Florestal_228Web
TRANSPORTE Cuidados com logística garantem a segurança no segmento de base florestal Fertilizantes Especiais PARA CUIDAR DO SOLO INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES SAI NA FRENTE COM TECNOLOGIA DE NANOPARTÍCULAS TAKING CARE OF THE SOIL A FERTILIZER PRODUCER COMES OUT AHEAD USING NANOPARTICLE TECHNOLOGY
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TRANSPORTE<br />
Cuidados com logística garantem a segurança no segmento de base florestal<br />
Fertilizantes Especiais<br />
PARA CUIDAR DO SOLO<br />
INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES SAI NA FRENTE<br />
COM TECNOLOGIA DE NANOPARTÍCULAS<br />
TAKING CARE OF THE SOIL<br />
A FERTILIZER PRODUCER COMES OUT AHEAD<br />
USING NANOPARTICLE TECHNOLOGY
SUMÁRIO<br />
34<br />
TECNOLOGIA<br />
DE PONTA<br />
ABRIL 2021<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Coluna Ivan Tomaselli<br />
14 Notas<br />
26 Coluna Cipem<br />
28 Frases<br />
30 Entrevista<br />
34 Principal<br />
40 Artigo<br />
46 Minuto Floresta<br />
48 Transporte<br />
52 Silvicultura<br />
54 Manejo<br />
58 Pesquisa<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
40<br />
48<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
17 ABC Agropecuária<br />
11 Agroceres<br />
07 Bayer<br />
09 BKT<br />
15 Carrocerias Bachiega<br />
65 Chico Moreira Soluções Florestais<br />
57 D’Antonio Equipamentos<br />
68 Denis Cimaf<br />
02 Dinagro<br />
29 DRV Ferramentas<br />
25 Engeforest<br />
51 Hansa Flex<br />
63 J de Souza<br />
05 Komatsu Forest<br />
27 Manos Implementos<br />
67 Log Max<br />
45 Mill Indústrias<br />
23 Planflora<br />
33 Polli Fertilizantes<br />
47 Prêmio REFERÊNCIA<br />
13 Rotary-Ax<br />
21 Rotor Equipamentos<br />
19 Sergomel<br />
65 TPH Forest<br />
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Entre em contato: +55 (41) 98845 - 3211<br />
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Fertilizantes Especiais<br />
EDITORIAL<br />
Espelho para<br />
a indústria<br />
A organização do setor florestal tem servido como<br />
exemplo para os demais setores produtivos brasileiros,<br />
que sentiram com mais força os impactos causados pela<br />
pandemia. As empresas florestais não se abateram e continuaram<br />
sua rotina, com os devidos cuidados. Neste cenário,<br />
iniciativas como o manejo florestal da Floresta Nacional<br />
de Altamira, no Pará, devem ser incentivadas e servir de<br />
referência para o resto do país. Na editoria de Transporte,<br />
trazemos uma reportagem especial sobre os cuidados com<br />
a transferência da madeira, importante etapa logística do<br />
segmento. Você também poderá conferir uma coluna exclusiva<br />
do CIPEM e, além disso, reportagens nas editorias de<br />
Mercado, Setor <strong>Florestal</strong> e Pesquisa, assim como novidades<br />
do setor. Ótima leitura!<br />
2<br />
1<br />
A capa desta edição<br />
traz reportagem sobre a<br />
tecnologia de nanopartículas<br />
da Polli Fertilizantes<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XXIII • N°228 • Abril 2021<br />
TRANSPORTE<br />
Cuidados com logística garantem a segurança no segmento de base florestal<br />
PARA CUIDAR DO SOLO<br />
INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES SAI NA FRENTE<br />
COM TECNOLOGIA DE NANOPARTÍCULAS<br />
TAKING CARE OF THE SOIL<br />
A FERTILIZER PRODUCER COMES OUT AHEAD<br />
USING NANOPARTICLE TECHNOLOGY<br />
MIRROR FOR INDUSTRY<br />
Forestry Sector organization has served as an example<br />
for the other Brazilian productive sectors, which have felt<br />
more vehemently the impacts caused by the pandemic.<br />
The forestry companies did not halt or slow down their<br />
operations. Instead, they continued with their routine but<br />
with more care. In this scenario, initiatives such as forest<br />
management of the Altamira National Forest in Pará must<br />
continue to be encouraged and serve as a benchmark for<br />
the rest of the Country. In the Transport Section, we have<br />
special material on the care taken in timber transport, a<br />
crucial stage in the Sector’s logistics. You can also check out<br />
the exclusive Cipem column and the material in the Market,<br />
Forestry, and Research Sections and news from the Sector.<br />
Pleasant reading!<br />
Entrevista com<br />
Marcos Benedito<br />
Schimalski<br />
Sistema Agrossilvipastoril<br />
3<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXIII - EDIÇÃO 228 - ABRIL 2021<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Luiz Kozak<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Cipem<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Crislaine Briatori Ferreira<br />
Gabriel Faria<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />
Tainá Carolina Brandão<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial<br />
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Cristiane Baduy<br />
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GARANTIDA GARANTEED<br />
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A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
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lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
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to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
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®<br />
CARTAS<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
ENTREVISTA<br />
Acácias ganham espaço e se tornam ótima alternativa para o setor florestal<br />
Capa da Edição 227 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
DENIS CIMAF<br />
Confiabilidade e Produtividade com<br />
Melhores Lucros em Trabalhos Intensivos.<br />
Foto: DAH-150E e Hyundai R210LC7<br />
mês de março de 2021<br />
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Fone: 19 3802.2742<br />
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DENISCIMAF.COM<br />
Ano XXIII • N°227 • Março 2021<br />
PREVENIR É PRECISO<br />
EQUIPAMENTOS DE COMBATE E PREVENÇÃO<br />
A INCÊNDIOS AUXILIAM O SETOR FLORESTAL<br />
PREVENTION IS NECESSARY<br />
FIRE FIGHTING AND PREVENTION<br />
EQUIPMENT ASSISTS THE FORESTRY SECTOR<br />
SETOR FLORESTAL<br />
Por Ana Paula Vieira – estudante – Curitiba (PR)<br />
Excelente notícia a parceria entre o SFB (Serviço <strong>Florestal</strong><br />
Brasileiro) e o BNDES. Viva o setor das florestas!<br />
ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Por Bruno Chemin – empresário – Itajaí (SC)<br />
Sempre digo que as acácias são o futuro do nosso setor! Ótima<br />
entrevista com o engenheiro Augusto Arlindo Simon!<br />
MANEJO<br />
Por Vitorino Alves – engenheiro florestal – Uberaba (MG)<br />
A Klabin mostra sua excelência e seriedade com o plano de Manejo <strong>Florestal</strong> no<br />
Paraná. Parabéns à empresa.<br />
Foto: divulgacão<br />
ACOMPANHE AS PUBLICAÇÕES DA REVISTA TAMBÉM EM NOSSAS REDES SOCIAIS<br />
CURTA NOSSA PÁGINA<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Revista Referência <strong>Florestal</strong><br />
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E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados também para redação<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.
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BASTIDORES<br />
Revista<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
ENTREVISTA<br />
Equipe de reportagem da REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL durante entrevista com o<br />
diretor executivo da Polli Fertilizantes,<br />
Luiz Osni Miranda.<br />
ILUSTRE<br />
Tivemos a honra de receber em nossa sede da Revista REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL, um dos maiores conhecedores em aplicação de manejo<br />
florestal no Brasil, Waldemar Vieira Lopes, que aproveitou para<br />
degustar do nosso especial Amiste Café. Na foto ao lado Waldemar,<br />
juntamente com lideranças indígenas, na reunião em Brasília (DF).<br />
Foto: divulgação<br />
ALTA<br />
POTÊNCIA DE PINUS<br />
De acordo com o Estudo Setorial da APRE (Associação<br />
Paranaense de Empresas de Base <strong>Florestal</strong>), lançado no<br />
fim do ano passado, a região sul é sozinha responsável<br />
por 97% das exportações de serrado de pinus do Brasil.<br />
Santa Catarina é o Estado que mais exporta, (44,6%),<br />
seguido pelo Paraná (37,4%) e Rio Grande do Sul (15%).<br />
Outros 2,5% são originados no Estado de São Paulo.<br />
Ainda segundo o estudo publicado pela APRE, o Paraná<br />
foi o maior produtor de toras do Brasil em 2019, sendo<br />
responsável por uma produção de 30 milhões de m3<br />
(metros cúbicos), o que representou 22,9% da produção<br />
nacional. “Com base nos dados apresentados no Estudo<br />
Setorial da APRE, confirmamos que o setor florestal<br />
está de olho no futuro, pois une tecnologia e pessoas<br />
para gerar crescimento econômico e desenvolvimento<br />
socioambiental, além de soluções para a nova economia,<br />
que foca também em colaboração, justiça e nos impactos<br />
das atividades humanas.” define o presidente da APRE,<br />
Álvaro Scheffer Junior.<br />
ABRIL 2021<br />
QUEDA NAS EXPORTAÇÕES<br />
Apesar das vendas da indústria brasileira de máquinas<br />
e equipamentos totalizarem, no mês de janeiro, R$<br />
12,5 bilhões, resultado 38,5% superior ao registrado no<br />
mesmo mês de 2020, as exportações apresentaram recuo<br />
de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado.<br />
O resultado foi a venda para o exterior, no primeiro<br />
mês de 2021, de R$ 545,8 milhões em equipamentos.<br />
“As exportações de máquinas e equipamentos sentiram<br />
fortemente a redução do comércio global em razão da<br />
pandemia em 2020. Após crescer 0,9% em dezembro,<br />
as exportações de máquinas recuaram 1,6% em janeiro<br />
de 2021, em linha com a sazonalidade de início de ano”,<br />
apontou a ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria<br />
de Máquinas e Equipamentos).<br />
BAIXA<br />
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Tecnologia Mirex-S2 e MIPIS<br />
FOCO TOTAL NO RESULTADO<br />
Levantamentos e acompanhamentos pré e pós controle.<br />
Avaliações de danos.<br />
Análises situacionais das infestações.
COLUNA<br />
O acordo Mercosul/<br />
União Europeia e o<br />
setor florestal<br />
Estudos analisam impacto na sustentabilidade<br />
envolvendo o acordo entre os dois blocos<br />
econômicos<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
Na área<br />
ambiental o<br />
estudo da LSE<br />
focou na parte<br />
regulatória,<br />
impactos<br />
relacionados<br />
à emissão<br />
de gases do<br />
efeito estufa,<br />
desmatamento<br />
e poluição<br />
ALSE Consulting, empresa vinculada<br />
a The London School of<br />
Economics and Political Science,<br />
publicou em julho de 2020<br />
um relatório (400 páginas) com<br />
o título: Avaliação do Impacto na Sustentabilidade<br />
Envolvendo o Acordo entre o Mercosul<br />
e a União Europeia; firmado em junho de<br />
2019. São analisados basicamente os impactos<br />
econômicos, sociais e ambientais.<br />
Segundo as análises, as reduções das<br />
tarifas beneficiarão os dois blocos com o<br />
aumento do comércio, criação de empregos<br />
e aumento do crescimento econômico. O<br />
impacto esperado no PIB poderá chegar em<br />
2032 a €15 bilhões na Europa e €11 bilhões<br />
no Mercosul. O Brasil será o mais beneficiado<br />
e poderá aumentar as suas exportações<br />
em mais de 6%. Conclui o estudo que o<br />
acordo contribuirá para o desenvolvimento<br />
sustentado e redução da pobreza na região.<br />
Na área ambiental o estudo da LSE focou<br />
na parte regulatória, impactos relacionados<br />
à emissão de gases do efeito estufa, desmatamento<br />
e poluição. É mencionado o fato<br />
que o impacto nas emissões nos países do<br />
Mercosul será pequeno, já que os países da<br />
região têm, em média, uma matriz energética<br />
limpa.<br />
O relatório apresenta uma visão positiva<br />
em relação ao desmatamento. Conclui<br />
que uma expansão significativa da fronteira<br />
agrícola, com a ocupação de novas áreas de<br />
florestas, não é esperada. Existe a possibilidade<br />
de aumentar a produção via ganhos de<br />
produtividade e com o uso de áreas já desmatadas.<br />
Também não antecipa o aumento<br />
significativo do uso e da contaminação de<br />
águas, ou do uso de pesticidas.<br />
Por outro lado, um estudo publicado<br />
em 2020 pelo Imazon intitulado: O Acordo<br />
Comercial EU-Mercosul é a Prova de Desmatamento?,<br />
que foi financiado pela FERN,<br />
uma ONG da Europa, apresenta uma visão<br />
diferente. O relatório menciona que o Acordo<br />
poderá levar a um aumento significativo<br />
do desmatamento particularmente no Brasil,<br />
afetando terras indígenas e unidades de conservação.<br />
Isto levaria a um aumento significativo<br />
na emissão de gases de efeito estufa.<br />
O estudo do Imazon conclui que as<br />
provisões constantes do acordo não são suficientes<br />
para mitigar os riscos associados ao<br />
desmatamento e propõe ações que supostamente<br />
poderiam ser adotadas para mitigar o<br />
impacto. Entre elas, estão o estabelecimento<br />
de práticas mandatórias de certificação,<br />
monitoramento do comércio, consulta a<br />
comunidades indígenas e outras, e a expansão<br />
do escopo e envolvimento de ONGs nas<br />
decisões.<br />
É interessante observar a diferença entre<br />
os dois estudos, sendo o primeiro conduzido<br />
por uma entidade do Reino Unido e o segundo<br />
por uma ONG do Brasil. Não parece que<br />
o conduzido pela ONG brasileira tenha uma<br />
base científica sólida, mas é o que circula,<br />
e embora não é feita referência específica<br />
ao setor florestal poderá ter impacto no comércio<br />
internacional de produtos florestais<br />
brasileiros.<br />
Uma análise crítica dos estudos publicados,<br />
ao acompanhar e participar das discussões,<br />
é importante para não criar distorções<br />
e argumentos que possam limitar o crescimento<br />
sustentado de nosso país.<br />
12 www.referenciaflorestal.com.br
QUANDO O ASSUNTO É MATERIAL DE CORTE,<br />
A ROTARY-AX NUNCA DEIXA VOCÊ NA MÃO<br />
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os modelos existentes de cabeçotes e garras traçadoras no mercado de<br />
corte florestal mecanizado.<br />
rotaryax<br />
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NOTAS<br />
Políticas públicas<br />
A Suzano, referência global<br />
na fabricação de bioprodutos<br />
desenvolvidos a partir do cultivo<br />
de eucalipto, e a ONG ambiental<br />
Fundação SOS Mata Atlântica<br />
lançou em março deste ano o<br />
projeto: Planos da Mata. A iniciativa<br />
visa acelerar a confecção dos<br />
PMMAs (Planos Municipais da<br />
Mata Atlântica) a partir do fortalecimento<br />
das políticas públicas<br />
de planejamento e desenvolvimento<br />
territorial local, para a manutenção de serviços ambientais, por meio da proteção da biodiversidade, da restauração<br />
florestal nativa, do desenvolvimento da economia verde, da geração de empregos e renda e de uma maior segurança jurídica para<br />
o uso do solo. A expectativa é que 30 municípios dos Estados de São Paulo, Espírito Santo e Bahia sejam beneficiados a partir da<br />
implementação do projeto, previsto para ter início no mês de abril. A Suzano e a SOS Mata Atlântica pretendem ajudar a fortalecer<br />
políticas públicas que possam mitigar impactos negativos causados pelas mudanças climáticas. “Esperamos que esse projeto<br />
dê origem a uma espécie de Plano Diretor Ambiental para que esses municípios consigam adotar medidas efetivas de restauração<br />
florestal, criação e implementação de áreas protegidas, arborização urbana, adequação ambiental de propriedades rurais e incentivo<br />
