Revista Coamo edição Abril de 2021
Revista Coamo edição Abril de 2021 Revista Coamo edição Abril de 2021
Via Sollus completa 13 anos em ritmo de crescimento e com qualidade nos serviços www.coamo.com.br ABRIL/2021 ANO 47 EDIÇÃO 512 CAPACITAÇÃO NO CAMPO Cooperativa inicia 25ª turma de formação de Jovens Líderes Cooperativistas CREDICOAMO É hora de financiar o custeio e o seguro agrícola para as safras de trigo e soja Osvaldo Nunes Vieira, cooperado em Juranda (PR) SOLO MAIS FÉRTIL Coamo lança programa de correção do solo. Iniciativa visa fornecer e aplicar os corretivos nas propriedades dos cooperados e equilibrar o solo
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Via Sollus completa 13 anos em ritmo <strong>de</strong> crescimento e com qualida<strong>de</strong> nos serviços<br />
www.coamo.com.br<br />
ABRIL/<strong>2021</strong> ANO 47 EDIÇÃO 512<br />
CAPACITAÇÃO NO CAMPO<br />
Cooperativa inicia 25ª<br />
turma <strong>de</strong> formação<br />
<strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res<br />
Cooperativistas<br />
CREDICOAMO<br />
É hora <strong>de</strong> financiar<br />
o custeio e o seguro<br />
agrícola para as safras<br />
<strong>de</strong> trigo e soja<br />
Osvaldo Nunes Vieira,<br />
cooperado em Juranda (PR)<br />
SOLO MAIS FÉRTIL<br />
<strong>Coamo</strong> lança programa <strong>de</strong> correção do solo. Iniciativa visa fornecer e<br />
aplicar os corretivos nas proprieda<strong>de</strong>s dos cooperados e equilibrar o solo
EXPEDIENTE<br />
Órgão <strong>de</strong> divulgação da <strong>Coamo</strong><br />
Ano 47 | Edição 512 | <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong><br />
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO COAMO<br />
Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos: iduarte@coamo.com.br,<br />
Wilson Bibiano Lima: wblima@coamo.com.br<br />
Ana Paula Bento Pelissari Smith: anapelissari@coamo.com.br<br />
Antonio Marcio dos Santos: amsantos@coamo.com.br<br />
Ruthielle Borsuk da Silva: rborsuk@coamo.com.br<br />
Milena Luiz Corrêa: mlcorrea@coamo.com.br<br />
Raquel Sumie Eishima: raqueleishima@coamo.com.br<br />
Aline Aristi<strong>de</strong>s Bazan: abazan@coamo.com.br<br />
Lucas Otávio Pavão: lpavao@coamo.com.br<br />
Contato: (44) 3599-8129 - comunicacao@coamo.com.br<br />
Colaboração: Entrepostos, Gerências Angulares e Assessorias<br />
Jornalista responsável e Editor: Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos<br />
Reportagens e fotos: Antonio Marcio dos Santos, Wilson Bibiano Lima, Ana Paula<br />
Bento Pelissari Smith, Ruthielle Borsuk da Silva e Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos<br />
Edição <strong>de</strong> fotografia: Antonio Marcio dos Santos, Wilson Bibiano Lima e<br />
Lucas Otávio Pavão<br />
Contato publicitário: Agromídia Desenvolvimento <strong>de</strong> Negócios Publicitários<br />
Contato: (11) 5092-3305<br />
Contato publicitário: Guerreiro Agromarketing Contato: (44) 3026-4457<br />
É permitida a reprodução <strong>de</strong> matérias, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados<br />
não exprimem, necessariamente, a opinião da <strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>.<br />
As fotos <strong>de</strong>sta <strong>edição</strong> foram produzidas obe<strong>de</strong>cendo os <strong>de</strong>vidos protocolos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
Acompanhe a <strong>Coamo</strong> pelas re<strong>de</strong>s sociais<br />
COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA<br />
SEDE: Rua Fioravante João Ferri, 99 - Jardim Alvorada. CEP 87308-445. Campo Mourão - Paraná - Brasil. Telefone (44) 3599.8000 - Caixa Postal, 460 www.coamo.com.br<br />
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Presi<strong>de</strong>nte: Engenheiro Agrônomo, José Aroldo Gallassini. MEMBROS VOGAIS: Claudio Francisco Bianchi Rizzatto, Ricardo Accioly Cal<strong>de</strong>rari,<br />
Joaquim Peres Montans, Anselmo Coutinho Machado, Emilio Magne Guerreiro Júnior, Wilson Pereira <strong>de</strong> Godoy, Rogério <strong>de</strong> Mello Barth e Adriano Bartchechen.<br />
CONSELHO FISCAL: Jonathan Henrique Welz Negri, Sidnei Hauenstein Fuchs e Igor Eduardo <strong>de</strong> Mello Schreiner (Membros Efetivos). Van<strong>de</strong>r Carlos Furlanetto, Edilson Alberto<br />
Kohler e Jorge Luiz Tonet (Membros Suplentes).<br />
DIRETORIA EXECUTIVA: Presi<strong>de</strong>nte Executivo: Airton Galinari. Diretor Administrativo e Financeiro: Antonio Sérgio Gabriel. Diretor Comercial: Rogério Trannin <strong>de</strong> Mello.<br />
Diretor Industrial: Divaldo Corrêa. Diretor <strong>de</strong> Logística e Operações: E<strong>de</strong>nilson Carlos <strong>de</strong> Oliveira. Diretor <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência Técnica: Aquiles <strong>de</strong> Oliveira Dias.<br />
Extensão Territorial: 4,5 milhões <strong>de</strong> hectares. Capacida<strong>de</strong> Global <strong>de</strong> Armazenagem: 6,59 milhões <strong>de</strong> toneladas. Receita Global <strong>de</strong> 2020: R$ 20,003 bilhões.<br />
Tributos e taxas gerados e recolhidos em 2020: R$ 466,95 milhões. Cooperados: 29.438. Municípios presentes: 71. Unida<strong>de</strong>s: 111.<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />
3
SUMÁRIO<br />
32<br />
Trabalho em família<br />
Família Paschoal, <strong>de</strong> Cruzmaltina (PR), é exemplo <strong>de</strong> trabalho e união. Os irmãos Dorival<br />
e Daniel receberam do pai a missão <strong>de</strong> continuar com a ativida<strong>de</strong> agrícola, e agora estão<br />
passando os trabalhos para os filhos Silvano (Dorival) e Maria Caroline e Lucas (Daniel)<br />
4 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
SUMÁRIO<br />
Entrevista<br />
10<br />
Harold Espínola, chefe do Desuc, do Banco Central, é o entrevistado do mês na <strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>. Ele diz que<br />
o cooperativismo <strong>de</strong> crédito brasileiro tem se <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong> forma forte e consistente nos últimos anos<br />
Correção do solo<br />
14<br />
<strong>Coamo</strong> lança programa <strong>de</strong> correção do solo visando o fornecimento <strong>de</strong> calcário e gesso agrícola<br />
com condições especiais para o abastecimento e a aplicação dos corretivos nas proprieda<strong>de</strong>s<br />
Credicoamo<br />
40<br />
Para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s dos associados, a Credicoamo iniciou neste mês os processos visando<br />
a liberação <strong>de</strong> recursos para financiamento <strong>de</strong> custeio e seguro agrícola nas safras <strong>de</strong> trigo e soja<br />
Via Sollus 13 anos<br />
42<br />
No dia 05 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008 surgiu a Via Sollus Corretora <strong>de</strong> Seguros. Des<strong>de</strong> então, foi facilitada a<br />
vida <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas entre cooperados, funcionários da cooperativa e comunida<strong>de</strong><br />
46<br />
Mercado em pauta<br />
Cooperativa realizou evento virtual pelo seu canal no YouTube com o tema 'Perspectivas<br />
dos Mercados Agrícolas'. Participaram o presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari,<br />
e o especialista em mercado agrícola, professor Alexandre <strong>de</strong> Mendonça Barros<br />
Ocepar 50 anos<br />
50<br />
A Organização das Cooperativas do Paraná completa cinco décadas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s revisitando o passado<br />
<strong>de</strong> lutas e homenageando seus fundadores, mas com o foco direcionado para os <strong>de</strong>safios do futuro<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />
5
TECNOLOGIA<br />
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GOVERNANÇA<br />
O bom momento do agronegócio<br />
A<br />
<strong>Coamo</strong> foi feita para a<br />
vida toda e ela tem que<br />
ser melhor a cada ano.<br />
A cooperativa vem cumprindo a<br />
sua missão para <strong>de</strong>senvolver as<br />
ativida<strong>de</strong>s dos seus quase 30 mil<br />
associados, que estão cada vez<br />
mais tecnificados, conectados e<br />
capitalizados. Atentos a evolução<br />
do seu negócio, eles buscam<br />
renda na produção das suas lavouras<br />
e aproveitam as oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> comercialização do<br />
agronegócio.<br />
O momento da nossa<br />
agricultura é muito bom. De um<br />
lado, estamos convivendo com<br />
esta difícil situação da pan<strong>de</strong>mia,<br />
com uma doença que vitimou<br />
milhares <strong>de</strong> pessoas em<br />
todo o mundo e atrapalhou a<br />
nossa vida. Lamentamos muito<br />
e nos solidarizamos com todas<br />
as famílias.<br />
No outro cenário, se<br />
constata um momento positivo<br />
no agronegócio brasileiro, apresentando<br />
bons resultados e a satisfação<br />
dos produtores em função<br />
da venda das commodities<br />
com bons preços.<br />
Os cooperados estão<br />
capitalizados e atentos às melhores<br />
oportunida<strong>de</strong>s para fazer<br />
a comercialização da safra<br />
e acompanham diariamente o<br />
dinamismo dos mercados nacional<br />
e internacional, diferentes a<br />
cada ano agrícola.<br />
A capitalização dos produtores<br />
po<strong>de</strong> ser medida em<br />
relação ao cumprimento dos<br />
seus <strong>de</strong>veres, no pagamento<br />
das suas operações tanto na<br />
<strong>Coamo</strong> como na Credicoamo.<br />
O grau <strong>de</strong> inadimplência dos<br />
nossos cooperados é praticamente<br />
zero, então a situação é<br />
muito boa, e mostra que eles<br />
estão bem capitalizados, sendo<br />
exemplos no cooperativismo e<br />
no agronegócio.<br />
Em nossas Reuniões <strong>de</strong><br />
Campo com os cooperados, durante<br />
esses anos todos, sempre<br />
propusemos que eles <strong>de</strong>veriam<br />
ven<strong>de</strong>r sua safra em função dos<br />
custos para obter melhores médias<br />
na hora da venda. Felizmente,<br />
estamos constatando essa<br />
realida<strong>de</strong>, com uma mudança <strong>de</strong><br />
cultura e o profissionalismo dos<br />
produtores.<br />
A nossa profissão é ser<br />
agricultor e a nossa ativida<strong>de</strong> é<br />
feita <strong>de</strong> altos e baixos, porém, temos<br />
que continuar fazendo o básico<br />
bem feito e buscar constantemente<br />
a melhoria da produção<br />
para sermos melhores cooperados<br />
e melhores agricultores do<br />
Brasil. Nas regiões aon<strong>de</strong> a <strong>Coamo</strong><br />
atua, o panorama registra<br />
uma agricultura com altas produtivida<strong>de</strong>s,<br />
fruto <strong>de</strong> investimentos<br />
em tecnologias para produzir<br />
cada vez mais <strong>de</strong> forma sustentável<br />
com qualida<strong>de</strong> e origem.<br />
Esta é e <strong>de</strong>ve continuar<br />
sendo a nossa missão, a <strong>de</strong> produzir<br />
alimentos. O mundo precisa<br />
cada vez mais <strong>de</strong> alimentos e<br />
o Brasil como uma das gran<strong>de</strong>s<br />
potências agrícolas que é, torna-<br />
"Temos que continuar<br />
fazendo o básico bem feito<br />
e buscar constantemente<br />
a melhoria da produção<br />
para sermos melhores<br />
cooperados e melhores<br />
agricultores do Brasil."<br />
-se importante mercado para a<br />
exportação <strong>de</strong> commodities.<br />
Vamos cuidar da nossa terra e<br />
usar tecnologias mo<strong>de</strong>rnas, fazer<br />
a nossa parte, colher melhores<br />
produções para alimentar a<br />
população humana e animal e<br />
ajudar no incremento da balança<br />
comercial do nosso país.<br />
JOSÉ AROLDO GALLASSINI,<br />
Presi<strong>de</strong>nte dos Conselhos <strong>de</strong> Administração <strong>Coamo</strong> e Credicoamo<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />
7
8 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
GESTÃO<br />
Corrigir e sustentar o solo para garantir o futuro<br />
A<br />
<strong>Coamo</strong> foi pioneira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu surgimento, no<br />
início dos anos 1970, na preocupação com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> um trabalho junto aos agricultores<br />
em prol da conservação, correção e cuidados com o<br />
solo.<br />
A correção do solo foi o primeiro programa que a<br />
cooperativa montou na sua história <strong>de</strong> 50 anos, em função<br />
das gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas na época. Eles conviviam<br />
com um cenário <strong>de</strong> solo fraco e terras ácidas, o que<br />
se prosperasse inviabilizaria colheitas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>s<br />
e, por consequência, a continuação da ativida<strong>de</strong> agrícola.<br />
Este trabalho iniciado pela visão <strong>de</strong> futuro e <strong>de</strong>terminação<br />
<strong>de</strong> um jovem agrônomo com 28 anos (Dr. Aroldo),<br />
que foi o i<strong>de</strong>alizador e responsável pela criação da <strong>Coamo</strong><br />
em 1970, foi <strong>de</strong>terminante para a mudança <strong>de</strong> um cenário<br />
repleto <strong>de</strong> saúva, samambaia e sapé, o famoso “Três Esses”.<br />
E da transformação <strong>de</strong> diversas regiões, sendo exemplo<br />
para o país na conservação e preocupação com o meio<br />
ambiente.<br />
Os produtores foram corrigindo o solo e utilizando<br />
importantes práticas conservacionistas, entre as<br />
quais, a implantação do sistema <strong>de</strong> plantio direto - uma<br />
gran<strong>de</strong> revolução da nossa agricultura, além <strong>de</strong> rotação<br />
<strong>de</strong> culturas e do trabalho com a microbacia do Rio do<br />
campo.<br />
Essas ações aliadas à uma mentalida<strong>de</strong> diferente<br />
na forma <strong>de</strong> pensar e na atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtores e técnicos,<br />
foram essenciais e permitiram a evolução nos sistemas<br />
e no processo das colheitas, até então nunca vista<br />
pelos produtores.<br />
Agregar valor à produção dos nossos cooperados<br />
com <strong>de</strong>senvolvimento sustentável é a missão da <strong>Coamo</strong>.<br />
Por isso é que a cooperativa está atenta e trabalha<br />
para o progresso das ativida<strong>de</strong>s do seu quadro social.<br />
A agricultura não po<strong>de</strong> parar, e pensando no<br />
hoje, vislumbrando um futuro melhor com produção<br />
sustentável, a <strong>Coamo</strong> lançou neste mês <strong>de</strong> abril um importante<br />
programa para corrigir o solo, incentivando o<br />
incremento <strong>de</strong> calcário e gesso nas proprieda<strong>de</strong>s, para o<br />
perfeito equilíbrio do solo e a conquista <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>s<br />
ainda maiores. Os cooperados têm acesso à condições<br />
especiais para aquisição dos insumos com entrega<br />
"Programa <strong>de</strong> Correção do Solo é<br />
técnico e social. Visa equilíbrio do<br />
solo e aumento na produção dos<br />
cooperados."<br />
e aplicação direta por meio <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> trabalho da<br />
logística da cooperativa.<br />
O Correção do Solo é um programa técnico, mas<br />
também tem o aspecto social, haja vista que sozinho, o<br />
produtor associado não conseguiria fazer isso, mas, com o<br />
apoio da sua cooperativa se torna possível, motivado pela<br />
visão, força e estrutura do cooperativismo praticado pela<br />
<strong>Coamo</strong>, voltada para o <strong>de</strong>senvolvimento dos seus mais <strong>de</strong><br />
29 mil cooperados nas regiões produtivas nos Estados do<br />
Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.<br />
Neste cenário <strong>de</strong> evolução e transformação em<br />
cinco décadas da <strong>Coamo</strong>, é importante <strong>de</strong>stacar que<br />
sustentar o solo é a primeira função do agricultor, porque<br />
o solo é a base <strong>de</strong> tudo. Isso está perpetuado no<br />
Monumento a Conservação do Solo, na Praça do Fórum<br />
em Campo Mourão: “Conservar o solo é garantia <strong>de</strong> que<br />
sua generosida<strong>de</strong> lhe dê fartas colheitas e que também<br />
<strong>de</strong>sfrute <strong>de</strong>le as gerações futuras.”<br />
AIRTON GALINARI<br />
Presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong><br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />
9
ENTREVISTA<br />
HAROLD ESPÍNOLA<br />
Chefe do Departamento <strong>de</strong> Supervisão <strong>de</strong> Cooperativas e <strong>de</strong> Instituições Não Bancárias (Desuc) - Banco Central do Brasil<br />
"As cooperativas por essência têm uma forte<br />
atuação local, fazem parte das comunida<strong>de</strong>s."<br />
Harold Espínola, chefe do<br />
Departamento <strong>de</strong> Supervisão<br />
<strong>de</strong> Cooperativas e<br />
<strong>de</strong> Instituições Não Bancárias<br />
(Desuc), do Banco Central, é o<br />
entrevistado do mês na <strong>Revista</strong><br />
<strong>Coamo</strong>. De acordo com ele, o<br />
cooperativismo <strong>de</strong> crédito brasileiro<br />
tem se <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong><br />
forma forte e consistente nos<br />
últimos anos. "O segmento tem<br />
reconhecida importância e, por<br />
isso mesmo, compõe uma das dimensões<br />
da agenda estratégica<br />
do Banco Central, inserida no pilar<br />
Inclusão da Agenda BC#", diz.<br />
Segundo ele, o momento<br />
atual é <strong>de</strong> revolução tecnológica,<br />
transformação digital acelerada,<br />
mudança <strong>de</strong> hábitos dos consumidores<br />
<strong>de</strong> produtos financeiros e<br />
surgimento <strong>de</strong> novos participantes<br />
e novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio. "Temos<br />
uma regulação que fomenta<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento da competição<br />
e o <strong>de</strong>senvolvimento do mercado.<br />
