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EDITORIAL<br />
<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - Edição <strong>116</strong> - Janeiro 2022<br />
Ano novo, novos desafios. Inicio este primeiro editorial de 2022 entusiasmada com o trabalho que temos pela frente.<br />
Seguiremos buscando aprimorar a qualidade de nossa revista, contentes com todo o espaço já conquistado.<br />
Continuaremos promovendo o aumento de diálogos com o meio acadêmico,<br />
mantendo, ainda, nosso compromisso em divulgar práticas inovadoras,<br />
descobertas e pesquisas enriquecedoras de toda área de controle de qualidade, no<br />
âmbito industrial, farmacêutico, petrolífero, ambiental e muito mais.<br />
A edição <strong>116</strong> chega com diferentes e interessantes contribuições, propostas de<br />
mudança de paradigmas em experiências de intervenção inovadoras e instigantes,<br />
atenta aos novos contextos atuais e novas tecnologias.<br />
Dentre os artigos científicos, trouxemos nesta edição: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO<br />
DE BIOFILMES, O USO INTENSIVO DE ANTIBIÓTICOS NA AGROPECUÁRIA E SEU<br />
IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA e muito mais.<br />
Convido os leitores a participarem ativamente da elaboração da <strong>Analytica</strong>, enviando<br />
colaborações, artigos, ideias, sugestões. Pedimos também que divulguem a revista para<br />
suas redes, de modo que mantenhamos nosso constante crescimento, aprendizado e<br />
diálogo colaborativo na divulgação de práticas e inovações no âmbito industrial.<br />
Desejo a todos vocês, uma excelente leitura!<br />
Fale com a gente<br />
Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar:<br />
Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />
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contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />
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/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />
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Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />
EXPEDIENTE<br />
Realização: <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong><br />
Conselho Editorial: Sylvain Kernbaum | revista@revistaanalytica.com.br<br />
Jornalista Responsável: Luciene Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />
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Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral
<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - Edição <strong>116</strong> - Janeiro 2022<br />
ÍNDICE<br />
ARTIGO 1<br />
08<br />
01<br />
06<br />
Editorial<br />
Publique na <strong>Analytica</strong><br />
CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />
Por: Neoprospecta<br />
Controle de Qualidade, Food Safety, Microbiologia<br />
ARTIGO 2<br />
11<br />
COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS<br />
E A SUA EVOLUÇÃO<br />
Por: Celso Blatt, Ph.D – Químico de Aplicações<br />
Agilent Technologies Brasil<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
16<br />
BIOKAR TRAZ PARA O BRASIL<br />
MÉTODOS ALTERNATIVOS<br />
18<br />
21<br />
22<br />
Bioinformática<br />
Logística Laboratorial<br />
Agricultura e Saúde<br />
2<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
40<br />
Em Foco
LANÇAMENTO<br />
SACOS DE AMOSTRA<br />
DA NASCO SAMPLING<br />
MÁXIMA RESISTÊNCIA E TRANSPARÊNCIA<br />
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<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - Edição <strong>116</strong> - Janeiro 2022<br />
ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />
ordem alfabética<br />
Anunciante pág. Anunciante pág.<br />
BCQ<br />
4ª CAPA<br />
ER ANALITICA 05<br />
GREINER 43<br />
KASVI 03<br />
LABORCLIN<br />
CAPA<br />
NOVA ANALYTICA 41<br />
PENSABIO<br />
2ª CAPA<br />
PRIME CARGO<br />
3ª CAPA<br />
VEOLIA 07<br />
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Conselho Editorial<br />
Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />
Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />
do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />
de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />
Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />
da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />
4<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Colaboraram nesta Edição:<br />
Luciana e Sá Alves, Marcos Roberto Ruiz, Oscar Vega Bustillos, Bruna Mascaro e Claudio Kiyoshi Hirai.
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<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - Edição <strong>116</strong> - Janeiro 2022<br />
PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />
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com as análises industriais, instrumentação e o<br />
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apresentado.<br />
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Além disso, o nome do autor correspondente,<br />
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(Ex: Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />
Experimental, Resultados e Discussão, Conclusão)<br />
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citadas no texto devem vir listadas no fim,<br />
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Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />
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disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />
média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />
em outras publicações.<br />
6<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
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A/C: Luciene Almeida – Redação<br />
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Artigo 1<br />
CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />
Por: Neoprospecta<br />
Controle de Qualidade, Food Safety, Microbiologia<br />
Um biofilme é uma comunidade<br />
complexa e estruturada de<br />
microrganismos, aderidos entre si<br />
e/ou a uma superfície. O gênero<br />
Clostridium possui espécies<br />
formadoras de biofilme que podem<br />
ser extremamente prejudiciais aos<br />
hospitais e processos produtivos<br />
das industrias de alimentos.<br />
Os biofilmes estão amplamente<br />
distribuídos na natureza. Eles<br />
são o principal modo de vida<br />
das bactérias, sendo, portanto,<br />
essencial para a sobrevivência e<br />
para o desempenho de papel de<br />
virulência desses microrganismos<br />
(PANTALÉON et al, 2014).<br />
Essa “capa” de microrganismos pode<br />
estar ancorada em uma determinada<br />
superfície e possui cinco etapas de<br />
formação (Figura 1): (1) adesão<br />
inicial, (2) adesão irreversível, (3)<br />
desenvolvimento da arquitetura do<br />
biofilme, (4) maturação e (5) dispersão<br />
(SCHERRER & MARCON, 2016).<br />
A adesão inicial corresponde a<br />
capacidade de adesão das células<br />
e pode haver reversão, pois os<br />
microrganismos não sofreram<br />
alterações para a formação do<br />
biofilme. Após a ligação irreversível<br />
(adesão irreversível) apenas<br />
por meio de sanitizantes, como<br />
detergentes e surfactantes para<br />
ocorrer a remoção do biofilme.<br />
As etapas de desenvolvimento<br />
da arquitetura e maturação do<br />
8<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Figura 1: Processo de formação do biofilme: (1) adesão reversível; (2) adesão irreversível; (3) desenvolvimento da arquitetura do biofilme;<br />
(4) maturação; (5) dispersão. Adaptado de Monroe (2007).<br />
biofilme dependem da quantidade<br />
de nutrientes disponíveis e do<br />
fortalecimento das interações
entre as bactérias. Por fim, a etapa<br />
podem estar associados a bactérias<br />
deterioração dos alimentos e de<br />
de dispersão permite que novos<br />
patogênicas, como C. difficile, C.<br />
possíveis surtos alimentares causados<br />
nichos sejam colonizados pelas<br />
botulinum e C. perfringens.<br />
por produtos contaminados com<br />
bactérias desse biofilme.<br />
espécies patogênicas. Frigoríficos,<br />
A maioria dos estudos de biofilmes<br />
em especial, podem apresentar<br />
Biofilmes de Espécies de<br />
em Clostridium tem como enfoque<br />
contaminação de biofilmes formados<br />
Clostridium<br />
duas bactérias patogênicas<br />
por C. perfringens (GERMANO &<br />
As espécies do gênero Clostridium<br />
principais, C. difficile e C. perfringens,<br />
GERMANO, 2001).<br />
são bactérias gram-positivas<br />
devido a sua capacidade de<br />
anaeróbicas obrigatórias que<br />
produzir toxinas e produzir esporos<br />
Como Obter Segurança<br />
podem formar biofilmes.<br />
que podem promover infecções<br />
Contra Biofilmes de Espécies<br />
(PANTALÉON et al, 2014).<br />
de Clostridium<br />
Os biofilmes formados por<br />
Os biofilmes, em geral, são<br />
espécies de Clostridium podem ser<br />
Biofilmes na Indústria de<br />
removidos com auxílio de sanificação.<br />
multiespécies ou monoespécies<br />
Alimentos<br />
Segundo Meyer (2003), existem três<br />
e estarem presentes em diversos<br />
A presença de biofilmes em diversos<br />
estratégias básicas na tentativa de<br />
locais no ambiente. Como<br />
segmentos da indústria de alimentos<br />
resolver o problema dos biofilmes:<br />
por exemplo, os biofilmes<br />
é considerada comum. Eles podem<br />
sanificação antes da formação<br />
formados por C. thermocellum<br />
ser encontrados em todos os tipos<br />
do biofilme; sanificação após sua<br />
e C. acetobutylicum que estão<br />
de superfícies como o plástico, aço<br />
formação, utilizando sanificantes<br />
envolvidos no processo de<br />
inoxidável, vidro, madeira, borracha,<br />
potentes; ou utilização de materiais<br />
degradação da celulose durante a<br />
ferro, granito e em tubagens e drenos,<br />
que não favoreçam/impeçam a<br />
produção industrial ou reciclagem<br />
nos circuitos de água e de esgotos,<br />
formação dos biofilmes.<br />
(PANTALÉON et al, 2014).<br />
nos permutadores de calor, entre<br />
outros (SCHERRER & MARCON, 2016).<br />
No entanto, mesmo com um<br />
Alguns desses biofilmes podem<br />
programa de limpeza local bem<br />
ser encontrados no microbioma<br />
intestinal humano (C. clostridioforme<br />
e C.malenominatum), mas também<br />
O grande problema relacionado aos<br />
biofilmes, em especial os formados<br />
por espécies de Clostridium, é a<br />
projetado, há evidências de que<br />
microrganismos residuais dos<br />
biofilmes podem recolonizar as<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
9
Artigo 1<br />
superfícies dos equipamentos e<br />
também ter resistência aos agentes<br />
químicos utilizados para higienização<br />
de superfícies (BREMER et al, 2006).<br />
A eficiência dos sanitizantes<br />
dependem de inúmeros fatores<br />
como a natureza e tipo de<br />
superfícies tratadas, a concentração<br />
e natureza dos resíduos, o tipo<br />
de microbiota contaminante da<br />
superfície, a concentração e o<br />
período de contato do sanitizante<br />
com a superfície (SCHERRER &<br />
MARCON, 2016).<br />
A biologia molecular pode<br />
auxiliar nesse processo de<br />
validação da higienização<br />
e a Neoprospecta possui<br />
ferramentas exclusivas nessa<br />
área que irão que auxiliar na<br />
tomada de decisões para a<br />
segurança dos alimentos.<br />
Por isso contate-nos e<br />
esclareça suas dúvidas!<br />
Referências Bibliográficas<br />
BREMER, P. J. et al. Laboratory scale Clean-In-Place (CIP)<br />
studies on the effectiveness of different caustic and acid<br />
wash steps on the removal of dairy biofilms. International<br />
Journal of Food Microbiology, 106(3), 254–262, 2006.<br />
GERMANO, P. M. L; GERMANO, M. I. S. Higiene e vigilância<br />
sanitária de alimentos. São Paulo: Varela, 2001.<br />
MEYER, B. Approaches to prevention, removal and killing of<br />
biofilms. International Biodeterioration & Biodegradation,<br />
51:249-253, 2003.<br />
MONROE, D. Looking for chinks in the armor of bacterial<br />
biofilms. PLOS Biology, 5(11): e307, 2007.<br />
PANTALÉON, V. et al. Biofilms of Clostridium species.<br />
Anaerobe xxx, 1-6, 2014.<br />
RODRIGUES, D.; MARTINIS, E.; TEIXEIRA, P. Biofilmes na indústria<br />
alimentar. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/<br />
bitstream/1822/58846/1/document_12029_1.pdf Acesso em:<br />
03 de agosto de 2021<br />
SCHERRER, J. V.; MARCON, L. D. N. Formação de biofilme<br />
e segurança dos alimentos em serviços de alimentação.<br />
<strong>Revista</strong> da Associação Brasileira de Nutrição. São Paulo, SP,<br />
Ano 7, n. 2, p. 91-99, 2016.<br />
Este texto foi originalmente publicado no Blog da Neoprospecta.<br />
Leia o original aqui https://blog.neoprospecta.com/clostridium-e-a-formacao-de-biofilmes/<br />
Complemento Normativo - Artigo 1<br />
Referente ao artigo 1<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />
CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />
ISO 22000<br />
FOOD SAFETY MANAGEMENT<br />
Norma publicada em: 06/2018. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Processos na indústria de alimentos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/65464.html<br />
ASTM E2871<br />
Standard Test Method for Determining Disinfectant Efficacy<br />
Against Biofilm Grown in the CDC Biofilm Reactor Using the<br />
Single Tube Method<br />
Norma publicada em: 01/2019. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />
Entidade: ASTM.<br />
País de procedência/Região: EUA.<br />
https://www.astm.org/e2871-19.html<br />
10<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
ISO/CD 4768<br />
Measurement method of anti-biofilm activity on non-porous<br />
surfaces<br />
Norma publicada em: Em desenvolvimento<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/80309.html<br />
ASTM E2647<br />
Standard Test Method for Quantification of Pseudomonas<br />
aeruginosa Biofilm Grown Using Drip Flow Biofilm Reactor<br />
with Low Shear and Continuous Flow<br />
Norma publicada em: 01/2020. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: CLOSTRIDIUM E A FORMAÇÃO DE BIOFILMES<br />
Entidade: ASTM.<br />
País de procedência/Região: EUA.<br />
https://www.astm.org/e2647-20.html
Artigo 2<br />
COMO MEDIR A SENSIBILIDADE<br />
DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />
Por: Celso Blatt, Ph.D – Químico de Aplicações<br />
Agilent Technologies Brasil<br />
Na instalação de um cromatógrafo<br />
a gás acoplado a um espectrômetro<br />
de massa (GC/MS) sempre é feito um<br />
teste de desempenho para avaliar o<br />
funcionamento e a sua sensibilidade.<br />
Em 1971, ao instalar um dos primeiros<br />
GC/MS comerciais, o HP 5930A da<br />
figura 1, se injetava 1 uL de uma<br />
solução de estearato de metila na<br />
concentração de 10 ng/uL.<br />
A especificação de sensibilidade que<br />
precisava atingir na instalação era de<br />
Figura 1: Espectrômetro de Massa modelo HP 5930A com osciloscópio e registro em papel. O Tune era manual com<br />
chave de fenda e levava em torno de uma hora. O filtro de massa era um dodecapolo.<br />
uma relação sinal/ruído maior que 3:1.<br />
Traduzindo essa concentração, o GC/<br />
MS 5700A/5930A conseguia detectar<br />
10 ppm ou 10 ng de massa injetada.<br />
ppm = mg/L<br />
ppb = ug/L<br />
Para ajudar na compreensão<br />
das concentrações e evolução<br />
da sensibilidade no GC/MS ao<br />
longo dos anos, veja a figura 2<br />
com mais detalhes.<br />
ppt = ng/L<br />
ppq = pg/L<br />
Figura 2: Comparação de volumes, massas e concentrações.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
11
Artigo 2<br />
Para comparar as sensibilidades entre<br />
os GC/MS usa-se a massa injetada do<br />
composto na coluna.<br />
Injetando 1 uL de uma solução<br />
de 10 ng/uL, a massa injetada no<br />
cromatógrafo a gás será de 10 ng<br />
dessa substância.<br />
A figura 3 mostra a evolução do GC/<br />
MS nos últimos 40 anos.<br />
No GC muitas coisas mudaram e<br />
contribuíram para o aumento da<br />
sensibilidade.<br />
Figura 3: Evolução dos GC/MS 5971, 5973, 5975 e 5977 nos últimos 40 anos.<br />
No injetor do GC foram desenvolvidos<br />
novos métodos de injeção, usando<br />
liners mais eficientes e inertes<br />
que contribuem para transferir<br />
efetivamente os analitos em fase<br />
vapor para a coluna capilar.<br />
12<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
As colunas capilares mais finas e<br />
inertes produzem picos mais finos<br />
e altos que aumentam o sinal do<br />
analito. As fases estacionarias com<br />
menor sangramento contribuem para<br />
diminuir o ruído da linha de base.<br />
No MS as fontes de íons evoluíram<br />
e hoje conseguem ionizar mais íons<br />
(fonte HES) em relação as fontes de 40<br />
anos atrás. Essa maior capacidade de<br />
transformar uma molécula neutra em<br />
uma ionizada permite um aumento<br />
significativo de sinal.<br />
O quadrupolo inerte e o detector/<br />
contador de íons que evita<br />
Figura 4: Tradicional medida de sensibilidade no GC/MS comparando a altura do sinal em relação a altura do ruído.<br />
interferências permitem reduzir o<br />
ruído da linha de base.<br />
O método tradicional e padrão na<br />
indústria de medir a sensibilidade nos<br />
GC/MS e LC/MS é a relação do sinal/<br />
ruído.<br />
Em GC/MS o padrão da indústria<br />
é injetar 1 uL da solução de<br />
Octafluoronaftaleno (OFN) na<br />
concentração de 1 pg/uL. Traduzindo<br />
essa concentração, o GC/MS<br />
conseguia detectar 1 ppb ou 1 pg de<br />
massa injetada.<br />
A figura 4 mostra como é feito a medida<br />
de sinal do analito e a medida do ruído<br />
na linha de base. Inicialmente essa<br />
medida era feita com régua, mas hoje o<br />
software do GC/MS calcula facilmente<br />
e com diferentes modos de cálculo.
