Revista Literária Práxis
O encontro de seres pensantes, apaixonados pela escrita, com o dom de levar ao mundo suas inspirações , suas reflexões, se desnudar por dentro, trazendo leveza, alegria, reflexão e sonhos, é o que nos faz entender que a criação do grupo Associação Internacional de Escritores Independentes e a Revista Literária Práxis vem contribuir para estimular, divulgar e valorizar autores e suas maravilhosas obras. Célia Paschoal
O encontro de seres pensantes, apaixonados pela escrita, com o dom de levar ao mundo suas inspirações , suas reflexões, se desnudar por dentro, trazendo leveza, alegria, reflexão e sonhos, é o que nos faz entender que a criação do grupo Associação Internacional de Escritores Independentes e a Revista Literária Práxis vem contribuir para estimular, divulgar e valorizar autores e suas maravilhosas obras.
Célia Paschoal
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PRÁXIS | 1
expediente
Revista Literária: Práxis
Ano 1, nº 1 – 2022
Edição: Kleber I. Silva.
Projeto Gráfico: Ramificando Designs
Todos os direitos reservados.
Contato: editoralovejack@gmail.com
2 | REVISTA LITERÁRIA
ORGANIZADORES
Kleber Inácio da Silva: idealista e criador,
editor chefe, editor de arte e fotografia,
diagramador e redator.
Célia Paschoal: criadora, editora,
redatora, repórter e revisora.
- Nonato Costa
- Entrevista (texto): Célia Paschoal
- Artigos sobre Vinícius e Mateus
- Reportagem: Célia Paschoal
Carolina Michel: colaboradora, editora de
fotografia e arte.
PRÁXIS | 3
Í N D I C E
07 Destaques de fevereiro em poesia
12 Entrevista com o escritor Nonato
Costa
16 Contos coletivos
20 Atividades para testar seu
conhecimento sobre literatura
22 Porque me tornei defensor da luta
antimanicomial, relato de Marcos
Vinícius Soares Barbosa
27 Tema livre de sábado, por Katia
Andrade
28 Motivação, reflexão, autoestima
32 Dicas para ampliar o vocabulário
na escrita
33 Regras ortográficas
34 Moçambique representado
através de Mateus
37 Dia nacional do livro infantil – 18
de abril
38 5 livros para quem quer ser
escritor
43 Escritores em destaque
47 Respostas das atividades
48 Autores premiados de 2022
4 | REVISTA LITERÁRIA
Olá, querido leitor e escritor!
Esta é a Práxis, a nossa revista literária, com
periodicidade trimestral, que objetiva ajudá-lo,
caso seja escritor, com ensinamentos e
técnicas de escrita; e para o leitor, textos,
conto, poemas, poesias, enfim, todos gêneros
da nobre arte de pensar com as letras, aguçar
a curiosidade sobre livros e atividades
propostas.
Buscamos ainda a representatividade do
autor independente, desburocratizando a
literatura. Aqui será um portal no qual um novo
universo se inicia.
Assim, ao longo desta Práxis, estão apontados
os títulos escolhidos para compor essa
primeira edição. Escolhidos pelo corpo
editorial da revista, através do grupo
Associação Internacional dos Escritores
Independentes, que a propósito, estão todos
convidados a ingressar no Facebook e
Instagram. A Práxis vai colocá-lo em contato
com autores de todo globo.
Sabendo que seu interesse pela literatura é
relevante, a Práxis apresenta brevemente
todos os títulos indicados por meio de
pequenos textos, foto do autor e onde
encontrá-lo, desta maneira pode imaginar as
aventuras que estão sendo propostas nesta
edição. Viajará para outros planetas,
conhecerá inúmeros personagens,
mergulhará ao fundo do mar, resolverá
mistérios, conhecerá outros países e mundos,
aprenderá coisas novas, fique atento para
sorrir e chorar.
PRÁXIS | 5
A Práxis nesta primeira edição já apresenta
alguns jogos voltados para literatura, afim de
descontrair e gerando aprendizagem literária,
testando seus conhecimentos. Tudo isso
contribuirá de forma positiva na sua visão do
mundo da escrita. Então, não tem desculpa,
hein! Não perca a Práxis, pois ela será um
exemplar de consulta, diversão, aprendizado,
coleção, visualização de novos autores que
tentam, assim como Ícaro, voar com suas asas
artesanais, porém com extremo cuidado para
não derreter suas asas de cera.
Os títulos selecionados foram
cuidadosamente escolhidos por uma
comissão formada por nosso corpo editorial,
com vasto conhecimento literário, o qual
levamos em conta o currículo, posição social,
pensamentos formação humana/sujeito,
respeitando a maturidade cognitiva e
espiritual de cada faixa etária. Nenhum tipo
de preconceito nem posicionamento político é
abordado. Estamos aqui para falar de
literatura e trazer conhecimentos, visões e
apresentar autores para o mundo, de maneira
divertida e objetiva. Ah, não abra mão, de suas
leituras! Tenha em mente que ler é um direito.
Não só traz benefícios para mente e
longevidade, como conhecimentos para viver
socialmente e entender seu papel no mundo.
Evitar tirania e promover empatia. É seu direito
ler. Escolha!
Kleber I. Silva
Comissão literária
6 | REVISTA LITERÁRIA
DESTAQUES DE FEVEREIRO EM POESIA
Poesia é um gênero literário
caracterizado pela
composição em versos
estruturados de forma
harmoniosa, onde a beleza e
estética são retratadas pelo
poeta em forma de palavras.
É o que comove, sensibiliza,
desperta sentimentos.
No mês de fevereiro, o
desafio aos poetas escritores
foi escrever um poema,
poesia ou conto curto
inspirados no tema
CRIAÇÃO.
PRÁXIS | 7
SANTA SABEDORIA
Kleber I. Silva
No princípio do caminho
Antes das obras
Em outro tempo
No início da eternidade
Foi consagrada
Outrora, a criação da Terra
Precedente aos abismos
Foi gerada
Ainda não havia
Fontes carregadas de águas
Anteriormente aos montes
assentados
Na Terra não havia nada
Mas, ela já existia
Terra não havia
Nem o princípio do pó do mundo
Quando os céus foram preparados
Lá estava ela
No momento em que traçava
O horizonte sobre a face do abismo
No compasso da criação
Na harmonia da alquimia
Firmava as nuvens
Fortificava as fontes do abismo
Ordenava ao mar seus limites
Estabelecendo os fundamentos da
Terra
Então lá estava ela com Ele... É o
arquiteto
Era cada dia suas delícias
Alegrava-se perante Ele todo tempo
Felicidade no mundo habitável
Encheu-se de prazer no mundo dos
homens
Santa sabedoria
A vossa ciência
Sempre foi excelência.
