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OPINIÃO
Energia limpa para
a recuperação econômica
A bioeletricidade produzida a partir do bagaço e da palha da cana
representa 62% do total de 18,5 gigawatts (GW) da cogeração no País
João Guilherme
Sabino Ometto*
Orisco de racionamento de eletricidade
decorrente da falta
de chuvas este ano, fator
agravante da crise provocada
pela Covid-19, alerta para a necessidade
de ampliar a diversificação da matriz
energética nacional, reduzindo a
dependência das usinas hidrelétricas.
Nesse sentido, é relevante a contribuição
do setor sucroalcooleiro, cujas fontes
têm grande potencial, são renováveis
e apresentam baixos índices de
emissão de carbono, com reconhecidos
ganhos ambientais.
A bioeletricidade produzida a partir do
bagaço e da palha da cana-de-açúcar,
uma das vertentes da contribuição do
setor, já representa 62% do total de 18,5
gigawatts (GW) da cogeração existente
no País de capacidade instalada em
operação comercial. Essa possibilidade
viabilizou-se pela mecanização da colheita
e do plantio, da qual resultaram níveis
de sustentabilidade incomparáveis
em todo o mundo e que incluiu a capacitação
de profissionais para operar
equipamentos com alto índice de tecnologia
embarcada. O gás natural responde
por 17% e o licor negro, 14%.
Este é um fluido resultante do processo
produtivo da indústria papeleira.
Outra fonte importante de eletricidade é
o biogás, cujo potencial no Brasil é de
170.912 GWh (fonte: ABiogás), o maior
do mundo. Em volume, 21,1 bilhões de
normais metros cúbicos por hora
(Nm³/h) advêm do segmento sucroenergético;
6,6 bilhões, de ramos distintos
da produção agrícola; 14,2 bilhões,
da pecuária; e 2,2 bilhões, do saneamento.
Esse combustível, em sua versão
purificada, compara-se, em termos
energéticos, ao gás natural fóssil, com
a vantagem de ser totalmente renovável
e ter pegada negativa de carbono.
O etanol de cana-de-açúcar completa o
aporte do setor à matriz energética nacional.
De acordo com o primeiro levantamento
da safra 2021/22 da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab),
a produção será de 27 bilhões de
litros. Embora haja uma redução de
9,1% em relação aos 29,7 bilhões referentes
à temporada anterior, devido à
queda da demanda atrelada às quarentenas
e ao distanciamento social, o Brasil
continua sendo o segundo maior
produtor mundial, atrás apenas dos Estados
Unidos. Neste país, porém, a
maior parte advém do milho, apresentando
maior custo e menor índice energético.
Cabe lembrar que o etanol de cana-deaçúcar
é praticamente neutro em emissões
de carbono e renovável, além de
Setor sucroalcooleiro fornece energia
limpa para mover fábricas, iluminar
cidades, abastecer o transporte e
gerar divisas no comércio exterior
gerar renda, empregos e ingresso de
dólares resultantes da exportação. Somente
no primeiro bimestre deste ano,
na comparação com igual período de
2020, as vendas externas cresceram
50,9%, alcançando 343,31 milhões de
litros, e a receita aumentou 22%, somando
US$ 158,22 milhões (fonte:
Secex/Ministério da Economia).
Apesar de todas as dificuldades inerentes
à pandemia, o setor sucroalcooleiro
fornece energia limpa para mover fábricas,
iluminar cidades, abastecer o
transporte e gerar divisas no comércio
exterior. São combustíveis que contribuem
para a retomada do crescimento
e a recuperação da economia
nacional.
* Engenheiro (Escola de Engenharia
de São Carlos - EESC/USP), empresário
e membro da Academia Nacional
de Agricultura (ANA).
2
Jornal Paraná
MEIO AMBIENTE
Setor sucroenergético é
referência em sustentabilidade
O uso de etanol reduziu as
emissões de CO 2 no Brasil
equivalente às emissões anuais
somadas de 5 países
Entre março de 2003
(data de lançamento da
tecnologia flex) e abril
de 2021, o consumo de
etanol (anidro e hidratado) evitou
a emissão de mais de 556
milhões de toneladas de CO2eq
na atmosfera. O volume é equivalente
às emissões anuais somadas
de Argentina, Venezuela,
Chile, Colômbia, Uruguai e Paraguai.