Estamos vivenciando o Pix e o<br />
Open Banking. Mas, as cooperativas<br />
vêm crescendo muito ao longo<br />
<strong>de</strong> sua história, em especial nos<br />
últimos anos, mesmo em cenários<br />
adversos", assegura.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>: Como o senhor<br />
analisa o cooperativismo <strong>de</strong> crédito<br />
brasileiro na atualida<strong>de</strong> e sua importância<br />
para cooperados e o país?<br />
Harold Espínola: O cooperativismo<br />
<strong>de</strong> crédito brasileiro tem se <strong>de</strong>senvolvido<br />
<strong>de</strong> forma forte e consistente<br />
nos últimos anos, expandindo o número<br />
<strong>de</strong> cooperados e apresentando<br />
um crescimento contínuo e ascen<strong>de</strong>nte<br />
em ativos, em especial da<br />
carteira <strong>de</strong> crédito e <strong>de</strong>pósitos. Mas,<br />
para bem além dos seus próprios<br />
números, o cooperativismo <strong>de</strong> crédito<br />
contribui inegavelmente para<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento econômico das<br />
regiões on<strong>de</strong> está presente. As cooperativas<br />
por essência têm uma forte<br />
atuação local, fazem parte das comunida<strong>de</strong>s,<br />
levam disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
serviços financeiros, muitas vezes em<br />
locais em que as entida<strong>de</strong>s tradicionais<br />
não estão presentes, e aumentam<br />
a capilarida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento<br />
do sistema financeiro. Com<br />
isso, promovem a cidadania financeira,<br />
sem dúvida, mas também muito<br />
contribuem com a concorrência e,<br />
consequentemente, com a prática<br />
<strong>de</strong> melhores condições <strong>de</strong> preços e<br />
serviços. Isso favorece diretamente<br />
seus associados, mas, indiretamente,<br />
a socieda<strong>de</strong> a seu redor – seus<br />
resultados permanecem em circulação<br />
no próprio local, gerando mais<br />
<strong>de</strong>senvolvimento. É um ciclo que se<br />
retroalimenta positivamente. O segmento<br />
tem reconhecida importância<br />
e, por isso mesmo, compõe uma das<br />
dimensões da agenda estratégica<br />
do Banco Central, inserida no pilar<br />
Inclusão da Agenda BC#.<br />
RC: Quais são as perspectivas <strong>de</strong><br />
crescimento do cooperativismo <strong>de</strong><br />
crédito?<br />
Espínola: Estamos em tempos <strong>de</strong><br />
revolução tecnológica, transformação<br />
digital acelerada, mudança <strong>de</strong><br />
hábitos dos consumidores <strong>de</strong> produtos<br />
financeiros e surgimento <strong>de</strong> novos<br />
participantes e novos mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> negócio. Temos uma regulação<br />
que fomenta o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
competição e o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
mercado. Estamos vivenciando o Pix<br />
e o Open Banking. Mas, as cooperativas<br />
vêm crescendo muito ao longo<br />
<strong>de</strong> sua história, em especial nos<br />
últimos anos, mesmo em cenários<br />
adversos. Assim, entendo que todo<br />
esse ambiente, para além <strong>de</strong> <strong>de</strong>safiante,<br />
é bem mais um conjunto <strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong>s – as cooperativas conhecem<br />
<strong>de</strong> perto o seu cooperado e<br />
po<strong>de</strong>m aproveitar muito a ocasião.<br />
10 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
Dentro do próprio quadro social há<br />
ainda muito espaço para ser explorado<br />
na alavancagem <strong>de</strong> negócios.<br />
RC: O Banco Central lançou vários<br />
<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> crescimento ao cooperativismo<br />
<strong>de</strong> crédito. Na sua visão, as<br />
cooperativas estão respon<strong>de</strong>ndo a<br />
esses <strong>de</strong>safios?<br />
Espínola: As propostas no âmbito<br />
da Agenda BC# Inclusão - Cooperativismo<br />
estão estruturadas ao redor<br />
<strong>de</strong> três gran<strong>de</strong>s eixos: fomento aos<br />
negócios; aprimoramento da governança;<br />
e aperfeiçoamento da organização<br />
sistêmica para aumento da<br />
eficiência do Sistema Nacional <strong>de</strong><br />
Crédito Cooperativo (SNCC) – todos<br />
esses movimentos apoiados pelo<br />
Banco Central e voltados a impulsionar<br />
o crescimento do setor. Como<br />
contrapartida, foram negociadas algumas<br />
metas <strong>de</strong>safiadoras para as<br />
cooperativas, mas, também, totalmente<br />
alinhadas aos objetivos e a<br />
dimensões da Agenda, como #Inclusão,<br />
#Competitivida<strong>de</strong>, #Educação.<br />
Sim, as cooperativas vêm evoluindo<br />
positivamente em relação às metas,<br />
mas, digamos que ainda há muito<br />
trabalho a fazer na busca do seu<br />
atingimento. Recentemente, para<br />
fomento da reflexão, pedimos que<br />
o próprio segmento nos apresente<br />
a avaliação do seu <strong>de</strong>sempenho, por<br />
intermédio do Conselho Consultivo<br />
Nacional do Ramo Crédito da OCB<br />
(Ceco) – o que <strong>de</strong>ve acontecer em<br />
breve. Também, temos expectativa<br />
que a atualização do marco legal do<br />
cooperativismo, por meio do PLP nº<br />
27/2020 (atualização da Lei Complementar<br />
nº 130), em tramitação no<br />
Congresso, contribua para acelerar a<br />
dinâmica <strong>de</strong> todo esse processo.<br />
RC: As cooperativas impulsionam<br />
o crescimento e o <strong>de</strong>senvolvimen-<br />
Harold Paquete Espínola Filho é servidor do Banco Central do Brasil, atua na área <strong>de</strong> Fiscalização<br />
do BCB há 23 anos e é chefe do Departamento <strong>de</strong> Supervisão <strong>de</strong> Cooperativas e <strong>de</strong> Instituições Não<br />
Bancárias (Desuc). Foi chefe <strong>de</strong> Gabinete do Diretor <strong>de</strong> Fiscalização, chefe do atual Departamento <strong>de</strong><br />
Gestão Estratégica, Integração e Suporte da Fiscalização (Degef), chefe adjunto e consultor do atual<br />
Departamento <strong>de</strong> Monitoramento do Sistema Financeiro (Desig), supervisor <strong>de</strong> fiscalização no Desuc<br />
e no atual Departamento <strong>de</strong> Supervisão Bancária (Desup), supervisor <strong>de</strong> equipe especializada em<br />
tesouraria no Desup e inspetor. É graduado em Engenharia e pós-graduado em Administração.<br />
to das comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> atuam.<br />
Como percebe esta situação, consi<strong>de</strong>rando<br />
que os recursos gerados<br />
por elas ficam nas próprias regiões?<br />
Espínola: De fato, as cooperativas<br />
têm uma forte atuação local, principalmente<br />
no interior, e é daí que<br />
vem a sua força essencial. Mais do<br />
que estarem muito próximas das socieda<strong>de</strong>s<br />
locais e <strong>de</strong> estarem nelas<br />
inseridas, em seu dia a dia, elas pertencem<br />
a essas socieda<strong>de</strong>s. Essa relação<br />
intrínseca traz gran<strong>de</strong> sinergia<br />
e proximida<strong>de</strong> entre as ativida<strong>de</strong>s<br />
das cooperativas e as necessida<strong>de</strong>s<br />
específicas da comunida<strong>de</strong> – geram,<br />
ainda, um sentimento <strong>de</strong> pertencimento.<br />
Por <strong>de</strong>finição, as socieda<strong>de</strong>s<br />
cooperativas não visam o lucro, por<br />
isso po<strong>de</strong>m oferecer serviços financeiros<br />
a valores mais acessíveis, o<br />
que fomenta o crescimento econômico.<br />
Além disso, o resultado financeiro<br />
<strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, as sobras,<br />
é rateado entre os cooperados, aumentando<br />
a renda. Isso permanece<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 11
ENTREVISTA<br />
"AS COOPERATIVAS, POR SUA NATUREZA, PELA SUA ATUAÇÃO E PELOS PRINCÍPIOS QUE<br />
AS REGEM, CONTRIBUEM MUITO PARA AS COMUNIDADES ONDE ESTÃO INSERIDAS."<br />
no local e acaba sendo reaplicado<br />
na economia da região e na própria<br />
cooperativa, criando um ciclo ascen<strong>de</strong>nte<br />
e retroalimentado – que traz<br />
benefícios para além do quadro <strong>de</strong><br />
cooperados, ou seja, para toda a socieda<strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> está presente o cooperativismo.<br />
"Estamos vivenciando o<br />
Pix e o Open Banking.<br />
Mas, as cooperativas<br />
vêm crescendo muito ao<br />
longo <strong>de</strong> sua história,<br />
em especial nos últimos<br />
anos, mesmo em cenários<br />
adversos."<br />
RC: Como analisa os volumes <strong>de</strong><br />
recursos disponibilizados pelas cooperativas<br />
<strong>de</strong> crédito aos seus associados<br />
para o fomento <strong>de</strong> suas operações?<br />
Espínola: Hoje, as cooperativas po<strong>de</strong>m<br />
oferecer praticamente todos<br />
os tipos <strong>de</strong> serviços financeiros a<br />
seus cooperados, especialmente se<br />
consi<strong>de</strong>rarmos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
distribuir produtos <strong>de</strong> outras entida<strong>de</strong>s<br />
pertencentes ao SNCC, indo,<br />
portanto, muito além da oferta <strong>de</strong><br />
empréstimos e <strong>de</strong> financiamentos.<br />
Ao longo dos últimos anos, a carteira<br />
<strong>de</strong> crédito das cooperativas cresceu<br />
constante e recorrentemente em níveis<br />
bem superiores à média do sistema<br />
financeiro, mesmo durante as<br />
crises financeiras ocorridas. Por suas<br />
especificida<strong>de</strong>s na captação e na<br />
oferta <strong>de</strong> recursos (capta e empresta<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong>limitados,<br />
seus associados), o crédito no SNCC<br />
Harold Espínola, chefe do<br />
Departamento <strong>de</strong> Supervisão<br />
<strong>de</strong> Cooperativas e <strong>de</strong> Instituições<br />
Não Bancárias (Desuc)<br />
costuma ter um comportamento diferente<br />
do conjunto do restante da<br />
economia, po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>sempenhar<br />
um papel anticíclico – suportando e<br />
aten<strong>de</strong>ndo as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus<br />
cooperados e, por consequência,<br />
ajudando a preservar suas ativida<strong>de</strong>s.<br />
Isso é o que estamos novamente<br />
observando no momento atual.<br />
Vale <strong>de</strong>stacar que as cooperativas<br />
<strong>de</strong> crédito têm espaço para crescer<br />
ainda muito mais a sua carteira <strong>de</strong><br />
crédito, uma vez que os <strong>de</strong>pósitos<br />
têm crescido em velocida<strong>de</strong> maior<br />
do que as concessões <strong>de</strong> empréstimos<br />
e financiamentos.<br />
RC: Como <strong>de</strong>ve ser a participação<br />
dos cooperados em suas cooperativas<br />
e qual a sua responsabilida<strong>de</strong> na<br />
socieda<strong>de</strong> cooperativista?<br />
Espínola: A participação do cooperado<br />
é fundamental. Não po<strong>de</strong>mos<br />
nos esquecer que o segundo<br />
princípio cooperativista é a gestão<br />
<strong>de</strong>mocrática, o que quer dizer que<br />
os cooperados po<strong>de</strong>m (e <strong>de</strong>vem!)<br />
participar ativamente na formulação<br />
das políticas, na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />
e no acompanhamento das ativida<strong>de</strong>s<br />
da sua cooperativa. Há dois<br />
caminhos básicos para isso: a participação<br />
regular nas assembleias,<br />
ordinárias e extraordinárias, e a escolha<br />
consciente <strong>de</strong> seus dirigentes<br />
eleitos. Também, os recursos tecnológicos<br />
hoje existentes em muito facilitam<br />
a divulgação <strong>de</strong> informações,<br />
permitindo, até a realização das assembleias<br />
<strong>de</strong> forma remota ou mista<br />
(presencial + remota). Essa é a gran<strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong> dos cooperados<br />
e é por conta <strong>de</strong>sse mutualismo<br />
12 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
que o cooperativismo consegue entregar<br />
valor não só a seus membros,<br />
mas também à comunida<strong>de</strong>.<br />
RC: O cooperativismo é um agente<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento no país. Se e o<br />
Brasil fosse uma “cooperativa”, ele<br />
seria melhor, mais justo e fraterno?<br />
Espínola: As cooperativas, por sua<br />
natureza, pela sua atuação e pelos<br />
princípios que as regem, contribuem<br />
muito para as comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong><br />
estão inseridas e, consequentemente,<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento regional<br />
e do país. Entregam produtos financeiros<br />
em melhores condições <strong>de</strong><br />
preços e, também, na forma mais<br />
a<strong>de</strong>quada à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada local.<br />
Mas, além disso, levam inclusão<br />
e cidadania financeira, favorecendo<br />
a evolução do associado na gestão<br />
<strong>de</strong> sua vida financeira. Também,<br />
promovem ações sociais e <strong>de</strong> ajuda.<br />
Tudo isso traz crescimento e melhores<br />
condições para o seu quadro social,<br />
bem como para a comunida<strong>de</strong><br />
em seu entorno. Assim, elas já promovem<br />
uma socieda<strong>de</strong> melhor.<br />
RC: O senhor tem reiterado que a<br />
comunicação é primordial e um dos<br />
gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios na atualida<strong>de</strong>, em<br />
um mundo cada vez mais digital. Na<br />
sua opinião, como está a comunicação<br />
no cooperativismo e o que po<strong>de</strong><br />
ser melhorado?<br />
Espínola: A comunicação efetiva<br />
sempre foi um <strong>de</strong>safio, mas, também,<br />
um enorme diferencial para<br />
aqueles que conseguem vencer<br />
esse obstáculo. O mundo atual só<br />
colocou um (gran<strong>de</strong>) aditivo nisso:<br />
as informações fluem instantaneamente<br />
e atingem uma quantida<strong>de</strong><br />
enorme <strong>de</strong> pessoas simultaneamente.<br />
Ou seja, o erro, o lapso ou a ina<strong>de</strong>quação<br />
no que se preten<strong>de</strong> dizer<br />
alcança proporções inimagináveis<br />
há pouco tempo. Por outro lado, as<br />
oportunida<strong>de</strong>s são enormes para<br />
aqueles que, efetivamente, “se comunicarem”.<br />
Mas, voltando ao cerne<br />
da pergunta, o cooperativismo ainda<br />
é pouco entendido fora das suas<br />
próprias fronteiras. Há um espaço<br />
enorme para ser explorado.<br />
"A cooperativa é<br />
do cooperado, é<br />
também, a sua casa.<br />
O relacionamento<br />
próximo e o sentimento<br />
<strong>de</strong> pertencimento<br />
são diferenciais a<br />
serem preservados e<br />
fomentados."<br />
RC: Que outros <strong>de</strong>safios o senhor<br />
vislumbra para o cooperativismo <strong>de</strong><br />
crédito?<br />
Espínola: Para continuar a sua trajetória<br />
em um sistema financeiro altamente<br />
tecnológico e com muitas<br />
novas instituições oferecendo novos<br />
produtos e serviços, as cooperativas<br />
<strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>vem enten<strong>de</strong>r cada vez<br />
mais as expectativas <strong>de</strong> seus cooperados<br />
e prestar os melhores e mais<br />
a<strong>de</strong>quados serviços ao seu quadro<br />
social. Tudo isso, sem per<strong>de</strong>r a sua<br />
essência: a cooperativa é do cooperado,<br />
é também, a sua casa. O relacionamento<br />
próximo e o sentimento<br />
<strong>de</strong> pertencimento são diferenciais a<br />
serem preservados e fomentados.<br />
Colocar tudo isso junto, com agilida<strong>de</strong><br />
e flexibilida<strong>de</strong>, é o <strong>de</strong>safio.<br />
RC: Como observa a interação e<br />
o relacionamento da <strong>Coamo</strong> e da<br />
Credicoamo com o Banco Central,<br />
e suas atuações no cooperativismo<br />
brasileiro?<br />
Espínola: O conjunto <strong>Coamo</strong>/Credicoamo<br />
é tradicional no ambiente do<br />
cooperativismo, uma referência – sua<br />
história e seus números falam por si<br />
só. O conjunto tem uma participação<br />
prepon<strong>de</strong>rante no agronegócio<br />
e, consequentemente, na economia<br />
dos estados on<strong>de</strong> atua fortemente e,<br />
também, do país. Seu relacionamento<br />
é profissional, ético e proativo.<br />
RC: Deixe sua mensagem para os<br />
diretores e cooperados da <strong>Coamo</strong> e<br />
da Credicoamo.<br />
Espínola: Bem, primeiramente gostaria<br />
<strong>de</strong> enaltecer a história e a relevância<br />
da <strong>Coamo</strong> e da Credicoamo.<br />
Estamos todos inseridos em um momento<br />
<strong>de</strong> transformação dos negócios,<br />
em especial da maneira <strong>de</strong> fazê-<br />
-los. A diferença para o que já vivemos<br />
é a velocida<strong>de</strong> em que as coisas acontecem<br />
e evoluem, permitidas e aceleradas<br />
cada vez mais pela tecnologia,<br />
em todos os campos. Os conglomerados<br />
estão cada vez mais focados em<br />
aten<strong>de</strong>r o consumidor na maior parte<br />
possível <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s – querem<br />
ser enxergados como provedores<br />
<strong>de</strong> soluções. O conjunto <strong>Coamo</strong>/<br />
Credicoamo já tem isso em seu DNA,<br />
pois fornece muitas soluções para a<br />
vida <strong>de</strong> seus cooperados. Mas, mesmo<br />
celebrando sucesso, com justo<br />
merecimento, é tempo <strong>de</strong> aguçar a<br />
flexibilida<strong>de</strong>, o entendimento dos <strong>de</strong>safios<br />
e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se transformar<br />
continuamente.<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 13
TECNOLOGIA<br />
COAMO LANÇA<br />
PROGRAMA<br />
DE CORREÇÃO<br />
DO SOLO<br />
Iniciativa da cooperativa visa fornecer e<br />
