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EXPORTAÇÃO - Brazilian Furniture auxilia indústrias moveleiras a ganharem o mercado internacional
FOCUS ON
SOLUTIONS
TRADITION AND QUALITY FOR MORE THAN
TWO DECADES FOR THE TIMBER INDUSTRY
FOCO NAS
SOLUÇÕES
TRADIÇÃO E QUALIDADE HÁ MAIS DE
DUAS DÉCADAS PARA A INDÚSTRIA MADEIREIRA
TECNOLOGIA DE CORTE INTELIGENTE
SCANNER TRUESPIN MEDE A ROTAÇÃO DURANTE O PROCESSO DE
CENTRAGEM E GIRO DE CADA TORA NA MESA POSICIONADORA
MPG-PLUS ANTES DO CORTE (CHIPPER CANTER E SERRA DE FITA)
TRUESPIN FORNECE AO SISTEMA DADOS CONFIÁVEIS SOBRE A
POSIÇÃO ATUAL DO MOVIMENTO DE CADA TORAS
OPERAÇÃO 100% AUTOMÁTICA, INTERFERÊNCIA “ZERO”
DO OPERADOR
ÚNICA
NO BRASIL
CONCEITO
INTERNACIONAL,
DESENVOLVIMENTO
E PRODUÇÃO 100%
LOCAL
LANÇAMENTO
MESA POSICIONADORA
AUTOMÁTICA COM SCANNER - MGP Plus
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• MAIOR PRODUTIVIDADE
• SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO E SCANNERS MICROTEC
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SUMÁRIO
INDUSTRIAL
58
2021
40
52
48
MADEIRA
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO
Alca Máquinas 15
Benecke 11
Cipem 09
DRV Ferramentas 17
Drytech 29
Eletro Izidoro 37
Engecass 21
Franzoi 25
Gottert 35
Linck 05
Mademil 67
Máquinas Águia 71
Mendes Máquinas 02
Mill Indústrias 38
Mill Indústrias 76
MM Wood Brazil 27
Montana Química 07
MSM Química 13
MSP Industrial 75
Nazzareno 19
Omil 23
Picoloto 51
Prêmio REFERÊNCIA 73
Rotteng 33
SUMÁRIO
06 Editorial
08 Cartas
10 Bastidores
12 Coluna Flavio C. Geraldo
14 Notas
26 Aplicação
28 Frases
30 Entrevista
36 Coluna ABIMCI
40 Principal Indústria de soluções
46 Mercado
48 Case
52 Marcenaria
58 Evento
64 Exportação
68 Artigo
72 Agenda
74 Espaço Aberto
04
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serrarias para corte de toras classificadas por dimensão e não classificadas
Inovação. Qualidade.
Economia.
MADE IN GERMANY
EDITORIAL
FOCO NO
PROGRESSO
C
om um histórico de 25 anos de sucesso,
a Mill Indústrias tem orgulho em
olhar para trás, mas tem como foco
seguir crescendo ainda mais nos próximos
anos. A empresa disponibiliza
diversas soluções para o setor madeireiro, como
serras, caldeiras, silos de armazenagem, sistemas
de autoclaves, secadores de madeira, entre outros.
Além disso, também vamos contar com uma
entrevista sobre os prognósticos para a economia
neste segundo semestre, com o professor da
UFPR (Universidade Federal do Paraná), Junior
Ruiz Garcia. Também serão pautas matérias sobre
exportações, mercado, marcenaria e muito mais.
Tenha uma excelente leitura!
NA CAPA
ESTAMPA A CAPA DESTA
EDIÇÃO MONTAGEM ALUSIVA
AOS PRODUTOS OFERECIDOS
PELA MILL INDÚSTRIAS
EXPEDIENTE
ANO XXIII - EDIÇÃO 231 - JULHO 2021
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product
www.referenciaindustrial.com.br
Ano XXIII • N°231 •Julho 2021
EXPORTAÇÃO - Brazilian Furniture auxilia indústrias moveleiras a ganharem o mercado internacional
FOCUS ON
SOLUTIONS
TRADITION AND QUALITY FOR MORE THAN
TWO DECADES FOR THE TIMBER INDUSTRY
FOCO NAS
SOLUÇÕES
TRADIÇÃO E QUALIDADE HÁ MAIS DE
DUAS DÉCADAS PARA A INDÚSTRIA MADEIREIRA
06
FOCUS ON PROGRESS
W
ith a 25-year track record of success,
Mill Industries is proud to
look back, but focuses on further
growing in the coming years. The
company offers several solutions
for the timber sector, such as saws, boilers, storage
silos, autoclaves systems, wood dryers, among
others. In addition, we will also have an interview
on the prognoses for the economy in this second
semester, with Junior Ruiz Garcia, Professor at the
Federal University of Paraná (UFPR). There are also
stories on Exports, Markets, Woodworking, and
much more.
Pleasant reading!
referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado
fabiomachado@revistareferencia.com.br
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bartoski@revistareferencia.com.br
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ENTREVISTA - Presidente da Abimóvel fala das articulações para a indústria moveleira no Brasil
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A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product
O FUTURO
JÁ CHEGOU
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EFICIÊNCIA, PRECISÃO E VELOCIDADE
NA INDÚSTRIA DA MADEIRA
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CASE
Por Rafael Spilere -
Tubarão (SC)
CAPA DA EDIÇÃO 230 DA
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE JUNHO DE 2021
CAPA
Por Emilio Soares -
Santos (SP)
Acho a Revista INDUSTRIAL uma ótima fonte de
informação para se manter atualizado sobre o
setor, muito boa.
www.referenciaindustrial.com.br
Ano XXIII • N°230 •Junho 2021
THE FUTURE
ALREADY ARRIVED
Para nós da Spilere
Madeiras, as Revistas
da REFERÊNCIA são as
melhores do segmento!
Foto: Emanoel Caldeira
Foto: divulgação
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MARCENARIA
Por João Haroldo -
Mafra (SC)
Sou assinante há muito
tempo e acho os
conteúdos espetaculares.
MERCADO
Por Marcos Antonio -
Pirapora (MG)
Gosto muito dos conteúdos da Revista,
todos muito bons mesmo.
08
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.
referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:
jornalismo@revistareferencia.com.br
CURTA NOSSA PÁGINA
Referência Industrial Madeira
@referenciamadeira
Dissertação de Mestrado apoiada pelo Cipem avalia
potencial energético dos resíduos madeireiros das
indústrias Mato-grossenses
Em cumprimento à agenda de 2021, o mestrando pelo
Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e
Ambientais – PPGA/UFMT Ricardo Pereira Soteli
apresentou, no dia 10 de junho, à banca examinadora a
dissertação de mestrado cujo projeto foi viabilizado pelo
Cipem e executado em coparticipação dos professores
adjuntos e doutores da Faculdade de Engenharia
Florestal – FENF/UFMT, Dr. Aylson Costa Oliveira e a
Dra. Bárbara Luísa Corradi Pereira.
Em razão de o tema estudado compreender a análise
aprofundada de produtos florestais tropicais comercializados
pela Indústria madeireira de Mato Grosso e de
suas respectivas propriedades, o Cipem colaborou em
diversos aspectos com a realização do estudo, que teve
início em 2019, período em que o Dr. Aylson apresentou
o escopo do projeto e a parceria foi estabelecida.
Intitulada Qualidade Energética de Resíduos de
Espécies Tropicais da Indústria Madeireira da Amazônia
Mato-Grossense, a pesquisa se propôs a cumprir dois
principais objetivos: 1) Avaliar as propriedades energéticas
dos resíduos estocados nas indústrias de Mato
Grosso; 2) Avaliar as propriedades energéticas das
principais espécies arbóreas tropicais comercializadas
pelas indústrias madeireiras de Mato Grosso. Para isso,
a metodologia compreendeu dois momentos, que serão
brevemente explanados a seguir.
A priori, foi feito o envio de formulários para todos os
oito sindicatos empresariais que compõem o Cipem -
Sindusmad, Simas, Simava, Simenorte, Simno, Sindilam,
Sindinorte e Sindiflora.
Neste momento, os dados obtidos foram organizados
em planilhas, dispostos em tabelas e incluíram informações
como: a frequência (%) das espécies mais citadas,
média de volume (m³) de toras/dia; média estimada de
volume por mês (considerando 22 dias trabalhados) e o
Coeficiente de Rendimento Volumétrico - CRV (%)
declarado de acordo com último serviço de consultoria
realizado, para estimar o aproveitamento em madeira
serrada das respectivas indústrias. Válido pontuar que a
diferença percentual restante foi considerada como
resíduo e distinguidos em Pó de Serra, Maravalha e
Cavaco.
Em relação aos resíduos produzidos, as informações
coletadas fazem referência aos tipos de resíduos ou
produtos apresentados (Pó de Serra, Maravalha ou
Cavaco), condições de armazenamento e outros pontos
como: umidade, tamanho e homogeneidade dos
materiais. Simultâneo ao levantamento, amostras
residuais de 17 espécies de madeira, do tipo lenha,
foram coletadas e enviadas para análises laboratoriais.
Na etapa seguinte, para a realização das análises,
cada lote de amostras foi revolvido a fim de maximizar a
homogeneidade dos materiais e prepará-los para a
determinação das propriedades físicas e químicas.
Dentre as espécies analisadas, podemos citar à título de
exemplificação a Amescla, Cupiúba e a Peroba.
O Cipem, que realizou o integral acompanhamento de
todas as etapas, colaborou com o fornecimento dos
materiais utilizados para o desenvolvimento do estudo,
como o forno mufla, serra de esquadria, fio de ignição
de platina, análises químicas elementares, entre outros.
Além disso, também foram disponibilizadas amostras de
madeiras e o custeio correspondente as visitas técnicas
às 24 indústrias avaliadas.
Confira a matéria completa em nosso site:
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Manejosustentavel (65) 3644-3666
BASTIDORES
BASTIDORES
PARCERIA
A REVISTA REFERÊNCIA DO DIRETOR FÁBIO MACHADO (CENTRO) ESTEVE
EM BITURUNA (PR) PARA FECHAR NOVA PARCERIA COM A EMPRESA
DALCOMAD, DO DIRETOR ROGÉRIO DALGALLO E DA DIRETORA DE
MARKETING, VITÓRIA DALGALLO.
Foto: divulgação
VISITA
O DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA REFERÊNCIA
INDUSTRIAL, FÁBIO MACHADO, ESTEVE VISITANDO A LOJA
DO PARCEIRO JOSIAS SCROCK, DA SCROCK PISOS DE
MADEIRA, EM CURITIBA (PR).
Foto: divulgação
ALTA
MADEIRA
O Brasil nunca exportou tanta
madeira como nos meses de
abril e maio. Os dados da SE-
CEX (Secretaria de Comércio
Exterior), ligada ao Ministério
da Economia, apontaram que
537 mil t (toneladas) de madeira
bruta saíram pelos portos
brasileiros em abril e maio.
Esse volume supera em 315% o
de igual período do ano passado.
Nos cinco primeiros meses
do ano, o país já exportou 1
milhão de t, 116% a mais do
que de janeiro a maio de 2020.
As receitas subiram para US$
84 milhões no ano, com alta
de 81%, em comparação aos
números de 2020.
*com informações da Folha de São Paulo
BAIXA
MP DA CRISE HÍDRICA
O governo federal publicou em junho a MP
(Medida Provisória) 1.055/2021, que dá poderes
excepcionais e temporários para o enfrentamento
da crise hídrica ao ministro de Minas e
Energia (MME), Bento Albuquerque, como a otimização
do uso dos recursos hidroenergéticos.
De acordo com o MME, de setembro a maio, a
afluência, que corresponde à vazão de água que
chega às hidrelétricas, registrou o pior índice
histórico desde 1931 para o SIN (Sistema Interligado
Nacional). Além disso, não há perspectiva
de volumes significativos de chuvas para os próximos
meses, comportamento já característico
da estação seca. O SNM (Sistema Nacional de
Meteorologia) emitiu em maio de 2021 alerta de
emergência hídrica para a região hidrográfica
da Bacia do Paraná, que responde por mais de
50% da capacidade de armazenamento de água
para geração hidrelétrica no SIN e abrange os
Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso
do Sul, São Paulo e Paraná.
10 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
COLUNA
VISÃO GLOBAL - CAVAR
O POÇO ANTES DE SENTIR A SEDE
ANÁLISE GLOBAL DO MERCADO PERMITE MAIOR ASSERTIVIDADE DAS INDÚSTRIAS NA TOMADA DE DECISÕES
Flavio C. Geraldo
FG4 MAD - Consultoria em Madeira
Contato: flavio@fg4mad.com.br
Q
ue o mundo tornou-se uma pequena província
não há qualquer dúvida. Por isto, análises
de tendências de outras regiões, mesmo as
mais distantes, são importantes e podem
apontar caminhos futuros. Em recente evento
virtual promovido pelo COFI (Conselho das Indústrias de
Base Florestal do Japão) e a HBA (Associação dos Construtores
de Casas), foram discutidas as tendências e perspectivas
globais dos mercados de madeira. O evento contou
com a participação de representantes da indústria da habitação
do Japão e da indústria de produtos florestais do Canadá.
O objetivo foi o de ajudar os construtores japoneses
a entender as rápidas mudanças no mercado global da madeira,
buscando orientá-los a respeito de como transitarem
por esse novo cenário surgido devido à pandemia. Afinal,
segundo o principal indicador norte-americano do mercado
madeireiro, o Random Lenghts Composite Prices Index,
houve um aumento sem precedentes nos preços da madeira
e três fatores-chave foram apontados como responsáveis
por tal ocorrência: mudanças na demanda global, mudanças
na oferta global e restrições globais de transporte.
Quanto às mudanças na demanda global, entre as medidas
decorrentes da pandemia, os estímulos ao crescimento do
mercado imobiliário nos EUA (Estados Unidos da América)
foram significativos. As mudanças comportamentais relacionadas
ao trabalho remoto, o home office, desencadearam
uma forte migração das habitações multifamiliares em
áreas urbanas para as unifamiliares nos subúrbios. Os subsídios
governamentais aumentaram a economia dos consumidores,
levando também às iniciativas de melhorias das
suas casas, desde a renovação de deques, muito comum
nas residências daquele país, até a construção de novos
cômodos, em especial os escritórios domésticos. Algumas
iniciativas do Federal Reserve Bank fez também com que
as taxas e juros hipotecários despencassem para mínimos
Foto: divulgação
históricos, sendo suficientes para compensar até mesmo
as altas nos preços da madeira. Historicamente, a China
importa 29,7 milhões de metros cúbicos anualmente. As
previsões de aumento do PIB dos EUA e China para 2021,
4,7% e 8,2% respectivamente, são também fortes indicativos
de aumento futuro na demanda global. Já, quanto às
mudanças na oferta global, não podemos esquecer que
em meados de 2000 o suprimento de madeira pelo Canadá
sofreu com as perdas e restrições relacionadas à praga
do besouro-do-pinheiro-da-montanha, o que limitou o
atendimento à crescente demanda, em especial dos EUA,
e gerou medidas de contenção das colheitas como forma
de garantir a sustentabilidade futura das florestas. Do outro
lado, o aumento de 2,0% da produção de madeira serrada
dos EUA em 2020 não foi suficiente para cobrir a demanda
global. Além disso, não se pode desprezar o fato de que a
demanda interna no EUA está em curva significativamente
ascendente. Há que se considerar também que a oferta
de madeira serrada da Europa para os EUA está passando
por um crescimento robusto. Em 2020, as exportações de
madeira alemã, sueca e austríaca para os EUA aumentaram
42%, 72% e 48%, respectivamente. Tudo isto reflete, logicamente,
na dinâmica do mercado global e é aí que o Japão
busca um melhor entendimento desses fenômenos que trazem
implicações no atendimento de suas demandas. Para
se ter uma ideia, as exportações europeias de madeira para
o Japão sofreram uma redução de 7,8% em 2020. Finalmente,
as restrições globais de transporte pesam também
como fatores impactantes. A escassez global de navios e
contêineres, aliados à escassez de mão de obra nos portos
impactou fortemente os custos, afetando significativamente
as operações logísticas. Segundo informações obtidas
através de observadores da indústria, há uma expectativa
de que até o final deste ano civil a disponibilidade de contêineres
se normalize. Enfim, muitas perguntas ficam no ar,
os preços recordes não ficarão para sempre, a euforia com
as novas construções que demandam enormes volumes de
madeira deverá ser contida, a regularização dos estoques
deve ocorrer, ainda que de forma gradativa, e aos poucos
o mundo vai tentando voltar ao seu normal. Enquanto isso,
muito se fala das construções modulares industrializadas.
