PME Magazine - Edição 23 - janeiro 2022
Elisabete Jacinto, piloto de todo-o-terreno, é a figura de destaque da 23.ª edição da PME Magazine. Leia a entrevista e muito mais na edição de janeiro já disponível.
Elisabete Jacinto, piloto de todo-o-terreno, é a figura de destaque da 23.ª edição da PME Magazine. Leia a entrevista e muito mais na edição de janeiro já disponível.
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EDIÇÃO ANO VI
FIQUE POR DENTRO
DE TODOS OS NEGÓCIOS
EM 2022!
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39,95€
JANEIRO 2022 • TRIMESTRAL • EDIÇÃO 23
DIRETORA: MAFALDA MARQUES
PMEMAGAZINE.SAPO.PT
ASSINE EM:
pmemagazine.sapo.pt/assinatura
ELISABETE
JACINTO
Liderança
olhos nos olhos
BENAMÔR
COSMÉTICA NATURAL
PORTUGUESA PELAS
BOCAS DO MUNDO 12
NEVARO
CONHEÇA A ‘APP’
QUE AJUDA A DIMINUIR
A ANSIEDADE 18
BRAVE
GENERATION
ACADEMY
FAZER A DIFERENÇA
NA EDUCAÇÃO 34
02
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
ÍNDICE
Figura
de destaque
Elisabete Jacinto
“O espírito de abertura
caracteriza o líder do futuro”
ColorADD
na PME Magazine
A PME Magazine conta com
15 grandes secções, que servem
de guia estrutural para as temáticas
abordadas. De forma a tornar
a revista mais inclusiva, foi integrado
nas secções o sistema de
identificação de cores ColorADD.
Assim, cada secção conta com
uma cor diferente, identificada
com um símbolo que permite a
pessoas daltónicas identificarem
as cores que estão a ver.
Desenvolvido com base nas três
cores primárias, representadas
através de símbolos gráficos, o
código ColorADD assenta num
processo de associação lógica
que permite ao daltónico, através
do conceito da adição das cores,
relacionar os símbolos e facilmente
identificar toda a paleta de
cores. O branco e o preto surgem
para orientar as cores para as
tonalidades claras e escuras.
Azul
Vermelho
Verde
Roxo
Amarelo
Castanho
Laranja
Tons Claros
Tons Escuros
Branco
Cinza
Claro
Preto
Cinza
Escuro
Índice
04 BREVES
06 CASOS DE SUCESSO
Muranti e o mobiliário de luxo.
Heróis PME e o prémio para as empresas
sobreviventes.
Sociedades de Desenvolvimento
e a aposta no turismo na Madeira.
10 INVESTIMENTO César Borja e a importância
de investir em ações.
12 INTERNACIONAL Benamôr e a internacionalização
de uma marca portuguesa
com história.
Selectra e a energia sustentável para todos.
16 AMBIENTE Noocity e as hortas corporativas.
Cleanwatts e os parques fotovoltaicos
coletivos.
18 RH Nevaro e a app que ajuda
a reduzir a ansiedade.
Sandra Laranjeiro dos Santos
e os ‘acidentes’ do teletrabalho.
22 BI Andrés Ortolá assume Microsoft Portugal.
24 RESPONSABILIDADE SOCIAL
The Big Hand na ajuda às populações
de Moçambique.
26 FIGURA DE DESTAQUE Elisabete Jacinto
e os atributos do líder do futuro.
34 EMPREENDEDORISMO Brave Generation
Academy e a educação do futuro.
Witseed e o cinema no caminho da formação.
United Boutiques e a moda sustentável
a preços acessíveis.
38 MEDIR PARA GERIR
Susana Ferreira e a liderança remota.
Anabela Chastre e os novos modelos
de aprendizagem nas organizações.
40 MARKETING Inventa reinventa a marca.
Bernardo Marques e a importância do TikTok.
42 TECNOLOGIA Pelos caminhos
da Web Summit.
Critical TechWorks e a mobilidade do futuro.
46 AGENDA Building the Future de volta
a Lisboa.
48 FORA D’HORAS Praia do Sal, relaxar
a poucos minutos de Lisboa.
50 OPINIÃO Alexandre Monteiro e o que
o corpo demonstra numa negociação.
Não existe liderança
sem pessoas
Já dizia o ditado, é
dando que se recebe.
E é disso que se trata
a primeira edição da
PME Magazine de
2022: liderança inclusiva.
O mundo está
em constante mudança
e a forma de liderar
não é exceção. Hoje,
tem-se adotado um
método cada vez mais
inclusivo de liderar, o
que, na maioria dos
casos, se traduz em melhores resultados para
as empresas, devido a um ambiente de trabalho
mais positivo.
Fala-nos disso Elisabete Jacinto, figura de
capa da revista, enquanto nos conta o seu
vitorioso percurso nas corridas até ao mundo
empresarial. Neste sentido, falámos também
com a Noocity, startup que instala hortas corporativas
com o intuito de mudar a forma de
relacionamento nos locais de trabalho e de
melhorar a sustentabilidade das empresas.
Conhecemos a estratégia de internacionalização
da Benamôr, quisemos saber mais sobre
a portuguesa Critical Software que criou
uma parceria com a BMW, formando-se assim
a Critical Techworks, que pretende liderar
a transformação tecnológica da marca
automóvel alemã e falámos com a Nevaro
sobre a sua aplicação Holi, uma caixa
de ferramentas e estratégias de gestão,
baseadas na psicologia positiva.
Oferecemos ainda uma viagem pelo interior
da Web Summit, onde estivemos à conversa
com várias empresas, nomeadamente
no setor da educação. Educação que foi
também tema de conversa com Tim Vieira,
criador da Brave Generation Academy.
Acompanhe-nos
nesta jornada.
Boas leituras e bons negócios!
Texto:
João Carreira
Redação
DIRETORA: Mafalda Marques EDITORA: Ana Rita Justo REDAÇÃO: Catarina Lopes Ferreira, Margarida Duarte e João Carreira VÍDEO E FOTOGRAFIA:
Guilherme Mendes, NortFilmes e João Filipe Aguiar DESIGN GRÁFICO: José Gregório Luís DIGITAL MANAGER: Sofia Neves COLABORARAM NESTA
EDIÇÃO: Alexandre Monteiro, Anabela Chastre, Bernardo Marques, César Borja, Sandra Laranjeiro dos Santos e Susana Ferreira ESTATUTO EDITORIAL
(leia na íntegra em pmemagazine.sapo.pt) DIREÇÃO COMERCIAL - Daniel Marques EMAIL: publicidade@pmemagazine.com PROPRIEDADE: Massive
Media Lda. NIPC: 510 676 855 MORADA DA SEDE DA ENTIDADE PROPRIETÁRIA: Av. Dr. António Carvalho Figueiredo, 1, 4B, 2670-406 Loures MORADA
DO EDITOR: Lisboa Biz – Av. Engenheiro Arantes e Oliveira, n.º 3 R/C – 1900-221 Lisboa REDAÇÃO: Lisboa Biz – Av. Engenheiro Arantes e Oliveira,
n.º 3 R/C – 1900-221 Lisboa TELEFONE: 217 112 690 EMAIL: info@pmemagazine.com N.º DE REGISTO NA ERC: 126819 EDIÇÃO N.º: 23 DEPÓSITO
LEGAL N.º: 427738/17 ISSN: 2184-0903 TIRAGEM: 1000 exemplares IMPRESSÃO: Sprint - Zona Industrial Segulim, Rua José Pereira, Lote 3ª, 1685-635
Famões, Odivelas DISTRIBUIÇÃO: por assinatura anual PERIODICIDADE: Trimestral
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
03
BREVES
A GRENKE PORTUGAL, empresa que oferece
soluções de renting tecnológico, acredita que
a partir deste ano será possível retomar os níveis
de crescimento que registavam antes da pandemia.
UrbanGlide procura
rede de parceiros
nacionais
A UrbanGlide, marca de soluções de
mobilidade urbana, está a expandir
a sua rede de parceiros a nível nacional,
procurando parceiros especializados
em mobilidade elétrica. A marca
apresenta uma política e estratégia de
crescimento em Portugal diferentes
das da sede em França, ao colaborar
com parceiros como a Mediamarkt,
a Auchan, a Fnac ou a Rádio Popular,
de forma a comercializar os seus
produtos junto dos utilizadores
de mobilidade elétrica.
Marca procura parceiros especializados em venda e reparação de bicicletas
SGS cria a sua
primeira ‘innovation
squad’
A SGS, empresa de testes, inspeção
e certificação, cumpre com a sua
ambição de se tornar líder do setor
global de TIC com a criação da sua
primeira innovation squad em Lisboa.
Cada squad será composta por gestores
de produto, designers, programadores
e data scientists, que farão parcerias
com entidades locais e regionais
para validar e construir novos serviços
digitais.
Programa visa implementar workshops
e sessões de mentoria
Visor.ai selecionada
por programa acelerador
de ‘fintechs’
em Nova Iorque
Grupo Ageas conta
com novo edifício
em Lisboa
Innovation squad irá utilizar tecnologias
e metodologias digitais de última geração
A Visor.ai, startup que desenvolve
soluções de conversão inteligente,
nomeadamente no setor bancário e
de seguradoras, foi destacada pela
AICEP, Agência para o Investimento
e Comércio Externo de Portugal, e
pela SOSA, empresa global focada na
inovação tecnológica, para participar
no Portugal Tech NYC, um programa
de quatro meses que pretende ajudar
fintechs portuguesas no desenvolvimento
de planos de expansão para
Nova Iorque.
Edifício tem 5.500 metros quadrados
e já se encontra totalmente ocupado
O Grupo Ageas Portugal adiciona ao
seu portefólio imobiliário um novo
edifício de escritórios em Lisboa, de
nome Bloom, tendo a intermediação
da operação sido da responsabilidade
dos consultores internacionais imobiliários
Savills. Esta é a quarta aquisição
do grupo no setor imobiliário em 2021,
representando cerca de 100 milhões
de euros investidos este ano.
Janeiro de 2022
04 pmemagazine.sapo.pt
Mostramos-lhe
como foi...
No passado mês de
novembro, decorreu
a 4.ª Edição das PME
Magazine Webtalks.
Esta contou com a
presença de Paulo
Veiga, CEO e fundador
do Grupo EAD e
figura de capa da 22.ª
edição da nossa revista,
e Alexandre Monteiro,
coach e mestre
em decifrar pessoas.
Durante o evento,
Paulo Veiga abordou
algumas técnicas de
negociação para ajudar
gestores e empresários
a prosperarem
nos seus negócios.
Já Alexandre Monteiro
explicou como é que
as expressões e os
comportamentos
das pessoas são
importantes para
as negociações.
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
05
CASOS DE SUCESSO
N
ascida no final de 2016, com o intuito
de marcar a diferença pela simbiose
de vários materiais e acabamentos
numa só peça, a Muranti é uma marca de
mobiliário que, como a própria indica, cria
o equilíbrio entre a mente e o coração de
qualquer decoração de interiores. Em 2017,
iniciou a estratégia de internacionalização,
participando em diversas feiras até aos dias
de hoje, como a Maison et Object Paris,
a Habitat Valencia, a Decorex London, a
Highpoint Market USA, a Downtown Dubai,
entre muitas outras, estando presente um
pouco por todo o mundo.
O nome Muranti é um mistério, assim
como os locais de onde surgem as pedras
preciosas mais raras. Foi pensado tendo em
conta a facilidade de memorizar, a facilidade
de pronunciar em todas as línguas e
também pela elegância que transmite a
todos os que o dizem.
Rita Silva, responsável de marketing
da marca, revelou à PME Magazine que a
empresa não se limita a vender peças de
imobiliário: “Temos uma equipa multifacetada
que acompanha o cliente em todas
as fases do projeto. O equilíbrio entre a
decoração de interiores e a mente faz-se
através da escolha certa em termos de
design e de customização para que todo o
ambiente fique harmonioso”.
O processo de criação das peças adequa-
-se a cada coleção. Para chegar à criação
das peças são necessários vários meses
de pesquisa, reuniões, visitas à produção
da marca, a feiras internacionais e muita
criatividade. A empresa dedica-se arduamente
ao design de cada peça, zelando pela
sofisticação e elegância em cada uma delas
e, por isso, todo o design é feito internamente
pelos designers da empresa, que
trabalham afincadamente para criar as
mais luxuosas peças.
A Genesis, a Gemstone e a Kozmus são
as três coleções disponíveis: a primeira é
inspirada na forma artesanal de encontrar
as pedras preciosas e é uma criação com
peças mid-century; a segunda é inspirada
nos tons vivos das pedras preciosas e cristais,
composta por peças coloridas e exuberantes;
por fim, a mais recente coleção, a Kozmus,
surge com peças de alto luxo com vários
detalhes em dourado, e teve como inspiração
uma visita à produção onde estavam a secar
a mesa de centro Kozmus que foi a “mãe”
de toda esta coleção. A responsável revelou
o balanço feito pelos clientes relativamente
às peças que adquirem: “É positivo em duas
Sofá Kozmus, estrutura em latão polido e mármore azul de Estremoz
O SUCESSO DAS
PEDRAS PRECIOSAS
Com vista à criação de peças luxuosas, a Muranti tem
vindo a crescer e a inovar as suas coleções feitas com pedras
preciosas, que dão um acabamento delicado e sofisticado
a todas as produções da marca portuguesa de mobiliário
com um futuro promissor.
Texto:
Catarina Lopes
Ferreira
Redação
Fotografia:
Muranti
vertentes: pelos produtos e pelo serviço prestado. Além disso, o
sucesso fabuloso que a Muranti tem por todo o mundo deve-se
também à extraordinária equipa que temos e que, diariamente,
procura perceber o cliente, ir ao encontro das suas necessidades,
mantendo a identidade, a inovação do design e a preocupação por
produtos e serviço de excelência”.
Apesar do já alcançado sucesso, a Muranti tem em vista grandes
investimentos, segundo Rita Silva: “O Grupo Muranti vai crescer
nos próximos anos em número de exportações, em número de
mercados e até em áreas de negócio. No caso da Muranti Furniture
irá fazer nascer novas coleções, como foi o caso da Kozmus World
que já está a desafiar cada canto do mundo. Além disso, estão
previstos investimentos num showroom privado em Portugal, no
qual serão organizados eventos, investimentos também ao nível
das feiras e, por fim, o reforço na área digital com o lançamento
de novo website que terá showroom virtual.”
Uma coisa é certa, quando uma marca se preocupa com as
necessidades do cliente, se adapta e cria com paixão, o sucesso
está garantido.
Janeiro de 2022
06 pmemagazine.sapo.pt
PUBLIREPORTAGEM | HERÓIS PME
CASOS DE SUCESSO
Já abriram as candidaturas
para a iniciativa Heróis PME.
Para saber mais sobre o que
distingue as empresas
portuguesas entrevistámos
Bernardo Maciel,
CEO da Yunit Consulting.
A QUARTA EDIÇÃO
JÁ CHEGOU!
P
ME Magazine (PME Mag.) – Em que
consiste a iniciativa Heróis PME?
Bernardo Maciel (B. M.) – Criámos
o projeto Prémio Heróis PME para celebrar
a coragem das empresas portuguesas,
distinguir e divulgar ao público as histórias
de vida de empresários e das suas empresas
– exemplos de força, coragem e visão que
geram emprego e riqueza para o país. Ao
longo de três edições, recebemos mais de
300 candidaturas de setores de atividade
como agroindústria, indústria transformadora,
imobiliária, TIC ou saúde. Achámos
que este era o momento para relançar o
apelo adicionando novos “ingredientes”.
O Prémio Heróis PME sublinha o próprio
ADN da Yunit para acompanhar as PME em
todo o seu ciclo de vida – do pensamento
estratégico à implementação da mudança
– potenciar o crescimento e inspirar os
momentos para dar o salto.
PME Mag. – Quais as reais mais-valias
para as PME finalistas e vencedoras?
B. M. – O Prémio Heróis PME representa,
em primeiro lugar, para as PME participantes
um reconhecimento público da sua determinação
e capacidade empresarial. É-lhes
dada visibilidade e reforçada a notoriedade
através da comunicação inerente à iniciativa,
dos media partners e do networking criado
em torno do prémio. Adicionalmente, tem
um impacto interno muito forte: o esforço
comum de preparação de uma candidatura
promove junto dos colaboradores destas
PME um maior sentimento de pertença à
organização. Por outro lado, o envolvimento
de todos os stakeholders (parceiros, clien-
Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting
tes, fornecedores, comunidade local) no
processo de votação das histórias também
tem um efeito dinamizador dessas ligações
relevante para as empresas.
PME Mag. – Esta edição é especial
devido ao contexto da pandemia? Que
novidades traz?
