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Entrevista: Projeto transforma resíduos da produção madeireira em biomassa
CRESCIMENTO
CONTÍNUO
ALTO INVESTIMENTO EM NOVO PARQUE
FABRIL ATENDE FORTE DEMANDA DO
MERCADO DE FACAS E PICADORES
MERCADO
EMPRÉSTIMOS DEVEM
FOMENTAR PRODUÇÃO DE
ENERGIA SOLAR NA REGIÃO NORTE
PELO MUNDO
JAPÃO SUPERA DESASTRE NUCLEAR COM
INVESTIMENTOS EM FONTES RENOVÁVEIS
HÁ UMA DÉCADA, ESPECIALIZADA EM
TRANSFORMAR BIOMASSA EM
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SUMÁRIO
06 | EDITORIAL
Qualidade internacional
08 | CARTAS
10 | NOTAS
22 | ENTREVISTA
26 | PRINCIPAL
32 | PELO MUNDO
Reconstrução
38 | INDÚSTRIA
Segurança no processo
42 | INOVAÇÃO
Luxo do lixo
46 | MERCADO
Geração Solar
52 | ECONOMIA
58 | ARTIGO
64 | AGENDA
66 | OPINIÃO
Eletricidade 4.0: novo conceito para a
descarbonização do planeta e o impacto
positivo na receita das empresas
04 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL
Na capa deste mês, destaque para a DRV
Ferramentas, empresa referência no
mercado madeireiro de máquinas para corte
QUALIDADE
INTERNACIONAL
E
mpreender para não apenas ser uma referência, mas para continuar como um dos principais
players do setor de máquinas de corte para os setores florestal, industrial madeireiro e de
biomassa. Essa é a história da DRV, empresa que completa 11 anos em 2022 e na reportagem
especial, conta um pouco sobre as inovações desenvolvidas pela empresa para o segmento.
Nesta edição, o Leitor também confere uma entrevista exclusiva sobre o projeto, que fomenta a produção
de biomassa a partir de resíduos de eucalipto, além de outras reportagens especiais sobre inovação,
mercado e muito mais. Tenha uma excelente leitura!
EXPEDIENTE
ANO IX - EDIÇÃO 50 - ABRIL 2022
Diretor Comercial
Fábio Alexandre Machado
(fabiomachado@revistabiomais.com.br)
Diretor Executivo
Pedro Bartoski Jr
(bartoski@revistabiomais.com.br)
Redação
Jorge de Souza
(jornalismo@revistabiomais.com.br)
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Pedro Moura
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ASSINATURAS
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A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora
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A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e
independente, dirigida aos produtores e consumidores de
energias limpas e alternativas, produtores de resíduos para
geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa,
estudantes universitários, órgãos governamentais, ONG’s,
entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente
ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se
responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,
anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes
materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização,
reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados,
sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras
criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente
proibídas sem autorização escrita dos titulares dos
direitos autorais, exceto para fins didáticos.
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CARTAS
CAPA
O Brasil se consolida como um player mundial no mercado de biomassa. O setor tem que ficar
cada vez mais em evidência e ganhar apoio das autoridades!
Dayane França – Curitiba (PR)
Foto: divulgação
ENTREVISTA
Importante constatar que a energia solar está próxima de ser acessível para boa parte da população. Mais economia e
sustentabilidade para a sociedade.
Camila Ferraz – Campinas (SP)
EVENTO
O poder público tem que estar atento às oportunidades para fomentar a produção de energia limpa no Brasil. Por isso,
é louvável o envolvimento da Itaipu em projetos nessa área.
Felipe Lara – Campo Grande (MS)
PELO MUNDO
Triste que a política interfira negativamente na busca por soluções sustentáveis. O foco
deve ser o futuro global e não disputas de egos entre governantes.
Rodrigo Lopes – Marília (SP)
Foto: divulgação
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energia
biomassa
dia informação
@revistabiomais
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NOTAS
COMPRA DE FONTES
RENOVÁVEIS
A partir de abril vigora o contrato assinado entre
Celepar e Copel Mercado Livre, pelo qual a Companhia
de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná
passa a integrar a categoria varejista, o que a torna
apta a adquirir energia elétrica de fontes renováveis,
como a solar e a eólica. O contrato tem vigência até
final de 2026 e garante outra vantagem: a economia de
aproximadamente R$ 3 milhões ao ano em gasto com
energia.
“A iniciativa reforça o compromisso assumido
pela Celepar com os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, da ONU (Organização das Nações Unidas),
e contribui para tornar o planeta um lugar melhor e
mais sustentável”, disse o presidente da Celepar, Leandro
Moura. “Além de investirmos em energia limpa e
renovável e reduzirmos o impacto ambiental, estamos
também economizando. É um contrato que temos
muito o que celebrar.”
Moura lembrou, ainda, que a empresa conta com
uma usina fotovoltaica em funcionamento desde
2018 para a captação de energia solar, o que também
demonstra a preocupação com o meio ambiente. Com
essa medida, a Celepar também está apta a buscar o
Certificado I-REC, que representa um reconhecimento a
nível global de energia limpa e renovável. O documento
garante que a energia utilizada por empresas, gerada
ou consumida, tem como origem fontes renováveis.
Os ODS foram construídos de forma colaborativa em
uma agenda mundial, adotada durante a Cúpula das
Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável,
em setembro de 2015, composta por 17 objetivos e
169 metas a serem atingidos até 2030.
Nesta agenda promovida pela ONU estão previstas
ações mundiais nas áreas de erradicação da pobreza,
segurança alimentar, agricultura, saúde, educação,
igualdade de gênero, redução das desigualdades,
energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de
produção e de consumo, mudança do clima, cidades
sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos
e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico
inclusivo, infraestrutura, industrialização, entre outros,
com o objetivo de promover o bem no planeta.
Foto: divulgação
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CONCURSO INCENTIVA ESTUDANTES A EMPREENDER
A Eletrobras abriu as inscrições para o Desafio FazGame Eletrobras60. O certame se destina a professores e estudantes dos 1º
e 2º anos do ensino médio de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Organizados em duplas, os participantes devem criar
um game narrativo sobre geração e transmissão de energia limpa e renovável, considerada essencial para a sobrevivência do planeta.
Para os estudantes do 1º ano do ensino médio, o tema é Geração de Energia Eólica. Para os estudantes do 2º ano do ensino
médio, o tema é Energia como Vetor de Desenvolvimento Local.
A transmissão, ao vivo, do lançamento do desafio ocorreu no final de março. A competição é gratuita e será realizada no formato
online, buscando incentivar a educação. A ação celebra os 60 anos da companhia.
O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, lembrou que o compromisso com o desenvolvimento sustentável da sociedade
está expresso no propósito da empresa. “Sabemos o quanto é importante conscientizarmos as novas gerações a respeito do papel
de todos nós, empresas e cidadãos, na construção de um futuro baseado em energia limpa e renovável. Por isso, nada melhor do
que celebrar nossos 60 anos incentivando jovens estudantes a pensarem nesse futuro, junto conosco", afirmou. O jogo se baseia
na contação de histórias e é criado na plataforma online da FazGame, empresa de educação e tecnologia responsável pela produção
do desafio. Os estudantes recebem suporte de seus professores que, por sua vez, contam com orientação e acompanhamento
durante o processo.
A líder pedagógica da FazGame, Heloisa Padilha, disse que, ao criar o jogo, o estudante desenvolve habilidades essenciais alinhadas
com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). “E, assim, aprimora seu domínio da língua portuguesa, que é fundamental
para o exercício da cidadania e para sua entrada no mundo do trabalho.”
As vagas são limitadas e a efetivação da participação acontece mediante ordem de envio da documentação requerida no
regulamento. Serão classificadas para a premiação dez duplas, mas somente duas receberão o reconhecimento de melhor game.
Elas serão premiadas com tablets e computadores. Uma banca de jurados convidada avaliará os jogos pelos critérios de narração,
uso de funcionalidades da plataforma, lógica e criatividade.
Os professores participantes também receberão uma licença gratuita para a plataforma FazGame até dezembro deste ano. A
solenidade de premiação está prevista para ocorrer, via internet, no dia 22 de junho. As inscrições se encerram no dia 29 de abril.
Foto: divulgação
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
11
NOTAS
PARCERIA
Foto: divulgação
A Engerey, montadora de painéis elétricos, acaba de fechar parceria com a Schneider Electric para a produção de
células modulares de média tensão. A empresa também recebeu a certificação EcoXpert MV, oferecida pela gigante
mundial para parceiros estratégicos, e que dá garantias de qualidade e originalidade de componentes do painel.
As Células Modulares de Média Tensão, conhecidas também como cubículos SM6, são comumente usadas em indústrias,
shoppings, data centers, aeroportos, companhias de saneamento e outros segmentos do setor terciário, sendo
utilizadas como proteção e medição de entradas de média tensão de concessionárias de energia, além da distribuição e
proteção em média tensão dentro das unidades consumidoras.
No caso da linha SM6 Schneider Electric, uma das vantagens está no tamanho do equipamento que é compacto,
sendo apropriado, por exemplo, para instalação de shoppings até subestações com limitação de espaço em redes de
distribuição elétrica. Caso haja a necessidade de expansão na subestação elétrica, o equipamento é modular de fácil
instalação. O SM6, por exemplo, tem disjuntores e seccionadoras SF6, que funcionam com o gás a baixa pressão, do
tipo selados para a vida. Como os polos ficam envoltos no gás SF6, a manutenção é bem reduzida e existem baixíssimos
riscos de vazamento ou comprometimento das propriedades dielétricas, não havendo a necessidade de sistemas de
monitoramento de vazamento.
Ainda, entre os benefícios deste equipamento, está seu cunho ambiental, pois ao fim de sua vida útil, o SM6 pode
ser processado, reciclado e seus materiais recuperados conforme as regulamentações europeias relativas aos produtos
eletroeletrônicos, e, especialmente, sem liberação de gases na atmosfera ou quaisquer líquidos poluentes.
Outro diferencial é que todas as células de média tensão SM6 estão em conformidade com as normas vigentes,
como a NBR IEC 62271-200, em relação à sua compactação, e seguem a forma construtiva LSC2A-PI-IAC-AFL ou AFLR,
descrita na norma NBR IEC 62271-200, que significa que os painéis garantem segurança e continuidade de operação
tendo, inclusive, sido ensaiados para suportar o arco interno (sobretensões na rede que podem causar choques) em três
ou quatro lados.
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NOTAS
CRÉDITOS DE
CARBONO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) aprovou operação-piloto
para aquisição de até R$ 10
milhões em créditos de carbono.
As compras serão voltadas, em um
primeiro momento para títulos
predominantemente de origem
REDD+ (Redução de Emissões
Provenientes de Desmatamento e
Degradação Florestal), Reflorestamento
e Energia.
