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513 anos da Cidade do Funchal Viagens: Principado do Liechtenstein
Rui Sá
O MAMMA
foi um
milagre
que me
permitiu
dar sentido
a quase tudo
o que criei
€2,50 | N.º292
ANO XXIV mensal SETEMBRO 2021
5 602930 003431
Tendência de
recuperação
Turismo
Ainda o verão
Makeover
PUB
A revista Da madeira
www.sabermadeira.pt
Revista Saber Madeira
saber.fiesta.madeira
sabermadeira@yahoo.com 291 911 300
TC TC & pixabay
sumario
04 ENTREVISTA
Fica no número 14 da Estrada
Monumental e é mesmo
surpreendente. A começar pelo
seu criador e que é também autor
das obras e curador, Rui Sá, que
nos habituamos a ver associado
ao mundo dos negócios do ramo
alimentar. Só que a veia artística
esteve sempre presente e da
vontade de criar nasceu o MAMMA
– Museu de Arte Moderna da
Madeira. António Cruz visitou o
espaço e ali entrevistou Rui Sá.
08
10
Caprichos de Goes
As práticas de Compliance na
gestão dos museus – Parte 1
Opinião Hélder Spínola
UMa Família, Um Planeta
11 Ambiente
Campanha ambiental “Há Mar e
Mar, Há Ir e Limpar”
12
14
Madeira Aves
Perna-verde-comum e Moleiropomarino
Em Análise...
Se fossem só eleições...
16 Atualidade
Votar para as Eleições Autárquicas
2021
17 Turismo
Setor em recuperação
18 Desporto
Francisco Castro, o Mafarrico do
Motocross
20 Imagem
O que veste influencia na forma
como se sente?
18
21 Coleccionismo
A coleção de gravatas de Luís Silva
22 Educacão
I Conferência Internacional de
Saúde e Inclusão – Parte 3
23
43
Cantinho da Poesia
Outono
24 Saúde
Fibrilhação Auricular
25 Nutrição
Iogurtes e leites fermentados
Câmara Municipal do Funchal
26
Reabilitação do antigo Matadouro
do Funchal
Viajar com Saber
28
Principado do Liechtenstein
30 Beleza
Cuidar da pele do corpo pós-verão
31 Decoração
Dream closet
32
34 Makeover
Ainda o verão...
38
40
42
43 Social
52
54
Dicas de Moda
Holidays Look
36 Motores
Rali Vinho Madeira 2021
Fashion Advisor
Bye, bye, verão!
Agenda Cultural da Madeira
Setembro 2021
marcas icónicas
Iris Apfel
À mesa com...Fernando Olim
Estatuto Editorial
saber setembro 2021
3
ENTREVISTA
Rui Sá
António Barroso Cruz
D.R. (direitos reservados)
Quando se olha para
alguém como o Rui Sá, que
inevitavelmente sempre foi
olhado como empresário
de uma família cujo nome é
reconhecido em toda a Região
e fora dela, não se adivinha
o “outro” Rui Sá. Aquele que
pinta, que fotografa, que
esculpe. Pois, é este Rui Sá que
fomos encontrar no número
14 da Estrada Monumental,
onde em agosto do corrente
ano fundou o MAMMA –
Museu de Arte Moderna da
Madeira. Rui Sá – o artista das
obras e curador do museu,
proporciona ao visitante a
oportunidade de realizar
uma viagem que culmina
com o amor incondicional e
onde adquirimos um misto
de sensações, sentimentos
e emoções que sentimos um
tumulto de reações à flor da
pele como se estivéssemos
a reviver momentos que
marcaram a nossa vida.
4 saber setembro 2021
Os impulsos da criação
foram intermitentes,
e o facto de nunca
ter exposto foi muito
vantajoso. Permitiume
ir corrigindo
muitas vezes obras
do passado e,
dessa forma, ir
aperfeiçoando coisas
que entretanto
deixaram de fazer
sentido
Pessoalmente apercebi-me da tua vocação
e produção artística numa viagem
que ambos fizemos ao Laos e Birmânia há
uma mão cheia de anos. E foi para mim
uma grata surpresa descobrir um artista
plástico com uma vertente tão criativa,
tão rica e diversificada. Quando é que
te apercebeste da tua vocação e de que
forma a desenvolveste e evoluiste para
chegarmos ao ponto de hoje termos um
museu como o MAMMA com tantas peças
da tua autoria?
- Difícil definir o primeiro impulso para as
artes. Tenho que recuar no tempo (In Illo
Tempore) e identificar enquanto estudante
de Economia na universidade de Coimbra,
nos anos 80. Aí nasceu uma sementeira determinante,
na minha formação enquanto
homem de cultura e sensível às temáticas
artísticas. Havia um ambiente académico absolutamente
rico e propício para potenciar a
minha criatividade. As Tertúlias os Saraus as
Serenatas, eram uma constante e contribuíram
seguramente para a minha formação
artística. Cheguei a ter aulas de pintura no
Centro de Artes Plásticas de Coimbra. Belos
tempos intensamente vividos. Fiz parte
da Comissão Central da Queima das Fitas…
Curiosamente, já na Madeira, cheguei a integrar
o Grupo de Fados de Coimbra, onde
cantei três temas num CD … Outras paixões.
As artes ditas de cavalete, foram mais recentes,
Desde a viragem do milénio, 2004, que
comecei a desenhar e a pintar, e foi muito
importante o apoio do meu amigo artista,
Wolf Dieter Kurhem . Nos primeiros desenhos
usei o pastel. “Rui, tens jeito!” disse-me
o meu compadre. Na verdade, sempre fui
muito interessado e curioso nos detalhes
criativos, nas diferentes artes, na simbologia
e nas mensagens associadas, na comunicação
dos conceitos. Tecnicamente fui claramente
um autodidata e através de um processo
de descoberta permanente, comecei a
fazer caminho e construindo uma (possível)
obra. No início, tudo não passava de um sonho
e poder expor em Museus estava no patamar
da fantasia. O estatuto de artista não
era uma obsessão, apenas encarava tudo
isto como um hobbie, e falava muito pouco
sobre o que produzia. A parte das leituras
foi, e é, muito importante para os conteúdos
das minhas obras. Há muitos anos que faço
crescer a minha biblioteca e sou um apaixonado
pelos livros. Vivo e durmo no meio dos
livros. Os livros são uma das minhas fontes
de inspiração e que alimentam o meu génio
criativo. Os impulsos da criação foram intermitentes,
e o facto de nunca ter exposto foi
muito vantajoso. Permitiu me ir corrigindo
muitas vezes obras do passado e dessa forma
ir aperfeiçoando coisas que entretanto
deixaram de fazer sentido. O MAMMA foi
um milagre que me permitiu dar sentido a
quase tudo o que criei. As “instalações” surgiram
quase todas durante a construção do
museu. Incrível! Em dois anos e meio arrumei
mais de 15 e ainda criei algo mais. Não
devo esquecer todos os incentivos que recebi,
e foram muitos. Desde logo a família,
especialmente a minha Mãe e no Museu o
meu Pai. Muitos amigos estiveram ao meu
lado e durante a obra, os técnicos foram
inescedíveis!. O meu reconhecimento para
todos eles!
Sei também que és uma pessoa com mundo,
com muito mundo aliás. Assim como
és portador de uma enorme curiosidade
e riqueza de conhecimentos que vais
acumulando ao longo das geografias. De
que forma te preparas para uma viagem
e até que ponto as viagens que tens feito
influenciam a tua obra artística?
- Depende do tipo de Viagem, mas geralmente
gosto de estudar exaustivamente o
destino, nos seus vários parâmetros. Às vezes
integro grupos, cuja tarefa fica mais facilitada,
pois quase sempre há amigos que
trabalham ao detalhe as viagem, e aí, confio
e sigo o roteiro proposto. Às vezes, consigo
dar a minha escapadela fora do programa,
porque amigo não empata amigo. Se revisitar
algum local, gosto de passar os olhos nos
apontamentos que costumo fazer, é sempre
bom um refresh e a memória agradece.
Também já fiz algumas viagens em que pouco
sabia do que iria encontrar, mas essa não
é a regra. Já não carrego tanto na ida e muito
menos no regresso. O problema dos livros a
mais que sempre levo. As Viagens vão muito
para além da visita aos museus. É importante
descobrir a cultura genuína dos diferentes
povos. Os seus mercados, o seu artesanato,
a sua forma de comunicar, a sua música, os
seus escritores, os seus costumes em geral.
Adoro fazer amizades por onde passo e faço
questão de as cultivar ao longo dos anos.
A minha principal companhia nas Viagens
é a máquina fotográfica. Hoje evoluiu para
os sofisticados smartphone. A fotografia é
uma paixão de sempre e que uso como importante
suporte de informação, ilustração,
O MAMMA tem como um
dos objetivos criar
uma nova pandemia
através da Arte:
a Criatividade
saber setembro 2021
5
de produzir arte com signicado e valores. As
obras são mais que peças estéticas, têm que
ter ética e imagética. A escolha foi recaindo
na arte com sentido e de preferência que esteticamente
fosse impactante.
Quando se olha para alguém como o Rui
Sá, que inevitavelmente sempre foi olhado
como empresário de uma família cujo
nome é reconhecido em toda a Região e
fora dela, não se adivinha o “outro” Rui
Sá. Aquele que pinta, que fotografa, que
esculpe. Onde, e de que forma, consegues
encontrar o equilibrio entre os vários Ruis
que existem em ti?
- Participei em muitos eventos e feiras internacionais,
nas quais aproveitava para visitar
os Museus mais próximos. O marketing empresarial,
onde era o principal responsável
pela imagem e design do nosso grupo de empresas.
Sempre gostei de imaginar slogans,
- O primeiro passo foi dado, mostrar algo que
estava há muitos anos para dar à Luz. Dois
anos e meio a construir o espaço MAMMA
também concluído. Agora há um tempo próprio
para crescer e amadurecer para a obra
brotar noutras paragens algures noutros
palcos do planeta. Este tempo de reconhecimento
internacional implica muito trabalho
nomeadamente na divulgação do Museu e
também encontrar os parceiros e os canais
certos para que tal seja uma realidade. A ver
vamos. Sei que não depende só de mim. Vou
estar atento e focado. Neste momento é fundamental
apostar na divulgação do MAMMA.
A sorte dá muito trabalho e há apoios que
são cruciais para alavancar os projectos. O
planeta está repleto de Arte, toneladas de génios,
e muita gente a desejar aparecer. Mas
quando temos algo diferente, e acreditamos
muito no que fazemos, tudo pode acontecer!.
Sempre fui muito
interessado
e curioso
nos detalhes
criativos, nas
diferentes artes,
na simbologia e
nas mensagens
associadas, na
comunicação dos
conceitos
diversão…e partilha dos melhores momentos.
Quando viajo, acumulo muita informação
e guardo quase tudo, o que sinto ser
interessante. Há viagens, em distintas áreas,
que me despertaram para novos conceitos
de arte, muitas vezes em sítios inesperados.
Grandes surpresas! Toda essa informação
naturalmente resultou no enriquecimento
da minha arte. Seria fastidioso enumerar e
descrever toda esse conjunto de influências
que tive o privilégio de usufruir de diferentes
formas.
De que forma a tua veia de artista plástico
molda o teu carácter, o teu dia-a-dia, a
tua forma de olhar o mundo e o teu próximo?
- Continuo a ser uma pessoa simples, humilde
e muito empenhada em concretizar os
meus objectivos. Nada acontece por acaso,
há que transpirar muito para que a inspiração
surja. E mesmo assim, nada é garantido.
Sem disciplina e uma boa gestão de tempo,
muito pouco aparece. Há que estar sempre
desperto para a criatividade e quando menos
esperamos ela surge. Felizmente tenho
um excelente atelier e quase diáriamente estou
lá. Normalmente demoro algum tempo
a pensar e depois executo rápido sem tempo,
sem controlo do tempo, algo complicado
por vezes. Sinto uma felicidade enorme
quando no dia seguinte observo o que produzi...
Outro ponto importante, tem a ver
com a postura em relação dos outros artistas:
compreensão e respeito. Na arte quase
nada é comparável. Há que tentar entender
os critérios os tempos de execução. Por um
lado, o meu olhar está sempre para lá do horizonte,
e por outro, quanto mais viajo, mais
consciência tenho da importância de ter nascido
neste pequeno paraíso: Madeira. Gosto
marcas, conteúdos, desde a marca própria,
folhetos, imagem corporativa, etc. A parte
comunicacional foi também algo que sempre
cultivei. Desde 1987, que sou vice-presidente
do Marítimo, e comecei como Relações Públicas.
O mundo do desporto é desafiante,
enquanto praticante e enquanto dirigente.
O equilíbrio entre as várias faces não é fácil,
pois sempre encarei esta parte das artes,
como mais um hobbie, hobbie esse que foi se
tornando cada vez mais importante. O ideal é
haver uma interação. A parte da gestão emprtesarial
nas artes é deveras importante e
os negócios só têm a ganhar se forem salpicados
com muita criatividade.
Temos por princípio que a terra que habitamos
é sempre pequena para a nossa
genialidade artística. Gostarias de ir mais
longe, ou seja, saltar as fronteiras da ilha
e ir, por exemplo, expor lá fora?
O que é que os visitantes do MAMMA podem
encontrar ao longo da sua visita, que
não deixa de ser ao mesmo tempo uma
viagem através do artista? Ou de braço
dado com o artista. E o que vem acrescentar
o MAMAA ao espólio museológico
regional?
- A oferta artística do MAMMA resulta de um
trabalho de mais de 15 anos e em exclusiva
estreia expositiva. Quer o Museu quer as
Obras quer toda a organização, vulgo curadoria,
é da minha autoria. Para já, é um trabalho
de autor com uma chancela própria.
O estilo dos trabalhos é deveras diversificado
dentro de uma harmonia possível. A
ideia principal, é desafiar os observadores a
pensar sobre algo que é universal diria até,
intemporal, mas que é um tipo de arte total,
que se apresenta nas diferentes formas
de expressão sensorial transportando-nos
6 saber setembro 2021
também para um patamar novo e transcendental.
As diferentes temáticas interligam-se,
num conjunto interessante de
mensagens poéticas e muito simbólicas.
