Revista Coamo edição Abril de 2021

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29.04.2021 Views

Via Sollus completa 13 anos em ritmo de crescimento e com qualidade nos serviços www.coamo.com.br ABRIL/2021 ANO 47 EDIÇÃO 512 CAPACITAÇÃO NO CAMPO Cooperativa inicia 25ª turma de formação de Jovens Líderes Cooperativistas CREDICOAMO É hora de financiar o custeio e o seguro agrícola para as safras de trigo e soja Osvaldo Nunes Vieira, cooperado em Juranda (PR) SOLO MAIS FÉRTIL Coamo lança programa de correção do solo. Iniciativa visa fornecer e aplicar os corretivos nas propriedades dos cooperados e equilibrar o solo

Via Sollus completa 13 anos em ritmo <strong>de</strong> crescimento e com qualida<strong>de</strong> nos serviços<br />

www.coamo.com.br<br />

ABRIL/<strong>2021</strong> ANO 47 EDIÇÃO 512<br />

CAPACITAÇÃO NO CAMPO<br />

Cooperativa inicia 25ª<br />

turma <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res<br />

Cooperativistas<br />

CREDICOAMO<br />

É hora <strong>de</strong> financiar<br />

o custeio e o seguro<br />

agrícola para as safras<br />

<strong>de</strong> trigo e soja<br />

Osvaldo Nunes Vieira,<br />

cooperado em Juranda (PR)<br />

SOLO MAIS FÉRTIL<br />

<strong>Coamo</strong> lança programa <strong>de</strong> correção do solo. Iniciativa visa fornecer e<br />

aplicar os corretivos nas proprieda<strong>de</strong>s dos cooperados e equilibrar o solo


EXPEDIENTE<br />

Órgão <strong>de</strong> divulgação da <strong>Coamo</strong><br />

Ano 47 | Edição 512 | <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong><br />

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO COAMO<br />

Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos: iduarte@coamo.com.br,<br />

Wilson Bibiano Lima: wblima@coamo.com.br<br />

Ana Paula Bento Pelissari Smith: anapelissari@coamo.com.br<br />

Antonio Marcio dos Santos: amsantos@coamo.com.br<br />

Ruthielle Borsuk da Silva: rborsuk@coamo.com.br<br />

Milena Luiz Corrêa: mlcorrea@coamo.com.br<br />

Raquel Sumie Eishima: raqueleishima@coamo.com.br<br />

Aline Aristi<strong>de</strong>s Bazan: abazan@coamo.com.br<br />

Lucas Otávio Pavão: lpavao@coamo.com.br<br />

Contato: (44) 3599-8129 - comunicacao@coamo.com.br<br />

Colaboração: Entrepostos, Gerências Angulares e Assessorias<br />

Jornalista responsável e Editor: Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos<br />

Reportagens e fotos: Antonio Marcio dos Santos, Wilson Bibiano Lima, Ana Paula<br />

Bento Pelissari Smith, Ruthielle Borsuk da Silva e Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos<br />

Edição <strong>de</strong> fotografia: Antonio Marcio dos Santos, Wilson Bibiano Lima e<br />

Lucas Otávio Pavão<br />

Contato publicitário: Agromídia Desenvolvimento <strong>de</strong> Negócios Publicitários<br />

Contato: (11) 5092-3305<br />

Contato publicitário: Guerreiro Agromarketing Contato: (44) 3026-4457<br />

É permitida a reprodução <strong>de</strong> matérias, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados<br />

não exprimem, necessariamente, a opinião da <strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>.<br />

As fotos <strong>de</strong>sta <strong>edição</strong> foram produzidas obe<strong>de</strong>cendo os <strong>de</strong>vidos protocolos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Acompanhe a <strong>Coamo</strong> pelas re<strong>de</strong>s sociais<br />

COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA<br />

SEDE: Rua Fioravante João Ferri, 99 - Jardim Alvorada. CEP 87308-445. Campo Mourão - Paraná - Brasil. Telefone (44) 3599.8000 - Caixa Postal, 460 www.coamo.com.br<br />

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Presi<strong>de</strong>nte: Engenheiro Agrônomo, José Aroldo Gallassini. MEMBROS VOGAIS: Claudio Francisco Bianchi Rizzatto, Ricardo Accioly Cal<strong>de</strong>rari,<br />

Joaquim Peres Montans, Anselmo Coutinho Machado, Emilio Magne Guerreiro Júnior, Wilson Pereira <strong>de</strong> Godoy, Rogério <strong>de</strong> Mello Barth e Adriano Bartchechen.<br />

CONSELHO FISCAL: Jonathan Henrique Welz Negri, Sidnei Hauenstein Fuchs e Igor Eduardo <strong>de</strong> Mello Schreiner (Membros Efetivos). Van<strong>de</strong>r Carlos Furlanetto, Edilson Alberto<br />

Kohler e Jorge Luiz Tonet (Membros Suplentes).<br />

DIRETORIA EXECUTIVA: Presi<strong>de</strong>nte Executivo: Airton Galinari. Diretor Administrativo e Financeiro: Antonio Sérgio Gabriel. Diretor Comercial: Rogério Trannin <strong>de</strong> Mello.<br />

Diretor Industrial: Divaldo Corrêa. Diretor <strong>de</strong> Logística e Operações: E<strong>de</strong>nilson Carlos <strong>de</strong> Oliveira. Diretor <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência Técnica: Aquiles <strong>de</strong> Oliveira Dias.<br />

Extensão Territorial: 4,5 milhões <strong>de</strong> hectares. Capacida<strong>de</strong> Global <strong>de</strong> Armazenagem: 6,59 milhões <strong>de</strong> toneladas. Receita Global <strong>de</strong> 2020: R$ 20,003 bilhões.<br />

Tributos e taxas gerados e recolhidos em 2020: R$ 466,95 milhões. Cooperados: 29.438. Municípios presentes: 71. Unida<strong>de</strong>s: 111.<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />

3


SUMÁRIO<br />

32<br />

Trabalho em família<br />

Família Paschoal, <strong>de</strong> Cruzmaltina (PR), é exemplo <strong>de</strong> trabalho e união. Os irmãos Dorival<br />

e Daniel receberam do pai a missão <strong>de</strong> continuar com a ativida<strong>de</strong> agrícola, e agora estão<br />

passando os trabalhos para os filhos Silvano (Dorival) e Maria Caroline e Lucas (Daniel)<br />

4 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


SUMÁRIO<br />

Entrevista<br />

10<br />

Harold Espínola, chefe do Desuc, do Banco Central, é o entrevistado do mês na <strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>. Ele diz que<br />

o cooperativismo <strong>de</strong> crédito brasileiro tem se <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong> forma forte e consistente nos últimos anos<br />

Correção do solo<br />

14<br />

<strong>Coamo</strong> lança programa <strong>de</strong> correção do solo visando o fornecimento <strong>de</strong> calcário e gesso agrícola<br />

com condições especiais para o abastecimento e a aplicação dos corretivos nas proprieda<strong>de</strong>s<br />

Credicoamo<br />

40<br />

Para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s dos associados, a Credicoamo iniciou neste mês os processos visando<br />

a liberação <strong>de</strong> recursos para financiamento <strong>de</strong> custeio e seguro agrícola nas safras <strong>de</strong> trigo e soja<br />

Via Sollus 13 anos<br />

42<br />

No dia 05 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008 surgiu a Via Sollus Corretora <strong>de</strong> Seguros. Des<strong>de</strong> então, foi facilitada a<br />

vida <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas entre cooperados, funcionários da cooperativa e comunida<strong>de</strong><br />

46<br />

Mercado em pauta<br />

Cooperativa realizou evento virtual pelo seu canal no YouTube com o tema 'Perspectivas<br />

dos Mercados Agrícolas'. Participaram o presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari,<br />

e o especialista em mercado agrícola, professor Alexandre <strong>de</strong> Mendonça Barros<br />

Ocepar 50 anos<br />

50<br />

A Organização das Cooperativas do Paraná completa cinco décadas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s revisitando o passado<br />

<strong>de</strong> lutas e homenageando seus fundadores, mas com o foco direcionado para os <strong>de</strong>safios do futuro<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />

5


TECNOLOGIA<br />

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GOVERNANÇA<br />

O bom momento do agronegócio<br />

A<br />

<strong>Coamo</strong> foi feita para a<br />

vida toda e ela tem que<br />

ser melhor a cada ano.<br />

A cooperativa vem cumprindo a<br />

sua missão para <strong>de</strong>senvolver as<br />

ativida<strong>de</strong>s dos seus quase 30 mil<br />

associados, que estão cada vez<br />

mais tecnificados, conectados e<br />

capitalizados. Atentos a evolução<br />

do seu negócio, eles buscam<br />

renda na produção das suas lavouras<br />

e aproveitam as oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> comercialização do<br />

agronegócio.<br />

O momento da nossa<br />

agricultura é muito bom. De um<br />

lado, estamos convivendo com<br />

esta difícil situação da pan<strong>de</strong>mia,<br />

com uma doença que vitimou<br />

milhares <strong>de</strong> pessoas em<br />

todo o mundo e atrapalhou a<br />

nossa vida. Lamentamos muito<br />

e nos solidarizamos com todas<br />

as famílias.<br />

No outro cenário, se<br />

constata um momento positivo<br />

no agronegócio brasileiro, apresentando<br />

bons resultados e a satisfação<br />

dos produtores em função<br />

da venda das commodities<br />

com bons preços.<br />

Os cooperados estão<br />

capitalizados e atentos às melhores<br />

oportunida<strong>de</strong>s para fazer<br />

a comercialização da safra<br />

e acompanham diariamente o<br />

dinamismo dos mercados nacional<br />

e internacional, diferentes a<br />

cada ano agrícola.<br />

A capitalização dos produtores<br />

po<strong>de</strong> ser medida em<br />

relação ao cumprimento dos<br />

seus <strong>de</strong>veres, no pagamento<br />

das suas operações tanto na<br />

<strong>Coamo</strong> como na Credicoamo.<br />

O grau <strong>de</strong> inadimplência dos<br />

nossos cooperados é praticamente<br />

zero, então a situação é<br />

muito boa, e mostra que eles<br />

estão bem capitalizados, sendo<br />

exemplos no cooperativismo e<br />

no agronegócio.<br />

Em nossas Reuniões <strong>de</strong><br />

Campo com os cooperados, durante<br />

esses anos todos, sempre<br />

propusemos que eles <strong>de</strong>veriam<br />

ven<strong>de</strong>r sua safra em função dos<br />

custos para obter melhores médias<br />

na hora da venda. Felizmente,<br />

estamos constatando essa<br />

realida<strong>de</strong>, com uma mudança <strong>de</strong><br />

cultura e o profissionalismo dos<br />

produtores.<br />

A nossa profissão é ser<br />

agricultor e a nossa ativida<strong>de</strong> é<br />

feita <strong>de</strong> altos e baixos, porém, temos<br />

que continuar fazendo o básico<br />

bem feito e buscar constantemente<br />

a melhoria da produção<br />

para sermos melhores cooperados<br />

e melhores agricultores do<br />

Brasil. Nas regiões aon<strong>de</strong> a <strong>Coamo</strong><br />

atua, o panorama registra<br />

uma agricultura com altas produtivida<strong>de</strong>s,<br />

fruto <strong>de</strong> investimentos<br />

em tecnologias para produzir<br />

cada vez mais <strong>de</strong> forma sustentável<br />

com qualida<strong>de</strong> e origem.<br />

Esta é e <strong>de</strong>ve continuar<br />

sendo a nossa missão, a <strong>de</strong> produzir<br />

alimentos. O mundo precisa<br />

cada vez mais <strong>de</strong> alimentos e<br />

o Brasil como uma das gran<strong>de</strong>s<br />

potências agrícolas que é, torna-<br />

"Temos que continuar<br />

fazendo o básico bem feito<br />

e buscar constantemente<br />

a melhoria da produção<br />

para sermos melhores<br />

cooperados e melhores<br />

agricultores do Brasil."<br />

-se importante mercado para a<br />

exportação <strong>de</strong> commodities.<br />

Vamos cuidar da nossa terra e<br />

usar tecnologias mo<strong>de</strong>rnas, fazer<br />

a nossa parte, colher melhores<br />

produções para alimentar a<br />

população humana e animal e<br />

ajudar no incremento da balança<br />

comercial do nosso país.<br />

JOSÉ AROLDO GALLASSINI,<br />

Presi<strong>de</strong>nte dos Conselhos <strong>de</strong> Administração <strong>Coamo</strong> e Credicoamo<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />

7


8 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


GESTÃO<br />

Corrigir e sustentar o solo para garantir o futuro<br />

A<br />

<strong>Coamo</strong> foi pioneira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu surgimento, no<br />

início dos anos 1970, na preocupação com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um trabalho junto aos agricultores<br />

em prol da conservação, correção e cuidados com o<br />

solo.<br />

A correção do solo foi o primeiro programa que a<br />

cooperativa montou na sua história <strong>de</strong> 50 anos, em função<br />

das gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas na época. Eles conviviam<br />

com um cenário <strong>de</strong> solo fraco e terras ácidas, o que<br />

se prosperasse inviabilizaria colheitas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>s<br />

e, por consequência, a continuação da ativida<strong>de</strong> agrícola.<br />

Este trabalho iniciado pela visão <strong>de</strong> futuro e <strong>de</strong>terminação<br />

<strong>de</strong> um jovem agrônomo com 28 anos (Dr. Aroldo),<br />

que foi o i<strong>de</strong>alizador e responsável pela criação da <strong>Coamo</strong><br />

em 1970, foi <strong>de</strong>terminante para a mudança <strong>de</strong> um cenário<br />

repleto <strong>de</strong> saúva, samambaia e sapé, o famoso “Três Esses”.<br />

E da transformação <strong>de</strong> diversas regiões, sendo exemplo<br />

para o país na conservação e preocupação com o meio<br />

ambiente.<br />

Os produtores foram corrigindo o solo e utilizando<br />

importantes práticas conservacionistas, entre as<br />

quais, a implantação do sistema <strong>de</strong> plantio direto - uma<br />

gran<strong>de</strong> revolução da nossa agricultura, além <strong>de</strong> rotação<br />

<strong>de</strong> culturas e do trabalho com a microbacia do Rio do<br />

campo.<br />

Essas ações aliadas à uma mentalida<strong>de</strong> diferente<br />

na forma <strong>de</strong> pensar e na atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtores e técnicos,<br />

foram essenciais e permitiram a evolução nos sistemas<br />

e no processo das colheitas, até então nunca vista<br />

pelos produtores.<br />

Agregar valor à produção dos nossos cooperados<br />

com <strong>de</strong>senvolvimento sustentável é a missão da <strong>Coamo</strong>.<br />

Por isso é que a cooperativa está atenta e trabalha<br />

para o progresso das ativida<strong>de</strong>s do seu quadro social.<br />

A agricultura não po<strong>de</strong> parar, e pensando no<br />

hoje, vislumbrando um futuro melhor com produção<br />

sustentável, a <strong>Coamo</strong> lançou neste mês <strong>de</strong> abril um importante<br />

programa para corrigir o solo, incentivando o<br />

incremento <strong>de</strong> calcário e gesso nas proprieda<strong>de</strong>s, para o<br />

perfeito equilíbrio do solo e a conquista <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>s<br />

ainda maiores. Os cooperados têm acesso à condições<br />

especiais para aquisição dos insumos com entrega<br />

"Programa <strong>de</strong> Correção do Solo é<br />

técnico e social. Visa equilíbrio do<br />

solo e aumento na produção dos<br />

cooperados."<br />

e aplicação direta por meio <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> trabalho da<br />

logística da cooperativa.<br />

O Correção do Solo é um programa técnico, mas<br />

também tem o aspecto social, haja vista que sozinho, o<br />

produtor associado não conseguiria fazer isso, mas, com o<br />

apoio da sua cooperativa se torna possível, motivado pela<br />

visão, força e estrutura do cooperativismo praticado pela<br />

<strong>Coamo</strong>, voltada para o <strong>de</strong>senvolvimento dos seus mais <strong>de</strong><br />

29 mil cooperados nas regiões produtivas nos Estados do<br />

Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.<br />

Neste cenário <strong>de</strong> evolução e transformação em<br />

cinco décadas da <strong>Coamo</strong>, é importante <strong>de</strong>stacar que<br />

sustentar o solo é a primeira função do agricultor, porque<br />

o solo é a base <strong>de</strong> tudo. Isso está perpetuado no<br />

Monumento a Conservação do Solo, na Praça do Fórum<br />

em Campo Mourão: “Conservar o solo é garantia <strong>de</strong> que<br />

sua generosida<strong>de</strong> lhe dê fartas colheitas e que também<br />

<strong>de</strong>sfrute <strong>de</strong>le as gerações futuras.”<br />

AIRTON GALINARI<br />

Presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong><br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />

9


ENTREVISTA<br />

HAROLD ESPÍNOLA<br />

Chefe do Departamento <strong>de</strong> Supervisão <strong>de</strong> Cooperativas e <strong>de</strong> Instituições Não Bancárias (Desuc) - Banco Central do Brasil<br />

"As cooperativas por essência têm uma forte<br />

atuação local, fazem parte das comunida<strong>de</strong>s."<br />

Harold Espínola, chefe do<br />

Departamento <strong>de</strong> Supervisão<br />

<strong>de</strong> Cooperativas e<br />

<strong>de</strong> Instituições Não Bancárias<br />

(Desuc), do Banco Central, é o<br />

entrevistado do mês na <strong>Revista</strong><br />

<strong>Coamo</strong>. De acordo com ele, o<br />

cooperativismo <strong>de</strong> crédito brasileiro<br />

tem se <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong><br />

forma forte e consistente nos<br />

últimos anos. "O segmento tem<br />

reconhecida importância e, por<br />

isso mesmo, compõe uma das dimensões<br />

da agenda estratégica<br />

do Banco Central, inserida no pilar<br />

Inclusão da Agenda BC#", diz.<br />

Segundo ele, o momento<br />

atual é <strong>de</strong> revolução tecnológica,<br />

transformação digital acelerada,<br />

mudança <strong>de</strong> hábitos dos consumidores<br />

<strong>de</strong> produtos financeiros e<br />

surgimento <strong>de</strong> novos participantes<br />

e novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio. "Temos<br />

uma regulação que fomenta<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento da competição<br />

e o <strong>de</strong>senvolvimento do mercado.<br />

Estamos vivenciando o Pix e o<br />

Open Banking. Mas, as cooperativas<br />

vêm crescendo muito ao longo<br />

<strong>de</strong> sua história, em especial nos<br />

últimos anos, mesmo em cenários<br />

adversos", assegura.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>: Como o senhor<br />

analisa o cooperativismo <strong>de</strong> crédito<br />

brasileiro na atualida<strong>de</strong> e sua importância<br />

para cooperados e o país?<br />

Harold Espínola: O cooperativismo<br />

<strong>de</strong> crédito brasileiro tem se <strong>de</strong>senvolvido<br />

