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MAsteRchef AtRAi
MAis ANuNciANtes
Atração estreia
nesta terça (17)
com 13 marcas
dando suporte à
grade comercial do
programa exibido
pela Band. pág. 24
De OlhO NO exteRiOR, estúDiO DiveRsificA
Paramount+ Brasil quer internacionalizar
conteúdo e diversificar produção, inclusive
com adaptação de obras infantis. pág. 25
DROgARiAs pAchecO
ApReseNtA bel
Rede de farmácias,
do Grupo DPSP, terá
assistente virtual
para humanizar
relação com os
clientes nos canais
digitais. pág. 26
propmark.com.br ANO 57 - Nº 2894 - 16 de maio de 2022 R$ 15,00
inclusão digital é um dos
maiores desafios do brasil
Jadon Kelly/Unsplash
Nesta terça-feira (17) se comemora o Dia Mundial da internet, que propõe uma reflexão
sobre a rede. estudo recente da pWc/instituto locomotiva chamado O Abismo Digital no
Brasil aponta que menos de um terço da população pode ser considerada plenamente
conectada, de acordo com os padrões internacionais de avaliação. profissionais
ligados ao setor afirmam que a conectividade é uma questão crucial do século 21,
tão vital para uma vida plena quanto o acesso a água e a alimentos. pág. 14
8
editorial
Armando Ferrentini
aferrentini@editorareferencia.com.br
Conectividade é vital
Os mais jovens, nascidos a partir dos anos 2000, não têm ideia
do que é viver sem internet. Para fazer um trabalho escolar, por
exemplo, era preciso ir à biblioteca da cidade ou recorrer à enciclopédia
Barsa, que muitas famílias mantinham em casa.
Já os jornalistas faziam suas consultas nos chamados “arquivos” dos
veículos de comunicação, que mantinham os exemplares antigos dos
jornais e revistas para contextualizarem as suas matérias. E a população,
em geral, tinha acesso à informação apenas pela chamada mídia
tradicional. Não havia Google, Facebook, Twitter, Waze ou qualquer
outro dispositivo tão parte da vida de hoje.
Os mais velhos certamente também se lembram da dificuldade que era
dirigir em metrópoles como São Paulo. Era necessário consultar o guia
de ruas, que a maioria das pessoas tinha guardado no porta-luvas dos
seus carros. E para quem não tinha muita noção de geografia e direção,
nem é preciso dizer que paradas obrigatórias eram necessárias para indagar
estranhos nas ruas e pedir informação sobre o itinerário. Impossível
imaginar essa situação nos dias atuais.
Todos concordam que a internet, que se popularizou no país a partir do
fim dos anos 1990, melhorou – e muito – a vida de todos. Porém, saindo
da ‘bolha’, o Brasil ainda está muito atrás de países mais desenvolvidos
no quesito inclusão digital. Estudo recente da PWC/Instituto Locomotiva
chamado O Abismo Digital no Brasil aponta que menos de um terço
da população pode ser considerada plenamente conectada, de acordo
com os padrões internacionais de avaliação.
“Metade dos brasileiros (principalmente negros e pardos das classes C,
D e E) fica sem conexão por quase a metade do mês, sendo que 58% dos
brasileiros têm acesso à conectividade por celulares e não dispõem de
dispositivos adequados para se educar, consumir e exercer plenamente
sua cidadania”, relata Fernando Moulin, partner da Sponsorb.
Para o especialista em transformação digital, esse desafio somente será
superado ou mitigado com uma ampla agenda nas esferas pública e privada
de digitalização, que até o momento foi pouquíssimo discutida na
pré-campanha eleitoral à Presidência da República.
Segundo Moulin, o Brasil está extremamente atrasado numa questão
crucial do século 21, em que as nações mais competitivas e pujantes serão
aquelas que tiverem ampla conectividade e liderança tecnológica.
O especialista toca fundo na questão e fala que a conectividade é tão
vital para uma vida plena quanto o acesso a água e a alimentos.
Vale lembrar que a pandemia escancarou esse cenário quando vimos
pela televisão casos de crianças e jovens que não tinham acesso à internet
em casa e não podiam frequentar as aulas remotas. O garoto que
sentava em um banco de uma praça para usar o wi-fi do açougue que
ficava em frente para conseguir estudar, em uma pequena cidade de
Goiás, comoveu o Brasil.
No nosso país, para além dos desafios mundiais de regulamentação que
a internet traz, são necessários investimentos massivos em banda larga,
equipamentos de hardware, modernização de instituições de serviços
e educação em geral. Na semana em que se comemora o Dia Mundial
da Internet, em 17 de maio, o PROPMARK propôs uma reflexão ao
mercado publicitário sobre o tema e ouviu profissionais do setor para
falar também sobre tendências da rede.
***
Gastronomia
A Band exibe, a partir desta terça-feira (17), a 9ª edição do MasterChef
Brasil, programa gastrônomico de maior audiência da televisão brasileira.
A atração está com recorde de inscrições e 13 marcas patrocinadoras.
A área comercial da Band assegurou a presença de Britânia,
Cacau Show, Delícia, Seara e Diageo, como cotistas do plano Master;
Eisenbahn, NotCo, Outback, Royal Prestige e Selmi, no plano Chef;
além de Brastemp, no Top de 5 segundos, e Xantinon, com cota de
participação.
O Grupo Bandeirantes atravessa uma ótima fase. Além da acertada contratação
de Fausto Silva, que desde janeiro comanda o Faustão na Band
de segunda a sexta, e, segundo a emissora, em dois meses somou em
torno de 50 marcas anunciantes e mais de 250 ações na programação, o
grupo acaba de completar 85 anos de atuação.
as Mais lidas da seMana no ProPMark.CoM.br
1ª
Campanha do novo Polo
vira alvo de ataques
homofóbicos nas redes
Um post da Volkswagen sobre o novo Polo nas redes sociais
gerou ataques homofóbicos. A peça publicitária traz um casal
formado por dois homens em frente ao carro e com a legenda
“Sabe o que evoluiu junto com você? O Polo”.
4 16 de maio de 2022 - jornal propmark
2ª
3ª
A mudança para o Analytics 4 tem sido bem recebida pelos
profissionais, mas requer que as marcas comecem a se
movimentar para que não haja prejuízo de dados históricos.
4ª
O Young Lions 2022 anunciou os selecionados da etapa brasileira.
No total, o projeto escolheu 12 profissionais entre os mais de 400
inscritos em sete categorias.
5ª
novo Polo: o desafio da comunicação em
falar de diversidade no setor automotivo
Especialistas ouvidos pelo PROPMARK acerca de post do novo
VW Polo falaram sobre representatividade e a importância da
comunicação disruptiva nos dias de hoje.
lGPd, jornada do usuário e entregas:
o que esperar do Google analytics 4
Veja os selecionados
para o Young lions 2022
investimentos em anúncios nas
redes aumentam, mas engajamento
estaciona no instagram
Os gastos com redes sociais tiveram um crescimento de 21%
em relação ao mesmo período em 2021, revelou o levantamento
realizado pela plataforma em social marketing e care Emplifi.
18ª Edição
Festival Internacional de Criatividade
5-6
NOV
2022
NA ARCA
Desbloqueie
sua criatividade
pixelshow.co
Índice
especial dia
da internet
traz reflexões
A data é comemorada em 17 de
maio. Profissionais consultados
pelo PROPMARK falam sobre os
desafios da inclusão digital no
país e as tendências da rede.
pesquisas
marcas
capa
14
Unsplash
Fotos: Divulgação
nielsen mostra como
mulher usa mídia
Estudo realizado pela Nielsen, com apoio da
Opinion Box, traz olhar sobre como o sexo
feminino se relaciona com a mídia digital.
90% das mil pessoas que responderam
ao questionário online afirmaram que se
conectam diariamente na internet. pág. 21
enTreVisTa
digiTal
carrefour dá foco
em marca própria
O hipermercado congelou os preços de
cerca de seis mil itens de marca própria,
promovendo qualidade por um preço em
média 30% mais acessível na comparação
com produtos líderes, além de ofertar
também previsibilidade. pág. 27
grupo FreeBrands
expande negócio
O sócio-fundador Rafael Nasser, na foto ao
lado de Renato Radomysler, também sóciofundador,
fala sobre o crescimento do setor
de healthcare com a pandemia. O grupo,
que começou com o FreeCô, bateu recorde
de venda com lenços umedecidos. pág. 22
Tunad utiliza Trends
para medir buscas
O CSO Ricardo Monteiro explica que
ferramenta de AI calcula o volume de
buscas, minuto a minuto, no Google.
“Cruzando com os anúncios de TV, rádio,
lives e streamings, avaliamos as mensagens
que os consumidores captam”. pág. 20
editorial ................................................................4
conexões ...............................................................8
curtas ....................................................................9
quem Fez ............................................................10
inspiração ..........................................................11
esg no mKT .........................................................12
Opinião ................................................................13
especial dia da internet...................................14
digital .................................................................20
pesquisas ............................................................21
entrevista ...........................................................22
mídia ...................................................................24
marcas .................................................................26
We love mKT ......................................................28
supercenas .........................................................29
Última página ....................................................30
6 16 de maio de 2022 - jornal propmark
TEM GENTE FAZENDO COISA BOA.
MOSTRE QUE VOCÊ É UMA DELAS.
Prêmio Colunistas.
Pra quem não aceita
mediocridade.
Inscrições abertas
colunistas.com.br
Está na hora de agências, anunciantes, criadores,
fornecedores e veículos mostrarem que a comunicação
brasileira continua criativa de norte a sul do país.
Colunistas, há 55 anos valorizando quem
sai do lugar comum.
conexões
Instagram:
Pot: Campanha do Novo Polo vira
alvo de ataques homofóbicos
nas redes
Acho repugnante as manifestações
homofóbicas a essa campanha!
Andrea Siqueira Russi
dorinHo
Posicionamento da empresa é correto
sobre diversidade e inclusão,
mas fizeram de modo arriscado.
Não foi uma campanha da marca
VW, foi uma campanha do produto
Polo. O risco seria muito menor se
fosse institucional.
Marcelo Marsiglia Cavazzini
É assim que os homofóbicos aparecem.
Vyctor Hugo
Post: Felipe Neto: “Durante dois
anos eu não fechei com uma
única marca operacionalizada
no Brasil”
Poderia fechar mais contratos se
se comportasse mais como o irmão,
que não dá tanta polêmica.
Certo ou errado, ninguém quer polêmica
vinculada a sua marca.
Matheus Bizin
A justificativa para a falta de talento
dele agora é a política. É ruim, histérico
e sem graça. Se ele aceitasse
isso, doeria menos.
Tati Peterson
última Hora
eMPReeNDeDORISMO
Paloma Quintela (ex-
Lew’Lara\TBWA, J. Walter
Thompson e Wunderman,
na foto abaixo com o sócio
Gabriel Zanferrari) se
prepara para o lançamento
da Pontelo, agência 100%
digital focada em branding,
redes sociais e criação de
conteúdo para pequenos
e médios negócios.
DeMaNDa
“Durante a pandemia,
percebi uma grande
demanda de médicos
querendo expor seus
conhecimentos e, com
isso, ajudar quem estava
recluso em casa. Eu já
atendia alguns clientes e
marcas deste segmento
e, só no ano passado,
vi meu negócio crescer
mais de 50%, surgindo a
necessidade de ter um time
maior e profissionalizar
ainda mais nosso
trabalho”, diz Paloma.
PONTeLO
A Pontelo (significado:
ponte+elo) aproveitará,
nas palavras de Paloma,
“do grande potencial
da indústria health,
mas diversificando
o atendimento para
outros mercados”.
A agência já possui em
sua carteira clientes de
varejo, gastronomia e
academias. “Com atuação
100% remota e prezando
a proximidade entre as
pessoas, a agência chega
para focar no atendimento
taylor made, entregas
qualificadas e na geração
de negócios”. Gabriel
Zanferrari é ex-JWT e A
Madre Produtora Digital.
CaPITÃO FOCa
Felipe Parra (na foto acima
com o violão), músico,
produtor, compositor e
sócio da produtora de
música Capitão Foca, acaba
de lançar o álbum Estrela,
projeto 100% autoral, com
11 canções que produziu
durante a pandemia, entre
uma trilha e outra para
grandes anunciantes como
Nike, Netflix, Spotify,
Red Bull e outras.
O lançamento foi no
Teatro de Contêiner,
no Centro de São Paulo.