Quando pensei no MAMMA, olhei em volta
e percebi que havia uma oportunidade
de criar algo diferente. E arrisquei. Mais
do mesmo não. Museu do séc XXI no ano
2021, porque não! Confiei no meu trabalho.
O Museu teria que ser um Museu
pedagógico e participativo, que estimulasse
a Criatividade e o pensamento crítico.
Que questionasse as certezas, estimulasse
o conhecimento, o pensar diferente, de
uma forma isenta e profunda. Que concilie
a Estética com a Ética, a Poética com a
Técnica…Afinal, os museus podem ajudar
a transformar as pessoas, a sociedade … o
mundo! Que cativasse os visitantes locais
e fosse parte de uma Oferta Cultural para
o Turista. Tudo isto com um Orçamento
mínimo e sem qualquer apoio público!
Ser criativo na construção do museu, eis
a questão! No contexto dos Museus existentes
na Madeira, o MAMMA, não tem
comparação, e acrescenta um tipo de arte
alternativo ao existente. É moderno, inovador,
estimula o pensamento criativo e
uma opção de qualidade no âmbito da
oferta do Turismo Cultural, quiçá português.
Por outro lado, desejamos com mais
tempo, criar diversas dinâmicas culturais,
atraindo outro tipo de atividades artísticas
e atrair a atenção de outro tipo de
públicos. Dada a polivalência do MAMMA,
vamos apostar fortemente em diferentes
eventos diferentes experiências, através
de parcerias, envolvendo estruturas e artistas
locais e não só. Afinal, estamos na
linha da Sociedade do Espéctaculo…e o
MAMMA faz parte!.
Tu és dos que pensam “fora da caixa”,
o que desde logo me agrada e me faz
sorrir e entender perfeitamente essa
postura em que me revejo. É difícil viver
numa terra em que ser um artista
plástico disruptivo, irreverente e atrevido
ainda é visto com desconfiança?
Quando pensei no
MAMMA, olhei em volta
e percebi que havia
uma oportunidade de
criar algo diferente.
E arrisquei
A oferta artística do
MAMMA resulta de um
trabalho de mais de
15 anos e em exclusiva
estreia expositiva
- Ser empreendedor e inovador é algo
que está no meu ADN desde muito novo,
aliás apanágio da minha família. “Crio
Logo Existo”, é o meu estado de alma permanente
e única forma de estar no meu
dia-a-dia. Não pretendo agradar a todos,
nem hipotecar a minha liberdade. Sempre
que possível, irei continuar a viajar.
Tal é fundamental para o meu equilíbrio e
sanidade mental. Para um ilhéu, em geral,
é complicado ser irreverente e é normal
nem sempre ter o importante reconhecimento
dos seus pares. Mas a receita
é nunca desistir e continuar a trabalhar,
trabalhar… e trabalhar! Conforme Georgia
O’Keeffe: em qualquer arte, é preciso
coragem para criar um Universo Próprio”.
A criatividade requer coragem, em qualquer
parte do mundo, e quem não arrisca
consegue pouco ou nada. O MAMMA tem
como um dos objetivos criar uma nova
pandemia através da Arte: a Criatividade!
Para quando um NOBEL das Artes, da
CRIATIVIDADE!.
Os artistas nunca estão satisfeitos,
nunca se sentem saciados, querem
sempre mais e diferente. Em que ponto
se encontra a tua insatisfação e insaciabilidade
artística?
- Continuo muito curioso e empenhado
no processo criativo e no meu aperfeiçoamento
pessoal. A arte ajuda-me a combater
a minha ignorância e a libertar-me
de preconceitos. A insatisfação é natural
quando escasseia a Justiça e a Paz está
sempre ameaçada. É absolutamente essencial
promover o Amor e a Harmonia
entre os Homens, e a Arte ajuda a mudar
as pessoas e, naturalmente mudando as
pessoas, ajuda a mudar o Mundo. Mais
do que nunca, ‘All we need is Art’. O meu
sonho enquanto artista é deixar a minha
marca, uma marca humanista. Entretanto,
há muito espaço para ir criando!. Com
dizia Dali: “Não tenha medo da perfeição.
Nunca conseguirá atingi-la”. Mesmo assim,
continuo a procurar a minha ‘Mona
Lisa’. s
Desde a viragem do
milénio, 2004, que comecei
a desenhar e a pintar
saber setembro 2021
7
CAPRICHOS DE GOES
Diogo goes
Professor do Ensino Superior e Curador
As práticas
de Compliance
como instrumento
de
regulação e
mediação de
conflitos no
sistema da
arte e na gestão
dos museus
– parte 1
Uma breve análise dos sistemas
de regulação do mercado da arte
permite-nos apontar a crítica
à sua ineficiência, quer pela
inexistência de um verdadeiro
sistema de regulação eficaz e
integrado, quer pela legislação
avulsa, díspar de estado para
estado, quer pela falta de
regulamentação da existente.
(Artigo adaptado a partir do publicado no
Jornal da Comunidade Científica de Língua
Portuguesa - A Pátria, 26 de julho de 2021)
Aafirmação das instituições culturais,
nomeadamente as museológicas,
na sociedade contemporânea
global, está subjacente às boas
práticas de gestão e à aplicação de códigos
de ética e conduta, a par de uma eficiente
comunicação organizacional. A identificação
das necessidades e problemas das instituições
culturais é o primeiro passo para uma
tentativa de solucionamento dos problemas
subjacentes a estas organizações, ou pelo
menos, para a minimização dos riscos e dos
impactos negativos nestas organizações e
nas comunidades onde se inserem. Uma
breve análise dos sistemas de regulação do
mercado da arte permite-nos apontar a crítica
à sua ineficiência, quer pela inexistência
de um verdadeiro sistema de regulação
eficaz e integrado, quer pela legislação avulsa,
díspar de estado para estado, quer pela
falta de regulamentação da existente. Pontes
(2019) conclui que, a confidencialidade
das práticas negociais e das transações de
obras artísticas é um dos principais obstáculos
“à construção de um modelo regulatório
eficiente, capaz de se traduzir em um rosto
identificável e agregador dos mais diversos
elementos de compliance”. E que, o Compliance
poderá cumprir o papel de autorregulação
do mercado da arte (Pontes, 2019)
como também dos setores culturais e museológicos.
Muito devido ao sucessivo subfinanciamento
público ao setor museológico
(Goes, 2020), a inserção dos museus no sistema
da arte internacional, nomeadamente
através das relações que estabelecem com
o mercado da arte e seus financiadores privados,
vem demonstrar os perigos da “viciação
do jogo” na criação de valor, na definição
de preços e na legitimação da obra
artística. A falta de sustentabilidade financeira
de uma larga maioria dos museus de
todo o mundo, embora justificada na função
social da sua missão, quando associada
à falta de dotação orçamental pública, vem
8 saber SETEMBRO 2021
obrigar à diversificação das fontes de financiamento,
entre as quais as provenientes do
setor privado, os patrocínios e as doações,
ao abrigo de leis de mecenato e benefícios
fiscais (Cândido, 2014). A mediação ou a regulamentação
das relações entre os decisores
públicos, os poderes políticos e a esfera
económica privada nos setores culturais,
poderá ser uma forma preventiva de combate
à corrupção, ao crime financeiro e ao
branqueamento de capitais (Pontes, 2019).
Segundo Campanella (2021), o Código Penal
Português prevê vários crimes associados
à corrupção: a prevaricação (art.ºs 369º e
370º), o recebimento indevido de vantagem
(artº 372º) e os crimes de corrupção ativa
(artº 372º) e passiva (artº 373º). A lei n.º
20/2008, de 21 de abril, “estabelece a responsabilidade
penal por crimes de corrupção
no comércio internacional e na atividade
privada, considera-se, nomeadamente, o
tráfico de influências e branqueamento de
capitais”, entre outros (Campanella, 2021).
Apesar da Estratégia Nacional Anticorrupção
2020-2024 (Presidência do Conselho de
Ministros, 2021) e da legislação existente
em Portugal acompanhar os principais documentos
orientadores da União Europeia
e das Nações Unidas, sobre estas matérias,
Campanella (2021) destaca que “a luta contra
o fenómeno da corrupção não pode ser
limitada a um único conjunto de medidas”.
No entanto, as políticas de transparência,
podem causar impactos "contraproducentes"
quer na formação do valor comercial
dos objetos artísticos comercializados, quer
na procura no mercado da arte internacional
e na disponibilidade de financiamento às
instituições culturais e museológicas, razões
pelas quais, instituições e tutelas poderão,
por hipótese, não ser partes interessadas
nesse processo de transparência. Segundo
Cândido (2014), a American Association of
Museums (2011) chamava a atenção para
o facto da gestão partilhada dos museus,
nomeadamente através de acordos de gestão
ou parcerias público-privadas, colocarem
as instituições culturais num situação
de vulnerabilidade, mais expostas assim às
práticas de corrupção, tráfico de influências,
abuso de poder ou branqueamento de
capitais, conforme também refere Pontes
(2019). Cândido (2014), parafraseando o National
Standards and Best Practices for U.S.
Museums (AAM, 2011), refere que “muitas
vezes os acordos funcionam devido ao nível
de confiança entre as pessoas em postos
chave nas entidades colaboradoras; se elas
se afastam, entretanto, os pactos se desfazem”.
Destacando por isso, a importância
do registo desses acordos em documento
escrito com valor legal (Cândido, 2014). s
(cont.).
laart.art
Referências bibliográficas:
American Association of Museums, The [AAM]. (2011).
National Standards and Best Practices for U.S. Museums.
Washington: AAM.
Cândido, Manuelina Maria Duarte. (2014). Orientações
para Gestão e Planejamento de Museus. Coleção
Estudos Museológicos. 3. Florianópolis: FCC.
ISBN 978-85-85641-11-5
Campanella, Sancha. (2021). Corrupção e a Estratégia
Nacional Anticorrupção 2020-2024. Jornal Económico.
Disponível em:
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/
corrupcao-e-a-estrategia-nacional-anticorrupcao-2020-2024-761578
Goes, Diogo (2020). Democratização e gratuitidade
no acesso aos bens culturais: questões de princípio.
A Pátria - Jornal da Comunidade Científica de Língua
Portuguesa. Funchal: Ponte Editora. ISSN 2184-
2957. Disponível em:
https://apatria.org/turismo/democratizacao-e-gra-
tuitidade-no-acesso-aos-bens-culturais-questoes-
-de-principio/
ICOM. (2017). Código de Ética do ICOM para Museus.
Disponível em: https://icom-portugal.org/multimedia/File/Cdigo%20tica%20-%202007%20-%20
verso%20final%20pt.pdf
IDBrasil. (2019). Código de ética e conduta. São Paulo:
IDBrasil. Disponível em:
http://idbr.org.br/wp-content/uploads/2019/12/
CO%CC%81DIGO-DE-CONDUTA-IDBR-2019-DEZ-
-WEB.pdf
Instituto Odeon. (2015). Código de ética e conduta.
Belo Horizonte: Instituto Odeon. Disponível
em: http://institutoodeon.org.br/wp-content/
uploads/2015/04/C%C3%B3digo-de-conduta-e-
-%C3%A9tica_Instituto-Odeon.pdf
Matos, Alexandre M. R. (2007). Os sistemas de informação
na gestão de colecções museológicas. Contribuições
para a certificação de museus. Dissertação
(Mestrado em Museologia). Porto: Faculdade de
Letras da Universidade do Porto
Morás, Nicole S. (2017). Reflexões para uma comunicação
organizacional museológica alinhada ao Código
de Ética para Museus. 40º Congresso Brasileiro
de Ciências da Comunicação. Curitiba: Intercom –
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares
da Comunicação.
Presidência do Conselho de Ministros. (2021). Resolução
do Conselho de Ministros n.º 37/202. Estratégia
Nacional Anticorrupção 2020-2024. Diário da República
n.º 66/2021, Série I de 2021-04-06. Disponível
em: https://dre.pt/application/conteudo/160893669
Pontes, Í. C. M. (2019). Compliance e Mercado da
Arte: uma análise do sistema de regulação multifacetado
em transações de obras artísticas. Dissertação
(Mestrado em Direito) - Centro de Ciências Jurídicas,
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
saber Setembro 2021
9
OPINIÃO
Hélder Spínola
Biólogo/Professor Universitário
UMa Família,
Um Planeta
O projeto ‘UMa Família, Um
Planeta’, candidatado pela Universidade
da Madeira (UMa) e
aprovado pelo Fundo Ambiental,
propõe-se constituir um
programa de projetos e ações,
dinâmicos e coerentes entre si,
que perdure na Comunidade
Académica em ciclos anuais de
melhoria contínua, e cujo sucesso
seja avaliado através da caracterização
da evolução dos níveis de
literacia ambiental.
