25.12.2012 Views

Levantamento de Oportunidades Concretas de ... - BM&FBovespa

Levantamento de Oportunidades Concretas de ... - BM&FBovespa

Levantamento de Oportunidades Concretas de ... - BM&FBovespa

SHOW MORE
SHOW LESS

Transforme seus PDFs em revista digital e aumente sua receita!

Otimize suas revistas digitais para SEO, use backlinks fortes e conteúdo multimídia para aumentar sua visibilidade e receita.

<strong>Levantamento</strong> <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>Concretas</strong> <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Baixo<br />

Carbono no Brasil<br />

Projeto <strong>de</strong> Fortalecimento das Instituições e<br />

Infraestrutura do Mercado <strong>de</strong> Carbono no Brasil<br />

Coor<strong>de</strong>nadores do projeto<br />

Autores<br />

1


2<br />

<strong>Levantamento</strong> <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>Concretas</strong> <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Baixo<br />

Carbono no Brasil


Este projeto foi fi nanciado pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial)<br />

com recursos do Programa <strong>de</strong> Assistência Técnica do Fundo Fiduciário para o Desenvolvimento <strong>de</strong><br />

Políticas e Recursos Humanos (PHRD) do governo japonês, que objetiva assistir a países consi<strong>de</strong>rados<br />

elegíveis pelo Banco Mundial a aprimorarem suas capacida<strong>de</strong>s institucionais e técnicas.<br />

Os resultados, as interpretações, as recomendações, as estimativas e as conclusões expressas neste estudo<br />

são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> dos autores, não refl etindo a opinião do Banco Mundial, da BM&FBOVESPA<br />

S.A. – Bolsa <strong>de</strong> Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA) e da Financiadora <strong>de</strong> Estudos e Projetos<br />

(FINEP). Nesse sentido, o Banco Mundial, a BM&FBOVESPA e a FINEP se eximem <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

implementar quaisquer das recomendações relativas a produtos contidas neste estudo.<br />

Direitos e Permissões<br />

O material contido na presente publicação é protegido por direitos autorais. Sua reprodução, total<br />

ou parcial, sem permissão <strong>de</strong> seus autores, po<strong>de</strong>rá constituir violação à Lei 9.610/98 (Lei <strong>de</strong> Direitos<br />

Autorais). O Banco Mundial, a BM&FBOVESPA e a FINEP incentivam a divulgação do presente trabalho,<br />

conce<strong>de</strong>ndo a permissão para reprodução <strong>de</strong> suas partes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte.<br />

Autores:<br />

Augusto Luiz Nobre <strong>de</strong> Mello Neto (ICF)<br />

Isaura Maria <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong> Lopes Frondizi (Fi<strong>de</strong>s)<br />

Pedro Camargo Amaral (ICF)<br />

Letí cia Figueiredo Roxo (ICF)<br />

Bernardo Vianna Zurli Machado (ICF)<br />

Julia Viegas Rymer (ICF)<br />

Patrícia Messer (ICF)<br />

Olivia Brajterman (ICF)<br />

Thaís <strong>de</strong> Moraes Matt os (ICF)<br />

Francisco <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong> Lopes Frondizi (Fi<strong>de</strong>s)<br />

Lucio <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros (ICF)<br />

Laura Sales Pereira (ICF)<br />

André Werneck Valente (ICF)<br />

Paulo Marti ns Garchet Junior (Fi<strong>de</strong>s)<br />

Pedro Gonçalves da Rocha (Fi<strong>de</strong>s)<br />

Vinícius Azeredo (ICF)<br />

Marcelo Braga (ICF)<br />

Luís Cláudio Anísio (ICF)<br />

Iuri Sobral Pinto Dias <strong>de</strong> Pinho (ICF)<br />

Pedro Góes (ICF)<br />

Stephanie Betz (ICF)<br />

Conceito e Metodologia:<br />

Christophe <strong>de</strong> Gouvello<br />

Banco Mundial/ World Bank<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos:<br />

Elizabeth Serralheiro (ICF)<br />

Rubens Toledo (ICF)<br />

Samilu Mesquita (ICF)<br />

Érika Billo (ICF)<br />

Flávia Nascimento (ICF)<br />

3


6<br />

SUMÁRIO EXECUTIVO<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O mercado mundial <strong>de</strong> carbono é uma realida<strong>de</strong> e tem contribuído para a implementação <strong>de</strong> projetos que<br />

objetivam a redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa (GEE) nos mais diversos setores, assim como tem<br />

ajudado para que os GEE, representados pelo carbono, tornem-se ativos econômicos e <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> ser passivos<br />

ambientais.<br />

Nesse contexto, o Brasil é hoje o terceiro país com maior número <strong>de</strong> projetos ligados ao Mecanismo <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Limpo 1 (MDL), foi pioneiro com o <strong>de</strong>senvolvimento da primeira metodologia <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala<br />

e registro do primeiro projeto da história do MDL.<br />

A <strong>de</strong>speito da relevante participação qualiquantitativa do Brasil no referido mecanismo, ainda há um gran<strong>de</strong><br />

potencial para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> MDL. Percebe-se o gran<strong>de</strong><br />

potencial latente em diversos setores no País, notadas as novas metodologias para projetos <strong>de</strong> MDL aprovadas no<br />

<strong>de</strong>correr dos anos, assim como a tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sburocratização e aceleração do processo <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> projetos<br />

<strong>de</strong> igual teor por meio do MDL Programático.<br />

Mais além, em sintonia com os mercados mais avançados em questões ligadas à mudança do clima, esforços<br />

têm sido feitos no Brasil para sua inserção numa economia <strong>de</strong> baixo carbono, não exclusivamente por meio da<br />

geração <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono, mas também pela gestão dos gases <strong>de</strong> efeito estufa <strong>de</strong>ntro das organizações, leis<br />

estaduais e fe<strong>de</strong>rais, linhas <strong>de</strong> financiamento especiais, <strong>de</strong>ntre outros, contemplando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> baixo carbono, com foco ou não no MDL.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o acima exposto, a BM&FBOVESPA, com apoio do Banco Mundial e por intermédio do<br />

consórcio ICF International – Fi<strong>de</strong>s Desenvolvimento Sustentável, <strong>de</strong>senvolveu um estudo contemplando um<br />

inventário das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> baixo carbono no Brasil (sem necessariamente focar no MDL) por elo<br />

da ca<strong>de</strong>ia produtiva, <strong>de</strong>ntro dos seguintes setores:<br />

� eletricida<strong>de</strong> (geração, distribuição e consumo);<br />

� combustível fóssil para a indústria (produção, distribuição e consumo);<br />

� outros insumos para a indústria (produção, tratamento <strong>de</strong> subprodutos);<br />

� transportes/combustíveis para veículos (produção, distribuição e consumo); e<br />

� gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos e efluentes líquidos (geração, tratamento e disposição).<br />

O objetivo central <strong>de</strong>ste estudo foi i<strong>de</strong>ntificar o potencial técnico latente <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> baixo carbono<br />

(que não necessariamente cumpririam todas as regras <strong>de</strong> elegibilida<strong>de</strong> do MDL), por meio da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

potenciais projetos por elo da ca<strong>de</strong>ia produtiva dos setores mencionados, fomentando a sua implementação<br />

no Brasil e, portanto, contribuindo para reduzir e evitar emissões atuais e projetadas no País e para a sua<br />

inserção na nova economia <strong>de</strong> baixo carbono.<br />

O estudo se concentrou, <strong>de</strong> forma geral, nos setores em que ainda há um potencial para a aplicação <strong>de</strong><br />

técnicas ou tecnologias convencionais que reduzam ou evitem as emissões <strong>de</strong> GEE, <strong>de</strong> forma que os projetos<br />

<strong>de</strong> baixo carbono avaliados representam projetos, em sua maior parte, já implementados e em funcionamento<br />

no Brasil ou em outros países, isto é, há casos reais <strong>de</strong> projetos da mesma natureza em operação.<br />

1 O Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo é um dos três mecanismos <strong>de</strong> flexibilização <strong>de</strong> implementação do Protocolo <strong>de</strong> Kyoto, <strong>de</strong>finido pelo Artigo 12 do<br />

mesmo protocolo.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Esse mapeamento foi feito por meio da análise das metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e monitoramento para<br />

projetos <strong>de</strong> MDL disponíveis na plataforma da United Nations Framework Convention on Climate Change<br />

(UNFCCC) 2 e contemplou a avaliação dos seguintes eixos:<br />

� potencial redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa (GEE);<br />

� potencial receita com a venda <strong>de</strong> Reduções <strong>de</strong> Emissões Certificadas (RECs ou, em inglês, CERs –<br />

Certified Emission Reductions);<br />

� potencial contribuição à matriz energética nacional;<br />

� estimativa do investimento necessário para a implementação dos projetos; e<br />

� principais barreiras à implementação dos projetos.<br />

Deve-se ressaltar que o MDL serviu como base metodológica para a i<strong>de</strong>ntificação das fontes <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE,<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mitigação e formas <strong>de</strong> quantificar ditas oportunida<strong>de</strong>s, mas que os projetos i<strong>de</strong>ntificados não<br />

necessariamente se a<strong>de</strong>quariam a todas as regras do MDL. Não se avaliou, no presente estudo, a elegibilida<strong>de</strong> e a<br />

aplicabilida<strong>de</strong> dos projetos i<strong>de</strong>ntificados. A potencial receita com a venda <strong>de</strong> RECs é apresentada <strong>de</strong> forma<br />

ilustrativa, e <strong>de</strong>ve ser observada com ressalva, tendo em vista que os projetos i<strong>de</strong>ntificados não necessariamente<br />

pleiteariam RECs no processo MDL.<br />

Além da análise das metodologias e dos projetos já <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil e no mundo sob a égi<strong>de</strong> do MDL, o<br />

estudo contemplou uma exaustiva busca <strong>de</strong> informações e bancos <strong>de</strong> dados disponíveis, tendo como base <strong>de</strong> dados,<br />

inter allia, os sites da UNFCCC, Entida<strong>de</strong>s Operacionais Designadas (EODs), Autorida<strong>de</strong> Nacional Designada (AND)<br />

Brasileira, agências governamentais, organizações do setor privado e institutos <strong>de</strong> pesquisa. Também foram<br />

preparadas e enviadas fichas <strong>de</strong> projetos aos principais players dos setores em voga, contendo questões sobre<br />

projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE.<br />

Questões referentes à aplicabilida<strong>de</strong> das metodologias no Brasil e/ou disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações foram<br />

elementos-chave para a <strong>de</strong>finição da inclusão <strong>de</strong> metodologias, assim como possíveis locais para replicação <strong>de</strong><br />

projetos, na análise realizada. Ressalta-se que a coleta <strong>de</strong> dados/informações constituiu-se no maior <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>sse<br />

estudo. Apesar <strong>de</strong> o Brasil ter evoluído bastante nas últimas décadas no que concerne às estatísticas e informações<br />

setoriais nacionais, a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação é ainda muito limitada, muitas vezes tratada como confi<strong>de</strong>ncial,<br />

presente <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sagregada ou inexistente.<br />

O número <strong>de</strong> metodologias avaliadas e incluídas no estudo, o número e os tipos <strong>de</strong> projetos que foram<br />

i<strong>de</strong>ntificados por setor, bem como a potencial redução <strong>de</strong> emissões, geração <strong>de</strong> energia e investimento<br />

necessário são apresentados nos itens <strong>de</strong> 1 a 5, por setor.<br />

Ressalta-se que, apesar <strong>de</strong> o estudo basear-se fortemente em metodologias para projetos <strong>de</strong> MDL, o foco não é<br />

o MDL, mas sim projetos que reduzam ou evitem emissões <strong>de</strong> GEE sem necessariamente passar pelo processo do<br />

MDL e gerar RECs. A metodologia para a elaboração do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s baseia-se na mesma utilizada<br />

anteriormente pelo Banco Mundial no <strong>de</strong>senvolvimento do estudo Low-carbon Energy Projects for Development in<br />

Sub-Saharan Africa (GOUVELLO et al, 2008).<br />

2 Foram avaliadas as metodologias <strong>de</strong> MDL existentes até a conclusão <strong>de</strong>ste estudo, contemplando metodologias <strong>de</strong> pequena escala, gran<strong>de</strong> escala,<br />

consolidadas e novas metodologias em processo <strong>de</strong> aprovação.<br />

7


8<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Resultados<br />

Ao todo, foram i<strong>de</strong>ntificados 18.480 sites que po<strong>de</strong>riam aplicar uma das cerca <strong>de</strong> 60 oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reduções<br />

<strong>de</strong> emissão avaliadas. Caso implementados, os projetos i<strong>de</strong>ntificados gerariam redução <strong>de</strong> emissão anual <strong>de</strong><br />

aproximadamente 455.188 mil tCO₂e. Soma-se a isso, uma potência adicional <strong>de</strong> 452.185 MW <strong>de</strong> energia limpa<br />

<strong>de</strong>corrente dos projetos do setor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

A Tabela a seguir apresenta os resultados agregados do potencial brasileiro <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões por setor e<br />

tipo <strong>de</strong> projeto abordado no estudo. Informações específicas a respeito do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser<br />

encontradas ao longo do relatório e/ou na planilha em Excel anexa ao estudo, que possui os mo<strong>de</strong>los matemáticos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, bem como informações específicas a respeito das 18.480 possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto.<br />

Resultado Consolidado do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE<br />

Total Setor <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> 12.102 Sites 2.643.621.041 26.436 1.284.118 n/a n/a 452.185<br />

Hidroeletricida<strong>de</strong> 1.204 Usinas Hidroelétricas 292.004.618 2.920,0 144.491 354 tCO₂e/MW/ano 82.502<br />

Repotenciação e Mo<strong>de</strong>rnização Hidroelétricas 44 Usinas Hidroelétricas 3.899.124 39,0 11.506 16 tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

605<br />

Eólica 1.839 Usinas Eólicas 182.208.058 1.822,1 136.328 310 tCO₂e/MW/ano 58.747<br />

UTE <strong>de</strong> Biomassa Renovável (Plantação<br />

Dedicada em Áreas Degradadas)<br />

6.052 Usinas Termelétricas 1.445.059.181 14.450,6 773.549 14 tCO₂e/ha/ano 181.568<br />

UTE <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Milho 454 Municípios 158.653.554 1.586,5 65.295 0,372 tCO₂e/t milho 36.646<br />

UTE <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Soja 409 Municípios 214.685.866 2.146,9 90.026 0,240 tCO₂e/t soja 50.525<br />

UTE <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Arroz 50 Municípios 22.296.963 223,0 4.030 0,193 tCO₂e/t arroz 2.262<br />

UTE <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Cana 279 Usinas Sucroalcooleiras 48.635.306 486,4 14.221 0,011 tCO₂e/t cana 7.981<br />

Cogeração com Bagaço <strong>de</strong> Cana 279 Usinas Sucroalcooleiras 41.909.309 419,1 6.406 0,010 tCO₂e/t cana 6.357<br />

Cogeração com Licor Negro 35 Fábricas <strong>de</strong> Celulose 1.905.262 19,1 281 0,015 tCO₂e/t pasta <strong>de</strong><br />

celulose<br />

178<br />

Substituição <strong>de</strong> Combustível* 328 Usinas Termelétricas 109.078.820 1.090,8 180 1.546 tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

-<br />

Adição <strong>de</strong> Ciclo a Usinas <strong>de</strong> Ciclo Aberto* 16 Usinas Termelétricas 15.627.851 156,3 106 0,376 tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

1.213<br />

Eficiência Energética na Distribuição <strong>de</strong><br />

49 Concessionárias 17.177.454 171,8 9.148 6,25 tCO₂e/GWh<br />

1.333<br />

Eletricida<strong>de</strong><br />

fornecido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> SF6 na Transmissão <strong>de</strong><br />

Eletricida<strong>de</strong><br />

11 Empresas Transmissoras 3.241.364 32,4 6,6 1,18 tCO₂e/MVA -<br />

Conexão <strong>de</strong> Sistemas Isolados* 42 Usinas Termelétricas 23.795.827 238,0 1.288 4.291 tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

(555)<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Ferro-gusa 10 Empresas 6.734.774 67,3 14.244 43 tCO₂e/GWh<br />

523<br />

e Aço<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Indústria Química 39 Empresas 1.583.998 15,8 2.324 38 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

123<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Papel e<br />

157 Fábricas <strong>de</strong> Papel/Celulose 8.476.666 84,8 435 49 tCO₂e/GWh<br />

658<br />

Celulose<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Cimento 9 Empresas 2.420.651 24,2 13 51 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

188<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Mineração 101 Empresas 4.715.133 47,2 1.065 47 tCO₂e/GWh<br />

366<br />

e Pelotização<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Ferro-ligas n/d n/d 185.016 1,9 128 3 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

14<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Não<br />

n/d n/d 5.753.259 57,5 457 16 tCO₂e/GWh<br />

446<br />

ferrosos e Outros da Metalurgia<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Alimentos n/d n/d 93.352 0,9 527 32 tCO₂e/GWh<br />

7<br />

e Bebidas<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Indústria Têxtil n/d n/d 2.260.995 22,6 135 29 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

175<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Cerâmica 300 Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

790.069 7,9 1.249 45 tCO₂e/GWh<br />

61<br />

I<strong>de</strong>ntificadas****<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Iluminação Resi<strong>de</strong>ncial 49 PoA por Concessionária 23.751.771 237,5 588 123 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

7.962<br />

Eficiência Energética no Aquecimento <strong>de</strong> Água 297 Projetos (16.390 chuveiros<br />

4.839.237 48,4 3.134 163 tCO₂e/GWh<br />

12.166<br />

Resi<strong>de</strong>ncial<br />

cada)<br />

consumido<br />

Eficiência Energética em Refrigeradores<br />

49 PoA por Concessionária 1.837.565 18,4 2.958 60 tCO₂e/GWh<br />

132<br />

Resi<strong>de</strong>nciais<br />

consumido<br />

Total Setor <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis para a<br />

Indústria<br />

2.204 Sites 768.185.162 7.805 n/d n/a n/a n/a<br />

Refino – Flare e Vent 8 Refinarias 5.690.174 56,9 n/d 13,7 tCO₂e/10^3 t<br />

petróleo<br />

n/a<br />

Gás associado em Plataformas 44 Plataformas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

petróleo<br />

19.145.942 191,5 n/d 0,6 tCO₂e/10^3 m3 GA n/a<br />

Distribuição <strong>de</strong> GN 2 Empresas <strong>de</strong> Distribuição 237.476 2,4 n/d 0,5 tCO₂e/m duto/ano n/a<br />

Melhoria da Combustão 587 Sites 1.287.855 12,8 n/d n/a n/a n/a<br />

Celulose 35 Empresas <strong>de</strong> Celulose 267.898 2,7 n/d 2 tCO₂e/10^3 t<br />

celulose<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 199.206 1,9 n/d 2 tCO₂e/10^3 t<br />

celulose<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos<br />

249.400 2,5 n/d 1 tCO₂e/10^3 t<br />

Químicos<br />

químico<br />

Ferro-gusa 87 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 100.814 1,0 n/d 0,4 tCO₂e/10^3 t ferrogusa<br />

Aço 4 Empresas <strong>de</strong> Aço 9.819 0,1 n/d 0,1 tCO₂e/10^3 t aço<br />

bruto<br />

Cerâmica* 300 Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

157.041 1,6 n/d 2 tCO₂e/10^3 GJ<br />

I<strong>de</strong>ntificadas****<br />

óleo comb.<br />

n/a<br />

n/a<br />

n/a<br />

n/a<br />

n/a<br />

n/a


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Alimentos e Bebidas* n/d n/d 303.677 3,0 n/d 2 tCO₂e/10^3 GJ<br />

óleo comb.<br />

n/a<br />

Introdução <strong>de</strong> novos processos 592 Sites 286.364.260 2.863,6 n/d n/a n/a n/a<br />

Celulose 35 Empresas <strong>de</strong> Celulose 1.472.208 14,7 n/d 12 tCO₂e/10^3 t<br />

celulose<br />

n/a<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 1.047.764 10,5 n/d 12 tCO₂e/10^3 t<br />

celulose<br />

n/a<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos<br />

9.756.470 97,6 n/d 55 tCO₂e/10^3 t<br />

n/a<br />

Químicos<br />

químico<br />

Ferro-gusa 87 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 57.555.321 575,6 n/d 229 tCO₂e/10^3 t ferrogusa<br />

n/a<br />

Aço 9 Empresas <strong>de</strong> Aço 212.128.383 2.121,3 n/d 897 tCO₂e/10^3 t aço<br />

bruto<br />

n/a<br />

Cerâmica* 300 Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

4.404.115 44,0 n/d 13 tCO₂e/10^3 GJ<br />

n/a<br />

I<strong>de</strong>ntificadas****<br />

óleo combustível<br />

Otimização <strong>de</strong> Vapor 196 Sites 3.670.265 36,7 n/d n/a n/a n/a<br />

Celulose 35 Empresas <strong>de</strong> Celulose 939.707 9,4 n/d 7 tCO₂e/10^3 t<br />

celulose<br />

n/a<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 787.609 7,9 n/d 9 tCO₂e/10^3 t<br />

celulose<br />

n/a<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos<br />

809.499 8,1 n/d 5 tCO₂e/10^3 t<br />

n/a<br />

Químicos<br />

químico<br />

Alimentos e Bebidas* n/d n/d 1.133.450 11,3 n/d 6 tCO₂e/10^3 GJ<br />

óleo combustível<br />

n/a<br />

Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos 603 Sites 118.898.366 1.210,8 n/d n/a n/a n/a<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos<br />

9.590.545 95,9 n/d 54 tCO₂e/10^3 t<br />

n/a<br />

Químicos<br />

químico<br />

Ferro-gusa 87 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 18.878.055 188,8 n/d 75 tCO₂e/10^3 t ferrogusa<br />

n/a<br />

Aço 9 Empresas <strong>de</strong> Aço 61.614.053 616,1 n/d 261 tCO₂e/10^3 t aço<br />

bruto<br />

n/a<br />

Cimento 68 Empresas <strong>de</strong> Cimento 7.257.017 72,6 n/d 14 tCO₂e/10^3 t<br />

cimento<br />

n/a<br />

Mineração e Pelotização 100 Empresas <strong>de</strong> Mineração 17.528.931 156,8 n/d 2 tCO₂e/10^3 t<br />

minério<br />

n/a<br />

Cerâmica* 300 Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

4.029.765 40,3 n/d 12 tCO₂e/10^3 GJ<br />

n/a<br />

I<strong>de</strong>ntificadas****<br />

comb. Fósseis<br />

Substituição <strong>de</strong> Comb. Carbonointensivos por<br />

Biomassa<br />

157 Sites 30.469.189 304,7 n/d n/a n/a n/a<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 6.355.389 63,6 n/d 70 tCO₂e/10^3 t papel n/a<br />

Celulose 35 Empresas <strong>de</strong> Celulose 8.929.928 89,3 n/d 70 tCO₂e/10^3 t<br />

celulose<br />

n/a<br />

Alimentos e Bebidas* n/d n/d 15.183.873 151,8 n/d 0,1 tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

n/a<br />

Substituição <strong>de</strong> Comb. Carbonointensivos por<br />

Gás Natural<br />

758 Sites 311.648.713 3.180,3 n/d n/a n/a n/a<br />

Cimento 68 Empresas <strong>de</strong> Cimento 303.475 3,0 n/d 0,6 tCO₂e/10^3 t<br />

cimento<br />

n/a<br />

Ferro-gusa 80 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 908.493 9,1 n/d 4 tCO₂e/10^3 t ferrogusa<br />

n/a<br />

Aço 9 Empresas <strong>de</strong> Aço 250.676.134 2.506,8 n/d 1 tCO₂e/t aço bruto<br />

/ano<br />

n/a<br />

Mineração e Pelotização 100 Empresas <strong>de</strong> Mineração 26.967.252 269,7 n/d 2 tCO₂e/10^3 t<br />

minério<br />

n/a<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos<br />

2.301.605 23,0 n/d 0,1 tCO₂e/t químico<br />

n/a<br />

Químicos<br />

/ano<br />

Não ferrosos (Alumínio) 6 Empresas <strong>de</strong> Alumínio 11.264.484 112,6 n/d 1 tCO₂e/t alumínio n/a<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 1.759.534 17,6 n/d 19 tCO₂e/10^3 t papel n/a<br />

Celulose 34 Empresas <strong>de</strong> Celulose 2.396.304 24,0 n/d 19 tCO₂e/10^3 t<br />

celulose<br />

n/a<br />

Cerâmica* 300 Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

1.449.263 14,5 n/d 0,02 tCO₂e/GJ óleo<br />

n/a<br />

I<strong>de</strong>ntificadas****<br />

combustível<br />

Têxtil* n/d n/d 954.173 9,5 n/d 0,02 tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

n/a<br />

Alimentos e Bebidas* n/d n/d 3.783.386 37,8 n/d 0,02 tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

n/a<br />

Não ferrosos e outros da metalurgia* n/d n/d 8.884.610 88,8 n/d 0,02 tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

n/a<br />

Total Setor <strong>de</strong> Outros Insumos para a Indústria 706 Sites 343.667.064 3.437 4.934 n/a n/a n/a<br />

Aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong><br />

9 Produtores <strong>de</strong> cal hidratada 756.053 7,6 48,0 0,063 tCO₂e/t cal<br />

n/a<br />

cal hidratada<br />

hidratada<br />

Aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong> 68 Fábricas <strong>de</strong> cimento 52.825.742 528,3 3.982,5 0,101 tCO₂e/t<br />

n/a<br />

cimento<br />

cimento/ano<br />

Fabricação <strong>de</strong> refrigeradores com gases <strong>de</strong><br />

pequeno GWP<br />

5 Fábricas <strong>de</strong> refrigeradores 13.267.696 132,7 92,7 n/a n/a n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> insumo na fabricação <strong>de</strong> amônia e<br />

ureia<br />

3 Empresas produtoras <strong>de</strong> ureia 2.345.506 23,5 10,9 0,198 tCO₂e/t ureia/ano n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> insumos na fabricação <strong>de</strong> tijolo* 300 Fábricas <strong>de</strong> tijolos**** 63.502.648 635,0 74,5 0,070 tCO₂e/t tijolo n/a<br />

Uso <strong>de</strong> CO₂ biogênico como insumo para a<br />

15 Empresas produtoras <strong>de</strong><br />

4.003.398 40,0 n/a n/a n/a n/a<br />

fabricação <strong>de</strong> compostos inorgânicos<br />

compostos inorgânicos<br />

Redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> N₂O na fabricação <strong>de</strong><br />

4 Empresas <strong>de</strong> produtos<br />

7.691.748 77 5,1 n/a n/a n/a<br />

produtos químicos<br />

químicos<br />

Ácido Nítrico 3 Empresas produtoras <strong>de</strong> ácido 6.867.474 68,7 3,8 0,372 tCO₂e/t Ácido<br />

n/a<br />

nítrico<br />

Nítrico<br />

Caprolactama 1 Empresa produtora <strong>de</strong><br />

824.275 8,2 1,3 0,434 tCO₂e/t<br />

n/a<br />

caprolactama<br />

Caprolactama<br />

Redução <strong>de</strong> emissão na fabricação <strong>de</strong> alumínio<br />

primário<br />

5 Fábricas <strong>de</strong> alumínio primário 3.130.512 31,3 0,6 n/a n/a n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> processos e insumos na fabricação 4 Empresas produtoras <strong>de</strong> ferro- 158.755.608 1.587,6 720,1 0,772 tCO₂e/t gusa n/a<br />

<strong>de</strong> ferro-gusa<br />

gusa<br />

Destruição <strong>de</strong> metano gerado na produção <strong>de</strong> 293 Municípios produtores <strong>de</strong><br />

37.388.152 373,9 n/a 0,840 tCO₂e/t carvão<br />

n/a<br />

carvão vegetal<br />

carvão vegetal<br />

vegetal<br />

9


10<br />

Total Setor <strong>de</strong> Transportes/Combustíveis para<br />

Veículos<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

344 Sites 234.668.296 2.347 112.766 n/a n/a n/a<br />

Produção <strong>de</strong> Biocombustíveis** 156 Usinas 102.992.953 1.030 n/a 65.988 tCO₂/usina x ano n/a<br />

Produção <strong>de</strong> Biodiesel 156 Usinas 102.992.953 1.030 n/a 65.988 tCO₂/usina x ano n/a<br />

Produção <strong>de</strong> Óleo Vegetal 293 Usinas 51.790.141 518 2.910 17.679 tCO₂/usina x ano n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> Modal no Transporte <strong>de</strong> Combustíveis 42 Alcooldutos 8.971.260 90 26.245 22 tCO₂/km x ano n/a<br />

Alcoolduto 42 Alcooldutos 8.971.260 90 26.245 22 tCO₂/km x ano n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> Modal no Transporte <strong>de</strong> Cargas** 12 Ferrovias 42.439.141 424 37.518 141 tCO₂/km x ano n/a<br />

Cenário 1 – Aumento <strong>de</strong> 3% das cargas<br />

transportadas atualmente por ferrovias<br />

Cenário 2 – Aumento <strong>de</strong> 10% das cargas<br />

transportadas atualmente por ferrovias<br />

12 Ferrovias 12.731.742 127 37.518 42 tCO₂/km x ano n/a<br />

12 Ferrovias 42.439.141 424 37.518 141 tCO₂/km x ano n/a<br />

Eficiência Energética 134 Projetos Potenciais 80.264.943 803 49.003 70.561 n/a n/a<br />

BRT 110 Projetos Potenciais 74.657.219 747 20.203 67.870 t CO₂/unida<strong>de</strong> x ano n/a<br />

VLT 14 Cida<strong>de</strong>s 968.557 10 8.600 394 tCO₂e/km x ano n/a<br />

Metrô 10 Cida<strong>de</strong>s 4.639.167 46 20.200 2.297 tCO₂e/km x ano n/a<br />

Total Setor <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes<br />

Líquidos<br />

3.124 Sites 561.740.966 5.617 1.188 n/a n/a n/a<br />

Tratamento <strong>de</strong> Efluentes Industriais – Indústria<br />

<strong>de</strong> Papel**<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 7.313.257 73,1 6,0 0,083 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB aeróbio – PR1 reator anaeróbio com geração<br />

<strong>de</strong> energia elétrica<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 221.244 2,2 6,0 0,003 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB aeróbio – PR2 reator anaeróbio com geração<br />

<strong>de</strong> energia térmica<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 912.018 9,1 6,0 0,010 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB anaeróbio – PR1 captura do biogás com<br />

geração <strong>de</strong> energia elétrica<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 6.622.483 66,2 6,0 0,075 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB anaeróbio – PR2 captura do biogás com<br />

geração <strong>de</strong> energia térmica<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 7.313.257 73,1 6,0 0,083 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB anaeróbio – PR3 substituição para<br />

tratamento aeróbio<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 7.054.323 70,5 6,0 0,080 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

Tratamento <strong>de</strong> Efluentes Industriais – Indústria<br />

Sucroalcooleira<br />

282 Empresas sucroalcooleiras 25.160.385 251,6 n/d 0,0003 tCO₂/kg DBO n/a<br />

LB aeróbio – PR2 reator anaeróbio com geração<br />

<strong>de</strong> energia térmica<br />

282 Empresas sucroalcooleiras 25.160.385 251,6 n/d 0,0003 tCO₂/kg DBO n/a<br />

Tratamento <strong>de</strong> Esgoto 1.138 Prestadoras <strong>de</strong> esgoto por<br />

23.724.173 237,2 101,0 n/a tCO₂e/(DBO<br />

n/a<br />

município<br />

tratada x ano)<br />

Instalação <strong>de</strong> reator anaeróbio com geração <strong>de</strong> 1.138 Prestadoras <strong>de</strong> esgoto por<br />

23.724.173 237,2 101,0 n/a tCO₂e/(DBO<br />

n/a<br />

eletricida<strong>de</strong><br />

município<br />

tratada x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> metano em aterros** 356 Municípios/microrregiões 299.211.230 2.992,1 666,4 0,524 tCO₂/(t resíduo x<br />

ano)<br />

n/a<br />

PR1 – captura e <strong>de</strong>struição do biogás 356 Municípios/microrregiões 237.642.539 2.376,4 446,3 0,416 tCO₂/(t resíduo x<br />

ano)<br />

n/a<br />

PR2 – captura do biogás com geração <strong>de</strong> energia 356 Municípios/microrregiões 272.396.974 2.724,0 1.052,6 0,477 tCO₂/(t resíduo x<br />

n/a<br />

elétrica<br />

ano)<br />

PR3 – carpoteca do biogás com geração <strong>de</strong><br />

356 Municípios/microrregiões 299.211.230 2.992,1 666,4 0,524 tCO₂/(t resíduo x<br />

n/a<br />

energia térmica<br />

ano)<br />

Tratamento térmico <strong>de</strong> RSU 119 Municípios/microrregiões 159.006.118 1.590,1 391,6 0,920 tCO₂/(t resíduo x<br />

ano)<br />

n/a<br />

Incineração <strong>de</strong> RSU com geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 119 Municípios/microrregiões 159.006.118 1.590,1 391,6 0,920 tCO₂/(t resíduo x<br />

ano)<br />

n/a<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais – Aves** 138 Empresas/granjas 6.255.371 62,6 1,4 0,050 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia elétrica 138 Empresas/granjas 5.503.659 55,0 1,4 0,044 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia térmica 138 Empresas/granjas 6.255.371 62,6 1,4 0,050 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais – Suínos** 176 Suinocultores 11.244.543 112,4 3,2 0,354 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia elétrica 176 Suinocultores 9.864.416 98,6 3,2 0,310 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia térmica 176 Suinocultores 11.244.543 112,4 3,2 0,354 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais – Bovinos** 795 Confinamentos bovinos 29.825.890 298,3 18,4 1,581 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia elétrica 795 Confinamentos bovinos 26.277.857 262,8 18,4 1,393 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia térmica<br />

Notas:<br />

795 Confinamentos bovinos 29.825.890 298,3 18,4 1,581 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

* O cálculo do potencial <strong>de</strong>sses projetos foi <strong>de</strong>senvolvido segundo uma abordagem top-down.<br />

** A agregação dos valores excluiu projetos consi<strong>de</strong>rados concorrentes/sobrepostos. No caso <strong>de</strong> projetos com diferentes cenários, consi<strong>de</strong>rou-se somente o cenário <strong>de</strong> maior potencial<br />

<strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão.<br />

***A coluna "Contribuição para a matriz energética" possui somente os valores <strong>de</strong> potência adicional instalada do setor elétrico. Esse setor foi o único consi<strong>de</strong>rado no presente resumo<br />

por representar mais <strong>de</strong> 99% da potência adicional i<strong>de</strong>ntificada pelo estudo em todos os setores.<br />

**** Representam apenas a parcela <strong>de</strong> empresas i<strong>de</strong>ntificadas no estudo. Estima-se que existam mais <strong>de</strong> 5.000 empresas <strong>de</strong> cerâmica no Brasil (Fonte: MME, 2009).<br />

n/a = Não se aplica.<br />

n/d = Dado não disponível.


Consi<strong>de</strong>rações<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste extenso e <strong>de</strong>talhado estudo, pioneiro no Brasil em seu formato (com uma abordagem<br />

bottom up) e abrangência (em termos <strong>de</strong> setores e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos e sites avaliados), buscou contribuir<br />

para que se revelasse parte do potencial latente <strong>de</strong> projetos que reduzam ou evitem emissões e GEE no País. É<br />

importante ressaltar o fato <strong>de</strong> que os projetos i<strong>de</strong>ntificados não seriam necessariamente <strong>de</strong>senvolvidos sob a<br />

égi<strong>de</strong> do MDL e que a avaliação da elegibilida<strong>de</strong> e da adicionalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com as regras do mecanismo,<br />

não foi contemplada no presente estudo.<br />

Dessa forma, objetivou também mostrar que o País encontra-se pronto para receber recursos (nacionais e<br />

internacionais) <strong>de</strong>stinados à promoção <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões e ao aumento da eficiência em termos <strong>de</strong> carbono,<br />

auxiliando sua inserção na nova economia <strong>de</strong> baixo carbono.<br />

Ressalta-se que o presente estudo revela em parte, porém não esgota, o potencial técnico latente <strong>de</strong><br />

projetos no Brasil. Uma análise <strong>de</strong>talhada é recomendada para que se compreenda a real viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

implementação <strong>de</strong> cada projeto, assim como sua contribuição em termos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões,<br />

contribuição à matriz energética, potencial geração <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono e<br />

investimentos necessários.<br />

De fato, o potencial i<strong>de</strong>ntificado po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado subestimado por duas razões principais. Primeiramente,<br />

o número <strong>de</strong> metodologias aprovadas pelo Conselho Executivo do MDL aumenta a cada bimestre, sugerindo que<br />

muitas outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto po<strong>de</strong>m ser aplicadas ao Brasil. Em segundo lugar, para diversos tipos <strong>de</strong> projeto,<br />

não foi possível coletar dados ou levantar o potencial <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão.<br />

Esse foi o caso, por exemplo, <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas possibilida<strong>de</strong>s tais como o uso <strong>de</strong> energia marémotriz, energia<br />

undielétrica, uso <strong>de</strong> veículos elétricos, compostagem <strong>de</strong> resíduos, <strong>de</strong>terminadas medidas <strong>de</strong> eficiência energética e<br />

outras possibilida<strong>de</strong>s.<br />

11


12<br />

ABREVIAÇÕES E ACRÔNIMOS<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras <strong>de</strong> Carne<br />

ABIPECS – Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora <strong>de</strong> Carne Suína<br />

AND – Autorida<strong>de</strong> Nacional Designada<br />

BRT – Bus Rapid Transit<br />

CE – Conselho Executivo do MDL<br />

CH₄ – Metano<br />

CIMGC – Comissão Interministerial <strong>de</strong> Mudança Global do Clima<br />

CMA – Custo Marginal <strong>de</strong> Abatimento<br />

CO₂ – Dióxido <strong>de</strong> Carbono<br />

CO₂e – Dióxido <strong>de</strong> Carbono Equivalente<br />

COP – Conferência das Partes<br />

DBO – Demanda Bioquímica <strong>de</strong> Oxigênio<br />

ELB – Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

EPR – Emissões <strong>de</strong> Projeto<br />

FELB – Fator <strong>de</strong> Emissão da Linha <strong>de</strong> Base<br />

FEPR – Fator <strong>de</strong> Emissão do Projeto<br />

GEE – Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa<br />

GJ – Giga-Joule<br />

GWP – Potencial <strong>de</strong> Aquecimento Global<br />

IBGE – Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística<br />

IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change)<br />

L – Litro<br />

m 3 – Metros Cúbicos<br />

MDL – Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo<br />

mg – Miligrama<br />

MWh – Mega-Watt Hora<br />

N₂O – Óxido Nitroso<br />

ONU – Organização das Nações Unidas<br />

PIB – Produto Interno Bruto<br />

PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente<br />

PoA – Programa <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s<br />

RE – Redução <strong>de</strong> emissão<br />

RECs – Reduções <strong>de</strong> Emissões Certificadas<br />

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos<br />

SIN – Sistema Interligado Nacional<br />

SMD – Sistema <strong>de</strong> Manejo <strong>de</strong> Dejetos<br />

TRH – Tempo <strong>de</strong> Retenção Hidráulica<br />

UBABEF – União Brasileira <strong>de</strong> Avicultura<br />

UF – Unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração


1. INTRODUÇÃO<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

No final do ano <strong>de</strong> 2007, quando o Banco Mundial <strong>de</strong>cidiu financiar este estudo, o número <strong>de</strong> projetos<br />

brasileiros submetidos para validação no MDL já atingia 288, tornando o Brasil o terceiro País em termos <strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> projetos. Todavia, uma análise das metodologias utilizadas por esses projetos mostrava que apenas<br />

46% das metodologias aprovadas, na época eram utilizadas no País (42 metodologias utilizadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

universo <strong>de</strong> 116 aprovadas). Ou seja, mais <strong>de</strong> 50% das ativida<strong>de</strong>s elegíveis ao MDL não estavam sendo<br />

exploradas no Brasil. Consi<strong>de</strong>rando-se as metodologias claramente subutilizadas, isto é, as metodologias para<br />

as quais havia somente um projeto pioneiro submetido para validação, essa porcentagem subiria para 84%.<br />

Havia uma clara concentração <strong>de</strong> metodologias, uma subutilização das diferentes possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto.<br />

Hoje, apesar do número <strong>de</strong> projetos no Brasil ter crescido para 416 (incluindo-se projetos registrados,<br />

validados e em validação), esse quadro não mudou tanto: o País utiliza atualmente cerca <strong>de</strong> 60 metodologias.<br />

Entretanto, muitas das metodologias ainda não utilizadas no Brasil são relevantes para o País, dadas suas<br />

condições socioeconômicas. Dessa forma, era possível antecipar que, apesar <strong>de</strong> já muito significativo, o<br />

número <strong>de</strong> projetos então submetidos ao MDL no Brasil representava apenas a ponta emersa do iceberg.<br />

Assim surgiu a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> realizar um estudo <strong>de</strong>sse gênero, com o objetivo <strong>de</strong> revelar a parte imersa do iceberg<br />

em termos <strong>de</strong> possíveis projetos <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa.<br />

Revelar esse potencial latente é importante por diversas razões. É importante que o po<strong>de</strong>r público<br />

perceba o impacto que o MDL po<strong>de</strong> ter em termos <strong>de</strong> planejamento setorial: <strong>de</strong>veriam a potência e a energia<br />

adicionais que po<strong>de</strong>riam ser provi<strong>de</strong>nciadas por esses futuros projetos influenciar os exercícios <strong>de</strong><br />

planejamento governamental? Em um momento no qual o Brasil discute a maneira i<strong>de</strong>al para que diferentes<br />

setores da economia possam contribuir para o cumprimento <strong>de</strong> suas metas voluntárias <strong>de</strong> mitigação,<br />

provi<strong>de</strong>nciar informações adicionais, quantitativas, <strong>de</strong>talhadas e objetivas po<strong>de</strong> se tornar uma contribuição<br />

importante para o <strong>de</strong>bate nacional.<br />

Detalhar essa informação em nível <strong>de</strong> projetos é essencial para po<strong>de</strong>r discutir a possível contribuição<br />

futura do Brasil para compensação <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> outros países, por meio <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> flexibilização<br />

como o MDL. Esse <strong>de</strong>talhamento permite antecipar o fluxo <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono que a economia<br />

brasileira provavelmente viria a receber no futuro. Uma <strong>de</strong> suas contribuições, em nível financeiro, é a<br />

quantificação do nível <strong>de</strong> investimento que seria necessário para implementar os projetos <strong>de</strong> mitigação, seja<br />

para atingir as metas nacionais, seja para o uso <strong>de</strong> mecanismos como o MDL.<br />

Outro objetivo <strong>de</strong>sse estudo é o <strong>de</strong> contribuir para o entendimento das razões pelas quais gran<strong>de</strong> parte do<br />

potencial brasileiro <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> MDL ainda não ter se convertido em projetos <strong>de</strong> fato, apesar <strong>de</strong> projetos<br />

similares estarem ocorrendo em outros países. Por esse motivo, o estudo realizou também uma análise<br />

preliminar das barreiras que atualmente limitam a exploração <strong>de</strong>sse potencial <strong>de</strong> mitigação, e assim subsidiar o<br />

<strong>de</strong>bate a respeito das políticas públicas e os instrumentos internacionais que seriam necessários para superar<br />

essas barreiras.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o acima exposto, o consórcio ICF International – FIDES Desenvolvimento Sustentável<br />

<strong>de</strong>senvolveu um estudo contemplando um inventário das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> baixo carbono no<br />

Brasil, consi<strong>de</strong>rando os seguintes setores:<br />

� eletricida<strong>de</strong>;<br />

� combustível fóssil para a indústria;<br />

� outros insumos para a indústria;<br />

� transporte/combustíveis para veículos; e<br />

� gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos e efluentes líquidos.<br />

13


14<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O objetivo central <strong>de</strong>sse estudo, conforme mencionado, foi i<strong>de</strong>ntificar o potencial técnico latente <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> baixo carbono, por meio da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> potenciais projetos por elo da ca<strong>de</strong>ia produtiva dos<br />

setores mencionados, fomentando a sua implementação no Brasil e, portanto, contribuindo para reduzir e<br />

evitar emissões atuais e projetadas no País e para a sua inserção na nova economia <strong>de</strong> baixo carbono.<br />

Ressalte-se que, a <strong>de</strong>speito da importância da mudança do uso da terra e florestas para a redução <strong>de</strong><br />

emissões no País, o presente estudo não aborda diretamente essa questão. Enten<strong>de</strong>-se que, em princípio,<br />

políticas públicas e programas governamentais po<strong>de</strong>riam obter resultados mais efetivos no combate ao<br />

<strong>de</strong>smatamento do que a abordagem por projeto, foco do presente estudo. Não obstante, o estudo contempla<br />

projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões relacionados indiretamente à mudança do uso da terra, por meio <strong>de</strong> plantio<br />

em áreas <strong>de</strong>gradadas para utilização na indústria.<br />

Assim, o estudo se concentrou, <strong>de</strong> forma geral, nos setores em que ainda há um potencial para a<br />

aplicação <strong>de</strong> técnicas ou tecnologias convencionais que reduzam ou evitem as emissões <strong>de</strong> GEE, <strong>de</strong> forma que<br />

os projetos <strong>de</strong> baixo carbono avaliados representam projetos, em sua maior parte, já implementados e em<br />

funcionamento no Brasil ou em outros países, isto é, há casos reais <strong>de</strong> projetos da mesma natureza em<br />

operação.<br />

Dentro dos setores abordados, o estudo contempla a gran<strong>de</strong> parte das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

emissões focando o potencial <strong>de</strong> aplicações por, por exemplo, empresas instalações ou municípios.<br />

Por meio das metodologias para projetos <strong>de</strong> MDL, internacionalmente validadas e reconhecidas, foram<br />

mapeadas as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos nos setores supramencionados.<br />

Em resumo, além da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> potenciais projetos, o estudo estimou o potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

emissões <strong>de</strong> GEE, a contribuição dos projetos à matriz energética, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> financiamento e as<br />

principais barreiras à implementação dos projetos, assim como a potencial receita por meio da venda <strong>de</strong><br />

créditos <strong>de</strong> carbono gerados.


2. METODOLOGIA<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento do projeto baseou-se em uma abordagem metodológica empregada anteriormente, em<br />

estudo realizado pelo Banco Mundial na África, no <strong>de</strong>senvolvimento do estudo Low-carbon Energy Projects for<br />

Development in Sub-Saharan Africa (GOUVELLO, C. et al, 2008).<br />

Essa abordagem buscou resolver um dos gran<strong>de</strong>s empecilhos ao mapeamento <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> baixo carbono no Brasil. Até o momento, há raros relatórios com as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />

redução das emissões <strong>de</strong> GEE para o Brasil. Muitos dos esforços empreendidos anteriormente para inventários<br />

<strong>de</strong>talhados do potencial <strong>de</strong> mitigação das emissões <strong>de</strong> GEE foram infrutíferos. Uma das principais razões<br />

apontadas é a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar uma equipe técnica robusta o suficiente para <strong>de</strong>senvolver as ferramentas<br />

metodológicas necessárias para cobrir os diversos processos tecnológicos, os tipos <strong>de</strong> equipamentos e as<br />

condições operacionais, assim como avaliar a gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s potenciais <strong>de</strong> mitigação das<br />

emissões. No entanto, o quadro atual do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> metodologias sob a égi<strong>de</strong> do MDL mudou essa<br />

situação.<br />

O dinâmico processo bottom-up do MDL, oferece uma oportunida<strong>de</strong> singular <strong>de</strong> explorar<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> baixo carbono. Particularmente, em cada metodologia <strong>de</strong>senvolvida sob a égi<strong>de</strong><br />

do MDL há <strong>de</strong>talhes extremamente relevantes <strong>de</strong> parâmetros tecnológicos e operacionais que <strong>de</strong>terminam as<br />

reduções <strong>de</strong> emissão para um ou mais processos e <strong>de</strong>screve os tipos <strong>de</strong> instalações em que esses processos<br />

operam. Adicionalmente, o banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> acesso público na plataforma da Convenção-Quadro das Nações<br />

Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), apresenta exemplos concretos <strong>de</strong> instalações,<br />

processos e possíveis reduções <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE. Portanto, para um <strong>de</strong>terminado país, ficou muito mais fácil<br />

i<strong>de</strong>ntificar o potencial <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE em alinhamento com as metodologias<br />

consagradas pelo MDL.<br />

Assim, o potencial <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> baixo carbono no Brasil partiu do manancial <strong>de</strong> metodologias e projetos<br />

que o MDL oferece. Por fim, os membros da equipe técnica i<strong>de</strong>ntificaram as tecnologias que po<strong>de</strong>riam ser<br />

utilizadas a partir das metodologias <strong>de</strong> MDL disponíveis – muitas já implantadas com sucesso em outras regiões<br />

em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Além das informações disponíveis na Plataforma da UNFCC foram consultadas, nos bancos <strong>de</strong> dados<br />

disponíveis, informações que pu<strong>de</strong>ssem indicar pela abordagem bottom-up inventários <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> baixo<br />

carbono para o País. 3 Nos casos em que não havia dados <strong>de</strong>talhados no nível <strong>de</strong> instalações, foi utilizado um<br />

processo misto bottom-up e top-down. Baseado nas informações hoje disponíveis na plataforma da Convenção<br />

para o MDL, foi <strong>de</strong>terminado o porte médio e as características dos projetos <strong>de</strong> energia limpa e instalações<br />

a<strong>de</strong>quadas. Com isso, dados agregados por setor no País foram utilizados para estimar o número médio <strong>de</strong><br />

instalações nos respectivos países e assim quantos projetos po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

Adicionalmente, a equipe técnica usou métodos próprios para <strong>de</strong>terminar a contribuição <strong>de</strong>sses projetos<br />

para o setor <strong>de</strong> energia (em termos <strong>de</strong> energia adicional ou gerenciamento da <strong>de</strong>manda), volume esperado <strong>de</strong><br />

emissões reduzidas <strong>de</strong> GEE e correspon<strong>de</strong>nte receita (assumindo US$10 por tCO₂), e o investimento requerido.<br />

A avaliação dos potenciais projetos contemplou os seguintes eixos:<br />

� potencial redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa;<br />

� potencial receita com a venda <strong>de</strong> Certified Emission Reductions (CERs);<br />

� potencial contribuição à matriz energética nacional;<br />

� estimativa do investimento necessário para a implementação dos projetos; e<br />

� principais barreiras à implementação dos projetos.<br />

Foi realizado um Workshop Inicial, evento importante para o estabelecimento <strong>de</strong> contatos entre<br />

representantes do setor industrial (doravante <strong>de</strong>nominados players) e participantes do estudo.<br />

3 Os bancos <strong>de</strong> dados utilizados estão disponíveis em planilha <strong>de</strong> Excel anexa ao estudo.<br />

15


16<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Para aten<strong>de</strong>r aos eixos do estudo, as seguintes tarefas foram conduzidas:<br />

� a primeira tarefa consistiu no mapeamento e organização das ca<strong>de</strong>ias produtivas contempladas,<br />

levando em conta as ca<strong>de</strong>ias produtivas, propriamente ditas, e as metodologias aprovadas <strong>de</strong> MDL <strong>de</strong><br />

linha <strong>de</strong> base e monitoramento;<br />

� a segunda tarefa consistiu na i<strong>de</strong>ntificação das principais fontes <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE do setor em que<br />

estão, <strong>de</strong> acordo, principalmente, com as fontes <strong>de</strong> emissão contempladas nas metodologias <strong>de</strong> MDL<br />

aprovadas/em aprovação;<br />

� a terceira tarefa consistiu na consolidação <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> suporte à análise da<br />

reprodutibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>senvolvidos nos setores estudados, sob a égi<strong>de</strong> do MDL. Essa<br />

consolidação contemplou o levantamento <strong>de</strong> fábricas, cida<strong>de</strong>s, regiões, usinas termo elétricas, <strong>de</strong>ntre<br />

outras, em que haveria potencial para a implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE.<br />

Foram consi<strong>de</strong>rados projetos registrados e em validação, tendo como base <strong>de</strong> dados, inter allia, os sites<br />

da United Nations Framwork Convention on Climate Change (UNFCCC), Entida<strong>de</strong>s Operacionais<br />

Designadas (EODs), Autorida<strong>de</strong> Nacional Designada (AND);<br />

� a quarta tarefa consistiu na comunicação com players dos setores estudados (por exemplo, associações,<br />

empresas), <strong>de</strong> modo a coletar informações relevantes ao projeto;<br />

� a quinta tarefa consistiu na consolidação dos resultados das tarefas III e IV, assim como sua<br />

complementação com base na experiência da ICF/FIDES em projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE,<br />

resultando na lista final <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s concretas <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução emissões <strong>de</strong> GEE;<br />

� a sexta tarefa consistiu no levantamento <strong>de</strong> barreiras à implementação dos projetos estudados;<br />

� a sétima tarefa contemplou a avaliação da contribuição energética do projeto à matriz nacional <strong>de</strong><br />

energia; e<br />

� a oitava tarefa consistiu no diagnóstico das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> financiamento para a implementação dos<br />

projetos levantados.<br />

Ressalte-se que, apesar <strong>de</strong> o estudo basear-se fortemente em metodologias para projetos <strong>de</strong> MDL, o foco não é<br />

o MDL, mas sim projetos que reduzam ou evitem emissões <strong>de</strong> GEE sem necessariamente passar pelo processo do<br />

MDL e gerar CERs.<br />

A avaliação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s concretas <strong>de</strong>mandou certo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes em relação às informações<br />

necessárias e, <strong>de</strong>ssa forma, o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes da avaliação dos projetos contemplados no estudo foi muitas<br />

vezes limitado à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação nos bancos <strong>de</strong> dados disponíveis nacionalmente.<br />

Os setores contemplados no estudo, assim como subdivisões concernentes a cada setor, são apresentados<br />

a seguir:<br />

� eletricida<strong>de</strong><br />

� geração<br />

� transmissão/distribuição<br />

� uso<br />

� combustível fóssil para a indústria<br />

� carvão<br />

� óleo combustível<br />

� gás natural<br />

� produção <strong>de</strong> combustível<br />

� transporte <strong>de</strong> combustível<br />

� consumo <strong>de</strong> combustível<br />

� reutilização <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> processo em substituição a combustíveis fósseis


� outros insumos para a indústria<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

� fornecimento <strong>de</strong> insumos<br />

� Processos industriais<br />

� redução e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> óxido nitroso<br />

� tecnologias <strong>de</strong> processamento das matérias-primas mais eficientes<br />

� substituição <strong>de</strong> combustíveis nos processos que <strong>de</strong>mandam calor<br />

� setor <strong>de</strong> transportes/combustíveis para veículos<br />

� BRTs<br />

� biocombustíveis<br />

� transporte e distribuição<br />

� consumo<br />

� gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos e efluentes líquidos<br />

� etapas <strong>de</strong> tratamento e disposição final<br />

� coleta e transporte<br />

� redução <strong>de</strong> resíduos e reciclagem<br />

Para cada setor, foi <strong>de</strong>senvolvido um mapa <strong>de</strong> potenciais projetos contemplando os resultados obtidos<br />

nas tarefas anteriores, resultando nos seguintes pontos:<br />

� metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e monitoramento aprovadas/em aprovação;<br />

� potenciais projetos;<br />

� potencial redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE;<br />

� potencial contribuição à matriz energética nacional;<br />

� estimativa <strong>de</strong> investimento necessário à implementação dos projetos;<br />

� barreiras à implementação dos projetos; e<br />

� informações relevantes das Instalações.<br />

Apesar <strong>de</strong> extensas pesquisas, não foi possível levantar todas as informações específicas necessárias ao<br />

cálculo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão observadas durante o estudo. A seguir, encontra-se<br />

uma listagem das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto que foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas por falta <strong>de</strong> dados:<br />

� recuperação alternativa <strong>de</strong> ácido sulfúrico;<br />

� captura e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> metano em ativida<strong>de</strong>s mineradoras;<br />

� compostagem;<br />

� pirólise;<br />

� gaseificação;<br />

� biodigestão <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> agricultura para aproveitamento energético;<br />

� reciclagem <strong>de</strong> plásticos;<br />

� aeração <strong>de</strong> aterros;<br />

� escavação <strong>de</strong> aterros e tratamento <strong>de</strong> efluentes na indústria <strong>de</strong> cerveja, leite cru, algodão e leite<br />

pasteurizado;<br />

� energia solar conectada ao SIN;<br />

� energia maremotriz;<br />

� energia undielétrica;<br />

17


18<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

� energia geotérmica;<br />

� novas UTEs <strong>de</strong> combustível fóssil;<br />

� novas usinas <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong> combustível fóssil;<br />

� eficiência energética em UTEs <strong>de</strong> combustível fóssil<br />

� novas UTEs com aproveitamento <strong>de</strong> energia residual;<br />

� novas usinas <strong>de</strong> cogeração com aproveitamento <strong>de</strong> energia residual;<br />

� nova UTE que utiliza o gás previamente queimado e/ou ventilado no processamento <strong>de</strong> GN como<br />

combustível;<br />

� recuperação e reciclagem do gás SF6;<br />

� eficiência energética na transmissão <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>;<br />

� célula combustível a GN;<br />

� bon<strong>de</strong>s;<br />

� veículos elétricos; e<br />

� captura, sequestro e armazenamento <strong>de</strong> carbono.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

3. MERCADO DE CARBONO E O MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO<br />

O presente estudo utiliza como arcabouço metodológico as Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base e<br />

Monitoramento para projetos ligados ao Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo <strong>de</strong> Kyoto.<br />

A pesar <strong>de</strong> o estudo não ter como foco projetos <strong>de</strong> MDL, tendo em vista que o foco são projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

emissões que não necessariamente serão postulados ao mecanismo (projetos essencialmente <strong>de</strong> baixo<br />

carbono), faz sentido fazer uma breve referência ao MDL, propulsor do <strong>de</strong>senvolvimento das metodologias<br />

empregadas neste estudo.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a entrada em vigor do Protocolo <strong>de</strong> Kyoto em fevereiro <strong>de</strong> 2005, através do qual se<br />

estabeleceram metas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa (GEEs) para diversos países contidos no<br />

Anexo I 4 do Protocolo, torna-se <strong>de</strong> fundamental importância uma revisão clara e objetiva das oportunida<strong>de</strong>s<br />

relacionadas ao assunto.<br />

O mercado mundial <strong>de</strong> carbono teve significativa expansão nos últimos anos e ultrapassou, em 2008,<br />

valores superiores a US$126 bilhões, o dobro do valor negociado em 2007 5 . A crise econômica global impactou<br />

negativamente tanto o lado da <strong>de</strong>manda quanto a oferta. Entretanto, o mercado ainda cresceu mesmo que a<br />

uma taxa significativamente menor a do ano anterior. O valor negociado no ano <strong>de</strong> 2009 foi <strong>de</strong> US$144 bilhões<br />

(6% maior que o valor negociado em 2008).<br />

Esse mercado foi inicialmente impulsionado pelo Protocolo <strong>de</strong> Kyoto (PQ). O PQ foi criado para reduzir as<br />

emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa (GEE) e, portanto, reverter a tendência atual <strong>de</strong> aumento acelerado da<br />

temperatura global. O Protocolo <strong>de</strong> Kyoto estabelece metas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões para diversos países<br />

signatários, entretanto, não estabelece metas para países emergentes, que participam do acordo através do<br />

Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo (MDL).<br />

O MDL estabelece que projetos localizados nesses países estejam habilitados a “ven<strong>de</strong>r” suas reduções <strong>de</strong><br />

emissões <strong>de</strong> GEE a países (e empresas) sujeitos a metas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE, <strong>de</strong> modo a contribuir<br />

para o cumprimento <strong>de</strong>ssas metas. Os créditos <strong>de</strong> carbono gerados pelo MDL são transacionados em unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>nominadas Reduções Certificadas <strong>de</strong> Emissão (RCEs), sendo cada unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> RCE igual a uma tonelada<br />

métrica <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono equivalente. Esse mecanismo <strong>de</strong> flexibilização vem sendo amplamente adotado,<br />

pois possibilita que países sujeitos a metas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs as cumpram a um custo marginal<br />

relativamente mais baixo (ou seja, possibilita reduzir as emissões a um preço menor por tonelada <strong>de</strong> CO₂).<br />

Outro importante mercado <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono é o mercado voluntário. Esse mercado foi criado por<br />

uma <strong>de</strong>manda voluntária <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões por parte <strong>de</strong> organizações interessadas em reduzir e/ou<br />

compensar suas emissões <strong>de</strong> GEEs. O mercado voluntário po<strong>de</strong> ser dividido em dois mercados: (i) o mercado<br />

voluntário e obrigatório (regido, por exemplo, pela Chicago Climate Exchange (CCX)); e o (ii) o mercado<br />

voluntário e não obrigatório.<br />

O mercado voluntário e não obrigatório engloba uma série <strong>de</strong> standards (padrões) <strong>de</strong>senvolvidos por<br />

diferentes organizações.<br />

4 Alemanha, Austrália, Áustria, Belarus*, Bélgica, Bulgária*, Canadá, Comunida<strong>de</strong> Europeia, Croácia*, Dinamarca Eslováquia*, Eslovênia*, Espanha, Estados<br />

Unidos da América, Estônia*, Fe<strong>de</strong>ração Russa*, Finlândia, França, Grécia, Hungria*, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia*, Liechtenstein, Lituânia*,<br />

Luxemburgo, Mônaco, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia*, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República Tcheca*,<br />

Romênia, Suécia, Suíça, Turquia, Ucrânia*. (* Países em processo <strong>de</strong> transição para uma economia <strong>de</strong> mercado.<br />

5 Fonte: State and Trends of the Carbon Market 2010, World Bank.<br />

19


20<br />

Processo <strong>de</strong> Obtenção <strong>de</strong> Créditos <strong>de</strong> Carbono<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Em resumo, po<strong>de</strong>-se dizer que o processo <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono à luz do MDL é composto<br />

por cinco etapas, apresentadas <strong>de</strong> forma esquemática na Figura 0-1.<br />

Figura 0-1 – Processo <strong>de</strong> Obtenção <strong>de</strong> Créditos <strong>de</strong> Carbono<br />

A primeira etapa <strong>de</strong>sse processo é a realização do gerenciamento estratégico <strong>de</strong> carbono na empresa, que<br />

consi<strong>de</strong>ra a análise holística, sistemática e estratégica do impacto das emissões <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa<br />

(GEEs) nos processos da empresa. Através <strong>de</strong>sse gerenciamento, surge a i<strong>de</strong>ia do projeto, ou seja, qual a<br />

medida, ou medidas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões a serem implantadas (assim, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que os projetos<br />

aqui avaliados encontram-se nessa etapa). Essa <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitas variáveis internas e externas ao<br />

processo industrial e, portanto, requer uma análise estratégica que consi<strong>de</strong>re além das informações básicas <strong>de</strong><br />

projeto (metodologia, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento, taxa <strong>de</strong> retorno etc.), também dados <strong>de</strong> benchmarking das<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão do setor em questão. Essa avaliação indicará a elegibilida<strong>de</strong> dos projetos <strong>de</strong><br />

acordo com os critérios do MDL 6 e os riscos associados ao processo para obtenção dos créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

A segunda etapa do processo é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma nova metodologia <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e<br />

monitoramento, se não houver uma que seja aplicável ao projeto, e do Documento <strong>de</strong> Concepção <strong>de</strong> Projeto<br />

(DCP), chamado <strong>de</strong> Project Design Document (PDD), em inglês. O PDD <strong>de</strong>ve conter a <strong>de</strong>scrição do projeto, a<br />

metodologia da Linha <strong>de</strong> Base (em inglês, baseline), o Plano <strong>de</strong> Monitoramento e Verificação (PMV), o cálculo das<br />

emissões <strong>de</strong> GEE, os impactos ambientais e os comentários das partes interessadas. A estrutura básica <strong>de</strong>sse<br />

documento, conforme as exigências do Conselho Executivo do MDL (CE), internalizada no Brasil através das<br />

Resoluções 1 e 2 (modificada pela Resolução 6, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2007), da Comissão Interministerial <strong>de</strong> Mudança<br />

Global do Clima (CIMGC).<br />

6<br />

Os critérios do MDL estabelecem que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões serão elegíveis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que atendam aos seguintes requisitos:<br />

� a participação <strong>de</strong>ve ser voluntária;<br />

� seja aprovado pelo país <strong>de</strong> origem, no qual essas ativida<strong>de</strong>s forem implementadas;<br />

� os objetivos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>de</strong>finidos pelo País <strong>de</strong> origem <strong>de</strong>vem ser atingidos;<br />

� as emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa <strong>de</strong> forma adicional ao que ocorreria na ausência da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto do MDL; e<br />

� o aumento <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa que ocorrem fora dos limites das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong>vem ser contabilizados, mensurados e<br />

atribuídos a essas ativida<strong>de</strong>s.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Conforme a Resolução 7 7 , <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2008 da CIMGC, após a elaboração do PDD, o mesmo <strong>de</strong>verá<br />

ser disponibilizado no website da empresa para consulta das partes interessadas e os convites <strong>de</strong> comentários<br />

mencionados nessa Resolução <strong>de</strong>verão ser enviados ao menos 15 dias antes do início do processo <strong>de</strong> validação.<br />

No Brasil, a terceira etapa é a validação por uma entida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (a Entida<strong>de</strong> Operacional Designada<br />

(EOD) 8 ). Após a validação do PDD pela EOD, o documento <strong>de</strong>verá ser submetido para a aprovação pela autorida<strong>de</strong><br />

governamental brasileira (CIMCG), constituindo-se a quarta etapa. No Brasil, o projeto é avaliado quanto ao<br />

alinhamento das suas iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões com as políticas adotadas no País.<br />

A quinta etapa é a submissão do PDD ao Conselho Executivo do MDL, que avaliará as características do<br />

projeto e verificará se as reduções <strong>de</strong> emissões advindas do mesmo são reais, mensuráveis e verificáveis.<br />

A etapa seguinte, que ocorre após a implantação do projeto, caracteriza-se pela verificação da correspondência<br />

entre o PDD apresentado e aprovado, e a operação da ativida<strong>de</strong> do PDD. Para isso, as emissões são monitoradas e<br />

uma nova certificação é conduzida, no sentido <strong>de</strong> quantificar os créditos <strong>de</strong> carbono associados à efetiva redução <strong>de</strong><br />

emissões alcançada através do projeto.<br />

Depois da certificação, a empresa está pronta para receber as chamadas Reduções Certificadas <strong>de</strong><br />

Emissões (RCEs), emitidas pelo Conselho Executivo do MDL. As RCEs po<strong>de</strong>m ser negociadas no mercado<br />

nacional/internacional <strong>de</strong> carbono, basicamente <strong>de</strong> três formas: negociação interna, no caso <strong>de</strong> uma empresa<br />

multinacional com operações, por exemplo, na Europa e no Brasil; venda direta a uma empresa que atue em<br />

região com restrição <strong>de</strong> emissão ou através <strong>de</strong> instituições financeiras (como bancos, fundos <strong>de</strong> investimentos),<br />

tradings e brokers. Nos últimos casos, as operações po<strong>de</strong>m ocorrer em ambiente <strong>de</strong> Bolsa ou no mercado <strong>de</strong><br />

balcão.<br />

Elegibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Acordo com o MDL<br />

Muitos esforços estão sendo realizados no Brasil e no âmbito internacional no sentido <strong>de</strong> estabelecer<br />

padrões e critérios transparentes para facilitar <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> investimentos em redução <strong>de</strong> emissões nas<br />

empresas visando à obtenção <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono, <strong>de</strong> acordo com o MDL. Exemplos <strong>de</strong>ssas ações são as<br />

Resoluções 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 da CIMGC, que estipulam diretrizes para as empresas brasileiras ou sediadas<br />

no País interessadas em ven<strong>de</strong>r créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

Para que os projetos se qualifiquem como ativida<strong>de</strong>s válidas no sentido da mitigação das emissões <strong>de</strong><br />

gases <strong>de</strong> efeito estufa <strong>de</strong>ntro do contexto do Protocolo <strong>de</strong> Kyoto, o principal critério i<strong>de</strong>ntificado é a<br />

adicionalida<strong>de</strong>, que é estabelecida <strong>de</strong> acordo com a Linha <strong>de</strong> Base.<br />

A Linha <strong>de</strong> Base <strong>de</strong>ve ser estipulada conforme uma metodologia a<strong>de</strong>quada, que indicará claramente como e<br />

porque o cenário escolhido representa, <strong>de</strong> fato, as emissões antrópicas <strong>de</strong> GEEs na ausência da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

projeto proposta. Para o estabelecimento <strong>de</strong> uma Linha <strong>de</strong> Base apropriada é necessário um bom conhecimento<br />

das práticas usualmente adotadas no segmento em que o projeto está inserido; do contexto socioeconômico<br />

local; das tendências macroeconômicas que po<strong>de</strong>rão afetar os resultados do projeto; políticas setoriais e <strong>de</strong><br />

outras variáveis relevantes.<br />

De um modo geral, uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto é adicional quando gera redução <strong>de</strong> emissões, que não seriam<br />

alcançadas no caso do negócio usual. Ou seja, é necessário <strong>de</strong>monstrar que o projeto não se encontra no curso <strong>de</strong><br />

ação usual da empresa na ausência dos benefícios do MDL. A falta <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> do projeto na ausência do MDL<br />

po<strong>de</strong> ser justificada por barreiras técnicas (novas tecnologias com custo e risco elevados) e/ou através <strong>de</strong> análise<br />

<strong>de</strong> investimento (que resulte em um resultado <strong>de</strong>sfavorável para a implementação do projeto).<br />

No contexto do MDL, os créditos <strong>de</strong> carbono, são calculados a partir da diferença na emissão <strong>de</strong> GEEs (ou<br />

sequestro <strong>de</strong> carbono) entre as práticas que seriam adotadas normalmente na linha do negócio da empresa<br />

(Business-as-Usual, BAU) sem a implantação do projeto (Linha <strong>de</strong> Base) e as práticas adotadas <strong>de</strong>vido à<br />

implantação do projeto (Cenário do Projeto).<br />

7 Essa resolução altera as Resoluções 1, 2, 3 e 4 <strong>de</strong>ssa mesma Comissão em relação aos convites <strong>de</strong> comentários enviados pelos proponentes do projeto aos<br />

agentes envolvidos, interessados e/ou afetados pelas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto no âmbito do MDL.<br />

8 As EODs são entida<strong>de</strong>s nacionais ou internacionais cre<strong>de</strong>nciadas pelo Comitê Executivo do MDL.<br />

21


22<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Outro requisito do Protocolo <strong>de</strong> Kyoto é que, em adição aos benefícios relacionados aos gases <strong>de</strong> efeito<br />

estufa, os projetos contribuam com o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável dos países em que são implantados.<br />

Em relação às características específicas <strong>de</strong> cada projeto, um dos fatores mais importantes a ser avaliado é<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> sua adicionalida<strong>de</strong>. Em geral, <strong>de</strong>monstra-se a adicionalida<strong>de</strong> quando a<br />

implementação <strong>de</strong> um projeto gera redução <strong>de</strong> emissões que não ocorreria no cenário <strong>de</strong> negócio usual. Dessa<br />

forma, é necessário evi<strong>de</strong>nciar que o projeto não faz parte do curso natural <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> uma organização.<br />

Para projetos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala, a Ferramenta para a <strong>de</strong>monstração e avaliação da adicionalida<strong>de</strong> 9 fornece<br />

uma abordagem passo a passo para essa <strong>de</strong>monstração que inclui:<br />

� i<strong>de</strong>ntificação das prováveis alternativas à ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto;<br />

� análise econômico-financeira para <strong>de</strong>terminar se a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto proposta não é a alternativa mais<br />

interessante econômica ou financeiramente;<br />

� análise <strong>de</strong> barreiras que restringem (ou impe<strong>de</strong>m) a implementação da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto proposta;<br />

� análise da prática comum.<br />

Para projetos <strong>de</strong> pequena escala, a adicionalida<strong>de</strong> do projeto <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>monstrada com base no Anexo<br />

A do Apêndice B das Modalida<strong>de</strong>s e Procedimentos Simplificados para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> MDL <strong>de</strong><br />

pequena escala (versão 06, 30 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2005 10 ). Segundo esse Anexo, a adicionalida<strong>de</strong> do projeto <strong>de</strong>ve<br />

ser avaliada por meio da <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> que a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto não teria ocorrido <strong>de</strong>vido às seguintes<br />

barreiras, inter allia:<br />

� barreira <strong>de</strong> investimento;<br />

� barreira tecnológica/técnica; e<br />

� barreira <strong>de</strong> prática prevalecente.<br />

Em ambas as ferramentas, os participantes do projeto po<strong>de</strong>m usar a análise econômico-financeira ou a<br />

análise <strong>de</strong> barreiras para <strong>de</strong>monstrar a adicionalida<strong>de</strong> do projeto. Entretanto, os aspectos econômicofinanceiros<br />

merecem atenção especial na avaliação da adicionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> MDL, tanto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

como <strong>de</strong> pequena escala, tendo em vista que o Conselho Executivo do MDL e o Painel <strong>de</strong> Metodologias da<br />

CQNUMC são extremamente sensíveis aos argumentos <strong>de</strong> adicionalida<strong>de</strong> embasados por essas questões.<br />

Segundo versão mais recente da Ferramenta para a <strong>de</strong>monstração e avaliação da adicionalida<strong>de</strong> (versão<br />

5.2), a adicionalida<strong>de</strong> pelo viés financeiro consiste em <strong>de</strong>terminar se a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto proposta é<br />

econômica ou financeiramente menos atraente do que ao menos uma das alternativas ao projeto,<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando a receita proveniente da venda <strong>de</strong> RCEs. Para conduzi-la, o proponente do projeto po<strong>de</strong><br />

utilizar uma das três seguintes opções:<br />

Opção I. Análise simples <strong>de</strong> custos;<br />

Opção II. Análise comparativa <strong>de</strong> investimento; e<br />

Opção III. Análise <strong>de</strong> Benchmark.<br />

Se a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> MDL não gera receitas ou benefícios econômicos além da receita proveniente do<br />

MDL, a análise simples <strong>de</strong> custos (Opção I) po<strong>de</strong> ser utilizada; caso contrário, a análise comparativa <strong>de</strong><br />

investimentos (Opção II) ou a análise <strong>de</strong> Benchmark (Opção III) po<strong>de</strong>riam ser utilizadas.<br />

Ressalte-se que o presente estudo terá como base as metodologias para projetos MDL, amplamente<br />

aceitas e validadas internacionalmente, mas que não serão avaliadas questões como elegibilida<strong>de</strong> e<br />

adicionalida<strong>de</strong> dos projetos <strong>de</strong> acordo com as regras do MDL.<br />

9<br />

A versão mais recente da Ferramenta para a <strong>de</strong>monstração e avaliação da adicionalida<strong>de</strong> é a versão 5.2. Disponível em<br />

http://cdm.unfccc.int/methodologies/PAmethodologies/tools/am-tool-01-v5.2.pdf.<br />

10<br />

Disponível em http://cdm.unfccc.int/Reference/Guidclarif/ssc/methSSC_guid05.pdf.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

4. INVENTÁRIO DE OPORTUNIDADES DE PROJETOS DE REDUÇÃO DE EMISSÕES DE GEE<br />

Setor Elétrico<br />

Descrição dos Elos da Ca<strong>de</strong>ia do Setor<br />

� Geração <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

� Transmissão e distribuição <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

� Consumo <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

Geração <strong>de</strong> Energia Elétrica<br />

O primeiro elo da ca<strong>de</strong>ira do setor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> é a geração <strong>de</strong> energia elétrica que é produzida pelo<br />

aproveitamento <strong>de</strong> diversos recursos naturais empregados para movimentação das turbinas, com exceção das<br />

Centrais Geradoras Solares Fotovoltaicas em que fótons contidos na luz solar são convertidos em energia<br />

elétrica por meio <strong>de</strong> células solares (ANEEL, 2002) 11 . Dentre os recursos naturais, po<strong>de</strong>-se mencionar a água,<br />

gases (residual e gás natural), o carvão, os <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo (por exemplo, óleo diesel e óleo combustível),<br />

biomassa (por exemplo, bagaço <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar, casca <strong>de</strong> arroz, ma<strong>de</strong>ira, biogás), vento e irradiação solar.<br />

As turbinas <strong>de</strong> vapor po<strong>de</strong>m gerar energia usando o vapor produzido das fontes geotérmicas, da energia<br />

solar (sistema heliotérmico) e dos reatores nucleares, por exemplo. No caso da hidroeletricida<strong>de</strong>, o<br />

aproveitamento da energia hidráulica, proveniente da irradiação solar e da energia potencial gravitacional,<br />

através da evaporação, con<strong>de</strong>nsação e precipitação da água sobre a superfície terrestre, é feito através do uso<br />

<strong>de</strong> turbinas hidráulicas, <strong>de</strong>vidamente acopladas a um gerador <strong>de</strong> corrente elétrica. Finalmente, o<br />

aproveitamento da energia eólica se dá por meio da conversão da energia cinética <strong>de</strong> translação em energia<br />

cinética <strong>de</strong> rotação, com o emprego <strong>de</strong> turbinas eólicas para a geração <strong>de</strong> energia elétrica, ou através <strong>de</strong><br />

cataventos e moinhos para trabalhos mecânicos, como bombeamento <strong>de</strong> água (ANEEL, 2002) 11 .<br />

A energia elétrica por irradiação solar po<strong>de</strong> ser gerada em dois sistemas: o heliotérmico e o fotovoltaico.<br />

Segundo Aneel (2008) 12 , no primeiro sistema, converte-se irradiação solar em calor que é utilizado em usinas<br />

termelétricas para a produção <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. No sistema fotovoltaico, a transformação da radiação solar em<br />

eletricida<strong>de</strong> é direta. Para tanto, é necessário adaptar um material semicondutor (geralmente o silício) para que,<br />

na medida em que é estimulado pela radiação, permita o fluxo eletrônico (partículas positivas e negativas).<br />

Segundo a Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica (Aneel), o segmento <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> brasileiro<br />

possui 2.275 empreendimentos em operação, gerando aproximadamente 110 GW <strong>de</strong> potência. Para os<br />

próximos anos, prevê-se uma adição <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50 GW na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração, oriundos <strong>de</strong> 140<br />

empreendimentos atualmente em construção e mais 476 outorgados.<br />

A Tabela 0-1, Tabela 0-2 e a Tabela 0-3 apresentam a composição do segmento <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

no Brasil e a previsão <strong>de</strong> sua expansão nos próximos anos, baseada nos empreendimentos em operação,<br />

construção e outorgados pela Aneel. Como se po<strong>de</strong> observar na Tabela 0-1, atualmente, a principal fonte <strong>de</strong><br />

geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> é a hidroeletricida<strong>de</strong> (correspon<strong>de</strong>nte a 72% da potência gerada no País). No entanto,<br />

observando a Tabela 0-2 e a Tabela 0-3, a participação das Usinas Termelétricas (UTEs) na geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> aumentará nos próximos anos.<br />

11 Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica. Atlas <strong>de</strong> Energia Elétrica do Brasil. 2002.<br />

12 Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica. Atlas <strong>de</strong> Energia Elétrica do Brasil. 2008.<br />

23


24<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-1 – Segmento <strong>de</strong> Geração <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> no Brasil (composição atual)<br />

Empreendimentos em Operação<br />

Tipo N.° <strong>de</strong> Usinas Potência Fiscalizada* (kW) Potência Fiscalizada (%)<br />

Hidroeletricida<strong>de</strong> 866 79.789.368 72,33%<br />

Centrais Geradoras <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> (CGH) 320 182.500 0,17%<br />

Pequenas Centrais Hidrelétricas PCH 373 3.194.148 2,90%<br />

Usinas Hidrelétricas (UHE) 173 76.412.720 69,27%<br />

Central Geradora Eolielétrica (EOL) 46 794.336 0,72%<br />

Central Geradora Solar Fotovoltaica (SOL) 3 36 0,00%<br />

Usinas Termelétricas (UTE) 1.358 27.728.248 25,13%<br />

Usinas Nucleares (UTN) 2 2.007.000 1,82%<br />

Total 2.275 110.318.988 100,00%<br />

*A Potência Fiscalizada é igual à consi<strong>de</strong>rada a partir da operação comercial da primeira unida<strong>de</strong> geradora.<br />

Fonte: Banco <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Geração da Aneel (agosto, 2010) 13 .<br />

Tabela 0-2 – Segmento Geração <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> no Brasil (expansão)<br />

Empreendimentos em Construção<br />

Tipo N.° <strong>de</strong> Usinas Potência Outorgada (kW) Potência Outorgada (%)<br />

Hidroeletricida<strong>de</strong> 82 10.559.220 62,30%<br />

Centrais Geradoras <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> (CGH) 1 848 0,01%<br />

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) 69 908.272 5,36%<br />

Usinas Hidrelétricas (UHE) 12 9.650.100 56,94%<br />

Central Geradora Eolielétrica (EOL) 9 315.300 1,86%<br />

Usinas Termelétricas (UTE) 48 4724787 27,88%<br />

Usinas Nucleares (UTN) 1 1.350.000 7,96%<br />

Total 140 16.949.307 100,00%<br />

Fonte: Banco <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Geração da ANEEL (agosto, 2010) 14 .<br />

Tabela 0-3 – Segmento Geração <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> no Brasil (expansão)<br />

Empreendimentos Outorgados entre 1998 e 2005 (não iniciaram sua construção)<br />

Tipo N.° <strong>de</strong> Usinas Potência Outorgada (kW) Potência Outorgada (%)<br />

Hidroeletricida<strong>de</strong> 224 15.464.510 48,89%<br />

Centrais Geradoras <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> (CGH) 69 45.630 0,14%<br />

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) 144 2.043.780 6,46%<br />

Usinas Hidrelétricas (UHE) 11 13.375.100 42,28%<br />

Central Geradora Undielétrica (CGU) 1 50 0,00%<br />

Central Geradora Eolielétrica (EOL) 89 2.890.331 9,14%<br />

Central Geradora Solar Fotovoltaica (SOL) 1 5.000 0,02%<br />

Usinas Termelétricas (UTE) 161 13.271.638 41,96%<br />

Total 476 31.631.529 100,00%<br />

Fonte: Banco <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Geração da ANEEL (agosto, 2010) 15 .<br />

A Tabela 0.-4 apresenta a composição atual da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> no Brasil em UTEs com base em<br />

empreendimentos em operação. Como se po<strong>de</strong> observar na Tabela 0.-4, atualmente, a principal fonte <strong>de</strong><br />

geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> em UTEs é o gás natural, seguida por <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo (24%) e bagaço <strong>de</strong> cana<br />

(20%), que correspon<strong>de</strong>m a, respectivamente, cerca <strong>de</strong> 40%, 24% e 20% da potência gerada pelas UTEs no País.<br />

13 Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica. Disponível em http://www. aneel.gov.br/aplicacoes/capacida<strong>de</strong>brasil/capacida<strong>de</strong>brasil.asp.<br />

14 Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica. Disponível em http://www. aneel.gov.br/aplicacoes/capacida<strong>de</strong>brasil/capacida<strong>de</strong>brasil.asp<br />

15 Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica. Disponível em http://www. aneel.gov.br/aplicacoes/capacida<strong>de</strong>brasil/capacida<strong>de</strong>brasil.asp


Tabela 0.-4 – Composição Atual das Usinas Termelétricas<br />

Gás<br />

Petróleo<br />

Biomassa<br />

Total<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

UTEs em Operação<br />

Tipo <strong>de</strong> Combustível N.° <strong>de</strong> Usinas Potência Fiscalizada kW<br />

Natural 93 11.050.530<br />

Processo 33 1.275.483<br />

Óleo Diesel 817 4.012.437<br />

Óleo Residual 29 2.523.803<br />

Bagaço <strong>de</strong> Cana 308 5.623.446<br />

Licor Negro 14 1.240.798<br />

Ma<strong>de</strong>ira 39 327.767<br />

Biogás 9 48.522<br />

Casca <strong>de</strong> Arroz 7 31.408<br />

Carvão Mineral 9 1.594.054<br />

Fonte: Banco <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Geração da ANEEL (agosto, 2010) 16 .<br />

Transmissão <strong>de</strong> Energia elétrica<br />

1.358 27.728.248<br />

Define-se a transmissão <strong>de</strong> energia elétrica como o processo <strong>de</strong> transporte da energia entre dois pontos.<br />

O transporte é realizado por linhas <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> alta potência, geralmente usando corrente alternada,<br />

que <strong>de</strong> uma forma mais simples conecta uma usina ao consumidor.<br />

A transmissão <strong>de</strong> energia é dividida em dois componentes:<br />

� a transmissão propriamente dita, para potências mais elevadas e ligando gran<strong>de</strong>s centros; e<br />

� a distribuição, energia efetivamente entregue aos consumidores conectados à re<strong>de</strong> elétrica <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada empresa <strong>de</strong> distribuição. Essa re<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser aérea, suportada por postes, ou por dutos<br />

subterrâneos com cabos, fios ou fibras ópticas.<br />

Nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transmissão, a energia elétrica trafega em tensão que varia <strong>de</strong> 88 kV a 750 kV. Ao chegar às<br />

subestações das distribuidoras, a tensão é rebaixada e, por meio <strong>de</strong> um sistema composto <strong>de</strong> fios, postes e<br />

transformadores, chega à unida<strong>de</strong> final em 127 volts ou 220 volts.<br />

A infraestrutura brasileira <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia elétrica é formada por um sistema nacional interligado<br />

(SIN) e por sistemas isolados. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as Regiões Sul,<br />

Su<strong>de</strong>ste e Centro-Oeste correspon<strong>de</strong>m a mais <strong>de</strong> 70% da capacida<strong>de</strong> instalada do Brasil. Já as Regiões Norte e<br />

Nor<strong>de</strong>ste representam quase 25% da capacida<strong>de</strong> instalada total. Apenas 3,4% da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> do País encontram-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados principalmente na<br />

região amazônica e sua energia provém principalmente <strong>de</strong> usinas termoelétricas.<br />

De acordo com o ONS, o segmento <strong>de</strong> transmissão no Brasil é composto <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> transmissão que<br />

somam 97.586 km nas tensões <strong>de</strong> 230, 345, 440, 500, 660 CC e 750 kV, como evi<strong>de</strong>nciado na Figura 0-1.<br />

16 Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica. Disponível em http://www. aneel.gov.br/aplicacoes/capacida<strong>de</strong>brasil/OperacaoCapacida<strong>de</strong>Brasil.asp<br />

25


26<br />

Fonte: ONS, 2010 17 .<br />

Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Figura 0-1 – Sistema <strong>de</strong> Transmissão 2009-2012<br />

O consumo nacional <strong>de</strong> energia elétrica na re<strong>de</strong> totalizou 388.793 GWh em 2009. Com base na Tabela 0-5<br />

os subsistemas Su<strong>de</strong>ste/Centro-Oeste representam aproximadamente 60% do consumo total <strong>de</strong> energia<br />

elétrica em 2009.<br />

Tabela 0-5 – Consumo <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> no Brasil nos Subsistemas Elétricos<br />

Subsistemas Consumo (GWh) Participação (%)<br />

Norte 26.704 7%<br />

Nor<strong>de</strong>ste 53.803 14%<br />

Su<strong>de</strong>ste/Centro-Oeste 234.661 61%<br />

Sul 66.625 17%<br />

Total 381.793 100%<br />

Fonte: EPE, 2010 18 .<br />

17 Operador Nacional do Sistema Elétrico. Disponível em http://www.ons.org.br/download/biblioteca_virtual/publicacoes/dados_relevantes_2009/02-Sistema-<br />

<strong>de</strong>-Transmissao-2009-2012.html .<br />

18 Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética. Disponível em www.ep.gov.br.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

O setor industrial é o principal consumidor <strong>de</strong> energia elétrica, seguido pelos setores resi<strong>de</strong>ncial e<br />

comercial. O Gráfico 0-1 apresenta a representação das principais indústrias brasileiras no consumo <strong>de</strong> energia<br />

elétrica em 2008. Como se po<strong>de</strong> observar, a indústrias <strong>de</strong> não ferrosos, química, alimentos & bebidas, papel &<br />

celulose e ferro-gusa & aço são as maiores consumidoras <strong>de</strong> energia elétrica do setor industrial.<br />

Gráfico 0-1 – Representação das Principais Indústrias Brasileiras<br />

no Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica em 2008<br />

Fonte: BEN 2009 19 .<br />

Descrição das Principais Fontes <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE e Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> Emissão<br />

Como <strong>de</strong>finido na seção 1 <strong>de</strong>sse Relatório, a ca<strong>de</strong>ia do setor <strong>de</strong> energia elétrica é divida em três elos:<br />

� elo 1: geração;<br />

� elo 2: transmissão e distribuição; e<br />

� elo 3: consumo.<br />

A avaliação do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE <strong>de</strong>sse no Brasil será feita para os três elos <strong>de</strong> sua<br />

ca<strong>de</strong>ia, com base em metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e monitoramento aprovadas e em fase <strong>de</strong> aprovação pela<br />

Convenção Quadro das Nações Unidas (CQNUMC), bem como em projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> MDL<br />

propostos no Brasil e no Mundo.<br />

No primeiro elo do setor, a principal emissão se dá em função da queima <strong>de</strong> combustível fóssil, emitindo<br />

CO₂. As possíveis medidas <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong>sse elo são:<br />

� substituição do combustível utilizado na usina geradora <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> por outro menos carbono<br />

intensivo ou renovável;<br />

� adoção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> eficiência energética, reduzindo a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível consumido por<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia produzida; e<br />

� utilização <strong>de</strong> fontes renováveis <strong>de</strong> energia (por exemplo, biomassa, potencial hídrico e eólico ainda<br />

não explorado) para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

19 Balanço Energético Nacional – 2009. Disponível em www.ep.gov.br.<br />

27


28<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

No elo <strong>de</strong> transmissão e distribuição, po<strong>de</strong> haver emissões <strong>de</strong> SF6 e <strong>de</strong> CO₂. As emissões <strong>de</strong> SF6 ocorrem<br />

<strong>de</strong>vido ao vazamento <strong>de</strong>sse gás, que é empregado como isolante em equipamentos elétricos. As emissões <strong>de</strong><br />

CO₂ geralmente ocorrem <strong>de</strong>vido à perda <strong>de</strong> energia elétrica na transmissão e distribuição da re<strong>de</strong> elétrica, bem<br />

como da geração <strong>de</strong> energia em sistemas isolados que não possuem conexão ao Sistema Interligado Nacional.<br />

Dentre as iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão nesse elo, <strong>de</strong>stacam-se:<br />

� reciclagem <strong>de</strong> SF6 e/ou a redução <strong>de</strong> vazamento <strong>de</strong> SF6;<br />

� sistemas <strong>de</strong> transmissão e distribuição com maior eficiência energética; e<br />

� expansão da re<strong>de</strong> elétrica interligada a sistemas isolados em substituição às fontes <strong>de</strong> geração cativas.<br />

No último elo <strong>de</strong>sse setor, as emissões são geradas em função do consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, principalmente<br />

<strong>de</strong> CO₂ e <strong>de</strong> gases refrigerantes, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do sistema em questão. Todas as medidas <strong>de</strong> mitigação envolvem a<br />

melhoria da eficiência, seja no consumo direto ou na fabricação/doação <strong>de</strong> equipamentos mais eficientes para o<br />

consumidor final. Exemplos <strong>de</strong> sistemas e equipamentos mais eficientes incluem lâmpadas, reatores, motores,<br />

sistemas <strong>de</strong> aquecimento e refrigeração, isolamento térmico e sistemas solares.<br />

O Quadro 0-1 apresenta as fontes <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE em cada elo do setor, as potenciais iniciativas <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão, bem como as metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e monitoramento aplicáveis a cada iniciativa.<br />

Quadro 0-1 – Emissões <strong>de</strong> GEE e Iniciativas Mitigadoras <strong>de</strong> Emissões na Ca<strong>de</strong>ia do Setor <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Elo 1 – Geração Elo 2 – Transmissão/Distribuição Elo 3 – Consumo<br />

Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base<br />

CO₂ CO₂ Gases refrigerantes<br />

SF 6 CO₂<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE<br />

Energia Renovável (por exemplo, Hidro, eólica, solar) Eficiência Energética<br />

Uso <strong>de</strong> Biomassa/Resíduos <strong>de</strong> Biomassa para geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> ( bagaço <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar, resíduos<br />

agrícolas, resíduos florestais)<br />

Substituição <strong>de</strong> Combustível em Usinas Termelétricas<br />

(por exemplo, <strong>de</strong> óleo combustível para gás natural)<br />

Eficiência Energética em Plantas Geradoras <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> (por exemplo, CCGT)<br />

SF 6<br />

Conexão do Sistema Isolado ao Sistema Interligado<br />

Eficiência Energética (Uso <strong>de</strong> equipamentos mais<br />

eficientes tais como lâmpadas, gela<strong>de</strong>iras)<br />

Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base<br />

ACM0002 ACM0013 AM0067 AM0038<br />

ACM0006 AM0048 AMS-II.A AM0046<br />

ACM0018 AM0052 NM0334 AM0070<br />

AM0019 AM0061 AM0035 AMS-II.C<br />

AM0042 AM0062 AM0079 AMS-II.E<br />

AM0085 AM0074 AM0045 AMS-II.J<br />

AMS-I.A. AM0084 AMS-III.AE<br />

AMS-I.D AMS-II.B NM0328<br />

AMS-I.F AMS-II.K<br />

ACM0011 AMS-III.AC<br />

AM0007 NM0241<br />

AMS-III.AH NM0292<br />

ACM0007 NM0336<br />

ACM0012


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Como <strong>de</strong>monstrado no Quadro 0-1, com base nas metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> Base e Monitoramento<br />

existentes no MDL, as potenciais iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE em cada elo da ca<strong>de</strong>ia do setor<br />

elétrico são:<br />

� elo 1 (geração):<br />

� utilização <strong>de</strong> energia renovável para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>;<br />

� substituição <strong>de</strong> combustível;<br />

� melhoria da eficiência energética na geração;<br />

� elo 2 (transmissão e distribuição):<br />

� eficiência energética <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s elétricas;<br />

� redução das fugas do gás isolante <strong>de</strong> equipamentos elétricos;<br />

� expansão do sistema elétrico;<br />

� elo 3 (consumo):<br />

� eficiência energética no consumo.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 1<br />

A Tabela 0-6 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE propostos no MDL que se<br />

enquadram no Elo 1 e que se encontram nas seguintes etapas do processo no Brasil: validação, já validados e<br />

registrados. Também são apresentados: o potencial total e médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão gerada por esses projetos,<br />

bem como o número <strong>de</strong> projetos propostos no resto do mundo (que se encontram nas etapas <strong>de</strong> validação, já validados<br />

e registrados).<br />

É importante ressaltar que alguns projetos foram <strong>de</strong>senvolvidos utilizando-se mais <strong>de</strong> uma metodologia, seja do<br />

mesmo elo (da mesma iniciativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão ou <strong>de</strong> iniciativas diferentes) ou <strong>de</strong> outros elos da ca<strong>de</strong>ia do<br />

setor em questão, bem como dos outros setores estudados. Logo, esses projetos aparecem mais <strong>de</strong> uma vez na<br />

Tabela 0-6, bem como nas tabelas dos <strong>de</strong>mais elos e setores que serão apresentadas posteriormente.<br />

29


30<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-6 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 1 – Setor <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Iniciativas <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong><br />

Emissão –<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

Eficiência<br />

Energética<br />

Substituição <strong>de</strong><br />

combustível em<br />

UTEs<br />

Energia Renovável<br />

e<br />

Biomassa/Resíduos<br />

<strong>de</strong> Biomassa para<br />

geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong><br />

Energia Renovável<br />

e<br />

Biomassa/Resíduos<br />

<strong>de</strong> Biomassa para<br />

geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong><br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Elo 1 – Geração <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos *<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no resto do<br />

Mundo<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

ACM0007 1 - - - 1 304 304 11<br />

ACM0012 7 - - - 7 1314 188 260<br />

ACM0012<br />

ACM0002 2 - - - - - - - 1<br />

ACM0012<br />

AMS-III.Q.<br />

- - - - - - - 3<br />

ACM0004 ³ - - 1 - 1 90 90 126<br />

ACM0004 ³<br />

ACM0001<br />

ACM0004 ³<br />

ACM0002 ²<br />

ACM0004 ²<br />

ACM0006 ²<br />

ACM0004 ²<br />

AMS-I.D. ²<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 38<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

ACM0013 2 - - - 2 174 87 23<br />

AM0048 - - - - - - - 1<br />

AM0052 - - - - - - - 3<br />

AM0061 - - - - - - - 2<br />

AM0062 - - - - - - - 2<br />

AM0074 - - - - - - - 1<br />

AMS-II.B. - - - - - - - 17<br />

AMS-II.B.<br />

ACM0006 ²<br />

AMS-II.B.<br />

AMS-I.C.<br />

AMS-II.B.<br />

AMS-I.D. ²<br />

AMS-II.B.<br />

AMS-II.D.<br />

AMS-II.B.<br />

AMS-II.D.<br />

AMS-III.I.E.<br />

AMS-II.B.<br />

AMS-II.I.E., ¹<br />

AMS-II.B.<br />

AMS-III.B.<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

ACM0011 - - - - - - - 5<br />

AMS-III.AH. - - - - - - - 1<br />

ACM0002 42 4 20 3 66 6545 99 1386<br />

ACM0002<br />

ACM0001<br />

1 - 5 - 6 726 121 14<br />

ACM0002<br />

ACM0004 ² ³<br />

ACM0002<br />

ACM0006<br />

ACM0002<br />

ACM0008<br />

ACM0002<br />

ACM0012 ²<br />

ACM0002<br />

AM0025<br />

ACM0002<br />

AM0025<br />

AMS-I.D.<br />

ACM0002<br />

AM0029<br />

ACM0002<br />

AMS-I.D.<br />

ACM0002<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-II.I.E.<br />

ACM0002<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.I.E.,<br />

AMS-III.G.<br />

- - - - - - - 38<br />

10 - - 1 10 352 35 57<br />

- - - - - - - 15<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 11<br />

1 - 1 - 2 28 14 11<br />

- - - 8 - - - -<br />

- - 1 - 1 19 19 -


Iniciativas <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong><br />

Emissão –<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

Energia Renovável<br />

e<br />

Biomassa/Resíduos<br />

<strong>de</strong> Biomassa para<br />

geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong><br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Elo 1 – Geração <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos *<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

31<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no resto do<br />

Mundo<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

ACM0006 37 - 1 1 38 1685 44 170<br />

ACM0006<br />

ACM0004 ² ³<br />

ACM0006<br />

ACM0010<br />

ACM0006<br />

AMS-II.B. ²<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

AM0004 4 - - - - - - - 2<br />

AM0015 4 1 - 24 - 25 471 19 4<br />

ACM0018 - - - - - - - 2<br />

AM0042 2 - - - 2 167 84 -<br />

AMS-I.A. - - 1 - 1 1 1 14<br />

AMS-I.A.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-I.A.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.D.<br />

AMS-I.A.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.A.<br />

AMS-II.C. ¹<br />

AMS-I.A.<br />

AMS-II.J. ¹<br />

AMS-I.A.<br />

AMS-III.D.<br />

AMS-I.A.<br />

AMS-III.I.E.<br />

- - - - - - - 2<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 3<br />

- - - - - - - 1<br />

AMS-I.A.<br />

AMS-III.H.<br />

- - - - - - - 8<br />

AMS-I.D. 22 1 24 1 47 1020 22 1382<br />

AMS-I.D.<br />

ACM0001<br />

AMS-I.D.<br />

ACM0004 ² ³<br />

AMS-I.D.<br />

ACM0010<br />

AMS-I.D.<br />

ACM0001<br />

AM0025<br />

AMS-I.D.<br />

ACM0001<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-I.D.<br />

AM0014<br />

AMS-I.D.<br />

AMS.I.C.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS.I.C.<br />

AMS-III.D.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS.I.C.<br />

AMS-III.I.E.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS.I.C.<br />

AMS-III.I.E.,<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS.I.C.<br />

AMS.III.H.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS.I.C.<br />

AMS.III.Q.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-II.B. ²<br />

AMS-I.D.<br />

AMS.II.C. ¹<br />

AMS-I.D.<br />

AMS.II.D.<br />

- - - - - - - 31<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 3<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 8<br />

- - - - - - - 3<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 18<br />

- - - - - - - 2<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 4<br />

AMS-I.D. - - - - - - - 2


32<br />

Iniciativas <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong><br />

Emissão –<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

AMS.I.E., ¹<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.C.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.D.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.I.E.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.I.E.,<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.F.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.F.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-III.I.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS-III.K.<br />

AMS-I.D.<br />

AMS.III.Q.<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Elo 1 – Geração <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos *<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no resto do<br />

Mundo<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

- - - - - - - 1<br />

1 - - - 1 58 58 73<br />

7 - 8 - 15 1523 102 16<br />

- - - - - - - 2<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 14<br />

- - - - - - - 1<br />

1 - - - 1 8 8 63<br />

1 - - - 1 24 24 -<br />

- - - - - - - 2<br />

- - - - - - - 3<br />

AMS-I.F.<br />

AMS-I.F.<br />

- - - - - - - 1<br />

AMS-I.C.<br />

AMS-III.H.<br />

- - - - - - - 1<br />

1 2 3 4<br />

Projetos contabilizados em mais <strong>de</strong> um elo. * Excluem-se os Projetos Rejeitados. Projetos contabilizados em mais <strong>de</strong> uma iniciativa. Substituída pela ACM0012. Substituída pela<br />

ACM0006.<br />

Como po<strong>de</strong> ser verificado na Tabela 0-6, somente no Brasil há 216 projetos <strong>de</strong> MDL propostos<br />

(registrados, validados e em validação) voltados para o uso <strong>de</strong> energia renovável (por exemplo, fontes hídricas,<br />

eólicas e biomassa), para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. Com base nesses projetos do MDL, o potencial médio <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> energia renovável varia entre 1 – 121 ktCO₂e/ano. No resto do mundo, já<br />

foram propostos um total <strong>de</strong> 3.388 projetos.<br />

Em relação às medidas <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustível para redução <strong>de</strong> emissões, no Brasil, ainda não foi<br />

<strong>de</strong>senvolvido nenhum projeto <strong>de</strong> MDL e, no restante do mundo, há apenas seis projetos propostos no MDL.<br />

Nas iniciativas <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> eficiência energética, observa-se um total <strong>de</strong> 11 projetos <strong>de</strong> MDL propostos no<br />

Brasil e 498 no resto do mundo. Com base nesses projetos do MDL, o potencial médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> eficiência energética varia entre 87 – 304 ktCO₂e/ano.<br />

As iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões no elo 1 são <strong>de</strong>scritas nas subseções abaixo.<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados à Geração <strong>de</strong> Energia Elétrica<br />

No elo <strong>de</strong> geração, foram avaliadas 32 metodologias, das quais 27 foram incluídas no estudo do potencial <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs no País, agrupadas em 12 tipos <strong>de</strong> projetos concernentes à energia hidrelétrica,<br />

eólica, biomassa renovável, resíduos <strong>de</strong> biomassa, substituição <strong>de</strong> combustível e eficiência energética.


