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Quem é Quem na Sustentabilidade

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QUEM É QUEM NA<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

I


QUEM É QUEM NA<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

I<br />

2022


Saiba mais em<br />

www.greensavers.pt<br />

A REVISTA QUE<br />

DÁ VOZ A TODOS<br />

OS QUE LUTAM POR<br />

UM MUNDO MAIS<br />

SUSTENTÁVEL


\\ EDITORIAL \\<br />

5<br />

LIDERANÇA PARA A<br />

<strong>Sustentabilidade</strong><br />

As empresas têm um papel fundamental no caminho para se alcançar um futuro mais sustentável<br />

e inclusivo para todos. A integração de crit<strong>é</strong>rios sustentáveis tor<strong>na</strong>-se cada vez mais relevante<br />

e implica mudanças <strong>na</strong>s organizações. Por isso, antes da realização de qualquer estrat<strong>é</strong>gia, <strong>é</strong><br />

importante perceber como <strong>é</strong> que esta afeta cada área da empresa e os benefícios que irão decorrer da sua<br />

implementação. A<strong>na</strong>lisar o ponto de partida e medir emissões, exami<strong>na</strong>r toda a cadeia de valor e reduzir<br />

impactos, investir nos processos e alocar recursos, envolver os colaboradores e criar dinâmicas inter<strong>na</strong>s,<br />

medir os progressos, reportar e certificar são passos fundamentais para uma estrat<strong>é</strong>gia integrada de negócio<br />

bem-sucedida.<br />

“Os líderes de sustentabilidade vão para al<strong>é</strong>m da visão que garante que as iniciativas de sustentabilidade são<br />

executadas”, refere Edward Cone, diretor editorial da Oxford Economics. “Comunicam com os principais<br />

grupos de interesse, dentro e fora das suas empresas, e utilizam tecnologias integradas para medir e acompanhar<br />

o desempenho de forma a favorecer a responsabilidade”, acrescenta o responsável da consultora. No<br />

entanto, ainda há obstáculos a ultrapassar. Segundo um estudo do MIT Sloan, embora 90% dos executivos<br />

achem que o tema <strong>é</strong> importante, ape<strong>na</strong>s 60% das empresas têm uma estrat<strong>é</strong>gia dedicada à sustentabilidade.<br />

Tendo em conta o actual contexto e a crescente preocupação dos líderes portugueses, preparámos uma revista<br />

especial composta por uma análise sobre os desafios e as oportunidades que vão marcar o sector da <strong>Sustentabilidade</strong><br />

em 2022, ao nível da Descarbonização, Economia Circular, Fi<strong>na</strong>nças Sustentáveis, Comunicação,<br />

Cidades, Tecnologia, Igualdade e Diversidade. Temos igualmente um Fórum de Líderes, onde as principais<br />

instituições de diversos setores e os respetivos responsáveis pela sustentabilidade no nosso país explicam a<br />

sua visão sobre o futuro: preservar os recursos <strong>na</strong>turais, contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável, promover a descarbonização, criar um impacto positivo e fazer parte da solução para atingir a<br />

neutralidade climática são metas claras. Da energia ao retalho, os responsáveis estão unidos por uma causa<br />

comum: gerar a mudança e contribuir para um futuro mais sustentável.<br />

Direção Editorial<br />

// FICHA TÉCNICA<br />

DIRETOR GERAL Rog<strong>é</strong>rio Junior • DIRETOR EDITORIAL António Sarmento • COLABORADORES E REDAÇÃO Alexandra Costa, Geórgia Gonçalves, Fer<strong>na</strong>nda M. Reis,<br />

Rita de Oliveira Grossinho, Teresa Cotrim • DIREÇÃO DE COMUNICAÇÃO Marisa Silvestre • DIREÇÃO DE ARTE Sofia Marques • IMAGENS Getty Images • PUBLICIDADE<br />

Mário Serra (mario.serra@greensavers.pt) • PERIODICIDADE Anual • TIRAGEM MÉDIA 15.000 exemplares • PROPRIEDADE | SEDE | EDITOR Green News Editora, LDA,<br />

Rua Cidade de Rabat, 41B, 1500-159 Lisboa, NIPC: 516292412, geral@greensavers.pt • IMPRESSÃO E ACABAMENTO Lidergraf - Sustai<strong>na</strong>ble Printing, Rua do Galhano,<br />

nº15 | 4480-089 Vila do Conde • Revista distribuída gratuitamente com a Green Savers nº 7


6 \\ ÍNDICE \\<br />

8<br />

BARÓMETRO<br />

O Barómetro Europeu do Consumo Cetelem<br />

2022 concluiu que um quarto dos<br />

europeus afirma saber exatamente o que<br />

significa o conceito economia circular.<br />

16<br />

CIDADES INTELIGENTES<br />

Portugal pode ser<br />

uma “Smart Nation“<br />

Temos cidades exemplo a nível europeu,<br />

massa crítica e capacidade tecnológica<br />

para nos destacarmos <strong>na</strong> União Europeia.<br />

24<br />

DESCARBONIZAÇÃO<br />

Podemos ser o país mais<br />

eficiente da União Europeia<br />

A pandemia ajudou a atingir bons resultados,<br />

mas ainda há muito a fazer nos<br />

transportes, indústria e energia.<br />

10<br />

ENTREVISTA<br />

Portugal fez um percurso muito<br />

meritório no que respeita à transição<br />

energ<strong>é</strong>tica<br />

Filipe Duarte Santos, Presidente do<br />

Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Ambiente e Desenvolvimento<br />

Sustentável<br />

20<br />

ECONOMIA CIRCULAR<br />

Aproveitar ao máximo<br />

os recursos<br />

Se <strong>na</strong>da for feito, at<strong>é</strong> 2050, serão precisos<br />

três planeta Terra para providenciar<br />

as necessidades de consumo mundial.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ ÍNDICE \\<br />

7<br />

28<br />

ANÁLISE<br />

Portugal, um país<br />

sustentável?<br />

O País definiu o turismo como prioridade.<br />

Mas precisa ir mais al<strong>é</strong>m, abarcar<br />

todos os setores, e, mais do que isso,<br />

passar da intenção à ação.<br />

36<br />

FÓRUM DE LÍDERES<br />

1<br />

Qual a importância da <strong>Sustentabilidade</strong><br />

2<br />

para a sua área/setor?<br />

O que a sua empresa está a fazer para tor<strong>na</strong>r<br />

Portugal um país mais sustentável?<br />

30<br />

TECNOLOGIA<br />

O papel da inovação no Desenvolvimento<br />

sustentável<br />

Ape<strong>na</strong>s com a adoção da tecnologia<br />

poderemos acelerar as transformações<br />

das empresas para práticas mais<br />

sustentáveis.<br />

52<br />

DIRETÓRIO<br />

32<br />

FINANÇAS<br />

Investimento sustentável<br />

aumenta em todo o mundo.<br />

Os fundos que cumprem crit<strong>é</strong>rios ambientais,<br />

sociais e de governo das sociedades<br />

(ESG) estão a crescer rapidamente<br />

a nível global e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Compromisso com<br />

a sustentabilidade<br />

Num mundo em constante mudança, em que os recursos <strong>na</strong>turais estão a tor<strong>na</strong>r-se<br />

escassos e em que se começam a quantificar os impactos negativos das<br />

alterações climáticas, empresários e gestores ganham consciência para o tema<br />

da sustentabilidade e da responsabilidade social.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


8<br />

\\ BARÓMETRO \\<br />

BARÓMETRO<br />

O Barómetro Europeu do Consumo Cetelem 2022 concluiu que um<br />

quarto dos europeus afirma saber exatamente o que significa o conceito<br />

economia circular. E os dados apontam que um número ainda<br />

maior a considera bem desenvolvida no seu país, sublinhando o facto<br />

de estar a evoluir de forma positiva e ben<strong>é</strong>fica, tal como as práticas<br />

que engloba.<br />

Em Portugal, 26% dos inquiridos consideram que a economia circular<br />

está bem desenvolvida no país. Embora 36% dos inquiridos europeus<br />

tenham, em m<strong>é</strong>dia, tamb<strong>é</strong>m a mesma opinião, o número não reflete<br />

as significativas disparidades geográficas. Nos países do Norte <strong>é</strong><br />

onde encontramos aqueles que são mais rápidos a afirmar que a<br />

economia circular está bem desenvolvida nos seus países, nomeadamente,<br />

no Reino Unido e <strong>na</strong> Noruega, onde 1 em cada 2 inquiridos<br />

expressa esta opinião. Os inquiridos a Sul são menos propensos a fazê-lo,<br />

com os búlgaros a revelarem-se particularmente c<strong>é</strong>ticos (6%).<br />

66% 41% 41%<br />

DOS PORTUGUESES<br />

RECICLAM<br />

REDUZIRAM<br />

OS RESÍDUOS<br />

REUTILIZAM<br />

OS PRODUTOS<br />

1 EM CADA 2<br />

EUROPEUS DECLARA QUE RECICLA MAIS OS SEUS<br />

RESÍDUOS E QUE OS REDUZIU NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ BARÓMETRO \\<br />

9<br />

A REDUÇÃO DE RESÍDUOS<br />

TAMBÉM É PRATICADA COM<br />

FREQUÊNCIA, DE ACORDO COM<br />

41%<br />

DOS PORTUGUESES<br />

46%<br />

DOS EUROPEUS<br />

A consciencialização demonstrada pelos consumidores europeus em relação<br />

à economia circular <strong>é</strong> igualmente uma fonte de esperança para o<br />

seu desenvolvimento nos próximos anos, com 6 em cada 10 a acreditarem<br />

estar bem informados ou muito bem informados sobre o tema. No caso dos<br />

inquiridos em Portugal são 64% que dizem estar bem informados, colocando<br />

o país <strong>na</strong> m<strong>é</strong>dia europeia. Os três países nórdicos destacam-se como<br />

sendo claramente os mais conhecedores (7 em 10). Por sua vez, os países<br />

da Europa de Leste tamb<strong>é</strong>m formam um grupo bastante homog<strong>é</strong>neo, mas<br />

menos conscientes, com os búlgaros a emergir como os europeus menos<br />

informados (ape<strong>na</strong>s um pouco menos de 4 em 10). Surpreendentemente,<br />

vários países da Europa Ocidental pontuam abaixo da m<strong>é</strong>dia geral, nomeadamente,<br />

a Áustria e a França.<br />

Al<strong>é</strong>m de juntar duas palavras que têm um impacto<br />

positivo junto dos europeus, a economia<br />

circular tem levado cada vez mais cidadãos a<br />

comprometerem-se com a aplicação dos três R<br />

em que se baseia: Reciclar, Reduzir, Reutilizar.<br />

Quando a<strong>na</strong>lisamos as práticas observa-se,<br />

contudo, novamente uma divisão geográfica<br />

clara entre os países a Ocidente e a Norte, por<br />

um lado, e as <strong>na</strong>ções mais a Leste, por outro.<br />

Há tamb<strong>é</strong>m uma divisão<br />

geracio<strong>na</strong>l, ainda que menos acentuada, com<br />

os maiores de 50 anos geralmente mais comprometidos,<br />

independentemente do “R” em<br />

questão.<br />

26% 64%<br />

DOS PORTUGUESES<br />

CONSIDERAM QUE A<br />

ECONOMIA CIRCULAR<br />

ESTÁ BEM DESENVOL-<br />

VIDA NO PAÍS<br />

DOS PORTUGUESES<br />

CONSIDERAM QUE ES-<br />

TÃO BEM INFORMADOS<br />

SOBRE A ECONOMIA<br />

CIRCULAR<br />

>50 ANOS<br />

OS MAIORES DE 50 ANOS<br />

ESTÃO MAIS COMPROME-<br />

TIDOS COM A APLICAÇÃO<br />

DOS TRÊS R’S: RECICLAR,<br />

REDUZIR, E REUTILIZAR.<br />

O TERCEIRO R, A REUTILIZAÇÃO DE PRODUTOS, SEJA<br />

ATRAVÉS DA VENDA, DOAÇÃO OU REAPROVEITAMENTO,<br />

É REALIZADA REGULARMENTE POR<br />

41%<br />

DOS PORTUGUESES<br />

&<br />

46%<br />

DOS EUROPEUS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


10 \\ ENTREVISTA \\<br />

”<br />

Portugal fez um percurso<br />

muito meritório no que<br />

respeita à transição energ<strong>é</strong>tica<br />

MAIS DE METADE DA ENERGIA ELÉTRICA É GERADA COM ORIGEM EM FONTES DE ENERGIA<br />

RENOVÁVEIS. NO SUL DA EUROPA SOMOS DOS PAÍSES QUE FIZERAM UM ESFORÇO MAIOR.<br />

\\ Por Teresa Cotrim<br />

Filipe Duarte Santos, Presidente do Conselho Nacio<strong>na</strong>l de<br />

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Especialista Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

em Alterações Climáticas, defende que, mesmo<br />

que a Europa atinja, o que já deve ser difícil, as metas da descarbonização,<br />

serão ape<strong>na</strong>s 10% do problema global. É preciso que Chi<strong>na</strong>, EUA e<br />

Índia tamb<strong>é</strong>m o façam. O tema já não era fácil, agora com a guerra, a<br />

crise energ<strong>é</strong>tica e as sanções que colocam em causa o preço das mat<strong>é</strong>rias-primas,<br />

o assunto do clima passou para segundo plano.<br />

Em 2019, António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas<br />

(ONU), fez capa <strong>na</strong> revista Time devido ao aquecimento global, dizendo<br />

que era a “luta das nossas vidas”. Dois anos depois, durante a<br />

COP26, em Glasgow, repetiu o apelo, afirmando que era uma das<br />

últimas oportunidades para reverter este problema. Em vão?<br />

Tem havido muitos apelos para diminuir as emissões de gases com efeito<br />

de estufa para a atmosfera, sobretudo o dióxido de carbono, o metano<br />

e o oxido nitroso. Um número elevado de artigos científicos mostra que<br />

já se observam impactos muito gravosos das alterações climáticas. Em<br />

todo o mundo, com consequências mais negativas e, por vezes, dramáticas<br />

nos países em desenvolvimento. Apesar de todo este esforço dos<br />

cientistas, no sentido de alertarem para as consequências da alteração<br />

climática no presente e o seu agravamento no futuro, o facto <strong>é</strong> que a<br />

cadência a que se está a fazer a transição para as energias renováveis, e<br />

o ritmo com que se estão a diminuir as emissões de gases com efeito de<br />

estufa, <strong>é</strong> demasiado lento para cumprir o Acordo de Paris.<br />

Um dos principais objetivos do Acordo de Paris <strong>é</strong> que o aumento das<br />

temperaturas m<strong>é</strong>dias à superfície não ultrapasse os 1,5ºCelsius, para<br />

ficar equivalente ao período pr<strong>é</strong>-industrial. Ainda vamos a tempo de<br />

atingir estas metas?<br />

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou há dias que o<br />

objetivo de não ultrapassar os 1,5º C está nos cuidados intensivos. Está<br />

numa situação extremamente difícil. Portanto, <strong>é</strong> provável que já não se<br />

vá a tempo. É claro que <strong>é</strong> sempre possível inverter as coisas, mas seria<br />

necessário um esforço muito grande.<br />

Com a guerra e a dependência do gás <strong>na</strong>tural da Rússia por parte da<br />

Europa, será que não se darão passos atrás <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica?<br />

Há países como os Estados Unidos, onde tem havido uma enorme pressão<br />

por parte das petrolíferas para voltarem a fazer prospeção de novas<br />

jazidas de petróleo, o que está proibido em algumas propriedades federais,<br />

mas querem inverter essa legislação, o que não são boas notícias<br />

para a descarbonização dos Estados Unidos da Am<strong>é</strong>rica. Por outro lado,<br />

o Presidente dos EUA está a pressio<strong>na</strong>r as petrolíferas no sentido de<br />

aumentarem a produção para baixar os preços da gasoli<strong>na</strong> e do gasóleo.<br />

Na atual conjuntura como fica o tema do clima?<br />

É imprevisível. Estamos sempre mais focados nos problemas imediatos.<br />

São os que receberão mais atenção. Caso do aumento do custo de energia,<br />

que <strong>é</strong> muito prejudicial para o crescimento da economia. Isso será central.<br />

Depois, há os aspetos das sanções económicas que têm tendência a dese-<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ ENTREVISTA \\<br />

11<br />

quilibrar a economia mundial. Vivemos um período<br />

de incerteza. As questões de m<strong>é</strong>dio/longo prazo<br />

vão passar <strong>na</strong>turalmente para segundo plano.<br />

Aspetos que vão no sentido da redução das<br />

emissões – sobretudo <strong>na</strong> Europa que vai querer<br />

tor<strong>na</strong>r-se menos dependentes dos combustíveis<br />

fósseis importados da Rússia?<br />

Verdade. Mas, por outro lado, isto tem alguma<br />

perversidade porque a Europa vai importar mais<br />

gás <strong>na</strong>tural dos Estados Unidos, obtido a partir de<br />

uma tecnologia relativamente recente, que <strong>é</strong> o fracking,<br />

fraturamento hidráulico. Trata-se de extrair<br />

gás metano do subsolo, de formações de xisto, num<br />

processo de extração em que se injetam grandes<br />

quantidades de água a uma temperatura muito<br />

elevada, com produtos químicos e areia. Nesse<br />

processo liberta-se para a atmosfera metano que <strong>é</strong><br />

um poderoso gás com efeito de estufa.<br />

É tão poluente quanto o carvão?<br />

Há cientistas que dizem que as emissões em alguns<br />

casos são comparáveis. Enquanto o gás <strong>na</strong>tural<br />

que vem da Rússia não utiliza esta tecnologia,<br />

logo as emissões são menores.<br />

O problema do aquecimento global tem como<br />

vilão as energias fósseis. Portugal fechou as<br />

duas centrais de carvão, Sines e Pego, e apostou<br />

fortemente <strong>na</strong>s energias renováveis, nomeadamente<br />

eólica, fotovoltaica e hídrica. Agiu bem?<br />

Na minha opinião Portugal fez um percurso muito<br />

meritório no que respeita à transição energ<strong>é</strong>tica.<br />

Temos mais de metade da energia el<strong>é</strong>trica que<br />

<strong>é</strong> gerada com origem em fontes de energia renováveis.<br />

No Sul da Europa somos dos países que<br />

fizeram um esforço maior.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


12<br />

\\ ENTREVISTA \\<br />

Portugal está no bom caminho do hidrog<strong>é</strong>nio<br />

verde?<br />

Acho que foi uma boa decisão e pode ser eventualmente<br />

daqui a bastante tempo uma boa solução<br />

para o problema.<br />

O professor <strong>é</strong> físico e especialista em nuclear.<br />

Esta energia seria uma opção para Portugal?<br />

Não necessitamos de uma central nuclear portuguesa.<br />

Aliás, esta nem tem aceitação em Portugal,<br />

mas mesmo que tivesse, não se justificava<br />

porque as nossas necessidades energ<strong>é</strong>ticas são<br />

relativamente peque<strong>na</strong>s. Só faria sentido ter uma<br />

Apesar de Portugal ser um bom aluno <strong>na</strong> aplicação<br />

das energias renováveis, a verdade <strong>é</strong> que<br />

ainda não <strong>é</strong> autossuficiente e depende dos combustíveis<br />

fósseis para resolver o problema de<br />

intermitência e armaze<strong>na</strong>mento daquela energia...<br />

Todas as energias renováveis têm um problema<br />

de intermitência, mesmo a hídrica. Quando temos<br />

seca há uma competição entre o setor de<br />

abastecimento público e o da energia. A maneira<br />

de resolver isso <strong>é</strong> ter um backup, ou seja, ter uma<br />

fonte firme de energia que substitua.<br />

Que energia poderemos ter como alter<strong>na</strong>tiva?<br />

A nuclear?<br />

Pode ser nuclear ou armaze<strong>na</strong>r energia sob a forma<br />

de hidrog<strong>é</strong>nio verde. Portugal está a desenvolver<br />

essa fileira. O que se faz <strong>é</strong> a hidrólise da<br />

água. Aí separa-se o hidrog<strong>é</strong>nio do oxig<strong>é</strong>nio e essa<br />

hidrólise <strong>é</strong> feita com energia el<strong>é</strong>trica que pode ser<br />

de fonte renovável.<br />

Não tem <strong>na</strong>da de poluente, tem <strong>é</strong> o problema de<br />

o hidrog<strong>é</strong>nio poder ser explosivo, mas pode acautelar-se<br />

essa dificuldade. É uma coisa que se ultrapassa.<br />

central nuclear se fosse um investimento feito em<br />

cooperação com Espanha que tem experiência e<br />

t<strong>é</strong>cnicos especializados.<br />

O nuclear representa uma fração significativa<br />

da geração de energia a nível mundial.<br />

É uma peque<strong>na</strong> fração <strong>na</strong> ordem dos 5%. Não aumentará<br />

muito no futuro, mas atenção. quando<br />

se fala em 5% temos de ter em consideração que<br />

a procura de energia <strong>é</strong> crescente. A energia está<br />

<strong>na</strong> base do desenvolvimento socioeconómico do<br />

mundo. No atual modelo só <strong>é</strong> possível à escala<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ ENTREVISTA \\<br />

13<br />

global ter desenvolvimento económico consumindo<br />

grandes quantidades de energia. O bolo<br />

vai crescer, logo os 5%, a manter-se, vão ser mais<br />

centrais nucleares.<br />

Essas interligações são por terra e mar?<br />

Há uma interligação, por mar, no golfo da Biscaia,<br />

um cabo el<strong>é</strong>trico que permite a ligação entre Espanha<br />

e França, mas como disse está muito atrasada,<br />

do mundo. É outro problema que está relacio<strong>na</strong>do<br />

com a pegada huma<strong>na</strong> sobre o ambiente, com<br />

o aumento da população, e com hábitos alimentares<br />

que incluem cada vez mais a carne bovi<strong>na</strong>.<br />

Apesar de todo este esforço dos cientistas, no sentido<br />

de alertarem para as consequências da alteração climática<br />

no presente e o seu agravamento no futuro, o facto<br />

<strong>é</strong> que a cadência a que se está a fazer a transição para<br />

as energias renováveis, e o ritmo com que se estão a<br />

diminuir as emissões de gases com efeito de estufa, <strong>é</strong><br />

demasiado lento para cumprir o Acordo de Paris.<br />

Quanto tempo ficará Portugal ainda dependente<br />

energeticamente?<br />

É algo complexo porque a Península Ib<strong>é</strong>rica infelizmente<br />

<strong>é</strong> uma ilha energ<strong>é</strong>tica. É triste dizer<br />

que havia um acordo <strong>na</strong> União Europeia de se<br />

aumentar a interconectividade el<strong>é</strong>trica entre a<br />

Península Ib<strong>é</strong>rica e o resto da Europa, mas o facto<br />

<strong>é</strong> que isso não se fez. Havia três ligações el<strong>é</strong>tricas<br />

entre a Espanha e França, atrav<strong>é</strong>s dos Piren<strong>é</strong>us e<br />

do Golfo da Biscaia, para que toda a interconectividade<br />

entre os países da UE fosse de 10%, em<br />

2020 e de 15% em 2030, mas todo este processo<br />

não se concretizou. Está atrasado. Já estamos em<br />

2022 e nem os tais 10% atingiram. Se tiv<strong>é</strong>ssemos<br />

essa interconetividade, Portugal e Espanha poderiam<br />

exportar mais energia el<strong>é</strong>trica.<br />

Portugal já deu energia a custo zero.<br />

Houve uma altura em que exportávamos energia<br />

el<strong>é</strong>trica para Espanha a custo zero. De graça! De<br />

facto, fica-se perplexo como <strong>é</strong> que <strong>na</strong> União Europeia<br />

não se avançou com isto. O tema foi debatido<br />

no Conselho Europeu de 23 de outubro de<br />

2014 e, at<strong>é</strong> agora, não se avançou muito.<br />

e havia tamb<strong>é</strong>m duas interligações de gás <strong>na</strong>tural<br />

entre a Península Ib<strong>é</strong>rica e o resto da Europa,<br />

aproveitando o termi<strong>na</strong>l de Sines e seis termi<strong>na</strong>is<br />

de gás liquefeito em Espanha. Portanto, Portugal e<br />

Espanha podiam receber gás <strong>na</strong>tural e exportá-lo<br />

para a Europa, mas <strong>na</strong>da disso aconteceu.<br />

Então, o que aconteceu?<br />

Aconteceu o Nord Stream 2 que liga a Rússia à<br />

Alemanha.<br />

Voltando ao aquecimento global, se não houver<br />

um recuo as consequências serão terríveis,<br />

aliás já estão a ser: a ONU referiu que, devido<br />

às alterações climáticas, entre 3% e 14% das esp<strong>é</strong>cies<br />

terrestres estão ameaçadas de extinção,<br />

mesmo que o aumento das temperaturas m<strong>é</strong>dias<br />

não ultrapasse os 1,5ºC...<br />

É gravíssimo. As questões de biodiversidade são<br />

outra preocupação gigante que a humanidade<br />

tem. Mas a perda de biodiversidade não resulta<br />

ape<strong>na</strong>s da mudança antropog<strong>é</strong>nica do clima, depende<br />

tamb<strong>é</strong>m da perda de habitats, que resulta<br />

da extensão das áreas agrícolas em muitas regiões<br />

Outro flagelo anunciado pela ONU <strong>é</strong> que, at<strong>é</strong><br />

2050, mil milhões de pessoas poderão estar a<br />

viver em zo<strong>na</strong>s costeiras ameaçadas pela subida<br />

das águas do mar. Portugal corre esse risco?<br />

O mar pode vir a subir at<strong>é</strong> 80 cm ou mesmo<br />

um metro.<br />

Exatamente, mas depende muito daquilo que se<br />

fizer at<strong>é</strong> ao fi<strong>na</strong>l deste s<strong>é</strong>culo. Se ficarmos abaixo<br />

de 1,5º C as coisas serão de uma certa forma, a<br />

subida do nível m<strong>é</strong>dio do mar será mais lenta. De<br />

salientar, contudo, que o nível do mar subirá em<br />

qualquer cenário.<br />

Mesmo que parássemos completamente as<br />

emissões isso aconteceria?<br />

Sim, só que sobe mais caso se aumentem as emissões.<br />

E, se continuar assim no fim do s<strong>é</strong>culo, teremos<br />

esse crescimento que rondará os 80 cm<br />

ou mesmo um metro. O que <strong>é</strong> mais preocupante<br />

<strong>é</strong> que esta subida vai continuar. É um problema<br />

anunciado e que vai agravar-se lentamente. Nós,<br />

humanos, temos dificuldade em reagir a problemas<br />

distantes no tempo.<br />

O aquecimento global <strong>é</strong> precisamente um desses<br />

problemas. Andamos de crise em crise e<br />

olha-se para esse tema protelando-o para 2100,<br />

com metas para cumprir. Entretanto, novas<br />

crises vão aparecendo e essa fica para trás.<br />

Há um problema adicio<strong>na</strong>l. Esta transição energ<strong>é</strong>tica.,<br />

não nos podemos esquecer, <strong>é</strong> à escala mundial<br />

e nessa escala os combustíveis fósseis representam<br />

80% das fontes primárias de energia. Não<br />

<strong>é</strong> exagero dizer que estamos viciados em combustíveis<br />

fósseis. Desses 80%, aproximadamente 1/3 <strong>é</strong><br />

carvão, 1/3 <strong>é</strong> gás <strong>na</strong>tural e 1/3 petróleo.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


14<br />

\\ ENTREVISTA \\<br />

A produção de água dessalinizada está a aumentar<br />

muito em todo o mundo, sobretudo <strong>na</strong>s zo<strong>na</strong>s do M<strong>é</strong>dio<br />

Oriente, Espanha, EUA e Austrália. Este processo <strong>é</strong>,<br />

regra geral, feito em zo<strong>na</strong>s costeiras onde há escassez<br />

de água e o clima <strong>é</strong> seco com muito sol.<br />

90%<br />

PORTUGAL É UM DOS PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA<br />

EM QUE A PERCENTAGEM DE ÁREA FLORESTAL<br />

PRIVADA É SUPERIOR A 90%.<br />

58%<br />

OS QUATRO MAIORES EMISSORES DE GASES COM<br />

EFEITOS DE ESTUFA SÃO A CHINA, ESTADOS UNI-<br />

DOS, UNIÃO EUROPEIA E A ÍNDIA. E ESTES TODOS<br />

JUNTOS EMITEM 58% DAS EMISSÕES<br />

Em termos de emissões o carvão <strong>é</strong> o pior ...<br />

Para a mesma quantidade de energia gerada, o<br />

carvão emite mais C02 para a atmosfera do que<br />

o petróleo e este, por sua vez, mais do que o gás<br />

<strong>na</strong>tural. Quando um país faz a transição do carvão,<br />

ou do petróleo, para o gás <strong>na</strong>tural, diminui as<br />

emissões, mas o facto <strong>é</strong> que esta transição exige<br />

uma s<strong>é</strong>rie de elementos químicos que existem e<br />

que não são muito abundantes. Com a guerra e<br />

as sanções, alguns desses elementos, casos de níquel,<br />

lítio, plati<strong>na</strong> e cobalto, ficam mais caros e<br />

escassos, e isso <strong>é</strong> um entrave à transição energ<strong>é</strong>tica.<br />

