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REVISTA RALLY 2021

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BOAS Práticas<br />

Revista do Rally Cocamar de Produtividade<br />

Revista do Rally Cocamar de Produtividade n Quinta edição n Safra 2020/<strong>2021</strong><br />

O AGRO É<br />

CADA VEZ MAIS<br />

TECNOLÓGICO E<br />

SUSTENTÁVEL


Conveniência é ter<br />

diversos benefícios<br />

no mesmo fungicida.<br />

AUMENAX ®<br />

CONTROLA AS PRINCIPAIS DOENÇAS DA SOJA<br />

E CONTRIBUI PARA O MÁXIMO POTENCIAL PRODUTIVO DO CULTIVO<br />

COM BENEFÍCIOS QUE COMBINAM PRATICIDADE E EFICIÊNCIA.<br />

CONTROLE DE FERRUGEM ASIÁTICA, MANCHA ALVO E OÍDIO<br />

MELHOR DISTRIBUIÇÃO SOBRE A FOLHA<br />

APLICAÇÃO MAIS OTIMIZADA E NÃO ENTOPE O BICO DE PULVERIZAÇÃO<br />

FERRAMENTA ESSENCIAL PARA O MANEJO DE RESISTÊNCIA DOS FUNGOS<br />

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BASF Agricultural Solutions<br />

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agriculture.basf.com/br/pt.html<br />

blogagro.basf.com.br<br />

Uso exclusivamente agrícola. Aplique somente as doses recomendadas.<br />

Descarte corretamente as embalagens e os restos de produtos. Incluir outros<br />

métodos de controle do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando<br />

disponíveis e apropriados. Restrição temporária no Estado do Paraná na cultura<br />

da Soja para o alvo Microsphaera diffusa. Registro MAPA: Aumenax ® nº 07720.


BASF na Agricultura.<br />

Juntos pelo seu Legado.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

3


Fairfax colabora com<br />

projetos inovadores<br />

da Cocamar<br />

Parceria com a cooperativa permite desenvolver propostas de seguro agrícola que<br />

satisfaçam as demandas dos cooperados<br />

Aseguradora Fairfax Brasil<br />

mantém uma parceria de<br />

sucesso com a cooperativa<br />

Cocamar, atuando conjuntamente<br />

para desenvolver projetos inovadores<br />

e auxiliar os produtores cooperados.<br />

Desde 2017, a parceria permitiu<br />

criar soluções customizadas<br />

para o cultivo de grãos e de cana,<br />

por exemplo.<br />

“Por meio da nossa parceria, conseguimos<br />

potencializar as ações da<br />

cooperativa, com inovação e sustentabilidade.<br />

A tendência é oferecermos<br />

produtos cada vez mais<br />

personalizados. Temos soluções<br />

feitas sob medida com recurso global<br />

e decisão local”, afirma Fabio Damasceno,<br />

Diretor de Agronegócio<br />

da Fairfax Brasil.<br />

INICIATIVAS<br />

Entre as iniciativas, destaca-se o<br />

projeto da Cocamar para estimular<br />

a renovação de canaviais com<br />

o cultivo de soja. Para esse projeto,<br />

a Fairfax desenvolveu um seguro<br />

agrícola exclusivo, que contempla<br />

o cultivo da oleaginosa em áreas de<br />

cana. A iniciativa deu tão certo que<br />

já superou a marca de 20 mil hectares<br />

assegurados pela Fairfax.<br />

Para atender as demandas dos<br />

cooperados da Cocamar, a Fairfax<br />

Brasil também criou um seguro<br />

agrícola multirrisco grãos focado<br />

em áreas de milho consorciado<br />

com braquiária. Além de atender<br />

as necessidades do agricultor, esse<br />

seguro estimula práticas sustentáveis<br />

no campo, já que culturas consorciadas<br />

colaboram para um bom<br />

manejo de solo. O seguro oferece<br />

cobertura contra chuva excessiva,<br />

geada, granizo, seca, ventos frios,<br />

raio, incêndio, tromba d’água e ventos<br />

fortes, podendo ser contratado<br />

através da Cocamar Corretora de<br />

Seguros.<br />

Na safra 2019/20, uma área total<br />

de cerca de 15 mil hectares de milho<br />

safrinha consorciado com braquiária<br />

foi assegurada pela Fairfax<br />

Brasil. “Na unidade de negócios<br />

agro da Fairfax, constantemente<br />

conversamos sobre o desenvolvimento<br />

de produtos focados em<br />

uma agricultura sustentável, para<br />

que possamos estimular e valorizar<br />

mais as boas práticas de manejo”,<br />

afirma Diego Caputo, Gerente<br />

Comercial de Agronegócios<br />

da Fairfax Brasil.<br />

BENEFÍCIOS DA PARCERIA<br />

A contratação de um seguro agrícola<br />

protege as finanças do agricultor,<br />

minimizando os riscos climáticos.<br />

De acordo com André Barberá, Gerente<br />

de Seguros da Corretora Cocamar,<br />

a parceria entre a Fairfax e<br />

Cocamar permite trazer mais benefícios<br />

para a rotina da cooperativa.<br />

“O principal ponto de destaque é<br />

a customização dos produtos conforme<br />

as necessidades dos nossos<br />

cooperados”, afirma Barberá.<br />

A Fairfax também já desenvolveu<br />

um seguro para proteger as máquinas<br />

agrícolas da Cocamar que<br />

são utilizadas em demonstrações<br />

de campo. “Destaco a autonomia<br />

local da Fairfax em movimentar o<br />

produto seguro para onde o clien-


Acima, o gerente da Correta de Seguros Cocamar, André Barberá, o gerente comercial de Agronegócios Diego Caputo e o comercial Gustavo Peri.<br />

Embaixo, o gerente comercial de Agronegócios, Diego Caputo, e o diretor de Agronegócios, Fábio Damasceno<br />

te precisa. A autonomia local é importante<br />

porque traz agilidade ao<br />

processo de criação de produtos<br />

customizados”, opina Barberá. O<br />

próximo passo da Fairfax será lançar<br />

um seguro rural customizado<br />

para proteger sistemas integrados,<br />

contemplando áreas de Integração<br />

Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.<br />

EFICIÊNCIA<br />

Além da customização de produtos<br />

e inovações estimuladas pela<br />

parceria com a Cocamar, a Fairfax<br />

se destaca pela eficiência de<br />

seus processos. A seguradora é<br />

conhecida pela agilidade no atendimento,<br />

vistorias e pagamento<br />

de indenizações ao produtor, sem<br />

burocracia. Independentemente<br />

do tipo de apólice, o produtor<br />

pode esperar um atendimento<br />

especializado e rápido, desde a<br />

contratação do seguro até a finalização<br />

de um possível sinistro.<br />

De acordo com Roberto Zuardi,<br />

responsável pela área de sinistro<br />

agrícola da Fairfax Brasil, não há<br />

burocracia porque 100% das propostas<br />

de seguro são analisadas<br />

por equipe de subscrição própria<br />

da Fairfax, com atuação criteriosa<br />

e preditiva. “Quando recebemos<br />

o aviso de encerramento de<br />

colheita, está tudo pronto para<br />

a indenização ser paga. O fluxo<br />

normal do processo é muito rápido.<br />

Temos uma rede de peritos<br />

formada por engenheiros agrônomos<br />

e técnicos agrícolas, uma<br />

rede bem estruturada que conta<br />

com 150 peritos no Brasil inteiro”,<br />

conta Zuardi.


6 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

7


SUMÁRIO<br />

16<br />

A SURPRESA DE COLHER<br />

MAIS QUE O ESPERADO<br />

19<br />

MÉDIAS ELEVADAS<br />

NA REGIÃO NORTE<br />

24<br />

A SOJA NA RENOVAÇÃO<br />

DOS CANAVIAIS<br />

33<br />

VOLTAR PARA<br />

IMPULSIONAR A<br />

PROPRIEDADE<br />

37<br />

O AVANÇO RÁPIDO<br />

DA AGRICULTURA<br />

DE PRECISÃO<br />

40<br />

IRRIGAR PARA<br />

GARANTIR A<br />

COLHEITA<br />

43<br />

O DRONE PEDE<br />

PASSAGEM<br />

44<br />

AQUELE TOQUE<br />

FEMININO


PALAVRA DO PRESIDENTE<br />

Um projeto importante<br />

para a Cocamar<br />

Com a proposta de valorizar as boas práticas<br />

agropecuárias desenvolvidas pelos produtores ligados<br />

à Cocamar, o Rally de Produtividade é, desde a sua<br />

primeira edição, há seis anos, apoiado pela cooperativa.<br />

Vemos nessa inovadora realização a oportunidade<br />

de mostrar o trabalho de produtores que investem no<br />

fortalecimento de uma atividade sustentável, lembrando que<br />

o mercado se mostra cada vez mais atento à originação dos<br />

alimentos.<br />

Por meio do Rally, cujas ações são apresentadas<br />

semanalmente em um programa de televisão em canal<br />

aberto de respeitável audiência no Paraná, o meio urbano<br />

pode também conhecer melhor esse segmento que tem sido<br />

essencial para a economia do estado e do país.<br />

Agradecemos a todos os cooperados visitados,<br />

parabenizando-os por suas iniciativas, estendendo nossa<br />

gratidão também às empresas patrocinadoras que, compreendendo a<br />

importância do projeto, juntaram-se a nós para a sua realização.<br />

Divanir Higino<br />

Presidente da Cocamar


Sicredi União PR/SP oferece soluções<br />

do pré-plantio à colheita<br />

Adversidades climáticas resultaram em quebra de produtividade nas diferentes<br />

regiões atendidas pela cooperativa, mas volume de recebimento foi recorde<br />

Tal qual o Rally de Produtividade, que acompanha<br />

do pré-plantio à colheita de soja, a Sicredi União<br />

PR/SP oferece as soluções financeiras para todo<br />

o ciclo produtivo. E não é apenas para a soja, mas para<br />

diversas culturas, como milho, laranja, café, cana-de-<br />

-açúcar e pecuária.<br />

A cooperativa é um porto seguro para os produtores,<br />

oferecendo crédito para custeio e investimento,<br />

seguro, consórcio, entre outras soluções que atendem<br />

o agronegócio. Há recursos para a compra de insumos<br />

como sementes e adubos, financiamento de veículos,<br />

implementos, tratores, caminhões, colheitadeiras,<br />

compra de granja, perfuração de poços, implantação<br />

de sistema de energia fotovoltaica, construção de barragens,<br />

entre tantos outros projetos. Tudo é acompanhado<br />

por especialistas em agronegócios que estão à<br />

disposição nas 110 agências. A carteira de crédito rural<br />

ultrapassa R$ 1,52 bilhão.<br />

E isso é possível porque a Sicredi União PR/SP está<br />

próxima dos associados e conhece as necessidades dos<br />

produtores. A área de crédito rural, inclusive, tem tido<br />

simplificação e modernização de processos, facilitando<br />

o acesso.<br />

Um exemplo é que a cooperativa foi pioneira no sistema<br />

Sicredi em oferecer a Cédula de Produto Rural (CPR),<br />

uma modalidade de crédito que traz agilidade, economia<br />

e pode ser usada para a contratação do pré-custeio<br />

da safra de soja verão <strong>2021</strong>-2022. Assim, os produtores<br />

têm a possibilidade de levantar recursos para comprar<br />

insumos à vista, o que garante desconto junto ao fornecedor,<br />

e pagarão o título somente em maio de 2022. A<br />

carteira de CPR já ultrapassa R$ 100 milhões.<br />

A cooperativa também disponibilizou R$ 100 milhões<br />

para a contratação da próxima safra de soja, com pagamento<br />

só no ano que vem. E uma novidade é que a<br />

Sicredi União PR/SP é credenciada para oferecer as linhas<br />

de crédito do Banco do Agricultor Paranaense,<br />

com recursos subsidiados pelo governo do Paraná. Dependendo<br />

da finalidade, a taxa de juros pode ser zero.<br />

SEGUROS E INVESTIMENTOS<br />

Donos de empresas a céu aberto, ou seja, no campo,<br />

os produtores contam com a Sicredi União PR/SP para<br />

proteger seu negócio por meio da oferta de diversas<br />

modalidades de seguro, tanto para máquinas e implementos<br />

quanto para as atividades do agronegócio. São<br />

mais de 6 mil apólices de seguros rural e agrícola.<br />

Para quem quer investir os resultados da safra, a cooperativa<br />

conta com assessores de investimentos, ajudando<br />

os associados a identificar as finalidades do uso<br />

dos recursos e o perfil de investidor.<br />

O gerente de desenvolvimento agro, Vitor Pasquini,<br />

reforça que nas agências há equipes exclusivas em<br />

agronegócio, o que ajuda o produtor a encontrar a melhor<br />

solução para as suas necessidades. “Atendemos<br />

todos os portes: agricultura familiar, médios e grandes<br />

produtores. Nossas soluções permeiam todo o ciclo<br />

produtivo”, reforça.


Garanta já seu<br />

pré-custeio na<br />

Sicredi União PR/SP<br />

Além dos insumos, você pode financiar<br />

todas as fases da lavoura, de forma<br />

rápida e sem burocracia.<br />

Tenha melhor poder de compra, pagando<br />

seus insumos à vista.<br />

Consulte seu especialista na Sicredi União<br />

PR/SP. Ele conhece as suas necessidadese<br />

está pronto para lhe atender, oferecendo<br />

as melhores soluções<br />

financeiras.<br />

A Gente coopera, o campo prospera.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

