escutar,

proporcione um ambiente seguro para a

equipe se manifestar sobre situações críticas

percebidas de riscos e segurança, especialmente

em ambientes sob mudanças,

pressão e incerteza. A situação tende a se

agravar quando a empresa passa por dificuldades

financeira e restrições orçamentárias,

como é o caso de muitas empresas

durante a pandemia.

Nesta circunstâncias, funcionários, por receio

de serem considerados pessimistas ou

“sem espírito de equipe” por discordar da

visão da chefia, ou da equipe sobre o nível

de riscos e segurança de uma dada operação

ou projeto, podem optar por ficar

calado.

Pesquisas indicam que em situações de

in certeza, quando o colaborador percebe

que a receptividade de alertas por parte da

chefia é incerta, a opção por ficar calado

tende a prevalecer.

Em meus workshops e palestras, onde trabalho

com organizações, líderes e equipes

na sensibilização e desenvolvimento de

percepções, atitudes e comportamentos

frente ao risco e à segurança, alguns líderes

indicam que não se davam conta de que a

maneira com que estavam se comunicando

sobre riscos e segurança com a equipe,

visando incentivar a superação de desafios

e metas, estava na realidade contribuindo

para o silêncio da equipe.

Saber ouvir, assim como garantir a segurança

psicológica da equipe para que esta

possa se manifestar sem receio, mesmo

sob pressão, vai bem além de discursos

sobre a importância do saber ouvir e do

trabalho de equipe.

O gestor de Recursos Humanos e Educação

Corporativa, Carlos Roberto dos Santos,

comenta que “Independentemente do

tamanho da empresa, a escuta ativa entre o

líder e sua equipe é de extrema importância

para o desenvolvimento e engajamento

organizacional. Riscos são inerentes a

projetos e metas, mas a segurança dos resultados

depende, entre outros fatores, da

confiança da equipe na sua liderança”

Segurança psicológica é a crença compartilhada

por membros de uma equipe de

que ninguém será punido, discriminado

ou humilhado por fazer perguntas difíceis,

manifestar preocupações sobre riscos, ser

transparente ao admitir erros ou questionar

a liderança sobre o nível de risco e

segurança de uma decisão. Desnecessário

enfatizar que o nível de segurança psicológica

exigido para o colaborador contestar,

por exemplo, a nova decoração do escritório,

é diferente daquele necessário para

questionar a visão da chefia sobre os riscos

e a segurança de uma operação ou projeto

crítico para a empresa que esta sob intensa

pressão de prazos, custos e resultados.

Casos recentes, ocorridos no Brasil e no

exterior, mesmo em organizações classe

mundial, detentoras de prêmios de gestão

de riscos e segurança que transformaram-se

em falhas de sistemas, operações e

projetos criticas para o negócio, e sérios

acidentes e desastres ambientais, atestam a

importância e a urgência do tema para a

liderança das organizações.

Saber escutar e garantir a segurança psicológica

da equipe para que esta possa

se manifestar, sem receio, sobre riscos e

segurança de operações e projetos em ambientes

de alta pressão, será vital para o

sucesso na retomada, e para a competitividade

e sobrevivência das organizações em

um ambiente de crescente complexidade,

incertezas e mudanças.


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Ações mais comuns na Justiça do Trabalho – Por: Fabricio Posocco é professor

universitário e advogado no Posocco & Advogados Associados

Segundo pesquisa da Datalawyer

Insights, em parceria com a TintedLab

e o site Consultor Jurídico,

em 2020, a covid foi citada em

164.946 processos abertos na Justiça

do Trabalho.

Entre as demandas mais recorrentes

estavam aviso prévio, multa de

40% do FGTS (Fundo de Garantia

do Tempo de Serviço) e multa

por não entregar ao empregado

documentos que comprovassem

a comunicação da extinção contratual

aos órgãos competentes,

bem como o não pagamento dos

valores constantes do instrumento

de rescisão ou recibo de quitação

que deveriam ser efetuados

em até dez dias contados a partir

do término do contrato.

O

ano que passou não foi fácil

para o trabalhador.

O desemprego aumentou. Em setembro

de 2020, o Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística

(IBGE) revelou que haviam 14,1

milhões de pessoas desempregadas,

1,6 milhões a mais do que no

mesmo período em 2019.

A covid pode ter alguma culpa.

Para tentar amenizar o impacto

da pandemia, o Governo Federal

editou medidas provisórias que

flexibilizaram regras trabalhistas.

O problema é que nem todas as

empresas respeitaram os direitos

do trabalhador.

Em 2019, antes da pandemia, foram

movidas mais de 3 milhões

de ações para receber as verbas

rescisórias em todo o país. Houveram

ainda cerca de 391 mil

processos de indenização por

dano moral no trabalho, 327 mil

por causa de diferença salarial,

324 mil solicitavam adicional e

230 mil buscavam seguro desemprego.

Esses dados estão no relatório

Justiça em Números, divulgado

pelo Conselho Nacional de Justiça

(CNJ).

As normas que regulam as relações

individuais e coletivas laborais

estão na Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT).

Quando respeitadas, o convívio

entre empregador e empregado

se

fortalecem e a produtividade tende

a aumentar.

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MBA IBMEC EM SANTOS

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Raquel Puertas Proprietária

Os cursos são ofertados pela Damásio Educacional

e oferecem aulas presenciais e

online, suporte pedagógico e certificado

No ano passado a Yduqs, que controla a Estácio,

comprou a americana Adtalem, dona da

IBMEC, por R$ 1,9 bilhão.

Além do IBMEC, a Adtalem detém as marcas

Wyden (FMF, Unimetrocamp, Facid, UniFBV,

Facimp, UniRuy, Área 1, Unifavip, Unifanor e

Faci), Damásio Educacional, STJ Med e Clio,

sendo considerado o décimo maior grupo de

ensino superior privado do Brasil. A boa notícia

é que este grupo está presente NA BAIXA-

DA SANTISTA, por meio da Damásio Educacional

e do IBMEC.

Com quase 50 anos de atuação no país e reconhecida

nacionalmente por sua excelente reputação

acadêmica, a Damásio é uma das instituições

mais conceituadas quando se fala em

Direito e preparação para carreiras públicas. E

agora, a Damásio Educacional da Baixada Santista

está com inscrições abertas para os cursos

de MBA IBMEC on-line.

São oferecidos os cursos de: Gestão de Marketing,

Branding e Consumo Digital; Gestão

de Processos e Metodologias Ágeis; Gestão e

Desenvolvimento de Pessoas; Controladoria;

Finanças; Gerenciamento de Projetos; Gestão

de Negócios; Gestão do Agronegócio e Direito

Agrário e Ambiental e vários cursos CCD.

O MBA IBMEC on-line conta com um corpo

docente qualificado, curso de idiomas subsidiado

pelo curso, tradição no ensino executivo,

mobilidade e flexibilidade de horário, aulas ao

vivo on-line, networking sem fronteiras, conclusão

em 12 meses e o Trabalho de Conclusão

de Curso (TCC) opcional.

Está entre os melhores MBA’s do Brasil, oferecendo

ao aluno o ensino de excelência aplicado

à prática e abrangência internacional do

IBMEC em qualquer lugar do país. Segundo a

proprietária da Damásio/ Ibmec, Raquel Puertas,

“ter um MBA IBMEC on-line faz diferença

no currículo, não é uma pós-graduação qualquer,

é uma das melhores do país. E o certificado

é o mesmo do curso presencial, com a

vantagem do aluno ter mais autonomia”.

MBA IBMEC ONLINE

O IBMEC online une procedimentos

pedagógicos, tecnologias e ferramentas

diversas de modo a garantir os melhores

resultados. O aluno conta com:

MESMO CERTIFICADO, MAIS AU-

TONOMIA – No Ibmec não há diferenciação

entre a certificação do ensino

presencial e online. O foco é preparar os

alunos/empresários para os desafios reais

do mercado.

MOBILIDADE E FLEXIBILIDADE

Organizar a agenda de estudos e decidir os

melhores horários. Os cursos são flexíveis.

Se adequam à rotina do aluno e otimizam

tempo. Praticidade de estudar onde estiver

com aulas gravadas.

AULAS AO VIVO E ONLINE – As

vantagens destes recursos: encontros online;

espaço de interação entre professores

e alunos; discussões e trocas de experiências;

e interação em tempo real.

SUPORTE PEDAGÓGICO

– No modelo de ensino do IBMEC, é

oferecido suporte pedagógico ao longo de

todo o curso, o que ajuda a estimular todo

o potencial de aprendizagem, incentivando

um melhor aproveitamento das disciplinas.

