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dudA meNdONçA
mORRe em sãO PAulO
Criador da DM9, o
publicitário também
ficou conhecido pela
atuação no marketing
político. Ele tratava
de um câncer no
cérebro. pág.12
AvON RePOsiciONA
A mARcA
Danielle Bibas, VP de
marketing da Avon
Brasil, detalha o novo
momento que vive
a marca. Pesquisa
apontou necessidade
de mudança. pág. 20
PARAlimPíAdA
RefORçA emOções
Patrocinadores
falam sobre as suas
expectativas para o
torneio, que começa
nesta terça-feira
(24) com histórias
comoventes. pág. 32
propmark.com.br ANO 57 - Nº 2859 - 23 de agosto de 2021 R$ 15,00
imunização e abertura em sP
reaquecem o mercado
A indústria da comunicação começa a dar sinais de reaquecimento e agências acreditam na melhora dos negócios,
reflexo também de balanços positivos dos grupos globalmente e do aumento de contratações. A abertura promovida pelo
governo do estado de são Paulo e o avanço da vacinação motivam anunciantes a tirarem projetos da gaveta. pág. 28
Bianca Ackermann/Unsplash
startups ganham mais relevância na
publicidade e atraem grandes clientes
em busca de soluções ágeis e proximidade com os
gestores, marcas como skol (foto) elegem agências
com operação enxuta como a GuT. suno, Tech and soul
e dark Kitchen creatives são outros exemplos. pág.26
editorial
Armando Ferrentini
aferrentini@editorareferencia.com.br
Maiores informações poderão ser obtidas junto ao coordenador do curantes
de a primavera chegar
maldição da Covid-19, somada ao nosso despreparo político (e não so de comunicação e publicidade da ESPM, Prof. Dr. Paulo R. F. Cunha,
A profissional) de lidarmos com a gravíssima pandemia, provocou a pelos telefones: 55 11 5085-6790 e 55 11 98192-3535, que fez questão de
perda de brasileiros de todas as classes, vitimando inclusive publicitários
famosos, que levaram para bem longe e bem alto a nossa bandeira, mudança real no centro de uma estrela”.
nos lembrar que “Supernova acontece onde e quando há uma grande
em competições publicitárias internacionais.
Um deles, um dos grandes nomes da propaganda brasileira, o publicitário
Duda Mendonça, faleceu há poucos dias, vítima de um câncer no
cérebro, com diagnóstico médico apontando como causa a invasão da
maldita Covid-19 no cérebro do nosso querido Duda Mendonça.
Sobre ele, assim se expressou nossa editora-chefe de Redação, Kelly
Dores: “Fundador da DM9, ele foi o divisor de águas da propaganda
baiana, cunhando frases como Não basta ser pai, tem que participar,
marcando com o seu talento toda uma geração de publicitários, alguns
dos quais se tornaram famosos, como Nizan Guanaes”.
***
Reaquecimento do mercado
Matéria de capa desta edição mostra que o mercado de comunicação
começa a dar sinais de reaquecimento, depois de um tenebroso “inverno”
provocado pela pandemia da Covid-19. Embora muitas agências
ainda estejam cautelosas, todas acreditam na melhora daqui para o fim
do ano. A abertura para eventos, pelo governo do estado de São Paulo,
no último dia 17, é um bom indício de que a temperatura vai subir. Outro
indicativo é que, globalmente, os grupos de comunicação também
sinalizam melhora nos números, além do aumento das contratações.
Como escreveu o jornalista Nelson Cadena em artigo nesta edição do
PROPMARK, “enquanto criador, antes de assumir o personagem de
marketeiro político, foi isso: ousado, provocador, genial. Foi o Glauber
Rocha da propaganda baiana”.
O editorialista vai mais além e acrescenta: foi o Glauber Rocha da propaganda
brasileira.
Nem precisava, mas justificamos desde já o título deste editorial, acreditando
na previsão dos nossos cientistas de que, a partir de meados de
setembro próximo, o maldito vírus estará inteiramente sob controle.
***
Supernova
A ESPM promoverá nos próximos dias 25 e 26, um Summit de Comunicação
batizado de Supernova, de cunho acadêmico, que objetiva discutir
assuntos que apontem para o futuro da comunicação.
Este evento terá como tema Regulamentação e novas relações comerciais:
o futuro da Indústria da Comunicação no Brasil. O acesso ao mesmo
se dará pela plataforma Zoom, através dos seguintes links:
a) Atividades do dia 25/8: https://espm.zoom.us/j/92588816707
b) Atividades do dia 26/8: https://espm.zoom.us/j/93649316866
A área de eventos da ESPM estará à disposição ante qualquer dúvida ou
necessidade, cujos contatos são Luiza Palmeira (97583-7564) e Bruno
Brassorin (99498-1915).
A organização do evento solicita aos interessados que acessem o link e
testem seus equipamentos a partir das 19 horas no dia da participação
do interessado.
O tema do evento no dia 25 terá como temática central Como a regulamentação
constituiu a Indústria da Comunicação no Brasil.
O tema no dia 26 versará sobre O futuro da Indústria a Comunicação no
Brasil.
***
Agências de donos
O movimento não é recente, mas cada vez mais empreendedores estão
ganhando relevância na publicidade com a abertura de suas agências,
com foco em atendimento personalizado, criatividade, produtividade
e disponibilidade para abrigar grandes contas. Suno United Creators,
GUT, Tech and Soul, Z515 e Dark Kitchen Creatives são alguns exemplos
de operações mais enxutas com profissionais que saíram de grandes
agências para montar o seu próprio negócio.
***
Olha de novo
Em entrevista ao PROPMARK, a VP de marketing da Avon, Danielle
Bibas, conta sobre o reposicionamento da marca de beleza, que desde
2020 faz parte do Grupo Natura &Co. Uma pesquisa recente, que originou
a campanha Olha de Novo, ajudou a companhia a enxergar que
precisava se reposicionar, porque é percebida como uma marca que
não inova, não vende pelos canais digitais e testa produtos em animais.
***
Fernando Diniz
O novo CEO da DPZ&T nos envia o seguinte agradecimento: “Armando
querido, Diniz falando. Queria agradecer a atenção que o PROPMARK
nos deu nessa edição (data de capa 16/8). Uma grande DPZ&T continuará
brilhando no céu e com um brilho diferente”.
***
Brilhante
A palavra é pequena para contextuar o texto que o publicitário Flavio
Rezende nos enviou, “fazendo uma leitura da nossa história, desconfiguração
e futuro. As inspirações vieram do mundo que vivo atualmente,
como conselheiro e sócio da Crowd, nessa saída dos ‘meninos’ da
DPZ&T e abertura das Olimpíadas como ilustração”.
Por ter nos chegado às mãos após o fechamento da presente edição impressa
do PROPMARK, será publicado na íntegra a partir da próxima
terça-feira, 24/8, no nosso site, sob o título do próprio autor Tudo muda
o tempo. Ou não muda?.
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 3
Índice
Agências indicam
reaquecimento
dos negócios
Empresas afirmam que reabertura
da economia, avanço da
vacinação e balanços positivos
dos grupos internacionais
reaquecem o mercado.
cAPA
28
Matteo Fusco/Unsplash
MercAdO
Tim Carey/Unsplash
MArcAs
Divulgação
Fórmula 1 está confirmada em sP
Depois de um ano sem a etapa brasileira por conta da pandemia de Covid-19,
evento volta com um novo nome, GP São Paulo, e não mais GP do Brasil.
Interlagos terá 100% da capacidade liberada ao público. pág. 36
MercAdO
Divulgação
MArcAs
Divulgação
Kantar Marketplace
oferece solução agile
Desde abril de 2019 foram feitos 450
estudos para 60 anunciantes, que podem
sugerir a suspensão ou a readequação de
campanhas, conta Juliano Piccoli, líder
da plataforma no país. Nike e Yakult
têm cases de sucesso. pág. 10
Goma busca acelerar
carreira de negros
Gratuito, o novo hub de mentoria para
acelerar carreira de profissionais negros
é fruto de uma parceria entre o Conselho
de Clientes do Facebook e a consultoria
EmpregueAfro. A AlmapBBDO assina
a campanha de lançamento. pág. 35
seara apresenta a
sua nova assinatura
Em campanha criada pela WMcCann e
com participação da embaixadora da
marca Fátima Bernardes, empresa revela
ao público o conceito Surpreenda-se com
Seara. O comercial tem produção da Zohar
e o sol como elemento principal. pág. 9
editorial ................................................................3
conexões ...............................................................6
curtas ....................................................................8
Marcas .................................................................10
Memória ..............................................................12
Opinião ................................................................14
Giro Brasil ...........................................................16
entrevista ...........................................................20
Beyond The Line ................................................22
inspiração ..........................................................23
We Love MKT ......................................................24
Quem Fez ............................................................25
Agências .............................................................26
Mercado ..............................................................28
supercenas .........................................................37
Última Página ....................................................38
4 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
conexões
Post: Edu Simon, Rafael Urenha,
Paulo Ilha e Pedro Cruz
apresentam Galeria
Que triste e vergonhoso ver isso.
Só brancos. Até quando? E os
clientes, o que acharam disso?
Lilly Mattão
última Hora
LinkedIn
Post: Duda Mendonça morre
aos 77 anos em SP
Transformar a ideia de bem-estar
social em algo atrativo num país
mesquinho como Brasil é coisa de
gênio.
Pedro Acosta
dorinHo
Com esse time vem muita coisa boa
por aí!
Claudia Gussoni
Instagram
Post: Autoconhecimento para
beber: ação de Ambev e Monja
Coen gera debate na web
Não vi problema nenhum, monja já
aprontou muito, segundo biografia
da Rita Lee, acho que hoje tem PhD
em moderação. Rsrsrs
Ruy Barata Neto
Acho que rolou tanto comentário
negativo que já valeu a contratação.
O nome “moderação” não se
aplica mesmo ao consumidor de
cervejas e uma mulher como a incrível
Monja Coen não usa biquíni.
Márcio Franco
PRODUCTION
Alessandra Meireles (à esquerda na foto acima) acaba
de chegar à Cave, produtora dos sócios Rafael Kent e
Tânia Assumpção, como head de produção. Ela acumula
experiência na publicidade e entretenimento (Damasco
e Barry Company). “Cada vez mais é desafiador produzir
filmes que validem o lado artístico e criativo versus o
budget”, comenta Alessandra, que recentemente foi
responsável pela produção do marketing shooting da
segunda temporada da série Sintonia, para a Netflix.
CONTRATAÇÃO
O redator carioca Marcelo
Coli é a novidade na área
de criação da Isobar Brasil.
O profissional vai estar
sob a liderança do
vice-presidente de criação
Danilo Janjacomo.
HACKERS
O cibercrime não é algo
novo, mas a aceleração
digital provocada pela
pandemia da Covid-19 e o
consequente aumento do
trabalho remoto deixou as
empresas mais vulneráveis
aos ataques de hackers,
os quais demonstram
cada vez mais preparo,
astúcia e profissionalismo.
Segundo levantamento da
Trend Micro, especializada
em cibersegurança, os
segmentos mais atingidos,
em todo o mundo, em
2019 e 2020, foram os de
manufatura, governo,
educação e saúde, nesta
ordem, sendo que estes
quatro setores foram
responsáveis por mais de
1,463 mil detecções, só no
ano passado. No Brasil, o
governo é o alvo principal
dos cibercriminosos.
TECNOLOGIA
A Fhinck está lançando a
1ª edição do programa The
Fhincker Way, que visa
incluir mais mulheres em
tecnologia. Atualmente,
a startup, que tem sede
no Cubo Itaú, conta com
32 colaboradores, dentre
os quais, 12 são mulheres.
No último ano, triplicou o
time. A empresa explica
que “apesar dos avanços,
as mulheres representam
apenas 20% dos
profissionais de tecnologia
do país.” Na foto abaixo,
Sarah Hirota, Eduarda
Espíndola e o fundador
e CEO Paulo Castello.
6 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
curtas
DAvID DRogA gANhA cARgo De ceo
Neooh eNtRA em jogoS
FeRReNtINI meDIA eveNto DA eSPm
Fotos: Divulgação
Executivo presidirá a Accenture Interactive
David Droga será CEO e creative chairman
da Accenture Interactive, que alcançou
US$ 10,6 bilhões em receita no
ano encerrado em 31 de agosto de 2020.
O fundador da Droga5, adquirida pela
Accenture em 2019, começa a atuar em sua
nova posição em setembro, em substituição
a Brian Whipple. Em maio deste ano, a
empresa anunciou o processo de expansão
global da Droga5, que deve chegar ao Brasil
no prazo de um ano. Mas a agência já opera
no mercado nacional com a ajuda direta
da Accenture Interactive no atendimento à
Kimberly-Clark. A China também faz parte
da estratégia de internacionalização.
ANA DeccAche ASSUme Rock IN RIo
Solução in-game advertising já está disponível
A NEOOH passa a conectar as suas telas
ao universo dos jogos eletrônicos. Realizado
em parceria com a PMP.BID, empresa
do Grupo Logan presente em mais de 180
milhões de devices na América Latina, o
projeto de in-game advertising promove
mensagens integradas com painéis de OOH
instalados em ruas, quadras ou estádios
dos jogos. Pro Evolution Soccer (PES) 2021,
House Party, Mortal Kombat, Bob Esponja,
Family Island, Zombie Tsunami, Sniper 3D,
Cooking Diary e Fruit Ninja são alguns dos
games que já trazem a solução disponível
aos clientes da NEOOH de forma complementar
aos planos de mídia.
IRmãoS meIRelleS chegAm à AwAke
Debate terá fundador e publisher do PROPMARK
O fundador e publisher do PROPMARK,
Armando Ferrentini, será o mediador da
mesa-redonda Vantagens e desvantagens do
atual modelo de negócios e da regulamentação
do setor, que ocorre em versão online
nesta quarta-feira (25) às 20h com Marcia
Esteves (Lew’Lara\TBWA), Caio Barsotti
(CENP) e Gilberto Leifert (Free Man
Consulting). Parte do Supernova – Summit
de comunicação eSPm 2021, cujo tema é
Regulamentação e novas relações comerciais:
o futuro da Indústria da Comunicação
no Brasil, o encontro se estende até o dia
seguinte, quando abordará O futuro da
indústria da comunicação no Brasil.
FINtech ANUNcIA RebRANDINg
Executiva comandará o marketing do festival
A publicitária Ana Deccache é a nova
diretora de marketing do Rock in Rio
Brasil e do festival The Town, que deve
ser realizado em São Paulo em 2023. A
executiva segue como consultora da FUN,
que passa a ter Ronaldo Fonseca como
head. A plataforma de branded entertainment
pertence ao Grupo Dreamers, assim
como A-Lab, Now e Artplan, unidades de
negócios que fizeram parte do início da
carreira de ambos os profissionais. Ana
atuou também na FCB e VS Comunicação,
enquanto Fonseca é cofundador da Onawa
e tem ainda passagens pela AlmapBBDO e
Y&R, hoje VMLY&R.
