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Revista Analytica 116

Revista Analytica edição 116

Revista Analytica edição 116

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EDITORIAL<br />

<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - Edição <strong>116</strong> - Janeiro 2022<br />

Ano novo, novos desafios. Inicio este primeiro editorial de 2022 entusiasmada com o trabalho que temos pela frente.<br />

Seguiremos buscando aprimorar a qualidade de nossa revista, contentes com todo o espaço já conquistado.<br />

Continuaremos promovendo o aumento de diálogos com o meio acadêmico,<br />

mantendo, ainda, nosso compromisso em divulgar práticas inovadoras,<br />

descobertas e pesquisas enriquecedoras de toda área de controle de qualidade, no<br />

âmbito industrial, farmacêutico, petrolífero, ambiental e muito mais.<br />

A edição <strong>116</strong> chega com diferentes e interessantes contribuições, propostas de<br />

mudança de paradigmas em experiências de intervenção inovadoras e instigantes,<br />

atenta aos novos contextos atuais e novas tecnologias.<br />

Dentre os artigos científicos, trouxemos nesta edição: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO<br />

DE BIOFILMES, O USO INTENSIVO DE ANTIBIÓTICOS NA AGROPECUÁRIA E SEU<br />

IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA e muito mais.<br />

Convido os leitores a participarem ativamente da elaboração da <strong>Analytica</strong>, enviando<br />

colaborações, artigos, ideias, sugestões. Pedimos também que divulguem a revista para<br />

suas redes, de modo que mantenhamos nosso constante crescimento, aprendizado e<br />

diálogo colaborativo na divulgação de práticas e inovações no âmbito industrial.<br />

Desejo a todos vocês, uma excelente leitura!<br />

Fale com a gente<br />

Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar:<br />

Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Tel.: 11 3900-2390 | Dúvidas, críticas e ou sugestões, entre em<br />

contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />

de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />

/revista-analytica<br />

/revistaanalytica<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

EXPEDIENTE<br />

Realização: <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong><br />

Conselho Editorial: Sylvain Kernbaum | revista@revistaanalytica.com.br<br />

Jornalista Responsável: Luciene Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Publicidade e Redação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Comercial: Claudia Lima (11) 99214-0430 | comercial2@newslab.com.br<br />

Comercial: João Domingues (11) 98357-9852 | comercial@newslab.com.br<br />

Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />

Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral


<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - Edição <strong>116</strong> - Janeiro 2022<br />

ÍNDICE<br />

ARTIGO 1<br />

08<br />

01<br />

06<br />

Editorial<br />

Publique na <strong>Analytica</strong><br />

CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />

Por: Neoprospecta<br />

Controle de Qualidade, Food Safety, Microbiologia<br />

ARTIGO 2<br />

11<br />

COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS<br />

E A SUA EVOLUÇÃO<br />

Por: Celso Blatt, Ph.D – Químico de Aplicações<br />

Agilent Technologies Brasil<br />

MATÉRIA DE CAPA<br />

16<br />

BIOKAR TRAZ PARA O BRASIL<br />

MÉTODOS ALTERNATIVOS<br />

18<br />

21<br />

22<br />

Bioinformática<br />

Logística Laboratorial<br />

Agricultura e Saúde<br />

2<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

40<br />

Em Foco


LANÇAMENTO<br />

SACOS DE AMOSTRA<br />

DA NASCO SAMPLING<br />

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<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - Edição <strong>116</strong> - Janeiro 2022<br />

ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />

ordem alfabética<br />

Anunciante pág. Anunciante pág.<br />

BCQ<br />

4ª CAPA<br />

ER ANALITICA 05<br />

GREINER 43<br />

KASVI 03<br />

LABORCLIN<br />

CAPA<br />

NOVA ANALYTICA 41<br />

PENSABIO<br />

2ª CAPA<br />

PRIME CARGO<br />

3ª CAPA<br />

VEOLIA 07<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

Conselho Editorial<br />

Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />

do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />

de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />

Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />

da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />

4<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Colaboraram nesta Edição:<br />

Luciana e Sá Alves, Marcos Roberto Ruiz, Oscar Vega Bustillos, Bruna Mascaro e Claudio Kiyoshi Hirai.


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<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - Edição <strong>116</strong> - Janeiro 2022<br />

PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />

Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />

autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />

Informações aos Autores<br />

Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />

editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />

educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />

levarão em consideração para publicação toda<br />

e qualquer contribuição que possua correlação<br />

com as análises industriais, instrumentação e o<br />

controle de qualidade.<br />

Todas as contribuições serão revisadas e analisadas<br />

pelos revisores.<br />

Os autores deverão informar todo e qualquer<br />

conflito de interesse existente, em particular<br />

aqueles de natureza financeira relativo<br />

a companhias interessadas ou envolvidas em<br />

produtos ou processos que estejam relacionados<br />

com a contribuição e o manuscrito<br />

apresentado.<br />

Acompanhando o artigo deve vir o termo<br />

de compromisso assinado por todos os autores,<br />

atestando a originalidade do artigo, bem<br />

como a participação de todos os envolvidos.<br />

Os manuscritos deverão ser escritos em português,<br />

mas com Abstract detalhado em inglês.<br />

O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />

palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />

As fotos e ilustrações devem preferencialmente<br />

ser enviadas na forma original, para<br />

uma perfeita reprodução. Se o autor preferir<br />

mandá-las por e-mail, pedimos que a resolução<br />

do escaneamento seja de 300 dpi’s, com<br />

extensão em TIF ou JPG.<br />

Os manuscritos deverão estar digitados e enviados<br />

por e-mail, ordenados em título, nome<br />

e sobrenomes completos dos autores e nome<br />

da instituição onde o estudo foi realizado.<br />

Além disso, o nome do autor correspondente,<br />

com endereço completo fone/fax e e-mail<br />

também deverão constar. Seguidos por resumo,<br />

palavras-chave, abstract, keywords, texto<br />

(Ex: Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />

Experimental, Resultados e Discussão, Conclusão)<br />

agradecimentos, referências bibliográficas,<br />

tabelas e legendas.<br />

As referências deverão constar no texto com o<br />

sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />

da publicação, segundo norma ABNT 10520.<br />

As identificações completas de cada referência<br />

citadas no texto devem vir listadas no fim,<br />

com o sobrenome do autor em primeiro lugar<br />

seguido pela sigla do prenome. Ex.: sobrenome,<br />

siglas dos prenomes. Título: subtítulo do<br />

artigo. Título do livro/periódico, volume, fascículo,<br />

página inicial e ano.<br />

Evite utilizar abstracts como referências. Referências<br />

de contribuições ainda não publicadas<br />

deverão ser mencionadas como “no prelo”<br />

ou “in press”.<br />

Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />

vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />

disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />

média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />

em outras publicações.<br />

6<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

ENVIE SEU TRABALHO<br />

Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />

A/C: Luciene Almeida – Redação<br />

Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />

Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/


Artigo 1<br />

CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />

Por: Neoprospecta<br />

Controle de Qualidade, Food Safety, Microbiologia<br />

Um biofilme é uma comunidade<br />

complexa e estruturada de<br />

microrganismos, aderidos entre si<br />

e/ou a uma superfície. O gênero<br />

Clostridium possui espécies<br />

formadoras de biofilme que podem<br />

ser extremamente prejudiciais aos<br />

hospitais e processos produtivos<br />

das industrias de alimentos.<br />

Os biofilmes estão amplamente<br />

distribuídos na natureza. Eles<br />

são o principal modo de vida<br />

das bactérias, sendo, portanto,<br />

essencial para a sobrevivência e<br />

para o desempenho de papel de<br />

virulência desses microrganismos<br />

(PANTALÉON et al, 2014).<br />

Essa “capa” de microrganismos pode<br />

estar ancorada em uma determinada<br />

superfície e possui cinco etapas de<br />

formação (Figura 1): (1) adesão<br />

inicial, (2) adesão irreversível, (3)<br />

desenvolvimento da arquitetura do<br />

biofilme, (4) maturação e (5) dispersão<br />

(SCHERRER & MARCON, 2016).<br />

A adesão inicial corresponde a<br />

capacidade de adesão das células<br />

e pode haver reversão, pois os<br />

microrganismos não sofreram<br />

alterações para a formação do<br />

biofilme. Após a ligação irreversível<br />

(adesão irreversível) apenas<br />

por meio de sanitizantes, como<br />

detergentes e surfactantes para<br />

ocorrer a remoção do biofilme.<br />

As etapas de desenvolvimento<br />

da arquitetura e maturação do<br />

8<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Figura 1: Processo de formação do biofilme: (1) adesão reversível; (2) adesão irreversível; (3) desenvolvimento da arquitetura do biofilme;<br />

(4) maturação; (5) dispersão. Adaptado de Monroe (2007).<br />

biofilme dependem da quantidade<br />

de nutrientes disponíveis e do<br />

fortalecimento das interações


entre as bactérias. Por fim, a etapa<br />

podem estar associados a bactérias<br />

deterioração dos alimentos e de<br />

de dispersão permite que novos<br />

patogênicas, como C. difficile, C.<br />

possíveis surtos alimentares causados<br />

nichos sejam colonizados pelas<br />

botulinum e C. perfringens.<br />

por produtos contaminados com<br />

bactérias desse biofilme.<br />

espécies patogênicas. Frigoríficos,<br />

A maioria dos estudos de biofilmes<br />

em especial, podem apresentar<br />

Biofilmes de Espécies de<br />

em Clostridium tem como enfoque<br />

contaminação de biofilmes formados<br />

Clostridium<br />

duas bactérias patogênicas<br />

por C. perfringens (GERMANO &<br />

As espécies do gênero Clostridium<br />

principais, C. difficile e C. perfringens,<br />

GERMANO, 2001).<br />

são bactérias gram-positivas<br />

devido a sua capacidade de<br />

anaeróbicas obrigatórias que<br />

produzir toxinas e produzir esporos<br />

Como Obter Segurança<br />

podem formar biofilmes.<br />

que podem promover infecções<br />

Contra Biofilmes de Espécies<br />

(PANTALÉON et al, 2014).<br />

de Clostridium<br />

Os biofilmes formados por<br />

Os biofilmes, em geral, são<br />

espécies de Clostridium podem ser<br />

Biofilmes na Indústria de<br />

removidos com auxílio de sanificação.<br />

multiespécies ou monoespécies<br />

Alimentos<br />

Segundo Meyer (2003), existem três<br />

e estarem presentes em diversos<br />

A presença de biofilmes em diversos<br />

estratégias básicas na tentativa de<br />

locais no ambiente. Como<br />

segmentos da indústria de alimentos<br />

resolver o problema dos biofilmes:<br />

por exemplo, os biofilmes<br />

é considerada comum. Eles podem<br />

sanificação antes da formação<br />

formados por C. thermocellum<br />

ser encontrados em todos os tipos<br />

do biofilme; sanificação após sua<br />

e C. acetobutylicum que estão<br />

de superfícies como o plástico, aço<br />

formação, utilizando sanificantes<br />

envolvidos no processo de<br />

inoxidável, vidro, madeira, borracha,<br />

potentes; ou utilização de materiais<br />

degradação da celulose durante a<br />

ferro, granito e em tubagens e drenos,<br />

que não favoreçam/impeçam a<br />

produção industrial ou reciclagem<br />

nos circuitos de água e de esgotos,<br />

formação dos biofilmes.<br />

(PANTALÉON et al, 2014).<br />

nos permutadores de calor, entre<br />

outros (SCHERRER & MARCON, 2016).<br />

No entanto, mesmo com um<br />

Alguns desses biofilmes podem<br />

programa de limpeza local bem<br />

ser encontrados no microbioma<br />

intestinal humano (C. clostridioforme<br />

e C.malenominatum), mas também<br />

O grande problema relacionado aos<br />

biofilmes, em especial os formados<br />

por espécies de Clostridium, é a<br />

projetado, há evidências de que<br />

microrganismos residuais dos<br />

biofilmes podem recolonizar as<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

9


Artigo 1<br />

superfícies dos equipamentos e<br />

também ter resistência aos agentes<br />

químicos utilizados para higienização<br />

de superfícies (BREMER et al, 2006).<br />

A eficiência dos sanitizantes<br />

dependem de inúmeros fatores<br />

como a natureza e tipo de<br />

superfícies tratadas, a concentração<br />

e natureza dos resíduos, o tipo<br />

de microbiota contaminante da<br />

superfície, a concentração e o<br />

período de contato do sanitizante<br />

com a superfície (SCHERRER &<br />

MARCON, 2016).<br />

A biologia molecular pode<br />

auxiliar nesse processo de<br />

validação da higienização<br />

e a Neoprospecta possui<br />

ferramentas exclusivas nessa<br />

área que irão que auxiliar na<br />

tomada de decisões para a<br />

segurança dos alimentos.<br />

Por isso contate-nos e<br />

esclareça suas dúvidas!<br />

Referências Bibliográficas<br />

BREMER, P. J. et al. Laboratory scale Clean-In-Place (CIP)<br />

studies on the effectiveness of different caustic and acid<br />

wash steps on the removal of dairy biofilms. International<br />

Journal of Food Microbiology, 106(3), 254–262, 2006.<br />

GERMANO, P. M. L; GERMANO, M. I. S. Higiene e vigilância<br />

sanitária de alimentos. São Paulo: Varela, 2001.<br />

MEYER, B. Approaches to prevention, removal and killing of<br />

biofilms. International Biodeterioration & Biodegradation,<br />

51:249-253, 2003.<br />

MONROE, D. Looking for chinks in the armor of bacterial<br />

biofilms. PLOS Biology, 5(11): e307, 2007.<br />

PANTALÉON, V. et al. Biofilms of Clostridium species.<br />

Anaerobe xxx, 1-6, 2014.<br />

RODRIGUES, D.; MARTINIS, E.; TEIXEIRA, P. Biofilmes na indústria<br />

alimentar. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/<br />

bitstream/1822/58846/1/document_12029_1.pdf Acesso em:<br />

03 de agosto de 2021<br />

SCHERRER, J. V.; MARCON, L. D. N. Formação de biofilme<br />

e segurança dos alimentos em serviços de alimentação.<br />

<strong>Revista</strong> da Associação Brasileira de Nutrição. São Paulo, SP,<br />

Ano 7, n. 2, p. 91-99, 2016.<br />

Este texto foi originalmente publicado no Blog da Neoprospecta.<br />

Leia o original aqui https://blog.neoprospecta.com/clostridium-e-a-formacao-de-biofilmes/<br />

