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Desporto: entrevista Avelino Silva

Nutrição: Regresso às aulas

Hélder

Spínola

Durante

décadas a

humanidade

não quis

ouvir os

avisos, foi

esse o nosso

grande erro

Anos

€2,50 | N.º293 | ANO XXIV

mensal OUTUBRO 2021

5 602930 003431

Corais

Dicas de Moda

Fotografia Filipe Frango

Makeover


PUB


sumario

04 ENTREVISTA

É uma voz ativa na causa

ambiental o professor da UMa e

investigador Hélder Spínola, que

na entrevista à Saber Madeira

explica as mudanças ambientais

que estão a acontecer e os

projetos que tentam minimizar os

impactos ambientais decorrentes

das alterações climáticas.

25

36

07 Turismo

Outubro é mês da Festa da Flor e

do Vinho Madeira 2021

08

10

Madeira Aves

Narceja-comum e Pena-vermelhacomum

Em Análise...

Os porquês do Afeganistão

12 Madeira

I Conferência Internacional de

Saúde e Inclusão-Parte 4

13

14

Cantinho da Poesia

Castanhas, as pérolas do Outono

Caprichos de Goes

Mediação de conflitos no sistema da

arte e gestão dos museus-Parte 2

16 Cultura

Duarte Afonso: livros e religião

18 Desporto

Avelino Silva em entrevista

20 Imagem

Liberte-se do seu velho Eu...

21 Comportamento

É difícil decidir!

22 Beleza

Pele limpa e saudável

23 Nutrição

Regresso às aulas

24 Bem-Estar

Kit de óleos essenciais para ter em

casa

25

26

28

30

Lugares de Cá

Pórtico de São Jorge

Câmara Municipal do Funchal

Funchal distinguido pelas boas

práticas desportivas e sociais

Viajar com Saber

Liechtenstein e Suiça

Marcas Icónicas

Louboutin

31 Decoração

Imperdíveis de outono

32

Dicas de Moda

Corais

34 Makeover

A fotografia de Filipe Frango

36 Motores

Rota TT Vinho Madeira

apadrinhada por Fernando Mendes

38

40

52

54

Fashion Advisor

Looks para a meia-estação

Agenda Cultural

Outubro 2021

42 Instantâneo

Máscaras são descartáveis,

o ambiente não

43 Social

À mesa com...Fernando Olim

Estatuto Editorial

saber outubro 2021

3


ENTREVISTA

Hélder

Spínola

4 saber Outubro 2021


Nasceu em Moçambique,

em 1973, quando os pais,

madeirenses de Santana

e São Jorge, aí residiam e

trabalhavam. Veio para a

Madeira com 3 anos, quando

a família se viu obrigada a

regressar pelos tumultos

sociais e políticos que se

seguiram à independência

das ex-colónias portuguesas.

Cresceu em Santana, rodeado

de um ambiente rural e

natural, e influenciado

pelos livros e a comunicação

social que associavam a

natureza selvagem ao seu

imaginário, viria a licenciarse

em Biologia e em Biologia

Molecular. Foi presidente da

Direção Nacional da Quercus-

Associação Nacional de

Conservação da Natureza,

entre 2003 e 2009, e desde

2007 que desenvolve a sua

atividade profissional como

professor e investigador na

Universidade da Madeira.

Depois de algum tempo a

investigar na área da genética

humana, com trabalhos

relativos à caracterização

genética das populações e à

associação de polimorfismos

genéticos à suscetibilidade

a doenças, nos últimos dez

anos, Hélder Spínola tem se

dedicado à compreensão dos

mecanismos educativos e, em

particular, socioeducativos

que visam facilitar a

promoção da literacia e da

cultura ambiental.

Dulcina Branco

Facebook Hélder Spínola

O conhecimento

científico mais

atualizado diz-nos

que chegamos ao

ponto em que, se a

atual geração não

fizer o suficiente e

já, entraremos num

caminho sem retorno

Quando olha para o Planeta Terra na

atualidade, o que vê e o que o preocupa

mais?

- Estamos atualmente a viver uma grave crise

ecológica ao nível planetário decorrente da

influência humana. O conhecimento científico

mais atualizado diz-nos que chegamos ao

ponto em que, se a atual geração não fizer

o suficiente e já, entraremos num caminho

sem retorno, e as condições de suporte de

vida, para nós e para outras espécies, começarão

a ficar cada vez mais deterioradas,

influenciando negativamente a nossa sobrevivência,

segurança e qualidade de vida. O

grande desafio que temos em mãos neste

preciso momento é conseguir responder às

nossas necessidades sem pôr em causa o

equilíbrio do Planeta, ou seja, viver sem ultrapassar

os limites da natureza. Preocupa-

-me que não estejamos a fazer o suficiente,

e nem sequer aquilo que está perfeitamente

ao nosso alcance, para ganhar este importante

desafio.

As alterações climáticas estão aí, à vista

de todos. O que aconteceu recentemente

na Europa (inundações na Alemanha, Bélgica

e Países Baixos) são resultado destas

alterações? O que falhou?

- Há 30 anos falava-se em alterações climáticas

como algo que nos iria afetar num

futuro relativamente distante. Há 20 anos

começamos a perceber que esse problema

já começava a nos atingir e, hoje, os seus

efeitos são notórios e evidentes, não só

para a comunidade científica mas também

para o cidadão comum. Cheias, vagas de calor,

incêndios, furacões e outras catástrofes

batem-nos à porta de forma cada vez mais

violenta e frequente. Durante décadas a humanidade

não quis ouvir os avisos, foi esse

o nosso grande erro. Agora estamos a pagar

o preço, mas ainda vamos a tempo de evitar

males maiores se começarmos já e a sério.

Como é que a humanidade pode tentar

minizar os efeitos destas alterações e se

são suficientes medidas anunciadas pelos

governos, como os carros elétricos e

redução do plástico?

- Os objetivos que foram definidos internacionalmente,

nomeadamente através do

protocolo de Paris assinado em 2015, se

forem alcançados, permitem conter estas

alterações climáticas a níveis suportáveis,

o que implica, até 2050, garantir a neutralidade

carbónica. Efetivamente, nos últimos

anos, temos sentido um impulso ao nível

das medidas públicas e da participação dos

cidadãos, mas sejamos sinceros, não são suficientes,

é preciso mais, muito mais… Para

termos uma ideia do desafio que temos pela

frente, no ano de 2020 conseguimos reduzir

globalmente as emissões de gases com efeito

de estufa em cerca de 6% porque fomos

obrigados a parar devido à pandemia da

COVID19. Pois bem, esse é justamente o valor

que temos de reduzir por ano para conseguir

atingir a neutralidade carbónica em

2050. No entanto, entretanto, à medida que

vamos aprendendo a viver com a pandemia,

estamos a voltar aos valores de poluição anteriores

aos de 2020 e, por isso, a desviarmo-

-nos do que 2020 nos ensinou, ou seja, que,

se quisermos, se existir vontade por parte

das sociedades, conseguimos fazer o caminho

certo. Mas será que queremos fazê-lo?

Estamos disponíveis para isso? As mudanças

que temos de fazer são profundas, mexem

na forma como a sociedade está organizada

e funciona, mexem nos nossos valores,

expetativas, hábitos, implica que as comunidades

vivam à luz de uma cultura ambiental

e nunca de uma cultura de consumo como

acontece há demasiado tempo.

A Madeira está preparada para enfrentar

as alterações climáticas e que áreas são

mais sensíveis e/ou poderão ser mais afetadas?

- Ainda ninguém está preparado para estas

alterações climáticas e para outros desequilíbrios

ambientais que estamos a provocar.

As mudanças

que temos de fazer

são profundas,

mexem na forma

como a sociedade

está organizada e

funciona

saber outubro 2021

5


O grande desafio que

temos em mãos neste

momento é conseguir

responder às nossas

necessidades sem pôr

em causa o equilíbrio

do Planeta

Na Madeira, há um conjunto de aspetos

mais sensíveis relativamente ao problema

das alterações climáticas, nomeadamente

a gestão dos recursos hídricos, os incêndios

florestais e a segurança no litoral e nos leitos

e margens das ribeiras. Os acontecimentos

das últimas décadas, nomeadamente as aluviões

e os incêndios florestais, mostram que

estamos muito vulneráveis e que há imenso

trabalho a fazer em matéria de prevenção.

Ao nível dos recursos hídricos, basta lembrar

as perdas de mais de 50% nas redes de

distribuição de água para percebermos que,

com a sua escassez, esta situação é insuportável

para a nossa sociedade.

A pandemia trouxe novos desafios à humanidade,

alguns nefastos mas necessários,

como as máscaras. Estamos a saber

lidar com estas novas realidades?

- Apesar de tudo, julgo que nos soubemos

adaptar, em tempo recorde, a uma nova

ameaça, na forma como a sociedade se

reorganizou, nos novos hábitos e práticas

que adotamos (desde o uso de máscaras

até ao teletrabalho) e, entre outros, no desenvolvimento

e administração das vacinas.

E tudo isto é a prova de que, também nos

desafios de sustentabilidade, se quisermos,

temos capacidade para responder de forma

suficientemente eficaz para evitar males

maiores. Aliás, creio que, se não formos

capazes, por laxismo, de evitar as situações

mais graves associadas aos desequilíbrios

ambientais, quando esses problemas começarem

a nos atingir a doer a sério, seremos

muito lestos a nos adaptar às novas circunstâncias,

mas, naturalmente, como se vê no

caso da pandemia, já com perdas acentuadas

na nossa qualidade de vida. Somos muito

bons a reagir em momentos de crise mas

pouco disponíveis para previr essas mesmas

situações. Depois pagamos um preço demasiado

caro.

As alterações climáticas aceleraram a

implementação de medidas com vista à

proteção de pessoas e bens, ou seja, começa-se

agora a olhar para as questões

do ambiente com mais seriedade do que

há anos?

- Ainda me lembro dos nossos governantes

dizerem que as questões ambientais eram

preocupação de “fundamentalistas” e que

nada poderia parar o progresso. Hoje o discurso

mudou, todos são pelo ambiente mas

a prática nem sempre acompanha essa unanimidade.

É certo que as políticas públicas

já se vão obrigando a atuar na área do ambiente,

mas frequentemente apenas para

mostrar que alguma coisa está a ser feita e

raramente para resolver os problemas de

fundo.

E nós, comuns cidadãos, como é que cada

um pode contribuir de forma a proteger

mais e melhor os ecossistemas?

- O nosso dia a dia, quer seja da sociedade

no seu conjunto, das organizações públicas

e privadas, das famílias e dos indivíduos, é a

causa dos desequilíbrios ambientais, e são

as mudanças que podemos e devemos fazer

a esse nível que poderão fazer grande

diferença na qualidade do ambiente em que

vivem humanos e todas as outras espécies.

Uma regra infalível é procurar utilizar menos

recursos e poluir menos, pois é nesta

equação que está a origem do problema.

Reduzir os consumos de água, eletricidade,

combustíveis, roupas, alimentos e demais

recursos, e, por exemplo, usar mais energias

renováveis, evitar produzir lixo e separar o

máximo possível para reciclagem, evitar poluir

a água, tendo o máximo de cuidado nos

detergentes que usamos para lavar a loiça

e a roupa. Há uma infinidade de mudanças

que podem ser adotadas por cada um de

nós e pelas nossas famílias, assim como pelas

empresas ou serviços onde trabalhamos.

Precisamos de mudar de cultura, trocando

a cultura de consumo em que vivemos por

uma cultura ambiental, com outros valores,

hábitos e expetativas de vida. s

6 saber Outubro 2021


turismo

Festa da Flor 2021

de 01 a 24 de outubro

Oprograma da Festa da Flor, que se

mudou da primavera para o outono

– estava previsto a realização

em maio - devido à pandemia,

prolonga-se por quase todo o mês de Outubro,

de 01 a 24. O palco central das iniciativas

é o Funchal, com o cortejo alegórico - 03

de outubro na Avenida do Mar com o desfile

de 12 grupos e 1200 pessoas, o Muro da

Esperança na Praça do Município no sábado

dia 02, os tapetes florais na Avenida Arriaga,

exposições na Praça do Povo e Praça da Restauração,

entre outras iniciativas. O tema

deste ano é “Madeira, Jardim da Esperança”

e, tal como em 2020, esta edição reúne dois

grandes eventos: a Festa da Flor e a Festa do

Vinho da Madeira. Os eventos estão sujeitos

às regras sanitárias decorrentes do contexto

de pandemia que estamos a atravessar, o

que implica a utilização da máscara de proteção

individual e o teste negativo à covid

para assistir ao desfile dos grupos. O secretário

regional do Turismo e Cultura, Eduardo

de Jesus, apresentou as iniciativas tendo referido

que a ocupação turística ronda neste

período os 62%. Esta edição está orçamentada

em 755 mil euros. Apresentaremos na

próxima edição imagens do evento. s

Dulcina Branco

SRTC e Cícero Castro - FESTA DA FLOR 2020

saber OUTUBRO 2021

7


MADEIRA AVES

JOSÉ FRADE

Fotógrafo autoditata

José Frade nasceu há 53 anos no

concelho de Cascais. Trabalha

no sector automóvel mas foi

a sua paixão pela fotografia,

principalmente a fotografia de

natureza, que o fez aprofundar

os seus conhecimentos sobre

as aves e consequentemente

aderir ao grupo "Aves de Portugal

Continental", grupo esse criado

pelo Armando Caldas, mas, como

membro desde o primeiro dia,

foi convidado pelo fundador, em

conjunto com ele, administrar

o referido grupo, vendo aí uma

oportunidade para partilhar os

seus conhecimentos e incentivar as

pessoas à protecção da natureza.