<strong>de</strong> forma forte e consistente<br />

nos últimos anos, expandindo o número<br />

<strong>de</strong> cooperados e apresentando<br />

um crescimento contínuo e ascen<strong>de</strong>nte<br />

em ativos, em especial da<br />

carteira <strong>de</strong> crédito e <strong>de</strong>pósitos. Mas,<br />

para bem além dos seus próprios<br />

números, o cooperativismo <strong>de</strong> crédito<br />

contribui inegavelmente para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento econômico das<br />

regiões on<strong>de</strong> está presente. As cooperativas<br />

por essência têm uma forte<br />

atuação local, fazem parte das comunida<strong>de</strong>s,<br />

levam disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

serviços financeiros, muitas vezes em<br />

locais em que as entida<strong>de</strong>s tradicionais<br />

não estão presentes, e aumentam<br />

a capilarida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento<br />

do sistema financeiro. Com<br />

isso, promovem a cidadania financeira,<br />

sem dúvida, mas também muito<br />

contribuem com a concorrência e,<br />

consequentemente, com a prática<br />

<strong>de</strong> melhores condições <strong>de</strong> preços e<br />

serviços. Isso favorece diretamente<br />

seus associados, mas, indiretamente,<br />

a socieda<strong>de</strong> a seu redor – seus<br />

resultados permanecem em circulação<br />

no próprio local, gerando mais<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. É um ciclo que se<br />

retroalimenta positivamente. O segmento<br />

tem reconhecida importância<br />

e, por isso mesmo, compõe uma das<br />

dimensões da agenda estratégica<br />

do Banco Central, inserida no pilar<br />

Inclusão da Agenda BC#.<br />

RC: Quais são as perspectivas <strong>de</strong><br />

crescimento do cooperativismo <strong>de</strong><br />

crédito?<br />

Espínola: Estamos em tempos <strong>de</strong><br />

revolução tecnológica, transformação<br />

digital acelerada, mudança <strong>de</strong><br />

hábitos dos consumidores <strong>de</strong> produtos<br />

financeiros e surgimento <strong>de</strong> novos<br />

participantes e novos mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> negócio. Temos uma regulação<br />

que fomenta o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

competição e o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

mercado. Estamos vivenciando o Pix<br />

e o Open Banking. Mas, as cooperativas<br />

vêm crescendo muito ao longo<br />

<strong>de</strong> sua história, em especial nos<br />

últimos anos, mesmo em cenários<br />

adversos. Assim, entendo que todo<br />

esse ambiente, para além <strong>de</strong> <strong>de</strong>safiante,<br />

é bem mais um conjunto <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s – as cooperativas conhecem<br />

<strong>de</strong> perto o seu cooperado e<br />

po<strong>de</strong>m aproveitar muito a ocasião.<br />

10 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


Dentro do próprio quadro social há<br />

ainda muito espaço para ser explorado<br />

na alavancagem <strong>de</strong> negócios.<br />

RC: O Banco Central lançou vários<br />

<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> crescimento ao cooperativismo<br />

<strong>de</strong> crédito. Na sua visão, as<br />

cooperativas estão respon<strong>de</strong>ndo a<br />

esses <strong>de</strong>safios?<br />

Espínola: As propostas no âmbito<br />

da Agenda BC# Inclusão - Cooperativismo<br />

estão estruturadas ao redor<br />

<strong>de</strong> três gran<strong>de</strong>s eixos: fomento aos<br />

negócios; aprimoramento da governança;<br />

e aperfeiçoamento da organização<br />

sistêmica para aumento da<br />

eficiência do Sistema Nacional <strong>de</strong><br />

Crédito Cooperativo (SNCC) – todos<br />

esses movimentos apoiados pelo<br />

Banco Central e voltados a impulsionar<br />

o crescimento do setor. Como<br />

contrapartida, foram negociadas algumas<br />

metas <strong>de</strong>safiadoras para as<br />

cooperativas, mas, também, totalmente<br />

alinhadas aos objetivos e a<br />

dimensões da Agenda, como #Inclusão,<br />

#Competitivida<strong>de</strong>, #Educação.<br />

Sim, as cooperativas vêm evoluindo<br />

positivamente em relação às metas,<br />

mas, digamos que ainda há muito<br />

trabalho a fazer na busca do seu<br />

atingimento. Recentemente, para<br />

fomento da reflexão, pedimos que<br />

o próprio segmento nos apresente<br />

a avaliação do seu <strong>de</strong>sempenho, por<br />

intermédio do Conselho Consultivo<br />

Nacional do Ramo Crédito da OCB<br />

(Ceco) – o que <strong>de</strong>ve acontecer em<br />

breve. Também, temos expectativa<br />

que a atualização do marco legal do<br />

cooperativismo, por meio do PLP nº<br />

27/2020 (atualização da Lei Complementar<br />

nº 130), em tramitação no<br />

Congresso, contribua para acelerar a<br />

dinâmica <strong>de</strong> todo esse processo.<br />

RC: As cooperativas impulsionam<br />

o crescimento e o <strong>de</strong>senvolvimen-<br />

Harold Paquete Espínola Filho é servidor do Banco Central do Brasil, atua na área <strong>de</strong> Fiscalização<br />

do BCB há 23 anos e é chefe do Departamento <strong>de</strong> Supervisão <strong>de</strong> Cooperativas e <strong>de</strong> Instituições Não<br />

Bancárias (Desuc). Foi chefe <strong>de</strong> Gabinete do Diretor <strong>de</strong> Fiscalização, chefe do atual Departamento <strong>de</strong><br />

Gestão Estratégica, Integração e Suporte da Fiscalização (Degef), chefe adjunto e consultor do atual<br />

Departamento <strong>de</strong> Monitoramento do Sistema Financeiro (Desig), supervisor <strong>de</strong> fiscalização no Desuc<br />

e no atual Departamento <strong>de</strong> Supervisão Bancária (Desup), supervisor <strong>de</strong> equipe especializada em<br />

tesouraria no Desup e inspetor. É graduado em Engenharia e pós-graduado em Administração.<br />

to das comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> atuam.<br />

Como percebe esta situação, consi<strong>de</strong>rando<br />

que os recursos gerados<br />

por elas ficam nas próprias regiões?<br />

Espínola: De fato, as cooperativas<br />

têm uma forte atuação local, principalmente<br />

no interior, e é daí que<br />

vem a sua força essencial. Mais do<br />

que estarem muito próximas das socieda<strong>de</strong>s<br />

locais e <strong>de</strong> estarem nelas<br />

inseridas, em seu dia a dia, elas pertencem<br />

a essas socieda<strong>de</strong>s. Essa relação<br />

intrínseca traz gran<strong>de</strong> sinergia<br />

e proximida<strong>de</strong> entre as ativida<strong>de</strong>s<br />

das cooperativas e as necessida<strong>de</strong>s<br />

específicas da comunida<strong>de</strong> – geram,<br />

ainda, um sentimento <strong>de</strong> pertencimento.<br />

Por <strong>de</strong>finição, as socieda<strong>de</strong>s<br />

cooperativas não visam o lucro, por<br />

isso po<strong>de</strong>m oferecer serviços financeiros<br />

a valores mais acessíveis, o<br />

que fomenta o crescimento econômico.<br />

Além disso, o resultado financeiro<br />

<strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, as sobras,<br />

é rateado entre os cooperados, aumentando<br />

a renda. Isso permanece<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 11


ENTREVISTA<br />

"AS COOPERATIVAS, POR SUA NATUREZA, PELA SUA ATUAÇÃO E PELOS PRINCÍPIOS QUE<br />

AS REGEM, CONTRIBUEM MUITO PARA AS COMUNIDADES ONDE ESTÃO INSERIDAS."<br />

no local e acaba sendo reaplicado<br />

na economia da região e na própria<br />

cooperativa, criando um ciclo ascen<strong>de</strong>nte<br />

e retroalimentado – que traz<br />

benefícios para além do quadro <strong>de</strong><br />

cooperados, ou seja, para toda a socieda<strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> está presente o cooperativismo.<br />

"Estamos vivenciando o<br />

Pix e o Open Banking.<br />

Mas, as cooperativas<br />

vêm crescendo muito ao<br />

longo <strong>de</strong> sua história,<br />

em especial nos últimos<br />

anos, mesmo em cenários<br />

adversos."<br />

RC: Como analisa os volumes <strong>de</strong><br />

recursos disponibilizados pelas cooperativas<br />

<strong>de</strong> crédito aos seus associados<br />

para o fomento <strong>de</strong> suas operações?<br />

Espínola: Hoje, as cooperativas po<strong>de</strong>m<br />

oferecer praticamente todos<br />

os tipos <strong>de</strong> serviços financeiros a<br />

seus cooperados, especialmente se<br />

consi<strong>de</strong>rarmos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

distribuir produtos <strong>de</strong> outras entida<strong>de</strong>s<br />

pertencentes ao SNCC, indo,<br />

portanto, muito além da oferta <strong>de</strong><br />

empréstimos e <strong>de</strong> financiamentos.<br />

Ao longo dos últimos anos, a carteira<br />

<strong>de</strong> crédito das cooperativas cresceu<br />

constante e recorrentemente em níveis<br />

bem superiores à média do sistema<br />

financeiro, mesmo durante as<br />

crises financeiras ocorridas. Por suas<br />

especificida<strong>de</strong>s na captação e na<br />

oferta <strong>de</strong> recursos (capta e empresta<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong>limitados,<br />

seus associados), o crédito no SNCC<br />

Harold Espínola, chefe do<br />

Departamento <strong>de</strong> Supervisão<br />

<strong>de</strong> Cooperativas e <strong>de</strong> Instituições<br />

Não Bancárias (Desuc)<br />

costuma ter um comportamento diferente<br />

do conjunto do restante da<br />

economia, po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>sempenhar<br />

um papel anticíclico – suportando e<br />

aten<strong>de</strong>ndo as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus<br />

cooperados e, por consequência,<br />

ajudando a preservar suas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Isso é o que estamos novamente<br />

observando no momento atual.<br />

Vale <strong>de</strong>stacar que as cooperativas<br />

<strong>de</strong> crédito têm espaço para crescer<br />

ainda muito mais a sua carteira <strong>de</strong><br />

crédito, uma vez que os <strong>de</strong>pósitos<br />

têm crescido em velocida<strong>de</strong> maior<br />

do que as concessões <strong>de</strong> empréstimos<br />

e financiamentos.<br />

RC: Como <strong>de</strong>ve ser a participação<br />

dos cooperados em suas cooperativas<br />

e qual a sua responsabilida<strong>de</strong> na<br />

socieda<strong>de</strong> cooperativista?<br />

Espínola: A participação do cooperado<br />

é fundamental. Não po<strong>de</strong>mos<br />

nos esquecer que o segundo<br />

princípio cooperativista é a gestão<br />

<strong>de</strong>mocrática, o que quer dizer que<br />

os cooperados po<strong>de</strong>m (e <strong>de</strong>vem!)<br />

participar ativamente na formulação<br />

das políticas, na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

e no acompanhamento das ativida<strong>de</strong>s<br />

da sua cooperativa. Há dois<br />

caminhos básicos para isso: a participação<br />

regular nas assembleias,<br />

ordinárias e extraordinárias, e a escolha<br />

consciente <strong>de</strong> seus dirigentes<br />

eleitos. Também, os recursos tecnológicos<br />

hoje existentes em muito facilitam<br />

a divulgação <strong>de</strong> informações,<br />

permitindo, até a realização das assembleias<br />

<strong>de</strong> forma remota ou mista<br />

(presencial + remota). Essa é a gran<strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> dos cooperados<br />

e é por conta <strong>de</strong>sse mutualismo<br />

12 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


que o cooperativismo consegue entregar<br />

valor não só a seus membros,<br />

mas também à comunida<strong>de</strong>.<br />

RC: O cooperativismo é um agente<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento no país. Se e o<br />

Brasil fosse uma “cooperativa”, ele<br />

seria melhor, mais justo e fraterno?<br />

Espínola: As cooperativas, por sua<br />

natureza, pela sua atuação e pelos<br />

princípios que as regem, contribuem<br />

muito para as comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong><br />

estão inseridas e, consequentemente,<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento regional<br />

e do país. Entregam produtos financeiros<br />

em melhores condições <strong>de</strong><br />

preços e, também, na forma mais<br />

a<strong>de</strong>quada à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada local.<br />

Mas, além disso, levam inclusão<br />

e cidadania financeira, favorecendo<br />

a evolução do associado na gestão<br />

<strong>de</strong> sua vida financeira. Também,<br />

promovem ações sociais e <strong>de</strong> ajuda.<br />

Tudo isso traz crescimento e melhores<br />

condições para o seu quadro social,<br />

bem como para a comunida<strong>de</strong><br />

em seu entorno. Assim, elas já promovem<br />

uma socieda<strong>de</strong> melhor.<br />

RC: O senhor tem reiterado que a<br />

comunicação é primordial e um dos<br />

gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios na atualida<strong>de</strong>, em<br />

um mundo cada vez mais digital. Na<br />

sua opinião, como está a comunicação<br />

no cooperativismo e o que po<strong>de</strong><br />

ser melhorado?<br />

Espínola: A comunicação efetiva<br />

sempre foi um <strong>de</strong>safio, mas, também,<br />

um enorme diferencial para<br />

aqueles que conseguem vencer<br />

esse obstáculo. O mundo atual só<br />

colocou um (gran<strong>de</strong>) aditivo nisso:<br />

as informações fluem instantaneamente<br />

e atingem uma quantida<strong>de</strong><br />

enorme <strong>de</strong> pessoas simultaneamente.<br />

Ou seja, o erro, o lapso ou a ina<strong>de</strong>quação<br />

no que se preten<strong>de</strong> dizer<br />

alcança proporções inimagináveis<br />

há pouco tempo. Por outro lado, as<br />

oportunida<strong>de</strong>s são enormes para<br />

aqueles que, efetivamente, “se comunicarem”.<br />

Mas, voltando ao cerne<br />

da pergunta, o cooperativismo ainda<br />

é pouco entendido fora das suas<br />

próprias fronteiras. Há um espaço<br />

enorme para ser explorado.<br />

"A cooperativa é<br />

do cooperado, é<br />

também, a sua casa.<br />

O relacionamento<br />

próximo e o sentimento<br />

<strong>de</strong> pertencimento<br />

são diferenciais a<br />

serem preservados e<br />

fomentados."<br />

RC: Que outros <strong>de</strong>safios o senhor<br />

vislumbra para o cooperativismo <strong>de</strong><br />

crédito?<br />

Espínola: Para continuar a sua trajetória<br />

em um sistema financeiro altamente<br />

tecnológico e com muitas<br />

novas instituições oferecendo novos<br />

produtos e serviços, as cooperativas<br />

<strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>vem enten<strong>de</strong>r cada vez<br />

mais as expectativas <strong>de</strong> seus cooperados<br />

e prestar os melhores e mais<br />

a<strong>de</strong>quados serviços ao seu quadro<br />

social. Tudo isso, sem per<strong>de</strong>r a sua<br />

essência: a cooperativa é do cooperado,<br />

é também, a sua casa. O relacionamento<br />

próximo e o sentimento<br />

<strong>de</strong> pertencimento são diferenciais a<br />

serem preservados e fomentados.<br />

Colocar tudo isso junto, com agilida<strong>de</strong><br />

e flexibilida<strong>de</strong>, é o <strong>de</strong>safio.<br />

RC: Como observa a interação e<br />

o relacionamento da <strong>Coamo</strong> e da<br />

Credicoamo com o Banco Central,<br />

e suas atuações no cooperativismo<br />

brasileiro?<br />

Espínola: O conjunto <strong>Coamo</strong>/Credicoamo<br />

é tradicional no ambiente do<br />

cooperativismo, uma referência – sua<br />

história e seus números falam por si<br />

só. O conjunto tem uma participação<br />

prepon<strong>de</strong>rante no agronegócio<br />

e, consequentemente, na economia<br />

dos estados on<strong>de</strong> atua fortemente e,<br />

também, do país. Seu relacionamento<br />

é profissional, ético e proativo.<br />

RC: Deixe sua mensagem para os<br />

diretores e cooperados da <strong>Coamo</strong> e<br />

da Credicoamo.<br />

Espínola: Bem, primeiramente gostaria<br />

<strong>de</strong> enaltecer a história e a relevância<br />

da <strong>Coamo</strong> e da Credicoamo.<br />

Estamos todos inseridos em um momento<br />

<strong>de</strong> transformação dos negócios,<br />

em especial da maneira <strong>de</strong> fazê-<br />

-los. A diferença para o que já vivemos<br />

é a velocida<strong>de</strong> em que as coisas acontecem<br />

e evoluem, permitidas e aceleradas<br />

cada vez mais pela tecnologia,<br />

em todos os campos. Os conglomerados<br />

estão cada vez mais focados em<br />

aten<strong>de</strong>r o consumidor na maior parte<br />

possível <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s – querem<br />

ser enxergados como provedores<br />

<strong>de</strong> soluções. O conjunto <strong>Coamo</strong>/<br />

Credicoamo já tem isso em seu DNA,<br />

pois fornece muitas soluções para a<br />

vida <strong>de</strong> seus cooperados. Mas, mesmo<br />

celebrando sucesso, com justo<br />

merecimento, é tempo <strong>de</strong> aguçar a<br />

flexibilida<strong>de</strong>, o entendimento dos <strong>de</strong>safios<br />

e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se transformar<br />

continuamente.<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 13


TECNOLOGIA<br />

COAMO LANÇA<br />

PROGRAMA<br />

DE CORREÇÃO<br />

DO SOLO<br />

Iniciativa da cooperativa visa fornecer e<br />

aplicar os corretivos nas proprieda<strong>de</strong>s dos<br />

cooperados com condições especiais<br />

14 REVISTA <strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


Programa visa o fornecimento e<br />

aplicação <strong>de</strong> calcário e gesso agrícola<br />

O<br />

Brasil é uma das principais<br />

potências agrícolas<br />

do mundo e seus produtores<br />

são exemplos na produção<br />

sustentável das lavouras<br />

e cuidados com a preservação<br />

e manutenção do meio ambiente<br />

produtivo. Eles estão cada vez<br />

mais conscientes e conectados,<br />

produzem alimentos com qualida<strong>de</strong><br />

e origem, para o nosso país e<br />

o mundo. Como recompensa pelo<br />

trabalho e investimento safra após<br />

safra, vêm obtendo excelentes<br />

produtivida<strong>de</strong>s e renda.<br />

A agricultura não po<strong>de</strong><br />

parar, pois a evolução é necessária.<br />

Neste propósito, para elevar<br />

as produtivida<strong>de</strong>s dos cooperados<br />

com equilíbrio do solo, a<br />

<strong>Coamo</strong> lançou dia 15 <strong>de</strong> abril, em<br />

evento virtual, o Programa <strong>Coamo</strong><br />

<strong>de</strong> Correção do Solo, visando o<br />

fornecimento <strong>de</strong> calcário e gesso<br />

agrícola com condições especiais<br />

para a aplicação dos corretivos<br />

nas proprieda<strong>de</strong>s.<br />

Benefícios do Calcário (calagem)<br />

· Corrige aci<strong>de</strong>z do solo<br />

· Fornece cálcio e magnésio<br />

· Reduz os efeitos tóxicos do manganês e do alumínio<br />

· Aumenta a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fósforo<br />

Benefícios do Gesso (gessagem)<br />

· Fornece cálcio e enxofre em profundida<strong>de</strong><br />

· Reduz saturação por alumínio em subsuperfície<br />

· Estimula o crescimento <strong>de</strong> raízes<br />

· Melhora absorção <strong>de</strong> nutrientes<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />

15


TECNOLOGIA<br />

Mudança na correção do perfil do solo<br />

"Até parece que estamos<br />

voltando no tempo,<br />

falando <strong>de</strong> correção<br />

em uma época em que<br />

vivemos a Agricultura<br />

5.0, mas temos que<br />

fazer o básico bem feito<br />

para alcançar melhores<br />

resultados."<br />

Aquiles Dias, diretor <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência Técnica da <strong>Coamo</strong><br />

“A melhor coisa que os agricultores<br />

e pecuaristas po<strong>de</strong>m fazer é conservar<br />

o seu solo, mas não é só conservar,<br />

também temos a obrigação <strong>de</strong> melhorar<br />

o solo para que ele possa ser mais produtivo”,<br />

diz o diretor <strong>de</strong> Suprimentos e Assistência<br />

Técnica da <strong>Coamo</strong>, Aquiles Dias.<br />

Segundo Aquiles, nos últimos<br />

50 anos, o trabalho realizado pela <strong>Coamo</strong><br />

foi para melhorar a capacida<strong>de</strong> produtiva<br />

do solo usando calcário e sempre<br />

com a visão <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>ve corrigir<br />

para um perfil <strong>de</strong> solo <strong>de</strong> 20 centímetros.<br />

“Estamos fazendo uma mudança,<br />

queremos falar na correção do perfil do<br />

solo e pensar numa camada <strong>de</strong> no mínimo<br />

<strong>de</strong> 0 a 40 cm, mas sabemos que isso<br />

po<strong>de</strong> chegar a 60, 80, 100 centímetros,<br />

e à uma profundida<strong>de</strong> para corrigir o<br />

perfil do nosso solo para ser mais produtivo”,<br />

explica.<br />

Segundo estudo da <strong>Coamo</strong>, os<br />

cooperados têm utilizado um volume <strong>de</strong><br />

calcário menor do que o i<strong>de</strong>al. "Diante<br />

disso, a cooperativa pensou e criou este<br />

programa para reduzir esta diferença <strong>de</strong><br />

calcário, vislumbrando o futuro com aumento<br />

<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>s e os cuidados<br />

com o solo.”<br />

BÁSICO BEM FEITO<br />

Na mensagem aos cooperados,<br />

técnicos e parceiros, Aquiles, reforçou a<br />

importância dos benefícios do programa.<br />

“Até parece que estamos voltando<br />

um pouco no tempo, falando <strong>de</strong> correção<br />

em uma época em que vivemos a<br />

Agricultura 5.0. A verda<strong>de</strong> é que temos<br />

que fazer o básico bem feito e, com isso,<br />

teremos melhores resultados, levando<br />

em consi<strong>de</strong>ração o potencial produtivo<br />

e o que todas essas tecnologias nos proporcionam.”<br />

16 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


CONDIÇÕES ESPECIAIS<br />

DE PAGAMENTO<br />

Entrega e aplicação<br />

direta nas proprieda<strong>de</strong>s<br />

A <strong>Coamo</strong> conta com uma<br />

eficiente estrutura reunindo cerca<br />

<strong>de</strong> 90 caminhões para o fornecimento<br />

<strong>de</strong> calcário e gesso nas lavouras<br />

dos mais <strong>de</strong> 29 mil cooperados,<br />

nos Estados do Paraná, Santa<br />

Catarina e Mato Grosso do Sul.<br />

Outra novida<strong>de</strong> apresentada<br />

no Programa <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong><br />

Correção do Solo é a entrega e<br />

aplicação direta dos corretivos<br />

calcário e gesso aos cooperados.<br />

“Dispomos <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> calcário<br />

e gesso nas unida<strong>de</strong>s e vamos<br />

fazer essa aplicação para aten<strong>de</strong>r<br />

a <strong>de</strong>manda dos nossos cooperados.<br />

O que preten<strong>de</strong>mos com<br />

este trabalho, não é realizá-lo<br />

para um, dois anos, mas para<br />

sempre, <strong>de</strong> acordo com o interesse<br />

dos cooperados”, prevê o<br />

gerente <strong>de</strong> Fornecimento <strong>de</strong> Insumos<br />

Agrícolas da <strong>Coamo</strong>, Carlos<br />

Eduardo Borsari.<br />

Borsari explica que o<br />

gesso é um produto que tem<br />

uma logística bastante complicada,<br />

tanto para o transporte<br />

como armazenagem nas unida<strong>de</strong>s.<br />

“Por isso, <strong>de</strong>senvolvemos<br />

uma metodologia para aten<strong>de</strong>r<br />

com qualida<strong>de</strong> a <strong>de</strong>manda dos<br />

produtores, tanto na quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> caminhões como na aplicação<br />

nas proprieda<strong>de</strong>s pela equipe<br />

<strong>Coamo</strong>.”<br />

No lançamento do<br />

Programa <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong> Correção<br />

do Solo, a <strong>Coamo</strong> anunciou<br />

condições especiais<br />

para aquisição <strong>de</strong> calcário e<br />

gesso. Segundo o gerente <strong>de</strong><br />

Compras e Bens <strong>de</strong> Fornecimentos,<br />

Val<strong>de</strong>miro Nesi, são<br />

várias as possibilida<strong>de</strong>s para<br />

pagamento dos insumos. “Os<br />

cooperados po<strong>de</strong>rão pagar à<br />

vista, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>ste ano,<br />

na safra <strong>de</strong> verão <strong>2021</strong>/2022;<br />

em até três anos ou, também,<br />

por meio <strong>de</strong> financiamento<br />

junto à Credicoamo, em até<br />

cinco anos, que é a financeira<br />

dos cooperados da <strong>Coamo</strong>.”<br />

Nesi orienta os cooperados<br />

para que procurem a<br />

assistência Técnica da cooperativa<br />

e <strong>de</strong>finam suas necessida<strong>de</strong>s<br />

e planejamento, pois<br />

os volumes <strong>de</strong> aplicações são<br />

concentrados geralmente nas<br />

“janelas” das culturas.<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 17


TECNOLOGIA<br />

Correção foi um trabalho pioneiro da <strong>Coamo</strong><br />

Dentro da sua missão<br />

por meio das diretrizes corporativas,<br />

a <strong>Coamo</strong> trabalha para<br />

levar <strong>de</strong> forma sustentável a melhoria<br />

<strong>de</strong> renda e nas ativida<strong>de</strong>s<br />

dos cooperados. O presi<strong>de</strong>nte<br />

Executivo da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari,<br />

reforça a importância dos<br />

cuidados com o solo e da atuação<br />

da cooperativa. “Sustentar<br />

é a primeira função do solo,<br />

pois o solo é a base <strong>de</strong> tudo. Falando<br />

em correção <strong>de</strong> solo, este<br />

foi o primeiro programa que a<br />

<strong>Coamo</strong> montou na sua origem,<br />

porque no início era gran<strong>de</strong><br />

a dificulda<strong>de</strong> com solo fraco e<br />

terras ácidas.”<br />

Galinari <strong>de</strong>staca que,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da <strong>Coamo</strong> houve<br />

uma preocupação e um trabalho<br />

expressivo sobre este<br />

tema. “A <strong>Coamo</strong> foi pioneira.<br />

Sem essa visão e iniciativa não<br />

Airton Galinari: "Sustentar é a primeira função do solo, pois o solo é a base <strong>de</strong> tudo"<br />

haveria <strong>de</strong>senvolvimento e o<br />

repasse <strong>de</strong> tecnologias para a<br />

produção dos cooperados. É<br />

um excelente programa, com<br />

estrutura, condições e prazos<br />

especiais. Acreditamos no sucesso<br />

do programa e na participação<br />

dos cooperados."<br />

LINHA DO TEMPO<br />

Conservação do<br />

solo na <strong>Coamo</strong><br />

1968/1970<br />

Terra dos três esses (saúva,<br />

samambaia e sapé) e<br />

abertura das primeiras áreas<br />

agricultáveis com implantação<br />

<strong>de</strong> lavouras <strong>de</strong> trigo e soja.<br />

1973/1974<br />

Início do sistema Plantio Direto<br />

na região <strong>de</strong> Campo Mourão<br />

(2ª cida<strong>de</strong> a implantar esta<br />

tecnologia que revolucionou a<br />

agricultura brasileira).<br />

1975<br />

Início dos trabalhos na<br />

Fazenda Experimental da<br />

<strong>Coamo</strong> para implantação, teste<br />

e validação <strong>de</strong> experimentos<br />

aos cooperados.<br />

18 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


Das “Terras dos '3 Ésses' a uma<br />

das mais produtivas do país”<br />

Na história da agricultura brasileira,<br />

os produtores da <strong>Coamo</strong> vêm fazendo<br />

a sua parte e colaborando para a<br />

força e o sucesso <strong>de</strong>ste setor, que gera<br />

riquezas e impulsiona a balança comercial<br />

do país. Mas, a agricultura não po<strong>de</strong><br />

parar, pois nem sempre as produtivida<strong>de</strong>s<br />

foram gran<strong>de</strong>s como as colhidas<br />

nos últimos anos.<br />

Voltando um pouco no tempo,<br />

nos anos 1960 e 1970, o cenário<br />

era composto por matas e a terra era<br />

conhecida como a “Terra dos 3 Ésses”,<br />

cheia <strong>de</strong> saúva, samambaia e sapé, e<br />

com alta aci<strong>de</strong>z.<br />

No final da década <strong>de</strong> 1960 e<br />

início dos anos 1970, aconteceu a abertura<br />

das primeiras áreas agricultáveis<br />

e a implantação <strong>de</strong> lavouras <strong>de</strong> trigo e<br />

soja na região <strong>de</strong> Campo Mourão - mesma<br />

época do surgimento da <strong>Coamo</strong><br />

Agroindustrial Cooperativa.<br />

Encontro das turmas <strong>de</strong> Edmundo Mercer e Coelho<br />

Júnior realizando levantamento em Campo Mourão<br />

1976<br />

Para melhoria do ambiente produtivo,<br />

governo lança em Campo Mourão o<br />

Plano Nacional <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> Solos<br />

(PNCS), com o objetivo <strong>de</strong> acabar com<br />

cenário <strong>de</strong> erosão nas terras brasileiras.<br />

1998<br />

<strong>Coamo</strong> lançou o Programa <strong>de</strong><br />

Fertilida<strong>de</strong> do Solo e Nutrição<br />

<strong>de</strong> Plantas para incremento<br />

das produtivida<strong>de</strong>s dos seus<br />

cooperados.<br />

2008<br />

Na segunda etapa do Programa <strong>de</strong><br />

Fertilida<strong>de</strong> do Solo e Nutrição <strong>de</strong><br />

Plantas, <strong>Coamo</strong> inicia trabalhos com<br />

a Agricultura <strong>de</strong> Precisão. Objetivo é o<br />

uso racional <strong>de</strong> corretivos.<br />

<strong>2021</strong><br />

<strong>Coamo</strong> lança o Programa <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong><br />

Correção do Solo, para fornecimento <strong>de</strong><br />

calcário e gesso com condições especiais<br />

para aplicação nas proprieda<strong>de</strong>s dos<br />

cooperados.<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 19


TECNOLOGIA<br />

Tecnologia fez a diferença<br />

“O solo é uma dádiva que<br />

Deus nos <strong>de</strong>u e está aí,<br />

mas precisa ser tratado e<br />

não po<strong>de</strong> ser explorado.”<br />

Cooperado Moacir José Ferri é testemunha da evolução que a agricultura registrou ao longo dos anos<br />

Moacir José Ferri, um dos<br />

fundadores da <strong>Coamo</strong> e <strong>de</strong> família<br />

tradicional, é testemunha da evolução<br />

que a agricultura registrou ao<br />

longo dos anos. “As terras eram<br />

muito <strong>de</strong>ficitárias, eu produzia<br />

umas 60, 70, 80 sacas, mas com<br />

o apoio dos técnicos da <strong>Coamo</strong><br />

e o uso da tecnologia crescemos<br />

muito, tanto que no ano passado<br />

produzimos 240 sacas, e na mesma<br />

área”, comenta seu Moacir. Para<br />

ele é importante fazer a correção,<br />

a manutenção e a rotação <strong>de</strong> culturas.<br />

“Esses três fatos são fundamentais<br />

para a agricultura. O nosso<br />

patrimônio, a nossa empresa, a<br />

nossa indústria estão aqui no solo.<br />

Se eu não conservar esse patrimônio<br />

posso falir tranquilamente.”<br />

Moacir Ferri resume bem<br />

como <strong>de</strong>ve ser a atuação dos<br />

produtores nesta missão <strong>de</strong> produzir<br />

com sustentabilida<strong>de</strong>. “O<br />

solo é uma dádiva que Deus nos<br />

<strong>de</strong>u e está aí, mas precisa ser tratado<br />

e não po<strong>de</strong> ser explorado.”<br />

Influência na produção<br />

“O maior patrimônio que o produtor tem é o<br />

seu solo, pois a produção tanto <strong>de</strong> cereais quanto da<br />

pecuária é fortemente influenciada pelo solo.” A afirmação<br />

é do engenheiro agrônomo Roberto Bueno<br />

Silva, da <strong>Coamo</strong> em Campo Mourão, que acompanhou<br />

<strong>de</strong> perto a implantação das lavouras, técnicas<br />

e as colheitas na proprieda<strong>de</strong> do cooperado Moacir<br />

José Ferri.<br />

Bueno lembra que a região <strong>de</strong> Campo Mourão<br />

tinha um solo <strong>de</strong> média para fraca fertilida<strong>de</strong><br />

química, e o trabalho com o cuidado e o manejo<br />

com o solo, sempre foi uma priorida<strong>de</strong> para a <strong>Coamo</strong><br />

por meio da assistência técnica. “Isso <strong>de</strong>mandou<br />

muito serviço da área técnica e conscientização dos<br />

cooperados. De uma situação difícil, com baixas<br />

produtivida<strong>de</strong>s e diversas etapas vencidas com forte<br />

trabalho <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> solos, plantio direto, rotação<br />

<strong>de</strong> culturas e a correção química <strong>de</strong> solo, eles<br />

chegaram a patamares <strong>de</strong> elevadas produtivida<strong>de</strong>s,<br />

comemoradas nas últimas décadas.”<br />

Engenheiro<br />

agrônomo<br />

Roberto Bueno:<br />

"Melhoria do<br />

solo <strong>de</strong>mandou<br />

muito serviço e<br />

conscientização<br />

dos cooperados"<br />

20 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


“Terra é o sustentáculo da planta,<br />

e hoje temos tudo na mão”<br />

"Tínhamos tudo por fazer<br />

e fizemos, numa parceria<br />

entre assistência técnica e os<br />

produtores, que acreditavam na<br />

transformação do solo."<br />

Gallassini nos primeiros plantios <strong>de</strong> trigo em Campo Mourão<br />

No lançamento do Programa<br />

<strong>Coamo</strong> <strong>de</strong> Correção do<br />

Solo, o presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

<strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong>,<br />

José Aroldo Gallassini, lembrou<br />

das dificulda<strong>de</strong>s no início da agricultura<br />

na região da <strong>Coamo</strong> no<br />

Centro-Oeste do Paraná. “A correção<br />

do solo é um assunto muito<br />

importante e necessário para os<br />

agricultores. Estou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo,<br />

antes do trigo e da soja, e lembro<br />

bem das nossas terras ácidas<br />

e fracas. Tínhamos tudo por fazer<br />

e fizemos, numa parceria gran<strong>de</strong><br />

entre assistência técnica e os<br />

produtores, que acreditavam na<br />

transformação do solo para produzir<br />

e no <strong>de</strong>senvolvimento da região<br />

agrícola”, comenta Gallassini.<br />

Ele relata alguns aspectos<br />

do início do trabalho no fim<br />

dos anos 1960 e na década <strong>de</strong><br />

1970. “Se a gente olhar para trás<br />

e pensar um pouco, a conservação<br />

<strong>de</strong> solo para combater a erosão,<br />

era uma coisa absurda,pois<br />

ela levava tudo embora com a<br />

´chuvarada´.”<br />

Gallassini conta que na<br />

época foram feitos 'murunduns'<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um metro para segurar<br />

as águas (murunduns são<br />

geoformas, pequenas elevações<br />

do terreno, sendo relevos residuais,<br />

tendo a erosão sua principal<br />

causa). “Depois veio o plantio<br />

direto e o fim das curvas <strong>de</strong> nível<br />

para plantar. Então, mudou tudo,<br />

pois o plantio direto foi uma inovação<br />

muito gran<strong>de</strong>.”<br />

Na questão da correção<br />

do solo, Gallassini cita “Malavolta”<br />

– Professor e pesquisador, falecido<br />

em 2008, especialista em<br />

Gallassini: "A correção do<br />

solo é um assunto muito<br />

importante e necessário<br />

para os agricultores"<br />

nutrição <strong>de</strong> plantas, que introduziu<br />

a disciplina na Esalq/USP<br />

– Escola Superior <strong>de</strong> Agricultura<br />

Luiz <strong>de</strong> Queiróz/Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo e um dos gran<strong>de</strong>s nomes<br />

sobre Ciência do Solo. “Para<br />

Malavolta, ´A terra é um mero<br />

sustentáculo da planta´, então, a<br />

terra é só para segurar a planta<br />

e o resto nós fazemos, com correção<br />

por meio do calcário e do<br />

gesso e, <strong>de</strong>pois, fazendo adubação<br />

que veio combinar com<br />

a agricultura <strong>de</strong> precisão. Temos<br />

a tecnologia e tudo na mão, e<br />

um <strong>de</strong>partamento técnico muito<br />

forte e atualizado para apoiar os<br />

nossos cooperados.”<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 21


TECNOLOGIA<br />

Reflexões e conhecimento para melhoria do solo<br />

Marcelo Sumiya: "Avaliando o <strong>de</strong>senvolvimento na região <strong>de</strong> ação<br />

da <strong>Coamo</strong> percebemos uma gran<strong>de</strong> evolução ao longo dos anos"<br />