FORMAÇÃO PRAGMÁTICA

– Através de um ensino prático, o aprendizado

agrega metodologia e tecnologia

ideais para solucionar os desafios práticos

vivenciados no dia a dia corporativo.

TRADIÇÃO EM ENSINO EXECU-

TIVO – Primeiro MBA em Finanças do

Brasil é baseado no comprometimento em

formar profissionais altamente capacitados

para os desafios reais do mercado, através

de um ensino de excelência reconhecido

nacional e internacionalmente.

NETWORKING SEM FRONTEIRAS

– O modelo de ensino 100% online possibilita

a troca de experiências entre professores

e alunos que vão além do espaço

físico, através dos diversos momentos de

interação ao longo do curso, como aulas

ao vivo, tutoria online e o Núcleo de Apoio

ao Aluno.

IBMEC, PROTAGONISTAS

PARA O MUNDO

Reconhecido como uma das mais importantes

e qualificadas escolas de negócios do país, o Ibmec

vem, há 50 anos, formando os verdadeiros

protagonistas nas suas áreas de atuação e que

estejam preparados para enfrentar os desafios

do mundo. Pioneiro no MBA em finanças do

Brasil em 1985, o Ibmec atualmente possui

mais de 50 cursos de pós-graduação presenciais

e online, entre MBAs, Global MBAs e

LL.M., e um amplo portfólio de graduação em

seis diferentes áreas: Economia, Finanças, Direito,

Engenharia, Comunicação e Arquitetura.

Com unidades próprias no Rio de Janeiro, Belo

Horizonte, Brasília e São Paulo, além de estar

presente nas cidades de Fortaleza, Recife, Salvador

e Campinas, a instituição está preparada

para proporcionar aos seus alunos um ambiente

de colaboração, integração, experiência

internacional e ensino de qualidade voltado à

prática. Oferece um ensino 2.0, no qual a excelência

acadêmica, unida a uma estrutura de

vanguarda, prepara profissionais com espírito

empreendedor, para enfrentar os desafios da

economia colaborativa em qualquer lugar do

mundo. Estudar no Ibmec é ter acesso a uma

formação de excelência com amplitude de

pensamento e visão internacional direcionada.

É abrir portas às inúmeras experiências que o

mundo de hoje oferece

Serviço

Rua: Conselheiro Nébias, 473, Santos/SP/

Telefone:(13)98133-0361 e (13)3222-3224

Facebook:damaasiosantosunidade//

Instagran: @damasiosantosunidade

Email: santos@unidades.damasio.edu.br //

facebook: @damasiounidadesantos


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Riscos, lições e desafios da pandemia : Por Luiz Carlos Moraes, Presidente da

ANFAVEA

pandemia do coronavírus chegou de

A maneira avassaladora em 2020,colocando

uma pressão sem precedentes

sobre a sociedade em escala global.

O setor automobilístico viu-se desafiado

como nunca, em especial em nosso país,

que já estava atrasado em seus deveres de

casa no sentido de melhorar o ambiente de

negócios e a competitividade.

Quando o mercado caminha relativamente

bem, as deficiências estruturais

de um país tendem a ser ignoradas. Costumo

comparar essa situação com a

de uma represa. Em tempos de cheia, ninguém

reclama, pois o grande

volume esconde o que está submerso. Mas

quando vem a estiagem, surgem as

carcaças e os esqueletos que estavam lá há

décadas.

Extrapolando para o setor automotivo

brasileiro, tivemos um tombo

inesperado na crise de 2016, mas nada foi

feito para remover as tais

carcaças, que dificultaram muito nossa

lenta recuperação no triênio de 2017 a

2019.

O início de 2020 sugeria a continuidade

da retomada, mas esse bom momento foi

solapado pela

covid-19 a partir de março, fazendo com

que encerrássemos o ano

retrocedendo para os pífios volumes de

2016,e sem perspectivas de uma recuperação

plena a curto prazo.

Pior do que os resultados negativos foi ver

novamente as carcaças do Custo Brasil

expostas num curto período de quatro

anos.

E desta vez elas estão fazendo estragos na

economia como um todo, inclusive em

nosso setor.

O recente anúncio do fechamento fábricas

fez um sinal de alerta se acender sobre

toda a cadeia automotiva.

Mais de um ano se passou desde a reforma

previdenciária, e depois disso a agenda do

Governo Federal e do Congresso Nacional

empacou.

Aexpectativa é que as reformas estruturantes

sejam retomadas com força e senso de

urgência.

A pandemia escancarou a necessidade de

mudanças profundas nas estruturas

tributárias e administrativas do governo, e

de reformas pontuais que removam entraves

burocráticos,

jurídicos e fiscais que pesam sobre os

ombros do sistema produtivo.

Também “para ontem” é a necessidade de

intensificar obras de infraestrutura

capazes de melhorar os custos

logísticos.

Estamos vivenciando uma crise gravíssima,

que desarticulou a cadeia de fornecimento

e afetou a produção de veículos.

E agora em escala global, o que amplia a

ociosidade industrial, gerando uma competição

ainda mais acirrada entre países

produtores na busca de mercados para exportar.

A ANFAVEA vai continuar pontuando as

mudanças que devem ser feitas e atuando

proativamente para que sejam implementadas,

de forma a beneficiar horizontalmente

todas as atividades produtivas no

país.

A cadeia automotiva é resiliente, e tem se

mostrado especialmente unida nessa

inédita crise.

Em meio a todos esses desafios conjunturais

e estruturais, a indústria

automobilística não vai poupar esforços

para continuar sua transformação rumo

às novas demandas globais de mobilidade,

conectividade, automação,

serviços compartilhados e de propulsão

limpa.

Vamos continuar exercitando nossa

vocação de inovação e desenvolvimento

tecnológico, trazendo retorno para a

sociedade na forma de arrecadação

robusta de impostos, de geração de empregos

de qualidade, de desenvolvimento

regional e de aumento do PIB.

Nosso mercado interno tem grande

potencial de crescimento, é um dos que

apresenta a menor relação de motorização

per capita no mundo.

E temos todas as condições de ser um polo

exportador de veículos de alta

tecnologia.

Para isso, precisamos de mais acordos comerciais,

menos entraves às exportações e

um ataque frontal ao Custo Brasil.

Devemos ser mais ambiciosos.

Temos pressa para crescer, gerar riquezas e

principalmente empregos.

O Brasil tem hoje 20 milhões de desempregados

e desalentados, o equivalente à

população do Chile.

É um crime se cogitar a desindustrialização

do nosso país, nos relegando

à condição de colônia fornecedora de produtos

primários.

Isso é prova de profundo desconhecimento.

Sorte do país que detém um setor

automobilístico tão robusto como o Brasil.

Luiz Carlos Moraes assumiu a presidência

da ANFAVEA em 22/04/2019, entidade

em que já atuava como Vice-Presidente

desde 2011. Iniciou sua carreira na

Mercedes-Benz do Brasil, com passagens

pelas áreas de Contabilidade, Auditoria,

Planejamento, Controle Financeiro, Área

Fiscal e da Tesouraria. Atualmente ocupa

o cargo de Diretor de Comunicação

Corporativa & Relações Institucionais.

Graduado em Economia pela Fundação

Santo André, possui pós-graduação na

FGV, MBA no IBMEC e pós-graduação no

INSEAD/França. Com 42 anos de experiência

no setor automotivo, o executivo foi

atuante dentro da ANFAVEA em importantes

acontecimentos da indústria, tais

como: discussões de regimes automotivos

(Inovar-Auto e Rota 2030) junto ao governo

e outras associações; sancionamento

do RenovaBio e novas legislações de

emissões, segurança e comércio exterior.

Luiz Carlos Moraes é presidente da Anfavea

e do Sinfavea para a gestão 2019 –

2022.

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Deep learning: a porta de entrada para a educação do futuro

Por: Luiz Alexandre Castanha é especialista em Gestão de Conhecimento e

Tecnologias Educacionais

surgimento de novas tecnologias

O trouxe também muitas novidades

para o ensino, seja em escolas ou

empresas. E, para responder às novas

exigências de um mercado também

evoluído na transformação digital, foi

necessário inovar as maneiras de ensinar

e aprender online.

Embora o advento do ambiente de

e-learning tenha prometido um aprendizado

mais flexível e independente

devido à sua escalabilidade, ele ainda

pode representar uma barreira para

instituições e empresas.