Dulcina Branco

José Frade,

administrador do grupo “Aves de Portugal Continental”,

que gentilmente nos cede as fotos que ilustram

esta rubrica

“Cante, voe, suba

- como um pássaro!”

As aves migratórias têm o seu dia

mundial a 8 de maio. O Dia Mundial

das Aves Migratórias 2021

tem como tema “Cante, voe, suba -

como um pássaro!” e resulta de uma parceria

entre dois tratados da ONU, a Convenção

sobre Espécies Migratórias e o Acordo sobre

Aves Aquáticas Migratórias Afro-Eurasianas,

em colaboração com a ONG Ambiente para

as Américas. A data é o único programa internacional

que celebra a migração de aves

ao longo de todas as principais rotas aéreas

do mundo. A iniciativa deste ano concentra-

-se nos fenómenos do “canto dos pássaros”

e “voo dos pássaros” como uma forma de

inspirar e conectar pessoas de todas as idades

num esforço comum para proteger estes

animais e os seus habitats. Fonte: news.

un.org s

8 saber outubro 2021


Narceja-comum

(Gallinago gallinago)

Uma ave da família Scolopacidae.

Nidifica no Norte da Europa,

inverna sobretudo no Sul.

Invernante pouco numeroso na Madeira

Perna-vermelha-comum

(Tringa totanus)

Ave da família Scolopacidae.

Nidifica no Norte da Europa e Ásia,

inverna no Sul da Europa e Africa.

Migrador de passagem na Madeira

saber outubro 2021

9


em análise...

Francisco Gomes

Analista político

Os porquês do

Afeganistão

No Afeganistão vimos o

Ocidente exibir a derrocada

do seu sistema moral e a

delinquência moral das

suas chefias. Americanos

e europeus, passivos e

ignorantes do que é o Islão,

permitiram que fossem os

maiores vermes de entre o

vasto povo muçulmano a

definir os termos e a transmitir

uma noção deturpada daquela

religião aos canais de opinião

pública de todo o mundo.

Carolina rodrigues

Aqueda do Afeganistão não é um

acontecimento indecifrável, mas

o resultado de decisões da parte

de americanos e europeus

que tornaram o desfecho final inevitável.

Para perceber o que se está a passar no

terreno, temos de considerar aqueles que

foram os cinco problemas chave da campanha

ocidental naquela zona do mundo.

O primeiro problema foi o facto de que o

Ocidente nunca entendeu a realidade política

do Afeganistão e foi para aquele país

assumindo que o conseguiria perceber

através de relatórios de presumidos peritos.

Se o tivesse feito, tinha entendido que

não havia estado no Afeganistão, e, logo,

para ocupá-lo, teria de criá-lo e de assegurar

que a liderança lá colocada teria a

força para argumentar perante o povo

que a presença de exércitos americanos

e europeus era necessária para garantir a

paz e o desenvolvimento. O segundo problema

foi o facto de que o Ocidente nunca

entendeu as complexidades da conjuntura

global em que estava a operar. Essa lacuna

foi notória quando assumiu, erradamente,

que a China iria apoiar a sua presença

no Afeganistão por medo do terrorismo,

o que não aconteceu, e quando pensou,

também erradamente, que o Paquistão,

o país que apadrinhou a criação dos talibãs,

algum dia iria aceitar que o território

vizinho fosse transformado numa base

para combater os próprios talibãs. O ter-

10 saber outubro 2021


Asia ON

ceiro problema foi a displicência da União

Europeia. Aliás, as observações de que os

líderes europeus eram a voz da sensatez

na aliança ocidental são total fantasia. Na

verdade, nem uma única vez ao longo de

vinte anos de guerra, se viu qualquer país

europeu criticar abertamente a estratégia

americana no Afeganistão. O quarto problema

foi o facto de o Ocidente nunca ter

assumido que mudar a história num país

como o Afeganistão, que tombou o império

inglês e expulsou os soviéticos, exigia

um compromisso militar e financeiro incompatível

com a pressão dos ciclos eleitorais

a que as lideranças ocidentais estão

sujeitas e com o ‘politicamente correcto’

que está instalado na Europa e nos Estados

Unidos. O quinto problema foi o facto

de o Ocidente ter aceitado negociar com

os talibãs, acreditando nas suas promessas

e se submetendo aos termos impostos

para a retirada dos militares. Ao agir assim,

a diplomacia ocidental cavou a sepultura

das autoridades afegãs e mostrou ao

mundo que os inimigos da liberdade, podem

impor a sua ideologia de ódio a toda

a comunidade internacional. Em suma,

no Afeganistão vimos o Ocidente exibir a

derrocada do seu sistema moral e a delinquência

moral das suas chefias. Americanos

e europeus, passivos e ignorantes do

que é o Islão, permitiram que fossem os

maiores vermes de entre o vasto povo muçulmano

a definir os termos e a transmitir

uma noção deturpada daquela religião aos

canais de opinião pública de todo o mundo.

O desfecho dificilmente poderia ser

outro. s

saber outubro 2021

11


madeira

Raquel Lombardi

Coordenadora Erasmus+

I Conferência

Internacional de

Saúde e Inclusão

em Tempos de

Pandemia ACSS

Raquel Lombardi –

Conclusões Finais

Parte 4

(cont.)

Como o COVID-19 é uma doença comunicável,

as práticas de saúde

pública constituem o principal mecanismo

preventivo como proteção

primária além do tratamento e a comunicação

de risco é essencial para a conscientização

pública, medidas preventivas e conter o

surto durante a pandemia. Num aspeto mais

amplo, comunicação de crise e risco, corresponde

a um quadro maior que consiste na

comunicação de crise urgente, capacitando

a decisão - fazer o processo, e construir uma

rede de comunicação entre os especialistas

e o comum. A mídia desempenha um papel

importante na transmissão de informações

entre os especialistas em comunicação de

risco, administradores e o comum dos cidadãos.

Mas, a pandemia é um período dinâmico

e são possíveis mudanças na perceção humana,

nos diferentes níveis de sensibilidade

e comportamentos. A incerteza está presente

neste curso e no superar dessa incerteza,

pode ser essencial a comunicação correta

de risco com a colaboração da mídia (Hulya

Syrin), mas também, o seu nível de alfabetização

sanitária. A literacia de saúde limitada

e inadequada na sociedade é, também ela,

uma epidemia silenciosa. A perceção, aceitação

e implementação das intervenções da

sociedade estão intimamente relacionadas

com o nível de alfabetização sanitária dos indivíduos.

A literacia de saúde é, desta forma,

uma grande e importante questão de saúde

pública, mas, que ainda é globalmente subestimada,

pelo que não deve ser ignorada

na emergência de problemas de saúde,

surtos e na criação dos comportamentos de

saúde corretos, que são muito importantes

no caso de epidemias, e na formação de reações

comunitárias. A alfabetização sanitária

é um fator social determinante de saúde, e,

embora os baixos níveis de literacia estejam

associados à falta de educação, pobreza, desemprego

e baixo estatuto socioeconómico,

pessoas com educação superior e os níveis

de rendimento mais altos podem também

mostrar baixos níveis de literacia de saúde

quando confrontados com um novo problema

(Secil Ozcan). E na realidade, a pandemia

COVID-19 afectou todas as áreas da medicina,

com impacto na saúde e qualidade de

vida dos doentes. A área da Medicina Física

e de Reabilitação (MFR), com a atividade

assistencial presencial restrita aos doentes

agudos em regime de ambulatório ou sua

substituição por teleconsulta e telerreabilitação,

foi uma das áreas cuja notoriedade da

sua importância na recuperação dos indivíduos

afectados pela condição e na melhoria

da sua qualidade de vida mais se realçou na

comunicação social apesar da dificuldade

de resposta pelas limitações condicionadas

pela pandemia/saúde pública. Para além

do mencionado acima, a Medicina Física e

Reabilitação, nas suas várias valências (essencialmente

Fisioterapia; Terapia da Fala

e Terapia Ocupacional) teve um papel fundamental

na recuperação dos doentes com

sequelas de COVID 19, que apresentam alterações

respiratórias, neuro cognitivas, motoras,

deglutição e descondicionamento, entre

outras (Joana Macedo). Em oncologia não

podemos fazer um registo muito melhor. Em

tempos de pandemia covid-19, as recomendações

aconselhadas para prevenção primária

(assim como secundária) foram adiadas

ou esquecidas e, consequentemente, um

tratamento pior e menor expectativa de vida

estão no horizonte (Fernando Fernandes).

(continua no próximo número). s

12 saber outubro 2021


Cantinho da poesia

Rosa Mendonça

Escritora

facebook.com/rosa.6823mendonca/

[rosa mendonça autora]

CASTANHAS,

AS PÉROLAS

DO OUTONO

De copa regular, direita, elipsoidal e muito frondosa

O castanheiro brinda-nos com um espetáculo divinal:

No interior das cúpulas espinhosas, guarda e protege um bem precioso,

As tão esperadas castanhas, as pérolas que o sol amadureceu!

Percorrendo o souto, sinto-me uma anã no meio de gigantes catedrais.

Espantada! Miro a beleza dos castanheiros carregados de ouriços

Bem formosos, grandes e com picos pontiagudos.

É no Curral das Freiras que abunda a maior parte dos castanheiros.

Somos 5 aventureiros, os primeiros inscritos numa experiência

Que já conta com 35 mil visitantes, dizem os produtores de castanha.

Preparámos na véspera a máquina fotográfica

Para registar cada pormenor, cada momento catita.

Nesta altura do ano a melancolia dos dias, tira-nos do sério

Perante dias mais escuros e anoitecer mais cedo,

Pouco há a fazer após a jornada laboral, exceto as rotinas corriqueiras

Recolhemos cedo ao lar e, porque o sono é traiçoeiro, abatemos facilmente,

sentimos o corpo mole e sem vontade para nada.

Os raios de sol esmorecem e as pestanas tornam-se mais pesadas

É o outono a convidar ao recolhimento, à reflexão, ao aconchego.

Desocupados e tomados pelo abrandamento do ritmo de vida

Seguimos em velocidade de molengão, arrastados feitos tartarugas.

As árvores mudam de figurino, a maior parte despida e nua.

Os terrenos húmidos são agora um manto gigante de folhas amarelas

Que foram caindo e apodrecerão com as chuvas grossas de outono.

Ricas em nutrientes, servem de adubo para a próxima primavera

A Castanha do Curral tem um sabor único, embora pequena, é a melhor.

Pelas nossas cidades, as bancadas enchem-se de castanhas e o selo Madeira

garante a sua qualidade ímpar.

O homem das castanhas, sinalizado ao longe pelo fumo e cheiro, apregoa:

“Há quentes e boas!” Como resistir ao seu chamamento?

Em casa, os pais ajudam os filhos a arrumar o saco do pão-por-Deus,

Vão derretidos e vaidosos para a escola, alegres agitam os sacos,

Símbolo de partilha com quem mais precisa.

Há festa rija no Curral das Freiras, a festa da castanha e os seus derivados

Chegam excursões a abarrotar de visitantes, todos com um único destino:

O certame onde a castanha é rainha e apresenta uma vasta gama de produtos

a provar: sopas, licores, doces, bolos, farinha...

Quem prova nunca mais esquece e implora por mais!

Depois do pandulho farto, é o momento perfeito para se juntar um acordeão,

castanholas, e a voz pronta para o despique.

A língua afiada e de resposta certeira anima conterrâneos e forasteiros,

Pois a alma de um povo reflete-se nas suas tradições.

s

D.R.

saber outubro 2021

13


CAPRICHOS DE GOES

Diogo goes

Professor do Ensino Superior e Curador

As práticas

de Compliance

como instrumento

de

regulação e

mediação de

conflitos no

sistema da

arte e na gestão

dos museus

– parte 2

(Artigo adaptado a partir do publicado no

Jornal da Comunidade Científica de Língua

Portuguesa - A Pátria, 26 de julho de 2021)

Apesar dos museus funcionarem de

acordo com a legislação, no quadro

jurídico aplicável (ICOM, 2017),

pode-se considerar que, o seu posicionamento

institucional tem vindo a sofrer

alterações, mudando em função das

estratégias definidas pelas tutelas ou indo

ao encontro dos financiadores privados.

