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Edição #273

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FEVEREIRO 2022 • Nº 273 • ANO 26

conectando você ao mercado de seguros

>>

OPINIÃO

O que as seguradoras

acreditam que será

tendência em 2022

>>

TENDÊNCIAS 2022

O que esperar

de um ano

tão atípico?

Eleições, inflação, juros altos,

novas tecnologias, Open

Insurance, diversificação, canais

>>

de distribuição são variáveis

que influenciam o caminho do

mercado neste ano

OPEN HEALTH

A INFLUÊNCIA DO MERCADO FINANCEIRO

Seguindo na linha do open finance, Governo ventila

a possibilidade de criar banco de dados único para

usuários do sistema de saúde



EDITORIAL

Seguimos tentando recomeçar

FEVEREIRO 2022 • Nº 273 • ANO 26

EXPEDIENTE

Sempre brincamos que o ano no Brasil começava, efetivamente,

depois do carnaval. A pandemia, e mais especificamente a

variante ômicron, nos mostra que esta máxima não existe mais.

Quando as empresas ensaiavam a retomada tiveram que dar

um novo passo para trás, com o objetivo de preservar a saúde de seus

colaboradores. Graças à vacina, a gravidade da doença diminuiu, a sua

frequência continua em alta. Esta combinação o mercado conhece bem,

porque faz a sinistralidade de suas carteiras aumentar, independente do

produto.

O que esperar de 2022? Esta é uma questão recorrente que,

com o avançar dos dias, vai ficando um pouco mais clara. Como negócio,

o mercado de seguros esta confiante, como sempre, mesmo em vista da

instabilidade política gerada por um ano de eleições e das perspectivas

de juros altos, que compensam questões operacionais.

Identificamos algumas tendências para 2022 após entrevistar

especialistas do setor. Investimento em tecnologia, startups e

crescimento do seguro de vida são tacadas certeiras. A carteira de riscos

cibernéticos ainda está em desenvolvimento no exterior e aqui no

Brasil, portanto, os produtos possuem margens insuficientes para cobrir

todos os riscos envolvidos.

O nível de emprego e de subemprego influenciam diretamente

o poder de compra e a escolha dos produtos. O mercado precisa olhar

com muita atenção para os empreendedores autônomos, que serão

uma parcela ainda maior da cadeia produtiva.

A lição de casa para o mercado de seguros, em 2022, continua

a mesma: buscar a inclusão de novos consumidores com produtos mais

simples e mais acessíveis.

Nesta edição também mostramos a visão de algumas empresas

sobre as tendências para os corretores de seguros, como eles podem

evoluir seus negócios e diversificar suas carteiras.

Boa leitura!

Diretora de Redação:

Kelly Lubiato - MTB 25933

klubiato@revistaapolice.com.br

Diretor Executivo:

Francisco Pantoja

francisco@revistaapolice.com.br

Redação:

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Colaborador:

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12.000 exemplares

Circulação:

Nacional

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Mensal

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responsabilidade exclusiva de seus autores,

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opinião desta revista.

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CONTEÚDO

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ÍNDICE

05 painel

08 gente

OPEN HEALTH

Depois o Open Finance Governo ventila a possibilidade

de criar um Open Health, com o objetivo de centralizar

as informações de quem utiliza os sistemas público e

privado. Entretanto, especialistas afirmam que há um

longo caminho a ser percorrido ainda

>> PÁG. 16

14 rede lojacorr

Grupo de corretores apresenta os

resultados obtidos em 2021 e já

se prepara para inovar em 2022.

Produção de prêmios no ano

passado ficou próxima da marca

de R$ 1 bilhão, emv 45 ramos de

seguros e mais de 200 produtos

ESPECIAL TENDÊNCIAS

ESPECIAL TENDÊNCIAS

MERCADO

Entrevistamos especialistas do mercado de seguros para

identificar os temas que merecem especial atenção dos

corretores de seguros em 2022. Digitalização, seguro de

vida, riscos cibernéticos, planos corporativos estão no

centro das atenções

>> PÁG. 20

30 artigos

Seguradoras apresentam as

tendências de negócios e serviços

para corretores de seguros

- AXA no Brasil

- Bradesco

- Icatu

- Porto Seguro

- Seguros Sura

- Seguros Unimed

Os artigos assinados são de responsabilidade

exclusiva de seus autores, não representando,

necessariamente, a opinião desta revista.

4


PAINEL

estudo

Desaceleração econômica é a principal preocupação na América Latina

A AON divulgou os resultados da Global Risk Management

Survey 2021 (Global Risk Management Survey

- GRSM 2021), que reúne, a cada dois anos, informação de

milhares de líderes corporativos.

A edição de 2021 entrevistou mais de 2.300 gestores

de 60 países, em 16 indústrias, tanto no setor público

como privado. O risco que teve maior ênfase e prioridade

foi o relacionado à segurança cibernética, que encabeçou

a lista globalmente, como risco atual e futuro, a coloca-

ção mais alta desde o início da pesquisa. Cyber também

foi citado na lista dos 10 principais riscos em cada região,

indústria e tipo de respondente. Na América Latina, a desaceleração

econômica foi o risco que encabeçou a lista.

Agravados pela pandemia de Covid-19, e a interligação

entre os tipos de risco, os 10 principais riscos da

América Latina segundo a Pesquisa Global de Gerenciamento

de Riscos 2021 da AON são:

- Desaceleração econômica / Recuperação lenta da economia

- Interrupção do negócio

- Risco do preço das matérias primas / Escassez de materiais

- Risco de pandemias / Crises de saúde

- Risco de fluxo de caixa / liquidez

- Modificações legislativas / regulatórias

- Risco político

- Flutuação do tipo de câmbio

- Ciberataques / Violação de dados

- Aumento da concorrência


PAINEL

livro

“O vendedor de futuros” mostra as raízes e

frutos de Nilton Molina

Um ouvido atento, sempre

disposto a escutar e a dar

seus palpites. Um faro bem

apurado para os negócios e a

certeza de que é preciso apostar

e ter autoconfiança para

alcançar o sucesso. Estas mensagens

encontram-se implícitas

no livro “O vendedor de futuros”,

um autobiografia de Nilton

Molina, presidente do Conselho de Administração da

MAG Seguros,, escrita pelo jornalista Luís Costa Pinto.

O livro, cujo subtítulo é Nilton Molina: A trajetória

de um vencedor, mostra como foram os 70 anos

de sua carreira profissional, o inconformismo com as

limitações da carteira assinada logo no primeiro emprego,

aos 12 anos; os mais diversos empreendimentos,

vendendo o que fosse possível, até chegar ao mercado

financeiro e as incursões pelos montepios, planos de

previdência privada e capitalização.

Conhecer a história de Nilton Molina ajuda a compreender

o desenvolvimento do mercado de seguros no

Brasil, suas nuances, a forma como algumas decisões são

tomadas. Molina é fonte de informação e conhecimento

para todos que atuam no mercado de seguros.

assistência 24h

Entidades preocupam-se com a prestação

dos serviços

A Fenacor

(Federação Nacional

dos Corretores

de Seguros) e a

FenSeg (Federação

Nacional de Seguros

Gerais) emitiram uma nota se posicionando sobre

o atendimento das seguradoras na assistência 24 horas.

“É de conhecimento das federações que os serviços

de assistência aos segurados enfrentam um período

de dificuldades no atual cenário de pandemia, com

reflexos nos segmentos Automóvel e Residencial. Os

transtornos envolvem desde os serviços de reboque até

a falta de peças de reposição, passando pela carência de

mão de obra qualificada para atendimento e reparos. O

panorama exige uma ação institucional do setor de seguros

no enfrentamento dos problemas.

Diante deste quadro, a FenSeg e a Fenacor estão

criando um Grupo de Trabalho para monitorar a

situação nos estados e oferecer respostas satisfatórias

diante das queixas apresentadas. O GT representa um

compromisso de seguradoras e corretoras de seguros

com a prestação dos serviços de assistência 24 horas,

mantendo seu padrão de excelência. O trabalho será

desenvolvido de forma conjunta com SindSegs e Sincors,

contemplando todas as regiões”.

seguro de vida

Aumento na arrecadação

O volume de prêmios dos seguros

de pessoas registrou R$ 46,4 bilhões

no acumulado de 2021, com alta de

12,62%. Em termos de variação percentual,

o ramo Vida Individual foi o que

mais se destacou, crescendo 29,4% no

período em relação ao ano anterior, mais

de R$ 8,9 bilhões arrecadados.

Quanto ao volume, o Prestamista apresentou o

maior resultado em prêmios: cerca de R$ 14,3 bilhões, seguido

do Vida em Grupo (R$ 12,1 bi), e o ramo de Acidentes

Pessoais com R$ 6,3 bilhões, também no acumulado

de janeiro até novembro de 2021. O seguro de Doenças

Graves/Terminais registrou prêmios de

R$ 1,3 bilhão no mesmo período e 24%

de incremento frente aos números de

2020.

Os sinistros também cresceram

(53,2%) no acumulado de janeiro a novembro

de 2021 sobre mesmo período

de 2020, somando R$ 16,5 bilhões – número

ainda influenciado pela pandemia da Covid-19. Os

números são do último levantamento setorial de novembro

de 2021 da Susep (Superintendência de Seguros Privados),

compilados pela Fenaprevi (Federação Nacional de

Previdência Privada e Vida).

6


saúde

ANS esclarece dúvidas de beneficiários da APS

A ANS (Agência Nacional de Saúde

Suplementar) prestou esclarecimentos

sobre a transferência parcial de carteira

da operadora Amil para a operadora APS.

Desde 2/01/2022, os beneficiários

de planos individuais e familiares da operadora

Amil (Registro ANS nº 326305), residentes

nos estados de São Paulo, Rio de

Janeiro e Paraná, passaram a ser atendidos pela operadora

A.P.S Assistência Personalizada à Saúde (Registro ANS nº

406708). Segundo a nota, a transferência parcial da carteira

da Amil foi autorizada pela ANS em dezembro de 2021

e cumpriu todos os requisitos necessários

Isso significa que os beneficiários vinculados aos

planos da carteira transferida deixaram de ser clientes da

Amil e passaram a ser clientes da APS. Os termos dos seus

contratos continuam os mesmos, apenas mudou a operadora

contratada, antes era a Amil e agora é a APS. Os

beneficiários de planos individuais e

familiares residentes em outros estados,

bem como os beneficiários de

planos coletivos, não foram transferidos

e permanecem na Amil.

A informação é que a rede de

prestadores (hospitais, clínicas, laboratórios,

profissionais de saúde) da

APS é a mesma que tinha a Amil para os referidos planos

transferidos. A nota destaca que qualquer operadora pode

solicitar alterações em sua rede credenciada. As exclusões

de prestadores hospitalares, por redimensionamento ou

substituição, são solicitadas à ANS por meio eletrônico,

cujo sistema gera o resultado da análise em aproximadamente

24 horas, caso os requisitos para a solicitação

tenham sido cumpridos. Por sua vez, as operadoras são

obrigadas a comunicar aos beneficiários sobre todas as

alterações promovidas na sua rede credenciada.

pandemia

ANS aprova inclusão de teste rápido de

Covid-19 no Rol de coberturas

A diretoria colegiada da ANS (Agência Nacional

de Saúde Suplementar) aprovou em janeiro, em reunião

extraordinária, a inclusão do exame teste rápido

para detecção de antígeno SARS-CoV-2 (coronavírus

Covid-19), no rol de

coberturas obrigatórias

para beneficiários

de planos de

saúde.

