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Gestão Hospitalar N.º 27 2022

Editorial #Opções Memórias da Saúde Memórias da Informática do Ministério da Saúde Gestão CAAH: Accountability Opinião O voluntariado em saúde em contexto de pandemia Agentes Comunitários Cinco séculos de experiência e visão futura de um modelo centrado na pessoa Estudo APAH O que pensam e sentem os portugueses sobre o estado atual da saúde em Portugal Saúde em Dia O acesso dos portugueses aos cuidados de saúde: impacto da pandemia e resposta do SNS Iniciativa APAH | Survey Saúde Que prioridades para a saúde em Portugal? Legislativas 2022 Análise de programas eleitorais às eleições legislativas História APAH Segunda década da APAH: a riqueza do debate num clima adverso Comunicação em Saúde A missão do profissional de comunicação ao serviço da saúde pública Prémios ACIB Projetos de capacitação de centros de investigação clínica Iniciativa APAH APAH E SEDISA promoveram 1.º Fórum Ibérico de Contratação Pública Bolsa Capital Humano Centro de (des)envolvimento humano para a saúde Bolsa Capital Humano Impacto da comunicação como fator crítico de sucesso no desempenho dos profissionais Iniciativa APAH | Prémio Healthcare Excellence Clínica APIC: admissão pré internamento cirúrgico Iniciativa APAH | Prémio Healthcare Excellence Prémio Healthcare Excellence reconheceu melhores práticas em saúde Estudo APAH Index Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar 2021 Iniciativa APAH Fórum do Medicamento promoveu debate sobre novas oportunidades no acesso a medicamentos Estudo APAH Impacto da Covid-19 na gestão da diabetes nos hospitais do SNS Iniciativa APAH | PRR Diabetes Acesso da pessoa com diabetes aos cuidados de saúde primários em tempos de pandemia Iniciativa APAH | PRR Diabetes Menos pessoas com diabetes, mais acesso e melhores resultados em saúde Publicações APAH Um livro como incentivo à reprodução de bons exemplos Publicações APAH Transformação digital em saúde - contributos para a mudança Iniciativa APAH 44.º Congresso do IHF : Visita de estudo a hospitais de Barcelona Informação empresarial Automatização de atendimento telefónico com voicebot na saúde Informação empresarial Tecnologia ao serviço da Saúde

Editorial #Opções
Memórias da Saúde Memórias da Informática do Ministério da Saúde
Gestão CAAH: Accountability
Opinião O voluntariado em saúde em contexto de pandemia
Agentes Comunitários Cinco séculos de experiência e visão futura de um modelo centrado na pessoa
Estudo APAH O que pensam e sentem os portugueses sobre o estado atual da saúde em Portugal
Saúde em Dia O acesso dos portugueses aos cuidados de saúde: impacto da pandemia e resposta do SNS
Iniciativa APAH | Survey Saúde Que prioridades para a saúde em Portugal?
Legislativas 2022 Análise de programas eleitorais às eleições legislativas
História APAH Segunda década da APAH: a riqueza do debate num clima adverso
Comunicação em Saúde A missão do profissional de comunicação ao serviço da saúde pública
Prémios ACIB Projetos de capacitação de centros de investigação clínica
Iniciativa APAH APAH E SEDISA promoveram 1.º Fórum Ibérico de Contratação Pública
Bolsa Capital Humano Centro de (des)envolvimento humano para a saúde
Bolsa Capital Humano Impacto da comunicação como fator crítico de sucesso no desempenho dos profissionais
Iniciativa APAH | Prémio Healthcare Excellence Clínica APIC: admissão pré internamento cirúrgico
Iniciativa APAH | Prémio Healthcare Excellence Prémio Healthcare Excellence reconheceu melhores práticas em saúde
Estudo APAH Index Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar 2021
Iniciativa APAH Fórum do Medicamento promoveu debate sobre novas oportunidades no acesso a medicamentos
Estudo APAH Impacto da Covid-19 na gestão da diabetes nos hospitais do SNS
Iniciativa APAH | PRR Diabetes Acesso da pessoa com diabetes aos cuidados de saúde primários em tempos de pandemia
Iniciativa APAH | PRR Diabetes Menos pessoas com diabetes, mais acesso e melhores resultados em saúde
Publicações APAH Um livro como incentivo à reprodução de bons exemplos
Publicações APAH Transformação digital em saúde - contributos para a mudança
Iniciativa APAH 44.º Congresso do IHF : Visita de estudo a hospitais de Barcelona
Informação empresarial Automatização de atendimento telefónico com voicebot na saúde
Informação empresarial Tecnologia ao serviço da Saúde

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GH memórias da saúde

á IBM 4300

Monumentos Nacionais (DGEMN), entidade que veio a

ser responsável pelas obras de finalização do edifício.

