1º Seminário de Meio Ambiente do PPGSSA Sustentabilidade: Perspectivas Agenda 2030
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Mariana
Revista
Setembro 2021
Histórica e Cultural
Revista Histórica e Cultural
Revista Especial 1ª Semana do Meio Ambiente - UFOP - Edição 01
A Revista Mariana Histórica e Cultural nessa edição traz uma parceria com o Programa de
Pós-graduação em Sustentabilidade - PPGSSA/UFOP, buscando difundir o 1º Seminário
de Meio Ambiente, realizado entre os dias 31 de maio e 07 de junho de 2021, realizado
juntamente com a Fundação de Meio Ambiente – FEAM, com o intuito de homenagear a 1ª
turma do Programa, que foi oferecida para essa Fundação.
As palestras, mesas redondas, minicursos, e oficinas foram acompanhadas por mais de
1.000 pessoas e se você ainda quiser assistir ou rever, acompanhe-nos nessa jornada.
1º Seminário de Meio Ambiente do PPGSSA Sustentabilidade:
Perspectivas Agenda 2030
Realização:
Programa de Pós Graduação em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM)
Comissão Organizadora:
Programa de Pós-Graduação em
Sustentabilidade- UFOP (PPGSSA) :
Coordenadora Geral:
Vera Lúcia de Miranda Guarda
Coordenadora Adjunta:
Kerley dos Santos Alves
Fundação Estadual do Meio Ambiente
(FEAM):
M.Sc. Denise Marília Bruschi, Regina
Lúcia Medeiros de Souza e Eng.Cláudia
Lima de Franco Benício Rocha
Comissão de estudantes e egressos:
Welington Ribeiro Aquino
Estagiários – Curso de Turismo -
UFOP:
Andreia das Graças Ferreira
Bruna Louize Soares Souza
Isabella Kathleen Bastos Vargas da Silva
Júlio Danton Camargo
Rafael Cicutto Flosi
Arte oficial e logomarca:
Luan Carlos Hermenegildo
Diagramação:
Cristiano Casimiro dos Santos
Revista Mariana Histórica e Cultural
Artes:
Estagiário curso de turismo -UFOP
Cristiano Casimiro dos Santos
Revista Mariana Histórica e Cultural
Fotografias:
Vera Lúcia de Miranda Guarda
Cristiano Casimiro dos Santos
Revista Mariana Histórica e Cultural
Distribuição virtual:
www.marianahistoricaecultural.com.br
Sumário
EDITORIAL.....................................................................................................................02
GESTÃO AMBIENTAL EM MINAS GERAIS...................................................................04
Lives: 01 e 02..................................................................................................................07
USO DO LÚDICO PARA FALAR SOBRE A CRISE CLIMÁTICA:
Relato do workshop “entre no clima e divirta-se!”...........................................................08
Lives: 03 e 05..................................................................................................................11
MINICURSO DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS..................................................12
Lives: 06 e 07.................................................................................................................15
OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE: Água, Saneamento e Gênero....................16
INDICADORES DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
Entre o ideal e o possível................................................................................................20
Lives: 08 e 09..................................................................................................................23
OS DESAFIOS BRASILEIROS NA IMPLANTAÇÃO DA AGENDA 2030........................24
Lives: 10 e 11..................................................................................................................27
NUCÁT - NÚCLEO CÁTEDRA UNESCO: Água, Mulheres e Desenvolvimento............28
Lives: 12 e 13...................................................................................................................31
PROJETO SOCIOAMBIENTAL ECOS: EM PROL DO DESENVOLVIMENTO
DAS ESCOLAS SUSTENTÁVEIS EM MINAS GERAIS..................................................32
Lives: 14 e 15...................................................................................................................35
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DOMICILIARES EM TEMPOS
PANDÊMICOS: ESTUDANTES DE ESCOLAS CURITIBANAS......................................36
Lives: 16 e 17...................................................................................................................39
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E CRIATIVIDADE NA PANDEMIA:
Ação extensiva com estudantes do curso técnico em mecânica do Instituto
Federal do Paraná – Campus Paranaguá.......................................................................40
Lives: 18 e 19 .................................................................................................................43
ESPAÇO DE ENCONTRO EXTENSIONISTA ENTRE UNIVERSIDADE E
ESCOLAS EM TEMPOS DE PANDEMIA........................................................................44
Lives: 20 e 21...................................................................................................................47
A SAGA PARA A CONCLUSÃO DO MESTRADO DO ENG. CAIO MÁRCIO
DE BENÍCIO ROCHA E A IDEIA DA I SEMANA DO MEIO AMBIENTE
DO PSSGSA....................................................................................................................48
AGRADECIMENTOS......................................................................................................51
Os conceitos e afirmações contidos nos artigos são de inteira responsabilidade dos autores.
Editorial:
O
Oprograma de Pós Graduação em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental da
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em parceria com a Fundação Estadual do Meio
Ambiente (FEAM) realizou entre os dias 31 de maio e 07 de junho de 2021, sua primeira
Semana de Meio Ambiente - Sustentabilidade: Perspectivas Agenda 2030.
A missão do PPGSSA é formar profissionais capazes de vencer os desafios da sustentabilidade para
além dos muros da Universidade nas relações de pertencimento, de integração e saúde ambiental,
em uma compreensão crítica e complexa das questões socioambientais e econômicas no território.
Assim, o objetivo da nossa 1ª Semana do Meio Ambiente foi envolver a sociedade em um debate
interativo em que o conhecimento, em suspensão, a sensibilizou quanto ao seu papel na
preservação do Meio Ambiente.
Foto: Represada Fumaça - Mariana - MG - Cristiano Casimiro
Kerley dos Santos Alves: Coordenadora do PPGSSA/UFOP
Pós-Doutora em Democracia, Cidadania e Direito pelo Centro de Estudos
Sociais de Coimbra, Portugal. Doutora em Psicologia pela PUC-Minas com
estágio Sandwich pela Universitat Autônoma de Barcelona - Espanha Mestre
em Turismo e Meio Ambiente E-mail: kerley@ufop.edu.br
essa primeira semana dedicada ao Meio Ambiente e também a primeira turma do programa
Nde Mestrado Sustentabilidade contou com Palestras, Oficinas, Mesas Redondas,
Homenagens e gerou o início de um debate que está apenas começando: O Meio Ambiente
é nosso, e por isso precisamos cuida-lo.
A Comissão Organizadora, cujos esforços foram divididos entre o PPGSSA(Drª Vera Lúcia de
Miranda Guarda e Drª Kerley dos Santos Alves), a equipe da FEAM - M.Sc. Denise Marília Bruschi,
Regina Lúcia Medeiros de Souza e Eng.Cláudia Lima de Franco Benício Rocha e a Comissão de
estudantes e egressos do PPGSSA- Welington Ribeiro Aquino Marques agradece a contribuição
de todos os palestrantes e participantes dessa 1ª Semana do Meio Ambiente, bem como às
empresas e instituições que nos apoiaram; SLAAG (Seminário Latino Americano de Água e
Gênero); Cadin de nós, VLI (Empresa de Logística); Aliança Francesa - Ouro Preto; Revista Cultural
Mariana; Plantar Carbon, Rotary Club de Ouro Preto, Sociedade Mineira de Engenheiros.
Vera Lúcia de Miranda Guarda: Coordenadora Geral do Evento
Professora voluntária do Programa de Mestrado Sustentabilidade/
PPGSSA – UFOP. Profª Emérita da Cátedra. Profª da UFOP (1992-2018).
Drª em Ciências Farmacêuticas Université Grenoble Alpes e Bolsista
CAPES/COFECUB. Consultora da UNESCO.
Foto: Parque Itacolomi - Mariana - MG - Cristiano Casimiro
GESTÃO AMBIENTAL
EM MINAS GERAIS
Marília Carvalho de Melo
05
Marília Carvalho de Melo: Engenheira Civil, Mestre em Meio Ambiente,
Saneamento e Recursos Hídricos pela UFMG, Pós-Graduada em Gestão pela
Fundação Dom Cabral e Doutora em Recursos Hídricos e Saneamento pelo
Programa de Engenharia Civil na COPPE, UFRJ. Atualmente é Secretária de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas
Gerais - SEMAD. Já exerceu as funções de secretária adjunta, subsecretária de
controle e fiscalização na SEMAD e Diretora Geral do Instituto Mineiro de
Gestão das Águas.É também professora universitária e coordenadora do
Programa de Mestrado Profissional sustentabilidade em recursos hídricos na
Universidade Vale do Rio Verde – UNINCOR.
gestão ambiental em Minas Gerais tem buscado se aprimorar considerando a premissa da
Aprestação de serviço de qualidade ao cidadão com vistas a melhoria da qualidade ambiental
do estado.
É percebida no Brasil uma valorização excessiva a um único instrumento da Política
Nacional de Meio Ambiente instituída pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, o licenciamento
ambiental. O licenciamento ambiental assim como os demais atos autorizativos da área de meio
ambiente são instrumentos que avaliam o impacto e estabelecem condições para que
empreendimentos se instalarem com os devidos controles e utilização racional e sustentável dos
recursos naturais.
Desta forma, a recente política ambiental em MG iniciou um processo de otimização e
racionalização do licenciamento, tornando o instrumento mais ágil com a qualidade técnica
necessária ao desempenho ambiental. O desempenho dos principais atos autorizativos ambientais
está apresentado na Figura 1.
Outorga de direito de uso da água Licenciamento para Intervenção
Ambiental Ambiental Autorização para Intervenção
ambiental
O u t o r g a d e d i r e i t o d e u s o d a á g u a Licenciamento
Figura 1 – Desempenho das autorizações ambientais em MG - Fonte: SEMAD, 2021
Como mencionado o licenciamento é apenas um dos instrumentos de Política de Meio ambiente e
assim Minas Gerais tem buscado aprimorar da mesma forma outros instrumentos especialmente:
06
• o estabelecimento de padrões de
qualidade ambiental;
• o zoneamento ambiental;
• os incentivos à produção e instalação de
equipamentos e a criação ou absorção de
tecnologia, voltados para a melhoria da
qualidade ambiental;
• a criação de espaços territoriais
especialmente protegidos pelo Poder
público federal, estadual e municipal, tais
como áreas de proteção ambiental, de
relevante interesse ecológico e reservas
extrativistas;
• o sistema nacional de informações sobre
o meio ambiente;
• instrumentos econômicos, como
concessão florestal, servidão ambiental,
seguro ambiental e outros
Neste sentido a Secretaria de Estado de Maio ambiente e Desenvolvimento sustentável tem
desenvolvido ações e planejamento outras para ampliar a atuação com o foco na melhoria dos
indicadores de qualidade ambiental nas diversas regiões do estado.