Os novos diretores de cena Marilia e Fabio Meirelles
Marilia e Fabio Meirelles são os novos
diretores de cena da Awake. A porta aberta
com o mercado internacional é um dos
principais atrativos da produtora para a
dupla, que já passou por BossaNovaFilms e
Café Royal. Com trabalhos para Coca-Cola,
Converse, Yamaha e Banco do Brasil, eles
têm Leão em Film no Cannes Lions 2021
com Late Night Stores, para Burger King,
em criação da David. Foram também os
únicos brasileiros finalistas do Shots Awards,
na categoria New Director of the Year;
e shortlist no Young Director Award (YDA)
com o curta Operação Chrono, desenvolvido
para o game Free Fire.
Mundo do entretenimento inspira projeto da Hash
A fintech de meios de pagamento Hash
passa a operar com um novo posicionamento
a partir desta segunda-feira (23).
Traduzir a complexidade dos fluxos financeiros
e os fatores culturais da startup por
meio do universo do entretenimento foi a
solução encontrada pelo time de design.
Com personagens na estética de cartoons
dos anos 1930, o projeto reforça a rapidez e
a capacidade de atendimento da empresa
fundada em 2017 com a missão de descentralizar
a oferta de pagamentos e soluções
bancárias. O rebranding unifica a comunicação,
redes sociais e materiais de vendas,
além do site e canal da marca no YouTube.
Diretor-presidente e jor na lis ta
res pon sá vel
Ar man do Fer ren ti ni
Editora-chefe: Kelly Dores
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)
Editores-assistentes: Janaina
Langsdorff e Jéssica Oliveira
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a
opi nião des te jor nal, po den do até mes mo ser con trá rias a ela.
IMPRESSO EM CASA
8 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
MarCaS
Seara apresenta sua nova assinatura
em campanha criada pela WMcCann
O filme produzido pela Zohar tem como principal elemento o sol, ícone da
marca, para refletir otimismo, vitalidade e surpreender os consumidores
Reforçando o “Se” da marca,
a Seara apresenta a sua
nova assinatura, Surpreenda-
-se com Seara, em campanha
desenvolvida pela WMcCann.
“Apaixone-se por novos sabores;
provoque-se em receitas
com mais cores; aventure-se,
descobrir não tem idade” são
algumas das situações mostradas
ao longo do filme, com uma
trilha sonora animada.
O filme também tem como
principal elemento o sol, ícone
da marca, que traz otimismo,
vitalidade, crescimento e expansão,
com o objetivo de refletir
o momento atual da Seara.
Comercial mostra a animação das pessoas com uma trilha sonora agitada
Divulgação
“Somos uma marca movida
pela paixão por surpreender,
e essa campanha destaca também
a nossa pluralidade, mostrando
que a Seara é para todos
os públicos, gostos, momentos
e ocasiões”, diz Tannia Fukuda
Bruno, diretora de marketing
da Seara.
A campanha produzida pela
Zohar tem participação da embaixadora
da marca, Fátima
Bernardes, e incluirá veiculação
na TV, rádio, mídias digitais
e materiais de ponto de venda,
além de ativações e ação especial
no programa global Encontro
com Fátima Bernardes.
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 9
Marcas
Nike e Yakult utilizam solução agile
da Kantar Marketplace com sucesso
Desde abril de 2019 foram feitos 450 estudos para 60 anunciantes
que podem sugerir a suspensão, ou a readequação, de campanhas
Fotos: Divulgação
Plano de mídia digital da marca Nike teve endosso da ferramenta analítica Context Lab
Campanha da marca teve pré-teste para fazer as reflexões das questões culturais
Paulo Macedo
Agilidade é a métrica-chave
para as soluções mercadológicas
das marcas na era
digital. Nesse cenário, as dúvidas
exigem respostas cada vez
mais velozes. Assim sendo, a
Kantar Marketplace, no Brasil
desde 2019, se apressa em trazer
soluções para interpretar,
por meio da ferramenta analítica
Context Lab, o rumo da comunicação
das marcas. Nesses
dois anos, 450 estudos foram
consolidados para 60 anunciantes,
entre os quais Nike
e Yakult. Juliano Piccoli, líder
da plataforma no país e diretor
de atendimento da Kantar,
que tem à disposição um grupo
multidisciplinar de 30 profissionais,
explica que recentemente
um banco suspendeu
sua campanha digital devido à
recomendação de que o conteúdo
não estava contextualizado
para a cadeia de clusters que
prospectava atingir.
“Não tivemos crise. A Covid
não nos impactou. Nosso crescimento
foi de 107% em 2020,
52% acima da meta. A Kantar
Marketplace oferece agilidade
às decisões para garantir que
não sejam desperdiçados investimentos.
Nossa metodologia é
validada com perguntas certas
e fatores. O histórico de décadas
da Kantar permitiu essa
adaptação para o digital e para
Juliano Piccoli comanda a Kantar Marketplace, que tem 30 profissionais para análises
essa era agile e dinâmica. Podemos
traçar uma diretriz segura
em apenas dois dias. Antes o
processo levaria três semanas”,
esclarece Piccoli, ressaltando
cases como de Nike e Yakult.
O que a ferramente Context
Lab da Kantar Marketplace propicia
é abordagem pragmática
do conceito, da propaganda e
do produto. Muitas vezes o estudo
não é taxativo, mas faz a
ponderação para a mudanças
de aspectos de uma produção
ser mais assertiva. “Para a Nike,
em 2020, o intuito era entender
os melhores canais para a
propaganda programada para
canais digitais. O vídeo Não
podem nos parar estava pronto.
Onde veicular? Instagram?
Facebook? YouTube? O estudo
comprovou que o conteúdo
poderia ser publicado no Facebook,
como o planejado, porque
geraria engajamento”, detalha
o executivo.
Para a Yakult foi feito um
pré-teste de campanha. Criada
no exterior, precisava do aval
para que o impacto no Brasil e
em países da América Latina e
Europa tivesse adequação. Foram
feitos os ajustes para refletir
as questões culturais. “A
capacidade da ação de viajar
por vários mercados foi assegurada
pela ferramenta”, explica
o gestor da Kantar Marketplace.
Além dos aspectos relacionados
ao posicionamento, o
Context Lab mergulha no ROI
(Retorno sobre Investimento).
“Embora não meça e nem quantifique
o volume das verbas
de mídia, sem dúvida, ajuda o
anunciante a maximizar o ROI.
Porque a ferramenta verifica
o canal que gera mais retorno.
No caso da Nike, o Facebook
foi o que trouxe esse benefício.
Tudo com muita velocidade”,
finaliza Piccoli.
10 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
MeMória
Duda Mendonça deixa legado na
publicidade e no marketing político
Fundador da DM9, publicitário tratava um câncer no cérebro e morreu na
semana passada no Hospital Sírio-Libanês, no centro da capital paulista
Vinícius noVaes
publicidade brasileira perdeu
um de seus principais
A
nomes na semana passada. Aos
77 anos, Duda Mendonça morreu
no Hospital Sírio-Libanês,
em São Paulo, onde tratava um
câncer. A notícia, no entanto,
abalou o mercado e alguns dos
seus principais atores. Baiano
de Salvador, assim como Duda,
Nizan Guanaes lamentou a perda
do publicitário.
“Eu comecei a minha carreira
como estagiário do Duda
Mendonça. E ele me ensinou a
falar com o povão, o que sabia
fazer como ninguém. Cunhou
frases que fazem parte da cultura
do Brasil e viraram expressão
popular, como: ‘não basta
ser pai, tem que participar’”,
escreveu o fundador do Grupo
ABC nas redes sociais.
A frase famosa nasceu na
década de 1980 para uma campanha
de Gelol, feita pela DM9,
uma das principais marcas da
publicidade brasileira criada
por Duda, em Salvador, nos
anos 1970. Em 1977, a DM9 foi
reconhecida com o título regional
de Agência do Ano do Prêmio
Colunistas e, anos depois,
conquistaria outros prêmios
nacionais e internacionais.
A empresa foi comprada no
fim daquela década por Nizan
e Guga Valente, que tiveram
como financiador o Banco Icatu.
Dali em diante, a DM9 mudou-se
da capital baiana para a
capital paulista, onde ganhou
as letras DDB do grupo internacional
– a DM9DDB, porém, encerrou
suas atividades em 2018.
Outro importante nome do
mercado, Washington Olivetto
chamou Duda de ‘bom e leal
amigo’. “No marketing político,
coisa que na minha opinião
ele não devia ter se metido, era
o melhor. Sinto saudades do
Duda, dos fins de ano em Itaparica,
na sua casa em Mar Grande”,
disse Olivetto.
Fernando Barros, chairman
“No marketiNg
político, coisa que
Na miNha opiNião
Não devia ter
se metido,
era o melhor”
da Propeg, destacou o ‘indiscutível
talento’ de Duda. “Por
muitos anos, em meio a todos
nós, era ele quem melhor traduzia
a linguagem de rua para
as campanhas, o chamado
‘popular urbano’. Em todas as
campanhas das quais fez parte,
foi o responsável por incluir os
traços e trejeitos da gente brasileira
– honrando e consolidando
quem somos. Duda fez
escola, rompeu padrões e, sem
dúvidas, aprendemos muito
com ele – seja sobre a vida ou
publicidade. Sentimos sua partida,
mesmo que permaneça
sempre conosco”, destacou.
Marketing político
Na política, Duda Mendonça
deu os primeiros passos em
1985, na campanha que elegeu
Mário Kertész para a prefeitura
de Salvador.
Mas ele ficou conhecido por
trabalhos que elegeram Paulo
Maluf à prefeitura de São Paulo,
em 1992, e, sobretudo, a de
Luiz Inácio Lula da Silva, dez
anos depois, para a Presidência
da República, vitória conquistada
sob o slogan ‘Lulinha paz
e amor’, outra criação do publicitário.
Ele também chegou a atuar
em campanhas políticas fora do
Brasil, como a do ex-primeiro
ministro português Pedro Santana
Lopes.
Em agosto de 2005, Duda
foi acusado de estar envolvido
no processo do Mensalão, sob
a acusação de lavagem de dinheiro
e evasão de divisas. Mas
o publicitário foi absolvido posteriormente
pelo STF (Supremo
Tribunal Federal).
Duda Mendonça, criador
da DM9, cunhou frases que
viraram expressão popular
como ‘não basta ser pai, tem
que participar’
Alê Oliveira
12 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
opinião
Nishaan ahmed/Unsplash
Duda Mendonça, o
Glauber Rocha da
propaganda baiana
NelsoN CadeNa
ipois de acarajé e vatapá a milhor
“Dcoisa que baiano faz é propaganda”.
A charge de Dorinho, publicada na revista
Propaganda, refletia um estado de espírito
em relação à descoberta de um polo criativo
fora do eixo Rio-São Paulo com a DM9
de Duda Mendonça como sua principal
protagonista. Em 1977, o júri do Prêmio Colunistas
escolhia uma agência com apenas
dois anos de vida como Agência do Ano no
Brasil. Não faz xixi na cama dizia o anúncio
publicado para celebrar a conquista do
prêmio. No palco da premiação, um séquito
de Mães de Santo acompanhando Duda ao
som da batida dos terreiros e um cheiro de
incenso no ar sinalizava um novo tempo da
publicidade baiana e a sua influência
na publicidade brasileira.
Duda Mendonça foi o divisor
de águas da propaganda baiana.
E, apresentou ao Brasil dois
ingredientes que a maioria das
agências do país demorou a assimilar:
o regionalismo e a emotividade.
O resgate de nossas
tradições culturais foi a sua receita
de sucesso nos primórdios
da agência. Criou um comercial
de fim de ano com a babalorixá Mãe Menininha
do Gantois e outro com os mestres
construtores de saveiros e barcos nos estaleiros
de Cajahiba do Sul. E, na década de
1980, em memorável campanha da caderneta
de poupança Aspeb, contou as origens
do acarajé e do afoxé Filhos de Ghandy,
dentre outras temáticas.
Duda herdou o talento do pai, o célebre
pintor Mendonça Filho, notabilizado pelas
marinhas e cotidianos de pescadores retratados
nas suas telas. O legado do artista foi
a superação, desistir jamais, que o publicitário
explorou em alguns comerciais com
o tema pai e filho, o clássico do menino
Gelol/futebol foi um deles, premiado em
“DuDa
MenDonça,
enquanto
criaDor, foi
isso: ousaDo,
provocaDor,
genial”
vários festivais nacionais e internacionais.
Premiado com Leão de Bronze no Festival
de Cannes. Não demorou a conquistar um
Leão de Ouro com o comercial Menino,
Menina, criado para uma rede de varejo -
você não leu errado - varejo mesmo: Óticas
Ernesto.
Varejo premiado com Leão de Ouro em
Cannes? O único brasileiro desse segmento
de mercado premiado em SAWA com Ouro,
no século 20. E foram 66 Leões de Ouro,
no período 1975-2000. O comercial era um
love story entre adolescentes com a marca
da emoção que Duda imprimia nas suas
criações. Varejo sempre foi o segmento
preponderante nos mercados do Nordeste.
Duda Mendonça inovou. Saiu do convencional
grito de oferta e vendeu
com humor, em campanhas criadas
para o Lojão da Construção
de Tio Correia e Feira dos Tecidos,
dentre outros. Para este último,
em comercial encenado por Paulo
Silvino, provocou um incêndio
no estúdio da produtora para fortalecer
o mote da campanha de
“queima de preços”. O incêndio se
espalhou além do previsto, bastidores
que o público não viu. O desespero
para apagar as chamas.
Duda Mendonça, enquanto criador, antes
de assumir o personagem de marketeiro
político, foi isso: ousado, provocador,
genial. Em um mercado de clientes de pequeno
porte e verba. Foi o Glauber Rocha
da propaganda baiana. Seu estilo, na DM9,
marcou uma geração, criando uma saudável
rivalidade com a Propeg que rendeu
magníficos portfólios para as duas agências.
Formou grandes equipes. Trouxe Clício
Barroso e José Armando Nogueira, de
São Paulo, e Luiz Gonzaga Saraiva, do Rio
de Janeiro, na fase inicial. E, em 1978, incorporou
na equipe o estagiário Nizan Guanaes,
que mais tarde seria seu sócio, um
diamante bruto que não foi preciso lapidar.
Nelson Cadena é escritor (com 14 livros publicados)
e jornalista
nelsoncadena@gmail.com
14 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
PAPEL É POWER
No Brasil, 90% da energia usada pelas indústrias de base florestal
tem origem renovável. Papel vem de matéria-prima
renovável: árvores plantadas.
Fonte: Relatório Ibá, 2020.