Al<strong>é</strong>m de que licenciar mi<strong>na</strong>s para fazer a sua<br />

exploração leva muitos anos.<br />

Com o aquecimento global a zo<strong>na</strong> mediterrânica<br />

pode ser seriamente afetada a nível agrícola.<br />

Há números que indicam uma diminuição de<br />

17% at<strong>é</strong> 2050 caso os efeitos de estufa se mantenham<br />

elevados...<br />

A região mediterrânica <strong>é</strong> muito vulnerável. A<br />

razão <strong>é</strong> que há uma tendência de diminuição da<br />

precipitação. É preciso tamb<strong>é</strong>m lembrar que não<br />

temos uma precipitação baixa, agora falando do<br />

caso de Portugal. Temos uma precipitação acumulada<br />

por ano, que <strong>é</strong> comparável à de Berlim<br />

ou Paris, por exemplo, mas há uma diferença que<br />

caracteriza o clima mediterrânico. Não chove no<br />

verão. Portanto, as plantas estão sob um elevado<br />

stress nos meses de verão e a agricultura nestas<br />

circunstâncias <strong>é</strong> mais difícil e beneficia em recorrer<br />

ao regadio. Fala-se <strong>na</strong> Ucrânia onde a produção<br />

de trigo <strong>é</strong> muito elevada. É um dos celeiros<br />

do mundo e tem uma precipitação semelhante a<br />

Portugal, mas há uma nuance que faz toda a diferença.<br />

Lá chove em agosto. São climas continentais.<br />

Depois há a agricultura, os recursos hídricos,<br />

a biodiversidade e temos ainda a questão da sustentabilidade<br />

das florestas, sobretudo no aspeto<br />

dos incêndios florestais, tudo setores vulneráveis<br />

a um clima mais quente e seco.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ ENTREVISTA \\<br />

15<br />

Se Portugal avançar para essa solução terá<br />

energia então para fazer as centrais funcio<strong>na</strong>rem<br />

sem grande dificuldade?<br />

É perfeitamente possível. É preciso tomar decisões,<br />

fazer um debate e agir.<br />

Portugal tem sofrido muito com os incêndios<br />

florestais. Como mitigar este flagelo?<br />

O Governo tem feito um grande esforço de<br />

prevenção de incêndios florestais, colhendo<br />

frutos nos últimos dois anos. A extensão da<br />

área ardida foi relativamente baixa, mas estamos<br />

muito dependentes de ter um ano com<br />

condições meteorológicas que propiciem, ou<br />

tornem menos provável, a ocorrência de grandes<br />

fogos florestais. Caso contrário, se não<br />

houver uma resposta rápida, teremos situações<br />

análogas às que já registámos no passado e<br />

que são extremamente gravosas. At<strong>é</strong> trágicas.<br />

A floresta portuguesa tem uma especificidade<br />

muito própria.<br />

Portugal <strong>é</strong> um dos países da União Europeia em<br />

que a percentagem de área florestal privada <strong>é</strong><br />

superior a 90%. Temos uma propriedade muito<br />

dividida, muito fragmentada. Em Espanha houve<br />

um período em que os agricultores foram incentivados<br />

e at<strong>é</strong> de certo modo forçados ao emparcelamento,<br />

visando criar unidades maiores. O que<br />

se tor<strong>na</strong> muito mais fácil de gerir do ponto de<br />

vista económico e da prevenção de incêndios. O<br />

maior problema em Portugal <strong>é</strong> que muitas peque<strong>na</strong>s<br />

parcelas florestais estão abando<strong>na</strong>das. Não<br />

há um cadastro georreferenciado e completo da<br />

propriedade florestal em Portugal, algo que tem<br />

sido reconhecido governo após governo, mas a realidade<br />

<strong>é</strong> que ainda não foi feito. Tem-se tentado<br />

com um cadastro simplificado. Esperemos que se<br />

conclua em breve.<br />

O que acontece, então?<br />

Muitas dessas propriedades têm heranças e divisas,<br />

o que significa que podem pertencer a muitos<br />

proprietários e alguns estão espalhados pelo<br />

mundo. Como se gere uma coisa destas? É um<br />

grande desafio! Tem de haver uma certa solidariedade<br />

e compreensão para ajudar a resolver os<br />

problemas de incêndios nosso país. Tanto os florestais<br />

como os rurais.<br />

Falando agora da Seca que estamos a viver.<br />

Para minimizar os seus impactos não se deveria<br />

investir <strong>na</strong> dessalinização? Sendo que tamb<strong>é</strong>m<br />

esta tecnologia <strong>é</strong> uma grande consumidora<br />

energ<strong>é</strong>tica?<br />

A produção de água dessalinizada está a aumentar<br />

muito em todo o mundo, sobretudo<br />

<strong>na</strong>s zo<strong>na</strong>s do M<strong>é</strong>dio Oriente, Espanha, EUA e<br />

Austrália. Este processo <strong>é</strong>, regra geral, feito em<br />

zo<strong>na</strong>s costeiras onde há escassez de água e o clima<br />

<strong>é</strong> seco com muito sol. Podem utilizar-se as<br />

energias renováveis para alimentar as centrais de<br />

dessalinização com energia el<strong>é</strong>trica, seja a fotovoltaica,<br />

seja a eólica.<br />

A dessalinização não tem impacto a nível do<br />

aquecimento global se for movida pelas renováveis,<br />

mas tem outros senãos?<br />

Tem alguns problemas do ponto de vista ambiental,<br />

isto porque ficam grandes quantidades de salmoura,<br />

que são gerados no processo de osmose, e<br />

hoje em dia tem-se feito investigação no sentido<br />

de dar valor a esse produto <strong>na</strong> indústria. Outra<br />

maneira de dar um destino a essas salmouras <strong>é</strong><br />

devolvê-las ao mar, mas isso não <strong>é</strong> uma ideia muito<br />

boa se provocar uma salinidade elevada. Depois<br />

há ainda a captação da água do oceano para<br />

a central de dessalinização, se <strong>é</strong> feita à superfície<br />

do fundo do mar pode levar consigo imensos micro-organismos,<br />

por isso não <strong>é</strong> uma coisa boa.<br />

Pode fazer-se essa captação abaixo do fundo do<br />

mar. Há soluções que têm de ser adaptadas para<br />

minimizar o impacto sobre o meio ambiente. Há<br />

sempre impactos, pelo que temos de procurar soluções<br />

equilibradas.<br />

Para termi<strong>na</strong>r, Portugal tem sido muito bom aluno<br />

<strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica, mas a verdade <strong>é</strong> que<br />

somos muito pequenos e gravitam à nossa volta<br />

vários cábulas para usar a mesma metáfora...<br />

Sem dúvida. Os quatro maiores emissores de<br />

gases com efeitos de estufa são a Chi<strong>na</strong>, Estados<br />

Unidos, União Europeia e a Índia. E estes todos<br />

juntos emitem 58% das emissões.<br />

A Europa?<br />

Está <strong>na</strong> ordem dos 10%. Se a Europa descarbonizar<br />

completamente a sua economia são ape<strong>na</strong>s<br />

10% do problema global, portanto ou bem que se<br />

faz à escala global ou não fica resolvido.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


16 \\ CIDADES INTELIGENTES \\<br />

PORTUGAL PODE SER UMA<br />

SMART<br />

NATION<br />

TEMOS CIDADES EXEMPLO A NÍVEL EUROPEU, MASSA CRÍTICA E CAPACIDADE TECNOLÓGICA<br />

PARA NOS DESTACARMOS NA UNIÃO EUROPEIA.<br />

S\\ Por Teresa Cotrim<br />

omos um país pequeno, mas temos as condições ideais para ser<br />

um exportador de soluções de Smart Cities. “Temos massa crítica,<br />

capacidade tecnológica, e at<strong>é</strong> incentivos por parte do Plano<br />

de Recuperação e Resiliência (PRR) para que essa agenda seja<br />

tor<strong>na</strong>da realidade”, afirma Miguel Eiras Antunes, recentemente nomeado<br />

Global Smart Cities Leader da Deloitte Portugal, prometendo que, agora<br />

que tem um pouco mais de força, lutará pela ideia de que Portugal deveria<br />

ser uma Smart Nation. E explica porquê: “Ao nível estatal, está em curso o<br />

desenvolvimento da Estrat<strong>é</strong>gia Nacio<strong>na</strong>l de Smart Cities. Prevista no Plano<br />

de Ação para a Transição Digital, aprovado em abril de 2020, a Estrat<strong>é</strong>gia<br />

Nacio<strong>na</strong>l de Smart Cities tem como propósito o desenvolvimento de cidades<br />

inteligentes que proporcionem serviços mais centrados <strong>na</strong>s pessoas, inclusivos,<br />

sustentáveis e interoperáveis em todo o território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l”, refere.<br />

Para o partner da Deloitte há boas gestões municipais em todo o país.<br />

“Podemos destacar, a título de exemplo, Lisboa - com projetos focados <strong>na</strong><br />

mobilidade e redução da pegada de carbono; Porto - centrado <strong>na</strong> economia<br />

circular e transição energ<strong>é</strong>tica; e Cascais - que tem vindo a apostar no<br />

desenvolvimento tecnológico para uma gestão eficiente dos serviços prestados.<br />

Não são casos únicos, mas são bons exemplos de transformação integrada”,<br />

salienta.<br />

Mas, afi<strong>na</strong>l, o que <strong>é</strong> uma Smart City? Segundo a União Europeia, uma<br />

Cidade Inteligente <strong>é</strong> um conjunto de sistemas e de pessoas que interagem<br />

de forma inteligente, utilizando energia, materiais, serviços e recursos de<br />

modo sustentável para beneficiar os cidadãos e os negócios. Representam<br />

uma esp<strong>é</strong>cie de fusão entre os cidadãos e sistemas que se movimentam em<br />

sintonia, procurando assegurar o desenvolvimento sustentável dos espaços<br />

urbanos. O Smart City Index Portugal acrescenta: “São cidades inovadoras,<br />

sustentáveis, inclusivas, resilientes e conectadas, orientadas para promover<br />

a criação de negócios, emprego e melhorar a qualidade de vida. Operam<br />

como laboratórios vivos, palcos de desenvolvimento e experimentação de<br />

soluções urba<strong>na</strong>s em contexto real, numa lógica de inovação aberta e cocriação<br />

com o envolvimento dos cidadãos.”<br />

Segundo o índice IESE Cities in Motion, para uma cidade ser considerada<br />

inteligente <strong>é</strong> importante que utilize um grande número das seguintes soluções:<br />

tecnologias de informação, automatização e controlo de edifícios;<br />

planeamento urbano eficiente; mobilidade urba<strong>na</strong> e transportes públicos<br />

sustentáveis; gestão inteligente dos resíduos sólidos; melhoria da sustentabilidade<br />

ambiental; preocupação com o ambiente social; tecnologias aplicadas<br />

à educação e saúde; sistema de com<strong>é</strong>rcio eletrónico; transparência entre<br />

governos e cidadãos e dados compartilhados em Open Data.<br />

CIDADES PORTUGUESAS, EXEMPLOS LÁ PARA FORA<br />

Lisboa foi Capital Verde Europeia em 2020, galardão atribuído anualmente<br />

a uma cidade europeia com mais de 100 mil habitantes e que seja um<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ CIDADES INTELIGENTES \\<br />

17<br />

Segundo a União<br />

Europeia, uma Cidade<br />

Inteligente <strong>é</strong> um conjunto<br />

de sistemas e de<br />

pessoas que interagem<br />

de forma inteligente,<br />

utilizando energia,<br />

materiais, serviços<br />

e recursos de forma<br />

sustentável para beneficiar<br />

os cidadãos e os<br />

negócios.<br />

exemplo em termos de sustentabilidade ambiental,<br />

social e económica. Foi a primeira vez que uma<br />

capital do sul da Europa foi distinguida no âmbito<br />

desta iniciativa. A cidade das sete coli<strong>na</strong>s comprometeu-se<br />

a termi<strong>na</strong>r uma central fotovoltaica para<br />

abastecimento de frota el<strong>é</strong>trica da carris; continuar<br />

a trabalhar para atingir as metas de 2030: atingir os<br />

103 MW de produção de energia solar fotovoltaica<br />

oriunda de pain<strong>é</strong>is solares instalados em toda a<br />

cidade; conseguir edifícios 30% mais eficientes; reduzir<br />

em 60% as emissões de CO2 e atingir a neutralidade<br />

carbónica em 2050.<br />

A nível da água responsabilizou-se em instalar uma<br />

rede de distribuição de água para reutilização que<br />

entrará em funcio<strong>na</strong>mento, <strong>na</strong> sua totalidade, em<br />

2025, e poupar 25% de água, atrav<strong>é</strong>s de um programa<br />

de eficiência hídrica. Na área da mobilidade está<br />

a criar mais e melhores infraestruturas para a mobilidade<br />

pedo<strong>na</strong>l e ciclável, transferência do uso do automóvel<br />

para o transporte público <strong>na</strong>s 18 autarquias<br />

da Área Metropolita<strong>na</strong> de Lisboa, ajudando a atingir<br />

as metas de descarbonização. Promoveram-se<br />

tamb<strong>é</strong>m a diminuição de resíduos e o aumento da<br />

recolha seletiva, investindo numa economia circular.<br />

E, por fim, a meta de criar 350 hectares de novas<br />

áreas verdes e abertas ao público at<strong>é</strong> ao fi<strong>na</strong>l de 2022.<br />

No Porto, Valongo tamb<strong>é</strong>m subiu ao pódio em<br />

2022, ganhando o título de Folha Verde da Europa.<br />

Isto porque apostou <strong>na</strong> eficiência energ<strong>é</strong>tica, incrementou<br />

hortas biológicas urba<strong>na</strong>s, criou a recolha<br />

de resíduos porta a porta e desenvolveu o Porto<br />

Energy Hub. Quanto a Cascais, dispõe de projetos<br />

inovadores que usam a tecnologia ao serviço de<br />

todos, como as apps para telemóveis: a Mycascais<br />

(plataforma de serviços municipais eletrónicos); a<br />

FixCascais (plataforma que permite aos cidadãos<br />

reportar diferentes tipos de situações em espaços<br />

públicos); a Mobicascais (sistema de gestão de<br />

mobilidade) e a Citypoints que permite acumular<br />

pontos e ganhar pr<strong>é</strong>mios sempre que os cidadãos<br />

pratiquem “boas ações de cidadania” em prol do<br />

ambiente e da comunidade.<br />

Mas Portugal está repleto de bons exemplos. Atrav<strong>é</strong>s<br />

do programa 100 Intelligent Cities Challenge, a Comissão<br />

Europeia apoiou a aplicação de estrat<strong>é</strong>gias de<br />

inovação e desenvolvimento tecnológico em 124 cidades,<br />

e o Porto foi um dos exemplos escolhidos como<br />

referência. A cidade Invicta fez parte do grupo de<br />

dez Cidades Mentoras, juntamente com Barcelo<strong>na</strong>,<br />

Amesterdão, Antu<strong>é</strong>rpia e Singapura. Mas Guimarães<br />

e Valongo receberam igualmente a distinção “100<br />

Cidades Inteligentes” com o objetivo de transformar<br />

as suas políticas digitais. Guimarães pretende ser um<br />

laboratório de futuro e está a trabalhar em projetos<br />

transformadores em 12 setores desafiantes para as<br />

cidades: energia, água, mobilidade, futuro do trabalho,<br />

resíduos, habitação, entre outros. Aveiro tamb<strong>é</strong>m<br />

desenvolveu projetos inteligentes, casos do Smart<br />

Traffic e do Buga ou Bicicletas gratuitas. Já Loul<strong>é</strong> tem<br />

como objetivo acelerar a transição energ<strong>é</strong>tica e, al<strong>é</strong>m<br />

disso, dotou a cidade com rede Wi-Fi de acesso gratuito,<br />

instalando MUPIS para melhorar a comunicação<br />

com os munícipes. Mas Viseu, Penela, Águeda,<br />

Leiria e Torres Vedras tamb<strong>é</strong>m apostaram no 5G, <strong>na</strong><br />

promoção de veículos el<strong>é</strong>tricos, tecnologias para o<br />

turismo e aplicações de interação com os cidadãos.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


18 \\ CIDADES INTELIGENTES \\<br />

Prevista no Plano de Ação<br />

para a Transição Digital,<br />

aprovado em abril de<br />

2020, a Estrat<strong>é</strong>gia Nacio<strong>na</strong>l<br />

de Smart Cities tem<br />

como propósito o desenvolvimento<br />

de cidades inteligentes<br />

que proporcionem<br />

serviços mais centrados<br />

<strong>na</strong>s pessoas, inclusivos,<br />

sustentáveis e interoperáveis<br />

em todo o território<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Cada cidade está a fazer o seu próprio caminho. Miguel<br />

Eiras Antunes refere que, para haver uma estrat<strong>é</strong>gia<br />

concertada, deveria existir uma política nesse<br />

sentido, que lançasse ideias agregadoras. “Poderia começar-se<br />

a organizar, talvez, a nível das entidades intermunicipais.<br />

Isto <strong>é</strong> um caminho, não <strong>é</strong> uma ciência<br />

exata em que se determi<strong>na</strong> ‘faz-se assim’. At<strong>é</strong> porque<br />

cada cidade tem o seu contexto, e não há nenhuma<br />

solução one size fits all. De forma transversal, a transição<br />

para cidades mais inteligentes e sustentáveis<br />

requer um compromisso fi<strong>na</strong>nceiro”, sublinha.<br />

QUAL A CIDADE MAIS INTELIGENTE DO MUNDO?<br />

O partner da Deloitte considera que a cidade mais<br />

inteligente do mundo <strong>é</strong> aquela que coloca o bem-<br />

-estar das pessoas, a criação de valor e a sustentabilidade<br />

no centro das suas preocupações. “Uma<br />

Smart City <strong>é</strong> um processo contínuo e não existe<br />

ainda nenhuma totalmente integrada, com todas<br />

as características, não obstante terem essa ambição<br />

e estarem dedicadas a essa transformação”, resume.<br />

Miguel Eiras Antunes aponta, contudo, como bons<br />

exemplos, citando o Smart City Rank 2021, Singapura,<br />

Zurique, Oslo e Taipei.<br />

Quando se mencio<strong>na</strong>m cidades inteligentes, não se<br />

fala ape<strong>na</strong>s de tecnologia. “As cidades podem desenvolver<br />

soluções em domínios bastante diversos,<br />

como a mobilidade, energia, ambiente, saúde, bem-<br />

-estar, educação, gover<strong>na</strong>nça, segurança, proteção e<br />

at<strong>é</strong> economia. A verdadeira distinção estabelece-se<br />

quando estas soluções são acompanhadas de uma<br />

mudança de paradigma: a gestão integrada de todos<br />

estes recursos com as necessidades do cidadão<br />

como preocupação central.” Miguel Eiras Antunes<br />

aponta ainda um estudo da Deloitte, realizado em<br />

100 cidades a nível mundial, onde identificaram<br />

várias tendências comuns às cidades inteligentes,<br />

como o trabalho em colaboração com os distintos<br />

atores do ecossistema, a existência de uma liderança<br />

clara com ligação direta a decisores políticos, ou at<strong>é</strong><br />

a existência de um quadro de regulação e de contratação<br />

pública que permita a inovação e a evolução.<br />

Um outro estudo desta consultora, o Urban Future<br />

With a Purpose, identifica 12 tendências que vão<br />

moldar o futuro dos ecossistemas urbanos e traçar<br />

um caminho para que estes sejam mais sustentáveis,<br />

resilientes e prósperos. “Dessas, destacamos as que<br />

podem ter um impacto mais imediato: o planeamento<br />

verde dos espaços urbanos, a cidade dos 15<br />

minutos, a economia circular e a produção local.”<br />

Uma coisa <strong>é</strong> certa: as cidades têm mesmo de mudar.<br />

Afi<strong>na</strong>l, at<strong>é</strong> 2030, 70% da população viverá em centros<br />

urbanos e a população irá aumentar. Segundo a<br />

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento<br />

Económico (OCDE), as cidades e as áreas metropolita<strong>na</strong>s<br />

são o motor do crescimento económico,<br />

contribuindo com 60% do Produto Interno Bruto<br />

Mundial (PIB), mas são tamb<strong>é</strong>m as mais geradoras<br />

de emissões de CO2, responsáveis por 75% das<br />

emissões de gases com efeito de estufa. Por isso, para<br />

viver bem e saudável, as cidades vão ter mesmo de<br />

ser inteligentes e dar a volta às estatísticas, sob pe<strong>na</strong><br />

de se tor<strong>na</strong>rem lugares tóxicos para habitar.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


19<br />

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20 \\ ECONOMIA CIRCULAR \\<br />

APROVEITAR AO MÁXIMO<br />

OS RECURSOS<br />

SE NADA FOR FEITO, ATÉ 2050, SERÃO PRECISOS TRÊS PLANETA TERRA<br />

PARA PROVIDENCIAR AS NECESSIDADES DE CONSUMO MUNDIAL. SÓ HÁ<br />

UMA SAÍDA: OLHAR PARA OS RESÍDUOS COMO UM VALOR.<br />

\\ Por Teresa Cotrim<br />

Aguerra <strong>na</strong> Ucrânia, o aumento do preço da energia e a escassez<br />

de mat<strong>é</strong>rias-primas podem dar um impulso à economia<br />

circular, onde o resíduo passa a ter valor. Segundo<br />

dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial,<br />

estima-se que, em 2050, existirão 9 mil milhões de pessoas <strong>na</strong> Terra,<br />

responsáveis anualmente por 4 mil milhões de toneladas de lixo urbano.<br />

Uma parte dos resíduos sólidos, ou vai para aterro, ou <strong>é</strong> incinerado, poluindo<br />

os ecossistemas e aumentando a pegada de carbono <strong>na</strong>s cidades.<br />

Segundo o Parlamento Europeu, o consumo mundial de mat<strong>é</strong>rias-primas,<br />

como a biomassa, os combustíveis fósseis, os metais e os minerais<br />

deverá duplicar nos próximos 40 anos, prevendo-se que a produção<br />

anual de resíduos aumente 70%, at<strong>é</strong> 2050. A este ritmo, mantendo o<br />

consumo atual, a procura irá exceder a oferta. Se continuarmos a explorar<br />

os recursos <strong>na</strong>turais como o fazemos agora, em 2050 necessitaremos<br />

de três planetas Terra para satisfazer o nosso estilo de vida consumista.<br />

Um estudo recente estimou que a aplicação dos princípios de economia<br />

circular à economia da União Europeia (UE) pode gerar um aumento<br />

adicio<strong>na</strong>l de 0,5% no seu PIB, criando cerca de 700 mil novos postos de<br />

trabalho. Outra vantagem <strong>é</strong> que as mat<strong>é</strong>rias-primas representam, em<br />

m<strong>é</strong>dia, cerca de 40% dos custos da produção industrial ou artesa<strong>na</strong>l e<br />

os circuitos fechados podem aumentar a rentabilidade das empresas e<br />

protegê-las das flutuações dos preços dos recursos. Portugal tem uma<br />

pegada ecológica de 2,75 planetas. Se usar esta estrat<strong>é</strong>gia, pode diminuir<br />

em 30% as necessidades de mat<strong>é</strong>rias-primas, gerando um impacto positivo<br />

no valor acrescentado bruto estimado em 3,3 milhões de euros. As<br />

contas estão feitas. Falta agir para contor<strong>na</strong>r o problema.<br />

APROVEITAR AO MÁXIMO OS RECURSOS<br />

Numa economia circular o valor do produto e dos materiais <strong>é</strong> mantido<br />

durante o maior tempo possível. A produção de resíduos e a utilização<br />

de recursos reduzem-se ao mínimo. Quando os produtos atingem o fi<strong>na</strong>l<br />

da sua vida útil, os recursos conservam-se <strong>na</strong> economia para serem<br />

reutilizados e voltarem a gerar valor. Já <strong>na</strong> economia linear, os bens são<br />

produzidos, utilizados e descartados. No contexto da União Europeia,<br />

a Comissão adotou, em dezembro de 2015, o primeiro plano de ação<br />

para a economia circular, visando garantir o crescimento sustentável da<br />

UE e estimular a Europa a fazer a transição de uma economia linear<br />

para uma circular. As metas da Comissão Europeia são ambiciosas: 80%<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ ECONOMIA CIRCULAR \\<br />

21<br />

Um estudo recente estimou<br />

que a aplicação<br />

dos princípios de economia<br />

circular à economia<br />

da União Europeia (UE)<br />

pode gerar um aumento<br />

adicio<strong>na</strong>l de 0,5% no<br />

seu PIB, criando cerca<br />

de 700 mil novos postos<br />

de trabalho.<br />

para a reciclagem de resíduos de embalagens at<strong>é</strong><br />

2030 e 65% para resíduos orgânicos at<strong>é</strong> 2025, entre<br />

outras.<br />

Susa<strong>na</strong> Fonseca, diretora da ZERO, Associação<br />

Sistema Terrestre Sustentável, diz que, quando se<br />

mencio<strong>na</strong> economia circular em Portugal, no máximo,<br />

fala-se em reciclagem. “A economia circular<br />

<strong>é</strong> muito mais do que isso. Em primeira linha <strong>é</strong> evitar<br />

a utilização de recursos. Nos casos em que têm<br />

de ser utilizados, procurar que o seu uso seja muito<br />

eficiente e o seu tempo de vida útil tão longo quanto<br />

possível, por exemplo, atrav<strong>é</strong>s da reutilização,<br />

reparação, venda em segunda mão e, em último<br />

caso, a reciclagem”, defende, colocando o dedo <strong>na</strong><br />

ferida: “É mais fácil defender a reciclagem porque<br />

permite que fique tudo <strong>na</strong> mesma. Isto <strong>é</strong>, que seja<br />

mantido o sistema de produção e consumo, que dá<br />

rendimento e poder a muitos, mas causa problemas<br />

tão graves como as alterações climáticas ou<br />

perda de biodiversidade”, acusa.<br />

Na ZERO defendem-se estrat<strong>é</strong>gias de prevenção.<br />

“Somos apologistas das soluções com tara, para<br />

promover a reutilização, mas que pode tamb<strong>é</strong>m<br />

servir como garantia <strong>na</strong> recolha de resíduos para<br />

reciclagem, como está previsto que aconteça, em<br />

breve, em Portugal. A ZERO não <strong>é</strong> apologista da<br />

substituição de soluções descartáveis em plástico<br />

fóssil por soluções descartáveis noutros materiais,<br />

dado que, do nosso ponto de vista, o maior problema<br />

está em ser descartável”, indica.<br />

Um estudo recente, realizado pelo European Environmental<br />

Bureau, demonstra que o ciclo completo<br />

dos smartphones da Europa <strong>é</strong> responsável<br />

por 14 milhões de toneladas de emissões (CO2)<br />

por ano, ou seja, cerca de 25% das emissões m<strong>é</strong>dias<br />

de Portugal, nos últimos anos. “Aumentar a vida<br />

útil destes equipamentos, em ape<strong>na</strong>s um ano, economizaria<br />

mais de dois milhões de toneladas de<br />

emissões, equivalendo em 2030 à retirada de um<br />

milhão de carros das estradas anualmente”, contabiliza<br />

a ambientalista. Este <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s um exemplo<br />

entre muitos outros. A responsável da ZERO<br />

tece críticas, dizendo que, para mudar o paradigma,<br />

precisamos de decisores políticos com visão e<br />

coragem para aplicar medidas de topo da hierarquia<br />

—redução, reutilização, reparação — e fazer<br />

pressão perante os “ganhadores” do sistema atual<br />

— legislação, regulamentos, incentivos às boas soluções,<br />

taxas sobre as más. Susa<strong>na</strong> Fonseca refere<br />

tamb<strong>é</strong>m ser importante que os cidadãos recebam<br />

os estímulos certos para a sustentabilidade estar<br />

presente <strong>na</strong>s suas ações.<br />

PACOTE DA COMISSÃO EUROPEIA<br />

A Comissão Europeia avançou com mais um pacote<br />

de medidas — que constituem a Iniciativa<br />

de Produtos Sustentáveis (Sustai<strong>na</strong>ble Products<br />

Initiative), no âmbito da concretização do Pacto<br />

Ecológico Europeu atrav<strong>é</strong>s da Economia Circular.<br />

O principal objetivo <strong>é</strong> fazer com que os produtos<br />

sustentáveis sejam a norma e que, desta forma, seja<br />

possível à Europa melhorar a gestão dos recursos<br />

(promovendo a sua maior independência de importações<br />

e de uso de mat<strong>é</strong>rias virgens).<br />

A abordagem abrange todo o ciclo produtivo, desde<br />

o design at<strong>é</strong> à produção, utilização, reparação/atualização/reutilização<br />

e mesmo o fim de vida. Para a<br />

concretizar foram preparados o Regulamento sobre<br />

Ecodesign para Produtos Sustentáveis (bem como<br />

o plano de trabalho de rotulagem energ<strong>é</strong>tica e ecodesign<br />

para 2022-2024), a Estrat<strong>é</strong>gia Europeia para<br />

os Têxteis Sustentáveis e Circulares, uma revisão do<br />

Regulamento sobre Produtos de Construção e uma<br />

proposta desti<strong>na</strong>da a Capacitar os Consumidores<br />

para a Transição Verde.<br />

No seu conjunto, pode dizer-se que a Iniciativa<br />

de Produtos Sustentáveis vem melhorar, de<br />

forma significativa, a política de produto <strong>na</strong> UE,<br />

aprofundando-a e alargando-a, tendo o potencial<br />

de ser aplicável a diferentes setores da economia.<br />

Contudo, há ainda muito em aberto. Por exemplo,<br />

<strong>é</strong> referido que, em “2030, uma parte significativa<br />

dos produtos disponibilizados aos consumidores<br />

será desenhada para ser durável e eficiente no uso<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