O limite de detecção do GC/MS é<br />
calculado dividindo a razão sinal/ruído<br />
por 3. O limite de quantificação de um<br />
analito é calculado dividindo por 10.<br />
Existem vários problemas em usar a<br />
relação sinal/ruído para expressar a<br />
sensibilidade de um GC/MS.<br />
A relação sinal/ruído somente vai<br />
estimar corretamente a sensibilidade<br />
se houver um ruído na linha de base<br />
para ser medido.<br />
Figura 5: Medidas de sinal/ruído para o mesmo sinal em diferentes regiões na linha de base e diferentes modos de cálculo.<br />
Se a relação sinal/ruído for maior<br />
que 50:1 ela não é apropriada para<br />
estimar a sensibilidade de detecção<br />
de um GC/MS.<br />
O maior problema ao medir a razão<br />
sinal/ruído é ilustrado na figura 5. Se<br />
mudar o lugar, o tempo e se mudar a<br />
forma de medir o ruído, o resultado<br />
final pode ser alterado facilmente.<br />
Figura 6: Cálculo do IDL baseado na estatística de 8 injeções consecutivas do analito.<br />
Observe que na figura 5, para o<br />
mesmo pico do analito, a relação<br />
sinal/ruído é 373 para a medida de<br />
ruído Peak-to-Peak (pico a pico) por<br />
12 segundos. No último exemplo<br />
a direita a razão sinal/ruído salta<br />
para 244034 medindo o ruído por<br />
5 segundos e no modo Auto RMS.<br />
A conclusão sobre a medida de<br />
sinal/ruído é que não é um valor<br />
confiável e que possa ser usado<br />
como uma referência quando<br />
comparado com outros fabricantes,<br />
usuários e modelos de GC/MS.<br />
Para sair dessa armadilha de medir<br />
o ruído, que pode ser usado para o<br />
sucesso ou para ganhar vantagem<br />
indevida, existe uma tendência<br />
entre os principais fabricantes e<br />
usuários de GC/MS em usar uma<br />
ferramenta estatística para expressar<br />
a sensibilidade do equipamento.<br />
A ferramenta IDL (Instrument<br />
Detection Limit) avalia somente<br />
a área do analito em baixa<br />
concentração pela injeção<br />
consecutiva de 8 ou mais vezes.<br />
Ao invés de medir o ruído, se<br />
calcula o desvio padrão relativo das<br />
8 injeções consecutivas do analito e<br />
se o RSD for baixo, esse RSD é usado<br />
no cálculo mostrado na figura 6.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
13
Artigo 2<br />
No exemplo do cálculo acima<br />
foi injetado 8 vezes um analito<br />
na concentração de 100 fg/<br />
uL. O RSD para a área dessas 8<br />
injeções foi 4%.<br />
Aplicando isso na fórmula<br />
acima temos que a menor<br />
massa injetada que pode ser<br />
Figura 7: Teste de IDL em GC/MS/MS QQQ com 12 injeções consecutivas de 1 uL de OFN a 2 fg/uL. Com o RSD% de 5,5%<br />
o IDL calculado é de 0,3 fg ou 300 ag.<br />
detectada é 12 fg.<br />
A figura 7 mostra 12 injeções<br />
Pela figura 7, o resultado do<br />
sensibilidade na instalação, usando o<br />
consecutivas de OFN e a massa<br />
teste de IDL mostra que podemos<br />
IDL, deve ser menor ou igual a 0,5 fg<br />
injetada é de 2 fg. Observe que o<br />
detectar 0,3 fg de OFN ou seja<br />
para 2 fg de OFN injetada. Essas injeções<br />
RSD% para a área das 12 injeções<br />
300 atomograma (ag).<br />
devem ser feitas usando hélio como gás<br />
é de 5,5%.<br />
de arraste, injeção no modo Splitless<br />
Esse resultado foi obtido em um<br />
com injetor automático e coluna capilar<br />
Se o RSD% for maior que 10% para<br />
GC/MS/MS QQQ no modo MRM<br />
de 30 metros (referência 4).<br />
as 8 ou mais injeções consecutivas,<br />
com a fonte HES, injetando 1 uL<br />
é necessário aumentar a massa<br />
de uma solução a 2 fg/uL.<br />
Como curiosidade; 0,5 fentogramas<br />
injetada para ter um pico maior<br />
são 0,0000000000000005 gramas.<br />
e consequentemente um RSD%<br />
A especificação do GC/MS/MS<br />
14<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
abaixo dos 10%.<br />
QQQ modelo 7010B para o teste de<br />
Comparando o GC/MS de 1971
(5930) com o atual (7010B), a<br />
massa detectada passou de 10<br />
nanogramas (10 ng) para 500<br />
atomogramas (500 ag). Isso<br />
permite dizer que o GC/MS atual é<br />
10 milhões de vezes mais sensível<br />
que o GC/MS de 50 anos atrás.<br />
Concluindo, hoje em dia existe um<br />
consenso entre os fabricantes e usuários<br />
sobre o teste de sensibilidade dos GC/<br />
MS e LC/MS de que o IDL é a melhor<br />
ferramenta. O IDL não mede o ruído da<br />
linha de base e se baseia somente na<br />
estatística da medida de área.<br />
Referências:<br />
1) Como avaliar a relação sinal/ruído e o IDL:<br />
https://www.agilent.com/cs/library/technicaloverviews/public/5990-7651EN.pdf<br />
2) Porque a relação sinal/ruído pode não ser adequado: https://www.agilent.com/cs/library/technicaloverviews/public/5990-8341EN.pdf<br />
3) Como calcular a relação sinal/ruído no Masshunter:<br />
https://community.agilent.com/knowledge/masshunter-portal/w/masshunter-knowledgebase/10597/how-to-match-the-signal-to-noise-calculations-between-masshunter-qualitative-andquantitative-analysis-software-for-total-ion-chromatograms?utm_source=LinkedIn&utm_medium=Social&utm_campaign=SSD_FY21_AC-KNOW<br />
4) Especificação de instalação do GC/MS/MS QQQ 7010:<br />
https://www.agilent.com/en/product/gas-chromatography-mass-spectrometry-gc-ms/gc-ms-instruments/7010b-triple-quadrupole-gc-ms<br />
5) Especificações de instalação do GC/MS 5977: https://quantum.ee/wp-content/uploads/pdf/5977b-data-sheet.pdf<br />
Complemento Normativo - Artigo 2<br />
Referente ao artigo 2<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />
A UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS<br />
ISO/TR 14749<br />
Natural gas - Online gas chromatograph for upstream area<br />
Norma publicada em: 05/2016. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Gas Natural.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/63926.html<br />
ISO/TS 23973<br />
Liquid chromatography at critical conditions (LCCC) - Chemical<br />
heterogeneity of polyethylene oxides<br />
Norma publicada em: 08/2020. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Métodos físico-químicos de análise<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/77489.html<br />
ISO 22155<br />
Soil quality - Gas chromatographic determination of volatile aromatic<br />
and halogenated hydrocarbons and selected ethers - Static headspace<br />
method<br />
Norma publicada em: 02/2016. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Características químicas dos solos<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/65184.html<br />
ISO 15009<br />
Soil quality - Gas chromatographic determination of the content of<br />
volatile aromatic hydrocarbons, naphthalene and volatile halogenated<br />
hydrocarbons - Purge-and-trap method with thermal desorption<br />
Norma publicada em: 02/2016. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Características químicas dos solos<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/65179.html<br />
ASTM D6060<br />
Standard Test Method for Sampling of Process Vents with a Portable Gas<br />
Chromatograph<br />
Norma publicada em: 01/2017. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />
Entidade: ASTM.<br />
País de procedência/Região: EUA.<br />
https://www.astm.org/d6060-17.html<br />
ASTM D7165<br />
Standard Practice for Gas Chromatograph Based On-line/At-line<br />
Analysis for Sulfur Content of Gaseous Fuels<br />
Norma publicada em: 01/2010. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: COMO MEDIR A SENSIBILIDADE DO GC/MS E A SUA EVOLUÇÃO<br />
Entidade: ASTM.<br />
País de procedência/Região: EUA.<br />
https://www.astm.org/d7165-10r15.html<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
15
Matéria de Capa<br />
BIOKAR TRAZ PARA O BRASIL<br />
MÉTODOS ALTERNATIVOS<br />
Nosso entrevistado desta edição é Bertrand De Sevin, Bioquímico,<br />
Diretor Geral do Grupo Solabia onde atua há mais de 40 anos.<br />
Bertrand, obrigada por conceder<br />
esta entrevista para <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong><br />
sobre a Biokar e as novidades que<br />
estão sendo trazidas para o Brasil.<br />
Bertrand de Sevin<br />
Diretor Geral do<br />
Grupo Solabia<br />
Bom para começar nos fale um<br />
pouco sobre a Biokar Diagnostics?<br />
Bertrand<br />
Obrigado pela oportunidade de<br />
poder falar sobre este tema e sobre<br />
nossos planos para o Brasil.<br />
Bertrand - A Biokar Diagnostics é uma empresa do Grupo Solabia, com sede<br />
na França e 50 anos de expêriencia neste mercado. A Biokar é líder de mercado<br />
na Europa e está dedicada à fabricação de meios de cultura e reagentes para o<br />
controle microbiológico, peptonas para o setor das biotecnologias e de produtos<br />
para a indústria farmacêutica, cosmética e nutracêutica. Somos inclusive um dos<br />
principais produtores de peptonas do mundo.<br />
Qual o grande diferencial que a<br />
Biokar traz para o mercado Brasileiro?<br />
Bertrand - Como especialistas em peptonas e meios de cultura que somos,<br />
inspiramos uma nova era aos meios de cultura clássicos com métodos<br />
alternativos rápidos que são meios cromogênicos e específicos que diminuem<br />
etapas do processo garantido um resultado fidedigno e mais rápido em comparação<br />
aos métodos tradicionais.<br />
Esses métodos foram validados e certificados pela AFNOR, de acordo<br />
com a ISO 16140. A AFNOR é a Associação Francesa de Normatização a qual<br />
é membro da Organização Internacional de Padronização (ISO). Estes métodos<br />
alternativos reconhecidos oficialmente pela ANVISA, através da Resolução RDC<br />
Nº 331 de 23 de Novembro de 2019 e pela IN 60 (Instrução Normativa Nº 60)<br />
de mesma data, são uma opção de primeira escolha, fácil implementação,<br />
eficientes e econômicos oferecendo resultados seguros, rápidos e específicos<br />
a um excelente custo-benefício que possibilita ter planos de controle mais<br />
extensos e sólidos. São eles:<br />
• IRIS Salmonella® - Método para detecção de Salmonella spp, onde o tempo<br />
para obtenção dos resultados negativos é de 37 horas.<br />
Possuímos empresas e negócios com perfis e expertises complementares<br />
que permitiram desenvolver um portfólio amplo e com elevado nível<br />
de qualidade. Nossos produtos são utilizados no mundo todo pela indústria<br />
cosmética, farmacêutica e agroalimentar.<br />
Temos uma estratégia altamente focada em inovação, numa forte política de<br />
investimento, na mobilização de nossas equipes na satisfação dos nossos clientes.<br />
• COMPASS Listeria® - Método para pesquisa e contagem de Listeria<br />
monocytogenes, onde o tempo para obtenção dos resultados é de 40 horas para<br />
pesquisa e 46 horas para contagem.<br />
• Symphony® - Método para contagem de bolores e leveduras com resultados<br />
em 54 horas.<br />
• COMPASS Bacillus® - Método para detecção e contagem de Bacillus cereus com<br />
resultados em 21 horas.<br />
16<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Com mais de 25 anos de atuação no Brasil, investimos em duas fábricas em<br />
Maringá, no Paraná que produzem Peptonas e Sulfato de condroitina destinado<br />
à indústria farmacêutica. A gama foi sucessivamente ampliada com produtos<br />
também destinados à indústria cosmética. Em 2020 adquirimos a Laborclin, líder<br />
brasileira em microbiologia.<br />
• CSD® - Método para detecção de Cronobacter spp em 37 horas.<br />
• Rhapsody (Pseudomonas spp) ® - Método para contagem de<br />
Pseudomonas spp com resultados em 45 a 51 horas.<br />
• Easy Staph® - Método para contagem de estafilococos coagulase positiva<br />
em 22 horas.
