edição de 2 de maio de 2022
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melhOR cOmeRciAl
é dA AfRicA e itAú
Pelo segundo ano seguido,
agência e banco
ganham prêmio do
SBT. O filme vencedor
é Alice e Fernanda.
Alexandre Peralta recebeu
troféu. pág. 27
diA dAs mães geRA
ReflexãO sObRe dAtA
Publicitárias afirmam
que, para além do
clichê, é preciso tratar
da diversidade no
universo materno. Na
foto, Carolina Reis, da
Leo Burnett. pág. 34
gReeNz cONsOlidA
cONceitO NO meRcAdO
Posicionada como
uma aceleradora de
negócios, empresa
comandada por Fábio
Meneghati conquistou
11 clientes no último
ano. pág. 18
propmark.com.br ANO 57 - Nº 2892 - 2 de maio de 2022 R$ 15,00
Freepik
marketing reafirma papel
de porta-voz da sociedade
trabalho com orientação data-driven reverbera a importância de projetos capazes de
transformar clamores ligados a inclusão, igualdade de gênero, diversidade e proteção ao
meio ambiente em gatilhos para o avanço das relações humanas. especial nesta edição
mostra a contribuição das marcas na história da sociedade com campanhas que informam,
divertem e conscientizam. Agora, a mesma tecnologia que aproxima pessoas também
aumenta a responsabilidade em estimular respeito às diferenças. pág. 20
editorial
Armando Ferrentini
aferrentini@editorareferencia.com.br
Neste Dia do Profissional de Marketing, comemorado em 2 de maio, diversos
executivos opinaram sobre os desafios, as tendências e as características
do mercado. Sandra Martinelli, presidente-executiva da ABA
(Associação Brasileira de Anunciantes), destaca que a criação orientada
por dados e a inteligência artificial são grandes tendências do setor e
guiam os planejamentos de mídia estratégico. “A tecnologia e a inovao
novo marketing
Centro de debates contínuos, o conceito de marketing foi ampliado
nos últimos anos e não poderia ser diferente. Com o surgimento
das redes sociais, o consumidor passou a ter voz ativa e a buscar recomendações
de compra na internet, invertendo toda a lógica. Afinal, o
mercado deixou de ser uma via de mão única e as empresas perderam
o poder de deter todas as informações.
Mas, apesar de toda a inovação tecnológica e transformações de mercado
que vivemos recentemente, vários profissionais continuam citando o
guru do marketing, Philip Kotler, para justificar que a essência do conceito
não mudou: “Gestão de marketing é a arte e a ciência de escolher
os mercados-alvo e a de conquistar, reter e cultivar clientes, por meio da
criação, comunicação e fornecimento de valor superior para os clientes”.
Jaime Troiano, uma das maiores autoridades em branding no país, afirma
que marketing é um conceito amplo e ambicioso. Com uma visão
crítica do mercado, ele afirma que atualmente são praticadas frações
do modelo proposto por Kotler, por algumas razões.
“A primeira é o fato de que a escolha de mercados-alvo é fruto de pouca
análise factual e muito mais de meras intuições e vaidade corporativa.
A segunda razão é que a engenharia digital tem dado mais atenção ao
fascínio pelas ferramentas de comunicação do que sua legítima adequação
e eficácia no diálogo com os clientes finais”, diz Troiano, presidente
da TroianoBranding.
Por fim, ele acredita que vivemos mais um clima de conquista de territórios
humanos de consumidores do que um movimento verdadeiramente
organizado de retenção e continuidade de relacionamento.
“Apesar dessa visão crítica, eu acredito que voltarmos para a proposta
original de marketing continua sendo uma jornada obrigatória para todos
nós, não apenas uma visão utópica”.
ção estão a favor do cliente e, para colocá-lo no centro das ações, as
marcas precisam dos insights de dados”, avalia ela.
Já os quatro Ps do marketing – preço, produto, praça e promoção – permanecem
inalterados, mas com uma atualização. “Marketing para
mim é a combinação entre pelo menos cinco fatores: dados, criatividade,
tecnologia, propósito e verdade. O uso eficiente dessas alavancas
possibilita conexões mais fortes e sustentáveis com as pessoas”, explica
Eduardo Tracanella, diretor de marketing do Itaú Unibanco.
Voltando às transformações vividas com as mídias sociais, enxergar
além do óbvio é um skill fundamental para os profissionais de marketing
nos dias de hoje. “Precisa sempre tentar enxergar um pouco além
e ter a dimensão do que estamos fazendo hoje, porque com as redes sociais
qualquer ação pode ter uma dimensão muito maior do que antigamente”,
ressalta Ana Paula Castello Branco, presidente do capítulo Rio
da ABA e diretora de advertising & brand management da TIM Brasil.
O novo marketing é mais complexo, sem dúvida, exige mais dados,
criatividade, monitoramento, mas ao mesmo tempo é mais humano, a
partir do momento em que as marcas precisam se colocar, verdadeiramente,
no lugar do consumidor. Não à toa, a empatia tem sido um dos
fios condutores das estratégias das empresas.
***
O Melhor Comercial do Brasil
A agência Africa e o banco Itaú ganharam, pelo segundo ano consecutivo,
o prêmio do SBT. Desta vez, o filme vencedor foi Alice e Fernanda,
que trouxe uma emocionante mensagem de fim de ano.
***
Jurados em Cannes
O Cannes Lions revelou a lista dos profissionais que farão parte dos
seus 29 júris, no retorno do evento presencial, que ocorre de 20 a 24
de junho na Riviera Francesa. No total, são 290 membros. O Brasil terá
20 profissionais de agências locais entre os jurados selecionados pelo
festival, além de três brasileiros como presidentes de júri.
as Mais lidas da seMana no propMark.CoM.Br
1ª
2ª
3ª
Galvão Bueno: ‘eu me imagino sendo um
hub para diversos tipos de conteúdos’
Galvão Bueno e Play9 fecharam parceria até 2026, que focará na
criação de produtos de conteúdo e branded content recorrentes e
sazonais nas mais diversas plataformas.
Bradesco escolhe aldeiah, startup
recém-criada, para cuidar de sua marca
O Bradesco anunciou na semana passada a Aldeiah, uma startup
focada em estratégia e inovação, para cuidar da sua marca.
A Aldeiah terá Ana Boyadjian e Daniel Jotta como copresidentes.
o Melhor Comercial do Brasil:
africa vence com itaú pelo
segundo ano consecutivo
O filme Alice e Fernanda, criado pela Africa para o Itaú, foi escolhido
como O Melhor Comercial do Brasil 2021, premiação
que celebra as campanhas veiculadas no SBT. É a segunda
vez consecutiva que o banco e a agência conquistam o prêmio.
4ª
A Motorola aproveitou a vitória de Arthur Aguiar no BBB 22 para dar
uma alfinetada em uma de suas concorrentes. “É... Mesma sensação
de comprar um celular e não vir cabo...”, escreveu no Twitter.
5ª
BBB 22: Motorola brinca com vitória
de arthur aguiar e alfineta concorrente
Media.Monks tem nova
estrutura de liderança no Brasil
A Media.Monks apresentou os novos líderes da operação no Brasil
e na América Latina. Entre as mudanças está Natália Fernandes,
que assume como diretora-geral no Brasil.
jornal propmark - 2 de maio de 2022 3
Índice
conceito de
marketing
é ampliado
Em homenagem ao Dia do
Profissional de Marketing, em 2
de maio, o PROPMARK preparou
especial que aborda os principais
desafios e tendências do mercado.
caPa
20
Freepik
Fotos; Divulgação
agências
Fjord abre bolsas de
estudos para minorias
Em parceria com a Aprender Design,
empresa da rede global Accenture
Interactive criou cursos de capacitação
em design para profissionais negros,
mulheres, LGBTQIA+ e pessoas portadoras
de deficiência, explica o executivo Ivan
Lucchinni. pág. 29
cannes lions
Brasil tem 23 jurados
nos 29 júris do festival
O mercado brasileiro será representado por
23 profissionais nesta edição do Cannes
Lions. Entre eles, há três presidentes de
júri. Na última semana, o festival também
revelou a programação do evento. pág. 28
Pesquisas
Mutato analisa
impacto das eleições
Estudo inédito, O pessimismo da razão e o
otimismo da vontade propõe uma análise
crítica acerca da comunicação em ano de
eleição, e de que forma as marcas podem
se relacionar com temas que estarão em
voga durante a campanha. pág. 32
Pesquisas
estudo mostra como é
novo processo criativo
A pesquisa Intelligent Creativity Energizes
Marketing Productivity, encomendada
pela VidMob e conduzida pela Forrest
Research, aponta entre as mudanças a
transformação dos dados em insights
criativos, conta o head Miguel Caeiro.
pág. 31
editorial ................................................................3
conexões ...............................................................6
curtas ....................................................................8
quem Fez ..............................................................9
We love MKT ......................................................12
esg no MKT .........................................................14
opinião ................................................................16
inspiração ..........................................................17
entrevista ...........................................................18
especial Marketing ...........................................20
Prêmios ...............................................................27
cannes lions 2022 ............................................28
agências .............................................................29
Pesquisas ............................................................31
Mercado ..............................................................34
digital .................................................................36
supercenas .........................................................37
Última Página ....................................................38
4 2 de maio de 2022 - jornal propmark
conexões
para liderar nova área de conteúdo
Uma vez me perguntaram onde
eu queria chegar, eu disse que não
sabia porque não vi ninguém como
eu chegar em alguns lugares, essa
matéria, hoje, fez me ver representada.
Larissa Araújo
última Hora
LinkedIn:
Post: O Melhor Comercial do Brasil:
Africa vence com Itaú pelo segundo
ano consecutivo
Parabéns! De fato, é uma propaganda
linda e conecta as famílias.
Walter Rolim
Post: GUT traz Patrícia Moura
dorinHo
Post: Grey Brasil promove Luiz
Mota
De fortaleza pro mundo!
Giordano Rocha
Que mais profissionais LGBTQIA+,
como nós, consigam alcançar cargos
estratégicos nas empresas e
mostrar nossos talentos!
Alex Nascimento
Instagram:
Post: Chevrolet se une à ONG no
resgate de animais de rua
Tião é perfeito!
Érica Bitencourt
Tião, lindo demais!
Luciana Goes
PUBLICIDADE
Unidade de negócios do Mercado Livre dedicada ao
desenvolvimento e comercialização de soluções de
publicidade, o Mercado Ads passa a atuar de forma integrada
com o Mercado Pago, fintech com atuação em toda a América
Latina, com mais mais de 34,5 milhões de usuários ativos.
Vai possibilitar que marcas e anunciantes possam fazer
uso desse alcance nas suas estratégias de negócios e de
comunicação. A divisão Mercado Ads é comandada pela
diretora Fabiana Manfredi.
VOLUME
No ano passado, o Mercado
Ads computou mais de
2 bilhões de cliques em
anúncios, com mais
de 94% de efetividade
em campanhas para
construção de marca.
PRÊMIO
Presidente-executiva da
ABA (Associação Brasileira
de Anunciantes), Sandra
Martinelli participou no
mês passado do evento
anual da Global Marketer
Conference Week, em
Atenas. Ela recebeu o WFA
President’s Awards por
fazer do Brasil o prineiro
país a lançar a iniciativa da
GARM, através do Guia dos
Padrões de Brand Safety +
Estrutura de Adequação,
em 2021. ESG e Web 3.0
estão na pauta.
MÃES
Expectativa com a data
de mães é grande. (ver
matéria na página 34).
O conteúdo também
aborda olhar feminino
para a maternidade. Várias
profissionais opinaram
sobre a questão. Renata
Dumont (Stink), com a filha
Mariana na foto abaixo,
deu sua contribuição.
“Felizmente, a publicidade
mudou e hoje vemos que
as marcas conseguem
retratar a figura das mães
de forma realista. Não há
espaço para o preconceito e
formatos preestabelecidos.
Amor, cuidado e afeto é que
estabelecem laço maternal.
E se abrindo pra isso, a
propaganda consegue atrair
e se conectar com o público,
fazendo com que sua
mensagem seja ouvida”.
6 2 de maio de 2022 - jornal propmark
curtas
elOn MUsk cOMPra TwITTer
DavID aTerrIssa eM nOva YOrk
GlObO TeM TITe eM fIlMe Da cOPa
Reprodução
Bilionário espalha dúvidas no mercado
Elon Musk anunciou a compra do Twitter
em 25 de abril por US$ 44 bilhões e, um
dia depois, perdeu US$ 275 bilhões com a
desvalorização dos papéis da Tesla. O temor
é de que o bilionário se desfaça de parte
das ações da sua montadora de veículos
elétricos para cumprir o acordo fechado
com a plataforma, que tem 217 milhões
de usuários ativos e forte influência entre
formadores de opinião. Integrante assíduo,
com 87,9 milhões de seguidores, Musk tem
participação controversa no Twitter, o que
levanta dúvidas sobre moderação de conteúdo
e combate à desinformação, afastando
potenciais anunciantes e usuários.
alDeIah acOlhe braDescO
Lideranças comemoram expansão
O escritório da David em Nova York
(EUA) começa atendendo à recém-conquistada
conta do TD Bank, e aproxima a relação
com Coca-Cola e AB InBev. A estrutura
será liderada pela managing director Luiza
Prata Carvalho, ao lado do CCO André Toledo
e da CSO global Paula Vampre. “Nova
York é uma cidade simbólica para a nossa
indústria e tem uma conexão especial com
o legado de David Ogilvy. A chegada a
Nova York é um momento histórico, pois
comemoramos nosso décimo aniversário”,
diz o fundador, sócio e chairman Fernando
Musa. A David ainda tem bases em Miami,
Madri, São Paulo, Buenos Aires e Bogotá.
TrIPle a enTra nO MercaDO b2G
Campanha integra nove chamadas
A nova fase da campanha da TV Globo
para a copa do Mundo do Catar, entre os
dias 21 de novembro e 18 de dezembro,
acaba de entrar no ar com o técnico da
seleção brasileira, Tite. Ele protagoniza
o primeiro dos nove filmes. Os jogadores
Thiago Silva, Alisson, Marquinhos, Phillippe
Coutinho, Casemiro, Danilo, Lucas
Paquetá e Richarlison estrelam as demais
chamadas com data em definição. Filmadas
na Granja Comary, em Teresópolis (RJ),
cenas com qualidade de cinema e narradas
pelos jogadores capturam momentos marcantes
para mostrar o sentimento de quem
vive a emoção dos jogos nos gramados.
GUT cOnTraTa PaTrícIa MOUra
Hugo Rodrigues lidera criação da nova agência
O Bradesco iniciou 2022 enfrentando
a reação de pecuaristas em protesto após
vídeo contra carne. Em março, Marcio Parizotto
deixou o marketing do banco, que
encerrou também parceria com a Publicis
Brasil. À espera de tempos alvissareiros,
escolhe agora a Aldeiah para trabalho institucional
já com o mote Bradesco, Entre
Nós, Você Vem Primeiro. Copresidida por
Ana Boyadjian e Daniel Jotta, a agência foi
criada por Hugo Rodrigues em sociedade
com o grupo Interpublic. O executivo acumulará
o cargo de chairman da WMcCann
e Craft, além da nova Aldeiah - operações
da McCann Worldgroup no Brasil.
Os sócios Marcelo Cassis e Pedro Santos
Marcelo Cassis e Pedro Santos apresentam
a Triple A, criada para apoiar marcas
no universo gamer. Com metodologia proprietária,
a agência promete acertar o target,
maper e ativar conexões. Consulting,
game advertising, mídia digital, influenciadores,
streamers e metaverso estão entre
as áreas de atuação. “Só no Brasil, somos
mais de 90 milhões de jogadores. Características
se cruzam e formam uma série de
perfis a serem explorados”, alerta o CEO
Pedro Santos. Já o COO Marcelo Cassis,
garante estratégia para entreter. “Anúncios
no meio do jogo acabam com a diversão”,
confessa o executivo.