D e s t a c a - s e a P l a t a f o r m a d e D a d o s E s p a c i a i s – I D E - S I S E M A
(http://idesisema.meioambiente.mg.gov.br/) uma ferramenta de gestão do território e
disponibilização de informação geoespacializada das diversas áreas de atuação do meio ambiente.
Outra ação essencial para a gestão ambiental é o monitoramento das principais variáveis e
parâmetros representativos da qualidade ambiental. Desta forma, destaca-se o programa de
monitoramento de qualidade das águas do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), com mais
de 600 pontos de monitoramento e quatro campanhas anuais com série histórica desde 1997. É um
instrumento essencial para avaliação das principais fontes de poluição das águas o que propicia
inclusive identificar a eficácia dos licenciamentos e do controle do efluente líquido das atividades
potencialmente poluidoras. De forma similar, o monitoramento da cobertura vegetal tem propiciado
o combate ao desmatamento ilegal em MG.
Atividades de educação ambiental estão sendo executadas, com relevância ao programa de
educação ambiental em escolas para incentivo ao uso racional de água, energia e gestão de
resíduos sólidos. Por meio de uma abordagem integrada com educadores de escolas públicas,
intervenções são realizadas com os alunos e o resultado é mensurado nos indicadores da escola e
também nas residências dos alunos por meio da conta de água, de luz e implementação da coleta
seletiva.
Estes são apenas breves exemplos da implementação de uma gestão ambiental integrada que tem
como foco a qualidade ambiental, o desenvolvimento sustentável que seja intergeracional.
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USO DO LÚDICO PARA FALAR
SOBRE A CRISE CLIMÁTICA :
Relato do workshop “entre no clima e divirta-se!”
Lívia Cristina Pinto Dias
Foto: Parque Itacolomi - Mariana - MG - Cristiano Casimiro
09
Lívia Cristina Pinto Dias Engenheira Ambiental (2011), Mestre em
Meteorologia Agrícola (2013) e Doutora em Meteorologia Aplicada (2017) pela
Universidade Federal de Viçosa. Professora do Departamento de Engenharia
Ambiental da Escola de Minas (Universidade Federal de Ouro Preto). Atua na
área de geociências e interação atmosfera-biosfera.
ão há dúvidas de que o clima está
Nmudando ao ponto de que hoje fala-se
em crise climática, já que as primeiras
projeções sobre as mudanças no clima já
estão se concretizando e extremos climáticos
tem sido cada vez mais frequente, impactando
p r i n c i p a l m e n t e p e s s o a s d e m a i o r
vulnerabilidade social (IPCC,2018). Por isso, o
clima é uma das preocupações da Agenda
2030, estando diretamente citado no Objetivo
13.Diante desse cenário, como conscientizar
as pessoas sobre a crise climática global?
Uma forma é utilizando o lúdico e os
jogos, já que a motivação e o divertimento são
as maiores alavancas para a aprendizagem
(SANTAELLA, 2012). Pensando nisso, foi
proposto um jogo de perguntas e respostas
para o workshop “Entre no clima e divirta-se”
que teve como objetivo conscientizar sobre a
crise climática e discutir sobre as polícias
possíveis para combater esse problema
ambiental para uma audiência estimada
inicialmente para 100 pessoas.
N o i n í c i o d o w o r k s h o p , f o r a m
apresentados os conceitos de tempo e clima,
bem como de variabilidade e mudanças
climáticas. Para iniciar a dinâmica foi
apresentada a seguinte situação: “Imagine
que você está na pele de um político que deve
decidir quais medidas adotar para manter o
aquecimento global abaixo de 1,5ºC.
Responda a quatro perguntas sobre:
Agricultura, Energia, Economia Verde e
Adaptação”. Também foi explicado que, para
cada pergunta, havia uma resposta totalmente
sem relação com o tema (que se escolhida
pela maioria da audiência somaria +0,5ºC),
uma resposta com uma ação menos eficiente
para conter o aumento de temperatura (que se
escolhida pela maioria da audiência somaria
+0,3ºC) e uma resposta mais eficiente para
conter o aumento de temperatura (que se
escolhida pela maioria da audiência somaria
+0,1ºC). O objetivo era que a audiência fosse
capaz de escolher opções que mantivessem o
aquecimento global abaixo de 1,5ºC. A
interação com a audiência foi feita
apresentando a pergunta e um QRCode, por
onde a audiência teve acesso as opções de
resposta. Todos os resultados eram
compilados em um gráfico e apresentados a
todos.
Os temas foram os escolhidos porque são
importantes para a realidade brasileira. Sobre
agricultura, foi perguntado sobre como tornar
o setor de produção de alimentos mais verde e
foi discutido sobre as emissões de gases de
efeito estufa desse setor no Brasil e as
técnicas mais sustentáveis tanto para
pequenas quanto para grandes fazendas.
Sobre o setor de energia, foi perguntado sobre
como fazer as fábricas e indústrias serem mais
eficientes em termos de energia e foi discutido
sobre a importância da eficiência energética,
além da urgência para a utilização de fontes
alternativas de energia, como a solar. Sobre
economia verde, foi perguntado sobre como
garantir que as empresas se tornem verdes.
Esse é um assunto muito atual e abre a
oportunidade de discutir sobre o princípio do
poluidor-pagador, economia ecológica e
economia ambiental.
10
Por fim, foi apresentada a audiência que
mesmo se pararmos as emissões hoje, o
planeta já não será mais o mesmo e, por isso,
são necessárias estratégias de adaptação.
Em seguida, foi perguntado sobre como
podemos ajudar as pessoas a se preparar
melhor para desastres climáticos. Assim, foi
discutido sobre sistemas de alerta e também
sobre a importância de se desenvolver planos
de ação para quando os desastres ocorrerem.
Ao término do jogo, foi computado o “aumento
de temperatura” que seria consequência das
escolhas da audiência e o resultado foi um
valor de 0,8ºC.
Pensar em formas de interagir com audiências
grandes e de forma online sem que isso se
torne confuso ou sem extrapolar o tempo do
evento é difícil. Nesse contexto, o formato de
jogo para apresentar o assunto da crise
climática se mostrou muito eficiente já que
mantem a audiência atenta e acaba se
destacando por não ser uma simples
exposição do assunto. O jogo também serviu
para mostrar a importância de usar a nossa
voz e mostrar aos nossos representantes que
tipo de futuro desejamos e as ações que
devem ser feitas para chegar a esse futuro.
REFERÊNCIAS:
IPCC. Summary for Policymakers. In:
Masson-Delmotte, V., P. et al. (org.). Global
Warming of 1.5°C.2018. Disponível em:
<https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/site
s/2/2019/05/SR15_SPM_version_report_LR.
pdf>. Acesso em: 30 de junho de 2021.
SANTAELLA, Lucia. O papel do lúdico na
aprendizagem. Revista Teias, v. 13, n. 30, p.
11, 2012. Disponível em: <https://www.epublicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/arti
cle/view/24277/17256>. Acesso em:30 de
junho de 2021.
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Foto: Sub-Distrito de Paraíso - Mariana - MG - Cristiano Casimiro
MINICURSO DE GESTÃO
DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Welington Ribeiro Aquino Marques
13
Welington Ribeiro Aquino Marques: Geógrafo graduado pelo Centro
Universitário Newton Paiva (2007), pós-graduado em Engenharia
Ambiental pela FEAMIG (2012), membro do Colegiado e aluno do Mestrado
Profissional em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental,conclusão
(2021). Professor de Educação Profissional na SEEMG e Consultor de SGI.
minicurso de Gestão de Resíduos
OSólidos foi ministrado no dia 02 de
junho de 2021, por vídeo conferência,
na I Semana do Meio Ambiente, uma parceria
da Fundação Estadual do Meio Ambiente
(FEAM) e do Curso de Mestrado Profissional
em Sustentabilidade Socioeconômica
Ambiental da UFOP. O minicurso teve como
objetivo apresentar à comunidade acadêmica,
estudantes e professores das mais diversas
modalidades de ensino, práticas sobre o
gerenciamento dos resíduos sólidos como a
sua classificação, o gerenciamento e a
destinação final, sendo resíduos sólidos
urbanos e industriais.
Essas práticas estão relacionadas ao
c o n h e c i m e n t o d a s l e g i s l a ç õ e s e
normatizações voltadas para Gestão dos
Resíduos como a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (Lei 12.305 de 2010) que
menciona desde a geração dos resíduos até a
sua destinação final e também a NBR 10004,
que aborda a classificação dos resíduos
industriais. O conhecimento das normas e
legislações sobre os resíduos sólidos é de
extrema importância para a execução de
procedimentos corretos sobre o manuseio, a
geração e a destinação dos resíduos que
muitas das vezes é desconhecido por muitos
cidadãos e também trabalhadores e
trabalhadoras da Indústria.
O s r e s í d u o s s ó l i d o s i n d u s t r i a i s s e
caracterizam por meio de um conjunto de
o p e r a ç õ e s d e s t i n a d a s a d e fi n i r a s
características físicas químicas e biológicas
de um resíduo. É uma etapa fundamental para
definir a tecnologia que será adotada para o
tratamento ou destinação final. Neste
processo, as análises químicas e físicas são
feitas em laboratórios especiais que determina
os parâmetros constituintes dos resíduos.
A atividade industrial basicamente trabalha
transformando matérias primas em produtos.