“A Reunião Técnica levou<br />

conhecimento aos cooperados,<br />

técnicos e parceiros, e possibilitou<br />

reflexões sobre a utilização<br />

e os cuidados com solo, para<br />

avaliar os aspectos nas partes<br />

biológica, física e química, que<br />

formam o tripé da sustentabilida<strong>de</strong><br />

do solo”, explica o gerente <strong>de</strong><br />

Assistência Técnica da <strong>Coamo</strong>,<br />

Marcelo Sumiya.<br />

O agrônomo lembra que<br />

na pesquisa da Fazenda Experimental<br />

da <strong>Coamo</strong> são conduzidos<br />

alguns importantes trabalhos.<br />

Na área biológica temos o experimento<br />

<strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> culturas,<br />

que completou 36 anos. No físico,<br />

a capacitação dos profissionais da<br />

área Técnica com o sistema Dres<br />

na avaliação do solo e a aquisição<br />

<strong>de</strong> penetrômetros para um<br />

padrão <strong>de</strong> metodologia visando<br />

a avaliação do solo. E na área química,<br />

o lançamento do Programa<br />

<strong>Coamo</strong> <strong>de</strong> Correção do Solo.<br />

"Avaliando o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

na região <strong>de</strong> ação da<br />

<strong>Coamo</strong>, percebemos uma gran<strong>de</strong><br />

evolução ao longo dos anos,<br />

escrevendo na sua história fatos<br />

Correção é o segredo<br />

Tudo começa pelo solo.<br />

Sem ele não haveria vegetação,<br />

sobretudo, agricultura. Este é um<br />

bem natural que precisa ser bem<br />

tratado, corrigido e manejado <strong>de</strong><br />

forma a<strong>de</strong>quada. Fundamental<br />

na composição do ecossistema<br />

terrestre, é <strong>de</strong>le que as plantas<br />

retiram os nutrientes necessários<br />

para se <strong>de</strong>senvolverem.<br />

A composição do solo interfere<br />

diretamente no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das plantações, uma vez<br />

tecnológicos marcantes em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> recomendações técnicas,<br />

tais como: mecanização<br />

das áreas, correção da aci<strong>de</strong>z e<br />

do fósforo, controle mecânico<br />

da erosão plantio direto e adubação<br />

ver<strong>de</strong>, rotação <strong>de</strong> culturas<br />

e agricultura <strong>de</strong> precisão. Todas<br />

estas práticas <strong>de</strong> forma integrada<br />

promovem além <strong>de</strong> ganhos<br />

na produtivida<strong>de</strong>, uma estabilida<strong>de</strong><br />

em nossa produção", diz<br />

Sumiya.<br />

Ele acrescenta que o<br />

tema correção do solo <strong>de</strong>ve ser<br />

priorida<strong>de</strong> nas proprieda<strong>de</strong>s<br />

agropecuárias. "Concluímos isso<br />

por meio da pesquisa que temos<br />

e dos resultados que comprovam.<br />

Esta técnica racionaliza e<br />

potencializa nossos recursos <strong>de</strong><br />

produção, melhorando a rentabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vocês cooperados."<br />

que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes<br />

<strong>de</strong>termina o sucesso do cultivo.<br />

Por isso, a <strong>Coamo</strong> busca sempre<br />

incentivar o associado a cuidar<br />

bem do seu solo, visando altas<br />

produtivida<strong>de</strong>s e longevida<strong>de</strong><br />

para o sistema produtivo.<br />

O pesquisador Marcelo<br />

Augusto Batista, da UEM (Universida<strong>de</strong><br />

Estadual <strong>de</strong> Maringá),<br />

doutor em Fertilida<strong>de</strong> e Nutrição<br />

mineral <strong>de</strong> Plantas, explica que<br />

a calagem continua sendo uma<br />

22 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


Marcelo Batista, da UEM, explica que a calagem continua sendo uma prática muito importante e que os solos naturalmente são ácidos e precisam ser corrigidos <strong>de</strong> tempos em tempos<br />

prática muito importante no meio<br />

agrícola, que os solos naturalmente<br />

são ácidos e precisam ser<br />

corrigidos <strong>de</strong> tempos em tempos.<br />

“As pessoas esquecem que a calagem<br />

eleva o pH do solo, e para<br />

que os fertilizantes tenham efeito<br />

garantido <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m disso”, esclarece.<br />

Conforme o pesquisador,<br />

o calcário é uma ferramenta que<br />

<strong>de</strong>ve ser utilizada por todos os<br />

produtores, pois quem tem níveis<br />

baixos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, consegue<br />

melhorar os resultados com a<br />

correção, e quem tem tetos altos,<br />

garante a manutenção dos índices<br />

elevados. “Temos números<br />

muito positivos num experimento<br />

conduzido há 12 anos na Fazenda<br />

Experimental da <strong>Coamo</strong>, e isso<br />

nos cre<strong>de</strong>ncia a sugerir que todos<br />

os técnicos <strong>de</strong>vem recomendar a<br />

calagem”, diz.<br />

Marcelo Batista afirma<br />

que a concentração <strong>de</strong> pH no solo,<br />

proporcionada pela aplicação <strong>de</strong><br />

calcário, diminui a presença <strong>de</strong> alumínio<br />

que é tóxico para a planta.<br />

“Com a diminuição do alumínio, a<br />

raiz da planta cresce mais e quando<br />

você acrescenta a gessagem<br />

ainda vem <strong>de</strong> benefício o enxofre,<br />

que melhora todo o sistema. Essa<br />

composição <strong>de</strong> calcário e gesso<br />

melhora o perfil do solo que <strong>de</strong>volve<br />

em forma <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> para<br />

o produtor”, informa o especialista,<br />

alertando para o custo-benefício<br />

do manejo. “Não se po<strong>de</strong> computar<br />

o custo do calcário em uma só<br />

safra. Ele po<strong>de</strong> ser diluido em três a<br />

seis anos, período em que se faz <strong>de</strong><br />

seis a doze culturas. Fazendo essa<br />

conta percebe-se que é um insumo<br />

muito barato e essencial para o<br />

solo”, garante.<br />

Contudo, Batista previne<br />

que tudo começa pela análise<br />

do solo. “As pessoas esquecem<br />

que é preciso antes fazer análise.<br />

É por ela que vamos saber qual<br />

calcário e qual a dose a ser aplicada.<br />

Se não fizer isso é achismo.<br />

Até porque nem sempre existe a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação. Junto<br />

com o engenheiro agrônomo é<br />

realizado um ajuste fino para a<br />

tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão”, finaliza.<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 23


TECNOLOGIA<br />

Recomendações técnicas<br />

Fabrício Corrêa: "São necessárias boas práticas e cuidados na amostragem <strong>de</strong> solo, nas recomendações e nas aplicações"<br />

O coor<strong>de</strong>nador técnico<br />

do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Suporte<br />

Técnico da <strong>Coamo</strong>, Fabrício Bueno<br />

Corrêa, inseriu o tema ‘Recomendações<br />

técnicas para amostragem<br />

<strong>de</strong> solo para utilização<br />

<strong>de</strong> calcário e gesso.’ Para Corrêa,<br />

são necessárias boas práticas<br />

e cuidados na amostragem <strong>de</strong><br />

solo, nas recomendações e aplicações.<br />

De acordo com Corrêa,<br />

só é possível saber quando,<br />

quanto e qual elemento aplicar,<br />

após uma minuciosa análise <strong>de</strong><br />

solo. Ou seja, só é possível fazer<br />

uma avaliação da fertilida<strong>de</strong> do<br />

solo após uma amostragem criteriosa.<br />

“Pensando nisso, em 2012,<br />

a <strong>Coamo</strong> tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ter<br />

um <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> agricultura<br />

<strong>de</strong> precisão próprio, voltado<br />

para essas soluções, e oferecer<br />

para o cooperado o serviço <strong>de</strong><br />

amostragem <strong>de</strong> solo, recomendação<br />

e aplicação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

para que a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

na hora <strong>de</strong> corrigir o solo, tenha<br />

efeitos benéficos na proprieda<strong>de</strong>”,<br />

acrescentou Fabrício. O <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong><br />

Precisão <strong>Coamo</strong> oferece serviços<br />

<strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> solo, mapas<br />

<strong>de</strong> recomendação e aplicação<br />

(todos com taxa fixa ou variável).<br />

Corrêa enfatizou os diferenciais<br />

e cuidados nos serviços<br />

prestados pela cooperativa.<br />

No processo <strong>de</strong> amostragem<br />

<strong>de</strong> solo, a <strong>Coamo</strong> trabalha com<br />

laboratório único, faz análise do<br />

teor <strong>de</strong> argila, análise <strong>de</strong> subsuperfície<br />

<strong>de</strong> 20 a 40 centímetros e<br />

todo solo coletado é enviado ao<br />

laboratório. Na recomendação,<br />

o <strong>de</strong>partamento utiliza fórmulas<br />

contínuas e não tabeladas, faz a<br />

estratificação do teor <strong>de</strong> argila<br />

em quatro classes e classifica os<br />

nutrientes conforme a classificação<br />

física do solo no local. Na<br />

aplicação, no processo <strong>de</strong> calibração<br />

dos caminhões não é visada<br />

somente a quantida<strong>de</strong>, mas<br />

também a qualida<strong>de</strong>, utilizadas<br />

doses máxima e mínima, consi<strong>de</strong>rando<br />

custo-benefício. A cobrança<br />

do serviço <strong>de</strong> aplicação é<br />

somente na área aplicada. Esses<br />

serviços estão disponíveis nas<br />

unida<strong>de</strong>s e po<strong>de</strong>m ser adquiridos<br />

por meio do <strong>de</strong>partamento<br />

Técnico da <strong>Coamo</strong>.<br />

Aponte o leitor <strong>de</strong> QR Co<strong>de</strong> do<br />

seu celular na imagem ao lado<br />

e assista a Reunião Técnica<br />

sobre Correção do solo com<br />

calcário e gesso agrícola<br />

Aponte o leitor <strong>de</strong> QR Co<strong>de</strong><br />

do seu celular na imagem ao<br />

lado e veja o ví<strong>de</strong>o institucional<br />

sobre Correção do solo com<br />

calcário e gesso agrícola<br />

24 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 25


SOLO MAIS PRODUTIVO<br />

Família Corniani, <strong>de</strong> Faxinal (PR), fez um<br />

planejamento <strong>de</strong> seis anos <strong>de</strong> investimento em<br />

práticas que visam melhorar o sistema produtivo<br />

Solo corrigido, produção sustentada<br />

Em Faxinal (Centro-Norte do Paraná) cooperados que realizam<br />

a agricultura <strong>de</strong> precisão tiveram produtivida<strong>de</strong> acima da média<br />

A<br />

agricultura <strong>de</strong> precisão é<br />

uma aliada para os cooperados<br />

que buscam elevar<br />

a produção, corrigir o solo<br />

com mais eficiência e menor<br />

custo. Os resultados <strong>de</strong>sse investimento<br />

foram percebidos <strong>de</strong><br />

maneira mais evi<strong>de</strong>nte nesta safra<br />

<strong>de</strong> verão em regiões atingidas<br />

pelas adversida<strong>de</strong>s climáticas.<br />

Evandro Cristhian Corniani<br />

trabalha em parceria com<br />

o pai Pedro, o irmão Júlio César<br />

e o sobrinho Pedro Raphael. Juntos,<br />

eles cultivam um total <strong>de</strong> 295<br />

alqueires em Faxinal e Cruzmaltina<br />

(Centro-Norte do Paraná). A<br />

família fez um planejamento <strong>de</strong><br />

seis anos <strong>de</strong> investimento em<br />

práticas que visam melhorar o<br />

sistema produtivo. Eles estão no<br />

26 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


terceiro ano <strong>de</strong> trabalho. “Estamos<br />

na meta<strong>de</strong> do nosso planejamento<br />

e já vemos uma gran<strong>de</strong><br />

evolução. A agricultura <strong>de</strong> precisão<br />

e a rotação <strong>de</strong> culturas são as<br />

principais práticas adotadas”. A<br />

proprieda<strong>de</strong> foi dividida em três<br />

talhões. No verão, toda a área<br />

recebe soja e a segunda safra é<br />

com milho, trigo e aveia.<br />

O cooperado conta que<br />

a adoção da agricultura <strong>de</strong> precisão<br />

foi por necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar<br />

a produtivida<strong>de</strong> que estava<br />

estagnada. “As médias vêm<br />

aumentando, menos nessa safra<br />

que sofreu com as adversida<strong>de</strong>s<br />

climáticas. Contudo, ainda colhemos<br />

168 sacas por alqueire, que<br />

consi<strong>de</strong>ramos boa.”<br />

Além disso, o cooperado<br />

conta que o objetivo é diminuir<br />

custos. “A agricultura <strong>de</strong> precisão<br />

é um investimento. Tivemos uma<br />

economia <strong>de</strong> 50% na aplicação<br />

<strong>de</strong> calcário, por exemplo, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> fazer as análises <strong>de</strong> solo. No<br />

final, fica mais barato do que fazer<br />

a aplicação com taxa fixa na<br />

proprieda<strong>de</strong>”, assinala Evandro.<br />

Ele conta que com a agricultura<br />

<strong>de</strong> precisão é possível utilizar<br />

produtos para a correção <strong>de</strong><br />

solo na quantida<strong>de</strong> certa e nos<br />

locais que realmente precisam<br />

dos corretivos. “Nosso projeto é<br />

chegar em 200 sacas <strong>de</strong> média.<br />

Se não fossem as adversida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sse ano, po<strong>de</strong>ríamos alcançar<br />

200 sacas geral da proprieda<strong>de</strong>.<br />

Em alguns talhões já temos essa<br />

média, mas queremos que seja<br />

uma realida<strong>de</strong> da proprieda<strong>de</strong><br />

toda e com custo baixo. A agricultura<br />

<strong>de</strong> precisão é a única ferramenta<br />

que temos para igualar<br />

Evandro Corniani conta que a adoção da agricultura <strong>de</strong> precisão foi por<br />

uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a produtivida<strong>de</strong> que estava estagnada<br />

a produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />

mesma proprieda<strong>de</strong>”, observa o<br />

cooperado.<br />

O engenheiro agrônomo,<br />

André Felipe Biazim dos<br />

Santos, da <strong>Coamo</strong> em Faxinal,<br />

ressalta que a evolução na produtivida<strong>de</strong><br />

é em função da atenção<br />

e cuidados que a família Corniani<br />

tem com o solo. “O solo recebe<br />

tudo o que precisa e isso faz toda<br />

a diferença, principalmente, em<br />

um ano como esse, <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>s<br />

climáticas.”<br />

O agrônomo diz que a<br />

proprieda<strong>de</strong> da família Corniani<br />

registrou produtivida<strong>de</strong> acima<br />

da média na região <strong>de</strong> Faxinal,<br />

reflexo do investimento realizado.<br />

“A agricultura <strong>de</strong> precisão faz<br />

Júlio César, Pedro Raphael, Evandro e Pedro. Família Corniani trabalha unida em prol da produção e conservação do solo<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 27


SOLO MAIS PRODUTIVO<br />

ROTAÇÃO DE CULTURAS É IMPORTANTE PRÁTICA ADOTADA PELOS COOPERADOS.<br />

AGRICULTURA DE PRECISÃO COLABORA PARA USO DE CORRETIVOS NA DOSE CERTA<br />

com que sejam utilizados produtos<br />

corretivos para o solo no momento<br />

e na dose certa.”<br />

O agrônomo lembra<br />

que em anos <strong>de</strong> clima bom, a<br />

maioria dos produtores colhem<br />

bem, mas em períodos <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>s<br />

climáticas é que se<br />

vê a diferença entre quem investe<br />

mais. “Costumamos dizer<br />

que 50% da colheita vem <strong>de</strong> um<br />

plantio bem-feito, com solo e<br />

todos os nutrientes que a planta<br />

necessita para se <strong>de</strong>senvolver.<br />

É o que eles estão buscando na<br />

proprieda<strong>de</strong>.”<br />

A rotação <strong>de</strong> culturas é<br />

outra prática adotada pela família,<br />

e gera bons resultados para o<br />

sistema <strong>de</strong> produção. Segundo<br />

o agrônomo, na área que será<br />

plantado trigo neste ano, ainda é<br />

Cooperado, Evandro Coriani, e o engenheiro agrônomo, André Felipe Biazim dos Santos<br />

possível encontrar a palhada da<br />

soja colhida recentemente e do<br />

milho segunda safra cultivado no<br />

ano passado. “Isso mostra que a<br />

rotação <strong>de</strong> culturas está sendo<br />

eficiente”, assinala Santos.<br />

Correção do solo como<br />

alternativa para pequenas áreas<br />

Engenheiro agrônomo, Álvaro Ricardo Moreira, e o cooperado, Paulo Egredia, mostram a palhada <strong>de</strong>ixada na área<br />