Refira-se que as dotações previstas pela DGEMN para

os CRI e inscritas no PIDAC/80 tinham sofrido acentuados

cortes, o que obrigou a CI a procurar outras fontes

de financiamento.

Relativamente aos equipamentos, o GIS já tinha aberto

concurso e adjudicado a uma firma de serviços, a SEMAP,

o estudo de Seleção e Avaliação das propostas. Foram

selecionadas três firmas: NCR, IBM e BULL. O relatório

da SEMAP era favorável à adjudicação à NCR. Logo a

seguir à posse da CI, estava previsto um benchmark do

equipamento proposto, com base num programa de testes

elaborado pela firma de serviços. O equipamento respondeu

muito bem a esses testes mas eu, particularmente,

estava preocupado com a conversão das aplicações

que corriam no Sistema 3, pois que, das aplicações definitivas,

só tinha acabado de arrancar a Gestão de Pessoal.

A NCR não compilava o RPG2, linguagem em que estavam

escritos os programas dos Centros dos Hospitais

Civis e do Hospital de Santo António.

A solução da NCR passava pela reconversão automática,

em COBOL, feita nos EUA, paga por linha de programa.

A reconversão automática, porém, só garantia 80%

da passagem do RPG2 a COBOL. Os restantes tinham

de ser reconvertidos por programadores. Os programadores

dos Centros não conheciam o COBOL e os da

NCR não conheciam os programas. Por isso, a solução

foi condicionar a adjudicação definitiva à demonstração,

pela NCR, de que a sua solução funcionava, a partir dos

suportes dos programas a reconverter.

Nunca a NCR apresentou qualquer resultado, pelo que

se passou aos restantes concorrentes. Quer a IBM quer

a BULL tinham facilidade em reconverter os programas.

A ambos os concorrentes se pediu a mesma demonstração.

A Comissão Técnica, constituída pelos Chefes dos

Centros, foi de opinião que a que melhor respondeu foi

a IBM, a quem acabou por ser feita a adjudicação.

O GIS já tinha assegurado o arranque das aplicações definidas

como prioritárias, com uma metodologia de desenvolvimento

que apontou para a adjudicação de chefia

de projetos a empresas de serviços de informática, enquadrando

técnicos dos Centros Mecanográficos e dos

SMS, com a vantagem deste pessoal fazer a formação

em serviço.

Relativamente ao CRIN, as obras do edifício da Rua do

Breiner atrasaram-se imenso, estando inclusivamente a

entrega dos computadores prevista para uma data anterior

à sua conclusão. A solução foi recorrer ao HGSA

que cedeu uma área no CICAP (Centro de Instrução de

Condutores Auto do Porto). Num edifício construído

no século XIX foi preciso substituir um piso de madeira

em mau estado por uma laje em betão e fazer pequenas

obras de adaptação para instalar o computador e uma

sala de trabalho de alguns técnicos, obras que decorreram

a cargo do SIS. O pessoal do CRIN esteve repartido

por três edifícios: HGSA, CICAP e duas salas cedidas pela

IBM na Rua Sá da Bandeira.

A reconversão das aplicações foi rápida, estando o IBM

Sistema 3 e o IBM 4300 a funcionar em paralelo muito

pouco tempo e tendo sido assegurado, tal como nos outros

Centros, a continuidade de prestação de serviço aos

utilizadores, durante a fase de transição entre sistemas.

O CRIN foi o Centro que apostou mais fortemente no

recrutamento de licenciados e sofreu as consequências

disso. Depois de criado o SIS, foram necessários mais dez

anos para ser publicada a sua Lei Orgânica. Vivendo em

regime de instalação, os cíclicos atrasos na repristinação

do diploma da sua criação tiveram como consequência

que o Serviço estivesse mais tempo em situação de inexistência

jurídica do que em regime normal.

Sucedeu, por isso, que durante largos períodos de tempo,

não foi possível admitir pessoal e os novos técnicos

viram os prazos normais de progressão nas carreiras

substancialmente dilatados.

Num sector de atividade com forte procura no mercado

de pessoal formado, houve uma rotação muito grande

de pessoas que constituiu o principal constrangimento

no desenvolvimento do plano.