Pode até parecer um paradoxo, mas mesmo com toda a
euforia, nesse campo pouco se ouve falar das implicações
quanto ao suprimento de madeira, afinal, deveria estar na
pauta, pois, no mínimo, os preços são afetados e a concorrência
por mercados alternativos fica bastante alterada
diante desse confuso cenário. A visão global é sempre importante
para tomada de decisões, preferencialmente de
forma antecipada.
12 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
CIPERTRIN MD
• Líder no tratamento inseticida de painéis de madeira,
(compensados, aglomerados MDF, OSB e outros) por adição à cola;
• Mais concentrado dos inseticidas, diminui a quantidade de inertes
a serem aplicados na cola, como também a área de estocagem;
• Base água, com baixa toxidade e baixo odor;
• Isento de solventes que atacam as borrachas dos equipamentos
industriais;
• Compatível com resinas de última geração;
• Fácil diluição em água, para tratamento por imersão de madeiras
serradas.
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tribromofenol só poderia ser o líder de mercado e a MSM
Química a maior importadora deste ingrediente ativo.
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NOTAS
MINISTÉRIO
O advogado Ricardo Salles pediu demissão do ministério
do Meio Ambiente e o presidente da República, Jair Bolsonaro,
nomeou Joaquim Alvaro Pereira Leite para comandar
a pasta. “Respeitando e valorizando todos os setores produtivos,
através de uma agenda liberal foi possível reforçar a
preservação do meio ambiente e trazer mudanças necessárias,
com bom senso e respeito às leis, colocando as pessoas
no centro das atenções”, escreveu Salles em sua despedida
do ministério. Joaquim Alvaro Pereira Leite já estava dentro
da equipe ministerial, sendo secretário da Amazônia e Serviços Ambientais. O novo ministro afirmou que terá como foco o
aprimoramento das questões ambientais do Brasil. Leite inclusive já nomeou Fernando Moura Alves, como novo secretário-executivo
do MMA (Ministério do Meio Ambiente). Moura é especialista em Políticas Públicas e com MBA em Gestão de Negócios.
O novo secretário-executivo da pasta ainda acumula experiência em outros cargos públicos como Secretaria de Parcerias do
Ministério da Cidadania e Secretaria Executiva adjunta da Casa Civil da Presidência da República, além de ter exercido outras
funções de gestão no âmbito do Governo Federal.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
DESBUROCRATIZAÇÃO
Entra em vigor no mês de junho, a Lei nº 14.129/2021, conhecida como
Lei do Governo Digital. A norma estabelece regras e instrumentos para o
aumento da eficiência da Administração Pública, especialmente por meio da
inovação, da transformação digital e da participação dos cidadãos.
A nova legislação deve ampliar a oferta de soluções digitais e facilitar
a vida dos brasileiros, instituindo entre outras diretrizes: serviços digitais
acessíveis por dispositivos móveis (como o aplicativo Meu INSS e a Carteira
de Trabalho Digital); uso de plataforma única de acesso a informações e
serviços, o gov.br; estímulo às assinaturas eletrônicas nas interações entre
órgãos públicos e cidadãos (assinatura avançada nas juntas comerciais, por
exemplo); fortalecimento da transparência e do uso de dados abertos pelo
governo; além da aplicação da tecnologia para otimizar processos de trabalho da Administração Pública.
A nova lei também prevê que o número de inscrição no CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) ou no CNPJ (Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica) sejam os números padrões de identificação do cidadão ou da pessoa jurídica para acesso aos serviços do governo
digital. Além de ampliar a segurança, o login único facilitará a interoperabilidade – termo que se aplica à obtenção automática
de dados entre os órgãos do governo federal – evitando a repetição desnecessária de pedidos de documentos e informações ao
cidadão e aprimorando a gestão das políticas públicas. A lei apresenta o conceito de governo como plataforma, o Gov.br, com
uma infraestrutura tecnológica que facilite o uso de dados de acesso público e promova a interação entre diversos agentes, de
forma segura, eficiente e responsável, para estímulo à inovação, à exploração de atividade econômica e à prestação de serviços
à população. Outro ponto importante consolidado na legislação diz respeito ao incentivo aos entes públicos para a criação de
laboratórios de inovação, abertos à participação e à colaboração da sociedade. Esses espaços são responsáveis por desenvolver
a experimentação de conceitos, ferramentas e métodos inovadores para a gestão pública, a prestação de serviços públicos, o tratamento
de dados e a participação do cidadão no controle da Administração Pública.
14 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
A SOLUÇÃO SOB MEDIDA EM
USINAGEM DE MADEIRAMENTO PESADO
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NOTAS
CONCESSÃO FLORESTAL
O Governo Federal emitiu o Decreto nº 10.734, que qualifica,
no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), as Florestas Nacionais
de Três Barras (SC) e Chapecó (SC), e a Floresta Nacional
de Irati (PR), para fins de concessão florestal. Os três novos projetos
oferecerão cerca de 9,7 mil ha (hectares) de área de manejo, que se
somarão aos 2,5 milhões de ha das áreas dos projetos já qualificados
no PPI.
Com área de 4,3 mil ha, a Floresta Nacional de Três Barras está
localizada no município de Três Barras, em Santa Catarina, e apresenta
característica de mata de araucárias, com potencial de produção
de produtos não madeireiros, tais como o pinhão e a erva-mate,
além de possuir plantios de pinus e araucária. Também em Santa
Catarina, nos municípios de Guatambu e Chapecó, a Floresta Nacional de Chapecó tem área aproximada de 1,6 mil hectares.
Além dos plantios de araucária, pinus e eucalyptus, apresenta potencial para a produção de produtos não madeireiros, como
pinhão, erva-mate e sementes. Já a Floresta Nacional de Irati, nos municípios de Fernandes Pinheiro, Imbituva e Teixeira Soares,
no estado do Paraná, tem área de 3,8 mil ha e é coberta com reflorestamento de araucária, pinus e eucalyptus.
A concessão florestal é um instrumento de política pública regulamentado pela Lei 11.284/2006, voltado à gestão das florestas
públicas por meio da prática do manejo florestal, realizada por instituições de natureza privada, com foco na implementação
de ações sustentáveis, capazes de elevar o nível da atividade econômica nos municípios e estados onde estão presentes, com
geração de emprego e renda para a população local.
Foto: divulgação
PROGNÓSTICO
OTIMISTA
O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre do ano, o
desempenho recente dos indicadores de confiança e a recuperação gradual do
mercado de trabalho indicam a resiliência e a retomada da atividade econômica
no país. A avaliação foi feita pelo coordenador-geral de Modelos e Projeções
Econômico-Fiscais, da SPE (Secretaria de Política Econômica), do Ministério da
Economia, Sérgio Gadelha, durante apresentação da Conjuntura Macroeconômica
e Arrecadação Bruta de Tributos Federais, em coletiva virtual. A SPE destacou
o avanço de 1,2% do PIB no primeiro trimestre deste ano, divulgado pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que reforça a retomada da economia.
Pelo lado da oferta, destacou-se o crescimento nos setores agropecuário, indústria e
serviços. Já na demanda, o destaque foi no crescimento da formação bruta de capital
fixo, seguido das exportações.
Ainda de acordo com a SPE, os dados da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) e da PMS
(Pesquisa Mensal de Serviços) também refletiram a consolidação da atividade econômica. A PMC mostrou que as vendas
no comércio varejista subiram 1,8%, de modo que o varejo ficou 0,9% acima do patamar pré-Covid-19. A maior alta foi no
subsetor Móveis e Eletrodomésticos (24,8%). A PMS indicou que o volume de serviços cresceu 0,7% para o mesmo período.
De acordo com Gadelha, na passagem de abril para maio, os indicadores de confiança da Economia apurados pela FGV
(Fundação Getulio Vargas) – Consumidor, Serviços, Comércio e Indústria – também confirmaram tendência de recuperação
da economia. “A flexibilização das medidas de distanciamento social e a retomada da economia explicam a melhora da
confiança do consumidor”, esclareceu. A resiliência do emprego formal também seguiu como destaque na retomada da
economia, na avaliação da SPE. Segundo dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em abril,
houve geração líquida de 120 mil postos de trabalho com carteira assinada, aproximadamente. Todos os grandes setores da
economia apresentaram saldo positivo no período, com destaque para os setores de comércio e serviços.
16 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
NOTAS
Foto: divulgação
INFLAÇÃO
O CMN (Conselho Monetário Nacional) definiu
a meta de inflação para 2024 em 3%, com tolerância
de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. O anúncio foi feito pelo Ministério da Economia
recentemente.
As metas de inflação para 2022 e 2023 foram
mantidas, respectivamente, em 3,5% e 3,25%,
também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto
para cima ou para baixo. Esse é o valor que o
IPCA( Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo) poderá alcançar nos próximos anos. Em
2021, a meta para a inflação também permanece
em 3,75%, com o mesmo intervalo de tolerância
de 1,5 ponto. Em nota, o Ministério da Economia
destacou que o anúncio reduz incertezas e aumenta
a capacidade de planejamento dos agentes
econômicos (famílias, empresas e setor financeiro).
Segundo a pasta, a busca pelo equilíbrio nas
contas públicas cria um ambiente favorável para a
redução estrutural da inflação e dos juros.
De acordo com a pasta, a reforma da Previdência
e a fixação do teto de gastos produziram
expectativas de queda nos gastos no médio prazo.
O texto também citou a Emenda Constitucional
Emergencial, que estabeleceu gatilhos de ajustes
de despesas para União, estados e municípios,
caso as despesas obrigatórias sujeitas ao teto
de gastos ultrapasse determinado nível. Mesmo
diante de choques adversos, como a pandemia e a
alta das commodities (bens agrícolas com cotação
internacional), que elevaram a inflação em 2021,
o governo afirma que a manutenção do teto de
gastos e o compromisso com o equilíbrio fiscal no
médio e no longo prazo mantêm o ambiente favorável
à estabilidade macroeconômica.
CONFIANÇA
EM ALTA
Os empresários brasileiros do comércio e dos
serviços estão mais otimistas, de acordo com a
FGV (Fundação Getúlio Vargas), que registrou
altas nos índices de confiança de ambos os setores.
O aumento foi de 2 pontos no comércio,
frente ao resultado de maio, mas chegou a 7,8
na comparação trimestral, elevando o indicador
para 95,9 pontos.
Para os especialistas da FGV, isso consolida
uma tendência positiva, após meses de medidas
mais restritivas para conter a pandemia do
coronavírus. Mas ao mesmo tempo em que o
aumento no ritmo de vendas melhorou a percepção
do cenário atual, as expectativas pro futuro
próximo voltaram a oscilar, por causa do risco
de uma nova onda de contágio e das incertezas
econômicas.
Eles acrescentam que a retomada mais robusta
depende mesmo do avanço da vacinação
e da recuperação do mercado de trabalho, que
devem melhorar a confiança do consumidor. Já
o Índice de Confiança dos Serviços alcançou seu
melhor nível desde o início da pandemia, após
subir 5,7 pontos e chegar a 93,8.
E neste caso, há otimismo também com relação
aos próximos meses, atrelada à percepção
de melhora no volume de serviços atual, depois
de um início de ano complicado. A alta no trimestre
encerrado em junho atingiu todos os segmentos,
exceto o de informação e comunicação,
que já tinha obtido bons resultados nos meses
anteriores.
No entanto, os especialistas alertam que a
consolidação do cenário depende do controle da
pandemia, para que as flexibilizações das medidas
restritivas sejam mantidas.
Foto: divulgação
18 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
NOTAS
IRPJ
Na segunda fase da reforma tributária, o governo
propôs a redução de IRPJ (Imposto de Renda de
Pessoa Jurídica) dos atuais 15% para 10%. A mudança
na alíquota deve ocorrer em duas etapas: para 12,5%,
em 2022 e para 10% em 2023. O texto da reforma foi
entregue ao Congresso Nacional pelo ministro da
Economia, Paulo Guedes, no final de junho. A medida
vale para empresas de todos os setores, com exceção
daquelas que aderiram ao Simples Nacional, que têm
regime de tributação diferenciado. Além da alíquota geral, hoje as empresas pagam um adicional de 10% para lucros acima
de R$ 20 mil por mês. Pelo projeto, esse adicional vai permanecer. Com a redução dos impostos para empresas, a expectativa
do governo é favorecer os investimentos e a geração de novos postos de trabalho. Os pagamentos de gratificações
e participação nos resultados a sócios e dirigentes feitos com ações da empresa também não poderão mais ser deduzidos
como despesas operacionais na declaração de IRPJ. Para o governo, a empresa não deve ter benefício por remunerar seus
executivos com bônus em ações. Entretanto, os pagamentos a empregados ainda poderão ser deduzidos.
Também fazem parte da reforma do Imposto de Renda, mudanças na reorganização de empresas, que, de acordo com o
Ministério da Economia, visam impedir que se aproveitem de créditos indevidos quando compram ações ou ativos de outras
empresas. O texto trata ainda de regras claras para apuração do ganho de capital em alienações indiretas de ativos no Brasil
por empresas no exterior; apuração trimestral do IRPJ e da CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido). Hoje há duas opções,
trimestral e anual, e aproximação das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, o que deve reduzir custos e aumentar a eficiência
do trabalho de apuração dos tributos pelas empresas.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
CUSTOS
NO TRANSPORTE
De acordo com o mais recente levantamento do IPTL (Índice
de Preços Ticket Log), o preço da gasolina na região sul
atingiu o mais alto patamar desde o início do ano. O combustível
foi comercializado a R$ 5,678 nos primeiros dias de junho e,
mesmo com alta de 1,43% em relação ao fechamento de maio,
a região apresentou o menor preço médio para a gasolina no
País. No Rio Grande do Sul, a gasolina foi comercializada pelo
preço médio mais alto entre os Estados da região, a R$ 5,988.
Quando comparado a maio, o combustível subiu 1,41% nas bombas. Já em Santa Catarina, o litro da gasolina foi comercializado
pelo menor preço médio, a R$ 5,518. O etanol mais barato do Sul foi encontrado nos postos paranaenses, a R$ 4,472, e
uma alta de 2,12% foi registrada, quando comparado ao mês anterior. Na contramão, no Rio Grande do Sul, o combustível foi
comercializado pelo preço médio mais alto do país, a R$ 5,675.