A campanha LOVE PAPER é uma criação original de Two Sides. Acesse lovepaper.org.br e saiba mais.
Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação
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Giro Brasil
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Criar um post não é dar
um alô nas redes sociais
DuDu GoDoy
São 21 horas de uma sexta-feira. O Whats -
App dá um alerta. É uma mensagem de
cliente: “precisamos veicular uma peça na
segunda, segue o briefing, e aguardamos a
peça no período da manhã”.
Esta é uma situação que ilustra a rotina
vivida pelas agências de publicidade nos últimos
tempos, no contexto de crescimento das
ações digitais e no qual as demandas são feitas
para resposta em prazos exíguos, muitas
vezes no período da noite, e inclusive nos fins
de semana. O digital requer rapidez, o engajamento
é maior à noite em algumas redes, e é
preciso estar antenado 24 horas por dia. Mas
como este cenário se reflete no universo das
agências?
No cenário de rápido avanço
da mídia digital, principalmente
com a pandemia – ela já representa
23,3% de todo o bolo
publicitário, de acordo com o
Cenp Meios, referente ao primeiro
trimestre deste ano, o
volume de trabalho das agências
também cresceu de forma exponencial.
Entregar peças, dar respostas e fazer ajustes
em tempo real requer uma agilidade e complexidade
de gestão bem superior ao que a
publicidade offline demanda, demanda essa
que tem se potencializado diante dos curtíssimos
prazos requeridos e do escopo estabelecido
junto aos clientes.
No ritmo exigido pela internet, poderíamos
pressupor que criar um post é uma tarefa que
se executa em pouco tempo, à semelhança
dos posts pessoais que cada um de nós coloca
nas próprias redes sociais. Mas criar, postar
e gerenciar um conteúdo não é como dar um
alô nas redes sociais, pelo menos não quando
se trata de uma marca ou empresa. É um
trabalho que requer criação, tratamento, revisão,
e também assertividade para transformar
o conteúdo em engajamento, que gere
resultado, conversão. E isso demanda a ação
de um grupo de pessoas, que devem agir não
apenas para criar, mas para mensurar o resultado
e fazer os ajustes necessários em tempo
real, para trocar e atualizar o conteúdo, se necessário.
Esta é a característica do digital, seu
timing é o agora.
Mas realizar ações em prazos curtíssimos
requer mais estrutura do que o estabelecido
em geral entre agências e clientes. Podemos
fazer essa peça entre a noite de sexta-feira e
a manhã de segunda, com todos os requisitos
que isso envolve? Podemos ajustar o conteúdo
de acordo com o engajamento no período
da noite?
Sim, é claro que podemos,
mas isto implica manter equipes
disponíveis para isso, ter
uma estrutura maior do que a
que geralmente se estabeleceu
para atender o cliente. E isso
implica gestão de uma estrutura
maior, e que seja adequada,
e não excessiva. E também implica
custos maiores, que permitam sustentar
essa estrutura.
“o volume
de trabalho
das agências
cresceu
de forma
exponencial”
Estas são questões que precisam ser readequadas,
rediscutidas, a partir de um diálogo
entre agências e clientes com base nas reais
demandas e escopo requeridos. Se houver
uma boa gestão e se estabelecer uma relação
baseada na transparência, o diálogo fluirá
para atender as necessidades criadas pelo
novo contexto do digital, com o objetivo de se
criar a melhor comunicação das marcas.
Portanto, esse diálogo torna-se urgente,
para que as partes encontrem o equilíbrio
entre as demandas e entregas, realinhando
os acordos para se obter uma dinâmica mais
saudável e viável economicamente.
Dudu Godoy é presidente do Sinapro-SP,
VP da Fenapro e VP do Cenp
presidencia@sinaprosp.org.br
16 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
Think wiTh influenCers
Como a diversidade pode tornar a
sua comunicação mais eficiente
TaTiana TsukamoTo*
sarah BriTo**
Especial para o Think with Google
Falar sobre diversidade
tem sido cada vez mais
urgente na indústria da
comunicação. E as marcas
e agências já entenderam que o
tema gera um impacto direto nos
negócios – uma estratégia baseada
em inclusão, por exemplo, pode
gerar uma valorização nas ações
da empresa de 70%, em média 1 .
nos negócios?
Mas mesmo com esse conhecimento,
muitos anunciantes têm dificuldade
para dar o próximo passo e transcender
a posição de “eterno aprendiz”. Na
nossa visão, comprovar a efetividade de
campanhas que trazem a diversidade pode
ser um poderoso argumento para tirar
as marcas da inércia e levá-las a dar o primeiro
passo. Mas como fazer isso?
Passo a passo
Ser capaz de enxergar a pluralidade é
fundamental para pensar e criar contemplando
a diversidade. A intencionalidade
deve permear todas as escolhas do processo
criativo. Caso contrário, a comunicação
pode acabar perpetuando os mesmos hábitos.
Pensando nisso, procure nos dados
respostas sobre o que pessoas de diferentes
interseccionalidades buscam consumir na
hora de se conectar com as marcas.
18 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
gle podem ajudar. E para quem procura ir
mais fundo, o Insights Finder faz toda a diferença.
Com ajuda da ferramenta, é possível
explorar uma infinidade de dados sobre
interesses, categorias, produtos e marcas.
O uso do Insights Finder pode se tornar um
grande aliado no momento do briefing e
também na segmentação da sua campanha.
Por exemplo: já pensou em falar sobre
games e maquiagem? Através do Insights
Finder podemos ver que entre as pessoas
interessadas em games, 46% são mulheres
e a maior afinidade entre esse grupo é a categoria
de maquiagem. 2
Dar visibilidade às buscas que são invisíveis
é um exercício de inclusão. Através
dos dados, é possível descobrir a intenção
das pessoas e promover a conexão com a
intenção e os objetivos das marcas.
Quando vemos que é cada vez maior o
volume de buscas específicas – como aplicativos
de encontro para terceira idade –,
entendemos também que é crescente o
desejo de encontrar algo relevante para
determinados grupos que não se veem representados.
Por isso, olhar para os dados é
muito estratégico para desconstruir ideias
preestabelecidas e questionar o que é considerado
padrão.
Na busca por insights das suas audiências,
ferramentas como o Google Trends e
o próprio auto-complete da busca do Gooa
lógica de experimentação é uma forma
muito rica de avaliar a efetividade das campanhas
que trazem diversidade.
O que podemos descobrir?
• Qual a mensagem mais adequada para
essa campanha?
• O uso de protagonistas de grupos sub-
-representados melhora o resultado do
anúncio?
• O uso de locução regional pode influenciar
o resultado de um anúncio?
• Um anúncio que traz diversidade como
temática da campanha tem impacto diferente
para audiências mais velhas e mais
novas, por exemplo?
Com ajuda do Video Experiments, podemos
obter respostas para essas hipóteses
através da aplicação de um teste A/B no
YouTube. Usando o Brand Lift como metodologia
de mensuração é possível descobrir
qual é o criativo ou qual audiência entregou
os melhores resultados para a campanha. A
ferramenta está disponível para usuários
do Google Ads e do DV360 e permite comparar
a efetividade de vídeos, audiências,
estratégias de bidding e mix de formatos no
YouTube.
Por exemplo: na parceria do Google com
Casas Bahia foram desenvolvidos vídeos
personalizados na campanha “Nossa casa é
o Brasil, nossa causa é o brasileiro”. Mas antes
de colocar a campanha no ar no YouTube,
vimos que a representatividade poderia
ser um elemento importante de conexão
com a audiência. E como fizemos isso? Foram
criadas novas versões que retratavam
públicos específicos que pudessem gerar
mais consideração. O resultado foi um lift
geral de 9% em intenção de compra.
1. Capturar intenção
2. Ser relevante
Propor uma comunicação com comunidades
específicas – e muitas vezes sub representadas
historicamente – não é apenas
direcionar a campanha para elas. Pensar
em personalização da sua campanha é uma
estratégia fundamental. Mas antes de dar
esse passo, é preciso entender o que dizer e
como essa mensagem deve chegar.
Para ser relevante para essa população,
é interessante se fazer algumas perguntas,
como:
• O que meu produto ou marca tem a dizer
para cada comunidade?
• Tenho atributos ou ofertas específicas
para esse grupo?
• Posso fazer edições no meu material
que valorizem cada comunidade ou que
funcionem melhor para cada uma delas?
• Tenho um call to action que seja melhor
para cada uma dessas populações?
3. Testar e mensurar
Com a campanha no ar, como saber se ela
está no sentido certo? Quando abordamos
o tema da diversidade e inclusão na comunicação,
é natural que surjam dúvidas. E
nesse momento, é interessante recorrer novamente
a objetividade dos dados. Aplicar
Novas possibilidades
Muitas agências e marcas ainda têm medo
de errar nessa jornada rumo a uma comunicação
mais diversa, mas o grande negócio é
deixar de enxergar os públicos apenas como
nicho. Capturar a intenção, ser relevante,
além de testar e mensurar são estratégias
efetivas nesse novo caminho de possibilidades
na busca de conectar as ações de marca
com representatividade e pertencimento.
Agora que você sabe disso, que tal tentar?
*Diretora Criativa do Creative Works no Google
**Especialista em Pluralidade e Comunicação na
Puro Movimento
1 Dados internos do Google
2 insights Finder, abril, 2021
Confira mais artigos no Think with Google.
Acesse thinkwithgoogle.com.br
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 19
entrevista
danielle bibas
vice-presidente de marketing da Avon Brasil
Queremos Que as
pessoas voltem a
considerar avon
Avon, que faz parte grupo Natura &Co desde 2020, é
uma das maiores empresas de venda direta no mundo.
Fundada em 1886, trabalha hoje pela elevação da
autoestima, democratização da beleza e promoção do
empreendedorismo feminino. Pesquisa recente, que originou
a campanha Olha de Novo, ajudou a companhia a enxergar que
precisava se reposicionar, porque é percebida como uma marca
que não inova, não vende pelos canais digitais e testa produtos
em animais. Danielle Bibas, VP de marketing da Avon Brasil, diz
nesta entrevista a seguir que é necessário “desbancar esses mitos”,
reconquistar e atrair novas consumidoras.
Quais são os principais pilares do novo posicionamento?
Aumentar a penetração da marca no Brasil,
aumentar suas credenciais de qualidade de
inovação e digitalização. O conceito Olha de
novo convida a mulher a reconsiderar a marca.
Sabemos que ela teve muitas consumidoras
no passado e as queremos de volta. Além
de aumentar a penetração da marca, também
buscamos ampliar nosso relacionamento junto
às nossas representantes.
A empresa mudou a maneira de comercializar os
seus produtos?
Acreditamos nas vendas diretas e no modelo
de comércio por relacionamento, mas
por meio das ferramentas digitais. Então, se
a nossa representante está usando o Whats-
App ou e-commerce, temos de incentivar
essas maneiras de vender, ou seja, os canais
digitais que ela usa. Dentro do novo modelo
ficou mais fácil a comercialização. Por outro
lado, diminuímos o investimento inicial que
ela faz e aumentamos as possibilidades de lucro,
além de alguns benefícios para ela e para
sua família.
Neusa spaulucci
A Avon entrou em uma nova fase e busca renovação.
A marca estava envelhecida?
A marca estava precisando se reposicionar.
O conceito Olha de novo foi criado para atrair
as consumidoras que deixaram de usar os
nossos produtos e chamar a atenção de novas
clientes, as mais jovens. A ideia é fazer com
que elas olhem para a marca.
Como a marca era percebida?
Ela vivia sob muitos mitos. É uma marca
democrática, mas, apesar disso, é vista como
uma empresa que não inova, que não vende
produtos pelos canais digitais, testa seus
produtos em animais e tem problemas com a
qualidade. Nós temos de desbancar esses mitos,
pois a Avon investe muito em tecnologia,
em inovação, e isso precisa ser observado pela
consumidora.
Qual o propósito da marca hoje?
A mulher está no DNA da Avon. O empoderamento,
a autoestima, a democratização da beleza
e o empreendedorismo feminino fazem parte
da história da companhia, e temos de trazer isso
à tona, já que estão na essência da Avon. Precisamos
colocar a mulher em um pedestal, porque
ela o centro do universo da empresa. Não é o
caso de voltar às origens. Mas vamos buscar fazer
com que as pessoas recomecem com a Avon.
Quais mudanças a Natura impôs aos negócios da
Avon, após a aquisição em 2020 da companhia?
A empresa construiu um plano estratégico
de crescimento, integrado, cujas marcas
terão operações separadas, como a Unilever,
por exemplo, que tem várias marcas, cada
uma com sua personalidade, seu posicionamento,
seu portfólio. A integração entre Natura
e Avon veio junto com a pandemia, com
o isolamento social, com a quarentena, que
mandou todo mundo para casa. Então, aceleramos
o processo de integração. Fomos obrigados
a nos conhecermos rapidamente. Por
outro lado, com a Natura veio a revitalização
do nosso modelo comercial - pelo qual a própria
Natura passou -, o reposicionamento da
marca e a aceleração do desenvolvimento dos
nossos canais digitais.
A empresa fez pesquisa para avaliar a percepção
da marca. Quais os principais dados revelados
pelo estudo?
Em uma análise qualitativa, o resultado é
que a marca é antiga. Não tem produto inovador.
Não tem base, por exemplo, para diferentes
tons de pele, não tem propaganda na
televisão e não é digital. Enfim, estava fora
do top of mind. Queremos trazer a Avon de
volta, para que, quando a consumidora pensar
na categoria de beleza, pense na Avon.
Nossa estratégia é reforçar a ideia da inovação
e da qualidade dos produtos da Avon,
que aparecem em primeiro lugar na lista de
consumo. A maquiagem, o protetor solar e
produto para o rosto são líderes nas respectivas
categorias. Queremos apresentar isso
para a consumidora.
Então, a venda por catálogo ou porta a porta acabou?
Não acabou, mas não é mais porta a porta.
Talvez seja “WhatsApp a WhatsApp”, porque
ainda se vende muito diretamente. A associação
que representa o setor aponta que 4
milhões de pessoas usam essa forma para
vender. É muita gente! São vários jeitos de
vendas. Muitas comercializam no local de trabalho,
pela vizinhança e outras pelo Whats-
App, o que ajuda a levar os produtos até para
outros bairros e cidades. A venda porta a porta
evoluiu para venda por relacionamento.
Qual a expectativa da empresa com o conceito
#Olhadenovo?
Queremos que as pessoas voltem a considerar
Avon na categoria de beleza. Que olhem
para ela como uma marca moderna, ativista,
inclusiva, que participa das principais discussões,
que se envolve nas questões sociais. A
ideia é fazer com que reconsiderem a Avon.