Complemento Normativo - Artigo 1<br />

Referente ao artigo 1<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />

ISO 22000<br />

FOOD SAFETY MANAGEMENT<br />

Norma publicada em: 06/2018. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Processos na indústria de alimentos.<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/65464.html<br />

ASTM E2871<br />

Standard Test Method for Determining Disinfectant Efficacy<br />

Against Biofilm Grown in the CDC Biofilm Reactor Using the<br />

Single Tube Method<br />

Norma publicada em: 01/2019. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />

Entidade: ASTM.<br />

País de procedência/Região: EUA.<br />

https://www.astm.org/e2871-19.html<br />

10<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

ISO/CD 4768<br />

Measurement method of anti-biofilm activity on non-porous<br />

surfaces<br />

Norma publicada em: Em desenvolvimento<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/80309.html<br />

ASTM E2647<br />

Standard Test Method for Quantification of Pseudomonas<br />

aeruginosa Biofilm Grown Using Drip Flow Biofilm Reactor<br />

with Low Shear and Continuous Flow<br />

Norma publicada em: 01/2020. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />

Entidade: ASTM.<br />

País de procedência/Região: EUA.<br />

https://www.astm.org/e2647-20.html


Artigo 2<br />

COMO MEDIR A SENSIBILIDADE<br />

DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />

Por: Celso Blatt, Ph.D – Químico de Aplicações<br />

Agilent Technologies Brasil<br />

Na instalação de um cromatógrafo<br />

a gás acoplado a um espectrômetro<br />

de massa (GC/MS) sempre é feito um<br />

teste de desempenho para avaliar o<br />

funcionamento e a sua sensibilidade.<br />

Em 1971, ao instalar um dos primeiros<br />

GC/MS comerciais, o HP 5930A da<br />

figura 1, se injetava 1 uL de uma<br />

solução de estearato de metila na<br />

concentração de 10 ng/uL.<br />

A especificação de sensibilidade que<br />

precisava atingir na instalação era de<br />

Figura 1: Espectrômetro de Massa modelo HP 5930A com osciloscópio e registro em papel. O Tune era manual com<br />

chave de fenda e levava em torno de uma hora. O filtro de massa era um dodecapolo.<br />

uma relação sinal/ruído maior que 3:1.<br />

Traduzindo essa concentração, o GC/<br />

MS 5700A/5930A conseguia detectar<br />

10 ppm ou 10 ng de massa injetada.<br />

ppm = mg/L<br />

ppb = ug/L<br />

Para ajudar na compreensão<br />

das concentrações e evolução<br />

da sensibilidade no GC/MS ao<br />

longo dos anos, veja a figura 2<br />

com mais detalhes.<br />

ppt = ng/L<br />

ppq = pg/L<br />

Figura 2: Comparação de volumes, massas e concentrações.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

11


Artigo 2<br />

Para comparar as sensibilidades entre<br />

os GC/MS usa-se a massa injetada do<br />

composto na coluna.<br />

Injetando 1 uL de uma solução<br />

de 10 ng/uL, a massa injetada no<br />

cromatógrafo a gás será de 10 ng<br />

dessa substância.<br />

A figura 3 mostra a evolução do GC/<br />

MS nos últimos 40 anos.<br />

No GC muitas coisas mudaram e<br />

contribuíram para o aumento da<br />

sensibilidade.<br />

Figura 3: Evolução dos GC/MS 5971, 5973, 5975 e 5977 nos últimos 40 anos.<br />

No injetor do GC foram desenvolvidos<br />

novos métodos de injeção, usando<br />

liners mais eficientes e inertes<br />

que contribuem para transferir<br />

efetivamente os analitos em fase<br />

vapor para a coluna capilar.<br />

12<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

As colunas capilares mais finas e<br />

inertes produzem picos mais finos<br />

e altos que aumentam o sinal do<br />

analito. As fases estacionarias com<br />

menor sangramento contribuem para<br />

diminuir o ruído da linha de base.<br />

No MS as fontes de íons evoluíram<br />

e hoje conseguem ionizar mais íons<br />

(fonte HES) em relação as fontes de 40<br />

anos atrás. Essa maior capacidade de<br />

transformar uma molécula neutra em<br />

uma ionizada permite um aumento<br />

significativo de sinal.<br />

O quadrupolo inerte e o detector/<br />

contador de íons que evita<br />

Figura 4: Tradicional medida de sensibilidade no GC/MS comparando a altura do sinal em relação a altura do ruído.<br />

interferências permitem reduzir o<br />

ruído da linha de base.<br />

O método tradicional e padrão na<br />

indústria de medir a sensibilidade nos<br />

GC/MS e LC/MS é a relação do sinal/<br />

ruído.<br />

Em GC/MS o padrão da indústria<br />

é injetar 1 uL da solução de<br />

Octafluoronaftaleno (OFN) na<br />

concentração de 1 pg/uL. Traduzindo<br />

essa concentração, o GC/MS<br />

conseguia detectar 1 ppb ou 1 pg de<br />

massa injetada.<br />

A figura 4 mostra como é feito a medida<br />

de sinal do analito e a medida do ruído<br />

na linha de base. Inicialmente essa<br />

medida era feita com régua, mas hoje o<br />

software do GC/MS calcula facilmente<br />

e com diferentes modos de cálculo.


O limite de detecção do GC/MS é<br />

calculado dividindo a razão sinal/ruído<br />

por 3. O limite de quantificação de um<br />

analito é calculado dividindo por 10.<br />

Existem vários problemas em usar a<br />

relação sinal/ruído para expressar a<br />

sensibilidade de um GC/MS.<br />

A relação sinal/ruído somente vai<br />

estimar corretamente a sensibilidade<br />

se houver um ruído na linha de base<br />

para ser medido.<br />

Figura 5: Medidas de sinal/ruído para o mesmo sinal em diferentes regiões na linha de base e diferentes modos de cálculo.<br />

Se a relação sinal/ruído for maior<br />

que 50:1 ela não é apropriada para<br />

estimar a sensibilidade de detecção<br />

de um GC/MS.<br />

O maior problema ao medir a razão<br />

sinal/ruído é ilustrado na figura 5. Se<br />

mudar o lugar, o tempo e se mudar a<br />

forma de medir o ruído, o resultado<br />

final pode ser alterado facilmente.<br />

Figura 6: Cálculo do IDL baseado na estatística de 8 injeções consecutivas do analito.<br />

Observe que na figura 5, para o<br />

mesmo pico do analito, a relação<br />

sinal/ruído é 373 para a medida de<br />

ruído Peak-to-Peak (pico a pico) por<br />

12 segundos. No último exemplo<br />

a direita a razão sinal/ruído salta<br />

para 244034 medindo o ruído por<br />

5 segundos e no modo Auto RMS.<br />

A conclusão sobre a medida de<br />

sinal/ruído é que não é um valor<br />

confiável e que possa ser usado<br />

como uma referência quando<br />

comparado com outros fabricantes,<br />

usuários e modelos de GC/MS.<br />

Para sair dessa armadilha de medir<br />

o ruído, que pode ser usado para o<br />

sucesso ou para ganhar vantagem<br />

indevida, existe uma tendência<br />

entre os principais fabricantes e<br />

usuários de GC/MS em usar uma<br />

ferramenta estatística para expressar<br />

a sensibilidade do equipamento.<br />

A ferramenta IDL (Instrument<br />

Detection Limit) avalia somente<br />

a área do analito em baixa<br />

concentração pela injeção<br />

consecutiva de 8 ou mais vezes.<br />

Ao invés de medir o ruído, se<br />

calcula o desvio padrão relativo das<br />

8 injeções consecutivas do analito e<br />

se o RSD for baixo, esse RSD é usado<br />

no cálculo mostrado na figura 6.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

13


Artigo 2<br />

No exemplo do cálculo acima<br />

foi injetado 8 vezes um analito<br />

na concentração de 100 fg/<br />

uL. O RSD para a área dessas 8<br />

injeções foi 4%.<br />

Aplicando isso na fórmula<br />

acima temos que a menor<br />

massa injetada que pode ser<br />

Figura 7: Teste de IDL em GC/MS/MS QQQ com 12 injeções consecutivas de 1 uL de OFN a 2 fg/uL. Com o RSD% de 5,5%<br />

o IDL calculado é de 0,3 fg ou 300 ag.<br />

detectada é 12 fg.<br />

A figura 7 mostra 12 injeções<br />

Pela figura 7, o resultado do<br />

sensibilidade na instalação, usando o<br />

consecutivas de OFN e a massa<br />

teste de IDL mostra que podemos<br />

IDL, deve ser menor ou igual a 0,5 fg<br />

injetada é de 2 fg. Observe que o<br />

detectar 0,3 fg de OFN ou seja<br />

para 2 fg de OFN injetada. Essas injeções<br />

RSD% para a área das 12 injeções<br />

300 atomograma (ag).<br />

devem ser feitas usando hélio como gás<br />

é de 5,5%.<br />

de arraste, injeção no modo Splitless<br />

Esse resultado foi obtido em um<br />

com injetor automático e coluna capilar<br />

Se o RSD% for maior que 10% para<br />

GC/MS/MS QQQ no modo MRM<br />

de 30 metros (referência 4).<br />

as 8 ou mais injeções consecutivas,<br />

com a fonte HES, injetando 1 uL<br />

é necessário aumentar a massa<br />

de uma solução a 2 fg/uL.<br />

Como curiosidade; 0,5 fentogramas<br />

injetada para ter um pico maior<br />

são 0,0000000000000005 gramas.<br />

e consequentemente um RSD%<br />

A especificação do GC/MS/MS<br />

14<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

abaixo dos 10%.<br />

QQQ modelo 7010B para o teste de<br />

Comparando o GC/MS de 1971


(5930) com o atual (7010B), a<br />

massa detectada passou de 10<br />

nanogramas (10 ng) para 500<br />

atomogramas (500 ag). Isso<br />

permite dizer que o GC/MS atual é<br />

10 milhões de vezes mais sensível<br />

que o GC/MS de 50 anos atrás.<br />

Concluindo, hoje em dia existe um<br />

consenso entre os fabricantes e usuários<br />

sobre o teste de sensibilidade dos GC/<br />

MS e LC/MS de que o IDL é a melhor<br />

ferramenta. O IDL não mede o ruído da<br />

linha de base e se baseia somente na<br />

estatística da medida de área.<br />

Referências:<br />

1) Como avaliar a relação sinal/ruído e o IDL:<br />

https://www.agilent.com/cs/library/technicaloverviews/public/5990-7651EN.pdf<br />

2) Porque a relação sinal/ruído pode não ser adequado: https://www.agilent.com/cs/library/technicaloverviews/public/5990-8341EN.pdf<br />

3) Como calcular a relação sinal/ruído no Masshunter:<br />

https://community.agilent.com/knowledge/masshunter-portal/w/masshunter-knowledgebase/10597/how-to-match-the-signal-to-noise-calculations-between-masshunter-qualitative-andquantitative-analysis-software-for-total-ion-chromatograms?utm_source=LinkedIn&utm_medium=Social&utm_campaign=SSD_FY21_AC-KNOW<br />

4) Especificação de instalação do GC/MS/MS QQQ 7010:<br />

https://www.agilent.com/en/product/gas-chromatography-mass-spectrometry-gc-ms/gc-ms-instruments/7010b-triple-quadrupole-gc-ms<br />

5) Especificações de instalação do GC/MS 5977: https://quantum.ee/wp-content/uploads/pdf/5977b-data-sheet.pdf<br />

Complemento Normativo - Artigo 2<br />

Referente ao artigo 2<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

A UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS<br />

ISO/TR 14749<br />

Natural gas - Online gas chromatograph for upstream area<br />

Norma publicada em: 05/2016. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Gas Natural.<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/63926.html<br />

ISO/TS 23973<br />

Liquid chromatography at critical conditions (LCCC) - Chemical<br />

heterogeneity of polyethylene oxides<br />

Norma publicada em: 08/2020. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Métodos físico-químicos de análise<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/77489.html<br />

ISO 22155<br />

Soil quality - Gas chromatographic determination of volatile aromatic<br />

and halogenated hydrocarbons and selected ethers - Static headspace<br />

method<br />

Norma publicada em: 02/2016. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Características químicas dos solos<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/65184.html<br />

ISO 15009<br />

Soil quality - Gas chromatographic determination of the content of<br />

volatile aromatic hydrocarbons, naphthalene and volatile halogenated<br />

hydrocarbons - Purge-and-trap method with thermal desorption<br />

Norma publicada em: 02/2016. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Características químicas dos solos<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/65179.html<br />

ASTM D6060<br />

Standard Test Method for Sampling of Process Vents with a Portable Gas<br />

Chromatograph<br />

Norma publicada em: 01/2017. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />

Entidade: ASTM.<br />

País de procedência/Região: EUA.<br />

https://www.astm.org/d6060-17.html<br />

ASTM D7165<br />

Standard Practice for Gas Chromatograph Based On-line/At-line<br />

Analysis for Sulfur Content of Gaseous Fuels<br />

Norma publicada em: 01/2010. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />

Entidade: ASTM.<br />

País de procedência/Região: EUA.<br />

https://www.astm.org/d7165-10r15.html<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

15


Matéria de Capa<br />

BIOKAR TRAZ PARA O BRASIL<br />

MÉTODOS ALTERNATIVOS<br />

Nosso entrevistado desta edição é Bertrand De Sevin, Bioquímico,<br />

Diretor Geral do Grupo Solabia onde atua há mais de 40 anos.<br />

Bertrand, obrigada por conceder<br />

esta entrevista para <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong><br />

sobre a Biokar e as novidades que<br />

estão sendo trazidas para o Brasil.<br />

Bertrand de Sevin<br />

Diretor Geral do<br />

Grupo Solabia<br />

Bom para começar nos fale um<br />

pouco sobre a Biokar Diagnostics?<br />

Bertrand<br />

Obrigado pela oportunidade de<br />

poder falar sobre este tema e sobre<br />

nossos planos para o Brasil.<br />

Bertrand - A Biokar Diagnostics é uma empresa do Grupo Solabia, com sede<br />

na França e 50 anos de expêriencia neste mercado. A Biokar é líder de mercado<br />

na Europa e está dedicada à fabricação de meios de cultura e reagentes para o<br />

controle microbiológico, peptonas para o setor das biotecnologias e de produtos<br />

para a indústria farmacêutica, cosmética e nutracêutica. Somos inclusive um dos<br />

principais produtores de peptonas do mundo.<br />

Qual o grande diferencial que a<br />

Biokar traz para o mercado Brasileiro?<br />

Bertrand - Como especialistas em peptonas e meios de cultura que somos,<br />

inspiramos uma nova era aos meios de cultura clássicos com métodos<br />

alternativos rápidos que são meios cromogênicos e específicos que diminuem<br />

etapas do processo garantido um resultado fidedigno e mais rápido em comparação<br />

aos métodos tradicionais.<br />

Esses métodos foram validados e certificados pela AFNOR, de acordo<br />

com a ISO 16140. A AFNOR é a Associação Francesa de Normatização a qual<br />

é membro da Organização Internacional de Padronização (ISO). Estes métodos<br />

alternativos reconhecidos oficialmente pela ANVISA, através da Resolução RDC<br />