22<br />

\\ ECONOMIA CIRCULAR \\<br />

Para garantir o crescimento<br />

sustentável da<br />

UE, as metas são ambiciosas:<br />

80% para a reciclagem<br />

de resíduos de<br />

embalagens at<strong>é</strong> 2030 e<br />

65% para resíduos orgânicos<br />

at<strong>é</strong> 2025, entre<br />

outras.<br />

dos recursos e da energia, reparável, reciclável e,<br />

preferencialmente, contendo material reciclado”.<br />

Sendo uma frase muito interessante, a expressão<br />

“uma parte significativa” pode ter diferentes leituras”,<br />

aponta. Tamb<strong>é</strong>m ao nível da sustentabilidade<br />

social, <strong>na</strong> opinião da especialista, há lacu<strong>na</strong>s<br />

significativas que será importante colmatar no<br />

âmbito das discussões dos documentos no Parlamento<br />

Europeu e no Conselho. “É ainda de sublinhar<br />

que o documento refere a necessidade de<br />

melhorar o bem-estar, a resiliência e o impacto<br />

nos limites planetários, bem como de duplicar a<br />

circularidade no uso dos materiais at<strong>é</strong> 2030, mas<br />

continua a não haver uma ação clara para definir<br />

o objetivo de redução do consumo e uso de recursos<br />

em termos absolutos, um passo que consideramos<br />

fundamental para nos colocar no caminho<br />

da sustentabilidade”, salienta.<br />

A NÍVEL EMPRESARIAL O QUE FALHA?<br />

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP),<br />

em parceria com a EY-Párthenon, braço de consultoria<br />

de estrat<strong>é</strong>gia global da Ernst & Young, fez<br />

um inqu<strong>é</strong>rito junto de 194 empresas portuguesas<br />

e 40% identificaram a legislação e o enquadramento<br />

regulamentar como o principal obstáculo<br />

à economia circular. As questões económico-fi<strong>na</strong>nceiras<br />

tamb<strong>é</strong>m foram apontadas por 35,6%,<br />

devido à necessidade de investimento a longo<br />

prazo (64%), e adoção de processos de gestão e<br />

planeamento mais dispendiosos em função da<br />

aplicação de práticas mais complexas (57%). No<br />

entanto, muitas empresas consideram a escassez<br />

de recursos <strong>na</strong>turais muito critica (41%) ou critica<br />

(25,3%) para o funcio<strong>na</strong>mento do negócio.<br />

Apesar destes números as empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

estão atentas. No documento apresentado pela<br />

CIP há vários casos de empresas com boas práticas.<br />

A indústria têxtil e vestuário, por exemplo,<br />

uma das mais antigas e tradicio<strong>na</strong>is, que exporta<br />

quase 80% da sua produção, <strong>é</strong> considerada uma<br />

das mais poluidoras, mas está empenhada em diminuir<br />

a pegada ecológica atrav<strong>é</strong>s da economia<br />

circular e da sustentabilidade da produção. Para<br />

isso tende a incorporar fibras recicladas e orgânicas<br />

ou fibras sint<strong>é</strong>ticas biodegradáveis. As fiações<br />

procuram fios sustentáveis e com baixo impacto<br />

no ambiente. Há já tecidos a serem produzidos<br />

com reciclagem de resíduos das próprias fábricas.<br />

Outra fileira que está apostada em reduzir o impacto<br />

ambiental <strong>é</strong> a indústria da cerâmica, altamente<br />

dependente da energia, tendo feito investimentos<br />

significativos <strong>na</strong> produção sustentável e<br />

tecnologias eficientes energeticamente, incluindo<br />

recuperação de calor, cogeração e substituição de<br />

carvão por gás <strong>na</strong>tural. Está tamb<strong>é</strong>m a desenvolver<br />

t<strong>é</strong>cnicas de reciclagem que reduzem a dependência<br />

de mat<strong>é</strong>rias-primas. O setor metalúrgico<br />

e metalomecânico tamb<strong>é</strong>m se propôs reduzir o<br />

consumo de materiais <strong>na</strong> ordem dos 20%. São pequenos<br />

passos que podem moldar um novo caminho<br />

mais circular.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ ECONOMIA CIRCULAR \\<br />

23<br />

O DIAGRAMA DO SISTEMA<br />

DE ECONOMIA CIRCULAR<br />

CICLO BIOLÓGICO<br />

(ORGÂNICO)<br />

CICLO TÉCNICO<br />

(INDUSTRIAL)<br />

AGRICULTURA<br />

E COLETA<br />

RECURSOS<br />

RENOVÁVEIS<br />

RECURSOS<br />

FINITOS<br />

FABRICAÇÃO DOS<br />

COMPONENTES<br />

REGENERAÇÃO<br />

MATÉRIAS PRIMAS<br />

BIOQUÍMICAS<br />

MANUFATURA DOS PRODUTOS<br />

PROMOÇÃO DO SERVIÇO<br />

COMPARTILHAR<br />

REUTILIZAÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO<br />

REMANUFATURA<br />

RECICLAGEM<br />

APROVEITAMENTO<br />

EM CASCATA<br />

MANUTENÇÃO<br />

BIOGÁS<br />

DIGESTÃO<br />

ANAERÓBICA<br />

EXTRAÇÃO DE MATÉRIAS<br />

PRIMAS BIOQUÍMICA<br />

CONSUMO<br />

USO<br />

O diagrama do sistema de economia circular, conhecido como diagrama de borboleta,<br />

ilustra o fluxo contínuo de materiais numa economia circular. Existem dois<br />

ciclos principais – o ciclo t<strong>é</strong>cnico e o ciclo biológico. No ciclo t<strong>é</strong>cnico, os produtos<br />

e materiais são mantidos em circulação atrav<strong>é</strong>s de processos como reutilização,<br />

reparação, remanufatura e reciclagem. No ciclo biológico, os nutrientes dos materiais<br />

biodegradáveis são devolvidos à Terra para regenerar a <strong>na</strong>tureza.<br />

sabia que...<br />

A ECONOMIA CIRCULAR SURGIU COMO UMA NOVA<br />

FORMA DE PENSAR O FUTURO DO PLANETA E DE<br />

REINVENTAR A ECONOMIA, TORNANDO-A MAIS<br />

SUSTENTÁVEL E COMPETITIVA.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


24<br />

\\ DESCARBONIZAÇÃO \\<br />

PODEMOS SER O PAÍS<br />

MAIS EFICIENTE<br />

DA UNIÃO EUROPEIA<br />

A PANDEMIA AJUDOU A ATINGIR BONS RESULTADOS, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER<br />

NOS TRANSPORTES, INDÚSTRIA E ENERGIA. É PRECISO INVESTIR E CUMPRIR.<br />

\\ Por Teresa Cotrim<br />

Oprocesso de descarbonização da<br />

economia global, at<strong>é</strong> 2050, deve<br />

custar cerca de 9,2 mil milhões<br />

de dólares, contabiliza o estudo<br />

da Net-Zero Portugal – Caminhos de Portugal<br />

para a descarbonização, elaborado pela<br />

McKinsey & Company, com a colaboração do<br />

Conselho Empresarial para o Desenvolvimento<br />

Sustentável (BCSD Portugal). A boa notícia <strong>é</strong><br />

que temos um potencial de descarbonização de<br />

baixo custo relativamente a outros países europeus,<br />

podendo ser o mais eficiente da União<br />

Europeia. Mas não há bela sem senão. O mesmo<br />

estudo diz que isto terá um preço: “Exigirá<br />

a Portugal um investimento inicial que terá um<br />

peso de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) ao<br />

ano. O reverso da medalha <strong>é</strong> que mais tarde<br />

poderá criar oportunidades de crescimento do<br />

PIB entre 10% e 15%.”<br />

As estatísticas estão a nosso favor. Os dados<br />

mais recentes, publicados pela Agência Portuguesa<br />

do Ambiente em 2020, dizem que as<br />

emissões de gases com efeito de estufa (GEE),<br />

causadoras do aquecimento global e consequentes<br />

alterações climáticas, totalizaram 58 milhões<br />

de toneladas de dióxido de carbono, uma<br />

redução de 10% face ao ano anterior. Segundo a<br />

ZERO, Associação Sistema Terrestre, a pandemia<br />

foi decisiva para Portugal, em 2020, atingir<br />

as metas definidas no Plano Nacio<strong>na</strong>l de Energia<br />

e Clima (PNEC 2030), e que estão em linha<br />

com a neutralidade climática a atingir em 2050.<br />

Para S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee, Partner e líder dos<br />

setores Power, Utilities & Renewables e Oil,<br />

Gas & Chemicals da Deloitte, o modelo económico<br />

atual baseia-se <strong>na</strong> exploração de recursos<br />

com base <strong>na</strong> extração de combustíveis fósseis<br />

e mat<strong>é</strong>rias-primas. Desse modo, para atingir a<br />

meta traçada, e como identificado no Roteiro<br />

para a Neutralidade Carbónica 2050, Portugal<br />

deverá simultaneamente investir <strong>na</strong> redução<br />

da intensidade carbónica da eletricidade produzida,<br />

<strong>na</strong> substituição de combustíveis fósseis<br />

por eletricidade, assim como promover o recurso<br />

a fontes limpas de energia, <strong>na</strong> globalidade<br />

dos setores da economia.<br />

“Portugal terá de estar preparado para atrair e<br />

gerar investimentos que materializem esta trajetória,<br />

por exemplo, de fundos europeus ou de<br />

caráter privado, para incentivar iniciativas que<br />

promovam a modernização industrial, a mobilidade<br />

sustentável e o alargamento da capacidade<br />

produtiva de energia renovável centralizada<br />

e descentralizada”, afirma o partner da Deloitte.<br />

Na sua opinião deverão tamb<strong>é</strong>m promover-se<br />

atividades no domínio da investigação e inovação<br />

para o desenvolvimento de tecnologias que<br />

permitam e acelerem - de facto, a tecnologia <strong>é</strong><br />

apontada como um dos principais fatores promotores<br />

da descarbonização, de acordo com o<br />

estudo da Deloitte “The 2030 decarbonization<br />

c h a l l e n g e”.<br />

Por fim, S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee destaca a criação<br />

e contínua atualização de um quadro regulamentar,<br />

fiscal e de incentivos que, se bem-sucedido,<br />

contribuirá para a meta de descarbonização<br />

em duas vertentes: “A limitação do uso ou<br />

elimi<strong>na</strong>ção de incentivos a tecnologias, práticas<br />

ou recursos que impeçam a descarbonização e<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DESCARBONIZAÇÃO \\<br />

25<br />

Para S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee,<br />

Partner e líder dos setores<br />

Power, Utilities & Renewables<br />

e Oil, Gas & Chemicals<br />

da Deloitte, o modelo<br />

económico atual baseia-se<br />

<strong>na</strong> exploração de recursos<br />

com base <strong>na</strong> extração de<br />

combustíveis fósseis e mat<strong>é</strong>rias-primas.<br />

o incentivo à difusão de informação e adoção ou<br />

substituição por novas tecnologias, práticas e recursos<br />

que a promovam.”<br />

ENERGIA, TRANSPORTES E INDÚSTRIA<br />

O potencial de redução de emissões não <strong>é</strong> igual em<br />

todos os setores da economia, porque existem disparidades<br />

<strong>na</strong> tecnologia disponível e <strong>na</strong> sua relação<br />

custo-eficácia. A análise da Deloitte foca-se em<br />

três dos setores <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is mais relevantes, não só<br />

a nível económico, mas tamb<strong>é</strong>m pelo papel predomi<strong>na</strong>nte<br />

que assumem para alcançar os objetivos<br />

de descarbonização.<br />

Na opinião de S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee, o setor el<strong>é</strong>trico<br />

está bem preparado para esta transição, alicerçada<br />

em investimentos significativos no aumento<br />

da capacidade de geração de energia renovável (em<br />

particular energia eólica e fotovoltaica), em paralelo<br />

com o investimento em sistemas e mecanismos<br />

de gestão de infraestrutura de redes que permitam<br />

uma maior descentralização, flexibilidade e eficiência.<br />

“No contexto energ<strong>é</strong>tico, destacamos o armaze<strong>na</strong>mento<br />

de energia como um aspeto essencial a<br />

garantir para capturar em pleno todas as vantagens<br />

das energias renováveis, sendo relevante endereçar<br />

os desafios ambientais que tamb<strong>é</strong>m apresenta, por<br />

exemplo, ao nível da reciclagem de baterias.”<br />

Em paralelo, o setor dos transportes apresenta um<br />

desenvolvimento relevante ao nível da transição<br />

para a mobilidade el<strong>é</strong>trica, mas ainda enfrenta limitações<br />

significativas. É de realçar o investimento<br />

e desenvolvimento <strong>na</strong> rede de postos de carregamento<br />

e a criação de incentivos à compra de veículos<br />

el<strong>é</strong>tricos, com resultados positivos ao nível<br />

do transporte de automóveis ligeiros – segundo a<br />

Associação de Utilizadores de Veículos El<strong>é</strong>tricos<br />

(UVE), a variação homóloga de vendas de veículos<br />

el<strong>é</strong>tricos <strong>é</strong> positiva há mais de um ano, desde<br />

março de 2021, comprovando a tendência positiva<br />

e sustentada <strong>na</strong> adoção desta tecnologia. Por outro<br />

lado, o transporte rodoviário de longo curso, o<br />

transporte marítimo e o transporte a<strong>é</strong>reo apresentam<br />

claros desafios relativamente à maturidade e<br />

custos associados a tecnologias ou combustíveis<br />

alter<strong>na</strong>tivos. Adicio<strong>na</strong>lmente, segundo um estudo<br />

conjunto da Deloitte e da Shell (“Decarbonising<br />

Road Freight”), o desenvolvimento do e-commerce<br />

tem colocado maior pressão <strong>na</strong>s cadeias de<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


26<br />

\\ DESCARBONIZAÇÃO \\<br />

Segundo o Net Zero Economy Index 2021 da PWC,<br />

a taxa de descarbonização global tem de aumentar<br />

cinco vezes para os objetivos do Acordo de Paris<br />

serem alcançados.<br />

abastecimento, a nível de volume, rapidez de entrega<br />

e redução de custo, o que dificulta e limita<br />

o incentivo em adotar soluções com menores<br />

emissões de carbono.<br />

Francisco Ferreira, da ZERO, identifica o setor<br />

dos transportes como o principal vilão dos gases<br />

com efeito de estufa e acredita que ainda há muito<br />

a fazer, “apesar de uma redução considerável<br />

entre 2019 e 2020 <strong>na</strong> ordem dos 16%, <strong>é</strong> o setor<br />

que mais contrasta em termos de evolução desde<br />

1990 com a produção de eletricidade e calor.<br />

Enquanto as emissões do transporte rodoviário<br />

aumentaram 42% entre 1990 e 2020, as emissões<br />

da produção de eletricidade reduziram 43%”.<br />

Por isto, <strong>na</strong> sua opinião, deve investir-se nos<br />

transportes públicos, e remover definitivamente<br />

a dependência dos combustíveis fósseis. “É<br />

fundamental conquistar mais utilizadores para<br />

o transporte público e, al<strong>é</strong>m disso, deveria reforçar-se<br />

a integração de sistemas partilhados<br />

de mobilidade suave, por exemplo, sistemas de<br />

bicicletas partilhadas”, indica. A Associação Terrestre<br />

defende ainda que deveriam existir mais<br />

apoios para a eletrificação de frotas —sejam<br />

transportes públicos ou táxis, mas tamb<strong>é</strong>m veículos<br />

já em operação, como os TVDE e os transportes<br />

de mercadorias por conta de outrem,<br />

at<strong>é</strong> 3,5 toneladas. Outro ponto que destacam <strong>é</strong><br />

o carregamento de veículos el<strong>é</strong>tricos. Francisco<br />

Ferreira diz que este investimento já está previsto<br />

no Plano de Recuperação e Resiliência, mas<br />

<strong>na</strong> sua opinião deverá ser antecipado e alargado.<br />

A análise da Deloitte destaca ainda o setor da<br />

indústria, (onde se incluem setores como a produção<br />

de papel, vidro, cimento, ferro e indústria<br />

química), que em 2015 representava cerca de<br />

19% das emissões <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. “É um dos setores<br />

que enfrentam os maiores desafios, sobretudo<br />

pela profundidade da transformação necessária<br />

a nível de processos e instalações produtivas com<br />

elevados investimentos de capital associados”,<br />

afirma o partner da Deloitte. Por outro lado,<br />

refere tamb<strong>é</strong>m que o Plano de Recuperação e<br />

Resiliência dedica uma das componentes à Descarbonização<br />

da Indústria, encontrando-se as<br />

candidaturas abertas para apoios no valor de<br />

705 milhões de euros no âmbito de projetos que<br />

abranjam processos e tecnologias de baixo carbono,<br />

adoção de medidas de eficiência energ<strong>é</strong>tica<br />

e incorporação de energia de fonte renovável e<br />

armaze<strong>na</strong>mento de energia.<br />

Segundo S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee, o sucesso <strong>na</strong> atribuição<br />

e aplicação destes apoios “pode ser um<br />

acelerador relevante para a descarbonização”,<br />

em conjunto com o papel dos subsetores industriais<br />

em desenvolver roteiros de descarbonização<br />

específicos, permitindo mitigar o risco de<br />

disrupção dos negócios e desenvolver vantagens<br />

competitivas, com base no posicio<strong>na</strong>mento estrat<strong>é</strong>gico<br />

focado <strong>na</strong> ação climática, como referido<br />

no Roteiro para a Neutralidade Carbónica.<br />

O ambientalista da ZERO sabe que a redução<br />

dos níveis de emissão foi um reflexo da diminuição<br />

da atividade induzida pela pandemia. “No<br />

entanto, a tendência de redução desde 2017,<br />

incluindo a retirada de produção das centrais<br />

t<strong>é</strong>rmicas a carvão fortemente poluidoras, que<br />

começou a ter lugar em 2020, e os investimentos<br />

em renováveis podem assegurar uma tendência<br />

de redução ao longo dos próximos anos. As medidas<br />

no setor dos transportes e a necessidade de<br />

aumentarmos a eficiência dos edifícios vão ser<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DESCARBONIZAÇÃO \\<br />

27<br />

absolutamente decisivas para Portugal antecipar a neutralidade<br />

climática e assegurar maior independência energ<strong>é</strong>tica em<br />

linha com a resposta à crise pand<strong>é</strong>mica e às consequências da<br />

guerra <strong>na</strong> Ucrânia”, defende.<br />

O transporte rodoviário de<br />

longo curso, o transporte marítimo<br />

e o transporte a<strong>é</strong>reo<br />

apresentam claros desafios<br />

relativamente à maturidade e<br />

custos associados a tecnologias<br />

ou combustíveis alter<strong>na</strong>tivos.<br />

A TAXA DE CARBONO<br />

Segundo o relatório do Tribu<strong>na</strong>l de Contas Europeu (TCE),<br />

Portugal <strong>é</strong> o s<strong>é</strong>timo país da União Europeia (UE) que mais taxa<br />

o dióxido carbono (CO2), a 23,8 euros por tonelada, abrangendo<br />

29% de gases com efeito de estufa dos setores de transportes<br />

e aquecimento, mas ainda não <strong>é</strong> suficientes para atingir<br />

metas verdes. Em declarações à Lusa, Viorel Stefan, membro<br />

do TCE e responsável pelo documento, refere haver países que<br />

estão muito baixo do valor <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, como a Polónia, que cobra<br />

0,10 euros por tonelada, mas tamb<strong>é</strong>m há outros muito acima<br />

- caso da Su<strong>é</strong>cia, que cobra 100 euros por tonelada de CO2.<br />

Este <strong>é</strong> um imposto que tem sido aplicado em vários países europeus.<br />

Neste momento são 14 os Estados-membros que estabelecem<br />

diretamente os preços para emissões, em 2008 eram ape<strong>na</strong>s<br />

sete. Por<strong>é</strong>m, de acordo com o Net Zero Economy Index 2021 da<br />

PWC, a taxa de descarbonização global tem de aumentar cinco<br />

vezes para os objetivos do Acordo de Paris serem alcançados.<br />

Francisco Ferreira sublinha que tem de haver uma reavaliação<br />

do congelamento da taxa de carbono em Portugal. “Esta foi<br />

congelada no fi<strong>na</strong>l do ano passado, com a medida a vigorar at<strong>é</strong><br />

31 de março, e agora foi prolongada. Isto afeta o Fundo Ambiental,<br />

que permite apoiar a mobilidade sustentável, colocando<br />

em causa projetos que poderiam ajudar Portugal a cumprir<br />

as metas a que se comprometeu e o aumento de receitas para<br />

apoio ao transporte público e aos investimentos <strong>na</strong> mobilidade<br />

sustentável”, alerta.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


28 \\ ANÁLISE \\<br />

PORTUGAL, UM PAÍS<br />

SUSTENTÁVEL?<br />

O PAÍS DEFINIU O TURISMO COMO PRIORIDADE. MAS PRECISA IR MAIS ALÉM, ABARCAR<br />

TODOS OS SETORES, E, MAIS DO QUE ISSO, PASSAR DA INTENÇÃO À AÇÃO.<br />

\\ Por Alexandra Costa<br />

Portugal como que assumiu a sustentabilidade como um<br />

imperativo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. E isso foi notório aquando da Presidência<br />

portuguesa da União Europeia, em que o turismo<br />

foi posicio<strong>na</strong>do <strong>na</strong> rota da sustentabilidade e da recuperação europeia.<br />

Muitas das iniciativas levadas a cabo durante aqueles seis meses<br />

tiveram por base a recuperação e a criação de emprego no setor do<br />

turismo, a definição de um caminho comum para um turismo mais<br />

sustentável, uma maior coorde<strong>na</strong>ção das medidas sobre a livre circulação<br />

de pessoas e a utilização eficiente dos megadados como fonte<br />

estatística de apoio à formulação de políticas públicas e à atividade<br />

económica.<br />

Mas essa posição terá sido suficiente? Ter-se-á concretizado em<br />

medidas específicas e concretas? Na opinião de Francisco Ferreira,<br />

presidente da Zero, apesar de ter sido assumido que o setor deveria<br />

ser apoiado para que se adapta-se à desejável transição ecológica, <strong>na</strong><br />

verdade os resultados são ainda muito t<strong>é</strong>nues. “Aliás a própria Agenda<br />

ainda não foi concluída não sendo ainda conhecidas as medidas<br />

de pormenor que serão priorizadas para a sua concretização”, refere.<br />

Independentemente disso a Zero espera que as iniciativas que venham<br />

a ser desenvolvidas contribuam para uma redução acentuada<br />

da atividade turística, nomeadamente a que está baseada <strong>na</strong> intensificação<br />

do uso do transporte a<strong>é</strong>reo; <strong>na</strong> adoção de medidas compensadoras<br />

de emissões ou <strong>na</strong> intensificação da racio<strong>na</strong>lização do uso de<br />

recursos e de ecossistemas de elevado importância <strong>na</strong>tural. Por outro<br />

lado há a expetativa de que o investimento no setor passe igualmente<br />

pela recuperação quer de espaços urbanos com relevância patrimonial<br />

em paralelo com a reabilitação da paisagem rural e florestal.<br />

Mas a economia de um país não vive ape<strong>na</strong>s do turismo. E o que acon-<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ ANÁLISE \\<br />

29<br />

tece com os outros setores? Haverá iniciativas que<br />

promovam a sustentabilidade? “A existência de<br />

estrat<strong>é</strong>gias, planos ou referenciais para a sustentabilidade<br />

não são por si só a garantia de que os<br />

setores estão a adotar praticas de sustentabilidade”,<br />

alerta Francisco Ferreira. Mais do que simplesmente<br />

criar medidas há que as implementar,<br />

colocá-las no terreno. Sobre isso o presidente da<br />

Zero acrescenta que a associação tem demonstrado<br />

que a industria de Biomassa queima troncos de<br />

madeira para produzir energia que supostamente<br />

não deveriam ser utilizados por esta fileira industrial;<br />

que o setor dos transportes exige uma redução<br />

no preço dos combustíveis, mas não exige uma<br />

sensibilização <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l intensa que apele ao uso<br />

do transporte público; que continua a ser priorizada<br />

uma subsidiação do regadio insustentável no<br />

Plano estrat<strong>é</strong>gico para a política portuguesa.<br />

Há ainda muito por fazer. Esta <strong>é</strong> a avaliação geral.<br />

Há a intenção. É verdade. Mas “falta preparar<br />

e demonstrar à sociedade que <strong>é</strong> possível manter<br />

elevados padrões de bem-estar e de qualidade de<br />

vida com uma menor utilização de recursos e uma<br />

menor produção de resíduos e emissões. Falta di<strong>na</strong>mizar<br />

uma economia baseada no bem-estar,<br />

<strong>na</strong> proximidade, nos ciclos curtos, <strong>na</strong> justiça social<br />

e que atenda à saúde e qualidade de vida das<br />

populações, rumo à neutralidade climática. Falta<br />

promover a integração dos efeitos das políticas<br />

sectoriais no objetivo de contrariar a evolução negativa<br />

da nossa condição ambiental. Entre outros<br />

aspetos”, conclui Francisco Ferreira.<br />

E isto traduz-se em todas as áreas. Incluindo <strong>na</strong><br />

diversidade de g<strong>é</strong>nero. No início do ano foi publicado<br />

o Gender Diversity Index que posicionou<br />

Portugal em 13º num ranking constituído por 19<br />

países europeus. O estudo refere mesmo que Portugal<br />

pontua abaixo da m<strong>é</strong>dia em todos os indicadores<br />

do Índice, exceto a percentagem de CFOs<br />

do sexo feminino. A pontuação <strong>é</strong> especialmente<br />

baixa para a percentagem de mulheres a nível executivo<br />

(14%), mais de 15 pontos percentuais atrás<br />

A existência de estrat<strong>é</strong>gias,<br />

planos ou referenciais<br />

para a sustentabilidade<br />

não são por si só a<br />

garantia de que os setores<br />

estão a adotar praticas de<br />

sustentabilidade.<br />

do país com a pontuação mais alta. O exemplo<br />

notório <strong>é</strong> o facto de que nenhuma das empresas<br />

portuguesas a<strong>na</strong>lisadas terem uma diretora executiva<br />

femini<strong>na</strong>. Em contraste, 6% tem uma mulher<br />

a presidir a direção. Mas nem tudo <strong>é</strong> mau.<br />

O relatório tamb<strong>é</strong>m constata que há 9 entidades<br />

portuguesas incluídas em ambos os conjuntos de<br />

dados de 2020 e 2021. Destes 6 melhoraram a sua<br />

pontuação ao longo do ano passado; 2 viram a sua<br />

pontuação diminuir desde 2020 e uma teve uma<br />

pontuação i<strong>na</strong>lterada. Um ponto importante: a<br />

melhoria mais considerável foi registada pela empresa<br />

Corticeira Amorim.<br />

Portugal, e nomeadamente o governo português,<br />

tem demonstrado não só estar a par da importância<br />

da sustentabilidade como reconhece ser este<br />

o caminho. Mas <strong>é</strong> preciso ir mais al<strong>é</strong>m. É preciso<br />

passar das intenções aos atos. E principalmente<br />

acompanhar o esforço que tem estado a ser feito<br />

pelo setor privado. Promover políticas de inclusão<br />

e de equidade. Mas tamb<strong>é</strong>m responder a desafios<br />

como a (ainda) utilização dos combustíveis fósseis<br />

e a não destruição de ecossistemas e da biodiversidade.<br />

Basicamente, como responder a desafios<br />

que “não intensifiquem a desigualdade social e<br />

económica”.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


30 \\ TECNOLOGIA \\<br />

O PAPEL DA INOVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO<br />

Sustentável<br />

APENAS COM A ADOÇÃO DA TECNOLOGIA PODEREMOS ACELERAR AS<br />

TRANSFORMAÇÕES DAS EMPRESAS PARA PRÁTICAS MAIS SUSTENTÁVEIS.<br />

\\ Por António Sarmento<br />

As empresas têm vindo a aproveitar a tecnologia para otimizar o<br />

seu desempenho ao longo de d<strong>é</strong>cadas. Mas como pode a disrupção<br />

digital ser aproveitada para não ape<strong>na</strong>s garantir, mas tamb<strong>é</strong>m<br />

incentivar práticas comerciais sustentáveis? Ao implementar medidas<br />

regulatórias, as empresas começaram a perceber os benefícios de uma abordagem<br />

sustentável: uma gestão de risco mais eficaz, relacio<strong>na</strong>mentos com as<br />

partes interessadas, economia de custos, criação de valor e melhor posicio<strong>na</strong>mento<br />

no mercado. O que se tor<strong>na</strong> claro <strong>é</strong> que, melhorando os padrões e<br />

práticas voluntariamente implementados, os negócios, a sociedade e o setor<br />

público podem apontar a um futuro mais sustentável.<br />

À medida que os conhecimentos de sustentabilidade se tor<strong>na</strong>m mais incorporados<br />