O diesel e o diesel S-10 foram comercializados pelo menor preço médio nos postos do Paraná, o primeiro a R$ 4,303 e o
segundo a R$ 4,346. Já no Rio Grande do Sul, o cenário foi o inverso. Os combustíveis registraram os maiores preços médios da
região, o tipo comum a R$ 4,404, e o tipo S-10 a R$ 4,458. Na média da região sul, o diesel foi encontrado a R$ 4,370, e o diesel
S-10, a R$ 4,410. Em ambos os casos, trata-se do combustível com menor preço médio de todo o território nacional. O IPTL é
um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da
Ticket Log, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: 1 milhão ao todo,
com uma média de oito transações por segundo.
20 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
NOTAS
Foto: divulgação
PIX
O presidente do BC (Banco Central),
Roberto Campos Neto, confirmou, que está
em desenvolvimento uma funcionalidade
offline para que as transações via PIX possam
ser feitas mesmo em locais que estejam sem
conexão com a internet. A tecnologia será
disponibilizada em breve, garantiu ele.
Segundo o presidente do BC, há três
alternativas em estudo, sendo que a considerada
mais segura até o momento é a
utilização de um cartão por aproximação que
poderá ser carregado pelo usuário. “Vai funcionar
como um cartão de ônibus, com uma
tecnologia supersegura”, relatou, durante um
seminário sobre moedas digitais promovido
pela banca Mattos Filhos Advogados.
“Você vai poder usar o cartão no mundo
offline e, quando voltar para o mundo online
vai poder transferir seu saldo de volta”, explicou
Campos Neto. Ele destacou o alcance do
PIX e apresentou dados que mostram que a
nova forma de transferir dinheiro já é utilizada
em 60% das transferências no Brasil.
O PIX é um sistema lançado no ano passado
pelo Banco Central que permite pagamentos
e transferências instantâneas 24h
(horas), nos sete dias da semana, entre pessoas
físicas e jurídicas, por meio de uma chave
simples atribuída a cada conta bancária. Tal
chave pode ser um número de telefone, CPF
ou CNPJ, por exemplo.
Segundo o presidente da instituição financeira,
até o momento foram cadastradas mais
de 125 milhões de chaves.
CONTA DE LUZ
NO VERMELHO
A diretoria da ANEEL (Agência Nacional de
Energia Elétrica) aprovou, em Brasília (DF), o índice
de reajuste do valor da bandeira tarifária a ser pago
pelos consumidores na conta de luz a partir de julho.
Com isso, o custo da bandeira vermelha 2, o
mais alto do sistema, aumenta de R$ 6,24 para R$
9,49 para cada 100 kwh (quilowatt-hora) consumidos
– um reajuste de 52% sobre o valor que já vinha
sendo cobrado desde junho e que a agência prevê
que siga em vigor até pelo menos novembro, devido
ao baixo índice de chuvas em boa parte do país
e a consequente queda do nível dos reservatórios
hídricos.
O índice de reajuste aprovado foi defendido
pelo diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, para
quem o nível de reajuste das tarifas não configura
um aumento imprevisto para os consumidores.
“A questão da bandeira é, acima de tudo, uma
ferramenta de transparência, pois, sinaliza, mês a
mês, as condições de geração [energética] no país.
Condições estas que refletem os custos cobrados.
Não existe, portanto, um novo custo. É um sinal de
preços que mostra ao consumidor o custo real da
geração no momento em que ela ocorre. Dando,
inclusive, oportunidade do consumidor de se preparar
e adaptar o seu consumo, fazendo um uso mais
consciente da energia”, alerta Pepitone, afirmando
que o país enfrenta uma “crise hídrica que se reflete
no setor elétrico”, obrigando o acionamento de usinas
térmicas, mais caras.
De acordo com o diretor-geral da agência, André
Pepitone, em abril o déficit chegava a R$ 1,5
bilhões. “Em boa parte do ano de 2020, houve um
superavit de R$ 1,5 bi. Isto se degradou a partir de
setembro/outubro, quando este superavit virou déficit”,
comentou Pepitone, prevendo que o déficit
tende a aumentar a partir de julho.
Foto: divulgação
22 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
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NOTAS
FORMÓBILE
Para expandir as sinergias de negócio
no setor de madeira e móveis,
ForMóbile traz evento 100% digital
em 2021 e adota modelo híbrido a
partir de 2022. Feira online prevê
ativações na plataforma com novos
recursos de engajamento e exposição
das marcas. O maior evento do segmento de madeira e móveis do Brasil e da América Latina torna-se totalmente híbrido.
Atenta a todos os desdobramentos do mercado de feiras e do seu papel no desenvolvimento do setor moveleiro, a Feira
ForMóbile – Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira anuncia a adoção de um novo modelo de negócios, com a
realização de ações 100% digitais em 2021 e híbridas (digital + presencial) a partir de 2022.
“Agora, de ponta a ponta, temos condições de restabelecer pontes de negócios e apresentar um evento ainda mais inteligente,
seguro e adequado para nossos parceiros e profissionais que atuam no segmento de madeira, móveis e arquitetura
de interiores”, detalha Tatiano Segalin, Show Manager da ForMóbile.
A versão 100% digital da ForMóbile acontecerá de 02 a 05 de agosto de 2021, reunindo dezenas de marcas expositoras
do evento físico, além de uma grade paralela de apresentações, debates e mesas redondas organizadas com profissionais e
influenciadores do mercado de arquitetura, interiores e mobiliário.
“Embora haja uma grande vontade de regressar à interação pessoal, o formato digital passou a ser prioritário na promoção
de sinergias e realização de negócio. Mergulhamos nessa transformação e investimos alto para oferecer uma melhor
experiência, com ainda mais interatividade e facilidades para absorver conteúdos e realizar negócios. Alguns dos recursos
disponíveis na nova plataforma também serão parte do evento híbrido que acontecerá em 2022”, explica Tatiano Segalin.
Totalmente gratuito, mediante cadastro na plataforma ForMóbile Xperience, a programação completa do evento digital
de 2021 será liberada nos próximos dias. Todas as abordagens visam atender arquitetos, designers de produtos, fabricantes
de móveis em série, marceneiros, revendas e empresas madeireiras.
Outros destaques na atualização da plataforma ForMóbile Xperience são: interface mais amigável, sistema de notificação
para palestras, sistema de agenda e área de networking, incluindo videochamadas instantâneas, área de marketplace, enquetes,
e grupos de discussão. “Vamos implementar uma nova experiência de aprendizado e negócios para profissionais e
marcas parceiras”, completa.
Tatiano Segalin lembra que a ForMóbile é um evento bienal, sendo que a última edição presencial ocorreu ainda em
2018. Por isso, o cancelamento da nona edição em 2020 e a impossibilidade de realizar eventos físicos desde então, obrigaram
as empresas a mudar a forma como apresentam suas novidades aos clientes do setor moveleiro. Diante das restrições
devido à pandemia, toda a indústria de fornecedores teve que redesenhar completamente sua realidade de agendas, exposições
e projetos.
O avanço do processo de vacinação da população, junto com a adoção de novos protocolos internacionais de segurança
para eventos presenciais (Informa All Secure) e a evolução de outras tecnologias, também contribuirão para a realização do
nosso evento híbrido em 2022.
Foto: divulgação
A data da ForMóbile 2022, já está reservada: de 5 a 8 de julho, no São Paulo Expo, na capital paulista
Para Giselle Leme, Marketing Manager da Informa Group, responsável pela organização da ForMóbile, o público digital
não poderá ser descartado, principalmente considerando seu enorme engajamento em todos os canais de interação online
disponibilizados, incluindo as redes sociais. “Qualquer planejamento passa pelo desafio de conectar e promover engajamento
online.”
Como exemplo, além da atuação nas principais redes sociais do mercado, Giselle cita algumas ações constantes para a
audiência digital da ForMóbile: o canal ForMóbile Digital, que oferta conteúdo exclusivo e materiais ricos direcionados ao
mercado moveleiro e do setor, com mais de 30 mil visitas mensais, ForMóbile #NoSofá, uma série de bate-papos leves e
descontraídos com diversos profissionais convidados no youtube, e a participação de mais de 5,8 mil pessoas na ForMóbile
Xperience 2020 – realizada por ocasião do adiamento do evento presencial, que mantém seus conteúdos gravados para consumo
on demand na plataforma.
24 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
APLICAÇÃO
ANTI COVID-19
PARTE I
Foto: divulgação
Uma novidade que promete agitar os bastidores de matéria-prima
de chapas foi lançada recentemente. A Guararapes
apresentou o NanoxClean®, tecnologia exclusiva
presente nos MDFs decorativos, que elimina bactérias,
fungos, germes e vírus, inclusive o SARS-CoV-2, causador
da Covid-19. A tecnologia aplicada não é exatamente
uma novidade, pois foi lançada em 2015 com exclusividade
nos MDFs decorativos da empresa. Recentemente,
foram feitos testes conduzidos pela empresa especializada
Quasar Bio, referência em ensaios com SARS-CoV-2,
e que possui seus laudos protocolados pelo Dr. Lucio
Freitas Jr, especialista no assunto. Os ensaios foram
realizados no laboratório de NB3 (Biossegurança de Nível
3), do ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo) e obedecendo às BPL (Boas
Práticas de Laboratório). Agora, a matéria-prima, além de
garantir eliminar grande parte dos micróbios causadores
de doenças invisíveis ao olho humano, também combate
a proliferação do Covid-19.
ANTI COVID-19
PARTE II
Mês passado, a Irani Papel e Embalagem lançou
o papel ondulado para embalagem anti
Covid-19. O material possui micropartículas de
prata e sílica incorporadas em sua estrutura,
desenvolvidas pela empresa paulista Nanox.
Os testes foram realizados, também, no NB3
(Laboratório de Biossegurança de Nível 3) do
ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo). No teste, o material
demonstrou ser capaz de eliminar 99,99%
de partículas do SARS-CoV-2 em até 10 min
(minutos) de contato. “O papel é capaz de inativar
outros vírus, além de bactérias e fungos”,
aponta Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor
da Nanox. Ainda segundo os dados fornecidos
pela empresa, a eficácia da inativação viral é
mantida mesmo se a embalagem ou o papel
ondulado entrarem em contato com um líquido,
como água ou álcool, por exemplo.
Foto: divulgação
26 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
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FRASES
“A ECONOMIA DE ALGUMA MANEIRA SE ADAPTOU A ESSA NOVA
MANEIRA [PANDEMIA DA COVID-19] DE FAZER AS COISAS, E ACHO
QUE EM GRANDE PARTE ESSAS MUDANÇAS SERÃO PERMANENTES”
ROBERTO CAMPOS, PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL
“A
ECONOMIA
BRASILEIRA
CONTINUA
SURPREENDENDO
FAVORAVELMENTE.
É UM RECORDE
HISTÓRICO ESSE
CRESCIMENTO
DE QUASE 70% EM
RELAÇÃO AO MESMO
MÊS DE MAIO DO ANO
ANTERIOR. É INEQUÍVOCO
QUE O BRASIL JÁ SE
LEVANTOU E A ECONOMIA
ESTÁ CAMINHANDO COM
VELOCIDADE BEM ACIMA DA
QUE ERA ESPERADA NA VIRADA
DO ANO”
“NA COPEL ESTAMOS COMPONDO UMA MATRIZ
ENERGÉTICA COMPLEMENTAR. NASCEMOS
ESPECIALISTAS EM HIDRELÉTRICAS E AGORA ESTAMOS
INVESTINDO EM FONTES EÓLICAS E EM PROJETOS
HÍBRIDOS DE GERAÇÃO (INCLUINDO A ENERGIA
SOLAR). EM MOMENTOS DE DIFICULDADE, COMO A
CRISE HÍDRICA QUE ESTAMOS VIVENDO HOJE, ESSA
DIVERSIFICAÇÃO É FUNDAMENTAL PARA GARANTIR O
QUE PRECISAMOS SUPRIR”
CASSIO SANTANA DA SILVA, DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO
DE NEGÓCIOS DA COPEL
“INVESTIR NA ECONOMIA VERDE,
DE BAIXO CARBONO, É ESSENCIAL
PARA AS EMPRESAS VENCEREM EM
UM MUNDO MAIS COMPETITIVO,
MAIS ARTICULADO COM AS CADEIAS
GLOBAIS DE COMÉRCIO. ESTA É UMA
EXIGÊNCIA CADA VEZ MAIOR DOS
CLIENTES, NOS PRINCIPAIS MERCADOS
DOS PRODUTOS PARANAENSES”
PAULO GUEDES,
MINISTRO DA
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ENTREVISTA
ALTOS
E BAIXOS
UPS AND DOWNS
E
m um ano ainda marcado pela pandemia da Covid-19,
o Brasil segue em cenário mais positivo em 2021. Não
é só a projeção positiva para o PIB (Produto Interno
Bruto), diversas variáveis sinalizam que o Brasil vai
muito bem. “Os empresários devem acompanhar a dinâmica
da pandemia para definir suas estratégias para o segundo
semestre. Outro elemento tem sido a reversão da política monetária,
que iniciou um processo de elevação da taxa de juros básica
da economia brasileira, a SELIC”, explica o professor do Departamento
de Economia da UFPR (Universidade Federal do Paraná),
Junior Ruiz Garcia. O especialista conversou com exclusividade à
Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL e abaixo segue a entrevista na
íntegra:
ENTREVISTA
I
n a year still marked by the Covid-19 pandemic, Brazil remains
with an uncertain scenario for its economy. Even with an optimistic
projection for GDP, several variables can put these estimates
at risk. “Entrepreneurs must monitor the dynamics of
the pandemic to define their strategies for the second half of
the year. As well, another element has been the reversal of monetary
policy, which started with a process of raising the basic interest rate
in the Brazilian economy, the SELIC rate,” explains Junior Ruiz Garcia,
Professor in the Department of Economics at UFPR. The Professor
spoke exclusively to REFERÊNCIA Industrial, and the full interview
below follows :
JUNIOR RUIZ GARCIA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: BACHAREL EM CIÊNCIAS
ECONÔMICAS PELA UFPR E DOUTOR EM DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO ESPAÇO E MEIO AMBIENTE PELO INSTITUTO DE
ECONOMIA DA UNICAMP (UNIVERSIDADE DE CAMPINAS)
CARGO: PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
UFPR, COORDENADOR DO GEMAECO (GRUPO DE ESTUDOS
EM MACROECONOMIA ECOLÓGICA) E INTEGRANTE DO
NESDE (NÚCLEO DE ESTUDOS EM ECONOMIA SOCIAL E
DEMOGRAFIA ECONÔMICA)
Foto: divulgação
PROFESSIONAL EDUCATION: BSC. IN ECONOMICS, UFPR, AND PH.D. IN SPATIAL
ECONOMIC DEVELOPMENT AND ENVIRONMENT, STATE UNIVERSITY AT CAMPINAS
(UNICAMP)
FUNCTION: PROFESSOR IN THE DEPARTMENT OF ECONOMICS AT THE FEDERAL
UNIVERSITY OF PARANÁ (UFPR), COORDINATOR OF THE MACRO ECONOMIC
ECOLOGY STUDY GROUP (GEMAECO), AND A MEMBER OF THE SOCIAL
ECONOMICS AND DEMOGRAPHICS ECONOMY STUDY NUCLEUS (NESDE)
30 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS FATORES QUE
DEVEM PAUTAR O MERCADO NESSE SEGUN-
DO SEMESTRE E NECESSITAM MAIOR ATEN-
ÇÃO DOS EMPRESÁRIOS?