Neste processo é inevitável a geração de
resíduos. A gestão de uma empresa deve
incluir também a gestão de resíduos
industriais. (SENAC, 2008, p.22)
É importante salientar que todas as atividades
produtivas geram uma série de passivos
ambientais e os resíduos sólidos industriais,
oriundos destes processos produtivos, são
grandes lacunas que as empresas possuem.
No entanto, com as tecnologias ambientais,
plano de gestão de resíduos e o trabalho de
educação ambiental efetivo e participativo
podem ser aplicados. Por outro lado, “os
resíduos industriais podem ser oportunidades
de negócio também, com a comercialização
de subprodutos, que permite identificar as
oportunidades e promover a venda destes
resíduos” (SENAC, 2008, p. 24). Outras
alternativas viáveis para a gestão de resíduos
são a valorização, o tratamento, o Coprocessamento
de resíduos e a disposição
dos rejeitos.
Por fim, o minicurso atendeu as expectativas,
pois a participação dos cursistas foi crucial
para a promoção da interação e do retorno
positivo. Verificou-se que muitos ainda
possuíam dúvidas quanto ao manuseio e
destinação, tanto de resíduos sólidos urbanos
quanto industriais.
14
Alguns cursistas também não sabiam sobre
as oportunidades de vendas de subprodutos
que podem gerar receita e também
competitividade entre empresas, originando
oportunidades de emprego e renda para os
cidadãos e o aumento a vida útil dos aterros
sanitários e aterros industriais. Vale ressaltar
que o minicurso contou com as participações
do Profº. Dr. Danton Heleno Gameiro e da
Profª. Drª. Kerley dos Santos Alves como
mediadores.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. (2004) ABNT NBR 10004:
Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de
Janeiro/RJ.
BRASIL. Lei 12305/2010 Política Nacional
d o s R e s í d u o s S ó l i d o s . D i s p o n í v e l
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato
2007-2010/2010/lei/l12305.htm> Acesso em:
30 de jul 2021.
SENAC. Apostila de Resíduos Industriais.
Belo Horizonte, 2008. p.37.
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OS DESAFIOS DA
SUSTENTABILIDADE :
Água, Saneamento e Gênero
Denise Soares
Fernanda Matos
Vera Guarda
Foto: Sub distrito Bento rodrigues - Mariana - MG - Cristiano Casimiro
17
Vera Lúcia de Miranda Guarda: Coordenadora Geral do Evento
Professora voluntária do Programa de Mestrado Sustentabilidade/
PPGSSA – UFOP. Profª Emérita da Cátedra. Profª da UFOP (1992-
2018). Drª em Ciências Farmacêuticas Université Grenoble Alpes e
Bolsista CAPES/COFECUB. Consultora da UNESCO.
Denise Soares : Pesquisadora do Instituto Mexicano de Tecnologia
da Àgua. Doutora em Antropologia, social pela Universidad
Nacional Autónoma de México (UNAM). Linhas de pesquisa:
enfoque de gênero na gestão hídrica, direitos humanos a água e
saneamento, vulnerabilidade e riscos de desastres.
Fernanda Matos: Pesquisadora em Residência Pós-Doutoral em
Administração na UFMG. Doutora em Administração (UFMG).
Graduada em Administração, Mestre em Turismo e Meio Ambiente
pelo Centro Universitário UNA/MG, também fez MBA em Gestão
Estratégica de Marketing.
s questões relacionadas aos direitos
Ahumanos em relação à água e ao
saneamento são um grande desafio,
principalmente, quando as mesmas são
analisadas dentro do contexto de igualdade
de gênero. Denise Soares introduz a temática
d e g ê n e r o e a i m p o r t â n c i a d a s u a
transversalização. Nesse caso, gênero se
refere a características culturais que definem
como ser homem e ser mulher, em cada época
e sociedade, e não as diferenças biológicas
entre homens e mulheres. As diferenças de
gênero são verificadas desde o nascimento
quando se tratam de maneira diferente os
bebês, de acordo com o sexo, sejam na forma
de educar ou de vestir. E essas diferenças já
começam a gerar desigualdades, valorizando
as atividades que homens e mulheres
realizam de forma distintas.
Considerando que o acesso à água e ao
s a n e a m e n t o é u m d i r e i t o h u m a n o
fundamental, se torna necessário analisar a
questão sob a ótica de gênero. Seja por uma
perspectiva ética, ou por uma questão de
mandato institucional. E para não deixar
ninguém para trás, como o lema dos objetivos
do desenvolvimento sustentável, não se pode
excluir dos processos decisórios, as mulheres
e meninas que constituem 51% da população
do planeta, principalmente, quando 70%
desse total vivem em condições de extrema
pobreza; e em países em desenvolvimento,
10% não tem direito a ter terras em seu nome.
E que no mundo poucas ainda têm direto a voz
(parlamentares 17%).
18
Há um Impacto diferencial da problemática de
acesso à agua e saneamento entre homens e
mulheres, pois as mulheres em muitos lugares
do mundo, ainda são responsáveis pelo
abastecimento de água para consumo
doméstico, implicando em transporte,
medidas de saneamento da água, ou adequarse
aos horários de disponibilidade, quando há
um abastecimento precário, além de cuidar da
saúde familiar, para minimizar as doenças de
origem hídrica. Como exemplo, no México, a
segurança alimentar é responsabilidade de
60-80% das mulheres e apenas 32% possuem
títulos de terra.
Quando o tema é saneamento, Vera Guarda
mostra que a questão não é diferente, as
mulheres continuam em situação de
desvantagem, pois, há falta de instalações
sanitárias adequadas em espaços públicos; o
número e estrutura de banheiros masculinos e
femininos não atendem às necessidades das
mulheres; e muitas deixam de frequentar a
v i d a s o c i a l e a t é m e s m o a e s c o l a ,
especialmente no período menstrual; Além
disso, perdem tempo de dedicação aos
estudos ou de exercer uma atividade
remunerada, levando a uma dependência
econômica com homens, interferindo,
inclusive, na capacidade delas de pagar por
serviços de água e esgotos; e sem contar o
stress psicossocial – violência sexual e ataque
de animais: cobras e mosquitos.
Dentro do saneamento, a defecação a céu
aberto é um dos grandes problemas de saúde
pública na Índia e em muitos outros países do
mundo. A ONU – Organização das Nações
Unidas calcula que cerca de 2,5 bilhões de
pessoas no planeta não dispõem de
instalações sanitárias e estipulou o dia 19 de
novembro como o “Dia Mundial do Banheiro”,
com o objetivo de destacar a importância do
saneamento básico na vida das pessoas. De
acordo com dados do UNICEF – Fundo das
Nações Unidas para a Infância, 130 mil
crianças indianas morreram de diarreia na
Índia em 2013, o que corresponde a quase um
quarto dessas mortes em todo o mundo.
Hábitos culturais e religiosos, machismo e até
mesmo o sistema de castas, que divide a
população em diferentes estratos sociais,
estão na raiz do problema no país.
Denise Soares ainda nos mostra a temática
dentro do debate internacional como as
Conferencias da Terra e sobre a Agua e Meio
Ambiente, Dublin em 1992; as Conferencias
Rio 92 e a Rio +20, Conferencia Mundial das
Mulheres, Beijing (1995); do Milênio (2000), os
Fóruns mundiais da água, exemplificando
alguns dos encontros de lideres mundiais para
debater o problema da água, meio ambiente, e
também das questões de gênero. Mas, a
formação de competências das mulheres para
participarem de processos decisórios ainda é
mínima, pois apesar dos Países da América
Latina subscreveram instrumentos, a agenda
apresenta pouco progresso em sua
incorporação em políticas públicas. E alguns
desafios ainda estão por serem vencidos,
como, definição de propostas de políticas
concretas (local, estatal, nacional) que ajudem
a construir uma agenda que incluam a visão
das mulheres; Área de gênero no órgão gestor
da água; Mulheres em comitês comunitários e
espaços de participação no setor hídrico.
Ações afirmativas de gênero em processos de
contratação.
Fernanda Matos apresentou o panorama
sobre as questões de Gênero e a Governança
da Água no Brasil. O Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos
(SINGREH) é o conjunto de órgãos e
colegiados que concebe e implementa a
Política Nacional das Águas. Fazem parte do
SINGREH para a formulação e a deliberação
sobre políticas de recursos hídricos, o
Conselho Nacional de Recursos Hídricos, os
conselhos estaduais de recursos hídricos e os
comitês de bacias hidrográficas (estaduaise
federais).
19
Como estabelecido pela Política Nacional de
Recursos Hídricos, os comitês de bacia
hidrográfica são fóruns de decisões no âmbito
das bacias hidrográficas e se destinam a atuar
como “Parlamento das Águas”, ou seja, são
organismos colegiados consultivos e
deliberativos para a gestão dos recursos
hídricos na respectiva escala hidrográfica.
Atualmente são 223 Comitês de Bacias
Hidrográficas Estaduais e 10 Comitês
Interestaduais (para rios que ultrapassam o
seu estado).
Apresentou também dados relativos à serie
“Retratos de Governanças das Águas no
Brasil”, vinculado ao projeto “Governanças dos
Recursos Hídricos no Brasil”, conduzidos por
pesquisadores do Centro de Pós-Graduação e
Pesquisas em Administração (FACE/UFMG).
Com os estudos, dentre os objetivos
estabelecidos, tem-se como proposta
identificar “quem” são os atores, como
indivíduos, que participam dos processos de
formulação das políticas das águas no âmbito
dos comitês de bacia hidrográfica, no âmbito
dos estados. E, ainda, apresentar reflexões e
propostas, a partir do desenvolvimento do
trabalho e dos dados obtidos. Identificamos
nos levantamentos que há mais de 12 mil
cadeiras de participação em Comitês
Estaduais de Bacias Hidrográficas no Brasil,
entre membros titulares e suplentes, porém
apenas 31% desses espaços são ocupados
por mulheres.