a práticas agrícolas mais sustentáveis, entre outras iniciativas”, resume a importância Walter Schalka, presidente da Suzano.<br />
Foto: divulgação<br />
Exportações em 2020<br />
Foto: divulgação<br />
A ABIMCI (Associação Brasileira de Madeira Processada<br />
Mecanicamente) publicou, em fevereiro deste<br />
ano, o desempenho das exportações de produtos<br />
oriundos da madeira no ano de 2020. No segmento<br />
de compensado tropical, o volume embarcado chegou<br />
a 101.720 m3 (metros cúbicos), representando<br />
um aumento de 14% em relação ao volume embarcado<br />
no ano anterior. As exportações de folheados<br />
tropicais no ano passado registraram 83.625 m3, um<br />
aumento em relação a 2019, com a Ásia sendo o<br />
principal destino. Em 2020, as exportações de madeira<br />
serrada tropical foram de 450.217 m3, um declínio<br />
anual de 15%, com o Vietnã como principal comprador<br />
do produto. Já as molduras tropicais seguiram a<br />
mesmo tendência, com redução de 7% no volume<br />
expedido em comparação a 2019. As exportações de<br />
pisos de madeira projetada foram 4.028.076 kg, sendo<br />
29% abaixo do resultado obtido no ano anterior,<br />
mesmo com uma grande quantidade adquirida pelos<br />
EUA (Estados Unidos da América).<br />
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NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
Novidade no setor<br />
A Klabin acaba de lançar uma embalagem<br />
sackraft com aplicação de barreira em<br />
resina sustentável, que elimina a utilização<br />
de filme plástico em sua composição. O<br />
produto foi desenvolvido pelo centro de<br />
tecnologia, em parceria com a área comercial<br />
e a gerência de desenvolvimento<br />
de produtos e atenderá, inicialmente, os<br />
segmentos de construção civil, fertilizantes<br />
e sementes. O EcoLayer é um avanço em<br />
relação à embalagem anteriormente disponibilizada<br />
pela empresa, pois apresenta<br />
melhoria de performance. A eficiência da<br />
nova barreira impede a entrada de umidade,<br />
ampliando a vida útil do produto<br />
envasado, além de preservar suas características<br />
e manter a qualidade. Além disso,<br />
é uma solução resistente e reciclável, o<br />
que reduz significativamente a geração de resíduos e contribui para a economia circular. “Trabalhamos para ter produtos<br />
cada vez mais eficientes, que contribuam ativamente para o desenvolvimento sustentável de toda a cadeia e que tenham<br />
um cuidado especial com o produto de nossos clientes. Nosso time segue incansável e atento a esses objetivos e desafios<br />
que nossos clientes nos trazem”, comenta Paulo Kulaif, gerente geral de Sacos Industriais da Klabin.<br />
Confiança do agronegócio<br />
O IC Agro (Índice de Confiança do Agronegócio), divulgado<br />
pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado<br />
de São Paulo) e pela CropLife Brasil, fechou o quarto<br />
trimestre de 2020 em 121,4 pontos, recuo de 5,6 pontos<br />
em relação ao levantamento anterior. Apesar da queda,<br />
os ânimos do setor mantiveram-se em patamares altos,<br />
visto que é o terceiro melhor resultado desde o início<br />
da série histórica. Segundo a metodologia do índice,<br />
resultados acima de 100 pontos demonstram otimismo<br />
no setor e, abaixo deste patamar, pessimismo. Todos os<br />
segmentos pesquisados perderam confiança, mas cada<br />
um por seus próprios motivos. Os produtores agrícolas,<br />
por exemplo, foram influenciados diretamente pela irregularidade<br />
climática observada no fim de 2020, que fez<br />
o plantio da safra de verão ser o mais atrasado da história.<br />
No caso das agroindústrias, para algumas o aspecto<br />
preponderante foi a desvalorização do Real, enquanto<br />
para outras o aumento dos custos das rações pesou mais. Desta vez, não foi a avaliação sobre a economia brasileira que determinou a<br />
maior parte da variação do índice - diferentemente, portanto, do que se tornou comum nos últimos anos. “Não se pode ver no atual<br />
recuo da confiança uma tendência de queda para 2021. Era de esperar que houvesse uma retração em relação ao terceiro trimestre<br />
de 2020, quando o indicador alcançou o melhor resultado da série histórica. Ainda assim, esta foi a terceira vez que o indicador<br />
fechou acima de 120 pontos”, observa Roberto Betancourt, diretor titular do Departamento do Agronegócio da FIESP.<br />
Foto: divulgação<br />
16 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro: 15 anos<br />
O SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) comemorou, no último 2<br />
de março, 15 anos como gestor das florestas públicas federais.<br />
Criado pela Lei nº 11.284 de 02 de março de 2006, o órgão tem<br />
o objetivo de promover o conhecimento, o uso sustentável e a<br />
ampliação da cobertura florestal, tornando a agenda florestal<br />
estratégica para a economia do país. Ao longo desse período,<br />
o SFB vem aprimorando ferramentas de gestão, no âmbito<br />
federal, do CAR (Cadastro Ambiental Rural), das concessões<br />
das florestas públicas e do Inventário <strong>Florestal</strong> Nacional, dentre<br />
outros programas da ciência florestal. Segundo o diretor-geral<br />
do SFB, Valdir Colatto, o Brasil possui uma das mais rigorosas<br />
legislações ambientais do mundo. “O desafio do Serviço <strong>Florestal</strong><br />
Brasileiro num país que possui 500 milhões de hectares<br />
de florestas, ou seja, 60% do território, é o desenvolvimento<br />
sustentável, a conservação da floresta, a recuperação produtiva<br />
das áreas desmatadas e o incentivo de florestas plantadas”,<br />
afirmou. Para Colatto, “a mudança do serviço florestal brasileiro<br />
para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />
reforça o empenho do Governo Federal em sintonizar a conservação<br />
ambiental com a questão produtiva.”<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Formigas e<br />
o eucalipto<br />
Os prejuízos causados pelas formigas cortadeiras<br />
começam já na fase inicial dos plantios<br />
de pinus e eucalipto, e podem ser irreversíveis<br />
por causa da fragilidade das mudas. As plantas<br />
jovens e adultas também sofrem com as desfolhas<br />
intensas e constantes, que podem afetar<br />
significativamente o volume final de madeira.<br />
Para realizar o controle efetivo das formigas cortadeiras<br />
é fundamental conhecer as diferenças<br />
e características de cada gênero, assim como o<br />
momento e a forma correta de ação. Para abordar com profundidade esse assunto, a EMBRAPA Florestas e a EPAGRI (Empresa<br />
de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina) lançaram, no canal da EMBRAPA no youtube, o vídeo técnico: Manejo de formigas<br />
cortadeiras em plantios de eucalipto e pinus. Mais de 15 anos de pesquisas, conduzidas pela EMBRAPA Florestas, EPAGRI e<br />
UFPR (Universidade Federal do Paraná), com apoio do FUNCEMA (Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais), sobre a dinâmica<br />
populacional e danos de formigas cortadeiras em plantios florestais na região sul, demonstram que vários fatores devem<br />
ser levados em consideração para o manejo de formigas cortadeiras em plantios florestais. Entre eles estão o gênero do plantio<br />
florestal (se é pinus ou eucalipto), se a área é de implantação ou reforma, o tempo de pousio entre o corte raso e o novo plantio,<br />
o manejo florestal do plantio anterior, a época de plantio, o manejo de plantas daninhas, se a área a ser plantada faz divisa com<br />
florestas nativas e o gênero de formiga cortadeira encontrada no plantio.<br />
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NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
Exemplo de gestão<br />
Na região da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), estão sendo plantadas<br />
mais de cinco mil mudas de espécies nativas para o desenvolvimento<br />
de novas florestas. Os plantios estão sendo realizados em áreas<br />
públicas municipais e federais, cobrindo uma área de 26 mil m² (metros<br />
quadrados). “Com essa ação, a prefeitura de Belo Horizonte ajuda a ampliar<br />
a cobertura vegetal da cidade e a recuperar áreas verdes degradadas”,<br />
afirma o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck.<br />
O trabalho foi iniciado em novembro com o plantio de 1,6 mil mudas no<br />
Parque Fernando Sabino, também conhecido como Parque Fazenda da<br />
Serra, uma área aproximada de 186 mil m² no Bairro Jardim Alvorada,<br />
região da Pampulha. Das mais de 5 mil mudas previstas para serem<br />
plantadas, 90% são produzidas por meio do Acordo de Cooperação Técnica<br />
entre a Floresta Nacional de Passa Quatro (ICMBio). Paralelamente<br />
a esse trabalho, está sendo realizada a manutenção de plantios mais<br />
antigos, especialmente com coroamento, coveamento e adubação das<br />
mudas plantadas em 2017 e 2018. “A manutenção é fundamental para<br />
o sucesso na implantação das novas florestas urbanas, uma vez que o<br />
desenvolvimento de espécies invasoras, como os vários tipos de capim,<br />
compromete de forma significativa o desenvolvimento das mudas. Sem<br />
manutenção, há risco de se perder todo o investimento realizado na implantação<br />
dos plantios”, afirma o engenheiro Marcelo Vichiato, um dos<br />
membros da equipe do Projeto Montes Verdes, da Secretaria Municipal<br />
de Meio Ambiente.<br />
Imigração<br />
florestal<br />
A J.D. Irving, Limited, empresa canadense,<br />
sediada na cidade de New Brunswick, contratou<br />
13 brasileiros para operar máquinas florestais<br />
em suas florestas no leste do Canadá. Os colaboradores<br />
deverão receber cerca de 70 mil dólares<br />
canadenses por ano e deverão ser agraciados<br />
com um programa de imigração para a província<br />
de Quebec. Segundo a Irving, o conhecimento<br />
operacional das empresas brasileiras é referência<br />
no setor. A ideia, de acordo com a empresa,<br />
é ampliar o programa para os próximos anos, e<br />
estreitar os laços entre os ramos florestais dos<br />
dois países. O Canadá é um dos maiores incentivadores<br />
de programas de imigração do mundo, e<br />
pretende, nos próximos cinco anos, receber mais<br />
de 3 milhões de imigrantes.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Controle e prevenção<br />
A ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais)<br />
está disponibilizando, aos produtores de pinus, doses de nematoides<br />
para combate à Vespa-da-Madeira. A Sirex noctilio<br />
(nome científico da vespa) é uma praga exótica que chegou<br />
ao Brasil acidentalmente durante a década de 1980. Ela ataca<br />
exclusivamente plantios de pinus, depositando ovos nos<br />
troncos que, ao se transformarem em larvas, comprometem<br />
o desenvolvimento das árvores. Em Santa Catarina, mais de<br />
540 mil ha (hectares) abrigam plantações deste tipo de árvore.<br />
O Estado é o segundo maior produtor de pinus do Brasil,<br />
atrás apenas do Paraná. Para evitar a proliferação da praga,<br />
a ACR está intensificando as ações de combate. Fazem parte<br />
da estratégia: reuniões técnicas, campanhas informativas e<br />
alertas em rádios dos principais municípios produtores de<br />
pinus no Estado. A Vespa-da-Madeira ataca principalmente<br />
plantios sem manejo, causando o apodrecimento da árvore.<br />
Copa amarelada e respingos de resina no tronco são indícios<br />
de infestação. Ao verificar qualquer sinal que indique a presença da vespa, o produtor deve comunicar à CIDASC ou à EPAGRI<br />
mais próxima. Na área de publicações do site da ACR, está um vídeo produzido pela Embrapa Florestas que explica detalhadamente<br />
como acontece a infestação e o que deve ser feito para evitar e combater a Vespa-da-Madeira.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Inventário<br />
paranaense<br />
Uma tarefa solitária, escondida na mata, mas fundamental<br />
para as florestas paranaenses e brasileiras.<br />
Assim é o trabalho de campo dos cerca de 12 técnicos<br />
da empresa vencedora da licitação para execução dos<br />
levantamentos do Inventário <strong>Florestal</strong> do Paraná. Os<br />
engenheiros florestais da empresa contratada pela Secretaria<br />
Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos<br />
visitaram, há alguns anos, propriedades públicas<br />
e particulares para fazer um levantamento detalhado<br />
das florestas em todo o Paraná. O trabalho aconteceu<br />
em uma área de Vegetação Ombrófila Mista da Mata Atlântica, em uma propriedade particular do município de Palmeira (PR), a 70<br />
km (quilômetros) de Curitiba (PR), e foi acompanhado por técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e da FAO (Organização das Nações<br />
Unidas para Alimentação e Agricultura), que faz o levantamento das florestas em vários países do mundo. Eles vieram verificar<br />
se o trabalho no Estado está dentro dos padrões e da metodologia internacional para esse tipo de pesquisa. Os técnicos coletam<br />
os dados das árvores de acordo com padrões internacionais. Diferente dos inventários feitos anteriormente no Paraná, que usaram<br />
imagens de satélite, este adota escala em tamanho real. A medição acontece em árvores a partir de 10 cm (centímetros) de diâmetro<br />
e a cada 100m (metros) é feita a contagem e o recolhimento de dados das condições de cada árvore, com um equipamento<br />
conhecido como balisa e uma bússola de alta precisão. Não é uma fiscalização. É um trabalho de pesquisa e a escolha do local não<br />
tem relação com a propriedade. São analisadas a altura do tronco, a posição sociológica, a saúde, o diâmetro e o espaço em que se<br />
encontram. A análise precisa ser feita exatamente no ponto estabelecido a cada 20 km. Nesta última etapa, o inventário florestal<br />
será feito em municípios da região sudoeste, metropolitana de Curitiba, Litoral e, ainda, dos Campos Gerais.<br />
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NOTAS<br />
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Banco de dados<br />
Em comemoração ao Dia Internacional das Florestas, o SFB<br />
(Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) apresenta dados inéditos do IFN (Inventário<br />
<strong>Florestal</strong> Nacional). Seguindo a política de abertura de dados<br />
do governo federal, os dados do levantamento de campo e da<br />
identificação botânica do IFN foram disponibilizados em formato<br />
aberto. Os dados são apresentados por estado e trazem informações<br />
sobre as unidades amostrais, espécies, dados biofísicos das<br />
árvores, uso da terra, solos, antropismo, entre outros. Para melhor<br />
compreensão e interpretação dos dados disponíveis, é importante<br />
a leitura prévia dos Metadados. No momento estão disponíveis os<br />
dados do Ceará, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte e Sergipe.<br />
Novos estados serão disponibilizados à medida em que as coletas<br />
forem sendo finalizadas e os dados verificados e organizados.<br />
Os dados estão disponíveis para download em formato “.csv” no<br />
portal do SNIF (Sistema Nacional de Informações Florestais). Além dos dados abertos, o SFB disponibilizou o banco de imagens do IFN.<br />
O banco de imagens tem como objetivo apresentar aos usuários as imagens registradas durante a realização das atividades do IFN. O<br />
banco está dividido entre as fotos gerais e as fotos obrigatórias. As fotos gerais, ou demonstrativas, são registros feitos pelas equipes<br />
envolvidas no IFN retratando as etapas do trabalho, seja o levantamento de campo, a identificação botânica nos herbários, o trabalho<br />
de análise ou reuniões e eventos técnicos. Já as fotos obrigatórias são imagens obtidas durante a coleta dos dados biofísicos, como<br />