Com esta iniciativa, o BNDES
pretende apoiar o desenvolvimento
de um mercado voluntário para
comercialização destes títulos,
além de chancelar padrões de qualidade
para condução de projetos
de descarbonização da economia
a partir de 2022. Créditos de carbono
representam a não emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, contribuindo para a preservação do meio ambiente.
A compra destes créditos pelo BNDES ocorrerá através de Chamada Pública para seleção de projetos de origem REDD+, Reflorestamento
e Energia. A estratégia do Banco é estimular a demanda para estes desenvolvedores, donos de terra com potencial
para projetos ambientais e demais participantes do mercado. A operação também aposta na publicação e transparência da iniciativa,
de modo a tornar os atributos de negociação dos créditos acessíveis ao mercado. Por fim, vale ressaltar que a iniciativa piloto
é propícia para busca de melhorias e revisão de processos com vistas à consolidação da prática já a partir de 2022.
Para o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, mercado de carbono é uma tendência global, em que o Brasil está vocacionado
a ser referência. “Cabe ao BNDES criar a estrutura para que o nosso país possa se beneficiar desta grande oportunidade e se
tornar um dos maiores exportadores também desta commodity. Em consequência, teremos nossas florestas preservadas, levaremos
renda à população que vive dela ou no entorno dela e criaremos uma economia verde pujante,” explica Montezano.
“O mercado de crédito de carbono cresce à medida que as empresas se tornam mais conscientes sobre suas responsabilidades
ambientais. O BNDES possui papel fundamental para trazer clareza sobre fatores como precificação, tratamento administrativo,
contábil e jurídico, além de aprofundar debates sobre novas soluções dentro deste mercado. E esta operação introdutória vai nos
propiciar maior amadurecimento técnico em preparação à operação de aquisição de créditos planejada para 2022”, acrescenta
Bruno Laskowsky, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES.
A equipe do Projeto Carbono, grupo de trabalho com a participação de diversas áreas do BNDES, já interagiu com algumas empresas
compradoras e vendedoras de créditos e vem analisando instrumentos financeiros e institucionais para atuação do Banco
no mercado voluntário de carbono. O mercado destes créditos se divide em regulados, aquele nos quais os agentes emissores são
obrigados a comprar créditos para a compensação de suas emissões por uma exigência regulatória, e voluntários. Neste último,
as motivações para a aquisição podem ser diversas, como o acesso a fontes de financiamentos verdes ou estratégia de posicionamento
institucional. A estimativa é que o mercado voluntário precise crescer mais de 15 vezes até 2030 para cumprir as metas do
Acordo de Paris, que pressupõe o atingimento do equilíbrio entre emissão e remoção dos gases causadores do efeito estufa até o
ano de 2050. Nesse contexto, a negociação dos créditos de carbono é uma maneira das empresas e países alcançarem suas metas
de descarbonização. O mecanismo REDD+, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, foi desenvolvido
pelas partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Por meio dele, países em desenvolvimento que
têm seus esforços para redução da emissão de carbono por conta de desmatamento e degradação podem receber pagamentos
por resultados.
Foto: divulgação
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NOTAS
ENERGIA FOLTOVOLTAICA
As instalações para geração de energia solar fotovoltaica registraram um avanço significativo nos últimos anos, com o aumento
de incentivos e o número de empresas apostando no setor. No entanto, o momento agora é de alerta para a qualidade, a garantia
e o seguro das placas solares. A afirmação é de Hugo Albuquerque, superintendente comercial da SOL Copérnico, durante palestra
realizada no 12º Fórum GD Sudeste, que aconteceu em São Paulo. Durante dois dias, os palestrantes mostraram as tendências e os
rumos do setor de geração distribuída na ligação com fontes renováveis.
“Estamos vendo muitos problemas ocorrendo nas instalações das placas solares, desde o efeito da queda de um raio, por exemplo,
que danifica o equipamento ou até mesmo erros quando são instaladas, alguns deles inclusive sem seguir as normas técnicas.
Agora, mais do que nunca, é hora de olharmos para esta parte do segmento, para a mão de obra, para os treinamentos, para a
qualidade das placas que estão sendo instaladas, porque uma hora essa conta vai chegar”, ressalta Albuquerque, que também é
engenheiro eletricista, formado em 1999 na Universidade de Pernambuco (Escola Politécnica), e que atua no setor desde 2009.
Ainda de acordo com o especialista, este é um dos grandes momentos para discutir o tema proposto. “O Brasil vem sofrendo
uma grave crise energética, mas estamos aqui para virar o jogo. De todos os recursos renováveis, a luz do sol é uma fonte de energia
constante, previsível e inesgotável”, afirma. Para atender a essa demanda e entregar aos consumidores as melhores soluções de kits
fotovoltaicos, a SOL Copérnico conta com reconhecidos fornecedores internacionais, como Astronergy, Chint, Sungrow, Longi, Hoymiles,
SSM, oferecendo módulos, inversores e estruturas metálicas com a maior qualidade do mercado fotovoltaico, com segurança
e credibilidade nos processos de instalação.
“Cada vez mais os integradores precisam estar atentos à qualidade, às garantias e aos seguros dos equipamentos, visto que a
quantidade de sistemas fotovoltaicos que não geram conforme o prometido tem crescido muito, e isso tem se refletido no número
de processos judiciais e inadimplências, e consequentemente, no aumento das taxas de juros para financiamento”, acrescenta
Albuquerque.
A empresa brasileira de sustentabilidade e energia solar, nasceu com o propósito de democratizar a energia solar e sustentável
no Brasil. Este movimento de mercado vem se juntar ao crescimento já verificado pelo mercado solar. No ano passado, o Brasil conseguiu
entrar no grupo das 15 nações com maior capacidade instalada de energia solar no mundo, sendo o único país da América
Latina no ranking mundial. Hoje, são mais de 13 GW (Gigawatts) instalados, o que equivale a mais de 70% da potência da usina
hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo e líder em geração de energia na América Latina.
Atualmente, a energia solar é uma das indústrias mais promissoras no Brasil. Em 2020,
o setor obteve um crescimento de 70%, enquanto no ano passado o salto foi de 64%,
segundo dados da ABSOLAR. Ainda de acordo com a entidade, no acumulado
desde 2012 essa fonte de energia já trouxe ao Brasil mais de R$ 66,3 bilhões em
novos investimentos, e gerou mais de 390 mil empregos. Com isso, evitou a
emissão de 17,5 milhões de t (toneladas) de CO2 (Gás Carbônico) na geração
de eletricidade.
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NOTAS
BITCOIN
Depois de grandes naipes do
sistema monetário digital entrarem
em circulação, quebrarem tabus e
faturarem muito bem, circula no
mercado uma microcoin potente
que, além de almejar crescer rápido,
promete lucro aos seus compradores
logo nos primeiros 12 meses.
O conceito inovador da EnyCoin é
assinado pelo time da fintech paulista
EnergyPay. Ele se sustenta porque
trata-se da única criptomoeda do
Brasil com uma usina de energia
fotovoltaica em construção. Quem
investe na compra da moeda por
meio do BNB (Binance Coin) – usado
como método de pagamento na
Binance, Exchange mais utilizada
do mundo – já faz parte da história
toda, tendo um pedacinho da
usina para chamar de sua. A moeda
digital oferece retorno financeiro de
50% aos compradores no primeiro
ano, a partir da produção da energia
gerada pela usina e pela geração de
lucratividade da moeda.
“A ENY poderá ser recomprada pela empresa e, com isso, o investidor terá garantidamente 50% de lucro”, explica o CEO da
EnergyPay, Marcos Silva. O comprador da ENY ganha também com a valorização do ativo financeiro e com os percentuais da
venda de energia. Para quem pensa em aportar, o momento é bem interessante, já que a ENY tem preço acessível, tornando
o projeto palpável. “O bitcoin [a maior criptomoeda do mundo], quando começou a ser negociado lá em 2008, valia X. Hoje,
vale Y. Por isso, é interessante garantir a compra da criptomoeda agora, porque depois de pronto, sustentável, ela certamente
vai valorizar muito”, afirma.
O mercado de moeda digital cresceu rapidamente no País, especialmente após o impacto econômico da pandemia da
Covid-19. Movidos pela segurança de seus patrimônios, muitos optaram pelo investimento que, segundo estudos financeiros,
vem sendo considerado o melhor e mais rentável. Apenas em 2021, o crescimento foi de 938% em número de investidores,
segundo pesquisa realizada com base em dados da B3 e da Comissão de Valores Mobiliários.
A falta de chuva e, com ela, o alto preço na tarifa aceleram novos projetos para a geração de energia elétrica. A primeira
usina de energia fotovoltaica do Brasil com recursos de criptomoedas é um deles. Trata-se de uma obra potente, com capacidade
para gerar 1 MW (megawatt) e com conceito social financiado por moeda digital rentável. Longe de ser utopia, o projeto
é real, já saiu do papel e deve ser inaugurado na cidade de Itaobim (MG) antes de outubro, sua previsão inicial.
A construção da usina em Minas Gerais é como uma espécie de cheque caução e sinaliza que o investimento na moeda
não é perdido. Asseguram a negociação, também, os próximos projetos da EnergyPay: as usinas de energia fotovoltaica nos
estados da Bahia e Rio de Janeiro; além do compromisso de compra do token após o primeiro ano de funcionamento da
usina por parte de quem adquiriu a criptomoeda e desejar vendê-la. “É a única moeda no Brasil que é sustentável e que já
consolidou a planta da usina”, destaca Marcos.
Acima de tudo, o investimento é realmente seguro porque o gerador de energia é o sol, fonte inesgotável de luz e calor.
A estrela central do sistema solar é o fiador do empreendimento, alimentando o sonho da EnergyPay e de quem aposta na
multiplicação dos resultados que as microcoins – como é o caso da ENY – podem trazer.
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NOTAS
CANA-DE-AÇÚCAR
Melhorar a produtividade da cana-de-açúcar
para aumentar a produção de bioetanol.
Esse é o principal objetivo da pesquisa Avanços
para cana-de-açúcar e novas fontes de
bioenergia, projeto desenvolvido no âmbito
do RCGI (Centro de Pesquisa para Inovação em
Gases de Efeito Estufa), financiado pela Shell
do Brasil e pela FAPESP (Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo).