Executiva comandará área de conteúdo
A área de conteúdo da GUT será comandada
por Patrícia Moura. Análise de dados
e insights, curadoria de influenciadores e
branded content voltado para entretenimento
e real-time estão entre os desafios
propostos para replicar os objetivos das
marcas nos canais digitais. “O Brasil tem a
quinta maior população em mídias sociais
do mundo e ainda um grande potencial de
novos aderentes. Um mercado tão vasto
representa um oceano de oportunidades
para os anunciantes”, aponta Patrícia, que
ao longo de 15 anos de carreira já trabalhou
na Frog, Binder, Lowe, Arabella, Artplan,
Heads e grupo Dreamers.
Diretor-presidente e jor na lis ta
res pon sá vel
Ar man do Fer ren ti ni
Editora-chefe: Kelly Dores
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)
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Langsdorff e Vinícius Novaes
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Bonfim
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a
opi nião des te jor nal, po den do até mes mo ser con trá rias a ela.
IMPRESSO EM CASA
8 2 de maio de 2022 - jornal propmark
quEm fEz
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br
VÍNCULO
Relação entre mãe e filhos é umbilical. E
prossegue nas várias etapas da vida. A rede
de varejo de moda estimula essa cumplicidade
na campanha criada para redes sociais. A
trilha é da Mission que ambientou no filme o
hit Tempo Perdido, do grupo Legião Urbana.
A influenciadora Rafa Brites participa de live
shop nesta segunda-feira (2), no Instagram.
PAIM
RENNER
Fotos: Divulgação
Título: Portas; diretor de criação: Rodrigo Pinto;
redatores: Paloma Peixoto e Marcio Blank; RTVC:
Ana Paula Luce e Mário Seefeld; produtor-executivo:
Roger Garcia; diretor: Rafael Gasparini; aprovação:
Maria Cristina de Amarante Merçon e Vivian
Alves Gomes de Almeida Costa.
CHEFES
Com o slogan Milhões de cupons de desconto
para sua mãe ficar ainda mais patroa,
rede de varejo phygital quer mostrar que as
mamães deixaram de ser apenas as rainhas
do lar para se tornarem provisoras. “São as
verdadeiras chefes da casa, que costumam
dar a última palavra”, diz Bernardo Leão,
diretor de marketing do anunciante.
OgIlvy BRAsIl
MAGALU
Título: Mãe Patroa; ECD: Daniel Schiavon; redator:
Gustavo Rodrigues; diretores de arte: Fernando
Kobayashi e Edmilson Silva; produtora:
Sentimental Filme; diretores: Mau e Lu; áudio:
Comando S; aprovação: Frederico Trajano, Eduardo
Galanternick e Bernardo Leão.
REFLEXÃO
Para a Sadia, maternidade está na criatividade
e na disposição de fazer a diferença no
cotidiano. Por esse motivo, nova campanha
da marca da BRF conta histórias como a de
Ainah e Rafael, que adotaram os irmãos Guilherme
e Luís. A conexão é feita por meio da
gastronomia. A produção é de Rebolucion,
com direção de Carol Markowicz.
AFRICA
BRF
Título: Mãe sem receita; CCO: Sergio Gordilho;
ECDs: Sophie Schonburg, Érico Braga e Rodrigo
Marangoni; criação: Antero Neto, Ricardo Silveira,
Victor Capato, Victor Moraes, Janaína Neri e Renato
Alves; aprovação: Luciana Bulau, Julia Cruz,
Evelyn Gardino e Gabriella Venticinque.
jornal propmark - 2 de maio de 2022 9
DO COLABORATIVIS
À ECONOMIA CRIATI
Seres sociais e emblemáticos, as formigas possuem uma capacidade
impressionante de colaborar umas com as outras, nos inspirando
a adotá-las como símbolo da campanha de 57 anos do PROPMARK.
Quanto mais pensávamos, mais similaridades encontrávamos.
O trabalho conjunto, a eficiência de cada formiga, a resiliência diante
de toda sorte de intempéries... E é neste contexto, de surpreendente
capacidade de adaptação que o mundo atual está passando, que nos
organizamos para celebrar mais um ano deste veículo, presente
por décadas, num trabalho ininterrupto.
Assim, comemoraremos nossos 57 anos com um suplemento pra lá
de especial, onde mergulharemos no fantástico mundo da economia
criativa, abrindo com detalhes todos os passos do universo da moda,
da arquitetura, do design tecnológico, da arte e da publicidade.
Ter a sua marca conosco será motivo de muito orgulho e amor
ao nosso segmento.
MO
VA
Anuncie: Reserva 06/05
Material 13/05 - Circulação 23/05
comercial@editorareferencia.com.br
APOIO:
we
mkt
Kristina Tripkovic/Unsplash
Languishing
“Os mártires penetram na arena de mãos
dadas, mas são crucificados sozinhos”
Aldous Huxley
Francisco alberto Madia de souza
Languishing é a denominação que o psicólogo
Adam Grant deu ao que muitos
de nós estamos sentindo, ou começando
a sentir. Adam Grant, psicólogo organizacional,
durante sete anos o professor melhor
avaliado da Wharton University, com
diversos livros de sucesso, e traduzido em
35 línguas. Segundo Adam, caminhamos
em direção à languidez, ao abatimento, e
definhando. Claro, em decorrência da pandemia,
e de tudo o que já causou.
Em artigo publicado no ano passado, no
The New York Times, Adam descreve como
chegou à conclusão do Languishing, e que
todos estamos começando a definhar...
Disse: “No início, não reconheci os sintomas
que eram cada vez mais comuns nas
pessoas de meu relacionamento. Amigos
repetiam sobre as dificuldades crescentes
em se concentrarem. Mesmo e diante da
perspectiva da vacina, muitos se revelavam
pessimistas em relação a 2021. Um parente
meu permanecia acordado assistindo
de forma recorrente ao filme A Lenda do
Tesouro Perdido... E eu, que pulava da cama
antes das 6h, passei a permanecer deitado
até às 7h trocando posts com amigos... Não
se tratava de esgotamento. Apenas sentíamos
falta de energia. Também não era depressão
e nem impotência...”.
Apenas ausência de alegria e de objetivos.
Descobrimo-nos Languishing... Definhando...
Perda gradativa, recorrente
e crescente de energia... Um híbrido de
estagnação e vazio. A sensação de um arrastar-se
pelos dias, vendo sua vida passar
através de uma janela embaçada. Assim,
dizia ele naquele momento, “acredito que
o Languish, o definhar, poderá ser a emoção
predominante neste ano de 2021, e
início de 2022...”. E explicava, “Na medida
em que a pandemia arrastou-se, o estado
agudo de angústia deu lugar a uma espécie
de abatimento crônico. Na psicologia
tratamos os diferentes estágios em termos
de saúde mental, como algum ponto entre
a depressão e o florescimento. O florescimento
é o apogeu do bem-estar – temos um
forte sentimento de significado, domínio, e
importância para os outros. Já depressão é
o vale do mal-estar: sentimo-nos pesados,
esgotados, inúteis... Assim o definhamento
é um ponto intermediário. Uma espécie de
vazio entre depressão e florescimento...”.
E qual a solução diante do languishing,
do definhamento? Segundo Grant, e outros
psicólogos, uma vez concluído o diagnóstico,
a solução é uma palavrinha de quatro
letras, Flux! Diz Grant o que é o Flux, o Fluxo.
“Fluxo é deixar-se absorver por um desafio
importante e fluir; uma ligação ainda
que momentânea por uma causa ou propósito...
Pessoas que mergulham mais fundo
em seus projetos conseguem prevenir-se
do definhamento e preservam, na maior
parte, a felicidade pré-pandemia”. Ingressar,
mergulhar e permanecer no fluxo, e, se
possível, sempre!
É isso, amigos. Não sabemos de verdade
e em termos de saúde o que nos aguarda,
mas sabemos que o importante é não parar,
seguir, e não nos deixarmos cair na languidez,
no fraquejar, amolecer, afrouxar... E
Adam Grant conclui em seu diagnóstico,
com o qual concordo integralmente e é o
que tenho procurado fazer todos os dias
dos últimos 24 meses, que: “O languishing,
o definhamento, não encontra-se apenas
em nossas cabeças, mas também se faz
presente nos ambientes que frequentamos
e vivemos, em nossas circunstâncias”.
E finaliza: “Você é incapaz de curar uma
cultura doente com ataduras pessoais”.
Ou seja, e sempre, e enquanto o ambiente
ao seu redor não evolui, recupera-se, e em
algum momento volta a ser menos tóxico,
permaneça Flux, concentrando-se em seus
desafios pessoais e específicos...
É o que todos devemos fazer em todos os
próximos meses, quem sabe, pelos próximos
dois ou três anos.
Francisco Alberto Madia de Souza
é consultor de marketing
famadia@madiamm.com.br
12 2 de maio de 2022 - jornal propmark
PROPMARK DIGITAL
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56 ANOS. DE VIDA.
ESG NO MKT
Ação colaborativa por
negócios sustentáveis
O efeito dominó de exigências já atinge
fornecedores de todos os tipos, aos
quais se exige adesão à agenda ESG
Hello I’m Nik/Unsplash
Alexis Thuller PAgliArini
cada dia fica mais clara a percepção de que
A os princípios ESG invadem todos os negócios
e atividades humanas. Isso é muito bom.
É a esperança de que o mundo finalmente
está acordando, determinando um senso de
urgência às questões ambientais, sociais e de
governança ética nas corporações. O assunto
é complexo, mas ganha tração, principalmente
em função do espaço dado pela mídia.
Independentementedas pressões do universo
financeiro, que tem exigido das empresas
relatórios que valorizem não apenas o
lucro, mas também as atividades de cunho
ambiental e social, quanto mais as pessoas se
conscientizam da importância desse movimento,
mais as empresas se sentirão impelidas
a adotar uma agenda compatível com os
princípios ESG.
E as associações e entidades representativas
podem ajudar. É diferente a atitude
esperada por uma empresa de atividade industrial,
consumidora de energia intensiva
e geradora de CO2 e resíduos em grande
quantidade, quando comparada à de um negócio
na área de serviços, com atividade restrita
a escritórios.
É preciso que essa contextualização seja
levada em conta e essas entidades podem fazê-lo
muito bem. É o caso do Think Tank ESG
nos Eventos, que tenho a responsabilidade de
coordenar.
Esse esforço coletivo, que se iniciou no dia
29 de abril passado, reúne, sob liderança da
Câmara Brasileira da Indústria de Eventos,
as principais instituições do setor para um
entendimento mais profundo das implicações
da agenda ESG nas atividades relacionadas
aos eventos.
Líderes de mais de 10 associações, além
de profissionais especializados, presenciaram
apresentações conceituais sobre o tema
e partiram para um exercício de Design
Thinking para, de forma coletiva e colaborativa,
chegarem juntos a insights e definições
de atividades a serem compartilhadas com os
demais players do setor.
Agências, espaços, clientes, provedores de
serviços e especialistas estavam representados,
compondo um espectro de boa amplitu-
de para conduzir os trabalhos. Por ter acontecido
na última sexta-feira, a consolidação
dos resultados ainda não foi concluída, mas
certamente será compartilhada aqui nesta
coluna.
Essa iniciativa da formação de um think
tank, aparentemente pioneira, deve servir
de exemplo para outros setores da economia.
Ainda há muito desconhecimento das características
e nuances do universo ESG e suas
implicações nos negócios.
As instituições representativas poderão
contribuir com seus associados nesse entendimento.
O certo é que ninguém poderá ignorar
o avanço da importância dessa agenda.
Pesquisas apresentadas pela KPMG apontam
um crescimento exponencial da importância
dada aos conselhos de administração e
diretorias executivas ao tema.
Antes restrito às questões de sustentabilidade,
o assunto ganha maior dimensão, inserindo
na pauta os aspectos sociais e de governança.
E a tendência se mostra irretornável.
Mas isso tudo deve ser encarado mais pelo
lado das oportunidades do que das necessidades
impostas pela sociedade.
A implementação de um programa consistente
de ações relacionadas aos princípios
ESG não necessariamente gerará mais custos
às empresas.
Ao contrário, ao cuidar melhor do seu consumo
de água ou energia, por exemplo, as
contas podem diminuir.
Da mesma forma, ao se implementar um
ambiente mais igualitário e inclusivo nas corporações,
poderá haver uma maior atração
e retenção de talentos, já que, sabidamente,
os profissionais mais jovens, da tal geração Z,
dão muito mais importância a essas questões
do que até ao salário oferecido. Por outro lado,
o fato de não agir pode ser encarado como
um risco.
O efeito dominó de exigências já atinge
fornecedores de todos os tipos, aos quais se
exige adesão à agenda ESG, sob risco de ficar
de fora do radar das empresas contratantes.
É hora de um esforço abrangente e coletivo.
E as associações e instituições representativas
estão convocadas!
Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br
14 2 de maio de 2022 - jornal propmark
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opinião
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Beleza no e-commerce
Carol rosa
Quantas vezes você costuma parar para
ler sobre um produto e analisá-lo antes
de comprar em vez de adquiri-lo por impulso?
Mais do que mudar os hábitos de consumo,
o isolamento social que atravessamos
pelos últimos dois anos contribuiu para
que nós, consumidores, pudéssemos rever
as nossas rotinas e olhar com mais carinho
e cuidado para a nossa saúde, assim como
para o nosso bem-estar.
Não à toa, o segmento de cosméticos e
beleza é um dos grandes responsáveis por
atrair milhões de pessoas e movimentar a
economia. Segundo um levantamento da
Neotrust, nos dois últimos anos a categoria
de beleza e saúde foi a segunda com maior
volume de vendas online. Um setor que
movimenta tantas pessoas naturalmente
também apresenta muitas
tendências. Uma delas é o
quanto os consumidores
estão, cada vez mais, compreendendo
a importância
do cuidado com o meio
ambiente. De acordo com
uma pesquisa realizada
pela Adventures, 76% dos
consumidores manifestaram
interesse por esses tipos de produtos,
o que indica a conscientização mais forte
neste sentido.
E é claro que com toda essa movimentação,
as marcas não poderiam ficar para
trás e estão se posicionando mais a favor
de pautas sustentáveis e com cunho social.
Afinal, o público também está exigindo
mais posicionamento em relação ao que
eles prezam. E para fazer isso de forma assertiva,
é essencial ter seus valores e propósito
bem definidos, além de conhecer
a fundo o seu público para que possam
dialogar com os consumidores que têm
interesses em comum. Além disso, é primordial
que as marcas estejam alinhadas
às tendências de mercado, já que as transformações
são constantes e há sempre novas
oportunidades a serem exploradas. O
live commerce é um exemplo disso! Com
um formato que permite a divulgação dos
crescimento
do setor e
comportamento
do consumidor
vão ditar o
futuro
itens em tempo real e as vendas virtuais,
por meio das redes sociais, a estratégia tem
tudo para ser um sucesso. De acordo com
o estudo que reuniu dados da Hootsuite e
We Are Social sobre o uso de redes sociais,
o Brasil é o terceiro país que mais usa redes
sociais no mundo. Então, por que não utilizar
isso a favor da performance de uma
marca?
Também é importante destacar que os
consumidores buscam cada vez mais por
atendimentos personalizados e com foco
em uma experiência única. Seja com ofertas
exclusivas ou um bilhete enviado junto
com a compra, tudo isso contribui para
a fidelização do público. O novo consumidor
deseja ser reconhecido pelas marcas
não apenas como números, mas sim como
clientes que opinam e são representados.
Esse movimento tende a crescer exponencialmente
no setor de cosméticos
e tudo isso nos mostra que
as pessoas estão aperfeiçoando
suas preferências dia após dia.
Exemplificando tudo o que
disse acima, compartilho com
você um olhar sobre a Natura,
de como a marca era e como
ela está hoje. Você deve
conhecer alguma revendedora que sabe
a fundo os gostos de seus clientes. Os
pedidos eram feitos pelo catálogo, a consultora
realizava a ponte entre o varejo e o
item chegava perfeitamente em sua casa.