A pandemia impactou a marca? Houve redução ou
“O cOnceitO Olha
de nOvO cOnvida
a cOnsumidOra
a recOnsiderar
a marca”
20 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
“a empresa
cOnstruiu um
planO estratégicO
de crescimentO,
integradO,
cujas marcas
terãO Operações
separadas”
aumento de consumo?
A pandemia impactou bastante o mercado
de beleza. O Grupo Natura &Co. teve uma
atenção muito grande para barrar o contágio,
cuidando da nossa gente, e mantendo a economia
andando. O hábito de consumo mudou
muito. No início, o volume de vendas de maquiagem
foi muito afetado, principalmente o
batom, por conta do uso da máscara. O que
ganhou mais destaque foi a maquiagem acima
da máscara. O olho mais carregado, por
exemplo. Higiene pessoal teve uma explosão
de consumo. O cuidado com a pele cresceu
mais de 20%. Já o protetor solar, caiu. Enfim,
alguns segmentos tiveram queda e outros aumentaram.
Pesquisa mostra que mais de 80%
das mulheres disseram que produtos de beleza
foram aliados em tempos de pandemia
e isolamento social para aumentar a sensação
de bem-estar em alguns momentos do
cotidiano. A pesquisa faz parte da campanha
#OlhadeNovo, que convida a sociedade a ampliar
os olhares sobre a marca e também sobre
a beleza e as mulheres.
Houve mudança no perfil do consumidor brasileiro
em relação aos cosméticos e perfumes durante a
pandemia?
Em pesquisa que realizamos, 41% disseram
que cuidaram mais do corpo e da pele do rosto
durante a pandemia. A boca recebeu somente
hidrante. O batom vermelho deixou de ser
uma coisa que ela usava para os outros. Agora,
afirmam que vão usar para elas mesmo.
Depois da pandemia, elas declaram que vão
voltar a usar maquiagem (batom 62%), máscara
de cílios (58%) e perfume (65%). O perfume
é um item que evoca emoção, sentimento,
memória afetiva, que transporta as pessoas
a momentos felizes. Vale destacar ainda que
o e-commerce é um setor que teve um crescimento
muito grande, durante a pandemia,
apesar de ser um meio ainda pequeno no Brasil.
Ele quase que triplicou a atuação durante
o isolamento social.
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jornal propmark - 23 de agosto de 2021 21
eyOnd the line
Elisha Terada/Unsplash
O novo momento
do live marketing
Já há mais de 100 eventos programados para
2021 em São Paulo e a tendência é aumentar
Alexis Thuller PAgliArini
Na semana passada o governo de SP liberou,
entre outras atividades, a realização
de eventos presenciais no estado. Não
aqueles que provocam grande aglomeração,
que deverão ser flexibilizados somente em
novembro, mas os eventos corporativos, as
feiras e exposições, congressos, seminários
e todos aqueles que permitam maior controle
estão liberados.
Não se trata também de uma liberação
incondicional. Será necessário seguir protocolos,
tais como: uso de máscaras, distanciamento
de 1 metro entre os participantes,
amplo uso de álcool em gel e a exigência de
que os participantes já tenham recebido pelo
menos a 1ª dose da vacina.
Tais protocolos não impedirão uma retomada
consistente dos eventos. Até porque
a vacinação no estado já alcançou todos os
adultos, acima de 18 anos. O reflexo dessa
medida já é sensível. Já há mais de 100
eventos programados para 2021 em São
Paulo e a tendência é que esse número aumente
consideravelmente à medida em
que a pandemia apresente números decrescentes
de infectados.
Pela importância do estado, espera-se que
o Brasil inteiro pratique essa flexibilização.
Essa liberação traz alento para um mercado
fortemente impactado pelo longo período
(mais de 1,5 ano) de impedimento de realização
de eventos presenciais. E não só o setor de
eventos – de forma direta – será beneficiado.
Estima-se que mais de 50 setores façam
parte da extensa cadeia da indústria de eventos.
Hotelaria, alimentos e bebidas, transporte,
espaços para eventos, serviços especializados
e muitos outros serão beneficiados.
A cada real investido em um evento, outros
30 são mobilizados nas atividades que gravitam
em torno dessas atividades. Pois bem,
essa importante atividade movimentará o
live marketing, mas e as demais disciplinas
do setor?
Vale lembrar que o live marketing abriga,
além de eventos, as atividades de ativação,
incentivo, promoção de vendas e
trade marketing. Na verdade, as fronteiras
entre essas disciplinas estão cada vez mais
tênues, fazendo com que as soluções de
marketing ignorem rótulos, aplicando
ações integradas para atingir objetivos,
sem se preocupar com que “caixinha” se
encaixa a atividade efetivada. Mas vale
analisar como esse conjunto de ações deve
se comportar no momento pós-pandemia.
Na área de trade marketing, por exemplo,
houve uma grande movimentação.
Embora o e-commerce ainda represente
apenas 10% do total do comércio, a pandemia
acelerou e catalisou processos em busca do
tal omnichannel. Projetos que durariam anos
foram efetivados em meses, por conta da
necessidade.
Quanto ao ponto de venda físico, não há
dúvida de que deverá haver uma preocupação
que extrapola as boas instalações e a variedade
de produtos a bom preço. “As pessoas
não PRECISAM mais ir às lojas. Elas têm de
QUERER ir às lojas”, afirma Lee Peterson, um
dos maiores especialistas de trade marketing
no mundo.
Para fazer frente ao crescimento do e-
-commerce, o varejo físico terá de deixar de
ser ponto de venda para se tornar ponto de
experiências, completa o especialista.
Já os programas de incentivo se ressentiram
da impossibilidade de premiar com
viagens, sabidamente a premiação mais desejada,
mas também criou alternativas para
manter suas atividades, criando plataformas
inovadoras de premiação.
E a velha e boa promoção de vendas, com
suas ações de concurso, sorteios, vale-brindes,
além de reduções de preços, combos promocionais;
leve 1, pague 2; e todo o arsenal
que já faz parte dos planos das empresas continua
relevante no mercado, mesmo durante
o período da pandemia.
Mas a perspectiva de um arrefecimento da
pandemia e um consequente retorno a uma
vida mais normal, sem as limitações de circulação
e convivência entre as pessoas, desanuvia
o horizonte e gera esperança de uma
retomada redentora para todo o setor de live
marketing.
Ainda não dá para soltar fogos, mas já dá
para afirmar que o live marketing terá seu momentum
em 2022, com início ainda em 2021.
Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da
Ampro (Associação de Marketing Promocional)
alexis@ampro.com.br
22 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
inspiração
Lei dos avós
Fotos: Arquivo Pessoal/Greg Rakozy/Unsplash
“No meu dia a dia sempre me esforço para entender quem são as
pessoas que me cercam, seus anseios, como chegaram até aqui”
Dora De oLiveira
especial para o ProPMarK
Quando recebi o convite para este artigo
com o tema inspiração, a palavra ‘pessoas’
ecoou alto na minha cabeça e fez meu
coração vibrar. Fui inundada por recordações
que aquecem o coração e me fazem ter
esse amor por história e herança cultural.
Logo eu, que, à primeira vista, tenho um
trabalho extremamente analítico! Apesar
do meu trabalho estar ligado a dados e tecnologia,
sempre me recordo que dados são
gerados por comportamento, comportamentos
são gerados por pessoas e pessoas
são resultado de histórias, crenças e muitas
diferenças. Nessas diferenças, existe ser e
saber, e uma riqueza cultural capaz de mudar
o mundo e revolucionar eras.
Sem fronteiras e atemporal, assim é a
história cultural que é levada conosco por
onde vamos, como parte daquilo que representa
o nosso passado e simboliza as nossas
raízes. Alguns historiadores chamam de
“Lei dos Avós” todo o processo de construção
da nossa memória individual por meio
de informações que vamos recebendo e
agregando.
Eu me considero muito sortuda por ter
nascido numa família miscigenada e desbravadora.
Meus pais são nordestinos que,
por condições econômicas, migraram para
São Paulo onde se conheceram e iniciaram
a nossa família. Não tínhamos parentes por
perto e logo surgiram os laços de amizades.
Lembro de uma família de poloneses e libaneses,
muito próxima, e com a qual aprendi
muito. Nascia ali minha curiosidade por entender
as pessoas e aprender com elas.
Na minha infância, fomos de carro algumas
vezes para o Nordeste. Eu amava conhecer
outras cidades e realidades bonitas
ou nem tanto, esperançosas, embaraçosas.
Isso me despertava ainda mais interesse em
saber os porquês. Quem conhece o interior
do Nordeste e seus moradores conseguirá
me entender: é impressionante toda a sabedoria
que essas pessoas carregam. Sabem
sobre clima, plantio, curas através de ervas,
religião... Uma infinidade de conhecimento
passado de geração em geração e com usos
efetivos. Existem também as histórias populares
de tradições e crendices, uma diversão
à parte.
Já adulta, tive a oportunidade de conhecer
outros países, poucos ainda, sem perder
minha paixão por saber mais e entender
como cada cultura se forma e se modifica
através das pessoas. Gosto muito do ato da
contemplação, de observar e buscar entender
os comportamentos, desde coisas simples
como a forma de vestir, a alimentação,
até economia e política.
No meu dia a dia sempre me esforço para
entender quem são as pessoas que me cercam,
seus anseios, como chegaram até aqui
e para onde querem ir. Seja do ponto de vista
da publicidade, do marketing, da gestão,
dos dados ou pessoal: o autoconhecimento
e o conhecimento dos que nos cercam é um
ativo poderoso. Mesmo vivendo na era do
machine learning e da inteligência artificial,
não podemos nos esquecer que a máquina
precisa ser treinada e, veja só, quem a
treina é uma pessoa. Fico encantada como
mesmo no contexto mais robótico o envolvimento
das pessoas é essencial.
Ser inspirada por pessoas me faz pensar
muito em empatia, aceitação e respeito.
Infelizmente, vemos alguns retratos muito
desafiadores quando falamos sobre diferenças,
mas o que seria de nós, pessoas, se
não fossem nossas diferenças, nossa pluralidade
da expressão?
Por fim, deixo como dica para você que
está lendo: se permita conhecer as histórias
das pessoas que te cercam. Se por trás de
cada dado existe uma infinidade de nuances,
por trás de cada pessoa, há um universo.
Tenho certeza de que você não será mais
o mesmo depois dessa experiência. Sua visão
será transformada e minha aposta é que
será pra melhor.
Dora de Oliveira é martech data analytics
director na i-Cherry
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 23
we
mkt
Charles Deluvio/Unsplash
Bom de classe
é, também,
bom de vídeo?
“Todos os vícios, quando estão
na moda, passam por virtude”
Molière
FRANCISCO ALBERTO MADIA DE SOUZA
pandemia escancara o que funciona
A bem em tempos anormais, em relação
ao que funcionava bem nos tempos de normalidade.
Lembram, nas comidas por delivery
o que alguns chefes de cozinha descobriram
é que alguns pratos funcionavam
bem para viagem – os “bons para viagem”
– e outros eram um desastre e convertiam-
-se numa gororoba.
Assim, saltamos do ensino presencial direto
para o ensino a distância, que apenas,
e ainda timidamente, engatinhava, como
se esse milagre fosse possível. Bons professores
em classe revelaram-se lamentáveis e
entediantes no a distância. Mas, como não
havia tempo, Zé virou José que virou Mané
que virou Menelau... Diante da surpresa e
necessidade, todos os alunos, dos pequenos
aos mais velhos, foram engolindo.
Poucas vezes com prazer, mas, na maioria
das vezes, com raiva e revolta. Já que
não tinha Zé foi com Zezé mesmo, conscientes
que não adiantava reclamar, nem
com os pais, com o mundo e muito menos
com Deus. Assim, os alunos decidiram proceder
aos ajustes por conta própria. E foram
desenvolvendo diferentes formas de tragar
o intragável. Conclusão, cada aluno passou
a gerenciar o conteúdo que recebia a distância
de acordo com sua disposição temporal
e emocional. E uma nova prática foi
prevalecendo. A de tentar corrigir, em casa,
as deficiências das aulas e dos professores.
E milhares de alunos desenvolveram a técnica
de acelerar aulas.
Acelerar as aulas? Enquanto pelas limitações
da pandemia a vida desacelerava-se,
pelas chatices de muitos professores – heróis
não têm culpa, não foram preparados e
nem levavam jeito –, as aulas viraram uma
espécie de bit acelerado, como cantava a
música. Nas pesquisas realizadas a justificativa,
ou, defesa... “A decisão de assistir as
aulas no modo acelerado possibilita em primeiro
lugar manter a atenção e, por decorrência,
poupar tempo, e evitar, especialmente,
o tédio, o sono e que muitos terminem
as aulas do dia roncando com a cabeça
sobre o teclado do computador...”. Dentre
as reportagens sobre o tema, uma espécie
de metrificação do tempo e dos supostos
ganhos dos alunos. O depoimento de uma
estudante de psicologia, Carolina Canellas,
a Bruna Arimathea do Estadão, revela:
“Ansiosa para acabar as coisas logo
adianto as aulas para acabar rápido. Comecei
acelerando o vídeo em 1,25x. Agora tem
aula que assisto em até 2x. Acelerar em duas
vezes significa que faço uma aula de uma
hora em 30 minutos. Já quando a velocidade
é 1,25, uma hora dura 48 minutos...”.
É isso, amigos, uma espécie dos novos
Inocentes do Leblon, como um dia celebrou
Carlos Drummond de Andrade, que
não viram o navio entrar... Os novos de
agora acreditavam que era só trocar a roupa
de professor por ator que tudo estaria
resolvido, e aproveitando os mesmos roteiros
e comportamentos do tempo das aulas
presenciais. Arma a câmera que dona Terezinha,
querida professora de Taubaté, vira
Fernanda Montenegro no ato... Cora Coralina
dizia: “feliz aquele que transfere o que
sabe e aprende o que ensina”.
Em condições normais e verdadeiras
é por aí mesmo. Há 18 meses tudo o que
constatamos são professores tristes e contrariados
porque não conseguem transferir
o que sabem e, por decorrência, não
aprendem o que ensinam... Isso posto, o
ensino presencial vai voltar! E o a distância
concentrando-se não mais no aprendizado,
mas na especialização e atualização
de adultos, jamais crianças e adolescentes.
Ensino a distância, na formação e capacitação,
só faz sentido se for absolutamente
impossível o presencial. Só em caráter excepcional,
tragédia ou calamidade.
Francisco Alberto Madia de Souza
é consultor de marketing
famadia@madiamm.com.br
24 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
quEm fEz
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br
RODÍZIO
Se não dá para ter aquele corte de picanha servido
na churrascaria, o casal Sabrina Sato e
Duda Nagle propõe em ação promocional que é
possível ter uma ótima experiência ao redor da
churrasqueira caseira. Os participantes concorrem
a um ano de carne grátis. No caso de pessoa
física, deve compartilhar foto de um churrasco
entre amigos no Instagram.