Este sistema de relações é demonstrativo

dos conflitos de interesse existentes (ICOM,

2017) entre os financiadores privados, os

decisores públicos, os programadores culturais

e a falta de transparência destes,

nos processos de decisão (Pontes, 2019).

Mecenas, patrocinadores, colecionadores e

doadores assumem um papel ativo, preponderante

no financiamento direto ou indireto

dos museus, podendo no entanto, distorcer

a missão pretendida para um museu contemporâneo.

Uma vez que a instituição museológica

infere sobre a legitimação, a definição

de valor, a cotação das obras expostas

(mas também daquelas em acervo ou depósito)

e sobre a transação comercial das mesmas

no mercado da arte, notamos, a título

de exemplo, que a doação de uma obra de

arte ou o patrocínio específico para exposição

de uma obra de um determinado artista

num museu, poderá constituir fator de valorização

das obras do artista no mercado da

arte e a assunção de uma garantia de valor

em bem móvel para o colecionador/financiador.

Atendendo às distintas especificidades

dos setores culturais, conclui-se que, além

da melhoria da legislação, torna-se necessária

a implementação do compliance no contexto

do setor museológico e no mercado

da arte internacional. O compliance para a

Cultura poderá ser realizado através do desenvolvimento

de programas de conformidade

e na expressão normativa em códigos

de ética ou conduta (Pontes, 2019), estreitando

para isso, parcerias com instituições

internacionais para uma uniformização das

práticas a adotar e definição de mecanismos

de avaliação e controle. A regulação do

14 saber outubro 2021


conflitos de interesse nos financiamentos

às instituições culturais e o combate à corrupção

nomeadamente, no sistema da arte,

em concordância com Campanella (2021),

passará pela criação de “instrumentos de

prevenção, deteção, repressão e sancionamento,

os quais em conjunto irão promover

uma consciência cívica” (Campanella, 2021).

Segundo Campanella (2021), as prioridades

definidas na Estratégia Nacional Anticorrupção

2020-2024 passam pela “melhoria do

conhecimento e das práticas institucionais

em matéria de transparência e integridade”,

nomeadamente através de campanhas de

sensibilização e formação para a cidadania,

que além da transparência e do livre acesso

à informação - com a devida proteção

dos dados, no termos da legislação aplicável

- poderão “prevenir e detetar os riscos

de corrupção na ação pública”, propondo-se

para isso programas de “public compliance”

(Campanella 2021). A falta de dotação

de recursos humanos e financeiros, (Cândido,

2014; Goes, 2020) poderá inviabilizar a

prossecução das boas práticas pretendidas

ou limitar a capacidade de mensuração dos

impactos na comunicação organizacional no

interior da instituição e na comunidade (Morás,

2017), na verificabilidade da adoção de

boas práticas, de certificação de qualidade

(Matos, 2007) nos procedimentos e na implementação

de códigos de ética e conduta

(AAM, 2011; ICOM, 2017; IdBrasil, 2019;

Instituto Odeon, 2015; Morás, 2017; Pontes,

2019), entre outras matérias. A necessidade

de uniformização de normas e procedimentos

na gestão museológica, a par das atuais

diferenças de estatutos e personalidades

jurídicas (fundações, institutos, associações,

museus de direito público e privados) na dependência

de diferentes organismos ou tutelas

(municipais, regionais e nacionais, etc.)

são outras das dificuldades encontradas,

para a implementação de um sistema uno,

na identificação, prevenção e correção das

não-conformidades ou ilícitos, na regulação,

na avaliação das práticas e na certificação

da qualidade. A avaliação de desempenho

no cumprimento de metas, missão e objetivos,

o acompanhamento das disposições

legais e da proteção de dados e a instituição

de manuais de boas práticas deverão ser

algumas das medidas a discutir e a adotar

pelas instituições culturais, quer públicas,

quer privadas. A criação de códigos de ética

e conduta e de gabinetes que assegurem o

acompanhamento, a análise, a avaliação do

desempenho da organização e dos seus colaboradores,

a verificação do bom cumprimento

da missão, das metas estabelecidas

e dos objetivos estratégicos, podem permitir

ao gestor cultural tomar uma decisão informada

sobre qual a visão para futuro da

instituição. E se necessário, adequar a programação,

o plano museológico, a comunicação,

os recursos humanos e financeiros

ou os instrumentos de gestão às novas necessidades

identificadas (Cândido, 2014). A

mensuração dos indicadores de desempenho,

poderá permitir a extração de conclusões

sobre como a instituição museológica

deverá prosseguir ou quais os impactos que

colhe na comunidade onde se insere, contribuindo

para a política de transparência e

para a defesa do interesse público. s

Referências bibliográficas:

American Association of Museums, The [AAM]. (2011).

National Standards and Best Practices for U.S. Museums.

Washington: AAM.

Cândido, Manuelina Maria Duarte. (2014). Orientações

para Gestão e Planejamento de Museus. Coleção

Estudos Museológicos. 3. Florianópolis: FCC.

ISBN 978-85-85641-11-5

Campanella, Sancha. (2021). Corrupção e a Estratégia

Nacional Anticorrupção 2020-2024. Jornal Económico.

Disponível em:

https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/

corrupcao-e-a-estrategia-nacional-anticorrupcao-2020-2024-761578

Goes, Diogo (2020). Democratização e gratuitidade

no acesso aos bens culturais: questões de princípio.

A Pátria - Jornal da Comunidade Científica de Língua

Portuguesa. Funchal: Ponte Editora. ISSN 2184-

2957. Disponível em:

https://apatria.org/turismo/democratizacao-e-gra-

tuitidade-no-acesso-aos-bens-culturais-questoes-

-de-principio/

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Disponível em: https://icom-portugal.org/multimedia/File/Cdigo%20tica%20-%202007%20-%20

verso%20final%20pt.pdf

IDBrasil. (2019). Código de ética e conduta. São Paulo:

IDBrasil. Disponível em:

http://idbr.org.br/wp-content/uploads/2019/12/

CO%CC%81DIGO-DE-CONDUTA-IDBR-2019-DEZ-

-WEB.pdf

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Belo Horizonte: Instituto Odeon. Disponível

em: http://institutoodeon.org.br/wp-content/

uploads/2015/04/C%C3%B3digo-de-conduta-e-

-%C3%A9tica_Instituto-Odeon.pdf

Matos, Alexandre M. R. (2007). Os sistemas de informação

na gestão de colecções museológicas. Contribuições

para a certificação de museus. Dissertação

(Mestrado em Museologia). Porto: Faculdade de

Letras da Universidade do Porto

Morás, Nicole S. (2017). Reflexões para uma comunicação

organizacional museológica alinhada ao Código

de Ética para Museus. 40º Congresso Brasileiro

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Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares

da Comunicação.

Presidência do Conselho de Ministros. (2021). Resolução

do Conselho de Ministros n.º 37/202. Estratégia

Nacional Anticorrupção 2020-2024. Diário da República

n.º 66/2021, Série I de 2021-04-06. Disponível

em: https://dre.pt/application/conteudo/160893669

Pontes, Í. C. M. (2019). Compliance e Mercado da

Arte: uma análise do sistema de regulação multifacetado

em transações de obras artísticas. Dissertação

(Mestrado em Direito) - Centro de Ciências Jurídicas,

Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

saber outubro 2021

15


CULTURA

Duarte

Afonso

A Humanidade está

a ficar cada vez

mais ameaçada e

rodeada de perigos

monstruosos que

aparecem do nada

Apresenta-se como escritor e

os livros que já deu à estampa

refletem sobre «acontecimentos

relevantes que se passam no país

e no mundo», conforme conta

nesta entrevista a que respondeu

por escrito. Este antigo oficial

de diligências que, em 1965,

chegou à Madeira para trabalhar

no Tribunal Judicial da Comarca

do Funchal tem nos livros e

nos temas religiosos espaços

prediletos de reflexão e que gosta

de partilhar com quem o ouve ou

lê. A defesa da língua de Camões

é uma das ‘bandeiras’ de que não

abdica.

Dulcina branco

D.R.

Quem é o Duarte Afonso?

- Nasci em Freixial do Campo em 26 de

Dezembro de 1940, concelho de Castelo

Branco. Grande parte da minha infância foi

passada no campo, em casa da minha avó

paterna, muitas vezes à frente de juntas de

vacas quando eram lavrados os terrenos.

Depois de tirar a quarta classe, fui estudar

para Castelo Branco. Já com os estudos secundários,

fui estagiar para o Tribunal Judicial

da Comarca daquela cidade, onde fui colocado

depois do estágio. Em Março de 1965,

concorri para o Tribunal Judicial da Comarca

do Funchal, para o lugar de oficial de diligências,

onde fui colocado em Maio do mesmo

ano. Já nesta cidade, continuei a estudar e

matriculei-me na Academia de Música e Belas

Artes, no sector de línguas, onde tirei o

curso da língua Francesa. Estudei história,

geografia, literatura e a língua francesa. As

letras eram a minha área preferida.

É nesse tempo que nasce também o seu

interesse pela religião? Como é a sua relação

com mundo religioso?

- Nasci num berço cristão. Além disso, em

1629, a minha aldeia contribuía anualmente

para o convento Franciscano de São Vicente

da Beira, com alqueires de centeio. Cada

morador, um alqueire de centeio sendo casado,

as viúvas ou solteiras meio alqueire e

o concelho (Junta de freguesia) do dito lugar

sessenta reis. Os rapazes não pagavam por

prestarem serviço militar. Esse facto também

contribuiu muito para o fortalecimento

da minha religião. Tenho-me esforçado para

seguir a doutrina de Cristo. Nem sempre tenho

conseguido mas nunca deixei de tentar.

Os ensinamentos de Jesus Cristo são o meu

caminho e a minha bússola. Todos os anos

vou à minha aldeia fazer a Procissão dos

Passos (excepto nos últimos anos devido ao

coronavírus).

A atividade literária manifesta-se na sua

vida também com a escrita de livros. Fale-

-nos disto.

- Sim. A minha paixão pela actividade literária

nasceu por ter alguns conhecimentos de literatura

e pelas muitas histórias verídicas que

ia conhecendo nos tribunais. Estes foram as

minhas grandes universidades. Lancei Caminhos

Difíceis, Vidas de Sofrimento, Morte

Premeditada, Abandonada por Amor, Mentiras

e Invenções do Código da Vinci e Freixial

do Campo a sua História, Usos e Costumes.

Escrevi artigos relacionados com a natureza

e contra o acordo ortográfico.

O que tem o Novo Acordo Ortográfico que

não lhe agrada?

- Escrevo na ortografia anterior ao acordo,

na verdadeira língua de Camões. A nova ortografia

é baseada no acordo ortográfico o

qual é uma mentira e um atentado contra a

nossa língua. A finalidade do acordo era para

unificar a ortografia e afinal não unificou

nada. Foi introduzida a dupla grafia. A consagração

da dupla grafia reflecte a impossibilidade

efectiva e incontornável de unificação.

O governo e a Assembleia da República com

16 saber outubro 2021


o seu silêncio, com o seu comportamento, ao

deixarem que o acordo ortográfico vá mutilando

e destruindo à vontade a nossa língua,

e nada fazem para o parar ou atirar para o

caixote do lixo - que é o lugar certo onde

deve estar, também são responsáveis pelos

erros e disparates que o mesmo trouxe à

nossa ortografia. E, em vez de expectadores

de todo o mal que está acontecer à nossa

língua, agonizar num pântano de areias movediças

para onde a atiraram, também se

tornaram espetadores a espetar-lhe setas

no coração e a cravar pregos no ataúde que

a há-de levar ao cemitério.

Que ideias ou reflexões procura transmitir

nos seus escritos?

- Procuro transmitir a umas pessoas o bálsamo

das minhas palavras e lembrar a outras

a reflexão dos seus actos. Procuro levar aos

meus leitores acontecimentos relevantes

que se passam no país e no mundo. O meu

livro Vidas de Sofrimento está na Scribd, a

maior biblioteca digital do mundo e que em

pouco mais de três meses teve 976 visualizações.

Está com um novo livro. Fale-nos disto.

- A minha aldeia tem uma história muito rica

e não queria que fosse atirada para a gaveta

do silêncio nem desaparecesse na bruma do

tempo. Mas, o que me levou apressar o livro

foi o facto de os Governantes e a Assembleia

da República a terem brindado com o ferrete

da injustiça e da discriminação. Tiraram-lhe a

palavra “Campo” e destruíram a sua identidade.

Ficou apenas com “União das Freguesias

de Freixial e Juncal do Campo” quando devia

ser “União das Freguesias de Freixial do

Campo e Juncal do Campo”. Na mesma Lei

22/2012 de 30 de Maio artigo 9, onde consta

a agregação de freguesias também está

escrito que os “interessados nascidos antes

da agregação de freguesias podem solicitar

a manutenção no registo civil da denominação

da freguesia agregada onde nasceram”.