No CRIN essas dificuldades tiveram demasiada expressão.

A formação dos novos técnicos era feita na IBM. O

4300 IBM foi das primeiras máquinas, senão a primeira, a

ser instalada no Porto. Como tal, foram várias as saídas de

programadores, com as consequências que se adivinham.

Referindo-se à situação da informática no Ministério da

Saúde, o PDI/S mencionava o facto de a Informática

Médica ser inexistente, mas também era omisso quanto

ao assunto.

No primeiro Plano de Ação do SIS - curiosamente não

houve mais nenhum - transcrevia-se uma afirmação de

Funck Brentano:

“A iniciativa das ações médicas em informática não poderia

resultar, no estado atual do desenvolvimento embrionário

de informática médica, da prescrição de programas

estabelecidos à escala nacional ou mesmo regional

por uma instância ministerial centralizada. A iniciativa

das ações médicas em informática só tem hipóteses de

ser coroada de sucesso se for periférica. Ela deve resultar

da decisão espontânea de médicos, informáticos e economistas

desejosos de unir os seus esforços para tratar

um tema seletivo segundo as vias que eles próprios tenham

escolhido”.

Em nota de rodapé, referia-se que esta afirmação estava

incluída no texto “L’ íntroduction de l’informatique dans

les activités Médicales et de Santé - Document contribuitif

nº 4ˮ do Relatório Nora-Minc.

O Relatório, porém, não faz nenhuma referência à Informática

Médica, o que não surpreende.

Em novembro de 1976, Giscard d´Estaing confiou a Simon

Nora a missão de redigir um relatório administrativo

sobre a informatização da sociedade. Nora não era um

amigo do Presidente da República, mas tinham em comum

ter frequentado o ENA e pertencido à prestigiada

Inspeção de Finanças. Nora tinha sido conselheiro junto

de Edgar Faure, Pierre Mendès France, Jacques Chaban-

Delmas, diretor geral da Livraria Hachette e administrador

da Companhia luxemburguesa de teledifusão. Nora

juntou a si o jovem Inspetor de Finanças Alain Minc, que

em 1975 tinha sido o primeiro classificado da promoção

Léon Blum da Ena.

O Relatório Nora Minc, foi um bestseller mas, como é

óbvio, suscitou muitas críticas. Fora dos meios universitários

contestava-se a escolha duma telemática pesada e

“jacobina” em detrimento duma microinformática “convivial”

ferozmente defendida por Bruno Lussato, especialista

das organizações e teórico do management.

As reações dos meios universitários vieram sobretudo

APOSTANDO NUMA

INFORMÁTICA CENTRALIZADA,

NÃO ADMIRA QUE OS AUTORES

DO RELATÓRIO TENHAM

EVITADO FALAR DE

INFORMÁTICA MÉDICA

á IBM 4300 ”

de sociólogos, nomeadamente Michel Crozier, que denunciavam

o “enciclopedismo superficial do Relatório e

questionavam a ideologia subjacente, relevando duma ingenuidade

tipicamente tecnocrática e científica, herdada

do Iluminismo e do século XIX”.

Apostando numa Informática centralizada, não admira

que os autores do Relatório tenham evitado falar de Informática

Médica.

O binómio centralização/descentralização também teve

reflexos no SIS, a começar pelo próprio serviço. A Comissão

Instaladora era constituída por um Presidente e

quatro Vogais, um dos quais residente na Sede do Serviço,

e por três Administradores Regionais, residentes,

obviamente, neste Centros. A organização dos serviços

centrais coube, fundamentalmente, ao Vogal da sede, oriundo

dos Serviços Médico-Sociais, onde era fácil o recrutamento

de funcionários. Face à perspetiva da criação nos

serviços centrais duma estrutura pesada e burocrática,

nós, os Administradores Regionais, reagimos e pedimos

a exoneração das funções. O SIS passou por uma curta

face confusa e veio a ser integrado no IGIF entrando para

a Comissão Instaladora o Diretor do IGIF como Presidente

e o Subdiretor como Vogal, mantendo-se como

Vogais os Administradores Regionais.

O funcionamento da CI entrou na normalidade, desaparecendo

as tentações de centralização e de criação duma

estrutura pesada, com o evidente propósito de controlar

os Centros Regionais, na forma clássica da Administração

Pública.

Na Comissão Instaladora do SIS passei muito mais anos

do que pensava. Era tempo de regressar às funções de

Administrador Hospitalar. Ã

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