A agricultura <strong>de</strong> precisão<br />

é viável em qualquer proprieda<strong>de</strong>,<br />

seja pequena média ou gran<strong>de</strong>.<br />

O cooperado Paulo Egredia<br />

é um bom exemplo <strong>de</strong> que em<br />

áreas pequenas, a prática ajuda<br />

a aumentar a produtivida<strong>de</strong>. Ele<br />

colheu nesta safra 184 sacas <strong>de</strong><br />

soja por alqueire, mesmo num<br />

ano adverso. A área do cooperado<br />

é <strong>de</strong> 4,5 alqueires.<br />

Ele fez a agricultura<br />

<strong>de</strong> precisão há quatro anos, e<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então viu a produtivida<strong>de</strong><br />

subir. “A agricultura <strong>de</strong> pre-<br />

28 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


cisão foi fundamental para<br />

a melhoria da terra. Antes,<br />

colhia 140 / 150 sacas por<br />

alqueire”, conta. De acordo<br />

com ele, todo o trabalho é<br />

realizado com orientação da<br />

assistência técnica da <strong>Coamo</strong>.<br />

No local que a soja foi<br />

colhida, será cultivado trigo.<br />

Segundo o engenheiro<br />

agrônomo, Álvaro Ricardo<br />

Moreira, da <strong>Coamo</strong> em Faxinal,<br />

a adversida<strong>de</strong> climática comprometeu<br />

a produtivida<strong>de</strong> da<br />

soja e o cooperado que utilizou<br />

mais tecnologia teve um<br />

melhor resultado. “A média no<br />

município foi <strong>de</strong> 150 sacas <strong>de</strong><br />

soja por alqueire e o Paulo colheu<br />

acima <strong>de</strong> 180 sacas. Ele<br />

tem essa preocupação com o<br />

solo, <strong>de</strong> melhorar a fertilida<strong>de</strong><br />

e vem colhendo os frutos dos<br />

investimentos.”<br />

O agrônomo <strong>de</strong>staca<br />

que a agricultura <strong>de</strong> precisão<br />

é uma ferramenta importante<br />

para o cooperado que busca<br />

aumento da rentabilida<strong>de</strong>. “Às<br />

vezes se tem a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a<br />

análise e a correção do solo são<br />

somente para áreas médias e<br />

gran<strong>de</strong>s. Na verda<strong>de</strong>, a agricultura<br />

<strong>de</strong> precisão é viável para<br />

qualquer tamanho <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>”,<br />

pon<strong>de</strong>ra.<br />

Ele diz que com a agricultura<br />

<strong>de</strong> precisão é possível<br />

saber a realida<strong>de</strong> da área e fazer<br />

as correções somente on<strong>de</strong><br />

é necessário. “É possível valorizar<br />

as áreas que já tem uma fertilida<strong>de</strong><br />

boa e melhorar on<strong>de</strong><br />

precisa. Isso é um fator importante<br />

porque reflete na economia<br />

<strong>de</strong> fertilizantes.”<br />

Cooperado Paulo Egredia, <strong>de</strong> Faxinal<br />

(PR), é um bom exemplo <strong>de</strong> que em áreas<br />

pequenas, a agricultura <strong>de</strong> precisão ajuda<br />

a aumentar a produtivida<strong>de</strong><br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 29


FORMAÇÃO NO CAMPO<br />

25ª turma <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas<br />

A<br />

<strong>Coamo</strong> iniciou no dia 13<br />

<strong>de</strong> abril, a 25ª turma <strong>de</strong><br />

Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas.<br />

São 42 cooperados com<br />

ida<strong>de</strong>s entre 18 e 35 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s da cooperativa<br />

no Paraná e Mato Grosso do Sul,<br />

que estão tendo oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se aperfeiçoar sobre a gestão<br />

da proprieda<strong>de</strong> rural. Diante a<br />

pan<strong>de</strong>mia ocasionada pela Covid-19,<br />

o curso está sendo realizado<br />

por ví<strong>de</strong>o conferência.<br />

O Programa <strong>Coamo</strong> <strong>de</strong><br />

Formação <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res<br />

Cooperativistas começou em<br />

1998 e é uma realização anual da<br />

<strong>Coamo</strong> com apoio do Sescoop/<br />

PR. Da sua primeira <strong>edição</strong> até<br />

a atual, foram capacitados mais<br />

<strong>de</strong> mil jovens cooperados, representando<br />

todos os entrepostos<br />

da <strong>Coamo</strong> no Paraná, Santa Catarina<br />

e Mato Grosso do Sul.<br />

A aula inaugural contou<br />

com a participação do presi<strong>de</strong>nte<br />

do Conselho <strong>de</strong> Administração<br />

da <strong>Coamo</strong> e Credicoamo, José<br />

Aroldo Gallassini, dos presi<strong>de</strong>ntes<br />

Executivos da <strong>Coamo</strong>, Airton<br />

Galinari e da Credicoamo, Alcir<br />

José Goldoni, e do superinten<strong>de</strong>nte<br />

do Sescoop/PR, Leonardo<br />

Boesch.<br />

O curso é ministrado por<br />

profissionais da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Paraná em sete módulos<br />

com um total <strong>de</strong> 144 horas/aula e<br />

com término previsto para a segunda<br />

quinzena <strong>de</strong> agosto.<br />

Curso está sendo realizado no formato virtual <strong>de</strong>vido a pan<strong>de</strong>mia<br />

Gallassini recordou na<br />

abertura que o objetivo é formar<br />

cooperados para a perpetuação<br />

da cooperativa. “A <strong>Coamo</strong> não<br />

foi feita para uma ou duas gerações,<br />

mas para vida toda. O curso<br />

é importante. Os participantes<br />

têm noções <strong>de</strong> administração e<br />

gestão para atuarem como empreen<strong>de</strong>dores<br />

no agronegócio.”<br />

Cooperados participantes do curso receberam materiais para os estudos<br />

Segundo Gallassini,<br />

mesmo diante da pan<strong>de</strong>mia e da<br />

inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eventos presenciais,<br />

o curso não po<strong>de</strong>ria parar,<br />

e o formato virtual se tornou um<br />

aliado do <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

quadro social durante a pan<strong>de</strong>mia.<br />

“Os jovens cooperativistas<br />

representam o presente e o futuro<br />

promissor do cooperativismo<br />

30 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


e do agronegócio. Este curso<br />

visa o <strong>de</strong>senvolvimento pessoal<br />

e profissional, e o interesse em<br />

<strong>de</strong>sempenhar uma administração<br />

voltada para o incremento<br />

dos negócios e da cooperativa",<br />

afirma.<br />

O assessor <strong>de</strong> Cooperativismo<br />

da <strong>Coamo</strong>, José Ricardo<br />

Pedron Romani, <strong>de</strong>staca que o<br />

objetivo do curso é capacitar os<br />

cooperados para que possam<br />

enten<strong>de</strong>r todo o processo que<br />

envolve uma cooperativa e ajudá-los<br />

na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

<strong>de</strong>ntro da proprieda<strong>de</strong>. “O curso<br />

está sendo realizado no formato<br />

EAD, mas sem per<strong>de</strong>r a sua essência<br />

que é formar cooperados<br />

para que possam atuar na cooperativa<br />

e na comunida<strong>de</strong> em<br />

que estão inseridos.”<br />

Pitanga (PR)<br />

Via Nova (PR)<br />

Araruna (PR)<br />

Janiópolis (PR)<br />

PROGRAMAÇÃO DO CURSO<br />

Toledo (PR)<br />

Nova Santa Rosa (PR)<br />

Módulo I: Integração Cooperativista -<br />

Tomas Sparano Martins (UFPR)<br />

Módulo II: Planejamento Estratégico -<br />

Gustavo Abib (UFPR)<br />

Módulo III: Gestão Estratégica<br />

- Claudimar Veiga e Pedro Piccoli (UFPR)<br />

Módulo IV: Li<strong>de</strong>rança e Gestão <strong>de</strong><br />

pessoas - Simoni Ramos (UFPR)<br />

Módulo V: Governança Corporativa<br />

e Ferramentas <strong>de</strong> Controle - Marcos<br />

Wagner da Fonseca (UFPR)<br />

Módulo VI: Jogo Corporativo - Gustavo<br />

Abib (UFPR)<br />

Módulo VII: Projeto Integrador - Marcos,<br />

Gustavo e Tomas (UFPR)<br />

Amambai (MS)<br />

Boa Ventura <strong>de</strong> São Roque (PR)<br />

Campo Mourão (PR)<br />

Itaporã (MS)<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 31


SUCESSÃO NO CAMPO<br />

Família Paschoal <strong>de</strong> Cruzmaltina (PR) está passando pelo processo <strong>de</strong> sucessão no campo. Os irmãos Dorival e Daniel receberam do pai a<br />

missão <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> aos trabalhos da família e agora estão preparando os filhos Silvano (Dorival) e Maria Caroline e Lucas (Daniel)<br />

32 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


Sucessão familiar no campo<br />

Nas proprieda<strong>de</strong>s da família Paschoal, em Cruzmaltina (PR), os irmãos<br />

Daniel e Dorival já preparam os filhos para administrar as proprieda<strong>de</strong>s<br />

O<br />

processo <strong>de</strong> sucessão<br />

familiar é um dos <strong>de</strong>safios<br />

no campo. Segundo<br />

dados do IBGE, 30% das proprieda<strong>de</strong>s<br />

rurais chegam na segunda<br />

geração, e menos <strong>de</strong> 5% chegam<br />

na terceira geração. Uma das<br />

causas é a falta <strong>de</strong> gestão continuada,<br />

on<strong>de</strong> se forma o sucessor,<br />

não o her<strong>de</strong>iro.<br />

O <strong>de</strong>sinteresse dos filhos<br />

em apren<strong>de</strong>r à administrar se torna<br />

um problema para o patriarca.<br />

Por trás <strong>de</strong> toda proprieda<strong>de</strong>,<br />

existe uma história, que não <strong>de</strong>ve<br />

ser apagada. Na sucessão familiar<br />

no agronegócio, é comum<br />

que o patriarca <strong>de</strong>termine um<br />

dos filhos para ‘passar o bastão’,<br />

ou seja, assumir a gerência da<br />

proprieda<strong>de</strong>. É importante que<br />

o sucessor esteja interessado e<br />

disposto a assumir a responsabilida<strong>de</strong><br />

e se capacitar para tal.<br />

Nas proprieda<strong>de</strong>s da família<br />

Paschoal, em Cruzmaltina<br />

(Centro-Norte do Paraná), os irmãos<br />

Daniel e Dorival já preparam<br />

os filhos para administrar as<br />

terras. Daniel não pensa somente<br />

na proprieda<strong>de</strong>, mas no futuro<br />

dos dois filhos, Maria Caroline e<br />

Lucas Paschoal.<br />

Daniel Paschoal acredita<br />

que a agricultura é um bom<br />

negócio, e está ensinando aos<br />

filhos tudo que apren<strong>de</strong>u. “Após<br />

todos esses anos trabalhando<br />

na roça, é necessário encontrar<br />

alguém para dar continuida<strong>de</strong>.<br />

Vejo que eles estão gostando, se<br />

interessando e apren<strong>de</strong>ndo as<br />

ativida<strong>de</strong>s no campo. Além disso,<br />

eles têm mais facilida<strong>de</strong> com<br />

tecnologia”, acrescenta o cooperado.<br />

Lucas, o filho mais novo,<br />

participou em 2020 do curso<br />

Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas,<br />

promovido pela <strong>Coamo</strong>. “Gostei<br />

bastante <strong>de</strong> participar, principalmente<br />

da parte <strong>de</strong> planejamento.<br />

Tudo que se faz <strong>de</strong> maneira<br />

planejada tem mais chance <strong>de</strong><br />

dar certo. O curso foi nota <strong>de</strong>z,<br />

aprendi bastante, e tem ajudado<br />

muito no processo <strong>de</strong> sucessão.<br />

Daniel Paschoal com os filhos Maria Caroline e Lucas<br />

Além disso, quero ser igual ao<br />

meu pai e dar continuida<strong>de</strong> no<br />

trabalho <strong>de</strong>le, junto com minha<br />

irmã.”<br />

A primogênita, Maria Caroline,<br />

resolveu se especializar<br />

na área e cursou a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Engenharia Agrícola. Seguindo o<br />

exemplo do irmão, iniciou o curso<br />

<strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res nesse ano e<br />

tem uma gran<strong>de</strong> expectativa. Ela,<br />

que já auxilia na parte administrativa<br />

da proprieda<strong>de</strong>, quer ajudar<br />

cada vez mais o pai na lavoura.<br />

“O curso ajuda muito a planejar<br />

a safra, ver custos, on<strong>de</strong> estamos<br />

tendo lucro ou prejuízo, além<br />

da parte <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> pessoas.<br />

A expectativa é melhorar ainda<br />

mais o que eu já sei, e colocar<br />

tudo em prática”, explica a jovem,<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 33


SUCESSÃO<br />

COAMO REALIZA ANUALMENTE O CURSO DE FORMAÇÃO DE JOVENS LÍDERES<br />

COOPERATIVISTAS, CONTRIBUINDO PARA O PROCESSO DE SUCESSÃO NO CAMPO<br />

que ouve os ensinamentos do<br />

pai e quer continuar cuidando da<br />

administração da proprieda<strong>de</strong>.<br />

Para Daniel, é uma satisfação<br />

ver o interesse dos filhos<br />

em fazer o que o ele faz, porque<br />

enxerga uma oportunida<strong>de</strong> na<br />

área agrícola, e tem espaço para<br />

os dois trabalharem, até mais do<br />

que na cida<strong>de</strong>. Segundo ele, há<br />

uma falta <strong>de</strong> pessoas capacitadas<br />

para trabalhar na agricultura,<br />

e vê o curso Jovens Lí<strong>de</strong>res Cooperativistas<br />

como um incentivo<br />

aos jovens para sucessão.<br />

Dorival e Silvano Garcia<br />

Paschoal, pai e filho, são parceiros<br />

na lavoura. Dorival, junto com<br />

o irmão Daniel, cultiva por anos<br />

a lavoura que era do pai. Dorival<br />

sempre incentivou o trabalho no<br />

campo e assim, Silvano apren<strong>de</strong>u<br />

a gostar e participar no dia a dia<br />

da proprieda<strong>de</strong>. “É um orgulho<br />

ter um filho que se interessa pela<br />

agricultura. Ele está <strong>de</strong>s<strong>de</strong> criança<br />

Dorival Paschoal com o filho Silvano<br />

Lucas participou no ano passado do curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Jovens Lí<strong>de</strong>res<br />

Cooperativas da <strong>Coamo</strong> e a irmã, Maria Caroline, está participando da turma <strong>2021</strong><br />

ao meu lado, na lavoura. É o responsável<br />

pelo maquinário e estou<br />

passando a parte <strong>de</strong> insumos<br />

para ele. Conversamos a respeito<br />

<strong>de</strong> tudo, para tomarmos <strong>de</strong>cisões<br />

juntos. Fico contente que meus<br />

filhos se interessem pela agricultura<br />

e darão continuida<strong>de</strong> ao meu<br />

trabalho”, conta o agricultor.<br />

Silvano foi inserido no<br />

campo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> criança e está dando<br />

continuida<strong>de</strong> ao trabalho.<br />

“Des<strong>de</strong> pequeno gosto <strong>de</strong> lidar<br />

com a agricultura, é uma satisfação<br />

continuar o que meu pai vem<br />

me ensinando”, aponta Silvano.<br />

Ele conta que trabalham em parceria<br />

com a <strong>Coamo</strong> e fazem parte<br />

do quadro <strong>de</strong> cooperados <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

antes da cooperativa chegar à<br />

Cruzmaltina, mudando a vida da<br />

família em questão <strong>de</strong> produção<br />

e tecnologia.<br />

Para o engenheiro agrônomo,<br />

Rodrigo Santos Feijó <strong>de</strong><br />

Góes, <strong>de</strong> Cruzmaltina (Centro-<br />

-Norte do Paraná), a sucessão <strong>de</strong><br />

maneira correta implica em bons<br />

resultados na lavoura. “A sucessão<br />

introduz uma mentalida<strong>de</strong><br />

nova no sistema. Os filhos têm<br />

acesso facilitado à tecnologia, o<br />

que resulta em novos patamares<br />

<strong>de</strong> eficiência e produtivida<strong>de</strong>. A<br />

sucessão está sendo muito bem-<br />

-feita nessa família”, afirma o engenheiro<br />

agrônomo.<br />

34 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


EXPORTAÇÃO<br />

<strong>Coamo</strong> participa <strong>de</strong> novo<br />

embarque recor<strong>de</strong> em Paranaguá<br />

O<br />

Brasil bateu o recor<strong>de</strong> com o maior<br />

embarque <strong>de</strong> farelo <strong>de</strong> soja em um<br />

único navio <strong>de</strong> sua história. A embarcação<br />

graneleira panamenha Pacific Myra foi<br />

carregada no Porto <strong>de</strong> Paranaguá (PR) e tem<br />

capacida<strong>de</strong> para carregar até 180 mil toneladas<br />

<strong>de</strong> granéis sólidos. A carga saiu por correias<br />

transportadoras <strong>de</strong> quatro terminais diferentes<br />

que compõem o Corredor <strong>de</strong> Exportação para<br />

os porões do navio. Pelo terminal da <strong>Coamo</strong> foi<br />

carregado o maior volume, 37.327 toneladas.<br />

O navio tem 292 metros <strong>de</strong> comprimento<br />

(loa) e 45 metros <strong>de</strong> largura (boca). A<br />

embarcação levou para a Holanda 108.577 toneladas<br />

do produto. Ele atracou em 10 <strong>de</strong> abril,<br />

por volta das 17 horas e zarpou no dia 14.<br />

O diretor-presi<strong>de</strong>nte da Portos do Paraná,<br />

Luiz Fernando Garcia, lembra a evolução<br />

que vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado. Em junho <strong>de</strong><br />

2020 foram carregadas 102,2 mil toneladas em<br />

um único navio, o Pacific South. Um mês <strong>de</strong>pois,<br />

em julho, foram 104,2 mil toneladas embarcadas<br />

no E.R Bayonne. “Agora estamos embarcando<br />

mais <strong>de</strong> 108,5 mil. Todos no mesmo berço.<br />

Estamos nos superando a cada novo gran<strong>de</strong><br />

embarque, e conseguindo carregar cada vez<br />

mais, com segurança e eficiência”, afirmou.<br />

Ainda segundo Teixeira, os custos envolvidos<br />

nessas operações são relativamente<br />

menores na comparação com navios <strong>de</strong> médio<br />

porte. “Estamos carregando praticamente o dobro<br />

<strong>de</strong> carga em um único navio”, completou.<br />

Ele <strong>de</strong>stacou, ainda, que a operação envolveu<br />

um planejamento diferenciado da Portos<br />

do Paranaguá. São necessárias manobras como<br />

a puxada e o giro do navio, para que todos os<br />

porões sejam carregados com segurança.<br />

Fonte: Governo do Paraná<br />

Pelo terminal <strong>Coamo</strong>, em Paranaguá, foram<br />

carregados 37.327 toneladas <strong>de</strong> farelo <strong>de</strong> soja<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 35


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36 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


MANUTENÇÃO EM DIA<br />

Cooperados Francisco e Igor Schreiner, pai e filho <strong>de</strong> Campo Mourão (PR), sabem da importância <strong>de</strong> manter as máquinas agrícolas bem cuidadas<br />