CeLeBRaÇÃO
No último dia 10, o Itaú
Unibanco participou da
cerimônia do encerramento
do pregão na Bolsa de Nova
York em comemoração aos
25 anos de listagem na Bolsa
de Valores de Nova York
(NYSE). Para marcar sua
boda de prata veiculou peça
out-of-home (foto abaixo)
na Times Square, um dos
símbolos da publicidade
OOH na Big Apple. As ações
do Itaú Unibanco foram as
mais negociadas na bolsa
norte-americana em 2021.
Atualmente, cerca de 25%
do volume total de ações
preferenciais do banco está
na forma de ADRs e são
negociadas nos EUA.
A criação é da Africa.
8 16 de maio de 2022 - jornal propmark
curtas
LEo BurnEtt dEstaca incLusão
ELEiçõEs 2022 ganham r$ 25 mi
gLoBo tEm nova fasE dE campanha
Equipe participa de jantar em prol da Casa Chama
A Leo Burnett Tailor Made é a única
agência de comunicação entre as 72 empresas
listadas na pesquisa Ethos/Época
de Inclusão. Equidade racial e direitos
LGBTI+ alcançaram índices acima da média.
“Este é um momento de celebração de
todos os esforços que vêm sendo construídos
nos últimos cinco anos”, diz Marcelo
Reis, co-CEO e CCO da Leo Burnett Tailor
Made. Marcio Toscani, co-CEO e COO da
agência, lembra que “o mundo contemporâneo
exige que as empresas estejam
atentas ao impacto que produzem na
sociedade. Esse olhar tem de estar dentro
e fora do negócio”.
rEino unido BanE pEças da adidas
Senado aprova aumento de gastos com propaganda
O governo federal terá R$ 25 milhões
a mais para gastar com publicidade nas
eleições de 2022. O aumento foi definido
no último dia 10 de maio, quando o Senado
aprovou o PL 4059/2021, que muda o
limite de gastos com propaganda em anos
eleitorais para órgãos dos governos federal,
estadual e municipal. O projeto ainda fala
sobre a contratação de serviços de comunicação
digital. Ficam vetados os pregões
eletrônicos, que permitiam a participação
de empresas sem capacitação técnica em
serviços especializados de comunicação.
O documento seguirá para a sanção presidencial.
nEtfLix LidEra EngajamEnto
Young Lions rEvELa prEmiados
Jason Blackeye/ Unsplash
Sayan Ghosh/Unsplash
Divulgação/Alexandre Virgilio
Divulgação/Agencia Brasil
Guto Costa/Globo/Divulgação
Do Plim ao Play mostra que conteúdos se conectam
Para mostrar o seu ecossistema composto
por canais de assinatura, TV aberta,
streaming e os produtos digitais, a Globo
apresenta a segunda fase da campanha
do plim ao play. O lançamento conta com
um filme que brinca com combinações
inusitadas de ativos da empresa, rimando
e criando uma métrica sonora na voz de
carlinhos Brown. A Globo quer mostrar
que os conteúdos se conectam e podem
ser acompanhados em diferentes telas e
lugares, onde e como o público desejar.
Segundo a emissora, o conceito traduz essa
diversidade e o extrapolar dos conteúdos
para além de suas marcas e plataformas.
Anúncio foi considerado ofensivo pela ASA
Filme da Adidas lançado em fevereiro
com diversos seios nus promoveu a
variedade de tops esportivos femininos
da marca, mas foi banido pela advertising
standards authority (ASA) do Reino Unido
sob a alegação de ser “prejudicial e ofensiva”.
Uso gratuito de nudez, objetificação
da mulher e acesso do conteúdo por crianças
estão entre as principais queixas. A
alemã se defendeu dizendo que as imagens
pretendiam “refletir e celebrar diferentes
formas e tamanhos e ilustrar a diversidade”.
A ASA argumenta que o conteúdo é
incomum no Twitter da grife, podendo
ofender os usuários da plataforma.
Investimento cresce, mas interações mostram queda
O perfil da Netflix é o primeiro em engajamento
no Instagram, com 68.940.468
interações em 248 posts, e segundo no
Facebook, com 3.023.326 interações em 315
posts. O gasto médio mensal por marca foi
de US$ 3.631 no primeiro trimestre de 2022,
alta de 21% em relação ao mesmo período
do ano passado. Mas as plataformas não
acompanham o avanço dos investimentos.
No Instagram, a taxa de engajamento permanece
estável, com cerca de 32 interações
por mil impressões, enquanto o Facebook
amargou queda de 17% no número médio
de curtidas, comentários e compartilhamentos.
Os dados são da Emplifi.
São 12 brasileiros entre 400 inscritos
Enzo Roncari (W3Haus) e Gabriel Rodriguez
(Monkey-Land), em Design; Letícia
Kohanoski (Tech and Soul) e Leonardo
Norato (Suno Paim), em Digital; Lais Castro
e Carol Garcia (Itaú), em Marketer; Gabriela
Godoy (Beontag) e Heloísa Miro Cardoso
(P&G), em PR; Angelo Giovanni (433 AG) e
Johann Stancik (Greenz), em Print; Erika
Moulin (AlmapBBDO), em Planejamento; e
Vivianne Santos (Africa), em Atendimento.
Esses são os 12 brasileiros escolhidos entre
os mais de 400 inscritos no Young Lions
2022. Eles criaram para as ONGs Vamos
Falar sobre o Luto (SP), Aliança de Mães
e Famílias Raras (PE) e Sol Maior (RS).
Diretor-presidente e jor na lis ta
res pon sá vel
Ar man do Fer ren ti ni
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Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)
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Langsdorff e Vinícius Novaes
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a
opi nião des te jor nal, po den do até mes mo ser con trá rias a ela.
IMPRESSO EM CASA
jornal propmark - 16 de maio de 2022 9
quem fez
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br
FOME
Reinventar a relação do consumidor no PDV
com Club Social reforça o conceito #Partiu-
PraNãoParar. Com auxílio da tecnologia, a
LBTM criou prateleira que se movimenta sozinha,
numa forma inovadora de apresentar
o produto. “Quando seu biscoito favorito vai
junto, nenhuma fome pode te parar”, diz Pedro
Utzeri, VP de Criação da agência.
LEO BURNETT TAILOR MADE
MONDELEZ BRASIL
Fotos: Divulgação
Título: A prateleira que não para; CCO: Marcelo Reis;
VP de criação e diretor de arte: Pedro Utzeri; diretora
de criação: Alessandra Sadock; redatores: Vinicius
Stanzione, Alpho Ramsay e Humberto Pacheco;
produtora: Prodigious; som: Squad; aprovação:
time de marketing da Mondelez.
CasEirO
Uma evolução do fermento. Essa é a proposta
do novo Super Fleischmann apresentado
em sachês individuais de 13 gramas. O
produto combina fermento biológico com
enzimas que contribuem para o crescimento
de 20% das fornadas caseiras. Comercial,
em exibição nas redes sociais da marca,
mostra que fazer pão não tem dificuldade.
BOLD
FLEISchMANN
Título: Vai dar pão; CCO: Daniele Marques; diretor
de criação: Lucas Maia; head of art: Leandro
Lemos e Leo Malaquias; produtora: Boiler
Filmes; diretor: Renan Rodrigues; aprovação:
Alexandre Salvador, Marianne Bellucci, Nathalia
Linari, Matheus Meira e Bianca Weschenfelder.
pós
Criada com olhar específico para o processo
de contratação de pessoas egressas do sistema
prisional, a Responsa aprovou campanha
que narra a história real de Rodolfo Maturana,
que enfrentou dificuldade para encontrar
emprego depois de sair da prisão. Ele se tornou
serralheiro e transformou a habilidade
negativa de arrombar carros em algo positivo.
PROPEG
RESPONSA
Título: Segunda chance; CCO: Emerson Braga; redatores:
Emerson Braga, Rafael Damy e Marcio
Naziazeno; diretor de arte: Gustavo Batinga;
RTVC: Juliana Leonelli; produtora: Santeria; som:
Cabaret; produtor musical: Guilherme Azem;
aprovação: Karine Vieira.
10 16 de maio de 2022 - jornal propmark
inspiração
obrigada!
Fotos: Arquivo Pessoal
“Não quero ficar falando do desafio inenarrável que é o de equilibrar
os pratos do dia a dia, de como fazemos mil coisas ao mesmo tempo”
Isabel Rudge
especial para o PROPMaRK
he damos as boas-vindas, boas-vin-
boas-vindas. Venha conhecer a
“Ldas,
vida. Eu digo que ela é gostosa. Tem o Sol
e tem a Lua, tem o medo e tem a rosa. Eu
digo que ela é gostosa. Tem a noite e tem o
dia, a poesia e tem a prosa, eu digo que ela
é gostosa…”
Esse é um trecho da música Boas-vindas,
do Caetano Veloso, que eu ouvia muito
sozinha na reta final das minhas duas gravidezes.
Apesar de estar tudo muito estranho e
de cabeça pra baixo, apesar do medo e das
incertezas de colocar novas pessoas nesse
mundo maluco em que estamos vivendo,
essa música era um convite simples para
que aqueles bebês tivessem uma boa e alegre
chegada, independentemente de tudo o
que estava rolando.
Eu tenho dois filhos pequenos e confesso
que sempre tive o sonho de ser mãe. Nunca
pensei na possibilidade de não ter filhos.
E essa foi uma escolha minha, que eu fiz
para a minha vida. Mas, até eu ter me tornado
mãe de fato, nunca tinha passado pela
minha cabeça que ter filhos iria me impor,
de forma tão rápida e intensa, novos cargos
e funções.
Não quero ficar falando do desafio inenarrável
que é o de equilibrar os pratos
do dia a dia, de como fazemos mil coisas
ao mesmo tempo e como a vida pessoal
acaba interferindo na vida profissional. Ser
mãe, ser mulher, ser profissional, ser filha,
ser foda.
Mas eu queria aproveitar e dizer que
fico feliz em saber que, mesmo que aos
poucos, estamos criando um ambiente de
trabalho mais acolhedor para todas que
são mães, dentro de um mercado que é tão
complexo.
No entanto, a real é que a função materna
nunca acaba, não tem um dia de folga.
Meus filhos precisam de carinho e atenção,
precisam ser trocados, precisam tomar banho,
comer, escovar os dentes e de ajuda
para dormir - todos os dias, independentemente
de como foi, o que eu passei ou
como está sendo o meu dia.
E meus filhos, por outro lado, não me
aceitam “pela metade”. Eles me querem
por inteira.
E é isso que tem me feito pensar cada
vez mais na relação que tenho com o meu
tempo, com o meu trabalho e com a minha
vida.
São meus filhos que diariamente me convidam
a viver um respiro diferente, a ver a
vida mais colorida e a rir no caos. São eles
que têm me lembrado todos os dias que o
que importa é ter presença, saber ver e viver
instantes e momentos, em segundos.
Meus filhos, sem dúvida, são a minha
maior inspiração, e aceitar esse convite diário
deles, de estar em presença com eles,
me faz crescer e querer fazer do mundo um
lugar melhor.
E voltando para o Caetano, boba era eu
que achava que estava dando as boas-vindas
para os meus filhos, quando, na verdade,
no fundo eu estava era dando boas-vindas
a mim mesma.
Meus filhos Chico e Pedro me trouxeram
coragem, paciência e propósito de vida,
eles estão me transformando em uma pessoa
e uma profissional melhor a cada dia
que passa. Com toda certeza, eu não estaria
onde estou, sem eles.
Isabel Rudge é head of client services da Dojo,
mãe do Francisco (4 anos) e do Pedro (2 anos)
jornal propmark - 16 de maio de 2022 11
ESG NO MKT
Dayne Topkin/Unsplash
A esperança está
nas empresas
Pesquisas demonstram que uma atuação
responsável e empática pode gerar mais lucro
Alexis Thuller PAgliArini
pesquisa anual Trust Barometer, da Edelman,
não deixa dúvidas: as empresas são
A
a única instituição de confiança no Brasil.
Sim, você está lendo direito. Nem as ONGs,
nem a mídia e muito menos os governos chegam
a patamares mínimos de confiança.
O governo teve apenas 39% de respondentes
com alguma confiança (o índice mínimo é
de 60% para garantir uma percepção de confiança).
A mídia, 48%. E as ONGs, 56%.
As empresas passaram raspando, com
61%, mas é nelas que se deposita a última
esperança de um mundo melhor. Se, por um
lado, o empresariado pode se ufanar dessa
percepção, por outro, deve se sentir pressionado
pela responsabilidade de levar nas costas
a carga de uma melhora do mundo que
habitamos.
Sim, a pressão é grande: a mesma pesquisa
mostra que muitos esperam que as empresas
preencham o vácuo deixado pelo governo.