Sobre o perfil dos representantes, os dados
permitem traçar o seguinte panorama: em sua
maioria, eles são do sexo masculino (69%),
pertencente às classes média e alta (73,6%
ganham acima de R$ 4.001,00), de alta
escolaridade (60% ingressaram em cursos de
pós-graduação) e têm mais de 51 anos de
i d a d e . P e r c e b e u - s e t a m b é m m a i o r
concentração dos respondentes em certas
áreas de formação, destacando-se os cursos
de Engenharias (28%). A partir dessa
caracterização pode-se analisar e discutir se
os organismos de bacia são capazes de incluir
sujeitos que estão tradicionalmente pouco
inseridos em espaços de decisão. Nota-se que
persistem os desafios para a integração de
gênero nos arranjos de governança, a
ampliação percentual da participação das
mulheres nestes espaços, e a superação de
outras barreiras, como assédios morais e a
ideia de capacidade intelectual inferior
baseada no gênero (Biroli), como identificado
em Matos (2020), assim, pode-se dizer que,
apesar dos avanços, inclusão e participação
ainda se distanciam do ideal proposto.
Conclui-se que a participação das mulheres na
gestão da água, ainda é um grande desafio. E
o empoderamento das mesmas, é sinalizado
como um caminho para vencer essas
diferenças.
Referências:
BIROLI, F (2018). Gênero e desigualdades: limites da
democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo Editorial.
HELLER, L. Organização das Nações Unidas - Relatório 7
(2019). Igualdade de gênero e direitos humanos à água e ao
esgotamento sanitário – “O corpo que entorta pra lata ficar
reta”. Disponível em https://ondasbrasil.org/wp-
content/uploads/2019/09/S%C3%89TIMO-Relat%C3%B3rio-
%E2%80%93-Direitos-humanos-%C3%A0-%C3%A1guapot%C3%A1vel-e-ao-esgotamento-sanit%C3%A1rio.pdf.
Acesso – 30/05/2021.
INSTITUTO RENÉ RACHOU – Fiocruz Minas. Acesso à água
e ao saneamento reflete desigualdade de gênero. Disponível
em http://www.cpqrr.fiocruz.br/pg/acesso-a-agua-e-aos
a n e a m e n t o - r e fl e t e - d e s i g u a l d a d e - d e -
genero/#:~:text=Relatos%20apontam% 20que%2C%20por%
20falta,para%20evitar%20idas%20ao%20banheiro. Acesso:
30/05/2021.
MATOS, F; Hernandez-Bernal, N; Ckagnazaroff, I.B: Carrieri,
A.P. Water resources governance: analysis of the profile and
the shaping of the representative members of the Watershed
Organisms in Brazil. Global Water Security Issues (GWSI)
P a p e r S e r i e s . U N E S C O i - W S S M a n d U N E S C O
Headquarters. Paris: Unesco, 2019.
MATOS, F. Retratos de Governanças das Águas no Brasil: Um
estudo sobre o perfil dos representantes membros de Comitês
de Bacia Hidrográficas. Tese (doutorado) - Universidade
Federal de Minas Gerais, Centro de Pós-Graduação e
Pesquisas em Administração, 2020.
Foto: Baia Uberaba Rio Paraguai - Mato Grosso do Sul - Cristiano Casimiro
INDICADORES DOS OBJETIVOS DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
Entre o ideal e o possível
Denise Kronemberger
21
Denise Kronemberger : Geógrafa, Doutora em Geociências pela UFF.
Professora colaboradora da ENCE/IBGE (indicadores ambientais e
desenvolvimento sustentável). Autora do livro 'Desenvolvimento Local
Sustentável: uma abordagem prática' (Ed. Senac). É gerente do projeto
Agenda 2030 - Indicadores ODS na Presidência do IBGE.
pós adoção da Agenda 2030 para o
Adesenvolvimento sustentável pela
Assembleia Geral da ONU, em
setembro de 2015 (documento A/RES/70/1)
(UNITED NATIONS, 2015), foinecessário
definir um conjunto de indicadores que
permitisse seu monitoramento. A criação do
Grupo Interagências e de Especialistas para
o s I n d i c a d o r e s d o s O b j e t i v o s d e
Desenvolvimento Sustentável (IAEG-SDGs,
na sigla em inglês), no âmbito da Comissão de
Estatística da ONU, teve como objetivo
desenvolver e implementar o marco de
indicadores a nível global. Composto por
Estados Membros e organismos regionais e
internacionais como observadores,os
participantes discutem as metodologias dos
indicadores, bem como as bases de dados
necessárias aos seus cálculos (UNITED
NATIONS, 2021a).
O desenvolvimento metodológico de um
indicador é uma etapa básica que antecede o
seu cálculo. Quando foi lançada a primeira
lista de indicadores globais para o
monitoramento da Agenda 2030, em 2016,
havia 88 indicadores sem metodologia
estabelecida, conceitualmente clara e
aprovada internacionalmente. A partir de abril
de 2021 não havia mais indicador sem
metodologia, graças ao trabalho realizado
pelas agências da ONU e o grupo IAEG, que
culminou com a realização da Revisão
Abrangente 2020 do quadro de indicadores
globais, realizada em 2019 (UNITED
NATIONS, 2021b) e aprovada pela Comissão
de Estatística, em março de 2020. Em 2024 se
realizará a segunda Revisão Abrangente, a
ser apresentada a referida Comissão em
2025, de modo que o processo de discussão
dos indicadores e suas respectivas
metodologias continuará, com vistas ao
aprimoramento constante do conjunto de
indicadores.
Por ser abrangente, contemplando os mais
variados temas nas dimensões ambiental,
social, econômica e institucional, além do seu
Princípio de 'Não Deixar Ninguém para Trás',
a Agenda 2030 impõe grandes desafios de
mensuração para os Sistemas Estatísticos
Nacionais, e permanecem algumas lacunas
na produção de dados. O cálculo dos
indicadores depende da produção de dados
de qualidade, confiáveis, periódicos,
atualizados, relevantes, abertos, acessíveis e
desagregados, baseados em fontes oficiais
nacionais, com aderência aos Princípios das
Estatísticas Oficiais (UNITED NATIONS,
2013;HLG-PCCB, 2017).
A nível mundial existiam 97 indicadores
globais cujos dados não eram produzidos
regularmente pelos países (classificados
como Tier II), em março de 2021 (UNITED
NATIONS, 2021c), demandando ainda um
grande esforço para uma situação ideal
(cálculo de todos os 231 indicadores). Devido
as lacunas de dados para a produção de
alguns indicadores, há 78 metas sem
mensuração a nível global, de um total de 169
metas.
32
Entre outros desafios podem ser
m e n c i o n a d o s a c o m p l e x i d a d e d a
construção de alguns indicadores, muitas
v e z e s s e n d o p r e c i s o a d a p t a r
metodologias globais para as realidades
nacionais, a necessidade de realização de
novas pesquisas ou a organização de
bases de dados existentes em diferentes
instituições. Entre os indicadores que
demandam mais tempo para desenvolver
estão os de agricultura sustentável,
degradação das terras, índice de perdas
alimentares, tráfico de pessoas, perdas
econômicas atribuídas a desastres,
consumo interno de materiais, entre
outros. O cálculo dos 92 indicadores
relevantes para a dimensão ambiental
depende da produção de estatísticas
ambientais nos países. Um relatório
apresentado pela ONU Ambiente apontou
que desse total de indicadores, 58% não
possuíam dados ou os dados eram
insuficientes a nível global, sendo que
para a Região da América Latina e Caribe
esse percentual atinge 60% (UNEP, 2021).
Todos os desafios aqui mencionados devem
ser encarados também como oportunidades
para fortalecer e avançar na produção da
informação estatística e geocientífica,
gerando novas fontes de dados e usando
novas tecnologias, contribuindo para
tomadas de decisão futuras mais informadas
e efetivas.
em:<https://unstats.un.org/sdgs/hlg/cape-townglobal-action-plan>.Acessoem
28 de julho de 2021.
UNEP – UNITED NATIONS ENVINROMENT
PROGRAMME. Measuring Progress – Environment
a n d S D G s , 2 0 2 1 . D i s p o n í v e l e m :
<https://www.unep.org/resources/publication/measuri
ng-progress-environment-and-sdgs>. Acesso em 30
de julho de 2021.
UNITED NATIONS. Statistical Commission.
“Fundamental principles of official statistics”. New York,
2 0 1 3 . D i s p o n í v e l e m :
<https://unstats.un.org/unsd/dnss/gp/FP-Rev2013-
E.pdf>. Acesso em 28 de julho de 2021.
UNITED NATIONS. General Assembly. Resolution
70/1, 25 september 2015. Transforming our World: the
2030 Agenda for Sustainable Development. Disponível
em: <https://sdgs.un.org/2030agenda>. Acesso em 28
dejulhode 2021.
UNITED NATIONS. Statistics Division. 2021a. IAEG-
SDGs: Inter-agency and Expert Group on SDG
I n d i c a t o r s . D i s p o n í v e l e m
<https://unstats.un.org/sdgs/iaeg-sdgs>. Acesso em
30 de julho de 2021.
UNITED NATIONS. Statistics Division. 2021b. IAEG-
SDGs: 2020 Comprehensive Review Process.
Disponível em: <https://unstats.un.org/sdgs/iaegsdgs/2020-comp-rev>.
Acesso em 30 de julho de 2021.
UNITED NATIONS. Statistics Division. 2021c. Tier
Classification for Global SDG Indicator. 29 de março de
2 0 2 1 . D i s p o n í v e l
em:<https://unstats.un.org/sdgs/iaeg-sdgs/tierclassification>.
Acesso em 30 de julho de 2021.