Matéria de Capa<br />
Percebi que você citou várias vezes a questão de<br />
qualidade. Como a qualidade impacta os seus processos?<br />
Nossa visão de controle de qualidade considera o máximo de variáveis microbiológicas<br />
encontradas em diferentes pontos do mundo. Construímos, assim, planos de controle<br />
altamente rigorosos sobre os produtos que desenvolvemos através do uso de cepas de<br />
microrganismos de matrizes alimentares encontradas em todo o mundo.<br />
Por meio de métodos inovadores e produtos de alta qualidade, temos como<br />
objetivo proteger o consumidor e as marcas da indústria agroalimentar e assim<br />
gerar valor a nossos clientes.<br />
Temos orgulho de ter conquistado a confiança de nossos clientes,<br />
tanto multinacionais quanto produtores regionais graças à nossa priorização pela<br />
qualidade. Com a Laborclin iremos replicar este modelo para o Brasil.<br />
Quais é a ambição e estratégia de<br />
atuação da Biokar no Brasil?<br />
Enxergamos o Brasil como peça-chave na alimentação global, e desejamos nos tornar<br />
um dos principais players do mercado brasileiro, oferecendo nosso know-how em<br />
inovação e tecnologia. O Brasil é produtor em grande escala de pecuária e agricultura,<br />
logo as Indústrias Agroalimentares com produção primária precisam desenvolverse<br />
fortemente para oferecer produtos processados com maior valor agregado.<br />
Enxergamos o país com grande potencial com forte investimento neste setor.<br />
Com a aquisição da Laborclin, nossa estratégia é unir sua experiência e<br />
credibilidade de mais de 50 anos em microbiologia no Brasil. Disponibilizando<br />
ao mercado uma oferta completa de métodos analíticos no controle<br />
microbiológico, com o intuito de participar ativamente do fortalecimento da<br />
segurança alimentar em toda América latina.<br />
Quando mencionou custo-benefício, Bertrand, qual é o impacto na<br />
rotina do laboratório?<br />
Os métodos alternativos que a Biokar desenvolveu e recentemente trouxe<br />
ao Brasil, facilitam a rotina dos laboratórios de todos os portes fornecendo menor<br />
tempo para obtenção dos resultados, redução da mão de obra e do número de<br />
consumíveis quando comparados aos métodos tradicionais.<br />
Outro diferencial relevante é que não é necessário o uso de equipamentos, sendo<br />
desta forma, acessível a qualquer laboratório, independente do volume de amostras<br />
processadas em sua rotina, sem a necessidade de investir recursos na compra de<br />
equipamentos ou contratos de locação, onde muitas vezes exigem a compra de<br />
quantidade mínima de consumíveis.<br />
Como nossos leitores podem ter mais informações e acesso<br />
aos produtos Biokar?<br />
A Laborclin foi adquirida para ser o nosso braço de expansão no Brasil e América<br />
Latina. Nossa sinergia nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, canais de vendas,<br />
marketing e distribuição e estratégia de investimento nos permite oferecer um<br />
portfólio com mais de 900 produtos somados a uma oferta com melhor custobenefício<br />
e com elevado padrão de qualidade.<br />
Os leitores da <strong>Analytica</strong> poderão entrar em contato com nosso time da Laborclin<br />
através dos contatos que estão logo abaixo:<br />
Bertrand, foi muito bom conhecer sobre a Biokar e principalmente sobre os<br />
métodos alternativos que vocês estão trazendo para o Brasil. Obrigada mais uma<br />
vez e desejamos sucesso a vocês.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
17
Bioinformática<br />
BIOINFORMÁTICA:<br />
UNIÃO ENTRE CIÊNCIA E TECNOLOGIA<br />
18<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
A Bioinformática é uma ciência<br />
multidisciplinar que usa<br />
ferramentas computacionais para<br />
organizar, armazenar e interpretar<br />
dados biológicos.<br />
Os resultados de pesquisas<br />
científicas geram dados e, pensando<br />
na evolução da tecnologia e da<br />
ciência em si, é difícil imaginar<br />
a quantidade gigantesca de<br />
dados gerados diariamente. Além<br />
disso, muitas vezes analisar e<br />
interpretar os resultados é a parte<br />
mais desafiadora dos estudos<br />
quando pensamos também<br />
na complexidade dos dados<br />
obtidos. Neste cenário, surgiu<br />
a bioinformática, a união entre<br />
a tecnologia computacional e a<br />
ciência.<br />
O que é a bioinformática?<br />
A Bioinformática é uma ciência<br />
multidisciplinar que usa de<br />
tecnologia e ferramentas<br />
computacionais para organizar,<br />
armazenar, interpretar, visualizar e<br />
disseminar dados biológicos.<br />
Na maioria das vezes, a bioinformática<br />
é utilizada para estudar a determinação<br />
de funções de genes e proteínas,<br />
estabelecer relações evolutivas e prever<br />
formas tridimensionais das proteínas.<br />
Quando surgiu a bioinformática?<br />
O termo bioinformática foi utilizado<br />
pela primeira vez por Paulien<br />
Hogeweg e Ben Hesper em 1970<br />
como “O estudo dos processos<br />
informáticos em sistemas bióticos “.<br />
No entanto, a pesquisadora Margaret<br />
Dayhoff foi quem ficou conhecida<br />
como a mãe da bioinformática.<br />
A pesquisadora foi a pioneira no<br />
desenvolvimento de computadores<br />
capazes de determinar a sequência<br />
de peptídeo, programas para<br />
exibir estruturas tridimensionais<br />
de proteínas e métodos<br />
computacionais para comparação<br />
de sequência. Além disso, em 1965<br />
Dra. Dayhoff participou da criação<br />
do “Atlas of Protein Sequence and<br />
Structure”, o primeiro banco de<br />
dados público computadorizado de<br />
sequências de proteínas.<br />
Além destes e de outros pesquisadores<br />
que contribuíram de forma<br />
grandiosa para o reconhecimento da<br />
bioinformática, seu crescimento só foi<br />
possível através do desenvolvimento<br />
dos computadores. O avanço da<br />
tecnologia dos computadores teve por<br />
consequência uma maior capacidade<br />
de processamento e memória das<br />
máquinas, o que é essencial para<br />
analisar a grande quantidade de<br />
dados gerados nas pesquisas.<br />
Ciência e tecnologia lado a lado<br />
O desenvolvimento da ciência e<br />
dos computadores seguiu uma<br />
certa sincronia de evolução. Em<br />
1970 Fred Sanger e Walter Gilbert<br />
desenvolveram os primeiros métodos<br />
de sequenciamento de DNA. Então,<br />
em 1977, Sanger usou este sistema<br />
para deduzir a sequência de DNA<br />
do bacteriófago Phi X 174 (ΦX174),<br />
o primeiro genoma completo a ser<br />
sequenciado com cerca de 5 mil<br />
nucleotídeos. Nesta mesma época os<br />
computadores ainda apresentavam<br />
capacidade de armazenamento<br />
limitado.
Bioinformática<br />
No final dos anos 80 surgiu a primeira<br />
máquina de sequenciamento<br />
automático de DNA. Logo em seguida,<br />
na década de 90, os computadores se<br />
tornaram mais populares, com maior<br />
capacidade de armazenamento e<br />
processamento, além da possibilidade<br />
de acessar a internet.<br />
Nesta época, os primeiros algoritmos<br />
para montagem de genoma, ou<br />
seja, para definir a sequência de<br />
nucleotídeos no material genético,<br />
começaram a ser desenvolvidos. O<br />
primeiro organismo vivo a ter seu<br />
genoma sequenciado foi a bactéria<br />
Haemophilus influenzae, em um<br />
trabalho publicado em 1995. Nesta<br />
época, a bioinformática se tornou<br />
ainda mais conhecida e houve um<br />
aumento no investimento para<br />
desenvolver novos algoritmos<br />
capazes de analisar sequências mais<br />
complexas e com maior volume.<br />
Com o avanço da ciência, da<br />
tecnologia e da acessibilidade aos<br />
dados, em 1990 foi possível iniciar o<br />
Projeto Genoma Humano, que contou<br />
com pesquisadores de 18 países para<br />
mapear o genoma humano, que tem<br />
cerca de 3 bilhões de pares de base.<br />
Exemplos da aplicação de ferramentas de bioinformática.<br />
Por volta de 2005, surgiu a tecnologia<br />
mais moderna de sequenciamento<br />
de DNA, o Sequenciamento de Nova<br />
Geração ou NGS, que revolucionou<br />
a ciência. Esta tecnologia permite<br />
sequenciar bilhões de fragmentos<br />
de DNA de uma só vez. Além da<br />
agilidade, o NGS também tornou<br />
o sequenciamento muito menos<br />
custoso financeiramente e, portanto,<br />
mais acessível.<br />
Com isso, a lista de genomas<br />
completos e do volume de dados<br />
biológicos começou a aumentar<br />
drasticamente. Por isso, também<br />
foi necessário desenvolver novas<br />
ferramentas de bioinformática para<br />
processar de forma rápida e eficaz<br />
volumes enormes de dados gerados.<br />
Quais são as principais aplicações<br />
da bioinformática?<br />
Na visão descrita por Luscombe<br />
e colaboradores em 2001, a<br />
bioinformática é destacada pelos<br />
seguintes objetivos:<br />
I- Organizar os dados para que os<br />
pesquisadores possam acessar<br />
as informações e criar novas<br />
informações:<br />
Devido ao grande volume de<br />
dados gerados, a organização,<br />
armazenamento e acesso se<br />
tornaram necessários. Por isso, o<br />
aumento da quantidade de dados<br />
foi acompanhado do surgimento de<br />
diversos bancos de dados biológicos.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
19
Bioinformática<br />
20<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Uma das primeiras plataformas<br />
desenvolvidas e hoje uma das<br />
principais utilizadas foi o GenBank,<br />
desenvolvido pelo National<br />
Institutes of Health (NIH) em<br />
1982. O banco hospeda a maioria<br />
dos dados de sequências de ácido<br />
nucléico e proteína de milhares de<br />
organismos.<br />
Além do GenBank, o Banco de<br />
dados de DNA do Japão (DDBJ) e<br />
Laboratório Europeu de Biologia<br />
Molecular (EMBL) são considerados<br />
os bancos de dados primários. Hoje,<br />
segundo o Nucleic Acids Research,<br />
existem cerca de 1700 bancos de<br />
dados biológicos disponíveis.<br />
II- Desenvolver ferramentas<br />
e recursos que auxiliem na<br />
análise dos dados<br />
A construção de ferramentas para<br />
processamentos de dados é um<br />
dos objetivos mais importantes<br />
da bioinformática. Como o<br />
conhecimento científico avança cada<br />
vez mais, muitas vezes é necessário<br />
desenvolver um novo recurso<br />
ou ferramenta computacional<br />
para realizar análises de novas<br />
descobertas, por exemplo.<br />
III- Usar essas ferramentas para<br />
analisar os dados e interpretálos<br />
de forma significativa<br />
As ferramentas de bioinformática<br />
podem ser utilizadas por exemplo<br />
para orientar e processar dados<br />
de NGS através de uma série de<br />
conversões de dados, montagem<br />
de genomas, alinhar e comparar<br />
sequências de DNA com um genoma<br />
disponíveis em bancos de dados,<br />
realizar ensaios de modelagem.<br />
NGS e bioinformática<br />
O desenvolvimento de tecnologias<br />
NGS associadas à bioinformática abriu<br />
uma gama de novas possibilidades,<br />
como compreender o papel de<br />
variações genéticas, processos de<br />
evolução e mecanismos funcionais<br />
dos organismos, estudos de expressão<br />
Por: Nágela G. Safady<br />
Nágela Gomes Safady é graduada e mestre em Biotecnologia pela Universidade<br />
Federal de São Carlos. Atualmente é produtora de conteúdo no Varsomics.<br />
FONTE:<br />
gênica global, padrões de metilação,<br />
marcadores epigenéticos e outros.<br />
A relação entre as duas ferramentas<br />
também possibilitou o início de uma<br />
nova era para a saúde humana, a<br />
medicina de precisão.<br />
Embora a união entre a ciência<br />
e a tecnologia computacional<br />
ainda seja recente, os avanços<br />
no conhecimento são gigantes e<br />
muito ainda está por vir!<br />
Principais referências:<br />
Angarica VE, Del Sol A. Bioinformatics Tools for<br />
Genome-Wide Epigenetic Research. Adv Exp Med Biol.<br />
2017;978:489-512. doi:10.1007/978-3-319-53889-1_25<br />
Diniz WJ, Canduri F. REVIEW-ARTICLE Bioinformatics:<br />
an overview and its applications. Genet Mol Res.<br />
2017;16(1):10.4238/gmr16019645. Published 2017 Mar<br />
15. doi:10.4238/gmr16019645<br />
Mulder NJ, Adebiyi E, Adebiyi M, et al. Development of<br />
Bioinformatics Infrastructure for Genomics Research.<br />
Glob Heart. 2017;12(2):91-98. doi:10.1016/j.<br />
gheart.2017.01.005<br />
Oliver GR, Hart SN, Klee EW. Bioinformatics for clinical next<br />
generation sequencing. Clin Chem. 2015;61(1):124-135.<br />
doi:10.1373/clinchem.2014.224360
Logística Laboratorial<br />
CERTIFICADO DE BOAS PRÁTICAS DE ARMAZENAMENTO<br />
E DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE<br />
PRIME STORAGE RECEBE CERTIFICADO<br />
DE BOAS PRÁTICAS DA ANVISA<br />
(11) 4280-9110<br />
www.primestorage.com.br<br />
A Prime Storage, é uma empresa de<br />
armazenamento de carga, fundada<br />
em 06 de janeiro de 2011, especializada<br />
em armazenar produtos para<br />
a área da saúde, contamos hoje com<br />
estrutura adequada e disponível para<br />
a pronta utilização, uma equipe de<br />
profissionais capacitados, que nos<br />
permite o pronto atendimento das<br />
necessidades de nossos clientes, se<br />
compromete a garantir as boas práticas<br />
da ANVISA em todos os processos<br />
de armazenagem e distribuição.<br />
A Prime Storage, procura melhorar<br />
continuamente o serviço prestado<br />
de armazenagem de produtos para<br />
saúde, tal como os seus processos<br />
e métodos de controle com o objetivo<br />
de corresponder e antecipar-se<br />
às exigências de qualidade dos seus<br />
clientes, os requisitos estatutários e<br />
regulamentares.<br />
Recentemente a Prime Storage<br />
obteve junto a ANVISA a certificação<br />