Energia Renovável<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

As tecnologias <strong>de</strong> energia renovável contempladas neste estudo incluem usinas hidrelétricas e eólicas. Os<br />

projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão consi<strong>de</strong>rados envolvem a instalação <strong>de</strong> novas usinas e a repotenciação e<br />

mo<strong>de</strong>rnização das hidroelétricas já existentes.<br />

As metodologias ACM0002, AM0019, AMS-I.A., AMS-I.D. e AMS-I.F. foram consi<strong>de</strong>radas como base para a<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> reduções <strong>de</strong> emissões provenientes <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> energia renovável. Segundo essas<br />

metodologias, as emissões <strong>de</strong> GEEs na linha <strong>de</strong> base consistem nas emissões provenientes da geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong>, neste estudo consi<strong>de</strong>rado para generalização as usinas geradoras conectadas ao SIN (isto é, da<br />

geração a partir <strong>de</strong> usinas termelétricas a combustível fóssil). Para as emissões do projeto, a única fonte <strong>de</strong><br />

emissões contabilizadas é oriunda <strong>de</strong> novas usinas hidrelétricas, em função do aumento do reservatório <strong>de</strong><br />

água.<br />

As tecnologias renováveis maremotriz, undielétrica e solar não foram abordadas <strong>de</strong>vido à sua falta <strong>de</strong><br />

competitivida<strong>de</strong> econômica e energética comparativamente às outras tecnologias. Há poucos estudos que<br />

consi<strong>de</strong>ram a implementação <strong>de</strong>stas tecnologias nos planos <strong>de</strong> expansão energéticos brasileiros e, portanto,<br />

limitado conhecimento <strong>de</strong>sse potencial. No que concerne especificamente às usinas solares, a aplicação <strong>de</strong>ssa<br />

tecnologia é avaliada apenas para o aquecimento <strong>de</strong> água em residências, reduzindo o consumo <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> 20 . No entanto, essa avaliação não aborda a instalação <strong>de</strong> usinas solares com o intuito <strong>de</strong> geração<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> para contribuição expressiva à matriz energética.<br />

Hidroelétricas<br />

O potencial para a instalação <strong>de</strong> hidroelétricas foi estimado com base em todas as Usinas hidrelétricas<br />

outorgadas pela Aneel 21 e as bacias/sub-bacias com potencial <strong>de</strong> aproveitamento 22 .<br />

As usinas outorgadas são aquelas que receberam o Ato <strong>de</strong> Outorga (Concessão, Permissão, Autorização ou<br />

Registro) pela Aneel e ainda não iniciaram suas obras. Essas usinas foram incluídas como oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões, na medida em que po<strong>de</strong>m ocorrer imprevistos adversos que<br />

impossibilitem o início/conclusão das obras (como falta <strong>de</strong> capital, por exemplo).<br />

O potencial a ser aproveitado foi separado em dois níveis <strong>de</strong> estudo estimado e inventariado. Enten<strong>de</strong>-se por<br />

potencial inventariado o nível mínimo <strong>de</strong> estudo em que foi submetido o potencial, portanto, a parcela inventariada<br />

pô<strong>de</strong> ainda ser subdividida em partes com e sem restrições ambientais <strong>de</strong>vido ao maior nível <strong>de</strong> estudo.<br />

Os resultados apresentados abaixo contemplam somente as usinas outorgadas e a parcela inventariada<br />

sem restrições ambientais <strong>de</strong>vido à incerteza quanto ao aproveitamento do potencial inventariado com<br />

restrições e estimado (isto é, não investigado em nível <strong>de</strong> inventário).<br />

Para estimar o potencial número <strong>de</strong> usinas que po<strong>de</strong> ser instalado utilizou-se como premissa que cada usina<br />

terá 69 MW, que é a média da potência das usinas outorgadas. O uso <strong>de</strong>sse valor para a estimativa <strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

projetos é conservador, uma vez que se observa uma tendência pela instalação <strong>de</strong> usinas do tipo PCH (menos <strong>de</strong><br />

30MW) <strong>de</strong>vido, sobretudo, ao menor investimento total necessário para a mesma e maior facilida<strong>de</strong> em obtenção<br />

<strong>de</strong> licenças ambientais.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-7 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-8.<br />

Tabela 0-7 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *t CO₂e/MWh+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PJ *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF Res *kgCO₂e/MWh+/1000<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

20 Posteriormente apresentada no elo 3, consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

21 Aneel/BIG. Disponível em http://www.aneel.gov.br/aplicacoes /capacida<strong>de</strong>brasil/capacida<strong>de</strong>brasil.asp.<br />

22 Potencial a ser aproveitado exclui as usinas em operação e os aproveitamentos em construção e com concessão outorgada.<br />

33


34<br />

Tabela 0-8 – Parâmetros<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Fator <strong>de</strong> Capacida<strong>de</strong> 55% % PNE 2030<br />

Tempo <strong>de</strong> operação 8760 h/ano<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

EF Res Fator <strong>de</strong> emissão padrão para emissões <strong>de</strong> reservatórios <strong>de</strong> usinas hidrelétricas 90 kgCO₂e/MWh Valor <strong>de</strong>fault Metodologia<br />

Custo unitário médio para PCH outorgadas 1800 US$/kW PNE 2030<br />

Custo unitário médio para o potencial a ser aproveitado 1800 US$/kW PNE 2030<br />

Custo unitário médio para usinas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte outorgadas 1500 US$/kW PNE 2030<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Hidroelétricas – no Brasil, contemplando o possível número <strong>de</strong> projetos a serem implementados, assim como as<br />

estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial<br />

contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-9 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-9 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Hidroelétricas<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 354 tCO₂e/(MW x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 29.200.462 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 292.004.618 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 1.204* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 242.475 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 82.502 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2.920 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 144.491 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha será divulgada como<br />

um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Apesar <strong>de</strong> ser a fonte predominante <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia elétrica no Brasil, a maior parte das usinas<br />

hidrelétricas ainda é controlada por empresas públicas, mesmo após a reforma reguladora e o processo <strong>de</strong><br />

privatização iniciados nos anos noventa. Dentre as barreiras que dificultam a instalação <strong>de</strong> usinas hidrelétricas (UHEs)<br />

e <strong>de</strong> pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), bem como a atração <strong>de</strong> investimentos privados nesse setor <strong>de</strong>stacamse:<br />

lentidão no processo <strong>de</strong> licenciamento ambiental, localização do potencial hídrico latente e falta <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong><br />

financiamento <strong>de</strong> longo prazo.<br />

Entre os anos <strong>de</strong> 1980 e 2000, o aumento da capacida<strong>de</strong> instalada <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia elétrica no País não<br />

seguiu plenamente o aumento do consumo <strong>de</strong> energia, tendo o primeiro crescido 4% em média e o segundo 5%. A<br />

falta <strong>de</strong> investimento no setor causou uma redução gradual na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água armazenada nos reservatórios das<br />

hidrelétricas então existentes e culminou na interrupção do suprimento energético em 2001 (também conhecida<br />

como apagão ou “black-out”). Assim, o governo fe<strong>de</strong>ral elaborou, no começo <strong>de</strong> 2000, dois planos para aumentar a<br />

participação da geração termelétrica na matriz energética brasileira: o Plano Prioritário Termoelétrico, <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

médio prazo, e o Programa Emergencial <strong>de</strong> Energia, <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> curto prazo. Indo ao encontro dos objetivos<br />

governamentais <strong>de</strong> segurança do abastecimento e mais recentemente, com a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s reservas <strong>de</strong> gás<br />

natural na Bacia <strong>de</strong> Santos em 2003, a política <strong>de</strong> utilização do gás natural para geração elétrica tem sido uma<br />

possibilida<strong>de</strong> atraente para investimentos privados, o que evita os altos investimentos necessários à geração<br />

hidrelétrica.<br />

Além disso, a energia hidrelétrica é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da pluviosida<strong>de</strong>. Como nas estações brasileiras o inverno possui<br />

precipitações baixas e o verão possui precipitações altas, a água <strong>de</strong>ve ser armazenada na estação chuvosa para que


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

possa ser consumida no inverno. Dessa forma, há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s reservatórios, cuja construção<br />

causa maiores impactos ambientais. A participação da hidroenergia em novos leilões <strong>de</strong> energia vem sendo limitada<br />

<strong>de</strong>vido às dificulda<strong>de</strong>s relacionadas ao licenciamento ambiental <strong>de</strong>sses gran<strong>de</strong>s empreendimentos.<br />

Também <strong>de</strong>ve ser ressaltado que a maior parte dos recursos hídricos da Região Sul-Su<strong>de</strong>ste já foi explorada,<br />

estando o potencial restante concentrado na bacia amazônica. Por situar-se distante dos centros urbanos e industriais<br />

(OECD, 2001) 23 , a localização <strong>de</strong>sses recursos também cria dificulda<strong>de</strong>s na construção dos empreendimentos <strong>de</strong><br />

geração e transmissão da energia elétrica.<br />

No que concerne às barreiras <strong>de</strong> investimento, no Brasil, há falta <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> financiamento para o investimento<br />

privado no setor elétrico, especialmente no segmento <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia hidroelétrica, que exige investimento<br />

inicial elevado. A barreira do investimento consiste no alto custo <strong>de</strong> capital no Brasil (isto é, a taxa <strong>de</strong> juros) e no<br />

mercado <strong>de</strong> capital pouco sofisticado que restringe os gran<strong>de</strong>s investimentos no setor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> brasileiro.<br />

A taxa <strong>de</strong> juros brasileira (Selic) tem estado extraordinariamente elevada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996, dois anos após a<br />

implementação do Plano <strong>de</strong> Estabilização do Real. Além disso, mercados financeiros internos com prazos <strong>de</strong> um ano<br />

ou mais praticamente não existem no País. Os credores usualmente optam por não manter contratos <strong>de</strong><br />

financiamento <strong>de</strong> longo prazo <strong>de</strong>vido à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetar os níveis <strong>de</strong> preços futuros da eletricida<strong>de</strong>, com<br />

exceção do Banco Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo Almeida & Pinto Jr. (2005) 24 , a<br />

estrutura reguladora não foi suficientemente <strong>de</strong>senvolvida para permitir uma projeção dos níveis <strong>de</strong> preços futuros da<br />

eletricida<strong>de</strong>, gerando relutância das instituições financeiras em aumentar os prazos dos investimentos 25 . O alto nível<br />

<strong>de</strong> garantias exigido no Brasil para financiar novos projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> aumenta o custo do projeto,<br />

impactando negativamente em sua viabilida<strong>de</strong> econômica e, consequentemente, constituindo-se em um entrave real<br />

para seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Essas restrições <strong>de</strong>sanimam o investimento privado, fazendo com que os investidores escolham<br />

investimentos mais líquidos, como títulos públicos <strong>de</strong> curto prazo, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> investir em oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

longo prazo que possam financiar projetos <strong>de</strong> infraestrutura.<br />

Repotenciação e Mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> Hidroelétricas<br />

Para a i<strong>de</strong>ntificação das usinas candidatas ao projeto, utilizou-se como base o estudo <strong>de</strong> Repotenciação e<br />

Mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> Usinas Hidroelétricas (EPE, 2008). Neste estudo, foram avaliados os ganhos energéticos <strong>de</strong><br />

um conjunto <strong>de</strong> 44 usinas hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional (SIN) com potência superior a 30 MW e<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> operação.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-10 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-11.<br />

Tabela 0-10 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB<br />

23<br />

OECD. <strong>Levantamento</strong>s Econômicos da OECD: Brasil. Organization for Economic Co-Operation and Development (Organização para Cooperação e<br />

Desenvolvimento Econômico), Paris, França. 2001.<br />

24<br />

ALMEIDA, E.; PINTO JR., H.Q. Reform in Brazilian electricity industry: the sector for a new mo<strong>de</strong>l, in Int. J. Global Energy Issues, vol 23, nos.213, pp 169-187.<br />

2005. Available in: http://www.gee.ie.ufrj.br/publicacoes/ artigosgee/in<strong>de</strong>x.php<br />

25<br />

Diversos programas e iniciativas governamentais, como, por exemplo, o Proinfa, já foram lançados com o objetivo <strong>de</strong> organizar o mercado, assim como <strong>de</strong><br />

incentivar investimentos no setor elétrico. No entanto, a falta <strong>de</strong> previsibilida<strong>de</strong> quanto a essas iniciativas e seus formatos acabou gerando uma instabilida<strong>de</strong><br />

nos preços praticados pelo mercado. Com isso, tomar <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> investimento no setor elétrico a longo prazo tornou-se um negócio <strong>de</strong> alto risco.<br />

35


36<br />

Tabela 0-11 – Parâmetros<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Tempo <strong>de</strong> operação 8760 h/ano Calculado<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o fator<br />

<strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Custo unitário para repotenciação <strong>de</strong> hidroelétricas 1400 R$/kW instalado Bermann et alii (WWF, 2004)<br />

Câmbio médio 2004 2,93 US$/R$ 1<br />

Custo unitário para repotenciação <strong>de</strong> hidroelétricas 478 US$/kW instalado Calculado<br />

1 FED. "Economic Research and Data". Disponível em www.fe<strong>de</strong>ralreserve.gov/datadownload/Download.aspx?rel=H10&series=40a15acb120950674894978e4f74<strong>de</strong>f9&filetype =<br />

spreadsheetml&label=inclu<strong>de</strong>&layout=seriescolumn&lastObs=120.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Repotenciação e Mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> Hidroelétricas – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> projetos a serem<br />

implementados, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita<br />

com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos<br />

necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-12 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-12 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Repotenciação e Mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> Hidrelétricas<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 16,2 tCO₂e/MW instalado/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 389.912 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 3.899.124 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 44* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 88.616 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 605 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 39 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 11.506 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Nos últimos anos, segundo a Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética (EPE) (2008) 26 , diversos agentes do setor<br />

elétrico brasileiro têm manifestado sua preocupação com os aspectos institucionais, legais e regulatórios, que<br />

muitas vezes po<strong>de</strong>m ser tão ou mais importantes que os aspectos técnico-econômicos quando se trata <strong>de</strong><br />

viabilizar os investimentos em obras <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização/repotenciação <strong>de</strong> usinas hidrelétricas.<br />

De acordo com a EPE (2008), nesses casos, uma das questões que recorrentemente tem sido colocada como<br />

entrave institucional e legal relevante resi<strong>de</strong> na inexistência, na atual legislação, <strong>de</strong> reconhecimento financeiro e<br />

comercial dos possíveis ganhos energéticos que po<strong>de</strong>m ser obtidos com o aumento <strong>de</strong> potência efetiva, sem<br />

aumento <strong>de</strong> rendimento da usina. A crítica que se faz é que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> comercialização em vigor contempla, no<br />

mercado regulado, apenas contratos <strong>de</strong> energia assegurada (isto é, Contratos <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> energia no<br />

ambiente regulado (CCEAR)).<br />

Como uma repotenciação sem aumento <strong>de</strong> rendimento não altera o valor da energia assegurada da usina,<br />

não é possível negociar um eventual acréscimo da energia efetivamente gerada em certos períodos (energia<br />

secundária), mesmo tratando-se <strong>de</strong> uma usina <strong>de</strong>spachada pelo Operador Nacional do Sistema (NOS).<br />

26 EPE, 2008. Consi<strong>de</strong>rações Repotenciação e Mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> Usinas Hidrelétricas. Nota Técnica DEN 03/08. Série Recursos Energéticos. Empresa <strong>de</strong> Pesquisa<br />

Energética, Rio <strong>de</strong> Janeiro, junho <strong>de</strong> 2008.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

No caso, a energia adicional produzida na usina fica a disposição do sistema, gratuitamente. Essa questão<br />

é claramente ilustrada pela Associação Brasileira das Gran<strong>de</strong>s Empresas Geradoras <strong>de</strong> Energia Elétrica (Abrage),<br />

“para que as empresas efetivem modificações que levem a uma repotenciação é necessário estabelecer uma<br />

forma <strong>de</strong> compensação pelos investimentos realizados” [EPE (2008)].<br />

Em síntese, não existe regulamentação específica capaz <strong>de</strong> reconhecer completamente os ganhos energéticos<br />

advindos das obras <strong>de</strong> repotenciação, <strong>de</strong> modo a ressarcir os agentes <strong>de</strong> geração. Mais ainda, hoje, o ganho <strong>de</strong><br />

potência alcançado resulta em aumento dos encargos setoriais do agente, posto que esses inci<strong>de</strong>m sobre a potência<br />

instalada da usina (EPE, 2008). Consequentemente, a repotenciação po<strong>de</strong> ser vista, muitas vezes, como penalização<br />

(em vez <strong>de</strong> incentivo) pelo empreen<strong>de</strong>dor. Em certos casos, essa penalização chega a ser maior que o benefício<br />

advindo do reconhecimento do ganho <strong>de</strong> energia assegurada, inviabilizando financeiramente a repotenciação.<br />

Eólicas<br />

Para a i<strong>de</strong>ntificação do potencial <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões através da instalação <strong>de</strong><br />

usinas eólicas, utilizou-se como base a estimativa feita regionalmente no Atlas do Potencial Eólico Brasileiro<br />

(Cresesb), excluindo-se o potencial já aproveitado. Do potencial restante consi<strong>de</strong>rou-se que somente 40%<br />

seriam aproveitados <strong>de</strong>vido à possíveis restrições ambientais na implantação <strong>de</strong> usinas.<br />

Pelo mesmo motivo explicitado no projeto <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> hidrelétricas, também foram incluídas as usinas<br />

eólicas outorgadas (Aneel/BIG) pela Aneel no potencial <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão. Disponível em<br />

www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacida<strong>de</strong>brasil/GeracaoTipoFase.asp?tipo=7&fase=1.<br />

Para estimar o número <strong>de</strong> usinas que po<strong>de</strong>rão ser instaladas, aproveitando todo o potencial brasileiro,<br />

utilizou-se como premissa que cada usina terá 32 MW, que é a média da potência das usinas eólicas<br />

outorgadas.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-13 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-14.<br />

Tabela 0-13 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB<br />

Tabela 0-14 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

37<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular<br />

o fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Fração do potencial eólico que po<strong>de</strong> ser aproveitado para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 40% % Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Custo unitário para investimento em usinas eólicas 2.321 US$/kW 1<br />

1 Média dos PDD: Osório Wind Power Plant Project; Icaraí Wind Energy Project; e Livramento wind farm.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Eólicas – no Brasil, contemplando o possível número <strong>de</strong> projetos a serem implementados, assim como as<br />

estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial<br />

contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse<br />

projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-15 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis


38<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-15 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Instalação <strong>de</strong> Usinas Eólicas<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 310 tCO₂e/(MW x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 18.220.806 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 182.208.058 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 1.839* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 99.107 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 58.747 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos<br />

(CER a US$105)<br />

1.822 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 136.328 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

As principais barreiras que limitam a penetração da energia eólica no País e que teriam que ser transpostas para<br />

o atendimento da meta proposta pelo PNE 2030, bem como <strong>de</strong> qualquer outro cenário ambicioso <strong>de</strong> baixo carbono,<br />

consistem no elevado investimento inicial e custos <strong>de</strong> geração, sobretudo, para aquisição dos equipamentos, bem<br />

como nas restrições regulatórias e <strong>de</strong> financiamento.<br />

A fronteira competitiva da produção <strong>de</strong> energia eólica como fonte primária <strong>de</strong> energia é colocada em<br />

risco, <strong>de</strong>vido ao elevado custo da geração <strong>de</strong> energia em comparação com outras fontes convencionais <strong>de</strong><br />

energia, mesmo em casos <strong>de</strong> condições hidrológicas críticas. O alto custo da geração <strong>de</strong> energia eólica <strong>de</strong>ve-se<br />

à baixa economia <strong>de</strong> escala e ao uso <strong>de</strong> equipamentos importados (DE GOUVELLO, 2010 27 ).<br />

Outras barreiras incluem a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos equipamentos <strong>de</strong>vido às restrições regulatórias<br />

impostas pelo PROINFA. O índice <strong>de</strong> nacionalização <strong>de</strong> 70% inicialmente imposto pelo programa PROINFA tinha<br />

como objetivo criar um incentivo para o <strong>de</strong>senvolvimento da indústria nacional <strong>de</strong> equipamentos. Entretanto,<br />

para o segmento <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia eólica essa medida gerou entraves à sua expansão, uma vez que o<br />

Brasil só possui três fabricantes <strong>de</strong> turbinas e componentes, sendo a maior parte da produção <strong>de</strong>stinada à<br />

exportação. Além da disponibilida<strong>de</strong> limitada <strong>de</strong> fabricantes no mercado brasileiro, outro gargalo é a mão <strong>de</strong><br />

obra especializada insipiente para a instalação e operação das usinas eólicas.<br />

Vale mencionar que a implementação <strong>de</strong> usinas eólicas também é dificultada pela ausência <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong><br />

financiamento a longo prazo, <strong>de</strong>stacadas anteriormente para as usinas hidrelétricas.<br />

Por fim, a relativa baixa confiabilida<strong>de</strong> dos sistemas <strong>de</strong> energia eólica <strong>de</strong>vido às condições meteorológicas<br />

ocasionais, bem como o custo <strong>de</strong> interconexão das novas usinas com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão, muitas vezes<br />

distante ou com restrições <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> também são apontados como barreira pelos <strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong>sses<br />

projeto no âmbito do MDL.<br />

Biomassa Renovável<br />

Há somente uma metodologia da CQNUMC <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> biomassa para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> – a AM0042.<br />

Essa iniciativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão envolve a instalação <strong>de</strong> uma nova usina geradora <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

conectada à re<strong>de</strong> elétrica e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma plantação <strong>de</strong>dicada para produzir a biomassa que será<br />

queimada na usina. Segundo a AM0042, <strong>de</strong>vem ser utilizadas terras <strong>de</strong>gradadas (em que não haveria ativida<strong>de</strong><br />

agrícola ou florestal) para a plantação <strong>de</strong>dicada à geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

A fonte <strong>de</strong> emissão na linha <strong>de</strong> base é a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> pelo SIN. No projeto, haverá diversas fontes<br />

diferentes <strong>de</strong> emissão, <strong>de</strong>ntre as quais se <strong>de</strong>stacam o consumo <strong>de</strong> combustível fóssil para operação da planta e<br />

para as operações <strong>de</strong> agricultura, a combustão da biomassa, bem como a produção e aplicação <strong>de</strong> fertilizantes.<br />

27 De Gouvello C., 2010. Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil. Relatório <strong>de</strong> Síntese Técnica – Energia. The World Bank Group.


Biomassa Renovável<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

O potencial <strong>de</strong>sse projeto foi estimado a partir das áreas disponíveis para a plantação da biomassa que<br />

será utilizada como combustível nas termelétricas, ou seja, as áreas potencialmente <strong>de</strong>gradadas. Consi<strong>de</strong>rou-se<br />

o cultivo <strong>de</strong> eucalipto nessas áreas <strong>de</strong>vido à adaptação <strong>de</strong>ssa espécie a diversas condições climáticas, sendo<br />

possível a extrapolação para todo o território nacional.<br />

De modo a diminuir o gap entre o potencial estimado e o real, excluíram-se as áreas <strong>de</strong>gradadas<br />

concentradas no norte do País por ser um sistema parte isolado, isto é, sem acesso ao SIN. Isto porque esse<br />

fator po<strong>de</strong> ser um empecilho à exportação da eletricida<strong>de</strong> gerada e, consequentemente, à implementação do<br />

projeto. Das áreas restantes, consi<strong>de</strong>rou-se somente 10% como potenciais <strong>de</strong>vido às dificulda<strong>de</strong>s e incertezas<br />

quanto ao aproveitamento em função das distâncias territoriais.<br />

A Figura 0-2 contempla a área total inicialmente avaliada e complementa visualmente as premissas<br />

citadas acima.<br />

Figura 0-2 – Mapa Áreas Degradadas e SIN<br />

39


40<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-16 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-17.<br />

Tabela 0-16 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Emissões <strong>de</strong> Projeto<br />

PE FC *tCO₂e/ano+ = BF PJ [tonelada/ano] x EF FC *tCO₂/tonelada+<br />

PE BF *tCO₂e/ano+ = (BF PJ [tonelada/ano] x NCV eucalipto [GJ/tonelada] x EF CH₄,BF *kgCH₄/TJ+ x GWP CH₄ *tCO₂e/tCH₄+)/10^6<br />

PE FPA *tCO₂e/ano+ = BF PJ [tonelada/ano] x EF FPA *tCO₂/tonelada+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – (PE FC + PE BF + PE FPA)<br />

Tabela 0-17 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Fração das áreas <strong>de</strong>gradadas que po<strong>de</strong>m ser<br />

aproveitadas para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para<br />

calcular o fator <strong>de</strong> emissão para um sistema<br />

elétrico"<br />

10% % Premissa Icf&Fi<strong>de</strong>s<br />

Volume <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira anual 320 m³/há Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Densida<strong>de</strong> do eucalipto 500 kg/m³ Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

NCV eucalipto Po<strong>de</strong>r calorífico do eucalipto 15,6 GJ/tonelada Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

EF FC<br />

Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> na planta <strong>de</strong><br />

projeto a partir <strong>de</strong> biomassa<br />

20% % Simplificação metodologia AM0085<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 7.884 horas/ano Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Fator <strong>de</strong> emissão relativo ao combustível fóssil utilizado<br />

nas operações agrícolas + transporte biomassa + usina<br />

0,011 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

EF CH₄,BF Fator <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> CH₄ para a combustão da biomassa 41,1 kg CH₄/TJ Default para ma<strong>de</strong>ira – metodologia AM0042<br />

GWP CH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global do metano 21 tCO₂e/tCH₄<br />

EF FPA<br />

Fator <strong>de</strong> emissão relativo à produção e aplicação <strong>de</strong><br />

fertilizantes<br />

0,03 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

Investimento plantação <strong>de</strong>dicada 4.881 R$/há Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Investimento plantação <strong>de</strong>dicada 2757 US$/há Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Investimento nova UTE 1.782 US$/kW 1<br />

Câmbio médio 2010 1,77 R$/US$<br />

Potência <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> geradora 30 MW<br />

Banco Central do Brasil. Taxa <strong>de</strong> câmbio –<br />

Segmento Livre (média para o ano <strong>de</strong> 2010 até<br />

13 out 2010).**<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a frequência das<br />

potencias instaladas das usinas <strong>de</strong> biomassa<br />

outorgadas<br />

Investimento em conexão da usina ao SIN 294 US$/MWh Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

1 Média dos PDDs: GEEA Biomass 5 MW Power Plant Project, referred to as the Project/UTE São Borja 12.3 MW Rice Husk Project/Electricity generation from renewable sources – Sykué I<br />

Thermoelectric Power Plant.<br />

**Disponível em www.bcb.gov.br/pec/In<strong>de</strong>co/Port/in<strong>de</strong>co.asp? idioma=P.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Biomassa Renovável – no Brasil, contemplando o possível número <strong>de</strong> projetos a serem implementados, assim<br />

como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs,<br />

potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à<br />

implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-18 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis<br />

Tabela 0-18 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Biomassa Renovável<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 14,0 tCO₂e /ha/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 144.505.918 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 1.445.059.181 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 6.052 * unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 238.763 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 181.568 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos<br />

(CER a US$10)<br />

14.451 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 773.549 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Há somente dois projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia elétrica com biomassa renovável por meio <strong>de</strong> plantação<br />

<strong>de</strong>dicada já <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil. Dentre as barreiras, <strong>de</strong>stacam-se: <strong>de</strong> investimento e técnica.<br />

Além das restrições <strong>de</strong> financiamento a longo prazo indicadas como entrave à atração <strong>de</strong> investimentos em<br />

projetos <strong>de</strong> geração eólica e hidrelétrica, outra importante barreira <strong>de</strong> investimento é o custo <strong>de</strong> interligação com os<br />

sistemas <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> energia elétrica. É comum que as usinas sejam afastadas <strong>de</strong> centros urbanos, gerando<br />

uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento em linhas <strong>de</strong> transmissão até que a energia possa ser incorporada ao sistema das<br />

companhias <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> força. Adicionalmente, segundo De Gouvello (2010), a regulação do setor elétrico<br />

brasileiro imputa a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> conexão com o sistema <strong>de</strong> transmissão e distribuição<br />

ao empreen<strong>de</strong>dor da geração distribuída, que eleva os custos <strong>de</strong> investimentos nesse tipo <strong>de</strong> projeto e, po<strong>de</strong>ndo,<br />

inclusive, inviabilizá-lo.<br />

Deve ser ressaltado ainda que, em virtu<strong>de</strong> da ausência <strong>de</strong> ampla experiência para projetos <strong>de</strong>sse tipo no<br />

Brasil, como esses envolvem plantação <strong>de</strong>dicada, é preciso escolher as espécies mais a<strong>de</strong>quadas para o<br />

processo, o que implica gastos adicionais com P&D.<br />

No que concerne às barreiras técnicas, consi<strong>de</strong>rando que não se trata <strong>de</strong> um segmento tradicional da indústria<br />

brasileira, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra treinada para execução <strong>de</strong>ssas novas ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> ser um gargalo para<br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento – dificilmente a oferta <strong>de</strong> tal mão <strong>de</strong> obra é disponível próxima ao site. Outras barreiras são a<br />

falta <strong>de</strong> infraestrutura e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> terras e seus lentos processos burocráticos <strong>de</strong> legalização.<br />

Resíduos <strong>de</strong> Biomassa<br />

Iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão provenientes <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> biomassa para geração <strong>de</strong><br />

energia elétrica po<strong>de</strong>m envolver a instalação <strong>de</strong> uma nova usina geradora ou a adição <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>,<br />

mo<strong>de</strong>rnização ou substituição <strong>de</strong> uma usina já existente.<br />

As usinas geradoras po<strong>de</strong>m ser elétricas, elétricas e térmicas, ou usinas <strong>de</strong> cogeração. As metodologias da<br />

CQNUMC aplicáveis para projetos <strong>de</strong>sse tipo são a ACM0006, ACM0018, AM0085 e AMS-I.D. As principais<br />

emissões <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base são geradas pelo consumo <strong>de</strong> combustível fóssil na geração <strong>de</strong> energia. Para os<br />

projetos que envolvem a instalação <strong>de</strong> novas usinas ou adição <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, as principais fontes <strong>de</strong> emissão<br />

são o consumo <strong>de</strong> combustível fóssil para operação da planta e para o transporte da biomassa.<br />

41


42<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

GERAÇÃO DE ELETRICIDADE EM ALEGRETE, RIO GRANDE DO SUL<br />

Um projeto <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> biomassa registrado no Brasil, em Alegrete, no Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />

exemplifica a atrativida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>sse tipo. A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto consiste na construção <strong>de</strong> uma usina<br />

termelétrica 100% a biomassa (casca <strong>de</strong> arroz) com capacida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5MW.<br />

O projeto substituirá o consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> através da geração <strong>de</strong> energia renovável para consumo próprio e também<br />

para exportação do exce<strong>de</strong>nte à re<strong>de</strong>. Ao utilizar a biomassa como combustível, o projeto também evitará emissões <strong>de</strong> metano<br />

<strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> cascas <strong>de</strong> arroz não utilizadas. Maior <strong>de</strong>talhamento do projeto é <strong>de</strong>monstrado na Tabela 0-19.<br />

Tabela 0-19 – Geração <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> a partir da Biomassa<br />

Parâmetro Valor Unida<strong>de</strong><br />

Capacida<strong>de</strong> Adicional 5 MW<br />

Custo do Investimento 8.909.000 US$<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> casca <strong>de</strong> arroz 67.320 Tonelada/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões Média 19.486 tCO₂ano<br />

Preço do carbono 18,00 US$/tCO₂<br />

Receita dos créditos 350.748 US$/ano<br />

Receita total com os créditos (10 anos) 3.507.480 US$<br />

TIR – Sem a receita dos CERs -1,98 %<br />

TIR – Com a receita dos CERs 1,42 %<br />

Fonte: GEEA Biomass 5 MW Power Plant Project.<br />

Disponível em http://cdm.unfccc.int/filestorage/PJ7NA28AYIVME8N361APU9NEWFVCHG/PDD_3.1?t=eHB8MTI5MTM4Mjc5NS41OQ==|hIbO994rywBTqZCli7km2N1Tmuc.<br />

Resíduos <strong>de</strong> Milho<br />

O potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> por meio <strong>de</strong> UTEs alimentadas com resíduos <strong>de</strong> milho foi estimado<br />

a partir dos municípios produtores <strong>de</strong> milho. A geração <strong>de</strong> resíduos, <strong>de</strong> acordo com os dados do PNE 2030, é <strong>de</strong><br />

5 toneladas por tonelada <strong>de</strong> milho (em base seca). Porém, embora a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos gerados seja<br />

consi<strong>de</strong>rável, atualmente, uma parte relativamente pequena seria aproveitável para energia <strong>de</strong>vido à ausência<br />

<strong>de</strong> tecnologia a<strong>de</strong>quada para coleta e transporte. Em função do expressivo volume, têm-se <strong>de</strong>senvolvido no<br />

exterior sistemas <strong>de</strong> colheita para a recuperação dos resíduos que po<strong>de</strong>m ser a<strong>de</strong>quados para a realida<strong>de</strong><br />

brasileira.<br />

Portanto, consi<strong>de</strong>rou-se que atualmente não há nenhum aproveitamento energético dos resíduos <strong>de</strong><br />

milho, estando totalmente disponíveis para a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. Para estimar o potencial <strong>de</strong>sse projeto,<br />

adotou-se como premissa que 20% dos resíduos serão mantidos no campo em função das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

colheita ou para a proteção do solo. Além disso, consi<strong>de</strong>rou-se que somente haveria projeto se o município<br />

produtor gerasse resíduos suficientes para a instalação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s geradoras <strong>de</strong> no mínimo 30 MW 28 . Dessa<br />

forma, limitou-se o número <strong>de</strong> municípios potenciais para a aplicação do projeto em questão.<br />

Vale <strong>de</strong>stacar que não foi avaliada a viabilida<strong>de</strong> dos projetos ante a possível distância dos centros<br />

produtores <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>ntro dos municípios, muitas vezes extensos.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-20 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-21.<br />

Tabela 0-20 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PJ *t CO₂e/ano+ =Q PJ [tonelada/ano] x (CF AUX *tCO₂/tonelada+ + CF TRANSP/OPAGR<br />

*tCO₂/tonelada+)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PJ<br />

28 Maior frequência encontrada para a potência das usinas <strong>de</strong> biomassa outorgadas pela Aneel, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-se as usinas com potência menor <strong>de</strong> 5 MW. Das 48<br />

UTEs a biomassa, 12 concentram-se em 25-35 MW).


Tabela 0-21 – Parâmetros<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

43<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta<br />

para calcular o fator <strong>de</strong> emissão para um<br />

sistema elétrico"<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo <strong>de</strong> milho <strong>de</strong>ixado no campo 20% % Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Po<strong>de</strong>r calorífico da palha <strong>de</strong> arroz 17,7 GJ/tonelada PNE 2030<br />

Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> na planta <strong>de</strong> projeto a partir<br />

<strong>de</strong> biomassa<br />

20% % Simplificação metodologia AM0085<br />

CF AUX Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível auxiliar 0,006 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

CF TRANSP/OPAGR<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível fóssil para operações<br />

agrícolas/transporte da biomassa<br />

0,007 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

Período <strong>de</strong> safra 2.880 horas/ano Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Custo unitário para investimento 1.782 US$/kW 1<br />

1 Média dos PDDs: GEEA Biomass 5 MW Power Plant Project, referred to as the Project/UTE São Borja 12.3 MW Rice Husk Project.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Resíduos <strong>de</strong> Milho – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis municípios produtores i<strong>de</strong>ntificados para a<br />

implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs,<br />

potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-17 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis<br />

Tabela 0-22 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Milho<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 371,9 kgCO₂e /tonelada <strong>de</strong> milho produzido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 15.865.355 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 158.653.554 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 454* Municípios produtores<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 349.457 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 36.646 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 1.587 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 65.295 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


44<br />

Resíduos <strong>de</strong> Soja<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> UTEs com resíduos <strong>de</strong> soja foi estimado a partir dos<br />

municípios produtores <strong>de</strong> soja. De acordo com o PNE 2030, a geração <strong>de</strong> resíduos é <strong>de</strong> 3,6 toneladas por<br />

tonelada <strong>de</strong> soja (base seca). Apesar <strong>de</strong>sse elevado potencial, assim como para os resíduos <strong>de</strong> milho,<br />

atualmente apenas uma parte muito pequena seria aproveitável para geração <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>vido à ausência <strong>de</strong><br />

tecnologia a<strong>de</strong>quada para a coleta e transporte.<br />

Porém, diferentemente do milho, a soja ten<strong>de</strong> a apresentar maiores dificulda<strong>de</strong>s para superar esses obstáculos<br />

<strong>de</strong>vido aos efeitos no solo e alta impureza mineral nos resíduos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da tecnologia.<br />

Em função das barreiras citadas, consi<strong>de</strong>rou-se que atualmente não há aproveitamento energético dos resíduos<br />

<strong>de</strong> soja, estando totalmente disponíveis para a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. Para efeito <strong>de</strong>sse projeto, adotou-se uma<br />

perda <strong>de</strong> 20% dos resíduos <strong>de</strong>ixados no campo, bem como a premissa <strong>de</strong> que somente haveria projeto se o<br />

município produtor gerasse resíduos suficientes para a instalação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s geradoras <strong>de</strong> no mínimo 30 MW 29 .<br />

Dessa forma, limitou-se o número <strong>de</strong> municípios potenciais para a aplicação do projeto em questão.<br />

Vale <strong>de</strong>stacar que não se avaliou a viabilida<strong>de</strong> dos projetos frente à possível distância dos centros<br />

produtores <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>ntro dos municípios, muitas vezes extensos.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-23 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-24.<br />

Tabela 0-23 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PJ *t CO₂e/ano+ =Q PJ [tonelada/ano] x (CF AUX *tCO₂/tonelada+ + CF TRANSP/OPAGR *tCO₂/tonelada+)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PJ<br />

Tabela 0-24 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para<br />

calcular o fator <strong>de</strong> emissão para um sistema<br />

elétrico"<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo <strong>de</strong> soja <strong>de</strong>ixado no campo 20% % Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Po<strong>de</strong>r calorífico dos resíduos <strong>de</strong> soja 14,6 GJ/tonelada PNE 2030<br />

Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> na planta <strong>de</strong> projeto a partir <strong>de</strong><br />

biomassa<br />

20% % Simplificação metodologia AM0085<br />

CF AUX Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível auxiliar 0,006 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

CF TRANSP/OPAGR<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível fóssil para operações agrícolas/transporte da<br />

biomassa<br />

0,007 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

t Período <strong>de</strong> safra 2880 horas/ano Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Custo unitário para investimento 1782 US$/kW 1<br />

1 Média dos PDDs: GEEA Biomass 5 MW Power Plant Project, referred to as the Project/UTE São Borja 12.3 MW Rice Husk Project.<br />

29 Maior frequência encontrada para a potência das usinas <strong>de</strong> biomassa outorgadas pela Aneel, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-se as usinas com potência menor <strong>de</strong> 5 MW.<br />

Das 48 UTEs a biomassa, 12 concentram-se em 25-35 MW).


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Resíduos <strong>de</strong> Soja – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis municípios produtores i<strong>de</strong>ntificados para a<br />

implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong><br />

GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-25 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-25 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Soja<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 239,7 kgCO₂e/tonelada <strong>de</strong> soja produzida<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 21.468.587 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 214.685.866 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 409* Municípios produtores<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 524.904 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 50.525 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2.147 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 90.026 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Palha <strong>de</strong> Arroz<br />

O potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> UTEs alimentadas com palha <strong>de</strong> arroz foi estimado por<br />

meio dos municípios produtores <strong>de</strong> arroz. De acordo com o PNE 2030, a razão mássica entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

palha gerada pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arroz produzido é <strong>de</strong> 4,3 (base seca).<br />

Diferentemente do milho e soja, sabe-se que uma parcela da palha do arroz já é aproveitada, porém em<br />

pequena escala e em quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sconhecidas. Em função disso, consi<strong>de</strong>rou-se um aproveitamento menor da<br />

palha no projeto – 60% <strong>de</strong> toda a palha <strong>de</strong> arroz gerada. Adotou-se como premissa, com base nas usinas <strong>de</strong> resíduos<br />

<strong>de</strong> arroz outorgadas, que somente haveria projeto se o município produtor gerasse resíduos suficientes para<br />

instalação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s geradoras <strong>de</strong> no mínimo 15 MW. Dessa forma, restringiu-se o número <strong>de</strong> municípios<br />

potenciais para aplicação do projeto em questão.<br />

Vale <strong>de</strong>stacar que não foi avaliada a viabilida<strong>de</strong> dos projetos relacionada à possível distância dos centros<br />

produtores <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>ntro dos municípios, muitas vezes extensos.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-26 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-27.<br />

Tabela 0-26 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PJ *t CO₂e/ano+ =Q PJ [tonelada/ano] x (CF AUX *tCO₂/tonelada+ + CF TRANSP/OPAGR *tCO₂/tonelada+)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PJ<br />

45


46<br />

Tabela 0-27 – Parâmetros<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> palha não é aproveitada 40% % Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Po<strong>de</strong>r calorífico da palha <strong>de</strong> arroz 16 GJ/tonelada PNE 2030<br />

Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> na planta <strong>de</strong> projeto a<br />

partir <strong>de</strong> biomassa<br />

20% % Simplificação metodologia AM0085<br />

CF AUX Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível auxiliar 0,006 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

CF TRANSP/OPAGR<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível fóssil para operações agrícolas<br />

/transporte da biomassa<br />

0,007 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 6.619 horas/ano 1<br />

Custo unitário para investimento 1.782 US$/kW 1<br />

1 Média dos PDDs: URBANO Sinop Biomass Electricity Generation project/JOSAPAR Pelotas Biomass Electricity Generation Project/CAAL Biomass Electricity Generation Project/GEEA<br />

Biomass 5 MW Power Plant Project, referred to as the Project/UTE São Borja 12.3 MW Rice Husk Project/Santalucia biomass co-generation Project.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Resíduos <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Arroz – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis municípios produtores<br />

i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução<br />

<strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética<br />

nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-28 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis<br />

Tabela 0-28 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Arroz<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 193,4 kgCO₂e/tonelada <strong>de</strong> arroz produzido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 2.229.696 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 22.296.963 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 50* Municípios produtores<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 445.939 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 2.262 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$5) 223 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 4.030 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Geração com Palha <strong>de</strong> Cana-<strong>de</strong>-Açúcar<br />

O potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> UTEs com palha <strong>de</strong> cana foi estimado a partir das<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> cana da região centro-sul, que constituem juntos quase totalida<strong>de</strong> do<br />

processamento <strong>de</strong> cana nacional. De acordo com o PNE 2030, a razão mássica entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> palha<br />

gerada pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cana produzida é <strong>de</strong> 0,14 (base seca).<br />

Atualmente, somente 50% da palha da cana-<strong>de</strong>-açúcar po<strong>de</strong>m ser aproveitadas para a geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong>. Isso ocorre <strong>de</strong>vido à prática da queima da palha <strong>de</strong> cana na pré-colheita. Entretanto, a legislação<br />

ambiental e a melhoria da colheita mecânica têm reduzido progressivamente essa prática, principalmente nos<br />

estados do centro-sul, que são os maiores produtores <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar.<br />

A Lei 11.241/2002 <strong>de</strong>termina que a queima da cana no Estado <strong>de</strong> São Paulo seja eliminada até 2021 para<br />

as áreas mecanizáveis (com inclinação menor que 12%), e suspensa totalmente até 2031. Recentemente,<br />

outros estados do centro-sul também têm adotado a legislação <strong>de</strong> controle e eliminação da queima da cana<strong>de</strong>-açúcar.<br />

Apesar do prazo para a eliminação total da queima em 2031, consi<strong>de</strong>rou-se neste estudo que toda a palha<br />

gerada atualmente po<strong>de</strong> ser utilizada para a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, se antecipada a substituição da colheita<br />

manual pela mecânica. Essa antecipação, no entanto, exige um custo <strong>de</strong> investimento não estimado pelo<br />

projeto, mas po<strong>de</strong> ser parcialmente ou totalmente compensado pela potencial receita <strong>de</strong> carbono.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

De acordo com estudos feitos pelo PNE, usualmente uma parcela da palha da cana permanece no campo<br />

após a colheita visando, sobretudo, à proteção do solo. Em função disso, consi<strong>de</strong>rou-se um aproveitamento <strong>de</strong><br />

60% da palha da cana, excluindo somente a parcela <strong>de</strong>ixada no campo.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-29 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-30.<br />

Tabela 0-29 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PJ *t CO₂e/ano+ =Q PJ [tonelada/ano] x (CF AUX *tCO₂/tonelada+ + CF TRANSP/OPAGR<br />

*tCO₂/tonelada+)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PJ<br />

Tabela 0-30 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

47<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o fator<br />

<strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Po<strong>de</strong>r calorífico da palha e ponta <strong>de</strong> cana 16 GJ/tonelada PNE 2030<br />

Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> na planta <strong>de</strong> projeto a partir <strong>de</strong><br />

biomassa<br />

20% % Simplificação metodologia AM0085<br />

CF AUX Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível auxiliar 0,006 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

CF TRANSP/OPAGR<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustível fóssil para operações<br />

agrícolas/transporte da biomassa<br />

0,005 tCO₂/tonelada <strong>de</strong> biomassa 1<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual (em função da safra <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar) 4033 horas/ano 2<br />

Custo unitário para investimento 1782 US$/kW 1<br />

1. Média dos PDDs: UTE São Borja 12.3 MW Rice Husk Project/Electricity generation from renewable sources – Sykué I Thermoelectric Power Plant/GEEA Biomass 5 MW Power Plant<br />

Project, referred to as the Project.<br />

2. Média dos PDDs: Guaíra bagasse cogeneration efficiency project/CEVASA distillery biomass power generation project/Noroeste Paulista biomass residue cogeneration project/Lagoa<br />

da Prata cogeneration project/Santo Inácio biomass residue cogeneration Project.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Resíduos <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Cana – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis municípios produtores<br />

i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução<br />

<strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética<br />

nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-31 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-31 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Geração com Resíduos <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Cana-<strong>de</strong>-açúcar<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 11,3 kgCO₂e/tonelada <strong>de</strong> cana produzida<br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 609 tCO₂e/(MW x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 4.863.531 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 48.635.306 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 279* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 174.320 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 7.981 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 486 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 14.221 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


48<br />

Barreiras<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Projetos <strong>de</strong>sse tipo utilizam resíduos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e da agricultura para a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. Esse tipo<br />

<strong>de</strong> geração é raro no Brasil, portanto, há poucas ativida<strong>de</strong>s realizadas em escala comercial. Consequentemente,<br />

há barreiras tecnológicas para a construção <strong>de</strong> usinas termoelétricas (UTEs) a resíduos <strong>de</strong> biomassa.<br />

Assim como para as outras iniciativas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, as altas taxas <strong>de</strong> juros e o retorno do<br />

investimento a longo prazo também consistem em entraves ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses projetos. No entanto,<br />

iniciativas <strong>de</strong> energia renovável como essa enfrentam barreiras ainda maiores associadas aos riscos <strong>de</strong> se<br />

adotar tecnologias <strong>de</strong>sconhecidas – isto é, é mais fácil conseguir empréstimo para uma termelétrica tradicional<br />

do que uma que usa biomassa. Por fim, <strong>de</strong>ve ser ressaltado que não há incentivos para usinas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia elétrica através <strong>de</strong> biomassa.<br />

Cogeração com Bagaço <strong>de</strong> Cana<br />

Na indústria sucroalcooleira brasileira, as necessida<strong>de</strong>s energéticas são atendidas quase integralmente<br />

pela biomassa residual do processamento <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar. Porém, o processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia muitas<br />

vezes é ineficiente, pois a capacida<strong>de</strong> energética é muito superior às necessida<strong>de</strong>s do processo produtivo.<br />

Po<strong>de</strong>-se afirmar que todas as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> cana geram eletricida<strong>de</strong> com bagaço e existe<br />

potencial para exportação da eletricida<strong>de</strong> exce<strong>de</strong>nte ao SIN através do aumento da eficiência <strong>de</strong> geração.<br />

O potencial <strong>de</strong> cogeração com bagaço <strong>de</strong> cana foi estimado a partir das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong><br />

cana da região centro-sul, que juntas constituem quase totalida<strong>de</strong> do processamento <strong>de</strong> cana nacional. A partir<br />

do conhecimento dos principais produtores, estimou-se uma eficiência <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> atual e uma<br />

meta a ser alcançada com base nos projetos <strong>de</strong> MDL já <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil até o momento.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-32 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-33.<br />

Tabela 0-32 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB<br />

Tabela 0-33 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o fator <strong>de</strong><br />

emissão para um sistema elétrico"<br />

Eficiência média atual <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 35 kWh/tonelada <strong>de</strong> cana 1<br />

Eficiência média que po<strong>de</strong> ser alcançada 94 kWh/tonelada <strong>de</strong> cana 1<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 4.033 horas/ano 1<br />

Custo unitário para investimento 1.007.693 US$/MW 1<br />

1 Média dos PDDs: Guaíra bagasse cogeneration efficiency project/CEVASA distillery biomass power generation project/Noroeste Paulista biomass residue cogeneration project/Lagoa da<br />

Prata cogeneration project/Santo Inácio biomass residue cogeneration project.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Cogeração com Bagaço <strong>de</strong> Cana – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados para a<br />

implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs,<br />

potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-34 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-34 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Cogeração com Bagaço <strong>de</strong> Cana-<strong>de</strong>-açúcar<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 9,72 kgCO₂e/tonelada <strong>de</strong> cana produzida<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 4.190.931 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 41.909.309 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 279* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 150.213 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 6.357 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 419 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 6.406 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

foi entregue será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Cogeração com Licor Negro<br />

Da mesma forma que para a cogeração com bagaço <strong>de</strong> cana, consi<strong>de</strong>rou-se como premissa que todas as<br />

unida<strong>de</strong>s produtoras <strong>de</strong> celulose geram eletricida<strong>de</strong> em função do seu processo produtivo. O licor negro,<br />

produzido durante o tratamento térmico da celulose, é aproveitado posteriormente no processo, gerando<br />

eletricida<strong>de</strong>.<br />

Da mesma maneira que nas indústrias sucroalcooleiras, essa eletricida<strong>de</strong> tem como objetivo suprir as<br />

necessida<strong>de</strong>s do processo produtivo e muitas vezes é gerada <strong>de</strong> forma ineficiente. O potencial <strong>de</strong> cogeração<br />

com licor negro foi estimado com base nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> celulose existentes, estimando-se uma<br />

eficiência <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> atual e uma meta a ser alcançada com base em especialistas do setor.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-35 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-36.<br />

Tabela 0-35 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB<br />

Tabela 0-36 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,2 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM<br />

Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong><br />

construção<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,2 tCO₂/MWh<br />

0,1 tCO₂/MWh MCT<br />

49<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Fator licor negro/pasta <strong>de</strong> celulose 1,5 Ton <strong>de</strong> licor negro/ton <strong>de</strong> pasta <strong>de</strong> celulose Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Eficiência média atual <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 425,8 kWh/tonelada <strong>de</strong> licor negro Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Eficiência média que po<strong>de</strong> ser alcançada 487,8 kWh/tonelada <strong>de</strong> licor negro Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 6538 horas/ano Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Custo unitário para investimento 1575,5 US$/kW<br />

PDDs: Biomass based Cogeneration Power Project in Uttar<br />

Pra<strong>de</strong>sh e Hunan Juntai Biomass Power Plant Project


50<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Cogeração com Licor Negro – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados para a<br />

implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs,<br />

potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-37 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis<br />

Tabela 0-37 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Cogeração com Licor Negro<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 15,0 kgCO₂e/tonelada <strong>de</strong> cana produzida<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 190.526 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 1.905.262 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 35* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 54.436 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 178 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 19 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 281 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que não h barreiras tecnológicas à implementação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> com resíduos <strong>de</strong> biomassa, j que tecnologias eficientes são comercialmente disponíveis no País.<br />

No entanto, as usinas operam com baixa eficiência e não são competitivas quando comparadas com outras<br />

opções <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia. Dentre os entraves à instalação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cogeração com resíduos <strong>de</strong><br />

biomassa, <strong>de</strong>stacam-se as barreiras técnicas, <strong>de</strong> investimento e <strong>de</strong> prática comum.<br />

Em relação às barreiras técnicas, a capacida<strong>de</strong> das linhas <strong>de</strong> transmissão po<strong>de</strong> ser insuficiente para<br />

aten<strong>de</strong>r a oferta <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> exce<strong>de</strong>nte em algumas regiões do país.<br />

No que tange às barreiras <strong>de</strong> investimento, assim como para a geração <strong>de</strong> energia hidrelétrica, eólica e<br />

com biomassa renovável, as restrições <strong>de</strong> financiamento a longo prazo também dificultam o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> cogeração com resíduos <strong>de</strong> biomassa. Adicionalmente, há um custo adicional <strong>de</strong> interligação do<br />

produtor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> com os sistemas <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> energia elétrica que po<strong>de</strong> inviabilizar o projeto.<br />

No que concerne especificamente ao setor sucroalcooleiro, no Brasil, praticamente todas as<br />

usinas/<strong>de</strong>stilarias realizam cogeração a partir do bagaço <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-aç car em suas instalações durante o<br />

período da safra, sendo autossuficientes em suas <strong>de</strong>mandas térmica e eletromec nica. Usualmente, a<br />

eletricida<strong>de</strong> produzida aten<strong>de</strong> completamente à <strong>de</strong>manda interna. Quando h produção <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes, a<br />

eletricida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser exportada para o Sistema Interligado Nacional (SIN). No setor <strong>de</strong> papel e celulose, o<br />

cenário é semelhante. Contudo, apesar da autossufici ncia em energia elétrica, a geração <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes<br />

nesses setores é ainda limitada.<br />

Além das barreiras mencionadas acima, quando se trata <strong>de</strong> usinas <strong>de</strong> açúcar e álcool ou fábricas <strong>de</strong><br />

celulose, não há um forte incentivo para investimento em centrais próprias <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stinada ao SIN. Isso ocorre <strong>de</strong>vido à percepção do alto risco associado e que o mesmo montante investido no<br />

negócio tradicional (produção <strong>de</strong> etanol/açúcar e celulose) terá remuneração mais segura e mais significativa.<br />

Portanto, a tendência é que as empresas invistam em sua ativida<strong>de</strong> principal, ao invés <strong>de</strong> investir em geração<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> para a re<strong>de</strong>.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Ainda se tratando da barreira <strong>de</strong> prática comum, apesar <strong>de</strong> historicamente os setores sucroalcooleiro e <strong>de</strong><br />

celulose terem apresentado elevadas taxas <strong>de</strong> crescimento, há uma barreira cultural para implantação <strong>de</strong>sses<br />

tipos <strong>de</strong> projeto que representa um obstáculo consi<strong>de</strong>rável: a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> para venda à re<strong>de</strong> e a<br />

negociação <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> no mercado <strong>de</strong> energia são relativamente novos nesses setores. sso po<strong>de</strong> ser<br />

ilustrado pela atual forma <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> energia elétrica (isto é, leilões) que impõe dificulda<strong>de</strong>s<br />

adicionais, na medida em que h <strong>de</strong>sconhecimento sobre o setor elétrico e com a sistem tica dos leilões.<br />

Substituição <strong>de</strong> Combustível<br />

As metodologias ACM0011, AM0007 e AMS-III.AH. são aplicáveis para reduções <strong>de</strong> emissões provenientes<br />

<strong>de</strong> diferentes projetos <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> combustível. A ACM0011 envolve a troca <strong>de</strong> combustível em usina geradora<br />

<strong>de</strong> energia elétrica a base <strong>de</strong> carvão ou <strong>de</strong> combustíveis <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo para gás natural. Já a AM0007<br />

abrange a substituição do combustível utilizado em plantas <strong>de</strong> cogeração <strong>de</strong> biomassa na entressafra. Essa<br />

última metodologia não foi utilizada nesta análise em função do <strong>de</strong>sconhecimento da prática usual para a<br />

geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> em UTEs <strong>de</strong> biomassa na entressafra.<br />

A metodologia <strong>de</strong> pequena escala, AMS-III.AH., se aplica a qualquer projeto <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização ou troca <strong>de</strong><br />

combustíveis intensivos em carbono para combustíveis menos intensivos em carbono e/ou renováveis.<br />

A redução <strong>de</strong> emissão, para qualquer metodologia empregada, se dá em função da maior emissão <strong>de</strong> gases<br />

<strong>de</strong> efeito estufa do combustível utilizado na linha <strong>de</strong> base, quando comparada às emissões com a utilização <strong>de</strong>sses<br />

combustíveis menos carbonointensivos e renováveis.<br />

Troca <strong>de</strong> Combustível em Termelétricas<br />

Para avaliação do potencial <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustível em UTEs, consi<strong>de</strong>rou-se a troca <strong>de</strong> combustível<br />

para gás natural em todas as usinas a óleo combustível e diesel em construção e outorgadas pela Aneel. O<br />

potencial <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustível em UTEs não abrange todas as usinas em operação, visto que nem<br />

todas as usinas em operação são aptas a substituir o combustível sem que haja um esforço técnico e<br />

econômico que inviabilize o projeto. Com base nesse pressuposto, estimou-se a troca <strong>de</strong> combustível em todas<br />

as usinas a óleo diesel em operação <strong>de</strong>vido à tecnologia comumente empregada.<br />

Dentre as UTEs avaliadas, foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas as localizadas nos Estados em que não há gasodutos<br />

para distribuição <strong>de</strong> gás natural. São eles: AC, RO, RR, PA, AP, MA, PI, TO, GO.<br />

Não foi estimado o ganho <strong>de</strong> eficiência em função da troca <strong>de</strong> combustível, permanecendo fixa em 35%<br />

para todas as usinas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong> combustível.<br />

Para o fator <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, utilizaram-se diferentes fatores <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do <strong>de</strong>stino dado à eletricida<strong>de</strong><br />

gerada nas UTEs. Para as usinas <strong>de</strong> registro, estimou-se um fator <strong>de</strong> 10% consi<strong>de</strong>rando que essas usinas operam<br />

normalmente somente em que da <strong>de</strong> energia elétrica e em horários <strong>de</strong> pico. Já para as usinas <strong>de</strong> serviço público a<br />

diesel, o fator <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>spacho do sistema que prioriza a operação das fontes<br />

renováveis. As <strong>de</strong>mais usinas foram mantidas com um fator <strong>de</strong> 90%.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-38 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-39.<br />

Tabela 0-38 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG LB [MWh/ano] x 3,6/η x EF *kgCO₂e/GJ+/1000<br />

Emissões <strong>de</strong> Projeto<br />

E PJ *t CO₂e/ano+ = EG LB [MWh/ano] x 3,6/η x EF GN *kgCO₂e/GJ+/1000<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PJ<br />

51


52<br />

Tabela 0-39 – Parâmetros<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o fator <strong>de</strong><br />

emissão para um sistema elétrico"<br />

η Eficiência média <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> das UTEs 35% % Premissa Icf&Fi<strong>de</strong>s<br />

EF OC Fator <strong>de</strong> emissão óleo combustível 77,6 kgCO₂e/GJ IPCC 2006<br />

EF OD Fator <strong>de</strong> emissão óleo diesel 74,3 kgCO₂e/GJ IPCC 2006<br />

EF GN Fator <strong>de</strong> emissão gás natural 56,2 kgCO₂e/GJ IPCC 2006<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 8.760 horas/ano<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diesel no B5 95% %<br />

Fator <strong>de</strong> Capacida<strong>de</strong> – Usinas SP a óleo diesel 1% % PDE 2019<br />

Fator <strong>de</strong> Capacida<strong>de</strong> – Usinas PIE/APE 90% % Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Fator <strong>de</strong> Capacida<strong>de</strong> – Usinas REG 10% % Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Custo unitário para investimento 25.517 US$/MW 1<br />

1 Média dos PDDs: Fuel Switching Project of the Aqaba Thermal Power Station (ATPS)/LKPPL Fuel switch project for generation of cleaner power<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Troca <strong>de</strong> Combustível em Termelétricas – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados<br />

para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões<br />

<strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim<br />

como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Vale ressaltar que algumas usinas contempladas no projeto, as usinas autoprodutoras <strong>de</strong> energia, estão<br />

contempladas também no projeto <strong>de</strong> Conexão <strong>de</strong> Sistemas Isolados, logo, <strong>de</strong>ve-se excluí-las <strong>de</strong> um dos<br />

projetos para obter o número real <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-40 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-40 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Troca <strong>de</strong> Combustível em UTEs<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 1.541 tCO₂e/MW instalado/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 11.038.279 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 110.382.794 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 343* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 321.816 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 0 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 1.104 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 183 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Apesar <strong>de</strong> haver alguns projetos <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> combustível (<strong>de</strong> carvão ou <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> petróleo para gás<br />

natural) já <strong>de</strong>senvolvidos no mundo, principalmente, na Ásia, ainda não foram <strong>de</strong>senvolvidos projetos <strong>de</strong>sse<br />

tipo no Brasil. Nesse sentido, po<strong>de</strong>-se afirmar que há barreira <strong>de</strong> prática comum, associada às incertezas<br />

provenientes do pioneirismo, bem como a falta <strong>de</strong> informação sobre as condições nacionais para<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses projetos.<br />

Os projetos <strong>de</strong>senvolvidos na Ásia levantaram como principal barreira os investimentos necessários para a<br />

implementação do novo processo que usaria outro combustível, somada à instabilida<strong>de</strong> no preço do<br />

combustível (fator esse que não é tão representativo no Brasil).


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

No Brasil, a principal barreira <strong>de</strong> investimento para esse tipo <strong>de</strong> projeto consiste nos custos tecnológicos e <strong>de</strong><br />

integração com o sistema nacional <strong>de</strong> dutos <strong>de</strong> gás natural. Adicionalmente, há uma barreira técnica relacionada à<br />

garantia <strong>de</strong> suprimento do gás natural, já que parte da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>sse combustível é atendida por países sulamericanos<br />

politicamente instáveis, sobretudo, a Bolívia. Adicionalmente, há limitações tecnológicas nas próprias<br />

UTEs, já que em função da tecnologia empregada nem todas as usinas são tecnicamente viáveis à troca <strong>de</strong><br />

combustível.<br />

Eficiência Energética<br />

Como o sistema brasileiro é predominantemente hidrelétrico, foram excluídas as metodologias ACM0013,<br />

AM0029, AM0048, AM0084, AM0087, AMS-II.K. e NM0336, que consi<strong>de</strong>ram a instalação <strong>de</strong> novas usinas <strong>de</strong><br />

combustível fóssil. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da eficiência das UTEs a combustível fóssil, não haverá redução <strong>de</strong><br />

emissões quando comparado à energia fornecida na linha <strong>de</strong> base pelas usinas geradoras do SIN.<br />

As <strong>de</strong>mais metodologias – ACM0012, AM0052, AM0061, AM0062, AM0074, AMS-II.B., AMS-III.AC., NM0292<br />

e NM0241 – foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados disponível para a análise, pouca aplicação<br />

e/ou reduzidos recursos para contemplar todas as oportunida<strong>de</strong>s existentes.<br />

Dessa forma, as medidas <strong>de</strong> eficiência energética consi<strong>de</strong>radas na geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> foram baseadas<br />

na metodologia ACM0007 – adição <strong>de</strong> ciclo às usinas <strong>de</strong> ciclo aberto.<br />

O pressuposto central para a redução <strong>de</strong> emissão da medida <strong>de</strong> eficiência energética é uma maior geração<br />

<strong>de</strong> energia, que na linha <strong>de</strong> base seria fornecida pelo SIN ou gerada por uma usina geradora <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> a<br />

base <strong>de</strong> combustível fóssil. Logo, a redução <strong>de</strong> emissões ocorre, principalmente, em função do menor consumo<br />

<strong>de</strong>sse combustível, seja das usinas geradoras conectadas ao SIN ou fontes geradoras cativas.<br />

Adição <strong>de</strong> Segundo Ciclo a UTEs <strong>de</strong> Ciclo Simples<br />

Esse projeto aplica-se a UTEs que geram energia por meio <strong>de</strong> um ciclo simples consumindo gás natural e<br />

consiste na geração adicional <strong>de</strong> energia por meio da implementação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> calor e<br />

geração <strong>de</strong> vapor que será enviado a uma turbina a vapor.<br />

A adição <strong>de</strong> ciclo às usinas controladas pelo governo (por exemplo, Furnas) as tornaria menos flexíveis<br />

operacionalmente para aten<strong>de</strong>r as inúmeras partidas e paradas rápidas características do sistema hidrotérmico<br />

brasileiro. Logo, essas foram excluídas do conjunto <strong>de</strong> UTEs potenciais <strong>de</strong> aplicação do projeto por<br />

conservadorismo, não as <strong>de</strong>sclassificando tecnicamente para tal.<br />

As usinas <strong>de</strong> registro também foram <strong>de</strong>sprezadas da estimativa uma vez que essas funcionam, na maioria<br />

das vezes, como back-up em caso <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> energia ou em picos <strong>de</strong> consumo (como em hospitais, por<br />

exemplo), sendo dificilmente candidatas a esse tipo <strong>de</strong> projeto.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-41 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-42.<br />

Tabela 0-41 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE *t CO₂e/ano+ = (EG PJ [MWh/ano] – EG LB [MWh/ano]) x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

53


54<br />

Tabela 0-42 – Parâmetros<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Tempo <strong>de</strong> operação 8760 h/ano<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Fator <strong>de</strong> Disponibilida<strong>de</strong> 90% %<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Tolmasquim, M.T. (coord.) (2005). Geração <strong>de</strong> Energia<br />

Elétrica no Brasil.<br />

Po<strong>de</strong>r calorífico do gás natural 0,041575 GJ/m³ BEN 2009<br />

Eficiência média das usinas <strong>de</strong> ciclo aberto 38,7% % PNE 2030<br />

Eficiência média das usinas <strong>de</strong> ciclo combinado 50% % PNE 2030<br />

Custo unitário médio para adição do segundo ciclo 87,6 US$/kW adicional PDD: Termonorte CCGT Project<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Adição <strong>de</strong> Ciclo à Usinas <strong>de</strong> Ciclo Aberto – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis usinas i<strong>de</strong>ntificadas<br />

para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões<br />

<strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim<br />

como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Vale ressaltar que algumas usinas contempladas no projeto, as usinas autoprodutoras <strong>de</strong> energia, estão<br />

contempladas também no projeto <strong>de</strong> Conexão <strong>de</strong> Sistemas Isolados, logo, <strong>de</strong>ve-se excluí-las <strong>de</strong> um dos<br />

projetos para obter o número real <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-43 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis<br />

Tabela 0-43 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Adição <strong>de</strong> Ciclo a Usinas <strong>de</strong> Ciclo Aberto<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 376,3 tCO₂e/ano/MW instalado<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 1.579.455 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 15.794.546 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 18 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 877.475 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 1.226 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 158 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 107,4 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Atualmente, há somente um projeto <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> segundo ciclo a plantas <strong>de</strong> ciclo aberto <strong>de</strong> turbinas a gás<br />

<strong>de</strong>senvolvido no Brasil. Dentre as barreiras i<strong>de</strong>ntificadas, <strong>de</strong>stacam-se as tecnológicas, <strong>de</strong> prática comum e <strong>de</strong><br />

investimento.<br />

No que concerne às barreiras tecnológicas, a implementação e operação & manutenção <strong>de</strong>sse processo<br />

requer mão <strong>de</strong> obra especializada, que provavelmente não é disponível no site, bem como não é abundante no<br />

País, <strong>de</strong>mandando investimentos em treinamento e/ou contratação <strong>de</strong> pessoal especializado.<br />

No que concerne à barreira <strong>de</strong> investimento, esse tipo <strong>de</strong> planta não é atrativo financeiramente,<br />

principalmente, em pequena escala, por <strong>de</strong>mandar elevado custo <strong>de</strong> capital – isto é, altos investimentos<br />

tecnológicos não justificam a adoção <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto em pequena escala.<br />

Finalmente, o consumo <strong>de</strong> água aumenta significativamente com essa mudança, o que acarreta num novo<br />

custo que ten<strong>de</strong> a aumentar gradativamente nos próximos anos, <strong>de</strong>vido à escassez <strong>de</strong> água.


Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 2<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

A Tabela 0-44 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs propostos no MDL que se<br />

enquadram no elo 2 e se encontram nas seguintes etapas do processo no Brasil: validação, já validados e<br />

registrados. Também são apresentados: o potencial total e médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão gerada por esses<br />

projetos, bem como o número <strong>de</strong> projetos propostos no resto do mundo (que se encontram nas etapas <strong>de</strong><br />

validação, já validados e registrados).<br />

Tabela 0-44 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 2 – Setor <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Iniciativas <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong><br />

Emissão – Projetos<br />

<strong>de</strong> MDL<br />

Eficiência<br />

Energética<br />

SF6<br />

Metodologia<br />

s <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 2 – Transmissão/Distribuição <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos *<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

55<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no resto do<br />

Mundo<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

AMS-II.A - - - - - - - 4<br />

AM0035 1 - - - 1 8 - 3<br />

AM0079 - - - - - - - 1<br />

Conexão do Sistema<br />

Isolado ao Sistema<br />

Interligado<br />

AM0045 - - 1 - 1 68 68 -<br />

* Excluem-se os Projetos Rejeitados.<br />

Como po<strong>de</strong> ser verificado na Tabela 0-44, no Brasil ainda não foram <strong>de</strong>senvolvidos projetos <strong>de</strong> MDL <strong>de</strong><br />

eficiência energética na transmissão e distribuição <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. No resto do mundo, há somente quatro<br />

projetos propostos até o momento.<br />

Para as medidas <strong>de</strong> redução das fugas do gás isolante <strong>de</strong> equipamentos elétricos, existe apenas um<br />

projeto proposto no Brasil, que se encontra na etapa <strong>de</strong> validação pela EOD e cujo potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

emissão é <strong>de</strong> 8 ktCO₂e/ano. No resto do mundo, mais quatro projetos já foram propostos no âmbito do MDL.<br />

Nas iniciativas <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs <strong>de</strong>vido à conexão <strong>de</strong> sistemas isolados ao SIN, observamse<br />

dois projetos <strong>de</strong> MDL já propostos no Brasil (um já registrado e o outro em validação pela EOD). Com base<br />

nesses dois projetos, o potencial médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão é <strong>de</strong> 34 ktCO₂e/ano. Nenhum projeto <strong>de</strong>ssa<br />

natureza foi proposto no âmbito do MDL no resto do mundo.<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados à Transmissão e Distribuição <strong>de</strong> Energia Elétrica<br />

No elo <strong>de</strong> transmissão e distribuição, foram avaliadas 6 metodologias, das quais 4 foram incluídas no estudo do<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs no País, agrupadas em 3 tipos <strong>de</strong> projetos concernentes à eficiência<br />

energética, redução <strong>de</strong> vazamentos <strong>de</strong> gás SF6 e conexão se sistemas isolados.<br />

Eficiência Energética<br />

Projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão na transmissão e distribuição <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

eficiência energética incluem a instalação, adição <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, mo<strong>de</strong>rnização ou substituição <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong><br />

transmissão e distribuição (por exemplo, transformadores <strong>de</strong> alta eficiência).<br />

As metodologias que se aplicam para <strong>de</strong>terminação das reduções <strong>de</strong> emissões provenientes <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />

iniciativa são a AM0067, AMS-II.A. e NM0334.<br />

Para fins <strong>de</strong>sse projeto, consi<strong>de</strong>rou-se somente a eficiência energética na distribuição <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, em<br />

que h a maior perda em função das menores tensões e perdas comerciais (os chamados “gatos”). Portanto,<br />

foi excluída a nova metodologia, NM0334, que é aplicada somente a eficiência energética nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

transmissão.<br />

A redução <strong>de</strong> emissões é resultante principalmente da eletricida<strong>de</strong> gerada que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser perdida na<br />

distribuição da re<strong>de</strong> elétrica.


56<br />

Eficiência Energética na Distribuição <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição representam o mecanismo pelo qual a energia elétrica atinge seus consumidores<br />

finais, que incluem unida<strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e comerciais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua respectiva central <strong>de</strong> transmissão. Nesse<br />

contexto, a adoção <strong>de</strong> medidas que visam a obter maior eficiência energética nas re<strong>de</strong>s resultam na<br />

minimização <strong>de</strong> perdas energéticas durante sua distribuição. Como exemplo <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> eficiência<br />

energética na distribuição <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m-se citar a correção <strong>de</strong> vazamentos <strong>de</strong> linha ou a retificação do<br />

traçado das linhas <strong>de</strong> distribuição.<br />

As perdas elétricas nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição brasileiras foram estimadas por meio da participação<br />

energética <strong>de</strong> cada concessionária, atribuindo para essas um coeficiente <strong>de</strong> perda característico <strong>de</strong> cada região<br />

do Brasil.<br />

Como resultado da adoção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> eficiência energética nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição, <strong>de</strong>terminou-se<br />

como meta <strong>de</strong> alcance para cada concessionária o fator <strong>de</strong> redução equivalente à região <strong>de</strong> menor perda, que<br />

consiste na Região Sul, com 11,8% <strong>de</strong> perda energética. Perdas do SIN incluem as perdas da transmissão.<br />

Porém, como as perdas na transmissão são menores, utilizou-se <strong>de</strong> forma conservadora as perdas do SIN para<br />

a estimativa na ausência <strong>de</strong> informações mais específicas para distribuição.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-45 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-46.<br />

Tabela 0-45 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EG LB [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PJ *t CO₂e/ano+ = EG PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PJ<br />

Tabela 0-46 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM<br />

Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada <strong>de</strong> operação e<br />

construção<br />

0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Fator <strong>de</strong> perda mínima (Igual ao sistema <strong>de</strong> menor perda elétrica – Sul) 11,8% % Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 7884 horas/ano Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Fator <strong>de</strong> perda para a região Su<strong>de</strong>ste/Centro – Oeste 16,1% % PDE 2019<br />

Fator <strong>de</strong> perda para a região Sul 11,8% % PDE 2019<br />

Fator <strong>de</strong> perda para a região Nor<strong>de</strong>ste 18,3% % PDE 2019<br />

Fator <strong>de</strong> perda para a região Norte 16,7% % PDE 2019<br />

Investimento unitário 870,51<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

US$/MWh<br />

conservado<br />

Calculado a partir do PDD (ID: CDM6233)<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto – Eficiência<br />

Energética na Distribuição <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> concessionárias i<strong>de</strong>ntificadas para a<br />

implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs,<br />

potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-47 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-47 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Distribuição <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 6,25 tCO₂e/GWh fornecido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 1.717.745 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 17.177.454 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 49 Concessionárias<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto –<br />

em 10 anos<br />

350.560 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 1.333 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10<br />

anos (CER a US$10)<br />

172 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 9.148 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Os únicos projetos <strong>de</strong> eficiência energética com redução <strong>de</strong> perdas elétricas na re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

distribuição/transmissão <strong>de</strong>senvolvidos no mundo estão concentrados na Índia. Em todos os projetos, as<br />

barreiras <strong>de</strong> investimento foram mencionadas, <strong>de</strong>ntre as quais cabe <strong>de</strong>stacar: (i) concessão <strong>de</strong> empréstimos<br />

com altas taxas <strong>de</strong> juros; e (ii) custos <strong>de</strong> P&D do novo processo. Devido ao fato <strong>de</strong> não recompensa <strong>de</strong>sses<br />

custos pelas economias advindas da redução <strong>de</strong> perdas elétricas na re<strong>de</strong>, trata-se <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> investimento<br />

sem retorno equivalente em médio e longo prazo.<br />

Em termos <strong>de</strong> barreiras tecnológicas, além da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong> pessoal, acompanhamento<br />

e manutenção dos novos processos, são necessários coleta <strong>de</strong> dados e análise aprofundada para encontrar os<br />

pontos da re<strong>de</strong> em que seria possível diminuir as perdas. O sistema existente envolve baixíssimos riscos e já<br />

está instalado funcionando a<strong>de</strong>quadamente, portanto, adquirir um novo sistema implica gastos e riscos<br />

in<strong>de</strong>sejados pelos potenciais <strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>sse tipo.<br />

Finalmente, por não ter nenhum projeto do tipo <strong>de</strong>senvolvido no Brasil, a implementação <strong>de</strong>sse projeto<br />

po<strong>de</strong> enfrentar diversas e custosas barreiras inevitáveis <strong>de</strong>vido ao seu pioneirismo.<br />

Redução <strong>de</strong> Vazamento <strong>de</strong> SF6<br />

As metodologias aplicáveis à <strong>de</strong>terminação das reduções <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> SF6 nos sistemas <strong>de</strong> transmissão<br />

e distribuição são a AM0035 e AM0079. As iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão incluem a redução <strong>de</strong> perda do<br />

gás isolante através da substituição ou reparo <strong>de</strong> equipamentos elétricos, bem como a instalação <strong>de</strong> sistemas<br />

<strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> SF6 para reciclagem.<br />

No caso da AM0079, essa iniciativa po<strong>de</strong> ser aplicada para recuperação e reciclagem do gás SF6 usado que<br />

seria ventado após testes <strong>de</strong> equipamentos elétricos (AM0079). Esses testes são realizados como parte <strong>de</strong> um<br />

processo <strong>de</strong> certificação e avaliação ou durante o <strong>de</strong>senvolvimento e produção <strong>de</strong> um equipamento elétrico.<br />

Devido à falta <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados referente às empresas ou indústrias responsáveis por tais testes, essa<br />

metodologia não foi consi<strong>de</strong>rada na análise.<br />

A redução <strong>de</strong> emissões do projeto contemplado ocorre <strong>de</strong>vido, principalmente, à redução <strong>de</strong> vazamento<br />

do gás isolante com a implantação do projeto.<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> SF6 na Transmissão <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Devido às suas características isolantes, o hexafluoreto <strong>de</strong> enxofre (SF6) é um gás utilizado na indústria<br />

elétrica, como meio isolante e extintor <strong>de</strong> arco elétrico, principalmente em disjuntores e subestações elétricas.<br />

Como o SF6 possui um alto potencial <strong>de</strong> aquecimento global, <strong>de</strong> forma que pequenas emissões <strong>de</strong>sse gás<br />

significam gran<strong>de</strong>s emissões em termos <strong>de</strong> CO₂ equivalente.<br />

As subestações funcionam como ponto <strong>de</strong> transferência em um sistema <strong>de</strong> transmissão elétrica,<br />

direcionando e controlando o fluxo energético, transformando os níveis <strong>de</strong> tensão. Dessa forma, atribuiu-se as<br />

emissões <strong>de</strong> SF6 à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação dos agentes transmissores <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

57


58<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Na avaliação do potencial brasileiro <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>sse projeto, contemplaram-se somente os associados<br />

da Associação Brasileira das Gran<strong>de</strong>s Empresas <strong>de</strong> Transmissão <strong>de</strong> Energia Elétrica (Abrate), que representam a<br />

maior parte dos agentes transmissores.<br />

Para os cálculos, utilizaram-se como referência os dados específicos dispostos no Documento <strong>de</strong> Concepção<br />

do Projeto (DCP) em validação “SF6 Emissions Reduction Program at AES Eletropaulo” e no nvent rio <strong>de</strong> Emissões<br />

<strong>de</strong> GEEs do Sistema Eletrobras. Assim como nesse DCP, as emissões <strong>de</strong> projeto foram consi<strong>de</strong>radas<br />

negligenciáveis.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela 0-48 e<br />

dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-49.<br />

Tabela 0-48 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = CT(MVA/ano) x EF (tCO₂e/MVA)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB<br />

Tabela 0-49 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o fator <strong>de</strong> emissão<br />

para um sistema elétrico"<br />

GWP SF6 Potencial <strong>de</strong> aquecimento global do SF 6 23.900 tCO₂e/tSF 6 Metodologia AM0035<br />

EF SF6 Fator <strong>de</strong> emissão médio do gás SF 6 1,16 tCO₂e/MVA calculado<br />

Custo unitário para investimento = Custo <strong>de</strong> investimento em<br />

equipamentos (R$)/Redução total <strong>de</strong> emissão (t CO₂e)<br />

Custo dos equipamentos utilizados no PDD SF6 Emissions<br />

Reduction Program at AES Eletropaulo<br />

485 US$/kg SF 6<br />

Calculado com base no PDD SF 6 Emissions Reduction Program at AES<br />

Eletropaulo<br />

281.300 RS$ PDD SF6 Emissions Reduction Program at AES Eletropaulo<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás recuperado no PDD SF6 Emissions Reduction<br />

Program at AES Eletropaulo<br />

327 kg SF6 PDD SF6 Emissions Reduction Program at AES Eletropaulo<br />

Conversão Real – Dólar (2010) 1,77 R$/US$ FED<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> SF6 na transmissão <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> – no Brasil, contemplando a o número <strong>de</strong> possíveis<br />

agentes transmissores i<strong>de</strong>ntificadas para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong><br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz<br />

energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-50 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-50 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> SF 6 na Transmissão <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 1,18 tCO₂e/(MVA x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 324.136 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 3.241.364 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 11* Agentes transmissores<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 294.669 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 0 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 32 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 6,6 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


Barreiras<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Até o momento, há somente um projeto <strong>de</strong> substituição/reparo em equipamentos elétricos já<br />

<strong>de</strong>senvolvido no Brasil 30 . As barreiras tecnológicas foram apontadas como principal impeditivo para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses projetos.<br />

A contaminação <strong>de</strong> SF6 em equipamentos <strong>de</strong> energia elétrica po<strong>de</strong> ser gerada em diversas etapas e a partir<br />

<strong>de</strong> diversas fontes, inter allia: (i) durante o manejo do gás no seu enchimento e evacuação <strong>de</strong> pequenas<br />

quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ar po<strong>de</strong>m ser adicionadas ao gás como um resíduo; (ii) <strong>de</strong>vido aos erros <strong>de</strong> manejo; (iii) a<br />

diferença <strong>de</strong> pressão po<strong>de</strong> fazer com que ar entre na tubulação.<br />

As técnicas para reaproveitamento mais eficiente do gás ainda não foram totalmente <strong>de</strong>senvolvidas por tratar-se<br />

<strong>de</strong> um gás relativamente barato e disponível para compra no mercado. É mais barato importar o gás do que investir em<br />

equipamentos caros e <strong>de</strong> difícil uso com o objetivo <strong>de</strong> reciclar ou reutilizar o gás – o treinamento <strong>de</strong> pessoal para lidar<br />

com esse processo inclui noções <strong>de</strong> manutenção, recalibragem e selagem para que não haja vazamentos. Apesar <strong>de</strong><br />

sistemas mais elaborados já terem sido <strong>de</strong>senvolvidos na Alemanha e no Japão, esses equipamentos ainda não estão<br />

disponíveis no Brasil, o que inci<strong>de</strong> na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong> pessoal para executar as funções e/ou criação <strong>de</strong><br />

um novo sistema nacional (alto custo <strong>de</strong> P&D).<br />

Expansão do Sistema Elétrico<br />

Há somente uma metodologia da CQNUMC que trata sobre a conexão <strong>de</strong> sistemas isolados ao SIN – a<br />

AM0045. Essa iniciativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão envolve a expansão <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> transmissão e distribuição a<br />

sistemas isolados, isto é, aqueles que não possuem acesso à re<strong>de</strong> elétrica. A redução <strong>de</strong> emissão ocorre se o<br />

fator <strong>de</strong> emissão do SIN for inferior ao fator <strong>de</strong> emissão das usinas geradoras <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> cativas que<br />

operariam na ausência da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto.<br />

Conexão <strong>de</strong> Sistemas Isolados ao Sistema Interligado Nacional<br />

Para que acorra redução das emissões com a implementação <strong>de</strong>sse projeto é preciso que as UTEs dos<br />

sistemas isolados sejam <strong>de</strong>sativadas, <strong>de</strong> modo que a eletricida<strong>de</strong> passe a ser fornecida a esses sistemas pelo<br />

SIN.<br />

As UTEs que operam isoladas, ou seja, que não exportam eletricida<strong>de</strong> ao SIN, po<strong>de</strong>m ser cativas, gerando<br />

energia para o próprio consumo, ou po<strong>de</strong>m fornecer eletricida<strong>de</strong> a terceiros. Neste último caso, normalmente as<br />

usinas são controladas pelo governo, proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> companhias <strong>de</strong> energia ou são empresas interessadas em<br />

exportar o exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> energia gerado como uma fonte alternativa <strong>de</strong> receita. Dessa forma, po<strong>de</strong>-se assumir<br />

que mesmo que essas consi<strong>de</strong>rem conectar-se ao SIN, dificilmente <strong>de</strong>sativarão as UTEs.<br />

Para efeito projeto, portanto, foram consi<strong>de</strong>radas somente as usinas autoprodutoras <strong>de</strong> energia como potenciais<br />

sites para projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs. Adotou-se como premissa que, mesmo que as empresas ou<br />

indústrias proprietárias <strong>de</strong>ssas usinas possam atualmente ter acesso ao SIN (isto é, mesmo não sendo sistemas<br />

isolados), todas as empresas ou indústrias que produzem energia para o próprio consumo apresentam oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões através da <strong>de</strong>sativação das usinas e, consequentemente, compra <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong>.<br />

Baseado nas faixas <strong>de</strong> eficiência obtidas na literatura assumiu-se uma eficiência média <strong>de</strong> 35% para as<br />

UTEs, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do combustível consumido.<br />

30 “SF6 Emissions Reduction Program at AES Eletropaulo”<br />

59


60<br />

Avaliação Técnica<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-51 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-52.<br />

Tabela 0-51 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

BE *t CO₂e/ano+ = EG LB [MWh/ano] x 3,6/n x EF *kgCO₂e/GJ+/1000<br />

Emissões <strong>de</strong> Projeto<br />

PE EE *t CO₂e/ano+ = EG LB [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+ x (1+ TL)<br />

PE SF6 *t CO₂e/ano+ = EG LB [MWh/ano] x EF SF6 *kgCO₂e/MWh+/1000<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = BE – (PE EE + PE SF6)<br />

Tabela 0-52 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular<br />

o fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Eficiência média <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> das UTEs 35% % Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diesel no B5 95% %<br />

EF OC Fator <strong>de</strong> emissão óleo combustível 77,6 kgCO₂e/GJ 1<br />

EF OD Fator <strong>de</strong> emissão óleo diesel 74,3 kgCO₂e/GJ 1<br />

EF CM Fator <strong>de</strong> emissão carvão mineral 94,6 kgCO₂e/GJ 1<br />

EF GN Fator <strong>de</strong> emissão gás natural 56,2 kgCO₂e/GJ 1<br />

Perda anual <strong>de</strong> gás SF6 dos equipamentos elétricos novos 0,08 kg <strong>de</strong> SF6/GWh 2<br />

GWP SF6 Potencial <strong>de</strong> aquecimento global do SF6 23.900 tCO₂e/tSF6 Metodologia AM0045<br />

EF SF6 Fator <strong>de</strong> emissão do gás SF6 1,89 kgCO₂e/MWh Calculado<br />

Perda <strong>de</strong> transmissão incremental 1,7% % 2<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 7.884 horas/ano Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Custo unitário para investimento 294 US$/MWh Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

1 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program.<br />

Disponível em www.ipcc-nggip.iges.or.jp. 2 Grid connection of the isolated system of Porto Murtinho city – MS/Celtins and Cemat grid connection of isolated systems.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Conexão <strong>de</strong> Sistemas Isolados – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis usinas i<strong>de</strong>ntificadas para a<br />

implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs,<br />

potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Vale ressaltar que as usinas Petroflex e Contagem, contempladas no projeto, estão consi<strong>de</strong>radas também<br />

no projeto <strong>de</strong> Adição <strong>de</strong> Ciclo à Usinas <strong>de</strong> Ciclo Aberto e, portanto, <strong>de</strong>ve-se excluí-las <strong>de</strong> um dos projetos para<br />

obter o número real <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-53 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-53 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Conexão <strong>de</strong> Sistemas Isolados<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 4.291 tCO₂e/MW instalado /ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 2.379.583 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 23.795.827 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 42 UTEs<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 566.567 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 555 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos<br />

(CER a US$10)<br />

238 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 1.288 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Ressalte-se que a contribuição à matriz energética é negativa <strong>de</strong>vido ao maior consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> da<br />

re<strong>de</strong> com a conexão dos sistemas.<br />

Barreiras<br />

De acordo com os Documentos <strong>de</strong> Concepção do Projeto (DCPs) <strong>de</strong>ssas iniciativas que já foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, assim como o “Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil”, h diversas barreiras para a expansão da<br />

re<strong>de</strong> em áreas isoladas, sobretudo, <strong>de</strong> investimento e técnicas.<br />

O fato <strong>de</strong> áreas isoladas/<strong>de</strong> baixa renda possuírem <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mográficas relativamente baixas acarreta<br />

numa baixa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia. Há também dificulda<strong>de</strong>s intrínsecas à operação e manutenção correta <strong>de</strong><br />

equipamentos <strong>de</strong> energia elétrica em áreas isoladas. Devido às gran<strong>de</strong>s distâncias e à distribuição esparsa, a<br />

operação é feita principalmente <strong>de</strong> modo remoto – a verificação física e a manutenção dos equipamentos é<br />

cara e não é tão frequente. Outra barreira é a falta <strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> nesses sistemas que impe<strong>de</strong> a adoção <strong>de</strong><br />

soluções padronizadas.<br />

Portanto, a expansão <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s para essas áreas não é viável sem subsídios substanciais. Nenhuma linha <strong>de</strong><br />

transmissão ou central <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia elétrica situada em sistemas isolados foi implementada sem<br />

subsídios governamentais. Mesmo atualmente, cerca <strong>de</strong> 20 anos após o início do processo <strong>de</strong> privatização das<br />

concessionárias no setor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, ainda há concessionárias no sistema isolado, compostas 100% <strong>de</strong> capital<br />

público (por exemplo, as Centrais Elétricas <strong>de</strong> Rondônia S. A. (Ceron), empresa controlada da Centrais Elétricas<br />

Brasileiras S.A. – Eletrobras).<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 3<br />

A Tabela 0-54 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE propostos no MDL que se<br />

enquadram no elo 3 e que se encontram nas etapas <strong>de</strong> validação, já validados e registrados no Brasil, bem<br />

como o potencial total e médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão e o número <strong>de</strong> projetos propostos no resto do mundo<br />

(também aqueles que se encontram nas etapas <strong>de</strong> validação, já validados e registrados).<br />

Como po<strong>de</strong> ser verificado na Tabela 0-54, no Brasil há somente dois projetos <strong>de</strong> eficiência energética<br />

nesse elo já propostos no MDL (ambos na etapa <strong>de</strong> validação pela EOD), enquanto no resto do mundo há 61<br />

projetos já <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

Com base nesses projetos brasileiros, o potencial médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão é <strong>de</strong> 3 ktCO₂e/ano.<br />

61


62<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-54 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 3 – Setor <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Iniciativas <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

– Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

Eficiência Energética<br />

Eficiência Energética<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 3 – Consumo <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos *<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL no resto<br />

do Mundo<br />

Número total<br />

<strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

AM0038 - - - - - - - 1<br />

AM0046 - - - - - - - 2<br />

MAS-II.C 2 - - - 2 7 3 15<br />

AMS-II.C<br />

AMS-I.A. ¹<br />

AMS-II.C.<br />

AMS-I.C.<br />

AMS.II.E.<br />

AMS-II.C.<br />

AMS-I.D. ¹<br />

AMS-II.C.<br />

AMS-II.D.<br />

AMS-II.C.<br />

AMS-II.J.<br />

AMS-II.C.<br />

AMS-III.Q.<br />

AMS-II.C.<br />

AMS-III.R.<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

MAS-II.E - - - - - - - 11<br />

AMS-II.I.E.,<br />

AMS-I.C.<br />

MAS-III.B.<br />

AMS-II.I.E.,<br />

AMS-I.D. ¹<br />

AMS-II.I.E.,<br />

AMS-II.B. ¹<br />

AMS-II.I.E.,<br />

AMS-II.D.<br />

AMS-II.I.E.,<br />

AMS-III.B.<br />

- - - - - - - 2<br />

- - - - - - - 2<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

MAS-II.J - - - - - - - 17<br />

AMS-II.J.<br />

AMS-I.A. ¹<br />

* Excluem-se os Projetos Rejeitados.<br />

1 Projetos contabilizados em mais <strong>de</strong> um elo.<br />

- - - - - - - 1<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados ao Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica<br />

No elo <strong>de</strong> consumo foram avaliadas 8 metodologias, das quais 6 foram incluídas no estudo do potencial <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs no País, agrupadas em 4 tipos <strong>de</strong> projetos, todos concernentes à eficiência<br />

energética.<br />

Eficiência Energética<br />

Para a <strong>de</strong>terminação das reduções <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> diferentes projetos <strong>de</strong> eficiência energética no consumo<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> foram usadas como base as metodologias AM0038, AM0046, AM0070, AMS-II.C, AMS-II.E, AMS-<br />

II.J, AMS-III.AE e NM0328.<br />

As metodologias AMS-III.AE e NM0328 foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas da análise em função <strong>de</strong> questões como, inter<br />

allia, falta <strong>de</strong> informações consolidadas a respeito <strong>de</strong> novos prédios e questões <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong>.<br />

A adoção <strong>de</strong> qualquer uma das medidas <strong>de</strong> eficiência energética resultará em um menor consumo <strong>de</strong><br />

energia. Logo, a redução <strong>de</strong> emissões se dará, principalmente, em função do menor consumo <strong>de</strong> combustível<br />

fóssil, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da fonte <strong>de</strong> energia.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO CONSUMO<br />

RESIDENCIAL EM SALVADOR, BAHIA<br />

Um projeto <strong>de</strong> eficiência energética no consumo resi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong>senvolvido no Brasil, em Salvador, na Bahia, exemplifica a<br />

atrativida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>sse tipo. A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto consiste na substituição <strong>de</strong> refrigeradores e<br />

lâmpadas incan<strong>de</strong>scentes por dispositivos mais eficientes energeticamente em comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> baixa renda. Um maior<br />

<strong>de</strong>talhamento do projeto é apresentado na Tabela 0-55 abaixo.<br />

Tabela 0-55 – Eficiência Energética<br />

Parâmetro Valor Unida<strong>de</strong><br />

Economia <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> 19,4 GWh/ano<br />

Custo do Investimento 9,4 milhões US$<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lâmpadas trocadas 154.464 lâmpadas<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeradores trocados 17.094 refrigeradores<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões Média 1.491 tCO/ano<br />

TIR – Sem a receita dos CERs 8,94 %<br />

Fonte: Demand si<strong>de</strong> energy efficiency program by COELBA for low-income resi<strong>de</strong>ntial customers in Salvador, Bahia. Disponível em<br />

www.sgsqualitynetwork.com/tra<strong>de</strong>assurance/ccp/projects/293/COELBA%20PDD.pdf.<br />

Eficiência Energética nas Indústrias<br />

Por ser o setor <strong>de</strong> maior consumo <strong>de</strong> energia elétrica, o setor industrial é também aquele que apresenta<br />

maior potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs por meio <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> eficiência energética. Tais<br />

medidas incluem modificações, melhorias e adoção <strong>de</strong> novos hábitos consi<strong>de</strong>rando os processos industriais<br />

mais importantes no consumo <strong>de</strong> energia elétrica. (por exemplo, uso <strong>de</strong> motores elétricos <strong>de</strong> alto rendimento,<br />

a<strong>de</strong>quação do tamanho da bomba à carga e substituição <strong>de</strong> fornos por outros mais eficientes).<br />

Para maior precisão, o inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões, bem como suas<br />

quantificações, foi realizado por linha <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> industrial, seguindo divisão e classificação do BEN 2010 e do<br />

PNE 2030:<br />

� ferro-gusa e aço;<br />

� química;<br />

� papel e celulose;<br />

� cimento;<br />

� mineração e pelotização;<br />

� ferro-ligas;<br />

� não ferrosos e outros da metalurgia;<br />

� alimentos e bebidas;<br />

� têxtil;<br />

� cerâmica; e<br />

� outras.<br />

O consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> por setor foi estimado com base no consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> industrial total <strong>de</strong><br />

186.280 GWh em 2009, <strong>de</strong> acordo com o BEN, e na participação <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> processo dos setores na<br />

indústria. Os elementos <strong>de</strong> processo são <strong>de</strong>finidos em Força Motriz, que inclui a melhoria <strong>de</strong> equipamentos, tais<br />

como motores elétricos, bombas, ventiladores, compressores <strong>de</strong> ar, sistemas <strong>de</strong> refrigeração e outros.<br />

� calor <strong>de</strong> processo;<br />

� aquecimento direto;<br />

� iluminação; e<br />

� eletroquímica (nas indústrias químicas <strong>de</strong> alumínio, cobre e soda-cloro).<br />

Cada elemento citado anteriormente tem uma participação diferenciada no consumo industrial,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do setor. Como exemplo, o consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> para força motriz no setor <strong>de</strong> mineração e<br />

pelotização representa 5% do consumo total industrial. Dessa forma, consi<strong>de</strong>rando-se o potencial técnico <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> para cada elemento <strong>de</strong> processo e estimou-se o potencial médio <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> consumo por setor.<br />

63


64<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

De modo a inferir o potencial concreto dos projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> GEEs associado ao consumo <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong>, objetivou-se listar todas as empresas atuantes em cada setor e suas respectivas produções. Dessa<br />

forma, o número <strong>de</strong> projetos potenciais i<strong>de</strong>ntificados <strong>de</strong>ntro dos setores, em geral, correspon<strong>de</strong>rá ao número<br />

<strong>de</strong> empresas, ou ao número <strong>de</strong> fábricas mapeadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses setores. A exceção é para os setores têxtil, <strong>de</strong><br />

alimentos & bebidas, <strong>de</strong> ferro-ligas e <strong>de</strong> não ferrosos e outros da metalurgia, para os quais não foram<br />

encontradas listagens <strong>de</strong> empresas aplicáveis aos projetos.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões dos projetos <strong>de</strong> eficiência energética na indústria foi <strong>de</strong>terminado a<br />

partir das fórmulas expostas na Tabela 0-56 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-57 a Tabela 0-62.<br />

Tabela 0-56 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB *t CO₂e/ano+ = EC LB [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PJ *t CO₂e/ano+ = EC PJ [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PJ<br />

Tabela 0-57 – Parâmetros Utilizados para Indústria <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid. CM<br />

Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada <strong>de</strong> operação e<br />

construção<br />

0,16 tCO₂/MWh<br />

PR ferro-gusa e aço Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência energética 26% %<br />

Custo <strong>de</strong> Investimento unitário 3457,14 US$/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> processo sobre a<br />

participação <strong>de</strong> cada elemento no consumo industrial (PNE<br />

2030)<br />

Calculado a partir do investimento total para<br />

implementação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> eficiência energética no<br />

setor¹<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 7884 horas/ano Premissa ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

¹ HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Tabela 0-58 – Parâmetros Utilizados para Indústria Química<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid. CM<br />

PR<br />

Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada <strong>de</strong> operação e<br />

construção<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência<br />

energética<br />

0,16 tCO₂/MWh<br />

23% %<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o fator <strong>de</strong> emissão para um<br />

sistema elétrico"<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong><br />

processo sobre a participação <strong>de</strong> cada elemento no consumo industrial (PNE 2030)<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Amônia) 80% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Ácido Sulfúrico) 91% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Cloro) 83% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Cloretos <strong>de</strong> Polivinina) 87% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Eteno) 77% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Metanol) 70% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Prolipopileno) 66% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada ( Polietileno <strong>de</strong> Alta Densida<strong>de</strong>) 49% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Polietileno <strong>de</strong> Baixa Densida<strong>de</strong>) 63% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Poliestireno) 53% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Produção/Capacida<strong>de</strong> Instalada (Ureia) 69% % Calculado a partir do Anuário da Indústria Química 2009<br />

Custo <strong>de</strong> investimento unitário 2398,1 US$/MWh<br />

Calculado a partir do investimento total para implementação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

eficiência energética no setor¹<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 7884 horas/ano Premissa ICF&FIDES<br />

¹HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-59 – Parâmetros Utilizados para Indústria <strong>de</strong> Papel e Celulose<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid. CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada <strong>de</strong> operação e construção 0,16 tCO₂/MWh<br />

65<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o fator <strong>de</strong><br />

emissão para um sistema elétrico"<br />

Consumo <strong>de</strong> energia elétrica por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção 0,799 MWh/ton BEN 2010<br />

PR Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência energética 30% %<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo<br />

<strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> processo sobre a participação <strong>de</strong> cada<br />

elemento no consumo industrial (PNE 2030)<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 7884 horas/ano Premissa ICF&FIDES<br />

Custo <strong>de</strong> investimento unitário 202 US$/MWh<br />

Calculado a partir do investimento total para implementação <strong>de</strong><br />

medidas <strong>de</strong> eficiência energética no setor¹<br />

¹HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Tabela 0-60 – Parâmetros Utilizados para Indústria <strong>de</strong> Cimento<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid. CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada <strong>de</strong> operação e construção 0,16 tCO₂/MWh<br />

Consumo <strong>de</strong> energia elétrica por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção 0,092 MWh/ton<br />

PR Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência energética 31% %<br />

Custo <strong>de</strong> investimento unitário 9,07 US$/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o fator <strong>de</strong><br />

emissão para um sistema elétrico"<br />

Calculado a partir <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> do BEN<br />

2009 e <strong>de</strong> produção do Sindicato Nacional da Indústria <strong>de</strong> Cimento<br />

(Snic)<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong><br />

cada elemento <strong>de</strong> processo sobre a participação <strong>de</strong> cada elemento<br />

no consumo industrial (PNE 2030)<br />

Calculado a partir do investimento total para implementação <strong>de</strong><br />

medidas <strong>de</strong> eficiência energética no setor¹<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 7884 horas/ano Premissa ICF&FIDES<br />

¹HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Tabela 0-61 – Parâmetros Utilizados para Indústria <strong>de</strong> Mineração e Pelotização<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Soma da produção total <strong>de</strong> cada minério produzido 1.149.912.106 ton Anuário Mineral Brasileiro 2006<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid. CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada <strong>de</strong> operação e construção 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Consumo <strong>de</strong> energia elétrica por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção 0,009 MWh/ton calculado<br />

PR Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência energética 29% %<br />

Custo <strong>de</strong> investimento unitário 369,23 US$/MWh<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> processo sobre a<br />

participação <strong>de</strong> cada elemento no consumo industrial<br />

(PNE 2030)<br />

Calculado a partir do investimento total para<br />

implementação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> eficiência energética no<br />

setor¹<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 7884 horas/ano Premissa ICF&FIDES<br />

¹HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Tabela 0-62 – Parâmetros Utilizados para Outras Indústrias<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid. CM<br />

PR (ferro-ligas)<br />

PR (não ferrosos e<br />

outros da<br />

metalurgia)<br />

PR (alimentos e<br />

bebidas)<br />

PR (têxtil)<br />

PR (cerâmica)<br />

Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada <strong>de</strong> operação e<br />

construção<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência<br />

energética<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência<br />

energética<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência<br />

energética<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência<br />

energética<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo por medidas <strong>de</strong> eficiência<br />

energética<br />

0,16 tCO₂/MWh<br />

2% %<br />

10% %<br />

20% %<br />

18% %<br />

28% %<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> processo sobre o<br />

consumo industrial (PNE 2030)<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> processo sobre o<br />

consumo industrial (PNE 2030)<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> processo sobre o<br />

consumo industrial (PNE 2030)<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> processo sobre o<br />

consumo industrial (PNE 2030)<br />

Calculado a partir do potencial técnico <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> processo sobre o<br />

consumo industrial (PNE 2030)<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 7884 horas/ano Premissa ICF&FIDES


66<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

Eficiência Energética nas Indústrias – no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis usinas i<strong>de</strong>ntificadas para a<br />

implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong><br />

GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-63 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstrados abaixo contemplam as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada setor industrial:<br />

Tabela 0-63 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Ferro-Gusa e Aço<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 43 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 673.477 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 6.734.774 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 10* Empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 673.477 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 523 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 67 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 14.244 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Tabela 0-64 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria Química<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 38 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 158.400 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 1.583.998 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 39* Empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 40.615 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 123 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 16 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 2.324 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Tabela 0-65 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Papel e Celulose<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 49 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 847.667 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 8.476.666 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 157* Fábricas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 53.992 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 658 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 85 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 435 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-66 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Cimento<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 51 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 242.065 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 2.420.651 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 9* Empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 268.961 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 188 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 24 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 13 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Tabela 0-67 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Mineração e Pelotização<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 47 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 471.513 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 4.715.133 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 101* Empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 46.684 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 366 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 47 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 1.065 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Tabela 0-68 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Ferro-ligas<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 3 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 18.502 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 185.016 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos n/d Unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos n/d tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 15 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 128 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Tabela 0-69 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Não ferrosos e Outros da Metalurgia<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 16 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 575.326 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 5.753.259 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos n/d Unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos n/d tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 446 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 58 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 457 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Tabela 0-70 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Alimentos e Bebidas<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 32 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 9.335 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 93.352 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos n/d Unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos n/d tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 7 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 1 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 527 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

67


68<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-71 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria Têxtil<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 29 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 226.100 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 2.260.995 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos n/d Unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos n/d tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 175 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 23 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 135 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Tabela 0-72 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Cerâmica<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 45 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 79.007 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 790.069 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 300 Empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 2.634 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 61 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 8 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 1.249 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Eficiência Energética na Iluminação Resi<strong>de</strong>ncial<br />

A melhoria da eficiência energética na iluminação resi<strong>de</strong>ncial po<strong>de</strong> ser obtida por meio da substituição <strong>de</strong><br />

lâmpadas incan<strong>de</strong>scentes por lâmpadas fluorescentes <strong>de</strong> igual po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> iluminação, porém <strong>de</strong> menor<br />

consumo. Tal potencial <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> foi avaliado para todos os estados do Brasil, a partir do<br />

número <strong>de</strong> domicílios com acesso à re<strong>de</strong> elétrica (IBGE, 2009) e da média <strong>de</strong> lâmpadas incan<strong>de</strong>scentes por<br />

domicílio para cada região do País (PROCEL, 2007).<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-73 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-74.<br />

Tabela 0-73 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE *tCO₂e/ano+ = (EC LB [MWh/ano] – EC PJ [MWh/ano]) x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Tabela 0-74 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte Comentário<br />

EF grid,OM<br />

EF grid,BM<br />

EF grid,CM<br />

Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

margem <strong>de</strong> operação<br />

Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

margem <strong>de</strong> construção<br />

Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

margem combinada<br />

Potência da lâmpada <strong>de</strong><br />

linha <strong>de</strong> base<br />

Potência da lâmpada <strong>de</strong><br />

projeto<br />

0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para<br />

calcular o fator <strong>de</strong> emissão para um sistema<br />

elétrico"<br />

60 W PROCEL Lâmpadas com maior média <strong>de</strong> uso por domicílio<br />

15 W PNE 2030<br />

A alternativa proposta apresenta o mesmo nível <strong>de</strong><br />

iluminação das incan<strong>de</strong>scentes e correspon<strong>de</strong> ao<br />

mo<strong>de</strong>los da marca Osram (lâmpada eletrônica tripla<br />

Energy Saver, cor 21 branca, 120 V x 16W e 120 V x<br />

20 W)<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 1.825 horas/ano PNE 2030 Consi<strong>de</strong>rando um funcionamento <strong>de</strong> 5 horas/dia<br />

Custo unitário para<br />

investimento<br />

Câmbio 2006 2,17 R$/US$<br />

Custo unitário para<br />

investimento<br />

7,22 R$/lâmpada PNE 2030 Dados <strong>de</strong> 2006<br />

FED. "Economic Research and Data".<br />

Disponível em<br />

www.fe<strong>de</strong>ralreserve.gov/datadownload/Downloa<br />

d.aspx?rel=H10&series=40a15acb1209506748949<br />

78e4f74<strong>de</strong>f9&filetype=spreadsheetml&label=inclu<br />

<strong>de</strong>&layout=seriescolumn&lastObs=120<br />

3,32 US$/lâmpada Calculado


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à substituição lâmpadas<br />

incan<strong>de</strong>scentes por mo<strong>de</strong>los fluorescentes, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis projetos, assim como as<br />

estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, a potencial<br />

contribuição à matriz energética nacional e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-75 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-75 – Resultados<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 123 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 2.375.177 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 23.751.771 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 49* PoA por concessionária<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 484.730 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 7.962 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos<br />

(CER a US$10)<br />

238 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 588 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Eficiência Energética no Aquecimento <strong>de</strong> Água Resi<strong>de</strong>ncial<br />

O potencial <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> no que diz respeito ao aquecimento <strong>de</strong> água resi<strong>de</strong>ncial foi<br />

avaliado para todos os estados do Brasil por meio da substituição <strong>de</strong> chuveiros elétricos por aquecedores<br />

solares, a partir do número <strong>de</strong> domicílios com acesso à re<strong>de</strong> elétrica (IBGE, 2009) e da média <strong>de</strong> chuveiros<br />

elétricos por domicílio para cada região do País (PROCEL, 2007).<br />

Adotou-se como premissa que tal medida seria restrita aos domicílios com área suficiente para a<br />

instalação dos painéis solares; dado esse obtido na Pesquisa <strong>de</strong> Posse <strong>de</strong> Equipamento e Hábitos <strong>de</strong> Uso<br />

(PROCEL, 2007).<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-76 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-77.<br />

Tabela 0-76 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE *tCO₂e/ano+ = EC LB [MWh/ano] x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

69


70<br />

Tabela 0-77 – Parâmetros<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte Comentário<br />

EFgrid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EFgrid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EFgrid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a<br />

"Ferramenta para calcular o fator <strong>de</strong><br />

emissão para um sistema elétrico"<br />

Número total <strong>de</strong> chuveiros elétricos 49.658.530 chuveiros elétricos 1<br />

Porcentagem <strong>de</strong> chuveiros elétricos substituídos por<br />

aquecedores solares<br />

Consi<strong>de</strong>rando um chuveiro com potência média <strong>de</strong><br />

utilização <strong>de</strong> 2.500 W, banhos diários <strong>de</strong> 10<br />

minutos/morador e famílias compostas por 4 pessoas.<br />

9,8% % 1<br />

0,600 Mwh/ano 1<br />

Consumo médio dos aquecedores 0,00 Mwh/ano 1<br />

Custo unitário médio para investimento 1.400,00 R$/aquecedor ABRAVA<br />

Números <strong>de</strong> chuveiros trocados por projeto 16.390 unida<strong>de</strong>s 2<br />

Taxa <strong>de</strong> conversão Real/Dólar – 2006 2,17 R$/U$ 3<br />

Consi<strong>de</strong>rou-se essa alternativa restrita<br />

aos domicílios com área suficiente para<br />

a instalação dos painéis solares.<br />

Aquecedor solar <strong>de</strong> 300 litros é i<strong>de</strong>al<br />

para abastecer uma residência com 4<br />

pessoas<br />

média <strong>de</strong> aquecedores instalados por<br />

projeto <strong>de</strong> MDL<br />

¹PROCEL – Pesquisa <strong>de</strong> Posse <strong>de</strong> Equipamento e Hábitos <strong>de</strong> Uso (2007).<br />

2<br />

Média obtida a partir <strong>de</strong> informações dos seguintes PDDs: Bagepalli CDM Solar Hot Water Heating Programme, iHOT – I water heating service e Solar Thermal Water Heating System of<br />

the Township Project.<br />

3<br />

FED. "Economic Research and Data". Disponível em www.fe<strong>de</strong>ralreserve.gov/datadownload/Download.aspx?rel=H10&series=40a15acb120950674894978e4f74<strong>de</strong>f9& filetype<br />

=spreadsheetml&label=inclu<strong>de</strong>&layout=seriescolumn&lastObs=120.<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à substituição chuveiros elétricos por<br />

aquecedores solares, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, a potencial contribuição à matriz<br />

energética nacional e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-78 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-78 – Resultados<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 163 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 483.924 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 4.839.237 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 297<br />

Projetos (16.390 chuveiros cada)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 16.298 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 12.166 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 48 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 3.134 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Foi consi<strong>de</strong>rada a troca <strong>de</strong> 16.390 chuveiros elétricos por projeto, valor médio obtido por meio <strong>de</strong><br />

informações obtidas nos seguintes PDDs em validação: Bagepalli CDM Solar Hot Water Heating Programme,<br />

iHOT – I water heating service e Solar Thermal Water Heating System of the Township Project.