aplicar os corretivos nas proprieda<strong>de</strong>s dos<br />
cooperados com condições especiais<br />
14 REVISTA <strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
Programa visa o fornecimento e<br />
aplicação <strong>de</strong> calcário e gesso agrícola<br />
O<br />
Brasil é uma das principais<br />
potências agrícolas<br />
do mundo e seus produtores<br />
são exemplos na produção<br />
sustentável das lavouras<br />
e cuidados com a preservação<br />
e manutenção do meio ambiente<br />
produtivo. Eles estão cada vez<br />
mais conscientes e conectados,<br />
produzem alimentos com qualida<strong>de</strong><br />
e origem, para o nosso país e<br />
o mundo. Como recompensa pelo<br />
trabalho e investimento safra após<br />
safra, vêm obtendo excelentes<br />
produtivida<strong>de</strong>s e renda.<br />
A agricultura não po<strong>de</strong><br />
parar, pois a evolução é necessária.<br />
Neste propósito, para elevar<br />
as produtivida<strong>de</strong>s dos cooperados<br />
com equilíbrio do solo, a<br />
<strong>Coamo</strong> lançou dia 15 <strong>de</strong> abril, em<br />
evento virtual, o Programa <strong>Coamo</strong><br />
<strong>de</strong> Correção do Solo, visando o<br />
fornecimento <strong>de</strong> calcário e gesso<br />
agrícola com condições especiais<br />
para a aplicação dos corretivos<br />
nas proprieda<strong>de</strong>s.<br />
Benefícios do Calcário (calagem)<br />
· Corrige aci<strong>de</strong>z do solo<br />
· Fornece cálcio e magnésio<br />
· Reduz os efeitos tóxicos do manganês e do alumínio<br />
· Aumenta a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fósforo<br />
Benefícios do Gesso (gessagem)<br />
· Fornece cálcio e enxofre em profundida<strong>de</strong><br />
· Reduz saturação por alumínio em subsuperfície<br />
· Estimula o crescimento <strong>de</strong> raízes<br />
· Melhora absorção <strong>de</strong> nutrientes<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />
15
TECNOLOGIA<br />
Mudança na correção do perfil do solo<br />
"Até parece que estamos<br />
voltando no tempo,<br />
falando <strong>de</strong> correção<br />
em uma época em que<br />
vivemos a Agricultura<br />
5.0, mas temos que<br />
fazer o básico bem feito<br />
para alcançar melhores<br />
resultados."<br />
Aquiles Dias, diretor <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência Técnica da <strong>Coamo</strong><br />
“A melhor coisa que os agricultores<br />
e pecuaristas po<strong>de</strong>m fazer é conservar<br />
o seu solo, mas não é só conservar,<br />
também temos a obrigação <strong>de</strong> melhorar<br />
o solo para que ele possa ser mais produtivo”,<br />
diz o diretor <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência<br />
Técnica da <strong>Coamo</strong>, Aquiles Dias.<br />
Segundo Aquiles, nos últimos<br />
50 anos, o trabalho realizado pela <strong>Coamo</strong><br />
foi para melhorar a capacida<strong>de</strong> produtiva<br />
do solo usando calcário e sempre<br />
com a visão <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>ve corrigir<br />
para um perfil <strong>de</strong> solo <strong>de</strong> 20 centímetros.<br />
“Estamos fazendo uma mudança,<br />
queremos falar na correção do perfil do<br />
solo e pensar numa camada <strong>de</strong> no mínimo<br />
<strong>de</strong> 0 a 40 cm, mas sabemos que isso<br />
po<strong>de</strong> chegar a 60, 80, 100 centímetros,<br />
e à uma profundida<strong>de</strong> para corrigir o<br />
perfil do nosso solo para ser mais produtivo”,<br />
explica.<br />
Segundo estudo da <strong>Coamo</strong>, os<br />
cooperados têm utilizado um volume <strong>de</strong><br />
calcário menor do que o i<strong>de</strong>al. "Diante<br />
disso, a cooperativa pensou e criou este<br />
programa para reduzir esta diferença <strong>de</strong><br />
calcário, vislumbrando o futuro com aumento<br />
<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>s e os cuidados<br />
com o solo.”<br />
BÁSICO BEM FEITO<br />
Na mensagem aos cooperados,<br />
técnicos e parceiros, Aquiles, reforçou a<br />
importância dos benefícios do programa.<br />
“Até parece que estamos voltando<br />
um pouco no tempo, falando <strong>de</strong> correção<br />
em uma época em que vivemos a<br />
Agricultura 5.0. A verda<strong>de</strong> é que temos<br />
que fazer o básico bem feito e, com isso,<br />
teremos melhores resultados, levando<br />
em consi<strong>de</strong>ração o potencial produtivo<br />
e o que todas essas tecnologias nos proporcionam.”<br />
16 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
CONDIÇÕES ESPECIAIS<br />
DE PAGAMENTO<br />
Entrega e aplicação<br />
direta nas proprieda<strong>de</strong>s<br />
A <strong>Coamo</strong> conta com uma<br />
eficiente estrutura reunindo cerca<br />
<strong>de</strong> 90 caminhões para o fornecimento<br />
<strong>de</strong> calcário e gesso nas lavouras<br />
dos mais <strong>de</strong> 29 mil cooperados,<br />
nos Estados do Paraná, Santa<br />
Catarina e Mato Grosso do Sul.<br />
Outra novida<strong>de</strong> apresentada<br />
no Programa <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong><br />
Correção do Solo é a entrega e<br />
aplicação direta dos corretivos<br />
calcário e gesso aos cooperados.<br />
“Dispomos <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> calcário<br />
e gesso nas unida<strong>de</strong>s e vamos<br />
fazer essa aplicação para aten<strong>de</strong>r<br />
a <strong>de</strong>manda dos nossos cooperados.<br />
O que preten<strong>de</strong>mos com<br />
este trabalho, não é realizá-lo<br />
para um, dois anos, mas para<br />
sempre, <strong>de</strong> acordo com o interesse<br />
dos cooperados”, prevê o<br />
gerente <strong>de</strong> Fornecimento <strong>de</strong> Insumos<br />
Agrícolas da <strong>Coamo</strong>, Carlos<br />
Eduardo Borsari.<br />
Borsari explica que o<br />
gesso é um produto que tem<br />
uma logística bastante complicada,<br />
tanto para o transporte<br />
como armazenagem nas unida<strong>de</strong>s.<br />
“Por isso, <strong>de</strong>senvolvemos<br />
uma metodologia para aten<strong>de</strong>r<br />
com qualida<strong>de</strong> a <strong>de</strong>manda dos<br />
produtores, tanto na quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> caminhões como na aplicação<br />
nas proprieda<strong>de</strong>s pela equipe<br />
<strong>Coamo</strong>.”<br />
No lançamento do<br />
Programa <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong> Correção<br />
do Solo, a <strong>Coamo</strong> anunciou<br />
condições especiais<br />
para aquisição <strong>de</strong> calcário e<br />
gesso. Segundo o gerente <strong>de</strong><br />
Compras e Bens <strong>de</strong> Fornecimentos,<br />
Val<strong>de</strong>miro Nesi, são<br />
várias as possibilida<strong>de</strong>s para<br />
pagamento dos insumos. “Os<br />
cooperados po<strong>de</strong>rão pagar à<br />
vista, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>ste ano,<br />
na safra <strong>de</strong> verão <strong>2021</strong>/2022;<br />
em até três anos ou, também,<br />
por meio <strong>de</strong> financiamento<br />
junto à Credicoamo, em até<br />
cinco anos, que é a financeira<br />
dos cooperados da <strong>Coamo</strong>.”<br />
Nesi orienta os cooperados<br />
para que procurem a<br />
assistência Técnica da cooperativa<br />
e <strong>de</strong>finam suas necessida<strong>de</strong>s<br />
e planejamento, pois<br />
os volumes <strong>de</strong> aplicações são<br />
concentrados geralmente nas<br />
“janelas” das culturas.<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 17
TECNOLOGIA<br />
Correção foi um trabalho pioneiro da <strong>Coamo</strong><br />
Dentro da sua missão<br />
por meio das diretrizes corporativas,<br />
a <strong>Coamo</strong> trabalha para<br />
levar <strong>de</strong> forma sustentável a melhoria<br />
<strong>de</strong> renda e nas ativida<strong>de</strong>s<br />
dos cooperados. O presi<strong>de</strong>nte<br />
Executivo da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari,<br />
reforça a importância dos<br />
cuidados com o solo e da atuação<br />
da cooperativa. “Sustentar<br />
é a primeira função do solo,<br />
pois o solo é a base <strong>de</strong> tudo. Falando<br />
em correção <strong>de</strong> solo, este<br />
foi o primeiro programa que a<br />
<strong>Coamo</strong> montou na sua origem,<br />
porque no início era gran<strong>de</strong><br />
a dificulda<strong>de</strong> com solo fraco e<br />
terras ácidas.”<br />
Galinari <strong>de</strong>staca que,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da <strong>Coamo</strong> houve<br />
uma preocupação e um trabalho<br />
expressivo sobre este<br />
tema. “A <strong>Coamo</strong> foi pioneira.<br />
Sem essa visão e iniciativa não<br />
Airton Galinari: "Sustentar é a primeira função do solo, pois o solo é a base <strong>de</strong> tudo"<br />
haveria <strong>de</strong>senvolvimento e o<br />
repasse <strong>de</strong> tecnologias para a<br />
produção dos cooperados. É<br />
um excelente programa, com<br />
estrutura, condições e prazos<br />
especiais. Acreditamos no sucesso<br />
do programa e na participação<br />
dos cooperados."<br />
LINHA DO TEMPO<br />
Conservação do<br />
solo na <strong>Coamo</strong><br />
1968/1970<br />
Terra dos três esses (saúva,<br />
samambaia e sapé) e<br />
abertura das primeiras áreas<br />
agricultáveis com implantação<br />
<strong>de</strong> lavouras <strong>de</strong> trigo e soja.<br />
1973/1974<br />
Início do sistema Plantio Direto<br />
na região <strong>de</strong> Campo Mourão<br />
(2ª cida<strong>de</strong> a implantar esta<br />
tecnologia que revolucionou a<br />
agricultura brasileira).<br />
1975<br />
Início dos trabalhos na<br />
Fazenda Experimental da<br />
<strong>Coamo</strong> para implantação, teste<br />
e validação <strong>de</strong> experimentos<br />
aos cooperados.<br />
18 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
Das “Terras dos '3 Ésses' a uma<br />
das mais produtivas do país”<br />
Na história da agricultura brasileira,<br />
os produtores da <strong>Coamo</strong> vêm fazendo<br />
a sua parte e colaborando para a<br />
força e o sucesso <strong>de</strong>ste setor, que gera<br />
riquezas e impulsiona a balança comercial<br />
do país. Mas, a agricultura não po<strong>de</strong><br />
parar, pois nem sempre as produtivida<strong>de</strong>s<br />
foram gran<strong>de</strong>s como as colhidas<br />
nos últimos anos.<br />
Voltando um pouco no tempo,<br />
nos anos 1960 e 1970, o cenário<br />
era composto por matas e a terra era<br />
conhecida como a “Terra dos 3 Ésses”,<br />
cheia <strong>de</strong> saúva, samambaia e sapé, e<br />
com alta aci<strong>de</strong>z.<br />
No final da década <strong>de</strong> 1960 e<br />
início dos anos 1970, aconteceu a abertura<br />
das primeiras áreas agricultáveis<br />
e a implantação <strong>de</strong> lavouras <strong>de</strong> trigo e<br />
soja na região <strong>de</strong> Campo Mourão - mesma<br />
época do surgimento da <strong>Coamo</strong><br />
Agroindustrial Cooperativa.<br />
Encontro das turmas <strong>de</strong> Edmundo Mercer e Coelho<br />
Júnior realizando levantamento em Campo Mourão<br />
1976<br />
Para melhoria do ambiente produtivo,<br />
governo lança em Campo Mourão o<br />
Plano Nacional <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> Solos<br />
(PNCS), com o objetivo <strong>de</strong> acabar com<br />
cenário <strong>de</strong> erosão nas terras brasileiras.<br />
1998<br />
<strong>Coamo</strong> lançou o Programa <strong>de</strong><br />
Fertilida<strong>de</strong> do Solo e Nutrição<br />
<strong>de</strong> Plantas para incremento<br />
das produtivida<strong>de</strong>s dos seus<br />
cooperados.<br />
2008<br />
Na segunda etapa do Programa <strong>de</strong><br />
Fertilida<strong>de</strong> do Solo e Nutrição <strong>de</strong><br />
Plantas, <strong>Coamo</strong> inicia trabalhos com<br />
a Agricultura <strong>de</strong> Precisão. Objetivo é o<br />
uso racional <strong>de</strong> corretivos.<br />
<strong>2021</strong><br />
<strong>Coamo</strong> lança o Programa <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong><br />
Correção do Solo, para fornecimento <strong>de</strong><br />
calcário e gesso com condições especiais<br />
para aplicação nas proprieda<strong>de</strong>s dos<br />
cooperados.<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 19
TECNOLOGIA<br />
Tecnologia fez a diferença<br />
“O solo é uma dádiva que<br />
Deus nos <strong>de</strong>u e está aí,<br />
mas precisa ser tratado e<br />
não po<strong>de</strong> ser explorado.”<br />
Cooperado Moacir José Ferri é testemunha da evolução que a agricultura registrou ao longo dos anos<br />
Moacir José Ferri, um dos<br />
fundadores da <strong>Coamo</strong> e <strong>de</strong> família<br />
tradicional, é testemunha da evolução<br />
que a agricultura registrou ao<br />
longo dos anos. “As terras eram<br />
muito <strong>de</strong>ficitárias, eu produzia<br />
umas 60, 70, 80 sacas, mas com<br />
o apoio dos técnicos da <strong>Coamo</strong><br />
e o uso da tecnologia crescemos<br />
muito, tanto que no ano passado<br />
produzimos 240 sacas, e na mesma<br />
área”, comenta seu Moacir. Para<br />
ele é importante fazer a correção,<br />
a manutenção e a rotação <strong>de</strong> culturas.<br />
“Esses três fatos são fundamentais<br />
para a agricultura. O nosso<br />
patrimônio, a nossa empresa, a<br />
nossa indústria estão aqui no solo.<br />
Se eu não conservar esse patrimônio<br />
posso falir tranquilamente.”<br />
Moacir Ferri resume bem<br />
como <strong>de</strong>ve ser a atuação dos<br />
produtores nesta missão <strong>de</strong> produzir<br />
com sustentabilida<strong>de</strong>. “O<br />
solo é uma dádiva que Deus nos<br />
<strong>de</strong>u e está aí, mas precisa ser tratado<br />
e não po<strong>de</strong> ser explorado.”<br />
Influência na produção<br />
“O maior patrimônio que o produtor tem é o<br />
seu solo, pois a produção tanto <strong>de</strong> cereais quanto da<br />
pecuária é fortemente influenciada pelo solo.” A afirmação<br />
é do engenheiro agrônomo Roberto Bueno<br />
Silva, da <strong>Coamo</strong> em Campo Mourão, que acompanhou<br />
<strong>de</strong> perto a implantação das lavouras, técnicas<br />
e as colheitas na proprieda<strong>de</strong> do cooperado Moacir<br />
José Ferri.<br />
Bueno lembra que a região <strong>de</strong> Campo Mourão<br />
tinha um solo <strong>de</strong> média para fraca fertilida<strong>de</strong><br />
química, e o trabalho com o cuidado e o manejo<br />
com o solo, sempre foi uma priorida<strong>de</strong> para a <strong>Coamo</strong><br />
por meio da assistência técnica. “Isso <strong>de</strong>mandou<br />
muito serviço da área técnica e conscientização dos<br />
cooperados. De uma situação difícil, com baixas<br />
produtivida<strong>de</strong>s e diversas etapas vencidas com forte<br />
trabalho <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> solos, plantio direto, rotação<br />
<strong>de</strong> culturas e a correção química <strong>de</strong> solo, eles<br />
chegaram a patamares <strong>de</strong> elevadas produtivida<strong>de</strong>s,<br />
comemoradas nas últimas décadas.”<br />
Engenheiro<br />
agrônomo<br />
Roberto Bueno:<br />
"Melhoria do<br />
solo <strong>de</strong>mandou<br />
muito serviço e<br />
conscientização<br />
dos cooperados"<br />
20 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
“Terra é o sustentáculo da planta,<br />
e hoje temos tudo na mão”<br />
"Tínhamos tudo por fazer<br />
e fizemos, numa parceria<br />
entre assistência técnica e os<br />
produtores, que acreditavam na<br />
transformação do solo."<br />
Gallassini nos primeiros plantios <strong>de</strong> trigo em Campo Mourão<br />
No lançamento do Programa<br />
<strong>Coamo</strong> <strong>de</strong> Correção do<br />
Solo, o presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong>,<br />
José Aroldo Gallassini, lembrou<br />
das dificulda<strong>de</strong>s no início da agricultura<br />
na região da <strong>Coamo</strong> no<br />
Centro-Oeste do Paraná. “A correção<br />
do solo é um assunto muito<br />
importante e necessário para os<br />
agricultores. Estou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo,<br />
antes do trigo e da soja, e lembro<br />
bem das nossas terras ácidas<br />
e fracas. Tínhamos tudo por fazer<br />
e fizemos, numa parceria gran<strong>de</strong><br />
entre assistência técnica e os<br />
produtores, que acreditavam na<br />
transformação do solo para produzir<br />
e no <strong>de</strong>senvolvimento da região<br />
agrícola”, comenta Gallassini.<br />
Ele relata alguns aspectos<br />
do início do trabalho no fim<br />
dos anos 1960 e na década <strong>de</strong><br />
1970. “Se a gente olhar para trás<br />
e pensar um pouco, a conservação<br />
<strong>de</strong> solo para combater a erosão,<br />
era uma coisa absurda,pois<br />
ela levava tudo embora com a<br />
´chuvarada´.”<br />
Gallassini conta que na<br />
época foram feitos 'murunduns'<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um metro para segurar<br />
as águas (murunduns são<br />
geoformas, pequenas elevações<br />
do terreno, sendo relevos residuais,<br />
tendo a erosão sua principal<br />
causa). “Depois veio o plantio<br />
direto e o fim das curvas <strong>de</strong> nível<br />
para plantar. Então, mudou tudo,<br />
pois o plantio direto foi uma inovação<br />
muito gran<strong>de</strong>.”<br />
Na questão da correção<br />
do solo, Gallassini cita “Malavolta”<br />
– Professor e pesquisador, falecido<br />
em 2008, especialista em<br />
Gallassini: "A correção do<br />
solo é um assunto muito<br />
importante e necessário<br />
para os agricultores"<br />
nutrição <strong>de</strong> plantas, que introduziu<br />
a disciplina na Esalq/USP<br />
– Escola Superior <strong>de</strong> Agricultura<br />
Luiz <strong>de</strong> Queiróz/Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São Paulo e um dos gran<strong>de</strong>s nomes<br />