E olha só: essas consultoras já realizavam
todo o processo de revenda desde quando
o conceito de e-commerce não estava nem
perto de ser como é hoje. Por isso, uma
reflexão que posso deixar para você é: se
posicione e pratique ações que dialoguem
com tudo aquilo que a sua marca preza
e o seu consumidor busca. Afinal, não
adianta ter apenas um discurso bonito, é
preciso ir além e mostrar, na prática, o que
estão realizando para fazer a diferença no
mercado. Invista em campanhas e estratégias
assertivas e exalte a sua comunidade.
Só assim uma marca é capaz de iniciar
uma troca autêntica com o seu público, e
isso, com certeza, faz toda a diferença nos
resultados!
Carol Rosa é VP de criação da Adventures
carol.rosa@adventures.inc
16 2 de maio de 2022 - jornal propmark
inspiração
sobre banhos e melodias
Fotos: Divulgação
“O ócio criativo veio no banho, um momento em que eu não estava
resolvendo mais nada, sozinho comigo mesmo, cabeça voando”
Gustavo Garbato
Especial para o ProPMarK
Circa 1993. Quando eu era garoto, morava
em um apartamento na zona sul de São
Paulo. Era um bom apartamento e o banheiro
em que eu tomava banho tinha uma característica
especial para mim, sua janela era virada
para o leste. Isso fazia com que os meus
banhos antes de ir para escola fossem acompanhados
de um sol matinal que inundava o
banheiro de luz, refletia lindamente na água
que caía do chuveiro e, de maneira ainda
mais exuberante, refletia em suas gotículas
quando a água batia na minha cabeça – que
na época tinha muito mais cabelo do que atualmente.
O sol preenchia o banheiro de luz e
isso enchia meu coração de alegria. Não sei
explicar o porquê, mas fazia meu dia melhor.
Corta para 2022. Job de publicidade:
briefing, PPM Agência, PPM Cliente, debrief,
produção, mixa, offline agência, offline
cliente, altera para mix, aprova, no ar.
Novo job, briefing, PPM agência...
Projeto de conteúdo: briefing, soundtrack
spoting, debrief, tema principal, aprova,
variações, para mix, entrega, altera, aprova
de novo, checkmix, cabine, na lata. Novo
projeto, briefing, soundtrack spoting...
A vida no audiovisual é incrível e os prazos
também, tanto na publicidade (jobs) quanto
no conteúdo (projetos). Todos nós sabemos,
é o bittersweet da jogada. É impressionante o
que fazemos em tão pouco tempo, dá trabalho
e dá uma seretoninazinha também. Mas
tenho pensado muito em um conceito batido,
porém muito útil: o ócio criativo. Afinal,
ter a obrigação de estar inspirado é uma tarefa
complicada, por isso usamos estratégias e
técnicas para nos inspirar, como referências,
reciclagem, estar antenado a tudo que tem
acontecido no meio musical, relativas maiores
e menores, acordes de substituição, harmonia
negativa (eita!) e por aí vai.
É muito difícil parar para se inspirar,
principalmente durante o dia, quando o
relógio tá ticando e os prazos diminuindo.
Mas, de qualquer forma, é muito necessário.
No primeiro ano de pandemia morei
dois meses em um sítio de um amigo. Lugar
maravilhoso, natureza, silêncio. Minha
companheira (e cuidadora, rs) fazia algo comigo
todo dia que era incrível:
–Desliga por 15 minutos e vem tomar um
sol aqui fora.
Ou ainda mais:
– Desliga por 15 minutos e fica um pouco
no balanço.
Sim, tinha um balanço!
E o que acontecia? Era inspirador para
caramba! Fazia uma diferença tremenda
no meu dia e naquilo que eu produzia. Fiz
coisas incríveis naquele período sem recorrer
a (tantas) estratégias e técnicas de composição.
Corta para o banheiro. Outro banheiro, outro
apartamento. Em 2015, fiz a trilha da série
O Hipnotizador para a HBO, junto com meu irmão,
Guilherme Garbato. E foi uma das coisas
mais legais que já fiz. Orquestra, diretores in-
críveis, loucura total de prazo e entregas. Mas,
voltando ao banheiro, foi tomando banho que
eu compus algumas das trilhas da série, inclusive
a abertura. Cantarolando no banho, saía
uma melodia, que depois desenvolvia, harmonizava,
produzia... Teve até uma gravação
de celular que entrou como SFX de algumas
das músicas, com o ruído da água descendo
no ralo do banheiro, manipulada, formando
um drone único que representava muito
o personagem de Leo Sbaraglia, que ia “pelo
cano” no decorrer da série. Fazia sentido sonoramente
e conceitualmente.
Mas e o ócio criativo? Nesse caso, o ócio
criativo veio no banho, um momento em
que eu não estava resolvendo mais nada,
sozinho comigo mesmo, cabeça voando.
Talvez ainda viesse e venha em mim um
pouco daquela sensação de 1993, daqueles
banhos ensolarados, daquela luz, daquela
inspiração. Fato é que, durante a loucura do
dia a dia, precisamos parar um pouco, viver
coisinhas pequenas que nos fazem sorrir,
trabalhar melhor e sentir prazer. Precisamos
abrir espaço para a inspiração.
Ainda hoje, componho muitas melodias
no banho e no atual apartamento que moro
o sol não bate na janela do banheiro. Mas,
por volta das 13h, ele reflete em um prédio
espelhado ao lado do meu e invade o banheiro
com maestria. Tenho tentado tomar
banhos às 13h desde que descobri!
Gustavo Garbato é sócio e diretor
musical da LOUD+
jornal propmark - 2 de maio de 2022 17
entReViSta
Fábio Meneghati
sócio e CEO da Greenz
na gReenZ, a
CRiatiViDaDe
teM FoCo eM
VenDaS
Com o conceito de aceleradora de negócios,
a Greenz vem atendendo desde startups
a grandes clientes, como JBS, Nestlé e
Gradiente. Foi responsável pelo lançamento
da Ton, máquina de cartão da Stone e Globo
Ventures, e é também dona da conta de comunicação
da famosa rede Hard Rock Hotels, que tem previsão
de abrir oito hotéis no Brasil. Segundo Fábio
Meneghati, sócio e CEO da Greenz, o diferencial
está na combinação de dados com criatividade,
no investimento em pessoas e na remuneração
flexível, se comportando como sócio do cliente. PH
Gomes (sócio e CCO); Gabriel Bernardi (sócio e VP
de growth, mídia e dados) e Marcelo Coffani (sóciofundador)
completam o board da empresa, que
conquistou 11 novas contas nos últimos 12 meses.
kelly dores
Como é esse posicionamento de
aceleradora de negócios da Greenz?
Esse posicionamento foi consolidado
a partir da minha entrada,
há dois anos e meio. Empreender
no país é um grande
desafio, mas quando olho para
trás e vejo o resultado que a gente
vem conquistando, sinto muito
orgulho de ter podido contribuir
minimamente para o mercado
publicitário e testar novos modelos
de negócio de comunicação.
Acho que isso faz parte do nosso
desafio. Depois que o posicionamento
começou a ser trabalhado,
a gente deu corpo e vida para ele.
Na prática, como funciona?
Uma aceleradora de negócios
nada mais é do que a combinação
de criatividade com resultado
de negócio do cliente. A gente
começa o trabalho identificando
primeiro quais são as alavancas
de crescimento dos negócios dos
clientes e entendendo como fazer
para ajudá-los a vender mais, melhorar
sua margem, atrair novos
consumidores etc. Depois que a
gente deixa claro que a nossa relação
vai estar pautada por isso,
começa de fato o trabalho de comunicação.
Aqui dentro usamos
muito o conceito de boutique de
performance. Na prática, depois
de identificar os KPIs, objetivos de
negócios, a gente inclui o modelo
de success fee nas nossas parcerias.
No dia a dia, isso significa que
a Greenz está colocando a prêmio a
remuneração do próprio indicador
que combinamos com o cliente. É
uma prova real que a empresa está
engajada e quer, de fato, fazer com
que o negócio do cliente performe.
Evidentemente, com isso, vamos
ter o nosso objetivo alcançado.
E como vocês se diferenciam?
A gente fala que a nossa combinação
de criatividade com dados
é o nosso grande diferencial,
pois na Greenz a criatividade
tem foco em vendas. Fazendo
uma metáfora com o mundo do
futebol, normalmente a criação
joga muito no ataque, como centroavante,
mas aqui ela joga no
meio de campo. Porque às vezes
o que manda é a velocidade, ter
uma entrega mais efetiva em performance
e dados. Então, a criação
aqui ocupa um papel muito
mais consultivo, de identificar o
problema do cliente e trabalhar
para chegar ao resultado. Isso
faz bastante diferença e para ter
essa combinação o pilar pessoas
é muito importante. A gente tem
um olhar de people & experience,
realmente em prol de acelerar a
carreira das pessoas.
De que forma fazem isso?
A gente usa uma metodologia
chamada de feedforward, em que
junto com o colaborador, quando
ele é contratado, define qual a sua
expectativa no trabalho, acompanha
a evolução da carreira. E por
que feedforward e não feedback?
Porque a gente entende que o feedback
é uma coisa que já passou.
Aqui, sempre olhamos pra frente.
A gente entrega para as pessoas
um olhar sobre a carreira delas,
um olhar para o crescimento exponencial
da carreira e isso faz
muita diferença, fazendo com que
o nosso time seja muito engajado.
Afinal de contas, a Greenz é uma
prestadora de serviços e, para
isso, precisa ter um time muito
engajado. A prova é o ranking
do Great Place to Work, onde
estamos sendo ranqueados nos
quatro últimos anos entre as melhores
empresas de comunicação
para trabalhar. O nosso turnover
diminui consideravelmente ano
após ano. A gente vem investindo
muito nesse pilar. Do ano passado
para cá, investimos 40% a mais
em termos de remuneração. Contratamos
54 profissionais em 2021.
Este ano, temos 12 vagas abertas.
Na realidade, não é só aumentar a
equipe, mas trazer um time mais
qualificado, mais sênior.
E as pessoas vão sendo promovidas
ao longo do tempo?
Exatamente. Mais de 50% das
pessoas já foram promovidas
desde que adotamos esse conceito
e é muito difícil fazer isso em
empresa de comunicação. Acho
que é também dar a oportunidade
em um ambiente bem diverso.
Tem pessoas que desistiram da
carreira de chef de cozinha, de
veterinário e vieram para o mundo
da comunicação aprender sobre
criatividade e dados, e já foram
promovidas na Greenz.
Como a Greenz se diferencia de uma
agência de publicidade?
Essa é uma pergunta bem recorrente.
São alguns pilares, como
o primeiro que falei sobre olhar
para os KPIs de negócio do cliente
e se comportar como sócio dele. O
segundo pilar é ter as pessoas adequadas
para resolver aquele problema
e a gente traz o modelo de
squad para construir, de fato, os
melhores times, melhores recursos
para conseguir atingir os objetivos
dos clientes. E tem um outro
pilar, que é um híbrido entre o
modelo de squad e a necessidade
atual do mercado, que é a agilidade.
A Greenz trabalha muito com
a metodologia ágil. Mas a agilidade
não é a pressa, mas sim ter
um problema mapeado e a equipe
certa, e rapidamente conseguir resolver
aquele problema de comunicação.
E é engraçado como esse
elemento da velocidade cresceu
substancialmente durante a pan-
“Uma aceleradora nada
mais é do qUe a combinação
de criatividade com
resUltado de negócio
do cliente”
18 2 de maio de 2022 - jornal propmark
Alê Oliveira
demia, porque a urgência passou
a ser outra.
E como foi operar na pandemia?
Como a Greenz já estava preparada
com metodologias ágeis,
combinação de modelo squad customizada
para cada cliente, tenho
muito convicção que a gente conseguiu
navegar muito bem nesse
período. Tanto é que a empresa
cresce substancialmente. Desde
que a gente criou esse conceito, de
dois anos e meio pra cá, a Greenz
cresce mais de 883%. Parece um
número de startup, de unicórnio,
mas é um número real de crescimento.
Tem duas outras questões
que resumem essa diferença. Nós
temos a mentalidade Always beta,
ou seja, estamos sempre aprendendo
e entendemos também que
os clientes estão muito sozinhos
nesse ambiente da comunicação.
Tem muitas plataformas, parceiros
para coordenar, eles vivem essa
angústia e definir um parceiro faz
muita diferença. Aqui na Greenz
não temos o conceito de que a gente
sabe fazer tudo. Temos muita
transparência de dizer que tem
coisas que fazemos bem e para
outras existem parceiros especialistas
que plugamos de uma forma
horizontal. Esse modelo tem sinergia
com os desafios dos clientes,
que precisam de alguém para liderar,
mas ao mesmo tempo sabemos
que existe uma infinidade de
verticais, especialidades, e é quase
impossível uma empresa de comunicação
ser boa em todas elas.
Quais são os seus competidores em
uma concorrência?
A gente concorre com consultoria,
agência independente,
agência tradicional e, às vezes,
até com in-house.
Tem outras empresas no mercado
de comunicação com o mesmo conceito
de aceleradora de negócios?
De acordo com as nossas pesquisas,
a Greenz foi a primeira
empresa a falar abertamente
que era uma aceleradora de
negócios. Mas, depois, várias
outras empresas embarcaram
nesse conceito, inclusive algumas
multinacionais também.
No meu ponto de vista, acho
que as empresas que não estão
preocupadas com o resultado de
negócios do cliente estão fadadas
ao fracasso. Cada empresa
tem a sua metodologia de trabalho,
o seu jeito de conduzir a
comunicação. Nós encontramos
o nosso, a Ace ajudou bastante
quando ela acelerou a Greenz
a construir a nossa metodologia.
Na vertical de growth, por
exemplo, recentemente a gente
investiu R$ 3,5 milhões para
melhorar recursos, trazer novas
tecnologias.
Quais são os resultados?
O mais relevante deles é o crescimento
em clientes. Nos últimos
12 meses, conquistamos 11 novos
clientes, entre eles, JBS Maturatta
Friboi; JBS Marba; Bluefit;
Instacarro; Icatu Seguros; Icatu
Vanguarda; VCI/Hard Rock Hotels;
Gradiente e Skechers. A Greenz
cresce também em número
de colaboradores. Quando a gente
começou o trabalho eram 23
pessoas e quase quadruplicamos
esse número, além disso, melhoramos
a nossa margem líquida,
que cresceu sete vezes.
“nosso
objetivo
para este
ano é
crescer
100%”
Como funciona a remuneração da
Greenz?
Temos uma remuneração bem
flexível, mas a base é ter o resultado
de negócio do cliente nessa
composição. Se o resultado dele
aumentar, também melhoramos
a nossa receita. O modelo pode
ser equity, como um cliente que
não tinha verba para pagar fee e
deu uma participação no negócio
dele. E tem também o modelo
mais tradicional, que é o fee e a
comissão de mídia. A gente olha
muito o tipo de trabalho do cliente
e como consegue acelerar o
negócio. Essa flexibilidade dá um
poder grande de negociação, mas
isso não significa ser preço mais
baixo. A gente já teve feedbacks
de concorrências que participamos
de que, pelo fato de a Greenz
ser uma empresa nova, a mesa
de compras imaginava que tivéssemos
um componente de preço
mais baixo. O nosso modelo é planilha
aberta, na maior parte hora/
homem, mas temos profissionais
seniores e, então, é óbvio que em
alguns momentos conseguimos
ter um preço melhor, mas em outros
tem de ser um preço mais justo
e adequado ao desafio. A nosso
pedido, alguns clientes também
acrescentaram na remuneração o
NBS, que é um método em que o
cliente recomenda a Greenz para
outros clientes. Esse score é muito
importante, fazemos essa avaliação
semestralmente. No último
ano, a nossa avaliação cresceu
com todos os clientes e também
ampliamos a participação em algumas
contas, como JBS e Nestlé.
Tem alguns clientes que também
consideram a nossa avaliação
parte da remuneração. Além do
success fee, tem a avaliação do
nosso trabalho, ou seja, quanto
melhor a nossa relação, melhor a
nossa remuneração para um grupo
de clientes. Mais uma prova
que, de fato, a Greenz está trazendo
novas ideias, se desafiando a
trabalhar melhor.