“A cana produz açúcar apenas uma vez ao
ano. Nossa ideia é fazer com que isso aconteça
duas vezes ao ano, a exemplo do que
ocorre com o milho que tem a safra principal
e a chamada safrinha”, afirma o coordenador
da pesquisa, o biólogo Marcos Buckeridge,
diretor do INCT (Instituto Nacional de Ciência
e Tecnologia do Bioetanol), sediado no
IB-USP (Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo). Atualmente, o INCT é composto por 15 laboratórios. Do projeto do RCGI
participam alguns desses laboratórios, sendo eles o LAFIECO (Laboratório de Fisiologia Ecológica de Plantas), criado por Buckeridge em
2005, e o BIOCEL (Laboratório de Biologia Celular de Plantas), ambos situados no IB-USP, além do Laboratório de Genética Molecular de
Plantas, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e o CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura), no campus Piracicaba
da ESALQ-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). O primeiro passo do trabalho será sequenciar o genoma da cana-de-
-açúcar em nível cromossômico para assim termos o mapa de genes da planta”, diz Buckeridge. “O genoma é dividido em cromossomos
e os genes que coordenam funções biológicas estão espalhados entre eles. Para entender como o crescimento vegetal é coordenado, é
necessário conhecer as posições exatas de cada gene ativado durante o crescimento.”
De posse do mapeamento genético da planta, o próximo passo é observar em conjunto os hormônios e o sistema sensor de açúcares
da planta para conseguir entender de que forma acontece o crescimento da cana, bem como sua produção de sacarose. Para que
essa análise seja possível, os pesquisadores vão lançar mão da CRISPR-Cas9, sigla para Conjunto de Repetições Palindrômicas Regularmente
Espaçadas, que funciona com uma proteína associada, a Cas. Trata-se de uma ferramenta de edição de genomas desenvolvida
pela microbiologista francesa Emmanuelle Charpentier e a bioquímica norte-americana Jennifer Doudna, que graças ao feito venceram
o Prêmio Nobel de Química em 2020.
“Não vamos desenvolver uma planta transgênica, porque a edição elimina a necessidade de inserir genes estranhos à cana-de-
-açúcar. No caso, basta editar o DNA, em uma espécie de cut and paste de genes, para alterar regiões selecionadas do genoma e assim
reengenheirar o funcionamento da planta. Uma vez editado o DNA, passamos a selecionar os mutantes desejados que cresçam mais
rápido, acumulem mais açúcares e/ou amoleçam as próprias paredes celulares para tornar a produção da segunda geração do bioetanol
mais fácil”, explica Buckeridge. O aumento da produção de açúcar e também do volume de biomassa da cana (no caso, bagaço e palha)
vai possibilitar produzir o chamado etanol de segunda geração, entre outros produtos. “Esse resíduo pode ser fermentado e aumentar
em até 40% a produção de etanol no país. Além disso, é possível aproveitar polímeros presentes nas fibras da cana-de-açúcar, a exemplo
do betaglucano, que pode ser utilizado em cosméticos antirrugas, como complemento alimentar e também pela indústria farmacêutica
por ser um potente antidiabético”, conta Buckeridge.
Ao longo do projeto, os experimentos serão testados por meio de modelagem matemática. “Por meio de cálculos com base em
dados científicos confiáveis, a modelagem fisiológica acoplada aos dados ambientais utilizando inteligência artificial deverá permitir
averiguar como os testes feitos em laboratório funcionariam em campo e também de que forma a cana-de-açúcar vai se comportar em
ambientes extremos, com estresse hídrico, aumento de temperatura e excesso de gás carbônico, por exemplo”, esclarece Buckeridge.
Além da cana-de-açúcar, o projeto vai trabalhar com outras duas matérias-primas. Uma delas consiste nas lentilhas d´água (como a
Lemna minor por exemplo), plantas aquáticas da família das Araceae, a mesma dos lírios e pacovás. “As lentilhas d´água são minúsculas e
crescem tão rápido quanto a cana. Podem ser usadas para produzir bioetanol, pois produzem biomassa em grande quantidade sem precisar
de terra. Para completar, essas plantas combatem a poluição da água, podem ser usadas como complemento alimentar e produzem
substâncias que têm potencial para serem utilizadas no desenvolvimento de medicamentos contra a Covid-19”, alerta Buckeridge.
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ENTREVISTA
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ENTREVISTA
TIAGO
HENDRIGO
DE ALMEIDA
Formação: Graduado em Engenharia Industrial
Madeireira pela UNESP (Universidade Estadual
Paulista), Mestrado em Ciências e Engenharia de
Materiais pela EESC (Escola de Engenharia de São
Carlos), Doutorado em Ciências e Engenharia de
Materiais pela EESC, USP (Universidade de São Paulo)
e University of Illinois at Urbana-Champaign e Pósdoutorado
em Engenharia de Estruturas pela EESC
Cargo: Pesquisador Industrial no Instituto Senai de
Inovação em Biomassa
PESQUISA
E INOVAÇÃO
A
busca por fontes renováveis de energia para atender a demanda mundial por um desenvolvimento
econômico e social sustentável está atrelada ao fomento da pesquisa e inovação. Um bom
exemplo tem sido realizado pelo Instituto Senai de Inovação em Biomassa, localizado em Três
Lagoas (MS). O centro de pesquisa está desenvolvendo um estudo que permite a obtenção de
biomassa a partir de resíduos da produção de eucalipto para indústrias do segmento de celulose e papel.
“Isso caracteriza aquelas questões de economia circular e tudo isso está agregado ao projeto, discutido e
desenhado no projeto onde estamos utilizando um passivo e transformando em um ativo de alto valor para
a própria indústria, é o que mais se procura em inovação”, relata o pesquisador do Instituto Senai de Inovação
em Biomassa, Tiago Hendrigo de Almeida. Em entrevista exclusiva para a Revista BIOMAIS, o pesquisador
revelou os detalhes do projeto.
22 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Como nasceu a ideia do projeto para produção de
biomassa a partir de resquícios da produção madeireira?
Existe uma cooperação entre o Instituto Senai de
Inovação Biomassa e a Eldorado Celulose por alguns anos
já. Desta forma, é comum o trabalho em conjunto. Em uma
conversa com o representante da Eldorado Celulose na
parte de madeiras, melhoria contínua e inovação, a gente
conversou sobre a utilização da madeira deles em processos
pirolíticos. É sabido que em processos pirolíticos fazem
com que seja possível a produção de carvão, bio-óleo leve,
bio-óleo pesado, enfim o processo de termoconversão
de biomassa já é bastante conhecido e essa empresa em
questão tem trabalhado bastante na utilização e valorização
dos tocos de raízes provenientes das árvores que eles
plantam para a produção de cavaco para polpa celulósica.
Assim, visando uma maior valorização desse material,
pensamos nessa possibilidade de desenhar esse projeto
utilizando os tocos de raízes na conversão pirolítica de
combustíveis de alto desempenho. Esse foi o ambiente em
que nasceu a ideia do projeto Forest for Fuel. O projeto foi
desenhado visando o atendimento das indústrias de polpa
celulósica, uma vez que eles produzem muita madeira, que
é a matéria-prima deles, e com a extração da madeira, os
tocos de raízes acabam ficando no talhão, sendo um passivo
para as empresas. Se a gente conseguir transformar esse
passivo em ativo, isso será ótimo.
Como é estabelecido o processo para a obtenção da
biomassa?
Existe uma condição chamada prova de conceito.
Quando se fala de prova de conceito, temos que falar na
escala que estamos trabalhando. Aqui a prova de conceito
está em escala laboratorial. A gente vai validar essa
prova de conceito em escala laboratorial. Já é sabido que
o processo pirolítico de biomassa é usado para converter
biomassa em carvão e bio-óleos, mas será que essa
termoconversão pode ser realizada para tocos de raízes?
O que acontece quando a gente realiza essa termoconversão?
Qual é o resultado? O que a gente obtém? Qual é
a qualidade dos produtos obtidos? Qual é o desempenho
de conversão? Então esse estudo é necessário para uma
validação e aí entra a questão da escala. Nesse projeto, estamos
fazendo uma validação na escala laboratorial. Assim
fica desenhado o projeto. A gente parte de um passivo que
são os tocos de raízes, aplica um conceito que é a pirólise
da biomassa, obtendo-se carvão e bio-óleos. O carvão e os
bio-óleos podem ser adensados, vindo assim a ser obtido
um briquete, que nada mais é que um carvão sob pressão.
O poder calorífico de biomassas é dado em unidades de
energia por quilogramas e se adensa o material, aumenta-se
o potencial calorífico dele. Assim, aumenta o calor
gerado dentro do mesmo volume. Então é muito comum
a tática de compressão de materiais, formando briquetes e
pellets. Um dos produtos de alto desempenho que vamos
obter aqui é o carvão pirolítico prensado formando o briquete,
utilizando como ligante o bio-óleo pesado. Temos
assim, um conceito de utilização de carvão e bio-óleo pesado
como ligante para formar o briquete e vamos aplicar
aqui também esse conceito, mais uma prova de conceito
com validação em escala laboratorial dentro do projeto
Forest for Fuel.
Quais os diferenciais da biomassa produzida nesse
processo?
Dentro desse projeto a gente vai pegar esse bio-óleo
pesado para fazer um teste de conversão, que é rico em
aromáticos como guiacol, seringol, fenol, esses aromáticos
a gente vai converter cataliticamente para obter hidrocarbonetos,
que estão presentes, por exemplo, no diesel.
Mas no diesel eles são provenientes de uma matriz fóssil
e aqui estamos falando de uma matriz totalmente vegetal
e renovável, bem como, sendo um passivo da indústria de
polpa celulósica. Então, em linhas gerais, está utilizando
um passivo da indústria de polpa celulósica, toneladas de
raízes, convertendo isso com um processo de termoconversão
em carvão vegetal e bio-óleo leve e pesado, sendo
assim, conseguimos combinar o bio-óleo pesado com o
carvão formando o briquete, que é um combustível de alto
desempenho, que pode ser queimado em caldeiras, por
exemplo, e só o bio-óleo sozinho pode ser convertido em
hidrocarboneto renovável, que seria um green diesel, um
diesel proveniente de uma matriz vegetal e renovável. Esse
Nada mais é que, uma
vez desenvolvidas as
tecnologias, empregar tudo
isso nas indústrias, mostrar
que do passivo delas é
possível criar ativos que
podem ser utilizados em
diversos setores
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
23
ENTREVISTA
é o caminho do projeto, que tem uma visão de valorização
dessa biomassa que seria descarte nessas indústrias de
papel e celulose, com isso a gente vai desenvolver produtos
de alto desempenho e que podem ser utilizados no
próprio processo produtivo da indústria de polpa celulósica,
uma vez que o briquete pode queimar na caldeira e o
green diesel pode ser utilizado eventualmente, tanto em
um motor à diesel, quanto em um motor à diesel de transporte,
em um caminhão. Ou seja, isso caracteriza aquelas
questões de economia circular e tudo isso está agregado
ao projeto, discutido e desenhado no projeto onde
estamos utilizando um passivo e transformando em um
ativo de alto valor para a própria indústria, é o que mais se
procura em inovação. Resolver um problema dando uma
solução com essa sinergia, entre outras ideias.
Esse projeto foi
desenhado visando
o atendimento das
indústrias de polpa
celulósica, uma vez que
eles produzem muita
madeira
Como vão estabelecer a execução desse projeto
dentro do mercado?