Máquinas bem cuidadas,<br />

eficiência garantida no campo<br />

Manutenção periódica garante agilida<strong>de</strong><br />

na hora do trabalho e valorização na revenda<br />

A<br />

manutenção do maquinário<br />

agrícola é tão importante<br />

quanto manejar<br />

corretamente as lavouras na busca<br />

por altas produtivida<strong>de</strong>s. De<br />

nada adianta investir em insumos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e fazer um bom trabalho<br />

no manejo das áreas, se<br />

não tiver capricho, também, com<br />

as máquinas e implementos, res-<br />

ponsáveis por boa parte do custo<br />

<strong>de</strong> infraestrutura da ativida<strong>de</strong><br />

agrícola.<br />

O período que separa<br />

uma safra da outra, conhecido<br />

como janela ou entressafra, é a<br />

época recomendada para a execução<br />

<strong>de</strong>sta manutenção, que<br />

ajuda a prolongar a vida útil das<br />

máquinas e equipamentos.<br />

Com o passar dos anos,<br />

a tecnologia ganhou força e invadiu<br />

o campo, trouxe conforto,<br />

mais eficiência e agilida<strong>de</strong> no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do trabalho,<br />

que muitas vezes precisa ser realizado<br />

num curto período, com<br />

intervalos menores do que no<br />

passado. Por isso, a manutenção<br />

preventiva é fundamental para<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 37


MANUTENÇÃO EM DIA<br />

PERÍODO QUE SEPARA UMA SAFRA DA OUTRA É A ÉPOCA IDEAL PARA A<br />

MANUTENÇÃO, PROLONGANDO A VIDA ÚTIL DAS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS<br />

garantir o bom funcionamento<br />

do equipamento e prolongar a<br />

vida útil, evitando quebras inesperadas<br />

durante as operações e<br />

<strong>de</strong>sgastes prematuros, além <strong>de</strong><br />

manter o valor médio do equipamento<br />

na hora da revenda.<br />

Lições levadas a sério<br />

Na fazenda São Domingos,<br />

localizada na BR 158, estrada<br />

velha para Roncador, em Campo<br />

Mourão (Centro-Oeste do Paraná)<br />

essas lições são levadas à sério<br />

pela família Schreiner, capitaneada<br />

pelo cooperado Francisco,<br />

que tem como braço direito o<br />

filho Igor, cuja função é conduzir<br />

a ativida<strong>de</strong> que está sendo repassada<br />

<strong>de</strong> pai para filho. Entre as ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sempenhadas na proprieda<strong>de</strong>,<br />

está a manutenção das<br />

máquinas e implementos. “Hoje,<br />

em dia temos máquinas com valores<br />

elevados e é sempre necessário<br />

fazer uma boa manutenção,<br />

para no momento <strong>de</strong> utilizar não<br />

ter surpresa, com quebras repentinas”,<br />

explica Igor. Ele diz que é<br />

prática comum na fazenda a realização<br />

<strong>de</strong> manutenção periódica,<br />

on<strong>de</strong> se observa inúmeros itens,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma simples troca <strong>de</strong> óleo<br />

e filtros, até a substituição <strong>de</strong> peças<br />

e acessórios avariados durante<br />

o trabalho. “Logo após o uso<br />

costumamos lavar e fazer uma<br />

análise <strong>de</strong> itens que precisam ser<br />

substituídos, <strong>de</strong>ixando tudo pronto<br />

para a próxima utilização. O<br />

objetivo é evitar quebras durante<br />

o trabalho, naquele momento<br />

que precisamos <strong>de</strong> agilida<strong>de</strong> na<br />

lavoura, seja no plantio, tratos<br />

Engenheiro agrônomo José Petruisse Ferreira<br />

Junior, da <strong>Coamo</strong> em Campo Mourão, diz<br />

que o mesmo cuidado com os veículos <strong>de</strong><br />

passeio <strong>de</strong>ve ser com o maquinário<br />

38 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


culturais ou colheita”, esclarece o<br />

cooperado lembrando que o fornecimento<br />

<strong>de</strong> peças na cooperativa<br />

é um importante benefício.<br />

Custo-Benefício<br />

Na opinião do cooperado<br />

o valor da manutenção é baixo<br />

na comparação com o custo<br />

<strong>de</strong> um equipamento mo<strong>de</strong>rno,<br />

como os comercializados atualmente.<br />

Por isso, investir na manutenção<br />

é preservar um bem, com<br />

valor agregado. “Além disso, é a<br />

melhor forma <strong>de</strong> garantir o bom<br />

funcionamento e, melhor do que<br />

isso, assegurar que a produção<br />

tenha resultados positivos, sem<br />

prejuízos por este motivo”, acrescenta<br />

informando que outra forma<br />

<strong>de</strong> proteger o investimento é<br />

a contratação <strong>de</strong> seguro. “É um<br />

bem muito valioso <strong>de</strong> alto capital<br />

e, por isso, fazemos o seguro<br />

<strong>de</strong> todos os maquinários. A Via<br />

Sollus e Credicoamo são nossos<br />

parceiros nessa operação, garantindo<br />

mais tranquilida<strong>de</strong>”, afirma.<br />

Eficiência, economia e<br />

rendimento operacional<br />

O engenheiro agrônomo,<br />

José Petruisse Ferreira Junior,<br />

da <strong>Coamo</strong> em Campo Mourão,<br />

diz que o mesmo cuidado<br />

com os veículos <strong>de</strong> passeio <strong>de</strong>ve<br />

ser com o maquinário. “É <strong>de</strong> extrema<br />

importância a manutenção<br />

e a revisão das máquinas,<br />

assim como fazemos com nossos<br />

veículos. É a forma <strong>de</strong> manter<br />

o correto funcionamento,<br />

que impacta diretamente na eficiência,<br />

economia e rendimento<br />

operacional no campo”, alerta.<br />

Conforme o agrônomo, é<br />

preciso enten<strong>de</strong>r que as máquinas<br />

ficam cerca <strong>de</strong> 70% do tempo paradas<br />

no barracão, durante o ano.<br />

Contudo, durante as operações<br />

<strong>de</strong> preparo do solo, semeadura,<br />

pulverização e colheita, são utilizadas<br />

intensamente. “Quem <strong>de</strong>seja<br />

ter sua máquina funcionando com<br />

uma boa eficiência e economia,<br />

<strong>de</strong>ve realizar manutenção e revisão<br />

periódicas”, sugere.<br />

DICAS DE MANUTENÇÃO E CUIDADOS:<br />

1 Não está ligado diretamente ao processo,<br />

mas é <strong>de</strong> extrema importância a<br />

contratação <strong>de</strong> seguro.<br />

2 Treinar e capacitar os operadores.<br />

3 Fazer manutenção preventiva e a<br />

gestão dos custos <strong>de</strong> manutenção<br />

4 Conferir a máquina antes <strong>de</strong> iniciar<br />

cada operação<br />

5 Ter atenção especial quanto aos<br />

prazos das revisões, sempre utilizando<br />

peças indicadas pelo fabricante e muito<br />

cuidado para não per<strong>de</strong>r a garantia.<br />

6 Usar a tecnologia embarcada facilita<br />

muito a gestão no campo, exemplo<br />

disso é a utilização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> monitoramento<br />

e gerenciamento com a<br />

emissão <strong>de</strong> relatórios.<br />

7 Conhecer a máquina e o equipamento<br />

é muito importante para saber<br />

sobre tudo que ela po<strong>de</strong> oferecer.<br />

8 Guardar as máquinas e equipamentos<br />

em local coberto e seco, livre <strong>de</strong> animais,<br />

pó e sujeira<br />

9 Na dúvida procure um profissional.<br />

A <strong>Coamo</strong> disponibiliza em suas unida<strong>de</strong>s<br />

uma equipe <strong>de</strong> profissionais preparados,<br />

treinados e capacitados.<br />

10 Monitore a eficiência dos equipamentos<br />

como pressão, nível <strong>de</strong> fluídos,<br />

sistemas elétricos e transmissão.<br />

Valor da manutenção é relativamente baixo na comparação com o custo <strong>de</strong> um equipamento mo<strong>de</strong>rno<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 39


CREDICOAMO<br />

É hora <strong>de</strong> financiar<br />

o custeio e o seguro<br />

agrícola para safras<br />

<strong>de</strong> trigo e soja<br />

Os associados da Credicoamo<br />

já se planejaram visando a implantação<br />

em <strong>2021</strong> das lavouras<br />

<strong>de</strong> trigo e soja, com a reserva <strong>de</strong> insumos<br />

junto à <strong>Coamo</strong> com excelentes<br />

condições e, agora, estão buscando o<br />

financiamento <strong>de</strong> recursos para o custeio<br />

e seguro agrícola das lavouras <strong>de</strong><br />

trigo e soja.<br />

Para aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s<br />

dos seus associados, a Credicoamo<br />

iniciou neste mês os financiamentos<br />

<strong>de</strong> custeio visando a implantação das<br />

novas safras. “Trata-se <strong>de</strong> um importante<br />

benefício que a Credicoamo coloca<br />

à disposição dos seus associados, seguindo<br />

a sua missão <strong>de</strong> agregar renda<br />

por meio <strong>de</strong> soluções sustentáveis”,<br />

afirma Dilmar Antonio Peri, diretor <strong>de</strong><br />

Negócios da Credicoamo.<br />

Segundo Dilmar Peri, os associados<br />

estão procurando as agências<br />

da cooperativa para iniciar o processo<br />

<strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> custeio para trigo e<br />

soja. “O objetivo da Credicoamo é oferecer<br />

uma assistência financeira para<br />

fomentar a produção dos associados.<br />

Eles contam com a agilida<strong>de</strong> e segurança<br />

da sua cooperativa por meio <strong>de</strong><br />

diversos benefícios, que vem ao encontro<br />

das suas necessida<strong>de</strong>s”, explica.<br />

Ele afirma que é importante a contratação<br />

dos financiamentos o quanto<br />

antes, para programar a liberação dos<br />

40 REVISTA <strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


volumes <strong>de</strong> recursos necessários.<br />

Seguro Agrícola<br />

Para a safra <strong>2021</strong>/<strong>2021</strong>, os associados<br />

da Credicoamo e da <strong>Coamo</strong><br />

terão duas opções para garantir suas<br />

lavouras contra adversida<strong>de</strong>s climáticas<br />

e outros sinistros. Uma <strong>de</strong>las é o Proagro<br />

– Programa <strong>de</strong> Garantia da Ativida<strong>de</strong><br />

Agropecuária, que é um velho conhecido<br />

dos cooperados. Nesta safra, o<br />

Proagro beneficiará os produtores com<br />

limite máximo <strong>de</strong> R$ 300.000,00 mil por<br />

CPF.<br />

A outra opção é o seguro agrícola,<br />

que vem registrando um crescimento<br />

expressivo nos últimos anos, motivado<br />

pela facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua contratação, melhoria<br />

nos índices <strong>de</strong> cobertura e redução<br />

nos prêmios pagos. Além do incentivo<br />

praticado pelo governo fe<strong>de</strong>ral, que<br />

será responsável por 20% para a soja,<br />

25% para o milho verão e 40% para o<br />

trigo, do subsídio sobre o valor do prêmio<br />

do seguro contratado para a safra<br />

<strong>2021</strong>/22. Para o trigo, também existe a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subvenção estadual no<br />

valor <strong>de</strong> até R$ 4,4 mil por CPF.<br />

Seguro, insumo fundamental<br />

O presi<strong>de</strong>nte Executivo da Credicoamo,<br />

Alcir José Goldoni reforça a<br />

necessida<strong>de</strong> da proteção das lavouras<br />

por meio da contratação <strong>de</strong> seguro agrícola.<br />

“A a<strong>de</strong>são vem sendo incrementada<br />

principalmente nos últimos anos,<br />

haja vista que a ativida<strong>de</strong> da agricultura<br />

é uma verda<strong>de</strong>ira indústria a céu aberto,<br />

por isso o reflexo da mudança na forma<br />

<strong>de</strong> pensar e agir dos associados, que estão<br />

mais conscientes da necessida<strong>de</strong> do<br />

seguro, um insumo indispensável para o<br />

sucesso das safras dos associados”, afirma<br />

Goldoni.<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA<br />

41


SEGURO<br />

Via Sollus completa 13 anos em ritmo <strong>de</strong><br />

crescimento e com qualida<strong>de</strong> nos serviços<br />

Atuação busca melhores coberturas, preço e atendimento aos segurados<br />

Via Sollus aten<strong>de</strong> cooperados, funcionários da <strong>Coamo</strong> e Credicoamo e comunida<strong>de</strong> em geral<br />

No dia 05 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008<br />

foi criada a Via Sollus Corretora<br />

<strong>de</strong> Seguros. Des<strong>de</strong><br />

então, foi facilitada a vida <strong>de</strong> milhares<br />

<strong>de</strong> pessoas entre cooperados<br />

da <strong>Coamo</strong>, funcionários da<br />

cooperativa e comunida<strong>de</strong>, nas<br />

contratações <strong>de</strong> seguros e com a<br />

agilida<strong>de</strong> necessária em caso <strong>de</strong><br />

regulação e sinistros.<br />

A corretora faz parte do<br />

grupo <strong>Coamo</strong> e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fundação<br />

vem oferecendo aos segurados,<br />

soluções em seguros<br />

visando a proteção necessária<br />

com tranquilida<strong>de</strong> e segurança,<br />

sempre em parceria com as cooperativas<br />

<strong>Coamo</strong> e Credicoamo.<br />

“A Via Sollus abrange todos<br />

os ramos <strong>de</strong> seguros e aten<strong>de</strong><br />

todas as pessoas, sejam físicas<br />

ou jurídicas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

do vínculo com a <strong>Coamo</strong> ou Credicoamo.<br />

Por isso, é que ela está<br />

aberta à comunida<strong>de</strong> e todos<br />

po<strong>de</strong>m usufruir dos serviços que<br />

oferecemos”, afirma Jair Alberto<br />

Schommer, novo gerente da Via<br />

Sollus Corretora <strong>de</strong> Seguros.<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

<strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong><br />

e Credicoamo, José Aroldo<br />

Gallassini, avalia como positiva a<br />

atuação da Via Sollus nesses 13<br />

anos. “Os resultados da Via Sollus<br />

vêm crescendo a cada ano e o<br />

caminho é evoluir cada vez mais.<br />

A corretora foi criada seguindo<br />

a filosofia e trabalho da <strong>Coamo</strong>,<br />

sendo uma empresa voltada<br />

para aten<strong>de</strong>r os segurados com<br />

qualida<strong>de</strong> e eficiência. É isso que<br />

estamos constatando, pois nas<br />

suas operações existe o reconhecimento,<br />

o respeito e a confiança<br />

dos clientes segurados.”<br />

Segundo Gallassini, contratar<br />

um seguro é um processo<br />

cultural e necessário. “É preciso<br />

pensar que <strong>de</strong>vemos fazer seguro<br />

como uma medida <strong>de</strong> proteção<br />

contra os eventuais imprevistos<br />

e <strong>de</strong>sta maneira, a gente faz<br />

seguro como investimento para<br />

não usar.”<br />

Atendimento<br />

O atendimento para<br />

a<strong>de</strong>são ou renovação <strong>de</strong> seguros<br />

na Via Sollus po<strong>de</strong> ser feito<br />

nos entrepostos da <strong>Coamo</strong> ou<br />

nas agências da Credicoamo localizadas<br />

nos Estados do Paraná,<br />

Santa Catarina e Mato Grosso do<br />

Sul. E, também, diretamente pelo<br />

site da corretora no www.viasollus.com.br<br />

ou pelo fone (44)<br />

3599-8585.<br />

“O trabalho <strong>de</strong> contratação<br />

<strong>de</strong> seguros nas agências da<br />

Credicoamo é promovido <strong>de</strong> for-<br />

42 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


Airton Galinari, presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong>, Jair Alberto Schommer, gerente da Via Sollus, José Aroldo Gallassini,<br />

presi<strong>de</strong>nte dos Conselhos <strong>de</strong> Administração da <strong>Coamo</strong> e Credicoamo, Alcir José Goldoni, presi<strong>de</strong>nte Executivo da Credicoamo<br />

ma segura, tranquila e com serieda<strong>de</strong>,<br />

por uma equipe especializada,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r<br />

às necessida<strong>de</strong>s dos nossos<br />

segurados. Nosso foco está na<br />

busca constante pela qualida<strong>de</strong><br />

na intermediação e contratação<br />

dos seguros, a continuida<strong>de</strong> das<br />

ativida<strong>de</strong>s visando a proteção do<br />

patrimônio e da vida dos segurados”,<br />

explica Alcir José Goldoni,<br />

presi<strong>de</strong>nte Executivo da Credicoamo.<br />

Nova estrutura administrativa<br />

MODALIDADES DE SEGUROS<br />

OFERECIDOS PELA VIA SOLLUS<br />

Vida<br />

Residência<br />

Vida<br />

Empresa<br />

Proprieda<strong>de</strong> Rural<br />

Agrícola<br />

Máquinas e Implementos<br />

Prestamista<br />

Condomínio<br />

NOVA ESTRUTURA DA VIA SOLLUS: Márcio Mesquita Moitinho, <strong>de</strong>partamento Comercial, Jair Alberto<br />

Schommer, gerente, e Aurélio Luiz Wailand, <strong>de</strong>partamento Administrativo-Financeiro<br />

Entrou em funcionamento<br />

recentemente a nova estrutura<br />

da Via Sollus com o objetivo<br />

<strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> ao trabalho<br />

apresentado pela corretora.<br />

Com base no planejamento<br />

estratégico e rea<strong>de</strong>quações<br />

programadas, a nova estrutura<br />

da Via Sollus tem uma<br />

gerência e dois <strong>de</strong>partamentos<br />

para atendimento às necessida<strong>de</strong>s<br />

dos segurados. O novo gerente<br />

da corretora é Jair Alberto<br />

Schommer, com experiência em<br />

seguros e gestão <strong>de</strong> cooperativas.<br />

O <strong>de</strong>partamento Administrativo-Financeiro<br />

é chefiado por Aurélio<br />

Luiz Wailand com trabalhos<br />

nos processos <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização e<br />

controles administrativos. A frente<br />

do <strong>de</strong>partamento Comercial está<br />

Márcio Mesquita Moitinho e entre<br />

suas atribuições está a prospecção<br />

<strong>de</strong> seguros, com áreas focadas<br />

nos seguros dos associados<br />

e funcionários, e com a comercialização<br />

<strong>de</strong> seguros com terceiros<br />

(comunida<strong>de</strong>).<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 43