À medida que avançamos no campo da

Inteligência Artificial (IA) novas técnicas

como o deep learning (aprendizado

profundo) e redes neurais artificiais são

desenvolvidas para melhorar a eficácia

do aprendizado de máquina e tornar as

aplicações de IA mais significativas.

O aprendizado profundo envolve algoritmos

que preveem os resultados possíveis

com base nos dados do usuário,

o que permite que um computador exiba

comportamentos aprendidos com

as experiências.

Cada nova informação que um modelo

de aprendizado profundo recebe o torna

mais intuitivo.

O processo de aprendizagem profunda

ocorre de forma autônoma, desde a

extração e avaliação dos conjuntos de

dados da plataforma de e-learning até

a previsão do que os alunos precisam

para basear-se em seu desempenho anterior.

E as aplicações das tecnologias de deep

learning são diversas:

Aprendizagem personalizada: É uma

abordagem de e-learning centrada no

aluno que enfatiza as suas metas e objetivos

específicos, bem como as suas

preferências.

Uma sequência de cursos ou materiais

de aprendizagem que utiliza a aprendizagem

profunda é capaz de estruturar

um caminho que permite aos alunos

construir seu conhecimento progressivamente.

Os ensinamentos são gerados e alterados

dinamicamente com base nas

funções de trabalho do aluno, sua área

de interesse, progresso, preferências de

aprendizagem, informações demográficas,

competências ou níveis de conhecimento.

Normalmente, um modelo é construído

para identificar, coletar e atualizar

variáveis para personalizar conteúdos

diferentes para cada aluno.

Chatbots: Eles atuam como assistentes

virtuais que fornecem respostas conversacionais,

servindo como um guia

de referência rápida e uma ferramenta

de gestão do conhecimento que pode

acessar várias fontes de informação

que são distribuídas por toda a organização.

Um sistema de tutoria inteligente apresenta

um conceito de aprendizagem

com uma série de conversas que podem

tanto atuar no treinamento como

no suporte a um melhor desempenho.

Indicador de desempenho:

É usado para apontar um determinado

padrão de aprendizagem, como mudanças

significativas que podem levar

a uma reprovação no curso.

Ideal para ajudar os instrutores a aconselhar

os alunos antes que seja tarde

demais. Também é capaz de fornecer

uma maneira mais eficaz de analisar

os dados de envolvimento do aluno e

identificar seus padrões. Nesse sentido,

a sugestão de reformulação do conteúdo

servirá como suporte adicional aos

alunos que não estejam concluindo um

curso ou atividade de aprendizagem.

Hoje já existem no mercado diversas

plataformas, como o IBM Watson ou

Microsoft Azure, entre outras. Ao considerar

o uso de aprendizado profundo

no desenvolvimento de e-learning é

aconselhável escolher uma plataforma

com cuidado, pois cada tecnologia oferecida

tem seus pontos fortes e fracos.

Outras questões importantes a serem

levadas em conta são as necessidades

dos tutores e alunos, bem como das

habilidades técnicas dos desenvolvedores

que trabalharão nessas ferramentas

e serviços para criar ferramentas que

funcionem de fato.

E e-learning cada vez mais se confirma

como uma maneira de transmitir

e avaliar conhecimento. Sua evolução é

mais do que esperada! Como você vê

essa tecnologia dentro da sua empresa?

Mais informações em

https://alexandrecastanha.wordpress.com/

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Seu dinheiro e sua saúde mental – Por: Jamile Favero Santos – CEO da VM Santos

Gestão Empresarial

Precisamos falar sobre o impacto

das dívidas sobre a saúde

das pessoas.

Precisamos falar que quando as

pessoas se encontram numa situação

muito desafiadora do ponto

de vista financeiro, muitas se culpam

e encontram meios para se

afundar mais ainda por não saber

como sair disso.

Contas se acumulando no fim de

cada mês, fazem com que as pessoas

não consigam dormir pois

já sabem que não terão dinheiro

suficiente para pagar tudo.

Dívida no banco, no cartão de

crédito, cheque especial estourado

e se a conta não fecha, tudo

isso pode desencadear distúrbios,

como síndrome do pânico,

estresse, ansiedade e depressão.

A culpa e a vergonha blindam as

pessoas da ajuda de terceiros, que

por desconhecerem seu problema

ficam impedidos de ajudar.

Muito menos ajuda profissional,

já que raramente a pessoa consegue

reconhecer que está doente

não só financeiramente, mas

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também mentalmente.

Para disfarçar para o meio social,

a pessoa procura manter o mesmo

estilo de vida, que só vai aumentando

as dívidas e o estresse.

Dizer não para passeios e eventos

sociais por falta de dinheiro pode

ser um tormento.

Outro tormento são as chamadas

telefonicas de cobrança.

Não como manter a sanidade

quando isso acontece o tempo

todo. Na prática, o telefone toca

a qualquer hora do dia e é uma

cobrança.

O endividado se lembra que tem

uma dívida e essa lembrança gera

ansiedade que é interpretada pelo

cérebro como uma ameaça acioando

as glandulas supra-renais,

que por sua vez produz cortisol

e adrenalina, hormonios associados

ao estresse. Esses hormônios

caem na corrente sanguinea e desencadeiam

alterações que,

se recorrentes, acabam gerando

problemas como úlceras (27%

mais comuns em endividados),

insônia e elevação da pressão arterial.

Costumamos dizer que quando

se vive um problema assim, se

não tiver sido feito um planejamento

financeiro para saír das dívidas,

a pessoa precisa ter nervos

de aço. Isso por que, se já houver

um direcionamento, o telefone

por tocar que o indivíduo já está

blindado com os próximos passos

e portanto, não haverá essa

ansiedade e tensão. Contudo,

sem planejamento, não há a menor

chance de manter o mínimo

de tranquilidade, pois a pressão é

muito grande.

Não queremos aqui mexer numa

ferida dolorosa.

Queremos e precisamos alertar

para o ciclo de problemas e dizer

que há soluções.

Segundo o Serviço de Proteção

ao Crédito (SPC), mais de 63

milhões de brasileiros perdem o

sono por compromissos financeiros

assumidos e não honrados.

70% dos inadimplentes sofrem

de ansiedade e outros distúrbios,

por não conseguirem resolver

suas dívidas. É inevitável falar de

saúde financeira sem atrelar a ela

a saúde mental do indivíduo, que

estão diretamente conectados.

O ato de comprar já faz parte do

mundo capitalista e há um grande

incentivo vindo de todas as

mídias, como se fosse realmente

necessário ter uma roupa de

marca ou trocar o smartphone

pelo de última geração para se

sentir feliz, mas se a pessoa está

endividada, ansiedade e compulsão

podem levar a mais compras.

A essa altura, em que já está

numa bola de neve de problemas

financeiros e mentais – uma coisa

vai levando à outra, o problema

financeiro se agravou por causa

da sua desestrutura mental e essa

piorou por causa do problema financeiro.

As compras por impulso são carregadas

de culpa na sequência e

podem esconder um pedido de

ajuda desesperado.

Se tiver muitos cartões de crédito,

a tendência é se descontrolar

com mais facilidade e entrar

num ciclo de compras com uma

enorme satisfação seguida de um


desespero quando chega a fatura,

que não poderá ser paga gerando

mais ansiedade e depressão

parecido com os efeitos da droga

no corpo de um viciado.

Mau humor, irritação, isolamento

social, desatenção e falta de

produtividade profissional são

as principais consequências causadas

por problemas financeiros.

Sim, os efeitos do descontrole

financeiro se refletem muito nas

atividades laborais e podem

gerar queda de faturamento para

as empresas, que passam a

contabilizar mais faltas, atrasos e

queda na produtividade de

funcionários que estejam vivenciando

essa situação.

Se mente e corpo são uma coisa

só, claro que tudo se refletirá no

corpo desencadeando doenças

físicas e emocionais e também ,

se refletirá nos relacionamentos

familiares e nas relações sociais.

E é nessa hora que é preciso admitir

a existência do problema.

Mas não basta conseguir dinheiro

para quitar as dívidas, já que se a

raiz do problema não for resolvida

os problemas financeiros vão

retornar e ainda com mais força.

Se o indivíduo que passa por essa

situação apenas conseguir

dinheiro para quitar suas dívidas,

ele estará apenas tratando o

sintoma e não a causa, o que o

colocará novamente na mesma

situação em pouco tempo.

dos rendimentos e dos gastos

para fazer um reajuste no estilo

de vida, que pode ser duro no

começo pois exigirá mudança de

hábitos, mas será necessário para

enxugar os gastos e oxigenar a

renda. Dessa forma será possível

voltar a fazer planejamentos e

sonhar com objetivos mais plausíveis

e plenamente satisfatórios.