B. M. – Esta edição reveste-se de uma
importância especial, pois acontece após
um interregno motivado pela pandemia
e vem precisamente distinguir as PME
portuguesas que atravessaram este período
desafiante e que continuam a inspirar
pela sua força e capacidade de adaptação
à mudança. Assim, acrescentamos valor
e novas dinâmicas à nova edição e apresentamos
como novidades: o lançamento
do Barómetro Heróis PME. Será o primeiro
estudo realizado no âmbito dos Prémios
Heróis PME sobre PME portuguesas e tem
como objetivo apresentar indicadores de
recuperação, perceber como as empresas
se adaptaram ao contexto desafiante que
atravessamos e traçar uma visão sobre o
futuro próximo. E duas novas categorias:
Fator S (sustentabilidade) e Transformação
Digital. Quisemos destacar a sustentabilidade
e a transformação digital como
fatores diferenciadores na competitividade
das empresas.
PME Mag. – Contam com várias entidades
parceiras nesta iniciativa. A que
se deve o interesse destes parceiros
neste prémio?
B. M. – Continuamos a ter o apoio de um
conjunto de empresas: a VICTORIA Seguros,
connosco desde o arranque da iniciativa, a
SoftFinança, a Caixa Geral de Depósitos, a
SAGE, a PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados,
a Grosvenor House of Investments, a
OKSofás e a Câmara de Comércio e Indústria
Portuguesa. Estas empresas e instituições
associam-se aos Heróis PME não só pelo
tema da visibilidade e notoriedade que a
iniciativa proporciona, mas também pelo
genuíno interesse em estar próximo das PME
e acompanhá-las numa relação de verdadeira
parceria.
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
07
CASOS DE SUCESSO
REABILITAÇÃO
DE EMPREENDIMENTOS
NA MADEIRA A PENSAR
NO TURISMO
“ A ideia é dar
qualidade,
reabilitar
e lançar no
mercado os
empreendimentos,
numa
perspetiva
de apoio à
economia dos
concelhos,
fazendo
com que
os privados
tenham
condições para
explorar os
nossos próprios
espaços.
Nivalda Gonçalves,
presidente do conselho
de administração
das Sociedades
de Desenvolvimento
”
A pandemia trouxe desafios
aos empreendimentos geridos
pelas Sociedades
de Desenvolvimento
da Madeira, mas a injeção
de fundos públicos regionais
e a receita própria do aluguer
dos espaços a privados
permitiu requalificar espaços
tendo em vista a retoma
do turismo na região.
S
ão quatro as Sociedades de Desenvolvimento
da Madeira – Sociedade
Metropolitana de Desenvolvimento,
Sociedade de Desenvolvimento do Norte
da Madeira, Sociedade de Promoção e
Desenvolvimento da Zona Oeste da Madeira
e Sociedade de Desenvolvimento do Porto
Santo – que, enquanto entidades públicas
regionais, têm como finalidade promover
e dinamizar a economia regional de forma
integrada e equilibrada entre as várias
zonas do arquipélago. A pandemia veio
trazer desafios acrescidos, mas o foco na
reabilitação de equipamentos fundamentais
para o turismo da região manteve-se,
contando também com o apoio do Governo
Regional da Madeira.
“Nos últimos anos, sentimos esse reforço
de investimento, o lançamento de algumas
obras que era necessário fazer, algumas para
adaptações à pandemia”, começa por expor
Nivalda Gonçalves, presidente do conselho
de administração das Sociedades de Desenvolvimento,
em entrevista à PME Magazine.
A pandemia levou a um reajuste transversal
na gestão destes equipamentos.
A isenção de rendas a privados durante
o período mais crítico ajudou a garantir
a não devolução de espaços arrendados.
Um dos equipamentos mais afetados pela
pandemia foi o Porto Santo Golfe, gerido
Nivalda Gonçalves, presidente do conselho de administração das Sociedades
de Desenvolvimento
pela Sociedade de Desenvolvimento do Porto
Santo, complexo que recebia diariamente
cerca de 200 jogadores de golfe, a maioria
vindos da Dinamarca, e que foi obrigado
a fechar portas.
Apenas este verão a operação começou a
voltar à normalidade, com casa cheia, mas
também com uma grande fatia de turistas
provenientes da Madeira e do continente.
“Houve momentos em que praticamente
só tínhamos turismo interno. No Porto
Santo Golfe tivemos fases em que eram só
portugueses a chegar, em pequenos grupos,
em famílias, respeitando as normas de
segurança. Felizmente, passámos a valorizar
e ajudámo-nos uns aos outros nesta
fase de pandemia”, ressalva a responsável.
Ainda no Porto Santo, teve início, no ano
passado, a reabilitação do Centro Hípico,
de forma a integrar projetos de hipoterapia
para pessoas com mobilidade reduzida, bem
como a reabilitação do edifício Baiana, no
centro histórico, num investimento de 600
mil euros. Ambas as empreitadas estarão
concluídas no decorrer de 2022.
Texto:
Ana Rita Justo
Editora
Fotografia:
Sociedades de
Desenvolvimento
Janeiro de 2022
08 pmemagazine.sapo.pt
CASOS DE SUCESSO
mar. Ainda estamos a apurar o investimento,
mas deve ser acima dos cinco milhões de
euros”, revela a responsável.
Por seu turno, no Porto da Cruz, o espaço
gerido pela mesma entidade na Praia da
Lagoa será alvo de intervenção na zona
envolvente, numa obra a começar ainda
este mês com um orçamento total de
400 mil euros. Na Sociedade de Promoção
e Desenvolvimento da Zona Oeste, a
presidente destaca a reabilitação da pista
de atletismo e dos campos de ténis e de
paddle do Centro Desportivo da Madeira,
num investimento total de 700 mil euros
e cuja empreitada deverá estar concluída
ainda este ano.
Porto Santo Golfe foi dos equipamentos mais afetados pela pandemia
Parque Temático é um espaço de valorização das
tradições locais
1,5 milhões para Parque Temático
Gerido pela Sociedade de Desenvolvimento
do Norte da Madeira, o Parque
Temático da Madeira, em Santana, dedicado
à história e tradições locais, tem estado,
também, nos últimos dois anos, a receber
obras de melhoramento, no valor total de
1,5 milhões de euros, que estarão concluídas
também este ano. Além do museu ao
ar livre, este espaço está aberto a receber
“projetos de pequenos empresários ou
desempregados que queiram implementar
projetos ligados ao artesanato, tradições,
flores”, adianta Nivalda Gonçalves.
Outras obras concluídas abrangeram
também o Complexo Balnear da Foz da
Ribeira do Faial, o Complexo Balnear do
Calhau de São Jorge, bem como as Piscinas
Naturais do Seixal.
Já a cargo da Sociedade Metropolitana
de Desenvolvimento está a reabilitação da
Promenade da Praia Formosa, uma obra
que só deverá estar concluída no próximo
ano. “Vamos reabilitar, quer a encosta
para garantir a segurança, quer o próprio
passadiço, também devido à proximidade ao
Sinal positivo
Com 150 trabalhadores a cargo, e enquanto
entidade pública regional, as Sociedades de
Desenvolvimento da Madeira conseguiram
manter todos os postos de trabalho, apesar
das restrições da pandemia. A maioria dos
colaboradores com tarefas administrativas
passaram a estar em teletrabalho, enquanto
os restantes asseguraram a manutenção
dos espaços concessionados. As empresas
também deram sinal positivo, impulsionadas
pela isenção de rendas.
“Não houve nenhuma devolução de
espaços [arrendados] durante a pandemia.
Passámos por uma fase difícil, mas o turismo
tem vindo a regressar em força à ilha da
Madeira e muitos dos nossos espaços, como
estão nas frentes-mar, têm demonstrado
uma boa recuperação”, aponta.
O futuro passa pela internacionalização
destes espaços, nomeadamente através das
parcerias com a Associação de Promoção da
Madeira e também com a Direção Regional
do Turismo da Madeira, de forma que os
empreendimentos sejam dinamizados
em eventos internacionais. “Estamos a
criar já uma comissão e uma estratégia à
volta do destino de golfe da Madeira para
o Porto Santo Golfe. E estamos com uma
parceria para o Parque Temático da Madeira,
numa vertente de visita turística, em que
a Associação de Promoção da Madeira nos
tem ajudado a divulgar e a criar programas,
juntamente com agências e operadores
turísticos”, refere Nivalda Gonçalves.
“A ideia é dar qualidade, reabilitar e
lançar no mercado os empreendimentos,
numa perspetiva de apoio à economia dos
concelhos, fazendo com que os privados
tenham condições para explorar os nossos
próprios espaços”, conclui.
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
09
INVESTIMENTO
Texto:
César Borja
Fundador da Borja
on Stocks
Fotografia:
Borja on Stocks
A
s ações são títulos que representam
a propriedade de empresas
cotadas em bolsa. Neste artigo irei
elencar uma série de razões ou motivos
para investir em ações:
1.ª – Financiar as empresas, a inovação,
o crescimento económico e o emprego
Este motivo é algo altruísta, mas para a
maioria das pessoas é importante que as
suas atividades contribuam não só para o
seu próprio bem-estar, mas também para
o bem-estar da sociedade como um todo.
Quando investimos em ações – especialmente
no mercado primário, quando
há uma oferta pública de venda (OPV)
– estamos a financiar empresas que
geram emprego para produzirem bens
e serviços úteis à sociedade. Mesmo no
mercado secundário, os investidores em
ações contribuem para manter ou elevar
o valor das empresas que assim têm mais
capacidade de investimento, de inovação
e de crescimento e dessa forma poderão
fornecer mais e melhores bens e serviços
à sociedade.
Uma empresa grande normalmente
também emprega muito mais gente
e paga mais impostos que depois são
redistribuídos pela sociedade em geral.
2.ª – Pode-se começar com apenas
100 euros
Esta razão serve para desmistificar a
ideia de que é preciso ter muito dinheiro
para investir em ações. Hoje, pode-se
abrir uma conta numa corretora
com apenas 100 euros e
comprar umas ações. Claro que
se pode e deve ir investindo mais
e mais capital nas ações, quer seja
através de uma poupança mensal,
ou sempre que se recebam fundos
extraordinários, como por exemplo
uma herança, ou um prémio,
ou um subsídio extra, ou na
venda de um imóvel, etecetera.
VANTAGENS
DE INVESTIR
EM AÇÕES
3.ª – Milhares de ações em dezenas
de países em cinco continentes
Hoje, qualquer país minimamente desenvolvido
tem uma bolsa de valores. Existem
milhares de empresas cotadas, em dezenas
de países, na Europa, América, Ásia, África
e Oceânia. E é relativamente fácil investir
em ações de outras regiões do globo. Significa
isto que o investidor em ações é livre
de investir em qualquer parte do mundo e
essa liberdade é uma vantagem.
4.ª – Liquidez e liberdade
As ações conferem uma elevada liquidez
que lhe permite mudar de ideias e trocar
de investimentos quando desejar. Ao
contrário de um investidor no mercado
imobiliário, por exemplo, que tem uma
série de constrangimentos e muita falta de
liquidez, o investidor em ações tem uma
liberdade total.
5ª – São o único produto financeiro
que permite obter um retorno elevado
a longo prazo
Nos produtos financeiros de baixo risco,
tais como depósitos a prazo, obrigações e
fundos de investimento imobiliário, por
exemplo, é impossível obter um retorno
elevado dos seus investimentos, digamos,
de 15% ou mais ao ano.
As ações exibem uma relação entre o
potencial de valorização e o risco ideais.
Não é por acaso que os homens mais ricos
do mundo mantêm a maior parte da sua
fortuna investida em ações.
6.ª – Rendimento
Além de todas as vantagens anteriores,
as ações também dão rendimento, ou seja,
também dão qualquer coisa por ano, mesmo
que as mantenhamos “para sempre”, que
são os dividendos.
Os dividendos não são uma boa razão para
comprar uma ação em particular, mas são
uma boa razão para deter ações em geral,
especialmente no período de reforma ou
velhice. A partir dos 70, 75 anos de idade
faz sentido ter ações de empresas bastante
sólidas que distribuam bons dividendos que
ajudam ao nosso rendimento na reforma.
Investir em ações
pode ajudar a ter
rendimento extra
10
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
INTERNACIONAL
BENAMÔR,
UMA MARCA
COM HISTÓRIA
Pierre Stark continuou
a desenvolver a Benamôr
com um olhar mais
ambicioso
Considerando-se uma das
marcas de beleza mais
amadas de Portugal,
a Benamôr dissemina-se
na internacionalização
na esperança de um
caminho risonho.
F
undada em 1925, numa época em
que os produtos nacionais tinham
um grande interesse para os consumidores
portugueses, a marca lisboeta de
cosmética natural Benamôr volta a encantar
Portugal depois de alguns anos estagnada.
Pierre Stark, natural de França e envolvido
no mundo da cosmética, conheceu a marca
através da amiga Catarina Portas que lhe
revelou o número elevado de vendas dos
produtos Benamôr, principalmente do
famoso creme de mãos Alantoíne, na sua
loja A Vida Portuguesa. Após pesquisas,
experiências e testes, o empresário rendeu-
-se ao potencial e à singularidade da marca
e adquiriu-a em 2015, recuperando o seu
património.
“A nossa maneira de desenvolver e recuperar
a marca, de facto, era com este respeito,
com este trabalho, estando alinhado com
as suas origens”, afirma Pierre Stark.
As receitas de beleza da marca não
sofreram muitas alterações, continuando
com os seus ingredientes tradicionais,
mas agora com a junção de outros mais
modernos como a aloé vera, o óleo de argão
e a manteiga de karité. A marca removeu,
ainda, os parabenos e substituiu a parafina
mineral por vegetal. Já a imagem da marca
art déco, com um design inspirado nas ruas
de Lisboa e em Portugal, foi redesenhada
pelo designer gráfico Ricardo Mealha.
Em 2016, a marca continuava viva porque
o equilíbrio global, a qualidade, a produção
e a sua estética estavam coerentes e consis-
tentes com o que foi feito e mantido pela
mesma. Foi desta forma que Pierre Stark
continuou o processo de desenvolvimento
da Benamôr, seguindo os passos já antes
dados, mas agora com um olhar diferente
e mais ambicioso.
Adquiriu a Sociedade de Perfumarias
Nally, em conjunto com mais dois sócios,
um japonês e uma parisiense, com o objetivo
de formar uma parceria de sucesso e
resultados positivos.
“O sucesso deve-se ao trabalho de equipa,
evidentemente ao talento – não há pessoas
na nossa equipa que não tenham talento
– e à preservação da fábrica, assim como
à transmissão de conhecimento que vem
de geração em geração”, confidencia
Pierre Stark. “Este é um bocadinho do
nosso segredo”, atira. Dando mais um
passo nesta caminhada, lojas físicas foram
surgindo em vários locais do país, sendo
no coração de Lisboa, precisamente no
Campo das Cebolas, a primeira a ser criada,
em 2017. A necessidade de abrir lojas veio
da dimensão da marca, mas sobretudo da
criação de notoriedade que faz com que
os consumidores criem uma relação com
o produto.
“Uma maneira atual e moderna é encontrar
sítios interativos onde a marca se
exprima de uma forma completa.”
As dimensões mais importantes da
Benamôr vinculavam-se entre produto,
serviço, código e a própria história, portanto
a criação de uma loja fez todo o sentido para
fazer crescer a notoriedade. Hoje, a marca
conta já com seis lojas na capital (lojas de
rua e grandes superfícies) e no Porto com
apenas uma loja, na Rua das Flores.
Olhar para todos os mercados
Portugal foi sempre uma prioridade,
porque uma marca não pode ser internacional
sem primeiro ser forte no mercado
nacional.
“ Esta marca tem
um caminho de
uma marca de
beleza que se
utiliza de uma
forma diária,
e todos nós
que estamos
na equipa, eu
em primeiro
lugar, somos
consumidores.
Pierre Stark,
CEO da Sociedade
de Perfumarias Nally,
dona da Benamôr
”
12
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
INTERNACIONAL
Benamôr conta com sete
lojas em Portugal, seis em
Lisboa e uma no Porto
Texto:
Margarida Duarte
Redação
Fotografia:
Benamôr
“Temos de desenvolver a marca com
necessidades internacionais, a olhar para
todos os mercados e as suas especificidades,
e questionar o que é que o mercado
precisa”, defende.
Sendo que as culturas e as rotinas são
distintas de país para país, o empresário
queria ter a certeza dos produtos que os
consumidores utilizariam de acordo com as
suas crenças. Em termos de apresentação,
os Estados Unidos da América não têm a
mesma necessidade comparando com a
Ásia, dois dos mercados chave para a marca.