Sicredi União PR/SP<br />

11


12 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

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SAFRA 2020/21<br />

Altas médias<br />

mesmo em um<br />

ano desafiador<br />

Adversidades climáticas resultaram em quebra de produtividade nas diferentes regiões<br />

atendidas pela cooperativa, mas volume de recebimento foi recorde<br />

Asafra de soja do ciclo 2020/21 apresentou, no geral,<br />

uma redução da produtividade nas regiões atendidas<br />

pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial, em<br />

comparação ao período 2019/20. São mais de 90 estruturas<br />

operacionais distribuídas pelos estados do Paraná, São<br />

Paulo e Mato Grosso do Sul, com áreas de 900 mil hectares<br />

de lavouras. Mesmo assim, muitos produtores tiveram uma<br />

boa colheita e a cooperativa registrou um recebimento recorde,<br />

superior a 1,7 milhão de toneladas.<br />

De acordo com a área técnica, em termos gerais a média<br />

colhida ficou em 3.073 quilos por hectare (51,2 sacas),<br />

abaixo dos 3.246 quilos/hectare (54,1 sacas) obtidos na<br />

temporada anterior. A ausência de precipitações no início e<br />

no final do ciclo, e o prolongado período de umidade entre<br />

janeiro e fevereiro, acabaram prejudicando a cultura.<br />

Atraso<br />

Embora o Vazio Sanitário tivesse terminado no dia 10/9,<br />

liberando o plantio para quem inicia mais cedo, a estiagem e<br />

as altas temperaturas mantiveram as plantadeiras guardadas<br />

nos barracões até o início de outubro ou até por mais tempo<br />

em algumas regiões.<br />

Quando o Rally passou por Floresta, a 20 quilômetros de<br />

Maringá, no dia 29 de setembro, o produtor Pedro Kimura<br />

disse que não fosse pela estiagem já teria sua lavoura germinando.<br />

Desta vez, ninguém havia se arriscado a semear “no<br />

pó”, como se diz.<br />

O engenheiro agrônomo Heide Kondo, da Unicampo, que<br />

fica na unidade da Cocamar em Floresta, lembra que historicamente<br />

70% das lavouras de soja são semeadas no mês<br />

de setembro no município. A família Volponi produz em 556<br />

hectares e quase sempre começa a semear a partir de 20 de<br />

setembro. José Roberto, um dos três irmãos, contou que na<br />

safra passada a falta de umidade também atrasou a semeadura.<br />

Em Ivatuba, município vizinho, onde há também a tradição<br />

de semear mais cedo, em paralelo à preocupação com o<br />

atraso da semeadura os produtores tiveram a atenção despertada<br />

para outro problema típico em todas as regiões produtoras<br />

de soja: a alta infestação de buva, uma das ervas<br />

daninhas de difícil controle. À frente de 97 hectares, o cooperado<br />

Valdecir Nazari afirmou na época estar apreensivo,<br />

“vendo o calendário correr sem poder fazer nada”. Com as<br />

altas temperaturas e a baixa umidade do ar não era possível<br />

nem mesmo realizar a pulverização para o controle da buva.<br />

Desuniforme<br />

Na avaliação do gerente técnico Rafael Furlanetto, “desuniformidade<br />

é a palavra que resumiu o início de safra nas<br />

regiões”. O clima, segundo ele, ditou o ritmo de desenvolvimento<br />

das lavouras, sendo o manejo do solo o principal fator<br />

que favorece ao produtor obter boas produtividades. “Em<br />

anos secos como este, a soja cultivada em cima de palhada<br />

de milho e braquiária produz em média 25% a mais que nas<br />

14 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


CIDADES POR ONDE O <strong>RALLY</strong> PASSOU<br />

áreas de sucessão soja/milho”.<br />

A desuniformidade foi tão visível que em meados de janeiro,<br />

enquanto parte dos produtores já começava a planejar a<br />

colheita, outros ainda estavam com a lavoura em fase inicial<br />

de desenvolvimento. Em Primeiro de Maio e Alvorada do<br />

Sul, por exemplo, muitos dos que se arriscaram a semear “no<br />

pó” tiveram que repetir a operação. O gerente Gabriel Garcia<br />

pontua que, providenciais, as chuvas ocorridas no final de<br />

novembro criaram as esperadas condições para a semeadura,<br />

completada em sua maioria na primeira semana de dezembro<br />

- um atraso de 40 a 45 dias em comparação ao período<br />

tradicional. Segundo Garcia, os replantios atingiram de 10 a<br />

15% das áreas do município.<br />

O cooperado Antonio Carlos Campos Banho, de Alvorada<br />

do Sul só conseguiu semear, mesmo, na primeira quinzena<br />

de dezembro. “O que eu plantei no dia 23 de outubro foi<br />

perdido.” Em 60,5 hectares, ele teve que replantar três vezes.<br />

O que ninguém esperava é que em um ano de chuvas tão<br />

escassas, perdas ocorressem justamente por causa da umidade<br />

excessiva ao longo de duas semanas, entre os meses de<br />

janeiro e fevereiro. Houve abortamento de vagens que variaram<br />

de intensidade nas regiões. Em algumas lavouras de<br />

Maringá, Atalaia, Jussara, Cafeara e Lupionópolis, visitadas<br />

pelo Rally, a perda foi tão grande que acabou inviabilizando<br />

a cultura. “Passamos a roçadeira”, lamentou um produtor de<br />

Cafeara.<br />

Na colheita, as médias de produtividade variaram bastante,<br />

mas em praticamente todas as regiões houve produtores<br />

colhendo bem – e a adoção de tecnologias apropriadas,<br />

práticas sustentáveis e a observação à risca das orientações<br />

técnicas, fizeram a diferença.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

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Com a orientação técnica de Marcon,<br />

Júnior colheu mais do que esperava<br />

Um bom<br />

resultado<br />

Qensando em diversificar os negócios, o pecuarista Marcos<br />

Daniel Peres Júnior, da região de Maringá (PR), decidiu<br />

pela primeira vez apostar na produção de soja e o resultado<br />

obtido com a colheita ficou acima do esperado. Na sua avaliação,<br />

as expectativas foram superadas: “Eu ficaria contente com<br />

a média inicialmente prevista de 150 sacas por alqueire (61,9/<br />

hectare), principalmente por ser o primeiro ano da lavoura, mas<br />

estamos conseguindo 180 sacas (74,3/hectare), 20% a mais”,<br />

comentou ele durante a passagem do Rally pela região.<br />

Para investir no cultivo da oleaginosa - e já explicando que entendia<br />

pouco do assunto, pois sua atividade principal sempre foi a<br />

pecuária – Júnior, de 38 anos, disse ter pesquisado bastante o mercado<br />

antes de contratar a consultoria especializada da Cocamar, a<br />

cargo do engenheiro agrônomo José Eduardo Marcon. “Eu cheguei<br />

16 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

17


para ele com o desafio e disse: quero produzir soja, mas vou deixar<br />

isso sob a sua responsabilidade.”<br />

Júnior conta que a opção pela soja não tinha plano B, não podia<br />

dar errado. Ele havia conseguido convencer os familiares de que<br />

valeria a pena e, para isso, sob a orientação de José Eduardo, foram<br />

comprados todos os maquinários necessários.<br />

O passo seguinte foi treinar os três funcionários e realizar uma<br />

criteriosa análise de solo cujo laudo, para surpresa de ambos, demonstrou<br />

não apenas um elevado nível de fertilidade e matéria<br />

orgânica, como também que não seria preciso corrigir o solo com<br />

calcário. “Por via das dúvidas, achamos por bem repetir a análise,<br />

que confirmou tudo”, cita o produtor.<br />

A lavoura<br />

Na propriedade de 300 alqueires (726 hectares), o relevo foi preparado<br />

para a mecanização e 105 alqueires (254 hectares) receberam<br />

a soja, semeada da forma convencional, pois não houve<br />

tempo para fazer a proteção do solo com palha. Na adubação, foram<br />

aplicados 650 quilos de fertilizantes por alqueire, com destaque<br />

para o fósforo, e 300 quilos de cloreto de potássio. Como o<br />

ano começou com déficit hídrico, a lavoura recebeu uma aplicação<br />

extra de adubo foliar e, no mais, foi feito o regular controle preventivo<br />

de pragas e doenças.<br />

Quando realizou os investimentos, Júnior lembra que a saca de<br />

soja estava cotada a R$ 100,00, tendo efetuado a venda de 4 mil<br />

sacas no mercado futuro. Agora, satisfeito por ver que a diversificação<br />

amplia as fontes de renda e proporciona o equilíbrio financeiro<br />

da propriedade, ele semeou milho de inverno assim que a soja vai<br />

sendo retirada, já aumentando a área mecanizada para 150 alqueires<br />

(363 hectares)<br />

Mentalidade empresarial<br />

“O Júnior sempre foi muito receptivo à adoção das melhores tecnologias<br />

para maximizar os resultados”, afirma José Eduardo, acrescentando<br />

que isso contribui também para que a propriedade seja<br />

conduzida como uma empresa. Mais que um produtor rural ele é<br />

um empresário”, ressalta.<br />

O engenheiro agrônomo da Cocamar faz um acompanhamento<br />

permanente da propriedade, estando sempre em contato com o<br />

proprietário e visitando o local ao menos uma vez a cada semana.<br />

“Meu objetivo é que a soja financie a fazenda e os resultados com<br />

a pecuária saiam livres”, afirma Júnior, dando destaque a outro fato<br />

que o surpreendeu. Quando ele e José Eduardo planejaram os investimentos,<br />

o retorno estava previsto para acontecer em dois ou três<br />

anos. No entanto, diante da forte alta na cotação da soja nos últimos<br />

12 meses e da elevada produtividade obtida na primeira safra, todos<br />

os investimentos realizados estão sendo pagos já neste primeiro ano.<br />

Excelente negócio<br />

“Vendemos o equivalente a 1,2 mil bois para implantar a soja<br />

e, terminada a colheita, estaremos devolvendo 1,2 mil bezerros<br />

para a pecuária. Sem dúvida, um excelente negócio”, resume o<br />

proprietário, que atribui nota máxima à consultoria prestada por<br />

José Eduardo.<br />

18 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


As médias de produtividade<br />

variaram de uma região<br />

para outra mas em alguns<br />

municípios, como Apucarana,<br />

produtores conseguiram<br />

volumes elevados, graças aos<br />

investimentos que fizeram<br />

em tecnologias e práticas<br />

sustentáveis<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

19


A família Suguiura<br />

faz parte de um<br />

grupo de produtores<br />

que sabe o quanto<br />

é importante adotar<br />

tecnologias atualizadas<br />

para maximizar os<br />

resultados<br />

Números expressivos na colheita<br />

Em Apucarana, os resultados da colheita foram animadores.<br />

A família Suguiura, reconhecida pela qualidade de suas lavouras<br />

e as premiações que têm conquistado nos últimos<br />

anos, colheu seus 605 hectares entre terras próprias e arrendadas<br />

com médias iniciais ao redor de 82,6 sacas/hectare.<br />

Conduz pessoalmente os trabalhos o casal Tiezo, 75 anos, e Keiko,<br />

70. Para eles, uma boa colheita só é possível com investimento<br />

nas melhores tecnologias. “A gente investe bastante”, diz dona<br />

Keiko, para quem a safra deste ano poderia ter sido ainda melhor.<br />

Mesmo com a média que eles vêm conseguindo, afirma: “O clima<br />

atrapalhou um pouco”.<br />

Os dois fazem parte de um grupo de produtores que sabe o quanto<br />

é importante adotar tecnologias atualizadas para tentar maximizar<br />

os resultados. Eles são assistidos pelo engenheiro agrônomo<br />

Gustavo Emori, da Cocamar. A média geral em toda a área, este<br />

ano, ficou por volta de 74,3 sacas/hectare.<br />

Integrando a equipe do Rally, o engenheiro agrônomo Rafael Furlanetto,<br />

gerente técnico da cooperativa, destacou a uniformidade e<br />

a sanidade das lavouras, com grãos bem formados. “Os Suguiura<br />

são uma referência do que se faz de melhor.”<br />

20 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Soja faz bonito no areião<br />

Na propriedade adquirida há algum tempo em Tapejara<br />

(PR) por uma família de Cianorte, a maior parte<br />

das áreas apresenta teor de argila entre 8 e 12%,<br />

mas os números obtidos no segundo ano de plantio de soja<br />

fariam brilhar os olhos de quem está acostumado a lidar com<br />

a cultura na terra roxa.<br />

Em 135 alqueires, a média na colheita foi superior à média<br />

geral colhida pelos produtores da Cocamar nesta temporada<br />

2020/21.<br />

“Trabalhamos com planejamento, objetivos e acompanhamento<br />

técnico adequado”, afirma o engenheiro agrônomo Bruno Araldi,<br />

31 anos, genro do proprietário, o empresário do segmento de<br />

avicultura industrial, Luiz Camargo Nascimento.<br />

Quando foi adquirida, a fazenda apresentava pastos muito<br />

degradados e erosão em vários pontos, com baixa ocupação<br />

animal. Além da área para agricultura, há 150 alqueires destinados<br />

à pecuária.<br />

Desafios<br />

Mediante análise, Araldi deu início a um amplo programa para<br />

correção e reestruturação do solo, trabalhando com agricultura<br />

de precisão e foram adquiridos os maquinários. “A produção de<br />

soja em solo arenoso impõe muitos desafios”, resume Araldi.<br />

Consultoria<br />

Para avançar em seus objetivos, ele e o sogro decidiram contar<br />

também com a experiência profissional do engenheiro agrônomo<br />

José Eduardo Marcon, da Cocamar, responsável pela prestação de<br />

consultoria especializada a produtores de grãos da cooperativa.<br />

Com larga experiência em solos arenosos, Marcon trazia consigo<br />

o histórico de ter trabalhado durante anos nos municípios de Tuneiras<br />

do Oeste e Cianorte, ou seja, conhece bem a região.<br />

Araldi apostou na<br />

soja para a reforma de<br />

pastos degradados,<br />

sob a orientação da<br />

Cocamar<br />

<strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2019<br />

21


Com cuidados, pandemia não é<br />

obstáculo ao recebimento<br />

Receber a safra em tempos de pandemia é um desafio a<br />

mais. Na unidade de Floresta, como em todas as outras<br />

da cooperativa, protocolos rígidos foram seguidos.<br />

Na entrada, os cooperados passam por tapetes satinizantes,<br />

são submetidos a aferidores de temperatura corporal e higienizam<br />

as mãos com álcool, produto disponibilizado também<br />

nos balcões e mesas. O uso de máscaras é exigido em todas as<br />

dependências, inclusive de quem chega com seus caminhões<br />

para descarregar os grãos. E há placas por todos os lugares,<br />

reforçando a necessidade de que cuidados com a prevenção da<br />

Covid-19 sejam observados. “Estamos sempre muito atentos”,<br />

resume o gerente Márcio Sartori.<br />

Ao visitar uma propriedade nas imediações de Floresta, o<br />

Rally encontrou o cooperado Agnaldo Campagnolli de máscara,<br />

uma cena que se tornou comum entre os produtores no campo.<br />

Segundo Campagnolli, que cultiva 1,2 mil hectares, a colheita<br />

neste ano foi 15% menor em comparação à anterior<br />

(2019/20), que teve média de 63,6 sacas/hectare. “No ano<br />

passado, no final de fevereiro, nós já tínhamos praticamente<br />

todo o milho plantado”, citou, referindo-se ao atraso do ciclo<br />

2020/21, consequência da falta de chuvas na época da semeadura.<br />

No mais, as plantas sofreram com o excessivo volume<br />

de precipitações em janeiro e, mais recentemente, um novo<br />

período de estiagem, havendo queda de vagens.<br />

Por causa das variações<br />

climáticas, Campagnoli<br />

teve uma colheita 15%<br />

menor em comparação<br />

ao ano passado<br />

22 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

23


OESTE PAULISTA<br />

Uma oportunidade para crescer<br />

Programa de Renovação Sustentável implementado desde 2019 por Cocamar e usinas evolui em<br />

ritmo rápido no Pontal do Paranapanema, gerando oportunidades para que produtores ampliem sua<br />

renda e tenham perspectivas de mais espaço para os filhos<br />

Pequenos e médios produtores de soja do norte<br />

e noroeste do Paraná não precisam mais<br />

sonhar em comprar terras em fronteiras agrícolas<br />

distantes, para expandir os seus negócios. A<br />

chance de passarem de sitiantes a fazendeiros está<br />

logo ali, no vizinho Pontal do Paranapanema. Basta<br />

cruzar a divisa com o estado de São Paulo. Quem<br />

diria: o extremo oeste paulista é a nova terra da promissão,<br />

que o Rally Cocamar de Produtividade visitou<br />

duas vezes na edição 2020/21.<br />

Zé Português, como é conhecido o produtor<br />

José Carlos Marques Ruiz, de Maringá, precisa<br />

apenas de duas horas para vencer, com sua Parati,<br />

o trecho de 140 quilômetros até Sandovalina,<br />

a 64 de Presidente Prudente. De uma só tacada,<br />

com seu irmão e quatro sobrinhos, ele mais que<br />

triplicou as áreas de soja plantadas pela família.<br />

São 205 hectares no Paraná e 496 na nova região.<br />

“É uma oportunidade para crescer e isto não<br />

se pode deixar escapar”, afirma.<br />

É curioso. Os olhos brilham quando produtores<br />

acostumados a cultivar a cobiçada terra roxa do norte<br />

paranaense, falam do Pontal, antes mais lembrado<br />

pelo solo arenoso e o clima quente, onde os canaviais<br />

rivalizam com pastagens a perder de vista.<br />

Parceria<br />

O que acontece ali é incomum na agricultura do país:<br />

um arranjo costurado pela cooperativa Cocamar, de<br />

Maringá, e três usinas de cana. Juntas, elas chegaram<br />

a um formato de parceria que, para algumas pessoas,<br />

parecia improvável. Do lado da indústria havia o<br />

receio de que a soja, ali chegando, concorreria no<br />

futuro com os canaviais. Hoje, menos de dois anos<br />

depois dos primeiros plantios, ninguém mais tem dúvida:<br />

a soja veio para ficar, mas em harmonia com a<br />

cana, que até abre caminho para a oleaginosa.<br />

Assim é o Programa de Renovação Sustentável<br />

que nasceu em 2019 do interesse da Cocamar<br />

24 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


A soja é cultivada entre as fileiras de canaviais que, após<br />

a saída da da oleaginosa, ocupam todo o espaço, em solo<br />

revitalizado<br />

em arrendar terras que são destinadas pelas usinas à necessária<br />

reforma de canaviais a cada final e ciclo. Seu propósito é gerar<br />

oportunidades para produtores cooperados ampliarem a renda<br />

fazendo o que sabem em um lugar relativamente perto. A cooperativa<br />

cuida do arrendamento e escolhe a dedo os produtores,<br />

fornece os insumos, presta assistência técnica, recebe a produção<br />

e disponibiliza um seguro – garantindo assim que, em caso<br />

de frustração, os cooperados parceiros sejam ressarcidos em seus<br />

custos. Por sua vez, como o objetivo da usina com a reforma é<br />

restaurar a fertilidade do solo e quebrar o ciclo de pragas e doenças<br />

da cana, as terras são entregues adubadas para o Programa e<br />

ela ainda tem participação com um porcentual a partir de determinados<br />

níveis de produtividade.<br />

“É um ganha-ganha em que todas as partes envolvidas saem satisfeitas”,<br />

afirma o gerente de negócios da Cocamar e coordenador<br />

do Programa, Marco Antônio de Paula.<br />

Continuar crescendo<br />

Está explicado por que de 5,2 mil hectares cultivados por 19 cooperados<br />

no projeto embrionário em 2019/20 com a presença de<br />

uma usina, a iniciativa avançou no ciclo 2020/21 para mais de<br />

25 mil hectares, cerca de 100 cooperados e três usinas envolvidas.<br />

“Nenhum dos participantes do projeto piloto desistiu”, observa de<br />

Paula. Para o período <strong>2021</strong>/22, a expectativa do gerente é que a<br />