Isto é outro disparate, como o de tirarem a

palavra “Campo” à minha freguesia. No livro

falo ainda do Milagre de Fátima, presenciado

pelo Professor Lalanda na Cova da Iria para

onde foi de bicicleta no dia 13 de Outubro

de 1917. O milagre foi visto por ele junto aos

pastorinhos. Esse facto contribuiu imenso

para o fortalecimento do seu testemunho,

porque teve o privilégio de ouvir o que os

pastorinhos diziam e o que a Senhora de

Fátima transmitiu à pastorinha mais velha.

Por sua vez, a própria pastorinha transmitiu

às pessoas o que Nossa Senhora lhe dissera.

Segundo o documento que o professor

A minha aldeia tem

uma história muito

rica e não queria que

fosse atirada para

a gaveta do silêncio

nem desaparecesse na

bruma do tempo

Lalanda nos deixou, o Sol chegou a estar a

uns 500 ou 600 metros de distância. (Junto

ao livro está uma fotocopia do documento).

Num mundo cada vez mais tecnológico,

faz sentido a religião?

- Para mim a religião faz sempre sentido,

desde que esteja ao serviço da paz, da justiça,

da Humanidade e seja solidária com os

pobres, os marginalizados e os filhos da pouca

sorte. Se assim não for, não faz qualquer

sentido porque não contribui para um mundo

melhor.

Os livros, a literatura... Que lugar ocupam

têm estes no mundo atual?

- Acho que, a nossa literatura vai-se definhando

porque esse monstro a que chamam

acordo ortográfico vai mutilando a ortografia,

tirando a etimologia a muitas palavras e

quando assim acontece, a literatura também

sofre, tornando-se mais fraca e mais pobre.

Por isso, o seu papel também se torna mais

frágil. Os “fatos e contatos” do Diário da República,

e os “interessados nascidos “da Assembleia

da República”, (Lei 22/2012 de 30

da Maio artº 9) são um bom exemplo como a

literatura é tratada ao mais alto nível.

As redes sociais contribuem para a degradação

da escrita?

- Embora sejam um meio de comunicação

útil e poderoso, também prejudicam a forma

de escrever, devido à forma anárquica como

a nossa língua ali é tratada por imensas pessoas.

O acordo ortográfico com a dupla grafia,

com o hífen e a consagração pelo uso,

deu azo a que se abrisse a caixa de pandora

de onde saíram todos os males contra a

nossa língua que a estão a mutilar e a transformar

a nossa ortografia numa autêntica

trapalhada e a prejudicar quem tenta escrever

bem. Os grandes culpados de todos os

erros e disparates que o acordo ortográfico

trouxe à nossa língua é o actual governo e os

anteriores, que se têm remetido ao silêncio

e nada fizeram nem fazem para acabar com

esta situação. A língua portuguesa faz parte

da identidade de Portugal. É o elo de ligação

entre imensos povos por esse mundo fora,

por isso, deve ser respeitada, amada e protegida.

Infelizmente isso não tem acontecido.

O acordo ortográfico é um bom exemplo

dessa realidade.

O que é que o preocupa quando olha para

o mundo na atualidade e qual é o papel da

religião neste mundo?

- Para já, olho para a pandemia com muita

apreensão, porque é o espelho da incapacidade

humana para travar estes perigos sem

fazerem estragos. Mesmo que esta pandemia

seja dominada depois dos muitos milhões

de vidas que já ceifou - e irá ceifar por

esse mundo fora, nada nos garante que não

virá outra com a mesma ferocidade ou ainda

pior contra a Humanidade. Na Igreja Católica

nem tudo são rosas, também há muitos espinhos

e seria bom que o Vaticano fosse capaz

de arrancar esses espinhos, para não prejudicarem

a própria Igreja nem a doutrina de

Jesus Cristo. O caminho do Papa Francisco

tem sido muito difícil de percorrer. Mesmo

assim lá vai ultrapassando obstáculos e vencendo

barreiras. E muito tem feito em defesa

da Igreja, da paz, dos fracos e oprimidos, da

justiça e da Humanidade. E depois temos a

Fé. A fé é um sentimento de quem acredita

em determinadas coisas. Quanto mais conhecimentos

adquirimos mais a fé se fortifica.

A arqueologia é também uma grande

aliada da fé porque nos mostra provas de

acontecimentos de há milhares de anos.

Jerusalém, Jericó, Magdala, Cafarnaum, Nazaré,

Belém, Armaguedon e outras cidades

estão cheias de testemunhos oferecidos

pela arqueologia, que nos mostra coisas extraordinárias

passadas naqueles lugares há

milhares de anos, dos quais a Bíblia nos fala.

De resto, olho para tudo isto com algum pessimismo

porque a Humanidade está a ficar

cada vez mais ameaçada e rodeada de perigos

monstruosos que aparecem do nada,

como foi o caso do (coronavírus) e as defesas

para enfrentar esses perigos são muito

frágeis. s

Procuro levar

aos meus leitores

acontecimentos

relevantes que se

passam no país e no

mundo

saber outubro 2021

17


desporto

Avelino Silva

Presidente Associação de Natação da Madeira

A Madeira recebeu este verão, no complexo de piscinas olímpicas

do Funchal, o Campeonato Europeu de Natação Adaptada em que

participaram um milhar de participantes de 48 países. Na organização

e logística deste importante evento internacional pesou a experiência

da Associação de Natação da Madeira e do seu responsável, Avelino

Silva, que nesta entrevista conta como foi organizar este campeonato

europeu e faz o retrato da modalidade na região. Nascido há 46 anos

em Câmara de Lobos, Avelino Silva é licenciado em Educação Física e

Desporto, tem uma pós graduação em Gestão pelo ISAL e mestrado

em Ensino de Educação Física; é ainda aluno de doutoramento em

Ciências do Desporto na Universidade da Beira Interior e professor

(Assistente Convidado) na Universidade da Madeira. Este quadro da

Direção Regional de Educação, no projeto do Desporto Escolar, assume

desde 2012 a presidência da Associação de Natação da Madeira.

Há um trabalho imenso

pela frente para que

tenhamos mais atletas

de competição na natação

adaptada

Quais são os principais desafios de presidir

à Associação de Natação da Madeira?

- Enquanto ilhéus rodeados por mar, penso

que, a função primeira da Associação de

Natação da Madeira é de contribuir para

que todos os nossos jovens tenham acesso

ao ensino da natação e adaptação ao meio

aquático. Por outro lado, o estado delega nas

associações desportivas a incombência de

desenvolver programas de atividade física e

bem estar, com o objetivo de contribuir para

desenvolvimento cívico, comportamental,

corporal e intelectual, através de uma prática

regular assente em quadros competitivos.

Em suma, é o garantir que a modalidade

(natação) possa contribuir para os desideratos

atrás mencionados, mantendo sempre

uma gestão financeira rigorosa, porquanto a

maioria dos apoios são públicos.

Com foi trazer e organizar no Funchal um

grande evento como o Campeonato Europeu

de Natação Adaptada?

- O 'World Para Swimming European Open

Championships' foi um evento internacional

que teve cerca de mil participantes entre

atletas, treinadores, fisioterapeutas, dirigentes,

de 48 países. Teve como objetivo

proporcionar as melhores condições desportivas

(neste contexto de pandemia) aos

atletas que viam nesta prova a última oportunidade

para garantir o acesso aos Jogos

Paralímpicos Tóquio 2020, jogos estes que

decorreram em agosto. Devido a dimensão

do evento, o caderno de encargos e exigências

foram muitas grandes e muitas delas

específicas, atendendo ao público alvo, ou

seja, atletas com deficiências diversas. Logo,

houve um conjunto de medidas e adaptações

que tivemos que ter em conta, quer no

Complexo de Piscinas Olímpicas do Funchal,

quer no Casino Park Hotel, no entanto, a experiência

adquirida desde 2015, na organização

de eventos nacionais e internacionais,

destacando-se a realização do Campeonato

Europeu de Natação Adaptada em 2016,

deu-nos alguma bagagem e garantia de realizar

estes eventos nas melhores condições

para os atletas. Os apoios das instituições

públicas locais e regionais foram determinantes

para o sucesso do evento, bem como

a envolvência da comunidade local, onde

destacamos a participação de 250 voluntários

e professores que acompanharam os

seus alunos. Não foi indiferente aos organismos

nacionais e internacionais as condições

de excelência que a região ofereceu às comitivas,

destacando-se a segurança, a rede

viária, o clima, a qualidade dos hotéis, a hospitalidade

dos madeirenses, a boa comida.

Como foram as participações portuguesas

e madeirenses neste campeonato?

- Esta competição era direcionada a seleções

nacionais, onde Portugal participou com 8

atletas. A Região Autónoma da Madeira não

teve, desta vez, qualquer atleta selecionado

pela nossa Seleção. Em 2016, a Madeira esteve

representada pelo Emanuel Gonçalves,

que na altura representava o Clube Naval do

Funchal. A nível desportivo, o Complexo de

Piscinas Olímpicas do Funchal por se uma infra-estrutura

recente (inaugurada em 2015)

potenciou resultados de excelência, verificando-se

nesta competição alguns recordes

nacionais para os atletas portugueses, bem

como vários recordes europeus e mundiais.

Como é que estamos na região em termos

da natação adaptada?

- Temos alguns atletas na modalidade, nomeadamente

no Clube Escola OLiceu e ainda

o Iate Clube de Santa Cruz. Na verdade,

há um trabalho imenso pela frente para que

tenhamos mais atletas de competição na

natação adaptada. Temos algumas lacunas

18 saber outubro 2021


em termos de quadros técnicos com experiência

e motivação para desenvolver esse

trabalho - que deveria ser de todos, numa

responsabilização cívica de todos. Esse trabalho,

acaba por ser muito desenvolvido

pela projetos CAOs. A Madeira, fruto da sua

política desportiva e aposta nas infraestruturas

desportivas, terá certamente a melhor

relação de piscinas por metro quadrado. A

esse nível estamos muito bem servidos e

apetrechados. Da análise e experiência adquirida,

penso que falta ainda dar condições

para existir mais técnicos de natação com

formação especifica para o desenvolvimento

desta modalidade, bem como existir uma

maior aposta dos clubes para esta modalidade.

Temos uma cultura muito na base da

natação pura e, mais recentemente, para

a modalidade de águas abertas, mas falta,

de facto, dar esse passo na modalidade de

natação adaptada. Acreditamos que, estes

eventos possam criar algumas condições

para que, quer os treinadores, quer os clubes,

possam acarinhar e apostar mais neste

tipo de atletas.

A sociedade ainda olha para os atletas

com deficiência como 'coitadinhos'?

- Treinar atletas com deficiências motoras e

intelectuais não é uma tarefa muito fácil. Exige

um saber técnico muito grande e acompanhamento

constante. Nalguns casos, a

relação é de um treinador para um atleta, o

que dificulta muitas vezes a gestão de espaços

e de recursos humanos. É um trabalho

de enorme responsabilidade de todos os

intervenientes do desporto e dos decisores

nas várias dimensões e que todos devemos

acarinhar e contribuir também para o desenvolvimento

humano e bem estar desta

população alvo.

Um atleta de natação adaptada tem que

se esforçar e treinar mais do que outro

atleta?

- Nalguns casos sim, devido às especificidades

das lesões e necessidades coordenativas.

s

DULcina branco

D.R. e pedro vasconcelos

saber outubro 2021

19


comportamento

Sónia ferreira

info@arquiteturadoser.pt

Sónia Ferreira

Psicóloga Clínica e 'Coach'

É difícil

decidir!

Sbe aqueles dias em que está de comando

na mão a tentar escolher que

canal vai ver, mas não se consegue

decidir? Ou aqueles momentos em

que olha para o menu de um restaurante e

quando o empregado chega ainda não conseguiu

decidir o que lhe apetece comer? Ou

quando percorre o corredor dos champôs no

supermercado, pegando nas embalagens,

lendo o bem que vão fazer ao seu cabelo,

mas o tempo vai passando e o carrinho de

compras continua vazio? Parece-vos familiar,

certo?. O que acontece é que escolher é difícil.

As razões são várias, mas há uma que se

destaca e sobre a qual gostaria de vos falar.

Por muito que a liberdade de escolha seja

positiva, a pesquisa tem mostrado que não

estamos preparados para lidar com a abundância

de decisões. Na verdade, não lidamos

bem, nem com muitas nem com poucas opções

e acabamos por paralisar sem chegar

a uma decisão. Em 2004, o psicólogo Barry

Schwartz batizou este efeito com o nome de

“paradoxo da escolha”, mas existem outros

nomes e há um que gosto particularmente

– FOBO. Esta é a sigla inglesa para Fear Of

Better Options, ou em português, o medo de

opções melhores. E gosto do termo porque

vai mesmo ao ponto que mais nos incapacita

de tomar decisões: achar que pode haver

algo melhor do que aquilo que estamos a escolher

e, por isso, queremos encontrar essa

opção. Esse medo de deixar para trás algo

que poderia ser melhor pode ser angustiante,

contribuindo para que adiemos decisões

importantes. Claro que há pessoas mais

permeáveis a este medo do que outras. Há

pessoas que sentem um enorme arrependimento

e emoções negativas advindas da

comparação entre o que escolheram e o que

podiam ter escolhido. E isso pode acontecer

em qualquer esfera da nossa vida, desde cobiçar

o vestido de uma amiga, olhar de soslaio

para prato de outra pessoa no restaurante

ou outros campos impactantes da vida

pessoal, familiar e profissional. Para superar

este medo e angústia é importante perceber

que o resultado não depende apenas de nós.

