Livro dos afetos
Neste pérfido mundo de hoje, minado pela ganância, pela busca de lucro incessante e pelo desamor, somos presenteados, com afeto, por ideias e palavras que nos tocam a alma e nos fazem refletir sobre as incompletudes e limitações humanas e, dialeticamente, sobre força e coragem, apontando para a necessidade de nos reinventarmos, com coragem, dignidade e generosidade. Diria mesmo, que o amor é o sentimento que perpassa todo o livro: o amor pela poesia, pela escrita, pela liberdade, pelas pessoas, pela natureza, pela vida. VERA MACIEL LOPES
Neste pérfido mundo de hoje, minado pela ganância, pela busca de lucro incessante e pelo desamor,
somos presenteados, com afeto, por ideias e palavras que nos tocam a alma e nos fazem refletir sobre as incompletudes e limitações humanas e, dialeticamente, sobre força e coragem, apontando
para a necessidade de nos reinventarmos, com coragem, dignidade e generosidade. Diria mesmo,
que o amor é o sentimento que perpassa todo o livro: o amor pela poesia, pela escrita, pela liberdade, pelas pessoas, pela natureza, pela vida.
VERA MACIEL LOPES
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distintas, amigos, pesquisadores, estudantes, trabalhadores
das mais diversas categorias que se aglutinaram
em torno de suas ideias. Sidney Lianza é fogo que nos
faz querer ficar juntos, sempre em grupo, à sua volta.
Fogo de acalanto e de inquietude, que não nos deixa
ficar inertes e indiferentes às injustiças do mundo.
O Livro dos Afetos inicia com uma conversa franca,
“um dedo de prosa” com o autor, que apesar de ter
vivido boa parte da sua existência imerso no mundo
acadêmico, mundo da razão científica, no livro deixou
emergir o que de fato é: poeta, navegante, mas não de
qualquer água, um navegante de mar bravios — “das
águas dos que elegem o compromisso com o conhecimento
e a sabedoria como base para a libertação
individual, social e humana”.
No segundo e no terceiro capítulos somos invadidos
pela poesia: “fogo, paixão, meteorito da vida,
acalanto, no sofrimento do planeta”, nos tornamos
parceiros, tocados por ondas eletrizantes — por vezes
mais intensas, outras muito suaves.
O quarto capítulo é uma explosão de energia, em
“fragmentos da identidade” nos tornamos íntimos, nos
deliciamos, passamos a compartilhar memórias que,
apesar de pessoais, particulares, se generalizam: nas
imagens da cidade, nos “personagens” da vida real, no
doce café preparado pelo avô, na ternura da vivência
familiar. Somos sacudidos pelos relatos da militância,
da prisão, da tortura da cela fria; pelas memórias dos
tempos de chumbo da ditatura civil-militar no Brasil,
uma história dolorida, porém necessária, que precisa
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