Os perfumes têm essências diferentes e a
receção do produto distingue-se, acima de
tudo, pela inspiração que vem de Portugal.
“Estamos em constante evolução e cada
vez mais temos em conta as tendências
mundiais para ficar perto dos consumidores,
que são diferentes e também muito
exigentes.”
Este processo de internacionalização passa
pelo trabalho com um parceiro próprio de
cada país e pela sua distribuição seletiva,
posicionando a Benamôr na área do luxo
acessível, todavia, tudo continua a ser
feito em Portugal. Entretanto, o negócio
já foi alargado a um total de 30 países e
atualmente encontra-se muito presente no
designado mercado da saudade (comunidade
de emigrantes).
Apesar de Pierre Stark considerar a marca
como “um bebé”, a faturação foi multiplicada
por cinco desde o início do seu trabalho:
“Ainda estamos em fase de crescimento,
mas, de facto, estamos a evoluir muito.
A empresa não é só a Benamôr, estamos a
produzir também para outras marcas, mas
o peso Benamôr é muito significativo”.
Com a pandemia, Pierre Stark levou a
marca até ao digital sendo uma das suas
prioridades por duas razões: a primeira
foi o reerguer do negócio, pois houve uma
quebra na faturação durante o período mais
crítico da Covid-19, recuperado pelo online;
e a segunda foi a aposta no digital, com a
certeza de que é o principal motor para a
construção da notoriedade internacional
da marca. Para o futuro, o empresário
deseja “conquistar e convencer mais
consumidores, chegar a mais pessoas em
Portugal e no mundo e desenvolver todo o
potencial que esta marca tem em termos
de valores positivos”.
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
13
INTERNACIONAL
Texto:
Catarina Lopes
Ferreira
Redação
Fotografia:
Selectra
e Freepik.com
UMA CORRIDA PELA
ENERGIA SUSTENTÁVEL
A Selectra é uma empresa especializada em tarifas para
clientes domésticos e pequenas e médias empresas.
Em Portugal, trata de gestões relacionadas com energia,
gás e telecomunicações.
Jaime Arbona e Gonzalo Lahera, diretores da Selectra Espanha
“ Cabe às comercializadoras
oferecerem
a possibilidade
aos consumidores
de
optarem por
serviços
provenientes
de recursos mais
sustentáveis
E
m 2007, em França, Aurian de
Maupeou e Xavier Pinon fundaram
a Selectra como forma de ajudar
os consumidores na escolha das tarifas de
energia mais adequadas às suas necessidades.
O projeto foi desenvolvido enquanto
ambos andavam ainda na universidade e só
em 2011 foram contratados dois comerciais
que venderam os primeiros contratos de
luz e gás.
Neste momento, a empresa já expandiu
o modelo de negócio a mais setores, como
alarmes e seguros noutros países. Atualmente,
está presente em 17 países, munida
de uma equipa composta por mais de 1600
colaboradores por todo o mundo. Para Jaime
Arbona, diretor da Selectra Espanha, o maior
desafio em manter uma comunicação eficaz
e eficiente é a pouca clareza da informação
que chega aos consumidores.
“A informação que chega aos consumidores
é pouco clara. Além disso, as faturas
de eletricidade, ao invés de se tornarem
mais simples, parecem estar cada vez mais
complexas e com dados impercetíveis para
os clientes. Há um desconhecimento muito
grande sobre o setor e, por isso, o nosso
objetivo é sermos exatamente um aliado
dos utilizadores, filtrando e simplificando
as informações essenciais para que estes
possam contratar as tarifas que melhor se
adequem às suas necessidades”, esclareceu
o diretor.
As energias renováveis são o futuro, tendo
vantagens a longo prazo muito evidentes,
justifica Jaime Arbona, como os painéis
solares, que “têm atingido preços cada
vez mais acessíveis para os consumidores”,
o que resulta em vários benefícios
a nível ambiental e grandes níveis
de poupança. Ainda assim, muitos
portugueses não têm possibilidades financeiras
para fazer esse investimento: “Por
isso, cabe às comercializadoras oferecerem
a possibilidade aos consumidores de optarem
por serviços provenientes de recursos
mais sustentáveis, tendência que se vai
verificando cada vez mais”.
Jaime Arbona,
diretor da Selectra
Espanha
”
14
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
INTERNACIONAL
Em Espanha, a Selectra conseguiu obter um preço por quilowatt/hora 10% mais barato
Compra coletiva ajuda
consumidores
Gonzalo Lahera, também diretor da
Selectra Espanha, em entrevista à PME
Magazine, fez um balanço da compra
coletiva para negociar melhores tarifas
de luz e gás, lançada em conjunto
com a Associação das Agências
de Energia e Ambiente (RNAE),
em Portugal, no qual revelou que o
mercado energético se encontra instável
e, por isso, ideal para esta compra. Apesar
de, para a Selectra, todos os projetos serem
importantes, a compra coletiva foi das mais
marcantes e das que mais ambicionavam.
“É a primeira vez que lançamos uma
iniciativa deste género em Portugal,
contudo, considerámos que era o momento
ideal para o fazer, uma vez que o mercado
energético se encontra muito instável e os
portugueses, mais do que nunca, precisam
de uma segurança. Lançámos oficialmente
esta iniciativa no passado dia 10 de
novembro para que todos os consumido-
res interessados em
obter tarifas de energia
mais baratas possam juntar-se. Para isso,
basta inscreverem-se na nossa plataforma
e, posteriormente, informaremos sobre a
oferta vencedora, para que, finalmente,
seja efetuada a troca de tarifa”, explicou
Gonzalo Lahera. Além desta compra, a
Selectra tem feito outras compras coletivas
em França e Espanha, obtendo resultados
muito positivos. Em Espanha, reuniram
mais de 86 mil inscritos e conseguiram
obter um preço por quilowatt/hora 10%
mais barato do que o praticado no momento,
alcançando 180 euros de poupança anual
em ambos os serviços, eletricidade e gás.
Uma das formas utilizadas pela Selectra
para negociar eficazmente o preço das
faturas e contornar as atualizações que
as comercializadoras têm imposto aos
seus clientes, é a própria negociação com
elas de tarifas e condições mais rentáveis
e a preços mais acessíveis, segundo o
diretor. Neste momento, a Selectra está
concentrada em consolidar resultados e os
projetos em curso e, se tudo correr dentro
do previsto, proceder ao lançamento de
faturas coletivas e abrir um escritório em
Lisboa, “que está para breve”.
“A compra coletiva era claramente uma
ambição bastante grande que tínhamos
e conseguimos metê-la em prática, mas
agora com a abertura do nosso escritório
em Lisboa, durante o próximo ano vamos
ter ainda mais margem de manobra para
o desenvolvimento de novos projetos”,
conclui Gonzalo Lahera.
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
15
AMBIENTE
HORTAS AJUDAM
A NOVO MINDSET
CORPORATIVO
É de cunho português a startup que criou um
novo modelo de agricultura urbana. A Noocity
nasceu em 2015 e rapidamente se virou para
as hortas corporativas, que estão a mudar a
forma de relacionamento nos locais de trabalho
e a melhorar a sustentabilidade das empresas.
Texto:
Ana Rita Justo
Editora
Fotografia:
Noocity
Hortas ajudam a criar sentido de comunidade
Horta corporativa na sede da Microsoft tem 50 camas de cultivo
N
asceu no Porto, em 2015, a Noocity,
startup que quer trazer o campo
para a cidade com hortas fáceis de
montar. O negócio ganhou vida quando as
empresas também perceberam que poderiam
ter hortas corporativas e envolver os seus
colaboradores num projeto que trouxesse
verdadeiro sentido de comunidade.
“Começou antes da pandemia, mas agora
o sentido foi ainda mais reforçado, porque
as empresas querem trazer as pessoas de
volta para o escritório, e já perceberam que
o seu bem-estar é mais importante do que
qualquer outra coisa”, começa por explicar
Leonor Babo, sócia-fundadora e responsável
pela área de branding da Noocity.
“ As empresas
querem trazer
as pessoas de
volta para
o escritório, e já
perceberam que
o seu bem-estar
é mais importante
do que
qualquer outra
coisa
Leonor Babo,
sócia-fundadora
da Noocity
”
As camas de cultivo da Noocity são
inovadoras por contarem com um sistema
de subirrigação que permite cultivar qualquer
tipo de legume. Cada cama de cultivo
permite produzir cerca de 30 quilos de
alimentos por ano.
Atualmente, são já 900 as camas de
cultivo instaladas por esta startup, num
total de 40 clientes, não só em Portugal
– com incidência especial em Lisboa e no
Porto – mas também em França, em cidades
como Paris, Nantes e Reims.
Estas hortas são mantidas com a ajuda
de um grower, um agricultor local que
ajuda a implementar as hortas e a envolver
as respetivas comunidades na gestão de
cada horta. E são já várias as empresas a
pôr mãos à obra, desde a Microsoft, Blip,
Unilabs, Natixis.
“As empresas tecnológicas sentem mais
do que as outras a necessidade de desconexão,
de sair do online e do digital e ir pôr as
mãos na terra, mas agora já temos outras
e também temos laboratórios médicos, o
Hospital da Luz, em Lisboa, por exemplo”,
conta Leonor Babo. No caso da Porto Business
School, existem 70 camas de cultivo,
esperando-se uma produção anual total de
2,1 toneladas de alimentos. Já em Lisboa, a
sede da Microsoft, no Parque das Nações,
conta com 50 camas de cultivo, com uma
previsão de produção anual de 1,5 toneladas
de alimentos. O projeto começa, então, com
a montagem da horta e com uma garden
talk, cujo objetivo é envolver a empresa e
“recrutar pessoas para fazerem parte da
garden team”, a equipa que irá manter o
espaço sempre com o apoio do grower local.
“O grower é o mediador e a ideia é que
não haja uma dependência eterna e que a
comunidade que se cria ganhe pernas para
andar sozinha”, explica a responsável.
Mensalmente, o grower visita a horta para
fazer a manutenção necessária e para dar
formação à garden team sobre um tema
específico ligado ao cultivo.
O resultado final pode, depois, ser doado
a instituições de solidariedade social ou
repartido entre colegas, promovendo assim
a sustentabilidade e a solidariedade.
Com uma faturação prevista de meio
milhão de euros em 2021, a Noocity quer
agora expandir para outras cidades portuguesas,
como Guimarães ou Braga e arrancar
também com o projeto na Alemanha.
16
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
AMBIENTE
Texto:
Sofia Neves
Redação
Fotografia:
Cleanwatts
A
Cleanwatts nasceu em 2020, com
plataformas digitais de gestão de
energia que se mostraram um
sucesso nacional e internacional. Foi assim
que, como nos explicou Basílio Simões,
presidente e cofundador, a empresa decidiu
expandir o seu negócio de forma pioneira
em Portugal “para o domínio da geração
e fornecimento de energia limpa mais
económica do que a energia da rede elétrica,
sobretudo através da criação e gestão de
comunidades de energia renovável”.
Tendo por base as plataformas avançadas
de gestão de energia e know-how da
Virtual Power Solutions S.A., uma subsidiária
dedicada à área de digital services,
o responsável explicou à PME Magazine
como “a Cleanwatts oferece aos participantes
destas comunidades os benefícios
de energia limpa a preços reduzidos, sem
necessidade de realizar quaisquer investimentos
de capital com a instalação das
infraestruturas e tecnologias associadas”.
“Rompendo com os modelos tradicionais
de comercialização de energia, asseguramos
que os benefícios da inovação tecnológica
e da energia renovável chegam a cada vez
mais pessoas e empresas”, esclareceu
Basílio Simões.
Salientando a experiente e internacional
equipa de meia centena de profissionais
que acompanha o projeto, o responsável
explica: “Eliminamos as preocupações
com a obtenção de financiamento ou com
a complexa gestão das comunidades, que
podem incluir participantes tão diversos
como parques empresariais, indústrias,
centros comerciais, condomínios e habitações
familiares”. Já no que diz respeito aos
benefícios que este regime pode trazer às
empresas, destacam-se a redução até 30%
nos custos de energia, através da eficiência
obtida, e até 10% nos custos operacionais,
por via da otimização de processos e equipamentos,
bem como o corte dos custos
de manutenção em até 20%, com recurso
a mecanismos preditivos. Também as
vantagens para o ambiente são inegáveis,
com a possibilidade de redução de custos
de produção e de transporte.
Chegar a 25 mil famílias
Com uma faturação de cerca de cinco
milhões de euros em 2021, a Cleanwatts
planeia, em 2022, ultrapassar os 20 milhões
de euros. Além disso, tem como objetivo
o estabelecimento de mais de 100 comu-
Basílio Simões é presidente e cofundador da Cleanwatts
AJUDAR
O PLANETA
ATRAVÉS
DE ENERGIA
LIMPA
A Cleanwatts, empresa que ajuda à criação
de comunidades através de projetos coletivos
de parques fotovoltaicos, serve atualmente
mais de 2000 clientes, incluindo 12 aeroportos
internacionais e várias comunidades
energéticas, representando mais de 2TWh
de energia equivalente ao consumo anual
de mais de 750 mil habitações.
nidades de energia em Portugal durante o
próximo ano, o que significa um alcance a
cerca de 25 mil famílias e a expansão da sua
presença internacional em mercados como
a Itália, Estados Unidos, Brasil e Ásia.
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
17
RH
HOLI, UMA
APLICAÇÃO QUE
AJUDA A DIMINUIR
A ANSIEDADE
Com um futuro promissor, a Nevaro investe
dia após dia na aplicação Holi, que
possibilita uma melhor gestão das emoções
dos colaboradores dentro das empresas.
R
ita Maçorano e Francisca Canais,
cofundadoras da Nevaro, deram
início à startup durante o mestrado
de Engenharia Biomédica e Biofísica, na
Faculdade de Ciências da Universidade
de Lisboa. Foi na cadeira de neurociências
que o professor as desafiou a desenvolver
algo que envolvesse as tecnologias emergentes
para resolver um dos problemas
atuais da sociedade: a saúde mental.
Sendo que o nível de tecnologia associado
à área da saúde está pouco desenvolvido
comparado com outras inovações, Rita
e Francisca, em conjunto com mais dois
estudantes de Engenharia Biomédica,
focaram-se na criação de um jogo, tentando
conciliar uma abordagem mais divertida e
dinâmica a uma abordagem científica, para
tratar a ansiedade e, em casos específicos,
as fobias.
O que era apenas uma ideia tornou-se
num projeto real e a Nevaro começou a ser
distinguida em concursos, muitas das vezes
ganhando o primeiro prémio, como foi o caso
do concurso ScienceIn2Business TecLabs, no
qual conseguiu um apoio financeiro de três
mil euros, o primeiro montante que ajudou
a alavancar o projeto, e recentemente foi
finalista dos programas de aceleração da
Casa do Impacto, passando para a terceira e
última etapa do programa Rise for Impact,
para disputar um prémio total de seis mil
euros. Contudo, com o projeto a avançar e
a ser estruturado, a Nevaro teve de alterar o
seu caminho devido à pandemia Covid-19.
“Tivemos de dar um passo atrás, repensar
a nossa estratégia, o que estávamos a fazer
e para onde íamos caminhar”, afirma Rita
Maçorano, cofundadora e CEO da Nevaro,
Holi ajuda
colaboradores
a gerir emoções
Texto:
Margarida Duarte
Redação
Fotografia:
Nevaro
Rita Maçorano é cofundadora e CEO da Nevaro
em entrevista à PME Magazine. Foi nesse momento
que surgiu a Holi, uma aplicação que fornece estratégias
de gestão de emoção baseadas na psicologia
positiva, com o objetivo de prevenir e ajudar a
entender a saúde mental do utilizador, fazendo
com que a utilize para uso próprio e individual,
de acordo com aquilo que está a sentir e como
está a exteriorizar o seu estado.
“Começámos a perceber que o espaço de
trabalho e o bem-estar neste local estava a cair de
forma bizarra”, comenta Rita Maçorano. Desta forma, a Holi foi
desenvolvida a pensar nos colaboradores das empresas que necessitam
de ajuda em qualquer um dos campos, seja ele emocional,
físico, social, ambiental, ocupacional, entre outros. É através
dos sensores do telemóvel, neste caso através do microfone,
que a aplicação identifica o padrão de respiração do utilizador e
recomenda o número de ciclos respiratórios que este tem de fazer
para estabelecer a sua calma, ou seja, cada utilizador terá a sua
experiência personalizada de acordo com as suas necessidades.
Sendo a saúde mental um tema ainda sensível, principalmente
dentro do local de trabalho, a aplicação permite que o utilizador
coloque toda e qualquer informação sobre si, sem que o chefe
tenha acesso a ela ou consiga situar quem é quem, isto significa
que o empregador apenas terá acesso às métricas agregadas dos
seus colaboradores, tendo uma ideia de como estes se estão a
sentir a nível geral através de um relatório mensal.