sobre Ciência do Solo. “Para<br />
Malavolta, ´A terra é um mero<br />
sustentáculo da planta´, então, a<br />
terra é só para segurar a planta<br />
e o resto nós fazemos, com correção<br />
por meio do calcário e do<br />
gesso e, <strong>de</strong>pois, fazendo adubação<br />
que veio combinar com<br />
a agricultura <strong>de</strong> precisão. Temos<br />
a tecnologia e tudo na mão, e<br />
um <strong>de</strong>partamento técnico muito<br />
forte e atualizado para apoiar os<br />
nossos cooperados.”<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 21
TECNOLOGIA<br />
Reflexões e conhecimento para melhoria do solo<br />
Marcelo Sumiya: "Avaliando o <strong>de</strong>senvolvimento na região <strong>de</strong> ação<br />
da <strong>Coamo</strong> percebemos uma gran<strong>de</strong> evolução ao longo dos anos"<br />
“A Reunião Técnica levou<br />
conhecimento aos cooperados,<br />
técnicos e parceiros, e possibilitou<br />
reflexões sobre a utilização<br />
e os cuidados com solo, para<br />
avaliar os aspectos nas partes<br />
biológica, física e química, que<br />
formam o tripé da sustentabilida<strong>de</strong><br />
do solo”, explica o gerente <strong>de</strong><br />
Assistência Técnica da <strong>Coamo</strong>,<br />
Marcelo Sumiya.<br />
O agrônomo lembra que<br />
na pesquisa da Fazenda Experimental<br />
da <strong>Coamo</strong> são conduzidos<br />
alguns importantes trabalhos.<br />
Na área biológica temos o experimento<br />
<strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> culturas,<br />
que completou 36 anos. No físico,<br />
a capacitação dos profissionais da<br />
área Técnica com o sistema Dres<br />
na avaliação do solo e a aquisição<br />
<strong>de</strong> penetrômetros para um<br />
padrão <strong>de</strong> metodologia visando<br />
a avaliação do solo. E na área química,<br />
o lançamento do Programa<br />
<strong>Coamo</strong> <strong>de</strong> Correção do Solo.<br />
"Avaliando o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
na região <strong>de</strong> ação da<br />
<strong>Coamo</strong>, percebemos uma gran<strong>de</strong><br />
evolução ao longo dos anos,<br />
escrevendo na sua história fatos<br />
Correção é o segredo<br />
Tudo começa pelo solo.<br />
Sem ele não haveria vegetação,<br />
sobretudo, agricultura. Este é um<br />
bem natural que precisa ser bem<br />
tratado, corrigido e manejado <strong>de</strong><br />
forma a<strong>de</strong>quada. Fundamental<br />
na composição do ecossistema<br />
terrestre, é <strong>de</strong>le que as plantas<br />
retiram os nutrientes necessários<br />
para se <strong>de</strong>senvolverem.<br />
A composição do solo interfere<br />
diretamente no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das plantações, uma vez<br />
tecnológicos marcantes em virtu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> recomendações técnicas,<br />
tais como: mecanização<br />
das áreas, correção da aci<strong>de</strong>z e<br />
do fósforo, controle mecânico<br />
da erosão plantio direto e adubação<br />
ver<strong>de</strong>, rotação <strong>de</strong> culturas<br />
e agricultura <strong>de</strong> precisão. Todas<br />
estas práticas <strong>de</strong> forma integrada<br />
promovem além <strong>de</strong> ganhos<br />
na produtivida<strong>de</strong>, uma estabilida<strong>de</strong><br />
em nossa produção", diz<br />
Sumiya.<br />
Ele acrescenta que o<br />
tema correção do solo <strong>de</strong>ve ser<br />
priorida<strong>de</strong> nas proprieda<strong>de</strong>s<br />
agropecuárias. "Concluímos isso<br />
por meio da pesquisa que temos<br />
e dos resultados que comprovam.<br />
Esta técnica racionaliza e<br />
potencializa nossos recursos <strong>de</strong><br />
produção, melhorando a rentabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vocês cooperados."<br />
que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes<br />
<strong>de</strong>termina o sucesso do cultivo.<br />
Por isso, a <strong>Coamo</strong> busca sempre<br />
incentivar o associado a cuidar<br />
bem do seu solo, visando altas<br />
produtivida<strong>de</strong>s e longevida<strong>de</strong><br />
para o sistema produtivo.<br />
O pesquisador Marcelo<br />
Augusto Batista, da UEM (Universida<strong>de</strong><br />
Estadual <strong>de</strong> Maringá),<br />
doutor em Fertilida<strong>de</strong> e Nutrição<br />
mineral <strong>de</strong> Plantas, explica que<br />
a calagem continua sendo uma<br />
22 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
Marcelo Batista, da UEM, explica que a calagem continua sendo uma prática muito importante e que os solos naturalmente são ácidos e precisam ser corrigidos <strong>de</strong> tempos em tempos<br />
prática muito importante no meio<br />
agrícola, que os solos naturalmente<br />
são ácidos e precisam ser<br />
corrigidos <strong>de</strong> tempos em tempos.<br />
“As pessoas esquecem que a calagem<br />
eleva o pH do solo, e para<br />
que os fertilizantes tenham efeito<br />
garantido <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m disso”, esclarece.<br />
Conforme o pesquisador,<br />
o calcário é uma ferramenta que<br />
<strong>de</strong>ve ser utilizada por todos os<br />
produtores, pois quem tem níveis<br />
baixos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, consegue<br />
melhorar os resultados com a<br />
correção, e quem tem tetos altos,<br />
garante a manutenção dos índices<br />
elevados. “Temos números<br />
muito positivos num experimento<br />
conduzido há 12 anos na Fazenda<br />
Experimental da <strong>Coamo</strong>, e isso<br />
nos cre<strong>de</strong>ncia a sugerir que todos<br />
os técnicos <strong>de</strong>vem recomendar a<br />
calagem”, diz.<br />
Marcelo Batista afirma<br />
que a concentração <strong>de</strong> pH no solo,<br />
proporcionada pela aplicação <strong>de</strong><br />
calcário, diminui a presença <strong>de</strong> alumínio<br />
que é tóxico para a planta.<br />
“Com a diminuição do alumínio, a<br />
raiz da planta cresce mais e quando<br />
você acrescenta a gessagem<br />
ainda vem <strong>de</strong> benefício o enxofre,<br />
que melhora todo o sistema. Essa<br />
composição <strong>de</strong> calcário e gesso<br />
melhora o perfil do solo que <strong>de</strong>volve<br />
em forma <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> para<br />
o produtor”, informa o especialista,<br />
alertando para o custo-benefício<br />
do manejo. “Não se po<strong>de</strong> computar<br />
o custo do calcário em uma só<br />
safra. Ele po<strong>de</strong> ser diluido em três a<br />
seis anos, período em que se faz <strong>de</strong><br />
seis a doze culturas. Fazendo essa<br />
conta percebe-se que é um insumo<br />
muito barato e essencial para o<br />
solo”, garante.<br />
Contudo, Batista previne<br />
que tudo começa pela análise<br />
do solo. “As pessoas esquecem<br />
que é preciso antes fazer análise.<br />
É por ela que vamos saber qual<br />
calcário e qual a dose a ser aplicada.<br />
Se não fizer isso é achismo.<br />
Até porque nem sempre existe a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação. Junto<br />
com o engenheiro agrônomo é<br />
realizado um ajuste fino para a<br />
tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão”, finaliza.<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 23
TECNOLOGIA<br />
Recomendações técnicas<br />
Fabrício Corrêa: "São necessárias boas práticas e cuidados na amostragem <strong>de</strong> solo, nas recomendações e nas aplicações"<br />
O coor<strong>de</strong>nador técnico<br />
do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Suporte<br />
Técnico da <strong>Coamo</strong>, Fabrício Bueno<br />
Corrêa, inseriu o tema ‘Recomendações<br />
técnicas para amostragem<br />
<strong>de</strong> solo para utilização<br />
<strong>de</strong> calcário e gesso.’ Para Corrêa,<br />
são necessárias boas práticas<br />
e cuidados na amostragem <strong>de</strong><br />
solo, nas recomendações e aplicações.<br />
De acordo com Corrêa,<br />
só é possível saber quando,<br />
quanto e qual elemento aplicar,<br />
após uma minuciosa análise <strong>de</strong><br />
solo. Ou seja, só é possível fazer<br />
uma avaliação da fertilida<strong>de</strong> do<br />
solo após uma amostragem criteriosa.<br />
“Pensando nisso, em 2012,<br />
a <strong>Coamo</strong> tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ter<br />
um <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> agricultura<br />
<strong>de</strong> precisão próprio, voltado<br />
para essas soluções, e oferecer<br />
para o cooperado o serviço <strong>de</strong><br />
amostragem <strong>de</strong> solo, recomendação<br />
e aplicação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
para que a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
na hora <strong>de</strong> corrigir o solo, tenha<br />
efeitos benéficos na proprieda<strong>de</strong>”,<br />
acrescentou Fabrício. O <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong><br />
Precisão <strong>Coamo</strong> oferece serviços<br />
<strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> solo, mapas<br />
<strong>de</strong> recomendação e aplicação<br />
(todos com taxa fixa ou variável).<br />
Corrêa enfatizou os diferenciais<br />
e cuidados nos serviços<br />
prestados pela cooperativa.<br />
No processo <strong>de</strong> amostragem<br />
<strong>de</strong> solo, a <strong>Coamo</strong> trabalha com<br />
laboratório único, faz análise do<br />
teor <strong>de</strong> argila, análise <strong>de</strong> subsuperfície<br />
<strong>de</strong> 20 a 40 centímetros e<br />
todo solo coletado é enviado ao<br />
laboratório. Na recomendação,<br />
o <strong>de</strong>partamento utiliza fórmulas<br />
contínuas e não tabeladas, faz a<br />
estratificação do teor <strong>de</strong> argila<br />
em quatro classes e classifica os<br />
nutrientes conforme a classificação<br />
física do solo no local. Na<br />
aplicação, no processo <strong>de</strong> calibração<br />
dos caminhões não é visada<br />
somente a quantida<strong>de</strong>, mas<br />
também a qualida<strong>de</strong>, utilizadas<br />
doses máxima e mínima, consi<strong>de</strong>rando<br />
custo-benefício. A cobrança<br />
do serviço <strong>de</strong> aplicação é<br />
somente na área aplicada. Esses<br />
serviços estão disponíveis nas<br />
unida<strong>de</strong>s e po<strong>de</strong>m ser adquiridos<br />
por meio do <strong>de</strong>partamento<br />
Técnico da <strong>Coamo</strong>.<br />
Aponte o leitor <strong>de</strong> QR Co<strong>de</strong> do<br />
seu celular na imagem ao lado<br />
e assista a Reunião Técnica<br />
sobre Correção do solo com<br />
calcário e gesso agrícola<br />
Aponte o leitor <strong>de</strong> QR Co<strong>de</strong><br />
do seu celular na imagem ao<br />
lado e veja o ví<strong>de</strong>o institucional<br />
sobre Correção do solo com<br />
calcário e gesso agrícola<br />
24 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 25
SOLO MAIS PRODUTIVO<br />
Família Corniani, <strong>de</strong> Faxinal (PR), fez um<br />
planejamento <strong>de</strong> seis anos <strong>de</strong> investimento em<br />
práticas que visam melhorar o sistema produtivo<br />
Solo corrigido, produção sustentada<br />
Em Faxinal (Centro-Norte do Paraná) cooperados que realizam<br />
a agricultura <strong>de</strong> precisão tiveram produtivida<strong>de</strong> acima da média<br />
A<br />
agricultura <strong>de</strong> precisão é<br />
uma aliada para os cooperados<br />
que buscam elevar<br />
a produção, corrigir o solo<br />
com mais eficiência e menor<br />
custo. Os resultados <strong>de</strong>sse investimento<br />
foram percebidos <strong>de</strong><br />
maneira mais evi<strong>de</strong>nte nesta safra<br />
<strong>de</strong> verão em regiões atingidas<br />
pelas adversida<strong>de</strong>s climáticas.<br />
Evandro Cristhian Corniani<br />
trabalha em parceria com<br />
o pai Pedro, o irmão Júlio César<br />
e o sobrinho Pedro Raphael. Juntos,<br />
eles cultivam um total <strong>de</strong> 295<br />
alqueires em Faxinal e Cruzmaltina<br />
(Centro-Norte do Paraná). A<br />
família fez um planejamento <strong>de</strong><br />
seis anos <strong>de</strong> investimento em<br />
práticas que visam melhorar o<br />
sistema produtivo. Eles estão no<br />
26 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
terceiro ano <strong>de</strong> trabalho. “Estamos<br />
na meta<strong>de</strong> do nosso planejamento<br />
e já vemos uma gran<strong>de</strong><br />
evolução. A agricultura <strong>de</strong> precisão<br />
e a rotação <strong>de</strong> culturas são as<br />
principais práticas adotadas”. A<br />
proprieda<strong>de</strong> foi dividida em três<br />
talhões. No verão, toda a área<br />
recebe soja e a segunda safra é<br />
com milho, trigo e aveia.<br />
O cooperado conta que<br />
a adoção da agricultura <strong>de</strong> precisão<br />
foi por necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar<br />
a produtivida<strong>de</strong> que estava<br />
estagnada. “As médias vêm<br />
aumentando, menos nessa safra<br />
que sofreu com as adversida<strong>de</strong>s<br />
climáticas. Contudo, ainda colhemos<br />
168 sacas por alqueire, que<br />
consi<strong>de</strong>ramos boa.”<br />
Além disso, o cooperado<br />
conta que o objetivo é diminuir<br />
custos. “A agricultura <strong>de</strong> precisão<br />
é um investimento. Tivemos uma<br />
economia <strong>de</strong> 50% na aplicação<br />
<strong>de</strong> calcário, por exemplo, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> fazer as análises <strong>de</strong> solo. No<br />
final, fica mais barato do que fazer<br />
a aplicação com taxa fixa na<br />
proprieda<strong>de</strong>”, assinala Evandro.<br />
Ele conta que com a agricultura<br />
<strong>de</strong> precisão é possível utilizar<br />
produtos para a correção <strong>de</strong><br />
solo na quantida<strong>de</strong> certa e nos<br />
locais que realmente precisam<br />
dos corretivos. “Nosso projeto é<br />
chegar em 200 sacas <strong>de</strong> média.<br />
Se não fossem as adversida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>sse ano, po<strong>de</strong>ríamos alcançar<br />
200 sacas geral da proprieda<strong>de</strong>.<br />
Em alguns talhões já temos essa<br />
média, mas queremos que seja<br />
uma realida<strong>de</strong> da proprieda<strong>de</strong><br />
toda e com custo baixo. A agricultura<br />
<strong>de</strong> precisão é a única ferramenta<br />
que temos para igualar<br />
Evandro Corniani conta que a adoção da agricultura <strong>de</strong> precisão foi por<br />
uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a produtivida<strong>de</strong> que estava estagnada<br />
a produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />
mesma proprieda<strong>de</strong>”, observa o<br />
cooperado.<br />
O engenheiro agrônomo,<br />
André Felipe Biazim dos<br />
Santos, da <strong>Coamo</strong> em Faxinal,<br />
ressalta que a evolução na produtivida<strong>de</strong><br />
é em função da atenção<br />
e cuidados que a família Corniani<br />
tem com o solo. “O solo recebe<br />
tudo o que precisa e isso faz toda<br />
a diferença, principalmente, em<br />
um ano como esse, <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>s<br />
climáticas.”<br />
O agrônomo diz que a<br />
proprieda<strong>de</strong> da família Corniani<br />
registrou produtivida<strong>de</strong> acima<br />
da média na região <strong>de</strong> Faxinal,<br />
reflexo do investimento realizado.<br />
“A agricultura <strong>de</strong> precisão faz<br />
Júlio César, Pedro Raphael, Evandro e Pedro. Família Corniani trabalha unida em prol da produção e conservação do solo<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 27
SOLO MAIS PRODUTIVO<br />
ROTAÇÃO DE CULTURAS É IMPORTANTE PRÁTICA ADOTADA PELOS COOPERADOS.<br />
AGRICULTURA DE PRECISÃO COLABORA PARA USO DE CORRETIVOS NA DOSE CERTA<br />
com que sejam utilizados produtos<br />
corretivos para o solo no momento<br />
e na dose certa.”<br />
O agrônomo lembra<br />
que em anos <strong>de</strong> clima bom, a<br />
maioria dos produtores colhem<br />
bem, mas em períodos <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>s<br />
climáticas é que se<br />
vê a diferença entre quem investe<br />
mais. “Costumamos dizer<br />
que 50% da colheita vem <strong>de</strong> um<br />
plantio bem-feito, com solo e<br />
todos os nutrientes que a planta<br />
necessita para se <strong>de</strong>senvolver.<br />
É o que eles estão buscando na<br />
proprieda<strong>de</strong>.”<br />
A rotação <strong>de</strong> culturas é<br />
outra prática adotada pela família,<br />
e gera bons resultados para o<br />
sistema <strong>de</strong> produção. Segundo<br />
o agrônomo, na área que será<br />
plantado trigo neste ano, ainda é<br />
Cooperado, Evandro Coriani, e o engenheiro agrônomo, André Felipe Biazim dos Santos<br />
possível encontrar a palhada da<br />
soja colhida recentemente e do<br />
milho segunda safra cultivado no<br />
ano passado. “Isso mostra que a<br />
rotação <strong>de</strong> culturas está sendo<br />
eficiente”, assinala Santos.<br />
Correção do solo como<br />
alternativa para pequenas áreas<br />
Engenheiro agrônomo, Álvaro Ricardo Moreira, e o cooperado, Paulo Egredia, mostram a palhada <strong>de</strong>ixada na área<br />
A agricultura <strong>de</strong> precisão<br />
é viável em qualquer proprieda<strong>de</strong>,<br />
seja pequena média ou gran<strong>de</strong>.<br />
O cooperado Paulo Egredia<br />
é um bom exemplo <strong>de</strong> que em<br />
áreas pequenas, a prática ajuda<br />
a aumentar a produtivida<strong>de</strong>. Ele<br />
colheu nesta safra 184 sacas <strong>de</strong><br />
soja por alqueire, mesmo num<br />
ano adverso. A área do cooperado<br />
é <strong>de</strong> 4,5 alqueires.<br />
Ele fez a agricultura<br />
<strong>de</strong> precisão há quatro anos, e<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então viu a produtivida<strong>de</strong><br />