área continue crescendo a passos largos. “Estamos conversando<br />

com várias usinas, inclusive do Paraná. Quando alguma delas fica<br />

em dúvida, convidamos para que venha ver o que está acontecendo<br />

no Pontal, uma vitrine.”<br />

O gerente esclarece: “Não estamos aqui só para arrendar terras,<br />

queremos desenvolver um trabalho juntos, que traga benefícios<br />

para todos”.<br />

De uma região onde até pouco tempo não se plantava um único<br />

pé de soja, a transformação que começa a ser percebida já é de<br />

encher os olhos – e não só dos produtores. Em 2019/20 foram<br />

originadas ali 15 mil toneladas de soja, volume que deve chegar a<br />

70 mil neste ano. Os negócios com insumos, por sua vez, saíram<br />

de R$ 10 milhões para R$ 40 milhões. No total, R$ 180 milhões<br />

devem ser movimentados na safra atual. O “ganha-ganha” vale<br />

também para a economia de cidades como Sandovalina, Teodoro<br />

Sampaio e Narandiba, entre outras. A soja está trazendo gente que<br />

ajuda a movimentar o comércio, postos de combustíveis, oficinas<br />

e demanda a locação de imóveis.<br />

O maringaense Zé Português alugou uma chácara nos arredores<br />

de Sandovalina, onde os familiares se revezam durante a temporada<br />

que começa com a preparação da lavoura, em setembro, e<br />

segue até o final da colheita, em abril. “Quando viemos para cá,<br />

levamos em conta que a nova geração da família precisa de terras<br />

para prosseguir e o lugar não poderia ser melhor.”<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

25


Formato inovador e sustentável<br />

De acordo com o gerente executivo técnico da Cocamar,<br />

Renato Watanabe, dos 900 mil hectares de áreas<br />

que compõem as regiões atendidas pela Cocamar nos<br />

estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, um terço é<br />

formado por solos arenosos, onde a cooperativa vem difundindo<br />

há mais de duas décadas, de forma pioneira no país, o Programa<br />

de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), incorporando<br />

ao processo produtivo áreas de pastagens degradadas. “A ILPF<br />

é um modelo sustentável e inovador”, afirma.<br />

No Pontal do Paranapanema, embora o formato seja outro,<br />

não se perde de vista o foco na sustentabilidade e na inovação.<br />

Os produtores exploram seus lotes apenas durante o verão e,<br />

após a colheita da soja, as terras retornam à operação da usina<br />

para o desdobramento das mudas de cana e o começo de um<br />

novo ciclo que dura de cinco a sete anos.<br />

“A preocupação da Cocamar com o Programa de Renovação<br />

Sustentável é cumprir a sua função social de gerar mais renda aos<br />

cooperados e, ao mesmo tempo, criar oportunidades para que eles<br />

possam ampliar suas áreas com a participação de filhos”, afirma Watanabe.<br />

Renato Watanabe,<br />

gerente executivo<br />

técnico da Cocamar<br />

Nova geração<br />

Para o cooperado Ademir Barbero e os filhos Renato e Edson, de<br />

Maringá, o Pontal abre perspectiva para os filhos. São 130 hectares<br />

no Paraná, “pouca terra”, frisa Ademir. Em São Paulo, eles<br />

tocam 447, mais que o triplo. Segundo Renato, o desafio no início<br />

foi preparar as terras para o plantio, “rodamos 24 horas sem parar”.<br />

Depois, ainda desconfiados, o que eles mais queriam era ver a<br />

soja nascer e se desenvolver. “Tudo está valendo a pena”, comenta<br />

o irmão Edson, satisfeito com a lavoura, mesmo com aquele solo<br />

arenoso (que apresenta apenas 10% de teor de argila) e o clima<br />

quente. “Se não tivesse seguro, dificilmente a gente se arriscaria”,<br />

admite.<br />

Aos 67 anos, tudo é novo para Ademir, que lembra ter visto a<br />

soja chegar à região de Maringá, onde, nos primeiros anos, seus<br />

familiares plantavam o grão com matraca e colhiam no facão.<br />

Agora a soja está chegando por suas mãos a uma nova região.<br />

“Hoje a coisa é muito diferente, moderna. Em outros tempos, a<br />

gente nunca que pensava em plantar no Pontal. Agora – completa<br />

- é a esperança de um futuro melhor.”<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

26 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Fornecedor,<br />

uma nova<br />

categoria de<br />

produtor<br />

que já nasce<br />

grande<br />

Uma categoria ainda relativamente nova de produtor rural<br />

começa a ganhar dimensão com as oportunidades<br />

oferecidas por usinas no interior de São Paulo e outras<br />

regiões do país.<br />

O fornecedor, como é chamado no meio sucroenergético o arrendatário<br />

de terras que se especializa na produção de matéria-<br />

-prima para as usinas, vai ganhando espaço com a tendência de<br />

essas companhias reduzirem sua operação na área agrícola para<br />

concentrar esforços e investimentos em suas estruturas industriais.<br />

Assim, a figura do fornecedor – que nem sempre possui terras,<br />

mas cultiva grandes extensões com apurada visão empresarial e<br />

as mais avançadas tecnologias – vai se tornando comum.<br />

Sediado em Presidente Prudente (SP), o engenheiro agrônomo<br />

Fabiano Pontes fez carreira como diretor em usinas e há três<br />

anos, vislumbrando a oportunidade, decidiu começar o próprio<br />

negócio: fundou a Nova Agro para produzir cana em terras arrendadas<br />

junto a indústrias do setor. Pontes cultiva 14 mil hectares<br />

na soma das áreas em três estados, distribuídas pelo Pontal do<br />

Paranapanema (oeste paulista), a região de Astorga (norte do<br />

Paraná) e ao redor de Naviraí (sul do Mato Grosso do Sul).<br />

Segundo ele, algumas usinas começam a diminuir sua presença<br />

na produção de matéria prima, mas devem, por questão<br />

estratégica, preservar uma participação de 40%, cuidando de<br />

canaviais num raio de até 40 quilômetros de distância das unidades<br />

industriais.<br />

Além do potencial para continuar crescendo como fornecedor<br />

no segmento canavieiro, Pontes se deparou mais recentemente<br />

com uma nova oportunidade para diversificar os negócios e<br />

avançar ainda mais rápido: o programa de renovação de áreas de<br />

cana e pastagens que vem sendo implementado pela Cocamar no<br />

Pontal do Paranapanema.<br />

Pontes, que já havia arrendado 1,4 mil hectares junto a uma<br />

usina em Teodoro Sampaio, incorporou mais 1 mil hectares no<br />

mesmo município, disponibilizado pelo programa da cooperativa.<br />

Ele conta que, até algum tempo, tinha receio de investir na<br />

renovação dos canaviais com soja, por ser esta uma cultura sem<br />

tradição na região. No entanto, quando soube que a iniciativa se<br />

encontra ancorada na Cocamar, não hesitou em participar. “Fazer<br />

a reforma das áreas com soja é atraente, também, pela rentabilidade<br />

que a cultura oferece no momento”, afirma.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

27


Fazenda Alegria abre as<br />

porteiras para a ILP<br />

Produtor José Eduardo com a esposa e filhos: oportunidade de reestruturar a propriedade ingressando em um programa altamente promissor<br />

Com a oportunidade oferecida pelo programa de renovação<br />

de áreas de cana e pastagens que vem sendo<br />

implementado pela Cocamar e parceiros no Pontal do<br />

Paranapanema, a tradicional Fazenda Alegria, localizada em<br />

Caiuá, a 90km de Presidente Prudente, abriu suas porteiras para<br />

um novo tempo e começa a promover a integração lavoura-<br />

-pecuária (ILP).<br />

Adquirida em 1954 pelo português José Jacinto Barreto Gomes,<br />

que se dedicou no início à extração de madeira, a propriedade<br />

de 2,4 mil hectares é especializada em cria, recria e engorda de<br />

animais nelore, com um rebanho de 2,3 mil cabeças. Mais tarde,<br />

na linha sucessória, as terras passaram para o seu filho, Manoel<br />

Eduardo, no Brasil desde 1970, e depois para a terceira geração<br />

da família, representada pelo filho dele, José Eduardo Barreto Gomes,<br />

que tinha dez anos quando foi trazido de Portugal.<br />

Ao saber do programa desenvolvido pela Cocamar, José Eduardo<br />

conta que se interessou de imediato e, na manhã de 28/9,<br />

ao lado da esposa Vanda e dos filhos Luiz Eduardo e Pedro Eduardo,<br />

respectivamente de 18 e 16 anos, recebeu a equipe do<br />

Rally Cocamar de Produtividade.<br />

28 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


A visita à Fazenda Alegria, em Caiuá (SP), inaugurou a edição 2020/21 do Rally Cocamar de Produtividade<br />

O parceiro indicado pela Cocamar para cultivar soja em 460<br />

hectares da fazenda é o produtor e engenheiro agrônomo Saulo<br />

Amstalden, morador em Maracaí (SP), a 171km. Ele e o irmão<br />

Cássio arrendam 193 hectares do pai, o bancário aposentado<br />

Sérgio, mas prestam serviços fazendo o plantio e a colheita em<br />

mais de 2,4 mil hectares na região.<br />

Em boa hora<br />

Segundo José Eduardo, o programa da Cocamar chega em boa<br />

hora. “Para nós vai ser excelente, nós vamos trazer uma tecnologia<br />

que a pecuária não utiliza, melhorar a qualidade da nossa<br />

terra e também o valor de mercado da propriedade”, diz, salientando<br />

que a ILP é interessante para toda a região e deve atrair<br />

mais proprietários de terras. Outro detalhe: as terras são arrendadas<br />

para a Cocamar, que faz a indicação do parceiro.<br />

O pecuarista conta que já vem realizando algumas mudanças<br />

na propriedade e está confiante em ter, com o programa, melhor<br />

qualidade de pastagem e, dessa forma, fazer um boi de capim<br />

com uma idade de abate menor, de maneira a aumentar a lotação<br />

da fazenda, podendo, já no primeiro ano da parceria, utilizar<br />

o pasto no inverno após a colheita da soja.<br />

Organizar a cadeia<br />

De acordo com o coordenador do programa, Marco Antônio<br />

de Paula, gerente de negócios da Cocamar, o potencial regional,<br />

com pastagens degradadas, é estimado em mais de 80 mil<br />

hectares, áreas essas que podem ser renovadas. “Talvez ainda<br />

falte ao pecuarista entender que tem alguém organizando essa<br />

cadeia, e quem entrar na propriedade dele vai trazer benefícios<br />

em forma de tecnologias.” Se o pecuarista não tiver aptidão<br />

para plantar soja, ele não precisa se preocupar com isso: tem um<br />

parceiro para fazer bem feito, devolvendo depois a terra para ele<br />

para obter uma produtividade muito maior de carne por hectare,<br />

além de valorizar a propriedade.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

29


30 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


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BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

31


REGIÃO DE MARINGÁ<br />

Modernizar<br />

os negócios<br />

e crescer<br />

Na gestão da propriedade, objetivo é explorar todo o potencial da lavoura a partir de uma<br />

orientação técnica especializada<br />

Trabalhar com planejamento e gestão empresarial. Foi<br />

com esse objetivo que há três anos e meio Marciel Pedralli,<br />

de 54 anos, decidiu trazer a família de Cascavel<br />

para Maringá e suceder o pai Ayres, tradicional cooperado da<br />

Cocamar, no comando da Fazenda São Roque em Ourizona,<br />

região de Maringá (PR).<br />

Zootecnista, Marciel atuava há muito tempo como técnico no<br />

segmento de produção animal e mesmo tendo pouca afinidade<br />

com agricultura, decidiu que era hora de voltar e assumir os negócios<br />

quando ouviu do pai o desejo de aposentar-se.<br />

Os Pedralli têm história em Ourizona, onde chegaram em<br />

1948 para derrubar o mato e plantar café. Além de agricultores,<br />

eles também foram donos de uma cafeeira no município.<br />

Ao assumir os negócios, Marciel começou a implantar um<br />

projeto para otimizar a estrutura, adquirindo um maquinário<br />

mais moderno e tendo o suporte de uma comprometida equipe<br />

de funcionários.<br />

Assistência diferenciada<br />

“Temos que fazer mais com o mesmo e buscar o aumento da<br />

produtividade, além de aproveitar melhor o tempo”, afirma o<br />

produtor que, em seu trabalho, estava habituado a elaborar<br />

detalhadas planilhas de custos. A experiência com isso foi fundamental<br />

para reestruturar a gestão, agora profissional. Mas<br />

como não tinha bagagem na produção de grãos e depende de<br />

uma orientação técnica especializada, ele ingressou em um<br />

grupo de cooperados que recebem assistência técnica diferenciada<br />

da Cocamar.<br />

“A lavoura precisa ter acompanhamento permanente”, ressalta<br />

Marciel, que conta com os serviços do engenheiro agrô-<br />

nomo José Eduardo Marcon, responsável pelo Grupo Mais, do<br />

qual participam 16 cooperados.<br />

A assessoria começou no ano passado e a safra de soja<br />

2020-21 foi a primeira sob a orientação de José Eduardo.<br />

Até então, a produtividade variava ao redor de 58 sacas por<br />

hectare, enquanto a de milho no inverno por volta de 100<br />

sacas/hectare.<br />

O engenheiro agrônomo faz recomendações sobre todos os<br />

aspectos voltados ao aumento da produtividade com rentabilidade,<br />

como adubação adequada mediante análise, a escolha<br />

de cultivares entre as mais indicadas e o acompanhamento<br />

minucioso nas etapas do ciclo da lavoura. Uma das primeiras<br />

medidas foi a correção da velocidade de plantio, de 9 para 5,5<br />

quilômetros no máximo. E, entre os próximos passos está a<br />

implantação da agricultura de precisão.<br />

“O Marciel é um produtor que almeja estar em constante<br />

evolução e não mede esforços para dotar sua lavoura com as<br />

melhores tecnologias”, afirma José Eduardo.<br />

Assim, Marciel segue em frente com a certeza de estar<br />

fazendo o melhor pelos negócios da família. E, levando em<br />

conta a qualidade e a sanidade da lavoura, repleta de vagens,<br />

a contratação da assessoria especializada é um indicativo de<br />

que foi a melhor decisão.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

32 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


O engenheiro<br />

agrônomo José<br />

Eduardo Marcon e o<br />

cooperado Marciel<br />

Pedralli<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

33


Do mundo da bola<br />

para os campos do agro<br />

Jogador que foi ídolo no Athletico e teve passagem por outros clubes<br />

brasileiros e do exterior é agora um próspero produtor<br />

Ídolo do Athletico Paranaense, clube ao qual fez história como zagueiro durante oito anos, Reginaldo<br />