Por outro lado, além da ajuda de

um bom planejador financeiro,

as vezes é necessária a intervenção

de um psicólogo, justamente

para que o indivíduo não volte

a passar pelo mesmo problema.

O auto conhecimento e compreender

porque fazemos algumas

escolhas financeiras ajuda muito

a superar esse momento e a eliminar

os problemas emocionais e

mentais causados pelas dívidas e

insegurança financeira.

É essencial entender que a falta

de dinheiro é reversível e quando

se consegue pensar racionalmente

sobre isso, sem o peso da culpa,

da vergonha e do julgamento,

consegue-se também

enxergar saídas eficazes tanto

para quitar pendencias como

para não contrair mais dívidas

para suprir sua ansiedade.

Manter a mente sã nesse momento

é essencial e em alguns casos,

cuidar da situação financeira e da

saúde mental ao mesmo tempo

pode ser uma solução.

Problemas financeiros não se resolvem

apenas com dinheiro, mas

uma visão fria e realista

sobre suas reais necessidades já é

um grande começo.

É fundamental ter consciência

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O que as empresas aprenderam sobre saúde emocional em 2020?

Por: Rui Brandão, CEO do Zenklub, plataforma de saúde emocional e

desenvolvimento pessoal do Brasil

Não é à toa que muitos negócios

vêm investindo em uma área específica

voltada para o wellbeing ou saúde

emocional

Assim como escancarou os abismos

de desigualdade social, obstáculos geográficos,

econômicos e questões de

saúde pública, 2020 também colocou

uma lupa na real situação em que nos

encontramos quando o assunto é saúde

emocional, um dos principais, senão o

maior desafio de nossa era. Há mais

de quatro anos trabalhando ao lado de

empresas e pessoas na democratização

do acesso ao tratamento e desenvolvimento

pessoal no tema, hoje ficou ainda

mais claro o papel das organizações

nesse contexto.

Se pararmos para analisar, além de estar

presente na maior parte da rotina

de vida de qualquer pessoa, o trabalho

pode ser causa de muitos problemas

emocionais, mas também é porta

de entrada para levar essa discussão

adiante para outras esferas da vida.

E as empresas começam a ocupar esse

espaço.

Nesse contexto, vejo dois pontos

muito importantes que fazem parte de

um mesmo movimento que felizmente

começa a ganhar fôlego.

Em muitos momentos, as empresas

foram vistas como vilãs da saúde emocional

ou mesmo tinham esse tema

como um tabu, algo que é realmente

complexo de se tratar no ambiente

corporativo. A verdade é que mais que

a sua responsabilidade corporativa, a

discussão e o papel das organizações

nesse processo é algo que vejo como

orgânico, já que todos que compõem

aquela empresa precisam trabalhar

seus relacionamentos para construir

um ambiente mais saudável e próspero.

Não é à toa que muitos negócios

vêm investindo em uma área específica

voltada para o wellbeing ou saúde

emocional, separando essa responsabilidade

do Recursos Humanos, como

é o caso de grandes empresas como a

Ambev.

Outro ponto importante desse progresso

diz respeito a uma visão mais ampla

da saúde emocional. Especialmente

em um contexto de pandemia, é claro

que o olhar para as doenças e transtornos

são uma preocupação prioritária.

No entanto, há mais a se evoluir no

que diz respeito ao desenvolvimento

socioemocional de um colaborador

ou líder, por exemplo. A forma como

nos relacionamos, as tomadas de decisões,

a comunicação e a resiliência são

questões que podem ser trabalhadas

em uma jornada de desenvolvimento e

que, com toda certeza, vão influenciar

na forma como uma empresa posiciona-se

e em seu desempenho.

Uma pesquisa da Mercer Marsh mostrou

que um profissional perde, em

média, sete horas semanais por estar

vivenciando problemas emocionais,

sendo estresse e depressão responsáveis

por 67% dos “agressores” da produtividade.

A cada geração, a preocupação

com benefícios de saúde mental nas

empresas cresce em grande porcentagem,

sendo ponto crítico ou muito relevante

para 70% dos profissionais da

geração Z ao avaliar um empregador.

Isso nos mostra o peso dos ambientes

saudáveis na cultura organizacional,

tendo efeitos diretos na produtividade

e também na atração e retenção de talentos.

Vejo esse momento como uma revolução

no mercado de trabalho e que tem

encontrado na tecnologia um grande

desafio, mas também uma grande aliada

para o desenvolvimento de projetos

voltados para a democratização do

acesso à saúde emocional.

Entendo que, da mesma forma que

contamos hoje com um sistema de

apoio consistente para a saúde, também

é preciso desenvolver uma estrutura de

apoio ao emocional que vai além da

terapia, mas que possa nos apoiar em

todos os pontos da vida, nos auxiliando

para o progresso contínuo como seres

humanos. Desenvolver habilidades

emocionais e comportamentais é um

fator chave para a competitividade empresarial,

e, felizmente, as organizações

perceberam essa tendência.

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Indeed: 59% dos empregadores está otimista quanto à aumento de salário para

sua força de trabalho

59% dos trabalhadores estão

otimistas com relação ao

mercado de trabalho em 2021

A pandemia fez com que 2020 fosse

um ano desafiador para a maioria das

pessoas. Tanto empregadores quanto

trabalhadores se viram em um cenário

inédito e precisaram mudar planos e

fazer adaptações. De um lado, empregadores

lutaram para manter em pé

seus negócios e evitar demissões, e do

outro, trabalhadores tiveram que lidar

com os desafios de trabalhar remotamente

e as incertezas de continuarem

empregados.

Após um ano tão complicado, o Indeed,

principal site de empregos do

mundo, encomendou uma pesquisa ao

Censuswide com mais de mil funcionários

e 250 empregadores para

descobrir o que trabalhadores e empregadores

esperam para 2021.

Mercado de trabalho em 2021

De acordo com o resultado da pesquisa,

59% dos trabalhadores estão

otimistas com relação ao mercado de

trabalho em 2021. O número cresce

especialmente entre jovens de 16 a 24

anos, 64%, e homens, 62%. Pessoas

desempregadas estão mais otimistas

sobre oportunidades de carreira (68%)

do que aqueles que estão empregados

atualmente (43%).

Quando perguntados sobre o que esperam

em relação a receber um aumento

de salário em 2021, funcionários se

mostraram divididos entre otimismo

(43%) e pessimismo (44%).

Esse equilíbrio também é visto quando

comparamos gênero e diferentes faixas

etárias.

Felipe Calbucci, diretor de vendas do

Indeed Brasil, destaca que mais da

metade dos empregadores, 52%, disse

estar otimista quanto ao aumento de

salário para sua força de trabalho em

2021. “Muitos empregadores fizeram

malabarismos para manter seus funcionários

durante a pandemia e nem

todos conseguiram evitar as demissões.

É interessante, e um alívio para

muitos trabalhadores, ver que há um

otimismo sobre a recuperação econômica

para 2021”, disse.

A maior parte dos empregadores, 77%,

também está otimista quanto à produtividade

da sua força de trabalho. Com

relação ao crescimento dos negócios,

os homens estão mais otimistas do que

as mulheres para o cenário em 2021:

74,81% x 70,69%. Dos empregadores

entrevistados, 31,47% têm o cargo de

gerente sênior, 42,62% são diretores e

25,89% são donos do próprio negócio.

Equilíbrio entre vida pessoal e

profissional

Com muitas pessoas trabalhando remotamente

em 2020, muitos acreditam

que os limites entre vida pessoal e profissional

podem ter sido deixados de

lado. Entre os empregadores, 60,56%

concorda que a divisão entre vida

pessoal e profissional para a maioria

dos trabalhadores do país não ficou

clara, esse número aumenta entre

empregadores de alguns setores específicos,

como: 57,29% em TI e Telecomunicações,

64% em Educação, 70,37%

em Varejo, Catering e Lazer e 73,91%

em Finanças.

Entre os trabalhadores, 57% afirmou

que os limites entre vida pessoal e profissional

não ficaram claros em 2020.

“É importante notar que essa porcentagem

aumenta entre pessoas com filhos

menores de 18 anos, 60%, e trabalhadores

da Educação, 62%.

Os dados deixam evidente o desafio

que mães, pais, professores e outros

trabalhadores da educação enfrentaram

em 2020”, afirma Calbucci.