Sendo ponto assente de que os processos
de educação ambiental têm
de ser contínuos e integrados socialmente,
o projeto ‘UMa Família, Um
Planeta’, candidatado pela Universidade da
Madeira (UMa) e aprovado pelo Fundo Ambiental,
propõe-se constituir um programa
de projetos e ações, dinâmicos e coerentes
entre si, que perdure na Comunidade Académica
em ciclos anuais de melhoria contínua,
e cujo sucesso seja avaliado através
da caracterização da evolução dos níveis de
literacia ambiental. O programa ‘UMa Família,
Um Planeta’ tem por objetivo promover a
literacia e a cultura ambiental relativamente
à economia circular, em particular no desenvolvimento
de conhecimentos, atitudes
e comportamentos que suportem, individual
e coletivamente, um consumo mais
sustentável. Este Programa desenvolve-se
na Universidade da Madeira (UMa), junto
de estudantes, docentes e funcionários, entendendo
o Campus Universitário como um
contexto de educação e aprendizagem social
para a construção da sustentabilidade (ambiental,
social e económica), e estendendo-
-se ao espaço familiar e residencial, numa
abordagem baseada numa participação
ativa da Comunidade Académica e na capacitação
dos seus membros e grupos para
que se constituam em agentes de mudança,
disseminando e multiplicando boas práticas
ambientais. O programa ‘UMa Família,
Um Planeta’ entende a educação ambiental
como um processo de transformação social
e, como tal, mais do que no indivíduo, está
ancorado nos grupos sociais e nas suas interações
e dinâmicas no contexto dos espaços
físicos e funcionais que partilham. Com
um conceito de família muito alargado, a
estratégia do presente programa é a de se
integrar social e culturalmente nas vivências
da Comunidade Académica e estender
a sua influência para fora dos seus limites
físicos, acompanhando as relações sociais
dos alunos, professores e funcionários. O
contexto e base de suporte para a edificação
de todo o programa são as boas práticas
na gestão de resíduos, implementadas
ou a implementar no Campus Universitário,
dinamizando-as junto da Comunidade Académica
através de abordagens educativas
formais, não formais e informais. Ademais,
associado a esse contexto e a essa dinâmica,
e como mecanismo essencial para espoletar
a construção de uma cultura ambiental em
torno da economia circular, é constituído
um grupo alargado de voluntários, de entre
alunos, professores e funcionários, em grupo
ou individualmente, para desempenhar a
função de Influencers pelo Ambiente. Estes
Influencers, integrados em diferentes serviços
da academia, órgãos e cursos, ao se voluntariarem
para o presente programa já revelam
alguma literacia ambiental, mas serão
envolvidos diretamente num processo de
formação e sensibilização para que, seguindo
uma abordagem sistematizada, adotem e
dinamizem, junto dos seus colegas e amigos,
um conjunto bem definido de boas práticas
ambientais (e.g. uso de garrafas reutilizáveis
para consumo de água da torneira; uso de
copo reutilizável nas máquinas de venda
de bebidas quentes; uso de saco de pano
reutilizável; separação de biorresíduos para
compostagem; separação de embalagens
para reciclagem; secagem das mãos sem recorrer
a toalhitas de papel, usando lenço de
pano individual reutilizável ou os secadores
elétricos; uso de cinzeiro pelos fumadores).
Assim, pela atividade e exemplo interpares
em torno de boas práticas ambientais, com
visibilidade e influência direta ou através das
redes sociais online, pretende-se obter um
contexto sociocultural que potencie a incorporação
de novos conhecimentos, atitudes
e comportamentos. Adicionalmente, o programa
‘UMa Família, Um Planeta’ irá abrir-se
à participação das famílias, em particular à
dos Influencers pelo Ambiente, mas também
de outros membros da academia, com uma
abordagem adequada para replicar em contexto
residencial as boas práticas em desenvolvimento
na Universidade da Madeira. s
10 saber setembro 2021
ambiente
“Há Mar e Mar, Há ir e Limpar”
Após um ano de interregno
devido aos condicionamentos
provocados
pela covid-19, a
campanha de limpeza ambiental
‘Há Mar e Mar, Há ir e Limpar’ voltou
às praias da Madeira e Porto
Santo. Promovida pela Secretaria
Regional de Ambiente, Recursos
Naturais e Alterações Climáticas
através da Direcção Regional do
Ambiente e Alterações Climáticas,
esta iniciativa contou com a
colaboração de crianças e jovens
de ATLs, clubes e associações,
colaboradores dos municípios
e hóspedes de unidades hoteleiras
que recolheram resíduos
das praias. A campanha arrancou
no dia 17, com uma limpeza por
mar, numa travessia em caiaque,
entre o Cais de São Lázaro e o
Clube Naval do Funchal e terminou
no dia 24 com a limpeza das
praias do Seixal. Um dos locais
foi a Praia do Calhau, na Frente
Mar do município vicentino e
em que participou a Associação
Cultural e Desportiva de São Vicente,
com a colaboração de 13
crianças e a vereadora Rosa Castanho.
Os oceanos representam
71% da superfície da Terra e 97%
dos recursos hídricos do planeta,
constituindo uma fonte vital
de recursos biológicos, naturais
e económicos; infelizmente, o
oceano é também o recetor final
da maioria dos poluentes lançados
para o ambiente que provêm
de descargas de efluentes e lixos
domésticos ou industriais, das
águas de escorrência, da ação
dos ventos e da chuva que transportam
poluentes atmosféricos
a larga distância ou de acidentes
com navios ou infra-estruturas
em alto mar. Entre as águas mais
gravemente poluídas destacam-
-se as do Mar Mediterrâneo (também,
por isso, designado a “fossa
da Europa”), atravessado por milhares
de petroleiros, as do Mar
do Norte, o Canal da Mancha e os
mares próximos do Japão. s
Câmara Municipal de São Vicente
saber setembro 2021
11
MADEIRA AVES
JOSÉ FRADE
Fotógrafo autoditata
José Frade nasceu há 53 anos no
concelho de Cascais. Trabalha
no sector automóvel mas foi
a sua paixão pela fotografia,
principalmente a fotografia de
natureza, que o fez aprofundar
os seus conhecimentos sobre
as aves e consequentemente
aderir ao grupo "Aves de Portugal
Continental", grupo esse criado
pelo Armando Caldas, mas, como
membro desde o primeiro dia,
foi convidado pelo fundador, em
conjunto com ele, administrar
o referido grupo, vendo aí uma
oportunidade para partilhar os
seus conhecimentos e incentivar as
pessoas à protecção da natureza.
Dulcina Branco
José Frade,
administrador do grupo “Aves de Portugal Continental”,
que gentilmente nos cede as fotos que ilustram
esta rubrica
Reserva da Biosfera
de Santana:
Observação de Aves
– parte 3
ARocha do Navio apresenta igualmente
algum potencial para a
observação de aves, atendendo à
existência de diferentes espécies
de passeriformes que ocorrem nos campos
agrícolas da sua fajã. Apesar de pouco
conhecida entre a comunidade de ornitólogos,
a foz da Ribeira do Faial reúne também
condições excelentes para a observação de
aves migradoras. Antes de iniciar qualquer
atividade de observação de aves devem ser
tidas em conta alguns aspetos essenciais
no que toca ao equipamento necessário
e a normas de conduta, nomeadamente:
vestuário prático e discreto e calçado adequado
ao campo ou montanha, binóculos,
guia de bolso para identificação de aves e
bloco de notas ou caderno de campo, respeitar
a sinalização e manter a distância
das aves e observá-las com binóculos, não
danificar a flora nem perturbar a fauna,
não abandonar o lixo e não fazer lume.
(Continua). s
Fonte: santanamadeirabiosfera.pt
12 saber setembro 2021
Perna-verde-comum
(Tringa nebularia)
Uma ave da família Scolopacidae.
Nidifica em zonas pantanosas no Norte,
inverna sobretudo em África, embora
alguns indivíduos permaneçam nas costas
europeias. Pouco numeroso na Madeira
Moleiro-pomarino
(Stercorarius pomarinus)
Ave da família Stercorariidae.
Nidifica no Ártico da Europa, Ásia e América
do Norte, inverna nas águas tropicais
da maioria dos oceanos, e ao largo
da América do Sul, da África do Sul
e da Austrália. Migrador de passagem
nas águas da Madeira
saber setembro 2021
13
em análise...
Francisco Gomes
Analista político
Se fossem
só eleições…
As eleições no Funchal não são
apenas ‘mais umas’ eleições.
Pelo contrário, no xadrez
político da capital poderá ser
decidido o destino de vários
tabuleiros partidários.
Carolina rodrigues
Por insistência de um leitor, debruço-
-me sobre uma área que, normalmente,
e por opção, não abordo,
nomeadamente a política regional,
para fazer uma breve análise às próximas
eleições para a Câmara Municipal do Funchal.
O que um primeiro olhar revela é que
as mesmas são muito mais do que um mero
acto eleitoral, pois o seu resultado acarreta,
para os três principais partidos nela envolvidos,
consequências que vão muito mais
além do que a legitimidade para gerir a vida
autárquica da maior cidade da Região. Para
o PS, as eleições são decisivas por duas razões.
Primeiro, porque são um teste à identidade
do partido como partido de poder.
Caso ganhe, o PS prova que soube manter
o poder tão bem quanto o soube ganhar, e,
assim, poderá, com o apoio umbilical da estrutura
nacional, reforçar a sua pretensão
à conquista do governo. Segundo, apenas
a vitória pode disfarçar a clivagem já instalada
entre a equipa camarária e a actual
liderança do partido. Miguel Gouveia, inteligentemente,
escolheu uma equipa que não
tem a impressão digital de Paulo Cafofo e,
ao fazê-lo, mandou a mensagem clara que
é dono de si mesmo, e não um príncipe herdeiro
do anterior líder camarário. Mesmo
assim, se vencer, não deixará de ver o presidente
socialista chamar a si uma parte dos
louros da vitória. Por razões de paz interna,
Gouveia até poderá aceitar essa atitude, da
mesma maneira que aceitou que lhe fosse
imposta uma candidata à presidência da
Assembleia Municipal que não foi indicada
por si. Mesmo assim, isso não livra o PS de
ter de encarar uma séria divisão interna,
que apenas se agravará com uma possível
vitória, pois a cúpula socialista sabe, tão
bem como qualquer militante, que, vencendo,
Miguel Gouveia tem legitimidade para
ambicionar ser o próximo presidente do PS.
Percebemos, então, porque é que alguns
questionam se certas iminências partas do
partido querem ‘assim tanto’ a vitória da
Confiança. Para o PSD, as eleições valem
por três aspectos, pelo menos. Primeiro,
porque decidem o próximo presidente do
partido e candidato à presidência do governo
regional. Segundo, porque testam a
solidez do actual governo, que será privado
da sua peça central. Terceiro, porque
são o maior teste ao paradigma instalado
dentro do partido após a saída de Alberto
João Jardim. Nesta parada de riscos e ganhos
elevado, caso vença, o partido ganha o
seu futuro líder e natural candidato a líder
do governo, por um lado, e, por outro lado,
cimenta, de vez, o domínio interno do projecto
eleito em 2015. Porém, caso perca, o
actual governo sai fragilizado (quer politica,
quer moralmente) e o partido poderá estar
novamente exposto ao tipo de competições
14 saber setembro 2021
INTERNET
e de quezilas internas que conhece demasiado
bem. Desta vez, as mesmas poderão
ser ainda mais ácidas, pois incidirão sobre
uma militância naturalmente desmotivada
por um possível triplo fracasso na capital
da Madeira. Já o CDS é o partido que mais
tem a perder nestas eleições, nas quais
joga, se não a sua sobrevivência institucional,
então, claramente, a viabilidade da actual
liderança. Muito mais do que pelo que
vai acontecer em Santana, onde a vitória
é dada como certa, é pelo que se vai passar
no Funchal e noutros círculos eleitorais
onde o CDS estará mais exposto que os militantes
irão decidir sobre a estratégia montada
pelo presidente da sua Comissão Política.
Como é obvio para todos, esta não tem
sido unânime e, na opinião expressa por
alguns militantes, mais em privado do que
em público, até tem revelando problemas
sérios, tais como um alinhamento excessivo
com o PSD (que poderá tem custado ao
CDS a sua identidade), um possível deslumbramento
com as responsabilidades governativas
assumidas, uma acumulação de
casos infelizes (que nada têm a ver com o
quadro de valores do partido) e uma eventual
dificuldade em gerir certa dissidência
interna. Porque a política regional precisa
de um CDS que sabe quem é, de onde vem,
o que pretende e para onde vai, esperamos
que estas e outras questões possam ser
devidamente esclarecidas por quem tem
a responsabilidade para o fazer. Porém,
isso não livra o partido de ter de enfrentar,
muito antes disso, o julgamento popular, o
qual pode ser, sem dúvida, impiedoso. Por
tudo isto, e também por outras razões relacionadas
com os partidos mais pequenos,
que aqui nem foram falados, não é difícil
perceber que as eleições no Funchal não
são apenas ‘mais umas’ eleições. Pelo contrário,
no xadrez político da capital poderá
ser decidido o destino de vários tabuleiros
partidários. Para além do imediato, há um
futuro que se joga e que todos gostaríamos
que fosse de tranquilidade. Mas ninguém,
no seu perfeito juízo, pode por de lado a
possibilidade de algumas (infelizes?) surpresas.
s
saber setembro 2021
15
ATUALIDADE
Autárquicas no dia 26 de setembro:
o voto em tempo de pandemia
Os portugueses voltam às urnas no
dia 26 de setembro, ainda em tempo
de pandemia, para votar e decidir
o futuro das suas autarquias
nos próximos quatro anos. Nestas alturas,
surgem sempre dúvidas e como tal, o site
idealista/news preparou um guia que pode
dar uma ajuda. Neste âmbito, podem votar,
desde que inscritos no recenseamento no
território nacional: todos os cidadãos portugueses,
os cidadãos brasileiros com cartão
de cidadão ou bilhete de identidade (com
estatuto de igualdade de direitos políticos) e
os cidadãos estrangeiros, nacionais dos países
indicados no tema “Recenseamento Direito
de Voto – Cid. Estrangeiros”. Para saber
onde votar, o cidadão pode enviar um SMS
gratuito para o 3838 a solicitar informação.
Também pode consultar o site www.recenseamento.mai.gov.pt
ou dirigir-se à junta de
freguesia do local de residência. Para votar,
deve apresentar-se com documento de identificação
civil ou qualquer outro documento
oficial que contenha fotografia atualizada
16 saber Setembro 2021
(passaporte, carta de condução). Por causa
da pandemia, os eleitores devem procurar
manter as regras de etiqueta respiratória
(máscara) e o distanciamento físico. À semelhança
das presidenciais, recomenda-se
que levem a sua própria caneta para exercer
o direito de voto. O número de eleitor
foi abolido. Para votar, basta indicar o nome
ao presidente da mesa e entregar o documento
de identificação civil. Na falta desse
documento, a identificação do eleitor faz-se
por meio de qualquer outro documento oficial
que contenha fotografia atualizada, ou
através de dois cidadãos eleitores que atestem,
sob compromisso de honra, a sua identidade,
ou ainda por reconhecimento unânime
dos membros da mesa. As mesas de
voto abrem às 8h00 e encerram às 20h00.