Sossai é atualmente um próspero produtor de soja e milho e cooperado da Cocamar em São Jorge do<br />

Ivaí, município do entorno de Maringá (PR).<br />

Aos 49 anos, o ex-atleta, que ficou conhecido dos torcedores como Reginaldo Cachorrão, responde pela<br />

área comercial da empresa agrícola da família, que tem como fundador o sogro José Benedito, tradicional<br />

produtor da região.<br />

Foi Benedito que, durante a carreira do jogador, de 1993 a 2005, o orientou sobre onde investir suas<br />

economias, direcionadas principalmente para a aquisição de terras.<br />

Com isso, quando decidiu pendurar as chuteiras aos 33 anos, após uma trajetória que incluiu passagens<br />

por outros três clubes brasileiros – São Paulo (de Rogério Ceni e Kaká), Guarani (de Luizão e Amoroso) e<br />

Bahia - e um time chinês, o Beijin Gouan, Reginaldo já tinha definida a profissão à qual passaria a se dedicar:<br />

a de produtor rural.<br />

Era, na verdade, um retorno às origens, pois o ex-jogador é nascido no município, onde os pais sempre<br />

trabalharam na atividade rural, cultivando uma pequena área.<br />

Sossai possui 484 hectares de solos de alta qualidade conduzidos com tecnologias de ponta e alta produtividade.<br />

Trabalhando com agricultura de precisão em toda a área, o produtor e familiares possuem um<br />

moderno parque de maquinários John Deere.<br />

Ao longo de sua carreira nos gramados, Reginaldo Cachorrão – apelido incorporado ao nome pela raça<br />

e a postura firme, que impunha respeito nos adversários – contou com o apoio de alguns treinadores que,<br />

reconhece, fizeram a diferença em sua vida.<br />

A começar pelo primeiro deles, Zequinha, ainda nos tempos de quando começou a jogar como profissional,<br />

no Atlético Paranavaí, onde atuou por uma temporada. Foi o mesmo Zequinha que, em 2003, o<br />

indicaria para o futebol chinês.<br />

O saudoso Vadão (Oswaldo Alvarez) também apreciava a firmeza do zagueiro, que foi um de seus defensores<br />

no Athletico e no Guarani.<br />

Por fim, não há como esquecer de Abel Braga, que no último campeonato brasileiro foi vice-campeão pelo<br />

Internacional. Com Abel no comando do rubronegro paranaense, Reginaldo viveu os seus momentos mais<br />

gloriosos, conquistando vários títulos importantes.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

34 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Reginaldo defendeu vários<br />

clubes brasileiros e passou<br />

também pelo futebol chinês<br />

antes de integrar a empresa da<br />

família em São Jorge do Ivaí<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

35


MAQUINÁRIOS<br />

A modernidade no campo<br />

Produtores aproveitam o bom momento do setor para investir na renovação de suas estruturas e<br />

incorporar novas tecnologias<br />

Operíodo de semeadura é sempre de intensa movimentação.<br />

Na safra 2020/21, muitos produtores realizaram<br />

a operação com o parque de maquinários e equipamentos<br />

renovado. Diante dos bons resultados com as colheitas e as<br />

oportunidades oferecidas pelo mercado, investimentos foram canalizados<br />

para a incorporação de novas tecnologias. Os pátios das<br />

concessionárias estão vazios.<br />

Em São Jorge do Ivaí (PR), a família Damázio adquiriu plantadeiras<br />

de última geração, adequadas ao avanço da agricultura de<br />

precisão que implementam em suas terras. São unidades modelo<br />

RowComander da John Deere que, por meio de sensores, fazem<br />

o desligamento automático ao trafegar sobre linhas já semeadas.<br />

Com isso, garantem economia de sementes e o aproveitamento<br />

de cada metro quadrado nos talhões. Se quiser, o proprietário<br />

pode acompanhar tudo por meio do aparelho celular.<br />

Vale a pena<br />

“Estamos tendo uma boa economia de sementes”, afirmou Leonardo<br />

Damázio, que foi visitado no dia 20/10 pela equipe do Rally<br />

Cocamar da Produtividade. Cultivando 700 hectares em companhia<br />

do irmão Eduardo, Leonardo diz que para crescer é preciso<br />

estar atualizado em tecnologias. “Vale a pena investir, o retorno<br />

é garantido e geralmente vem até antes do que a gente imagina.”<br />

Os Damázio planejam suas atividades para verticalizar a produção,<br />

elevar os níveis de produtividade e racionalizar custos. “Comprar<br />

mais terra ficou impraticável, está muito caro, então o caminho<br />

é produzir mais com o que temos”, afirma Leonardo, que é engenheiro<br />

agrônomo e tem 31 anos.<br />

Em Ivatuba, município próximo, desta vez o produtor Ângelo<br />

Celestino não investiu em novas máquinas, mas nos últimos<br />

anos estruturou-se com o que havia de melhor – tratores, plantadeiras,<br />

colheitadeira e pulverizador, todos John Deere. Bem<br />

cuidada, a frota está impecável. “Gosto de tudo bem arrumado”,<br />

diz Ângelo, de 85 anos, que há 21 deu os primeiros passos<br />

no cultivo sustentável nos 193,6 hectares da Fazenda Estrela,<br />

ao adotar um bem planejado programa de rotação de culturas.<br />

Com isso, entra ano, sai ano, o produtor se sobressai entre as<br />

maiores produtividades de sua região.<br />

A sustentabilidade, aliás, é algo do qual Gladimir Perin Clemens,<br />

de 50 anos, do mesmo município, não abre mão. São 150 hectares<br />

onde ele faz no inverno o consórcio de milho e capim braquiária<br />

para proteger o solo e garantir um bom plantio direto.<br />

Sucessão<br />

As trajetórias desses três produtores apresentam um ponto em<br />

comum. Jovens ainda e bem preparados, Leonardo e Eduardo Damazio<br />

sucedem ao pai José na gestão da propriedade, enquanto<br />

Ângelo conta com a parceria do filho Sidnei e da filha Tânia na<br />

condução da propriedade. Já Gladimir está encaminhando o filho<br />

João Henrique, de 16, que diz gostar da atividade rural e pensa em<br />

cursar agronomia. “Eu comecei a trabalhar aos 16 anos e estou<br />

aqui até hoje, firme”, sorri o produtor.<br />

36 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Concessionária<br />

monitora mais de<br />

500 máquinas<br />

Mais de 500 máquinas estão atualmente conectadas à<br />

concessionária Cocamar John Deere, que acompanha<br />

toda a movimentação delas, em tempo real, desde o<br />

seu Centro de Suporte a Operações em Maringá.<br />

Conforme explica o superintendente de concessionária, Arquimedes<br />

Alexandrino, técnicos monitoram atentamente toda a operação<br />

executada pelas máquinas, nas mais diferentes regiões. Para<br />

chegar a esse estágio é preciso que seja feito antes um planejamento,<br />

o qual começa nas colheitas de soja e milho anteriores, quando<br />

vão ser gerados mapas de produtividade. Quase sempre os proprietários<br />

das máquinas trabalham com taxa variável, utilizando maior<br />

ou menor quantidade de insumos nos talhões, de acordo com as<br />

necessidades detectadas nos mapas.<br />

Alexandrino informa que quando o produtor procura a concessionária<br />

para fazer uma aquisição, é procedida uma avaliação detalhada<br />

de qual máquina e plantadeira mais se adequam às características<br />

da propriedade. Após isso, é verificada a conectividade – as<br />

máquinas precisam estar conectadas pela internet ao Centro de Suporte<br />

a Operação – para que se possa extrair todas as informações<br />

disponibilizadas pelas mesmas, como operação, consumo, rendimento<br />

e outras, que vão se somar às informações agronômicas.<br />

“Com todo esse banco de dados é possível tomar a melhor decisão<br />

para o produtor ter o gerenciamento mais eficaz da propriedade e<br />

Arquimedes com outras pessoas na sala de operação<br />

aumentar a sua produtividade”, salienta o superintendente, mencionando<br />

que a concessionária participa diretamente do planejamento<br />

e das operações do produtor a campo, o que proporciona a ele mais<br />

segurança em sua atividade.<br />

O superintendente explica que por meio do sistema JD Link, pelo<br />

qual a máquina é conectada ao Centro de Suporte, é possível saber,<br />

também, entre muitas outras informações, como está o consumo de<br />

combustível, a eficiência, a quantidade de horas trabalhadas, as horas<br />

paradas e até mesmo detectar um problema. “Se houver um problema,<br />

a gente pode fazer interferências remotas na máquina ou entrar<br />

em contato com o produtor para informá-lo da situação”, diz Alexandrino,<br />

acrescentando que, não raro, o cliente, durante uma operação,<br />

nem sempre percebe que algo não esteja funcionando bem.<br />

Acompanhando o crescimento da<br />

agricultura de precisão nas regiões,<br />

a concessionária vem registrando<br />

expressivo aumento nas vendas de<br />

dispositivos para a conectividade<br />

das máquinas, que são monitoradas<br />

remotamente da empresa em tempo real<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

37


MAIS DO QUE MÁQUINAS,<br />

SOMOS AGRICULTURA<br />

DE PRECISÃO<br />

A John Deere conecta máquinas, tecnologia, pessoas e inteligência<br />

para maior eficiência e rentabilidade, de forma sustentável.<br />

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do seu equipamento.<br />

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equipamentos e atividades do ciclo<br />

SUPORTE À DECISÃO AGRONÔMICA<br />

Serviços que conectam as informações e integram<br />

elementos agronômicos, visando a tomada de decisões<br />

assertivas e o aumento de rentabilidade.<br />

38 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

39


IRRIGAÇÃO<br />

O investimento que<br />

faz chover na lavoura<br />

Limitações ocasionadas pelo tipo do solo e as oscilações climáticas, ficaram para trás.<br />

Com água à vontade, o objetivo é intensificar a produção e a produtividade<br />

Márcia e o marido Peter planejaram o investimento no primeiro pivô e já fazem planos de ampliar as áreas irrigadas<br />

Estudos apontam que para produzir um único quilo de soja<br />

são necessários ao menos 1.500 litros de água, que constitui<br />

90% do peso da planta. No milho, a relação é de 900 litros<br />

de água para 1 quilo do grão. Explica-se, com esses dois exemplos,<br />

por que a regularidade das chuvas é tão importante.<br />

Por ser uma indústria a céu aberto, a lavoura fica à mercê das<br />

variações do tempo e sofre com os veranicos que são recorrentes<br />

a cada safra. No entanto, a tecnologia está a serviço do produtor e<br />

ele pode neutralizar os efeitos de uma estiagem fazendo - literalmente<br />

- chover em sua lavoura.<br />

É o que o Rally Cocamar de Produtividade foi ver no início de<br />

janeiro em Santa Fé, região de Maringá, onde o produtor Peter Elshof<br />

e sua esposa Márcia Fabri Elshof dotaram a Fazenda Santana<br />

de um equipamento de irrigação com pivô central, adquirido junto<br />

a Cocamar.<br />

Com mais de 600 metros, a estrutura atende a uma área de 120<br />

hectares, funcionando durante a noite, quando o custo da energia<br />

elétrica é reduzido por contar com os benefícios de um programa<br />

mantido pelo governo do estado. A cada giro do equipamento, completado<br />

em três noites, são despejados o equivalente a 8 litros por<br />

metro quadrado, proporcionando a umidade que vai garantir o desenvolvimento<br />

da cultura e a expectativa de uma boa produtividade.<br />

Primeira safra<br />

No caso dos Olshof, foi a primeira safra com a irrigação, que representa<br />

mais um passo para a sustentabilidade da fazenda, onde a<br />

soja, cultivada há mais de dez anos, é mantida com modernas tecnologias<br />

de precisão, o que inclui o plantio de capim braquiária no<br />

40 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Estruturas de irrigação encontram-se em expansão nas regiões atendidas pela Cocamar<br />

outono/inverno. A braquiária, de acordo com os especialistas, atua<br />

na reestruturação física e biológica do solo e fornece a cobertura de<br />

palha destinada ao plantio direto.<br />

A proprietária Márcia, engenheira agrônoma, explica que quando<br />

ela e o marido projetaram os investimentos na fazenda, fizeram<br />

muitas contas antes da tomada de decisão. “Chegamos à conclusão<br />

que a irrigação é um dos principais investimentos, pois se paga<br />

em um tempo relativamente curto, diminui os riscos da lavoura<br />

e aumenta a sua produtividade”. A respeito dos custos com energia<br />

elétrica, estimados em dois sacos de soja por alqueire/ano, ela<br />

disse que os considera bem razoáveis, pois acabam diluídos pelo<br />

aumento da produtividade.<br />

Otimizar<br />

Com a irrigação, o casal tem muitos planos. Peter, engenheiro de<br />

logística, fala em otimizar a propriedade. Sem o equipamento, eles<br />

não conseguiam produzir milho no inverno, pois o solo é arenoso,<br />

com teor de argila de 17% em média, o que potencializa os veranicos.<br />

O milho vai reforçar a receita – e, se depender da umidade,<br />

haverá estabilidade da produção – podendo-se abrir espaços para<br />

outros cultivos.<br />

A água é captada de um riacho nos fundos da propriedade, margeado<br />

pela mata ciliar. Segundo Márcia, durante os estudos para a<br />

análise da viabilidade da irrigação, observou-se que o volume de<br />

água se manteve ao longo do ano, o que, segundo ela, pode ser<br />

creditado à preservação daquela área verde.<br />

O responsável pela área de irrigação da Cocamar, Alfredo Fabrão<br />

Neto, comenta que a cooperativa está incentivando a aquisição<br />

desses equipamentos por parte dos produtores cooperados. Fabricados<br />

pela Lindsay, eles são considerados estratégicos em um projeto<br />

de crescimento sustentável, viabilizando uma agricultura altamente<br />

produtiva e adequada ao emprego de modernas tecnologias.<br />

“No solo arenoso, principalmente, os equipamentos de irrigação<br />

fazem toda a diferença”, afirmou.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

41


PULVERIZAÇÃO<br />

O drone pede passagem<br />

Oferecendo muitas vantagens em relação ao modelo convencional, equipamento vai se<br />

tornando mais popular entre os cooperados<br />

Na safra 2020-21, produtores cooperados da Cocamar<br />

começaram a utilizar o drone para fazer a<br />

pulverização de fungicida na soja, sob a orientação<br />

da Cocamar, interessada em difundir a tecnologia,. O Rally<br />

acompanhou uma aplicação em Floresta, município da região<br />

de Maringá, na propriedade do produtor Luiz Alberto<br />

Palaro. Ele conta que ficou interessado depois de conhecer<br />

as vantagens oferecidas pelo equipamento em comparação<br />

à aplicação convencional.<br />

Vazão<br />

Executada por uma empresa prestadora selecionada pela<br />

Cocamar, a pulverização cobre 1 hectare a cada 6 minutos<br />

em média, demandando uma vazão de apenas 8 litros de<br />

42 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Palaro foi um dos primeiros a pulverizar a soja com a nova tecnologia e diz ter ficado satisfeito<br />