Se marcou um fim de semana fora e o tempo

esteve péssimo, se o filme que escolheu não

foi tão giro como seria de esperar ou se o

caminho que escolheu para casa estava em

obras, há que perceber que o resultado final

das nossas decisões é afetado por vários

fatores que não controlamos. Por isso, há

que experimentar para saber como correu.

O que nos leva a outro pensamento que devemos

ter em conta e que é o medo de escolher

mal e não poder voltar atrás. Porque

isso pode acontecer! Escolher mal uma casa,

um emprego, uma relação ou um bife não

tem a mesma importância. Há cenários que

são mesmo muito pouco apetecíveis, mas

então qual é a opção? Da mesma forma que

podemos mandar o bife para trás ou não o

comer, podemos fazer algo similar com o

resto. Às vezes damos uma carga intensa, final

e irreversível às decisões, mas tem se ser

assim. Para cada escolha feita, haverá oportunidade

para tomar novas decisões depois

desta terminar. Citando uma frase da Casa

de Papel: “Algo pode acabar hoje. Mas será

o primeiro dia da tua próxima vida.”. Claro

que toma uma decisão acertada é mais confortável,

mas como é que sabemos que é

certa? Uma das formas de o fazer é avaliar a

importância da decisão e o impacto que ela

tem para a sua vida. Haverá decisões que requerem

mais estudo, mas será que daqui a

cinco anos aquela lasanha que ficou por comer

vai ter importância na sua vida ou nessa

altura estará mais preocupado com a escolha

do próximo destino de férias?. O importante

é escolher, aproveitar ao máximo cada

decisão, aprender com cada uma, focar no

presente e confiar no seu instinto. Quanto

mais nos conhecemos e sabemos o que nos

faz felizes, melhores são as nossas escolhas

e mais pequeno ficará o nosso FOBO. s

20 saber OUTUBRO 2021


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D.R.

Marisa Faria

Consultora de Imagem

LIBERTE-SE DO

SEU VELHO EU,

DÊ AS BOAS

VINDAS AO

SEU NOVO EU

INTERNET

Uma vez ouvi dizer que “os nossos

guarda-roupas são retratos tridimensionais

da nossa vida interior”,

e não podia concordar mais com

esta afirmação. Muitas das minhas clientes

quando vêm até mim, têm um guarda-

-roupa que retrata que estão evitando uma

parte da sua vida - a parte dos seus sonhos

e desejos, da sua realização, da sua felicidade.

E vivem escondidas do mundo, através

de um guarda-roupa que as torna invisíveis,

revivendo constantemente as memórias

passadas em vez de olhar para o futuro,

para a mulher que desejam ser, aquela que

concretiza e não se vitimiza, aquela que é

decidida e corajosa, independentemente

de todos os seus medos. E você, também

tem um guarda-roupa que espelha que

está a esconder-se do mundo? Compare os

seus sentimentos às peças que tem no seu

guarda-roupa. E tire TUDO do seu armário

e empilhe na sua cama. UM NOVO ARMÁ-

RIO SIGNIFICA NOVOS COMEÇOS. Limpar o

armário não é simplesmente arrumar, é um

ato de libertação. Ao deixar as coisas ir, está

a aprender a deixar ir. Segure cada peça e

pergunte: “Isto representa a mulher que eu

quero tornar-me?”. Não é fácil. Ao longo do

processo, a sua mente dir-lhe-á: “Não posso

livrar-me disto. Foi um presente da minha

mãe “ ou “Paguei muito por este vestido. É

um desperdício doar, ou o maior deles: “Posso

arrepender-me”. Por mais que lhe custe,

agradeça a essas peças pelas experiências

que lhe proporcionou e liberte-as, porque

elas eram uma bela parte do seu passado,

mas não pertencem ao seu futuro. Apenas

os itens que a eleva são autorizados a

manter. Quando terminar a transformação

do seu guarda-roupa, sentirá uma nova liberdade

de espaço, novas escolhas, novos

começos. Agora, cada item no seu armário

é algo que escolheu deliberadamente para

estar lá. Se está sentindo que a sua vida é

um caos, que não tem espaço para respirar

ou está a evitar o desapego, vá para o seu

armário. Limpar o seu guarda-roupa é uma

organização, mas, mais importante, desenvolve

a coragem de abrir mão do que não

está mais lhe servindo e permite que decida

intencionalmente sobre a mulher que deseja

ser. s

saber OUtubRO 2021

21


BELEZA

Luísa

silva

luísa silva

964 885 153

Gabinete BeautyStudio by Luísa Silva

rua 31 de Janeiro nº 12E, 5º andar sala V, Funchal

Facebook › BeautyStudio by Luísa Silva

Instagram › @beautystudiols

Como deixar a pele limpa e saudável

Chegamos ao Outono. É altura de

começar a cuidar do seu rosto através

de tratamentos específicos,

sejam eles para acne, manchas,

ou até mesmo para desidratação. Primeiramente,

é importante que seja feita uma

limpeza profunda da pele. Tem como objetivo

estimular a regeneração celular, manter

a pele bonita, hidratada e saudável, e

remover peles mortas e pontos negros

existentes. É um tratamento em que os

resultados são visíveis logo após a sessão,

pois a pele é limpa mais profundamente

através de esfoliação e extração de inestéticos

pontos negros. Após a realização da

limpeza profunda da pele, é importante

que haja uma rotina diária de cuidado de

rosto, sem esquecer o protetor solar, pois

é ele que vai prevenir o surgimento de futuros

problemas de pele. s

Vejamos quais são as étapas para atingir

uma pele limpa e purificada:

Higienização – limpa e desengordura a pele,

eliminando impurezas mais superficiais.

Esfoliação – pode ser química (através de

peeling químicos que atuam por si só) ou física

(com esfoliantes em creme, que atuam

através de estimulação com massagem)

Extração de comedons/milliuns – são os

pontos pretos e o pontos brancos. Geralmente,

é feita manualmente apenas com a

ajuda do vapor de ozono para que os poros

dilatem e, consequentemente, a sua extração

seja mais fácil e menos dolorosa.

Hidratação – feita através de séruns e cremes

calmantes para atenuar o rubor causado

pela extração. É também feita uma

massagem para potenciar o relaxamento e

promever uma melhor absorção dos cosméticos.

Máscara – é um passo importante, pois é

aqui que atuamos no problema mais evidente

que a pele possa demonstrar como acne,

manchas, rugas e rídulas, desidratação.

Proteção Solar – é o ponto chave da finalização

de uma limpeza de pele. Permite que

a pele se mantenha protegida contra factores

externos (sol, fumo, poeiras, etc.).

d.r.

22 saber outubro 2021


NUTRIÇÃO

Alison Karina

de Jesus

Alison Karina de Jesus

Nutricionista (2874N)

facebook.com/nutricionalmentebem

instagram.com/nutricionalmentebem

info@nutricionalmentebem.com

https://nutricionalmentebem.com/

Internet/ boaforma.com

Regresso às aulas

Com o regresso às aulas, muitas crianças

e adolescentes fazem a maioria

das refeições fora de casa. A questão

que reina é: quais são os cuidados

que devem ter, assim como os pais?. Com

alguma organização e planeamento, torna-

-se mais fácil garantir uma alimentação mais

saudável em casa bem como fora de casa.

Gosto de reforçar que não há alimentos

proibidos, há uns mais indicados que outros

que devem ser consumidos diariamente

(frutas, legumes, lacticínios, cereais, carne

ou peixe), enquanto há outros que devem

ficar apenas para dias especiais (bolachas,

biscoitos, bolos, fast food, fritos e snacks ricos

em gordura e açúcar). Os lanches a meio

da manhã e da tarde são complementos

essenciais para atingir as quantidades recomendadas

de todos os nutrientes. Estas

pequenas refeições ajudam a uma melhor

utilização dos nutrientes e da energia pelo

organismo evitando a falta de concentração

ou quebras no desempenho físico e intelectual.

Algumas das propostas práticas e

saudáveis para levar na mala: pacotes de

leite (não achocolatados ou achocolatados

com menor quantidade de açúcar), peças de

fruta, purés de fruta, pão com fiambre, de

preferência de aves que têm menor quantidade

de gordura ou queijo magro, pacotinhos

individualizados de bolacha maria ou

bolacha de água e sal e triângulos de queijo

ou queijinhos individualizados. Temos o pão

de preferência integral, de mistura ou centeio.

Bolachas, snacks muito calóricos como

barras de chocolate, refrigerantes ou bolos

entram muitas vezes na nossa alimentação

nestas refeições, sendo que estes alimentos

estão relacionados com o aumento do peso.

O pequeno-almoço é das refeições mais importantes

do dia porque nos quebra o jejum

noturno. Este é fundamental, pois proporciona

ao organismo a energia e os nutrientes

necessários ao começo de um novo dia.

E, idealmente, deve ser tomado na primeira

meia hora do nosso dia. Algumas pessoas

não têm apetite ou simplesmente não conseguem

comer logo após acordar. Nesses

casos não se deve forçar, sendo aconselhável

estimular gradualmente o apetite em

dias ou semanas consecutivas, começando

por alimentos leves, a gosto e em pequenas

quantidades, aumentando-as gradualmente

para assim estimular o nosso organismo a

ganhar novo hábito de iniciar o dia com o

pequeno almoço. s

saber OUTUBRO 2021

23


BEM-ESTAR

Sara

de Freitas

Sara de Freitas

Terapeuta Holística

sdf.terapeuta@gmail.com

Pinterest

Kit de óleos essenciais para ter em casa

Os óleos essenciais são substâncias

aromáticas extraídas das plantas,

flores, folhas, caules e raízes, têm

propriedades terapêuticas e podem

ser utilizados em várias situações. São

essas utiilizações que apresentamos a seguir

e que se adequam a diversas situações

de emergência e, portanto, são indispensáveis

para ter sempre em casa. Assim sendo:

- Lavanda: acne, urticária, picadas de insetos,

queimaduras, feridas, cicatrizes,

insônias, stresse, tensão pre-menstrual,

indigestão, dires de cabeça, entre outras

propriedades.

- Alecrim: distrofias musculares, artrites,

reumatismo, gota, esgotamento mental, dor

de cabeça, indigestão, flatulência entre outras

propriedades.

- Ylang-Ylang: ansiedade, frustação, choque,

raiva, insônia, impotência, frigidez, indigestão,

pele seca.

- Orégão: doenças respiratórias com acumulação

de muco nos pulmões e no nariz,

tosse, infeções do trato urinário, febre tifóide,

feridas na pele, intoxicação alimentar,

degeneração muscular, rugas, entre outras

propriedades.

- Melaleuca (Tea Tree ou árvore-do-chá): Gripes,

constipacões, herpes labial, micoses, picadas

de insetos, entre outras propriedades.

- Hortelã-pimenta: Desconfortos gástricos,

cólicas, dores de cabeça, fadiga mental e

física, irritação da pele, dores musculares,

vômitos, náuseas, dores de estomago, má

circulação, constipacoões, congestão nasal,

sinusite, entre outras propriedades.

- Limão: Acalma e estimula a mente, gripe,

constipacões, dores de garganta, febre, tosse,

entre outras propriedades.

Métodos para a aplicação:

- Massagens (sendo que deve ser misturado

com óleo vegetal)

- Inalação

- Difusores de ambiente, entre outros métodos.

É importante que se saliente que os óleos

essenciais devem ser puros (100% naturais)

para a sua eficácia. Deve-se ter cuidados na

utilização, como por exemplo: não devem

ser ingeridos, não se deve aplicar diretamente

sobre a pele, grávidas, crianças, pessoas

ou idosos com patologias associadas devem

ser evitadas ou devem antes consultar a um

Profissional Aromaterapeuta ou Terapeuta

de Saúde Integrativa). s

24 saber OUTUBRO 2021


LUGARES DE CÁ

Pórtico de São Jorge

Dulcina Branco

Thierry fernandes

visitmadeira.pt

É

na freguesia de São Jorge

(concelho de Santana),

mais precisamente no

Calhau de São Jorge, que

se encontra este famoso pórtico

em pedra o qual se destaca no

conjunto de ruínas antigas aqui

existentes e muito fotografadas.