Depois desta hora, só podem votar os eleitores
que se encontrem na assembleia de
voto. Nas eleições autárquicas, vota para a
câmara municipal, a assembleia municipal e
a assembleia da freguesia em que se encontra
recenseado. Os boletins de voto são, por
isso, três, um por cada órgão autárquico a
eleger: assembleia de freguesia, assembleia
municipal e câmara municipal. Os boletins
de voto são de cor branca para a assembleia
de freguesia, amarela para a assembleia
municipal e verde para a câmara municipal.
Pode votar antecipadamente, sendo que, o
voto antecipado só é aceite por motivos profissionais,
estudantes, doentes internados e
presos não privados de direitos políticos. Estando
confinado por causa da covid-19, deve
manifestar a intenção de votar inscrevendo-
-se na plataforma da SGMAI, ou solicitando
na Junta de Freguesia onde está recenseado,
através de terceiro que apresente declaração
assinada pelo interessado e cópia
do CC/BI. Nos dias 21 e 22 de setembro, o
funcionário municipal desloca-se à morada
indicada para que vote. Consulte o Folheto
Informativo (confinamento). s
idealista.pt/news
turismo
Eduardo jesus
Alojamentos turísticos da Madeira
com valor mais elevado de dormidas
desde novembro de 2019
Face à situação pandémica mundial, foi
preocupação maior do Governo Regional
zelar pela proteção e bem-estar
de cidadãos e turistas e, neste âmbito,
Madeira e Porto Santo assumiram-se desde
logo como destinos pioneiros no combate
à covid-19. Com um quadro epidemiológico
controlado, baixa taxa de infeção e de casos
ativos, a Madeira e Porto Santo tornaram-se
destinos de férias ou de negócios seguros,
dos mais seguros da Europa e do Mundo.
Mercê das boas práticas adotadas, o setor
turístico madeirense segue a tendência global
e que é o da recuperação. Indica-o a estatística
referente a julho e que indica que
119.300 hóspedes representaram mais de
606 mil dormidas em alojamentos turísticos
da Madeira - “o valor mais elevado” desde novembro
de 2019, havendo a registar 72.300
entradas de estrangeiros. A análise, da Direção
Regional de Estatística (DREM), acrescenta
que nos primeiros sete meses deste ano
o setor do alojamento turístico na Madeira
reportou 1,6 milhões de dormidas (menos
1,1% do que em igual período de 2020). Em
julho entraram cerca de 47 mil residentes nacionais
na região, provocando um aumento
das dormidas na ordem dos 225,7% relativamente
ao mês homólogo - estas atingiram
cerca de 188.100, o que significa 31% do total.
Os principais mercados emissores de não
residentes na Madeira registaram uma forte
recuperação em termos de dormidas relativamente
ao mês anterior (+85,6%). O mercado
do Reino Unido foi o que registou mais
dormidas, seguido da França. Já o mercado
alemão contrariou essa tendência, com uma
quebra de 32,4%, totalizando apenas 23,9
mil dormidas. Para o Secretário Regional de
Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, «os dados
agora publicados revelam a tendência que
nós estávamos a prever no que diz respeito
quer às dormidas, quer ao número de hóspedes
para a RAM. O mês de julho confirma
a tendência de recuperação que nós já estávamos
a sentir há algum tempo e reafirma
claramente a capacidade que a região teve
de recuperar muito rapidamente da situação
que foi colocada por força da pandemia. Diria
que o setor está de parabéns relativamente
à capacidade que teve de recuperar tão rapidamente
estes números e colocar o mês de
julho já como uma grande referência para o
setor e para a economia regional». s
Dulcina Branco
DREM, inquérito à permanencia de hóspedes na hotelaria
e outros alojamentos
SRTC e Savoy Palace Hotel
saber setembro 2021
17
desporto
Francisco Castro
o Mafarrico
do Motocross
Chama-se Francisco de Castro, vive
no concelho de Santa Cruz e é um
piloto que começa a dar nas vistas
no motociclismo regional. O Francisco,
que corre com o número de competição
#137, começou na modalidade há quase dez
anos, impulsionado pelo seu pai e treinador
Renato Castro, também ele piloto de motocross,
e que sempre o acompanhou nestas
andanças. Com apenas 17 anos acabados de
fazer, o piloto que corre atualmente com as
cores da União Desportiva de Santana, teve
um percurso ascendente no motocross, modalidade
onde já compete no escalão máximo
de séniores categoria MX1 (motos de 450
cc). Uma categoria onde pilotos mais experientes
não intimidam o jovem piloto que já
se mostrou capaz de arrancar sempre em
primeiro na grelha em todas as mangas de
MX1 e Elite disputadas na única prova que
decorreu este ano. Mas tudo começou há
muitos anos onde, com uma moto4, Francisco
Castro, então carinhosamente conhecido
pelo “Mafarrico”, integrava uma classe de
infantis, fruto também da aposta de Renato
Castro na criação de uma escola de formação
de pilotos de motociclismo denominada
“37RC Moto School”, e que foi responsável
pelo aparecimento de outros jovens pilotos.
Em 2014, o “Mafarrico” afastou-se do motocross
e regressou apenas em 2018 nos juvenis
com uma 80 cc emprestada. Este regresso
foi feito com muito empenho e dedicação,
o que acabou por dar resultados, já que o
piloto venceu nesse mesmo ano a classe de
juvenis, sendo assim campeão regional dessa
categoria em 2018. Em 2019, ainda juvenil
na modalidade, muda para a classe sénior de
mx2 com uma Suzuki RMZ 125 CC, onde apesar
de mostrar bom andamento, a falta de
experiência revelou-se madrasta. Algumas
quedas, resultado do contacto com outros
pilotos, condicionaram o bom andamento
que vinha a demonstrar. Naturalmente que,
2020 fez as modalidades pararem por completo,
fruto das restrições impostas pela CO-
VID-19. Apesar de não haver competição, a
paragem permitiu ao Francisco Castro experimentar
a RMZ 450cc do pai. A experiência
foi boa e isso permitiu o jovem piloto chegar
ao ponto competitivo que está neste momento,
competindo assim na categoria rainha
do Motocross regional. Na primeira prova
de 2021, além dos brilhantes arranques
efetuados e que já referimos anteriormente,
o piloto da U. D. Santana, classificou-se no final
das três mangas disputadas no 3º posto
entre os rookies (estreantes), 7º lugar entre
as MX1 e 8 º lugar na Elite num total de 16
pilotos presentes. O motociclismo ocupa na
vida do piloto um lugar muito especial e isso
tem sido demonstrado com a forma como
abraçou o desporto. Mas, apesar das motas
serem uma paixão presente no seu dia a dia,
os estudos nunca ficam em segundo plano,
já que o jovem piloto continua a demonstrar
bom aproveitamento escolar, condição imposta
pelos pais para a continuidade da prática
desportiva. O motociclismo acaba assim
por ser uma paixão do piloto. Lamenta, contudo,
a falta de apoios para poder ir mais longe.
Francisco Castro lamenta a forma como
as entidades governamentais olham para os
pilotos desta modalidade, impedindo assim
os pilotos de poderem fazer estágios fora da
Madeira ou participar noutros campeonatos
fora da Ilha. “Participar numa corrida no continente
implica gastos com viagens, transporte
da mota e dos equipamentos, alojamento,
alimentação, aluguer de carrinha, portagens,
combustíveis, inscrições, seguros e tantos
outros gastos, mas os apoios são insuficientes”,
desabafa o piloto que gostava de continuar
a evoluir a sua técnica para poder vir a
ser uma referência no futuro do motocross
regional, desejo que o jovem piloto ambiciona
alcançar. “A modalidade é cara devido
ao custo da mota, dos equipamentos, dos
combustíveis e da manutenção da mota. Era
importante haver mais ajuda e mais apoios
para este desporto”, conclui. Também ao nível
das empresas, os apoios não são fáceis
de receber, e se não fosse o apoio de alguns
clubes desportivos e de algumas empresas,
que reconhecem o potencial do piloto, muito
dificilmente seriam alcançados os resultados
referidos. Depois dos arranques da última
prova, o “Mafarrico” foi promovido a “Bala”
e é um piloto que reúne a simpatia e cari-
18 saber setembro 2021
nho do público, especialmente pela coragem
de se intrometer na categoria dos grandes
do Motocross regional, apesar da sua tenra
idade e da estrutura franzina de um jovem
de 17 anos de idade. Francisco Castro
não quis terminar esta entrevista à Revista
Saber Madeira sem agradecer o conjunto
das entidades que acreditam no seu potencial
e que carinhosamente o apoiam, casos
da União Desportiva de Santana, do Motor
Clube da Madeira, Megamotor – Comercio
automóvel, Policópia – equipamentos de escritório,
Pneus Ecotyre, Motovit, Sucamotos,
Miguel Sousa Tattos, Match Point Bar, Iphone
Service, Club Motards, Roulotte Bora La
Comer, Arts Lab – Academia das artes, Style,
Optic4all e Fokus Café. Argumentos suficientes
para estarmos atentos agora à evolução
deste jovem piloto que corre sempre com o
número 137. s
NÉLIO OLIM
D.R.
Era importante haver
mais ajuda e mais apoios
para este desporto
saber setembro 2021
19
atualidade
A coleção
de gravatas
de Luís Silva
A sua função prática é esconder
a fileira de botões da camisa
mas a função maior é conferir
personalidade a quem a usa.
Introduzida no vestuário
masculino no século XIX, a
gravata transmite um estilo
de vida e de comportamento
que continua na atualidade.
Para Luís Silva, que por força
do seu trabalho de funcionário
público sempre se habituou
a usar gravata no dia a dia, a
peça tornou-se também objeto
de coleção. A gravata com a
foto dos filhos gémeos ocupa
um lugar especial na coleção
de mais de trezentas peças que
Luís Silva foi reunindo ao longo
dos anos.
Como começou a colecionar gravatas e
quantas tem a coleção?
- Utilizo gravata há anos como parte do meu
vestuário de trabalho e sempre tive uma pequena
"obsessão" por este acessório. Com o
passar dos anos, tentei sempre diversificar
as gravatas que usava pelo que, de forma
quase natural, nasceu esta coleção que tem
atualmente 328 gravatas.
Quais são as proveniências das gravatas?
Compra-as? Algumas forem-lhe oferecidas?
- As gravatas são compradas mas muitas são
também oferecidas.
As gravatas exigem cuidados especiais?
- Tal como as minhas outras coleções, tenho
o cuidado de preservá-las em sítios que não
acumulem humidade ou bolores.
É uma coleção dispendiosa?
- Relativamente às minhas outras coleções,
esta é, provavelmente, aquela onde invisto
mais em termos monetários, também devido
ao facto de ser uma peça que utilizo diariamente
e que define a minha imagem.
Tem uma gravata que gosta mais e porquê?
- Sim. É a gravata que tem impressa a fotografia
dos meus filhos gémeos e que me foi
oferecida no Dia do Pai.
Conhece outros colecionadores de gravatas?
- Tenho apenas conhecimento da coleção de
João Carlos Abreu, antigo Secretário Regional
do Turismo.
A gravata continua a ser um acessório de
moda ou caíu em desuso, na sua opinião?
- De uma forma geral, apesar de já não ser
tão utilizada como antigamente, considero
que é um acessório atual. Da minha parte,
continuo a considerá-la um acessório bem
atual e a gostar de usá-la.
Colecionar em tempo de pandemia pode
ser um antídoto contra o stress?
- Sim. No meu caso, posso dizer que ajudou,
na medida em que me manteve ocupado e focado
em algo que não a pandemia. E, vou continuar
a colecionar, é esse o meu desejo. s
Dulcina Branco
D.R.
20 saber setembro 2021
IMAGE consulting
instagram.com/qvestir.marisafaria/
facebook.com/QvestirConsultoriaImagem/
www.q-vestir.com/
info@q-vestir.com
D.R.
Marisa Faria
Consultora de Imagem
O que veste
influencia na
forma como se
sente?
INTERNET
Aabia que cada roupa que usa faz
sentir-se diferente? Porque é que
isso acontece? Como é que uma
estética externa afeta o seu funcionamento
interno? Este fenómeno chama-se
Enclothed Cognition (Efeito Cognitivo da Vestimenta).
Segundo Adam Galinsky, um dos
maiores pesquisadores deste fenómeno,
“há muito se sabe que a roupa afeta a forma
como as outras pessoas nos percebem, bem
como a forma como pensamos sobre nós
mesmos”. As suas roupas afetam a forma
como os outros a veem, mas, mais importante,
o que você veste afeta a forma como você
se vê e por consequência afeta a forma como
se sente. Embora seja do conhecimento comum
que usar certos itens afeta a perceção
dos outros acerca de nós, não temos dado
tanta importância à parte que diz respeito às
implicações benéficas muito mais profundas
que têm. As pessoas desejam tanto itens de
luxo e marcas caras não somente com o objetivo
de impressionar outras pessoas, de comunicar
um certo ‘status’, ou de provar algo
a alguém, mas essencialmente por causa da
forma como se sentem ao usar aquela peça.
Cada vez que olham para ela, lembram-se de
quem querem ser. Não um retrato falso e errado
de si mesmas, mas como parte de uma
visão da pessoa que estão a trabalhar para
se tornarem. Ao vestirem-se como a pessoa
que se querem tornar acabam por incorporarem-se
nessa pessoa. As pessoas gastam
tanto em moda pela recompensa psicológica
que ela traz. Pessoas que desempenham
a sua atividade profissional em casa sabem
que usar pijama ou fato de treino o dia todo
não promove uma mentalidade focada. Para
isso acontecer, precisam de vestir outro tipo
de roupa para entrarem no modo produtivo.
Eis algumas conclusões interessantes de
estudos que foram feitos com relação a este
efeito cognitivo:
- Roupas formais ajudam a sentir autoridade
e poder e também pode aumentar a capacidade
de pensar abstratamente, bem como a
capacidade de negociar.
- Roupas casuais podem aumentar a aproximação
e a simpatia.
- As roupas de ginástica aumentam a probabilidade
de exercitar-se de verdade e de fazer
escolhas mais saudáveis.
- As marcas de luxo (ou a falta delas) podem
afetar até mesmo pontos de vista políticos.
- Roupas de cores vivas podem melhorar o
nosso humor, enquanto cores mais opacas
podem criar um estado de mais desânimo.