água, volume 17 vezes menor que os 136 litros gastos na<br />

aplicação com máquina. O investimento é de R$ 188 por<br />

alqueire (R$ 77,6 na medida em hectare).<br />

Como o drone opera a uma altura de 2 metros da lavoura,<br />

as minúsculas gotículas do fungicida não se dispersam,<br />

concentrando-se nas folhas das plantas e sequer chegam ao<br />

chão. Da mesma forma, não há risco de haver deriva.<br />

Além de gastar bem menos água no processo, o produtor economiza<br />

com o óleo diesel que seria consumido pelo trator ou o autopropelido,<br />

Outra vantagem é que o serviço pode ser feito logo após<br />

um período de chuvas, em que não é possível entrar com maquinário.<br />

Sem esquecer ainda que com essa alternativa de pulverização,<br />

não há amassamento de plantas pelos rodados do trator, o<br />

que geralmente causa uma perda de 3% em média.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

43


PRODUTORAS<br />

Capricho feminino<br />

Em São Sebastião da Amoreira e Abatiá, norte do estado, mulheres de perfis diferentes se<br />

destacam à frente dos negócios<br />

Para apoiar a família, Amanda trocou a carreira de esteticista pela de produtora rural e afirma estar realizada<br />

da mulher é onde ela quiser.” A frase da<br />

jovem cooperada Amanda Piteri Alcântara, 28<br />

“Lugar<br />

anos, de São Sebastião da Amoreira, região de<br />

Londrina (PR), resume a sua determinação em participar ativamente<br />

da gestão de uma fazenda de 169 hectares, ao lado<br />

do irmão Allan, de 32, do pai Ivan Alves Alcântara e da mãe<br />

Sandra Marli Piteri.<br />

Mãe de Valentina, de sete anos, Amanda menciona ter ouvido<br />

de algumas pessoas não acostumadas ao trabalho feminino<br />

que lugar de mulher não é na agricultura. Engano: se sabe<br />

que atualmente, segundo dados oficiais, 36% das propriedades<br />

rurais do país já são comandadas por mulheres. Elas estão<br />

presentes também, em número cada vez maior, em funções<br />

técnicas como agronomia, zootecnia e medicina-veterinária.<br />

Sucessão<br />

Para a própria Amanda, até alguns anos, era improvável que<br />

viesse a ser uma sucessora no negócio da família. Na universidade,<br />

chegou a fazer o curso para seguir a carreira de esteticista.<br />

Porém, como a família reside em Londrina e a fazenda<br />

precisava ser administrada tal qual uma empresa, houve uma<br />

44 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


eviravolta em seus planos: a sucessão foi o caminho natural<br />

e o pai, de 80 anos, deu todo o apoio e incentivo.<br />

Amanda lembra que uma de suas primeiras atitudes ao<br />

participar da gestão do negócio familiar foi reorganizar o<br />

barracão onde ficam guardados os maquinários. Dispensou<br />

o que não servia mais e deixou as ferramentas e peças à<br />

mão, cada qual em seu lugar.<br />

A estrutura de máquinas se encontra desatualizada, mas,<br />

aos poucos, com o equilíbrio financeiro da propriedade, a<br />

ideia é começar a investir na sua modernização. Para a colheita<br />

ainda é preciso contar com prestadores de serviços.<br />

A produtora fez curso de tratorista e diz querer aprender de<br />

tudo “para saber como é feito e poder exigir”.<br />

As principais decisões ainda são tomadas em conjunto e<br />

há três anos Amanda incorporou de vez à sua vida a rotina<br />

de produtora rural. No início, diz ter ficado receosa e hoje,<br />

mais habituada à experiência, se sente feliz e afirma que até<br />

prefere o ambiente da fazenda a estar na cidade.<br />

A 750 metros de altitude em média, a propriedade com<br />

80% de teor de solos argilosos apresenta condições adequadas<br />

para a produção de sementes, tanto que a totalidade<br />

das lavouras de soja está voltada a esse objetivo. No inverno,<br />

as terras são ocupadas por milho.<br />

A produtora fez a sua terceira safra de verão e em seu dia<br />

a dia a jovem tem a companhia diária do funcionário Francisco<br />

Batista, que reside na fazenda há 18 anos, e a orientação<br />

técnica prestada pela Cocamar, por meio do engenheiro<br />

agrônomo Felipe Sutil. É ele, por exemplo, quem faz<br />

a regulagem da plantadeira e ajuda na escolha dos insumos,<br />

na seleção das variedades mais adequadas e acompanha no<br />

controle de pragas e doenças.<br />

Na cooperativa<br />

“Nos sentimos muito satisfeitos com o atendimento e a<br />

participação na Cocamar”, afirma a produtora. É na unidade<br />

da cooperativa em São Sebastião da Amoreira, sob a gerência<br />

de Claudinei Donizete Marcondes, que ela adquire os<br />

produtos de que precisa e comercializa a safra. A Cocamar é<br />

também um modelo de participação feminina, com mais de<br />

15% do quadro de associados formado por mulheres.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

Rose cuida<br />

pessoalmente<br />

de cada<br />

detalhe da<br />

fazenda<br />

O desafio de produzir<br />

em relevo ondulado<br />

Cultivar uma região de relevo ondulado não é para qualquer<br />

produtor. As limitações do terreno restringem a operação com<br />

máquinas e é preciso saber fazer isso sem danificar o solo, para<br />

não desencadear a erosão.<br />

Os altos e baixos na paisagem são uma característica em Abatiá,<br />

município do norte do estado, a 124 quilômetros de Londrina,<br />

o que não impede o trabalho do casal José Carneiro, de 75<br />

anos, e Rosângela Rodrigues de Jesus, a Rose, de 50. Cuidando<br />

pessoalmente de cada detalhe da fazenda, eles cultivam 1,2 mil<br />

hectares de lavouras de grãos – soja no verão e milho no inverno<br />

– e há também 363 hectares de pastagens, onde estão alojadas<br />

530 matrizes nelore.<br />

O Rally Cocamar de Produtividade foi até lá para conhecer a<br />

fazenda e também o dia a dia da produtora Rose, que está nessa<br />

lida desde 2002. Casados em 1998, eles têm uma filha de 18<br />

anos e residem em Cornélio Procópio, a 56 quilômetros. Todos<br />

os dias se deslocam até a propriedade, onde chegam cedo e só<br />

retornam à noite.<br />

Com graduação em comércio exterior, Rose diz se realizar<br />

mesmo é no campo, onde participa das decisões e está à frente<br />

de uma equipe de dez funcionários. “A gente sabe o quanto é<br />

mais difícil um relevo como esse, mas, na medida do possível,<br />

estamos dando conta do recado”, afirma a produtora.<br />

A soja eles cultivam desde 2002 e são assistidos nessa lavoura<br />

pelo engenheiro agrônomo Douglas Cibotto, da unidade da<br />

Cocamar em Nova Fátima. “Nosso maior desafio é justamente<br />

cultivar o relevo acidentado”, diz Rose, lembrando que nem todas<br />

as máquinas e implementos se adaptam às condições oferecidas<br />

pelo terreno.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

45


NOROESTE PARANAENSE<br />

Integração é tendência na<br />

região de Nova Londrina<br />

46 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Com o apoio da cooperativa,<br />

produtores investem em<br />

oportunidades e parcerias<br />

para crescer<br />

Aintegração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)<br />

é uma tendência na região de Nova Londrina<br />

(PR). Com a presença da Cocamar, que<br />

em 2018 absorveu as estruturas da Copagra, parcerias<br />

entre agricultores e pecuaristas, para alavancarem<br />

seus negócios, começam a se tornar mais comuns.<br />

Juscelino Félix Farina faz integração há dois anos<br />

e, nesse período, investiu na ampliação da área de 29<br />

para 121 hectares, parte delas com o colega Oscar da<br />

Silva. Tradicional pecuarista, Farina lembra que, atento<br />

ao avanço da soja na região, deu início ele próprio à<br />

atividade agrícola há cinco anos, investindo no cultivo<br />

da oleaginosa. Na primeira safra, por causa da estiagem,<br />

a produção foi pequena, apenas 16,9 sacas por hectare;<br />

na segunda, no entanto, após proteger o solo com<br />

capim braquiária, a média evoluiu para 41,3 sacas/hectare.<br />

A Cocamar é também uma parceira do produtor:<br />

além de oferecer insumos e fazer a comercialização, a<br />

unidade local da cooperativa presta orientação técnica,<br />

por meio do engenheiro agrônomo Willian Fogassi.<br />

“Com a integração eu melhorei a condição do solo e, consequentemente,<br />

as pastagens”, afirma Farina, salientando<br />

que esse é o caminho mais viável para sua região, onde predomina<br />

o arenito e grande parte das pastagens é degradada.<br />

“Os pecuaristas estão enxergando isso e puxando conversa<br />

sobre integração”, afirma o produtor, destacando que o gado<br />

precisa de comida boa e um ambiente mais confortável. Outro<br />

ponto que, a seu ver, gera mais confiança na atividade é o<br />

fato de a Cocamar, por meio da sua corretora, disponibilizar<br />

um seguro adequado às condições da região. “No primeiro<br />

ano eu deixei de fazer seguro e tive que vender algumas novilhas<br />

para pagar as contas”, recorda-se.<br />

Outro fato a considerar é que a ILPF valoriza o capital,<br />

no caso a propriedade. E, nas áreas de pastos<br />

recuperados, a ocupação média acaba ficando em 2,5<br />

cabeças por hectare, bem acima de 1 cabeça do sistema<br />

tradicional, onde falta comida.<br />

O gerente técnico da Cocamar, Emerson Nunes,<br />

que responde por Integração Lavoura-Pecuária-Floresta<br />

(ILPF), áreas de renovação e diversificação,<br />

explica que os formatos integrados são uma oportunidade<br />

para que os produtores tenham mais rentabilidade<br />

em seus negócios. “A implantação de um projeto<br />

assim exige acompanhamento técnico especializado<br />

e também que o produtor siga todas as orientações<br />

para que os resultados sejam os esperados”, afirma. Os<br />

interessados devem entrar em contato com a unidade<br />

da Cocamar.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

47


Thiago (o segundo a partir da esquerda); auxiliando a família na gestão<br />

Em Querência, uma nova fronteira<br />

No extremo noroeste paranaense, às margens do Rio<br />

Paraná, o extenso município de Querência do Norte,<br />

com mais de 900 mil quilômetros quadrados de<br />

território, se destaca principalmente pela exuberância de sua<br />

natureza. Tradicional produtor de arroz irrigado, é a principal<br />

referência no cultivo desse cereal no estado.<br />

A pecuária, com mais de 60 mil hectares em pastagens, e a<br />

mandioca, que se estende por 3,5 mil, também são importantes<br />

na economia, mas de duas décadas para cá a soja tem avançado<br />

rapidamente na região. Segundo estimativas da Cocamar,<br />

baseada em dados municipais, a oleaginosa já ocupa aproximadamente<br />

20 mil hectares. O município é um retrato da transformação<br />

econômica por que vem passando o arenito caiuá e<br />

mesmo com reduzido teor de argila – ao redor de 15% -, seu<br />

solo não dificulta a expansão da soja, que ocorre sob a adoção<br />

de práticas sustentáveis e sem interferir no meio ambiente.<br />

É o que se pode ver na Fazenda Santa Fé, de 2,4 mil hectares,<br />

adquirida em 2003 pela família Peres, de Terra Boa. A exemplo<br />

dos Peres, 80% dos produtores do grão no município vieram de<br />

outras regiões do Paraná em busca de terras mais baratas para<br />

adquirir ou arrendar, fazendo de Querência do Norte e imediações<br />

uma nova fronteira agrícola.<br />

O engenheiro agrônomo Rubens Adriano da Silva, da unidade local<br />

da Cocamar, explica que as terras de Querência do Norte têm<br />

acompanhado, de alguma forma, a valorização que se observou nos<br />

imóveis rurais neste e nos últimos anos, como efeito da boa fase do<br />

agronegócio. No entanto, quando se compara com outras regiões<br />

do estado, ainda são relativamente acessíveis, havendo muitas oportunidades.<br />

“Todas as semanas somos contatados por produtores de<br />

outras regiões, interessados em comprar ou arrendar terras por aqui”,<br />

afirma. Com a venda de um hectare em Maringá, a 205 quilômetros,<br />

é possível adquirir pelo menos três hectares no município.<br />

Na Santa Fé, 1,137 hectares são destinados aos cultivos de soja e<br />

milho, respectivamente nos períodos de verão e inverno, há 193 de<br />

pastagens e 1,210 de áreas de RPPN (Reserva Particular do Patrimônio<br />

Natural), mantida para preservar a diversidade biológica.<br />

O Rally foi recebido pelo engenheiro agrônomo Thiago Peres,<br />

24 anos, filho de Valter Peres, o Valtinho, um dos sócios da propriedade.<br />

Em companhia do administrador Paulo Mello, de 48,<br />

Thiago supervisionava a semeadura da soja, já na reta final. Ele<br />

confirma que não há receio em cultivar o solo arenoso, desde<br />

que, entre outras medidas, pensando na sustentabilidade, se faça<br />

a devida proteção da superfície com palha, para o plantio direto,<br />

e sejam seguidas as recomendações agronômicas. Em 2019,<br />

segundo Thiago, a palhada fez a diferença durante um período<br />

de estiagem ao manter por mais tempo a umidade e reduzir os<br />

efeitos da falta de chuvas. Quem não se precaveu, teve perdas.<br />

O jovem, que se graduou há dois anos, diz que “iniciar a carreira<br />

de agrônomo com um trabalho assim é gratificante, pois a<br />

fazenda, com suas características, oferece um importante aprendizado”.<br />

O desafio é incorporar tecnologias para o constante aumento<br />

da produtividade. A média da soja, nos últimos anos, tem<br />

ficado ao redor de 58 sacas por hectare e, no milho, 90 sacas.<br />

Trabalhando há dez anos na propriedade, o administrador Paulo confirma<br />

que a região, com sua topografia plana, apresenta grande potencial<br />

para o desenvolvimento de uma moderna atividade agropecuária,<br />

sem impactar no meio ambiente. As extensas e exuberantes áreas<br />

verdes, dentre as quais as que margeiam o Rio Paraná, emoldurando<br />

a fazenda, são povoadas por variadas espécies de aves, mamíferos e<br />

répteis, o que torna o local ainda mais bonito e interessante. Para apoiar<br />

os produtores, a Cocamar conta com uma ampla estrutura de recebimento<br />

de grãos em Querência do Norte, além de uma unidade de<br />

atendimento e comercialização de insumos agropecuários.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