subir. “A agricultura <strong>de</strong> pre-<br />
28 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
cisão foi fundamental para<br />
a melhoria da terra. Antes,<br />
colhia 140 / 150 sacas por<br />
alqueire”, conta. De acordo<br />
com ele, todo o trabalho é<br />
realizado com orientação da<br />
assistência técnica da <strong>Coamo</strong>.<br />
No local que a soja foi<br />
colhida, será cultivado trigo.<br />
Segundo o engenheiro<br />
agrônomo, Álvaro Ricardo<br />
Moreira, da <strong>Coamo</strong> em Faxinal,<br />
a adversida<strong>de</strong> climática comprometeu<br />
a produtivida<strong>de</strong> da<br />
soja e o cooperado que utilizou<br />
mais tecnologia teve um<br />
melhor resultado. “A média no<br />
município foi <strong>de</strong> 150 sacas <strong>de</strong><br />
soja por alqueire e o Paulo colheu<br />
acima <strong>de</strong> 180 sacas. Ele<br />
tem essa preocupação com o<br />
solo, <strong>de</strong> melhorar a fertilida<strong>de</strong><br />
e vem colhendo os frutos dos<br />
investimentos.”<br />
O agrônomo <strong>de</strong>staca<br />
que a agricultura <strong>de</strong> precisão<br />
é uma ferramenta importante<br />
para o cooperado que busca<br />
aumento da rentabilida<strong>de</strong>. “Às<br />
vezes se tem a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a<br />
análise e a correção do solo são<br />
somente para áreas médias e<br />
gran<strong>de</strong>s. Na verda<strong>de</strong>, a agricultura<br />
<strong>de</strong> precisão é viável para<br />
qualquer tamanho <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>”,<br />
pon<strong>de</strong>ra.<br />
Ele diz que com a agricultura<br />
<strong>de</strong> precisão é possível<br />
saber a realida<strong>de</strong> da área e fazer<br />
as correções somente on<strong>de</strong><br />
é necessário. “É possível valorizar<br />
as áreas que já tem uma fertilida<strong>de</strong><br />
boa e melhorar on<strong>de</strong><br />
precisa. Isso é um fator importante<br />
porque reflete na economia<br />
<strong>de</strong> fertilizantes.”<br />
Cooperado Paulo Egredia, <strong>de</strong> Faxinal<br />
(PR), é um bom exemplo <strong>de</strong> que em áreas<br />
pequenas, a agricultura <strong>de</strong> precisão ajuda<br />
a aumentar a produtivida<strong>de</strong><br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 29
FORMAÇÃO NO CAMPO<br />
25ª turma <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas<br />
A<br />
<strong>Coamo</strong> iniciou no dia 13<br />
<strong>de</strong> abril, a 25ª turma <strong>de</strong><br />
Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas.<br />
São 42 cooperados com<br />
ida<strong>de</strong>s entre 18 e 35 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s da cooperativa<br />
no Paraná e Mato Grosso do Sul,<br />
que estão tendo oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se aperfeiçoar sobre a gestão<br />
da proprieda<strong>de</strong> rural. Diante a<br />
pan<strong>de</strong>mia ocasionada pela Covid-19,<br />
o curso está sendo realizado<br />
por ví<strong>de</strong>o conferência.<br />
O Programa <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong><br />
Formação <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res<br />
Cooperativistas começou em<br />
1998 e é uma realização anual da<br />
<strong>Coamo</strong> com apoio do Sescoop/<br />
PR. Da sua primeira <strong>edição</strong> até<br />
a atual, foram capacitados mais<br />
<strong>de</strong> mil jovens cooperados, representando<br />
todos os entrepostos<br />
da <strong>Coamo</strong> no Paraná, Santa Catarina<br />
e Mato Grosso do Sul.<br />
A aula inaugural contou<br />
com a participação do presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho <strong>de</strong> Administração<br />
da <strong>Coamo</strong> e Credicoamo, José<br />
Aroldo Gallassini, dos presi<strong>de</strong>ntes<br />
Executivos da <strong>Coamo</strong>, Airton<br />
Galinari e da Credicoamo, Alcir<br />
José Goldoni, e do superinten<strong>de</strong>nte<br />
do Sescoop/PR, Leonardo<br />
Boesch.<br />
O curso é ministrado por<br />
profissionais da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />
do Paraná em sete módulos<br />
com um total <strong>de</strong> 144 horas/aula e<br />
com término previsto para a segunda<br />
quinzena <strong>de</strong> agosto.<br />
Curso está sendo realizado no formato virtual <strong>de</strong>vido a pan<strong>de</strong>mia<br />
Gallassini recordou na<br />
abertura que o objetivo é formar<br />
cooperados para a perpetuação<br />
da cooperativa. “A <strong>Coamo</strong> não<br />
foi feita para uma ou duas gerações,<br />
mas para vida toda. O curso<br />
é importante. Os participantes<br />
têm noções <strong>de</strong> administração e<br />
gestão para atuarem como empreen<strong>de</strong>dores<br />
no agronegócio.”<br />
Cooperados participantes do curso receberam materiais para os estudos<br />
Segundo Gallassini,<br />
mesmo diante da pan<strong>de</strong>mia e da<br />
inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eventos presenciais,<br />
o curso não po<strong>de</strong>ria parar,<br />
e o formato virtual se tornou um<br />
aliado do <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
quadro social durante a pan<strong>de</strong>mia.<br />
“Os jovens cooperativistas<br />
representam o presente e o futuro<br />
promissor do cooperativismo<br />
30 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
e do agronegócio. Este curso<br />
visa o <strong>de</strong>senvolvimento pessoal<br />
e profissional, e o interesse em<br />
<strong>de</strong>sempenhar uma administração<br />
voltada para o incremento<br />
dos negócios e da cooperativa",<br />
afirma.<br />
O assessor <strong>de</strong> Cooperativismo<br />
da <strong>Coamo</strong>, José Ricardo<br />
Pedron Romani, <strong>de</strong>staca que o<br />
objetivo do curso é capacitar os<br />
cooperados para que possam<br />
enten<strong>de</strong>r todo o processo que<br />
envolve uma cooperativa e ajudá-los<br />
na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />
<strong>de</strong>ntro da proprieda<strong>de</strong>. “O curso<br />
está sendo realizado no formato<br />
EAD, mas sem per<strong>de</strong>r a sua essência<br />
que é formar cooperados<br />
para que possam atuar na cooperativa<br />
e na comunida<strong>de</strong> em<br />
que estão inseridos.”<br />
Pitanga (PR)<br />
Via Nova (PR)<br />
Araruna (PR)<br />
Janiópolis (PR)<br />
PROGRAMAÇÃO DO CURSO<br />
Toledo (PR)<br />
Nova Santa Rosa (PR)<br />
Módulo I: Integração Cooperativista -<br />
Tomas Sparano Martins (UFPR)<br />
Módulo II: Planejamento Estratégico -<br />
Gustavo Abib (UFPR)<br />
Módulo III: Gestão Estratégica<br />
- Claudimar Veiga e Pedro Piccoli (UFPR)<br />
Módulo IV: Li<strong>de</strong>rança e Gestão <strong>de</strong><br />
pessoas - Simoni Ramos (UFPR)<br />
Módulo V: Governança Corporativa<br />
e Ferramentas <strong>de</strong> Controle - Marcos<br />
Wagner da Fonseca (UFPR)<br />
Módulo VI: Jogo Corporativo - Gustavo<br />
Abib (UFPR)<br />
Módulo VII: Projeto Integrador - Marcos,<br />
Gustavo e Tomas (UFPR)<br />
Amambai (MS)<br />
Boa Ventura <strong>de</strong> São Roque (PR)<br />
Campo Mourão (PR)<br />
Itaporã (MS)<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 31
SUCESSÃO NO CAMPO<br />
Família Paschoal <strong>de</strong> Cruzmaltina (PR) está passando pelo processo <strong>de</strong> sucessão no campo. Os irmãos Dorival e Daniel receberam do pai a<br />
missão <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> aos trabalhos da família e agora estão preparando os filhos Silvano (Dorival) e Maria Caroline e Lucas (Daniel)<br />
32 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
Sucessão familiar no campo<br />
Nas proprieda<strong>de</strong>s da família Paschoal, em Cruzmaltina (PR), os irmãos<br />
Daniel e Dorival já preparam os filhos para administrar as proprieda<strong>de</strong>s<br />
O<br />
processo <strong>de</strong> sucessão<br />
familiar é um dos <strong>de</strong>safios<br />
no campo. Segundo<br />
dados do IBGE, 30% das proprieda<strong>de</strong>s<br />
rurais chegam na segunda<br />
geração, e menos <strong>de</strong> 5% chegam<br />
na terceira geração. Uma das<br />
causas é a falta <strong>de</strong> gestão continuada,<br />
on<strong>de</strong> se forma o sucessor,<br />
não o her<strong>de</strong>iro.<br />
O <strong>de</strong>sinteresse dos filhos<br />
em apren<strong>de</strong>r à administrar se torna<br />
um problema para o patriarca.<br />
Por trás <strong>de</strong> toda proprieda<strong>de</strong>,<br />
existe uma história, que não <strong>de</strong>ve<br />
ser apagada. Na sucessão familiar<br />
no agronegócio, é comum<br />
que o patriarca <strong>de</strong>termine um<br />
dos filhos para ‘passar o bastão’,<br />
ou seja, assumir a gerência da<br />
proprieda<strong>de</strong>. É importante que<br />
o sucessor esteja interessado e<br />
disposto a assumir a responsabilida<strong>de</strong><br />
e se capacitar para tal.<br />
Nas proprieda<strong>de</strong>s da família<br />
Paschoal, em Cruzmaltina<br />
(Centro-Norte do Paraná), os irmãos<br />
Daniel e Dorival já preparam<br />
os filhos para administrar as<br />
terras. Daniel não pensa somente<br />
na proprieda<strong>de</strong>, mas no futuro<br />
dos dois filhos, Maria Caroline e<br />
Lucas Paschoal.<br />
Daniel Paschoal acredita<br />
que a agricultura é um bom<br />
negócio, e está ensinando aos<br />
filhos tudo que apren<strong>de</strong>u. “Após<br />
todos esses anos trabalhando<br />
na roça, é necessário encontrar<br />
alguém para dar continuida<strong>de</strong>.<br />
Vejo que eles estão gostando, se<br />
interessando e apren<strong>de</strong>ndo as<br />
ativida<strong>de</strong>s no campo. Além disso,<br />
eles têm mais facilida<strong>de</strong> com<br />
tecnologia”, acrescenta o cooperado.<br />
Lucas, o filho mais novo,<br />
participou em 2020 do curso<br />
Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas,<br />
promovido pela <strong>Coamo</strong>. “Gostei<br />
bastante <strong>de</strong> participar, principalmente<br />
da parte <strong>de</strong> planejamento.<br />
Tudo que se faz <strong>de</strong> maneira<br />
planejada tem mais chance <strong>de</strong><br />
dar certo. O curso foi nota <strong>de</strong>z,<br />
aprendi bastante, e tem ajudado<br />
muito no processo <strong>de</strong> sucessão.<br />
Daniel Paschoal com os filhos Maria Caroline e Lucas<br />
Além disso, quero ser igual ao<br />
meu pai e dar continuida<strong>de</strong> no<br />
trabalho <strong>de</strong>le, junto com minha<br />
irmã.”<br />
A primogênita, Maria Caroline,<br />
resolveu se especializar<br />
na área e cursou a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Engenharia Agrícola. Seguindo o<br />
exemplo do irmão, iniciou o curso<br />
<strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res nesse ano e<br />
tem uma gran<strong>de</strong> expectativa. Ela,<br />
que já auxilia na parte administrativa<br />
da proprieda<strong>de</strong>, quer ajudar<br />
cada vez mais o pai na lavoura.<br />
“O curso ajuda muito a planejar<br />
a safra, ver custos, on<strong>de</strong> estamos<br />
tendo lucro ou prejuízo, além<br />
da parte <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> pessoas.<br />
A expectativa é melhorar ainda<br />
mais o que eu já sei, e colocar<br />
tudo em prática”, explica a jovem,<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 33
SUCESSÃO<br />
COAMO REALIZA ANUALMENTE O CURSO DE FORMAÇÃO DE JOVENS LÍDERES<br />
COOPERATIVISTAS, CONTRIBUINDO PARA O PROCESSO DE SUCESSÃO NO CAMPO<br />
que ouve os ensinamentos do<br />
pai e quer continuar cuidando da<br />
administração da proprieda<strong>de</strong>.<br />
Para Daniel, é uma satisfação<br />
ver o interesse dos filhos<br />
em fazer o que o ele faz, porque<br />
enxerga uma oportunida<strong>de</strong> na<br />
área agrícola, e tem espaço para<br />
os dois trabalharem, até mais do<br />
que na cida<strong>de</strong>. Segundo ele, há<br />
uma falta <strong>de</strong> pessoas capacitadas<br />
para trabalhar na agricultura,<br />
e vê o curso Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas<br />
como um incentivo<br />
aos jovens para sucessão.<br />
Dorival e Silvano Garcia<br />
Paschoal, pai e filho, são parceiros<br />
na lavoura. Dorival, junto com<br />
o irmão Daniel, cultiva por anos<br />
a lavoura que era do pai. Dorival<br />
sempre incentivou o trabalho no<br />
campo e assim, Silvano apren<strong>de</strong>u<br />
a gostar e participar no dia a dia<br />
da proprieda<strong>de</strong>. “É um orgulho<br />
ter um filho que se interessa pela<br />
agricultura. Ele está <strong>de</strong>s<strong>de</strong> criança<br />
Dorival Paschoal com o filho Silvano<br />
Lucas participou no ano passado do curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res<br />
Cooperativas da <strong>Coamo</strong> e a irmã, Maria Caroline, está participando da turma <strong>2021</strong><br />
ao meu lado, na lavoura. É o responsável<br />
pelo maquinário e estou<br />
passando a parte <strong>de</strong> insumos<br />
para ele. Conversamos a respeito<br />
<strong>de</strong> tudo, para tomarmos <strong>de</strong>cisões<br />
juntos. Fico contente que meus<br />
filhos se interessem pela agricultura<br />
e darão continuida<strong>de</strong> ao meu<br />
trabalho”, conta o agricultor.<br />
Silvano foi inserido no<br />
campo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> criança e está dando<br />
continuida<strong>de</strong> ao trabalho.<br />
“Des<strong>de</strong> pequeno gosto <strong>de</strong> lidar<br />
com a agricultura, é uma satisfação<br />
continuar o que meu pai vem<br />
me ensinando”, aponta Silvano.<br />
Ele conta que trabalham em parceria<br />
com a <strong>Coamo</strong> e fazem parte<br />
do quadro <strong>de</strong> cooperados <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
antes da cooperativa chegar à<br />
Cruzmaltina, mudando a vida da<br />
família em questão <strong>de</strong> produção<br />
e tecnologia.<br />
Para o engenheiro agrônomo,<br />
Rodrigo Santos Feijó <strong>de</strong><br />
Góes, <strong>de</strong> Cruzmaltina (Centro-<br />
-Norte do Paraná), a sucessão <strong>de</strong><br />
maneira correta implica em bons<br />
resultados na lavoura. “A sucessão<br />
introduz uma mentalida<strong>de</strong><br />
nova no sistema. Os filhos têm<br />
acesso facilitado à tecnologia, o<br />
que resulta em novos patamares<br />
<strong>de</strong> eficiência e produtivida<strong>de</strong>. A<br />
sucessão está sendo muito bem-<br />
-feita nessa família”, afirma o engenheiro<br />
agrônomo.<br />
34 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
EXPORTAÇÃO<br />
<strong>Coamo</strong> participa <strong>de</strong> novo<br />
embarque recor<strong>de</strong> em Paranaguá<br />
O<br />
Brasil bateu o recor<strong>de</strong> com o maior<br />
embarque <strong>de</strong> farelo <strong>de</strong> soja em um<br />
único navio <strong>de</strong> sua história. A embarcação<br />
graneleira panamenha Pacific Myra foi<br />
carregada no Porto <strong>de</strong> Paranaguá (PR) e tem<br />
capacida<strong>de</strong> para carregar até 180 mil toneladas<br />
<strong>de</strong> granéis sólidos. A carga saiu por correias<br />
transportadoras <strong>de</strong> quatro terminais diferentes<br />
que compõem o Corredor <strong>de</strong> Exportação para<br />
os porões do navio. Pelo terminal da <strong>Coamo</strong> foi<br />
carregado o maior volume, 37.327 toneladas.<br />
O navio tem 292 metros <strong>de</strong> comprimento<br />
(loa) e 45 metros <strong>de</strong> largura (boca). A<br />
embarcação levou para a Holanda 108.577 toneladas<br />
do produto. Ele atracou em 10 <strong>de</strong> abril,<br />
por volta das 17 horas e zarpou no dia 14.<br />
O diretor-presi<strong>de</strong>nte da Portos do Paraná,<br />
Luiz Fernando Garcia, lembra a evolução<br />
que vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado. Em junho <strong>de</strong><br />
2020 foram carregadas 102,2 mil toneladas em<br />
um único navio, o Pacific South. Um mês <strong>de</strong>pois,<br />
em julho, foram 104,2 mil toneladas embarcadas<br />
no E.R Bayonne. “Agora estamos embarcando<br />
mais <strong>de</strong> 108,5 mil. Todos no mesmo berço.<br />
Estamos nos superando a cada novo gran<strong>de</strong><br />
embarque, e conseguindo carregar cada vez<br />
mais, com segurança e eficiência”, afirmou.<br />
Ainda segundo Teixeira, os custos envolvidos<br />
nessas operações são relativamente<br />
menores na comparação com navios <strong>de</strong> médio<br />
porte. “Estamos carregando praticamente o dobro<br />
<strong>de</strong> carga em um único navio”, completou.<br />
Ele <strong>de</strong>stacou, ainda, que a operação envolveu<br />
um planejamento diferenciado da Portos<br />
do Paranaguá. São necessárias manobras como<br />
a puxada e o giro do navio, para que todos os<br />
porões sejam carregados com segurança.<br />
Fonte: Governo do Paraná<br />
Pelo terminal <strong>Coamo</strong>, em Paranaguá, foram<br />
carregados 37.327 toneladas <strong>de</strong> farelo <strong>de</strong> soja<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 35
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36 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
MANUTENÇÃO EM DIA<br />
Cooperados Francisco e Igor Schreiner, pai e filho <strong>de</strong> Campo Mourão (PR), sabem da importância <strong>de</strong> manter as máquinas agrícolas bem cuidadas<br />
Máquinas bem cuidadas,<br />
eficiência garantida no campo<br />
Manutenção periódica garante agilida<strong>de</strong><br />
na hora do trabalho e valorização na revenda<br />
A<br />
manutenção do maquinário<br />
agrícola é tão importante<br />
quanto manejar<br />
corretamente as lavouras na busca<br />
por altas produtivida<strong>de</strong>s. De<br />