REFERÊNCIAS:
HLG-PCCB – High-level Group for Partnership,
Coordination and Capacity-Building for Statistics for
the 2030 Agenda for Sustainable Development. Cape
Town Global Action Plan for Sustainable Development
Data, Cape Town, 15 january 2017. Disponível
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Foto: Sub distrito Bento rodrigues - Mariana - MG - Cristiano Casimiro
OS DESAFIOS BRASILEIROS
NA IMPLANTAÇÃO DA
AGENDA 2030
Soraya Giovanetti El-Deir
25
Soraya Giovanetti El-Deir Professora/orientadora dos Programas de Pósgraduação
em: Engenharia Ambiental da UFRPE; Engenharia Civil da UFPE;
Tecnologias Ambientais do ITEP; pesquisadora líder do Gampe, organizadora do
Congresso Brasileiro de Resíduos Sólidos - EPERSOL, participe do Sustainable
Consumption Research and Action Initiative - SCORAI, signatária do
Development Sustainable Goals da United Nations - ODS/ONU. orcid.org/0000-
0002-7187-7438
s Objetivos do Desenvolvimento
OSustentável – ODM foram criados
c o m o u m a f o r m a d e
operacionalização a Agenda 21 Global (ONU,
1992), coordenado pela Organização das
Nações Unidas, com a participação superior
a 1,4 milhão de pessoas de pelo menos 190
países dos diversos segmentos, incluindo
governos, sociedade civil, setor privado,
universidade e instituições de pesquisa. Os
ODS como meta principal erradicar a pobreza
em todas as suas formas, conhecida como a
Agenda 2030 (ONU, 2015). Esta agenda é
composta por 17 objetivos e 169 metas. Estes
podem ser agregados estrategicamente em 4
níveis:
(i) biosfera – ODS 6, ODS13, ODS 14, ODS
(ii) sociedade – ODS 1, ODS 2, ODS 3, ODS 4, ODS
5, ODS 7, ODS 11, ODS 16;
(iii) economia – ODS 8, ODS 9, ODS 10, ODS 12;
(iv) governança – ODS 17.
Todos estes devem ser alcançados em 2030,
estando em constante monitoramento.
No Brasil, para a adequação das metas da
Agenda 2030 à realidade nacional, foi criada
a Comissão Nacional para a Adequação dos
ODS, ficando atribuída ao Instituto de
Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA),
criando a Comissão Nacional para a
Adequação dos ODS, por meio do Decreto nº
8.892 (BRASIL, 2016). O atual governo
editou o Decreto nº 10.179 (BRASIL, 2019)
revogando o ato anterior, dando um passo
para trás quanto a implementação da Agenda
2030. Portanto, atualmente, não há
Comissão Nacional responsável para
Adequação dos ODS, nem Comissão Interna
de Sustentabilidade na Administração
Pública, configurando-se num desafio no
plano legal/normativo.
Um novo desafio que se configurou de forma
mais clara nos últimos anos é a presença do
Negacionismo, do Revisionismo e do
Anticientificismo. Estas iniciativas tem por
propósito moldar ações que buscam invalidar
ou relativizar conhecimentos já bastante
consolidados através do método científico,
com a intenção de deturpar ou anular um
saber. Tal iniciativa foi observada desde o
final da 2º Guerra Mundial, com a tentativa de
negar o Holocausto (ALBUQUERQUE;
QUINAN, 2019).De forma acadêmica, podese
classificar o negacionismo em:
(i) histórico – com o revisionismo da história,
como a busca da negação da ocorrência das
ditaduras militares em diversos países;
(ii) científico – numa tentativa de rejeitar os
consensos científicos, normalmente em favor
de uma ideologia radical, buscando politizar
os achados científicos como atrelados a
Teoria da Conspiração;
(iii) estrutural – que visa destruir a busca
racional da verdade como fundamento da
vida coletiva, tornando impossível o diálogo
entre os diferentes (GAZINEU, 2020).
26
(ii) científico – numa tentativa de rejeitar os
consensos científicos, normalmente em favor
de uma ideologia radical, buscando politizar os
achados científicos como atrelados a Teoria
da Conspiração;
(iii) estrutural – que visa destruir a busca
racional da verdade como fundamento da vida
coletiva, tornando impossível o diálogo entre
os diferentes (GAZINEU, 2020).
Este processo tem como estratégias básicas a
relativização - se utiliza da dúvida e do
ceticismo (características inerentes ao
método científico), mas de maneira radical e
distorcida e a indiferença - é mais simples e
baseia-se na negação em si, negligenciando
uma questão, como se ela fosse desaparecer
pura e simplesmente por ter sua existência
ignorada: não há o que resolver, se eu nego
que haja um problema. Seria genial, se não
fosse catastrófico (ARAÚJO, 2020). Tais
estratégias denotam desafios cruciais para a
implementação dos ODS. Na esfera mundial,
observa0se uma abordagem tímida que os
ODS recebem nos fóruns internacionais, com
poucos temas com impacto no comércio
internacional, na dívida externa de países, em
transferência tecnológica ou na reforma do
sistema financeiro global. Na esfera nacional,
o Governo Federal tem foco claro no combate
à pobreza e na produção de políticas básicas
(educação, saúde, desenvolvimento social,
saneamento, habitação, mobilidade),
havendo avanços e retrocessos a depender
do perfil de cada governo. Para o mundo como
um todo, observa-se que tal proposição tem
grande poder mobilizador pois gera uma
agenda positiva e de oportunidades para
diversos segmentos sociais e econômicos,
assim como denota maior articulação entre os
diferentes setores e forças políticas (ONU,
2021). Desta feita, observa-se que os
diferentes segmentos necessitam se articular,
com a concertação governamental, para que
os ODS sejam efetivados até 2030.
REFERÊNCIAS
ALBUQIERQUE, A.; QUINAN, R. Eppistemologial crisis
and sonspiracy theories: the anti-science speech os
"professor terra plana" channel. Revista Mídia e
Cotidiano, v. 10, n. 3, 2019, p. 83 – 104.
a n d T r u s t i n S c i e n c e s . 2 0 2 0 . D O I :
10.12957/emconstrucao.2020.54268
BRASIL. Decreto nº 8.892l. Diário Oficial da União,
31 out. 2016.
BRASIL. Lei nº 10.179. Diário Oficial da União, 23
set. 2019.
GAZINEU, D.M. The Different Faces of Doubt –
Skepticism, Negationism
ONU. Organização das |Nações Unidas.
Transforming our world: The 2030 Agenda for
Sustainable Development. Washington: ONU, 2015.
ONU. Organização das Nações Unidas. CNUNMA –
Conferência das Nações Unidas Sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento: Agenda 21. Rio de
Janeiro: ONU, 1992.
ONU. Organização das Nações Unidas. Millennium
Development Goals. Washington: ONU, 2000..
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Foto: Rio Paraguai - Mato Grosso do Sul - Cristiano Casimiro
NUCÁT - NÚCLEO CÁTEDRA UNESCO:
Água, Mulheres e Desenvolvimento
Ângela Leão Andrade
29
Ângela Leão Andrade : Doutora em Química pela UFMG. Professora no
Depto. de Química, UFOP, desde 2010. Membro do NuCát desde 2010,
sendo vice coordenadora do mesmo, desde 2019. Trabalha com
biomateriais, liberação de fármacos e extensão. Editora chefe da Revista
da Cátedra/UFOP, Além dos Muros da Universidade, desde 2020
Cátedra UNESCO: água, mulheres e
Adesenvolvimento (AMDE) teve sua
origem em 2006, com a assinatura do
Acordo UNESCO – UFOP durante o Simpósio
Internacional de Águas, na cidade de Cannes,
França.
A linha de estudos da Cátedra é água e gênero
porque as questões da água estão
intimamente ligadas à pobreza e o combate à
pobreza é uma das questões prioritárias da
UNESCO, associada às questões de
equidade de gênero.
A missão da Cátedra AMDE é estimular a
construção de uma sociedade sustentável, por
meio da educação ambiental, onde haja
equidade de Gênero. Sua visão é ser um
Núcleo de excelência que valoriza as
competências das mulheres, que preserva os
recursos hídricos e que promova o
desenvolvimento de forma sustentável. Seus
valores são:
Respeito aos recursos hídricos;
Respeito ao meio ambiente;
T r a b a l h o c o m m u l h e r e s . O
d e s e n v o l v i m e n t o p a s s a p e l o
empoderamento das mulheres;
Respeito à diversidade;
Educação;
Valorização do trabalho em equipe;
Formação de redes.
Criação do NuCát
No período de 2006 a 2008, a Cátedra AMDE
trabalhou com palestras itinerantes,
percorrendo as Associações de moradores
dos bairros da cidade de Ouro Preto,
conversando sobre água e saúde.
Em 2008 iniciaram os cursos de qualificação.
Assim, surgiu o Programa de Capacitação
Permanente da Cátedra, com cursos de 100
horas, distribuídos em módulos de educação
ambiental, psicologia e capacitação técnica.
Dentre os diferentes cursos ministrados
podemos citar: capacitação de camareiras;
manipulação de alimentos; preparo de
alimentos de origem animal e vegetal;
produção artesanal de doces em compotas,
geleias, conservas e licores; curso de
capacitação para trabalhar em estação de
tratamento de águas; cuidador de pessoas;
manipulação de produtos de higiene e
limpeza; produção de sabão artesanal; o lixo
que não é lixo: valorização de materiais
recicláveis; e serviço de recepcionista.
Estes cursos são resultantes do trabalho de
uma equipe de professores proveniente de
vários Departamentos da UFOP: Ciências e
Tecnologia de Alimentos, Engenharia
Ambiental, Farmácia, Nutrição, Química e
Turismo.Em fevereiro de 2012, foi criado o
NuCát - Núcleo da Cátedra UNESCO: água,
mulheres e desenvolvimento, aprovado pela
Portaria CEPE 4720. Nesse Contexto, a
Cátedra criou seu conselho consultivo e
expandiu suas atividades em pesquisa e
ensino. Nesse mesmo ano, a Equipe do NuCát
concorreu, juntamente com mais de 1.200
projetos, ao 15° prêmio do Banco Santander
“ U n i v e r s i d a d e S o l i d á r i a ” , g a n h a n d o
50.000,00
30
R$ 50.000,00 para auxiliar um grupo de
mulheres de Antônio Pereira, distrito de Ouro
Preto, a produzir sabão artesanal, o que deu
origem à Associação Mãos que brilham. Esse
projeto foi executado e aprovado para o
segundo ano com novos recursos no mesmo
valor. Em 2013, outro projeto, de pesquisa e
e x t e n s ã o , e n v o l v e n d o e s s a m e s m a
associação foi aprovado pela Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG), com um valor de R$
44.000,00.