Estas pertencem aos antigos engenhos

de cana-de-açúcar aqui

construídos no início do povoamento

da ilha da Madeira. Este

núcleo integra o Núcleo Primitivo

da freguesia de São Jorge

e está classificado como Monumento

de Interesse Municipal,

desde 2003, dada a sua relevância

histórica.s

saber outubro 2021

25


PUBLIREPORTAGEM

Departamento Comunicação e Imagem da Câmara Municipal do Funchal

Funchal distinguido

pelas boas práticas

desportivas e sociais

O

Município do Funchal foi galardoado

nos Paços do Concelho da

Câmara Municipal de Faro, pela

plataforma Cidade Social, com

as distinções “Município Amigo do Desporto”

e “Autarquia Solidária”. O Funchal foi

ainda agraciado, na ocasião, com o “Selo

de Qualidade do Programa de Atividade

Física Sénior”. A vereadora Madalena Nunes

representou a autarquia na cerimónia

e começou por realçar que “este é o sexto

ano consecutivo em que o Funchal recebe

a bandeira que reconhece as políticas e investimentos

que o Município tem feito em

prol do Desporto. Um trabalho que realizamos

em parceria com as associações,

clubes e atletas da nossa cidade, com o

objetivo de realçar a importância da atividade

física e de assegurar que a prática

desportiva chega a todos os funchalenses.”

. O galardão “Autarquia Solidária” vem, pela

primeira vez, reconhecer as políticas de

desenvolvimento social implementadas no

Funchal, enaltecendo o trabalho realizado

em prol da comunidade, nomeadamente

através dos programas e apoios disponibilizados

às famílias. De forma especial, este

prémio destaca as medidas tomadas para

minimizar os impactos da COVID-19 junto

da população mais vulnerável do concelho.

Dos programas desenvolvidos destacam-

-se o Fundo de Investimento Social, a Comparticipação

de Medicamentos, o Subsídio

26 saber OUTUBRO 2021


Municipal ao Arrendamento, os Manuais

Escolares gratuitos, as Bolsas de Estudo do

Ensino Superior, o “Mercado em Casa”, o

“Funchal, Cabaz Vital”, entre outros. Relativamente

ao “Selo de Qualidade do Programa

de Atividade Física Sénior”, o Municipio

viu reconhecido o projeto “Atividade Física,

Saúde e Bem-Estar para a População +50”,

que é desenvolvido pelos Ginásios da CMF.

Destinado a toda a população acima dos 50

anos de idade, o programa promove a prática

da atividade física regular, fomentando

hábitos saudáveis de vida e combatendo o

sedentarismo. “Estas distinções são o reconhecimento

nacional pelo trabalho de

excelência que a Câmara Municipal do Funchal

tem colocado no terreno no âmbito da

promoção do desporto e da atividade física

com a população sénior, e também das políticas

sociais implementadas por este Executivo

que procuram promover a igualdade

e a inclusão, não deixando ninguém para

trás”, concluiu a autarca. s

PUB

saber outubro 2021

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viajar coM saber

ANTÓNIO CRUZ

AUTOR E VIAJANTE › antonio.cruz@abreu.pt

Liechtenstein e Suiça

1] A ideia era fazer uma viagem circular, o que acabaria por acontecer.

Ao desembarcar em Zurique e alugar uma viatura a lógica seria meterme

à estrada em direcção a Vaduz tendo que passar, pro exemplo,

por Walensee, encostada à margem do lago com o mesmo nome.

E assim foi.

Suíça, cantões alemães. Já tinha andado por Berna,

Zurique, Lucerna, Basel, isto no que toca a cidades

suíço-alemãs. Agora que estou no Liechtenstein,

pois era esse o propósito da viagem, aproveito e

vou atrás de lugares de que já tinha ouvido falar e

andado a pesquisar nos motores de busca.

António cruz › António Cruz escreve de acordo com a antiga ortografia

1]

28 saber outubro 2021


2]

3]

2] E também porque Bad Ragaz estava ali tão perto, mal me

ficaria passar por esta fantástica estância termal sem parar por

um par de horas e perceber porque é considerada uma das

mais bonitas e charmosas de toda a Suíça.

3] E também, porque esta coisa do viajar é um bocado como as

cerejas, porque Maienfeld estava ali mesmo à mão de semear,

meto-me à estrada e vou no encalço desta vila que basicamente

é a porta de entrada para o famoso parque temático da Heidi.

Naturalmente que jamais poderia perder a oportunidade de lhe

ir dar um abraço e ver como andam o Pedro e o avô. E as cabras…

4] 5]

4] Esgotada que estava a “questão” Lichtenstein, a ideia era

regressar a Zurique um dia antes da partida por causa do PCR

no aeroporto, fazendo o percurso pelo Lago Constança. A que se

juntariam locais como Diessenhofen e Aubon, para compor na

perfeição um quadro romântico e altamente impressionista.

6] Já alojado em Zurique, e porque o meu último dia tinha tempo de

sobra para me ocupar de outros locais não menos interessantes e

preenchedores de apetites geográficos, decido ir até Winterthur, mas

uma cidade que me encheu as medidas e me convidou a percorrer as

suas praças, as suas avenidas, as suas ruelas encantadas.

6]

5] E nessa volta larga e temperada por um clima perfeito, por

uma calma apaziguadora, por paisagens de encher fundo o peito

de ar puro e a alma de momentos únicos, teria que juntar a tudo

isto Frauenfeld e Stein Am Rhein, duas localidades lindíssimas e

preenchidas por momentos históricos que ainda hoje perduram

nas memórias. E na História.

7]

7] Para, por fim, completar uma viagem a todos os níveis surpreendente

pois, por mais que regresse à Suíça, tenho sempre a certeza

das suas paisagens idílicas, das suas vilas perfeitas, da sua limpeza,

organização, civismo e disciplina. Que de vez em quando sabem bem

enquanto bálsamo social e exemplo civilizacional.

saber outubro 2021

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MARCAS ICÓNICAS

Dulcina Branco

Wikipédia

A Louboutin é uma criação do designer Christian

Louboutin que, em 1991, cria a linha de calçado

feminino que tem como marca registada a sola

vermelha. A biografia deste designer francês,

nascido em Paris em 1964, revela que, fascinado

por sapatos desde criança, usa como base das suas

primeiras coleções os rascunhos que desenhava nos

cadernos da escola. Aos 15 anos, começa a criar

sapatos para dançarinas até que, na década de 1980,

começa a criar modelos para as principais marcas

da moda parisiense como Christian Dior, Chanel e

Yves Saint Laurent. Colabora ainda com a revista

Vogue numa área diferente que não os sapatos,

aos quais regressa anos depois, em 1992, quando

se torna empresário em nome individual. Abre a

primeira loja em Paris com os sapatos das solas

vermelhas que se tornam a sua marca registada.

Em 2008, obtem a patente para os seus sapatos mas

não a sua exclusividade , o que faz com que outras

marcas utilizem o design por si criado, como a Yves

Saint Laurent, à qual move uma ação em tribunal.

O modelo do verão 2011 da YSL, reclamado por

Louboutin, fazia parte de uma linha na qual as solas

são da mesma cor dos sapatos: a versão verde ganha

sola verde, a roxa, sola roxa, e a vermelha, sola

vermelha, ação que Louboutin perdeu em tribunal.

Perdeu essa batalha mas não a guerra, já que o

crescimento da marca foi gradual e universal, com a

abertura de lojas em diversos países – a Louboutin

está em mais de trinta países - e o surgimento de

novos produtos como os ténis para homem e para

mulher, e malas. Há muito que Portugal tem sido

uma fonte de inspiração e uma segunda casa para

Christian Louboutin, motivo pelo qual o designer

lançou em 2019 uma mala que honra o país – a mala

Portugaba, que rapidamente esgotou nas lojas.

30 saber outubro 2021


DECORAÇÃO

Imperdíveis de outono

Ooutono chegou e o mundo da decoração vibra com as

propostas vibrantes para a decoração da casa. Nesta

temporada, escolha uma divisão da casa que gostava de

mudar e aposte numa peça ‘statement para lhe conferir

um aspeto renovado e com muito estilo. A La Redoute apresenta

uma lista de cinco peças da nova coleção que não pode deixar de

conhecer. (Foto1) Cama Windsor – A sua cabeceira com barras finas

e estrutura de linhas simples e contemporâneas, tornam esta cama

de carvalho maciço e natural numa verdadeira obra de arte. (Foto2)

Aparador-estante Pilpao – O móvel que vai roubar todas as atenções.

Candeeiro de mesa Yaku – inspirado nos garrafões que outrora

transportavam líquidos, este candeeiro é o objeto de decoração

do momento. (Foto3) Mesa de centro Ruben – Com três tampos em

vidro temperado, em tons de azul e bege, esta ousada mesa de centro

não deixa ninguém indiferente. (Foto4) Cesto Felicia – Um cesto

de arrumação que alia beleza e funcionalidade, ideal para colocar na

casa de banho ou no quarto dos mais pequenos. s

Tânia Tadeu (taniatadeu@taylor365.pt), Dora Sousa (dorasousa@redoute.pt)

newsredoute.com/fotos

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DICAS DE MODA

Lúcia Sousa

Fashion Designer Estilista › 914110291

WWW.luciasousa.com

FACEBOOK › LUCIA SOUSA-Fashion Designer estilista

D.r. (direitos reservados)

Betty Rodrigues (4affection agency)

Cabeleireiro › Paulo Silva

Makeup › Sónia Barbosa

Sapato › Foreva

Pedro M.A.Faria www.pedrofariaphotos.com

Corais

Abeleza do mundo subaquático serviu

de inspiração à criação deste coordenado

que integra a coleção Underwater.

Aos corais fui buscar inspiração a

cor cor de coral. Este coordenado é composto

por duas peças. O top com uma silhueta

inspirada na forma de concha, tem nos ombros

um bordado original, com o desenho de

corais bordado à mão no ponto ‘Richelieu’.O

decote em V tem ao centro a representação

de uma concha bordada à mão, igualmente

no ponto ‘Richelieu’ de onde saem uns filhos

de lado. Nas costas um belíssimo detalhe feito

em macramé. O tecido é em crepe de seda

com relevo. A saia é de corte a direito com

uma abertura de lado para maior conforto.

Aprecie a criatividade deste coordenado. s

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saber outubro 2021

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MAKEOVER

Mary Correia de Carfora

Maquilhadora Profissional › Facebook Carfora Mary Makeup

Um dia com...

A fotografia de

Filipe Frango

Decidi dedicar este número à fotografia

do Filipe Frango, com quem

tenho tido o privilégio de trabalhar.

É sempre uma honra e um

prazer trabalhar com grandes profissionais,

e o Filipe Frango é um destes. Nascido em

Lisboa em janeiro de 1985, programador de

software de profissão, o Filipe começou na

fotografia por “mero acaso”, conforme diz,

em Agosto de 2019, numa viagem de férias,

muito graças à namorada, Vanessa Vieira,

cuja página no Instagram – Instagram(@

vanessa_vieira foi um importante impulsionador.

Para o Filipe, as redes sociais não são

uma ameaça mas antes uma mais-valia, utilizando

este canal a seu favor para expôr e

promover o seu trabalho, uma vez que ajuda

a Vanessa na criação de conteúdos e parcerias

para a sua conta de Instagram. Aos poucos,

foi sentindo necessidade de aprofundar

os seus conhecimentos e investir em formação

técnica. Caracterizando a sua fotografia,

constata-se que a mesma distingue-se pela

qualidade. “Tem que ser bem resolvida tecnicamente

com uma boa exposição, nitidez

e com assunto principal bem definido e em

foco”, explica. Acredita na regra dos 50/50,

pois para o Filipe uma boa fotografia é “50%

na hora do clique e os outros 50% na edição”,

resultando assim uma fotografia autoral com

a sua marca pessoal. Innvestindo no equipamento

fotográfico, foi capaz de se superar e

apresentar fotos diferentes com a sua marca

e a sua visão, pois conforme diz: “a fotografia

é a arte de eternizar momentos”. Começaram

a surgir oportunidades para realizar

casamentos, batizados, sessões fotográficas,

espetáculos, eventos de moda, carnaval, Festa

da Flor, em que os seus trabalhos primam

pela qualidade e diferença. Adora fotografar

casamentos, sendo este o seu “nicho” principal.