Os entrevistados entre 45 e 54 anos estão

menos otimistas sobre esse equilíbrio

em 2021 do que outras faixas etárias,

43% contra 60%.

Pandemia

Já com os temas relacionados a

pandemia, como novos lockdowns e

a disponibilidade da vacina, trabalhadores

que moram nas regiões sudeste

e sul do Brasil estão pessimistas sobre

futuros lockdowns, 54% e 55%, respectivamente,

dos entrevistados nessas regiões

acreditam que novos lockdowns

podem acontecer. Entre os empregadores,

de maneira geral, metade dos entrevistados

(50,59%) estão pessimistas

e acham que novos bloqueios podem

ser decretados.

Sobre a disponibilidade da vacina em

2021, 77% dos empregadores disseram

estar otimistas. As mulheres estão um

pouco mais pessimistas do que os homens

(11,21% x 8,15%). Entre os trabalhadores

entrevistados, 67% afirmou

estar otimista sobre a nova vacina.

Metodologia

A pesquisa foi conduzida pelo Censuswide

em nome do Indeed com

14.000 funcionários e 3.500 empregadores

nos seguintes países: Reino

Unido, França, Alemanha, Bélgica,

Holanda, Itália, México, Brasil, Estados

Unidos, Irlanda, Austrália, Índia,

Singapura e Canadá. No Brasil, foram

entrevistados 1.067 trabalhadores e

251 empregadores. A pesquisa foi realizada

em novembro de 2020 por meio

de um painel online.

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Busca por cientista de dados dita tendência de alta procura por profissionais em

2021

E falando em se destacar, o mercado

freelance ganhou mais espaço nesse

atípico que foi 2021 e, acompanhando

a curva ascendente da demanda por

profissionais de marketing digital e TI,

o número de projetos temporários que

trazem os freelancers como importante

recurso para fortalecer as equipes internas

das companhias também tende

a continuar subindo.

Com as inúmeras demandas que

a pandemia gerou às empresas,

a exemplo da digitalização que, para

muitos, precisou ocorrer às pressas,

algumas áreas como programação e

marketing ganharam destaque em

2020.

E, segundo a Workana , plataforma

que conecta freelancers a empresas da

América Latina, a tendência é que a

contratação de profissionais desses setores

continue em alta.

Dados de um levantamento feito pela

plataforma revelam que a busca por

cientista de dados em 2020 cresceu

7300% e analista de dados 2100%.

A procura por profissionais para construir

landing pages teve aumento de

210,38%, e para produzir conteúdo

para mídias sociais, 115,52%, o que

para Daniel Schwebel, country manager

da Workana no Brasil, indica uma

forte tendência de mais crescimento

ainda para essas áreas em 2021.

“As tendências acompanham as necessidades

do mercado e, no momento – e

acredito que também a médio e longo

prazo -, o foco das empresas será se

destacar online, coletar dados, e traçar

estratégias fazendo uso desses dados.”

Em 2020, a Workana registrou alta de

33,87% na quantidade de oportunidades

postadas na plataforma. Foram

mais de 1,6 milhões de novos projetos

postados. E o número de profissionais

cadastrados saltou de 2,8 milhões em

2019, para 3,8 milhões em 2020. Para

este novo ano que se inicia, 67,7% dos

freelancers preveem aumento na oferta

de projetos.

“Impulsionadas pela força do trabalho

remoto, as empresas perceberam as

vantagens de contratar freelancers

especialistas em determinadas áreas

que atendam à necessidade delas.

Com isso, o tabu do trabalho freelance

foi quebrado, evoluindo cinco anos em

um, e as oportunidades às empresas e

aos profissionais independentes só tem

feito crescer, sem limitações geográficas”,

explica Schwebel.

Para conquistar um emprego nesta

modalidade que tanto tem expandido,

o country manager da Workana afirma

que é preciso se dedicar a aprimorar

soft skills, que são as habilidades

pessoais. “Tudo tem mudado muito

rapidamente. Por isso, a facilidade de

adaptação e facilidade para solucionar

problemas serão – já são, na verdade -,

diferenciais determinantes à evolução

da carreira de um profissional”, conclui.

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Mulheres na Tecnologia – Juliana Nakandakari

Cientista de Dados”. Juliana conta que

sofreu preconceito durante uma entrevista

de emprego para uma vaga na

área comercial de uma empresa automotiva.

“O entrevistador disse que eu

venderia mais que os homens porque

eu era mulher e bonita, e com isso os

clientes homens comprariam mais de

mim”, contou.

pós-graduanda em Estatística Aplicada,

Juliana Nakandakari, 30 anos,

é Cientista de Dados no aplicativo de

crédito Jeitto, desde março de 2020.

Atualmente, Juliana trabalha no Jeitto,

onde entrou como estagiária e, em

menos de um ano, foi efetivada. Ela

participou de um processo seletivo

com cerca de 100 candidatos, sendo

11 mulheres. “Em um ano trabalhando

aqui no Jeitto eu me sinto valorizada e

acolhida, além de feliz por estar numa

empresa que preza pela diversidade”,

completa.

primeira experiência profissional

A de Juliana foi aos 18 anos como

vendedora de loja, no qual ficou poucos

meses. Anos após isso, foi monitora

no IFUSP – Instituto de Física da

USP – onde estudava geofísica e auxiliava

o comitê que avaliava todas as

disciplinas do curso para trazer melhorias

aos professores e alunos. “A maioria

dos ambientes relacionados a exatas

e tecnologia é culturalmente voltado

ao público masculino, mas isso nunca

foi um problema para mim”. “Sempre

gostei da área de exatas. Ficou difícil

fazer duas graduações simultaneamente,

então optei por gestão ambiental”,

comenta Juliana.

Como recebia apenas uma ajuda de

custo como monitora, Juliana, que

tem um filho de 10 anos, o Matheus,

se viu obrigada a buscar um emprego

e foi trabalhar como vendedora de

uma loja de maquiagem, em um shopping

de São Paulo. “Adorava trabalhar

nessa loja. O ambiente era ótimo, me

desenvolvi muito como pessoa e profissionalmente.

Pensava em passar para

o corporativo e construir carreira, mas

depois de 3 anos percebi que gostava

mesmo de trabalhar com números.

Pedi demissão e me dediquei durante

5 meses ao curso de especialização de

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Desde dezembro do ano passado,

quando foi criado, Juliana faz parte do

Grupo Mulheres Tech do Jeitto – formado

por 08 mulheres das áreas de finanças,

tecnologia, RH e comunicação

– que debate assuntos relacionados à

carreira, mercado de trabalho e questões

ligadas à empresa, abre espaço

para compartilhamento de experiências

e propõem iniciativas para tentar

melhorar cenários. As reuniões acontecem

quinzenalmente e são online,

por causa da pandemia.

“Desde pequena sempre me interessei

pelo engajamento feminino. Lembro

que minha mãe foi chamada na escola

porque eu disse que não iria lavar louça

se a tarefa também não fosse compartilhada

com meus irmãos. Todos os dias

ensino ao meu filho a respeitar as mulheres.

Sempre reforço que ele pode ser

e fazer o que quiser, seguir a profissão

que desejar, mas precisa respeitar o direto

de escolha dos outros”.

Juliana acredita que as mulheres estão

no caminho certo: “Aos poucos conseguiremos

conquistar cada vez mais

nosso espaço na sociedade e no mercado

de trabalho. Muita gente ainda acha

que as mulheres não estão preparadas,

mas, assim como os homens, se estudarem

e tiverem chance, mostrarão que

são capazes”.

* Formada em Gestão Ambiental e


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Desafios das mulheres no mercado financeiro – Márcia Silva

Ela passou um mês na Alemanha, onde

conquistou certificação internacional

em sistema cooperativo pela Akademie

Deutscher Genossenschaften (ADG) e

fez imersão no VolksBank, Raiffeisen

Bank e Rabobank. Márcia também

participou do programa de desenvolvimento

de gestores da Fundação Dom

Cabral e da Escola de Marketing Industrial.

Elas são mais conservadoras do que os

homens, ainda são tímidas em investimentos

mais arrojados. No entanto, a

tendência é que este cenário mude”.

Formada em administração de empresas,

cursando MBA em Banking

e Investimentos, e bacharelado em matemática,

Márcia Silva, gerente de negócios

na Sicredi Vale do Piquiri Abcd

PR/SP, é especialista em investimentos,

fundos de investimentos e imobiliários

pela B3, gestão de patrimônio e educação

financeira.