“Estamos a apostar muito no bem-estar no espaço de trabalho,
este é o nosso foco no imediato”, explica Rita Maçorano.
“O nosso plano para o futuro é aumentar as vendas em Portugal e
tentar expandir a outros países, e explorar a possibilidade de sermos
um complemento para a terapêutica da psicologia”, conclui.
18
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
RH
O ACIDENTE
DE TRABALHO
NO TELETRABALHO…
R
ecentemente na Alemanha, os
tribunais foram chamados a pronunciar-se
sobre a aplicabilidade do
regime de acidentes de trabalho a um caso
em que um teletrabalhador escorregara
em casa quando se deslocava da sua cama
para a secretária de trabalho, isto porque,
segundo o mesmo, o seu ritmo diário de
trabalho era acordar e começar logo a
trabalhar, “sem passar pela casa da partida”,
i.e. sem sequer tomar pequeno-almoço
(já explicaremos abaixo o porquê do ênfase
desta circunstância).
Após duas decisões de tribunais inferiores,
o tribunal federal, chamado a pronunciar-
-se também sobre o caso, entendeu que o
teletrabalhador, que escorregou em casa
depois de caminhar alguns metros da cama
até à sua secretária de trabalho, terá direito
a ser ressarcido pelo seguro de acidentes
de trabalho porque, tecnicamente, estava
a deslocar-se para o trabalho.
O caso promete fazer história na Alemanha,
mas não só, já que em muitos países da
Europa, como é o caso de Portugal, a doutrina
e jurisprudência alemãs têm influenciado
a criação das leis e a sua aplicação pelos
nossos tribunais.
Segundo noticiou o The Guardian, o
trabalhador estava em teletrabalho e dirigia-se
para o escritório no andar de baixo
da sua casa, quando caiu pelas escadas
e partiu as costas, tendo ficado provado
que o trabalhador em causa geralmente
começava a trabalhar imediatamente, sem
tomar pequeno-almoço antes.
Ora, tal como em Portugal, também na
Alemanha o seguro de acidentes de trabalho
cobre o chamado percurso in itinere, ou seja,
o acidente ocorrido no percurso e tempo
habitual entre a residência e o trabalho,
bastando para tal que se demonstre a conexão
entre a deslocação e o cumprimento do
dever de comparecer no local de prestação
laboral. O princípio que informa a tutela
legal deste tipo de acidente é o brocardo
latino ubi commoda, ubi incommoda, ou
Texto:
Sandra Laranjeiro
dos Santos
Advogada
e mediadora
de conflitos
Fotografia:
LS Advogados, RL
Teletrabalho tem
levantado várias
questões sobre
a aplicabilidade da lei
20
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
RH
seja, aquele que mais proveito retira da
atividade económica, deve suportar os
correspondentes riscos e prejuízos. Não
sendo assim “o risco de autoridade” e a
ficção de subordinação jurídica que explicam
a proteção dos infortúnios acontecidos
no caminho.
Ora, que impacto tem isto no teletrabalho?
É que a cobertura do acidente ocorrido
no percurso in itinere só é concedido para
a “primeira” viagem para o trabalho. Daí
a importância, no caso alemão, de se ter
demonstrado que o acidente ocorreu antes
de o trabalhador tomar pequeno-almoço,
mas quando a praxis do mesmo era começar
logo a trabalhar assim que se levantava,
não havendo uma deslocação prévia para
tomar pequeno-almoço!
O tribunal federal alemão entendeu que
se a atividade segurada for realizada na
residência da pessoa segurada ou noutro
local, a cobertura do seguro é fornecida
na mesma medida em que a atividade
é realizada nas instalações da empresa.
Assim, considerou-se que o trabalhador
que escorregou em casa ao caminhar alguns
metros da cama até à sua secretária de
trabalho teve um acidente na “viagem” que
realizava diariamente, de alguns metros,
para começar o seu trabalho!
Segundo o tribunal, se se tivesse provado
que o trabalhador costumava começar o seu
trabalho depois de se deslocar à cozinha,
por exemplo, para tomar o seu pequeno-
-almoço, a queda já não seria considerada
um acidente de trabalho. Estamos certos
de que este tema fará ainda correr muita
tinta e voltaremos, decerto, a ele com a
análise do regime do teletrabalho no seguro
de acidentes de trabalho!
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
21
BI
Texto:
Margarida Duarte
Redação
Fotografia:
Divulgação
Andrés Ortolá
é o novo
diretor-geral
da Microsoft
Portugal
A
Microsoft Portugal
nomeou Andrés
Ortolá como o novo
diretor-geral, funções
que assumiu
desde o início deste
ano, substituindo
Paula Panarra no cargo. Estabelecer
novas alianças e colaborações é um
dos seus objetivos para impulsionar as
áreas de inovação e sustentabilidade.
Com cerca de duas décadas de experiência
na indústria das tecnologias de
informação, Andres Ortolá afirma: “Estou
muito entusiasmado por integrar a
equipa portuguesa e dar continuidade
ao excelente trabalho que tem sido
desenvolvido até aqui”.
Andrés Ortolá substitui Paula Panarra no cargo
Neuraspace contrata
Chiara Manfletti para ‘chief
operations officer’
Chiara Manfletti, engenheira aeroespacial,
foi contratada para a Neuraspace,
empresa que se dedica à resolução
do problema do lixo espacial, para
o cargo de chief operations officer.
Antes de integrar a Neuraspace foi
head of policy do Departamento de
Coordenação de Políticas e Programas
da Agência Espacial Europeia
e, atualmente, é também presidente
da agência espacial portuguesa,
a Portugal Space.
Jorge Peralta é o novo
‘chief officer manager’
da Exato Seguros
A Exato Seguros, mediadora
portuguesa no mercado desde 2018,
nomeou Jorge Peralta como chief
officer manager. Licenciado em Gestão
pelo ISEG Lisbon School of Economics
and Management, é também chief
finance officer no Grupo Talenter.
“É com grande entusiamo e orgulho
que fico na liderança da Exato
Seguros”, afirmou Jorge Peralta.
Ipsen Pharma nomeia
Diogo Gomes como
‘country lead’
Diogo Gomes é o novo country lead
para Portugal da Ipsen Pharma,
empresa biofarmacêutica global
centrada na inovação. Com uma
trajetória na indústria farmacêutica,
Diogo Gomes desempenhou diversos
cargos de responsabilidade ao longo
de mais de 20 anos. Depois de 14 anos
na Roche e nove anos na AstraZeneca,
torna-se agora responsável por
impulsionar o crescimento da Ipsen
no mercado português.
22
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
BI
Laura Alves é a nova
‘brand marketing manager’
do Grupo Accor
Após cinco anos como brand
marketing manager da Ibis em
Portugal, Laura Alves passa a assumir
este cargo nas marcas Eco & Super-
-Eco do Grupo Accor. Com um novo
desafio profissional, passa a ter a seu
cargo 97 hotéis em toda a rede ibérica.
Durante a sua carreira profissional, já
passou por empresas multinacionais
de referência como a Samsung,
Amorim, Cepsa, EDP, Vodafone
e Phone House.
Ricardo Preto assume
direção criativa
da Amorim Luxury
O estilista português de renome
internacional assume o departamento
criativo do grupo Amorim Luxury.
Com vasta experiência nacional
e internacional no mercado da moda
e do luxo, Ricardo Preto transita da
Rustan’s. Na Amorim Luxury será
responsável pela implementação do
conceito “food meets fashion meets
hospitality”, tendo em vista o crescimento
do grupo.
Anais Raynaud
é a nova CEO
do Cetelem
O Cetelem anunciou Anais Raynaud
como nova chief executive officer.
Com experiência profissional no BNP
Paribas Personal Finance, Anais
Raynaud assumiu as funções de
responsável pela atividade do banco
em Portugal. Nascida em França,
esteve ligada ao setor do retalho
especializado, tendo responsabilidades
em empresas como a Carrefour
e a Walmart. A sua formação inclui uma
licenciatura em Direito e um master
em Business Administration.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Texto:
Catarina Lopes
Ferreira
Redação
Fotografia:
The Big Hand
THE BIG HAND:
UMA FORMA
DE AJUDAR O PRÓXIMO
A The Big Hand é uma organização não governamental que
dá apoio a 7000 crianças em Moçambique, com a missão
de desenvolver comunidades e com a visão de que todas
as crianças devem ser tratadas com dignidade, garantindo
a sua proteção, nutrição, higienização e educação.
A
The Big Hand tem como missão
proteger todas as crianças
vulneráveis em risco na província
de Manica, em Moçambique, garantindo
que todas têm acesso a educação, cuidados
de saúde e nutrição, que lhes permitam
crescer livremente, ajudando-as a quebrar
o ciclo de pobreza em que nascem. A inclusão
é uma das suas bases para atingir esse
objetivo, ajudando todos, sem agregação,
ouvindo e respeitando o que as comunidades
querem e acham importante para si e para
as crianças.
Ao construir as infraestruturas, a The
Big Hand pensa em todos, sem exceção,
arranjando furos de água, escolas, salas
comunitárias, bibliotecas, berçários,
latrinas, tanques de lavar a roupa e ainda
dá apoio aos centros de saúde para o uso de
todos. Para tal, preocupa-se primeiramente
em ouvir as entidades locais, os líderes
tradicionais, os diretores e professores
da escola, os enfermeiros e técnicos de
saúde, o chefe do posto administrativo e
a comunidade em assembleia, definindo,
em conjunto, um plano de intervenção.
Este plano começa pela proteção das
crianças mais vulneráveis com o auxílio dos
monitores da The Big Hand na aldeia, que
estão atentos às necessidades das famílias
mais fragilizadas. De seguida, avançam para
a construção das infraestruturas e para a
implementação de programas de segurança
alimentar, que melhoram a qualidade de
vida de toda a população da aldeia.
“Num processo de formação e avaliação
contínua dos agentes locais, quando identificamos
que a escola e a comunidade já
conseguem garantir a proteção das suas
crianças, a The Big Hand passa para um
ONG apoia
mais de sete
mil crianças
em risco
nível de tutoria para acompanhar e monitorizar,
dando os apoios necessários para que
possam continuar a prosperar sozinhos”,
explicou David Fernandes, presidente da
The Big Hand.
Uma das razões pela qual a equipa da
The Big Hand consegue resultados de
excelência é a sua linguagem inclusiva,
que se consegue com rigor, transparência,
genuidade e permanência, segundo David
Fernandes. A equipa está sempre presente,
em situações fáceis e em situações difíceis,
conquistando os que são mais vulneráveis
e correspondendo às suas expectativas.
Para que haja a possibilidade de utilizar
uma linguagem inclusiva eficazmente, a
população tem de confiar na equipa.
Esta é a chave na organização, que comunica
com populações muito diferentes e com
vários idiomas e dialetos. Esta linguagem
permite que não haja exclusão de ninguém,
nem de nenhuma forma de expressão.
“Temos de ouvir todos porque todos são
importantes e, por isso, sempre que vou a
uma aldeia nova vou acompanhando de
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Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
RESPONSABILIDADE SOCIAL
muito desafiante para as empresas que são
naturalmente comprometidas”, afirmou
David Fernandes.
Para a The Big Hand, todos os projetos
desenvolvidos foram importantes, como a
construção dos furos de água, que permitiram
levar água potável a uma população em
sofrimento pela ingestão de água imprópria
de charcos. O impacto social da organização
é evidente e, por isso, esta convida qualquer
um a juntar-se à equipa para ajudar uma
comunidade pobre, apadrinhar uma criança
Construção de furos
de água potável são
algumas das atividades
desenvolvidas pela ONG
David Fernandes, presidente da The Big Hand
Equipa The Big Hand
a educar as crianças
desfavorecidas
de Moçambique
intérprete, isto permite-me chegar a idosos,
jovens e adultos ou crianças, pois saber o
que cada um deles pensa é fundamental
para o nosso objetivo”, esclareceu David
Fernandes.
A The Big Hand também ajuda as empresas
a atingir a excelência, eficácia e otimização
da produtividade financeira, documental
ou empresarial, assegurando a todos os
stakeholders que estão a trabalhar para o
sucesso da sua empresa e que estão a contribuir
para a construção de uma escola, de um
furo de água ou posto médico numa aldeia
no interior de Moçambique, por exemplo.
A organização tem vindo a contribuir para
criar um ambiente laboral positivo com
base na humanização das relações.
“Pela nossa experiência, são muitas as
empresas que se querem envolver num
objetivo tão nobre e sentem-se muito
motivadas pelo facto de a The Big Hand
já estar no terreno, com ações constantes,
sem esperar pelos apoios para agir.
Mudar o mundo é mesmo assim e isto é
Atividades da equipa The Big Hand com as crianças
ou até apadrinhar a aldeia inteira através do
seu website. Quando questionado sobre que
conselho daria a todas as empresas, de um
modo geral, David Fernandes disse: “Mudar
o mundo traz-nos uma motivação como se
fôssemos super-heróis. Envolvam-se e os
vossos colaboradores vão-se tornar agentes
de mudança. Façam disso um objetivo
de grupo”.
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FIGURA DE DESTAQUE
O espírito
de abertura
caracteriza
líder
o
do futuro
Elisabete Jacinto
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FIGURA DE DESTAQUE
Texto:
João Carreira
Redação
Fotografia:
João Filipe Aguiar
Foi no mundo
motorizado, tanto em
motas como camiões,
que se notabilizou,
venceu várias provas,
ultrapassou desafios
como o Rali Dakar ou
o Africa Eco Race (este
em primeiro lugar), e
agora transpõe as qualidades
de liderança que
adquiriu (e aprendeu)
nas experiências por
que passou para
o mundo empresarial.
Falamos de Elisabete
Jacinto, a mais titulada
piloto de todo-o
-terreno em Portugal.
Elisabete Jacinto prepara-se para as provas no Centro Desportivo Nacional do Jamor
P
ME Magazine – Quem é a Elisabete Jacinto, fora
do contexto competitivo?
Elisabete Jacinto – [risos] Não sei bem o que lhe
diga, mas sou uma mulher com muito dinamismo,
com muita vontade de fazer coisas. Licenciei-me em
Geografia e comecei por ser professora, mas, mais
tarde, o desporto começou a ocupar um papel muito importante
na minha vida e fui atrás do meu sonho, num desafio de ver até
onde é que poderia ir. Quando percebi que podemos fazer muito
mais do que aquilo que acreditamos, essa convicção levou-me a
enfrentar desafios cada vez maiores e mais difíceis. A competição
foi um desses aspetos.
PME Mag. – Como surgiu este gosto pelas corridas e a
entrada em competição?
E. J. – Foi por acaso. Comecei por tirar a carta de mota, comprei
uma mota de todo-o-terreno, com o guarda-lamas alto, depois tive
a minha primeira experiência num passeio, a Ronda dos Castelos,
com o meu marido e, de facto, aquilo não correu nada bem… Dos
200 quilómetros do passeio, só consegui fazer 80, mas, no final,
olhámos um para o outro e dissemos: “Este é o hobby das nossas
vidas, o problema é que as motas não prestam”. Então tivemos
um ano inteiro fechados em casa a amealhar para comprar duas
motas próprias para todo-o-terreno. Foi assim, começámos a
fazer passeios pelo Alentejo com um grupo de amigos, até que
um dia um deles decide fazer uma prova de competição e desafia
todos os outros e, claro, no meio do entusiasmo de toda a gente,
pus-me completamente fora do grupo porque achei que não era
algo que estivesse ao meu alcance, mas os meus amigos começaram
a dizer: “Não, tu tens de vir, há outras raparigas, tu sabes andar
e tens de vir connosco”. E eu dizia: “Não é possível, não vou ser
capaz, porque eu ando 50 quilómetros atrás de vocês ao fim de
semana, como é que vou fazer 300 numa prova?”. E eles insistiam,
“ Se fosse
homem,
se calhar teria
feito uma
progressão mais
rápida e mais
fácil.
Elisabete Jacinto
”
Janeiro de 2022
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FIGURA DE DESTAQUE
“
Quando percebi
que podemos
fazer muito mais
do que
aquilo que
acreditamos,
essa convicção
levou-me
a enfrentar
desafios cada
vez maiores
e mais difíceis.