Cabe ressaltar que o projeto vai ser realizado em 2
anos. Vamos seguir com um cronograma que foi desenhado
em que as etapas vão de 1 a 6. A primeira etapa é um
levantamento do estado da arte para caracterização da
matéria-prima e vamos estudar o estado da arte e ver se
temos patentes na área. Com essas patentes, conseguimos
desenhar o nosso caminho, até porque queremos fazer um
desenvolvimento de tecnologia e o final desse desenvolvimento
é a possibilidade de patentear o projeto. E ao mesmo
tempo se realiza uma caracterização da matéria-prima
proveniente do campo. Na segunda etapa, vamos otimizar
o processo de pirólise rápida em escala de bancada para a
maximização da formação de carvão e na terceira etapa o
foco é na maximização do bio-óleo pesado. Nesse estudo,
vamos construir um modelo matemático, uma superfície
de resposta, desenhando o procedimento de pirólise,
variando as possibilidades da rotina de testes. Por exemplo,
a granulometria da biomassa, a temperatura, tempo
de residência, esses tipos de variáveis para otimização do
processo. Na etapa 4 iremos realizar o desenvolvimento do
combustível sólido a partir do bio-carvão, que nada mais
é que a briquetagem. Uma vez que produzimos o carvão
por meio do processo otimizado e obtivemos também o
bio-óleo pesado, vamos unir os dois, aplicando o conceito
de briquetagem e obtendo assim o carvão vegetal.
Um briquete totalmente pronto para ser queimado em
caldeira. Cabe um adendo aqui, que uma vez que essa
biomassa é proveniente do campo, é comum ter bastante
solo agregado a essa biomassa. Com a formação do carvão,
esse carvão vai apresentar bastante inorgânicos. Uma vez
que eles não sejam propícios para a queima, por conta da
grande concentração de inorgânicos, outras opções serão
levantadas, por exemplo, utilizar esse carvão para a remediação
de solos degradados da própria indústria de polpa
celulósica. Da mesma forma, volta para o talhão o carvão
com o próprio solo que veio do talhão. Assim, fica o ciclo
fechado novamente, sendo isso uma possibilidade caso o
carvão não tenha alto desempenho. Na etapa 5 vamos coletar
esse bio-óleo pesado e realizar o desenvolvimento de
rota para obtenção de hidrocarbonetos renováveis a partir
do bio-óleo pesado. É sabido que a árvore apresenta maior
concentração de ligninas na primeira tora, na primeira raiz,
então na parte que fica enterrada, porque é onde necessita
de maior resistência mecânica. Realizando o processo
de pirólise em uma biomassa com alta concentração de
lignina a tendência é de bastante bio-óleo pesado, que é
o que a gente quer. Quanto mais bio-óleo melhor, porque
conseguimos converter esse bio-óleo pesado em hidrocarbonetos
que será nossa etapa 5. Por último na etapa 6 iremos
realizar uma avaliação global da tecnologia desenvolvida
para mitigações e emissões de gases do efeito estufa.
Nada mais é que, uma vez desenvolvidas as tecnologias,
empregar tudo isso nas indústrias, mostrar que do passivo
delas é possível criar ativos que podem ser utilizados em
diversos setores.
Entrevista concedida
previamente ao Podcast ABTCP
24 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Aumente sua
PRODUTIVIDADE!
Durabilidade Produtividade Economia
A DRV vem investindo em alta tecnologia para
inovação – o que resulta em melhoria dos
processos, aperfeiçoamento e desenvolvimento
de novos produtos para suprir as necessidades
do mercado de Biomassa, Florestal e Madeireiro.
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
PRINCIPAL
CRESCER PARA SER
REFERÊNCIA
EMPRESA COMPLETA 11 ANOS DE
ATIVIDADE EM 2021 E CHEGA A ESSA IDADE
RECONHECIDA PELA EFICIÊNCIA DAS
FERRAMENTAS DE CORTE NO MERCADO
FOTOS DIVULGAÇÃO
26 www.REVISTABIOMAIS.com.br
O
s dicionários definem o conceito de
empreendedorismo como o processo
de iniciativa de implementar novos
negócios ou mudanças em empresas
já existentes. Mas afinal o que é empreender? Ser
inovador, criando soluções que modificam o mercado
ou conseguir dia após dia se manter como referência
dentro de um setor?
Para a DRV, a história do empreendedorismo
começou em 2011, quando Diego Ricardo Vieira e
Liliane Cordeiro iniciaram o projeto de ser referência
dentro do setor de ferramentas de corte para as
áreas florestal, industrial madeireiro e de biomassa.
“O propósito da DRV sempre foi muito claro
em ser a empresa referência no segmento e levar
soluções confiáveis para todo território nacional.
Acreditamos no Brasil e somos apaixonados pelo
setor florestal e pela transformação da madeira. Tenho
certeza de que podemos ser e fazer a diferença
na vida de muitas pessoas começando pelo nosso
time”, garante o diretor da DRV, Diego Ricardo Vieira.
Essa visão empreendedora fez com que a empresa
avistasse na produção de facas para picadores
com qualidade semelhante ou melhor das importadas,
mas com um custo mais baixo, uma oportunidade
de crescimento no mercado.
“Nestes 11 anos trabalhamos muito, superando
desafios e buscando diferenciais, sempre acreditando
no nosso potencial, no nosso produto e principalmente
no mercado. Desde o início contamos
com uma equipe comprometida com os valores da
empresa e com foco na satisfação dos clientes”, afirma
a diretora da DRV, Liliane Cordeiro
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
27
PRINCIPAL
Então desde 2019, a empresa iniciou as operações
em sua fábrica de facas e peças para picadores
com maquinários modernos, com capacidade de
produzir até 7t (toneladas) de ferramentas por mês.
“A DRV, e os membros que nela constituem,
sempre tiveram uma visão de ter o melhor produto
em mãos, para desenvolver a qualidade desejada,
para daí sim apresentar ao cliente. Por isso cada um
dentro da empresa tem seu valor, seu conhecimento
para aprimorar ainda mais cada projeto de um
material. Tudo isso se completa com a visão e sonhos
dos diretores da empresa para desafios ainda
maiores”, completa o gerente da DRV, Julio Miranda.
INOVAÇÃO E QUALIDADE
Hoje com 11 anos de atuação no mercado a
produção de facas e peças dobrou, graças aos investimentos
da DRV em infraestrutura com a construção
de uma nova sede e compra de maquinários
de última geração. Além disso, a empresa continua
focada na evolução para atender as demandas do
mercado, por meio da excelência no atendimento,
inovação nos processos e gestão da qualidade nos
equipamentos.
“Tenho certeza de que
podemos ser e fazer a
diferença na vida de muitas
pessoas começando pelo
nosso time”
Diego Ricardo Vieira, diretor,
da DRV Ferramentas
28
www.REVISTABIOMAIS.com.br
“A mudança de sede é motivo de orgulho para
nós. Com um maior espaço físico, podemos focar na
organização, desenvolvimento de produtos, além
do aumento da capacidade produtiva. Confiamos e
apostamos no mercado e acreditamos em um grande
crescimento nos próximos anos”, projeta Liliane
Cordeiro.
Dentre as soluções oferecidas pela empresa ao
mercado, estão os modelos Suprema, DRV-FLEX e
o lançamento Energy. Todas as facas são fabricadas
com aço especial, tendo um tratamento térmico
específico para cada aplicação. Dessa forma, esses
produtos seguem a um rigoroso controle de qualidade
para suprirem picadores nacionais e importados.
“Sabemos da necessidade de um corte preciso,
uma serra maleável, mais robusta e com solda fusão
resistente, por isso desenvolvemos o aço com os
melhores componentes para proporcionarmos um
corte de qualidade e diminuir as paradas para troca
e configuração das ferramentas. Estamos muito felizes
com o que conquistamos até aqui. A inauguração
da nova sede, mais ampla e moderna. Tudo isso
nos dá vigor para buscar ainda mais inovações nos
nossos produtos”, exemplifica a gerente administra-
“A mudança de sede é motivo
de orgulho para nós. Com
um maior espaço físico,
podemos focar na organização,
desenvolvimento de produtos,
além do aumento da
capacidade produtiva”
Liliane Cordeiro, diretora,
da DRV Ferramentas
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 29
PRINCIPAL
tiva da DRV, Michele Cordeiro.
Outro equipamento produzido pela empresa
com foco nas demandas do mercado é a AFR - Suprema
Afiadora e Retífica de Facas. Essa solução
permite a afiação e retífica das facas com maior rapidez
e qualidade, o que reduz custos de manutenção
desses equipamentos, além de gerar maior produtividade
em todo o processo.
“Nosso material tem maior rendimento, aço
especial. Conseguimos medir observando, que os
clientes têm menor número de setup das máquinas;
nossas fitas e facas duram mais tempo no maquinário
sem troca, maior número de afiações e melhor
qualidade no corte ou picagem, pois na afiação não
é necessária muita remoção. Além de ser aprovada
também em madeiras mais duras e até madeira
nativa”, aponta a gerente comercial da DRV, Bruna
Rafaela.
Além das facas para picadores, a DRV Ferramentas,
ainda apresenta para o mercado, as marcas Lion
e Expert em serras de fita para madeira. Esses equipamentos
têm a emenda feita à fusão, produzidas
com aço importado de liga especial, que proporciona
na linha Lion um recalque no dente de corte, o
que impede trincas na lâmina de serra. Já na linha
“Conseguimos medir
observando, que os clientes
têm menor número de setup
das máquinas; nossas fitas e
facas duram mais tempo no
maquinário sem troca”
Bruna Rafaela, gerente comercial,
da DRV Ferramentas
30 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Expert as serras são fabricadas com alta tecnologia
presente em uma têmpera homogênea nos dentes,
elevando, assim, a vida útil do equipamento, sem a
perda do desempenho.
A empresa ainda apresenta atenção ao crescente
mercado da biomassa no Brasil. A fonte sustentável
de energia atende aos requisitos para o desenvolvimento
sustentável, pois é natural e com menor
taxa de poluição à atmosfera, além de ser um combustível
mais barato para obtenção de energia. Com
esse foco, a DRV irá em breve apresentar soluções
inovadoras para esse setor.
“Os investimentos não param, tanto em sua
nova sede, como também, investimento em equipamentos
de ponta para a fabricação dos produtos.
Pretendemos esse ano, com a implantação da ISO
e também lançamento de novos produtos, registrar
um crescimento em torno de 80% ou mais”, prospecta
o gerente industrial da DRV Ferramentas, Flávio
Almeida.