Nº 331 de 23 de Novembro de 2019 e pela IN 60 (Instrução Normativa Nº 60)<br />

de mesma data, são uma opção de primeira escolha, fácil implementação,<br />

eficientes e econômicos oferecendo resultados seguros, rápidos e específicos<br />

a um excelente custo-benefício que possibilita ter planos de controle mais<br />

extensos e sólidos. São eles:<br />

• IRIS Salmonella® - Método para detecção de Salmonella spp, onde o tempo<br />

para obtenção dos resultados negativos é de 37 horas.<br />

Possuímos empresas e negócios com perfis e expertises complementares<br />

que permitiram desenvolver um portfólio amplo e com elevado nível<br />

de qualidade. Nossos produtos são utilizados no mundo todo pela indústria<br />

cosmética, farmacêutica e agroalimentar.<br />

Temos uma estratégia altamente focada em inovação, numa forte política de<br />

investimento, na mobilização de nossas equipes na satisfação dos nossos clientes.<br />

• COMPASS Listeria® - Método para pesquisa e contagem de Listeria<br />

monocytogenes, onde o tempo para obtenção dos resultados é de 40 horas para<br />

pesquisa e 46 horas para contagem.<br />

• Symphony® - Método para contagem de bolores e leveduras com resultados<br />

em 54 horas.<br />

• COMPASS Bacillus® - Método para detecção e contagem de Bacillus cereus com<br />

resultados em 21 horas.<br />

16<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Com mais de 25 anos de atuação no Brasil, investimos em duas fábricas em<br />

Maringá, no Paraná que produzem Peptonas e Sulfato de condroitina destinado<br />

à indústria farmacêutica. A gama foi sucessivamente ampliada com produtos<br />

também destinados à indústria cosmética. Em 2020 adquirimos a Laborclin, líder<br />

brasileira em microbiologia.<br />

• CSD® - Método para detecção de Cronobacter spp em 37 horas.<br />

• Rhapsody (Pseudomonas spp) ® - Método para contagem de<br />

Pseudomonas spp com resultados em 45 a 51 horas.<br />

• Easy Staph® - Método para contagem de estafilococos coagulase positiva<br />

em 22 horas.


Matéria de Capa<br />

Percebi que você citou várias vezes a questão de<br />

qualidade. Como a qualidade impacta os seus processos?<br />

Nossa visão de controle de qualidade considera o máximo de variáveis microbiológicas<br />

encontradas em diferentes pontos do mundo. Construímos, assim, planos de controle<br />

altamente rigorosos sobre os produtos que desenvolvemos através do uso de cepas de<br />

microrganismos de matrizes alimentares encontradas em todo o mundo.<br />

Por meio de métodos inovadores e produtos de alta qualidade, temos como<br />

objetivo proteger o consumidor e as marcas da indústria agroalimentar e assim<br />

gerar valor a nossos clientes.<br />

Temos orgulho de ter conquistado a confiança de nossos clientes,<br />

tanto multinacionais quanto produtores regionais graças à nossa priorização pela<br />

qualidade. Com a Laborclin iremos replicar este modelo para o Brasil.<br />

Quais é a ambição e estratégia de<br />

atuação da Biokar no Brasil?<br />

Enxergamos o Brasil como peça-chave na alimentação global, e desejamos nos tornar<br />

um dos principais players do mercado brasileiro, oferecendo nosso know-how em<br />

inovação e tecnologia. O Brasil é produtor em grande escala de pecuária e agricultura,<br />

logo as Indústrias Agroalimentares com produção primária precisam desenvolverse<br />

fortemente para oferecer produtos processados com maior valor agregado.<br />

Enxergamos o país com grande potencial com forte investimento neste setor.<br />

Com a aquisição da Laborclin, nossa estratégia é unir sua experiência e<br />

credibilidade de mais de 50 anos em microbiologia no Brasil. Disponibilizando<br />

ao mercado uma oferta completa de métodos analíticos no controle<br />

microbiológico, com o intuito de participar ativamente do fortalecimento da<br />

segurança alimentar em toda América latina.<br />

Quando mencionou custo-benefício, Bertrand, qual é o impacto na<br />

rotina do laboratório?<br />

Os métodos alternativos que a Biokar desenvolveu e recentemente trouxe<br />

ao Brasil, facilitam a rotina dos laboratórios de todos os portes fornecendo menor<br />

tempo para obtenção dos resultados, redução da mão de obra e do número de<br />

consumíveis quando comparados aos métodos tradicionais.<br />

Outro diferencial relevante é que não é necessário o uso de equipamentos, sendo<br />

desta forma, acessível a qualquer laboratório, independente do volume de amostras<br />

processadas em sua rotina, sem a necessidade de investir recursos na compra de<br />

equipamentos ou contratos de locação, onde muitas vezes exigem a compra de<br />

quantidade mínima de consumíveis.<br />

Como nossos leitores podem ter mais informações e acesso<br />

aos produtos Biokar?<br />

A Laborclin foi adquirida para ser o nosso braço de expansão no Brasil e América<br />

Latina. Nossa sinergia nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, canais de vendas,<br />

marketing e distribuição e estratégia de investimento nos permite oferecer um<br />

portfólio com mais de 900 produtos somados a uma oferta com melhor custobenefício<br />

e com elevado padrão de qualidade.<br />

Os leitores da <strong>Analytica</strong> poderão entrar em contato com nosso time da Laborclin<br />

através dos contatos que estão logo abaixo:<br />

Bertrand, foi muito bom conhecer sobre a Biokar e principalmente sobre os<br />

métodos alternativos que vocês estão trazendo para o Brasil. Obrigada mais uma<br />

vez e desejamos sucesso a vocês.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

17


Bioinformática<br />

BIOINFORMÁTICA:<br />

UNIÃO ENTRE CIÊNCIA E TECNOLOGIA<br />

18<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

A Bioinformática é uma ciência<br />

multidisciplinar que usa<br />

ferramentas computacionais para<br />

organizar, armazenar e interpretar<br />

dados biológicos.<br />

Os resultados de pesquisas<br />

científicas geram dados e, pensando<br />

na evolução da tecnologia e da<br />

ciência em si, é difícil imaginar<br />

a quantidade gigantesca de<br />

dados gerados diariamente. Além<br />

disso, muitas vezes analisar e<br />

interpretar os resultados é a parte<br />

mais desafiadora dos estudos<br />

quando pensamos também<br />

na complexidade dos dados<br />

obtidos. Neste cenário, surgiu<br />

a bioinformática, a união entre<br />

a tecnologia computacional e a<br />

ciência.<br />

O que é a bioinformática?<br />

A Bioinformática é uma ciência<br />

multidisciplinar que usa de<br />

tecnologia e ferramentas<br />

computacionais para organizar,<br />

armazenar, interpretar, visualizar e<br />

disseminar dados biológicos.<br />

Na maioria das vezes, a bioinformática<br />

é utilizada para estudar a determinação<br />

de funções de genes e proteínas,<br />

estabelecer relações evolutivas e prever<br />

formas tridimensionais das proteínas.<br />

Quando surgiu a bioinformática?<br />

O termo bioinformática foi utilizado<br />

pela primeira vez por Paulien<br />

Hogeweg e Ben Hesper em 1970<br />

como “O estudo dos processos<br />

informáticos em sistemas bióticos “.<br />

No entanto, a pesquisadora Margaret<br />

Dayhoff foi quem ficou conhecida<br />

como a mãe da bioinformática.<br />

A pesquisadora foi a pioneira no<br />

desenvolvimento de computadores<br />

capazes de determinar a sequência<br />

de peptídeo, programas para<br />

exibir estruturas tridimensionais<br />

de proteínas e métodos<br />

computacionais para comparação<br />

de sequência. Além disso, em 1965<br />

Dra. Dayhoff participou da criação<br />

do “Atlas of Protein Sequence and<br />

Structure”, o primeiro banco de<br />

dados público computadorizado de<br />

sequências de proteínas.<br />

Além destes e de outros pesquisadores<br />

que contribuíram de forma<br />

grandiosa para o reconhecimento da<br />

bioinformática, seu crescimento só foi<br />

possível através do desenvolvimento<br />

dos computadores. O avanço da<br />

tecnologia dos computadores teve por<br />

consequência uma maior capacidade<br />

de processamento e memória das<br />

máquinas, o que é essencial para<br />

analisar a grande quantidade de<br />

dados gerados nas pesquisas.<br />

Ciência e tecnologia lado a lado<br />

O desenvolvimento da ciência e<br />

dos computadores seguiu uma<br />

certa sincronia de evolução. Em<br />

1970 Fred Sanger e Walter Gilbert<br />

desenvolveram os primeiros métodos<br />

de sequenciamento de DNA. Então,<br />

em 1977, Sanger usou este sistema<br />

para deduzir a sequência de DNA<br />

do bacteriófago Phi X 174 (ΦX174),<br />

o primeiro genoma completo a ser<br />

sequenciado com cerca de 5 mil<br />

nucleotídeos. Nesta mesma época os<br />

computadores ainda apresentavam<br />

capacidade de armazenamento<br />

limitado.


Bioinformática<br />

No final dos anos 80 surgiu a primeira<br />

máquina de sequenciamento<br />

automático de DNA. Logo em seguida,<br />

na década de 90, os computadores se<br />

tornaram mais populares, com maior<br />

capacidade de armazenamento e<br />

processamento, além da possibilidade<br />

de acessar a internet.<br />

Nesta época, os primeiros algoritmos<br />

para montagem de genoma, ou<br />

seja, para definir a sequência de<br />

nucleotídeos no material genético,<br />

começaram a ser desenvolvidos. O<br />

primeiro organismo vivo a ter seu<br />

genoma sequenciado foi a bactéria<br />

Haemophilus influenzae, em um<br />

trabalho publicado em 1995. Nesta<br />

época, a bioinformática se tornou<br />

ainda mais conhecida e houve um<br />

aumento no investimento para<br />

desenvolver novos algoritmos<br />

capazes de analisar sequências mais<br />

complexas e com maior volume.<br />

Com o avanço da ciência, da<br />

tecnologia e da acessibilidade aos<br />

dados, em 1990 foi possível iniciar o<br />

Projeto Genoma Humano, que contou<br />

com pesquisadores de 18 países para<br />

mapear o genoma humano, que tem<br />

cerca de 3 bilhões de pares de base.<br />

Exemplos da aplicação de ferramentas de bioinformática.<br />

Por volta de 2005, surgiu a tecnologia<br />

mais moderna de sequenciamento<br />

de DNA, o Sequenciamento de Nova<br />

Geração ou NGS, que revolucionou<br />

a ciência. Esta tecnologia permite<br />

sequenciar bilhões de fragmentos<br />

de DNA de uma só vez. Além da<br />

agilidade, o NGS também tornou<br />

o sequenciamento muito menos<br />

custoso financeiramente e, portanto,<br />

mais acessível.<br />

Com isso, a lista de genomas<br />

completos e do volume de dados<br />

biológicos começou a aumentar<br />

drasticamente. Por isso, também<br />

foi necessário desenvolver novas<br />

ferramentas de bioinformática para<br />

processar de forma rápida e eficaz<br />

volumes enormes de dados gerados.<br />

Quais são as principais aplicações<br />

da bioinformática?<br />

Na visão descrita por Luscombe<br />

e colaboradores em 2001, a<br />

bioinformática é destacada pelos<br />

seguintes objetivos:<br />

I- Organizar os dados para que os<br />

pesquisadores possam acessar<br />

as informações e criar novas<br />

informações:<br />

Devido ao grande volume de<br />

dados gerados, a organização,<br />

armazenamento e acesso se<br />

tornaram necessários. Por isso, o<br />

aumento da quantidade de dados<br />

foi acompanhado do surgimento de<br />

diversos bancos de dados biológicos.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

19


Bioinformática<br />

20<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Uma das primeiras plataformas<br />