uma etapa da metodologia de levantamento de dados do inventário. Em cada unidade amostral são registradas imagens representativas<br />
da vegetação no local, em posições pré-determinadas. Até o momento, o banco possui 6.837 imagens demonstrativas e 191.054<br />
imagens obrigatórias. O banco de imagens pode ser acessado no portal do SNIF: https://snif.florestal.gov.br/bancodeimagens.<br />
Números positivos<br />
As concessões florestais do Governo Federal arrecadaram<br />
R$ 102 milhões até fevereiro deste ano. O montante considera<br />
a soma de todos os pagamentos recebidos das empresas<br />
concessionárias desde o início do programa, em 2010, e se<br />
refere aos 15 contratos ativos. O programa é coordenado pelo<br />
SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) que é vinculado ao MAPA<br />
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O ano<br />
de 2020 obteve o melhor resultado até o momento, com<br />
quase R$ 28 milhões de arrecadação. Esse valor representa um<br />
aumento de quase 60% em relação a 2019. Segundo o diretor<br />
de Concessão <strong>Florestal</strong> e Monitoramento do SFB, Paulo Carneiro,<br />
os elevados valores de arrecadação em 2020 são resultado<br />
de medidas adotadas para minimizar a inadimplência. “Desde<br />
2019, o Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro vem desenvolvendo ações<br />
para a redução da inadimplência dos concessionários e para<br />
ter um maior acompanhamento dos pagamentos. Foram assinados<br />
termos de parcelamentos dos débitos existentes, o que<br />
permitiu aos concessionários retornarem às suas atividades<br />
normais resultando no aumento da produção e na recuperação<br />
dos recursos devidos”, afirmou Paulo Carneiro.<br />
Foto: divulgação<br />
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COLUNA<br />
Manejo florestal<br />
e o desmatamento<br />
O Brasil possui os melhores e mais modernos<br />
sistemas de controle da rastreabilidade da<br />
madeira, sendo o SINAFLOR (IBAMA) e o SISFLORA<br />
MT (SEMA/MT) utilizados para o controle<br />
O desmatamento<br />
ilegal ocorre quando<br />
a mata nativa é<br />
retirada de um<br />
determinado local,<br />
total ou parcialmente,<br />
sem autorização dos<br />
órgãos ambientais<br />
competentes<br />
https://cipem.org.br<br />
O<br />
MFS (Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) é uma atividade econômica<br />
de exploração florestal seletiva por meio da colheita de<br />
árvores previamente selecionadas, com a utilização de técnicas<br />
de impacto reduzido, que reproduzem os mecanismos<br />
naturais dos ecossistemas, de forma planejada e sem danificar<br />
a biodiversidade existente. Com isto, os serviços ecossistêmicos continuam<br />
sendo prestados pela floresta, perpetuando a fauna e a flora, além de promover<br />
maior qualidade de vida e desenvolvimento para a sociedade.<br />
Isto significa dizer que uma área explorada sob MFS não será desmatada.<br />
Esta afirmação pode parecer um tanto incomum para o público geral, que<br />
já está habituado a vincular o desmatamento com a atividade madeireira,<br />
principalmente pela forma equivocada com que as informações e notícias são<br />
disseminadas.<br />
Para facilitar a compreensão, primeiro é preciso entender e diferenciar os<br />
conceitos de desmatamento e se o mesmo ocorreu de forma legal ou ilegal. E<br />
posteriormente, elucidar o motivo pelo qual o MFS não está ligado a nenhum<br />
tipo de desmatamento.<br />
O desmatamento, de maneira geral, ocorre pela necessidade de abertura<br />
de uma área de mata nativa, para que seja possível a utilização do solo para<br />
alguma atividade econômica, seja para a produção de alimentos (agricultura e<br />
pecuária), mineração, infraestrutura (geração de energia, estradas, moradias e<br />
aparelhos urbanos).<br />
O desmatamento legal é uma atividade prevista em lei, regulamentada,<br />
controlada e monitorada pelos órgãos de comando e controle municipal,<br />
estadual e federal. Para que um desmate legal seja autorizado, é necessário<br />
apresentar ao órgão ambiental competente um relatório técnico, constando o<br />
quantitativo da área a ser explorada, em acordo com os limites estabelecidos<br />
para cada Bioma, volume de madeira e de lenha comercializada, a dinâmica<br />
de desmate a ser utilizada, o cronograma a ser seguido, a comprovação do<br />
cumprimento da Reposição <strong>Florestal</strong>, bem como, medidas de proteção da<br />
fauna.<br />
O desmatamento ilegal ocorre quando a mata nativa é retirada de um<br />
determinado local, total ou parcialmente, sem autorização dos órgãos ambientais<br />
competentes. Ou seja, sem seguir a Lei. Deste modo não há nenhum<br />
tipo de controle a respeito de como a ação está sendo realizada e nem de sua<br />
intensidade. Isto é um crime que causa desequilíbrio ecológico, e prejudica as<br />
atividades econômicas, das quais muitas famílias dependem, pela degradação<br />
do ambiente e pela deturpação da imagem dos setores primários.<br />
Para combater esse problema, o Brasil possui os melhores e mais modernos<br />
sistemas de controle da rastreabilidade da madeira, sendo o SINAFLOR<br />
(IBAMA) e o SISFLORA MT (SEMA/MT), utilizados para controlar toda a movimentação<br />
madeireira.<br />
Para conferir o artigo na íntegra, acesse:<br />
https://cipem.org.br/o-manejo-florestal-sustentavel-como-ferramentapara-evitar-o-desmatamento/<br />
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FRASES<br />
Foto: divulgação<br />
O setor de árvores cultivadas para<br />
fins industriais tem se destacado<br />
por sua atuação agroindustrial. Ao<br />
mesmo tempo em que o lado florestal<br />
tem avançado em produtividade e<br />
sustentabilidade, a face industrial<br />
tem dado passos largos rumo à<br />
indústria 4.0. Em plena recessão, de<br />
2016 a 2019, o setor realizou aportes<br />
de R$ 18 bilhões<br />
Paulo Hartung, presidente do<br />
IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores)<br />
“Queremos levar ao público a discussão<br />
e o conhecimento sobre a origem<br />
dos produtos que são consumidos<br />
pela construção civil, em especial, a<br />
madeira. E destacar como é importante<br />
olhar para essa cadeia de suprimentos,<br />
entender sua origem assim como as<br />
técnicas construtivas que avançam no<br />
setor. A madeira de reflorestamento,<br />
por exemplo, é oriunda de árvores<br />
plantadas com pegada positiva<br />
em relação ao carbono, reduzindo<br />
consideravelmente o impacto em<br />
comparação aos materiais como o<br />
concreto e aço”<br />
Leonardo Sobral, gerente de certificação<br />
florestal do Imaflora, sobre o uso da madeira na<br />
construção civil<br />
“A indústria florestal é<br />
um setor extremamente<br />
importante para a<br />
economia do Paraná. O<br />
overno do Estado tem<br />
criado mecanismos para<br />
amenizar os problemas<br />
na saúde e na economia,<br />
trabalhando de forma<br />
equilibrada para gerar o<br />
menor prejuízo possível”<br />
Ratinho Júnior, governador do Paraná, sobre<br />
as políticas públicas do Estado para a indústria<br />
florestal durante a pandemia<br />
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ENTREVISTA<br />
Mapeamento<br />
CATARINENSE<br />
Mapping the State of<br />
Santa Catarina<br />
U<br />
m estudo do CAV (Centro de Ciências Agroveterinárias),<br />
da UDESC (Universidade do Estado de Santa<br />
Catarina) em Lages, contratado pela ACR (Associação<br />
Catarinense de Empresas Florestais), identificou, através<br />
de sensoriamento remoto, as áreas com florestas plantadas no<br />
Estado. O levantamento, concluído em fevereiro de 2020, começou<br />
em novembro de 2018 e mapeou a silvicultura catarinense de forma<br />
inédita. A conclusão foi que a área total com florestas plantadas<br />
no Estado é de 828,9 mil ha (hectares). Desta totalidade, 553,6 mil<br />
ha (67%) são áreas com pinus; e 275,3 mil ha (cerca de 33%) estão<br />
ocupados com Eucalyptus. Em entrevista à REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
o professor responsável pelo estudo, Marcos Benedito Schimalski,<br />
explica como foi feito o levantamento e qual é a sua importância para<br />
a silvicultura catarinense. Confira:<br />
A<br />
study by the Agro-veterinary Science Center (CAV)<br />
of the State University of Santa Catarina (Udesc)<br />
in Lages, contracted by the State of Santa Catarina<br />
Association of Forestry Companies (ACR), identified,<br />
through remote sensing, the planted forests areas within<br />
the State. The Study, unprecedented in the State, which began in<br />
November 2018 and was completed in February 2020, mapped forest<br />
operations throughout Santa Catarina. The conclusion was that the<br />
total area with planted forests in the State totaled 828.9 thousand<br />
hectares. Of this total, 553.6 thousand hectares (67%) are planted<br />
with pine, and 275.3 thousand hectares (about 33%) are planted<br />
with eucalyptus. In an interview with REFERÊNCIA <strong>Florestal</strong>, Marcos<br />
Benedito Schimalski, the professor responsible for the Study, explains<br />
how it was carried out and is its importance for forestry in the State.<br />
Check out below:<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
Marcos Benedito<br />
Schimalski<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Professor associado no departamento de Engenharia<br />
<strong>Florestal</strong>, do Centro de Ciências Agroveterinárias da UDESC<br />
(Universidade de Santa Catarina), em Lages.<br />
Associate Professor, the Department of Forest Engineering<br />
in the Agro-veterinary Science Center (CAV), Santa Catarina<br />
State University (Udesc), in Lages<br />
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />
Doutor em Ciências Geodésicas<br />
Ph.D. in Geodesic Sciences<br />
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Compilamos o<br />
mapeamento digital<br />
de todas as florestas<br />
plantadas do Estado de<br />
Santa Catarina<br />
>> O mapeamento das florestas plantadas de Santa Catarina,<br />
realizado pela Udesc, em parceria com a ACR (Associação<br />
Catarinense de Empresas Florestais), foi realizado entre os<br />
anos de 2018 e 2019. Quais foram as principais conclusões<br />
da pesquisa realizada na região?<br />
Esse é um trabalho inédito no setor florestal catarinense. Nós<br />
realizamos um mapeamento com uma precisão nove vezes<br />
mais assertiva que outras iniciativas no Brasil, que utilizam<br />
outras tecnologias para o escaneamento de diversas regiões<br />
no país. Determinamos os valores de floresta plantada de<br />
forma muito completa, principalmente um estudo detalhado<br />
de florestas ocupadas por eucalipto, relatório até então inexistente<br />
em Santa Catarina. Fomos pioneiros e a ideia é continuar<br />
nessa toada.<br />
>> Quais tecnologias foram usadas para realizar o mapeamento<br />
da silvicultura em Santa Catarina?<br />
Algumas das tecnologias mais avançadas no geoprocessamento<br />
de florestas plantadas. Obtivemos sistemas de sensoriamento<br />
remoto e técnica de divisão computacional com florestas<br />
aleatórias. Compilamos o mapeamento digital de todas as<br />
florestas plantadas do estado de Santa Catarina. Nossa principal<br />
conclusão foi a obtenção do número de 828,9 mil hectares<br />
de florestas plantadas, com predominância para as madeiras<br />
de Pinus e Eucalipto no Estado de Santa Catarina.<br />
>> A silvicultura catarinense deve se restringir somente a<br />
pinus e eucalipto ou pode ampliar suas operações para outras<br />
mudas?<br />
As empresas de base florestal têm adotado uma política de<br />
expansão para outras mudas, então elas tendem a conservar<br />
as já existentes e talvez ampliar suas operações. Mas o<br />
problema é o seguinte: hoje a competitividade dessas áreas<br />
ocupadas por pinus, que é uma floresta de ciclo mais longo,<br />
acaba perdendo espaço e os investidores acabam por cortar<br />
prematuramente essas florestas para migrar para o plantio<br />
de milho e de outras culturas do agronegócio. Nosso objetivo<br />
é iniciar outra etapa do estudo, com base nos últimos meses<br />
de 2020 e no primeiro semestre de 2021, para atualizarmos<br />
nossa base de dados e entender qual é o movimento do segmento<br />
catarinense para os próximos anos.<br />
The mapping of planted forests in the State of<br />
Santa Catarina, carried out by Udesc, in partnership<br />
with the Santa Catarina Association of Forest<br />
Companies (ACR), was conducted between 2018<br />
and 2019. What were the main conclusions of the<br />
Study in the State?<br />
The Study included an unprecedented survey within<br />
the State of Santa Catarina Forestry Sector. We<br />
performed a mapping with an accuracy nine times<br />
more assertive than other initiatives in Brazil, which<br />
used different technologies to scan several regions<br />
within the Country. We outlined the planted forest<br />
areas thoroughly, mainly a detailed study of forests<br />
occupied by eucalyptus, a survey until then non-existent<br />
for the State. We were pioneers, and the idea is<br />
to continue this work.<br />
What technologies were used to map the forestry<br />
activities in the State?<br />
Some of the most advanced technologies in the geoprocessing<br />
of planted forests. We obtained remote<br />
sensing systems and the computational division<br />
technique with random forests. We compiled the<br />
digital mapping of all planted forests in the State of<br />
Santa Catarina. Our main conclusion was that there<br />
are 828.9 thousand hectares of planted forests in the<br />
State, predominantly pine and eucalyptus.<br />
Should forestry in the State of Santa Catarina be<br />
restricted only to pine and eucalyptus, or can it<br />
expand its operations to other species?<br />
Forest-based companies have adopted an expansion<br />
policy for other species, so they tend to conserve<br />
existing ones and perhaps expand their operations.<br />
But the problem is this: today, the competitiveness<br />
of those areas occupied by pine, which is a more prolonged<br />
cycle forest, ends up losing space, and investors<br />
end up prematurely cutting down these forests<br />
to migrate the land to the planting of corn and other<br />
agribusiness crops. Our goal is to start another stage<br />
of the Study, based on the last months of 2020 and<br />
the first half of 2021, updating our database and<br />
understanding the changes in the State’s segment in<br />
the coming years.<br />
Does the State of Santa Catarina have the potential<br />
to be one of the forestry powers in Brazil?<br />
Pine production in the State of Santa Catarina is<br />
already impressive, as well as that in the entire<br />
Southern Region of Brazil. But if we think about<br />
other species, it will all depend on aligned and<br />
well-implemented public policies. We have to make<br />
forest properties into a kind of company and be well<br />
managed. Generally, we have noticed a disinterest<br />
of later generations, who leave the interior of Santa<br />
Catarina for the big city, and do not continue the<br />
forest practice initiated by their parents. We need to<br />
Abril 2021<br />
31
ENTREVISTA<br />
>> O Estado de Santa Catarina tem potencial para ser uma<br />
das potências silvicultoras do Brasil?<br />
Em termos de produção de pinus, Santa Catarina já é uma<br />
das potências, assim como toda a região sul. Mas se pensarmos<br />
em outros setores, tudo dependerá de políticas públicas<br />
alinhadas e bem implementadas. Temos de tornar as propriedades<br />
florestais como uma espécie de empresa a ser gerida.<br />