O teste será

coberto para os beneficiários

de planos

de saúde com segmentação

ambulatorial,

hospitalar ou referência e será feito nos casos

em que houver indicação médica, para pacientes com

Síndrome Gripal (SG) ou Síndrome Respiratória Aguda

Grave (SRAG), quando os sintomas estiverem na janela

ótima de utilização, ou seja, entre o 1° e o 7° dia de início

dos sintomas.

seguro rural

Mudanças climáticas desafiam o setor

O número de

avisos de sinistros de

seguro rural recebidos

pelas seguradoras nas

duas últimas semanas

de dezembro foi de 10

mil, superando todos os comunicados registrados entre

janeiro e novembro de 2021. Com a seca que prejudica

soja e milho na região Sul, o valor das perdas em análise

ultrapassou R$ 600 milhões na quinzena.

Mais de 80 mil apólices foram comercializadas

para esses grãos nesta safra 2021/22, o que mostra que

o cenário, que já era difícil sobretudo por causa da quebra

da safrinha de milho na temporada 2020/21 e dos

efeitos de estiagem, geadas e granizo em cafezais de

Minas e São Paulo, tornou-se ainda mais complicado.

Em meados do ano passado, a sinistralidade do

seguro rural chegou, em geral, a 200%, e no caso do

café o índice superou 300%. No total, as indenizações

superaram R$ 4 bilhões de janeiro a novembro, em todo

o ano anterior, foram R$ 2,5 bilhões.

7


gente

CONTROLE FINANCEIRO

A Brasilprev anunciou

Ronaldo Simon

Ferreira para o cargo de

diretor de Controles Internos

e Gestão de Riscos da

companhia. O executivo

será responsável por liderar a área ligada a manutenção

e aperfeiçoamento da Estrutura de Gestão

de Riscos, do Sistema de Controles Internos e de

Compliance da empresa.

NOVIDADES COMERCIAIS

Nuno David é o

novo diretor comercial da

MAG Seguros. Ele está há

13 anos no departamento

de marketing da seguradora:

“Agora será um novo capítulo

na história da MAG,

com um trabalho tão sólido.

Mas, juntos, seguiremos uma nova jornada de

levar proteção para todos os brasileiros. Capacitar e

treinar os parceiros é fundamental para fazer crescer

o mercado brasileiro de seguros. O conteúdo é

de muita importância para todos”, afirma David.

RESPONSABILIDADE NA SUBSCRIÇÃO

Leandro Cordeiro

é o novo superintendente

de Subscrição da Zurich no

Brasil. Com mais de 15 anos

de experiência na área de

seguros de vida, o executivo

passa a fazer parte do

time de Vida e Previdência

da seguradora e chega com a missão de ampliar e

fortalecer a participação da empresa nesta importante

linha de negócio. Seu objetivo é promover o

crescimento sustentável, buscando soluções rentáveis

e inovadoras.

DIRETOR DE SEGUROS

A Europ Assistance Brasil anunciou a contratação

de Israel Azevedo Lopes de Araújo como

Chief Insurance Officer (diretor

de Precificação, Rentabilidade

e Controles).

“É uma grande satisfação

fazer parte do

time da Europ Assistance

Brasil. Tenho certeza de

que minha experiência irá

agregar para o projeto de transformação da companhia,

sendo meu grande foco questões voltadas

à precificação e rentabilidade. Importante ressaltar

que a EABR conta com um time excepcional de profissionais,

time este que me sinto honrado de poder

liderar”, diz.

MARKETING E

COMERCIAL

A Seguros Unimed

anunciou Renata Ucha

Campos como superintendente

de Marketing e

Gustavo Knupp para a superintendência

Comercial PME e Adesão. Os executivos

passam a liderar áreas estratégicas da companhia,

com foco em ações digitais e novos negócios.

“Embarco nessa

oportunidade feliz e realizada

por poder atuar em

uma empresa que tem

como missão cuidar de

pessoas e proteger a vida,

o patrimônio e o futuro.

Estou animada com os desafios

e comprometida em ampliar os negócios da

marca, nacionalmente”, declara Renata.

“Estou na organização há bastante tempo

e ao longo desses anos sempre prezei pelas boas

parcerias. Estou honrado e animado com a nova

oportunidade dentro do grupo e espero colaborar

de forma efetiva para o crescimento da empresa”,

afirma Knupp.

8



gente

POSSE NO SINCOR-AL

O novo presidente da entidade,

Gustavo Henrique Olimpio da Silva,

tomou posse para o mandato de 2022 a

2025 no Sindicato dos Corretores de Seguros

de Alagoas. “Irei trabalhar pautado

nos compromissos que assumi com os

profissionais que atuam no mercado de

seguros em Alagoas”, disse.

A atual diretoria é composta pelo

presidente, Gustavo Henrique Olimpio da Silva; vice-

-presidente, Maria Vitória Tenório Freitas; primeiro

vice-presidente financeiro, Alfredo Lúcio de Carvalho

Júnior; segundo vice-presidente financeiro, Benedito

Barros Calado Filho; primeiro vice-presidente administrativo,

Ailton José da Silva Júnior.; segunda

vice-presidente administrativa, Agina Bezerra de

Lima; primeira vice-presidente social, Nely Moura de

mendonça; segundo vice-presidente social, Nelson

Peixoto Feijó Filho; vice-presidente de relacionamento

institucional, Otávio Vieira

Neto; vice-presidente de ensino e tecnologia,

Djaildo Costa Batista de Almeida;

vice-presidente de marketing e eventos,

Edmilson Ribeiro Silva; vice-presidente

de política, Otávio Pontes Vieira; vice-

-presidente vida e previdência, Cilene

do Nascimento Cajé; vice-presidente de

comunicação, Moacir Vanderlei dos Santos; primeiro

conselheiro fiscal, Ailton José da Silva Júnior; segundo

conselheiro fiscal, Djaildo Costa Batista de

Almeida; terceiro conselheiro fiscal, Nelson Peixoto

Feijó Filho; primeiro suplente conselho fiscal, Moacir

Vanderlei dos Santos; segundo suplente Conselho

Fiscal, Bruno Alexandre Loureiro Vasconcelos; e, terceiro

suplente conselho fiscal, Cilene do Nascimento

Cajé.

COUNTRY MANAGER

A 123Seguro elegeu

Marcelo Biasoli como

country manager para o

Brasil. Para o segmento

B2B2C a proposta da insurtech

é viabilizar parcerias

com empresas e canais de

distribuição que sejam relevantes

em seus mercados

de atuação como: instituições

financeiras, montadoras de veículos, concessionárias,

associações e também empresas que

possuam modelos de negócios escaláveis como

bancos e plataformas digitais, startups e scaleups.

“Acreditamos que a oferta de soluções digitais de

seguros será um grande diferencial para as empresas

e canais em um cenário em que o consumidor

passa a ser o dono dos seus dados e vai definir de

quem ele vai comprar o produto e que tipo de experiência

ele deseja. Conveniência e experiência

são fundamentais para o processo de compra”, diz

Biasoli.

LUTO NO MERCADO PAULISTANO

Nilson Arello Barbosa, ex-mentor do Clube

dos Corretores de Seguros de São Paulo faleceu

em 19 de janeiro. Barbosa iniciou sua carreira em

seguros na corretora Porto

Nazareth, como office

boy, em 1968. Passou

pela companhia Cruzeiro

do Sul e, posteriormente,

pela corretora Banespa,

até 1995, quando se aposentou.

Habilitado corretor

de seguros em 1987,

fundou sua própria corretora, a Mega Company.

Mentor do CCS-SP por duas gestões (2008 a

2012), Arello sentia orgulho de fazer parte da história

de uma entidade que, no passado, ajudou os

corretores a terem voz. Em 2012, no final de sua segunda

gestão, trabalhou pela eleição do seu secretário,

Alexandre Camillo, que foi eleito mentor e,

posteriormente, presidente do Sincor-SP. Em 2018,

retornou à diretoria do Clube na gestão de Evaldir

Barboza de Paula (2018/2020).

10



gente

APOSTA NA COMUNICAÇÃO

A Aon anunciou Inácio Araújo

como novo diretor de Marketing e Comunicação

para o Brasil. Com mais de 20 anos

de atuação no mercado segurador, o executivo

será responsável por liderar a área

no país, reportando-se à Carmela Borst,

CMO América Latina da companhia.

O executivo chega para apoiar o

novo momento da companhia, que visa fornecer

soluções inovadoras para os clientes,

independentemente do setor, tamanho ou

geografia, focando em necessidades não

atendidas em quatro áreas principais: novas

formas de volatilidade, construção de uma

força de trabalho mais resiliente, acesso ao

capital e atendimento aos desfavorecidos.

COMANDO PROFISSIONAL

A Assembleia Geral

da Confederação Nacional

das Seguradoras - CNseg

(formada pelas quatro

Federações associadas)

aprovou a indicação do

Conselho de Gestão, após

processo seletivo, para contratar

o economista e ex-

Ministro Dyogo de Oliveira como o próximo diretor

Presidente Executivo a partir de 30 de abril.

Oliveira sucederá Marcio Serôa de Araujo Coriolano,

que havia formalizado antecipadamente a

sua decisão de não prosseguir à frente da Diretoria

Executiva. Além da presidência da CNseg, que ocupa

desde 2016, Coriolano já presidiu a Fenasaúde e

também foi superintendente da Susep.

METAS PARA 2022

Desde abril de 2021,

Marcos Motta é mentor

do CCSOR - Clube dos

Corretores de Seguros de

Osasco e Região. Seu projeto

para 2022 é investir na

retomada do crescimento

do Clube dos Corretores,

convidando aqueles que

deixaram de participar a retornar. “A partir de fevereiro,

teremos o projeto de criar uma Trilha de

Conhecimento no Clube. Não é para a seguradora

fazer propaganda do seu produto mas, sim, convidar

corretores especializados a compartilhar a sua

experiência para que os sócios conheçam profissionais

com outras habilidades”. O principal objetivo é

diversificar a carteira de produtos dos associados.

RISCOS DIFERENCIADOS

A THB Brasil apresentou

Iuri Hernandes como novo

superintendente de Specialty

da companhia. Na empresa,

Hernandes pretende expandir

a carteira de contas internacionais

e explorar novos negócios

junto aos clientes existentes

com o desafio de aprimorar os

processos relacionados aos parceiros internacionais,

bem como, prestar assessoria e suporte comercial aos

parceiros locais nas prospecções de novos clientes.

“Pretendo compartilhar com minha equipe da

THB, a experiência acumulada ao longo dos anos em

seguros, auxiliando no desenvolvimento de novos talentos,

na expansão da carteira de clientes e contribuindo

para crescimento da divisão de Specialty”, diz

o executivo.

12


ATUAÇÃO EM RESSEGUROS

A MDS Brasil anunciou uma mudança em sua

diretoria. A executiva Marjorye Hoejenbos assume

o cargo de diretora de Resseguros da MDS Brasil,

uma área que acumula cerca

de R$ 700 milhões em

volume de prêmios e representa,

em média, 20%

do share do P&C. À frente

da nova função, a executiva

concentrará seus esforços

em ampliar a atuação da

corretora no setor que vem crescendo a cada ano.