desenvolvidas e hoje uma das<br />

principais utilizadas foi o GenBank,<br />

desenvolvido pelo National<br />

Institutes of Health (NIH) em<br />

1982. O banco hospeda a maioria<br />

dos dados de sequências de ácido<br />

nucléico e proteína de milhares de<br />

organismos.<br />

Além do GenBank, o Banco de<br />

dados de DNA do Japão (DDBJ) e<br />

Laboratório Europeu de Biologia<br />

Molecular (EMBL) são considerados<br />

os bancos de dados primários. Hoje,<br />

segundo o Nucleic Acids Research,<br />

existem cerca de 1700 bancos de<br />

dados biológicos disponíveis.<br />

II- Desenvolver ferramentas<br />

e recursos que auxiliem na<br />

análise dos dados<br />

A construção de ferramentas para<br />

processamentos de dados é um<br />

dos objetivos mais importantes<br />

da bioinformática. Como o<br />

conhecimento científico avança cada<br />

vez mais, muitas vezes é necessário<br />

desenvolver um novo recurso<br />

ou ferramenta computacional<br />

para realizar análises de novas<br />

descobertas, por exemplo.<br />

III- Usar essas ferramentas para<br />

analisar os dados e interpretálos<br />

de forma significativa<br />

As ferramentas de bioinformática<br />

podem ser utilizadas por exemplo<br />

para orientar e processar dados<br />

de NGS através de uma série de<br />

conversões de dados, montagem<br />

de genomas, alinhar e comparar<br />

sequências de DNA com um genoma<br />

disponíveis em bancos de dados,<br />

realizar ensaios de modelagem.<br />

NGS e bioinformática<br />

O desenvolvimento de tecnologias<br />

NGS associadas à bioinformática abriu<br />

uma gama de novas possibilidades,<br />

como compreender o papel de<br />

variações genéticas, processos de<br />

evolução e mecanismos funcionais<br />

dos organismos, estudos de expressão<br />

Por: Nágela G. Safady<br />

Nágela Gomes Safady é graduada e mestre em Biotecnologia pela Universidade<br />

Federal de São Carlos. Atualmente é produtora de conteúdo no Varsomics.<br />

FONTE:<br />

gênica global, padrões de metilação,<br />

marcadores epigenéticos e outros.<br />

A relação entre as duas ferramentas<br />

também possibilitou o início de uma<br />

nova era para a saúde humana, a<br />

medicina de precisão.<br />

Embora a união entre a ciência<br />

e a tecnologia computacional<br />

ainda seja recente, os avanços<br />

no conhecimento são gigantes e<br />

muito ainda está por vir!<br />

Principais referências:<br />

Angarica VE, Del Sol A. Bioinformatics Tools for<br />

Genome-Wide Epigenetic Research. Adv Exp Med Biol.<br />

2017;978:489-512. doi:10.1007/978-3-319-53889-1_25<br />

Diniz WJ, Canduri F. REVIEW-ARTICLE Bioinformatics:<br />

an overview and its applications. Genet Mol Res.<br />

2017;16(1):10.4238/gmr16019645. Published 2017 Mar<br />

15. doi:10.4238/gmr16019645<br />

Mulder NJ, Adebiyi E, Adebiyi M, et al. Development of<br />

Bioinformatics Infrastructure for Genomics Research.<br />

Glob Heart. 2017;12(2):91-98. doi:10.1016/j.<br />

gheart.2017.01.005<br />

Oliver GR, Hart SN, Klee EW. Bioinformatics for clinical next<br />

generation sequencing. Clin Chem. 2015;61(1):124-135.<br />

doi:10.1373/clinchem.2014.224360


Logística Laboratorial<br />

CERTIFICADO DE BOAS PRÁTICAS DE ARMAZENAMENTO<br />

E DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE<br />

PRIME STORAGE RECEBE CERTIFICADO<br />

DE BOAS PRÁTICAS DA ANVISA<br />

(11) 4280-9110<br />

www.primestorage.com.br<br />

A Prime Storage, é uma empresa de<br />

armazenamento de carga, fundada<br />

em 06 de janeiro de 2011, especializada<br />

em armazenar produtos para<br />

a área da saúde, contamos hoje com<br />

estrutura adequada e disponível para<br />

a pronta utilização, uma equipe de<br />

profissionais capacitados, que nos<br />

permite o pronto atendimento das<br />

necessidades de nossos clientes, se<br />

compromete a garantir as boas práticas<br />

da ANVISA em todos os processos<br />

de armazenagem e distribuição.<br />

A Prime Storage, procura melhorar<br />

continuamente o serviço prestado<br />

de armazenagem de produtos para<br />

saúde, tal como os seus processos<br />

e métodos de controle com o objetivo<br />

de corresponder e antecipar-se<br />

às exigências de qualidade dos seus<br />

clientes, os requisitos estatutários e<br />

regulamentares.<br />

Recentemente a Prime Storage<br />

obteve junto a ANVISA a certificação<br />

de Boas práticas de Armazenagem<br />

e Distribuição de produtos<br />

para a saúde.<br />

A CBPDA – Certificado de Boas<br />

Práticas de Armazenamento e<br />

Distribuição é um conjunto de<br />

procedimentos obrigatórios criados<br />

para garantir padrões de qualidade,<br />

integridade e segurança<br />

dos produtos nos processos de<br />

armazenagem, transporte e comercialização.<br />

O conceito de boas práticas tem<br />

como pilar o treinamento e capacitação<br />

das equipes, rastreabilidade<br />

de produtos e processos,<br />

medição e monitoramento, além<br />

de auditorias e autoinspeções.<br />

É fundamental cumprir as boas práticas<br />

da ANVISA não somente por estar<br />

cumprindo com a legislação vigente<br />

más também para garantir a qualidade<br />

dos produtos para consumo.<br />

O grande desafio das Boas Práticas<br />

é a manutenção e controle de seus<br />

requisitos devido aos inúmeros<br />

processos envolvidos no armazenamento<br />

ou na distribuição dos<br />

produtos, contando com diversas<br />

variáveis envolvidas nos procedimentos.<br />

Implementar corretamente as<br />

Boas Práticas de Armazenagem<br />

e manter o nível de qualidade<br />

dos serviços é um desafio diário.<br />

Tâmisa Barbosa de Lima<br />

Farmacêutica / Coordenadora de Qualidade<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

21


Agricultura e saúde<br />

O USO INTENSIVO DE ANTIBIÓTICOS<br />

NA AGROPECUÁRIA E SEU IMPACTO NA SAÚDE<br />

PÚBLICA: UMA REVISÃO NARRATIVA<br />

Por: Kelen Cristina da Silva<br />

Biomédica Universidade do Sul de Santa Catarina<br />

Unidade Florianópolis<br />

Resumo<br />

Introdução: O uso excessivo de antibióticos na<br />

agropecuária pode provocar possíveis danos à saúde<br />

humana proveniente da resistência antimicrobiana.<br />

Objetivo: Compreender sobre o uso intensivo de<br />

antibióticos na agropecuária, e seu impacto na saúde<br />

pública. Metodologia: Revisão narrativa com<br />

estratégias de seleção de livros impressos/digitais e<br />

artigos em várias bases de dados. Os dados foram<br />

revisados, categorizados e interpretados, apresentando<br />

definições, mecanismos e fatores associados ao tema.<br />

Resultados e discussão: O presente estudo pontua<br />

os principais fatores que contribuem para a rápida<br />

proliferação da resistência antimicrobiana e seu impacto<br />

na saúde pública gerado por esse desequilíbrio; dando<br />

ênfase para o uso excessivo de antibióticos na pecuária<br />

e agricultura. Considerações finais: De acordo com<br />

os resultados desse estudo, foi possível compreender a<br />

necessidade de se avaliar estratégias a fim de minimizar<br />

os impactos gerados pelo uso indiscriminado de<br />

antibióticos no setor da agropecuária, devido a sua<br />

colaboração significativa para o aumento de bactérias<br />

resistentes, responsáveis a cada ano pela morte de<br />

aproximadamente 700 mil pessoas em todo o mundo.<br />

Palavras chave: agropecuária, animais, antibióticos,<br />

resistência, saúde.<br />

Abstract<br />

Introduction: The excessive use of antibiotics in<br />

agriculture can cause possible damage to human<br />

health from antimicrobial resistance. Objective:<br />

To understand the intensive use of antibiotics<br />

in agriculture and its impact on public health.<br />

Methodology: Narrative review with selection<br />

strategies for printed/digital books and articles in<br />

various databases. Data were reviewed, categorized<br />

and interpreted, presenting definitions, mechanisms<br />

and factors associated with the theme. Results<br />

and discussion: This study points out the main<br />

factors that contribute to the rapid proliferation of<br />

antimicrobial resistance and its impact on public<br />

health generated by this imbalance; emphasizing<br />

the overuse of antibiotics in livestock and agriculture.<br />

Final considerations: According to the results of<br />

this study, it was possible to understand the need to<br />

evaluate strategies in order to minimize the impacts<br />

generated by the indiscriminate use of antibiotics<br />

in the agricultural sector, due to their significant<br />

contribution to the increase of resistant bacteria,<br />

responsible each year for the death of approximately<br />

700,000 people worldwide.<br />

Keywords: agriculture, animals, antibiotics, resistance,<br />

health.<br />

22<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022


Agricultura e saúde<br />

Introdução<br />

Segundo a organização mundial<br />

da saúde (WHO, do inglês, World<br />

Health organization), quando<br />

medicamentos antibióticos<br />

são utilizados de forma<br />

indiscriminada ao longo do tempo<br />

na agropecuária, ao contrário<br />

de auxiliarem na neutralização<br />

dos agentes de doenças, acabam<br />

fortalecendo gradualmente esses<br />

microrganismos, se tornando<br />

inúteis ao combate. A forma<br />

como os antibióticos atualmente<br />

são utilizados em ambientes<br />

ambulatoriais, hospitalares e<br />

domésticos no tratamento ou<br />

profilaxia de doenças humanas e<br />

também no setor da agropecuária,<br />

é alarmante (WHO, 2017).<br />

antibióticos é o uso inadequado e<br />

abusivo desses medicamentos em<br />

plantações e animais de criação,<br />

ocasionando assim, uma crescente<br />

proliferação de enfermidades que se<br />

propagam primeiramente entre esses<br />

animais, alcançando em seguida os<br />

seres humanos pelo consumo da<br />

carne e seus derivados, e também<br />

pelo meio ambiente através do solo<br />

e águas superficiais (FAO, 2021).<br />

Pesquisas apontam que sete em cada<br />

dez doenças humanas descobertas<br />

recentemente, são de origem animal<br />

e sugerem que a exposição alimentar<br />

aos resíduos de medicamentos<br />

veterinários utilizados na pecuária e<br />

também na agricultura pode provocar<br />

efeitos adversos à saúde humana,<br />

tanto agudos quanto crônicos<br />

microbiano (GUIMARÃES et al.,<br />

2010). Cada tipo de antibiótico<br />

possui um mecanismo de ação<br />

para combater bactérias infecciosas<br />

presentes no nosso organismo,<br />

alterando a suas estruturas e<br />

capacidade de se dividirem (COSTA,<br />

SILVA JUNIOR, 2017). Já a resistência<br />

bacteriana acontece, principalmente,<br />

pelo surgimento de mutações<br />

aleatórias que atribuem às bactérias<br />

proteção contra os antibióticos,<br />

devido à exposição frequente e mal<br />

administrada desses medicamentos.<br />

Com isso, as mutações acontecem<br />

com maior frequência, ou seja,<br />

o processo torna-se acelerado.<br />

“A resistência a fármacos<br />

frequentemente é carreada por<br />

plasmídeos ou por pequenos<br />

Estudos da Organização das Nações<br />

Unidas para Alimentação e Agricultura<br />

(FAO, do inglês, Food and Agriculture<br />

Organization of the United Nations),<br />

mostram que um dos principais<br />

fatores para o surgimento de<br />

bactérias resistentes a determinados<br />

(ANVISA, 2019).<br />

Antibióticos são compostos naturais,<br />

semissintéticos ou sintéticos e são<br />

classificados como bactericidas,<br />

quando causam a morte da bactéria,<br />

ou bacteriostáticos, quando<br />

promovem a inibição do crescimento<br />

segmentos de dna, denominados<br />

transposons, os quais podem<br />

saltar de um pedaço de dna para<br />

outro” (TORTORA, FUNKE, CASE,<br />

2017, P. 570). O mecanismo<br />

mais frequente de resistência<br />

bacteriana é a degradação do<br />

antimicrobiano por enzimas.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

23


Agricultura e saúde<br />

Combater a resistência aos antibióticos<br />

é uma alta prioridade para a<br />

Organização Mundial da Saúde, e para<br />

auxiliar nesse controle, a organização<br />

iniciou em 2005 a elaboração de<br />

listas contendo informações sobre os<br />

antimicrobianos, classificando-os de<br />

acordo com o grau de importância<br />

para a saúde humana (WHO, 2019).<br />

No Brasil medidas foram tomadas<br />

Imagem Ilustrativa - Fonte Gov.br<br />

24<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

recentemente por organizações como a<br />

Agência Nacional de Vigilância Sanitária<br />

(ANVISA) e o Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento (MAPA),<br />

para restringir a venda e também o<br />

uso indiscriminado de antibióticos,<br />

na expectativa de uma diminuição<br />

na evolução de bactérias resistentes.<br />

Considerando que a transmissão de<br />

Imagem Ilustrativa - Fonte BBC news<br />

resistência antimicrobiana de animais<br />

para o ser humano ainda não está<br />

totalmente esclarecida, principalmente,<br />

a compreensão de como pode ocorrer<br />

a contaminação a partir do ambiente,<br />

o presente estudo traz como objetivo<br />

compreender sobre o uso intensivo<br />

de antibióticos na agropecuária, e seu<br />

impacto na saúde pública.<br />

Metodologia<br />

Trata-se de uma revisão narrativa<br />

baseada na busca em livros impressos<br />

e digitais, além de artigos publicados<br />

nas bases de dados Portal de Periódicos<br />

da Coordenação de Aperfeiçoamento<br />

de Pessoal de Nível Superior (CAPES),<br />

Scielo (Scientific Eletronic Library<br />

Online), MedLine (Medical Literature<br />

Analysis and Retrieval System on<br />

line) via Pubmed, Google acadêmico,<br />

portal do Ministério da Saúde Pública<br />

(MS), Portal da Agência Nacional de<br />

Vigilância Sanitária (ANVISA), portal da<br />

Organização Pan Americana de Saúde<br />

(OPAS) e Organização Mundial da<br />

Saúde (WHO, do inglês, world health<br />

organization). A pesquisa foi limitada<br />

aos artigos publicados nos idiomas<br />

inglês e português, compreendendo<br />

um intervalo de publicação entre os<br />

anos de 2002 a 2021.