68% dos respondentes declaram que os CEOs
devem interceder quando os governos não
resolvem os problemas da sociedade.
60% esperam que os CEOs tomem uma
iniciativa proativa, sem aguardar que os governos
ajam. E 54% acham que os CEOs devem
prestar contas ao público e não somente
à diretoria e acionistas das suas empresas.
Do lado dos consumidores, a pressão é
ainda maior: 73% dos consumidores acham
que têm poder para forçar as corporações a
agir. E a visão de dentro das empresas não é
menos pressionadora: 71% dos empregados
se julgam empoderados para forçar suas empresas
a atuar em benefício da sociedade.
Sabe o que significa tudo isso? O bastão da
responsabilidade foi passado para as empresas
e elas não têm para quem entregar. É com
elas mesmo!
Quando comecei a trabalhar – lá se vão
mais de 35 anos – ouvi dos meus patrões uma
advertência: devemos nos ater às questões
intrinsicamente inerentes ao nosso negócio.
Não devemos emitir opiniões quanto aos
problemas da sociedade. Muito menos ade-
rir a movimentos sociais. Pois é... Esse tempo
acabou. Agora, as empresas são cobradas
por um posicionamento e por um ativismo
corporativo.
Mesmo que isso lhes custe caro. Basta ver
o imbróglio da Disney em Orlando, se posicionando
perante um governo estadual (Flórida)
retrógrado e ultraconservador. A represália
veio forte, mas a empresa não abriu mão
das suas convicções.
Num mundo assolado por mudanças climáticas
preocupantes, pelo retorno de governos
ultranacionalistas e reacionários,
pela violência de uma guerra e o recrudescimento
da xenofobia e da intolerância e ainda
pelo desejo de igualdade, paz e justiça, “sobrou”
para as empresas.
Os consumidores tenderão a analisar
melhor a atitude da corporação antes de
decidir pela compra de um produto ou
serviço. Por outro lado, o mercado financeiro,
capitaneado pelo poderoso Larry
Fink, CEO do fundo de investimento Black
Rock, com carteira de mais de 1 trilhão de
dólares, cobra das empresas o tal do triple
bottom line, ou seja: um conjunto de
atividades que extrapola simplesmente o
resultado financeiro.
Que apresente ações em benefício das pessoas
e do planeta. É pressão de todos os lados.
E as empresas geram um efeito dominó,
ao exigir de seus fornecedores uma atuação
igualmente engajada.
Não à toa o acrônimo ESG invade implacavelmente
a pauta dos conselhos de administração
e da diretoria executiva das empresas.
Virou um mantra. A agenda ESG entrou de
vez no dia a dia dos executivos e não deve
sair de lá tão cedo. Porque a pressão deve
continuar e só crescer.
Inútil dormir, que a dor não passa. A notícia
boa é que tudo isso pode ser positivo para
a performance das empresas.
Pesquisas demonstram que, sim, essa atuação
responsável e empática pode gerar mais
lucro às empresas. Então é isso: empresários,
estamos com vocês! Podem agir, que nós aumentaremos
o nosso nível de confiança e de
preferência!
Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br
12 16 de maio de 2022 - jornal propmark
opinião
Alejandro Luengo/Unsplash
Web3: por uma
internet das pessoas
Paula Martini
Quando o filme O Dilema das Redes foi
lançado, no longínquo 2020, a influência
dos algoritmos sobre nossas vidas ganhou
mais visibilidade. Perfis foram excluídos.
Notificações, desligadas. Mudar nossa
relação com a internet demanda entendê-la
a partir de suas dinâmicas mais profundas
e vê-la como verbo, não como substantivo.
Demanda escavar até sua utopia-base:
de que seria autônoma – inserida no capitalismo,
porém com outras lógicas e dinâmicas.
O que chegou a se concretizar,
com colaboração em escala global e realmente
descentralizada: iniciativas wiki,
software livre, blogs, Creative Commons
e tantas mais.
O que perdemos, de lá pra cá? Basicamente,
os pilares da utopia: a
multiplicidade, a diversidade,
o hiperlink. Hoje compartilhamos
prints, não links. Quando
estamos imersos em transições
complexas, como a atual,
nossa percepção tende a ficar
embotada e perde-se perspectiva.
Mas lá em 2008, no livro
The Future of the Internet –
And How to Stop It, o professor
de Harvard Jonathan Zittrain
antevia o declínio da internet
“generativa” – uma plataforma no mais
amplo sentido, que convidava à criatividade
e à inovação, desenhada para aceitar
qualquer contribuição que seguisse regras
básicas –, rumo às plataformas proprietárias
que hoje habitamos.
A máxima de que “quando o serviço é
gratuito, o produto é você” assusta, mas,
na lógica do capitalismo de vigilância, não
somos só o produto, e sim a matéria-prima
para extração de conhecimento a partir dos
dados. Uma promessa/capacidade de intervir
nos próximos passos, já que o campo de
possibilidades é 100% mediado pelos algoritmos.
Esses que permeiam todas as relações
sociais e profissionais mediadas por
“A máximA de
que ‘quAndo
o serviço é
grAtuito,
o produto
é você’
AssustA”
tecnologias. Algoritmos são somente códigos,
e estão sob a mesma lei de direito autoral
que protege livros, músicas e filmes. A
Lei 9610/98 categoriza o código como “criação
do espírito” – assim, como a arte, algoritmos
também carregam os vieses e visões
de mundo do criador. Tecnologias não são
neutras: pessoas pensaram seu propósito,
desenharam a experiência do usuário, elaboraram
um algoritmo e decidiram quais
dados iriam alimentá-lo.
Resultado? Uma concentração de riqueza,
conhecimento e poder sem precedentes
na História. Se informação é poder,
quem detém informação sobre nós tem
poder sobre nós – e muitas vezes não sabemos
como funciona o jogo (ou que estamos
jogando). Uma assimetria de poder
que até se configura abusiva e deve ser
exposta. Tipo redução de danos no uso
de substâncias: a proposta não é
deixar de fazer, é fazer sabendo
onde se está pisando. Recentemente,
a iniciativa Internet das
Pessoas lançou a campanha O dia
em que você disse sim, criação da
VMLY&R, por um uso consciente
e seguro das tecnologias. A
IDP promove a educação digital,
orientando famílias, empresas e
escolas sobre aspectos humanos
da transformação digital: economia
da atenção, bolha dos algoritmos,
inteligência artificial, indústria dos
dados pessoais e privacidade.
Sem educação digital e regulação, só resta
alarmismo. E, enquanto engatinhamos
nesses temas, já adentramos as temáticas
do metaverso e descentralização da web3:
de usuários para criadores. Uma internet
generativa? Para agências e marcas, há
oportunidade de atuar com segmentação
e assertividade, promovendo valores como
transparência e ética. Ainda mais em tempos
de pós-verdade. Urge criarmos outros
como para esse grande o quê. E mirarmos
naquela utopia, sem otimismo cego. Pois,
como disse Eduardo Galeano, “a utopia serve
para que não deixemos de caminhar”.
Paula Martini é orientadora digital, palestrante e
idealizadora da iniciativa Internet das Pessoas
paula@internetdaspessoas.com.br
jornal propmark - 16 de maio de 2022 13
especial diA dA internet
Apesar dos avanços, atraso na
inclusão digital desafia o país
Profissionais da área falam das tendências do segmento e apontam que,
com a pandemia, ficou mais escancarada a diferença no acesso à rede
Alina Grubnyak/Unsplash
Dia Mundial da Internet levanta importantes questões como segurança, fake news, cobrança de conteúdo e publicidade, além da inclusão digital, ponto crucial no desenvolvimento
Neusa spaulucci
Ninguém sabe ao certo o motivo pelo
qual em 17 de maio é comemorado o
Dia Mundial da Internet, também conhecida
como Dia Mundial das Telecomunicações
e da Sociedade de Informação.
A única certeza que se tem é que a data
foi estabelecida pela ONU (Organização
das Nações Unidas) em janeiro de 2006, e
a ideia é refletir sobre as potencialidades e
desafios das novas tecnologias na vida de
todos. Sendo assim, nada melhor do que ir
ao mercado para ouvir a opinião dos profissionais
do setor para saber para onde vai,
com tanta pressa, a internet.
Os últimos acontecimentos, como a
possível volta do Orkut e a compra do
Twitter por Elon Musk, além da pressão
por regulamentação e o futuro das redes
sociais, sinalizam ainda mais agitação
pela frente.
O PROPMARK foi buscar junto a profissionais
da área algum sinal de fumaça sobre
a tendência da internet e das redes sociais.
Vini Chagas, head de design de conversas
da Dentsu International Brasil, fala que,
para ele, depois de tanta evolução, do crescimento
da importância e da mudança de
papel das redes sociais, é importante que se
olhe para elas com a responsabilidade e o
cuidado que inspiram.
“Não podemos compactuar com a transformação
de um aparato que está a serviço
da comunicação, entretenimento e tantas
outras frentes importantes, em máquinas
de desinformação e propagação de fake
news”, analisa.
Ele acredita que a principal reflexão que
o Dia da Internet deve trazer é o acesso à
“As mArcAs estão em um
movimento de entender
como tornAr suAs
mensAgens pAlAtáveis
e entregá-lAs como
entretenimento”
14 16 de maio de 2022 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Vini Chagas: “O conteúdo venceu” Cris Camargo: internet ganha impulso na pandemia Fernando Moulin: redes socias são evolução recente
tecnologia para além do seu importante
papel. Segundo ele, com a pandemia ficou
ainda mais escancarado o atraso na inclusão
digital, que acabou prejudicando muitas
pessoas.
“É um tema importante, que deve sair do
papel e das reflexões e virar políticas afirmativas,
que garantam a todos o direito a
usufruir de tecnologia”, diz.
Para ele, a inclusão digital é urgente, para
que todos possam ter as mesmas oportunidades.
As regulamentações são assuntos
igualmente urgentes para Chagas, pois elas
podem ajudar muito na preservação das
pessoas em relação à propagação de notícias
falsas, por exemplo.
“Mas o seu não-cumprimento precisa
ser penalizado para que sejam realmente
efetivas e não vejamos, como hoje, alguns
fomentando a desinformação impunemente”,
fala. Para ele, fake news se resolve com
regulamentação e, principalmente, punição
efetiva dos responsáveis.
Sobre a cobrança de conteúdo, Chagas
afirma: “O conteúdo venceu!”. Na opinião
dele, não é sobre “diminuir a dependência
de publicidade”, mas sobre como a publicidade
se transforma para fazer sentido
em um ambiente onde as pessoas não gostam
de #ad.
“As marcas estão em um movimento de
entender como tornar suas mensagens palatáveis
e entregá-las como entretenimento
para as pessoas em sua jornada digital”,
comenta. Para ele, é superdesafiador, mas
também é muito bom ver que isso já começa
a se tornar realidade.
Quando o questionamento gira em torno
do modelo do YouTube, que tem plano
pago para quem não quer ver propaganda
no meio da música, ele volta a falar que as
marcas devem começar a olhar para esses
produtos de entretenimento e entender
como fazer parte daquilo.
“É como os product placements em videoclipes
no próprio YT, por exemplo. As
marcas ali aparecem mesmo para os assinantes”,
conclui Chagas.
“teremos muitAs
mudAnçAs Antes
de entendermos melhor,
sob umA perspectivA
mAis AmplA, o pApel e A
influênciA plenA que
As redes sociAis têm”
impulso
Já Cris Camargo, CEO do IAB Brasil, lembra
que a inclusão digital – ou falta dela – é
um ponto que ganhou grande impulso durante
a pandemia da Covid-19, principalmente
nas áreas rurais.
Ela aponta números que mostram o
quanto a internet cresceu, apesar do efeito
nefasto da pandemia. “Foi um efeito rebote
positivo, porque as pessoas dependiam do
uso de novas plataformas”.
O IAB Brasil fez parceria com a Kantar
Ibope Media, que resultou no lançamento
do estudo Digital AdSpend e trouxe para o
mercado uma análise que apresentou o fortalecimento
da publicidade no digital.
O investimento acumulado foi de R$ 36,9
bilhões, considerando o ano de 2020 (R$
23,7 bilhões), e os seis primeiros meses de
2021 (R$ 13,2 bilhões).
Na análise comparativa de janeiro a
junho de 2021 com o mesmo período de
2020, o Digital AdSpend indicou que os investimentos
em publicidade digital tiveram
um crescimento de 25% no primeiro semestre
do ano.
Em relação à distribuição por tipo de dispositivo,
mobile e desktop, os números ficaram
bem próximos ao mesmo período de
2020, cujos anúncios publicados em mobile
representaram 73% do share total.