Em 2021, a área apresentou alta de aproximadamente

250% no faturamento em comparação com

o mesmo período do ano passado.

POSIÇÃO GLOBAL

A AXA no Brasil anunciou

que Thisiani Matsumura

Martins foi convidada

pelo Grupo AXA XL a assumir

a posição de Global Chief

Underwriting Officer for Aerospace

(Head Global de Subscrição de Seguros Aeroespaciais,

em tradução livre).

“Agradeço imensamente ao Grupo pelo reconhecimento

e às equipes no Brasil por toda colaboração

e o empenho em realizar diariamente um

trabalho de alta qualidade e de muita proximidade

com os corretores, o que tem contribuído para posicionar

a AXA XL como um player relevante em Grandes

Riscos e Specialities”, afirma Thisiani Matsumura.

INOVAÇÃO NA PAUTA

A SulAmérica anunciou a chegada

de Igohr Schultz, ex-Telefônica-Vivo e Natura,

para a nova posição de vice-presidente

de Tecnologia e Inovação da companhia.

O executivo se dedicará às duas áreas que

possuem um papel relevante para acelerar

ainda mais a entrega de Saúde Integral.

“Em 2022, a companhia busca se consolidar

com projetos relevantes e a área de

tecnologia e inovação serão pilares importantes

para sustentação destes projetos e

ações que levarão a seguradora a entregar

eficiência operacional e a sustentabilidade

para o negócio”, afirma o executivo.

MUDANÇA NO SINCOR-BA

O Sindicato dos Corretores de Seguros da

Bahia empossou seu novo presidente Josimar Antunes

Ribeiro. O novo presidente afirma que será

um desafio estar à frente

de uma entidade como o

Sincor-BA. “Estou motivado

e aceitei essa nova missão

na minha rotina, que é estar

a frente do sindicato, atendendo

todas as demandas

da categoria. Estamos ao

dispor dos corretores de seguros, dos executivos

das seguradoras e das empresas prestadoras de

serviços, ligadas ao setor”, explicou.

VIDA E SAÚDE RENOVADA

A Austral Resseguradora

apresentou Alessandra

Monteiro como sua nova

diretora de subscrição de

Vida e Saúde. “Com a pandemia

e o despertar das

pessoas para o seguro de

Vida, as resseguradoras foram

as grandes parceiras das seguradoras para garantir

o pleno funcionamento do mercado. Mesmo

com sinistros, o ramo cresceu em prêmios e tem

tudo para evoluir ainda mais em 2022. A Austral Re

quer ter um papel cada vez mais relevante neste

cenário promissor de negócios”, declara.

13


publieditorial

REDE LOJACORR

Mensagem de agradecimento pelo ano de 2021

Amigos do mercado de seguros,

E

com imensa alegria que compartilhamos alguns

resultados que muito nos orgulham, referentes

ao fechamento do exercício de 2021, quando a

maior rede de corretoras de seguros independentes do

Brasil encerrou com mais de R$ 916 milhões produzidos

em seguros, consórcios e demais segmentos, por meio

de um time de 5.000 profissionais, apoiados por 250 colaboradores

espalhados de Norte a Sul do País.

Este timaço de especialistas na distribuição respondeu

pela produção de exatos R$ 916.823.498,87

em Prêmios Líquidos Emitidos, oriundos de todos os

segmentos, o que representou 25% superior a 2021 –

crescimento novamente bem acima da média do mercado

de seguros. Outro ponto positivo foi a diversificação

na carteira: tivemos produtos comercializados em

45 ramos distintos e mais de 200 diferentes produtos

foram adquiridos.

Como parâmetro dos expressivos resultados alcançados

e da pujança da Rede, em números absolutos

realizamos R$ 180 milhões a mais que o ano anterior

– somente esse número já foi praticamente o que a Lojacorr

produziu em 2014 todo.

No nosso exclusivo modelo de negócios, oferecemos

produtos e serviços diferenciados e buscamos

parcerias com as principais seguradoras do Brasil e com

empresas que complementam nosso ecossistema de

soluções – até o final do ano disponibilizamos 66 parceiras.

Dessa forma, possibilitamos o acesso imediato

junto às seguradoras a todos que fazem parte da Rede,

bem como auxiliamos em muitos serviços complementares

inerentes ao negócio.

Continuamos o processo de expansão pelo território

nacional, embarcamos 261 novas corretoras de

seguros e 294 prepostos, terminamos o ano presentes

em todos os estados e Distrito Federal, por meio de 59

unidades, atendidas por 4 Diretorias Regionais, sediadas

em: São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Recife. Processamos

440.000 documentos, contabilizamos segurados

nos 26 Estados da União mais DF e com uma abrangência

de atendimento em 4.500 municípios brasileiros.

Mesmo em períodos de instabilidade econômica,

política e em meio à maior pandemia do século,

os bons resultados de 2021 demonstraram a força

da união, do compartilhamento, da colaboração e do

sucesso do modelo de negócios criado pela Rede Lojacorr,

reflexo de um trabalho sério e bem estruturado,

regido com todo o cuidado no planejamento, investimento

em tecnologias e nas parcerias com o mercado.

VALE RESSALTAR OS DESTAQUES DO ANO NA REDE

LOJACORR, OS TOP 10 NAS CATEGORIAS:

Seguradoras: Bradesco, Tokio Marine, HDI, Mapfre, Liberty,

Mitsui, Sompo, Zurich, Allianz e Alfa.

Unidades: Curitiba PR, Florianópolis SC, Brasília DF,

Maringá PR, Campinas SP, Sudoeste PR, Londrina PR,

Chapecó SC, Porto Alegre RS e Campos Gerais PR.

Corretoras de seguros: Cedro/Divinópolis MG, M&K/

São Luís MA, Forte Brasil/Curitiba PR, Sacs/Tubarão SC,

Afirmativa/Ipatinga MG, Rosa Tavares/Itumbiara GO,

A3MG/Governador Valadares MG, Viconseg/Vitória da

Conquista BA, Dias & Costa/Juiz de Fora MG, Almeida &

Associados/Florianópolis SC.

Segmentos: Automóvel, Previdência Privada, Consórcio,

Saúde, Vida, Empresarial, Rural, Residencial, RD

Equipamentos e Condomínio.

Para finalizar, em números qualitativos, atingimos

75,6 pontos na pesquisa de satisfação (NPS) realizada

junto aos corretores da Rede e permanecemos na

desejada zona de excelência. De quebra, continuamos

certificados pelo quarto ano consecutivo pelo GPTW

(Great Place To Work), como uma das melhores empresas

para se trabalhar no Estado do Paraná, local da Sede

Administrativa.

Diante de tantas excelentes notícias, concluímos

que juntos vencemos 2021, mais um ano altamente

desafiador. Por isso, deixamos aqui nossos sinceros

agradecimentos, pelo integral apoio na construção da

maior rede de corretoras de seguros independentes do

Brasil e seguiremos no firme propósito de ajudar o brasileiro

a se proteger mais e melhor!

#rumoao1ºbilhao

#juntossomosmaisfortes

Meu forte abraço,

Geniomar Pereira

Diretor Comercial (CCO)

da Rede Lojacorr

14



SAÚDE

OPEN HEALTH

O mundo pode se abrir para melhorar o

atendimento à saúde

DEPOIS DO OPEN BANKING E DO OPEN

INSURANCE, GOVERNO FEDERAL LANÇA

LUZ SOBRE A POSSIBILIDADE DE ABRIR

AS INFORMAÇÕES DE SAÚDE DOS

CIDADÃOS, COM OBJETIVO DE AMPLIAR

AS OPORTUNIDADES QUE POSSAM SER

OFERECIDAS PELO MERCADO

Kelly Lubiato

Cada cidadão deve ser o dono do

seu destino e das suas informações.

Cada um deve escolher o

que fazer com elas, a quem entregá-las e

quais benefícios obter. Esta premissa foi

levada em consideração para que o Banco

Central e a Susep investissem no Open

Finance.

Agora, inspirado por estas medidas,

o Ministério da Saúde ventila a possibilidade

de criação do Open Health, com

a intenção de ampliar a concorrência no

mercado de planos de saúde. Segundo

informações do Jornal Valor Econômico,

o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga,

quer criar esta regulamentação a

partir de medida provisória. Segundo o

ministro, o compartilhamento de dados de clientes pode levar uma

operadora, seja ela nova ou já atuante, a oferecer um plano mais barato

para um paciente que eventualmente use pouco hospitais ou

outros serviços de saúde.

A teoria pode ser bastante interessante, entretanto, a regulação

da saúde suplementar é rígida o suficiente para garantir os

direitos dos consumidores. “A proposta ainda é bem incipiente e

carece de maior aprofundamento técnico. O IESS vai estudar esse

assunto. Já colocamos em nossa agenda de trabalho. Mas, note

que o setor de saúde é muito, mas muito mesmo, mais complexo

que o setor bancário ou financeiro. A alta inflação que reinou

no Brasil por décadas exigiu aumento de agilidade por parte dos

bancos. Eles se informatizaram muito cedo, antes mesmo que o

sistema dos Estados Unidos”, avalia José Cechin, superintendente

executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Considerando que o País possui mais de 700 operadoras

médico-hospitalares e mais de 300 exclusivamente odontológicas,

16


“O Open Health pode trazer ganhos substanciais. “Refiro-me

à promoção e disseminação de hábitos saudáveis de vida,

que nos dão bem-estar, envelhecimento saudável, evitam

o adoecimento especialmente de doenças crônicas, com

possíveis impactos no crescimento dos custos

JOSÉ CECHIN, do IESS

mais de sete mil hospitais, milhares de laboratórios, um número ainda

maior de clínicas e quase meio milhão de médicos, haverá ainda

muito trabalho para a consolidação dos dados. “Cada uma dessas

entidades têm seus sistemas próprios, suas formas de registrar os

atendimentos e os procedimentos realizados. É preciso colocar todos

esses dados em um sistema único, em nome do indivíduo, com

senha de acesso que a pessoa fornece de acordo com seus interesses.

O Conecte SUS é uma iniciativa nessa direção de integração dos

dados – ainda incipiente. Os dados estão armazenados, mas em sistemas

dispersos e escassamente compatíveis. É preciso um barramento

para coleta desses dados e compilação em sistema universal.

As dificuldades técnicas podem ser facilmente superadas. Mas há

que se superar dificuldades, reais ou imaginadas, dos stakeholders”,

avisa Cechin.

O presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde

- Abramge, Renato Casarotti, lembra que este debate ainda é embrionário

e esta discussão, por enquanto, ainda é uma mistura de

conceitos. “A ideia do Open Health ventilada pelo Ministro Marcelo

Queiroga parece uma derivação do Open Banking. Conversando

com assessores do Ministério verificamos que a ideia está muito ligada

às informações financeiras, de contraprestações pagas pelos

usuários e de sinistros”.

Para Casarotti, é preciso separar os conceitos. A ideia do beneficiário

como dono de seus dados e podendo lançar mão deles

para buscar uma melhoria para o cuidado que ele acessa, faz sentido.

“Concordamos com este princípio, compreendendo os conceitos

da LGPD, ainda mais na área da saúde, cujos dados são sensíveis.

Mas não é possível fazer este paralelo direto, entre Open Health e

Open Banking”, classifica. Porém, ele ressalta que a ideia de ter os

dados centralizados, passa pelo conceito do prontuário único, que a

pessoa pode compartilhar os dados para navegar entre os sistemas,

mesmo para os planos empresariais.