Eficiência Energética em Refrigeradores Resi<strong>de</strong>nciais<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Analogamente ao projeto <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> eficiência energética em aquecimento <strong>de</strong> água resi<strong>de</strong>ncial, o<br />

potencial <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> por meio da substituição <strong>de</strong> refrigeradores em residências por mo<strong>de</strong>los<br />

mais mo<strong>de</strong>rnos e eficientes foi avaliado para todos os estados do Brasil, a partir do número <strong>de</strong> domicílios com<br />

acesso à re<strong>de</strong> elétrica (IBGE, 2009) e da média <strong>de</strong> refrigeradores por domicílio para cada região do País<br />

(PROCEL, 2007).<br />

Adotou-se como premissa que somente os refrigeradores que utilizam HFC como refrigerante e com<br />

tempo <strong>de</strong> uso superior a 10 anos seriam substituídos. Aqueles que utilizam CFC foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rados, uma<br />

vez que há somente três centros <strong>de</strong> regeneração <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> gás licenciados no Brasil.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-79 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-80.<br />

Tabela 0-79 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE *tCO₂e/ano+ = (EC LB [MWh/ano] – EC PJ [MWh/ano]) x EF grid,CM *tCO₂/MWh+<br />

Tabela 0-80 – Parâmetros<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte Comentário<br />

EF grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

EF grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Número <strong>de</strong> refrigeradores com mais <strong>de</strong> 10 anos com<br />

refrigerante HFC<br />

7.070.178 refrigeradores<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a<br />

"Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um<br />

sistema elétrico"<br />

Inventário <strong>de</strong> emissões na<br />

produção e no consumo <strong>de</strong><br />

HFCs e PFCs – Ano 2010<br />

Porcentagem <strong>de</strong> refrigeradores substituídos 12% %<br />

Consumo médio <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeradores<br />

com ida<strong>de</strong> superior a 10 anos<br />

0,435 Mwh/ano 1<br />

Consumo médio do melhor mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> refrigerador<br />

em 2006<br />

0,276 Mwh/ano 1<br />

Tempo <strong>de</strong> operação anual 8.523 horas/ano 1<br />

71<br />

Não foi consi<strong>de</strong>rada a substituição <strong>de</strong><br />

refrigeradores com CFC, pois há<br />

somente 3 centros licenciados <strong>de</strong><br />

regeneração <strong>de</strong> CFC no Brasil, todos<br />

localizados na região sul²<br />

Equipamento é utilizado,<br />

permanentemente, na quase totalida<strong>de</strong><br />

dos domicílios.<br />

Custo unitário para investimento 909,36 R$/refrigerador PNE 2030<br />

Taxa <strong>de</strong> conversão Real/Dólar – 2006 2,17 R$/U$ 3<br />

¹PROCEL – Pesquisa <strong>de</strong> Posse <strong>de</strong> Equipamento e Hábitos <strong>de</strong> Uso (2007).<br />

²PDD: AES Eletropaulo Replacement of Domestic Refrigerators in Low-Income Households. Disponível em http://cdm.unfccc.int/filestorage/<br />

AES%20Eletropaulo%20PDD.pdf?t=Y0R8QU9XWUVVMVZRTUZKNDZHMkk5TEtURFJIMFNQWDNafDEyODgzODIyNzMuNjk=|Tvcky-Hf72h--XxMUJDxP4HfNZ4.<br />

3 FED. "Economic Research and Data". Disponível em www.fe<strong>de</strong>ralreserve.gov/datadownload/Download.aspx?rel=H10&series= 40a15cb120950674894978e4f74<strong>de</strong>f9&filetype=<br />

spreadsheetml&label=inclu<strong>de</strong>&layout=seriescolumn&lastObs=120.<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à substituição <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los antigos <strong>de</strong><br />

refrigeradores por unida<strong>de</strong>s mais mo<strong>de</strong>rnas e eficientes, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis projetos, assim<br />

como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, a<br />

potencial contribuição à matriz energética nacional e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-81 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


72<br />

Tabela 0-81 – Resultados<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 60 tCO₂e/GWh consumido<br />

Redução <strong>de</strong> emissão anual 183.757 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> emissão em 10 anos 1.837.565 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 49* PoA por concessionária<br />

Redução <strong>de</strong> emissões média por projeto – em 10 anos 37.501 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 132 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 18 Milhões US$<br />

Custo do investimento 2.958 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Dos 3 projetos <strong>de</strong> eficiência energética em equipamentos já <strong>de</strong>senvolvidos no âmbito do MDL, no Brasil,<br />

somente 2 apresentaram barreiras 31 , sendo um aplicado em residências e o outro em escolas públicas.<br />

Dentre as barreiras i<strong>de</strong>ntificadas nesses 2 projetos, as principais são <strong>de</strong> natureza financeira. Como o objetivo<br />

do projeto é substituir equipamentos menos eficientes, como refrigeradores antigos e lâmpadas incan<strong>de</strong>scentes,<br />

por outros mais eficientes energeticamente, há custos inevitáveis, sobretudo, <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> equipamentos e<br />

regularização <strong>de</strong> usuários. Isso porque o primeiro passo consiste na i<strong>de</strong>ntificação do público-alvo através da<br />

regularização das contas <strong>de</strong> luz dos usuários, <strong>de</strong> modo a reduzir as perdas com ligações clan<strong>de</strong>stinas (o que<br />

consistem em um relevante investimento inicial). Apesar <strong>de</strong> haver ganhos com a regularização parcial das<br />

resid ncias e extinção das perdas <strong>de</strong>vido aos “gatos”, esses ganhos não compensam o investimento necess rio<br />

para reposição dos equipamentos antigos e ineficientes (custo <strong>de</strong> capital). Essa barreira <strong>de</strong> investimento é ainda<br />

maior diante das condições <strong>de</strong> crédito praticadas no Brasil, com altas taxas <strong>de</strong> juros.<br />

Há outras barreiras, com <strong>de</strong>staque para a logística. É necessário investir na aquisição e distribuição dos<br />

novos equipamentos mais eficientes, assim como no recolhimento dos equipamentos e em seu<br />

armazenamento.<br />

Outra barreira é a alteração sistemática que o(s) programa(s) <strong>de</strong> incentivo à eficiência energética vem<br />

sofrendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu lançamento em 1998. Os possíveis <strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong> projeto não po<strong>de</strong>m contar com os<br />

recursos <strong>de</strong>sses incentivos, visto que a Aneel e o Congresso Nacional vêm, historicamente, alterando os<br />

processos enquanto os mesmos ainda estão em curso. O fato do setor público não tomar a frente nesse tipo <strong>de</strong><br />

projeto também po<strong>de</strong> ser enxergado como uma barreira, já que são os próprios <strong>de</strong>senvolvedores dos projetos<br />

que precisam tomar a iniciativa e incorrer os riscos associados às experiências novas.<br />

Resultados Consolidados do Setor<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento do estudo com a abordagem bottom-up contemplou o levantamento <strong>de</strong> instalações<br />

em que os projetos <strong>de</strong> baixo carbono po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>senvolvidos. A lista contendo os sites avaliados e o<br />

potencial por site encontra-se com a BM&FBOVESPA/Banco Mundial como um anexo do presente estudo. A<br />

Tabela 0-82 apresenta os resultados consolidados do setor elétrico.<br />

31 “Demand Si<strong>de</strong> Energy Efficiency Program by Coelba for Low-income Resi<strong>de</strong>ntial Customers in Salvador, Bahia” e “AES Eletropaulo Energy Efficiency Measures<br />

at State Public Schools”.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-82 – Resultados Consolidados do Setor <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Tipo <strong>de</strong> projeto<br />

Potencial<br />

Potencial Receita<br />

Fator <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong><br />

Número <strong>de</strong> Projetos<br />

Contribuição<br />

Redução <strong>de</strong><br />

com a Venda <strong>de</strong> Investimento Emissão anual<br />

à Matriz<br />

Emissões GEE<br />

CERs em 10 anos (Milhões<br />

Energética<br />

Valor Unida<strong>de</strong> em 10 anos<br />

(milhões US$) US$)<br />

(MW)<br />

Valor Unida<strong>de</strong><br />

(tCO₂e)<br />

CER=US$10/tCO₂e<br />

Setor <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> 14.290 n/a 2.666.566.371 452.185 26.666 1.282.431 n/a n/a<br />

Hidroeletricida<strong>de</strong> 1.204 Usinas Hidroelétricas 292.004.618 82.502 2.920 144.491 354 tCO₂e/MW/ano<br />

Repotenciação e Mo<strong>de</strong>rnização<br />

Hidroelétricas<br />

44 Usinas Hidroelétricas 3.899.124 605 39 11.506 16<br />

73<br />

tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

Eólica 1.839 Usinas Eólicas 182.208.058 58.747 1.822 136.328 310 tCO₂e/MW/ano<br />

UTE <strong>de</strong> Biomassa Renovável (Plantação<br />

Dedicada em Áreas Degradadas)<br />

6.052 Usinas Termelétricas 1.445.059.181 181.568 14.451 773.549 14 tCO₂e/ha/ano<br />

UTE <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Milho 454 Municípios 158.653.554 36.646 1.587 65.295 0,372 tCO₂e/t milho<br />

UTE <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Soja 409 Municípios 214.685.866 50.525 2.147 90.026 0,240 tCO₂e/t soja<br />

UTE <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Arroz 50 Municípios 22.296.963 2.262 223 4.030 0,193 tCO₂e/t arroz<br />

UTE <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Cana 279 Usinas Sucroalcooleiras 48.635.306 7.981 486 14.221 0,011 tCO₂e/t cana<br />

Cogeração com Bagaço <strong>de</strong> Cana 279 Usinas Sucroalcooleiras 41.909.309 6.357 419 6.406 0,010 tCO₂e/t cana<br />

Cogeração com Licor Negro 35 Fábricas <strong>de</strong> Celulose 1.905.262 178 19 281 0,015<br />

Substituição <strong>de</strong> Combustível* 884 Usinas Termelétricas 132.024.150 - 1.320 260 1.294<br />

Adição <strong>de</strong> Ciclo a Usinas <strong>de</strong> Ciclo Aberto* 16 Usinas Termelétricas 15.627.851 1.213 156 106 0,376<br />

Eficiência Energética na Distribuição <strong>de</strong><br />

Eletricida<strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> SF6 na Transmissão<br />

<strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

49 Concessionárias 17.177.454 1.333 172 9.148 6,25<br />

11<br />

Empresas<br />

Transmissoras<br />

tCO₂e/t pasta<br />

<strong>de</strong> celulose<br />

tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

tCO₂e/GWh<br />

fornecido<br />

3.241.364 - 32 7 1,18 tCO₂e/MVA<br />

Conexão <strong>de</strong> Sistemas Isolados* 42 Usinas Termelétricas 23.795.827 (555) 238 1.288 4.291<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Ferrogusa<br />

e Aço<br />

10 Empresas 6.734.774 523 67 14.244 43<br />

Eficiência Energética na Indústria Química 39 Empresas 1.583.998 123 16 2.324 38<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Papel e<br />

Celulose<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong><br />

Cimento<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong><br />

Mineração e Pelotização<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Ferroligas<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Não<br />

ferrosos e Outros da Metalurgia<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong><br />

Alimentos e Bebidas<br />

157<br />

Fábricas <strong>de</strong><br />

Papel/Celulose<br />

8.476.666 658 85 435 49<br />

9 Empresas 2.420.651 188 24 13 51<br />

101 Empresas 4.715.133 366 47 1.065 47<br />

n/d n/d 185.016 14 2 128 3<br />

n/d n/d 5.753.259 446 58 457 16<br />

n/d n/d 93.352 7 1 527 32<br />

Eficiência Energética na Indústria Têxtil n/d n/d 2.260.995 175 23 135 29<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong><br />

Cerâmica<br />

Eficiência Energética na iluminação<br />

Resi<strong>de</strong>ncial<br />

Eficiência Energética no Aquecimento <strong>de</strong><br />

Água Resi<strong>de</strong>ncial<br />

Eficiência Energética em Refrigeradores<br />

Resi<strong>de</strong>nciais<br />

300 Empresas 790.069 61 8 1.249 45<br />

1.145<br />

297<br />

585<br />

Projetos (154.464<br />

lâmpadas cada)<br />

Projetos (16.390<br />

chuveiros cada)<br />

Projetos (12.092<br />

refrigeradores cada)<br />

23.751.771 7.962 238 588 123<br />

4.839.237 12.166 48 3.134 163<br />

1.837.565 132 18 2.958 60<br />

tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

tCO₂e/GWh<br />

consumido


74<br />

Setor <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis para a Indústria<br />

Descrição dos Elos da Ca<strong>de</strong>ia do Setor<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A ca<strong>de</strong>ia do setor <strong>de</strong> combustíveis fósseis consumidos pela indústria po<strong>de</strong> ser dividida em três elos:<br />

� produção;<br />

� distribuição; e<br />

� consumo/uso térmico na indústria.<br />

Os combustíveis fósseis consumidos na indústria divi<strong>de</strong>m-se entre 2 grupos que apresentam processos<br />

produtivos específicos: hidrocarbonetos (que incluem <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo e gás natural) e carvão mineral e<br />

<strong>de</strong>rivados.<br />

Hidrocarbonetos<br />

Tanto a indústria <strong>de</strong> gás natural como a indústria <strong>de</strong> petróleo, po<strong>de</strong>m ser divididas entre upstream e<br />

downstream. O upstream engloba as fases <strong>de</strong> exploração e <strong>de</strong> produção. Enquanto que na fase <strong>de</strong> exploração, são<br />

realizadas pesquisas e perfurações no campo, a fase <strong>de</strong> produção correspon<strong>de</strong> à prospecção do combustível, caso a<br />

ativida<strong>de</strong> seja economicamente viável. Nesta etapa do processo, <strong>de</strong>nominada E&P (Exploração e Produção), uma<br />

importante fonte <strong>de</strong> emissão correspon<strong>de</strong> às perdas <strong>de</strong> gás natural (venting) ao longo da prospecção e,<br />

especificamente no caso do petróleo, à <strong>de</strong>struição do gás natural nos flares e/ou à sua queima para geração <strong>de</strong><br />

energia na plataforma.<br />

A Tabela 0-1 apresenta as reservas brasileiras <strong>de</strong> petróleo e <strong>de</strong> gás natural. É possível notar a maior<br />

presença <strong>de</strong> petróleo que <strong>de</strong> gás natural no território nacional. Segundo o PDE 2017, em função das novas<br />

<strong>de</strong>scobertas, em especial dos campos <strong>de</strong> Tupi e Carioca, prevê-se que o volume das reservas dobre até 2011.<br />

Tabela 0-1 – Reservas <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis (<strong>de</strong>zembro/2009)<br />

Reservas <strong>de</strong> Hidrocarbonetos no Brasil<br />

Status Petróleo (10³ m³) Gás Natural (10 6 m³)<br />

Medidas/Indicadas/Inventariadas 2.035.200 364.236<br />

Inferidas/Estimadas 1.280.140 224.972<br />

Total 3.315.340 589.207<br />

Equivalência Energética (10³ tep) 1.815.398 361.686<br />

Fonte: BEN 2009 32 .<br />

Já no downstream existem diferenças sutis entre a produção <strong>de</strong> petróleo e gás natural. No caso do gás<br />

natural, essa etapa engloba as seguintes ativida<strong>de</strong>s:<br />

� Processamento – separação dos componentes do gás em subprodutos prontos para utilização;<br />

� Transporte – após seu processamento o gás natural po<strong>de</strong> ser transportado diretamente a gran<strong>de</strong>s<br />

consumidores finais, ou para as distribuidoras; o transporte po<strong>de</strong> ser feito através <strong>de</strong> dutos, quando o<br />

combustível se encontra na fase gasosa, navios, barcaças ou caminhões, quando o GN se encontra em sua<br />

forma líquida (Gás Natural Liquefeito (GNL)), ou em cilindros, quando o gás natural é comprimido;<br />

� Distribuição – entrega do produto aos consumidores finais.<br />

Na produção do petróleo, por sua vez, o downstream envolve as seguintes ativida<strong>de</strong>s:<br />

� Refino – no refino, o óleo cru é aquecido e, em função dos diferentes pontos <strong>de</strong> ebulição <strong>de</strong> seus<br />

componentes, é possível separar os componentes mais pesados dos mais voláteis, <strong>de</strong> modo a se obter<br />

os subprodutos do petróleo, que po<strong>de</strong>m ser tanto energéticos como não energéticos;<br />

� Transporte – assim como no caso do gás natural, após o refino, os <strong>de</strong>rivados do petróleo po<strong>de</strong>m ser<br />

transportados diretamente a gran<strong>de</strong>s consumidores finais, ou para as distribuidoras; esse transporte<br />

po<strong>de</strong> ser feito por dutos (oleodutos) ou por navios, no caso <strong>de</strong> longas distâncias;<br />

� Comercialização – venda dos produtos aos consumidores finais.<br />

32 Balanço Energético Nacional, 2009 – BEN 2009. Disponível em www.ben.epeg.gov.br/BENRelatorioFinal2009.aspx.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Os consumidores finais dos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo e do gás natural po<strong>de</strong>m ser tanto veículos, como<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia ou unida<strong>de</strong>s industriais.<br />

No Brasil, a geração <strong>de</strong> energia na indústria a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo e gás natural correspon<strong>de</strong> a 30%<br />

<strong>de</strong> toda a energia consumida nesse setor. A partir da Tabela 0-2, é possível perceber que, separadamente, esses dois<br />

tipos <strong>de</strong> combustíveis têm importância semelhante na geração <strong>de</strong> energia na indústria. Enquanto os <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />

petróleo representam 15% da geração energética nesse setor, a representativida<strong>de</strong> do gás natural é <strong>de</strong> 10%.<br />

Tabela 0-2 – Consumo <strong>de</strong> Energia na Indústria por Fontes: Derivados <strong>de</strong> Petróleo e Gás Natural<br />

Fontes<br />

10<br />

Consumo <strong>de</strong> Energia na Indústria<br />

3 tep %<br />

Derivados <strong>de</strong> Petróleo 12.467 15,1%<br />

Óleo Diesel 750 0,9%<br />

Óleo Combustível 3.981 4,8%<br />

Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 784 1,0%<br />

Querosene 3 0,0%<br />

Outras Secundárias <strong>de</strong> Petróleo 6.949 8,4%<br />

Gás Natural 8.453 10,3%<br />

Eletricida<strong>de</strong> e Demais Combustíveis 61.407 74,6%<br />

Total 82.327<br />

Fonte: BEN 2009 33 .<br />

Carvão Mineral e Derivados<br />

O carvão mineral po<strong>de</strong> ser encontrado tanto em gran<strong>de</strong>s profundida<strong>de</strong>s como em jazidas superficiais. A<br />

exploração (também chamada <strong>de</strong> lavra) po<strong>de</strong> ser feita por meio <strong>de</strong> túneis, quando carvão está localizado em<br />

camadas profundas, ou a céu aberto nos casos em que o minério se encontra em camadas mais superficiais.<br />

No Brasil, esse segundo tipo <strong>de</strong> exploração é o mais usual 34 .<br />

Segundo po<strong>de</strong> ser observado na Tabela 0-3, o território brasileiro conta com uma reserva <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 4<br />

bilhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> carvão mineral, entre reservas medidas e inferidas. Esse valor correspon<strong>de</strong> a quase<br />

cinco bilhões <strong>de</strong> tep (tonelada equivalente <strong>de</strong> petróleo).<br />

Tabela 0-3 – Reservas Brasileiras <strong>de</strong> Carvão Mineral (em <strong>de</strong>z/2009)<br />

Fonte: BEN 2009 35 .<br />

Status Reservas <strong>de</strong> Carvão Mineral (10 6 t )<br />

Medidas/Indicadas/Inventariadas 17.312<br />

Inferidas/Estimadas 6.535<br />

Total 23.847<br />

Equivalência Energética (10³ tep) 4.726.176<br />

Após ser extraído, o carvão segue para a fase <strong>de</strong> beneficiamento. Nessa fase, são eliminadas as impurezas<br />

presentes no minério, <strong>de</strong> modo a melhorar sua qualida<strong>de</strong>. Eventualmente, o carvão beneficiado é <strong>de</strong>stilado <strong>de</strong><br />

modo a se obter subprodutos mais termo eficientes, como o coque <strong>de</strong> carvão ou alcatrão 36 .<br />

Por fim, o carvão beneficiado (ou carvão lavado) será distribuído aos consumidores finais, via esteiras – no<br />

caso <strong>de</strong> trajetos muito curtos – ou via caminhões, trens ou navios. Alternativamente, o carvão também po<strong>de</strong><br />

ser misturado à água, formando uma espécie <strong>de</strong> lama que é transportada por meio <strong>de</strong> dutos 37 .<br />

Conforme exposto na Tabela 0-4, o carvão mineral e seus <strong>de</strong>rivados representaram, em 2008, 14% da<br />

geração <strong>de</strong> energia para a indústria, uma participação semelhante à dos combustíveis <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo e<br />

do gás natural citados anteriormente, respectivamente 15% e 10%.<br />

33 Balanço Energético Nacional, 2009 – BEN 2009. Disponível em www.ben.epeg.gov.br/BENRelatorioFinal2009.aspx.<br />

34 Atlas <strong>de</strong> Energia Elétrica do Brasil. Disponível em www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas_par3_cap9.pdf.<br />

35 Balanço Energético Nacional, 2009 – BEN 2009. Disponível em www.ben.epeg.gov.br/BENRelatorioFinal2009.aspx.<br />

36 2006 IPCC Gui<strong>de</strong>lines for National Greenhouse Gas Inventories.<br />

37 Atlas <strong>de</strong> Energia Elétrica do Brasil. Disponível em www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas_par3_cap9.pdf.<br />

75


76<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-4 – Consumo <strong>de</strong> Energia na Indústria por Fontes: Carvão Mineral e Derivados<br />

Fontes<br />

Consumo <strong>de</strong> Energia na Indústria<br />

10 3 tep %<br />

Carvão Mineral 3.840 5%<br />

Coque <strong>de</strong> Carvão Mineral 6.704 8%<br />

Outras Secundárias – Alcatrão 39 0%<br />

Gás <strong>de</strong> Coqueria 1.065 1%<br />

Total Carvão Mineral e Derivados 11.648 14%<br />

Eletricida<strong>de</strong> e Demais Combustíveis 70.679 86%<br />

Total 82.327<br />

Fonte: BEN 2009 38 .<br />

Descrição das Principais Fontes <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE e Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> Emissão<br />

Como <strong>de</strong>finido na seção 1 <strong>de</strong>sse Relatório, a ca<strong>de</strong>ia do setor <strong>de</strong> combustíveis fósseis para a indústria,<br />

predominantemente <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo, gás natural (GN) e carvão mineral, é divida em 3 elos:<br />

� elo 1: produção do combustível fóssil;<br />

� elo 2: transporte/distribuição do combustível fóssil; e<br />

� elo 3: consumo/uso térmico <strong>de</strong> combustíveis nas unida<strong>de</strong>s industriais.<br />

No elo 1, que compreen<strong>de</strong> a etapa <strong>de</strong> exploração & produção (E&P) <strong>de</strong> hidrocarbonetos e <strong>de</strong> extração <strong>de</strong><br />

carvão mineral das minas, as fontes <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa (GEE) correspon<strong>de</strong>m ao venting <strong>de</strong> CH₄ (em<br />

português: gás ventilado), à combustão do gás nos flares e à combustão do gás para geração <strong>de</strong> energia na planta. As<br />

emissões <strong>de</strong> GEE passíveis <strong>de</strong> serem reduzidas tradicionalmente ocorrem nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> E&P e nas minas <strong>de</strong><br />

extração <strong>de</strong> carvão mineral, em que as jazidas exploradas po<strong>de</strong>m apresentar certa concentração <strong>de</strong> metano. Dentre<br />

as medidas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong>stas emissões, é possível <strong>de</strong>stacar: aumento da captura do gás ventilado e queimado e<br />

maior aproveitamento do gás associado para geração <strong>de</strong> energia na planta.<br />

Já no elo 2, que consiste no transporte/distribuição do combustível fóssil, os vazamentos <strong>de</strong> g s natural (CH₄)<br />

que ocorrem durante seu transporte por gasodutos correspon<strong>de</strong>m à principal fonte <strong>de</strong> emissão. Assim, <strong>de</strong>ntre as<br />

medidas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões, <strong>de</strong>stacam-se projetos que visam ao aumento da vedação dos dutos ou das<br />

estações <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> gás.<br />

No elo 3, isto é, consumo, as emissões ocorrem predominantemente em fontes estacionárias, em que os<br />

combustíveis fósseis são queimados para gerar energia elétrica, motor ou térmica nas plantas. Reduções <strong>de</strong><br />

emissão po<strong>de</strong>m ser efetuadas a partir <strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong> redução da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia na planta ou <strong>de</strong><br />

utilização <strong>de</strong> combustíveis menos poluentes na geração <strong>de</strong> energia. Isto é, po<strong>de</strong>m ser implementadas tanto<br />

medidas <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustíveis fósseis por combustíveis renováveis ou menos carbono intensivos,<br />

quanto iniciativas <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> eficiência energética dos equipamentos e processos.<br />

Conforme indicado na Tabela 0-5, no ano <strong>de</strong> 2005, as emissões geradas pela queima <strong>de</strong> combustíveis fósseis na<br />

indústria (elo 1) representaram 87% do total das emissões <strong>de</strong> GEE ocorridas em toda ca<strong>de</strong>ia dos combustíveis fósseis<br />

direcionados à indústria, no Brasil. Já as emissões associadas à produção e ao transporte <strong>de</strong>sses combustíveis<br />

correspon<strong>de</strong>ram a 13% das emissões do setor. Portanto, é possível que medidas <strong>de</strong> redução das emissões ocorridas<br />

no elo 3 possam representar um maior potencial comparativamente àquelas referentes aos elos 1 e 2 (ainda que<br />

essas também sejam relevantes).<br />

38 Balanço Energético Nacional, 2009 – BEN 2009. Disponível em www.ben.epeg.gov.br/BENRelatorioFinal2009.aspx.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-5 – Emissões <strong>de</strong> GEE no Setor <strong>de</strong> Combustível Fóssil para Indústria (2005)<br />

Setor <strong>de</strong> Combustível Fóssil para Indústria<br />

Emissões <strong>de</strong> GEE – 2005<br />

CO₂ CH₄ N₂O CO₂e<br />

(Gg)<br />

77<br />

Emissões nos Elos (%)<br />

Queima <strong>de</strong> combustível fóssil na indústria (Elo 3) 114.620 71 5 117.754 87%<br />

Indústria Si<strong>de</strong>rúrgica 46.418 41 ND*<br />

Indústria Química 14.746 ND ND*<br />

Outras Indústrias 53.456 30 ND*<br />

Produção e distribuição (Elos 1 e 2) 13.913 197 ND* 18.050 13%<br />

Mineração <strong>de</strong> carvão 1.792 49 ND*<br />

Extração e transporte <strong>de</strong> petróleo e GN 12.121 148 ND*<br />

Total no setor 128.533 268 ND 135.804 100%<br />

Fonte: Inventário Brasileiro das emissões e remoções antrópicas <strong>de</strong> gases efeito estufa (2009) 39 . *ND: Não disponível.<br />

O Quadro 0-1 apresenta as fontes <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE em cada elo do setor, as potenciais iniciativas <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão, bem como as metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e monitoramento existentes no MDL que são<br />

aplicáveis a cada iniciativa. Observa-se que as potenciais iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE em cada elo<br />

da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>sse setor são:<br />

� elo 1 (produção do combustível fóssil): flare e/ou ventilação do gás metano associado ao petróleo<br />

bruto, flare do gás residual em refinarias <strong>de</strong> petróleo e ventilação, flare e consumo <strong>de</strong> gás metano em<br />

minas <strong>de</strong> carvão mineral.<br />

� elo 2 (distribuição/transporte do combustível fóssil): vazamento <strong>de</strong> gás natural nos dutos; e<br />

� elo 3 (consumo/uso térmico nas plantas): queima <strong>de</strong> combustíveis fósseis na indústria.<br />

Quadro 0-1 – Emissões <strong>de</strong> GEE e Iniciativas Mitigadoras <strong>de</strong> Emissões na<br />

Ca<strong>de</strong>ia do Setor <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis para a Indústria<br />

Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base<br />

CO₂<br />

CH₄<br />

CO₂<br />

CH₄ CH₄<br />

Recuperação <strong>de</strong> gás associado ao petróleo<br />

bruto<br />

Recuperação <strong>de</strong> gás residual <strong>de</strong> refinaria<br />

Redução <strong>de</strong> vazamento <strong>de</strong> GN na re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

distribuição<br />

Substituição <strong>de</strong> Combustíveis por gás natural<br />

Substituição <strong>de</strong> Combustíveis por biomassa<br />

Eficiência Energética – Otimização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong><br />

vapor<br />

Eficiência Energética – Introdução <strong>de</strong> novos<br />

processos/equipamentos<br />

Eficiência Energética – Melhoria/Otimização <strong>de</strong><br />

combustão<br />

Eficiência Energética – Recuperação <strong>de</strong> calor em<br />

fornos<br />

Metodologias e Linha <strong>de</strong> Base Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base<br />

AM0077 AM0023 ACM0003 ACM0012<br />

AM0037 AM0043 ACM0009 AM0017<br />

AM0009 AM0049 AM0018<br />

AM0055 AMS-III.B. AMS-II.D.<br />

AMS-III.P AM0007 AM0056<br />

AMS-II.F. AM0044<br />

ACM0003 AM0068<br />

AM0036 AM0060<br />

AMS-III.B. NM0338<br />

AMS-II.F. AM0054<br />

AMS-I.C AM0024<br />

NM0337 ACM0012<br />

NM0282 AMS-II.I.<br />

AM0076<br />

39 Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa: Informações e Valores Preliminares (2009).


78<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 1<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A Tabela 0-6 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE propostos no MDL que se<br />

enquadram no Elo 1 e se encontram nas seguintes etapas do processo no Brasil: validação, já validados e<br />

registrados. Também são apresentados: o potencial total e médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão gerada por esses<br />

projetos, bem como o número <strong>de</strong> projetos propostos no resto do Mundo (que se encontram nas etapas <strong>de</strong><br />

validação, já validados e registrados).<br />

De acordo com a Tabela 0-6, no Brasil, ainda não foi <strong>de</strong>senvolvido nenhum projeto <strong>de</strong> MDL referente à<br />

produção <strong>de</strong> combustíveis fósseis para nenhuma das iniciativas i<strong>de</strong>ntificadas. Por outro lado, no resto do<br />

mundo, existe um total <strong>de</strong> 113 projetos propostos no MDL.<br />

Tabela 0-6 – Projetos <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Combustível Fóssil (Elo 1)<br />

Iniciativas <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

– Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

Recuperação <strong>de</strong> gás<br />

associado em poços<br />

<strong>de</strong> petróleo<br />

Recuperação <strong>de</strong> gás<br />

residual <strong>de</strong> refinaria<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 1 – Produção <strong>de</strong> Combustível Fóssil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos *<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL no resto<br />

do Mundo<br />

Número total<br />

<strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

AM0077 - - - - - - - -<br />

AM0037 - - - - - - - 6<br />

AM0009 - - - - - - - 30<br />

AM0055 - - - - - - - 5<br />

AMS-III.P - - - - - - - 5<br />

Fonte: Própria com base na CQNUMC e CD4-CDM 40 .<br />

As iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões no Elo 1 são <strong>de</strong>scritas nas subseções abaixo.<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados à Produção <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis<br />

Recuperação e Aproveitamento <strong>de</strong> Gás Associado ao petróleo bruto<br />

Frequentemente, no processo <strong>de</strong> prospecção <strong>de</strong> petróleo bruto, extrai-se também uma parcela <strong>de</strong> gás<br />

natural que po<strong>de</strong> estar dissolvida no petróleo, ou sob a forma <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> gás livre sobre o petróleo. As<br />

possíveis <strong>de</strong>stinações <strong>de</strong>sse gás associado são várias, <strong>de</strong>ntre as quais se <strong>de</strong>stacam: injeção <strong>de</strong> gás no reservatório,<br />

queima <strong>de</strong> gás nos flares, ventilação do gás 41 , consumo <strong>de</strong> gás na plataforma para geração <strong>de</strong> energia e transporte<br />

<strong>de</strong> gás através <strong>de</strong> dutos para terra ou plataformas <strong>de</strong> liquefação para ser posteriormente vendido.<br />

Com base nas metodologias AM0037 e AM0009, as emissões <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base são geradas pela ventilação<br />

e queima do gás (seja no flare ou no consumo na plataforma). Portanto, projetos <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> gás<br />

associado ao petróleo bruto visam a reduzir as emissões na plataforma através do aproveitamento (ou do<br />

aumento do aproveitamento) do gás associado para venda e/ou geração <strong>de</strong> energia na plataforma.<br />

Avaliação Técnica<br />

Neste estudo, foi avaliado o potencial <strong>de</strong> aproveitamento <strong>de</strong>sse gás nas plataformas. Vale lembrar que já<br />

existem plataformas que aproveitam o gás associado, mas 11% da produção nacional ainda é <strong>de</strong>sperdiçada 42 .<br />

Isto se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> a maior parte do petróleo brasileiro ser extraída offshore, o que dificulta e encarece o<br />

seu transporte e venda a tal ponto que, com exceção <strong>de</strong> plataformas voltadas exclusivamente à exploração <strong>de</strong><br />

gás natural, seu aproveitamento torna-se financeiramente inviável. Desse modo, a viabilização <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />

projeto exige consi<strong>de</strong>rável esforço <strong>de</strong> pesquisas por parte das empresas.<br />

40 A pesquisa foi feita no mês <strong>de</strong> agosto nos Websites da CQNUMC e CD4-CDM. Disponível em http://cdmpipeline.org e //www. unfccc.int.<br />

41 A Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo – ANP – divulga anualmente o volume <strong>de</strong> gás que po<strong>de</strong> ser queimado no flare e ventilado em cada plataforma.<br />

42 Dado fornecido pela Associação Brasileira <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>s Consumidores Industriais <strong>de</strong> Energia e <strong>de</strong> Consumidores Livres (ABRACE). Disponível em<br />

http://www.abrace.org.br/port/noticias/ler.asp?id=18409.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Algumas simplificações foram feitas no cálculo do potencial <strong>de</strong>sse projeto:<br />

� consi<strong>de</strong>rou-se que não há ventilação <strong>de</strong> gás associado;<br />

� <strong>de</strong> todo o gás associado recuperado, 50% será aproveitado na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto; e<br />

� o gás associado recuperado substituirá o óleo combustível na plataforma.<br />

Os resultados foram obtidos para os campos <strong>de</strong> petróleo offshore brasileiros que, juntos, produzem mais<br />

<strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong> m³ por ano. Ressalte-se que este estudo não contempla os campos recém-<strong>de</strong>scobertos do<br />

pré-sal, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> dados disponíveis. Por conservadorismo, a estimativa do número <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

replicação <strong>de</strong>sse projeto, consi<strong>de</strong>rou-se uma plataforma por campo – apesar <strong>de</strong>, em geral, haver mais <strong>de</strong> uma.<br />

O <strong>de</strong>talhamento da fórmula aplicada para estimar a redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong>sse projeto é feito, a seguir:<br />

Tabela 0-7 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

BE *tCO₂e+ = V rec [m³] * PCI GN [GJ/m³] * FE GN *tCO₂e/GJ+<br />

V rec [m³] = V queimado [m³] * f rec<br />

Emissões do Projeto<br />

PE *tCO₂e+ = fe Projeto *tCO₂e/m³ <strong>de</strong> g s recuperado]* V rec [m³]<br />

V rec [m³] = V queimado [m³] * f rec<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = BE – PE<br />

Tabela 0-8 – Parâmetros para cálculo <strong>de</strong> recuperação e aproveitamento <strong>de</strong> gás associado ao petróleo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do gás natural 56,15 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE Projeto Fator <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> Projeto 0,00067 t CO₂e/m³ <strong>de</strong> gás recuperado 6<br />

P GA Produção total <strong>de</strong> gás natural associado em 2009 16.976 10 6 m³ 1<br />

P P Produção total <strong>de</strong> petróleo em 2009 711.883 10³ barris 1<br />

RGO 2009 Razão Gás-Óleo média em 2009 23,85 m³ <strong>de</strong> gás associado/barril <strong>de</strong> petróleo calculado<br />

- Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> barril para m 3 6,29 barril <strong>de</strong> petróleo/m³ <strong>de</strong> petróleo 5<br />

Q GN Queima e perda <strong>de</strong> gás natural em 2009 3.424 10 6 m³ 1<br />

- Razão Queima/Produção <strong>de</strong> gás associado 20,2% % Calculado<br />

f rec Fator <strong>de</strong> recuperação Gás recuperado/Gás queimado 50% % pressuposto<br />

PCI GN Conteúdo <strong>de</strong> Energia do gás natural 0,032 GJ/m³ 3<br />

Fontes:<br />

1 ANP "ANUÁRIO ESTATÍSTICO BRASILEIRO DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS – 2010". Disponível emwww.scribd.com/doc/37627928/Anuario-Estatistico-<br />

Brasileiro-do-Petroleo-Gas-Natural-e-Biocombustiveis-2010.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 Balanço energético Nacional 2009 (BEN 2009)<br />

4 Manual <strong>de</strong> Procedimentos <strong>de</strong> Estimativas <strong>de</strong> Reservas. Petrobras.<br />

5 Disponível em http://www2.petrobras.com.br/ri/port/DestaquesOperacionais/ExploracaoProducao/ManualProcedimentos_Conversao<strong>de</strong>Unida<strong>de</strong>s.asp.<br />

6 Valor médio das emissões <strong>de</strong> projeto contidas nos seguintes PDDs:<br />

7 PDD em validação "Recovery and Utilization of Associated Gas at Pondok Tengah LPG Plant – PT. Yudistira Energy" – Version 1 – 01/10/2010.<br />

8 PDD em validação "Tres Hermanos Oil Field Gas Recovery and Utilization Project" – Version 01 – 08/05/2007.<br />

9 PDD em validação "OML 123 Offshore Associated Gas Capture and Utilization Project, Nigeria" – Version 01.2 – 11/09/2009.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-9 apresenta os resultados <strong>de</strong>sse estudo sobre o potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto no Brasil,<br />

contemplando as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong><br />

CERs, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Esses resultados resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com base nas<br />

metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas nacionalmente após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

79


80<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-9 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Recuperação e Aproveitamento <strong>de</strong> Gás Associado em Plataformas<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,559 tCO₂e/(10 3 m 3 gás associado x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 1.914.594 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 19.145.942 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 44 plataformas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 435.135 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 191.459.420 US$<br />

Custo unitário <strong>de</strong> investimento N/D** US$/m 3 <strong>de</strong> gás associado<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Barreiras à Implementação do Projeto<br />

Conforme citado anteriormente, o aproveitamento <strong>de</strong> gás associado – isto é, o projeto aqui proposto – já<br />

é prática comum nas plataformas brasileiras <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> petróleo offshore. Teoricamente, as plataformas<br />

offshore queimam exclusivamente gás associado na geração <strong>de</strong> energia e, somente aquela parcela que não<br />

pô<strong>de</strong> ser aproveitada é queimada no flare. No entanto, segundo reportado pela Abrace (2010), o percentual<br />

queimado e ventilado ainda é elevado (11% do total da produção total <strong>de</strong> gás natural).<br />

Desse modo, a atual falta <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aproveitamento do gás e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos<br />

para a pesquisa para a expansão e viabilização <strong>de</strong> alternativas po<strong>de</strong> representar uma barreira à replicação do<br />

projeto.<br />

Recuperação e Aproveitamento <strong>de</strong> Gás Residual em Refinarias<br />

O gás residual correspon<strong>de</strong> ao gás que é gerado como subproduto em diferentes fases do processo <strong>de</strong><br />

refino do petróleo. Em geral, o gás residual é posteriormente direcionado aos flares para ser queimado,<br />

gerando emissões <strong>de</strong> CO₂, tanto <strong>de</strong>vido à combustão do próprio g s, como à queima <strong>de</strong> outros combustíveis<br />

para geração <strong>de</strong> vapor no flare.<br />

Projetos <strong>de</strong> aproveitamento do gás residual para geração <strong>de</strong> energia térmica na planta, portanto,<br />

favorecem a redução <strong>de</strong> emissão, evitando a emissão proveniente da queima <strong>de</strong> combustíveis fósseis para a<br />

geração <strong>de</strong> vapor no flare, bem como a emissão gerada pela queima <strong>de</strong> combustíveis fósseis na geração <strong>de</strong><br />

energia térmica na planta. A avaliação do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong>sse projeto no Brasil baseou-se<br />

na metodologia aprovada <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala AM0055.<br />

Avaliação Técnica<br />

Segundo o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) (2010), o Brasil<br />

conta hoje com um total 13 refinarias que juntas processam quase 2 milhões <strong>de</strong> barris <strong>de</strong> óleo cru por dia. Após<br />

uma pesquisa por dados <strong>de</strong>ssas refinarias chegou-se a uma relação estimada <strong>de</strong> quais unida<strong>de</strong>s já realizam<br />

aproveitamento <strong>de</strong> gás residual, <strong>de</strong> modo a obter uma aproximação <strong>de</strong> quantos projetos potenciais existem no<br />

território nacional. Assim, concluiu-se que do total <strong>de</strong> refinarias, 8 representam potenciais projetos <strong>de</strong><br />

aproveitamento <strong>de</strong> gás residual.<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto, foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas e dos<br />

parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-11.<br />

Tabela 0-10 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

BE *tCO₂e/ano+ = Q GRA [t/ano] x (PCI GR [TJ/1000t])/1000 x C OC [tC/tOC] x 44/12<br />

Emissões do Projeto<br />

PE *tCO₂e/ano+ = Q GRA [t/ano] x C GR [ tC/tGR] x 44/12<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE *tCO₂e+ = BE *tCO₂e+ – PE *tCO₂e+


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-11 – Parâmetros para cálculo <strong>de</strong> recuperação e aproveitamento <strong>de</strong> gás <strong>de</strong> refinaria<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Q OC Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo Combustível consumida no setor <strong>de</strong> refino em 2006 1.123.277 tep 4<br />

Q PP Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Petróleo Processada em 2006 16.183.904,4 t 3<br />

Q OC/Q PP Consumo específico <strong>de</strong> óleo Combustível por petróleo processado 0,069 tep/t petróleo calculado<br />

Q GR,y/Q p Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gás Residual produzida por Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Petróleo Processado 2 % 2<br />

RQ GR, Quantida<strong>de</strong> recuperável do gás residual 90 % 2<br />

F ba/td Fator <strong>de</strong> Conversão <strong>de</strong> barril/dia para tonelada/ano 49,8 - 1<br />

PCI GR Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do gás residual 47,31 TJ/10^3 ton 2<br />

PCI OC Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do óleo combustível 9.590 kcal/kg 5<br />

PCI OC Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do óleo combustível 40.151,41 kJ/kg calculado<br />

PCI OC Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do óleo combustível 40,15 TJ/10^3 t calculado<br />

F tep-TJ Fator <strong>de</strong> Conversão <strong>de</strong> tep para TJ 0,042 - 5<br />

C GR Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Gás Residual 0,79 tC/tGR 2<br />

C OC Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Óleo Combustível 21,1 tC/TJ 2<br />

Fontes:<br />

1 Tn Petróleo. "Tabelas <strong>de</strong> Conversão Petróleo e Gás". Disponível em www.tnpetroleo.com.br/pdfs/tab_conver _petro_gas_sda.pdf. Acesso em 25/10/2010.<br />

2 DE GOUVELLO et al."Low-carbon Energy Projects for Development in Sub-Saharan Africa". World Bank. Washington D.C., 2008.<br />

3 Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo Gás Natural e Bicombustíveis 2010". Disponível em www.scribd.com/doc/37627928/Anuario-Estatistico-Brasileiro-do-Petroleo-Gas-<br />

Natural-e-Biocombustiveis-2010. Acesso em 11/10/2010.<br />

4 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". Disponível em<br />

www.ppe.ufrj.br/ppe/production/tesis/mauricio_junior.pdf. Acesso em 25/10/2010.<br />

5 EPE/MME. Balanço Energético Nacional 2010. Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 25/10/2010.<br />

6 UNFCCC. PDD "Recovery and utilization of flare waste gases at the Industrial Complex of Luján <strong>de</strong> Cuyo". Disponível em<br />

http://cdm.unfccc.int/UserManagement/FileStorage/3ROAET89Y5K4FIHSMCJ21NWPVQ6GXU. Acesso em 25/10/2010.<br />

7 UNFCC "AM005 – Baseline and Monitoring Methodology for the recovery and utilization of waste gas in refinery facilities". Tn Petróleo. Disponível em<br />

www.tnpetroleo.com.br/noticia/ 16728/pqu-e-petrobras-assinam-contrato-<strong>de</strong>-fornecimento-<strong>de</strong>-gas-residual . Acesso em 11/10/2010.<br />

8 Refap (site). Disponível em www.refap.com.br/refapunida<strong>de</strong>s.asp. Acesso em 11/10/2010.<br />

9 Prefeitura <strong>de</strong> Cubatão (site). Disponível em www.cubatao.sp.gov.br/publico/in<strong>de</strong>x.php?option=com_content&view=article&id=2083:presi<strong>de</strong>nte-lula-estara-em-cubatao-naquarta-10-para-inaugurar-termeletrica-na-refinaria&catid=10:noticias-da-cida<strong>de</strong>&Itemid=50.<br />

Acesso em 1/10/2010.<br />

10 Governo do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte. "Perfil do seu município – Guarmaré". Disponível em www.i<strong>de</strong>ma.rn.gov.br/governo. Acesso em 11/10/2010.<br />

11 UNFCCC. "Project Arcelor Mittal Aços Longos: Blast Furnace Gas (BFG) – Waste Energy Use Project Activity". Disponível em<br />

http://cdm.unfccc.int/UserManagement/FileStorage/9KGRE3LV2YNC41ITO7J0HZS5FXAWDU. Acesso em 25/10/2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A seguir, são apresentados os resultados <strong>de</strong>sse estudo sobre o potencial <strong>de</strong> replicação <strong>de</strong>sse projeto no<br />

Brasil, contemplando as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a<br />

venda <strong>de</strong> CERs, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-12 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-12 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Recuperação e Aproveitamento <strong>de</strong> Gás Residual em Refinarias<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 13,74 tCO₂e/(10 3 t óleo processado x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 564.017 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 5.690.173 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 8 refinarias<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 711.272 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 56.901.740 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Barreiras à Implementação do Projeto<br />

Atualmente, não há nenhum projeto <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> gás residual <strong>de</strong> refinaria <strong>de</strong>senvolvido no Brasil,<br />

no âmbito do MDL. No entanto, é possível associar as principais barreiras enfrentadas por projetos <strong>de</strong><br />

recuperação <strong>de</strong> gás residual <strong>de</strong> refinaria em outros locais às possíveis barreiras à sua implantação no País.<br />

Diferente do gás combustível <strong>de</strong> refinaria, o gás residual tem ritmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento, temperatura, pressão e<br />

peso molecular suscetíveis a gran<strong>de</strong>s variações, o que acarreta numa barreira técnica para <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

compressor e do sistema completo <strong>de</strong> aproveitamento do mesmo. Além disso, <strong>de</strong>vido à sua composição, o gás flare<br />

é altamente explosivo, po<strong>de</strong>ndo causar danos aos equipamentos e aos funcionários, em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte.<br />

81


82<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Muitos dos projetos registrados também apontaram como barreira a ausência <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra qualificada<br />

local com conhecimento dos novos processos a serem instalados. Por fim, há poucos fornecedores dos serviços<br />

<strong>de</strong> manutenção e reposição no mundo para esse tipo <strong>de</strong> projeto. Vale ressaltar que, em um caso específico 43 ,<br />

apenas um fornecedor disponível no mundo foi encontrado, o que é uma barreira per se.<br />

Recuperação e Aproveitamento <strong>de</strong> Metano Associado à Extração do Carvão<br />

Assim como ocorre em jazidas <strong>de</strong> petróleo, usualmente, jazidas <strong>de</strong> carvão mineral apresentam<br />

<strong>de</strong>terminadas concentrações <strong>de</strong> gás metano que po<strong>de</strong>m acabar sendo liberadas para atmosfera, caso não haja<br />

nenhum equipamento <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>sse gás. Assim, a instalação <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> captura e aproveitamento<br />

<strong>de</strong>sse metano na lavra do carvão po<strong>de</strong> representar uma alternativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão nesta ativida<strong>de</strong>.<br />

No entanto, no Brasil existem poucas estimativas da concentração <strong>de</strong> metano das minas nacionais. A<br />

pesquisa mais recente no assunto, realizada no Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas<br />

<strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa, do MCT, encontrou níveis extremamente baixos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> metano das minas<br />

<strong>de</strong> carvão brasileiras. O estudo, portanto, optou pela aplicação dos valores <strong>de</strong>faut fornecidos pelo IPCC (2006),<br />

que são significativamente maiores, e as emissões <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> ainda permaneceram pouco significantes.<br />

Portanto, no presente estudo, optou-se por não calcular o potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 2<br />

O Quadro 0-1 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs propostos no MDL que se<br />

enquadram no elo 2 e se encontram nas seguintes etapas do processo no Brasil: validação, já validados e<br />

registrados. Também são apresentados: o potencial total e médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão gerada por esses<br />

projetos, bem como o número <strong>de</strong> projetos propostos no resto do mundo (que se encontram nas etapas <strong>de</strong><br />

validação, já validados e registrados).<br />

Como po<strong>de</strong> ser verificado no Quadro 0-1, existe somente um projeto <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> gás natural já<br />

proposto no âmbito do MDL. Esse projeto já foi validado pela Entida<strong>de</strong> Operacional Designada (EOD) e<br />

encontra-se na etapa <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> registro na Convenção Quadro das Nações Unidas <strong>de</strong> Mudança do Clima<br />

(CQNUMC). Seu potencial <strong>de</strong> redução correspon<strong>de</strong> a 7,7 ktCO₂e/ano. No resto do mundo, oito projetos j<br />

foram propostos no âmbito do MDL.<br />

Com base nas metodologias AM0023 e AM0043, as emissões <strong>de</strong> GEE na linha <strong>de</strong> base do tipo <strong>de</strong> projeto em<br />

questão são geradas pelo vazamento do g s natural que resulta na liberação <strong>de</strong> CH₄ na atmosfera. Portanto,<br />

iniciativas <strong>de</strong> redução do vazamento correspon<strong>de</strong>m à substituição <strong>de</strong> dutos antigos por novos e mais vedados, ou<br />

ainda à implementação <strong>de</strong> compressores <strong>de</strong> tubulações (em inglês, pipeline compressors) ou <strong>de</strong> gate stations.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução<br />

<strong>de</strong> Emissão – Projetos<br />

<strong>de</strong> MDL<br />

Redução <strong>de</strong><br />

vazamento <strong>de</strong> GN na<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Quadro 0-2 – Projetos <strong>de</strong> Transporte <strong>de</strong> Combustível por Dutos<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Fonte: Própria com base na CQNUMC e CD4-CDM 44 .<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 2 – Transporte <strong>de</strong> Combustível via Dutos<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos *<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL no Mundo<br />

Número total<br />

<strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

AM0043 0 1 0 0 1 8 8 0<br />

43 Flare Gas Recovery system (FGRS) at Barauni Refinery of Indian Oil Corporation Limited.<br />

44 A pesquisa foi feita no mês <strong>de</strong> agosto nos Websites da CQNUMC e CD4-CDM. Disponível em http://cdmpipeline.org e www.unfccc.int.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados à Distribuição <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis<br />

Redução <strong>de</strong> Vazamento <strong>de</strong> Gás Natural em Gasodutos<br />

Conforme <strong>de</strong>scrito anteriormente, ao longo das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> gás natural po<strong>de</strong>m existir focos<br />

<strong>de</strong> vazamento, acarretando a liberação <strong>de</strong> CH₄ na atmosfera. Essa emissão po<strong>de</strong> ser ainda superior se o<br />

material que constitui os dutos da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição for ferro fundido, como é o caso das re<strong>de</strong>s mais antigas.<br />

Uma alternativa para reduzir as emissões relativas à distribuição <strong>de</strong> gás natural, portanto, constitui a<br />

substituição dos dutos antigos <strong>de</strong> ferro fundido por dutos novos, <strong>de</strong> polietileno, ou com proteção catódica.<br />

Avaliação Técnica<br />

Após uma longa pesquisa entre a listagem das empresas concessionárias estaduais <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> gás<br />

natural 45 , foi possível i<strong>de</strong>ntificar duas empresas aplicáveis ao projeto: Comgás e CEG, uma vez que ambas ainda<br />

possuem dutos <strong>de</strong> ferro fundido na extensão total <strong>de</strong> suas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição.<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto, foi calculado a partir dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela<br />

0-13 e Tabela 0-14 e das fórmulas evi<strong>de</strong>nciadas abaixo.<br />

Tabela 0-13 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

EF OP = 0,00357 x F CH₄<br />

CH₄BE y *tCH₄+ = CH₄BE 0 *tCH₄+ – (Σ NPB k – NOP y) [m] x (EF OP – EF NP) *tCH₄/m+<br />

CH₄BE 0 *tCH₄+ = OP x EF OP *tCH₄+<br />

BEy *tCO₂e+ = CH₄BEy *tCH₄+*GWP CH₄ *tCOe/tCH₄+<br />

Emissões do Projeto<br />

EF NP = 0,00021 x F CH₄<br />

CH₄PE y *tCH₄+ = CH₄BE 0 *tCH₄+ – (ΣNPB k – NPP y) [m] x (EF OP – EF NP) *tCH₄/m+<br />

PE y *tCO₂e+ = CH₄PEy *tCH₄+*GWP CH₄ *tCOe/tCH₄+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE y *tCO₂e+ = BE y *tCO₂e+ – PEy *tCO₂e+<br />

Tabela 0-14– Parâmetros para o cálculo <strong>de</strong> substituição das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> gás natural<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

GWP CH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global para o metano 21 tCO₂e/tCH₄ 1<br />

CH₄BE 0,CEG Emissão da CEG <strong>de</strong> CH₄ na Linha <strong>de</strong> Base no ano 0 1.652,96 tCH₄/ano calculado<br />

CH₄BE 0,COMGÁS Emissão da COMGÁS <strong>de</strong> CH₄ <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base no ano 0 2.204,55 tCH₄/ano calculado<br />

OP CEG Extensão dos dutos <strong>de</strong> ferro fundido a serem substituídos na CEG 497.864 m 2<br />

OP COMGÁS Extensão dos dutos <strong>de</strong> ferro fundido a serem substituídos na COMGÁS 664.000 m 3<br />

F CH₄ Fração <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> metano no Gás Natural 93 % 2<br />

EF OP Fator <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CH₄ dos dutos <strong>de</strong> ferro fundido 0,0033201 tCH₄/m*ano 2<br />

EF NP Fator <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CH₄ dos dutos <strong>de</strong> polietileno 0,000195 tCH₄/m*ano 2<br />

NOP y Comprimento da re<strong>de</strong> substituída e não operacional até o ano y 0,00 m 2<br />

%NPB k Taxa <strong>de</strong> média <strong>de</strong> substituição dos dutos na linha <strong>de</strong> base 1,24 %<br />

%NPP Taxa média <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> novos dutos 4,66 %<br />

83<br />

Calculado com base nos valores <strong>de</strong> NPB dos quatro<br />

anos iniciais, fornecidos pelo PDD da CEG, UNFCCC (2)<br />

Calculado com base nos valores <strong>de</strong> NPB dos quatro<br />

anos iniciais, fornecidos pelo PDD da CEG, UNFCCC (2)<br />

NPB CEG Substituição média dos dutos da CEG na Linha <strong>de</strong> Base 6.177,57 m calculado<br />

NPP CEG Substituição média dos dutos da CEG no Cenário <strong>de</strong> Projeto 23.177,79 m calculado<br />

NPB COMGÁS Substituição média dos dutos da COMGÁS na Linha <strong>de</strong> Base 8.239,02 m calculado<br />

NPP COMGÁS Substituição média dos dutos da COMGÁS no Cenário <strong>de</strong> Projeto 30.912,17 m calculado<br />

y Duração total do projeto 10 anos premissa<br />

CI Fontes:<br />

Custo unitário do Investimento 246,90<br />

R$/m <strong>de</strong> duto <strong>de</strong><br />

polietileno<br />

2<br />

1 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

2 UNFCCC. PDD – “Replacement of CEG’s cast iron natural gas distribution grid with polyethylene in Rio <strong>de</strong> Janeiro – Version 01 – 16-01- 2009”. Disponível em<br />

http://cdm.unfccc.int/UserManagement/FileStorage/10INRO4VMBD2LH8F3S75CYAKZGPTE9.<br />

3 COMGÁS Relatório Anual Comgás 2009. pg 51. Disponível em www.comgas.com.br/relatorio_anual_2009/pdf/Book_RA_Comgas.pdf. Acessado em 26 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010.<br />

4 UNFCCC. AM0043 – “Leak reduction from a natural gas distribution grid by replacing old cast iron pipes or steelpipes without cathodic protection with polyethylene pipes".<br />

Disponível em http://cdm.unfccc.int/UserManagement/FileStorage/CDMWF_AM_CF8ZNUVP8A86TOUTNQTH9S6NJQW7J7.<br />

45 Essa listagem po<strong>de</strong> ser obtida a partir do website da Gasnet: http://www.gasnet.com.br/. Acesso em 01/11/2010.


84<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A Tabela 0-15 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto, com relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante <strong>de</strong> investimentos<br />

necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-15 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-15 – Resultados do projeto <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> dutos nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> gás natural<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,53 tCO₂e/m duto x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual média* 11.874 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 237.476 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos** 2 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 118.738 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 6.530 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 1.187.380 US$<br />

Custo do Investimento 385.186.015 US$<br />

* Nesse projeto, a redução <strong>de</strong> emissão varia anualmente.<br />

**A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras à Implementação do Projeto<br />

O único projeto <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Vazamento na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Distribuição <strong>de</strong> Gás Natural no âmbito do MDL<br />

<strong>de</strong>senvolvido no mundo é brasileiro: “Replacement of CEG’s cast iron natural gas distribution grid with<br />

polyethylene in Rio <strong>de</strong> Janeiro”. O Documento <strong>de</strong> Concepção do Projeto, no entanto, optou por <strong>de</strong>monstrar sua<br />

adicionalida<strong>de</strong> pelo resultado da análise econômico-financeira, seguida por análise <strong>de</strong> prática comum.<br />

No que concerne à prática comum, o DCP apontou que, com a exceção das re<strong>de</strong>s da CEG e da Comgás<br />

(distribuidoras <strong>de</strong> gás, respectivamente, do Rio <strong>de</strong> Janeiro e <strong>de</strong> São Paulo), o restante das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição<br />

não é constituído a ferro fundido. Ou seja, existem somente duas empresas nas quais esse projeto po<strong>de</strong>ria ser<br />

aplicado, num universo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 25 distribuidoras nacionais.<br />

Com isso, po<strong>de</strong>-se concluir que a falta <strong>de</strong> locais à aplicação do projeto constitui uma barreira em si para<br />

que mais projetos <strong>de</strong>sse tipo sejam <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 3<br />

A Tabela 0-16 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs propostos no MDL que se<br />

enquadram no elo 3 e se encontram nas seguintes etapas do processo no Brasil: validação, já validados e<br />

registrados. Também são apresentados: o potencial total e médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão gerada por esses<br />

projetos, bem como o número <strong>de</strong> projetos propostos no resto do mundo (que se encontram nas etapas <strong>de</strong><br />

validação, já validados e registrados).<br />

Como po<strong>de</strong> ser observado na Tabela 0-16, no Brasil, já foram <strong>de</strong>senvolvidos 49 projetos <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong><br />

combustíveis e 10 projetos <strong>de</strong> eficiência energética. Com base nesses projetos do MDL, o potencial médio <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustíveis varia entre 23-75 ktCO₂e/ano. J para projetos <strong>de</strong> efici ncia<br />

energética, o potencial médio é <strong>de</strong> 131 ktCO₂e/ano.<br />

No resto do mundo, verifica-se um total <strong>de</strong> 491 projetos <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustíveis e 473 projetos <strong>de</strong><br />

eficiência energética já propostos no âmbito do MDL. Desses, 290 correspon<strong>de</strong>m a projetos voltados<br />

especificamente à eficiência energética <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> vapor.<br />

As iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões no Elo 3 são <strong>de</strong>scritas nas subseções a seguir.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-16 – Projetos <strong>de</strong> Consumo/Uso térmico <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis na Indústria<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução<br />

<strong>de</strong> Emissão – Projetos<br />

<strong>de</strong> MDL<br />

Substituição <strong>de</strong><br />

Combustíveis por gás<br />

natural<br />

Substituição <strong>de</strong><br />

Combustíveis por gás<br />

natural<br />

Eficiência Energética –<br />

Introdução <strong>de</strong> novos<br />

processos/equipamentos<br />

Eficiência Energética –<br />

Melhoria na Combustão<br />

Eficiência Energética –<br />

Otimização <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong><br />

Vapor<br />

Eficiência Energética –<br />

Recuperação <strong>de</strong> Calor em<br />

Fornos<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 3 – Consumo/Uso Térmico<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

85<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL no Mundo<br />

Número total<br />

<strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

ACM0003 - - - - - - - 25<br />

ACM0009 3 - - 1 3 220 73 9<br />

AM0049 - - - - 0 - - 3<br />

AM0007 - - - - - - - -<br />

AMS-III.B. 8 - 3 - 11 254 23 55<br />

AMS-II.F. - - - - 0 - - 2<br />

ACM0003 - - - - - - - 25<br />

AM0036 3 - - 1 3 226 75 17<br />

AMS-III.B. 8 - 3 - 11 254 23 55<br />

AMS-II.F. - - - - 0 - - 2<br />

AMS-I.C 19 6 6 1 32 1.030 33 355<br />

NM0337 - - - - - - - -<br />

NM0282 - - - - - - - -<br />

AM0056 - - - - 0 - - -<br />

AM0068 - - - - 0 - - -<br />

AM0060 - - - - 0 - - -<br />

AM0044 - - - - 0 - - 1<br />

NM0338 - - - - - - - -<br />

AMS-II.D. 3 - - - 3 51 17 149<br />

AM0054 - - - - 0 - - -<br />

AM0017 - - - - 0 - - -<br />

AM0018 - - - - 0 - - 15<br />

ACM0012 7 - - - 7 1.314 188 275<br />

AM0076 - - - - 0 - - -<br />

AM0024 - - - - 0 - - 33<br />

AMS-II.I. - - - - 0 - - -<br />

ACM0012 7 - - - 7 1.314 188 275<br />

Fonte: Elaboração Própria com base na CQNUMC e CD4-CDM 46 .<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados ao Consumo <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis<br />

De modo a organizar o cálculo e a a<strong>de</strong>quá-lo aos dados <strong>de</strong> entrada disponíveis, a análise das<br />

oportunida<strong>de</strong>s concretas <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> GEEs no consumo <strong>de</strong> combustíveis fósseis na indústria foi<br />

realizada adotando a divisão por setores da indústria proposta pelo Balanço Energético Nacional, conforme<br />

disposto abaixo 47 :<br />

� Cimento; � ferro-gusa e aço;<br />

� mineração e pelotização; � química;<br />

� não ferrosos e outros metálicos; � têxtil;<br />

� alimentos e bebidas; � papel e celulose;<br />

� cerâmica; e � outros.<br />

46 Para levantamento dos produtores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes ver SINDIFER. Disponível em http://www.sindifer.com.br/Anuario_2007.html. Acesso em 10/10/2010.<br />

47 Nesta divisão setoriais da indústria, adotada pelo BEN, inclui-se também o setor <strong>de</strong> ferro-ligas. No entanto, como tal setor apresenta um baixo consumo <strong>de</strong><br />

combustíveis fósseis, para fins <strong>de</strong> simplificação, ele não foi consi<strong>de</strong>rado nesta análise.


86<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Para inferir o potencial concreto dos projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> GEEs associado ao consumo <strong>de</strong> combustíveis<br />

fósseis na indústria, objetivou-se listar todas as empresas atuantes em cada setor bem como suas respectivas<br />

produções. Quando possível, foram i<strong>de</strong>ntificadas também as unida<strong>de</strong>s produtivas pertencentes a cada<br />

empresa. Nesses casos, o número <strong>de</strong> projetos correspon<strong>de</strong> ao somatórios das unida<strong>de</strong>s produtivas <strong>de</strong>ssas<br />

empresas. É o caso dos setores <strong>de</strong> ferro-gusa (produtores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes), papel & celulose e <strong>de</strong> cimento.<br />

Quando não foi possível realizar tal <strong>de</strong>sagregação, consi<strong>de</strong>rou-se que cada empresa <strong>de</strong>senvolveria um<br />

Programa <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s 48 (PoA, do inglês Programme of Activities), que englobaria uma série <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Programa <strong>de</strong> MDL (CPA, do inglês CDM Programme Activity). Ressalte-se que o número <strong>de</strong> CPAs não foi<br />

<strong>de</strong>finido no presente estudo, mas somente o número <strong>de</strong> potenciais PoAs. Essa abordagem foi adotada para os<br />

setores <strong>de</strong> ferro-gusa (usinas integradas) e aço, mineração e pelotização, química, alumínio primário e<br />

cerâmica. Já para os setores têxtil, <strong>de</strong> alimentos & bebidas e <strong>de</strong> não ferrosos e outros metálicos, para os quais<br />

não foram encontradas listagens <strong>de</strong> empresas atuantes, a análise partiu <strong>de</strong> uma abordagem bottom-up.<br />

As informações setoriais que viabilizaram uma análise em cada setor, são <strong>de</strong>scritas abaixo.<br />

Cimento – De acordo com o DNPM (2009), existem 68 fábricas <strong>de</strong> cimento no Brasil distribuídas <strong>de</strong>ntre 12<br />

empresas, e só a Votorantim Cimentos respon<strong>de</strong> por 21 fábricas ativas, que, juntas, produzem quase 20<br />

milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> cimento por ano, o que correspon<strong>de</strong> a mais <strong>de</strong> 35% da produção nacional. Os dados<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> cada fábrica foram estimados a partir <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas fábricas,<br />

fornecidas pelo Global Cement Report 2010, <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> produção estadual, fornecidos pelo DNPM (2009),<br />

além <strong>de</strong> dados específicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas empresas, que pu<strong>de</strong>ram ser obtidos em seus sítios na internet.<br />

Ferro-gusa e Aço – Segundo o IABr (2010), existem hoje no Brasil oito produtoras integradas <strong>de</strong> ferro-gusa, que<br />

juntas são responsáveis por 83% da produção nacional do metal. O restante (4 milhões <strong>de</strong> toneladas por ano), por<br />

sua vez, é produzido pelos 79 produtores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes distribuídos pelo território nacional. Já em relação à<br />

produção <strong>de</strong> aço bruto, foram avaliadas nove unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção, cujos dados <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> aço bruto e <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> fontes energéticas foram obtidos a partir <strong>de</strong> documentos da ABM Brasil.<br />

Mineração & Pelotização – Para esse setor , recorreu-se à listagem das 100 maiores mineradoras brasileiras,<br />

fornecida pelo DNPM (2006), que, juntas somam 89% da produção nacional. Vale ressaltar que essa relação reflete o<br />

valor da produção vendida, pois somente assim é possível agregar os diferentes minérios explorados por cada<br />

empresa. Desse modo, recomenda-se que futuros estudos realizem uma análise <strong>de</strong>sagregada por minério, <strong>de</strong> modo<br />

a evitar a distorção que a diferença <strong>de</strong> preços po<strong>de</strong> causar.<br />

Química – O setor químico é altamente complexo, com mais <strong>de</strong> 600 empresas operantes no Brasil, que<br />

produzem mais <strong>de</strong> 1000 diferentes produtos. Desse modo, visando a uma avaliação simplificada das<br />

oportunida<strong>de</strong>s concretas <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> baixo carbono, optou-se por limitar a análise à produção <strong>de</strong> 13<br />

químicos específicos, selecionados segundo a disponibilida<strong>de</strong> dos dados necessários à avaliação <strong>de</strong> tal<br />

potencial. A partir dos produtos químicos selecionados, foi feito um levantamento das empresas produtoras<br />

referentes <strong>de</strong> cada químico, a partir <strong>de</strong> dados da Abiquim (2009). As estimativas <strong>de</strong> produção por empresa<br />

estimadas a partir dos dados <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> nominal das empresas e da produção total <strong>de</strong> cada produto.<br />

Abaixo, são especificados os produtos químicos selecionados para a análise:<br />

� amônia; � ácido sulfúrico;<br />

� cloro; � carbonato neutro <strong>de</strong> sódio;<br />

� cloretos <strong>de</strong> polivinila (PVC); � eteno;<br />

� metanol; � nitrato <strong>de</strong> amônio;<br />

� polipropileno; � polietileno (alta e <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>);<br />

� poliestireno; � ureia.<br />

48 Para informações referentes ao PoA, vi<strong>de</strong>: http://cdm.unfccc.int/ProgrammeOfActivities/in<strong>de</strong>x.html


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Papel & Celulose – Para esse setor, foi possível efetuar um levantamento <strong>de</strong> quase todas as empresas<br />

operando no Brasil, a partir dos dados fornecidos pela Bracelpa (2009). No total, foram levantados dados <strong>de</strong><br />

107 empresas produtoras <strong>de</strong> papel e <strong>de</strong> 35 empresas produtoras <strong>de</strong> celulose, representando respectivamente<br />

89% e 97% da produção nacional.<br />

Alumínio – Os dados <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> alumínio primário, bem como a listagem <strong>de</strong> empresas produtoras, foram<br />

extraídas <strong>de</strong> MCT (2010). Segundo indicado no documento, existem hoje no Brasil sete unida<strong>de</strong>s produtoras <strong>de</strong><br />

alumínio primário, que apresentam uma produção total <strong>de</strong> 1,5 milhão <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> alumínio por ano.<br />

Alimentos e Bebidas/Têxtil/Não ferrosos e outros metálicos – Para esses setores, não foi possível obter dados<br />

<strong>de</strong>sagregados por empresa. Portanto, nesses casos foi feita uma análise top-down.<br />

Cerâmica – O setor <strong>de</strong> cerâmica brasileiro ainda é razoavelmente <strong>de</strong>sorganizado. Ainda que existam algumas<br />

associações, nenhuma <strong>de</strong>las apresenta dados <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> insumos ou <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>sagregada por<br />

empresa. Assim, os cálculos para esse setor foram feitos <strong>de</strong> forma top-down para as 300 empresas<br />

i<strong>de</strong>ntificadas. Para tanto, assumiu-se que essas 300 empresas correspon<strong>de</strong>m às maiores do setor (que, estimase,<br />

conta com 5.603 empresas), representando, juntas, 50% da produção nacional 49 .<br />

Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

A substituição <strong>de</strong> combustíveis correspon<strong>de</strong> a uma alternativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão que não requer a<br />

redução da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia consumida na planta. Através da substituição dos combustíveis fósseis<br />

utilizados no cenário <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base por combustíveis renováveis ou menos carbonointensivos, é possível<br />

gerar uma mesma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia, reduzindo as emissões <strong>de</strong> GEEs associadas a essa geração.<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, principalmente, da diferença entre o fator <strong>de</strong><br />

emissão do combustível <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e o fator <strong>de</strong> emissão do combustível substituto – quanto maior essa<br />

diferença, maior será o potencial <strong>de</strong> redução.<br />

49 MME, 2009.<br />

87


88<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

PROJETO DESENVOLVIDO POR UMA FÁBRICA DE TIJOLOS NO EGITO<br />

Um projeto <strong>de</strong>senvolvido por uma fábrica <strong>de</strong> tijolos no Egito exemplifica a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustíveis fósseis<br />

por gás natural em fábricas <strong>de</strong> tijolos. Nesse projeto, 311 fornos Hoffmann sofreram conversão, <strong>de</strong> forma a po<strong>de</strong>r queimar gás natural no<br />

lugar <strong>de</strong> óleo combustível. Para tanto, foi necessária a troca dos queimadores e dos sistemas <strong>de</strong> controle dos fornos, bem como a<br />

construção <strong>de</strong> uma conexão à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> gás natural, e a instalação <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> compressão <strong>de</strong> gás. Com isto, foi possível<br />

reduzir as emissões associadas à queima <strong>de</strong> combustíveis. O <strong>de</strong>senvolvedor do projeto não estimou a receita proveniente da venda dos<br />

créditos <strong>de</strong> carbono, mas, assumindo-se um preço <strong>de</strong> 10 US$por tonelada <strong>de</strong> CO₂e reduzida, estima-se que essa receita possa alcançar o<br />

valor <strong>de</strong> US$4.303.500 ao ano, em 10 anos <strong>de</strong> creditação do projeto. Os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>talhes do projeto estão expostos na Tabela 0-17.<br />

Tabela 0-17 – Exemplo: Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis<br />

Custo do Investimento para a conversão – por fábrica<br />

Parâmetro Valor Unida<strong>de</strong><br />

Custo do Investimento para a conexão com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás natural – por fábrica<br />

Custo da Energia na Linha <strong>de</strong> Base<br />

Custo da Energia no Projeto<br />

Elevação dos custos <strong>de</strong> manutenção<br />

300.000 EGP<br />

52.174 US$<br />

294.118 EGP<br />

51.151 US$<br />

546.167 EGP/ano<br />

94.986 US$/ano<br />

412.033 EGP/ano<br />

71.658 US$<br />

21.250 EGP/ano<br />

3.696 US$/ano<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto 12 %<br />

VPL – Sem a receita dos CERs -160,659 EGP<br />

Já outro projeto, <strong>de</strong>senvolvido na Índia, por uma fabricante <strong>de</strong> borracha, exemplifica a viabilida<strong>de</strong> técnica <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />

substituição <strong>de</strong> combustíveis fósseis por biomassa. Esse projeto consiste na substituição <strong>de</strong> combustíveis fósseis por briquetes <strong>de</strong><br />

biomassa. O projeto <strong>de</strong> substituição foi implementado em uma planta <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> borracha da Lanxess India Pvt Ltd (LIPL),<br />

Thane, Maharashtra, India. Para reduzir as emissões <strong>de</strong> GEE, o projeto da LIPL envolve a conversão <strong>de</strong> dois boilers que utilizam<br />

combustível fóssil (principalmente LSHS e óleo <strong>de</strong> fornalha) para boilers capazes <strong>de</strong> utilizar briquetes <strong>de</strong> biomassa com<br />

combustíveis para produzir vapor necessário para processos na planta química, a <strong>de</strong>manda média <strong>de</strong> vapor é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 140<br />

toneladas/dia. A geração <strong>de</strong> vapor pelo incinerador é <strong>de</strong> 33 toneladas/dia e 107 toneladas/dia é a geração <strong>de</strong> vapor da casa <strong>de</strong><br />

boilers que consiste em 3 boilers. Esse projeto apresenta uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 70 mil tCO₂e, o que<br />

se for adotado um valor <strong>de</strong> 10 US$/tCO₂e po<strong>de</strong> gerar uma receita <strong>de</strong> US$700 mil.<br />

Fontes: CQNUMC – Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima. Project Database. Disponível em www.unfccc.int.<br />

Existem diversas metodologias <strong>de</strong> MDL aplicáveis às iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE gerada pela<br />

substituição <strong>de</strong> combustíveis na indústria. Enquanto que as metodologias ACM0009 e AM0049 são aplicáveis a<br />

projetos <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustíveis carbonointensivos – por exemplo, óleo combustível, diesel – por gás<br />

natural, a AM0036 se aplica a projetos <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustíveis fósseis para resíduos <strong>de</strong> biomassa, tais<br />

como resíduos florestais e da agroindústria.<br />

Há também metodologias mais abrangentes, tais como a AMS-III.B. que se aplica a projetos <strong>de</strong> substituição<br />

<strong>de</strong> combustíveis fósseis em geral.<br />

Troca <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural na Indústria<br />

Avaliação Técnica<br />

A metodologia é aplicada para a <strong>de</strong>terminação do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong>sse projeto foi a ACM0009. Para<br />

o cálculo do potencial <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustíveis carbonointensivos por gás natural na indústria, por<br />

simplificação, por consi<strong>de</strong>rar exclusivamente a substituição do óleo combustível nas indústrias, salvo nos casos<br />

em que dados específicos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> combustível fóssil tenham sido obtidos. Uma vez que o óleo<br />

combustível é tradicionalmente queimado em cal<strong>de</strong>iras, sua substituição apresenta poucas limitações técnicas.<br />

Além disso, esse combustível é largamente utilizado entre os diversos setores industriais, permitindo que<br />

a estimativa abrangesse a maioria <strong>de</strong>les. A exceção foi o setor <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> ferro-ligas, uma vez que tal<br />

setor não consome óleo combustível (BEN, 2010). Por outro lado, para alguns setores específicos, consi<strong>de</strong>rouse<br />

também a substituição <strong>de</strong> outros combustíveis fósseis. É o caso no setor <strong>de</strong> aço e do setor <strong>de</strong> mineração &<br />

pelotização. Com isso, os setores abordados no cálculo foram os seguintes:


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

� cimento; � ferro-gusa & aço;<br />

� mineração & pelotização; � química;<br />

� alumínio primário; � não ferrosos & outros metálicos;<br />

� têxtil; � alimentos & bebidas;<br />

� papel e celulose; e � cerâmica.<br />

Nesses setores, o cálculo do potencial partiu <strong>de</strong> todas as empresas/unida<strong>de</strong>s produtivas levantadas, e foram<br />

excluídas aquelas que não tinham acessibilida<strong>de</strong> a um gasoduto. Foram consi<strong>de</strong>radas como não possuindo<br />

acessibilida<strong>de</strong> ao gasoduto aquelas unida<strong>de</strong>s localizadas em estados que não têm um gasoduto passando por seu<br />

território, <strong>de</strong> acordo com o Anuário da ANP (2010).<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto, foi calculado a partir dos parâmetros <strong>de</strong>scritos nos itens a<br />

seguir e das fórmulas evi<strong>de</strong>nciadas abaixo.<br />

Tabela 0-18 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

BE *tCO₂e+ = Q OC [GJ] * FE OC *tCO₂e/GJ+<br />

Emissões do Projeto<br />

PE *tCO₂e+ = Q OC [GJ] * FE GN *tCO₂e/GJ+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = BE – PE<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural no Setor <strong>de</strong><br />

Cimento<br />

Tabela 0-19 – Parâmetros aplicados ao cálculo das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural no setor <strong>de</strong> cimento<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE CIMENTO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na Produção do cimento 3,36 GJ/t cimento 1, 4, 5<br />

%OC<br />

Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor <strong>de</strong> cimento como proporção do<br />

consumo total <strong>de</strong> energia<br />

0,8 % 2<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 9.930,00 kcal/kg 2<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41574,924 kJ/kg calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41,6 GJ/t calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

1 – EPE/MME. "Balanço Energético Nacional 2006". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2006.pdf.<br />

2 – EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

3 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

4 – SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DO CIMENTO (SNIC). Site. Disponível em www.snic.org.br.<br />

5 – INTERNATIONAL ENERGY AGENCY (IEA). Tracking industrial energy efficiency and CO₂ emissions. Paris, 2007.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-20 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> cimento, com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

89


90<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-20 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> Óleo Combustível por Gás Natural no Setor <strong>de</strong> Cimento<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,001 tCO₂e/(t cimento x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 30.347 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 303.745 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 68 fábricas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 4.463 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 4.749.520 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong><br />

Ferro-Gusa<br />

Tabela 0-21 – Parâmetros aplicados ao cálculo das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> ferro-gusa<br />

CEE FERRO-GUSA<br />

%OC<br />

FU PI<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ferro-gusa e<br />

Aço<br />

Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como<br />

proporção do consumo total <strong>de</strong> energia<br />

Fator <strong>de</strong> Utilização da Capacida<strong>de</strong> Instalada dos Produtores<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

0,51 tep/ton 1<br />

0,80 % 3<br />

30,40 % 2<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 9.930,00 kcal/kg 3<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41.574,92 kJ/kg calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41,57 GJ/t calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 4<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 4<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

1 – Sindicato da Indústria <strong>de</strong> Ferro – SINDIFER. "Anuário 2007". Disponível em www.sindifer.com.br/Anuario_2007.html. Acesso em 10/10/2010.<br />

2 – Instituto Aço Brasil. "Anuário Estatístico 2010", p.1/7. Disponível emwww.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/publicacoes.asp. Acesso em 27/10/2010.<br />

3 – EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

4 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-22 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> ferro-gusa, com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-22 – Resultados para o Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> óleo Combustível por Gás Natural no Setor <strong>de</strong> Ferro-Gusa<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 3,61 tCO₂e/(10^3 t ferro-gusa x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 90.849 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 908.493 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos*<br />

73<br />

+ 8 PoAs<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 11.356 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 9.084.931 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

unida<strong>de</strong>s


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural na Produção<br />

<strong>de</strong> Aço<br />

Tabela 0-23 – Parâmetros aplicados ao cálculo das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> Aço<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 9.930,00 kcal/kg 1<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41.574,92 kJ/kg calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41,6 GJ/t calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE OD Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,25 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

CC CMM Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Metalúrgico 25,80 tC/TJ 3<br />

CC CMM Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Metalúrgico 0,0258 tC/GJ calculado<br />

CC CMA Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Antracito 26,80 tC/TJ 3<br />

CC CMA Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Antracito 0,0268 tC/GJ calculado<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque Metalúrgico 29,50 tC/TJ 3<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque Metalúrgico 0,0295 tC/GJ calculado<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque <strong>de</strong> Petróleo 27,50 tC/TJ 3<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque <strong>de</strong> Petróleo 0,0275 tC/GJ calculado<br />

1 – EPE/MME. "Balanço Energético Nacional 2010" United States Environmental Protection Agency (USEPA), 2001. Calculating CO₂ process emissions from Cement Production (Cementbased<br />

Methodology).<br />

2 – ABM Brasil. Anais do XXVIII Seminários <strong>de</strong> Balanços Energéticos e Utilida<strong>de</strong>s e XXII Encontro <strong>de</strong> Produtores e Consumidores <strong>de</strong> Gases Industriais. Disponível em<br />

www.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/obras-fonte.asp?codF=201&fonte=ABM%20Semin%C3%A1rio%20<strong>de</strong>%20balan%C3%A7o%20Energ%C3%A9ticos%20Globais%20e%20Utilida<strong>de</strong>s,%2028.<br />

Acesso em 27/10/2010.<br />

3 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-24 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> aço, com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-24 – Resultados para o Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural no Setor <strong>de</strong><br />

Aço<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 1,093 tCO₂e/(t aço bruto x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 25.067.613 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 250.676.134 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 9 empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 27.852.904 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2.506.761.340 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

91


92<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural no Setor <strong>de</strong><br />

Mineração & Pelotização<br />

Tabela 0-25 – Parâmetros aplicados ao cálculo das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural no Setor <strong>de</strong> Mineração & Pelotização<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Produção total <strong>de</strong> minerais Soma da produção total <strong>de</strong> cada minério produzido 1.149.912.106,0 ton 1<br />

CEF Consumo Energético Final do Setor <strong>de</strong> Mineração e Pelotização 2.905.000,0 tep 2<br />

Qoc Consumo total <strong>de</strong> Óleo Combustível 572.000,0 tep 2<br />

Qod Consumo total <strong>de</strong> óleo Diesel 211.000,0 tep 2<br />

Qcm Consumo total <strong>de</strong> Carvão Mineral 690.000,0 tep 2<br />

Qco Consumo total <strong>de</strong> Coque <strong>de</strong> Petróleo 300.000,0 tep 2<br />

Fator tep/Mcal Conversão <strong>de</strong> tep para Mcal 10.000,0 Mcal/tep 2<br />

Fator cal/Joule Conversão <strong>de</strong> caloria para Joule 0,2 cal/Joule 2<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 9.930,0 kcal/kg 2<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41.574,9 kJ/kg calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41,6 GJ/t calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,7 kgCO₂e/GJ 3<br />

FEod Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,0 kgCO₂e/GJ 3<br />

FEcm Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Mineral 96,1 kgCO₂e/GJ 3<br />

FEco Fator <strong>de</strong> Emissão do Coque <strong>de</strong> Petróleo 97,5 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,2 kgCO₂e/GJ 3<br />

1 – DNPM. "Anuário Mineral Brasileiro <strong>de</strong> 2006".<br />

2 – EPE/MME. "Balanço Energético Nacional 2010".<br />

3 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-26 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> mineração & pelotização,<br />

com relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem<br />

como o montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-26 – Resultados para o Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> óleo Combustível por Gás Natural no Setor <strong>de</strong> Mineração e<br />

Pelotização<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,002 tCO₂e/(t minério x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 2.696.725 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 26.967.252 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 100 empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 269.273 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 269.660 Milhões US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural no Setor<br />

Químico<br />

Tabela 0-27 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural no setor Químico<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE AMÔNIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Amônia 28,26 GJ/t 3<br />

CEE ÁCIDO SULFÚRICO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ácido Sulfúrico 0,14 GJ/t 3<br />

CEE CARBONATO DE SÓDIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Carbonato <strong>de</strong> sódio 12 GJ/t 3<br />

CEE PVC Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloreto <strong>de</strong> Polivinila 11,6 GJ/t 4<br />

CEE CLORO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloro 18,3 GJ/t 3<br />

CEE ETENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Eteo 18,85 GJ/t 3<br />

CEE METANOL Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Metanol 30 GJ/t 3<br />

CEE NITRATO DE AMÔNIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Nitrato <strong>de</strong> amônio 0,93 GJ/t 3<br />

CEE POLIESTIRENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Poliestireno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE POLIETILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Polietileno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE PROPILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Propileno 3,15 GJ/t 3<br />

CEE UREIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ureia 2,8 GJ/t 4<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Químico 7 % 2<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 5<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 5<br />

1 – EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 – ABIQUIM. Anuário da Indústira Química Brasileira 2009.<br />

3 – HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 – nternational Environmental Agency. Tracking ndustrial Energy Efficiency and CO₂ Emissions. nternational Energy Agency, OECD/IEA, Paris, 321p.<br />

5 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-28 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor químico, com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-28 – Resultados para o Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> óleo Combustível por Gás Natural no setor <strong>de</strong> Química<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,129 tCO₂e/(t químico x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 260.160 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 2.601.605 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 39 Empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 59.016 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 23.016.040 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha será<br />

divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong><br />

Alumínio Primário<br />

93


94<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-29 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> Alumínio Primário<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEOC ALUMÍNIO Consumo Específico <strong>de</strong> óleo combustível na produção <strong>de</strong> Alumínio 23,67 GJ/t calculado<br />

CECq ALUMÍNIO Consumo Específico <strong>de</strong> Coque na produção <strong>de</strong> Alumínio 11,02 GJ/t calculado<br />

P alumínio Produção <strong>de</strong> Alumínio 1.661.110,00 t 1<br />

C OC Consumo <strong>de</strong> Óleo Combustível na produção <strong>de</strong> alumínio 931.200,00 t 3<br />

C OC Consumo <strong>de</strong> Óleo Combustível na produção <strong>de</strong> alumínio 39.318.875,19 GJ 3<br />

C Cq Consumo <strong>de</strong> Coque na produção <strong>de</strong> alumínio 599.200,00 t 3<br />

C Cq Consumo <strong>de</strong> Coque na produção <strong>de</strong> alumínio 18.313.733,09 GJ 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor <strong>de</strong> alumínio como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE Cq Fator <strong>de</strong> Emissão do Coque 107,47 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 2<br />

1 – MCT. "Inventário Nacional 2010 Preliminar". Disponível em www.mct.gov.br.<br />

2 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 – MME. "Anuário Estatístico do Setor Metalúrgico – 2008". Disponível em www.mme.gov.br/sgm/menu/publicacoes.html. Acesso em 20/10/2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-30 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> alumínio primário, com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-30 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> Óleo Combustível por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> Alumínio<br />

Primário<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,75 tCO₂e/(t alumínio x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 1,126.448 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 11.264.484 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 6 Empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 1.877.414 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 112.644.844 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong><br />

Papel<br />

Tabela 0-31 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,416 tep/ton 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

1 – BRACELPA. "Relatório Anual 2008/2009". Disponível em www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf.<br />

A produção nacional foi obtida em BRACELPA, "Relatório Anual 2008/2009" assim como a produção das empresas das Empresas Klabin SA, Suzano, International Paper, Votorantim<br />

Celulose e Papel, Rigesa, Orsa, Santher, Stora Enso, Trombini, Norske, MD Papéis, Celulose Irani AS, Inpa e Ahlstrom. A produção específica às <strong>de</strong>mais empresas foi estimada. A estimativa<br />

<strong>de</strong> produção foi calculada multiplicando-se a capacida<strong>de</strong> nominal por um fator <strong>de</strong> utilização obtido a partir da média <strong>de</strong> utilização das empresas citadas anteriormente.<br />

2 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 – EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

4 – Default ICF&FIDES.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-32 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> papel, com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados, a seguir, resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-32 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> óleo Combustível por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,019 tCO₂e/(t papel x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 175.953 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 1.759.534 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 122 plantas <strong>de</strong> produção<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 14.422 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 17.595.340 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

**Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões –- Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural na Produção<br />

<strong>de</strong> Celulose<br />

Tabela 0-33 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,416 tep/ton 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

1 – BRACELPA. "Relatório Anual 2008/2009". Disponível em www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf<br />

2 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 – EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-34 a seguir apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> celulose, com<br />

relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

95


96<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-34 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> Óleo Combustível por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 18,87 tCO₂e/(10^3 t celulose x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 239.630 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 2.396.304 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 34 plantas <strong>de</strong> produção<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 68.815 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 23.963.037 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis Carbonointensivos por Gás Natural – Análise<br />

Top-Down: Alimentos e Bebidas/Têxtil/Não ferrosos e Outros da Metalurgia<br />

Tabela 0-35 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural na nos Setores <strong>de</strong> Alimentos & Bebidas, Têxtil, <strong>de</strong> Não ferrosos e Outros da Metalurgia<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

#CI Número <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> cerâmica i<strong>de</strong>ntificadas 300 Empresas 6<br />

%CI<br />

Participação das Empresas <strong>de</strong> Cerâmica na produção nacional<br />

total<br />

50 % pressuposto<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 2<br />

TS OC-GN, A&B<br />

Taxa <strong>de</strong> Substituição do Óleo Combustível por Gás Natural no<br />

setor <strong>de</strong> Alimentos & Bebidas<br />

90,00 % 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 Default ICF&FIDES.<br />

5 MME. "Anuário Estatístico do Setor <strong>de</strong> Transformação <strong>de</strong> Não Metálicos – 2009". Disponível em www.macropolitica.com.br/docs/<br />

Anuario_Estatistico_do_Setor_<strong>de</strong>_Transformacao_<strong>de</strong>_nao_metalicos_2009.pdf. Acesso em 03/11/2010.<br />

6 ANICER. Listagem <strong>de</strong> Associados. Disponível em www.anicer.com.br/in<strong>de</strong>x.asp?pg=associados.asp&empresa=1&op=pesquisa.<br />

Notas:<br />

Por simplificação, assume-se que todas as indústrias têm acesso à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás natural.<br />

Por simplificação, consi<strong>de</strong>ra-se que o óleo combustível é integralmente substituído por gás natural.<br />

A eficiência foi consi<strong>de</strong>rada igual a 100% na LB e no projeto (gás natural) para ser conservador.<br />

Assume-se que a economia <strong>de</strong> energia obtida a partir da medida <strong>de</strong> eficiência implementada traduz-se na economia dos combustíveis fósseis consumidos na indústria, segundo a sua<br />

participação no setor.<br />

Assume-se também que as empresas i<strong>de</strong>ntificadas representam 50% da produção e, logo, 50% d consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-36 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para os setores abordados pela análise<br />

top-down – isto é, os setores <strong>de</strong> alimentos e bebidas; têxtil; não ferrosos e outros da metalurgia – com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto em cada setor.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-36 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-36 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> óleo Combustível por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> Alimentos &<br />

Bebidas/Têxtil/Não ferrosos e Outros da Metalurgia<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual – Alimentos e Bebidas 0,019 tCO₂e /(GJ Óleo Combustível x ano)<br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual – Têxtil 0,021 tCO₂e/(GJ Óleo Combustível x ano)<br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual- Não Ferrosos e outro metal. 0,021 tCO₂e /(GJ Óleo Combustível x ano)<br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual – Cerâmica 0,021 tCO₂e/(GJ Óleo Combustível x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual – Alimentos e Bebidas 378.339 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual – Têxtil 95.417 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual – Não Ferrosos e outro metal. 888.461 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual – Cerâmica 2.898.525 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 16.520.694 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos – Alimentos e Bebidas N/D** unida<strong>de</strong>s<br />

Número <strong>de</strong> projetos – Têxtil N/D** unida<strong>de</strong>s<br />

Número <strong>de</strong> projetos – Não Ferrosos e outros metais. N/D** unida<strong>de</strong>s<br />

Número <strong>de</strong> projetos – Cerâmica 5.603 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto <strong>de</strong> Cerâmica- em 10 anos 517 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 165.206.940 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

foi será divulgada como um anexo do presente estudo. ** Não disponível.<br />

Barreiras à Implementação do Projeto<br />

A principal barreira à substituição <strong>de</strong> combustíveis carbono intensivos por gás natural correspon<strong>de</strong> ao acesso da<br />

planta industrial à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> gás natural, pois a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto exige que a<br />

indústria esteja localizada próxima a uma tubulação <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> gás, para a garantir o acesso ao gás natural.<br />

Também <strong>de</strong>vem ser ressaltados os altos investimentos requeridos para a a<strong>de</strong>quação da planta. De forma geral,<br />

a substituição <strong>de</strong> combustível requer investimentos em mudanças dos processos por parte das indústrias, tais como:<br />

� conexão da planta à tubulação <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> gás;<br />

� instalação <strong>de</strong> tubulação interna (inclusive mão <strong>de</strong> obra, reguladores, bombas e equipamentos <strong>de</strong><br />

segurança); e<br />

� conversões <strong>de</strong> equipamento <strong>de</strong> óleo para gás (incluindo mão <strong>de</strong> obra, tubos e conexões).<br />

Isso po<strong>de</strong> ser ilustrado por um projeto registrado <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> combustível por gás natural, da Aços<br />

Vilares 50 , cuja soma <strong>de</strong> investimentos para mudança do processo totalizou aproximadamente R$5 milhões.<br />

Outra barreira relevante é a falta <strong>de</strong> garantia no fornecimento <strong>de</strong> gás natural para as indústrias. Isto<br />

porque, ao contrário do óleo combustível, que po<strong>de</strong> ser armazenado com facilida<strong>de</strong>, os <strong>de</strong>senvolvedores da<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto não têm a estrutura a<strong>de</strong>quada para armazenamento <strong>de</strong> gás natural. O gás natural<br />

comercializado não é 100% extraído no Brasil – uma parte razoável é produzida na Bolívia, e quaisquer<br />

mudanças no instável cenário político boliviano po<strong>de</strong>riam afetar a distribuição <strong>de</strong> gás (um cenário semelhante<br />

ocorreu em Graneros, quando a Argentina reduziu a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás para o Chile, cujas instalações voltaram<br />

a usar carvão mineral).<br />

O “Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil – Uso <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis no Setor ndustrial” (DE<br />

GOUVELLO et al., 2010), sugere algumas medidas po<strong>de</strong>m ser tomadas <strong>de</strong> modo a reduzir algumas <strong>de</strong>stas<br />

barreiras, tais como:<br />

� aceleração da construção <strong>de</strong> dutos <strong>de</strong> gás natural e <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição nos estados com gran<strong>de</strong>s<br />

polos industriais;<br />

� expansão <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> financiamento para a indústria como um todo, <strong>de</strong> forma a facilitar a introdução<br />

do gás natural;<br />

� continuação e promoção <strong>de</strong> investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), para estimular o<br />

mercado <strong>de</strong> gás natural, <strong>de</strong>senvolvendo novos produtos e equipamentos mais eficientes; e<br />

� suporte e financiamento para projetos relacionados a gás natural comprimido (GNC) e liquefeito (GNL).<br />

50 CDM/UNFCCC. Project “Aços Villares Natural gas fuel switch project”.<br />

Disponível em http://cdm.unfccc.int/UserManagement/FileStorage/KZ4OTB9EO4LAPSC0VQVSUI5QLO6ZPO Acesso em 01/11/2010.<br />

97


98<br />

Troca <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis por Biomassa<br />

Avaliação Técnica<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A metodologia <strong>de</strong> cálculo aplicada na <strong>de</strong>terminação do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong>sse projeto foi a AMS-III.B.<br />

Para o cálculo do potencial <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> combustíveis fósseis por biomassa foram consi<strong>de</strong>rados somente<br />

aqueles setores que tradicionalmente utilizam biomassa: alimentos e bebidas e papel e celulose. Apesar <strong>de</strong> o<br />

setor <strong>de</strong> ferro-gusa e aço também ser um setor <strong>de</strong> uso tradicional <strong>de</strong> carvão vegetal, o projeto <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> carvão<br />

mineral por carvão vegetal nesse setor est contemplada no capítulo <strong>de</strong> “Outros insumos para a nd stria”. sto<br />

porque, nesse caso, o carvão funciona como agente redutor, e não como combustível. Nos setores abordados,<br />

partiu-se do pressuposto que somente o óleo combustível seria substituído por biomassa, e que esse combustível<br />

seria totalmente substituído pela biomassa.<br />

Dentro dos setores <strong>de</strong> alimentos e bebidas e <strong>de</strong> papel e celulose, o cálculo do potencial consi<strong>de</strong>rou todas as<br />

empresas/unida<strong>de</strong>s produtivas levantadas. O <strong>de</strong>talhamento das premissas adotadas para o levantamento <strong>de</strong>sses<br />

sites potenciais em cada setor consta no início <strong>de</strong>ssa seção.<br />

O cálculo <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões foi realizado seguindo a fórmula abaixo.<br />

Tabela 0-37 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

BE *tCO₂e+ = Q OC [GJ] * FE OC *tCO₂e/GJ+<br />

Emissões do Projeto<br />

PE *tCO₂e+ = 0<br />

Ver notas.<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = BE – PE<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis por Biomassa na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Tabela 0-38 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> papel<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,416 tep/ton 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

P BIOMASSA, P&C Produção <strong>de</strong> Biomassa no setor <strong>de</strong> Papel e Celulose (2005) 560,8 10 6 GJ 3<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão <strong>de</strong> Energia - 41,87 GJ/tep 3<br />

1 – BRACELPA. "Relatório Anual 2008/2009". Disponível em www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf.<br />

A produção nacional foi obtida em BRACELPA, "Relatório Anual 2008/2009" assim como a produção das empresas das Empresas Klabin SA, Suzano, International Paper, Votorantim<br />

Celulose e Papel, Rigesa, Orsa, Santher, Stora Enso, Trombini, Norske, MD Papéis, Celulose Irani AS, Inpa e Ahlstrom. A produção específica às <strong>de</strong>mais empresas foi estimada. A estimativa<br />

<strong>de</strong> produção foi calculada multiplicando-se a capacida<strong>de</strong> nominal por um fator <strong>de</strong> utilização obtido a partir da média <strong>de</strong> utilização das empresas citadas anteriormente.<br />

2 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 – EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

4 – Default ICF&FIDES.<br />

5 – UNFCCC. "INPA Fuel Switch Project". Disponível em http://cdm.unfccc.int/in<strong>de</strong>x.html.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-39 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> papel, com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-39 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> óleo Combustível por Biomassa na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 70,33 tCO₂e/(10 3 t papel x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 635.539 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 6.355.389 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 122 planta <strong>de</strong> produção<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 52.093 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 63.553.900 US$<br />

Custo do Investimento 48.030.976 US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis por Biomassa na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Tabela 0-40 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Carbonointensivos por Gás Natural na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,416 tep/ton 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

P BIOMASSA, P&C Produção <strong>de</strong> Biomassa no setor <strong>de</strong> Papel e Celulose (2005) 560,8 10 6 GJ 3<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão <strong>de</strong> Energia - 41,87 GJ/tep 3<br />

Ci Custo unitário da implementação do projeto 6 US$/GJ <strong>de</strong> biomassa/ano 5<br />

A Tabela 0-41 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> celulose, com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-41 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> óleo Combustível por Biomassa na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 70,33 tCO₂e/(t celulose x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 892.993 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 8.929.927 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 35 plantas prod.<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 484.754 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 889.299.269 US$<br />

Custo do Investimento 67.488.101 US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Emissões – Substituição <strong>de</strong> Combustíveis por Biomassa na Produção <strong>de</strong> Alimentos &<br />

Bebidas<br />

Tabela 0-42 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Substituição <strong>de</strong> Óleo Combustível por<br />

Biomassa no Setor <strong>de</strong> Alimentos e Bebidas<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 2<br />

P BIOMASSA, A&B Produção <strong>de</strong> Biomassa no setor <strong>de</strong> Alimentos & Bebidas (2005) 17.598,3 10 6 GJ 3<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão <strong>de</strong> Energia - 41.870 GJ /103 tep 1<br />

Ci Custo unitário da implementação do projeto 6 US$/GJ <strong>de</strong> biomassa/ano 5<br />

1 – EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 – HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

5 – UNFCCC. "INPA Fuel Switch Project". Disponível em http://cdm.unfccc.int/in<strong>de</strong>x.html.<br />

99


100<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A Tabela 0-43 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> Alimentos & Bebidas com<br />

relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto em cada setor.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis. Vale <strong>de</strong>stacar que a análise foi feita a partir <strong>de</strong><br />

uma abordagem top-down.<br />

Tabela 0-43 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Substituição <strong>de</strong> Óleo Combustível por Biomassa no Setor <strong>de</strong> Alimentos e Bebidas<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,019 tCO₂e/(GJ Óleo Combustível x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 378.339 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 16.520.694 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos N/D* unida<strong>de</strong>s<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 165.206.940 US$<br />

Custo do Investimento 114.752.412 US$<br />

Barreiras à Implementação do Projeto<br />

Com o clima favorável à abundante produção <strong>de</strong> biomassa, o Brasil é um dos países com o maior número<br />

<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> combustíveis fósseis por biomassa já <strong>de</strong>senvolvidos até o momento. No entanto, há<br />

algumas barreiras significativas para aproveitamento do potencial latente <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses projetos,<br />

<strong>de</strong>ntre as quais se <strong>de</strong>stacam as barreiras técnicas e <strong>de</strong> investimento.<br />

No que diz respeito às barreiras técnicas, as mais relevantes são os riscos associados a incertezas quanto à<br />

oferta e à qualida<strong>de</strong> da biomassa. A qualida<strong>de</strong> da biomassa ten<strong>de</strong> a variar mais do que a do combustível fóssil, o<br />

que além <strong>de</strong> gerar insegurança, gera perda <strong>de</strong> rendimento e <strong>de</strong> eficiência no processo. Um Documento <strong>de</strong><br />

Concepção do Projeto <strong>de</strong>senvolvido no Brasil 51 relata a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> P&D para a a<strong>de</strong>quação dos seus processos<br />

ao novo combustível, especialmente quanto ao controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da biomassa.<br />

Outra barreira técnica apontada por alguns DCPs <strong>de</strong>senvolvidos no País consiste na eventual necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> infraestrutura para secagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> biomassa (por exemplo, serragem) antes do seu uso<br />

como combustível.<br />

Quanto às barreiras <strong>de</strong> investimento, a principal é o custo permanente da logística <strong>de</strong> obtenção,<br />

transporte e armazenamento da biomassa. A ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção e entrega <strong>de</strong> combustível fóssil já funciona<br />

perfeitamente, ao passo que uma nova ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> biomassa ainda <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>senvolvida. Em<br />

outras palavras, enquanto o combustível fóssil é entregue por gran<strong>de</strong>s e estabelecidas companhias <strong>de</strong> energia,<br />

as fontes <strong>de</strong> biomassa são muito menos profissionalizadas.<br />

Eficiência Energética<br />

A redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia pela planta através do aumento da eficiência <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados processos<br />

representa uma segunda alternativa em termos <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> redução das emissões associadas ao consumo <strong>de</strong><br />

combustíveis fósseis na indústria. Em linhas gerais, existem diversas alternativas tecnológicas visando ao aumento<br />

da eficiência <strong>de</strong> consumo do combustível, ou à redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia nos processos. De modo a<br />

esquematizar a análise adotou-se o agrupamento por tipos <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> eficiência proposta em Henriques Jr.<br />

(2010), conforme disposto a seguir.<br />

� Melhoria da Combustão: Sistemas <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> calor. Novos processos. Recuperação <strong>de</strong><br />

vapor.Recuperação <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> fornos.<br />

� Outras Medidas <strong>de</strong> Eficiência<br />

51 CDM/UNFCCC. “Fuel switch from fossil fuel to biomass residues project at MCOPA – Arauc ria”. Disponível em<br />

http://cdm.unfccc.int/UserManagement/FileStorage/FQWGK78IEJCHD695LRVM20S4OXNZY3. Acesso em 01/11/2010.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

101<br />

Os cálculos <strong>de</strong> potencial, para fins <strong>de</strong> simplificação, não contemplou medidas <strong>de</strong> eficiência em “sistemas<br />

<strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> calor” nem “outras medidas <strong>de</strong> efici ncia”. A <strong>de</strong>scrição das medidas remanescentes que<br />

foram abordadas e os resultados dos respectivos cálculos serão <strong>de</strong>senvolvidos nas subseções seguintes.<br />

O critério utilizado para a <strong>de</strong>terminação dos setores abrangidos no cálculo do potencial foi a<br />

representativida<strong>de</strong> do setor no potencial <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> cada medida, obtido a partir da análise<br />

agregada realizada em Henriques Jr. (2010). Desse modo, foram incluídos no cálculo do potencial <strong>de</strong> cada tipo<br />

<strong>de</strong> medidas somente aqueles setores que representavam juntos 90% da economia <strong>de</strong> energia calculada para<br />

aquele tipo <strong>de</strong> medida. Adotando-se esse critério, portanto, os seguintes setores foram excluídos do cálculo <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs para projetos <strong>de</strong> eficiência energética, por não aten<strong>de</strong>rem a esse critério <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> nenhum tipo <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> eficiência:<br />

� não ferrosos e outros da metalurgia;<br />

� ferro-ligas; e<br />

� têxtil.<br />

Otimização da Queima <strong>de</strong> Combustíveis<br />

A eficiência da queima <strong>de</strong> um combustível em <strong>de</strong>terminado equipamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente <strong>de</strong> uma<br />

mistura eficiente <strong>de</strong> combustível/comburente. Existem hoje equipamentos industriais que garantem uma<br />

melhor eficiência na queima do combustível promovendo uma melhor mistura. No entanto, medidas mais<br />

simples po<strong>de</strong>m ser tomadas, como a regulação do equipamento em que ocorre a queima. Isto, porque ainda é<br />

muito comum haver equipamentos operando com razões ar/combustível muito elevadas, ou com alto nível <strong>de</strong><br />

fuligem (HENRIQUES JR., 2010).<br />

Avaliação Técnica<br />

Nessa avaliação específica, verificou-se o potencial da melhoria da combustão através da introdução <strong>de</strong><br />

uma emulsão óleo/água (oil/water emulsion, em inglês) em cal<strong>de</strong>iras que queimem óleo combustível. O<br />

cálculo, por sua vez, foi <strong>de</strong>senvolvido com base na metodologia AM0054 – Energy Efficiency improvement<br />

through oil/water emulsion technology incorporated into an oil-fired thermal and/or electricity power<br />

production facility. Essa tecnologia foi <strong>de</strong>senvolvida pela empresa Japonesa, BioEnergy, que também é uma das<br />

partes envolvidas no projeto <strong>de</strong> MDL que propôs a metodologia <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala avaliada.<br />

Com isso, para o cálculo assumiu-se que todo o consumo <strong>de</strong> óleo nas indústrias avaliadas é <strong>de</strong>stinado<br />

exclusivamente às cal<strong>de</strong>iras. A economia total <strong>de</strong> energia foi, portanto, calculada sobre o consumo total <strong>de</strong><br />

óleo combustível nas indústrias. Além disso, consi<strong>de</strong>rou-se que todas as empresas i<strong>de</strong>ntificadas possuem<br />

cal<strong>de</strong>iras que funcionam a base <strong>de</strong> óleo combustível.<br />

Vale também <strong>de</strong>stacar que no cálculo as emissões provenientes do consumo <strong>de</strong> energia para a<br />

implementação do projeto foram consi<strong>de</strong>radas negligenciáveis, bem como à oxidação do combustível na ausência<br />

da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto. Portanto, tais emissões não foram contabilizadas.<br />

Conforme apontado no início <strong>de</strong>ssa subseção, em cada tipologia <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> eficiência energética, o<br />

potencial foi calculado somente para <strong>de</strong>terminados setores mais representativos. Para o cálculo da melhoria da<br />

combustão os setores abordados foram os seguintes:<br />

� papel & celulose;<br />

� químico;<br />

� ferro-gusa & aço;<br />

� cerâmica; e<br />

� alimentos e bebidas.