<strong>na</strong>s cadeias de valor, a tomada de decisões ambientais poderá integrar-<br />

-se no desenvolvimento de novos produtos e serviços, com possibilidades para<br />

criar novas oportunidades de negócio. “A tecnologia está e vai ser crucial para<br />

a passagem a um mundo mais sustentável a todos os níveis, como <strong>é</strong> em qualquer<br />

processo transformativo. Ape<strong>na</strong>s com a adoção da tecnologia poderemos<br />

acelerar as transformações das empresas para práticas mais sustentáveis, assim<br />

como proceder à sua correta avaliação ao nível da sustentabilidade”, explica<br />

Pedro Lino, economista e CEO da DIF Broker e da Optimize Investment.<br />

A tecnologia teve sempre o poder de funcio<strong>na</strong>r como um disruptor de comportamentos<br />

e de expetativas. A novidade está <strong>na</strong> rapidez desta mudança. No<br />

campo da sustentabilidade, o desenvolvimento da inteligência artificial e dos<br />

algoritmos permitem estimar de forma mais fidedig<strong>na</strong> as necessidades futuras<br />

de determi<strong>na</strong>da indústria. “Tomemos como exemplo a indústria do fast<br />

fashion, um dos setores mais poluidores do mundo. A inovação tecnológica<br />

permite às cadeias de produção ajustar a sua oferta à procura existente com<br />

base em algoritmos que permitem captar as preferências dos consumidores,<br />

produzindo ape<strong>na</strong>s o necessário (em quantidade e qualidade) e reduzindo em<br />

muito, os desperdícios da sobreprodução”, acrescenta Ri<strong>na</strong> Guerra, subdiretora<br />

de investimentos do Banco Carregosa.<br />

Outra evolução tecnológica desta indústria será a criação de guarda-roupas<br />

totalmente digitais, em que consumidores poderão ter acesso e visibilidade<br />

sobre os objetos detidos por outros consumidores, o que fomentará, de forma<br />

exponencial, a economia circular e modelos de negócio baseados <strong>na</strong> revenda,<br />

no aluguer ou <strong>na</strong> reparação de artigos de moda usados.<br />

A especialista aponta ainda a disrupção tecnológica no setor da saúde, que<br />

tem servido em muito para aumentar a qualidade de vida dos pacientes e a<br />

esperança m<strong>é</strong>dia de vida em geral, o que recai no segmento dos crit<strong>é</strong>rios sociais,<br />

nomeadamente <strong>na</strong> melhoria das condições de vida da população global.<br />

Para o consultor Marco Silva, a tecnologia <strong>é</strong> fundamental para se atingir<br />

maior sustentabilidade no sector empresarial. Por<strong>é</strong>m, nem tudo <strong>é</strong> positivo.<br />

“Na energia, mesmo sem o avanço da tecnologia não teríamos hoje o grau<br />

de energia “verde” que temos. Mas ainda assim o caminho <strong>é</strong> lento, propositadamente<br />

para a rentabilização gradual das diversas fases da tecnologia atrasando<br />

no processo o avanço civilizacio<strong>na</strong>l. É raríssimo haver um grande salto<br />

tecnológico. Passamos por inúmeros estágios, muitos desnecessários, onde em<br />

todos eles existe a rentabilização desse estágio antes de passar para o seguinte”,<br />

conclui o consultor.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ TECNOLOGIA \\<br />

31<br />

DE ACORDO COM A CONSULTORA MAZARS ESTAS SÃO AS CINCO PRINCIPAIS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS QUE<br />

SE ENCONTRAM A ACELERAR, AMPLIAR E PRIORIZAR A SUSTENTABILIDADE NO MUNDO ATUAL DOS NEGÓCIOS:<br />

BLOCKCHAIN<br />

O grande interesse pela tecnologia atualmente<br />

verificado teve já um impacto positivo em<br />

setores como a Energia e os Serviços Fi<strong>na</strong>nceiros,<br />

redefinindo sistemas e a segurança do<br />

consumidor. Mas a blockchain <strong>é</strong> um marco <strong>na</strong><br />

gestão da cadeia logística, permitindo maior<br />

transparência e eficiência. A complexidade e a<br />

opacidade de como as cadeias logísticas são<br />

hoje geridas são extraordinárias. A blockchain<br />

tem o potencial de permitir que empresas e<br />

consumidores acompanhem transações de<br />

forma mais segura e transparente, garantindo<br />

que os fornecedores aderem aos seus valores<br />

- seja a gestão com preocupações ambientais<br />

ou a produção sustentável.<br />

01<br />

DATA MINING<br />

Ter uma visão sobre os riscos e as oportunidades<br />

da Responsabilidade Social Corporativa<br />

(RSC) para uma empresa <strong>é</strong> cada vez mais importante,<br />

porque a informação se está a tor<strong>na</strong>r<br />

uma questão não negociável tanto para os<br />

reguladores, como para as restantes partes<br />

interessadas e o público em geral. A falta de<br />

dados homog<strong>é</strong>neos e de alta qualidade, representa<br />

um desafio real para empresas em busca<br />

de uma visão mais clara dos seus atributos<br />

de RSC. À medida que as ferramentas de data<br />

mining se tor<strong>na</strong>m cada vez mais avançadas -<br />

desde a aprendizagem e evolução de processos<br />

e dispositivos, ao reconhecimento ótico de<br />

caracteres – o seu desenvolvimento fornecerá<br />

acesso a dados e insights que não eram antes<br />

user friendly.<br />

02 03<br />

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)<br />

A IA não se limita ape<strong>na</strong>s a prever e modelar<br />

iniciativas sustentáveis, mas tem o potencial<br />

de transformar os processos de avaliação<br />

<strong>na</strong>s empresas associados à RSC. Enquanto<br />

a informação acerca de sustentabilidade<br />

flui para o mercado, a IA permite que as<br />

empresas a<strong>na</strong>lisem esses grandes conjuntos<br />

de dados a uma velocidade incomparável. À<br />

medida que o valor dos dados <strong>é</strong> melhor compreendido<br />

e cada vez mais exigido, a IA oferece<br />

uma oportunidade de a<strong>na</strong>lisar de forma<br />

inteligente quantidades massivas de dados<br />

dispersos, criando novos caminhos sustentáveis<br />

​para o contexto de negócio.<br />

INTERNET OF THINGS (IOT)<br />

A IoT <strong>é</strong> um dos avanços tecnológicos mais significativos<br />

que irão afetar a economia global <strong>na</strong>s próximas d<strong>é</strong>cadas.<br />

Projetos que aproveitam o poder da IoT podem<br />

contribuir para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável da ONU, tendo um alcance global<br />

e possibilitando a conexão com pessoas e objetos que<br />

antes não eram completamente endereçados. Melhorando<br />

a qualidade de vida em áreas menos desenvolvidas<br />

do globo, a IoT pode impulsio<strong>na</strong>r o desenvolvimento<br />

sustentável - de cidades mais inteligentes a energia<br />

mais limpa - e, nesse aspeto, existe uma oportunidade<br />

real para as empresas contribuírem positivamente para<br />

estas metas globais.<br />

05 06<br />

ANÁLISE PREDITIVA<br />

A alta velocidade à qual os dados serão produzidos e a<strong>na</strong>lisados ​no futuro próximo significa que<br />

as empresas terão ferramentas de tomada de decisão aprimoradas e sistemas de apoio para<br />

criar a sua perceção e estruturar a sua gestão - particularmente quando se trata de questões<br />

relacio<strong>na</strong>das com RSC. Transformar esses dados em insights aplicáveis ​à estrat<strong>é</strong>gia e ao desenvolvimento<br />

sustentável de uma empresa <strong>é</strong> essencial não ape<strong>na</strong>s para criar valor, mas tamb<strong>é</strong>m<br />

para fornecer informações essenciais para todas as partes interessadas. As tecnologias a<strong>na</strong>líticas<br />

preditivas podem enfrentar esse desafio, identificando problemas de RSC, si<strong>na</strong>lizando riscos<br />

e comparando o desempenho de uma empresa com os restantes participantes do mercado. No<br />

mundo de hoje, a abundância de dados de RSC <strong>é</strong> monumental. Desenvolvimentos significativos a<br />

nível tecnológico têm o poder de permitir que as empresas agregam e a<strong>na</strong>lisam esses dados em<br />

níveis anteriormente impossíveis. O desafio passa agora por adotar essas tecnologias disruptivas<br />

para obter insights estrat<strong>é</strong>gicos e valiosos sobre o crescimento sustentável e de longo prazo de<br />

uma empresa.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


32 \\ FINANÇAS \\<br />

Investimento<br />

Sustentável<br />

AUMENTA EM TODO O MUNDO<br />

OS FUNDOS QUE CUMPREM CRITÉRIOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E DE GOVERNO DAS<br />

SOCIEDADES (ESG) ESTÃO A CRESCER RAPIDAMENTE A NÍVEL GLOBAL E NACIONAL.<br />

\\ Por António Sarmento<br />

Otema da sustentabilidade tornou-se incontornável no mundo<br />

fi<strong>na</strong>nceiro atual, tendência que foi acentuada pela pandemia.<br />

Um número crescente de instituições tem integrado crit<strong>é</strong>rios<br />

de sustentabilidade para a tomada de decisões de investimento. O investimento<br />

sustentável caracteriza-se pela tomada de consciência dos investidores<br />

<strong>na</strong> incorporação de fatores explícitos relacio<strong>na</strong>dos com o ambiente,<br />

com o meio social e com a gover<strong>na</strong>nça <strong>na</strong>s suas decisões, assim como do seu<br />

papel <strong>na</strong> sociedade, como proprietários ou credores, sempre com vista ao<br />

retorno sobre o capital no longo prazo.<br />

“Os detentores de ativos institucio<strong>na</strong>is como sejam os fundos de pensões, as<br />

empresas seguradoras, os fundos soberanos ou as family offices, geralmente<br />

investem em veículos de investimento com o objetivo de gerar retornos sobre<br />

esse capital e representam grande parte do fluxo de investimento global.<br />

O seu entendimento de como os fatores ESG podem influenciar os retornos<br />

fi<strong>na</strong>nceiros e o impacto do seu capital <strong>na</strong> economia real, tem sido um<br />

impulsio<strong>na</strong>dor importante para o investimento sustentável e responsável”,<br />

explica Ri<strong>na</strong> guerra, subdiretora de investimentos do Banco Carregosa.<br />

Segundo a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados,<br />

os ativos sob gestão dos fundos ESG <strong>na</strong> UE aumentaram 20% no primeiro<br />

semestre de 2021, para 1,5 biliões de euros. Apesar de estar ainda numa fase<br />

inicial, Portugal tem acompanhado esta tendência, tanto do lado da oferta,<br />

como da procura. Só em 2021, assistiu-se à emissão de quase 3000M€ em<br />

dívida com o cunho ESG, pelas grandes empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is (Grupo EDP<br />

2000M€, BCP 500M€, REN 300M€, Greenvolt 100M€), um ano recorde<br />

para este tipo instrumentos. Da mesma forma, segundo dados da CMVM,<br />

existiam em Portugal, 5 fundos ESG com 303M€ (versus 272M€ em 2019)<br />

de ativos sob gestão, em 2020, com tendência claramente crescente.<br />

O mercado português está a acompanhar esta nova tendência e espera-se<br />

que cada vez mais a oferta de fundos ESG aumente a longo prazo. “No que<br />

diz respeito à emissão de dívida, os emitentes de dívida verde consideram<br />

que <strong>é</strong> fundamental esta emergência com a preocupação dos crit<strong>é</strong>rios ESG<br />

e, de facto, tor<strong>na</strong>-se mais atrativo para as empresas que adotem este tipo de<br />

modelos mais sustentáveis, para que possam progredir com a sua atividade”,<br />

diz Henrique Tom<strong>é</strong>, a<strong>na</strong>lista XTB, à Green Savers.<br />

Reconhecer e integrar fatores ambientais, sociais e de gover<strong>na</strong>nça num negócio<br />

poderá diminuir os seus riscos e aumentar os seus retornos no longo<br />

prazo. Práticas sustentáveis numa empresa poderão melhorar a sua eficiência<br />

ao conservar recursos, reduzir custos e elevar a produtividade. “Por<br />

exemplo, uma melhor gestão dos recursos <strong>na</strong>turais como a água e energia,<br />

ou a minimização de desperdícios, poderão aumentar a eficiência operacio<strong>na</strong>l<br />

dos negócios. Por outro lado, as crescentes preocupações ambientais<br />

por parte dos governos e das autoridades supra<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, têm levado à promulgação<br />

de uma maior regulação para proteger o ambiente. Se a empresa<br />

integrar crit<strong>é</strong>rios de sustentabilidade no seu negócio para responder às exigências<br />

regulatórias, poderá, igualmente, evitar multas ou exter<strong>na</strong>lidades<br />

negativas, protegendo os seus lucros. Segundo a McKinsey, cerca de um terço<br />

dos lucros das empresas estará em risco devido a estes fatores”, acrescenta<br />

Ri<strong>na</strong> Guerra.<br />

As fi<strong>na</strong>nças sustentáveis são ben<strong>é</strong>ficas para o ambiente <strong>na</strong> medida em que<br />

existe preocupação por parte das empresas para seguirem modelos mais<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ FINANÇAS \\<br />

33<br />

HENRIQUE TOMÉ,<br />

ANALISTA XTB.<br />

RINA GUERRA,<br />

SUBDIRETORA DE<br />

INVESTIMENTOS DO<br />

BANCO CARREGOSA.<br />

sustentáveis que visem a redução das emissões. “No<br />

entanto, esta transição para modelos mais sustentáveis<br />

poderá prejudicar os níveis de produtividade<br />

em alguns setores, caso as empresas não consigam<br />

substituir determi<strong>na</strong>dos m<strong>é</strong>todos mais poluentes.<br />

Embora não se espere que ocorram grandes progressos<br />

a curto prazo, os setores que poderão registar<br />

a maior redução <strong>na</strong> intensidade das emissões,<br />

durante os próximos dois a três anos, são os das<br />

utilities, energia (oil & gas) produção industrial e de<br />

exploração de metais preciosos e industriais (alumínio<br />

por exemplo)”, afirma Henrique Tom<strong>é</strong>.<br />

E o que <strong>é</strong> necessário para estimular as fi<strong>na</strong>nças<br />

sustentáveis em Portugal? Do lado da entidade reguladora,<br />

a CMVM, os deveres de supervisão dos<br />

produtos fi<strong>na</strong>nceiros <strong>na</strong>scentes quer das empresas,<br />

quer das sociedades gestoras e a monitorização ao<br />

nível da divulgação de informação não fi<strong>na</strong>nceira<br />

(a par da fi<strong>na</strong>nceira) por parte das entidades emitentes,<br />

são primordiais para a promoção da estabilidade<br />

fi<strong>na</strong>nceira e proteção dos investidores. “Do<br />

lado dos emitentes, a divulgação de informação de<br />

elevada qualidade, transparente e consistente <strong>é</strong> essencial<br />

para fomentar o crescimento das fi<strong>na</strong>nças<br />

sustentáveis. Do lado do governo e das autoridades,<br />

<strong>é</strong> importante que promovam um enquadramento<br />

legal e fiscal atrativo para o desenvolvimento e bom<br />

funcio<strong>na</strong>mento deste mercado”, sublinha a subdiretora<br />

de investimentos do Banco Carregosa.<br />

“A criação de incentivos fiscais e apoios a nível de<br />

procedimentos que visem a adoção de modelos<br />

mais sustentáveis, são essenciais para estimular<br />

as fi<strong>na</strong>nças sustentáveis em Portugal. Não obstante,<br />

este tema pode tamb<strong>é</strong>m ser introduzido no<br />

meio acad<strong>é</strong>mico se o objetivo for, efetivamente,<br />

seguir com um modelo de fi<strong>na</strong>nças sustentáveis<br />

duradouras e viáveis a longo prazo”, refere o a<strong>na</strong>lista<br />

da XTB.<br />

Greenwashing<br />

O risco de “greenwashing”, isto <strong>é</strong>, produtos fi<strong>na</strong>nceiros<br />

com selo verde, mas que <strong>na</strong> verdade<br />

não o são, <strong>é</strong> elevado. Esta t<strong>é</strong>cnica de vendas em<br />

que as instituições ou marcas comunicam atrav<strong>é</strong>s<br />

de alegações erradas e, por vezes informações<br />

fraudulentas sobre as características e responsabilidades<br />

ambientais dos seus produtos e<br />

serviços, tem vindo a ser uma t<strong>é</strong>cnica utilizada<br />

por algumas marcas.<br />

“Apesar deste conceito não ser recente, os reguladores<br />

vão ter o desafio de manter a transparência<br />

e coerência no mercado, pelo que as<br />

fiscalizações deverão ser rigorosas, pelo menos<br />

durante os primeiros anos em que ainda não<br />

existem muitas empresas a respeitar tais responsabilidades”,<br />

alerta Henrique Tom<strong>é</strong>.<br />

Como em qualquer nova tendência que aparece<br />

no mercado, existem sempre participantes que<br />

tentam aproveitar-se i<strong>na</strong>dvertidamente e com<br />

intuito de lucro rápido. Mas a verdade <strong>é</strong> que se<br />

trata de um mercado que está a mudar muito<br />

rapidamente. Há alguns anos, ningu<strong>é</strong>m falava<br />

de ESG, que era uma forma de investimento de<br />

nicho. “Agora a realidade <strong>é</strong> diferente, já que investir<br />

responsavelmente passou a ser a norma,<br />

sendo que a sua rápida evolução coloca desafios<br />

ao regulador, mas tamb<strong>é</strong>m aos gestores de<br />

investimentos. Outro problema das estrat<strong>é</strong>gias<br />

“verdes” <strong>é</strong> que não há uma padronização nos<br />

crit<strong>é</strong>rios ESG, baseando-se, muitas vezes, em<br />

crit<strong>é</strong>rios subjetivos, o que dificulta o trabalho<br />

dos reguladores, havendo muitas vezes, entendimentos<br />

distintos por parte destes. O desafio<br />

<strong>é</strong> perceber quais as medidas a implementar,<br />

como fazê-lo para incentivar os detentores de<br />

capital a investir em projetos sustentáveis e<br />

responder à procura crescente por parte dos<br />

investidores. Ainda recentemente, a sociedade<br />

gestora do Deutsche Bank, a DWS, foi acusada<br />

de “greenwashing” em vários fundos com suposto<br />

selo verde… Há ainda um longo caminho<br />

a percorrer pelos reguladores mundiais nesta<br />

mat<strong>é</strong>ria”, conclui Ri<strong>na</strong> Guerra.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


34 \\ ARTIGO \\<br />

PROGRESSO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

“<br />

Há cinquenta anos as Nações Unidas<br />

convocaram a histórica Conferência<br />

sobre o Meio Ambiente Humano<br />

aqui em Estocolmo.<br />

Os líderes mundiais reconheceram que temos a responsabilidade<br />

coletiva de proteger o ambiente para que a<br />

humanidade possa desfrutar de paz, prosperidade e<br />

progresso sustentável.<br />

E, de facto, ao longo desse tempo a humanidade progrediu.<br />

Mas hoje o bem-estar global está em perigo, em grande<br />

parte porque não cumprimos as nossas promessas sobre<br />

o ambiente.<br />

Sim, resgatamos a camada de ozono – um exemplo notável<br />

de cooperação multilateral que nos deve inspirar<br />

à medida que avançamos. Mas, à medida que nos tor<strong>na</strong>mos<br />

mais populosos e prósperos, a nossa pegada ambiental<br />

tornou-se insuportavelmente pesada.<br />

Os sistemas <strong>na</strong>turais da Terra não podem acompanhar<br />

as nossas demandas. Estamos a consumir a uma taxa de<br />

1,7 planetas por ano.<br />

Se o consumo global estivesse no nível dos países mais<br />

ricos do mundo, precisaríamos de mais de três planetas<br />

Terra.<br />

Enfrentamos uma tripla crise planetária.<br />

Uma emergência climática que está a matar e a deslocar<br />

cada vez mais pessoas a cada ano. Degradação de<br />

ecossistemas que estão a aumentar a perda de biodiversidade<br />

e a comprometer o bem-estar de mais de 3 mil<br />

milhões de pessoas. E uma onda crescente de poluição<br />

e lixo que está a custar cerca de 9 milhões de vidas por<br />

ano.<br />

Precisamos mudar de rumo – agora – e acabar com a<br />

nossa guerra sem sentido e suicida contra a <strong>na</strong>tureza.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ ARTIGO \\<br />

35<br />

Nós sabemos o que fazer. E, cada vez mais, temos<br />

as ferramentas para isso. Mas ainda nos falta liderança<br />

e cooperação.<br />

Por isso, hoje, apelo aos líderes de todos os setores:<br />

Conduzam-nos para fora desta confusão.<br />

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável<br />

e o Acordo de Paris mostram o caminho. Mas<br />

devemos agir de acordo com esses compromissos.<br />

Caso contrário, não passam de ar quente. E o ar<br />

quente está a matar-nos.<br />

Então deixem-me ser concreto sobre as novas<br />

oportunidades.<br />

Ainda este ano, os líderes fi<strong>na</strong>lizarão uma nova<br />

estrutura global de biodiversidade para reverter<br />

a perda da <strong>na</strong>tureza at<strong>é</strong> 2030. O trabalho está<br />

em andamento para estabelecer um tratado para<br />

combater a poluição por plásticos. E a Conferência<br />

dos Oceanos das Nações Unidas pode galvanizar<br />

os esforços para salvar os nossos oceanos.<br />

Mas há uma coisa que ameaça todo o nosso<br />

progresso.<br />

A crise climática.<br />

A menos que ajamos agora, não teremos um<br />

planeta habitável.<br />

Os cientistas relataram recentemente que há uma<br />

hipótese [50:50] de que possamos violar temporariamente<br />

o limite do Acordo de Paris de 1,5 graus<br />

Celsius nos próximos cinco anos. Não podemos<br />

deixar isso acontecer.<br />

Devemos reduzir as emissões de gases com efeito<br />

de estufa em 45% at<strong>é</strong> 2030 para atingir o zero líquido<br />

at<strong>é</strong> 2050.<br />

E as <strong>na</strong>ções desenvolvidas devem pelo menos duplicar<br />

o apoio aos países em desenvolvimento para<br />

que possam adaptar-se e construir resiliência à<br />

ruptura climática que já está a acontecer.<br />

Hoje, exorto os governos do G20 a desmantelar a<br />

infraestrutura de carvão, com uma elimi<strong>na</strong>ção total<br />

at<strong>é</strong> 2030 para os países da OCDE e 2040 para<br />

todos os outros.<br />

E peço a todos os atores fi<strong>na</strong>nceiros que abandonem<br />

o fi<strong>na</strong>nciamento de combustíveis fósseis e<br />

invistam em energia renovável. As tecnologias de<br />

energia renovável devem ser vistas como um bem<br />

público global. As mat<strong>é</strong>rias-primas necessárias<br />

devem estar disponíveis para todos.<br />

Devemos ampliar e diversificar as cadeias de suprimentos,<br />

reformar as burocracias para dar clareza<br />

aos investidores, acelerar autorizações para<br />

projetos de energia renovável e acelerar a modernização<br />

da rede, mudar os subsídios dos combustíveis<br />

fósseis para apoiar as pessoas vulneráveis ​<br />

e promover as energias renováveis. E triplicar os<br />

investimentos em energias renováveis.<br />

Al<strong>é</strong>m disso, devemos melhorar rápida e amplamente<br />

a eficiência energ<strong>é</strong>tica, reduzir a desflorestação e<br />

promover mais cobertura florestal at<strong>é</strong> 2030.<br />

Devemos intensificar amplamente os esforços<br />

para restaurar os ecossistemas costeiros e pelo menos<br />

mil milhões de hectares de terras degradadas<br />

<strong>na</strong> próxima d<strong>é</strong>cada.<br />

E tamb<strong>é</strong>m devemos triplicar os investimentos em<br />

soluções baseadas <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza.<br />

Se fizermos isso, podemos evitar a catástrofe climática,<br />

acabar com uma crescente crise humanitária<br />

e de desigualdade e promover o desenvolvimento<br />

inclusivo e sustentável.<br />

Hoje, exorto os países a abraçarem o direito humano<br />

a um ambiente limpo e saudável para todas<br />

as pessoas, em todos os lugares – especialmente as<br />

comunidades pobres; mulheres e meni<strong>na</strong>s; pessoas<br />

indíge<strong>na</strong>s; jovens e as gerações vindouras.<br />

Para resgatar o meio ambiente global – e o futuro<br />

da humanidade – devemos transformar os sistemas<br />

contábeis que recompensam a poluição e o<br />

desperdício. Devemos dar verdadeiro valor ao ambiente<br />

e ir al<strong>é</strong>m do PIB como medida de progresso<br />

e bem-estar humano. Não esqueçamos que quando<br />

destruímos uma floresta, estamos a criar PIB.<br />

Quando pescamos em excesso, estamos a criar<br />

PIB. O PIB não <strong>é</strong> uma forma de medir a riqueza<br />

<strong>na</strong> situação atual do mundo.<br />

Em vez disso, devemos mudar para uma<br />

economia circular e regenerativa.<br />

Isto exige um multilateralismo fortalecido e em<br />

rede baseado <strong>na</strong> confiança e <strong>na</strong> cooperação global<br />

– conforme previsto no nosso relatório da ONU<br />

sobre a Nossa Agenda Comum.<br />

Cada governo, empresa e indivíduo tem um<br />

papel a desempenhar.<br />

Ao longo da história, a humanidade mostrou<br />

que somos capazes de grandes coisas.<br />

Mas só quando trabalhamos juntos.<br />

Se queremos sobreviver e prosperar, vamos proteger<br />

e nutrir o nosso planeta, que <strong>é</strong> o nosso único lar.<br />

Recomecemos – em palavras e atos – ao espírito<br />

de responsabilidade consagrado <strong>na</strong> Declaração de<br />

Estocolmo de 1972.<br />

Porque existe ape<strong>na</strong>s um planeta Terra.”<br />

António Guterres<br />

Discurso de abertura da Conferência Estocolmo+50<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