Em 2014, devido aos bons resultados
conseguidos com a Associação Mãos que
Brilham, a mineradora Samarco contratou o
grupo de professores da UFOP, participantes
do NuCát, para desenvolverem um trabalho de
consultoria e desenvolvimento de iniciativas
de geração de renda em Antônio Pereira.
remotamente, quanto o projeto são
constituídos, principalmente, por professores
do Núcleo da Cátedra.
Lista das atividades realizadas no ano de 2019
27 trabalhos de pesquisa;
1 minicurso;
1 curso ofertado no Fórum das Cidades
Históricas de MG;
1 webinar;
4 6 t r a b a l h o s a p r e s e n t a d o s e m
Encontros/Congressos;
19 artigos publicados em revistas científicas;
2 e-book
Em 2020, apesar da Pandemia da Covid-19,
foi ministrado um curso remoto intitulado
“FABRICAÇÃO DE SABÃO ARTESANAL:
proteção dos recursos hídricos e auxílio no
combate à pandemia da COVID-19”. Também
tivemos um projeto deferido no edital
interinstitucional UFMG-UFOP-UFV-IFMG
i n t i t u l a d o “ P r o j e t o d e c o m b a t e à
vulnerabilidade laboral e ao fortalecimento das
iniciativas de geração de rendas em localidade
atingida pela lama da barragem de fundão, em
uma tentativa de minimizar os efeitos da
pandemia.” Tanto o curso ministrado
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PROJETO SOCIOAMBIENTAL ECOS: EM PROL DO
DESENVOLVIMENTO DAS ESCOLAS SUSTENTÁVEIS
EM MINAS GERAIS
Ciangeli Clark
Foto: Serra do Caraça - Catas Altas - Cristiano Casimiro
33
Ciangeli Clark : Mestra e Doutoranda em Direito Ambiental e
Desenvolvimento Sustentável pela Escola de Direito Dom Helder
Câmara. Analista Ambiental do Projeto Socioambiental Ecos. Pós-
Graduada em Gestão do Trabalho Pedagógico – Supervisão e
Orientação Escolar e Pós-Graduada em Metodologia do Ensino da
Matemática e Física, Bacharel em Administração e Licenciatura Plena
em Matemática. Professora da Educação Básica.
Projeto Socioambiental é uma ação
Odo Movimento Ecos, instituto sem
fins lucrativos mantido pela Dom
Helder, Escola de Direito e a EMGE, Escola de
Engenharia que mediante a Cooperação
Técnica da Secretaria de Estado de Educação
de Minas Gerais (SEE-MG), vêm se
empenhando em promover uma Educação
Ambiental (EA), ampla, humana, holística,
democrática, participativa, inclusiva e por
outro viés, visam o Desenvolvimento da
Escola Sustentável em Minas Gerais, para
tanto, forma parceria como as escolas
públicas e privadas do Estado, tendo como
público alvo discentes das séries finais da
e d u c a ç ã o b á s i c a , p a r a o q u a l s ã o
desenvolvidas e ofertadas atividades em
consonância com planejamento anual da
equipe pedagógica das instituições sectária.
Essa parceria oportuniza coletânea de
saberes e estreitamento dos vínculos entre o
ensino superior e a educação básica.
Projeto Socioambiental Ecosconvida à
discutir e refletir a Educação Ambiental
a t r a v é s d a t r a n s v e r s a l i d a d e e
transdisciplinariedade como disposto na Lei
9.795 de 27 de abril de 1999 que institui a
Política Nacional de Educação Ambiental.
São propostas condizentes às realidades
sociais, culturais, econômicas, ambientais de
cada educandário, desenvolvendo o senso de
pertencimento e de reconhecimento dos
espaços, o que viabiliza as práticas em outros
espaços e a disseminaçãodos conteúdos
junto às famílias, ao trabalho e amigos.
P r o p õ e - s e e s t i m u l a r o d i á l o g o , a
problematização, o estudo, a pesquisa, a
intervenção, indicar possíveis soluções ou
caminhos e reconhecer a imprescindibilidade
da proteção do ser humano e do meio
ambiental.
Nosso eixo norteador para 2021será a
temática:“Desenvolvimento da Escola
Sustentável em Minas Gerais em tempos
de pandemia e isolamento social”com um
olhar para seus reflexos na sociedade e no
mundo que tanto impacta o meio ambiente.
Este tema já foi baseado na reforma das
diretrizes daBase Nacional Comum Curricular
– BNCC – o Novo Ensino Médio, que traz os
“Temas Contemporâneos Transversais” –
TCTssendo uma das propostas o estudo do
meio ambiente.
34
O Projeto Socioambiental Ecos presente nas
escolas desde 2011 com práticas presenciais
incrementadas por alunos e professores em
equipes, foi remodelado em 2020 para
adequação à pandemia da COVID19.
Elaborou-se tarefas condizentes com a
realidade atual, que contribuam com os
estudos autônomos e sejam plausíveis de
execução por alunos no “ensino remoto”.
Dentro da nova reestruturação, neste ano são
ofertadas para as instituições parceiras
editais educacionais, culturais e de
sustentabilidade e cursos de qualificação,
para professores e alunos. Os(03) três editais
p r o p o s t o s e m 2 0 2 1 , s ã o
a u t ô n o m o s : C a m p a n h a “ A g i r
Socioambiental” Curso modular que trata de
temas pertinentes e motiva as práticas
socioambientais. Gratuito e disponível à
todos que se inscreverem com certificação ao
final. O 2º Concurso de Pesquisa “Grafar-
Ecos”: discutir mediante pesquisa
contextualizada, transdisciplinar, a sociedade
modificada e constantemente reestruturada
para o enfrentamento do pós-pandemia; O 2º
Concurso de “Redige-Ecos” incentivar a
escrita da redação, para ampliar a visão
crítica dos discentes.
Em 2020 as atividades foram
desenvolvidas por 130 instituições. No
certame de 2021 espera-se ampliar o
universo de escolas participantes e alcançar
um quantitativo maior de alunos.
A p l a t a f o r m a d o p r o j e t o é n o
endereço: http://ecossocioambiental.org.br/ ,
local com informações, reportagem das
atividades e documento detalhado das ações.
Sempre vinculados ao lema “JUNTOS,
PODEMOS MAIS!”,o projeto continua a
transformar espaços, pessoas e vidas em
busca do meio ambiente sustentável e
ecologicamente equilibrado para presentes e
futuras gerações.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe
sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências. Disponível em:
<https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&
numero=9795&ano=1999
&ato=b90QTQE9keNpWTc45>. Acesso em: 24 jul.
2021.
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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DOMICILIARES EM
TEMPOS PANDÊMICOS:
ESTUDANTES DE ESCOLAS CURITIBANAS
Marcia Regina Rodrigues Da Silva Zago
Foto: Aguapé - Rio Paraguai - Mato Grosso do Sul - Cristiano Casimiro
37
Marcia Regina Rodrigues Da Silva Zago: Doutora em Tecnologia e
Sociedade pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. É
professora na Prefeitura Municipal de Curitiba no Ensino Fundamental
II do Componente Curricular Ciências e Especialista em Educação
Especial Inclusiva na Rede Estadual do Paraná.
ste relato destaca alguns detalhes do
Eprojeto de extensão da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), intitulado “Parcerias institucionais
para ações sociais no Colégio Estadual
Professor Loureiro Fernandes e Escola
Municipal Professor HerleyMehl” - Curitiba-PR
(2020-2022).
Ressalta-se que esta ação foi
desenvolvida on-line por conta do cenário de
distanciamento social da crise sanitária viral
do novo coronavírus (SARS-CoV-2).Nesse
sentido, cada instituição escolar organizou
suas metodologias de ensino para manter
contato com os estudantes. No caso do ensino
m u n i c i p a l d a c i d a d e d e C u r i t i b a , o
atendimento aos estudantes foi de maneira
remota. A ação pedagógica entre os docentes
da escola com os estudantes foi organizada
s o m e n t e p o r m e i o d e a t i v i d a d e s
complementares. Essas atividades foram
estruturadas por cada componente curricular
e, entregues quinzenalmente. As famílias têm
a responsabilidade de ir até à escola para
receber o conteúdo programado impresso
com as orientações de resolução. Na
dinâmica das escolas estaduais, os
estudantes receberam um logim e senha para
acesso em uma plataforma on-line, a sala do
google Classroom, facilitando o contato com
os docentes e o conteúdo.
Sobre essa tessitura de ensino à
distância, a ação extensiva (UTFPR) propôsse
em intensificar os movimentos da
Educação Ambiental interdisciplinar de modo
transversal, desenvolvendo entendimentos
sobre a importância da separação dos
resíduos domiciliares e do consumo,
colaborando com o desenvolvimento dos
conteúdos curriculares e as dinâmicas
territoriais que ocorrem nas residências e em
seu entorno. As metas mais prementes são
aumentar a qualidade de vida,, reforçar os
direitos doestudante cidadão, e trabalhar por
cidade mais humana, educadora. Além disso,
a proposta segue, emespecial, três objetivos
do desenvolvimento sustentável de educação
com qualidade (ODS 004) edo consumo e
produção responsáveis (ODS 12), saúde e
bem-estar (ODS 003) (NAÇÕES UNIDAS.
BRASIL, 2020).
Nessa ideia, organizaram-se ações em três
semanas, subsidiadas de orientações
metodológicas para os docentes e para os
estudantes. A primeira semana os estudantes
como mini- cientistas, investigaram os
resíduos descartados em cada cômodo de
suas casas e, registraram diariamente por
meio de uma tabela impressa destacada na
imagem abaixo.Na segunda semana foi a
observação e registro do comportamento dos
membros da família. Os estudantes
observavam e pintavam a tabela com cores,
verde para atitudes positivas de descarte e,
vermelho para as atitudes não positivas de
descartes.
38
Na terceira semana foi a criação de uma peça, uma obra de arte com critérios para não gerar
mais resíduos.
Imagem Ilustrativa Fonte: Arquivo da autora
Os resultados revelaram-se em estímulos,
ações para aumentar a qualidade de vida e
cidadania socioambiental, minimizando as
questões de consumo, produção de
resíduos e descarte em um trabalho
interdisciplinar de modo transversal.
