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Robert B. Chisholm Jr. - Introdução aos Profetas

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Isaías 1211

lembram que os Estados em que vivemos, suas instituições e até suas leis

chegaram até nós por meio de conflitos, o mais das vezes, dos tipos mais

sanguinários”.7 Muitos soldados profissionais testemunham seus horrores.

Robert E. Lee disse: “É bom que a guerra seja tão terrível, senão passaríamos

a gostar dela”.8 William T. Sherman observou: “A guerra é, na melhor

das hipóteses, barbárie. Somente aqueles que nunca dispararam um tiro

nem ouviram os gritos e gemidos dos feridos é que clamam por sangue,

mais vingança, mais desolação. A guerra é o inferno”.9

Para Isaías, vivendo no século 8S a.C. e enfrentando a ameaça assíria,

a guerra significava um massacre sangrento no campo de batalha em um

combate corpo a corpo, e também uma campanha de bloqueios e cercos

que, frequentemente, resultava em escassez de alimentos, com atrocidades

impensáveis, como a de pais comerem os próprios filhos. A guerra significava

a destruição de plantações, o estupro de mulheres desvalidas, a

chacina de crianças inocentes, o tráfico de escravos e a deportação de populações

inteiras para terras estrangeiras. Mas tudo isso mudará quando o

Senhor estabelecer seu reinado de paz e justiça na terra.

Embora esse reinado ainda estivesse por vir, Isaías conclamava seus

compatriotas a anteciparem esse reinado “andando na luz do S e n h o r ”

(v. 5), provavelmente uma referência aos mandamentos e padrões morais

do Senhor (v. 3). Uma vez que era inevitável que todas as nações reconhecessem

a autoridade soberana do Deus de Israel, fazia sentido que seu povo

se submetesse a essa autoridade naquele momento presente.

O dia do juízo está próximo (2.6-22)

Tendo profetizado a iminente instalação do reino de Deus, Isaías voltou-se

à sua própria época. Ele reconhece que Judá estava devastada por

influências pagãs. O povo se voltava para adivinhos e videntes para determinar

o futuro (v. 6). No mundo do Oriente Próximo, a adivinhação era

uma forma de conhecer as intenções dos deuses. A adivinhação englobava

uma variedade de métodos, incluindo a catalogação de fenômenos aleatórios

e o acompanhamento dos acontecimentos por meio do exame de órgãos

internos de animais e da observação de padrões e desdobramentos astrológicos.10

Embora a adivinhação fosse corriqueira entre as nações vizinhas, o

Senhor a tinha proibido em Israel (Dt 18.10-12). Em vez disso, Deus revelava

sua vontade e suas intenções por intermédio de profetas como Isaías.

7 Keegan, John. A History ofWarfare (Nova York: Alfred A. Knopf, 1994), 4.

8 Kaplan J. (Org.). Bartlett’s Familiar Quotations, 16a ed. (Boston: Little, Brown, 1992), 440.

9Ibid., 492.

10 Wilson, Robert R. Prophecy and Society in Ancient Israel (Filadélfia: Fortress, 1980), 90-98. O

foco de Wilson são a teoria e a prática da adivinhação na Mesopotâmia.

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