Elisabete Jacinto
”
ao ponto de esta insistência ter funcionado
para mim como um voto de confiança. Dei
comigo a pensar: “Será que sou capaz?”. Fui
fazer essa primeira prova, o Grândola 300,
lembro-me que, passados 100 quilómetros,
já não me conseguia mexer em cima da
mota, cheia de dores no corpo, só cerrava
os dentes e pensava: “Tenho que chegar ao
fim”. Não consegui chegar ao fim, mas se
fossem perguntar quem era a pessoa mais
feliz daquela competição, não era o rapaz
que tinha ganho, era eu que tinha desistido
porque ali percebi uma coisa que já andava
desconfiada: é que somos muito mais capazes
do que aquilo que acreditamos que somos e
percebi que era capaz de fazer mais coisas,
era mais forte do que aquilo que pensava.
Aí ficou aquela paixão pelo todo-o-terreno
e pela competição. A partir daí, vim para
casa completamente obcecada pela ideia,
sempre a perguntar a mim própria: “Como
é que eu arranjo dinheiro? Físico? Como
ganho técnica? Como me preparo?”. A
partir daí, fiz todas as provas que vieram
a seguir ao longo de vários anos.
PME Mag. – Disse que se colocou
de lado. Foi difícil a integração por ser
mulher?
E. J. – Não foi difícil a integração, mas foi
difícil ultrapassar uma série de obstáculos
que, naturalmente, surgem pela forma
como a nossa sociedade se construiu, pelos
estereótipos que nos envolvem, pela forma
como encaramos todas estas coisas, esta
maneira de estar dos homens e das mulheres,
o que é que uns devem fazer, o que é
que os outros não devem fazer e, no final,
tive de enfrentar uma série de dificuldades
que fui ultrapassando. Mas reconheço que,
se fosse homem, se calhar teria feito uma
progressão mais rápida e mais fácil. Assim,
tive uma série de dificuldades acrescidas
que fui ultrapassando calmamente, demorei
mais tempo, mas não houve problema,
consegui chegar onde queria.
PME Mag. – Olhando para o tópico da
saúde mental dos desportistas que se
encontra na ordem do dia, como é que
se treina a resiliência mental?
E. J. – É muito importante a pessoa ter
uma estabilidade emocional muito boa,
tem de ser muito confiante nela própria e
tem de ter um meio e pessoas à volta que
a apoiem francamente. Se tivermos essa
base emocional e esse suporte dos outros,
ou pelo menos de uma ou duas pessoas
mais próximas, acabamos por conseguir
suportar todas as contrariedades. O que
acontece no desporto é que levamos a nossa
capacidade ao limite e depois temos de ir
ainda mais longe e isso exige muito de nós.
Se não formos pessoas fortes e seguras,
vacilamos. Muitas vezes, estive à beira desse
vacilar e senti essa fragilidade, mas tive a
sorte de ter o meu marido do meu lado, que
foi sempre um pilar muito seguro e depois
“Muitas vezes,
estive à beira
desse vacilar
e senti essa
fragilidade, mas
tive a sorte de ter
o meu marido do
meu lado, que foi
sempre um pilar
muito seguro.”
Elisabete Jacinto
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Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
FIGURA DE DESTAQUE
Oficina da MAN, em Alverca, foi base da piloto
tive aquela possibilidade de ir refletindo calmamente sobre os
meus erros e aprender com eles e isso é algo que nos ajuda porque
é impossível fazer uma progressão, seja no desporto, seja onde
for, sem cometer erros. E se não tivermos aquela possibilidade
de enfrentar as nossas fraquezas, defeitos e erros, aprender com
eles e tirar partido daqueles momentos maus, não conseguimos
ir a lado nenhum. Essa capacidade de enfrentar, de olhar para nós
próprios, de nos conhecermos, de avaliarmos as nossas fraquezas
e de as reconhecermos e conseguirmos lidar com elas, é isso que
nos permite ultrapassar as dificuldades e subir degrau a degrau
para sermos cada vez mais fortes.
PME Mag. – Na imensidão de um deserto, a solidão é capaz
de ser o maior obstáculo… Como se dá a volta a esta situação?
E. J. – Eu senti-o muito no meu primeiro Dakar. O meu primeiro
Dakar foi marcado pelo sentimento de solidão e aí percebi o quão
forte e desgastante este sentimento é. Às vezes, digo às pessoas que
a solidão pode matar e as pessoas não têm noção disso. A solidão
é absolutamente desgastante. Para mim, foi muito duro. Como é
que ultrapassei? Às vezes, temos sorte na vida e há momentos que
fazem a diferença. Aquele primeiro Dakar foi, de facto, arrasador.
Senti-me muito só, nos meus objetivos, nas minhas decisões, no
deserto, nos meus problemas. Não tive sucesso, desisti nesse rali,
mas quando voltei para casa, algum tempo mais tarde, tive a sorte
de receber a condecoração da Ordem de Mérito e este gesto foi
aquela mensagem a dizer: “Não, tu não estás só, tens um país
Além de piloto,
nas provas,
é a Elisabete quem
gere a equipa
Janeiro de 2022
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FIGURA DE DESTAQUE
que olha para ti e que te apoia”. E isso foi
tão importante, fez tanta diferença que
nunca mais me senti só, tive momentos
difíceis, angustiantes, mas achava que
tinha sempre muitas pessoas a apostar em
mim e que acreditavam que eu era capaz.
Esse acreditar, esse voto de confiança era
muito forte e permitiu-me sempre ultrapassar
os problemas. Isso foi, se calhar, o
melhor que me podia ter acontecido na
vida. Reconhece-se o valor dos desportistas
quando estes atingem o ponto mais
alto, mas é no caminho que faz falta esse
gesto de confiança porque é isso que nos dá
força para suportar as dificuldades todas,
não só físicas, mas também mentais, que
são muito duras.
“Acreditar que somos capazes”
PME Mag. – Quais são as características
mais importantes para alguém ser
bem-sucedido nesta área?
E. J. – Há um aspeto muito importante,
que é a vontade de querer chegar a um objetivo,
de realizar um sonho e essa vontade é
o que nos leva muito longe. Depois há um
outro fator que é acreditarmos que somos
capazes, porque se duvidarmos um único
segundo que seja, nem sequer tentamos,
principalmente quando os nossos objetivos
são muito ambiciosos. Mas quando acredito
que sou capaz, isso dá-me uma energia
enorme para partir à conquista, arregaçar
as mangas e começar o trabalho. Esses dois
aspetos são fundamentais e depois há um
outro que é um complemento destes que
é a persistência, o trabalho, a dedicação, o
nunca desistir, o nunca baixar os braços, o
estar sempre pronto para enfrentar as contrariedades
e aceitar que as contrariedades são
normais, e que temos de lidar com elas. Não
é pensar: “Agora vou trabalhar muito e tudo
me vai correr bem”. No princípio achava que
sim, mas depois percebi que não. Apesar
de trabalhar muito e fazer tudo bem, há
sempre qualquer coisa que falha e esses
eram momentos em que perdia imenso
tempo a pensar: “Mas, se fiz tudo bem,
porque é que as coisas não correram bem?
Naturalmente, falhei nalguma coisa, não,
eu fiz tudo bem… Tens de pensar melhor!”.
E, aí, eu fazia grandes progressos como
pessoa porque descobria coisas que não
tinha visto antes, na minha maneira de ser,
de estar, de agir e até na maneira de estar
com os outros. Enfrentar as contrariedades,
às vezes, são os momentos mais ricos da
nossa vida e onde fazemos mais progressos.
PME Mag. – Fazendo aqui uma transição
para o mundo dos negócios, poder-se-á
fazer uma comparação do que é ser um
piloto de alta competição com um líder
de uma empresa?
E. J. – Sim. Acho que a única diferença
é que na alta competição é o corpo do
desportista que é o meio de produção e nas
empresas não é o próprio corpo do gestor
ou de um líder, são outros meios, mas, de
facto, a atitude, a maneira de estar é muito
idêntica, ou seja, no desporto trabalhamos
por objetivos, metas a atingir, temos de
ter um método de trabalho muito eficaz,
“Reconhece-se
o valor dos
desportistas
quando estes
atingem o ponto
mais alto, mas é
no caminho que
faz falta esse
gesto de
confiança porque
é isso que nos
dá força para
suportar as
dificuldades.”
Elisabete Jacinto
Elisabete Jacinto foi reconhecida com a Ordem de Mérito
pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, em 1999
Janeiro de 2022
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FIGURA DE DESTAQUE
Uma das maiores conquistas foi o primeiro lugar no Africa Eco Race em 2019
sermos muito dedicados, empenhados, despertos a tudo o que
nos circunda, despertos para as oportunidades, para as circunstâncias,
para os outros e isto tudo são características que qualquer
gestor tem de ter, porque se não tiver, não vai conseguir ir longe.
O nível de exigência de liderança numa empresa é muito grande
e a pessoa tem de ter uma capacidade de tocar várias áreas para
conseguir sem bom e conseguir gerir pessoas e atingir objetivos.
PME Mag. – Em prova tem de tomar decisões na hora, decerto
que o mesmo acontece com diretores de empresas. Qual é o
truque para tomar a melhor opção, no momento certo?
E. J. – Há sempre muitos imprevistos. Mas, no desporto, há
uma ferramenta que utilizamos que é muito útil: o treino. Nós
treinamos. Treinamos fisicamente, naturalmente, mas também
temos uma coisa que as pessoas podem achar estranho que é o
treino mental. Mentalmente, podemos treinar muitas coisas. Eu
pensava, muitas vezes, que tipos de problemas é que posso vir a
ter e pensava sempre nas soluções. De tal forma que no momento
em que o problema surgia já tinha várias soluções na manga e
era escolher a que mais se adequava naquela circunstância e os
gestores podem fazer exatamente isso. Perante o seu meio, aquilo
que têm para fazer, para decidir, podem treinar, praticar, podem
perspetivar o futuro, imaginar o que pode acontecer e pensar nas
eventuais soluções que podem utilizar para os problemas e essa é
uma ferramenta que é muito útil e que ajuda imenso a encontrar
soluções rápidas nas várias circunstâncias.
PME Mag. – O que é que partilha nas suas palestras em
empresas?
E. J. – Uso muito o meu exemplo como desportista, porque
acumulei vários papéis ao longo da minha carreira desportiva.
Tinha o meu papel de desportista em que tinha de me preparar
fisicamente, preparar-me mentalmente, tinha de treinar a
parte da condução, mas, além disso, tinha comigo uma equipa,
éramos três e, naturalmente, tinha de gerir essa equipa. Fora da
parte desportiva, tinha toda uma equipa mais alargada, tinha a
preparação do camião, a gestão de todas as coisas e isso acabava
por ser uma tarefa bastante pesada, porque era a acumulação de
vários papéis que exigiam bastante de mim. Ao longo do tempo,
tive de aprender muito, tive de aprender a liderar, tive de aprender
sobre gestão, a estar com os outros e depois tive de dar um
passo muito importante que é: para lidarmos com os outros, para
gerirmos uma equipa, temos de nos conhecer muito bem a nós
próprios e se não fizermos primeiro essa fase, não conseguimos
ser bons líderes. Nós próprios temos muitos problemas, muitas
dificuldades e quando não encaramos essas dificuldades, os nossos
defeitos, as qualidades e não sabemos lidar com elas, também não
seremos capazes de lidar com os outros. Esse foi um dos passos
que tive que dar que foi bastante importante. E, a partir daí,
aprender a lidar com os outros. E os outros quem eram? Eram,
acima de tudo, pessoas diferentes de mim porque eu era mulher
e eles eram homens e isso era mais um acréscimo de dificuldade.
Tive de aprender como é que são os homens e como é que são as
mulheres, porque nós, normalmente, não temos consciência
disso, convivemos uns com os outros, chocamos uns com os
outros, mas não temos consciência do que é que faz a diferença e
do que é que faz o conflito. Ao aprender, tudo se tornou mais fácil.
Aprendi a lidar com os homens e com a minha equipa e, a partir
desse momento, as coisas todas começaram a funcionar melhor
e a correr melhor, mas cometi muitos erros, fiz alguns disparates,
naturalmente, e, ao aprender com eles, também fiz muitos
progressos. Nas minhas conferências, partilho as dificuldades por
que passei e aquilo que aprendi em situações extremas que podem
ser úteis às outras pessoas na gestão de empresas, no trabalho
com as equipas. Todos os sonhos se podem realizar, podemos
chegar onde queremos se quisermos. Tento explicar quais são as
ferramentas que podemos utilizar para atingir as metas e, acima
de tudo, um bocadinho a minha experiência de vida e todos os
ensinamentos que fui tirando dessa minha experiência.
PME Mag. – Sendo piloto internacional, já teve de lidar com
pessoas de diversos lugares. O que é importante considerar
quando está perante uma equipa tão diversa?
E. J. – Um dos pontos mais importantes é pensar que cada pessoa
é única. Não é por acaso que o trabalho de equipa é das coisas mais
difíceis de conseguir. Cada pessoa é única e, se calhar, tem coisas
para dar absolutamente diferentes das outras pessoas. Um gestor é
um jogador de xadrez em que cada peça é diferente e tem de saber
como é que cada uma delas se movimenta e qual é o impacto de
cada uma dessas peças nas outras pessoas. Portanto, é perceber
onde está a riqueza daquela pessoa, onde está o seu mérito e onde
estão os seus defeitos e gerir cada pessoa em particular. Depois,
gerir também a ligação dessa pessoa às outras todas. Por isso é que
o trabalho de equipa é extremamente difícil, porque, às vezes, a
mistura daquele manancial de pessoas, tirar o que há de melhor
de cada uma delas, tentar minimizar e, às vezes, eliminar o que há
de pior, não é nada fácil e exige muito de nós. O líder está sempre
a ser posto à prova, a ser posto em causa, por isso é que digo que
tem de ser uma pessoa muito forte em termos de personalidade
e em termos emocionais para não vacilar. Muitas vezes, temos
de admitir as nossas fraquezas perante os outros: “Olha, nesta
situação não sei mesmo como é que se faz. Podes ajudar-me?”.
E quando a pessoa é franca, as outras pessoas estão dispostas
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Janeiro de 2022
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FIGURA DE DESTAQUE
a ajudar-nos e conseguimos ter uma equipa
ainda mais coesa. A empatia, o saber ouvir,
o saber estar com os outros é que marca a
diferença e que faz com que um bom gestor
seja um excelente gestor.
PME Mag. – A liderança positiva tem
sido cada vez mais falada. Como é que
os diretores podem implementar esta
prática no dia-a-dia da empresa?
E. J. – Têm de aprender. As pessoas são
muito centradas nelas próprias, partem
daquele princípio tradicional do chefe: “Eu
sou o chefe, eu mando, eu decido. Todos
os outros estão um degrau abaixo, ou dois,
ou três e têm de me dar ouvidos”. A boa
liderança não se faz dessa maneira. Temos
de descer ao nível das pessoas, perceber
que tipo de equipa temos connosco e o
que é que a equipa precisa de nós. Traçar
objetivos, método de trabalho, criar regras
comuns de funcionamento para que as
pessoas saibam lidar umas com as outras,
estabelecer pontes, manter a empatia e tudo
isso é o que faz criar um bom ambiente.
Elisabete Jacinto
Nascida a 8 de junho de 1964,
Elisabete Jacinto licenciou-se
em Geografia + Ramo de Formação
Educacional pela Faculdade
de Letras da Universidade
de Lisboa, em 1989, e terminou,
no decorrer do ano passado, uma
pós-graduação em Psicologia para
Não Psicólogos: Aplicações em
Contextos de Trabalho, pelo ISPA.
Após alguns anos a exercer
a profissão de professora, apostou
no todo-o-terreno e, através
do desporto motorizado, alcançou
galardões como: a Medalha Oficial
da Ordem do Mérito atribuída pelo
Presidente da República, Jorge
Sampaio, em 1999, tendo sido
recebida pelo atual chefe de Estado,
Marcelo Rebelo de Sousa, passados
20 anos. É autora de livros
de aventura e conferencista.
No currículo desportivo, destaca-se
a conquista do primeiro lugar no
Rali da Tunísia, em 2011, primeiro
lugar no Rali de Marrocos, em 2013,
participações no Rali Dakar
e primeiro lugar no Africa
Eco Race, em 2019.
Além de piloto, Elisabete Jacinto é autora de livros
de banda desenhada e professora de Geografia
Aquele ambiente de chefe tradicional não
funciona. E, muitas vezes, as pessoas não
têm noção disso, o seu ego é muito grande
pelo poder que têm e não percebem que
não é o poder que lhes dá a capacidade de
serem bons líderes e bons gestores. Tem
de se aprender, tem de se ouvir os outros,
ouvir e aceitar as críticas. Podemos aprender
com a experiência dos outros e ajuda-nos
imenso a fazer progressos e a dar aqueles
passos necessários. Não se nasce líder,
aprende-se a ser líder. E isso é que é um
aspeto importante que as pessoas todas
devem ter em conta.
PME Mag. – Que comportamentos é
que caracterizam o líder do futuro?