“Pretendemos esse ano,
com a implantação da ISO
e também lançamento de
novos produtos, registrar
um crescimento em torno de
80% ou mais”
Flávio Almeida, gerente industrial,
da DRV Ferramentas
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
31
PELO MUNDO
RECONSTRUÇÃO
FOTOS DIVULGAÇÃO
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REGIÃO DE FUKUSHIMA
NO JAPÃO BUSCA DEIXAR
PASSADO NUCLEAR
PARA TRÁS EM PROL
DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
33
PELO MUNDO
A
pós 11 anos do desastre nuclear, a região
japonesa de Fukushima está apostando
em um futuro renovável, investindo em
usinas solares ao longo da costa, com
microrredes de energia verde e produção experimental
de hidrogênio não poluente.
Em 11 de março de 2011, um terremoto desencadeou
um tsunami na região nordeste do Japão, causando
um vazamento na usina nuclear de Fukushima
e forçando evacuações por temores de radiação.
As energias renováveis produziram 43% da energia
consumida em Fukushima no ano fiscal de 2020,
contra 24% em 2011.
Mas os obstáculos permanecem, desde custos
mais altos para os consumidores até preocupações
persistentes com a contaminação.
As energias renováveis
produziram 43% da
energia consumida em
Fukushima no ano fiscal
de 2020, contra 24% em
2011
34 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Um campo de painéis solares se estende ao
longo de uma faixa costeira ao norte da usina danificada,
em um local anteriormente reservado para a
terceira usina nuclear da região, um projeto abandonado
após o tsunami.
A energia gerada no local, concluído em 2020 e
do tamanho de 25 campos de futebol, é usada para
gerar hidrogênio, um combustível limpo quando
gerado com eletricidade renovável e uma das
esperanças do Japão para alcançar a neutralidade de
carbono até 2050.
O combustível produzido graças ao Campo de
Pesquisa de Energia de Hidrogênio de Fukushima, na
cidade de Namie, tem sido usado até agora para pequenos
projetos, alguns ligados aos Jogos de Tóquio,
e para abastecer veículos de células de combustível
na área.
O projeto está em
operação desde
2020 e por enquanto
a instalação cobre
em média 40% das
necessidades anuais da
cidade
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
35
PELO MUNDO
A região de Fukushima já tinha barragens
hidrelétricas, mas agora parques eólicos, usinas de
biomassa e campos de painéis solares estão surgindo
em terras abandonadas após o tsunami.
O preço ainda é um problema, de acordo com o
Apollo Group, um pequeno fornecedor de energia
em Fukushima que aumentou suas ofertas de energias
renováveis nos últimos anos.
Outro projeto de energia renovável que tenta
conquistar os moradores são as "microrredes", nas
quais a eletricidade é produzida e consumida no
mesmo local.
Katsurao, uma pequena cidade perto da usina
de Fukushima, foi evacuada devido à contaminação
radioativa entre 2011 e 2016 e agora tem apenas
450 moradores, menos de um terço de sua antiga
população.
A energia gerada no
local, concluído em
2020 e do tamanho de
25 campos de futebol,
é usada para gerar
hidrogênio
36 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Um antigo campo de arroz, usado para armazenar
materiais radioativos quando os trabalhadores
realizavam as primeiras tarefas de desmantelamento,
agora abriga uma fazenda solar cuja eletricidade é
direcionada diretamente para a cidade.
O projeto está em operação desde 2020 e por
enquanto a instalação cobre em média 40% das necessidades
anuais da cidade, onde o espectro de um
desastre nuclear paira sobre outros projetos.
Os moradores foram contrários a uma estação de
biomassa planejada porque temiam que ela pudesse
produzir emissões radioativas se fosse usado material
de áreas ainda contaminadas da região.
Mas a estação solar ajudou Hideaki Ishii, trabalhador
de um restaurante e mercearia familiar em
Katsurao, a se sentir mais seguro em casa.
A região de Fukushima
já tinha barragens
hidrelétricas, mas agora
parques eólicos, usinas
de biomassa e campos
de painéis solares estão
surgindo em terras
abandonadas após o
tsunami
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
37
INDÚSTRIA
SEGURANÇA NO
PROCESSO
38 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EMPRESA DESENVOLVE TECNOLOGIA
DE BATERIA DE FLUXO PARA FORNECER
SOLUÇÃO MAIS RESISTENTE E LONGEVA PARA
ARMAZENAMENTO DE ENERGIA RENOVÁVEL
FOTOS DIVULGAÇÃO
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 39
INDÚSTRIA
A
Honeywell disponibilizou no mercado
uma nova tecnologia de bateria de fluxo
que funciona com fontes renováveis
de geração - como eólica e solar - para
atender à crescente demanda por armazenamento
sustentável de energia.
A nova bateria de fluxo usa um eletrólito seguro
e não inflamável, que converte energia química
em eletricidade para armazenar energia para uso
posterior, atendendo aos padrões ambientais, de
longevidade e de segurança das concessionárias de
serviços públicos.
A nova tecnologia oferece maior flexibilidade e
duração estendida para concessionárias de serviços
públicos. A bateria armazena energia que pode
ser usada quando não há vento ou sol, em caso de
queda de energia enquanto as redes elétricas estão
em plena capacidade.
Ela ainda pode armazenar e descarregar eletricidade
por até 12h (horas), excedendo a duração
das baterias de íon-lítio, que podem descarregar
eletricidade por até 4h. A bateria foi projetada com
componentes recicláveis e não se degrada com o
tempo, garantindo o desempenho do sistema, e
uma tecnologia confiável e de baixo custo por até 20
anos.
“À medida que concessionárias e corporações
buscam alternativas econômicas para usinas movidas
a carvão com as soluções de armazenamento
de energia de longa duração, elas estão mudando
para metas de energia renovável que funcionam
24h por dia para reduzir as emissões de carbono, e a
tecnologia da Honeywell pode ajudá-las a chegar lá”,
explicou José Fernandes, vice-presidente e gerente
geral da Honeywell Performance Materials and Technologies
para a América Latina.
“A Honeywell
recentemente se
comprometeu a alcançar
a neutralidade de carbono
em suas operações e
instalações até 2035 “
40 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A bateria de fluxo da Honeywell também pode
ser combinada com outras tecnologias e fontes de
geração renovável para fornecer uma solução de
armazenamento de energia integrada e completa
para concessionárias e produtores de energia independentes
para atender às metas de neutralidade de
carbono.
O sistema geral também posicionará a empresa
como uma das primeiras fornecedoras de soluções
de armazenamento de energia verticalmente
integrados de ponta-a-ponta, desde a fabricação de
baterias até a integração, controles, sistemas de gerenciamento
de energia e contratos de desempenho.
“A Honeywell recentemente se comprometeu
a alcançar a neutralidade de carbono em suas operações
e instalações até 2035. Esse compromisso se
baseia no histórico da empresa de reduzir drasticamente
as emissões de gases de efeito estufa devido
à nossa longa história de inovação tecnológica de
décadas”, completa José Fernandes.
A tecnologia de bateria de fluxo será testada
nos Estados Unidos pela Duke Energy. A Honeywell
entregará uma unidade de 400 kWh (Quilowatts-hora)
para as instalações da Duke Energy em Mount
Holly, N.C. em 2022, com o objetivo de implantar um
projeto piloto em escala de serviço público de 60
MW/h (Megawatts-hora) a partir de 2023.
“Os testes com a Duke Energy nos permitirão
implementar essa tecnologia inovadora de armazenamento
de energia em escala e trazer ao mercado
uma bateria de fluxo revolucionária para atender às
crescentes demandas de armazenamento de energia
enquanto auxilia as empresas a cumprirem suas
metas de carbono neutro”, alerta José Fernandes.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
41
INOVAÇÃO
LUXO
DO LIXO
RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA
NO BRASIL FECHOU 2021
COM MAIS DE 1 BILHÃO
EM INVESTIMENTOS EM
GERAÇÃO DE ENERGIA A
PARTIR DO LIXO
FOTOS DIVULGAÇÃO
42 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
43
INOVAÇÃO
O
setor de recuperação energética de
resíduos está fechando o ano com
significativo aumento de sua carteira
de associados, entre eles os maiores
players do mercado mundial do waste-to-energy,
como Veolia (França), Hitachi Zosen Inova (Suíça), Babcock
& Wilcox Renewable (USA), Ramboll (Dinamarca),
Sacyr (Espanha) e Toyo Setal – Grupo Mitsui (Japão),
que são algumas das empresas multinacionais que se
associaram a Abren (Associação Brasileira de Recuperação
Energética de Resíduos) em 2021. Além das que
já faziam parte como, Sutco Brasil (Alemanha), Solvay
(França) e Swan (Suíça).
Neste ano, a Abren alavancou investimentos
no setor de recuperação energética de resíduos,
atendendo desde a elaboração de projetos por meio
de consultorias especializadas, fabricação de equipamentos,
construção de usinas e operação de concessões
municipais. No início de 2021, a associação tinha
30 associados, agora são mais de 50.
“Entre as empresas nacionais, destaca-se a Orizon
Valorização de Resíduos, considerada hoje a líder do
mercado de gestão de resíduos no Brasil e a única do
setor listada na B3, que atua desde a gestão de aterros
sanitários, captura de gás de aterro para geração de
energia elétrica, produção de CDR para o coprocessamento,
recuperação energética, reciclagem, entre
outros serviços ambientais”, comenta o presidente da
ABREN, Yuri Tisi.
A Orizon foi a responsável por viabilizar a primeira
Unidade de Recuperação Energética de Resíduos
(URE) no Brasil. Trata-se da URE Barueri, contratada
no Leilão A-5 do MME, cujas obras iniciam no 1º
semestre de 2022, com capacidade de gerar 20 MW
(Megawatts) de potência instalada e tratar 870 ton/dia
de RSU.
Segundo estudo da Abren, considerando um
cenário que representa 58% de todo o lixo urbano
gerado no Brasil (RSU), englobando as 28 regiões
metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes,
somados aos municípios com mais de 200 mil habitantes,
poderão ser demandados investimentos de
R$ 78,3 bilhões (CAPEX), nas 274 usinas URE (94), CDR
(95) e Biogás (85), além de instalações de centrais de
reciclagem não computadas nesse valor.
Assim, serão tratados 46 milhões de toneladas de
RSU por ano, sendo destinados 62% para URE, 21%
para CDR, 11% para biogás e 6% para reciclagem,
somente 4% serão destinados a aterros. Serão gerados
15 mil empregos diretos, e evitará 63 milhões de
44 www.REVISTABIOMAIS.com.br
toneladas de CO2 equivalente, o que corresponde a
192 milhões de árvores plantadas por ano, área similar
ao município de São Paulo (SP).
A Abren estima que tenham sido investidos cerca
de R$ 150 milhões em usinas de CDR e coprocessamento,
R$ 50 milhões em usinas de TMB e aproximados
R$ 600 milhões na construção da URE Barueri,
sendo que as obras se iniciam no 1º semestre de
2022 e devem ser concluídas em um horizonte de 32
meses.
Os associados da Abren esperam investir mais de
R$ 5 bilhões nas plantas que vão participar de leilões
nos próximos meses. Estima-se que, nos próximos
10 anos, essas empresas invistam em torno de R$
50 bilhões em usinas de recuperação energética de
resíduos no Brasil.