8 | REVISTA LITERÁRIA
T
FOI DEUS QUEM FEZ!
Sheer Moraes
22/02/2022
Deus criou o mundo em seis dias e
no sétimo descansou.
Ordenou ao mundo inteiro que
sejam amor.
Criou as pessoas e também os
animais, a natureza e tudo que nela
se faz e se refaz.
O mau causado muitas vezes não se
conserta, o ser humano erra e
também acerta.
A criação do mundo em si envolve
evolução, maturidade e empatia.
Agradeça sempre pelo seu dia e
pelas pessoas boas que em sua
amizade fazem moradia e sorria,
sempre sorria.
Pois mesmo após a mais turbulenta
tempestade sempre existe um lindo
e radiante novo dia.
E a beleza da criação é constante, a
todo instante.
Por tanto não se espante e siga em
frente com admiração plena e
serena com absoluta certeza de que
tudo a nossa volta é perfeito e por
Deus foi feito.
As raridades da vida e do dia a dia
não percebidos.
Instantes não vividos e outros jamais
esquecidos.
O momento em que vemos um lindo
recém-nascido, foi Deus quem fez!
PRÁXIS | 9
“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre
ombros de gigantes”.
Isaac Newton
10 | REVISTA LITERÁRIA
O marco inicial do movimento ocorreu em 1774,
com a publicação do romance Os sofrimentos do
jovem Werther, do alemão Johann Wolfgang von
Goethe. O romantismo foi o primeiro a romper com
os valores literários clássicos, ligados aos séculos
15 e 16 e que ressaltavam a cultura greco-romana
e a mitologia pagã.
PRÁXIS | 11
ENTREVISTA COM O ESCRITOR
Nonato Costa
NONATO COSTA é graduado em Letras pela
Universidade Estadual do Ceará - UECE e
especialista em Literatura Brasileira pela
mesma universidade. É professor de Literatura
e membro da Academia de Ciências, Letras,
Artes e Ofícios de Pindoretama – ACLAP. É
cristão convicto. Instagram: @nonatocosta01
1) AIEI - Iniciando,
gostaríamos que se apresentasse
(nome, família, residência).
Nonato Costa – Sou Nonato Costa
e moro em Pindoretama, Ceará.
Sou casado com Edivânia Costa e
pai de três filhos: Isaque Fankoy e
Ismael Benjamim e Amanda
isabela.
2) AIEI – Quando surgiu a
inspiração para escrever e qual
foi a motivação?
Nonato Costa – Sempre fui um
leitor voraz. Lia, lia muito na
adolescência (e ainda
permaneço no mesmo ritmo de
leitura). Eu vivia nas bibliotecas
das escolas, onde estudei,
pegando livros emprestados. Na
oitava série, minha professora de
Português leu para a turma um
poema de sua autoria e fiquei
fascinado. Naquele dia acendeu
em mim o desejo de cursar a
faculdade de Letras. Mais tarde,
passei a escrever sem
pretensões à publicação. Em
2016, percebi que meus textos
engavetados dariam um livro,
Reuni-os num mesmo arquivo e
corri em busca de uma editora.
Foi assim que surgiu meu
primeiro livro, As cores do meu
dia.
3) AIEI – Qual seu gênero
literário (romance, poema,
crônica)?
Nonato Costa – Gosto de passear
por gêneros diversos. Quando
cursei, na faculdade de Letras, a
cadeira de “Literatura Brasileira:
Conto”, produzi muitos textos sob
esse gênero. Inclusive algumas
dessas produções estão na
minha primeira obra “As cores do
meu dia”. Meu primeiro livro é de
12 | REVISTA LITERÁRIA
poemas e contos; o segundo é
um romance cristão. O terceiro e
o quarto são compostos em sua
maioria por crônicas.
4) AIEI – Sua formação
escolar de alguma maneira
contribuiu para que se tornasse
escritor?
Nonato Costa – Acredito que
foram minhas leituras quem mais
contribuiu para que minha
trajetória de escritor desse início;
fui me apaixonando por gêneros
que lia e sentindo vontade de
escrevê-los. Durante a vida
acadêmica tive a oportunidade
de sistematizar o que já havia
percebido sobre a estrutura de
cada gênero que lia e consegui
produzi-los numa estrutura mais
padronizada, naquilo que a
literatura exige.
desilusão amorosa, vida, morte,
Deus e muitos outros temas mais;
no entanto trago à tona reflexões
pautadas na minha fé. Não como
forma de impor a fé que tenho ao
leitor, mas como forma de
externar minha essência, aquilo
em que acredito e aquele para o
qual eu vivo: Jesus Cristo.
Quando produzo meus textos,
sinto-me livre para expor minha
personalidade nas reflexões que
surgem através dos meus
personagens e dos enredos
criados.
6) AIEI – Você é educador. De
que maneira a literatura faz parte
de sua profissão, diante de seus
alunos?
Nonato Costa – De forma bem
efetiva. Sou professor de
Literatura e de Produção Textual,
então estamos a todo momento
discutindo escrita criativa,
estratégias de escrita, estilo
literário de escritor x e escritor y,
movimentos literários ao longo da
história,
literatura
5) AIEI – Você fica preso a
uma só narrativa textual ou
escreve sobre vários temas?
Nonato Costa – Já escrevi sobre
amor, saudade, ciúmes,
PRÁXIS | 13
contemporânea... e muitos outros
temas.
7) AIEI - Estimula seus filhos
em relação a leitura? Tem alguém
da família que tem o dom da
escrita como você?
Nonato Costa – Sem dúvida.
Durante os meses de isolamento
social, comprei a série “As
crônicas de Nárnia”, em seus sete
volumes separados para melhor
manuseio por parte de meu filho
mais velho, Isaque (Benjamim
ainda está sendo alfabetizado). Li
toda a série para que pudesse
comentar com ele alguns
aspectos presentes nas histórias.
Nesse período também comprei a
Ilha Perdida, um livro que marcou
a minha infância, e o presenteei.
Uma leitura que Isaque gostou
bastante. Gosto de presenteá-los
com livros infantis, bíblias
ilustradas, histórias cristãs, etc.
Por enquanto somente eu
escrevo na família.
8) AIEI – Quais são as obras
que já publicou?
Nonato Costa – As cores do meu
dia (2016), Quando a noite dá
passagem do Sol (2018),
Peregrino Aqui (2020), Havia um
girassol em mim (2021).
9) AIEI – Quais seus projetos
atuais e futuros?
Nonato Costa – Está em
andamento um projeto com um
grupo de escritores, no qual
estamos contando a história de
Pindoretama, cidade onde moro,
a convite do Governo Municipal.