de Boas práticas de Armazenagem<br />
e Distribuição de produtos<br />
para a saúde.<br />
A CBPDA – Certificado de Boas<br />
Práticas de Armazenamento e<br />
Distribuição é um conjunto de<br />
procedimentos obrigatórios criados<br />
para garantir padrões de qualidade,<br />
integridade e segurança<br />
dos produtos nos processos de<br />
armazenagem, transporte e comercialização.<br />
O conceito de boas práticas tem<br />
como pilar o treinamento e capacitação<br />
das equipes, rastreabilidade<br />
de produtos e processos,<br />
medição e monitoramento, além<br />
de auditorias e autoinspeções.<br />
É fundamental cumprir as boas práticas<br />
da ANVISA não somente por estar<br />
cumprindo com a legislação vigente<br />
más também para garantir a qualidade<br />
dos produtos para consumo.<br />
O grande desafio das Boas Práticas<br />
é a manutenção e controle de seus<br />
requisitos devido aos inúmeros<br />
processos envolvidos no armazenamento<br />
ou na distribuição dos<br />
produtos, contando com diversas<br />
variáveis envolvidas nos procedimentos.<br />
Implementar corretamente as<br />
Boas Práticas de Armazenagem<br />
e manter o nível de qualidade<br />
dos serviços é um desafio diário.<br />
Tâmisa Barbosa de Lima<br />
Farmacêutica / Coordenadora de Qualidade<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
21
Agricultura e saúde<br />
O USO INTENSIVO DE ANTIBIÓTICOS<br />
NA AGROPECUÁRIA E SEU IMPACTO NA SAÚDE<br />
PÚBLICA: UMA REVISÃO NARRATIVA<br />
Por: Kelen Cristina da Silva<br />
Biomédica Universidade do Sul de Santa Catarina<br />
Unidade Florianópolis<br />
Resumo<br />
Introdução: O uso excessivo de antibióticos na<br />
agropecuária pode provocar possíveis danos à saúde<br />
humana proveniente da resistência antimicrobiana.<br />
Objetivo: Compreender sobre o uso intensivo de<br />
antibióticos na agropecuária, e seu impacto na saúde<br />
pública. Metodologia: Revisão narrativa com<br />
estratégias de seleção de livros impressos/digitais e<br />
artigos em várias bases de dados. Os dados foram<br />
revisados, categorizados e interpretados, apresentando<br />
definições, mecanismos e fatores associados ao tema.<br />
Resultados e discussão: O presente estudo pontua<br />
os principais fatores que contribuem para a rápida<br />
proliferação da resistência antimicrobiana e seu impacto<br />
na saúde pública gerado por esse desequilíbrio; dando<br />
ênfase para o uso excessivo de antibióticos na pecuária<br />
e agricultura. Considerações finais: De acordo com<br />
os resultados desse estudo, foi possível compreender a<br />
necessidade de se avaliar estratégias a fim de minimizar<br />
os impactos gerados pelo uso indiscriminado de<br />
antibióticos no setor da agropecuária, devido a sua<br />
colaboração significativa para o aumento de bactérias<br />
resistentes, responsáveis a cada ano pela morte de<br />
aproximadamente 700 mil pessoas em todo o mundo.<br />
Palavras chave: agropecuária, animais, antibióticos,<br />
resistência, saúde.<br />
Abstract<br />
Introduction: The excessive use of antibiotics in<br />
agriculture can cause possible damage to human<br />
health from antimicrobial resistance. Objective:<br />
To understand the intensive use of antibiotics<br />
in agriculture and its impact on public health.<br />
Methodology: Narrative review with selection<br />
strategies for printed/digital books and articles in<br />
various databases. Data were reviewed, categorized<br />
and interpreted, presenting definitions, mechanisms<br />
and factors associated with the theme. Results<br />
and discussion: This study points out the main<br />
factors that contribute to the rapid proliferation of<br />
antimicrobial resistance and its impact on public<br />
health generated by this imbalance; emphasizing<br />
the overuse of antibiotics in livestock and agriculture.<br />
Final considerations: According to the results of<br />
this study, it was possible to understand the need to<br />
evaluate strategies in order to minimize the impacts<br />
generated by the indiscriminate use of antibiotics<br />
in the agricultural sector, due to their significant<br />
contribution to the increase of resistant bacteria,<br />
responsible each year for the death of approximately<br />
700,000 people worldwide.<br />
Keywords: agriculture, animals, antibiotics, resistance,<br />
health.<br />
22<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022
Agricultura e saúde<br />
Introdução<br />
Segundo a organização mundial<br />
da saúde (WHO, do inglês, World<br />
Health organization), quando<br />
medicamentos antibióticos<br />
são utilizados de forma<br />
indiscriminada ao longo do tempo<br />
na agropecuária, ao contrário<br />
de auxiliarem na neutralização<br />
dos agentes de doenças, acabam<br />
fortalecendo gradualmente esses<br />
microrganismos, se tornando<br />
inúteis ao combate. A forma<br />
como os antibióticos atualmente<br />
são utilizados em ambientes<br />
ambulatoriais, hospitalares e<br />
domésticos no tratamento ou<br />
profilaxia de doenças humanas e<br />
também no setor da agropecuária,<br />
é alarmante (WHO, 2017).<br />
antibióticos é o uso inadequado e<br />
abusivo desses medicamentos em<br />
plantações e animais de criação,<br />
ocasionando assim, uma crescente<br />
proliferação de enfermidades que se<br />
propagam primeiramente entre esses<br />
animais, alcançando em seguida os<br />
seres humanos pelo consumo da<br />
carne e seus derivados, e também<br />
pelo meio ambiente através do solo<br />
e águas superficiais (FAO, 2021).<br />
Pesquisas apontam que sete em cada<br />
dez doenças humanas descobertas<br />
recentemente, são de origem animal<br />
e sugerem que a exposição alimentar<br />
aos resíduos de medicamentos<br />
veterinários utilizados na pecuária e<br />
também na agricultura pode provocar<br />
efeitos adversos à saúde humana,<br />
tanto agudos quanto crônicos<br />
microbiano (GUIMARÃES et al.,<br />
2010). Cada tipo de antibiótico<br />
possui um mecanismo de ação<br />
para combater bactérias infecciosas<br />
presentes no nosso organismo,<br />
alterando a suas estruturas e<br />
capacidade de se dividirem (COSTA,<br />
SILVA JUNIOR, 2017). Já a resistência<br />
bacteriana acontece, principalmente,<br />
pelo surgimento de mutações<br />
aleatórias que atribuem às bactérias<br />
proteção contra os antibióticos,<br />
devido à exposição frequente e mal<br />
administrada desses medicamentos.<br />
Com isso, as mutações acontecem<br />
com maior frequência, ou seja,<br />
o processo torna-se acelerado.<br />
“A resistência a fármacos<br />
frequentemente é carreada por<br />
plasmídeos ou por pequenos<br />
Estudos da Organização das Nações<br />
Unidas para Alimentação e Agricultura<br />
(FAO, do inglês, Food and Agriculture<br />
Organization of the United Nations),<br />
mostram que um dos principais<br />
fatores para o surgimento de<br />
bactérias resistentes a determinados<br />
(ANVISA, 2019).<br />
Antibióticos são compostos naturais,<br />
semissintéticos ou sintéticos e são<br />
classificados como bactericidas,<br />
quando causam a morte da bactéria,<br />
ou bacteriostáticos, quando<br />
promovem a inibição do crescimento<br />
segmentos de dna, denominados<br />
transposons, os quais podem<br />
saltar de um pedaço de dna para<br />
outro” (TORTORA, FUNKE, CASE,<br />
2017, P. 570). O mecanismo<br />
mais frequente de resistência<br />
bacteriana é a degradação do<br />
antimicrobiano por enzimas.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
23
Agricultura e saúde<br />
Combater a resistência aos antibióticos<br />
é uma alta prioridade para a<br />
Organização Mundial da Saúde, e para<br />
auxiliar nesse controle, a organização<br />
iniciou em 2005 a elaboração de<br />
listas contendo informações sobre os<br />
antimicrobianos, classificando-os de<br />
acordo com o grau de importância<br />
para a saúde humana (WHO, 2019).<br />
No Brasil medidas foram tomadas<br />
Imagem Ilustrativa - Fonte Gov.br<br />
24<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
recentemente por organizações como a<br />
Agência Nacional de Vigilância Sanitária<br />
(ANVISA) e o Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento (MAPA),<br />
para restringir a venda e também o<br />
uso indiscriminado de antibióticos,<br />
na expectativa de uma diminuição<br />
na evolução de bactérias resistentes.<br />
Considerando que a transmissão de<br />
Imagem Ilustrativa - Fonte BBC news<br />
resistência antimicrobiana de animais<br />
para o ser humano ainda não está<br />
totalmente esclarecida, principalmente,<br />
a compreensão de como pode ocorrer<br />
a contaminação a partir do ambiente,<br />
o presente estudo traz como objetivo<br />
compreender sobre o uso intensivo<br />
de antibióticos na agropecuária, e seu<br />
impacto na saúde pública.<br />
Metodologia<br />
Trata-se de uma revisão narrativa<br />
baseada na busca em livros impressos<br />
e digitais, além de artigos publicados<br />
nas bases de dados Portal de Periódicos<br />
da Coordenação de Aperfeiçoamento<br />
de Pessoal de Nível Superior (CAPES),<br />
Scielo (Scientific Eletronic Library<br />
Online), MedLine (Medical Literature<br />
Analysis and Retrieval System on<br />
line) via Pubmed, Google acadêmico,<br />
portal do Ministério da Saúde Pública<br />
(MS), Portal da Agência Nacional de<br />
Vigilância Sanitária (ANVISA), portal da<br />
Organização Pan Americana de Saúde<br />
(OPAS) e Organização Mundial da<br />
Saúde (WHO, do inglês, world health<br />
organization). A pesquisa foi limitada<br />
aos artigos publicados nos idiomas<br />
inglês e português, compreendendo<br />
um intervalo de publicação entre os<br />
anos de 2002 a 2021.
Agricultura e saúde<br />
A busca dos estudos ocorreu nos<br />
meses de novembro de 2020 a junho<br />
de 2021 e foi realizada nas bases<br />
de dados definidas previamente<br />
e como estratégia de busca foram<br />
utilizadas as seguintes palavraschave:<br />
“agropecuária”, “animais”,<br />
“antibióticos”, “resistência” e “saúde”.<br />
Para tanto, os resultados foram<br />
categorizados, interpretados e<br />
agrupados em dados e informações<br />
semelhantes que serão apresentados<br />
a seguir, em dez tópicos importantes<br />
para o desenvolvimento do<br />
tema proposto: Microbiologia;<br />
Antibióticos; Mecanismos de ação dos<br />
antibióticos; Resistência bacteriana;<br />
Mecanismos de resistência<br />
bacteriana; Fatores influenciadores<br />
Imagem Ilustrativa - Fonte BBC news<br />
da resistência bacteriana;<br />
Antibióticos na agropecuária;<br />
Resíduos antimicrobianos em<br />
alimentos; Impacto da resistência<br />
antimicrobiana na saúde pública e<br />
Vigilância e prevenção.<br />
Imagem Ilustrativa - Fonte Scientific American<br />
Resultados e Discussão<br />
Microbiologia<br />
“A Microbiologia (do grego: mikros,<br />
“pequeno”; bios, “vida” e logos,<br />
“ciência”) é o estudo dos organismos<br />
microscópicos e de suas atividades”<br />
(NOGUEIRA, SOUZA, 2009). Durante<br />
muito tempo na história humana, as<br />
pessoas tinham pouco conhecimento<br />
sobre as reais causas, mecanismo de<br />
transmissão e tratamento efetivo<br />
das doenças. A chamada Idade de<br />
Ouro da Microbiologia aconteceu<br />
no período de 1857 a 1914, onde<br />
os avanços rápidos derivados<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
25
Agricultura e saúde<br />
principalmente das pesquisas de<br />
Louis Pasteur e Robert Koch levaram<br />
a conquistas extraordinárias nos anos<br />
seguintes, incluindo a descoberta do<br />
primeiro antibiótico – Penicilina,<br />
por Alexander Fleming (TORTORA,<br />
FUNKE, CASE, 2017, p. 6). De acordo<br />
com Pereira e Pita (2005), a penicilina<br />
salvou, e continua a salvar, milhões<br />
de vidas, por isso se encontra entre<br />
“os grandes medicamentos do século<br />
XX” e entre os “medicamentos que<br />
modificaram o mundo”.<br />
Os ancestrais bacterianos foram<br />
as primeiras células vivas a<br />
aparecerem na terra. As bactérias<br />
são organismos simples com<br />
uma única célula sem membrana<br />
delimitante do núcleo (Figura1),<br />
Figura 1: Estrutura celular bacteriana.<br />
se apresentam de várias formas<br />
sendo as principais: cocos,<br />
bacilos e espirilos (Figura2), e se<br />
reproduzem por divisão em duas<br />
células iguais - fissão binária<br />
(TORTORA, FUNKE, CASE, 2017,<br />
p. 4). A parede celular bacteriana<br />
é composta por um complexo<br />
macromolecular denominado<br />
peptideoglicano, presente em<br />
maior quantidade nas bactérias<br />
gram-positivas e reduzido nas<br />
bactérias gram-negativas. O<br />
método utilizado para diferenciar<br />
os dois grupos chama-se Coloração<br />
de Gram. Bactérias gram-positivas<br />
são aquelas cujas paredes celulares<br />
não perdem a cor azul-arroxeada<br />
quando submetidas a um processo<br />
de descoloração depois de<br />
terem sido coradas pela violeta<br />
de genciana. As que assumem<br />
um tom róseo-avermelhado<br />
quando submetidas ao mesmo<br />
processo são ditas gram-negativas<br />
(NOGUEIRA, SOUZA, 2009).<br />
Tabela 1: Principais classes de antibióticos em uso clínico.<br />
26<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Fonte: UFRPE Microbiologia Básica, 2010.<br />
Figura 2: Morfologia bacteriana.<br />
Fonte: Biologia Net<br />
Antibióticos<br />
Os antibióticos são uma classe<br />
de fármacos utilizados para o<br />
tratamento de doenças infecciosas,<br />
que diferem uns dos outros quanto<br />
as suas propriedades físicas,<br />
químicas, farmacológicas, no<br />
espectro e mecanismo de ação.<br />
(BAPTISTA, 2013).<br />
Adaptado: Guimarães et al., 2010.