E. J. – Acima de tudo, é o espírito de abertura.
Vivemos num mundo em mudança. A
tecnologia está a evoluir a uma velocidade
enorme. Os meios de comunicação estão
em constante mudança, portanto, o nosso
mundo está em constante alteração. Temos
de ter o espírito aberto para estar constantemente
a aprender coisas novas e a adaptar-nos.
Um líder tem de ter uma grande
capacidade de adaptação às circunstâncias.
Aquilo que se aprende é claro que não se
deita fora, mas temos que estar sujeitos a
aprender coisas novas e a adaptarmo-nos
às novas circunstâncias, de outra forma não
conseguimos fazer progressos.
PME Mag. – Para terminar, tem alguma
história que nos queira contar e que
mostre a resiliência de um líder de uma
situação em que teve que tomar uma
decisão na hora…
E. J. – Vem-me agora à memória uma
história em que percebi que, muitas vezes,
o problema está em nós. Nós, líderes, entre
aspas, é que criamos o problema. Lembro-
-me que fui fazendo o meu progresso como
piloto, fui conduzindo cada vez melhor e, a
certa altura, comecei a ganhar confiança e
achava que conduzia muito bem, mas, na
realidade, havia uma altura em que se criava
mau ambiente dentro da cabine, em que o
mundo se desmoronava e não me conseguia
entender com os meus colegas de equipa, que
era, exatamente, nas dunas. E a discussão
gerava-se. Chateava-me, francamente,
porque o ambiente era péssimo. Precisava
muito de apoio e de uma certa tranquilidade
para conduzir porque a condução nas
dunas é tecnicamente muito difícil e nada
funcionava. Um dia, tive necessidade de
parar para pensar o que é que realmente
acontecia de errado ali e percebi que a
culpa era toda minha, pelas diferenças na
maneira de estar de ambos os géneros. Nós,
as mulheres, gostamos muito de desabafar e
de dizer o que nos vai na alma e eu, quando
ia a conduzir nas pistas, ia muito concentrada,
calada e dentro da cabine existia um
ambiente de confiança e de bem-estar e as
coisas todas funcionavam bem. Quando
chegava às dunas, ficava aflita, porque era
difícil a condução e começava nas minhas
manifestações de insegurança, com medo
que o camião virasse, com medo de não
conseguir subir a duna, com medo de
ficar enterrada e os meus parceiros, como
bons machos latinos, estavam ali para
colaborar comigo e, portanto, iam-me
dando dicas para me ajudar na condução.
Naturalmente, a forma das dicas que eles
me davam, como a área deles não era a
condução, não era correta e eu ainda ficava
mais tensa e, muitas vezes, o meu tom de
voz alterava-se e, claro, como bons machos,
eles respondiam à letra e o tom de voz deles
ainda subia mais e criava-se um momento
de discussão. Então, percebi que o erro era
meu. Portanto, estava a agir como mulher
a desabafar numa situação em que esse
desabafo não era bem-vindo e foi aí que
tomei consciência de que as diferenças de
género têm de ser levadas em conta, e que
temos de avaliar o que é que podemos fazer,
ou não, em determinadas circunstâncias
e, depois de aprender, percebi que tinha
de transmitir confiança à minha equipa e
se tinha de sofrer para dentro, sofria para
dentro, nada de manifestações exteriores e
as coisas passaram a correr melhor. É uma
história que marca um dos momentos em
que percebi que a atitude do líder e da gestão
é muito importante nestas equipas onde o
trabalho é muito intenso e a proximidade
é muito grande.
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33
EMPREENDEDORISMO
Texto:
Catarina Lopes
Ferreira
Redação
Fotografia:
Brave Generation
BRAVE GENERATION
ACADEMY: CRIANÇAS
FELIZES, PAIS FELIZES
A vontade de investir na educação e a vontade de fazer
a diferença no mundo foram os principais impulsionadores
para a criação da Brave Generation Academy (BGA), fundada
por Tim Vieira e Lídia Vieira.
A
Brave Generation Academy (BGA)
conta com quatro hubs, um em
Espinhal, Penela, um no centro
de Cascais, outro na Marina de Lagos e
na Quinta da Marinha. Através deles, a
academia providencia aos estudantes uma
educação especializada, preparando-os
para serem pensadores independentes e
bem-sucedidos.
Quando questionado sobre o nascimento
da ideia, Tim Vieira, CEO e fundador da
Brave Generation Academy, respondeu que
já há algum tempo que vinha a tentar fazer
alguma diferença na educação: “Depois de
ter feito a viagem com a família à volta do
mundo, comecei a pensar no que poderia
fazer para marcar a diferença no mundo
de hoje. Quando chegámos, os meus filhos
regressaram à escola tradicional, uma escola
muito boa por sinal. Mas vi que voltava ao
normal e que passavam o dia inteiro na
escola, com um horário rígido que não
permitia que eles tivessem tempo para
outras experiências”.
“Depois surgiu esta ideia de que era
preciso algo mais flexível, mais ao encontro
daquilo que são as necessidades do futuro,
a forma de criar uma geração resiliente
para encarar o futuro, self-empowerment
para o futuro e foi aí que comecei a pensar
como é que seria possível usar a tecnologia
de hoje para fazermos a escola de amanhã
acontecer agora”, continuou.
O conceito da BGA está assente em três
pilares: o conhecimento, as competências
e a comunidade usada na música, na arte,
no desporto e em tantas outras formas. No
primeiro pilar, a organização usa o currículo
internacional através dos IGCSE - certificado
internacional do ensino secundário - e o A
Level - qualificação equivalente no sistema
inglês. O segundo pilar ajuda a desenvolver
e a descobrir as paixões das crianças e o terceiro pilar surge como
uma forma de estar ligado ao meio onde o hub está situado. Nestes
hubs, as crianças têm soft skills, mentores ou learning coaches, que
conhecem os seus sonhos, que querem lá estar e que querem dar
o melhor aos estudantes, ajudando-os a desenvolver capacidades
para atingirem os objetivos a que se propõem.
Segundo o fundador, a vontade de investir na educação vem da
sede de torná-la mais democrática e mais próxima da atualidade:
“Dizemos sempre que a educação é o futuro só que damos por nós,
na maioria das vezes, a criticar e a reclamar, mas não fazemos nada
sobre isto e eu queria passar da crítica à ação e apresentar soluções.
Queria investir também numa educação mais democrática, mais
próxima destes novos tempos, capaz de mudar vidas”.
Aquilo que torna a BGA diferente é o facto de a organização
passar aos estudantes toda a responsabilidade e independência.
Logo aos 12 anos, estes começam a perceber que estão a fazer algo
34
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
EMPREENDEDORISMO
“ Comecei
a pensar como
é que seria
possível usar
a tecnologia
de hoje para
fazermos
a escola
de amanhã
acontecer agora
Tim Vieira,
CEO e fundador
da Brave Generation
Academy
Hub da BGA no centro de Cascais
”
Hub da BGA
na Marina de Lagos
por eles mesmos e são incentivados a criar, a
trabalhar e a inovar. Por isso mesmo, desde
muito cedo, os estudantes desta organização
percebem como funciona o mundo real,
estando mais preparados para a vida adulta
e para o que o futuro lhes guarda. O que a
organização ambiciona é que os jovens
não tenham medo do futuro ou do mundo
real, que saiam a saber gerir a necessidade,
a vida e os desafios. Nesta organização,
preparam-se crianças cientes do que vão
encontrar pelo mundo, com capacidade de
se adaptar, ultrapassar obstáculos, num
espírito constante de aprendizagem. Por
estas razões, os estudantes são apelidados
por Tim Vieira de “brave”, ou seja, corajosos.
A possibilidade de os estudantes poderem
criar os seus próprios horários é uma
vantagem, já que as pessoas estão mais
abertas e adeptas a um modelo híbrido,
no geral. Desta forma, a criança adquire a
capacidade de gerir as suas horas do dia e
as suas férias, por exemplo.
A tecnologia tem vindo a influenciar
positivamente a educação, já que permite
novas formas de trabalhar a partir de qualquer
parte do mundo.
“Vai ser muito influente, por exemplo
no setor terciário. A tecnologia está a
permitir que se possa trabalhar a partir
de qualquer ponto do mundo, até já não é
preciso emigrar, podemos estar a trabalhar
para uma empresa estrangeira a partir do
nosso próprio país. E isto é possível graças
à tecnologia. E da mesma forma que afeta a
forma como trabalhamos, também existe
necessidade de adaptar a forma como
Hub da BGA em Espinhal, Penela
estudamos. Acho que vão existir muitas
diferenças e só o facto de podermos ter
pessoas apaixonadas pelo que fazem a
ensinar crianças à volta do mundo só pode
ser benéfico”, explicou Tim Vieira.
A BGA é muito elogiada pelo seu modelo
de ensino, que incentiva ao planeamento
de uma vida diferente, mais livre, que
permite vários interesses em diversas áreas.
O modelo foi criado por os fundadores
entenderem que o estudo nem sempre
está em primeiro lugar para todos, por
entenderem que cada indivíduo deve
ser tratado de forma personalizada e não
estandardizada. A organização funciona
em prol dos alunos, das suas necessidades,
dificuldades e preferências. Como
consequência, criam-se crianças felizes,
que fazem pais felizes, representando uma
mais-valia para o mundo.
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
35
EMPREENDEDORISMO
EDUCAÇÃO
+ TECNOLOGIA
+ CINEMA
= WITSEED
A Netflix junta milhões de pessoas em frente
à televisão todas as noites. O objetivo da
Witseed é fazer o mesmo, mas numa vertente
educativa e, claro, num universo mais reduzido,
pelo menos por enquanto...
A equipa da Witseed quer transformar a empresa na principal plataforma de life long
learning digital em Portugal
F
oi no decorrer da Web Summit que encontrámos a Witseed,
uma empresa que pretende englobar a educação e a tecnologia,
através do cinema. A PME Magazine teve oportunidade
de conversar com Miguel Fernandes, um dos sócios fundadores
da empresa, que nos explicou como surgiu a ideia e como esta
pode ajudar as empresas num futuro próximo.
“A Witseed surgiu através do meu sócio, que tinha boas relações
com universidades corporativas e dava formações presenciais em
empresas, assim como projetos de consultoria, e estava à procura
de dar mais escala a este processo”, refere
Miguel Fernandes que indicou ainda que o
objetivo é “juntar educação, tecnologia e
cinema e trazer uma experiência de educação
corporativa ao mesmo nível do consumo
de entretenimento em plataformas como
a Netflix”.
A premissa é simples: ajudar as empresas
a implementar uma estratégia e uma cultura
de aprendizagem contínua.
“A sociedade tem o hábito de consumir
filmes e séries de forma contínua e nós
temos essa mesma abordagem em relação a
conteúdos voltados para formação profissional.
O nosso trabalho com as empresas é
ajudá-las a trazer essa cultura para dentro
das suas operações, através de soluções de
life long learning, desde a plataforma mobile,
digital, inteligência artificial com conteúdos
produzidos regularmente e disponibilizados
na plataforma”, sublinhou.
Até ver, esta plataforma não é disponibilizada
para consumidores individuais,
apenas para empresas. E é nas empresas que
está o foco, pois estas, para definirem um
plano de formação, têm de recorrer a vários
fornecedores, envolver os colaboradores
e, ainda, avaliar o resultado dos cursos na
prática profissional. Segundo o fundador,
“a Witseed resolve todas estas questões”.
A empresa é brasileira, mas desde 2021
que está implementada em Portugal, pois
além de não existir barreira linguística, “há
uma evolução muito grande no que toca ao
ensino à distância” no país. “Percebemos
este movimento nas empresas e é uma
tendência que estamos a tentar aproveitar
aqui”, disse Miguel Fernandes.
Neste contexto do trabalho se ter tornado
mais híbrido, onde há falta de contacto
interpessoal entre colegas de trabalho
e colaboradores com a chefia, torna-se
prioritário criar uma cultura compartilhada
entre todos.
“Neste sentido, um líder saberá o que
os colaboradores estão a aprender, sabe
o que pode esperar em termos de skills do
trabalho deles e é uma grande ajuda para
as empresas”, concluiu.
Relativamente a planos futuros, o fundador
referiu querer estabelecer a Witseed
como “a principal plataforma de life long
learning digital em Portugal nos próximos
anos” e começar a atuar noutros mercados,
como Espanha.
A Witseed irá também começar a produzir
muitos conteúdos em inglês, o que abrirá
outros nichos.
Texto:
João Carreira
Redação
Fotografia:
D. R.
36
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
EMPREENDEDORISMO
Texto:
Ana Rita Justo
Editora
Fotografia:
United Boutiques
MODA
‘PREMIUM’
E SUSTENTÁVEL
À DISTÂNCIA
DE UM CLIQUE
Catarina Nogueira, fundadora da United Boutiques
C
omprar moda sustentável é já
uma questão na mente de muitos
consumidores. A pensar nisso,
Catarina Nogueira, Dário Fonseca, João
Fonseca Bigotte e António Seica juntaram-se
e criaram a United Boutiques, uma boutique
online onde pode comprar roupa premium
de coleções anteriores, proveniente de lojas
de comércio local.
A ideia surgiu de Catarina Nogueira,
formada em Engenharia Informática, mas
sempre com a moda na cabeça. Primeiro
criou a Glam to Glam, uma startup de moda
em segunda mão que, no final de 2019, veio
dar origem à United Boutiques, potenciada
pelo programa Startup Voucher.
“Era uma forma de sustentabilidade que
ainda não se tinha ouvido muito bem falar
em Portugal. Tivemos de fazer uma escolha
e optámos pela United Boutiques”, conta
a fundadora.
O negócio acontece porque muitas destas
lojas não tinham forma de escoar o seu stock
de coleções anteriores que não vendiam,
surgindo aqui uma oportunidade para o
fazerem sem com isso comprometer as
coleções atuais. A United Boutiques trabalha
com “uma solução para cada lojista”,
explica Catarina Nogueira, pois nem todos
precisam do mesmo tipo de apoio: “Para
aqueles que não têm website, nem fotografias,
fazemos esse trabalho e o envio dos
produtos. Também temos o caso daqueles
Já pensou em ter uma
boutique online onde pode
comprar roupa de marcas
sustentáveis e premium,
a preços mais acessíveis?
A United Boutiques
surge para dar um lugar
às coleções antigas
do comércio local,
ao mesmo tempo que
ajuda a reduzir
o desperdício têxtil.
que nos enviam uma lista de produtos e as
fotografias que já têm e eles próprios fazem
o envio. Depois, temos outros que também
têm website e sincronizamos com o nosso”.
Ao todo, este marketplace conta já com
peças de um total de 25 revendedores locais
ou marcas de roupa.
Apesar de o target ser o comércio local
ou roupa de marcas premium que comuniquem
sustentabilidade, a United Boutiques
também integra roupa de outras marcas que
não tenham uma associação tão vincada
com a sustentabilidade, desde que seja de
coleções anteriores. “Todos os anos, há
dez mil milhões de itens de desperdício
têxtil em todo o mundo. Nós estamos a
reintroduzir essas peças no mercado,
evitando que vão parar a lixeiras e sejam
incineradas”, adianta.
Crescimento contínuo
Apesar de ainda não ser um negócio
rentável e de o break even só ser esperado
no final deste ano, a United Boutiques tem
vindo a crescer consistentemente desde
abril do ano passado, com aumentos de
vendas mensais na ordem dos 20%.
Um financiamento de 100 mil euros da
Portugal Ventures também permitiu reforçar
a equipa e contratar mais duas pessoas para
o marketing e para a tecnologia.
A participação na Web Summit surgiu
como uma boa montra para captar contactos
e a startup está, atualmente, à procura de
uma nova ronda de investimento, entre
os 400 e os 500 mil euros para melhorar
a experiência tanto para consumidores
como para os próprios lojistas e também
para pensar na internacionalização como
um plano a longo prazo.
“Queremos que o consumidor tenha
à disposição uma loja que seja tão fácil e
tão intuitiva que qualquer pessoa consiga
comprar moda sustentável.
Do lado dos lojistas, queremos que seja tão
fácil introduzir produtos e vender através
da United Boutiques que qualquer lojista
consiga fazê-lo, mesmo não tendo qualquer
capacidade tecnológica.”
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
37
MEDIR PARA GERIR
LIDERAR
REMOTAMENTE
Texto:
Susana Ferreira
Diretora de
marketing
e comunicação
da Nova SBE
Executive
Education
Fotografia:
Nova SBE
Executive
Education
U
ma das palavras definidoras de 2021 foi, sem dúvida,
“teletrabalho”. Depois de a pandemia nos ter apanhado
desprevenidos em 2020, no início do ano passado tornámos
a ter de trabalhar a partir de casa num novo confinamento. A
experiência prévia ajudou, mas os tempos de incerteza colocaram
desafios à liderança e realçaram o verdadeiro poder da comunicação
dentro das organizações.