ENEXT E GREY
MiNErVA FooDS
Título: #TBChurras; diretora de criação: Stephanie
Etzel; criação: João Santos, Vinícius Gonçalves, Vitor
Lucheta e Alex Silva; produtor de imagens: William
Soares; mídia: Priscila Marins; atendimento: Fernanda
Rahal; aprovação: André de Carvalho, Daniela
Arantes e Juliana Demberi.
Fotos: Divulgação
anIvERsáRIO
Para celebrar 23 anos de atividades no país,
anunciante oferece descontos que incentivam
consumidores a renovar ambientes
do lar. O filme mostra sua integração com
clientes nos momentos de reforma e nova
decoração. “Queremos fazer parte do dia a
dia de cada um”, sintetiza Elias Rodrigues,
diretor de experiência e marca da empresa.
OGILVY
lEroY MErliN
Título: Presente para tudo que sua casa pode
ser; CCO: Félix del Valle; head of art: Ricardo Leme
Lopes; ECD: Márcio Fritzen; redator: Paulo
Costa; diretor de arte: Felipe Azambuja; produtora:
Café Royal; diretora: Georgia Guerra-Peixe;
aprovação: Elias Rodrigues.
FLEX
Será que aquela comprinha fora da lista vai
caber na geladeira? A Consul responde com
lançamento de modelo três em um capacitado
para o ‘sempre cabe mais um’. Com prateleiras,
gavetas e nova tecnologia de filtro
antiodor, o produto oferece mais espaço. Comercial
é embalado pela versão funk de Vai
ter que rebolar, da dupla Sandy & Junior.
FCB BRASIL
Whirpool
Título: Jogo de Cintura; CCO: Ricardo John; produtora:
Landia & M&A; diretor: Tomi 1985; diretora
de fotografia: Lícia Arosteguy; diretor de arte:
Ale Maestro; som: Satelite Audio; aprovação: Andrea
Salgueiro, Allyne Magnoli, Julia Pereira, Felipe
Fanchini, Renan Boer e Shade Raizler.
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 25
agências
Modelo mais ágil traz profissionais
para liderar os próprios negócios
Suno, GUT, Tech and Soul, Z515, 35, Dark Kitchen Creatives, Media.
Monkeys e a nova Galeria propõem olhar personalizado dos sócios
Paulo Macedo
Não é um movimento recente. Após
sair da DM9 para trabalhar na startup
AKQA, nos Estados Unidos, hoje no portfólio
do WPP, o brasileiro PJ Pereira partiu
para negócio próprio, a Pereira & O’Dell,
no ano de 2008. Outros empreendedores
estão ganhando relevância na publicidade
com a abertura de suas agências, com foco
em atendimento personalizado, criatividade,
produtividade e disponibilidade para
abrigar grandes contas. Antes só acessíveis
às corporações mais robustas. É o caso da
Suno United Creators, um projeto que une
Guga Ketzer, Cesar Toledo, Lica Bueno e
Benjamim Young, hoje com mais de 200
profissionais e contas como Banco Santander,
iFood, Heineken (linha Craft), Yamaha
e Yduqs.
“A Suno é um modelo único de negócio.
Não por ser um time dedicado de talentos
em prol do nosso negócio, mas por duas
peculiaridades que julgo muito significativas:
1) Tudo é descentralizado para cada
unidade de negócio: o Toledo cuida de Performance;
o Fred Paiva e o Alê Câmara, de
BTL. Estruturar a operação com uma holding,
mesmo sendo pequena, é cultural e
implica em uma governança bem resolvida
desde a gênese, além de permitir atender o
cliente full service ou vender apenas os serviços
individualmente sem conflito de interesses;
2) Há um compartilhamento peculiar
da saúde financeira da agência conosco.
Essa cumplicidade faz com que tenhamos a
segurança do empenho do nosso orçamento
e a garantia de uma remuneração justa e
saudável para a perpetuação do modelo de
negócio da agência”, justifica Igor Puga, diretor
de marketing do Santander.
A GUT uniu o brasileiro Alselmo Ramos
e o argentino Gastón Bigio, que foram fundadores
da David (WPP) com Luis Fernando
Musa, após premiações importantes
em grandes corporações, entre os quais o
Grand Prix de Titanium com o case Real
Beauty Sketches, para Dove, em 2013. Quando
a operação brasileira foi lançada, a GUT
iniciou com a Domino’s, que permanece, e
depois veio Mercado Livre, Skol, Nestlé e
QuintoAndar.
“Acredito que os anunciantes estejam de
olho nas propostas mais disruptivas, em
discursos e ideias que fogem do lugar-comum.
As agências independentes são mais
abertas para trabalhar em parceria com o
cliente. Na GUT, eles acompanham todo o
Gigante do e-commerce, o Mercado Livre é cliente da GUT desde o início da sua operação no mercado brasileiro
Valéria Barone é managing director da GUT São Paulo
processo justamente para que entendam a
importância de cada decisão, mergulhem
na ideia e tenham a coragem de ousar com
a gente. Esse processo evita retrabalhos que
são tão comuns no mercado publicitário,
tornando as entregas mais ágeis e assertivas.
Eu acredito que estruturas enxutas
Fotos: Divulgação
“EssE procEsso Evita
rEtrabalhos quE são
tão comuns no mErcado
publicitário, tornando
as EntrEgas mais ágEis
E assErtivas”
fazem com que a tomada de decisão seja
mais ágil e a cultura da agência permeie todas
as áreas de forma mais efetiva”, argumenta
Valéria Barone, managing director
da GUT São Paulo. “O mercado de publicidade
está aquecido e a busca por profissionais
qualificados, criativos e experientes
nunca esteve tão acirrada. Muitos estão
buscando agências focadas em criatividade
e projetos com propósito. As agências que
forem capazes de suprir as necessidades
desses profissionais, saem ganhando nessa
corrida”, acrescenta.
A opção enxuta garante às marcas
um olhar de dono, que nas grandes corporações
também existe, mas fica comprometido
pelas engessadas escalas hierárquicas.
“No nosso caso, acredito que, por sermos
uma agência independente, em que a
tomada de decisão pode ser bem rápida, e
a proximidade com o cliente muito grande,
ajuda sim a atrair os clientes. E, claro, por
26 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
termos uma veia criativa muito forte. Na
GUT todas as áreas funcionam em prol da
criatividade. As estruturas enxutas crescem
no ritmo da agência. As equipes são
formadas por times com perfil sênior, formados
de modo a ter a menor hierarquia
possível, e maior poder de decisão”, prossegue
Valéria.
Após passagens por grandes agências,
Guilherme Jahara, Flavia Campos, Clariana
Regiani e Carlão Fonseca montaram este
ano a Dark Kitchen Creatives, com um olhar
para otimização e proximidade. E já acumulam
cases para Dr. Jones Men Care, YVY
(produtos de limpeza naturais e sustentáveis),
Mobly e Baby Dove, por exemplo.
“O nosso modelo foi pensado para
conectar e integrar especialidades, de acordo
com diferentes momentos em que as
marcas se encontram. Formatamos alguns
deliveries que os anunciantes vão buscar
em diferentes parceiros. Ele também traz
possibilidade de branding, de trabalho de
planejamento e posicionamento de marca.
Oferecemos também Design Sprint, trazendo
clientes junto para a resolução de problemas
complexos em cinco dias. Também
possibilita atender marcas que precisam
de design e rebranding, tanto em produtos
quanto em experiência de compra. E, claro,
oferecemos comunicação integrada, estratégica,
criativa e com produção inteligente.
Tudo para trazer diferentes possibilidades
de serviços, de remuneração e mais transparência,
sempre de acordo com as necessidades
do momento da marca. Sabemos que
o acesso direto aos ‘chefs da cozinha’ é um
diferencial”, detalha Jahara.
A Tech and Soul, que une os sócios Claudio
Kalim, Flavio Waiteman, Fernando
Amino e Cláudio Gora, navega na vibe que
identifica gaps para resolver questões com
proximidade que só as operações enxutas
conseguem. Em 2019, assegurou Leão de
prata com o case Distracted Goalkepper para
a Uber. E foi reconhecida pela Advertising
como a Experimential Agency of the Year
(2021). Entre seus clientes estão banco C6,
Mitsubishi, Suzuki, OMO, Dove e Suhai.
“Acredito no modelo tailor made, onde a
estrutura é desenhada para o desafio a ser
encarado, e não onde o desafio deve se encaixar
ao modelo engessado e predefinido
de uma agência. As necessidades são diferentes,
por isso as soluções devem ser únicas.
Os anunciantes estão buscando novos
Segundo: “Anunciantes estão de olho nos profissionais”
“cliEntE quE cria junto
E agência plugada
no nEgócio não
EspEram briEfing”
olhares e formas de se fazer comunicação,
e nesse ponto nosso modelo tem muito a
contribuir. Não apenas os anunciantes estão
trabalhando dessa forma em seus negócios,
com metodologias ágeis, test and
learn e novos formatos, como também esperam
isso de suas parceiras de comunicação”,
observa Kalim.
Com mais quilometragem, a Z515 também
integra na sua estrutura profissionais
com longa carreira em grandes agências,
caso de Flavio Nara (DM9) e Marcelo Prista
(Africa), que se juntaram a Zezito Marques
da Costa e Alan Strozenberg, fundadores da
Z+, vendida à rede Havas. A agência está no
pool do governo de São Paulo e atende Marfrig,
Maguary, Oxxo e Focal.
Claudio Kalim: “As necessidades são diferentes”
Fotos: Divulgação
“A demanda tem sido por entregas cada
vez mais ágeis e baseadas em cocriação.
Cliente que cria junto e agência plugada no
negócio não esperam briefing. É claro que a
capacidade estratégica e criativa da agência
é sempre valorizada, mas não há mais espaço
para ego. A agência precisa ser ágil para
entender, criar e, principalmente, aprender
e corrigir a rota imediatamente, quando necessário”,
esclarece Prista.
Com passagens pela Africa, Heads, Giovanni
FCB e StrawberryFrog, Asterio Segundo
lançou a Agência 35 há três anos,
com foco em estratégia que implica a prática
dos pilares senioridade, proximidade,
profundidade e agilidade.
“No mundo de hoje é essencial que a
agência seja uma extensão dos departamentos
de marketing, com capacidade
para ir além do planejamento de comunicação
e atuar em pautas relevantes para o
negócio. Mais que uma cultura hypada, os
anunciantes estão de olho nos profissionais
que estão por trás dela. Nesse cenário
é essencial ter uma interface experiente,
com capacidade criativa e profundidade
estratégica. Foi-se o tempo das entidades
invisíveis e das relações baseadas na ausência”,
finaliza Segundo.
Flavio Nara, Marcelo Prista, Zezito Marques da Costa e Alan Strozemberg, da Z515
Os sócios Guilherme Jahara, Clariana Regiani, Carlão Fonseca e Flávia Campos
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 27
mercAdo
Agências apontam reaquecimento
e estão otimistas com o 2º semestre
Grande maioria afirma que avanço da imunização, abertura do comércio
e realização de eventos motivam anunciantes a investirem na mídia
Fotos: Divulgação
Paula Queiroz, da Cheil: “Covid-19 ainda preocupa” Renata Bokel, da WMcCann: “Há muitas oportunidades” Karina Ribeiro, da Ogilvy: “Sinais de avanço”
Neusa spaulucci
mercado começa a dar sinais de reaquecimento,
depois de um tenebroso e
O
asqueroso “inverno”, provocado pela pandemia
da Covid-19. Embora muitas agências
ainda estejam cautelosas, todas acreditam
na melhora daqui para o fim do ano.
A abertura para eventos, pelo governo do
estado de São Paulo, no último dia 17, é um
bom indício de que a temperatura vai subir.
Karina Ribeiro, CMO e new business leader
da Ogilvy Brasil, por exemplo, acredita que
o reaquecimento da economia como um
todo está condicionado ao avanço da imunização
das pessoas. Ela lembra que nos
Estados Unidos e Europa, principalmente,
“como isso já está mais consolidado, é natural
que inclusive o mercado publicitário
esteja dando sinais de recuperação”. “No
Brasil, pelo que temos acompanhado, também
percebemos sinais de avanços, principalmente
no varejo. Recentemente, apoiamos
a chegada do Magalu ao Rio de Janeiro,
com a abertura de 50 lojas físicas previstas
até o fim do ano, ao mesmo tempo em que o
e-commerce está cada vez mais consolidado,
inclusive, no mobile”, recorda.
Para ela, os Jogos Olímpicos também
abriram uma janela de visibilidade e engajamento
muito relevante para as marcas, e,
consequentemente, movimentaram o mercado
publicitário. “Tivemos o privilégio de
desenvolver projetos em parceria com a
Panasonic, patrocinadora oficial dos Jogos
Olímpicos e Paralímpicos Tóquio 2020, e
também para Allianz Seguros, patrocinadora
do Movimento Olímpico e Paralímpico”,
comenta a executiva. Segundo ela, em um
período tão desafiador, mostrar a relevância
das marcas por meio do esporte “foi um
privilégio”.
Globalmente, os grupos de comunicação
também sinalizam melhora nos números.
Recentemente, o WPP, grupo do qual
a Ogilvy faz parte, apontou melhora que
chega ao nível de 2019. Em comunicado,
Mark Read, CEO do WPP, fala que, à medida
que as economias reabrem em um número
crescente de países, os clientes estão cada
vez mais investindo em marketing. “Para o
WPP e nossas agências, isso significou um
primeiro semestre muito forte e – em abril,
maio e junho – nossa maior taxa de crescimento
trimestral já registrada. Esperamos
agora retornar aos níveis de receita de 2019
em 2021, um ano antes do planejado”.
Vitor Barros, CEO da Propeg, é mais taxativo
e diz ter certeza que o mercado reaquece
em sincronia com a participação ativa da
população – cada vez mais impactada com
o sentimento de segurança e estabilidade
proporcionado com a aceleração da vacinação,
junto à flexibilização nas medidas
contra a Covid–19. “Ficamos desgastados
por uma crise que nos acompanha há quase
dois anos, mas a realidade atual reavivou as
marcas, e vejo os clientes mais animados
em tirarem os projetos da gaveta”, declara.
Na opinião dele, além de uma retomada
forte no segundo semestre, estão surgindo
novas concorrências. “Apesar de muitas
consequências irreparáveis e dolorosas, o
momento despertou urgência por arriscar-
-se, inovar e valorizar o tempo”, avalia.
Antonio Fadiga, CEO da Arplan, também
acredita que o mercado está reaquecendo.
“Não é possível se comparar a um mundo
“há um nítido
crescimento nos
investimentos das
marcas, assim como há
uma nítida crescente
pelos nossos serviços”
no qual estávamos habituados antes da
pandemia, assim como o comportamento
do consumidor mudou a gente também
se adaptou para atender a essas necessidades”.