REFERÊNCIAS:
NAÇÕES UNIDAS. Brasil, 2020. Disponível em:
https://nacoesunidas.org/pos2015/>. Acesso em:
20 jul. 2021.
PARANÁ. Plano de Regionalização da Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos do
E s t a d o d o P a r a n á . D i s p o n í v e l
em:http://www.residuossolidos.sema.pr.gov.br/modul
es/documentos/index.php?curent_dir=1121>.Ace
sso em: 20 jul. 2021.
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RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E
CRIATIVIDADE NA PANDEMIA:
Ação extensiva com estudantes do curso técnico em mecânica do
Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá
Alexandre Dullius
Foto: Distrito Monsenhor Horta - Mariana -MG - Cristiano Casimiro
41
Alexandre Dullius : professor do Instituto Federal do Paraná – IFPR
Campus Paranaguá. Possui mestrado em Bioenergia e Doutorado em
Tecnologia e Sociedade pela Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. Suas pesquisas estão relacionadas a temas como: proteção da
mata atlântica, emissão de gases de efeito estufa, resíduos sólidos
urbanos, dinâmica e desenvolvimento territorial sustentável, geração
de energia renovável.
o estado, o Instituto Federal do Paraná
N(IFPR) possui vinte unidades de
ensino (campus), espalhadas pelas
mais diversas regiões geográficas do estado
do Paraná onde estudam aproximadamente
30 mil alunos (IFPR, 2021).
Na cidade de Paranaguá, o IFPR Campus
Paranaguá, oferta diversos cursos de nível
médio integrado. Um deles é o curso técnico
em mecânica. Este curso possui a disciplina
de tópicos especiais em instalação elétrica.
Ela é ofertada de forma complementar e não
obrigatória aos estudantes.
Foi neste componente que os estudantes
participaram da ação extensionista que foi
denominada Criatividade na Pandemia. Ela foi
ofertada como Atividade Pedagógica Não
Presencial (APNP) e ocorreu durante os
meses de agosto á novembro de 2020.
A participação dos alunos e alunas na ação
extensionista, surgiu como estratégia de
ensino para que os alunos desenvolvessem
atividades práticas durante o período de
suspensão do calendário acadêmico.
A ação objetivou contribuir na formação de
mini-cientistas e teve como pano de fundo o
tema: Resíduos Domésticos, aqueles gerados
dentro de suas casas. A criatividade na
Pandemia foi o resultado (ver figura 1) do
esforço e estudo destes alunos
Figura 1 : Objetos produzidos com materiais recicláveis pelos alunos do curso técnico em mecânica IFPR Fonte: autor
42
Dentre os relatos da experiência que foram
descritos nos diários de bordos produzidos
pelas alunas e alunos, verificou-se
manifestações de melhor compreensão dos
descartes, adequados e inadequados dos
RSU.
Foram intensificadas atividades em três
etapas que congregam uma pesquisa:
observação, intervenção e ação. Existe um
consenso entre os estudantes quando relatam
que conhecer e praticar a segregação
adequada de resíduos eletrônicos, orgânicos
e recicláveis, se configurou, a partir das
atividades da ação extensionista, um
compromisso social, inclusive no exercício de
suas profissões, quando estarão em contato
com os mais diversos resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ. Pró-reitoria de
Planejamento e Desenvolvimento Institucional
(Proplan/IFPR). Mapa dos Campus IFPR. 2020.
Disponível em: <http://info.ifpr.edu.br/informacoesgerenciais-e-estatisticas-educacionais/relacao-decampus-2/>
Acesso em: 28 jul. 2021
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ESPAÇO DE ENCONTRO EXTENSIONISTA ENTRE
UNIVERSIDADE E ESCOLAS EM TEMPOS DE
PANDEMIA
Maclovia Corrêa da Silva
Foto: Baia Uberaba Rio Paraguai - Mato Grosso do Sul - Cristiano Casimiro
45
Maclovia Corrêa da Silva: Doutora em Estruturas Ambientais Urbanas
pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo, Professora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e
Sociedade, e professora de Línguas Estrangeiras Modernas na
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, com pós-doutorado na
UFMG, Unicamp e Colégio de la Frontera Norte..
lianças de conhecimento e parcerias
Aestratégicas são as expressões para
definir o que foi a ação extensiva
“Tempos de Confinamento e de Investigação”
(TCI) que ocorreu durante o ano pandêmico
de 2020. Escola Municipal, Escolas Estaduais
e a Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR) criaram um espaço
extensionista para diálogos e discussões
sobre o tema dos Resíduos Sólidos Urbanos
(RSU). No Projeto de Extensão intitulado
“Parcerias institucionais para ações sociais no
Colégio Estadual Professor Loureiro
Fernandes e Escola Municipal Professor
HerleyMehl” - Curitiba-PR (UTFPR - 2020-
2022) foi acrescentada a participação de três
docentes do Colégio Estadual Doutor Xavier
da Silva (CEXS) e um docente do Instituto
Federal do Paraná, câmpus Paranaguá-PR.
No total, participaram da ação extensiva do
Projeto dez docentes e em média 200
estudantes. Considerando que as atividades
da ação TCI foram realizadas nas residências
dos estudantes, podemos afirmar que as
famílias participaram e aumentaram o
espectro de abrangência do Projeto.
Entre março e dezembro de 2020 não houve
mais aulas presenciais, e o ensino remoto
passou a imperar no campo educacional. O
governo do Paraná, com a participação dos
estudantes da Prefeitura Municipal de
Curitiba, criou um canal de televisão, com
aulas diárias, e com tarefas para os
estudantes. Estas tarefas foram organizadas
pelos docentes nas escolas e os pais foram os
que se dirigiam às respectivas instituições
quinzenalmente, para buscar e entregar as
tarefas de seus filhos. A ação extensiva foi
acompanhando esta dinâmica organizada
para também poder repassar os materiais
didático-pedagógicos: e-book, tirinhas,
tabelas, vídeos e questionários.
No nosso espaço de encontro, assumimos o
compromisso de alinhar os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável da Agenda
2030 com a ação extensiva. Saúde, bem estar,
e d u c a ç ã o c o m q u a l i d a d e , c o n s u m o
responsável, foram os fios condutores para
colaborar com os estudantes na apropriação
de saberes e conhecimentos sobre os
resíduos produzidos diariamente por todos
nós (NAÇÕES UNIDAS, 2021).
Trabalhamos com o conceito de separação
dos resíduos orgânicos, recicláveis e
eletrônicos, com o conceito de lixeiras
separadas em quatro peças da casa, e com as
ideias de erro (descarte esta ideia) e acerto
(acate esta ideia). Nenhum material sujo é
reciclável, e nem tem valor de troca. Por isto,
misturar os resíduos inviabiliza o ciclo do
produto (BRASIL, 2010).
O grande meio de comunicação entre todos
nós integrantes da ação extensiva foram as
mensagens eletrônicas e o material didático
virtual de apoio para diálogos e discussões.
46
Diariamente, durante cinco meses, nas três
etapas da ação, o aplicativo WhatsApp, o
correio eletrônico, as salas de aulas virtuais, e
os questionários on-line se transformaram em
recursos pedagógicos de compartilhamento
de informações. Todos e todas puderam
desfrutar da velocidade, das emoções, cores,
vídeos, imagens, áudios e textos instantâneos
enviados para os dispositivos móveis. Neste
universo multimidiático, grupos de estudantes
e docentes realizaram uma atividade extraclasse
com baixos custos, e exploraram
sentimentos de pertencimento, solidariedade,
alegria e interatividade para identificar
r e a l i d a d e s p o r m e i o d e o r i e n t a ç ã o
pedagógica.
O objetivo da ação extensionista foi
atingido porque os estudantes realizaram as
atividades propostas sobre os RSU,
entenderam como o cientista trabalha e as
técnicas de pesquisa ou investigação que ele
utiliza: observação, coleta e análise de dados.
Cada fase, o estudante tinha como material de
anotações uma tabela, feita para ser
preenchida diariamente. Para que o cientista
possa desenvolver uma ideia, ele necessita
trabalhar com dados, os quais precisam ser
levantados. Mas, que dados seriam estes?
Então, para se chegar a uma definição, é
preciso estabelecer um objetivo. Assim foi feito
n a a ç ã o e x t e n s i v a ( E X T E N S Ã O
UNIVERSITÁRIA, 2007).
A equipe do Projeto foi pequena, mas ela
dedicou-se intensamente ao processo e
dispendeu esforços gigantescos para que tudo
acontecesse com qualidade. Muitas foram as
reuniões on-line, muitos foram os e-mails
trocados, muitas foram as explicações, muitas
horas foram dispendidas para a organização e
tudo valeu a pena. Para encerrar e premiar os
futuros cientistas, a equipe do Projeto
idealizou a confecção de um álbum digital, o
qual contém uma visão panorâmica do espaço
de encontro criado pela ação extensiva com as
comunidades.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Federal n. 12.305 de 2 de agosto de 2010.
Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a
Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e dá outras
p r o v i d ê n c i a s . D i s p o n í v e l e m :
http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2021.
NAÇÕES UNIDAS. Objetivos do desenvolvimento
sustentável. Disponível em: https://brasil.un.org/ptbr/sdgs.
Acesso em: 27 jul. 2021.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: organização e
sistematização.Fórum de pró-reitores de extensão das
universidades públicas brasileiras. Belo Horizonte:
COOPMED, 2007. 112 p. (Coleção Extensão
Universitária; v.6).
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Foto: Baia Uberaba Rio Paraguai - Mato Grosso do Sul - Cristiano Casimiro
A CONCLUSÃO DO MESTRADO DO
ENG. CAIO MÁRCIO DE BENÍCIO ROCHA E A
IDEIA DA I SEMANA DO MEIO AMBIENTE
DO PSSGSA
49
Eng. Caio Márcio de Benício Rocha – fev 2010
“In memoriam”
udo começou nos idos anos de
T2007/2008, quando, após uma
reformulação na administração
pública estadual e a descentralização dos
licenciamentos ambientais da FEAM
(Fundação Estadual de Meio Ambiente)
restou aos seus técnicos a função de pesquisa
estratégica que garantisse menos impactos
aos novos e grandes licenciamentos do
Estado de Minas Gerais.