O objetivo é que o livro seja
adotado como paradidático nas
14 | REVISTA LITERÁRIA
séries do Ensino Fundamental em
todas as escolas da Rede Pública
de Ensino do município. As
pesquisas já foram realizadas, as
unidades do livro estão escritas.
O livro está ganhando uma
diagramação definitiva para ser
publicado no segundo semestre.
E como meta pessoal no ramo de
literatura, quero publicar um
romance cristão ainda em 2022.
10) AIEI – Gostaríamos que
deixasse uma mensagem para
quem tem o desejo de se
tornar escritor e desde já
agradecendo sua valorosa
contribuição para a revista.
Nonato Costa – Percorra
insistentemente seu sonho.
Escreva temas com os quais você
se identifica e seja livre; escreva
expondo o que você acredita e
defende. Crie as muitas faces que
a literatura permite, contanto que
nenhuma delas contrarie aquilo
ao qual você acredita. Quando
sua obra estiver pronta, busque
alternativas de publicação,
existem várias. Procure editoras.
Pode ter certeza de que com
determinação e perspicácia sua
obra literária chegará à editora
certa, que irá transformá-la em
formato de livro e fazê-la chegar
às mãos dos leitores.
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CONTOS COLETIVOS
Jose R Alves/ Célia Paschoal /Maria Leni/Carolina
Michel/Marcelo Farnesi
Principio 02/03/22
Jardim das Indecisões
Jane cruzou o belíssimo jardim
cercado por odoríficos
crisântemos e grandes faias,
sempre naquele seu passo
leve, como uma princesa
ornamentada de pérolas
magníficas, tomada pela brisa
leve, vinda dos lagos tranquilos
das terras do norte. A sua
saudade matizada pelos
infortúnios dos últimos dias,
deixava-a mais sublime mais
afeita aos sentimentos mais
complexos do seu interior,
procurando, talvez, um acordo
consigo mesmo, a respeito da
decisão que ela teria de tomar.
Seus pensamentos se
entrelaçavam com fatos
ocorridos outrora e a suave
fragrância das flores que
embelezam seu caminho.
Escolheu o jardim para refletir,
não seria possível tomar tal
decisão de uma maneira que
não fosse acurada.
Irradiante, e como um beijo
frenético dos seus sonhos,
reacender no seu coração de
menina mulher com a pureza
da singeleza flor.
No jardim florido, pela Rosa
Menina, tão linda parecendo
frágil como a flor, mas tão forte
ao mesmo tempo seguindo seu
caminho com leves passos,
16 | REVISTA LITERÁRIA
pensativa no que viria a sua
frente e o que seu coração
sentiria.
Decisões... tudo gira,
irremediavelmente em torno de
decisões. Jane sentia o peso
de se situar. Abrir mão de algo,
para se obter o que não se
pode reter. Olhou para o céu. O
vazio e vasto azul era uma
imensidão de dualidades. De
possibilidades independentes
umas das outras. Havia o vazio,
o espaço a ser preenchido.
Havia o certo, imutável e os
ventos que desarrumavam a
enfadonha coerência do
inabalável. Nuvens que
habitavam o impossível espaço
de uma existência azul e
intocável. Viram? Perguntou
aos seus medos. Há dualidade
em tudo. Rosas e espinhos,
continuou roçando as pontas
dos dedos enquanto andava, o
dia e a noite. Às vezes dias feito
noites, e noites tão alegres
como o despertar do sol. Um
passo para haver outro. O estar
aqui, agora e o não se sentir em
lugar algum...Então, protestou
em silêncio, como posso tomar
uma decisão que não me dê a
dualidade? Qual o prazer na
fria escolha em se perder para
se ter. Não havia reposta.
Ainda...apenas o céu,
provando-lhe em tom já
desbotado de silêncio que
estava certa. Ou algo parecido
com isso...
PRÁXIS | 17
Marcelo Farnési/Célia Paschoal/Alves Peixe/Kátia
Oliveira/Carolina Michel
13/04/2022
Inquietações de Aghata
Aghata andava com passos
menos leves que de costume.
As calçadas mais barulhentas
e indiferentes que de costume
também. Sobre seus
pensamentos, nuvens a
acompanhavam silenciosas.
Nuvens sabem ser boas
companhias quando os passos
teimam em não deixar para trás
algo que já não deveria apertar
os sapatos. Aghata mensurava
a extensão dos espaços a
serem preenchidos por entre a
multidão que se apertava. Mais
que de costume...
Era preciso seguir, continuar a
caminhada, os desafios da vida
são por vezes belas melodias
que aquecem a alma, mas na
maioria das vezes, espinhos
que arranham nossos corpos.
Olhar aquela multidão
alucinada, que parecia correr
mais que o tempo, lhe deixava
atordoada. Para onde vão, para
onde vou? Por um momento se
deixou levar, como o vento
levava seus cabelos sem que
pudesse evitar.
As suas incertezas, as
perguntas sem respostas,
apenas abriram um leque de
dúvidas pela obscuridade do
futuro, pela instabilidade do
presente, deixando a menina
Aghata num impasse nebuloso
de ir em frente, ou de voltar pelo
já trilhado.
O sol lhe cobria a cabeça que
insistentemente abraçavam
suas queixas. Os passos
arrastavam-se nas duras
calçadas, de repente Aghata
sentia-se pedra. O mau-humor
imperava. Trazia consigo uma
enorme tempestade. Ainda
fazia sol...
Mas apesar do sol, sua mente
estava em completa escuridão,
uma tormenta em seus
pensamentos, mas ao parar no
meio da multidão e fechar os
olhos, tapar os ouvidos, para
nada mais ouvir, a não ser sua
respiração ofegante, um berro
estridente de sua voz, fazendo
todos pararem para ver o que
18 | REVISTA LITERÁRIA
estava acontecendo, por fim,
abriu os olhos e o silêncio
novamente pairava no ar.
Desligou-se por um tempo de
seu mundo sombrio, voltando a
sentir os raios tímidos, mas
quentes do sol. o coração mais
calmo, voltando aos poucos ao
normal de sua vida.
E pensava... "o que era o
normal em sua vida, as
inquietações, as incertezas, o
não saber o seu
pertencimento?" Aghata queria
nesse momento poder flutuar,
fazer parte das nuvens que são
levadas pelo vento e como ela,
não sabem ao certo para onde
devem ir.
PRÁXIS | 19
ATIVIDADES PARA TESTAR SEU CONHECIMENTO SOBRE
LITERATURA.
Instruções:
Completar a cruzadinha com nomes de autores infantis
BOA DIVERSÃO!