Ele se apoia nas informações da
Kantar Ibope, que, ao analisar os dados do
começo da pandemia no primeiro trimestre
deste ano, mostra que os investimentos em
publicidade foram só 1,2% menores que no
mesmo período de 2020, quando a pandemia
apenas começava.
Renata Bokel, CSO da WMcCann, é outra
profissional que acredita no reaquecimento,
mas acha que “é preciso cautela”.
“Depois do baque que todos os setores da
economia sofreram em razão da pandemia,
o mercado começa a sentir algumas melhoras
conforme o avanço da vacinação.
Apesar de todas as dificuldades, há muitas
oportunidades”, diz. Segundo ela, um dos
legados da pandemia é que as marcas perceberam
que é possível estar presente na
vida das pessoas incentivando o consumo
responsável e se transformando em porta-
-vozes capazes de alavancar o debate de
pautas importantes, como sustentabilidade,
equidade social e igualdade de gênero”.
“O digital tem papel fundamental nessas
28 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
discussões e a produção de conteúdo para
esse ambiente vem aumentando exponencialmente,
mostrando que é hora de abraçar
essas questões e ter um papel significativo
na vida das pessoas”.
Fotos: Divulgação
Sylvia Panico, da David: “Fim e começo de ano melhores”
“vemos um sinal de
esperança que afeta
o consumo e traz uma
vontade genuína de
nos presentearmos”
presa no último dia 11. No Japão, a operação
registrou alta de 12%, enquanto a Dentsu
Internacional cresceu 17%.
Paula Queiroz, head de planejamento da
Cheil, revela que há mais de um ano fala sobre
o ciclo de consumo de grandes crises ou
guerras, que é natural do ser humano viver
um momento de euforia após um grande
período de escassez ou apreensão e, segundo
ela, é o que se começa a presenciar. “A
Covid-19 ainda preocupa. É preciso ter cautela,
mas vemos um sinal de esperança que
afeta o consumo e traz uma vontade genuína
de nos presentearmos, nos cuidarmos e
superarmos o passado recente”, analisa.
Filipe Bartholomeu, sócio e CEO da AlmapBBDO,
recorre a Tom Jobim, que dizia
que o Brasil não é um país para principiantes.
“Ele tinha, tem e provavelmente sempre
terá razão nisso. O vírus ainda circula,
temos um possível risco de apagão pela
frente, taxas de juros em alta e um país que
caminha para um ano de eleição. Também
passamos por um 2020 muito difícil para a
grande maioria dos negócios, incluindo os
relacionados à comunicação de marketing.
Mesmo assim, neste ano, felizmente, o que
se vê é uma alta (em muitos casos vertigino-
Ana Leão, da Isobar e Dentsu: “O mercado encolheu”
consolidAção
Para a Publicis, conforme o CEO Eduardo
Lorenzi, o mercado já reaqueceu e 2021 será
muito bom, com conquista de novas contas,
consolidação de mais escopos de clientes antigos
e crescimento de dois dígitos na receita.
“Este ano já vem sendo de retomada há pelo
menos dois trimestres. Com o avanço da vacinação,
diminuição de casos de Covid e reabertura
de vários setores e atividades econômicas,
os investimentos em comunicação
e plataformas proprietárias como apps, sites
e programas de loyalty vêm crescendo em
muitos clientes”, diz. E tudo isso, segundo
ele, tem representado oportunidades para as
soluções que a agência oferece, “acessando
em alguns casos a multiplicidade de expertises
disponível no Grupo Publicis”.
Ana Leão, managing director da Isobar
e líder da creative service lines da dentsu,
também diz ser visível que o mercado está
reaquecendo, “o que não significa que haverá
uma recuperação ainda este ano”. “E
a recuperação do mercado não é e nem se
espera que seja simétrica, porque este crescimento
está relacionado à evolução e à involução
simultâneas de diversos setores da
economia”, pondera ela.
Ela relembra que alguns setores cresceram
durante a pandemia, como a indústria
de alimentos, produtos de limpeza e remédios.
E outras quase desapareceram, como
todas as relacionadas à mobilidade, como
turismo, restaurantes e comércios em geral,
por exemplo. “Então, naturalmente,
algumas dessas, como o setor de turismo,
vão se reerguer mais lentamente. Logo, a
recuperação do mercado de comunicação
também não será simétrica, uma vez que
está relacionada ao portfólio de clientes
que tínhamos no início da pandemia e o
quanto foram afetados”, afirma, acrescentando:
“O mercado encolheu quase 20% em
2020 em relação a 2019. O nosso potencial
de recuperação também está relacionado
à contenção das verbas de marketing desse
conjunto de anunciantes ainda este ano.
Ou seja, a divisão das verbas da retomada
do crescimento será mais disputada”.
A Dentsu registrou crescimento orgânico
de 15% no segundo trimestre de 2021, conforme
balanço financeiro revelado pela emsa)
no consumo de muitas das marcas das
mais diversas indústrias e serviços”, declara,
emendando: “Ao mesmo tempo em que
o nosso negócio é a mola propulsora de parte
do crescimento, é também beneficiado
por ele. Então, há um nítido crescimento
nos investimentos das marcas, assim como
há uma nítida crescente pelos nossos serviços,
cada vez mais múltiplos. Comunicação
digital e soluções multiplataformas têm
alavancado consideravelmente”.
Marco Sinatura, diretor-executivo de estratégia
e inovação da ID\TBWA, também
vai na linha da expectativa de retomada
do investimento publicitário em 2021 e que
volte ao patamar de antes da pandemia,
entre 2018 e 2019. “Dados do emarketer
registram uma queda de 11% no volume de
investimento em 2020 e um crescimento de
8% em 2021. Na prática, observa-se, sim,
um aquecimento, puxado por categorias
que ainda sofrem impacto das restrições
sanitárias e possuem demanda represada
para ser atendida neste momento de retomada
– como o setor de entretenimento,
turismo e viagens, imobiliário e serviços
financeiros (financiamento e crédito)”, fala.
Ele ressalta ainda que, tão importante
quanto o reaquecimento, é notar a mudança
na dinâmica/expectativa com relação aos
investimentos em marketing e publicidade:
“a eficiência e a efetividade dos investimentos
ganharam ainda mais importância
nas discussões e colaboraram para a aceleração
da migração do investimento dos
canais tradicionais para os meios digitais –
de 34,4% em 2019 para estimados 43% de
participação do total de investimentos em
2021, também de acordo com levantamento
do eMarketer”.
Felipe Bartholomeu, da AlmapBBDO: “Alta no consumo”
Antonio Fadiga, da Artplan: “Nós nos adaptamos”
Rodolfo Campitelli, da Bold: “Confiança do consumidor”
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 29
mercAdo
vAlente
Já Diego Alonso, COO e CFO da BETC
Havas, afirma que quando os resultados
começam a dar certo parece que a decisão
tomada foi a óbvia. Mas, nas palavras
dele, qualquer decisão tomada durante
uma pandemia precisa ter mais valentia e
coragem do que apenas razão ou intuição.
“Decidimos reter o maior número de talentos,
valorizando mais as pessoas em vez de
apenas a estrutura. Evoluímos a forma de
trabalhar, menos departamentalizada, em
formatos de squads, sob o mesmo conceito
e visão para toda a companhia, englobando
todos os clientes no Brasil e usando metodologias
mais ágeis”, argumenta. Ele diz
ainda que apostou na cultura e empoderamento
das equipes, dando autonomia para
os times. “A decisão tomada no começo
do ano de fazer a fusão das duas agências
(BETC & HavasPlus), sob a marca BETC Havas,
tem sido bem-sucedida, e nos permitiu
confirmar já no primeiro semestre do ano,
que 1 + 1 é quase 3”, acrescenta.
Segundo Alonso, a projeção do ano vai
ser “superar o crescimento de 30%, mais do
triplo dos 8,8% projetados para nossa indústria
para o ano de 2021”. “O mercado, os
anunciantes e vários segmentos na mídia,
que sofreram bastante nos últimos meses,
estão voltando a ter confiança. Os ânimos
positivos com a evolução do planejamento
das vacinas, somado a grandes eventos esportivos
ocorrendo na Europa – Fórmula 1
e Eurocopa – e os Jogos Olímpicos, celebrados
no Japão, estão nos fazendo acreditar
num segundo semestre com mais aberturas
e eventos sociais também no Brasil”.
Ele revela também que desde que se
uniram, foram convidados para concorrências
relevantes e conquistaram importantes
líderes de segmentos, como
Amil (saúde), Grupo Petrópolis (cerveja),
JDE (café) e O Globo (mídia impressa),
além de ter concentrado a conta do
Grupo CAOA (auto), cliente que ganhou
até uma unidade exclusiva de atendimento.
“Esses clientes, por si só, já
representam mais da metade do nosso
crescimento em 2021, comparado
ao primeiro semestre, superando em mais
de 66% versus 2020 e em mais de 26%,
comparando ao mesmo período de 2019
(ano sem pandemia). A pandemia, aliás,
nos trouxe uma nova forma de trabalhar
e de pensar. Vamos pela vida mais leves
e, ao mesmo tempo, mais fortes. Na BETC
Havas temos a convicção que unir grandes
talentos é a forma de ajudar a transformar
os negócios, com criatividade e
entretenimento para criar marcas mais
relevantes na vida das pessoas”.
Francisco Castro (Chicão), diretor-geral
de mídia na Jüssi, comenta que, com a continuidade
da pandemia por mais tempo que
o projetado, cada vez mais marcas estão
migrando seus investimentos para o digital,
mantendo o mercado de mídia digital
aquecido. E nesse sentido, para ele, as marcas
entenderam que podem mais que conversar
com os consumidores, “elas podem
vender e proporcionar experiências direta-
Fabio Meneghati, da Greenz: contratações crescem
expectativas são positivas,
garante mario d’Andrea
Para Mario D’Andrea, presidente da
Abap (Associação Brasileira das Agências
de Publicidade), as expectativas para
este semestre são positivas, por conta do
avanço da imunização e o crescimento
da atividade econômica projetado por
um PIB de 5% em 2021. Segundo ele, um
indicador prévio desse aquecimento é
a contratação, ou a recontratação, pelas
empresas de comunicação. “Estudos recentes
da PwC e o Ad Spend Report da
Dentsu sobre o mercado brasileiro apontam
para uma retomada nos patamares
pré-pandemia. Os números do primeiro
trimestre do Cenp-Meios já mostram essa
retomada, mas vamos aguardar os relatórios
que devem ser publicados no começo
de setembro para ver se os números se
mantêm e se esse crescimento se confirma”,
diz. Ele lembra que a atividade publicitária
reflete o consumo das famílias
brasileiras e, segundo o IBGE, o consumo
das famílias caiu mais de 5% em 2020.
D’Andrea não acredita que a queda
de dois dígitos em 2020 deva ser integralmente
recompensada. Mas acha que
o mercado cresça acima da inflação prevista
para 2022. “O painel Cenp-Meios
identificou que, no Brasil, os investimentos
em publicidade mais impactados
em 2020 foram o out of home, turismo/
viagens, eventos, entre outros segmentos
influenciados diretamente pelas medidas
de restrições de circulação de pessoas
nos espaços públicos e privados”, comenta.
No entanto, para o próximo ano,
segundo ele, esse não deve ser um evento
recorrente.
Quando perguntado se há indicadores
que apontem que as agências podem estar
saindo do sufoco, ele fala que a Abap
destaca dois pontos de atenção que precisam
ser corrigidos: “Agências de publicidade
não são bancos e o desempenho
do ano passado impactou fortemente a
geração de caixa. É fundamental que os
Fotos: Divulgação
Eduardo Lorenzi, da Publicis: “2021 será muito bom”
Alê Oliveira
prazos de pagamentos sejam compatíveis
com as entregas realizadas, atuando
como um impulsionador dos negócios em
toda a cadeia”, garante, explicando o outro
ponto que vai na direção do ambiente
saudável nos negócios, que é a cooperação
de todas as partes para manter não
só o que foi ajustado nos contratos, como
buscar um ponto de equilíbrio para as
demandas. “Nosso segmento é formado
por pessoas e precisamos preservar a saúde
mental das equipes. Abap, Fenapro e
Abradi divulgaram um manifesto alertando
para o impacto que demandas excessivas
por parte dos clientes está causando
sobre as equipes das agências”, recorda.
O presidente da Abap fala ainda do
sistema de trabalho híbrido que muitas
agências já adotaram. Segundo ele, as
agências se adaptaram rapidamente ao
trabalho remoto e depois ao formato híbrido,
entretanto, lembra que as áreas de
criação “sofreram um pouco mais, principalmente
na falta de ‘fricção criativa’ presencial
entre os pares de trabalho”. “Mas
seguimos acompanhando as orientações
das autoridades sanitárias, recomendando
fortemente que todos se vacinem
e torcendo que as doses sejam eficazes
também para as variações do vírus”. Ns
30 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
“o aumento da vacinação
nos últimos dias
fez surgir uma nova
esperança e o otimismo”
Marco Sinatura, da ID TBWA: “Eficiência e efetividade”
mente para eles sem precisar do intermédio
do varejista”.
Chicão afirma ainda que em 2020, tiveram
o mesmo desempenho financeiro que
em 2019, e para este ano projetam um crescimento
tanto no faturamento quanto no
resultado final. A Jüssi conquistou este ano
as contas de Curseria, Mary Kay e Stix. “E
aumentamos a presença em outros clientes,
como Diageo, Mondelez, Motorola, Órigo
Energia e Whirlpool”, conta.
Outro publicitário que acredita que o
mercado está se refazendo é Daniel Kaminitz,
CEO da Weach Group, que atua
com solução full service de marketing
de performance e trading desk de mídia
programática. Ele fala que o setor está
reaquecendo à medida que as indústrias
estão encontrando maneiras de driblar as
dificuldades que apareceram por conta
da pandemia. “Nas indústrias de bens de
consumo, por exemplo, temos visto um
aumento de ativações com forte objetivo
de elevar o elo com os consumidores, se
tornando mais confiável. No mercado de
finance, o aquecimento ocorre com o open
banking entrando na segunda fase, cujo
consumidor poderá autorizar o compartilhamento
de seus dados pessoais em troca
de mais benefícios”.
Ele fala ainda que tem acompanhado um
aumento significativo dos investimentos
no digital, motivado principalmente pela
crescente busca de produtos e serviços online
por parte dos consumidores. “Para se
ter uma ideia do tamanho desse movimento,
segundo o relatório CX Global Consumer
Carmona, da Innova ATTB: “Clientes retomam”
Trends Report, da Qualtrics, as atividades
que mais cresceram na internet foram transações
bancárias (53%); serviço de atendimento
ao cliente (45%); consultas médicas
(45%); compras de alimentos (44%); compra
de produtos online (43%); e pedidos de
comida em restaurantes (36%)”.