- Meias e roupa interior, mesmo que não vistas,
podem aumentar a confiança e a autoimagem.
Para aprofundar este tema e ajudar as pessoas
a encontrarem a imagem que as faz
sentir especiais, que expressa a sua verdadeira
essência e que as ajuda a alcançar os
seus sonhos, foi criado pela empresa QVestir
Consultoria de Imagem o programa “Mude a
sua Imagem, Mude a sua Vida”, onde há um
foco especial no trabalho da autoimagem
e autoconfiança, através do processo de se
vestir. s
saber SETEMBRO 2021
21
EDUCAÇÃO
Raquel Lombardi
Coordenadora Erasmus+
I Conferência
Internacional de
Saúde e Inclusão
em Tempos de
Pandemia ACSS
Raquel Lombardi –
Conclusões Finais
Parte 3
(cont.)
No entanto, existem lacunas significativas
no conhecimento e
aconselhamento nutricional, que
podem estar relacionadas com a
formação limitada em nutrição, estudos de
investigação e pós-graduação. Um inquérito
entre pediatras da UE revelou que, embora
a maioria estivesse convencida do seu
papel na prevenção da obesidade, não se
sentia o suficientemente competente para
prestar serviços relevantes (Ukras DiKmen,
Dr. PED-Chef Program). Esta multiplicidade
de necessidades permanece impercetível
quando um outro problema é dominante,
como acontece na experiência de limitação
de liberdades individuais e coletivas devido
a uma pandemia mundial como a derivada
do Vírus SARS-CoV-2, mas, urge direcionar o
foco para a sua importância. Esbater o sentido
apenas negativista de toda a situação que
vivemos atualmente, em todos os países, e
potenciar discursos de irresolução – geralmente
repletos de crenças invalidantes e
incapacitantes, verbalizações de desqualificação
e omissão de capacidades – fortemente
reforçados por vozes externas, não ajuda
a ultrapassar as dificuldades e projetar um
futuro pós-pandémico que se deseja próximo.
A importância da prevenção, a gestão da
saúde e não gestão da doença, o acentuar
a importância de um utente mais participativo/
mais interventivo/ mais zeloso pela sua
saúde/ autocuidador (cuidador informal), a
eliminação do “desperdício” em saúde: alocação
de recursos humanos necessários e
novas formas de trabalho de transformação
digital/importância da telemedicina (telemonitorização,
teleconsultas, telerastreios), o
incrementar da literacia em saúde, cuidados
de saúde centrados nos mais vulneráveis,
a importância da investigação /partilha do
conhecimento/experiência e o movimento
associativo ligado à saúde são fatores determinantes
e aspetos de reflexão profunda e
implementação tão rápida quanto a possível
na situação atual global (Rafaela Fernandes).
Assim, a intervenção terapêutica é entendida
como um dispositivo retórico para capacitar
os pacientes e profissionais para novos cenários
de atuação. São aqui fulcrais 3 fatores
Ciência, Humanismo e Solidariedade. Afirmar
o compromisso com o mais alto padrão
de saúde para todos e reconhecer a saúde
como um direito humano fundamental e a
equidade em saúde como expressão de justiça
social. Ações voltadas para a equidade
contribuem significativamente para o aumento
do acesso á saúde, redução da pobreza,
inclusão social e segurança. Garantir
que as considerações de saúde sejam tomadas
de modo transparente na formulação de
políticas, e abrir novas oportunidades para
estender os benefícios a todos os setores da
sociedade em geral são aspetos a debater,
refletir e considerar para uma ciência mais
humana que permitiria com maior facilidade
ultrapassarmos qualquer pandemia (Júlio
Nóbrega). Assim, é urgente uma abordagem
de capacitação do individuo e de saída
do circulo vicioso de focalização apenas na
doença (COVID 19 ou outras) e a mudança
constrói-se a partir do diálogo e pelo desenvolvimento
de novos significados para a sua
identidade, distanciados das narrativas problemáticas
de desqualificação. Este processo
permite ao individuo reestruturar o presente
(reapropriando as experiências passadas a
partir de quadros alternativos) em direção
a um sentido de autonomia mais abrangente.
As sociedades parecem estar a enfrentar
novas fontes de risco, muitas das quais são
geradas pelos próprios indivíduos, permitindo
assim caracterizar-se duas tipologias de
fontes, as de origem natural e as de origem
antropogénica, não sendo, por vezes, fácil de
fazer a distinção entre ambas. Mais do que
valorizar uma área que é considerada de risco,
como por exemplo a infeção pelo vírus
SARS-CoV 2, deve atender-se à perceção que
os indivíduos têm desse risco e quais os aceitáveis,
visto que isso pode se traduzir num
processo inevitável e externo ao individuo. A
ciência ao identificar e assumir novos riscos
facilita o aparecimento de novos sentimentos
de insegurança como aconteceu nesta
época de pandemia e fez com que a questão
do risco fosse quase feita pelo poder politico
devido á dificuldade individual de cada
um percecionar o risco de forma isenta de
medos e inseguranças próprias, rumores e
noticias media influenciadoras (José Robalo).
(continua no próximo número). s
22 saber setembro 2021
Cantinho da poesia
Rosa Mendonça
Escritora
facebook.com/rosa.6823mendonca/
[rosa mendonça autora]
OUTONO
Caem as folhas, uma a uma, alimentam o solo húmido
Árvores decíduas perdem suas folhagens no desejado outono
Momento de total entrega ao ciclo da adubagem, cuidar os chãos
Cada estação segue a sua verdadeira intenção e propósito
Em época vernal as preciosas árvores fazem sua função, a sombra
As folhas encastradas nos ramos possuem firmeza e robustez
Suportam o temível calor dos raios solares e escassas chuvas
Eretas com esguios troncos castanhos ou pigmentados
Embelezam jardins, campos, florestas, espaços verdes citadinos e vilas
Em período outonal buscamos agasalho e comida quente
No baú saem luvas, gorros, camisolas de lã, cachecóis, etc.
Como é bom passear sobre o chão coalhado de folhas
Quem o faz, nunca mais esquece a experiência
Os pés ficam como que suspensos na fofa almofada arejada
O chão escreve-se de outono pelas folhas depositadas
São soalhos acastanhados com variados tons e formas
Como apetece bailar e pontapear na brisa fresca
Há outonos que perduram na minha memória de criança
Ainda hoje, volto a lugares onde a felicidade era tamanha e onde quero viver
e reviver esses instantes agarrados à alma
Comigo caminham os meus filhos e ficam surpreendidos com a generosidade
da natureza, ali à nossa frente.
No adro da vila, com a estátua de Tristão Vaz Teixeira ao centro,
Envolvida a sua circunferência com plátanos seculares quase despidos.
O vento vai sacudindo todos os galhos até ao esqueleto
As folhas grandes e formosas deixam-se cair,
Para adormecer no tapete de calhaus, os pequenos seixos
Que habilidosos artesãos calceteiros ordenaram ao longo do tempo.
Fica completa a tela outonal, em tons castanhos e cinzento das pedras
Lá virá a altura de colher as folhas secas. A maior parte é guardada em cestas
de vime e servirá para ornar o próximo presépio público da cidade
As restantes, vão decompor-se com as fortes chuvadas
Formando um excelente adubo natural para revigorar toda a flora
No outono, a Pérola do Atlântico veste-se de exímia anfitriã
Para celebrar as festas das uvas e das castanhas
Debaixo das latadas provam-se os primeiros bagos de uva
E à volta da fogueira aquece-se a alma e o estômago com castanha assada
Como é imensa a generosidade da Mãe Terra!
s
D.R.
saber setembro 2021
23
SAÚDE
Drª Patrícia Afonso Mendes
Patrícia Afonso Mendes
Membro do Núcleo de Estudos de Prevenção e Risco Vascular
Fibrilhação
Auricular:
nem todos os
relógios estão
certos duas
vezes por dia
Pmagine o coração de uma pessoa
saudável como um relógio e, os seus
batimentos, o barulho dos ponteiros
sempre certo e rítmico. Imagine
agora que o relógio avariou e não consegue
adivinhar quando vai ouvir próximo “tic tac”
dos ponteiros. É assim que ouvimos os batimentos
cardíacos de um doente com Fibrilhação
Auricular, um coração que não bate
a um ritmo certo. A Fibrilhação Auricular é a
arritmia cardíaca mais frequente em todo o
mundo, aumentando o risco de a desenvolver
com o aumento da idade. Cerca de 10%
da população com mais de 65 anos tem esta
doença. O problema desta arritmia é impedir
a contração normal de parte do coração:
as aurículas. Esta anormal contração, provoca
a estagnação do sangue e a formação
de coágulos no interior do coração. Se estes
coágulos entrarem na corrente sanguínea,
podem chegar às artérias que irrigam
o cérebro e causar um Acidente Vascular
Cerebral (AVC), sendo esta condição a que
mais está associada ao risco de mortalidade
e de sequelas debilitadoras por causa da
Fibrilhação Auricular. Relacionada com até
30% dos casos AVC, a Fibrilhação Auricular
aumenta em cinco vezes o risco de AVC, em
três vezes o risco de insuficiência cardíaca e
duplica o risco de demência e morte. Muitas
vezes esta doença não provoca sintomas,
sendo apenas descoberta quando se investiga
o porquê de um doente ter tido um AVC
isquémico. Pode também, numa fase inicial,
não ser permanente, dificultando mais
ainda o seu diagnóstico. Estima-se que em
Portugal, 1 em cada 3 pessoas com Fibrilhação
Auricular não sabe que tem esta arritmia.
Quando é percetível, a maior parte das
pessoas descreve sintomas como sensação
de palpitações ou batimentos descoordenados
do coração, uma pulsação rápida e
irregular, tonturas, sensação de desmaio
ou perda do conhecimento ou, em casos
mais graves e porque os batimentos estão
muito acelerados ou muito lentos, dificuldade
em respirar ou sensação de aperto
no peito. Existem múltiplos fatores de risco
para o aparecimento de Fibrilhação Auricular,
entre eles o tabagismo, o consumo de
bebidas alcoólicas ou de drogas, o stress, o
sedentarismo, a toma incorreta de determinada
medicação ou o consumo excessivo
de cafeína. Co-morbilidades como a obesidade,
a diabetes, a insuficiência cardíaca, a
hipertensão arterial, a doença coronária ou
a síndrome de apneia obstrutiva do sono,
também representam um risco acrescido
para o desenvolvimento desta arritmia.
Pensa-se que em Portugal a Fibrilhação
Auricular esteja directa ou indirectamente
responsável por 3% das mortes. Existem
alguns aparelhos electrónicos que já são validados
nos EUA, mas não ainda na Europa,
que ajudam na deteção em casa desta arritmia.
No entanto o diagnóstico terá sempre
que ser confirmado após consultar um
Médico e realizar exames como o eletrocardiograma
ou o Holter. Ainda assim, algumas
vezes só é diagnosticada usando formas de
monitorização mais complexas. Por vezes,
se diagnosticada numa fase precoce ainda
sem alterações estruturais do coração, há
medicamentos ou tratamentos hospitalares
que fazem regularizar novamente o ritmo
cardíaco. No entanto, nem sempre isto é
possível. Portanto, tão ou mais importante,
é a toma de medicação que impeça que
se formem coágulos, prevenindo assim os
eventos vasculares e as suas complicações.
Em toda a Europa, e na maioria dos casos,
aconselha-se a prescrição dos Novos Anticoagulantes
Orais, uma terapêutica que
deve ser cumprida com acompanhamento
médico. Acima de tudo há que não esquecer
que uma boa forma de prevenir a Fibrilhação
Auricular é através da adoção de
estilos de vida saudáveis, não consumindo
álcool, deixando de fumar, de beber café
em excesso e praticando exercício físico. Se
tiver sintomas não espere para ver o que
acontece: contacte o seu Médico de Família,
um Internista ou um Cardiologista. s
24 saber SETEMBRO 2021
NUTRIÇÃO
Alison Karina
de Jesus
Alison Karina de Jesus
Nutricionista (2874N)
facebook.com/nutricionalmentebem
instagram.com/nutricionalmentebem
info@nutricionalmentebem.com
https://nutricionalmentebem.com/
Internet/ boaforma.com
Iogurtes e leites fermentados
O
iogurte é o produto coagulado
obtido por fermentação láctica
devido à ação exclusiva do Lactobacillus
e do Streptococcus thermophilus
sobre o leite e produtos lácteos,
devendo a flora específica estar viva e abundante
no produto final. Já o leite fermentado,
é o produto coagulado obtido por fermentação
devido à ação de microrganismos específicos
sobre o leite e produtos lácteos (…
devendo a flora estar viva e abundante no
produto final. Os iogurtes e leites fermentados,
aromatizados ou não, podem ser classificados
segundo: composição, matéria gorda
e consistência. Iogurte natural: Não tem
quaisquer ingredientes adicionados, além
das matérias-primas, culturas microbianas e
ingredientes facultativos. Iogurte açucarado:
Iogurte natural com sacarose ou açúcares ou
edulcorante. Iogurte aromatizado: Iogurte
ao qual foram adicionados ingredientes aromáticos
ou aditivos alimentares. Com pedaços
de fruta: Iogurte aromatizado ou não, ao
qual foram adicionados pedaços de fruta. O
mesmo acontece com os leites fermentados
em que temos os naturais, os açucarados e
os aromatizados. Em relação à matéria gorda
temos o gordo, meio-gordo e o magro,
cujo teor máximo de MG é de 0.3%. Relativamente
à consistência: temos o sólido, líquido
e batido. Atualmente, podem encontrar-se
no mercado diferentes variedades e formas
de apresentação de iogurtes e leites fermentados:
naturais, aromatizados, com polpa
ou pedaços, enriquecidos, os bicompartimentados
(quando são acompanhados por
compotas ou cereais em compartimentos
separados), o grego que é rico em gordura,
o Skyr (proveniente da Islândia e é rico em
proteína); Kéfir…E claramente a composição
nutricional será diferente. Como consequência
da diminuição do pH, há um aumento da
biodisponibilidade dos seus constituintes,
como por exemplo, cálcio e fósforo; Têm
maior digestibilidade do que o leite devido à
degradação parcial de proteínas, lípidos e hidratos
de carbono; O iogurte tem um sabor
ligeiramente ácido e uma grande variedade
de sabores; São práticos para o consumo
em diferentes momentos do dia e a refeições
intercalares; São muitas vezes aceites
por indivíduos que não apreciam leite, o que
facilita a ingestão de alguns micronutrimentos,
auxiliando o alcance das porções diárias
recomendadas de ingestão de nutrientes.
