Livro dos afetos
Neste pérfido mundo de hoje, minado pela ganância, pela busca de lucro incessante e pelo desamor, somos presenteados, com afeto, por ideias e palavras que nos tocam a alma e nos fazem refletir sobre as incompletudes e limitações humanas e, dialeticamente, sobre força e coragem, apontando para a necessidade de nos reinventarmos, com coragem, dignidade e generosidade. Diria mesmo, que o amor é o sentimento que perpassa todo o livro: o amor pela poesia, pela escrita, pela liberdade, pelas pessoas, pela natureza, pela vida. VERA MACIEL LOPES
Neste pérfido mundo de hoje, minado pela ganância, pela busca de lucro incessante e pelo desamor,
somos presenteados, com afeto, por ideias e palavras que nos tocam a alma e nos fazem refletir sobre as incompletudes e limitações humanas e, dialeticamente, sobre força e coragem, apontando
para a necessidade de nos reinventarmos, com coragem, dignidade e generosidade. Diria mesmo,
que o amor é o sentimento que perpassa todo o livro: o amor pela poesia, pela escrita, pela liberdade, pelas pessoas, pela natureza, pela vida.
VERA MACIEL LOPES
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16
Na década de 1990 eu fui atropelado por uma depressão
que não desejo nem pra inimigo. Sabe quando lhe tiram
a vida, mas não lhe dão a morte? Pois é, se não foi isso,
foi quase isso. Eu, então, relancei-me na escrita para
diálogos unários, eu comigo mesmo. Tentava espantar
o medo medonho que colava em mim dia e noite, atormentando-me,
desconcentrando-me, desrealizando-me.
Resolvia o problema? Sozinho, não, mas com uma combinação
de terapias: a psicanálise, a psiquiatria, o Tai chi
chuan, o yoga, a meditação, mas também o cigarro, a
bebida... Foi aí que eu me estrepei, porque remédios
para combater a depressão e bebida alcoólica não são
uma boa mistura, nem um bom conselho. Em lugar de
melhorar, só fiz piorar.
O “perdeu playboy” foi em 2002, foi o fim de linha,
e tive que dar a reviravolta: parei de beber e, logo em
seguida, de fumar, tirei o bode da sala. Comecei a me
tratar de maneira terna e carinhosa como todo ser
humano vivo deveria fazer, posto que somos, cada
um, um templo sagrado do mistério da vida.
Há pouco mais de cinco anos comecei a escrever
coisas sobre a minha vida, infância, família, militância
política, causos da vida profissional, cacos que apareciam.
Começou a se desenhar um gosto de ser lido. Fiz
um blog, escrevia nele e nas redes sociais. Há menos
de dois anos começou a germinar a ideia de publicar
um livro, mas não prosperou.
A pandemia virou os planos de cabeça pra baixo. Foi
de ponta-cabeça que eu comecei a matutar o que faria
da minha vida. Eu ainda não contei, mas me aposentei
da UFRJ em 2018 e hoje moro com minha companheira,
Daisy, num sítio no meio da mata e ao lado de um rio.