Os dados foram divulgados
pela União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (Unica) com
base na metodologia de aferição
de padrão de emissões de
gases de efeito estufa (GEE)
dos combustíveis, estabelecida
pela Política Nacional de Biocombustíveis
- RenovaBio e
com dados e informações publicados
pela Agência Nacional
de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP),
A área de análises estatísticas
da Unica usou como base o cálculo
fornecido pela RenovaCalc
- calculadora que determina a
eficiência energético-ambiental
(pegada de carbono) do processo
produtivo no âmbito do
RenovaBio. Atualmente, 86% do
etanol comercializado no país
está certificado no RenovaBio,
garantindo a rastreabilidade e a
efetividade da redução de emissões
e a nulidade do desmatamento
direto e indireto.
“A pandemia da COVID-19 reforçou
a urgência de tomarmos
medidas efetivas de combate
às mudanças climáticas. No
Brasil, como em nenhuma parte
do mundo, temos uma madura
indústria de combustíveis
renováveis, que vem contribuindo
ano após ano para a redução
da emissão de gases de efeito
estufa”, analisa Evandro Gussi,
presidente da Unica. “A relevância
do etanol na transição para
uma economia de baixo carbono
é destacada em relatório
da Agência Internacional de
Energia2 (International Energy
Agency - IEA), que aponta o
protagonismo de políticas como
Renovabio para que as
emissões sejam zeradas até
2050”, complementa.
Quando avaliado o ciclo de vida
completo do combustível, o
etanol proporciona uma redução
de até 90% na emissão de
GEE em relação à gasolina. O
biocombustível é reconhecido
internacionalmente por sua baixa
pegada de carbono e por não
representar risco às florestas
nativas. As lavouras de canade-açúcar
destinadas à produção
de etanol ocupam apenas
0,8% do território nacional e são
localizadas a mais de 2 mil quilómetros
da Amazônia.
A sustentabilidade da cadeia é
ampliada pela utilização dos
subprodutos da produção de
etanol para a geração de energia
elétrica de baixo carbono. Em
2020, a bioeletricidade ofertada
para a rede pelo setor sucroenergético
cresceu 1% em relação
a 2019, com um volume de
22.604 GWh. Desse total, 83%
foram ofertados entre maio e
novembro, período seco. Tratou-se
de uma geração equivalente
a ter poupado 15% da
água disponível associada à
energia máxima que poder ser
gerada nos reservatórios das hidrelétricas
do submercado Sudeste/Centro-Oeste.
Por ser de baixo carbono, estima-se
que a geração de bioeletricidade
de cana em 2020
tenha evitado adicionalmente a
emissão de 6,3 milhões de toneladas
de CO 2 , marca que somente
seria atingida com o cultivo
de 44 milhões de árvores
nativas ao longo de 20 anos.
A cana-de-açúcar responde por
19,1% de toda a oferta primária
de energia no País, levando em
conta etanol e bioeletricidade, e
39,5% de toda a energia renovável,
segundo o Balanço Energético
Nacional 2021, publicado
pela Empresa de Pesquisa Energética.
A cultura é crucial para o
atingimento das metas estabelecidas
pelo Brasil no Acordo de
Paris e para o avanço socioeconômico
e ambiental dentro dos
Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) da Organização
das Nações Unidas (ONU).
Além de produzir biocombustível
e energia elétrica com baixa
carbono, o setor sucroenergético
brasileiro tem sido um importante
agente de recomposição
e preservação de florestas.
Mais de 46,6 milhões mudas
nativas foram plantadas no estado
de São Paulo desde 2007,
segundo dados do Protocolo
Etanol Mais Verde, divulgados
pelo Governo do Estado de São
Paulo (número exato: 46.674.
586). O setor atingiu essa marca
após plantar 2,96 milhões de
mudas de espécies nativas na
safra 2020/2021, que se encerrou
em 31 de março de 2021.