Agricultura e saúde<br />

A busca dos estudos ocorreu nos<br />

meses de novembro de 2020 a junho<br />

de 2021 e foi realizada nas bases<br />

de dados definidas previamente<br />

e como estratégia de busca foram<br />

utilizadas as seguintes palavraschave:<br />

“agropecuária”, “animais”,<br />

“antibióticos”, “resistência” e “saúde”.<br />

Para tanto, os resultados foram<br />

categorizados, interpretados e<br />

agrupados em dados e informações<br />

semelhantes que serão apresentados<br />

a seguir, em dez tópicos importantes<br />

para o desenvolvimento do<br />

tema proposto: Microbiologia;<br />

Antibióticos; Mecanismos de ação dos<br />

antibióticos; Resistência bacteriana;<br />

Mecanismos de resistência<br />

bacteriana; Fatores influenciadores<br />

Imagem Ilustrativa - Fonte BBC news<br />

da resistência bacteriana;<br />

Antibióticos na agropecuária;<br />

Resíduos antimicrobianos em<br />

alimentos; Impacto da resistência<br />

antimicrobiana na saúde pública e<br />

Vigilância e prevenção.<br />

Imagem Ilustrativa - Fonte Scientific American<br />

Resultados e Discussão<br />

Microbiologia<br />

“A Microbiologia (do grego: mikros,<br />

“pequeno”; bios, “vida” e logos,<br />

“ciência”) é o estudo dos organismos<br />

microscópicos e de suas atividades”<br />

(NOGUEIRA, SOUZA, 2009). Durante<br />

muito tempo na história humana, as<br />

pessoas tinham pouco conhecimento<br />

sobre as reais causas, mecanismo de<br />

transmissão e tratamento efetivo<br />

das doenças. A chamada Idade de<br />

Ouro da Microbiologia aconteceu<br />

no período de 1857 a 1914, onde<br />

os avanços rápidos derivados<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

25


Agricultura e saúde<br />

principalmente das pesquisas de<br />

Louis Pasteur e Robert Koch levaram<br />

a conquistas extraordinárias nos anos<br />

seguintes, incluindo a descoberta do<br />

primeiro antibiótico – Penicilina,<br />

por Alexander Fleming (TORTORA,<br />

FUNKE, CASE, 2017, p. 6). De acordo<br />

com Pereira e Pita (2005), a penicilina<br />

salvou, e continua a salvar, milhões<br />

de vidas, por isso se encontra entre<br />

“os grandes medicamentos do século<br />

XX” e entre os “medicamentos que<br />

modificaram o mundo”.<br />

Os ancestrais bacterianos foram<br />

as primeiras células vivas a<br />

aparecerem na terra. As bactérias<br />

são organismos simples com<br />

uma única célula sem membrana<br />

delimitante do núcleo (Figura1),<br />

Figura 1: Estrutura celular bacteriana.<br />

se apresentam de várias formas<br />

sendo as principais: cocos,<br />

bacilos e espirilos (Figura2), e se<br />

reproduzem por divisão em duas<br />

células iguais - fissão binária<br />

(TORTORA, FUNKE, CASE, 2017,<br />

p. 4). A parede celular bacteriana<br />

é composta por um complexo<br />

macromolecular denominado<br />

peptideoglicano, presente em<br />

maior quantidade nas bactérias<br />

gram-positivas e reduzido nas<br />

bactérias gram-negativas. O<br />

método utilizado para diferenciar<br />

os dois grupos chama-se Coloração<br />

de Gram. Bactérias gram-positivas<br />

são aquelas cujas paredes celulares<br />

não perdem a cor azul-arroxeada<br />

quando submetidas a um processo<br />

de descoloração depois de<br />

terem sido coradas pela violeta<br />

de genciana. As que assumem<br />

um tom róseo-avermelhado<br />

quando submetidas ao mesmo<br />

processo são ditas gram-negativas<br />

(NOGUEIRA, SOUZA, 2009).<br />

Tabela 1: Principais classes de antibióticos em uso clínico.<br />

26<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Fonte: UFRPE Microbiologia Básica, 2010.<br />

Figura 2: Morfologia bacteriana.<br />

Fonte: Biologia Net<br />

Antibióticos<br />

Os antibióticos são uma classe<br />

de fármacos utilizados para o<br />

tratamento de doenças infecciosas,<br />

que diferem uns dos outros quanto<br />

as suas propriedades físicas,<br />

químicas, farmacológicas, no<br />

espectro e mecanismo de ação.<br />

(BAPTISTA, 2013).<br />

Adaptado: Guimarães et al., 2010.


Agricultura e saúde<br />

Os antibióticos de origem natural<br />

compostas de proteínas e RNA,<br />

multiplicando, eles possuem pouco<br />

e seus derivados semissintéticos<br />

compreendem a maioria dos<br />

antibióticos em uso clínico (Tabela<br />

1), e segundo Guimarães et al.,<br />

(2010), podem ser classificados<br />

em: β-lactâmicos; Tetraciclinas;<br />

Aminoglicosídeos; Macrolídeos;<br />

Peptídicos cíclicos; Estreptograminas;<br />

entre outros (lincosamidas,<br />

cloranfenicol, rifamicina) e os<br />

antibióticos de origem sintética como:<br />

Sulfonamidas; Fluoroquinolonas/<br />

Quinolonas e Oxazolidinonas.<br />

essencial e responsável pela síntese<br />

de proteínas. “Entre os antibióticos<br />

que interferem na síntese<br />

proteica estão o cloranfenicol, a<br />

eritromicina, a estreptomicina e as<br />

tetraciclinas” (TORTORA, FUNKE,<br />

CASE, 2017, p. 552).<br />

Outro mecanismo de ação dos<br />

antibióticos é inibir a síntese da parede<br />

celular bacteriana, ocasionando a<br />

sua desestabilização. Tortora, Funke<br />

e Case (2017) afirmam que, as<br />

bactérias gram-positivas possuem<br />

efeito em bactérias que não estejam<br />

se dividindo e crescendo, os membros<br />

mais importantes do grupo são<br />

os antimicrobianos b-lactâmicos,<br />

denominados de acordo com o<br />

anel b-lactâmico, que é essencial<br />

para sua atividade. Um exemplo<br />

de antibiótico pertencente a essa<br />

classe é a Vancomicina que se liga<br />

diretamente à porção tetrapeptídica<br />

do peptideoglicano e é ainda a droga<br />

de escolha para linhagens resistentes<br />

de Staphylococcus aureus.<br />

Mecanismos de ação dos<br />

antibióticos<br />

Os antibióticos são classificados de<br />

acordo com seus mecanismos de<br />

ação na célula bacteriana, como<br />

membrana celular, parede celular,<br />

síntese de proteínas, síntese de ácidos<br />

nucleicos e de compostos metabólicos<br />

parede celular mais espessa devido<br />

às várias camadas de peptidoglicanos,<br />

já as gram-negativas apresentam<br />

paredes mais complexas, com menos<br />

peptidoglicanos e uma membrana<br />

externa de lipopolissacarídeos, tendo<br />

assim uma maior resistência à ação<br />

dos antibióticos, exaltando que a<br />

De acordo com Whalen et al. (2016), a<br />

inibição da síntese de ácidos nucleicos<br />

é representada pelas quinolonas e<br />

fluoroquinolonas que atuam inibindo<br />

a ação da DNA girase, e a doxorrubicina<br />

inibindo a topoisomerase IV, enzimas<br />

essenciais para a divisão bacteriana.<br />

biológicos. Alguns possuem como<br />

identificação do tipo de bactéria<br />

Como resultado da inibição<br />

mecanismo de ação, inibir a síntese<br />

proteica, e tem como alvo principal o<br />

ribossomo bacteriano 70S, composto<br />

de uma pequena subunidade 30S<br />

e uma grande subunidade 50S.<br />

Os ribossomos são estruturas<br />

citoplasmáticas não membranosas<br />

que causa a doença é essencial para<br />

determinar o tipo de antibiótico que<br />

será utilizado.<br />

Os inibidores da síntese de parede<br />

celular apresentam êxito quando<br />

os microrganismos estão se<br />

enzimática, a replicação da molécula<br />

de DNA é comprometida, resultando<br />

na morte celular. Neste mecanismo,<br />

os antibióticos procuram atingir<br />

diferentes estágios e vias da síntese<br />

de ácidos nucleicos (DNA, RNA).<br />

Em resumo, os antifolatos inibem<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

27


Agricultura e saúde<br />

as enzimas envolvidas na síntese de<br />

Resistência bacteriana<br />

(O’NEILL, 2014). A pesquisa<br />

ácido fólico / folato (vitamina B9). O<br />

A emergência de bactérias<br />

realizada por Silva (2018) aponta<br />

autor completa ainda, que o folato<br />

patogênicas resistentes aos<br />

que a presença de cepas resistentes<br />

é um componente essencial para<br />

antibióticos existe praticamente<br />

traz muitas consequências para<br />

a síntese de pirimidina e purinas,<br />

desde o início da utilização desta<br />

a população, pois a taxa para<br />

duas moléculas encontradas nos<br />

classe terapêutica. O uso excessivo<br />

morbidade e mortalidade se torna<br />

nucleotídeos. Os inibidores da<br />

de penicilina após a Segunda Guerra<br />

maior, além de sobrecarregar<br />

topoisomerase impedem a replicação<br />

Mundial desencadeou o surgimento<br />

economicamente os sistemas<br />

do DNA por inibir a atividade da<br />

das primeiras estirpes de bactérias<br />

de saúde com o aumento da<br />

enzima topoisomerase, que atua no<br />

Gram positivas não suscetíveis a<br />

permanência de internação do<br />

enovelamento do DNA durante sua<br />

antibióticos penicilínicos, conhecidos<br />

paciente, dificuldade terapêutica e<br />

replicação, com isso, a taxa de divisão<br />

como PRSP (“penicillin-resistant”<br />

consequentemente o uso de novas<br />

celular é diminuída.<br />

Streptococcus pneumoniae). Da<br />

drogas e de maior custo. Para<br />

mesma forma, os antibióticos<br />

Tortora, Funke e Case (2017), assim<br />

A polimixina B e a colistina são<br />

comercializados nos anos seguintes,<br />

que micróbios são expostos a novos<br />

exemplos de antibióticos que possuem<br />

como os análogos da penicilina, a<br />

antibióticos, a sua sensibilidade<br />

outro importante mecanismo de ação –<br />

meticilina e cefalosporinas, bem<br />

tende a ser alta, assim como a sua<br />

a destruição da membrana plasmática<br />

como tetraciclinas e eritromicinas<br />

taxa de mortalidade; os poucos<br />

da célula bacteriana, provocado<br />

(considerados antibióticos clássicos),<br />

que sobrevivem possuem algumas<br />

pelas moléculas de polimixinas; “As<br />

aos poucos foram tornando-se<br />

diferenças genéticas que se<br />

polimixinas interagem com a molécula<br />

contidos, devido ao desenvolvimento<br />

originam de mutações aleatórias<br />

de polissacarídeo da membrana<br />

de resistência múltipla em cepas<br />

se espalhando por processos de<br />

externa das bactérias gram-negativas,<br />

de enterococos e estafilococos<br />

conjugação ou a transdução, sendo<br />

retirando cálcio e magnésio, necessários<br />

infecciosos (SILVEIRA et al., 2006).<br />

transmitidas por mecanismos<br />

para a estabilidade da molécula de<br />

normais de reprodução que<br />

polissacarídeo” (ANVISA, 2007). Esse<br />

Atualmente existem bactérias com<br />

acontece de maneira rápida e<br />

processo resulta em aumento de<br />

mecanismo de resistência inclusive<br />

elevada em um curto período,<br />

28<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

permeabilidade da membrana com<br />

rápida perda de conteúdo celular e<br />

morte da bactéria.<br />

a fármacos de amplo espectro, e<br />

até mesmo resistência múltipla<br />

em uma mesma cepa bacteriana<br />

fazendo com que praticamente<br />

toda a população passe a ser<br />

resistente ao novo medicamento.


As bactérias que são resistentes a<br />

vários antibióticos são popularmente<br />

conhecidas como superbactérias e<br />

podem ser divididas em duas classes,<br />

a saber:<br />

1) A primeira é constituída de<br />

organismos conhecidos, originados<br />

na microbióta humana, que<br />

adquiriram genes de resistência e<br />

virulência. Antigos microrganismos<br />

comensais como S. aureus resistente<br />

à meticilina (MRSA) e a família das<br />

Enterobacteriaceae, pertencem<br />

a esta categoria e podem ser<br />

encontrados na comunidade e em<br />

hospitais (WRIGHT, 2007). Segundo<br />

estudo realizado por Ataide e Abade<br />

(2015), as infecções geradas por<br />

enterobactérias resistentes aos<br />

carbapenêmicos (ERCs) ocorrem com<br />

maior frequência na área hospitalar,<br />

sendo a Klebsiella pneumoniae com<br />

maior prevalência de disseminação.<br />

imunocomprometidos. Essas<br />

bactérias oportunistas são<br />

mais comuns em ambiente<br />

hospitalar e frequentemente<br />

são resistentes a múltiplos<br />

antibióticos. Este grupo inclui P.<br />

aeruginosa, Stenotrophomonas<br />

maltophilia, Acinetobacter<br />

baumannii e Burkholderia<br />

cepacia (WRIGHT, 2007).<br />

Embora a superbactéria mais<br />

divulgada seja a Staphylococcus<br />

aureus resistente à meticilina<br />

(MRSA, de methicillin-resistant<br />

Staphylococcus aureus), essa<br />

condição tem sido atribuída a<br />

várias outras bactérias, tanto grampositivas<br />

quanto gram-negativas.<br />

A medicina tem apenas opções<br />

limitadas de tratamento para<br />

as infecções causadas por esses<br />

patógenos (TORTORA, FUNKE, CASE,<br />

2017, pg. 570).<br />

Agricultura e saúde<br />

a ação conjunta de múltiplos<br />

mecanismos pode produzir um<br />

acentuado aumento da resistência<br />

aos antimicrobianos. A resistência<br />

a determinado antimicrobiano<br />

pode constituir uma propriedade<br />

intrínseca de uma espécie<br />

bacteriana ou uma capacidade<br />

adquirida (ANVISA, 2007). Os<br />

mecanismos de resistência<br />

podem ser divididos em três<br />

grandes grupos: primeiro aqueles<br />

que minimizam a concentração<br />

intracelular do antibiótico quer<br />

por pouca penetração através da<br />

membrana plasmática, quer por<br />

bombas de efluxo; em segundo<br />

aqueles que modificam o alvo<br />

do antibiótico tanto por mutação<br />

genética quanto por modificação<br />

pós transcricional do alvo e em<br />

terceiro aqueles que inativam<br />

o antibiótico por hidrólise ou<br />

modificação deste (WRIGHT, 2011).<br />

2) A segunda classe são os<br />

Mecanismos de resistência<br />

A permeabilidade limitada<br />

microrganismos<br />

oportunistas,<br />

bacteriana<br />

constitui uma propriedade da<br />

originários no ambiente, que<br />

geralmente infectam somente<br />

pacientes muito doentes ou<br />

Com frequência bactérias utilizam<br />

mais de uma estratégia para evitar<br />

a ação dos antimicrobianos; assim,<br />

membrana celular externa de<br />

lipopolissacarídeo das bactérias<br />

Gram-negativas. A permeabilidade<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