“Vibra com a envolvência do momento

e com isto, tenho o privilégio de contar

uma história e captar as emoções através da

minha máquina. Cada história é uma história

diferente, um verdadeiro desafio”, diz o Filipe

que, tirou proveito da pandemia investindo

na sua formação técnica e, desta forma,

aperfeiçoar a arte de fotografar. Todo o seu

percurso permitiu-lhe melhorar e ser o fotógrafo

que é hoje. É procurado pela sua autoria

por captar os momentos decisivos porque

como o próprio afirma, “tirar uma fotografia,

é congelar o momento.”. Quando pega

na sua máquina sente e vê o mundo de outra

perspetiva. O objetivo da fotografia é não

precisar de explicar os momentos por palavras

mas captar os mesmos através da sua

objetiva, imortalizando um momento único

o qual não poderá repetir senão por meio

de um simples clique. Descubra o trabalho

deste fotógrafo em filipefrangophotography

(Facebook) e @filipe.frango (Instagram). s

Mary de Carfora

Filipe Frango

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saber outubro 2021

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MOTORES

Rota TT

do Vinho

da Madeira

apadrinhada

por Fernando

Mendes

Nélio Olim

Nelson Martins

ARota TT do Vinho da Madeira foi

uma iniciativa da Associação da

Madeira de Todo Terreno Turistico

em parceria com o Motor Clube da

Madeira, a Associação de Motociclismo da

Madeira e a Federação de Todo Terreno de

Portugal. Com partida da ampla praça do Fórum

de Machico, o objetivo era promover o

Vinho da Madeira, não apenas o espirituoso,

mas também os vinhos tranquilos produzidos

um pouco por toda a ilha. Desta feita,

máquinas e participantes rumaram ao Centro

Experimental da Vinha no Caniçal, onde

foram recebidos por dois representantes

dos produtores das marcas Pedra de Fogo e

do Beijo, nomeadamente a Engenheira Elsa

Ferreira e Luz Carvalho, que tiveram oportunidade

de explicar a produção dos vinhos

e o respetivo processo de maturação até

serem colocados à comercialização. Daqui

os entusiastas do todo terreno rumaram

aos belos trilhos existentes nas serras da

Madeira, percorrendo zonas de rara beleza

como a zona das Funduras, entre a Ribeira

de Machico e a Portela, prosseguindo depois

para o Lombo das Faias sempre por

terra até chegarem à zona do Poiso. Com

as condições climatéricas a não permitirem

realizar o almoço no Montado do Pereiro,

e graças à colaboração do Clube de Futebol

União, a caravana rumou ao Complexo

Desportivo do União, onde, duma forma

mais descontraída, puderam degustar o repasto

preparado para o almoço. Seguiu-se

uma visita a uma mostra etnográfica subordinada

à temática das vindimas, no centro

da Camacha, rumando depois os veículos a

novos trilhos de terra batida em direção ao

Funchal, onde no Instituto do Vinho Madeira

tiveram oportunidade de encerrar o evento

com um Madeira de Honra e para se depararem

com a grande surpresa do dia: o ator

e apresentador Fernando Mendes, figura carismática

da televisão portuguesa e um dos

apresentadores que há mais tempo se mantém

no ar com o seu conhecido programa

Preço Certo, veio apadrinhar esta iniciativa

da Associação da Madeira de Todo Terreno

Turistico, fato que deixou muito satisfeitos

os elementos ligados à organização da Rota

do Vinho da Madeira de 2021. Encerrou-se

assim com chave de ouro a edição de 2021

deste evento de promoção de produtos regionais

e que contou ainda com a participação

de Humberto Vasconcelos, Secretário

Regional de Agricultura e Desenvolvimento

Rural, e de Paula Jardim, Presidente do Instituto

do Vinho da Madeira. A próxima rota TT

é já no inicio de novembro e dela daremos

conta na nossa próxima edição. s

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FASHION ADVISOR

JORGE LUZ

www.facebook.com/jorgeluz83/

'look' em dias de meia-estação

O

lá, amigas! Chegada a meia-estação,

não sabemos o que vestir. O

outono e a primavera costumam

ser estações com tempo agradável

mas também com muitas variações de

temperatura, que alternam entre o calor e

o frio. É por isso que chamamos de 'meia-

-estação' ou seja, estação de transição do

verão para o inverno (outono), ou do inverno

para o verão (primavera). Neste caso,

chegado o outono, começam a aparecer as

mangas compridas, os casacos mais leves

mas ainda propícios para a época. A minha

sugestão são as malhas de início de estação

nas cores preto e branco. O preto e o

branco são as cores dominantes mas, como

já vos habituei e quem me segue conhece

bem o meu gosto peculiar: os básicos são

proibidos e as peças, mesmo as mais simples

e básicas, têm sempre um detalhe e

brilho. Neste caso, as peças de malha têm

detalhes que marcam a diferença. As malhas

vêm com brilhos, detalhes em pêlo,

muitas aplicações - pérolas, essencialmente.

A mulher que veste Jorge Luz é uma mulher

segura, confiante e não gosta de passar

despercebida. Gosta de ser notada e, como

tal, gosta de marcar pela diferença, pelo

que, deixo-vos com estas sugestões para a

meia-estação apoiadas em peças que, para

além de serem confortáveis, são originais,

bonitas e criativas. s

Jorge Luz Jorge Luz Fernanda Barry

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agenda cultural

Agenda

Cultural da

Madeira –

OUTUBRO 2021

SECRETARIA REGIONAL DO TURISMO E CULTURA

D.R.

EXPOSIÇÕES

“FILOSARTE”

Até 23 de Outubro

Museu Etnográfico da Madeira

Pintura Digital de Roberto Sales Rodrigues

Conceição

Exposição integrada na Comemoração das

Jornadas Europeias do Património, este ano

sob o tema “Património Inclusivo e Diversificado”

com este tema, o museu procura celebrar

a diversidade e possibilitar a inclusão de

todos na sociedade. Pretende-se criar uma

experiência acolhedora e aberta para todas

as pessoas, removendo barreiras à participação

como acesso físico, idiomas, pessoas

com problemas físicos, etc. Os técnicos dos

Serviços do Museu Etnográfico da Madeira

aderiram e celebram a data, em parceria

com a Casa São João de Deus, instituição que

desenvolve múltiplas intervenções no âmbito

da Prevenção/Promoção, tratamento,

40 saber outubro 2021

recuperação e reabilitação de pessoas portadoras

de doença física e mental, com uma

oficina e mostra de trabalhos realizados pelo

utente Roberto Conceição e uma oficina.

“ESCOLA DA VILA - Construção de um

ESPAÇO comum”

Até 30 de Outubro

Escola do Porto Santo

Exposição comissariada por Madalena Vidigal

e Diogo Amaro

Durante várias décadas, a Antiga Escola Primária

da Vila do Porto Santo, também conhecida

pela população como Escola da Vila,

serviu o seu propósito de estabelecimento

de ensino até à saída da comunidade escolar.

A escola faz parte da memória e identidade

de todas as gerações de habitantes

da Vila e foi exemplar na relação do espaço

arquitetónico com a infância enquanto

lugar onde se ativa o encontro com a mais

nobre das atividades, a aprendizagem. Após

o abandono da escola (em 2018), a Câmara

Municipal do Porto Santo estabeleceu um

protocolo com a PORTA33 (em 2019) com o

intuito desta transformar o espaço da Antiga

Escola num local de residências e atividades

artísticas, em comunhão e associação com a

comunidade local. A “Escola da Vila” é hoje,

objeto de análise e reflexão nesta mostra

expositiva, que pretende assinalar a reabertura

e reativação do seu edifício, com um

novo propósito — um novo Espaço Cultural

e de Residências Artísticas — promovido

pela PORTA33, que agora inicia um processo

de devolução da Escola à sua comunidade.

Coletiva “AQEA”

Até 20 de Novembro

Na galeria.a (Cine Teatro Santo António)

Curadoria: Paulo Sérgio BEJu

Esta exposição constitui a segunda parte do

“projeto senhor Ilhário” e reúne 21 artistas:

Carmo Afonso, Clara Cardoso, Diogo Brazão,

Filipe Gonçalves, Gil Nuno, Gonçalo Ferreira

de Gouveia, Ignazio Crobu, Isabel Natal, Lara

Jumá, Laura Freitas, Luísa Spínola, Margarida

Jardim, Patrícia Pinto, Pisco, Rodrigo Costa,

Sílvia Marta, Sofia D’Anca, Sónia Abreu, Teresa

Gouveia, Vanda Natal, Violante, G I L N G.

“Fios de deitar lenha”

Até 20 de novembro

Museu Etnográfico da Madeira

Nesta mostra, o Museu Museu Etnográfico

da Madeira aborda a composição e o modo

de funcionamento destes engenhos, os “fios

de deitar lenha”, como eram popularmente

designados, ou seja, os cabos aéreos, usados

para transportar carga, nas serras da nossa

ilha, e as diferentes profissões que surgiram,

associadas a esta atividade. Na freguesia de

Ponta Delgada, mais precisamente nos sítios

das três Lombadas, ainda se utilizam os cabos,

popularmente designados por fios de

deitar lenha, como meio de fazer deslocar

a carga nas serras (lenha, feiteira e mato-

-bardo), suspensa em ganchos de ferro, em

locais distantes e de difícil acesso. Outrora,

estes fios eram utilizados em grande número,

sobretudo nas freguesias da costa norte,

nomeadamente Ponta Delgada, Boaventura,

São Vicente e Seixal, onde predomina uma

orografia montanhosa e muito acidentada, o

que impossibilitava a utilização da corsa e do

carro chião, meios de transporte de carga,

utilizados em freguesias com uma orografia

mais plana. Associadas a esta atividade, estavam

ligadas várias profissões, já extintas,

algumas delas, entretanto, recuperadas. O

mestre de deitar (montar) o fio, o ferreiro

que confecionava os ganchos de ferro, feitos

a partir de molas de carro ou aros de pipas

e o mestre de soldar fios, que enxertava o

fio, no cimo da serra, com o auxílio de um

pequeno fole de ferreiro.

“Um desejo inconcebível de abrir todas

as portas”

Até 27 de Novembro

Casa da Cultura de Santa Cruz | Quinta do

Revoredo

Curadoria: Bruno Ministro

Exposição integrada nas comemorações do

centenário do nascimento de António.

São marcas de multiplicidade na obra de António

Aragão a profusão de géneros literários

e artísticos praticados pelo autor — da

pintura à poesia, passando pela escultura,

ficção e teatro. São-no também a diversidade

de formas por ele cultivadas — e expandidas

— nos campos de cruzamento

entre cada um desses mesmos géneros —


o que se manifesta em trabalhos de poesia

experimental e visual, pintura figurativa e

não figurativa, eletrografia, livro de artista,

performance, entre outros. A exposição

“um desejo inconcebível de abrir todas as

portas” nasce de um semelhante desejo de

abrir portas ao conhecimento sobre António

Aragão através de uma mostra ampla da

sua obra. Começa, por isso, por apropriar

aquelas palavras do autor para o seu título

e programa de curadoria. Assim, a exposição

centra-se na produção literária do autor

com o objetivo de oferecer aos seus leitores-

-visitantes — quais “antenas recetivas” — um

contacto situado com a obra de um dos autores

mais relevantes do experimentalismo

literário português e internacional. Espera-

-se, também, que seja possível, a partir dela,

o exercício da imaginação do “inconcebível”

que sempre fica oculto na impossibilidade

probabilística de tudo dar a ver.

“Pensar Aragão mais (ou menos)

exa(c)tamente”

Até 21 de Dezembro

Quinta Magnólia – Centro Cultural

Curadoria: Carlos Valente

Coordenação: Teresa Klut

“Pensar Aragão” é evocar o conjunto vasto

da sua intervenção no devir cultural, tanto

local como global; é trazer infindavelmente

para o aqui e agora a influência que ainda

hoje exerce nos diversos campos do saber

e do fazer e, no que toca às artes, com o

tom experimental das suas vertentes: desenhadas,

pintadas, fotografadas, esculpidas,

fotocopiadas, declamadas, coladas, recortadas,

quer em presença, quer por correspondência,

etc. Pela constante intersecção

entre palavra e imagem, Aragão deu novos

mundos ao mundo da literatura, das artes

visuais, da poesia, mas também se destacou

e deixou obra em campos como a história,

a arqueologia e a etnografia, e ainda contributos

muito válidos na construção de uma

opinião crítica e atuante, mais pública ou

mais privada, no seio da cultura e da sociedade

da(s) época(s) e das gerações que tocou.

“Pensar Aragão mais (ou menos) exa(c)

tamente” é, pois, uma proposta expositiva

que pretende evocar o legado de António

Aragão através das seguintes mostras. Uma

Coletiva que reúne os trabalhos inéditos

propostos por um grupo de artistas convidados,

ligados direta ou indiretamente a

Aragão porque com ele conviveram, com ele

(co)criaram, com ele aprenderam, ou, tão

simplesmente, com ele estabelecem alguma

afinidade artístico-estética.

OUTROS EVENTOS

CICLO DE CONCERTOS “CELEBRAÇÃO EM

ESTILO BARROCO”

Dias 3 e 10 de Outubro

Concertos protagonizados pelo Funchal Baroque

Ensemble. Com direção musical de

Giancarlo Mongelli.

Dia 3 de outubro | 17h00 - Na Igreja Matriz

de São Vicente

Dia 10 de outubro | 16h00 - Igreja Matriz de

São Jorge

Este ciclo de concertos resulta de um protocolo

entre a AOCM e a Secretaria Regional

de Turismo e Cultura, através da Direção

Regional da Cultura, e pretende, além

de valorizar o património arquitetónico

barroco da Região Autónoma da Madeira,

enaltecer as especificidades e pormenores

que constituem o repertório musical

barroco, e tem como objetivo celebrar o

regresso aos palcos e à vida cultural ativa.

Entrada gratuita mediante reserva e disponibilidade

de lugares.