nada adianta investir em insumos<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e fazer um bom trabalho<br />
no manejo das áreas, se<br />
não tiver capricho, também, com<br />
as máquinas e implementos, res-<br />
ponsáveis por boa parte do custo<br />
<strong>de</strong> infraestrutura da ativida<strong>de</strong><br />
agrícola.<br />
O período que separa<br />
uma safra da outra, conhecido<br />
como janela ou entressafra, é a<br />
época recomendada para a execução<br />
<strong>de</strong>sta manutenção, que<br />
ajuda a prolongar a vida útil das<br />
máquinas e equipamentos.<br />
Com o passar dos anos,<br />
a tecnologia ganhou força e invadiu<br />
o campo, trouxe conforto,<br />
mais eficiência e agilida<strong>de</strong> no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do trabalho,<br />
que muitas vezes precisa ser realizado<br />
num curto período, com<br />
intervalos menores do que no<br />
passado. Por isso, a manutenção<br />
preventiva é fundamental para<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 37
MANUTENÇÃO EM DIA<br />
PERÍODO QUE SEPARA UMA SAFRA DA OUTRA É A ÉPOCA IDEAL PARA A<br />
MANUTENÇÃO, PROLONGANDO A VIDA ÚTIL DAS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS<br />
garantir o bom funcionamento<br />
do equipamento e prolongar a<br />
vida útil, evitando quebras inesperadas<br />
durante as operações e<br />
<strong>de</strong>sgastes prematuros, além <strong>de</strong><br />
manter o valor médio do equipamento<br />
na hora da revenda.<br />
Lições levadas a sério<br />
Na fazenda São Domingos,<br />
localizada na BR 158, estrada<br />
velha para Roncador, em Campo<br />
Mourão (Centro-Oeste do Paraná)<br />
essas lições são levadas à sério<br />
pela família Schreiner, capitaneada<br />
pelo cooperado Francisco,<br />
que tem como braço direito o<br />
filho Igor, cuja função é conduzir<br />
a ativida<strong>de</strong> que está sendo repassada<br />
<strong>de</strong> pai para filho. Entre as ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>sempenhadas na proprieda<strong>de</strong>,<br />
está a manutenção das<br />
máquinas e implementos. “Hoje,<br />
em dia temos máquinas com valores<br />
elevados e é sempre necessário<br />
fazer uma boa manutenção,<br />
para no momento <strong>de</strong> utilizar não<br />
ter surpresa, com quebras repentinas”,<br />
explica Igor. Ele diz que é<br />
prática comum na fazenda a realização<br />
<strong>de</strong> manutenção periódica,<br />
on<strong>de</strong> se observa inúmeros itens,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma simples troca <strong>de</strong> óleo<br />
e filtros, até a substituição <strong>de</strong> peças<br />
e acessórios avariados durante<br />
o trabalho. “Logo após o uso<br />
costumamos lavar e fazer uma<br />
análise <strong>de</strong> itens que precisam ser<br />
substituídos, <strong>de</strong>ixando tudo pronto<br />
para a próxima utilização. O<br />
objetivo é evitar quebras durante<br />
o trabalho, naquele momento<br />
que precisamos <strong>de</strong> agilida<strong>de</strong> na<br />
lavoura, seja no plantio, tratos<br />
Engenheiro agrônomo José Petruisse Ferreira<br />
Junior, da <strong>Coamo</strong> em Campo Mourão, diz<br />
que o mesmo cuidado com os veículos <strong>de</strong><br />
passeio <strong>de</strong>ve ser com o maquinário<br />
38 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
culturais ou colheita”, esclarece o<br />
cooperado lembrando que o fornecimento<br />
<strong>de</strong> peças na cooperativa<br />
é um importante benefício.<br />
Custo-Benefício<br />
Na opinião do cooperado<br />
o valor da manutenção é baixo<br />
na comparação com o custo<br />
<strong>de</strong> um equipamento mo<strong>de</strong>rno,<br />
como os comercializados atualmente.<br />
Por isso, investir na manutenção<br />
é preservar um bem, com<br />
valor agregado. “Além disso, é a<br />
melhor forma <strong>de</strong> garantir o bom<br />
funcionamento e, melhor do que<br />
isso, assegurar que a produção<br />
tenha resultados positivos, sem<br />
prejuízos por este motivo”, acrescenta<br />
informando que outra forma<br />
<strong>de</strong> proteger o investimento é<br />
a contratação <strong>de</strong> seguro. “É um<br />
bem muito valioso <strong>de</strong> alto capital<br />
e, por isso, fazemos o seguro<br />
<strong>de</strong> todos os maquinários. A Via<br />
Sollus e Credicoamo são nossos<br />
parceiros nessa operação, garantindo<br />
mais tranquilida<strong>de</strong>”, afirma.<br />
Eficiência, economia e<br />
rendimento operacional<br />
O engenheiro agrônomo,<br />
José Petruisse Ferreira Junior,<br />
da <strong>Coamo</strong> em Campo Mourão,<br />
diz que o mesmo cuidado<br />
com os veículos <strong>de</strong> passeio <strong>de</strong>ve<br />
ser com o maquinário. “É <strong>de</strong> extrema<br />
importância a manutenção<br />
e a revisão das máquinas,<br />
assim como fazemos com nossos<br />
veículos. É a forma <strong>de</strong> manter<br />
o correto funcionamento,<br />
que impacta diretamente na eficiência,<br />
economia e rendimento<br />
operacional no campo”, alerta.<br />
Conforme o agrônomo, é<br />
preciso enten<strong>de</strong>r que as máquinas<br />
ficam cerca <strong>de</strong> 70% do tempo paradas<br />
no barracão, durante o ano.<br />
Contudo, durante as operações<br />
<strong>de</strong> preparo do solo, semeadura,<br />
pulverização e colheita, são utilizadas<br />
intensamente. “Quem <strong>de</strong>seja<br />
ter sua máquina funcionando com<br />
uma boa eficiência e economia,<br />
<strong>de</strong>ve realizar manutenção e revisão<br />
periódicas”, sugere.<br />
DICAS DE MANUTENÇÃO E CUIDADOS:<br />
1 Não está ligado diretamente ao processo,<br />
mas é <strong>de</strong> extrema importância a<br />
contratação <strong>de</strong> seguro.<br />
2 Treinar e capacitar os operadores.<br />
3 Fazer manutenção preventiva e a<br />
gestão dos custos <strong>de</strong> manutenção<br />
4 Conferir a máquina antes <strong>de</strong> iniciar<br />
cada operação<br />
5 Ter atenção especial quanto aos<br />
prazos das revisões, sempre utilizando<br />
peças indicadas pelo fabricante e muito<br />
cuidado para não per<strong>de</strong>r a garantia.<br />
6 Usar a tecnologia embarcada facilita<br />
muito a gestão no campo, exemplo<br />
disso é a utilização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> monitoramento<br />
e gerenciamento com a<br />
emissão <strong>de</strong> relatórios.<br />
7 Conhecer a máquina e o equipamento<br />
é muito importante para saber<br />
sobre tudo que ela po<strong>de</strong> oferecer.<br />
8 Guardar as máquinas e equipamentos<br />
em local coberto e seco, livre <strong>de</strong> animais,<br />
pó e sujeira<br />
9 Na dúvida procure um profissional.<br />
A <strong>Coamo</strong> disponibiliza em suas unida<strong>de</strong>s<br />
uma equipe <strong>de</strong> profissionais preparados,<br />
treinados e capacitados.<br />
10 Monitore a eficiência dos equipamentos<br />
como pressão, nível <strong>de</strong> fluídos,<br />
sistemas elétricos e transmissão.<br />
Valor da manutenção é relativamente baixo na comparação com o custo <strong>de</strong> um equipamento mo<strong>de</strong>rno<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 39
CREDICOAMO<br />
É hora <strong>de</strong> financiar<br />
o custeio e o seguro<br />
agrícola para safras<br />
<strong>de</strong> trigo e soja<br />
Os associados da Credicoamo<br />
já se planejaram visando a implantação<br />
em <strong>2021</strong> das lavouras<br />
<strong>de</strong> trigo e soja, com a reserva <strong>de</strong> insumos<br />
junto à <strong>Coamo</strong> com excelentes<br />
condições e, agora, estão buscando o<br />
financiamento <strong>de</strong> recursos para o custeio<br />
e seguro agrícola das lavouras <strong>de</strong><br />
trigo e soja.<br />
Para aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s<br />
dos seus associados, a Credicoamo<br />
iniciou neste mês os financiamentos<br />
<strong>de</strong> custeio visando a implantação das<br />
novas safras. “Trata-se <strong>de</strong> um importante<br />
benefício que a Credicoamo coloca<br />
à disposição dos seus associados, seguindo<br />
a sua missão <strong>de</strong> agregar renda<br />
por meio <strong>de</strong> soluções sustentáveis”,<br />
afirma Dilmar Antonio Peri, diretor <strong>de</strong><br />
Negócios da Credicoamo.<br />
Segundo Dilmar Peri, os associados<br />
estão procurando as agências<br />
da cooperativa para iniciar o processo<br />
<strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> custeio para trigo e<br />
soja. “O objetivo da Credicoamo é oferecer<br />
uma assistência financeira para<br />
fomentar a produção dos associados.<br />
Eles contam com a agilida<strong>de</strong> e segurança<br />
da sua cooperativa por meio <strong>de</strong><br />
diversos benefícios, que vem ao encontro<br />
das suas necessida<strong>de</strong>s”, explica.<br />
Ele afirma que é importante a contratação<br />
dos financiamentos o quanto<br />
antes, para programar a liberação dos<br />
40 REVISTA <strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
volumes <strong>de</strong> recursos necessários.<br />
Seguro Agrícola<br />
Para a safra <strong>2021</strong>/<strong>2021</strong>, os associados<br />
da Credicoamo e da <strong>Coamo</strong><br />
terão duas opções para garantir suas<br />
lavouras contra adversida<strong>de</strong>s climáticas<br />
e outros sinistros. Uma <strong>de</strong>las é o Proagro<br />
– Programa <strong>de</strong> Garantia da Ativida<strong>de</strong><br />
Agropecuária, que é um velho conhecido<br />
dos cooperados. Nesta safra, o<br />
Proagro beneficiará os produtores com<br />
limite máximo <strong>de</strong> R$ 300.000,00 mil por<br />
CPF.<br />
A outra opção é o seguro agrícola,<br />
que vem registrando um crescimento<br />
expressivo nos últimos anos, motivado<br />
pela facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua contratação, melhoria<br />
nos índices <strong>de</strong> cobertura e redução<br />
nos prêmios pagos. Além do incentivo<br />
praticado pelo governo fe<strong>de</strong>ral, que<br />
será responsável por 20% para a soja,<br />
25% para o milho verão e 40% para o<br />
trigo, do subsídio sobre o valor do prêmio<br />
do seguro contratado para a safra<br />
<strong>2021</strong>/22. Para o trigo, também existe a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subvenção estadual no<br />
valor <strong>de</strong> até R$ 4,4 mil por CPF.<br />
Seguro, insumo fundamental<br />
O presi<strong>de</strong>nte Executivo da Credicoamo,<br />
Alcir José Goldoni reforça a<br />
necessida<strong>de</strong> da proteção das lavouras<br />
por meio da contratação <strong>de</strong> seguro agrícola.<br />
“A a<strong>de</strong>são vem sendo incrementada<br />
principalmente nos últimos anos,<br />
haja vista que a ativida<strong>de</strong> da agricultura<br />
é uma verda<strong>de</strong>ira indústria a céu aberto,<br />
por isso o reflexo da mudança na forma<br />
<strong>de</strong> pensar e agir dos associados, que estão<br />
mais conscientes da necessida<strong>de</strong> do<br />
seguro, um insumo indispensável para o<br />
sucesso das safras dos associados”, afirma<br />
Goldoni.<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />
41
SEGURO<br />
Via Sollus completa 13 anos em ritmo <strong>de</strong><br />
crescimento e com qualida<strong>de</strong> nos serviços<br />
Atuação busca melhores coberturas, preço e atendimento aos segurados<br />
Via Sollus aten<strong>de</strong> cooperados, funcionários da <strong>Coamo</strong> e Credicoamo e comunida<strong>de</strong> em geral<br />
No dia 05 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008<br />
foi criada a Via Sollus Corretora<br />
<strong>de</strong> Seguros. Des<strong>de</strong><br />
então, foi facilitada a vida <strong>de</strong> milhares<br />
<strong>de</strong> pessoas entre cooperados<br />
da <strong>Coamo</strong>, funcionários da<br />
cooperativa e comunida<strong>de</strong>, nas<br />
contratações <strong>de</strong> seguros e com a<br />
agilida<strong>de</strong> necessária em caso <strong>de</strong><br />
regulação e sinistros.<br />
A corretora faz parte do<br />
grupo <strong>Coamo</strong> e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fundação<br />
vem oferecendo aos segurados,<br />
soluções em seguros<br />
visando a proteção necessária<br />
com tranquilida<strong>de</strong> e segurança,<br />
sempre em parceria com as cooperativas<br />
<strong>Coamo</strong> e Credicoamo.<br />
“A Via Sollus abrange todos<br />
os ramos <strong>de</strong> seguros e aten<strong>de</strong><br />
todas as pessoas, sejam físicas<br />
ou jurídicas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
do vínculo com a <strong>Coamo</strong> ou Credicoamo.<br />
Por isso, é que ela está<br />
aberta à comunida<strong>de</strong> e todos<br />
po<strong>de</strong>m usufruir dos serviços que<br />
oferecemos”, afirma Jair Alberto<br />
Schommer, novo gerente da Via<br />
Sollus Corretora <strong>de</strong> Seguros.<br />
O presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong><br />
e Credicoamo, José Aroldo<br />
Gallassini, avalia como positiva a<br />
atuação da Via Sollus nesses 13<br />
anos. “Os resultados da Via Sollus<br />
vêm crescendo a cada ano e o<br />
caminho é evoluir cada vez mais.<br />
A corretora foi criada seguindo<br />
a filosofia e trabalho da <strong>Coamo</strong>,<br />
sendo uma empresa voltada<br />
para aten<strong>de</strong>r os segurados com<br />
qualida<strong>de</strong> e eficiência. É isso que<br />
estamos constatando, pois nas<br />
suas operações existe o reconhecimento,<br />
o respeito e a confiança<br />
dos clientes segurados.”<br />
Segundo Gallassini, contratar<br />
um seguro é um processo<br />
cultural e necessário. “É preciso<br />
pensar que <strong>de</strong>vemos fazer seguro<br />
como uma medida <strong>de</strong> proteção<br />
contra os eventuais imprevistos<br />
e <strong>de</strong>sta maneira, a gente faz<br />
seguro como investimento para<br />
não usar.”<br />
Atendimento<br />
O atendimento para<br />
a<strong>de</strong>são ou renovação <strong>de</strong> seguros<br />
na Via Sollus po<strong>de</strong> ser feito<br />
nos entrepostos da <strong>Coamo</strong> ou<br />
nas agências da Credicoamo localizadas<br />
nos Estados do Paraná,<br />
Santa Catarina e Mato Grosso do<br />
Sul. E, também, diretamente pelo<br />
site da corretora no www.viasollus.com.br<br />
ou pelo fone (44)<br />
3599-8585.<br />
“O trabalho <strong>de</strong> contratação<br />
<strong>de</strong> seguros nas agências da<br />
Credicoamo é promovido <strong>de</strong> for-<br />
42 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
Airton Galinari, presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong>, Jair Alberto Schommer, gerente da Via Sollus, José Aroldo Gallassini,<br />
presi<strong>de</strong>nte dos Conselhos <strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong> e Credicoamo, Alcir José Goldoni, presi<strong>de</strong>nte Executivo da Credicoamo<br />
ma segura, tranquila e com serieda<strong>de</strong>,<br />
por uma equipe especializada,<br />
com o objetivo <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r<br />
às necessida<strong>de</strong>s dos nossos<br />
segurados. Nosso foco está na<br />
busca constante pela qualida<strong>de</strong><br />
na intermediação e contratação<br />
dos seguros, a continuida<strong>de</strong> das<br />
ativida<strong>de</strong>s visando a proteção do<br />
patrimônio e da vida dos segurados”,<br />
explica Alcir José Goldoni,<br />
presi<strong>de</strong>nte Executivo da Credicoamo.<br />
Nova estrutura administrativa<br />
MODALIDADES DE SEGUROS<br />
OFERECIDOS PELA VIA SOLLUS<br />
Vida<br />
Residência<br />
Vida<br />
Empresa<br />
Proprieda<strong>de</strong> Rural<br />
Agrícola<br />
Máquinas e Implementos<br />
Prestamista<br />
Condomínio<br />
NOVA ESTRUTURA DA VIA SOLLUS: Márcio Mesquita Moitinho, <strong>de</strong>partamento Comercial, Jair Alberto<br />
Schommer, gerente, e Aurélio Luiz Wailand, <strong>de</strong>partamento Administrativo-Financeiro<br />
Entrou em funcionamento<br />
recentemente a nova estrutura<br />
da Via Sollus com o objetivo<br />
<strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> ao trabalho<br />
apresentado pela corretora.<br />
Com base no planejamento<br />
estratégico e rea<strong>de</strong>quações<br />
programadas, a nova estrutura<br />
da Via Sollus tem uma<br />
gerência e dois <strong>de</strong>partamentos<br />
para atendimento às necessida<strong>de</strong>s<br />
dos segurados. O novo gerente<br />
da corretora é Jair Alberto<br />
Schommer, com experiência em<br />
seguros e gestão <strong>de</strong> cooperativas.<br />
O <strong>de</strong>partamento Administrativo-Financeiro<br />
é chefiado por Aurélio<br />
Luiz Wailand com trabalhos<br />
nos processos <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização e<br />
controles administrativos. A frente<br />
do <strong>de</strong>partamento Comercial está<br />
Márcio Mesquita Moitinho e entre<br />
suas atribuições está a prospecção<br />
<strong>de</strong> seguros, com áreas focadas<br />
nos seguros dos associados<br />
e funcionários, e com a comercialização<br />
<strong>de</strong> seguros com terceiros<br />
(comunida<strong>de</strong>).<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 43
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VIA SOLLUS<br />
Com seguros, cooperados protegem seu patrimônio<br />
“Sou segurado na Via<br />
Sollus <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010. Des<strong>de</strong> quando<br />
fiz minha a<strong>de</strong>são com vários<br />
tipos <strong>de</strong> seguro, estou tranquilo<br />
com mais segurança e confiança”,<br />
diz Ricardo Augusto Romagnoli,<br />
cooperado da <strong>Coamo</strong> e da<br />
Credicoamo em Boa Esperança<br />
(Centro-Oeste do Paraná). Além<br />
do seguro agrícola, ele tem segurado<br />
seus equipamentos agrícolas,<br />