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VIA SOLLUS<br />

Com seguros, cooperados protegem seu patrimônio<br />

“Sou segurado na Via<br />

Sollus <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010. Des<strong>de</strong> quando<br />

fiz minha a<strong>de</strong>são com vários<br />

tipos <strong>de</strong> seguro, estou tranquilo<br />

com mais segurança e confiança”,<br />

diz Ricardo Augusto Romagnoli,<br />

cooperado da <strong>Coamo</strong> e da<br />

Credicoamo em Boa Esperança<br />

(Centro-Oeste do Paraná). Além<br />

do seguro agrícola, ele tem segurado<br />

seus equipamentos agrícolas,<br />

além dos seguros resi<strong>de</strong>ncial<br />

e <strong>de</strong> vida.<br />

“É muito bom ter seguro,<br />

sempre ouvi o Dr. Aroldo dizer<br />

que a gente tem que fazer<br />

seguro para não usar e ele tem<br />

razão, pois é isso que queremos,<br />

pagar e não usar”, conta<br />

o produtor. Ele é associado da<br />

<strong>Coamo</strong> e da Credicoamo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1999. Foi admitido em Campo<br />

Mourão, mas pouco tempo <strong>de</strong>pois,<br />

em 2001 transferiu sua<br />

movimentação para a unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Boa Esperança.<br />

O cooperado planta 62<br />

alqueires e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011 assumiu<br />

as ativida<strong>de</strong>s da família na proprieda<strong>de</strong>.<br />

“O Ricardo sempre<br />

aplicou as melhores tecnologias<br />

em suas lavouras e faz questão<br />

<strong>de</strong> contratar seguros para ter<br />

tranquilida<strong>de</strong> e proteção do seu<br />

patrimônio e da sua família”, afirma<br />

Paulo Henrique Santiago, gerente<br />

da agência da Credicoamo<br />

em Boa Esperança.<br />

O cooperado Tomonori<br />

Kato, integrante do quadro social<br />

da <strong>Coamo</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, e<br />

da Credicoamo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2012, em<br />

Ricardo Romagnoli, <strong>de</strong> Boa Esperança (PR), tem seguros agrícola, <strong>de</strong> implementos, resi<strong>de</strong>ncial e <strong>de</strong> vida na Via Sollus<br />

Goioerê (Centro-Oeste do Paraná)<br />

sabe muito bem da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uso <strong>de</strong> seguro. Ele e sua<br />

família renovam constantemente<br />

os seguros com a Via Sollus em<br />

vários ramos, como os <strong>de</strong> veículos,<br />

resi<strong>de</strong>ncial, empresarial, seguro<br />

agrícola e <strong>de</strong> equipamentos<br />

utilizados no plantio e colheita.<br />

“É bom pagar seguro e não usar,<br />

mas quando aconteceram imprevistos,<br />

contei com o apoio da Via<br />

Sollus para o acionamento do<br />

seguro e fui muito bem atendido<br />

pela equipe da Credicoamo e Via<br />

Sollus, aqui em Goioerê”, relata<br />

seu Tomonori acrescentando: “O<br />

atendimento é muito bom. Confio<br />

nas equipes da Credicoamo<br />

e Via Sollus, que trabalham para<br />

que tenhamos segurança e o<br />

nosso patrimônio protegido.”<br />

Cooperado Tomonori Kato, <strong>de</strong> Goioerê (PR), renova constantemente seus seguros com a Via Sollus em várias modalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 45


EVENTO VIRTUAL<br />

MERCADO AGRÍCOLA EM PAUTA<br />

Evento virtual foi realizado pelo canal da <strong>Coamo</strong> no YouTube e contou<br />

com a presença do professor e doutor, Alexandre <strong>de</strong> Mendonça Barros<br />

A<br />

<strong>Coamo</strong> em parceria com o<br />

Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem<br />

do Cooperativismo<br />

– Sescoop, realizou no dia 08<br />

<strong>de</strong> abril, a palestra “Perspectivas<br />

dos Mercados Agrícolas”, com o<br />

professor e doutor, Alexandre <strong>de</strong><br />

Mendonça Barros, com mais <strong>de</strong><br />

30 anos <strong>de</strong> experiência na área. O<br />

evento virtual foi transmitido pelo<br />

canal da cooperativa no YouTube,<br />

com mediação do presi<strong>de</strong>nte Executivo<br />

da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari.<br />

Alexandre Barros <strong>de</strong>staca<br />

que o mercado agrícola está em<br />

pauta nos principais veículos <strong>de</strong><br />

comunicação do mundo. “O foco<br />

está nesse boom <strong>de</strong> commodities,<br />

nos mercados <strong>de</strong> soja, milho, trigo.<br />

Virou um assunto internacional. Em<br />

primeiro lugar porque como a vacinação<br />

está rápida, o mundo voltará<br />

a crescer e já há sinais <strong>de</strong> um aquecimento<br />

significativo na China, hoje<br />

o maior importador <strong>de</strong> alimentos.<br />

Além disso, Joe Bi<strong>de</strong>n, presi<strong>de</strong>nte<br />

dos Estados Unidos, vem anunciando<br />

uma série <strong>de</strong> estímulos para a<br />

retomada do crescimento econômico,<br />

que não se tem notícias há<br />

muitos anos, na maior economia<br />

do mundo.”<br />

Consumo <strong>de</strong> alimentos<br />

Segundo o palestrante,<br />

Airton Galinari, presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong>, e Alexandre <strong>de</strong> Mendonça Barros abordaram o mercado agrícola<br />

há um movimento <strong>de</strong> impulso que<br />

extrapola os mercados agrícolas e<br />

cria uma dinâmica favorável para<br />

o consumo <strong>de</strong> alimentos. “Os Estados<br />

Unidos aprovaram um programa<br />

<strong>de</strong> gastos públicos <strong>de</strong> um<br />

trilhão e novecentos bilhões <strong>de</strong><br />

dólares, para os próximos quatro<br />

anos. Ao mesmo tempo, há uma<br />

motivação para aumentar os biocombustíveis<br />

e biodiesel. Já estamos<br />

vendo refinarias <strong>de</strong> diesel nos<br />

Estados Unidos se convertendo<br />

para biodiesel, o que gera uma<br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> óleos mais forte nos<br />

próximos anos.”<br />

Barros ainda comenta o<br />

momento que o mundo vive. “Sem<br />

nenhum exagero, os preços em dólar<br />

dos produtos agrícolas subiram<br />

agressivamente nos últimos seis<br />

meses. O real po<strong>de</strong>ria se fortalecer,<br />

porque o Brasil é um forte exportador<br />

<strong>de</strong> produtos agrícolas, metal,<br />

petróleo. Isso gera uma entrada <strong>de</strong><br />

dólar muito forte. Entretanto, isso<br />

não está acontecendo, por uma<br />

série <strong>de</strong> situações relacionadas<br />

à programas <strong>de</strong> gastos públicos<br />

brasileiro que têm mantido o real<br />

fraco em relação ao dólar. Então,<br />

os preços sobem em dólar e vão<br />

crescendo em reais para níveis que<br />

nunca assistimos.”<br />

Conselho<br />

Alexandre Barros <strong>de</strong>ixa<br />

um conselho aos cooperados da<br />

<strong>Coamo</strong>. “É preciso que se tenha<br />

46 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


um certo conservadorismo, mas<br />

também aproveite o momento.<br />

Vamos ver uma elevação nos custos<br />

<strong>de</strong> produção. Não tem como<br />

ser diferente, pois os preços em<br />

dólar <strong>de</strong> todos os insumos estão<br />

subindo, este é o ciclo mundial.<br />

Por isso, sigo uma estratégia que<br />

sempre <strong>de</strong>fendi, que a compra<br />

<strong>de</strong> insumos <strong>de</strong>ve ser travada, protegida.<br />

O custo po<strong>de</strong> subir, mas<br />

estamos diante <strong>de</strong> preços excepcionais,<br />

on<strong>de</strong> temos que fazer<br />

esse posicionamento <strong>de</strong> proteção<br />

e aproveitando esses preços elevadíssimos<br />

que estamos vendo.<br />

O mercado é muito firme, tem potencial<br />

<strong>de</strong> alta, mas não é normal<br />

o real ficar à 5,60, com soja <strong>de</strong> 14<br />

dólares. A tendência seria o real se<br />

fortalecer, mas não acredito nisso<br />

a curto prazo. É preciso ir cobrindo<br />

os custos <strong>de</strong> produção, aproveitando<br />

esses preços excepcionais,<br />

e entendo que teremos um horizonte<br />

muito positivo pelo comportamento<br />

da <strong>de</strong>manda mundial,<br />

pelos baixos estoques.”<br />

Recomendação<br />

Ele diz para os cooperados<br />

seguirem a estratégia recomendada<br />

pela cooperativa. “Mantenham<br />

o que a <strong>Coamo</strong> sempre<br />

preconizou, investimento em alta<br />

tecnologia, visando o aumento<br />

<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e, também, <strong>de</strong><br />

ter muito cuidado e pé no chão.<br />

Precisamos manter o equilíbrio e<br />

aproveitar esse bom momento. Eu<br />

particularmente, recomendo que<br />

se faça médias e trave custos.”<br />

Conhecimento e informação<br />

da <strong>Coamo</strong> está em cumprir a missão<br />

<strong>de</strong> gerar renda <strong>de</strong> forma sustentável,<br />

ao quadro social. “Somos<br />

uma cooperativa e temos em nosso<br />

DNA, um caráter social muito forte,<br />

diferente <strong>de</strong> outras empresas que<br />

são puramente comerciais. Temos<br />

a missão <strong>de</strong> levar <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

isso é muito mais abrangente que<br />

só relações comerciais. Por isso, temos<br />

o programa “+ Gestão”, que<br />

tem a função <strong>de</strong> levar conhecimento<br />

e informação ao quadro social.<br />

Ajudando-o a profissionalizar mais<br />

a sua proprieda<strong>de</strong> e conduzi-la <strong>de</strong><br />

forma empresarial.”<br />

Disponível no YouTube<br />

O assessor <strong>de</strong> Cooperativismo,<br />

José Ricardo Romani, que<br />

coor<strong>de</strong>na o programa “<strong>Coamo</strong> +<br />

Gestão”, sugere a quem não assistiu<br />

a palestra que acesse o canal<br />

da cooperativa. “É fundamental<br />

se manter atualizado sobre o mercado<br />

agrícola. O cooperado que<br />

estuda e busca informação está<br />

sempre na frente. Essa palestra<br />

trouxe conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”,<br />

recomenda.<br />

Para assistir a palestra<br />

Perspectivas dos<br />

Mercados Agrícolas,<br />

aponte o leitor <strong>de</strong> QR<br />

Co<strong>de</strong> do seu celular<br />

na imagem ao lado.<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte Executivo<br />

da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari o foco<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 47


Blog da RPC traz entrevista com<br />

presi<strong>de</strong>nte Executivo da <strong>Coamo</strong><br />

Das boutiques às gran<strong>de</strong>s cooperativas, cafeicultores <strong>de</strong> todo o Estado têm<br />

otimismo com o futuro do setor e diversificação do tipo <strong>de</strong> consumidor <strong>de</strong> café<br />

A<br />

história da produção mundial<br />

<strong>de</strong> café se confun<strong>de</strong> à<br />

do Brasil. Des<strong>de</strong> o século<br />

XVIII, quando as primeiras mudas<br />

foram plantadas por aqui, o<br />

país se tornou sinônimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

no setor e teve, por anos,<br />

a cafeicultura como carro-chefe<br />

da economia. Em 14 <strong>de</strong> abril, Dia<br />

Mundial do Café, os cafeicultores<br />

paranaenses tiveram motivos <strong>de</strong><br />

sobra para comemorar, mesmo<br />

em momento adverso.<br />

Em 2020, o consumo <strong>de</strong><br />

café em território nacional cresceu<br />

1,34%, chegando 21,2 milhões<br />

<strong>de</strong> sacas <strong>de</strong> 60 quilos, <strong>de</strong><br />

acordo com dados da Associação<br />

Brasileira da Indústria <strong>de</strong> Café<br />

(Abic). O número é o 2º maior da<br />

série histórica, iniciada em 2011,<br />

e é representativo diante da crise<br />

da Covid-19, que afetou praticamente<br />

todos os setores.<br />

No Paraná, o caminho foi<br />

semelhante: segundo o Departamento<br />

<strong>de</strong> Economia Rural (Deral),<br />

a safra <strong>de</strong> 2020 foi <strong>de</strong> 943 mil<br />

sacas <strong>de</strong> 60 quilos, cerca <strong>de</strong> 1%<br />

maior que o ano anterior.<br />

48 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


DIA DO CAFÉ<br />

<strong>Coamo</strong> conta categorias <strong>de</strong> cafés: Tradicional, Extra Forte e Premium<br />

Airton Galinari, presi<strong>de</strong>nte executivo da <strong>Coamo</strong><br />

<strong>Coamo</strong> prevê crescimento <strong>de</strong> 15%<br />

para <strong>2021</strong> com ações direcionadas<br />

Consumidor mais exigente mantém<br />

cooperativa atenta ao setor premium<br />

A <strong>Coamo</strong> Agroindustrial Cooperativa, uma<br />

das maiores e mais respeitadas do Paraná, também<br />

prevê números positivos para o ano. De acordo com<br />

Airton Galinari, presi<strong>de</strong>nte executivo da <strong>Coamo</strong>, o<br />

crescimento físico na cafeicultura <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 15%.<br />

“Faremos isso por meio do incremento <strong>de</strong><br />

vendas nos clientes atuais com ações direcionadas,<br />

visando conquistar ainda mais a preferência do consumidor<br />

final, aliado ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos<br />

mercados como a exportação”, aponta Galinari.<br />

Assim como apontado pelas pesquisas do setor,<br />

Galinari avalia que o setor sofreu, sim, com a pan<strong>de</strong>mia.<br />

Por outro lado, o home office e o fato das pessoas<br />

passarem mais tempo em casa aumentou o consumo<br />

doméstico, que respon<strong>de</strong> pela maior fatia do mercado.<br />

Esse acontecimento, aponta o diretor executivo, exige<br />

das indústrias mais atenção e estratégias <strong>de</strong>ntro dos<br />

pontos <strong>de</strong> vendas dos Supermercados e Cash.<br />

“Com o comprometimento das ações <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gustação e abordagem face à pan<strong>de</strong>mia, buscamos<br />

novas alternativas por meio <strong>de</strong> ações via clube<br />

<strong>de</strong> compras dos varejistas e intensificação <strong>de</strong> ações<br />

em re<strong>de</strong>s sociais com influencers digitais”, <strong>de</strong>talha<br />

Galinari.<br />

A <strong>Coamo</strong> trabalha <strong>de</strong> olho, também,<br />

na parcela <strong>de</strong> público interessada<br />

em um café premium. Atualmente,<br />

o carro-chefe da cooperativa é o Café<br />

<strong>Coamo</strong> Tradicional, mas outro que cresce<br />

muito em vendas é o café <strong>Coamo</strong><br />

Premium, disponível na versão vácuo<br />

500g e, também, em grão em pacotes<br />

valvulados <strong>de</strong> 1kg.<br />

“Os consumidores estão cada<br />

vez mais exigentes buscando padrão e<br />

qualida<strong>de</strong>, pagando mais por produtos<br />

e marcas que garantem estas entregas<br />

e trabalhamos exatamente com esta categoria<br />

<strong>de</strong> produtos, que nos dá a segurança<br />

e a certeza <strong>de</strong> crescimento no<br />

mercado”, diz Galinari. “O crescimento<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> cafés especiais praticamente<br />

triplicou nos últimos anos e, com<br />

previsão <strong>de</strong> dobrar nos próximos quatro<br />

anos, ganha ano após ano maior importância<br />

<strong>de</strong>ntro do mercado total”.<br />

Fonte: Negócios RPC<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 49


COOPERATIVISMO<br />

OCEPAR 50 ANOS!<br />

A Organização das Cooperativas do Paraná completa cinco décadas <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s revisitando o passado <strong>de</strong> lutas e homenageando seus fundadores,<br />

mas com o foco direcionado para os <strong>de</strong>safios do futuro<br />

“ Sabíamos que estávamos<br />

começando a organizar<br />

o movimento cooperativista<br />

com direcionamento e serieda<strong>de</strong>.<br />

Mas, <strong>de</strong> forma alguma<br />

imaginávamos o alcance que o<br />

cooperativismo teria entre os paranaenses”,<br />

diz Guntolf van Kaick,<br />

o primeiro presi<strong>de</strong>nte da Ocepar.<br />

Em 1971, <strong>de</strong> acordo com<br />

dados do Incra (Instituto Nacional<br />

<strong>de</strong> Colonização e Reforma Agrária),<br />

havia no Paraná cerca <strong>de</strong> 56<br />

mil cooperados, a maioria associado<br />

a cooperativas do ramo<br />

agropecuário e <strong>de</strong> consumo. Passados<br />

50 anos, a Ocepar tem sob<br />

sua abrangência um dos sistemas<br />

econômicos e sociais mais pujantes<br />

do país. Atualmente, a entida<strong>de</strong><br />

tem 217 cooperativas filiadas,<br />

em sete ramos, que congregam<br />

Takeki Nishiyama, Wilson Thiesen, Guntolf van Kaick e Yoneju Tsunoda em foto do dia da constituição da Ocepar<br />

2,48 milhões <strong>de</strong> cooperados e<br />

geram 117,9 mil empregos diretos.<br />

O setor obteve, em 2020, um<br />

faturamento <strong>de</strong> R$ 115,7 bilhões,<br />

com sobras do exercício <strong>de</strong> R$<br />

5,9 bilhões, e um total exportado,<br />

1971<br />

1972<br />

- No dia 2 <strong>de</strong> abril, durante o 3º Encontro <strong>de</strong> Dirigentes Cooperativistas, no auditório<br />

da cooperativa Agro-mate, na Avenida Marechal Floriano 1.368, em Curitiba, é<br />

fundada a Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná<br />

- Em 3 <strong>de</strong> abril, dia seguinte à fundação da Ocepar, é constituída a Assocep<br />

(Associação <strong>de</strong> Orientação <strong>de</strong> Cooperativas do Estado do Paraná), com o objetivo <strong>de</strong><br />

prestar serviços na gestão, informação, administração e auditoria do sistema<br />

- Em 17 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Ocepar aprova a<br />

constituição do Fundo Cooperativo <strong>de</strong> Garantia contra o Granizo e do Fundo <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Pesquisa do Trigo (Fun<strong>de</strong>spe)<br />

- Em junho começa a circular a primeira <strong>edição</strong> do Jornal Paraná Cooperativo, órgão<br />

ofi cial <strong>de</strong> comunicação do sistema cooperativista, transformado em 2004 na <strong>Revista</strong><br />

Paraná Cooperativo<br />

- Criado o Departamento <strong>de</strong> Pesquisa da Ocepar. Por meio do Fun<strong>de</strong>spe, os recursos<br />

para pesquisa do trigo recolhidos pela Ctrin (Comissão <strong>de</strong> Comercialização do Trigo<br />