Como a pandemia ainda não foi controlada no
Brasil, devemos acompanhar a dinâmica dos novos
casos e, obviamente, a evolução da vacinação. Apesar
da vacinação, como não temos adotado as medidas
recomendadas desde o início da pandemia,
podemos enfrentar situação similar a observada no
Chile e no Uruguai. Estes países avançaram rapidamente
na vacinação, mas relaxaram na retomada
das atividades de maneira precoce, agora estão enfrentando
uma alta no número de novos casos. Em
resumo, sem o controle da infecção por Covid-19
continuaremos sofrendo seus efeitos na dinâmica
econômica. Desse modo, os empresários devem
acompanhar a dinâmica da pandemia para definir
suas estratégias para o segundo semestre. Outro
elemento tem sido a reversão da política monetária,
que iniciou um processo de elevação da taxa de
juros básica da economia brasileira, a SELIC. A elevação
da taxa de juros pode afetar negativamente
as decisões de consumo, produção e investimento.
É uma situação paradoxal, porque já o consumo,
produção e investimento têm sido afetados negativamente
pela pandemia. Apesar disso, a política
monetária tem objetivo de controlar a inflação com
base na taxa de juros básica da economia. Por fim,
a inflação deve ser considerada pelos empresários.
Como estamos em um momento de grave crise
econômica, a inflação pode afetar de maneira significativa
os preços relativos da economia, isso porque
apenas os setores com poder de mercado conseguirão
manter suas margens de lucros. O restante
dos setores não consegue repassar plenamente os
efeitos da inflação em sua estrutura de custos para
os preços de seus bens e serviços. Isso afetará a
capacidade futura das empresas para realizar adequações
quando superarmos a pandemia e tivermos
a retomada do consumo e da produção.
WHAT ARE THE MAIN FACTORS THAT
SHOULD GUIDE THE MARKET IN THE SECOND
SEMESTER OF THE YEAR TO WHICH ENTREPRE-
NEURS NEED TO PAY MORE ATTENTION?
As the pandemic has not yet become under
control in Brazil, we must monitor the dynamics of
new cases and, obviously, the evolution of vaccination.
Despite vaccination, as we have not adopted
the recommended measures since the beginning
of the pandemic, we may face a situation similar to
that observed in Chile and Uruguay. These countries
have made rapid progress in vaccination but have
relaxed restrictions on the resumption of activities
early and are now facing a high number of new cases.
In summary, without the proper control of Covid-19
infection, we will continue to suffer its effects on economic
dynamics. Thus, entrepreneurs must follow the
dynamics of the pandemic to define their strategies
for the second half of the year.
Another element has been the reversal of monetary
policy, which initiated a process of raising the
basic Brazilian interest rate, SELIC. Raising interest
rates can negatively affect consumption, production,
and investment decisions. It is a paradoxical situation
because consumption, production, and investment
have been negatively affected by the pandemic.
Nevertheless, monetary policy aims to control inflation
based on the basic interest rate. Finally, inflation
should be considered by entrepreneurs. As we are
in a severe economic crisis, inflation can significantly
affect the relative prices within the economy. This is
because only the sectors with market power will be
able to maintain their profit margins. The other sectors
cannot entirely pass on the effects of inflation on
their cost structure to the prices of their goods and
services. This will affect the future capacity of companies
to make adjustments when we overcome the
pandemic and resume consumption and production.
APÓS UM INÍCIO TURBULENTO PELA PAN-
DEMIA, A EXPECTATIVA DE DIVERSAS INSTI-
TUIÇÕES DO MERCADO É DE CRESCIMENTO
PARA O PIB NACIONAL NESTE ANO. VOCÊ
ACOMPANHA ESSE OTIMISMO E QUAIS OS
MOTIVOS QUE EXPLICAM ESSA RETOMADA?
É preciso ter cuidado. Na prática não temos
crescimento econômico (do PIB), porque ainda estamos
abaixo do nível anterior ao início da crise. Desse
modo, o que temos é apenas variação positiva ou
negativa do PIB. No último trimestre tivemos uma
variação positiva no PIB. Mas isso ocorreu em grande
medida pelo excepcional desempenho do agronegócio,
não necessariamente por uma recuperação
das atividades econômicas. Além disso, estávamos
A ELEVAÇÃO DA TAXA
DE JUROS PODE AFETAR
NEGATIVAMENTE AS DECISÕES
DE CONSUMO, PRODUÇÃO E
INVESTIMENTO
JULHO 2021 31
ENTREVISTA
vindo de um ano extremamente complicado, com
queda significativa do PIB. Dito isso, para o segundo
semestre é possível que tenhamos variações positivas
no PIB, especialmente pela continuidade do
desempenho do agronegócio, além da recuperação
de algumas atividades que possam ser beneficiadas
pelo avanço da vacinação. Isso significa que um
melhor desempenho do PIB depende diretamente
do controle da infecção da Covid-19 no Brasil. Mas
como observado acima, existe a possibilidade de
seguirmos a trajetória do Chile e do Uruguai, o
que poderia minar esta variação positiva do PIB no
segundo semestre. Se tivermos uma retomada no
aumento no número de novos casos de infecção
por Covid-19, não haverá outra alternativa que não
seja o fechamento das atividades econômicas não-
-essenciais. E aí, a variação positiva do PIB estará
seriamente comprometida. Desse modo, a sociedade
deveria levar mais a sério o cenário da pandemia
neste momento e adotar medidas agora, na tentativa
de amenizar seus efeitos no segundo semestre.
Contudo, não acredito que façamos isso e podemos
realmente sofrer novamente uma forte retomada
das medidas de enfrentamento da pandemia, com
fechamento das atividades não-essenciais.
NAS ÚLTIMAS SEMANAS O DÓLAR TEM
APRESENTADO LIGEIRA QUEDA E VOLTOU A
SER COTADO ABAIXO DOS R$ 5. ESSA É UMA
TENDÊNCIA PARA O SEGUNDO SEMESTRE E
COMO AVALIA ESSA VARIAÇÃO?
Avaliar a dinâmica cambial não é uma tarefa
fácil. Mas com o aumento da taxa de juros básica
da economia, dos saldos comerciais proporcionados
pelo agronegócio e a expectativa de variação
positiva do PIB, o câmbio pode permanecer muito
próximo a R$ 5 para o segundo semestre. Mesmo
que tenhamos um agravamento da pandemia, não é
muito factível retornamos a R$ 6.
O CÂMBIO PODE
PERMANECER MUITO
PRÓXIMO A R$5 PARA O
SEGUNDO SEMESTRE
AFTER A ROUGH START AT THE BEGINNING
OF THE PANDEMIC, SEVERAL MARKET INSTI-
TUTIONS EXPECT GROWTH IN GDP FOR THIS
YEAR. DO YOU HAVE THIS SAME OPTIMISM,
AND WHAT ARE THE REASONS THAT EXPLAIN
THIS RESUMPTION OF GROWTH?
You have to be careful. In practice, we do not
have economic growth (of GDP) because the level
of economic activity is still below that before the
beginning of the crisis. Thus, what we have is only
positive or negative GDP variation. For example, in
the last quarter, we had a positive change in GDP. But
this was mainly due to the exceptional performance
of agribusiness, not necessarily due to a recovery in
economic activity. In addition, we were coming off an
extremely complicated year, with a significant GDP
drop. That said, for the second half of the year, it is
possible that we will have positive variation in GDP,
primarily due to the continuity of agribusiness performance,
in addition to the recovery of some activities
that may benefit from the advance of vaccination. Of
course, this means that a better GDP performance
depends directly on the control of Covid-19 infection
in Brazil. But as noted above, there is the possibility of
following the trajectory of Chile and Uruguay, which
could undermine this positive change in GDP in the
second half. If we have a resumption in the increase in
the number of new cases of COVID-19, there will be
no alternative other than the closure of non-essential
economic activities. And then, the positive change
in GDP will be seriously compromised. Thus, society
should take the pandemic scenario more seriously
and take action now to mitigate its effects in the second
half of the year. However, I do not believe that
we will do this, and we will once have to undertake
decisive measures to cope with the pandemic with
the closure of non-essential activities.
IN RECENT WEEKS, THE DOLLAR HAS
SHOWN A SLIGHT DROP AND WAS AGAIN QUO-
TED BELOW R$ 5. IS THIS A TREND FOR THE SE-
COND HALF OF THE YEAR, AND HOW DO YOU
EVALUATE THIS VARIATION?
Assessing currency dynamics is not an easy task.
But with the increase in the basic interest rate in the
economy, the trade balances provided by agribusiness,
and the expectation of an upward movement
in GDP, the exchange rate should remain very close
to R$ 5 to the dollar in the second half. Even if the
pandemic worsens, it is not feasible that the dollar
exchange rate returns to R$ 6.
32 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
DESTOPADOR PNEUMÁTICO
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As medidas determinadas para o corte podem ser programadas
diretamente em sua tela ou via rede. Tem programação fácil e
linguagem amigável. Devido a sua grande flexibilidade, é possível a
programação de até 54 CORTES COM MEDIDAS DIFERENTES na
mesma tábua. Também há a possibilidade de OTIMIZAR os cortes
para MELHOR APROVEITAMENTO da madeira e MENOR SOBRA
possível. Sua produção é equivalente a de 4 DESTOPADORES
convencionais, até 60 m³ por turno, com a utilização de METADE da
mão de obra e com apenas 1 MOTOR e 1 SERRA.
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acompanhar a evolução dos equipamentos da
Rotteng, com tecnologias modernas de corte,
segurança e produtividade. Atualmente contamos
com 4 equipamentos em nossas unidades e mais
uma em processo de aquisição. Diferenciais como
prazos, disponibilidade de peças de reposição e
manutenção são essenciais para mantermos a
parceria por anos. Agradecemos toda a equipe da
Rotteng pela presteza e disponibilidade.
Milton Luis Cola - Sócio diretor
MG Packing Emabalgens
“Nós da FORT PALETES consideramos as
destopadeiras pneumáticas da Rotteng o melhor
custo x benefício do mercado. Alta produtividade
e set up ágil são as características que mais se
destacam desse equipamento. Buscamos
segurança aos nossos colaboradores e
encontramos na Rotteng e suas máquinas esse
quesito que consideramos primordial em nossas
operações. Nossa parceria já vem desde 2014 e a
cada ano as máquinas são atualizadas e mais
produtivas”.
Marcelo Canozo | Diretor Industrial
Com Set up rápido e de fácil manuseio, os
desoladores pneumáticos da Rotteng
flexibilizam e otimizam os cortes de madeira, o
que diminui o desperdício e aumenta a produção
com qualidade e precisão nas medidas, além de
atender as normas legais que garantem a
segurança dos colaboradores. Esta parceria
perdura há mais de 6 anos.
Marci Almeida de Souza
Diretor Industria do Grupo Embalatec
Somos uma empresa tradicional com tecnologia e know-how de 43
anos na fabricação de equipamentos para a indústria madeireira.
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ENTREVISTA
NA SUA AVALIAÇÃO, QUAIS MEDIDAS O
GOVERNO FEDERAL DEVE TOMAR COMO
PRIORITÁRIAS PARA CONSEGUIR AUXILIAR
COMÉRCIOS E INDÚSTRIAS NESSE SEGUNDO
SEMESTRE?
O Governo Federal deveria ter mantido todas as
medidas adotadas no início da pandemia até que
fosse controlada a infecção e tivéssemos a retomada
das atividades em sua plenitude e com segurança
sanitária. Desse modo, manter o apoio para
a folha de pagamento, como redução da jornada
com salário complementado com recursos públicos,
extensão de prazos para pagamento de tributos ou
empréstimos públicos sem custo adicional, renegociação
de dívidas com aumento do período de carência
(talvez carência enquanto tivermos restrições
as atividades econômicas não-essenciais), redução
ou isenção tributária, alguma medida para reduzir
os custos associados aos imóveis alugados, entre
outras de acordo com as especificidades de cada
setor de atividade. Cabe destacar que estas medidas
devem ser adotadas preferencialmente para
micro, pequenas e médias empresas vinculadas aos
setores considerados não-essenciais.
SE PUDESSE DAR UM CONSELHO PARA OS
EMPRESÁRIOS NACIONAIS NESTE MOMENTO,
QUAL SERIA?
Faça pressão para que possamos acelerar a vacinação
no país! Adicionalmente, faça campanhas
para que seus colaboradores e consumidores respeitem
as medidas de enfrentamento da pandemia,
como distanciamento físico, evite aglomerações,
use máscara de qualidade, entre outras. Sem controlar
a contaminação da Covid-19 não teremos um
ambiente tranquilo para a realização das atividades
e, obviamente, para a tomada de decisão. Como
disse antes, existe um risco de seguirmos a trajetória
do Chile e do Uruguai, isso será péssimo para a
sociedade brasileira e, claro, para os empresários.
IN YOUR EVALUATION, WHAT MEASURES
SHOULD THE FEDERAL GOVERNMENT TAKE AS
PRIORITIES TO ASSIST COMMERCIAL AND IN-
DUSTRIAL ACTIVITIES IN THE SECOND HALF OF
THE YEAR?
The Federal Government should have maintained
all the measures adopted at the pandemic’s
beginning until the infection was under control, and
economic activity and health security resumed in
total. Therefore, maintaining payroll support, such as
reducing the working day with salaries supplemented
with public resources, the extension of deadlines for
payment of taxes or public loans at no additional
cost, renegotiation of debts with increased grace periods
(perhaps a grace period while there are restrictions
on non-essential economic activities), reduction
or tax exemption, and some measure to reduce costs
associated with rented properties, among others
according to the specificities of each activity sector.
It should be noted that these measures should preferably
be extended to micro, small and medium-sized
enterprises linked to sectors considered non-essential.
IF YOU COULD ADVISE BRAZILIAN ENTRE-
PRENEURS AT THIS POINT, WHAT WOULD IT BE?
Put pressure on us to speed up vaccination in the
Country! Additionally, undertake campaigns for your
employees and consumers to respect the measures
of coping with the pandemic, such as physical distancing,
avoiding agglomerations, and using quality
masks, among others. Without controlling the contamination
of Covid-19, we will not have an adequate
environment for carrying out the activities and, of
course, for decision making. Although, as I said above,
there is a risk of following the trajectory of Chile
and Uruguay, this will be bad for Brazilian society and,
of course, for entrepreneurs.
OS EMPRESÁRIOS DEVEM ACOMPANHAR A
DINÂMICA DA PANDEMIA PARA DEFINIR SUAS
ESTRATÉGIAS PARA O SEGUNDO SEMESTRE
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COLUNA ABIMCI
MERCADO INTERNACIONAL DE TORAS
ALTO VOLUME DAS EXPORTAÇÕES DESSA MATÉRIA-PRIMA REQUER ATENÇÃO DAS AUTORIDADES NA FALTA
DE INSUMOS PARA AS INDÚSTRIAS NACIONAIS
Paulo Pupo
Superintendente da Associação
Brasileira da Indústria de Madeira
Processada Mecanicamente
Contato: abimci@abimci.com.br
Adinâmica do mercado internacional de toras
sempre foi motivo de atenção e avaliação
pelo setor madeireiro e florestal nacional. O
atual momento mundial, com mudanças no
perfil de consumo e demanda por produtos
de madeira crescente a partir da pandemia, intensificou o
monitoramento dos cenários internacionais e da dinâmica
da movimentação dos volumes de suprimento de toras por
praticamente todo o setor.
Questionamentos como qual país supre qual, qual país
mais importa toras, de quem se importa mais, quais são
os países com potencial de crescimento de volumes, são
as dúvidas mais frequentes do setor. Os grandes volumes
mundiais, em especial o já conhecido potencial e apetite
chinês para consumo de toras provenientes de diferentes
partes do mundo, tanto de coníferas como de não coníferas,
chama cada vez mais atenção. A questão central é aonde
esses volumes podem chegar em um futuro próximo.
Todas essas variáveis e possibilidades têm trazido questionamentos
e preocupações distintas entre os vários elos
da cadeia produtiva do setor de base florestal nacional.