além dos seguros resi<strong>de</strong>ncial<br />
e <strong>de</strong> vida.<br />
“É muito bom ter seguro,<br />
sempre ouvi o Dr. Aroldo dizer<br />
que a gente tem que fazer<br />
seguro para não usar e ele tem<br />
razão, pois é isso que queremos,<br />
pagar e não usar”, conta<br />
o produtor. Ele é associado da<br />
<strong>Coamo</strong> e da Credicoamo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
1999. Foi admitido em Campo<br />
Mourão, mas pouco tempo <strong>de</strong>pois,<br />
em 2001 transferiu sua<br />
movimentação para a unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Boa Esperança.<br />
O cooperado planta 62<br />
alqueires e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011 assumiu<br />
as ativida<strong>de</strong>s da família na proprieda<strong>de</strong>.<br />
“O Ricardo sempre<br />
aplicou as melhores tecnologias<br />
em suas lavouras e faz questão<br />
<strong>de</strong> contratar seguros para ter<br />
tranquilida<strong>de</strong> e proteção do seu<br />
patrimônio e da sua família”, afirma<br />
Paulo Henrique Santiago, gerente<br />
da agência da Credicoamo<br />
em Boa Esperança.<br />
O cooperado Tomonori<br />
Kato, integrante do quadro social<br />
da <strong>Coamo</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, e<br />
da Credicoamo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2012, em<br />
Ricardo Romagnoli, <strong>de</strong> Boa Esperança (PR), tem seguros agrícola, <strong>de</strong> implementos, resi<strong>de</strong>ncial e <strong>de</strong> vida na Via Sollus<br />
Goioerê (Centro-Oeste do Paraná)<br />
sabe muito bem da necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> uso <strong>de</strong> seguro. Ele e sua<br />
família renovam constantemente<br />
os seguros com a Via Sollus em<br />
vários ramos, como os <strong>de</strong> veículos,<br />
resi<strong>de</strong>ncial, empresarial, seguro<br />
agrícola e <strong>de</strong> equipamentos<br />
utilizados no plantio e colheita.<br />
“É bom pagar seguro e não usar,<br />
mas quando aconteceram imprevistos,<br />
contei com o apoio da Via<br />
Sollus para o acionamento do<br />
seguro e fui muito bem atendido<br />
pela equipe da Credicoamo e Via<br />
Sollus, aqui em Goioerê”, relata<br />
seu Tomonori acrescentando: “O<br />
atendimento é muito bom. Confio<br />
nas equipes da Credicoamo<br />
e Via Sollus, que trabalham para<br />
que tenhamos segurança e o<br />
nosso patrimônio protegido.”<br />
Cooperado Tomonori Kato, <strong>de</strong> Goioerê (PR), renova constantemente seus seguros com a Via Sollus em várias modalida<strong>de</strong>s<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 45
EVENTO VIRTUAL<br />
MERCADO AGRÍCOLA EM PAUTA<br />
Evento virtual foi realizado pelo canal da <strong>Coamo</strong> no YouTube e contou<br />
com a presença do professor e doutor, Alexandre <strong>de</strong> Mendonça Barros<br />
A<br />
<strong>Coamo</strong> em parceria com o<br />
Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem<br />
do Cooperativismo<br />
– Sescoop, realizou no dia 08<br />
<strong>de</strong> abril, a palestra “Perspectivas<br />
dos Mercados Agrícolas”, com o<br />
professor e doutor, Alexandre <strong>de</strong><br />
Mendonça Barros, com mais <strong>de</strong><br />
30 anos <strong>de</strong> experiência na área. O<br />
evento virtual foi transmitido pelo<br />
canal da cooperativa no YouTube,<br />
com mediação do presi<strong>de</strong>nte Executivo<br />
da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari.<br />
Alexandre Barros <strong>de</strong>staca<br />
que o mercado agrícola está em<br />
pauta nos principais veículos <strong>de</strong><br />
comunicação do mundo. “O foco<br />
está nesse boom <strong>de</strong> commodities,<br />
nos mercados <strong>de</strong> soja, milho, trigo.<br />
Virou um assunto internacional. Em<br />
primeiro lugar porque como a vacinação<br />
está rápida, o mundo voltará<br />
a crescer e já há sinais <strong>de</strong> um aquecimento<br />
significativo na China, hoje<br />
o maior importador <strong>de</strong> alimentos.<br />
Além disso, Joe Bi<strong>de</strong>n, presi<strong>de</strong>nte<br />
dos Estados Unidos, vem anunciando<br />
uma série <strong>de</strong> estímulos para a<br />
retomada do crescimento econômico,<br />
que não se tem notícias há<br />
muitos anos, na maior economia<br />
do mundo.”<br />
Consumo <strong>de</strong> alimentos<br />
Segundo o palestrante,<br />
Airton Galinari, presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong>, e Alexandre <strong>de</strong> Mendonça Barros abordaram o mercado agrícola<br />
há um movimento <strong>de</strong> impulso que<br />
extrapola os mercados agrícolas e<br />
cria uma dinâmica favorável para<br />
o consumo <strong>de</strong> alimentos. “Os Estados<br />
Unidos aprovaram um programa<br />
<strong>de</strong> gastos públicos <strong>de</strong> um<br />
trilhão e novecentos bilhões <strong>de</strong><br />
dólares, para os próximos quatro<br />
anos. Ao mesmo tempo, há uma<br />
motivação para aumentar os biocombustíveis<br />
e biodiesel. Já estamos<br />
vendo refinarias <strong>de</strong> diesel nos<br />
Estados Unidos se convertendo<br />
para biodiesel, o que gera uma<br />
<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> óleos mais forte nos<br />
próximos anos.”<br />
Barros ainda comenta o<br />
momento que o mundo vive. “Sem<br />
nenhum exagero, os preços em dólar<br />
dos produtos agrícolas subiram<br />
agressivamente nos últimos seis<br />
meses. O real po<strong>de</strong>ria se fortalecer,<br />
porque o Brasil é um forte exportador<br />
<strong>de</strong> produtos agrícolas, metal,<br />
petróleo. Isso gera uma entrada <strong>de</strong><br />
dólar muito forte. Entretanto, isso<br />
não está acontecendo, por uma<br />
série <strong>de</strong> situações relacionadas<br />
à programas <strong>de</strong> gastos públicos<br />
brasileiro que têm mantido o real<br />
fraco em relação ao dólar. Então,<br />
os preços sobem em dólar e vão<br />
crescendo em reais para níveis que<br />
nunca assistimos.”<br />
Conselho<br />
Alexandre Barros <strong>de</strong>ixa<br />
um conselho aos cooperados da<br />
<strong>Coamo</strong>. “É preciso que se tenha<br />
46 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
um certo conservadorismo, mas<br />
também aproveite o momento.<br />
Vamos ver uma elevação nos custos<br />
<strong>de</strong> produção. Não tem como<br />
ser diferente, pois os preços em<br />
dólar <strong>de</strong> todos os insumos estão<br />
subindo, este é o ciclo mundial.<br />
Por isso, sigo uma estratégia que<br />
sempre <strong>de</strong>fendi, que a compra<br />
<strong>de</strong> insumos <strong>de</strong>ve ser travada, protegida.<br />
O custo po<strong>de</strong> subir, mas<br />
estamos diante <strong>de</strong> preços excepcionais,<br />
on<strong>de</strong> temos que fazer<br />
esse posicionamento <strong>de</strong> proteção<br />
e aproveitando esses preços elevadíssimos<br />
que estamos vendo.<br />
O mercado é muito firme, tem potencial<br />
<strong>de</strong> alta, mas não é normal<br />
o real ficar à 5,60, com soja <strong>de</strong> 14<br />
dólares. A tendência seria o real se<br />
fortalecer, mas não acredito nisso<br />
a curto prazo. É preciso ir cobrindo<br />
os custos <strong>de</strong> produção, aproveitando<br />
esses preços excepcionais,<br />
e entendo que teremos um horizonte<br />
muito positivo pelo comportamento<br />
da <strong>de</strong>manda mundial,<br />
pelos baixos estoques.”<br />
Recomendação<br />
Ele diz para os cooperados<br />
seguirem a estratégia recomendada<br />
pela cooperativa. “Mantenham<br />
o que a <strong>Coamo</strong> sempre<br />
preconizou, investimento em alta<br />
tecnologia, visando o aumento<br />
<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e, também, <strong>de</strong><br />
ter muito cuidado e pé no chão.<br />
Precisamos manter o equilíbrio e<br />
aproveitar esse bom momento. Eu<br />
particularmente, recomendo que<br />
se faça médias e trave custos.”<br />
Conhecimento e informação<br />
da <strong>Coamo</strong> está em cumprir a missão<br />
<strong>de</strong> gerar renda <strong>de</strong> forma sustentável,<br />
ao quadro social. “Somos<br />
uma cooperativa e temos em nosso<br />
DNA, um caráter social muito forte,<br />
diferente <strong>de</strong> outras empresas que<br />
são puramente comerciais. Temos<br />
a missão <strong>de</strong> levar <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
isso é muito mais abrangente que<br />
só relações comerciais. Por isso, temos<br />
o programa “+ Gestão”, que<br />
tem a função <strong>de</strong> levar conhecimento<br />
e informação ao quadro social.<br />
Ajudando-o a profissionalizar mais<br />
a sua proprieda<strong>de</strong> e conduzi-la <strong>de</strong><br />
forma empresarial.”<br />
Disponível no YouTube<br />
O assessor <strong>de</strong> Cooperativismo,<br />
José Ricardo Romani, que<br />
coor<strong>de</strong>na o programa “<strong>Coamo</strong> +<br />
Gestão”, sugere a quem não assistiu<br />
a palestra que acesse o canal<br />
da cooperativa. “É fundamental<br />
se manter atualizado sobre o mercado<br />
agrícola. O cooperado que<br />
estuda e busca informação está<br />
sempre na frente. Essa palestra<br />
trouxe conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”,<br />
recomenda.<br />
Para assistir a palestra<br />
Perspectivas dos<br />
Mercados Agrícolas,<br />
aponte o leitor <strong>de</strong> QR<br />
Co<strong>de</strong> do seu celular<br />
na imagem ao lado.<br />
Para o presi<strong>de</strong>nte Executivo<br />
da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari o foco<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 47
Blog da RPC traz entrevista com<br />
presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong><br />
Das boutiques às gran<strong>de</strong>s cooperativas, cafeicultores <strong>de</strong> todo o Estado têm<br />
otimismo com o futuro do setor e diversificação do tipo <strong>de</strong> consumidor <strong>de</strong> café<br />
A<br />
história da produção mundial<br />
<strong>de</strong> café se confun<strong>de</strong> à<br />
do Brasil. Des<strong>de</strong> o século<br />
XVIII, quando as primeiras mudas<br />
foram plantadas por aqui, o<br />
país se tornou sinônimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
no setor e teve, por anos,<br />
a cafeicultura como carro-chefe<br />
da economia. Em 14 <strong>de</strong> abril, Dia<br />
Mundial do Café, os cafeicultores<br />
paranaenses tiveram motivos <strong>de</strong><br />
sobra para comemorar, mesmo<br />
em momento adverso.<br />
Em 2020, o consumo <strong>de</strong><br />
café em território nacional cresceu<br />
1,34%, chegando 21,2 milhões<br />
<strong>de</strong> sacas <strong>de</strong> 60 quilos, <strong>de</strong><br />
acordo com dados da Associação<br />
Brasileira da Indústria <strong>de</strong> Café<br />
(Abic). O número é o 2º maior da<br />
série histórica, iniciada em 2011,<br />
e é representativo diante da crise<br />
da Covid-19, que afetou praticamente<br />
todos os setores.<br />
No Paraná, o caminho foi<br />
semelhante: segundo o Departamento<br />
<strong>de</strong> Economia Rural (Deral),<br />
a safra <strong>de</strong> 2020 foi <strong>de</strong> 943 mil<br />
sacas <strong>de</strong> 60 quilos, cerca <strong>de</strong> 1%<br />
maior que o ano anterior.<br />
48 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
DIA DO CAFÉ<br />
<strong>Coamo</strong> conta categorias <strong>de</strong> cafés: Tradicional, Extra Forte e Premium<br />
Airton Galinari, presi<strong>de</strong>nte executivo da <strong>Coamo</strong><br />
<strong>Coamo</strong> prevê crescimento <strong>de</strong> 15%<br />
para <strong>2021</strong> com ações direcionadas<br />
Consumidor mais exigente mantém<br />
cooperativa atenta ao setor premium<br />
A <strong>Coamo</strong> Agroindustrial Cooperativa, uma<br />
das maiores e mais respeitadas do Paraná, também<br />
prevê números positivos para o ano. De acordo com<br />
Airton Galinari, presi<strong>de</strong>nte executivo da <strong>Coamo</strong>, o<br />
crescimento físico na cafeicultura <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 15%.<br />
“Faremos isso por meio do incremento <strong>de</strong><br />
vendas nos clientes atuais com ações direcionadas,<br />
visando conquistar ainda mais a preferência do consumidor<br />
final, aliado ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos<br />
mercados como a exportação”, aponta Galinari.<br />
Assim como apontado pelas pesquisas do setor,<br />
Galinari avalia que o setor sofreu, sim, com a pan<strong>de</strong>mia.<br />
Por outro lado, o home office e o fato das pessoas<br />
passarem mais tempo em casa aumentou o consumo<br />
doméstico, que respon<strong>de</strong> pela maior fatia do mercado.<br />
Esse acontecimento, aponta o diretor executivo, exige<br />
das indústrias mais atenção e estratégias <strong>de</strong>ntro dos<br />
pontos <strong>de</strong> vendas dos Supermercados e Cash.<br />
“Com o comprometimento das ações <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>gustação e abordagem face à pan<strong>de</strong>mia, buscamos<br />
novas alternativas por meio <strong>de</strong> ações via clube<br />
<strong>de</strong> compras dos varejistas e intensificação <strong>de</strong> ações<br />
em re<strong>de</strong>s sociais com influencers digitais”, <strong>de</strong>talha<br />
Galinari.<br />
A <strong>Coamo</strong> trabalha <strong>de</strong> olho, também,<br />
na parcela <strong>de</strong> público interessada<br />
em um café premium. Atualmente,<br />
o carro-chefe da cooperativa é o Café<br />
<strong>Coamo</strong> Tradicional, mas outro que cresce<br />
muito em vendas é o café <strong>Coamo</strong><br />
Premium, disponível na versão vácuo<br />
500g e, também, em grão em pacotes<br />
valvulados <strong>de</strong> 1kg.<br />
“Os consumidores estão cada<br />
vez mais exigentes buscando padrão e<br />
qualida<strong>de</strong>, pagando mais por produtos<br />
e marcas que garantem estas entregas<br />
e trabalhamos exatamente com esta categoria<br />
<strong>de</strong> produtos, que nos dá a segurança<br />
e a certeza <strong>de</strong> crescimento no<br />
mercado”, diz Galinari. “O crescimento<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> cafés especiais praticamente<br />
triplicou nos últimos anos e, com<br />
previsão <strong>de</strong> dobrar nos próximos quatro<br />
anos, ganha ano após ano maior importância<br />
<strong>de</strong>ntro do mercado total”.<br />
Fonte: Negócios RPC<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 49
COOPERATIVISMO<br />
OCEPAR 50 ANOS!<br />
A Organização das Cooperativas do Paraná completa cinco décadas <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s revisitando o passado <strong>de</strong> lutas e homenageando seus fundadores,<br />
mas com o foco direcionado para os <strong>de</strong>safios do futuro<br />
“ Sabíamos que estávamos<br />
começando a organizar<br />
o movimento cooperativista<br />
com direcionamento e serieda<strong>de</strong>.<br />
Mas, <strong>de</strong> forma alguma<br />
imaginávamos o alcance que o<br />
cooperativismo teria entre os paranaenses”,<br />
diz Guntolf van Kaick,<br />
o primeiro presi<strong>de</strong>nte da Ocepar.<br />
Em 1971, <strong>de</strong> acordo com<br />
dados do Incra (Instituto Nacional<br />
<strong>de</strong> Colonização e Reforma Agrária),<br />
havia no Paraná cerca <strong>de</strong> 56<br />
mil cooperados, a maioria associado<br />
a cooperativas do ramo<br />
agropecuário e <strong>de</strong> consumo. Passados<br />
50 anos, a Ocepar tem sob<br />
sua abrangência um dos sistemas<br />
econômicos e sociais mais pujantes<br />
do país. Atualmente, a entida<strong>de</strong><br />
tem 217 cooperativas filiadas,<br />
em sete ramos, que congregam<br />
Takeki Nishiyama, Wilson Thiesen, Guntolf van Kaick e Yoneju Tsunoda em foto do dia da constituição da Ocepar<br />
2,48 milhões <strong>de</strong> cooperados e<br />
geram 117,9 mil empregos diretos.<br />
O setor obteve, em 2020, um<br />
faturamento <strong>de</strong> R$ 115,7 bilhões,<br />
com sobras do exercício <strong>de</strong> R$<br />
5,9 bilhões, e um total exportado,<br />
1971<br />
1972<br />
- No dia 2 <strong>de</strong> abril, durante o 3º Encontro <strong>de</strong> Dirigentes Cooperativistas, no auditório<br />
da cooperativa Agro-mate, na Avenida Marechal Floriano 1.368, em Curitiba, é<br />
fundada a Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná<br />
- Em 3 <strong>de</strong> abril, dia seguinte à fundação da Ocepar, é constituída a Assocep<br />
(Associação <strong>de</strong> Orientação <strong>de</strong> Cooperativas do Estado do Paraná), com o objetivo <strong>de</strong><br />
prestar serviços na gestão, informação, administração e auditoria do sistema<br />
- Em 17 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Ocepar aprova a<br />
constituição do Fundo Cooperativo <strong>de</strong> Garantia contra o Granizo e do Fundo <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento <strong>de</strong> Pesquisa do Trigo (Fun<strong>de</strong>spe)<br />
- Em junho começa a circular a primeira <strong>edição</strong> do Jornal Paraná Cooperativo, órgão<br />
ofi cial <strong>de</strong> comunicação do sistema cooperativista, transformado em 2004 na <strong>Revista</strong><br />
Paraná Cooperativo<br />
- Criado o Departamento <strong>de</strong> Pesquisa da Ocepar. Por meio do Fun<strong>de</strong>spe, os recursos<br />
para pesquisa do trigo recolhidos pela Ctrin (Comissão <strong>de</strong> Comercialização do Trigo<br />
Nacional) passam a ser administrados pela Ocepar<br />
50 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
Se<strong>de</strong> do Sistema Ocepar, em Curitiba (PR), a Casa do Cooperativismo Paranaense<br />
para mais <strong>de</strong> 100 países, <strong>de</strong> US$<br />