20 | REVISTA LITERÁRIA
PRÁXIS | 21
PORQUE ME TORNEI DEFENSOR DA LUTA ANTIMANICOMIAL
Relato de Marcos Vinícius Soares Barbosa
trabalho de escritores e mostrar o
seu.
Marcus Vinicius Soares Barbosa,
40 anos, residente em Goiânia
(GO), formação técnica em
Zootecnia, Administração em
Comércio Exterior (incompleto), e
bacharel em direito pela
faculdade FASAM. Mora com a
mãe e tem um filho de 13 anos. É
músico, escritor, poeta,
palestrante. Foi diretor e
apresentador de um programa
musical na TV online. Toca violão,
guitarra e piano.
Tomou conhecimento da AIEI
pela internet e o objetivo ao entrar
para o grupo foi conhecer o
Durante suas postagens no
grupo, evidenciou uma parte
traumática de sua vida, que foi
quando foi diagnosticado como
bipolar e internado em um
manicômio, internação essa
aconselhada pela diretora da
instituição, a qual não a culpa por
tudo que lhe ocorreu.
Seus relatos são de que foi
acusado por alguns enfermeiros
de incitar os pacientes a agredilos,
mas alega que apenas
ensinava sobre a lei 10.216 de
abril de 2001, lei esta que veio
para proteger os internos
manicomiais, mas segundo ele
não funciona porque não há
fiscalização. Na verdade,
observava os maus tratos e
tentava preservar e defender os
internos, através da lei.
O pior e mais angustiante
momento que passou nesse
local, foi quando foi amarrado da
22 | REVISTA LITERÁRIA
cabeça aos pés por ter
presenciado uma cena de abuso
contra um paciente em estado
vegetativo, abuso este cometido
por um enfermeiro. Segundo ele,
esta punição foi por ele estar no
lugar errado, na hora errada,
como se costuma dizer. E
esperavam que após alguns dias
ele esquecesse o que viu. Muitas
vezes ficava até sem água, os
amigos internos ficavam
conversando com ele para aliviar
a angustia, muitas vezes jogavam
água nele quando estava durante
essa fase, sua mãe foi proibida de
vê-lo, segundo relato dela, diziam
que ele estava muito agressivo.
Era para ter alta antes, mas
mentiam para a mãe dele, só
depois de um mês a mãe
começou a desconfiar do que
poderia estar ocorrendo, disse
que estava com um advogado e
que iria chamar a polícia se não
pudesse vê-lo. Disseram para ela
que ficasse calma, que estava
tudo bem e que fazia parte do
tratamento. Quando ele viu a
mãe, não sabia se estava com
raiva por ela ter demorado tanto e
não desconfiar ou feliz por ela
estar ali. Os médicos disseram
que se o levassem não teria
direito a nada, nem a roupa que
estava usando, receituário ou
medicamentos e que teriam que
se responsabilizar.
Neste dia a mãe o retirou do
manicômio, era o último dia para
a inscrição no Festival Canta
Cerrado, realizado pela TV
Anhanguera que é filiada da TV
Globo do Goiás, mais de 300
artistas profissionais, ele no
primeiro festival, para ele era tudo
novidade, só queria ficar entre os
12 finalistas e ficou em primeiro
lugar.
PRÁXIS | 23
Aí ele pergunta? Quem estava em
delírio, alucinação, inventando
história. Uma pessoa em delírio
não tem a capacidade de
escrever a melhor música do
centro oeste 2018, a capacidade
de cantar e interpretar com a
presença de palco que ele fez.
Esse foi o primeiro passo. Não
acredita em cura das doenças
mentais e sim em tratamentos,
inclusive na reabilitação na
sociedade, mas acha que não é
viável devido ao comércio que se
faz através dos manicômios. Lá
todos os tipos de transtornos
mentais misturados e até quem
não tem transtorno algum.
Sofre com discriminações, são
poucas pessoas que confiam em
alguém com transtorno mental,
não é convidado para vários
eventos por ser considerado
louco. Não se arrepende por ter
contado a verdade, hoje a
bandeira que levanta da luta
antimanicomial é pelo que
passou e por quem ainda está
passando ou vai passar um dia.
Não usa a insanidade para
escrever, usa para desabafar e
como terapia. Para a luta
antimanicomial, condiciona o
trabalho para esse tema, escreve
não o que sente, porém o que
acha ser moral.
“Existem várias insanidades e
vários maus tratos. Quando se vai
a um julgamento, para ser o
advogado de defesa, tem que ler
os códigos, se preparar para a
batalha. Isto pode ser aplicado
em quase tudo na vida,
principalmente com a sua própria
luta com você mesmo.
Lembre-se, não existe o inimigo!
Você é quem projeta a sua
própria loucura. Quando essa
projeção for controlada ou você
perder o medo das projeções...
você vai vencer a luta. Talvez as
alucinações nunca acabem, mas
você tem o poder de não ter mais
medo delas. Quando se sentir
seguro, o medo da loucura dessa
estrada escura vai passar... e que
se dane, se falar sozinho. As
pessoas que moram junto a um
enfermo, devem procurar ajuda
profissional e estudar sobre a
enfermidade. Por isso acredito e
vejo nos CAPS uma recuperação
e um tratamento mais eficazes...
eles além de tratar os pacientes...
também tratam a família.
Minha luta agora é buscar
transparência dentro dos
manicômios e levar escolaridade
para os internos, que são a
grande maioria, analfabetos. E eu
tenho a certeza que eles têm a
capacidade de aprender...uns
mais e outros menos”.
Já denunciou esse caso para os
direitos humanos e o processo
está em andamento.
A intenção agora é usar o que
escreve e todas as fontes que
24 | REVISTA LITERÁRIA
tiver acesso para contar seu caso
e continuar sua luta
antimanicomial que é o que vai
levar para o resto da vida, para
proteger os que ainda estão
internados e podem estar
sofrendo maus tratos e os que
ainda vão talvez um dia passar
por isso, se nada for feito.
Vinícius termina dizendo que não
troca um amigo maluco por 20
amigos normais.
Vinícius e o filho de 13 anos
Pesquisa AIEI
Promulgada em 6 de abril de
2001, a Lei 10.216 estabeleceu
novas diretrizes para políticas de
saúde mental, ao prever a
substituição progressiva dos
manicômios no país por uma rede
complexa de serviços que
compreendem o cuidado em
liberdade como elemento
fundamentalmente terapêutico.
PRÁXIS | 25
Dessa forma, estabeleceu-se,
entre outras garantias, que a
pessoa com transtorno mental,
“sem qualquer forma de
discriminação quanto à raça, cor,
sexo, orientação sexual, religião,
opção política, nacionalidade,
idade, família, recursos
econômicos e gravidade ou
tempo de evolução de seu
transtorno (…)”, deve ser “tratada
com humanidade e respeito e no
interesse exclusivo de beneficiar
sua saúde, visando alcançar sua
recuperação pela inserção na
família, no trabalho e na
comunidade [art. 2º, § II]”.