Já há iniciativas nesta linha de criação do prontuário único

e eletrônico. “Um fator que limita a criação de um sistema de Open

Health é que, em saúde, apenas 20% dos planos são individuais. O

restante são planos corporativos, nos quais o empregador não pode

abrir os dados individuais”, avalia Casarotti.

Por último, Casarotti ressalta que plano de saúde não é conta

bancária e possui uma lógica atuarial muito forte. “Apesar de ser individual,

ele tem uma lógica coletiva também. Caso contrário, você

corre o risco de fazer uma seleção de risco adversa, por isso acho importante

aprofundar a discussão e saber

qual é o objetivo que estamos buscando

com o Open Health. Se for apenas o aumento

da concorrência no setor, talvez

esta não seja a ferramenta capaz de promover

esta mudança”.

O COMEÇO PODE SER O PRONTUÁRIO

ÚNICO E ELETRÔNICO

A padronização dos prontuários

eletrônicos é uma demanda antiga do

mercado de saúde, além de ser uma premissa

para o Open Health existir. Cechin

questiona “como faríamos a troca de in-

RENATO CASAROTTI,

da Abramge

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SAÚDE

OPEN HEALTH

A transformação digital é uma das megatendências

do atuais e, certamente, será realidade no setor de

saúde, alterando a experiência de cuidado e abrindo

possibilidades na coordenação da jornada assistencial

e no aumento da efetividade dos sistemas de saúde”

OMAR ABUJAMRA JUNIOR, da Unimed do Brasil

formações sem um padrão previamente

estabelecido e que “converse” entre todos

os elos da cadeia de valor da saúde?”,

porque os prontuários eletrônicos existem,

mas em padrões diferentes a depender

do desenvolvedor / tecnologia.

“É um tema complexo, que exige

grande esforço de tecnologia e interoperabilidade.

O prontuário único é muito

útil principalmente para as pessoas, pois

registra toda a sua história de saúde, que

pode ser facilmente vista pelo profissional

assistente e, dessa forma, encurtar o

tempo de anamnese. Mais do que isso, o

VITOR ASSEITUNO,

da Sami

registro não esquece e, portanto, a fidedignidade das informações

não depende mais da memória da pessoa. Ganha-se em precisão”,

afirma o executivo do IESS.

Porém, esta é uma realidade ainda bastante distante, porque

a “conversa” dos prontuários depende também do poder público,

que deve não apenas regulamentar como também investir

em sua planta, seja em equipamentos ou treinamento para os

agentes de saúde.

O presidente da Unimed do Brasil, Omar Abujamra Junior,

pondera que a transformação digital tem permeado diferentes setores

da economia e da sociedade, e não será diferente no campo

da saúde. “A comunicação em rede é um dos grandes motores de

transformação do setor. As informações de saúde são geradas ao

longo de toda a cadeia – consultórios médicos, clínicas, hospitais

e operadoras”.

“A transformação digital é uma das megatendências do atuais

e, certamente, será realidade no setor de saúde, alterando a experiência

de cuidado e abrindo possibilidades na coordenação da

jornada assistencial e no aumento da efetividade dos sistemas de

saúde”, avalia Abujamra. Ele acrescenta, que, no entanto, será preciso

definir quais informações devem ser compartilhadas de modo

a gerar valor no processo assistencial, de forma consistente. “Não se

trata apenas da portabilidade entre planos de saúde. Para o mercado

suplementar, também é crucial que o marco regulatório acompanhe

essa evolução, tanto na perspectiva de assegurar direitos e o

poder de escolha dos beneficiários, como também estabelecer parâmetros

claros e comparáveis de qualidade assistencial para subsidiar

essa sua escolha e preservar a sustentabilidade do setor”, sinaliza o

presidente da Unimed do Brasil.

HEALTHTECH

O setor de saúde também está na mira das novas empresas

ligadas à inovação e tecnologia. Nos últimos dois anos uma série

de empresas iniciaram suas operações com modelos diferentes

dos operados pelo mercado, oferecendo desde coparticipação até

planos de telemedicina e gerenciamento de carteiras de saúde

corporativas.

Em um debate sobre Open Health, estas empresas podem

sair na frente no compartilhamento de informações, uma vez que

já nasceram digitais e amparadas em API’s.

18


Vitor Asseituno, presidente da Sami, explica que desde a

idealização da healthtech eles acreditam que os dados de saúde

das pessoas devem estar reunidos, seguros e disponíveis para que

os profissionais que cuidam dos pacientes possam ter acesso a

esses dados e cuidar melhor das pessoas. “Em 2021, fizemos um

grande investimento em privacidade de dados de acordo com a

Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e no início de janeiro de

2022 começamos o primeiro hospital interoperável com a Sami

trocando dados e permitindo que um nível superior de medicina

seja praticado a partir dos dados”.

“Criar um padrão e centralização de dados na saúde pode

ter um potencial incrível para o setor privado e também público,

levando a melhores decisões de saúde para o sistema e para a população.

Na Pipo, conversamos bastante sobre o assunto e como

isso possibilitaria um melhor desfecho clínico e acompanhamento

da saúde de cada indivíduo. Pretendemos atuar ativamente no

tema e auxiliar na construção do melhor modelo”, conta Thiago

Torres, Cofundador da Pipo Saúde.

Torres acrescenta que a Pipo é uma empresa de tecnologia

que endereça dores e problemas da saúde no Brasil. “Nascemos

com uma infraestrutura digital pronta para suportar discussões,

como o Open Health. Isso fará com que a gente consiga estar

pronto com mais velocidade e também disponibilizar produtos e

serviços para empresas do setor que tenham dificuldade de fazer

essa adaptação. Queremos conectar a demanda (necessidade por

produtos e serviços de saúde) com a melhor oferta de saúde”, avisa

o executivo da Pipo.

Entretanto, Asseitune, da Sami, afirma que a adaptação vai

depender de como o governo organizar esse projeto, quanto tempo

ele vai demorar para ser lançado etc. Naturalmente, uma empresa

nativa digital tende a ter vantagens e mais agilidade nesse

processo.

Em um ambiente completamente digital, as healthtechs

saem com um corpo de vantagem. Afinal elas têm a facilidade de

já possuir todos os seus prontuários em formato eletrônico, que

podem conversar eventualmente com um modelo público com

com outras empresas.

“Existem padrões conhecidos de prontuário, armazenamento

ou troca de dados em saúde, como HL7 FHIR, OpenEHR,

OMOP e outras siglas do setor. Estamos na torcida e expectativa

que o governo utilize padrões reconhecidos mundialmente em

vez de criar um modelo próprio, o que dificultaria potencialmente

as trocas de dados e tem o risco de se tornar um empecilho em vez

de um facilitador”, esclarece Asseitune.

Segundo Torres, da Pipo, já existe um prontuário com todos

os dados dos pacientes, que são cruzados com as informações com

toda a utilização e custo que eles possuem em cada um de seus benefícios.

“Isso nos dá uma visão 360 graus da jornada de saúde da

pessoa e não apenas o uso do plano de saúde, mas sim como ele

interage com nossos concierges, nosso time de saúde e como utiliza

cada um de seus benefícios. Conseguir agregar mais informações e

dados trazidos por um modelo público com certeza é uma oportunidade

que teríamos muito interesse de aproveitar”, completa.

THIAGO TORRES,

da Pipo Saúde

MAIS SAÚDE

José Cechin, do IESS, ressalta que

vê áreas em que o Open Health pode

trazer ganhos substanciais. “Refiro-me

à promoção e disseminação de hábitos

saudáveis de vida, que nos dão bem-estar,

envelhecimento saudável, evitam o

adoecimento especialmente de doenças

crônicas, com possíveis impactos no

crescimento dos custos”.

Desta forma, e sabedoras de quais

pessoas seguem hábitos saudáveis, operadoras

podem convidar consumidores

para portabilidade oferecendo planos

com custos menores, por exemplo. “Os

consumidores, sabendo dessa tendência,

serão estimulados a seguir esses hábitos.

Falo de deixar de ser sedentário,

abandonar o uso de substâncias que nos

fazem mal, migrar para o padrão alimentar

saudável, substituindo o consumo

de ultraprocessados por porções diárias

de frutas, legumes e verduras, como recomendar

importantes sociedades de

especialidades do mundo desenvolvido.

Esse seria um exemplo de concorrência

que favoreceria comportamentos

adequados tanto por parte das pessoas

quando das operadores. E, por que não

dizer, também dos prestadores?”, questiona

Cechin.

Esta é a teoria do ganha-ganha

aplicada à prática.

19


TENDÊNCIAS

CORRETORES

Preparados

para

2022

AO QUE TUDO INDICA, A RESILIENTE

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE SEGUROS ESTÁ

PRONTA PARA O QUE DEVERÁ NORTEAR

O MERCADO LOCAL NOS PRÓXIMOS

MESES ATÉ DEZEMBRO, COMO AVALIAM

REPRESENTANTES DO SETOR OUVIDOS

POR APÓLICE. HÁ, ENTRETANTO, SINAIS DE

QUE ALGUMAS CARTEIRAS SENTIRÃO MAIS

QUE OUTRAS O IMPACTO DAS CRISES

POLÍTICA E ECONÔMICA VIGENTES. AFINAL,

EM ANO DE ELEIÇÃO PRESIDENCIAL,

SOBRETUDO ESTA, EM ESPECIAL, A

ÚNICA CERTEZA PARA O FUTURO É UM

INCÔMODO PONTO DE INTERROGAÇÃO

André Felipe de Lima

20


E

quem disse que seria fácil? Nunca

é fácil no Brasil, onde rabiscos políticos

são imperiosamente constantes

e ofuscam programas socioeconômicos

verdadeiramente sérios. Como

dizem: o Brasil não é para amadores. Em

2022, como de praxe, não será novamente

fácil para o país, o brasileiro e mercados,

especialmente se consideramos que

o ano em questão é de eleição presidencial

e será marcado por uma instabilidade

econômica e política que, na verdade,

começou antes mesmo do advento da

pandemia e amplificou-se drasticamente

com o avanço da doença. No mercado de

seguros, em especial, a atenção para esse

cenário é pontual. Acredita-se, contudo,

que haverá respostas positivas do setor,

justamente o que vem acontecendo de

forma resiliente desde que o vírus mortal

iniciou sua devastação global.

“O mercado de seguros precisará

ser cada vez menos conservador, no

sentido de que deverá assumir e colaborar

no gerenciamento de riscos não tão

conhecidos”, alerta o sócio-fundador do

Santos Bevilaqua Advogados, ex-diretor

e superintendente substituto da Superintendência

de Seguros e Previdência

(Susep) e presidente da Academia Nacional

de Seguros e Previdência (ANSP), o

advogado João Marcelo dos Santos, para

quem, em 2022, a consolidação da volta

de alguma normalidade a ramos como

automóvel e massificados em geral deverá

se consolidar em curto prazo. “Os seguros

de pessoas beneficiaram-se, na pandemia,

da nova percepção de riscos das

famílias, e talvez isso se torne um ‘novo

normal’. Os grandes riscos dependem

muito das perspectivas econômicas, que

por sua vez estão hoje muito nebulosas.