Fernando Moulin, partner da Sponsorb,
professor e especialista em negócios, transformação
digital e experiência do cliente,
acha excelente ter um Dia Mundial da Internet
com o propósito de pensar sobre a
tecnologia.
Para ele, todas as vezes em que se busca
refletir acerca do papel absolutamente
transformador que a internet desempenha
em cada minuto das vidas das pessoas, em
uma sociedade cada vez mais conectada –
inclusive no tocante à necessidade urgente
de se integrar os “excluídos digitais” no
conjunto das inexoráveis mudanças trazidas
pela tecnologia nas vidas de todos.
“É impossível conceber um mundo melhor
e mais desenvolvido sem o apoio da
tecnologia e da digitalização – e estar consciente
também dos riscos trazidos por essas
soluções é fundamental para que possamos
reduzi-los, aumentando as possibilidades
do emprego positivo de tudo que a internet
nos traz de melhor”, analisa.
AmAdurecimento
Para Moulin, é importante ter a perspectiva
que as redes sociais ainda são uma inovação
muito recente, sob uma ótica histórica.
“A maioria das soluções hoje utilizadas
massivamente em todo o mundo tem menos
de 15, 20 anos de existência”, lembra
ele, acrescentando: “Neste contexto, acho
que ainda haverá um amplo processo de
amadurecimento da consciência e uso das
redes sociais pelas pessoas, organizações
em geral e governos – por exemplo, em relação
à adequação dos termos de uso às legislações
do ‘mundo real’, da maior reflexão
sobre o uso exacerbado das redes sociais e
seus impactos na saúde mental, privacidade
verso exposição excessiva”.
Ele diz também que antevê um amplo
processo de consolidação, integração, novas
redes que surgirão e outras que certamente
deixarão de ser relevantes em um
futuro próximo.
“Ainda teremos muitas mudanças antes
de entendermos melhor, sob uma perspectiva
mais ampla, o papel e influência plena
jornal propmark - 16 de maio de 2022 15
especial diA dA internet
Fotos: Divulgação
Abel Reis: inclusão digital é um grande desafio
que as redes sociais têm e deixarão de ter
em nossas vidas. As mudanças no Twitter
se encontram neste contexto”, avalia.
Em relação ao possível retorno do Orkut,
Moulin vê correlação com um movimento
mais amplo em termos de tendência social,
com certos grupos buscando em suas
referências de memórias passadas maior
solidez e clareza para enfrentar as rápidas
e incompreensíveis mudanças da era em
que se vive.
“Este é um processo clássico na evolução
das artes, moda, música, e não haveria por
que ser diferente com as redes sociais: conforme
os anos passam, algumas referências
do passado que tenham deixado de existir,
mas ainda contêm um grande número de
fãs e admiradores no presente, sempre terão
seu apelo e seu público cativo. Isso também
acontece fora da internet (um exemplo
é o anunciado retorno da marca Mesbla ao
mercado varejista brasileiro)”, explica.
Abismo
Mas o grande desafio para ele reside na
inclusão digital. O partner da Sponsorb se
ancora em estudo recente da PWC/Instituto
Locomotiva chamado O Abismo Digital no
Brasil, que aponta que menos de um terço
da população pode ser considerada plenamente
conectada, de acordo com os padrões
internacionais de avaliação.
“E estes brasileiros são predominantemente
pessoas brancas das classes A e
B. Enquanto isso, metade dos brasileiros
(principalmente negros e pardos das classes
C, D e E) fica sem conexão por quase a
metade do mês, sendo que 58% dos brasileiros
somente têm acesso à conectividade
por celulares e não dispõem de dispositivos
adequados para se educar, consumir e exercer
plenamente sua cidadania”, relata.
Ele acredita que esse desafio somente
será superado ou mitigado com uma ampla
agenda nas esferas pública e privada de
digitalização, que, infelizmente, “até o momento
foi pouquíssimo discutida na pré-
-campanha eleitoral”.
João Passarinho: perigo das fake news
“grAndes plAyers do
setor enfrentArão
pressão por mudAnçAs no
regime de propriedAde
de dAdos de usuários
e de conteúdos”
“Haverá a necessidade de massivos investimentos
em banda larga, equipamentos
de hardware, modernização de instituições
de serviços e educação em geral, e muito
mais. É uma questão gravíssima e, no atual
ritmo, somente será resolvida em décadas
– o que deixará o Brasil extremamente atrasado
numa questão crucial do século 21, em
que as nações mais competitivas e pujantes
serão aquelas que tiverem ampla conectividade
e liderança tecnológica. Há muito por
fazer. Conectividade é tão vital para uma
vida plena quanto o acesso a água e a alimentos”,
argumenta ele.
Caroline Capitani: há imensas diferenças regionais
desconectAdos
Abel Reis, sócio-diretor da UOTZ, aposta
que no futuro as redes sociais terão seu modelo
de audiências e de negócios drasticamente
redesenhados pela consolidação das
tecnologias da web 3.0.
“Significa que os grandes players do setor
enfrentarão pressão por mudanças no
regime de propriedade de dados de usuários
e de conteúdos produzidos por criadores
e publishers”, garante.
Para Reis, a inclusão digital também segue
como um grande desafio no Brasil. Ele
recorre à recente pesquisa da PWC, que
mostra que o país tem mais de 33 milhões
de desconectados, pessoas sem acesso à
internet, grupo composto predominantemente
por homens, não alfabetizados, idosos
e categorizados como classes C, D e E.
“O Brasil mantém ainda mais de 41 milhões
de pessoas com acesso médio de 19
dias no mês, grupo composto por moradores
da região Norte e Nordeste, com celular
pré-pago, menos escolarizados, negros
oriundos das classes D e E”, revela.
Já Caroline Capitani, VP de inovação
e negócios da Ilegra, empresa global de
design, inovação e software, acredita que
é provável que nos domicílios de pessoas
em situação de vulnerabilidade social os
integrantes tenham até mais acesso a smartphones
do que a água potável e serviços
básicos.
“Porém, precisamos reforçar que há
imensas diferenças regionais e sociais, que
fazem com que a gente não passe a pensar
em um único Brasil. Outro aspecto importante
é que as pessoas precisam ter acesso
a computadores com banda larga para realizar
tarefas mais complexas – inclusão digital
não é simplesmente acesso a telefone
com internet, que nos permite atividades
mais simples. Mas, à medida que o tempo
passa, vai tendo uma maioria tardia que
está ingressando, as novas gerações ensinando
as mais velhas e consequentemente
vai aumentando a inclusão. Vejo avanço,
sim, mas estamos falando de diferenças regionais
e sociais grandes no nosso país que
precisam ser consideradas”, declara.
Ela vê os movimentos da internet, como
a volta do Orkut, também com otimismo.
Caroline encara como um resgate, uma tentativa
de trazer de volta uma rede que fez
muito sucesso, envolvendo o saudosismo,
pois teve uma legião de usuários. “Uma
tentativa de fazer uma frente com as redes
sociais que estão em evidência nos últimos
anos. Resgate, saudosismo é algo cíclico
como a moda, que vai e vem”, compara.
ZonAs livres
João Passarinho Netto, vice-presidente
de estratégia criativa da Jotacom, acredita
que o Dia da Internet é uma data interessante
para promover a inclusão digital e
fomentar as interações e dinâmicas entre
universo virtual e real. Ele diz concordar
com o propósito de provocar essa reflexão
sobre a tecnologia, cada vez mais impres-
16 16 de maio de 2022 - jornal propmark
Zizo Papa: estamos simbolicamente conectados
cindível na vida de todos.
Sobre a volta do Orkut ele fala que as
redes sociais vão cada vez mais caminhar
para “zonas livres” de conteúdo, com todas
as vantagens e perigos que podem acontecer
em um cenário de livre arbítrio.
“Vantagens pela liberdade de expressão
e perigo pelas fake news imputadas em larga
escala. Apesar de acreditar numa regulamentação
mínima e obrigatória em relação
ao lado criminal, o propósito das redes
sempre foi liberdade, possibilidade, inovação
e expressão”, arrisca.
Para ele, a inclusão digital também é fundamental
e é um caminho sem volta. “A popularização
de acessos abertos deve se tornar
uma realidade, assim como em países
mais desenvolvidos se tornou algo comum.
É quase que uma obrigação (e interesse) ter
cidades inteligentes e conectadas”, analisa.
Segundo Passarinho Neto, em um primeiro
momento, houve a “onda” da popularização
do mobile, agora se deve seguir
para um acesso de qualidade, que permita a
idealização dos conceitos de web 3 que potencializarão
as possibilidades de interação
Léo Andrade: maior discrepância, maior o abismo
entre humanos e máquinas, evoluções de
aprendizado e até geração extra de riqueza
e oportunidades.
Zizo Papa, CEO e sócio-fundador da
Trace Brasil, arrisca dizer que não há mais
como distinguir a humanidade da exponencialidade
tecnológica. “Estamos simbioticamente
conectados”, diz sobre o propósito
do Dia Mundial da Internet.
Para ele, mais que uma reflexão sobre a
data, é preciso entender a fundo o impacto
que essa evolução traz para a condição humana.
“Como nos relacionamos e trabalhamos.
As questões éticas e regulatórias sobre
as múltiplas transformações que testemunhamos.
As mudanças comportamentais,
sociais e o impacto que isso tem na nossa
saúde física e mental”, destaca.
Sobre os movimentos que a internet vive
hoje, com a volta do Orkut e a compra do
Twitter, Papa busca na fala do ex-presidente
americano Barak Obama, semana
passada em Stanford, para expressar o que
pensa a respeito: “as redes são ferramentas
e como tais devem, necessariamente, ser
apoio para construção e evolução e não o
contrário, involução e destruição”.
trAnsfomAção
Papa também aponta que a inclusão passa
“pela radical e completa transformação
da base educacional dos países”.
“Infelizmente ainda existe muita política
ao redor do tema mais importante para
o futuro do país. A revolução educacional
da base automaticamente promoveria essa
inserção pois os mecanismos de transformação
estariam programados no DNA das
novas gerações”, diz.
Renan Mota, founder e co-CEO da Corebiz,
acredita que a inclusão digital tenha
acontecido até mais rápido do que ele imaginou,
mas ainda acha que deveria ter acontecido
muito antes.
“Ter acesso ao digital é diferente de
quem usa ou não bem a tecnologia. Diminuímos
um pouco a questão da falta de acesso,
por ser mais barato ter um computador
ou smartphone, além da internet estar mais
em conta e isso tende a aumentar o número
de usuários, contudo, o mais importante é
como as pessoas realmente usam essa tecnologia”,
lembra Mota.
Segundo ele, as pessoas, muitas vezes,
usam mais as redes sociais. “Acho que se
elas usassem melhor o digital, seria bom
para o país como um todo, mas é difícil
saber o prazo disso. Temos um processo
ainda muito grande de transformação. Mas
continuo otimista e creio que no futuro as
pessoas vão aprender cada vez mais sobre a
boa convivência online”.
Léo Andrade, influenciador e especialista
em tecnologia, referência em low-code
e no-code no Brasil e autor dos e-books
gratuitos A Revolução Low-Code e Citizen
Developers, o tema inclusão digital é “bem
complexo porque depende do acesso à informação”.
“Encurtar essa distância depende de
Renan Mota: diminuição da falta de acesso
“sou otimistA, creio
que no futuro As
pessoAs vão Aprender
cAdA vez mAis sobre A
boA convivênciA online”
ações que tornem a internet acessível para
todos. E quando falamos de internet, estão
inclusos dispositivos para acessá-la. Quanto
mais discrepância houver no país, maior
será o abismo. É um assunto complexo e
polêmico, pois trata-se de ter acesso à internet
de qualidade através de dispositivos
igualmente capacitados. O grande problema
é que estamos num Brasil desigual”.
O Dia da Internet para Marcelo Pincherle,
vice-presidente de operações do GDB, deve
ser de reflexão mesmo, pois é fundamental.
Segundo ele, a internet tem sido uma das
bases da atual sociedade e permeia boa parte
(senão quase a totalidade) das decisões.
“Proporcionou o encurtamento das
distâncias, disparou a eficiência de diver-
Marcelo Pincherle: gigante fonte transformadora
jornal propmark - 16 de maio de 2022 17
especial diA dA internet
sos processos e foi nossa grande aliada na
pandemia. Mas é nela também que fomentamos
nossos vícios, suportamos ações
violentas e temos alguns de nossos piores
comportamentos. Como tudo na vida, deve
ser encarada com equilíbrio e moderação,
fazendo-se, portanto, muito necessário refletirmos
sobre qual direção devemos seguir
nesse avanço inevitável da rede mundial
de computadores”, analisa.