29


Agricultura e saúde<br />

dessa membrana reside na presença<br />

de qualquer efeito inibitório ou<br />

antimicrobianos β-lactâmicos ligam-<br />

de proteínas especiais, as porinas,<br />

bactericida, constitui um dos<br />

se às penicillin binding proteins (PBPs)<br />

que estabelecem canais específicos<br />

mais importantes mecanismos de<br />

bacterianas e através do qual exercem<br />

pelos quais as substâncias podem<br />

resistência. As bactérias podem<br />

seu efeito antibacteriano, como<br />

passar para o espaço periplasmático<br />

adquirir um gene que codifica<br />

exemplo: Klebsiella pneumoniae<br />

e, em seguida, para o interior da<br />

um novo produto resistente<br />

carbapenemase (KPC) (ANVISA,<br />

célula. A permeabilidade limitada<br />

ao antibiótico, substituindo o<br />

2007).<br />

é responsável pela resistência<br />

alvo original, como exemplo:<br />

intrínseca dos bacilos Gram-<br />

Staphylococcus aureus resistente<br />

Fatores influenciadores da<br />

negativos à penicilina, eritromicina,<br />

à meticilina (MRSA) (ANVISA,<br />

resistência antimicrobiana<br />

clindamicina e vancomicina e<br />

2007). É possível, por mutação no<br />

“O uso indiscriminado de<br />

pela resistência de Pseudomonas<br />

próprio alvo que este seja funcional,<br />

antibióticos por instituições de<br />

aeruginosa ao trimetoprim<br />

mas que tenha sua afinidade<br />

saúde, pela população e em práticas<br />

(ANVISA 2007). A concentração<br />

reduzida para o antibiótico, que<br />

agropecuárias tem contribuído para<br />

intracelular pode também ser<br />

por não se ligar de forma eficiente,<br />

o aumento da resistência a esses<br />

reduzida através de bombas de<br />

consequentemente, tem efeito<br />

medicamentos” (IOC, 2019).<br />

efluxo, que transportam ativamente<br />

reduzido ou negligenciável. Outra<br />

diversos antibióticos para fora da<br />

possibilidade é a adição de um grupo<br />

A evolução de bactérias resistentes<br />

célula. Essas bombas contribuem<br />

químico que pode impedir a ligação<br />

está diretamente relacionada<br />

significativamente para o aumento<br />

do antibiótico, mas sem alterar a<br />

ao uso excessivo e incorreto<br />

da resistência a múltiplos<br />

sequência da proteína primária do<br />

dos medicamentos disponíveis,<br />

antibióticos e quando passam por<br />

alvo, o que permite manter sua<br />

dificultando o tratamento de um<br />

super expressão podem conferir<br />

atividade (BLAIR et al., 2014).<br />

número cada vez maior de doenças<br />

elevados níveis de resistência a<br />

infecciosas que podem se espalhar<br />

antibióticos anteriormente efetivos<br />

O mecanismo de resistência bacteriano<br />

rapidamente (IOC, 2019). De acordo<br />

(BLAIR et al., 2014).<br />

mais frequente é a degradação do<br />

com Prestinaci, Pezzotti e Pantosti<br />

antimicrobiano por enzimas. As<br />

(2015), países onde antibióticos<br />

30<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

A alteração do local-alvo onde<br />

atua determinado antimicrobiano,<br />

de modo a impedir a ocorrência<br />

β-lactamases hidrolisam a ligação<br />

amida do anel beta-lactâmico,<br />

destruindo, assim, o local onde os<br />

podem ser comprados sem prescrição,<br />

a emergência e propagação da<br />

resistência é ainda maior. Da mesma


Agricultura e saúde<br />

forma, em países sem diretrizes de<br />

vinculada com a liberação dessas<br />

em alguns países o uso de<br />

tratamento padrão, antibióticos são<br />

substâncias no meio ambiente<br />

antimicrobianos é muito maior<br />

muitas vezes prescritos em excesso<br />

através do esgoto doméstico,<br />

em animais do que em humanos.<br />

por profissionais de saúde e muito<br />

efluentes hospitalares e industriais,<br />

Nos Estados Unidos, por exemplo,<br />

utilizados pelos pacientes. Mesmo<br />

o descarte de medicamentos com<br />

mais de 70% dos antibióticos<br />

quando o uso de antibióticos é<br />

prazo de validade expirado e as<br />

considerados<br />

importantes<br />

apropriado, os regimes de doses,<br />

sobras domésticas daqueles não<br />

para medicina são usados na<br />

em geral, são mais curtos do que o<br />

utilizados (ACURCIO, et al. 2013),<br />

agropecuária. O autor destaca<br />

necessário para erradicar a infecção,<br />

que selecionam bactérias resistentes<br />

ainda, que o risco do uso abusivo<br />

o que estimula a sobrevivência de<br />

no meio ambiente, principalmente<br />

desses medicamentos é triplo:<br />

linhagens de bactérias resistentes;<br />

em ambientes aquáticos.<br />

medicamentos vencidos, adulterados<br />

1. As cepas resistentes podem<br />

(impuros) ou até mesmo falsificados<br />

De acordo com Dolejska e<br />

ser transmitidas através do<br />

também são comuns (TORTORA,<br />

Papagiannitsis (2018), os animais<br />

contato direto entre os humanos<br />

FUNKE, CASE, 2017).<br />

silvestres também podem ser<br />

(agricultores) e animais;<br />

afetados por microrganismos<br />

“A ANVISA estima que cerca de<br />

resistentes a antibióticos, atuando<br />

2. Essas mesmas cepas podem ser<br />

30 mil toneladas de remédios são<br />

em seguida como reservatórios e<br />

transmitidas aos humanos, de maneira<br />

jogadas fora pelos consumidores<br />

vetores espalhando essa resistência<br />

mais geral, através dos alimentos;<br />

a cada ano no Brasil” (CARNEIRO,<br />

por todo o mundo; demonstrando<br />

2011). Segundo Pinto et al.<br />

assim, que o uso de antibióticos<br />

3. E o terceiro risco é citado como<br />

(2014), a falta de conhecimento<br />

no tratamento humano e animal<br />

indireto, pois, ambas as bactérias<br />

e campanhas explicativas por<br />

apresenta um impacto significativo<br />

resistentes, bem como o volume<br />

parte dos poderes públicos são<br />

no ambiente e nos animais silvestres<br />

(significativo) de antibióticos<br />

a principal causa do descarte<br />

que vivem e se alimentam em locais<br />

consumidos pelos animais, são<br />

inadequado de medicamentos.<br />

onde à interferência humana.<br />

em seguida excretados com a<br />

A utilização dos antibióticos com<br />

maior parte do ingrediente ativo<br />

finalidade veterinária e de produção<br />

pecuária, da mesma forma que na<br />

medicina humana, está diretamente<br />

Antibióticos na agropecuária<br />

Segundo um estudo, coordenado<br />

pelo economista O’Neill (2015),<br />

não metabolizado, contaminando<br />

também o meio ambiente, elevando<br />

assim, a exposição às bactérias.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

31


Agricultura e saúde<br />

Para Arias e Carrilho (2012), os<br />

antimicrobianos são usados na<br />

medicina veterinária de quatro<br />

maneiras: Terapêutica – tratar de<br />

forma individual ou grupal os animais<br />

doentes; Metafilática – prevenir na<br />

forma de tratamento grupal assim<br />

que a doença acontecer; Profilática –<br />

prevenir de forma individual ou grupal<br />

antes da doença ocorrer; e como<br />

Promotor/Aditivo de crescimento<br />

– antimicrobianos usados como<br />

suplemento alimentar. O problema<br />

reside claramente na forma como<br />

os remédios são administrados na<br />

agropecuária; isso porque, em casos<br />

de criação intensiva como aves,<br />

suínos e bovinos (principalmente<br />

leiteiros), quando medicamentos são<br />

ainda mais necessários, os níveis de<br />

resistência a antibióticos dos animais<br />

são maiores que a média.<br />

(Tabela 2), vendidos para uso em<br />

animais produtores de alimentos,<br />

revelou um aumento de 3% entre<br />

2018 e 2019 na venda desses<br />

medicamentos. Previsto que 41% dos<br />

antimicrobianos foram utilizados em<br />

bovinos, e cerca de 42% em suínos.<br />

O grupo das tetraciclinas representa<br />

o maior volume dessas vendas no<br />

mercado interno (4.117.031 kg<br />

em 2019) responsáveis por 67%<br />

e as penicilinas por 12% neste<br />

período. “Estima-se que 81% das<br />

cefalosporinas, 65% das sulfas,<br />

45% dos aminoglicocidas e 42% de<br />

tetraciclinas destinavam-se ao uso em<br />

bovinos. Aproximadamente 85% das<br />

lincosamidas e 40% dos macrolídeos<br />

destinavam-se ao uso em suínos e<br />

66% das penicilinas foram destinados<br />

ao uso em perus” (FDA, 2019).<br />

agrícolas (O’Neill, 2015); O autor<br />

acredita que por esta razão, o uso<br />

direto de antibióticos nas lavouras<br />

não é uma área de preferência para<br />

encontrar importantes reduções,<br />

mas não deve ser ignorado. A<br />

pesquisa realizada pela USP<br />

(Universidade de São Paulo, 2012),<br />

mostra que os resíduos também<br />

podem ser absorvidos e acumulados<br />

nos tecidos vegetais, causando riscos<br />

quanto à colheita e consumo de<br />

Tabela 2: Classes de medicamentos antimicrobianos e<br />

ingredientes ativos, de importância médica, aprovados<br />

para uso em animais produtores de alimentos<br />

comercializados ativamente em 2019.<br />

O relatório resumido do ano de<br />

Em relação à agricultura, calcula-se<br />

2019, publicado pela Administração<br />

que a quantidade de antibióticos<br />

de Alimentos e Medicamentos<br />

utilizados, seja menor em<br />

(FDA, do inglês Food and Drug<br />

comparação com as quantidades<br />

32<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Administration) dos Estados Unidos<br />