36<br />

1<br />

2<br />

FÓRUM DE LÍDERES<br />

Qual a importância da<br />

<strong>Sustentabilidade</strong> para<br />

a sua área/setor?<br />

O que a sua empresa está a<br />

fazer para tor<strong>na</strong>r Portugal<br />

um país mais sustentável?<br />

O Acordo de Paris visa alcançar a descarbonização das economias<br />

mundiais e estabelece, como um dos seus objetivos<br />

de longo prazo, o limite do aumento da temperatura m<strong>é</strong>dia<br />

global a níveis abaixo dos 2 graus centígrados acima dos<br />

níveis pr<strong>é</strong>-industriais. Este acordo determi<strong>na</strong> ainda que se<br />

prossigam esforços para limitar o aumento da temperatura<br />

a 1,5 graus centígrados, reconhecendo que isso reduzirá significativamente<br />

os riscos e impactos das alterações climáticas,<br />

em linha com o Relatório do Painel Intergover<strong>na</strong>mental<br />

para as Alterações Climáticas, apresentado em 2019.<br />

De acordo com um relatório da BCG e da ANP|WWF,<br />

Portugal tem progredido no caminho para a neutralidade<br />

carbónica, sendo que em 2019 emitiu menos 30% de toneladas<br />

de equivalentes de CO2 (per capita do que a m<strong>é</strong>dia da<br />

União Europeia. Al<strong>é</strong>m disso, o nosso País está no top 10 dos<br />

países com maior utilização de energias renováveis a nível<br />

mundial. O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR),<br />

que prevê apoiar a descarbonização da indústria <strong>é</strong> destacado<br />

no relatório como uma das prioridades para as empresas<br />

portuguesas com vista ao objetivo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de alcançar a<br />

neutralidade carbónica em 2050.<br />

Outras prioridades passam pela compra de cr<strong>é</strong>ditos de carbono,<br />

ou investimentos diretos em projetos que mitiguem<br />

o impacto da atividade <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza e que acabem por reverter<br />

as suas emissões. Alinhados por padrões <strong>é</strong>ticos, sociais<br />

e ambientais, os líderes presentes neste Fórum estão<br />

unidos pelo compromisso de tor<strong>na</strong>r Portugal um País cada<br />

vez mais sustentável.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


37


38<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

1 2<br />

RUI NOBRE<br />

Diretor-geral Adjunto<br />

de Operações da DPD Portugal<br />

ANA TRIGO MORAIS<br />

CEO Sociedade Ponto Verde<br />

3<br />

MARIA REBELO<br />

Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong><br />

dos CTT<br />

1 1<br />

O transporte urbano <strong>é</strong> um dos principais responsáveis<br />

pela emissão de gases com efeitos de<br />

estufa, pelo que <strong>é</strong> crucial que as empresas deste<br />

setor levem a cabo uma estrat<strong>é</strong>gia verde que<br />

lhes permita deixar de fazer parte do problema<br />

para passarem a fazer parte da solução.<br />

Esta tem sido uma prioridade no negócio da<br />

DPD: guiar a nossa ação no sentido de contribuir<br />

para um planeta mais amigo do ambiente,<br />

em 300 cidades europeias escolhidas onde<br />

pretendemos reduzir, at<strong>é</strong> 2025, as emissões de<br />

CO2 em 89% face a 2020.<br />

2<br />

A DPD tem levado a cabo uma estrat<strong>é</strong>gia de<br />

negócio verde, baseada <strong>na</strong> utilização de tecnologias<br />

inovadoras para oferecer opções de<br />

entrega e recolha de encomendas sustentáveis,<br />

que sejam tamb<strong>é</strong>m flexíveis e convenientes<br />

para o consumidor, ajustando-se às suas necessidades<br />

do dia a dia.<br />

Temos sido pioneiros <strong>na</strong> apresentação de soluções<br />

como os lockers e a rede de lojas Pickup,<br />

que permitem reduzir recursos ao concentrar<br />

várias encomendas num só ponto de recolha.<br />

Desde 2021 que a DPD utiliza ape<strong>na</strong>s veículos<br />

el<strong>é</strong>tricos em Lisboa, uma medida que será alargada<br />

a mais cidades portuguesas ainda este ano,<br />

atrav<strong>é</strong>s de uma frota 100% descarbonizada.<br />

A <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> central <strong>na</strong> missão e atividade<br />

da SPV. Promovemos a hierarquia de<br />

gestão de resíduos assente nos 3R’s – Reduzir,<br />

Reutilizar, Reciclar -, com grande aposta<br />

<strong>na</strong> prevenção at<strong>é</strong> à reciclagem, procurando<br />

soluções que promovam a utilização e incorporação<br />

de mat<strong>é</strong>rias primas secundárias,<br />

contribuindo para os objetivos da economia<br />

circular e da neutralidade carbónica. Os impactos<br />

são tamb<strong>é</strong>m sentidos a nível social e<br />

económico, estimular o desenvolvimento de<br />

novas soluções para o setor, gera poupanças<br />

para as empresas e criação de emprego.<br />

2<br />

A promoção da Economia Circular <strong>é</strong> constante<br />

<strong>na</strong> nossa atividade. Para al<strong>é</strong>m do trabalho<br />

de educação ambiental que desenvolvemos<br />

junto da população atrav<strong>é</strong>s de campanhas de<br />

comunicação e de projetos como a Academia<br />

Ponto Verde, temos apostado em inovação,<br />

investigação e desenvolvimento, incentivando<br />

os nossos clientes a adotarem melhores práticas<br />

de ecodesign e de design for recycling. A<br />

plataforma digital Ponto Verde LAB e o programa<br />

de co-inovação Re-Source, são exemplos<br />

de projetos que materializam este compromisso,<br />

que beneficia os agentes da cadeia<br />

de valor das embalagens e a sua circularidade.<br />

1<br />

A <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> transversal a todos os setores.<br />

O propósito da sustentabilidade orienta<br />

cada vez mais as escolhas pessoais e gera valor<br />

para as empresas que o integram <strong>na</strong>s suas estrat<strong>é</strong>gias<br />

e para as suas partes interessadas.<br />

A indústria postal tem uma agenda alinhada<br />

com os objetivos de desenvolvimento sustentável<br />

das Nações Unidas e trabalha, há mais de<br />

uma d<strong>é</strong>cada, para gerir a sua pegada carbónica.<br />

Nos CTT orgulhamo-nos por ser distinguidos<br />

em posições de liderança em mat<strong>é</strong>ria de gestão<br />

carbónica e por inovar, há 500 anos, com o foco<br />

<strong>na</strong> proximidade à população.<br />

2<br />

Nos CTT trabalhamos diariamente para minimizar<br />

a nossa pegada ambiental e para superar<br />

as metas de redução carbónica que propomos<br />

atingir, alinhadas com a ambição de limitar o<br />

aquecimento global a 1,5ºC at<strong>é</strong> 2030. Reduzimos<br />

27% da nossa pegada carbónica global<br />

desde 2013. Instalámos os dois primeiros hubs<br />

100% el<strong>é</strong>tricos no início do ano e estamos focados<br />

<strong>na</strong> aceleração da eletrificação da nossa<br />

frota e no consumo responsável.<br />

Juntamos a esta agenda o reforço da proximidade<br />

às populações que servimos. Pretendemos<br />

contribuir para a resposta aos desafios da<br />

sociedade e para o bem-estar comum.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

39<br />

4<br />

ANTÓNIO EUSÉBIO<br />

Presidente da Águas<br />

do Algarve<br />

1 2<br />

A <strong>Sustentabilidade</strong> está intrinsecamente relacio<strong>na</strong>da<br />

e enraizada <strong>na</strong> área de negócio e<br />

de atuação da Águas do Algarve. Desenvolver<br />

soluções integradas de forma sustentada<br />

no abastecimento de água e no tratamento<br />

de águas residuais, que respondam aos desafios<br />

de desenvolvimento da região do Algarve<br />

sempre estiveram <strong>na</strong> g<strong>é</strong>nese da empresa.<br />

Tratando-se de um bem essencial à vida, <strong>é</strong><br />

imperativo gerir cuidadosamente o recurso<br />

água, contribuindo a Águas do Algarve para o<br />

desenvolvimento humano e económico e para<br />

a preservação do meio <strong>na</strong>tural, numa ótica de<br />

desenvolvimento sustentável, de modo que se<br />

possa satisfazer as gerações atuais sem colocar<br />

em causa o desenvolvimento de gerações<br />

futuras.<br />

Para a Águas do Algarve a <strong>Sustentabilidade</strong><br />

tem uma importância acrescida, pois da eficácia<br />

dos nossos sistemas e processos de tratamento,<br />

resulta uma melhoria ambiental a<br />

vários níveis, quer <strong>na</strong> qualidade e quantidade<br />

de água para o abastecimento público, quer<br />

no tratamento das águas residuais <strong>na</strong>s nossas<br />

ETAR, que desempenham um papel decisivo<br />

<strong>na</strong> melhoria da qualidade dos meios recetores<br />

e dos ecossistemas associados, incluindo a<br />

qualidade da água balnear, que <strong>é</strong> de excelência<br />

do Algarve.<br />

Após 21 anos de existência da empresa, continuamos<br />

a trabalhar <strong>na</strong> melhoria dos nossos sistemas,<br />

tor<strong>na</strong>ndo-os mais resilientes e mais robustos.<br />

Exemplos disso são os projetos de reforço da Interligação<br />

Barlavento Sotavento, da Captação do<br />

Volume morto da Barragem de Odeleite, da Captação<br />

de água no rio Guadia<strong>na</strong> e da Estação de<br />

Dessalinizadora.<br />

Outra área da maior importância, são os projetos<br />

e obras já em desenvolvimento para possibilitarem<br />

o uso de Água para Reutilização (ApR), desig<strong>na</strong>damente<br />

para a rega de campos de golfe, espaços<br />

verdes e terrenos agrícolas. A sua implantação,<br />

que se prevê tenha lugar at<strong>é</strong> 2025, permitirá que<br />

se reutilizem anualmente cerca de 8 milhões de<br />

m3 de ApR, ou seja 20% do efluente produzido <strong>na</strong><br />

região, permitindo aumentar as reservas hídricas<br />

da região.<br />

Para fazer face a estes e outros desafios emergentes,<br />

como sejam a necessidade de uma maior circularidade<br />

do setor, , as lamas das ETA e ETAR,<br />

que, potencialmente, podem dar origem a novos<br />

produtos, bem como maior eficiência, melhor capacidade<br />

de resposta a situações de emergência e<br />

eventos climáticos extremos, aumento da resiliência<br />

e neutralidade carbónica e energ<strong>é</strong>tica dos<br />

sistemas, que passa pela adoção de plataformas<br />

tecnológicas preditivas de apoio à sua gestão, com<br />

recurso a sistemas de telegestão, controlo e mo-<br />

delação, a Águas do Algarve tem desenvolvido e<br />

participado em diversos projetos estrat<strong>é</strong>gicos de<br />

Inovação, Desenvolvimento e Investigação (IDI),<br />

de uma forma pró-ativa, conjuntamente com os<br />

setores empresarial e científico, regio<strong>na</strong>l, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e com recurso a programas que<br />

cofi<strong>na</strong>nciem as atividades necessárias, sempre que<br />

possível.<br />

A criação e endogeneização de uma efetiva cultura<br />

IDI empresarial possibilita tamb<strong>é</strong>m uma maior<br />

partilha, tanto a nível dos vários setores internos<br />

da empresa e a nível dos recursos humanos que o<br />

integram, que são o nosso maior ativo, como junto<br />

das partes interessadas, motivando um maior<br />

envolvimento dos diversos atores, logo numa fase<br />

embrionária dos projetos.<br />

A inovação aprofunda o conhecimento e incrementa<br />

a capacitação da Águas do Algarve e dos seus<br />

colaboradores perante os desafios do sector, atuando<br />

como instrumento mobilizador e contribuindo<br />

para a visão holística empresarial, a nível do Ciclo<br />

Urbano da Água, em linha com os objetivos de desenvolvimento<br />

sustentável e políticas ambientais e<br />

de adaptação às alterações climáticas.<br />

A Águas do Algarve desempenha assim um papel<br />

basilar <strong>na</strong> economia regio<strong>na</strong>l e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, contribuindo<br />

para a gestão inteligente do recurso água<br />

que <strong>é</strong> único e finito, e cuja disponibilidade depende,<br />

tamb<strong>é</strong>m, do comportamento de cada um de nós!<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


40<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

1<br />

Apesar de estar atualmente em destaque <strong>na</strong> agenda pública, a<br />

preocupação com a sustentabilidade faz parte do nosso ADN. A<br />

título de exemplo, em 1985 – quando abrimos o 1º hipermercado,<br />

o atual Continente de Matosinhos - foi formado um grupo de<br />

trabalho que concedia apoio à administração da empresa sobre<br />

questões ambientais<br />

Enquanto retalhista líder, presente em todo o território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e<br />

com impacto <strong>na</strong> vida da maior parte das comunidades em que nos<br />

inserimos, das famílias que visitam as nossas lojas regularmente,<br />

sabemos que <strong>é</strong> nosso dever encontrar e implementar medidas que<br />

procurem minimizar o impacto da nossa atividade e que contribuam<br />

para o desenvolvimento sustentável. Acreditamos que a cada<br />

novo dia temos uma nova oportunidade para transformarmos a<br />

nossa ambição em ações concretas, em impacto e este <strong>é</strong> uma missão<br />

que não se esgota.<br />

2<br />

5<br />

MARIANA SILVA<br />

Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong><br />

da MC<br />

Na MC trabalhamos com a ambição de democratizar o acesso a<br />

uma cesta saudável e sustentável, mobilizando esforços para promover<br />

uma cadeia de abastecimento mais transparente e responsável<br />

e um consumo mais consciente, suportados <strong>na</strong> riqueza das<br />

nossas Equipas e <strong>na</strong> singularidade de cada uma das nossas Pessoas.<br />

Esta ambição representa um enorme estímulo para as nossas Equipas.<br />

Não só pelo desafio que está subjacente ao desenvolvimento<br />

de uma oferta alargada, distintiva e inovadora, de elevada qualidade<br />

a preços competitivos, mas tamb<strong>é</strong>m porque fazê-lo pressupõe<br />

desafiar o status quo, inovar e assumir um papel ativo <strong>na</strong> transformação<br />

do sistema alimentar. Uma mudança essencial para que se<br />

possa cumprir a agenda do desenvolvimento sustentável.<br />

1<br />

MIGUEL SETAS<br />

Administrador executivo da EDP<br />

Membro da administração da EDP responsável<br />

pela área de <strong>Sustentabilidade</strong> do grupo<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> um fator crítico de sucesso do negócio e, <strong>na</strong> EDP, isso <strong>é</strong> evidente<br />

<strong>na</strong> sua mais recente campanha: estamos a mudar, já hoje, o amanhã. O<br />

nosso modelo de negócio <strong>é</strong> o modelo de sustentabilidade e <strong>é</strong> absolutamente vital<br />

apostar <strong>na</strong>s melhores práticas, incluindo a descarbonização e a eletrificação do<br />

consumo, para que a energia que produzimos seja, cada vez mais, renovável.<br />

2<br />

6<br />

Enquanto líder da transição energ<strong>é</strong>tica, a EDP mant<strong>é</strong>m a ambição de continuar a<br />

crescer atrav<strong>é</strong>s de um modelo de negócio alinhado com os desafios da sustentabilidade.<br />

É nesse sentido, e com a meta de atingir a neutralidade carbónica e ser 100%<br />

verde at<strong>é</strong> 2030, que a estrat<strong>é</strong>gia da EDP passa por investir 24 mil milhões de euros<br />

at<strong>é</strong> 2025 com enfoque <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica, atrav<strong>é</strong>s da instalação de 20GW de<br />

renováveis e investimento de 3,5 mil milhões de euros no reforço das redes el<strong>é</strong>tricas.<br />

1<br />

7<br />

JOSÉ GRÁCIO<br />

CEO da TrustEnergy<br />

A sustentabilidade está no foco da TrustEnergy. A empresa defende que <strong>é</strong> sua responsabilidade<br />

usar e transformar os recursos <strong>na</strong>turais necessários às atividades de<br />

uma forma sustentada, desenvolvendo os subprodutos das mesmas de uma forma<br />

respeitosa para os ecossistemas e para a comunidade. Trabalhamos para produzir<br />

eletricidade com fiabilidade, com vista a limitar a emissão de gases de efeito estufa,<br />

garantir a segurança do abastecimento e preservar todo o meio ambiente.<br />

2<br />

Temos como objetivo trabalhar para a melhoria do ambiente, apostando em novas<br />

formas de energia renovável. Para al<strong>é</strong>m do reforço, cada vez mais empenhado, da<br />

atividade da TrustWind, com a sua energia eólica, a TrustEnergy tem em estudo e<br />

desenvolvimento, outros projetos para os seus ativos, como o projeto de produção e<br />

co-combustão de hidrog<strong>é</strong>nio <strong>na</strong> Central da Tapada do Outeiro da Turbogás.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

41<br />

8 9 10<br />

GABINETE DE<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

LUÍS FRAGOEIRO<br />

Responsável da Qualidade, Ambiente<br />

e Segurança da Iberlim<br />

ANA BARBOSA<br />

Responsável de <strong>Sustentabilidade</strong><br />

da IKEA Portugal<br />

1 1<br />

A sustentabilidade, o contribuir para colocar<br />

a Europa e, sobretudo, Portugal no primeiro<br />

bloco a conseguir a neutralidade climática at<strong>é</strong><br />

2050, <strong>é</strong> de total importância para a Daikin,<br />

que tem efetuado um grande investimento em<br />

I&D, de modo a oferecer produtos e soluções<br />

inovadoras e energicamente eficientes.<br />

2<br />

As bombas de calor são hoje a melhor opção<br />

no caminho da descarbonização para todos os<br />

tipos de edifícios. Mas, para que estas possam<br />

ser uma realidade <strong>é</strong> importante acabar com os<br />

incentivos para sistemas de aquecimento não<br />

renováveis.<br />

Na Daikin temos apoiado as entidades que<br />

representam e regulam o setor do AVAC em<br />

Portugal no sentido de ter legislação mais adequada.<br />

Simultaneamente, disponibilizamos ao<br />

mercado produtos e soluções energicamente<br />

eficientes, inovadoras e adequadas à realidade<br />

climática portuguesa.<br />

Do ponto de vista dos Recursos humanos, a<br />

Daikin tem apostado <strong>na</strong> formação de t<strong>é</strong>cnicos<br />

e de futuros t<strong>é</strong>cnicos, e dado apoio a projetistas,<br />

consultores e arquitetos (e at<strong>é</strong> a clientes fi<strong>na</strong>is)<br />

<strong>na</strong> delineação de soluções energicamente<br />

eficientes, quer seja <strong>na</strong> reabilitação, quer em<br />

obras novas.<br />

A sustentabilidade está cada vez mais <strong>na</strong> ordem<br />

do dia, o setor tem de fazer um longo<br />

caminho no sentido de influenciar os agentes<br />

económicos a contratar serviços com uma<br />

menor pegada ambiental, ainda que por vezes<br />

esta dimensão seja mais onerosa <strong>na</strong>s contas de<br />

exploração. A conscientização cada vez maior<br />

dos consumidores de serviços de limpeza e<br />

a pressão que estes fazem <strong>na</strong>s empresas leva<br />

a que a m<strong>é</strong>dio/longo prazo as empresas que<br />

não derem prioridade à sustentabilidade, <strong>na</strong>s<br />

suas diferentes dimensões, vão ficar para trás.<br />

Quando olhamos à nossa volta podemos ver<br />

que, quer seja por questões Higiene e Saúde,<br />

funcio<strong>na</strong>is ou est<strong>é</strong>ticas a Higiene & Limpeza<br />

está presente em todo o lado.<br />

2<br />

É para nós importante ter uma grande diversidade<br />

de produtos ecológicos EcoLabel<br />

e Cradle to Cradle e utilizá-los nos nossos<br />

clientes. Por outro lado, a implementação de<br />

soluções como a robotização e o recente projeto<br />

de Desinfeção por UV-C (Zhello), aliada<br />

ao investimento <strong>na</strong> frota el<strong>é</strong>trica e a processos<br />

de monotorização da atividade com apresentação<br />

permanentemente de KPI relevantes,<br />

permite reduzir o impacte que a nossa atividade<br />

tem no Ambiente.<br />

1<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> um pilar fundamental no<br />

negócio da IKEA e parte da nossa cultura e valores:<br />

queremos proporcio<strong>na</strong>r uma vida melhor e<br />

mais sustentável à maioria das pessoas, tanto <strong>na</strong>s<br />

suas casas, como no mundo. Procuramos soluções<br />

para continuar a ir ao encontro das necessidades<br />

dos nossos consumidores, sem comprometer as<br />

gerações futuras e respeitando os limites do nosso<br />

planeta. Para o fazer, investimos diariamente em<br />

novas formas de trabalhar e de inspirar os nossos<br />

clientes a adotarem novos hábitos.<br />

2<br />

Desde novembro de 2021, a IKEA em Portugal<br />

não usa combustíveis fósseis <strong>na</strong>s suas operações,<br />

asseguradas ape<strong>na</strong>s por eletricidade renovável, em<br />

parte produzida nos próprios edifícios. No Parque<br />

Eólico situado no Nordeste do país, <strong>é</strong> produzida<br />

energia equivalente à necessária para operar 30<br />

lojas. Destacamos ainda a transformação do serviço<br />

de entrega ao domicílio para 100% el<strong>é</strong>trico<br />

at<strong>é</strong> 2025, e a descontinuação de todas as pilhas<br />

alcali<strong>na</strong>s descartáveis desde 2022. At<strong>é</strong> 2030, todos<br />

os nossos produtos serão feitos com materiais<br />

reciclados ou renováveis. Em 2021 estávamos já<br />

a 73% deste objetivo. O trabalho com maior impacto<br />

passa por democratizar o acesso a soluções<br />

mais sustentáveis, para que todos possamos contribuir<br />

para um mundo melhor.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


42<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

11 12<br />

PEDRO NAZARETH<br />

CEO do Electrão<br />

FILIPA PIMENTEL<br />

Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong><br />

e Impacto Local do Pingo Doce<br />

1 1<br />

A gestão de resíduos e a economia circular são sectores directamente relacio<strong>na</strong>dos<br />

com a sustentabilidade, com particular relevância <strong>na</strong> dimensão ambiental.<br />

Aliás, o sector da gestão de resíduos <strong>é</strong> central <strong>na</strong> persecução de três<br />

dos objectivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações<br />

Unidades: Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11), Produção e Consumo<br />

Sustentáveis (ODS12) e Proteger a Vida Marinha (ODS14).<br />

Reciclar e tratar os resíduos que produzimos permite preservar recursos materiais,<br />

ao evitar o consumo de mat<strong>é</strong>rias primas virgens, e permite proteger a<br />

saúde pública e o ambiente, ao garantir o tratamento adequado de algumas<br />

mat<strong>é</strong>rias poluentes presentes nos produtos que consumimos. Uma economia<br />

mais circular, seja por extensão do tempo de vida dos produtos, seja por<br />

sistemas eficientes de reciclagem, significa tamb<strong>é</strong>m um contributo muito expressivo<br />

no quadro da principal e mais urgente questão ambiental do nosso<br />

tempo: a mitigação climática.<br />

2<br />

O Electrão <strong>é</strong> responsável pela gestão dos sistemas de reciclagem de embalagens,<br />

pilhas e equipamentos el<strong>é</strong>ctricos usados em Portugal, que são fundamentais<br />

para a sustentabilidade do país. Proteger o ambiente e a saúde pública<br />

significa mobilizar os Portugueses para a recolha selectiva destes resíduos,<br />

para que os sistemas de reciclagem possam cumprir o seu propósito. O Electrão<br />

tem promovido inúmeras campanhas de sensibilização ambiental com<br />

grande visibilidade, de que são exemplo o Quartel Electrão, a Escola Electrão,<br />

o Transformar, o Faz pelo Planeta, o Electrão empresas, entre outras.<br />

O Electrão tem tamb<strong>é</strong>m contribuído para a melhoria do desempenho ambiental<br />

e económico destes sistemas, atrav<strong>é</strong>s da promoção de produtos e<br />

embalagens mais sustentáveis, do aumento das sinergias operacio<strong>na</strong>is entre<br />

diferentes sistemas de reciclagem e de alguns projectos de investigação e desenvolvimento.<br />

Enquanto grande retalhista alimentar, com mais de 450 lojas por todo o<br />

país, temos a responsabilidade de influenciar práticas, processos, produtos<br />

e hábitos mais sustentáveis em toda a cadeia de valor, desde o produtor at<strong>é</strong><br />

ao consumidor. Essa mesma dimensão representa tamb<strong>é</strong>m uma oportunidade<br />

única de promover o bem-estar e um impacto positivo <strong>na</strong>s pessoas,<br />

no planeta e <strong>na</strong>s comunidades. Levamos esta consciência e responsabilidade<br />

com grande seriedade, mas tamb<strong>é</strong>m motivação para fazer melhor e<br />

influenciar pelo melhor todos os dias.<br />

2<br />

Desde logo com aquilo que <strong>é</strong> a nossa maior especialidade: a Comida! Estamos<br />

empenhados em promover a saúde atrav<strong>é</strong>s da alimentação. E, por<br />

isso, iniciámos há mais de 10 anos um trabalho de redução de sal, açúcar e<br />

gordura nos nossos produtos.<br />

Tamb<strong>é</strong>m a Descarbonização da Logística tem sido uma prioridade e as medidas<br />

já implementadas nesta área permitiram reduzir em mais de 40% as<br />

emissões de CO2. Um progresso distinguido com vários pr<strong>é</strong>mios <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

E porque sustentabilidade <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m cuidar e promover o bem-estar <strong>na</strong><br />

comunidade, o Pingo Doce lançou o Bairro Feliz, um programa que dá a<br />

oportunidade a toda a população e entidades de fazerem algo com impacto<br />

positivo nos Bairros.<br />

Para reduzir o uso de plástico descartável, o Pingo Doce dispõe, em exclusivo,<br />

do serviço de água filtrada ECO em garrafas reutilizáveis atrav<strong>é</strong>s de<br />

Fontes de enchimento.<br />

Outros exemplos são o Programa de Ecodesign de Embalagens, que evitou<br />

o consumo de mais de 21 mil toneladas de materiais de embalagem e o lançamento<br />

de uma vasta gama de detergentes ECO em formato concentrado<br />

ou cápsulas solúveis.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

43<br />

13 14 15<br />

PLÁCIDO ALBUQUERQUE<br />

Diretor de Economia Circular<br />

da Mercado<strong>na</strong> em Portugal<br />

PEDRO CRUZ<br />

ESG Cordi<strong>na</strong>tor Partner<br />

da KPMG<br />

JOÃO AMARAL<br />

Country Ma<strong>na</strong>ger<br />

Portugal Voltalia<br />

1 1<br />

O setor da distribuição engloba vários processos<br />

que vão desde o fornecedor at<strong>é</strong> ao<br />

consumidor e que envolvem a produção dos<br />

produtos, o embalamento para a sua conservação,<br />

transporte, exposição em loja, etc.<br />

Por isso, <strong>é</strong> fundamental que todos os processos<br />

ao longo de toda a cadeia de montagem<br />

sejam sustentáveis existindo para isso um<br />

comprometimento da empresa para que todas<br />

as suas ações tenham o menor impacto<br />

possível para o meio ambiente e ainda que<br />

criem um impacto positivo <strong>na</strong> sociedade em<br />

que se inserem.<br />

2<br />

A Mercado<strong>na</strong> <strong>é</strong> uma empresa comprometida<br />

com o meio ambiente, que assume os desafios<br />

e as preocupações da sociedade e, por<br />

isso, dedica-se cada vez mais a continuar a<br />

cuidar do planeta. Deste modo a empresa<br />

conta com um Sistema de Gestão Ambiental<br />

próprio e aplica os princípios da Economia<br />

Circular, que concretiza ao promover<br />

uma Logísitica Sustentável, a Eficiência<br />

Energ<strong>é</strong>tica, a Gestão Responsável de Resíduos,<br />

a Produção Sustentável e a Redução<br />

de Plástico.<br />

Como empresa de serviços profissio<strong>na</strong>is, os<br />

desafios da sustentabilidade afetam todos os<br />

nossos clientes, independentemente do seu<br />

setor, e irão afetar a maioria dos serviços que<br />

atualmente prestamos, exigindo que incorporemos<br />

perspetivas ESG <strong>na</strong> maioria dos nossos<br />

serviços e invistamos <strong>na</strong> capacitação das nossas<br />

equipas. Para responder a este complexo desafio,<br />

a KPMG anunciou um investimento global<br />

de 1,5 mil milhões de USD para a implementação<br />

da agenda ESG e capacitação global das<br />

nossas pessoas, desenvolvendo um acelerador<br />

para a estrat<strong>é</strong>gia ESG, o KPMG IMPACT.<br />

2<br />

A KPMG Portugal criou uma equipa multidiscipli<strong>na</strong>r<br />

capacitada para ajudar os nossos<br />

clientes <strong>na</strong>s várias dimensões ESG, assegurando-lhes<br />

uma posição de “first movers” <strong>na</strong>s<br />

temáticas ESG. Estamos ainda a integrar os<br />

princípios ESG <strong>na</strong> forma como conduzimos o<br />

nosso negócio e como nos relacio<strong>na</strong>mos com<br />

os nossos clientes, os nossos colaboradores e a<br />

sociedade em geral. Neste contexto, assumimos<br />

um compromisso global com as nossas<br />

comunidades, patente nos ambiciosos objetivos<br />

definidos no âmbito do nosso “Impact<br />

Plan”, com destaque para a ambição de nos<br />

tor<strong>na</strong>rmos “Carbono Zero” at<strong>é</strong> 2030.<br />

1<br />

Como empresa de energias renováveis, <strong>na</strong> Voltalia<br />

trabalhamos diariamente <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica<br />

e ecológica, rumo à economia verde e neutra em<br />

emissões de CO2. Este compromisso para com a<br />

sustentabilidade está no ADN da Voltalia e a comprová-lo<br />

está o facto de em maio do ano passado<br />

termos sido reconhecidos uma “Empresa com<br />

Propósito”, título onde se inserem organizações que<br />

acreditam no impacto positivo em questões sociais<br />

e ambientais, mas mantendo a aposta <strong>na</strong> inovação<br />

e no desenvolvimento económico.<br />

2<br />

Portugal <strong>é</strong> uma geografia atrativa para as energias<br />

renováveis pelas suas condições climáticas,<br />

e por contar com stakeholders empenhados <strong>na</strong><br />

sustentabilidade. Não foi em vão que, em 2019,<br />

instalámos no Porto o Solar Hub, o centro operacio<strong>na</strong>l<br />

que monitoriza as nossas centrais solares<br />

<strong>na</strong> Europa, África e Am<strong>é</strong>rica Lati<strong>na</strong> e desde<br />

então já efetuamos uma expansão tecnológica,<br />

integrando as centrais a biomassa e hídricas do<br />

grupo. Temos vindo a contribuir para a energia<br />

verde no país em todos os projetos para terceiros,<br />

como <strong>é</strong> o caso da construção da Central Solar<br />

do Cotovio. Teremos um primeiro projeto<br />

de energia solar flutuante em Portugal que será<br />

inovador, a par da construção de várias deze<strong>na</strong>s<br />

de megawatts em centrais próprias.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