O órgão ambiental, sentindo a necessidade de
ampliar a capacitação de seus técnicos para
desenvolvimento dessas pesquisas, ofereceu
a eles a oportunidade de um Programa de
Mestrado em Sustentabilidade e Meio
Ambiente, cuja parceira seria a tão renomada
Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP.
O Eng. Caio Márcio de Benício Rocha, que
sempre almejara continuar seus estudos,
como funcionário de carreira da FEAM desde
sua fundação e que, naquela ocasião, já
exercia cargo de Gerente de Mineração, partiu
para esse grande desafio de fazer o Mestrado
Profissional, oferecido pela FEAM/UFOP.
Após concluir seus créditos, foi com muita
dedicação, esforço, ética e diplomacia que
conseguiu conciliar seu trabalho aos estudos
e aulas para o mestrado.
Embora fosse um árduo e espinhoso trabalho
diário como Gerente de Mineração,
responsável pelo licenciamento ambiental de
grandes empreendimentos, este não impediu
que o Caio se dedicasse com muito afinco às
aulas preparatórias e à sua dissertação de
Mestrado.
Como ele sempre dizia “o trabalho é uma das
maiores dádivas de Deus” e esse foi seu lema
para vencer mais este desafio de sua vida,
durante aqueles anos de 2008 e 2009.
Sua dissertação foi desenvolvida na área de
Geologia Ambiental e Conservação de
Recursos Naturais, cujo título foi a “ANÁLISE
DOS RESULTADOS DA REGULARIZAÇÃO
AMBIENTAL DA EXTRAÇÃO DE QUARTZITO EM
SÃO THOMÉ DAS LETRAS, MG.”
Analisando o resumo do trabalho, concluído
em 2010, podemos verificar o grande
b e n e f í c i o g e r a d o e m r e l a ç ã o a o
enquadramento de empresas mineradoras de
São Thomé das Letras, que, depois de
melhorar e otimizar sua performance, tiveram
suas licenças ambientais aprovadas pelo
órgão.
“O quartzito foliado é uma rocha ornamental
extraída em placas, que após beneficiamento
é usada como revestimento na construção
civil. Na região de São Thomé das Letras essa
rocha tem sido extraída desde a década de 40
com baixíssima recuperação. Desde 1993,
agências governamentais, coordenadas
pelos técnicos da FEAM (Fundação Estadual
do Meio Ambiente), têm trabalhado em
parceria com os mineradores para legalizar a
operação, implementar sistemas de controle
ambiental, otimizar as etapas de lavra e
beneficiamento e evitar o fechamento das
minas devido à falta de licenças.
50
O objetivo desse trabalho foi coletar
informações sobre as pedreiras nos anos
recentes e analisar as melhoras nas
condições de operação. Com os dados,
conclui-se que hoje 94% das empresas estão
licenciadas. Além disso, a recuperação se
elevou consideravelmente, apresentando
uma maior gama de produtos gerados com
menos impacto ambiental, além de melhores
condições de trabalho.”
Infelizmente, quis o destino que ele não tivesse
tempo para defender sua dissertação na UFOP,
vindo a falecer em setembro de 2010, após o
acometimento de uma doença grave e fatal, que o
vitimou em dois meses.
Sua dissertação foi concluída durante aquele difíceis
meses, e isso o mantinha vivo e animado, com muita
vontade de melhorar!
Depois de sua partida, embora não fosse mais
importante para ele, faltava o título de Mestre...
Desde então, como uma forma de honrar sua
memória e seu legado, estivemos em contato com a
UFOP, no sentido de atender aos requisitos
necessários e finalmente concluir o mestrado.
Foram muitos passos pequenos, um a um, até que
conseguíssemos organizar a apresentação da
dissertação, com a valiosa ajuda dos Prof. Dr. Luiz
Fernando Rispoli Alves (UFOP) e Prof. Dr. Mario
Cabello (IFMG OP), a quem agradecemos
eternamente.
Finalmente, em março de 2021, após a mudança da
Coordenação do Programa de Mestrado em
Sustentabilidade da UFOP, quando então havia
assumido a Prof. Drª. Kerley dos Santos Alves,
iniciaram-se novos entendimentos.
Entendendo ser uma causa justa e humanitária,a
Prof. Kerley abraçou a causa e não mediu esforços
para que finalmente pudéssemos obter o título POS
MORTEM de Mestre em Sustentabilidade ao Eng.
Caio Márcio de Benício Rocha.
E conseguimos!
A Prof. Kerley, além de direcionar a finalização do
mestrado, sugeriu fazermos uma homenagem a ele.
A sugestão da data, dia 5 de junho, dia muito
significativo pois comemora-se o Dia Mundial do
Meio Ambiente, partiu de Ana Carolina de Franco
Rocha, filha do Caio.
O sonho cresceu, foi tomando forma e, somaram-se
forças para a criação desta I SEMANA DO MEIO
AMBIENTE do PSSGSA depois da adesão da Dra.
Denise Bruschi e a Dra Regina Medeiros, duas
profissionais de altíssimo gabarito pertencentes aos
quadros da FEAM, e que foram decisivas no
planejamento das lives. E para completar a equipe de
organização deste evento, aderiram a Prof. Drª Vera
Guarda e o Prof. Dr. Wellington Ribeiro, da UFOP,
cujo profissionalismo e competência são nitidamente
reconhecidos.
A partir daí foi possível fazer o planejamento das
palestras. Tivemos o grande desafio de fazer a
programação da Semana, focada em oferecer
palestras técnicas de relevância, com assuntos
atuais e que seduzissem o público.
E a I Semana do Meio Ambiente do PPSSGA foi um
sucesso! 1000 inscritos, 21 lives com público fiel
acima de 80 pessoas em cada live, palestras de
interesse público e desafiadoras!
E no dia 5 de junho, durante a homenagem pensada
para o Caio, soubemos da aprovação da UFOP que,
após a análise do trabalho por uma banca presidida
pelo Prof Danton Heleno Gameiro e formada pelo
Prof. Dr. Hubert Mathias Peter Roeser da UFOP, pela
Prof. Elizêne Veloso Ribeiro do IFMG de Ouro Preto e
pelo Dr. Carlos Henrique Nogueira da SAMARCO,
concedeu o título de MESTRE em Sustentabilidade e
Meio Ambiente ao Eng. Caio Márcio de Benício
Rocha.
Mais uma vez a UFOP brilhou, dando exemplo para
futuras decisões da academia, muitas vezes
técnicas, mas sem a necessária humanidade.
Agradecimentos à toda equipe de logística do
evento, alunos do curso de turismo da UFOP, Rafael
CicuttoFlosi, Isabella Kathleen Bastos Vargas,
Andreia da Graça Ferreira e Júlio Danton Camargo
que foram incansáveis antes, durante e depois da
realização da I Semana de Meio Ambiente PPSSGA.
Parabéns e profundos agradecimentos a todos os
envolvidos!
Cláudia Lima de Franco Benício Rocha
Eng. Civil, 1979
CREA 36.580
Nossos Agradecimentos aos estagiários (as)
Durante os dias 31 de maio ao dia 7 de junho foi realizado o evento 1ª Semana do Meio
Ambiente do Programa de Pós Graduação em Sustentabilidade Socioeconômica (PPGSSA) da
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em parceria com a Fundação estadual do Meio
Ambiente (FEAM). A equipe de estagiários do Curso de Turismo e jornalismo sob a coordenação
das professoras Vera Guarda e Kerley Alves trabalhou nos bastidores para a realização do
mesmo, apresentando com êxito vinte e uma lives durante toda a semana. A toda equipe os
agradecimentos da Coordenação.
Rafael Cicutto Flosi
A sua primeira experiência com eventos foi em uma disciplina do curso de
Turismo. Mais tarde, em meio à pandemia, fez parte da equipe de produção de
eventos online como estagiário. Seu objetivo era auxiliar na realização da
Primeira Semana do Meio Ambiente da UFOP e posteriormente no Seminário
Latino-americano de Água e Gênero.
Andréia da Graça Ferreira
Atuou no Projeto de Iniciação Científica "O Impacto da Pandemia do Novo
Coronavírus no Setor de Eventos: novas estratégias de planejamento e
organização de eventos", e como estagiária no setor de eventos do PPGSSA.
Tem interesse nas áreas de ecoturismo, turismo de base comunitária e demais
áreas correlacionadas.
Isabella Kathleen Bastos Vargas da Silva
Tem como experiência a vivência na Empresa Júnior de turismo, Completur,
além da atuação no Encontro Nacional de Alunos de Turismo de 2020 e o
estágio no setor de eventos do PPGSSA.
Júlio Danton Camargo
Bolsista no projeto de extensão “DIÁLOGOS: Sustentabilidade e bem
estar” e minhas áreas de interesse são patrimônio e gastronomia.
Luan Carlos Hermenegildo
Jornalista, que se aventura na arte digital.
Trabalhou na TV UFOP Educativa como operador de áudio /técnico de som, e também
trabalho como produtor musical.
Responsável pela arte gráfica do Seminário
Bruna Louize Soares Souza
Possui experiência na área Turismo, Eventos, Planejamento de Projetos, Patrimônio e Turismo Cultural.
Atuei na Empresa Júnior (Completur Jr.) do Curso de Turismo da Universidade Federal de Ouro Preto,
como vice-presidente em 2018 e presidente em 2019. Além disso, através da Completur, trabalhei para a
Secretaria de Turismo de Ouro Preto, elaborando o novo Inventário Turístico da cidade e demais eventos
importantes da região, como o Festival de Inverno, por exemplo. Fui bolsista da Pró-reitoria de Extensão
desenvolvendo atividades no Trem da Vale, voltado para a Educação Patrimonial com moradores de Ouro
Preto e distritos. Ajudou na escolha da Plataforma para o seminário.
Foto: Encontro dos Rios Piracicaba e Doce - Ipatinga - MG - Vera Lúcia de Miranda Guarda