Para 2022, a associação trabalha para que sejam
contratados 150 MW de potência instalada em leilões
promovidos pelo MME (Ministério de Minas e Energia),
inclusão de energia gerada a partir de RSU nos
diversos leilões A-4, A-5 e A-6, assim como nos leilões
de capacidade. Também atua para que as emendas
legislativas encaminhadas sejam aprovadas ainda em
2022, seja por meio de projetos existentes ou projeto
próprio. Com apoio do FMASE (Fórum do Meio
Ambiente do Setor Elétrico) e da Coalizão Valorização
Energética de Resíduos, a ABREN conta com articulação
ampla do setor privado para buscar a aprovação
de instrumentos econômicos que irão alavancar ainda
mais projetos waste-to-energy no Brasil.
A ABREN também espera que a Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica) regulamente ainda
neste 1º semestre de 2022 a geração distribuída por
chamada pública, permitindo que as distribuidoras de
energia elétrica contratem até 10% de sua demanda
nacional, incluindo usinas de recuperação energética
de resíduos.
Além disso, existe a expectativa de que o mercado
de crédito de carbono seja regulamentado e inicie
a operação financeira no Brasil, o que valorizará os
projetos de recuperação energética de resíduos no
país, especialmente para atendimento do compromisso
assumido pelo Brasil na COP 26, que traz a meta de
redução de 30% do metano gerado até 2030.
Há também a perspectiva de que sejam editadas
regulações específicas no âmbito da ANA (Agência
Nacional de Águas e Saneamento Básico), Aneel e
Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) para
regular adequadamente todas as questões inerentes à
recuperação energética de resíduos no Brasil.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
45
MERCADO
GERAÇÃO
SOLAR
FOTOS DIVULGAÇÃO
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BNDES FINANCIARÁ GERAÇÃO DE
ENERGIA SOLAR PARA CONSUMIDORES
NA REGIÃO NORTE DE MANEIRA INÉDITA
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
47
MERCADO
O
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) aprovou
operação que permitirá o consumidor de
energia da região norte do Brasil, principalmente
da Amazônia, a substituir seus geradores a
diesel por usinas fotovoltaicas. O banco adquiriu 95%
dos R$ 60 milhões em debêntures verdes emitidas
pela Amazônia Solar Companhia Securitizadora de
Créditos Financeiro. A emissão viabilizará a parceria
com a fintech Solfácil, especializada em financiar a
instalação de sistemas de microgeração solar fotovoltaica.
A operação permitirá o financiamento a cerca de
1.600 projetos num prazo de até 150 meses para a instalação
de sistemas solares fotovoltaicos em residên-
O BNDES, junto com a
Solfácil, está construindo uma
iniciativa focada na transição
energética da Amazônia,
por meio do melhor
aproveitamento de recursos
renováveis disponíveis
Rodrigo Bacellar, da Área de Energia
do BNDES
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cias e empresas localizadas na região. Será a Solfácil a
responsável por avaliar a capacidade do contratante e
do contratado, além de verificar a viabilidade do sistema
para o consumidor antes de aprovar o crédito.
Cada investimento, na ponta, deverá apresentar
um custo médio em torno de R$ 37 mil e será 100%
financiado. Ao todo, serão cerca de 12 MWp de capacidade
instalada, equivalente ao consumo de quase sete
mil famílias.
Esta é a primeira vez que o BNDES atua neste
formato. O volume total estimado de carbono evitado
é da ordem de 30.500 tCO2 e em 15 anos, que é equivalente
a emissão de 1.017 veículos por ano.
Trata-se de operação piloto, visando promover
a aceleração da geração solar distribuída na Região
Norte, na qual existem problemas de fornecimento de
energia e cerca de 250 sistemas isolados que utilizam
A operação vai contribuir
para democratizar o acesso
à geração solar para os
consumidores de energia
da região norte, permitindo
maior acesso ao crédito
na ponta e promovendo a
desconcentração bancária
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
49
MERCADO
a geração térmica a diesel para fornecimento de
energia elétrica.
Na opinião da diretora de Concessão de Crédito
à Infraestrutura do BNDES, Solange Vieira, a operação
é inovadora na forma de atuação do BNDES, ao
permitir o acesso do consumidor final aos recursos do
BNDES sem a intermediação tradicional de bancos. “A
operação vai contribuir para democratizar o acesso
à geração solar para os consumidores de energia da
Região Norte, permitindo maior acesso ao crédito na
ponta e promovendo a desconcentração bancária.”
Outro benefício para o consumidor é a redução
no gasto com contas de luz, estimada em até 90%. A
compensação será suficiente para pagar o financiamento.
Após a liquidação do empréstimo, o consumidor
será o proprietário do sistema fotovoltaico, que
tem uma durabilidade prevista de 25 anos.
Do ponto de vista do desenvolvimento regional,
serão gerados novos empregos e renda para a região
Este é um projeto piloto
a partir do qual o banco
espera desenvolver muitos
outros, em parceria com o
mercado
Fábio Scherma, chefe do
Departamento de Energia Elétrica
do BNDES
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norte, sobretudo para os instaladores locais dos sistemas
fotovoltaicos.
O gerente Rodrigo Bacellar, da Área de Energia do
BNDES, destacou que a operação reitera o compromisso
do BNDES com o desenvolvimento sustentável:
“O BNDES, junto com a Solfácil, está construindo
uma iniciativa focada na transição energética da
Amazônia, por meio do melhor aproveitamento de
recursos renováveis disponíveis, beneficiando milhares
de consumidores de energia da Região”, afirmou o
gerente. Já, Fábio Scherma, chefe do Departamento
de Energia Elétrica do BNDES ressalta que “este é um
projeto piloto a partir do qual o Banco espera desenvolver
muitos outros, em parceria com o mercado.”
As debêntures são caracterizadas como verdes,
com base nas diretrizes do Green Bond Principles,
emitidas pela ICMA (International Capital Market
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 51
ECONOMIA
MUDANÇAS
NA ÁREA
LEI QUE REGULA O MERCADO DE GERAÇÃO
DE ENERGIA FOI SANCIONADA PELO
PRESIDENTE JAIR BOLSONARO E TRAZ
SEGURANÇA JURÍDICA PARA O SETOR;
SAIBA O QUE MUDA PARA O CONSUMIDOR
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
53
ECONOMIA
A
nova Lei 14.300, sancionada com vetos
em março pelo Presidente da República,
Jair Bolsonaro (PL) regulamenta o setor
de energias alternativas no Brasil e cria o
Programa de Energia Renovável Social.
De acordo com Leandro Kuhn, CEO da L8 Group
(conglomerado empresarial que atua em soluções
tecnológicas), a nova legislação traz segurança jurídica
para o setor e vai impulsionar as vendas e instalações
de Sistemas Geradores Fotovoltaicos em 2022. “A falta
de uma regulamentação traria instabilidade para o
setor, que vem crescendo muito no Brasil, principalmente
nos últimos cinco anos”, destaca.
Para Leandro Kuhn, com a nova legislação, o Brasil
está preparado para um crescimento vertiginoso nos
próximos anos, seguindo uma tendência mundial
de investimentos em fontes alternativas de energia
elétrica.
“Acompanhamos a tramitação deste projeto no
Congresso Nacional e o texto que foi sancionado foi
um acordo. Não foi o melhor texto para o setor de
geração distribuída, mas foi o acordo possível. Ele
mantém um equilíbrio entre a demanda crescente
do setor fotovoltaico e as distribuidoras de energia
elétrica”, explica.
O QUE MUDA PARA O CONSUMIDOR?
De acordo com o texto, a partir de agora, os
consumidores residenciais ou pequenos comércios
geradores de energia poderão se unir na modalidade
loteamento para microgeração e ter uma única
central geradora de até 1 MW (Megawatts), desde que
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estejam localizados lado a lado, o que minimiza os
custos de produção. Será permitida ainda a instalação
de microgeração e minigeração distribuída com a
combinação de diferentes fontes de energia, como a
eólica e a fotovoltaica, por exemplo.
O diretor da L8 Energy (empresa do Grupo L8 que
atua na industrialização e distribuição de sistemas
fotovoltaicos) Guilherme Nagamine, explica que a lei
estabelece os limites de geração para cada modalidade
de geração distribuída. A microgeração é definida
para os geradores com potência menor ou igual a 75
kW. A minigeração distribuída tem potência de 75 kW
a 5 MW para fontes hidrelétricas, biomassa e biogás e,
de 75 kW a 3 MW para fontes geradoras solar e eólica.
“A principal mudança para o consumidor que tiver
sistema de geração de energia por meios renováveis,
como solar fotovoltaica, eólica, biomassa e centrais
“A principal mudança
para o consumidor
que tiver sistema de
geração de energia
por meios renováveis,
como solar fotovoltaica,
eólica, biomassa e
centrais hidrelétricas, é a
remuneração da TUSD”
Guilherme Nagamine, diretor da L8
Energy
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
55
ECONOMIA
hidrelétricas, é a remuneração da TUSD (Tarifa de
Uso do Sistema de Distribuição), por meio de uma
metodologia para valores de créditos de energia,
fazendo uma diferenciação de compensação, fontes e
capacidade instalada que será de responsabilidade da
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)”, destaca
Nagamine.
CRISE HÍDRICA EVIDENCIA NECESSIDADE
DE INVESTIMENTOS EM ENERGIAS RENOVÁVEIS
O Marco Legal da Geração Distribuída vem em
um momento crítico para o atual sistema elétrico brasileiro,
em meio à maior crise hídrica do Brasil desde
1910, que atinge cerca de 40% do território nacional,
segundo dados da ANA (Agência Nacional de Águas)
e do CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e
Alertas de Destras Naturais).
“Ele mantém um
equilíbrio entre a
demanda crescente do
setor fotovoltaico e as
distribuidoras de energia
elétrica“
56 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Dados da ANEEL e da ABSOLAR (Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) demonstram
que 57,6% da energia gerada no país vem de fontes
hídricas, enquanto apenas a energia solar fotovoltaica
é responsável por apenas 2,4% da matriz energética
brasileira. Leandro Kuhn lembra que os dados
reforçam a necessidade de investimentos em fontes
alternativas de energia em um país que ainda é muito
dependente dos recursos hídricos.
“Além de ser uma energia mais barata e ambientalmente
sustentável, a geração de energia distribuída
pode desafogar o sistema elétrico Integrado, gerando
energia no próprio local de consumo”, analisa.
“A escassez de água novamente evidenciou a
dependência do Brasil em relação à energia gerada
pelas usinas hidrelétricas e provocou um aumento das
tarifas. A energia fotovoltaica é uma fonte alternativa
que vem para ajudar o consumidor a não sentir os impactos
desses aumentos na conta de energia elétrica,
já que esses sistemas podem gerar uma economia de
até 95% na fatura mensal”, finaliza Nagamine.