“Fiquei com muita dúvida se começaria

o bacharelado assim, do nada, aos

41 anos. Fiquei preocupada com a responsabilidade

em assumir dois cursos

ao mesmo tempo, mas conselho de

mãe é forte. No Natal ela me orientou:

‘Faça, filha, você é capaz!’, quando a

mãe fala assim nos tornamos gigantes”.

“Sempre me identifiquei com a área

de exatas. Cursei três anos de direito,

mas como já trabalhava em instituição

financeira, percebi que era nesse

ambiente que gostaria de formar uma

carreira. Decidi, então, me formar em

administração”.

Márcia começou no mercado financeiro

em 1997, com 17 anos, como ajudante

de balcão. Aos 18 anos, era caixa

e, em oito meses, foi promovida a assistente

de gerente. Em 2003, migrou

para a área de investimento e decidiu

se capacitar.

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A executiva conta que no começo enfrentou

dificuldades por ser mulher e

jovem. “Muitos diziam que eu era nova,

que sem um gestor para me acompanhar

não se sentiam seguros em ouvir

minhas orientações. Alguns clientes,

na maioria homens mais velhos, não

me davam credibilidade, achavam que

mulheres não eram capazes de cuidar

de finanças, mas esses empecilhos me

deram mais força para continuar”, relembra.

Ao longo de sua trajetória profissional,

a executiva passou por dez instituições

e, em 2017, assumiu a liderança da área

de investimentos de São Paulo (SP) da

Sicredi Vale do Piquiri Abcd PR/SP.

“O universo de uma cooperativa é muito

diferente das demais instituições.

É possível acompanhar de perto a vida

do associado, e é gratificante poder

ajudá-lo a ter uma vida financeira saudável”.

“Muitas coisas mudaram no mercado

de trabalho. Hoje vemos mulheres em

cargos de liderança, inclusive no mercado

financeiro. São histórias lindas e

que me inspiram muito. Para as que estão

começando, a primeira dica é não

ter medo. Depois, tem que acreditar

em seu potencial e não deixar se intimidar

por ser mulher”.

Márcia reconhece que, normalmente,

os homens se interessam mais por

investimentos. Mas, segundo ela, isso

vem mudando, especialmente pela

educação financeira, que ganha cada

vez mais espaço.

“O interesse das mulheres vem aumentando.

Muitas participam de grupos em

redes sociais, interagindo com perguntas

e informações sobre suas carteiras.


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Como superar desafios de compliance no trabalho remoto

Política de conformidade precisa

renovar seus processos. Para

isso, é necessário adotar novas

ferramentas

Com a nova experiência de trabalho

remoto a qual muitas empresas tiveram

que aderir durante a pandemia, outros

desafios surgiram para todos os setores

e atividades corporativos, inclusive

para o compliance. Essa realidade exige

uma reinvenção, a fim de assegurar

que os esforços de implementação do

programa feitos até o momento não sejam

perdidos.

Como consequência da transformação

na dinâmica de trabalho das empresas,

acredita-se que há um aumento nos riscos

de não-conformidade e, ao mesmo

tempo, torna-se mais difícil identificar

esses casos. A forma como a equipe de

compliance trabalha deve ser adaptada

para superar esses desafios durante o

home office.

Assegurar boas políticas

corporativas

O primeiro passo para ter um programa

de integridade eficiente durante

o trabalho remoto é assegurar que os

funcionários continuem cumprindo as

políticas corporativas da empresa. Por

isso, elas devem ser adaptadas a essa

dinâmica.

Em tempos de trabalho em casa, é recomendável

que seja implementada uma

ferramenta para a cobrança digital, de

forma que a equipe de compliance possa

demandar dos demais colaboradores

a leitura e o aceite dos termos por

meio de uma plataforma virtual.

Outra forma para aprimorar as políticas

corporativas diante da nova dinâmica

é implementar normas internas

específicas para o home office. Elas

devem trazer previsões que ajudem a

prevenir problemas associados ao desempenho

das atividades de trabalho

em ambientes externos, como o vazamento

de informações sensíveis.

Implementar um canal de

denúncias on-line

Para enfrentar os desafios impostos

pelo trabalho remoto, mais especificamente,

a ocorrência de casos de não-

-conformidade em ambientes externos

à empresa, é necessário adotar novas

ferramentas que viabilizam a identificação

desses casos.

A principal dentre essas ferramentas é

o canal de denúncias on-line. Ele possibilita

que as infrações sejam reportadas

por meio de um canal web, como

um site ou um aplicativo. Assim, mesmo

fora do escritório, o colaborador

tem acesso a um meio para apresentar

sua denúncia.

Vale a pena lembrar que, em uma dinâmica

de trabalho remoto, é ainda mais

importante contar com as informações

fornecidas pelos colaboradores sobre

possíveis infrações, já que eles estão

em posição mais privilegiada para notar

essas ocorrências.

Para implementar um canal de denúncias

de forma adequada, é necessário

que ele seja acessível para os funcionários

e apresente regras claras de uso.

O anonimato é o incentivo para que os

colaboradores se manifestem, sem receio

de retaliações.

Realizar treinamentos virtuais

Os desafios para o programa de compliance

nas empresas diante do trabalho

remoto incluem, ainda, a questão

da preparação dos colaboradores. Os

treinamentos presenciais devem ser

substituídos por alternativas de educação

corporativa à distância. Novamente,

é importante contar com uma ferramenta

adequada para esta finalidade.

A empresa deve buscar plataformas

capazes de entregar treinamentos virtuais

de compliance.

Capacitações on-line trazem a vantagem

de ser realizadas a qualquer hora

e em qualquer lugar, adaptando-se

perfeitamente à nova dinâmica de trabalho.

Além disso, são elaboradas de

maneira a assegurar o engajamento dos

funcionários, incluindo o uso de vários

formatos de mídia, como vídeos e jogos

interativos.

Facilitar a troca de formulários

Existe uma série de formulários que

fazem parte da rotina do programa de

compliance. Em uma situação típica,

eles são levados aos colaboradores e o

preenchimento é realizado de maneira

direta. Devido aos desafios impostos

pelo trabalho remoto, é preciso haver

uma nova alternativa. Assim como

acontece com as políticas corporativas,

o preenchimento deve ser feito com

auxílio de uma ferramenta digital.

O uso de uma plataforma com uma

funcionalidade específica para este fim

é uma solução. Desta forma, evita-se

trocas constantes de e-mails e de anexos,

que podem acabar causando atrasos

e perdas de documentos.

As medidas tomadas para superar os

desafios do compliance no trabalho remoto

não devem ser apenas temporárias.

Afinal, é provável que, em alguma

medida, essa nova dinâmica de trabalho

seja mantida no futuro.

As recomendações para superar desafios

de compliance no trabalho remoto

ajudam a otimizar o desempenho do

programa de modo geral. As empresas

capazes de exercer a flexibilidade para

contornar esses desafios e adotar novas

estratégias abrem portas para ganhar

vantagem competitiva e se destacar no

mercado.

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Os impactos da restrição na vida das micro, pequenas e médias empresas

Por: Por Luciano Garcia, Cofundador do Conselho Mudando o Jogo

UTIs lotadas e aumento de todos os

índices da epidemia de Covid 19 nos

levaram a um longo período de restrições

que deve durar, em princípio até dia 30 de

março, em São Paulo.

Mas mesmo que ocorra um relaxamento,

a situação que vivemos só vai deixar de

atingir as empresas quando a taxa de vacinação

for, e existem divergências entre os

especialistas, ao menos de 40%.

Infelizmente, voltamos ao dilema:

salvar vidas ou empresas. Não existe resposta

isenta. Para quem perde um ente

querido as estatísticas não valem nada

porque para essa pessoa será sempre

100%. Por outro lado, enfrentaremos o

pior momento econômico desde o início

da pandemia. Nesta nova fase a injeção de

dinheiro na economia por parte do governo

federal, através do auxílio emergencial,

que em 2020 foi de mais de 600 bilhões de

reais, cerca de 8% do PIB, tende a ser apenas

uma fração disso. Está cada vez mais

próximo um desaquecimento do consumo

por causa das demissões em massa.

A 9ª Edição do Sebrae sobre o Impacto do

Corona Vírus nas Pequenas e Médias empresas,

apontou que 47% dos empresários

“ainda tem muitas dificuldades para manter

o negócio”.

Isso sign ifica que podemos reiniciar de

forma mais agressiva o ciclo: redução do

consumo por conta das restrições – demissões

– redução do consumo pela diminuição

do poder aquisitivo da população gerada

pelas demissões. E num momento de

aperto fiscal necessário, talvez, os pequenos

e médios empresários sejam levados

por mais um tsunami.