O que temos percebido, geralmente, é um desinteresse das<br />
últimas gerações, que saem de suas cidades, no interior de<br />
Santa Catarina, e não continuam a prática florestal, iniciada<br />
por seus pais. Precisamos entender esse movimento e, desta<br />
forma, expandir as operações, pois Santa Catarina possui área<br />
e conhecimento técnico para desenvolver ainda mais sua silvicultura.<br />
>> Quais são os empecilhos para o desenvolvimento florestal<br />
catarinense?<br />
Acredito que, atualmente, a própria questão de fomento<br />
de políticas públicas. Em Lages, no interior catarinense, por<br />
exemplo, a política da madeira deixou de ser atrativa. Temos<br />
de ter mais incentivo, tanto das empresas, quanto do próprio<br />
governo. O estado tem apresentado bons resultados mesmo<br />
assim. Acredito eu, mesmo sem estudo que corrobore isso,<br />
que devemos ter dobrado a produção, em comparação ao<br />
setor da década de 1980, por exemplo.<br />
>> Na sua visão, qual é a importância dos trabalhos acadêmicos<br />
para a evolução do setor florestal brasileiro?<br />
A academia é fundamental para o desenvolvimento do setor<br />
da madeira. A UDESC, por exemplo, mesmo tendo um curso<br />
relativamente novo (surgido em 2004), possui uma ótima estrutura,<br />
com laboratórios, sementes, melhoramento genético<br />
e tudo relacionado à tecnologia da madeira. Hoje temos um<br />
mestrado e pretendemos, até o fim do ano, promover um<br />
doutorado relacionado ao tema. E, com isso, temos recebido<br />
candidatos de todo o país, interessados no desenvolvimento<br />
do ramo florestal. A universidade tem um papel importante<br />
nesse setor.<br />
understand this movement and, in this way, expand<br />
operations because Santa Catarina has the area and<br />
technical know-how to develop its forestry segment<br />
further.<br />
What are the obstacles to forest development in<br />
Santa Catarina?<br />
Currently, I believe that the main obstacle is creating<br />
public policies that encourage forest development.<br />
For example, in Lages, in the interior of Santa Catarina,<br />
current policy no longer makes forest production<br />
attractive. We need to have more encouragement<br />
from both companies and the government. The State<br />
has shown promising results anyway. However, even<br />
without a collaborating study, I believe that we have<br />
doubled production in the Sector since the 1980s.<br />
In your view, what is the importance of academic<br />
work in the evolution of the Brazilian Forestry<br />
Sector?<br />
Academic studies are fundamental to the development<br />
of the Forestry Sector. Udesc, even having a<br />
relatively new course (begun in 2004), has developed<br />
a good structure, with laboratories, seeds, genetic<br />
improvement, and everything related to forest<br />
technology. Today, we offer a Master’s Degree, and<br />
we intend, by the end of the year, to promote a<br />
Ph.D. related to the subject. And with this, we have<br />
received candidates from all over Brazil interested in<br />
Forestry Sector development. Universities play a vital<br />
role in this Sector.<br />
Temos de tornar as<br />
propriedades florestais<br />
como uma espécie de<br />
empresa a ser gerida<br />
32 www.referenciaflorestal.com.br
PRINCIPAL<br />
TECNOLOGIA<br />
DE PONTA<br />
Indústria de fertilizantes se diferencia no<br />
mercado por ser detentora de tecnologia<br />
que fornece alta solubilidade, maior<br />
reatividade e área de contato<br />
Fotos: Emanoel Caldeira e divulgação<br />
State-of-the-art<br />
technology<br />
A fertilizer producer differentiates<br />
itself in the market by having a<br />
technology that provides greater<br />
solubility, reactivity, and contact area<br />
34 www.referenciaflorestal.com.br
Abril 2021 35
PRINCIPAL<br />
O<br />
mercado de fertilizantes no Brasil tem crescido<br />
exponencialmente nas últimas três<br />
décadas. Devido ao boom do agronegócio<br />
no país, o setor fechou o ano de 2020 com<br />
cerca de 38,5 milhões de t (toneladas) comercializadas,<br />
um crescimento superior a 6% em comparação ao<br />
ano anterior, mesmo durante um momento de instabilidade<br />
gerada pela pandemia. E o segmento não apenas cresceu<br />
dentro de suas fronteiras, mas auxiliou o desenvolvimento<br />
do já potente agronegócio no Brasil, um dos mais fortes em<br />
todo o mundo.<br />
Os números impressionam mesmo durante o ano de<br />
2020, impactado pela pandemia da Covid-19. De acordo<br />
com a ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos),<br />
as empresas produtoras de fertilizantes aumentaram em<br />
15,7% a entrega de fertilizantes ao agronegócio brasileiro<br />
no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período<br />
do ano anterior. A alta procura é explicada, principalmente,<br />
pelo interesse dos produtores rurais em soluções capazes<br />
de ampliar a produtividade no campo, em um momento de<br />
aumento da demanda por fertilizantes.<br />
Por todas essas características, não é fácil se diferenciar<br />
no competitivo segmento de fertilizantes, ainda mais em<br />
uma esfera em que os agricultores estão acostumados a uma<br />
certa rotina produtiva, o que, muitas vezes, impede grandes<br />
revoluções em seu dia-a-dia.<br />
Por isso mesmo, a Polli Fertilizantes Especiais é um dos<br />
maiores cases de sucesso do mercado, ao aliar conhecimento<br />
técnico, gestão humanizada e tecnologia própria no fornecimento<br />
de soluções inovadoras para o sistema de fertilidade<br />
do solo.<br />
Diretor executivo da Polli, Luiz Osni Miranda, explica<br />
que o grande diferencial da empresa surgiu há alguns anos,<br />
quando a companhia decidiu criar produtos diferenciados e<br />
que fugissem dos entraves ocasionados pelo manejo convencional<br />
relacionados a fertilidade dos solos. “Nossa missão<br />
é cuidar da saúde do solo, então desenvolvemos toda uma<br />
linha de produtos orgânicos que trazem benefícios (devido à<br />
tecnologia NANO ATOM) como a eficiente correção de acidez<br />
do solo, por apresentarem maior solubilidade, reatividade e<br />
menor umidade que os corretivos convencionais. Isto é, com<br />
aproximadamente 110 mm (milímetros) de chuva, já temos<br />
produto agindo no solo”, afirma.<br />
D<br />
ue to the agribusiness boom in Brazil, the<br />
fertilizer market has grown exponentially over<br />
the last three decades. The Sector ended 2020<br />
with about 38.5 million tons sold, a growth of<br />
more than 6%, compared to the previous year,<br />
even during a moment of instability generated by the pandemic.<br />
The Sector grew within and supported the already robust<br />
agribusiness growth in Brazil, one of the strongest in the world.<br />
The figures are impressive even during 2020, impacted by<br />
the covid-19 pandemic. According to the Brazilian National<br />
Fertilizer Association (Anda), fertilizer producers increased<br />
deliveries to Brazilian agribusiness by 15.7% in the first half of<br />
the year, compared to the same period in the previous year. The<br />
increased demand is mainly explained by the growing interest of<br />
rural producers in solutions capable of increasing productivity<br />
in the field and, thus, the need for fertilizers.<br />
For all these characteristics, it is not easy to differentiate oneself<br />
in the very competitive Fertilizer Sector, especially in a sphere<br />
where farmers are accustomed to a specific productive “routine”,<br />
which often prevents major revolutions in day-to-day life.<br />
Thus, Polli Fertilizantes Especiais is one of the biggest success<br />
stories in the market by combining technical knowledge,<br />
humanized management, and technology in providing innovative<br />
solutions for soil fertility systems.<br />
Luiz Osni Miranda, Polli CEO, explains that the Company’s<br />
significant differential arose a few years ago when the Company<br />
decided to create differentiated products that would overcome<br />
the obstacles caused by conventional management related to<br />
soil fertility. “Our mission is to take care of soil health, so we have<br />
developed a whole line of organic products that provide benefits<br />
(due to our NANO ATOM technology), such as the efficient<br />
correction of soil acidity due to greater solubility and reactivity<br />
present and at lower humilities than conventional correctives,<br />
i.e., with approximately 110 mm of rain, the product already<br />
begins to act on the soil,” he states.<br />
NANO ATOM<br />
The NANO ATOM, a technology patented by Polli Fertilizantes,<br />
works through grinding, chemical attack, and technological<br />
innovation, which consists of the production and insertion of<br />
calcium and magnesium carbonates and calcium sulfate nanoparticles<br />
into the raw material.<br />
“The improved characteristics of products generated using<br />
36 www.referenciaflorestal.com.br
A tecnologia NANO<br />
ATOM consiste<br />
na produção<br />
e inserção de<br />
nanopartículas na<br />
matéria-prima<br />
NANO ATOM<br />
Tecnologia patenteada pela Polli Fertilizantes, a NANO<br />
ATOM funciona por meio de moagem, ataque químico e inovação<br />
tecnológica, que consiste na produção e inserção de<br />
nanopartículas de carbonatos de cálcio e magnésio e sulfato<br />
de cálcio na matéria-prima.<br />
“As características melhoradas dos produtos gerados pela<br />
NANO ATOM: aumento na condutividade elétrica; aumento<br />
na reatividade do produto; melhora na distribuição superficial<br />
em área aplicada e também na maior solubilidade, sendo esta<br />
a principal característica dos nossos fertilizantes, pois ela faz<br />
toda a diferença no desempenho da nossa solução, quando<br />
comparada aos produtos convencionais”, explica a engenheira<br />
agrônoma e coordenadora técnica da Polli, Thais Ramari.<br />
“O uso dos nossos produtos resultam em plantas mais<br />
saudáveis e maior produtividade, sem contar que toda a linha<br />
de fertilizantes da Polli está de fácil acesso ao consumidor, pois<br />
temos revendas parceiras distribuídas em todo o território<br />
nacional”, acrescenta Ramari.<br />
RECONHECIMENTO DO MERCADO<br />
Toda essa tecnologia, única no Brasil, tem gerado frutos<br />
e trazido maior fidelização do consumidor. Segundo Luiz Osni<br />
Miranda, diretor executivo da Polli, a empresa possui um índice<br />
de 90% de taxa de fidelização de seus clientes. Ou seja,<br />
a cada dez vendas dos fertilizantes Polli, nove consumidores<br />
voltam a negociar com a empresa paranaense, que possui<br />
sede no município de Colombo.<br />
Proprietário da Fazenda Patimi 2, o empresário Maércio<br />
Reinert afirma que a produtividade de seu negócio decolou<br />
após o uso das soluções da Polli Fertilizantes. “Antes, meus<br />
resultados eram limitados e eu nunca conseguia um teto prothe<br />
NANO ATOM technology increase electrical conductivity;<br />
increase product reactivity; improve surface distribution in the<br />
applied area; provide greater solubility. These are the main<br />
characteristics of our fertilizers, which make all the difference<br />
in the performance of our solutions when compared to those of<br />
conventional products,” explains Thais Ramari, Ph.D. in Agronomy<br />
and Technical Coordinator for Polli.<br />
“The use of our products results in healthier plants and<br />
higher productivity, not to mention that Polli’s entire fertilizer<br />
line is easily accessible to the consumer because we have sales<br />
agents distributed throughout Brazil,” adds Ramari.<br />
MARKET RECOGNITION<br />
All this technology, unique in Brazil, has generated fruits and<br />
created greater consumer loyalty. According to CEO Miranda,<br />
the Company has a 90% fidelity rate for its customers, i.e., nine<br />
37
PRINCIPAL<br />
dutivo. Atualmente consigo atingí-lo tanto no verão, quanto<br />
na safrinha”, comemora Reinert.<br />
O produtor Flávio Asta Pontelli também ressalta o poder<br />
de recuperação dos produtos da Polli. Segundo ele, nem<br />
mesmo as intempéries surgidas na Fazenda Pontelli, no Rio<br />
Grande do Sul, atrapalharam o desempenho dos fertilizantes<br />
Polli. “Aplicamos os produtos em uma área bem deficiente e,<br />
além disso, também contamos com uma crise hídrica muito<br />
severa na época. Mesmo assim, obtivemos um excelente<br />
resultado”, revela.<br />
out of ten Polli fertilizer customers return to purchase from the<br />
Company, located in Colombo, Paraná.<br />
Businessman Maércio Reinert, Owner of Fazenda Patimi 2,<br />
states that the productivity of his business “took off”’ after the<br />
use of Polli Fertilizantes solutions. “Before, I had limited results<br />
and never reached a productive ceiling. Currently, I can achieve<br />
it in both summer crops and winter crops,” affirms Reinert.<br />
Producer Flávio Asta Pontelli also emphasizes the recovery<br />
power of Polli’s products. According to him, not even the bad<br />
weather encountered at Fazenda Pontelli in the State of Rio<br />
PRINCIPAIS PRODUTOS<br />
LINHA SOLO ESTRUTURADO<br />
Fertilizantes corretivos à base de cálcio, magnésio e enxofre,<br />
que disponibilizam de maneira eficiente os nutrientes, além de<br />
corrigir a fertilidade tanto em acidez quanto em bases para CTC<br />
LINHA HPE DE ELEMENTOS DE ALTA PERFORMANCE<br />
Melhoram os elementos dos fertilizantes convencionais,<br />
nitrogênio, fósforo e potássio com a inserção das nanopartículas<br />
da nossa tecnologia. O resultado é o aumento de produtividade<br />
dos cultivos<br />
LINHA SOLO SUSTENTÁVEL<br />
Composta por fosfatos naturais, seus fertilizantes possuem<br />
um material proveniente de rochas fosfatadas, tratadas com<br />
ácidos orgânicos, que melhoram a solubilidade do fósforo<br />
MAIN PRODUCTS<br />
STRUCTURED SOIL LINE<br />
Corrective fertilizers based on calcium, magnesium,<br />
and sulfur, which efficiently provide nutrients, in addition to<br />
correcting fertility both in acidity and on a CTC bases<br />
HIGH PERFORMANCE ELEMENTS LINE<br />
Improves the performance of the conventional fertilizer<br />
elements of nitrogen, phosphorus, and potassium with<br />
the insertion of our nanoparticle technology. The result is<br />
increased crop productivity<br />
SUSTAINABLE SOIL LINE<br />
Composed of natural phosphates, this fertilizer line uses<br />
material from phosphate rocks treated with organic acids,<br />
which improve phosphorus solubility<br />
38 www.referenciaflorestal.com.br
Grande do Sul hindered the performance of<br />
Polli fertilizers. “We applied the products on<br />
an impoverished area at a time of a very severe<br />
water crisis. Even so, we obtained excellent<br />
results,” he reveals.<br />
ESTRUTURA<br />
Ciente de que a indústria precisa de constante movimento<br />
e evolução, a Polli Fertilizantes tem planos ambiciosos para<br />
o futuro. A empresa conta atualmente com metodologias<br />
validadas pelo Ministério da Agricultura e com um moderno<br />
laboratório, que possui um rígido controle de rastreabilidade,<br />
em que todo o carregamento para os clientes é conduzido por<br />
contraprovas de qualidade.<br />
Mesmo assim, a companhia pretende ampliar sua produção,<br />
que hoje conta com duas fábricas na sede em Colombo<br />
(PR). Até o fim de 2021, um terceiro<br />
complexo será construído e entrará em<br />
funcionamento na região paranaense.<br />
Para o ano de 2021, a Polli também<br />
já iniciou o planejamento e execução<br />
de uma quarta fábrica, na cidade de<br />
Araguari (MG) que entrará em funcionamento<br />
em 2022.<br />
“Esta edificação será situada em<br />
um ponto estratégico para a nossa<br />
logística de entrega de fertilizantes<br />