Para ele, a internet tem sido uma gigantesca
força transformadora, por ser, provavelmente,
a maior fonte de informação que
se tem hoje, acaba sendo o principal veículo
para a difusão de novos processos, ideias
e negócios em todo o mundo.
“Prover, de alguma forma, o acesso amplo
à rede, deveria ser objetivo de todos
nós. Ideias transformadoras virão desse
processo e o encurtamento das distâncias –
não apenas físicas – acontecerá.”
Conforme palavras dele, as diferenças de
idade, nacionalidade, renda ou cultura já
são radicalmente reduzidas através da tecnologia,
permitindo à sociedade um olhar
mais horizontal e democrático nesse sentido.
“Instituições públicas, privadas, grandes
empresários e a sociedade em geral devem
batalhar mais para garantir a máxima
inclusão digital, sabendo que as próximas
grandes ideias e soluções para eternos problemas
do mundo virão de lá”, conclui.
“Acredito bAstAnte numA
revolução dA publicidAde
no formAto de conteúdo”
cobrAnçA
Sobre os movimentos em
torno da cobrança de concontexto
real e fluido. Seria uma era de menos
‘call to action’ e mais sutileza na comunicação.
A marca que fica no inconsciente
organicamente. Dessa forma pode surgir
um modelo híbrido com publicidade sutil,
com conteúdo patrocinado sem forçar a
barra”, explica.
Caroline Capitani acredita ser bem ruim
cobrar pelo conteúdo, uma vez que pode
impedir a pessoa de consumir informação
relevante.
“Não deixa de ser uma atitude de exclusão.
E você pagar uma série de assinaturas
diante do cenário econômico que nos encontramos
é para poucos. A experiência e
o acesso à informação serão prejudicados.
Eu, particularmente, sou contra. Entendo
que os veículos precisam ser remunerados,
mas há necessidade de se
pensar em fontes de receita alternativas.
Cobrar é uma iniciativa
excludente”, argumenta.
Conforme opinião de Caroline,
opções como do
YouTube ou até Spotify,
LinkedIn, entre outros,
que usam o modelo freemium,
não obstruem o acesso e cobram
pelo nível de personalização. “É
mais democrático e inclusivo.
Freemium é uma alternativa
interessante como modelo de
negócio”, opina.
Ao contrário da maioria,
Zizo Papa acha necessária a
conscientização que conteúdo
relevante tenha valor. “É produto.
Ou seja, há que se remunerar
sempre a produção dos mesmos, seja por
maneiras cada vez mais sofisticadas de inserção
de publicidade seja cobrando”. Para
ele, o modelo híbrido, publicidade e cobrança
de conteúdo, tem se mostrado uma
alternativa promissora.
Marcelo Pincherle concorda com a opinião
de Zizo Papa quanto ao modelo híbrido
para se sustentar.
“Acredito muito em modelos
híbridos, que de forma transparente
oferecerem diferentes
valores aos seus
consumidores.
Aqueles que que
buscam ambientes mais exclusivos e imersivos
dentro de conteúdos deverão buscar
soluções pagas por isso, mas a grande maioria
vai optar por modelos mais tradicionais,
com publicidade. Se nós, como indústria da
propaganda, fizermos cada vez um trabalho
melhor com relação à experiência dos usuários,
respeito à privacidade e transparência
aos processos, certamente influenciaremos
nesse processo. Esta transformação depende
de nós e é importante para financiar a
produção de futuros conteúdos, realizações
e experiências que estão por vir”.
Clay Banks/Unsplash
teúdo, diminuindo a dependência das plataformas
da publicidade, Abel Reis acredita
ser uma tendência irreversível que deve
beneficiar muito da expansão do uso das
moedas virtuais.
“Os atuais incumbentes da indústria digital
vêm praticando modelos mais tradicionais.
Novos formatos surgirão”, declara.
Já João Passarinho Netto não acredita na
generalização da cobrança de todo conteúdo,
pois isso “acabará limitando o acesso às
infinitas fontes por razões óbvias de custo”.
“Acredito bastante numa revolução
da publicidade no formato de conteúdo.
Anúncios orgânicos, bem inseridos num
Inclusão digital é fundamental para o desenvolvimento do país, dizem especialistas ligados ao segmento de internet
18 16 de maio de 2022 - jornal propmark
ações de conscientização deveriam continuar
num programa “always on”, até que
de fato todos tenham absorvido as regras e
normas de maneira quase que cultural.
Caroline Capitani, VP de inovação e negócios
da ilegra, concorda que as fake news
são uma praga, que está associada a uma
característica de consumo da informação
muito imediatista, porque as pessoas não
se aprofundam, elas leem e passam adiante,
reproduzem aquele conhecimento sem
verificar as fontes. “Pelo imediatismo, pelas
bolhas sociais - se a notícia reforça aquilo
em que acreditamos, a tendência é encaminhar
nos grupos e nos círculos que participamos.
Percebo algumas iniciativas, como
de um movimento que participei, chamado
A Fonte, que visa a combater fake news,
que estimula a verificação das informações
antes de reproduzi-las. Mas é um trabalho
de formiguinha, que requer uma conscientização
maior e é uma boa forma de fazer
isso nas escolas e faculdades, ampliando o
debate para que elas não tomem grandes
proporções e prejudiquem nossa leitura de
mundo”, avalia.
Zizo Papa, CEO e sócio-fundador da Trace
Brasil, vai além quando se fala em segurança
na internet. Ele lembra que não há progresso
na desordem e no caos. “Isso nada tem a ver
com restrição. Mas enquanto houver mecanismos
de propagação do crime e terrorismo,
usando tecnologia, acho natural criar-se
barreiras de proteção e impedimento de tais
ações”. Mas quando se trata de notícias falfake
news e segurança pedem
regulamentação e compromisso
Jacob Owens/Unsplash
Fake news e segurança na internet são
dois assuntos mais do que atuais, que
chegam a dar gastura nos profissionais ligados
ou não à área. Abel Reis, sócio-diretor
da UOTZ, por exemplo, afirma que sem regulamentação
legal e compromisso claro
dos players globais de mídia e tecnologia
não haverá como tornar os ambientes digitais
mais seguros do ponto de vista transacional
e de dados.
Já sobre a praga das notícias falsas, Reis
indica que o caminho para conscientizar a
população é o da educação nas escolas para
crianças e adolescentes. “Compromisso de
todos os media tech players e publishers
de grande porte com campanhas intensas e
permanentes de educação das audiências.
Políticas públicas que desestimulem a propagação
de fake news”, decreta.
Para João Passarinho Netto, vice-presidente
de estratégia criativa da Jotacom, no
futuro a segurança deverá cada vez mais
ser contratada como algo complementar, à
parte, como seguros veiculares, de vida e
saúde, pois a tendência é que as brechas de
segurança aumentem conforme a inclusão
digital escale, com mais “especialistas” explorando
os ambientes, mais usuários interconectados
e maior fragilidade dos novos
entrantes. “A regulamentação deverá reger
as normas básicas para humanos e até mesmo
para a inteligência artificial”, opina.
Para as fake news ele acha também que
uma regulamentação básica deverá reger
os princípios de moral, ética e crime, mas
sas ele é categórico: “rejeitar conteúdo raso
sem origem e sem fonte”. “Conscientizar-
-se do critério necessário para se informar.
Identificar uma notícia falsa hoje não é difícil.
Suspeite quando a origem não está clara.
Não é à toa que existe a expressão ‘comprar
gato por lebre’. Sempre fomos conscientizados
a nos informar sobre o que compramos
e consumimos”, comenta.
Já Renan Mota, founder e co-CEO da Corebiz,
acha que regulamentação não protege
de fato, só dificulta um pouco mais a
insegurança em si, pois, no fim, aquele que
quer cometer algum tipo de crime online
acaba dando uma volta. “O que acredito é
que deveríamos ter mais informações, pois
muitas pessoas ainda não sabem utilizar a
internet. Eu particularmente acesso a internet
o dia inteiro, para inúmeras funções, e
nunca sofri ataques, pois sei como as coisas
funcionam um pouco mais do que a maioria
das pessoas. Se cada vez mais as pessoas tivessem
informação, tudo melhoraria.
Para Léo Andrade, influenciador e especialista
em tecnologia, fake news sempre
existiu, ou seja, a velha fofoca. “Quando digo
fofoca, é ‘fofoca de mentira’. Existe a ‘fofoca
de verdade’ e a que aumenta, conhecida
como ‘telefone sem fio’. Creio que a melhor
maneira de combater isso é com uma educação.
A partir do momento em que o assunto
‘tecnologia’ for ensinado desde a educação
básica, pode-se ajudar no entendimento das
pessoas para identificar um conteúdo como
fake news”, orienta.
Ns
jornal propmark - 16 de maio de 2022 19
digital
Plataforma de moment marketing
sincroniza campanhas online e offline
Ricardo Monteiro: “Analisamos qualitativamente quais mensagens os consumidores captam em determinada inserção”
REPOSITIONING
OR DIE!
"Antes de colocar todos os novos e
revolucionários gadgets nas velhas
molduras que temos em nossas
cabeças, é preciso jogar a velha
moldura fora", Peter Drucker
Planejamento e Reposicionamento
Estratégicos Sob a Ótica do Mercado
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Tunad usa Trends,
que cruza buscas do
Google com anúncios
de múltiplos canais
Posicionada como a única plataforma de
moment marketing do Brasil, trazendo
uma solução que possibilita a otimização
de campanhas publicitárias e faz a sincronização
dos universos online e offline,
com a mensuração dos resultados de conversão,
a Tunad trabalha performance e
business intelligence.
“Criamos a Trends, ferramenta exclusiva
construída a partir de machine learning,
que calcula o volume de buscas absolutas,
minuto a minuto, no Google. Cruzando com
os anúncios de TV, rádio, lives e streamings,
podemos analisar de forma qualitativa quais
mensagens-chave e conteúdos os consumidores
captam em determinada inserção; e
de forma quantitativa em que programas,
canais, dias da semana e horários os consumidores
se engajam melhor com cada marca,
categoria e geram melhores resultados”,
explica Ricardo Monteiro, CSO e COO.
O executivo exemplifica o funcionamento
da ferramenta lembrando que, quando
as pessoas veem ou ouvem algo que lhes interessa,
a primeira reação é pegar o celular
e fazer uma busca no Google. Segundo ele,
a busca é o primeiro e mais importante call-
-to-action, antes de chegarmos ao número
de pageviews ou aumento de uma meta,
porque permite avaliar a qualidade de um
conteúdo e o que as pessoas entenderam
dele. “Com isso, as marcas conseguem analisar
o potencial de um criativo e seu grau
de entendimento, seja na TV, no rádio, em
uma live ou streaming do YouTube. E no
momento que uma inserção é veiculada,
podemos sincronizar e otimizar as campanhas
online de diversas mídias”.
De acordo com Monteiro, a apuração
dos resultados é feita a partir de modelos
de mensuração e Sync que abrangem desde
veiculações online em lives, streamings
de YouTube, Facebook, até CTV para canais
como Pluto, VIX, Spotify e Deezer. “Além,
é claro, de podermos avaliar TV aberta, TV
paga e rádio. Desta forma, conseguimos
mensurar e comparar o resultado em múltiplos
canais de mídia”, complementa ele.
Entre os clientes da Tunad estão Santander,
P&G, SKY, Nespresso, Rede Record,
Afiliadas Globo, Avon, Vivo, Claro e Honda.
Também fazem parte do board da empresa
Cesar Sponchiado, founder e CEO; Ederson
Facin e Jeanderson Machado (DEV).
20 16 de maio de 2022 - jornal propmark
pesquisas
Nielsen observa como as mulheres
consomem mídia digital no Brasil
Estudo feito em parceria com a Opinion Box revela que elas priorizam
música, notícias e séries, mas fazem restrição às barreiras no trabalho
Paulo Macedo
pesquisa Elas: comportamentos e barreiras,
realizada pela Nielsen no primei-
A
ro trimestre deste ano, com apoio da Opinion
Box, traz à tona um olhar sobre como
o sexo feminino se relaciona com a mídia
digital. 90% das mil pessoas que responderam
ao questionário online afirmaram
que se conectam diariamente na internet
e também 90% responderam que utilizam
o telefone móvel, seguido de 4% de notebook,
3% de desktop e 2% de tablet. “Fenômeno
nas redes sociais, os influenciadores/
famosos e vlogs conquistam maior parte
da atenção das consumidoras com idade
entre 24 e 45 anos. Em amplo crescimento,
os serviços de streaming têm conquistado
o público brasileiro. A pesquisa também
revela que conteúdos on demand são os
preferidos por 70% do público entre 24 e 35
anos”, detalha a Nielsen/Opinion Box.