Parte significativa dessas mudas
é alocada ao longo de cursos
d’água e ao redor de nascentes.
Até o momento, as 117
empresas e os 5.121 fornecedores
de cana signatários do
Protocolo Etanol Mais Verde
contabilizam a restauração de
132.285 hectares de matas ciliares,
o equivalente a área de
mais de 132 mil campos de futebol,
e a proteção de 7.315
nascentes, localizadas em propriedades
das usinas e de fornecedores
de cana. E o mesmo
se repete nos demais estados
onde o setor sucroenergético
atua.
Ao longo das últimas décadas
o setor sucroenergético revolucionou
sua forma de produzir,
adotando práticas que tornaram
os produtos referências
mundiais de sustentabilidade. A
queima da cana foi eliminada;
adotou-se a colheita mecanizada,
o controle biológico e a
fertirrigação, reduzindo o uso
de insumos agrícolas; houve a
requalificação massiva de mão
de obra e o investimento em
tecnologias de agricultura 4.0,
que garantem produtividade,
eficiência operacional, proteção
ambiental e de recursos naturais.
“A sustentabilidade é um diferencial
estratégico do setor sucroenergético
reconhecido no
Brasil e no mundo, e faz parte
da proposta de valor dos produtos
advindos da cana-de-açúcar,
essenciais para a retomada
sustentável do crescimento
econômico do país”, complementa
Gussi.
Jornal Paraná 3
SAFRA 2021/22
Quase 70% da cana já
foram colhidas no Paraná
A expectativa da Alcopar é de que sejam esmagadas 32,344 milhões de toneladas
Com quase 70% da
cana-de-açúcar disponível
no campo já
industrializada, a colheita
da safra 2021/22 caminha
para sua etapa final no
Paraná. As Unidades Produtoras
em funcionamento moeram,
no acumulado da safra
até o dia 1 de setembro,
21,776 milhões de toneladas
de cana. O volume é 2,5%
menor do que o registrado no
mesmo período do ano safra
2020/21, que foi de 22,335
milhões de toneladas.
A expectativa da Alcopar é de
que sejam esmagadas 32,344
milhões de toneladas de cana.
As estimativas iniciais, que
eram de 34,8 milhões de toneladas
de cana, foram revisadas
recentemente reduzindo a
produção no Estado em 8%
em relação aos números do
período anterior, com queda na
produção de açúcar e etanol
na mesma proporção. Nesta
primeira revisão foram considerados
apenas os danos causadas
pela estiagem.
“Este já é o terceiro ano consecutivo
que as lavouras de
cana do Paraná sofrem com
estiagens que afetam o desenvolvimento
e rendimento da
cultura. As perdas efetivas
com as geadas só serão contabilizadas
melhor no final da
safra”, afirma Miguel Tranin,
presidente da Alcopar.
A quantidade de Açúcares Totais
Recuperáveis (ATR) por
tonelada de cana, também no
acumulado da safra 2021/22
ficou 1,6% acima do valor observado
na safra 2020/21, totalizando
138,69 kg de ATR/t
de cana, contra 136,49 kg
ATR observados na safra passada.
Segundo o presidente da Alcopar,
o etanol anidro, que é misturado
à gasolina, continua
tendo a preferência na produção
das usinas paranaenses,
tanto por se mostrar mais vantajoso
economicamente como
para atender a política que
prevê a mistura de 27% do
biocombustível na gasolina C,
ante a previsão de quebra de
safra de cana com a estiagem
e as geadas, cenário que se
repete em todo o Centro-Sul
do país.
4
Jornal Paraná
Do volume de etanol total produzido
até 1 de setembro no
Paraná, 754,5 milhões de litros,
1,7% a mais do que no
mesmo período do ano passado
(741,8 milhões de litros),
cerca de 353,16 milhões de litros
foram de anidro, 18,9% a
mais do que a quantidade produzida
na mesma época da
safra anterior, 297,1 milhões
de litros. Já a produção de etanol
hidratado até a data,
401,38 milhões de litros, é
9,7% menor que o da safra
passada até 1 de setembro,
444,7 milhões de litros.