48 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Pai e filho cuidando<br />

do negócio familiar<br />

Dos quatro filhos do produtor rural Rui Uehara, que é médico-veterinário<br />

em Cianorte, três optaram por outras<br />

profissões na cidade. A expectativa recaiu sobre Igor, atualmente<br />

com 27 anos, que em 2015 formou-se engenheiro agrônomo<br />

pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).<br />

“Assim que completei o curso, retornei para casa com o objetivo de<br />

ajudar os negócios da família a crescerem”, afirma Igor. O pai nem imaginava<br />

o quanto o filho seria importante para trazer mais renda a uma<br />

das propriedades, focada até então na recria e engorda de fêmeas.<br />

Ao ouvir falar em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF),<br />

Igor interessou-se e em 2017, a convite da Cocamar, participou<br />

de várias viagens para conhecer o sistema na prática. Primeiro,<br />

a Fazenda Santa Brígida em Ipameri (GO) – a principal referência<br />

nesse assunto no país. Depois, algumas propriedades no oeste<br />

paulista e, por último, a Unidade de Difusão de Tecnologias<br />

(UDT) da cooperativa em Iporã e também a região de Altônia, as<br />

duas últimas no extremo noroeste paranaense.<br />

Após analisar detalhadamente a integração e fazer muitos cálculos,<br />

Igor não teve dúvidas de que valeria a pena e contou com<br />

a concordância do pai em introduzir a soja na propriedade de 128<br />

hectares. “Já era uma atividade lucrativa, com taxa de ocupação de<br />

250 cabeças por ano em média”, explica. A soja entrou para turbinar<br />

a lucratividade e, ao mesmo tempo, reformar os pastos a um<br />

baixo custo durante o verão, aliviando o confinamento no inverno.<br />

Pastagem de qualidade<br />

Com a integração, a pecuária que ocupava a propriedade durante<br />

todo o ano, ficou restrita ao período de maio até o final de setembro.<br />

Por sua vez, o plantio de capim braquiária passou a ofertar uma<br />

forragem volumosa e de qualidade, possibilitando ao gado ganhar<br />

peso mesmo durante os meses frios. Em seguida, a pastagem é<br />

dessecada para o plantio direto da soja.<br />

O resultado atendeu às expectativas. “Produzimos soja no verão<br />

e mantemos a pecuária no inverno”, comenta Igor, salientando que<br />

a decisão de fazer integração lavoura-pecuária (ILP) foi acertada.<br />

Ele deixa claro: a soja é um negócio conduzido de maneira empresarial,<br />

para dar retorno.<br />

Hoje, Igor e o pai dizem que nem imaginam retornar ao modelo<br />

anterior. Com a ILP, o negócio ficou dinâmico e bem mais<br />

interessante sob o ponto de vista financeiro e a propriedade passou<br />

a contar com uma estrutura de maquinários próprios para a<br />

mecanização. Eles compraram uma plantadeira, um pulverizador,<br />

O engenheiro<br />

agrônomo<br />

Igor Uehara<br />

um segundo trator e construíram um barracão para guardar as<br />

máquinas e os insumos. Só para a colheita dependem de prestadores<br />

de serviços.<br />

O solo também demandou investimentos, à base de nutrientes<br />

e micronutrientes, enxofre e outros, conforme menciona o<br />

engenheiro agrônomo da unidade local da Cocamar, Wagner Decleva,<br />

responsável pela assistência técnica aos Uehara. Ele faz<br />

recomendações em relação às variedades de soja mais adequadas<br />

e também os insumos, ficando atento ao melhor momento para<br />

o controle de pragas e doenças.<br />

Apoio essencial<br />

Igor comenta que procura estar sempre bem informado sobre as<br />

atividades que realiza e também a respeito das novas tecnologias,<br />

mas considera essencial o apoio do engenheiro agrônomo da cooperativa,<br />

pela qualidade do serviço prestado e também porque<br />

informações importantes e situações novas sobre o seu negócio<br />

podem surgir a cada momento. “Sozinho, a gente não consegue<br />

acompanhar tudo.”<br />

É na cooperativa que pai e filho adquirem seus insumos e comercializam<br />

a produção. A família possui propriedades em outros<br />

municípios, focadas principalmente em pecuária, sendo participante<br />

do Programa de Produção de Carne Precoce que começou a ser<br />

implementado este ano pela Cocamar.<br />

Sobre seus planos, Igor diz que um deles é ampliar a produtividade<br />

das lavouras e, no futuro, expandir as áreas cultivadas, absorvendo<br />

terras da região, como arrendatário.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

49


SOLO<br />

Cocamar e Embrapa<br />

implementam o SuperSolo<br />

Iniciativa tem a finalidade de fazer um diagnóstico completo do solo<br />

em várias regiões no norte e noroeste do Paraná<br />

Amostras são analisadas em<br />

propriedades nas regiões noroeste<br />

e norte do estado, como esta em<br />

Arapongas<br />

50 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


ORally esteve no mês de novembro em duas propriedades<br />

no município de Arapongas (PR), acompanhado do<br />

pesquisador Henrique Debiasi, da Embrapa Soja, e do<br />

gerente técnico da Cocamar, Rafael Furlanetto.<br />

Na primeira, com área de 130 hectares, há 21 anos os proprietários<br />

fazem plantio direto e há três aprimoraram o sistema para<br />

torná-lo mais sustentável e garantir mais produtividade, adotando<br />

no inverno o consórcio milho e braquiária recomendado pela Cocamar.<br />

O administrador Paulo Staffen, que trabalha ali há 31 anos,<br />

disse estar satisfeito com o que a braquiária tem proporcionado ao<br />

solo. No primeiro ano de consórcio com o milho, lembrou Staffen,<br />

o capim concorreu com a cultura de inverno, o que já era esperado,<br />

mas nas duas safras seguintes, diante das boas condições de<br />

solo, contribuiu para um aumento de produtividade do cereal, sem<br />

falar dos efeitos positivos disso sobre a cultura no verão.<br />

A equipe de técnicos que acompanhou o Rally analisou as plantas,<br />

observando o bom desenvolvimento das raízes, e coletou amostras<br />

para fazer um diagnóstico rápido de estrutura de solo, que permite<br />

saber, por exemplo, sobre como está sendo a infiltração de água.<br />

Saúde do solo<br />

O pesquisador da Embrapa, Henrique Debiasi, mostrou que o<br />

solo coletado se desprendeu com facilidade, em torrões pequenos,<br />

possibilitando a infiltração da água da chuva. “Essa é uma<br />

propriedade que se pode considerar sustentável”, disse, uma vez<br />

que o investimento é feito pensando, principalmente, na saúde do<br />

solo. Com a boa infiltração, ocorre também o armazenamento de<br />

água – condição para que as plantas, ao desenvolver raízes mais<br />

profundas, suportem por mais tempo uma estiagem.<br />

Contraponto<br />

O mesmo diagnóstico foi efetuado em outra propriedade no mesmo<br />

município, onde a soja havia sido semeada em solo sem qualquer<br />

tipo de cobertura. Desta vez, se observou que as raízes das<br />

plantas não se desenvolvem devido à compactação, comprovada<br />

pela coleta de amostras, que resultou em torrões grandes e compactos.<br />

Furlanetto explicou que embora houvesse ainda umidade<br />

na camada inferior, as raízes não conseguiam acessá-la, diferente<br />

do que se viu na propriedade anterior.<br />

“Nas duas propriedades foram utilizados, possivelmente, os<br />

mesmos insumos, havendo o mesmo investimento. Inclusive o<br />

solo argiloso apresenta características semelhantes. No entanto,<br />

os resultados com certeza vão ser muito desiguais”, comentou o<br />

gerente técnico da Cocamar.<br />

Cocamar e Embrapa realizaram o SuperSolo pelo segundo ano seguido,<br />

na safra de verão passada. Trata-se de um levantamento das<br />

características dos solos em diferentes regiões de atuação da cooperativa,<br />

no norte e noroeste do Paraná. No ciclo 2018/19 foram visitadas<br />

24 propriedades rurais e no anterior (2019/20), mais 25, não<br />

havendo continuidade em 2020/21 devido a pandemia.<br />

De acordo com Henrique Debiasi, “a agricultura é a arte de reduzir<br />

as perdas, pois os materiais, como sementes, já chegam com<br />

todo o seu potencial produtivo. Por isso, quanto melhor o produtor<br />

manejar o seu solo e empregar adequadamente os recursos,<br />

menos ele irá perder em produtividade”.<br />

Nesse contexto, a forma como o solo é manejado acaba sendo<br />

decisiva e não vai adiantar investir apenas em adubação química,<br />

deixando de lado os aspectos físico e biológico. Se o solo estiver<br />

compactado – o que é comum na realidade da agricultura paranaense<br />

– as raízes vão se aprofundar cerca de 20cm, enquanto que<br />

em solo não compactado o sistema radicular pode alcançar o dobro<br />

em profundidade, assegurando um ambiente mais favorável<br />

às plantas ao reduzir os efeitos de veranicos.<br />

O pesquisador chamou atenção para o fato de o produtor observar<br />

alguns quesitos básicos e elementares para o sucesso do<br />

seu negócio, entre os quais uma análise de solo – o que lhe permitirá<br />

fazer a reposição de nutrientes de acordo com as necessidades<br />

detectadas. “Uma análise de solo custa muito barato diante do<br />

resultado que ela vai trazer na colheita”, afirmou Debiasi, mencionando<br />

que além dos insumos comuns – adubos, sementes, fertilizantes<br />

e defensivos – o produtor também deve levar em conta<br />

outros “insumos”, que dependem dele, como uma boa cobertura<br />

do solo, o mínimo revolvimento do mesmo, enriquecê-lo com<br />

matéria orgânica, proporcionar que as raízes se desenvolvam e<br />

também uma diversidade biológica, com práticas, entre as quais,<br />

a rotação de culturas.<br />

“O principal fator para a viabilidade de uma cultura é a água,<br />

quanto mais água, maior a uniformidade da lavoura”, ressaltou o<br />

pesquisador, lembrando que uma visão aérea de um campo geralmente<br />

permite ver muitas falhas. Segundo ele, a capacidade<br />

de infiltração de água aumenta com a diversificação, sendo o capim<br />

braquiária mais factível para a realidade regional, cultivado<br />

em consórcio com o milho de inverno ou de forma solteira. Além<br />

dos benefícios trazidos pelo seu enraizamento, que rompe a compactação,<br />

oxigena o solo, abre canais para a infiltração de água e<br />

cicla nutrientes de camadas mais profundas, a braquiária vai inibir<br />

o desenvolvimento de ervas de difícil controle, como a buva e o<br />

amargoso. “Os resultados do consórcio milho x braquiária atingem<br />

o seu ápice no terceiro ano.”<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

51


Em Tamarana, um guardião do solo<br />

O gerente de Desenvolvimento Agro da Sicredi União PR/SP, Vítor Pasquini, que acompanhou o Rally em várias viagens, dialoga com o produtor Carlos<br />

Alexandre, pioneiro na adoção da braquiária para cobertura do solo em seu município<br />

Em Nova Londrina, a 140km de Maringá,<br />

o cooperado Antonio Carmo<br />

Pacífico é um exemplo do que a Cocamar,<br />

interessada no desenvolvimento regional,<br />

pretende para aquela região de solos arenosos,<br />

onde a pecuária extensiva e as culturas de cana<br />

de mandioca são dominantes na paisagem.<br />

Com propriedade de 130,6 hectares em Tamarana,<br />

município do entorno de Londrina, o<br />

cooperado Celso Alexandre, de 76 anos, apresenta<br />

um histórico de práticas sustentáveis e<br />

de pioneirismo na sua região. Depois de, por<br />

muito tempo, ter se dedicado à atividade leiteira,<br />

Alexandre redirecionou os negócios para<br />

a produção de grãos.<br />

Segundo o engenheiro agrônomo Vinícius<br />

Arantes, da unidade local da Cocamar, as<br />

experiências desenvolvidas pelo cooperado<br />

servem de modelo. Alexandre foi o primeiro<br />

a fazer o plantio de capim braquiária com o<br />

fim específico de proteger o solo. “Antes eu<br />

plantava aveia branca. Não remunerava, mas<br />

sobrava a palha”, diz.<br />

Com a braquiária, o produtor viu que a vantagem,<br />

além da intensa palhada na superfície,<br />

está no agressivo enraizamento do capim, que<br />

rompe a compactação e, entre vários outros<br />

benefícios, abre canais para a infiltração de<br />

água. Ele faz, também, o consórcio milho x<br />

braquiária, tudo para garantir, sempre, um<br />

bom sistema de plantio direto.<br />

Para cuidar bem do solo, outra prática usual<br />

na propriedade é a rotação e culturas. Mas Alexandre<br />

não termina aí: pretendendo modernizar<br />

e garantir mais sustentabilidade aos seus<br />

negócios, demonstrando visão de futuro, ele<br />

começa a fazer agricultura de precisão. Para<br />

isso, investiu em maquinários John Deere.<br />

Com a esposa Suzane também cooperada,<br />

Celso Alexandre conta ser 100% Cocamar e,<br />

por meio da orientação que recebe do agrônomo<br />

Vinícius Arantes, ele procura evoluir<br />

na produtividade de suas lavouras. Em 116<br />

hectares, suas médias no verão e inverno são,<br />

respectivamente, de 62 sacas de soja e 62 de<br />

trigo. A cooperativa atua desde 2010 em Tamarana<br />

e, segundo Alexandre, a cooperativa<br />

“veio para dar assistência aos produtores”.<br />

52 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Entre outros benefícios, a braquiária inibe a buva<br />

Cuidar do solo e, ao mesmo tempo, impedir o desenvolvimento de<br />

ervas de difícil controle, como a buva. É assim, apostando na sustentabilidade,<br />

que um jovem produtor de grãos de Maringá (PR)<br />

vem conduzindo a sua lavoura. Diferente de outros produtores, para os<br />

quais a praga se tornou um pesadelo, Cleber Veroneze mantém os seus<br />

campos praticamente livres da mesma.<br />

Um estudo divulgado pela Basf aponta que durante um ciclo de 24<br />

meses, cerca de 150 mil sementes podem ser emitidas pela buva, das<br />

quais ao menos 80% viáveis, causando forte impacto na produtividade<br />

da soja se não for controlada de forma adequada.<br />

Consórcio milho x braquiária<br />

Há anos, o manejo das ervas é realizado de uma maneira relativamente<br />

simples por meio do consórcio milho de inverno x braquiária, sob a<br />

orientação da Cocamar. Entre outros benefícios, a braquiária produz uma<br />

espessa massa verde sobre o solo que, depois de dessecada para o plantio<br />

direto da soja, forma um cobertor que protege a superfície e inibe o<br />

surgimento de ervas. Segundo Veroneze, foram necessários cinco anos<br />

de consórcio milho x braquiária para chegar à situação atual de relativa<br />

tranquilidade, sendo que o investimento sai barato, não mais que 10%<br />

em comparação aos custos do controle químico.<br />

Controle químico<br />

Além disso, considerando que a buva é uma cultura de inverno, o controle<br />

químico da mesma deve começar durante o consórcio milho x<br />

braquiária, utilizando atrazina - um dos herbicidas mais recomendados<br />

- na pré-emergência da lavoura.<br />

Veroneze faz também uma saudável rotação em 25% de suas áreas<br />

com uma mistura de sementes que beneficia o solo e praticamente impede<br />

a disseminação da buva e demais ervas, composta por aveia branca,<br />

aveia preta, nabo pé-de-pato, nabo forrageiro e centeio.<br />

Aumento de produtividade<br />

“Eu aplico calcário e faço a adubação na área de rotação pensando no<br />

sistema”, explica o produtor, informando que na safra passada conseguiu<br />

colher 7,8 sacas a mais por hectare (19 na medida por alqueire)<br />

na área que havia sido rotacionada em comparação à média da propriedade.<br />

A prática, diz Veroneze, custa cerca de 50% no comparativo com<br />

o tratamento químico.<br />

Planejar<br />

“Se ficar uma única planta de buva por metro quadrado, o produtor de<br />

soja vai ter uma perda de produtividade de 10 a 20%”, pontua o engenheiro<br />

agrônomo Rafael Franciscatti, representante técnico de vendas<br />

(RTV) da Basf, uma das principais patrocinadoras do Rally. “A gente vê<br />

produtores fazendo várias aplicações e correndo atrás de um manejo adequado,<br />

mas perdendo o tempo das aplicações”, cita. “É imprescindível<br />

planejar o manejo da buva, que precisa ser controlada durante o inverno<br />

com uma dose robusta de herbicida, como a atrazina, além de uma boa<br />

cobertura de solo, caso da braquiária.’<br />

Controlar antes da semeadura da soja<br />

Segundo Franciscatti, a buva vem apresentando resistência a quatro mecanismos<br />

de ação. Por isso, “o produtor precisa sair do tradicional e buscar<br />

novas maneiras de controlar a erva, fazendo isso antes da semeadura da<br />

soja. Após a emergência da soja, o manejo é impraticável”.<br />

Veroneze no meio<br />

da roça, apontando<br />

para área sem buva<br />

Veja a<br />

reportagem<br />

em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

53


CARNE PRECOCE<br />

Mais renda ao cooperado<br />

Iniciativa tem a finalidade de fazer um diagnóstico completo do solo em<br />

várias regiões no norte e noroeste do Paraná<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