Quais são as suas expectativas de
negócios para este ano?
Estou muito otimista, estamos
passando por um momento
de transformação. Este ano tem
alguns capítulos importantes na
economia, como Eleição, Copa
do Mundo, teve a diminuição da
projeção no crescimento do PIB,
mas ao mesmo tempo eu vejo
que os anunciantes estão procurando
parceiros de comunicação
que tenham mais expertise em
digital. E isso faz com que a gente
tenha uma visão muito otimista
do mercado. Nosso objetivo para
este ano é crescer 100%.
jornal propmark - 2 de maio de 2022 19
ESPECIAL MARKETING
vectorpouch/Freepik
Na era dos
dados, inovação
e tecnologia
estão a favor
dos clientes
Com várias disciplinas, a
principal delas a publicidade,
o marketing tem história para
contar e se renova na era digital,
mas sem perder de vista os
princípios de Philip Kotler
Paulo Macedo
Vários steps conduziram a trajetória do
marketing no mundo e no Brasil. Todas
as etapas com contraditórios. Mas produtivas.
Mesmo que intuitivamente, o marketing
sempre foi um instrumento essencial
para a indústria se beneficiar e fazer crescer
os seus negócios. No Brasil há um benchmark
específico: o mercado dos Estados
Unidos, líder global da formalização estratégica
para elevar o consumo de marcas,
produtos e serviços.
Empresas como Procter & Gamble, Walmart
e Coca-Cola faziam uso dessa ciência,
que já estava em fase de organização nos
EUA desde a virada do século 19 para o século
20, mas ainda sem a estrutura que foi
formalizada um pouco mais tarde. A Coca-
-Cola desenvolveu com base estratégica o
personagem que conhecemos hoje como
Papai Noel, figura central da data de Natal,
também usado por outras marcas. O bom
velhinho, desenhado originalmente por
Thomas Nast, foi revisto pela agência de
publicidade D’Arcy em 1931, com liderança
de Archie Lee.
“Queria uma campanha que mostrasse
um Papai Noel saudável, que fosse ao mesmo
tempo realista e simbólico. O ilustrador
Haddon Sundblom foi encarregado de desenvolver
imagens publicitárias que mos-
“MARKETING É A
COMBINAÇÃO ENTRE PELO
MENOS CINCO FATORES:
DADOS, CRIATIVIDADE,
TECNOLOGIA, PROPÓSITO
E VERDADE”
trassem o próprio Noel, não um homem
fantasiado. Para obter inspiração, Sundblom
recorreu ao poema de Clement Clark
Moore, de 1822, A visit from St. Nicholas”,
detalha o site da Coca-Cola sobre o planejamento
orquestrado pela D’Arcy.
Foram os executivos de grandes multinacionais
americanas, como a Coca-Cola,
que formaram trainees que, por meio desse
conhecimento, se tornaram profissionais
estruturados e tiveram vida própria na atividade
no mercado brasileiro. Mas não se
pode esquecer das marcas europeias, entre
as quais a Lever (Unilever) e a Nestlé, por
exemplo, que também deram sua contribuição
no aprendizado local. No caso da
Coca-Cola, há um fato curioso. Sua conta
foi conquistada originalmente pelo escritório
brasileiro da McCann-Erickson (hoje
WMcCann) por iniciativa do executivo Armando
Moraes Sarmento, que se tornou
presidente da holding Interpublic, controladora
da agência.
Os cases de Leite Moça e Maizena são
bons exemplos de como o marketing é
aliado para retenção de marca no coração
dos consumidores e desenvolvimento de
produto no Brasil. Já nos anos 1920, a Casas
Pernambucanas fazia propaganda com
folhetos nos cinemas e colocava placas de
publicidade nas porteiras das fazendas.
Nos anos 1940, o publicitário, e visionário,
Altino João de Barros, da equipe de Sarmento
na McCann-Erickson, levou caminhões
com gelo às praias do Rio de Janeiro
para vender Coca-Cola. Gelada! Atitude que
mudou a percepção da marca no país, sendo
um pioneirismo de oportunidade promocional
e, por assim dizer, de mídia.
O aprendizado foi paulatino. Mas os bons
insights adubaram o território da criatividade
brasileira no marketing e na publicidade.
Vale relembrar uma boa história do
primórdio. É a do executivo Adão Juvenal
de Souza, que era diretor da MPM no início
dos anos 1960. Ele levou uma dúvida
importante para os sócios da agência, Antonio
Mafuz, Petrônio Correa e Luiz Macedo:
“Nosso cliente mencionou a expressão
marketing. O que é marketing?” Os quatro
não obtiveram a resposta no mesmo dia.
Mas foram descobrir e estudar a novidade.
E usaram o marketing como estratégia para
20 2 de maio de 2022 - jornal propmark
tornar a MPM a maior agência de propaganda
do país. Além de fazerem uso do marketing
para transformar as contas de governo
em anunciantes efetivos e para fazer frente
à iniciativa privada, entre as quais o Banco
do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
Nesta segunda-feira (2), se comemora o
Dia do Profissional de Marketing. A atividade
ganhou musculatura e trouxe para o
mercado a ideia da comparação, mas é o
livre-arbítrio do consumidor que faz a escolha.
O marketing não obriga; ele propõe.
Fotos: Divugação
PROTAGONISMO
Apesar de a publicidade ser a estrela,
com investimento global de US$ 1 trilhão,
segundo a WFA, ela não é a única disciplina
do marketing. Outro tanto de recursos
financeiros é destinado para eventos, promoções
e ações de trade. Até a antropologia
faz parte do repertório acadêmico do
marketing devido à necessidade de análises
regulares do comportamento humano para
observar tendências de consumo.
Cultura, desenvolvimento de novos produtos,
tecnologia, pesquisas, matemática,
gestão de vendas, relações públicas, logística,
direito, digital, promoção, trade, CRM,
BI, performance, finanças, mídia, branding,
embalagem, design, segmentação, programática,
posicionamento etc. estão elencados
nas disciplinas do marketing.
Todos esses itens ganham projeção por
meio das campanhas publicitárias e das
promoções. E seguem o bê-á-bá organizado
por Philip Kotker nos anos 1950: planejar,
executar, determinar preço, realizar promoção
e detalhar a logística de ideias. E esses
princípios de marketing valem até hoje,
mesmo diante das inovações caudatárias
do digital, como e-commerce, redes sociais,
influencers e novos canais de mídia.
O publicitário Sérgio Valente, hoje CMO
global da holding JBS, cunhou a frase: “A
publicidade é a indústria que movimenta
todas as indústrias”. Mas com planejamento
estratégico de marketing para orquestrar
o que realmente interessa: que o consumidor
passe pelos checkouts físicos e digitais
com produtos no seu carrinho de compras.
O ambiente acadêmico teve participação
decisiva na formação dos profissionais de
marketing no Brasil. Na fase 1.0, a Escola de
Administração da Fundação Getúlio Vargas
saiu na frente com a introdução do marketing
no seu currículo. Hoje, disputa com a
ESPM, sua contemporânea nos anos 1950, a
primazia de formar os talentos necessários
para atuar nas agências de publicidade e
nos anunciantes.
Além das entidades setoriais, que são
um caso à parte no processo de conhecimento
e formalização das técnicas de
marketing e da propaganda. Na década de
1930, Aldo Xavier da Silva ajudou a fundar
a Associação Brasileira de Propaganda e vários
profissionais de agências articularam a
criação da Abap (Associação Brasileira de
Agências de Publicidade) em 1949.
Foi justamente a Abap que organizou
cinco congressos relacionados à propaganda,
sendo o quinto destinado ao conjunto
de interesses dessa indústria, que é dependente
química dos anunciantes. A ABA
(Associação Brasileira de Anunciantes) se
reorganizou para trazer o marketing como
Daniella Brissac é VP de marketing da Johnson & Johnson
“SOMOS ESPECIALISTAS
EM OuVIR E ENTENDER OS
ANSEIOS DOS CONSuMIDORES
E, ASSIM, CONSEGuIMOS
ENTREGAR PRODuTOS
E SERVIÇOS”
Eduardo Tracanella é diretor de marketing do Banco Itaú
seu principal asset. A presidente-executiva
Sandra Martinelli faz uma reflexão sobre
o papel do marketing e suas disciplinas na
era da Web 3.0.
“A tecnologia e a inovação estão a favor
do cliente e, para colocá-lo no centro das
ações, as marcas precisam dos insights de
dados. A criação orientada por dados e a inteligência
artificial são grandes tendências
do setor e guiam os planejamentos de mídia
estratégicos, otimizando as campanhas
publicitárias. Mas, temos aí também um
grande desafio sobre a regulamentação e a
legislação desses dados e a privacidade do
consumidor (LGPD). E a Web 3.0 promete
uma experiência digital mais livre, segura
e sem centralização de poder. Com base na
inteligência artificial, sua proposta é que
os usuários tenham total controle sobre os
próprios dados e personalizem suas experiências
em vez de esperarem que as marcas
façam isso”, afirma Sandra.
Sandra prossegue: “Acreditamos que estabelecer
estratégias que devolvam para o
usuário o poder de seus dados, assim como
o direito da escolha sobre o destino das
suas informações, ressignifica esse processo
de consentimento de leads por meio do
diálogo e ajuda as marcas a se aproximarem
de seu público e estabelecerem um relacionamento
mais transparente”.
Ao mesmo tempo, esse tipo de estratégia
dá aos anunciantes o material necessário
para oferta de conteúdo qualificado, customização
da publicidade na plataforma
ideal, no momento certo e para uma pessoa
que realmente está aberta e interessada
naquele anúncio. “Neste contexto, a estratégia
de marketing de conteúdo assertiva,
que leva informações relevantes ao encontro
do consumidor, é a força motriz para
cativar a sua confiança”, conclui a presidente-executiva
da ABA.
Os quatro Ps do marketing, ou princípios
– preço, produto, praça e promoção –, permanecem
inalterados. Mas com um upgrade,
como explica Eduardo Tracanella, diretor
de marketing do Itaú Unibanco.
“Marketing para mim é a combinação
entre pelo menos cinco fatores: dados, criatividade,
tecnologia, propósito e verdade.
O uso eficiente dessas alavancas possibilita
conexões mais fortes e sustentáveis com as
pessoas. Acredito numa evolução onde o
marketing deixa de ser disciplina para virar
um jeito, uma cultura de fazer negócios que
tragam, claro, valor para as empresas, mas
a partir do entendimento de que esse valor
só tem validade se for compartilhado com
as pessoas e a sociedade”, afirma.
Agora na Seara, onde assumiu como CMO
recentemente, o executivo Frank Pflaumer
acredita que o aprendizado da ciência mercadológica
não é finito.
“Se por acaso você caiu na armadilha de
achar que sabe tudo de marketing e de comunicação,
que não precisa de ajuda, que
não precisa se atualizar, estudar e reciclar,
fica aqui uma sugestão: mude, e mude rápido.
Nesse contexto de multiplataformas,
canais digitais e da gestão complexa de
marcas e de audiências, o marketing tem
ganhado uma relevância cada vez maior,
e demandado dos profissionais da área um
conhecimento end-to-end de estratégias e
implementação de novas ferramentas e tecnologias”,
diz.
Segundo o executivo, os conceitos fundamentais
através dos quais o marketing
foi construído no decorrer das últimas décadas
continuam válidos, mas a matriz de
pensamento e ativação se atualiza com velocidade
e complexidade nunca antes vistas.
“Entender a jornada de crenças e de
consumo das diferentes audiências, seja
mirando uma pessoa, o consumidor ou
o shopper, nos demanda conhecimento
profundo e antenado de toda a cadeia do
negócio, através de dados primários ou de
terceiros, onde a conversa entre as marcas
e diferentes audiências ocorrem de forma
multifacetada”, fala Pflaumer.
O head da Seara segue dizendo que
o marketing é dependente químico da criatividade,
que a publicidade brasileira desenvolveu
e exporta para o mundo. “A meu
jornal propmark - 2 de maio de 2022 21
ESPECIAL MARKETING
ver, a criatividade ganha mais importância
nessa realidade do nosso mercado. Criatividade
vende, ninguém duvida disso. Mais
do que basear em insights de consumidores,
os profissionais responsáveis por conteúdo
devem trazer uma visão inédita sobre
os mesmos dados que analisamos para
outras atividades dentro do marketing. Em
outras palavras, a ideia criativa. Aquela
capaz de gerar ou participar das conversas
nas redes, de mudar e alavancar a percepção
de marcas, uma ideia que possa engajar
o consumidor com um novo SKU, e levá-lo
até o botão de ‘compre agora’”.
Para Pflaumer, temas como ESG, diversidade
& inclusão e propósito são apenas alguns
ângulos relevantes que não podemos
ignorar no processo de posicionamento
de marcas. “Antes de comunicar externamente
e liderados pelo marketing, esses atributos
precisam estar claramente articulados e entendidos
dentro da companhia, alinhados
à essência e à história das marcas, e com o
storytelling desenhado para cada audiência”.
Ele observa que anos pandêmicos mostraram
para os profissionais de marketing
que não podemos desdenhar dos ensinamentos
básicos na gestão das pessoas.
“A saúde mental foi o que mais nos afetou
nesses dois últimos anos, e a gestão
de recursos humanos foi a prova de fogo
para todos os gestores de equipes do mercado.
No marketing não foi diferente. Nesse
contexto complexo, revisito frequentemente
a cartilha de gestão de pessoas que
sempre segui nas empresas em que trabalhei,
e percebo que ela ganhou ainda mais
importância: conhecer as pessoas por trás
dos profissionais, contratar e trabalhar com
profissionais que sabem mais que você, colaborar
e pedir ajuda – a solução pode chegar
de onde você menos espera”, diz ele.
A dinâmica do marketing fica nas entrelinhas
das campanhas publicitárias. O
McDonald’s foi além. Filmes e peças digitais
exibiram seu conceito disruptivo de brincar
com a marca original da rede de fast-food.
No Brasil ela se tornou Méqui. Uma das
ações mais badaladas dessa proposta disruptiva
foi Mequizices, com participação de
Luísa Sonza, Jorge & Mateus, Ludmilla e Simone
& Simaria. Qual a intenção do anunciante?
Que o público compartilhasse os
conteúdos publicitários.
“Marketing é a disciplina que lidera o entendimento
do que os consumidores querem
e os esforços para viabilizar isso a eles.
E quando uma empresa faz algo pelo cliente
que melhora a sua vida, ele a recompensa
com preferência, compras e fidelidade.
Essa é a dinâmica onde todos saem ganhando
e há desenvolvimento do mercado”, esclarece
João Branco, diretor de marketing
do McDonald’s no Brasil.
Para Daniella Brissac, VP de marketing
para o Brasil e CCX capabilities para a América
Latina da Johnson & Johnson Consumer
Health, muito mais do que conquistar o
coração e a mente dos consumidores, o profissional
de marketing vem desempenhando
um papel cada vez mais estratégico e re-
João Branco comanda as estratégias do McDonald’s
“O MARKETING TEM
GANhADO RELEVâNCIA CADA
VEz MAIOR, E DEMANDADO
DOS PROFISSIONAIS
DA áREA uM CONhECIMENTO
END-TO-END”
levante na tomada de decisões em busca de
um crescimento sustentável dos negócios.
“Somos especialistas em ouvir e entender
os anseios dos consumidores e, assim, conseguimos
entregar produtos e serviços que
realmente fazem a diferença em suas vidas.
Na Johnson & Johnson Consumer Health,
por meio de marcas icônicas que estão no
centro da vida dos consumidores, temos a
honra e o desafio de entregar saúde integral
para milhões de pessoas, todos os dias. Com
este propósito, vem também a responsabilidade
de mostrarmos, na prática, que podemos
impactar positivamente não só a saúde
das pessoas, mas também a do nosso planeta,
com ética, segurança e sustentabilidade.
Deixo aqui os meus parabéns para todos os
meus colegas de profissão que sabem como
fazer a diferença”, ressalta Daniella Brissac.