“Muito além de entender os comportamentos
de consumo para o setor de mídia
e marketing, nosso principal mercado, a
Nielsen tem a inclusão como um de seus
principais valores. Nos posicionamos usando
a nossa técnica de pesquisa para que
possamos ter ambientes e mercados mais
eficientes, mas que também inclua todas as
pessoas. Nos mais de 50 países que a Nielsen
está presente, esta é uma questão muito
relevante”, explica Sabrina Balhes, líder
de measurement da Nielsen Brasil.
Em relação ao consumo de mídia, as
mulheres utilizam internet de forma mais
assídua; são as que mais acompanham influenciadores
e pessoas famosas nas redes
sociais, principalmente as que têm entre 24
e 45 anos. Costumam consumir principalmente
música, notícias, séries e conteúdo
relacionado a saúde e beleza.
“Já na parte da carreira, encontramos
os principais pontos de atenção. Em entrevistas
de emprego, as mulheres são mais
perguntadas sobre terem filhos do que
os homens. Adicionalmente, mais da metade
delas relatou que foi perguntado com
quem elas deixariam os seus filhos e 23%
acreditam que isso atrapalhou a entrevista.
Em relação a uma gravidez, 88% delas acreditam
que a possibilidade de engravidar é
considerada um motivo para não contratá-
-las. O objetivo é apontar tanto os comportamentos
deste público em relação ao consumo
de mídia digital quanto às barreiras
que enfrentam no mercado de trabalho”,
acrescenta Sabrina.
“48% das mulheres
afirmam já ter
presenciado
mansplaining no
trabalho (versus 26%
dos homens)”
Sabrina Balhes é líder de measurement da Nielsen Brasil
Fotos: Divulgação
Essas barreiras são muitas, como explica
Sabrina. “Nossa pesquisa se aprofundou
em entender a ocorrência de dois fenômenos:
mansplaining e manterrupting. Quando
perguntamos sobre a tentativa de um
homem elucidar algo a uma mulher, sem
considerar que já o saiba, 48% das mulheres
afirmam já ter presenciado mansplaining
no trabalho (versus 26% dos homens).
Quando o assunto é interrupção (tanto
sobre ser interrompida quanto presenciar
outras colegas de trabalho sendo interrompidas),
54% das mulheres reconhecem já
terem presenciado manterrupting no ambiente
de trabalho”, contextualiza a executiva
da Nielsen.
Como isso afeta a publicidade e decisões
estratégicas? Sabrina responde: “Dada à
crescente atenção que o tema diversidade
vem ganhando nos últimos tempos, tornou-
-se comum ver mais conversas, iniciativas
e até campanhas sobre o tema da inclusão.
Tudo isso é muito relevante e necessário,
porém não se pode restringir a diversidade
a mostrar todos os tipos de corpos nos criativos,
pois a questão é muito mais profunda
do que isso. Quando perguntadas sobre
a opinião a respeito de marcas que fazem
publicidade apoiando causas sociais, 51%
avaliam que tal ação é motivada por interesse
próprio e não pela causa em si. Por
fim, cabe lembrar que a equidade de gênero
é uma questão que só se resolve quando
todos tomam parte, não é uma luta apenas
das mulheres, mas também das muitas das
interseccionalidades envolvidas”.
jornal propmark - 16 de maio de 2022 21
eNtRevista
Rafael NasseR
sócio-fundador da FreeBrands
a paNdemia tRouxe
Novos hábitos de
higieNe pessoal
Rafael Nasser é empresário formado em administração de
empresas pela FGV, começou a carreira profissional como
analista financeiro. Paralelamente ao trabalho, resolveu
empreender e abrir, em 2010, o Studio D’ Essence, fabricante
de essências voltadas ao marketing olfativo. A dupla jornada durou três
anos, até sair do mercado financeiro e passar a cuidar exclusivamente
da sua empresa. Em abril de 2015, resolveu ampliar o ramo de atuação e
criou a FreeCô, que produz bloqueador de odores ruins nos banheiros,
e se mostrou um negócio mais rentável. A atuação no mercado crescia,
ampliou a operação abrindo a FreeCô Pro e, logo na sequência, a
Free Wipes. Todas elas hoje estão reunidas no Grupo FreeBrands.
Nesta entrevista, ele fala de assuntos ligados ao setor de healthcare,
como e-commerce, estratégia pontos de vendas, marketing olfativo,
comportamento, bem-estar e higiene no período pós-pandemia.
PEDRO YVES
O segmento de higiene pessoal apresentou crescimento
de 4,7% em 2021 - dados levantados pela
ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), entidade
que representa as empresas do setor. Qual a
relação desse desempenho com os cuidados contra
a Covid-19?
A relação é direta! Estamos, de fato, ainda
vivendo uma época de transformação no
segmento devido a diversos fatores, mas a
pandemia é, sem dúvida, o motivo principal.
Além do aumento exponencial da preocupação
com a higiene pessoal, podemos
destacar os avanços acelerados na ciência
médica, o boom de tecnologias escaláveis
e o crescimento do movimento dos cuidados
e da prevenção de doenças. A pandemia
trouxe novos hábitos de higiene pessoal e
reforçou outros antigos. Passado o pico de
contaminações ficam evidentes esses hábitos,
cada vez mais presentes em nosso dia
a dia. Existem vários exemplos de subcategorias
que explodiram, como a de lenços
umedecidos antissépticos para as mãos.
Um produto até então considerado de segunda
necessidade, transformou-se em
uma alternativa de melhor qualidade para o
álcool em gel.
As vendas cresceram como nos diversos PDVs
(e-commerce, farmácias, supermercados)? E
como foi o desempenho de cada um desses canais
durante o período da pandemia?
Todos os canais de vendas foram beneficiados
nesse segmento. Mesmo os pontos de
venda físicos, como farmácias e supermercados.
Por serem considerados PDVs de serviços
essenciais, eles não fecharam durante esse
período e, assim, causaram picos de consumidores,
estoques zerados de alguns produtos
etc. Mas o grande destaque, sem dúvida, foi
o crescimento acelerado dos canais digitais,
muito acima das projeções pré-pandemia. O
setor, que já vinha se estruturando há tempos
para os ambientes digitais, teve de acelerar
essa estruturação devido à demanda gerada.
E o impacto é grande, pois não está relacionado
apenas a ter e-commerces mais bem preparados
em termos de usabilidade etc., mas
também toda cadeia logística e de entregas
precisou ser repensada.
As vendas de cosméticos e perfumaria, por seu
lado, caíram 2,8%, segundo o mesmo levantamento
da associação do setor. Isso reflete o quê? As
pessoas, por ficarem mais isoladas, cuidaram menos
da aparência?
A queda dos segmentos de cosméticos e
perfumaria está mais relacionada a priorida-
des de consumo. O isolamento contribuiu,
claro, mas acreditamos que em menor proporção.
Acho que o principal fator está relacionado
à priorização de gastos. A massa de
consumidores foi impactada por diminuição
ou até perda de renda, isso faz com que naturalmente
exista uma priorização de consumo.
Pandemia, menos renda, compro um perfume
ou lenço antisséptico que não costumava
comprar? Compro uma maquiagem ou um sabonete
antisséptico que é um pouco mais caro
que o “tradicional” que eu comprava? Sem
dúvida o isolamento contribuiu, mas acredito
que o fator renda teve um impacto maior.
Quais são os produtos carros-chefes da Freebrands?
Desde 2015 à disposição dos consumidores,
o FreeCô é o primeiro bloqueador de odores
sanitários do país. O produto surgiu a partir da
longa experiência olfativa de seus sócios criadores.
A linha de FreeCô é nosso carro-chefe
e conta com as fragrâncias Original, Lavanda,
Especiarias, Tutti-Frutti, Maçã e Canela,
Camomila, Soft (talco) e Secret (exclusiva da
marca), além dos formatos Premium, Pocket
e Pro. Além da sua função de eliminar o mau
cheiro do “número dois” dos banheiros, também
elimina bactérias dos vasos sanitários,
um atributo muito difundido durante o período
de pandemia. Compondo seu portfólio,
a FreeBrands conta com outras três marcas:
Free Wipes, de lenços antissépticos para higienizar
as mãos; Free Bite, gel pós-picada
de insetos que alivia a dor e a coceira; e o Kissu,
spray bucal portátil contra o mau hálito.
O Free Wipes é um exemplo claro do impacto
da pandemia no segmento. A marca foi lançada
seis meses antes da crise sanitária e ainda
estava em fase de introdução no mercado,
com vendas de 10 mil unidades por mês. No
primeiro mês “oficial” da pandemia no Brasil
(março/2020) foi o produto mais vendido da
companhia, atingindo 1 milhão de unidades
em apenas um mês. Nos meses seguintes, o
FreeCô retomou o seu protagonismo, mas o
Free Wipes, hoje, é o segundo produto em volume
de vendas entre as quatro marcas atuais
da FreeBrands.
“O desafiO dO
pós-pandemia é
a cOnsOlidaçãO
desses nOvOs
hábitOs criadOs
na pandemia”
22 16 de maio de 2022 - jornal propmark
“marketing
OlfativO é um
segmentO pOucO
explOradO
nO brasil”
Quais as perspectivas do mercado brasileiro
para o período de pós-pandemia que está se iniciando?
Você aposta no crescimento de algum
produto ou setor específico?
Graças ao aumento da preocupação da
população em relação aos cuidados pessoais
e à aceleração do mercado e das indústrias,
a expectativa é de forte crescimento
nas principais frentes do segmento. Embora
um ano eleitoral traga incertezas históricas,
a expectativa é de retomada/crescimento
para setores que apresentaram quedas
(como os de cosméticos e perfumaria, por
exemplo), mas também é o momento da
consolidação de subcategorias que ganharam
protagonismo durante a pandemia
(produtos antissépticos e de higiene pessoal),
muito por conta da permanência dos
novos hábitos que foram criados durante a
crise sanitária. Criar hábito/recorrência de
consumo sustentável sempre foi um dos
principais desafios das empresas de produtos
de consumo, e no nosso segmento não
podia ser diferente. Trabalhamos geralmente
no médio e longo prazos. A pandemia do
coronavírus acelerou drasticamente esse
cenário, trazendo um novo desafio pós-
-pandemia, que é a consolidação desses novos
hábitos.
Divulgação
Como você decidiu entrar para o ramo de perfumaria
e cosméticos, sendo que, na época em
que abriu o Studio D’ Essence trabalhava num
ramo totalmente diferente que é o mercado financeiro?
Sempre tivemos um grande foco e vontade
em empreender. Durante o tempo que
trabalhávamos no mercado financeiro, buscávamos
trazer ideias que já existiam mundo
afora para o Brasil. Com o mercado de
serviços em alta na época, vimos uma grande
oportunidade no mercado de marketing
olfativo, por se tratar de uma novidade e um
foco de importância muito pouco explorado
em nosso país. Além disso, sabíamos que
o Brasil era um dos maiores consumidores
de perfumaria e cosméticos do mundo, que
havia um grande espaço para aumentar o
marketing olfativo, sentindo que ainda era
um segmento pouco explorado no mercado
brasileiro.
jornal propmark - 16 de maio de 2022 23
mídia
masterChef busca fluidez para que
publicidade seja palatável na grade
Campanha Fogo e Paixão, criada pela in-house da Band, é inspirada
no clássico homônimo do cantor Wando; 13 marcas estarão presentes
Paulo Macedo
Com o maior número de inscrições
desde o seu lançamento
em 2014, a 9ª edição do
MasterChef Brasil, franquia da
Endemol, estreia nesta terça-
-feira (17) com a ideia de que
as 13 marcas patrocinadoras
tenham suas mensagens recebidas
pela audiência de forma
feliz, fluida e palatável.
Nesse sentido, como esclarece
a diretora do programa,
Marisa Mestiço, a identidade da
atração precisa contribuir para
fortalecer a credilidade que os
anunciantes precisam transmitir
para os consumidores. “As
marcas estão presentes nas provas
como parte do conteúdo,
que envolve a competição dos
participantes”, destaca Marisa.
A área comercial da Band já
assegurou presença de Britânia,
Cacau Show, Delícia, Seara e
Diageo, como cotistas do plano
Master; Eisenbahn, NotCo, Outback,
Royal Prestige e Selmi, no
plano Chef; além de Brastemp,
no Top de 5 segundos, e Xantinon,
com cota de participação.