102<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Dentro <strong>de</strong>sses setores, o cálculo do potencial consi<strong>de</strong>rou todas as empresas/unida<strong>de</strong>s produtivas levantadas.<br />

O <strong>de</strong>talhamento das premissas adotadas para o levantamento <strong>de</strong>sses sites potenciais em cada setor consta no<br />

início <strong>de</strong>ssa seção.<br />

A estimativa do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs em cada setor foi feita utilizando-se a fórmula<br />

exposta a seguir.<br />

Tabela 0-44 – Cálculo do Potencial<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

Econ OC [GJ] = Q OC [GJ] * (%MC)<br />

RE *tCO₂+ = EconOC *GJ+ * FEOC *tCO₂e/GJ+<br />

Os parâmetros aplicados ao cálculo do potencial <strong>de</strong>sse projeto <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada setor industrial, e os<br />

respectivos resultados são <strong>de</strong>stacados abaixo, nos itens a seguir.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Melhoria <strong>de</strong> Combustão na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Tabela 0-45 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo<br />

Combustível na Cal<strong>de</strong>ira na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel & Celulose 0,416 tep/ton 3<br />

%MC Redução do consumo <strong>de</strong> energia a partir da melhoria da combustão no setor <strong>de</strong> papel & celulose 3 % 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Papel & Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

Q OC Quantida<strong>de</strong> Consumida <strong>de</strong> óleo Combustível – Total 204.228 tep calculado<br />

Econ OC Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo Combustível Economizada – Total 6.127 tep calculado<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Fontes:<br />

1 BRACELPA. "Relatório Anual 2008/2009". Disponível em www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

4 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view /321034.html.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-46 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> papel com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto em cada setor.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após extensa<br />

pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-46 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo Combustível na Cal<strong>de</strong>ira na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 2,11 tCO₂e/(10 3 ton papel x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 19.066 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 190.662 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 122 plantas <strong>de</strong> produção<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 1.563 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 1.906.620 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Melhoria <strong>de</strong> Combustão na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Tabela 0-47 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo<br />

Combustível na Cal<strong>de</strong>ira na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,416 tep/ton 3<br />

%MC Redução do consumo <strong>de</strong> energia a partir da melhoria da combustão no setor <strong>de</strong> papel e celulose 3 % 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

Q OC Quantida<strong>de</strong> Consumida <strong>de</strong> óleo Combustível – Total 274.652 tep calculado<br />

Econ OC Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo Combustível Economizada – Total 8.240 tep calculado<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

103<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 Default ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up".<br />

Disponível em www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

6 MME. "Anuário Estatístico do Setor <strong>de</strong> Transformação <strong>de</strong> Não Metálicos – 2009".<br />

Disponível em www.macropolitica.com.br/docs/ Anuario_Estatistico_do_Setor_<strong>de</strong>_Transformacao_<strong>de</strong>_nao_metalicos_2009.pdf. Acesso em 03/11/2010.<br />

7 Companhia <strong>de</strong> Gás <strong>de</strong> São Paulo – Comgás.<br />

8 ANICER. Listagem <strong>de</strong> Associados. Disponível em www.anicer.com.br/in<strong>de</strong>x.asp?pg=associados.asp&empresa=1&op=pesquisa.<br />

Notas:<br />

Assume-se que a economia <strong>de</strong> energia obtida a partir da medida <strong>de</strong> eficiência implementada traduz-se na economia dos combustíveis fósseis consumidos na indústria, segundo a sua<br />

participação no setor.<br />

A condição <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse projeto específico é que a empresa consuma óleo combustível em cal<strong>de</strong>ira. No entanto, em função da ausência <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>sagregados a respeito do<br />

consumo <strong>de</strong> combustíveis nas empresas <strong>de</strong> cerâmica, assume-se que todas as empresas <strong>de</strong> cerâmica i<strong>de</strong>ntificadas ao longo do presente estudo consomem óleo combustível em<br />

cal<strong>de</strong>iras. Isto é, parte-se do pressuposto que todas as 1.300 empresas <strong>de</strong> cerâmica apontadas são aplicáveis ao projeto. Vale lembrar que o número <strong>de</strong> empresas i<strong>de</strong>ntificadas <strong>de</strong> forma<br />

alguma esgota o potencial do setor, mas somente indica uma parcela dos sites que po<strong>de</strong>m via a ser aplicáveis ao projeto.<br />

Assume-se também que as empresas i<strong>de</strong>ntificadas representam 50% da produção e, logo, 50% d consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-48 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> celulose com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs e potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-48 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo Combustível na Cal<strong>de</strong>ira na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 2,11 tCO₂e/(10 3 ton celulose x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 26.790 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 267.897 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 35 plantas <strong>de</strong> produção<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 14.543 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2.678.969 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


104<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Melhoria <strong>de</strong> Combustão no Setor Químico<br />

Tabela 0-49 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das OPORTUNIDADES <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> óleo<br />

Combustível na Cal<strong>de</strong>ira no Setor Químico<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE AMÔNIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Amônia 28,26 GJ/t 3<br />

CEE ÁCIDO SULFÚRICO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ácido Sulfúrico 0,14 GJ/t 3<br />

CEE CARBONATO DE SÓDIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Carbonato <strong>de</strong> sódio 12 GJ/t 3<br />

CEE PVC Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloreto <strong>de</strong> Polivinila 11,6 GJ/t 4<br />

CEE CLORO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloro 18,3 GJ/t 3<br />

CEE ETENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Eteno 18,85 GJ/t 3<br />

CEE METANOL Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Metanol 30 GJ/t 3<br />

CEE NITRATO DE AMÔNIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Nitrato <strong>de</strong> amônio 0,93 GJ/t 3<br />

CEE POLIESTIRENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Poliestireno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE POLIETILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Polietileno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE PROPILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Propileno 3,15 GJ/t 3<br />

CEE UREIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ureia 2,8 GJ/t 4<br />

%MC Redução do consumo <strong>de</strong> energia a partir da melhoria da combustão no setor químico 3 % 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível *no setor Químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 7 % 1<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 5<br />

Q OC Quantida<strong>de</strong> Consumida <strong>de</strong> óleo Combustível – Total 10.705.637 GJ calculado<br />

Econ OC Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo Combustível Economizada – Total 321.169 GJ calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 ABIQUIM. Anuário da Indústria Química Brasileira 2009.<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 nternational Environmental Agency. Tracking ndustrial Energy Efficiency and CO₂ Emissions. International Energy Agency, OECD/IEA, Paris, 321p.<br />

5 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-50 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> químicos<br />

com relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem<br />

como o montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação do projeto.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-50 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> OC na Cal<strong>de</strong>ira no Setor <strong>de</strong> Químicos<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 1,40 tCO₂e/(10 3 ton químico x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 24.940 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 249.400 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 39 empresas<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2.494.000 US$<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 6.395 tCO₂e<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Melhoria <strong>de</strong> Combustão na Produção <strong>de</strong> Ferro-gusa<br />

Tabela 0-51 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo<br />

Combustível na Cal<strong>de</strong>ira na Produção <strong>de</strong> Ferro-gusa<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE FERRO-GUSA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço 0,514 tep/ton 1<br />

%MC Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da Melhoria da Combustão no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço 3 % 6<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 0,8 % 3<br />

CN PI Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nominal <strong>de</strong> produção dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes 14.058 10 3 t/ano 1<br />

Q PI Produção dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes em 2009 4.273 10 3 t 2<br />

FU PI Fator <strong>de</strong> Utilização da Capacida<strong>de</strong> Instalada dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes 30,40 % calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 4<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Q OC Quantida<strong>de</strong> Consumida <strong>de</strong> óleo Combustível – Total 103.355 tep calculado<br />

105<br />

Econ OC Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo Combustível Economizada – Total 3.101 tep calculado<br />

Fontes:<br />

1 Sindicato da Indústria <strong>de</strong> Ferro – SINDIFER. "Anuário 2007". Disponível em www.sindifer.com.br/Anuario_2007.html. Acesso em 10/10/2010.<br />

2 Instituto Aço Brasil. "Anuário Estatístico 2010", p.1/7. Disponível emwww.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/publicacoes.asp. Acesso em 27/10/2010.<br />

3 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

4 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

6 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-52 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> ferro-gusa, com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-52 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo Combustível na Cal<strong>de</strong>ira na Produção <strong>de</strong> Ferro-<br />

Gusa<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,40 tCO₂e/(10 3 ton ferro-gusa x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 10.081 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 100.814 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos*<br />

79<br />

+ 8 PoAs<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 1.159 tCO₂e<br />

unida<strong>de</strong>s<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 50.407 US$/ano<br />

Contribuição à matriz energética 36.062 MWh/ano<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


106<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Melhoria <strong>de</strong> Combustão na Produção <strong>de</strong> Aço<br />

Tabela 0-53 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo<br />

Combustível na Cal<strong>de</strong>ira na Produção <strong>de</strong> Aço<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

%MC Economia <strong>de</strong> Energia em função da Melhoria da combustão 3 % 4<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE OD Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,25 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

CC CMM Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Metalúrgico 25,80 tC/TJ 3<br />

CC CMM Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Metalúrgico 0,0258 tC/GJ calculado<br />

CC CMA Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Antracito 26,80 tC/TJ 3<br />

CC CMA Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Antracito 0,0268 tC/GJ calculado<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque Metalúrgico 29,50 tC/TJ 3<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque Metalúrgico 0,0295 tC/GJ calculado<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque <strong>de</strong> Petróleo 27,50 tC/TJ 3<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque <strong>de</strong> Petróleo 0,0275 tC/GJ calculado<br />

Q OC Quantida<strong>de</strong> Consumida <strong>de</strong> óleo Combustível – Total 421.497 GJ 2<br />

Econ OC Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo Combustível Economizada – Total 12.645 GJ calculado<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-54 , apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> aço bruto, com<br />

relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com base nas<br />

metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após extensa<br />

pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-54 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo Combustível na Cal<strong>de</strong>ira na Produção <strong>de</strong> Aço<br />

Bruto<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,117 tCO₂e/(10 3 t aço bruto x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 982 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 9.819 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 4 empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 2.455 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 982.00 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha será<br />

divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Melhoria <strong>de</strong> Combustão no Setor <strong>de</strong> Cerâmica<br />

Tabela 0-55 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo<br />

Combustível na Cal<strong>de</strong>ira no Setor <strong>de</strong> Cerâmica<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

#CI Número <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> cerâmica i<strong>de</strong>ntificadas 300 Empresas 4<br />

%CI Participação da empresas i<strong>de</strong>ntificadas na produção nacional total 50 % pressuposto<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE OD Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,25 kgCO₂e/GJ 2<br />

%MC Economia <strong>de</strong> Energia em função da Melhoria da combustão no setor <strong>de</strong> Cerâmica 3 % 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41870,00 J/tep 3<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Q OC Quantida<strong>de</strong> Consumida <strong>de</strong> óleo Combustível – Total 13.482.140 GJ calculado<br />

Econ OC Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo Combustível Economizada – Total 404.464 GJ calculado<br />

107<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 ANICER. Listagem <strong>de</strong> Associados. Disponível em www.anicer.com.br/in<strong>de</strong>x.asp?pg=associados.asp&empresa=1&op=pesquisa.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-56 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> cerâmica, com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-56 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo Combustível na Cal<strong>de</strong>ira na Produção <strong>de</strong><br />

Cerâmica<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual – Cerâmica Vermelha 2,33 tCO₂e/(10 3 GJ óleo combustível x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 15.704 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 157.040 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs 300 Empresas<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 1.570.405 US$<br />

Custo do Investimento N/D* US$<br />

* Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Melhoria <strong>de</strong> Combustão no Setor <strong>de</strong> Alimentos & Bebidas<br />

Tabela 0-57 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo<br />

Combustível na Cal<strong>de</strong>ira no Setor <strong>de</strong> Alimento & Bebidas<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE OD Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,25 kgCO₂e/GJ 2<br />

%MC Economia <strong>de</strong> Energia em função da Melhoria da combustão no setor <strong>de</strong> Alimentos & Bebidas 2 % 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41870,00 J/tep 3<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Q OC Quantida<strong>de</strong> Consumida <strong>de</strong> óleo Combustível – Total 19.553.290 GJ calculado<br />

Econ OC Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo Combustível Economizada – Total 391.066 GJ calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.


108<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A Tabela 0-58 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> alimentos & bebidas, com<br />

relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-58 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização da Queima <strong>de</strong> Óleo Combustível na Cal<strong>de</strong>ira no Setor <strong>de</strong> Alimentos &<br />

Bebidas<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 1,55 tCO₂e/(10 3 GJ óleo combustível x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 30.368 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 303.677 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 3.036.780 US$<br />

Custo do Investimento N/D* US$<br />

*Não disponível.<br />

Barreiras à Implementação do Projeto<br />

No âmbito do MDL, não há projetos <strong>de</strong> eficiência energética envolvendo melhoria <strong>de</strong> combustão<br />

<strong>de</strong>senvolvido Brasil e no resto do mundo até o momento.<br />

Deve ser ressaltado que barreiras específicas para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, no entanto, não<br />

foram i<strong>de</strong>ntificadas. Pelo contrário, segundo Henriques Jr. (2010), esse correspon<strong>de</strong> a um tipo <strong>de</strong> projeto com baixo<br />

custo e <strong>de</strong> simples implementação, uma vez que a melhoria da combustão em processos industriais po<strong>de</strong> ser obtida<br />

a partir <strong>de</strong> medidas simples, tais como a regulagem correta da relação ar/combustível nos equipamentos <strong>de</strong><br />

combustão, ou o aumento da superfície <strong>de</strong> contato dos combustíveis sólidos, que po<strong>de</strong>m ser obtidas com a simples<br />

utilização <strong>de</strong>sses combustíveis na forma <strong>de</strong> briquetes, chips ou pulverizados.<br />

Otimização <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Vapor<br />

A otimização do uso do vapor na indústria consiste no reaproveitamento da energia contida no vapor após<br />

seu uso em <strong>de</strong>terminado processo, seja para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (formando-se, assim, um sistema <strong>de</strong><br />

cogeração), seja para aquecimento direto ou outros usos térmicos.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE OTIMIZAÇÃO DE VAPOR<br />

109<br />

Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ahmebadad, na Índia foi <strong>de</strong>senvolvido um projeto <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> vapor em uma gran<strong>de</strong> companhia <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong><br />

alimentos <strong>de</strong> milho. O projeto visa à redução da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia para a geração <strong>de</strong> vapor e na sua distribuição na planta <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> amido. Para o aumento <strong>de</strong> eficiência no processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> calor, foram instalados sistemas <strong>de</strong> monitoramento da<br />

eficiência da geração <strong>de</strong> vapor, <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> calor e <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsado. Por sua vez, para o aumento da eficiência<br />

na distribuição <strong>de</strong> vapor, foram instalados por sua vez, armadilhas <strong>de</strong> vapor, compressores <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> baixa pressão, separadores<br />

<strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre outros equipamentos.<br />

Os retornos <strong>de</strong>sse projeto (economia <strong>de</strong> combustível, redução <strong>de</strong> emissão, receita com a venda <strong>de</strong> CERs etc.) dispostos abaixo<br />

<strong>de</strong>monstram a atrativida<strong>de</strong> que esse projeto po<strong>de</strong> apresentar a partir da venda dos créditos <strong>de</strong> carbono gerados.<br />

Apesar do proponente do projeto não ter <strong>de</strong>senvolvido uma análise financeira do projeto, é possível estimar a receita advinda das<br />

vendas dos créditos e a economia associada à redução <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> combustível, e compará-las ao investimento total. Assumindose<br />

que o preço dos créditos <strong>de</strong> carbono seja 10 US$por tonelada <strong>de</strong> CO₂e, a receita estimada chega a US$960.980<br />

Tabela 0-59 – Exemplo: Otimização <strong>de</strong> Vapor<br />

Parâmetro Valor Unida<strong>de</strong><br />

Razão Vapor/Combustível – Linha <strong>de</strong> Base 1.635 tVapor/tCarvão<br />

Razão Vapor/Combustível – Projeto 4.958 tVapor/tCarvão<br />

Carvão total economizado 5251,91 t/ano<br />

Preço do carvão 1 41,5 US$<br />

Economia do projeto – compra <strong>de</strong> carvão 217.954 US$/ano<br />

Preço do carbono Euro/tCO₂e<br />

Redução total 9.610 tCO₂/ano<br />

Anos <strong>de</strong> Creditação 10 anos<br />

Receia dos créditos 10 US$/ano<br />

Receita total com os créditos (10 anos) 960.980 US$<br />

Investimento Histórico em projetos <strong>de</strong> Eficiência Energética (Benchmark)<br />

Investimento no atual projeto <strong>de</strong> Otimização <strong>de</strong> vapor<br />

Custo anual <strong>de</strong> O&M<br />

3 10^6 INR<br />

69.106 US$<br />

30 10^6 INR<br />

691.062 US$<br />

15 10^6 INR<br />

345.531 US$<br />

Fontes:<br />

1 Dado referente a "Steam Coal Price for Industry" para a Índia em 2008. Extraído <strong>de</strong> Environmental International Agency. Disponível em<br />

www.eia.doe.gov/emeu/international/stmforind.html. Acesso em 3/12/2010..<br />

2 CQNUMC – Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima. Project Database. Disponível em www.unfccc.int.<br />

Avaliação Técnica<br />

No cálculo do potencial <strong>de</strong> replicação <strong>de</strong>sse projeto no Brasil baseou-se na metodologia AM0018 – Steam<br />

optimization systems, aplicável a diferentes medidas <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> vapor.<br />

Nesse projeto, foram abordados os seguintes setores, que juntos representam cerca <strong>de</strong> 90% do potencial<br />

<strong>de</strong> economia <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>ssa medida:<br />

� papel & celulose;<br />

� químico; e<br />

� alimentos & bebidas.<br />

Dentro <strong>de</strong>sses setores, o cálculo do potencial consi<strong>de</strong>rou todas as empresas/unida<strong>de</strong>s produtivas levantadas.<br />

O <strong>de</strong>talhamento das premissas adotadas para o levantamento <strong>de</strong>sses sites potenciais em cada setor consta no<br />

início <strong>de</strong>ssa seção.<br />

Na avaliação das oportunida<strong>de</strong>s setoriais <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão a partir da adoção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor, proce<strong>de</strong>u-se com a aplicação das seguintes fórmulas para o cálculo das<br />

reduções <strong>de</strong> emissão.


110<br />

Tabela 0-60 – Cálculo do Potencial<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

EEcon [GJ] = Q ENERGIA [GJ] * (%OV)<br />

Q CF [GJ] = EEcon [GJ] * (%CF)<br />

RE *tCO₂e+ = Σ(QCF *GJ+ * FECF *tCO₂e/GJ+)<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O cálculo do potencial por setor da indústria <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>u <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> parâmetros, específicos para cada<br />

setor. Os valores <strong>de</strong>sses parâmetros e os resultados finais do cálculo setorial estão listados nas tabelas abaixo,<br />

nos itens a seguir.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Tabela 0-61 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor na<br />

Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,416 tep/ton 3<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Térmico* Específico na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,35 tep/ton calculado<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> energia elétrica no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 16,52 % 3<br />

%OV Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da otimização do vapor no setor <strong>de</strong> papel e celulose 6 % 6<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

%CVp Consumo <strong>de</strong> carvão vapor no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 0,9 % 3<br />

%GN Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 6,4 % 3<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 5<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41.870.000.000,00 J/tep 3<br />

Fontes:<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

1 BRACELPA. "Relatório Anual 2008/2009". Disponível em www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf<br />

2 *A produção nacional foi obtida em BRACELPA, "Relatório Anual 2008/2009" assim como a produção das empresas das Empresas Klabin SA, Suzano, International Paper,<br />

Votorantim Celulose e Papel, Rigesa, Orsa, Santher, Stora Enso, Trombini, Norske, MD Papéis, Celulose Irani AS, Inpa e Ahlstrom. A produção específica às <strong>de</strong>mais empresas foi<br />

estimada. A estimativa <strong>de</strong> produção foi calculada multiplicando-se a capacida<strong>de</strong> nominal por um fator <strong>de</strong> utilização obtido a partir da média <strong>de</strong> utilização das empresas citadas<br />

anteriormente.<br />

3 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

4 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html<br />

6 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-62 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> papel com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto em cada setor.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-62 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 8,72 tCO₂e/(10 3 ton papel x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 78.761 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 787.608 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 122 Plantas <strong>de</strong> produção<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 6.456 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 7.876.080 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

111<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Tabela 0-63 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor na<br />

Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,416 tep/ton papel e celulose 3<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Térmico* Específico na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,3472863 tep/ton calculado<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> energia elétrica no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 16,51771633 % 3<br />

%OV Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da otimização do vapor no setor <strong>de</strong> papel e celulose 6 % 6<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

%CVp Consumo <strong>de</strong> carvão vapor no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 0,9 % 3<br />

%GN Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 6,4 % 3<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 5<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41.870.000.000,00 J/tep 3<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Fontes:<br />

1 BRACELPA. "Relatório Anual 2008/2009". Disponível em www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf.<br />

2 *A produção nacional foi obtida em BRACELPA, "Relatório Anual 2008/2009" assim como a produção das empresas das Empresas Klabin SA, Suzano, International Paper,<br />

Votorantim Celulose e Papel, Rigesa, Orsa, Santher, Stora Enso, Trombini, Norske, MD Papéis, Celulose Irani AS, Inpa e Ahlstrom. A produção específica às <strong>de</strong>mais empresas foi<br />

estimada. A estimativa <strong>de</strong> produção foi calculada multiplicando-se a capacida<strong>de</strong> nominal por um fator <strong>de</strong> utilização obtido a partir da média <strong>de</strong> utilização das empresas citadas<br />

anteriormente.<br />

3 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

4 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

6 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-64 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> celulose com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs e a potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-64 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 7,40 tCO₂/(10 3 ton celulose x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 93.971 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 939.707 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 35 plantas <strong>de</strong> prod.<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 51.011 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 9.397.080 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


112<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor no Setor Químico<br />

Tabela 0-65 – Parâmetros aplicados ao cálculo das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor no Setor<br />

Químico<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE AMÔNIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Amônia 28,26 GJ/t 3<br />

CEE ÁCIDO SULFÚRICO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ácido Sulfúrico 0,14 GJ/t 3<br />

CEE CARBONATO DE SÓDIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Carbonato <strong>de</strong> sódio 12 GJ/t 3<br />

CEE PVC Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloreto <strong>de</strong> Polivinila 11,6 GJ/t 4<br />

CEE CLORO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloro 18,3 GJ/t 3<br />

CEE ETENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Eteno 18,85 GJ/t 3<br />

CEE METANOL Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Metanol 30 GJ/t 3<br />

CEE NITRATO DE AMÔNIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Nitrato <strong>de</strong> amônio 0,93 GJ/t 3<br />

CEE POLIESTIRENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Poliestireno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE POLIETILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Polietileno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE PROPILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Propileno 3,15 GJ/t 3<br />

CEE UREIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ureia 2,8 GJ/t 4<br />

%EE<br />

Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia<br />

(exceto para cloro, um eletroquímico)<br />

10 %<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> Específico <strong>de</strong> Energia Elétrica na produção do cloro 50 %<br />

Premissa embasada em<br />

consulta a especialista do setor<br />

Premissa embasada em<br />

consulta a especialista do setor<br />

%OV Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da otimização do vapor no setor químico 3 % 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 7 % 1<br />

%CVp Consumo <strong>de</strong> carvão vapor no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 1 % 1<br />

%GN Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 26 % 1<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 7<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 5<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 5<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 ABIQUIM. Anuário da Indústira Química Brasileira 2009.<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 nternational Environmental Agency. Tracking ndustrial Energy Efficiency and CO₂ Emissions. International Energy Agency, OECD/IEA, Paris, 321p.<br />

5 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

6 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-66 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> produtos químicos com<br />

relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto em cada setor.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-66 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor no Setor <strong>de</strong> Químicos<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 4,55 tCO₂e/(10 3 ton químico x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 80.950 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 809.499 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 39 empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 20.756 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 8.094.980 US$/ano<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor no setor <strong>de</strong> Alimentos & Bebidas<br />

113<br />

Tabela 0-67 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Otimização e Sistemas <strong>de</strong> Vapor no Setor<br />

<strong>de</strong> Alimentos & Bebidas<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE OD Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,25 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 5<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 17,20 tC/TJ 5<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 63,07 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OUTROS Fator <strong>de</strong> Outros Produtos <strong>de</strong> Petróleo 73,3 kgCO₂e/GJ 2<br />

%OV Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da otimização do vapor no setor <strong>de</strong> alimentos & bebidas 3 % 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41.870.000.000,00 J/tep 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-68 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> alimentos e bebidas, com<br />

relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial <strong>de</strong><br />

contribuição à matriz energética nacional, bem como o montante <strong>de</strong> investimentos necessários à<br />

implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-68 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Otimização em Sistemas <strong>de</strong> Vapor no Setor <strong>de</strong> Alimentos & Bebidas<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 5,8 tCO₂e/(10 3 GJ óleo combustível x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 113.345 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 1.133.450 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 11.334.500 US$<br />

Custo do Investimento N/D* US$<br />

* Não disponível.<br />

Barreiras à Implementação do Projeto<br />

De maneira geral, projetos <strong>de</strong> eficiência energética em sistemas <strong>de</strong> vapor, especialmente <strong>de</strong> cogeração,<br />

têm custos <strong>de</strong> implantação elevados. Segundo Henriques Jr. (2010), no caso da cogeração com biomassa 52 , a<br />

justificativa resi<strong>de</strong> nas elevadas taxas cobradas pelas concessionárias para a medição <strong>de</strong> energia, problemas<br />

técnicos <strong>de</strong> interconexão à re<strong>de</strong>, lentidão nos processos <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> financiamentos pelo BNDES,<br />

indisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos nacionais, entre outros fatores. A<strong>de</strong>mais, problemas estruturais, como a<br />

sazonalida<strong>de</strong> da produção <strong>de</strong> alguns empreendimentos que geram resíduos <strong>de</strong> biomassa (por exemplo, cana<strong>de</strong>-açúcar)<br />

po<strong>de</strong>m resultar em retração na oferta <strong>de</strong> biomassa, afetando, assim a viabilida<strong>de</strong> econômica do<br />

sistema <strong>de</strong> cogeração.<br />

52 Henriques Jr. (2010) <strong>de</strong>staca que, em termos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs, os projetos <strong>de</strong> cogeração em unida<strong>de</strong>s que comprariam eletricida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong><br />

interligada somente valem à pena quando o equipamento <strong>de</strong> cogeração com biomassa é acionado. Isto porque como, no Brasil, a re<strong>de</strong> interligada <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> é notadamente limpa, a substituição da eletricida<strong>de</strong> comprada da re<strong>de</strong> pela obtida da cogeração somente resultará em reduções <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong><br />

GEEs quando o combustível utilizado apresentar um baixo fator <strong>de</strong> emissão. Esse é o caso da biomassa, que é um combustível que usualmente apresenta<br />

emissão zero (exceção às plantações <strong>de</strong>dicadas, caso em que são contabilizadas as emissões provenientes <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> combustível fóssil em <strong>de</strong> tratores,<br />

<strong>de</strong> fertilizantes e outros químicos necessários).


114<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Os projetos <strong>de</strong> MDL <strong>de</strong>sse tipo já <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil apontaram diversas barreiras em seus DCPs,<br />

<strong>de</strong>ntre as quais <strong>de</strong>stacam-se as <strong>de</strong> investimento, tecnológicas e <strong>de</strong> prática comum.<br />

Em relação às barreiras <strong>de</strong> investimento, investimentos em eficiência energética encontram maiores<br />

dificulda<strong>de</strong>s na obtenção <strong>de</strong> financiamento, até mesmo quando a estimativa <strong>de</strong> custo <strong>de</strong>sse investimento é<br />

menor do que o custo associado ao uso <strong>de</strong> novas fontes <strong>de</strong> energia. Isso porque a falta <strong>de</strong> conhecimento sobre o<br />

mercado <strong>de</strong> eficiência energética leva os agentes <strong>de</strong> financiamento a crerem que se trata <strong>de</strong> um segmento <strong>de</strong><br />

alto risco. Concomitantemente, a falta <strong>de</strong> um mercado <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> longo prazo também provoca um impacto<br />

negativo no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses projetos no Brasil.<br />

Um exemplo concreto do elevado capital requerido para esse tipo <strong>de</strong> projeto é o Documento <strong>de</strong><br />

Concepção <strong>de</strong> Projeto (DCP) Energy efficiency for steam generation at Nitro Química – São Miguel Paulista.<br />

Segundo esse DCP, para a implementação <strong>de</strong>ssa iniciativa no ano <strong>de</strong> 2004, foram necessários mais <strong>de</strong> R$7<br />

milhões. Contudo, o mais relevante é que essa quantia foi alocada num setor que não é negócio usual da<br />

empresa, sendo financiada com capital próprio, sem nenhum financiamento externo.<br />

Ainda em termos <strong>de</strong> investimento, apesar <strong>de</strong> o câmbio ter se mantido estável <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005, como a maior<br />

parte dos equipamentos é importada, <strong>de</strong>svalorizações cambiais significativas po<strong>de</strong>m impactar negativamente na<br />

implementação <strong>de</strong>sses projetos.<br />

No que concerne às barreiras tecnológicas, as incertezas são gran<strong>de</strong>s: o sistema po<strong>de</strong> não funcionar como<br />

esperado, seus custos <strong>de</strong> manutenção po<strong>de</strong>m ser mais altos, entre outros inúmeros fatores. Nesse sentido, as<br />

barreiras tecnológicas referem-se às mudanças que a implementação do sistema <strong>de</strong>manda e ao<br />

<strong>de</strong>sconhecimento dos novos processos. O fator inovação acarreta ainda diversos riscos e gastos extras, <strong>de</strong>ntre<br />

os quais <strong>de</strong>stacam-se a eventual necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> outros países para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e garantia <strong>de</strong> segurança dos novos sistemas <strong>de</strong> vapor industriais – qualquer erro na instalação<br />

e operação <strong>de</strong>sses sistemas envolve alto risco <strong>de</strong> danos aos equipamentos e, principalmente, aos funcionários.<br />

Outras barreiras também po<strong>de</strong>m ser apontadas: o aumento <strong>de</strong> eficiência nos sistemas <strong>de</strong> vapor não é<br />

prática comum; existência <strong>de</strong> exigências regulatórias e políticas que não impulsionam à implementação <strong>de</strong>sse<br />

tipo <strong>de</strong> projeto; falta <strong>de</strong> incentivos econômico-financeiros para a eficiência energética. Dessa forma, as poucas<br />

iniciativas existentes são:<br />

Recuperação <strong>de</strong> Vapor em Fornos<br />

Em processos que <strong>de</strong>mandam altas temperaturas, o aproveitamento dos gases <strong>de</strong> exaustão para<br />

aquecimento direto – por exemplo, para preaquecimento dos gases <strong>de</strong> combustão, <strong>de</strong> cargas ou <strong>de</strong> fluidos <strong>de</strong><br />

processo, para secagem <strong>de</strong> materiais – ou para geração <strong>de</strong> vapor, consiste em uma interessante alternativa<br />

para a redução do consumo <strong>de</strong> combustíveis nos processos em que os gases são aproveitados.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE CALOR – CHINA<br />

Um projeto <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> calor recentemente <strong>de</strong>senvolvido em diferentes distritos da China exemplifica a atrativida<strong>de</strong><br />

do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> calor em fornos no setor <strong>de</strong> cerâmica. O projeto inclui não somente a<br />

recuperação <strong>de</strong> calor em fornos, como também a implementação <strong>de</strong> novos processos mais eficientes para geração <strong>de</strong> calor.<br />

Na fase relativa à recuperação <strong>de</strong> calor, são instalados recuperadores e sistemas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> calor em 10 alto-fornos da<br />

empresa, distribuídos entre <strong>de</strong> suas 3 filiais. Os benefícios resultantes da implementação do projeto estão dispostos na<br />

tabela abaixo<br />

Tabela 0-69 – Exemplo: Recuperação <strong>de</strong> Calor<br />

Parâmetro Valor Unida<strong>de</strong><br />

Custo do Investimento 5.624,4 10^4RMB<br />

Calor Residual Recuperado – Total líquido na filial <strong>de</strong> Xige 113.354 GJ/ano<br />

Calor Residual Recuperado –Total líquido na filial <strong>de</strong> Daxinzhuang 79.639 GJ/ano<br />

Calor Residual Recuperado – Total líquido na filial <strong>de</strong> Nanpu 192.230 GJ/ano<br />

Total <strong>de</strong> calor recuperado 385.223 GJ/ano<br />

Carvão total economizado 37700 t/ano<br />

Economia do projeto – compra <strong>de</strong> carvão 1.868,89 10^4RMB/ano<br />

Preço do carbono 8 Euro/tCO₂e<br />

Anos <strong>de</strong> Creditação 10 anos<br />

Redução total 63.216 tCO₂/ano<br />

Receita dos créditos 505.728 Euros/ano<br />

Receita total com os créditos (10 anos) 5.057.280 Euros<br />

TIR – Sem a receita dos CERs 6,21 %<br />

TIR – Com a receita dos CERs 13,59 %<br />

Benchmark 12 %<br />

Fonte: CQNUMC – Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima. Project Database. Disponível em www.unfccc.int.<br />

115<br />

Avaliação Técnica<br />

O cálculo do potencial <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>sses projetos no Brasil baseou-se nas metodologias <strong>de</strong> MDL <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> e pequena escalas, respectivamente – a ACM0012 e a AMS-II.I –, e consi<strong>de</strong>rou os seguintes setores<br />

industriais:<br />

� químico;<br />

� ferro-gusa e aço;<br />

� cimento;<br />

� mineração & pelotização; e<br />

� cerâmica.<br />

Apesar <strong>de</strong> também existir uma metodologia específica para o setor <strong>de</strong> cimento – isto é, a AM0024 – essa<br />

não foi diretamente aplicada para esse setor, <strong>de</strong> modo que os cálculos para o setor <strong>de</strong> cimento partiram das<br />

mesmas premissas e fórmulas que nos <strong>de</strong>mais setores.<br />

Dentro dos setores selecionados para a análise, o cálculo do potencial consi<strong>de</strong>rou todas as<br />

empresas/unida<strong>de</strong>s produtivas levantadas. O <strong>de</strong>talhamento das premissas adotadas para o levantamento <strong>de</strong>sses<br />

sites potenciais em cada setor consta no início <strong>de</strong>ssa seção.<br />

Para aqueles setores em que foi possível obter diretamente o consumo <strong>de</strong> combustíveis, o cálculo<br />

baseou-se na seguinte fórmula:<br />

Tabela 0-70 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões (A)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

Econ CFi [GJ] = Q CFi * (%RCF)<br />

RE *tCO₂e+ = Σ(Econ CFi [GJ] * FE CFi *tCO₂e/GJ+)


116<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Por outro lado, naqueles casos em que o consumo <strong>de</strong> combustível teve que ser estimado, a seguinte<br />

fórmula foi aplicada:<br />

Tabela 0-71 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões (B)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

EEcon RCF [GJ] = Q ENERGIA [GJ] * (%RCF)<br />

Econ CFi [GJ] = EEcon RCF [GJ] * (%CFi)<br />

RE *tCO₂e+ = Σ(Econ CF [GJ] * FE CFI *tCO₂e/GJ+)<br />

Para cada um dos setores, o cálculo <strong>de</strong>mandou a aplicação <strong>de</strong> parâmetros específicos aos mesmos. A<br />

listagem dos parâmetros e dos resultados referentes a cada setor industrial serão dispostos a seguir, nos itens<br />

a seguir.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor Químico<br />

Tabela 0-72 – Parâmetros aplicados ao cálculo das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor<br />

Químico<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE AMÔNIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Amônia 28,26 GJ/t 3<br />

CEE ÁCIDO SULFÚRICO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ácido Sulfúrico 0,14 GJ/t 3<br />

CEE CARBONATO DE SÓDIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Carbonato <strong>de</strong> sódio 12 GJ/t 3<br />

CEE PVC Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloreto <strong>de</strong> Polivinila 11,6 GJ/t 4<br />

CEE CLORO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloro 18,3 GJ/t 3<br />

CEE ETENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Eteno 18,85 GJ/t 3<br />

CEE METANOL Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Metanol 30 GJ/t 3<br />

CEE NITRATO DE AMÔNIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Nitrato <strong>de</strong> amônio 0,93 GJ/t 3<br />

CEE POLIESTIRENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Poliestireno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE POLIETILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Polietileno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE PROPILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Propileno 3,15 GJ/t 3<br />

CEEUREIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ureia 2,8 GJ/t 4<br />

%EE<br />

Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica no setor Químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia<br />

(exceto para cloro, um eletroquímico)<br />

10 % Valor assumido<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> Específico <strong>de</strong> Energia Elétrica na produção do cloro 50 % Valor assumido<br />

%RCF Economia <strong>de</strong> energia obtida a partir da recuperação <strong>de</strong> calor em fornos no setor químico 6 % 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 7 % 1<br />

%CVp Consumo <strong>de</strong> carvão vapor no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 1 % 1<br />

%GN Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 26 % 1<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 7<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 5<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 5<br />

Econ COMBUSTÍVEL Economia <strong>de</strong> Consumo <strong>de</strong> Combustível em função da introdução <strong>de</strong> novos processos - - calculado<br />

Q COMUSTÍVEL Consumo <strong>de</strong> Combustíveis na Indústria, anteriormente à implementação do projeto - - calculado<br />

Econ CFi Economia do Combustível Fóssil i - - calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 ABIQUIM. Anuário da Indústria Química Brasileira 2009.<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 nternational Environmental Agency. Tracking ndustrial Energy Efficiency and CO₂ Emissions. International Energy Agency, OECD/IEA, Paris, 321p.<br />

5 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

6 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-73 a seguir apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

produtos químicos com relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda<br />

<strong>de</strong> CERs, bem como o montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto no setor.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-73 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor Químico<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 53,9 tCO₂e/(10 3 ton químico x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 959.054 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 9.590.545 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 39 empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 245.911 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 959.058.40 US$/ano<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

117<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos na Produção <strong>de</strong> Ferro-Gusa<br />

Tabela 0-74 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos na<br />

Produção <strong>de</strong> Ferro-Gusa<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE FERRO-GUSA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço 0,514 tep/ton 1<br />

CEE FERRO-GUSA Consumo Específico Combustíveis fósseis na produção <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço 0,466 tep/ton calculado<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> energia elétrica no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 9,380 % 3<br />

%RCF Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da recuperação <strong>de</strong> calor em fornos no setor <strong>de</strong> ferro-gusa e aço 7 % 6<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 0,8 % 3<br />

%GN Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 6,4 % 3<br />

%GC Consumo <strong>de</strong> gás <strong>de</strong> coqueria no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 7,4 % 3<br />

%CqCM<br />

Consumo <strong>de</strong> coque <strong>de</strong> carvão mineral no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong><br />

energia<br />

36,4 % 3<br />

CN PI Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nominal <strong>de</strong> produção dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes 14.058 10 3 t/ano 1<br />

Q PI Produção dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes em 2009 4.273 10 3 t 2<br />

FU PI Fator <strong>de</strong> Utilização da Capacida<strong>de</strong> Instalada dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes 30,40 % calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 9930,00 kcal/kg 2<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41.574,924 kJ/kg calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41,6 GJ/t calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 4<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 4<br />

FE GC Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Coqueria 11,70 tC/TJ 5<br />

FE GC Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Coqueria 42,90 kgCO₂/GJ 5<br />

FE CqCM Fator <strong>de</strong> Emissão do Coque <strong>de</strong> Carvão Mineral 29,50 tC/TJ 5<br />

FE CqCM Fator <strong>de</strong> Emissão do Coque <strong>de</strong> Carvão Mineral 108,17 kgCO₂/GJ 5<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Econ COMBUSTÍVEL Economia <strong>de</strong> Consumo <strong>de</strong> Combustível em função da introdução <strong>de</strong> novos processos - - calculado<br />

Q COMUSTÍVEL Consumo <strong>de</strong> Combustíveis na Indústria, anteriormente à implementação do projeto - - calculado<br />

Econ CFi Economia do Combustível Fóssil I - - calculado<br />

Fontes:<br />

1 Sindicato da Indústria <strong>de</strong> Ferro – SINDIFER. "Anuário 2007". Disponível em www.sindifer.com.br/Anuario_2007.html. Acesso em 10/10/2010.<br />

2 Instituto Aço Brasil. "Anuário Estatístico 2010", p.1/7. Disponível emwww.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/publicacoes.asp. Acesso em 27/10/2010.<br />

3 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

4 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html<br />

6 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.


118<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A Tabela 0-75 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> ferro-gusa, com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-75 – Resultados para Projetos Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Ferro-Gusa<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 75,11 tCO₂e/(10 3 ton ferro-gusa x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 1.887.805 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 18.878.055 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 73 + 8 PoAs unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 216.989 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 188.780.540 US$/ano<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos na Produção <strong>de</strong> Aço<br />

Tabela 0-76 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos na<br />

Produção <strong>de</strong> Aço<br />

%RCF<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da recuperação <strong>de</strong> calor em fornos<br />

no setor <strong>de</strong> ferro-gusa e aço<br />

7 % 4<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE OD Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,25 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE Al Fator <strong>de</strong> Emissão do Alcatrão 25,80 tC/TJ 6<br />

FE Al Fator <strong>de</strong> Emissão do Alcatrão 94,60 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE GCO Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Coqueria 11,70 tC/TJ 6<br />

FE GCO Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Coqueria 42,90 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE GAF Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Alto forno 260,00 kgCO₂/GJ 3<br />

FE GAC Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Aciaria 82,00 kgCO₂/GJ 3<br />

FE ODA Fator <strong>de</strong> Emissão do óleo Diesel Aditivado 74,25 kgCO₂e/GJ pressuposto igual ao do óleo diesel<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 17,20 tC/TJ 6<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 63,07 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE BTE Fator <strong>de</strong> Emissão do óleo Combustível <strong>de</strong> Baixo Teor <strong>de</strong> Enxofre 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

CC CMM Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Metalúrgico 25,80 tC/TJ 3<br />

CC CMM Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Metalúrgico 0,0258 tC/GJ calculado<br />

CC CMA Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Antracito 26,80 tC/TJ 3<br />

CC CMA Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Antracito 0,0268 tC/GJ calculado<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque Metalúrgico 29,50 tC/TJ 3<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque Metalúrgico 0,0295 tC/GJ calculado<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque <strong>de</strong> Petróleo 27,50 tC/TJ 3<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque <strong>de</strong> Petróleo 0,0275 tC/GJ calculado<br />

Econ CFi<br />

Economia <strong>de</strong> Consumo do Combustível Fóssil i em função da introdução <strong>de</strong><br />

novos processos<br />

– - calculado<br />

QCFi Fontes:<br />

Consumo do Combustível Fóssil i na Indústria, anteriormente à<br />

implementação do projeto<br />

– - calculado<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 ABM Brasil. Anais do XXVIII Seminários <strong>de</strong> Balanços Energéticos e Utilida<strong>de</strong>s e XXII Encontro <strong>de</strong> Produtores e Consumidores <strong>de</strong> Gases Industriais. Disponível em<br />

www.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/obras-fonte.asp?codF=201&fonte=ABM%20Semin%C3%A1rio%20<strong>de</strong>%20balan%C3%A7o%20Energ%C3%A9ticos%20Globais%<br />

20e%20Utilida<strong>de</strong>s,%2028. Acesso em 27/10/2010.<br />

3 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

4 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

119<br />

A Tabela 0-77 a seguir apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> aço bruto, com<br />

relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-77 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-77 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Aço Bruto<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 268 tCO₂e/(10 3 t aço bruto x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 6.153.900 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 61.539.002 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 9 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 6.846.006 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 615.390.020 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha será divulgada<br />

como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor <strong>de</strong> Cimento<br />

Tabela 0-78 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor <strong>de</strong><br />

Cimento<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE CIMENTO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na Produção do cimento 0,071 tep/t cimento<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 1<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

CEE CIMENTO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na Produção do cimento 2,97 GJ/t cimento 1<br />

CEC CIMENTO Consumo Específico <strong>de</strong> Combustível na Produção <strong>de</strong> Cimento 2,64 GJ/t cimento calculado<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> no setor <strong>de</strong> Cimento como parcela do consumo energético total 11,10 % 1<br />

%RCF Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da recuperação <strong>de</strong> calor em fornos no setor <strong>de</strong> cimento 7 % 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor <strong>de</strong> cimento como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 0,8 % 1<br />

%CM Consumo <strong>de</strong> carvão mineral no setor <strong>de</strong> cimento como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 1,5 % 1<br />

%CqP Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor <strong>de</strong> cimento como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 74,5 % 1<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 9.930,00 kcal/kg 1<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41574,924 kJ/kg calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41,6 GJ/t calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE CqP Fator <strong>de</strong> Emissão do Coque <strong>de</strong> Petróleo 97,50 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE CM Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Mineral (sub-betuminoso) 96,10 kgCO₂e/GJ 2<br />

Econ COMBUSTÍVEL Economia <strong>de</strong> Consumo <strong>de</strong> Combustível em função da introdução <strong>de</strong> novos processos - - calculado<br />

Q COMUSTÍVEL Consumo <strong>de</strong> Combustíveis na Indústria, anteriormente à implementação do projeto - - calculado<br />

Econ CFi Economia do Combustível Fóssil i - - calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 Default ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

6 MME. "Anuário Estatístico do Setor <strong>de</strong> Transformação <strong>de</strong> Não Metálicos – 2009". Disponível em www.macropolitica.com.br/docs/Anuario_Estatistico_do_Setor<br />

_<strong>de</strong>_Transformacao_<strong>de</strong>_nao_metalicos_2009.pdf. Acesso em 03/11/2010.<br />

7 Companhia <strong>de</strong> Gás <strong>de</strong> São Paulo – Comgás.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-79 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> cimento com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


120<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-79 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor <strong>de</strong> Cimento<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 13,82 tCO₂/(10 3 ton cimento x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 725.702 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 7.257.017 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 68 fábricas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 106.721 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 72.570.178 US$/ano<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha será<br />

divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor <strong>de</strong> Mineração & Pelotização<br />

Tabela 0-80 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor <strong>de</strong><br />

Mineração e Pelotização<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Produção total <strong>de</strong> minerais Soma da produção total <strong>de</strong> cada minério produzido 1.149.912.106,0 ton 1<br />

CEF Consumo Energético Final do Setor <strong>de</strong> Mineração e Pelotização 2.905.000,0 tep 2<br />

Qoc Consumo total <strong>de</strong> Óleo Combustível 572.000,0 tep 2<br />

Qod Consumo total <strong>de</strong> óleo Diesel 211.000,0 tep 2<br />

Qcm Consumo total <strong>de</strong> Carvão Mineral 690.000,0 tep 2<br />

Qco Consumo total <strong>de</strong> Coque <strong>de</strong> Petróleo 300.000,0 tep 2<br />

Qgn Consumo total <strong>de</strong> Gás Natural 239.000,0 tep 2<br />

Fator tep/Mcal Conversão <strong>de</strong> tep para Mcal 10.000,0 Mcal/tep 2<br />

Fator cal/Joule Conversão <strong>de</strong> caloria para Joule 0,2 cal/Joule 2<br />

%RCF<br />

Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da recuperação <strong>de</strong> calor em fornos no setor <strong>de</strong> Mineração e<br />

Pelotização<br />

18,3 %<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 9.930,0 kcal/kg 2<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41.574,9 kJ/kg calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41,6 GJ/t calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,7 kgCO₂e/GJ 3<br />

FEod Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,0 kgCO₂e/GJ 3<br />

FEcm Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Mineral 96,1 kgCO₂e/GJ 3<br />

FEco Fator <strong>de</strong> Emissão do Coque <strong>de</strong> Petróleo 97,5 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,2 kgCO₂e/GJ 3<br />

Econ CFi Economia <strong>de</strong> Consumo do Combustível Fóssil i em função da introdução <strong>de</strong> novos processos – - calculado<br />

Q CFi Consumo do Combustível Fóssil i na Indústria, anteriormente à implementação do projeto – - calculado<br />

1 DNPM. "Anuário Mineral Brasileiro <strong>de</strong> 2006".<br />

2 EPE/MME. "Balanço Energético Nacional 2010".<br />

3 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-81 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> Mineração & Pelotização<br />

com relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como<br />

o montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-81 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor <strong>de</strong> Mineração e Pelotização<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 1,52 tCO₂e/(10 3 ton minério x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 1.752.893 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 17.528.631 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 100 empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 175.289 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 175.289.320 US$/ano<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

121<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor <strong>de</strong> Cerâmica<br />

Tabela 0-82 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor <strong>de</strong><br />

Cerâmica<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

#CI Nº <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> cerâmica i<strong>de</strong>ntificadas 300 Empresas 8<br />

%CI Participação das empresas i<strong>de</strong>ntificadas na produção nacional <strong>de</strong> cerâmica 50 % pressuposto<br />

Q GN, Revest. Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor <strong>de</strong> Cerâmica <strong>de</strong> Revestimento 106.819.0176,00 m 3 6<br />

D GN Densida<strong>de</strong> do Gás natural 1305,5 m 3 /ton 7<br />

PCI GN PCI do gás natural 41,6 GJ/ton 1<br />

PCI GN PCI do gás natural 0,0318 GJ/m 3 calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE OD Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,25 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 5<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 17,20 tC/TJ 5<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 63,07 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OUTROS Fator <strong>de</strong> Outros Produtos <strong>de</strong> Petróleo 73,3 kgCO₂e/GJ 2<br />

%RCF<br />

Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da recuperação <strong>de</strong> calor em fornos no setor <strong>de</strong><br />

cerâmica<br />

18,30 % 3<br />

P CV Produção Nacional <strong>de</strong> Cerâmica Vermelha 73,70 10 9 peças 6<br />

P CR Produção Nacional <strong>de</strong> Cerâmica <strong>de</strong> revestimento (2008) 746,00 10 6 m 2 6<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41.870,00 J/tep 3<br />

Econ CFi<br />

Q CFi<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Economia <strong>de</strong> Consumo do Combustível Fóssil i em função da introdução <strong>de</strong> novos<br />

processos<br />

Consumo do Combustível Fóssil i na Indústria, anteriormente à implementação do<br />

projeto<br />

– - calculado<br />

– - calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

5 MME. "Anuário Estatístico do Setor <strong>de</strong> Transformação <strong>de</strong> Não Metálicos – 2009". Disponível em www.macropolitica.com.br/docs/Anuario_Estatistico_do_Setor<br />

_<strong>de</strong>_Transformacao_<strong>de</strong>_nao_metalicos_2009.pdf. Acesso em 03/11/2010.<br />

6 Companhia <strong>de</strong> Gás <strong>de</strong> São Paulo – Comgás.<br />

7 ANICER. Listagem <strong>de</strong> Associados. Disponível em www.anicer.com.br/in<strong>de</strong>x.asp?pg=associados.asp&empresa=1&op=pesquisa.


122<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A Tabela 0-83 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> cerâmica com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-83 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos no Setor <strong>de</strong> Cerâmica<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 11,51 tCO₂e/10^3 GJ CF<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 805.953 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 8.059.531 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs 300 empresas<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 4.029.765 US$/ano<br />

Custo do Investimento N/D* US$<br />

* Não disponível.<br />

Barreiras à Implementação do Projeto<br />

Conforme <strong>de</strong>stacado anteriormente, o aumento da eficiência energética <strong>de</strong> uma indústria po<strong>de</strong> ser obtido<br />

também através do aproveitamento <strong>de</strong> calor residual presente em seus diversos processos. Algumas medidas<br />

pouco custosas têm potencial para contribuir com essa questão. No entanto, para um ganho <strong>de</strong> eficiência<br />

superior ao obtido com tais medidas, é necessário adotar técnicas mais complexas, como por exemplo, a<br />

integração <strong>de</strong> processos – já muito empregada em indústrias <strong>de</strong> refino <strong>de</strong> petróleo, químicas e petroquímicas –<br />

que representam custos mais elevados, e, logo, possíveis barreiras <strong>de</strong> financiamento. Segundo Henriques Jr.<br />

(2010), o bom <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> trocadores <strong>de</strong> calor exige o controle <strong>de</strong> incrustações, garantindo superfícies limpas<br />

e livres <strong>de</strong> outros <strong>de</strong>pósitos que dificultem a troca <strong>de</strong> calor entre fontes quente e fria. Trata-se <strong>de</strong> mais um fator<br />

que eleva os custos <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto e que, somado ao retorno a médio e longo prazos, po<strong>de</strong> representar<br />

entraves ao investimento.<br />

Novos Processos<br />

Outra alternativa <strong>de</strong>ntre as inúmeras possíveis medidas <strong>de</strong> eficiência é a simples substituição do<br />

equipamento utilizado no processo por outro mais eficiente, ou a introdução <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> produção que<br />

aumentem a eficiência dos processos.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA A PARTIR DA INTRODUÇÃO DE NOVOS PROCESSOS – REABILITAÇÃO DE CALDEIRAS, MÉXICO<br />

123<br />

A viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> no âmbito do Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo voltados à introdução <strong>de</strong> novos processos é<br />

muito bem exemplificada pelo projeto <strong>de</strong> reabilitação <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras em diversas unida<strong>de</strong>s industriais <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> gás<br />

localizadas em diferentes províncias do México. Visando ao aumento da eficiência da queima do combustível e do calor gerado, o<br />

projeto envolve a troca <strong>de</strong> queimadores, do isolamento e outros componentes – <strong>de</strong> acordo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada cal<strong>de</strong>ira –<br />

além da instalação <strong>de</strong> um economizador e <strong>de</strong> um aquecedor <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> combustão. O projeto, portanto, gera economia <strong>de</strong><br />

combustível e <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, com consequente redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE e possível receita com venda <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong><br />

carbono. Tais benefícios são explicitados no quadro abaixo.<br />

Tabela 0-84 – Exemplo: Eficiência Energética<br />

Parâmetro Valor Unida<strong>de</strong><br />

Custo do Investimento 17.780.243 Euros<br />

Receitas do Projeto – inclui economias com combustível e O&M 3.783.865 Euros<br />

Eficiência da cal<strong>de</strong>ira sem o projeto – Nueva PEMEX 74 %<br />

Eficiência da cal<strong>de</strong>ira com o projeto – Nueva PEMEX 87 %<br />

Eficiência da cal<strong>de</strong>ira sem o projeto -– Cactus 81 %<br />

Eficiência da cal<strong>de</strong>ira com o projeto – Cactus 88 %<br />

Eficiência da cal<strong>de</strong>ira sem o projeto – Poza Rica 74 %<br />

Eficiência da cal<strong>de</strong>ira com o projeto – Poza Rica 83 %<br />

Redução total 58.674 tCO₂/ano<br />

TIR – Sem a receita dos CERs 7,46 %<br />

TIR – C a receita dos CERs 14,44 %<br />

Benchmark 20,03 %<br />

Fonte: CQNUMC – Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima. Project Database. Disponível em www.unfccc.int.<br />

Avaliação Técnica<br />

A varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s que essa medida abrange implica uma gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> para o cálculo<br />

do potencial <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto. Por isso, <strong>de</strong>terminadas medidas específicas foram abordadas, <strong>de</strong> acordo<br />

com as metodologias <strong>de</strong> MDL existentes, a saber: a AM0056 e a AM0044 – <strong>de</strong> troca ou reabilitação <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>ira;<br />

AM0060 – <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> resfriadores; e a AMS-II.D – metodologia <strong>de</strong> pequena escala aplicável a medidas<br />

<strong>de</strong> eficiência em geral na indústria. A metodologia que aborda projetos <strong>de</strong> eficiência por meio da introdução <strong>de</strong><br />

novos processos na indústria – isto é, a AM0068 – não foi consi<strong>de</strong>rada, visto que se refere somente à produção<br />

<strong>de</strong> ferro-ligas, setor que, conforme <strong>de</strong>scrito no início <strong>de</strong>ssa seção, não será incluído no estudo, por não ter<br />

<strong>de</strong>monstrado um potencial significativo <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> energia na análise agregada <strong>de</strong>senvolvida em<br />

Henriques Jr. (2010).<br />

Com isso, os setores que, na referida análise, representaram cerca <strong>de</strong> 90% do potencial <strong>de</strong> economia <strong>de</strong><br />

energia e que, portanto, foram abordados nesta análise <strong>de</strong>sagregada são:<br />

� papel & celulose;<br />

� química;<br />

� ferro-gusa & aço; e<br />

� cerâmica.<br />

Dentro <strong>de</strong>sses setores, o cálculo do potencial consi<strong>de</strong>rou todas as empresas/unida<strong>de</strong>s produtivas levantadas.<br />

O <strong>de</strong>talhamento das premissas adotadas para o levantamento <strong>de</strong>sses sites potenciais em cada setor consta no<br />

início <strong>de</strong>ssa seção.<br />

Paro o cálculo do potencial por setor a seguinte fórmula foi adotada, nos casos em que os dados <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> combustível das empresas não estavam disponíveis:


124<br />

Tabela 0-85 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões (A)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

Econ COMBUSTÍVEL [GJ] = Q COMUSTÍVEL[GJ] * (%NP)<br />

Econ CFi [GJ] = Econ COMBUSTÍVEL [GJ] * (%CFi)<br />

RE *tCO₂e+ = Σ(Econ CFi [GJ] * FE CFi *tCO₂e/GJ+)<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

No caso da produção <strong>de</strong> Aço e do setor <strong>de</strong> Cerâmica, foi possível obter a matriz <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong><br />

combustíveis para cada empresa, e, portanto, a formula aplicada foi a seguinte:<br />

Tabela 0-86 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões (B)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

Econ CFi [GJ] = Q CFi * (%NP)<br />

RE *tCO₂e+ = Σ(Econ CFi [GJ] * FE CFi *tCO₂e/GJ+)<br />

Os itens a seguir apresentam os parâmetros e resultados do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões para esse<br />

projeto em cada setor contemplado.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Tabela 0-87 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na<br />

Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,416 tep/ton 3<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Térmico* Específico na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,347 tep/ton calculado<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> energia elétrica no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 16,5 % 3<br />

%NP Economia <strong>de</strong> energia obtida a partir da introdução <strong>de</strong> novos processos no setor <strong>de</strong> papel e celulose 9,4 % 6<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 3<br />

%CVp Consumo <strong>de</strong> carvão vapor no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 0,9 % 3<br />

%GN Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 6,4 % 3<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 5<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

Econ COMBUSTÍVEL Economia <strong>de</strong> Consumo <strong>de</strong> Combustível em função da introdução <strong>de</strong> novos processos 308.201 tep calculado<br />

Q COMUSTÍVEL Consumo <strong>de</strong> Combustíveis na Indústria, anteriormente à implementação do projeto 3.278.734 tep calculado<br />

Econ CFi Economia do Combustível Fóssil I - - calculado<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Fontes:<br />

1 BRACELPA. "Relatório Anual 2008/2009". Disponível em www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf<br />

2 A produção nacional foi obtida em BRACELPA, "Relatório Anual 2008/2009" assim como a produção das empresas das Empresas Klabin SA, Suzano, International Paper,<br />

Votorantim Celulose e Papel, Rigesa, Orsa, Santher, Stora Enso, Trombini, Norske, MD Papéis, Celulose Irani AS, Inpa e Ahlstrom. A produção específica às <strong>de</strong>mais empresas foi<br />

estimada. A estimativa <strong>de</strong> produção foi calculada multiplicando-se a capacida<strong>de</strong> nominal por um fator <strong>de</strong> utilização obtido a partir da média <strong>de</strong> utilização das empresas citadas<br />

anteriormente.<br />

3 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

4 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html<br />

6 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-88 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> papel com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante<br />

<strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto em cada setor.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-88 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Papel<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

125<br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 11,59 tCO₂e/(10 3 ton papel x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 104.776 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 1.047.763 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 122 plantas <strong>de</strong> produção<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 8.588 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 10.947.180 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Tabela 0-89 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na<br />

Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,416 tep/ton 1<br />

CEE PAPEL & CELULOSE Consumo Térmico Específico na produção <strong>de</strong> Papel e Celulose 0,347 tep/ton calculado<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> energia elétrica no setor Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 16,52 % 1<br />

%NP Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da introdução <strong>de</strong> novos processos no setor <strong>de</strong> papel e celulose 9,4 % 4<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor <strong>de</strong> Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 5,2 % 1<br />

%CVp Consumo <strong>de</strong> carvão vapor no setor <strong>de</strong> Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 0,9 % 1<br />

%GN Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor <strong>de</strong> Papel e Celulose como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 6,4 % 1<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 3<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 1<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 1<br />

Econ COMBUSTÍVEL Economia <strong>de</strong> Consumo <strong>de</strong> Combustível em função da introdução <strong>de</strong> novos processos 414477,63 tep calculado<br />

Fontes:<br />

Q COMUSTÍVEL Consumo <strong>de</strong> Combustíveis na Indústria, anteriormente à implementação do projeto 4409336,48 tep calculado<br />

Econ CFi Economia do Combustível Fóssil i - - calculado<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 1<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-90 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> celulose com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto em cada setor.<br />

Os resultados apresentados a seguir resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-90 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Celulose<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 11,59 tCO₂e/(10 3 ton celulose x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 147.221 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 1.472.208 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 35 plantas <strong>de</strong> produção<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 79.918 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 14.734.080 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.** Não disponível.


126<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Introdução <strong>de</strong> Novos Processos no Setor Químico<br />

Tabela 0-91 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos no Setor<br />

Químico<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE AMÔNIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Amônia 28,26 GJ/t 3<br />

CEE ÁCIDO SULFÚRICO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ácido Sulfúrico 0,14 GJ/t 3<br />

CEE CARBONATO DE SÓDIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Carbonato <strong>de</strong> sódio 12 GJ/t 3<br />

CEE PVC Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloreto <strong>de</strong> Polivinila 11,6 GJ/t 4<br />

CEE CLORO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Cloro 18,3 GJ/t 3<br />

CEE ETENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Eteno 18,85 GJ/t 3<br />

CEE METANOL Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Metanol 30 GJ/t 3<br />

CEE NITRATO DE AMÔNIO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Nitrato <strong>de</strong> amônio 0,93 GJ/t 3<br />

CEE POLIESTIRENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Poliestireno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE POLIETILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Polietileno 9,3 GJ/t 4<br />

CEE PROPILENO Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Propileno 3,15 GJ/t 3<br />

CEE UREIA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ureia 2,8 GJ/t 4<br />

%EE<br />

Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica no setor Químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia (exceto para cloro,<br />

um eletroquímico)<br />

10 % pressuposto<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> Específico <strong>de</strong> Energia Elétrica na produção do cloro 50 % pressuposto<br />

%MC Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da introdução <strong>de</strong> novos processos no setor químico 7,2 % 3<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 7 % 1<br />

%CVp Consumo <strong>de</strong> carvão vapor no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 1 % 1<br />

%GN Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor químico como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 26 % 1<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 7<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 5<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 5<br />

Econ COMBUSTÍVEL Economia <strong>de</strong> Consumo <strong>de</strong> Combustível em função da introdução <strong>de</strong> novos processos 9.325.440,03 GJ calculado<br />

Q COMUSTÍVEL Consumo <strong>de</strong> Combustíveis na Indústria, anteriormente à implementação do projeto 129.520.000,39 GJ calculado<br />

Econ CFi Economia do Combustível Fóssil i - - calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 ABIQUIM. Anuário da Indústria Química Brasileira 2009.<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 International Environmental Agency. Tracking ndustrial Energy Efficiency and CO₂ Emissions. International Energy Agency, OECD/IEA, Paris, 321p.<br />

5 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

6 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-92 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> produtos<br />

químicos com relação ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs,<br />

bem como o montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto em cada setor.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-92 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos no Setor <strong>de</strong> químicos<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 54,8 tCO₂e/(10 3 ton químico x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 975.647 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 9.756.470 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 39 empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 250.166 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 97.564.700 US$/ano<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Ferro-gusa<br />

Tabela 0-93 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na<br />

Produção <strong>de</strong> Ferro-Gusa<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEE FERRO-GUSA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia médio na produção <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço 0,514 tep/ton 3<br />

CEE FERRO-GUSA Consumo Específico <strong>de</strong> Energia Térmica médio na produção <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço 0,466 tep/ton calculado<br />

%EE Consumo <strong>de</strong> energia elétrica no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 9,4 % 3<br />

%NP Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da introdução <strong>de</strong> novos processos no setor <strong>de</strong> ferro-gusa e aço 24,1 % 6<br />

%OC Consumo <strong>de</strong> óleo combustível no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 0,8 % 3<br />

%GN Consumo <strong>de</strong> gás natural no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 6,4 % 3<br />

%GC Consumo <strong>de</strong> gás <strong>de</strong> coqueria no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 7,4 % 3<br />

%CqCM Consumo <strong>de</strong> coque <strong>de</strong> carvão mineral no setor <strong>de</strong> Ferro-gusa e Aço como proporção do consumo total <strong>de</strong> energia 36,4 % 3<br />

CN PI Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nominal <strong>de</strong> produção dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes 14.058 10 3 t/ano 1<br />

Q PI Produção dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes em 2009 4.273 10 3 t 2<br />

FU PI Fator <strong>de</strong> Utilização da Capacida<strong>de</strong> Instalada dos Produtores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes 30,40 % calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 9930,00 kcal/kg 2<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41574,924 kJ/kg calculado<br />

PCI GN Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior do Gás Natural 41,6 GJ/t calculado<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 4<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 4<br />

FE GC Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Coqueria 11,70 tC/TJ 5<br />

FE GC Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Coqueria 42,90 kgCO₂/GJ 5<br />

FE CqCM Fator <strong>de</strong> Emissão do Coque <strong>de</strong> Carvão Mineral 29,50 tC/TJ 5<br />

FE CqCM Fator <strong>de</strong> Emissão do Coque <strong>de</strong> Carvão Mineral 108,17 kgCO₂/GJ 5<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

127<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Econ COMBUSTÍVEL Economia <strong>de</strong> Consumo <strong>de</strong> Combustível em função da introdução <strong>de</strong> novos processos 2.821.532,81 tep calculado<br />

Q COMUSTÍVEL Consumo <strong>de</strong> Combustíveis na Indústria, anteriormente à implementação do projeto 11.707.605,03 tep calculado<br />

Econ CFi Economia do Combustível Fóssil i - - calculado<br />

Fontes:<br />

1 Sindicato da Indústria <strong>de</strong> Ferro – SINDIFER. "Anuário 2007". Disponível em www.sindifer.com.br/Anuario_2007.html. Acesso em 10/10/2010.<br />

2 Instituto Aço Brasil. "Anuário Estatístico 2010", p.1/7. Disponível emwww.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/publicacoes.asp. Acesso em 27/10/2010.<br />

3 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

4 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html<br />

6 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-94 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para o setor <strong>de</strong> ferro-gusa, com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-94 – Resultados para Projetos Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Ferro-Gusa<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 229 tCO₂e/(10 3 ton ferro-gusa x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 5.755.532 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 57555321 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos*<br />

73<br />

+ 8 Poas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 661.555 tCO₂e<br />

unida<strong>de</strong>s<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 1.008.140 US$/ano<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

* A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** Não disponível.


128<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Aço<br />

Tabela 0-95 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na<br />

produção <strong>de</strong> Aço<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

#CI Número <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> cerâmica i<strong>de</strong>ntificadas 300 empresas 7<br />

%CI Participação da empresas i<strong>de</strong>ntificadas na produção nacional total 50 % Pressuposto<br />

%NP Economia <strong>de</strong> energia em obtida a partir da introdução <strong>de</strong> novos processos no setor <strong>de</strong> ferro-gusa e aço 24,1 % 4<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE OD Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,25 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE Al Fator <strong>de</strong> Emissão do Alcatrão 25,80 tC/TJ 6<br />

FE Al Fator <strong>de</strong> Emissão do Alcatrão 94,60 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE GCO Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Coqueria 11,70 tC/TJ 6<br />

FE GCO Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Coqueria 42,90 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE GAF Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Alto forno 260,00 kgCO₂/GJ 3<br />

FE GAC Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás <strong>de</strong> Aciaria 82,00 kgCO₂/GJ 3<br />

FE ODA Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel Aditivado 74,25 kgCO₂e/GJ 3<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 17,20 tC/TJ 6<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 63,07 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE BTE Fator <strong>de</strong> Emissão do óleo Combustível <strong>de</strong> Baixo Teor <strong>de</strong> Enxofre 77,65 kgCO₂e/GJ 3<br />

CC CMM Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Metalúrgico 25,80 tC/TJ 3<br />

CC CMM Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Metalúrgico 0,0258 tC/GJ calculado<br />

CC CMA Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Antracito 26,80 tC/TJ 3<br />

CC CMA Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Carvão Mineral Antracito 0,0268 tC/GJ calculado<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque Metalúrgico 29,50 tC/TJ 3<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque Metalúrgico 0,0295 tC/GJ calculado<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque <strong>de</strong> Petróleo 27,50 tC/TJ 3<br />

CC CqP Conteúdo <strong>de</strong> Carbono do Coque <strong>de</strong> Petróleo 0,0275 tC/GJ calculado<br />

Econ CFi Economia <strong>de</strong> Consumo do Combustível Fóssil i em função da introdução <strong>de</strong> novos processos – - calculado<br />

Q CFi Consumo do Combustível Fóssil i na Indústria, anteriormente à implementação do projeto – - calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 ABM Brasil. Anais do XXVIII Seminários <strong>de</strong> Balanços Energéticos e Utilida<strong>de</strong>s e XXII Encontro <strong>de</strong> Produtores e Consumidores <strong>de</strong> Gases Industriais. Disponível em<br />

www.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/obras. Acesso em 27/10/2010.<br />

3 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

4 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

5 Default ICF&Fi<strong>de</strong>s.<br />

6 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

7 ANICER. Listagem <strong>de</strong> Associados. Disponível em www.anicer.com.br/in<strong>de</strong>x.asp?pg=associados.asp&empresa=1&op=pesquisa.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-96 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> aço bruto, com relação ao<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o montante <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados, a seguir, resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-96 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Aço Bruto<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 897 tCO₂e/(10 3 t aço bruto x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 21.212.838 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 212.128.383 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> PoAs* 9 Empresas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 23.569.820 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2.121.283.820 US$<br />

Custo do Investimento N/D** US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.**Não disponível.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões – Introdução <strong>de</strong> Novos Processos no Setor <strong>de</strong> Cerâmica<br />

129<br />

Tabela 0-97 – Parâmetros Aplicados ao Cálculo das Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos no Setor<br />

<strong>de</strong> Cerâmica<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

#CI Nº <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> cerâmica i<strong>de</strong>ntificadas 300 Empresas 4<br />

%CI Participação das empresas i<strong>de</strong>ntificadas na produção nacional total 50 % pressuposto<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Combustível 77,65 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Natural 56,15 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE OD Fator <strong>de</strong> Emissão do Óleo Diesel 74,25 kgCO₂e/GJ 2<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 25,8 tC/TJ 5<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 tCO₂e/TJ calculado<br />

FE CV Fator <strong>de</strong> Emissão do Carvão Vapor 94,6 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 17,20 tC/TJ 5<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> Emissão do Gás Liquefeito <strong>de</strong> Petróleo 63,07 kgCO₂e/GJ calculado<br />

FE OUTROS Fator <strong>de</strong> Outros Produtos <strong>de</strong> Petróleo 73,3 kgCO₂e/GJ 2<br />

%NP Economia <strong>de</strong> energia obtida a partir da introdução <strong>de</strong> novos processos no setor <strong>de</strong> Cerâmica 20,00 % 3<br />

- Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para J 41,87*10 9 J/tep 3<br />

Fator <strong>de</strong> Conversão do <strong>de</strong> tep para GJ 41,87 GJ/tep calculado<br />

Econ CFi Economia <strong>de</strong> Consumo do Combustível Fóssil i em função da introdução <strong>de</strong> novos processos – - calculado<br />

Q CFi Consumo do Combustível Fóssil i na Indústria, anteriormente à implementação do projeto – - calculado<br />

Fontes:<br />

1 EPE/MME, "Balanço Energético Nacional 2010". Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf. Acesso em 28/10/2010.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 ANICER. Listagem <strong>de</strong> Associados. Disponível em www.anicer.com.br/in<strong>de</strong>x.asp?pg=associados.asp&empresa=1&op=pesquisa.<br />

5 MCT. "Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Anexo I: Abordagem Bottom-up". Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/321034.html.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

A Tabela 0-98 apresenta o resumo dos resultados <strong>de</strong>sse projeto para a produção <strong>de</strong> cerâmica, com relação<br />

ao potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial <strong>de</strong> receita com a venda <strong>de</strong> CERs, bem como o<br />

montante <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados nesta tabela resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-98 – Resultados para Projetos <strong>de</strong> Introdução <strong>de</strong> Novos Processos na Produção <strong>de</strong> Cerâmica<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 12,58 tCO₂e/(10 3 GJ óleo combustível x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 440.412 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 4.404.115 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> Poas 300 empresas<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 44.041.153 US$<br />

Custo do Investimento N/D* US$<br />

* Não disponível.<br />

Barreiras à Implementação do Projeto<br />

De maneira geral, as principais barreiras para qualquer projeto <strong>de</strong> eficiência energética, segundo<br />

Henriques Jr. (2010), consistem inter allia, na falta ou <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> incentivos, lentidão na obtenção <strong>de</strong><br />

financiamento, informação insuficiente, baixa articulação entre agentes envolvidos, baixa capacitação técnica e<br />

aspectos culturais 53 . Além disso, o processo burocrático tanto para pequenas como para gran<strong>de</strong>s empresas é o<br />

mesmo, dificultando a implantação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> menor porte.<br />

No que diz respeito às barreiras à implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> eficiência energética apontadas pelos<br />

<strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil e no resto do Mundo, o financiamento também é <strong>de</strong>stacado<br />

como o principal entrave. O argumento central é que investimentos em substituição, reabilitação ou<br />

53 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.


130<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

introdução <strong>de</strong> novos equipamentos para eficiência energética não trazem economia e/ou lucros significativos<br />

no curto e médio prazos – a economia advém da redução <strong>de</strong> gastos com energia no longo prazo.<br />

Adicionalmente, investimentos em projetos <strong>de</strong> eficiência energética (assim como em projetos <strong>de</strong> eficiência nos<br />

processos em geral) não são prioritários para as indústrias quando comparados às iniciativas <strong>de</strong> incremento na<br />

produção.<br />

Outra questão é o caráter inovador <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, visto que, especialmente no Brasil, não se trata<br />

<strong>de</strong> prática comum.<br />

Por fim, a falta <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra qualificada para operação da nova tecnologia a ser implementada também<br />

po<strong>de</strong> representar entraves à implementação <strong>de</strong>sses projetos no País.<br />

Resultados Consolidados do Setor<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento do estudo com a abordagem bottom-up contemplou o levantamento <strong>de</strong> instalações<br />

em que os projetos <strong>de</strong> baixo carbono po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>senvolvidos. A lista contendo os sites avaliados e o<br />

potencial por site será divulgada como um anexo do presente estudo. A Tabela 0-99 apresenta os resultados<br />

consolidados do setor <strong>de</strong> combustíveis fósseis para a indústria.<br />

Tabela 0-99 – Resultados Consolidados do Setor <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis para a Indústria.<br />

Tipo <strong>de</strong> projeto<br />

Total – Setor <strong>de</strong><br />

Combustíveis Fósseis para a<br />

Indústria<br />

Número <strong>de</strong> Projetos<br />

Potencial Redução <strong>de</strong><br />

Emissões GEE em 10<br />

anos<br />

Potencial Receita<br />

com a Venda <strong>de</strong><br />

CERs em 10 anos<br />

(CER = 10 US$)<br />

Investimento Fator <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão anual<br />

Valor Unida<strong>de</strong> tCO₂e Milhões US$ Milhões US$ Valor Unida<strong>de</strong><br />

2.211 n/a 773.037.640 7.804 n/d n/a n/a<br />

Refino – Flare e Vent 8 Refinarias 5.690.174 57 n/d 13,7 tCO₂e/10^3 t petróleo<br />

Gás associado em<br />

Plataformas<br />

44<br />

Plataformas <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> petróleo<br />

19.145.942 191 n/d 0,6 tCO₂e/10^3 m3 GA<br />

Distribuição <strong>de</strong> GN 2 Empresas <strong>de</strong> Distribuição 237.476 2 n/d 0,5 tCO₂e/m duto/ano<br />

Melhoria da Combustão 587 n/a 1.287.855 13 n/d n/a n/a<br />

Celulose 35<br />

Papel 122<br />

Química 39<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Celulose<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Papel<br />

Empresas <strong>de</strong> Produtos<br />

Químicos<br />

267.898 3 n/d 2 tCO₂e/10^3 t celulose<br />

199.206 2 n/d 2 tCO₂e/10^3 t celulose<br />

249.400 2 n/d 1 tCO₂e/10^3 t químico<br />

Ferro-gusa 87 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 100.814 1 n/d 0,4<br />

Aço 4 Empresas <strong>de</strong> Aço 9.819 0,1 n/d 0,1<br />

Cerâmica 300<br />

Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

I<strong>de</strong>ntificadas*<br />

157.041 2 n/d 2<br />

Alimentos e Bebidas n/d n/d 303.677 3 n/d 2<br />

Introdução <strong>de</strong> novos<br />

processos<br />

Celulose 35<br />

Papel 122<br />

Química 39<br />

tCO₂e/10^3 t ferrogusa<br />

tCO₂e/10^3 t aço<br />

bruto<br />

tCO₂e/10^3 GJ óleo<br />

comb.<br />

tCO₂e/10^3 GJ óleo<br />

comb.<br />

592 n/a 286.364.260 2.864 n/d n/a n/a<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Celulose<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Papel<br />

Empresas <strong>de</strong> Produtos<br />

Químicos<br />

1.472.208 15 n/d 12 tCO₂e/10^3 t celulose<br />

1.047.764 10 n/d 12 tCO₂e/10^3 t celulose<br />

9.756.470 98 n/d 55 tCO₂e/10^3 t químico<br />

Ferro-gusa 87 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 57.555.321 576 n/d 229<br />

Aço 9 Empresas <strong>de</strong> Aço 212.128.383 2.121 n/d 897<br />

Cerâmica 300<br />

Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

I<strong>de</strong>ntificadas*<br />

4.404.115 44 n/d 13<br />

tCO₂e/10^3 t ferrogusa<br />

tCO₂e/10^3 t aço<br />

bruto<br />

tCO₂e/10^3 GJ óleo<br />

combustível<br />

Otimização <strong>de</strong> Vapor 196 n/a 3.670.265 37 n/d n/a n/a<br />

Celulose 35<br />

Papel 122<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Celulose<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Papel<br />

939.707 9 n/d 7 tCO₂e/10^3 t celulose<br />

787.609 8 n/d 9 tCO₂e/10^3 t celulose


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-99 – Resultados Consolidados do Setor <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis para a Indústria.<br />

Tipo <strong>de</strong> projeto<br />

Total – Setor <strong>de</strong><br />

Combustíveis Fósseis para a<br />

Indústria<br />

Química 39<br />

Número <strong>de</strong> Projetos<br />

Potencial Redução <strong>de</strong><br />

Emissões GEE em 10<br />

anos<br />

Potencial Receita<br />

com a Venda <strong>de</strong><br />

CERs em 10 anos<br />

(CER = 10 US$)<br />

131<br />

Investimento Fator <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão anual<br />

Valor Unida<strong>de</strong> tCO₂e Milhões US$ Milhões US$ Valor Unida<strong>de</strong><br />

2.211 n/a 773.037.640 7.804 n/d n/a n/a<br />

Empresas <strong>de</strong> Produtos<br />

Químicos<br />

809.499 8 n/d 5 tCO₂e/10^3 t químico<br />

Alimentos e Bebidas n/d n/d 1.133.450 11 n/d 6<br />

Recuperação <strong>de</strong> Calor em<br />

Fornos<br />

Química 39<br />

tCO₂e/10^3 GJ óleo<br />

combustível<br />

603 n/a 118.898.366 1.211 n/d n/a n/a<br />

Empresas <strong>de</strong> Produtos<br />

Químicos<br />

9.590.545 96 n/d 54 tCO₂e/10^3 t químico<br />

Ferro-gusa 87 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 18.878.055 189 n/d 75<br />

Aço 9 Empresas <strong>de</strong> Aço 61.614.053 616 n/d 261<br />

tCO₂e/10^3 t ferrogusa<br />

tCO₂e/10^3 t aço<br />

bruto<br />

Cimento 68 Fábricas <strong>de</strong> Cimento 7.257.017 73 n/d 14 tCO₂e/10^3 t cimento<br />

Mineração e Pelotização 100 Empresas <strong>de</strong> Mineração 17.528.931 157 n/d 2 tCO₂e/10^3 t minério<br />

Cerâmica 300<br />

Substituição <strong>de</strong> Comb.<br />

Carbono Intensivos por<br />

Biomassa<br />

Papel 122<br />

Celulose 35<br />

Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

I<strong>de</strong>ntificadas*<br />

4.029.765 40 n/d 12<br />

tCO₂e/10^3 GJ comb.<br />

Fósseis<br />

157 n/a 30.469.189 305 n/d n/a n/a<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Papel<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Celulose<br />

6.355.389 64 n/d 70 tCO₂e/10^3 t papel<br />

8.929.928 89 n/d 70 tCO₂e/10^3 t celulose<br />

Alimentos e Bebidas n/d n/d 15.183.873 152 n/d 0,1<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

Substituição <strong>de</strong> Comb.<br />

Carbono Intensivos por Gás<br />

Natural<br />

766 n/a 316.577.201 3.180 n/d n/a n/a<br />

Cimento 68 Empresas <strong>de</strong> Cimento 303.475 3 n/d 0,6 tCO₂e/10^3 t cimento<br />

Ferro-gusa 80 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 908.493 9 n/d 4<br />

Aço 9 Empresas <strong>de</strong> Aço 250.676.134 2.507 n/d 1<br />

tCO₂e/10^3 t ferrogusa<br />

tCO₂e/t aço bruto<br />

/ano<br />

Mineração e Pelotização 100 Empresas <strong>de</strong> Mineração 26.967.252 270 n/d 2 tCO₂e/10^3 t minério<br />

Química 39<br />

Empresas <strong>de</strong> Produtos<br />

Químicos<br />

2.301.605 23 n/d 0,1 tCO₂e/t químico /ano<br />

Não ferrosos (Alumínio) 6 Empresas <strong>de</strong> Alumínio 11.264.484 112 n/d 1 tCO₂e/t alumínio<br />

Papel 122<br />

Celulose 34<br />

Cerâmica 300<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Papel<br />

Plantas <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Celulose<br />

Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

I<strong>de</strong>ntificadas*<br />

1.759.534 18 n/d 19 tCO₂e/10^3 t papel<br />

2.393.304 24 n/d 19 tCO₂e/10^3 t celulose<br />

1.449.263 14 n/d 0,02<br />

Têxtil n/d n/d 954.173 10 n/d 0,02<br />

Alimentos e Bebidas n/d n/d 3.783.386 38 n/d 0,02<br />

Não ferrosos e outros da<br />

metalurgia<br />

Notas:<br />

n/d n/d 8.884.610 89 n/d 0,02<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

No cálculo dos totais para o setor, agregação dos valores excluiu projetos consi<strong>de</strong>rados concorrentes, a saber: Melhoria da Combustão; Subst. <strong>de</strong> comb. Carbonointensivos por Gás<br />

Natural – Papel, Celulose, Alimentos e Bebidas<br />

* Representam apenas a parcela <strong>de</strong> empresas i<strong>de</strong>ntificadas no estudo. Estima-se que existam mais <strong>de</strong> 5.000 empresas <strong>de</strong> cerâmica no Brasil (Fonte: MME, 2009), mas aqui assume-se que<br />

essas 300 empresas representam 50% da produção nacional <strong>de</strong> cerâmica.<br />

n/a = Não se aplica.<br />

n/d = Dado não disponível.


132<br />

Outros Insumos para Indústria<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Descrição dos Elos da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Outros Insumos para a Indústria<br />

Diferentemente dos <strong>de</strong>mais setores, os elos da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> “Outros nsumos para a nd stria” não são tão<br />

bem <strong>de</strong>finidos. Tal divisão é clara em outros setores <strong>de</strong>sse estudo, como nos setores elétrico ou <strong>de</strong> resíduos.<br />

No entanto, há diversas indústrias com processos produtivos diferentes que são agrupados no setor em voga.<br />

Com base nessas características, uma divisão a<strong>de</strong>quada é aquela que seja aplicável à gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

indústrias envolvidas nesse setor consi<strong>de</strong>rando, também, as subdivisões cabíveis <strong>de</strong> acordo com as<br />

metodologias <strong>de</strong> MDL. Portanto, os elos da ca<strong>de</strong>ia foram divididos da seguinte forma:<br />

� produção; e<br />

� tratamento <strong>de</strong> subprodutos.<br />

O elo 1, isto é, produção, contempla etapas preparatórias <strong>de</strong> insumos, como a utilização <strong>de</strong> insumos na<br />

fabricação e etapas que envolvam o processo produtivo. No elo 2, isto é, tratamento <strong>de</strong> subprodutos, são<br />

incluídas as etapas posteriores ao processo produtivo como, por exemplo, o tratamento, recuperação e<br />

reutilização <strong>de</strong> subprodutos.<br />

Devido à diversida<strong>de</strong> das indústrias do setor, não é possível <strong>de</strong>screver em <strong>de</strong>talhes a produção e<br />

tratamento <strong>de</strong> subprodutos <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las. Dessa forma, optou-se por <strong>de</strong>talhar setores industriais<br />

específicos que são mais significativos do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> emissões e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões<br />

<strong>de</strong> GEE. Os setores industriais selecionados foram: a indústria química, a indústria metalúrgica (representada<br />

pela produção <strong>de</strong> alumínio), a indústria cimenteira e a indústria mineradora.<br />

Produção<br />

Esses setores são <strong>de</strong>scritos em <strong>de</strong>talhes a seguir.<br />

Indústria Química<br />

Fornecedora <strong>de</strong> matérias-primas e produtos para todos os setores produtivos, a indústria química é<br />

essencial para o funcionamento dos <strong>de</strong>mais setores produtivos. Diante da complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse setor, composto<br />

por diferentes produtos e processos produtivos, o mesmo foi dividido em segmentos <strong>de</strong> acordo com<br />

classificação da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), sendo esses agrupados em dois gran<strong>de</strong>s<br />

blocos: produtos químicos <strong>de</strong> uso industrial e produtos químicos <strong>de</strong> uso final.<br />

O primeiro bloco compreen<strong>de</strong> os segmentos <strong>de</strong> produtos orgânicos, inorgânicos, resinas e elastômeros e<br />

ainda produtos e preparados químicos diversos. No segundo bloco incluem-se os produtos <strong>de</strong> higiene pessoal,<br />

perfumaria e cosméticos, adubos e fertilizantes, sabões, <strong>de</strong>tergentes e produtos <strong>de</strong> limpeza, <strong>de</strong>fensivos<br />

agrícolas, tintas, esmaltes e vernizes, entre outros. De acordo com dados <strong>de</strong> 2009, a participação da indústria<br />

química no PIB brasileiro foi <strong>de</strong> 2,6% em 2009, divididos segundo a Gráfico 0-1.<br />

Como há um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias e complexos industriais dos quais a indústria química participa,<br />

tem-se um processo produtivo para cada segmento, dificultando uma caracterização geral da produção no<br />

setor.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Gráfico 0-1 – Divisão Setorial do PIB da Indústria Química<br />

Fonte: Abiquim, 2010.<br />

133<br />

Indústria Cimenteira<br />

A produção <strong>de</strong> cimento se inicia na extração <strong>de</strong> matérias-primas, que po<strong>de</strong> ser encarada como uma etapa<br />

do setor <strong>de</strong> mineração. Os insumos necessários à fabricação do cimento são geralmente extraídos <strong>de</strong> rocha<br />

calcária ou argila. Em seguida, essas matérias-primas são moídas, preaquecidas e introduzidas em um forno<br />

industrial, em que o material chega a ser aquecido a temperaturas da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1.500 o C antes <strong>de</strong> ser resfriado<br />

subitamente por rajadas <strong>de</strong> ar. Dessa forma é produzido o clínquer, material básico para a produção <strong>de</strong><br />

qualquer tipo <strong>de</strong> cimento.<br />

Posteriormente, <strong>de</strong>terminada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gesso é adicionada ao clínquer e essa mistura é moída<br />

novamente. Durante essa fase, diferentes materiais, os chamados aditivos, são adicionados ao clínquer, além do<br />

gesso. Dentre os possíveis aditivos incluem-se a escória e fíler. Finalmente, o cimento é armazenado em silos para<br />

<strong>de</strong>pois ser enviado a granel ou em sacos para os pontos <strong>de</strong> consumo.<br />

Produção <strong>de</strong> Alumínio<br />

O alumínio primário é produzido a partir <strong>de</strong> minério ou sucata (alumínio reciclado). O minério <strong>de</strong> alumínio,<br />

sendo o mais comum a bauxita, é minerado e <strong>de</strong>pois refinado em alumina (Al2O3) através do processo <strong>de</strong> Bayer, que<br />

pouco mudou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira planta inaugurada há mais <strong>de</strong> 100 anos atrás.<br />

A alumina é reduzida eletroliticamente através do processo <strong>de</strong> Hall-Heroult, um processo altamente intensivo<br />

em energia. Nesse processo as células eletrolíticas <strong>de</strong> redução diferem na forma e na configuração dos anodos <strong>de</strong><br />

carbono e no sistema <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> alumina e pertencem a um dos 4 tipos <strong>de</strong> tecnologia: Centre-Worked<br />

Prebake (CWPB), Si<strong>de</strong>-Worked Prebake (SWPB), Horizontal Stud Sø<strong>de</strong>rberg (HSS) and Vertical Stud Sø<strong>de</strong>rberg (VSS).<br />

Tratamento <strong>de</strong> Subprodutos<br />

Indústria Química<br />

A indústria química é um setor presente nos dois elos da ca<strong>de</strong>ia. Pelo fato <strong>de</strong> seus produtos estarem<br />

presentes nos mais variados segmentos da economia, os subprodutos gerados por ela são muito variados. Tratase<br />

<strong>de</strong> um setor intensamente especializado e diversificado, cuja produção hoje é estimada em mais <strong>de</strong> 70.000<br />

tipos <strong>de</strong> produtos diferentes.<br />

Quanto ao tratamento dos subprodutos da indústria química, as possibilida<strong>de</strong>s são também variadas. Para<br />

alguns subprodutos mais perigosos, como é o caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados produtos químicos tóxicos, há uma legislação<br />

ambiental específica que obriga o “poluidor” a tratar seu subproduto. No entanto, para outros gases, como o N₂O,<br />

que possui impacto direto <strong>de</strong>sprezível na saú<strong>de</strong> humana, não há normas que discorram a respeito <strong>de</strong> seu<br />

tratamento. A legislação brasileira trata <strong>de</strong> forma agregada os óxidos <strong>de</strong> nitrogênio emitidos para a atmosfera<br />

<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> ação humana.<br />

O tipo <strong>de</strong> tratamento aplicado irá variar enormemente no tipo <strong>de</strong> subproduto, esses po<strong>de</strong>m ser sólidos,<br />

líquidos ou gasosos. Seu tratamento po<strong>de</strong> envolver reações químicas, incineração e ainda outros processos.


134<br />

Mineração<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Metais são minerados a partir <strong>de</strong> dois tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito. O primeiro consiste em veios <strong>de</strong> minério, que são<br />

<strong>de</strong>pósitos concentrados e bem <strong>de</strong>finidos. Ferro, cobre, chumbo, ouro, prata e zinco são minerados<br />

principalmente <strong>de</strong> veios. O segundo tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito, áreas <strong>de</strong> aluvião, ocorre em areias, cascalhos e rochas.<br />

Esses são geralmente <strong>de</strong>positados por inundações <strong>de</strong> rios e outros corpos hídricos, e contém metais que já<br />

fizeram parte, em algum momento, <strong>de</strong> um veio <strong>de</strong> minério.<br />

Existem três abordagens gerais para a mineração <strong>de</strong> metais. Na mineração <strong>de</strong> superfície ou poço aberto<br />

há um extensivo uso <strong>de</strong> explosivos para remoção <strong>de</strong> rochas, solo e vegetação para alcançar os veios <strong>de</strong> minério.<br />

Se forem realizadas perfurações através <strong>de</strong> um eixo para alcançar o veio <strong>de</strong> minério principal, a mineração é<br />

dita subterrânea. Por fim, na mineração química utiliza-se soluções, principalmente ácidos para dissolver os<br />

veios <strong>de</strong> minério. Durante a mineração química, a solução lixiviante penetra no veio, dissolvendo os minerais<br />

solúveis. A solução rica em metais é recuperada para uma planta <strong>de</strong> eletro<strong>de</strong>posição e extração por solventes.<br />

Há diversos subprodutos gerados na indústria <strong>de</strong> mineração <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo realizado. Em relação à<br />

emissão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa, um dos subprodutos significativos gerados é o metano. Metano po<strong>de</strong> ser<br />

transportado por falhas geológicas e acumular e formações rochosas porosas. Posteriormente, o gás po<strong>de</strong> ser<br />

liberado quando um reservatório ou uma zona <strong>de</strong> falhas que contenham o gás sejam rompidos <strong>de</strong>vido a<br />

ativida<strong>de</strong>s mineradoras. Minas com altas concentrações <strong>de</strong> metano requerem sua constante ventilação para que<br />

ele seja mantido em concentrações baixas, que impeçam sua combustão. Ressalte-se que o tratamento <strong>de</strong>sse<br />

metano envolve sua oxidação e transformação em CO₂.<br />

Descrição das Principais Fontes <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE e Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> Emissão<br />

Como mencionado na Seção 5.1 o setor <strong>de</strong> outros insumos para a indústria foi divido em dois elos<br />

principais:<br />

� elo 1: produção; e<br />

� elo 2: tratamento <strong>de</strong> subprodutos.<br />

Há, essencialmente, duas maneiras <strong>de</strong> evitar a geração <strong>de</strong> um subproduto in<strong>de</strong>sejado, como um GEE, em<br />

qualquer processo industrial: impedir sua formação ou transformá-lo após sua geração.<br />

No elo da produção foram incluídas todas as iniciativas que, por meio <strong>de</strong> alguma alteração no seu<br />

processo produtivo e/ou nos insumos envolvidos em sua produção, impeçam uma maior geração <strong>de</strong> GEE, em<br />

relação a uma linha <strong>de</strong> base <strong>de</strong>finida. Dessa forma, o elo 1 foi subdivido nas seguintes categorias <strong>de</strong> iniciativas<br />

<strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE:<br />

� mudanças e melhorias <strong>de</strong> processos industriais;<br />

� uso <strong>de</strong> insumos alternativos na fabricação <strong>de</strong> produtos; e<br />

� mudança concomitante <strong>de</strong> insumos e processos industriais.<br />

Em mudanças e melhorias <strong>de</strong> processos industriais, as principais emissões são dos gases N₂O e PFC.<br />

Emissões <strong>de</strong> N₂O ocorrem principalmente na ind stria química, durante a fabricação <strong>de</strong> cido nítrico. As<br />

emissões <strong>de</strong> PFCs, por outro lado, ocorrem na produção <strong>de</strong> alumínio, conforme será <strong>de</strong>talhado adiante.<br />

Utilizar insumos alternativos é outra possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir emissões <strong>de</strong> GEE. Na indústria cimenteira,<br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> CO₂ po<strong>de</strong>m ser evitadas ao aumentar o teor <strong>de</strong> aditivos no cimento. O outro<br />

principal gás emitido nessa categoria é o HFC, quando sua utilização é substituída por outros gases <strong>de</strong> menor<br />

potencial <strong>de</strong> aquecimento global.<br />

Na única metodologia que envolve mudanças concomitantes <strong>de</strong> insumos e processos industriais, o<br />

principal g s emitido na linha <strong>de</strong> base é o CO₂.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

135<br />

No segundo elo da ca<strong>de</strong>ia, o tratamento <strong>de</strong> subprodutos, as emissões <strong>de</strong> GEE principais envolvem os gases<br />

CO₂, CH₄, N₂O e HFC. Esse elo foi ainda subdividido nas seguintes categorias:<br />

� <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> gases gerados na produção;<br />

� recuperação <strong>de</strong> subprodutos; e<br />

� utilização <strong>de</strong> subprodutos como insumo.<br />

A categoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> gases gerados na produção é a que engloba a maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gases.<br />

Nela, incluem-se projetos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> HFC, <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> gases que contêm N₂O na ind stria química e<br />

captura e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> CH₄ em ativida<strong>de</strong>s mineradoras que não extraem hidrocarbonetos (como o carvão).<br />

CO₂ e HFC são os gases predominantes nas emissões <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base das metodologias incluídas na<br />

categoria <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> subprodutos. Seus projetos incluem o tratamento <strong>de</strong> ácido sulfúrico e a<br />

substituição <strong>de</strong> gases refrigerantes em produtos já manufaturados.<br />

Por fim, caso o subproduto gerado não tenha sido <strong>de</strong>struído ou recuperado, ele po<strong>de</strong> ser ainda utilizado<br />

como insumo <strong>de</strong> outro processo produtivo, evitando-se a emissão <strong>de</strong> GEE. Esse é o caso da utilização <strong>de</strong> gases<br />

<strong>de</strong> processo na fabricação <strong>de</strong> ferro e da recuperação <strong>de</strong> CO₂ para uso como insumo. Maiores informações<br />

sobre as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão po<strong>de</strong>m ser encontradas nas respectivas seções específicas <strong>de</strong><br />

iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão em cada elo.<br />

O Quadro 0-1 resume as principais fontes <strong>de</strong> emissão, as categorias <strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão e<br />

as metodologias <strong>de</strong> cada categoria para cada elo.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 1<br />

De modo a ilustrar o potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões que já é explorado no setor <strong>de</strong> outros insumos<br />

para a indústria, a Tabela 0-1 retrata a quantida<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> MDL registrados, validados, em validação e<br />

rejeitados no Brasil e no mundo, para as metodologias que foram incluídas nesse setor. Há projetos que<br />

utilizam mais <strong>de</strong> uma metodologia, e por isso se repetem na tabela mencionada.<br />

Mesmo que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>senvolvida no mundo para o elo <strong>de</strong> produção não seja pequena,<br />

totalizando 111 projetos (excluindo o Brasil), nota-se que esse potencial se concentra principalmente em duas<br />

metodologias, a AM0034 e a ACM0005. Em conjunto, elas são responsáveis por aproximadamente 73% do total<br />

<strong>de</strong> projetos. A primeira trata da <strong>de</strong>struição catalítica <strong>de</strong> N₂O em f bricas <strong>de</strong> cido nítrico, enquanto a segunda se<br />

refere ao uso <strong>de</strong> insumos alternativos na fabricação <strong>de</strong> cimento. As <strong>de</strong>mais metodologias, com apenas 30 projetos<br />

aprovados, validados ou em validação, são responsáveis pelos 27% restantes.