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ARTIGO
O CRESCIMENTO
POPULACIONAL
E OS IMPACTOS AMBIENTAIS
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MARIA DA CONSOLAÇÃO FERREIRA
JOSELAINE FERREIRA LOPES
RESUMO
O
objetivo do presente artigo é discutir, a partir
de uma revisão da literatura, sobre os impactos
ambientais causados pelo crescimento populacional
sem as devidas precauções. Este estudo
se configura como bibliográfico e descritivo e, desse modo,
consultou-se artigos científicos e livros que versam sobre a
temática aqui abordada. O problema de pesquisa que guiará
esse estudo está ligado à compreensão de se os impactos
ambientais são um problema governamental ou representam
a falta de conscientização da população, o que justifica
a relevância da proposta. Parte-se da hipótese de que com o
crescimento da população, a demanda por moradias e mais
alimentos foi aumentando cada vez mais. Em pesquisas a
respeito do tema e a partir de visitas realizadas em lixões
e diversos setores de construções da cidade, a conclusão
foi que se homem e natureza não conviverem harmoniosamente,
em pouco tempo não terá mais como viver de forma
sustentável. Terrenos preservados e florestas são devastadas
para construção de novas moradias. A pesquisa tem como
objetivo, então, refletir sobre como essa prática tem afetado
o meio ambiente. Os surgimentos de novos bairros afetam
a natureza e, devido à falta de planejamento, a interferência
humana prejudica ainda mais a saúde do planeta. Todos os
dias são destruídos espaços juntamente com suas biodiversidades
e, no lugar, surgem novas casas, novos prédios,
novos espaços de lazer, etc. Como resultado, tem-se o fato
de que o homem tem interferido cada vez mais e de diferentes
maneiras ao modificar o meio ambiente, prejudicando a
natureza e ele mesmo.
Palavras-chave: Impacto ambiental, preservação, sustentabilidade,
justiça social.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
59
ARTIGO
1. INTRODUÇÃO
O impacto ambiental é um desequilíbrio provocado pelo
choque de relação entre o homem e a natureza advindo da
revolução humana, ou seja, no momento em que o homem
começou a evoluir em seu modo de vida. Nos primórdios, o
homem vivia em harmonia e submisso à natureza. Tem-se,
então, como problema, analisar se os impactos ambientais
são um problema governamental ou representam a falta de
conscientização da população. A concentração da população
em ambientes urbanos é cada vez maior. Esse fenômeno
gera um crescimento desordenado e acelerado, provocando
uma série de mudanças no meio ambiente. Com a expansão
urbana desordenada, surge a necessidade de adaptação
das cidades como construções de casas, prédios, sem contar
com o crescimento das favelas em áreas urbanas sem que
haja uma fiscalização adequada de profissionais competentes.
Não tendo a devida orientação, o que se vê são construções
feitas de forma irregular e precária. Com isso, a degradação
do meio ambiente é constante, representada pelo
lixo e entulhos depositados em qualquer lugar, esgoto a céu
aberto e em razão de uma série de problemas relacionados à
saúde, higiene, falta de estrutura e ausência de conhecimentos
sobre preservação e meio ambiente. A escolha do tema
se deu pelo fato de ser necessário observar a relação do ser
humano com o meio ambiente, marcada pelo desrespeito.
Desrespeito esse que, em muitas das vezes, é gerado pela
falta de conhecimento da causa ou mesmo orientação na
hora de agir. A metodologia que embasa esse estudo é a
pesquisa de caráter bibliográfico e descritivo, e, em razão
disso, consultou-se artigos e livros relacionados à temática,
com vistas a discutir sobre os impactos dessa relação
homem vs natureza.
A partir dos achados, constata-se que a qualidade de
vida do ser humano está cada vez pior devido aos maus
hábitos adquiridos ao longo dos anos. Estamos no século
XXI e os problemas ambientais estão piorando de forma
acelerada, o que torna as estratégias necessárias ao convívio
harmônico entre homem e natureza indispensáveis. O
objetivo principal desse trabalho é apresentar estratégias
para que se busque por soluções para que as autoridades
locais e a população se conscientizem de que a natureza é
como nossa casa, precisando ser limpa e preservada. Levar
essas ideias para as escolas públicas e particulares, por meio
de palestras e elaboração de cartazes sobre a preservação
do meio ambiente, espera-se obter resultados satisfatórios.
Visa-se, também, buscar por soluções junto às empresas
poluidoras e às autoridades competentes dos municípios.
2. METODOLOGIA
Conforme Gil (2006), a pesquisa bibliográfica toma forma
a partir da consulta à materiais já elaborados, sendo esses,
principalmente, artigos científicos e livros. Aponta, também,
que quase todos os tipos de estudos possuem essa natureza,
contudo, há pesquisas que se voltam exclusivamente
ao desenvolvimento a partir de fontes bibliográficas. Nesse
sentido, cabe auferir que uma grande parcela dos estudos
descritivos e exploratórios são definidos como pesquisas
bibliográficas, e, desse modo, pode-se propor análise de
diversas posições sobre um determinado problema, isto
é, apoia-se na literatura para analisar, cientificamente, um
fenômeno. Os materiais a serem consultados (artigos e
livros) são fontes bibliográficas por excelência, e, assim, são
empregados como referências, ou seja, para sustento de
posicionamentos do autor.
Os materiais bibliográficos tomados como referência,
de acordo com Gil (2006), são fontes que têm como escopo
possibilitar, ao autor, a rápida obtenção de informações
necessárias para o embasamento de seus argumentos, isto
é, esses dados podem ser localizados facilmente. Há dois
tipos de possibilidades de referência: a informativa (contém
a informação que se busca) e a remissiva (o material remete
à outras fontes).
Cabe destacar, também, segundo Marconi e Lakatos
(2002) e Gil (2006), que a principal vantagem da pesquisa de
caráter bibliográfico é o fato de que permite, ao pesquisador-autor,
que investigue uma vasta gama de fenômenos e/
ou problemas sociais. Essa abordagem permite uma análise
ampla e profunda do assunto investigado. Quando há a
presença de dados muito dispersos essa vertente é particularmente
eficiente.
Gil (2006) cita, como exemplo, o fato de que seria
inviável ao pesquisador percorrer todo o território brasileiro
em busca de dados sobre uma determinada população, e,
assim, se há, a seu dispor uma bibliografia que contém os
dados almejados, ele consegue avançar com a sua pesquisa.
No caso de estudos históricos a abordagem também é
indispensável, uma vez que não é possível conhecer a nossa
história sem recuperarmos as fontes que preservaram essa
história. Contudo, Gil (2006), chama a atenção para o fato
de que é preciso tomar cuidado com esses dados para que
não sejam coletados e processados de forma equivocada.
Há pesquisas que carregam erros, e, desse modo, quando
reproduzidas, esses erros continuam a perpetuar. A fim de se
reduzir tal problema, é preciso que se descubra as incoerências/contradições
e que se faça uso de fontes diversas para
abordar um assunto.
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3. A RELAÇÃO HOMEM VS MEIO AMBIENTE
A relação entre homem e meio ambiente tem se tornado
cada vez mais insustentável, pois, com o crescimento
demográfico avançando continuamente, a vida sustentável
do planeta está cada vez mais escassa. A população tem
crescido assustadoramente, e, com isso, o consumismo tem
aumentado. Com o crescimento desordenado das grandes
cidades e as grandes devastações das áreas verdes, a
extinção de plantas e animais silvestres está aumentando a
cada dia. É cada vez mais comum ouvir pessoas reclamarem
de poluição, doenças relacionadas a tal coisa, e, em alguns
lugares, há até escassez de alimentos (Martine, 1993). A harmonia
entre o homem e a natureza precisa ser estabelecida,
antes que não haja mais natureza para preservar.
Quando falamos sobre preservação ambiental, precisa-
-se compreender que é algo muito além do que ensinamos
na sala de aula. Vivemos em uma sociedade capitalista e
o que sempre fazemos é explorar os recursos naturais, até
esgotá-los. No material de estudos fornecidos pela UCAM,
(2014, p. 9), que se trata de uma apostila que apresenta
aspectos voltados à Projetos, Planejamento e Licenciamento
Ambiental, um trecho esclarece que:
Os artigos 1º e 2º da Lei 9.795/99, que dispõe sobre educação
ambiental e institui a política nacional de educação
ambiental, definem educação ambiental como os processos
por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente,
bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade
de vida e sua sustentabilidade, sendo um componente
essencial e permanente da educação nacional, devendo
estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e
não formal (Ucam, 2014, p. 9).
Segundo Hogan (1991), em seu artigo: Crescimento
Demográfico e Meio Ambiente; sabe-se que a pressão
demográfica já foi responsabilizada por todos os males do
mundo moderno, tais como: desertificação, fome, esgotamento
de recursos, degradação ambiental, etc. O que pôde
ser constatado com esse argumento é que está longe de ser
resolvida a questão do crescimento populacional sem que
ocorra a degradação do meio ambiente. Existe, ainda, uma
problemática maior que tem se intensificado a cada ano. É a
questão do lixo. Quanto mais cresce a população, mais lixo
se fabrica todos os dias. Um problema que envolve todos na
busca de solução. As instituições de ensino educação infantil
e ensino fundamental que têm seus currículos voltados à
educação ambiental percebem que, ainda na infância, é
possível corrigir vários erros dos nossos antepassados.
As formas de trabalhar a conscientização ambiental nas
escolas vão muito além de sua inserção no currículo escolar.
O trabalho é realizado em conjunto com familiares e autoridades
locais. Em visita ao depósito de lixo da cidade de
Pedro Leopoldo (MG), foi possível observar que os esforços
da política ambiental local tinham como escopo dar um fim
às toneladas de lixos que são fabricadas todos os dias pelos
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
61
ARTIGO
moradores. A reciclagem foi desenvolvida como solução
para o problema, pois, além de dar emprego a muitas famílias,
resolveu, em parte, a produção descontrolada de lixo,
diminuindo, assim, os impactos causados pelo lixo. Quanto
ao restante do lixo, ou seja, aquele que não tem mais como
reutilizar é despejado em uma grande caçamba e, depois,
levado para cidade de Sabará (MG), onde existe um aterro
bem estruturado.
Com os recursos e cuidados necessários na captação e
queima de gás, tratamento de chorume e demais cuidados
necessários, visando, dessa forma, acabar com a infestação
de animais e urubus no local, é possível obter resultados
bastante satisfatórios, porém, cabe a mudança de postura.
Foi um grande avanço, pois, no passado, o lixo era depositado
à céu aberto, trazendo transtornos para os moradores
próximos ao lixão e, assim, muitas doenças eram transmitidas
às pessoas que procuravam materiais no lixo. Tratando-
-se de soluções para preservar o meio ambiente, é preciso
colocar em pauta dois fatores. De um lado está a natureza,
localizada onde sempre esteve. Do outro, o homem, que,
por sua vez, busca e cria novas tecnologias, utilizando, para
isso, recursos que, na maioria das vezes, agridem e destroem
o meio ambiente.