Agricultura e saúde<br />
Os antibióticos de origem natural<br />
compostas de proteínas e RNA,<br />
multiplicando, eles possuem pouco<br />
e seus derivados semissintéticos<br />
compreendem a maioria dos<br />
antibióticos em uso clínico (Tabela<br />
1), e segundo Guimarães et al.,<br />
(2010), podem ser classificados<br />
em: β-lactâmicos; Tetraciclinas;<br />
Aminoglicosídeos; Macrolídeos;<br />
Peptídicos cíclicos; Estreptograminas;<br />
entre outros (lincosamidas,<br />
cloranfenicol, rifamicina) e os<br />
antibióticos de origem sintética como:<br />
Sulfonamidas; Fluoroquinolonas/<br />
Quinolonas e Oxazolidinonas.<br />
essencial e responsável pela síntese<br />
de proteínas. “Entre os antibióticos<br />
que interferem na síntese<br />
proteica estão o cloranfenicol, a<br />
eritromicina, a estreptomicina e as<br />
tetraciclinas” (TORTORA, FUNKE,<br />
CASE, 2017, p. 552).<br />
Outro mecanismo de ação dos<br />
antibióticos é inibir a síntese da parede<br />
celular bacteriana, ocasionando a<br />
sua desestabilização. Tortora, Funke<br />
e Case (2017) afirmam que, as<br />
bactérias gram-positivas possuem<br />
efeito em bactérias que não estejam<br />
se dividindo e crescendo, os membros<br />
mais importantes do grupo são<br />
os antimicrobianos b-lactâmicos,<br />
denominados de acordo com o<br />
anel b-lactâmico, que é essencial<br />
para sua atividade. Um exemplo<br />
de antibiótico pertencente a essa<br />
classe é a Vancomicina que se liga<br />
diretamente à porção tetrapeptídica<br />
do peptideoglicano e é ainda a droga<br />
de escolha para linhagens resistentes<br />
de Staphylococcus aureus.<br />
Mecanismos de ação dos<br />
antibióticos<br />
Os antibióticos são classificados de<br />
acordo com seus mecanismos de<br />
ação na célula bacteriana, como<br />
membrana celular, parede celular,<br />
síntese de proteínas, síntese de ácidos<br />
nucleicos e de compostos metabólicos<br />
parede celular mais espessa devido<br />
às várias camadas de peptidoglicanos,<br />
já as gram-negativas apresentam<br />
paredes mais complexas, com menos<br />
peptidoglicanos e uma membrana<br />
externa de lipopolissacarídeos, tendo<br />
assim uma maior resistência à ação<br />
dos antibióticos, exaltando que a<br />
De acordo com Whalen et al. (2016), a<br />
inibição da síntese de ácidos nucleicos<br />
é representada pelas quinolonas e<br />
fluoroquinolonas que atuam inibindo<br />
a ação da DNA girase, e a doxorrubicina<br />
inibindo a topoisomerase IV, enzimas<br />
essenciais para a divisão bacteriana.<br />
biológicos. Alguns possuem como<br />
identificação do tipo de bactéria<br />
Como resultado da inibição<br />
mecanismo de ação, inibir a síntese<br />
proteica, e tem como alvo principal o<br />
ribossomo bacteriano 70S, composto<br />
de uma pequena subunidade 30S<br />
e uma grande subunidade 50S.<br />
Os ribossomos são estruturas<br />
citoplasmáticas não membranosas<br />
que causa a doença é essencial para<br />
determinar o tipo de antibiótico que<br />
será utilizado.<br />
Os inibidores da síntese de parede<br />
celular apresentam êxito quando<br />
os microrganismos estão se<br />
enzimática, a replicação da molécula<br />
de DNA é comprometida, resultando<br />
na morte celular. Neste mecanismo,<br />
os antibióticos procuram atingir<br />
diferentes estágios e vias da síntese<br />
de ácidos nucleicos (DNA, RNA).<br />
Em resumo, os antifolatos inibem<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
27
Agricultura e saúde<br />
as enzimas envolvidas na síntese de<br />
Resistência bacteriana<br />
(O’NEILL, 2014). A pesquisa<br />
ácido fólico / folato (vitamina B9). O<br />
A emergência de bactérias<br />
realizada por Silva (2018) aponta<br />
autor completa ainda, que o folato<br />
patogênicas resistentes aos<br />
que a presença de cepas resistentes<br />
é um componente essencial para<br />
antibióticos existe praticamente<br />
traz muitas consequências para<br />
a síntese de pirimidina e purinas,<br />
desde o início da utilização desta<br />
a população, pois a taxa para<br />
duas moléculas encontradas nos<br />
classe terapêutica. O uso excessivo<br />
morbidade e mortalidade se torna<br />
nucleotídeos. Os inibidores da<br />
de penicilina após a Segunda Guerra<br />
maior, além de sobrecarregar<br />
topoisomerase impedem a replicação<br />
Mundial desencadeou o surgimento<br />
economicamente os sistemas<br />
do DNA por inibir a atividade da<br />
das primeiras estirpes de bactérias<br />
de saúde com o aumento da<br />
enzima topoisomerase, que atua no<br />
Gram positivas não suscetíveis a<br />
permanência de internação do<br />
enovelamento do DNA durante sua<br />
antibióticos penicilínicos, conhecidos<br />
paciente, dificuldade terapêutica e<br />
replicação, com isso, a taxa de divisão<br />
como PRSP (“penicillin-resistant”<br />
consequentemente o uso de novas<br />
celular é diminuída.<br />
Streptococcus pneumoniae). Da<br />
drogas e de maior custo. Para<br />
mesma forma, os antibióticos<br />
Tortora, Funke e Case (2017), assim<br />
A polimixina B e a colistina são<br />
comercializados nos anos seguintes,<br />
que micróbios são expostos a novos<br />
exemplos de antibióticos que possuem<br />
como os análogos da penicilina, a<br />
antibióticos, a sua sensibilidade<br />
outro importante mecanismo de ação –<br />
meticilina e cefalosporinas, bem<br />
tende a ser alta, assim como a sua<br />
a destruição da membrana plasmática<br />
como tetraciclinas e eritromicinas<br />
taxa de mortalidade; os poucos<br />
da célula bacteriana, provocado<br />
(considerados antibióticos clássicos),<br />
que sobrevivem possuem algumas<br />
pelas moléculas de polimixinas; “As<br />
aos poucos foram tornando-se<br />
diferenças genéticas que se<br />
polimixinas interagem com a molécula<br />
contidos, devido ao desenvolvimento<br />
originam de mutações aleatórias<br />
de polissacarídeo da membrana<br />
de resistência múltipla em cepas<br />
se espalhando por processos de<br />
externa das bactérias gram-negativas,<br />
de enterococos e estafilococos<br />
conjugação ou a transdução, sendo<br />
retirando cálcio e magnésio, necessários<br />
infecciosos (SILVEIRA et al., 2006).<br />
transmitidas por mecanismos<br />
para a estabilidade da molécula de<br />
normais de reprodução que<br />
polissacarídeo” (ANVISA, 2007). Esse<br />
Atualmente existem bactérias com<br />
acontece de maneira rápida e<br />
processo resulta em aumento de<br />
mecanismo de resistência inclusive<br />
elevada em um curto período,<br />
28<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
permeabilidade da membrana com<br />
rápida perda de conteúdo celular e<br />
morte da bactéria.<br />
a fármacos de amplo espectro, e<br />
até mesmo resistência múltipla<br />
em uma mesma cepa bacteriana<br />
fazendo com que praticamente<br />
toda a população passe a ser<br />
resistente ao novo medicamento.
As bactérias que são resistentes a<br />
vários antibióticos são popularmente<br />
conhecidas como superbactérias e<br />
podem ser divididas em duas classes,<br />
a saber:<br />
1) A primeira é constituída de<br />
organismos conhecidos, originados<br />
na microbióta humana, que<br />
adquiriram genes de resistência e<br />
virulência. Antigos microrganismos<br />
comensais como S. aureus resistente<br />
à meticilina (MRSA) e a família das<br />
Enterobacteriaceae, pertencem<br />
a esta categoria e podem ser<br />
encontrados na comunidade e em<br />
hospitais (WRIGHT, 2007). Segundo<br />
estudo realizado por Ataide e Abade<br />
(2015), as infecções geradas por<br />
enterobactérias resistentes aos<br />
carbapenêmicos (ERCs) ocorrem com<br />
maior frequência na área hospitalar,<br />
sendo a Klebsiella pneumoniae com<br />
maior prevalência de disseminação.<br />
imunocomprometidos. Essas<br />
bactérias oportunistas são<br />
mais comuns em ambiente<br />
hospitalar e frequentemente<br />
são resistentes a múltiplos<br />
antibióticos. Este grupo inclui P.<br />
aeruginosa, Stenotrophomonas<br />
maltophilia, Acinetobacter<br />
baumannii e Burkholderia<br />
cepacia (WRIGHT, 2007).<br />
Embora a superbactéria mais<br />
divulgada seja a Staphylococcus<br />
aureus resistente à meticilina<br />
(MRSA, de methicillin-resistant<br />
Staphylococcus aureus), essa<br />
condição tem sido atribuída a<br />
várias outras bactérias, tanto grampositivas<br />
quanto gram-negativas.<br />
A medicina tem apenas opções<br />
limitadas de tratamento para<br />
as infecções causadas por esses<br />
patógenos (TORTORA, FUNKE, CASE,<br />
2017, pg. 570).<br />
Agricultura e saúde<br />
a ação conjunta de múltiplos<br />
mecanismos pode produzir um<br />
acentuado aumento da resistência<br />
aos antimicrobianos. A resistência<br />
a determinado antimicrobiano<br />
pode constituir uma propriedade<br />
intrínseca de uma espécie<br />
bacteriana ou uma capacidade<br />
adquirida (ANVISA, 2007). Os<br />
mecanismos de resistência<br />
podem ser divididos em três<br />
grandes grupos: primeiro aqueles<br />
que minimizam a concentração<br />
intracelular do antibiótico quer<br />
por pouca penetração através da<br />
membrana plasmática, quer por<br />
bombas de efluxo; em segundo<br />
aqueles que modificam o alvo<br />
do antibiótico tanto por mutação<br />
genética quanto por modificação<br />
pós transcricional do alvo e em<br />
terceiro aqueles que inativam<br />
o antibiótico por hidrólise ou<br />
modificação deste (WRIGHT, 2011).<br />
2) A segunda classe são os<br />
Mecanismos de resistência<br />
A permeabilidade limitada<br />
microrganismos<br />
oportunistas,<br />
bacteriana<br />
constitui uma propriedade da<br />
originários no ambiente, que<br />
geralmente infectam somente<br />
pacientes muito doentes ou<br />
Com frequência bactérias utilizam<br />
mais de uma estratégia para evitar<br />
a ação dos antimicrobianos; assim,<br />
membrana celular externa de<br />
lipopolissacarídeo das bactérias<br />
Gram-negativas. A permeabilidade<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
29
Agricultura e saúde<br />
dessa membrana reside na presença<br />
de qualquer efeito inibitório ou<br />
antimicrobianos β-lactâmicos ligam-<br />
de proteínas especiais, as porinas,<br />
bactericida, constitui um dos<br />
se às penicillin binding proteins (PBPs)<br />
que estabelecem canais específicos<br />
mais importantes mecanismos de<br />
bacterianas e através do qual exercem<br />
pelos quais as substâncias podem<br />
resistência. As bactérias podem<br />
seu efeito antibacteriano, como<br />
passar para o espaço periplasmático<br />
adquirir um gene que codifica<br />
exemplo: Klebsiella pneumoniae<br />
e, em seguida, para o interior da<br />
um novo produto resistente<br />
carbapenemase (KPC) (ANVISA,<br />
célula. A permeabilidade limitada<br />
ao antibiótico, substituindo o<br />
2007).<br />
é responsável pela resistência<br />
alvo original, como exemplo:<br />
intrínseca dos bacilos Gram-<br />
Staphylococcus aureus resistente<br />
Fatores influenciadores da<br />
negativos à penicilina, eritromicina,<br />
à meticilina (MRSA) (ANVISA,<br />
resistência antimicrobiana<br />
clindamicina e vancomicina e<br />
2007). É possível, por mutação no<br />
“O uso indiscriminado de<br />
pela resistência de Pseudomonas<br />
próprio alvo que este seja funcional,<br />
antibióticos por instituições de<br />
aeruginosa ao trimetoprim<br />
mas que tenha sua afinidade<br />
saúde, pela população e em práticas<br />
(ANVISA 2007). A concentração<br />
reduzida para o antibiótico, que<br />
agropecuárias tem contribuído para<br />
intracelular pode também ser<br />
por não se ligar de forma eficiente,<br />
o aumento da resistência a esses<br />
reduzida através de bombas de<br />
consequentemente, tem efeito<br />
medicamentos” (IOC, 2019).<br />
efluxo, que transportam ativamente<br />
reduzido ou negligenciável. Outra<br />
diversos antibióticos para fora da<br />
possibilidade é a adição de um grupo<br />
A evolução de bactérias resistentes<br />
célula. Essas bombas contribuem<br />
químico que pode impedir a ligação<br />
está diretamente relacionada<br />
significativamente para o aumento<br />
do antibiótico, mas sem alterar a<br />
ao uso excessivo e incorreto<br />
da resistência a múltiplos<br />
sequência da proteína primária do<br />
dos medicamentos disponíveis,<br />
antibióticos e quando passam por<br />
alvo, o que permite manter sua<br />
dificultando o tratamento de um<br />
super expressão podem conferir<br />
atividade (BLAIR et al., 2014).<br />
número cada vez maior de doenças<br />
elevados níveis de resistência a<br />
infecciosas que podem se espalhar<br />
antibióticos anteriormente efetivos<br />
O mecanismo de resistência bacteriano<br />
rapidamente (IOC, 2019). De acordo<br />
(BLAIR et al., 2014).<br />