Algumas regiões e Estados são mais expostos a esse movimento
do que outros, principalmente em regiões nas quais
o parque industrial de madeira processada é mais significativo
e possui um desempenho madeireiro consolidado.
Caso dos Estados do Paraná e Santa Catarina. São nesses
dois Estados que importante percentual da produção nacional
de produtos madeireiros está localizada.
Mas o Brasil definitivamente está no jogo do mercado
internacional de toras, pois é produtor florestal atraente
aos olhos do mercado, especialmente toras de pinus e eucalipto.
As exportações dessas espécies têm crescido nos
últimos meses, ainda que em um percentual baixo comparativamente
à produção nacional de toras, mas que instiga
uma melhor avaliação da situação. Alguns números das
exportações de toras destinadas à China, especialmente
de pinus, chamam atenção, como os volumes provenientes
Foto: divulgação
da Rússia, Nova Zelândia, Alemanha, Austrália, EUA (Estados
Unidos da América), Uruguai, entre outros, e de como
esses números se comportarão daqui para frente.
Dentre as principais expectativas nas alterações nesse
mercado, está uma possível lei russa a caminho, que tem
por objetivo diminuir ou até mesmo proibir a exportação
de toras coníferas daquele país, que é um dos principais
produtores e exportadores de toras do mundo, e que vem
abastecendo de forma importante a indústria chinesa. Com
a previsão da entrada em vigor desse novo regramento russo
em janeiro de 2022, o mercado pode vir a sofrer ainda
mais ajustes em relação ao suprimento mundial de toras.
São várias as preocupações em curso na indústria madeireira
brasileira de madeira sólida sobre o volume de
toras in natura atualmente exportado. É preciso ter um
olhar nacional e cuidadoso sobre a situação. Sabemos que
o cenário atual de alta demanda por suprimento florestal é
decorrente de uma somatória de fatores e as exportações
de toras não podem ser classificadas com a única ou a
principal ameaça para o setor madeireiro nacional, mas sim
um dos componentes que formam o conjunto de desafios
enfrentados. A valorização do uso da terra, a falta de remuneração
pelo setor florestal compatível com as tendências
econômicas de outros segmentos como agricultura e pecuária,
a falta de políticas públicas de incentivo ao plantio, e
em especial de avaliarmos os principais motivos de termos
presenciado uma modesta expansão da área de florestas
plantadas no Brasil nos últimos anos e que pode ser corrigido
para a melhoria desse cenário.
Há um claro descompasso em curso entre oferta e demanda
devido ao mercado aquecido. O momento é mais
do que oportuno para se articular e promover mudanças
estruturantes necessárias. Ações para o aumento do plantio
em escala nacional devem ser o foco das atenções e
esforços daqui para frente. As exportações nacionais de
produtos madeireiros são provas contundentes do desenvolvimento
industrial e comercial alcançado pelo Brasil nos
últimos anos, tornando-se um dos principais players mundiais
e esse componente precisa ser muito bem avaliado.
Diante de todas essas perspectivas e desafios, a ABIM-
CI está reunindo informações e estruturando um diagnóstico
da situação e, em breve, irá propor uma ação conjunta
buscando apoio de outras entidades do setor de base florestal
para, por exemplo, estimular o incremento florestal.
Esse movimento precisa ter um início efetivo, caso contrário,
e olhando para os últimos 20 anos do que foi feito e
conquistado para o aumento da base florestal plantada, temos
a clareza da urgência da situação. Não existe solução
mágica, precisamos da ação de todos!
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A MILL INDÚSTRIAS, EMPRESA DE
LAGES (SC) COMPLETA 25 ANOS
DE ATUAÇÃO OFERECENDO UM
PORTFÓLIO COMPLETO AOS
CLIENTES DO SETOR MADEIREIRO
Fotos: Fom Conradi
SOLUTIONS INDUSTRY
MILL INDÚSTRIAS, COMPANY FROM LAGES
COMPLETES 25 YEARS OF OPERATION, OFFERING
A COMPLETE PORTFOLIO TO CUSTOMERS
ESPECIALLY IN THE SAWMILL SECTOR
JULHO 2021 41
PRINCIPAL
AMill Indústrias entra em 2021, chegando a
importante marca de 25 anos de serviços
prestados. Mas o olhar da empresa não
está apenas na história de sucesso, e sim,
em como continuar evoluindo para oferecer
soluções aos setores em que atua.
A empresa sediada em Lages (SC), conta atualmente
com uma estrutura de parque fabril com 14 mil m² (metros
quadrados) e trabalha na produção de máquinas para a
indústria madeireira, sendo especializada na fabricação
de equipamentos para o setor madeireiro, possibilitando
toda a montagem da indústria para os clientes.
Outro destaque é a linha de serras, com a Mill Indústrias
tendo em sua estrutura um moderno parque
fabril para a produção de lâminas de serra de perfil
estreito, com foco na fabricação de serras para corte de
carne, marcenaria e madeira. Esses fatores posicionam
a empresa como líder em vendas no Brasil das serras de
1.1/4” e 2.1/2”.
“Hoje a Mill se destaca ao oferecer soluções completas
para madeireiras de pequeno e grande porte, que
vão desde os primeiros cortes da tora in natura até o
gradeamento e secagem das tábuas. Além disso, a Mill
possui uma equipe dedicada de pós-vendas constante e
assistência técnica que se disponibiliza a atuar fortemente
dentro das plantas fabris dos clientes em correções e
M
ill Indústrias enters 2021, achieving the
important mark of 25 years of services
provided. But the Company’s focus is
not only on the success story but on
how to continue evolving to offer solutions
to the sectors in which it operates.
The Company based in Lages, Santa Catarina, currently
has an industrial park with 14,000 m² and works in
producing machines for sawmills, being specialized in
the manufacture of equipment for the sawmill segment,
enabling the entire equipment assembly for the operation
of customers in the segment.
Another highlight is the saw blade line, with Mill
Indústrias having in its product structure a modern manufacturing
park for the production of narrow profile saw
blades, focusing on the manufacture of saws for cutting
meat, woodworking, and wood. These factors position
the Company as a leader in sales in Brazil of 11/4” and
21/2” bandsaw blades.
“Today, Mill stands out by offering complete solutions
for small and large sawmills, ranging from the first cuts
of in natura wood logs to the grading and drying of the
boards. In addition, Mill has a dedicated team of constant
after-sales and technical assistance personnel that
is available to act quickly within customers’ plants for the
correction and identification of opportunities for improve-
42 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
identificação de oportunidades de melhoria”, explica o
gerente comercial de equipamentos, Arno Murara.
“A Mill busca entregar soluções ao mercado e no
que diz respeito a serras, isto está de forma clara, desde
a matéria-prima, controle de qualidade, soluções nos
diversos segmentos em que atua, abastecimento de
produtos aos clientes e claro investimentos, tecnologia
de ponta e inovação”, completa o gerente comercial de
serras, Marcelo Gobbi.
HOJE A MILL SE
DESTACA AO OFERECER
SOLUÇÕES COMPLETAS PARA
MADEIREIRAS DE PEQUENO E
GRANDE PORTE
EFICIÊNCIA QUE GANHOU O MUNDO
A Mill Indústrias atualmente lidera o mercado nacional
de máquinas com lâminas de serras estreitas, contando
com mais de 400 projetos nas mais diversas áreas trabalhadas
pela empresa em todo mundo.
No mercado nacional, as atividades da empresa se
concentram nas regiões sul e sudeste, mas as soluções
e serviços da Mill Indústrias já ganharam o globo e já
foram contratados por companhias da América Latina,
Europa, África e Ásia.
“Os equipamentos da Mill são desenvolvidos para
gerar alto rendimento e apresentam os menores índices
de desperdício de material, o que assegura lucratividade
aos clientes”, garante Arno Murara.
Grande parte desse sucesso da Mill Indústrias é
justamente pela empresa entender a necessidade dos
clientes, para melhor atendê-los. “Em todos os segmentos
que atuamos temos como solução cortes finos e
precisos, alto rendimento, melhor aproveitamento, sendo
para madeira, marcenaria, carne e outros. Na madeira
ARNO MURARA, GERENTE COMERCIAL DE
EQUIPAMENTOS DO GRUPO MILL
ment,” explains Arno Murara, Equipment Sales Manager.
“Mill seeks to deliver solutions concerning saws to
the market, from raw material to quality control, solutions
in the various segments in which it operates, supply of
products to customers and investments, cutting-edge
technology, and innovation,” completes Marcelo Gobbi,
Saw Blade Sales Manager.
EFFICIENCY THAT WON OVER THE WORLD
Mill Indústrias currently leads the domestic machine
market for thin saw blades, with more than 400 projects
in the various areas where the Company operates worldwide.
In the domestic market, the Company’s activities are
concentrated in the Southern and Southeastern Regions.
JULHO 2021 43
PRINCIPAL
dispomos de lâminas de serra fita de alta performance
sendo a melhor opção para clientes exigentes com cortes
precisos e maior rentabilidade”, destaca Marcelo Gobbi.
“A Mill resolve demandas de clientes que precisam
incrementar a sua produção e especialmente para quem
busca a instalação de uma indústria do zero. Com uma
qualificada equipe de engenharia e desenvolvimento de
produtos, a Mill compreende a demanda específica do
cliente e indica o produto adequado para que o resultado
almejado seja alcançado”, complementa Arno Murara.
ESTAMOS AJUSTADOS
PARA SUPRIR AS
DEMANDAS DE MERCADO E O
CRESCIMENTO DO SETOR
MADEIREIRO, ASSIM COMO
NAS DIVERSAS ÁREAS EM
QUE ATUAMOS
Still, Mill Indústrias’ solutions and services have already
won over global customers and have already been contracted
by companies in Latin America, Europe, Africa,
and Asia. “Mill’s equipment is designed to generate high
throughput and has the lowest material waste rates, which
ensures profitability for customers,” says Equipment Sales
Manager Murara.
Much of Mill Indústrias’ success is precisely because
the Company understands the need of customers to serve
them better. “In all the segments in which we operate,
we have thin and precise cut solutions, for better yield
and utilization, whether for Saw Mills, Woodworking,
Butchering, and others. For example, for sawmills, we
have high-performance bandsaw blades being the best
option for demanding customers with precise cut needs
and higher profitability,” says Saw Blade Sales Manager
Gobbi.
Mill solves customer demands that need to increase
their production and especially for those looking
to install an industrial operation from scratch. With a
qualified engineering and product development team,
Mill understands the specific customer demand and indicates
the appropriate product for the desired result to
be achieved,” adds Equipment Sales Manager Murara.
MARCELO GOBBI, GERENTE COMERCIAL
DE SERRAS DO GRUPO MILL
44 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
APRENDIZADO DURANTE A PANDEMIA
A pandemia da Covid-19 tem impactado a sociedade
mundial desde 2020 e no setor industrial não tem sido
diferente. Dentro do mercado madeireiro no Brasil, algumas
particularidades como a dificuldade na cadeia de
suprimentos se mostraram visíveis, mas a Mill Indústrias
conseguiu avançar mesmo diante das adversidades.
“Precisamos inovar para encontrar soluções alternativas
no trato com fornecedores para contornar as dificuldades
em reposição de matéria-prima. Também tivemos que
nos adaptar às medidas sanitárias recomendadas pelos
órgãos competentes para assegurar a integridade dos
colaboradores, mas ainda assim organizar-se com os
afastamentos constantes, o que nos mostrou a força individual
de nossos colaboradores”, lembra Arno Murara.
Mas mesmo com todas essas adversidades, a Mill Indústrias
sabe que o setor madeireiro terá grande responsabilidade
na retomada econômica do Brasil e a empresa
está preparada para ser parte desse desenvolvimento.
“Atualmente os mercados em que atuamos estão
com a demanda elevada, desta forma a Mill Indústrias
contribui com o fornecimento e desenvolvimento de
soluções nas diversas áreas em que atua através de máquinas
e equipamentos, peças de reposição e assistência
técnica especializada. Estamos ajustados para suprir as
demandas de mercado e o crescimento do setor madeireiro,
assim como nas diversas áreas em que atuamos”,
finaliza Marcelo Gobbi.
LEARNING DURING THE PANDEMIC
The Covid-19 pandemic has impacted global society
since 2020 and, within the Industrial Sector, it has been
no different. Within the sawmill market in Brazil, some
particularities, such as the difficulty in the supply chain,
were visible, but Mill Indústrias managed to advance
despite these adversities.
“We needed to innovate to find alternative solutions
in dealing with suppliers to overcome the difficulties in
scarce raw materials. We also had to adapt to the sanitary
measures recommended by the competent agencies
to ensure the integrity of employees, but still organize
ourselves with constant absences, which showed us the
individual strength of our employees,” recalls Equipment
Sales Manager Murara.
But even with all these adversities, Mill Indústrias
understands that the Sawmill Sector will play a significant
role in the economic recovery of Brazil, and the Company
is prepared to be part of this development.
“Currently, the markets in which we operate have
strong demand, so Mill Indústrias contributes to the supply
and development of solutions in the various areas in
which it operates through providing machinery and equipment,
spare parts, and specialized technical assistance.
We are adjusting to meet demand and also to the growth
of the Sawmill Sector and in the other areas in which we
operate,” concludes Saw Sales Manager Gobbi.
JULHO 2021 45
MERCADO
SUCESSO
INTERNACIONAL
EMPRESA AMPLIA ATUAÇÃO
PARA EXPORTAÇÃO DE
MADEIRA E CONSEGUE
INGRESSAR NOS
MERCADOS EUROPEU E
ASIÁTICO
Fotos: Emanuel Caldeira
A
M.M. Wood Brazil é uma empresa
do setor madeireiro sediada em
Ponta Grossa, na região dos Campos
Gerais do Paraná. Mesmo tendo forte
atuação no mercado de ferramentas
de corte, a companhia vislumbrou nas exportações
de madeira uma oportunidade para crescimento.
“A nossa transição de mercado foi muito boa,
como todo o povo brasileiro, adoramos novos
desafios e a mudança de cenário se deu por satisfatória.
Tão satisfatória nossa transição que hoje
possuímos contratos na Europa e Asia para mensalmente
35 mil m³ de madeira de pinus serrada
somando mais de US$ 12 milhões por mês”, explicou
o responsável pelas relações comerciais da
empresa, Felipe Macedo. A empresa iniciou suas
atividades em 2010 e 9 anos depois começou as
46 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
exportações de madeiras dimensionadas para as
necessidades dos clientes, como por exemplo os
setores de móveis, embalagens especiais e construção
civil.
“O mercado internacional está em grande
crescente, foi um dos mercados menos prejudicados
pela pandemia, a madeira do Brasil é sempre
bem-vinda em muitos países. O que causa mais
impacto são empresas que não cumprem contratos
e acabam manchando a reputação brasileira,
embora essas sejam situações raras”, aponta Felipe
Macedo.
Atualmente a empresa exporta para mercados
como a China, Chipre, Emirados Árabes Unidos,
Índia, Lituânia, Marrocos e Rússia. Além disso, a
M.M. Wood Brazil também já está com planos
para iniciar negócios nos EUA (Estados Unidos da
América).
“Estamos desenvolvendo para 2022 o mercado
de Cerca estilo DOG Ear para o mercado americano,
já estamos formando o armazém e toda
estrutura nos EUA para competir com as maiores
tradings. Esse projeto foi criado depois de muitos
produtores desse setor reclamarem, porque
apenas uma grande empresa atende esse mercado,
e muitas vezes estão amarrados no preço
imposto”, continuou Felipe Macedo.