Pensando nas possíveis saídas para essa

situação, vejo que algumas medidas já foram

tomadas anteriormente e que devem

ser reavaliadas neste momento.

Demitir os funcionários que não serão

possíveis manter. Sobre esse aspecto, a

mesma pesquisa do Sebrae apresenta que

o número médio de funcionários que trabalha

nos 17,2 milhões de pequenos negócios

avaliados, caiu de quase 7 para 3,4 no

pico da pandemia e veio subindo até chegar

à média de 4, em novembro de 2020.

Logo, os pequenos e médios já fizeram a

lição de casa, mas, infelizmente, temos de

encarar esse problema de frente e entender

se ainda são necessários mais cortes.

Está prevista a reedição do Decreto 10.422,

de 13/07/20, que permitiu a suspensão

temporária de funcionários com o salário

pago, total ou em parte, pelo governo. O

lado positivo dessa medida é o alívio no

caixa em função da diminui ção da folha

salarial.

O negativo é que após o período de afastamento,

o empresário é obrigado a manter

os funcionários em estabilidade pelo mesmo

período que os manteve afastados.

Na eventualidade de se decidir por demissões,

as empresas podem recorrer às Juntas

de Conciliação, onde podem acordar

junto com empregado o parcelamento da

rescisão e com isso diminuir o impacto no

caixa da empresa. Ao mesmo tempo o empresário

controla o risco de ações judiciais.

Tenho visto nas empresas que participam

de nossos grupos de Conselhos compartilhados,

parcelamentos de três até doze

parcelas, logicamente negociados entre as

partes. Não é o ideal, mas existem situações

em que este cenário talvez seja o único

possível.

O importante é saber que pode ser feito e

que tem de ser avaliada a questão.

Outra opção é a adoção do Contrato Intermitente

que precisa ser submetido à

concordância do sindicato da categoria.

Entretanto, se a norma que permite livre

negociação entre as partes voltar a valer,

o contrato, durante a vigência do decreto,

poderá contemplar uma jornada reduzida,

ou dividida. Assim, o empregado não será

demitido e não ficará 100% desatendido

pela empresa.

A regra de afastamento garante período de

estabilidade após o regresso do empregado

às atividades. Já o contrato intermitente

não.

Vale lembrar que antes de adotar qualquer

medida deve-se consultar um

advogado e o contador da empresa para

avaliar qual a melhor opção para cada caso.

Empresários que tem um controle e uma

responsabilidade de caixa conservadora

são mais resistentes a alavancar para garantir

o fluxo de caixa. Ratifico, em parte,

a posição deles. Se a posição atual de caixa

continua sustentando e respaldando o futuro

do negócio, então existe um cenário

que não exige alavancagem. Mas, como

empresário há 27 anos, defendo que a única

causa de quebra de uma empresa é a

iliquidez no caixa. Logo, como ainda não

sabemos para que lado vai a economia (e

a pandemia) temos de tomar todos os cuidados

que estão ao nosso alcance para evitar

a falta de recursos de curto prazo. E, o

momento atual apresenta uma conjunção

de fatores muito rara. Excesso de liquidez

e juros negativos. Logo, me parece uma situação

que merece ser considerada.

Reduzir custos, despesas e retiradas ao mínimo.

70% das empresas, como mostra a

citada pesquisa do Sebrae, conseguiram

criar canais digitais para a venda de seus

produtos ou serviços, sendo o WhatsApp e

o Instagram os mais usados. Ainda assim,

69% das MPEs ainda dizem que seus faturamentos

mensais continuam abaixo da

média. Logo, não tem jeito, um dos

pilares da ponte que vai nos levar ao outro

lado é a redução contínua e severa de

custos, despesas e, especialmente, retiradas

dos sócios. Vendas de ativos devem ser

consideradas se a decisão for pela continuidade

da empresa.

Talvez a avaliação mais difícil, e por isso

mesmo a mais importante, seja a avaliação

objetiva e racional, se ainda faz sentido

manter o negócio.

O empreendedor deve se perguntar sobre

a relevância de seu produto ou serviço durante

e após a restrição e se a redução das

margens durante tende a continuar ou se

recuperar no período pós pandemia. Lembre-se

que às vezes é melhor “hibernar”

até que o inverno passe para que, no verão,

possamos voltar a movimentar a economia.

O único cenário pior que a quebra da

empresa é a quebra da empresa e do empreendedor

junto. Não existem respostas

100% certa mas cada cenário precisa ser

bem avaliado.

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Empresários e Empreendedores: Saiba como a contabilidade pode ser uma

potencial ferramenta a seu favor, para o enfrentamento à pandemia

Por: Juliano Morais – Sócio de auditoria contábil na Athros Auditores e

Consultores Independentes e sócio-fundador da Baluarte Assessoria e

Consultoria Contábil

Segundo dados do IBGE de junho de

2020, no Brasil a pandemia foi responsável

pelo fechamento de 4 a cada

10 empresas, que deixaram de existir

devido à grande “devastação” decorrente

de aspectos diversos ocasionados

diretamente e/ou indiretamente por

conta desta crise sem precedentes que

está assombrando o mundo.

Por outro lado, verdade seja dita, a crise

contribuiu sim de forma significativa

para que tais “estatísticas” ocorressem,

porém, a ausência de conhecimento de

alguns empreendedores e gestores em

saber lidar rapidamente com a gestão

de seu negócio numa situação adversa,

deve ser enaltecida. Ou seja, conhecer

profundamente seu produto, cliente,

cadeia de fornecedores, logística, e sobretudo

os seus números, e, quando

possível conhecer também aos números

de seus concorrentes (me refiro

aqui de algo obtido de forma oficial/ legal

é claro, como por exemplo: através

de balanços publicados), podem evitar

com que sua empresa passe a fazer parte

da estatística ora comentada.

Diante dessa suscinta observação, enfatizo

que conhecer os números de sua

empresa ou ter por perto um profissional

de contabilidade de sua confiança

que os entenda e consiga disseminar

para você, é vital para prever ou estimar

tendências e cenários futuros, e,

permitir com que o empreendedor

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possa fazer movimentos antecipados

para evitar a “quebra” de seu próprio

negócio, ou até mesmo para se aproveitar

de determinadas oportunidades

que poderão vir a surgir. Não obstante,

podemos afirmar seguramente que a

contabilidade se não a melhor, se trata

de uma das melhores e mais confiáveis

fontes de dados e informações, e que

podem ser utilizadas como ferramenta

e instrumento para se utilizar para produção

de análises, interpretações e projeções

de cen&aac ute;rios para auxiliar

os tomadores de decisões. Você provavelmente

deve estar se perguntando:

Mas como? A única a informação que

recebo do meu contador são “apenas”

guias de tributos para se pagar!

Pois é meu amigo empreendedor e empresário!

Se você teve a percepção acima,

preciso te contar que no Brasil, as

normas de contabilidade que regem as

práticas contábeis, sejam tanto para as

grandes quanto para as pequenas e médias

empresas, é de longe algo do qual

podemos nos orgulhar em nosso país.

Em 28 de dezembro de 2007, através

da Lei 11.638/2007, iniciou-se no Brasil

um processo de convergência onde

as normas contábeis brasileiras passaram

a se harmonizar com as normas

internacionais de contabilidade (“International

Financial Reporting Standards

– IFRS”), e de lá para cá, grandes

foram as atualizações e mudanças que

ocorreram na contabilidade a nível nacional.

Tal convergência e atualizações,

objetivaram e objetivam sempre, fazer

com que atravé s da preparação das demonstrações

contábeis, seja refletida a

situação mais próxima possível da realidade,

através da posição patrimonial,

do resultado e fluxo de caixa das empresas.

Outra magnifica possibilidade

é que além disso, tal convergência nos

permite comparar as demonstrações

contábeis de nossas empresas com as

demais empresas nacionais e internacionais

(considerando obviamente

todos os países que já aderiram as

“IFRS”).

Muitas são as formas com que as informações

produzidas pela contabilidade

podem facilitar e beneficiar a vida dos

empresários e tomadores de decisão.