44<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

16 17<br />

GABINETE DE<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

RICARDO LOPES<br />

COO Hyundai Portugal<br />

1<br />

A The Navigator Company <strong>é</strong> responsável por<br />

produtos de base florestal que contribuem<br />

para o desenvolvimento sustentável e para o<br />

bem-estar da sociedade. O compromisso expresso<br />

no nosso propósito corporativo <strong>é</strong> revelador<br />

da ambição de Criar Valor e Crescimento<br />

Sustentável, uma vez que “são as pessoas, a<br />

sua qualidade de vida e o futuro do planeta<br />

que nos inspiram e nos movem”.<br />

Para a Navigator, a <strong>Sustentabilidade</strong> está,<br />

desde sempre, enraizada no nosso modelo de<br />

desenvolvimento do negócio porque as florestas<br />

plantadas, o pilar da nossa atividade, são<br />

cruciais para evoluir de uma economia linear<br />

e fóssil, baseada em recursos finitos, para uma<br />

bioeconomia circular sustentável, baseada<br />

em produtos florestais renováveis, recicláveis<br />

e biodegradáveis, favorável para a Natureza e<br />

neutra para o Clima.<br />

2<br />

A Navigator implementa estrat<strong>é</strong>gias de gestão<br />

sustentável das suas áreas florestais, compatibilizando<br />

os interesses de produção com funções<br />

de conservação e proteção da biodiversidade,<br />

protegendo <strong>na</strong>s suas florestas um total<br />

de mais de 1.000 esp<strong>é</strong>cies de fau<strong>na</strong> e flora.<br />

Foi tamb<strong>é</strong>m a primeira empresa portuguesa –<br />

e uma das primeiras a nível mundial – a assu-<br />

mir o compromisso em 2019, de antecipar em<br />

15 anos, face aos objetivos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e europeus,<br />

a neutralidade carbónica dos seus complexos<br />

industriais. Ao cumprir as metas do<br />

seu Roteiro para a Neutralidade Carbónica,<br />

a Navigator garante, at<strong>é</strong> 2035, uma redução<br />

de 86% das suas emissões de CO2. Em 2021,<br />

foi possível obter uma redução global de 57%<br />

das emissões de CO2 do complexo da Figueira<br />

da Foz, com a entrada em funcio<strong>na</strong>mento<br />

da nova caldeira de biomassa nesta unidade,<br />

tor<strong>na</strong>ndo-a <strong>na</strong> primeira fábrica integrada de<br />

pasta e papel do Grupo que produz eletricidade<br />

totalmente a partir de fontes renováveis.<br />

Os 14% que não são tecnicamente possíveis de<br />

elimi<strong>na</strong>r serão alvo de offset, atrav<strong>é</strong>s da plantação<br />

de floresta.<br />

Neste ponto, o eucalipto globulus que a empresa<br />

planta em Portugal desempenha um papel<br />

especialmente eficaz no sequestro de CO2, já<br />

que, anualmente e por hectare, sequestra em<br />

m<strong>é</strong>dia cerca de 11,3 toneladas de CO2, o valor<br />

mais elevado de todas as esp<strong>é</strong>cies presentes<br />

<strong>na</strong> floresta <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Dada esta eficiência, com<br />

20% de aumento de produtividade seria possível<br />

entregar 50% (cerca de dois milhões de toneladas)<br />

da ambição do aumento de sequestro<br />

da floresta <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l entre 2021 e 2030, definida<br />

pelo Plano Nacio<strong>na</strong>l de Energia e Clima.<br />

1<br />

Nos últimos anos, a área da sustentabilidade tem<br />

vindo a assumir uma importância central no setor<br />

automóvel, uma vez que os transportes são<br />

responsáveis por cerca de 20 por cento das emissões<br />

globais de CO2. Sendo um dos principais<br />

setores económicos, o impacto da pegada ecológica<br />

da cadeia de valor da própria indústria automóvel,<br />

tor<strong>na</strong>-a ainda mais relevante <strong>na</strong> discussão<br />

da sustentabilidade. A Hyundai tem, por isso, o<br />

desígnio de contribuir para uma mobilidade mais<br />

sustentável. Neste sentido, deixará de comercializar<br />

veículos com motores a combustão <strong>na</strong> Europa<br />

a partir de 2035. No ano passado, assumimos ainda<br />

o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica,<br />

em toda a cadeia de produção, at<strong>é</strong> 2045.<br />

2<br />

A Hyundai possui uma das gamas mais eletrificadas<br />

do mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. No ano passado,<br />

realizámos uma renovação completa do nosso<br />

line-up, com 14 lançamentos, introduzindo tecnologias<br />

ecológicas em cerca de 90% da nossa<br />

gama. Terminámos 2021 como a 4ª marca que<br />

mais viaturas 100% el<strong>é</strong>tricas vendeu em termos<br />

absolutos no mercado dos ligeiros passageiros.<br />

Paralelamente, temos contribuído para diversos<br />

projetos <strong>na</strong> área da proteção ambiental, em conjunto<br />

com os nossos parceiros ABAE (Associação<br />

Bandeira Azul da Europa)<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

45<br />

18 19<br />

CARLOS GOUVEIA<br />

CEO Scoring<br />

NUNO MOREIRA DA CRUZ<br />

Diretor do Center For Responsible<br />

Business and Leadership Católica-Lisbon<br />

1<br />

Primeiro, deixe-ma fazer uma ressalva: sustentabilidade<br />

não <strong>é</strong> só ambiental. Há mais sustentabilidade<br />

para al<strong>é</strong>m dessa vertente. Duma forma geral,<br />

sustentabilidade está intrinsecamente ligada<br />

à palavra futuro. Futuro do ambiente, futuro das<br />

pessoas, futuro das empresas, futuro do planeta.<br />

Tudo tem de ser pensado globalmente, porque<br />

todos têm de caminhar e de progredir, só assim<br />

o desenvolvimento sustentável pode acontecer.<br />

Como somos uma PME de serviços, com processos<br />

praticamente digitalizados a 100%, temos<br />

consciência que a nossa pegada ecológica <strong>é</strong> muito<br />

reduzida.<br />

A sustentabilidade para nós <strong>é</strong> fundamental,<br />

porque está no core dos serviços que prestamos.<br />

Avaliamos e certificamos a sustentabilidade fi<strong>na</strong>nceira<br />

das empresas, e portanto, a nossa sustentabilidade<br />

resulta de trabalhar a sustentabilidade<br />

das outras empresas.<br />

2<br />

A SCORING desenvolveu certificações fi<strong>na</strong>nceiras<br />

que, perante uma avaliação rigorosa das<br />

contas anuais das empresas, devidamente auditada<br />

por entidade exter<strong>na</strong>s, permite identificar<br />

as quais são sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente. Como<br />

já vamos <strong>na</strong> 3ª edição, num projeto que já conta<br />

com mais de 2.500 PME de norte a Sul do país<br />

e de praticamente todos os setores de atividade,<br />

temos vindo a constatar a importância crescente<br />

que as empresas estão a dar a este tema. Muitos<br />

dos empresários ligavam exclusivamente aos<br />

resultados e esqueciam o balanço. Com o nosso<br />

contributo, começam a dar mais a importância<br />

ao equilíbrio das contas da empresa: por um lado,<br />

capacidade de gerar resultados positivos, porque<br />

<strong>é</strong> o que mais valoriza uma empresa; mas tamb<strong>é</strong>m<br />

terem uma situação fi<strong>na</strong>nceira estável, que lhes<br />

permita suportar a atividade corrente, mas tamb<strong>é</strong>m<br />

assumirem os investimentos necessários<br />

para a sua modernização. É esta conjugação que<br />

faz as empresas sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente.<br />

Estamos certos de que desempenhamos, cada vez<br />

mais, um papel importante para tor<strong>na</strong>r Portugal<br />

mais sustentável. Por um lado, contribuímos<br />

para que as empresas mudem a sua atitude e que<br />

incorporem mais a palavra “futuro” <strong>na</strong> sua gestão,<br />

e isso contribui para a sua longevidade e estabilidade.<br />

Por outro, sabe-se que as empresas mais<br />

sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente, têm uma gestão<br />

mais rigorosa e estão mais aptas a implementarem<br />

projetos de sustentabilidade em outras áreas,<br />

como seja a social, a ambiental e outras. Outros<br />

exemplos são o Programa de Ecodesign de<br />

Embalagens, que evitou o consumo de mais de 21<br />

mil toneladas de materiais de embalagem e o lançamento<br />

de uma vasta gama de detergentes ECO<br />

em formato concentrado ou cápsulas solúveis.<br />

1<br />

Como escola de negócios a nossa principal missão <strong>é</strong><br />

preparar os nossos alunos (licenciaturas, mestrados<br />

e formação de executivos) para os grandes desafios<br />

a que terão <strong>na</strong>s suas carreiras. Neste sentido, a <strong>Sustentabilidade</strong><br />

<strong>é</strong> seguramente um dos temas centrais e<br />

as empresas (onde a esmagadora maioria dos nossos<br />

alunos desenvolverá as suas carreiras) necessitam entender<br />

esta dimensão no seu sentido holístico: preocupação<br />

com a sustentabilidade económica das empresas<br />

<strong>é</strong> essencial, mas há que entender tamb<strong>é</strong>m que<br />

no futuro isso dificilmente se conseguirá sem uma<br />

preocupação nuclear com o Planeta e as Pessoas.<br />

2<br />

A Educação <strong>é</strong> a base para sociedades mais prosperas<br />

e mais justas, e esta prosperidade e justiça passa<br />

necessariamente pelo desenvolvimento sustentável<br />

das mesmas. Daí que tenhamos clara, enquanto polo<br />

de investigação e ensino de referência em Portugal, a<br />

nossa obrigação de colocar a <strong>Sustentabilidade</strong> (sempre<br />

no sentido holístico) como uma das dimensões<br />

nucleares <strong>na</strong> dissemi<strong>na</strong>ção do conhecimento. Neste<br />

contexto temos várias cadeiras (licenciaturas, mestrados<br />

e formação de executivos) que versam o tema,<br />

produzimos investigação sobre temas ligados às várias<br />

dimensões da <strong>Sustentabilidade</strong>, organizamos<br />

diferentes tipos de seminários e conferencias para<br />

dissemi<strong>na</strong>r esse conhecimento, para alem de publicações<br />

sema<strong>na</strong>is sobre temas de atualidade.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


46<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

20<br />

SOFIA REIS JORGE<br />

Administradora de <strong>Sustentabilidade</strong>, Risco,<br />

Comunicação, Pessoas e Talento da Altri<br />

21<br />

RUI DE OLIVEIRA NEVES<br />

Sócio da Morais Leitão<br />

1<br />

A Altri reconhece a importância da sustentabilidade<br />

para a sua área de atuação como parte<br />

de uma ambição global comummente acordada<br />

para acabar com a pobreza, proteger o planeta e<br />

melhorar as vidas e perspetivas de todos.<br />

A pandemia global veio sublinhar a importância<br />

do trabalho da Altri sobre a agenda social, validando<br />

a nossa estrat<strong>é</strong>gia <strong>na</strong> garantia da saúde e<br />

segurança dos colaboradores, <strong>na</strong> promoção do<br />

bem-estar da comunidade, em cumprir com os<br />

nossos compromissos de negócio e a manter a<br />

nossa estrat<strong>é</strong>gia ambiental. A estrat<strong>é</strong>gia de sustentabilidade<br />

<strong>é</strong> de importância fundamental para<br />

assegurar o acesso a fornecimentos fiáveis de baixo<br />

custo e gerir proativamente os recursos <strong>na</strong>turais,<br />

assegurando que são aproveitadas todas as<br />

oportunidades de impactar nos custos e <strong>na</strong> produtividade,<br />

fazendo uma gestão mais eficiente.<br />

A divulgação de informação que a Altri realiza,<br />

nomeadamente atrav<strong>é</strong>s do seu Relatório de<br />

<strong>Sustentabilidade</strong>, sublinha a importância da<br />

transparência, da credibilidade, da responsabilidade,<br />

da proatividade e da interação com os seus<br />

stakeholders.<br />

2<br />

A Altri desenvolve a sua principal atividade<br />

produtiva em território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Sendo uma<br />

empresa de materiais renováveis, temos vindo<br />

a fazer progressos <strong>na</strong> nossa ambição estrat<strong>é</strong>gica<br />

de liderar <strong>na</strong> sustentabilidade não só em Portugal,<br />

mas como referência a nível mundial. Acreditamos<br />

que as nossas realizações fornecem um<br />

exemplo estelar de uma empresa que se esforça<br />

por um objetivo comum: conduzir crescimento<br />

sustentável. A sustentabilidade <strong>é</strong> a motivação<br />

para o desempenho, cultura da empresa e bem-<br />

-estar pessoal dos nossos colaboradores. A Altri<br />

passou por uma transformação de vários anos,<br />

partindo de uma empresa principalmente de<br />

pasta de papel, para se tor<strong>na</strong>r um Grupo global<br />

de diferentes segmentos de materiais renováveis,<br />

sendo a sua nova aposta as fibras têxteis de base<br />

celulósica, levando a sua estrat<strong>é</strong>gia al<strong>é</strong>m-fronteiras<br />

para industrializar a produção de produtos<br />

amigos do ambiente. O valor da nossa floresta<br />

não pode ser esquecido, onde temos mais de 9<br />

mil ha de floresta de conservação, nos mais de<br />

88 mil ha de floresta de gestão própria, totalmente<br />

certificada, servindo de stock de carbono<br />

em biomassa vegetal. Temos vários objetivos<br />

no nosso Compromisso 2030, nomeadamente<br />

de redução de Gases de Efeito de Estufa (GEE),<br />

redução do uso de água, aumento da energia renovável<br />

consumida e injetada <strong>na</strong> rede, igualdade<br />

de g<strong>é</strong>nero, valorização de resíduos, aumento da<br />

área de floresta certificada e de conservação e<br />

uma meta ambiciosa de zero acidentes.<br />

1<br />

Há várias dimensões <strong>na</strong> resposta a esta questão.<br />

A primeira, mais imediata, <strong>é</strong> sobre o que<br />

somos, enquanto firma e enquanto participante<br />

ativo e, sempre que possível, transformador<br />

do setor jurídico em que atuamos. Somos<br />

um negócio que vive da interação com<br />

os clientes e parceiros, que baseia a sua atuação<br />

nessa relação, ancorada em princípios<br />

<strong>é</strong>ticos. Num certo sentido, e muito pela nossa<br />

própria história e cultura inter<strong>na</strong>, orientámos<br />

sempre a nossa atividade para o serviço<br />

aos nossos stakeholders, em particular<br />

aos nossos clientes, colaboradores internos e<br />

tamb<strong>é</strong>m à própria comunidade.<br />

Num segundo sentido, agora sobre a nossa<br />

atuação enquanto advogados, temos evidentemente<br />

um papel fundamental <strong>na</strong> assessoria,<br />

aconselhamento e concretização dos<br />

objetivos de desenvolvimento e de sustentabilidade<br />

junto dos nossos clientes. Na verdade,<br />

somos agentes transformacio<strong>na</strong>is, porque<br />

ajudamos a estruturar os enquadramentos e<br />

modelos para a mudança, aportando valor à<br />

decisão estrat<strong>é</strong>gica e operacio<strong>na</strong>l dos nossos<br />

clientes, seja <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica e ambiental,<br />

seja no investimento sustentável,<br />

seja <strong>na</strong> reinterpretação da cadeia de valor e<br />

dos produtos subjacentes à transição climática<br />

e digital.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

47<br />

22 23<br />

PATRÍCIA ARAÚJO<br />

CEO Biosphere Portugal<br />

CÁTIA MARGARIDO<br />

Head of Environment <strong>na</strong><br />

VINCI Energies Portugal<br />

2<br />

Temos a dimensão inter<strong>na</strong>, de avaliação e<br />

diagnóstico da nossa realidade, reconhecendo<br />

as mat<strong>é</strong>rias em que podemos ir mais<br />

longe e em que temos vindo a definir m<strong>é</strong>tricas<br />

para balizar melhor o nosso próprio<br />

impacto e a promover uma mudança comportamental<br />

das nossas pessoas atrav<strong>é</strong>s de<br />

iniciativas concretas. Walk the talk, como<br />

se costuma dizer, <strong>na</strong>s diferentes valências<br />

da sustentabilidade. Estamos ainda particularmente<br />

empenhados em ajudar os nossos<br />

clientes <strong>na</strong> sua própria transformação,<br />

como parceiros ativos e com soluções concretas<br />

sobre como redefinir e repensar o seu<br />

papel numa economia mais interligada e<br />

sustentada. Temos um papel único de apoio<br />

à mudança e inovação <strong>na</strong> concretização dos<br />

objetivos de sustentabilidade, tor<strong>na</strong>ndo-os<br />

concretos e mensuráveis para os nossos<br />

clientes. A boa assessoria, aquela que realmente<br />

muda o tecido empresarial com que<br />

interagimos tem de estar um passo à frente<br />

da legislação vigente. Conhecemos as tendências,<br />

a forma como o mundo e o nosso<br />

país estão a mudar, e conseguimos antecipar<br />

as mudanças <strong>na</strong>s expectativas e <strong>na</strong> regulamentação<br />

futura, criando boas práticas que<br />

têm um impacto real e que preparam as empresas<br />

para os desafios de amanhã.<br />

1<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> crítica para o setor dos serviços e ainda mais<br />

para o Turismo. A pandemia veio reforçar que temos de encurtar o<br />

caminho e a concretização das metas da Agenda 2030. Já não temos<br />

espaço para hesitações e para estrat<strong>é</strong>gicas que não estejam focadas <strong>na</strong><br />

harmonização de necessidades e interesses das comunidades residentes<br />

e toda a envolvente <strong>na</strong>tural e cultural, com os nossos visitantes.<br />

Aliás, o ‘novo’ turista <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m cada vez mais aquele que procura esse<br />

respeito e que quer fazer parte de um ecossistema de respeito mútuo.<br />

Se os turistas estão dispostos a mudar os seus hábitos, tamb<strong>é</strong>m a indústria<br />

tem de reformular as suas práticas. A capacidade de recuperar<br />

o posicio<strong>na</strong>mento de liderança do País passa pela defesa da cultura<br />

da sustentabilidade. Mais que uma boa gestão ambiental, temos<br />

de atingir as metas de um trabalho decente, do apoio à comunidade,<br />

das compras responsáveis e da valorização do que <strong>é</strong> autêntico. É o<br />

momento dos agentes do turismo mostrarem o seu compromisso,<br />

de cuidar dos seus.<br />

2<br />

Trabalhamos para tor<strong>na</strong>r os destinos e as empresas da cadeia de valor<br />

do turismo mais sustentáveis. Já são quatro os destinos certificados,<br />

duas regiões em processo e mais de 200 as empresas certificadas<br />

em Portugal.Esperamos que ao longo dos próximos anos consigamos<br />

triplicar estes números. A procura tem vindo a intensificar-se,<br />

prova de que as empresas identificam que <strong>é</strong> com este tipo de reconhecimento<br />

e validação exter<strong>na</strong> do trabalho desenvolvido em prol<br />

da sustentabilidade que tamb<strong>é</strong>m se podem diferenciar e afirmar no<br />

mercado. Assumimos os 17 ODS <strong>na</strong> prática do nosso dia-a-dia, com<br />

compromissos internos para tor<strong>na</strong>mos o nosso planeta, a nossa vida<br />

e a vida dos outros, mais sustentável.<br />

1<br />

Somos by design comprometidos com<br />

esta demanda. Desenvolvemos green-<br />

-offers, com as nossas marcas especialistas,<br />

<strong>na</strong>s áreas da transformação digital e<br />

transição energ<strong>é</strong>tica. O Manifesto VIN-<br />

CI – que nos inspira enquanto VINCI<br />

Energies – convoca-nos para as bases da<br />

<strong>Sustentabilidade</strong>: a ambição ambiental, o<br />

desenvolvimento inclusivo, a promoção<br />

da saúde e da segurança, a ação para a cidadania<br />

e o respeito pelos princípios <strong>é</strong>ticos,<br />

são para nós condições essenciais de<br />

sucesso; impactando a longo prazo, servindo<br />

as pessoas e protegendo o planeta.<br />

2<br />

No setor público, banca e seguros, educação,<br />

energia e utilities, indústria, logística,<br />

telecomunicações, retalho, saúde,<br />

turismo, construção, entre outros setores;<br />

assumimo-nos como aceleradores da sustentabilidade<br />

do nosso país. Trabalhamos<br />

todos os dias para reduzir a pegada carbónica,<br />

aumentar a circularidade das nossas<br />

atividades e para potenciar o desempenho<br />

das nossas pessoas. A nossa ambição permanente<br />

<strong>é</strong> criar valor partilhado para os<br />

vários stakeholders, de olhos postos num<br />

futuro mais humano e sustentável.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


48<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

24<br />

DARIO COFFETTI<br />

Diretor Geral do Oney<br />

1<br />

Diria que <strong>é</strong> muita ou, pelo menos, assim deve<br />

ser! Porque o setor fi<strong>na</strong>nceiro e banca <strong>é</strong> fundamental<br />

para o consumo e para o desenvolvimento<br />

económico sustentável, e ambos têm<br />

que andar de mãos dadas com a sustentabilidade,<br />

porque, efetivamente não há um planeta B.<br />

Assim, <strong>é</strong> fundamental sabermos transformar<br />

e adaptar os modelos de negócio, de modo a<br />

que combinem a performance fi<strong>na</strong>nceira com<br />

a criação de valor sustentável para a sociedade,<br />

a criação de valor para o ambiente e neste<br />

sentido, as empresas do setor começaram já a<br />

repensar os seus planos estrat<strong>é</strong>gicos. Ou seja, a<br />

importância da sustentabilidade neste setor implicará<br />

juntar indicadores ambientais aos fi<strong>na</strong>nceiros,<br />

para que o negócio se desenvolva com este<br />

mindset.<br />

Sabemos que <strong>é</strong> imprescindível adaptarmos os<br />

negócios com enfoque <strong>na</strong> redução da pegada carbónica<br />

e aqui devemos trabalhar nessa direção,<br />

em conjunto.<br />

Por outro lado, em todos os setores, acreditamos<br />

que as empresas devem acompanhar e incentivar<br />

os seus colaboradores, parceiros, clientes e fornecedores<br />

nesta transição e neste caminho para a<br />

urgência da sustentabilidade, atrav<strong>é</strong>s de ações<br />

concretas e diárias, incorporando a R.S.E. em<br />

tudo o que fazemos. A mudança será sist<strong>é</strong>mica<br />

e por isso só será feita pensando no ecossistema.<br />

2<br />

Embora tenhamos vivido – e ainda estejamos a<br />

viver - tempos altamente desafiantes, afetados<br />

pela pandemia, vimos algumas conquistas alcançadas<br />

<strong>na</strong> nossa política de Responsabilidade Social<br />

Empresarial e, tamb<strong>é</strong>m por isso, tenho orgulho <strong>na</strong><br />

minha equipa e confiança no futuro! No Oney, a<br />

R.S.E. não <strong>é</strong> uma obrigação, mas sim algo <strong>na</strong>tural e<br />

uma prioridade no nosso modelo de negócio e em<br />

tudo o que pensamos e construímos. Compreendemos<br />

a urgência, talvez porque Lisboa será particularmente<br />

afetada pelo aquecimento global…<br />

Procurámos implementar a nossa gover<strong>na</strong>nce de<br />

R.S.E. como algo estrat<strong>é</strong>gico <strong>na</strong> empresa, como <strong>é</strong><br />

o caso dos nossos colaboradores-voluntários, que<br />

pelo 2º ano consecutivo, no projeto de educação fi<strong>na</strong>nceira<br />

que fazemos com a ONG ‘Sol Sem Fronteiras’,<br />

levam a cabo ações no terreno pelas escolas<br />

do país, com sessões sobre literacia fi<strong>na</strong>nceira. Este<br />

ano já chegámos a mais de 800 alunos.<br />

Outro exemplo consiste <strong>na</strong> iniciativa ‘Climes To<br />

Go’, que apoiámos no fi<strong>na</strong>l de 2021, numa ação<br />

conjunta organizada com outras empresas e<br />

ONGs, <strong>na</strong> qual se fez a viagem Portugal – Escócia<br />

com a menor pegada carbónica possível.<br />

As equipas chegaram à COP26 - era esse o objetivo<br />

– com mensagens muito claras sobre sustentabilidade<br />

ambiental e social, sobre o consumo e<br />

a produção e a pegada carbónica, e sobre o papel<br />

ativo que todos nós, empresas e particulares, te-<br />

mos – e devemos ter – nesta ambição de salvar<br />

o planeta e de que forma podemos agir de modo<br />

cada vez mais sustentável e responsável.<br />

Mas temos mais exemplos! Ao nível do negócio,<br />

em conjunto com o nosso parceiro Norauto criámos<br />

um seguro para a mobilidade verde, desti<strong>na</strong>do<br />

a equipamentos el<strong>é</strong>tricos ou tradicio<strong>na</strong>is sem<br />

pegada carbónica; focámo-nos em retalhistas com<br />

incentivo e práticas de consumo mais sustentáveis,<br />

ao nível de produtos reciclados e recondicio<strong>na</strong>dos.<br />

Esse <strong>é</strong> o nosso negócio e nosso forte poder de transformação.<br />

É atrav<strong>é</strong>s daquilo que fi<strong>na</strong>nciamos, que<br />

teremos maior impacto. Temos quase um milhão<br />

de clientes, imagine o nosso impacto para um consumo<br />

mais sustentável. É uma verdadeira rutura<br />

<strong>na</strong> forma de fazermos o nosso trabalho. Devemos<br />

ser úteis e as nossas soluções domi<strong>na</strong>ntes.<br />

Inter<strong>na</strong>mente quisemos tamb<strong>é</strong>m construir dinâmicas<br />

de partilha de boas práticas, tanto ao nível<br />

ambiental como social, e neste caso já realizámos<br />

ECO Talks sobre hábitos saudáveis, literacia fi<strong>na</strong>nceira,<br />

green IT, sobre equipamentos recondicio<strong>na</strong>dos,<br />

dicas de sustentabilidade no dia-a-dia…<br />

A nível global, no Grupo, alocámos mais de 260<br />

mil euros a trabalho comunitário/de interesse<br />

público e a campanhas de solidariedade.<br />

É um caminho que continuaremos a desbravar<br />

e estes são alguns dos contributos do Oney para<br />

conseguirmos todos ser mais sustentáveis.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

49<br />

ELSA DUARTE<br />

Landscape Architect & Interior<br />

Designer <strong>na</strong> Savills<br />

25<br />

NUNO FIDELES<br />

Sustai<strong>na</strong>bility Consultant<br />

<strong>na</strong> Savills<br />

26<br />

VICENTE HUERTAS<br />

CEO Minsait<br />

1 1<br />

É uma prioridade que está no topo das agendas de investidores e<br />

ocupantes. Na Europa, a utilização de edifícios tem um peso de<br />

40% do consumo de energia e de 36% das emissões CO2, considerando<br />

ape<strong>na</strong>s o seu impacto operacio<strong>na</strong>l. Com o compromisso<br />

assi<strong>na</strong>do por todos os Estados-Membros de redução de emissões<br />

de carbono at<strong>é</strong> 2030 que implica reorientações para a descarbonização<br />

do stock de edifícios, as políticas ESG & <strong>Sustentabilidade</strong> ganharam<br />

uma nova dimensão, passando de acessórias a prioritárias.<br />

No último ano temos observado um aumento significativo da<br />

procura e valorização, quer da parte dos investidores quer dos<br />

ocupantes, de edifícios que cumpram os crit<strong>é</strong>rios ESG & Sustai<strong>na</strong>bility,<br />

obrigando a uma mudança no mercado e qualidade<br />

da oferta.<br />

2<br />

A Savills Portugal está 100% alinhada com os objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável. Em 2021, tornou-se membro do BCSD<br />