Fonte: Google
26 | REVISTA LITERÁRIA
POEMA LIVRE DE SÁBADO
Por: Katia Andrade
Onde andam teus silêncios
Quero continuamente estar só
Compartilhar desse meu silêncio
São tantos universos que criei.
Mostrar-me que “estar”, é a
inconstância.
Do inconstante, de meu ser.
Estou continuamente só, mas,
perto.
Mesmo, que, longe…
Tomo teu amargo café.
Já sentiu o cheiro doce que o
vento traz?
Hoje me trouxe a memória:
Que ande mesmo só, ainda
assim…
Estarás em companhia.
Olho para cima e sinto, presença.
A não ausência de uma
intensidade.
Dessa vontade de o “ser”
Alguns dizem que se chama
vontade de viver.
PRÁXIS | 27
MOTIVAÇÃO, REFLEXÃO, AUTOESTIMA
Já percebeu o quanto uma palavra ou uma frase podem
melhorar nosso dia, estimular, ampliar horizontes? Da mesma
maneira como podem ser negativas e nos colocar pra baixo?
Pensando nisso sugerimos aos escritores que enviassem frases
significativas que motivassem, levantassem a auto estima.
Selecionamos algumas delas.
28 | REVISTA LITERÁRIA
“Felicidade é viver. Viver cada
momento. Compartilhar sentimentos.
Estar com Deus. E querer bem os
‘seus’...”
Carolina P. B. Michel
“Despi-me das incertezas e me
lancei nas profundezas do destino
em busca de mim.”
Maria Leni Batista
“É preciso acreditar, vencer
obstáculos, para todo aquele que
persevera haverá a recompensa de
colher os frutos que semeou.”
Célia Paschoal do Nascimento
“O que são os problemas, se não
obstáculos que criamos, ou que
temos que superar para nossa
evolução?”
Kleber I. Silva
“A solidão em contemplação é apenas
solidão. Mas a solidão regada à poesia
é vida que transcende a própria
razão...”
Alves Peixe
PRÁXIS | 29
“O Sol nasceu para todos, ele está
lá em dias de grandes
tempestades, acredite no poder
de sua fé, lute pelo que acredita.
O seu arco-íris resplandecerá no
horizonte com grande amplitude.”
Maria Leni
“Perdão é a porta da Gaiola que se
abre.”
Nonato Costa
“Quando não se pensa gera
indubitavelmente, fatos que nos
fará pensar.”
Alves Peixe
“A vida é um intervalo no tempo entre
inspirar e expirar. Aproveite esse
intervalo para realizar grandes coisas
para seu legado. Perdemos muito
tempo nos preocupando com coisas
inúteis e desnecessárias, esquecendo
da essência da vida. Tudo está nas
mínimas coisas que podemos fazer uns
para os outros, parta desse mundo
com um legado de boas ações,
grandes feitos e não como mais um
mortal que só viveu e morreu.”
Kleber I. Silva
30 | REVISTA LITERÁRIA
“Estender a mão é uma forma
silenciosa de dizer ‘Eu te amo’.”
Célia Paschoal
“Amar e perdoar, e este perdoar é amor
do coração. Aquele que
verdadeiramente ama, perdoa... E
aquele que não perdoa, destoa.”
Alves Peixe
"Viva em constante harmonia com
a natureza, amando e respeitando
todas as obras de Deus. Observe
como cada fenômeno está
interligado; se você deixar de
levantar-se quando cair, haverá
um efeito dominó, tudo o que você
construiu entrará em declínio, pois
não é somente você que se
sustenta na prosperidade, mas ela
também se sustenta em você.
Seus planos podem cair, mas
você pode reerguê-los se
permanecer de pé."
Aline dos Santos
PRÁXIS | 31
DICAS PARA AMPLIAR O VOCABULÁRIO NA ESCRITA
Ler textos diversificados em
livros, panfletos, revistas
Leia muito, procurando não
somente aumentar o volume
lido, mas sim a qualidade do
que se lê, adquirindo cultura,
enriquecendo o vocabulário,
melhorando a escrita,
estabelecendo novas
conexões e a rapidez do
pensamento.
Substituir a palavra utilizada
normalmente por outra de igual
significado
Para evitar a repetição
constante das mesmas
palavras, procure sinônimos
para as palavras que já utiliza
habitualmente.
Ex.: Em vez de dizer educado,
diga cortês.
Evite palavras vagas e
generalistas
Há palavras que são usadas de
forma vaga e generalista,
apresentando diversos
sentidos. O uso dessas
palavras, embora fácil e
acessível, empobrece a língua.
Ex.: coisa, troço, negócio,
treco, lance, tipo
Converse bastante
Além do papel decisivo da
leitura no enriquecimento
vocabular, a aquisição da
maior parte dos vocábulos que
utilizamos é feita através da
oralidade. É importante que se
converse. Não com as mesmas
pessoas sobre os mesmos
assuntos, mas com pessoas
diferentes, fora do círculo
habitual, que possam expandir
e diversificar os assuntos e o
repertório de palavras a serem
utilizadas.
Use o dicionário em casa de
dúvida
Se houver dúvidas sobre a
grafia ou o contexto de uma
palavra, não hesite em utilizar o
dicionário.
32 | REVISTA LITERÁRIA
REGRAS ORTOGRÁFICAS
Mas, Mais e Más – Uso Correto
Neste artigo, vamos verificar
como funciona, de acordo com
a norma-padrão da língua
portuguesa, o uso de algumas
palavras e expressões.
Há, ah, a ou à: como saber qual
usar?
Há: verbo impessoal
Quando o verbo “haver” é
utilizado como sinônimo de
existir, ele se torna um verbo
impessoal, porque não se sabe
quem é o sujeito (aquele que
pratica a ação).
À: Artigo + preposição
O “à” surge da combinação do
artigo definido “a” com a
preposição “a”. Dessa forma, a
crase é aplicada somente
diante de palavras femininas.
Ah: Interjeição
O termo “ah” é uma interjeição,
ou seja, é usado para
expressar sensações e
emoções, transmitindo um
determinado estado de
espírito. Muito utilizado na
língua falada, pode significar
alegria, admiração, alívio, dor,
tristeza, surpresa, indignação,
entre outros sentimentos.
“a pouco” e “há pouco”.
As duas expressões têm
espaço em nossa língua, no
entanto “a pouco” indica uma
ideia futura e “há pouco” indica
uma ação passada.