para as regiões sudeste e nordeste do<br />
país”, explica Luiz Osni Miranda, diretor<br />
executivo da Polli.<br />
Aliada a toda essa estrutura, a<br />
empresa ainda possui parcerias com<br />
universidades e institutos de pesquisa<br />
em todo o país, com foco na melhoria<br />
dos produtos já existentes e na criação<br />
de novos produtos. “Nosso objetivo, até<br />
2025, é contar com uma capacidade de<br />
500 mil t produtiva por ano”, finaliza.<br />
STRUCTURE<br />
Aware that the industry needs to be<br />
constantly changing and evolving, Polli Fertilizantes<br />
has ambitious plans for the future.<br />
The Company has methodologies validated by<br />
the Ministry of Agriculture and a modern laboratory,<br />
which has strict traceability control,<br />
in which all customer shipments are subject<br />
to quality testing.<br />
Thus, the Company intends to expand its<br />
production, which today has two factories<br />
located in Colombo. By the end of 2021, a<br />
third complex will be built and will start operating<br />
in Paraná. In 2021, Polli has also begun<br />
planning for and will begin construction for the fourth plant in<br />
Araguari-MG to start operations in 2022.<br />
“This plant will be located at a strategic point for our fertilizer<br />
delivery logistics operations serving the Southeast and Northeast<br />
Regions in Brazil,” explains Polli CEO Miranda.<br />
Coupled with all this structure, the Company maintains<br />
working relationships with universities and research institutes<br />
throughout Brazil, focusing on improving existing products and<br />
creating new products. “Our goal is to have a capacity to produce<br />
500 thousand tons per year by 2025,” he concludes.<br />
Roberto Polli, Fernando Polli, Luiz Osni Miranda<br />
e João Paulo Polli<br />
Abril 2021<br />
39
ARTIGO<br />
Fazendas<br />
FLORESTAIS<br />
O manejo sustentável e a inclusão<br />
Kayapó com menor pegada de carbono<br />
Artigo produzido por Waldemar Vieira Lopes<br />
Fotos: divulgação<br />
40 www.referenciaflorestal.com.br
O<br />
manejo florestal sustentável é um conjunto<br />
de técnicas empregadas para explorar<br />
cuidadosamente parte das árvores de uma<br />
floresta, de maneira contínua e sustentável,<br />
gerando benefícios econômicos que<br />
superam os custos, com redução de desperdício dos produtos<br />
florestais, diminuição de riscos de acidentes de trabalho,<br />
respeito à legislação ambiental, menores impactos a<br />
flora e a fauna e maiores oportunidades de mercado.<br />
A gestão de florestas públicas brasileira funciona por<br />
vezes como freio ao desenvolvimento de regiões carentes<br />
de renda e prosperidade em nome de uma pseudoproteção<br />
que, no caso especifico da Comunidade Kayapó,<br />
detentora de uma área de 3 milhões/hectares no Estado<br />
do Pará, dormem sobre essa imensa riqueza e sonham<br />
com diretrizes que permitam a exploração da atividade<br />
florestal, afinal a madeira é um dos poucos materiais de<br />
construção carbono que temos na natureza.<br />
O Plano de Manejo é a ferramenta que lhes permitirá a<br />
evolução a que têm direito, integrando aspectos florestais,<br />
ecológicos e industriais, constituindo-se em uma iniciativa<br />
piloto, visando subsidiar as decisões e possibilitar - às partes<br />
envolvidas - uma melhor compreensão das implicações<br />
legais, operacionais e de gestão do negócio.<br />
Como parte das estratégias vislumbra-se trazer empresas<br />
madeireiras, comprometidas com o processo de<br />
desenvolvimento a partir de projetos de manejo sustentável<br />
e aplicação de padrões operacionais e silviculturais que<br />
auxiliem na elaboração de legislação e políticas públicas<br />
para regulação da exploração de espécies amazônicas no<br />
Abril 2021<br />
41
ARTIGO<br />
âmbito de reservas indígenas, com equacionamento da<br />
viabilidade do negócio e da exploração florestal.<br />
A meta principal é o desenvolvimento de um projeto<br />
demonstrativo de viabilidade econômica, social e ambiental<br />
de espécies amazônicas incidentes, cuja gestão deva ser<br />
feita em regime de parceria ou comodato, de acordo com<br />
condicionantes legislativas e dentro dos pilares expostos,<br />
em um case visto como um marco regulatório e histórico<br />
para a atividade, principalmente para Reservas Indígenas<br />
que ainda detêm áreas de floresta com ocorrência de<br />
inúmeras espécies nativas, demonstrando que o negócio<br />
florestal pode permanecer ad-infinitum, lastreado na<br />
ciência e baseado no manejo lucrativo e sustentável com<br />
manutenção de sua biodiversidade.<br />
É consenso nos meios científicos e empresariais que o<br />
modelo de supressão da floresta - através da exploração<br />
predatória das espécies florestais de maior valor comercial<br />
e/ou conversão da floresta em pastagens de baixa capacidade<br />
de produção, ainda largamente praticados, não é o<br />
mais indicado para a região.<br />
Entretanto, não se pode negligenciar a necessidade do<br />
desenvolvimento de alternativas de sustentação econômica<br />
para as populações que vivem nessa região e/ou se<br />
utilizam de seus recursos naturais, havendo clareza de que<br />
a vocação desta enorme região é manejo florestal e extrativismo,<br />
respeitando os limites de reposição e regeneração<br />
da floresta, trabalhando de forma planejada, responsável<br />
e eficaz, utilizando técnicas que restrinjam ao mínimo os<br />
impactos ambientais para garantir a manutenção do potencial<br />
de produção do ecossistema.<br />
Na Floresta Amazônica, existe uma grande diversidade<br />
de espécies aptas ao aproveitamento produtivo, tanto madeireiras<br />
como não madeireiras e são muitos os benefícios<br />
econômicos que podem ser auferidos a partir da utilização<br />
sustentável de produtos da natureza.<br />
A heterogeneidade amazônica só pode ser vencida a<br />
partir de conhecimentos multidisciplinares, que leve em<br />
conta aspectos físicos, mecânicos, manutenção da sanidade,<br />
socialização do conhecimento quanto ao bom uso<br />
de florestas e utilização racional a partir de investimentos<br />
crescentes em tecnologia, afinal a madeira é um dos<br />
poucos materiais de construção renováveis, contraponto<br />
necessário a outras matrizes fósseis.<br />
Sintonizado a necessidade do momento atual e considerando<br />
o potencial florestal industrial das Reservas<br />
Indígenas Kayapós, o projeto traz em sua concepção não<br />
só a implantação de indústrias madeireiras, como polos<br />
moveleiros no entorno florestal, no intuito de ajudar o<br />
desenvolvimento da região com integração dos povos e<br />
comunidades tradicionais como vetor do abastecimento<br />
da cadeia como um todo.<br />
Para isso, é necessário um constante aprimoramento<br />
para melhor utilização das fábricas e polos instalados no<br />
entorno, a partir de estratégias que ofereçam a melhor<br />
opção de gestão de negócios e evolução desses empreendimentos,<br />
em uma filosofia de retorno positivo, tanto a<br />
42 www.referenciaflorestal.com.br
potenciais investidores, como às comunidades florestais,<br />
promovendo inclusão social e renda.<br />
A partir do contexto apresentado, o caso do Complexo<br />
<strong>Florestal</strong> Industrial Kayapó é fundamental no âmbito das<br />
capacitações em gestão de negócios florestais vinculadas<br />
à indústria de base florestal, pois além de ser um componente<br />
importante para o Estado do Pará, funcionará como<br />
um mecanismo de integração da exploração florestal (suprimento)<br />
com a indústria (processamento).<br />
Mais do que nunca se cristaliza a possibilidade de<br />
implantação das Fazendas Florestais, criando condição<br />
necessária de acompanhamento por parte da nova geração<br />
indígena, de todas as atividades de gerenciamento,<br />
que contemplam controles, administração de materiais,<br />
inspeções, atividades de suporte e outras, realizadas por<br />
técnicos, acompanhados pelo efetivo laboral da comunidade,<br />
adquirindo por ocasião da implantação do empreendimento,<br />
o necessário conhecimento operacional de máquinas<br />
e equipamentos, bem como, nos aspectos de gestão,<br />
engenharia e manutenção, permitindo-lhes em um futuro<br />
próximo ter elementos para melhor decisão para adentrar<br />
ou não à cadeia industrial, que necessita de investimentos<br />
vultosos, viáveis desde que mensurado retorno do capital<br />
no tempo adequado.<br />
VALOR DA MADEIRA TROPICAL<br />
As florestas nativas tropicais apresentam uma grande<br />
diversidade de aplicações industriais, comumente categorizadas<br />
por grupo de valor e aplicação, com espécies mais<br />
nobres, a exemplo do mogno e ipê, ocupando um nicho<br />
diferenciado, a seguir espécies de coloração comumente<br />
vermelhas, em um plano intermediário as denominadas<br />
madeiras mistas e, o grupo das chamadas madeiras brancas,<br />
menos densas e normalmente de menor valor de<br />
mercado.<br />
O potencial para produção de madeira envolve um<br />
grupo de mais de 100 espécies de potencial interesse<br />
comercial, estratificadas levando em conta destinação industrial,<br />
interesse mercadológico e valoração do produto<br />
e, industrializados em grupos que compatibilizem fitossociologia<br />
florestal/industrial.<br />
As tendências e perspectivas para o mercado de<br />
madeira tropical, deve levar em conta o custo do transporte<br />
para centros consumidores e preços incompatíveis<br />
ofertados por concorrentes desleais como limitantes de<br />
produção, entretanto, a promoção da entrada de maiores<br />
empresas, organizadas e competitivas operando com madeira<br />
nativa é o contraponto às empresas ilegais, desorganizadas,<br />
ultrapassadas, pouco capitalizadas e operadoras<br />
da clandestinidade.<br />
Mesmo com restrições e pressões ambientalistas, as<br />
perspectivas para madeira tropical são de crescimento,<br />
tendo em vista a pouca oferta no plano internacional pela<br />
queda de produção em países como Indonésia e Malásia,<br />
condicionando-se a operação a partir de matérias-primas<br />
oriundas de fontes legais e sustentáveis, o que coloca o<br />
fornecimento, através das Fazendas Florestais Kayapós,<br />
como referência neste momento, perfeitamente sintonizado<br />
às exigências e responsabilidade que esse novo e duradouro<br />
mercado requer.<br />
A localização das Áreas Indígenas Kayapós em relação<br />
aos principais mercados consumidores nacionais e internacionais<br />
também contribui para que seus produtos ganhem<br />
competitividade, posto que raros locais são tão abrangentes<br />
devido à sua privilegiada localização e ótimas vias de<br />
escoamento da produção disponíveis.<br />
O aumento do número de espécies florestais aproveitadas<br />
também é um aspecto a ser considerado para o<br />
fortalecimento da modelagem de Fazenda <strong>Florestal</strong>, posto<br />
que diminuirá a pressão sobre as espécies mais comercializadas,<br />
aumentando o rendimento da floresta e corroborando<br />
para a viabilização do manejo florestal com redução<br />
da pressão sobre floresta futura.<br />
O surgimento de novos atores na cadeia produtiva da<br />
madeira, a exemplo de empresas prestadoras de serviços,<br />
darão nova dinâmica ao setor florestal, apoio à capacitação<br />
e treinamento em técnicas de gestão administrativa<br />
florestal, consolidando conceitos de empreendedorismo,<br />
de negócios e de profissionalismo.<br />
A transversalidade entre as empresas do setor florestal<br />
possibilita a especialização da produção e o desenvolvimento<br />
de nichos específicos dentro da cadeia produtiva da<br />
madeira, diminuindo a necessidade de verticalização, que<br />
acaba por vezes inviabilizando o próprio negócio.<br />
INÍCIO PROMISSOR<br />
A implantação das Fazendas Florestais Kayapós, tem<br />
como base a aceitação pelos indígenas quanto a seguir as<br />
diretrizes do Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável, tanto técnicas<br />
quanto legislativas, que visa levantar o potencial de matéria-prima<br />
incidentes sobre a área e demonstração da<br />
sua viabilidade e consciência de que o manejo não é uma<br />
operação finita, quando executado com responsabilidade<br />
ambiental, trazendo como efeito colateral, uma considerável<br />
melhoria de renda para a comunidade.<br />
O processo de conscientização da comunidade indígena,<br />
foi melhorado através de reuniões presenciais com dezenas<br />
de Caciques Kayapós, com um grupo multidisciplinar,<br />
do qual faço parte, prestando todas as informações, dirimindo<br />
dúvidas e dando um choque de realidade quanto a<br />
implantação do Manejo <strong>Florestal</strong>.<br />
O primeiro fruto já foi colhido. Vivemos uma nova realidade,<br />
com inúmeras lideranças interessadas em buscar<br />
melhores amanhãs para sua comunidade através da implantação<br />
do Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável em suas aldeias<br />
e, de outro lado se encontram lideranças que não comungam<br />
da mesma visão, fato absolutamente normal já que<br />
toda unanimidade é burra, ou quem sabe anestesiados por<br />
promessas que nunca foram cumpridas e nunca se cumprirão,<br />
quiçá uma visão temporária, passível de reversão<br />
pela oportunidade de poderem ver de perto a mudança de<br />
vida; para melhor; de seus parentes Kayapós.<br />
Abril 2021<br />
43
ARTIGO<br />
Ninguém jamais pretendeu que todos viessem a comungar<br />
dos mesmos objetivos, afinal o ambiente é democrático,<br />
respeitando-se comunidades que venham a aderir,<br />
da mesma forma as que não queiram aderir à exploração<br />
legal e sustentável.<br />
Desconhecemos maneira melhor para combater a<br />
ilegalidade que o propósito de aumentar a oferta de legalidade.<br />
Mais do que nunca é extremamente importante seguir<br />
em frente, realizando o trabalho ombro a ombro com<br />
os diversos Caciques e Cacica que defendem legalidade e<br />
sustentabilidade e, veem no Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável,<br />
a ferramenta para lhes proporcionar melhoria de renda e<br />
vida digna.<br />
VIVER DA FLORESTA<br />
Não nos propomos ao discurso vazio e fútil de atores<br />
os mais diversos, que tantas mazelas trouxeram à comunidade<br />
indígena, alijando-os do livre arbítrio quanto a utilizar<br />
esse imenso capital natural. A arma de que dispomos<br />
é o conhecimento de como domar a floresta de forma<br />
sustentável, mantendo ciclos contínuos de rendimento aos<br />
indígenas, com respeito à legislação e renovação florestal<br />
por tempo indefinido.<br />
Os maus brasileiros, os que auferem recursos através<br />
da miséria indígena, os que não têm pretensão de trabalhar<br />
de forma legal, os que não têm compromisso com<br />
a sustentabilidade, os que não têm interesse em trazer<br />
conhecimento e capacitação aos indígenas, vão continuar<br />
usando meios obscuros para combater o acesso indígena a<br />
uma vida digna. Sigamos em frente travando o bom combate,<br />
pois os cães ladram e a caravana passa.<br />
A exploração de recursos de forma legal, responsável e<br />
ambientalmente correta, propiciará aos indígenas um ciclo<br />
virtuoso de ascensão, sem abrir mão de seus valores culturais,<br />
afinal nada é mais insustentável que a penúria em que<br />
vivem, com carência de toda ordem e baixa expectativa de<br />
vida, sem acesso à tecnologia e evolução.<br />
A FUNAI acompanha cada passo da iniciativa e vê com<br />
bons olhos o protagonismo indígena na busca de inclusão<br />
social e renda, tendo obtido parecer junto a AGU favoravelmente<br />
à realização de manejo florestal em suas terras e,<br />