Isso, principalmente por conta da eleição

presidencial e dos problemas econômicos

do Brasil e do ambiente internacional. Dificilmente

teremos surpresas boas nesse

campo. A imprevisibilidade é a principal

certeza nesse momento”, assinala Santos.

No site da jovem 180º Seguros, que

ingressou no mercado em 2020, quando

a pandemia da Covid-19 começava a

21


TENDÊNCIAS

CORRETORES

Os grandes riscos dependem muito

das perspectivas econômicas,

que por sua vez estão hoje muito

nebulosas. Isso, principalmente

por conta da eleição presidencial

e dos problemas econômicos

do Brasil e do ambiente

internacional. Dificilmente teremos

surpresas boas nesse campo. A

imprevisibilidade é a principal

certeza nesse momento”

JOÃO MARCELO DOS SANTOS, da ANSP

destruir milhões de vidas e mercados em

todo o planeta, está escrito logo na primeira

página: “Uma nova forma de distribuir

e consumir seguros no Brasil”. A pandemia

não foi debelada totalmente, mas

o fôlego da 180º mantém-se em meio a

um cenário socioeconômico francamente

desfavorável. Como afirma o CIO e cofundador

da companhia, Alex Körner, a

aposta em 2022 é no modelo de B2B2C

(business-to-business-to-consumer) que,

em uma tradução livre significa a venda

direta ao consumidor, porém facilitada por outra companhia parceira

no processo. As insurtechs como a180º permanecerão na crista da

onda no mercado brasileiro. Para Körner, o recorde de investimentos

nelas registrado no ano passado, que superou mais de meio bilhão

de reais, deverá estimular os investidores a manterem o foco nas jovens

companhias do setor securitário.

“Quando você olha a carteira de vida ano contra ano, 2021

cresceu mais 20%. Para 2022, a carteira de vida, de acidentes pessoais,

continua em crescimento. Temos uma preocupação no mercado

como um todo com o aumento de cancelamento do produto, dado

que estamos passando de uma pandemia para uma endemia. Acho

que isso vai pressionar um pouco as seguradoras. Mas o mercado

vai tentar rodar o produto ‘seguro de vida’ de maneira diferente para

mostrar a importância dele para as pessoas”, prevê Körner.

A inflação, o desemprego e a perda de fôlego no consumo

são a composição dramática de uma crise econômica que inevitavelmente

impactará na precificação das apólices, o que já acontece

em todos os mercados, sobretudo os mais maduros, como o americano

e o europeu. O contexto exigirá, entretanto, uma mobilização

das empresas para evitar o esvaziamento de carteiras, como acentua

Körner: “Vamos ver se esse cenário se estabiliza. Mas vejo que algumas

seguradoras já começam a fazer uma precificação diferenciada

para poder diminuir risco de perda de carteira.”

Para o executivo da 180º, o mesmo comportamento será notado

em carteiras como, por exemplo, residencial e de auto: “Percebemos

que o mercado de auto usado ainda está em alta e temos

encontrado seguradoras que até têm, principalmente, peças de reposição,

mas sofrem com uma alta demanda. Ao longo do ano as

seguradoras vão calibrar um pouco a precificação de automóvel,

principalmente por causa do aumento da sinistralidade. Ainda que

muita gente não tenha usado o carro ao longo da pandemia, as seguradoras

geraram uma compensação de margem mas, obviamente,

agora com a retomada da sinistralidade e o cenário econômico

que ajudam a impactar um possível aumento de preços e de correções

nas carteiras de automóveis ao longo do ano.”

Na Europa, a pandemia da Covid-19 passará a endemia e,

consequentemente, haverá mais controle sobre as futuras e bem

prováveis variantes do vírus. “É um sinal positivo”, diz o presidente da

Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Antonio Trindade,

referindo-se à retomada da normalidade do cotidiano de pessoas e

mercados no decorrer deste ano. O bastante — diz ele — para que

patamares pré-pandemia possam ser registrados no mercado de seguros

brasileiro em 2022. “Até porque nos últimos dois anos, 2020 e

21, apesar da pandemia, o mercado de seguros reagiu bem. É bastante

provável que a vida retorne ao rumo normal”, mas há alguns

senões, como o próprio Trindade observa: “Aqui, no Brasil, teremos

um ano eleitoral, e os rumos que a economia tomará são ainda incertos.

A distância entre um programa econômico e outro é gigantesca

e ainda não há muita informação disso, então este será um ano um

pouco mais difícil para nós por conta do aspecto político e econômico.

Se essas coisas se ajustarem, sou positivo até o final do ano.”

Edson Franco, que recentemente assumiu a Presidência da Federação

Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), ressalta

22


“Quando você olha a carteira de vida ano contra ano,

2021 cresceu mais 20%. Para 2022, a carteira de vida, de

acidentes pessoais, continua em crescimento. Temos uma

preocupação no mercado como um todo com o aumento

de cancelamento do produto, dado que estamos passando

de uma pandemia para uma endemia. Acho que isso vai

pressionar um pouco as seguradoras. Mas o mercado vai

tentar rodar o produto ‘seguro de vida’ de maneira diferente

para mostrar a importância dele para as pessoas

ALEX KÖRNER, da 180º Seguros

que o o mercado securitário mostrou grande sensibilidade social ao

abdicar, livremente, das cláusulas de restrição à cobertura securitária

em função da pandemia da Covid-19. “Foram quase R$ 6 bilhões pagos

em indenizações de abril de 2020 a dezembro de 2021 a mais de

162 mil famílias. No próximo triênio (2022-2024), período em que estarei

como presidente da FenaPrevi, seguiremos focados em pontos

como a ampliação do acesso e a simplificação dos produtos de pessoas.

Assim como na conscientização da sociedade, levando informação

e fomentando discussões relacionadas à importância da proteção

financeira”, garante Franco.

Segundo o presidente da FenaPrevi, a meta da instituição é

consolidar ainda mais a previdência privada como principal instrumento

de planejamento para uma aposentadoria com maior tranquilidade.

Ele elenca algumas tendências não somente para 2022,

como também para os próximos anos. “A primeira é a digitalização:

cada vez mais espera-se que quase tudo seja feito de maneira remota,

segura, rápida e fluída; a segunda é a célere evolução do comportamento

do consumidor, suas necessidades e expectativas. Aspectos

como produtos personalizados, coberturas flexíveis e seguros

aplicados com base na utilização dos clientes são alguns exemplos

do que veremos cada vez mais; em terceiro, é ratificar a importância

dos corretores e parceiros de negócios para assegurar uma

consultoria de riscos adequada às necessidades de cada cliente. A

interação humana permanece muito apreciada e é crucial para um

processo de venda consultiva. Nesse sentido, as soluções híbridas

devem prevalecer e a busca do equilíbrio entre o digital e o humano

será muito importante.”

COMO FICA A PRECIFICAÇÃO?

Com vários escritórios nos Estados Unidos e uma representação

em Londres, a agência americana de seguros Woodruff Sawyer

afirma que haverá uma “mudança perceptível no vento a favor dos

compradores de seguros” em 2022. Mas a mesma agência adverte

que “o otimismo das seguradoras em relação

aos aumentos contínuos das taxas

pode ser uma ilusão”, considerando que

uma pesquisa do segundo trimestre do

Council of Insurance Agents & Brokers

(Ciab) relata que essa média de aumentos

das tarifas de linhas comerciais foi

de 8,3%, abaixo, portanto, dos 10,0% no

primeiro trimestre de 2021 no mercado

americano. Além disso, aponta a análise

da Woodruff Sawyer, novos entrantes no

mercado estão aumentando a concorrência,

o que deverá reduzir ainda mais as

taxas das apólices. “Isso perdurará até o

final de 2022”, conclui a agência. Será que

tudo isso que projeta a Woodruff Sawyer

para o mercado americano, anos luz do

brasileiro em amadurecimento, poderá

ser sentido no Brasil?

Para o presidente da ANSP, João

Marcelo dos Santos, há algumas peculiaridades

no mercado brasileiro de seguros

que precisam ser descritas para qualquer

abordagem que trate do tema “precificação”.

O aumento da concorrência no

mercado de seguros, especialmente nos

seguros massificados, como decorrência

da existência de novos entrantes e de

novas oportunidades de negócio, é uma

realidade, diz ele. Ao mesmo tempo, o

incremento de riscos como os cibernéticos,

o gerenciamento de dados pessoais,

pandemias e outros demandam certo

23


TENDÊNCIAS

CORRETORES

No Brasil, teremos um ano eleitoral, e os rumos que a

economia tomará são ainda incertos. A distância entre

um programa econômico e outro é gigantesca e ainda

não há muita informação disso, então este será um ano

um pouco mais difícil para nós por conta do aspecto

político e econômico”

ANTONIO TRINDADE, da FenSeg

aumento de custo vai para o preço das apólices. Devemos ver ao

longo de 2022 algum repasse de custos, seja de operação, para as

apólices, mas não acredito em nada muito drástico. Haverá produtos

do tamanho do bolso de todos os clientes até por conta do novo ambiente

regulatório que vivenciamos nestes dois anos. Tem produto

para todo mundo", graças a Deus”, salienta Trindade.

cuidado das seguradoras na precificação,

completa Santos. “Assim, é difícil prever

o futuro sem deixar de reconhecer uma

tendência geral de aumento de taxas,

até pelas incertezas econômicas atuais.

Talvez a melhor forma de buscar uma

resposta para essa pergunta seja avaliar

ramo a ramo, inclusive no que se refere

à dependência de resseguro e correlação

com atividades econômicas específicas”,

sugere o advogado.

Trindade, da FenSeg, salienta que

o cenário no exterior será caracterizado

pelo estacionamento das taxas este

ano, porque muitas “já subiram bastante”

para algumas linhas de negócio, mas, no

Brasil, paradoxalmente — explica ele —

não há um mercado de consumo e uma

competição mais intensa entre as seguradoras

que façam com que os preços das

apólices subam na mesma proporção das

taxas internacionais. “Agregue-se a estes

fatores a baixa penetração da indústria

de seguros em relação ao PIB”, diz Trindade,

ponderando que a comercialização

de apólices, apesar de tudo, deverá

ampliar-se este ano.

“Temos um sem número de seguradoras

aqui, mas, infelizmente, as taxas

no Brasil não subiram na mesma proporção

do que se viu lá fora. A partir do

momento em que a gente começa a ver a

inflação subir aqui no Brasil, parte desse

EFEITOS NA CAPITALIZAÇÃO

A pandemia e a crise econômica decorrente dela e da particular

crise política no país mexeu com todos os mercados internos.

A capitalização não fugiu à regra, mas, igualmente ao mercado de

seguros em geral, respondeu com resiliência, como frisa o presidente

da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Marcelo

Farinha, que enumera dois efeitos do cenário pandêmico no setor.

O primeiro consiste no comprometimento da capacidade financeira

da sociedade, levando muitas famílias a priorizarem suas necessidades

básicas e o segundo efeito refere-se ao distanciamento

social, que afastou a força de venda dos consumidores em um

sistema de distribuição eminentemente físico. “Ainda vivemos em

um ambiente econômico desafiador, mas estamos mais preparados

para lidar com essa situação. Aprimoramos nosso sistema de

distribuição e vimos florescer nossos canais digitais. Aprimoramos

nossos canais de relacionamento com o intuito de proporcionar

experiências cada vez melhores para nossos clientes. Contamos

ainda com toda a versatilidade da capitalização com suas seis

modalidades e sua capacidade de se acoplar a outros produtos e

mercados para proporcionar infinitas possibilidades de negócios”,

reforça Farinha.