A M.M. Wood Brazil embarca atualmente
apenas madeira de pinus reflorestado, mas já
está buscando novos importadores na Ásia para
a exportação de eucalipto. Para isso, a empresa
conta com um parceiro comercial para desenvolver
um produto que permite a secagem em estufa
sem grandes rachaduras nesse tipo de madeira.
Dessa forma é possível colocar maior volume
desse produto nos contêineres, sendo essa uma
das principais dificuldades no setor.
“O mercado brasileiro é muito valorizado no
mundo inteiro, e tem grande possibilidade de
crescimento nos próximos anos. A maior dificuldade
é a falta de pinus. Hoje temos o mercado
de compensado em grande crescente, e muitos
produtores de madeira serrada acabam ficando
sem florestas”, finaliza Felipe Macedo.
A NOSSA TRANSIÇÃO
DE MERCADO FOI
MUITO BOA, COMO TODO O
POVO BRASILEIRO, ADORAMOS
NOVOS DESAFIOS
JULHO 2021 47
CASE
FUTURO
DA CONSTRUÇÃO
Fotos: Caleb Ribeiro
WOOD FRAME OU CONSTRUÇÃO
COM ESTRUTURA EM MADEIRA,
GANHA ESPAÇO E SE TORNA
TENDÊNCIA NO MERCADO
48 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
A
construção civil no Brasil cada vez mais
tem utilizado madeira em aplicações
estruturais, método conhecido como
wood frame. Sistema construtivo racional
que já é referência nos países mais
desenvolvidos desde o século passado, apresenta
diversos benefícios na arquitetura e engenharia.
Um dos principais é a eficiência energética, que
possibilita aos usuários maior conforto térmico em
temperaturas baixas ou altas devido ao isolamento
térmico empregado. Além disso, a construção em
madeira reduz muito a geração de resíduos em comparação
a alvenaria, auxiliando na preservação do
meio ambiente e diminuindo o tempo final de construção.
Referência em construções de madeira, a Terra
Sol – Madeiras Ecológicas, trabalha desde 2002 nesse
segmento sendo a primeira UPM (Usina de Preservação
de Madeiras) no Estado de Santa Catarina com
foco em madeira autoclavada para o mercado da
construção civil.
“Durante esses quase vinte anos acompanhamos
e vivenciamos as evoluções técnicas do wood frame
no Brasil. As construções passaram de meras casinhas
pré-fabricadas em madeira para sistemas construtivos
com alta tecnologia que utilizam madeira engenheirada
para diversas aplicações, desde vedações e reves-
timentos até complexas estruturas”, explica o diretor
geral da Terra Sol, Marcos Jachimek Flores.
A empresa utiliza atualmente as madeiras Pinus
elliotti autoclavado e teca como materiais construtivos,
elementos engenheirados, colados para uso estrutural
(vigas e perfis diversos) e não estrutural como
painéis (movelaria, revestimentos e acabamentos).
Está realizando estudos para buscar outras espécies
de madeiras que possam ser utilizadas para essas
aplicações, desde que atendam aos critérios técnicos,
estéticos e da sustentabilidade.
“A madeira engenheirada é a evolução da madeira
serrada maciça, limitações e defeitos da madeira
maciça foram minimizados e até eliminados através
desse novo produto. Por todo o contexto do mercado
e pela tendência do aumento do uso de wood fra-
A MADEIRA ENGENHEIRADA
É A EVOLUÇÃO DA
MADEIRA SERRADA MACIÇA
MARCOS JACHIMEK FLORES,
DIRETOR GERAL DA TERRA SOL
JULHO 2021 49
CASE
me no Brasil, a perspectiva é aumentar o consumo e
por consequência a nossa produção”, planeja Marcos
Jachimek Flores.
PROJETO MOD HOUSE
A Terra Sol desenvolveu o projeto Mod House
com foco na construção de estruturas de madeira,
construção seca, modular, fácil, ágil e eficiente.
“A ideia é prever a rápida montagem da estrutura
principal que chega pré montada no canteiro de obra
e posteriormente recebe os painéis estruturais secundários
que representam a ossatura que sustentará
suas paredes duplas, composta em sua face externa
por OSB, manta hidrófuga e revestimento externo em
madeira, a face interna é customizável podendo ser
composta por gesso acartonado, forro em madeira
ou até mesmo placas cimentícias, de forma que atenda
a necessidade específica de cada cliente”, pontua
o diretor técnico comercial da Terra Sol, Thiago Streck
Peres.
A Terra Sol utiliza lã de pet no interior das paredes
para o isolamento termo acústico, além dos módulos
estruturais, com previsão de forro de madeira internamente
na cobertura, manta impermeabilizante e
telhas isotérmicas. O piso do térreo pode ser em ma-
deira, cerâmico ou outro material da preferência.
“O mercado da madeira engenheirada no Brasil
está apenas começando. É evidente o quanto podemos
agregar de qualidade ao material construtivo
madeira quando produzida em sistema de colagem
industrial para ser utilizada dentro do conceito wood
frame. É o produto que oferece o melhor custo-benefício
como material construtivo, considerando os
atributos de qualidade, durabilidade, resistência, estética
e sustentabilidade. Os fatos deixam claro que
o uso do wood frame no Brasil é uma realidade e não
tem volta”, finaliza Marcos Jachimek Flores.
OS FATOS DEIXAM CLARO
QUE O USO DO WOOD
FRAME NO BRASIL É UMA
REALIDADE E NÃO TEM VOLTA
MARCOS JACHIMEK FLORES,
DIRETOR GERAL DA TERRA SOL
50 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
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MARCENARIA
52 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
CHURRASCO
E ROCK ‘N’ROLL
TIO E SOBRINHO EMPREENDEM NA MARCENARIA, CRIANDO TÁBUAS DE
CARNE E DIVERSOS ITENS INSPIRADOS EM BANDAS CLÁSSICAS DO ROCK
Fotos: divulgação
JULHO 2021 53
MARCENARIA
Q
uem nunca desejou largar tudo e abraçar
os sonhos profissionais? Colocando a realização
pessoal e o empreendedorismo
como foco? Foi o que dois Rafaéis de
Curitiba (PR) decidiram criar, um negócio
que unisse duas paixões nacionais: churrasco e rock ‘n’
roll.
Rafael Rodrigues (o Rafão) e seu sobrinho Rafael
Magalhães (o Rafinha) criaram em outubro de 2017, a
Steppenwood, marca que reúne diversos itens para
o churras como tábuas de carnes, estojos para faca e
aventais, inspirados em bandas clássicas e personalidades
do rock.
“Quando fazíamos as peças ouvindo rock em um radinho
velho, vinham inspirações para novas tábuas e as
coisas foram acontecendo, as peças foram surgindo naturalmente
em cima de uma vontade de poder ser mais
livre e colocar nossa identidade nos nossos produtos”,
explicou Rafão.
Confira na íntegra a entrevista com Rafael Rodrigues:
COMO RAFÃO E RAFINHA TIVERAM A IDEIA
DE CRIAR A STEPPENWOOD?
Somos parceiros desde sempre. A gente se une muito
por várias coisas que a gente curte muito, que é churrasco,
cerveja e festa. Sempre que nos juntamos para
fazer churrasco, vimos que gostamos desse rolê, sempre
nos vimos envolvidos com isso, tentamos trazer coisas
novas e vimos que as carnes foram melhorando cada vez
mais. Os acessórios, as facas, temperos, até o sal mesmo
e as tábuas sempre eram simples.
Aí pensamos, em um desses churrascos, em criar
tábuas diferentes, um negócio fora do normal, mas isso
ficou com uma brincadeira, em uma viagem nossa. Nessa
época trabalhava com outra coisa, em uma fábrica de
plástico, que não tinha nada a ver com madeira, embora
até tinha umas ferramentas, mas não uma oficina.
O Rafinha é designer gráfico e trabalhava com publi-
54 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
OS CRIADORES DA STEPPENWOOD,
RAFAEL RODRIGUES (O RAFÃO, A
ESQUERDA) E SEU SOBRINHO RAFAEL
MAGALHÃES (O RAFINHA, A DIREITA)
cidade. Ambos estávamos insatisfeitos com o que estávamos
fazendo. Aí em um dia tudo aconteceu com pisca
para a direita, estava indo trabalhar e tive uma catarse,
que se fosse para a esquerda ia manter a segurança do
meu trabalho e até uma vida confortável. Mas decidi ir
para a direita.
Fui em uma loja que vende produtos para marcenaria
e decidi fazer tábuas para churrasco. Comprei uma
lixadeira, passei em uma madeireira, comprei um pedaço
qualquer de madeira, passei no meu sogro e peguei
uns degraus velhos da escada dele. Aí as ideias foram
surgindo, pensei em tábuas mais iradas, buscando referências
em guitarras e outros instrumentos.
Então liguei para o Rafinha e ele perguntou se tinha
tomado alguma coisa, se já estava meio louco de manhã.
Aí expliquei que queria ele me ajudando a traduzir
e colocar no papel essas ideias. Quando voltei para casa
naquele dia, decidi que todas as tábuas seriam batizadas
com nomes de bandas, músicas, instrumentos e
de groupies famosas. Comecei a desenhar e a primeira
tábua parecia uma pá de obra, tenho ela até hoje, inclusive.
Quando o Rafinha me encontrou montamos algumas
ideias, até peguei uns paletes em uma construção perto
de casa e fiz com eles a primeira mesa para fazermos os
desenhos e os cortes. Foi assim que começamos, com
muita vontade de mudarmos de vida.
A partir daquele dia, fomos fazendo as peças nos finais
de semana, enchendo os vizinhos, deixando os carros
fora da garagem, fazendo sujeira e a minha mulher
brigando comigo todo dia. Mas pedi demissão da fábrica,
o Rafinha começou a desenhar as tábuas e criamos
o que gostaríamos de ter, que as pessoas iriam sentar
com os amigos e ter prazer de colocar a carne. Porque
principalmente, nos baseamos nessa confraternização,
em poder estar juntos.
Quando fazíamos as peças ouvindo rock em um radinho
velho, vinham inspirações para novas tábuas e as
coisas foram acontecendo, as peças foram surgindo naturalmente
em cima de uma vontade de não querer mais
trabalhar aonde estávamos, de não precisar usar mais
crachá, de poder ser mais livre e colocar nossa identidade
nos nossos produtos e conseguimos fazer sucesso.
COMO É O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DAS
PEÇAS DA STEPPENWOOD?
A gente não entendia nada de madeira, tinha trabalhado
só uma vez com pisos para a construção civil.
Mas queríamos sempre levar o melhor produto possível
e por isso fomos estudar sobre o assunto. No início,
pegávamos as madeiras recomendadas nas marcenarias
e muitas vezes essas matérias-primas eram inferiores na
qualidade, não eram tão bonitas, mas eram o que tínhamos
disponível.
JULHO 2021 55
MARCENARIA
Então fomos fazendo um garimpo para tentarmos
achar novos fornecedores, buscando referências com
quem já fabricava essas peças e aí descobrimos um tipo
de madeira que usamos até hoje. As tábuas de churrasco
precisam ter uma resistência grande, mas ao mesmo
tempo não pode dar cheiro ou gosto na carne, ou seja,
não podem ter nenhuma resina. Outra questão é que
não queríamos fazer com madeira de reuso ou madeira
de demolição, justamente por não saber o passado
dela, se já teve contato com produto químico ou algo
do tipo.
Fomos para fora de Curitiba para tentar achar a madeira
ideal e conseguimos com um fornecedor do Pará,
com uma madeira de manejo da Floresta Amazônica,
chamada muracatiara, que une todas as características
ideais, inclusive por não ser muito dura, para não tirar o
fio da faca de corte e o primeiro acessório que um cara
aficionado por churrasco compra é a faca e se tirar o fio
dela não vai ser agradável. Além disso, madeiras muito
moles como teca, pinos e eucalipto, que são madeiras
menos densas, riscam demais, então elas marcam mais e
vão apresentar maior desgaste na tábua.
Estamos trabalhando em uma madeira que tem anos
na natureza, então tem que ser feito manualmente, porque
em cada peça queremos tirar o que a madeira tem
de melhor, principalmente os efeitos, que é uma coisa
que ninguém tem controle, é a natureza que faz.
Por isso, toda vez que planamos em uma madeira
bruta, vemos os nós, trincas, rachados, névoas, capelas
bem definidas, para nós é uma alegria imensa. Sempre
tentamos tirar o máximo possível do que a natureza nos
proporcionou. Assim mantemos muito cuidado na escolha
da madeira, viajo para lá e seleciono as peças que
quero, já imaginando partes das tábuas.
Só compramos matéria-prima com toda a documentação
correta, com a possibilidade de rastreio e
certificações necessárias. Madeira sem documento e
sem procedência não entra na nossa empresa, inclusive
caso chegue até nós uma oferta desse tipo, notificamos
as autoridades. Nossa visão e nossos valores não são
negociáveis.
Pela qualidade da madeira, conseguimos otimizar o
máximo possível desse recurso. Com ela aqui, fazemos
os desenhos, pegamos os moldes e iniciamos o corte
manualmente.
Depois a lixada, temos um grande diferencial. Normalmente
se usa em tábuas de carnes uma lixa de grão
150, uma lixa fina, podendo passar para a 220, 320, 400
ou dependendo da tábua, 600. Algumas tábuas que utilizamos
resina de epóxi no cabo usamos a lixa 1200, para
dar um acabamento perfeito.
Após esse processo, fazemos uma impermeabiliza-
56 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
ção na tábua com produtos naturais e próprios para o
uso culinário, sendo todos atóxicos. Damos preferência
para óleos minerais, porque os óleos vegetais podem
deixar um gosto ruim na peça. Esse óleo consegue impermeabilizar,
aumenta a cor, deixando a madeira mais
bonita.
Pegamos uma empresa de engenharia química para
desenvolver essa formulação e eles fizeram uma pasta
com base na cera de abelha, junto de um óleo com vitamina
E para deixar a peça mais hidratada. Ainda usamos
óleos essenciais de alecrim e orégano, que são antibactericidas
naturais.
A tábua sai daqui pronta e junto com ela vai uma
pasta para que os clientes possam fazer a manutenção
depois de usar. Então lavando e secando ela adequadamente,
passando a pasta, garante uma tábua limpa,
hidratada e conservada por um bom tempo.
A importância da matéria-prima para a peça final é
fundamental. Ter uma madeira com uma boa densidade,
umidade, que não trinque com facilidade, porque
mesmo uma madeira maciça pode trincar caso não
tenha cuidado. Fora que madeiras com desenhos são
importantes pela questão visual, outras possibilitam melhor
polimento. Por isso temos que ser criteriosos nessa
escolha.
ATUALMENTE, QUAL O PORTFÓLIO DA
EMPRESA?
Nosso portifólio aumentou. Nós incluímos aventais
de tecido, couro e jeans. Também temos estojos para
faca, tudo voltado para o churrasco. Hoje nossa produção
está saturada, então não temos muito espaço para
desenvolver outros produtos, embora temos parceiros
que desenvolvem outras peças de madeira.
O churrasco é divido em dois ambientes: o indoor,
que é o churrasco em casa, em uma churrasqueira, cozinha
gourmet. Já o outro é o outdoor, que é o ambiente
para o cara fazer o churrasco onde der.