em reunião recentemente ocorrida tivemos ciência de que<br />
trabalham em uma IN ou Portaria Conjunta com o IBAMA<br />
no sentido de regulamentar a atividade, bastando para<br />
tanto tão logo se vença mais essa etapa, cada aldeia indígena<br />
realizar a operação de acordo com sua conveniência,<br />
permitindo em sendo o caso, a realização dos trabalhos<br />
preliminares para confecção do projeto.<br />
Na mesma ocasião nos reunimos, juntamente com<br />
lideranças indígenas; com o MMA (Ministério do Meio<br />
Ambiente) e fomos recebidos em audiência na presidência<br />
da república que se mostrou satisfeita com a iniciativa e,<br />
tal qual a FUNAI, vê com bons olhos esse protagonismo<br />
dos Caciques e da Cacica Kayapó, interessados em gerar<br />
riquezas para a sua comunidade, tal qual outras etnias já<br />
o fazem no Mato Grosso, com benefícios também para o<br />
município, para o Estado e para o Brasil.<br />
É preciso mais do que nunca que o mundo se adapte<br />
às mudanças que se fazem necessárias, tomando consciência<br />
quanto à produção madeireira responsável, pois<br />
é sabido que a extração de metais como, cobre, níquel,<br />
ferro e bauxita, aumentou mais que a produção global de<br />
mercadorias.<br />
A produção de cimento mais que dobrou desde 1.990,<br />
o consumo de petróleo no mundo mais que triplicou desde<br />
1965, chegando em torno de 100 milhões barris/dia.<br />
A inclusão social através da floresta é a realidade da<br />
Amazônia, dos indígenas e de todos os amazônidas, afinal<br />
a árvore nasce, cresce, reproduz-se e morre e, após um<br />
ciclo de manejo ao revisitarmos o primeiro talhão, 35 anos<br />
depois, ela estará com estoque renovado e pronta para<br />
novo ciclo de colheita, se constituindo em um dos poucos<br />
materiais de construção carbono zero.<br />
O uso ordenado e sustentável de florestas é o contraponto<br />
a produtos dependentes de matrizes fósseis como<br />
petróleo, carvão mineral, gás, minérios e cimento, cujo uso<br />
continua sem freios e no piloto automático.<br />
O inventário florestal e as análises dele decorrentes,<br />
se constituem no balanço, que permite realizar saques de<br />
acordo com capitalização do recurso, sem que jamais seja<br />
necessário emitir um cheque sem fundos, com foco no<br />
combate a dois inimigos da sustentabilidade: o desperdício<br />
e seu congênere, o rejeito.<br />
O que acontece no mundo durante um período de<br />
manejo:<br />
Se crescer a 2%, terá consumo duas vezes maior;<br />
Se crescer a 3%, terá consumo 2,81 vezes maior;<br />
Se crescer a 4%, terá consumo 3,95 vezes maior.<br />
A floresta manejada estará pronta para um novo ciclo<br />
e seu benefício permanecerá por tempo indefinido.<br />
Loucura é fazer tudo do mesmo jeito e esperar um resultado<br />
diferente, o que nos leva à inflexão:<br />
“Que mundo deixaremos para a futura geração ou que<br />
futura geração deixaremos para o mundo.”<br />
O caso do Complexo <strong>Florestal</strong><br />
Industrial Kayapó é fundamental<br />
no âmbito das capacitações em<br />
gestão de negócios florestais<br />
44 www.referenciaflorestal.com.br
QUALIDADE<br />
INCOMPARÁVEL<br />
MEDIDOR DE TRAVA DE SERRAS<br />
AFIADEIRA<br />
DE SERRAS<br />
LÂMINAS DE SERRA FITA PARA MADEIRA<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
REBOLO<br />
ESPECIAL<br />
DIAMANTADO<br />
/ BORAZÓN
MINUTO FLORESTA<br />
Qualificação que<br />
FAZ A DIFERENÇA<br />
Com equipe experiente e obstinada a buscar novas<br />
soluções, a Bayer Floresta prioriza os conceitos de<br />
Liderança, Integridade, Flexibilidade e Eficiência<br />
Foto: divulgação<br />
Toda grande empresa sabe que o seu maior ativo é<br />
o grupo de colaboradores que trabalham, todos os<br />
dias, para que suas metas sejam batidas e seus objetivos<br />
sejam alcançados. Na Bayer, empresa global focada<br />
em Ciências da Vida, não é diferente. Com uma<br />
equipe totalmente voltada para o setor florestal, a empresa é um<br />
case de sucesso, ao trazer soluções para o manejo de florestas e<br />
os produtores da cadeia madeireira.<br />
Mas nada seria possível sem um corpo técnico especializado e<br />
obstinado a priorizar as demandas do consumidor. Ricardo Cassamassimo,<br />
gerente de marketing da Bayer, explica que ao realizar<br />
processos seletivos, a companhia seleciona pessoas que estejam<br />
comprometidas com os propósitos da Bayer. “Nosso time é muito<br />
dedicado e trabalha com foco no cliente. Entendemos que o sucesso<br />
do nosso cliente é e será sempre o nosso sucesso também.<br />
Desta forma, seguimos as diretrizes da Bayer nos comportamentos<br />
L.I.F.E (Liderança, Integridade, Flexibilidade e Eficiência)”,<br />
revela.<br />
Cassamassimo também afirma que, além das experiências<br />
prévias e do currículo, a Bayer procura candidatos condizentes<br />
com os comportamentos LIFE e o time e deve estar disposto a<br />
desenvolver e entregar ciência para uma vida melhor, como é<br />
o caso dele próprio, que está há 5 anos na empresa. “Estou no<br />
setor florestal há 20 anos, trabalhei com análise de resíduos de<br />
defensivos, com certificação FSC (Forest Stewardship Council)<br />
e passei pela indústria de papel e celulose. Hoje na Bayer me<br />
identifico com os valores e objetivos da empresa, principalmente<br />
com a divisão Environmental Science. Desde 2016 faço parte do<br />
time Bayer, e atualmente respondo pelos resultados para os segmentos<br />
de floresta e manejo de vegetação industrial”, relembra o<br />
gerente.<br />
Coordenador de Desenvolvimento de Produtos para América<br />
Latina, na Environmental Science, para as linhas de Floresta e<br />
Controle de Vegetação em Áreas Não-Agrícolas, Fabrício Gomes<br />
Sebok, trabalha no setor florestal da Bayer há 6 anos. Com vasta<br />
experiência no ramo, também como analista de desenvolvimento<br />
de produtos, Sebok destaca o cuidado da empresa ao criar grupos<br />
multidisciplinares dentro de cada núcleo, com o objetivo de atender<br />
as necessidades de seus clientes. “Esse diferencial, de possuir<br />
uma equipe exclusivamente dedicada ao setor florestal, tanto<br />
no Brasil quanto em outros países, é uma grande força da Bayer.<br />
Tudo isso é possível graças ao cuidado da empresa ao selecionar<br />
colaboradores engajados com a nossa rotina de trabalho”, destaca<br />
o coordenador, responsável, e finalmente, atuando como coordenador<br />
de Field Solutions Latam desde 2017. Sendo assim responsável<br />
pelo desenvolvimento de soluções para as linhas <strong>Florestal</strong> e<br />
Controle de Vegetação na América Latina, para países como Brasil,<br />
Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia e México.<br />
Promotora de marketing, com foco no pós-venda, Daniela<br />
Araújo é outra especialista do Time Bayer <strong>Florestal</strong>. Com experiência<br />
na Fibria, gigante do setor de papel e celulose, Araújo<br />
iniciou sua trajetória na Bayer em 2016, quando auxiliou na condução<br />
de testes para o lançamento do herbicida Esplanade, um<br />
dos principais produtos da empresa.<br />
“O time de Floresta é bastante unido e sempre encontramos<br />
o suporte do time como um todo, independente da região em<br />
que atua. Temos um diálogo muito aberto dentro do time, grande<br />
disponibilidade e senso colaborativo. Acredito que esses sejam<br />
os principais pilares do nosso grupo, confiança e colaboração”,<br />
comemora a promotora de marketing.<br />
Carlos Eduardo Vinadé, representante técnico de vendas da<br />
Bayer, possui formação como engenheiro florestal pela Universidade<br />
Federal do Pampa (RS). Há quase 5 anos na empresa, ele já<br />
atuou como promotor de marketing antes de coordenar as vendas<br />
técnicas do Time Bayer <strong>Florestal</strong>. “Antes de entrar na Bayer,<br />
desenvolvi várias atividades relacionadas à engenharia florestal,<br />
como por exemplo o estudo de produtividade das operações<br />
florestais na CMPC Celulose Riograndense. Faltando dois meses<br />
para o término do estágio, me candidatei a vaga de promotor de<br />
marketing ofertada pela Bayer para atuar na região sul do Brasil,<br />
após algumas entrevistas e dinâmicas fui selecionado, tendo que<br />
antecipar a saída do estágio para assumir como promotor de marketing<br />
da região sul”, relembra.<br />
Segundo Vinadé, além dos produtos diferenciados no mercado,<br />
o grande exemplo da Bayer é sua preocupação com a qualificação<br />
de seu pessoal. A Bayer não mede esforços em qualificar<br />
e desenvolver pessoas, isso faz com que seus colaboradores<br />
estejam sempre altamente capacitados e em constante evolução,<br />
gerando valor para o parceiro comercial, além, é claro, do sentimento<br />
de pertencimento que nós temos dentro da empresa.<br />
Ter um time de alta performance, dedicado exclusivamente para<br />
entender e atender as necessidades de nossos parceiros, é fundamental<br />
para o desenvolvimento do negócio florestal da Bayer”,<br />
finaliza.<br />
46 www.referenciaflorestal.com.br
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TRANSPORTE<br />
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Transporte<br />
ADEQUADO<br />
Fotos: divulgação<br />
Cuidados com logística e escoamento de cargas<br />
devem ser priorizados pelo setor florestal<br />
Abril 2021<br />
49
TRANSPORTE<br />
Várias são as preocupações das empresas florestais:<br />
qualidade de mudas, manejo responsável,<br />
cultura do solo, capacitação de pessoal<br />
e até mesmo o relacionamento com fornecedores<br />
e consumidores. Aliada a tudo isso,<br />
a estrutura logística também deve ser olhada com carinho<br />
por empresários e executivos do setor florestal.<br />
Uma das importantes etapas deste ciclo é o transporte<br />
de cargas, entre elas, as toras e madeiras serradas no chão<br />
de fábrica. As formas de escoamento são ditadas não só<br />
pelo tamanho ou dimensões das cargas, mas também pelo<br />
seu peso, pela urgência no deslocamento ou por necessidades<br />
como a de conexão entre os seus vários componentes.<br />
O transporte de madeira exige, porém, cuidados especiais,<br />
pois utiliza equipamentos de alto risco, como tornos<br />
e guilhotinas, e devido à necessidade de movimentos<br />
repetitivos, com levantamento excessivo de peso, além do<br />
risco de incêndio.<br />
As normas NR-11 e NR-<br />
12 definem as condições<br />
necessárias para o<br />
transporte, movimentação,<br />
armazenamento e manuseio<br />
seguro de materiais<br />
PRECAUÇÕES<br />
A movimentação de máquinas e a elevação de cargas<br />
são atividades que não permitem erros, pois podem<br />
acarretar graves consequências. Segundo Tadeu Oliveira,<br />
consultor da Logistec, a capacitação dos colaboradores é<br />
50 www.referenciaflorestal.com.br
um diferencial na hora de realizar o escoamento de cargas.<br />
“São tarefas pesadas e perigosas, então treinamentos são<br />
essenciais, pois dão ao operador uma expertise com o<br />
máximo de eficiência e segurança, sempre com respeito às<br />
normas de segurança vigentes de cada setor”, analisa.<br />
De acordo com pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro<br />
de Geografia e Estatística), cerca de 22% das lesões ocorrem<br />
na indústria. Por exemplo, a cada 48 segundos um trabalhador<br />
sofre acidente no Brasil. Entre 2012 e 2018, foram<br />
registrados 4,26 milhões de acidentes, o que resultou<br />
em um gasto de R$ 28,81 bilhões em benefícios como pensão,<br />
auxílio-acidente e doença e aposentadoria por invalidez,<br />
segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança<br />
do Trabalho do MPT (Ministério Público do Trabalho).<br />
NORMAS DE SEGURANÇA<br />
As normas NR-11 e NR-12 definem as condições necessárias<br />
para o transporte, movimentação, armazenamento<br />
e manuseio seguro de materiais. Essas normas regulamentam<br />
a exigência de materiais de alta qualidade e equipamentos<br />
de segurança para que os trabalhadores consigam<br />
realizar suas funções de modo seguro.<br />
Entre as medidas de proteção coletiva estabelecidas,<br />
está a implantação de proteções físicas fixas nas áreas de<br />
risco, como o enclausuramento de sistemas de transmissão<br />
por correias e polias e a exigência de um circuito de<br />
parada de emergência. Nos transportadores de materiais,<br />
os movimentos perigosos dos transportadores contínuos<br />
de materiais, como esteiras e correias, devem ser protegidos,<br />
especialmente nos pontos de esmagamento, agarramento<br />
e aprisionamento.<br />
O treinamento periódico de funcionários para prevenir<br />
os riscos da atividade é obrigatório. A empresa deve adotar<br />
também uma política de manutenção preventiva de<br />
seus equipamentos, diminuindo assim a probabilidade de<br />
falhas técnicas.<br />
Entre as ações de segurança mais importantes, destacam-se<br />
a proteção das partes móveis dos equipamentos;<br />
demarcação das áreas de perigo; adoção de dispositivos<br />
de segurança para acionamento de alarme e paradas de<br />
emergência; limpeza do piso; capacitação dos operadores.<br />
Recomenda-se também a elaboração de um mapa de risco<br />
para orientar as pessoas sobre as condições de segurança<br />
no ambiente de trabalho.<br />
VOCÊ SABIA QUE A TORÇÃO EM<br />
MANGUEIRAS É UM DOS PRINCIPAIS<br />
VILÕES NA OPERAÇÃO FLORESTAL?<br />
O constante desafio de mobilidade x<br />
versatilidade mecânica nos equipamentos<br />
de colheita florestal, exigem a utilização de<br />
juntas rotativas ou swiwell como também<br />
são conhecidas. Nossa linha de juntas<br />
rotativas contam com o que há de mais<br />
moderno no sistema de vedação e rotação.<br />
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SILVICULTURA<br />
Diversificação e alta<br />
RENTABILIDADE<br />
O Sistema Agrossilvipastoril (ILPF) tem otimizado a<br />
exploração econômica do setor agropecuário, e não<br />
há nada que desabone a utilização da integração<br />
Este artigo foi produzido pelo especialista Pedro Francio Filho, da empresa Francio Soluções Florestais<br />
Fotos: Francio Soluções Florestais<br />
52 www.referenciaflorestal.com.br
Adiversificação rural tem chamado atenção de<br />
muitos agropecuaristas devido à instabilidade no<br />
campo. A otimização da propriedade rural, modelos<br />
modernos de gestão, sistemas integrados<br />
de produção, aproveitamento de todos os metros<br />
quadrados da área, alternativas de produção e cultivos, tem sido<br />
termos atrativos e muito utilizados nos últimos anos perante os<br />
problemas enfrentados no campo; sendo uma ótima sugestão<br />
de integração para as áreas hoje destinadas apenas para o gado.<br />
O cultivo de florestas integrado com agrícola e/ou pecuária<br />
(agrossilvicultura), se torna uma das melhores alternativas como<br />
complemento de renda com resultados fantásticos, principalmente<br />
pela elasticidade de adaptação em qualquer região do<br />
país. Os sistemas agroflorestais se encaixam perfeitamente pela<br />
necessidade de mudança e produção sustentável. Estes se dividem<br />
em sistemas silvipastoris (florestas com pecuária); silviagrícolas<br />
(florestas com agricultura); e agrossilvipastoris (florestas<br />
com agricultura e pecuária simultânea ou sequencial). Na integração<br />
lavoura-pecuária-floresta a distribuição de mão-de-obra<br />
é mais uniforme.<br />
Durante o ano, existe uma melhoria das condições de vida<br />
promovida pela diversidade de produção, pois diminui os riscos<br />
e incertezas do mercado. As árvores no sistema funcionam<br />
como quebra-vento, mantêm a umidade do solo, aumentam a<br />
fixação de nutrientes, restauram as propriedades químicas, físicas<br />
e microbiológicas do solo, melhorando a qualidade da cultura<br />