mais frequente é a degradação do<br />
com Prestinaci, Pezzotti e Pantosti<br />
antimicrobiano por enzimas. As<br />
(2015), países onde antibióticos<br />
30<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
A alteração do local-alvo onde<br />
atua determinado antimicrobiano,<br />
de modo a impedir a ocorrência<br />
β-lactamases hidrolisam a ligação<br />
amida do anel beta-lactâmico,<br />
destruindo, assim, o local onde os<br />
podem ser comprados sem prescrição,<br />
a emergência e propagação da<br />
resistência é ainda maior. Da mesma
Agricultura e saúde<br />
forma, em países sem diretrizes de<br />
vinculada com a liberação dessas<br />
em alguns países o uso de<br />
tratamento padrão, antibióticos são<br />
substâncias no meio ambiente<br />
antimicrobianos é muito maior<br />
muitas vezes prescritos em excesso<br />
através do esgoto doméstico,<br />
em animais do que em humanos.<br />
por profissionais de saúde e muito<br />
efluentes hospitalares e industriais,<br />
Nos Estados Unidos, por exemplo,<br />
utilizados pelos pacientes. Mesmo<br />
o descarte de medicamentos com<br />
mais de 70% dos antibióticos<br />
quando o uso de antibióticos é<br />
prazo de validade expirado e as<br />
considerados<br />
importantes<br />
apropriado, os regimes de doses,<br />
sobras domésticas daqueles não<br />
para medicina são usados na<br />
em geral, são mais curtos do que o<br />
utilizados (ACURCIO, et al. 2013),<br />
agropecuária. O autor destaca<br />
necessário para erradicar a infecção,<br />
que selecionam bactérias resistentes<br />
ainda, que o risco do uso abusivo<br />
o que estimula a sobrevivência de<br />
no meio ambiente, principalmente<br />
desses medicamentos é triplo:<br />
linhagens de bactérias resistentes;<br />
em ambientes aquáticos.<br />
medicamentos vencidos, adulterados<br />
1. As cepas resistentes podem<br />
(impuros) ou até mesmo falsificados<br />
De acordo com Dolejska e<br />
ser transmitidas através do<br />
também são comuns (TORTORA,<br />
Papagiannitsis (2018), os animais<br />
contato direto entre os humanos<br />
FUNKE, CASE, 2017).<br />
silvestres também podem ser<br />
(agricultores) e animais;<br />
afetados por microrganismos<br />
“A ANVISA estima que cerca de<br />
resistentes a antibióticos, atuando<br />
2. Essas mesmas cepas podem ser<br />
30 mil toneladas de remédios são<br />
em seguida como reservatórios e<br />
transmitidas aos humanos, de maneira<br />
jogadas fora pelos consumidores<br />
vetores espalhando essa resistência<br />
mais geral, através dos alimentos;<br />
a cada ano no Brasil” (CARNEIRO,<br />
por todo o mundo; demonstrando<br />
2011). Segundo Pinto et al.<br />
assim, que o uso de antibióticos<br />
3. E o terceiro risco é citado como<br />
(2014), a falta de conhecimento<br />
no tratamento humano e animal<br />
indireto, pois, ambas as bactérias<br />
e campanhas explicativas por<br />
apresenta um impacto significativo<br />
resistentes, bem como o volume<br />
parte dos poderes públicos são<br />
no ambiente e nos animais silvestres<br />
(significativo) de antibióticos<br />
a principal causa do descarte<br />
que vivem e se alimentam em locais<br />
consumidos pelos animais, são<br />
inadequado de medicamentos.<br />
onde à interferência humana.<br />
em seguida excretados com a<br />
A utilização dos antibióticos com<br />
maior parte do ingrediente ativo<br />
finalidade veterinária e de produção<br />
pecuária, da mesma forma que na<br />
medicina humana, está diretamente<br />
Antibióticos na agropecuária<br />
Segundo um estudo, coordenado<br />
pelo economista O’Neill (2015),<br />
não metabolizado, contaminando<br />
também o meio ambiente, elevando<br />
assim, a exposição às bactérias.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
31
Agricultura e saúde<br />
Para Arias e Carrilho (2012), os<br />
antimicrobianos são usados na<br />
medicina veterinária de quatro<br />
maneiras: Terapêutica – tratar de<br />
forma individual ou grupal os animais<br />
doentes; Metafilática – prevenir na<br />
forma de tratamento grupal assim<br />
que a doença acontecer; Profilática –<br />
prevenir de forma individual ou grupal<br />
antes da doença ocorrer; e como<br />
Promotor/Aditivo de crescimento<br />
– antimicrobianos usados como<br />
suplemento alimentar. O problema<br />
reside claramente na forma como<br />
os remédios são administrados na<br />
agropecuária; isso porque, em casos<br />
de criação intensiva como aves,<br />
suínos e bovinos (principalmente<br />
leiteiros), quando medicamentos são<br />
ainda mais necessários, os níveis de<br />
resistência a antibióticos dos animais<br />
são maiores que a média.<br />
(Tabela 2), vendidos para uso em<br />
animais produtores de alimentos,<br />
revelou um aumento de 3% entre<br />
2018 e 2019 na venda desses<br />
medicamentos. Previsto que 41% dos<br />
antimicrobianos foram utilizados em<br />
bovinos, e cerca de 42% em suínos.<br />
O grupo das tetraciclinas representa<br />
o maior volume dessas vendas no<br />
mercado interno (4.117.031 kg<br />
em 2019) responsáveis por 67%<br />
e as penicilinas por 12% neste<br />
período. “Estima-se que 81% das<br />
cefalosporinas, 65% das sulfas,<br />
45% dos aminoglicocidas e 42% de<br />
tetraciclinas destinavam-se ao uso em<br />
bovinos. Aproximadamente 85% das<br />
lincosamidas e 40% dos macrolídeos<br />
destinavam-se ao uso em suínos e<br />
66% das penicilinas foram destinados<br />
ao uso em perus” (FDA, 2019).<br />
agrícolas (O’Neill, 2015); O autor<br />
acredita que por esta razão, o uso<br />
direto de antibióticos nas lavouras<br />
não é uma área de preferência para<br />
encontrar importantes reduções,<br />
mas não deve ser ignorado. A<br />
pesquisa realizada pela USP<br />
(Universidade de São Paulo, 2012),<br />
mostra que os resíduos também<br />
podem ser absorvidos e acumulados<br />
nos tecidos vegetais, causando riscos<br />
quanto à colheita e consumo de<br />
Tabela 2: Classes de medicamentos antimicrobianos e<br />
ingredientes ativos, de importância médica, aprovados<br />
para uso em animais produtores de alimentos<br />
comercializados ativamente em 2019.<br />
O relatório resumido do ano de<br />
Em relação à agricultura, calcula-se<br />
2019, publicado pela Administração<br />
que a quantidade de antibióticos<br />
de Alimentos e Medicamentos<br />
utilizados, seja menor em<br />
(FDA, do inglês Food and Drug<br />
comparação com as quantidades<br />
32<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Administration) dos Estados Unidos<br />
sobre antimicrobianos, considerados<br />
importantes para medicina humana<br />
usadas na pecuária, com estimativas<br />
variando de 0,2 a 0,4 por cento do<br />
total do consumo de antibióticos
Agricultura e saúde<br />
alimentos de origem vegetal; Afirma<br />
O órgão responsável pelo controle<br />
consumo de carnes ser bem diversificado<br />
ainda, que os resíduos atingem o<br />
de resíduos de medicamentos<br />
entre as regiões, a ingestão per capita de<br />
ambiente de forma direta, nas fezes<br />
veterinários no Brasil é o Ministério da<br />
carne bovina, vísceras e pescados no Brasil<br />
e na urina dos animais tratados, ou<br />
Agricultura Pecuária e Abastecimento<br />
é de 20,2%, seguida de aves e ovos com<br />
indireta, com o uso de esterco animal<br />
(MAPA), pelo Programa Nacional de<br />
7,6 %. Em se tratando de leite e derivados,<br />
na adubação de propriedades rurais.<br />
Controle de Resíduos e Contaminantes<br />
a ingestão per capita varia de 10,2% na<br />
Já na aquicultura os antibióticos<br />
(PNCRC) e também a Agência Nacional<br />
região Nordeste, até 10,9% na região Sul<br />
empregados são liberados<br />
de Vigilância Sanitária (ANVISA). A<br />
(IBGE, 2018-2019).<br />
diretamente nas águas superficiais,<br />
exposição alimentar aos resíduos de<br />
onde uma carga elevada de resíduos<br />
medicamentos veterinários utilizados<br />
Um estudo realizado no Rio de Janeiro<br />
de antibióticos pode acumular-se<br />
na agropecuária pode provocar efeitos<br />
por Fortuna, Silva e Barcellos (2002),<br />
nos sedimentos, com potencial de<br />
adversos à saúde humana, tanto<br />
identificou e quantificou resíduos de<br />
alterar negativamente o ecossistema<br />
agudos quanto crônicos. Reações<br />
antibióticos em fígado, músculo e rim<br />
aquático.<br />
anafiláticas, apesar de raras, têm sido<br />
de suínos abatidos em matadouros<br />
relatadas em indivíduos sensíveis,<br />
frigoríficos com serviço de inspeção<br />
Resíduos antimicrobianos em<br />
após o consumo de leite e carne<br />
estadual no estado. Após as análises<br />
alimentos<br />
contendo resíduos de penicilina<br />
constatou-se que as amostras, não<br />
É crescente a preocupação de<br />
(ANVISA, 2019). Para Beltrane e<br />
demonstraram resíduos de antibióticos,<br />
consumidores quanto à presença<br />
Machinski (2005), resíduos de ATM<br />
ou os níveis encontrados estavam<br />
de resíduos químicos em alimentos<br />
(antimicrobianos) em alimentos,<br />
dentro das normas estabelecidas pelos<br />
de origem animal, principalmente<br />
podem também desencadear reações<br />
órgãos de saúde pública e de inspeção<br />
antimicrobianos, hormônios e<br />
de hipersensibilidade, alergia, ação<br />
sanitária, mostrando assim, que<br />
agrotóxicos (CASELANI, 2014).<br />
carcinogênica ou mutagênica.<br />
produtores bovinos estão cada vez mais<br />
Resíduos são parte de uma substância,<br />
se conscientizando da importância de<br />
seus metabólitos, produtos de<br />
O Brasil atualmente, segundo dados<br />
respeitar o uso de antimicrobianos e o<br />
conversão ou reação e impurezas que<br />
da Associação Brasileira das Indústrias<br />
intervalo de tempo entre a última<br />
permanecem no alimento proveniente<br />
Exportadoras de Carne, produz 10 milhões<br />
aplicação do produto veterinário e o<br />
de produtos agrícolas e/ou animais<br />
tratados com essa mesma substância<br />
(LEMOS, 2018).<br />
de toneladas de carne bovina, 20,8% são<br />
negociados para dezenas de países em<br />
todo o mundo (ABIEC, 2021). Apesar do<br />
abate do animal tratado ou para o<br />
consumo de seus produtos (período<br />
de carência).<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
33
Agricultura e saúde<br />
Em um período de dez anos (1997<br />
de Resíduos de Medicamentos<br />
por gentamicina, três (20%) por<br />
a 2006), 128.902 amostras de carne<br />
Veterinários em Alimentos de<br />
estreptomicina e duas (13,3%) por<br />
foram submetidas a testes de resíduos<br />
Origem Animal, e, concluíram que a<br />
β-lactâmicos e três (3,8%) amostras<br />
de medicamentos veterinários em<br />
detecção de certos antimicrobianos<br />
estavam contaminadas por dois<br />
um programa de monitoramento<br />
e avermectinas pode estar associada<br />
tipos de resíduo simultaneamente<br />
aleatório da Austrália. No total,<br />
ao uso “extra-label” ou ao desrespeito<br />
(VIEIRA et al., 2012). Em relação ao<br />
foram encontradas 97 amostras<br />
dos períodos de carência, sugerindo<br />
consumidor, segundo Pezza et al.<br />
com resíduos de diversos grupos<br />
descumprimento das normas<br />
(2006), o leite contendo antibióticos<br />
de produtos veterinários, porém<br />
estabelecidas, visto que resíduos de<br />
pode provocar reações alérgicas,<br />
somente 10 apresentaram valores<br />
medicamentos não autorizados foram<br />
assim como choque anafilático em<br />
acima do limite máximo permitido.<br />
encontrados nas amostras testadas.<br />
indivíduos sensíveis, outro risco<br />
Dessas, cinco apresentaram mais<br />
Picinin et al. (2017), verificou através<br />
citado, é o consumo de leite com altos<br />
de um resíduo e a presença de<br />
de testes de triagem na região de<br />
níveis de resíduos de antibióticos pelas<br />
benzimidazol,<br />
aminoglicosídios,<br />
Minas Gerais, que 30% das amostras<br />
gestantes, sendo que alguns desses<br />
cefalosporina, sulfonamida e zeranol<br />
de leite de tanque apresentaram a<br />
antibióticos como nitrofuranos e<br />
foi confirmada laboratorialmente<br />
presença de pelo menos um analito de<br />
tetraciclinas, podem levar a alterações<br />
(LUTZE et al., 2009).<br />
antimicrobianos, enquanto 12,12%<br />
no desenvolvimento ósseo fetal, pois<br />
demonstraram a presença de pelo<br />
possuem efeitos carcinogênicos.<br />
O uso difundido de antibióticos pelos<br />
menos dois analitos, indicando que<br />
produtores e médicos veterinários no<br />
os períodos de descarte do leite não<br />
Se tratando da agricultura, “a falta<br />
tratamento de doenças infecciosas<br />
foram totalmente respeitados pelos<br />
de dados sobre a utilização de<br />
de vacas leiteiras, principalmente<br />
produtores do setor leiteiro.<br />