SEMIÓTICA
Como ciência dinâmica, o marketing absorve
de tudo um pouco como as técnicas
semióticas. Que mereceram uma análise
profunda de João Batista Ciaco, ex-diretor
de marketing da Fiat, que lançou em 2013 o
livro A inovação em discursos publicitários:
comunicação, semiótica e marketing, resultado
do trabalho de doutorado do executivo
no Programa de Estudos Pós-Graduados
em Comunicação e Semiótica da PUC-SP.
“Esse livro, apesar de tratar de semiótica,
não abandona o marketing, mas, sim, bebe
em outras fontes para auxiliar no marketing”,
disse Ciaco à época do lançamento.
Jaime Troiano, presidente da Troiano-
Branding, relembra os ensinamentos de
Fotos: Divulgação
Frank Pflaumer é diretor de marketing da marca Seara
Philip Kotler para dizer que marketing é
um conceito amplo e ambicioso. “Gestão
de marketing é a arte e a ciência de escolher
os mercados-alvo e a de conquistar,
reter e cultivar clientes, por meio da criação,
comunicação e fornecimento de valor
superior para os clientes.”
Com uma visão crítica do mercado,
Troiano afirma que costuma se fazer a seguinte
pergunta: esta é, de fato, a forma
pela qual praticamos marketing, atualmente?
Ou, fazemos apenas frações desse
modelo proposto por Kotler?
“Creio que a segunda alternativa é mais
verdadeira atualmente. Por algumas razões.
A primeira é o fato de que a escolha
de mercados-alvo é fruto de pouca análise
factual e muito mais de meras intuições e
vaidade corporativa. Algumas organizações
ainda se debruçam com mais cuidado
e atenção, mapeando oportunidades
autenticamente validas. Mas essa não tem
sido a regra predominante”.
Para ele, a segunda razão é que a engenharia
digital tem dado mais atenção ao
fascínio pelas ferramentas de comunicação
do que sua legítima adequação e eficácia
no diálogo com os clientes finais. “E
a terceira razão é que vivemos mais um
clima de conquista de territórios humanos
de consumidores do que um movimento
verdadeiramente organizado de retenção
e continuidade de relacionamento. Apesar
dessa visão crítica, eu acredito que voltarmos
para a proposta original de marketing
continua sendo uma jornada obrigatória
para todos nós, não apenas uma visão utópica”,
afirma.
“O desenvolvimento do marketing no
Brasil sempre foi um ativo fundamental
para alimentar nossa economia. Imagino
onde estaríamos sem essa contribuição.
Gostaria muito que fôssemos ainda mais
proficientes, como um legítimo espelho
o conceito proposto há tanto tempo pelo
mestre. Acho que sabemos fazer isso, se decididamente
quisermos. Temos os melhores
instrumentos e profissionais entre nós,
para dar esses passos”, finaliza Troiano.
22 2 de maio de 2022 - jornal propmark
EspEcial marketing
Humanização das relações orienta
o trabalho de gestores das marcas
A diretora de marketing do Hinode Group, Liana Moreira, ressalta
a importância da escuta ativa para criar conexões autênticas
Janaina Langsdorff
pandemia da Covid-19 arrancou lições
A há tempos sinalizadas. Uma delas é a
humanização das relações. Não só as marcas
clamam hoje por mais solidariedade
em mensagens transmitidas para o público.
Da porta para dentro, a busca por empatia
também saltou para as primeiras posições
na lista de desafios do profissional de
marketing. Colocar-se no lugar do outro colega
vem ao socorro de um dos mais clássicos
confrontos do mundo corporativo.
De um lado, estão as novas gerações, ávidas
por resultados e seduzidas por empresas
que confiaram na juniorização de suas
lideranças para oxigenar soluções e cortar
mão de obra cara. Do outro, estão profissionais
dotados de uma preparação que só a
experiência é capaz de garantir.
Como nem toda empresa consegue ter
Robert De Niro no papel de Um senhor estagiário,
o jeito é conciliar a convivência entre
grupos multigeracionais. O equilíbrio vem
de um “ambiente de escuta ativa e respeito
onde todos tenham voz”, acredita Liana
Moreira, diretora de marketing do Hinode
Group, marca expoente do mercado de
beleza.
Da venda direta de cosméticos iniciada
em 1988 na garagem da casa de Francisco
e Adelaide Rodrigues, na zona norte de
São Paulo, hoje a empresa alça voos globais
com a campanha Vai e Brilha, criada pela
CP+B. A estratégia chega como um convite
para que a rede de consultores e os consumidores
insistam em seus sonhos.
O conceito associa uma expressão típica
da cultura brasileira ao propósito da marca.
“Hinode, em japonês, significa sol nascente,
que ilumina a vida de milhares de pessoas,
que todos os dias brilham e assumem o
rumo de suas vidas”, explica Liana.
A marca ainda tem uma in-house, área
de audiovisual, e acaba de criar a posição
de head de conteúdo global, ocupada por
Sabrina Pinho, para trabalhar a sua imagem
em oito países. Já o Estúdio Theo ajuda com
a principal ferramenta de vendas, o catálogo
físico e digital.
Provocação
“Estabelecer um diálogo efetivo é o que
a nossa sociedade mais precisa. Adoro seguir
pessoas que pensam diferente de mim,
que têm um posicionamento provocativo.
Ainda mais se for algo que me incomoda”,
confessa Liana. Apesar da moda consumer
Peça da campanha Vai e Brilha, que comunica o posicionamento global da marca presente hoje em oito países
“Precisamos enxergar
o que os números não
mostram: sentimentos e
emoções Para conectar
marcas e Pessoas”
Liana Moreira: posicionamento provocativo
Fotos: Divulgação
centric orientada pelo mindset data-driven,
a prerrogativa para atuar no marketing não
muda.
De acordo com Liana, entender as motivações
e anseios das pessoas está entre os
principais skills da área. “Precisamos enxergar
o que os números não mostram: sentimentos
e emoções para conectar marcas
e pessoas”, defende. Despertar autoestima
e empoderamento sem projetar padrões
danosos à saúde mental desponta como
uma das peculiaridades do profissional de
marketing que atua na indústria da beleza.
“Ainda temos de evoluir, mas saber que
as marcas estão neste momento de abertura
de consciência acalma meu coração.
Estar consciente de sua responsabilidade
é o começo para entender o seu papel nesta
transformação”, alerta Liana, que está
no mercado há 20 anos. Redes sociais, hubs
de inovação e eventos globais referenciam
a busca por tendências. “Com todos os
desafios que as redes sociais trouxeram,
não posso negar que, como apaixonada por
cool hunting, o Instagram é um deleite”,
admite Liana.
O olhar observador, porém, precisa ter a
sensibilidade para capturar insights e interpretá-los
lembrando sempre que quebrar a
bolha é missão e condição básica para qualquer
profissional de marketing. “E como é
difícil explicar que o Instagram de cada um
não é a realidade”, reflete Liana.
jornal propmark - 2 de maio de 2022 23
especial marketing
eSg cobra preparo de profissionais
no direcionamento das marcas
Acesso ao esporte, diversidade e proteção ao meio ambiente embasam
o trabalho de comunicação da varejista francesa Decathlon no Brasil
Janaina Langsdorff
esporte deixa ensinamentos que vão
O além do marketing. Nas ações da francesa
Decathlon, alguns aprendizados vêm
da conexão com o meio ambiente. “A paixão
pelo esporte é o nosso terreno de jogo.
Não existe esporte sem natureza e equipe
sem respeito às diferenças”, lembra a francesa
Sarah Bouvil, diretora de comunicação
da Decathlon Brasil, que firma parcerias
para lançar um serviço exclusivo nos
próximos meses.
A iniciativa fortalecerá o compromisso
ambiental da varejista de artigos esportivos,
seguindo preceitos ESG, da sigla em
inglês para governança ambiental, social
e corporativa. “Em um mundo em que as
questões sociais e ambientais se tornam
cada vez mais importantes, as empresas
precisam contar com um profissional de
marketing que entenda e traga questões
de ESG”, aponta a executiva da Decathlon,
que nasceu na França em 1976. No Brasil,
inaugurou a sua primeira loja em 2001, em
Campinas (SP), e hoje vende cerca de oito
mil itens de 65 esportes em mais de 45 lojas.
Em campanhas recentes do plano de relacionamento
com o esportista, patrocinou
o torneio Mundial Balneário Camboriú de
Beach Tennis, em Santa Catarina (SC), com
a linha Sandever e os atletas Michele Cappelletti,
Rafa Miller e Patty Diaz; participou
da Copa do Mundo de Mountain Bike,
em Petrópolis (RJ), com a Rockrider, sua
marca de MTB; lançou o tênis Barrio, com
a chancela do atleta francês Séan Ganier,
embaixador dos produtos para futsal e futebol
de rua; criou o cartão Decathlon, com
o Itaú; montou a coleção Domyos, de peças
fitness confortáveis; desenvolveu produtos
para trekking e montanhismo, Quechua e
Forclaz, com foco em ecodesign; e fechou
um acordo com a grife de moda fitness Alto
Giro, para comercializar uma linha de beach
tennis assinada pela influenciadora e tenista
Thássia Naves.
Ações para acesso ao esporte, diversidade
e proteção ao meio ambiente abraçam
os valores da marca, ancorados por união e
superação coletiva. “Em equipe, podemos
ir muito mais longe”, reforça Sarah. Mas
respeito é fundamental para equilibrar a
convivência entre gerações e vivências diferentes,
sejam elas etárias, de classe social,
gênero, origem ou de ideias. Combinar serenidade
e garra ajuda a democratizar o ambiente,
tornando-o mais inclusivo e bem-
Emeline Detilleux, da Rockrider Racing Team, equipe que atua na criação de itens para a marca de MTB da Decathlon
“A pAixão pelo esporte é
o nosso terreno de jogo.
não existe esporte sem
nAturezA e equipe sem
respeito às diferençAs”
Sarah Bouvil: “Em equipe, podemos ir muito mais longe”
Kéno Derleyn/Divulgação
-sucedido. “Essa disparidade é essencial
para o sucesso do trabalho”, atesta Sarah.
Vida real
Capacidade analítica, inteligência emocional
e liderança, aliadas ao conhecimento
técnico, impactam no relacionamento do
time. “Em algum momento da carreira, a
gestão do tempo e de pessoas faz parte das
atividades principais de um profissional da
área, o que é essencial para o foco e a conexão
com os resultados e objetivos da empresa”,
complementa Sarah.
Entender e traduzir o sentimento do público
é outra habilidade, que no marketing
esportivo potencializa a chance de explorar
sonhos e desejos. “O grande diferencial é a
capacidade de criar um storytelling inspiracional”,
confirma a executiva.
De suas redes de contato e mídias sociais,
ela extrai referências acentuadas
por parceiros, eventos e benchmarking.
“Vivências relevantes e boas práticas de
mercado devem ser consideradas desde
a concepção criativa até a finalização de
um projeto”, orienta Sarah. Formada em
marketing e comunicação na França, ela
trabalhou e estudou ao mesmo tempo, algo
incomum à época por lá. Colocava em prática
o que aprendia paralelamente, uma
união que, segundo Sarah, ajuda a moldar
profissionais mais preparados para lidar
com os desafios da vida real.
24 2 de maio de 2022 - jornal propmark
especial marketing
na era das redes sociais, enxergar
além do óbvio é skill fundamental
Diretora de advertising & brand management da TIM, Ana Paula Castello
Branco fala que é preciso conhecer e se colocar no lugar do consumidor
KELLY DORES
Presidente do capítulo Rio da
ABA (Associação Brasileira
de Anunciantes) e diretora de
advertising & brand management
da TIM Brasil, Ana Paula
Castello Branco fala com autoridade
sobre os desafios do
marketing atual. Com 26 anos
de carreira em marcas de consumo
e telecom, Ana Paula é
categórica ao afirmar que o profissional
de marketing hoje precisa
ter pensamento estratégico
estruturado, ser analítico e ter
um olhar além do óbvio.
“Precisa sempre tentar enxergar
um pouco além e ter a
dimensão do que estamos fazendo
hoje, porque com as redes
sociais qualquer ação pode
ter uma dimensão muito maior
do que antigamente”, fala ela.
A executiva ressalta que, na
hora de contratar, procura pessoas
que tenham nível de sensibilidade
para enxergar além,
olhar além do óbvio. “As pessoas
podem interagir com o
conteúdo da marca, gostar ou
não gostar, e muitas vezes vejo
empresas e profissionais de
marketing que falam algo que
é interpretado de forma errada,
de um jeito diferente. É preciso
muito cuidado”, avalia.
Para ela, os profissionais
precisam ter muita capacidade
técnica, jogo de cintura, entender
do mundo de digital, “porque
isso é obviamente muito
importante”, mas afirma que é
necessário pensar em todas as
consequências que uma comunicação
pode ter. “E, para isso,
é preciso conhecer muito bem
o consumidor. Ter uma paixão
por conhecer o consumidor,
porque aí você vai se colocar no
lugar dele”, argumenta.
Em sua opinião, a pior coisa
que pode acontecer é uma marca
ter uma campanha linda e,
sem querer, ofender alguém.
“Não é que a gente não deve arriscar,
mas tem de tomar muito
mais cuidado hoje em dia”.
Ana Paula Castello Branco: “Com as redes sociais, qualquer ação pode ter uma dimensão muito maior do que antigamente”
No quesito transformações
do mercado, ela elenca a migração
dos investimentos em
mídia para o digital como a
principal delas. “No começo da
minha carreira os investimentos
em mídia eram 100% offline
e hoje metade da verba ou mais
normalmente fica no digital.
Outro fenômeno são os influenciadores
e outra mudança importante
é a cocriação. A marca
hoje cocria com os influenciadores
e os consumidores”.
Com a complexidade do cenário
em função do maior número
de canais e a necessidade
de monitoramento constante
sobre o sentimento em relação
à marca nas redes sociais, outro
skill fundamental elencado é o
conhecimento de dados, saber
interpretar as informações e tomar
a decisão baseado nisso.
Mas Ana Paula avalia que o
grande desafio do marketing
permanece o mesmo, que é
encontrar um grande insight e
“no final, todo
marqueteiro
está na ânsia
de entregar um
produto e uma
comunicação
melhor”
Divulgação
se diferenciar da concorrência.
“Esse desafio continua sendo
o maior. Ter criatividade com
base na verdade e no conhecimento
do consumidor contina
fundamental. Uma boa ideia
ajuda demais”, destaca ela.
Construir uma marca e zelar
por sua reputação, em sua
avaliação, é a principal função
do marketing. “Como consequência,
se tiver sido bem feito,
você vai conseguir vender melhor,
mas tudo também depende
do segmento da companhia.
Em uma empresa como uma
telecom, que é o caso da TIM,
em que as coisas são muito
quentes, com decisões diárias,
e o consumidor troca mesmo
de marca, precisa também ter
um trabalho mais tático, com
ofertas que agradem. No final,
todo marqueteiro está na ânsia
de entregar um produto e
uma comunicação melhor, uma
vantagem para o consumidor”,
sentencia ela.
jornal propmark - 2 de maio de 2022 25
especial marketing
Profissional precisa respirar dados e
ter rotina de aprendizado contínuo
Diretor sênior da Samsung Brasil, Mario Sousa avalia que é necessário
também se posicionar da forma mais humana possível para ter empatia
KELLY DORES
Há seis meses como diretor
sênior de marketing
de mobile experience da Samsung
Brasil, Mario Sousa avalia
que se há uma área em que o
perfil do profissional vive em
constante evolução é o marketing.
“Se a gente acompanhar
a transformação que a área sofreu
ao longo das últimas três
décadas é possível ver que o
que se praticava nos anos 1990,
por exemplo, é apenas uma
parte de tudo o que as empresas
precisam fazer hoje para
atingir o seu público-alvo”, diz.
Para ele, o novo profissional
de marketing precisa ser extremamente
direcionado a dados e
ao mesmo tempo se posicionar
da forma mais humana possível
para ter a empatia necessária
para entender os anseios dos
consumidores. “Precisa também
saber usar as ferramentas
e novas tecnologias que ajudam
a acessar esse consumidor.