As principais diferenças estão relacionadas
com o teor de gordura, açúcar e proteína. No
caso concreto da proteína, as proteínas do
iogurte, assim como as do leite, são de elevado
valor biológico, ou seja, contêm todos
os aminoácidos essenciais e nas proporções
adequadas. Geralmente, o conteúdo de proteínas
do iogurte é maior do que o do leite,
devido à adição de leite desidratado durante
o processamento. A proteína do iogurte é
mais facilmente digerida do que a do leite,
devido à ação proteolítica das culturas lácteas
e do tratamento térmico, que promove
a coagulação das proteínas do leite. s
saber SETEMBRO 2021
25
PUBLIREPORTAGEM
Departamento Comunicação e Imagem da Câmara Municipal do Funchal
Polo de criatividade,
cultura e empreendedorismo
nasce no antigo Matadouro do Funchal
O
Executivo Municipal liderado por
Miguel Silva Gouveia visitou, na
companhia do Presidente do Turismo
de Portugal, Luís Araújo, a
obra de reabilitação do antigo Matadouro
do Funchal, que está a ser transformado
pela Câmara Municipal do Funchal num
polo de criatividade, cultura e empreendedorismo.
Miguel Silva Gouveia explicou
que “neste ecossistema criativo que se quer
participado, e aproveitando a visita do Luís
Araújo à Região, convidámos um conjunto
de entidades que desenvolvem o seu trabalho
no concelho do Funchal a virem visitar
este espaço e a ficarem a conhecer aquilo
que está aqui a ser desenvolvido no edifício
do antigo Matadouro”. “São entidades ligadas
à Academia, ao setor cultural, ao empreendedorismo
e a iniciativas sociais, entre
outros, sendo o nosso objetivo auscultar
a comunidade, em tempo útil, sobre o modelo
e a forma como irá funcionar este novo
polo, um espaço que se pretende aberto à
comunidade regional e, acima de tudo, que
possibilite dar mundo à cidade e o projetar
de novas parcerias a nível nacional e internacional”,
reforçou. O autarca lembrou que,
durante o mês de agosto, “será lançado um
sítio na internet para permitir que todos os
interessados possam contribuir com as suas
ideias e sugestões sobre o modelo de gestão
a implementar neste espaço de criatividade,
o qual convém reforçar que será exclusivamente
gerido pela Câmara Municipal
do Funchal.”. Recorde-se que a recuperação
do edifício compreende: uma incubadora
26 saber SETEMBRO 2021
de microempresas de indústrias criativas,
um espaço de performance artística, com
uma audiência até 300 pessoas, um centro
de exposições, ateliers, oficinas de restauro
e design de equipamentos, uma loja de
venda dos produtos, e um café/restaurante
de apoio. Este investimento da Câmara Municipal,
cofinanciado pelo Turismo de Portugal,
ascende aos 4 milhões de euros e tem
data de conclusão prevista para o início de
2022. Luís Araújo, Presidente do Turismo de
Portugal, sublinhou na ocasião que “o Turismo
de Portugal tem uma série de linhas às
quais entidades públicas e privadas podem
concorrer para dinamizar projetos, e o Município
do Funchal tem sido, efetivamente,
um daqueles que mais tem recorrido aos
nossos financiamentos, apresentando projetos
de futuro que têm tudo para mudar
a cidade, como é o caso desta reabilitação
do antigo matadouro da cidade.” . “Este é
um projeto muito válido e ficamos bastante
felizes com esta obra, porque acreditamos
que vai ter um impacto enorme não só na
promoção de Portugal e da Região enquanto
destino turístico, mas principalmente na
promoção do Funchal a nível económico,
cultural e social”, acrescentou. Miguel Silva
Gouveia concluiu que “queremos que este
espaço tenha uma dinâmica muito forte,
onde todos os madeirenses e visitantes
possam sentir-se em casa e desfrutar diariamente
de iniciativas nas mais variadas
áreas. Esta será uma infraestrutura cultural
ao nível das melhores cidades europeias e
será um indiscutível estímulo para dinamizar
a economia do Funchal e, em particular,
toda a zona envolvente da Ribeira de João
Gomes.”. s
PUB
saber setembro 2021
27
viajar coM saber
ANTÓNIO CRUZ
AUTOR E VIAJANTE › antonio.cruz@abreu.pt
Liechtenstein
1] O pequeno Principado do Liechtenstein andava a atazanar-me o
juízo há muito tempo. Isto porque já tinha ido pela Suíça várias vezes,
mas nunca me tinha aventurado pelos cantões alemães aos quais o
Lichtenstein se encosta.
Sempre com o propósito de acrescentar mais
lugares (im)prováveis ao meu portefólio geográfico,
eis-me em Abril a caminho do Liechtenstein, que
será o meu 94º país de uma lista que tem como
propósito consolidar-se a partir da centena. E neste
ano de 2021 quero ficar lá perto, custe o que me
custar. Pois sou viajante de alma cheia e objectivos
bem definidos.
António cruz › António Cruz escreve de acordo com a antiga ortografia
1]
28 saber SETEMBRO 2021
2]
3]
2] Pois então decidi que seria desta! Até porque as fronteiras
começam timidamente a abrir e o PCR a fazer parte da lista de
items a cumprir. E assim foi junto ao final do mês de Abril. Voo
de Lisboa para Zurique, aluguer de viatura por 4 dias e ala que
vou para um dos países mais pequenos do mundo.
4]
3] O 6º mais pequeno, para ser concreto e objectivo. Onde vivem
cerca de 40 mil pessoas sendo cerca de 40% suíços. Um dos
considerados “paraísos fiscais” por onde passam discretamente
(à boa maneira suíça) muitos milhões de dólares.
5]
4] Vaduz é cidade pacata, silenciosa, de boas maneiras e melhores
ideias urbanas. Tem uma estatuária digna de museu [a céu aberto],
tem as ruas bonitas e arranjadas. Tem todo o ADN suíço que tão
bem lhe fica.
6] Mas o Lichtenstein não se resume a Vaduz, a sua capital. Tem
montanhas e estradas de encher o olho, pequenas aldeias que
salpicam o nosso olhar e nos fazem sorrir. Tem os prados verdejantes,
a arrumação perfeita, as vacas ruminantes, as casas bem tratadas. Não
sendo um país espectacular é, no entanto, algo a não perder de todo.
Porque fez bem à vista e à alma.
6]
5] E, claro está, tem o seu castelo de príncipes e princesas,
que olha de forma sorridente e tranquila, sem exageros de
dimensão ou retóricas reais, os seus súbditos bem comportados
e cumpridores das mais disciplinadas e elegantes regras da
etiqueta social.
7]
7] E depois tem, lá bem escondida entre as altas montanhas, uma
fantástica estância de esqui, Malbun. Que repleta de sol e de muita
neve, foi o momento de que mais gostei e onde melhor me senti
durante os dias em que andei na demanda dos segredos deste tão
peculiar Principado.
saber SETEMBRO 2021
29
BELEZA
Luísa
silva
luísa silva
964 885 153
Gabinete BeautyStudio by Luísa Silva
rua 31 de Janeiro nº 12E, 5º andar sala V, Funchal
Facebook › BeautyStudio by Luísa Silva
Instagram › @beautystudiols
Cuidar da pele do corpo pós-verão
A
ssim como a pele do rosto, a pele
do corpo envelhece e é necessário
manter a hidratação para que
os sinais de envelhecimento surjam
mais tarde. Os nossos braços e as nossas
mãos estão tão expostas ao sol quanto
o nosso rosto e é importante a utilização
de protetor solar nestas zonas, de modo
a que fiquem mais protegidas tanto das
radiações solares como de determinadas
doenças. Para além da proteção, a limpeza,
a esfoliação e a hidratação contribuem
para uma pele bonita, saudável e uniforme.
Por isso, é importante que os banhos/
duches sejam de água não muito quente
nem muito prolongados, pois acabam por
desidratar a pele. Nesta altura do ano, é
normal notar a sua pele a passar por um
processo de escamação. Este fenómeno
acontece regularmente de vido ao ciclo
de renovação celular, mas é mais notório
numa altura em que a pele está mais bronzeada
e escura que o habitual. Para ajudar
a pele a se renovar e a uniformizar o seu
tom, é importante que seja feita uma esfoliação
corporal. Este processo vai permitir
que as células mortas sejam eliminadas da
camada córnea da pele, deixando-a mais
suave e brilhante. Consequentemente, a
esfoliação permite o aumento da absorsão
de futuros produtos que sejam colocados
na pele. Como a pele do corpo tem mais
tendencia a ser uma pele seca e desidratada,
é importante que após a esfoliação seja
aplicado um creme hidratante, bem como
numa rotina diária. Desta forma, a pele
do corpo mantem-se macia e suadável. A
ingestão de água é também um processo
fundamental para que seja mantida a hidratação
corporal. s
thinkstockphotos
30 saber SETEMBRO 2021
DECORAÇÃO
Dream Closet,
o sonho tornado realidade
Qual é a mulher que nunca sonhou em ter um espaço próprio
para colocar toda a sua roupa, calçado e acessórios?
Conseguir arrumar todas as peças por cores, modelos e
estações, é um desejo que a La Redoute pode concretizar
com uma enorme variedade de armários completos, módulos e cómodas
que pode personalizar e conjugar à medida do seu espaço.
Para complementar, não se esqueça do espelho de corpo inteiro,
peça fundamental para visualizar todos os looks do dia. Pode sempre
também acrescentar um toucador para os momentos de relaxamento
e beleza. Para um maior conforto não dispense um tapete de
grandes dimensões com toque suave e felpudo. s
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saber setembro 2021
31
DICAS DE MODA
Lúcia Sousa
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WWW.luciasousa.com
FACEBOOK › LUCIA SOUSA-Fashion Designer estilista
D.r. (direitos reservados)
Sandra Jesus
Cabeleireiro › Paulo Silva
Makeup › Sónia Barbosa
Sapato › Foreva
Pedro M.A.Faria www.pedrofariaphotos.com
Holidays Look
Apensar nos dias quentes e nas férias,
deixo-vos com os seguintes coordenados
de estilo casual. Estas peças são
práticas e confortáveis para o dia a
dia. A sweatshirt em malha azul escura estampada
com flores, manga descaída, na bainha
apresenta uma barra em ganga, confere um
look original. A saia estampada com vários padrões
estilo hippie adapta-se a vários tipos de
corpo. O top azul é em tecido neoprene com
manga ligeiramente descaída. Os tecidos são
confortáveis e de fácil manutenção e lavagem,
tal como o modo férias pede. Siga a nossa página,
esteja a par das novidades e tenha um excelente
verão!. s
32 saber setembro 2021
saber setembro 2021
33
MAKEOVER
Mary Correia de Carfora
Maquilhadora Profissional › Facebook Carfora Mary Makeup
Um dia com...
Nadia Serrao
Natureza, mar e amar o verão
Olá! Desta vez, pedi a colaboração da linda Nádia Serrão,
minha colega e amiga, para modelo desta rubrica que
celebra o verão nesta ilha mágica que é a Madeira. Estamos
quase no fim de agosto, com setembro bem ali no
horizonte, mas não queremos esquecer os dias longos e quentes
de verão! Os raios de sol, a brisa amena, as temperaturas características
desta nossa ilha, os fins de tarde tão convidativos, fazem-
-nos querer prolongar esta estação o maior tempo possível! Para
viver em pleno e em beleza esta estação, roupas leves e de cores
vibrantes, tecidos fluidos, cortes assimétricos, (algumas peças mais
curtas #ups) foram as escolhas da Nádia, escolhas para combinar
com o estado de espírito que esta estação transmite!. Há duas cores
que ela quis destacar como sendo as escolhas para o seu "pantone
de verão" e que são o azul cobalto e o verde lima ou esmeralda.
Este ano, o verde foi uma cor tendência, uma cor que remete para
a natureza, pois traz-nos a sensação de leveza e conforto. Por outro
lado, o azul cobalto, uma cor adorada por muitos artistas, está ligada
ao mistério, ao brilho e à riqueza de espírito. Duas cores maravilhosas
que podem transitar facilmente para a próxima estacão,
quando combinadas com outras de cor mais sóbrias. Vestir tem
muito de identidade, gosto pessoal e "pouco" do que está na moda!
Acima de tudo, está na nossa liberdade criativa, na capacidade de
olharmos ao espelho, gostar do que vemos, estarmos confortáveis
e de reconhecer o nosso "Eu"!. Sejam felizes!. s
Mary de Carfora
D.R.
Nadia Serrão
34 saber setembro 2021
saber setembro 2021
35
MOTORES
62.º Rali
Vinho Madeira
Nélio Olim
Nelson Martins
E
passou-se mais uma edição da Volta
à Ilha, o Rali Vinho Madeira. Foi a
62ª Volta, num fim de semana cheio
de adrenalina, emoção e que levou
os aficionados do automobilismo a correr a
Madeira para encontrar o melhor local para
assistir à competição. Competição que esteve
dividida por dois dias de prova, onde a
disputa pelos lugares cimeiros foi intensa e
constante. Mas vamos ao resumo do filme
do Rali Vinho Madeira de 2021. Contando
com 50 veículos inscritos, apenas 48 viaturas
foram verificadas e receberam autorização
para integrarem a caravana do rali. Ainda
assim, destaque para a presença de alguns
Skoda Fabia Rally 2 que acabaram por abrilhantar
um rali menos exuberante daqueles
que estávamos habituados quando o Vinho
Madeira fazia parte do Campeonato Europeu
de Ralis. No primeiro dia, Miguel Nunes
foi o piloto em destaque, liderando com o
seu Skoda Fabia Rally 2 o Rali Vinho da Madeira.
O campeão madeirense foi feliz nas
suas escolhas durante uma manhã marcada
por instabilidade climatérica e arrecadou
importante vantagem sobre a concorrência.