A produção de açúcar no Estado
totalizou 1,644 milhão de
toneladas, 3% a menos do que
o volume processado até a primeira
quinzena de setembro
no período anterior (1,695 milhão
de toneladas). O volume
total de açúcar esperado na
safra é de 2,355 milhões de toneladas
e o de etanol 1,183 bilhão
de litros, sendo 531
milhões de litros de etanol anidro
e 653 milhões de litros de
hidratado.
Na região Centro-Sul do Brasil,
desde o início do ciclo 2021/
22 até a segunda metade de
agosto, a moagem acumula
queda de 5,81%. Nesse período,
a quantidade de cana-deaçúcar
processada pelas usinas
atingiu 392,59 milhões de
toneladas, ante 416,82 milhões
de toneladas mesmo período
do último ciclo agrícola.
No acumulado desde o início
da safra 2021/22 até 1 de setembro,
a produção de açúcar
alcançou 24,28 milhões de toneladas,
contra 25,99 milhões
de toneladas verificadas na
mesma data do ciclo 2020/
2021. A fabricação acumulada
de etanol, por sua vez, totalizou
18,65 bilhões de litros,
sendo 7,15 bilhões de litros de
etanol anidro e 11,49 bilhões
de litros de etanol hidratado.
Do total fabricado, 1,29 bilhão
de litros do biocombustível
foram produzidos a partir do
milho.
Dados apurados pelo Centro
de Tecnologia Canavieira (CTC)
para o mês de agosto, considerando
uma amostra comum
de 120 unidades, registraram
produtividade de 65,3 toneladas
por hectare colhido no
mês ante 79,7 toneladas observadas
no mesmo período
na safra 2020/21 – queda de
18,1%. No acumulado desde o
início da safra a queda atinge
14,3%, com 85,0 t/ha no ciclo
passado e 72,9 t/ha na safra
atual.
Estima-se que a área colhida
até o final de agosto atingiu
5,39 milhões de hectares, registrando
incremento de 9,9%
em relação a área colhida até
agosto de 2020. A área colhida
até o momento deve representar
cerca de 71% do total disponível
para colheita na safra
2021/22.
O diretor técnico da Unica, Antonio
de Padua Rodrigues, explica
que “a baixa produtividade
e as geadas contribuíram
para a aceleração da colheita,
que se encontra em estágio
bastante avançado em relação
ao último ciclo agrícola”. O
executivo complementa dizendo
que “como resultado
devemos observar uma safra
mais curta, com uma parcela
maior de empresas encerrando
o processamento industrial
antes do final de outubro. A expectativa
quanto ao tamanho
da safra permanece sendo de
530 milhões de toneladas de
cana, com viés de baixa, resultado
de uma pesquisa realizada
junto aos produtores da
região Centro-Sul”.
A qualidade da matéria-prima
na 2ª quinzena de agosto,
mensurada a partir da concentração
de açúcares totais recuperáveis
por tonelada de
cana-de-açúcar, registrou
154,85 kg de ATR por tonelada,
com retração de 0,71%
em relação aos 155,95 observados
no ciclo passado. No
acumulado desde o início da
safra até 1 de setembro, o indicador
de concentração de
açúcares assinala 140,26 kg
de ATR por tonelada de cana,
um aumento de 0,65% em relação
ao valor observado o
ciclo 2020/21.
Jornal Paraná
5
PROJETO SOCIAL
Grupo Maringá patrocina
Registros do Amanhã
Iniciativa levará oficinas de audiovisual a
100 estudantes da rede pública de Itapeva
Ciente de sua responsabilidade
social, o
Grupo Maringá, do
qual faz parte a Usina
Jacarezinho, apoia diversas
iniciativas socioeducativas
e ambientais em prol das
comunidades nas regiões onde
atua.
Com apoio da Lei de Incentivo
à Cultura, patrocínio da Maringá
Ferro-Liga e parceria do
Projeto Social Grêmio União,
da Goal Projetos e da Prefeitura
Municipal de Itapeva, o
projeto Registros do Amanhã
oferece oficinas de audiovisual
a 100 jovens do Ensino
Fundamental ou Médio da região
de Itapeva (SP).