“No que tange às perspectivas para o mercado de capitalização,

acreditamos em uma maior consciência da sociedade da necessidade

de se formar reservas para realização de sonhos e projetos

ou mesmo para superar momentos de crise e de dificuldades. Sem

dúvidas que isso conspira em favor de nosso segmento de negócios.

Ainda mais ao se considerar que no biênio de 2020/ 2021, em meio

à pandemia, as sociedades de capitalização injetaram na sociedade

bilhões de reais entre resgates e premiações de sorteios.

Entre janeiro e outubro de 2021, o segmento de capitalização

registrou R$ 20 bilhões de arrecadação, que representa crescimento

de 6%, e um crescente volume de reservas que ultrapassa os R$ 33

bilhões.

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DIGITALIZAÇÃO CONTINUARÁ DANDO AS CARTAS

Em setembro do ano passado, a Capco, uma consultoria de

gestão de tecnologia de origem belga, porém com sede em Londres,

apresentou o seu estudo The future of insurance: personalized,

digitized and connected (O futuro do seguro: personalizado, digitalizado

e conectado, em tradução livre). A pesquisa, realizada entre

abril e maio de 2021, descobriu que o aumento da educação sobre

produtos de seguros, a hiperpersonalização das ofertas de seguros

e as experiências digitais aprimoradas do cliente são as principais

oportunidades para as seguradoras melhorarem o envolvimento do

cliente e gerarem melhores resultados no mundo digitalizado e conectado

dos dias atuais.

Entre os sinais apontados pela pesquisa, destacam-se os seguintes:

crescente centralização de dados do setor de seguros e os

efeitos nas ofertas aos clientes; surgimento de produtos de seguro

hiperpersonalizados; aumento da demanda por ferramentas com

foco digital que educam o cliente, fornecem suporte personalizado

e informações financeiras e, por fim, efeitos da venda cruzada no

reconhecimento da marca, nos níveis de retenção e na geração de

negócios repetidos.

“Com certeza, a digitalização é um caminho sem volta, pelo

simples fato de que reduz custos e torna a vida das empresas e das

pessoas mais fácil. Além de impactar profundamente nos próprios

riscos seguráveis e segurados. Não se trata mais de uma opção nem

das seguradoras, nem de ninguém, a digitalização é uma realidade

com a qual todos deverão aprender a conviver e produzir. No

caso do setor de seguros, que utiliza intensivamente dados e que

não entrega um produto físico, a digitalização é ainda mais radical.

Contudo já estamos muito avançados a esse respeito. Nesse contexto,

talvez, associado à nossa crescente capacidade de gerenciar

e obter informações a partir de outras informações, os seguros paramétricos

deixem cada vez mais de ser uma categoria aplicável a

nichos. Assim, a parametrização se juntará a mais informações e a

instrumentos como os smart contracts e tornará muitos seguros e

procedimentos de subscrição e de regulação e liquidação de sinistros

total ou parcialmente paramétricos”, analisa o especialista João

Marcelo dos Santos, da ANSP.

Seguiremos focados em pontos

como a ampliação do acesso

e a simplificação dos produtos

de pessoas. Assim como na

conscientização da sociedade,

levando informação e fomentando

discussões relacionadas

à importância da proteção

financeira”

EDSON FRANCO, da FenaPrevi

RISCOS CIBERNÉTICOS, SEMPRE UMA PREOCUPAÇÃO A MAIS

A pandemia fez com que as perdas econômicas de segurados,

sejam eles corporativos ou não, por conta de ataques cibernéticos

disparassem de 2020 para cá. Com isso, aumentou a conscientização

sobre o risco e também a demanda por resseguro/seguro

cibernético. Mas como, afinal, vão se comportar os preços destas

apólices ao longo do ano? Nos Estados Unidos, por exemplo, especula-se

que os preços no mercado de resseguros cibernéticos deverão

aumentar acentuadamente nos próximos meses, chegando,

inclusive, a dobrar em alguns casos.

“Não inventamos nada no sentido de movimento cibernético.

Olhamos o que está acontecendo lá fora, Estados Unidos, Europa,

Ásia, e vemos o comportamento externo e adaptamos ao contexto

do Brasil. Isso aconteceu no seguro ambiental, no seguro de

responsabilidade civil, o D&O, e em várias carteiras que eram inexistentes

no Brasil, mas que já operavam em

mercados maduros e foram customizadas

e adaptadas para o nosso cenário de público,

renda”, afirma Trindade da Fenseg.

Ele prossegue: “A verdade é a seguinte:

essa é uma carteira que ainda

está em desenvolvimento lá fora. Apesar

de ter crescido 50% ainda é um segmento

muito pequeno dentro da indústria

total de seguros no Brasil. Vai continuar

se desenvolvendo? Não tenho dúvida.

A questão é que o limite das apólices

que são oferecidas é baixo, tanto que se

você tem um risco de sete, você consegue

comprar uma apólice de um. Não

25


TENDÊNCIAS

CORRETORES

das empresas e, consequentemente, nas demandas por seguros. A

conjugação da curva de aprendizado e incerteza de todos quanto

a esses riscos e do aumento da demanda e dos riscos a serem segurados,

que incluem desde a manutenção e do gerenciamento de

dados pessoais até o funcionamento de plantas industriais, certamente

terá como efeito o aumento do preço do seguro.”

MARCELO FARINHA,

da FenaCap

vai cobrir os dez, não cobre os 10% que

você tem de risco, e isso vai continuar

dessa maneira até que tenhamos o contexto

de segmentações, o de perda, o

de reclamações, de indenizações, para

entender direito como precificar, o que

precificar e o que proteger com relação

a seguro cibernético.”

Não há mesmo como negligenciar

a segurança com dados da empresa

e dos cidadãos comuns, como alerta

o advogado João Marcelo dos Santos:

“Com certeza, os riscos cibernéticos terão

papel central no gerenciamento de risco

NILTON MOLINA,

da MAG Seguros

SEGURO X DESEMPREGO

Em países onde a indústria de seguros é notoriamente mais

desenvolvida que no Brasil, percebeu-se o crescimento da procura

pelo seguro (sobretudo o de vida) por parte de clientes autônomos,

uma condição peculiar ao cenário pandêmico, que impôs a

escalada do desemprego em todos os mercados possíveis e em

todos os países e que, como consequência, forçou muitos a buscarem

alternativas de sobrevivência financeira pelo emprego de

negócios próprios e independentes. Este fenômeno, ao que tudo

indica, deverá se manter em 2022. Segundo Nilton Molina, presidente

do Conselho de Administração da MAG Seguros, no Brasil

também se percebe um aumento de demanda por parte de profissionais

autônomos. Porém, explica o especialista, isso não é um

fenômeno causado pela pandemia.

“Em geral, podemos perceber duas situações envolvendo

os autônomos ou profissionais liberais. O primeiro deles é não

contar com a proteção do sistema de previdência social. Devemos

avaliar este tópico em seu aspecto mais amplo de garantias,

e não apenas de aposentadoria. Com isso, estes profissionais buscam

no seguro a tranquilidade financeira diante de algum risco

que comprometa a própria geração de renda ou de sua família,

como a morte, invalidez e até uma doença grave, por exemplo. O

outro ponto engloba os profissionais que até podem contribuir

integralmente no INSS, mas têm ganhos superiores ao teto. Neste

caso, estas pessoas buscam no seguro a proteção complementar

dos que as garantias públicas. Desta forma, acredito que teremos,

principalmente com o contexto de novas relações de trabalho,

um aumento de demanda por parte deste perfil de consumidor”,

destaca Molina.

Em artigo publicado recentemente, Lacrecia Cade escreveu

o seguinte: “Muitas vezes, as pessoas permitem que seu status de

emprego determine a cobertura do seguro de vida. Esse é outro

mito de que o setor de seguros mudará em 2022 por meio da educação.

Quando deixam seus empregos, muitas pessoas não percebem

que ainda podem obter seguro de vida por conta própria (...)

O seguro de vida para autônomos precisa levar em consideração

alguns fatores relacionados aos negócios que são diferentes para

funcionários cobertos por seguro de vida por seus empregadores

(...) A conclusão é que o seguro de vida é necessário – não importa

onde as pessoas estejam em sua trajetória de carreira. As companhias

de seguro de vida bem-sucedidas transmitirão esse ponto

importante até 2022”.

Molina aponta um aspecto: o seguro de vida coletivo, muitas

vezes oferecido pelas companhias para seus empregados, é um

primeiro passo para o planejamento financeiro, mas não resolve

totalmente o problema, frisa o especialista. Isso — salienta Molina

26


— tem uma razão muito simples: este tipo de apólice olha para

uma massa e não para a especificidade de cada indivíduo.

“Desta forma, pessoas que são diferentes e que tenham necessidades

diferentes vão ser tratadas – sob o ponto de vista de proteção

e capital — da mesma forma. Temos realizado um movimento

muito bem recebido pelas empresas de promover, além do seguro

coletivo, a oferta individual, como forma de complementar as coberturas

já existentes, oferecendo a personalização necessária para

a garantia do planejamento financeiro completo”, destaca Molina,

abordando, em seguida, outro ponto que considera relevante da

questão: a educação financeira. “Eu entendo que também é papel

das seguradoras promover este tema junto à sociedade. Além de

prestar um grande e importante serviço, isso tem como saída o fomento

do próprio negócio em que estão inseridas”, avalia Molina.

A saúde suplementar também é diretamente afetada pelo

nível de emprego e renda. A saúde suplementar fechou 2021 com

o maior número de beneficiários desde 2015. Segundo dados preliminares

da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ano

passado totalizou 48.995.883 beneficiários, um aumento de mais

de 2,4 milhões desde junho de 2020. Trata-se do maior patamar

em seis anos. “Esse movimento reflete a busca natural por segurança

em um momento de pandemia, aliado ao esforço das operadoras

para retomada dos clientes e maior equilíbrio das carteiras,

de modo a fazer frente à escalada de custos provocada pela aceleração

da retomada de procedimentos e inflação dos insumos e

procedimentos médicos”, explica Vera Valente, diretora executiva

da Fenasaúde.

Segundo a executiva, a tendência para 2022 é que ainda seja

um ano de grandes desafios, com sinistralidade crescente, demandando

das operadoras continuidade em seus esforços estratégicos

para gestão de custos.

“Acreditamos em um potencial de crescimento maior no póspandemia.

Para isso é importante que haja a modernização do atual

marco legal da saúde suplementar, de modo a trazer novos produtos

e flexibilização que gerem mais acesso à saúde suplementar e que se

encaixem melhor na realidade da sociedade brasileira, com planos

individuais mais sustentáveis, por exemplo”, sustenta Vera.

PECADOS’ CONTRA O SEGURO INCLUSIVO

Não há o que duvidar da assertiva a seguir: a população mais

pobre foi a mais impactada pela pandemia da Covid-19. Serão indubitavelmente

exigidas novas formas de pensar a relação mercado/

minorias para que melhor sejam atendidas as necessidades das comunidades

vulneráveis.

João Marcelo dos Santos explica que o microsseguro, originariamente,

foi pensado na Índia, para populações miseráveis, totalmente

excluídas da economia formal e frequentemente invisíveis

mesmo para redes de assistência governamentais. Embora esses

miseráveis existam no Brasil, aqui a pobreza existe em níveis muito

menores, salienta Santos.