Não conseguimos adivinhar o que nos espera em 2022, contudo,
sabemos que o teletrabalho veio para ficar. Forçadamente no
início de janeiro, mas tudo parece apontar para um futuro em que
o escritório estará presente na vida dos funcionários em regime
híbrido, algumas vezes remotamente, outras, presencialmente.
Por isso, será decerto pertinente colocar as lições aprendidas no
último ano e meio em prática, para assegurar uma liderança eficaz,
porque um bom líder num contexto físico não o é necessariamente
em contexto remoto.
A liderança remota deve ser, essencialmente, focada nas pessoas.
A comunicação com os colaboradores “não tem de ser uma coisa
em excesso, deve tratar-se de criar tempo e espaço para que a
equipa tenha conversas que pode não estar a ter” e assegurar
que ultrapassa o hiato de empatia criado pelas relações online 1 .
Claro que este tipo de comunicação não é tão profundo como o
presencial, contudo, apesar de todos os desafios, pode trazer
várias oportunidades.
Segundo Milton de Sousa, associate professor da Nova SBE, se é
certo que a distância física pode promover o isolamento, também
é verdade que a democratização dos processos de comunicação
conquistada com o trabalho remoto pode dar mais espaço a
colaboradores mais tímidos e ajudar a criar uma cultura de
partilha. Para garantir que estes benefícios ultrapassam
os desafios, é preciso que a liderança no remoto assegure
três componentes: eficácia, sentido de pertença e autonomia.
E para isto é preciso comunicar – deliberadamente
e consistentemente.
Uma grande parte da cultura de confiança nas organizações
surge com a comunicação “casual” do dia-a-dia, que
existe espontaneamente no presencial, mas que é difícil de
recriar em teletrabalho. Por esta razão, os pequenos momentos
de interação devem passar a ser planeados: começar e acabar a
semana com uma reunião de equipa é uma boa forma de alinhar
prioridades e estabelecer pontos de situação; marcar uma happy
hour virtual com os restantes trabalhadores ao final do dia pode
ajudar a manter uma relação de proximidade fora do escritório; e
promover workshops sobre trabalho remoto pode ajudar a perceber
os desafios pelos quais todos estão a passar em casa. Acima de
tudo, para liderar bem remotamente é preciso, sobretudo, saber
comunicar eficazmente.
“ Será decerto
pertinente
colocar as lições
aprendidas no
último ano e
meio em prática,
para assegurar
uma liderança
eficaz, porque
um bom líder
num contexto
físico não o é
necessariamente
em contexto
remoto
Susana Ferreira,
diretora de
marketing
e comunicação
da Nova SBE
Executive
Education
”
1
Byrnes, M. (2020, April 24), Leadership at a distance [Webinar],
Nova SBE Executive Education
38
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
MEDIR PARA GERIR
Texto:
Anabela Chastre
CEO da Chastre
Consulting
e presidente da
Cimeira Lusófona
de Liderança
Fotografia:
Chastre
Consulting
QUE MODELOS
E TECNOLOGIAS
UTILIZAR PARA
ACELERAR
A APRENDIZAGEM
NAS ORGANIZAÇÕES?
A
s medidas de contenção da pandemia
alteraram profundamente os
tradicionais modelos de negócio
e de trabalho e, com isso, aceleraram a
necessidade de transformação digital em
muitas empresas. A profunda e repentina
mudança na forma como trabalhamos
trouxe um grande desafio às organizações:
a aprendizagem.
De um momento para o outro, a aprendizagem
on the job já não era suficiente. Era
preciso complementá-la com novas técnicas
através da formação. O problema é que os
modelos de formação até então conhecidos
também já não eram suficientes para dar
resposta aos novos desafios.
O que fazemos agora com a formação?
Com as vantagens de um modelo presencial
nunca questionado? Será que as pessoas
querem aprender as mesmas temáticas, ou
temos de pensar noutras? E atrás da câmara
os formadores falam e usam técnicas de
ensino iguais às do modelo presencial?
Fiz estas questões a mim própria,
no início da pandemia. Graças à
proximidade que mantivemos com
os nossos clientes fomos compreendendo
que estas questões não eram
só nossas, mas também deles. As
empresas diziam-nos que os colaboradores
precisavam, mais do que nunca, de
motivação para continuarem a aprender.
A formação e o coaching poderiam ser a
solução, mas algo tinha de mudar.
Sempre acreditei, e continuo a acreditar,
no poder da ligação que se cria numa sala de
formação e, por isso, no início tive muitas
dúvidas que se conseguisse fazer o mesmo
de forma virtual. Mas também é importante
perceber que as tecnologias, por si só, não
garantem o sucesso de nenhuma comuni-
cação. O esforço de quem ensina terá de
ser maior para conseguir captar a atenção.
É preciso criar conteúdos atrativos,
dinâmicos e simples de colocar em prática
e apostar na interatividade que estas ferramentas
oferecem, para inovarmos também
os modelos de ensino.
Apesar de a Covid-19 ter alterado bruscamente
a nossa forma de trabalhar, a
maioria das empresas ganhou com isso.
Hoje é possível fazer chegar a formação
a colaboradores espalhados pelo país ou
pelo mundo, em fusos horários distintos.
A formação está ao alcance de todos, não
importa onde estejam, e isto irá traduzir-
-se, num curto espaço de tempo, numa
melhoria substancial da produtividade e
da qualificação das empresas.
A boa notícia é que quase todas as tendências
que se verificam apontam para uma
única macrotendência: o foco no aluno. Isto
vai exigir da parte de quem ensina a adoção
de uma abordagem mais flexível e inclusiva
em termos de iniciativas de aprendizagem,
mas mais importante, vai exigir por parte
das empresas uma mudança cultural muito
importante relativamente à forma como
veem o investimento na formação.
Esperamos que os precursores da aprendizagem
organizacional abracem esta
mudança de paradigma, e abandonem o
investimento em eventos de aprendizagem
únicos em prol de uma visão mais holística
assente numa experiência de aprendizagem
contínua.
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
39
MARKETING
Texto:
Sofia Neves
Redação
Fotografia:
Inventa
DAR UMA
NOVA IMAGEM
À DEFESA
DA PROPRIEDADE
INTELECTUAL
O estado da
propriedade
intelectual em
Portugal
Segundo Tiago
Reis Nobre,
em Portugal
“existe algum
conhecimento
genérico sobre
as questões relacionadas
com
a propriedade
intelectual, contudo
ainda muito
superficial”.
O responsável
salienta que a
nível de marcas
existe maior
conhecimento
do sistema junto
das empresas,
mas a nível
de patentes o
atraso é ainda
notável. “O investimento
em
bens intelectuais
e respetiva proteção
deveria ser
uma prioridade
para um país
pequeno como
o nosso, permitindo
assim um
maior posicionamento
numa
economia global”,
considera
o responsável.
A empresa consultora
de propriedade intelectual
Inventa lida diariamente,
há 50 anos, com inovação
e marcas. Por este motivo,
decidiu avançar com um
rebranding, que resultou numa
alteração da identidade visual
da marca e também do nome,
passando de “Inventa International”
para apenas
Inventa. Fomos descobrir
o que mudou e porquê.
D
edicada à consultoria de propriedade
intelectual, a Inventa trabalha
diariamente para que se torne
numa referência mundial no setor, estando,
atualmente, a apostar no negócio internacional,
em tecnologia e na eficiência do
serviço, personalizando ao máximo cada
interação com o cliente para que ele consiga
distinguir o seu serviço da concorrência.
Tiago Reis Nobre, sócio e coadministrador
da empresa em Portugal, afirma,
em entrevista à PME Magazine, que a
empresa tem crescido de forma constante
e sólida, com um cada vez maior destaque
no mercado, graças a uma “equipa extremamente
qualificada, dotada de meios
tecnológicos avançados, sempre focada
em apresentar os melhores resultados
ao cliente”. Destacando que a empresa
conta com uma abordagem inovadora e
que tem como grande objetivo transmitir
maior confiança, sofisticação e elegância,
o responsável explica como o rebranding
surgiu, de forma a mostrar os valores da
empresa, enquanto permitia acompanhar
as tendências e servir como exemplo para as
Tiago Reis Nobre é sócio e coadministrador da Inventa
marcas com as quais a consultora trabalha
no dia-a-dia. “O rebranding já vinha a ser
falado há algum tempo, principalmente
porque queríamos ser conhecidos apenas
por Inventa e deixar cair o termo ‘International’
da nossa marca por acharmos que
não é necessário, nem distintivo”, explica
Tiago Reis Nobre, que refere dúvidas que
surgiram durante esta alteração, como o
facto de o lettering antigo ter uma leitura
pouco clara e desproporcional ao tamanho
do logótipo. Assim, a marca recebeu um
novo lettering, uma nova identidade visual
e uma modificação no formato do logótipo.
“Foram selecionadas cores um pouco mais
escuras, que se aproximam mais da imagem
corporativa que pretendemos transmitir,
um lettering inovador associando um
logótipo único com contornos melhorados
para uma melhor visibilidade”, explica o
administrador. A marca pretende, assim,
dar resposta às novas tendências, refletindo
melhor os seus valores.
“ A marca
recebeu um
novo lettering,
uma nova
identidade visual
e uma
modificação
no formato
do logótipo.
Tiago Reis Nobre,
coadministrador
da Inventa
”
Janeiro de 2022
40 pmemagazine.sapo.pt
MARKETING
Texto:
Bernardo
Marques
Sócio do Grupo
República 45
Fotografia:
D. R.
O
TikTok, ou Douyin, como foi
inicialmente lançado na China,
é uma aplicação de partilha de
vídeos da empresa Bytedance. Foi lançada
para o mercado chinês em 2016 e em 2017
para todo o mundo em dispositivos IOS e
Android. Os dados de 2021 revelaram que
o TikTok contou com mais de 2,6 biliões
de downloads em todo o mundo. Segundo
estudos recentes da Marktest, o TikTok está
a emergir em Portugal. Ao que tudo indica,
esta rede social, que apenas entrou nestes
estudos no ano passado, apresentou uma
subida de 5,4% face ao ano anterior,
ultrapassando já o WhatsApp, que
apresentou uma descida de 3,2%
de utilizadores face ao ano anterior.
Estes dados podem ser a prova de que
precisa de começar a olhar para o TikTok
como um potencial difusor de publicidade
e campanhas de âmbito nacional.
PORQUÊ
INVESTIR NO
TIKTOK?
Apesar de sobreviver à base de pequenos
vídeos e de ainda existirem muitas falhas
de regulamentação quanto ao papel dos
influencers no TikTok, as marcas já podem
tirar partido das suas potencialidades.
Como?
O TikTok possui um modelo freemium.
Este modelo provém da junção de palavras
free e premium e consiste num sistema de
negócio, no qual o proprietário ou prestador
de serviços oferece, de forma gratuita,
recursos básicos aos utilizadores. O utilizador
só paga estes recursos se pretender
opções mais avançadas ou suplementares.
Mas e se quiser chegar ao seu público-alvo
de forma orgânica?
Por norma, as empresas fornecem uma
breve descrição dos seus produtos. Assim,
e tal como qualquer rede social atual, o
algoritmo do TikTok possui uma criação
de perfis com base nas pesquisas que o
utilizador faz, assegurando quase que
uma espécie de match orgânico. Como
por exemplo, se pesquisar muitas vezes a
palavra “maldivas” com certeza verá que
este destino tropical começará a fazer parte
do seu feed de forma dissipada, através
de promoções de agências de viagens ou
companhias aéreas. O mesmo acontece no
TikTok. A sua empresa começará a aparecer
no separador “para você” dos utilizadores
que se enquadrem no seu target.
O TikTok possui ainda no canto inferior
um indicador que demonstra aos utilizadores
que estão a ver um anúncio publicitário.
Se o utilizador tiver interesse no produto,
pode clicar no anúncio e é direcionado
para o site da marca, quase como se de um
shopping online se tratasse. Outra forma de
anunciar e fazer publicidade que o TikTok
providencia é uma conta para empresas que
pretendam fazer publicidade na sua rede
social através de vídeos. Aqui, as marcas
compram espaço e o TikTok certifica-se
que as marcas e empresas chegam aos seus
consumidores.
Para concluir, o que torna o TikTok ainda
mais especial? Ainda muito poucas marcas
estão a recorrer a esta rede social para
anunciar os seus produtos e/ou serviços,
por isso, a aposta na visibilidade da sua
marca é garantida de forma quase orgânica.
Adicionalmente, esta rede social é sobretudo
utilizada pela geração Z. Se este for o
seu target, então não perca mais tempo e
invista no futuro.
“ Apesar de
sobreviver
à base de
pequenos vídeos
e de ainda
existirem muitas
falhas de
regulamentação
quanto ao papel
dos influencers
no TikTok, as
marcas já podem
tirar partido
das suas potencialidades.
Bernardo Marques,
sócio do Grupo
República 45
”
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
41
TECNOLOGIA
O FUTURO DA MOBILIDADE
INTELIGENTE, SOFISTICADA
E SUSTENTÁVEL
A Critical TechWorks foi criada em 2018 como resultado de uma joint-venture
entre a portuguesa Critical Software e o grupo BMW, para liderar a
transformação tecnológica da marca automóvel alemã. O objetivo principal
é garantir que a BMW continua na vanguarda das soluções de mobilidade e, para
isso, a empresa desenvolve algumas das tecnologias topo de gama integradas
na indústria automóvel de hoje, como a condução autónoma e os assistentes
pessoais inteligentes.
Texto:
Catarina Lopes
Ferreira
Redação
Fotografia:
Critical TechWorks
A
missão da Critical TechWorks é
liderar a revolução da BMW como
uma empresa movida a dados.
Para tal, fornece valor de negócio através
da implementação de análises avançadas,
ciência de dados e use cases de inteligência
artificial, com base no BMW Global
Data Lake.
“Sendo que a estratégia de longo prazo
do fabricante assentava em noções de
sustentabilidade ecológica e social em
toda a cadeia de valores, foi importante
surgirmos e ajudarmos a moldar a transformação
digital da marca e da indústria
automóvel. Três anos volvidos, formamos
um complemento importante da rede
de inovação global do grupo BMW nas
áreas de tecnologias de informação e de
desenvolvimento de software de elevada
qualidade para diversas áreas, através de
metodologias de desenvolvimento ágeis e
de soluções baseadas em conhecimento”,
explicou Paulo Guedes, CFO da Critical
TechWorks, em entrevista à PME Magazine.
Todos os avanços têm por base um
processo interativo, sustentado pelo
conhecimento que a empresa tem vindo
a adquirir nos projetos e pela experiência
que é trabalhar no terreno com as equipas
da BMW. Ter ciente o utilizador final em
tudo o que cria é o que ajuda a manter o
foco no que é realmente importante para
a marca, segundo o CFO: “Oferecer uma
experiência de condução cada vez mais
sofisticada, inteligente e sustentável.”
Apesar do sucesso, a Critical TechWorks
está consciente de que o mercado automóvel
está cada vez mais competitivo e que,
Paulo Guedes, CFO da Critical TechWorks
por isso, há uma maior necessidade de
diferenciação dos demais. Esta diferença
começa pelos profissionais de tecnologias
de informação que trabalham na empresa.
Os colaboradores pensam fora da caixa,
acrescentando valor em todas as fases de
construção das soluções, como afirma
Paulo Guedes: “Intervir diretamente no
futuro do setor automóvel, da mobilidade e,
consequentemente, da própria sociedade,
é algo muito entusiasmante e que cativa as
pessoas a quererem ter uma palavra a dizer
na forma como as coisas se vão processar
– cabeças que pensam fora da caixa”.
Melhorar a experiência na condução
Entre as dezenas de projetos que a Critical
TechWorks tem vindo a desenvolver
destacam-se a condução autónoma, o
desenvolvimento de assistentes virtuais
personalizados e a eletrificação de veículos.
A mobilidade é um fator muito importante
na vida das pessoas, seja na deslocação diária
ou para tempos de lazer e a empresa acredita
que a mobilidade do futuro passa pela
redução do atrito causado pelas eventuais
dificuldades que os cidadãos encontram
nas suas jornadas.
A tecnologia é uma grande aliada da
empresa, desenvolvendo suportes aplicacionais
que já fazem a integração entre
os smartphones dos condutores e os seus
veículos, permitem ajustar a temperatura,
modo de condução, nível dos bancos e até
a playlist.
Por isso, foi criada a ChargeNow, que
facilita as empresas que têm carregadores
para os colaboradores carregarem os seus
próprios veículos de forma eficiente, sem
gerarem sobrecargas na rede elétrica.