Gérson Bortoli foi um dos primeiros a investir em integração lavoura-pecuária na região de Umuarama<br />

ORally Cocamar de Produtividade esteve em Umuarama<br />

(PR), onde visitou o cooperado Gérson Bórtoli,<br />

um dos participantes do Programa de Produção de<br />

Carne Precoce Premium lançado em setembro de 2020 pela<br />

Cocamar.<br />

Desde 2003 o produtor trabalha com o sistema de integração<br />

lavoura-pecuária. Graças a esse formato inovador, no qual<br />

é assessorado pela cooperativa, ele se destaca na região por<br />

suas altas médias de produtividade de soja, mesmo cultivando<br />

solos arenosos, ficando sempre entre os primeiros colocados<br />

nos concursos realizados pela Cocamar, competindo inclusive<br />

com produtores da terra roxa. São 423,5 hectares com a<br />

oleaginosa, onde a média tem se situado ao redor de 66 sacas<br />

por hectare.<br />

Na pecuária, o rebanho é formado por animais de cruzamento<br />

industrial de nelore e angus, terminados precocemente e<br />

que asseguram ao mercado uma carne de qualidade especial<br />

por sua maciez e sabor. O produtor faz o ciclo completo – cria,<br />

54 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


ecria e engorda – e tem investido na<br />

precocidade. São animais de até 22<br />

meses e com 20 arrobas em média,<br />

abatidos no Frigorífico Argus, de São<br />

José dos Pinhais, parceiro da Cocamar.<br />

Segundo Gérson, a pecuária vinha<br />

sendo a parte frágil da integração lavoura-pecuária,<br />

pois os produtores ficavam<br />

sujeitos aos preços oferecidos<br />

pelos frigoríficos e não recebiam nenhuma<br />

compensação pela qualidade<br />

diferenciada da carne. “Era um sonho<br />

do pecuarista ter todo o suporte da<br />

cooperativa, pois não havia segurança<br />

na ponta final.” Com o programa, ele<br />

diz que se sente estimulado a investir<br />

cada vez mais na qualidade da carne,<br />

lembrando que animal bom é aquele<br />

que apresenta precocidade e também<br />

genética e bom acabamento.<br />

O cooperado diz que, até o momento,<br />

só tem motivos para satisfação.<br />

Enquanto nos frigoríficos o aproveitamento<br />

de carcaça era de 54% em<br />

média, no programa desenvolvido pela<br />

Cocamar esse índice subiu para 57%,<br />

o que se converte em melhor remuneração.<br />

Cada ponto percentual representa<br />

R$ 5,00 a mais por arroba.<br />

Assim, um animal com 20 arrobas de<br />

peso resultará em um ganho adicional<br />

de R$ 100.<br />

De acordo com o médico-veterinário<br />

Ricardo Reghini, que presta assistência<br />

ao produtor, o objetivo do programa é<br />

padronizar os rebanhos, trabalhar apenas<br />

com animais de idade inferior a 24<br />

meses, avaliados pela dentição, com<br />

gordura uniforme e na faixa de peso de<br />

19 a 22 arrobas. “A Cocamar garante<br />

orientação técnica qualificada para que<br />

os pecuaristas se especializem na produção<br />

de animais precoces, incluindo<br />

nutrição e sanidade, sempre atrelando<br />

isso ao fornecimento de insumos”, explica.<br />

De acordo com a Cocamar, em<br />

<strong>2021</strong> o programa ganha velocidade e a<br />

previsão é abater 8 mil animais.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

55


Um reconhecimento à qualidade<br />

O produtor Epaminondas de Camargo (o segundo a partir da direita) com técnicos da cooperativa e equipe<br />

Desde janeiro participando do Programa de Carne<br />

Precoce Premium da Cocamar, o produtor Epaminondas<br />

de Camargo, vinculado à unidade da cooperativa<br />

em Nova Fátima, região de Londrina, recebeu em<br />

março um reconhecimento pelo melhor lote de animais do<br />

trimestre.<br />

O troféu entregue ao proprietário na Fazenda Santa Lúcia<br />

em Congoinhas pelo médico-veterinário da Cocamar, Luiz<br />

Henrique Garcia Abreu, atestou que os animais atenderam<br />

integralmente aos critérios exigidos pelo programa. Eram<br />

100% F1 angus com gordura uniforme, todos “dente de<br />

leite” (super precoces), pesando entre 18 e 22 arrobas e,<br />

desde janeiro, já foram fornecidos 300 exemplares.<br />

O Rally acompanhou a visita do médico-veterinário, que<br />

coincidiu com o embarque de mais 22 unidades para abate<br />

no Frigorífico Argus. Diversificado em seus negócios, Epaminondas<br />

de Camargo é também produtor de café em Nova<br />

Fátima e cultiva soja em integração com pecuária na fazenda<br />

em Congoinhas.<br />

É na Fazenda Santa Lúcia, de 500 alqueires (1.250 hecta-<br />

56 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


es), que Camargo faz a engorda de animais trazidos de uma<br />

outra propriedade, naquele mesmo município, sendo essa última<br />

especializada em cria. Além de fazer o melhoramento<br />

da raça angus, Camargo também é produtor de gado nelore e<br />

compra bezerros para engorda, possuindo uma grande estrutura<br />

de confinamento.<br />

Integração<br />

Somando as duas áreas, são cerca de 6 mil animais, dos quais<br />

1,5 mil alojados na Santa Lúcia. Já na soja, a média de produtividade<br />

obtida na safra 2020/21, que acabou de ser colhida,<br />

foi de 190 sacas por alqueire (78,5/hectare), uma<br />

das melhores da região. A lavoura é cultivada em palha de<br />

capim braquiária e, no inverno, para fazer rotação, parte das<br />

terras são destinadas ao plantio de milho e trigo - incluindo<br />

a variedade branqueadora que tem o incentivo da Cocamar.<br />

De acordo com Camargo, que tem 84 anos e durante grande<br />

parte de sua vida foi empresário do ramo de concessionária<br />

de veículos em São Paulo, tendo adquirido as fazendas no<br />

Paraná durante a década de 1980, alguns fatores explicam<br />

seu sucesso na atividade rural. “Eu sempre procurei me inspirar<br />

em pessoas bem sucedidas”, diz ele, que soube também,<br />

com seu empreendedorismo, montar uma equipe qualificada.<br />

“Os méritos são de todos”, afirma. Para ele, é preciso gostar<br />

do que se faz e “quem se preocupa apenas com o lado financeiro<br />

não dá certo na vida”.<br />

Profissionalismo<br />

Há mais de 20 anos prestando serviços a Camargo, o médico-veterinário<br />

Alexandre Gatti conta que proprietário “é<br />

caprichoso e receptivo a inovações, sempre interessado em<br />

aprimorar a qualidade de seus rebanhos e também as tecnologias<br />

de produção”. Os animais permanecem por dez meses<br />

a pasto antes da terminação, no confinamento, que tem a<br />

duração de cerca de 100 dias, onde são alimentados com<br />

silagem de grão úmido, farelo de soja e um premix.<br />

Sobre participar do Programa de Carne Precoce Premium<br />

da Cocamar, Camargo diz ter sido uma decisão acertada, pois<br />

a cooperativa trabalha com transparência “e paga realmente<br />

quanto o boi vale”. Enquanto, por exemplo, a média de rendimento<br />

de carcaça para animais do padrão que ele fornece<br />

geralmente vinha sendo de 54% no mercado, no programa<br />

da Cocamar o percentual pode chegar a 56%.<br />

Exigências<br />

Regularidade, pelo menos um lote abatido a cada 60 dias:<br />

essa é uma das exigências do programa, conforme explica<br />

o médico-veterinário Luiz Henrique Garcia Abreu, da cooperativa.<br />

Além disso, o pecuarista interessado em participar<br />

precisa estar adequado em relação a idade, faixa de peso,<br />

acabamento de carcaça e trabalhar com as raças angus e/<br />

ou nelore.<br />

“Nosso foco é trabalhar com animais da raça angus, um<br />

mercado de qualidade em crescimento, que vem ganhando<br />

espaço entre os consumidores. Os pecuaristas dispostos a<br />

investir em qualidade estão aumentando sua rentabilidade<br />

através do programa, recebendo um bônus sobre o valor da<br />

arroba dos animais abatidos”, detalha Abreu. A carne é colocada<br />

em segmentos de mercado pelo próprio Frigorífico<br />

Argus, identificada com um selo do programa da Cocamar.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

57


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na aplicação de Treo ACE (maio e novembro) e Cydectin (agosto).<br />

Ao combater os principais vermes, possibilita uma melhoria no<br />

bem-estar animal e na produtividade.<br />

Copyright Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda. Todos os direitos reservados. Material Produzido MAR/<strong>2021</strong>. Cod: MM-13429.<br />

*Quando comparado a outros protocolos testados pela Zoetis.<br />

58 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

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BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

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REGIÃO DE LONDRINA<br />

Uma safra bem planejada<br />

é mais segura e rentável<br />

Captar recursos em condições competitivas para comprar os insumos à vista, além de<br />

travar custos com a venda antecipada, é parte de uma estratégia em que o produtor<br />

busca ter previsibilidade com duas safras de antecedência<br />

Mais do que ser produtor rural, é preciso trabalhar<br />

com mentalidade empresarial. Considerando o<br />

volume de recursos demandados a cada safra e a<br />

quantidade de decisões que precisam ser tomadas, o planejamento<br />

e a adoção de medidas estratégicas são essenciais<br />

para o sucesso na atividade. “Temos que tentar enxergar<br />

um pouco mais adiante”, afirma o cooperado Marcelo Carlos<br />

de Oliveira, vinculado à unidade da Cocamar em Ibiporã,<br />

município da região de Londrina.<br />

À frente de 2 mil hectares, esse produtor de grãos adota<br />

um modelo de trabalho que lhe permite mais previsibilidade<br />

e segurança não apenas em relação à safra em andamento,<br />

mas também os cultivos de milho e trigo no inverno<br />

e até mesmo o próximo ciclo de soja, a ser semeado no<br />

último trimestre do ano. Se por um lado quando o Rally<br />

visitou o produtor em Jataizinho as lavouras da temporada<br />

2020/21 estavam ainda em fase de enchimento de grãos,<br />

de outro ele já tinha planejada a safra de verão <strong>2021</strong>/22.<br />

Cooperativista, Marcelo explica que costuma captar recursos<br />

junto a Sicredi União PR/SP para fazer a aquisição<br />

de insumos à vista e, na Cocamar, realiza ao mesmo tempo<br />

a venda antecipada de uma parcela da produção, de maneira<br />

a travar os custos, para se proteger. “É um modelo<br />

que tem dado certo. Nos últimos dez anos, a gente teve<br />

mais acertos do que erros”, afirma o produtor. Depois de os<br />

custos travados, a estratégica é, com tranquilidade, ficar<br />

atento ao mercado para aproveitar oportunidades e garantir<br />

uma boa média de preços.<br />

Trabalhar com os pés no chão, para Marcelo, inclui manter<br />

a lavoura segurada, sob acompanhamento técnico permanente<br />

e, a cada ano, realizar ajustes finos para o crescimento<br />

sustentável da produtividade. Nos últimos três anos<br />

suas médias têm ficado ao redor de 65 sacas por hectare,<br />

mas com os cuidados que adota e os investimentos em tecnologias,<br />

o próximo passo é chegar a 80 sacas por hectare.<br />

“Investir em novos padrões tecnológicos para o aumento<br />

da produtividade é garantir mais lucro”, afirma o produtor.<br />

Para o gerente da unidade da Cocamar em Ibiporã, Washington<br />

Ono, “Marcelo é um modelo de produtor que se<br />

destaca pela forma altamente profissional com que conduz<br />

os negócios”. Suas médias estão bem acima do padrão regional<br />

de 53,7 sacas/hectare e, com planejamento, adota<br />

estratégias para ser o mais assertivo possível nas decisões.<br />

“É um estrategista”, conclui.<br />

O gerente Agro da Sicredi União PR/SP no município,<br />

Heitor Masteline, comenta que a cooperativa disponibiliza<br />

recursos a taxas competitivas em diversas modalidades<br />

para custeio, possibilitando que os produtores de uma forma<br />

geral possam, a exemplo de Marcelo, planejar melhor a<br />

sua atividade.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

60 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


O produtor Marcelo Carlos de Oliveira<br />

faz o planejamento com duas safras de<br />

antecedência<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

61


Intenso abortamento de<br />

vagens inviabiliza lavouras<br />

Ninguém ainda tem uma explicação plausível para o<br />

que aconteceu com algumas lavouras de soja nas<br />

regiões norte e noroeste do Paraná. Se por um lado<br />

as expectativas para os produtores em geral eram de uma<br />

boa produtividade, de outro, para uma parcela deles, o ano<br />

não deixou boas lembranças.<br />

De longe, a lavoura era de encher os olhos: as plantas<br />

cresceram bem e tudo parecia estar em ordem. No entanto,<br />

examinando mais à miúde, observou-se um abortamento de<br />

vagens tão acentuado que as perdas inviabilizaram economicamente<br />

a cultura.<br />

“Em alguns casos, compensou roçar e já fazer o plantio de<br />

milho de inverno no lugar”, afirmou o gerente técnico da Cocamar,<br />

Rafael Furlanetto, durante visita no mês de fevereiro<br />

a Lupionópolis e Cafeara, municípios do norte paranaense<br />

onde a soja foi bastante afetada.<br />

Em Lupionópolis, dos 121 hectares (50 alqueires) cultivados<br />

por um produtor, metade foi perdida. A maior parte<br />

das vagens caiu e as que permaneceram estavam mal formadas,<br />

não raro apresentando podridão.<br />

“Num ano de preços bons como esse, uma perda assim na<br />

fase final de ciclo é de doer”, afirmou o produtor, tentando<br />

entender o que teria causado o problema. Curiosamente, em<br />

uma área vizinha, semeada no mesmo dia, o abortamento<br />

não foi tão intenso. O produtor, que lida com soja há 15<br />

anos, tem alcançado médias de produtividade, ao redor de<br />

72 sacas/hectare.<br />

De acordo com Furlanetto, a pesquisa oficial não tem uma<br />

explicação, só se sabe que o período de 15 dias de chuvas<br />

provocou um forte estresse nas plantas, mas ele comenta<br />

que isto não teria relação com o trato cultural adotado e<br />

tampouco com os cultivares utilizados pelos produtores,<br />

pois em regiões bem próximas as lavouras estavam bem.<br />

“A pesquisa está em busca de respostas”, citou o gerente<br />

técnico. Ao mesmo tempo em que as plantas descartaram<br />

vagens, começaram a emitir novas folhas e flores – ou seja,<br />

um quadro de anormalidade.<br />

Uma família que planta 145 hectares (60 alqueires) na<br />

vizinha Cafeara, também não sabia o que pensar a respeito.<br />

“Fizemos tudo no maior capricho, dentro do calendário,<br />

confiantes em uma boa safra, mas o resultado infelizmente é<br />

De longe, lavouras<br />

eram de encher<br />

os olhos, mas<br />

apresentavam<br />

poucas vagens e<br />

algumas, ainda,<br />

mal-formadas<br />

esse aí”, lamentou um dos produtores. Percorrendo a lavoura,<br />

o abortamento era visível e os grãos não se desenvolveram<br />

nas vagens que haviam ficado nos pés.<br />

Responsável pelas unidades operacionais da Cocamar em<br />

Lupionópolis e Centenário do Sul, o gerente Gélison Tiago<br />

Alves informou que numa área de 8 mil hectares na soma<br />

dos dois municípios, cerca de 30% das lavouras apresentaram<br />

comprometimentos causados por abortamento de vagens<br />

em maior ou menor grau. “Sem outra alternativa, só<br />

restou aos produtores acionarem o seguro”, acrescentou Alves.<br />

Situações parecidas foram registradas também em outras<br />

regiões do estado.<br />

62 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Os Favale crescem produzindo grãos<br />