Nacional) passam a ser administrados pela Ocepar<br />

50 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


Se<strong>de</strong> do Sistema Ocepar, em Curitiba (PR), a Casa do Cooperativismo Paranaense<br />

para mais <strong>de</strong> 100 países, <strong>de</strong> US$<br />

4,44 bilhões. Mas, números e estatísticas,<br />

embora <strong>de</strong>monstrem<br />

o crescimento do movimento<br />

cooperativista no Estado, não revelam<br />

as histórias <strong>de</strong> vida e superação<br />

que o cooperativismo, sob<br />

a representação, o guarda-chuva<br />

da Ocepar, ajudou a construir nas<br />

últimas cinco décadas. Quando<br />

apoia uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> cooperados<br />

e cooperativas, amplia e estimula<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento econômico<br />

e social, é nessas ações que<br />

a filosofia cooperativista se revela<br />

em sua essência.<br />

Fundação - A Ocepar foi<br />

fundada tendo como missão representar<br />

e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses<br />

do sistema cooperativista paranaense<br />

perante as autorida<strong>de</strong>s<br />

constituídas e a socieda<strong>de</strong>, bem<br />

como prestar serviços a<strong>de</strong>quados<br />

ao pleno <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das cooperativas e <strong>de</strong> seus integrantes.<br />

Des<strong>de</strong> 1997, passou<br />

também a exercer funções <strong>de</strong><br />

sindicato patronal das cooperativas<br />

paranaenses. Hoje, além<br />

da Ocepar, o Sistema é integrado<br />

pelo Sescoop/PR (Serviços<br />

Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem do<br />

Cooperativismo) e a Fecoopar<br />

(Fe<strong>de</strong>ração das Cooperativas do<br />

Paraná).<br />

Funções - “A Ocepar tem<br />

duas gran<strong>de</strong>s funções. A primeira<br />

é a função <strong>de</strong> organizar. O que<br />

significa organizar? Somar forças,<br />

articular, estruturar <strong>de</strong> fato o<br />

mercado, e planejar. A Ocepar é<br />

a Organização das Cooperativas<br />

do Paraná, e organizar é o nosso<br />

trabalho mais importante”, afirma<br />

o presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong>, José<br />

Roberto Ricken. “Na sequência<br />

vem a <strong>de</strong>fesa dos interesses das<br />

cooperativas, o que também é<br />

fundamental. É a articulação com<br />

os po<strong>de</strong>res legislativo e executivo,<br />

o trabalho sindical a ação<br />

conjunta com outras entida<strong>de</strong>s<br />

representativas”, ressalta.<br />

Para o lí<strong>de</strong>r cooperativista<br />

João Paulo Koslovski, que presidiu<br />

a Ocepar <strong>de</strong> 1996 a 2016, o apoio<br />

dos dirigentes e colaboradores das<br />

1982<br />

- Consórcio <strong>de</strong> cooperativas adquire a Indústria Kamby, que atuava no setor lácteo, com<br />

se<strong>de</strong> em Londrina e postos <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> leite em diversos municípios do estado. A<br />

aquisição marca o início do processo <strong>de</strong> agroindustrialização das cooperativas do Paraná<br />

- Constituído o Comitê PróConstituição das Cooperativas <strong>de</strong> Crédito que visava organizar<br />

e estimular a expansão do ramo crédito. O Comitê funcionava na se<strong>de</strong> da Ocepar, com<br />

apoio técnico e fi nanceiro da entida<strong>de</strong><br />

- Em 2 <strong>de</strong> julho é inaugurado o Centro <strong>de</strong> Pesquisa Eloy Gomes, da Ocepar, em Cascavel,<br />

em solenida<strong>de</strong> que contou com a presença do Ministro da Agricultura, Ângelo Amaury<br />

Stábile e do governador do Paraná, Hosken <strong>de</strong> Novaes<br />

1988<br />

- A nova Constituição do<br />

Brasil acaba com a tutela<br />

estatal no cooperativismo,<br />

vedando a interferência<br />

governamental no<br />

funcionamento das<br />

cooperativas<br />

1996<br />

- Aprovado o Plano Paraná Cooperativo 2000,<br />

um planejamento estratégico baseado em<br />

estudos aprofundados e com um cronograma<br />

<strong>de</strong> metas e ações necessárias para efetivá-las<br />

- Lançada oficialmente a Frencoop (Frente<br />

Parlamentar do Cooperativismo), com<br />

200 integrantes entre <strong>de</strong>putados fe<strong>de</strong>rais<br />

e senadores para atuar na <strong>de</strong>fesa dos<br />

interesses do sistema cooperativista<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 51


COOPERATIVISMO<br />

OCEPAR FOI FUNDADA COM A MISSÃO DE REPRESENTAR E DEFENDER OS INTERESSES<br />

DO SISTEMA COOPERATIVISTA PARANAENSE PERANTE AS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS<br />

cooperativas foi essencial para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do sistema. O ex-<br />

-dirigente cita que a centralização<br />

da discussão dos problemas das<br />

cooperativas na Ocepar dá credibilida<strong>de</strong><br />

à organização para obter<br />

êxito nas suas principais reivindicações.<br />

“A aglutinação dos interesses<br />

das filiadas permite a realização <strong>de</strong><br />

um trabalho construtivo e estratégico”,<br />

enfatiza. "A credibilida<strong>de</strong><br />

conquistada pela Ocepar se <strong>de</strong>ve<br />

à continuida<strong>de</strong> das gestões dos diversos<br />

presi<strong>de</strong>ntes. Houve serieda<strong>de</strong>,<br />

competência, muita <strong>de</strong>terminação<br />

e algumas pessoas colocaram<br />

até recursos próprios para viabilizar<br />

o trabalho da entida<strong>de</strong>, o que <strong>de</strong>monstra<br />

que o espírito cooperativista<br />

sempre esteve acima <strong>de</strong> qualquer<br />

interesse econômico", afirma.<br />

Ramos - O Sistema Ocepar<br />

representa cooperativas que<br />

atuam em sete ramos – agropecuário,<br />

consumo, crédito, infraestrutura,<br />

saú<strong>de</strong>, trabalho e produção <strong>de</strong><br />

bens e serviços e transporte. “Em<br />

muitos municípios do Paraná, as<br />

cooperativas são as mais importantes<br />

empresas econômicas, maiores<br />

empregadoras e geradoras <strong>de</strong> receitas”,<br />

ressalta Ricken.<br />

José Roberto Ricken, presi<strong>de</strong>nte do Sistema Ocepar<br />

Ocepar em números<br />

Inauguração da se<strong>de</strong> Ocepar em 1975. Entida<strong>de</strong> passou a ter uma se<strong>de</strong> própria, no bairro Centro-Cívico, em<br />

Curitiba. Evento marcou a abertura da Casa, com a presença do então governador do Paraná, Jaime Canet<br />

Junior, do ministro da Agricultura à época, Alysson Paolinelli, além do presi<strong>de</strong>nte da Ocepar, Guntolf van Kaick<br />

217 Cooperativas filiadas<br />

7 Ramos econômicos<br />

2,48 milhões <strong>de</strong> cooperados<br />

117,9 mil empregos diretos<br />

R$ 115,7 bilhões em<br />

faturamento<br />

R$ 5,9 bilhões em sobras do<br />

exercício<br />

US$ 4,44 bilhões em<br />

exportações<br />

Fonte: Ocepar/2020<br />

1998<br />

1999<br />

2002<br />

2006<br />

- Depois <strong>de</strong> inúmeras reuniões e<br />

negociações, o governo publica em<br />

3 <strong>de</strong> setembro Medida Provisória<br />

1.715, criando o Recoop (Programa<br />

<strong>de</strong> Revitalização das Cooperativas <strong>de</strong><br />

Produção Agropecuária). O artigo 7º<br />

da MP autoriza a criação do Sescoop<br />

- Em 21 <strong>de</strong> setembro o Sescoop/ PR<br />

(Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem<br />

do Cooperativismo) é implantado no<br />

Paraná, dando início a um processo<br />

<strong>de</strong> transformação sem prece<strong>de</strong>ntes<br />

no setor<br />

- Sugerido pela Ocepar e após dois<br />

anos <strong>de</strong> negociação, o governo<br />

lança o Pro<strong>de</strong>coop (Programa <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento cooperativo para<br />

Agregação <strong>de</strong> Valor à Produção<br />

Agropecuária)<br />

- A Fecoopar (Fe<strong>de</strong>ração e Organização<br />

das Cooperativas do Estado do<br />

Paraná) obtém em 23 <strong>de</strong> maio, junto<br />

ao Ministério do Trabalho e Emprego,<br />

o registro sindical. O cooperativismo<br />

paranaense passa a ter uma estrutura<br />

sindical completa<br />

52 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>


Atitu<strong>de</strong> e união<br />

A Ocepar nasceu em 2 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1971, “um dia<br />

<strong>de</strong> sol em Curitiba”, lembra Guntolf van Kaick, que se tornou<br />

o primeiro presi<strong>de</strong>nte eleito da entida<strong>de</strong>. “Não havia<br />

nada, começamos da estaca zero”, recorda. A Organização<br />

das Cooperativas do Paraná começou a ser gestada muito<br />

antes da data <strong>de</strong> sua constituição. A criação da entida<strong>de</strong> foi<br />

resultado do processo <strong>de</strong> reestruturação do setor, que começou<br />

a ser discutido em 1967, por meio <strong>de</strong> fóruns <strong>de</strong> discussão,<br />

alguns <strong>de</strong>les promovidos pelo Conselho <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação<br />

e Fomento do Cooperativismo no Paraná (Cofep).<br />

Antes mesmo <strong>de</strong> sua fundação, os estatutos da Ocepar,<br />

com os objetivos e atribuições da nova organização, já<br />

estavam <strong>de</strong>finidos <strong>de</strong> acordo com o contexto do cooperativismo<br />

da época. A entida<strong>de</strong> nascia com o propósito <strong>de</strong><br />

representar e indicar soluções aos problemas ligados ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da estrutura organizacional e funcional<br />

das cooperativas, além <strong>de</strong> promover a divulgação do sistema<br />

cooperativista, fomentando a criação, racionalizada, <strong>de</strong><br />

socieda<strong>de</strong>s cooperativistas nas suas várias modalida<strong>de</strong>s e<br />

categorias.<br />

“A autogestão faz parte<br />

do DNA da Ocepar, pois a entida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro momento<br />

adotou como filosofia a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ter essa estrutura<br />

<strong>de</strong> revisão dos procedimentos<br />

<strong>de</strong> gestão, não com o intuito <strong>de</strong><br />

fiscalizar os atos dos dirigentes,<br />

mas sim servir como suporte,<br />

apoio técnico e consultivo dos<br />

gestores, que normalmente não<br />

tinham formação acadêmica”,<br />

ressalta van Kaick.<br />

Guntolf van Kaick, primeiro<br />

presi<strong>de</strong>nte da Ocepar<br />

Parceria<br />

cinquentenária<br />

José Aroldo Gallassini,<br />

presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

<strong>de</strong> Administração da<br />

<strong>Coamo</strong> e Credicoamo<br />

“A parceria entre a <strong>Coamo</strong> e a Ocepar já dura 50<br />

anos, pois a <strong>Coamo</strong> foi fundada em 7 <strong>de</strong> novembro<br />

<strong>de</strong> 1970 e a Ocepar em 2 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1971.<br />

Fui a todas as reuniões, acompanhei a evolução<br />

do trabalho, apresentei <strong>de</strong>mandas e aju<strong>de</strong>i a<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r outras tantas para o bem da <strong>Coamo</strong> e<br />

<strong>de</strong> todo o cooperativismo. Penso que uma das<br />

principais forças da Ocepar resi<strong>de</strong> em sua representação<br />

política, no fato <strong>de</strong> tomar a frente e<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses do cooperativismo, com<br />

serieda<strong>de</strong>, ética e muita competência. Fazer com<br />

que o cooperativismo seja conhecido e reconhecido,<br />

por sua importância econômica e social.<br />

Destaco também o Sescoop/PR, que é uma conquista<br />

do cooperativismo. A Ocepar participou<br />

ativamente das discussões em torno da criação<br />

<strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> do Sistema S para o cooperativismo.<br />

E po<strong>de</strong>mos afirmar, com segurança, que<br />

o Sescoop/PR tem impulsionado o crescimento<br />

das cooperativas, pois atua na profissionalização<br />

do capital humano. Parabéns à Ocepar, ao seu<br />

presi<strong>de</strong>nte, ex-presi<strong>de</strong>ntes, diretores, funcionários,<br />

enfim, parabéns a todos que fizeram e ainda<br />

fazem o dia a dia <strong>de</strong>ssa gran<strong>de</strong> organização, que<br />

muito nos orgulha.”<br />

2015<br />

- Iniciado o trabalho<br />

<strong>de</strong> formatação e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do PRC<br />

100, o planejamento<br />

estratégico do<br />

cooperativismo do Paraná<br />

2016<br />

- Em 1º <strong>de</strong> abril, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> cinco mandatos na<br />

Presidência, João Paulo<br />

Koslovski <strong>de</strong>ixa o comando<br />

da entida<strong>de</strong>. Em seu<br />

lugar, referendado por<br />

unanimida<strong>de</strong> durante<br />

AGO, assume José Roberto<br />

Ricken<br />

2018<br />

- Lançamento do Programa <strong>de</strong> Inovação do Cooperativismo Paranaense, no dia 23 <strong>de</strong> abril, em<br />

evento no auditório do Sistema Ocepar<br />

- A greve dos caminhoneiros, <strong>de</strong>flagrada em 21 <strong>de</strong> maio, paralisou o país por <strong>de</strong>z dias. A Ocepar e as<br />

cooperativas filiadas uniram esforços para evitar o <strong>de</strong>sabastecimento <strong>de</strong> alimentos. Em dois dias,<br />

cerca <strong>de</strong> 1.800 caminhões <strong>de</strong> cooperativas seguiram para os principais mercados consumidores<br />

do estado<br />

- Ocepar lança um programa inovador <strong>de</strong> comunicação, o parana.coop+10, utilizando re<strong>de</strong>s<br />

sociais para o repasse <strong>de</strong> informações a seu público, visando ampliar o número <strong>de</strong> parlamentares<br />

da Frencoop<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong> REVISTA 53


25 ANOS<br />

Bodas <strong>de</strong> prata do Programa <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> 5S<br />

O<br />

programa <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

5S da <strong>Coamo</strong> foi implantado<br />

há 25 anos. Des<strong>de</strong><br />

então, os funcionários da cooperativa<br />

abraçaram a causa, que<br />

além <strong>de</strong> implantar o programa<br />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvido<br />

no Japão, promove diversas<br />

ações em prol das comunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> toda a área <strong>de</strong> ação<br />

da cooperativa, no Paraná, Santa<br />

Catarina e Mato Grosso do Sul.<br />

“O 5S promove práticas sustentáveis<br />

por meio <strong>de</strong> hábitos e valores<br />

culturais mais eficientes, que<br />

geraram impactos nos ambientes<br />

profissional, pessoal e social”,<br />

afirma o gerente <strong>de</strong> Recursos Humanos<br />

da <strong>Coamo</strong>, Antonio César<br />

Marini.<br />

O conceito <strong>de</strong> 5S possui<br />

como base as cinco palavras japonesas<br />

cujas iniciais formam o nome<br />

do programa. Na língua portuguesa<br />

foram traduzidas como “sensos”,<br />

para não <strong>de</strong>scaracterizar a nomenclatura<br />

do programa. Mas, para ir<br />

além dos cinco, a <strong>Coamo</strong> acrescentou<br />

mais dois “Ésses”, o do social e<br />

da sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Executivo<br />

da <strong>Coamo</strong>, Airton Galinari, reforça<br />

a importância <strong>de</strong> todos que<br />

fazem e fizeram parte <strong>de</strong>sta trajetória.<br />

“O Programa 5S na <strong>Coamo</strong><br />

é muito importante e se constitui<br />

em ferramenta para promoção<br />

<strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, produtivida<strong>de</strong>,<br />

segurança e <strong>de</strong> relações,<br />

não apenas no contexto<br />

organizacional, como também<br />

em nossa vida pessoal e na so-<br />

cieda<strong>de</strong>, quando aplicamos a<br />

filosofia e as práticas do 5S fora<br />

do ambiente da nossa empresa.<br />

Reconhecemos e parabenizamos<br />

a equipe <strong>de</strong> Facilitadores do 5S<br />

– os atuais e todos àqueles que<br />

participaram ao longo <strong>de</strong>sses<br />

25 anos, - que com muito empenho<br />

e <strong>de</strong>dicação, coor<strong>de</strong>nam<br />

as ações do cronograma, orientando<br />

e engajando nossos funcionários<br />

na prática dos sensos”,<br />

CONHEÇA OS 5S’s<br />

1º S – SEIRI – senso <strong>de</strong> utilização: consiste em utilizar corretamente os recursos, tendo só o necessário e<br />

na quantida<strong>de</strong> certa. Descartar corretamente o que não for mais útil.<br />

2º S – SEITON – Senso <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>nação: <strong>de</strong>finir um lugar para cada coisa e manter cada coisa em seu lugar.<br />

3º S – SEISO – Senso <strong>de</strong> Limpeza: manter os ambientes limpos, eliminando as fontes <strong>de</strong> sujeira. Aplicado<br />

também no contexto das relações pessoais, eliminando os sentimentos, hábitos e atitu<strong>de</strong>s que<br />

possam impactar negativamente em nossos relacionamentos <strong>de</strong>ntro e fora da empresa.<br />

4º S – SEIKETSU - Senso <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Segurança: padronizar processos, i<strong>de</strong>ntificar e eliminar riscos <strong>de</strong><br />

modo a reduzir aci<strong>de</strong>ntes e promover melhores condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e segurança para todos.<br />

5º S – SHITSUKE – Senso <strong>de</strong> Autodisciplina: fazer da prática do 5S um hábito, para manter os ambientes<br />

e relações estáveis, em busca da melhoria contínua.<br />

comemora Galinari.<br />

Segundo a Coor<strong>de</strong>nação<br />

do Programa <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong><br />

5S da <strong>Coamo</strong>, durante as comemorações<br />

dos 25 anos na cooperativa,<br />

terão diversas ações<br />

como o resgate do conceito <strong>de</strong><br />

cada senso, dicas para praticar,<br />

no ambiente <strong>de</strong> trabalho e em<br />

casa, e campanhas com histórias<br />

e exemplos conquistados ao<br />

longo <strong>de</strong>sses anos.<br />

54 REVISTA<br />

<strong>Abril</strong>/<strong>2021</strong>

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