Paulo César Soares Itabaiana, managing
director da Teads, plataforma global de mídia
presente em mais de 20 países, também
destaca que as projeções econômicas têm
apontado para um segundo semestre mais
forte no Brasil, com aceleração do programa
de vacinação e maior retomada do consumo.
“O momento é ainda desafiador, mas o nosso
termômetro sinaliza um reaquecimento,
tendo em vista muitas iniciativas planejadas
pelas empresas para esse período”, analisa.
Evandro Guimarães, COO da Druid, diz
perceber que muitos clientes deixaram para
o segundo semestre para apostar na ligeira
recuperação da economia, junto com a melhora
dos índices de vacinação e o início de
reabertura em grandes cidades. “Já temos
visto uma boa recuperação em relação ao
primeiro semestre”, conta.
obstáculos
Já Sylvia Panico, MD e global COO da David,
revela que há indícios de melhoras em
diferentes segmentos. Mas a recuperação não
pode ser dissociada do que vem acontecendo
na sociedade como um todo. Novas variantes
surgindo e populações ainda não 100%
imunizadas continuam a ser obstáculos para
esse cenário de recuperação desejado. Ela
lembra que o país teve um primeiro semestre
com uma vacinação muito lenta e números
crescentes da pandemia – “isso foi decepcionante”.
“Somado aos números da doença, sabemos
de todos os problemas do país, como
inflação fora da meta e desemprego elevado.
No entanto, o aumento da vacinação nos últimos
dias fez surgir uma nova esperança e o
otimismo de que possamos ter um fim de ano
e início de 2022 melhores. É com esse cenário
que trabalhamos na David”.
Já Fábio Meneghati, sócio e CEO da Greenz,
afirma que o mercado já estava aquecido
e, agora, está apresentando ainda mais
oportunidades. “Olhando para o mercado
de trabalho, vemos um grande aquecimento
na contratação e realocação de pessoas
no mercado da comunicação”. Segundo
ele, a movimentação de profissionais tem
Diego Alonso, do Grupo Havas: união positiva
sido grande, o que mostra que as empresas
estão investindo nessa área e apostando em
estratégias para melhorar os resultados do
negócio. “Na Greenz, somente neste ano,
contratamos cerca de 40 pessoas. Além disso,
colocamos em prática nosso programa
de progressão de carreira e de benefícios,
com isso, todos os nossos colaboradores
foram impactados por melhorias – seja por
meio de promoção, aumento salarial e ampliação
de benefícios”.
Alexandre Carmona, sócio e diretor da
Innova AATB, acha que o avanço da vacinação
no Brasil é um dos motivos de maior
confiança na economia com um ritmo mais
acelerado, a partir das flexibilizações que o
governo vem fazendo. “Já temos eventos
sendo programados, como o Ano Novo e o
Carnaval, embora a saúde ainda seja uma
grande preocupação. Os cuidados com a higiene
e o uso de máscaras vão perpetuar em
2022”. Carmona percebe que os anunciantes
estão retomando os investimentos em
publicidade, principalmente no ambiente
digital, que durante a pandemia se mostrou
o grande palco de aproximação com o público
que estava recluso em casa.
Rodolfo Campitelli, CEO da Bold, também
lembra que, embora com altíssimo número
de desempregados no Brasil, de maneira gradativa
e lenta, todos os setores econômicos
apresentaram adições de ocupações nos últimos
meses. “Desta forma, estamos voltando
a patamares de 2019 em muitos segmentos,
promovendo uma melhoria contínua dos indicadores
econômicos e, consequentemente,
da confiança do consumidor”.
Vitor Barros, da Propeg: “Projetos estão saindo da gaveta”
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 31
mercaDo
Paralimpíada começa com histórias
que ligam marcas a emoções
Ajinomoto, Asics, Havaianas, Panasonic e Visa estão entre as apoiadoras
da competição, que vai desta terça-feira (24) até o dia 5 de setembro
Janaina Langsdorff
Origens humildes e marcadas
por sofrimentos contam
as histórias da maioria
dos atletas. Em um país onde o
apoio vem majoritariamente da
iniciativa privada, quem sobe
no pódio traz mais do que medalhas.
Ensina lições de vida.
Da vitória prateada de Rayssa
Leal aos treinos em terreno baldio
de Darlan Romani, quarto
melhor arremesso de peso, foi
o que já se viu nos Jogos Olímpicos
de Tóquio 2020, entre os
dias 23 de julho e 8 de agosto.
Nesta terça-feira (24), começa a
Paralimpíada e, com ela, trajetórias
comoventes tomarão as
telas até o dia 5 de setembro.
“O componente da emoção
é potencializado quando conhecemos
os atletas paralímpicos.
Se as marcas conseguirem
enxergar a força que essas
histórias trazem, terão grandes
resultados”, comenta Ivan Martinho,
professor de marketing
esportivo da ESPM SP.
O que esperar da Paralimpíada
de Tóquio? “Agora, as marcas
podem navegar com mais
tranquilidade”, responde Martinho.
O especialista explica
que os Jogos Paralímpicos são
vistos como um evento mais
seguro após o bom andamento
da Olimpíada. Segundo ele, os
rígidos protocolos japoneses
foram eficazes e as previsões
pessimistas não se confirmaram.
“Não há mais essa vidraça
da pandemia. O COI e o Comitê
Olímpico local fizeram um bom
trabalho de contenção”, diz.
Da cabeça aos Pés
Consciente da importância
do esporte, a Havaianas pega
no pé dos atletas paralímpicos.
Calçado oficial da delegação
brasileira nos Jogos Olímpicos
e Paralímpicos de Tóquio 2020,
a marca traz a sandália com a
logomarca do Brasil e da street
bag, além das espadriles como
opção de calçado fechado para
Equipe de paratletas da Visa, que patrocina os Jogos Olímpicos e Paralímpicos há mais de 35 anos
Dayanne Silva participou da websérie desafie o seu sistema, da Ajinomoto
atender às necessidades de
todos os atletas. Prepara ainda
uma linha de produtos licenciados
e um novo shape cocriado
com os atletas, que será lançado
no início de 2021 com 7%
da renda líquida revertida para
o Comitê Paralímpico Brasileiro
(CPB).
Nas redes sociais, a ideia é
manter a conversa iniciada em
julho, principalmente no Twitter,
além de ações endossadas
por influenciadores. “Por conta
Havaianas terá
linHa com 7% da
renda revertida
para o comitê
paralímpico
Brasileiro (cpB)
Fotos: Divulgação
da falta de público presencial, a
cobertura nas redes sociais dos
comitês e dos atletas ganhou
uma proporção ainda maior”,
ressalta Maria Fernanda Albuquerque,
diretora de comunicação
global de Havaianas. O
plano é seguir com a abordagem
genuína e bem-humorada que,
de acordo com a marca, ajudou
a colocar a Havaianas entre as
mais citadas do Twitter.
exemPlo De viDa
Das fortalezas associadas às
marcas que bancam o evento,
superação, conquista, disciplina
e entrega ancoram o enredo
de histórias, que “são poderosas
porque trazem paralelos
com a vida das pessoas”, pontua
Martinho. A Asics Japão, patrocinadora
ouro dos Jogos Paralímpicos,
enxerga no evento a
importância de mostrar o poder
transformador do esporte.
“Os atletas paralímpicos são
exemplos de como o esporte
é fundamental para ajudar a
atravessar momentos difíceis”,
defende Constanza Novillo, diretora
de marketing da Asics
América Latina. Estudo da marca
mostra que 97% dos brasilei-
32 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
os praticam esportes para melhorar
a saúde mental.
No Brasil, a marca é patrocinadora
dos paratletas Vinícius
Rodrigues (100m), Gustavo
Carneiro (tênis em cadeira de
rodas), Edwarda de Oliveira
(vôlei sentado e parabadminton)
e Luiza Fiorese (vôlei sentado).
Em Tóquio, a empresa
montou dois espaços para ativação.
A Asics Experience Tokyo
fica em Harajuku e mostra as
tecnologias da marca. Já na
Asics House, no Hibiya Park, é
possível conhecer o conceito da
marca de mente sã, corpo são.
Ambas as instalações são abertas
ao público mediante agendamento
prévio.
Outra patrocinadora oficial
dos Jogos Olímpicos há mais de
30 anos e dos Jogos Paralímpicos
há quase 20 anos é a Panasonic.
A parceria une o princípio
dos Jogos, que aspira por um
mundo em paz, ao propósito da
marca, que há mais de cem anos
cria tecnologias capazes de
apoiar a evolução da sociedade.
“Os Jogos ajudam a reforçar alguns
atributos e externalizar os
nossos princípios de contribuição
à sociedade, cooperação e
espírito de equipe”, lista Fabio
Ribeiro, diretor de marketing da
Panasonic do Brasil.
No Japão, a marca chegou a
enfrentar polêmicas sobre redução
de anúncios na TV local
em resposta à pressão de consumidores
contrários à realização
do torneio. Por aqui, a Panasonic
prevê a maior edição em engajamento.
“Trabalhamos para
proporcionar experiências ricas
para o público e o consumidor,
mesmo que de forma virtual”,
garante Ribeiro.
A Panasonic acaba de renovar
a sua parceria com o nadador
paralímpico Daniel Dias,
patrocinado pela marca há seis
anos, além de apoiar Luiza Fiorese,
que está na sua primeira
edição. Ambos participam da
campanha Paixão Além do Esporte,
criada pela Ogilvy, ao
lado de Pamela Rosa, do skate,
e Silvana Lima, do surfe.
Potencial sem limites
Daniel Dias, maior medalhista
paralímpico da história
da competição, que participará
pela última vez dos Jogos,
também tem o apoio da Visa,
parceira de um total de 12 paratletas.
“Tóquio 2020 é um
marco na jornada da empresa e
Fabio Ribeiro, diretor de marketing da Panasonic do Brasil
O nadador paralímpico Daniel Dias é o maior medalhista da história dos Jogos
no seu compromisso de apoiar
e capacitar os atletas paralímpicos
dentro e fora do esporte”,
define Rodrigo Bochicchio,
diretor-executivo de marketing
da Visa do Brasil.
A expectativa é aprender sobre
resiliência e espírito competitivo
em um evento que
“prova o potencial sem limites
da humanidade”, acrescenta
Bochicchio. A Visa patrocina os
Jogos Olímpicos e Paralímpicos
há mais de 35 anos, e será a provedora
oficial de tecnologia de
pagamentos até 2032.
Com o programa Paralímpicos
em Desenvolvimento de
Negócios da Visa (OPBDP), oferece
aos associados escolhidos
uma rotação de trabalho
de dois anos, possibilitando
a construção de uma carreira
além do esporte. Pela primeira
vez, um integrante atual do
OPBDP participa da equipe da
Visa que estará em Tóquio. É
Ryan Neiswender, atleta americano
do basquete em cadeira
de rodas.
Em parceria com o Comitê
Olímpico Internacional (COI) e
o Comitê Paralímpico Internacional
(IPC), a empresa tem ainda
o Prêmio Visa, destinado ao
atleta que melhor representa o
espírito olímpico nos Jogos por
meio de votação popular.
Já no escopo de ativações,
está a promoção Quadro de Medalhas.
Elaborada em parceria
com a Caixa Econômica Federal,
a ação vai até o dia 9 de setembro,
com prêmios semanais
como smartphones, videogames
e TVs.
Fotos: Divulgação
Constanza Novillo, diretora de marketing da Asics América Latina
alimento Para vitórias
Na Ajinomoto do Brasil, o
apoio oficial ao Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB) acontece
desde 2019, quando a marca
trouxe o Projeto Vitória, iniciativa
global da companhia em
apoio ao esporte.
“O objetivo é contribuir para
a melhoria do esporte brasileiro
como importante ferramenta
de inclusão social”, frisa Priscila
Santana, gerente de comunicação
da Ajinomoto, que patrocina
um total de 32 atletas
olímpicos e paralímpicos.
Dayanne Silva (natação),
Gustavo Carneiro (tênis em
cadeira de rodas), Verônica Hipólito
(atletismo), Alex Pires
(atletismo), Alan Fonteles (atletismo),
Thiago Paulino (atletismo),
Thiego Marques (judô),
Fernando Aranha Rocha (triatlo)
e Alana Maldonado (judô)
formam a equipe paralímpica
da marca.
A empresa trabalha ações no
ambiente digital, especialmente
nas redes sociais da Ajinomoto
e da marca Amino Vital.
Conta ainda com conteúdos
para divulgar a preparação dos
atletas durante o evento.
No ano passado, lançou a
websérie Desafie o Seu Sistema
para mostrar como os atletas
enfrentaram as adversidades
causadas pela pandemia da Covid-19,
e promoveu ações virtuais
sobre o programa de educação
nutricional Kachimeshi,
palavra japonesa que significa
“Alimentação para vencer”.
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 33
mercado
Varejo pós-pandemia será digital
e com várias formas de pagamento
Estudo da Inovasia foi apresentado durante o 9º Fórum Lide de Varejo
& Marketing, que reuniu alguns dos principais executivos do mercado
Vinícius noVaes
Live commerces, local commerce
e os pagamentos sem
contato são algumas das tendências
do mercado de varejo
no pós-pandemia. A conclusão
foi do estudo 10 tendências de
consumo (validadas) no mundo
pós-pandemia, feito pela Inovasia
com base na experiência
real da China, única (grande)
economia do mundo a viver
mais de dois meses sob o fim da
quarentena. As tendências foram
apontadas durante um dos
painéis do Fórum Lide de Varejo
& Marketing, realizado pelo
Grupo de Líderes Empresariais
– Lide, que reuniu nomes do
mercado em São Paulo.
Na China, o varejo digital já
corresponde a 52% de toda a
comercialização no país, enquanto
em 2019 esse número
era de 34%. E um dos canais utilizados
pelo setor é a live commerce.
Com o fechamento do
varejo físico, marcas populares
em shoppings e ruas obrigatoriamente
abriram suas versões
digitais, impulsionando não só
o e-commerce, mas também o
mercado de lives, contou Felipe
Zmoginski, CEO da Inovasia e
fundador da Associação Brasileira
de Inteligência Artificial
(Abia).
De acordo com o instituto
iMedia Research, 526 milhões
de chineses viram transmissões
de e-commerce por streaming
durante a quarentena,
o que equivale a 69% dos cidadãos
com acesso à internet
no país. Outro estudo, realizado
pelo instituto Dentsu Aegis
Network, mostrou que mais
de 90% dos gestores de marca
entrevistados durante a pandemia
afirmaram pretender
elevar o seu investimento em
influenciadores digitais.
“As lives já se tornaram canais
de venda e os diversos
players de e-commerce passaram
a demonstrar os seus produtos,
o que mostra que esse
Felipe Zmoginski, CEO da Inovasia e fundador da Abia: lives se tornaram canais de venda; no Brasil, alguns players já adotaram o formato
método já vem sendo abraçado”,
disse o executivo da Inovasia.