agrícola ou pasto. Além da exploração racional dos recursos<br />
disponíveis, a atividade aumenta a renda do agropecuarista, resulta<br />
em maior estabilidade econômica, e segurança das futuras<br />
gerações para dar sucessão a atividade no campo.<br />
O planejamento da área, como uma empresa rural, com<br />
a introdução do componente florestal, terá rendimentos em<br />
curto prazo com a agricultura e pecuária; em médio prazo com<br />
o desbaste da madeira, a colheita de produtos florestais não<br />
madeiráveis, além dos resultados da integração como bem-estar<br />
animal, umidade, produtividade, ciclagem de nutrientes, dentre<br />
inúmeros outros; e a longo prazo com o corte raso das árvores,<br />
utilizando a madeira com alto valor agregado para serraria, móveis,<br />
construção civil e laminação.<br />
Existem espécies compatíveis para cada realidade, desde o<br />
solo, clima, até a finalidade que será destinada essa madeira. A<br />
escolha deverá ser realizada no planejamento, pois são muitas<br />
as variedades de clones e sementes disponíveis no mercado.<br />
Cada caso deve ser projetado in loco, fora a genética, temos<br />
dezenas de fatores que influenciam no ambiente, portanto,<br />
não existe receita de bolo para esta integração. Na definição do<br />
espaçamento, são muitos fatores que influenciam, o que serve<br />
em uma região, não serve em outra, os diferentes formatos de<br />
copa, clones e índice de mecanização das áreas, devemos sempre<br />
buscar ajuda profissional para não errar.<br />
O sistema agrossilvipastoril tem otimizado a exploração<br />
econômica do setor agropecuário, e não há nada que desabone<br />
a utilização da integração. Os resultados vão desde 30% de aumento<br />
na produtividade do leite, e podem até duplicar o ganho<br />
de peso diário dos animais dependendo da prática adotada e do<br />
manejo utilizado.<br />
Além disso, temos a floresta para ser explorada ou cortada<br />
após um período maior, que pode ser conduzida para diversas<br />
finalidades, de acordo com o mercado e regime de manejo adotado.<br />
Porém, é importante ressaltar que para obter resultados<br />
promissores, de alta produtividade, precisamos adequar a capacidade<br />
do solo em fornecer nutrientes com a necessidade da<br />
(das) cultura (culturas) do sistema. Para isso, devem ser realizadas<br />
amostragens de solos para cada talhão, coleta estratificada<br />
dos solos em profundidade, análises em laboratório idôneo e<br />
recomendação de acordo com as necessidades da cultura, com<br />
metodologias adequadas.<br />
Abril 2021<br />
53
MANEJO<br />
A guardiã da<br />
FLORESTA NACIONAL<br />
DE ALTAMIRA<br />
Fotos: divulgação<br />
As áreas concedidas ao manejo de impacto<br />
reduzido permanecem em pé e geram renda e<br />
desenvolvimento local<br />
54 www.referenciaflorestal.com.br
As atividades de manejo florestal na FLONA (Floresta<br />
Nacional) de Altamira (PA), são feitas pelas<br />
concessionárias RRX Mineração e Serviços Ltda<br />
e Patauá <strong>Florestal</strong> Ltda. As áreas sob concessão<br />
somam quase 362 mil ha (hectares) e estão<br />
divididas em quatro UMFs (Unidades de Manejo <strong>Florestal</strong>).<br />
Os contratos com o SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) foram<br />
assinados em 2015.<br />
No entanto, as atividades de exploração iniciaram há<br />
pouco mais de 2 anos. Nesse período, as empresas fizeram as<br />
benfeitorias necessárias para o início dos trabalhos. Foi necessária<br />
a construção dos alojamentos dos funcionários, das estradas,<br />
dos depósitos e dos galpões de beneficiamento, além<br />
da compra de equipamentos, caminhões, tratores e ônibus.<br />
O pouco tempo decorrido até o momento foi importante<br />
para os empresários mudarem a sua visão sobre a floresta e a<br />
importância dela na vida da comunidade do Distrito Moraes<br />
Almeida, onde ficam as sedes das empresas. O distrito fica a<br />
300 km (quilômetros) do município ao qual está vinculado,<br />
Itaituba (PA).<br />
“A concessão ensinou que a gente precisa fazer um planejamento<br />
de longo prazo, pois a perspectiva de trabalho na<br />
floresta é de décadas. Então, aprendemos a prestar atenção<br />
na valorização da floresta em pé, que antes passava desapercebida.<br />
Hoje a gente entende a necessidade de deixar a<br />
floresta descansando por 30 anos”, afirmou o diretor de Relações<br />
Institucionais da Patauá, Oberdan Perondi.<br />
Abril 2021<br />
55
MANEJO<br />
O gerente da RRX, Luiz Alberto Overney Ferreira, só havia<br />
trabalhado com floresta plantada no Rio de Janeiro, até ser<br />
convidado a gerenciar a empresa no coração da Amazônia.<br />
“Na minha opinião, a concessão florestal é só benfeitoria. O<br />
governo encontrou um síndico para cuidar das florestas”, avalia<br />
com propriedade o gerente.<br />
“Claro que a gente como empresa visa lucro, pois nós a<br />
exploramos comercialmente. Mas tudo acontece dentro das<br />
técnicas determinadas que são muito rigorosas e a floresta<br />
vai ser mantida em pé. A gente só vê as pessoas destruindo as<br />
áreas que não têm concessão florestal. Então, ressalto que a<br />
concessão é o caminho para proteger a floresta e só tive essa<br />
noção com o conhecimento que aprendi aqui na FLONA”,<br />
enalteceu Luiz Alberto.<br />
GUARDIÃ DA FLORESTA<br />
“A concessão florestal é a guardiã da floresta”, afirmou o<br />
diretor administrativo da Patauá, Onésio Alves da Silva. “Ao<br />
sobrevoar as UMFs da Flona de Altamira, a gente só vê um<br />
território verde, mata. Nas áreas fora da concessão, é possível<br />
ver a ação ilegal. Isso é visível nas imagens de satélite.<br />
Se não fosse a concessão, a FLONA não estaria preservada,<br />
como é a sua realidade hoje”, completou. Segundo Oberdan<br />
Perondi, os concessionários zelam pelas áreas por meio<br />
de mecanismos sofisticados de monitoramento. Ao menor<br />
sinal de invasão detectado pelos satélites é informado aos órgãos<br />
federais de fiscalização, ICMBio e IBAMA, além do SFB,<br />
que faz a gestão das concessões florestais.<br />
A comunidade local é também uma ferrenha aliada das<br />
concessões florestais. A explicação é simples. O distrito de<br />
Moraes Almeida (PA) possui 10 mil habitantes. “Só a Patauá<br />
tem 150 funcionários dentro da FLONA de Altamira, além de<br />
manter 500 empregos diretos e 2500 indiretos. Nessa conta,<br />
25% da população depende direta ou indiretamente da Patauá”,<br />
informou Onésio Alves da Silva.<br />
“O monitoramento da floresta é feito pelos órgãos do<br />
governo e pela fofoca da comunidade. A cidade é pequena e<br />
as pessoas sabem quando vem alguém aqui querendo fazer<br />
atividade ilegal. Elas nos contam e entramos em contato com<br />
esses órgãos de fiscalização. As pessoas sabem que o retorno<br />
para elas depende do nosso lucro, então, posso dizer que<br />
Moraes Almeida é um distrito que protege a floresta”, garante<br />
Onésio.<br />
56 www.referenciaflorestal.com.br
RASTREABILIDADE DA MADEIRA<br />
Os contratos de concessão florestal são monitorados<br />
em três etapas: controle de produção, cláusulas contratuais<br />
e indicadores técnicos e de produção. O concessionário é<br />
obrigado a fazer a rastreabilidade de toda árvore retirada da<br />
floresta. Para isso, o SFB conta com avançadas ferramentas de<br />
monitoramento. Uma dessas ferramentas é o SCC (Sistema de<br />
Cadeia de Custódia), um conjunto de procedimentos adotados<br />
para o rastreamento. Um sistema informatizado controla<br />
desde a derrubada de árvores, seccionamento e transporte<br />
das toras até a sua transformação na primeira unidade processadora.<br />
Oberdan Perondi relatou que um antigo cliente de Londres<br />
estava na região e pediu para fazer o SCC ao contrário. A<br />
partir de um decking comprado em 2016 esse cliente queria<br />
chegar até a árvore derrubada. Com a ajuda de um drone e<br />
ferramentas para abrir o caminho, conseguiram chegar ao<br />
local. Mas foi impossível identificar o lado que a árvore caiu,<br />
em função das rigorosas técnicas de impacto reduzido usadas<br />
na derrubada.<br />
Para o diretor de Concessão <strong>Florestal</strong> e Monitoramento<br />
do Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro, Paulo Carneiro, “o monitoramento<br />
é um importante aliado no controle da exploração e<br />
produção madeireira garantindo, por um lado que a colheita<br />
da madeira seja realizada com técnicas de mínimo impacto e,<br />
por outro, permitindo ao consumidor exercer o seu direito de<br />
escolha entre as empresas que utilizem as melhores práticas<br />
produtivas.”<br />
As atividades de manejo<br />
florestal na FLONA de Altamira,<br />
no Pará, são feitas pelas<br />
concessionárias RRX Mineração<br />
e Serviços Ltda e Patauá<br />
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• Diâmetro externo e encaixe<br />
central de acordo com<br />
padrão do cabeçote;<br />
•Discos especiais;<br />
Detalhe de encaixe para<br />
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SOBRE CRITÉRIOS<br />
DE COLHEITA<br />
Fotos: divulgação<br />
58 www.referenciaflorestal.com.br
MARCO ANTONIO SIVIERO<br />
ENGENHEIRO MECÂNICO<br />
ADEMIR ROBERTO RUSCHEL<br />
ENGENHEIRO AGRÔNOMO<br />
JORGE ALBERTO GAZEL YARED<br />
ENGENHEIRO FLORESTAL<br />
SABRINA BENMUYAL VIEIRA<br />
ENGENHEIRA FLORESTAL<br />
JOSÉ FRANCISCO PEREIRA<br />
EMBRAPA AMAPÁ<br />
OSMAR JOSÉ ROMEIRO DE AGUIAR<br />
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ<br />
SÍLVIO BRIENZA JUNIOR<br />
EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL<br />
PAULO CEZAR GOMES PEREIRA<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA<br />
GHABY ALVES BERBERIAN<br />
ENGENHEIRA FLORESTAL<br />
KARINA PIEKARSKI SIVIERO CONTINI<br />
ENGENHEIRA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO<br />
INDUSTRIAL<br />
AGUST SALES<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA<br />
ERESUMO<br />
ste trabalho trata de uma experiência inovadora<br />
em relação a critérios para colheita de<br />
árvores em floresta natural degradada na Amazônia.<br />
A pesquisa foi desenvolvida em 535,6 ha<br />
(hectare) de floresta na Fazenda Shet, em Dom<br />
Eliseu (PA), usando a base de dados do censo florestal referente<br />
a árvores com DAP ≥ 25 cm (centímetro). Os critérios<br />
para colheita das árvores consideraram, prioritariamente, os<br />
seguintes elementos: grau de sanidade, qualidade do fuste<br />
(2 e 3), diâmetro máximo a permanecer na floresta (DAP <<br />
100 cm), árvores de menor diâmetro (25 ≥ DAP ≤ 55 cm),<br />
espécies com maior densidade de árvores por unidade de<br />
área, distribuição diamétrica, segundo o coeficiente de Liocourt,<br />
manutenção das espécies intensamente exploradas<br />
no passado e com população de árvores ≤ 0,15 arv.ha-1.<br />
Foram inventariadas 46.012 árvores, pertencentes a 106 espécies,<br />
e planejadas para colheita 23,19% (10.671 árvores),<br />
aos 12 anos após a exploração anterior.<br />
Baseando-se no planejamento da colheita e seguindo<br />
os critérios, a previsão de colheita em relação à população<br />
total inventariada teve como resultado: 2,16% árvores pelo<br />
critério de sanidade; 15,45% pela forma de fuste; 0,26%<br />
pelo diâmetro máximo; 93,93% pelo menor diâmetro; 57,5%<br />
pela densidade arbórea; e 5,04% pela manutenção das espécies.<br />
A colheita foi realizada em 98,79% das árvores com<br />
sanidade comprometida; 22,20% com fuste 2 e 3; 97,39%<br />
com diâmetro máximo; 95,02% com menor diâmetro; e<br />
90,30% com maior densidade arbórea. Foram mantidas<br />
98,14% das espécies Astronium lecointei, Cordia goeldiana,<br />
Copaifera sp., Hymenaea courbaril, Hymenolobium<br />
petraeum, Handroanthus serratifolius e Manilkara elata, intensivamente<br />
exploradas no passado, e 98,70% de outras 53<br />
espécies com menor abundância (≤ 0,15 arv.ha -1 ).<br />
O planejamento da exploração seguindo os critérios de<br />
colheita propostos possibilitou a extração de árvores em ciclos<br />
de 10 a 12 anos, sendo um tempo menor que o previsto<br />
pela legislação. A manutenção da diversidade de espécies<br />
arbóreas e a conservação da floresta em pé, previstas com<br />
esses critérios técnicos, podem ser alternativas para o manejo<br />
florestal ecológica e economicamente viável.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A compreensão dos serviços globais prestados pelas florestas<br />
fez com que a humanidade começasse a se preocupar<br />
com a conservação dos recursos florestais, iniciando-se um<br />
processo de formulação de medidas para proteger essa fonte<br />
de bens renováveis. No Brasil, várias iniciativas foram instituídas<br />
a fim de se preservar a floresta, especialmente por<br />
meio do Código <strong>Florestal</strong> e outras normas. Para a Amazônia,<br />
algumas dessas medidas foram: a) a criação da RL (Reserva<br />
Legal), com vistas à manutenção de 50% da área coberta<br />
Abril 2021<br />
59
PESQUISA<br />
com vegetação nativa na propriedade (Brasil, 1965) e, posteriormente,<br />
80% (Brasil, 2012); b) o estabelecimento do DMC<br />
(Diâmetro Mínimo de Corte) ≥ 50 cm de DAP (diâmetro a<br />
1,30 m do solo) como critério para exploração das árvores<br />
no manejo florestal; c) o ciclo de corte de 25 a 35 anos para<br />
o período entre duas explorações (Brasil, 2006; 2009; 2015)<br />
e; d) a Lei de Crimes Ambientais, Lei nº 9.605/1998 (Brasil,<br />
1998), iniciando a prática do uso de comando e controle<br />
para coibir a atividade florestal ilegal.<br />
Na última década, foi dada grande ênfase à política ambiental<br />
para coibir a ilegalidade de madeira. Nesse âmbito,<br />
ganhos ambientais importantes foram alcançados ainda<br />
que, muitas vezes, com medidas limitadoras e restritivas, colocando<br />
em risco a atividade florestal madeireira. Na mesma<br />
dimensão, deveriam ter ocorrido estímulos ou incentivos ao<br />
desenvolvimento da indústria de base florestal nativa, que<br />
passou a participar marginalmente na geração de emprego<br />
e renda nos estados da Amazônia. Esse fato reduziu expressivamente<br />
a participação do setor florestal na economia,<br />
com perda de 57% no consumo anual de toras, 55% em produção<br />
anual processada e 53% em empregos gerados direta<br />
e indiretamente (Imazon, 2005; 2010).<br />
A existência de um enorme potencial das florestas<br />
primárias, sejam aquelas intensivamente exploradas no<br />
passado, sejam as florestas em reservas federais, estaduais<br />
ou privadas, clama pela concepção de políticas e legislação<br />
compatíveis com cada característica e tipologia florestal, de<br />
modo a valorizar esse recurso natural e fortalecer a indústria<br />
madeireira de base florestal. Com a adoção de um manejo<br />
florestal tecnicamente correto e baseado na vocação histórica<br />
da indústria madeireira, esse setor pode contribuir<br />
significativamente para o desenvolvimento sustentável da<br />
Amazônia.<br />
A floresta adequadamente manejada pode ser uma<br />
fonte perene de suprimento para atender às necessidades<br />
humanas (Vieira et al., 2014). Os recursos florestais, em especial<br />
a madeira, são bens renováveis e, por isso, podem ser<br />
percebidos como ativo financeiro para o desenvolvimento<br />
econômico. Nesse sentido, as medidas legais devem auxiliar<br />
A área experimental foi dividida<br />
em sete UT (Unidades de Trabalho),<br />
separadas por estradas distantes a<br />
cada 300 metros<br />
60 www.referenciaflorestal.com.br
e fortalecer o uso racional da floresta por meio do manejo<br />
sustentável, com base em resultados de pesquisa relatados<br />