4,44 bilhões. Mas, números e estatísticas,<br />
embora <strong>de</strong>monstrem<br />
o crescimento do movimento<br />
cooperativista no Estado, não revelam<br />
as histórias <strong>de</strong> vida e superação<br />
que o cooperativismo, sob<br />
a representação, o guarda-chuva<br />
da Ocepar, ajudou a construir nas<br />
últimas cinco décadas. Quando<br />
apoia uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> cooperados<br />
e cooperativas, amplia e estimula<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento econômico<br />
e social, é nessas ações que<br />
a filosofia cooperativista se revela<br />
em sua essência.<br />
Fundação - A Ocepar foi<br />
fundada tendo como missão representar<br />
e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses<br />
do sistema cooperativista paranaense<br />
perante as autorida<strong>de</strong>s<br />
constituídas e a socieda<strong>de</strong>, bem<br />
como prestar serviços a<strong>de</strong>quados<br />
ao pleno <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das cooperativas e <strong>de</strong> seus integrantes.<br />
Des<strong>de</strong> 1997, passou<br />
também a exercer funções <strong>de</strong><br />
sindicato patronal das cooperativas<br />
paranaenses. Hoje, além<br />
da Ocepar, o Sistema é integrado<br />
pelo Sescoop/PR (Serviços<br />
Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem do<br />
Cooperativismo) e a Fecoopar<br />
(Fe<strong>de</strong>ração das Cooperativas do<br />
Paraná).<br />
Funções - “A Ocepar tem<br />
duas gran<strong>de</strong>s funções. A primeira<br />
é a função <strong>de</strong> organizar. O que<br />
significa organizar? Somar forças,<br />
articular, estruturar <strong>de</strong> fato o<br />
mercado, e planejar. A Ocepar é<br />
a Organização das Cooperativas<br />
do Paraná, e organizar é o nosso<br />
trabalho mais importante”, afirma<br />
o presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong>, José<br />
Roberto Ricken. “Na sequência<br />
vem a <strong>de</strong>fesa dos interesses das<br />
cooperativas, o que também é<br />
fundamental. É a articulação com<br />
os po<strong>de</strong>res legislativo e executivo,<br />
o trabalho sindical a ação<br />
conjunta com outras entida<strong>de</strong>s<br />
representativas”, ressalta.<br />
Para o lí<strong>de</strong>r cooperativista<br />
João Paulo Koslovski, que presidiu<br />
a Ocepar <strong>de</strong> 1996 a 2016, o apoio<br />
dos dirigentes e colaboradores das<br />
1982<br />
- Consórcio <strong>de</strong> cooperativas adquire a Indústria Kamby, que atuava no setor lácteo, com<br />
se<strong>de</strong> em Londrina e postos <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> leite em diversos municípios do estado. A<br />
aquisição marca o início do processo <strong>de</strong> agroindustrialização das cooperativas do Paraná<br />
- Constituído o Comitê PróConstituição das Cooperativas <strong>de</strong> Crédito que visava organizar<br />
e estimular a expansão do ramo crédito. O Comitê funcionava na se<strong>de</strong> da Ocepar, com<br />
apoio técnico e fi nanceiro da entida<strong>de</strong><br />
- Em 2 <strong>de</strong> julho é inaugurado o Centro <strong>de</strong> Pesquisa Eloy Gomes, da Ocepar, em Cascavel,<br />
em solenida<strong>de</strong> que contou com a presença do Ministro da Agricultura, Ângelo Amaury<br />
Stábile e do governador do Paraná, Hosken <strong>de</strong> Novaes<br />
1988<br />
- A nova Constituição do<br />
Brasil acaba com a tutela<br />
estatal no cooperativismo,<br />
vedando a interferência<br />
governamental no<br />
funcionamento das<br />
cooperativas<br />
1996<br />
- Aprovado o Plano Paraná Cooperativo 2000,<br />
um planejamento estratégico baseado em<br />
estudos aprofundados e com um cronograma<br />
<strong>de</strong> metas e ações necessárias para efetivá-las<br />
- Lançada oficialmente a Frencoop (Frente<br />
Parlamentar do Cooperativismo), com<br />
200 integrantes entre <strong>de</strong>putados fe<strong>de</strong>rais<br />
e senadores para atuar na <strong>de</strong>fesa dos<br />
interesses do sistema cooperativista<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 51
COOPERATIVISMO<br />
OCEPAR FOI FUNDADA COM A MISSÃO DE REPRESENTAR E DEFENDER OS INTERESSES<br />
DO SISTEMA COOPERATIVISTA PARANAENSE PERANTE AS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS<br />
cooperativas foi essencial para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do sistema. O ex-<br />
-dirigente cita que a centralização<br />
da discussão dos problemas das<br />
cooperativas na Ocepar dá credibilida<strong>de</strong><br />
à organização para obter<br />
êxito nas suas principais reivindicações.<br />
“A aglutinação dos interesses<br />
das filiadas permite a realização <strong>de</strong><br />
um trabalho construtivo e estratégico”,<br />
enfatiza. "A credibilida<strong>de</strong><br />
conquistada pela Ocepar se <strong>de</strong>ve<br />
à continuida<strong>de</strong> das gestões dos diversos<br />
presi<strong>de</strong>ntes. Houve serieda<strong>de</strong>,<br />
competência, muita <strong>de</strong>terminação<br />
e algumas pessoas colocaram<br />
até recursos próprios para viabilizar<br />
o trabalho da entida<strong>de</strong>, o que <strong>de</strong>monstra<br />
que o espírito cooperativista<br />
sempre esteve acima <strong>de</strong> qualquer<br />
interesse econômico", afirma.<br />
Ramos - O Sistema Ocepar<br />
representa cooperativas que<br />
atuam em sete ramos – agropecuário,<br />
consumo, crédito, infraestrutura,<br />
saú<strong>de</strong>, trabalho e produção <strong>de</strong><br />
bens e serviços e transporte. “Em<br />
muitos municípios do Paraná, as<br />
cooperativas são as mais importantes<br />
empresas econômicas, maiores<br />
empregadoras e geradoras <strong>de</strong> receitas”,<br />
ressalta Ricken.<br />
José Roberto Ricken, presi<strong>de</strong>nte do Sistema Ocepar<br />
Ocepar em números<br />
Inauguração da se<strong>de</strong> Ocepar em 1975. Entida<strong>de</strong> passou a ter uma se<strong>de</strong> própria, no bairro Centro-Cívico, em<br />
Curitiba. Evento marcou a abertura da Casa, com a presença do então governador do Paraná, Jaime Canet<br />
Junior, do ministro da Agricultura à época, Alysson Paolinelli, além do presi<strong>de</strong>nte da Ocepar, Guntolf van Kaick<br />
217 Cooperativas filiadas<br />
7 Ramos econômicos<br />
2,48 milhões <strong>de</strong> cooperados<br />
117,9 mil empregos diretos<br />
R$ 115,7 bilhões em<br />
faturamento<br />
R$ 5,9 bilhões em sobras do<br />
exercício<br />
US$ 4,44 bilhões em<br />
exportações<br />
Fonte: Ocepar/2020<br />
1998<br />
1999<br />
2002<br />
2006<br />
- Depois <strong>de</strong> inúmeras reuniões e<br />
negociações, o governo publica em<br />
3 <strong>de</strong> setembro Medida Provisória<br />
1.715, criando o Recoop (Programa<br />
<strong>de</strong> Revitalização das Cooperativas <strong>de</strong><br />
Produção Agropecuária). O artigo 7º<br />
da MP autoriza a criação do Sescoop<br />
- Em 21 <strong>de</strong> setembro o Sescoop/ PR<br />
(Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem<br />
do Cooperativismo) é implantado no<br />
Paraná, dando início a um processo<br />
<strong>de</strong> transformação sem prece<strong>de</strong>ntes<br />
no setor<br />
- Sugerido pela Ocepar e após dois<br />
anos <strong>de</strong> negociação, o governo<br />
lança o Pro<strong>de</strong>coop (Programa <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento cooperativo para<br />
Agregação <strong>de</strong> Valor à Produção<br />
Agropecuária)<br />
- A Fecoopar (Fe<strong>de</strong>ração e Organização<br />
das Cooperativas do Estado do<br />
Paraná) obtém em 23 <strong>de</strong> maio, junto<br />
ao Ministério do Trabalho e Emprego,<br />
o registro sindical. O cooperativismo<br />
paranaense passa a ter uma estrutura<br />
sindical completa<br />
52 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>
Atitu<strong>de</strong> e união<br />
A Ocepar nasceu em 2 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1971, “um dia<br />
<strong>de</strong> sol em Curitiba”, lembra Guntolf van Kaick, que se tornou<br />
o primeiro presi<strong>de</strong>nte eleito da entida<strong>de</strong>. “Não havia<br />
nada, começamos da estaca zero”, recorda. A Organização<br />
das Cooperativas do Paraná começou a ser gestada muito<br />
antes da data <strong>de</strong> sua constituição. A criação da entida<strong>de</strong> foi<br />
resultado do processo <strong>de</strong> reestruturação do setor, que começou<br />
a ser discutido em 1967, por meio <strong>de</strong> fóruns <strong>de</strong> discussão,<br />
alguns <strong>de</strong>les promovidos pelo Conselho <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação<br />
e Fomento do Cooperativismo no Paraná (Cofep).<br />
Antes mesmo <strong>de</strong> sua fundação, os estatutos da Ocepar,<br />
com os objetivos e atribuições da nova organização, já<br />
estavam <strong>de</strong>finidos <strong>de</strong> acordo com o contexto do cooperativismo<br />
da época. A entida<strong>de</strong> nascia com o propósito <strong>de</strong><br />
representar e indicar soluções aos problemas ligados ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da estrutura organizacional e funcional<br />
das cooperativas, além <strong>de</strong> promover a divulgação do sistema<br />
cooperativista, fomentando a criação, racionalizada, <strong>de</strong><br />
socieda<strong>de</strong>s cooperativistas nas suas várias modalida<strong>de</strong>s e<br />
categorias.<br />
“A autogestão faz parte<br />
do DNA da Ocepar, pois a entida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro momento<br />
adotou como filosofia a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ter essa estrutura<br />
<strong>de</strong> revisão dos procedimentos<br />
<strong>de</strong> gestão, não com o intuito <strong>de</strong><br />
fiscalizar os atos dos dirigentes,<br />
mas sim servir como suporte,<br />
apoio técnico e consultivo dos<br />
gestores, que normalmente não<br />
tinham formação acadêmica”,<br />
ressalta van Kaick.<br />
Guntolf van Kaick, primeiro<br />
presi<strong>de</strong>nte da Ocepar<br />
Parceria<br />
cinquentenária<br />
José Aroldo Gallassini,<br />
presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração da<br />
<strong>Coamo</strong> e Credicoamo<br />
“A parceria entre a <strong>Coamo</strong> e a Ocepar já dura 50<br />
anos, pois a <strong>Coamo</strong> foi fundada em 7 <strong>de</strong> novembro<br />
<strong>de</strong> 1970 e a Ocepar em 2 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1971.<br />
Fui a todas as reuniões, acompanhei a evolução<br />
do trabalho, apresentei <strong>de</strong>mandas e aju<strong>de</strong>i a<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r outras tantas para o bem da <strong>Coamo</strong> e<br />
<strong>de</strong> todo o cooperativismo. Penso que uma das<br />
principais forças da Ocepar resi<strong>de</strong> em sua representação<br />
política, no fato <strong>de</strong> tomar a frente e<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses do cooperativismo, com<br />
serieda<strong>de</strong>, ética e muita competência. Fazer com<br />
que o cooperativismo seja conhecido e reconhecido,<br />
por sua importância econômica e social.<br />
Destaco também o Sescoop/PR, que é uma conquista<br />
do cooperativismo. A Ocepar participou<br />
ativamente das discussões em torno da criação<br />
<strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> do Sistema S para o cooperativismo.<br />
E po<strong>de</strong>mos afirmar, com segurança, que<br />
o Sescoop/PR tem impulsionado o crescimento<br />
das cooperativas, pois atua na profissionalização<br />
do capital humano. Parabéns à Ocepar, ao seu<br />
presi<strong>de</strong>nte, ex-presi<strong>de</strong>ntes, diretores, funcionários,<br />
enfim, parabéns a todos que fizeram e ainda<br />
fazem o dia a dia <strong>de</strong>ssa gran<strong>de</strong> organização, que<br />
muito nos orgulha.”<br />
2015<br />
- Iniciado o trabalho<br />
<strong>de</strong> formatação e<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do PRC<br />
100, o planejamento<br />
estratégico do<br />
cooperativismo do Paraná<br />
2016<br />
- Em 1º <strong>de</strong> abril, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> cinco mandatos na<br />
Presidência, João Paulo<br />
Koslovski <strong>de</strong>ixa o comando<br />
da entida<strong>de</strong>. Em seu<br />
lugar, referendado por<br />
unanimida<strong>de</strong> durante<br />
AGO, assume José Roberto<br />
Ricken<br />
2018<br />
- Lançamento do Programa <strong>de</strong> Inovação do Cooperativismo Paranaense, no dia 23 <strong>de</strong> abril, em<br />
evento no auditório do Sistema Ocepar<br />
- A greve dos caminhoneiros, <strong>de</strong>flagrada em 21 <strong>de</strong> maio, paralisou o país por <strong>de</strong>z dias. A Ocepar e as<br />
cooperativas filiadas uniram esforços para evitar o <strong>de</strong>sabastecimento <strong>de</strong> alimentos. Em dois dias,<br />
cerca <strong>de</strong> 1.800 caminhões <strong>de</strong> cooperativas seguiram para os principais mercados consumidores<br />
do estado<br />
- Ocepar lança um programa inovador <strong>de</strong> comunicação, o parana.coop+10, utilizando re<strong>de</strong>s<br />
sociais para o repasse <strong>de</strong> informações a seu público, visando ampliar o número <strong>de</strong> parlamentares<br />
da Frencoop<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 53
25 ANOS<br />
Bodas <strong>de</strong> prata do Programa <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> 5S<br />
O<br />
programa <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
5S da <strong>Coamo</strong> foi implantado<br />
há 25 anos. Des<strong>de</strong><br />
então, os funcionários da cooperativa<br />
abraçaram a causa, que<br />
além <strong>de</strong> implantar o programa<br />
<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvido<br />
no Japão, promove diversas<br />
ações em prol das comunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> toda a área <strong>de</strong> ação<br />
da cooperativa, no Paraná, Santa<br />
Catarina e Mato Grosso do Sul.<br />
“O 5S promove práticas sustentáveis<br />
por meio <strong>de</strong> hábitos e valores<br />
culturais mais eficientes, que<br />
geraram impactos nos ambientes<br />
profissional, pessoal e social”,<br />
afirma o gerente <strong>de</strong> Recursos Humanos<br />
da <strong>Coamo</strong>, Antonio César<br />
Marini.<br />
O conceito <strong>de</strong> 5S possui<br />
como base as cinco palavras japonesas<br />
cujas iniciais formam o nome<br />
do programa. Na língua portuguesa<br />
foram traduzidas como “sensos”,<br />
para não <strong>de</strong>scaracterizar a nomenclatura<br />
do programa. Mas, para ir<br />
além dos cinco, a <strong>Coamo</strong> acrescentou<br />
mais dois “Ésses”, o do social e<br />
da sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
O presi<strong>de</strong>nte Executivo<br />
da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari, reforça<br />
a importância <strong>de</strong> todos que<br />
fazem e fizeram parte <strong>de</strong>sta trajetória.<br />
“O Programa 5S na <strong>Coamo</strong><br />
é muito importante e se constitui<br />
em ferramenta para promoção<br />
<strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, produtivida<strong>de</strong>,<br />
segurança e <strong>de</strong> relações,<br />
não apenas no contexto<br />
organizacional, como também<br />
em nossa vida pessoal e na so-<br />
cieda<strong>de</strong>, quando aplicamos a<br />
filosofia e as práticas do 5S fora<br />
do ambiente da nossa empresa.<br />
Reconhecemos e parabenizamos<br />
a equipe <strong>de</strong> Facilitadores do 5S<br />
– os atuais e todos àqueles que<br />
participaram ao longo <strong>de</strong>sses<br />
25 anos, - que com muito empenho<br />
e <strong>de</strong>dicação, coor<strong>de</strong>nam<br />
as ações do cronograma, orientando<br />
e engajando nossos funcionários<br />
na prática dos sensos”,<br />
CONHEÇA OS 5S’s<br />
1º S – SEIRI – senso <strong>de</strong> utilização: consiste em utilizar corretamente os recursos, tendo só o necessário e<br />
na quantida<strong>de</strong> certa. Descartar corretamente o que não for mais útil.<br />
2º S – SEITON – Senso <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>nação: <strong>de</strong>finir um lugar para cada coisa e manter cada coisa em seu lugar.<br />
3º S – SEISO – Senso <strong>de</strong> Limpeza: manter os ambientes limpos, eliminando as fontes <strong>de</strong> sujeira. Aplicado<br />
também no contexto das relações pessoais, eliminando os sentimentos, hábitos e atitu<strong>de</strong>s que<br />
possam impactar negativamente em nossos relacionamentos <strong>de</strong>ntro e fora da empresa.<br />
4º S – SEIKETSU - Senso <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Segurança: padronizar processos, i<strong>de</strong>ntificar e eliminar riscos <strong>de</strong><br />
modo a reduzir aci<strong>de</strong>ntes e promover melhores condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e segurança para todos.<br />
5º S – SHITSUKE – Senso <strong>de</strong> Autodisciplina: fazer da prática do 5S um hábito, para manter os ambientes<br />
e relações estáveis, em busca da melhoria contínua.<br />
comemora Galinari.<br />
Segundo a Coor<strong>de</strong>nação<br />
do Programa <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong><br />
5S da <strong>Coamo</strong>, durante as comemorações<br />
dos 25 anos na cooperativa,<br />
terão diversas ações<br />
como o resgate do conceito <strong>de</strong><br />
cada senso, dicas para praticar,<br />
no ambiente <strong>de</strong> trabalho e em<br />
casa, e campanhas com histórias<br />
e exemplos conquistados ao<br />
longo <strong>de</strong>sses anos.<br />
54 REVISTA<br />
<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>