Reservas: www.associacaoocm.com

PEÇA DE TEATRO “PEDRO BOND”

1 a 3 de Outubro

Centro Cívico do Estreito de Cª de Lobos

Encenação de Laura Aguilar

Com Guilherme de Mendonça e Pedro Araújo

Santos

Uma co-produção com o Teatro Municipal

Baltazar Dias

Calendarização:

Dia 1 |15h00 e 21h00 • Dia 2 |21h00

Dia 3 |16h00 • 60 Minutos • M/6 anos.

Reservas: Tel.: 961 308 546

E-mail: feiticeirodonorte@feiticeirodonorte.pt

Peça de Teatro “ATORES E PIOLHOS COM

ÑAQUE ÑAQUE”

13 a 31 outubro

Cine Teatro de Santo António

Pela Associação Teatro Experimental do

Funchal | ATEF

Texto a partir de vários autores: António Aleixo,

Agustin Rojas, Baltazar Dias, Fernando

Pessoa, Herberto Hélder, Mário Sá Carneiro,

Miguel Torga, Jorge Diaz e Sanchis Sinisterra

entre outros. Sinopse: “ATORES E PIOLHOS

COM ÑAQUE ÑAQUE”, é uma peça onde se

reflete, num registo divertido, sobre o ofício

do ator, sobre a condição do espetador e sobre

a necessidade humana de perdurar, de

deixar uma marca, tornando-se assim uma

metáfora da precariedade da própria condição

humana. Sebastião, Sancho, Santiago

e Samuel são atores cómicos ambulantes,

perdidos no tempo e no espaço, e que se

reencontram num palco de hoje, no “aqui”

e “agora” da representação teatral. Chegam

ao teatro carregando as suas malas onde

guardam todo o seu aparato teatral. Têm de

apresentar ao público um espetáculo, mas

as dúvidas, temores e inquietações que os

atormentam, interrompem e atrasam constantemente

a representação.

M/ 12 anos.

Calendarização:

4ª e 6ª feira | 15h00 e 21h00

5ª feira | 11h00 e 21h00

Sábado | 21h00

Domingo | 18h00

Reservas:

Seg. a sexta | 09h30 - 12h30 e 14h30 -17h30

Tel.: - 291 226 747 | 933 369 136

E-mail: info@atef.pt

Espetáculo

“VIRADOS

DO AVESSO”

Dias 29, 30 e

31 outubro

Centro Cultural

John Dos

Passos - Ponta

do Sol

Revista à portuguesa

Uma co-produção

entre

a Associação

“Sonhos em

Cena” e a Associação “Avesso”

Integrada no Festival do Avesso 2021

Reservas:

Tel.: 963 355 528

E-mail: info@avesso.pt

s

saber outubro 2021

41


Instantâneo

As máscaras são descartáveis,

o ambiente não

São um novo foco de poluição a nível mundial, apesar de serem

objetos essenciais de proteção individual, já que evitam

a probabilidade de infeção pelo novo SARS-COV2. Muitas das

máscaras acabam no chão, aumentando o risco de infeção. As

máscaras não são recicláveis e devem ser colocadas no lixo comum. “É

uma questão de saúde pública e também de saúde do ambiente, em

especial do oceano”, alerta a Ocean Conservany - organização sem fins

lucrativos que defende a proteção do oceano. s

Dulcina branco

D.R.

42 saber outubro 2021


LUGARES DE CÁ

SOCIAL

entrega das Medalhas

de Mérito Turístico Madeira

› Madeira em destaque no Concurso Nacional de Cocktails Clássico e Flair Tending 2021

› Associação Barmen da Madeira celebrou 50º aniversário

› Dia Mundial da Fisioterapia assinalado pela Associação Raquel Lombardi

› Leroy Merlin abre espaço no Funchal

› Dia Mundial da Visão com presença de Dolores Aveiro em escola

› Abertura do Hotel Pestana Fisherman Village em Câmara de Lobos

saber outubro 2021

43


social

Medalhas de Mérito Turístico

O Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, presidiu

no Museu da Quinta das Cruzes, à cerimónia de entrega das

Medalhas de Mérito Turístico. A Região galardoou 19 pessoas

singulares e coletivas “pelo seu profissionalismo, entrega e dedicação

à indústria do turismo, tão importante para a economia

regional, num ano ainda marcado pela emergência de saúde

pública, sobressaindo, deste contexto, a significativa capacidade

de resiliência e de superação de empresários e dos profissionais

que operam no setor”, explicou em comunicado emitido

pelo Governo Regional. A medalha de mérito turístico da Região

Autónoma da Madeira, criada em agosto de 1979, comporta os

graus de ouro, prata e bronze por excecionais, importantes ou

significativos serviços prestados, respetivamente. s

DB

residência do Governo Regional da Madeira

44 saber outubro 2021


saber outubro 2021

45


social

Madeira venceu Concurso

Nacional de Cocktails Clássico

Madeira 2021

A Associação Barmen da Madeira, em conjunto com a Associação

Barmen de Portugal, organizou o Concurso Nacional de Cocktails

Clássico e Flair Tending – 2021 no Casino da Madeira. Participaram

no concurso, na categoria de clássico, 24 profissionais de

bar, em representação das Associações Barmen da Madeira, Algarve

e Estoril. A iniciativa teve como objetivo encontrar o campeão

nacional nas modalidades Cocktails Clássico e Flair Tending.

O evento teve a presença do Presidente da International

Bartenders Association, Giorgio Fradda. Os Barmen madeirenses

vencedores foram: Pedro Moreira Barmen do Hotel Four Views,

Eusébio Silva Barmen do Cocktail Bar Nos Copos, Carlos Santos

Barmen do Hotel Savoy. Melhor técnica: Cesar Figueira Barmen

do Hotel Baia Azul. Na competição Flair Tending: Jorge Coelho

Barmen do Algarve. s

DB

Júlio Castro

46 saber outubro 2021


Aniversário

Associação Barmen Madeira

A Associação Barmen da Madeira celebrou o 50º Aniversário na

sede situada em São Martinho. Entidades oficiais, sócios, parceiros,

família, e amigos associaram-se a este evento. Alberto Silva,

Presidente da Direção, aproveitou a oportunidade para agradecer

o apoio do Governo Regional da Madeira e da Câmara Municipal

do Funchal e da Câmara Municipal de Machico e manifestou

confiança na realização dos três grandes eventos que a associação

realiza, nomeadamente o Concurso Nacional de Cocktails,

o Festival de Cocktails Vinho da Madeira e Festival de Cocktails

Porto Santo. s

DB

Júlio Castro

saber outubro 2021

47


social

Dia Mundial da Fisioterapia

A Associação Cultural e de Solidariedade Social Raquel Lombardi

assinalou o Dia Mundial da Fisioterapia no dia 8 de setembro e

que foi subordinado à problemática da covid-19, reabilitação e

papel dos fisioterapeutas no tratamento e gestão das pessoas

afetadas pela doença. As comemorações tiveram lugar no Hotel

Jardim do Atlântico, nos Prazeres, sob a orientação do Grupo

de Fisioterapeutas do Hospital Dr. Nélio Mendonça, do Hospital

Dr. João de Almada e da fisioterapeuta Carolina Caldeira, tendo

como linha orientadora e estratégica o WCPT (World Confederation

of Physical Therapy) e a APFisio -Associação Portuguesa de

Fisioterapeutas. A edição deste ano associou-se à Mark Madeira

Wanderes, atividade idealizada por Mark Shipton, paciente de

nacionalidade inglesa residente na Madeira que sofre de esclerose

múltipla. s

DB

Cícero Castro

48 saber outubro 2021


Abertura

da Leroy Merlin Madeira

A Leroy Merlin já está na Madeira. A abertura do espaço da marca

aconteceu no dia 1 de outubro, em São Martinho, Funchal.

As portas ainda não estavam abertas e alguns clientes aguardavam

a abertura às oito da manhã. A abertura decorreu com

uma pequena cerimónia interna que contou com a presença dos

colaboradores da loja e representantes da empresa que adquiriu

a marca AKI. Em janeiro de 2019 deu-se início ao processo de

convergência das duas empresas. A Leroy Merlin está presente

em Portugal desde 2003 e tem atualmente cerca de 50 lojas

por todo o país. A abertura do espaço no Funchal é novo passo

no plano de expansão da empresa que integrou a totalidade da

equipa que se encontrava no AKI Funchal e contratou 116 novos

colaboradores. s

DB

Luís Castro

PUB

saber outubro 2021

49


social

Mês da Visão com Dolores Aveiro

No âmbito do Mês da Visão, que se assinala no mês de outubro,

a MultiOpticas promoveu na escola Visconde Cagongo,

no Funchal, a iniciativa “Olhar de Mãe” que contou com a embaixadora

da marca, Dolores Aveiro. O evento decorreu da

campanha nacional que consiste na oferta de mil cheques visão,

no valor de 100€, a crianças referenciadas de 100 escolas

do ensino básico de todo o país. Em Portugal, 25% da população

é míope e entre os 18 e os 25 anos os dados apresentam

valores entre os 30%. Nas crianças, a taxa de incidência tem

vindo a aumentar. s

DB

D.R.

50 saber outubro 2021


Abertura Pestana Fisherman Village

PUB

É o mais recente hotel do grupo Pestana na

RAM o Pestana Fisherman Village e fica na cidade

de Câmara de Lobos. A abertura foi presidida

pelo Presidente do Governo Regional, Miguel

Albuquerque, que elogiou o investimento.

“São milhares de postos de trabalho criados,

milhares e milhares de euros pagos em impostos,

rendimento que distribui pelas famílias e

investimento na inovação, na qualidade e na

técnica do turismo”, disse Miguel Albuquerque.

O hotel de 4 estrelas, de 42 quartos, é o segundo

projeto do maior grupo hoteleiro português

no concelho de Câmara de Lobos e resultou da

reabilitação do edifício “Torre Bela”. s

DB

Presidência Governo Regional da Madeira

saber outubro 2021

51


À MESA COM...

As sugestões de

FERNANDO OLIM

Há dias em que é preciso que a comida nos conforte...

Quando chove e o dia está cinzento e frio, quando estamos

muito cansados ou, simplesmente, quando queremos

aconchego. A comida tem esse dom de não só

saciar a fome como confortar, a lembrar que outono está aí e

com ele os pratos reconfortantes, típicos destes dias em que o

frio, de mansinho, começa a se anunciar. s

PRODUÇÃO FERNANDO OLIM

Agradecimentos Catering Sun City

DULCINA BRANCO

FERNANDO OLIM

puxeumacadeira.com

52 saber outubro 2021


entrada

Tosta de tomate

e queijo fresco

Tosta de pão torrado complementado com queijo

fresco a gosto, tomate grelhado, cebola caramelizada,

oregão e folha de agrião.

prato

principal

Entrecosto assado

com legumes

O entrecosto assado acompanha com legumes

grelhados a gosto, cebola caramelizada, tomate

grelhado e molho de mostarda.

sobremesa

Muffin de chocolate

com frutos exóticos

O muffin de chocolate acompanha com maracujá, fisális,

pêssego caramelizado. Polvilhe com chocolate em pó.

saber outubro 2021

53


ESTATUTO EDITORIAL

A Revista Saber Madeira é uma revista mensal de

informação geral que dá, através do texto e da

imagem, uma ampla cobertura dos mais importantes

e significativos acontecimentos regionais,

em todos os domínios de interesse, não esquecendo

temáticas que, embora saindo do âmbito

regional, sejam de interesse geral, nomeadamente

para os conterrâneos espalhados pelo

mundo.

É um projeto jornalístico e dirige-se essencialmente

aos quadros médios e de topo, gestores,

empresários, professores, estudantes, técnicos

superiores, profissionais liberais, comerciantes,

industriais, recursos humanos e marketing.

Identifica-se com os valores da autonomia, da

democracia pluralista e solidária, defendendo

o pluralismo de opinião, sem prejuízo de poder

assumir as suas próprias posições.

Comunicações, Limitada

Parque Emp. Zona Oeste, lote 7 | 9304-006 Câmara de Lobos 291 911 300 comercial@oliberal.pt

Estatuto Editorial

Mais do que a mera descrição dos factos, tenta

descortinar as razões por detrás dos acontecimentos,

antecipando tendências, oportunidades

informativas.

Pauta-se pelo princípio de que os factos e as opiniões

devem ser claramente separadas: os primeiros

são intocáveis e as segundas são livres.

Como iniciativa privada, tem como objetivo o

lucro, pois só assim assegura a sua independência

editorial e económico-financeira face aos grupos

de pressão.

Através dos seus acionistas, direção, jornalistas

e fotógrafos, rege-se, no exercício da sua atividade,

pelo cumprimento rigoroso das normas éticas

e deontológicas do jornalismo.

A Revista Saber Madeira respeita os princípios

deontológicos da imprensa e a ética profissional,

de modo a não poder prosseguir apenas

fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores,

encobrindo ou deturpando a informação.

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Sócio gerente com mais de 5% do capital:

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Director

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Redação

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Secretária de Redação

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54 saber outubro 2021

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