As aulas tiveram início em 30
de agosto, simultaneamente,
em três instituições da cidade:
na Escola Municipal Newton de
Moura Muzel, na ETEC Jd. Europa
e na Casa da Cultura Cícero
Marques. Por meio de
conteúdos específicos, os alunos
têm a oportunidade de trabalhar
a emoção, a cognição e
a criatividade de forma dinâmica
e estética.
Estão previstos um festival de
curtas e a produção de três documentários
de 30 minutos,
que terão apoio da equipe técnica
do projeto, com o tema
“Visões do futuro - reflexões da
pandemia nas novas gerações''.
O Grupo Maringá atua nos setores
sucroenergético, produzindo
açúcar, etanol e energia,
e siderúrgico, fabricando ferro-liga
de manganês.
Com 75 anos de tradição, a
Usina Jacarezinho, a Cia. Canavieira
e, agora, a Maringá Energia,
atuam de forma integrada
para fornecer alimento e energia
limpa e renovável aos mercados
nacional e internacional.
Na siderurgia, o grupo atua há
mais de 40 anos, produzindo
ferro-ligas de manganês de alto
padrão, matéria-prima essencial
para a fabricação de aço,
por meio da Maringá Ferro-Liga
S/A, localizada em Itapeva
(SP).
Alunos vão trabalhar a
emoção, a cognição e a
criatividade de forma
dinâmica e estética
6
Jornal Paraná
DOIS
PONTOS
Mercado de carbono
De olho nas discussões
sobre o estabelecimento de
uma indústria mais sustentável,
o CEBDS (Conselho
Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável)
lançou um Marco Regulatório
voltado para os
mercados de baixo carbono.
O documento, disponível no
site da instituição, foi elaborado
a partir das conclusões
do Seminário Final do Projeto
de Mercados de Carbono.
Além disso, uma
cartilha voltada para a sociedade
civil também foi elaborada
a fim de expandir os
debates populares sobre o
tema.
Venda direta
O Conselho Nacional de Política
Energética aprovou a
redução do teor de mistura
obrigatória do biodiesel no
óleo diesel de 13% para
10%, na vigência do 82º leilão
de biodiesel, destinado
ao suprimento dos meses
de novembro e dezembro de
Um carro que foi projetado
para eliminar a poluição do ar
enquanto é dirigido foi exibido
no Festival de Velocidade
de Goodwood, no Reino
Etanol
Biodiesel
Carro futurista
2021. A medida ocorre em
meio a preços mais altos da
soja, principal matéria-prima
do biocombustível. Em nota,
a Aprobio (Associação dos
Produtores de Biocombustíveis
do Brasil) classificou a
decisão como "o maior retrocesso
já aplicado à Política
Nacional de Biocombustíveis
(RenovaBio)”. Na visão
da entidade, a mudança
vai gerar desemprego, desinvestimento
e aumento da
poluição e da inflação, além
de afastar o Brasil dos compromissos
de descarbonização.
Unido. Criado pelo designer
britânico Thomas Heatherwick,
o Airo deve entrar em
produção na China em 2023
- e a ideia é fabricar um milhão
deles. O design radical
pretende abordar não apenas
a questão da poluição, mas
também ajudar a resolver a
"crise espacial".
O presidente Jair Bolsonaro
decidiu antecipar o início da
vigência de duas medidas
anunciadas em agosto para
tentar ampliar a competição
no mercado de combustíveis,
a venda direta de etanol
entre usinas e postos e a
possibilidade de que postos
vendam combustíveis de outras
marcas. As mudanças
foram alvo de uma MP (medida
provisória) assinada no
dia 11 de agosto, atropelando
o debate sobre os
temas na ANP (Agência Nacional
do Petróleo, Gás e
Biocombustíveis). O texto,
porém, previa um prazo de
90 dias para início de vigência.
Em comunicado, o Palácio
do Planalto diz que nova
MP e decreto assinados regulamentam
o novo modelo
e já permitem sua aplicação
imediata.