136<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Quadro 0-1 – Principais Emissões <strong>de</strong> GEE e Iniciativas Mitigadoras no Setor <strong>de</strong> Outros Insumos para a Indústria<br />

Elo 1 – Produção<br />

Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base<br />

Elo 2 – Tratamento <strong>de</strong> Subprodutos<br />

Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base<br />

CO₂ CO₂<br />

N₂O CH₄<br />

PFC N₂O<br />

HFC HFC<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE<br />

Mudanças e melhorias <strong>de</strong> processos industriais<br />

Uso <strong>de</strong> insumos alternativos na fabricação <strong>de</strong> produtos<br />

Mudança concomitante <strong>de</strong> insumos e processos industriais<br />

Destruição <strong>de</strong> gases gerados na produção<br />

Recuperação <strong>de</strong> subprodutos<br />

Utilização <strong>de</strong> subprodutos como insumo<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE<br />

Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base<br />

AM0030 NM0335<br />

AM0034 NM0332<br />

AM0051 NM0302<br />

AM0059<br />

ACM0005 AMS-III.J.<br />

ACM0015 AMS-III.N.<br />

AM0027 AM0071<br />

AM0033 AMS-III.AB.<br />

AM0040 AMS-III.Z.<br />

AM0050 NM0310<br />

AMS-III.AD. NM0331<br />

AM0082<br />

AM0001<br />

AM0021<br />

AM0028<br />

AM0064<br />

AMS-III.W.<br />

AMS-III.K.<br />

AMS-III.AI.<br />

AMS-III.X.<br />

NM0330<br />

AM0063<br />

AM0066


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-1 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 1 – Setor <strong>de</strong> Outros Insumos para a Indústria<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução<br />

<strong>de</strong> Emissão – Projetos<br />

<strong>de</strong> MDL<br />

Mudanças e melhorias<br />

<strong>de</strong> processos industriais<br />

Uso <strong>de</strong> insumos<br />

alternativos na<br />

fabricação <strong>de</strong> produtos<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Elo 1 – Produção<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

Rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

Desenvolvidos<br />

Potencial Total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial Médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

137<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL no resto<br />

do Mundo<br />

Número total<br />

<strong>de</strong> Projetos*<br />

AM0030 1 - 1 - 2 110 55 5<br />

AM0034 - - 1 - 1 57 57 48<br />

AM0028<br />

AM0034<br />

- - 3 - 3 362 121 3<br />

AM0051 - - - - - - - -<br />

AM0059 - - - - - - - 1<br />

ACM0005 - - - 2 - - - 33<br />

ACM0015 - - - - - - - 8<br />

AM0027 - - 1 - 1 17 17 -<br />

AM0033 1 - - - 1 13 13 5<br />

AM0040 - - - - - - - 1<br />

AM0050 - - - - - - - 2<br />

AMS-III.AD. - - - - - - - 1<br />

AMS-III.J. - - - - - - - 1<br />

AMS-III.N. - - - - - - - 3<br />

AM0071 - - - - - - - -<br />

AMS-III.AB. - - - - - - - -<br />

Mudança concomitante<br />

<strong>de</strong> insumos e processos<br />

industriais<br />

AM0082 - - - - - - - -<br />

Fonte: Elaboração Própria com base na CQNUMC e CD4-CDM (A pesquisa foi feita no mês <strong>de</strong> agosto nos Websites da CQNUMC e CD4-CDM. Disponível em http://cdmpipeline.org/e<br />

www. unfccc.int /).<br />

* Excluiu-se os Projetos Rejeitados.<br />

No Brasil, o potencial <strong>de</strong> redução ainda não foi plenamente explorado, mas há uma diversificação maior <strong>de</strong><br />

metodologias utilizadas. Dos 8 projetos <strong>de</strong>senvolvidos no País, quatro <strong>de</strong>les usam uma das duas metodologias mais<br />

aplicadas no resto do mundo, a AM0034, e 3 <strong>de</strong>sses projetos a aplicam em conjunto com a AM0028, uma<br />

metodologia que foi incluída no elo 2, <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> subprodutos. Os <strong>de</strong>mais 50% <strong>de</strong> projetos são distribuídos<br />

entre as outras metodologias. O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão no Brasil varia <strong>de</strong> 13 a 121 ktCO₂/ano.<br />

Pelo fato <strong>de</strong> o setor <strong>de</strong> outros insumos para a indústria possuir gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, é interessante <strong>de</strong>talhar<br />

<strong>de</strong> maneira um pouco mais específica suas iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão. Portanto, cada uma <strong>de</strong>ssas<br />

categorias foi <strong>de</strong>strinchada para fornecer mais informações, como se po<strong>de</strong> ver nas subseções seguintes.<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados à Produção<br />

No elo da produção, foram avaliadas 25 metodologias, das quais 17 foram incluídas no estudo do<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs no País, agrupadas em 9 tipos <strong>de</strong> projetos concernentes a aumento<br />

do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong> cal hidratada, aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong> cimento,<br />

fabricação <strong>de</strong> refrigeradores com gases <strong>de</strong> pequeno GWP, mudança <strong>de</strong> insumo na fabricação <strong>de</strong> amônia e<br />

ureia, mudança <strong>de</strong> insumos na fabricação <strong>de</strong> tijolo, uso <strong>de</strong> CO₂ biog nico como insumo para a fabricação <strong>de</strong><br />

compostos inorg nicos, redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> N₂O na fabricação <strong>de</strong> produtos químicos, redução <strong>de</strong> emissão<br />

na fabricação <strong>de</strong> alumínio primário e mudança <strong>de</strong> processos e insumos na fabricação <strong>de</strong> ferro-gusa.<br />

O projeto <strong>de</strong> emissões evitadas <strong>de</strong> HFC na fabricação <strong>de</strong> poliuretano foi <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido a<br />

particularida<strong>de</strong>s brasileiras. A emissão <strong>de</strong> HFC se dá quando esse é utilizado como “agente <strong>de</strong> sopro” ou<br />

“agente <strong>de</strong> expansão”. Contudo, <strong>de</strong> acordo com informações da Comissão Setorial <strong>de</strong> Poliuretanos da<br />

Abiquim 54 , o CO₂ líquido é o agente <strong>de</strong> sopro comumente utilizado no Brasil. Não h , assim, potencial <strong>de</strong><br />

substituição <strong>de</strong> HFC.<br />

54 http://www.abiquim.org.br/poliuretanos/glossario.htm.


138<br />

Mudanças e Melhorias <strong>de</strong> Processos Industriais<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão na Fabricação <strong>de</strong> Alumínio Primário<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O principal processo <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> alumínio primário envolve a redução <strong>de</strong>sse metal através <strong>de</strong> uma reação<br />

eletrolítica. Caso essa reação esteja perfeitamente controlada, não há emissões <strong>de</strong> perfluorcarbonos (PFC). No<br />

entanto, <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>terminadas características operacionais, a reação não ocorre <strong>de</strong> maneira perfeita e<br />

ocasionalmente h um r pido aumento <strong>de</strong> voltagem na reação eletrolítica, o chamado “efeito anódico”. A<br />

consequência <strong>de</strong>sse efeito é a geração <strong>de</strong> PFCs, gases com elevado potencial <strong>de</strong> aquecimento global. Portanto, a<br />

emissão <strong>de</strong> PFCs durante o efeito anódico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da frequência e duração do mesmo.<br />

Assim, ao realizar melhorias em plantas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> alumínio primário que resultem em um processo<br />

produtivo mais eficiente, reduzindo a frequência e duração do efeito anódico, há uma redução da emissão <strong>de</strong><br />

PFC.<br />

Avaliação Técnica<br />

Para a estimativa do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE na fabricação <strong>de</strong> alumínio primário foram<br />

utilizados dados <strong>de</strong> produção, assim como a tecnologia específica <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> alumínio, disponíveis no<br />

Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa. As estimativas também<br />

consi<strong>de</strong>raram dados contidos em PDDs brasileiros registrados e em validação.<br />

Tabela 0-2 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB = Produção <strong>de</strong> alumínio primário * FE tecnologia i + FE grid * Produção <strong>de</strong> alumínio primário *<br />

EE Al<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = Produção <strong>de</strong> alumínio primário * FE P + Produção <strong>de</strong> alumínio primário * EE Al * (1 – TEE) *<br />

FE grid<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-3 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

FE LB-HSS Fator <strong>de</strong> emissão da produção <strong>de</strong> alumínio primário via tecnologia HSS da linha <strong>de</strong> base 1,330 t CO₂e/t Al 2<br />

FE LB-VSS Fator <strong>de</strong> emissão da produção <strong>de</strong> alumínio primário via tecnologia VSS da linha <strong>de</strong> base 0,660 t CO₂e/t Al 3<br />

FE LB-CWPB Fator <strong>de</strong> emissão da produção <strong>de</strong> alumínio primário via tecnologia CWPB da linha <strong>de</strong> base 0,340 t CO₂e/t Al 2<br />

FE PR-HSS Fator <strong>de</strong> emissão da produção <strong>de</strong> alumínio primário via tecnologia HSS do projeto 0,790 t CO₂e/t Al 5<br />

FE PR-VSS Fator <strong>de</strong> emissão da produção <strong>de</strong> alumínio primário via tecnologia VSS do projeto 0,190 t CO₂e/t Al 3<br />

FE PR-CWPB Fator <strong>de</strong> emissão da produção <strong>de</strong> alumínio primário via tecnologia CWPB do projeto 0,170 t CO₂e/t Al 4<br />

EE Al Consumo energético da fabricação <strong>de</strong> alumínio primário 15,2 MWh/t Al 6<br />

TEE Taxa <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> energia do projeto 0,17% % 6<br />

FE grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação para 2009 0,25 t CO₂/MWh MCT<br />

FE grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção para 2009 0,08 t CO₂/MWh MCT<br />

FE grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada para 2009 0,163 t CO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular<br />

o fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

- Custo do Investimento 0,63 US$/t alumínio 6<br />

- Valor 1 do CER 5,00 US$/t CO₂e Default ICF<br />

- Valor 2 do CER 10,00 US$/t CO₂e Default ICF<br />

Fontes:<br />

1 Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa nos processos industriais – Produção <strong>de</strong> metais – Alumínio –<br />

Ministério da Ciência e Tecnologia 2010.<br />

2 International Aluminium Institute (IAI). Results of the 2009 Ano<strong>de</strong> Effect Survey, 2010.<br />

3 Valor extraído do PDD em validação "PFC Emission Reductions at Alcoa Alumínio S.A. – Poços <strong>de</strong> Caldas – Brazil".<br />

4 Premissa adotada pelo grupo <strong>de</strong> estado. Equivale ao fator <strong>de</strong> emissão da terceira f brica que emite menos CO₂e por alumínio fabricado, <strong>de</strong>ntre as 9 fábricas que participaram da<br />

pesquisa da IAI referenciada no item 1 e utilizam a tecnologia CWPB. Cerca <strong>de</strong> 30% das empresas que participaram da pesquisa possuem um fator <strong>de</strong> emissão menor que o<br />

utilizado.<br />

5 Premissa adotada pelo grupo <strong>de</strong> estado. Equivale ao fator <strong>de</strong> emissão da terceira f brica que emite menos CO₂e por alumínio fabricado, <strong>de</strong>ntre as 32 fábricas que participaram da<br />

pesquisa da IAI referenciada no item 1 e utilizam a tecnologia HSS. Cerca <strong>de</strong> 30% das empresas que participaram da pesquisa possuem um fator <strong>de</strong> emissão menor que o utilizado.<br />

6 Valor extraído do projeto <strong>de</strong> MDL registrado "PFC Emission Reductions at ALBRAS, Alumínio Brasileiro S.A.".


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados consolidados do Inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

139<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão na fabricação <strong>de</strong> alumínio primário no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis<br />

projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a<br />

venda <strong>de</strong> CERs, a potencial contribuição à matriz energética nacional e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-4 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-4 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão na Fabricação <strong>de</strong> Alumínio Primário<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual ND** tCO₂e/(t Al x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 313.051 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 3.130.512 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos* 5* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 626.102 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 25.105 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$5) 15,7 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 0,6 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha será divulgada<br />

como um anexo do presente estudo.<br />

** O fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão por alumínio primário fabricado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da tecnologia utilizada, portanto não é possível fornecer um valor global para o alumínio.<br />

Para avaliar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos, excluiu-se as fábricas que já possuem projetos <strong>de</strong> MDL registrados e<br />

em validação.<br />

Barreiras<br />

Até certo ponto, a otimização do processo produtivo <strong>de</strong> alumínio primário e a redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> PFCs<br />

no processo estão relacionadas. No entanto, após <strong>de</strong>terminado patamar <strong>de</strong> eficiência, não é mais vantajoso<br />

para a empresa investir na redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> anodos, já que não se gera mais ganhos significativos <strong>de</strong><br />

produção. A partir <strong>de</strong>sse ponto, não há mais motivação financeira, legal ou ambiental (em termos <strong>de</strong><br />

regulamentação) para que a indústria continue a reduzir essas emissões. Em outras palavras, manter o<br />

processo <strong>de</strong> produção vigente teria o mesmo efeito que investir na redução das emissões e portanto não há<br />

incentivos para tal investimento. O único benefício para que essas empresas implementem iniciativas <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão advém da venda <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

Redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> N₂O na fabricação <strong>de</strong> produtos químicos<br />

O ácido nítrico (HNO3) é produzido através da oxidação <strong>de</strong> amônia (NH3), gerando-se óxido nitroso (N₂O)<br />

como subproduto. O N₂O gerado é geralmente liberado na atmosfera por não possuir valor econômico ou<br />

toxicida<strong>de</strong> nos níveis típicos gerados na fabricação <strong>de</strong> ácido nítrico. Fenômeno semelhante ocorre na<br />

fabricação <strong>de</strong> caprolactama, e N₂O também é gerado como subproduto.<br />

Há 4 metodologias englobadas por esse tipo <strong>de</strong> projeto: AM0021, AM0028, AM0034 e AM0051. A<br />

primeira trata da <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> óxido nitroso na fabricação <strong>de</strong> ácido adípico, enquanto as metodologias<br />

AM0034 e AM0051 se referem à produção <strong>de</strong> ácido nítrico. A AM0028, por sua vez, é aplicável a fábricas <strong>de</strong><br />

ácido nítrico e a fábricas <strong>de</strong> caprolactama.<br />

A redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> óxido nitroso po<strong>de</strong> ser realizada no tratamento do efluente gasoso<br />

ou na própria fabricação do produto químico, através <strong>de</strong> mudanças no processo produtivo. Por esse motivo,<br />

seria possível incluir essa iniciativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE no elo da produção e no elo <strong>de</strong> tratamento<br />

<strong>de</strong> subprodutos. Porém, para evitar repetições, ambos foram incluídos no elo da produção e encontram-se a<br />

seguir.


140<br />

Avaliação Técnica<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O principal dado necessário ao cálculo do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> uma fábrica <strong>de</strong> ácido<br />

nítrico, ácido adípico ou caprolactama é a sua produção. Para tal, obteve-se dados <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> instalada das<br />

empresas brasileiras no Anuário da Indústria Química Brasileira, uma publicação da Abiquim.<br />

Como a redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> N₂O na fabricação <strong>de</strong> produtos químicos é, em geral, uma iniciativa <strong>de</strong><br />

baixo custo associado e rápido retorno <strong>de</strong> investimento, o Brasil já explorou boa parte <strong>de</strong> seu potencial <strong>de</strong><br />

geração <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono para esse tipo <strong>de</strong> projeto. Por exemplo, todas as empresas produtoras <strong>de</strong> ácido<br />

nítrico brasileiras possuem ao menos um projeto <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE na fabricação <strong>de</strong>sse composto.<br />

Ainda assim, há um potencial restante a ser explorado. Ao cruzar os valores informados <strong>de</strong> produção da<br />

ABIQUIM e aqueles disponíveis nos PDDs dos projetos brasileiros, percebe-se que nem todo o potencial <strong>de</strong><br />

reduções <strong>de</strong> emissão na fabricação <strong>de</strong> ácido nítrico está sendo explorado. Esse fato po<strong>de</strong> ocorrer por dois<br />

motivos: nem todas as fábricas das empresas produtoras <strong>de</strong>sses produtos químicos possuem projetos<br />

registrados <strong>de</strong> MDL ou nem toda a produção <strong>de</strong>ssas fábricas é contemplada pelos CERs. Dessa forma, calculouse<br />

o potencial adicional <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> cada empresa a partir da subtração da sua produção total<br />

pela quantida<strong>de</strong> que já recebe créditos <strong>de</strong> MDL.<br />

A redução <strong>de</strong> emissão na fabricação <strong>de</strong> ácido adípico não foi abordada, pois a única planta brasileira <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong>sse composto já possui um projeto <strong>de</strong> MDL registrado.<br />

Tabela 0-5 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB = Produção i * FE LB-i * GWP N₂O<br />

i = Produto químico fabricado (ácido nítrico, caprolactama)<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E LB * (1-R ef)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-6 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

FE LB- HNO3 Fator <strong>de</strong> emissão por tonelada <strong>de</strong> ácido nítrico da linha <strong>de</strong> base 0,007 t N₂O/t ácido nítrico/ano IPCC e 2<br />

FE LB-Caprolactama Fator <strong>de</strong> emissão por tonelada <strong>de</strong> caprolactama da linha <strong>de</strong> base 0,006 t N₂O/t caprolactama/ano 3<br />

R ef Efici ncia <strong>de</strong> abatimento <strong>de</strong> N₂O 80% % 2<br />

- Produção Nacional <strong>de</strong> Caprolactama em 2008 55.395 t Caprolactama 1<br />

- Fator <strong>de</strong> utilização da capacida<strong>de</strong> instalada <strong>de</strong> Caprolactama em 2008 99% % Calculado<br />

- Produção Nacional <strong>de</strong> Ácido Nítrico em 2008 574.086 t Ácido Nítrico 1<br />

- Produtivida<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Ácido Nítrico em 2008 91% % Calculado<br />

GWP N₂O Potencial <strong>de</strong> aquecimento global do N₂O 310 t CO₂e/t N₂O IPCC<br />

Taxa <strong>de</strong> câmbio média do euro no ano <strong>de</strong> 2007 1,37 US$/EUR 6<br />

- Custo do Investimento – Caprolactama 24,14 U$/t Caprolactama 4<br />

- Custo do Investimento – Ácido Nítrico 6,94 EUR/t Ácido Nítrico 5<br />

Custo do Investimento – Ácido Nítrico 9,51 US$/t Ácido Nítrico Calculado<br />

- Valor 1 do CER 5,00 US$/t CO₂e Default ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

- Valor 2 do CER 10,00 US$/t CO₂e Default ICF&Fi<strong>de</strong>s<br />

Fontes:<br />

1 Anuário da Indústira Química Brasileira 2009, ABIQUIM.<br />

2 PDD registrado "Petrobras FAFEN-BA Nitrous Oxi<strong>de</strong> Abatement Project".<br />

3 Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa nos processos industriais – Indústria Química – Ministério da Ciência e<br />

Tecnologia 2010.<br />

4 Calculado com base nos valores do PDD registrado "Catalytic N₂O Abatement Project in the tail gas of the Caprolactam production plant in Thailand" – 03/06/2009.<br />

5 Calculado com base nos valores do PDD registrado "N₂O Emission Reduction in nitric acid plant Paulínia, SP, Brazil" – 23/01/2007.<br />

6 FED. "Economic Research and Data". Disponível em www.fe<strong>de</strong>ralreserve. gov/datadownload/Download.aspx?rel=H10&series=40a15acb120950674894978e4f74<strong>de</strong>f9&filetype<br />

=spreadsheetml&label=inclu<strong>de</strong>&layout=seriescolumn&lastObs=120.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

141<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> N₂O na fabricação <strong>de</strong> produtos químicos no Brasil, contemplando o n mero <strong>de</strong> possíveis<br />

projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a<br />

venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-7 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-7 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> N₂O na Fabricação <strong>de</strong> Produtos Químicos<br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

0,434<br />

tCO₂e/<br />

(t caprolactama x ano)<br />

0,372 tCO₂e/(t ácido nítrico x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 769.175 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 7.691.748 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 4* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 1.922.937 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 76,9 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 5,1 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

O Brasil conta com algumas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto, j registradas, <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> N₂O na fabricação <strong>de</strong><br />

produtos químicos. Trata-se <strong>de</strong> projetos com um elevado potencial médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões e, portanto,<br />

elevado potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> receita proveniente da venda <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono. Mesmo assim ainda há um<br />

potencial latente <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono na indústria química brasileira para esses projetos.<br />

A maior barreira a esse tipo <strong>de</strong> iniciativa é a inexistência <strong>de</strong> qualquer regulamentação governamental que<br />

obrigue/incentive a aplicação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs na fabricação <strong>de</strong> produtos químicos. De<br />

fato, não há nenhum benefício palpável ao <strong>de</strong>senvolvedor do projeto, a não ser a receita gerada pelos créditos <strong>de</strong><br />

carbono.<br />

Uso <strong>de</strong> Insumos Alternativos na Fabricação <strong>de</strong> Produtos<br />

Aumento do Teor <strong>de</strong> Aditivos na Fabricação <strong>de</strong> Cimento<br />

A indústria <strong>de</strong> cimento apresenta elevadas emissões <strong>de</strong> GEE, geradas, principalmente, na fabricação do<br />

clínquer, um material sólido composto <strong>de</strong> calcário e outros materiais como argila e areia. A fabricação do<br />

clínquer consiste, <strong>de</strong> maneira simplificada, na mistura <strong>de</strong> suas matérias-primas em um forno <strong>de</strong> calcinação.<br />

Dois aspectos justificam a alta intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> CO₂ na produção <strong>de</strong> clínquer. Primeiramente, a<br />

obtenção <strong>de</strong> altas temperaturas nos fornos <strong>de</strong> calcinação <strong>de</strong>manda gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia, o que resulta em<br />

uma alta queima <strong>de</strong> combustível. Em segundo lugar, a fabricação do clínquer gera também emissões <strong>de</strong> processo: a<br />

reação do calc rio com o calor, no forno <strong>de</strong> calcinação, produz cal e CO₂ residual (CaCO3 + calor –> CaO + CO₂).<br />

Após a produção do clínquer, a fabricação <strong>de</strong> cimento se dá, <strong>de</strong> forma simplificada, pela mistura <strong>de</strong><br />

aditivos, tais como gesso, escória ou fíler, no clínquer. Depen<strong>de</strong>ndo da quantida<strong>de</strong> e do tipo <strong>de</strong> aditivos, o<br />

cimento produzido possui diferentes características.<br />

Como a maioria das emissões <strong>de</strong> GEE provenientes da fabricação <strong>de</strong> cimento está relacionada à fabricação<br />

do clínquer, reduzir seu uso po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada a principal oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões da indústria<br />

em questão. Com base nas metodologias <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> base e monitoramento existentes na CQNUMC, iniciativas<br />

<strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão na fabricação <strong>de</strong> cimento consistem na menor utilização <strong>de</strong> clínquer através do aumento<br />

do teor <strong>de</strong> aditivos no cimento. As metodologias que tratam <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto se baseiam no seguinte<br />

princípio: quanto menor a utilização <strong>de</strong> clínquer na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto, menores as emissões relacionadas à sua<br />

produção em relação a uma linha <strong>de</strong> base com baixo teor <strong>de</strong> aditivos. Algumas metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e<br />

monitoramento se referem à indústria <strong>de</strong> cimento: a ACM0005, ACM0015, NM0331 e NM0302 são exemplos.


142<br />

Avaliação Técnica<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tendo em mente questões <strong>de</strong> sigilo industrial, as empresas brasileiras <strong>de</strong> cimento dificilmente fornecem<br />

informações específicas a respeito <strong>de</strong> suas fábricas, como a produção <strong>de</strong> cimento e o teor <strong>de</strong> clínquer no<br />

cimento fabricado. Assim, para contornar essa dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso à informação, foi necessário realizar<br />

estimativas.<br />

A produção <strong>de</strong> cimento <strong>de</strong>sagregada por fábrica foi estimada confrontando-se diversas fontes: informações<br />

do DNPM (2009) <strong>de</strong> produção estadual, dados <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> produtiva do Global Cement Directory (2010),<br />

produção por empresa fornecida pelo Sindicato Nacional do Cimento em seu Press Kit <strong>de</strong> 2010, além <strong>de</strong> dados<br />

específicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas empresas, obtidos a partir <strong>de</strong> seus websites.<br />

O teor <strong>de</strong> clínquer no cimento produzido em cada fábrica, por outro lado, não foi possível estimar. Para<br />

contornar essa indisponibilida<strong>de</strong>, utilizou-se, na linha <strong>de</strong> base, o teor clínquer/cimento nacional, disponível no<br />

Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa, seção <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Cimento.<br />

Tabela 0-8 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

FE LB = RCCLB * MPClinquer * CCMP * MM CO₂/MM CaCO3<br />

E LB = Produção <strong>de</strong> cimento * FE LB<br />

Emissões do Projeto<br />

FE PR = RCCPR * MPClinquer * CCMP * MM CO₂/MM CaCO3<br />

E PR = Produção <strong>de</strong> cimento * FE P<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-9 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

RCCLB Relação <strong>de</strong> clinquer por cimento da linha <strong>de</strong> base 68% t clinquer/t cimento 1<br />

MPClinquer Relação <strong>de</strong> matéria-prima por clinquer 1,55 t matéria-prima/t clinquer 1<br />

CCMP Fração <strong>de</strong> CaCO3 na matéria-prima 78% t CaCO3/t matéria-prima Valor assumido como <strong>de</strong>fault (2 e 3)<br />

MM CO₂ Massa molecular do CO₂ 44 g/mol CO₂ Tabela periódica<br />

MM CaCO3 Massa molecular do CaCO3 100 g/mol CaCO3 Tabela periódica<br />

RCCPR Relação <strong>de</strong> clinquer por cimento do projeto 49% t clinquer/t cimento 4<br />

- Taxa <strong>de</strong> câmbio média do real no ano <strong>de</strong> 2007 1,95 R$/US$ 5<br />

- Custo do Investimento 75,84 R$/t cimento 4<br />

- Custo do Investimento 38,95 US$/t cimento Calculado<br />

- Valor 1 do CER 5,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

- Valor 2 do CER 10,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

FE LB Fator <strong>de</strong> emissão por tonelada <strong>de</strong> cimento da linha <strong>de</strong> base 0,362 tCO₂/t cimento/ano Calculado<br />

FE PR Fator <strong>de</strong> emissão por tonelada <strong>de</strong> cimento do projeto 0,261 tCO₂/t cimento/ano Calculado<br />

Fontes:<br />

1 Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa nos processos industriais – Produtos Minerais (Parte I) – Produção <strong>de</strong><br />

Cimento – Ministério da Ciência e Tecnologia 2010.<br />

2 United States Environmental Protection Agency (USEPA), 2001. Calculating CO₂ process emissions from Cement Production (Cement-based Methodology).<br />

3 World Bank, 2008. Low Carbon Energy projects for Development of Sub Saharan Africa, 8-18-08.<br />

4 Valores extraídos do PDD rejeitado "Use of blast furnace slag in the production of blen<strong>de</strong>d cement at Votorantim Cimentos" – 28/09/2006.<br />

5 5- FED. "Economic Research and Data". Disponível em www.fe<strong>de</strong>ralreserve. gov/datadownload/Download.aspx?rel=H10&series=40a15acb120950674894978e4f74<strong>de</strong>f9&filetype<br />

=spreadsheetml&label=inclu<strong>de</strong>&layout=seriescolumn&lastObs=120.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

143<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong> cimento no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis projetos,<br />

assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a venda <strong>de</strong><br />

CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-10 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-10 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Aumento do Teor <strong>de</strong> Aditivos na Fabricação <strong>de</strong> Cimento<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,101 tCO₂e/(t cimento x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 5.282.574 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 52.825.742 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 68* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 776.849 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 528,3 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 3.982,5 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Projetos que envolvem a inclusão ou aumento do uso <strong>de</strong> aditivos possuem uma dificulda<strong>de</strong> em logística, já<br />

que são necessárias mudanças na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos. Em outras palavras, um novo plano logístico <strong>de</strong>ve ser<br />

elaborado, incluindo os novos fornecedores, os transportadores e a infraestrutura <strong>de</strong> armazenamento dos<br />

aditivos. Também <strong>de</strong>ve haver um controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses aditivos oriundos <strong>de</strong> novos fornecedores.<br />

Outro elemento importante a ser levado em consi<strong>de</strong>ração é a disponibilida<strong>de</strong> dos aditivos. O cimento<br />

brasileiro já possui, sem os incentivos provenientes dos créditos <strong>de</strong> carbono, um alto uso <strong>de</strong> escória e outros<br />

aditivos em sua fabricação. Em 2005, <strong>de</strong> acordo com dados do MCT (2010), o teor <strong>de</strong> clínquer no cimento<br />

brasileiro era <strong>de</strong> 68%, contra uma média mundial <strong>de</strong> cerca 80% (WBSCD, 2010). Há também outros fatores que<br />

indicam a possível indisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aditivos para o cimento brasileiro, sobretudo, as recentes associações<br />

entre cimenteiras e si<strong>de</strong>rúrgicas.<br />

Aumento do Teor <strong>de</strong> Aditivos na Fabricação <strong>de</strong> Cal Hidratada<br />

Alternativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE contemplada na AMS-III.AD., essa categoria <strong>de</strong> projetos<br />

engloba a fabricação cal hidratada para propósitos construtivos incluindo-se certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aditivos e<br />

materiais alternativos. A produção <strong>de</strong> cal hidratada no processo tradicional requer maior consumo energético,<br />

se comparada ao processo alternativo. Dessa forma, são reduzidas as emissões <strong>de</strong> GEE em sua fabricação.<br />

Avaliação Técnica<br />

Em <strong>de</strong>terminados setores da economia, o Brasil carece <strong>de</strong> informações específicas e <strong>de</strong>sagregadas<br />

relacionadas à produção industrial, seja por motivos <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> ou pela própria indisponibilida<strong>de</strong> do<br />

dado. Não foi possível levantar dados <strong>de</strong>sagregados a respeito da produção <strong>de</strong> cal hidratada por empresa ou<br />

fábrica. Tudo o que foi possível obter foi a produção nacional <strong>de</strong> cal hidratada dos associados à Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Produtores <strong>de</strong> Cal e dos não associados. Esses dados estavam disponíveis no Segundo Inventário<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa.<br />

Outros dados específicos que eram <strong>de</strong>sejáveis para o cálculo da redução <strong>de</strong> emissão foram estimados com<br />

base em uma abordagem top-down. Um exemplo é o combustível utilizado no processo produtivo <strong>de</strong> cada<br />

empresa: utilizou-se uma pon<strong>de</strong>ração da matriz energética nacional para a produção <strong>de</strong> cal. Maiores<br />

informações po<strong>de</strong>m ser encontradas abaixo e na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s da produção <strong>de</strong> cal hidratada.


144<br />

Tabela 0-11 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB = Produção <strong>de</strong> cal hidratada * FE LB<br />

FE LB = FE ET-LB + FE EE-LB<br />

FE ET-LB = CE ET-LB * FE NR<br />

FE NR = Σ % i * FE i<br />

% i = Contribuição à matriz energética do combustível i<br />

FE i = Fator <strong>de</strong> emissão da queima estacionária do combustível i<br />

FE EE-LB = CE EE-LB * FE grid<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = Produção <strong>de</strong> cal hidratada * FE PR<br />

FE PR = FE ET-PR + FE EE-PR<br />

E LB = Produção <strong>de</strong> cal hidratada * FE ET-PR + Produção <strong>de</strong> cal hidratada * FE EE-PR<br />

FE ET-PR = CE ET-PR * FE NR<br />

FE NR = Σ % i * FE i<br />

% i = Contribuição à matriz energética do combustível i<br />

FE i = Fator <strong>de</strong> emissão da queima estacionária do combustível i<br />

FE EE-PR = CE EE-PR * FE grid<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-12 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CE ET-LB Consumo específico <strong>de</strong> energia térmica por cal hidratada na linha <strong>de</strong> base 3,129 GJ/t cal Calculado com base em 2<br />

FE ET-LB Fator <strong>de</strong> emissão do uso <strong>de</strong> energia térmica na linha <strong>de</strong> base 0,175 t CO₂/t cal Calculado com base em 2<br />

CE EE-LB Consumo específico <strong>de</strong> energia elétrica por cal hidratada na linha <strong>de</strong> base 0,045 MWh/t cal Calculado com base em 2<br />

FE EE-LB Fator <strong>de</strong> emissão do uso <strong>de</strong> energia elétrica na linha <strong>de</strong> base 0,007 t CO₂/t cal Calculado com base em 2<br />

FE LB Fator <strong>de</strong> emissão por cal fabricada da linha <strong>de</strong> base 0,182 t CO₂/t cal Calculado com base em 2<br />

CE ET-PR Consumo específico <strong>de</strong> energia térmica por cal hidratada no projeto 1,986 GJ/t cal Calculado com base em 2<br />

FE ET-PR Fator <strong>de</strong> emissão do uso <strong>de</strong> energia térmica no projeto 0,111 t CO₂/t cal Calculado com base em 2<br />

CE EE-PR Consumo específico <strong>de</strong> energia elétrica por cal hidratada no projeto 0,051 MWh/t cal Calculado com base em 2<br />

FE EE-PR Fator <strong>de</strong> emissão do uso <strong>de</strong> energia elétrica no projeto 0,008 t CO₂/t cal Calculado com base em 2<br />

FE PR Fator <strong>de</strong> emissão por cal fabricada do projeto 0,119 t CO₂/t cal Calculado com base em 2<br />

FE NR Fator <strong>de</strong> emissão, por energia térmica, da produção <strong>de</strong> cal brasileira 56,0 kg CO₂/GJ Calculado<br />

FE GN Fator <strong>de</strong> emissão da queima estacionária <strong>de</strong> gás natural 56,1 kg CO₂/GJ IPCC 2006<br />

FE OC Fator <strong>de</strong> emissão da queima estacionária do óleo combustível 77,4 kg CO₂/GJ IPCC 2006<br />

FE CP Fator <strong>de</strong> emissão da queima estacionária <strong>de</strong> coque 97,5 kg CO₂/GJ IPCC 2006<br />

% i<br />

Contribuição à matriz energética da cal do coque <strong>de</strong> petróleo 30% % 3<br />

Contribuição à matriz energética da cal do gás Natural 20% % 3<br />

Contribuição à matriz energética da cal do óleo combustível 20% % 3<br />

Contribuição à matriz energética da cal do lenha 20% % 3<br />

Contribuição à matriz energética da cal do carvão vegetal 10% % 3<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> cal hidratada dos associados à ABPC em 2008 1.201.000 t cal hidratada 1<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> cal hidratada dos não associados à ABPC em 2008 815.000 t cal hidratada 1<br />

- Conversão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s GJ – MWh 3,6 GJ/MWh -<br />

FE grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação para 2009 0,25 t CO₂/MWh MCT<br />

FE grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção para 2009 0,08 t CO₂/MWh MCT<br />

FE grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada para 2009 0,16 t CO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

- Custo do Investimento 40,00 US$/t cal 4<br />

- Valor 1 do CER 5,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

- Valor 2 do CER 10,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

Fontes:<br />

1 Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa nos processos industriais – Produtos Minerais (Parte II) –<br />

Produção <strong>de</strong> Cal – Ministério <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia 2010.<br />

2 PDD em validação "Reduction of energy consumption during the production of hydraulic lime for the construction industry through the addition of non-calcined mineral<br />

components and additives. – Cementos Avellaneda S.A.Olavarría, Buenos Aires. Argentina." versão 0.4, Janeiro 2010.<br />

3 HENRIQUES JR, Maurício F. "Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> Gases Efeito Estufa pelo Uso <strong>de</strong> Energia no Setor Industrial Brasileiro". PPE/UFRJ, 2010.<br />

4 Expert Judgement com base em dados <strong>de</strong> custo da fabricação <strong>de</strong> cimento.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

145<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong> cal hidratada no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis<br />

projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a<br />

venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-13 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-13 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Aumento do Teor <strong>de</strong> Aditivos na Fabricação <strong>de</strong> Cal Hidratada<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,063 tCO₂e/(t cal hidratada x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 75.605 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 756.053 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 9* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 84.006 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 7,6 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 48,0 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

As principais barreiras para projetos <strong>de</strong> aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong> cal hidratada são<br />

tecnológicas. Há somente um projeto <strong>de</strong>sse tipo em todo o mundo, tendo a Argentina como País-se<strong>de</strong>. A<br />

inovação tecnológica incorre na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento do produto e na a<strong>de</strong>quação do<br />

site para que haja condições <strong>de</strong> realização das mudanças e instalação <strong>de</strong> novos equipamentos – uma vez que<br />

não há tecnologia disponível no mercado. No entanto, com o aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>sse<br />

gênero, essa barreira po<strong>de</strong>rá ser continuamente reduzida.<br />

Ainda em termos <strong>de</strong> tecnologia, o treinamento <strong>de</strong> pessoal para lidar com as inovações também po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rado uma barreira. Outro risco a ser enfrentado por possíveis <strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong> projetos é a não<br />

aceitação do novo produto e <strong>de</strong> suas modificações pelos clientes. Fora isso, faz-se necessário um novo sistema<br />

logístico que garanta a oferta constante <strong>de</strong> aditivos durante a nova operação, o que po<strong>de</strong> encarecer o produto.<br />

A receita gerada por créditos <strong>de</strong> carbono po<strong>de</strong>ria, <strong>de</strong> certa forma, atenuar essas barreiras, seja possibilitando a<br />

venda <strong>de</strong> cal por um preço menor – aumentando a aceitação do produto – ou cobrindo custos adicionais <strong>de</strong><br />

logística.<br />

Uso <strong>de</strong> CO₂ Biog nico como nsumo para a Fabricação <strong>de</strong> Compostos norg nicos<br />

Além <strong>de</strong> ser um GEE, o CO₂ também é matéria-prima para a fabricação <strong>de</strong> alguns produtos. Esse é o caso<br />

<strong>de</strong> compostos inorgânicos que contenham carbonato, como é o caso do bicarbonato <strong>de</strong> amônio, bicarbonato<br />

<strong>de</strong> sódio e carbonato <strong>de</strong> cálcio, por exemplo.<br />

O gás carbônico utilizado para a fabricação <strong>de</strong>sses compostos é comumente proveniente da queima <strong>de</strong><br />

combustíveis fósseis. Diferentemente <strong>de</strong> outros processos que queimam combustíveis, essa combustão não<br />

possui o intuito <strong>de</strong> gerar energia, somente <strong>de</strong> gerar o CO₂ que será utilizado como insumo para a fabricação<br />

dos compostos.<br />

De forma a reduzir as emissões <strong>de</strong>sse setor da indústria, é possível substituir o combustível fóssil<br />

queimado por um combustível renovável <strong>de</strong> acordo com a AM0027 ou a AMS-III.J.


146<br />

Avaliação Técnica<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Em tese, qualquer composto inorgânico que contenha um íon carbonato po<strong>de</strong>ria aplicar esse projeto.<br />

Contudo, po<strong>de</strong> haver dificulda<strong>de</strong>s tecnológicas envolvidas na mudança <strong>de</strong> insumo para a produção do CO₂ usado<br />

no processo. Por esse motivo, avaliou-se somente o potencial brasileiro referente a fabricação dos compostos<br />

inorgânicos bicarbonato <strong>de</strong> amônio, carbonato <strong>de</strong> cálcio e carbonato neutro <strong>de</strong> sódio, pois esses compostos são<br />

contemplados no PDD registrado "Raudi Chemical Salts".<br />

Informações referentes à produção nacional <strong>de</strong>sses compostos, empresas produtoras e capacida<strong>de</strong> instalada<br />

das mesmas estavam disponíveis no Anuário da Indústria Química da ABIQUIM.<br />

Tabela 0-14 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Redução <strong>de</strong> emissão<br />

RE i = 44 * N i/M i * produção i * (k PR – k LB)<br />

i = Composto inorgânico i<br />

Tabela 0-15 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

k PR Coeficiente <strong>de</strong> correção adimensional para o uso <strong>de</strong> CO₂ biog nico no projeto 1 - 2<br />

k LB Coeficiente <strong>de</strong> correção adimensional para o uso <strong>de</strong> CO₂ biog nico na linha <strong>de</strong> base 0 - 2<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> bicarbonato <strong>de</strong> amônio em 2008 15.492 t bicarbonato <strong>de</strong> amônio 1<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> carbonatos <strong>de</strong> cálcio em 2008 779.536 t carbonatos <strong>de</strong> cálcio 1<br />

- Custo do Investimento ND US$/t produto químico -<br />

- Valor 1 do CER 5,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

- Valor 2 do CER 10,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

Tabela 0-16 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Composto inorgânico Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

N i<br />

M i<br />

-<br />

Número <strong>de</strong> átomos <strong>de</strong> carbono na molécula<br />

do composto inorgânico i<br />

Massa molecular do composto inorgânico i<br />

Fator <strong>de</strong> utilização da capacida<strong>de</strong> instalada<br />

das fábricas do composto inorgânico i<br />

Fontes:<br />

1 Anuário da Indústira Química Brasileira 2009, ABIQUIM.<br />

2 Valor retirado do PDD registrado "Raudi Chemical Salts".<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

Bicarbonato <strong>de</strong> amônio 1 - -<br />

Carbonatos <strong>de</strong> cálcio 1 - -<br />

Carbonato neutro <strong>de</strong> sódio 1 - -<br />

Bicarbonato <strong>de</strong> amônio 79 g/mol Calculado com base na tabela periódica<br />

Carbonatos <strong>de</strong> cálcio 100 g/mol Calculado com base na tabela periódica<br />

Carbonato neutro <strong>de</strong> sódio 106 g/mol Calculado com base na tabela periódica<br />

Bicarbonato <strong>de</strong> amônio 38% % 1<br />

Carbonatos <strong>de</strong> cálcio 76% % 1<br />

Carbonato neutro <strong>de</strong> sódio 57% % Estimativa<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong> uso <strong>de</strong><br />

CO₂ biog nico como insumo para a fabricação <strong>de</strong> compostos inorg nicos no Brasil, contemplando o n mero <strong>de</strong><br />

possíveis projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com<br />

a venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-17 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-17 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Uso <strong>de</strong> CO₂ Biogênico como Insumo para a Fabricação <strong>de</strong> Compostos Inorgânicos<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual ND** tCO₂e/(t produto químico x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 400.340 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 4.003.398 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 15* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 266.893 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 40,0 Milhões US$<br />

Custo do Investimento ND*** Milhões US$<br />

147<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

**O fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão por produto químico fabricado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> características específicas do produto, como sua massa molecular. Portanto não é possível fornecer um<br />

valor global.<br />

***Não foi possível obter informações a respeito do custo <strong>de</strong> aplicação do projeto em questão.<br />

Barreiras<br />

H somente um projeto envolvendo uso <strong>de</strong> CO₂ biog nico como insumo para a fabricação <strong>de</strong> compostos<br />

inorgânicos registrado no Brasil 55 . Segundo os <strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong>sse projeto, a principal barreira encontrada<br />

foi <strong>de</strong> cunho tecnológico. Isso porque, para a elaboração do projeto, foi necessário <strong>de</strong>senvolver uma nova<br />

tecnologia, com <strong>de</strong>staque para dois aspectos: as adaptações no processo convencional necessárias para sua<br />

implementação e os procedimentos <strong>de</strong> controle e garantia <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> requeridos para seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Devido ao fato <strong>de</strong> ser uma nova tecnologia, essa não foi testada antes da construção e operação da<br />

planta. Portanto, o <strong>de</strong>sempenho da instalação, os custos <strong>de</strong> produção e a qualida<strong>de</strong> do produto final eram<br />

incertos. Projetos posteriores provavelmente não terão dificulda<strong>de</strong>s tecnológicas tão gran<strong>de</strong>s, já que esse<br />

projeto foi bem-sucedido no Brasil.<br />

Além das barreiras tecnológicas, projetos <strong>de</strong>sse tipo po<strong>de</strong>m ter dificulda<strong>de</strong>s na obtenção <strong>de</strong><br />

financiamento <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma nova tecnologia e seus riscos associados.<br />

Para o projeto já <strong>de</strong>senvolvido no Brasil, por exemplo, as condições <strong>de</strong> financiamento oferecidas foram muito<br />

<strong>de</strong>sfavoráveis. A receita proveniente dos créditos <strong>de</strong> carbono po<strong>de</strong> abrandar a barreira da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

financiamento.<br />

Fabricação <strong>de</strong> refrigeradores com gases <strong>de</strong> pequeno GWP<br />

Hidrofluorcarbonos (HFCs) são compostos com gran<strong>de</strong> aplicação comercial, porém também possuem<br />

gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> aquecimento global. Sua utilização é feita principalmente em produtos <strong>de</strong> refrigeração<br />

como gela<strong>de</strong>iras, freezers e equipamentos <strong>de</strong> ar-condicionado.<br />

Atualmente, há outros gases que po<strong>de</strong>m cumprir o papel do HFC. Nesse caso, a substituição, no momento<br />

da fabricação, <strong>de</strong> HFCs por gases com menor PAG, constitui em uma redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono<br />

equivalente. As metodologias AM0071 e AMS-III.AB. tratam da substituição <strong>de</strong>sse gás em refrigeradores.<br />

Avaliação Técnica<br />

Há dois dados <strong>de</strong> entrada principais para o cálculo do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões da aplicação <strong>de</strong>sse<br />

projeto: a produção <strong>de</strong> refrigeradores por fábrica e o principal gás refrigerante utilizado. Uma relação das fábricas<br />

brasileiras e sua produção foi retirada da dissertação <strong>de</strong> mestrado “O setor <strong>de</strong> eletrodomésticos <strong>de</strong> linha branca:<br />

um diagnóstico e a relação varejo-ind stria”, <strong>de</strong> Henrique Ribeiro Mascarenhas. J o g s refrigerante<br />

predominante, por empresa, foi levantado a partir <strong>de</strong> pesquisas nas fichas técnicas dos refrigeradores fabricados<br />

por cada empresa, nos websites <strong>de</strong>ssas empresas.<br />

55 “Raudi Chemical Salts”.


148<br />

Tabela 0-18 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB = Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeradores i * (FE fab-i + FE uso + FE fug-fab + FE fug-uso) * CI i-HFC * GWP HFC<br />

i = tipo <strong>de</strong> refrigerador<br />

Emissões do projeto<br />

E PR = Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeradores i * (FE fab-i + FE uso + FE fug-fab + FE fug-uso) * CI i-HC * GWP HFC<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-19 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

HFC-HC Relação <strong>de</strong> HFC-134a (gás da linha <strong>de</strong> base) por HC-600a (gás <strong>de</strong> projeto) 0,45 kg HC-600a/kg HFC-134a AM0071<br />

CI HFC-dom Carga inicial <strong>de</strong> HFC-134a por refrigerador doméstico fabricado 0,150<br />

kg HFC-134a/refrigerador<br />

doméstico<br />

CI HC-dom Carga inicial <strong>de</strong> HC-600a por refrigerador doméstico fabricado 0,07 kg HC-600a/refrigerador<br />

1<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a<br />

AM0071<br />

CI HFC-FRV Carga inicial <strong>de</strong> HFC-134a por freezer vertical fabricado 0,400 kg HFC-134a/refrigerador 1<br />

CI HC-FRV Carga inicial <strong>de</strong> HC-600a por freezer vertical fabricado 0,18 kg HC-600a/refrigerador<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a<br />

AM0071<br />

CI HFC-FRH Carga inicial <strong>de</strong> HFC-134a por freezer horizontal fabricado 0,250 kg HFC-134a/refrigerador 1<br />

CI HC-FRH Carga inicial <strong>de</strong> HC-600a por freezer horizontal fabricado 0,11 kg HC-600a/refrigerador<br />

FE fab-dom<br />

FE fab-com<br />

FE fug-fab<br />

Fator <strong>de</strong> emissão da porcentagem <strong>de</strong> carga inicial <strong>de</strong> gás refrigerante que é emitida na<br />

fabricação <strong>de</strong> refrigeradores domésticos<br />

Fator <strong>de</strong> emissão da porcentagem <strong>de</strong> carga inicial <strong>de</strong> gás refrigerante que é emitida na<br />

fabricação <strong>de</strong> refrigeradores comerciais<br />

Fator <strong>de</strong> emissão da porcentagem <strong>de</strong> carga inicial <strong>de</strong> gás refrigerante que é emitida na sua<br />

fabricação<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a<br />

AM0071<br />

0,2% % AM0071<br />

0,5% % AM0071<br />

2% % AM0071<br />

FE uso Fator <strong>de</strong> emissão da porcentagem <strong>de</strong> carga inicial <strong>de</strong> gás refrigerante que é emitida em seu uso 120% % AM0071<br />

FE fug-uso<br />

Fator <strong>de</strong> emissão da porcentagem <strong>de</strong> carga inicial <strong>de</strong> gás refrigerante emitida <strong>de</strong> maneira<br />

fugitiva em seu uso<br />

2% % AM0071<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> refrigeradores e freezers em 2005 5.296.946 unida<strong>de</strong>s 1<br />

- Fator <strong>de</strong> utilização da capacida<strong>de</strong> instalada fábricas brasileiras 76% % Calculado<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> refrigeradores domésticos em 2005 4.683.262 unida<strong>de</strong>s 1<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> freezers verticais em 2005 241.356 unida<strong>de</strong>s 1<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> freezers horizontais em 2005 372.328 unida<strong>de</strong>s 1<br />

- Proporção da produção nacional <strong>de</strong> refrigeradores domésticos em 2005 88% % Calculado<br />

- Proporção da produção nacional <strong>de</strong> freezers verticais em 2005 5% % Calculado<br />

- Proporção da produção nacional <strong>de</strong> freezers horizontais em 2005 7% % Calculado<br />

GWP HFC-134a Potencial <strong>de</strong> Aquecimento Global do HFC-134a 1.300 t CO₂e/t HFC-134a IPCC<br />

GWP HC-600a Potencial <strong>de</strong> Aquecimento Global do HC-600a 0 t CO₂e/t R-600a Assumido com base em IPCC<br />

- Custo do mínimo do investimento 8,00 US$/refrigerador 2<br />

- Custo do máximo do investimento 30,00 US$/refrigerador 2<br />

- Custo médio do investimento 19,00 US$/refrigerador Calculado com base em 2<br />

- Valor 1 do crédito 5,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

- Valor 2 do crédito 10,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

Fontes:<br />

1 Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa nos processos industriais – Emissões na produção e no<br />

consumo <strong>de</strong> HFCs e PFCs – Ministério da Ciência e Tecnologia 2010.<br />

2 IPCC/TEAP, 2005. IPCC Special Report – Safeguarding the Ozone Layer and the Global Climate System Issues Related to Hydrofluorocarbons and Perfluorocarbons.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

fabricação <strong>de</strong> refrigeradores com gases <strong>de</strong> pequeno PAG no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis<br />

projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a<br />

venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-20 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-20 – Resultados do projeto <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> refrigeradores com gases <strong>de</strong> pequeno PAG<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual ND** tCO₂e/(t produto químico x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 1.326.770 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 13.267.696 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 5* Unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 2.653.539 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 13,3 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 92,7 Milhões US$<br />

149<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

** O fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão varia em função do tipo <strong>de</strong> refrigerador fabricado, portanto não é possível <strong>de</strong>terminar um fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão padrão.<br />

Barreiras<br />

Apesar <strong>de</strong> haver fabricantes brasileiros <strong>de</strong> refrigeradores que utilizam gases <strong>de</strong> pequeno GWP, não há<br />

nenhum projeto <strong>de</strong>sse tipo registrado ou em validação no Brasil, e nem no restante do mundo. A prática<br />

comum, no País, é o uso <strong>de</strong> HFC-134a, que segundo o MCT (2010) substituiu o CFC-12 a partir <strong>de</strong> 1997, por não<br />

ser nocivo à camada <strong>de</strong> ozônio.<br />

Barreiras quanto à substituição <strong>de</strong>sse gás estão relacionadas à a<strong>de</strong>quação das linhas <strong>de</strong> produção<br />

existentes a novos produtos e às eventuais mudanças que <strong>de</strong>vem ser realizadas nos refrigeradores fabricados.<br />

Outro elemento a ser avaliado é a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gases com PAG pequeno. Trata-se <strong>de</strong> um mercado<br />

emergente, já que o uso <strong>de</strong> gases como o HC-600a surgiu somente nos anos mais recentes. Portanto, po<strong>de</strong> ser<br />

necessário importar o gás refrigerante a preços mais elevados, um ônus que po<strong>de</strong>ria ser compensado pela<br />

receita proveniente da venda <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

Mudança <strong>de</strong> Insumo na Fabricação <strong>de</strong> Amônia e Ureia<br />

Uma das etapas do processo <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> amônia e ureia envolve a conversão <strong>de</strong> um combustível em um<br />

gás sintético que é utilizado posteriormente como insumo. Dentre os combustíveis que po<strong>de</strong>m ser usados nessa<br />

etapa, inclui-se nafta, gás liquefeito <strong>de</strong> petróleo (GLP) e gás natural.<br />

Reduções <strong>de</strong> emissão na fabricação <strong>de</strong> amônia e ureia po<strong>de</strong>m ser obtidas através da troca <strong>de</strong> insumos.<br />

Fábricas que utilizem GLP ou nafta, que são combustíveis mais intensivos em carbono, po<strong>de</strong>m utilizar,<br />

alternativamente, o gás natural.<br />

Avaliação Técnica<br />

Da mesma forma que nos <strong>de</strong>mais cálculos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão que necessitavam <strong>de</strong> dados referentes à<br />

indústria química brasileira, o Anuário da Indústira Química Brasileira da Abiquim foi utilizado como base.<br />

Entretanto, nem todas as informações necessárias estavam disponíveis na publicação da ABIQUIM. Esse<br />

problema foi contornado pelo uso <strong>de</strong> premissas. A principal premissa adotada concerne a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> gás<br />

utilizado como feed para a produção do gás sintético necessário a produção <strong>de</strong> ureia na linha <strong>de</strong> base:<br />

consi<strong>de</strong>rou-se que todas as empresas utilizavam nafta. As <strong>de</strong>mais premissas adotadas e cálculos realizados<br />

estão disponíveis abaixo.


150<br />

Tabela 0-21 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB = E LB-feed + E LB-energia<br />

E LB-feed = C LB-nafta – C ureia<br />

C LB-nafta = 44/12 * Produção <strong>de</strong> ureia * CEF nafta * TC nafta<br />

C ureia = 44/60 * Produção <strong>de</strong> ureia<br />

E LB-energia = Produção <strong>de</strong> ureia * CEE nafta * FE CO₂-LB<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E PR-feed + E PR-energia + E CDR<br />

E PR-feed = C PR-GN – C ureia<br />

C PR-GN = 44/12 * Produção <strong>de</strong> ureia * CEF GN * TC GN<br />

C ureia = 44/60 * Produção <strong>de</strong> ureia<br />

E PR-energia = Produção <strong>de</strong> ureia * CEE GN * FE CO₂-GN<br />

E CDR = E CDR-EE + E CDR-ET<br />

E CDR-EE = CEEE CDR * Produção <strong>de</strong> ureia * Fegrid<br />

E CDR-ET = Produção <strong>de</strong> ureia * FE CDR-ET<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-22 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

CEF nafta Consumo específico <strong>de</strong> feed para a fabricação <strong>de</strong> ureia com nafta 0,299 t nafta/t ureia 4<br />

CEE nafta Consumo específico <strong>de</strong> energia para a fabricação <strong>de</strong> ureia com nafta 0,0059 TJ/t ureia 4<br />

TC nafta Teor <strong>de</strong> carbono do nafta brasileiro 0,890 t C/t nafta Calculado<br />

- Teor <strong>de</strong> carbono do nafta 20 t C/TJ 2<br />

- Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> kcal para TJ 4,19E-09 TJ/kcal -<br />

- Po<strong>de</strong>r calorífico inferior do nafta 10.630 kcal/kg BEN<br />

FE CO₂-LB<br />

Fator <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> CO₂ do combustível <strong>de</strong> menor fator <strong>de</strong> emissão<br />

utilizado na linha <strong>de</strong> base<br />

56,1 t CO₂/TJ IPCC<br />

CEF GN Consumo específico <strong>de</strong> feed para a fabricação <strong>de</strong> ureia com gás natural 0,280 t GN/t ureia Calculado com base em 4<br />

CEE GN Consumo específico <strong>de</strong> energia para a fabricação <strong>de</strong> ureia com gás natural 0,0059 TJ/t ureia Calculado com base em 4<br />

TC GN Teor <strong>de</strong> carbono do gás natural 0,736 t C/t GN Calculado<br />

- Densida<strong>de</strong> do gás natural 1.305 m3/t 3<br />

- Teor <strong>de</strong> carbono do gás natural 15,3 t C/TJ 2<br />

- Po<strong>de</strong>r calorífico inferior do gás natural seco 8.800 kcal/m3 6<br />

- Po<strong>de</strong>r calorífico inferior do gás natural seco 0,048 TJ/t Calculado<br />

FE CO₂-GN Fator <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> CO₂ da combustão do g s natural 56,1 t CO₂/TJ IPCC 2006<br />

CEEE CDR Consumo específico <strong>de</strong> energia elétrica da planta <strong>de</strong> CDR 0,004 MWh/t ureia Calculado com base em 4<br />

FECDR-ET Fator <strong>de</strong> emissão específico <strong>de</strong> CO₂ do consumo <strong>de</strong> energia térmica da<br />

planta CDR por ureia fabricada<br />

0,023 t CO₂ ECDR/t ureia Calculado com base em 4<br />

FEgrid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação para 2009 0,25 t CO₂/MWh MCT<br />

FE grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção para 2009 0,08 t CO₂/MWh MCT<br />

FE grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada para 2009 0,16 t CO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular<br />

o fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> ureia 1.182.611 t ureia 1<br />

- Fator <strong>de</strong> utilização da capacida<strong>de</strong> instalada das fábricas <strong>de</strong> ureia 69% % Calculado<br />

- Taxa <strong>de</strong> câmbio média da rupia no ano <strong>de</strong> 2008 43,41 Rs/US$ 5<br />

- Custo do Investimento 9,22 US$/t ureia<br />

- Valor 1 do CER 5,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

- Valor 2 do CER 10,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

Fontes:<br />

1 Anuário da Indústira Química Brasileira 2009, Abiquim.<br />

2 “ nvent rio Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – ANEXO I – A<strong>de</strong>quação da Metodologia do IPCC para o Inventário das Emissões <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa<br />

por Queima <strong>de</strong> Combustíveis – Abordagem bottom-up".<br />

3 Companhia <strong>de</strong> Gás <strong>de</strong> São Paulo – Comgás (valor para o gás natural à 20 o C).<br />

4 PDD em validação “Feed switchover from Naphtha to Natural Gas at Phulpur plant of FFCO” at Phulpur, Allahabad, Uttar Pra<strong>de</strong>sh by M/s Indian Farmers Fertiliser Cooperative<br />

Ltd. (IFFCO)" Version 03 -05/07/2008.<br />

5 PDD em validação "Feedstock conversion from Naphtha to Natural Gas (NG) at SFC-Kota Urea complex", Version 02 – 20/08/07.<br />

6 EPE/MME, Balanço Energético Nacional 2010. Disponível em https://ben.epeg.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2010.pdf.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

151<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

mudança <strong>de</strong> insumo na fabricação <strong>de</strong> amônia e ureia no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis projetos,<br />

assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a venda <strong>de</strong><br />

CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-23 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-23 – Resultados do projeto <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> insumo na fabricação <strong>de</strong> amônia e ureia<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,198 tCO₂e/(t ureia x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 234.551 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 2.345.506 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 3* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 781.835 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 23,4 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 10,9 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

A tecnologia relacionada à mudança <strong>de</strong> processo e o financiamento são as duas principais barreiras à<br />

utilização <strong>de</strong> gás natural como feed na produção <strong>de</strong> ureia.<br />

Assim como ocorre em qualquer novo sistema, é preciso contratar mão <strong>de</strong> obra qualificada e a<strong>de</strong>quar o<br />

sistema operacional ao novo processo produtivo, o que envolve riscos, tais como a possível interrupção da<br />

produção <strong>de</strong>vido ao seu mau funcionamento.<br />

Financeiramente, o maior empecilho a esse tipo <strong>de</strong> projeto seria o alto investimento requerido,<br />

especialmente se a construção <strong>de</strong> uma planta <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono (Carbon Dioxi<strong>de</strong> Recovery<br />

plant (CDR)) for necessária. Nesse sentido, a receita gerada por créditos <strong>de</strong> carbono po<strong>de</strong>ria suavizar essa<br />

barreira.<br />

Mudança <strong>de</strong> Insumos na Fabricação <strong>de</strong> Tijolo<br />

Tijolos po<strong>de</strong>m ser fabricados <strong>de</strong> diferentes maneiras. Uma das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reduzir as emissões em<br />

sua fabricação é através da utilização <strong>de</strong> diferentes aditivos. Tais aditivos po<strong>de</strong>m substituir a argila queimada<br />

usada como matéria-prima na produção <strong>de</strong> tijolos. Ao evitar o uso <strong>de</strong> argila queimada, evitam-se as emissões<br />

<strong>de</strong> GEE <strong>de</strong>correntes do uso <strong>de</strong> combustível fóssil para tratamento térmico <strong>de</strong>ssa argila, reduzindo-se as<br />

emissões <strong>de</strong> GEE totais.<br />

Avaliação Técnica<br />

Não foi possível obter dados <strong>de</strong>sagregados a respeito da produção <strong>de</strong> tijolos. Segundo o Ministério <strong>de</strong><br />

Minas e Energia (2009), "o segmento <strong>de</strong> Cerâmica Vermelha, pelo gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s produtivas e sua<br />

distribuição nos vários estados, <strong>de</strong> modo geral apresenta uma <strong>de</strong>ficiência gran<strong>de</strong> em dados estatísticos e<br />

indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho bem consolidados".<br />

Mesmo assim, o grupo <strong>de</strong> estudo pô<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar 300 empresas <strong>de</strong> cerâmica no banco <strong>de</strong> dados da<br />

Associação Nacional da Indústria Cerâmica, sem que fosse possível <strong>de</strong>terminar dados específicos individuais<br />

como produção <strong>de</strong> tijolos ou consumo <strong>de</strong> combustível. Dessa forma, estimou-se que essas 300 empresas, que<br />

representam 5% do total <strong>de</strong> empresas brasileiras no setor (MME, 2009), seriam responsáveis por 50% da<br />

produção nacional. Essa estimativa baseia-se na premissa <strong>de</strong> que os maiores produtores possuem uma maior<br />

organização e formalida<strong>de</strong>, e assim são esses que possuem cadastro na associação nacional.


152<br />

Tabela 0-24 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB = Produção <strong>de</strong> tijolos * FE LB<br />

FE LB = CC ETNR * FE CNR<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = Produção <strong>de</strong> tijolos * FE PR<br />

FE PR = CC EE * FE grid<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-25 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

- Massa média do tijolo 0,003 t/tijolo 4<br />

FE CNR Fator <strong>de</strong> emissão da queima estacionária <strong>de</strong> lenha nativa 112 kg CO₂/GJ IPCC 2006<br />

CE ETNR Consumo específico <strong>de</strong> energia térmica não renovável na linha <strong>de</strong> base 0,631 GJ/t tijolo Calculado<br />

FE LB Fator <strong>de</strong> emissão da fabricação <strong>de</strong> tijolos na linha <strong>de</strong> base 0,071 t CO₂e/t tijolo Calculado<br />

FE PR Fator <strong>de</strong> emissão da fabricação <strong>de</strong> tijolos do projeto 0,001 t CO₂e/t tijolo Calculado<br />

CE EE Consumo específico <strong>de</strong> energia elétrica por massa <strong>de</strong> tijolo no projeto 0,006 MWh/t tijolo Calculado<br />

% NR<br />

Parcela não renovável na matriz energética do segmento brasileiro <strong>de</strong><br />

cerâmica vermelha (lenha nativa)<br />

50% % 1<br />

- Produção nacional <strong>de</strong> blocos/tijolos em 2008 55.200.000.000 peças 1<br />

- Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas produtoras <strong>de</strong> tijolos 5.500 Empresas 1<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> cerâmica i<strong>de</strong>ntificadas 300 Empresas 6<br />

FE grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação para 2009 0,25 t CO₂/MWh MCT<br />

FEgrid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção para 2009 0,08 t CO₂/MWh MCT<br />

FEgrid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada para 2009 0,16 t CO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta para calcular o<br />

fator <strong>de</strong> emissão para um sistema elétrico"<br />

- Taxa <strong>de</strong> câmbio média da rupia no ano <strong>de</strong> 2009 48,32 Rs/US$ 5<br />

- Custo do Investimento 15,00 US$/t tijolo Calculado com base em 4<br />

- Valor 1 do CER 5,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

- Valor 2 do CER 10,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

Fontes:<br />

1 Ministério <strong>de</strong> Minas e Energia, 2009. Anuário Estatísticos – Setor <strong>de</strong> Transformação <strong>de</strong> Não Metálicos.<br />

2 A produção da empresa média nacional foi obtida dividindo-se a fabricação nacional <strong>de</strong> telhas e tijolos pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas presentes no Brasil. Os valores foram obtidos<br />

a partir <strong>de</strong> dados do Ministério <strong>de</strong> Minas e Energia (2009).<br />

3 Dados <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> pequenas, médias e gran<strong>de</strong>s empresas foram obtidos a partir <strong>de</strong> dados do Ministério <strong>de</strong> Minas e Energia (2009).<br />

4 PDD em validação "Fly ash bricks project at UBMPL", versão 01, 30/12/2009.<br />

5 FED. "Economic Research and Data". Disponível em www.fe<strong>de</strong>ralreserve.gov/datadownload/Download.aspx?rel=H10&series=40a15acb120950674894978e4f74<strong>de</strong>f9&filetype<br />

=spreadsheetml&label=inclu<strong>de</strong>&layout=sseriescolum&lastObs=120.<br />

6 Associação Nacional da Indústria Cerâmica.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

mudança <strong>de</strong> insumos na fabricação <strong>de</strong> tijolo no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis projetos, assim<br />

como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs e<br />

os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-26 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-26 – Resultados do projeto <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> insumos na fabricação <strong>de</strong> tijolo<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,070 tCO₂e/(t tijolo x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 6.350.265 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 63.502.648 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 300* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 211.675 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 635,0 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 1.366,3 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


Barreiras<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

153<br />

Não há nenhum projeto <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong>senvolvido no Brasil – todos os projetos já <strong>de</strong>senvolvidos até o<br />

momento foram sediados na Índia. Dentre as barreiras tecnológicas existentes, algumas aparecem com mais<br />

frequência, a começar pela falta <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra qualificada para lidar com a nova tecnologia. Na Índia, assim<br />

como no Brasil, o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> tijolos possui gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> trabalho manual. No entanto,<br />

com a mudança <strong>de</strong> insumos, altera-se também o processo que passa a ser mais automatizado – a partir <strong>de</strong>ssa<br />

mudança, os funcionários terão que apren<strong>de</strong>r a lidar com uma tecnologia <strong>de</strong>sconhecida, o que implica<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento e custos adicionais.<br />

A <strong>de</strong>scrença inicial do mercado consumidor em qualquer tipo <strong>de</strong> tijolo que não seja o tradicional também<br />

constitui-se em uma barreira. Por tratar-se <strong>de</strong> um produto usado em larga escala durante muito tempo, a<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aceitação po<strong>de</strong> ser apontada como uma barreira <strong>de</strong> prática comum. Da mesma forma, o fato <strong>de</strong> o<br />

novo processo gerar um tijolo <strong>de</strong> coloração cinzenta 56 , diferente da cor tradicional <strong>de</strong> tijolos, contribui para que o<br />

novo processo encontre barreiras <strong>de</strong> entrada no mercado.<br />

Mais ainda, a informalida<strong>de</strong> da indústria <strong>de</strong> cerâmica vermelha no Brasil po<strong>de</strong> dificultar a participação <strong>de</strong><br />

fabricantes na geração <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono <strong>de</strong>vido à burocracia envolvida no processo.<br />

Finalmente, <strong>de</strong> maneira semelhante à que ocorre no aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong><br />

cimento, a adição <strong>de</strong> escória ao tijolo está sujeita à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse material, que não é abundante<br />

atualmente no Brasil.<br />

Mudança Concomitante <strong>de</strong> Insumos e Processos Industriais<br />

Mudança <strong>de</strong> Processos e Insumos na Fabricação <strong>de</strong> Ferro-gusa<br />

O ferro-gusa é geralmente obtido pela redução do minério <strong>de</strong> ferro por carvão, como agente redutor, e<br />

calcário em um alto forno. Se, ao invés <strong>de</strong> utilizar carvão mineral como agente redutor nessa reação, conforme<br />

orienta a AM0082, o proponente do projeto substituir esse combustível por outro que seja renovável, como o<br />

carvão vegetal, reduz-se as emissões <strong>de</strong> GEE em relação à linha <strong>de</strong> base <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> carvão mineral.<br />

Avaliação Técnica<br />

Diferentemente <strong>de</strong> outros setores da indústria brasileira, não há uma carência <strong>de</strong> dados na si<strong>de</strong>rurgia. Há<br />

associações como o Instituto Aço Brasil e o Sindicato dos Produtores Ferrosos <strong>de</strong> Minas Gerais (Sindifer) que<br />

possuem uma quantida<strong>de</strong> satisfatória <strong>de</strong> dados.<br />

Apesar <strong>de</strong> estar disponível uma relação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 80 produtores ferrosos, não foi levantada uma<br />

quantida<strong>de</strong> tão significativa <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s concretas <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>ssa iniciativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong><br />

GEE. Isso se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> que parte significativa da produção brasileira <strong>de</strong> ferro-gusa é feita a partir <strong>de</strong><br />

carvão vegetal. Segundo o estudo "A nd stria Brasileira do Gusa <strong>de</strong> Mercado”, realizado pelo CETEM/MCT<br />

(Centro <strong>de</strong> Tecnologia Mineral – Ministério <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia), e o anuário <strong>de</strong> 2007 do Sindifer, todos os<br />

produtores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> gusa (isto é, que não produzem aço, somente gusa) utilizavam, em 2006, o<br />

carvão vegetal como agente redutor em seu processo produtivo. Assim, não é possível aplicar o projeto, uma<br />

vez que as emissões associadas a produção do ferro-gusa brasileiro são naturalmente reduzidas.<br />

Portanto, foi consi<strong>de</strong>rada a produção somente das si<strong>de</strong>rúrgicas integradas que, <strong>de</strong> acordo com o Anuário do<br />

Instituto Aço Brasil <strong>de</strong> 2010, possuem alto-forno movido a coque. Obteve-se os consumos energéticos específicos<br />

(por gusa fabricado) <strong>de</strong>ssas empresas em seus respectivos balanços energéticos.<br />

56 “India-FaL-G Brick and Blocks Project No.2”


154<br />

Tabela 0-27 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB = PAR LB + EP LB<br />

PAR LB = Produção <strong>de</strong> ferro-gusa * CE Coque * FE Prod-Coque<br />

EP LB = Produção <strong>de</strong> ferro-gusa * FE P-LB<br />

FE P-LB = %C Coque * CE Coque * 44/12<br />

Emissões do Projeto<br />

E LB = PAR LB + EP LB<br />

PAR PR = Produção <strong>de</strong> ferro-gusa * CE CV * FE Prod-CV<br />

EP PR = 0<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-28 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

FE Prod-Coque Fator <strong>de</strong> emissão da produção <strong>de</strong> coque 0,403 t CO₂e/t Coque 3<br />

%C Coque Conteúdo <strong>de</strong> carbono do coque 89% % C 3<br />

CE CV Consumo específico <strong>de</strong> carvão vegetal 0,6 t carvão vegetal/t gusa 3<br />

FE Prod-CV Fator <strong>de</strong> emissão da produção <strong>de</strong> carvão vegetal 0,923 t CO₂e/t carvão vegetal Calculado com base em 3<br />

- Fator <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> CH₄ da produção <strong>de</strong> carvão vegetal 0,044 t CH₄/t carvão vegetal 3<br />

- GWP do CH₄ 21 t CO₂e/t CH₄ IPCC<br />

- Custo do Investimento 35,00 US$/t ferro-gusa expert judgement<br />

- Valor 1 do CER 5,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

- Valor 2 do CER 10,00 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

Fontes:<br />

1 Instituto Aço Brasil. "Anuário Estatístico 2010". Disponível em www.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/publicacoes.asp. Acesso em 27/10/2010.<br />

2 ABM Brasil. Anais do XXVIII Seminários <strong>de</strong> Balanços Energéticos e Utilida<strong>de</strong>s e XXII Encontro <strong>de</strong> Produtores e Consumidores <strong>de</strong> Gases Industriais.<br />

3 Disponível em www.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/obras--fonte.asp?codF=201&fonte=ABM%20Semin%C3%A1rio%20<strong>de</strong>%20balan%C3%A7o%20Energ%C3%A9ticos<br />

%20Globais%20e%20Utilida<strong>de</strong>s,%2028. Acesso em 27/10/2010.<br />

4 PDD em validação "Use of Charcoal from Renewable Biomass Plantations as Reducing Agent in Pig Iron Mill at ArcelorMittal Juiz <strong>de</strong> Fora, Brazil", versão 01, 16/06/2010.<br />

5 Centro <strong>de</strong> Tecnologia Mineral, 2006. A Indústria Brasileira do Gusa <strong>de</strong> Mercado.<br />

6 Anuário <strong>de</strong> 2007 do SINDIFER. Disponível emwww. sindifer.com.br/Anuario_2007.html. Acesso em 04/11/2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

mudança <strong>de</strong> processos e insumos na fabricação <strong>de</strong> ferro-gusa no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis<br />

projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a<br />

venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-29 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-29 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Mudança <strong>de</strong> Processos e Insumos na Fabricação <strong>de</strong> Ferro-gusa<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,772 tCO₂e/(t gusa x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 15.875.561 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 158.755.608 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 4* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 39.688.902 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 1.587,6 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 720,1 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


Barreiras<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

155<br />

A participação da produção integrada <strong>de</strong> ferro-gusa baseada em carvão vegetal na produção nacional tem sido<br />

reduzida nos últimos anos. De 1983 a 2006, segundo dados do SINDIFER (2007), essa participação passou <strong>de</strong> 18% a<br />

5%. Essa queda é justificada, sobretudo, pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escala do uso <strong>de</strong> carvão vegetal, visto que os alto-fornos<br />

movidos a coque po<strong>de</strong>m comportar maiores quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> agente redutor. Fornos que usam coque po<strong>de</strong>m<br />

comportar até 10.000 toneladas <strong>de</strong> agente redutor, enquanto que aqueles movidos à carvão vegetal não suportam<br />

mais que 2.000 toneladas 57 . Por sua vez, a produção in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> gusa, cuja produção é feita em escalas<br />

menores baseia-se integralmente no carvão vegetal, <strong>de</strong> acordo com o CETEM/MCT (2006) e o SINDIFER (2007).<br />

Em termos <strong>de</strong> barreiras associadas a subsídios e impostos, <strong>de</strong>ve ser ressaltado que o governo brasileiro<br />

extinguiu o imposto <strong>de</strong> importação <strong>de</strong> carvão mineral no início dos anos 90, acarretando em uma queda no<br />

consumo <strong>de</strong> carvão vegetal nas indústrias integradas <strong>de</strong> 11,3 milhões <strong>de</strong> metros cúbicos para somente 3,8<br />

milhões 58 .<br />

A <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> carvão vegetal também po<strong>de</strong> ser um risco para as gran<strong>de</strong>s empresas, já que seu<br />

fornecimento é mais incerto do que o <strong>de</strong> carvão mineral e a mudança <strong>de</strong> insumo po<strong>de</strong> gerar maiores<br />

complicações logísticas. Esse risco po<strong>de</strong> ser mitigado através do investimento numa plantação da própria<br />

empresa, garantindo o fornecimento contínuo <strong>de</strong> carvão vegetal. No entanto, <strong>de</strong>vem ser levados em<br />

consi<strong>de</strong>ração o tempo <strong>de</strong> maturação <strong>de</strong> novas plantações (cerca <strong>de</strong> seis a sete anos para o eucalipto), que<br />

causa <strong>de</strong>mora no retorno do investimento realizado, bem como as dificulda<strong>de</strong>s relacionadas ao licenciamento<br />

do uso da terra no Brasil. Deve ser ressaltado também que as elevadas taxas <strong>de</strong> juros brasileiras não<br />

contribuem para investimentos com retorno mínimo <strong>de</strong> seis anos.<br />

Essas barreiras po<strong>de</strong>rão ser amenizadas pela receita obtida com a venda <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 2<br />

Uma quantida<strong>de</strong> menor <strong>de</strong> metodologias foi incluída no elo 2, tratamento <strong>de</strong> subprodutos, em comparação ao<br />

elo 1. Assim, i<strong>de</strong>ntificou-se uma quantida<strong>de</strong> inferior <strong>de</strong> possíveis projetos para o elo 2.<br />

A Tabela 0-30 resume as informações pertinentes a respeito <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil e no mundo,<br />

sua quantida<strong>de</strong>, status e potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão.<br />

De maneira semelhante à que ocorreu no elo da produção, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos no restante do<br />

mundo concentrou-se em duas metodologias: a AM0001 e a AM0028, responsáveis por 72% do total <strong>de</strong><br />

projetos.<br />

Também ocorreu uma concentração em projetos brasileiros. Apenas três metodologias, <strong>de</strong>ntre as que<br />

foram <strong>de</strong>finidas para esse setor, já foram aplicadas no Brasil. Dessas, a combinação da AM0028 e da AM0034<br />

foi responsável por 60% do total <strong>de</strong> projetos e do maior potencial total <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões, com cerca <strong>de</strong><br />

6.000 ktCO₂ por ano. Os <strong>de</strong>mais projetos <strong>de</strong>sse elo no País, em conjunto, respon<strong>de</strong>m por 364 ktCO₂ evitadas<br />

anualmente.<br />

Seguindo o mo<strong>de</strong>lo do elo 1, maior <strong>de</strong>talhamento a respeito das iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão<br />

possíveis é encontrado nas subseções abaixo.<br />

57 “Use of Charcoal from Renewable Biomass Plantations as Reducing Agent in Pig ron Mill at ArcelorMittal Juiz <strong>de</strong> Fora, Brazil”.<br />

58 “Use of Charcoal from Renewable Biomass Plantations as Reducing Agent in Pig ron Mill at ArcelorMittal Juiz <strong>de</strong> Fora, Brazil”.


156<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-30 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 2 – Setor <strong>de</strong> Outros Insumos para a Indústria<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução<br />

<strong>de</strong> Emissão – Projetos<br />

<strong>de</strong> MDL<br />

Destruição <strong>de</strong> gases<br />

gerados na produção<br />

Recuperação <strong>de</strong><br />

subprodutos<br />

Utilização <strong>de</strong><br />

subprodutos como<br />

insumo<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 2 – Tratamento <strong>de</strong> Subproduto<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

Rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

Desenvolvidos<br />

Potencial Total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial Médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no resto do<br />

Mundo<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos*<br />

AM0001 - - - - - - - 20<br />

AM0021 - - 1 - 1 5961 5961 4<br />

AM0028 - - - - - - - 13<br />

AM0028<br />

AM0034<br />

- - 3 - 3 362 121 3<br />

AM0064 - - - - - - - 1<br />

AMS-III.W. - - - - - - - -<br />

AMS-III.K.<br />

AMS-I.D.<br />

- - - - - - - 2<br />

AMS-III.K. - - - - - - -<br />

AMS-III.AI. - - - - - - - -<br />

AMS-III.X. 1 - - - 1 2 2 1<br />

AM0063 - - - - - - - 1<br />

AM0066 - - - - - - - 1<br />

* Excluem-se os Projetos Rejeitados.<br />

Fonte: Elaboração Própria com base na CQNUMC e CD4-CDM 59 .<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados ao Tratamento <strong>de</strong> Subprodutos<br />

No elo <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> subprodutos foram avaliadas 8 metodologias, das quais, em última análise,<br />

apenas uma foi incluída no estudo, em somente um tipo <strong>de</strong> projeto. Devido principalmente a particularida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras e à indisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações, as <strong>de</strong>mais foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas, conforme justificado a<br />

seguir.<br />

A metodologia AM0001, que trata da incineração do HFC-23 gerado na fabricação <strong>de</strong> HCFC-22, foi<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada, pois não há mais produção <strong>de</strong> HCFC-22 no País (MCT, 2010).<br />

O tipo <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> CO₂ para uso como insumo, referente à metodologia AM0063, foi<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rado por ser prática comum das principais empresas produtoras <strong>de</strong> gás carbônico liquefeito, <strong>de</strong><br />

acordo com o contato com especialistas do setor <strong>de</strong> gases industriais.<br />

As metodologias AM0064 e AMS-III.W., do tipo <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> captura e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> metano em<br />

ativida<strong>de</strong>s mineradoras, foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas por não haver dados sobre o conteúdo <strong>de</strong> metano <strong>de</strong> minas<br />

brasileiras que não sejam <strong>de</strong> hidrocarbonetos.<br />

O potencial <strong>de</strong> aplicação da recuperação <strong>de</strong> HFC em refrigeradores, da AMS-III.X., não po<strong>de</strong> ser avaliado,<br />

pois haveria dupla contagem com as reduções <strong>de</strong> emissão da fabricação <strong>de</strong> refrigeradores com gases <strong>de</strong><br />

pequeno GWP, algo que a própria AMS-III.X. não permite.<br />

O tratamento alternativo <strong>de</strong> ácido sulfúrico não foi abordado pela ausência <strong>de</strong> informações, a<br />

metodologia AMS-III.AI. não possui nenhum PDD registrado ou em validação. Não haveria, assim, nenhum dado<br />

para realizar proxys.<br />

59 A pesquisa foi feita no mês <strong>de</strong> agosto nos Websites da CQNUMC e CD4-CDM. Disponível em http://cdmpipeline.org/e http://www. unfccc.int/.


Destruição <strong>de</strong> gases gerados na produção<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Destruição <strong>de</strong> Metano Gerado na Produção <strong>de</strong> Carvão Vegetal<br />

157<br />

O carvão vegetal é produzido por meio da carbonização da ma<strong>de</strong>ira ou lenha. A carbonização é uma<br />

reação <strong>de</strong> pirólise, isto é, <strong>de</strong>composição térmica e matéria orgânica na ausência <strong>de</strong> oxigênio. Assim como no<br />

tratamento anaeróbio <strong>de</strong> resíduos, a <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> matéria orgânica sem oxigênio gera metano como um<br />

subproduto.<br />

Na produção tradicional não industrial <strong>de</strong> carvão vegetal, o metano gerado durante o processo é liberado<br />

para a atmosfera. Porém, é possível utilizar instalações industriais para a produção <strong>de</strong>sse combustível,<br />

instalando-se assim equipamentos para queimar o metano gerado no processo e promover redução <strong>de</strong><br />

emissão <strong>de</strong> GEE, conforme <strong>de</strong>scrito na metodologia AMS-III.K.<br />

Encontra-se abaixo um exemplo prático <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> MDL <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> metano gerado na<br />

produção <strong>de</strong> carvão vegetal realizado no Sri Lanka.<br />

PROJETO MODELO: DESTRUIÇÃO DE METANO<br />

GERADO NA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL<br />

Carvão vegetal po<strong>de</strong> ser produzido a partir <strong>de</strong> diferentes matérias-primas animais ou vegetais por meio da pirólise. No Brasil, a<br />

matéria-prima mais utilizada em sua produção é a lenha. No Sri Lanka, contudo, é comum sua produção a partir <strong>de</strong> cascas <strong>de</strong><br />

coco.<br />

De modo a reduzir as emissões <strong>de</strong> GEE, a Recogen Limited, mecanizou seu processo <strong>de</strong> produção e incluiu um sistema <strong>de</strong><br />

captura e queima do metano gerado na pirólise. A partir da queima, gera-se energia que é vendida à Companhia Energética do<br />

Ceilão.<br />

O projeto envolve a produção <strong>de</strong> 26.400 toneladas <strong>de</strong> carvão vegetal, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> 5,8 MW e a redução <strong>de</strong><br />

emissão <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 47 mil toneladas <strong>de</strong> GEE anualmente. Além disso, o projeto contribui ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />

gerando empregos na operação da fábrica e evitando a emissão <strong>de</strong> outros gases residuais.<br />

A Tabela 0-31, abaixo apresenta as emissões da linha <strong>de</strong> base, do projeto e a redução <strong>de</strong> emissões:<br />

Tabela 0-31 – Emissões <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base<br />

Avaliação Técnica<br />

Ano Emissões da Linha <strong>de</strong> Base (tCO₂e) Emissões do Projeto (tCO₂e) Emissões Evitadas (tCO₂e)<br />

2008 46.656 0 46.656<br />

Esse tipo <strong>de</strong> iniciativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE é bastante inovadora, não possuindo nenhum PDD<br />

registrado no mundo e apenas um e validação.<br />

A estimativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE utilizou, como dado <strong>de</strong> entrada, a produção municipal <strong>de</strong><br />

carvão vegetal, retirada da pesquisa <strong>de</strong> Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura <strong>de</strong> 2008, do IBGE.<br />

Pelo fato <strong>de</strong> o levantamento <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos aplicáveis ter se baseado na produção <strong>de</strong> carvão<br />

vegetal por município, foi necessário <strong>de</strong>finir um piso <strong>de</strong> produção abaixo do qual não seria viável a construção<br />

<strong>de</strong> uma instalação industrial para a fabricação <strong>de</strong> carvão vegetal. Devido ao conhecimento ainda incipiente em<br />

relação a essa técnica, optou-se por <strong>de</strong>finir a dimensão mínima <strong>de</strong> projeto por meio da redução <strong>de</strong> emissão<br />

pleiteada. Dessa forma, o valor <strong>de</strong> 524 t CO₂e <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão foi escolhido como mínimo <strong>de</strong> aplicação<br />

do projeto por ser a menor redução <strong>de</strong> emissão anual <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pequena escala já registrado no âmbito<br />

do MDL.


158<br />

Tabela 0-32 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da linha <strong>de</strong> base<br />

E LB = E CH₄ + E EE<br />

E CH₄ = Produção <strong>de</strong> carvão vegetal * (MCV – OR) * GWP CH₄<br />

E EE = Geração <strong>de</strong> energia * FE grid<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E transporteMP + E transporteCV + E fugitiva<br />

E fugitiva = (1 – ECF) * MCV * GWP CH₄<br />

E transporteMP = DM * (Produção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para carvão vegetal/C caminhão)<br />

Produção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para carvão vegetal = Produção <strong>de</strong> carvão vegetal/PCV-M<br />

E transporteCV = DM * (Produção <strong>de</strong> carvão vegetal/C caminhão)<br />

Área da plantação = Produção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para carvão vegetal/PROD = Raio total^2 * π<br />

Raio Médio da Plantação = ((Raio total^2)/2)^(1/2)<br />

DM = Raio Médio da plantação<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-33 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

MCV Geração <strong>de</strong> metano da produção <strong>de</strong> carvão vegetal 0,044 t CH₄/t Carvão Vegetal 2<br />

OR<br />

Obrigação regulatória <strong>de</strong> queima do metano gerado na produção <strong>de</strong> carvão<br />

vegetal<br />

0 t CH₄/t Carvão Vegetal Expert Judgement<br />

PROD Produtivida<strong>de</strong> média da plantação <strong>de</strong> eucalipto 1 t eucalipto/km 2 Expert Judgement<br />

PCV-M Produção <strong>de</strong> carvão vegetal por ma<strong>de</strong>ira utilizada 0,31 t carvão vegetal/t ma<strong>de</strong>ira 2<br />

CCaminhão Capacida<strong>de</strong> média do caminhão para transporte <strong>de</strong> carvão vegetal 35 t/caminhão Expert Judgement<br />

DM Distância média incremental do caminhão na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto<br />

Varia em função da<br />

produção<br />

km Calculado<br />

FE Transp Fator <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> CO₂ do caminhão utilizado no transporte 1,12 kg CO₂/km 2<br />

ECF Eficiência <strong>de</strong> Captura do flare utilizado no projeto 90% % 3<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global do metano 21 t CO₂e/t CH₄ IPCC 2006<br />

DCH₄<br />

Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano (0,67 Kg/m3 à temperatura <strong>de</strong> 20 graus e 1 atm<br />

pressão)<br />

0,00067 t CH₄ /m 3 CH₄ 4<br />

EF elet. Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 30% - 6<br />

- Conversão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s GJ – MWh 3,6 GJ/MWh -<br />

PCI metano Po<strong>de</strong>r calorífico do metano 0,036 GJ/m 3 CH₄ 5<br />

FE grid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação para 2009 0,25 t CO₂/MWh MCT<br />

FE grid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção para 2009 0,08 t CO₂/MWh MCT<br />

FE grid,CM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada para 2009 0,16 t CO₂/MWh<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a "Ferramenta<br />

para calcular o fator <strong>de</strong> emissão para um<br />

sistema elétrico"<br />

- Custo do Investimento ND US$/t Carvão Vegetal -<br />

- Valor 1 do CER 5,00 US$/t CO₂e Default ICF<br />

- Valor 2 do CER 10,00 US$/t CO₂e Default ICF<br />

Fontes:<br />

1 IBGE – Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura.<br />

2 PDD em Validação "Use of Charcoal from Renewable Biomass Plantations as Reducing Agent in Pig Iron Mill at ArcelorMittal Juiz <strong>de</strong> Fora, Brazil".<br />

3 Premissa extraída da AMS-III.K.<br />

4 Metodologia ACM0010.<br />

5 Projeto 2548 – Gramacho Landfill Gas Project.<br />

6 Assumido com base em World Bank, 2008. Low Carbon Energy projects for Development of Sub Saharan Africa, 8-18-08.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> metano gerado na produção <strong>de</strong> carvão vegetal no Brasil, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis<br />

projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a<br />

venda <strong>de</strong> CERs, a potencial contribuição à matriz energética nacional e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-34 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-34 – Resultados do projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> metano gerado na produção <strong>de</strong> carvão vegetal<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,840 tCO₂e/(t carvão x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 3.738.815 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 37.388.152 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 293* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 127.605 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 764.135 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 373,9 Milhões US$<br />

Custo do Investimento ND** Milhões US$<br />

159<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo. **Não foi possível obter informações a respeito do custo <strong>de</strong> aplicação do projeto em questão.<br />

Barreiras<br />

A principal barreira enfrentada para projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> metano gerado na produção <strong>de</strong> carvão<br />

vegetal é relacionada à prática comum. A produção informal e, até certo ponto, artesanal, é uma dificulda<strong>de</strong>,<br />

pois a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto requer que seja criada uma instalação para que se possa produzir carvão vegetal<br />

capturando-se o metano gerado. Em conjunto com a industrialização, é preciso certo grau <strong>de</strong> automatização da<br />

produção, o que também é um empecilho ao projeto <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra<br />

especializada e maiores investimentos.<br />

Essas barreiras, sobretudo, a <strong>de</strong> investimento, po<strong>de</strong>rão ser amenizadas pela receita obtida com a venda <strong>de</strong><br />

créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento do estudo com a abordagem bottom-up contemplou o levantamento <strong>de</strong> instalações<br />

em que os projetos <strong>de</strong> baixo carbono po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>senvolvidos. A lista contendo os sites avaliados e o<br />

potencial por site será divulgada como um anexo do presente estudo. A Tabela 0-35 apresenta os resultados<br />

consolidados do setor <strong>de</strong> Outros Insumos para a Indústria.<br />

Tabela 0-35 – Resultados Consolidados do Setor <strong>de</strong> Outros Insumos para a Indústria<br />

Tipo <strong>de</strong> projeto<br />

Número <strong>de</strong> Projetos<br />

Potencial Redução<br />

<strong>de</strong> Emissões GEE<br />

em 10 anos<br />

Potencial<br />

Receita com a<br />

Venda <strong>de</strong> CERs<br />

em 10 anos<br />

(CER = 10 US$)<br />

Investimento<br />

Fator <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong><br />

Emissão anual<br />

Valor Unida<strong>de</strong> tCO₂e Milhões US$ Milhões US$ Valor Unida<strong>de</strong><br />

Total Setor <strong>de</strong> Outros Insumos para a Indústria 706 n/a 287.091.978 2.871 5.009 n/a n/a<br />

Aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong><br />

cal hidratada<br />

Aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong><br />

cimento<br />

Fabricação <strong>de</strong> refrigeradores com gases <strong>de</strong><br />

pequeno GWP<br />

Mudança <strong>de</strong> insumo na fabricação <strong>de</strong> amônia e<br />

ureia<br />

9<br />

Produtores <strong>de</strong> cal hidratada<br />

i<strong>de</strong>ntificados<br />

756.053 8 48,0 0,063<br />

68 Fábricas <strong>de</strong> cimento 52.825.742 528 3.982,5 0,101<br />

tCO₂e/t cal<br />

hidratada<br />

tCO₂e/t<br />

cimento/ano<br />

5 Fábricas <strong>de</strong> refrigeradores 13.267.696 133 92,7 n/a n/a<br />

3 Empresas produtoras <strong>de</strong> ureia 2.345.506 24 10,9 0,198<br />

tCO₂e/t<br />

ureia/ano<br />

Mudança <strong>de</strong> insumos na fabricação <strong>de</strong> tijolo* 300 Fábricas <strong>de</strong> tijolos* 63.502.648 635,0 74,5 0,070 tCO₂e/t tijolo<br />

Uso <strong>de</strong> CO₂ biog nico como insumo para a<br />

fabricação <strong>de</strong> compostos inorgânicos<br />

Redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> N₂O na fabricação <strong>de</strong><br />

Produtos químicos<br />

Ácido Nítrico 3<br />

Caprolactama 1<br />

Redução <strong>de</strong> emissão na fabricação <strong>de</strong> alumínio<br />

primário<br />

Mudança <strong>de</strong> processos e insumos na fabricação<br />

<strong>de</strong> ferro-gusa<br />

Destruição <strong>de</strong> metano gerado na produção <strong>de</strong><br />

carvão vegetal<br />

15<br />

Empresas produtoras <strong>de</strong><br />

compostos inorgânicos<br />

Empresas produtoras <strong>de</strong> ácido<br />

nítrico<br />

Empresa produtora <strong>de</strong><br />

caprolactama<br />

4.003.398 40 n/a n/a n/a<br />

0<br />

6.867.474 69 3,8 0,372<br />

824.275 8 1,3 0,434<br />

tCO₂e/t Ácido<br />

Nítrico<br />

tCO₂e/t<br />

Caprolactama<br />

5 Fábricas <strong>de</strong> alumínio primário 3.130.512 31 0,6 n/a n/a<br />

4<br />

293<br />

Empresas produtoras <strong>de</strong> ferrogusa<br />

Municípios produtores <strong>de</strong> carvão<br />

vegetal<br />

158.755.608 1.588 720,1 0,772 tCO₂e/t Gusa<br />

37.388.152 374 n/a 0,840<br />

tCO₂e/t Carvão<br />

vegetal<br />

Notas:<br />

* Representam apenas a parcela <strong>de</strong> empresas i<strong>de</strong>ntificadas no estudo. Estima-se que existam mais <strong>de</strong> 5.000 empresas <strong>de</strong> cerâmica no Brasil (Fonte: MME, 2009), mas aqui assume-se que<br />

essas 300 empresas representam 50% da produção nacional <strong>de</strong> cerâmica<br />

n/a = Não <strong>de</strong> aplica. n/d = Dado não disponível.


160<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Setor <strong>de</strong> Transportes/Combustíveis para Veículos<br />

Descrição dos Elos do Setor <strong>de</strong> transportes/combustíveis para veículos<br />

O Setor <strong>de</strong> Transportes compreen<strong>de</strong> as macroativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção e consumo <strong>de</strong> combustíveis, cuja<br />

ca<strong>de</strong>ia po<strong>de</strong> ser dividida em três elos:<br />

� produção <strong>de</strong> combustíveis;<br />

� distribuição <strong>de</strong> combustíveis; e<br />

� consumo final <strong>de</strong> combustíveis em veículos.<br />

Produção <strong>de</strong> Combustíveis<br />

O primeiro elo da ca<strong>de</strong>ia do setor <strong>de</strong> transporte/combustíveis para veículos é a produção <strong>de</strong> combustíveis.<br />

Esse elo contempla as operações <strong>de</strong> extração e processamento <strong>de</strong> matéria-prima para a produção dos diversos<br />

combustíveis empregados atualmente no setor. Po<strong>de</strong>m-se mencionar a extração e o refino do petróleo para a<br />

produção <strong>de</strong> diesel ou gasolina, a produção <strong>de</strong> óleos vegetais para posterior transesterificação e produção <strong>de</strong><br />

biodiesel, ou ainda a produção <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar para posterior fermentação e <strong>de</strong>stilação para a produção do<br />

etanol.<br />

A produção <strong>de</strong> combustíveis/biocombustíveis merece atenção, à medida que aumenta a frota nacional <strong>de</strong><br />

veículos, assim como a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> cargas e, por consequência, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong>sses insumos energéticos, que tem associação direta com o incremento nas emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito<br />

estufa (GEE). De acordo com informações do Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> GEE<br />

(versão preliminar <strong>de</strong> 2009), por exemplo, o processo <strong>de</strong> extração e transporte <strong>de</strong> petróleo e gás natural<br />

apresentou, <strong>de</strong> forma conjunta, emissões fugitivas 60 da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 148 Gg <strong>de</strong> CH₄, o que representou um<br />

aumento <strong>de</strong> 258% em relação ao ano <strong>de</strong> 1990, contribuindo com 0,8% do total <strong>de</strong> emissões do País em 2005.<br />

Distribuição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

O segundo elo da ca<strong>de</strong>ia do setor <strong>de</strong> combustíveis (pronto para o consumo) para veículos é a distribuição <strong>de</strong><br />

combustíveis, realizada quase que exclusivamente pelo modal rodoviário no Brasil, no qual caminhões-tanque<br />

transportam os diversos combustíveis <strong>de</strong> seu local <strong>de</strong> produção ao local <strong>de</strong> redistribuição e consumo. Parte do óleo<br />

combustível consumido pelo setor <strong>de</strong> transportes é transportada/distribuída por meio <strong>de</strong> oleodutos. O gás natural,<br />

que teve relativa disseminação como combustível para veículos em <strong>de</strong>terminadas regiões do Brasil (por exemplo,<br />

São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro) tem seu transporte realizado majoritariamente por gasodutos. A Tabela 0-1 apresenta a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás natural transportada nos principais gasodutos do País.<br />

Tabela 0-1 – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gás Natural Transportada por Gasoduto (toneladas)<br />

GASODUTO 2003 2004 2005 2006 2007<br />

Sistema <strong>de</strong> Gasodutos do Su<strong>de</strong>ste (SE) 5.320 6.210 6.711 6.294 6.504<br />

Sistema <strong>de</strong> Gasodutos do Espírito Santo (ES) 320 340 321 274 355<br />

Sistema <strong>de</strong> Gasodutos do Nor<strong>de</strong>ste Setentrional (NE-SET) 560 960 1.009 760 708<br />

Sistema <strong>de</strong> Gasodutos do Nor<strong>de</strong>ste Meridional (NE-MER) 270 310 471 490 1.544<br />

GASBOL (Bolívia – Brasil) 3.250 4.585 5.247 5.702 ..<br />

Uruguaiana (RS) – Porto Alegre (RS) 269 348 294 356 298<br />

Bolívia – Mato Grosso 326 246 187 165 160<br />

TOTAL 10.315 12.999 14.795 14.041 9.569<br />

Fonte: Transpetro, TBG, TSB e GASOCIDENTE, em 2008.<br />

60 Contemplam emissões <strong>de</strong> fugas <strong>de</strong> CH4 durante a extração do petróleo e gás natural, transporte e distribuição em dutos e navios e durante seu<br />

processamento em refinarias.


Consumo Final <strong>de</strong> Combustíveis em Veículos<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

161<br />

O terceiro elo da ca<strong>de</strong>ia do setor <strong>de</strong> combustíveis para veículos é o consumo <strong>de</strong> combustíveis. Esse elo<br />

contempla o consumo <strong>de</strong> combustíveis fósseis e renováveis em, por exemplo, carros, caminhões, locomotivas,<br />

aviões e navios.<br />

Destaca-se a importância do consumo <strong>de</strong> combustíveis como fonte <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa,<br />

sendo o setor <strong>de</strong> transportes responsável por 24% das emissões pelo consumo <strong>de</strong> combustíveis fósseis no<br />

mundo e, no Brasil, responsável por 42% das emissões em ativida<strong>de</strong>s energéticas, conforme se po<strong>de</strong> notar no<br />

Gráfico 0-1.<br />

Gráfico 0-1 – Emissões <strong>de</strong> Carbono por Setor em 2006 no Brasil<br />

Dentro do contexto das emissões do setor <strong>de</strong> transportes, <strong>de</strong>staque é dado ao modal rodoviário,<br />

conforme se constata no Gráfico 0-2, que mostra a evolução das emissões <strong>de</strong> carbono por modal.<br />

Gráfico 0-2 – Evolução das Emissões <strong>de</strong> Carbono por Modal no Brasil<br />

No Brasil, o transporte rodoviário é predominante não apenas como meio para passageiros, mas também<br />

para cargas. O Gráfico 0-3 ilustra a participação do modal rodoviário <strong>de</strong>ntro do contexto <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong><br />

cargas.


162<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Gráfico 0-3 – Carga Transportada no Brasil (tku 61 )<br />

O reflexo da predominância <strong>de</strong> transporte rodoviário para cargas dá-se no consumo <strong>de</strong> combustíveis para<br />

esse fim, assim como nas emissões <strong>de</strong> GEE do elo 3 <strong>de</strong>sse setor. O Gráfico 0-4 ilustra as emissões por modal,<br />

para ao transporte <strong>de</strong> cargas no Brasil.<br />

Gráfico 0-4 – Emissões por Modal (tC)<br />

Ressalte-se que, apesar da significativa contribuição do elo 3 para as emissões do Brasil, o setor<br />

apresentou importante avanço pelo atual nível <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> bicombustíveis, em especial o etanol (isto é,<br />

álcool anidro e hidratado). O Gráfico 0-5 apresenta a contribuição do etanol para a matriz energética do setor<br />

<strong>de</strong> transportes no Brasil e o Gráfico 0-6 indica as emissões evitadas no Elo 3, pelo consumo <strong>de</strong> etanol em<br />

substituição à gasolina no Brasil, ao longo do período compreendido entre 1970 e 2006.<br />

61 A unida<strong>de</strong> tku po<strong>de</strong> ser entendida como toneladas transportadas por quilômetro útil.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Gráfico 0-5 – Consumo <strong>de</strong> Combustíveis no Transporte<br />

Emissões por Modal (tC)<br />

Gráfico 0-6 – Emissões Efetivas Evitadas no Elo 3 (tC)<br />

163<br />

É importante notar que, com mais <strong>de</strong> 85% das vendas atuais <strong>de</strong> veículo leves incorporando a tecnologia<br />

flexfuel, a expectativa é <strong>de</strong> que a penetração <strong>de</strong>sses veículos aumente dos atuais 20% para mais <strong>de</strong> 80% até<br />

2020, possibilitando um <strong>de</strong>slocamento ainda maior da gasolina.


164<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Descrição das Principais Fontes <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE e Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong><br />

Emissão<br />

Como <strong>de</strong>finido na seção 1.1 <strong>de</strong>ste Relatório, a ca<strong>de</strong>ia do setor <strong>de</strong> transportes/combustíveis para veículos é<br />

divida em três elos:<br />

� elo 1: produção <strong>de</strong> combustíveis;<br />

� elo 2: distribuição <strong>de</strong> combustíveis; e<br />

� elo 3: consumo final <strong>de</strong> combustíveis em veículos.<br />

O setor <strong>de</strong> transportes é um dos setores brasileiros com maior emissão <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono, <strong>de</strong>vido ao<br />

consumo elevado <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo em veículos, tais como gasolina e diesel, e a maior parte se <strong>de</strong>ve ao<br />

modal rodoviário.<br />

No Brasil, em 2008, o consumo <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo pelo setor <strong>de</strong> transportes chegou a 51% do<br />

consumo total <strong>de</strong>ssa fonte (BEN, 2009). O óleo diesel é o combustível mais consumido no setor <strong>de</strong> transportes,<br />

representando quase 49% do consumo <strong>de</strong> energia do setor (BEN, 2009), <strong>de</strong>vido, principalmente, à forte<br />

participação dos veículos pesados, <strong>de</strong> transporte coletivo e <strong>de</strong> carga.<br />

Assim como para os <strong>de</strong>mais setores, a avaliação do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE no setor <strong>de</strong><br />

transporte/combustível fóssil em veículos no Brasil será feita para os três elos <strong>de</strong> sua ca<strong>de</strong>ia, com base em<br />

metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e monitoramento aprovadas e em fase <strong>de</strong> aprovação pela Convenção Quadro<br />

das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC), bem como em projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE<br />

propostos no Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo (MDL), localizados no Brasil e <strong>de</strong>mais países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento participantes <strong>de</strong>sse Mecanismo (resto do Mundo) e outros projetos que não estão no âmbito<br />

<strong>de</strong> MDL, mas reduziriam o consumo <strong>de</strong> combustíveis fósseis.<br />

O setor <strong>de</strong> transportes é o que menos possui metodologias, e algumas são <strong>de</strong> difícil implantação no Brasil.<br />

Para avaliar um número maior <strong>de</strong> projetos, alguns <strong>de</strong>sses foram <strong>de</strong>senvolvidos sem ter base em metodologias<br />

da CQNUMC, como o caso da mudança modal no transporte <strong>de</strong> combustíveis.<br />

Dentre as opções <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE, <strong>de</strong>stacam-se a maior penetração <strong>de</strong> biocombustíveis<br />

(por exemplo, biodiesel) em veículos e <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> uso mais eficiente <strong>de</strong> energia, bem como melhorias<br />

do setor <strong>de</strong> transporte (por exemplo, melhoria da eficiência do transporte <strong>de</strong> massa passageiros).<br />

O Quadro 0-1 apresenta as fontes <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE em cada elo do setor em questão, as potenciais<br />

iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE, bem como as metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e monitoramento<br />

existentes no MDL, que são aplicáveis a cada iniciativa. As emissões da linha <strong>de</strong> base consistem nas emissões<br />

geradas pelo consumo <strong>de</strong> combustíveis fósseis no setor <strong>de</strong> transporte brasileiro. Com base na avaliação das<br />

metodologias da CQNUMC, o CH₄ e o N₂O representam juntos menos <strong>de</strong> 2% das emissões <strong>de</strong> GEE. J as<br />

emissões CO₂ representam a maior parte <strong>de</strong> emissão na linha <strong>de</strong> base <strong>de</strong>sse setor.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

165<br />

Quadro 0-1 – Emissões <strong>de</strong> GEE e Iniciativas Mitigadoras <strong>de</strong> Emissões na Ca<strong>de</strong>ia do Setor <strong>de</strong> Transportes/Combustíveis para<br />

Veículos<br />

Elo 1 – Produção do Combustível Elo 2 – Distribuição do Combustível Elo 3 – Consumo por Veículos<br />

Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base<br />

CO₂<br />

CO₂<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE<br />

Produção <strong>de</strong> biocombustíveis (Biodiesel) Mudança modal no transporte <strong>de</strong> combustíveis Eficiência Energética (BRT)<br />

Produção <strong>de</strong> biocombustíveis (Óleo Vegetal) Eficiência Energética (VLT)<br />

CO₂<br />

CH₄<br />

N₂O<br />

Eficiência Energética (Metrô)<br />

Mudança Modal no Transporte <strong>de</strong> cargas<br />

Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base<br />

AMS-III.T ACM0016<br />

ACM0017 AM0090<br />

AM0047 AM0031<br />

Como <strong>de</strong>monstrado no Quadro 0-1, com base nas metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> Base e Monitoramento<br />

existentes no MDL, as potenciais iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE em cada elo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>sse setor<br />

são:<br />

� elo 1 (produção <strong>de</strong> combustíveis): produção <strong>de</strong> biocombustíveis em áreas <strong>de</strong>smatadas;<br />

� elo 2 (distribuição <strong>de</strong> combustíveis): mudança modal no transporte <strong>de</strong> combustíveis; e<br />

� elo 3 (consumo <strong>de</strong> combustíveis em veículos): eficiência energética do uso <strong>de</strong> combustível (por<br />

melhorias do transporte <strong>de</strong> massa e <strong>de</strong> cargas).<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 1<br />

A Tabela 0-2 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE propostos no MDL, que se<br />

enquadram no elo 1, e se encontram nas seguintes etapas do processo no Brasil: em validação, já validados e<br />

registrados. Também são apresentados: o potencial total e médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão gerada por esses<br />

projetos, bem como o número <strong>de</strong> projetos propostos no resto do mundo (que se encontram nas etapas <strong>de</strong><br />

validação, já validados e registrados).