Consiste em / consiste de
Desta vez, a regra é mais
simples: a primeira expressão
(“consiste em”) não existe na
nossa língua padrão, usada
para escrever documentos
acadêmicos e oficiais. Deve-se
dizer: Meu trabalho consistirá
de três partes e não de duas.
Agradecer pela
Quem agradece, agradece
alguma coisa e, muitas vezes,
também alguém. Não se
escreve “Agradeço muito pela
sua ajuda ou pelo alimento
diário”.
Deve-se dizer ou escrever:
“Agradeço muito a sua ajuda
ou o alimento diário”.
Em cima/embaixo
Em cima se escreve separado
e embaixo junto.
PRÁXIS | 33
MOÇAMBIQUE REPRESENTADO ATRAVÉS DE MATEUS
Muiambo
Relato de Mateus Muiambo (membro da Associação Internacional de Escritores
Independentes), sobre o país onde vive, Moçambique.
Nasci em Zimbabwe, tenho 22
anos, quando eu tinha 3 anos
minha família se mudou para
Moçambique, em 2003. Minha
mãe é imbabweana e meu pai
Moçambicano, nasceu em
Machaze, província de Manica.
Falar da cultura do meu país e
complicado, é uma cultura quase
morta, porque sofreu muita
influência por conta da fronteira
com o Zimbabwe, então é difícil a
cultura ser notada. As pessoas
falam, agem, se vestem como
eles. A maioria vem de lá. No
distrito onde moro é uma mistura
de pessoas de outras províncias
e até de outros países, como a
África do Sul, Zimbabwe, Malawi,
Brasil, China, etc.
34 | REVISTA LITERÁRIA
Os manhiquezes que são o povo
nativo, tem uma cultura elevada
na parte do casamento, para eles
mulher é mulher e homem é
homem. O nativo não gosta de
estudar, prefere o garimpo. As
mulheres se voltam mais para a
agricultura, as machambas. É a
cultura deles, não vivem sem isso.
São muito festivos.
Na cultura em geral, as mulheres
são respeitadas, tem o mesmo
trato e o mesmo direito, com
acesso a estudo e trabalho. Tem
mulheres gestoras, professoras.
Elas são identificadas com a
capulana (tecido), são
inseparáveis.
Quanto ao estudo, pais e famílias
com bom senso enviam seus
filhos para a escola. Todo o
ensino básico desde a primeira
até a décima segunda classe,
são públicos, com algumas
contribuições simbólicas. Porém
há escolas privadas também e o
ensino superior não é acessível a
todos.
Economicamente o país não tem
dinheiro, mas há os que tem. O
país é ruim economicamente, se
fosse melhor, haveria mais
trabalho. O trabalho não é fácil,
tem que se deslocar muito, não
há muitas empresas, apenas
duas de água, a maioria é de
exploração. Tem empresas de
segurança, mas é um risco.
Quanto a violência, onde moro é
um distrito tranquilo, mas têm
lugares que é perigoso.
Pelo Facebook eu soube do
grupo (AIEI), entrei porque queria
compartilhar ideias, conhecer as
obras de escritores e aprender
para melhorar a escrita com
quem tem mais experiência e
assim obter ajuda para crescer.
PRÁXIS | 35
Nos meus escritos falo de amor,
tristeza, dor. Algo que esteja a
ser vivido, o cotidiano, ligado ao
mundo atual e real, não gosto de
Pesquisa AIEI
A 25 de junho de 1975 fora
proclamada a independência de
Moçambique, território
ficção. Ainda não publiquei
nenhum escrito, porém tenho um
manuscrito quase pronto, O
Renascimento.
colonizado pelo império
português a partir de finais do
séc. XV e inícios do séc. XVI.
Fonte: Google
36 | REVISTA LITERÁRIA
DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL – 18 DE ABRIL
Data criada em homenagem ao
escritor Monteiro Lobato, nascido
nessa data (18/04/1882) e
considerado o primeiro escritor
brasileiro a produzir literatura
voltada para as crianças.
A Revista Práxis tem a honra de
homenagear nossa escritora
mirim, Mariana Michel Cardoso, 9
anos de São Leopoldo, RS.
escolhidos por ela foram
adicionados ao livro de autoria de
sua mãe, (Ser Criança_
Realidade Infantil). Aos 9 anos
lançou seu primeiro livro solo (O
sumiço do Caramelo).
Mariana iniciou seus escritos aos
7 anos com a produção de
pequenos textos nas aulas de
Produção Textual. Com 8 anos
viu sua mãe Carolina Michel
voltando a escrever, quis também
escrever um livro e 4 contos
Ela tem um projeto de livro com
um conto curto onde as crianças
poderão pintar as ilustrações, foi
aprovada para participar na
antologia Princesa e convidada
para ser a mascote da Academia
Luso Brasileira de Letras do Rio
Grande do Sul, a qual
recentemente sua mãe, tornou-se
membro.
PRÁXIS | 37
5 LIVROS PARA QUEM QUER SER ESCRITOR
O oficio do escritor deve ser
constantemente aprimorado por
quem deseja seguir essa carreira.
1 – Poética, Aristóteles.
Os olhos e os demais sentidos
são os alimentos do escritor. A
leitura é fundamental para o
repertório; assim como a
observação atenta das coisas
que acontecem ao seu redor.
Costumo dizer que os livros para
o escritor funcionam como as
ferramentas de um
carpinteiro. Por isso aqui reuni 5
livros de grandes autores que
apresentam suas experiências e
dicas para os aspirantes, que
assim como eu, desejam
aprender ainda mais sobre a
nobre arte da literatura.
Sem leitura não se pode escrever.
Tampouco sem emoção, pois a
literatura não é, certamente, um
jogo de palavras.
É muito mais.
Eu diria que a literatura existe
através da linguagem, ou melhor,
apesar da linguagem”. (Jorge
Borges)
Aristóteles (384 a.C.– 322 a.C.) foi
um importante filósofo grego. Um
dos pensadores com maior
influência na cultura ocidental,
tendo sido discípulo do filósofo
Platão.
Aristóteles elaborou todo um
sistema filosófico no qual pensou
sobre praticamente todos os
assuntos existentes, como a
geometria, física, metafísica,
botânica, zoologia, astronomia,
medicina, psicologia, ética,
drama, poesia, retórica,
matemática e lógica. A
Poética (em latim: poiétikés),
provavelmente registrada entre
os anos 335 a.C. e 323 a.C., é um
conjunto de anotações das aulas
de Aristóteles sobre o tema da
38 | REVISTA LITERÁRIA
poesia e da arte em sua época,
transmitidos oralmente aos seus
alunos. Trata-se do primeiro texto
conhecido que procura
especificamente analisar
determinadas formas da arte e da
literatura, e é também um registro
limitado de como era a arte grega
em seu tempo. A Poética não é
apenas a primeira teoria do
Teatro ocidental; trata-se de um
livro que influenciou essa arte ao
longo de sua história e que ainda
ecoa nos tempos atuais.