Já na segunda ronda pelas quatro classificativas
do programa, as opções não foram
as melhores e acabou por perder algum do
seu avanço. Contudo, na ultima classificativa
do primeiro dia, Miguel Nunes, navegado
por João Paulo, reagem e arrancaram para
o segundo dia de competição com uma
vantagem de 11,3 segundos. Já Alexandre
Camacho, que utiliza uma viatura idêntica,
falhou as suas apostas para a 1ª secção
que terminou mesmo algo desalentado pois
estava na altura a 18,3 segundos do guia.
À tarde, venceu todas as classificativas e
conseguiu reduzir quase para metade a sua
desvantagem. Entre os pilotos continentais,
que tentavam somar o máximo de pontos
para o seu campeonato, referência para
uma boa prova de Bruno Magalhães, atual
terceiro com um Hyundai i20 R5 e na liderança
dos pilotos inscritos no Campeonato
de Portugal de Ralis. Atrás de si, José Pedro
Fontes, ao volante de um Citroën C3 Rally2,
foi melhorando ao longo do dia e estava a
11,1 segundos sempre com um lugar no pódio
no horizonte.. Armindo Araújo e o seu
Skoda Fabia Rally2 Evo teve um rali de altos
e baixos. Chegou a ser terceiro mas perdeu
algum tempo com um pião e era quinto no
fim do primeiro dia de prova. Já o espanhol
Jan Solans, com Citroën C3 Rally2, mostrou
um bom andamento e esteve em luta pelo
pódio mas um toque ao final do dia fê-lo
cair para a sexta posição. Ricardo Teodósio
chegou a ser o melhor do CPR mas falhou
a sua escolha de pneus na segunda ronda.
Bernardo Sousa, oitavo com um Skoda
Fabia R5, chegou a dar um ar da sua graça
nalguns troços da manhã mas padeceu da
36 saber SETEMBRO 2021
menor atualidade do seu carro. Debaixo dos
holofotes, e tripulando uma boa montada,
Pedro Paixão esteve numa das posições do
pódio, não fosse um furo a meio da 1ª secção,
fruto um pouco dos excessos típicos da
idade do jovem piloto, que estamos em crer,
não terá ganho para a “flagelação” que o
seu navegador lhe foi transmitindo ao longo
da classificativa e que o fez perder imenso
tempo, hipotecando qualquer hipótese de
recuperação. Quanto ao restante esquadrão
madeirense, destaque ainda para o bom ritmo
de Rui Jorge Fernandes, bem como para
João Silva e para a estreia do novo Renault
Clio. No segundo dia de competição, o Rali
virou a oeste para a dupla ronda por Câmara
de Lobos, Ponta do Sol, Ponta do Pargo
e Rosário. O foco principal era para a luta
entre Miguel Nunes e Alexandre Camacho,
que ao longo das classificativas do segundo
dia iam alternando as vitórias, sempre com
vantagem para Miguel Nunes. Com algumas
escolhas erradas de pneus e acertos, Alexandre
Camacho e o seu Skoda Fabia Rally2 Evo
estavam a mais de 18 segundos da liderança
no final da primeira das quatro secções que
compuseram o evento mas nunca baixou
os braços e encetou uma recuperação que
lhe permitiu ir reduzindo essa desvantagem.
Contudo, ajudado por alguns erros do seu
principal adversário, Camacho conseguiu entrar
na última secção a 6,7 segundos do guia,
diferença que reduziu até 1,7 segundos à entrada
da última classificativa do itinerário comum.
Neste troço cronometrado disputado
com pneus para piso seco em asfalto molhado,
beneficiou do desaire do seu rival para
poder celebrar a sua quarta vitória na Volta à
Ilha, personificando a imagem da alegria na
chegada ao parque de assistências. Já Miguel
Nunes demonstrava o desalento de quem
“morria na praia”. Nunes comandou todo o
rali da primeira à penúltima prova especial
e acabou mesmo por ser forçado a desistir,
apesar de ter concluído a última classificativa.
Em piso muito difícil não evitou um toque,
na sequência de um pião, e ficou com
a suspensão danificada. Quem também beneficiou
do infortúnio de Miguel Nunes, foi
Bruno Magalhães e José Pedro Fontes que
viram, dessa forma, abrir vaga para os lugares
mais baixos do pódio. Magalhães, que
assinou uma excelente prova com o Hyundai
i20 R5, obteve a segunda posição, equivalente,
em termo de campeonato, a uma vitória
no CPR. Logo atrás, José Pedro Fontes, em
Citroën C3 Rally2, ocupou o lugar mais baixo
do pódio. Pedro Paixão teria, em condições
normais, ocupado um lugar no pódio mas,
com o muito tempo perdido com um furo,
chegou a estar na décima posição mas, com
uma boa recuperação, terminou no quarto
posto. O espanhol Jan Solans estreou-se
na Madeira com um Citroën C3 Rally2 e foi
quinto classificado depois de uma participação
em que cometeu alguns erros, sofreu da
sua inexperiência no traçado, mas também
assinalou alguns excelentes tempos em classificativa.
Mas houve mais rali além desta
discussão pelos lugares do pódio e muitos
outros concorrentes deram o melhor de si
e das suas máquinas, evidenciando-se de alguma
forma na 62ª edição do Rali Vinho da
Madeira. (…) Ficou assim encerrada a colheita
de 2021 do Rali Vinho da Madeira, ficando
em aberto ainda o campeonato de ralis da
Madeira que neste momento é liderado por
Alexandre Camacho, com 80 pontos, seguido
de Pedro Paixão com 51 e Miguel Nunes
com 50. Com a incerteza ainda da realização
de alguns ralis e da quantidade total de provas
que ainda irão decorrer, atrevemo-nos a
dizer que está ainda tudo em aberto para o
regional s
saber SETEMBRO 2021
37
FASHION ADVISOR
JORGE LUZ
www.facebook.com/jorgeluz83/
Bye, bye verão!
C
om o verão a terminar - mas ainda
propício a usar aquele vestido
e calçado fresco e leve, avançam já
tendências que vão marcar a temporada
outono/inverno 2021/22. Numa
abordagem geral, destacam-se as cores vibrantes
- destaque para o 'pink', vermelho,
amarelo e verde, a tendência surge em vestidos,
conjuntos, calças e casacos, peças brilhantes
- sejam inteiras ou apenas um detalhe,
são atemporais e nunca saem de moda,
transparências - uma tendência dos anos 90
que nunca saiu de moda e continua sendo
uma aposta para a temporada de outono/
inverno 2021, couro - tecido versátil e muito
atemporal, o couro nunca sai de moda e é a
cara das estações mais frias, principalmente
do outono, vestidos, túnicas, franjas - são
uma característica marcante do estilo boho,
voltam em força e aparecem em jaquetas,
botas, bolsas, coletes, etc. Há outras muitas
outras tendências mas o que importa ressalvar
é a liberdade que a Moda oferece no
que respeita ao gosto e personalidade individual.
Lembre-se que, não tem de vestir
aquele vestido que viu num desfile ou na
montra de uma loja para estar 'bem' vestida.
Se tem dúvidas no que vestir, consulte
um profissional (imagem consulting, estilista,
modista, profissional de loja...) que, com
certeza, não a deixará ficar mal seja em que
ocasião for. Desfrute e seja feliz!. s
Jorge Luz Jorge Luz Fernanda Barry
38 saber setembro 2021
saber setembro 2021
39
agenda cultural
Agenda Cultural
da Madeira –
Setembro 2021
SECRETARIA REGIONAL DO TURISMO E CULTURA
PIXABAY
EXPOSIÇÕES
“Delimitando Estremas”
Até 11 de setembro
Casa da Cultura de Santa Cruz | Quinta do
Revoredo
De Hélder Folgado
Instalação que reúne um grupo de trabalhos,
resultado de uma residência artística
efetuada em 2019, em Luxemburgo.
que subiram à superfície da memória, são
algumas das imagens retinianas, que servem
de jargão à exposição.
“D’ Uma Estampa Antiga - Desenhos
de Alfredo Miguéis para a Avenida
do Mar”
cultura.madeira.gov.pt
“A Paisagem nos Primórdios da Photographia
Vicente”
Até 10 de setembro
Museu de Fotografia da Madeira – Atelier
Vicente’s
Esta mostra inédita reúne diversas vistas
da Madeira captadas ao longo da segunda
metade do século XIX, através do processo
fotográfico de colódio húmido. Após a sua
digitalização e aturado trabalho de restauro
digital, podem agora ser vislumbradas em
toda a sua magnitude. Os visitantes terão
também a oportunidade única de poder observar
‘in loco’ alguns dos negativos de vidro
originais.
40 saber setembro 2021
“Partilhas Francas”
Até 17 de setembro
Galeria Marca de Água
“Partilhas Francas” - ciclo de exposições com
base no espólio dos museus municipais - integra
cinco exposições em seis espaços museológicos
ou culturais da cidade do Funchal.
Este projeto consiste numa revisitação
aos acervos museológicos municipais onde
os artistas plásticos estabelecem diálogos
entre a arte contemporânea, a história do
edifício, os seus espólios e a sua inserção na
cidade, valorizando e divulgando o património
museológico da cidade do Funchal.
“Peixe-Pato”
Até 29 de setembro
Porta 33
Mostra de Laetitia Morais e Mattia Denisse
Tomando como ponto de partida uma viagem
relâmpago em tempo de pandemia, a
exposição “Peixe-Pato” parte de indícios recolhidos
em incursões furtivas dos cumes
às margens da ilha. Transições e oposições
da mais variada índole, tais como: os meros
que nascem fêmeas e transitam para machos;
bananeiras na neve; árvores sexuais
e órgãos milenários; montanhas trespassadas;
túneis ao inverso; vacas caídas no mar;
arestas arquitetónicas a penetrarem o oceano,
e outras leituras aquáticas e insulares
arquipélagos.pt
Até 30 de setembro
Museu de Arte Sacra do Funchal (MASF)
Esta mostra pretende proporcionar aos seus
visitantes, especialmente aos madeirenses,
uma revisitação de memórias e vivências da
antiga “Avenida do Mar”, a partir dos desenhos
de Alfredo Miguéis, introduzindo assim
ao tema do nosso enquadramento urbanístico
na sua especial relação com o mar.
“ESCOLA DA VILA - Construção de um
ESPAÇO comum”
idealista.pt
Até 30 de outubro
Escola do Porto Santo
Exposição comissariada por Madalena Vidigal
e Diogo Amaro
Durante várias décadas, a antiga escola primária
da vila de Porto Santo, também conhecida
pela população como Escola da Vila,
serviu o seu propósito de estabelecimento
de ensino até à saída da comunidade escolar.
A escola faz parte da memória e identidade
de todas as gerações de habitantes
da Vila e foi exemplar na relação do espaço
arquitetónico com a infância enquanto
lugar onde se ativa o encontro com a mais
nobre das atividades: a aprendizagem. Após
o abandono da escola (em 2018), a Câmara
Municipal do Porto Santo estabeleceu um
protocolo com a PORTA33 (em 2019) com o
intuito desta transformar o espaço da Antiga
Escola num local de residências e atividades
artísticas, em comunhão e associação com a
comunidade local. A “Escola da Vila” é hoje,
objeto de análise e reflexão nesta mostra
expositiva, que pretende assinalar a reabertura
e reativação do seu edifício, com um
novo propósito — um novo Espaço Cultural
e de Residências Artísticas — promovido
pela PORTA33, que agora inicia um processo
de devolução da Escola à sua comunidade.
Coletiva “AQEA”
Até 20 de novembro
Galeria.a (Cine Teatro Santo António)
Curadoria: Paulo Sérgio BEJu
Esta exposição constitui a segunda parte do
“projeto senhor Ilhário” e reúne 21 artistas:
Carmo Afonso, Clara Cardoso, Diogo Brazão,
Filipe Gonçalves, Gil Nuno, Gonçalo Ferreira
de Gouveia, Ignazio Crobu, Isabel Natal, Lara
Jumá, Laura Freitas, Luísa Spínola, Margarida
Jardim, Patrícia Pinto, Pisco, Rodrigo Costa,
Sílvia Marta, Sofia D’Anca, Sónia Abreu,
Teresa Gouveia, Vanda Natal e Violante.
“Fios de deitar lenha”
Até 20 de novembro
Museu Etnográfico da Madeira
Nesta mostra, o Museu Museu Etnográfico
da Madeira aborda a composição e o modo
de funcionamento destes engenhos, os “fios
de deitar lenha”, como eram popularmente
designados, ou seja, os cabos aéreos, usados
para transportar carga, nas serras da
nossa ilha, e as diferentes profissões que
surgiram, associadas a esta atividade. Na
freguesia de Ponta Delgada, mais precisamente
nos sítios das três Lombadas, ainda
se utilizam os cabos, popularmente designados
por fios de deitar lenha, como meio de
fazer deslocar a carga nas serras (lenha, feiteira
e mato-bardo), suspensa em ganchos
de ferro, em locais distantes e de difícil acesso.
Associadas a esta atividade, estavam ligadas
várias profissões, já extintas, algumas
delas, entretanto, recuperadas.
“Pensar Aragão mais (ou menos)
exa(c)tamente”
cultura.madeira.gov.pt
Até dezembro de 2021
Quinta Magnólia – Centro Cultural
Curadoria: Carlos Valente
Coordenação: Teresa Klut
“Pensar Aragão” é evocar o conjunto vasto
da sua intervenção no devir cultural, tanto
local como global; é trazer infindavelmente
para o aqui e agora a influência que ainda
hoje exerce nos diversos campos do saber
e do fazer e, no que toca às artes, com o
tom experimental das suas vertentes: desenhadas,
pintadas, fotografadas, esculpidas,
fotocopiadas, declamadas, coladas, recortadas,
quer em presença, quer por correspondência,
etc. Pela constante intersecção
entre palavra e imagem, Aragão deu novos
mundos ao mundo da literatura, das artes
visuais, da poesia, mas também se destacou
e deixou obra em campos como a história,
a arqueologia e a etnografia, e ainda contributos
muito válidos na construção de uma
opinião crítica e atuante, mais pública ou
mais privada, no seio da cultura e da sociedade
da(s) época(s) e das gerações que tocou.