Portugal, tendo assi<strong>na</strong>do a sua Carta de Princípios, que valorizam<br />

os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.<br />

Paralelamente, fazemos parte do grupo de 120 empresas que assi<strong>na</strong>ram<br />

o Pacto de Mobilidade Empresarial para a cidade de Lisboa,<br />

contribuindo para uma mobilidade mais sustentável.<br />

De salientar igualmente, que em todos os projetos desenvolvidos<br />

pela nossa Equipa de Arquitetura, assessoramos os nossos clientes<br />

numa melhoria das condições dos edifícios. O edifício onde<br />

estamos sedeados, o MB4 <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> CBD de Lisboa, <strong>é</strong> o perfeito<br />

show-case de um projeto de sucesso com uma aposta <strong>na</strong> sustentabilidade,<br />

reforçando o nosso compromisso com a proteção do<br />

ambiente e o bem-estar de todos os nossos colaboradores.<br />

A Minsait <strong>é</strong> uma empresa socialmente responsável empenhada no desenvolvimento<br />

sustentável, mas o nosso papel <strong>na</strong> luta contra as alterações climáticas vai muito al<strong>é</strong>m das<br />

políticas empresariais. Estamos empenhados em utilizar a tecnologia e a transformação<br />

digital de forma a viabilizar a transição ecológica e sustentável, razão pela qual estamos<br />

conscientes da responsabilidade que este papel desempenha no cumprimento dos Objetivos<br />

de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A tecnologia desenvolvida pela Minsait<br />

contribui para a proteção das pessoas e gere o funcio<strong>na</strong>mento de infraestruturas críticas;<br />

facilita a mobilidade dos cidadãos; otimiza o funcio<strong>na</strong>mento da administração pública;<br />

ou contribui para o desenvolvimento de cidades sustentáveis. Na nossa perspetiva, os<br />

principais setores impactados por este compromisso são: a Energia e Serviços Públicos, a<br />

Administração Pública, os Processos Eleitorais, a Indústria e Consumidores, os Serviços<br />

Fi<strong>na</strong>nceiros e, claramente, as Cidades Inteligentes. A Minsait, <strong>é</strong> uma empresa da Indra,<br />

que há muitos anos defende e aplica as melhores práticas de sustentabilidade. A Indra foi<br />

reconhecida como empresa líder mundial no setor dos Serviços de TI do Índice Dow Jones<br />

de <strong>Sustentabilidade</strong> e “Gold Class” pelo segundo ano consecutivo no Anuário de <strong>Sustentabilidade</strong><br />

Standard & Poor’s, o mais prestigiado relatório de sustentabilidade.<br />

2<br />

Como uma das empresas líderes em tecnologia e consultoria, a Minsait tem soluções que<br />

desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de um modelo económico<br />

sustentável para o nosso país. No âmbito do desenvolvimento de tecnologias “verdes” e sociais,<br />

destacam-se soluções para promover a mobilidade sustentável, a gestão eficiente da<br />

energia e a utilização de energias renováveis, a atenuação das consequências das alterações<br />

climáticas e a gestão sustentável das cidades, reduzindo o seu impacto ambiental negativo,.<br />

Atualmente estamos a trabalhar num projeto para otimizar o tratamento de águas residuais,<br />

e a desenvolver esforços em cinco frentes com um forte impacto <strong>na</strong>s alterações climáticas,<br />

e que podem gerar resultados muito significativos a curto prazo: a transição para<br />

a energia verde; digitalização do setor energ<strong>é</strong>tico; cidades inteligentes; mobilidade inteligente<br />

e transportes sustentáveis; monitorização da terra e proteção dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


50<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

27<br />

PEDRO VASCONCELLOS<br />

ESG Director da Nhood<br />

Portugal<br />

28<br />

NELSON PIRES<br />

Diretor-geral e administrador da Jaba<br />

Recordati em Portugal e Palop´s<br />

29<br />

JÉSSICA BARRETO<br />

Coorde<strong>na</strong>dora de Projetos T<strong>é</strong>cnicos<br />

e <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>na</strong> Saint-Gobain<br />

Portugal – ISOVER, Placo®<br />

1 1<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> crucial no setor imobiliário,<br />

tanto em projetos concebidos de raiz, como de<br />

reabilitação urba<strong>na</strong>. Para a Nhood Portugal só faz<br />

sentido pensar projetos numa lógica de criação de<br />

valor atrav<strong>é</strong>s da geração de impacto positivo. A<br />

forma como pensamos os projetos dos clientes e<br />

como contribuímos para a transformação das cidades<br />

está sempre alinhada com a visão de tor<strong>na</strong>r os<br />

espaços mais sustentáveis, conscientes e acessíveis.<br />

Se partirmos da escuta ativa dos habitantes e das<br />

entidades locais, com as necessidades de um projeto<br />

sustentável presentes, conseguimos criar projetos<br />

com impacto ambiental, social e económico.<br />

2<br />

Na Nhood Portugal, acreditamos que a criação de<br />

um futuro sustentável passa inevitavelmente pela<br />

forma como as cidades vão evoluir. É por isso que,<br />

para nós, o futuro da transformação das cidades<br />

deve passar pelo conceito da Cidade dos 15 Minutos,<br />

onde o foco está <strong>na</strong> proximidade física entre as<br />

diferentes dimensões da vida dos habitantes – casa,<br />

trabalho, serviços, retalho, lazer – e o objetivo <strong>na</strong><br />

construção de cidades mais sustentáveis (com redução<br />

de deslocações diárias efetivas de carro que<br />

aumentam a pegada de carbono) mas, tamb<strong>é</strong>m, <strong>na</strong><br />

gestão mais eficiente do tempo por parte de cada<br />

habitante, com um maior foco nos eixos que contribuem<br />

para o seu bem-estar.<br />

Acrescentar mais e melhor vida <strong>é</strong> a missão da Recordati,<br />

não ape<strong>na</strong>s proporcio<strong>na</strong>ndo os melhores medicamentos,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m reconhecendo que o bem-estar<br />

das gerações atuais e futuras e a “saúde” do nosso<br />

planeta, estão interligadas. Portanto temos a consciência<br />

que em tudo o que fazemos, temos de preservar<br />

os recursos <strong>na</strong>turais, a biodiversidade e contribuir<br />

para lutar contra as alterações climáticas atrav<strong>é</strong>s de<br />

práticas eco-responsáveis (ESG) que minimizem o<br />

nosso impacto ambiental e a nossa pegada no planeta.<br />

É, portanto, fundamental para a Recordati!<br />

2<br />

A Recordati <strong>é</strong> reconhecida como uma empresa com<br />

as melhores práticas ESG, por isso foi incluída em<br />

outubro de 2021, no MIB ESG índex da Euronext e<br />

Bolsa italia<strong>na</strong>, bem como outros reconhecimentos de<br />

boas práticas (FTSE4GOOD índex em junho/21).<br />

Continuamos com objetivos ambiciosos como abastecer<br />

com 100% de energia renovável as nossas fábricas<br />

at<strong>é</strong> 2025.<br />

Temos consciência que os pequenos atos fazem a diferença,<br />

pelo que eliminámos a utilização de plástico<br />

nos nossos escritórios, minimizámos a utilização e<br />

impressão em papel, parte da nossa frota automóvel<br />

<strong>é</strong> híbrida, o dia de responsabilidade social inclui uma<br />

atividade eco-responsável… Para al<strong>é</strong>m de uma consciencialização<br />

coletiva di<strong>na</strong>mizada pela nossa academia<br />

inter<strong>na</strong>, atrav<strong>é</strong>s de formação.<br />

1<br />

Segundo as Nações Unidas, o setor da<br />

construção <strong>é</strong> responsável por 39% das<br />

emissões de CO2 em todo o mundo,<br />

por 40% do consumo total de energia <strong>na</strong><br />

Europa e pelo consumo de 1/3 das mat<strong>é</strong>rias-primas<br />

mundiais. Este <strong>é</strong> um dos<br />

setores mais poluentes da União Europeia,<br />

<strong>é</strong> por isso urgente implementar<br />

medidas que ajudem a reduzir a nossa<br />

pegada ambiental e permitam a Portugal<br />

cumprir o objetivo com que se comprometeu<br />

no Acordo de Paris – alcançar<br />

a neutralidade carbónica at<strong>é</strong> 2050.<br />

2<br />

Consciente desta necessidade, estamos<br />

empenhados em reduzir o impacto<br />

das suas atividades e em disponibilizar<br />

soluções mais sustentáveis para<br />

o setor da construção. Nesse sentido<br />

implementámos um plano de ações<br />

interno, garantindo o cumprimento<br />

dos objetivos de sustentabilidade:<br />

alcançar a descarbonização e dependência<br />

energ<strong>é</strong>tica, promover a transição<br />

de uma economia linear para uma<br />

economia circular e contribuir para a<br />

construção de edifícios mais saudáveis<br />

e confortáveis.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

51<br />

E<br />

S<br />

G<br />

Environmental Social Gover<strong>na</strong>nce<br />

POLUIÇÃO<br />

DO AR E ÁGUA<br />

GESTÃO<br />

DE RESÍDUOS<br />

PADRÕES NA CADEIA<br />

DE FORNECIMENTO<br />

SAÚDE E<br />

SEGURANÇA<br />

ÉTICA<br />

GOVERNANÇA<br />

CORPORATIVA<br />

IMPACTO NA<br />

BIODIVERSIDADE<br />

USO DE<br />

PLÁSTICOS<br />

DIREITOS DOS<br />

TRABALHADORES<br />

IMPACTO NA<br />

COMUNIDADE LOCAL<br />

DIVERSIDADE<br />

NA GESTÃO<br />

ESTRATÉGIA<br />

DE IMPOSTOS<br />

EFICIÊNCIA<br />

ENERGÉTICA<br />

IMPACTO CLIMÁTICO E<br />

COMPROMISSO ZERO LÍQUIDO<br />

DIREITOS<br />

HUMANOS<br />

PAGAMENTOS<br />

AOS EXECUTIVOS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


52<br />

DIRETÓRIO<br />

Compromisso com<br />

a sustentabilidade<br />

As empresas estão cada vez mais atentas a outros valores que vão al<strong>é</strong>m dos números<br />

fi<strong>na</strong>nceiros, como as receitas e os lucros. Num mundo em constante mudança, em<br />

que os recursos <strong>na</strong>turais estão a tor<strong>na</strong>r-se escassos e em que se começam a quantificar<br />

os impactos negativos das alterações climáticas, empresários e gestores ganham consciência<br />

para o tema da sustentabilidade e da responsabilidade social. As empresas podem utilizar os<br />

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) enquanto enquadramento global para moldar,<br />

orientar, comunicar e relatar as suas estrat<strong>é</strong>gias, objetivos e atividades, permitindo-lhes<br />

capitalizar um leque de benefícios tais como: identificar futuras oportunidades de negócio, em<br />

mercados em crescimento e que poderão beneficiar de soluções inovadoras, aumentar o valor da<br />

sustentabilidade corporativa atrav<strong>é</strong>s dos incentivos económicos a uma mais eficiente utilização<br />

de recursos e da inter<strong>na</strong>lização das exter<strong>na</strong>lidades ou fortalecer as relações com os stakeholders<br />

e acompanhar o ritmo do desenvolvimento das políticas públicas, antecipando a gestão de<br />

riscos legais e de reputação.<br />

Em Portugal, muitas empresas já estão a seguir este caminho e, atualmente, algumas já são reconhecidas<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente. Conheça alguns dos bons exemplos no diretório que lhe apresentamos<br />

nesta revista especial.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

53<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


ODS<br />

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

Foi a 25 de setembro de 2015 que <strong>na</strong>sceu<br />

a Agenda 2030, uma agenda constituída<br />

por 17 Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável (ODS), que integram 169<br />

metas, aprovada por 193 Estados-Membros da Organização<br />

das Nações Unidas (ONU), que se comprometeram<br />

a “não deixar ningu<strong>é</strong>m para trás”. Este<br />

plano de ação, intitulado “Transformando o Nosso<br />

Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento<br />

Sustentável”, foi definido durante a Cimeira das<br />

Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,<br />

que decorreu em Nova Iorque, nos Estados<br />

Unidos, de 25 a 27 de setembro de 2015.<br />

Estes objetivos tiveram como inspiração os Objetivos<br />

de Desenvolvimento do Mil<strong>é</strong>nio, implementados<br />

de 2000 a 2015, e procuram substitui-los e<br />

ir mais longe <strong>na</strong> sua ambição. O seu principal objetivo<br />

<strong>é</strong> promover o desenvolvimento sustentável<br />

<strong>na</strong>s três dimensões económica, social e ambiental,<br />

contando para isso com a ação colaborativa de todos<br />

os países. Existem cinco eixos de atuação dos<br />

objetivos: Pessoas, ao erradicar todas as formas de<br />

pobreza e de fome e garantir dignidade e equidade;<br />

Planeta, ao proteger os recursos <strong>na</strong>turais e o clima<br />

do nosso planeta para as gerações futuras; Prosperidade,<br />

ao garantir vidas prósperas e ple<strong>na</strong>s em harmonia<br />

com a <strong>na</strong>tureza; Parcerias, ao implementar<br />

a agenda atrav<strong>é</strong>s de uma parceria global sólida; e<br />

Paz, ao promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas.<br />

Distinguem-se, assim, 17 Objetivos, cada<br />

qual com uma área de atuação:<br />

1. Erradicar a Pobreza;<br />

2. Erradicar a Fome;<br />

3. Saúde de Qualidade;<br />

4. Educação de Qualidade;<br />

5. Igualdade de G<strong>é</strong>nero;<br />

6. Água Potável e Saneamento;<br />

7. Energias Renováveis e Acessíveis;<br />

8. Trabalho Digno e Crescimento Económico;<br />

9. Indústria, Inovação e Infraestruturas;<br />

10. Reduzir as Desigualdades;<br />

11. Cidades e Comunidades Sustentáveis;<br />

12. Produção e Consumo Sustentáveis;<br />

13. Ação Climática;<br />

14. Proteger a Vida Marinha;<br />

15. Proteger a Vida Terrestre;<br />

16. Paz, Justiça e Instituições Eficazes;<br />

17. Parcerias para a Implementação dos Objetivos.<br />

Como referiu <strong>na</strong> <strong>é</strong>poca o antigo secretário-geral da<br />

ONU, Ban Ki-moon “Os 17 Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável são a nossa visão comum<br />

para a Humanidade e um contrato social entre os<br />

líderes mundiais e os povos. São uma lista das coisas<br />

a fazer em nome dos povos e do planeta, e um<br />

plano para o sucesso”.<br />

Os progressos de cada Estado-Membro são avaliados<br />

e apresentados em relatórios, publicados a cada<br />

ano pela União Europeia, atrav<strong>é</strong>s da Eurostat.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

55<br />

17<br />

01<br />

15<br />

Proteger<br />

a vida<br />

terrestre<br />

16<br />

Paz, justiça<br />

e instituições<br />

eficazes<br />

Parcerias<br />

para a<br />

implementação<br />

dos objectivos<br />

Erradicar<br />

a pobreza<br />

Erradicar<br />

a fome<br />

02<br />

Saúde e<br />

qualidade<br />

03<br />

14<br />

Proteger<br />

a vida<br />

marinha<br />

SUSTAINABLE<br />

DEVELOPMENT<br />

Educação<br />

de qualidade<br />

04<br />

13<br />

Ação<br />

climática<br />

GOALS<br />

Igualdade<br />

de g<strong>é</strong>nero<br />

05<br />

12<br />

Produção<br />

e consumo<br />

sustentável<br />

11<br />

Cidades e<br />

comunidades<br />

sustentáveis<br />

Reduzir as<br />

desigualdades<br />

10<br />

Industria,<br />

Inovação e<br />

Infraestrutura<br />

09<br />

Crescimento<br />

económico<br />

08<br />

Energias<br />

renováveis e<br />

acessíveis<br />

Água<br />

potável<br />

e saneamento<br />

07<br />

06<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


56 \\ DIRETÓRIO \\<br />

MC ASSUME COMPROMISSO<br />

SÉRIO COM O AMANHÃ<br />

COM OS OLHOS POSTOS NO FUTURO, A MC ASSUME COMPROMISSOS DE LONGO<br />

PRAZO E TRABALHA JÁ HOJE PARA A CONSTRUÇÃO DE UM AMANHÃ SUSTENTÁVEL,<br />

QUE RESPEITA AS PESSOAS, AS COMUNIDADES E O PLANETA.<br />

Criar os produtos do amanhã <strong>é</strong> um enorme estímulo<br />

para as equipas da MC. Não só pelo<br />

desafio subjacente ao desenvolvimento de uma<br />

oferta alargada, de elevada qualidade a preços competitivos,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m porque fazê-lo pressupõe<br />

desafiar o status quo e assumir um papel ativo <strong>na</strong><br />

transformação do sistema alimentar.<br />

Contribuindo para a democratização do acesso a<br />

uma cesta saudável e sustentável, a MC tem vindo<br />

a desenvolver várias iniciativas com os seus fornecedores.<br />

Ações que fomentam a criação de redes de<br />

abastecimento mais transparentes e responsáveis, e<br />

que favorecem a proteção e preservação dos ecossistemas<br />

e a melhor utilização dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />

A empresa tem implementada uma estrat<strong>é</strong>gia de<br />

certificações de práticas produtivas com os seus fornecedores,<br />

que permite maior rastreabilidade, desde<br />

a produção ao momento de consumo. Em 2021, o<br />

Continente foi inclusivamente o primeiro retalhista<br />

do mundo a obter a certificação da sua cadeia de<br />

abastecimento de fruta e legumes pelo GLOBAL<br />

G.A.P. Em termos de produção animal, tamb<strong>é</strong>m<br />

nesse ano, a MC obteve a certificação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

em bem-estar animal em toda a cadeia de produção,<br />

segundo os Protocolos Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is ‘Welfare Quality’,<br />

para as carnes de bovino das marcas Aberdeen-<br />

-Angus Continente® e Limousine Continente®.<br />

Paralelamente, junto dos clientes, a MC fomenta<br />

padrões de consumo saudáveis e responsáveis e disponibiliza<br />

uma oferta com menor pegada e com um<br />

perfil nutricio<strong>na</strong>l mais equilibrado. Com o programa<br />

de revisão da composição nutricio<strong>na</strong>l, o Continente<br />

otimizou mais de 350 produtos de marca<br />

própria, reduzindo 1 305 toneladas de açúcar, sal e<br />

gordura. Al<strong>é</strong>m disso, a empresa <strong>é</strong> um agente ativo<br />

<strong>na</strong> consciencialização dos portugueses, promovendo<br />

comportamentos de cidadania ambiental. O<br />

Programa Escola Missão Continente <strong>é</strong> um veículo<br />

muito importante nesta mat<strong>é</strong>ria, promovendo o<br />

estilo de vida saudável em comunidades escolares,<br />

que vão desde o Pr<strong>é</strong>-Escolar ao 2.º Ciclo do Ensino<br />

Básico. Na sua 6ª edição (2021/2022), estão<br />

inscritos neste programa mais de 70 mil alunos de<br />

todo o país. Para vencer este desafio, são tamb<strong>é</strong>m<br />

relevantes os contributos da plataforma online do<br />

Continente À Roda da Alimentação (www.arodadaalimentacao.pt),<br />

que promove um estilo de vida<br />

mais equilibrado e consciente.<br />

NA LINHA DA FRENTE CONTRA O DESPERDÍCIO<br />

Transformar o sistema alimentar significa tamb<strong>é</strong>m<br />

endereçar o desperdício alimentar, um desafio social<br />

e ambientalmente premente, transversal a toda<br />

a cadeia de valor. Neste campo, as diferentes medidas<br />

que a MC tem em curso permitiram evitar<br />

mais de 37M€ de desperdício em 2021. A empresa<br />

tem vindo a di<strong>na</strong>mizar parcerias entre a produção,<br />

a indústria e o retalho, que permitem desenvolver<br />

projetos de inovação e circularidade, e combater o<br />

desperdício gerado <strong>na</strong> produção. Como exemplo, no<br />

último ano, o Continente transformou o excedente<br />

de produção das maçãs e peras IGP em s<strong>na</strong>cks de<br />

fruta desidratada e em sumos <strong>na</strong>turais, sem adição<br />

de açúcar ou água. Mais recentemente, a ‘Feira do<br />

Desperdício’ do Clube de Produtores Continente<br />

juntou 5 produtores de maçã de Alcobaça com um<br />

parceiro para produzir um produto de valor acrescentado<br />

(Vi<strong>na</strong>gre de Sidra Maçã de Alcobaça Continente),<br />

com fruta que seria descartada.<br />

Ao nível das operações, a MC implementou medidas<br />

que aceleram o escoamento de produtos e<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

57<br />

BOARD<br />

evitam toneladas de desperdício alimentar, ao mesmo<br />

tempo que oferecem produtos em excelentes<br />

condições de consumo a um preço mais convidativo.<br />

São exemplo, a desvalorização do P.V.P. em produtos<br />

próximos de atingir a validade e as Caixas Zer0%<br />

Desperdício, onde se disponibilizam, por ape<strong>na</strong>s<br />

2,5€, cabazes com 5kg de fruta e legumes perto de<br />

ultrapassar o ponto ótimo de consumo.<br />

O reaproveitamento e redistribuição de alimentos,<br />

atrav<strong>é</strong>s do programa de doações de excedentes<br />

alimentares, a instituições de solidariedade social e<br />

de apoio a animais tamb<strong>é</strong>m faz parte do dia a dia<br />

das lojas. As doações diárias ocorrem há mais de 27<br />

anos, <strong>na</strong>s mais de 300 lojas Continente no país. Só<br />

em 2021, a Missão Continente distribuiu cerca de<br />

19M€ em excedentes a mais de 1 400 instituições.<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, pensar o amanhã dos produtos <strong>é</strong><br />

tamb<strong>é</strong>m repensar as embalagens. Nos últimos anos,<br />

a MC tem vindo a transformar as embalagens das<br />

suas marcas próprias, a partir dos princípios do eco<br />

design. A elimi<strong>na</strong>ção do uso desnecessário de materiais,<br />

a incorporação de reciclado e a conceção da embalagem<br />

para garantir a sua reutilização são dimensões<br />

trabalhadas pelas equipas, com o objetivo de<br />

assegurar que todas as embalagens de plástico serão<br />

recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis at<strong>é</strong> 2025.<br />

A MC tem vindo a sensibilizar tamb<strong>é</strong>m os clientes<br />

para a reciclagem, nomeadamente atrav<strong>é</strong>s da<br />

iconografia <strong>na</strong>s embalagens, que ilustra de forma<br />

simples os procedimentos a adotar. Para gerar mais<br />

envolvimento neste percurso, o Continente criou o<br />

projeto ‘Fora da Caixa’, uma plataforma que dá voz<br />

ao cliente e onde já se recolheram mais de 700 ideias<br />

para melhorar o packaging.<br />

O AMANHÃ DO PLANETA<br />

A MC, alinhada com a ambição do Acordo de Paris,<br />

pretende reduzir as suas emissões de Gases com<br />

Efeito de Estufa (GEE) em 55% at<strong>é</strong> 2030, e atingir a<br />

neutralidade carbónica das operações at<strong>é</strong> 2040. Para<br />

isso, tem um plano de ação que assenta em 4 grandes<br />

áreas de atuação: implementação de medidas de<br />

ecoeficiência com o objetivo de reduzir os consumos<br />

de energia; eletrificação dos consumos, com particular<br />

enfoque no last mile e <strong>na</strong>s viaturas de serviço e<br />

função; programa de alteração das centrais de frio;<br />

e investimento <strong>na</strong> produção e aquisição de energia<br />

produzida a partir de fontes renováveis.<br />

No último ano, a MC aumentou a capacidade de<br />

produção de energia el<strong>é</strong>trica a partir de fontes renováveis<br />

em 67%. Complementarmente, estabeleceu<br />

atrav<strong>é</strong>s da Elergone Energia, um acordo de compra<br />

(PPA offsite) a longo prazo, de cerca de 100 gigawatts-hora<br />

(GWh) anuais de energia renovável com a<br />

Shell Energy Europe Limited. Um marco relevante<br />

que, por si só, assegurará que cerca de 20% do consumo<br />

de eletricidade prov<strong>é</strong>m de origem renovável.<br />

No âmbito da gestão de resíduos, a MC assume a<br />

responsabilidade pelo encaminhamento dos resíduos<br />

gerados <strong>na</strong>s operações e pelos resíduos entregues<br />

pelos clientes em loja, promovendo a reciclagem e<br />

a cidadania ambiental. Al<strong>é</strong>m disso, o Continente<br />

integra um conjunto de projetos-piloto de preparação<br />

para o futuro Sistema de Depósito e Reembolso<br />

(SDR) de embalagens de bebidas, a implementar em<br />

Portugal. Atrav<strong>é</strong>s deste sistema, <strong>é</strong> possível assegurar<br />

a reciclagem de plástico de elevada qualidade e assegurar<br />

a sua reintrodução no sistema, maximizando<br />

a ‘circularidade dos materiais’.<br />

Isabel Barros<br />

Administradora Executiva da MC e Não<br />

Executiva da So<strong>na</strong>e Indústria<br />

Presidente do Grupo Consultivo de<br />

<strong>Sustentabilidade</strong> das empresas So<strong>na</strong>e<br />

Vice-presidente do BCSD Portugal<br />

(Conselho Empresarial para o Desenvolvimento<br />

Sustentável).<br />

Maria<strong>na</strong> Silva<br />

Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong> da MC<br />

CONTACTOS<br />

MCretail, SGPS, S.A.<br />

Rua João Mendonça, nº 529<br />

4464-501 Senhora da Hora,<br />

Matosinhos<br />

+351 229 561 899<br />

rpso<strong>na</strong>emc@so<strong>na</strong>emc.com<br />

PRODUÇÃO E<br />

CONSUMO SUSTENTÁVEIS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


58<br />

\\ DIRETÓRIO \\<br />

A TRANSIÇÃO<br />

ENERGÉTICA EM AÇÃO<br />

H<br />

á vários anos que nos deparamos com um mercado<br />

energ<strong>é</strong>tico cada vez mais volátil. Não só pelo facto<br />

de a procura de energia ter aumentado significativamente,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m pela necessidade de que essa energia<br />

seja cada vez mais limpa. O papel das empresas como a<br />

bp, ativas <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica, <strong>é</strong> crucial nesta jor<strong>na</strong>da.<br />

Ao atuar no sector da energia, a bp em Portugal tem<br />

ple<strong>na</strong> consciência do seu papel <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica.<br />

Em linha com a ambição de se tor<strong>na</strong>r numa empresa<br />

com zero emissões líquidas de carbono at<strong>é</strong> 2050, ou antes,<br />

e ajudar o mundo a atingir o mesmo objetivo, a estrat<strong>é</strong>gia<br />

da empresa visa reformular o negócio à medida que<br />

descarboniza e diversifica, apostando em novas formas<br />

de energia, como as renováveis, os biocombustíveis e o<br />

hidrog<strong>é</strong>nio, aumentado o portefólio de baixo carbono.<br />

Uma das ações que todos podemos tomar desde já, enquanto<br />

o mundo procura encontrar formas de descarbonizar,<br />

foi lançada pela bp em Portugal em julho de<br />

2020 – uma iniciativa pioneira <strong>na</strong> indústria e em Portugal<br />

– desti<strong>na</strong>da a compensar as emissões de carbono<br />

dos combustíveis vendidos nos postos bp em Portugal.<br />

Desde o início do programa – agora novo Programa de<br />

Compensação Carbónica da bp Portugal - at<strong>é</strong> fevereiro<br />

de 2022, a bp já compensou mais de três milhões de<br />

toneladas de carbono, o equivalente a retirar mais de<br />

seiscentos mil veículos de passageiros das estradas portuguesas<br />

* .<br />

A bp em Portugal continua a compensar as emissões de<br />

carbono dos abastecimentos dos seus clientes atrav<strong>é</strong>s<br />

do bp Target Neutral, utilizando cr<strong>é</strong>ditos de carbono<br />

gerados a partir de projetos globais que reduzem emissões<br />

e que, em muitos casos, contribuem para melhorar<br />

a vida de milhões de pessoas atrav<strong>é</strong>s de melhor acesso à<br />

energia, saúde, educação e empregos.<br />

Adicio<strong>na</strong>lmente, desde 2018 que a bp em Portugal marca<br />

presença nos carregamentos el<strong>é</strong>tricos - área em que<br />

irá continuar a investir, expandindo a rede de pontos de<br />

carregamento el<strong>é</strong>trico e possibilitando aos condutores<br />

de veículos el<strong>é</strong>tricos o acesso a postos de abastecimento<br />

com vários equipamentos e ofertas.<br />

O Grupo bp tamb<strong>é</strong>m avançou <strong>na</strong>s energias renováveis<br />

em Portugal, atrav<strong>é</strong>s da Lightsource bp.<br />

Al<strong>é</strong>m do investimento no desenvolvimento de energia<br />

solar, estes projetos, que estarão em curso nos próximos<br />

30 anos, e uma vez operacio<strong>na</strong>lizados, irão contribuir<br />

para a criação de oportunidades de desenvolvimento<br />

económico de longo prazo, al<strong>é</strong>m da produção local de<br />

energia renovável.<br />

BOARD<br />

Sílvia Barata<br />

Head of Country<br />

& Head of Retail Operations<br />

CONTACTOS<br />

BP PORTUGAL<br />

COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEIS E<br />

LUBRIFICANTES, S. A.<br />

Lagoas Park, Edifícios 3,<br />

2740-244 Porto Salvo<br />

+351 213 891 000<br />

+351 213 891 600<br />

relacc@bp.com<br />

* mais informações sobre o Programa de Compensação Carbónica da bp Portugal em www.bp.pt<br />