E, claro, algo que nunca ficará
obsoleto, precisa ter um feeling
para acompanhar e prever
as novas tendências que vão
transformar os hábitos desses
consumidores”.
Em sua visão, o principal desafio
de um mercado em constante
evolução é entender onde
e como fazer apostas naquilo
que é novo sem deixar para trás
as bases que historicamente
fortalecem a marca e sua relação
com o consumidor.
“Por isso, a cultura data driven
tornou-se essencial. Para
além do feeling, que também
é necessário, as decisões estratégicas
precisam ser cada vez
mais tomadas com base em
números e outras informações
que não só descrevem o comportamento
do consumidor,
mas indicam se aquelas ações
estão rendendo os resultados
esperados. Faz parte do grande
desafio do profissional de
marketing fazer essa análise e
recalcular a rota sempre que
Mario Sousa: “A cultura data driven tornou-se essencial; as decisões precisam ser cada vez mais tomadas com base em números”
necessário”, indica Sousa.
Ele destaca que as redes sociais
e as novas mídias trouxeram
o grande desafio de
entender com qual nicho de
consumidores a marca está
conversando e como e quando
acioná-los. “Os algoritmos
foram criados para fazer com
que uma informação chegue
ao maior número de interessados
e com a maior relevância
possível. Ao mesmo tempo, as
rápidas mudanças nas plataformas,
o número cada vez maior
de interações e conteúdo, além
do próprio funcionamento das
redes tornaram esse processo
mais complexo”.
Ao mesmo tempo, o executivo
lembra que vimos o surgimento
de novas tecnologias
e ferramentas que conseguem
usar os dados de forma responsável,
ajudando os profissionais
de marketing a criar estratégias
cada vez mais precisas. “Então,
sim, o dia a dia está mais
“é preciso ter
feeling para
acompanhar
e prever
tendências”
complexo, mas o volume de
informações e ferramentas à
disposição também vem acompanhando
esse desafio da complexidade”,
acredita.
Com 20 anos de carreira,
Sousa conta que começou
como consultor de estratégia
para o setor de bens de consumo
e varejo na Accenture, tendo
migrado depois para a área
de marketing da Johnson & Johnson.
“Estou na Samsung há
pouco mais de dez anos e pude
Divulgação
acompanhar todas as transformações
recentes que o mercado
passou. Estive nas áreas de
vendas, operações, inovação,
planejamento comercial e financeiro
e trade marketing da
companhia”, afirma.
O diretor da Samsung reforça
que um mercado em constante
evolução exige não só um
profissional com resiliência e
capacidade de improvisação,
mas especialmente alguém que
“respira dados” e está disposto
a seguir uma rotina de aprendizagem
contínua. Para isso,
é preciso gostar de novas tecnologias,
de ferramentas que
apoiam as decisões do dia, mas
também trazer um olhar sempre
humano e empático com os
diferentes perfis de consumidores.
“Saber, por fim, que não
existe uma ‘receita para o sucesso’.
Que ter a humildade de
estar sempre se reinventando é
fundamental para prosperar na
carreira”, finaliza o executivo.
26 2 de maio de 2022 - jornal propmark
prêMIOs
Africa vence O Melhor Comercial do
Brasil com Itaú pelo 2º ano seguido
Agência levou o troféu para casa com o emocionante filme para o banco
Alice e Fernanda, que trazia mensagem de esperança, respeito e amor
MARCOS BONFIM
emocionante troca de palavras
entre a pequena Alice
A
e a atriz Fernanda Montenegro
encantou os jurados do O
Melhor Comercial do Brasil de
2021 e garantiu o prêmio, pelo
segundo ano consecutivo, para
a Africa e o banco Itaú. Em
2020, agência e anunciante ganharam
com o filme Esperança.
A premiação, que celebra as
campanhas veiculadas no SBT
ao longo do ano, retornou ao
modelo presencial do evento,
após dois anos, e foi comandado
por Nadja Haddad, apresentadora
da emissora.
Na campanha lançada no
fim do ano passado, a pequena
Alice, bebê que viralizou na internet
ao falar palavras difíceis
de pronunciar até por adultos,
e a atriz Fernanda Montenegro,
já conhecida por participar
das campanhas da instituição
financeira, compartilham palavras
que representam desejos
para o ano de 2022, como esperança,
respeito, humanidade e
amor entre as pessoas.
Ao receber a premiação, Alexandre
Peralta, diretor-executivo
de criação da campanha ao
lado de Erico Braga na Africa,
agradeceu aos jurados e disse
que é “uma alegria” receber um
prêmio que valoriza a “propaganda,
propaganda”.
“É um prêmio importante
porque valoriza a propaganda
mesmo, a propaganda, propaganda.
Aquela que faz sucesso
com os nossos pais, com as nossas
famílias e entra para a cultura
popular. E também é uma
alegria ganhar com um anunciante
que sempre valorizou a
boa publicidade. O Itaú, historicamente,
é uma marca que
contribui para com o mercado,
apoiando e investindo na boa
propaganda”, declarou o profissional.
Fred Müller, diretor-executivo
de negócios e marketing do
SBT e porta-voz da emissora no
Acima, o diretor-executivo de criação da Africa, Alexandre
Peralta, entre a apresentadora Nadja Haddad e Fred Müller,
diretor-executivo de negócios e marketing do SBT; ao lado,
frame do emocionante filme do Itaú de fim de ano, com Alice
e Fernanda Montenegro
evento, disse que o prêmio, em
sua 11ª edição, é uma forma de
reconhecer a criatividade e o
mercado. “O SBT sempre acreditou
na criatividade, como
podemos ver pelos nossos programas,
e aqui valorizamos e
mostramos o quão importante
é a criatividade nos filmes, que
reflete nas marcas e nos resultados
dos anunciantes”, disse.
O executivo, que chegou ao
SBT no fim de 2019 e só tinha
participado do prêmio virtualmente,
celebrou também o
retorno do evento ao formato
presencial. “Não só nós, do
SBT, estamos felizes em receber
os nossos parceiros de agências
e anunciantes, mas percebemos
também como é gostoso a
“É um prêmio
importante
porque valoriza
a propaganda
mesmo”
Fotos: Alê Oliveira e Divulgação
reconexão e o reencontro das
pessoas. É necessário, como eu
ouvi muitas vezes aqui”.
Entre os 30 finalistas, anunciados
no início deste mês, a
AlmapBBDO liderava com oito
indicações, seguida pela Africa
e Publicis – cada uma com quatro.
Do lado do anunciantes, O
Boticário e Bradesco ficaram
empatados, com quatro filmes
cada. O Itaú era o terceiro. No
jurí, composto por profissionais
de agências e anunciantes, participaram
nomes como Hugo
Rodrigues (WMcCann), Alexandre
Peralta (Africa) Diego Ferrite
(Talent Marcel), Julia Mota
(GUT), Claudine Bayma (Kwai)
Rafael Urenha (Galeria) e Rafael
Montalvão (Magazine Luiza).
jornal propmark - 2 de maio de 2022 27
cannes 2022
proFissionais brasileiros
categoria nome empresa
Brand Experience & Activation Lions RENATO ZANDONÁ Droga5
Creative Business Transformation Lions LAURA CHIAVONE Agência Br, Meta
Creative Commerce Lions ANDRÉ GOLA Lew’Lara/TBWA
Creative Data Lions GLÁUCIA MONTANHA Artplan & Convert
Creative Strategy Lions MARIANA SÁ WMCCANN
Design Lions MARCO GIANELLI (PERNIL) AlmapBBDO
Direct Lions ANGERSON VIEIRA Africa
Entertainment Lions SOPHIE SCHONBURG Africa
Entertainment Lions For Music BRUNO BRUX GUT São Paulo
Entertainment Lions For Sport BETO ROGOSKI VMLy&R, BRASiL
Film Craft Lions PAULO ANDRÉ DANTAS GARCIA Zombie Studio
Film Lions RENATA LEÃO David
Glass: The Lion For Change RAFAEL PITANGUY VMLy&R
Health & Wellness Lions CAROLINA LOBO Weber Shandwick
Media Lions MAURICIO ALMEIDA Publicis Brasil
Outdoor Lions GABRIELA HUNNICUTT Bold
PR Lions PATRÍCIA ÁVILA Jeffreygroup
Print & Publishing Lions LAURA ESTEVES Galeria
Radio & Audio Lions JAMES FEELER Jamute
Titanium Lions LUIZ SANCHES AlmapBBDO
Festival revela
lista de jurados
e brasileiros têm
destaque nos júris
País contará com
20 profissionais de
agências locais e três
presidentes de júri
Festival de Criatividade Cannes Lions
O divulgou a lista de jurados de 2022, que
marca o retorno ao modelo presencial e será
realizado entre os dias 20 e 24 de junho, na
Riviera Francesa. O Brasil contará com 20
profissionais de agências brasileiras, dentre
os quais estão Marco Gianelli (Pernil) e
Luiz Sanches, da AlmapBBDO; Laura Esteves,
da Galeria; Laura Chiavone, da Meta;
Gláucia Montanha, da Artplan e Convert; e
Mariana Sá, WMcCann (veja lista ao lado).
A organização também já havia comunicado
os nomes dos presidentes dos
júris, com a participação de três brasileiros:
Luciana Haguiara, diretora-executiva
de criação da Media.Monks, que estará à
frente da categoria de Digital Craft; Marcel
Marcondes, presidente da Beyond Beer,
da AB InBev global, no júri de Entertainment
for Sport; e Patricia Corsi, diretora
de marketing e digital da Bayer global, na
presidência de Health & Wellness Lions.
Além deles, o português Hugo Veiga, CCO
da AKQA global, mas sediado em São Paulo,
vai comandar o júri de Mobile Lions.
Os jurados terão a missão de analisar
trabalhos de todo o mundo. No total, serão
290 integrantes nos 29 júris do festival,
representando as principais indústrias
globais da comunicação em diversos
segmentos de mercado e disciplinas.
O Cannes Lions também divulgou a
programação da edição, construída em
cima de áreas classificadas pela organização
como ‘prioritárias’, identificadas por
meio do Estudo da Criatividade do Cannes
Lions – diversidade e inclusão, sustentabilidade,
dados, transformação de negócios
e eficácia criativa são algumas delas.
Entre os nomes confirmados estão David
Droga, fundador da Droga5 e CEO da Accenture
Song; Wendy Clark, CEO da Dentsu
International; Mark Read, CEO do WPP; e o
CEO do LinkedIn, Ryan Roslansky.
“A agenda deste ano está focada nos
principais temas que a indústria nos disse
serem os mais urgentes. CEOs, CMOs, ativistas
e líderes mundiais se reunirão para
abordá-los coletivamente”, afirmou Simon
Cook, CEO do Cannes Lions. A AB InBev é o
Creative Marketer of the Year.
28 2 de maio de 2022 - jornal propmark
agências
Representatividade de designers
negros está na pauta da Fjord
Empresa do grupo Accenture firmou parceria para oferecer bolsas
de estudo e gerar oportunidades também para PCDs e LGBTQIA+
Paulo Macedo
ideia é trazer pessoas que,
A devido à sua condição econômico-social,
não conseguem
dar vasão às suas vocações. Fazer
essa transposição intuitiva
para ampliar o conhecimento
acadêmico é o que propõe a
Fjord, que integra a rede global
Accenture Interactive, especializada
na disciplina de design.
De acordo com Ivan Lucchinni,
executivo que comanda a
agência no mercado brasileiro,
há escassez de oportunidades
no país para negros, mulheres,
PCDs e LGBTQIA+ em muitos
segmentos, inclusive o design.
Foi justamente esse gap que
trouxe o insight para a Fjord
consolidar parceria com a escola
paulistana Aprender Design.
O acordo prevê bolsas de estudo
de até 100% para profissionais
sub-representados em cursos
do portfólio da escola, com
duração de 10 a 20 horas.
Os cursos são de capacitação,
no modelo in-company,
como frisa Lucchinni. O propósito
é dar musculatura para os
alunos se tornarem designers
de produtos digitais.
A Fjord tem dois mil funcionários
no mundo e atua no
Brasil com cerca de 120 profissionais,
que também estão
contemplados no projeto com
a possibilidade de se matricularem
em três cursos diferentes.
“O design faz parte do mundo
dos negócios. E é muito importante
ter mão de obra que
traga representatividade para
as empresas. Negros, mulheres,
LGBTQIA+ e pessoas portadoras
de deficiência física estão
aptas para atuar no design, especialmente
nessa era digital
que traz novos desafios para o
mercado”, afirma Lucchinni.
“Vale destacar que a parceria
com a Aprender Design busca
resolver necessidades urgentes,
como a chegada a Web 3.0 e
a rápida evolução do design digital,
cada vez mais phygital”,
Fjord firmou parceria estratégica para formar designers para as demandas digitais, especialmente profissionais sub-representados
Ivan Lucchini comanda no Brasil operação da Fjord, braço de design da rede Accenture
alização digital dos designers
brasileiros. Ainda não houve
nenhuma inscrição nas turmas
de LGBTQIA+, mas isso não é
excludente. Porque a ideia é ter
novas turmas.
Lucchini explica que a parceria
com a Aprender Design
Fotos: Divulgação
“projeto reforça
uma das principais
premissas de
incentivar a
diversidade
e inclusão”
descreve Lucchini.
Apesar de fazer parte da
convicção interna, a decisão
de apoiar com bolsas de estudo
núcleos menos favorecidos
está presente no estudo Fjord
Trend 2022, que chama a atenção
para tópicos como a atunão
garante a empregabilidade,
mas, sim, a formação com
os conteúdos formais para esse
momento de transformação da
indústria da comunicação.
“A área de talentos passa a
considerar os formandos automaticamente
nos processos de
recrutamento. O projeto reforça
uma das principais premissas
de incentivar a diversidade
e inclusão para as pessoas oferecerem
sua visão e experiência
nas soluções desenvolvidas aos
clientes”, finaliza Lucchini.
jornal propmark - 2 de maio de 2022 29
AGÊNCIAS
VMLY&R Commerce quer combinar
experiência entre marca e shopper
Era omnichannel exige um olhar estratégico por meio do conceito create
commerce que une pontos de contato até a conversão no fim da jornada
PAULO MACEDO
Orquestrar ativações experienciais
para compreender
oportunidades que surgem por
meio de jornadas dos consumidores
é a pretensão da VMLY&R
Commerce, operação que sucedeu
à Geometry e tem à frente a
executiva Ana Toscano na função
de COO & client leader.
Em sua opinião, a arquitetura
omnichannel está trazendo à
comunicação olhares híbridos,
e um dos principais envolve
a entrega aos anunciantes do
conceito creative commerce,
que, inclusive, terá área específica
no Cannes Lions 2022 com
júri presidido por Beth Ann Kaminkow,
CEO da VMLY&R de
Nova York e líder global da rede
voltada para commerce.
Essa competição vai premiar
ideias para canais físicos, digitais
entretenimento, social, experiências
em lojas, novas soluções
de pagamento por celular
e apps de varejo, por exemplo.
Nas palavras de Ana Toscano,
a criatividade vai ser aliada
e vai estar mais próxima devido
à operação de e-commerce estar
na mesma dependência da
VMLY&R, “uma das agências
mais criativas do país”.
“Claro, no final das contas a
ideia é que o cliente adicione ao
carrinho de compras, físico ou
digital, os itens do seu interesse.
Porém, nessa era de create
commerce, é mais do que uma
transação e, sim, uma interação.
Mas para gerar essa conversão
é fundamental ter conhecimento
da experiência do
consumidor durante as etapas
da jornada”, acrescenta Ana.
“No mid funnel se consolida
a consideração por blogs,
sites etc.; o lower funnel é a
etapa da conversão. Através de
metodologias proprietárias,
entre as quais o BAV (Brand Asset
Valuator), que tem amostra
de 16 mil brasileiros, conseguimos
entrar no target e na audiência.
Os pontos de contato
Projeto Alfabeto Coca-Cola foi desenvolvido pela VMLY&R Commerce em parceria com a Wunderman Thompson para região Latam
Ana Toscano é COO & client leader da VMLY&R Commerce, sucessora da Geometry
nos permite entender hábitos,
experimentações e barreiras. Aí
identificamos oportunidades
para misturar brand experience
com customer experience”,
afirma.