Aí estamos trabalhando para desenvolver produtos
também para essa situação. Atualmente nossas vendas
são feitas basicamente pelo site, mas temos revendas
em boutiques de carne. Então monitoramos essas lojas
para desenvolver parcerias com exclusividade nos
nossos produtos. Confira o portifólio completo da Steppenwood
no site www.steppenwood.com.br
AS TÁBUAS DE CHURRASCO
PRECISAM TER UMA
RESISTÊNCIA GRANDE, MAS AO
MESMO TEMPO NÃO PODE DAR
CHEIRO OU GOSTO NA CARNE
JULHO 2021 57
EVENTO
58 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
SILVICULTURA
AO ALCANCE
DE TODOS
EVENTO ONLINE CONTOU COM
PALESTRAS DE GRANDES NOMES DA
ÁREA DE SILVICULTURA TRATANDO
DE TEMAS QUE ENVOLVEM TODO O
PROCESSO DE PLANTIO
Fotos: Emanoel Caldeira
JULHO 2021 59
EVENTO
N
o dia 29 de junho foi realizado o
workshop online: Silvicultura de alta
performance: do plantio à indústria.
Foi o primeiro evento 100% online
realizado pela Revista Referência e foi dedicado
aos profissionais, entusiastas e até mesmo para
quem pouco conhecia sobre o cenário da silvicultura
nacional. Como o nome do evento explica,
os temas passaram por todo o caminho, desde
a preparação do solo, a poda, escolha de espécies,
cuidado com pragas e industrialização da
madeira.
Mesmo andando pela primeira vez em um
evento nesta plataforma, a seleção de palestrantes
e formato do evento, deixou todos confiantes.
Fábio Machado, sócio e diretor comercial da
Referência, valorizou muito o conteúdo oferecido
durante as palestras sobre a importância de ter
uma madeira bem manejada que valoriza a indústria
da madeira. “Nós selecionamos um grande
time, pessoas muito capacitadas, para trabalhar
esse assunto que é um calcanhar de Aquiles no
setor florestal”, completou Fábio.
O evento foi dividido em três blocos com
dois palestrantes em cada um deles. O primeiro
foi Pedro Francio Filho, Diretor da Francio Solu-
60 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
ções Florestais. Pedro trouxe para o workshop o
tema Silvicultura com foco em alta performance.
Em sua apresentação ele mostrou o processo
geral de como é feito o planejamento em silvicultura,
destacando o tempo necessário para que
o plantio seja de melhor proveito, a análise que
deve ser feita antes mesmo da primeira semente
ou muda ir para o solo. Depois disso, Francio
ressalta que mesmo com planejamento, pode dar
errado, por isso os dados fazem total diferença.
“Em Deus confiamos, o restante, tragam dados”,
brinca Pedro Francio ao dar ainda mais valor à
pesquisa e organização do plantio.
Após sua apresentação, Francio comentou a
qualidade dos conteúdos. “Se pudesse comparar
com futebol, foram vários atacantes que vieram
aqui para falar sobre Silvicultura no Brasil.”
O segundo palestrante foi José Carlos Vieira
de Almeida, Diretor da Laborsolo, que apresentou
o tema: Análises laboratoriais de solo e folhas.
José Carlos destacou o valor de desenvolver
e dar mais atenção para a formação da raiz das
árvores. “Somos visuais, vemos sempre a parte
aérea da planta, mas precisamos valorizar a formação
da raiz”, alerta Vieira. Ele destacou que
dentre os mais de cinquenta fatores que podem
afetar um plantio, o único que pode ser afetado
por ação humana é a fertilização do solo. “A
vida do solo é a vida das plantas”, valoriza José
Carlos, que salientou o cuidado com o solo em
relação ao plantio das árvores.
No segundo bloco do evento o primeiro
palestrante foi Laurindo Salante, Diretor da
Planflora Mudas Florestais, que falou sobre:
Qualidade na produção de mudas de pinus e
eucaliptos. Laurindo destacou a importância do
melhoramento genético que fez total diferença
na produção de papel, celulose e até mesmo
para a produção moveleira com as árvores que
sua empresa é especializada. “Preocupados
com esse cenário, resolvemos fazer uma seleção
de matrizes com fenótipos excepcionais para a
produção de clones dedicados exclusivamente à
indústria madeireira”, enalteceu Laurindo. Nesse
processo, foram selecionados os melhores espécimes
que se destacavam dentro dos padrões
estabelecidos pelas normas da ABNT. “Montamos
um banco de dados para fazer análise e
através de um sistema de análise selecionamos a
melhor matriz para a indústria moveleira”, salientou
Laurindo referindo-se à espécie que mais se
SE PUDESSE
COMPARAR COM
FUTEBOL, FORAM VÁRIOS
ATACANTES QUE VIERAM AQUI
PARA FALAR SOBRE
SILVICULTURA NO BRASIL
PEDRO FRANCIO FILHO
JULHO 2021 61
EVENTO
A MADEIRA DE
CICLO LONGO COM
MULTIPRODUTOS É A
MADEIRA QUE PRECISAMOS
IMPLANTAR NO PAÍS
GABRIEL MACHADO MARQUES
destacou em sua empresa, o Eucalyptos grandis
nplanflora GPC 32.
O segundo palestrante do bloco foi Ricardo
Vilela, diretor da Bela Vista Florestal, com o tema:
Madeiras Nobres: melhoramento genético e
produção florestal de cedro australiano. O cedro
australiano já está presente no Brasil há mais de
40 anos e a Bela Vista está neste ramo há mais de
20. “O cedro australiano é uma madeira de fácil
adaptação, que vai rapidamente do desbaste
para o corte com mais de 50 cm de diâmetro em
um período curto de tempo”, apontou. Ricardo
ainda destaca, que em apenas 12 anos, o cedro
australiano já se torna uma madeira nobre com
alta valorização e qualidade para o corte, fazendo
dela uma espécie com rentabilidade em médio
prazo muito alta. “O mercado quer madeira de
alta qualidade, segurança tecnológica, produtividade,
origem, padrão, continuidade de fornecimento
e perspectiva de fornecimento”, explica
Vilela, destacando como o cedro australiano se
enquadra em todos estes fatores.
Já no último bloco, para trazer o tema:
Manejo integrado de pragas, o palestrante foi
Alexandre Coutinho Vianna Lima, diretor da MIP
Florestal. Alexandre abriu sua palestra explicando
que muito mais que tratar de pragas; o trabalho
da empresa passa por outros passos. “Fazemos
consultoria, levantamento de entomofauna (análise
de insetos presentes na região), treinamento
de equipes, ensaios técnicos e monitoramento
e manejo”, elanca Alexandre. Durante sua apresentação,
deu grande destaque ao controle de
pragas não como uma certeza de sucesso, mas a
garantia de que sua safra não vai falhar. “Investir
em manejo integrado de pragas não significa
aumento proporcional do volume final, mas sim
a garantia de que pragas não venham a comprometer
o resultado almejado”, completou.
Por último, Gabriel Machado Marques, diretor
do Grupo SERF, tratou do tema: Secagem,
beneficiamento e industrialização da madeira.
Gabriel primeiro fez um breve resumo de tudo
62 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
que foi visto, valorizando as apresentações que
vieram antes e seria concluída por ele e logo
após deu destaque para algo que ainda não está
tão disseminado no Brasil e que se apresenta
como uma grande oportunidade de mercado.
“A madeira de ciclo longo com multiprodutos é
a madeira que precisamos implantar no país” valoriza
Gabriel. A madeira com manejo correto foi
outro destaque de sua palestra, que enquadrou a
importância do trato correto com a árvore desde
seus primeiros momentos. “Uma madeira bem
manejada pode entregar um produto que chega
a valer três ou quatro mil reais, depois de seu
processamento”, conclui Marques.
Se ficou curioso e quer saber todos os detalhes
do evento, pode assistí-lo no canal do youtube
da Revista Referência, onde o workshop foi
transmitido e está disponibilizado.
NÓS SELECIONAMOS
UM GRANDE TIME,
PESSOAS MUITO CAPACITADAS,
PARA TRABALHAR ESSE
ASSUNTO QUE É UM
CALCANHAR DE AQUILES NO
SETOR FLORESTAL
FÁBIO MACHADO
JULHO 2021 63
EXPORTAÇÃO
COMPETITIVIDADE
INTERNACIONAL
Fotos: divulgação
PROJETO BRAZILIAN FURNITURE
TEM SE DESTACADO NO FOMENTO
DAS EXPORTAÇÕES PARA A
INDÚSTRIA NACIONAL DE MÓVEIS
64 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
JULHO 2021 65
EXPORTAÇÃO
C
om foco no fomento das exportações para
a indústria brasileira de móveis, a ABIMÓ-
VEL (Associação Brasileira das Indústrias do
Mobiliário e da Apex-Brasil) criou o Projeto
Brazilian Furniture.
A iniciativa foi criada em 2007, sendo retomada em
2014 e tem prazo de renovação de 2 em 2 anos, com o
último vínculo tendo sido firmado até 2023.
As empresas associadas ao projeto recebem relatórios
periódicos com informações de inteligência do
mercado, como o Anuário Brasil Móveis, a Conjuntura
Mensal do Setor de Móveis, Monitoramento Mensal das
Exportações de Móveis, estudos e panoramas de mercados-alvos,
entre outras pesquisas.
Ainda são realizadas ações em diversos segmentos
para promover essas empresas junto de compradores
internacionais, como o Projeto Comprador e outras viagens
internacionais de comércio.
Atualmente fazem parte do Brazilian Furniture cerca
de 160 empresas, todas associadas da ABIMÓVEL.
“Essas empresas respondem atualmente por 46% do
total exportado pelo setor moveleiro no Brasil, graças a
um arrojado calendário de ações com foco na internacionalização
da indústria de móveis brasileira, baseando-se
no tripé: design integrado à indústria, sustentabilidade
e competitividade”, relata a diretora executiva da
ABIMÓVEL, Cândida Cervieri.
Segundo números da ABIMÓVEL, somente nos dois
últimos anos, as empresas participantes do Brazilian Furniture
conseguiram aumentar em 47% as exportações no
período, com R$ 650 milhões gerados em receitas. Esse
montante equivale a 46% de todos os embarques para o
exterior da indústria moveleira entre 2018 e 2020.
“A indústria de móveis no Brasil exerce um papel de
destacada relevância tanto na cadeia produtiva na qual
ela está inserida quanto na economia como um todo,
sendo a sexta maior produtora de móveis no mundo e
a oitava cadeia que mais emprega no Brasil, ou seja, é
intensiva em produção e mão-de-obra, representando
1.2% do Produto Interno Bruto nacional e exportando
para mais de 121 mercados”, aponta Cândida Cervieri.
Entre os mercados acessados pelo programa estão
a Alemanha, Chile, Emirados Árabes, EUA (Estados Unidos
da América), México, Peru, Reino Unido e o Canadá,
com a Colômbia, França, Índia, Itália e Panamá tendo
conversas avançadas para entrarem nessa lista.
“Estes mercados-alvos são selecionados após criteriosas
pesquisas, análises e diagnósticos de negócios.
Os compradores internacionais também são selecio-
66 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
nados com base em relevância do país-alvo; potencial
de compra; segmento de atuação; convergência da
demanda com a oferta da indústria brasileira; mercado
de posicionamento”, completa a diretora executiva da
ABIMÓVEL.
APOIO AS EMPRESAS
A Móveis James é uma das empresas parceiras do
Brazilian Furniture e tem aprovado a experiência dentro
do projeto.
“Sem dúvida alguma o maior benefício do Brazilian
Furniture, é a possibilidade que temos de desenvolver
novos mercados no mercado internacional. Sendo através
de participações em Feiras internacionais e Rodadas
de negócios. É um processo evolutivo, e de amadurecimento,
pois sempre aparecem novos desafios e grande
aprendizado”, avalia o diretor comercial da Móveis James,
Jaime Pfutzenreuter.
A Móveis James exporta atualmente para países da
América do Sul, América Latina, América do Norte e
Europa, com uma linha de produtos que engloba poltronas,
cadeiras, mesas, aparadores, mesas de apoio
(centro e lateral).
“Este programa idealizado pela ABIMÓVEL e com
o apoio dos associados e Apex, promove o nosso setor
no mercado internacional, possibilitando as indústrias
alcançar novos mercados. O móvel brasileiro está em
constante evolução e podemos ver muitas empresas
buscando o mercado internacional com ótimos produtos
e design, algumas sendo premiadas em concursos internacionais,
despertando o interesse dos compradores
mundo afora”, enaltece Jaime Pfutzenreuter.
As empresas interessadas em participarem do Brazilian
Furniture podem entrar em contato com a ABIMÓ-
VEL pelos e-mails comercial@brazilianfurniture.org.br ou
controladoria@abimovel.com.
ESTES MERCADOS-ALVOS SÃO
SELECIONADOS APÓS
CRITERIOSAS PESQUISAS, ANÁLISES E
DIAGNÓSTICOS DE NEGÓCIOS
CÂNDIDA CERVIERI, DIRETORA
EXECUTIVA DA ABIMÓVEL
JULHO 2021 67
ARTIGO
CONTROLE DE
CONTAMINAÇÃO EM
SISTEMAS HIDRÁULICOS:
OTIMIZAÇÃO EM MÁQUINAS
DE CORTE FLORESTAL
Foto: divulgação
NASCIMENTO, JHEILA TAINÁ SANTOS
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO
DO CONHECIMENTO. ANO 05, ED. 05, VOL. 11,
PP. 05-20.
ARESUMO
tualmente, o mercado vive um cenário competitivo,
onde as grandes fábricas estão
buscando de modo contínuo maneiras de
melhorar a qualidade dos produtos e serviços,
procurando alcançar altos níveis de produção
e lucratividade. Tratando-se de sistemas
hidráulicos, um meio de transmissão de energia que
visa o aperfeiçoamento de sistemas para os mais diversos
processos produtivos industriais, possibilitando a automatização,
através da geração e controle de movimentos.
Diversos fabricantes e organizações de padronização têm
mostrado a importância do controle de contaminação
do fluido justificando o maior rendimento dos sistemas
automatizados, assim como a produtividade dos processos
industriais. Essa contaminação, que ocorre na forma
de partículas sólidas devido a deterioração do metal ou
corpos estranhos no fluido, causa aceleração do desgaste
dos componentes hidráulicos, minimizando a eficiência e
vida útil destes. Este estudo tem como proposta realizar
uma breve análise de controle da redução de contaminantes
sólidos de máquinas de corte florestal, por meio
da instalação de sistema de filtragem off-line, agregado
ao sistema hidráulico principal da máquina e comprovado
por meio de equipamentos de monitoramento em padrões
normatizados. Com base em livros, apostilas de fabricantes
de componentes hidráulicos e artigos conclui-se
que o impacto da contaminação do fluido hidráulico está
diretamente relacionado a vida útil dos componentes,
a capacidade produtiva e lucrativa das máquinas com o
menor número de paradas não programadas possíveis,
interrupções e manutenções evitáveis.
Palavras-chave: Controle de contaminação, fluidos hidráulicos,
sistemas hidráulicos, manutenção em máquinas
de corte florestal.
68 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
INTRODUÇÃO
Para Linsingen (2008), sistema hidráulico é um conjunto
de elementos físicos associados de forma apropriada
que, utilizando um fluido como meio de transferência
de energia, possibilita a transmissão e controle de movimentos.
E um dos componentes essenciais independentemente
de qualquer área operacional, é sem dúvida o
fluido hidráulico.
Munson (2004) aponta que, notadamente, um fluido
é determinado como uma substância que deforma constantemente
quando submetida a determinada pressão.
O fluido hidráulico é a parte integrante essencial para o
início do funcionamento de um sistema hidráulico industrial.
Ele serve para realizar a transmissão de energia, age
como um lubrificante criando uma película protetora, atuando
também como um veículo de transferência de calor
(Parker, 2018). Suas características de redução do atrito
são estudadas por meio da tribologia, ciência que explora
os fenômenos desencadeados por intermédio do atrito.