Para promover o lançamento
do programa, a in-house da
emissora desenvolveu a campanha
Fogo e Paixão, que tem
como trilha o clássico homônimo
do cantor Wando. A parte
digital terá apoio da Vibra.
Apesar de as redes sociais
exercerem influência no conteúdo,
elas não são fundamentais
para as diretrizes do
MasterChef. “O pano de fundo
é a gastronomia. Podemos ter
insights, alguns para uma nova
temporada, mas a ideia é ter
bons pratos para que o vencedor
seja avaliado pelos jurados
Helena Rizzo, Henrique Fogaça
e Erick Jacquin pelos atributos
culinários”, pondera Marisa,
que vê o ambiente competitivo
como natural.
“A gastronomia é importante,
sim, mas os integrantes
usam estratégias para vencer.
E são elas que vão prevalecer.
Cada competidor precisa ficar atento à cesta de ofertas expostas em supermercado montado no estúdio e com tempo para escolhas
Henrique Fogaça, Helena Rizzo e Erick Jacquin comandam com Ana Paula Padrão
O nível dos cozinheiros é muito
bom e ninguém veio para
fazer amizade. A competição
será mais acirrada do que nunca,
com dinâmicas novas, mas
sem perder a essência original”,
acrescenta Marisa.
Além da grade na Band, os 17
episódios também serão exibidos
às sextas-feiras nos canais
Discovery Home & Health e no
Discovery. Os anunciantes presentes
vão poder impactar as
pessoas de 65 milhões de domicílios
que a rede Band atinge.
O processo seletivo é orien-
Fotos: Divulgação/Renato Pizzutto
“As mArcAs estão
presentes nAs
provAs como pArte
do conteúdo,
que envolve A
competição”
tado por profissionais de gastronomia.
Só após o terceiro filtro,
de acodo com a âncora Ana
Paula Padrão, há o envolvimento
da direção e dos jurados. Mas
com a preocupação básica de
trazer diversidade das várias regiões
do país e faixa etária entre
20 e 50 anos, por exemplo. “A
atração fala diretamente com a
família brasileira e isso faz com
que tenha uma prerrogativa diferenciada
nesse segmento”,
finaliza Cris Moreira, diretor-
-geral da Band São Paulo.
24 16 de maio de 2022 - jornal propmark
mídia
Paramount+ investe na ‘exportação’
de conteúdo e na diversificação
Recente produção dos estúdios que vai nessa linha é As Seguidoras e já
começam a rodar adaptação do livro infantil Marcelo, Marmelo, Martelo
NeuSA SpAulucci
grande objetivo hoje da Paramount+ no
O Brasil é a internacionalização de conteúdo
nacional e também a diversificação.
Estes são dois pontos bem marcados por
Tereza Gonzalez, ex-Porta dos Fundos e
hoje diretora-sênior do VIS Brasil, divisão
de estúdios da Paramount.
“Temos uma preocupação importante
com a diversificação de conteúdo, porque
queremos falar com todos os públicos”,
argumenta. Um dos produtos de sucesso
do estúdio é a série As Seguidoras, recém-
-lançada pela Paramount+. Detalhe: essa é
a primeira produção brasileira de ficção original
da Paramount+, que chegou em março
ao catálogo do streaming.
Produzida pelo Porta dos Fundos em
conjunto com o VIS Américas, a série é
protagonizada pela atriz Maria Bopp, mais
conhecida como Blogueirinha do Fim do
Mundo. As Seguidoras foi criada por Manuela
Cantuária e dirigida por Mariana Youssef
ao lado de Mariana Bastos. É uma combinação
de suspense e humor que conta a história
de Liv (Maria Bopp), uma influenciadora
digital que leva sua obsessão por conquistar
seguidores às últimas consequências,
até virar uma serial killer.
As Seguidoras junto com El Primero de
Nosotros foram destaque no painel da Fresh
TV, na 59ª edição da MIPTV, em Cannes.
Tereza lidera o desenvolvimento de
produção de streaming e linear para a Paramount
no Brasil, também atua na negociação
de vendas de conteúdo VIS no país
e entrega toda a produção de formatos longos
no Brasil e internacionalmente, incluindo
a globalização do Porta dos Fundos, que,
aliás, já decolou para outros países.
Ela conta que está entusiasmada com a
aquisição dos direitos audiovisuais da coletânea
de livros de sucesso da escritora
Ruth Rocha, Marcelo, Marmelo, Martelo,
para produção mundial de conteúdo infantojuvenil.
A produção é da VIS, em parceria
com a Coiote.
Esta é a primeira vez que a autora licencia
e autoriza que os seus personagens
sejam retratados no audiovisual e demais
cenários. Marcelo, Marmelo, Martelo apresenta
uma aventura espelhada entre o passado
e o presente das crianças do bairro
do Caramelo.
Segundo Federico Cuervo, vice-presidente
sênior do VIS, Marcelo, Marmelo,
Martelo entretém diversas gerações de
Cena de As Seguidoras, primeira produção brasileira de ficção original da Paramount+
“Temos uma preocupação
imporTanTe com
a diversificação
de conTeúdo”
Tereza Gonzalez: preocupação com a diversificação
Fotos: Divulgação
crianças e famílias. O executivo se diz muito
feliz em trazer o personagem, as histórias
e os temas universais que a obra contempla.
Tereza também comemora a nova parceria
e afirma que tem nas mãos conteúdos
muito brasileiros com grande potencial de
fazer sucesso lá fora. Essa é uma das produções
da cultura nacional que o VIS prepara
para ganhar o mundo.
A autora Ruth Rocha tem mais de 180 livros
publicados, em 50 anos de carreira. O
livro Marcelo, Marmelo, Martelo, lançado
em 1976, tem mais de 55 edições, é um sucesso
de crítica e público, sendo utilizado
nas escolas de todo o Brasil.
Com humor irreverente e linguagem de
fácil comunicação, Ruth Rocha já vendeu
mais de 40 milhões de livros, dos quais 2
milhões em outros países. Já foi traduzida
para 25 línguas e recebeu inúmeros prêmios
e condecorações nacionais e internacionais.
Tereza trata a Paramount+ com uma
usina de ideias, que vai produzir de tudo.
Segundo ela, a Paramount é ainda uma empresa
jovem no Brasil e investe pesado na
diversificação de conteúdo. “Vamos do infantil,
passando pela comédia, até o terror”,
afirma a executiva.
O VIS é um dos maiores produtores de
conteúdo espanhol e a Paramount+ está
disponível nos Estados Unidos, Canadá,
Austrália, América Latina e também nos
países Nórdicos.
jornal propmark - 16 de maio de 2022 25
marcaS
DPSP apresenta influenciadora
digital da Drogarias Pacheco
Bel atuará no Rio de Janeiro, berço da rede, mas a Drogaria São Paulo
também deve anunciar a sua assistente virtual nas próximas semanas
Janaina Langsdorff
nova geração de assistentes
A virtuais ganha a Bel, influenciadora
digital da Drogarias
Pacheco, rede que nasceu
no Rio de Janeiro há 130 anos,
e hoje pertencente ao Grupo
DPSP, dono também da Drogaria
São Paulo. A marca paulistana
também deve lançar o
seu avatar nas próximas semanas,
fortalecendo a jornada de
transformação do grupo criado
em 2011 a partir da fusão de
ambas as cadeias de farmácias.
Presente em oito estados,
com 1,4 mil lojas, a empresa
ainda opera no e-commerce, televendas
e pelo aplicativo. “As
vendas digitais já representam
quase 10% do faturamento”,
conta Andrea Sylos, diretora-
-comercial e de marketing do
Grupo DPSP.
Criada por uma equipe multidisciplinar,
a assistente Bel
tem o propósito de humanizar
o atendimento para estabelecer
no digital o mesmo acolhimento
e confiança já conhecidos
nas lojas físicas.
Com 34 anos, a influenciadora
digital é farmacêutica, negra
e vem da periferia carioca. Traz
na personalidade batalhadora e
carismática a garra da mulher
brasileira. “A Bel está sendo
tratada como uma profissional,
que acaba de se juntar ao nosso
quadro de 26 mil colaboradores”,
contextualiza Andrea.
Hoje, o Grupo DPSP possui
cerca de cinco mil farmacêuticos,
metade em cada rede.
“Eles são o coração da nossa
empresa”, pontua Andrea. A
estratégia valoriza o trabalho
desse profissional, que historicamente
esbanja os mais elevados
índices de engajamento
entre os moradores do entorno
das drogarias.
Essa relação foi acentuada
durante a pandemia da Covid-19,
que colocou as farmácias
no holofote da jornada
de saúde. Mais do que vender
Fotos: Divulgação
Andrea Sylos, diretora-comercial e de marketing do Grupo DPSP, aposta na assistente virtual Bel para humanizar o atendimento digital
Com 34 anos, a
influenCiadora
digital Bel é
farmaCêutiCa,
negra e vem da
periferia CarioCa
produtos, elas prestaram assistência,
aumentando o compromisso
de atender bem seja qual
for o canal.
Com modelagem 3D assinada
pela Caraminholas, Bel
começou a aparecer no último
dia 9 de maio no Instagram, Facebook,
Twitter e nos canais de
pós-venda da Drogarias Pacheco.
Nas duas semanas anteriores,
teasers convidavam o público
a adivinhar quem estava
chegando.
Além do Rio de Janeiro,
a conexão com os colaboradores
e clientes ocorrerá de
forma gradativa também no
Espírito Santo, Minas Gerais,
Distrito Federal, Goiás e Paraná,
mercados onde a bandeira
está presente.
Temas ligados a saúde, bem-
-estar, prevenção e tratamentos
estão entre os conteúdos disseminados
por Bel, que espelha
os atributos da marca. “Combinamos
o cuidado do farmacêutico
e o posicionamento da
Pacheco com evolução e maturidade
omnichannel”, reforça
Andrea.
ExPEctativa
O Grupo DPSP não revela números,
mas Andrea garante que
este é um dos principais projetos
do marketing da companhia
em 2022. “O potencial de alcance
no setor de saúde é elevado”,
acredita a executiva.
Bel vai anunciar dicas de
serviços e produtos farmacêuticos,
e também interagir
com influenciadores e clientes
da Drogarias Pacheco. Estará
presente em ações especiais e
ofertas da rede, e comentará
assuntos de interesse geral em
evidência na internet.
O lançamento do projeto
ocorreu durante convenção
com mais de dois mil gestores
do Grupo DPSP, realizada nos
dias 3 e 4 de maio, no Anhembi,
em São Paulo.
26 16 de maio de 2022 - jornal propmark
marcas
carrefour promove marca própria
para preservar poder de compra
Cenário de inflação e queda de renda leva rede francesa a congelar
os preços de cerca de seis mil itens com valores 30% mais baratos
Janaina Langsdorff
inflação esvazia o carrinho do supermercado
e acende a luz vermelha nas vendas
A
do varejo. Segundo o Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o acumulado é de 12,13% nos últimos
12 meses. O sufoco fez o Carrefour congelar
os preços de cerca de seis mil itens de marca
própria, promovendo qualidade por um preço
em média 30% mais acessível na comparação
com produtos líderes, além de ofertar
também previsibilidade.
“Os esforços de marketing vieram no sentido
de acalmar e trazer segurança psicológica
em meio a um cenário de incertezas”, explica
Daniel Milagres, diretor de marketing do Carrefour,
que assumiu o cargo em plena pandemia.
A participação da marca própria nas
vendas líquidas da varejista cresceu 50% nos
últimos dois anos. De 2018 para 2021, a representatividade
saltou de 12,7% para 19,4%.
A estratégia mantém a boa vizinhança
com a indústria. “A marca própria é colocada
como opção, e não deixamos de promover
parceiros e líderes. A relação é de proximidade
e entendimento”, assegura Milagres. Na
ponta da relação de consumo, o Carrefour
prepara os times para abordagens de chão
de loja, envolvendo mudanças que vão desde
a gramatura de produtos ou embalagens
até o repasse de preços, mantendo um fluxo
transparente de informações. “Somos um elo
da mesma corrente, não dá para transferir
a responsabilidade para os clientes”, comenta
Milagres.
O Dia da feira, realizado às quarta e quintas-feiras,
e a cesta básica também ganharam
atenção, acolhendo o conceito global
Act for food, cujo propósito é levar alimentos
de qualidade a preços acessíveis. No Brasil,
o Carrefour trabalha com a Publicis, que cuida
de branding. Opera ainda uma área de
mídia e martech, que vem mudando a maneira
de fazer varejo. Há cinco anos, 41% da
verba de marketing era voltada à impressão
de folhetos.