Lançar um produto novo
ou mudar o que já existe exige
workshops colaborativos entre
a agência e o cliente. A partir
daí a busca é pelo canal certo e
o momento adequado do shopper
para, finalmente, gerar as
tão aguardadas vendas.
“Trabalhamos a comunicação
digital, a gôndola com
Fotos: Divulgação
“Nessa era de
create commerce,
é mais do que uma
traNsação e sim
uma iNteração”
ações no PDV com QR Code,
promoções com recompensas
etc. Se houver necessidade de
compra de mídia, a VMLY&R assume.
As capabilities são complementares”,
afiança Ana.
Os exemplos do aproveitamento
criativo mostram como
a brand experience vai além
dos apelos do trade. O projeto
Alfabeto Coca-Cola, criado para
a região Latam em parceria com
a Wunderman Thompson, permitiu
que letras impressas nas
latas formassem palavras diferentes.
“As pessoas até fizeram
convite de casamento”, lembra
Ana, que também coordenou a
presença da Ford na Agrishow
para apresentar a F 150.
30 2 de maio de 2022 - jornal propmark
pEsquisas
Estudo mostra transformação das
agências e do processo criativo
Intelligent Creativity Energizes Marketing Productivity, encomendada
pela VidMob e conduzida pela Forrest Research, aponta as tendências
Neusa spaulucci
Não é de hoje que o mercado
observa a mudança
nas agências, principalmente
quanto ao processo criativo.
Daqui a algum tempo nada será
como antes. Uma prova disso
são os dados da pesquisa
Intelligent Creativity Energizes
Marketing Productivity, encomendada
pela VidMob e conduzida
pela Forrest Research.
O estudo apresenta as tendências
para as agências, além
de mostrar como a tecnologia
está transformando o processo
criativo. Miguel Caeiro, head
latam da Vidmob, se apoia nos
resultados da pesquisa e fala
sobre as mudanças que estão
por vir. Para ele, o ambiente
de trabalho das agências e
consequentemente das marcas
permaneceu o mesmo por décadas.
Segundo ele, as mesmas
ferramentas, com pequenos
avanços tecnológicos, mantinham
as técnicas do processo
analógico que resistiram ao
tempo. “Trouxeram muitos resultados
e movimentaram fortunas
em verbas publicitárias
nos canais existentes. Quando
o digital ganha musculatura,
alcança os smartphones e se
instala de forma democrática
na vida cotidiana de todos,
aquelas técnicas se tornam
obsoletas, porque não haviam
sido formatadas na sua essência
para entender o universo
das campanhas digitais”, analisa.
Para ele, essa foi a grande
imposição de mudança.
“Para sobreviver nesse novo
cenário seria preciso, mais do
que estar presente digitalmente,
entender o digital. Para entender
o digital é preciso informação,
dados, muitos dados,
uma infinidade deles gerada
por algoritmos com base em inteligência
artificial”, argumenta
ele, acrescentando: “Mas receber
esse caminhão de dados
sem interpretação é a mesma
coisa que pegar um livro em
Miguel Caeiro: “O pulo do gato passou a ser entender esses dados”
sânscrito sem ter ideia do idioma.
Você olha aquilo, fecha e
diz, ok, agora vamos para o teste
A/B e tentar descobrir o que
dá certo na campanha. O pulo
do gato passou a ser entender
esses dados e, a partir desse
entendimento, transformá-los
em insights criativos colocando
fim ao achismo das técnicas
analógicas”, revela.
Conforme Caeiro, uma das
principais alterações que estão
por vir, que “na verdade já está
aí”, é o reconhecimento de que
sem a exploração dos dados
com inteligência criativa, se torna
quase impossível alcançar
desempenhos surpreendentes
nas mídias atuais e adaptáveis
a cada uma delas, sejam elas
digitais ou físicas. “Por esse
motivo, as agências tiveram de
se movimentar e abandonar os
processos que deram resultado
no passado, mas que estavam
invalidando suas performances
nos dias atuais. Esse movimen-
Divulgação
“as agências
tiveram de se
movimentar e
abandonar os
processos que
deram resultado
no passado”
to vem gerando um novo conceito
de agência”, explica.
Ele lembra que se fala de maneira
recorrente hoje é sobre
metaverso. Mas, para ele, ainda
estamos no início desse conceito,
no entanto, “já se sabe que
não haverá apenas um metaverso,
mas vários”. “Estar nesse
processo desde o início dará
maior visibilidade às agências
que serão capazes de oferecer
essa nova opção de exposição
da marca. É um grande desafio
que forçará o desenvolvimento
tecnológico ainda mais”.
Caeiro fala ainda que o futuro
dessa nova configuração
das agências será de equipes
híbridas, unificadas e multifuncionais
que vão reduzir os gaps
de comunicação e vão utilizar a
abordagem de criatividade alimentada
pela mídia da agência
para orquestrar perfeitamente
todo o ecossistema de marketing
dos clientes.
“As agências de marketing
de pesquisa e performance que
são mais adeptas de dados, mídia
e medição de campanhas
se transformarão ainda mais
em criadores de publicidade e
conteúdo. Eles vão adicionar a
criação de conteúdo aos seus
pontos fortes na medição e execução
de campanhas publicitárias”,
comenta.
Ele diz também que as agências
criativas com herança em
ofertas de serviços mais comoditizados,
como publicidade
em TV, vídeo e conteúdo de mídia
social, serão absorvidas por
agências digitais completas,
que oferecem serviços de alto
valor agregado com foco em
gerar experiências, atuam com
a gestão de CRM, além de estratégias
e ferramentas para melhorar
a performance das mais
diversas iniciativas. “Exemplos
disso já vêm acontecendo
no mercado, como a fusão da
VML com a Y&R, da Wunderman
com JWT, AKQA com Gray
Group e a reorganização da Isobar
pela Dentsu”, relata.
jornal propmark - 2 de maio de 2022 31
pesquisas
Freepik
Mutato apresenta estudo sobre
comunicação em ano eleitoral
Trabalho propõe olhar crítico sobre os principais temas que estão
emergindo conforme a campanha das urnas vai tomando forma
pedro yves
Num momento em que o cenário da disputa
eleitoral de 2022 começa a ficar
cada vez mais nítido – com a definição dos
nomes dos candidatos e a provável polarização
entre dois extremos do espectro
político em meio ao caldo de desemprego,
inflação em alta, destruição do meio ambiente
e outras crises turbinadas pelos reflexos
que chegam da guerra na Ucrânia –,
a agência Mutato, por meio da sua área estratégica,
Tato, apresenta um estudo inédito
que propõe uma análise crítica acerca da
comunicação em ano de eleição, e de que
forma podemos nos relacionar com temas
que estarão em voga durante a campanha.
O pessimismo da razão e o otimismo da
vontade é o título do estudo que aponta
para referências nacionais e internacionais
de importantes movimentos e conflitos
ocorridos na história recente do mundo
que influenciaram diretamente a ótica da
sociedade acerca de processos políticos. No
Brasil de 2022, por exemplo, temas como
economia estão e devem permanecer em
alta e são observados constantemente,
principalmente com a visibilidade que as
redes sociais proporcionam, dizendo o que
é trend naquele momento. O mapeamento
busca apoiar marcas e pessoas de modo
geral a desenvolverem senso crítico acerca
dos principais temas em alta para que possam
se posicionar nos debates que emergem
em torno das temáticas identificadas.
“Política sempre foi e sempre será um
tema extremamente sensível, que na maior
parte do tempo é evitado em conversas.
Quando falamos de comunicação e presença
de marcas neste território, o assunto se
torna ainda mais complexo. Com o estudo,
buscamos entender os principais temas que
podem estar em voga neste ano eleitoral de
modo a preparar e aquecer debates maduros
sobre os assuntos em alta”, comenta Juliana
Morganti, diretora-geral de estratégia
da Mutato.
O estudo aponta para uma importante
direção com relação à publicidade envolvida
na corrida à Presidência este ano que,
diferentemente das eleições de 2018, conta
com uma análise cuidadosa de conjuntura
sobre as forças sociais da atualidade. Temas
como fome, meio ambiente, desigualdade
de raça e gênero, saúde mental e a
fome também devem figurar debates nas
eleições que se avizinham. Em paralelo às
pautas que estarão em voga, alguns temas
se mantêm perenes e devem continuar relevantes
ao longo de 2022. Assuntos ligados à
comunidade LGBTQIAP+, por exemplo, são
abordados no estudo da Tato.
“Na Mutato, estamos sempre olhando
para tendências e nos preocupamos em
produzir comunicação para marcas que seja
Always Relevant, para além de Always On.
E acreditamos que, em ano eleitoral, temos
uma responsabilidade. Se apostamos em
campanhas, por exemplo, voltadas a consumidoras
que são mãe solo, escolhemos
estar do lado delas. Precisamos acompanhar
como a política pode afetá-las e seguir
do lado delas, entregando mais do que promessas,
mas uma comunicação que ofereça
apoio real. O que nos motivou a seguir com
o estudo foi pensar que não poderíamos
deixar essa conversa sobre política passar;
precisaríamos olhar para as plataformas
de cada pré-candidato com um olhar capaz
de cruzar promessas com as demandas
sociais, e como as marcas podem e devem
olhar para isso”, explica Fernanda Morena,
gerente de estratégia da Mutato.
O nome do estudo foi inspirado no pen-
32 2 de maio de 2022 - jornal propmark
sador italiano Antonio Gramsci, revela Fernanda.
Segundo ela, Gramsci entendia que a
razão nos diz para sermos pessimistas – o contexto
parece difícil –, mas que o olhar fatalista
não leva a nada. Nada nasce do fatalismo, que
já está esgotado. “Por isso, é importante ter
uma vontade que vem de um otimismo, de
acreditar que algo melhor é possível. E algo
melhor é possível a partir da ação. Por isso,
trazemos o que é esse possível para a tomada
de ação pelas empresas e marcas”.
O estudo da Tato contou com a participação
de duas pesquisadoras de ciências sociais
e relações internacionais. A partir do levantamento
feito sob a ótica acadêmica, foi
desenvolvido o olhar para o retrato político
do Brasil e do mundo sob a lente da comunicação.
“O que esses movimentos do xadrez
político significam no dia a dia, na vida das
pessoas, e como podemos olhar para isso de
forma acionável”, completa Fernanda.
Redes sociais
Ferramentas decisivas nas eleições de
2018, as redes sociais deverão impactar
ainda mais os eleitores no pleito deste ano.
É o que afirma Luciano Mathias, CCO da
agência TRIO Hub Global. De acordo com
ele, o papel que Facebook e YouTube protagonizaram
naquela campanha será ocupado
este ano por novas redes sociais, como
TikTok, Kwai e Instagram, entre outras.
“É inegável o crescimento do alcance das
redes sociais em todo o mundo. São bilhões
de acessos a cada dia e novas postagens a
cada segundo. As estatísticas de engajamento
só aumentam e, com isso, crescem
também a importância e a influência desse
meio na sociedade. Nas eleições deste ano
Fernanda: retrato da política sob a lente da comunicação
Ferramentas decisivas
nas eleições de 2018, as
redes sociais deverão
impactar ainda
mais os eleitores no
pleito deste ano
as pauTas/pRojeTos que Mais influenciaM na inTenção de voTo
19% se iMpoRTaM coM eMpRego
18% se iMpoRTaM coM saúde
15% coM educação/ciência
15% se inTeRessaM poR pRojeTos sociais eM coMunidades
pRincipais dados da pesquisa TiM
44% se disseRaM a favoR do voTo obRigaTóRio coMo é feiTo aTualMenTe
17% disseRaM que deveRia seR faculTaTivo paRa Todas as idades
22% voTaM eM candidaTos coM pauTas que defendeM seus inTeResses
13% voTaM eM bRanco/nulo na MaioRia das vezes
10% não cosTuMaM voTaR, MesMo sendo obRigaTóRio
16% se influenciaM nos pRojeTos já Realizados poR uM candidaTo
13% pRezaM pela expeRiência políTica
no Brasil, é fato que os internautas serão
ainda mais impactados por essa nova dinâmica
que revolucionou a maneira de se fazer
comunicação e, como consequência, de
se fazer campanhas eleitorais”, diz Mathias.
Segundo ele, há quem acredite que o
TikTok, por ser uma rede social com um
público jovem, não valha o investimento.
Mas dados apontam justamente o contrá-
12% pRezaM pela foRMa coMo os candidaTos TRaTaM os eleiToRes
Freepik
Fotos: Divulgação
Mathias: internet pode gerar resultados mais positivos
rio. De acordo com um relatório divulgado
pela própria plataforma, há um crescimento
significativo no número de internautas e
uma mudança no perfil dos usuários. São
mais de 72 milhões de brasileiros, sendo
que 56,1% são mulheres, enquanto os homens
correspondem a 43,9%. Outro fator
importante é a idade: mais da metade dos
usuários são maiores de 25 anos.
“Os marqueteiros políticos sabem que ter
o apoio da internet e desenvolver uma campanha
bem planejada e articulada pode gerar
resultados mais significativos do que a campanha
eleitoral tradicional. Ninguém mais
quer receber flyers ou papéis falando sobre
os planos de governo. O interesse do usuário
que está no TikTok é o entretenimento, mas
muitas vezes esbarra também na busca por
informação. Ou seja, discursos políticos podem
ser muito bem-vindos, desde que estejam
em um contexto de entretenimento, com
falas empáticas, divertidas ou até controversas.
Creio que em pouco tempo veremos comícios
no Metaverso, programas como DAO’s
criados para alavancar campanhas (com poder
de voto dos participantes) e campanhas
100% digitais, deixando em segundo plano a
TV aberta. A transformação digital vem com
uma força descomunal nos dias de hoje, e na
política não é diferente,” completa Mathias.
app
Entre os dias 14 e 20 de março passado,
a operadora de telefonia celular TIM fez
uma pesquisa sobre temas eleitorais com
186 mil clientes de todo o país, por meio da
plataforma TIM Ads. Foram gerados dados
sobre todos os DDDs e, em especial, sobre
o DDD 11 – São Paulo e Região Metropolitana.
O levantamento da TIM apontou que
grande parte dos brasileiros não valoriza o
próprio voto. Já para os clientes do DDD 11,
apesar de 22% dos entrevistados afirmarem
que votam em candidatos que defendem
suas pautas de interesse, a soma dos demais
mostra que muitos não se importam
com a consequência de uma escolha ruim:
13% votam incondicionalmente em branco/
nulo na maioria das vezes; 11% votam nos
que têm mais chance de ganhar; 10% não
costumam votar, mesmo sabendo que é
obrigatório; 9% votam apenas no partido, e
outros 9% votam de acordo com a maioria.
A faixa etária dos pesquisados foi de até 60
anos, sendo a maioria dos respondentes de
até 24 anos (43%); O segundo maior grupo
tinha de 25 a 35 anos (30%).
jornal propmark - 2 de maio de 2022 33
MercaDo
Dia das Mães é tratado
como Natal do primeiro
semestre pelo varejo
A expectativa é de crescimento superior a 100%
sobre 2021; publicitárias ressaltam diversidade,
clichês, emoções, reconhecimento e barreiras
Paulo Macedo
Segunda data do calendário promocional
brasileiro, para muitos o Natal do primeiro
semestre, o Dia das Mães está gerando
expectativas para as marcas. Pesquisas
apontam que o valor nominal das compras
deve mais que dobrar em relação a 2021,
quando os checkouts contabilizaram cerca
de R$ 13 bilhões. 127 milhões de consumidores
vão investir em presentes para
as mamas, de acordo com a Confederação
Nacional de Diretores Lojistas. O estudo
Pulso, da Score Retail e Hibou, confirma a
tendência, mas com ressalvas.
O Pulso abordou 1.133 pessoas nos dias 25
e 26 de Abril, em nove cidades. O resultado
trouxe o seguinte espelho: 45% estão mais
apertados e, por isso, farão menos compras;
24% consideram estar da mesma forma que
nos anos anteriores; 22% estão mais apertados,
mas vão manter a tradição de família;
7% se consideram em melhor situação, mas
vão manter os hábitos familiares; e 1% está
melhor e vai aproveitar para gastar mais.