“Por isso, curiosamente, o conceito de microsseguro foi globalmente

ampliado em homenagem ao Brasil, especialmente considerando

as discussões no âmbito da International Association of

VERA VALENTE,

da FenaSaúde

Insurance Supervisors. Ocorre que a legislação

editada aqui para estimular o

microsseguro pecou pela complexidade

e pouca atratividade. Por isso, principalmente,

o microsseguro, enquanto ramo

específico, não chegou a se tornar relevante.

As mudanças recentes nas regras

aplicáveis a ele podem mudar esse cenário,

mas não parece que isso servirá para

incentivar a venda de produtos formalmente

classificados como microsseguro,

porque a legislação simplesmente não

traz uma razão para isso. Obviamente,

nada disso tem qualquer impacto no crescente

interesse das seguradoras em suprir

demandas de classes menos favorecidas,

o que se dará inclusive com o desenvolvimento

de novos produtos e métodos de

comercialização”, avalia o advogado e presidente

da ANSP, ressaltando que, alusivo

ao open insurance, há justificadas ressalvas

por parte de alguns setores quanto

ao planejamento contido na legislação

sobre o tema, mas que os seguros de pessoas

parecem vocacionados a se “beneficiarem”

do agora chamado open finance.

“Mas esse novo instrumento ainda demorará

para ser implementado e gerar resultados

efetivos. De qualquer modo, isso

tudo pode acontecer simultaneamente,

e o melhor caminho parece ser continuar

ampliando a educação financeira, o portfolio

de produtos e os canais de comercialização”,

conclui.

27


TENDÊNCIAS

AXA

Esqueçam a dicotomia entre

corretor e digital!

A

história recente da inovação tem nos mostrado

que a disrupção trazida pela tecnologia

gera instabilidade, incerteza e insegurança

em todos os mercados. O que também temos aprendido

é que, após uma grande onda de movimentações, se

abrem novas oportunidades em todas as dimensões e

vemos certa acomodação.

No mercado de seguros, o primeiro grande flanco

aberto por esse movimento de inovação foi na ponta

da distribuição, na jornada de compra, esse lugar que é

visto como a seara do corretor. Talvez por isso tenha se

gerado certa rivalidade entre corretor e digital. Mas esta

é uma grande falácia, como mostra pesquisa recente da

Capgemini.

O estudo afirma, entre outros pontos, que a tecnologia

facilita que o cliente tenha o primeiro acesso

com a amplificação da oferta de seguros, mas, na hora

de fechar, procura o corretor.

No mundo de hoje, é impossível imaginar que

não possamos consultar condições de um produto ou

serviço no meio da madrugada - isso é conveniência!

Mas, no momento da tomada de decisões importantes,

recorremos a um tipo de conhecimento mais refinado e

profundo, algo que o corretor tem a oferecer. Isso é confiança!

Nesse sentido, em hipótese alguma, o corretor

de seguros perde valor no processo de digitalização. Ao

contrário: sua voz como consultor especializado ganha

um espaço privilegiado, endereça um desejo e uma necessidade

do cliente e isso não é só no momento da venda,

mas durante todo o ciclo de vida do segurado, seja

uma pessoa física ou uma empresa.

Aqui na AXA, nós entendemos o negócio dessa

forma: buscamos entregar para clientes e corretores

uma experiência fluida, com forte componente digital

em carteiras massificadas e etapas transacionais da jornada,

quando as maiores expectativas são simplificação,

rapidez e agilidade.

Bons exemplos são nossas ofertas de Empresarial,

Condomínio e também o Transportes, que passou a

Igor Di Beo*

“Buscamos entregar para clientes e

corretores uma experiência fluida,

com forte componente digital

em carteiras massificadas e etapas

transacionais da jornada, quando as

maiores expectativas são simplificação,

rapidez e agilidade”

ter cotação digital e emissão em até 48 horas em workflow

automatizado. Também vale citar todas as iniciativas

para digitalização do processo de regulação de

sinistros, o que inclui vistorias remotas por app ou até

mesmo drones.

Na outra ponta, em riscos corporativos e mais

complexos, temos uma abordagem personalizada, trazendo

toda nossa experiência global para cada caso,

sempre com acompanhamento consultivo e muita interação

entre os times, para que juntos possamos oferecer

a melhor solução para corretores e clientes.

Retomando a pesquisa que citei, reforço: o cliente

(seja ele quem for!) está em busca de uma experiência

completa, com atributos complementares, que só uma

experiência digital humanizada é capaz de oferecer.

Conveniência no simples, consultoria no complexo. Confiança

sempre!

* IGOR DI BEO

Vice-presidente de Subscrição,

Comercial e Marketing

da AXA no Brasil

28



TENDÊNCIAS

BRADESCO

O mercado segurador em três

tendências: a centralidade do cliente,

o corretor multi e o mundo fígital

O

setor de seguros passa por uma série de transformações.

A pandemia combinada a um amplo

processo de transformação digital em curso

e a implantação de um sistema aberto trazem mudanças

e oportunidades não apenas para o mercado, mas também

para a profissão do corretor. Segundo um estudo

divulgado pela Swiss Re no início desse ano, esses profissionais

são responsáveis por 78% das vendas de apólices

no Brasil, tornando-os fundamentais para o crescimento

do setor.

No que tange às transformações do mercado,

vemos mudanças estruturais que incluem desde a mudança

do perfil demográfico da população, que a cada

dia fica mais longeva, até a revolução tecnológica e digital,

que redesenha modelos de negócios e incorpora

novos players. Em contrapartida, as mudanças também

criam oportunidades, sobretudo em um mercado ainda

subpenetrado e com imenso potencial de crescimento

como o brasileiro.

Com esse cenário em vista, nota-se a cultura do

seguro indo mais longe: a percepção de risco foi ampliada

para além da proteção de bens e patrimônios, permeando

todos os aspectos da nossa vida. Diante disso,

a primeira grande aposta é a ampliação de soluções que

permitam atender cada vez mais às especificidades dos

clientes. Ao olhar ainda mais atentamente para as suas

necessidades e colocar o cliente no centro das decisões

veremos a evolução dos serviços sob demanda, além de

uma maior necessidade de adaptação e personalização

dos produtos.

Aliada a isso, está a segunda principal tendência:

o corretor multi – multi-ramo, multifuncional, multicanal

e multi-habilidades. O termo multi, exprime a noção de

multiplicidade, e é nela que os profissionais que querem

atuar no futuro devem se agarrar. Multiplicidade na oferta

de produtos, para adequá-los às necessidades específicas

de cada cliente; da multiplicidade de funções, para

Leonardo de Freitas*

entregar uma boa consultoria e um bom atendimento

ao cliente; da multiplicidade de canais, para aumentar

sua capilaridade e alcançar mais clientes. E por último, a

multiplicidade de habilidades, como empatia, inteligência

emocional e adaptalidade. O corretor é multi. Cabe a

ele continuar aprimorando suas habilidades para cumprir

a missão de proteger!

Como terceira grande tendência – e complementar

às outras duas – está o mundo fígital. Que nada mais

é que a união dos mundos físico e digital. E quando olhamos

para esta realidade, entendendo suas particularidades

e conexões, conseguimos desenhar uma jornada

cada vez mais satisfatória, de acordo com a necessidade

de cada tipo de cliente.

No mercado segurador, observamos que ainda

há uma grande parcela de clientes que permanece no

mundo analógico, mas ao mesmo tempo é extremamente

necessário ficar de olho nas tendências digitais

para entender como aplicá-las com eficiência ao longo

do processo de venda, com um único objetivo: facilitar e

aprimorar a experiência do cliente ao longo de toda sua

jornada. Além disso, o que sabemos é que no mercado

segurador, assim como nos demais segmentos, a transformação

digital une-se ao fator humano.

Percebe-se que há uma tríade de sucesso para

o mercado segurador, quando falamos em tendência.

Em meio às significativas transformações do momento,

manter o foco no cliente, contar com corretores que

abracem a multiplicidade em

sua atuação e estar presente

tanto no ambiente digital quanto

físico, são formas de potencializar

a entrega de proteção.

* LEONARDO DE FREITAS

Diretor da Organização de

Vendas da Bradesco Seguros

30


TENDÊNCIAS

ICATU

O corretor de seguros como agente

de transformação social

A

indústria do seguro vive um momento relevante

no Brasil. Impactado pela pandemia, o

mercado segurador ganhou destaque diante

do imprevisível da vida, que fez a população despertar

o sentido de alerta para soluções de planejamento

e proteção financeira. Cenário este que impulsionou

a oferta de produtos pelos corretores de seguros, que

segue crescente. Fato é que o setor, em 2021, registrou

arrecadação de R$ 275,21 bilhões no acumulado até novembro,

crescimento de 13,1% em relação ao mesmo

período do ano anterior.

Olhando especificamente para o faturamento

do seguro de vida, o segmento atingiu o montante de

R$ 21,08 bilhões em novembro de 2021, crescimento

de 17,3% em relação ao mesmo período de 2020, de

acordo com números da Susep. E esse desempenho se

refletiu nas vendas dos corretores que atuam com este

produto. Em uma pesquisa realizada internamente com

seus corretores parceiros, a Icatu constatou que 66% dos

respondentes tiveram maior venda de produtos de vida

nos últimos 12 meses junto à companhia, sendo 41% de

seguro de vida individual.

Com a alta demanda de mercado, os corretores

também precisaram se reinventar, considerando os novos

hábitos de consumo do cliente. Diante dos avanços

tecnológicos acelerados pela pandemia, as companhias

investiram em cursos e treinamentos para capacitar

ainda mais o corretor de seguros profissional. Na Icatu,

por exemplo, após uma pesquisa onde entendemos as

necessidades e demandas de trabalho dos corretores,

lançamos um Curso de Marketing Digital, disponibilizado

no Educatu, plataforma de treinamento e capacitação

online da companhia. Além disso, a seguradora

disponibilizou outros 62 cursos, tanto próprios quanto

com instituições parceiras como FGV, IBMEC e ENS. Com

média de 800 acessos por mês, estamos convictos que

o conhecimento e o aperfeiçoamento profissional são

palavras de ordem nos dias atuais.

O desafio das seguradoras em todo o mundo tem

sido criar experiências e ofertas mais simples e intuitivas,

em todos os pontos de contato, proporcionando

Alexandre Vilardi*

mais conveniência. A implementação da digitalização

de contratos e documentos, assinatura eletrônica e o

armazenamento e proteção de dados na nuvem, além

da incorporação de softwares específicos para a gestão

de vendas e plataformas online, permitiram mudanças

reais no modelo de negócio do corretor, trazendo mais

agilidade e autonomia para o profissional.

Mesmo com o avanço tecnológico, o corretor de

seguros de vida se mantém como protagonista no relacionamento

e aconselhamento junto aos segurados, ele

é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento

do mercado segurador brasileiro. A tecnologia deve ser

vista como uma ferramenta de apoio trazendo facilidade,

transparência e fluidez aos processos, portanto encarada

como uma grande aliada na jornada profissional do

corretor. Com o crescimento da demanda por seguro de

vida, é natural que surjam dúvidas sobre o produto e é

nesse momento que o corretor, devidamente qualificado

e preparado, deve atuar, prestando consultoria e levando

o máximo de informação ao cliente final, fazendo

com que ele se sinta convicto e consciente quanto a real

necessidade da contratação de uma apólice de seguro.