Hoje, a entrega vai pelo WhatsApp ou pelo
QR code da loja, e a automatização de estudos
comportamentais possibilita montar
ofertas assertivas. Nos últimos dois anos, o
Carrefour já poupou 96 mil árvores. “O Brasil
é reconhecido como case global de digitalização”,
revela Milagres. Já a in-house de conteúdo
e criação, com mais de 50 pessoas, elabora
peças contemplando a jornada de compra
do consumidor no ambiente omnichannel.
Varejista trabalha com o conceito global act for food, que no Brasil ganha o reforço do conceito faz Carrefour
a companhia deve
somar r$ 144 milhões
no combate ao racismo
estrutural no
brasil em três anos
Daniel Milagres é diretor de marketing do Carrefour
Fotos: Divulgação
O Carrefour ainda traz a alma do feirante
para o negócio. Cada loja tem um perfil nas
redes sociais. O gerente digital, um funcionário
do estabelecimento, atua como influencer,
interagindo com a comunidade. Ele
ainda ajuda a decifrar preferências, do hipermercado
aos modelos de conveniência, atacarejo
ou e-commerce.
“O consumidor mixa cada vez mais os canais,
mas o hipermercado ainda é uma das
nossas fortalezas”, pontua Milagres. Seja
qual for a escolha o convite Faz Carrefour
permeia toda a rede. A frase não saiu da boca
das pessoas e retornou como assinatura oficial
da marca após dez anos.
Transparência
A morte de João Alberto Silveira Freitas em
uma loja do Carrefour em Porto Alegre, no
dia 19 de novembro de 2020, deixou lições,
e vem transformando a marca em agente de
mudança. A companhia deve somar R$ 144
milhões no combate ao racismo estrutural no
Brasil ao longo de três anos.
Entre programas de empreendedorismo
e desenvolvimento de lideranças negras, o
Carrefour já distribuiu mais de dez mil bolsas
de estudo, acelerou a carreira de 300 profissionais
e treinou funcionários, além de internalizar
600 agentes de segurança. A cadeia
de fornecedores foi redesenhada para absorver
pequenos empreendedores negros, mas a
transformação segue em curso.
jornal propmark - 16 de maio de 2022 27
we
mkt
Steve Harvey/Unsplash
Amor pela cidade
“Cause I’m in a New York state of mind...”
Billy Joel
Francisco alberto Madia de souza
No ano de 1954, com alguns amigos de
faculdade, o designer Milton Glaser
fundou o Push Pin Studios, uma espécie de
fortaleza reveladora e redentora da história
do design, assumidamente influenciado
por toda a história visual da humanidade.
Já em 1967, criou, para o hoje octogenário
Bob Dylan, o pôster histórico de sua coletânea
de hits. Em 1968, o ano onde se inicia
a inflexão da história da humanidade, cria
a revista da cidade, em que se espelharam
centenas de revistas de cidades pelo mundo,
a New York Magazine. Glaser nasceu
no Bronx, recebeu a Medalha Nacional das
Artes das mãos de Barack Obama, e morreu
no em 26 de junho de 2020, no mesmo dia
em que nasceu, de derrame cerebral, aos 91
anos de idade.
Mas sua obra maior, talvez, que segue
mais viva do que nunca, a conotação de
amor que emprestou à cidade, quando
criou a monumental logomarca I Love New
York. Um I mais um coração vermelho,
mais NYC, no ano de 1977, quando a cidade
enfrentava sua maior crise: decadência,
violência, insegurança, e tentando trazer
de volta os turistas.
De certa forma a semente multiplicou-se
e, assim, bilionários apaixonados procuram
sempre uma oportunidade para investir
e valorizar a ilha/cidade. Um ano antes
da pandemia, num dos maiores investimentos
de todos os tempos, foi inaugurado
o projeto Hudson Yards, um investimento
de US$ 25 bilhões, hotéis, edifícios, shopping
centers, tendo como centro o The Vessel,
uma torre de observação no formato
de vaso voltado para o céu com milhares
de degraus.
No ano passado, sexta-feira, dia 21 de
maio, um novo empreendimento foi aberto
ao público, também bancado por um bilio-
nário apaixonado pela cidade. Little Island,
um parque flutuante sobre o Rio Hudson,
ancorado em 132 enormes tulipas de concreto,
com caminhos, flores, anfiteatro,
vista deslumbrante, espaços para os que
visitam ou moram na cidade tomar sol e fazer
piqueniques, outra criação do arquiteto
inglês Thomas Heatherwick, o mesmo que
criou o complexo Hudson Yards.
E como se não bastasse, no fim de
outubro, o Summit – o novo e revolucionário
observatório da cidade, localizado
no edifício One Vanderbilt, ao lado do espetacular
monumento a Art Deco, a Grand
Central Station. E agora, neste ano, no mês
de abril, a Steinway Tower finalmente concluída
e entregue, o edifício mais fino do
mundo, com 472,4 metros de altura, numa
proporção alucinante entre largura e altura
de 24:1, com 84 andares, e construído sobre
o edifício tombado onde um dia foi a sede
da empresa que produz o mais emblemático
e legendário dentre todos os pianos, o
Steinway.
Ou seja, amigos, a sementinha plantada
por Milton Glaser, I Love New York, floresceu
e frutificou. Mais que plantada, e de
certa forma traduzida porque anos antes
muitos americanos já manifestavam seu
amor pela cidade, com obras monumentais
como o Rockefeller Center, o Chrysler Building,
o The Empire State Building e muitas
outras mais. E no fim do ano passado, a
inauguração do mais moderno e instigante
observatório da “Cidade Que Nunca Dorme”,
da cidade como disse e compôs Billy
Joel, NY State Of Mind...
Talvez, sem medo de errar, hoje pudéssemos
afirmar que Nova York é a cidade
mais amada de todo o mundo. Coberta de
razões e merecimentos. E tudo isso sintetizado,
magistralmente, na criação antológica
de Milton Glaser.
Yes, I, We, Love NYC...
Francisco Alberto Madia de Souza
é consultor de marketing
famadia@madiamm.com.br
28 16 de maio de 2022 - jornal propmark
supercenas
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br
Fotos: Divulgação
Manuel Nogueira, fundador e diretor de cena da produtora Magma, liderou time de profissionais na campanha global do smartphone Edge com auxílio da italiana Federica Intelisano
EFEITOS
A produtora brasileira Magma é a responsável pela produção dos
comerciais da campanha global da Motorola para o produto Edge,
lançado no ano passado, que agora ganha reforço. O projeto teve
a direção de Manuel Nogueira, que contou com a participação da
artista italiana Federica Intelisano nos efeitos visuais. Ela já colaborou
com trabalhos publicitários para Nike, Versace, Prada, Hugo
Boss e Gatorade. “O comercial traz uma perspectiva sutil entre a
realidade e o digital, em que o produto se torna uma ferramenta
de entretenimento, comunicação e expressão pessoal, expandindo
novas possibilidades, sendo um verdadeiro aliado do consumidor
em suas tarefas do dia a dia. O filme representa muito do que a
Motorola vem construindo nos últimos anos: design, tecnologia e
uma postura irreverente e positiva”, detalha Nogueira.
ELENCO
A Surreal Hotel Arts reforça elenco de diretores de cena com
a chegada de Ivi Roberg, Aisha Mbikila e Luigi Parisi. Além do
trio, que se junta a nomes como Carlão Busato e Lu Vilaça, Andréia
Matos é anunciada como diretora criativa da produtora.
A antropóloga Beatriz Accioly Lins aborda exposição indevida de mulheres na internet
Ivi Roberg, Aisha Mbikila e Luigi Parisi, com Andréia Matos como diretora de criação
EXPOSIÇÃO
A exibição de imagens íntimas feminas nas redes sociais está
em elevação mesmo estando previstas penas pela Lei Maria da
Penha em adendo feito em 2018. O assunto foi abordado pela
antropóloga e pesquisadora da USP Beatriz Accioly Lins no livro
Caiu na Net: Nudes e Exposição de Mulheres na Internet. Lançamento
da Editora Telha, a obra expõe um tipo de violência que
a autora define como chantagem. A tipificação penal em 2013,
quando houve o ‘boom’ dos celulares no país. “À época, pegamos
emprestado o termo ‘pornografia de vingança’ da língua
inglesa, na falta de termos uma nomenclatura nossa.”
jornal propmark - 16 de maio de 2022 29
última página
Javardh/Unsplash
Calma, isso passa!
FLAVIO WAITEMAN
Era uma vez num lugar muito, muito distante,
uma agência de publicidade onde
havia um grande líder. Genial, ele criou
uma das melhores agências do mundo e era
conhecido por ser muito exigente com os
trabalhos que sua empresa colocava na rua
para seus clientes.
Num determinado dia nessa belíssima
agência um jovem talento recém-contratado
apresenta suas ideias numa reunião de
criação com todas as áreas da agência juntas,
inclusive com esse dono da
agência. As ideias eram muito
boas. O rapaz brilhou e levou elogios
à altura.
O grande líder disse a ele que as
ideias eram incríveis, que ele era
um gênio e um dia seria sócio da
agência. O novato ficou eufórico e,
ao terminar a reunião, falou com
seu chefe direto e expressou sua
animação. O diretor de criação,
um craque e muito experiente,
com expressão de quem lhe dava
um grande conselho, recomendou: calma,
isso passa!
Algum tempo depois o criativo, que havia
conquistado prestígio, respeito e uma ótima
reputação no mercado, estava novamente
numa reunião de criação para o principal
cliente da agência. Ele dá o seu melhor, apresenta
para o time da agência suas campanhas,
que ele acreditava serem incríveis e fariam
um grande sucesso.
“A gente não
é. A gente
está. Você
‘está’ o seu
cArgo. Você
não ‘é’ A suA
posição nA
empresA”
Mas, para sua surpresa, a reação ao seu trabalho
não foi o que ele esperava. Ele ouviu do
grande líder da empresa, com a mesma intensidade
de outrora, que aquelas ideias eram
horríveis, medíocres e não estavam à altura
da empresa. E ouviu uma ordem: refaça imediatamente.
O rapaz ficou arrasado e se achou
o pior dos piores. Ele se sentiu acabado. Foi
até seu diretor de criação pedir as contas. O
diretor de criação com toda a sua experiência
e sapiência aconselhou-o com um sorriso: calma,
isso passa!
A gente é aquilo que a gente entrega hoje.
O tanto que você se esforça em resolver os
problemas dos clientes usando criatividade
e legítimo interesse profissional, é o que você
terá nesse dia.
E o craque sabe que quem bate todos os penalties,
uma hora erra. Equipe é
mais do que importante. A gente
não é. A gente está. Você “está” o
seu cargo. Você não “é” a sua posição
na empresa.
Ou melhor, você não ‘é’ o seu
momento atual. Você é você construído
em vários momentos de
vale ou de pico durante toda sua
carreira. Você “está” estagiário,
diretor, analista ou C-Level, mas
na verdade é pai, marido e ser humano.
E por mais genial ou ruim que seja a sua
performance, o que lembram da gente é justamente
sobre o que a gente é, não sobre o cargo
ou posição que já se teve. Seu cargo às vezes
pede que você tome decisões ou seja reponsável
por processos inteiros, mas isso não quer
dizer que você é o “melhor na sala”. Absolutamente.
A frase “Narciso acha feio o que não é espelho”
é algo que a gente ouve e curte na música
de Caetano, mas que dói um pouco quando a
gente sente aprendendo na vida. O sucesso,
passa. O fracasso, passa. Basta você seguir em
frente de trabalho em trabalho sem perder o
entusiasmo. Comemore, chore, mas saiba de
uma coisa: calma, isso passa!
Flavio Waiteman é CCO/founder da Tech and Soul
flavio.waiteman@techandsoul.com.br
30 16 de maio de 2022 - jornal propmark
Marcello Barbusci
Para toda boa criação
há uma referência.
We transforme your dream
Na
em
sua
in realidade a reality
impressão
on no paper. papel.
também.
Nós transformamos seu sonho
Nós We transformamos transforme your seu dream sonho
em in realidade a reality on no paper. papel.
“The “A qualidade quality do of paper papel e and o processo the printing de impressão process
são nossas are our prioridades priorities para for the a melhor best delivery.” entrega.”
Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director
“The “A qualidade quality do of paper papel e and o processo the printing de impressão process
são nossas are our prioridades priorities para for the a melhor best delivery.” entrega.”
Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director
Targeted Revistas Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel
segmentadas magazines Tablóides Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado
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Tablóides Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado
in a reality on paper.
Newspapers
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