166<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tabela 0-2 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 1 – Setor <strong>de</strong> Transporte<br />

Iniciativas <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong><br />

Emissão –<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL<br />

Produção <strong>de</strong><br />

Biocombustívei<br />

s<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Elo 1 – Produção do Combustível<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos *<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL no resto<br />

do Mundo<br />

Número total<br />

<strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvovidos*<br />

AMS-III.T - - - - - - - 1<br />

ACM0017 - - - - - - - 9<br />

* Excluem-se os Projetos Rejeitados.<br />

AM0047 1 - - - - 410 410 4<br />

Observando a Tabela 0-2, no Brasil, nota-se que ainda não foi registrado nenhum projeto <strong>de</strong> MDL<br />

referente à produção <strong>de</strong> biocombustível. Há apenas um projeto que está em fase <strong>de</strong> validação pela EOD,<br />

baseado na metodologia AM0047 (Produção <strong>de</strong> Biodiesel baseado em óleos e/ou gorduras usadas <strong>de</strong> origem<br />

biog nica para uso como combustível), com potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 410.000 tCO₂e/ano.<br />

No resto do mundo, existem 14 projetos propostos no MDL referentes à produção <strong>de</strong> combustível, dos<br />

quais 9 aplicaram a metodologia ACM0017 (produção <strong>de</strong> biodiesel para uso como combustível), três usaram a<br />

AM0047 e apenas um utilizou a metodologia <strong>de</strong> pequena escala AMS-III.T. (produção <strong>de</strong> óleo vegetal e uso<br />

para aplicações no transporte). Vale mencionar que, atualmente, a metodologia ACM0017 substituiu a<br />

metodologia <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala AM0047.<br />

Com base nessas metodologias da CQNUMC, reduções <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE no elo 1 ocorrem por meio da<br />

produção <strong>de</strong> combustíveis compostos por misturas <strong>de</strong> petrodiesel com bicombustíveis. Deve ser ressaltado que<br />

a redução <strong>de</strong> emissão ocorre no elo 3, na fase <strong>de</strong> consumo do biocombustível, <strong>de</strong>vido a substituição total ou<br />

parcial <strong>de</strong> combustível fóssil que seria consumido nos veículos. Porém, as metodologias ACM0017 e AMS-III.T<br />

<strong>de</strong>terminam que os diretos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> das Reduções Certificadas <strong>de</strong> Emissão (RCEs) sejam <strong>de</strong>stinados aos<br />

produtores do biocombustíveis, e não para seus consumidores.<br />

Todas as metodologias <strong>de</strong>sse elo contemplam a mistura <strong>de</strong> biocombustíveis no diesel utilizado em veículos.<br />

Contudo, a metodologia AMS-III.T se aplica às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> oleaginosas e produção <strong>de</strong> óleos vegetais<br />

não transesterificados 62 , ou seja, somente óleos prensados e filtrados, para mistura com o diesel utilizado como<br />

combustível nos veículos. Uso <strong>de</strong> biodiesel transesterificado, <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> soja, algodão, amendoim, <strong>de</strong>ndê,<br />

girassol, mamona, ou outra matéria-prima inviabiliza o uso <strong>de</strong>ssa metodologia.<br />

As iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões no elo 1 são <strong>de</strong>scritas nas subseções a seguir.<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEE Relacionados à Produção <strong>de</strong> Biocombustíveis<br />

No elo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biocombustíveis, foram avaliadas 3 metodologias, das quais 2 foram incluídas no estudo<br />

do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs no País, agrupadas em 2 tipos <strong>de</strong> projetos concernentes à produção<br />

<strong>de</strong> biocombustíveis para sua mistura parcial ao petrodiesel, utilizado em veículos.<br />

Produção <strong>de</strong> Biocombustíveis<br />

Os projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões consi<strong>de</strong>rados incluem a produção <strong>de</strong> biodiesel e óleo vegetal para<br />

mistura parcial (20 e 10%, respectivamente) ao petrodiesel usado em veículos.<br />

As metodologias AMS-III.T e ACM0017 se aplicam a esses projetos. As emissões <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base consistem<br />

nas emissões provenientes do consumo <strong>de</strong> petrodiesel por veículos automotores. Para emissão do projeto, as<br />

emissões contabilizadas são todas as emissões que ocorreram durante a produção do biocombustível, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

plantio até o seu processamento na usina. As emissões pelo consumo por veículos não é contabilizada, por se<br />

tratar <strong>de</strong> uma emissão biogênica.<br />

62 Nesse processo, o óleo vegetal é adicionado a um álcool simples (metanol, etanol, propanol, butanol) e catalisadores (que po<strong>de</strong>m ser ácidos, básicos ou<br />

enzimáticos) para acelerar a reação, através da qual é possível separar a glicerina dos óleos vegetais. A remoção da glicerina do óleo vegetal ocorre por<br />

<strong>de</strong>cantação, <strong>de</strong>ixando o óleo mais fino e reduzindo a sua viscosida<strong>de</strong>.


Óleo Vegetal<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

167<br />

O projeto em questão consiste na mistura <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> óleo vegetal in natura no diesel utilizado por<br />

veículos, produzido através do plantio <strong>de</strong> palma em áreas <strong>de</strong>gradadas no Brasil com potencial para o cultivo<br />

<strong>de</strong>ssa cultura.<br />

PROJETO DE PRODUÇÃO DE ÓLEO VEGETAL: O CASO DO PARAGUAI<br />

As empresas envolvidas nesse projeto são a suíça Ecotawa e a paraguaia Agro Micro Plan S.A., que irão produzir óleo vegetal <strong>de</strong><br />

diferentes tipos <strong>de</strong> cultura (como a canola e o nabo forrageiro) no Paraguai, em diferentes regiões do País. Esse projeto ainda se<br />

encontrava em fase <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> registro na CQNUMC em novembro <strong>de</strong> 2010.<br />

O óleo vegetal produzido <strong>de</strong>ve ser misturado ao diesel usado em uma frota cativa, e a metodologia prevê que essa mistura <strong>de</strong>ve<br />

ser <strong>de</strong> até 10% <strong>de</strong> óleo vegetal. A produção e uso <strong>de</strong> óleo vegetal como combustível não são comuns no Paraguai, mas a<br />

tecnologia veio importada da Europa, em que o óleo vegetal já é bastante utilizado no setor <strong>de</strong> transportes. Muitos veículos na<br />

Europa já operam utilizando óleo vegetal puro, com a implantação <strong>de</strong> um kit que permite o uso <strong>de</strong> tal combustível.<br />

Os custos <strong>de</strong> investimento do projeto se baseiam no custo da instalação da planta, que será localizada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Misiones,<br />

com uma capacida<strong>de</strong> anual <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> 3,5 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> óleo vegetal no ano <strong>de</strong> 2009 e <strong>de</strong> 7 milhões <strong>de</strong> litros nos<br />

próximos anos. Esses custos também incluem as instalações <strong>de</strong> filtração, prensagem e armazenamento. Os custos operacionais<br />

da produção <strong>de</strong> óleo vegetal são basicamente mão <strong>de</strong> obra e consumo energético. Além disso, existem também os custos para<br />

obter as oleaginosas.<br />

A estimativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão por esse projeto é <strong>de</strong> 17.188 tCO₂e por ano, com um tempo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> créditos estimado<br />

em 7 anos.<br />

Fonte: Documento <strong>de</strong> Concepção do Projeto “Plant-Oil Production for Usage in Vehicles – Paraguai”.<br />

Foi consi<strong>de</strong>rado que o número <strong>de</strong> projetos seria associado às usinas médias produtoras <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> palma,<br />

com uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção correspon<strong>de</strong>nte ao plantio <strong>de</strong> 2.000 ha <strong>de</strong>ssa oleaginosa. O plantio <strong>de</strong>ve ser<br />

feito em áreas já <strong>de</strong>gradadas, com potencial para plantio <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê, e, <strong>de</strong> acordo com a produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas<br />

áreas, em cada Estado, um número proporcional <strong>de</strong> usinas po<strong>de</strong>rá ser instalado. O cálculo das áreas potenciais<br />

para plantio do <strong>de</strong>ndê foi feito com base nos mapas <strong>de</strong> uso e ocupação do solo, da Embrapa e <strong>de</strong> Zoneamento<br />

agroecológico do <strong>de</strong>ndê, também da Embrapa.<br />

Como o potencial <strong>de</strong> plantio em todas as áreas <strong>de</strong>gradadas no Brasil é muito alto, optou-se por também<br />

fazer uma análise <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> óleo vegetal com base no consumo atual do diesel.<br />

Avaliação Técnica– Projeto <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> óleo vegetal ao diesel<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-3 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-4.<br />

Tabela 0-3 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = PCI Diesel [GJ/m 3 ] x Fração D/B [adimensional] x F Consumo Diesel [m 3 ] x Fat. Emissão Diesel *t CO₂/GJ+<br />

F Consumo Diesel [m 3 ] = ((PCI Óleo Vegetal [GJ/m 3 ]/PCI Diesel [GJ/m 3 ]) x Produção Óleo Veg [t])/Dens Diesel [t/m 3 ])<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR *t CO₂+= E plantio *t CO₂++ E Planta óleo vegetal *t CO₂+<br />

E Plantio *t CO₂+ = Fat. Emissão Plantio Palma *t CO₂/hec+ x Área plantio *hec+<br />

E Planta Óleo Vegetal *t CO₂+ = Fat. Emissão Produção <strong>de</strong> óleo vegetal *t CO₂/t <strong>de</strong> óleo+ x Produção Óleo Vegetal [t <strong>de</strong> óleo]<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR


168<br />

Tabela 0-4 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

PCI Diesel Po<strong>de</strong>r Calorífero Inferior do Diesel 35,46 GJ/m 3 BEN 2010 (1)<br />

Fat. Emissão Diesel Fator <strong>de</strong> Emissão do Diesel 0,07 t CO₂/GJ IPCC 2006<br />

Consumo Diesel Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Diesel consumida no setor <strong>de</strong> transportes em 2009 25752912 m 3 BEN 2010 (1)<br />

Dens Diesel Densida<strong>de</strong> do Óleo Diesel 0,84 t/m 3 BEN 2010 (1)<br />

Fração D/B Fração <strong>de</strong> Mistura Diesel/Biodiesel comercializada em 2010 0,95 - ANP 2010<br />

PCI Óleo Palma Po<strong>de</strong>r Calorífero Inferior do Óleo <strong>de</strong> Palma 34,82 GJ/m 3 Soares, G. 2003 (2)<br />

Fat. Emissão Plantio Palma Fator <strong>de</strong> Emissão do plantio <strong>de</strong> Palma para Locais Tropicais Úmidos 1,87 t CO₂e/ha Metodologia ACM0017<br />

Fat. Emissão Produção <strong>de</strong> Óleo Vegetal Fator <strong>de</strong> Emissão pela produção <strong>de</strong> Óleo Vegetal 0,027 tCO₂/1 t <strong>de</strong> óleo EPE 2005 (3)<br />

Produtivida<strong>de</strong> Óleo Palma Produtivida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> óleo obtido por área plantada <strong>de</strong> palma 4 t óleo/ha EMBRAPA 2010(4)<br />

Dens Palma Densida<strong>de</strong> do Óleo <strong>de</strong> Palma 0,91 t/m 3 Soares, G. 2003 (6)<br />

Fração D/OV Projeto Fração <strong>de</strong> Mistura Diesel/Óleo Vegetal proposta pelo projeto 0,9 - Metodologia AMS.III.T<br />

Área Plantio Áreas <strong>de</strong>gradadas com potencial para produção <strong>de</strong> palma no Brasil 56.886.454 ha<br />

Produção Óleo Veg<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Óleo Vegetal que po<strong>de</strong> ser produzido na área com<br />

potencial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> palma no Brasil para esse projeto<br />

Elaboração própria baseado<br />

em Embrapa (4)<br />

250.050.347 m³ óleo calculado<br />

F Consumo Diesel Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diesel que seria consumido sem o projeto 245.511.479 m 3 calculado<br />

E LB Emissão Total da Linha <strong>de</strong> Base 615.382.704 t CO₂ calculado<br />

E Planta Óleo Vegetal Emissão pela produção <strong>de</strong> óleo vegetal 6.751.359 t CO₂ calculado<br />

Investimento Produção <strong>de</strong> Óleo<br />

Vegetal<br />

Investimento necessário para o cultivo da palma e extração <strong>de</strong> óleo<br />

vegetal<br />

2.000 R$/(m³/ano)<br />

Estimado a partir <strong>de</strong><br />

Estadão, 2010 (5)<br />

Área Plantada por Usina Área <strong>de</strong> plantação <strong>de</strong> palma por usina produtora <strong>de</strong> óleo 2.000 ha Valor Assumido<br />

Custo <strong>de</strong> Produção do Óleo Vegetal Custo associado ao processo <strong>de</strong> extração do óleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê 1,17 R$/litro Vianna, 2006 (6)<br />

Taxa <strong>de</strong> Câmbio Conversão Real – Dólar 1,77 R$/US$ FED<br />

Fontes:<br />

1 Balanço Energético Nacional 2010 (EPE).<br />

2 Soares, G. et al "Operação <strong>de</strong> um grupo gerador diesel utilizando óleo vegetal bruto como combustível" (2003).<br />

3 EPE – Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética “Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> CO₂ em projetos <strong>de</strong> Produção e Uso <strong>de</strong> Biocombustíveis”(2005).<br />

4 Zoneamento Agroecológico do Den<strong>de</strong>zeiro<br />

5 www.estadao.com.br/estadao<strong>de</strong>hoje/2010.0506/not_imp547683,0.php.<br />

6 Vianna, F. “An lise <strong>de</strong> Ecoefici ncia: Avaliação do Desempenho Econômico-Ambiental do Biodiesel e Petrodiesel”. Tese <strong>de</strong> mestrado da USP, 2006.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> óleo vegetal para mistura in natura no diesel <strong>de</strong> veículos, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis<br />

projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a<br />

venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-5 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas nacionalmente<br />

após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam as usinas potenciais médias que po<strong>de</strong>riam ser instaladas,<br />

caso fosse utilizado todo o potencial <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê no País. Contudo, vale ressaltar que esse resultado é<br />

bem maior que a <strong>de</strong>manda atual <strong>de</strong> 10% do consumo <strong>de</strong> diesel atual.<br />

Tabela 0-5 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Óleo vegetal para mistura Parcial com o Diesel veicular (Cenário<br />

baseado no potencial total do Brasil)<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 17.679 tCO₂/usina x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual potencial 502.861.298 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 5.028.612.980 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 28.443 usinas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 176.795 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 50.286 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 282.507 Milhões US$/usina<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

169<br />

Para ter um resultado mais compatível com a realida<strong>de</strong>, os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam<br />

as usinas potenciais médias que po<strong>de</strong>riam ser instaladas com base apenas no potencial <strong>de</strong> plantio que suprisse<br />

10% da <strong>de</strong>manda atual <strong>de</strong> diesel, para não superestimar o potencial.<br />

Tabela 0-6 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Óleo Vegetal para mistura Parcial com o Diesel veicular (Cenário<br />

baseado na <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> diesel atual do Brasil)<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 17.679 tCO₂/usina x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 5.179.014 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 51.790.141 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 293 usinas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 176.795 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos por projeto (CER a US$10) 518 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 10 Milhões US$/usina<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Até o momento, não há nenhum projeto <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> óleo vegetal para substituição parcial <strong>de</strong> diesel<br />

<strong>de</strong>senvolvido no Brasil. Apenas um projeto foi <strong>de</strong>senvolvido 63 no mundo (mais precisamente, no Paraguai). As<br />

barreiras à implementação <strong>de</strong>sse projeto, que são <strong>de</strong>stacadas em seu Documento <strong>de</strong> Concepção <strong>de</strong> Projeto,<br />

assemelham-se aos empecilhos para implementação <strong>de</strong> projetos similares no Brasil, <strong>de</strong>ntre os quais:<br />

� barreira <strong>de</strong> investimento; e<br />

� barreira <strong>de</strong> prática comum.<br />

A barreira <strong>de</strong> investimento consiste, principalmente, nas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> financiamento para<br />

esses projetos <strong>de</strong>vido aos seus elevados riscos intrínsecos, sobretudo, a <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> fatores naturais<br />

imprevisíveis. Além disso, parte da produção <strong>de</strong> óleo vegetal é feita em pequena escala, por agricultura<br />

familiar, o que limita ainda mais o acesso às linhas <strong>de</strong> crédito.<br />

As barreiras <strong>de</strong> prática comum ocorrem tanto na ótica do consumo (isto é, usuários <strong>de</strong> óleo vegetal), como<br />

na produção (isto é, produtores <strong>de</strong> óleo vegetal). No que concerne aos usuários, o óleo diesel vem sendo<br />

tradicionalmente usado há muito tempo. O óleo diesel comercializado atualmente contém 5% <strong>de</strong> biodiesel 64 ,<br />

que é o óleo vegetal transesterificado. Adicionalmente, o óleo vegetal in natura é tradicionalmente usado na<br />

indústria alimentícia e não é comumente usado como combustível. Muitos fabricantes <strong>de</strong> equipamentos<br />

industriais que utilizam óleo diesel não oferecem garantias para o uso <strong>de</strong> óleo vegetal. Portanto, o uso <strong>de</strong> óleo<br />

vegetal como combustível não é prática comum no País. Quanto aos produtores <strong>de</strong> óleo vegetal, por tratar-se<br />

<strong>de</strong> um novo segmento <strong>de</strong> mercado com a existência <strong>de</strong> poucos produtores até o momento, eles enfrentam<br />

dificulda<strong>de</strong>s associadas à compra <strong>de</strong> novos equipamentos, treinamento <strong>de</strong> pessoal e estabelecimento <strong>de</strong> novas<br />

relações com clientes que, em muitos casos, são diferentes daqueles que usavam óleo diesel sem essa mistura.<br />

Há riscos inevitáveis na mudança <strong>de</strong> um negócio que vinha dando certo para algo inovador e incerto.<br />

Finalmente, <strong>de</strong>ve ser ressaltado que, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> não haver projetos <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil, a sua<br />

implementação será inovadora e se <strong>de</strong>parará com os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> first of its kind.<br />

63 “Plant-Oil Production for Usage in Vehicles, Paraguay”.<br />

64 A Lei 11.097/2005 estabelece a obrigatorieda<strong>de</strong> da adição <strong>de</strong> biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final em 2% no ano <strong>de</strong> 2008 e 5% em<br />

2013.


170<br />

Biodiesel<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O projeto em questão consiste na mistura <strong>de</strong> 20% <strong>de</strong> biodiesel no diesel utilizado por veículos, produzido<br />

através do plantio <strong>de</strong> palma em áreas <strong>de</strong>gradadas no Brasil com potencial para o cultivo <strong>de</strong>ssa cultura. Como o<br />

potencial <strong>de</strong> plantio em todas as áreas <strong>de</strong>gradadas no Brasil é muito alto, optou-se por também fazer uma<br />

análise <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biodiesel com base no consumo atual do diesel. A redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong>sse projeto se<br />

dá na etapa <strong>de</strong> consumo do combustível, por utilizar menos combustível fóssil, mas os CERs vão para o<br />

produtor.<br />

Projeto <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Biodiesel: O caso <strong>de</strong> São Carlos<br />

O projeto proposto pela empresa RAETCH – Energy Conversion Systems Ltd., localizada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Carlos – SP, visa à<br />

produção <strong>de</strong> biodiesel para a utilização <strong>de</strong> uma mistura <strong>de</strong> B20 a B50 em veículos <strong>de</strong> uma frota cativa. Até novembro <strong>de</strong> 2010,<br />

esse era o único projeto brasileiro do setor <strong>de</strong> transportes baseado em metodologias da CQNUMC, e ainda se encontrava em<br />

fase <strong>de</strong> validação. De acordo com a literatura, para misturas <strong>de</strong> até 20% <strong>de</strong> biodiesel no diesel (B20), não é necessária nenhuma<br />

modificação nos motores dos automóveis. O projeto contempla que caso os resultados <strong>de</strong> análises sejam favoráveis no<br />

laboratório, po<strong>de</strong>-se utilizar até uma mistura B50 nesse projeto.<br />

A metodologia em que esse projeto se baseia contempla a geração <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono para os fabricantes <strong>de</strong> biodiesel,<br />

apesar da redução <strong>de</strong> emissão ocorrer na etapa do consumo do combustível, por reduzir o consumo <strong>de</strong> combustíveis fósseis. As<br />

ativida<strong>de</strong>s do projeto incluem a construção e operação <strong>de</strong> uma planta <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biodiesel, que será feito <strong>de</strong><br />

óleos/gorduras já utilizados, vindos <strong>de</strong> restaurantes ou indústrias <strong>de</strong> alimentos da cida<strong>de</strong> e arredores. As estimativas <strong>de</strong> custo<br />

do projeto são apresentadas a seguir:<br />

Custo <strong>de</strong> Coleta da Gordura/Óleo usado 0,12 US$/litro<br />

Custo do Processo: 0,09 US$/litro<br />

Custo <strong>de</strong> Reagentes: 0,45 US$/litro<br />

Custo <strong>de</strong> Operação: 0,17 US$/litro<br />

TOTAL: 0,83 US$/litro<br />

Taxas (valores <strong>de</strong> São Paulo)<br />

ICMS 0,98 US$/litro (18%)<br />

IPI 1,03 US$/litro (05%)<br />

Sendo assim, o custo estimado <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biodiesel nesse projeto é <strong>de</strong> US$1.03/litro. A estimativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão<br />

por esse projeto é <strong>de</strong> 410.416 tCO₂e por ano, com um tempo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> créditos estimado em 10 anos.<br />

Fonte: Documento <strong>de</strong> Concepção do Projeto da RAETCH – “Production and use of Biodiesel Blends with Variations of B20 to B50, it will be used in Automotive Vehicles and Fuel<br />

Retailers – Brasil”.<br />

Foram consi<strong>de</strong>radas, como uma usina média <strong>de</strong> biodiesel, uma que tivesse produção <strong>de</strong> 33.000 m 3 /ano,<br />

que é a média da capacida<strong>de</strong> instalada das usinas <strong>de</strong> biodiesel existentes, em construção e em operação, <strong>de</strong><br />

acordo com dados obtidos no “Mapa das usinas <strong>de</strong> Biodiesel 2010”, do Grupo Biodieselbr.<br />

O cálculo das áreas potenciais para plantio do <strong>de</strong>ndê foi feito com base nos mapas <strong>de</strong> uso e ocupação do<br />

solo e <strong>de</strong> zoneamento agroecológico, <strong>de</strong>senvolvidos pela Embrapa. O resultado po<strong>de</strong> ser observado na Figura<br />

0-1, a seguir. Apenas algumas usinas no Nor<strong>de</strong>ste e Norte possuem áreas <strong>de</strong>gradadas com potencial para plantio<br />

<strong>de</strong>ssa oleaginosa em um raio <strong>de</strong> 150 km, mas em que se localiza a maior parte das usinas, na Região Centro-Sul,<br />

não existem muitas áreas com potencial <strong>de</strong> plantio. A metodologia <strong>de</strong> MDL em que esse projeto foi baseado<br />

contempla a construção <strong>de</strong> uma nova usina, para que se consiga CERs através <strong>de</strong>sse. Portanto, no estudo será<br />

consi<strong>de</strong>rado o potencial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biodiesel <strong>de</strong> palma em cada Estado com potencial <strong>de</strong> plantio, e quantas<br />

usinas com um potencial médio <strong>de</strong> produção po<strong>de</strong>riam ser instaladas, <strong>de</strong> modo absorver essa produção.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Figura 0-1 – Áreas Degradadas com Potencial para Plantio <strong>de</strong> Dendê e<br />

Fonte: Elaboração própria baseado em Embrapa (2010) e ANP (2010).<br />

Localização das Usinas <strong>de</strong> Biodiesel Existentes<br />

Avaliação Técnica – Projeto <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> biodiesel ao diesel<br />

171<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

tabela a seguir e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-7.


172<br />

Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

E LB *tCO₂+ = PC Diesel [GJ/m 3 ] x Fração D/B [adimensional] x F Consumo Diesel [m 3 ] x Fat. Emissão Diesel *t CO₂/GJ+<br />

F Consumo Diesel [m 3 ] = ((PCI Biodiesel [GJ/m 3 ]/PCI Diesel [GJ/m 3 ]) x Produção Biodiesel [m 3 ])<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR *t CO₂+= E plantio *t CO₂++ E planta biodiesel *t CO₂+<br />

E Plantio *t CO₂+ = Fat. Emissão Plantio Palma *t CO₂e/ha+ x Área plantio *ha+<br />

E Planta Biodiesel *t CO₂+ = Fat. Emissão Produção <strong>de</strong> Biodiesel *t CO₂/t <strong>de</strong> óleo+ x Produção Biodiesel [t <strong>de</strong> óleo]<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-7 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

PCI Diesel Po<strong>de</strong>r Calorífero Inferior do Diesel 35,46 GJ/m 3 BEN 2010 (1)<br />

Fat. Emissão Diesel Fator <strong>de</strong> Emissão do Diesel 0,07 t CO₂/GJ IPCC 2006<br />

Consumo Diesel Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Diesel consumida no setor <strong>de</strong> transportes em 2009 25.752.912 m 3 BEN 2010<br />

Dens Diesel Densida<strong>de</strong> do Óleo Diesel 0,84 t/m 3 BEN 2010<br />

Fração D/B Fração <strong>de</strong> Mistura Diesel/Biodiesel comercializada em 2010 0,95 - ANP 2010<br />

PCI Biodiesel Po<strong>de</strong>r Calorífero Inferior do Biodiesel 34,85 GJ/m 3<br />

Holanda 2004 em EPE<br />

2005(2)<br />

Fat. Emissão Plantio Palma Fator <strong>de</strong> Emissão do plantio <strong>de</strong> Palma para Locais Tropicais Úmidos 1,87 t CO₂e/ha Metodologia ACM0017<br />

Produtivida<strong>de</strong> Óleo Palma Produtivida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> óleo obtido por área plantada <strong>de</strong> palma 4 t óleo/ha EMBRAPA 2010(3)<br />

Fat. Emissão Produção <strong>de</strong> Óleo Vegetal Fator <strong>de</strong> Emissão pela produção <strong>de</strong> Óleo Vegetal 0,027 tCO₂/1 t <strong>de</strong> óleo EPE 2005 (4)<br />

Consumo <strong>de</strong> Metanol Consumo <strong>de</strong> metanol fóssil no processo <strong>de</strong> transesterificação 0,0585 kg/MJ biodiesel Yee, K. 2009 (5)<br />

FE Metanol Fator <strong>de</strong> emissão com base na estequiometria 0,375 ton C/ton Metanol Metodologia ACM0017<br />

Conversão <strong>de</strong> carbono em CO₂ Cálculo estequiométrico 3,67 ton CO₂/ton C Metodologia ACM0017<br />

Dens Palma Densida<strong>de</strong> do Óleo <strong>de</strong> Palma 0,91 t/m3 Gulherme, S. 2003 (6)<br />

Dens Biodiesel Palma Densida<strong>de</strong> do Biodiesel 0,88 t/m 3 Villela, 2009 (7)<br />

Fração D/OV Projeto Fração <strong>de</strong> Mistura Diesel/Biodiesel proposta pelo projeto 0,80 - Metodologia ACM0017<br />

Área Plantio Áreas com potencial para produção <strong>de</strong> palma no Brasil 56.886.454 ha<br />

Elaboração própria<br />

baseado em Embrapa (3)<br />

F Conversão Óleo/Biodiesel Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> Óleo <strong>de</strong> palma para biodiesel 0,99 - Yee, K. 2009 (5)<br />

Produção Biodiesel<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Biodiesel que po<strong>de</strong> ser produzido na área com potencial <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> palma no Brasil para esse projeto<br />

255.989.043 m³ óleo calculado<br />

F Consumo Diesel Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diesel que seria consumido sem o projeto 251.548.825 m 3 calculado<br />

E LB Emissão Total da Linha <strong>de</strong> Base 619.579.004 t CO₂ calculado<br />

Média <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> das usinas existentes/em planejamento <strong>de</strong> biodiesel no País 33.000 m 3 /ano.usina Calculado <strong>de</strong> Biodieselbr (8)<br />

F Emissão Grid Fator <strong>de</strong> Emissão do Grid 0,079 t CO₂/MWh MCT, 2009<br />

Consumo Eletr Transesterificação Consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> transesterificação do óleo vegetal 0,003 GJ/GJ Biodiesel Yee, K. 2009 (5)<br />

Consumo Eletr Transesterificação Consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> transesterificação do óleo vegetal 0,101 GJ/m 3 Biodiesel calculado<br />

Fat. Emissão Produção <strong>de</strong> Biodiesel Fator <strong>de</strong> Emissão pela produção <strong>de</strong> Biodiesel 0,002<br />

tCO₂/m 3 <strong>de</strong><br />

biodiesel<br />

calculado<br />

E Planta Biodiesel Emissão pela produção <strong>de</strong> biodiesel 648.384 t CO₂ calculado<br />

Investimento Produção <strong>de</strong><br />

Biodiesel<br />

Investimento necessário para a parte industrial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biodiesel,<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando-se o plantio e extração <strong>de</strong> óleo vegetal<br />

NA R$/(m³/ano)<br />

Taxa <strong>de</strong> Câmbio Conversão Real – Dólar (2010) 1,77 R$/US$ FED<br />

Fontes:<br />

1 Balanço Energético Nacional 2010 (EPE).<br />

2 Holanda, A. Biodiesel e Inclusão Social: Relatório apresentado ao Conselho <strong>de</strong> Altos Estudos e Avaliação Tecnológica. Centro <strong>de</strong> Documentação e Informação, Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong><br />

Publicação. Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Altos Estudos 1. Brasília. 2004 in EPE – Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética “Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> CO₂ em projetos <strong>de</strong> Produção e Uso <strong>de</strong><br />

Biocombustíveis”(2005).<br />

3 Zoneamento Agroecológico do Den<strong>de</strong>zeiro.<br />

4 EPE – Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética “Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> CO₂ em projetos <strong>de</strong> Produção e Uso <strong>de</strong> Biocombustíveis”(2005).<br />

5 Yee, K. et al "Life cycle assessment of palm biodiesel: Revealing facts and benefits for sustainability. Applied Energy 86 p. 189–196, 2009.<br />

6 Soares, G. et al "Operação <strong>de</strong> um grupo gerador diesel utilizando óleo vegetal bruto como combustível" (2003).<br />

7 Villela, A. “O Dend como Alternativa energética sustent vel em reas <strong>de</strong>gradadas da Amazônia”. Tese <strong>de</strong> Mestrado do Programa <strong>de</strong> Planejamento Energético da UFRJ (2009).<br />

8 Mapa das Usinas <strong>de</strong> Biodiesel 2010. Biodieselbr.<br />

9 www.estadao.com.br/estadao<strong>de</strong>hoje/2010.0506/not_imp 547683,0.php.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

173<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo <strong>de</strong> adição do biodiesel ao diesel, contemplando o<br />

número <strong>de</strong> possíveis projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial<br />

receita com a venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-8 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam as usinas potenciais médias que po<strong>de</strong>riam ser instaladas,<br />

caso fosse utilizado todo o potencial <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê no País. Contudo, vale ressaltar que esse resultado é<br />

bem maior que a <strong>de</strong>manda atual <strong>de</strong> 20% do consumo <strong>de</strong> diesel atual.<br />

Tabela 0-8 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Biodiesel para mistura Parcial com o Diesel veicular (Cenário baseado no<br />

potencial total do Brasil)<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 65.292 tCO₂/usina x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual potencial 505.882.943 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 5.058.829.4303 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 7.757 usinas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 652.921 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 50.588 Milhões US$<br />

Custo do Investimento NA Milhões US$/usina<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Para ter um resultado mais compatível com a realida<strong>de</strong>, os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam<br />

as usinas potenciais médias que po<strong>de</strong>riam ser instaladas com base no potencial <strong>de</strong> plantio que suprisse apenas<br />

20% da <strong>de</strong>manda atual <strong>de</strong> diesel, para não superestimar o potencial.<br />

Tabela 0-9 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Biodiesel para mistura Parcial com o Diesel veicular (Cenário baseado na<br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> diesel atual do Brasil)<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 65.988 tCO₂/usina x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 10.299.295 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 102.992.953 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 156 usinas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 659.880 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos por projeto (CER a US$10) 1.030 Milhões US$<br />

Custo do Investimento NA Milhões US$/usina<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Há apenas um projeto <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biodiesel para substituição parcial do diesel já <strong>de</strong>senvolvido no<br />

Brasil 65 . Esse projeto consiste no uso <strong>de</strong> óleo já utilizado e gordura para a produção <strong>de</strong> biodiesel. Com base na<br />

avaliação do Documento <strong>de</strong> Concepção <strong>de</strong>sse projeto, as principais barreiras à implementação <strong>de</strong> projetos<br />

<strong>de</strong>sse tipo no País são tecnológicas e <strong>de</strong> prática comum.<br />

A principal barreira tecnológica é a falta <strong>de</strong> infraestrutura para suprir os recursos necessários para a produção<br />

do biodiesel. Apesar <strong>de</strong> haver quantida<strong>de</strong> representativa <strong>de</strong> matéria-prima para a produção do biodiesel, como óleo<br />

jogado fora, não há práticas <strong>de</strong> manejo, coleta e controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses rejeitos. A implementação do projeto<br />

requer a construção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> logística, que <strong>de</strong>manda vultosos investimentos.<br />

65 “Production and use of Biodiesel Blends with Variations of B20 to B50, it will be used in Automotive Vehicles and Fuel Retailers”.


174<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A barreira <strong>de</strong> prática comum é relacionada à mudança <strong>de</strong> matéria-prima para a produção <strong>de</strong> biodiesel.<br />

Quando o programa foi iniciado, i<strong>de</strong>alizou-se que a produção <strong>de</strong> biodiesel seria feita com diversos tipos <strong>de</strong><br />

oleaginosas, principalmente, provenientes da agricultura familiar. No entanto, cerca <strong>de</strong> 80% do biodiesel<br />

fabricado atualmente no Brasil utilizam óleo <strong>de</strong> soja, que é uma cultura altamente mecanizada e que não tem<br />

rendimentos <strong>de</strong> óleo muito altos. Porém, a indústria <strong>de</strong> soja no País é muito bem consolidada, possibilitando a<br />

disponibilização <strong>de</strong>sse óleo para a indústria <strong>de</strong> biodiesel. Outras culturas, como a palma, possuem rendimentos <strong>de</strong><br />

óleo muito maiores e po<strong>de</strong>riam ser utilizadas. Entretanto, para tal, faz-se necessário um planejamento <strong>de</strong> plantio<br />

e <strong>de</strong> logística, <strong>de</strong> modo que o óleo <strong>de</strong> palma consiga ser atrativo e suficiente, possibilitando uma maior<br />

participação <strong>de</strong>ssa oleaginosa na produção <strong>de</strong> biodiesel.<br />

Finalmente, <strong>de</strong>ve ser mencionada uma barreira enfrentada pelos biocombustíveis em geral, que refere-se à<br />

percepção <strong>de</strong> que a utilização <strong>de</strong> óleos vegetais em biocombustíveis competirá com a produção <strong>de</strong> alimentos,<br />

resultando em aumento do nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas áreas <strong>de</strong> plantio para aten<strong>de</strong>r o<br />

aumento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>sse produto. O óleo <strong>de</strong> palma, que foi sugerido neste estudo como a oleaginosa para<br />

produção <strong>de</strong> biodiesel na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto, por não ser um óleo comestível, não compete com a indústria <strong>de</strong><br />

alimentos. Além disso, as áreas sugeridas como potenciais para seu plantio são áreas já <strong>de</strong>gradadas.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 2<br />

Assim como no elo 1, a Tabela 0-10 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE<br />

propostos no âmbito do MDL, no Brasil e no resto do mundo, que se enquadram no elo 2. Contudo, esse<br />

projeto não possui metodologia pela CQNUMC, apesar <strong>de</strong> já existirem alguns projetos em construção no<br />

mundo, mas não no âmbito do MDL.<br />

Tabela 0-10 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 2 – Setor <strong>de</strong> Transporte<br />

Iniciativas <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong><br />

Emissão –<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL<br />

Mudança<br />

Modal no<br />

Transporte<br />

do Etanol<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

* Excluem-se os Projetos Rejeitados.<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Elo 2 – Distribuição do Combustível<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

Rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos *<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no resto do<br />

Mundo<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos*<br />

- - - - - - - -<br />

Observando a Tabela 0-10, ainda não foi registrado nenhum projeto <strong>de</strong> MDL no Brasil e nem no mundo<br />

referente à mudança modal no transporte <strong>de</strong> etanol, já que esse projeto não é baseado em nenhuma<br />

metodologia <strong>de</strong> MDL.<br />

A redução <strong>de</strong> emissões nesse projeto se dá pela redução do transporte rodoviário <strong>de</strong> etanol, que<br />

comumente no Brasil é feito através <strong>de</strong> caminhões, que utilizam combustíveis fósseis. A proposta do projeto é<br />

a construção <strong>de</strong> dutos para transportar o etanol (alcooldutos), que reduziriam ou substituiriam a necessida<strong>de</strong><br />

do transporte rodoviário.<br />

A iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões no elo 2 é <strong>de</strong>scrita na subseção a seguir.<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEE Relacionados à Distribuição <strong>de</strong> Combustíveis<br />

No elo <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> combustíveis ainda não existe nenhuma metodologia aprovada ou em aprovação na<br />

CQNUMC, motivo pelo qual optou-se por propor um projeto para esse elo que po<strong>de</strong>ria reduzir significativamente<br />

as emissões <strong>de</strong> GEE, mesmo sem base em metodologias.


Mudança Modal no Transporte <strong>de</strong> Combustíveis<br />

Alcooldutos<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

175<br />

O projeto em questão consiste na substituição do transporte <strong>de</strong> etanol do rodoviário por dutos. Para<br />

consi<strong>de</strong>rar os projetos potenciais, verificou-se os maiores fluxos interestaduais dos dois tipos <strong>de</strong> álcool<br />

comercializados no País: o anidro e hidratado, através <strong>de</strong> dados disponíveis na Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo,<br />

Gás natural e Biocombustíveis (ANP) no relatório <strong>de</strong> Movimentação <strong>de</strong> Produto <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2010. Para o<br />

cálculo das distâncias do alcoolduto, consi<strong>de</strong>rou-se que o fluxo sairia da unida<strong>de</strong> com maior produção do<br />

Estado, por falta <strong>de</strong> dados disponíveis <strong>de</strong>ssa informação. Alguns dados <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> um projeto como esse<br />

foram retirados <strong>de</strong> outros projetos existentes no Brasil e no mundo, já que não existe metodologia em que se<br />

possa basear para esses cálculos.<br />

Avaliação Técnica – Projeto <strong>de</strong> Alcooldutos<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-11 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-12.<br />

Tabela 0-11 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB *t CO₂/ano+= Consumo Diesel *L/ano+ x Fat. Emissão Diesel *t CO₂/GJ+ x PC Diesel *GJ/L+ x Fração D/B<br />

Consumo Diesel [L/ano] = Eficiência Consumo Caminhão Med [L/km] x (Carga Total [m 3 ]/Carga caminhão Med [m 3 ]) x Dist média [km] x Fat. Viagem<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR *t CO₂/ano+ = Quantida<strong>de</strong> etanol transporte duto [m 3 /ano] x Consumo energético bombas [MWh/m 3 ] x Fator Emissão grid *t CO₂/MWh+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-12 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

PCI Diesel Po<strong>de</strong>r Calorífero Inferior do Diesel 0,036 GJ/L BEN 2010<br />

Fração D/B Fração <strong>de</strong> Mistura Diesel/Biodiesel comercializada em 2009 0,97 - ANP 2010<br />

Fat. Emissão Diesel Fator <strong>de</strong> Emissão do Diesel 0,07 t CO₂/GJ IPCC 2006<br />

Fat. Viagem Fator <strong>de</strong> viagem <strong>de</strong> retorno 2,00 - Metodologia NM0320<br />

Dens. Etanol Densida<strong>de</strong> média do etanol 0,82 t/m 3 CNT (1)<br />

Vol. Caminhão Max Volume do caminhão <strong>de</strong> maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte 30,00 m 3 CNT (1)<br />

Vol. Caminhão Min Volume do caminhão <strong>de</strong> menor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte 8,00 m 3 CNT (1)<br />

Vol. Caminhão Med Volume do caminhão capacida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> transporte 19,00 m 3 calculado<br />

Carga Caminhão Max Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do caminhão <strong>de</strong> maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte 24,60 t <strong>de</strong> etanol CNT (1)<br />

Carga Caminhão Min Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do caminhão <strong>de</strong> menor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte 6,50 t <strong>de</strong> etanol CNT (1)<br />

Carga Caminhão Med Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga média <strong>de</strong> um caminhão <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> etanol 15,55 t <strong>de</strong> etanol calculado<br />

Eficiência Cons. Caminhão Max Consumo médio <strong>de</strong> combustível do caminhão <strong>de</strong> maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte 0,50 L/km CNT (1)<br />

Eficiência Cons. Caminhão Min Consumo médio <strong>de</strong> combustível do caminhão <strong>de</strong> menor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte 0,20 L/km CNT (1)<br />

Eficiência Cons. Caminhão Med Consumo <strong>de</strong> combustível médio <strong>de</strong> um caminhão <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> etanol 0,35 L/km calculado<br />

Consumo Energético Bombas Consumo Energético por estações <strong>de</strong> Bombeamento 0,01<br />

MWh/m 3<br />

transportado<br />

Quilometragem a partir da qual o bombamento se faz necessário 130,00 km/bomba<br />

Adaptado <strong>de</strong> Centro Sul<br />

Transportadora Dutoviária (2)<br />

Centro Sul Transportadora<br />

Dutoviária (2)<br />

% <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> operação 0,85 - ICF expert judgement<br />

Custo do Investimento R$2.319.587,63 R$/km<br />

Centro Sul Transportadora<br />

Dutoviária (2)<br />

Taxa <strong>de</strong> Câmbio Conversão Real – Dólar 1,77 R$/US$ FED<br />

EFgrid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

EFgrid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

Fator Emissão Grid Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada 0,16 tCO₂/MWh<br />

Fontes:<br />

1 Confe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Transportes – Comunicação Pessoal com Marilei Menezes.<br />

2 Centro Sul Transportadora Dutoviária. Dutos para Estanol – <strong>de</strong>safios e perspectivas.<br />

Disponível em www.ethanolsummit.com.br/ upload/palestrante/20090615045853703600681561.pdf.<br />

Calculado <strong>de</strong> acordo com a<br />

"Ferramenta para calcular o fator <strong>de</strong><br />

emissão para um sistema elétrico"


176<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

transporte <strong>de</strong> etanol por dutos, contemplando o número <strong>de</strong> possíveis projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong><br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos<br />

necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-13 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

com base em dados obtidos <strong>de</strong> projetos similares existentes no Brasil e no mundo, alimentadas com<br />

informações coletadas nacionalmente, após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam os alcooldutos potenciais que po<strong>de</strong>m ser construídos,<br />

consi<strong>de</strong>rando os maiores fluxos interestaduais <strong>de</strong> álcool anidro e hidratado no País.<br />

Tabela 0-13 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Alcooldutos<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 22 tCO₂/km x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 897.126 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 8.971.260 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 42 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 213.601 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos por projeto (CER a US$10) 90 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 1,3 Milhões US$/km<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Atualmente, não há metodologia aprovada ou em fase <strong>de</strong> aprovação pela CQNUMC para projetos que<br />

envolvam mudança modal no transporte <strong>de</strong> etanol. Entretanto, é importante mencionar que a mudança do<br />

transporte <strong>de</strong> etanol <strong>de</strong> caminhões por dutos gera reduções <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs significativas, já que, no<br />

Brasil, esse transporte é feito principalmente por caminhões.<br />

O fato <strong>de</strong> não haver nenhum projeto <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong>senvolvido no Brasil, e no mundo, somado à<br />

inexistência <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> informação sobre o tema, são as principais barreiras para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses<br />

projetos no País – prática comum. Outra barreira seria o licenciamento ambiental para a construção, que<br />

po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>mandar tempo para o início do projeto. A dificulda<strong>de</strong> na obtenção <strong>de</strong> financiamento também é uma<br />

barreira para esse projeto, já que a construção <strong>de</strong> dutos requer elevado investimento inicial.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 3<br />

Similarmente aos elos 1 e 2, a Tabela 0-14 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong><br />

GEE propostos no MDL no Brasil e no resto do mundo, e que se enquadram no elo 3. Essa tabela contém<br />

também o potencial total e médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão gerada por projetos <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil.<br />

Observa-se que, no Brasil, ainda nenhum projeto <strong>de</strong> eficiência energética e <strong>de</strong> mudança no transporte <strong>de</strong><br />

cargas foi proposto no âmbito do MDL. No resto do mundo, 17 projetos <strong>de</strong> eficiência energética foram<br />

propostos no âmbito do MDL, dos quais 11 projetos são referentes a Sistemas Rápidos <strong>de</strong> Transporte <strong>de</strong><br />

Ônibus, também conhecidos como BRT <strong>de</strong> sua sigla em inglês (AM0031), cinco projetos <strong>de</strong> Sistemas Rápidos <strong>de</strong><br />

Transporte <strong>de</strong> Massa (ACM0016) e um projeto <strong>de</strong> Utilização <strong>de</strong> Bon<strong>de</strong>s em Sistemas Rápidos <strong>de</strong> Transporte <strong>de</strong><br />

Massa (AMS-III.U).<br />

A metodologia <strong>de</strong> mudança modal no transporte <strong>de</strong> cargas (AM0090) foi aprovada recentemente, e <strong>de</strong>ssa<br />

forma, ainda não possui nenhum projeto aprovado ou em aprovação (no Brasil ou no mundo).


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-14 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 3 – Setor <strong>de</strong> Transporte<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong><br />

Emissão – Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

Mudança Modal do<br />

Transporte <strong>de</strong> Cargas<br />

Eficiência Energética – VLT e<br />

Metrô<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 3 – Consumo por Veículos<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

Rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos*<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano)*<br />

177<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL no resto<br />

do Mundo<br />

Número total<br />

<strong>de</strong> Projetos*<br />

AM0090 - - - - - - - -<br />

ACM0016 - - - - - - - 5<br />

Eficiência Energética – BRT AM0031 - - - - - - - 11<br />

Eficiência Energética –<br />

Bon<strong>de</strong>s<br />

Eficiência Energética –<br />

Veículos Elétricos<br />

Eficiência Energética –<br />

Retrofit<br />

AMS-III.U - - - - - - - 1<br />

AMS-III.C - - - - - - - -<br />

AMS-III.AA - - - - - - - -<br />

Uso <strong>de</strong> Biocombustíveis AMS-III.AK - - - - - - - -<br />

Com base nessa avaliação das metodologias da CQNUMC, <strong>de</strong>ntre as iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> GEE que<br />

po<strong>de</strong>m ser implementadas no elo 3, <strong>de</strong>stacam-se: utilização <strong>de</strong> forma mais eficiente do combustível por<br />

transportes <strong>de</strong> cargas, melhoria dos transportes <strong>de</strong> passageiros e uso <strong>de</strong> biocombustíveis.<br />

No elo <strong>de</strong> consumo do combustível, foram avaliadas 7 metodologias, das quais 3 foram incluídas no estudo do<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs no País, agrupadas em 2 tipos <strong>de</strong> projetos principais concernentes ao<br />

consumo <strong>de</strong> combustíveis: mudança modal no transporte <strong>de</strong> cargas e eficiência energética no transporte <strong>de</strong><br />

passageiros.<br />

O projeto <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> biocombustíveis do elo 3 não será consi<strong>de</strong>rado, pois a metodologia contemplada no elo 1<br />

para biodiesel (ACM0017) é muito similar ao cálculo proposto pela AMS.III.AK, com a diferença que essa última é <strong>de</strong><br />

pequena escala.<br />

Dentro do setor <strong>de</strong> eficiência energética no transporte <strong>de</strong> passageiros, os projetos <strong>de</strong> retrofit, veículos<br />

elétricos e bon<strong>de</strong>s não serão consi<strong>de</strong>rados neste estudo. Os veículos elétricos ainda não são muito<br />

competitivos quando comparados a outras tecnologias, por seu alto custo. Os bon<strong>de</strong>s foram consi<strong>de</strong>rados<br />

menos competitivos do que um sistema que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado similar, porém mais mo<strong>de</strong>rno e<br />

contemplado no estudo: os Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). Já a tecnologia retrofit não foi consi<strong>de</strong>rada por<br />

falta <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> projetos que servissem como base para parâmetros <strong>de</strong> cálculo, além do fato <strong>de</strong> que foi<br />

consi<strong>de</strong>rado que é mais interessante investir em novas tecnologias, que foram propostas (como BRT e VLT) do<br />

que investir no sistema <strong>de</strong> ônibus existente, em que faltam planejamento e eficiência <strong>de</strong> operação.<br />

As iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões no elo 3 são <strong>de</strong>scritas nas subseções a seguir.<br />

Eficiência Energética no Transporte <strong>de</strong> Passageiros<br />

Os projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão consi<strong>de</strong>rados incluem a mudança no transporte urbano <strong>de</strong> passageiros<br />

por sistemas mais eficientes que os sistemas <strong>de</strong> transporte rodoviário por ônibus, que são mais comumente<br />

utilizados nas gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s brasileiras.<br />

De acordo com o “Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil”, <strong>de</strong>senvolvido pelo Banco Mundial (2010), para<br />

o setor <strong>de</strong> transporte, as principais medidas <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE no setor <strong>de</strong>vem privilegiar a maior<br />

utilização <strong>de</strong> modos alternativos ao transporte rodoviário (mudança modal) e promover a racionalização do uso<br />

<strong>de</strong>sses modos no transporte urbano, ou ainda incentivar o uso <strong>de</strong> veículos que usem combustíveis menos<br />

poluentes em todos os segmentos. Todas essas iniciativas estão presentes no elo 3 da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>sse setor,<br />

evi<strong>de</strong>nciando um gran<strong>de</strong> potencial para redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE no Brasil.<br />

As metodologias ACM0016 e AM0031 se aplicam a esses projetos. As emissões <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base consistem nas<br />

emissões provenientes do consumo <strong>de</strong> petrodiesel pelo transporte urbano <strong>de</strong> passageiros por ônibus convencionais.


178<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Para emissão do projeto, as emissões contabilizadas são as emissões provenientes dos novos sistemas propostos <strong>de</strong><br />

transporte urbano, que possuem menor emissão <strong>de</strong> GEEs que os sistemas tradicionais.<br />

Sistemas Rápidos <strong>de</strong> Transporte <strong>de</strong> Massa (sigla em inglês, MRTS) são serviços <strong>de</strong> transporte urbano <strong>de</strong><br />

passageiros que possuem alto nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, especialmente no que se diz respeito a horas <strong>de</strong> viagem e<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passageiros. O MRTS po<strong>de</strong> ser baseado em sistemas <strong>de</strong> transporte elevados, <strong>de</strong> superfície ou<br />

subterrâneos ou sistemas <strong>de</strong> ferrovias. O MRTS po<strong>de</strong> ser ferroviário (metrôs ou Veículos Leves sobre Trilhos –<br />

VTL) ou rodoviário (que também po<strong>de</strong> ser chamado <strong>de</strong> BRT, sigla em inglês).<br />

Bus Rapid Transit (BRT)<br />

O BRT é um Sistema Rápido <strong>de</strong> Ônibus, capaz <strong>de</strong> transportar uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passageiros com<br />

rotas <strong>de</strong>finidas. A redução <strong>de</strong> emissão pela implementação do BRT po<strong>de</strong> ocorrer através da melhoria da<br />

eficiência do combustível <strong>de</strong>vido ao uso <strong>de</strong> ônibus mais novos e maiores que os convencionais, tornando o<br />

transporte público mais eficiente e atrativo.<br />

Projeto <strong>de</strong> Bus Rapid Transit: O caso da Colômbia<br />

O projeto TransMilenio II-IV é elegível a créditos <strong>de</strong> carbono pela implementação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> massa mais eficientes através da<br />

construção do BRT em Bogotá, capital colombiana. O projeto prevê a construção <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 130 km <strong>de</strong> vias exclusivas para BRT<br />

até 2012, incluindo estações novas e <strong>de</strong> integração com linhas <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong>sse sistema. Os ônibus operando nas vias<br />

exclusivas terão capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 160 passageiros, e os <strong>de</strong> alimentação das linhas, serão ônibus novos com capacida<strong>de</strong> para 70-90<br />

passageiros. Diariamente, 1.800 passageiros po<strong>de</strong>rão ser transportados por esse sistema.<br />

A emissão <strong>de</strong> redução se dá pelo uso <strong>de</strong> uma frota <strong>de</strong> ônibus mais nova e mai s eficiente em consumo <strong>de</strong> combustível que a<br />

convencional, por aumentar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passageiros por veículo <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> massa, por melhorar as condições <strong>de</strong><br />

tráfegos dos ônibus, diminuindo o engarrafamento e com a compra <strong>de</strong> bilhetes antes do embarque, o que diminui o tempo <strong>de</strong><br />

viagem e torna esse sistema mais atrativo e faz com que passageiros que utilizariam outros métodos <strong>de</strong> transporte (como<br />

veículos privados, taxis e outro), utilizem o BRTA estimativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão por esse projeto é <strong>de</strong> 246.563 tCO₂e por ano,<br />

com um tempo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> créditos estimado em 7 anos.<br />

O projeto em questão consiste na substituição <strong>de</strong> parte do transporte <strong>de</strong> passageiros dos sistemas<br />

convencionais <strong>de</strong> ônibus por sistemas BRT.<br />

Foi consi<strong>de</strong>rado que as cida<strong>de</strong>s brasileiras com mais <strong>de</strong> 500.000 habitantes teriam potencial para<br />

implantar um sistema <strong>de</strong> BRT, e o número <strong>de</strong>sses projetos seria proporcional a essa população em cada cida<strong>de</strong>.<br />

Algumas cida<strong>de</strong>s brasileiras já possuem planejamento <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>sse sistema, principalmente como<br />

investimento para a Copa <strong>de</strong> 2014, que acontecerá no País.<br />

Para os cálculos, foi consi<strong>de</strong>rado que esse sistema reduziria em 20% o consumo <strong>de</strong> diesel, se comparado<br />

ao sistema tradicional, e que 60% do diesel consumido pelo transporte urbano se daria na rota do BRT,<br />

baseado em um estudo similar, <strong>de</strong>senvolvido pelo Banco Mundial, “Low-Carbon Energy Projects for<br />

Development in Sub-Saharian Africa” (2008).<br />

Avaliação Técnica – Projeto <strong>de</strong> Bus Rapid Transit (BRT)<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-15 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-16.


Tabela 0-15 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

E LB = PCI Diesel [GJ/L] x Fração D/B [adimensional] x Consumo Urbano Diesel [L] x Fat. Emissão Diesel *t CO₂/GJ+<br />

Emissões do Projeto<br />

Consumo Diesel BRT = Consumo Urbano Diesel x Fração Consumo BRT x Fração Redução Cons. BRT<br />

E PR = Cons. Diesel BRT x PCI Diesel x Fat. Emissão Diesel<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E PR – E LB<br />

Tabela 0-16 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

PCI Diesel Po<strong>de</strong>r Calorífero Inferior do Diesel 0,04 GJ/L BEN 2010<br />

Fração D/B Fração <strong>de</strong> Mistura Diesel/Biodiesel comercializada em 2009 0,97 - ANP 2010<br />

Fat. Emissão Diesel Fator <strong>de</strong> Emissão do Diesel 0,07 t CO₂/GJ IPCC 2006<br />

179<br />

Consumo Diesel Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Diesel consumida no setor <strong>de</strong> transportes rodoviários 24.900.672.000 L BEN 2010<br />

F Cons Urbano Fração <strong>de</strong> diesel consumido no setor <strong>de</strong> transporte urbano 0,58 - Banco Mundial, 2010<br />

Consumo Urbano Diesel Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Diesel consumida no setor <strong>de</strong> transporte rodoviário urbano em 2009 14.442.389.760 L calculado<br />

E LB Emissão Total da Linha <strong>de</strong> Base 37.328.609 t CO₂ calculado<br />

F Consumo BRT Fator consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> diesel rota <strong>de</strong> BRT a ser implementada 0,60 – World Bank, 2008<br />

F Redução Cons BRT Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> diesel pela implementação do projeto 0,20 – World Bank, 2008<br />

Consumo Diesel BRT Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Diesel consumida pelo projeto <strong>de</strong> BRT 6.932.347.085 L calculado<br />

Consumo Frota Urbana Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Diesel consumida pelo restante da frota urbana durante o projeto 4.621.564.723 L calculado<br />

E PR Emissão pelo Projeto 29.862.887 t CO₂ calculado<br />

RE Redução <strong>de</strong> Emissão 7.465.722 t CO₂ calculado<br />

Potencial <strong>de</strong> Construção Estimativa <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> sistema BRT a partir dos projetos divulgados pela CNT 0,000023 km <strong>de</strong> BRT/habitante calculado<br />

Investimento BRT Fator <strong>de</strong> investimento por km <strong>de</strong> BRT 15 US$Milhões/km Plano CNT <strong>de</strong> Logística 2010<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

implementação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros mais eficiente, o BRT, contemplando o número <strong>de</strong><br />

possíveis projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita<br />

com a venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-17 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base na metodologia <strong>de</strong> MDL citada para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam as cida<strong>de</strong>s que foram consi<strong>de</strong>radas com potencial para<br />

instalação <strong>de</strong> um sistema como esse, <strong>de</strong> acordo com o critério já mencionado anteriormente.<br />

Tabela 0-17 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética no Transporte <strong>de</strong> Passageiros – Bus Rapid Transit (BRT)<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 67.870 tCO₂/unida<strong>de</strong> x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 7.465.722 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 74.657.219 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 110 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 678.702 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos por projeto (CER a US$10) 747 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 15 Milhões US$/km<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


180<br />

Barreiras<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Atualmente, não há nenhum projeto <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong>senvolvido no Brasil, porém alguns já foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidos no mundo: um na Colômbia 66 , um na China 67 e alguns no México 68 . Desses, apenas os<br />

Documentos <strong>de</strong> Concepção do Projeto dos projetos <strong>de</strong>senvolvidos na Colômbia e na China apresentaram<br />

análise <strong>de</strong> barreiras.<br />

Com base na avaliação das barreiras apontadas nesses projetos, a primeira e principal barreira à<br />

implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> eficiência energética em transporte <strong>de</strong> passageiros associa-se ao fato <strong>de</strong> que o<br />

sistema BRT não cobre seus custos, mesmo quando em pleno funcionamento. Ou seja, trata-se <strong>de</strong> um sistema que<br />

precisa <strong>de</strong> subsídios governamentais ad eternum – um sistema que não é financeiramente sustentável. No caso do<br />

projeto chinês, apresentou-se um cálculo indicando que 2/3 dos custos do sistema são cobertos por meio <strong>de</strong> seu<br />

funcionamento, ao passo que os <strong>de</strong>mais 1/3 são por conta do governo. Porém, os custos <strong>de</strong> BRT e o tempo <strong>de</strong><br />

implementação são bem menores que as outras opções propostas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> massa (VLT e metrô).<br />

No caso do projeto colombiano, a principal barreira <strong>de</strong> investimento consiste no cálculo do custo real <strong>de</strong><br />

um projeto <strong>de</strong>sse tipo. Isso porque o preço estimado inicialmente não se confirmou em fases posteriores.<br />

O bom <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> BRT também está relacionado com o planejamento do setor. No<br />

Brasil, o planejamento <strong>de</strong> transportes urbanos é <strong>de</strong>scentralizado, visto que cada cida<strong>de</strong> é responsável pelo seu<br />

próprio sistema <strong>de</strong> transporte urbano. Essa <strong>de</strong>scentralização po<strong>de</strong> ser apontada como fator limitador à<br />

implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto em diversas cida<strong>de</strong>s brasileiras, já que inexiste qualquer regulamentação<br />

que obrigue a adoção <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros – isto é, trata-se <strong>de</strong> uma ação<br />

voluntária.<br />

Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)<br />

O projeto em questão consiste na substituição <strong>de</strong> parte do transporte <strong>de</strong> passageiros dos sistemas<br />

convencionais <strong>de</strong> ônibus por sistemas VLT, ou Veículos Leves sobre Trilhos. O VLT po<strong>de</strong> ser comparado a um<br />

sistema mais mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> bon<strong>de</strong>s, compartilhando espaço com o tráfego comum, mas com priorida<strong>de</strong> viária. A<br />

redução <strong>de</strong> emissão pela implementação do VLT irá ocorrer através da melhoria da eficiência do combustível<br />

<strong>de</strong>vido ao uso <strong>de</strong> um transporte <strong>de</strong> massa mais leve e flexível que as ferrovias comuns.<br />

Foi consi<strong>de</strong>rado que as cida<strong>de</strong>s brasileiras com mais <strong>de</strong> 1.000.000 habitantes teriam potencial para<br />

implantar um sistema <strong>de</strong> VLT. Algumas cida<strong>de</strong>s brasileiras já possuem planejamento <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>sse<br />

sistema, principalmente como investimento para a Copa <strong>de</strong> 2014, que acontecerá no País. Também foram<br />

consi<strong>de</strong>radas outras cida<strong>de</strong>s com potencial para implementar esse projeto.<br />

Para os cálculos <strong>de</strong> emissão, por falta <strong>de</strong> projetos registrados, foram consi<strong>de</strong>rados dados <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong><br />

VLT já existentes no mundo.<br />

Avaliação Técnica– Projeto <strong>de</strong> Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-18 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-19.<br />

66 “BRT Bogot , Colombia: TransMilenio Phase to V”.<br />

67 “BRT Chongqing Lines 1-4, China”.<br />

68 “BRT Metrobus nsurgentes and Eje 4, Mexico” e “BRT Lines 1-5 EDOMEX, Mexico”.


Tabela 0-18 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

E LB = NV [viagens <strong>de</strong> carro evitadas/km.dia] x CI [km] x PCI Gasolina [GJ/L] x Fração G/E [adimensional] x Consumo Gasolina [L/viagens <strong>de</strong> carro evitadas] x Fat. Emissão Gasolina *kg CO₂/GJ+ x 365<br />

Consumo Gasolina = FD [adimensional] x CI [km]/E Veículo [km/L]<br />

Emissões do Projeto<br />

EP = Viagens <strong>de</strong> VLT * C *km+ * Fração D/B *adimensional+ * Fat. Emissão Diesel *kg CO₂e/km+ * 365<br />

Viagens <strong>de</strong> VLT = CI [km] * P dia [passageiros/km.dia]/CR VLT [passageiros/viagem <strong>de</strong> VLT]<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-19 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

PCI Gasolina Po<strong>de</strong>r Calorífico Inferior da Gasolina 0,032 GJ/L BEN 2009<br />

Fração D/B Fração <strong>de</strong> Mistura Diesel/Biodiesel comercializada em 2010 0,95 - ANP 2010<br />

Fração G/E Fração <strong>de</strong> Mistura Gasolina/Etanol comercializada em 2010 0,75 - ANP 2010<br />

FD<br />

Fator <strong>de</strong> distância <strong>de</strong> viagem = distância percorrida por um<br />

veículo na linha <strong>de</strong> base/Comprimento do trilho <strong>de</strong> VLT<br />

implementado<br />

181<br />

0,5 - Valor assumido<br />

Fat. Emissão Gasolina Fator <strong>de</strong> Emissão da Gasolina em veículos leves 74,40 kg CO₂e/GJ IPCC 2006<br />

Fat. Emissão Diesel Fator <strong>de</strong> Emissão do Diesel em VLT 0,08 kg CO₂e/km DEFRA 2009 (1)<br />

NV Número <strong>de</strong> viagens <strong>de</strong> carro reduzidas 375 viagens <strong>de</strong> carro evitadas/km.dia VLT <strong>de</strong> Ottawa (Canadá) (2)<br />

CT VLT Capacida<strong>de</strong> teórica <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> cada VLT 780 passageiros/viagem <strong>de</strong> VLT VLT <strong>de</strong> Baltimore (EUA) (3)<br />

P dia Passageiros transportados por dia 750 passageiros/km.dia VLT <strong>de</strong> Ottawa (Canadá) (2)<br />

FL Fator <strong>de</strong> lotação 0,25 -<br />

CR VLT Capacida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> cada VLT 195 passageiros/viagem <strong>de</strong> VLT calculado<br />

E veículo Eficiência média <strong>de</strong> um veículo leve 10 km/L IPCC 2006<br />

- Fator <strong>de</strong> Investimento 35 U$ milhões/km CNT 2010 (4)<br />

Fator <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> sistemas VLT em cida<strong>de</strong>s<br />

Fator <strong>de</strong> VLT Potencial 0,0000064 km <strong>de</strong> trilhos/Habitante Calculado<br />

com base nos projetos propostos pela CNT<br />

1 – Department of Environment, Food and Rural Affairs. Disponível em http://ww2.<strong>de</strong>fra.gov.uk/.<br />

2 – Valores obtidos a partir <strong>de</strong> informações do VLT da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ottawa, Canadá. http://www.ottawa.ca/calendar/181arâme/citycouncil/ttc /2002/12-04/ACS2002-TUP-TRN-0012.htm.<br />

3 – Valor obtido a partir <strong>de</strong> informações do VLT da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Baltimore, EUA. http://www.lightrailnow.org/news/n_bal001.htm.<br />

4 – CNT – Plano CNT <strong>de</strong> Logística 2010.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

implementação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros mais eficiente, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT),<br />

contemplando o número <strong>de</strong> possíveis projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões<br />

<strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-20 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base na metodologia <strong>de</strong> MDL citada para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam as cida<strong>de</strong>s que foram consi<strong>de</strong>radas com potencial para<br />

instalação <strong>de</strong> um sistema como esse, <strong>de</strong> acordo com o critério já mencionado anteriormente.<br />

Tabela 0-20 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética no Transporte <strong>de</strong> Passageiros –Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 394 tCO₂/km x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 96.856 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 968.557 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 14 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 69.183 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos por projeto (CER a US$10) 10 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 35,0 Milhões US$/km<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


182<br />

Barreiras<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Nenhum projeto <strong>de</strong>sse tipo foi <strong>de</strong>senvolvido até então no Brasil, nem mesmo no mundo. Outras fontes <strong>de</strong><br />

informação também não apresentaram barreiras específicas para o sistema <strong>de</strong> transporte em veículos sobre<br />

trilhos. Porém, as possíveis barreiras à implementação <strong>de</strong>sses projetos no Brasil assemelham-se às barreiras<br />

dos outros projetos <strong>de</strong> eficiência energética no transporte <strong>de</strong> passageiros.<br />

Inicialmente, como po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>preendido dos números apresentados por um projeto <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> VLT<br />

na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, é possível apontar barreiras <strong>de</strong> investimento, tais como o alto custo para a<br />

construção e operação <strong>de</strong>sse sistema – principalmente, em gran<strong>de</strong>s centros urbanos on<strong>de</strong>, em muitos casos, é<br />

necessário <strong>de</strong>molir e in<strong>de</strong>nizar proprietários <strong>de</strong> imóveis. O custo <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> VLT chega a ser quatro vezes<br />

maior do que o <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> BRT, assim como o tempo para sua implantação.<br />

Além disso, a barreira <strong>de</strong> prática comum levantada para projetos <strong>de</strong> BRT também é válida para projetos <strong>de</strong><br />

VLT: não existe qualquer regulamentação que obrigue a adoção <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong><br />

passageiros.<br />

Metrôs<br />

O projeto em questão consiste na substituição <strong>de</strong> parte do transporte <strong>de</strong> passageiros dos sistemas<br />

convencionais <strong>de</strong> ônibus por sistemas <strong>de</strong> metrô, projeto que já é difundido em diversas cida<strong>de</strong>s do mundo, mas<br />

não existem projetos <strong>de</strong> metrô no âmbito do MDL. A redução <strong>de</strong> emissão pela implementação do metrô irá<br />

ocorrer através da melhoria da eficiência do combustível, <strong>de</strong>vido ao uso <strong>de</strong> um transporte <strong>de</strong> massa capaz <strong>de</strong><br />

transportar uma quantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> passageiros <strong>de</strong> uma só vez, quando seriam necessários diversos ônibus<br />

ou carros para essa mesma tarefa.<br />

Foram consi<strong>de</strong>radas como cida<strong>de</strong>s potenciais para esse projeto, as cida<strong>de</strong>s propostas pelo “Plano CNT <strong>de</strong><br />

Logística 2010”, da CNT, pois teriam capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expandir ou implementar um sistema <strong>de</strong> metrô.<br />

Para os cálculos <strong>de</strong> emissão, por falta <strong>de</strong> projetos registrados no MDL, foram consi<strong>de</strong>rados dados <strong>de</strong><br />

sistemas <strong>de</strong> metrô já existentes no Brasil, como no Rio <strong>de</strong> Janeiro e São Paulo.<br />

Avaliação Técnica– Projeto <strong>de</strong> Metrôs<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-21 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-21.<br />

Tabela 0-21 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = PCI Gasolina [GJ/L] x Fração Gasolina [adimensional] x Consumo Gasolina [L] x FE Gasolina *kg CO₂/GJ+<br />

Consumo Gasolina [L] = Capacida<strong>de</strong> Metrô [passageiros/dia]/(Capac Veículo [passageiros/carro]) x Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação do metrô [km]/Eficiência do Veículo [10 km/L] x Fator <strong>de</strong><br />

distância<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = (Capacida<strong>de</strong> Metrô [passageiros/dia] x Consumo <strong>de</strong> EE por passageiro [kwh/passageiro] ) x Fegrid, CM<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR


Tabela 0-22 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

183<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

PCI Gasolina Po<strong>de</strong>r Calorífero Inferior da Gasolina 0,032 GJ/L IPCC 2006<br />

Fração Gasolina Fração <strong>de</strong> Mistura comercializada em 2010 0,75 - MCT<br />

FEGasolina Fator <strong>de</strong> Emissão da Gasolina para Veículos Leves 0,069 tCO₂/GJ IPCC 2006<br />

FEgrid,OM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> operação 0,25 tCO₂/MWh MCT<br />

FEgrid,BM Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> construção 0,08 tCO₂/MWh MCT<br />

FEgrid, CM<br />

Fator <strong>de</strong> Emissão da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem combinada <strong>de</strong> operação e<br />

construção<br />

0,16 tCO₂/MWh MCT<br />

FD<br />

Fator <strong>de</strong> distância <strong>de</strong> viagem = distância percorrida por um veículo<br />

na linha <strong>de</strong> base/Comprimento do trilho <strong>de</strong> metrô implementado<br />

0,5 - Valor assumido<br />

Capacida<strong>de</strong> do Metrô<br />

Extensão do Metrô<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passageiros por dia 1.563.000.000 passageiros/ano Metrô <strong>de</strong> São Paulo (1)<br />

1 369 km <strong>de</strong> trilho Metrô <strong>de</strong> São Paulo (1)<br />

551.200.000 km percorridos/ano Metrô <strong>de</strong> São Paulo (1)<br />

Capacida<strong>de</strong> média do Metrô Quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> passageiros por km 1.493.767 km percorridos/km <strong>de</strong> trilho.ano calculado<br />

Consumo energético médio do Metrô Consumo anual <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> por km 0,002 MWh/km percorrido.ano calculado<br />

Capacida<strong>de</strong> média do Metrô Quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> passageiros por km 3 passageiros/km percorridos.ano calculado<br />

Capacida<strong>de</strong> média do Metrô Quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> passageiros por km 4.235.772 passageiros/km <strong>de</strong> trilho.ano calculado<br />

Capacida<strong>de</strong> do Veículo Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passageiros por veículo 3 passageiros/viagem <strong>de</strong> carro estimado<br />

Eficiência média <strong>de</strong> um veículo leve Kilometragem por consumo <strong>de</strong> combustível 10 km/L IPCC 2006<br />

Fator <strong>de</strong> conversão Consumo <strong>de</strong> energia elétrica por passageiro 0,8 KWh/passageiro AEAMESP (2)<br />

-<br />

Fontes:<br />

Fator <strong>de</strong> investimento 100 milhões US$/km CNT 2009<br />

1 Dados coletados tomando-se como base o Metrô da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, SP: www.metro.sp.gov.br/in<strong>de</strong>x.asp.<br />

2 Biblioteca da Associação <strong>de</strong> Engenheiros e Arquitetos do Metrô <strong>de</strong> São Paulo (Aeamesp). http://biblioteca.aeamesp.org.br/ smns/9SMTF0309T16.pdf.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

implementação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros mais eficiente, o metrô, contemplando o número <strong>de</strong><br />

possíveis projetos, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com<br />

a venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-23 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base na metodologia <strong>de</strong> MDL citada para esse projeto, alimentadas com informações coletadas nacionalmente após<br />

extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam as cida<strong>de</strong>s que possuem potencial para expansão ou<br />

implementação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> metrô, <strong>de</strong> acordo com a Confe<strong>de</strong>ração Nacional dos Transportes (2010).<br />

Tabela 0-23 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Eficiência Energética no Transporte <strong>de</strong> Passageiros – Metrôs<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 2.297 tCO₂/km x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 463.917 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 4.639.167 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 10 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 463.917 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos por projeto (CER a US$10) 46 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 100,0 Milhões US$/km<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Os únicos projetos <strong>de</strong>sse tipo, <strong>de</strong>senvolvidos no mundo, estão concentrados na Índia, apesar <strong>de</strong> ser um sistema<br />

<strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros razoavelmente bem difundido pelo mundo. No entanto, nenhum <strong>de</strong>les optou por<br />

apresentar análise <strong>de</strong> barreiras. A inexistência <strong>de</strong>ssas informações também po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como uma barreira<br />

para implementar esse tipo <strong>de</strong> projeto no País.<br />

A partir <strong>de</strong> alguns estudos <strong>de</strong> transportes <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil, percebe-se principal <strong>de</strong>manda por metrô está<br />

concentrada nas capitais. Dessa forma, uma primeira barreira é a etapa da construção da infraestrutura, como:<br />

obtenção <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> domínio, in<strong>de</strong>nizações e <strong>de</strong>sapropriações; construções <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> embarque e<br />

<strong>de</strong>sembarque; construções <strong>de</strong> pátios <strong>de</strong> manobra e <strong>de</strong> manutenção; serviços <strong>de</strong> geotecnia envolvendo escavações<br />

<strong>de</strong> túneis e terraplenagem; e construção e instalação <strong>de</strong> Centro <strong>de</strong> Controle Operacional, entre outras.<br />

Outra barreira que po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada é o seu alto custo <strong>de</strong> implementação (cerca <strong>de</strong> 20 vezes mais caro que<br />

um sistema <strong>de</strong> BRT) e a longa <strong>de</strong>mora para sua construção e implementação.


184<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Finalmente, <strong>de</strong>ve ser ressaltado o panorama geral das limitações para a implementação <strong>de</strong> projetos envolvendo<br />

transportes urbanos em geral no País, traçado no “Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil”, do Banco Mundial:<br />

“No caso dos transportes urbanos, o principal <strong>de</strong>safio não é tecnológico, muito embora alguns ganhos <strong>de</strong> eficiência pu<strong>de</strong>ssem<br />

ainda resultar <strong>de</strong> inovações tecnológicas. Tecnologias <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> massa, opções não motorizadas <strong>de</strong> transporte e<br />

medidas <strong>de</strong> gestão da <strong>de</strong>manda são todas possibilida<strong>de</strong>s disponíveis, e que já foram testadas na prática. Na verda<strong>de</strong>, o<br />

principal <strong>de</strong>safio está na falta <strong>de</strong> financiamento e na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior coor<strong>de</strong>nação institucional. E.g., os mais <strong>de</strong> 5.000<br />

municípios brasileiros administram in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente os seus sistemas <strong>de</strong> transporte e <strong>de</strong> trânsito, o que dificulta a<br />

harmonização <strong>de</strong> planos e políticas públicas para todo o País. Além disso, sistemas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> massa em áreas urbanas<br />

exigem gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capital, o que impe<strong>de</strong> que muitos municípios os implementem” [Banco Mundial, 2010].<br />

Eficiência Energética no Transporte <strong>de</strong> Cargas<br />

Mudança Modal do Transporte <strong>de</strong> Cargas<br />

A modalida<strong>de</strong> rodoviária representa cerca <strong>de</strong> 60% do transporte regional <strong>de</strong> cargas no País (BANCO<br />

MUNDIAL, 2010). Sendo assim, a mudança do transporte <strong>de</strong> cargas para outros tipos modais com menor emissão<br />

<strong>de</strong> GEE, como a ferrovia ou hidrovia, po<strong>de</strong> representar uma relevante oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong><br />

GEE no País.<br />

Para esse estudo, foi consi<strong>de</strong>rada a mudança modal no transporte <strong>de</strong> carga do rodoviário para o<br />

ferroviário, consi<strong>de</strong>rando um aumento <strong>de</strong>sse transporte modal em mais 3% e 10% do que é transportado<br />

atualmente nas ferrovias existentes. Vale ressaltar que outros projetos po<strong>de</strong>m passar a existir caso haja<br />

investimentos para construção <strong>de</strong> novas ferrovias, além <strong>de</strong> também existirem projetos potenciais na mudança<br />

modal do transporte rodoviário para o hidroviário, que não foram consi<strong>de</strong>rados neste estudo.<br />

Avaliação Técnica – Projeto <strong>de</strong> Mudança <strong>de</strong> Modal do Transporte <strong>de</strong> cargas<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-24 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-25.<br />

Tabela 0-24 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB *t CO₂/ano+= Consumo Diesel *L/ano+ x Fat. Emissão Diesel *t CO₂/GJ+ x PC Diesel *GJ/L+ x Fração D/B<br />

Consumo Diesel [m 3 /ano] = (Eficiência Consumo Caminhão Med [L/km] x (Carga Transportada [tons]/Carga caminhão Med [tons]) x Dist média [km] x Fat. Viagem) x 1/1000 [m3/L]<br />

Emissões do Projeto<br />

E LB *t CO₂/ano+= Consumo Diesel [m 3 /ano+ x Fat. Emissão Diesel *t CO₂/GJ+ x PC Diesel *GJ/m 3 ] x Fração D/B<br />

Consumo Diesel [m 3 /ano] = Eficiência Consumo Trem [m 3 /km.ton] x Carga Transportada [ton/ano] x Dist média [km] x Fat. Viagem<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-25 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Fração D/B Fração <strong>de</strong> Mistura Diesel/Biodiesel comercializada em 2009 0,97 - ANP 2010<br />

PCI Diesel Po<strong>de</strong>r Calorífero Inferior do Diesel 36,00 GJ/m 3 BEN 2010<br />

FE Diesel Fator <strong>de</strong> Emissão do Diesel 0,07 t CO₂/GJ IPCC 2006<br />

Eficiência <strong>de</strong> Trens Consumo <strong>de</strong> combustível por trens pela Distância percorrida por tonelada transportada 0,0000008 m 3 diesel/ton.km Adaptado <strong>de</strong>: ANTT, 2009 (1)<br />

Dens. Diesel Densida<strong>de</strong> do Óleo Diesel 0,840 t/m 3 BEN 2010<br />

Fat. Viagem Fator <strong>de</strong> viagem <strong>de</strong> retorno 2 unida<strong>de</strong>s Metodologia NM0320<br />

Eficiência Caminhão Consumo Diesel por caminhão 0,5 L/km CNT (2)<br />

Capacida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> um caminhão <strong>de</strong> carga 45,00 ton DNIT (3)<br />

Cotação do dólar (ano 2009) 2,00 R$/US$ FED<br />

IN un Investimento Unitário 1.246.694 US$/km útil calculado baseado em CNT, 2010 (4)<br />

1 – Anuário Estatístico <strong>de</strong> Transportes Terrestres – ANTT 2009.<br />

2 – Confe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Transportes – Comunicação Pessoal com Marilei Menezes, 2010.<br />

3 – Departamento Nacional <strong>de</strong> Infraestrutura <strong>de</strong> Transportes.<br />

4 – Plano CNT <strong>de</strong> Logística 2010.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

185<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial aplicação do projeto <strong>de</strong><br />

mudança modal do transporte <strong>de</strong> cargas, do rodoviário para o ferroviário, contemplando o número <strong>de</strong><br />

possíveis projetos baseados na estrutura atual, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões<br />

<strong>de</strong> GEEs, a potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs e os investimentos necessários para tal.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-26 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base na metodologia <strong>de</strong> MDL citada para esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam as ferrovias <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> cargas existentes, caso<br />

houvesse um aumento do potencial <strong>de</strong> 3% das cargas transportadas pelas ferrovias com a infraestrutura<br />

existente, e que <strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong> ser transportadas pelo modal rodoviário.<br />

Tabela 0-26 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Mudança Modal no Transporte <strong>de</strong> Cargas (Cenário <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 3% das cargas<br />

transportadas pelas ferrovias existentes)<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 42 tCO₂/km x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 1.273.174 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 12.731.742 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 12 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 1.060.979 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos por projeto (CER a US$10) 127 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 1,2 Milhões US$/km<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstrados a seguir contemplam as ferrovias <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> cargas existentes, caso<br />

houvesse um aumento <strong>de</strong> 10% do potencial das cargas transportadas pelas ferrovias com a infraestrutura<br />

existente, e que <strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong> ser transportadas pelo modal rodoviário.<br />

Tabela 0-27 – Resultados do Projeto <strong>de</strong> Mudança Modal no Transporte <strong>de</strong> Cargas (Cenário <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 10% das cargas<br />

transportadas pelas ferrovias existentes)<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 141 tCO₂/km x ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 4.243.914 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 42.439.140 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 12 unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 106.097 tCO₂e<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos por projeto (CER a US$10) 424 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 1,2 Milhões US$/km<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Há somente um projeto envolvendo mudança <strong>de</strong> modal no transporte <strong>de</strong> cargas já <strong>de</strong>senvolvido no<br />

Brasil 69 . Por meio da avaliação <strong>de</strong> seu Documento <strong>de</strong> Concepção do Projeto, conclui-se que as principais<br />

barreiras para implementação <strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong> mudança modal no transporte marítimo e ferroviário referemse<br />

à tecnologia, ao elevado nível <strong>de</strong> capital requerido e à prática comum no setor <strong>de</strong> transporte.<br />

69 “Hot rolled steel coils transportation through ocean barges at ArcelorMittal Tubarão”.


186<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Em relação às barreiras <strong>de</strong> investimento, a opção <strong>de</strong> transporte marítimo enfrenta maiores dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>vido, sobretudo, ao elevado investimento necessário para a construção <strong>de</strong> infraestrutura (por exemplo, porto,<br />

galpão <strong>de</strong> armazenamento, barcaças). Além <strong>de</strong> o investimento ser muito alto, é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> risco. Dessa forma, é<br />

necessário ter certeza do uso e bom funcionamento <strong>de</strong>ssa estrutura para garantir que o investimento tenha<br />

retorno no médio ou longo prazo. Alternativamente, fazer um planejamento para utilizar a infraestrutura já<br />

existente.<br />

No que concerne às barreiras tecnológicas, o transporte marítimo enfrenta uma importante barreira<br />

relacionada à inexistência <strong>de</strong> contratos <strong>de</strong> longo prazo com empresas <strong>de</strong> carga. No Brasil, esse tipo <strong>de</strong> transporte<br />

é feito caso a caso, portanto, a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fechar contratos <strong>de</strong> maior duração impe<strong>de</strong> uma redução no<br />

preço unitário do transporte. Caso o <strong>de</strong>senvolvedor do projeto opte por constituir sua própria frota, apesar da<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retorno do investimento, os custos são muito altos e envolvem <strong>de</strong>senvolvimento ou contratação<br />

<strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong>sconhecida – e que não é o negócio principal da empresa.<br />

Há também barreiras <strong>de</strong> prática comum consi<strong>de</strong>ráveis ao maior uso do transporte marítimo, como, por<br />

exemplo, a maioria <strong>de</strong> navios com pequena capacida<strong>de</strong> e maior custo por carga transportada. Nesse caso, se a<br />

intenção é transportar cargas em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>, os preços <strong>de</strong> mercado são <strong>de</strong>svantajosos por serem<br />

calculados a partir <strong>de</strong> cargas menores.<br />

De acordo com o Plano CNT <strong>de</strong> Logística 2008 (CNT, 2009), atualmente o Brasil conta com uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

infraestrutura que não opera <strong>de</strong> forma eficiente os modais em todas as regiões, gerando um grave<br />

<strong>de</strong>sequilíbrio na matriz <strong>de</strong> transporte.<br />

A mudança para transporte em ferrovias também enfrenta barreiras tecnológicas. O sistema ferroviário<br />

brasileiro é <strong>de</strong>ficiente, antiquado e tem pouca capilarida<strong>de</strong>. Segundo a CNT (2009), há uma estagnação <strong>de</strong><br />

investimentos do governo fe<strong>de</strong>ral na ampliação da malha para localida<strong>de</strong>s que apresentam gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong><br />

cargas a granel. Adicionalmente, a concessão das ferrovias brasileiras está distribuída entre muitas empresas, o<br />

que dificulta o transporte que precisa usar trilhos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma concessionária. Essa logística não é simples e<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma barreira tecnológica aos projetos <strong>de</strong> mudança para transporte ferroviário.<br />

Finalmente, <strong>de</strong>ve ser ressaltado o panorama geral das limitações para a implementação <strong>de</strong> projetos<br />

envolvendo transportes <strong>de</strong> carga no País traçado no “Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil”, do Banco<br />

Mundial:<br />

“Em termos do transporte regional, aten<strong>de</strong>r as metas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> fretes em um Cenário <strong>de</strong> Baixo Carbono exige melhor<br />

integração e parcerias entre concessionárias <strong>de</strong> ferrovias e entre as concessionárias e o governo, incluindo as agências<br />

reguladoras. Os vários modos <strong>de</strong> transporte são em geral operados pelo setor privado; assim sendo, para haver eficiência na<br />

sua integração, é preciso que haja infraestrutura e terminais, o que exige uma maior coor<strong>de</strong>nação e apoio da parte das<br />

autorida<strong>de</strong>s públicas”[Banco Mundial, 2010].<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento do estudo com a abordagem bottom-up contemplou o levantamento <strong>de</strong><br />

instalações/locais em que os projetos <strong>de</strong> baixo carbono po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>senvolvidos. A lista contendo os sites<br />

avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha divulgada como um anexo do presente estudo. A<br />

Tabela 0-28 apresenta os resultados consolidados do setor <strong>de</strong> Transportes/Combustíveis para Veículos.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-28 – Resultados Consolidados do Setor <strong>de</strong> Transportes/Combustíveis para Veículos<br />

Tipo <strong>de</strong> projeto<br />

Total Setor <strong>de</strong> Transportes/Combustíveis<br />

para Veículos<br />

Número <strong>de</strong> Projetos<br />

Potencial Redução<br />

<strong>de</strong> Emissões GEE<br />

em 10 anos<br />

Potencial Receita<br />

com a Venda <strong>de</strong><br />

CERs em 10 anos<br />

(CER = 10 US$)<br />

187<br />

Investimento Fator <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão anual<br />

Valor Unida<strong>de</strong> tCO₂e Milhões US$ Milhões US$ Valor Unida<strong>de</strong><br />

344 n/a 234.668.296 2.347 112.766 n/a n/a<br />

Produção <strong>de</strong> Biocombustíveis* 156 Usinas 102.992.953 1.030 NA 65.988 tCO₂/usina x ano<br />

Produção <strong>de</strong> Biodiesel 156 Usinas 102.992.953 1.030 NA 65.988 tCO₂/usina x ano<br />

Produção <strong>de</strong> Óleo Vegetal 293 Usinas 51.790.141 518 2.910 17.679 tCO₂/usina x ano<br />

Mudança Modal no Transporte <strong>de</strong><br />

Combustíveis<br />

42 Alcooldutos 8.971.260 90 26.245 22 tCO₂/km x ano<br />

Alcoolduto 42 Alcooldutos 8.971.260 90 26.245 22 tCO₂/km x ano<br />

Mudança Modal no Transporte <strong>de</strong> Cargas 12 Ferrovias 42.439.141 424 37.518 141 tCO₂/km x ano<br />

Cenário 1 – Aumento <strong>de</strong> 3% das cargas<br />

transportadas atualmente por ferrovias<br />

Cenário 2 – Aumento <strong>de</strong> 10% das cargas<br />

transportadas atualmente por ferrovias<br />

Eficiência Energética 134<br />

BRT 110<br />

12 Ferrovias 12.731.742 127 37.518 42 tCO₂/km x ano<br />

12 Ferrovias 42.439.141 424 37.518 141 tCO₂/km x ano<br />

Projetos<br />

Potenciais<br />

Projetos<br />

Potenciais<br />

80.264.943 803 49.003 70.561 n/a<br />

74.657.219 747 20.203 67.870 t CO₂/unida<strong>de</strong> x ano<br />

VLT 14 Cida<strong>de</strong>s 968.557 10 8.600 394 tCO₂e/km x ano<br />

Metrô 10 Cida<strong>de</strong>s 4.639.167 46 20.200 2.297 tCO₂e/km x ano<br />

Notas:<br />

*Os valores totais <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biocombustíveis contemplam os valores do projeto com maior potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões, isto é, <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biodiesel, tendo em vista que<br />

os projetos são concorrentes.<br />

n/a = Não se aplica.


188<br />

Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Descrição dos Elos do Setor <strong>de</strong> Resíduos<br />

O Setor <strong>de</strong> Resíduos compreen<strong>de</strong> os resíduos sólidos e os efluentes líquidos, cuja ca<strong>de</strong>ia po<strong>de</strong> ser dividida<br />

em três elos:<br />

� geração;<br />

� tratamento; e<br />

� disposição.<br />

Resíduos Sólidos<br />

Geração <strong>de</strong> Resíduos Sólidos<br />

De acordo com a NBR 10004, os resíduos sólidos são <strong>de</strong>finidos como resíduos nos estados sólido e semisólido,<br />

que resultam <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> origem doméstica, comercial, industrial, hospitalar, <strong>de</strong> varrição:<br />

� doméstico: gerado basicamente em residências;<br />

� comercial: gerado pelo setor comercial e <strong>de</strong> serviços;<br />

� industrial: gerado por setores industrial, agrícola, agroindustrial;<br />

� hospitalares: gerado por hospitais, farmácias, clínicas, entre outros; e<br />

� varrição: podas <strong>de</strong> jardins, entulhos <strong>de</strong> construções e animais mortos.<br />

Dentre as ativida<strong>de</strong>s industriais brasileiras, <strong>de</strong>stacam-se resíduos sólidos gerados pela:<br />

� indústria metalúrgica;<br />

� indústria química;<br />

� indústria <strong>de</strong> papel e celulose;<br />

� indústria <strong>de</strong> alimentos e bebidas;<br />

� indústria <strong>de</strong> fumo;<br />

� indústria <strong>de</strong> plástico; e<br />

� indústria têxtil.<br />

No Brasil, os resíduos sólidos agroindústrias (por exemplo, bagaços, tortas, restos <strong>de</strong> frutas e hortaliças)<br />

são provenientes, inter allia, <strong>de</strong> usinas sucroalcooleiras (bagaço <strong>de</strong> cana, torta <strong>de</strong> filtro), matadouros e<br />

indústrias <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> carnes (vísceras e carcaça <strong>de</strong> animais), frutas e hortaliças (por exemplo, bagaço<br />

e restos), indústria da celulose e papel (por exemplo, resíduos da ma<strong>de</strong>ira), curtumes (por exemplo, aparas <strong>de</strong><br />

couro).<br />

Tratamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos<br />

Resíduos Sólidos Urbanos<br />

Dentre os tipos <strong>de</strong> tratamento, <strong>de</strong>stacam-se:<br />

� incineração (com ou sem geração <strong>de</strong> energia): combustão <strong>de</strong> resíduos sólidos (e líquidos) em instalações<br />

<strong>de</strong> incineração controlada a altas temperaturas. Esse tipo <strong>de</strong> tratamento visa à redução do volume do<br />

resíduo, bem como torná-lo inerte. Porém, a instalação e o funcionamento <strong>de</strong> tratamento com<br />

incinerador têm um custo elevado pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> filtros e outras tecnologias sofisticadas para o<br />

controle da poluição do ar provocada pelos gases produzidos durante a queima sendo muito utilizada<br />

para resíduos perigosos;<br />

� reciclagem e compostagem tratamento que objetiva a redução da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos que <strong>de</strong>verão<br />

ser dispostos. É um tratamento com vantagens ambientais, econômicas e sociais (preservação dos<br />

recursos naturais, aumento do tempo <strong>de</strong> vida dos aterros, economia <strong>de</strong> energia, geração <strong>de</strong> emprego e<br />

renda e conscientização da população):<br />

� reciclagem transformação <strong>de</strong> resíduos em matérias-primas <strong>de</strong> novos produtos; e


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

189<br />

� compostagem transformação <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> origem animal ou vegetal em composto orgânico capaz <strong>de</strong><br />

melhorar a qualida<strong>de</strong> do solo.<br />

As formas <strong>de</strong> coleta, na fonte geradora, dos materiais a serem reciclados po<strong>de</strong>m ser:<br />

� coleta seletiva: separação dos materiais pela população e posterior coleta por veículo específico;<br />

� pontos <strong>de</strong> entrega voluntária (PEV): a população voluntariamente leva os resíduos separados até locais<br />

públicos que dispõem <strong>de</strong> coletores; e<br />

� cooperativa <strong>de</strong> catadores: cooperativas que atuam na separação <strong>de</strong> materiais recicláveis existentes no<br />

lixo; e<br />

� queima a céu aberto: combustão <strong>de</strong> resíduos in<strong>de</strong>sejados ao ar livre ou em recipientes abertos (o<br />

material particulado e outros poluentes não passam por qualquer tipo <strong>de</strong> controle). Esse tipo <strong>de</strong><br />

tratamento inclui a combustão em fornos em que não há regulação da entrada <strong>de</strong> ar ou a combustão<br />

completa.<br />

Resíduos Sólidos da Construção Civil<br />

Dentre os tipos <strong>de</strong> tratamento, <strong>de</strong>staca-se:<br />

� reciclagem a reciclagem dos resíduos da construção civil (entulho) permite que o material ferroso seja<br />

posteriormente comercializado, enquanto que o material inerte possa ser reutilizado para a fabricação<br />

<strong>de</strong>, por exemplo, briquetes para calçada, sub-base e base <strong>de</strong> rodovias, blocos para muros e alvenaria<br />

<strong>de</strong> casas populares, agregado miúdo para revestimento e etc.<br />

Resíduos Sólidos Industriais<br />

Tratamento que objetiva a reciclagem e recuperação dos resíduos (por exemplo, co-processamento), ou<br />

pelo menos torná-los inertes. Não há um processo <strong>de</strong> tratamento preestabelecido, <strong>de</strong>vido à diversida<strong>de</strong> dos<br />

resíduos gerados. Em geral, trata-se <strong>de</strong> transformar os resíduos gerados em matéria-prima, gerando economia<br />

no processo industrial. No Brasil, alumínio, papel, plástico e vidro são os quatro setores industriais que abrigam<br />

as principais ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reciclagem.<br />

Resíduos Sólidos Agroindustriais<br />

Dentre os tipos <strong>de</strong> tratamento, <strong>de</strong>stacam-se:<br />

� compostagem transformação <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> origem animal ou vegetal em composto orgânico capaz <strong>de</strong><br />

melhorar a qualida<strong>de</strong> do solo;<br />

� incineração (com ou sem geração <strong>de</strong> energia): combustão <strong>de</strong> resíduos sólidos em instalações <strong>de</strong><br />

incineração controlada a altas temperaturas. Esse tipo <strong>de</strong> tratamento visa à redução do volume do<br />

resíduo, bem como torná-lo inerte. Porém, a instalação e o funcionamento <strong>de</strong> tratamento com<br />

incinerador têm um custo elevado pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> filtros e outras tecnologias sofisticadas para o<br />

controle da poluição do ar provocada pelos gases produzidos durante a queima;<br />

� queima a céu aberto: combustão <strong>de</strong> resíduos in<strong>de</strong>sejados ao ar livre ou em recipientes abertos (a<br />

fumaça e outros poluentes não passam por qualquer tipo <strong>de</strong> controle). Esse tipo <strong>de</strong> tratamento inclui a<br />

combustão em fornos em que não há regulação da entrada <strong>de</strong> ar ou a combustão completa;<br />

� pirólise: Método <strong>de</strong> reciclagem terciária, que consiste no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> resíduos a altas<br />

temperaturas e pouca ou nenhuma presença <strong>de</strong> oxigênio. Nesse tratamento, po<strong>de</strong>-se extrair diversos<br />

subprodutos como, por exemplo, biocombustível, sulfato <strong>de</strong> amônia ou alcatrão, agregando valor aos<br />

resíduos; e<br />

� gaseificação: transformação <strong>de</strong> combustíveis sólidos ou líquidos em uma mistura combustível <strong>de</strong> gases<br />

(isto é, gás <strong>de</strong> síntese). Utilizam-se materiais geralmente ricos em carbono (resíduos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e ou<br />

outros tipos <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> biomassa) como matéria-prima.


190<br />

Resíduos Radioativos<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Ainda não existem processos <strong>de</strong> tratamento economicamente viáveis para o resíduo radioativo.<br />

Resíduos <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Existem hoje diversas formas <strong>de</strong> tratamento dos resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que aten<strong>de</strong>m as premissas<br />

necessárias para a segurança do seu tratamento: incineração (<strong>de</strong> grelha fixa, <strong>de</strong> leito móvel, fornos<br />

radioativos), pirólise, autoclavagem, micro-ondas, radiação ionizante, <strong>de</strong>sativação eletrotérmica, tratamento<br />

químico.<br />

Disposição <strong>de</strong> Resíduos Sólidos<br />

Resíduos Sólidos Urbanos<br />

� Aterro sanitário: Técnica a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos. O terreno é preparado<br />

a<strong>de</strong>quadamente antes do começo da disposição dos resíduos sobre o solo, havendo o confinamento do<br />

resíduo em camadas cobertas diariamente com material inerte, <strong>de</strong> modo a evitar danos ao ambiente, a<br />

saú<strong>de</strong> e a segurança pública. Dispõe <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> coleta e tratamento do material lixiviado (chorume),<br />

drenagem <strong>de</strong> águas pluviais e coleta <strong>de</strong> biogás. Por propiciar um ambiente anaeróbio, há produção <strong>de</strong><br />

biogás, composto aproximadamente por 55% <strong>de</strong> metano e 40% <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono – gases <strong>de</strong> efeito<br />

estufa; além <strong>de</strong> nitrogênio e outros gases.<br />

� Aterro controlado: Técnica <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos em locais em que anteriormente era<br />

um lixão, e passou a ser gerenciado. Há coleta do material lixiviado, recobrimento diário do resíduo<br />

com material inerte e é operado <strong>de</strong> modo a minimizar os impactos à saú<strong>de</strong> pública, segurança e meio<br />

ambiente. Porém, normalmente não há preparação do terreno para a disposição do resíduo.<br />

� Lixão: Local ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos, a céu aberto, sem qualquer controle e<br />

cuidados <strong>de</strong> proteção ambiental ou à saú<strong>de</strong> pública, provocando poluição do solo, ar, águas subterrâneas<br />

e superficiais das vizinhanças.<br />

É importante <strong>de</strong>stacar que no Brasil, <strong>de</strong> acordo com a Abrelpe (2009), mais da meta<strong>de</strong> das cida<strong>de</strong>s do País<br />

(3.427 do total <strong>de</strong> 5.565) não tem <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada do resíduo urbano: que é enviado para lixões ou<br />

aterros controlados. Em números absolutos, 43% do total <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos gerados em 2009<br />

tiveram <strong>de</strong>stino ina<strong>de</strong>quado e 57% tiveram <strong>de</strong>stino a<strong>de</strong>quado, isto é, aterros sanitários.<br />

De acordo com a Albrepe (2009), mais da meta<strong>de</strong> dos resíduos sólidos urbanos (RSU) coletados no Brasil<br />

são provenientes da Região Su<strong>de</strong>ste, seguido pelas Regiões Nor<strong>de</strong>ste e Sul, como po<strong>de</strong> ser observado no<br />

Gráfico 0-1 abaixo.


Resíduos Sólidos da Construção Civil<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Distribuição Gráfico 0-1 da – Quantida<strong>de</strong> Distribuição da Total Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> RSU Coletado Total no<br />

<strong>de</strong> RSU Coletado no Brasil (%)<br />

Fonte: Albrepe 2009.<br />

191<br />

Embora a solução i<strong>de</strong>al para o entulho da construção civil seja a reciclagem, há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarte<br />

em aterros sanitários. Esse material po<strong>de</strong> servir para recobrimento do aterro em regiões em que o material <strong>de</strong><br />

cobertura é escasso, o que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como solução interessante.<br />

Resíduos Sólidos Industriais<br />

Os métodos <strong>de</strong> disposição dos resíduos sólidos industriais mais empregados são:<br />

� landfarming: tratamento biológico em que a parte orgânica do resíduo é <strong>de</strong>composta pelos microorganismos<br />

presentes na camada superficial do próprio solo;<br />

� aterros industriais: classe i (resíduos perigosos), classe ii (resíduos não perigosos e não inertes) e classe<br />

iii (resíduos não perigosos e inertes); e<br />

� barragens <strong>de</strong> rejeito: método usado para resíduos líquidos e pastosos (teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> maior que<br />

80%).<br />

Resíduos Sólidos Agroindustriais<br />

Os métodos <strong>de</strong> disposição dos resíduos sólidos industriais mais empregados são:<br />

� enterramento;<br />

� aterros sanitários;<br />

� aterros controlados; e<br />

� resíduos radioativos.<br />

O lixo nuclear é usualmente disposto da seguinte maneira:<br />

� abrigos especiais (com pare<strong>de</strong>s duplas <strong>de</strong> concreto <strong>de</strong> alta resistência) e preferencialmente<br />

enterrados;<br />

� encapsulamento em invólucros impermeáveis <strong>de</strong> concreto e posteriormente lançados ao mar; e<br />

� disposição final em cavernas subterrâneas salinas seladas.<br />

Resíduos <strong>de</strong> Portos e Aeroportos<br />

Su<strong>de</strong>ste<br />

53%<br />

Centro-Oeste<br />

8%<br />

Sul<br />

11%<br />

Nor<strong>de</strong>ste<br />

22%<br />

Norte<br />

6%<br />

Por lei, o <strong>de</strong>stino para os resíduos <strong>de</strong> portos e aeroportos é a incineração.


192<br />

Efluentes Líquidos<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Efluente líquido é qualquer água que teve sua qualida<strong>de</strong> afetada negativamente por influência antrópica.<br />

Po<strong>de</strong>mos separar os efluentes em efluentes líquidos industriais e esgoto doméstico, urbano.<br />

Geração <strong>de</strong> Efluentes Líquidos<br />

No que concerne aos esgotos domésticos urbanos, no Brasil, entre os serviços <strong>de</strong> saneamento básico, o<br />

esgotamento sanitário é o que tem menor presença nos municípios brasileiros. Em 2008, 52,48% dos<br />

municípios brasileiros foram atendidos com o serviço <strong>de</strong> esgotamento sanitário. Outro dado interessante diz<br />

respeito às gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s brasileiras: essas totalizam 72 milhões <strong>de</strong> habitantes, que geram 9,3 bilhões <strong>de</strong><br />

litros <strong>de</strong> esgoto diariamente, dos quais 5,9 bilhões <strong>de</strong> litros não têm qualquer tratamento.<br />

De acordo com a Norma Brasileira — NBR 9800/1987 —, efluente líquido industrial é o <strong>de</strong>spejo líquido<br />

proveniente do estabelecimento industrial, compreen<strong>de</strong>ndo emanações <strong>de</strong> processo industrial, águas <strong>de</strong><br />

refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico. (por exemplo, frigoríficos, lacticínios,<br />

indústrias <strong>de</strong> bebidas e <strong>de</strong> papel e celulose), tais como <strong>de</strong>jetos <strong>de</strong> animais, água <strong>de</strong> prensa e vinhaça e outros<br />

efluentes com alto teor orgânico.<br />

De acordo com o IPCC (2000), os tipos <strong>de</strong> tratamento e formas <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> efluentes líquidos são<br />

apresentados na Figura 0-1.<br />

Figura 0-1 – Sistemas <strong>de</strong> Tratamento e Formas <strong>de</strong> Disposição <strong>de</strong> Efluentes Líquidos<br />

Fonte: Banco Mundial (2010), baseado no IPCC (2000).