Destaca-se inclusive que em muitos

países a fora, o profissional responsável

pela contabilidade das empresas,

é visto como o nº 1 de confiança dos

empresários quando o assunto é tomada

de decisão. Em nosso país, cada

vez mais caminhamos também para

essa tendência. Elucidaremos a seguir

alguns exemplos de como as informações

procedentes da contabilidade e/

ou demonstrações contábeis podem

contribuir com o empreendedor no

enfrentamento à Pandemia:

– Fornecimento de informações para

captação de recursos financeiros junto

a instituições financeiras, fundos de

investimentos, emissão de bonds entre

outras formas de se obter captação de

recursos financeiros;

– Permite facilitar a compreensão sobre

onde estão os “gargalos” econômico-financeiro;

– Melhor compreensão sobre a formação

de custos dos produtos e/ou serviços

e consequentemente melhor assertividade

sobre a formação do preço de

venda a ser praticado;

– Permitir a preparação de indicadores

econômico-financeiro para acompanhamento

e auxiliar na tomada de

decisão;

– Entendimento e compreensão sobre

a evolução do patrimônio, resultado e

fluxo de caixa da empresa;

– Permite com base em dados e informações

históricas, projetar/estimar o

futuro através de elaboração de “budget”

e “forecast”;

– Permite auxiliar nas simulações de

cenários para fins de planejamento tributário,

societário e até mesmo suces-


sório;

– Fornece dados e informações que

permitem estimar o valor de mercado

de sua empresa (“valuation”);

– Permite se conhecer um melhor momento

para uma eventual fusão, cisão

e/ou incorporação.

Enfim, muitas são as possibilidades

com que a contabilidade pode contribuir

no dia-dia do empreendedor e

empresário, para que eles possam melhor

gerir o seu próprio negócio e contribuir

para superar esse momento caótico

pelo qual estamos passando. No

Brasil, sobre a óptica de grande parte

da sociedade brasileira e sobretudo a

de boa parte dos empresários, a contabilidade

e o contador sempre tiveram a

figura de um simples provedor de guias

para pagamento de obrigações tributárias

e trabalhistas, com a finalidade

adicional de quando necessário, prestar

atendimento ao fisco, em casos de

fiscalização. É elementar também enaltecer,

que não é fácil empreender em

nosso país, devido empecilhos como,

burocracia, carga tributária, e, muitas

vezes pelo fato de ser comum o empreendedor

e empres&aa cute;rio, possuir

uma estrutura enxuta e tempo escasso,

o que dificulta e nem sempre permite

que seja possível se ter esse “investimento”

financeiro, de tempo e intelectual

para se fazer valer de alguns dos

benefícios acima mencionados, o que

no final do dia, poderia e pode ser uma

potencial ferramenta a seu favor para

enfrentar a pandemia.

Entretanto, vale ressaltar que este

conteúdo abordado é muito amplo e

requer uma avaliação aprofundada e

individual por empresa, sobre qual a

mais adequada estratégia e forma que

as informações provindas da contabilidade

poderão contribuir de forma mais

assertiva para potencializar a gestão de

seu negócio.

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Comportamento preventivo em empresas: chama a Muvus!

Por: Edson Francisco Lourenço, fundador da Muvus Cultura de Prevenção.

No início da tarde de uma terça-feira,

em abril de 2003,

cheguei ao meu trabalho às 12:00

– eu era gestor de um centro de

lazer em Tatuí (minha formação

de origem é a educação física). Às

12:40 fui chamado pelo porteiro

da entrada, que havia sido acionado

pelo porteiro do balneário:

havia um sócio em situação grave

dentro do balneário. Enquanto eu

ia até o local, o porteiro da entrada

foi abrir o portão de mais fácil

acesso para facilitar a chegada do

Corpo de Bombeiros até a vítima.

Ao chegar no local, vi o Guarda

Vidas realizando o procedimento

de RCP (ressuscitação cardiopulmonar);

perguntei a ele se precisava

de ajuda e fui instruído a

realizar as compressões torácicas

enquanto ele monitorava os sinais

da vítima. Em cerca de 2 minutos

os bombeiros chegaram e assumiram

o atendimento. Às 15:40 o

jovem de 17 anos, recém chegado

de Poá, na grande São Paulo, veio

a óbito. Havia tido uma congestão

dentro da piscina de 1,20mts.

Por volta das 20:30 estávamos eu,

o Guarda Vidas que atendeu o

rapaz e outros gestores do centro

de lazer dentro da casa da família,

em frente aos pais e aos seis

irmãos, explicando detalhadamente

o que havíamos realizado

de atendimento. Quando estávamos

saindo, a mãe nos disse algo

que me marcou pra sempre: “Pelo

menos o meu filho não morreu

sozinho”.

Como eu consigo me lembrar dos

pormenores sem muito esforço,

além do fato ter sido pesado? Sei

que era uma terça porque na segunda

havíamos passado o dia

treinando a equipe do centro de

lazer para atendimento a emergências;

por conta desse treinamento,

todos os horários foram

anotados; cada um fez o que precisava

fazer. E ao final da segunda,

terminamos com a seguinte

frase: “Vamos ficar atentos porque

pode acontecer amanhã”. E

aconteceu….

Naquele dia nasceu, dentro do

meu coração e da minha mente,

a Muvus Cultura de Prevenção.

Trabalhei até 2020 na mesma

empresa, desempenhando várias

funções de gestão e nunca me

afastando dos temas relacionados

a comportamento preventivo.

O que aquela mãe nos disse, em

outros termos foi: “Vocês deram

as respostas certas para um momento

tão absurdamente doloroso”.

Ao terminar meu ciclo como

CLT, abri a Muvus (Move Us

aportuguesado…) com todos os

projetos e ideais que defendi até

então. Em junho de 2020 abri a

empresa baseado em todas as minhas

experiências, aprendizados

e dúvidas que o contato com escolas

e empresas me trouxeram.

Tenho um terceiro nicho: condomínios.

Pensando no ambiente corporativo,

minha proposta é atuar com

os seguintes focos:

• Empresas com grau de risco

3 e 4 e ou com SESMT mais

encorpado: funcionar como parceiro

na sensibilização, mobilização

e capacitação atitudinal dos

CPFs, complementando a ação

técnica das áreas de saúde e segurança

• Empresas com grau de risco

1 e 2 e ou com SST/RH terceirizados:

funcionar como catalizador

de gestores e colaboradores

para os benefícios e lucratividade

de baixos acidentes e afastamentos,

potência de uma equipe saudável

e competitividade do CNPJ

a partir dos indicadores de saúde

e segurança do CPF

• Proprietários, gestores e

líderes de empresas: funcionar

como capacitador destes players,

gerando condições de conhecimento

para que haja re-conhecimento

das oportunidades

• Colaboradores: liderar a

construção de programas de saúde/qualidade

de vida alcançando

resultados para além dos indicadores

de saúde, tais como: maior

engajamento, melhora no clima

organizacional, aumento da sensação

de pertencimento

Você pode perguntar: o que isso

tem a ver com comportamento

preventivo?

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• O que daria pra fazer com

4.088.153 dias de trabalho? Pois

bem essa é a somatória do tempo

perdido, entre 2000 e 2018, pelas

empresas de Sorocaba, SP apenas

com os chamados B91 (benefício

acidentário do tipo auxílio doença

– afastamento com mais de 15

dias). COLABORADORES PA-

GOS SEM PRODUZIR

• O que daria para fazer com

1 milhão de reais? Essa é a projeção

de imposto GIIL-RAT pago a

mais por uma empresa sorocabana

com 140 funcionários em média,

entre os anos de 2010 e 2018

por conta do ajuste feito pelo FAP

– IMPOSTO PAGO SEM NE-

CESSIDADE

• Você sabe como está a saúde

mental, física e emocional dos

seus colaboradores? Quando foi a

última vez que você, empresário,

gestor ou líder, se sentou com as

áreas de saúde e segurança para

discutir em profundidade os resultados

dos exames periódicos

do seu time? INFORMAÇÃO

VALIOSA E ESTRATÉGICA

DESPERDIÇADA

metas

• Execução de projetos com

foco em torná-los processos dentro

das empresas

• Impacto na cultura de prevenção

das empresas

Parafraseando alguém: se você

acha que prevenir é caro, experimente

a doença.

Mais comportamento preventivo,

mais produtividade: vamos falar

sobre isso? Chama a Muvus que

a gente resolve!

Vida longa e próspera!

Certamente que comportamentos

dos CPFs mais focados em

prevenção trariam menos impactos

financeiros e de competitividade

para os CNPJs envolvidos.

O que a Muvus pretende é trazer

estes e outros tantos assuntos

pertinentes para a mesa de estratégias

de sua empresa, sem gastar

tempo ou recursos de forma

desordenada. Basicamente, nossa

metodologia se baseia no seguinte:

• Diagnóstico inicial

• Estabelecimento de indicadores

• Definição de estratégias e

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