Sendo possível encontrá-los em seus diversos tipos,
como, óleos sintéticos, minerais, a base de água, vegetais
e específicas aplicações através de aditivos incorporados
para melhorar o desempenho usual, como, excelente
resistência a altas temperaturas, a sistemas abrasivos, inibidores
de corrosão e oxidação, entre outros.
Os elementos basilares identificados como fontes de
contaminação em um sistema hidráulico são particulados
sólidos, água e ar, visto que a contaminação por partículas
sólidas é a mais comum, podendo ser gerada internamente
durante a operação do sistema, por meio de desgaste
abrasivo dos equipamentos, devido a interação de corpos,
ou desgaste adesivo quando ocorre a perda do filme
de óleo permitindo o contato direto entre superfícies
metálicas em movimento, ou ainda por meio de desgaste
corrosivo, por meio de contaminação de água causando
uma reação química que se degrada constantemente.
A contaminação ainda pode ser, de origem externa
ao sistema hidráulico, por meio das tampas de reservatórios
mau condicionadas, vedações desgastadas das
hastes dos cilindros, ambientes hostis ou através do simples
abastecimento de fluido novo não classificado de
acordo com as exigências dos equipamentos do sistema
hidráulico, pois o fluido novo não é obrigatoriamente um
fluido limpo e apto para operar com os componentes
hidráulicos. Tradicionalmente, um tambor de óleo hidráulico
recém-aberto é diretamente utilizado, porém esse
fluido não está apropriadamente apto para ser usado em
sistemas hidráulicos ou lubrificantes, por não está limpo
(Parker, 2018), essa contaminação pode causar redução na
produção (paradas não programadas), custo de reposição
de equipamentos onerosos, aumento do índice de sucata,
baixa vida útil dos componentes hidráulicos, como válvulas,
cilindros e acessórios, custos no descarte e reposição
do fluido, e aumento nos gastos gerais de manutenção
preventiva e corretiva.
ção de sistemas de filtragem, do tipo, filtros de ar, sucção,
pressão, retorno, e em alguns casos até o sistema de filtragem
off-line. Na figura 1 demonstra-se o circuito básico
de um sistema off-line de filtragem.
Também referida como recirculagem ou filtragem
auxiliar, este sistema é totalmente independente de um
sistema hidráulico principal de uma máquina. A filtragem
off-line consiste em uma bomba, filtro, motor elétrico e os
sistemas de conexões. Estes componentes são instalados
fora da linha como um pequeno subsistema separado das
linhas de trabalho ou incluído em um sistema de resfriamento.
O fluido é bombeado fora do reservatório através
do filtro e retorna para o reservatório em um ciclo contínuo.
(Parker, 2018, p.48).
CONTROLE DA QUALIDADE DO FLUIDO
HIDRÁULICO
A filtragem off-line é capaz de reduzir uma parcela
significativa da quantidade de contaminantes sólidos
presentes no fluido hidráulico, categorizando-o de acordo
com as normas internacionais que definem os padrões da
qualidade de limpeza do fluido hidráulico.
Há, portanto, a necessidade de se determinar com
clareza e precisão, qual o nível de limpeza que o fluido
deve ter, para garantir o perfeito funcionamento dos sistemas
hidráulicos. Há muitos anos, organizações como:
NFPA, ASTM, SAE, ISO, NAS; entre outras, têm estabelecido
critérios para determinar o nível de contaminação
dos fluidos. Atualmente, as normas internacionais mais
aceitas são a ISO 4406 e NAS 1638, as quais passamos a
descrever. A escala de referência de contaminação é usada
para detectar ou corrigir os problemas. A contagem de
partículas é o método mais comum para obter-se níveis
de padrão de limpeza. São usados instrumentos ópticos
muito sensíveis para contar o número de partículas em
várias faixas de tamanho. Estas contagens são reportadas
como um número de partículas maiores que um certo
tamanho encontrado em um específico volume de fluido.
(Parker, 2018, p.26).
A ISO 4406 (Organização Internacional para Padronização)
desenvolveu um código de limpeza de três pares de
O IMPACTO DA
CONTAMINAÇÃO DO
FLUIDO HIDRÁULICO ESTÁ
DIRETAMENTE RELACIONADO A
VIDA ÚTIL DOS COMPONENTES
DESENVOLVIMENTO
Em todos sistemas hidráulicos é necessário a utiliza-
JULHO 2021 69
ARTIGO
dígitos sequenciais, conforme figura 2, para classificação
do nível de contaminação do óleo hidráulico pela quantidade
de partículas por ml (mililitro), conforme figura 3; o
primeiro par de números determina a quantidade de partículas
maiores que 4µ (4 micra), o segundo par de dígitos
determina a quantidade de partículas para maiores que
6µ (6 micra) e o terceiro par determina a quantidade de
partículas maiores que 14µ (14 micra). “Sabendo que um
micrômetro (um “mícron”) é uma milionésima parte de
um metro ou 39 milionésimos de uma polegada” (Parker,
2018, p.19).
A norma NAS é um padrão que existe a um tempo
maior, desenvolvida em 1964 para determinar a classe de
contaminação em componentes de transportes aéreos e
fluidos hidráulicos. Essa norma define o nível de contaminação
pela quantidade de partículas presentes em um
volume de 100 ml, em 5 faixas de tamanho (Parker, 2018).
Enumerada em escala de 0 a 12, conforme figura 4, sendo
que a classificação é dada pela maior classe encontrada
na análise por meio de aparelhos monitoradores a laser
para contagem de partículas.
As máquinas de uma forma geral possuem equipamentos
hidráulicos para movimentação das partes integrantes,
como, cilindros hidráulicos, válvulas direcionais,
mangueiras de interligação, entre outros, os quais a vida
útil é reduzida devido a contaminação do óleo hidráulico
proveniente da própria aplicação, não sendo controlada
e inspecionada conforme norma ISO 4406, conforme
mostrada na figura 5. A maioria dos fabricantes de componentes
hidráulicos especificam a classe de limpeza para
seus produtos, sendo que a utilização com fluidos fora
dos padrões determinados, ou seja, contaminados, reduzirá
a vida útil dos componentes e até mesmo anulará a
garantia. Segundo Parker (2018, p. 29), “O fluido hidráulico
deve estar dentro das recomendações em que se baseiam
as normas NAS 1638 (de 1969) e equivalente à ISO
4406 (de 2002)”, sabendo que não pode-se considerar um
fluido novo como limpo e apto para utilização nos sistemas
hidráulicos antes do processo de filtragem, figura 6.
De modo geral, os projetos industriais são executados
obedecendo a esta sequenciação: o Estudo de Viabilidade
Técnica e Econômica; o desenvolvimento do Projeto
de Engenharia Básico e, definida certa porção deste, o
Projeto de Engenharia Detalhado para Execução; o Suprimento
dos insumos necessários à materialização do projeto;
e, finalmente, a Construção (Lemmer, 1997, p.2).
O modo de funcionamento do sistema off-line é composto
por uma bomba hidráulica de engrenagens, filtro
de baixa pressão, um motor elétrico trifásico e conexões
de interligação do sistema, um subsistema onde o fluido
é bombeado e retorna ao reservatório mantendo um ciclo
purificador.
O objetivo requerido pelo fabricante Komatsu para
o nível de limpeza ISO/NAS do óleo hidráulico e seus
componentes hidráulicos contidos na máquina PC200F-8
deve ser inferior ou igual a NAS 7 a fim de alcançar ótimo
padrões de desempenho, conforme figura 9.
É sempre bom consultar o fabricante do componente
para obter por escrito as recomendações do nível de contaminação
do fluido. Essa informação é necessária para
selecionar o nível de filtragem correto. Pode servir também
como garantia contra possíveis reclamações futuras,
visto que pode delinear a linha de uso normal e operação
excessiva ou abusiva. (Parker, 2013, p.14).
Para alcançar os objetivos na limpeza do óleo hidráulico
contando com a redução das impurezas nele contidas,
deve-se instalar o sistema de filtragem off-line na unidade
hidráulica do equipamento, ou seja, acréscimo ao sistema
hidráulico principal da máquina. Na conceituação de
Parker (2013, p.2) “a função de um filtro não é limpar o
óleo, mas reduzir custos operacionais.”
Com a implantação do sistema de filtragem hidráulica
e após a utilização do equipamento, constatou-se a redução
da quantidade de partícula dos sólidos presentes no
sistema que prejudicavam a performance dos equipamen-
SISTEMA DE FILTRAGEM OFF-LINE EM
MÁQUINAS DE CORTE FLORESTAL
O sistema de filtragem auxiliar foi instalado na máquina
PC200F-8, fabricante Komatsu, essa adapta-se à tarefa
que necessita ser executada, variando o tipo de cabeçote
fixado no braço hidráulico. A máquina em estudo é de
corte e descasque florestal, conforme figura 7.
Anteriormente à aplicação, os equipamentos hidráulicos
responsáveis pela movimentação mecânica
sofriam paradas não programadas, e consequentemente
gerava custos operacionais, de manutenção e perda na
produtividade. Portanto analisou-se a possibilidade de
implantação do sistema de filtragem off-line, conforme
figura 8 demonstra, totalmente independente do sistema
hidráulico principal da máquina, o painel do sistema implantado
montado, visando a melhoria da qualidade do
óleo hidráulico.
DIVERSOS FABRICANTES E
ORGANIZAÇÕES DE
PADRONIZAÇÃO TÊM MOSTRADO A
IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE
CONTAMINAÇÃO DO FLUIDO
JUSTIFICANDO O MAIOR
RENDIMENTO DOS SISTEMAS
AUTOMATIZADOS
70 referenciaindustrial.com.br JULHO 2021
tos hidráulicos. Posteriormente realizou-se análises laboratoriais
do óleo hidráulico e obteve-se como resultado
NAS 5 (ISO 16/14/11) conforme mostrado na figura 10.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na figura 11 são demonstrados os resultados das análises
do óleo hidráulico durante o período de aplicação
do sistema de filtragem off-line nas máquinas de corte
e descasque de eucalipto do módulo 06 (localização de
colheita florestal) de uma indústria do ramo de papel e
celulose.
A implantação do sistema de filtragem off-line reduziu
notadamente a contaminação por partículas sólidas do
óleo hidráulico, na figura 12 é mostrado o percentual de
equipamentos (máquinas de corte florestal) por faixa de
NAS aceitável, ou seja, abaixo da norma NAS 7 conforme
requerido pelo fabricante Komatsu.
A monitoração contínua através de equipamento de
medição da qualidade do óleo hidráulico, como controle
da quantidade de partículas sólidas, a porcentagem de
água, viscosidade, entre outros parâmetros, é essencial
para o bom desempenho dos componentes hidráulicos
utilizado no sistema. Assim, os riscos previsíveis para os
componentes hidráulicos podem ser descobertos a tempo,
podendo-se executar trabalhos de manutenção em
função do estado do fluido hidráulico.
Na época atual, com o desenvolvimento de novas tecnologias
e o surgimento de uma nova geração de equipamentos,
nos quais os componentes internos possuem folgas
que por sua vez diminuem para gerar altas pressões
de trabalho e maior força às máquinas, tornou-se mais
importante o controle e monitoramento da contaminação
do fluido hidráulico, visando a redução dos custos de manutenção,
por meio da intervenção no componente essencial
em qualquer sistema hidráulico, o fluido, que por
sua vez tem um desempenho satisfatório quando bem
manuseado e tratado.
Constatou-se que, devido a implantação do sistema
de filtragem off-line houve uma significativa diminuição
das paradas não programadas devido aos danos em
componentes hidráulicos do sistema da máquina, como,
substituição de cilindros, troca de vedações de válvulas,
mangueiras e conexões. Demonstrando a otimização do
funcionamento das máquinas de corte florestal devido ao
controle da qualidade do óleo hidráulico através da implantação
do sistema de filtragem off-line.
Confira a versão completa deste artigo em https://
www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/sistemas-hidraulicos
Obs.: Todas as figuras citadas no texto estão disponíveis
no link original acima.
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PROPÓSITO DO ESG
É A CHAVE PARA LUCRAR
HOJE E NO FUTURO
As práticas de ESG têm grande impacto
na forma como a empresa se apresenta,
o que independe de seus resultados
financeiros, mas estão intimamente ligadas
a um cenário em que o propósito de
uma companhia e suas ações são valorizadas pelos
investidores e também pelo consumidor final. Assim,
surgiram os Títulos Sociais, que já são comparados
aos Títulos Verdes (Green Bonds), destinados a financiar
projetos com resultados sociais positivos.
Além disso, o mercado e os próprios investidores
passaram a evitar o investimento em empresas que
não se comprometem com fatores ambientais, sociais
e de governança. O propósito do ESG é a chave para
lucrar hoje e no futuro, mas como empresas podem
aplicar essas práticas no centro das suas estratégias?
A resposta é simples: por meio da inovação sustentável.
No dia a dia dos negócios, práticas da inovação
corporativa ajudam a organização a amadurecer nos
indicadores relacionados ao ESG. Segundo o Fórum
Econômico Mundial, empresas sustentáveis podem
investir em pesquisa e desenvolvimento para gerar
produtos e serviços inovadores por conta própria e,
assim, atingir expectativa dos novos consumidores.
Mais do que gerar novos negócios, programas de
inovação podem contribuir com a geração de soluções
inovadoras para o mercado, otimizando processos,
reduzindo o impacto social e resolvendo dores
latentes da sociedade.
CUIDAR DO MEIO
AMBIENTE COM
RESPONSABILIDADE SOCIAL E
ADOTAR PRÁTICAS DE
GOVERNANÇA, TORNOU-SE
TENDÊNCIA PARA AS
EMPRESAS
POR
LUCIANA MARTINS
LOUREIRO
SÓCIA-DIRETORA DA
MEDIATO SOLUÇÕES DE
CONFLITOS JURÍDICOS,
ADVOGADA, MEDIADORA
E CONCILIADORA
CAPACITADA PELO
MÉTODO HARVARD DE
NEGOCIAÇÃO E PRESIDENTE
DA ABRAMAC (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDIAÇÃO,
ARBITRAGEM E CONCILIAÇÃO)
No Brasil, que é visto como um país de grandes
litigantes e de acordo com os dados do último relatório
Justiça em Números, elaborado pelo Conselho
Nacional de Justiça, cada juiz no Brasil julgou em
2019 oito processos por dia útil. E esse cenário, sem
comparação com qualquer outro país, só tende a se
agravar com os inúmeros litígios que têm surgido
em decorrência da pandemia do Covid-19, que já se
alonga há mais de um ano e torcemos por seu fim
para o bem da humanidade.
Se para as partes a opção pelos métodos adequados
de resolução de conflitos constitui há muito
um direito, para os advogados responsáveis pela
sua orientação jurídica (no setor público ou privado)
a apresentação dessas opções para seus clientes
constitui um dever de natureza ética, à vista do que
dispõe o artigo 2º, parágrafo único, inciso VI, e 8º, do
Código de Ética e Disciplina da OAB, intimamente
relacionado ao direito fundamental à informação.
A novidade é que empresas que adotam as práticas
de ESG têm apresentado maior interesse em
resolver conflitos jurídicos por meio da mediação. Há
uma movimentação significativa de empresas que
adotaram as práticas de ESG resolverem divergências
por meio da mediação, nos EUA (Estados Unidos da
América) e na Europa. Isso pela postura mais humana
e consciente dessas companhias, que conseguem
dialogar mesmo diante de conflitos corporativos envolvendo
milhões.
PS: ESG (Enviromental, Social and Governance) -
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