Tratamento <strong>de</strong> Efluentes Líquidos<br />

Dentre os tipos <strong>de</strong> tratamento, <strong>de</strong>stacam-se:<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

193<br />

� lagoa aeróbia: sistema <strong>de</strong> tratamento biológico em que a estabilização da matéria orgânica ocorre<br />

quando existe equilíbrio entre a oxidação e a fotossíntese, para garantir condições aeróbias em todo o<br />

meio;<br />

� lagoa anaeróbia: sistema <strong>de</strong> tratamento biológico em que a estabilização da matéria orgânica é realizada<br />

predominantemente por processos <strong>de</strong> fermentação anaeróbia, imediatamente abaixo da superfície, não<br />

existindo oxigênio dissolvido. Esse tipo <strong>de</strong> tratamento tem sido usado como tratamento em esgotos e<br />

efluentes industriais, predominantemente orgânicos, com alto teor <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda bioquímica <strong>de</strong> oxigênio<br />

(DBO), tais como efluentes <strong>de</strong> frigoríficos, <strong>de</strong> lacticínios, indústrias <strong>de</strong> bebidas, <strong>de</strong> papel e celulose;<br />

� digestor anaeróbio <strong>de</strong> lodo: são usados para estabilização <strong>de</strong> lodos primários e secundários,<br />

provenientes <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos e <strong>de</strong> efluentes industriais com alta concentração <strong>de</strong> sólidos<br />

suspensos. O ambiente anaeróbio propicia a geração <strong>de</strong> biogás, rico em metano; e<br />

� reator anaeróbio: são usados para tratamento <strong>de</strong> esgoto e efluentes industriais específicos (isto é,<br />

predominantemente orgânicos, com alto teor <strong>de</strong> DBO, tais como efluentes <strong>de</strong> frigoríficos, <strong>de</strong> lacticínios,<br />

indústrias <strong>de</strong> bebidas, <strong>de</strong> papel e celulose). O ambiente anaeróbio propicia a geração <strong>de</strong> biogás, rico em<br />

metano.<br />

Disposição <strong>de</strong> Efluentes Líquidos<br />

Esse elo da ca<strong>de</strong>ia compreen<strong>de</strong> os efluentes líquidos que são dispostos/lançados no meio ambiente. São<br />

consi<strong>de</strong>rados:<br />

� com coleta e tratamento: lançamento em cursos d’ gua (por exemplo, mar, rio, lagoa); e<br />

� sem coleta:<br />

� esgotos em céu aberto que são comuns em áreas urbanas <strong>de</strong> baixa renda e rurais predominantemente<br />

em países em <strong>de</strong>senvolvimento;<br />

� semidouros e fossas sépticas;<br />

� valas abertas; e<br />

� lançamento em cursos d’ gua (por exemplo, mar, rio, lagoa).<br />

No Brasil, ainda há pouca coleta e tratamento <strong>de</strong> esgotamento sanitário, como po<strong>de</strong> ser observado na<br />

Tabela 0-1. Segundo a Pesquisa Nacional <strong>de</strong> Saneamento Sanitário (IBGE, 2008), na região Norte, apenas 8% do<br />

esgoto gerado é tratado. A região on<strong>de</strong>, proporcionalmente, há maior coleta e tratamento <strong>de</strong> esgoto é a Su<strong>de</strong>ste,<br />

em que apenas 5% dos municípios não possuem coleta seletiva, e 48% do esgoto é coletado e tratado.<br />

Tabela 0-1 – Proporção <strong>de</strong> Municípios, por Condição <strong>de</strong> Esgotamento Sanitário (%)<br />

Gran<strong>de</strong>s Regiões Sem Coleta Só Coletam Coletam e Tratam<br />

Norte 87% 6% 8%<br />

Nor<strong>de</strong>ste 54% 27% 19%<br />

Su<strong>de</strong>ste 5% 47% 48%<br />

Sul 60% 16% 24%<br />

Centro-Oeste 72% 3% 25%<br />

Brasil 45% 27% 29%


194<br />

Dejetos Animais<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Descrição das Principais Fontes <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE e Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> Emissão<br />

Como <strong>de</strong>finido neste Relatório, a ca<strong>de</strong>ia do setor <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes líquidos é divida em três<br />

elos:<br />

� elo 1: geração <strong>de</strong> resíduos e efluentes;<br />

� elo 2: tratamento <strong>de</strong> resíduos e efluentes; e<br />

� elo 3: disposição <strong>de</strong> resíduos e efluentes.<br />

O setor <strong>de</strong> resíduos é responsável por significativas emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa (GEE), <strong>de</strong>correntes<br />

principalmente, das seguintes ativida<strong>de</strong>s:<br />

� disposição dos resíduos sólidos domésticos e agroindustriais – emissões <strong>de</strong> CH₄ (emissões <strong>de</strong> N₂O não<br />

significantes);<br />

� tratamento biológico dos resíduos sólidos domésticos e agroindustriais – emissões <strong>de</strong> CH₄ e N₂O;<br />

� incineração e queima a céu aberto dos resíduos – emissões <strong>de</strong> CO₂ (carbono fóssil), CH₄ e N₂O; e<br />

� efluentes domésticos e industriais – emissões <strong>de</strong> CH₄ e N₂O.<br />

A disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos em aterros gera condições anaeróbias que propicia a geração <strong>de</strong> CH₄. A<br />

matéria orgânica presente nos efluentes domésticos e industriais, quando em condições anaeróbias (por<br />

exemplo, digestores aneróbios, lagoas anaeróbias), é bio<strong>de</strong>gradada com gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> CH₄. No<br />

caso dos esgotos domésticos, também ocorrem emissões <strong>de</strong> N₂O, <strong>de</strong>vido ao conte do <strong>de</strong> nitrog nio na<br />

alimentação humana.<br />

Em 2005, as emissões <strong>de</strong> metano do tratamento <strong>de</strong> resíduos representaram aproximadamente 11% das<br />

emissões <strong>de</strong> CH₄ do País, 2% das emissões <strong>de</strong> N₂O e cerca <strong>de</strong> 3% do total das emissões (CO₂ + CH₄ + N₂O),<br />

correspon<strong>de</strong>ndo a 48.945 Mton CO₂eq. As emissões <strong>de</strong> metano e óxido nitroso <strong>de</strong>vido ao tratamento <strong>de</strong><br />

resíduos po<strong>de</strong>m ser separadas <strong>de</strong> acordo com o Gráfico 0-2.<br />

Gráfico 0-2 – Distribuição das emissões do Setor <strong>de</strong> Resíduos<br />

no Brasil em 2005<br />

Esgoto<br />

doméstico (CH4)<br />

17%<br />

Efluentes<br />

industriais (CH4)<br />

10%<br />

Efluentes<br />

líquidos (N2O)<br />

9%<br />

Resíduos sólidos<br />

(CH4)<br />

64%<br />

Fonte: Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong><br />

Efeito Estufa – Informações gerais e valores preliminares (24 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />

2009).<br />

No caso da <strong>de</strong>composição ou combustão <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> biomassa, as emissões <strong>de</strong> CO₂ não são<br />

consi<strong>de</strong>radas, pois o carbono liberado é consi<strong>de</strong>rado biogênico, isto é, foi capturado da atmosfera no<br />

crescimento da biomassa e portanto não contribuirá para o agravamento do efeito estufa <strong>de</strong> origem antrópica.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

195<br />

As emissões <strong>de</strong> CO₂ que contribuem para o efeito estufa são as <strong>de</strong> origem fóssil, que são geradas em menor<br />

quantida<strong>de</strong> no setor.<br />

O biogás produzido em processos anaeróbios é rico em metano, po<strong>de</strong>ndo ser capturado e utilizado para<br />

geração <strong>de</strong> energia térmica ou elétrica, e a biomassa po<strong>de</strong> ser queimada para geração <strong>de</strong> energia térmica ou<br />

eletricida<strong>de</strong>. Outra forma <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> emissões é evitar a geração <strong>de</strong> metano com processos aeróbios, como<br />

compostagem, digestores aeróbios e aeração <strong>de</strong> aterros.<br />

Assim como para os <strong>de</strong>mais setores, a avaliação do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE no setor <strong>de</strong><br />

resíduos no Brasil será feita para os três elos <strong>de</strong> sua ca<strong>de</strong>ia, com base em metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e<br />

monitoramento aprovadas e em fase <strong>de</strong> aprovação na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança<br />

do Clima (CQNUMC), bem como em projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão propostos no Mecanismo <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Limpo (MDL) no Brasil e no Mundo.<br />

No Brasil, o panorama atual do gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos revela que há espaço para melhorias<br />

significativas e, consequentemente, oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ações que envolvam projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong><br />

GEE, <strong>de</strong>ntre as quais, <strong>de</strong>stacam-se a coleta <strong>de</strong> biogás para <strong>de</strong>struição ou aproveitamento energético e<br />

tratamentos aeróbios.<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE, especialmente <strong>de</strong> CH₄ gerado na disposição <strong>de</strong> RSU no Brasil<br />

é gran<strong>de</strong>, como comprovam as experiências exitosas em aterros públicos e privados (por exemplo,<br />

Ban<strong>de</strong>irantes e Nova Gerar) com geração <strong>de</strong> Reduções <strong>de</strong> Emissões Certificadas (RECs). A sanção presi<strong>de</strong>ncial,<br />

em agosto <strong>de</strong> 2010, da Lei <strong>de</strong> Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos (12.305/10) terá papel disciplinador e<br />

acelerará a a<strong>de</strong>quação do setor às normas sanitárias e ambientais a<strong>de</strong>quadas. No campo dos resíduos<br />

agroindustriais, há significativo potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões no manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais confinados<br />

(por exemplo, suinocultura) para captura e queima <strong>de</strong> biogás po<strong>de</strong>ndo gerar energia (térmica e elétrica), O<br />

Sistema <strong>de</strong> Manejo <strong>de</strong> Dejetos (SMD) mostrou-se alternativa muito atraente e levou a Agência Nacional <strong>de</strong><br />

Energia Elétrica (Aneel) a criar o Programa <strong>de</strong> Geração Distribuída para Saneamento Ambiental. Também há<br />

elevado potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE nos processos produtivos <strong>de</strong> açúcar e álcool, café e arroz,<br />

especialmente por meio do aproveitamento dos resíduos para a geração <strong>de</strong> energia (por exemplo, bagaço <strong>de</strong><br />

cana-<strong>de</strong>-açúcar, casca <strong>de</strong> arroz, borra <strong>de</strong> café).<br />

Em relação aos efluentes domésticos, a coleta <strong>de</strong> resíduos no Brasil é limitada, e as estações <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong> esgoto são insuficientes e praticamente não há mecanismos <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> GEE. De forma<br />

parecida com os resíduos sólidos, o País prevê a expansão da coleta e tratamento <strong>de</strong> esgoto aumentando as<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> baixo carbono.<br />

No segmento industrial, o setor tem utilizado sistemas fechados <strong>de</strong> água <strong>de</strong> refrigeração, reutilização da<br />

água e melhorias tecnológicas para reduzir o uso <strong>de</strong> água <strong>de</strong> processo, motivado pelas cobranças pelo uso da<br />

água em bacias hidrográficas e pelas companhias <strong>de</strong> saneamento. Dessa forma, muitas indústrias realizam o<br />

tratamento <strong>de</strong> seus efluentes para reutilizar a água. Cada indústria gera efluentes com características<br />

diferentes, inclusive na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica, variando as emissões <strong>de</strong> metano <strong>de</strong> cada uma.<br />

Assim como para os <strong>de</strong>mais setores, a avaliação do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito<br />

estufa (GEE) no setor <strong>de</strong> resíduos no Brasil será feita para os três elos <strong>de</strong> sua ca<strong>de</strong>ia, com base em<br />

metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e monitoramento aprovadas e em fase <strong>de</strong> aprovação pela Convenção Quadro<br />

das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC), bem como em projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE<br />

propostos no Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo (MDL), localizados no Brasil e <strong>de</strong>mais países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento participantes <strong>de</strong>sse Mecanismo (i.e outros países signatários do Protocolo <strong>de</strong> Kyoto,<br />

consi<strong>de</strong>rados países não Anexo I).<br />

O Quadro 0-1 apresenta as fontes <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE em cada elo do setor, as potenciais iniciativas <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissão, bem como as metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e monitoramento da CQNUMC aplicáveis a<br />

cada iniciativa.


196<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Quadro 0-1 – Principais Emissões <strong>de</strong> GEE e Iniciativas Mitigadoras no<br />

Setor <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos<br />

Elo 1 – Geração <strong>de</strong> Resíduo Elo 2 – Tratamento <strong>de</strong> Resíduo Elo 3 – Destinação <strong>de</strong> Resíduo<br />

Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base Fontes <strong>de</strong> Emissão Linha <strong>de</strong> Base<br />

Zero<br />

CO₂ fóssil CO₂ fóssil<br />

N₂O N₂O<br />

CH₄ CH₄<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE<br />

Educação Ambiental para reduzir a geração <strong>de</strong> resíduos<br />

por habitante<br />

Redução da geração <strong>de</strong> resíduos sólidos<br />

etano evitado e captura <strong>de</strong> metano (<strong>de</strong>struição ou<br />

aproveitamento) – Efluentes Líquidos<br />

Metano evitado e captura <strong>de</strong> metano (Recuperação e<br />

Destruição) – Resíduos Sólidos<br />

Captura <strong>de</strong> metano em Aterros (<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> metano ou<br />

aproveitamento para geração <strong>de</strong> energia<br />

Aeração <strong>de</strong> Aterros<br />

Eficiência Energética na Reciclagem <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Compostagem <strong>de</strong> Resíduos Orgânicos <strong>de</strong> Aterros<br />

Geração <strong>de</strong> energia térmica e elétrica com resíduos <strong>de</strong><br />

biomassa<br />

Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base<br />

ACM0014. AM0039 ACM0001<br />

AM0080. AM0073 AM0069<br />

AMS-III.I. AMS-II.D. AMS-III.G.<br />

AMS-III.H. AMS-III.I.E. AM0053<br />

AMS-III.Y. AMS-III.F. AM0075<br />

AM0053 AMS-III.L. AMS-III.AF.<br />

AM0075 AMS-III.R. AM0083<br />

AM0069 AM0053 NM0333<br />

ACM0010 AM0075 AM0057<br />

AM0025 AMS-III.AJ. AMS-III.R.<br />

Como <strong>de</strong>monstrado no Quadro 0-1, com base nas metodologias <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> Base e Monitoramento<br />

existentes no MDL, as potenciais iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE em cada elo da ca<strong>de</strong>ia produtiva do<br />

setor <strong>de</strong> resíduos são:<br />

� elo 1 (geração): educação ambiental para reduzir a geração <strong>de</strong> resíduos por habitante; redução da geração<br />

<strong>de</strong> resíduos sólidos;<br />

� elo 2 (tratamento): metano evitado e captura <strong>de</strong> metano (<strong>de</strong>struição ou aproveitamento) <strong>de</strong> efluentes<br />

líquidos e resíduos sólidos; eficiência energética na reciclagem <strong>de</strong> resíduos sólidos; e<br />

� elo 3 (<strong>de</strong>stinação): captura <strong>de</strong> metano em aterros (<strong>de</strong>struição ou aproveitamento); aeração <strong>de</strong> aterros;<br />

compostagem <strong>de</strong> resíduos orgânicos <strong>de</strong> aterros; geração <strong>de</strong> energia térmica e eletricida<strong>de</strong> com<br />

resíduos <strong>de</strong> biomassa.<br />

Alguns projetos foram excluídos, sendo eles: compostagem, pirólise, gaseificação, biodigestão <strong>de</strong> resíduos<br />

<strong>de</strong> agricultura para aproveitamento energético, reciclagem <strong>de</strong> plásticos, aeração <strong>de</strong> aterros e escavação <strong>de</strong><br />

aterros. Isso ocorreu por uma série <strong>de</strong> motivos, <strong>de</strong>ntre eles a dificulda<strong>de</strong> em <strong>de</strong>terminar sites para aplicação<br />

dos projetos pela abrangência do projeto ou pela falta <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> dados disponíveis ou por serem projetos<br />

concorrentes com outros que foram incluídos.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 1<br />

A Tabela 0-2 apresenta possíveis iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE que se enquadrariam no elo 1.<br />

Não existem, até a conclusão <strong>de</strong>ste estudo, projetos/ metodologias aprovadas ou propostas para estes tipos <strong>de</strong><br />

projeto no âmbito do MDL.).


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-2 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 1 – Setor <strong>de</strong> Resíduos<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução<br />

<strong>de</strong> Emissão – Projetos <strong>de</strong><br />

MDL<br />

Educação Ambiental<br />

para reduzir a geração<br />

<strong>de</strong> resíduos por<br />

habitante<br />

Redução da geração <strong>de</strong><br />

resíduos sólidos<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

(1) Excluem-se os Projetos Rejeitados.<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 1 – Geração <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos 1<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

197<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

MDL no resto<br />

do Mundo<br />

Número total<br />

<strong>de</strong> Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos 1<br />

- - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - -<br />

De acordo com a Tabela 0-2, ainda não foi <strong>de</strong>senvolvida nenhuma metodologia <strong>de</strong> MDL no mundo que se<br />

enquadre no elo 1, isto é, geração <strong>de</strong> resíduos. Algumas possíveis iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão nesse elo<br />

da ca<strong>de</strong>ia se referem à redução da geração <strong>de</strong> resíduos sólidos por habitante pela educação ambiental e<br />

redução da geração <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> maneira geral.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 2<br />

Assim como no elo 1, foi feita uma pesquisa <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE já propostos no<br />

âmbito do MDL que se enquadram no elo 2, isto é, Tratamento, cujo resultado é apresentado na Tabela 0-3.<br />

Tabela 0-3 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 2 – Setor <strong>de</strong> Resíduos<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong><br />

Emissão – Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

Metano evitado e captura <strong>de</strong><br />

metano (<strong>de</strong>struição ou<br />

aproveitamento) – Efluentes<br />

Líquidos<br />

Metano evitado e captura <strong>de</strong><br />

metano (<strong>de</strong>struição ou<br />

aproveitamento) – Efluentes<br />

Líquidos<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 2 – Tratamento <strong>de</strong> Resíduo Sólidos e Efluentes<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos 1<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no resto do Mundo<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvovidos 1<br />

ACM0014 1 - - - 1 91 91 25<br />

AM0013 4 - - - - - - - 7<br />

AM0013 4<br />

AMS-I.C 3<br />

- - - - - - - 1<br />

AM0022 4 - - - - - - - 16<br />

AMS-III.H 3 - - - 3 118 39 72<br />

AMS-III.H<br />

AMS-I.D 2<br />

AMS-III.I<br />

AMS-I.A. 3<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.A. 3<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.C.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.A. 3<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-I.C. 3<br />

1 - - - 1 24 24 -<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 2<br />

- - - - - - - 5<br />

- - - - - - - 6<br />

- - - - - - - 7<br />

- - - - - - - 46<br />

- - - - - - - 14<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 2<br />

AMS-III.H. - - - - - - - 1


198<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong><br />

Emissão – Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

Metano evitado e captura <strong>de</strong><br />

metano (<strong>de</strong>struição ou<br />

aproveitamento) – Resíduos<br />

Sólidos)<br />

Metano evitado e captura <strong>de</strong><br />

metano (<strong>de</strong>struição ou<br />

aproveitamento) – Resíduos<br />

Sólidos)<br />

Metano evitado e captura <strong>de</strong><br />

metano (<strong>de</strong>struição ou<br />

aproveitamento) – Resíduos<br />

Sólidos e Efluentes líquidos<br />

Metodologias<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong><br />

Base<br />

AMS-I.F.<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-III.O.<br />

AMS-III.I.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-III.D.<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos em<br />

validação<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

validados<br />

Elo 2 – Tratamento <strong>de</strong> Resíduo Sólidos e Efluentes<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

registrados<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Número <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

rejeitados<br />

Total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos 1<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no resto do Mundo<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvovidos 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

AM0080 - - - - - - - -<br />

AMS-III.I 2 - 4 - 6 209 35 3<br />

AMS-III.Y - - - - - - - 1<br />

AM0075 - - - - - - - -<br />

ACM0010 2 - - - 2 181 91 8<br />

ACM0010<br />

ACM0006 3<br />

ACM0010<br />

AMS-I.D. 2<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 3<br />

AM0006 4 2 - 2 - 4 190 48 9<br />

AM0016 4 - - 18 - 18 1384 77 22<br />

AM0025 1 1 - - 2 94 47 63<br />

AM0025<br />

ACM0002<br />

AM0025<br />

ACM0002 2<br />

AMS-I.D. 2<br />

AM0025<br />

AM0053<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

AM0039 - - - - - - - 23<br />

AM0073 - - - - - - - 3<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-III.D.<br />

- - - - - - - 4<br />

AMS-III.D. 28 - 21 - 49 1493 30 131<br />

AMS-III.D.<br />

AMS-I.A. 3<br />

AMS-III.D.<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.D.<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-I.A. 3<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.D.<br />

- - - - - - - 3<br />

- - - - - - - 3<br />

1 - - - 1 58 58 4<br />

- - - - - - - 1<br />

AM0075 - - - - - - - -<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-III.I.E.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-III.F.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-III.F.<br />

AMS-I.D. 2<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 2<br />

- - - - - - - 1<br />

- - - - - - - 1<br />

Eficiência Energética na<br />

Reciclagem <strong>de</strong> Resíduos Sólidos<br />

AMS-III.AJ - - - - - - - -<br />

1<br />

Excluem-se os Projetos Rejeitados.<br />

2 Geração <strong>de</strong> EE.<br />

3 Geração <strong>de</strong> Energia Térmica com ou sem geração <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

4 As metodologias foram consolidadas.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

199<br />

Como po<strong>de</strong> ser observado na Tabela 0-3 no Brasil, foram propostos 95 projetos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> resíduos<br />

sólidos e efluentes líquidos no âmbito do MDL, totalizando um potencial <strong>de</strong> redução em 4.303 ktCO₂e/ano.<br />

Com base na avaliação <strong>de</strong>sses projetos, o potencial médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE varia entre:<br />

� 8-91 ktCO₂e /ano para projetos <strong>de</strong> metano evitado e captura <strong>de</strong> metano em efluentes líquidos; e<br />

� 30-91 ktCO₂e /ano para projetos <strong>de</strong> metano evitado e captura <strong>de</strong> metano em resíduos sólidos.<br />

Ainda não foi <strong>de</strong>senvolvido nenhum projeto <strong>de</strong> eficiência energética na reciclagem <strong>de</strong> resíduos sólidos no<br />

Brasil e nos <strong>de</strong>mais países em <strong>de</strong>senvolvimento participantes do MDL.<br />

As oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE no elo 2 da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> resíduos são <strong>de</strong>scritas a seguir.<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados ao Tratamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e<br />

Efluentes<br />

No setor <strong>de</strong> resíduos sólidos e efluentes, no elo <strong>de</strong> tratamento, foram avaliadas 18 metodologias, das quais<br />

14 foram incluídas no estudo do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs no País, agrupadas em 6 tipos <strong>de</strong><br />

projetos concernentes à tratamento <strong>de</strong> efluentes na indústria sucroalcooleira, na indústria <strong>de</strong> papel e em<br />

tratamento <strong>de</strong> esgoto, tratamento térmico <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos, tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais<br />

confinados e exportação do biogás coletado.<br />

Tratamento <strong>de</strong> Efluentes<br />

As metodologias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala ACM0014 (As metodologias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala – AM0013 e AM0022 –<br />

foram consolidadas na ACM0014) e AM0080, bem como as metodologias <strong>de</strong> pequena escala AMS-III.H., AMS-III.I.<br />

e AMS-III.Y. são aplicáveis a projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> metano proveniente <strong>de</strong> tratamentos <strong>de</strong> efluentes<br />

industriais e domésticos.<br />

A <strong>de</strong>finição dos projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões aplicáveis ao tratamento <strong>de</strong> efluentes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

tratamento utilizado na linha <strong>de</strong> base. As 2 linhas <strong>de</strong> base mais prováveis no tratamento <strong>de</strong> efluentes são o<br />

tratamento aeróbio dos efluentes (sem geração <strong>de</strong> metano), e o tratamento anaeróbio (com geração <strong>de</strong><br />

metano). Para cada linha <strong>de</strong> base, foram i<strong>de</strong>ntificados projetos aplicáveis, que po<strong>de</strong>m ser vistos na Figura 0-2<br />

abaixo.


200<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Figura 0-2 – Tipos <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões para Tratamento <strong>de</strong> Efluentes<br />

Indústria<br />

Indústrias <strong>de</strong> X<br />

LB<br />

Tratametno aeróbio<br />

Tratamento anaeróbio<br />

Instalação <strong>de</strong> reator<br />

anaeróbio<br />

Substituição para<br />

tratamento aeróbio<br />

Captura do biogás e<br />

geração <strong>de</strong> energia<br />

térmica (substituição<br />

<strong>de</strong> GN)<br />

Captura do biogás e<br />

geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica (substituição <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> comprada)<br />

Projeto<br />

Captura do biogás e<br />

geração <strong>de</strong> energia<br />

térmica (substituição<br />

<strong>de</strong> GN)<br />

Captura do biogás e<br />

geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica (substituição <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> comprada)<br />

Para sites em que a linha <strong>de</strong> base é o tratamento aeróbio (sem geração <strong>de</strong> metano), os projetos po<strong>de</strong>m ser a<br />

instalação <strong>de</strong> reator anaeróbio, com captura do biogás para geração <strong>de</strong> energia térmica e/ou elétrica.<br />

Para sites em que a linha <strong>de</strong> base é o tratamento anaeróbio (com geração <strong>de</strong> metano), os projetos po<strong>de</strong>m<br />

ser <strong>de</strong> substituição para tratamento aeróbio, captura do biogás e geração <strong>de</strong> energia térmica ou captura do biogás<br />

para geração <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

Em casos que o projeto envolve sistemas <strong>de</strong> tratamento anaeróbio, a redução <strong>de</strong> emissões ocorre <strong>de</strong>vido à<br />

<strong>de</strong>struição do metano coletado e/ou pelo aproveitamento energético do biogás (em substituição da fonte<br />

geradora <strong>de</strong> energia – por exemplo, eletricida<strong>de</strong> do Sistema Interligado Nacional e consumo combustível fósseis<br />

para geração <strong>de</strong> energia térmica). Já em projetos envolvendo sistemas aeróbios, a redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE<br />

ocorre pela redução na geração <strong>de</strong> metano.<br />

De acordo com o Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito<br />

Estufa, os setores produtivos que geram gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> efluentes com alta carga orgânica são: álcool,<br />

açúcar, cerveja, leite cru, algodão, papel, suínos, leite pasteurizado, aves e bovinos. Foram analisados projetos <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong> efluentes industriais para setores <strong>de</strong> álcool, açúcar e papel e para suínos, aves e bovinos (ver seção a<br />

respeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais). Também foram analisados projetos para tratamento <strong>de</strong> esgoto. Os <strong>de</strong>mais setores<br />

produtivos não foram contemplados pela falta <strong>de</strong> dados disponíveis.


Tratamento <strong>de</strong> Efluentes do Setor Sucroalcooleiro<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

201<br />

O projeto em questão aplica-se a todas as usinas <strong>de</strong> açúcar e/ou álcool que não possuem biodigestores com<br />

aproveitamento energético do gás capturado. Foram selecionadas todas as usinas sucroalcooleiras da Região<br />

Centro-Sul e sua produção <strong>de</strong> açúcar e álcool, obtidos através do produto "Ranking <strong>de</strong> produção – cana, açúcar e<br />

álcool" da ÚNICA, para safra <strong>de</strong> 2007/2008 70 , e o total <strong>de</strong> açúcar e cana produzidos no Brasil para mesma safra.<br />

Foram calculados 2 tipos <strong>de</strong> projetos relacionados a linha <strong>de</strong> base sendo <strong>de</strong>gradação aeróbia, conforme<br />

apresentado na Figura 0-2.<br />

Dos dois projetos analisados, apenas o projeto <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> biodigestor e captura do biogás para geração<br />

<strong>de</strong> energia térmica com substituição <strong>de</strong> gás natural apresentou redução <strong>de</strong> emissões. O projeto para geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> aumentou as emissões do projeto, <strong>de</strong>vido às fugas do biodigestor. Portanto, apenas o primeiro<br />

projeto será apresentado.<br />

Avaliação Técnica– Linha <strong>de</strong> base aeróbico com projeto <strong>de</strong> captura <strong>de</strong> biogás para geração <strong>de</strong> energia térmica<br />

com substituição <strong>de</strong> gás natural – Cenário 1<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas apresentadas na<br />

Tabela 0-4 e dos parâmetros apresentados na Tabela 0-5 e Tabela 0-6.<br />

Tabela 0-4 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = E trat.LB + E GN<br />

E trat.LB *t CO₂e/ano+ = ( P etanol [m 3/ ano] x D etanol [t/m 3 ] x DBO etanol [kg DBO/t] + P açúcar [t/ano] x DBO açúcar [kg DBO/t] ) x B 0 *kg CH₄ /kg DBO] x MCF baseline [adimensional]/1000 [kg<br />

CH₄ /t CH₄+ x GWP CH₄ *t CH₄ /t CO₂e+<br />

E GN *t CO₂e/ano+ = ( P etanol [m 3 /ano] x D etanol [t/m 3 ] x DBO etanol [kg DBO/t] + P açúcar [t/ano] x DBO açúcar [kg DBO/t] ) x B 0 *kg CH₄ /kg DBO] x MCF projeto [adimensional]/1000 [kg<br />

CH₄/t CH₄+ x EF coleta [fração]/D CH₄ *t CH₄ /m 3 CH₄+ x PC metano [GJ/m 3 CH₄+ x FE gás natural *t CO₂e/GJ]<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E fugas trat.<br />

E fugas trat. *t CO₂e/ano] = ( P etanol [m 3 /ano] x D etanol [t/m 3 ] x DBO etanol [kg DBO/t] + P açúcar [t/ano] x DBO açúcar [kg DBO/t] ) x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF projeto [adimensional]/1000 [kg<br />

CH₄/t CH₄+ x (1 – EF coleta *fração+) x GWPCH₄ *t CH₄/t CO₂e+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-5 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição<br />

kg CH₄ por<br />

kg DQO<br />

kg CH₄ por<br />

kg DBO<br />

B 0 Capacida<strong>de</strong> M xima <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> CH₄ (Bo) 0,25 0,6 2<br />

70 As empresas na região Centro-Sul representaram 88,7% da produção nacional na safra 07/08. Também foi calculado para a Usina Boa Vista, da empresa São<br />

Martinho, com dados <strong>de</strong> produção da safra 2008/2009.<br />

Fonte


202<br />

Tabela 0-6 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> Aquecimento Global para o metano 21 tCO₂e/tCH₄ 10<br />

DCH₄ Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano (à temperatura <strong>de</strong> 20 graus e 1 atm pressão) 0,00067 t CH₄ /m 3 CH₄ 6<br />

D etanol Densida<strong>de</strong> do etanol 0,8025 t etanol/m 3 etanol 11<br />

MCF Baseline<br />

Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano – Centralizado, planta <strong>de</strong> tratamento aeróbio –<br />

Bem manejado<br />

0 - 2<br />

MCF Projeto 1 e 2 Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano anual – Reator anaeróbio 0,8 - 2<br />

B 0 Potencial máximo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> metano 0,6 kg CH₄/kg DBO 2<br />

EF Coleta Eficiência <strong>de</strong> coleta do equipamento <strong>de</strong> recuperação do biogás 0,9 - 7<br />

PC metano Po<strong>de</strong>r calorífico do metano 0,036 GJ/m 3 CH₄ 8<br />

FE elet. Fator <strong>de</strong> emissão da eletricida<strong>de</strong> do sistema interligado 0,163 tCO₂e/MWh 12<br />

EF elet. Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 30% - 14<br />

FE gás natural Fator <strong>de</strong> emissão do gás natural 0,056 tCO₂e/GJ 5<br />

DBO álcool Fator <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> DBO por tonelada <strong>de</strong> Álcool 220 kg DBO/t álcool 4<br />

DBO açúcar Fator <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> DBO por tonelada <strong>de</strong> Açúcar 200 kg DBO/t açúcar 3<br />

Valor 1 do CER 5 US$/t CO₂e 13<br />

Valor 2 do CER 10 US$/t CO₂e 13<br />

Custo do investimento US$<br />

Eletricida<strong>de</strong> 3,6 GJ/MWh 15<br />

Fontes:<br />

1 ÚNICA. "Ranking <strong>de</strong> produção – cana, açúcar e álcool". Disponível em www.unica.com.br/userFiles/estatisticas/ranking%201.xls.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 CETESB (1984) apud Salvador (1991) em Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa no Tratamento e<br />

Disposição <strong>de</strong> Resíduos – Ministério da Ciência e Tecnologia 2010.<br />

4 WHO (1982) apud Salvador (1991) em Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa no Tratamento e<br />

Disposição <strong>de</strong> Resíduos – Ministério da Ciência e Tecnologia 2010.<br />

5 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

6 Metodologia ACM0010.<br />

7 Valor <strong>de</strong>fault – Metodologia AMS-III.H. Disponível em http://cdm. unfccc.int/UserManagement/FileStorage/M7LYODQGTW5EBSCAUX3K2H4P06ZI8F<br />

8 Projeto 2548 – Gramacho Landfill Gas Project.<br />

9 São Martinho. Disponível em www.mzweb.com.br/saomartinho2009/web /conteudo_pti.asp?conta=45&id=76942&tipo=28780&idioma=0.<br />

10 Valor para primeiro período <strong>de</strong> compromisso.<br />

11 Balanço energético Nacional 2009 (BEN 2009).<br />

12 Ministério da Ciência e Tecnologia, Fatores <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CO₂ <strong>de</strong> acordo com a ferramenta metodológica aprovada pelo Conselho Executivo do MDL, 2009. Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/303076.html#ancora.<br />

13 Default ICF&FIDES.<br />

14 Premissa.<br />

15 AM0087 Approved baseline and monitoring methodology AM0087 Construction of a new natural gas power plant supplying electricity to the grid or a single consumer”<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

tratamento <strong>de</strong> efluentes do setor sucroalcooleiro (tratamento na linha <strong>de</strong> base aeróbio, com projeto <strong>de</strong> captura<br />

<strong>de</strong> biogás para geração <strong>de</strong> energia térmica com substituição <strong>de</strong> gás natural) – no Brasil, contemplando a o número<br />

<strong>de</strong> possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong><br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz<br />

energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-7 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-7 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Efluentes na indústria sucroalcooleira: Linha <strong>de</strong> base aeróbica com<br />

projeto <strong>de</strong> captura <strong>de</strong> biogás para geração <strong>de</strong> energia térmica com substituição <strong>de</strong> gás natural<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,0003 tCO₂e/(kg DBO 71 x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 2.516.038,5 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 25.160.384,8 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 282 Unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 89.221 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 0 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 251 Milhões US$<br />

203<br />

Investimento total n/a Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Tratamento <strong>de</strong> Efluentes do Setor <strong>de</strong> Papel<br />

O projeto em questão aplica-se a todas as indústrias <strong>de</strong> papel que não possuem biodigestores com<br />

aproveitamento energético do gás capturado. Foram selecionadas todas as empresas <strong>de</strong> papel por estado 72 , dado<br />

obtido através do Relatório Anual 2008/2009 da Bracelpa, junto com os dados <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>sagregado por<br />

empresa por estado 73 . No total, i<strong>de</strong>ntificaram-se as empresas responsáveis por 96% da produção nacional <strong>de</strong><br />

papel.<br />

Foram calculados 5 tipos <strong>de</strong> projetos, em função <strong>de</strong> duas linhas <strong>de</strong> base, conforme Figura 0-2.<br />

Para linha <strong>de</strong> base sendo tratamento aeróbio, dos dois projetos analisados, o projeto <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong><br />

biodigestor e captura do biogás para geração <strong>de</strong> energia térmica com substituição <strong>de</strong> gás natural apresentou<br />

redução <strong>de</strong> emissões consi<strong>de</strong>ravelmente maior que o projeto para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. Serão apresentados os<br />

resultados do projeto <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia térmica.<br />

Para linha <strong>de</strong> base sendo tratamento anaeróbio, o projeto <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> gás natural apresentou a<br />

maior redução <strong>de</strong> emissão, seguindo pelo projeto <strong>de</strong> substituição para tratamento aeróbio, sendo o projeto <strong>de</strong><br />

captura do biogás para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> a menor redução <strong>de</strong> emissão. Porém, esse último contribui para<br />

matriz energética. Portanto, serão apresentados os resultados do projeto <strong>de</strong> captura do biogás para geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong>.<br />

Avaliação Técnica – Cenário 1: Linha <strong>de</strong> base aeróbico com projeto <strong>de</strong> captura <strong>de</strong> biogás para geração <strong>de</strong><br />

energia térmica com substituição <strong>de</strong> gás natural<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela 0-8<br />

e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-9, Tabela 0-10 e na Tabela 0-11.<br />

Tabela 0-8 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = E trat.LB + E gás natural<br />

E trat.LB *t CO₂e/ano+ = P papel [t/ano] x Fat. Geração DBO [kg DBO/t] x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF baseline [adimensional]/1000 *kg CH₄/t CH₄+ x GWP CH₄ *t CH₄/t CO₂e+<br />

E gás natural *t CO₂e/ano+ = P papel [t/ano] x Fat. Geração DBO [kg DBO/t] x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF projeto [adimensional] x EF coleta [fração]/D CH₄ *t CH₄/m 3 CH₄+ x PC metano [GJ/m 3 CH₄+ x FE gás<br />

natural *t CO₂e/GJ+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E fugas trat.<br />

E fugas trat. *t CO₂e/ano+ = P papel [t/ano] x Fat. Geração DBO [kg DBO/t] x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF projeto [adimensional] x (1 – EF coleta *fração+) x GWPCH₄ *t CH₄/t CO₂e+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = ELB – EPR 71<br />

1 tonelada <strong>de</strong> açúcar gera aproximadamente 200 kg DBO. 1 tonelada <strong>de</strong> etanol gera aproximadamente 220 kg DBO.<br />

72<br />

Foi consi<strong>de</strong>rado apenas 1 projeto por empresa por estado. No caso <strong>de</strong> empresas com mais <strong>de</strong> uma fábrica por estado, essas foram agregadas, contabilizando<br />

1 projeto com a produção <strong>de</strong> todas as fábricas da empresa no estado.<br />

73<br />

A produção nacional foi obtida em Bracelpa, "Relatório Anual 2008/2009" assim como a produção das empresas Para as Empresas Klabin SA, Suzano,<br />

International Paper, Votorantim Celulose e Papel, Rigesa, Orsa, Santher, Stora Enso, Trombini, Norske, MD Papéis, Celulose Irani AS, Inpa e Ahlstrom. A<br />

produção específica às <strong>de</strong>mais empresas foi estimada. A estimativa <strong>de</strong> produção foi calculada multiplicando-se a capacida<strong>de</strong> nominal por um fator <strong>de</strong> utilização<br />

obtido a partir da média <strong>de</strong> utilização das empresas citadas anteriormente.


204<br />

Tabela 0-9 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Parâmetro Setor Produtivo Fator <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> DBO Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Fator <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> DBO Papel 8 kg DBO/t 4<br />

Tabela 0-10 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição<br />

kg CH₄ por<br />

kg DQO<br />

kg CH₄ por<br />

kg DBO<br />

B 0 Capacida<strong>de</strong> M xima <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> CH₄ (Bo) 0,25 0,6 2<br />

Tabela 0-11 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global para o metano 21 tCO₂e/tCH₄ IPCC 2006<br />

DCH₄ Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano (à temperatura <strong>de</strong> 20 graus e 1 atm pressão) 0,00067 t CH₄ /m 3 CH₄ 6<br />

MCF Baseline1 Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano – Centralizado, planta <strong>de</strong> tratamento aeróbio – Bem manejado 0 - 2<br />

MCF Baseline2 Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano anual – Centralizado, planta <strong>de</strong> tratamento aeróbio – sobrecarregado 0,8 - 2<br />

MCF Projeto Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano anual – Reator anaeróbio 0,8 - 2<br />

B 0 Potencial máximo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> metano 0,6 kg CH₄/kg DBO IPCC 2006<br />

EF Coleta Eficiência <strong>de</strong> coleta do equipamento <strong>de</strong> recuperação do biogás 0,9 - 7<br />

PC metano Po<strong>de</strong>r calorífico do metano 0,036 GJ/m 3 CH₄ 8<br />

FE elet. Fator <strong>de</strong> emissão da eletricida<strong>de</strong> do sistema interligado 0,163 tCO₂e/MWh 9<br />

EF elet. Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 30% - 10<br />

FE gás natural Fator <strong>de</strong> emissão do gás natural 0,056 tCO₂e/GJ 5<br />

Eletricida<strong>de</strong> 3,6 GJ/MWh<br />

Valor 1 do CER 5 US$ 11<br />

Valor 2 do CER 10 US$ 11<br />

Fontes:<br />

1 BRACELPA. "Relatório Anual 2008/2009". Disponível em www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa no Tratamento e Disposição <strong>de</strong> Resíduos – Ministério da<br />

Ciência e Tecnologia 2010.<br />

4 WHO (1982) apud Salvador (1991) em Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa no Tratamento e<br />

Disposição <strong>de</strong> Resíduos – Ministério da Ciência e Tecnologia 2010.<br />

5 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

6 ACM0010.<br />

7 Valor <strong>de</strong>fault – Metodologia AMS-III.H.<br />

8 Projeto 2548 – Gramacho Landfill Gas Project.<br />

9 Ministério da Ciência e Tecnologia, Fatores <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CO₂ <strong>de</strong> acordo com a ferramenta metodológica aprovada pelo Conselho Executivo do MDL, 2009. Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/303076.html#ancora.<br />

10 Assumido.<br />

11 Default ICF&FIDES.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

tratamento <strong>de</strong> efluentes do setor <strong>de</strong> papel (tratamento na linha <strong>de</strong> base aeróbio, com projeto <strong>de</strong> captura <strong>de</strong><br />

biogás para geração <strong>de</strong> energia térmica com substituição <strong>de</strong> gás natural) – no Brasil, contemplando a o número<br />

<strong>de</strong> possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong><br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à<br />

matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Vale ressaltar que os resultados dos projetos para tratamento <strong>de</strong> efluentes da indústria <strong>de</strong> papel não<br />

po<strong>de</strong>m ser somados.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-12 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Fonte


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-12 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Efluentes na indústria <strong>de</strong> papel: Linha <strong>de</strong> base aeróbica com projeto<br />

<strong>de</strong> captura <strong>de</strong> biogás para geração <strong>de</strong> energia térmica com substituição <strong>de</strong> gás natural<br />

205<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,0103 tCO₂e/(kg DBO 74 x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 91.201,8 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 912.017,9 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 120 Unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 7.600,1 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 0 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 9,1 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 60 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Avaliação Técnica – Cenário 2: Linha <strong>de</strong> base anaeróbico com projeto <strong>de</strong> captura <strong>de</strong> biogás para geração <strong>de</strong><br />

energia elétrica com substituição <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> comprada<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-13 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-14, Tabela 0-15 e na Tabela 0-16.<br />

Tabela 0-13 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = E trat.LB + E elet.<br />

E trat.LB *t CO₂e/ano+ = P papel [t/ano] x Fat. Geração DBO [kg DBO/t] x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF baseline [adimensional]/1000 [kg CH₄/t CH₄+ x GWP CH₄ *t CH₄/t CO₂e+<br />

E elet. *t CO₂e/ano+ = P papel [t/ano] x Fat. Geração DBO [kg DBO/t] x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF projeto [adimensional] x EF coleta [fração]/D CH₄ *t CH₄/m 3 CH₄+ x PC metano [GJ/m 3 CH₄+/[GJ/MWh] x<br />

FE elet. *t CO₂e /MWh+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E fugas trat.<br />

E fugas trat. *t CO₂e/ano+ = P papel [t/ano] x Fat. Geração DBO [kg DBO/t] x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF projeto [adimensional] x (1 – EF coleta *fração+) x GWPCH₄ *t CH₄/t CO₂e+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-14 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Setor Produtivo Fator <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> DBO Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

Fator <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> DBO Papel 8 kg DBO/t 4<br />

Tabela 0-15 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição<br />

kg CH₄ por<br />

kg DQO<br />

kg CH₄ por<br />

kg DBO<br />

B 0 Capacida<strong>de</strong> M xima <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> CH₄ (Bo) 0,25 0,6 2<br />

Tabela 0-16 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global para o metano 21 tCO₂e/tCH₄ IPCC 2006<br />

DCH₄ Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano (à temperatura <strong>de</strong> 20 graus e 1 atm pressão) 0,00067 t CH₄ /m 3 CH₄ 6<br />

MCF Baseline<br />

Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano anual – Centralizado, planta <strong>de</strong><br />

tratamento aeróbio – sobrecarregado<br />

0,8 - 2<br />

MCF Projeto Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano anual – Reator anaeróbio 0,8 - 2<br />

B 0 Potencial máximo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> metano 0,6 kg CH₄/kg DBO IPCC 2006<br />

EF Coleta Eficiência <strong>de</strong> coleta do equipamento <strong>de</strong> recuperação do biogás 0,9 - 7<br />

PC metano Po<strong>de</strong>r calorífico do metano 0,036 GJ/m 3 CH₄ 8<br />

FE elet. Fator <strong>de</strong> emissão da eletricida<strong>de</strong> do sistema interligado 0,163 tCO₂e/MWh 9<br />

EF elet. Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 30% - 10<br />

FE gás natural Fator <strong>de</strong> emissão do gás natural 0,056 tCO₂e/GJ 5<br />

Eletricida<strong>de</strong> 3,6 GJ/MWh<br />

Valor 1 do CER 5 US$ 11<br />

Valor 2 do CER 10 US$ 11<br />

74 1 tonelada <strong>de</strong> açúcar gera aproximadamente 200 kg DBO. 1 tonelada <strong>de</strong> etanol gera aproximadamente 220 kg DBO.<br />

Fonte


206<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Fontes:<br />

1 BRACELPA. "Relatório Anual 2008/2009". Disponível em www.bracelpa.org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa no Tratamento e Disposição <strong>de</strong> Resíduos – Ministério da<br />

Ciência e Tecnologia 2010.<br />

4 WHO (1982) apud Salvador (1991) em Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa no Tratamento e<br />

Disposição <strong>de</strong> Resíduos – Ministério da Ciência e Tecnologia 2010.<br />

5 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

6 ACM0010.<br />

7 Valor <strong>de</strong>fault – Metodologia AMS-III.H.<br />

8 Projeto 2548 – Gramacho Landfill Gas Project.<br />

9 Ministério da Ci ncia e Tecnologia, Fatores <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CO₂ <strong>de</strong> acordo com a ferramenta metodológica aprovada pelo Conselho Executivo do MDL, 2009. Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/303076.html#ancora<br />

10 Assumido.<br />

11 Default ICF&FIDES.<br />

Resultados consolidados do Inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

tratamento <strong>de</strong> efluentes do setor <strong>de</strong> papel (tratamento na linha <strong>de</strong> base anaeróbio, com projeto <strong>de</strong> captura <strong>de</strong><br />

biogás para geração <strong>de</strong> energia elétrica com substituição <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> comprada) – no Brasil, contemplando<br />

a o número <strong>de</strong> possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as<br />

estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial<br />

contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse<br />

projeto.<br />

Vale ressaltar que os resultados dos projetos para tratamento <strong>de</strong> efluentes da indústria <strong>de</strong> papel não<br />

po<strong>de</strong>m ser somados.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-17 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-17 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Efluentes na indústria <strong>de</strong> papel: Linha <strong>de</strong> base anaeróbica com<br />

projeto <strong>de</strong> captura <strong>de</strong> biogás para geração <strong>de</strong> energia elétrica com substituição <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> comprada<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,0751 tCO₂e/(kg DBO tratada x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 662.248,3 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 6.622.483,1 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 120* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 55.187,4 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 55.187,4 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 66,2 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 60 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Tratamento <strong>de</strong> Esgoto<br />

O projeto em questão aplica-se a todas as prestadoras <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> esgoto que possuem ETEs com<br />

sistemas <strong>de</strong> tratamento que não sejam reatores anaeróbios com recuperação <strong>de</strong> biogás para geração <strong>de</strong><br />

energia. Foram selecionadas todas as prestadoras <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> esgoto cadastradas no Sistema Nacional <strong>de</strong><br />

Informações sobre Saneamento, foram separadas por municípios em que atuam e associadas ao volume<br />

tratado.<br />

Para <strong>de</strong>terminação da linha <strong>de</strong> base <strong>de</strong> cada prestadora, utilizaram-se dados dos tratamentos utilizados<br />

em cada estado, segundo a Pesquisa Nacional <strong>de</strong> Saneamento Básico 2008. O projeto consiste no tratamento<br />

<strong>de</strong> esgoto com reatores anaeróbios com captura do biogás e utilização <strong>de</strong>sse para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.


Avaliação Técnica<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

207<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-18 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-19.<br />

Tabela 0-18 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = E trat.LB + E elet<br />

E trat.LB *t CO₂e/ano+ = V.esg ano [m 3 esg/ano] x DBOhab.dia [kg DBO/hab.dia]x 10 6 [L/m 3 ]/(Cons.ag hab [L agua/(hab.dia)] x Esg.ag [L esg/L agua]) x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF BL<br />

[adimensional]/1000 *kg CH₄/t CH₄+ x GWP CH₄ *t CO₂e/t CH₄+<br />

E elet *t CO₂e/ano+ = V.esg ano [m 3 esg/ano] x DBOhab.dia [kg DBO/hab.dia]x 10 6 [L/m 3 ]/(Cons.ag hab [L agua/(hab.dia)] x Esg.ag [L esg/L agua]) x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF projeto<br />

[adimensional]/1000 *kg CH₄/t CH₄+ x EF coleta [fração]/D CH₄ *t CH₄/m 3 CH₄+ x PC metano [GJ/m 3 CH₄+ x FE elet *t CO₂e/GJ+<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E fugas trat.<br />

E fugas trat. *t CO₂e/ano+ = V.esg ano [m 3 esg/ano] x DBOhab.dia [kg DBO/hab.dia]x 10 6 [L/m 3 ]/(Cons.ag hab [L agua/(hab.dia)] x Esg.ag [L esg/L agua]) x B 0 *kg CH₄/kg DBO+ x MCF projeto<br />

[adimensional]/1000 *kg CH₄/t CH₄+ x (1 – EF coleta [fração]) x GWP CH₄ *t CO₂e/t CH₄+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-19 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> Aquecimento Global para o metano 21 tCO₂e/tCH₄ 11<br />

DCH₄ Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano (à temperatura <strong>de</strong> 20 graus e 1 atm pressão) 0,00067 t CH₄ /m 3 CH₄ 6<br />

B 0 Potencial máximo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> metano 0,6 kg CH₄/kg DBO 2<br />

MCF PR Fator <strong>de</strong> correção do metano no projeto 0,8 2<br />

EF Coleta Eficiência <strong>de</strong> coleta do equipamento <strong>de</strong> recuperação do biogás 0,9 - 7<br />

PC metano Po<strong>de</strong>r calorífico do metano 0,036 GJ/m 3 CH₄ 8<br />

FE elet. Fator <strong>de</strong> emissão da eletricida<strong>de</strong> do sistema interligado 0,16 tCO₂/MWh 9<br />

EF elet. Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 30% - 5<br />

B 0 Capacida<strong>de</strong> M xima <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> CH₄ (Bo) 0,6 kg CH₄ por kg DBO 2<br />

EF rem Eficiência <strong>de</strong> remoção <strong>de</strong> DBO com o reator anaeróbio 0,7 - 2<br />

EF <strong>de</strong>st Eficiência na linha <strong>de</strong> base da <strong>de</strong>struição do biogás capturado 0,5 - 3<br />

Cons.ag hab Consumo <strong>de</strong> água por habitante 180 L/(hab.dia) 5<br />

Esg.ag Relação entre consumo <strong>de</strong> água e geração <strong>de</strong> esgoto 0,8 L Esgoto/L Água 3<br />

DBO hab.dia Geração <strong>de</strong> DBO por habitante 0,054 kg DBO/(hab.dia) 12<br />

Eletricida<strong>de</strong> 3,6 GJ/MWh 4<br />

Custo 40 R$/hab 5<br />

Conversão <strong>de</strong> Dólar para Real – ano base 2009 2,00 R$/US$ 13<br />

Valor 1 do CER 5 US$ 10<br />

Valor 2 do CER 10 US$ 10<br />

Fontes:<br />

1 SNIS – Sistema <strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Informações Sobre Saneamento – Prestadoras <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> esgoto cadastradas, por município.<br />

2 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program (www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

3 Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases De Efeito Estufa – Relatórios <strong>de</strong> Referência – Emissões <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa no Tratamento e Disposição <strong>de</strong> Resíduos –<br />

Ministério da Ciência e Tecnologia 2010.<br />

4 AM0087 Approved baseline and monitoring methodology AM0087 Construction of a new natural gas power plant supplying electricity to the grid or a single consumer”.<br />

5 Premissa- ICF&FIDES. Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual n /a 75 tCO₂e/(kg DBO tratada x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 2.372.417 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 23.724.173 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 1.138* unida<strong>de</strong>s<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 20.847 tCO₂e/projeto<br />

Contribuição à matriz energética 1.335.373 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 237,2 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 1.010 Milhões US$<br />

6 ACM0010.<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

75 O fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da linha <strong>de</strong> base. Como foram consi<strong>de</strong>radas diferentes linhas <strong>de</strong> base por estado, não é possível <strong>de</strong>terminar um<br />

fator <strong>de</strong> redução genérico.


208<br />

Barreiras<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Substituição <strong>de</strong> Tratamento Anaeróbio por Tratamento Aeróbio<br />

Esse tipo <strong>de</strong> projeto enfrenta barreiras <strong>de</strong> investimento e tecnológicas.<br />

Em relação às barreiras <strong>de</strong> investimento, a instalação <strong>de</strong> aeradores requer altos investimentos, além <strong>de</strong><br />

haver custos operacionais durante todo o tempo <strong>de</strong> vida do projeto, em função da eletricida<strong>de</strong> adicional que<br />

será <strong>de</strong>mandada e da maior geração <strong>de</strong> lodo.<br />

Além disso, a mudança no sistema <strong>de</strong> tratamento não gera nenhum tipo <strong>de</strong> retorno financeiro ou<br />

econômico, não sendo, portanto, <strong>de</strong> interesse direto dos possíveis <strong>de</strong>senvolvedores da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto. A<br />

única receita é oriunda da venda dos créditos obtidos com a redução <strong>de</strong> emissões.<br />

Em termos <strong>de</strong> barreiras tecnológicas, a construção <strong>de</strong> um novo sistema <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> efluente<br />

envolve, por exemplo, a instalação <strong>de</strong> aeradores, <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> lodos ativados, <strong>de</strong> <strong>de</strong>cantadores e a<br />

alteração e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> lagoas para que se faça a alteração do tipo <strong>de</strong> tratamento. Esse tipo <strong>de</strong> trabalho não<br />

faz parte do negócio principal das empresas <strong>de</strong>senvolvedoras dos projetos, e uma construção <strong>de</strong>sse tipo<br />

po<strong>de</strong>ria afetar as suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rotina. Além disso, seria necessário haver um treinamento dos<br />

funcionários para trabalhar com novos equipamentos e com a nova tecnologia.<br />

Atualmente, não há exigências legais para redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE nas indústrias geradoras <strong>de</strong><br />

efluentes com alta carga orgânica. Dessa forma, o empreen<strong>de</strong>dor não é obrigado nem a <strong>de</strong>struir o biogás<br />

gerado nem a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> gerá-lo.<br />

Captura do Biogás Gerado no Tratamento Anaeróbio<br />

As barreiras <strong>de</strong> investimento e tecnológicas mencionadas na substituição <strong>de</strong> tratamento anaeróbio por<br />

tratamento aeróbio também são aplicáveis.<br />

Além disso, para a captura do biogás com biodigestores também é exigido um alto custo <strong>de</strong> investimento.<br />

Em relação à captura do metano e à sua <strong>de</strong>struição em flares, a ausência <strong>de</strong> exigências legais faz com que tal<br />

opção não seja interessante para o empreen<strong>de</strong>dor sem que haja um retorno financeiro a partir da obtenção <strong>de</strong><br />

créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

A<strong>de</strong>mais, o fato <strong>de</strong> não haver projetos <strong>de</strong>sse tipo no Brasil faz com que haja barreiras tecnológicas.<br />

Tratamento Térmico <strong>de</strong> Resíduos<br />

A metodologia <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala – AM0025 – e as metodologias <strong>de</strong> pequena escala – AMS-II.I.E. e AMS-<br />

III.L. – se aplicam a projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE a partir <strong>de</strong> tratamentos alternativos <strong>de</strong> resíduos<br />

orgânicos ou <strong>de</strong> biomassa, no caso, tratamento térmico <strong>de</strong> RSU. Esse tipo <strong>de</strong> projeto se enquadra na categoria<br />

metano evitado, pois o resíduo que seria <strong>de</strong>stinado a aterros – em que ocorreriam emissões <strong>de</strong> metano – será<br />

<strong>de</strong>stinado a unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento e <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> emitir metano.<br />

As emissões do projeto estão relacionadas ao transporte adicional do RSU, ao consumo <strong>de</strong> combustível<br />

fóssil na unida<strong>de</strong>, a queima <strong>de</strong> resíduos contendo carbono <strong>de</strong> origem fóssil (plástico e borracha) e às emissões<br />

<strong>de</strong> metano e óxido nitroso da combustão da biomassa. Com o calor gerado pelo projeto, é possível gerar<br />

energia elétrica, po<strong>de</strong>ndo exportar eletricida<strong>de</strong> para o Sistema Interligado.


Incineração <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Urbanos<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

209<br />

Para <strong>de</strong>finir os locais em que o projeto po<strong>de</strong> ser aplicado, <strong>de</strong>terminou-se a menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos<br />

que uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento po<strong>de</strong> receber 76 . Foi consi<strong>de</strong>rada a projeção <strong>de</strong> população urbana por município<br />

para 2010, fornecida pela CETESB 77 , e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo coletada por habitante, por estado, segundo a<br />

ABRELPE 2008. Consi<strong>de</strong>rou-se que, para os locais em que haverá unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento, 40% dos resíduos<br />

coletados serão <strong>de</strong>stinados às unida<strong>de</strong>s, e 60% continuarão a ser <strong>de</strong>stinados para o local atual (por exemplo,<br />

aterros).<br />

Foram selecionados os municípios em que 40% do resíduo coletado correspon<strong>de</strong> a mais <strong>de</strong> 150<br />

toneladas/dia. Pela Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2010, são estimuladas soluções<br />

para resíduos sólidos consorciadas ou compartilhadas entre 2 ou mais municípios. Por esse motivo, os<br />

municípios que não se enquadraram nesse critério foram separados por microrregiões, e adotou-se o mesmo<br />

critério <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos coletado para seleção das microrregiões aplicáveis.<br />

Abaixo encontra-se um exemplo prático <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> MDL <strong>de</strong> incineração <strong>de</strong> RSU elaborado no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro.<br />

PROJETO MODELO: INCINERAÇÃO DE RSU NO RIO DE JANEIRO<br />

O projeto USINAVERDE, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, preten<strong>de</strong> utilizar resíduos sólidos urbanos em processo <strong>de</strong> incineração, por meio<br />

da Mineralização <strong>de</strong> Resíduos Orgânicos e Neutralização por Processo <strong>de</strong> Lavagem em circuito fechado. Dessa forma, o projeto<br />

reduz a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos a serem dispostos em aterro, que gerariam emissões <strong>de</strong> metano <strong>de</strong>vido à sua <strong>de</strong>composição<br />

anaeróbia.<br />

O sistema será capaz <strong>de</strong> gerar energia para autoconsumo pela implantação do sistema <strong>de</strong> geração. Essa ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

projeto é possível por meio da construção <strong>de</strong> uma planta protótipo chamada Centro Tecnológico USINAVERDE, que consumirá 30<br />

toneladas diárias <strong>de</strong> lixo (quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo gerado equivalente ao <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> com cerca <strong>de</strong> 50,000 habitantes), que, <strong>de</strong>vido<br />

a limitação da dimensão do forno e a inexistência <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> turbo-geradores <strong>de</strong> pequenas dimensões por fabricantes nacionais<br />

<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> equipamento, a planta protótipo USINAVERDE po<strong>de</strong>rá suprir uma planta termoelétrica com capacida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong><br />

geração <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> 440 kW.<br />

Esse projeto utiliza tecnologia que contribui para aumentar a oferta <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> fonte renovável, uma vez que parte da<br />

matéria-prima é oriunda <strong>de</strong> biomassa cultivada. A tabela abaixo apresenta as emissões da linha <strong>de</strong> base, do projeto e a redução<br />

<strong>de</strong> emissões:<br />

Quadro 0-2 – Emissões <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base<br />

Avaliação Técnica<br />

Ano<br />

Emissões da<br />

Linha <strong>de</strong> Base<br />

(tCO₂e)<br />

Emissões do<br />

Projeto (tCO₂e)<br />

Emissões<br />

Evitadas (tCO₂e)<br />

2005 4,121,25 2,132,23 1,989,05<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-20 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-21, Tabela 0-22, Tabela 0-23 e Tabela 0-24.<br />

Tabela 0-20 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = E aterro + E reciclado + E elet<br />

Eaterro = ∑(W x MCF x DOCf x DOC% x F x 16/12 – R)(1-OX) x GWPCH₄ Ereciclado = W x (%metal x ENconc.metal + %vidro x ENconc.vidro) x FEelet. E elet = W x GE elet X FE eletricida<strong>de</strong> do SI<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E incineração + E GLP + E comb + E transp<br />

E incineração = W x % plástico+borracha x FE plastico+borracha<br />

E GLP = W x %W processado x C GLP x FE GLP<br />

E comb = W x %W biomassa x E biomassa (CH₄ comb x GWPCH₄ + N₂O comb x GWPN₂O)/106<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E PR – E LB<br />

76<br />

Adotou-se como quantida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> resíduos a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> 1 módulo comercial do fabricante USINAVERDE, sendo 150 toneladas <strong>de</strong><br />

resíduo por dia.<br />

77<br />

João Wagner Silva Alves. Projeção realizada para Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil.


210<br />

Tabela 0-21 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tipo <strong>de</strong> resíduo % no aterro DOC% 10<br />

Papel 0,16 40%<br />

Têxtil 0,02 24%<br />

Resíduos <strong>de</strong> jardim e parques 0,01 20%<br />

Alimento 0,54 15%<br />

Ma<strong>de</strong>ira 0,00 43%<br />

Inertes 0,27 0%<br />

Tabela 0-22 – Gravimetria do Lixo<br />

Gravimetria do Lixo 9<br />

Tipo do Resíduo % (base úmida)<br />

Papel 16,08%<br />

Plástico 20,31%<br />

Vidro 2,84%<br />

Material Orgânico 53,63%<br />

Metal 1,74%<br />

Inertes 1,09%<br />

folhas 1,26%<br />

ma<strong>de</strong>ira 0,34%<br />

borracha 0,23%<br />

pano 1,75%<br />

couro 0,18%<br />

osso 0,01%<br />

coco 0,40%<br />

parafina 0,01%<br />

Tabela 0-23 – Energia Conservada por Material Reciclado<br />

Tabela 0-24 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

11<br />

Material Energia conservada (MWh/ton) – ENconc Metal 5,3<br />

Vidro 0,64<br />

Papel 3,51<br />

Plástico 5,06<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

E aterro Emissões <strong>de</strong> metano <strong>de</strong>vido a disposição <strong>de</strong> resíduos em aterros 541,62 tCH₄/t resíduo/ano Calculado<br />

Ereciclado Emissões <strong>de</strong> energia elétrica evitadas pela reciclagem dos materiais separados na<br />

triagem<br />

6,45 tCO₂/t resíduo/ano Calculado<br />

E elet Emissões <strong>de</strong> energia elétrica evitadas pela geração <strong>de</strong> energia no projeto 0,07 tCO₂/t resíduo Calculado<br />

E incineração Emissões <strong>de</strong>vido a incineração <strong>de</strong> plástico e borracha 212,06 tCO₂/t resíduo/ano Calculado<br />

E GLP Emissões <strong>de</strong>vido ao uso <strong>de</strong> GLP 8,40 tCO₂/t resíduo/ano Calculado<br />

E comb Emissões <strong>de</strong>vido a combustão <strong>de</strong> biomassa 16,00 tCO₂e/t resíduo/ano Calculado<br />

E transp Emissões <strong>de</strong>vido o transporte adicional dos resíduos 0 tCO₂e 7<br />

R Fração <strong>de</strong> metano capturado no aterro e queimado, na LB 0 14<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global do metano 21 tCO₂e/tCH₄<br />

valor para o primeiro período <strong>de</strong><br />

compromisso.<br />

OX Fator <strong>de</strong> oxidação 0,1 [adimensional] 2<br />

F Fração <strong>de</strong> metano no biogás 0,5 [adimensional] 2<br />

16/12 Razão <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> carbono (C) para metano (CH₄) 1,33 2<br />

DOCf Fração do carbono orgânico <strong>de</strong>gradável (DOC) que <strong>de</strong>compõe 0,77 2<br />

W Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo<br />

Dado <strong>de</strong><br />

Entrada<br />

MCF Fator <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> metano 1 [adimensional] 2<br />

DCH₄ Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano 0,0007168 tCH₄/m 3 CH₄ 6<br />

GE elet. Geração <strong>de</strong> energia elétrica exportável 0,42 MWh/t lixo processado 13<br />

FE eletricida<strong>de</strong> do SI Fator <strong>de</strong> emissão da eletricida<strong>de</strong> do sistema interligado 0,160 tCO₂e/MWh 5<br />

Operação do sistema 8160 horas operação/ano Calculado com base em 13<br />

Valor 1 do CER 5 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

Valor 2 do CER 10 US$/t CO₂e Default ICF&FIDES<br />

Custo por tonelada <strong>de</strong> resíduo R$161.074 R$/(t resíduo/dia) 17<br />

Taxa <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> Real para Dólar em 2007 1,947 R$/US$ 16<br />

C GLP Consumo do combustível GLP 8 kg GLP/t resíduo tratado 3<br />

Quantida<strong>de</strong> do resíduo coletado que é <strong>de</strong>stinado a usina <strong>de</strong> tratamento 40% [adimensional] 15


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

FE plastico+borracha Coeficiente <strong>de</strong> emissão do plástico e borracha 2,8 tCO₂/tCH 2 3<br />

FE GLP Fator <strong>de</strong> emissão do GLP 3,02 tCO₂/tGLP 3<br />

%W processado Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo processado 95% %<br />

%W biomassa Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo <strong>de</strong> biomassa 71% %<br />

E biomassa Conteúdo energético da biomassa 8152,026<br />

kJ/kg <strong>de</strong> biomassa<br />

utilizada<br />

CH₄ comb Fator <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> CH₄ para combustão <strong>de</strong> biomassa 0,3 tCH₄/TJ 3<br />

3 (estimado)<br />

211<br />

N₂Ocomb Fator <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> N₂O para combustão <strong>de</strong> biomassa 0,004 tN₂O/TJ 3<br />

GWPN₂O Fontes:<br />

Potencial <strong>de</strong> aquecimento global do óxido nitroso 310 tCO₂e/tCH₄<br />

valor para o primeiro período <strong>de</strong><br />

compromisso.<br />

1 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program (www.ipccnggip.iges.or.jp).<br />

– Valor Default.<br />

2 Tool to <strong>de</strong>termine methane emissions avoi<strong>de</strong>d from disposal of waste at a solid waste disposal. Disponível em (http: //cdm.unfccc.int/methodologies/PAmethodologies/tools/am-tool-04-v5.pdf).<br />

3 “US NAVERDE: ncineração <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos, com carga <strong>de</strong> composição similar ao RDF, evitando emissão <strong>de</strong> metano e promovendo geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> para autoconsumo”.<br />

4 IPCC (2006) em Segundo Inventário Brasileiro.<br />

5 Ministério da Ci ncia e Tecnologia, Fatores <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CO₂ <strong>de</strong> acordo com a ferramenta metodológica aprovada pelo Conselho Executivo do MDL, 2009. Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/303076.html#ancora.<br />

6 TIJUQUINHAS LANDFILL SANTA CATARINA, BRAZIL. Disponível em http://cdm.unfccc.int/UserManagement/FileStorage/1NCP8Z4J6KBYMRTXIWFQVEA9HSOLUD.<br />

7 As centrais <strong>de</strong> incineração <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>mandam uma menor área <strong>de</strong> implementação quando comparados a um aterro. Por esse motivo, essas centrais ten<strong>de</strong>m a ser mais próximas do local em<br />

que os resíduos são gerados que os aterros, não havendo transporte adicional.<br />

8 Pesquisa Abrelpe 2009 – tabela 4.1.3.1.<br />

9 COMLURB – Caracterização Gravimétrica e microbiológica dos resíduos sólidos domiciliares – 2009. Disponível em<br />

10<br />

http://comlurb.rio.rj.gov.br/download/caracteriza%C3%A7%C3%A3o%202009.pdf<br />

Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 4. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program (www.ipccnggip.iges.or.jp).<br />

– Valor Default.<br />

11 Cal<strong>de</strong>roni (1997) em projeto Usinaver<strong>de</strong>.<br />

12 Alves, João Wagner Silva; <strong>de</strong> Gouvello, Christophe. Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil Resíduos, 2010. Banco Mundial & CETESB.<br />

13 Fornecedor <strong>de</strong> equipamentos. Módulo <strong>de</strong> 150 ton/dia. Disponível em www.usinaver<strong>de</strong>.com.br /modulos.php?cod=27EB96E0-9640-1DC8-6D3E-D2799C643CCF.<br />

14 Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Relatórios <strong>de</strong> Referência – Emissões <strong>de</strong> Gaes <strong>de</strong> efeito estufa no tratamento e disposição <strong>de</strong> resíduos. CETESB.<br />

15 Premissa.<br />

16 FED. "Economic Research and Data". Disponível em<br />

17 www.fe<strong>de</strong>ralreserve.gov/datadownload/Download.aspx?rel=H10&series=40a15acb120950674894978e4f 74<strong>de</strong>f9&filetype=spreadsheetml&label=inclu<strong>de</strong>&layout=seriescolumn&lastObs=120.<br />

18 Philipp Daniel Hauser e Celso Funcia Lemme. "Mo<strong>de</strong>lo Financeiro para Avaliação <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Incineração <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Municipais no Âmbito do Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo."<br />

agosto <strong>de</strong> 2007. Disponível em www.resol.com.br/textos/rgsa-2007-59[1].pdf Custo obtido para implementação <strong>de</strong> 1 módulo <strong>de</strong> 150 toneladas <strong>de</strong> resíduos por dia. Com um maior número <strong>de</strong><br />

módulos juntos, os custos por tonelada <strong>de</strong> resíduos ten<strong>de</strong>m a diminuir.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

incineração <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos com geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> – no Brasil, contemplando a o número <strong>de</strong><br />

possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial<br />

<strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz<br />

energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-25 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-25 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Incineração <strong>de</strong> RSU com geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,92 tCO₂e/(t RSU x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 15.900.612 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 159.006.118 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 119* Municípios/microrregiões<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 813.938 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 9.115.760 MWh/ano<br />

Contribuição à matriz energética 1.117 MW<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 1.590,1 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 3.916 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.


212<br />

Barreiras<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Projetos <strong>de</strong>sse tipo no Brasil enfrentam quatro tipos principais <strong>de</strong> barreiras principais: <strong>de</strong> investimento, legais,<br />

tecnológicas e <strong>de</strong> prática comum.<br />

A começar pelas barreiras <strong>de</strong> investimento, há uma série <strong>de</strong> empecilhos para projetos <strong>de</strong>sse tipo pelo fato<br />

<strong>de</strong> que o custo <strong>de</strong> capital relacionado a unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> biomassa é muito alto. Essa barreira é consi<strong>de</strong>rável,<br />

principalmente se forem consi<strong>de</strong>radas as altas taxas <strong>de</strong> juros aplicadas no Brasil. Vale apontar que não há<br />

subsídios diretos ou suporte promocional para a implementação <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> energia renovável<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Alguns DCPs analisados apontaram que os custos <strong>de</strong> operação e manutenção para as centrais <strong>de</strong> biomassa<br />

são comparativamente mais baixos, o que aumenta sua atrativida<strong>de</strong> no longo prazo. No entanto, isso ainda é<br />

insuficiente para aumentar os retornos do projeto até o nível atingido pelos aterros.<br />

Em relação às barreiras legais, a falta <strong>de</strong> mecanismos legais <strong>de</strong> cobrança e tributação po<strong>de</strong> ser apontada<br />

como um entrave relevante para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>sse tipo.<br />

Quanto às barreiras tecnológicas, a tecnologia usada nesse tipo <strong>de</strong> usina normalmente não é brasileira – em<br />

muitos casos, é alemã. Portanto, é necessária equipe especializada, assistência técnica estrangeira e importação<br />

<strong>de</strong> peças em caso <strong>de</strong> dano e/ou manutenção. Esse fato representa um risco à operação contínua da usina. Um<br />

problema que exija uma eventual substituição <strong>de</strong> peças, por exemplo, po<strong>de</strong> representar um longo período <strong>de</strong><br />

inativida<strong>de</strong>.<br />

O uso <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> biomassa como combustível também representa uma barreira técnica. Resíduos <strong>de</strong><br />

biomassa não são homogêneos, <strong>de</strong>mandando esforços adicionais para operação da usina. Muitas vezes, esses<br />

vêm <strong>de</strong> aterros ou <strong>de</strong>pósitos, po<strong>de</strong>ndo, portanto, estar contaminados com areia, lama ou outras substâncias<br />

que tornem a operação da usina ainda mais difícil. É necessária uma triagem dos resíduos na fase pré-<br />

tratamento, o que aumenta a <strong>de</strong>manda por mão <strong>de</strong> obra. Um processo <strong>de</strong> logística novo também se faz<br />

necessário para transporte dos resíduos até a incineradora.<br />

Mesmo com o aumento da <strong>de</strong>manda, a construção <strong>de</strong> novas usinas, <strong>de</strong> um modo geral, não é consi<strong>de</strong>rada<br />

atraente por implicar mudanças e em adaptações significativas no processo da produção e nas ativida<strong>de</strong>s dos<br />

empregados (por exemplo, medidas <strong>de</strong> segurança), o que resulta em contratação <strong>de</strong> equipe especializada e em<br />

aumento dos custos.<br />

Manejo <strong>de</strong> Dejetos Animais<br />

Os <strong>de</strong>jetos <strong>de</strong> animais confinados que são tratados com sistemas anaeróbios geram emissões <strong>de</strong> gás<br />

metano. A metodologias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala ACM0010 78 e AM0073, bem como as metodologias <strong>de</strong> pequena<br />

escala AMS-III.D. e AMS-III.R. são aplicáveis a projetos envolvendo alteração ou substituição no tratamento dos<br />

<strong>de</strong>jetos que resultem em menos emissões <strong>de</strong> GEE.<br />

Assim como nas iniciativas referentes ao tratamento <strong>de</strong> efluentes líquidos, a redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE<br />

se dá pela captura do biogás para <strong>de</strong>struição ou aproveitamento energético, gerando energia elétrica ou<br />

térmica.<br />

Foram analisados projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões para bovinos confinados, suínos e aves.<br />

Manejo <strong>de</strong> Dejetos Animais: Bovinos Confinados<br />

O projeto <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões é aplicável para confinamentos bovinos que não possuam biodigestores<br />

para o tratamento dos <strong>de</strong>jetos. A Assocon disponibilizou a relação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 800 confinamentos bovinos no<br />

Brasil, para os quais a redução <strong>de</strong> emissões foi calculada. Essa lista não faz parte do domínio público e portanto<br />

78 As metodologias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala – AM0006 e AM0016 – foram consolidadas na ACM0010.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

213<br />

não será publicada. Esses confinamentos representam 47% da produção <strong>de</strong> gado confinado, sendo o total <strong>de</strong><br />

confinamentos no Brasil igual a 4.049.210. Caso fosse realizada uma abordagem top down, com o número total<br />

<strong>de</strong> bovinos confinados no Brasil retirado do Censo Agropecuário 2006, seria atingido um potencial <strong>de</strong> redução<br />

<strong>de</strong> emissões anual <strong>de</strong> até 5.639.168 tCO₂e/ano.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-26 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-27.<br />

Tabela 0-26 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = E trat.LB + E elet.<br />

E trat.LB *t CO₂e/ano] = MCF [adimensional] x B 0 [m 3 CH₄/kg VS] x N [unida<strong>de</strong>s] x VS [kg VS/(animal x dia)] x MS [fração] x 365 [dias/ano] x GWP CH₄ *t CO₂e/t CH₄+ x D CH₄ *t CH₄/m 3 CH₄+<br />

E elet. *t CO₂e/ano+ = B 0 [m 3 CH₄/kg VS] x N [unida<strong>de</strong>s] x VS [kg VS/(animal x dia)] x MS [fração] x 365 [dias/ano] x (1 – LF [fração]) x PCI metano [GJ/m 3 CH₄+/[GJ/MWh] x EF elet. x FE elet. [t<br />

CO₂e/MWh]<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E fugas trat.<br />

E fugas trat. *t CO₂e/ano+ = B 0 [m 3 CH₄/kg VS] x N [unida<strong>de</strong>s] x VS [kg VS/(animal x dia)] x MS [fração] x 365 [dias/ano+ x GWPCH₄ *t CH₄/t CO₂e+ x LF *fração+ x D CH₄ *t CH₄/m 3 CH₄+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-27 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global para o metano 21 tCO₂e/tCH₄ 11<br />

DCH₄ Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano (0,67 Kg/m3 à temperatura <strong>de</strong> 20 graus e 1 atm pressão) 0,00067 t CH₄ /m 3 CH₄ 3<br />

Bo<br />

Potencial m ximo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> metano dos sólidos vol teis gerados, em m3 CH₄/kg matéria seca,<br />

por tipo <strong>de</strong> animal<br />

0,13 m 3 CH₄/kg-dm 5<br />

VS Produção média <strong>de</strong> sólidos voláteis por animal por dia, mercado 2,90 kg-dm/animal/dia 5<br />

N Número <strong>de</strong> animais para o ano y Dado <strong>de</strong> Entrada unida<strong>de</strong>s 1 e 2<br />

LF Fugas <strong>de</strong> metano 0,10 fração 6<br />

MS Fração <strong>de</strong> esterco manejado no sistema j 100% fração 10<br />

MCF PR Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano para o manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais (no projeto) 0,90 fração 14<br />

PC metano Po<strong>de</strong>r calorífico do metano 0,036 GJ/m 3 CH₄ 7<br />

FE gás natural Fator <strong>de</strong> emissão do gás natural 0,056 tCO₂e/GJ 8<br />

FE elet. Fator <strong>de</strong> emissão da eletricida<strong>de</strong> do sistema interligado 0,163 tCO₂e/MWh 9<br />

EF elet. Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 30% - 10<br />

Custo 98 US$/cabeça 15<br />

Eletricida<strong>de</strong> 3,6 GJ/MWh<br />

Valor 1 do CER 5 US$ 13<br />

Valor 2 do CER 10 US$ 13<br />

Fontes:<br />

1 Total <strong>de</strong> confinamentos bovinos com mais <strong>de</strong> 50 cabeças – Censo Agropecuário 2006 – IBGE.<br />

2 Assocon – Associação Nacional dos Confinadores.<br />

3 Metodologia ACM0010.<br />

4 A partir do IPCC 2006, tabela 10.17, capítulo 10, volume 4 – lagoa anaeróbia. Os projetos “Captura e combustão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa provenientes do manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos suínos em Faxinal<br />

dos Gue<strong>de</strong>s e Toledo” e “Projeto <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> GEE da Granja Becker” <strong>de</strong>finem como a linha <strong>de</strong> base mais plausível lagoa anaeróbica.<br />

5 IPCC 2006, tabela 10 A-7 e 10A-8, capítulo 10, volume 4 .<br />

6 Metodologia AMS-III.D.<br />

7 Projeto 2548 – Gramacho Landfill Gas Project.<br />

8 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program (www.ipccnggip.iges.or.jp).<br />

9 Ministério da Ci ncia e Tecnologia, Fatores <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CO₂ <strong>de</strong> acordo com a ferramenta metodológica aprovada pelo Conselho Executivo do MDL, 2009. Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/303076.html#ancora.<br />

10 Assumido, baseado em World Bank, 2008. Low Carbon Energy projects for Development of Sub Saharan Africa, 8-18-08.<br />

11 Decision 2 of COP 3.<br />

12 Inmet. Disponível em www.inmet.gov.br/html/clima/mapas/?mapa=tmed.<br />

13 Default ICF&FIDES.<br />

14 Projeto <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> GEE da Granja Becker. Disponível em www.mct.gov.br/upd_blob/0017/17974.pdf.<br />

15 Carroll’s Foods do Brasil & LOG Carbon – GHG Emission Reductions from Swine Manure Management. Disponível em http://cdm.unfccc.int/UserManagement.<br />

FileStorage/M1UGXWP37FZJR8BSDLT2Q0EKONV9YA


214<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais: bovinos confinados – no Brasil, contemplando a o número <strong>de</strong> possíveis sites<br />

i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução<br />

<strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética<br />

nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-28 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-28 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Manejo <strong>de</strong> Dejetos <strong>de</strong> Bovinos Confinados<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 1,393 79 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão anual 2.627.786 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão em 10 anos 26.277.857 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 795* Confinamentos<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 33.054 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 695.199 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 262,8 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 184 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Manejo <strong>de</strong> Dejetos Animais: Aves<br />

O projeto <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões é aplicável para confinamentos <strong>de</strong> aves que não possuam biodigestores<br />

para o tratamento dos <strong>de</strong>jetos. Para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> produtores <strong>de</strong> aves, foram buscadas informações em<br />

associações e sindicatos do setor 80 . Na maioria dos casos, o número <strong>de</strong> cabeças teve que ser estimado. Foram<br />

i<strong>de</strong>ntificados 138 estabelecimentos/cooperativas, que representam cerca <strong>de</strong> 1% da produção <strong>de</strong> aves nacional.<br />

No Brasil há 2.713.390 estabelecimentos, porém a maioria é <strong>de</strong> pequeno porte e não há banco <strong>de</strong> dados com<br />

informações agregadas sobre o setor. Caso fosse realizada uma abordagem top down, com o número total <strong>de</strong><br />

aves no Brasil retirado do Censo Agropecuário 2006, seria atingido um potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões anual<br />

<strong>de</strong> até 61.408.112 tCO₂e/ano.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas no Tabela<br />

0-29 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-30.<br />

Tabela 0-29 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = E trat.LB + E elet,<br />

E trat.LB *t CO₂e/ano] = MCF [adimensional] x B 0 [m 3 CH₄/kg VS] x N [unida<strong>de</strong>s] x VS [kg VS/(animal x dia)] x MS [fração] x 365 [dias/ano] x GWP CH₄ *t CO₂e/t CH₄+ x D CH₄ *t CH₄/m 3 CH₄+<br />

E elet. *t CO₂e/ano+ = B 0 [m 3 CH₄/kg VS] x N [unida<strong>de</strong>s] x VS [kg VS/(animal x dia)] x MS [fração] x 365 [dias/ano] x (1 – LF [fração]) x PCI metano [GJ/m 3 CH₄+/[GJ/MWh] x EF elet. x FE elet. [t<br />

CO₂e/MWh]<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E fugas trat.<br />

E fugas trat. *t CO₂e/ano+ = B 0 [m 3 CH₄/kg VS] x N [unida<strong>de</strong>s] x VS [kg VS/(animal x dia)] x MS [fração] x 365 [dias/ano+ x GWPCH₄ *t CH₄/t CO₂e+ x LF *fração+ x D CH₄ *t CH₄/m 3 CH₄+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

79<br />

Ressalte-se que o fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão vai variar sutilmente em função da temperatura média do empreendimento. O valor apresentado é um valor<br />

médio para os sites avaliados.<br />

80<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão foi calculado para as associadas da: Avimig, Sindiavipar e Ubabef.


Tabela 0-30 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

215<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global para o metano 21 tCO₂e/tCH₄ 11<br />

DCH₄ Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano (0,67 Kg/m3 à temperatura <strong>de</strong> 20 graus e 1 atm pressão) 0,00067 t CH₄ /m 3 CH₄ 3<br />

Bo Potencial máximo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> metano dos sólidos vol teis gerados, em m3 CH₄/kg materia seca, por tipo <strong>de</strong> animal 0,36 m 3 CH₄/kg-dm 5<br />

VS Produção média <strong>de</strong> sólidos voláteis por animal por dia, mercado 0,03 kg-dm/animal/dia 5<br />

N Número <strong>de</strong> animais para o ano y Dado <strong>de</strong> Entrada unida<strong>de</strong>s 1 e 2<br />

LF Fugas <strong>de</strong> metano 0,10 fração 6<br />

MS Fração <strong>de</strong> esterco manejado no sistema j 100% fração 10<br />

MCF PR Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano para o manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais (no projeto) 0,90 fração 14<br />

PC metano Po<strong>de</strong>r calorífico do metano 0,036 GJ/m 3 CH₄ 7<br />

FE gás natural Fator <strong>de</strong> emissão do gás natural 0,056 tCO₂e/GJ 8<br />

FE elet. Fator <strong>de</strong> emissão da eletricida<strong>de</strong> do sistema interligado 0,163 tCO₂e/MWh 9<br />

EF elet. Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 30% - 10<br />

Eletricida<strong>de</strong> 3,6 GJ/MWh 15<br />

Custo 1,1 US$/cabeça 16<br />

Valor 1 do CER 5 US$ 13<br />

Valor 2 do CER 10 US$ 13<br />

Fontes:<br />

1 Efetivo da pecuária – Aves – Censo 2006 – IBGE.<br />

2 SINDIAVIPAR – Sindicato das indústrias <strong>de</strong> produtos avícolas do estado do Paraná, Aviming e Ubabef.<br />

3 LUPA – <strong>Levantamento</strong> censitário das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção agropecuária do estado <strong>de</strong> São Paulo. Disponível em www.cati.sp.gov.br/projetolupa.<br />

4 A partir do IPCC 2006, tabela 10.17, capítulo 10, volume 4 – lagoa anaeróbia. Os projetos “Captura e combustão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa provenientes do manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos<br />

suínos em Faxinal dos Gue<strong>de</strong>s e Toledo” e “Projeto <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> GEE da Granja Becker” <strong>de</strong>finem como a linha <strong>de</strong> base mais plausível lagoa anaeróbica.<br />

5 IPCC 2006, tabela 10 A-7 e 10A-8, capítulo 10, volume 4.<br />

6 Metodologia AMS-III.D.<br />

7 Projeto 2548 – Gramacho Landfill Gas Project.<br />

8 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

9 Ministério da Ci ncia e Tecnologia, Fatores <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CO₂ <strong>de</strong> acordo com a ferramenta metodológica aprovada pelo Conselho Executivo do MDL, 2009. Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/303076.html#ancora<br />

10 Assumido, baseado em World Bank, 2008. Low Carbon Energy projects for Development of Sub Saharan Africa, 8-18-08.<br />

11 Decision 2 of COP 3.<br />

12 Inmet. Disponível em www.inmet.gov.br/html/clima/mapas/?mapa=tmed.<br />

13 Default ICF&FIDES.<br />

14 Projeto <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> GEE da Granja Becker. Disponível em www.mct.gov.br/upd_blob/0017/17974.pdf<br />

15 AM0087 Approved baseline and monitoring methodology AM0087 Construction of a new natural gas power plant supplying electricity to the grid or a single consumer”.<br />

16 Carroll’s Foods do Brasil & LOGICarbon – GHG Emission Reductions from Swine Manure Management. Disponível em http://cdm.unfccc.int/UserManagement.<br />

/FileStorage/M1UGXWP37FZJR8BSDLT2Q0EKONV9YA. Utilizou-se uma aproximação para transformar o custo dos sistemas suínos para aves: o custo foi dividido pelo material<br />

seco por animal para suínos, e multiplicado pelo material seco por animal para aves.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais: aves confinadas – no Brasil, contemplando a o número <strong>de</strong> possíveis sites<br />

i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução<br />

<strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética<br />

nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-31 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos com<br />

base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis<br />

Tabela 0-31 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos <strong>de</strong> aves<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,044 81 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> emissão anual 550.366 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> emissão em 10 anos 5.503.659 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 176* Granjas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 39.882 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 147.290 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 55,0 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 14.092.740 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

81 Ressalte-se que o fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão vai variar sutilmente em função da temperatura média do empreendimento. O valor apresentado é um valor<br />

médio para os sites avaliados.


216<br />

Manejo <strong>de</strong> Dejetos Animais: Suínos<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O projeto <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões é aplicável para confinamentos <strong>de</strong> suínos que não possuam<br />

biodigestores para o tratamento dos <strong>de</strong>jetos. Para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> produtores <strong>de</strong> suínos, buscaram-se<br />

informações nas principais associações do setor 82 . Em muitos casos, o número <strong>de</strong> cabeças teve que ser<br />

estimado. Foram i<strong>de</strong>ntificados 176 produtores/granjas/associados, representando cerca <strong>de</strong> 10% da produção<br />

<strong>de</strong> suínos nacional. No Brasil há 1.496.107 estabelecimentos, porém a maioria é <strong>de</strong> pequeno porte e não há<br />

banco <strong>de</strong> dados com informações agregadas sobre o setor. Caso fosse realizada uma abordagem top down,<br />

com o número total <strong>de</strong> suínos confinados no Brasil, retirado do Censo Agropecuário 2006, seria atingido um<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões anual <strong>de</strong> até 9.673.393 tCO₂e/ano.<br />

Avaliação Técnica<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-32 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-33.<br />

Tabela 0-32 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

E LB = E trat.LB + E elet,<br />

E trat.LB *t CO₂e/ano] = MCF [adimensional] x B 0 [m 3 CH₄/kg VS] x N [unida<strong>de</strong>s] x VS [kg VS/(animal x dia)] x MS [fração] x 365 [dias/ano] x GWP CH₄ [t CO₂e/t CH₄+ x D CH₄ *t CH₄/m 3 CH₄+<br />

E elet. *t CO₂e/ano+ = B 0 [m 3 CH₄/kg VS] x N [unida<strong>de</strong>s] x VS [kg VS/(animal x dia)] x MS [fração] x 365 [dias/ano] x (1 – LF [fração]) x PCI metano [GJ/m 3 CH₄+/[GJ/MWh] x EF elet. x FE elet. [t<br />

CO₂e/MWh]<br />

Emissões do Projeto<br />

E PR = E fugas trat.<br />

E fugas trat. *t CO₂e/ano+ = B 0 [m 3 CH₄/kg VS] x N [unida<strong>de</strong>s] x VS [kg VS/(animal x dia)] x MS [fração] x 365 [dias/ano+ x GWPCH₄ *t CH₄/t CO₂e+ x LF *fração+ x D CH₄ *t CH₄/m 3 CH₄+<br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

RE = E LB – E PR<br />

Tabela 0-33 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global para o metano 21 tCO₂e/tCH₄ 11<br />

DCH₄ Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano (0,67 Kg/m 3 à temperatura <strong>de</strong> 20 graus e 1 atm pressão) 0,00067 t CH₄ /m 3 CH₄ 3<br />

Bo Potencial máximo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> metano dos sólidos voláteis gerados, em m 3 CH₄/kg materia seca, por tipo <strong>de</strong> animal 0,29 m 3 CH₄/kg-dm 5<br />

VS Produção média <strong>de</strong> sólidos voláteis por animal por dia, mercado 0,30 kg-dm/animal/dia 5<br />

N Número <strong>de</strong> animais para o ano y Dado <strong>de</strong> Entrada unida<strong>de</strong>s 1 e 2<br />

LF Fugas <strong>de</strong> metano 0,10 fração 6<br />

MS Fração <strong>de</strong> esterco manejado no sistema j 100% fração 10<br />

MCF PR Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> metano para o manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais (no projeto) 0,90 fração 14<br />

PC metano Po<strong>de</strong>r calorífico do metano 0,036 GJ/m 3 CH₄ 7<br />

FE gás natural Fator <strong>de</strong> emissão do gás natural 0,056 tCO₂e/GJ 8<br />

FE elet. Fator <strong>de</strong> emissão da eletricida<strong>de</strong> do sistema interligado 0,163 tCO₂e/MWh 9<br />

EF elet. Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 30% - 10<br />

Eletricida<strong>de</strong> 3,6 GJ/MWh<br />

Custo 10 US$/cabeça 16<br />

Valor 1 do CER 5 US$ 13<br />

Valor 2 do CER 10 US$ 13<br />

Fontes:<br />

1 Censo Agropecuário 2006 – IBGE.<br />

2 Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora <strong>de</strong> Carne Suína. Disponível em www.abipecs.org.br/pt/associados/lista-<strong>de</strong>-associados.html. Associação Catarinense <strong>de</strong><br />

Criadores <strong>de</strong> Suínos. Disponível em www.accs.org.br/nucleos_ver.php?id=1. Associação Paranaense <strong>de</strong> Suinocultores. Disponível em www.aps.org.br/producao/granjas.html<br />

Associações e Núcleos <strong>de</strong> Criadores. Disponível em www.acsurs.com.br.<br />

3 Metodologia ACM0010.<br />

4 A partir do IPCC 2006, tabela 10.17, capítulo 10, volume 4 – lagoa anaeróbia. Os projetos “Captura e combustão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa provenientes do manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos<br />

suínos em Faxinal dos Gue<strong>de</strong>s e Toledo” e “Projeto <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> GEE da Granja Becker” <strong>de</strong>finem como a linha <strong>de</strong> base mais plausível lagoa anaeróbica.<br />

5 IPCC 2006, tabela 10 A-7 e 10A-8, capítulo 10, volume 4.<br />

6 Metodologia AMS-III.D.<br />

7 Projeto 2548 – Gramacho Landfill Gas Project.<br />

82 O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão foi calculado para as associadas das seguintes associações: Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora <strong>de</strong><br />

Carne Suína; Associação Catarinense <strong>de</strong> Criadores <strong>de</strong> Suínos; Associação Paranaense <strong>de</strong> Suinocultores; e Associações e Núcleos <strong>de</strong> Criadores.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

217<br />

8 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

9 Ministério da Ci ncia e Tecnologia, Fatores <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CO₂ <strong>de</strong> acordo com a ferramenta metodológica aprovada pelo Conselho Executivo do MDL, 2009. Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/303076.html#ancora.<br />

10 Assumido, baseado em World Bank, 2008. Low Carbon Energy projects for Development of Sub Saharan Africa, 8-18-08.<br />

11 Decision 2 of COP 3.<br />

12 Inmet. Disponível em www.inmet.gov.br/html/clima/mapas/?mapa=tmed.<br />

13 Default ICF&FIDES.<br />

14 Projeto <strong>de</strong> Mitigação <strong>de</strong> GEE da Granja Becker. Disponível em www.mct.gov.br/upd_blob/0017/17974.pdf<br />

15 A relação <strong>de</strong> produtores suínos foi obtida a partir <strong>de</strong> buscas em sites das principais associações <strong>de</strong> suínos. Porém, somente foram obtidos dados <strong>de</strong> produção da Associação<br />

Catarinense <strong>de</strong> Criadores <strong>de</strong> Suínos (A.C.C.S). Essa disponibilizou o número <strong>de</strong> associados <strong>de</strong> cada município, <strong>de</strong> matrizes e <strong>de</strong> plantel. Para <strong>de</strong>terminar o número <strong>de</strong> cabeças <strong>de</strong><br />

suínos dos <strong>de</strong>mais produtores i<strong>de</strong>ntificados, foi feita a seguinte estimativa: os produtores foram separados por unida<strong>de</strong> ou conjunto, sendo unida<strong>de</strong> 1 associado e conjunto um<br />

grupo <strong>de</strong> associados. Consi<strong>de</strong>rou-se que os produtores listados na Associação Paranaense <strong>de</strong> Suinocultores são unida<strong>de</strong>, e os <strong>de</strong>mais conjunto. Fez-se a média dos criadores da<br />

A.C.C.S por município – representando conjunto – e por associados – representando unida<strong>de</strong>. Através do Censo Agropecuário <strong>de</strong> 2006, obtivemos a relação entre número <strong>de</strong><br />

cabeças <strong>de</strong> cada estado e o número <strong>de</strong> cabeças <strong>de</strong> Santa Catarina. Foi multiplicada a média do número <strong>de</strong> cabeças <strong>de</strong> SC para unida<strong>de</strong>/conjunto pela relação <strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

cabeças do estado com <strong>de</strong> SC.<br />

16 Carroll’s Foods do Brasil & LOG Carbon – GHG Emission Reductions from Swine Manure Management. Disponível em http://cdm.<br />

unfccc.int/UserManagement/FileStorage/M1UGXWP37FZJR8BSDLT2Q0EKONV9YA.<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais: suínos confinados – no Brasil, contemplando a o número <strong>de</strong> possíveis sites<br />

i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução<br />

<strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética<br />

nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-34 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis<br />

Tabela 0-34 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Manejo <strong>de</strong> Dejetos <strong>de</strong> Suínos Confinados<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,354 83 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> emissão anual 1.124.454 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> emissão em 10 anos 11.244.543 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 176* Granjas<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 63.889 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 270.421 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 112,4 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 32 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Em relação a tais projetos, po<strong>de</strong>-se afirmar que há barreiras <strong>de</strong> investimento, visto que, atualmente, o<br />

mercado <strong>de</strong> energia brasileiro não oferece incentivos para a venda do biogás. O investimento exigido para<br />

produzir energia a partir do biogás é ainda muito alto em comparação aos preços da eletricida<strong>de</strong> no Brasil.<br />

A Embrapa 84 observou que, <strong>de</strong> uma maneira geral, os produtores consi<strong>de</strong>ram o tratamento uma etapa<br />

fora do processo <strong>de</strong> produção e que têm dificulda<strong>de</strong>s em financiar as adaptações que <strong>de</strong>vem ser executadas, já<br />

que os bancos, na ausência <strong>de</strong> garantias do governo e <strong>de</strong> outros incentivos governamentais, aparentemente<br />

possuem baixo interesse em fazê-lo.<br />

Tanto pequenos produtores quanto gran<strong>de</strong>s fazendas não têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento necessária<br />

para iniciar esse tipo <strong>de</strong> tratamento.<br />

83 Ressalte-se que o fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão vai variar sutilmente em função da temperatura média do empreendimento. O valor apresentado é um valor<br />

médio para os sites avaliados.<br />

84 Amazon Carbon Swine Waste Management System Project 02.


218<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Outra barreira <strong>de</strong> investimento relevante é enfrentada por produtores <strong>de</strong> todo o mundo: o crescimento<br />

mundial da <strong>de</strong>manda e baixas margens operacionais. Os benefícios, tais como diminuição <strong>de</strong> odores, melhoria<br />

na qualida<strong>de</strong> da água residual e potencial economia <strong>de</strong> energia associada à co-geração <strong>de</strong> energia limpa,<br />

raramente são suficientes para motivá-los a migrar para um sistema mais avançado (e mais caro) <strong>de</strong><br />

gerenciamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais.<br />

Em termos <strong>de</strong> barreiras tecnológicas, os sistemas <strong>de</strong> digestores anaeróbios são complexos: <strong>de</strong>vem ser<br />

dimensionados para manipular volumes <strong>de</strong> animais/efluentes projetados com um tempo <strong>de</strong> retenção<br />

hidráulica (TRH) consistente com a extração da maior parte/todo o CH₄ do <strong>de</strong>jeto. Esses sistemas ficam mais<br />

caros proporcionalmente quando se diminui o número <strong>de</strong> animais. Ou seja, quanto menor a proprieda<strong>de</strong>, maior o<br />

custo por animal para realizar o tratamento.<br />

Essa tecnologia envolve requisitos <strong>de</strong> operação e manutenção, incluindo um programa <strong>de</strong> monitoramento<br />

<strong>de</strong>talhado para manter os níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho do sistema. Experiências diversas em todo o mundo revelam<br />

que poucos gestores anaeróbios alcançam operações <strong>de</strong> longo prazo, em função, principalmente, das<br />

operações e manutenção ina<strong>de</strong>quadas.<br />

Por fim, há também barreiras legais: a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto exce<strong>de</strong> as<br />

regulamentações brasileiras atuais para o tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos <strong>de</strong> animais confinados. Além da legislação<br />

existente no Brasil, que estabelece os parâmetros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água, que exige que as lagoas sejam<br />

aplainadas, protegendo, <strong>de</strong>ssa forma, o fornecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong> contaminação, não há legislação ativa que<br />

exija o tratamento específico <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos, especialmente relacionada à emissão <strong>de</strong> GEE.<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE no Elo 3<br />

Similarmente aos elos 1 e 2, a Tabela 0-35 apresenta o número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE<br />

propostos no MDL no Brasil e no resto do mundo, e que se enquadram no elo 3. Essa tabela contém também o<br />

potencial total e médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão gerada por projetos <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil.<br />

Tabela 0-35 – Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão no Elo 3 – Setor <strong>de</strong> Resíduos<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução<br />

<strong>de</strong> Emissão – Projetos<br />

<strong>de</strong> MDL<br />

Captura <strong>de</strong> metano em<br />

Aterros (<strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />

metano ou<br />

aproveitamento para<br />

geração <strong>de</strong> energia)<br />

Metodologias<br />

Elo 3 – Destinação <strong>de</strong> Resíduo Sólidos e Efluentes<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no Mundo<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Número <strong>de</strong> Número <strong>de</strong> Número <strong>de</strong> Número <strong>de</strong> Total <strong>de</strong><br />

Base Projetos em Projetos Projetos Projetos Projetos<br />

validação validados registrados rejeitados <strong>de</strong>senvolvidos 1<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvovidos 1<br />

ACM0001 9 - 14 - 23 5713 248 142<br />

ACM0001<br />

ACM0002<br />

1 - 5 - 6 726 121 14<br />

ACM0001<br />

AM0069<br />

- 1 - - 1 852 852 -<br />

ACM0001<br />

AM0025<br />

ACM0001<br />

- - - - - - - 1<br />

AM0025<br />

AMS-I.D. 2<br />

- - - - - - - 1<br />

ACM0001<br />

AMS-I.D. 2<br />

ACM0001<br />

- - - - - - - 26<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-I.D. 2<br />

- - - - - - - 1<br />

AM0002 4 - - 1 - 1 702 175 -<br />

AM0003 4 - - 4 - 4 1536 384 1<br />

AM0010 4 - - - - - - - 2<br />

AM0011 4 - - 1 - 1 70 70 5<br />

AM0069 - - - - - - - 1<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-III.G.<br />

- - - - - - - 16<br />

AMS-I.D. 3<br />

AMS-III.I.E.<br />

ACM0002 2<br />

- - - - - - - 2<br />

AMS.III.G<br />

.AMS-I.C. 3<br />

AMS-I.D.<br />

- - - - - - - 1<br />

2<br />

AMS-III.I.E.<br />

AMS-III.G<br />

- - 1 - 1 19 19 -


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

219<br />

Iniciativas <strong>de</strong> Redução Metodologias<br />

Elo 3 – Destinação <strong>de</strong> Resíduo Sólidos e Efluentes<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL no Brasil<br />

Projetos <strong>de</strong> MDL<br />

no Mundo<br />

<strong>de</strong> Emissão – Projetos <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Número <strong>de</strong> Número <strong>de</strong> Número <strong>de</strong> Número <strong>de</strong> Total <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> MDL<br />

Base Projetos em Projetos Projetos Projetos Projetos<br />

validação validados registrados rejeitados <strong>de</strong>senvolvidos 1<br />

Potencial total <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

Potencial médio <strong>de</strong><br />

Redução <strong>de</strong> Emissão<br />

(ktCO₂e/ano) 1<br />

Número total <strong>de</strong><br />

Projetos<br />

<strong>de</strong>senvovidos 1<br />

ACM0002<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-III.I.E.<br />

- - - - - - - 14<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-III.I.E.<br />

- - - - - - - 2<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.I.E.<br />

- - - - - - - 1<br />

AMS-III.G.<br />

AMS-I.D. 2<br />

AMS-III.G.<br />

- - - - - - - 2<br />

AMS-III.H.<br />

AMS-I.D. 2<br />

- - - - - - - 1<br />

AM0075 - - - - - - - -<br />

ACM0006 37 - 1 1 38 1685 44 170<br />

ACM0006<br />

ACM0002<br />

10 - - 1 10 352 35 57<br />

ACM0006<br />

ACM0004<br />

- - - - - - - 1<br />

ACM0006<br />

AMS-II.B<br />

- - - - - - - 1<br />

Geração <strong>de</strong> energia AM0057 - - - - - - - 1<br />

térmica e eletricida<strong>de</strong><br />

com resíduos <strong>de</strong><br />

AMS-I.C<br />

biomassa<br />

3<br />

AMS-III.R<br />

- - - - - - - 7<br />

AMS-III.R.<br />

AMS-I.C. 3<br />

AMS-I.I.E.<br />

AMS-I.C<br />

- - - - - - - 2<br />

3<br />

AMS-III.R<br />

AMS-I.E<br />

- - - - - - - 1<br />

AMS-III.R.<br />

AMS-II.C.<br />

- - - - - - - 1<br />

Aeração/Compostagem<br />

<strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> aterros<br />

AM0083 - - - - - - - 1<br />

1 Excluem-se os Projetos Rejeitados.<br />

2 Geração <strong>de</strong> EE.<br />

3 Geração <strong>de</strong> Energia Térmica com ou sem geração <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

4 As metodologias foram consolidadas.<br />

Como po<strong>de</strong> ser observado na Tabela 0-35, foram propostos 85 projetos no âmbito do MDL no Brasil<br />

referentes à disposição <strong>de</strong> resíduos, totalizando um potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> 11.655 ktCO₂e/ano 85 .<br />

Desses 85 projetos, 37 foram registrados.<br />

Com base nessa avaliação das metodologias da CQNUMC, <strong>de</strong>ntre as Iniciativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> GEE que po<strong>de</strong>m<br />

ser implementadas no elo 3 da ca<strong>de</strong>ia do setor <strong>de</strong> resíduos, <strong>de</strong>stacam-se a captura e a queima <strong>de</strong> biogás proveniente<br />

<strong>de</strong> aterros e a queima <strong>de</strong> biomassa para geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 86 .<br />

É interessante ressaltar que o potencial médio <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão por projeto é consi<strong>de</strong>ravelmente<br />

maior em projetos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> biogás <strong>de</strong> aterros (inclusive na ausência <strong>de</strong> aproveitamento energético do<br />

biogás) comparativamente à outras iniciativas <strong>de</strong> baixo carbono já propostas no âmbito do MDL no Brasil,<br />

variando entre 19 a 852 ktCO₂e /ano.<br />

85<br />

O Projeto GEEA-SBS Biomass Treatment Project in Alegrete, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Brazil <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> casca <strong>de</strong> arroz em energia está apresentado no elo<br />

tratamento e disposição <strong>de</strong> resíduos.<br />

86<br />

Os projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> pela queima <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> biomassa são <strong>de</strong>scritos no Setor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, seção 1 <strong>de</strong>ste Relatório.