“A Poesia exige um homem com
um dom especial para isso, ou
então um com um toque de
loucura.“
2 – Romancista como vocação,
HARUKI MURAKAMI.
Mesclando detalhes da própria
vida com digressões sobre o
valor da literatura, um dos
maiores
escritores
contemporâneos fala sobre o
ofício da escrita.
Haruki Murakami é um dos mais
conhecidos
autores
contemporâneos do Japão.
Quando seus livros são lançados,
a imprensa noticia filas enormes
nas livrarias de Tóquio e
traduções para mais de quarenta
idiomas. Ícone da escrita fluida,
Murakami transita bem em
diversos estilos narrativos: ficção,
ensaio, reportagem, nada parece
estar fora de seu talento literário.
Para abarcar toda essa
multiplicidade,
chega Romancista como
vocação, uma série de
proposições sobre a escrita, a
literatura e a vida pessoal do
recluso escritor. Escrito na
linguagem acessível típica de
Murakami, este livro é um convite
a todos que desejam habitar o
mundo dos romancistas, bem
como uma declaração de amor
ao ato da escrita.
“Se você deseja escrever um
romance, observe atentamente
seu entorno. O mundo pode
parecer monótono, mas está
cheio de diamantes brutos,
atraentes e misteriosos.
Romancistas são aqueles que
conseguem identificá-los. E,
ainda melhor, eles são oferecidos
PRÁXIS | 39
quase gratuitamente. Se você
tiver um bom par de olhos,
conseguirá escolher e coletar
livremente essas pedras
preciosas brutas. Existe uma
profissão mais fascinante do que
essa?”
3 – Seis passeios pelos bosques
da ficção, Umberto Eco.
e Nerval aos modernos
experimentos de Georges Perec,
passando ainda pela Paris de
Alexandre Dumas, o noticiário da
Guerra das Malvinas, os filmes
pornográficos e seus próprios
romances, Eco investiga os
diversos aspectos da leitura,
expandindo nossa percepção
não apenas do mundo ficcional,
mas também da própria
realidade.
“O problema com o mundo real é
que, desde o começo dos
tempos, os seres humanos vêm
se perguntando se há uma
mensagem, em havendo, se essa
mensagem faz sentido. Com os
universos ficcionais sabemos
sem dúvida que há uma
mensagem e que uma entidade
autoral está por trás dele como
criador e dentro dele como um
conjunto de instruções de leitura.”
O que é o texto de ficção? Em que
medida ele difere da verdade
histórica? E o que ocorre quando
o leitor mistura os papéis e
considera como reais
personagens fictícias ou viceversa?
Estas e outras questões
cruciais da arte narrativa são
discutidas, de forma acessível e
bem-humorada, por Umberto
Eco, nestas seis conferências
que realizou em 1993 na
Universidade Harvard.De Esopo
a Ian Fleming, de Edgar Allan Poe
4 – Sobre a escrita: A arte em
memórias, Stephen King.
40 | REVISTA LITERÁRIA
Ao mesmo tempo um álbum de
memórias e uma aula
apaixonante, Sobre
a
escrita irradia energia e emoção
no assunto predileto de Stephen
King: literatura. A leitura perfeita
para fãs, escritores e qualquer
um que goste de uma história
bem-contada.
Mestre ― essa é a palavra que
costumam usar para se referir a
Stephen King, um dos maiores
escritores de ficção de todos os
tempos. Sendo assim, Sobre a
escrita é tanto uma autobiografia
quanto uma aula de um mestre,
eleita pela Time Magazine um dos
100 melhores livros de não ficção
do mundo e vencedora dos
prêmios Bram Stoker e Locus na
categoria Melhor Não Ficção.
O livro começa com um relato
íntimo e honesto das memórias e
experiências de Stephen King,
desde a infância até a carreira
literária, passando pelos vícios
em drogas e por um acidente
quase fatal. Essa narrativa
autobiográfica introduz com
perfeição os conselhos de King
sobre a profissão de escritor, já
que contempla os livros e filmes
que o influenciaram na juventude,
seu processo criativo de
transformar uma ideia em um
novo livro, os acontecimentos que
inspiraram seu primeiro sucesso
e muito mais. Usando exemplos
que vão de H. P. Lovecraft a
Ernest Hemingway, de John
Grisham a J. R. R. Tolkien, o autor
ensina como aplicar suas
ferramentas criativas para
construir personagens e
desenvolver tramas, construindo
uma obra essencial sobre a arte
de contar uma história em
palavras.
“Escrever é algo mágico, é tanto
a água da vida como qualquer
outra arte criativa. E a água é
grátis. Então beba-a e deixe-a
preencher você.”
“Um livro útil para qualquer jovem
escritor e obrigatório para
qualquer fã de Stephen King”
― Kirkus Reviews
5 – Zen na arte da escrita, Ray
Bradbury.
Autor do clássico Fahrenheit
451 compartilha sua sabedoria e
experiência
PRÁXIS | 41
Curiosidade, entusiasmo e
alegria: segundo Ray Bradbury,
isso define como um escritor deve
se posicionar diante de uma
página em branco
Em Zen na arte da escrita, Ray
Bradbury, autor dos
clássicos Fahrenheit 451 e As
crônicas marcianas, divide com o
leitor o conhecimento de quem
escreveu mais de trinta livros.
Responsável por romances,
contos, roteiros de cinema e
peças de teatro, Bradbury não
parou de escrever nenhum dia
até a sua morte, em 2012.
Esta obra, além de ser um manual
de criação literária, é um caminho
para que o leitor siga a trilha de
um mestre e conheça a fundo
como grandes obras da literatura
foram desenvolvidas. Nela estão
reunidos ensaios de um mestre
da invenção, criador de mundos
distópicos e do melhor da
fantasia, sobre a arte de escrever
como descoberta de si.
“A vida é curta; o infortúnio,
indubitável; a morte, certa. Mas,
na travessia, em seu trabalho, por
que não carregar aqueles dois
balões de gás nomeados
Entusiasmo e Prazer?
Zen na arte da escrita é uma
leitura que inspira o leitor a
retornar aos livros de Bradbury
com um novo olhar, e também a
se valer da literatura para contar a
própria história.
42 | REVISTA LITERÁRIA
ESCRITORES EM DESTAQUE
Maria Leni
Professora aposentada, escritora.
Amo a natureza, liberdade,
ter novos desafios, viajar, ler,
escrever poesias e reflexões.