“O consumidor enfrentará um ano de
contenção de gastos em todas as datas do
varejo. Ainda se tem muito resquício da
pandemia e é um ano de incertezas. As
marcas precisam se engajar naquilo que
pode fazer diferença de forma mais simples,
como ativações com entretenimento
e soluções para os momentos de família”,
analisa Ana Letycia, head de planejamento
da Score Retail, lembrando que comprar na
loja física é a intenção de 55% da amostra e
25% está disposto a gastar até R$ 100. Para
66% as peças de vestuário vão orientar as
suas compras.
O marketing e a publicidade caminham
juntos para fomentar o interesse. Sadia,
Marisa, Magalu e Renner, por exemplo, estão
nos canais de mídia com campanhas
alusivas à data. Há, porém, questões que
permeiam a maternidade. Uma delas é levantada
pela publicitária Ana Castelo Branco,
mãe de Mateus (9 anos), portador de
síndrome de Down, e Helena (8 anos), que
ela define como criança típica.
“‘Trabalhe como se não tivesse filhos.
Seja mãe como se não trabalhasse’. Essa citação
tem sido compartilhada já há algum
tempo nas redes sociais e reflete a realidade
do mercado. Não só do publicitário, mas do
mercado de trabalho em geral. É claro que
temos algumas mães admiráveis nos cargos
de liderança. Mas são apenas algumas.
Muitas delas contratadas por exigência global,
para cumprir metas de diversidade e
soltar releases para a imprensa. Sem muito
espaço, sem muita voz. O tal do ‘senta lá,
Cláudia’. Já vivi esse filme. Fomos as mais
demitidas durante a pandemia. Mulheres e,
principalmente, mães. Informação baseada
nos dados do Ipea que mostram um retrocesso
de três décadas na presença profissional
feminina, que as mulheres que têm
filhos até 10 anos foram ainda mais prejudicadas”,
observa Ana Castelo Branco, CCO
da Impact Beyond.
Humanidade é o ponto de Ana Ferraz,
CBO & partner da BFerraz. “O clichê na propaganda
ainda existe, reconhecer a maternidade
de uma forma mais ampla, como
acolhimento, engloba diversos papéis que
tradicionalmente não são chamados de
‘mãe’. Nosso mundo está cada dia mais diferente
e reconhecer o diferente e deixar
pra trás esse tradicionalismo é fundamental
para evoluirmos como humanidade”.
Andrea Mendonça, CGO da B&Partners.
co, faz uma reflexão sobre a diversidade do
Ana Ferraz, CBO & partner da agência BFerraz
Pesquisa da Score Retail com o Hibou mostra que recursos financeiros
“O clichê na prOpaganda
ainda existe, recOnhecer
a maternidade de uma
fOrma mais ampla, cOmO
acOlhimentO, englOba
diversOs papéis”
Andrea Mendonça, CGO da B&Partners: “Riqueza”
34 2 de maio de 2022 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação
estão mais escassos e a maioria vai comprar nas lojas físicas
Kátia Simonato ao lado do enteado David: “Sentimento”
“fOmOs as mais
demitidas durante a
pandemia. mulheres e,
principalmente, mães.
infOrmaçãO baseada
nOs dadOs dO ipea”
Carolina Reis é estagiária de conteúdo na Leo Burnett
universo materno. “Da madrasta, da avó
que cria, da mãe adotiva, da mãe que passou
a cuidar do filho da amiga, da tia que
ajuda a educar, e até do pai que exerce uma
‘pãeternidade’. Como tudo na propaganda
esse dia também vem evoluindo, mas ainda
precisa reconhecer a riqueza da diversidade
e desses mil e um papéis de mães nessa
nossa cultura”, ela esclarece.
Mãe não é um status. É reconhecimento
e renascimento. “Eu renasci, quando
descobri a minha filha Nayala. Eu me desesperei,
quando imaginei como ela seria.
E me reencontrei, quando sonhei com ela
pela primeira vez. E nesta data mais que
especial, meu primeiro Dia das Mães, não
poderia deixar de celebrar a felicidade, a
emoção e, principalmente, o amor, que
existe nesse sentimento tão puro e sublime
que dedico a minha filha”, relata Carolina
Reis, estagiária de conteúdo na Leo
Burnett Tailor Made.
“Faz nove anos que a minha vida e a do
meu enteado Davi se cruzaram. Filho da
minha companheira, ele era um menino
forte, divertido e piadista. Hoje ele está com
16 anos, não que ele tenha mudado, só cresceu!
Tenho muito orgulho da pessoa que ele
se tornou: um cara de pensamentos livres,
um grande amigo e o mais importante, ele
é feliz! Nossa relação sempre girou em torno
do respeito, carinho, cuidado, amizade e
boas refeições, coisa que nos une em qualquer
momento. Ser mãe, é um sentimento
que não se limita às relações de sangue,
raça, cor da pele, sexo, idade. Não dá para
explicar, tem de sentir”, diz, emocionada,
Katia Simonato, diretora de negócios na
Leo Burnett Tailor Made.
Na avaliação da executiva Sandra Borges,
head de operações e atendimento do
núcleo Via na VMLY&R, Mães gera negócios
assim como Natal e Black Friday. “O
vínculo afetivo e a vontade de reconhecer
o esforço de todas as mães, em especial mulheres
que são o arrimo de suas famílias, se
refletem nas vendas e são retratadas também
na publicidade. No atual momento,
buscamos uma comunicação não só emotiva,
mas também de atitude, que contribua
para que cada vez mais mães tenham o seu
lugar no mercado de trabalho e mais equidade
em relação aos homens. Pessoalmente,
como mãe de três, a data é também uma
oportunidade a mais de celebrar essa grande
alegria e responsabilidade que significa a
maternidade”, afirma.
Empreendedorismo é a base da campanha
Compre de uma mãe, da VMY&R para
a Casas Bahia. “E boa para quem compra,
porque pode fazer duas mães felizes. Espero
que essa ação venha para ficar”, afirma
Renata Raggi, redatora da agência.
“É inegável que a comunicação já começou,
mesmo que tardiamente, a entender a
pluralidade da maternidade. Felizmente já
não vemos mais os famosos “comerciais de
margarina” onde o papel de mãe é tratado
de uma forma única e romantizada. Que
bom!”, celebra e finaliza Lara Magalhães,
head do b2biz, operação da FBiz.
Lara Magalhães, head do b2biz, operação da FBiz A executiva Sandra Borges é COO da agência VMLY&R Ana Castelo Branco é mãe de Mateus e Helena
jornal propmark - 2 de maio de 2022 35
diGiTal
Primeiro investimento da Venture
Builder, da TG, é no app Hupper
Ginástica, meditação, ioga e outras atividades mantêm equilíbrio profissional e desempenho: serviços do Hupper
REPOSITIONING
OR DIE!
"O que nos trouxe até aqui
não nos levará mais a canto
algum", Jack Trout
Planejamento e Reposicionamento
Estratégicos Sob a Ótica do Mercado
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Divulgação
Plataforma de saúde
quer ser aliada do RH
para que as equipes
ampliem performance
Paulo Macedo
Tudo é uma questão de manter a mente
quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo.
O mantra de Walter Franco ganha
adendo após a pandemia: atenção à saúde
física. Não só do ponto de vista pessoal,
mas com olhar corporativo dos setores de
recursos humanos das empresas, para que
seus profissionais não diminuam a performance
devido a condicionamento inadequado.
Foi com isso em mente que a Venture
Builder, criada pela TG (The Group),
consolidou seu primeiro investimento: o
aplicativo Hupper, disponível nas lojas iOS
e Android.
A pandemia, nas palavras de Fernando
Guntovitch, CEO da TG, “foi uma oportunidade”
para se observar os efeitos do
desequilíbrio físico. “Ele afeta a produtividade
das equipes, seja em home office
ou no presencial. Consequentemente,
eleva custos da operação. O app contribui
para uma cultura de bem-estar pessoal e
coletivo. Itens como alimentação, meditação,
hábitos de vida e práticas esportivas
estão entre os serviços do Hupper. É importante
ressaltar que 85% dos que têm
atividade física precisam de ajustes de alimentação”,
explica o executivo, que está
avaliando projetos para a Venture Builder
investir.
Guntovitch diz ainda que a transformação
digital vai além dos muros da comunicação,
publicitária ou live marketing. “Os
grandes players já estão acelerados. Mas
as médias e pequenas empresas precisam
de apoio para estarem mais sintonizadas.
Esse app vai colaborar com a saúde porque
ele monitora movimentos. E o Hupper
está sincronizado com Apple Watch, Apple
Health e Strava, por exemplo. As empresas
podem até estimular a formação de
equipes para disputas internas e isso fazer
parte dos seus programas de marketing de
incentivo”, propõe Guntovitch.
A gestão da plataforma de bem-estar e
saúde Hupper foi entregue ao economista
Felipe Guntovitch, formado no Insper
e sócio da TG Venture Builder. “É uma
pauta de endomarketing. Na pandemia
houve muito pânico, burnout e problemas
físicos. Temos de aprender e transformar
esse cenário”, finaliza o CEO da TG.
36 2 de maio de 2022 - jornal propmark
supercenas
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br
Fotos: Divugação/Aderi Costa
Gilberto Gil é um dos nomes que estão presentes no livro Cais, do fotógrafo Aderi Costa, cujo lançamento será nesta semana, onde exibe sua técnica refinada sem retoques
LUZ
Nesta quarta-feira (4), o fotógrafo Aderi Costa lança o livro Cais,
editado pela Arte&Ensaio, resultado da captação de imagens no
seu estúdio localizado na região do Cais do Porto, no Rio de Janeiro,
em 2018 e 2019. Entre os nomes contemplados estão Ruth
de Souza, Vera Fischer, Ísis Valverde, Claudia Ohana, Gilberto Gil,
Alinne Moraes, Glória Maria, Patricia Poeta, Ilze Scamparini, Sergio
Marone, Bruno Cabrerizo, Hermeto Pascoal, Gisele Bündchen,
Cintia Dicker, Fernanda Tavares e Giba. “Desde o começo, a minha
intenção nesse projeto foi fotografar artistas e personalidades da
mesma maneira como eu clicava pessoas simples na roça, da região
onde eu nasci (MG), no início da minha carreira. Utilizando
apenas a luz da janela”, explica Aderi Costa, que ingressou na publicidade
trabalhando no estúdio da agência DPZ.
TELA
Aos poucos, os cinemas voltam com estreias. Bom sinal para as
empresas que comercializam publicidade nesses espaços, que
tiveram queda vertical durante a pandemia. Semana passada
foi lançado Incomoatível, com Nathalia Dill e Gabriel Louchard.
Laura Neiva é a estrela da campanha de Mães da marca de moda e bem-estar Amaro
Nathalia Dill e Gabriel Louchard são os protagonistas do filme dirigido por Johnny Araújo
CUMPLICIDADE
Data que motiva vendas no calendário promocional, o Dia das
Mães está na pauta dos anunciantes. A Amaro, por exemplo,
trouxe para sua campanha a atriz Laura Neiva (mãe de Maria
e José) e sua mãe, Michele Franca. “Nós, como uma marca que
se relaciona com as mulheres, temos o dever de trazer assuntos
como este para serem ressaltados durante todo o ano. Provocamos
discussões e incentivamos ações que inspirem, apoiem
e encorajem nossas consumidoras e todas as mulheres a seguirem
seus planos, sendo quem quiserem ser, inclusive no papel
de mãe”, justifica Denise Door, head de marketing da Amaro.
jornal propmark - 2 de maio de 2022 37
última página
Nick Morrison/Unsplash
lições de
uma agência
independente
FLAVIO WAITEMAN
1- Quem corre atrás, não passa a frente.
Vale para os negócios, vale para criatividade,
prêmios e vale também para o número
imenso de possibilidades de mídia.
2- Acredite, existem “dinheiros” que é
melhor uma agência não querer ganhar.
3- Não dê ao seu cliente apenas o que ele
pede, mas, sim, o que ele precisa e talvez
ainda nem sabe ou não consiga verbalizar.
4- Existe o que seu cliente quer e por trás
disso existe o que ele realmente precisa.
Tente sempre entender o que é. Para isso
você precisa se interessar pelos problemas
dele. De coração.
5- Para uma agência independente, em
relação a clientes e novos negócios, quem
tem um não tem nenhum. Quem tem 10, na
verdade, tem 9. E ser desejado pelos concorrentes
do seu cliente é o melhor
elogio para uma agência.
6- Tem coisas que parceiros
fazem melhor, mais barato e
mais rápido que você. Foque
no que você sabe fazer com excelência
e apresente boas empresas
complementares ao seu
trabalho para o seu cliente que
podem se transformar em ótimos
parceiros para você. (Claudio
Kalim).
7- É possível você aprovar uma campanha
bem louca, desde que consiga explicá-la.
8- Os clientes desejam parceiros de negócio
e não fazedores de anúncios. Publicitários
que entendem de negócios são cada
vez mais raros.
9- Não trate a sua audiência como um
algoritmo preguiçoso. O público continua
querendo biscoito fino. Só que não consegue
dizer a você qual a cor, o sabor ou como
se prepara. É para isso que as agências existem.
Cozinhe alguns e sirva com um sorriso.
10- Uma ótima agência faz o difícil parecer
fácil. E um ótimo cliente valoriza que
esse “fácil” não é tão fácil de obter e por
isso a agência precisa ser bem remunerada
pelo seu trabalho.
“ser desejado
pelos
concorrentes
do seu cliente
é o melhor
elogio para
uma agência”
11- Quem não comemora não merece
ganhar.
12- Numa agência independente, o job do
dia é o único que você tem. O job que paga
as contas é o mesmo que vai trazer o prêmio
e o reconhecimento global. Ou não. Isso é
um risco no chão para os profissionais e o
melhor incentivo para que a excelência
aconteça em cada entrega.
13- Um criativo de agência independente
faz um contrato consigo: quando dá tudo
certo, comemore muito um dia ou uma
noite. Quando dá tudo errado, fique triste,
lamente e chore uma noite. Não mais que
isso. Um vai compensar o outro. Mas no dia
seguinte, esqueça completamente se ganhou
ou se perdeu, viva o momento porque
é do momento que dependem as soluções
que você precisa oferecer.
14- Uma dúvida: por que 90% dos grandes
clientes nacionais estão nos grandes
grupos internacionais, enquanto
os grupos internacionais,
quando buscam algo criativo,
procuram as agências nacionais
independentes? (O formato de
pergunta é retórico mesmo).
15- Uma sugestão. Que tal um
prêmio “50 over 50”? Os melhores
talentos acima de 50 anos
que ainda colaboram preciosamente
com sua experiência para
a indústria da comunicação? O mix entre
novos profissionais, gente com experiência
e craft faz a diferença. Os egípcios esqueceram
como fazer as pirâmides. O conhecimento
precisa de método e disciplina.
Promover os profissionais acima de 50 é
também diversidade.
16- Faça o bem, mas não mostre a quem.
Toda agência precisa ter um programa de
inclusão e diversidade, mas não deveria
mostrar isso. Funciona na pessoa física e
deveria funcionar no CNPJ também.
17- Para se posicionar, nunca desposicione
ninguém. Não é preciso. Fizeram isso
com os publicitários e estamos levando
mais de 15 anos para trazer de volta a importância
e a relevância dessa profissão.
18- É muito divertido todo esse lance de
agência independente.
Flavio Waiteman é CCO/Founder da Tech and
Soul
flavio.waiteman@techandsoul.com.br
38 2 de maio de 2022 - jornal propmark
28.4
DIA DA EDUCAÇÃO
APOIO
Vivemos um momento
em que as notícias falsas
estão por toda parte.
Por isso, a educação é
fundamental para todos.
Só ela mostra a verdade
e abre os olhos para
encontrarmos uma sociedade
mais justa.
No dia de hoje, a educação
deve ser a grande notícia.