No tocante à criação de instrumentos legais, a Constituição
Federal determina, em seu artigo 23, inciso VI, que cabe
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a
competência concorrente para “proteger o meio ambiente
e combater a poluição em qualquer de suas formas”. Essa
possibilidade decorre da concretização do denominado
federalismo cooperativo refletido no parágrafo único do art.
23, que prevê que uma lei complementar fixe normas para a
cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e municípios,
visando equilíbrio de desenvolvimento e bem-estar em
âmbito nacional (Cervi, 2009, s/p).
E, na busca de seus ideais, esquecem que sem preservação
não existe natureza e sem natureza não tem sobrevivência.
Há que se concordar com Dias (2003) quando infere que
a falta de planejamento adequado na utilização dos recursos
naturais acarretará, à médio prazo, o esgotamento desses
recursos, que, em muitas das vezes, são irrecuperáveis ou
são recompostos em um espaço de tempo muito longo.
4. O CRESCIMENTO POPULACIONAL E A SUA
RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE
A busca pela sobrevivência está cada vez mais disputada
entre homens e natureza, e, nessa busca desenfreada, é
comum encontrar vários rastros de destruição deixados pelo
ser humano. Não adianta lembrar e falar sobre Protocolo de
Kyoto, Eco-92 e de demais instituições que tratam do assunto
de preservação ambiental se não colocarem em prática
tudo que foi tratado. As fábricas continuam poluindo, as florestas
estão sendo destruídas, os rios poluídos com o despejo
de esgotos, além de resíduos tóxicos das grandes fábricas,
sem contar o lixo hospitalar que ainda causa transtorno no
manejo e descarte. A aceleração do crescimento populacional
tem contribuído muito com o estrago da natureza. Todo
os anos são colocadas grandes frotas de veículos nas ruas
e, apesar da fiscalização, o grau de poluição emitidos pelas
descargas dos veículos ainda é muito preocupante.
Nesse contexto, visualiza-se, ainda hoje, que a poluição
emitida na atmosfera é contínua e faz com que os hospitais
fiquem lotados e as pessoas doentes em razão de problemas
respiratórios, sendo que os mais prejudicados são as
crianças e os idosos. A qualidade de vida está cada vez pior,
principalmente nas grandes cidades, onde existe uma quantidade
maior de veículos nas ruas e fábricas poluidoras. Não
é preciso ir muito longe para vislumbrar o que o ser humano
tem feito para destruir o meio ambiente. No nosso bairro,
nas ruas de nossa cidade e mesmo na vizinhança ao lado
vemos a ignorância do ser humano à respeito do assunto. É
necessário, urgentemente, implantar a educação ambiental
no currículo escolar, de forma obrigatória, com pessoas capacitadas
para instruir as crianças à respeito da importância
e os cuidados que se deve ter para com o meio ambiente.
Deve-se orientar e educar desde cedo, pois esse é o
recurso mais eficiente. Não devemos esperar que essas
crianças se tornem adultos para que se comprometam com
o meio. Aprender a respeitar a natureza é uma tarefa que
deve ser ensinada em casa, nas empresas e nas escolas. Muito
se houve falar na destruição da floresta amazônica com o
desmatamento, incêndios, etc. Contudo, esquecemos que a
educação ambiental começa dentro de nossas residências,
quando orientamos a família e aplicamos medidas cabíveis
quanto ao descarte de nosso lixo, usando a reciclagem e fazendo
o uso consciente da água e energia elétrica, evitando
desperdícios desnecessários. A maior parte das águas potáveis
que consumimos vem dos rios (Paiva, 2011). Além do
lixo que vai parar no leito de um rio depois de fortes chuvas,
existe, também, a contaminação pelo esgoto não tratado
das residências e indústrias.
Não podemos esquecer que a distribuição irregular da
população vem afetando muito a condição climática, pois
a densidade demográfica tem aumentado cada vez mais
na região sudeste e litorânea, motivo pelo qual essa região
concentra maior crescimento populacional cujos impactos
ambientais são maiores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com tudo que foi exposto na pesquisa
62 www.REVISTABIOMAIS.com.br
concluiu-se que o problema com o meio ambiente abrange
todo planeta. Com uma visão mais futurista foi possível perceber
que a solução para tais problemas está nas mãos de
cada um, pois já não é mais um problema somente político-
-organizacional. Se cada indivíduo conscientizar e começar,
mesmo com medidas simples, dentro do seu próprio
ambiente onde habita e trabalha, cuidando do seu espaço,
a contribuição para a preservação será visível à todos. A
mudança de atitude das pessoas diante da nova realidade
propicia uma qualidade de vida melhor. Para viver de forma
sustentável é necessário que homem e natureza vivam em
harmonia. Para que aconteça a melhoria não podemos
cobrar nada da natureza, pois ela está onde sempre esteve.
Cabe, a nós, preservá-la.
O invasor é o ser humano que degrada, agride, maltrata
sem se importar com as consequências futuras, que, na
verdade, já não pertencem mais ao futuro, é uma realidade.
Da forma de como está acelerada a devastação muito em
breve os problemas relacionados aos atos humanos sobre
a natureza serão irreversíveis. Lembrando que o homem foi
feito por causa da natureza, não o inverso. Conscientizar a
população sobre preservação ambiental é a melhor solução
para melhorar a qualidade de vida e contribuir, também,
para com um desenvolvimento sustentável em cada localidade.
Com algumas atitudes como: reflorestar as áreas desmatadas,
criar um processo de despoluição dos nossos rios e
córregos e com a adesão a medidas sustentáveis, como, por
exemplo, o uso consciente dos recursos naturais, evita-se,
assim, qualquer tipo de poluição.
Devemos, também, conscientizar as gerações futuras
sobre a preservação ambiental, criando leis que garantam
essa preservação, pois, desse modo, tem-se esperança em
salvar o planeta. Com o aumento da população, aumenta-se
a taxa de mortalidade. Preservando e cuidando do meio
ambiente, acarreta, por outro lado, a melhora da qualidade e
expectativa de vida.
Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/meio-ambiente/crescimento-populacional
AGENDA
MAIO 2022
XXI SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO
E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Data: 15 a 18
Local: Rio de Janeiro (RJ)
Informações: xxvisnptee.com.br/
DESTAQUE
JUNHO 2022
ECOENERGY
Data: 7 a 9
Local: São Paulo (SP)
Informações: feiraecoenergy.com.br/16/
Imagem: divulgação
SENDI VITÓRIA
Data: 21 a 24
Local: Serra (ES)
Informações: www.sendi.org.br/
AGOSTO 2022
XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE
PLANEJAMENTO ENERGÉTICO
Data: 24 a 26
Local: Formato híbrido
Informações: www.xiiicbpe.com.br/
SETEMBRO 2022
ENERGY SOLUTIONS SHOW
Data: 27 a 29
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.energysolutionsshow.com.br/
pt/home.html
FENASUCRO & AGROCANA
Data: 16 a 19 de agosto
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OPINIÃO
Foto: divulgação
ELETRICIDADE 4.0: NOVO
CONCEITO PARA A
DESCARBONIZAÇÃO DO
PLANETA E O IMPACTO
POSITIVO NA RECEITA DAS
EMPRESAS
O
Brasil passa por um momento de desafios severos
no abastecimento hídrico, o que impacta
diretamente a geração de energia. Prova desse
impacto é que já tivemos um registro de crescimento
acima de 100% na tarifa de energia, segundo dados da
EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
Como a energia desempenha papel vital em nossas vidas,
é necessário analisar cada etapa da cadeia de valor, da geração,
transmissão e distribuição, ao uso e consumo de energia,
e disseminar a mudança contínua na mentalidade e nas
práticas corporativas nacionais e internacionais, maximizando
a performance energética das organizações com mínimo
impacto ao meio ambiente.
Nesse contexto, acredito que a Eletricidade 4.0 é o caminho
para a gestão efetiva da aplicação dos recursos energéticos
e para evitar medidas mais drásticas, como o racionamento,
ao ampliar a visibilidade das oportunidades de resposta
à demanda, eficiência energética e redução associada de
emissões de carbono em ritmo significativo e, consequentemente,
beneficiando o planeta ao promover o uso da energia
de forma resiliente, segura, e muito mais sustentável.
Por unir a eficiência da gestão de energia com o potencial
da digitalização, a Eletricidade 4.0 torna-se um diferencial
no engajamento em ações sustentáveis. Ela influencia não
apenas a reputação de uma empresa perante seus parceiros
e clientes, mas principalmente o seu resultado financeiro, por
elucidar o impacto do uso da energia e recursos na matriz
de competitividade da organização, permitindo concatenar
esforços em prol de um melhor desempenho dos negócios.
POR QUE ELETRICIDADE 4.0?
Eletricidade Quatro Ponto Zero remete ao termo: Indústria
Quatro Ponto Zero; e vem do conceito de Quarta Revolução
Industrial. Porém, há outro significado mais profundo que usaremos
cada vez mais: Eletricidade para Zero, com a implicação
de zero desperdício, zero emissões ou zero carbono.
COMO ACONTECE ESSA UNIÃO ENTRE GESTÃO
E DIGITALIZAÇÃO?
A gestão é possível por meio das tecnologias de automação,
que permitem racionalizar o uso da energia, por meio
da ampla capacidade de comando e controle de processos,
instalações e equipamentos, reduzindo o consumo de uma
empresa entre 30% e 40%. Por sua vez, a digitalização torna
essa energia inteligente, gerando informações e dados
relevantes para tomada de decisão em tempo real, dando
transparência ao manuseio e gerenciamento dos dados sobre
a performance energética.
Atuando em conjunto, os dois fatores produzem aumento
da eficiência e eliminam o desperdício, além de permitir a integração
de fontes energéticas em qualquer escala e ao longo
de todo sistema elétrico - reduzindo perdas e maximizando o
uso de infraestrutura, traçando um caminho para a sustentabilidade,
uma vez que a eletricidade continua sendo o melhor
e mais eficiente vetor de descarbonização.
É uma forma de agilizar a recuperação verde do planeta,
por ser uma solução difusa, com grande capacidade de
geração de emprego e renda, impedindo que o mesmo seja
irreversivelmente impactado pelas mudanças climáticas e
pela falta de integração dos recursos energéticos.
Tudo isso compõe uma inovação que certamente proverá
para as empresas a máxima segurança energética - a partir de
uma energia acessível, renovável e inteligente, combinando
todo o potencial de redes inteligentes, geração distribuída,
armazenagem, resposta à demanda e eficiência energética,
devido à integração total proporcionada pela Eletricidade 4.0.
Por Rafael Segrera
Presidente da Schneider Electric para a América do Sul
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