“Em conjunto, todas estas tecnologias vão
equipar o carro do futuro com os aspetos
que acreditamos serem fundamentais e
que vão desde a melhoria da experiência
de condução, até ao conforto dos utilizadores
e à sustentabilidade”, sublinhou
o responsável.
Até aqui, a Critical TechWorks tem conseguido
um bom desempenho e as perspetivas
continuam muito positivas, com mais de
90% dos projetos atualmente em curso
a prolongarem-se para 2022, de acordo
com o CFO. A estes, juntar-se-ão ainda
novos projetos atualmente em avaliação
com o grupo BMW, prevendo-se um ritmo
de crescimento igual ao de 2021 e de 2020
para 2022.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
42
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
TECNOLOGIA
A EDUCAÇÃO
NA BASE DO FUTURO
TECNOLÓGICO
No ano em que pela primeira vez houve mais mulheres do que
homens na Web Summit, fomos descobrir os novos negócios
e tecnologias que por lá andaram.
Pela primeira vez,
a percentagem de
visitantes do género
feminino foi superior
à do género masculino
A
Web Summit voltou a encher os
pavilhões da FIL entre os dias 1 e 4
de novembro do ano passado com
cerca de 43 mil pessoas originárias de 128
países, marcando o regresso dos grandes
eventos em formato presencial em Portugal.
Foram mais de 1500 as startups presentes
e a PME Magazine deslocou-se ao local para
falar com algumas, nomeadamente no setor
da educação, ambiente, robótica e desporto.
“Havia estudantes que nos diziam que
não sabiam o que fazer, que se calhar iriam
fazer um mestrado, ou enviar o currículo
para todas as oportunidades disponíveis no
website da universidade e entendemos que
este era um processo muito complicado e
uma dor desses estudantes.”
O relato é de Nathália Bosak, COO da
Network.me que, em conjunto com o
fundador Felipe Vieira, criou uma aplicação
gratuita de gestão de carreira para jovens
em que os estudantes das universidades
podem entrar, fazer o seu registo, procurar
um mentor, participar em eventos relacionados
com as suas carreiras, nomeadamente
eventos de empresas, feiras, open days e,
a partir de todas essas interações, passar
por uma jornada de descoberta e efetuar
uma transição mais natural para o mercado
de trabalho.
“O propósito é, justamente, poder levá-los
da universidade para o mercado sem que isso
seja uma grande rutura ou grande processo
traumático”, justificou a responsável.
A Network.me foi fundada em Lisboa, em
2020, e surgiu a partir de uma pesquisa com
500 estudantes finalistas em que 82% não
sabiam qual carreira seguir. Para o futuro, o
objetivo da empresa é tornar-se na principal
ferramenta de estágios e de recrutamento
jovem em Portugal. Para isso, pretende fazer
crescer a comunidade de estudantes que
utiliza a aplicação, que hoje está já próxima
Foram cerca de 42 mil
os visitantes da Web
Summit 2021
de meio milhão de utilizadores e a crescer
a cada semana, assim como a comunidade
de empresas parceiras.
Inglês para todos
Já mais estabelecida está a ELSA, uma
aplicação que ajuda as pessoas a comunicar
melhor em inglês ao nível da pronúncia,
presente em mais de 100 países e com
escritórios em Portugal.
Texto:
João Carreira
Redação
Fotografia:
Web Summit
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Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
TECNOLOGIA
“Um dos grandes problemas que tivemos
foi que, quando cresces num país que não
é english aware, e atenção que Portugal
não é assim, podes pensar que sabes falar
inglês, mas quando vais lá fora e tentas
comunicar, é mais complicado. Apesar de
saberes escrever, ler e ouvir, comunicar é
muito mais difícil e é isso em que a ELSA
está a ajudar”, explica Xavier Anguera,
cofundador da aplicação.
António Leitão, partner da Reflora
De momento, a aplicação só tem formação
em inglês britânico e em inglês americano e
Xavier Anguera esclarece porquê: “Quando
crias uma aplicação em B2C tens, desde logo,
um grande problema que é estares a lutar
contra milhões de aplicações que estão na
loja ao mesmo tempo. Tem de haver uma
diferenciação em termos de tecnologia e de
usabilidade. Felizmente, já conseguimos
isto, mas depois surge outra questão: como
fazer com que as pessoas não se cansem da
aplicação? Como é que a aplicação volta a
ser viral? Conseguir isto dá muito trabalho,
estamos a chegar lá, mas ainda falta. No
dia em que chegarmos lá, vamos começar
a preparar outros idiomas”.
Contudo, a aplicação ELSA está a preparar
novas funcionalidades que, na visão do
fundador, poderão fazer a diferença, como
a possibilidade de partilha ou a oferta da
aplicação aos colaboradores como um benefício,
funcionando como uma ferramenta de
formação. Mas, talvez a característica mais
disruptiva seja a capacidade de reconhecer
apenas a voz do utilizador aquando de uma
reunião, ignorando a do interlocutor, e, no
final da mesma, identificar pontos positivos
e pontos a melhorar no discurso.
Crédito ambiental para empresas
Numa vertente mais sustentável, falámos
com António Leitão, partner da Reflora,
startup que conecta projetos ambientais
de conservação de reflorestamento com
empresas que querem neutralizar a sua
pegada de carbono.
“O nosso trabalho é pegar nesses projetos,
fazer a certificação internacional, gerar um
crédito de carbono, que, posteriormente,
terá de gerar um impacto social, seja no
setor da educação, renda para a comunidade
local e a parte ambiental, tanto
de recuperar uma área como preservar
animais. Este crédito é gerado e a Reflora faz
o cálculo da empresa, de quanto esta emite
de dióxido de carbono e compensa através
deste crédito que é gerado pelo projeto”,
sublinha António Leitão.
Para o responsável, a característica mais
importante da empresa é a possibilidade de
identificar e calcular a pegada de carbono
e, a partir daí, poder compensar e, em
alguns casos, até neutralizar a sua pegada.
“Assim, poderá, factualmente, assinalar
que faz um trabalho sustentável atrelado
ao seu propósito e à sua missão. É recorrente
as pessoas/empresas dizerem que
são sustentáveis, mas, por vezes, estão a
contribuir mais para prejudicar o meio
ambiente do que a beneficiar”, afincou
António Leitão.
O projeto está já implementado no Brasil,
Portugal, Espanha, Peru e Guatemala, sendo
que França é o próximo passo.
Recém-nascida é a Engimotion que
aproveitou a Web Summit para apresentar
uma garra robótica que utiliza uma
tecnologia de electroadesão para agarrar
objetos delicados sem os danificar e com
poupanças de energia.
“Existe uma grande necessidade de
garantia de qualidade em determinados
setores e produtos, ou devido à sua localização,
rigidez, necessidade na sua utilização
ou devido à exigência do cliente final.
Os produtores, quando enfrentam uma
maior procura, não conseguem automatizar
os processos e usam pessoas e
quando não podem usar pessoas, não têm
grande solução. Portanto, existe aqui um
gap tecnológico que se fosse colmatado
ajudaria os clientes a potenciar a qualidade
do seu produto e a responder melhor à
procura do cliente final”, explicou o CEO
da empresa, Filipe Rei.
A tecnologia e a inovação nos mais
variados setores marcaram, mais uma vez,
a Web Summit, evento que, pela primeira
vez em dez anos de história, teve mais
presença feminina do que masculina nos
espectadores.
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pmemagazine.sapo.pt
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AGENDA
Fotografia: Divulgação
JAN
MAR
26 a 28
Online
16 a 19
Exponor
Building The Future 2022
O Building the Future está de volta e irá reunir
decisores, líderes, profissionais da área tecnológica,
professores, estudantes, investigadores,
programadores e empreendedores, garantindo
insights, conexões e muita tecnologia. O
primeiro dia será marcado por tudo o que vai
além do futuro, o segundo terá a vida humana
e o planeta como destaque, e o terceiro será
dedicado à educação e a competências.
Mais em:
buildingthefuture.pt
Fotografia: Divulgação
10 a 12
FIL,
Lisboa
FEV
Qualifica
A 13.ª edição da
maior feira de educação,
formação,
juventude e emprego
chega à Exponor,
onde mais de 40.000
jovens participam
para conhecerem
as novas saídas profissionais
e as mais
variadas experiências
de mobilidade internacional.
Um dos
grandes temas em
foco é a “Economia
Circular – Porque
tudo acaba onde
começa”.
Mais em:
qualifica.exponor.pt
Fotografia: Divulgação
Fotografia: freepik.com
16 a 20
FIL,
Lisboa
Bolsa de Turismo de Lisboa – BTL
A maior feira de turismo do país, organizada
pela Fundação AIP, com o objetivo de promover
o turismo em Portugal está de volta, após
o seu adiamento devido à atual situação pandémica.
Os três primeiros dias do evento
serão dedicados a profissionais e os restantes
estarão abertos ao público.
Mais em:
btl.fil.pt
Portugal Print Packaging & Labeling
A Portugal Print Packaging & Labeling é a feira
nacional de referência na área das artes gráficas,
embalagem e têxtil profissional, dando
oportunidade aos participantes de expor as
suas marcas, adquirirem visibilidade e criarem
uma maior rede de contactos no meio.
Destina-se a empresários decisores, diretores,
técnicos especializados, quadros superiores,
investidores, designers e criativos.
Mais em:
portugalprint.com
MAR
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Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
Transmissões
em Direto
Filmes
Corporativos
Cobertura
de Eventos
Vídeo
Marketing
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FORA D`HORAS
Vista aérea do empreendimento Praia do Sal Resort, em Alcochete
Texto:
Mafalda
Marques
Fotografia:
Praia do Sal
Resort
Slow
PRAIA DO SAL RESORT
Passeio das Caravelas 88,
2890-166 Alcochete
Telefone:
21 234 3165
Website:
praiadosal.com
living
no Praia do Sal
Resort em
Alcochete
O conceito de slow
living é uma tendência
que já chegou
às empresas. Isolar
o CEO, as chefias e as
equipas é uma prática
recorrente associada
aos ‘quarters’
e ao balanço
de resultados
e apresentação
de novos objetivos.
Este é o local para
abrandar e decidir
melhor.
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Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
O espaço convida
a longos passeios
até às dunas
FORA D`HORAS
A vista é rodeada de natureza, ar puro e muito espaço ao ar livre
Neste resort pode relaxar
e esquecer o stress do
dia-a-dia
A
tranquilidade do
Praia do Sal Resort,
em Alcochete,
transparece na
equipa da receção
que recebe
os hóspedes com
um sorriso acolhedor. As cores claras
do resort, as amplas janelas que deixam
entrar a luz exterior, os espaços
verdes e a decoração minimalista nos
alojamentos, conferem uma leveza
convidativa nas várias áreas. A palavra
de ordem é relaxar. A unidade promove
periodicamente programas de retiros
de ioga e meditação que permitem a
pequenos grupos desconectarem-se.
E para imergir de corpo e alma, o Praia
do Sal Spa dispõe de uma piscina interior
aquecida, sauna, banho turco,
jacúzi e duche de contraste.
Incontornável, o ex-libris do Praia do
Sal é, para muitos, a vista para o maravilhoso
pôr-do-sol. Numa altura em que
o teletrabalho é uma realidade, o Praia
do Sal dispõe de uma rede de telecomunicações
capaz de dar resposta
às exigências das empresas. É o local
perfeito não só para nómadas digitais,
mas também para pequenos encontros
Nas varandas consegue ver as salinas
de equipas para brainstorming, planeamentos,
apresentações de resultados e
também team building.
O staff dá resposta a todas as necessidades
específicas, com apoio 24 horas.
A vantagem dos apartamentos totalmente
equipados, que se podem transformar
em pequenas salas de reunião,
é que permitem um ambiente de maior
proximidade entre equipas.
Na sua envolvente, o Praia do Sal permite
uma série de possibilidades mais
lúdicas ou formais: ao lado do resort,
o Fórum Alcochete tem um auditório
com capacidade para mais de 350
pessoas; a cinco minutos existem trilhos
pedestres e ciclovias para ações
mais aventureiras; e ainda as parcerias
locais com o Orizonte Golf ou os passeios
a cavalo na praia. Alinhada com
esta tendência, esta unidade reforçou
a oferta de cozinha saudável no restaurante
Omaggio, com novos pratos e
produtos, criando um menu saudável.
E porque o Praia do Sal tem na sua essência
o fator experiência, desenvolveu
programas de férias de Páscoa e de verão
com atividades para toda a família.
O Praia do Sal promete aos hóspedes
o verdadeiro conceito de slow living e,
da nossa parte, fica a promessa de voltar
em breve.
Janeiro de 2022
pmemagazine.sapo.pt
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OPINIÃO
O QUE A BOCA CALA,
O CORPO FALA
A
linguagem corporal é demasiado
importante para a
deixar ao acaso. Assim, se
quer melhorar a imagem de confiança,
credibilidade e liderança, pode começar
simplesmente por melhorar a linguagem
corporal.
Texto:
Alexandre
Monteiro
Profiler e mestre
em decifrar
pessoas)
Fotografia:
D. R.
1) Contacto visual
Contacto visual intenso, quem o
faz pensa estar a transmitir confiança
e credibilidade, no entanto, essa
pessoa irá ser percebida como rude,
hostil e fria. Em contexto de negócios,
este contacto visual intenso poderá
ser percebido como uma intenção
deliberada de dominar, intimidar ou
menosprezar o outro.
Contacto ocular fraco ou ausente poderá
dar a entender que está desconfortável,
com falta de confiança ou desinteressado.
Regra geral, o contacto visual direto deve
ser efetuado durante 60% a 70% do tempo
numa conversa, aumentando-o ligeiramente
quando fala e minimizando enquanto ouve.
2) Domine o aperto de mão
Um estudo sobre apertos de mão mostrou
que as pessoas são duas vezes mais propensas
a lembrarem-se de si e a reagir de uma forma
mais amigável se lhes apertar a mão. Além
do aperto de mão, pode criar um impacto
mais duradouro e positivo se adicionar
uma única palavra, o nome da pessoa ao
tradicional: “Muito gosto”.
3) Fale com as mãos
Os gestos estão ligados à fala. Enquanto
fala, gesticule de forma a exemplificar e dar
mais poder e significado às palavras, se não,
as palavras que verbaliza vão ser percebidas
como menos credíveis e menos sentidas.
Os movimentos das mãos devem ser entre a
cintura e os ombros, relaxados, mostrando
as palmas das mãos para demonstrar mais
credibilidade e sinceridade.
4) Controle os pés
Os pés têm muito a dizer, tal como
o seu nível de domínio, confiança ou
segurança. Quando se sente inseguro ou
ansioso, a tendência é abanar
os pés, cruzá-los ou mudar o
peso de pé para pé. Quando
se sente pouco poderoso,
a tendência é juntar os
pés ou cruzá-los. Deve
ter os pés bem assentes
no chão e afastá-los ligeiramente, use os
ombros como limite máximo do afastar.
5) Acessórios e maquilhagem
Se uma mulher usa demasiadas joias,
maquilhagem ou demasiado perfume, todos
estes comportamentos têm como objetivo
inconsciente chamar a atenção ou então
uma compensação pela baixa autoestima
e o impacto destes comportamentos são
negativos.
Ao usar a mala pendurada no braço, a
mulher dá mais prioridade ao estatuto social
e à posição profissional. Ao usá-la com a
alça sobre um ombro a tiracolo e perto do
corpo é mais pragmática. Se a mala balançar
livremente é porque não se preocupa muito
com a aparência. Se a coloca à frente do
corpo mostra que é cautelosa, tímida ou
que está na defensiva, se a coloca atrás do
corpo mostra que é despreocupada. Colocar
a mala no colo em entrevistas de trabalho
ou numa negociação é sinal de nervosismo
e insegurança: deve pendurar a
mala na cadeira e nunca pô-la
na mesa ou no colo.
6) Postura
Quanto mais encolhido estiver, maior
será a perceção de que a pessoa tem pouca
atitude, um baixo nível de energia, pouca
confiança em si mesma e/ou carece de
liderança. Um líder “não tem medo” e
deve saber demonstrá-lo: braços abertos
com as mãos visíveis, os pés à distância
dos ombros, gestos com as mãos amplos,
ombros para trás e costas direitas.
7) Roer as unhas, mexer no cabelo,
tiques
Este tipo de movimentos, roer as unhas,
mexer no cabelo, ter uma caneta na mão
e estar constantemente a fazer o clique,
bater com os dedos ou com os pés, mexer
nos anéis ou botões, são indicadores de
nervosismo e de falta de controlo, além
de irritarem e distraírem as pessoas com
quem estamos a interagir. É importante
evitar este tipo de movimentos.
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