“Pensar Aragão mais (ou menos) exa(c)
tamente” é, pois, uma proposta expositiva
que pretende evocar o legado de António
Aragão através das seguintes mostras. Uma
Coletiva que reúne os trabalhos inéditos
propostos por um grupo de artistas convidados,
ligados direta ou indiretamente a
Aragão porque com ele conviveram, com ele
(co)criaram, com ele aprenderam, ou, tão
simplesmente, com ele estabelecem alguma
afinidade artístico-estética.
MÚSICA
Concertos “O Fado de Salão”
Wikimedia Commons)
Dias 25 agosto e 5 setembro 20h30
Dia 25 agosto-MUDAS.Museu de Arte Contemporânea
(Calheta)
Dia 5 setembro- Centro Cultural John Dos
Passos (Ponta do Sol)
“O Fado de Salão” é um projeto que pretende
contribuir para a divulgação e promoção
da poética portuguesa, musicada por grandes
compositores, que põem em evidência o
ambiente fadista, no contexto de um projeto
de revivalismo da Lisboa Oitocentista. Os
concertos no MUDAS e no John dos Passos
estão assentes numa proposta artística que
conta com voz, piano, baixo acústico, clarinete,
violoncelo e viola (apenas no John dos
Passos). Ao quarteto base, constituído por
Filipe Passos (voz), Nuno Nicolau (piano),
Miguel Marques (baixo acústico), Mikolaj
Lewkowicz (Violoncelo) juntam-se os convidados
Hugo Andrade (Clarinete), em substituição
do flautista ausente por motivos de
doença, e no concerto do John dos Passos,
Alberto Trindade Correa (viola). s
saber setembro 2021
41
MARCAS ICÓNICAS
Iris Apfel: o estilo não tem idade
Dulcina Branco
Wikipédia e Facebook Iris Apfel
Empresária, designer de interiores e ícone de
estilo, Iris Apfel completou cem anos de vida a
29 de agosto e continua fabulosa. Fez dos óculos
gigantescos em estilo fundo de garrafa a sua
marca registada e ganhou estatuto de ‘pop star’.
Nascida em Nova Iorque, Iris Apfel cedo começou a
destacar-se no meio artístico da “cidade que nunca
dorme”. Estudou História da Arte na Universidade
de Nova Iorque e frequentou a Escola de Arte da
Universidade do Winsconsin-Madison. O início da
carreira dá-se num jornal dedicado ao tema da
moda. Trabalhou com o decorador de interiores
Elinor Johnson e como assistente para o ilustrador
Robert Goodman. Casou-se com Carl Apfel em 1948
com quem fundou a empresa de tecidos Old World
Weavers a qual administraram até 1992. Liderou
projetos de decoração e restauro na Casa Branca
durante nove mandatos diferentes e viajou por todo
o mundo, viagens a que foi ‘beber’ muito do seu estilo
pessoal. Os acessórios extravagantes vêm das mais
diferentes épocas e partes do mundo: baquelites
dos anos 30, braceletes do Tibete, criações de índios
navajos, pechinchas de mercados populares...
Adepta de um estilo multicultural, inspirou uma
linha de maquilhagem da MAC, sapatos da Jimmy
Choo e uma coleção de óculos de uma marca norte
americana. Defensora do envelhecimento natural,
disse numa entrevista que nunca se submeteu ao
bisturi. Quando é para aparecer em fotos de revista
tem uma regra (a única): nunca mostra os braços
e as pernas. E revelou também que nunca vestiu
um biquini. A sua vida dava um filme, e deu. Em
2014, o Festival de Cinema de Nova Iorque estreou
o documentário Iris, dirigido por Albert Maysles,
e o Metropolitan Museum of Art dedicou-lhe uma
exposição retrospetiva da carreira. Em 2018, quando
completou 97 anos, a proprietária da boneca Barbie
dedicou-lhe duas versões.
42 saber SETEMBRO 2021
LUGARES DE CÁ
SOCIAL
›
›
513.º aniversário
da Cidade do Funchal
› Dia 21 de agosto o Funchal celebrou 513 anos da elevação a cidade
› Em Porto Santo, a Vila Baleira assinalou 25 anos da elevação a cidade
› Agosto é mês de Rali Vinho Madeira
› Parque Temático da Madeira inaugurou novo espaço para os mais pequenos
› UAuCacau tem novo espaço no Fórum Madeira
› Associação Raquel Lombardi dinamizou conferência internacional
› Teatro Bolo do Caco realizou série ‘Funchal: Mulheres e Livros’
saber setembro 2021
43
social
Parabéns, Funchal
O dia 21 de agosto é um dia especial para a cidade do Funchal
pois é neste dia que assinala o seu aniversário. Este ano, a cidade
celebrou 513 anos e mesmo em tempo de pandemia, a Câmara
Municipal do Funchal não deixou de dinamizar iniciativas
artístico-culturais diversas ao longo do mês de agosto, diversos
espaços do Município. Houve sessão solene na Praça do Município,
com o hastear das bandeiras, parada e hinos. Foram
entregues medalhas de Mérito Municipal - Grau Ouro, a Vicente
Jorge Silva (título póstumo), Irene Lucília Andrade, António
Fournier (título póstumo) e ISOPlexis - Centro em Agricultura
Sustentável e Tecnologia Alimentar da Universidade da Madeira.
Funcionários da CMF receberam medalhas de assiduidade e
bons serviços (15, 25 e 35 anos de serviço). As comemorações
terminaram no dia 28 de agosto com espetáculos musicais no
Cais do Carvão. s
DB
André Gonçalves (Câmara Municipal do Funchal)
44 saber setembro 2021
saber setembro 2021
45
social
25 anos da elevação da Vila
Baleira à categoria de cidade
A Câmara Municipal do Porto Santo assinalou os 25 anos da elevação
da Vila Baleira à categoria de cidade com diversas atividades,
a exemplo da homenagem aos 100 anos da reflorestação do
Pico do Castelo. Na iniciativa promovida pelo Município do Porto
Santo, Secretaria Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações
Climática, e o Instituto das Florestas e da Conservação da
Natureza, homenageou-se António Schiappa de Azevedo, regente
florestal e todos os que procederam à reflorestação na ilha. Destaque
ainda para o lançamento do livro “O regente da floresta”
de Rute Areal, por Diana Branco. Junto à Câmara Municipal foi
descerrada a placa da Praça do Município e entregue, pela primeira
vez, no Largo do Pelourinho, prémios de mérito escolar aos
alunos dos ensinos básico e secundário. s
DB
Fábio BRITO
46 saber setembro 2021
saber setembro 2021
47
social
62.º Rali Vinho Madeira
Foi a 62ª Volta, num fim de semana cheio de adrenalina, emoção
e que levou os aficionados do automobilismo a correr a Madeira
para encontrar o melhor local para assistir à competição. Competição
que esteve dividida por dois dias de prova, onde a disputa
pelos lugares cimeiros foi intensa e constante. Contando
com 50 veículos inscritos, apenas 48 viaturas foram verificadas e
receberam autorização para integrarem a caravana do rali. reduzir
quase para metade a sua desvantagem. Alexandre Camacho
foi o vencedor, fazendo 7:44,5, recuperando o título de campeão,
depois dos três triunfos seguidos em 2017, 2018 e 2019. O piloto
chegou assim ao ‘tetra’ no Rali Vinho Madeira, destronando Miguel
Nunes, que liderou a competição durante 15 classificativas.
O campeonato de ralis da Madeira é liderado por Alexandre Camacho,
com 80 pontos, seguido de Pedro Paixão com 51 e Miguel
Nunes com 50. s
Nélio OLIM
Nelson Martins
48 saber setembro 2021
saber setembro 2021
49
social
Novo Espaço Infantil
no Parque Temático
O Parque Temático da Madeira tem uma nova atração
direcionada para um público infantojuvenil.
Trata-se de, o “Pavilhão Júnior” que melhora a oferta
do empreendimento sob a tutela da Sociedade de
Desenvolvimento do Norte da Madeira. A renovação
completa do pavilhão consistiu na instalação
de equipamentos e mobiliário adequado de forma
a oferecer uma nova experiência de desportos de
aventura aos mais novos, que passam assim a poder
experimentar novas atividades proporcionadas pelos
baloiços, skates, paredes de escaladas, trampolins,
entre outros divertimentos. Nivalda Gonçalves,
Presidente do Conselho de Administração, presidiu
à inauguração da infraestrutura. O investimento foi
realizado no âmbito do projeto de reconversão do
Parque Temático, intervenção apoiada por fundos
europeus que envolveu um investimento de valorização
de todo o espaço. s
DReina Mendes, Unidade de Gestão de Concessões,
Comunicação e Projetos
Novo espaço no Forum Madeira
Depois do Mercado dos Lavradores
e o centro do Funchal, a
marca madeirense UauCacau
está também no Forum Madeira.
A conhecida chocolataria
da Madeira inaugurou o novo
espaço no centro comercial e o
local escolhido foi o piso 0 do
Forum Madeira. A inauguração
ficou marcada pela presença
de clientes, parceiros… e muitos
‘chocolate lovers’!. Nascida
em 2014, com recheios inconfundíveis,
a UauCacau tornou-
-se uma referência pela forma
como recorre a produtos típicos
da região (ginja, poncha,
mel de cana, maracujá, banana,
pitanga, manga) e por utilizar
matérias-primas de agricultores
locais. s
DB
ONMI Partners
50 saber setembro 2021
Saúde e Inclusão em Tempos de Pandemia
PUB
A Associação Cultural e de Solidariedade
Social Raquel Lombardi
organizou, com o apoio da
Câmara Municipal de Câmara
de Lobos, na Casa da Cultura de
Câmara de Lobos a conferência
internacional ‘Saúde e Inclusão
em Tempos de Pandemia’. Na iniciativa
participaram profissionais
regionais, nacionais e internacionais
das áreas da saúde, educação
e inclusão e que partilharam
conhecimentos e experiências
no atual contexto pandémico.
Carlos Barradas, Manuel Morais,
Cláudia Aguiar e Luísa Paolinelli
moderaram as intervenções desta
conferência que durante três
dias, de forma online e também
presencial, trouxe à discussão
temáticas diversas com a ajuda
dos intervenientes. s
DB
Raquel Lombardi
“Funchal: Mulheres e Livros”
A Associação Teatro Bolo do Caco estreou
“Funchal: Mulheres e Livros”, o primeiro trabalho
do grupo madeirense no género. Elaborada
a partir de livros escritos por autoras
madeirenses, a série de seis episódios de
cinco minutos foi gravada em diversos locais
do Funchal, como a livraria Esperança, o Miradouro
das Cruzes e o Sé Boutique Hotel,
entre outros. Os episódios foram apresentados
todas as quintas-feiras nas redes sociais
da Câmara Municipal do Funchal. Com
dramaturgia, selecção e adaptação de textos
a cargo de Xavier Miguel , teve realização e
direcção actores de Luís Lobo Pimenta. s
DB
Teatro Bolo do Caco
saber setembro 2021
51
À MESA COM...
As sugestões de
FERNANDO OLIM
Setembro está aí e com ele o fim das férias de verão. Mas
há quem ainda se encontre de férias e aproveite os últimos
dias de verão para viver em pleno esta estação que,
à mesa, se quer com refeições leves, práticas e deliciosas.
De saladas a sanduíches, de sopas a massas, desfrute dos melhores
ingredientes à mesa e aproveite setembro. s
PRODUÇÃO FERNANDO OLIM
Agradecimentos Catering Sun City
DULCINA BRANCO
FERNANDO OLIM
internet
52 saber setembro 2021
entrada
Salada de camarão
Ao camarão previamente cozido e frio, adicione salada
diversa a gosto. Finalize com azeite, limão e frutos
secos.
prato
principal
Polvo de vinagrete
O polvo acompanha com legumes frios diversos a
gosto. Finalize com molho de vinagrete.
sobremesa
Doce exótico
Gelado de natas complementado com frutos vermelhos
a gosto, doce de frutos vermelhos e fisális.
saber setembro 2021
53
ESTATUTO EDITORIAL
A Revista Saber Madeira é uma revista mensal de
informação geral que dá, através do texto e da
imagem, uma ampla cobertura dos mais importantes
e significativos acontecimentos regionais,
em todos os domínios de interesse, não esquecendo
temáticas que, embora saindo do âmbito
regional, sejam de interesse geral, nomeadamente
para os conterrâneos espalhados pelo
mundo.
É um projeto jornalístico e dirige-se essencialmente
aos quadros médios e de topo, gestores,
empresários, professores, estudantes, técnicos
superiores, profissionais liberais, comerciantes,
industriais, recursos humanos e marketing.
Identifica-se com os valores da autonomia, da
democracia pluralista e solidária, defendendo
o pluralismo de opinião, sem prejuízo de poder
assumir as suas próprias posições.
Comunicações, Limitada
Parque Emp. Zona Oeste, lote 7 | 9304-006 Câmara de Lobos 291 911 300 comercial@oliberal.pt
Estatuto Editorial
Mais do que a mera descrição dos factos, tenta
descortinar as razões por detrás dos acontecimentos,
antecipando tendências, oportunidades
informativas.
Pauta-se pelo princípio de que os factos e as opiniões
devem ser claramente separadas: os primeiros
são intocáveis e as segundas são livres.
Como iniciativa privada, tem como objetivo o
lucro, pois só assim assegura a sua independência
editorial e económico-financeira face aos grupos
de pressão.
Através dos seus acionistas, direção, jornalistas
e fotógrafos, rege-se, no exercício da sua atividade,
pelo cumprimento rigoroso das normas éticas
e deontológicas do jornalismo.
A Revista Saber Madeira respeita os princípios
deontológicos da imprensa e a ética profissional,
de modo a não poder prosseguir apenas
fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores,
encobrindo ou deturpando a informação.
O LIBERAL, uma empresa gráfica regional,
com vocação internacional.
Estamos presentes no mercado há mais de 25 anos.
... execução de todos os tipos de material administrativo
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factura | recibo | guia...
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| não fique na sombra, publique as suas obras [mediante acordo e condições entre a editora e o autor]
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Colunistas
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