sobre antimicrobianos, considerados<br />

importantes para medicina humana<br />

usadas na pecuária, com estimativas<br />

variando de 0,2 a 0,4 por cento do<br />

total do consumo de antibióticos


Agricultura e saúde<br />

alimentos de origem vegetal; Afirma<br />

O órgão responsável pelo controle<br />

consumo de carnes ser bem diversificado<br />

ainda, que os resíduos atingem o<br />

de resíduos de medicamentos<br />

entre as regiões, a ingestão per capita de<br />

ambiente de forma direta, nas fezes<br />

veterinários no Brasil é o Ministério da<br />

carne bovina, vísceras e pescados no Brasil<br />

e na urina dos animais tratados, ou<br />

Agricultura Pecuária e Abastecimento<br />

é de 20,2%, seguida de aves e ovos com<br />

indireta, com o uso de esterco animal<br />

(MAPA), pelo Programa Nacional de<br />

7,6 %. Em se tratando de leite e derivados,<br />

na adubação de propriedades rurais.<br />

Controle de Resíduos e Contaminantes<br />

a ingestão per capita varia de 10,2% na<br />

Já na aquicultura os antibióticos<br />

(PNCRC) e também a Agência Nacional<br />

região Nordeste, até 10,9% na região Sul<br />

empregados são liberados<br />

de Vigilância Sanitária (ANVISA). A<br />

(IBGE, 2018-2019).<br />

diretamente nas águas superficiais,<br />

exposição alimentar aos resíduos de<br />

onde uma carga elevada de resíduos<br />

medicamentos veterinários utilizados<br />

Um estudo realizado no Rio de Janeiro<br />

de antibióticos pode acumular-se<br />

na agropecuária pode provocar efeitos<br />

por Fortuna, Silva e Barcellos (2002),<br />

nos sedimentos, com potencial de<br />

adversos à saúde humana, tanto<br />

identificou e quantificou resíduos de<br />

alterar negativamente o ecossistema<br />

agudos quanto crônicos. Reações<br />

antibióticos em fígado, músculo e rim<br />

aquático.<br />

anafiláticas, apesar de raras, têm sido<br />

de suínos abatidos em matadouros<br />

relatadas em indivíduos sensíveis,<br />

frigoríficos com serviço de inspeção<br />

Resíduos antimicrobianos em<br />

após o consumo de leite e carne<br />

estadual no estado. Após as análises<br />

alimentos<br />

contendo resíduos de penicilina<br />

constatou-se que as amostras, não<br />

É crescente a preocupação de<br />

(ANVISA, 2019). Para Beltrane e<br />

demonstraram resíduos de antibióticos,<br />

consumidores quanto à presença<br />

Machinski (2005), resíduos de ATM<br />

ou os níveis encontrados estavam<br />

de resíduos químicos em alimentos<br />

(antimicrobianos) em alimentos,<br />

dentro das normas estabelecidas pelos<br />

de origem animal, principalmente<br />

podem também desencadear reações<br />

órgãos de saúde pública e de inspeção<br />

antimicrobianos, hormônios e<br />

de hipersensibilidade, alergia, ação<br />

sanitária, mostrando assim, que<br />

agrotóxicos (CASELANI, 2014).<br />

carcinogênica ou mutagênica.<br />

produtores bovinos estão cada vez mais<br />

Resíduos são parte de uma substância,<br />

se conscientizando da importância de<br />

seus metabólitos, produtos de<br />

O Brasil atualmente, segundo dados<br />

respeitar o uso de antimicrobianos e o<br />

conversão ou reação e impurezas que<br />

da Associação Brasileira das Indústrias<br />

intervalo de tempo entre a última<br />

permanecem no alimento proveniente<br />

Exportadoras de Carne, produz 10 milhões<br />

aplicação do produto veterinário e o<br />

de produtos agrícolas e/ou animais<br />

tratados com essa mesma substância<br />

(LEMOS, 2018).<br />

de toneladas de carne bovina, 20,8% são<br />

negociados para dezenas de países em<br />

todo o mundo (ABIEC, 2021). Apesar do<br />

abate do animal tratado ou para o<br />

consumo de seus produtos (período<br />

de carência).<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

33


Agricultura e saúde<br />

Em um período de dez anos (1997<br />

de Resíduos de Medicamentos<br />

por gentamicina, três (20%) por<br />

a 2006), 128.902 amostras de carne<br />

Veterinários em Alimentos de<br />

estreptomicina e duas (13,3%) por<br />

foram submetidas a testes de resíduos<br />

Origem Animal, e, concluíram que a<br />

β-lactâmicos e três (3,8%) amostras<br />

de medicamentos veterinários em<br />

detecção de certos antimicrobianos<br />

estavam contaminadas por dois<br />

um programa de monitoramento<br />

e avermectinas pode estar associada<br />

tipos de resíduo simultaneamente<br />

aleatório da Austrália. No total,<br />

ao uso “extra-label” ou ao desrespeito<br />

(VIEIRA et al., 2012). Em relação ao<br />

foram encontradas 97 amostras<br />

dos períodos de carência, sugerindo<br />

consumidor, segundo Pezza et al.<br />

com resíduos de diversos grupos<br />

descumprimento das normas<br />

(2006), o leite contendo antibióticos<br />

de produtos veterinários, porém<br />

estabelecidas, visto que resíduos de<br />

pode provocar reações alérgicas,<br />

somente 10 apresentaram valores<br />

medicamentos não autorizados foram<br />

assim como choque anafilático em<br />

acima do limite máximo permitido.<br />

encontrados nas amostras testadas.<br />

indivíduos sensíveis, outro risco<br />

Dessas, cinco apresentaram mais<br />

Picinin et al. (2017), verificou através<br />

citado, é o consumo de leite com altos<br />

de um resíduo e a presença de<br />

de testes de triagem na região de<br />

níveis de resíduos de antibióticos pelas<br />

benzimidazol,<br />

aminoglicosídios,<br />

Minas Gerais, que 30% das amostras<br />

gestantes, sendo que alguns desses<br />

cefalosporina, sulfonamida e zeranol<br />

de leite de tanque apresentaram a<br />

antibióticos como nitrofuranos e<br />

foi confirmada laboratorialmente<br />

presença de pelo menos um analito de<br />

tetraciclinas, podem levar a alterações<br />

(LUTZE et al., 2009).<br />

antimicrobianos, enquanto 12,12%<br />

no desenvolvimento ósseo fetal, pois<br />

demonstraram a presença de pelo<br />

possuem efeitos carcinogênicos.<br />

O uso difundido de antibióticos pelos<br />

menos dois analitos, indicando que<br />

produtores e médicos veterinários no<br />

os períodos de descarte do leite não<br />

Se tratando da agricultura, “a falta<br />

tratamento de doenças infecciosas<br />

foram totalmente respeitados pelos<br />

de dados sobre a utilização de<br />

de vacas leiteiras, principalmente<br />

produtores do setor leiteiro.<br />

antibióticos na agricultura levou<br />

nas mastites, e a utilização de<br />

muitas pessoas a presumir que<br />

drogas na alimentação animal, como<br />

No estado do Paraná, resíduos de<br />

as quantidades utilizadas eram<br />

suplemento de dietas, têm contribuído<br />

antibióticos foram pesquisados em<br />

negligenciáveis, pois a extensão da<br />

para a presença de antimicrobianos no<br />

79 amostras de leite pasteurizado<br />

sua utilização a nível mundial tem<br />

leite bovino (PEZZA et al., 2006). Nos<br />

do tipo B de diferentes fabricantes<br />

sido pouco estudada e é largamente<br />

anos de 2009 e 2011, Novaes et al.<br />

adquiridos em estabelecimentos<br />

desconhecida” (MAIA, et.al., 2009).<br />

(2017) elaboraram um estudo onde<br />

comerciais, onde foram encontrados<br />

Irwin e Ambrosio (2020) relatam<br />

verificou-se a ocorrência de resíduos<br />

resíduos em 15 (19%) amostras,<br />

que a através de uma investigação<br />

34<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

de medicamentos veterinários no<br />

leite, em amostras monitoradas<br />

pelo Programa Oficial de Análise<br />

das quais seis (40%) estavam<br />

contaminadas por cloranfenicol, três<br />

(20%) por tetraciclinas, uma (6,7%)<br />

realizada pela FAO, a Organização<br />

Mundial de Saúde Animal (OIE do<br />

inglês World Organization for Animal


Agricultura e saúde<br />

Health) e a Organização Mundial da<br />

oferece algumas vias únicas<br />

a fabricação de novos antibióticos.<br />

Saúde revelou que apenas 3% dos<br />

através das quais as resistências<br />

Sem antimicrobianos eficazes para<br />

países realizam uma contagem dos<br />

poderiam desenvolver-se nos<br />

prevenção e tratamento de infecções,<br />

tipos e também da quantidade de<br />

agentes patogênicos humanos,<br />

procedimentos médicos como<br />

antibióticos usados nas lavouras.<br />

aumentando o debate sobre<br />

transplante de órgãos, quimioterapia<br />

a utilização de antibióticos na<br />

para câncer, controle do diabetes e<br />

O alto teor de água de frutas e<br />

produção vegetal, tendo assim<br />

cirurgias de grande porte se tornam<br />

hortaliças torna esses vegetais<br />

uma chance maior de inclusão nos<br />

cada vez mais arriscados (WHO, 2018).<br />

sensíveis ao ataque de bactérias.<br />

programas globais de saúde.<br />

Para prevenir as perdas econômicas<br />

Em seu estudo, Machado et al. (2020)<br />

decorrentes de doenças bacterianas<br />

Impacto da resistência<br />

relata que em ambientes hospitalares<br />

em alimentos de origem vegetal, o<br />

antimicrobiana na saúde pública<br />

o índice de resistência antimicrobiana<br />

controle químico é feito com o uso de<br />

A Organização Mundial da Saúde<br />

é ainda maior, devido alguns fatores<br />

antimicrobianos como a oxitetraciclina<br />

(2019) estima que anualmente, cerca<br />

de risco como internações hospitalares<br />

e estreptomicina, permitidos também<br />

de 700 mil pessoas morrem, em todo<br />

prévias e/ou longas, realização de<br />

no Brasil (MAIA, et.al.,<br />

o mundo, devido a infecções resistentes<br />

procedimentos invasivos, possuir<br />

aos antimicrobianos, e segundo O’Neill<br />

doenças do sistema urinário, taxa<br />

2009). Stockwell e Duffy (2012)<br />

(2014), este número poderá aumentar<br />

de hemoglobina baixa ou glicemia<br />

abordam que, o uso de antibióticos<br />

para 10 milhões em 2050. Doenças<br />

alta, levando a maior exposição do<br />

é essencial para controlar doenças<br />

como infecções respiratórias, urinárias<br />

paciente a antibióticos adicionais<br />

bacterianas principalmente em<br />

e infecções sexualmente transmissíveis<br />

e a outros pacientes portadores de<br />

plantações de pêra, maçã e pêssego;<br />

(ISTs) poderão se tornar intratáveis com<br />

organismos resistentes a antibióticos.<br />

são utilizados quando o risco de<br />

os medicamentos disponíveis (WHO,<br />

Ademais, segundo Castro et al.<br />

doenças é alto, portanto, a maioria<br />

2019). Em um estudo elaborado pelo<br />

(2002) as internações hospitalares<br />

dos pomares não são tratados<br />

Ministério da saúde (2018), trás como<br />

longas, a baixa eficácia das terapias<br />

anualmente, diminuindo assim as<br />

barreira principal ao enfrentamento<br />

profiláticas e também o custo elevado<br />

chances de resíduos significativos<br />

da resistência aos antibióticos, a falta<br />

dos tratamentos, geram impacto<br />

serem encontrados nas frutas colhidas.<br />

de inovação: o progresso de novas<br />

financeiro considerável aos sistemas<br />

Em seu estudo, Taylor (2020) afirma<br />

tecnologias da saúde não conseguem<br />

de saúde e aos indivíduos; mostrando<br />

que embora as quantidades utilizadas<br />

acompanhar o ritmo veloz da<br />

que a resistência bacteriana tem<br />

nas culturas sejam comparativamente<br />

pequenas em relação à utilização<br />

médica e veterinária, este espaço<br />

adaptação dos microrganismos, e<br />

devido a baixa lucratividade poucas<br />

empresas investem em pesquisas para<br />

relação direta com as desigualdades<br />

sociais, econômicas e geográficas de<br />

acesso à saúde.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

35


Agricultura e saúde<br />

O relatório de ameaças de resistência<br />

a antibióticos dos Centros de Controle<br />

e Prevenção de Doenças (2019)<br />

nos Estados Unidos (CDC, do inglês,<br />

Centers for Disease Control and<br />

Prevention), lista dezoito bactérias e<br />

fungos resistentes a antibióticos em<br />

três categorias com base no nível de<br />

preocupação com a saúde humana<br />

(Quadro 1), incluindo uma lista de<br />

observação com três ameaças que<br />

podem se tornar comuns sem uma<br />

abordagem contínua; afirma ainda,<br />

que aproximadamente 2,8 milhões<br />

de pessoas contraem uma infecção<br />

resistente a antibióticos a cada ano<br />

no país, e pelo menos 35.000 pessoas<br />

morrem como resultado.<br />

“A produção de alimentos de origem<br />

animal envolve a possibilidade<br />

de que o produto final esteja<br />

contaminado com bactérias<br />

resistentes a antimicrobianos e/ou<br />

carreadoras de genes de resistência<br />

a antimicrobianos” (TORRES, 2019).<br />

A brucelose, a tuberculose bovina<br />

e a listeriose, são exemplos citados<br />

no estudo de Vasconcellos e Ito<br />

(2011) como zoonoses sistêmicas<br />

que merecem uma maior atenção,<br />

pois são transmitidas para os seres<br />

humanos através do consumo de<br />

leite e derivados isentos de fervura<br />

ou pasteurização.<br />

Para Shinohara et al. (2008), a<br />

salmonelose é uma das principais<br />

zoonoses para a saúde pública em<br />

todo o mundo, responsável por<br />

graves intoxicações alimentares e<br />

sendo uma das principais bactérias<br />

envolvidas em surtos registrados em<br />

vários países. Segundo os autores, as<br />

aves e os bovinos assumem o papel<br />

de principais disseminadores desse<br />

agente patogênico, portanto, o Brasil<br />

como grande exportador da carne<br />

desses animais, deve estabelecer cada<br />

vez mais medidas rígidas de controle<br />

sanitário, evitando assim, prejuízos por<br />

embargos econômicos impostos pelos<br />

Quadro 1: Bactérias e fungos listados pelo CDC no relatório de ameaças de resistência a antibióticos de 2019.<br />

36<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Segundo a pesquisa realizada<br />

por Zanella (2016), 75% das<br />

doenças humanas emergentes ou<br />

reemergentes do último século<br />

são doenças de origem animal<br />

que causam fatalidades humanas<br />

e animais, além de afetarem a<br />

economia de muitos países; o estudo<br />

cita que o aumento da população<br />

humana é um dos fatores mais<br />

prováveis para o surgimento recente<br />

de novas doenças, porém, outros<br />

fatores globais também tem papel<br />

importante para a emergência de<br />

doenças zoonóticas (Figura 3).


Agricultura e saúde<br />

países importadores, devido às perdas<br />

indiretas. Muitas hipóteses apontam<br />

a expansão da pecuária como origem<br />

mantenedora de agentes patogênicos<br />

para humanos; com o crescimento<br />

da demanda mundial por proteína<br />

animal, ocorre um aumento na<br />

criação de animais para consumo<br />

em confinamento, criando condições<br />

favoráveis para o desenvolvimento de<br />

vários microrganismos patogênicos<br />

(ZANELLA, 2016).<br />

Figura 3: Fatores de risco que influenciam zoonoses novas e reemergentes.<br />

Vigilância e prevenção<br />

“Após uma reunião de consulta às<br />

partes interessadas, em maio de 2020,<br />

a FAO, a OIE e a Organização Mundial<br />

da Saúde (OMS) decidiram expandir<br />

o foco ao usar, em vez de antibióticos,<br />

um termo mais abrangente e inclusivo:<br />

antimicrobianos” (OPAS, 2020).<br />

Em 2015 a Organização Mundial de<br />

Saúde lançou o Plano de Ação Global<br />

em Resistência a Antimicrobianos,<br />

tendo como principal marca a<br />

abordagem de Saúde Única (One<br />

Health) para o enfrentamento do<br />

problema (WHO, 2015). Ciente da<br />

relevância do tema para o país e<br />

de sua responsabilidade sobre o<br />

controle e a prevenção do problema,<br />

a ANVISA elaborou o Plano de<br />

Ação da Vigilância Sanitária em<br />

Fonte: Zanella, 2016<br />

Resistência aos Antimicrobianos,<br />

trazendo como objetivos principais:<br />

conscientizar a população a respeito<br />

da resistência antimicrobiana e seus<br />

riscos, fortalecer a base científica para<br />

garantir antimicrobianos eficazes e<br />

seguros para prevenir e tratar doenças,<br />

analisar a redução da incidência de<br />

doenças por meio de saneamento,<br />

higiene e prevenção em geral, bem<br />

como investir em pesquisas para<br />

criar novas terapias, métodos de<br />

diagnóstico e vacinas (ANVISA, 2017).<br />

Devido à importância e complexidade<br />

da resistência aos antimicrobianos,<br />

a OIE juntamente com outras<br />

instituições internacionais segue a<br />

abordagem de Saúde Única (One<br />

Health), que necessita de um trabalho<br />

em conjunto da saúde humana, animal<br />

e ambiental; neste contexto e como<br />

parte do Plano de Ação Nacional para<br />

Prevenção e Controle da Resistência<br />

aos Antimicrobianos no Âmbito da<br />

Saúde Única PAN-BR, o Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />

desenvolveu o Plano de Ação<br />

Nacional de Prevenção e Controle da<br />

Resistência aos Antimicrobianos no<br />

Âmbito da Agropecuária, o PAN-BR<br />

AGRO (MAPA, 2021).<br />

Como parte das atividades<br />

estabelecidas pelo PAN-BR AGRO, foi<br />

implantado o Programa de Vigilância<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