antibióticos na agricultura levou<br />
nas mastites, e a utilização de<br />
muitas pessoas a presumir que<br />
drogas na alimentação animal, como<br />
No estado do Paraná, resíduos de<br />
as quantidades utilizadas eram<br />
suplemento de dietas, têm contribuído<br />
antibióticos foram pesquisados em<br />
negligenciáveis, pois a extensão da<br />
para a presença de antimicrobianos no<br />
79 amostras de leite pasteurizado<br />
sua utilização a nível mundial tem<br />
leite bovino (PEZZA et al., 2006). Nos<br />
do tipo B de diferentes fabricantes<br />
sido pouco estudada e é largamente<br />
anos de 2009 e 2011, Novaes et al.<br />
adquiridos em estabelecimentos<br />
desconhecida” (MAIA, et.al., 2009).<br />
(2017) elaboraram um estudo onde<br />
comerciais, onde foram encontrados<br />
Irwin e Ambrosio (2020) relatam<br />
verificou-se a ocorrência de resíduos<br />
resíduos em 15 (19%) amostras,<br />
que a através de uma investigação<br />
34<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
de medicamentos veterinários no<br />
leite, em amostras monitoradas<br />
pelo Programa Oficial de Análise<br />
das quais seis (40%) estavam<br />
contaminadas por cloranfenicol, três<br />
(20%) por tetraciclinas, uma (6,7%)<br />
realizada pela FAO, a Organização<br />
Mundial de Saúde Animal (OIE do<br />
inglês World Organization for Animal
Agricultura e saúde<br />
Health) e a Organização Mundial da<br />
oferece algumas vias únicas<br />
a fabricação de novos antibióticos.<br />
Saúde revelou que apenas 3% dos<br />
através das quais as resistências<br />
Sem antimicrobianos eficazes para<br />
países realizam uma contagem dos<br />
poderiam desenvolver-se nos<br />
prevenção e tratamento de infecções,<br />
tipos e também da quantidade de<br />
agentes patogênicos humanos,<br />
procedimentos médicos como<br />
antibióticos usados nas lavouras.<br />
aumentando o debate sobre<br />
transplante de órgãos, quimioterapia<br />
a utilização de antibióticos na<br />
para câncer, controle do diabetes e<br />
O alto teor de água de frutas e<br />
produção vegetal, tendo assim<br />
cirurgias de grande porte se tornam<br />
hortaliças torna esses vegetais<br />
uma chance maior de inclusão nos<br />
cada vez mais arriscados (WHO, 2018).<br />
sensíveis ao ataque de bactérias.<br />
programas globais de saúde.<br />
Para prevenir as perdas econômicas<br />
Em seu estudo, Machado et al. (2020)<br />
decorrentes de doenças bacterianas<br />
Impacto da resistência<br />
relata que em ambientes hospitalares<br />
em alimentos de origem vegetal, o<br />
antimicrobiana na saúde pública<br />
o índice de resistência antimicrobiana<br />
controle químico é feito com o uso de<br />
A Organização Mundial da Saúde<br />
é ainda maior, devido alguns fatores<br />
antimicrobianos como a oxitetraciclina<br />
(2019) estima que anualmente, cerca<br />
de risco como internações hospitalares<br />
e estreptomicina, permitidos também<br />
de 700 mil pessoas morrem, em todo<br />
prévias e/ou longas, realização de<br />
no Brasil (MAIA, et.al.,<br />
o mundo, devido a infecções resistentes<br />
procedimentos invasivos, possuir<br />
aos antimicrobianos, e segundo O’Neill<br />
doenças do sistema urinário, taxa<br />
2009). Stockwell e Duffy (2012)<br />
(2014), este número poderá aumentar<br />
de hemoglobina baixa ou glicemia<br />
abordam que, o uso de antibióticos<br />
para 10 milhões em 2050. Doenças<br />
alta, levando a maior exposição do<br />
é essencial para controlar doenças<br />
como infecções respiratórias, urinárias<br />
paciente a antibióticos adicionais<br />
bacterianas principalmente em<br />
e infecções sexualmente transmissíveis<br />
e a outros pacientes portadores de<br />
plantações de pêra, maçã e pêssego;<br />
(ISTs) poderão se tornar intratáveis com<br />
organismos resistentes a antibióticos.<br />
são utilizados quando o risco de<br />
os medicamentos disponíveis (WHO,<br />
Ademais, segundo Castro et al.<br />
doenças é alto, portanto, a maioria<br />
2019). Em um estudo elaborado pelo<br />
(2002) as internações hospitalares<br />
dos pomares não são tratados<br />
Ministério da saúde (2018), trás como<br />
longas, a baixa eficácia das terapias<br />
anualmente, diminuindo assim as<br />
barreira principal ao enfrentamento<br />
profiláticas e também o custo elevado<br />
chances de resíduos significativos<br />
da resistência aos antibióticos, a falta<br />
dos tratamentos, geram impacto<br />
serem encontrados nas frutas colhidas.<br />
de inovação: o progresso de novas<br />
financeiro considerável aos sistemas<br />
Em seu estudo, Taylor (2020) afirma<br />
tecnologias da saúde não conseguem<br />
de saúde e aos indivíduos; mostrando<br />
que embora as quantidades utilizadas<br />
acompanhar o ritmo veloz da<br />
que a resistência bacteriana tem<br />
nas culturas sejam comparativamente<br />
pequenas em relação à utilização<br />
médica e veterinária, este espaço<br />
adaptação dos microrganismos, e<br />
devido a baixa lucratividade poucas<br />
empresas investem em pesquisas para<br />
relação direta com as desigualdades<br />
sociais, econômicas e geográficas de<br />
acesso à saúde.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
35
Agricultura e saúde<br />
O relatório de ameaças de resistência<br />
a antibióticos dos Centros de Controle<br />
e Prevenção de Doenças (2019)<br />
nos Estados Unidos (CDC, do inglês,<br />
Centers for Disease Control and<br />
Prevention), lista dezoito bactérias e<br />
fungos resistentes a antibióticos em<br />
três categorias com base no nível de<br />
preocupação com a saúde humana<br />
(Quadro 1), incluindo uma lista de<br />
observação com três ameaças que<br />
podem se tornar comuns sem uma<br />
abordagem contínua; afirma ainda,<br />
que aproximadamente 2,8 milhões<br />
de pessoas contraem uma infecção<br />
resistente a antibióticos a cada ano<br />
no país, e pelo menos 35.000 pessoas<br />
morrem como resultado.<br />
“A produção de alimentos de origem<br />
animal envolve a possibilidade<br />
de que o produto final esteja<br />
contaminado com bactérias<br />
resistentes a antimicrobianos e/ou<br />
carreadoras de genes de resistência<br />
a antimicrobianos” (TORRES, 2019).<br />
A brucelose, a tuberculose bovina<br />
e a listeriose, são exemplos citados<br />
no estudo de Vasconcellos e Ito<br />
(2011) como zoonoses sistêmicas<br />
que merecem uma maior atenção,<br />
pois são transmitidas para os seres<br />
humanos através do consumo de<br />
leite e derivados isentos de fervura<br />
ou pasteurização.<br />
Para Shinohara et al. (2008), a<br />
salmonelose é uma das principais<br />
zoonoses para a saúde pública em<br />
todo o mundo, responsável por<br />
graves intoxicações alimentares e<br />
sendo uma das principais bactérias<br />
envolvidas em surtos registrados em<br />
vários países. Segundo os autores, as<br />
aves e os bovinos assumem o papel<br />
de principais disseminadores desse<br />
agente patogênico, portanto, o Brasil<br />
como grande exportador da carne<br />
desses animais, deve estabelecer cada<br />
vez mais medidas rígidas de controle<br />
sanitário, evitando assim, prejuízos por<br />
embargos econômicos impostos pelos<br />
Quadro 1: Bactérias e fungos listados pelo CDC no relatório de ameaças de resistência a antibióticos de 2019.<br />
36<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Segundo a pesquisa realizada<br />
por Zanella (2016), 75% das<br />
doenças humanas emergentes ou<br />
reemergentes do último século<br />
são doenças de origem animal<br />
que causam fatalidades humanas<br />
e animais, além de afetarem a<br />
economia de muitos países; o estudo<br />
cita que o aumento da população<br />
humana é um dos fatores mais<br />
prováveis para o surgimento recente<br />
de novas doenças, porém, outros<br />
fatores globais também tem papel<br />
importante para a emergência de<br />
doenças zoonóticas (Figura 3).
Agricultura e saúde<br />
países importadores, devido às perdas<br />
indiretas. Muitas hipóteses apontam<br />
a expansão da pecuária como origem<br />
mantenedora de agentes patogênicos<br />
para humanos; com o crescimento<br />
da demanda mundial por proteína<br />
animal, ocorre um aumento na<br />
criação de animais para consumo<br />
em confinamento, criando condições<br />
favoráveis para o desenvolvimento de<br />
vários microrganismos patogênicos<br />
(ZANELLA, 2016).<br />
Figura 3: Fatores de risco que influenciam zoonoses novas e reemergentes.<br />
Vigilância e prevenção<br />
“Após uma reunião de consulta às<br />
partes interessadas, em maio de 2020,<br />
a FAO, a OIE e a Organização Mundial<br />
da Saúde (OMS) decidiram expandir<br />
o foco ao usar, em vez de antibióticos,<br />
um termo mais abrangente e inclusivo:<br />
antimicrobianos” (OPAS, 2020).<br />
Em 2015 a Organização Mundial de<br />
Saúde lançou o Plano de Ação Global<br />
em Resistência a Antimicrobianos,<br />
tendo como principal marca a<br />
abordagem de Saúde Única (One<br />
Health) para o enfrentamento do<br />
problema (WHO, 2015). Ciente da<br />
relevância do tema para o país e<br />
de sua responsabilidade sobre o<br />
controle e a prevenção do problema,<br />
a ANVISA elaborou o Plano de<br />
Ação da Vigilância Sanitária em<br />
Fonte: Zanella, 2016<br />
Resistência aos Antimicrobianos,<br />
trazendo como objetivos principais:<br />
conscientizar a população a respeito<br />
da resistência antimicrobiana e seus<br />
riscos, fortalecer a base científica para<br />
garantir antimicrobianos eficazes e<br />
seguros para prevenir e tratar doenças,<br />
analisar a redução da incidência de<br />
doenças por meio de saneamento,<br />
higiene e prevenção em geral, bem<br />
como investir em pesquisas para<br />
criar novas terapias, métodos de<br />
diagnóstico e vacinas (ANVISA, 2017).<br />
Devido à importância e complexidade<br />
da resistência aos antimicrobianos,<br />
a OIE juntamente com outras<br />
instituições internacionais segue a<br />
abordagem de Saúde Única (One<br />
Health), que necessita de um trabalho<br />
em conjunto da saúde humana, animal<br />
e ambiental; neste contexto e como<br />
parte do Plano de Ação Nacional para<br />
Prevenção e Controle da Resistência<br />
aos Antimicrobianos no Âmbito da<br />
Saúde Única PAN-BR, o Ministério da<br />
Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />
desenvolveu o Plano de Ação<br />
Nacional de Prevenção e Controle da<br />
Resistência aos Antimicrobianos no<br />
Âmbito da Agropecuária, o PAN-BR<br />
AGRO (MAPA, 2021).<br />
Como parte das atividades<br />
estabelecidas pelo PAN-BR AGRO, foi<br />
implantado o Programa de Vigilância<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
37
Agricultura e saúde<br />
38<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
e Monitoramento da Resistência<br />
aos Antimicrobianos no Âmbito da<br />
Agropecuária, que tem como objetivo<br />
analisar riscos, tendências e padrões<br />
referentes à resistência antimicrobiana<br />
via alimentos de origem animal<br />
produzidos no Brasil, gerando<br />
dados colaborativos para tomada<br />
de decisões e estabelecimento de<br />
políticas públicas para a prevenção<br />
e controle da resistência, reforçando<br />
o compromisso do país com o tema<br />
(MAPA, 2021).<br />
Em 26 de dezembro de 2019, a<br />
ANVISA publicou a RDC 328/2019<br />
e a IN 51/2019 ampliando de 24<br />
para 658 o número de insumos<br />
farmacêuticos ativos (IFAs) com<br />
limites estabelecidos; a necessidade<br />
de estabelecer limites máximos<br />
de resíduos de medicamentos<br />
veterinários em alimentos (LMR)<br />
busca garantir que os produtos,<br />
principalmente de origem animal,<br />
sejam seguros e de qualidade para o<br />
consumo. (ANVISA, 2019).<br />
Segundo a ANVISA (2020) todos<br />
os anos a Organização Mundial da<br />
Saúde realiza a Semana Mundial<br />
de Conscientização sobre o Uso de<br />
Antimicrobianos, entre os dias 18<br />
a 24 de novembro, incentivando<br />
população global a prevenção do<br />
desenvolvimento e a propagação<br />
da resistência antimicrobiana. Em<br />
relação ao tratamento de infecções<br />
em animais, a OIE também lançou<br />
uma campanha mundial voltada<br />
para os médicos veterinários e<br />
para a sociedade como um todo,<br />
chamada Regra dos cinco “somentes”<br />
para o uso prudente e consciente<br />
de antimicrobianos, reforçando<br />
princípios básicos: Realizar o uso<br />
de antimicrobianos apenas quando<br />
necessário; devem ser prescritos por<br />
um veterinário e adquiridos através<br />
de fontes oficialmente autorizadas;<br />
respeitando a dosagem e duração<br />
designadas; associando o uso sempre<br />
com práticas de manejo e higiene<br />
(MAPA, 2021).<br />
A FAO trabalha implantando medidas a<br />