220<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Projetos <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEEs Relacionados à Destinação <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes<br />

No setor <strong>de</strong> resíduos sólidos e efluentes, no elo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação, foram avaliadas 9 metodologias, das quais<br />

5 foram incluídas no estudo do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs no País, agrupadas em 3 tipos <strong>de</strong><br />

projetos concernentes ao metano evitado em aterros, sendo captura e <strong>de</strong>struição do biogás, geração <strong>de</strong><br />

energia elétrica a partir do biogás ou geração <strong>de</strong> energia térmica, consi<strong>de</strong>rando a exportação do biogás<br />

coletado.<br />

Captura e Destruição e/ou Aproveitamento Energético do Biogás <strong>de</strong> Aterros<br />

Gran<strong>de</strong> parte dos resíduos sólidos gerados no Brasil é <strong>de</strong>stinada a aterros sanitários, controlados ou lixões. A<br />

disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos em aterros gera sua <strong>de</strong>gradação anaeróbia, e, consequentemente, a produção do<br />

biogás. O biogás é composto por aproximadamente 50% <strong>de</strong> gás metano, que normalmente é liberado para a<br />

atmosfera.<br />

As metodologias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala ACM0001 87 e a <strong>de</strong> pequena escala AMS-III.G. aplicam-se a iniciativas <strong>de</strong><br />

recuperação do biogás gerado nos aterros, que será coletado e queimado, po<strong>de</strong>ndo ser aproveitado para<br />

geração <strong>de</strong> energia e exportado para outros consumidores (metodologias AM0069, AM0053 e AM0075).<br />

Captura e Destruição do Biogás <strong>de</strong> Aterros – Cenário 1<br />

O projeto <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões é aplicável a aterros controlados e sanitários sem captura e <strong>de</strong>struição<br />

do biogás. Para <strong>de</strong>terminar os sites em que o projeto po<strong>de</strong> ser implementado, assumiu-se, em sintonia com o<br />

Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil 88 , que "municípios com população inferior a 200.000 habitantes em<br />

2030 sempre terão locais <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos não gerenciados" e, <strong>de</strong>ssa forma, que o projeto é aplicável<br />

para concentrações <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 200.000 habitantes.<br />

Pela Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2010, são estimuladas soluções para resíduos<br />

sólidos consorciadas ou compartilhadas entre 2 ou mais municípios. Por esses motivos, foram selecionados os<br />

municípios que terão mais <strong>de</strong> 200.000 habitantes até 2030. Os municípios que não se enquadraram nesse<br />

critério foram separados por microrregiões, e as que apresentaram mais <strong>de</strong> 200.000 habitantes nas projeções<br />

para 2030 também foram selecionadas.<br />

Para o cálculo, foram consi<strong>de</strong>rados novos aterros, porém o projeto também é aplicável a aterros<br />

existentes, mas não há disponível uma listagem atualizada <strong>de</strong> aterros existentes no Brasil. Esse critério foi<br />

aplicado para os 3 projetos <strong>de</strong> captura <strong>de</strong> biogás <strong>de</strong> aterro. Ressalte-se que a redução <strong>de</strong> emissões dos projetos<br />

relacionados a metano evitado em aterros não po<strong>de</strong> ser somada.<br />

87 As metodologias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala – AM0002, AM0003, AM0010 e AM0011 – foram consolidadas na ACM0001.<br />

88 Alves, João Wagner Silva; <strong>de</strong> Gouvello, Christophe. Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil – Resíduos, 2010. Banco Mundial & CETESB.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

DADOS FINANCEIROS DE PROJETOS DE ATERROS<br />

221<br />

O significativo volume <strong>de</strong> receita que projetos <strong>de</strong> resíduos-para-energia po<strong>de</strong>m obter está revolucionando a economia do setor<br />

<strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resíduos. O financiamento <strong>de</strong> carbono potencialmente po<strong>de</strong> aumentar a taxa interna <strong>de</strong> retorno dos<br />

projetos em mais <strong>de</strong> 30% (em um preço conservador do crédito <strong>de</strong> 4,50 $/tCO₂e). Como resultado, a receita dos créditos <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> metano evitado em aterros são suficientes para tornar esses projetos viáveis (Bishop 2005). Redução <strong>de</strong> emissões<br />

adicionais po<strong>de</strong>m ser alcançadas utilizando o metano capturado para geração <strong>de</strong> energia (elétrica ou térmica), que é mais<br />

vantajoso financeiramente que apenas capturar e <strong>de</strong>struir o biogás. O quadro abaixo ilustra o impressionante potencial.<br />

Quadro 0-3 – Custos do Projeto<br />

Parâmetro US$/1,000m 3 CH₄ US$/MWh<br />

Desruição do biogás do aterro Acma <strong>de</strong> 60 Acima <strong>de</strong> 16<br />

Substituição <strong>de</strong> combustíveis fósseis (gás, carvão) 5,3, 12,0 1,6, 3,6<br />

Créditos <strong>de</strong> carbono Acima <strong>de</strong> 65,3, 72,0 Acima <strong>de</strong> 17,6, 19,6<br />

Fonte: Bishop (2005).<br />

A receita combinada dos créditos <strong>de</strong> carbono e da venda <strong>de</strong> energia faz do conjunto (captura mais produção <strong>de</strong> energia) um<br />

investimento normalmente atrativo. Enquanto a potencia instalada é limitada (1-20 MW), os custos <strong>de</strong> transação po<strong>de</strong>m ser<br />

reduzidos agrupando ativida<strong>de</strong>s similares em um único projeto <strong>de</strong> MDL, como ilustrado abaixo.<br />

Quadro 0-4 – Ativida<strong>de</strong>s Similares<br />

Parâmetro Valor Unida<strong>de</strong><br />

Aterros Operáveis* 6 Número<br />

Potencia instalada (6 aterros) 20 MW<br />

Custos <strong>de</strong> investimento (6 aterros) 20,75 Milhões <strong>de</strong> US$<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões 483.000 tCO₂/ano<br />

Preço da tCO₂ (conservador) 3,5 Euros/tCO₂<br />

Créditos <strong>de</strong> carbono 1,69 Milhões <strong>de</strong> US$<br />

Créditos <strong>de</strong> carbono total (3 * 7 anos) 9,56 Milhões <strong>de</strong> Euros<br />

Custos <strong>de</strong> investimento do aterro (MW) Milhões <strong>de</strong> US IRR sem CERs (%) IRR com CERs (%)<br />

1 1,1 1,1 7<br />

2 2, 5,3 11,8<br />

3 3, 5,8 13,0<br />

4 4,0 3,7 12,1<br />

5 4,8 5,1 14,3<br />

* agrupados como um único projeto <strong>de</strong> MDL.<br />

Fonte: World Bank. Low-Carbon Energy Projects for Development in Sub-Saharian Afric. 2008.<br />

Avaliação Técnica – Cenário 1<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-36 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos na Tabela 0-37, Tabela 0-38 e Tabela 0-39.<br />

Tabela 0-36 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

Eaterro *t CH₄/ano] = (1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k -k x ano<br />

) x e<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

RE aterro *t CO₂e/ano] = ((1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k ) x e -k x ano ) x EF coleta x EF queima x GWP CH₄<br />

Tabela 0-37 – Composição do Resíduo (%)<br />

Tipo <strong>de</strong> resíduo % no aterro DOC% 9<br />

Papel 16% 40%<br />

Têxtil 2% 24%<br />

Resíduos <strong>de</strong> jardim e parques 1% 20%<br />

Alimento 54% 15%<br />

Ma<strong>de</strong>ira 1% 43%<br />

Inertes 26% 0%


222<br />

Tabela 0-38 – Gravimetria do Lixo<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Tipo do Resíduo % (base úmida)<br />

Papel 16,08%<br />

Plástico 20,31%<br />

Vidro 2,84%<br />

Material Orgânico 53,63%<br />

Metal 1,74%<br />

Inertes 1,09%<br />

folhas 1,26%<br />

ma<strong>de</strong>ira 0,34%<br />

borracha 0,23%<br />

pano 1,75%<br />

couro 0,18%<br />

osso 0,01%<br />

coco 0,40%<br />

parafina 0,01%<br />

Tabela 0-39 – Parâmetros <strong>de</strong> Cálculo<br />

Parâmetro Descrição Valor Unida<strong>de</strong> Fonte<br />

E aterro Emissões <strong>de</strong> metano <strong>de</strong>vido a disposição <strong>de</strong> resíduos em aterros tCH₄/ano<br />

f Fração <strong>de</strong> metano capturado no aterro e queimado, na LB 0 13<br />

GWPCH₄ Potencial <strong>de</strong> aquecimento global do metano 21 tCO₂e/tCH₄<br />

OX Fator <strong>de</strong> oxidação<br />

ACM0001 – valor para o primeiro<br />

período <strong>de</strong> compromisso.<br />

0,1 [adimensional] 2 e 13<br />

0 2 e 13<br />

F Fração <strong>de</strong> metano no biogás 0,5 [adimensional] 2<br />

16/12 Razão <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> carbono (C) para metano (CH₄) 1,33 2<br />

DOCf Fração do carbono orgânico <strong>de</strong>gradável (DOC) que <strong>de</strong>compõe 0,5 2<br />

MCF Fator <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> metano 1 [adimensional] 2<br />

DOCj Fração do carbono orgânico <strong>de</strong>gradável (DOC) no resíduo <strong>de</strong> cada tipo 0,156 [adimensional] 2<br />

Kj Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento do resíduo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da localização 2<br />

j Tipo <strong>de</strong> categoria do resíduo<br />

ano Ano para o qual as emissões <strong>de</strong> metano são calculadas 0 – 10 anos Default ICF<br />

EFColeta Eficiência <strong>de</strong> coleta do equipamento <strong>de</strong> recuperação do biogás 0,7 - 3<br />

PCImetano Po<strong>de</strong>r calorífico do metano 0,036 GJ/m 3 CH₄ 8<br />

DCH₄ Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metano 0,0007168 tCH₄/m 3 CH₄ 7<br />

FEgás natural Fator <strong>de</strong> emissão do gás natural 0,056 tCO₂e/GJ 5<br />

EFqueima Eficiência da queima do biogás capturado 90% - 11<br />

EFelet. Eficiência da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 30% - 3<br />

FEeletricida<strong>de</strong> do SI Fator <strong>de</strong> emissão da eletricida<strong>de</strong> do sistema interligado 0,160 tCO₂e/MWh 6<br />

Fator <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> GJ por MWh 3,6 GJ/MWh 14<br />

Valor 1 do CER 5 US$/t CO₂e Default ICF<br />

Valor 2 do CER 10 US$/t CO₂e Default ICF<br />

Conversão <strong>de</strong> Dólar para Real – ano base 2006 2,174 R$/US$ 16<br />

Custo – geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 19 US$/(ton/ano) 18<br />

Custo – coleta e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> metano 8 US$/(ton/ano) 17<br />

Custo por tCH₄ – exportação <strong>de</strong> metano na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> GN 380 R$/(tCH₄/ano) 15<br />

Fontes:<br />

1 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 5. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp). – Valor Default.<br />

2 Tool to <strong>de</strong>termine methane emissions avoi<strong>de</strong>d from disposal of waste at a solid waste disposal. Disponível em (http://cdm.unfccc.int/methodologies/PAmethodologies/tools/amtool-04-v5.pdf)<br />

3 World Bank, 2008. Low Carbon Energy projects for Development of Sub Saharan Africa, 8-18-08.<br />

4 Alves, João Wagner Silva; <strong>de</strong> Gouvello, Christophe. Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil Resíduos, 2010. Banco Mundial & CETESB.<br />

5 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 2. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp).<br />

6 Ministério da Ci ncia e Tecnologia, Fatores <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> CO₂ <strong>de</strong> acordo com a ferramenta metodológica aprovada pelo Conselho Executivo do MDL, 2009. Disponível em<br />

www.mct.gov.br/in<strong>de</strong>x.php/content/view/303076.html#ancora<br />

7 TIJUQUINHAS LANDFILL SANTA CATARINA, BRAZIL. Disponível em http://cdm.unfccc.int/UserManagement/FileStorage/1NCP8Z4J6KBYMRTXIWFQVEA9HSOLUD.<br />

8 Projeto 2548 – Gramacho Landfill Gas Project.<br />

9 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2006 IPCC gui<strong>de</strong>lines for national greenhouse gas inventories: Volume 4. IPCC National Greenhouse Gas Inventory Program<br />

(www.ipcc-nggip.iges.or.jp). – Valor Default.<br />

10 COMLURB. Caracterização Gravimétrica e microbiológica dos resíduos sólidos domiciliares – 2009.<br />

11 Disponível em http://comlurb.rio.rj.gov.br/download/caracteriza%C3%A7%C3%A3o%202009.pdf.<br />

12 Tool to <strong>de</strong>termine project emissions from flaring gases containing methane.<br />

13 INMET. Disponível em www.inmet.gov.br/html/clima/mapas/?mapa=prec e www.inmet.gov.br/html/clima/mapas/?mapa=tmax.<br />

14 Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Relatórios <strong>de</strong> Referência – Emissões <strong>de</strong> Gaes <strong>de</strong> efeito estufa no tratamento e disposição <strong>de</strong><br />

resíduos. CETESB.<br />

15 AM0087 Approved baseline and monitoring methodology AM0087 Construction of a new natural gas power plant supplying electricity to the grid or a single consumer”<br />

16 "Gramacho Landfill Gas Project". Disponível em http://cdm.unfccc.int/UserManagement/FileStorage/CMNZKY58WLO2079QE6TSRDPJH3GBVA. Foi utilizado o custo do sistema <strong>de</strong><br />

compressão <strong>de</strong> g s, aplicado para a quantida<strong>de</strong> exportada <strong>de</strong> biog s em 2009. A capacida<strong>de</strong> foi transformada para tCH₄.<br />

17 FED. "Economic Research and Data". Disponível em<br />

www.fe<strong>de</strong>ralreserve.gov/datadownload/Download.aspx?rel=H10&series=40a15acb120950674894978e4f74<strong>de</strong>f9&filetype=spreadsheetml&label=inclu<strong>de</strong>&layout=seriescolumn&l<br />

astObs=120<br />

18 "SANTEC Resíduos landfill gas emission reduction Project Activity".<br />

19 "Feira <strong>de</strong> Santana Landfill Gas Project".


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

223<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

captura e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> biogás <strong>de</strong> aterro – no Brasil, contemplando a o número <strong>de</strong> possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados<br />

para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong><br />

GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong><br />

investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-40 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-40 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Captura e Destruição <strong>de</strong> Metano em Aterros – Cenário 1<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,160 89 tCO₂e/(hab x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> emissão anual 23.764.254 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> emissão em 10 anos 237.642.539 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 356* Municípios/microrregiões<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 667.535 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 0 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2.376,4 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 446 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Captura <strong>de</strong> Biogás <strong>de</strong> Aterros para Geração <strong>de</strong> Energia Térmica – Cenário 2<br />

A aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse projeto é a mesma do projeto anterior. Ressalte-se que a redução <strong>de</strong> emissões dos<br />

projetos relacionados a metano evitado em aterros não po<strong>de</strong> ser somada, isto é, um a <strong>de</strong>cisão pela<br />

implementação <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> projeto inviabiliza a implementação <strong>de</strong> outro tipo no mesmo site.<br />

Avaliação Técnica – Cenário 2<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-41 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos anteriormente.<br />

Tabela 0-41 – Cálculo Simplificado <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

ELB = Eaterro + EGN Eaterro *t CH₄/ano] = (1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k -k x ano<br />

) x e<br />

E GN = ((1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k ) x e -k x ano ) x EF coleta x PCI metano x FE gás natural<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

RE = RE aterro + RE GN<br />

RE aterro *t CO₂e/ano] = ((1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k ) x e -k x ano ) x EF coleta x GWP CH₄<br />

RE GN = ((1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k ) x e -k x ano ) x EF coleta x PCI metano x FE gás natural<br />

Resultados Consolidados do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s – Cenário 2<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

captura e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> biogás <strong>de</strong> aterro com geração <strong>de</strong> energia térmica – no Brasil, contemplando a o<br />

número <strong>de</strong> possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas<br />

<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à<br />

matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

89 Ressalte-se que o fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão vai variar em função da temperatura e precipitação média do local, composição do resíduo, número <strong>de</strong><br />

habitantes atendidos pelo aterro, ida<strong>de</strong> do resíduo <strong>de</strong>positado, taxa <strong>de</strong> coleta e taxa <strong>de</strong> crescimento da população urbana. O valor apresentado é um valor<br />

médio para os sites avaliados. Consi<strong>de</strong>rou-se a construção <strong>de</strong> novos aterros. Isto significa que no final do primeiro ano <strong>de</strong> projeto a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo<br />

presente no aterro é apenas a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>positada no primeiro ano. Para os anos subsequentes são somadas as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>positadas até o ano em<br />

questão. A emissão <strong>de</strong> metano nos aterros varia <strong>de</strong> ano para ano, em função da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo no aterro e com a ida<strong>de</strong> do resíduo <strong>de</strong>positado. Para<br />

fins <strong>de</strong> cálculo, foi calculada a emissão em 10 anos e feito uma média para <strong>de</strong>terminar a emissão anual.


224<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-42 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

Tabela 0-42 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Captura <strong>de</strong> Biogás <strong>de</strong> Aterro para Geração <strong>de</strong> Energia Térmica – Cenário 2<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,202 90 tCO₂e/(hab x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> emissão anual 29.921.123 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> emissão em 10 anos 299.211.230 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 356* Municípios/microrregiões<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões média por projeto – em 10 anos 840.481 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 0 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2.992,1 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 666 Milhões US$<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Captura <strong>de</strong> Biogás <strong>de</strong> Aterros para Geração <strong>de</strong> Energia Elétrica – Cenário 3<br />

A aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse projeto é a mesma do projeto anterior. Ressalte-se que a redução <strong>de</strong> emissões dos<br />

projetos relacionados a metano evitado em aterros não po<strong>de</strong> ser somada.<br />

Avaliação Técnica – Cenário 3<br />

O potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões do projeto foi <strong>de</strong>terminado a partir das fórmulas expostas na Tabela<br />

0-43 e dos parâmetros <strong>de</strong>scritos anteriormente.<br />

Tabela 0-43 – Cálculo <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

Emissões da Linha <strong>de</strong> Base<br />

ELB = Eaterro + Eelet Eaterro *t CH₄/ano] = (1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k -k x ano<br />

) x e<br />

E elet = ((1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k ) x e -k x ano ) x EF coleta x PCI metano/3,6 [GJ/MWh] x FE eletricida<strong>de</strong> SI<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

RE = RE aterro + RE eletricida<strong>de</strong> SI<br />

RE aterro *t CO₂e/ano] = ((1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k ) x e -k x ano ) x EF coleta x GWP CH₄<br />

RE elet = ((1 – f) x (1 – OX) x (16/12) x F x DOCf x MCF x ∑ (do ano 0 a 10) ∑ Wj x DOCj x (1-e -k ) x e -k x ano ) x EF coleta x PCI metano/3,6 [GJ/MWh] x FE eletricida<strong>de</strong> SI<br />

Resultados consolidados do Inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s – Cenário 3<br />

São apresentados, a seguir, os resultados <strong>de</strong>sse estudo em relação à potencial replicação <strong>de</strong>sse projeto –<br />

captura e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> biogás <strong>de</strong> aterro com geração <strong>de</strong> energia elétrica – no Brasil, contemplando a o<br />

número <strong>de</strong> possíveis sites i<strong>de</strong>ntificados para a implementação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> projeto, assim como as estimativas<br />

<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs, potencial receita com a venda <strong>de</strong> CERs, potencial contribuição à<br />

matriz energética nacional, assim como <strong>de</strong> investimentos necessários à implementação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Os resultados apresentados na Tabela 0-44 resumem a aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com base nas as metodologias <strong>de</strong> MDL citadas para o esse projeto, alimentadas com informações coletadas<br />

nacionalmente após extensa pesquisa nos bancos <strong>de</strong> dados nacionais disponíveis.<br />

90 Ressalte-se que o fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão vai variar em função da temperatura e precipitação média do local, composição do resíduo, número <strong>de</strong><br />

habitantes atendidos pelo aterro, ida<strong>de</strong> do resíduo <strong>de</strong>positado, taxa <strong>de</strong> coleta e taxa <strong>de</strong> crescimento da população urbana. O valor apresentado é um valor<br />

médio para os sites avaliados. Consi<strong>de</strong>rou-se a construção <strong>de</strong> novos aterros. Isto significa que no final do primeiro ano <strong>de</strong> projeto a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo<br />

presente no aterro é apenas a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>positada no primeiro ano. Para os anos subsequentes são somadas as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>positadas até o ano em<br />

questão. A emissão <strong>de</strong> metano nos aterros varia <strong>de</strong> ano para ano, em função da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo no aterro e com a ida<strong>de</strong> do resíduo <strong>de</strong>positado. Para<br />

fins <strong>de</strong> cálculo, foi calculada a emissão em 10 anos e feito uma média para <strong>de</strong>terminar a emissão anual.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-44 – Resultado do Projeto <strong>de</strong> Captura <strong>de</strong> Biogás <strong>de</strong> Aterros para Geração <strong>de</strong> Energia Elétrica – Cenário 2<br />

Descrição Valor Unida<strong>de</strong><br />

Fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão anual 0,184 91 tCO₂e/(hab x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> emissão anual 27.239.697 tCO₂e/ano<br />

Redução <strong>de</strong> emissão em 10 anos 272.396.974 tCO₂e<br />

Número <strong>de</strong> projetos 356* Municípios/microrregiões<br />

Redução <strong>de</strong> emissões média por projeto – em 10 anos 765.160 tCO₂e<br />

Contribuição à matriz energética 5.218.568 MWh/ano<br />

Receita pela redução <strong>de</strong> emissões em 10 anos (CER a US$10) 2.724,0 Milhões US$<br />

Custo do Investimento 1.053 Milhões US$<br />

225<br />

*A lista <strong>de</strong>talhada contendo os sites avaliados e o potencial por site encontra-se na planilha utilizada para os cálculos do inventário <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s do setor em questão. Essa planilha<br />

será divulgada como um anexo do presente estudo.<br />

Barreiras<br />

Apesar <strong>de</strong> a legislação 92 prever a disposição final <strong>de</strong> rejeitos <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada do ponto vista<br />

ambiental, gran<strong>de</strong> parte dos resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil é, na realida<strong>de</strong>, disposta em lixões ou<br />

em aterros controlados 93 .<br />

Em função <strong>de</strong> já serem projetados com tal objetivo, aterros sanitários apresentam um maior potencial <strong>de</strong><br />

recuperação <strong>de</strong> biogás do que aterros controlados, que, por sua vez, são adaptados a partir <strong>de</strong> lixões a fim <strong>de</strong><br />

que os impactos ambientais sejam minimizados.<br />

As barreiras para a implementação <strong>de</strong> aterros sanitários, que acabam por favorecer a disposição <strong>de</strong><br />

resíduos sólidos urbanos em aterros controlados e lixões, estão <strong>de</strong>scritas a seguir.<br />

Primeiramente, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar que os altos custos <strong>de</strong> investimento formam uma consi<strong>de</strong>rável barreira<br />

financeira. A instalação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> captura <strong>de</strong> biogás <strong>de</strong> aterro <strong>de</strong>manda um significativo aporte inicial<br />

<strong>de</strong> capital, que se torna ainda mais expressivo se for consi<strong>de</strong>rada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação da tecnologia<br />

que esse tipo <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong>manda (por não haver uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> mercado, não há fabricantes nacionais <strong>de</strong><br />

flares, medidores e analisadores do gás, motores, entre outros equipamentos). Além disso, é válido mencionar<br />

que não há subsídios governamentais significativos para esses projetos.<br />

Outro empecilho a ser consi<strong>de</strong>rado é a não existência <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra e <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> treinamento<br />

específico no Brasil, o que tem como consequência a falta <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> manutenção/operação e a <strong>de</strong>mora<br />

quando da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reparos dos equipamentos.<br />

Questões políticas também <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas. Já que a disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos é <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> municipal, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativa das prefeituras e a dificulda<strong>de</strong> em se <strong>de</strong>terminar o local<br />

a ser construído implicam em um gran<strong>de</strong> período <strong>de</strong> tempo até que seja obtida a licença ambiental.<br />

Recentemente a legislação <strong>de</strong>finiu a elaboração <strong>de</strong> um plano nacional <strong>de</strong> resíduos sólidos, que <strong>de</strong>verá<br />

conter metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong> resíduos<br />

sólidos. Porém, o plano ainda está em fase <strong>de</strong> elaboração e metas ainda não foram <strong>de</strong>finidas. Portanto ainda é<br />

uma barreira <strong>de</strong> caráter regulatório o fato <strong>de</strong> não haver nenhuma lei que exija a coleta e <strong>de</strong>struição do biogás<br />

<strong>de</strong> aterro.<br />

91 Ressalte-se que o fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão vai variar em função da temperatura e precipitação média do local, composição do resíduo, número <strong>de</strong><br />

habitantes atendidos pelo aterro, ida<strong>de</strong> do resíduo <strong>de</strong>positado, taxa <strong>de</strong> coleta e taxa <strong>de</strong> crescimento da população urbana. O valor apresentado é um valor<br />

médio para os sites avaliados. Consi<strong>de</strong>rou-se a construção <strong>de</strong> novos aterros. Isto significa que no final do primeiro ano <strong>de</strong> projeto a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo<br />

presente no aterro é apenas a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>positada no primeiro ano. Para os anos subsequentes são somadas as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>positadas até o ano em<br />

questão. A emissão <strong>de</strong> metano nos aterros varia <strong>de</strong> ano para ano, em função da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo no aterro e com a ida<strong>de</strong> do resíduo <strong>de</strong>positado. Para<br />

fins <strong>de</strong> cálculo, foi calculada a emissão em 10 anos e feito uma média para <strong>de</strong>terminar a emissão anual.<br />

92 Lei 12.305, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2010 – Institui a Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos; altera a Lei 9.605, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1998; e dá outras providências.<br />

93 Os aterros controlados não são a forma <strong>de</strong> disposição i<strong>de</strong>al, mas apresentam condições sanitárias consi<strong>de</strong>ravelmente melhores que os lixões.


226<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

A<strong>de</strong>mais, além da não obrigação <strong>de</strong> investimento nesse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> por parte do empreen<strong>de</strong>dor,<br />

outra barreira <strong>de</strong>corre do fato <strong>de</strong> que o investimento efetuado dificilmente oferecerá retorno financeiro,<br />

mesmo em longo prazo, sem o auxilio dos créditos obtidos com a <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE.<br />

Os projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões em aterros po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong>struição do biogás ou <strong>de</strong><br />

utilização do mesmo para a geração <strong>de</strong> energia térmica ou <strong>de</strong> energia elétrica, as quais po<strong>de</strong>m ser exportadas<br />

ou utilizadas no próprio empreendimento.<br />

Destruição do Biogás<br />

A maior parte dos projetos <strong>de</strong> MDL <strong>de</strong>senvolvidos para aterros no Brasil contempla apenas a coleta e<br />

<strong>de</strong>struição do biogás, sem que haja o aproveitamento energético do mesmo. Dentre todos os tipos <strong>de</strong> projetos<br />

para aterros, esse é aquele <strong>de</strong> menor custo. No entanto, como não há geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> nem a sua<br />

consequente venda, a única forma <strong>de</strong> receita é oriunda dos créditos <strong>de</strong> carbono gerados.<br />

Geração <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Esses tipos <strong>de</strong> projetos po<strong>de</strong>m gerar uma maior redução <strong>de</strong> emissões quando comparados a projetos que<br />

englobam apenas a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> metano, além <strong>de</strong> gerar receita adicional pela venda da eletricida<strong>de</strong> gerada <strong>de</strong><br />

forma limpa para o Sistema Interligado Nacional (SIN). No entanto, apesar <strong>de</strong> alguns projetos <strong>de</strong> MDL<br />

<strong>de</strong>senvolvidos no Brasil contemplarem a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, apenas dois aterros <strong>de</strong> fato tem gerado.<br />

A principal barreira a tais projetos também é o elevado custo, o que está diretamente relacionado a<br />

questões tecnológicas. Em função da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mais equipamentos para a geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong>, os custos <strong>de</strong> instalação são consi<strong>de</strong>ravelmente mais altos quando comparados aos projetos <strong>de</strong><br />

captura e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> biogás. Como ainda há poucos projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> aterros que geram<br />

energia elétrica, não existe um fornecedor brasileiro <strong>de</strong> equipamentos e serviços para tal ativida<strong>de</strong>. Dessa<br />

forma, os principais componentes dos sistemas <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> biogás precisam ser importados.<br />

Decorre disso, também, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra especializada e/ou treinada para operar e manter<br />

as tecnologias usadas nesse tipo <strong>de</strong> projeto. Dessa forma, além da ausência <strong>de</strong> infraestrutura para a<br />

implementação da geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> proveniente do biogás, qualquer projeto <strong>de</strong>senvolvido que tiver<br />

como objetivo o registro no MDL implicará a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualificação técnica fornecida por companhia<br />

estrangeira.<br />

Outra importante barreira para a exportação <strong>de</strong> energia para o SIN é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conexão a uma<br />

linha <strong>de</strong> transmissão, o que eleva ainda mais os custos e o que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente dos interesses do<br />

empreen<strong>de</strong>dor do aterro.<br />

Outra barreira a ser consi<strong>de</strong>rada é a não existência <strong>de</strong> uma tarifa específica para energia limpa, o que<br />

po<strong>de</strong>ria ajudar a abater parte dos custos do projeto.


Geração <strong>de</strong> Energia Térmica<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

227<br />

A geração <strong>de</strong> energia térmica a partir do biogás, com a substituição <strong>de</strong> combustíveis anteriormente<br />

utilizados para esse fim (por exemplo, gás natural, GLP), é o tipo <strong>de</strong> projeto para aterros que po<strong>de</strong> gerar maior<br />

redução <strong>de</strong> emissões, já que o fator <strong>de</strong> emissão dos combustíveis que serão substituídos é maior que o da<br />

energia elétrica do SIN. Os custos, apesar <strong>de</strong> elevados, ten<strong>de</strong>m a ser menores quando comparados a projetos<br />

<strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

Para a transmissão <strong>de</strong> biogás – na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás natural ou em novos dutos –, é necessário que se faça o seu<br />

tratamento, o que consome energia e requer equipamentos e conhecimento técnico específicos. Apenas um<br />

dos projetos <strong>de</strong>senvolvidos em aterros prevê a exportação do biogás. Dessa forma, o fato <strong>de</strong> não haver muitos<br />

projetos <strong>de</strong>sse tipo já po<strong>de</strong> ser encarado como uma barreira em si.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento do estudo com a abordagem bottom-up contemplou o levantamento <strong>de</strong> instalações/locais<br />

em que os projetos <strong>de</strong> baixo carbono po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>senvolvidos. A lista contendo os sites avaliados e o<br />

potencial será divulgada como um anexo do presente estudo. A Tabela 0-45 apresenta os resultados<br />

consolidados do setor <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos.<br />

Tabela 0-45 – Resultados Consolidados do Setor <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos<br />

Tipo <strong>de</strong> projeto Número <strong>de</strong> Projetos<br />

Potencial Redução<br />

<strong>de</strong> Emissões GEE<br />

em 10 anos<br />

Potencial Receita<br />

com a Venda <strong>de</strong><br />

CERs em 10 anos<br />

(CER = 10 US$)<br />

Investimento Fator <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão anual<br />

Contribuição<br />

à Matriz<br />

Energética<br />

Valor Unida<strong>de</strong> tCO₂e Milhões US$ Milhões US$ Valor Unida<strong>de</strong> MWh/ano<br />

Setor <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos 3.124 sites 561.740.966 5.617 1.188 n/a n/a 10.451.133<br />

Tratamento <strong>de</strong> Efluentes Industriais –<br />

Indústria <strong>de</strong> Papel<br />

PR1 reator anaeróbio: geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica<br />

PR2 reator anaeróbio: geração <strong>de</strong> energia<br />

térmica<br />

PR1 captura do biogás: geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica<br />

PR2 captura do biogás: geração <strong>de</strong> energia<br />

térmica<br />

120 empresas <strong>de</strong> papel 7.313.257 73 6,0 0,083 tCO₂e/(t papel x ano) -<br />

120 empresas <strong>de</strong> papel 221.244 2 6,0 0,003 tCO₂e/(t papel x ano) 135.350<br />

120 empresas <strong>de</strong> papel 912.018 9 6,0 0,010 tCO₂e/(t papel x ano) -<br />

120 empresas <strong>de</strong> papel 6.622.483 66 6,0 0,075 tCO₂e/(t papel x ano) 144.879<br />

120 empresas <strong>de</strong> papel 7.313.257 73 6,0 0,083 tCO₂e/(t papel x ano) -<br />

PR3 substituição para tratamento aeróbio 120 empresas <strong>de</strong> papel 7.054.323 71 6,0 0,080 tCO₂e/(t papel x ano) -<br />

Tratamento <strong>de</strong> Efluentes Industriais –<br />

Indústria Sucroalcooleira<br />

LB aeróbio – PR2 reator anaeróbio: geração <strong>de</strong><br />

energia térmica<br />

Tratamento <strong>de</strong> Esgoto 1.138<br />

Instalação <strong>de</strong> reator anaeróbio: geração <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong><br />

282 empresas sucroalcooleiras 25.160.385 252 n/d 0,0003 tCO₂e/kg DBO -<br />

282 empresas sucroalcooleiras 25.160.385 252 n/d 0,0003 tCO₂e/kg DBO -<br />

1.138<br />

prestadoras <strong>de</strong> esgoto por<br />

município<br />

prestadoras <strong>de</strong> esgoto por<br />

município<br />

23.724.173 237 101,0 n/a tCO₂e/(DBO tratada x ano) 1.335.373<br />

23.724.173 237 101,0 n/a tCO₂e/(DBO tratada x ano) 1.335.373<br />

Redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> metano em aterros 356 municípios/microrregiões 299.211.230 2.992 666,4 0,202 tCO₂e/(hab x ano) -<br />

PR1 – captura e <strong>de</strong>struição do biogás 356 municípios/microrregiões 237.642.539 2.376 446,3 0,160 tCO₂e/(hab x ano) -<br />

PR2 – captura do biogás: geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica<br />

PR3 – captura do biogás: geração <strong>de</strong> energia<br />

térmica<br />

356 municípios/microrregiões 272.396.974 2.724 1.052,6 0,184 tCO₂e/(hab x ano) 5.218.568<br />

356 municípios/microrregiões 299.211.230 2.992 666,4 0,202 tCO₂e/(hab x ano) -<br />

Tratamento térmico <strong>de</strong> RSU 119 municípios/microrregiões 159.006.118 1.590 391,6 0,920 tCO₂e/(t resíduo x ano) 9.115.760<br />

Incineração <strong>de</strong> RSU: geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 119 municípios/microrregiões 159.006.118 1.590 391,6 0,920 tCO₂e/(t resíduo x ano) 9.115.760<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais – Aves 138 empresas/granjas 6.255.371 63 1,4 0,050 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano) -<br />

Biodigestor: geração <strong>de</strong> energia elétrica 138 empresas/granjas 5.503.659 55 1,4 0,044 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano) 147.290<br />

Biodigestor: geração <strong>de</strong> energia térmica 138 empresas/granjas 6.255.371 63 1,4 0,050 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano) -<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais – Suínos 176 suinocultores 11.244.543 112 3,2 0,354 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano) -<br />

Biodigestor: geração <strong>de</strong> energia elétrica 176 suinocultores 9.864.416 99 3,2 0,310 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano) 270.421<br />

Biodigestor: geração <strong>de</strong> energia térmica 176 suinocultores 11.244.543 112 3,2 0,354 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano) -<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais – Bovinos 795 confinamentos bovinos 29.825.890 298 18,4 1,581 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano) -<br />

Biodigestor: geração <strong>de</strong> energia elétrica 795 confinamentos bovinos 26.277.857 263 18,4 1,393 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano) 695.199<br />

Biodigestor: geração <strong>de</strong> energia térmica 795 confinamentos bovinos 29.825.890 298 18,4 1,581 tCO₂e/(cabeça <strong>de</strong> animal x ano) -<br />

Notas: * = A agregação dos valores excluiu projetos alternativos e utilizou o projeto que maximiza a redução <strong>de</strong> emissões<br />

n/a = Não <strong>de</strong> aplica.<br />

n/d = Dado não disponível.


228<br />

5. CURVAS DE INVESTIMENTO<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O custo marginal <strong>de</strong> abatimento (CMA) contempla os custos associados às medidas <strong>de</strong> redução da emissão<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado poluente emitido no ambiente, ou seja, os custos <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> meios tecnológicos e<br />

gerenciais para reduzir emissões. Quando trabalha-se com diferentes opções <strong>de</strong> mitigação (tecnológicas ou <strong>de</strong><br />

mudança <strong>de</strong> insumos) para um mesmo impacto, a i<strong>de</strong>ntificação dos CMAs é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia para a seleção das<br />

melhores oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntre essas opções. Os CMAs das alternativas <strong>de</strong> mitigação po<strong>de</strong>m ser representados<br />

por curvas que relacionam o custo marginal <strong>de</strong> se reduzir as emissões em função da quantida<strong>de</strong> abatida,<br />

consi<strong>de</strong>rando cada opção <strong>de</strong> mitigação.<br />

Os custos e as emissões evitadas <strong>de</strong>vem ser estimados tendo como ponto <strong>de</strong> partida um cenário <strong>de</strong><br />

referência (isto é, linha <strong>de</strong> base), <strong>de</strong> forma que os custos irão representar o incremento financeiro necessário à<br />

implementação da alternativa <strong>de</strong> mitigação (isto é, cenário do projeto) em comparação ao cenário <strong>de</strong><br />

referência. Dessa forma, o custo marginal <strong>de</strong> abatimento <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE <strong>de</strong> um projeto é a diferença entre<br />

o custo existente no cenário <strong>de</strong> referência e o custo no cenário <strong>de</strong> baixo carbono, expresso por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

massa <strong>de</strong> CO₂ equivalente (US$ou R$/tCO₂e). Ressalte-se que os cálculos para o <strong>de</strong>senvolvimento dos CMAs<br />

são <strong>de</strong>safiadores, tendo em vista a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> informações, principalmente aquelas referentes<br />

à operação e manutenção dos sistemas em questão.<br />

Uma alternativa ao CMA é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> investimento, que consi<strong>de</strong>ram exclusivamente<br />

o custo relacionado à implementação do projeto <strong>de</strong> baixo carbono.<br />

Enquanto a curva <strong>de</strong> custo marginal <strong>de</strong> abatimento ajuda a classificar as opções <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> GEE com<br />

base em seus custos, a curva <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> investimento fornece um quadro completo dos investimentos<br />

necessários para atingir <strong>de</strong>terminados objetivos <strong>de</strong>, inter allia, redução <strong>de</strong> emissões ou <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminado setor da forma mais carbono eficiente.<br />

O presente estudo <strong>de</strong>senvolveu uma curva <strong>de</strong> investimento para mitigação <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE e suas<br />

informações po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> extrema relevância para que se entenda o nível <strong>de</strong> investimento necessário para<br />

que <strong>de</strong>terminados setores, ou o próprio País, atinja certos patamares <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões.<br />

Tendo como base os dados coletados no presente estudo, assim como os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>senvolvidos e<br />

resultados obtidos, po<strong>de</strong>m ser geradas diversas curvas <strong>de</strong> investimento, <strong>de</strong> acordo com o interesse do leitor:<br />

� custo <strong>de</strong> investimento por MW <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia adicional fornecida;<br />

� custo <strong>de</strong> investimento por tonelada <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> resíduo adicional;<br />

� custo <strong>de</strong> investimento por quilometro adicional <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado sistema <strong>de</strong> transporte;<br />

� custo <strong>de</strong> investimento por <strong>de</strong>terminado sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> produto químico; e<br />

� custo <strong>de</strong> investimento para substituição <strong>de</strong> combustível fóssil por renovável em ativida<strong>de</strong>s industriais<br />

<strong>de</strong> forma a suprir toda a <strong>de</strong>manda energética.<br />

Uma vantagem das curvas <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> investimento em relação às curvas <strong>de</strong> custo marginal é que as<br />

primeiras também refletem as potenciais barreiras financeiras que, na prática, muitas vezes impe<strong>de</strong>m que<br />

<strong>de</strong>terminadas opções <strong>de</strong> projeto sejam implementadas.<br />

O presente estudo apresenta a curva <strong>de</strong> investimento para redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE. Não obstante, as<br />

ferramentas <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong>senvolvidas, alimentadas com bancos <strong>de</strong> dados nacionais, po<strong>de</strong>m ser utilizadas para<br />

a geração <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> informação.<br />

Nos casos em que os dados <strong>de</strong> custo do investimento não estavam disponíveis, o potencial físico <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> emissões foi avaliado sem mencionar o custo unitário. Deve-se ressaltar que isto não significa <strong>de</strong><br />

forma alguma que as ativida<strong>de</strong>s têm custos negligenciáveis.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

229<br />

Ressalte-se que não foram realizadas análises <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> investimentos para os projetos e, <strong>de</strong>ssa<br />

forma, os custos <strong>de</strong> investimento obtidos representam uma estimativa do valor necessário para<br />

implementação dos projetos, com base em projetos já <strong>de</strong>senvolvidos ou na literatura disponível. Portanto, as<br />

curvas <strong>de</strong> investimento apresentadas objetivam ilustrar comparativamente os diferentes níveis <strong>de</strong><br />

investimento necessários para cada tipo <strong>de</strong> projeto e não precisamente o valor exato para a implantação dos<br />

projetos.<br />

São apresentadas na sequência as curvas <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong>senvolvidas para cada setor contemplado no<br />

presente estudo.<br />

Eletricida<strong>de</strong><br />

Assim como o setor <strong>de</strong> transportes, os projetos do setor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> também são, em geral, projetos<br />

<strong>de</strong> infraestrutura, com altos custos <strong>de</strong> implementação e retornos <strong>de</strong> longo-prazo. Assim, os projetos mais<br />

vantajosos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse setor, não necessariamente serão mais vantajosos frente aos projetos dos <strong>de</strong>mais<br />

setores. Por exemplo, o projeto <strong>de</strong> maior potencial <strong>de</strong> redução, instalação <strong>de</strong> usinas eólicas, é também o <strong>de</strong><br />

maiores investimentos por redução <strong>de</strong> emissões alcançada (748 US$/tCO₂e). Além dos projetos listados abaixo,<br />

outras medidas também foram avaliadas, mas foram excluídas <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>monstração gráfica por representarem<br />

outliers e, por isso, distorcerem a visualização das oportunida<strong>de</strong>s. No entanto, isto não significa <strong>de</strong> forma<br />

alguma que elas sejam negligenciáveis.<br />

Custo <strong>de</strong> Investimento (US$/ tCO 2e)<br />

800<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

-<br />

Curvas <strong>de</strong> Investimento <strong>de</strong> Projetos do Setor <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

- 200 400 600 800 1.000 1.200 1.400<br />

Potencial Redução <strong>de</strong> Emissões (MtCO 2e)<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> SF6 na<br />

Transmissão <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Adição <strong>de</strong> Ciclo à Usinas <strong>de</strong> Ciclo<br />

Aberto<br />

Eficiencia energética na iluminação<br />

resi<strong>de</strong>ncial<br />

Conexão <strong>de</strong> Sistemas Isolados<br />

Cogeração com Licor Negro<br />

Cogeração com Bagaço <strong>de</strong> Cana-<strong>de</strong>açúcar<br />

Geração com Palha <strong>de</strong> Arroz<br />

Geração com Resíduos <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong><br />

Cana-<strong>de</strong>-açúcar<br />

Geração com Resíduos <strong>de</strong> Milho<br />

Geração com Resíduos <strong>de</strong> Soja<br />

Hidroelétricas<br />

Eficiência Energética na Distribuição<br />

<strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

Eficiencia energética no aquecimento<br />

<strong>de</strong> água resi<strong>de</strong>ncial<br />

Usinas Eólicas


230<br />

Combustíveis Fósseis para a Indústria<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

No caso do setor <strong>de</strong> combustíveis fósseis para a indústria, consi<strong>de</strong>rou-se que os valores <strong>de</strong> custo unitário<br />

obtidos para cada tipo <strong>de</strong> projeto não po<strong>de</strong>riam ser replicados indiscriminadamente para todos os setores <strong>de</strong><br />

produção industrial e, <strong>de</strong>ssa forma, a análise referente ao investimento em projetos <strong>de</strong> mitigação nesse setor<br />

não foi realizada. Logo, o gráfico apresentado a seguir representa apenas uma comparação ilustrativa do<br />

potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões dos projetos avaliados, não indicando o custo <strong>de</strong> investimento necessário<br />

para implementação <strong>de</strong>sses.<br />

Comparação entre os Projetos do Setor <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis para a Indústria<br />

0 40 80 120 160 200<br />

Potencial Redução <strong>de</strong> Emissões (MtCO2e)<br />

Novos Processos - Ferro-gusa<br />

Substituição <strong>de</strong> OC por GN - Mineração e<br />

Pelotização<br />

Aproveitamento <strong>de</strong> Gás Associado na E&P <strong>de</strong><br />

Petróleo, na plataforma<br />

Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos - Mineração e<br />

Pelotização<br />

Substituição <strong>de</strong> OC por GN - Alumínio Primário<br />

Novos Processos - Química<br />

Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos - Química<br />

Substituição <strong>de</strong> OC por Biomassa - Celulose<br />

Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos - Cimento<br />

Substituição <strong>de</strong> OC por Biomassa - Papel<br />

Introdução <strong>de</strong> Novos Processos - Cerâmica


Insumos para a indústria<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

231<br />

No setor <strong>de</strong> Insumos para indústria é possível i<strong>de</strong>ntificar dois projetos altamente atrativos: a <strong>de</strong>struição do<br />

metano gerado na produção <strong>de</strong> carvão vegetal e a mudança <strong>de</strong> insumos na fabricação <strong>de</strong> tijolo, ambos com<br />

custos extremamente baixos e níveis representativos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões.<br />

Custo <strong>de</strong> Investimento (US$/ tCO2e)<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

-<br />

Curvas <strong>de</strong> Investimento <strong>de</strong> Projetos do Setor <strong>de</strong> Insumos para a Indústria<br />

0 50 100 150 200 250 300 350 400<br />

Potencial Redução <strong>de</strong> Emissões (MtCO2e)<br />

Destruição <strong>de</strong> metano gerado na<br />

produção <strong>de</strong> carvão vegetal<br />

Uso <strong>de</strong> CO2 biogênico como insumo<br />

para a fabricação <strong>de</strong> compostos<br />

inorgânicos<br />

Redução <strong>de</strong> emissão na fabricação <strong>de</strong><br />

alumínio primário<br />

Redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> N2O na<br />

fabricação <strong>de</strong> produtos químicos<br />

Mudança <strong>de</strong> processos e insumos na<br />

fabricação <strong>de</strong> ferro gusa<br />

Mudança <strong>de</strong> insumo na fabricação <strong>de</strong><br />

amônia e uréia<br />

Fabricação <strong>de</strong> refrigeradores com<br />

gases <strong>de</strong> pequeno GWP<br />

Mudança <strong>de</strong> insumos na fabricação<br />

<strong>de</strong> tijolo<br />

Aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na<br />

fabricação <strong>de</strong> cal hidratada<br />

Aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na<br />

fabricação <strong>de</strong> cimento


232<br />

Transporte<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Dentre os seis projetos do setor <strong>de</strong> transporte, dois são mais atrativos quando avaliados os custos <strong>de</strong><br />

investimento por emissão <strong>de</strong> GEE reduzida: a produção <strong>de</strong> óleo vegetal para o uso como combustível <strong>de</strong><br />

veículos e a introdução <strong>de</strong> BRT nos centros urbanos. No entanto, vale ressaltar que projetos no setor <strong>de</strong><br />

transporte em geral representam projetos <strong>de</strong> infraestrutura. Portanto, quando comparados os custos dos<br />

projetos aos <strong>de</strong> outros setores, esses se revelam menos vantajosos. Os projetos citados, por exemplo,<br />

apresentam custos <strong>de</strong> 56 US$/tCO₂e e 251 US$/tCO₂e respectivamente.<br />

Custo <strong>de</strong> Investimento (US$/ tCO2e)<br />

10.000<br />

9.000<br />

8.000<br />

7.000<br />

6.000<br />

5.000<br />

4.000<br />

3.000<br />

2.000<br />

1.000<br />

-<br />

Curvas <strong>de</strong> Investimento <strong>de</strong> Projetos do Setor <strong>de</strong> Transporte<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

Potencial Redução <strong>de</strong> Emissões (MtCO2e)<br />

Produção <strong>de</strong> Biodiesel para<br />

uso como combustível <strong>de</strong><br />

Veículos<br />

Produção <strong>de</strong> Óleo Vegetal<br />

para Uso como combustível<br />

<strong>de</strong> Veículos<br />

Transporte Urbano <strong>de</strong><br />

Passageiros por BRT<br />

Mudança Modal para<br />

Transporte <strong>de</strong> Cargas<br />

Transporte Urbano <strong>de</strong><br />

Passageiros por Metrô<br />

Mudança Modal no<br />

Transporte <strong>de</strong> combustível<br />

(Alcooldutos)<br />

Transporte Urbano <strong>de</strong><br />

Passageiros por VLT


Resíduos<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

233<br />

Dentre as 11 alternativas <strong>de</strong> projetos no setor <strong>de</strong> resíduos, é possível <strong>de</strong>stacar aquelas que <strong>de</strong>mandam um<br />

menor investimento por emissão <strong>de</strong> GEE abatida ou evitada. A medida <strong>de</strong> captura e queima <strong>de</strong> biogás <strong>de</strong><br />

aterro, por exemplo, representa o menor custo <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong>ntre as medida do setor e ainda tem um<br />

potencial <strong>de</strong> redução bastante representativo. O projeto que, além <strong>de</strong> capturar o biogás <strong>de</strong> aterro, também<br />

queima o gás em substituição ao gás natural para geração térmica é o projeto <strong>de</strong> maior redução <strong>de</strong> emissão,<br />

com custos ligeiramente maiores que a medida citada. Um terceiro projeto, que <strong>de</strong>stina o biogás <strong>de</strong> aterro à<br />

geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> também representa uma alternativa interessante, com custos inferiores a 5 US$/tCO₂e,<br />

e potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão superior a 250 MtCO₂e. O Tratamento <strong>de</strong> RSU com geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>,<br />

por outro lado, é um projeto que, apesar <strong>de</strong> possuir um potencial <strong>de</strong> mitigação significativo, tem um custo<br />

elevado. Essas e outras inferências são facilmente observadas no gráfico abaixo, que apresenta as curvas <strong>de</strong><br />

investimento para o setor <strong>de</strong> Resíduos.<br />

Custo <strong>de</strong> Investimento (US$/ tCO2e)<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

-<br />

5<br />

Curvas <strong>de</strong> Investimento <strong>de</strong> Projetos do Setor <strong>de</strong> Resíduos<br />

0 500 1000 1500<br />

Potencial Redução <strong>de</strong> Emissões (MtCO2e)<br />

Aterro - Captura e <strong>de</strong>struição<br />

do biogás<br />

Aterro - Captura do biogás e<br />

geração <strong>de</strong> energia térmica<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais -<br />

Aves - geração <strong>de</strong> energia<br />

térmica<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais -<br />

Aves - geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais -<br />

Suínos - geração <strong>de</strong> energia<br />

térmica<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais -<br />

Suínos - geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica<br />

Aterro - Captura do biogás e<br />

geração <strong>de</strong> energia elétrica<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais -<br />

Bovinos - geração <strong>de</strong> energia<br />

térmica<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais -<br />

Bovinos - geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica<br />

Tratamento <strong>de</strong> efluentes -<br />

Indústria <strong>de</strong> Papel - geração <strong>de</strong><br />

energia elétrica<br />

Incineração <strong>de</strong> RSU com<br />

geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

Tratamento <strong>de</strong> efluentes -<br />

Esgoto - geração <strong>de</strong> energia<br />

elétrica


234<br />

C<br />

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

O presente estudo, inédito em sua forma e conteúdo no Brasil, teve por objetivo mapear e quantificar as<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa (GEEs) no Brasil, nos setores:<br />

� eletricida<strong>de</strong>;<br />

� combustíveis fósseis para a indústria;<br />

� outros insumos para a indústria;<br />

� resíduos; e<br />

� transporte e uso <strong>de</strong> combustíveis.<br />

Tendo como plataforma as Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base e Monitoramento para projetos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

no âmbito do Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo do Protocolo <strong>de</strong> Kyoto, foram i<strong>de</strong>ntificadas as principais<br />

fontes <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEEs nos setores supracitados, assim como as principais formas <strong>de</strong> mitigá-las.<br />

Mais <strong>de</strong> 160 Metodologias <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base e Monitoramento foram avaliadas e, aquelas selecionadas para<br />

integrar a análise, foram agrupadas em cerca <strong>de</strong> 60 tipos <strong>de</strong> projeto. I<strong>de</strong>ntificadas as principais fontes <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong><br />

GEEs e <strong>de</strong>finidos os principais projetos mitigadores <strong>de</strong> emissões, foram <strong>de</strong>terminadas as bases para a avaliação <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 20 mil sites no Brasil, em que possivelmente há oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> replicação <strong>de</strong> projetos. Em conjunto, tais<br />

oportunida<strong>de</strong>s oferecem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir/evitar as emissões nacionais em aproximadamente 450.000 mil t<br />

CO₂e com a adição <strong>de</strong> 450 GW <strong>de</strong> pot ncia ao Sistema nterligado Nacional.<br />

Desenvolveram-se mo<strong>de</strong>los matemáticos para calcular a potencial redução <strong>de</strong> emissões, quantificar a<br />

contribuição à matriz energética, a possível receita com a venda <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono, assim como o<br />

investimento necessário à implementação dos projetos avaliados. Esses mo<strong>de</strong>los foram alimentados com bancos<br />

<strong>de</strong> dados nacionais levantados a partir <strong>de</strong> uma extensa pesquisa em, inter allia, agências governamentais,<br />

organizações do setor privado e institutos <strong>de</strong> pesquisa. A partir <strong>de</strong>sse levantamento foi possível preencher as<br />

lacunas para que a análise <strong>de</strong> reprodutibilida<strong>de</strong> dos projetos pu<strong>de</strong>sse ser <strong>de</strong>senvolvida. Ressalte-se que a coleta <strong>de</strong><br />

dados/informações constituiu-se no maior <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>sse estudo. Isso porque, apesar <strong>de</strong> o Brasil ter evoluído<br />

bastante nas últimas décadas no que concerne às estatísticas e informações setoriais nacionais, a disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> informação é ainda muito limitada – que muitas vezes é tida como confi<strong>de</strong>ncial, é inexistente ou presente <strong>de</strong><br />

forma <strong>de</strong>sagregada.<br />

Também foram <strong>de</strong>senvolvidas análises para i<strong>de</strong>ntificar as possíveis barreiras à implementação dos<br />

projetos propostos. Vale ressaltar que essas análises foram feitas do ponto <strong>de</strong> vista macro. O Brasil é um País<br />

profundamente marcado por uma heterogeneida<strong>de</strong> geográfica, cultural, climática e, principalmente,<br />

econômica. Dessa forma, cada projeto po<strong>de</strong>rá enfrentar diferentes barreiras associadas, sobretudo, à<br />

localização do site, à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos, tecnologias e mão <strong>de</strong> obra qualificada, que somente po<strong>de</strong>rão<br />

ser avaliadas por estudos futuros mais aprofundados. Como resultado <strong>de</strong>ssa avaliação, conclui-se,<br />

principalmente, que a implementação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte dos projetos <strong>de</strong> baixo carbono levantados no estudo<br />

enfrenta significativas barreiras <strong>de</strong> investimento e tecnológicas no Brasil, <strong>de</strong>ntre as quais <strong>de</strong>stacam-se:<br />

� linhas <strong>de</strong> financiamento a longo prazo frequentemente indisponíveis (com exceção das linhas <strong>de</strong><br />

crédito do BNDES), ou são notadamente custosas;<br />

� necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação da tecnologia requerida pelo projeto <strong>de</strong> outro país; e<br />

� escassez <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra qualificada para a operação e manutenção das tecnologias.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

235<br />

Conclui-se que, <strong>de</strong> fato, há um gran<strong>de</strong> potencial técnico latente para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />

baixo carbono em todos os setores contemplados. Contudo, <strong>de</strong>ve ser mencionado que um estudo mais<br />

aprofundado <strong>de</strong> cada projeto faz-se necessário para a avaliação do real potencial <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento no<br />

âmbito dos mercados internacionais <strong>de</strong> carbono, sobretudo no MDL, que apresenta regras específicas <strong>de</strong><br />

elegibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre as quais a mais importante é a <strong>de</strong>terminação da adicionalida<strong>de</strong> dos projetos.<br />

No setor <strong>de</strong> resíduos, i<strong>de</strong>ntificaram-se diversas alternativas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões, tanto na disposição<br />

como no tratamento <strong>de</strong> resíduos e efluentes, por meio <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> tratamento apropriados <strong>de</strong> resíduos<br />

e efluentes (por exemplo, metano evitado e captura <strong>de</strong> metano), bem como do eventual aproveitamento do<br />

biogás para a geração <strong>de</strong> energia (térmica e/ou elétrica).<br />

No setor <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, também aponta-se uma quantida<strong>de</strong> significativa <strong>de</strong> iniciativas mitigadoras <strong>de</strong><br />

emissões <strong>de</strong> GEEs nos três elos <strong>de</strong> sua ca<strong>de</strong>ia, sobretudo, a partir <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> com fontes mais<br />

limpas (por exemplo, resíduos <strong>de</strong> biomassa, energia eólica e hídrica), bem como do aumento da eficiência dos<br />

processos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (por exemplo, ciclo combinado em turbinas à gás) ou dos equipamentos<br />

<strong>de</strong> consumo final <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (por exemplo, aquecedores solares).<br />

No setor <strong>de</strong> combustíveis fósseis para a indústria, também foram i<strong>de</strong>ntificadas alternativas <strong>de</strong> mitigação<br />

<strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs por meio da produção <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> forma mais limpa na indústria – via queima <strong>de</strong><br />

combustíveis menos carbono intensivos ou aumento da eficiência dos processos – além <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> se reduzir<br />

as emissões associadas à produção (por exemplo, troca <strong>de</strong> combustíveis) e ao transporte dos combustíveis (por<br />

exemplo, redução <strong>de</strong> vazamento <strong>de</strong> CH₄).<br />

No setor <strong>de</strong> outros insumos para a indústria, foram i<strong>de</strong>ntificados diversos projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

emissões <strong>de</strong> GEE na produção <strong>de</strong> insumos associados à produção <strong>de</strong> cimento, <strong>de</strong> químicos e <strong>de</strong> alumínio (por<br />

exemplo, uso <strong>de</strong> insumos alternativos na fabricação <strong>de</strong> produtos, mudanças/melhorias <strong>de</strong> processos<br />

industriais), bem como no tratamento dos subprodutos nos setores <strong>de</strong> mineração e químico (por exemplo,<br />

recuperação <strong>de</strong> subprodutos, uso <strong>de</strong> subprodutos como insumo e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> gases gerados na produção).<br />

No setor <strong>de</strong> transportes foram i<strong>de</strong>ntificadas iniciativas mitigadoras <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE a partir da<br />

produção <strong>de</strong> combustíveis menos carbono intensivos (por exemplo, biocombustíveis), <strong>de</strong> transporte mais<br />

eficiente e <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> cargas e <strong>de</strong> passageiros com menor intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong><br />

GEE (por exemplo, BRT).<br />

É interessante ressaltar que estudo aponta diversas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia<br />

menos carbono intensiva, indicando alternativas para manter a matriz energética nacional limpa, mesmo que<br />

<strong>de</strong> forma, em princípio, menos interessantes do ponto <strong>de</strong> vista econômico-financeiro.<br />

Ressalte-se que, apesar <strong>de</strong> o estudo basear-se fortemente em metodologias para projetos <strong>de</strong> MDL, o foco não é<br />

o MDL, mas sim projetos que reduzam ou evitem emissões <strong>de</strong> GEE sem necessariamente passar pelo processo do<br />

MDL e gerar CERs. Não obstante, o arcabouço metodológico do MDL colabora para a legitimida<strong>de</strong> das<br />

oportunida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificadas.<br />

Com esse mapa <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s, espera-se ter colaborado para o melhor aproveitamento do potencial<br />

latente para a redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs no Brasil, apontando aos setores estudados caminhos possíveis<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> iniciativas mitigadoras voltadas para uma economia <strong>de</strong> baixo carbono, que po<strong>de</strong> se<br />

apresentar tanto na forma <strong>de</strong> riscos como <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s para os setores econômicos. Esse mapeamento<br />

serve <strong>de</strong> referência a diversos outros agentes, tanto privados como públicos, nacionais e internacionais.<br />

No que concerne ao setor privado, especialmente, às empresas atuantes nos setores produtivos da<br />

economia (por exemplo, metalúrgico, químico, papel e celulose, elétrico, si<strong>de</strong>rúrgico, agroindústria), <strong>de</strong><br />

transporte e resíduos, o mapeamento po<strong>de</strong> usado tanto como ferramenta para que se preparem em relação<br />

aos impactos <strong>de</strong> futuras regulamentações sobre emissões <strong>de</strong> GEEs, como para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> geração <strong>de</strong> novas receitas, incluindo por meio da participação nos mercados internacionais <strong>de</strong> carbono por<br />

meio da comercialização das reduções <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs.


236<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista das instituições públicas, o mapeamento po<strong>de</strong> ser utilizado como ferramenta para<br />

auxiliar o alcance dos objetivos estabelecidos pela Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), assim<br />

como <strong>de</strong> outras metas climáticas que sejam traçadas em outras esferas do po<strong>de</strong>r público (por exemplo, estados<br />

e municípios), na medida em que é possível i<strong>de</strong>ntificar os setores e áreas que possam ser priorizadas na<br />

<strong>de</strong>finição da metas setoriais <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEEs a curto e médio prazos, bem como setores/áreas que<br />

requerem incentivos governamentais para o fomento <strong>de</strong> ações mitigadoras <strong>de</strong> emissões em longo prazo. Mais<br />

ainda, a i<strong>de</strong>ntificação do potencial <strong>de</strong> contribuição à matriz <strong>de</strong> energia elétrica também consiste em ferramenta<br />

ao governo para auxílio ao atendimento dos objetivos <strong>de</strong> segurança energética nacional.<br />

Em relação a investidores nacionais e internacionais interessados a investir em projetos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

emissões no Brasil, assim como fundos existentes no âmbito da UNFCCC, fica claro que o Brasil apresenta um<br />

extenso número <strong>de</strong> projetos potenciais <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões em diversos setores, e apresenta-se apto a<br />

receber investimentos que estejam ou se tornem disponíveis.<br />

A magnitu<strong>de</strong> do potencial <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> GEE, o investimento necessário e a possível receita<br />

advinda da venda <strong>de</strong> CERs po<strong>de</strong>m ser observados na tabela a seguir, que apresenta os resultados consolidados<br />

por iniciativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE analisada.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Tabela 0-1 – Resultado Consolidado do Inventário <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissão <strong>de</strong> GEE<br />

Tipo <strong>de</strong> projeto<br />

Número <strong>de</strong> Projetos<br />

Potencial Redução<br />

<strong>de</strong> Emissões GEE<br />

em 10 anos<br />

Potencial Receita<br />

com a Venda <strong>de</strong><br />

CERs em 10 anos<br />

(CER = 10 US$)<br />

Investimento Fator <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

237<br />

Contribuição para<br />

a matriz<br />

energética***<br />

Valor Unida<strong>de</strong> tCO₂e Milhões US$ Milhões US$ Valor Unida<strong>de</strong> MW<br />

POTENCIAL ESTIMADO TOTAL DO BRASIL 18.480 Sites 4.551.882.529 45.642 n/a n/a n/a 452.185<br />

Total Setor <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> 12.102 Sites 2.643.621.041 26.436 1.284.118 n/a n/a 452.185<br />

Hidroeletricida<strong>de</strong> 1.204 Usinas Hidroelétricas 292.004.618 2.920,0 144.491 354 tCO₂e/MW/ano 82.502<br />

Repotenciação e Mo<strong>de</strong>rnização Hidroelétricas 44 Usinas Hidroelétricas 3.899.124 39,0 11.506 16 tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

605<br />

Eólica 1.839 Usinas Eólicas 182.208.058 1.822,1 136.328 310 tCO₂e/MW/ano 58.747<br />

UTE <strong>de</strong> Biomassa Renovável (Plantação Dedicada em<br />

Áreas Degradadas)<br />

6.052 Usinas Termelétricas 1.445.059.181 14.450,6 773.549 14 tCO₂e/ha/ano 181.568<br />

UTE <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Milho 454 Municípios 158.653.554 1.586,5 65.295 0,372 tCO₂e/t milho 36.646<br />

UTE <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Soja 409 Municípios 214.685.866 2.146,9 90.026 0,240 tCO₂e/t soja 50.525<br />

UTE <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Arroz 50 Municípios 22.296.963 223,0 4.030 0,193 tCO₂e/t arroz 2.262<br />

UTE <strong>de</strong> Palha <strong>de</strong> Cana 279 Usinas Sucroalcooleiras 48.635.306 486,4 14.221 0,011 tCO₂e/t cana 7.981<br />

Cogeração com Bagaço <strong>de</strong> Cana 279 Usinas Sucroalcooleiras 41.909.309 419,1 6.406 0,010 tCO₂e/t cana 6.357<br />

Cogeração com Licor Negro 35 Fábricas <strong>de</strong> Celulose 1.905.262 19,1 281 0,015 tCO₂e/t pasta <strong>de</strong><br />

celulose<br />

178<br />

Substituição <strong>de</strong> Combustível* 328 Usinas Termelétricas 109.078.820 1.090,8 180 1.546 tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

-<br />

Adição <strong>de</strong> Ciclo à Usinas <strong>de</strong> Ciclo Aberto* 16 Usinas Termelétricas 15.627.851 156,3 106 0,376 tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

1.213<br />

Eficiência Energética na Distribuição <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> 49 Concessionárias 17.177.454 171,8 9.148 6,25 tCO₂e/GWh<br />

fornecido<br />

1.333<br />

Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> SF6 na Transmissão <strong>de</strong><br />

Eletricida<strong>de</strong><br />

11 Empresas Transmissoras 3.241.364 32,4 6,6 1,18 tCO₂e/MVA -<br />

Conexão <strong>de</strong> Sistemas Isolados* 42 Usinas Termelétricas 23.795.827 238,0 1.288 4.291 tCO₂e/MW<br />

instalado/ano<br />

(555)<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Ferro-gusa e<br />

10 Empresas 6.734.774 67,3 14.244 43 tCO₂e/GWh<br />

523<br />

Aço<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Indústria Química 39 Empresas 1.583.998 15,8 2.324 38 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

123<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Papel e Celulose 157 Fábricas <strong>de</strong> Papel/Celulose 8.476.666 84,8 435 49 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

658<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Cimento 9 Empresas 2.420.651 24,2 13 51 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

188<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Mineração e<br />

101 Empresas 4.715.133 47,2 1.065 47 tCO₂e/GWh<br />

366<br />

Pelotização<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Ferro-ligas n/d n/d 185.016 1,9 128 3 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

14<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Não ferrosos e n/d n/d 5.753.259 57,5 457 16 tCO₂e/GWh<br />

446<br />

Outros da Metalurgia<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Alimentos e<br />

n/d n/d 93.352 0,9 527 32 tCO₂e/GWh<br />

7<br />

Bebidas<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Indústria Têxtil n/d n/d 2.260.995 22,6 135 29 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

175<br />

Eficiência Energética na Indústria <strong>de</strong> Cerâmica 300 Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

790.069 7,9 1.249 45 tCO₂e/GWh<br />

61<br />

I<strong>de</strong>ntificadas****<br />

consumido<br />

Eficiência Energética na Iluminação Resi<strong>de</strong>ncial 49 PoA por Concessionária 23.751.771 237,5 588 123 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

7.962<br />

Eficiência Energética no Aquecimento <strong>de</strong> Água<br />

297 Projetos (16.390 chuveiros<br />

4.839.237 48,4 3.134 163 tCO₂e/GWh<br />

12.166<br />

Resi<strong>de</strong>ncial<br />

cada)<br />

consumido<br />

Eficiência Energética em Refrigeradores Resi<strong>de</strong>nciais 49 PoA por Concessionária 1.837.565 18,4 2.958 60 tCO₂e/GWh<br />

consumido<br />

132<br />

Total Setor <strong>de</strong> Combustíveis Fósseis para a Indústria 2.204 Sites 768.185.162 7.805 n/d n/a n/a n/a<br />

Refino – Flare e Vent 8 Refinarias 5.690.174 56,9 n/d 13,7 tCO₂e/10^3 t petróleo n/a<br />

Gás associado em Plataformas 44<br />

Plataformas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

petróleo<br />

19.145.942 191,5 n/d 0,6 tCO₂e/10^3 m3 GA n/a<br />

Distribuição <strong>de</strong> GN 2 Empresas <strong>de</strong> Distribuição 237.476 2,4 n/d 0,5 tCO₂e/m duto/ano n/a<br />

Melhoria da Combustão 587 Sites 1.287.855 12,8 n/d n/a n/a n/a<br />

Celulose 35 Empresas <strong>de</strong> Celulose 267.898 2,7 n/d 2 tCO₂e/10^3 t celulose n/a<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 199.206 1,9 n/d 2 tCO₂e/10^3 t celulose n/a<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos Químicos 249.400 2,5 n/d 1 tCO₂e/10^3 t químico n/a<br />

Ferro-gusa 87 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 100.814 1,0 n/d 0,4 tCO₂e/10^3 t ferro-gusa n/a<br />

Aço 4 Empresas <strong>de</strong> Aço 9.819 0,1 n/d 0,1 tCO₂e/10^3 t aço bruto n/a<br />

Cerâmica* 300<br />

Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

I<strong>de</strong>ntificadas****<br />

157.041 1,6 n/d 2<br />

Alimentos e Bebidas* n/d n/d 303.677 3,0 n/d 2<br />

tCO₂e/10^3 GJ óleo<br />

comb.<br />

tCO₂e/10^3 GJ óleo<br />

comb.<br />

Introdução <strong>de</strong> novos processos 592 Sites 286.364.260 2.863,6 n/d n/a n/a n/a<br />

Celulose 35 Empresas <strong>de</strong> Celulose 1.472.208 14,7 n/d 12 tCO₂e/10^3 t celulose n/a<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 1.047.764 10,5 n/d 12 tCO₂e/10^3 t celulose n/a<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos Químicos 9.756.470 97,6 n/d 55 tCO₂e/10^3 t químico n/a<br />

Ferro-gusa 87 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 57.555.321 575,6 n/d 229 tCO₂e/10^3 t ferro-gusa n/a<br />

Aço 9 Empresas <strong>de</strong> Aço 212.128.383 2.121,3 n/d 897 tCO₂e/10^3 t aço bruto n/a<br />

Cerâmica* 300 Empresas <strong>de</strong> Cerâmica 4.404.115 44,0 n/d 13 tCO₂e/10^3 GJ óleo n/a<br />

n/a<br />

n/a


238<br />

Tipo <strong>de</strong> projeto Número <strong>de</strong> Projetos<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Potencial Redução<br />

<strong>de</strong> Emissões GEE<br />

em 10 anos<br />

Potencial Receita<br />

com a Venda <strong>de</strong><br />

CERs em 10 anos<br />

(CER = 10 US$)<br />

Investimento Fator <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

I<strong>de</strong>ntificadas**** combustível<br />

Contribuição para<br />

a matriz<br />

energética***<br />

Otimização <strong>de</strong> Vapor 196 Sites 3.670.265 36,7 n/d n/a n/a n/a<br />

Celulose 35 Empresas <strong>de</strong> Celulose 939.707 9,4 n/d 7 tCO₂e/10^3 t celulose n/a<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 787.609 7,9 n/d 9 tCO₂e/10^3 t celulose n/a<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos Químicos 809.499 8,1 n/d 5 tCO₂e/10^3 t químico n/a<br />

Alimentos e Bebidas* n/d n/d 1.133.450 11,3 n/d 6<br />

tCO₂e/10^3 GJ óleo<br />

combustível<br />

Recuperação <strong>de</strong> Calor em Fornos 603 Sites 118.898.366 1.210,8 n/d n/a n/a n/a<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos Químicos 9.590.545 95,9 n/d 54 tCO₂e/10^3 t químico n/a<br />

Ferro-gusa 87 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 18.878.055 188,8 n/d 75 tCO₂e/10^3 t ferro-gusa n/a<br />

Aço 9 Empresas <strong>de</strong> Aço 61.614.053 616,1 n/d 261 tCO₂e/10^3 t aço bruto n/a<br />

Cimento 68 Empresas <strong>de</strong> Cimento 7.257.017 72,6 n/d 14 tCO₂e/10^3 t cimento n/a<br />

Mineração e Pelotização 100 Empresas <strong>de</strong> Mineração 17.528.931 156,8 n/d 2 tCO₂e/10^3 t minério n/a<br />

Cerâmica* 300<br />

Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

I<strong>de</strong>ntificadas****<br />

4.029.765 40,3 n/d 12<br />

tCO₂e/10^3 GJ comb.<br />

Fósseis<br />

Substituição <strong>de</strong> Comb. Carbono Intensivos por Biomassa 157 Sites 30.469.189 304,7 n/d n/a n/a n/a<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 6.355.389 63,6 n/d 70 tCO₂e/10^3 t papel n/a<br />

Celulose 35 Empresas <strong>de</strong> Celulose 8.929.928 89,3 n/d 70 tCO₂e/10^3 t celulose n/a<br />

Alimentos e Bebidas* n/d n/d 15.183.873 151,8 n/d 0,1<br />

Substituição <strong>de</strong> Comb. Carbono Intensivos por Gás<br />

Natural<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

758 Sites 311.648.713 3.180,3 n/d n/a n/a n/a<br />

Cimento 68 Empresas <strong>de</strong> Cimento 303.475 3,0 n/d 0,6 tCO₂e/10^3 t cimento n/a<br />

Ferro-gusa 80 Empresas <strong>de</strong> Ferro-gusa 908.493 9,1 n/d 4 tCO₂e/10^3 t ferro-gusa n/a<br />

Aço 9 Empresas <strong>de</strong> Aço 250.676.134 2.506,8 n/d 1 tCO₂e/t aço bruto /ano n/a<br />

Mineração e Pelotização 100 Empresas <strong>de</strong> Mineração 26.967.252 269,7 n/d 2 tCO₂e/10^3 t minério n/a<br />

Química 39 Empreses <strong>de</strong> Produtos Químicos 2.301.605 23,0 n/d 0,1 tCO₂e/t químico /ano n/a<br />

Não ferrosos (Alumínio) 6 Empresas <strong>de</strong> Alumínio 11.264.484 112,6 n/d 1 tCO₂e/t alumínio n/a<br />

Papel 122 Empresas <strong>de</strong> Papel 1.759.534 17,6 n/d 19 tCO₂e/10^3 t papel n/a<br />

Celulose 34 Empresas <strong>de</strong> Celulose 2.396.304 24,0 n/d 19 tCO₂e/10^3 t celulose n/a<br />

Cerâmica* 300<br />

Empresas <strong>de</strong> Cerâmica<br />

I<strong>de</strong>ntificadas****<br />

1.449.263 14,5 n/d 0,02<br />

Têxtil* n/d n/d 954.173 9,5 n/d 0,02<br />

Alimentos e Bebidas* n/d n/d 3.783.386 37,8 n/d 0,02<br />

Não ferrosos e outros da metalurgia* n/d n/d 8.884.610 88,8 n/d 0,02<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

tCO₂e/GJ óleo<br />

combustível<br />

Total Setor <strong>de</strong> Outros Insumos para a Indústria 706 Sites 343.667.064 3.437 4.934 n/a n/a n/a<br />

Aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong> cal<br />

hidratada<br />

9 Produtores <strong>de</strong> cal hidratada 756.053 7,6 48,0 0,063 tCO₂e/t cal hidratada n/a<br />

Aumento do teor <strong>de</strong> aditivos na fabricação <strong>de</strong> cimento 68 Fábricas <strong>de</strong> cimento 52.825.742 528,3 3.982,5 0,101 tCO₂e/t cimento/ano n/a<br />

Fabricação <strong>de</strong> refrigeradores com gases <strong>de</strong> pequeno<br />

GWP<br />

5 Fábricas <strong>de</strong> refrigeradores 13.267.696 132,7 92,7 n/a n/a n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> insumo na fabricação <strong>de</strong> amônia e ureia 3 Empresas produtoras <strong>de</strong> ureia 2.345.506 23,5 10,9 0,198 tCO₂e/t ureia/ano n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> insumos na fabricação <strong>de</strong> tijolo* 300 Fábricas <strong>de</strong> tijolos**** 63.502.648 635,0 74,5 0,070 tCO₂e/t tijolo n/a<br />

Uso <strong>de</strong> CO₂ biogênico como insumo para a fabricação <strong>de</strong><br />

compostos inorgânicos<br />

Redução <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> N₂O na fabricação <strong>de</strong> produtos<br />

químicos<br />

Ácido Nítrico 3<br />

Caprolactama 1<br />

15<br />

Empresas produtoras <strong>de</strong><br />

compostos inorgânicos<br />

4.003.398 40,0 n/a n/a n/a n/a<br />

4 Empresas <strong>de</strong> produtos químicos 7.691.748 77 5,1 n/a n/a n/a<br />

Empresas produtoras <strong>de</strong> ácido<br />

nítrico<br />

Empresa produtora <strong>de</strong><br />

caprolactama<br />

6.867.474 68,7 3,8 0,372 tCO₂e/t Ácido Nítrico n/a<br />

824.275 8,2 1,3 0,434 tCO₂e/t Caprolactama n/a<br />

Redução <strong>de</strong> emissão na fabricação <strong>de</strong> alumínio primário 5 Fábricas <strong>de</strong> alumínio primário 3.130.512 31,3 0,6 n/a n/a n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> processos e insumos na fabricação <strong>de</strong> ferrogusa<br />

Destruição <strong>de</strong> metano gerado na produção <strong>de</strong> carvão<br />

vegetal<br />

4<br />

293<br />

Empresas produtoras <strong>de</strong> ferrogusa<br />

Municípios produtores <strong>de</strong> carvão<br />

vegetal<br />

158.755.608 1.587,6 720,1 0,772 tCO₂e/t gusa n/a<br />

37.388.152 373,9 n/a 0,840 tCO₂e/t carvão vegetal n/a<br />

Total Setor <strong>de</strong> Transportes/Combustíveis para Veículos 344 Sites 234.668.296 2.347 112.766 n/a n/a n/a<br />

Produção <strong>de</strong> Biocombustíveis** 156 Usinas 102.992.953 1.030 n/a 65.988 tCO₂/usina x ano n/a<br />

Produção <strong>de</strong> Biodiesel 156 Usinas 102.992.953 1.030 n/a 65.988 tCO₂/usina x ano n/a<br />

Produção <strong>de</strong> Óleo Vegetal 293 Usinas 51.790.141 518 2.910 17.679 tCO₂/usina x ano n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> Modal no Transporte <strong>de</strong> Combustíveis 42 Alcooldutos 8.971.260 90 26.245 22 tCO₂/km x ano n/a<br />

n/a<br />

n/a<br />

n/a<br />

n/a<br />

n/a<br />

n/a<br />

n/a


Tipo <strong>de</strong> projeto Número <strong>de</strong> Projetos<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

Potencial Redução<br />

<strong>de</strong> Emissões GEE<br />

em 10 anos<br />

Potencial Receita<br />

com a Venda <strong>de</strong><br />

CERs em 10 anos<br />

(CER = 10 US$)<br />

Investimento Fator <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões<br />

239<br />

Contribuição para<br />

a matriz<br />

energética***<br />

Alcoolduto 42 Alcooldutos 8.971.260 90 26.245 22 tCO₂/km x ano n/a<br />

Mudança <strong>de</strong> Modal no Transporte <strong>de</strong> Cargas** 12 Ferrovias 42.439.141 424 37.518 141 tCO₂/km x ano n/a<br />

Cenário 1 – Aumento <strong>de</strong> 3% das cargas transportadas<br />

atualmente por ferrovias<br />

Cenário 2 – Aumento <strong>de</strong> 10% das cargas transportadas<br />

atualmente por ferrovias<br />

12 Ferrovias 12.731.742 127 37.518 42 tCO₂/km x ano n/a<br />

12 Ferrovias 42.439.141 424 37.518 141 tCO₂/km x ano n/a<br />

Eficiência Energética 134 Projetos Potenciais 80.264.943 803 49.003 70.561 n/a n/a<br />

BRT 110 Projetos Potenciais 74.657.219 747 20.203 67.870 t CO₂/unida<strong>de</strong> x ano n/a<br />

VLT 14 Cida<strong>de</strong>s 968.557 10 8.600 394 tCO₂e/km x ano n/a<br />

Metrô 10 Cida<strong>de</strong>s 4.639.167 46 20.200 2.297 tCO₂e/km x ano n/a<br />

Total Setor <strong>de</strong> Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos 3.124 Sites 561.740.966 5.617 1.188 n/a n/a n/a<br />

Tratamento <strong>de</strong> Efluentes Industriais – Indústria <strong>de</strong><br />

Papel**<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 7.313.257 73,1 6,0 0,083 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB aeróbio – PR1 reator anaeróbio com geração <strong>de</strong><br />

energia elétrica<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 221.244 2,2 6,0 0,003 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB aeróbio – PR2 reator anaeróbio com geração<br />

<strong>de</strong> energia térmica<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 912.018 9,1 6,0 0,010 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB anaeróbio – PR1 captura do biogás com geração <strong>de</strong><br />

energia elétrica<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 6.622.483 66,2 6,0 0,075 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB anaeróbio – PR2 captura do biogás com geração <strong>de</strong><br />

energia térmica<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 7.313.257 73,1 6,0 0,083 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

LB anaeróbio – PR3 substituição para tratamento<br />

aeróbio<br />

120 Empresas <strong>de</strong> papel 7.054.323 70,5 6,0 0,080 tCO₂/t papel/ano n/a<br />

Tratamento <strong>de</strong> Efluentes Industriais – Indústria<br />

Sucroalcooleira<br />

282 Empresas sucroalcooleiras 25.160.385 251,6 n/d 0,0003 tCO₂/kg DBO n/a<br />

LB aeróbio – PR2 reator anaeróbio com geração <strong>de</strong><br />

energia térmica<br />

282 Empresas sucroalcooleiras 25.160.385 251,6 n/d 0,0003 tCO₂/kg DBO n/a<br />

Tratamento <strong>de</strong> Esgoto 1.138 Prestadoras <strong>de</strong> esgoto por<br />

23.724.173 237,2 101,0 n/a tCO₂e/(DBO<br />

n/a<br />

município<br />

tratada x ano)<br />

Instalação <strong>de</strong> reator anaeróbio com geração <strong>de</strong><br />

1.138 Prestadoras <strong>de</strong> esgoto por<br />

23.724.173 237,2 101,0 n/a tCO₂e/(DBO tratada<br />

n/a<br />

eletricida<strong>de</strong><br />

município<br />

x ano)<br />

Redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> metano em aterros** 356 Municípios/microrregiões 299.211.230 2.992,1 666,4 0,524 tCO₂/(t resíduo x<br />

ano)<br />

n/a<br />

PR1 – captura e <strong>de</strong>struição do biogás 356 Municípios/microrregiões 237.642.539 2.376,4 446,3 0,416 tCO₂/(t resíduo x<br />

ano)<br />

n/a<br />

PR2 – carputra do biogás com geração <strong>de</strong> energia<br />

356 Municípios/microrregiões 272.396.974 2.724,0 1.052,6 0,477 tCO₂/(t resíduo x<br />

n/a<br />

elétrica<br />

ano)<br />

PR3 – carputra do biogás com geração <strong>de</strong> energia<br />

356 Municípios/microrregiões 299.211.230 2.992,1 666,4 0,524 tCO₂/(t resíduo x<br />

n/a<br />

térmica<br />

ano)<br />

Tratamento térmico <strong>de</strong> RSU 119 Municípios/microrregiões 159.006.118 1.590,1 391,6 0,920 tCO₂/(t resíduo x<br />

ano)<br />

n/a<br />

Incineração <strong>de</strong> RSU com geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> 119 Municípios/microrregiões 159.006.118 1.590,1 391,6 0,920 tCO₂/(t resíduo x<br />

ano)<br />

n/a<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais – Aves** 138 Empresas/granjas 6.255.371 62,6 1,4 0,050 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia elétrica 138 Empresas/granjas 5.503.659 55,0 1,4 0,044 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia térmica 138 Empresas/granjas 6.255.371 62,6 1,4 0,050 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais – Suínos** 176 Suinocultores 11.244.543 112,4 3,2 0,354 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia elétrica 176 Suinocultores 9.864.416 98,6 3,2 0,310 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia térmica 176 Suinocultores 11.244.543 112,4 3,2 0,354 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais – Bovinos** 795 Confinamentos bovinos 29.825.890 298,3 18,4 1,581 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia elétrica 795 Confinamentos bovinos 26.277.857 262,8 18,4 1,393 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

Biodigestor com geração <strong>de</strong> energia térmica<br />

Notas:<br />

795 Confinamentos bovinos 29.825.890 298,3 18,4 1,581 tCO₂e/cabeça <strong>de</strong><br />

animal/ano<br />

n/a<br />

* O cálculo do potencial <strong>de</strong>sses projetos foi <strong>de</strong>senvolvido segundo uma abordagem top-down.<br />

** A agregação dos valores excluiu projetos consi<strong>de</strong>rados concorrentes/sobrepostos. No caso <strong>de</strong> projetos com diferentes cenários, consi<strong>de</strong>rou-se somente o cenário <strong>de</strong> maior potencial<br />

<strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão.<br />

*** A coluna "Contribuição para a matriz energética" possui somente os valores <strong>de</strong> potência adicional instalada do setor elétrico. Esse setor foi o único consi<strong>de</strong>rado por ser o único no<br />

qual o foco propriamente dito foi a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> e por ele representar mais <strong>de</strong> 99% da potência adicional i<strong>de</strong>ntificada pelo estudo<br />

**** Representam apenas a parcela <strong>de</strong> empresas i<strong>de</strong>ntificadas no estudo. Estima-se que existam mais <strong>de</strong> 5.000 empresas <strong>de</strong> cerâmica no Brasil (Fonte: MME, 2009), mas aqui assume-se<br />

que essas 300 empresas representam 50% da produção nacional <strong>de</strong> cerâmica<br />

n/a = Não se aplica.<br />

n/d = Dado não disponível.


240<br />

7. EQUIPE ENVOLVIDA<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

Profissional Empresa<br />

Augusto Luiz Nobre <strong>de</strong> Mello Neto (ICF)<br />

Isaura Maria <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong> Lopes Frondizi (FIDES)<br />

Pedro Camargo Amaral (ICF)<br />

Letícia Figueiredo Roxo (ICF)<br />

Lucio <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros (ICF)<br />

Patrícia Messer (ICF)<br />

Bernardo Vianna Zurli Machado (ICF)<br />

Julia Viegas Rymer (ICF)<br />

Olivia Brajterman (ICF)<br />

Thaís <strong>de</strong> Moraes Mattos (ICF)<br />

Laura Sales Pereira (ICF)<br />

André Werneck Valente (ICF)<br />

Pedro Gonçalves da Rocha (FIDES)<br />

Francisco <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong> Lopes Frondizi (FIDES)<br />

Paulo Martins Garchet Júnior (FIDES)<br />

Christophe <strong>de</strong> Gouvello (Banco Mundial)


8. BIBLIOGRAFIA<br />

LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

241<br />

ABCM. Associação Brasileira <strong>de</strong> Carvão Mineral. Carvão Mineral. Dados Estatísticos – Ano: 2009. Disponível em<br />

www.carvaomineral.com.br /abcm/conteudo/gm_estatisticas/estatisticas_2009.pdf Acesso em outubro, 2010.<br />

ABEF. Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores <strong>de</strong> Frango. Disponível em<br />

www.abef.com.br/DEFAULT.php. Acesso em outubro, 2010.<br />

ABETRE/FGV. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. 2007.<br />

ABIEC. Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras <strong>de</strong> Carnes. Mapa das Plantas Frigoríficas. Disponível<br />

em www.abiec.com.br/2_mapa.asp. Acesso em outubro, 2010.<br />

ABIPECS. Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora <strong>de</strong> Carne Suina. Relatório 2008. Disponível<br />

em www.abipecs.org.br/pt/relatorios.html. Acesso em outubro, 2010.<br />

ABIQUIM. Associação Brasileira da Indústria Química. Guia da Indústria Química. Disponível em<br />

www.abiquim.org.br/braz_new/Default.aspx. Acesso em outubro, 2010.<br />

ABRELPE. Associação Brasileira <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Inventário <strong>de</strong> Resíduos<br />

Industriais. CETESB. São Paulo, 1996.<br />

ABRELPE. Associação Brasileira <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos Resíduos<br />

Sólidos no Brasil. Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, 2009.<br />

ABRELPE. Associação Brasileira <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos Resíduos<br />

Sólidos no Brasil. Taurusplast, 2003.<br />

ABRELPE. Associação Brasileira <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Sistema Nacional <strong>de</strong><br />

Informações <strong>de</strong> Saneamento. Ministério das Cida<strong>de</strong>s. Brasília, 2009.<br />

AEAMESP. Associação <strong>de</strong> Engenheiros e Arquitetos do Metrô <strong>de</strong> São Paulo. O Impacto da tarifa <strong>de</strong> Energia<br />

Elétrica no Sistema Metroferroviário. Disponível em http://biblioteca.aeamesp.org.br<br />

/smns/9SMTF0309T16.pdf. Acesso em novembro, 2010.<br />

Agripoint. Pesquisa Top 50 BeefPoint <strong>de</strong> Confinamentos. Disponível em<br />

www.beefpoint.com.br/pdf/Top%2050_2008_09.pdf. Acesso em outubro, 2010.<br />

Alves, J. W. S.; <strong>de</strong> Gouvello, C. Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil – Resíduos. Banco Mundial & CETESB.<br />

2010.<br />

ANEEL. Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica. Banco <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Geração. Disponível em<br />

www.aneel.gov.br. Acesso em setembro, 2010.<br />

ANP. Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Boletim Mensal do Biodiesel. Julho <strong>de</strong> 2010.<br />

ANP. Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo, Gás e Biocombustíveis. Relatório <strong>de</strong> Movimentação <strong>de</strong> Produto. Agosto,<br />

2010.<br />

ANP. Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo,<br />

Gás Natural e Biocombustíveis – 2010. Disponível em www.scribd. com/doc/37627928/Anuario-Estatistico-<br />

Brasileiro-do-Petroleo-Gas-Natural-e-Biocombustiveis-2010. Acesso em outubro, 2010.<br />

ANP. Agência Nacional <strong>de</strong> Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Dados Estatísticos Mensais – 2010.<br />

ANTAQ. Agência Nacional <strong>de</strong> Transportes Aquaviários. Navegação Interior. Disponível em www.antaq.gov.br.<br />

Acesso em outubro, 2010.<br />

ANTT. Associação Nacional <strong>de</strong> Transportes Terrestres. Anuário Estatístico <strong>de</strong> Transportes Terrestres – AETT<br />

2008. Disponível em www.antt.gov.br/InformacoesTecnicas/aett/aett_2008/principal.asp. Acesso em outubro,<br />

2010.<br />

ANTT. Associação Nacional <strong>de</strong> Transportes Terrestres. Anuário Estatístico <strong>de</strong> Transportes Terrestres – AETT<br />

2009. Disponível em www.antt.gov.br/InformacoesTecnicas/aett/aett_2009/principal.asp. Acesso em<br />

novembro, 2010.


242<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

BRACELPA. Associação Brasileira <strong>de</strong> Celulose e Papel. Relatório Anual 2008-2009. Disponível em www.bracelpa.<br />

org.br/bra/estatisticas/pdf/anual/rel2008.pdf. Acesso em outubro, 2010.<br />

Centro Sul Transportadora Dutoviária. Dutos para Estanol – <strong>de</strong>safios e perspectivas. Disponível em<br />

www.ethanolsummit. com.br /upload/palestrante/20090615045853703600681561.pdf Acesso em outubro,<br />

2010.<br />

CETESB. Companhia <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Saneamento Ambiental <strong>de</strong> São Paulo. Inventário <strong>de</strong> Resíduos Industriais.<br />

São Paulo, 1996.<br />

CNT. Confe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Transportes. Plano CNT <strong>de</strong> Logística 2008. Brasília, 2009.<br />

CNT. Confe<strong>de</strong>ração Nacional do Transporte. Comunicação pessoal com Marilei Menezes. 2010.<br />

CNT. Confe<strong>de</strong>ração Nacional do Transporte. Plano CNT <strong>de</strong> Logística 2010. Brasília, 2010.<br />

CQNUMC. Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima. Project Database. Disponível em<br />

www.unfccc.int. Acesso em outubro, 2010.<br />

CQNUMC. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Metodologias Consolidadas:<br />

ACM0001, ACM0002, ACM0003, ACM0005, ACM0006, ACM0007, ACM0008, ACM0009, ACM0010, ACM0011,<br />

ACM0012, ACM0013, ACM0014, ACM0015, ACM0016, ACM0017 e ACM0018. Disponível em www.unfccc.int.<br />

Acesso: setembro, 2010.<br />

CQNUMC. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Metodologias <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong> Escala:<br />

AM0001, AM0007, AM0009, AM0014, AM0017, AM0018, AM0020, AM0021, AM0023, AM0024, AM0025,<br />

AM0026, AM0027, AM0028, AM0029, AM0030, AM0031, AM0034, AM0035, AM0036, AM0037, AM0038,<br />

AM0039, AM0041, AM0042, AM0043, AM0044, AM0045, AM0046, AM0047, AM0048, AM0049, AM0050,<br />

AM0051, AM0052, AM0053, AM0054, AM0055, AM0056, AM0057, AM0058, AM0059, AM0060, AM0061,<br />

AM0062, AM0063, AM0064, AM0065, AM0066, AM0067, AM0068, AM0069, AM0070, AM0071, AM0072,<br />

AM0073, AM0075, AM0076, AM0077, AM0078, AM0079, AM0080, AM0081, AM0082, AM0083, AM0085,<br />

AM0086 e AM0087. Disponível em www.unfccc.int. Acesso: setembro, 2010.<br />

CQNUMC. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Metodologias <strong>de</strong> Pequena Escala:<br />

AMS-I.A., AMS-I.B., AMS-I.C., AMS-I.D., AMS-I.I.E., AMS-I.F., AMS-II.A., AMS-II.B., AMS-II.C., AMS-II.D., AMS-<br />

II.I.E., AMS-II.F., AMS-II.G., AMS-II.H., AMS-II.I., AMS-II.J., AMS-II.K., AMS-III.A., AMS-III.AA., AMS-III.AB., AMS-<br />

III.AD., AMS-III.AE., AMS-III.AF., AMS-III.AG., AMS-III.AH., AMS-III.AI., AMS-III.AJ., AMS-III.B., AMS-III.C., AMS-<br />

III.D., AMS-III.I.E., AMS-III.F., AMS-III.G., AMS-III.H., AMS-III.I., AMS-III.J., AMS-III.K., AMS-III.L., AMS-III.M., AMS-<br />

III.N., AMS-III.O., AMS-III.P., AMS-III.Q., AMS-III.R., AMS-III.S., AMS-III.T., AMS-III.U., AMS-III.V., AMS-III.W.,<br />

AMS-III.X., AMS-III.Y. e AMS-III.Z. Disponível em www.unfccc.int. Acesso: setembro, 2010.<br />

CQNUMC. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Metodologias em fase <strong>de</strong><br />

aprovação em setembro, 2010: NM0167, NM0168, NM0241, NM0282, NM0292, NM0302, NM0310, NM0312,<br />

NM0320, NM0328, NM0330, NM0331, NM0332, NM0333, NM0334, NM0335, NM0336, NM0337 e NM0338.<br />

Disponível em www.unfccc.int. Acesso: setembro, 2010.<br />

DEFRA. Department of Environment, Food and Rural Affairs. Disponível em http://ww2.<strong>de</strong>fra.gov.uk/Acesso em<br />

outubro, 2010.<br />

DNIT. Departamento Nacional <strong>de</strong> Infraestrutura <strong>de</strong> Transportes. Disponível em www.dnit.gov.br Acesso: em<br />

outubro, 2010.<br />

Eletronorte. A oferta <strong>de</strong> energia elétrica na Amazônia. Eletrobras. 2010<br />

Embrapa, 2010. Zoneamento Agroecológico do Den<strong>de</strong>zeiro. Disponível em<br />

www.cnps.embrapa.br/zoneamento_<strong>de</strong>n<strong>de</strong>/Acesso em outubro, 2010.<br />

EPE. Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética “Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> CO₂ em projetos <strong>de</strong> Produção e<br />

Uso <strong>de</strong> Biocombustíveis”. 2005<br />

EPE. Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética. Balanço Energético Nacional 2010. Brasília, 2010.<br />

EPE. Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética. Balanço Energético Nacional 2009. Brasília, 2009.


LEVANTAMENTO DE OPORTUNIDADES CONCRETAS DE PROJETOS<br />

DE BAIXO CARBONO NO BRASIL<br />

243<br />

EPE. Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética. Plano Nacional <strong>de</strong> Energia 2030. Disponível em<br />

www.epe.gov.br/PNE/Forms/Empreendimento.aspx Acesso em outubro, 2010.<br />

EPE. Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética/Operador Nacional do Sistema Elétrico. 1ª Revisão Quadrimestral das<br />

Projeções da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia elétrica do Sistema Interligado Nacional, 2010-2014. 2010.<br />

ESTADÃO. Notícia online “Petrobr s ter usina <strong>de</strong> Biodiesel no Par ”. Disponível em<br />

www.estadao.com.br/estadao<strong>de</strong>hoje/2010.0506/not_imp547683,0.php Acesso em outubro, 2010.<br />

FEU, C. Mitigação <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> GEE na Área <strong>de</strong> Transportes, Importância da Biomassa. III Conferência<br />

Regional sobre Mudanças Globais. São Paulo, 2007.<br />

GASNET. Dados fornecidos pelas distribuidoras. Disponível em www.gasnet.com.br /novo_distribuidoras.asp.<br />

Acesso em outubro, 2010<br />

GRUPO BIODIESELBR. Anuário da Indústria <strong>de</strong> Biodiesel no Brasil 2004-2009. 2ª Edição, Curitiba, 2010.<br />

GRUPO BIODIESELBR. Mapa das Usinas <strong>de</strong> Biodiesel 2010.<br />

HOLANDA, A. Biodiesel e Inclusão Social: Relatório apresentado ao Conselho <strong>de</strong> Altos Estudos e Avaliação<br />

Tecnológica. Centro <strong>de</strong> Documentação e Informação, Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Publicação. Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Altos Estudos 1.<br />

Brasília. 2004 in EPE. Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética “Potencial <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões <strong>de</strong> CO₂ em projetos<br />

<strong>de</strong> Produção e Uso <strong>de</strong> Biocombustíveis. 2005.<br />

IBGE. Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística, 2008. Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura.<br />

Disponível em www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=291&z=t&o=3. Acesso em outubro, 2010.<br />

IBGE. Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística. Estimativa populacional <strong>de</strong> 2009. Disponível em<br />

www.ibge.gov.br. Acesso em outubro, 2010.<br />

IBGE. Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional <strong>de</strong> Saneamento Básico 2008. 2010<br />

IBGE. Instituto Trata Brasil/Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias <strong>de</strong> Base. Pesquisa Nacional por<br />

Amostra <strong>de</strong> Domicílios (Pnad). 2001.<br />

IBGE. Instituto Trata Brasil/Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias <strong>de</strong> Base. Pesquisa Nacional por<br />

Amostra <strong>de</strong> Domicílios (Pnad). 2008.<br />

IBGE. Sistema Nacional <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Saneamento. Ministério das Cida<strong>de</strong>s. Brasília, 2005.<br />

IBGE. Sistema Nacional <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Saneamento. Ministério das Cida<strong>de</strong>s. Brasília, 2009.<br />

INSTITUTO AÇO BRASIL. Anuário estatístico 2010. Disponível em<br />

www.acobrasil.org.br/site/portugues/biblioteca/publicacoes.asp Acesso em outubro, 2010.<br />

IPCC. Intergovernmental Panel on Climate Change. IPCCC Gui<strong>de</strong>lines for National Greenhouse gas Inventories.<br />

Volume 2 – Energy. 2006.<br />

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Lista <strong>de</strong> Frigoríficos. Disponível em<br />

http://bi.agricultura.gov.br /reports/rwservlet?sisbov_cons&frigorificos_web.rdf. Acesso em outubro, 2010.<br />

Martins, W. C.; Procee, P.; <strong>de</strong> Gouvello, C. Estudo <strong>de</strong> Baixo Carbono para o Brasil- Transporte. Banco Mundial &<br />

LOGIT. 2010.<br />

MB Consultores. Mercado <strong>de</strong> Ácido Sulfúrico 2008. Disponível em<br />

www.h2so4.com.br/h2so4/download/arquivos/5ocongressobrasileiro<strong>de</strong>acidosulfurico/V_Cobras-Caraiba-<br />

Mercado _<strong>de</strong>_acido _ sulfurico.pdf. Acesso em outubro, 2010.<br />

MCKINSEY & COMPANY. Caminhos para uma Economia <strong>de</strong> Baixa Emissão <strong>de</strong> Carbono no Brasil. 2009.<br />

MCT. Ministério <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia. Inventário Nacional <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong><br />

Efeito Estufa. 2009.<br />

MCT. Ministério <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia. Segundo Inventário Brasileiro <strong>de</strong> Emissões e Remoções Antrópicas <strong>de</strong><br />

Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa – Emissões <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa nos Processos Industriais – Produção <strong>de</strong> Metais –<br />

Alumínio. Disponível em www.mct.gov.br/upd_blob/0211/211125.pdf. Acesso em outubro, 2010.


244<br />

PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES E INFRAESTRUTURA<br />

DO MERCADO DE CARBONO<br />

MELLO, G. Saneamento Ambiental: Notas Sobre o Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil.<br />

BNDES Setorial. 2008.<br />

METRÔ DE SÃO PAULO/SP. Dados Operacionais. Disponível em www.metro.sp.gov.br/in<strong>de</strong>x.asp. Acesso em<br />

novembro, 2010.<br />

MME. Ministério <strong>de</strong> Minas e Energia. Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis. Edição 31. julho, 2010.<br />

MME. Ministério <strong>de</strong> Minas e Energia. Repotenciação e Mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> Usinas Hidrelétricas. Disponível em<br />

www.epporexeplo,ov.br/mercado/Documents/S%C3%A9rie%20Estudos%20<strong>de</strong>%20Energia/20081201_1.pdf.<br />

Acesso em outubro, 2010.<br />

POPMAYER, F. M.; Etanol e Veículos Elétricos: Mão única ou Mão Dupla. IPEA. 2010.<br />

PREFEITURA DE CUBATÃO. Disponível em www.cubatao.sp.gov.br/publico/in<strong>de</strong>x.php?option=com_<br />

content&view=article&id=2083:presi<strong>de</strong>nte-lula-estara-em-cubatao-na-quarta-10-para-inaugurar-termeletricana-refinaria&catid=10:noticias-da-cida<strong>de</strong>&Itemid=50<br />

. Acesso em outubro, 2010<br />

PRO PUBLICATIONS INTERNATIONAL. Global LIme Directory 2009. Disponível em<br />

www.propubs.com/GCD/GCD2010-owerres.pdf. Acesso em outubro, 2010.<br />

REFAP. Unida<strong>de</strong>s. Disponível em www.refap.com.br/refap_unida<strong>de</strong>s.asp . Acesso em outubro, 2010.<br />

SECRETARIA <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano da Presidência da República – SEDU/PR. Gestão Integrada <strong>de</strong><br />

RESÍDUOS SÓLIDOS: Manual Gerenciamento Integrado <strong>de</strong> Resíduos Sólidos. Instituto Brasileiro <strong>de</strong><br />

Administração Municipal – IBAM, 2001.<br />

SINDIAVIAR. Sindicato das indústrias <strong>de</strong> produtos avícolas do estado do Paraná. Disponível em<br />

www.sindiavipar.com.br/in<strong>de</strong>x.php. Acesso em outubro, 2010.<br />

SINDICOM. Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras <strong>de</strong> Combustíveis e Lubrificantes. Bases <strong>de</strong><br />

Distribuição. Disponível em www.sindicom.com.br. Acesso em outubro, 2010.<br />

SINDIFER. Sindicato da Indústria <strong>de</strong> Ferro. Anuário 2007. Disponível em<br />

www.sindifer.com.br/Anuario_2007.html. Acesso em outubro, 2010.<br />

SNIS. Sistema Nacional <strong>de</strong> Informações sobre Saneamento. Diagnóstico dos Serviços <strong>de</strong> Água e Esgotos (2008) –<br />

Tabelas com as informações e os indicadores <strong>de</strong>sagregados municipais. Disponível em www.snis.gov.br/.<br />

Acesso em outubro, 2010.<br />

SOARES, G. et al. Operação <strong>de</strong> um grupo gerador diesel utilizando óleo vegetal bruto como combustível. An. 3.<br />

Enc. Energ. Meio Rural. 2003.<br />

TN PETRÓLEO. PQU e Petrobras assinam contrato <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> gás residual. Disponível em<br />

www.tnpetroleo.com.br/noticia/16728/pqu-e-petrobras-assinam-contrato-<strong>de</strong>-fornecimento-<strong>de</strong>-gas-residual.<br />

Acesso em outubro, 2010.<br />

UNICA. União da Indústria <strong>de</strong> Cana-<strong>de</strong>-açúcar. Ranking da produção Cana, Açúcar e Álcool. Disponível em<br />

http:/www.unica.com.br/userFiles/estatisticas/ranking%201.xls. Acesso em outubro, 2010.<br />

VIANNA, F. Análise <strong>de</strong> Ecoeficiência: Avaliação do Desempenho Econômico-Ambiental do Biodiesel e<br />

Petrodiesel. Tese <strong>de</strong> mestrado da USP. 2006.<br />

VILLELA, A. O Dendê como Alternativa energética sustentável em áreas <strong>de</strong>gradadas da Amazônia. Tese <strong>de</strong><br />

Mestrado do Programa <strong>de</strong> Planejamento Energético da UFRJ. 2009.<br />

VLT (<strong>de</strong> Baltimore), EUA. Dados Operacionais. Disponível em www.lightrailnow.org/news/n_bal001.htm.<br />

Acesso em novembro, 2010.<br />

VLT <strong>de</strong> Ottawa, Canadá. Dados Operacionais. Disponível em www.ottawa.ca/calendar/<br />

ottawa/citycouncil/ttc/2002/12-04/ACS2002-TUP-TRN-0012.htm Acesso em novembro, 2010.<br />

World Bank. Low-Carbon Energy Projects for Development in Sub-Saharian Afric. 2008.<br />

YEE, K. F. et al. Life cycle assessment of palm biodiesel: Revealing facts and benefits for sustainability. Applied<br />

Energy 86 p. 189–196, 2009.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!