Cuido do corpo, mente e
espírito!
Magistério com especialização
em Pré-escola, Licenciatura em
História, reside em Presidente
Prudente SP. Tenho o Blog e
Canal no YouTube: Momento de
reflexão
Lancei em 2021 os livros: Olhos
de Águia e Sou como girassol.
Estes livros surgiram a partir
do meu autoconhecimento, pois
nunca imaginei que estes meus
textos e poesias eram uma
autoanálise da minha existência.
Agradeço ao Criador por ter me
dado este dom, para eu viver em
harmonia com meu ser, sempre
gostei de escrever o que estava
sentindo: minhas alegrias,
tristezas, frustrações e
angústias.
"Olhos de Águia" é um olhar
clínico, para olhar além do que os
nossos olhos normais possam
ver. Tem o intuito de rever você
com toda a sua essência e não
ficar à mercê de máscaras,
colocando seu ego acima do seu
existir, mas de um grito de
liberdade, assumindo sua missão
aqui neste âmbito existencial, de
dar ouvido a sua alma que grita
por socorro, porque estamos de
passagem para a vida eterna,
sem acharmos os culpados e sim
olhar-se no espelho e conhecerse.
" Sou como girassol " é uma
coletânea de poesias referente ao
livro " Olhos de Águia "
Participei de duas Antologias da
Editora Love Jack: Meu primeiro
amor e Contos de fadas Natalinos
em 2021.
PRÁXIS | 43
PROPÓSITOS DE A A Z
A história de vida, faz me sentir bem, com as experiências vividas na
minha existência neste plano existencial.
Busco realizar sonhos, estes que me deixa em paz, firme, com ternura no
viver.
Cuido da minha vida, física, intelectual, emocional e espiritual sempre.
Dias após dias, a uma nova descoberta, essencial para o existir.
Especial sim, pois são as energias recarregadas, em ação.
Feliz daquele que és digno de um novo sentir.
Garante aos seus sonhos, a esperança viver e renascer.
História que fazem parte das manhãs, tardes e noites afins.
Integrada a Natureza em flor.
Juntamente com a Força maior de Deus.
Liberdade nas ações, imaginação coerente com brilho no olhar.
Muito lindo os sentimentos mais profundos te acalentam.
Na casa, as bênçãos chegam de mansinho.
O Amor, a fé, a bondade, a solidariedade e honestidade.
Protegem infinitamente mais.
Que bom ter demonstrado estes sentires no meu viver.
Raio de Sol, aquece meu íntimo.
Saudando o novo despertar para a vida.
Teus dias não serão os mesmos.
Universo está te entregando, para alimentar seu viver, com que sempre
almejou.
Vivas a vida como se fosse o último dia de sua vida.
Xis da questão está em ser grato por tudo que tens.
Zás, e verás a recompensa da glória em seu viver, basta acreditar!
Maria Leni Batista
44 | REVISTA LITERÁRIA
ALVES PEIXE
Jose Ribamar Alves Peixe,
nascido em 9 de julho de
1953, teve a sua formação
bastante diversificada, e
dentro de um contexto
autodidata, enveredou pela
literatura,
sempre
procurando embrenhar-se
pelo mundo das fantásticas
fantasias.
Um mundo complexo,
envolvendo fantásticas
criaturas, uma filosofia forte e
envolvente, cujo o lema
principal é a ética e o moral
de raças oriundas de uma
profunda reflexão de
parâmetros,
contundentemente, radicais.
“A literatura é o berço de
ideias colossais”.
Escritor de romances,
poesias, poemas com um
estilo diferenciado,
desafiador, enigmático,
instigante. É membro do
grupo
Associação
Internacional de Escritores
Independentes, onde posta
seus textos frequentemente.
Participou da antologia
Contos de Fadas Natalinos
com o conto “O real e utópico
dia de Rosalina” e está
participando da antologia Eu
e as lendas folclóricas, em
andamento.
PRÁXIS | 45
PENSAMENTO
José R Alves
10/05/22
Às vezes, nem sempre, eu penso
Que tudo é uma mera ilusão;
Olho para o céu, um céu imenso,
De sóis, de estrelas, e solidão;
E muitas vezes paro para pensar
Novamente, como uma débil loucura,
Que parece em mim aumentar
Como um desejo, que sempre perdura.
Chego a desesperar-me loucamente
Por tudo que falo, e pelo que penso;
Parece que vivo de pensar, fielmente,
A maneira de quem perdeu o senso.
Mas de tanto pensar, um bom gosto,
A tua ausência é o meu pensamento.
Uma mistura que não traz desgosto,
Um perpassar nostálgico de um momento.
Agora sei porque penso tanto,
Porque a luz que brilha, a tua candura,
Me renova com um novo canto,
Dissipando a minha noite escura.
Simples é teu nome, sublimado
Nome na alegria e na ausência...
E meu ser sempre apaixonado,
Mesmo na lucidez, como na demência...
Paro para pensar novamente isto
Que traz a crua e fria realidade;
A contundência real que existo,
E a dor que sangra pela saudade...
46 | REVISTA LITERÁRIA
Respostas:
CAÇA PALAVRAS LITERÁRIO – Obras de escritores nacionais
Respostas Emoticon
1. Cavalo dado não se olha os dentes.
2. Em terra de cego, quem tem um olho é rei.
3. Quem não chora, não mama.
4. Em boca fechada não entra mosquito.
5. Mais vale um pássaro na mão, do que dois voando.
6. Santo de casa não faz milagre.
7. O apressado come cru.
8. Quem semeia vento colhe tempestade.
9. Cada macaco no seu galho.
10. Antes do do que mal acompanhado
11. Cavalo preso também pasta.
12. A união faz a força.
13. Pra cavalo velho o remédio é capim novo.
14. A curiosidade matou o gato.
15. Quem ama o frio bonito lhe parece.
PRÁXIS | 47
PRÊMIO REFLEXO LITERÁRIO
AUTORES PREMIADOS DE 2022
@kleberinaciodasilv
@nah.escrita
PRÊMIO REFLEXO LITERÁRIO
@vanessa_escritora
48 | REVISTA LITERÁRIA
PRÁXIS | 49
50 | REVISTA LITERÁRIA
PRÁXIS | 51
“O encontro de seres pensantes, apaixonados pela
escrita, com o dom de levar ao mundo suas
inspirações, suas reflexões, se desnudar por
dentro, trazendo leveza, alegria, reflexão e sonhos,
é o que nos faz entender que a criação do grupo
Associação Internacional de Escritores
Independentes e a Revista Literária Práxis vem
contribuir para estimular, divulgar e valorizar
autores e suas maravilhosas obras.”
Célia Paschoal
52 | REVISTA LITERÁRIA