fim de minimizar o uso de antimicrobianos<br />
no setor da agropecuária, alguns<br />
exemplos: Aplicar boas práticas no<br />
manejo, estabelecimento e transporte<br />
animal; melhorar o bem estar animal<br />
em todas as fases; controle de vacinação;<br />
garantir uma boa higiene, medidas de<br />
biossegurança e condições gerais nas<br />
fazendas e aplicação de boas práticas<br />
de gestão de resíduos (FAO 2016). De<br />
acordo com a ANVISA (2018) hoje o<br />
Brasil utiliza parâmetros estabelecidos<br />
por agências internacionais como a<br />
Codex Alimentarius e Food and Drug<br />
Administration (FDA) que controla<br />
medicamentos e alimentos dos Estados<br />
Unidos, pois são reconhecidas por terem<br />
avaliação de risco, protegendo assim a<br />
saúde do consumidor.<br />
Considerações Finais<br />
Dada a complexidade e a abrangência<br />
dos fatores relacionados à resistência<br />
antimicrobiana, o presente estudo<br />
mostra que o uso intensivo de<br />
antibióticos no setor da agropecuária<br />
pode levar à propagação e<br />
disseminação de bactérias resistentes,<br />
tanto patogênicas, que podem<br />
infectar humanos diretamente,<br />
como não patogênicas, que podem<br />
transferir genes de resistência a<br />
outras bactérias e atingir os seres<br />
humanos por diferentes formas. As<br />
possíveis vias de transmissão podem<br />
incluir não apenas os alimentos, mas<br />
também o contato direto com os<br />
animais e através da contaminação<br />
do meio ambiente. Tendo em<br />
vista a diminuição da evolução de<br />
microrganismos resistentes, vários<br />
órgãos internacionais, e também<br />
alguns países, iniciaram programas<br />
de uso consciente e adequado<br />
dos antimicrobianos, além do<br />
monitoramento da ocorrência de
Agricultura e saúde<br />
resistência tanto em animais de<br />
produção quanto em seres humanos,<br />
através de sistemas de vigilância.<br />
Entretanto, considerando, que somos<br />
um dos principais exportadores<br />
de carne do mundo, precisamos<br />
urgentemente de dados de vigilância<br />
disponíveis publicamente para que<br />
todos estejam cientes do que estão<br />
consumindo. A grande preocupação<br />
atualmente é quanto ao fato das<br />
superbactérias estarem presentes na<br />
comunidade, o que antes se limitava<br />
aos ambientes hospitalares.<br />
No âmbito da Biomedicina,<br />
atualizações e pesquisas sobre o<br />
tema são de grande importância.<br />
É necessário obter conhecimento<br />
para reportar ou identificar com<br />
segurança no laboratório, um caso<br />
de resistência antimicrobiana, pois,<br />
como é uma evolução que vem<br />
ocorrendo muito rápida o mercado<br />
não tem um número considerável de<br />
pessoas qualificadas para lidar com<br />
esses microrganismos. Mediante<br />
o exposto, é necessário que mais<br />
pesquisas sejam desenvolvidas<br />
e também mais pessoas sejam<br />
conscientizadas, para que<br />
mudanças substanciais aconteçam<br />
e a redução do avanço da resistência<br />
antimicrobiana seja alcançada.<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
39
Em Foco<br />
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versões com modos de operação específicos<br />
para limpeza, desgaseificação e preparo<br />
de amostras, em uma grande variedade de<br />
formatos e volumes.<br />
Veja alguns dos benefícios que os banhos<br />
Elma trazem para você:<br />
• Gerador digital de ultrassom – é o gerador<br />
digital que permite os modos de operação<br />
específicos para cada aplicação, impossível<br />
com os geradores analógicos utilizados<br />
por outros fabricantes, além da variação de<br />
potência para otimização de processos;<br />
• Transdutores de última geração – com o uso<br />
de transdutores de ponta, temos modelos<br />
que trabalham em frequências baixas, para<br />
limpeza pesada; frequências intermediárias<br />
para aplicações em geral; e modelos<br />
multifrequência, que também podem operar<br />
em frequências mais altas ideais para limpeza<br />
sensível e/ou com menor nível de ruído;<br />
• Controle microprocessado – permite o<br />
início automático do ultrassom ao atingir a<br />
temperatura definida, desligamento automático,<br />
ciclos de desgaseificação automáticos quando da<br />
troca de líquido, entre outros, facilitando a rotina<br />
e liberando o operador para outras atividades;<br />
• Tanque de aço inox resistente à cavitação<br />
e elementos cerâmicos de aquecimento<br />
totalmente a prova de funcionamento a seco –<br />
alta durabilidade, confiabilidade e segurança.<br />
40<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Linha Elmasonic P – a linha profissional da Elma para o laboratório<br />
A Elma disponibiliza uma linha completa de<br />
acessórios como cestos, tanques de plástico<br />
(especiais para solventes) e tampas de diferentes<br />
materiais para aplicações distintas, suportes<br />
diversos, além de caixas de proteção acústica.
A SOLUÇÃO DE LIMPEZA PERFEITA<br />
PARA PARTES<br />
IMPRESSAS EM IMPRESSORA 3D<br />
A limpeza com banho ultrassônico da Elma remove rapidamente a resina não curadas de<br />
fendas sem danificar as peças impressas.<br />
Limpa eficiente das peças de todos os tamanhos em 15 minutos.<br />
Banhos ultrassônicos da Elma linha P funcionam com duas frequências (37kHz e 80kHz) e<br />
potência ajustável. Linha dedicada à limpeza normal e sensível, preparo de amostras e<br />
desgaseificação.
Em Foco<br />
TUBOS VACCUETE® EDTA K3 ÂMBAR: PROTEÇÃO DE<br />
MATERIAL BIOLÓGICO FOTOSSENSÍVEL<br />
BLOQUEIO DA PASSAGEM DE LUZ PARA O INTERIOR DO TUBO DURANTE A COLETA, TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E<br />
PROCESSAMENTO DE MATERIAL.<br />
Muitas são as dificuldades quando falamos de<br />
cuidados pré-analíticos. Proteger a integridade<br />
e a estabilidade da amostra durante a fase préanalítica<br />
é o principal desafio para garantir a<br />
segurança dos resultados de seus pacientes.<br />
Nos últimos anos, com a crescente demanda<br />
de tecnologia envolvendo a proteção de material<br />
biológico, várias recomendações e padrões<br />
foram desenvolvidos para garantir a integridade<br />
da amostra durante a coleta, transporte e<br />
processamento.<br />
Alguns analitos, por serem compostos<br />
orgânicos biologicamente ativos, são suscetíveis<br />
a alterações físico-químicas quando expostos a<br />
de possuir a tecnologia dos tubos VACUETTE®<br />
da amostra direto n o tubo primário, que será<br />
determinados fatores como temperatura, pH,<br />
com vácuo pré-definido para aspiração exata<br />
utilizado desde a coleta até o processamento. Já<br />
umidade e luz, por exemplo.<br />
de volumes, estéreis e fabricados seguindo um<br />
durante o transporte, impede a intercorrência de<br />
rigoroso processo de controle de qualidade.<br />
exposição da amostra à luz.<br />
Visando aumentar a segurança e prevenir a<br />
degradação desses analitos da ação da luz, como<br />
As concentrações do aditivo EDTA K3 dos tubos<br />
A Greiner Bio-One investe em tecnologia e<br />
no caso das vitaminas B1 e B6, por exemplo, a<br />
Âmbar VACUETTE® e suas tolerâncias permitidas,<br />
insumos de qualidade e é referência mundial<br />
Greiner Bio-One lança em seu portifólio o tubo<br />
bem como a proporção de sangue-aditivo, estão<br />
em sistemas de coleta de sangue a vácuo,<br />
de EDTA K3 coloração âmbar.<br />
de acordo com os requisitos e as recomendações<br />
além da divisão de BioScience, que oferece<br />
do padrão internacional ISO 6710.<br />
soluções para laboratórios de análises clínicas e<br />
O Tubo VACUETTE® EDTA K3 de coloração âmbar<br />
microbiologia. Veja mais em www.greiner.com<br />
se torna indispensável na rotina laboratorial,<br />
pois oferece proteção da amostra da incidência<br />
Na rotina laboratorial os benefícios são<br />
de luz de comprimentos de onda abaixo de 380<br />
muitos. Sua utilização resulta em otimização<br />
nm, garantindo que não haja a degradação do<br />
do processo, reduzindo o tempo de coleta, uma<br />
material, o que pode comprometer o resultado<br />
vez que o vácuo permite rapidez e precisão de<br />
final do exame.<br />
volume, além da visualização do fluxo da<br />
amostra. A proteção contra a luz no momento<br />
42<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Outra característica importante é que a<br />
coloração semitranslúcida do tubo permite a<br />
visibilidade da amostra durante a coleta, além<br />
da coleta, exclui a necessidade de corte e uso<br />
de papel alumínio como proteção do tubo,<br />
o que permite maior segurança na identificação<br />
Para mais informações:<br />
Departamento de Marketing<br />
Tel.: +55 19 3468 9600<br />
E-mail: info@br.gbo.com
PRODUZIDA NO BRASIL<br />
COM TECNOLOGIA ALEMÃ<br />
PLACA DE PETRI<br />
Personalizada e única<br />
Com excelente transparência ótica para análises microscópicas, as Placas de<br />
Petri da Greiner Bio-One podem ser customizadas com sua logomarca e ter<br />
a identidade do seu negócio.<br />
Além disso, são resistentes ao calor e produzidas em poliestireno de alta qualidade.<br />
www.gbo.com<br />
Greiner Bio-One Brasil / Avenida Affonso Pansan, 1967 CEP 13473-620 | Americana, SP<br />
TEL +55 (19) 3468-9600 / FAX +55 (19) 3468-3601 / E-MAIL info@br@gbo.com
Em Foco<br />
LAB DE A A Z: SACOS DE AMOSTRA WHIRL-PAK®<br />
DA NASCO SAMPLING E FRASCO COM TIOSSULFATO<br />
Os Sacos de Amostra Whirl-Pak® da NASCO*<br />
Não é necessário nenhum suporte para manter<br />
frasco livre de fluorescência. São amplamente<br />
são reconhecidos mundialmente pelo alto padrão<br />
o saco na posição vertical. Quando a amostra<br />
utilizados para coleta, armazenamento,<br />
de qualidade, robustez e segurança. E agora fazem<br />
é colocada no interior, o fundo especial,<br />
incubação e quantificação de amostras de água<br />
parte do portfólio da Kasvi. Os sacos de amostra<br />
permite que o saco se mantenha sozinho.<br />
para realização de testes de presença/ausência<br />
para coleta são ideais para diferentes segmentos<br />
São produzidos em polipropileno virgem,<br />
de coliformes totais e E. Coli.<br />
como as indústrias de alimentos e bebidas,<br />
disponível em diferentes tamanhos com área<br />
laticínios, análise da água, veterinária, análise<br />
para identificação das amostras, estéreis e livres<br />
Conheça esses lançamentos e nosso portfólio<br />
ambiental e solo, bem como ciência forense,<br />
de DNAse, RNAse e pirogênios.<br />
completo no site: kasvi@kasvi.com.br<br />
genética, biomédica e farmacêutica.<br />
Complementando nossos últimos lançamentos,<br />
* Produtos não passíveis de regulamentação na ANVISA.<br />
44<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
Desenvolvidos para promover segurança durante<br />
a coleta, transporte e no armazenamento de<br />
amostras, seu manuseio é muito mais fácil.<br />
o novo modelo de frasco para amostras com<br />
tiossulfato de sódio*. Feitos de poliestireno<br />
e esterilizados por óxido de etileno. Tampa e<br />
Kasvi<br />
0800 726 0508<br />
kasvi@kasvi.com.br
Em Foco<br />
MEDIÇÃO É COISA SÉRIA! SAIBA OS REQUISITOS<br />
PARA CALIBRAÇÃO EM FÍSICO-QUÍMICA.<br />
Você conhece o DOQ-CGCRE-022? Este é um<br />
documento orientativo do INMETRO que rege<br />
sobre como calibrar seu equipamento de<br />
físico-química (pHmetro por exemplo). Nele<br />
há diretrizes e orientações para o laboratório<br />
de calibração.<br />
Um dos pontos importantes sobre o<br />
processo em físico-química é o fato de que<br />
é necessário fazer a calibração elétrica e<br />
por meio de MRCs (Material de Referência<br />
Certificado) e isso você encontra na ER<br />
Analítica. Somos acreditados pela CGCRE<br />
na grandeza físico-química. Seguimos à<br />
risca a norma e trabalhamos com o que há<br />
de melhor para calibração e manutenção<br />
de: pHmetros, medidores de DBO,<br />
condutivímetro e íon seletivo fluoreto.<br />
Você pode consultar nosso escopo<br />
através do link:<br />
http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/rbc/<br />
lista_laboratorios.asp?acao=consulta<br />
Basta acessar o site, clicar no ícone “consultar<br />
laboratórios” e no campo “número de<br />
acreditação” inserir nosso número de<br />
acreditação que é 0715 e consultar.<br />
Saiba mais:<br />
Tel.: (11) 4606-7200<br />
WhatsApp: (11) 97149-5668<br />
www.eranalitica.com.br<br />
vendas@eranalitica.com.br<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Janeiro 2022<br />
45
DESDE 2000<br />
Conceito de qualidade em Microbiologia<br />
Novas e modernas instalações<br />
Equipe capacitada e comprometida<br />
Acreditações: REBLAS / CGCRE-INMETRO /ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017<br />
comercial@bcq.com.br - www.bcq.com.br - TEL.: 55 11 5083-5444