Hoje, o corretor de seguros de vida deve ter consciência

sobre seu papel na sociedade, a natureza consultiva

de sua atividade e a importância de se tornar um

profissional cada vez mais especializado, que busca aprimoramento

constante, que conhece profundamente os

produtos que comercializa e que entende que seu trabalho

não pode ser algo superficial e limitado, já que cada

cliente vive uma realidade e possui necessidades específicas.

Sendo assim, é um profissional que atua como

agente de transformação social e se faz indispensável na

missão que desempenhamos de

democratizar o acesso ao seguro,

levando qualidade de vida e

proteção financeira a toda a população.

* ALEXANDRE VILARDI

Vice-presidente Corporativo de

Operações da Icatu

31


TENDÊNCIAS

PORTO SEGURO

Uso da tecnologia para capacitação

de corretores, produtos

personalizáveis e autosserviço

Rivaldo Leite*

Neste último ano, acompanhamos algumas mudanças

importantes no setor de seguros. Com

os riscos e novas vivências que a pandemia

trouxe, o conceito de oferta de proteção ganhou força,

criando uma conscientização sobre a importância de

poder contar com um seguro, e então pudemos encontrar

novas oportunidades de atuação em um cenário desafiador.

O mercado segurador acompanhou muito de

perto essas mudanças na sociedade e um bom exemplo

disso é enxergar como as seguradoras reagiram e passaram

a adaptar seus modelos de negócio. Até novembro,

o setor gerou (sem Saúde e DPVAT) R$ 275,3 bilhões em

arrecadação, 13,3% a mais que o período em 2020, segundo

dados divulgados pela CNSeg.

Os próximos anos serão muito importantes para

o setor de seguros, afinal é um mercado fundamental

para a recuperação socioeconômica do país, e deve atuar

para que o seguro seja cada vez mais inclusivo, chegando

a todas as classes sociais. De acordo com o “Índice

Global de Potencial Segurador” (GIP), desenvolvido pela

Mapfre Economics, o Brasil permanece como o 8° país

com maior potencial para crescimento em seguros pelo

terceiro ano consecutivo. Das carteiras mais contratadas

em 2021, o recorde foi para o seguro de vida individual.

Dados da FenaPrevi mostram que a arrecadação de prêmios

pelas seguradoras no segmento foi de R$ 8 bilhões

de janeiro a setembro, 29% maior que o mesmo período

em 2020.

E a tendência é que em 2022 não seja diferente,

pois houve uma maior conscientização da sociedade de

que seguro de vida não tem cobertura apenas em casos

de morte, mas também para tratamentos em casos

de doenças graves, arcar com os custos de despesas

médico-hospitalares, Diárias por Incapacidade Temporária

(DIT), entre outros benefícios para serem usados

em vida.

Apesar do período difícil, no último ano houveram

muitas novidades no mercado, e esse movimento

crescente exige que os profissionais que atuam nessa

área trabalhem sua capacitação para caminharem lado a

lado com a evolução do setor, afinal eles são o elo entre

o mercado segurador e a sociedade, portanto é primordial

que estejam preparados para trabalhar a resiliência

e se adaptar às novas necessidades dos consumidores e

acompanhar todas as novidades do mercado. E as ferramentas

digitais chegam para facilitar esse processo.

Na Porto Seguro, por exemplo, oferecemos o PortoEduc,

que é uma área de educação corporativa para corretores,

com o objetivo de aumentar o repertório estratégico

de vendas dos profissionais.

Além do uso ainda mais ativo da tecnologia para

a capacitação dos corretores, o setor deve intensificar a

criação e aperfeiçoamento de produtos e serviços personalizáveis,

para fidelizar os clientes já existentes e atingir

novos públicos, além de um atendimento humanizado

e de qualidade. Os investimentos em autosserviço também

devem se intensificar, visando aprimorar e facilitar

ainda mais a experiência do consumidor.

As redes sociais também participam desse processo,

pois exercem a função de aproximar consumidores

de marcas, clientes de empresas. A criação de

seguros com contratação digital e processos otimizados

atraem pessoas mais jovens pela praticidade e segurança

nos processos. E o corretor não fica de fora nessa, afinal

as ferramentas digitais se tornaram grandes aliadas

na operação de venda e consultoria. Por exemplo, eles

podem realizar a cotação, enviar a proposta para o cliente

e fechar o seguro de maneira

100% online sem sair de casa ou

do escritório, o que otimiza seu

trabalho e gera mais tempo para

novos negócios.

* RIVALDO LEITE

Vice-Presidente Comercial e

Marketing da Porto Seguro

32


TENDÊNCIAS

SEGUROS SURA

Conscientização das pessoas e

empresas impulsiona a procura por

seguros

Maria Elvira Fioratti*

“Veremos uma atuação

cada vez consciente e

sustentável do mercado

de seguros com a

adoção de melhores

práticas de governança e

responsabilidade social”

Vivenciamos a transformação de uma sociedade

que segue em constante evolução, especialmente

com a digitalização do mundo que

vem proporcionando cada vez mais experiências diferenciadas

de consumo, moradia, viagem, mobilidade e

conectividade. Junto com este movimento observamos

também a conscientização das pessoas e

empresas sobre o valor do seguro.

De acordo com a Susep, até o mês

de novembro de 2021 tivemos um crescimento

de 17,3% no segmento de Vida

comparado à 2020, com R$ 21,08 bilhões

em prêmios. As pessoas passaram a querer

se proteger e, acima de tudo, proteger

suas famílias. A busca por mais saúde

e bem-estar impulsionou o mercado de

seguros que ganhou novos consumidores

e esse é o momento em que as

pessoas são as protagonistas da relação

seguro e segurado.

Essa é uma das grandes oportunidades

para o canal corretor tornar o relacionamento

ainda mais próximo com as pessoas, entendendo o novo

cenário e aprofundando a proposta de valor de cada seguro.

Já podemos afirmar que as soluções de mobilidade

continuam sendo uma das principais tendências em

2022, assim como os seguros de vida que seguem com

representatividade no mercado, e Automóvel que a tendência

é aumentar o valor dos prêmios principalmente

em decorrência da situação econômica atual. Esses são

os segmentos que terão um desempenho ainda melhor

que o ano passado.

Outra grande tendência é a digitalização de serviços

para a autonomia dos clientes, corretores e parceiros,

em que cada vez mais o autosserviço ganhará

espaço. Assim como já vivemos uma nova fase no mercado

com o Open Insurance, que está em pauta com a

primeira etapa de implementação em operação, mas sabemos

que é uma inovação que nos permitirá conhecer

melhor o consumidor. Da mesma forma que já acontece

no mercado financeiro com o Open Banking, vamos aplicar

com sucesso no mercado de seguros.

Além disso, podemos já citar o crescimento das

insurtechs no mercado. Mesmo com uma atuação ainda

tímida, o modelo de negócio das insurtechs

apresenta novas oportunidades ao

facilitar as contratações, diminuir burocracias

e promover melhorias na prestação

de serviços de seguro, e isso impacta

positivamente também as seguradoras e

corretoras tradicionais na busca pela entrega

de melhores experiências para seus

clientes.

Além disso, veremos uma atuação

cada vez consciente e sustentável

do mercado de seguros com a adoção

de melhores práticas de governança e

responsabilidade social. É um olhar para

além do lucro, como cuidar do meio ambiente

de acordo com os pilares ESG (Environmental,

Social and Governance), que é um tema que o mercado

de seguros tem uma função social e cada vez mais avançamos

com novas práticas sustentáveis no modelo de

negócios para gerar valor para a sociedade.

Por isso é tão importante compreender o dever

social das seguradoras, corretoras e outros atores do

mercado, em prol do trabalho colaborativo para conscientizar

cada vez mais as pessoas

com informações sobre a soluções

de seguros que vão tornar

suas vidas ainda melhores.

* MARIA ELVIRA FIORATTI

Head de Tendências, Mercado,

Marcas & Comunicação da

Seguros SURA

33


TENDÊNCIAS

SEGUROS UNIMED

Planejamento financeiro e proteção:

contratação de seguros ganha

espaço entre profissionais da saúde

na pandemia

Patrícia Holanda Barros*

“Seguros Unimed busca garantir maior

cuidado e segurança aos profissionais da

saúde no exercício de suas atividades,

ofertando seguros que propiciem

tranquilidade para eles e suas famílias em

caso de imprevistos”

Setor essencial, a saúde empregava mais de quatro

milhões de pessoas em novembro de 2021,

o número de funcionários do setor cresceu 0,6%

em relação a agosto do mesmo ano, segundo dados do

Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde,

publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar

(IESS).

Contudo, o setor vive uma realidade delicada.

Levantamento das Condições de Trabalho dos Profissionais

de Saúde no Contexto da Covid-19 no Brasil, publicado

em março de 2021 pela Fundação Oswaldo Cruz

(Fiocruz), demonstrou que 95% desses trabalhadores

relataram alterações significativas em suas vidas devido

à conjuntura pandêmica.

Responsáveis pelo cuidado à vida, eles se confrontam

com uma realidade muito mais dura que o

usual, sendo atingidos por doenças que já fazem parte

do risco da profissão, acrescida por períodos longos de

trabalho, acúmulo de emprego e paciente que também

já apresentam quadro de estresse, somado às doenças.

Tudo isso tem forçado os profissionais da saúde a

pensar, ainda mais atentamente, em sua saúde financeira

e patrimonial. Perguntas sobre como garantir renda

em caso de afastamento do trabalho e deixar a família

um pouco mais protegida refletiram em uma mudança

na maneira de enxergar seguros de vida e de responsabilidade

civil, que passaram a ser vistos como garantidores

de estabilidade financeira e patrimonial. Essa percepção

comum em países como Japão e Estados Unidos

ganha mais espaço no Brasil e tem na pandemia um dos

principais catalisadores dessa mudança de visão.

Especialista na atenção aos pacientes e aos profissionais

de saúde, a Seguros Unimed viu crescer em 26% a

procura por produtos pessoa física no último ano, suscitada

por médicos, enfermeiros, psicólogos, seguidos por

empreendedores e administradores de empresas, que

ressignificaram a adesão a seguros de vida e de responsabilidade

civil, que garante mais tranquilidade no exercício

da profissão ao cobrir eventos adversos evitáveis.

Segundo dados da Superintendência de Seguros

Privados (Susep), o segmento de seguros de responsabilidade

civil cresceu, no acumulado até abril de 2021,

35,8% em relação ao montante apurado no mesmo período

de 2020. Ao ampliar o olhar para todos os seguros

de cobertura de danos, houve um crescimento de R$

1,38 bilhão na arrecadação de prêmios em 2021, quando

comparado ao mesmo período de 2020, o que corresponde

a um crescimento de 11,6%.

Por ser especialista no mercado de saúde e fazer

parte do maior sistema de cooperativas médicas do

mundo, a Seguros Unimed busca garantir maior cuidado

e segurança aos profissionais da saúde no exercício de

suas atividades, ofertando seguros

que propiciem tranquilidade

para eles e suas famílias em caso

de imprevistos.

* PATRÍCIA HOLANDA BARROS

Gerente de Responsabilidade

Civil e Patrimonial na Seguros

Unimed

34



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