Afamília Favale é referência em Cambé e outros municípios<br />

do entorno de Londrina, onde há décadas produz grãos –<br />

soja no verão e milho no inverno.<br />

Os irmãos Odair, Luzia e Sérgio têm na equipe o apoio de Ronaldo<br />

(filho do primeiro) e Luis Fernando (do terceiro) para cuidar<br />

de seus 1,2 mil hectares no Paraná e outros 1,2 mil no Pontal<br />

do Paranapanema, oeste paulista, onde participam do programa<br />

de renovação de áreas de canaviais conduzido pela Cocamar em<br />

parceria com três usinas. Enquanto os homens vão a campo, para<br />

lidar com máquinas e lavouras, Luzia se encarrega dos papéis e<br />

serviços bancários.<br />

Sempre investindo em tecnologias para obter os melhores resultados,<br />

os Favale possuem modernos maquinários, contam com<br />

um bom assessoramento técnico prestado pela cooperativa e, planejando<br />

os negócios, suas terras são conduzidas com agricultura<br />

de precisão.<br />

Historicamente as médias de produtividade da família têm variado<br />

entre 65 e 70 sacas de soja por hectare. Eles são orientados<br />

pelo engenheiro agrônomo da cooperativa, Gustavo Martins.<br />

Os irmãos fazem venda futura, travam custos da produção, tudo<br />

está segurado e eles mantêm 26% de áreas de preservação permanente<br />

em suas terras, acima do percentual obrigatório de 20%.<br />

Quando fala da história de sua família, Odair se emociona. Os<br />

Favale são oriundos do interior paulista e por muito tempo, liderados<br />

pelo pai Moacir, cultivaram café em uma pequena propriedade.<br />

Quando da geada de 1975, erradicaram o cafezal e passaram a<br />

lidar com grãos. Para isso, Odair comprou um pequeno trator, que<br />

possui até hoje. Empreendedores, eles têm conseguido prosperar<br />

na atividade e vêm expandindo suas terras.<br />

No 2020/21, de uma só tacada, dobraram a área que cultivam<br />

ao participar no programa de renovação de canaviais no Pontal do<br />

Paranapanema. A convite da Cocamar, eles assumiram terras em<br />

vários municípios daquela região.<br />

Odair Favale não gosta muito de comentar sobre o histórico do<br />

cooperativismo na região norte do estado, mas quando o assunto<br />

é a Cocamar, ele só tem elogios. “A Cocamar trabalha com transparência<br />

e estamos muito satisfeitos pela maneira como a cooperativa<br />

é administrada e a forma como trata os seus cooperados”,<br />

afirma o produtor.<br />

Peixes - Uma de suas alegrias é a sede da fazenda em Cambé,<br />

onde possui lâminas d’água que abrigam 38 espécies diferentes de<br />

peixes, servindo de lazer aos finais de semana.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

Odair e Luzia com o gerente da unidade da<br />

Cocamar em Cambé, Claudemir Menegon, e o<br />

engenheiro agrônomo Gustavo Martins<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

63


Uma família produtiva e diversificada<br />

Família de Jaguapitã conta com o apoio técnico da Cocamar<br />

Os Tchopko são uma família de origem ucraniana que há<br />

décadas se estabeleceu em Jaguapitã (PR) para plantar<br />

café. Atualmente eles cultivam soja e milho, produzem<br />

frangos de corte e mantêm bovinos em confinamento.<br />

Algumas tradições daquele país do leste europeu são preservadas<br />

na cultura da família, de geração a geração. Entre elas,<br />

a cruz ortodoxa russa fincada em um ponto da propriedade,<br />

a celebração do Natal Ucraniano em 7 de janeiro e costumes<br />

gastronômicos que tornam indispensáveis o pirogue - um tipo<br />

de pastel cozido - e o holubtsi - iguaria preparada com couve<br />

fresca e recheio.<br />

Há quatro anos, com a perda de Jorge, o pai, assumiram a<br />

gestão dos negócios os irmãos Michael (33 anos, formado em<br />

administração de empresas) e Vítor (24, graduado em agronomia),<br />

sendo que as principais decisões são tomadas com a<br />

participação da mãe Roselaine. Há outras três filhas que já há<br />

algum tempo migraram para centros urbanos.<br />

Registrando ao redor de 58 sacas por hectare nos últimos<br />

anos, Michael conta que eles vêm adotando novas práticas e<br />

tecnologias para elevar essa média e, para isso, contam com<br />

o apoio técnico prestado pela unidade local da Cocamar. No<br />

milho, plantado no inverno, a média é de 100 sacas/hectare.<br />

Cooperativistas, os Tchopko participam também da cooperativa<br />

de crédito Sicredi, que possui agência na cidade. “São<br />

uma família bem estruturada e diversificada em seus negócios,<br />

que procura seguir as orientações técnicas na lavoura”, observa<br />

o gerente da unidade da Cocamar, José Conti. Segundo ele, os<br />

irmãos Michael e Vítor representam, ainda, um modelo bem<br />

conduzido de sucessão na propriedade.<br />

Produzindo grãos em 77 hectares de terras próprias e 242<br />

arrendados, a família possui quatro barracões de frango com 90<br />

mil aves e um confinamento com 23 animais angus. De acordo<br />

com Michael, a diversificação é importante para o equilíbrio<br />

financeiro da propriedade.<br />

Veja a reportagem<br />

em vídeo<br />

64 BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21


Soja e pecuária garantem<br />

a liquidez nos negócios<br />

Sistema integrado garante o equilíbrio financeiro da propriedade em Sabáudia<br />

Oprodutor Edécio David Zerbetto possui 84 alqueires<br />

em Sabáudia, norte do Paraná, dos quais 34<br />

mantidos com a oleaginosa. Ele lembra que a lavoura<br />

começou a ser praticada em 2005 (em integração<br />

com a pecuária) e hoje é uma atividade consolidada e indispensável<br />

para o equilíbrio financeiro da propriedade.<br />

Quando Zerbetto – que reside em Londrina - começou<br />

a fazer integração lavoura-pecuária, utilizou primeiramente<br />

aveia para palhada. Hoje é tudo braquiária, espécie bem<br />

mais vantajosa, entre outros aspectos, por causa do seu<br />

profundo enraizamento. Sem falar do volume de massa alimentar<br />

e da quantidade de palha que deixa na superfície.<br />

Produzindo em média 250 cabeças por ano de animais angus,<br />

Zerbetto está deixando de fazer o ciclo completo – cria,<br />

recria e engorda – para se dedicar mais a essas duas últimas<br />

etapas. Os animais entram com 230 a 250 quilos de peso<br />

vivo, em média, e são finalizados aos 450 a 470 quilos.<br />

O produtor lembra que de um ano para cá, a reposição de<br />

bezerros ficou bem mais cara, saltando de R$ 1,7 mil para<br />

os atuais R$ 3,2 mil a cabeça.<br />

BOAS PRÁTICAS – A <strong>REVISTA</strong> DO <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2020/21<br />

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PRODUTORES VISITADOS – <strong>RALLY</strong> COCAMAR DE PRODUTIVIDADE (2020/<strong>2021</strong>)<br />

PRIMEIRA SEMANA DO <strong>RALLY</strong><br />

Teodoro Sampaio – SP – 28/09<br />

- Fabiano Fontes<br />

Caiuá – SP – 28/09<br />

- José Eduardo Barreto Gomes<br />

- Saulo Amstalden<br />

Floresta – PR – 29/09<br />

- Pedro Kimura<br />

- José Roberto Volponi<br />

Ivatuba – PR – 29/09<br />

- Valdecir Nazari<br />

- Zelindo Bortot<br />

SEGUNDA SEMANA DO <strong>RALLY</strong><br />

Paiçandu - PR – 05/10<br />

– Lourival Pupulim<br />

– Sandro Irineu R. Matheus<br />

Doutor Camargo - PR – 05/10<br />

– Adilson Davanço<br />

– Sebastião Mori<br />

– Otássio Munhoz<br />

São Jorge do Ivaí - PR – 05/10<br />

– Almir Sala<br />

– Antonio Bizeti<br />

– Armando Pauro<br />

– José Carlos Nicodemo<br />

Floraí - PR – 05/10<br />

– Carlos Barragan<br />

– Fábio Canerme<br />

Ourizona – PR – 05/10<br />

– Osmar Volpato<br />

– José Armando Mulati<br />

– Marciel Pedrali<br />

– Benedito Petenuci<br />

Maringá – PR – 06/10<br />

– Cleber Veronezi<br />

TERCEIRA SEMANA DO <strong>RALLY</strong><br />

São Sebastião da Amoreira<br />

(Londrina) – PR – 13/10<br />

Cristiano Albanez Veiga<br />

Sérgio Ishikawa<br />

Moisés<br />

Rodrigo Moura<br />

Cianorte (PR) – 13/10<br />

Luiz Henrique Pedroni<br />

Roberto Carlos Palaro<br />

Edgar Brazoloto<br />

José Palaro<br />

QUARTA SEMANA DO <strong>RALLY</strong><br />

São Jorge do Ivaí (PR) – 20/10<br />

Leonardo Damázio<br />

Reginaldo Sossai<br />

Ivatuba (PR) – 21/10<br />

Gladimir Perin Clemers<br />

Ângelo Celestino<br />

QUINTA SEMANA DO <strong>RALLY</strong><br />

Abatiá (PR) – 27/10<br />

Rosângela Rodrigues<br />

São Sebastião da Amoreira (PR) –<br />

27/10<br />

Amanda Piteri Alcântara<br />

Nova Londrina (PR) – 28/10<br />

Juscelino Felix Farina<br />

Oscar da Silva<br />

Pacífico<br />

SEXTA SEMANA DO <strong>RALLY</strong><br />

Querência do Norte (PR) – 03/11<br />

Thiago Peres<br />

Paulo Mello<br />

Tamarana (PR) – 04/11<br />

Celso Alexandre<br />

Márcio Peres<br />

SÉTIMA SEMANA<br />

Ivatuba (PR) – 10.11.20<br />

Tânia Celestino<br />

Cianorte (PR) – 11.11.20<br />

Igor Ryuji Uehara<br />

OITAVA SEMANA<br />

Arapongas (PR) – 17.11.20<br />

Paulo Staffen<br />

Henrique Debiasi<br />

NONA SEMANA<br />

Bandeirantes (PR) – 23.11.20<br />

Marco Antônio Gandolfo<br />

Paiçandu (PR) – 26.11.20<br />

Valdemar Ferrarezi<br />

João Bologuesi<br />

Ivatuba (PR) – 26.11.20:<br />

Victor Palaro<br />

Apucarana (PR) – 26.11.20<br />

Welington Niyama<br />

Paulo Cortinove<br />

DÉCIMA SEMANA<br />

Floresta (PR) – 01.12.20<br />

João Dolphine<br />

Luiz Tadeu Jordão<br />

DÉCIMA PRIMEIRA SEMANA<br />

Umuarama (PR) – 08.12.20<br />

Gerson Bortoli<br />

DÉCIMA SEGUNDA SEMANA:<br />

Maringá (PR) – 15.12.20<br />

Edio Favoretto<br />

DÉCIMA TERCEIRA SEMANA:<br />

Santa Fé (PR) – 06.01.21<br />

Márcia Fabri<br />

Peter Elshof<br />

DÉCIMA QUARTA SEMANA:<br />

Floresta (PR) – 12.01.21<br />

Luiz Alberto Palaro<br />

Alvorada do Sul (PR) – 13.01.21<br />

Paulo José Santos<br />

Primeiro de Maio (PR) – 13.01.21<br />

Antônio Carlos Campos Banhos<br />

DÉCIMA QUINTA SEMANA:<br />

Doutor Camargo (PR) – 20.01.21<br />

Luiz Totti<br />

DÉCIMA SEXTA SEMANA:<br />

Ibiporã (PR) – 27.01.21<br />

Marcelo Carlos de Oliveira<br />

DÉCIMA SÉTIMA SEMANA:<br />

São Jorge do Ivaí – 02.02.21<br />

Reginaldo Sossai<br />

Ourizona – 02.02.21<br />

Marciel Pedralli<br />

Lupionópolis – 04.02.21<br />

Luiz Rogério Augusto<br />

Cafeara – 04.02.21<br />

Eddis Lazaretti<br />

Edenilson Lazaretti<br />

DÉCIMA OITAVA SEMANA:<br />

Cambé (PR) – 09.02.21<br />

Odair Favali<br />

Luzia Favali<br />

Jaguapitã (PR) – 09.02.21<br />

Michael Tchopko<br />

Vítor Tchopko<br />

Londrina (PR) – 09.02.21<br />

Carla Sonoda<br />

Vítor Pasquini<br />

DÉCIMA NONA SEMANA:<br />

Apucarana (PR) – 18.02.21<br />

Keiko Suguiura<br />

Tiezo Suguiura<br />

Sabáudia (PR) – 18.02.21<br />

David Zerbetto<br />

Edécio Zerbetto<br />

VIGÉSIMA SEMANA:<br />

Maringá (PR) – 23.02.21<br />

Renato Barbero<br />

José Carlos Marques Ruiz<br />

VIGÉSIMA PRIMEIRA SEMANA:<br />

Mandaguaçu/Lupionópolis (PR) –<br />

02.03.21<br />

VIGÉSIMA SEGUNDA SEMANA<br />

Maringá (PR) – 05.03.21<br />

VIGÉSIMA TERCEIRA SEMANA:<br />

Itambé (PR) – 13.03.21<br />

Agnaldo Campagnolli<br />

Presidente Castelo Branco (PR) –<br />

13.03.21<br />

José Rogério Volpato<br />

VIGÉSIMA QUARTA SEMANA:<br />

Mandaguari (PR) – 16.03.21<br />

Marcos Daniel Peres Júnior<br />

Tapejara (PR) – 17.03.21<br />

Bruno Araldi<br />

VIGÉSIMA SEXTA SEMANA:<br />

Congoinhas (PR) – 29.03.21<br />

Epaminondas Camargo<br />

Nova Fátima (PR) – 29.03.21<br />

Alexandre Gatti


TEMAS ABORDADOS<br />

Práticas agropecuárias sustentáveis Gestão familiar compartilhada Gestão feminina<br />

Manejo do solo<br />

Tecnologias para o aumento<br />

da produtividade<br />

Integração Lavoura-<br />

Pecuária-Floresta (ILPF)<br />

91 produtores visitados<br />

7.807 quilômetros percorridos<br />

48 municípios nos estados do<br />

Paraná e São Paulo<br />

24<br />

reportagens exclusivas exibidas no programa<br />

semanal RIC Rural (aos domingos às 9h) para<br />

todo o estado do Paraná<br />

Intensa divulgação nas mídias sociais voltadas aos cooperados da Cocamar e<br />

também no Jornal de Serviço Cocamar (versões impressa e digital)<br />

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