37


Agricultura e saúde<br />

38<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

e Monitoramento da Resistência<br />

aos Antimicrobianos no Âmbito da<br />

Agropecuária, que tem como objetivo<br />

analisar riscos, tendências e padrões<br />

referentes à resistência antimicrobiana<br />

via alimentos de origem animal<br />

produzidos no Brasil, gerando<br />

dados colaborativos para tomada<br />

de decisões e estabelecimento de<br />

políticas públicas para a prevenção<br />

e controle da resistência, reforçando<br />

o compromisso do país com o tema<br />

(MAPA, 2021).<br />

Em 26 de dezembro de 2019, a<br />

ANVISA publicou a RDC 328/2019<br />

e a IN 51/2019 ampliando de 24<br />

para 658 o número de insumos<br />

farmacêuticos ativos (IFAs) com<br />

limites estabelecidos; a necessidade<br />

de estabelecer limites máximos<br />

de resíduos de medicamentos<br />

veterinários em alimentos (LMR)<br />

busca garantir que os produtos,<br />

principalmente de origem animal,<br />

sejam seguros e de qualidade para o<br />

consumo. (ANVISA, 2019).<br />

Segundo a ANVISA (2020) todos<br />

os anos a Organização Mundial da<br />

Saúde realiza a Semana Mundial<br />

de Conscientização sobre o Uso de<br />

Antimicrobianos, entre os dias 18<br />

a 24 de novembro, incentivando<br />

população global a prevenção do<br />

desenvolvimento e a propagação<br />

da resistência antimicrobiana. Em<br />

relação ao tratamento de infecções<br />

em animais, a OIE também lançou<br />

uma campanha mundial voltada<br />

para os médicos veterinários e<br />

para a sociedade como um todo,<br />

chamada Regra dos cinco “somentes”<br />

para o uso prudente e consciente<br />

de antimicrobianos, reforçando<br />

princípios básicos: Realizar o uso<br />

de antimicrobianos apenas quando<br />

necessário; devem ser prescritos por<br />

um veterinário e adquiridos através<br />

de fontes oficialmente autorizadas;<br />

respeitando a dosagem e duração<br />

designadas; associando o uso sempre<br />

com práticas de manejo e higiene<br />

(MAPA, 2021).<br />

A FAO trabalha implantando medidas a<br />

fim de minimizar o uso de antimicrobianos<br />

no setor da agropecuária, alguns<br />

exemplos: Aplicar boas práticas no<br />

manejo, estabelecimento e transporte<br />

animal; melhorar o bem estar animal<br />

em todas as fases; controle de vacinação;<br />

garantir uma boa higiene, medidas de<br />

biossegurança e condições gerais nas<br />

fazendas e aplicação de boas práticas<br />

de gestão de resíduos (FAO 2016). De<br />

acordo com a ANVISA (2018) hoje o<br />

Brasil utiliza parâmetros estabelecidos<br />

por agências internacionais como a<br />

Codex Alimentarius e Food and Drug<br />

Administration (FDA) que controla<br />

medicamentos e alimentos dos Estados<br />

Unidos, pois são reconhecidas por terem<br />

avaliação de risco, protegendo assim a<br />

saúde do consumidor.<br />

Considerações Finais<br />

Dada a complexidade e a abrangência<br />

dos fatores relacionados à resistência<br />

antimicrobiana, o presente estudo<br />

mostra que o uso intensivo de<br />

antibióticos no setor da agropecuária<br />

pode levar à propagação e<br />

disseminação de bactérias resistentes,<br />

tanto patogênicas, que podem<br />

infectar humanos diretamente,<br />

como não patogênicas, que podem<br />

transferir genes de resistência a<br />

outras bactérias e atingir os seres<br />

humanos por diferentes formas. As<br />

possíveis vias de transmissão podem<br />

incluir não apenas os alimentos, mas<br />

também o contato direto com os<br />

animais e através da contaminação<br />

do meio ambiente. Tendo em<br />

vista a diminuição da evolução de<br />

microrganismos resistentes, vários<br />

órgãos internacionais, e também<br />

alguns países, iniciaram programas<br />

de uso consciente e adequado<br />

dos antimicrobianos, além do<br />

monitoramento da ocorrência de


Agricultura e saúde<br />

resistência tanto em animais de<br />

produção quanto em seres humanos,<br />

através de sistemas de vigilância.<br />

Entretanto, considerando, que somos<br />

um dos principais exportadores<br />

de carne do mundo, precisamos<br />

urgentemente de dados de vigilância<br />

disponíveis publicamente para que<br />

todos estejam cientes do que estão<br />

consumindo. A grande preocupação<br />

atualmente é quanto ao fato das<br />

superbactérias estarem presentes na<br />

comunidade, o que antes se limitava<br />

aos ambientes hospitalares.<br />

No âmbito da Biomedicina,<br />

atualizações e pesquisas sobre o<br />

tema são de grande importância.<br />

É necessário obter conhecimento<br />

para reportar ou identificar com<br />

segurança no laboratório, um caso<br />

de resistência antimicrobiana, pois,<br />

como é uma evolução que vem<br />

ocorrendo muito rápida o mercado<br />

não tem um número considerável de<br />

pessoas qualificadas para lidar com<br />

esses microrganismos. Mediante<br />

o exposto, é necessário que mais<br />

pesquisas sejam desenvolvidas<br />

e também mais pessoas sejam<br />

conscientizadas, para que<br />

mudanças substanciais aconteçam<br />

e a redução do avanço da resistência<br />

antimicrobiana seja alcançada.<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

39


Em Foco<br />

A SOLUÇÃO DE LIMPEZA PERFEITA PARA PARTES<br />

IMPRESSAS EM IMPRESSORA 3D<br />

Problemas com a limpeza de peças impressas<br />

nas impressoras 3D. O banho ultrassônico da<br />

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lugares de difícil acesso, retirando a resina<br />

não curada de fendas estreitas. Os banhos<br />

ultrassônicos Elma da LINHA P são ferramentas<br />

extremamente versáteis, podendo ser<br />

utilizados para uma vasta gama de aplicações<br />

em praticamente qualquer tipo de laboratório,<br />

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vidrarias, ferramentas e objetos pesados<br />

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a Elma desenvolve e produz todos os seus<br />

produtos na Alemanha, com certificações ISO<br />

9001/ISO 13485 e é líder de mercado global<br />

segundo a Deutsche Standards. Com tecnologia<br />

de ponta, os banhos Elma estão disponíveis em<br />

versões com modos de operação específicos<br />

para limpeza, desgaseificação e preparo<br />

de amostras, em uma grande variedade de<br />

formatos e volumes.<br />

Veja alguns dos benefícios que os banhos<br />

Elma trazem para você:<br />

• Gerador digital de ultrassom – é o gerador<br />

digital que permite os modos de operação<br />

específicos para cada aplicação, impossível<br />

com os geradores analógicos utilizados<br />

por outros fabricantes, além da variação de<br />

potência para otimização de processos;<br />

• Transdutores de última geração – com o uso<br />

de transdutores de ponta, temos modelos<br />

que trabalham em frequências baixas, para<br />

limpeza pesada; frequências intermediárias<br />

para aplicações em geral; e modelos<br />

multifrequência, que também podem operar<br />

em frequências mais altas ideais para limpeza<br />

sensível e/ou com menor nível de ruído;<br />

• Controle microprocessado – permite o<br />

início automático do ultrassom ao atingir a<br />

temperatura definida, desligamento automático,<br />

ciclos de desgaseificação automáticos quando da<br />

troca de líquido, entre outros, facilitando a rotina<br />

e liberando o operador para outras atividades;<br />

• Tanque de aço inox resistente à cavitação<br />

e elementos cerâmicos de aquecimento<br />

totalmente a prova de funcionamento a seco –<br />

alta durabilidade, confiabilidade e segurança.<br />

40<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Linha Elmasonic P – a linha profissional da Elma para o laboratório<br />

A Elma disponibiliza uma linha completa de<br />

acessórios como cestos, tanques de plástico<br />

(especiais para solventes) e tampas de diferentes<br />

materiais para aplicações distintas, suportes<br />

diversos, além de caixas de proteção acústica.


A SOLUÇÃO DE LIMPEZA PERFEITA<br />

PARA PARTES<br />

IMPRESSAS EM IMPRESSORA 3D<br />

A limpeza com banho ultrassônico da Elma remove rapidamente a resina não curadas de<br />

fendas sem danificar as peças impressas.<br />

Limpa eficiente das peças de todos os tamanhos em 15 minutos.<br />

Banhos ultrassônicos da Elma linha P funcionam com duas frequências (37kHz e 80kHz) e<br />

potência ajustável. Linha dedicada à limpeza normal e sensível, preparo de amostras e<br />

desgaseificação.


Em Foco<br />

TUBOS VACCUETE® EDTA K3 ÂMBAR: PROTEÇÃO DE<br />

MATERIAL BIOLÓGICO FOTOSSENSÍVEL<br />

BLOQUEIO DA PASSAGEM DE LUZ PARA O INTERIOR DO TUBO DURANTE A COLETA, TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E<br />

PROCESSAMENTO DE MATERIAL.<br />

Muitas são as dificuldades quando falamos de<br />

cuidados pré-analíticos. Proteger a integridade<br />

e a estabilidade da amostra durante a fase préanalítica<br />

é o principal desafio para garantir a<br />

segurança dos resultados de seus pacientes.<br />

Nos últimos anos, com a crescente demanda<br />

de tecnologia envolvendo a proteção de material<br />

biológico, várias recomendações e padrões<br />

foram desenvolvidos para garantir a integridade<br />

da amostra durante a coleta, transporte e<br />

processamento.<br />

Alguns analitos, por serem compostos<br />

orgânicos biologicamente ativos, são suscetíveis<br />

a alterações físico-químicas quando expostos a<br />

de possuir a tecnologia dos tubos VACUETTE®<br />

da amostra direto n o tubo primário, que será<br />

determinados fatores como temperatura, pH,<br />

com vácuo pré-definido para aspiração exata<br />

utilizado desde a coleta até o processamento. Já<br />

umidade e luz, por exemplo.<br />

de volumes, estéreis e fabricados seguindo um<br />

durante o transporte, impede a intercorrência de<br />

rigoroso processo de controle de qualidade.<br />

exposição da amostra à luz.<br />

Visando aumentar a segurança e prevenir a<br />

degradação desses analitos da ação da luz, como<br />

As concentrações do aditivo EDTA K3 dos tubos<br />

A Greiner Bio-One investe em tecnologia e<br />

no caso das vitaminas B1 e B6, por exemplo, a<br />

Âmbar VACUETTE® e suas tolerâncias permitidas,<br />

insumos de qualidade e é referência mundial<br />

Greiner Bio-One lança em seu portifólio o tubo<br />

bem como a proporção de sangue-aditivo, estão<br />

em sistemas de coleta de sangue a vácuo,<br />

de EDTA K3 coloração âmbar.<br />

de acordo com os requisitos e as recomendações<br />

além da divisão de BioScience, que oferece<br />

do padrão internacional ISO 6710.<br />

soluções para laboratórios de análises clínicas e<br />

O Tubo VACUETTE® EDTA K3 de coloração âmbar<br />

microbiologia. Veja mais em www.greiner.com<br />

se torna indispensável na rotina laboratorial,<br />

pois oferece proteção da amostra da incidência<br />

Na rotina laboratorial os benefícios são<br />

de luz de comprimentos de onda abaixo de 380<br />

muitos. Sua utilização resulta em otimização<br />

nm, garantindo que não haja a degradação do<br />

do processo, reduzindo o tempo de coleta, uma<br />

material, o que pode comprometer o resultado<br />

vez que o vácuo permite rapidez e precisão de<br />

final do exame.<br />

volume, além da visualização do fluxo da<br />

amostra. A proteção contra a luz no momento<br />

42<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Outra característica importante é que a<br />

coloração semitranslúcida do tubo permite a<br />

visibilidade da amostra durante a coleta, além<br />

da coleta, exclui a necessidade de corte e uso<br />

de papel alumínio como proteção do tubo,<br />

o que permite maior segurança na identificação<br />

Para mais informações:<br />

Departamento de Marketing<br />

Tel.: +55 19 3468 9600<br />

E-mail: info@br.gbo.com


PRODUZIDA NO BRASIL<br />

COM TECNOLOGIA ALEMÃ<br />

PLACA DE PETRI<br />

Personalizada e única<br />

Com excelente transparência ótica para análises microscópicas, as Placas de<br />

Petri da Greiner Bio-One podem ser customizadas com sua logomarca e ter<br />

a identidade do seu negócio.<br />

Além disso, são resistentes ao calor e produzidas em poliestireno de alta qualidade.<br />

www.gbo.com<br />

Greiner Bio-One Brasil / Avenida Affonso Pansan, 1967 CEP 13473-620 | Americana, SP<br />

TEL +55 (19) 3468-9600 / FAX +55 (19) 3468-3601 / E-MAIL info@br@gbo.com


Em Foco<br />

LAB DE A A Z: SACOS DE AMOSTRA WHIRL-PAK®<br />

DA NASCO SAMPLING E FRASCO COM TIOSSULFATO<br />

Os Sacos de Amostra Whirl-Pak® da NASCO*<br />

Não é necessário nenhum suporte para manter<br />

frasco livre de fluorescência. São amplamente<br />

são reconhecidos mundialmente pelo alto padrão<br />

o saco na posição vertical. Quando a amostra<br />

utilizados para coleta, armazenamento,<br />

de qualidade, robustez e segurança. E agora fazem<br />

é colocada no interior, o fundo especial,<br />

incubação e quantificação de amostras de água<br />

parte do portfólio da Kasvi. Os sacos de amostra<br />

permite que o saco se mantenha sozinho.<br />

para realização de testes de presença/ausência<br />

para coleta são ideais para diferentes segmentos<br />

São produzidos em polipropileno virgem,<br />

de coliformes totais e E. Coli.<br />

como as indústrias de alimentos e bebidas,<br />

disponível em diferentes tamanhos com área<br />

laticínios, análise da água, veterinária, análise<br />

para identificação das amostras, estéreis e livres<br />

Conheça esses lançamentos e nosso portfólio<br />

ambiental e solo, bem como ciência forense,<br />

de DNAse, RNAse e pirogênios.<br />

completo no site: kasvi@kasvi.com.br<br />

genética, biomédica e farmacêutica.<br />

Complementando nossos últimos lançamentos,<br />

* Produtos não passíveis de regulamentação na ANVISA.<br />

44<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

Desenvolvidos para promover segurança durante<br />

a coleta, transporte e no armazenamento de<br />

amostras, seu manuseio é muito mais fácil.<br />

o novo modelo de frasco para amostras com<br />

tiossulfato de sódio*. Feitos de poliestireno<br />

e esterilizados por óxido de etileno. Tampa e<br />

Kasvi<br />

0800 726 0508<br />

kasvi@kasvi.com.br


Em Foco<br />

MEDIÇÃO É COISA SÉRIA! SAIBA OS REQUISITOS<br />

PARA CALIBRAÇÃO EM FÍSICO-QUÍMICA.<br />

Você conhece o DOQ-CGCRE-022? Este é um<br />

documento orientativo do INMETRO que rege<br />

sobre como calibrar seu equipamento de<br />

físico-química (pHmetro por exemplo). Nele<br />

há diretrizes e orientações para o laboratório<br />

de calibração.<br />

Um dos pontos importantes sobre o<br />

processo em físico-química é o fato de que<br />

é necessário fazer a calibração elétrica e<br />

por meio de MRCs (Material de Referência<br />

Certificado) e isso você encontra na ER<br />

Analítica. Somos acreditados pela CGCRE<br />

na grandeza físico-química. Seguimos à<br />

risca a norma e trabalhamos com o que há<br />

de melhor para calibração e manutenção<br />

de: pHmetros, medidores de DBO,<br />

condutivímetro e íon seletivo fluoreto.<br />

Você pode consultar nosso escopo<br />

através do link:<br />

http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/rbc/<br />

lista_laboratorios.asp?acao=consulta<br />

Basta acessar o site, clicar no ícone “consultar<br />

laboratórios” e no campo “número de<br />

acreditação” inserir nosso número de<br />

acreditação que é 0715 e consultar.<br />

Saiba mais:<br />

Tel.: (11) 4606-7200<br />

WhatsApp: (11) 97149-5668<br />

www.eranalitica.com.br<br />

vendas@eranalitica.com.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />

45


DESDE 2000<br />

Conceito de qualidade em Microbiologia<br />

Novas e modernas instalações<br />

Equipe capacitada e comprometida<br />

Acreditações: REBLAS / CGCRE-INMETRO /ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017<br />

comercial@bcq.com.br - www.bcq.com.br - TEL.: 55 11 5083-5444

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