A produção total de etanol
para 2021 do Brasil está estimada
em 30,43 bilhões de
litros, uma queda significativa
de 13% em relação ao
número revisado para 2020
(35,08 bilhões de litros), de
acordo com o Departamento
de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA). A produção
de etanol para uso como
combustível está estimada
em 26,63 bilhões de litros,
uma redução de 4,27 bilhões
de litros em relação à safra
anterior. A redução é baseada
na menor produção
de cana na safra 2021/22 e
nas decisões das usinas sucroalcooleiras
de desviar
mais cana para a produção
de açúcar, como fizeram no
ciclo anterior. Por outro lado,
o aumento esperado na produção
de etanol de milho
deve compensar parcialmente
a redução do etanol
de cana.
8
Jornal Paraná
Feito de cana
De acordo com uma pesquisa
da Nielsen, a sustentabilidade
é uma das maiores
preocupações do consumidor
brasileiro. Tendo isso
como um de seus pilares, a
Melissa desenvolveu o primeiro
monobloco em E.V.A.,
os ‘chinelos-nuvem’, derivado
da cana-de-açúcar. Batizado
de Melfree, o material
conta com 20% de carbono
renovável (a cana é responsável
por esse número), se
tratando de um E.V.A que
emite até 65% menos CO 2 eq
(unidade de medida internacional
que traduz os demais
gases do efeito estufa
em termos equivalentes ao
CO 2 ).
Gigante
A Vibra (ex-BR Distribuidora)
e a Copersucar anunciaram a
criação de uma empresa para
atuar no segmento de comercialização
de etanol. Com receita
de R$ 30 bilhões, por
ano, a companhia nasce para
movimentar cerca de 9 bilhões
de litros por ano. A parceria
será feita por meio da
aquisição pela Vibra de
49,99% da ECE (Empresa
Comercializadora de Etanol),
que permanecerá controlada
pela Copersucar. Juntos, os
dois sócios vão investir R$
450 milhões na nova empresa.
Essa companhia será
responsável por comprar toda
a produção de etanol da
Copersucar, hoje entre 4,5 e
5 bilhões de litros por ano, e
será a única supridora dos
postos da Vibra, que vendem
hoje entre 6 e 6,5 bilhões de
litros por ano.
Fenasucro & Agrocana
A Fenasucro & Agrocana
(Feira Internacional da Bioenergia)
realizará a sua 28ª
edição entre os dias 9 e 12
de novembro de 2021, no
Centro de Eventos Zanini,
em Sertãozinho (SP). O
evento, realizado pelo CEISE
Br e promovido e organizado
pela RX Brasil, é o único da
América Latina a reunir inovações
e conteúdo de alto
nível técnico voltados à toda
cadeia de produção da indústria
de bioenergia, além
de profissionais das indústrias
de alimentos e bebidas,
papel e celulose, transporte
e logística e distribuidoras e
comercializadoras de energia.
Perdas causadas por geadas,
estiagens e, mais recentemente,
pelos incêndios, associadas
a uma redução já
prevista na área de plantio,
devem levar o Centro-Sul à
pior safra de cana-de-açúcar
dos últimos dez anos. A Unica
prevê quebra histórica de 75
Perdas
milhões de toneladas de cana
no Centro-Sul, uma redução
de 12%, atingindo um patamar
de 530 milhões de toneladas.
Com prejuízos na
colheita, produção pode ter
recuo de 5 milhões de toneladas
de açúcar e de 3 bilhões
de litros de etanol.
A Copersucar, maior comercializadora
de açúcar e etanol
do mundo, atingiu uma
marca inédita ao realizar carregamento
recorde em um
único navio em seus 23
Copersucar
anos de terminal, registrando
o maior transporte marítimo
na história do Brasil em
açúcar a granel. Construído
em 2020, o navio graneleiro
Cape Town com bandeira de
Hong Kong, partiu de Santos
para a China, com 108.906
mil toneladas do produto,
volume suficiente para encher
cerca de 2.870 caminhões.
Jornal Paraná
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