No Brasil, essa tendência
já pode ser vista nas redes: marcas
famosas como Americanas,
Magazine Luiza e C&A, entre
outras, adotaram a estratégia
para estimular as vendas.
Zmoginski destacou a tecnologia
como ferramenta indispensável
para o cliente e para o
varejista. Segundo o especialista,
atualmente, não se deve impor
apenas um meio de pagamento,
principalmente diante
das tendências de digitalização.
omNIcHaNNeL e dIgItaLIzação
CEO da Via, Roberto Fulcherberguer
defendeu que impulsionar
investimento é também
uma maneira de ofertar acesso
a crédito. O executivo afirmou
que, atualmente, 45% dos brasileiros
não têm conta bancária,
que facilitar o crédito é uma
forma inclusão.
“Investir no omnichannel
foi uma das nossas melhores
ações. O índice de renovação
na china, o
varejo digital
já corresponde
a 52% de toda a
comercialização
no país
Divulgação
da nossa base de clientes é altíssimo”,
disse. “Além disso,
montamos o carnê digital e isso
abriu margem para captarmos
clientes mais jovens. Nossa plataforma
está aqui para dar acesso
a todos os perfis no país”,
complementou.
Em relação à digitalização,
Stéphane Engelhard, vice-presidente
de relações institucionais,
sustentabilidade e comunicação
do Grupo Carrefour
Brasil, contou que a companhia
fez um movimento na área nos
últimos três anos e, como resultado,
atualmente totaliza 20
milhões de clientes cadastrados
na base de dados.
“Criamos um ecossistema
com o consumidor no centro.
Antes, não tínhamos transversalidades,
diferentemente de
hoje. Dentro disso, não podemos
olhar um varejo sem dados.
É importante sabermos dos
hábitos de consumo dos clientes,
por isso se faz necesário que
tenhamos uma riqueza de informações
sobre eles”, disse.
34 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
mercado
Goma nasce como hub para acelerar
carreiras de profissionais negros
Projeto fruto de aliança entre o Facebook e a consultoria EmpregueAfro,
junto a outros parceiros, vai oferecer conteúdo e programas de mentoria
Novo hub de mentoria para
acelerar carreira de pessoas
negras no Brasil, o Goma é fruto
de uma parceria entre o Conselho
de Clientes do Facebook
e a consultoria EmpregueAfro,
é gratuito e vai oferecer uma
série de conteúdos sobre como
criar, na prática, um programa
completo de mentoria.
As pessoas negras representam
mais de 55% da população
brasileira, mas ocupam só 5%
dos cargos de liderança nas 500
maiores empresas, segundo estudo
do Instituto Ethos e BID.
Para reverter esse cenário,
os objetivos do Goma são jogar
luz sobre a importância da
mentoria para o desenvolvimento
de carreira de pessoas
negras e fornecer ferramentas
para que as empresas possam
deloitte completa 110 anos no país
com campanha para atrair talentos
Projeto local tem como protagonistas os funcionários da consultoria;
adaptação foi coordenada pelas agências GH, Apis3 e Daxx Mídia
Profissionais da Deloitte
participam da campanha
A força dos sonhos, das ideias
e das pessoas é o que transforma,
adaptação local do conceito
global Connect for impact,
para celebrar os seus 110 anos
de atividades no país. Eles,
como explica comunicado da
empresa, interpretam as próprias
histórias e a visão sobre
como “acordar todos os dias
para conectar pessoas, tecnologias
e ideias, que vão construir
e entregar soluções para
desafios das maiores empresas
do Brasil”.
São 31 integrantes da equipe
brasileira que estão nos
vídeos e nas fotos da campanha,
representando todas as
AlmapBBDO criou a campanha Goma. Um programa para mudar o organograma
Divulgação
Divulgação
Profissionais da Deloitte estão na campanha da empresa que completa 110 anos no Brasil
criar os próprios programas. O
conselho de clientes tem como
integrantes profissionais de
grandes anunciantes e agências
do país, como AlmapBBDO,
Ambev, Blinks Essence, Coca-
-Cola Brasil, FLAGCX, General
Motors, Johnson & Johnson,
Magazine Luiza, Natura, Nestlé,
Netflix, Pepsico, Publicis,
Raccoon, Santander, Stellantis,
SUNO Creators, Unilever, Wieden
+ Kennedy, WMcCann e
Wunderman Thompson.
A AlmapBBDO, tendo como
parceira a AFAR Ventures, assina
a campanha de lançamento
do projeto, com o conceito:
Goma. Um programa para mudar
o organograma. A agência
é responsável pela autoria da
identidade visual, bem como
conteúdo das redes sociais.
áreas e níveis de experiência.
A concepção local foi da equipe
interna de comunicação e
brand & marketing, com apoio
da Agência GH (criação, vídeos,
fotos e guias de aplicação),
Apis3 (estratégia digital) e
Daxx Mídia (aquisição de espaço
em TV).
O plano de mídia contempla
Globo News e CNN Brasil, portais
de negócios e tecnologia,
mídias sociais, ambientes de
games e canais customizados.
A ideia da campanha é dar suporte
ao processo de expansão
de negócios da Deloitte no
mercado brasileiro. Além de
buscar atrair “do mercado em
diversas carreiras, sobretudo
em áreas tecnológicas”.
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 35
merCado
Glen Wheeler/ Unsplash
Com capacidade máxima e novo
nome, Fórmula 1 volta a Interlagos
Etapa brasileira passará a se chamar GP São Paulo, e não mais GP Brasil.
Novo lote com 20 mil ingressos começa a ser vendido nesta semana
Prova está prevista para ser realizada nos dias 5, 6 e 7 de novembro, mas existe a possibilidade de ser postergada para o período de 12 a 14 do mesmo mês
Vinícius noVaes
Depois de um ano sem a realização
da etapa brasileira
da Fórmula 1 por conta da pandemia
de Covid-19, o Grande
Prêmio da categoria volta com
um novo nome, GP São Paulo,
e não mais GP do Brasil. Outra
boa notícia é que Interlagos, na
zona sul da capital, terá 100% da
capacidade liberada ao público.
Tanto torcedores como profissionais
que estarão no GP, no
entanto, deverão usar máscaras
e terem a temperatura aferida
na entrada. Além disso, só poderão
ter acesso ao autódromo
de Interlagos pessoas que estiverem
vacinadas.
Com a liberação da capacidade
máxima, um novo lote de
ingressos será disponibilizado
na próxima sexta-feira (27), ao
meio-dia. Segundo a organização
do GP, serão 20 mil ingressos
que serão comercializados
pela Eventim.
O retorno da F-1 para São
Paulo também é uma boa notícia
para a economia da capital
paulista. Isso porque, de
acordo com levantamento da
Fundação Getúlio Vargas, a realização
do Grande Prêmio em
Interlagos deverá gerar 8 mil
empregos, além de um impacto
econômico de R$ 670 milhões
para a cidade.
Vinícius Lummertz, secretário
de Turismo, afirmou que a
estimativa é que haja um investimento
de R$ 1,6 bilhão em mídia
para São Paulo. “É o evento
mais aguardado do ano. A vitória
de São Paulo é importante à
medida em que consolida Interlagos,
pois nos dá uma grande
visibilidade, com estimativa de
R$ 1,6 bilhão de mídia para São
Paulo”, disse.
Outra novidade da edição
deste ano é a realização da
‘sprint race’, que só foi incluída
em três das 23 etapas previstas
para 2021: em Interlagos e nas
neste ano, são
paulo será a única
cidade da américa
latina a receber
uma etapa do
mundial de f-1
etapas em Monza, na Itália, e
em Silverstone, no Reino Unido.
Os pilotos disputam a segunda
sessão de treinos livres da
sexta-feira no mesmo formato
dos treinos de classificação de
sábado. Esta sessão, então, definirá
a ordem de largada para a
‘sprint’, no sábado.
O GP São Paulo está previsto
para ser realizado entre os dias
5 e 7 de novembro, mas pode
ser postergado em uma semana.
Definição sai em breve.
FeIras e Congressos
Desde o último dia 17, eventos
sociais e feiras corporativas
estão liberados no estado de
São Paulo, desde que tenham
controle de público. Além disso,
será obrigatório o uso de
máscara em qualquer ambiente,
distanciamento de um metro,
respeito aos protocolos de
higiene, e 100% da população
adulta com acesso à primeira
dose da vacina contra a Covid-19
são as regras determinadas
pelo governo de São Paulo.
Diretor da Live Marketing
Consultoria e um dos idealizadores
da Expo Retomada,
Paulo Octávio Pereira acredita
que para este ano deverão
ser realizados 20% de todos os
congressos e feiras que ocorreriam
em um calendário normal,
sem pandemia. Outubro e
novembro, ele diz, deverão ser
os meses com a maior concentração
de eventos na área de
negócios.
36 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
supercenas
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br
Fotos: Divulgação
Especialista em trekking de longas distâncias, Plácido Salles percorreu 2.300 quilômetros, do Uruguai ao Rio, para chamar a atenção sobre a poluição de 80 praias desse percurso
PURO MALTE
Criada e desenvolvida pela AlmapBBDO, a ação The Beach Walker
Project mostra a jornada do especialista em trekking de longas distâncias
Plácido Salles, que fez caminhada de 2.300 quilômetros
por 80 praias do Uruguai e do litoral brasileiro. Apresentador do
do canal no YouTube Livre Partida, Salles recolheu lixo em todo o
trajeto, finalizado no Rio de Janeiro, após dois meses. “Os lugares
mais sujos que passei foram a Praia do Carrasco, no Uruguai, e a
reserva florestal de Enseada Pinheira, em Santa Catarina; a praia
mais limpa, Garopaba”, relata o caminhador, que contou com a
ajuda da ONG Sea Shepherd. Foram recolhidos quase mil bitucas,
378 tampas, 265 garrafas pet, 170 sacolas, quase 300 hastes plásticas,
100 canudos, 120 pinos de droga, 26 chinelos e 6 fitas cassete.
As gravações feitas na viagem serão base de minissérie documental.
O patrocínio de Johnnie Walker faz sentido. Seu slogan global é
Keep Walking. Além disso, a iniciativa com Salles integra o projeto
de sustentabilidade: Do grão ao copo. O prazo da Diageo para materializar
a intenção da produção de JW 100% sustentável é 2030.
Tintim!
Isis Valverde está nos filmes criados pela agência Ideia 3 para promover o Banco Master
MARCA
A atriz Isis Valverde é a estrela da campanha de lançamento do
Banco Master, criação da Ideia 3 com direção de criação de Bruno
Brasil. A agência também assina a identidade visual do novo
player.
Sócia da Picture House, Laura Coló, ao lado de Adriana Ciccone: busca por diversidade
DIVERSIDADE
Do grupo In Good Company, a Picture House quer atrair parceiros
da comunidade LGBTQIA+ e mulheres para a produção de
campanhas. A intenção é da sócia Laura Coló e da produtora-
-executiva associada Adriana Ciccone.
jornal propmark - 23 de agosto de 2021 37
última página
Jr Korpa/Unsplash
Estupra, mas
não mata
stalimir vieira
Quando fiquei sabendo que a Monja Cohen,
celebridade budista, que cobra até R$ 15
mil por uma palestra, tinha sido contratada
pela Ambev para ser “embaixadora da moderação”,
seja lá o que isso signifique, fiquei
matutando sobre qual parte da anedota eu
não tinha entendido. Conversei com alguns
colegas e amigos e, claro, como o meu círculo
de amizades, na maior parte, é formado por
gente bem-humorada, sobrou pouquíssimo
tempo para falar sério.
Mas faço questão de dar espaço aqui para
as exceções. Há quem acredite que se trata da
primeira tentativa de fazer um trabalho profundo
e eficaz na prevenção do
alcoolismo. Contariam a favor da
tese, o fato de ser uma bilionária
fabricante de bebidas alcoólicas, a
patrocinadora, e de uma respeitada
religiosa, a contratada para dar
cara à iniciativa.
Até aí, conheço bem a, como
virou moda falar, narrativa. Quantas
vezes na vida sustentei apresentações
fazendo um discurso entusiasmado
e entusiasmante, enquanto passava lâminas
coloridas de powerpoint, desafiando
o cliente a atitudes arrojadas, para não dizer
escandalosas.
“não existe
controle de
alcoolismo
sem a
abstinência
absoluta”
Não sei se a ideia nasceu do cliente ou da
cabeça de algum publicitário da nova safra
(os antigos preferiam fazer comerciais como
Menino sorrindo, criado pela DPZ para a Seagram,
em 1973), mas é o retrato desse momento
em que viralizar é mais importante do
que funcionar. Entendo que a iniciativa é arrojada,
sim, mas não necessariamente feliz na
sua “lógica”. E olha que eu sempre cultivei no
meu trabalho o “pensar ao contrário”. Aqui,
porém, não se trata de fazer alguma coisa aparentemente
contraditória, na perspectiva de,
a partir da surpresa, impactar positivamente
na conquista dos objetivos. É pura incompatibilidade
mesmo. Como assim? Uma fabricante
de bebidas alcoólicas não pode fazer uma
campanha de prevenção ao alcoolismo? Não,
não pode. Simplesmente porque não existe a
possibilidade de, simultaneamente, estimular
o consumo e promover a abstinência.
Ah, mas não estamos falando de abstinência,
mas de moderação. Desculpe, estamos
falando de alcoolismo. E não existe controle
de alcoolismo sem a abstinência absoluta.
Como se referem os ex-pacientes dos Alcoólicos
Anônimos a si mesmos, “somos alcoólatras
secos”.
Isto é, gente que nunca mais na
vida vai poder colocar uma gota
de álcool na boca, sob pena de recair
no alcoolismo. O que, então,
queremos que a monja estimule?
A beber sem se viciar? A pegar
leve, mas não parar?
A abrir mão da saideira, mas
seguir firme com as iniciadeiras?
A manter o hábito de beber, mas fazê-lo moderadamente,
para não acabar no AA, e ter de
parar de comprar cerveja? A preservar a própria
saúde, mas não a ponto de atrapalhar o
nosso negócio? Está me parecendo uma versão
do “estupra, mas não mata”, pós-Maluf.
A monja já foi do balacobaco, e sabe muito
bem como essas coisas funcionam. A mensagem
“Beba com moderação” nunca fez parte
do DNA de nenhuma marca de bebida, e só é
usada por conta de uma negociação para evitar
que o Congresso enrijecesse a legislação
sobre propaganda do segmento. Enfim, prefiro
o Garoto sorrindo, pois vejo muito mais
sinceridade naquela busca do nosso saudoso
Zara por um merecido Leão em Cannes.
Stalimir Vieira é diretor da Base de Marketing
stalimircom@gmail.com
38 23 de agosto de 2021 - jornal propmark
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