por Schwartz et al. (2017) e Sales et al. (2018), entre outros,<br />
posto que o manejo das florestas nativas é uma das principais<br />
alternativas de uso da terra para mantê-las em pé.<br />
O objetivo deste estudo é apresentar uma experiência<br />
inovadora no planejamento da exploração florestal, com<br />
base na definição de critérios para colheita de árvores, em<br />
área de floresta natural intensivamente explorada no passado,<br />
visando manter a floresta em pé, garantir a produção<br />
florestal contínua e torná-la um ativo financeiro.<br />
MATERIAIS E MÉTODOS<br />
CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA<br />
DE ESTUDO<br />
A área de estudo é uma floresta natural intensamente<br />
explorada, assim classificada como floresta degradada da<br />
região do arco do desflorestamento (Siviero et al., 2011;<br />
Feitosa, 2015). A denominação de floresta degradada<br />
neste trabalho é caracterizada por uma floresta residual<br />
após sucessivas explorações ocorridas no passado para a<br />
retirada de espécies madeireiras nobres principalmente de<br />
grandes diâmetros. Ferreira et al. (2015) colocam que “as<br />
florestas degradadas são áreas que nunca deixaram de ser<br />
floresta, ou seja, nunca sofreram corte raso, porém, foram<br />
alteradas por ações antrópicas, como fogo e exploração não<br />
planejada.” Nessa área ocorreram ciclos de exploração em<br />
1980, 1993/1994 e 2013/2014, em que foi plantado o paricá<br />
(Schizolobium parahyba var. amazonicum) em 1994, após<br />
a exploração ocorrida em 1993/1994. O plantio buscava<br />
enriquecimento ou adensamento florestal por meio da semeadura<br />
direta de sementes do paricá em todas as clareiras<br />
(Schwartz et al., 2017).<br />
O clima do município é mesotérmico úmido. A temperatura<br />
média anual está em torno de 25°C e as médias das<br />
mínimas diárias, em cerca de 20°C. Seu regime pluviométrico<br />
fica, normalmente, entre 2.250 mm e 2.500 mm ao ano.<br />
Apresenta variação em seus níveis altimétricos, cuja cota<br />
mínima está próxima de 76 metros, situada na porção noroeste<br />
do município, e a máxima em torno de 330 m, localizada<br />
ao sul, na qual está a área de estudo (Idesp, 2014). No<br />
município predomina Floresta Ombrófila Densa Submontana<br />
Dossel Emergente, normalmente composta por árvores altas<br />
e relacionada a um clima quente e úmido (IBGE, 2012).<br />
PLANEJAMENTO PRÉ-COLHEITA<br />
A área experimental foi dividida em sete UT (Unidades<br />
de Trabalho), separadas por estradas distantes a cada 300<br />
m, que compõem a infraestrutura permanente da área de<br />
manejo. Cada UT apresenta um número de pátios de estocagem<br />
proporcional a sua área, mantendo a relação de 1 para<br />
30 ha. A dimensão de cada pátio foi definida em 20 m x 25<br />
m, alocados sistematicamente a cada 500 m na lateral da estrada<br />
secundária. Os pátios, instalados na primeira colheita<br />
florestal, foram planejados para serem usados nos próximos<br />
ciclos. A partir dos pátios foram direcionadas as trilhas de<br />
arraste.<br />
CENSO FLORESTAL<br />
O censo florestal para este estudo foi realizado em 2008<br />
seguindo a metodologia tradicional de inventário, conforme<br />
proposto por Sabogal et al. (2009). Na mesma ocasião,<br />
ocorreu a atividade de corte de cipós mormente nas árvores<br />
inventariadas. No inventário foram incluídas todas as árvores<br />
com DAP ≥ 25 cm. Para cada árvore foram feitos os seguintes<br />
procedimentos: 1) identificação do nome vulgar por<br />
parabotânicos da região; 2) atribuição de numeração consecutiva<br />
com etiqueta de alumínio fixada na base do tronco;<br />
3) medição do diâmetro a 1,30 m de altura e marcação com<br />
tinta vermelha no ponto de medição; 4) estimativa visual da<br />
altura comercial; 5) classificação quanto à forma de fuste<br />
(fuste-1: fuste reto, cilíndrico; fuste-2: levemente tortuoso<br />
e/ou canelado; fuste-3: fuste torto, fortemente canelado ou<br />
bifurcado); 6) observação do estado de sanidade (podridão,<br />
senescência, copa quebrada, morta, caída); e 7) registro das<br />
coordenadas cartesianas de localização (x, y).<br />
No inventário algumas espécies foram agrupadas sob<br />
um mesmo nome vulgar, pela dificuldade de identificação<br />
naquela ocasião, como: amarelinho (Neoraputia paraensis,<br />
Metrodorea flavida, Amphiodon effusus); breu-amescla<br />
(Protium spp., Trattinnickia spp. e Tetragastris spp.); embaúba<br />
(Cecropia obtusa, Cecropia palmata, Cecropia sciadophylla,<br />
Cecropia distachya, Pourouma guianensis); freijó-branco<br />
(Cordia alliodora, Cordia bicolor, Cordia lomatoloba, Cordia<br />
caprifolia); ingá (Inga spp., Inga estipulares, Inga alba, Inga<br />
heterophylla); limãozinho (Zanthoxylum rhoifolia, Zanthoxylum<br />
ekimanii), matamatá (Eschweilera spp., Eschweilera<br />
ovata, Eschweilera coriacea, Eschweilera grandiflora, Lecythis<br />
idatimon); e tuturubá (Pouteria guianensis, Pouteria<br />
spp., Micropholis spp., Ecclinusa spp., Chrysophyllum spp.).<br />
A colheita foi realizada em<br />
98,79% das árvores com<br />
sanidade comprometida<br />
Abril 2021<br />
61
PESQUISA<br />
PLANEJAMENTO PARA A COLHEITA<br />
No planejamento para a colheita, consideraram-se as árvores<br />
com DAP ≥ 25 cm, para todas as espécies florestais, a<br />
partir dos critérios apresentados pelo Plano de Manejo <strong>Florestal</strong><br />
Sustentável e pelo Plano Operacional Anual, por meio<br />
dos quais foi obtida a Autorização para a Exploração <strong>Florestal</strong><br />
em 2013/2014 junto à Secretaria de Meio Ambiente e<br />
Sustentabilidade do Pará (SEMAS-PA) (PARA, 2014; 2013).<br />
Os critérios para a colheita estabelecidos no planejamento<br />
levaram em consideração, conjunta ou isoladamente, a classificação<br />
das condições silviculturais das árvores observadas<br />
em campo, conforme as seguintes especificações:<br />
Sanidade das árvores: deu-se prioridade à colheita das<br />
árvores passíveis de aproveitamento que apresentaram<br />
podridão, senescência, copa quebrada, sinais de doenças<br />
ou que estavam mortas, para evitar a perda de árvores<br />
por mortalidade e a propagação de insetos ou pragas nas<br />
árvores remanescentes. Tradicionalmente, o critério de sanidade<br />
das árvores não tem tido relevância na exploração<br />
convencional. No entanto, influi diretamente na qualidade<br />
da floresta futura.<br />
Forma do fuste: priorizou-se a colheita de árvores com<br />
qualidade de fuste 2 e 3 e conservaram-se as árvores de fuste<br />
1 (melhor qualidade de fuste);<br />
Diâmetro máximo (DAP = 100 cm): estabeleceu-se que<br />
o diâmetro máximo desejado para árvores a permanecer<br />
na floresta seria DAP = 100 cm. Esse critério de colheita foi<br />
adotado para reduzir a competição entre as árvores que<br />
ocupam o dossel, diminuir a população supostamente senescente<br />
e ajustar os diâmetros de árvores disponíveis ao<br />
Florestas degradadas, semelhantes<br />
às deste estudo, podem ter<br />
colheitas a cada 10 e/ou 12 anos,<br />
provenientes das árvores com<br />
problemas de sanidade<br />
processo industrial. A tendência é uma floresta nativa futura<br />
de produção em permanente crescimento, com maior<br />
número de árvores nas classes de diâmetros menores. A<br />
colheita de árvores de grande diâmetro no presente estudo<br />
visa compatibilizar a planta industrial futura adequada a um<br />
maior número de árvores de menor porte. Embora as árvores<br />
de maior diâmetro causem danos/aberturas na floresta,<br />
no processo de colheita se procurou administrá-las para<br />
minimizar a formação de grandes clareiras e infestação posterior<br />
de lianas (cipós).<br />
Diâmetro menor para colheita (25 cm ≥ DAP ≤ 50 cm):<br />
a colheita de árvores com diâmetros abaixo do previsto na<br />
legislação florestal (DAP ≤ 50 cm) foi feita com objetivo de<br />
incluir no processo de produção árvores de espécies que por<br />
suas características biológicas não atingem o diâmetro de<br />
corte previsto nas normas e equilibrar a distribuição contínua<br />
das árvores em todas as classes diamétricas conforme o<br />
quociente de Liocourt.<br />
População com alta densidade (arv.ha -1 ): definiu-se que<br />
a colheita deveria ocorrer preferencialmente para aquelas<br />
espécies com maior densidade arbórea.<br />
Distribuição diamétrica: para aplicação do método<br />
BDq, utilizou-se o diâmetro máximo desejado de 100 cm,<br />
como descrito anteriormente, e os valores de área basal<br />
remanescente (B) e quociente “q” de Liocourt. Ajustou-se a<br />
frequência das classes de diâmetro, conforme o excedente<br />
das árvores, para todas as espécies em cada UT, segundo um<br />
quociente “q” de Liocourt (1898).<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
No censo florestal foram registradas 46.012 árvores,<br />
com DAP ≥ 25 cm, pertencentes a 106 espécies. Da população<br />
inventariada planejou-se a colheita de 23,19% das<br />
árvores (10.671 árvores), concernentes a 53 espécies. Da<br />
população inventariada, 2,16% eram árvores com sanidade<br />
comprometida; 15,45% eram árvores com forma de fuste<br />
2 e 3; 0,26% árvores tinham diâmetro máximo e 93,93%<br />
árvores tinham menor diâmetro; 57,50% fazem parte de árvores<br />
pertencentes a espécies de maior densidade arbórea<br />
e 5,04% pertenciam a árvores de espécies com prioridade<br />
para conservação.<br />
Neste estudo, a colheita foi realizada em 98,79% das<br />
árvores com sanidade comprometida; 22,20% com fuste 2<br />
e 3; 97,39% com diâmetro máximo e 95,02% com menor<br />
diâmetro; 90,30% com maior densidade arbórea, mantendo-se<br />
98,14% das espécies Astronium lecointei, Cordia goeldiana,<br />
Copaifera sp., Hymenaea courbaril, Hymenolobium<br />
petraeum, Handroanthus serratifolius e Manilkara elata;<br />
e 98,70% de outras 53 espécies com menor abundância (≤<br />
0,15 arv.ha -1 ). Além desses critérios, foi ajustado o balanceamento<br />
da floresta pelo quociente “q” de Liocourt, que<br />
mostrou o excedente e déficit de árvores na distribuição<br />
diamétrica.<br />
62 www.referenciaflorestal.com.br
CONCLUSÕES<br />
Florestas degradadas, semelhantes às deste estudo,<br />
podem ter colheitas a cada 10 e/ou 12 anos, provenientes<br />
das árvores com problemas de sanidade, da qualidade do<br />
fuste (2 e 3), árvores de plantio em clareiras, da regeneração<br />
de espécies mais abundantes, do excedente da distribuição<br />
diamétrica, bem como das demais árvores que atingem estado<br />
adequado para colheita.<br />
Os critérios para colheita de árvores propostos neste<br />
estudo, em floresta natural degradadas na Amazônia, são<br />
uma forma de manejo para melhorar a qualidade da floresta,<br />
favorecer o aumento das populações de espécies que<br />
passaram por intensa exploração no passado, podendo ser<br />
alternativa viável economicamente devido ao uso de árvores<br />
normalmente não utilizadas e considerando ciclos menores<br />
para colheita comparado ao que é previsto na legislação<br />
vigente.<br />
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toda a cadeia de produção madeireira: desde a captação<br />
e o processamento da madeira, até a produção<br />
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PÚBLICAS<br />
Por Ivan Gonçalves ,<br />
sócio-diretor da Qualyteam,<br />
empresa especializada em<br />
soluções para gestão da<br />
qualidade<br />
A Norma NBR ISO 9001:2015,<br />
apesar de ser aplicável a<br />
diversos tipos de segmentos,<br />
é amplamente difundida no<br />
âmbito privado<br />
Foto: Diana Dornelles<br />
C<br />
om o advento da internet e das redes sociais,<br />
uma miríade de informações é projetada sobre<br />
o gestor que, sem a capacidade de analisar<br />
todos os dados, pode tomar decisões que<br />
trarão dissabores para a própria organização.<br />
Embora o acesso à informação tenha crescido exponencialmente,<br />
o conhecimento aplicado ainda carece de ferramentas<br />
de gestão que minimizem os riscos associados à má gestão.<br />
Nesse sentido, a ISO 9001, a mais famosa metodologia<br />
de gestão conhecida, destaca-se como principal mecanismo<br />
de apoio ao planejamento e gestão das organizações.<br />
Fundamentada no ciclo de Deming ou ciclo de melhoria<br />
contínua, a ISO 9001 se caracteriza como uma ferramenta<br />
de gestão estruturada no planejamento (P), execução (D),<br />
monitoramento (C) e correção (A) de ações que objetivam a<br />
implementação eficaz da estratégia proposta por uma organização.<br />
Embora tenha aplicação prática e traga benefícios<br />
tangíveis em qualquer tipo de empresa (públicas e privadas),<br />
a metodologia tem desafios a serem superados.<br />
Recentemente, a Qualyteam foi parceira na sistemática<br />
de implantação do sistema de gestão da qualidade na ES-<br />
MAT (Escola Superior da Magistratura Tocantinense), baseado<br />
na norma ABNT NBR ISO 9001:2015 – Sistema de Gestão<br />
da Qualidade. A implantação desse modelo de gestão em<br />
uma instituição pública é pioneira no segmento, não encontrando<br />
estudos de casos anteriores e resultados estatísticos<br />
que forneçam dados para uma análise comparativa.<br />
Notadamente, a implementação e a manutenção de um<br />
sistema de gestão dessa magnitude se constituem como<br />
objeto de inúmeros desafios. A Norma NBR ISO 9001:2015,<br />
apesar de ser aplicável a diversos tipos de segmentos, é amplamente<br />
difundida no âmbito privado, mais especificamente<br />
em indústrias; um levantamento feito pela ISO SURVEY,<br />
em 2018, mostra que são certificadas 878.664 empresas/<br />
instituições; destas, apenas 16.351 (1,9%) encontram-se no<br />
Brasil; além disso, o estudo demonstra ainda que apenas<br />
4.434 (0,5%) são instituições públicas certificadas no mundo,<br />
sendo que destas, apenas 66 (0,008%) são instituições<br />
públicas brasileiras, feito que reforça o caráter inovador da<br />
implantação em uma instituição pública no segmento educacional.<br />
Ainda no levantamento feito pela ISO, constata-se que<br />
no segmento educacional são certificadas apenas 13.459<br />
(1,53%) empresas/instituições no mundo; destas, apenas<br />
104 (0,012%) são brasileiras no segmento educacional e em<br />
sua esmagadora maioria em âmbito privado.<br />
Portanto, a implantação deste modelo de gestão em<br />
uma instituição pública no segmento educacional é pioneira,<br />
principalmente em se tratando de Escolas Superiores da<br />
Magistratura, sejam elas estaduais ou federais, não sendo<br />
encontrados estudos de caso anteriores e resultados estatísticos<br />
que forneçam dados para uma análise comparativa.<br />
66 www.referenciaflorestal.com.br
Novo sistema de medição de<br />
comprimento ainda mais preciso;<br />
Novo projeto de chassis, mais<br />
robusto, maior durabilidade;<br />
Novos cilindros das facas de<br />
desgalhe;<br />
Pinos substituíveis do Link,<br />
simplificando sua manutenção;<br />
Novo acesso ao ponto para<br />
lubrificação, mais segurança na<br />
manutenção;<br />
Nova geometria da caixa da serra,<br />
que propicia um ciclo de corte mais<br />
rápido com menor lasque da<br />
madeira;<br />
Anéis trava ajustáveis no conjunto<br />
de medição do diâmetro, que<br />
estendem a durabilidade dos<br />
componentes.<br />
Serviço: (41) 2102-2881<br />
Cabeçote: (41) 2102-2811<br />
Peças: (41) 2102-2881<br />
(41) 9 8856.4302<br />
Pinhais-PR: Rua Alto Paraná, 226 - Sala 02<br />
(41) 9 9232.7625<br />
Butiá-RS: Av. Perimetral Sargento Fermino Peixoto da Silva, 181<br />
(41) 9 9219.3741 Caçador-SC: Rua Victor Meireles, 90 • NOVA SEDE<br />
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