DIRETOS<br />

BP TARGET NEUTRAL<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

ERRADICAR<br />

A FOME<br />

SAÚDE E<br />

QUALIDADE<br />

EDUCAÇÃO DE<br />

QUALIDADE<br />

IGUALDADE<br />

DE GÉNERO<br />

ACÇÃO<br />

CLIMÁTICA<br />

ÁGUA POTÁVEL<br />

E SANEAMENTO<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

TRABALHO DIGNO<br />

E CRESCIMENTO<br />

ECONÓMICO<br />

INDÚSTRIA,<br />

INOVAÇÃO E<br />

INFRAESTRUTURAS<br />

CIDADES E<br />

COMUNIDADES<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

ACÇÃO<br />

CLIMÁTICA<br />

PROTEGER<br />

A VIDA<br />

TERRESTRE<br />

PARCERIAS PARA<br />

A IMPLEMENTAÇÃO<br />

DE OBJECTIVOS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

59<br />

EL CORTE INGLÉS EM MOVIMENTO<br />

PELA SUSTENTABILIDADE<br />

O<br />

El Corte Ingl<strong>é</strong>s, Grandes Armaz<strong>é</strong>ns tem trabalhado,<br />

ao longo dos anos, para tor<strong>na</strong>r a sua atividade<br />

mais sustentável, minimizando ao máximo o impacto<br />

no ambiente e procurando um futuro melhor<br />

para todos. De forma a honrar o seu compromisso com<br />

a sociedade e com o ambiente, tem atuado em distintas<br />

frentes com o objetivo de desenvolver condições mais<br />

adequadas e mais responsáveis <strong>na</strong> cadeia de fornecimento,<br />

<strong>na</strong> operação e <strong>na</strong> gestão, de forma a reduzir o<br />

consumo de recursos e de resíduos.<br />

Com a aprovação do Plano Diretor de <strong>Sustentabilidade</strong><br />

e RSC 2021-2025, o Grupo definiu a sua estrat<strong>é</strong>gica<br />

para a sustentabilidade, comprometendo-se com<br />

uma atuação estreitamente ligada às metas criadas<br />

pela União Europeia, tais como as definidas pelo Pacto<br />

Ecológico Europeu e o seu objetivo de neutralidade em<br />

carbono em 2050, pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento<br />

Sustentável e pelo Acordo de Paris contra as<br />

Alterações Climáticas em 2050.<br />

Este plano está estruturado em cinco pilares principais<br />

sobre os quais trabalhamos em vários projetos específicos:<br />

Produção e Consumo Responsável, Digitalização<br />

verde, Ação pelo clima, com o objetivo de reduzir a pegada<br />

ecológica da nossa atividade.<br />

Das várias ações concretas, destacamos, em Portugal,<br />

a certificação com o selo de Resíduo Zero, que garante<br />

a valorização de mais de 95% dos resíduos resultantes<br />

da operação; o selo de entidade Empregadora Inclusiva,<br />

atribuído sucessivamente desde 2017 no âmbito do<br />

qual alcançámos a menção de excelência e os desenvolvimentos<br />

<strong>na</strong>s políticas corporativas de diversidade,<br />

igualdade e <strong>é</strong>tica e boa gover<strong>na</strong>nça.<br />

CONSUMO E PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL<br />

A promoção do consumo sustentável tem sido uma<br />

das bandeiras do Grupo El Corte Ingl<strong>é</strong>s, não só <strong>na</strong> sustentabilidade<br />

dos produtos que disponibiliza <strong>na</strong>s suas<br />

lojas mas tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong>s embalagens em que esses produtos<br />

são transportados. Por outro lado, temos a ambição<br />

de fazer um consumo de recursos mais responsável<br />

<strong>na</strong>s operações do Grupo, desde a redução da pegada de<br />

plástico nos supermercados, com a adesão à Iniciativa<br />

da Nova Economia do Plástico da Fundação Ellen MacArthur,<br />

e ainda ao compromisso Resíduo Zero.<br />

CADEIAS DE FORNECIMENTO<br />

SUSTENTÁVEIS E RESILIENTES<br />

Trabalhamos junto dos fornecedores, no sentido de aumentar<br />

não só a rastreabilidade dos nossos produtos,<br />

como a responsabilidade sobre os mesmos, para disponibilizar<br />

aos clientes um número crescente de produtos<br />

sustentáveis, seguros e de qualidade.<br />

VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO<br />

E O FUTURO DO TRABALHO<br />

Valorizamos a importância de cuidar e preparar as pessoas<br />

para eventuais mudanças <strong>na</strong>s metodologias de trabalho.<br />

Com uma equipa de mais de 4000 profissio<strong>na</strong>is, o<br />

ECIGA investe diariamente para ser um empregador de<br />

referência, procurando as melhores soluções para atrair<br />

e reter o seu talento, investindo <strong>na</strong> formação e atribuição<br />

de novas competências aos seus colaboradores.<br />

OS NOSSOS COMPROMISSOS<br />

Reaproveitar mais de 90% dos resíduos que se produzem<br />

nos Grandes Armaz<strong>é</strong>ns de Lisboa e Gaia/Porto e<br />

nos 2 Centro Logísticos e continuar a merecer o selo de<br />

Certificação de Resíduo Zero. Implementar o projeto<br />

Resíduo Zero nos Supercor at<strong>é</strong> 2024, reduzir em 30%<br />

a pegada de plástico at<strong>é</strong> 2025 e aumentar anualmente<br />

em 5% o número de referências sustentáveis, igualmente<br />

at<strong>é</strong> 2025.<br />

BOARD<br />

Enrique Hidalgo<br />

Diretor Geral<br />

El Corte Ingl<strong>é</strong>s Portugal<br />

CONTACTOS<br />

Av. António Augusto Aguiar, 31<br />

1069-413 Lisboa<br />

Portugal<br />

+351 213 711 700<br />

www.elcorteingles.pt<br />

ERRADICAR<br />

A POBREZA<br />

EDUCAÇÃO<br />

DE QUALIDADE<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

REDUZIR AS<br />

DESIGUALDADES<br />

ACÇÃO<br />

CLIMÁTICA<br />

SAÚDE E<br />

QUALIDADE<br />

IGUALDADE<br />

DE GÉNERO<br />

TRABALHO DIGNO<br />

E CRESCIMENTO<br />

ECONÓMICO<br />

PRODUÇÃO E<br />

CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

PARCERIAS PARA<br />

A IMPLEMENTAÇÃO<br />

DE OBJECTIVOS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


60<br />

\\ DIRETÓRIO \\<br />

BOARD<br />

NEUTRALIDADE ENERGÉTICA<br />

PARA A SUSTENTABILIDADE<br />

P<br />

orque a relação direta da água que produzimos<br />

e distribuímos com a energia consumida faz<br />

parte de um legado que remonta às origens da<br />

empresa, a EPAL tem em curso o programa 0%<br />

Energia cujo objetivo <strong>é</strong> atingir, at<strong>é</strong> 2025, a neutralidade<br />

energ<strong>é</strong>tica ao produzir toda a eletricidade que<br />

consome <strong>na</strong> sua atividade para, assim, potenciar a<br />

sustentabilidade das suas operações.<br />

O programa 0% Energia tem previsto um investimento<br />

<strong>na</strong> ordem dos 70 milhões de euros e compreende<br />

um conjunto de ações com vista à redução do<br />

consumo energ<strong>é</strong>tico a par do aumento da produção<br />

de energia renovável com recurso a energia hídrica,<br />

eólica e fotovoltaica e da construção de infraestruturas<br />

de transporte de energia, microredes, interligando<br />

infraestruturas de produção/consumo de<br />

energia e digitalização.<br />

O inovador programa 0% Energia permitirá ainda a<br />

coprodução de hidrog<strong>é</strong>nio, cuja valorização se prevê,<br />

tendencialmente, <strong>na</strong> cadeia de valor da atividade<br />

da EPAL e <strong>na</strong> conversão de toda a energia renovável<br />

produzida em produtos de valor acrescentado,<br />

sem necessidade de injeção de excedente <strong>na</strong> rede<br />

el<strong>é</strong>trica, balanceando a disponibilidade de energia<br />

renovável e o consumo da mesma. São numerosas as<br />

vantagens e os benefícios obtidos com o desenvolvimento<br />

e implementação deste programa:<br />

Aumento de notoriedade <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

da EPAL e do setor da água português.<br />

O objetivo estrat<strong>é</strong>gico de neutralidade energ<strong>é</strong>tica <strong>é</strong><br />

uma oportunidade que queremos aproveitar para<br />

otimizar e reforçar a nossa eficiência energ<strong>é</strong>tica, integrando<br />

as várias competências e áreas da empresa,<br />

desde a operação, manutenção, sistemas de informação,<br />

gestão de energia e sustentabilidade.<br />

Hoje, e no futuro, a sustentabilidade da gestão energ<strong>é</strong>tica,<br />

economia circular, aumento da resiliência,<br />

adaptação às alterações climáticas e a inovação assumem<br />

cada vez maior relevância no “core” da atividade<br />

da empresa, com vantagens inegáveis a nível<br />

ambiental, económico e social, que passam tamb<strong>é</strong>m<br />

pelo reconhecimento do setor português por outros<br />

países o que poderá vir a ser um fator competitivo<br />

no setor da água e de exportação do nosso conhecimento<br />

e tecnologia. Foi com o intuito de responder<br />

ao desafio do mercado para o desenvolvimento de<br />

novas competências t<strong>é</strong>cnicas e de gestão em energias<br />

renováveis que a EPAL, atrav<strong>é</strong>s da sua Academia<br />

das Águas Livres, lançou, em 2019, o Programa<br />

Avançado Energias Renováveis no Setor da Água<br />

para preparar t<strong>é</strong>cnicos, quadros e trabalhadores<br />

para lidar com a transição energ<strong>é</strong>tica e a descarbonização<br />

do setor da água.<br />

Jos<strong>é</strong> Manuel Sardinha<br />

Presidente do Conselho<br />

de Administração<br />

Luísa Branco<br />

Vice-Presidente do Conselho<br />

de Administração<br />

Telma Correia<br />

Rui Lourenço<br />

Bar<strong>na</strong>b<strong>é</strong> Pisco<br />

Administradores do Conselho<br />

de Administração<br />

CONTACTOS<br />

Av. da Liberdade, 24<br />

1250-144 Lisboa<br />

+351 213 251 000<br />

Reforço da sustentabilidade da empresa e das tarifas;<br />

Redução de emissão de gases com efeito de estufa;<br />

Projeto modelo a nível mundial;<br />

Redução da exposição da empresa a oscilações do<br />

preço da energia no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l;<br />

Aproveitamento e desenvolvimento de competências<br />

e talentos internos, com mais-valia para a<br />

empresa e para os seus trabalhadores;<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

Conceber, construir, explorar e gerir os sistemas de<br />

abastecimento de água e de saneamento sob sua<br />

responsabilidade, envolvendo todas as atividades e<br />

negócios relacio<strong>na</strong>dos<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

INDÚSTRIA,<br />

INOVAÇÃO E<br />

INFRAESTRUTURAS<br />

PROTEGER<br />

A VIDA<br />

TERRESTRE<br />

CIDADES E<br />

COMUNIDADES<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

PRODUÇÃO E<br />

CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

61<br />

CONSTRUIR UMA SOCIEDADE MAIS<br />

PRÓSPERA, SUSTENTÁVEL E INCLUSIVA<br />

A<br />

Fidelidade segue uma estrat<strong>é</strong>gia human centric.<br />

É com base nestes pilares que gere toda a<br />

sua atividade: os produtos e serviços que disponibiliza,<br />

para bem proteger e cuidar; a preparação<br />

da sua rede comercial, para poder conhecer<br />

e perceber quais as verdadeiras necessidades de<br />

proteção dos seus clientes; a estrat<strong>é</strong>gia de comunicação<br />

que cria, coerente com os seus valores; os<br />

projetos sociais que desenvolve, para melhor servir<br />

a Comunidade Fidelidade (clientes, parceiros<br />

de negócio, fornecedores, colaboradores e terceiro<br />

setor); e as ações que desenvolve, assentes em<br />

pilares de valores maiores, para contribuir para a<br />

sustentabilidade do País a diversos níveis – social,<br />

ambiental, cultural.<br />

Há muito que o Grupo Fidelidade integra <strong>na</strong> gestão<br />

do seu negócio, <strong>na</strong> relação com as partes interessadas<br />

e <strong>na</strong> sua atuação de todos os dias, o desafio<br />

de contribuir para a construção de uma sociedade<br />

mais próspera, sustentável e inclusiva. Esta atitude<br />

(Wecare), que tanto distingue a forma como o<br />

Grupo encara e gere os seus desafios, está enquadrada<br />

<strong>na</strong> sua estrat<strong>é</strong>gia de negócio e <strong>na</strong> sua visão de<br />

criação de valor para o seu ecossistema.<br />

A missão da actividade seguradora confere-lhe,<br />

<strong>na</strong> verdade, a possibilidade de intervir em áreas<br />

tão diversificadas como as alterações climáticas,<br />

as catástrofes <strong>na</strong>turais, as questões referentes à<br />

saúde e prevenção, as problemáticas relacio<strong>na</strong>das<br />

com o aumento da longevidade, entre muitas<br />

outras, alavancando as mudanças de comportamentos<br />

ao nível dos indivíduos, mas tamb<strong>é</strong>m das<br />

empresas, influenciando as políticas públicas e<br />

sendo capaz, at<strong>é</strong>, de substituir, gradualmente, o<br />

papel social do Estado.<br />

Para responder de forma relevante às expetativas<br />

e necessidades dos stakeholders <strong>é</strong> fundamental<br />

revisitar as suas preocupações, rever o plano de<br />

ação e encontrar o melhor conjunto de projetos<br />

para um contributo significativo para a Agenda<br />

2030 – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável<br />

(ODS). A integração da <strong>Sustentabilidade</strong> no<br />

coração do negócio reflete-se <strong>na</strong> formação de atuação<br />

da Fidelidade: garantir que <strong>é</strong> capaz de construir<br />

sobre o seu capital, um capital ainda mais<br />

relevante para uma sociedade mais inclusiva e<br />

ecológica. Porque a razão de a Fidelidade existir<br />

<strong>é</strong> preparar o futuro, para que a vida não pare.<br />

ÁREA DE ATUAÇÃO<br />

/ Setor segurador<br />

BOARD<br />

Jorge Manuel Baptista Magalhães Correia<br />

Presidente do Conselho de Administração<br />

Jos<strong>é</strong> Manuel Alvarez Quintero<br />

Vice-presidente do Conselho de<br />

Administração<br />

Rog<strong>é</strong>rio Miguel Campos Henriques<br />

Presidente da Comissão Executiva<br />

Vasco Jorge Valdez Ferreira Matias<br />

Presidente do Conselho Fiscal<br />

CONTACTOS<br />

Largo do Calhariz, 30,<br />

1249-001 Lisboa, Portugal<br />

+351 217 948 800<br />

apoiocliente@fidelidade.pt<br />

www.fidelidade.pt<br />

SAÚDE E<br />

QUALIDADE<br />

IGUALDADE<br />

DE GÉNERO<br />

ACÇÃO<br />

CLIMÁTICA<br />

EDUCAÇÃO<br />

DE QUALIDADE<br />

PRODUÇÃO E<br />

CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

PAZ, JUSTIÇA E<br />

INSTITUIÇÕES<br />

EFICAZES<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


62 \\ DIRETÓRIO \\<br />

MINDSET DE INOVAÇÃO<br />

V<br />

ivemos tempos de mudança acelerada e de disrupção<br />

no setor energ<strong>é</strong>tico. Não <strong>é</strong> um novo ciclo,<br />

<strong>é</strong> uma nova era, e sabemos que só podemos<br />

vencer este desafio com um mindset de inovação,<br />

capacidade de adaptação ao novo e mente aberta.<br />

Toda a indústria energ<strong>é</strong>tica, a nível global, terá de<br />

abraçar uma profunda transformação para alcançar<br />

os objectivos traçados pelo Acordo de Paris.<br />

Essa preocupação existe e tem um impacto já muito<br />

concreto <strong>na</strong>s estrat<strong>é</strong>gias que estão a ser implementadas<br />

pela Galp.<br />

A empresa está a materializar os seus compromissos<br />

de descarbonização atrav<strong>é</strong>s da integração da<br />

transição energ<strong>é</strong>tica em todos os seus segmentos de<br />

negócio. Este <strong>é</strong> um movimento que permite alinhar<br />

o seu portefólio com a visão de neutralidade carbónica<br />

<strong>na</strong> Europa at<strong>é</strong> 2050 e que levou já a empresa a<br />

assumir o objetivo de reduzir a intensidade das suas<br />

atividades em pelo menos 15% at<strong>é</strong> 2030.<br />

A diversificação do portefólio tem sido evidente à<br />

luz destes compromissos. Dos exemplos recentes<br />

que materializam a resposta aos desafios do presente<br />

e que posicio<strong>na</strong>m a empresa como líder da transição<br />

energ<strong>é</strong>tica rumo a um mundo mais sustentável,<br />

destacam-se: a disponibilização de planos de eletricidade<br />

100% verde, a aposta <strong>na</strong> startup Flow para se<br />

constituir como um sistema operativo global para a<br />

mobilidade el<strong>é</strong>trica, a criação de uma empresa – a<br />

EI, Energia Independente – para a venda de pain<strong>é</strong>is<br />

solares que fomentem o autoconsumo de energia<br />

solar, o estudo de soluções para posicio<strong>na</strong>r a empresa<br />

<strong>na</strong>s cadeias de valor do hidrog<strong>é</strong>nio verde ou para<br />

a cadeia de valor das baterias el<strong>é</strong>tricas.<br />

O caminho para a transição energ<strong>é</strong>tica reflete-se<br />

<strong>na</strong> oferta de soluções que permitam aos clientes,<br />

sejam eles famílias ou empresas, reduzirem tamb<strong>é</strong>m<br />

a sua pegada ecológica. E os resultados destes<br />

esforços são constantemente aferidos pelas entidades<br />

mais credíveis nesta área. A título de exemplo,<br />

a Galp <strong>é</strong> a empresa mais sustentável do mundo no<br />

seu setor, de acordo com os crit<strong>é</strong>rios do Dow Jones<br />

Sustai<strong>na</strong>bility Indices de 2021, um dos principais<br />

índices de referência inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is sobre as melhores<br />

práticas <strong>na</strong>s dimensões ambiental, social e<br />

de governo em empresas líderes em sustentabilidade<br />

a nível global.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Upstream<br />

/ Industrial & Energy Ma<strong>na</strong>gement<br />

/ Comercial<br />

/ Renováveis e Novos Negócios<br />

/ Galp Ventures<br />

BOARD<br />

Andy Brown<br />

CEO<br />

Filipe Crisóstomo Silva<br />

CFO<br />

Thore E. Kristianssen<br />

COO Productions & Operations<br />

Teresa Abecassis<br />

COO Comercial<br />

Georgios Papadimitriou<br />

COO Renewables & New Business<br />

CONTACTOS<br />

Rua Tomás da Fonseca - Torre C<br />

1600-209 Lisboa Portugal<br />

+351 217 242 500<br />

galp@galp.com<br />

MATERIAIS DIRETOS INDIRETOS<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

TRABALHO DIGNO<br />

E CRESCIMENTO<br />

ECONÓMICO<br />

SAÚDE E<br />

QUALIDADE<br />

ÁGUA POTÁVEL<br />

E SANEAMENTO<br />

ERRADICAR<br />

A POBREZA<br />

ERRADICAR<br />

A FOME<br />

INDÚSTRIA,<br />

INOVAÇÃO E<br />

INFRAESTRUTURAS<br />

PRODUÇÃO E<br />

CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

PROTEGER A<br />

VIDA MARINHA<br />

CIDADES E<br />

COMUNIDADES<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

EDUCAÇÃO DE<br />

QUALIDADE<br />

IGUALDADE<br />

DE GÉNERO<br />

ACÇÃO<br />

CLIMÁTICA<br />

PARCERIAS PARA<br />

A IMPLEMENTAÇÃO<br />

DE OBJECTIVOS<br />

PROTEGER<br />

A VIDA<br />

TERRESTRE<br />

PAZ, JUSTIÇA E<br />

INSTITUIÇÕES<br />

EFICAZES<br />

REDUZIR AS<br />

DESIGUALDADES<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

63<br />

MINSAIT<br />

TECNOLOGIA PARA DESCARBONIZAR A ECONOMIA<br />

BOARD<br />

A<br />

sustentabilidade <strong>é</strong> parte integrante da estrat<strong>é</strong>gia<br />

e da cultura da Minsait, uma empresa<br />

da Indra, empenhada <strong>na</strong> utilização da tecnologia<br />

e transformação digital como meio para<br />

uma transição ecológica e sustentável, para dar<br />

resposta aos desafios sociais e ambientais atuais<br />

e futuros. As nossas metas passam por ser uma<br />

empresa mais sustentável, converter-nos no<br />

parceiro tecnológico para a sustentabilidade dos<br />

nossos clientes, mas tamb<strong>é</strong>m causar um impacto<br />

positivo no planeta e <strong>na</strong>s pessoas, criando valor<br />

a longo-prazo para profissio<strong>na</strong>is, clientes e investidores.<br />

A criação do Comit<strong>é</strong> de <strong>Sustentabilidade</strong> do<br />

Conselho de Administração da Indra e o Plano<br />

Diretor de <strong>Sustentabilidade</strong> 2020-2030, inspirado<br />

nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável<br />

da ONU, foram fundamentais para acelerar<br />

o progresso da Indra e das suas empresas, nesta<br />

área.<br />

Nos últimos anos, a Indra adquiriu novos e exigentes<br />

compromissos, tais como as metas das<br />

Nações Unidas em mat<strong>é</strong>ria de alterações climáticas<br />

para reduzir as suas emissões de consumo<br />

de energia em 50% em 2030, atingir emissões<br />

zero do consumo de energia at<strong>é</strong> 2040 e ser totalmente<br />

neutra em carbono at<strong>é</strong> 2050, de acordo<br />

com metas baseadas <strong>na</strong> ciência SBTi.<br />

consultoria, tem soluções que já estão a desempenhar<br />

um papel fundamental <strong>na</strong> ação climática<br />

global.<br />

Prova do compromisso da Indra, e das suas<br />

empresas, com a sustentabilidade são o reconhecimento,<br />

pelo segundo ano consecutivo, da<br />

classificação “Gold Class” e pontuação obtida<br />

(a melhor) entre as empresas do setor dos Serviços<br />

de TI, no The Sustai<strong>na</strong>bility Yearbook, o<br />

relatório de sustentabilidade mais prestigiado<br />

do mundo, assim como os 16 anos de presença<br />

no Dow Jones Sustai<strong>na</strong>bility Index e cinco no<br />

FTSE4Good.<br />

COMO É QUE O VAMOS CONSEGUIR?<br />

Facilitando a transição para um sistema energ<strong>é</strong>tico<br />

mais limpo e verde; reduzindo o impacto<br />

ambiental das cidades; ajudando o governo<br />

e empresas a ser mais eficientes e sustentáveis;<br />

permitindo uma mobilidade mais sustentável;<br />

prevenindo e atenuando os efeitos das alterações<br />

climáticas.<br />

Vicente Huertas<br />

CEO<br />

CONTACTOS<br />

Alfrapark<br />

Edifício C - Piso 2<br />

Estr. do Seminário, 4 - Alfragide<br />

2610-171 Amadora<br />

+351 214 724 600<br />

www.indracompany.com<br />

www.minsait.com<br />

IGUALDADE<br />

DE GÉNERO<br />

TRABALHO DIGNO<br />

E CRESCIMENTO<br />

ECONÓMICO<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

INDÚSTRIA,<br />

INOVAÇÃO E<br />

INFRAESTRUTURAS<br />

LIDERAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

ATRAVÉS DA TECNOLOGIA<br />

A Indra <strong>é</strong> uma empresa socialmente responsável<br />

empenhada no desenvolvimento sustentável,<br />

mas o seu papel <strong>na</strong> luta contra as alterações climáticas<br />

vai muito al<strong>é</strong>m das suas políticas empresariais.<br />

Como empresa líder em tecnologia e<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Transformação digital<br />

/ Tecnologias da Informação<br />

REDUZIR<br />

DESIGUALDADES<br />

ACÇÃO<br />

CLIMÁTICA<br />

PARCERIAS PARA<br />

A IMPLEMENTAÇÃO<br />

DE OBJECTIVOS<br />

PRODUÇÃO E<br />

CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

PAZ, JUSTIÇA<br />

E INSTITUIÇÕES<br />

EFICAZES<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


64 \\ DIRETÓRIO \\<br />

BOARD<br />

ALIÁMOS A SUSTENTABILIDADE<br />

AO NOSSO MODELO DE NEGÓCIO<br />

O<br />

Oney Bank <strong>é</strong> diferente e único porque <strong>na</strong>sceu<br />

do com<strong>é</strong>rcio e por isso aproveitamos o<br />

nosso posicio<strong>na</strong>mento e a nossa experiência<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, de quase 40 anos, para desenvolver<br />

soluções de pagamento e serviços fi<strong>na</strong>nceiros<br />

inovadores. Temos como missão ser parceiro<br />

<strong>na</strong> transformação sustentável do com<strong>é</strong>rcio,<br />

físico e online, bem como estamos focados em<br />

dar, a cada pessoa, o poder de melhorar o seu dia<br />

a dia e de consumir melhor. Já estamos presentes<br />

em Portugal há 28 anos, desde 1994, e criámos<br />

mais de 400 postos de trabalho.<br />

Assumimos a sustentabilidade como uma parte<br />

integrada no nosso modelo de negócio e para<br />

tal, criámos um comit<strong>é</strong> de CSR/R.S.E. transversal<br />

à empresa, com membros/colaboradores<br />

de diferentes áreas/direções. Para cumprir esta<br />

premissa, a nossa política de sustentabilidade<br />

foca-se em quatro eixos estrat<strong>é</strong>gicos que consistem<br />

<strong>na</strong> empregabilidade, <strong>na</strong> redução da pegada<br />

carbónica, no incentivo a consumir melhor e <strong>na</strong><br />

transformação digital huma<strong>na</strong>.<br />

A SUSTENTABILIDADE COMEÇA NO ONEY<br />

Começámos este trabalho em prol da sustentabilidade<br />

inter<strong>na</strong>mente, com os nossos colaboradores,<br />

para que tamb<strong>é</strong>m o seu caminho profissio<strong>na</strong>l<br />

seja mais sustentável. Queremos que<br />

tenham uma participação ativa e que desenvolvam<br />

os respetivos know-how e competências<br />

interpessoais. Promovemos o work-life balance<br />

e um ambiente de trabalho inclusivo, que estimule<br />

os talentos de cada um e que promove a<br />

diversidade - o Oney em Portugal tem 65% de<br />

mulheres em cargos de chefia.<br />

SUSTENTABILIDADE NA SOCIEDADE<br />

Com o objetivo de incentivar as pessoas a consumir<br />

e a comprar melhor, fazendo escolhas<br />

mais acertadas e mais responsáveis, procuramos<br />

desenvolver soluções e serviços que permitem<br />

aos consumidores gerir os seus orçamentos da<br />

melhor maneira, utilizando as fi<strong>na</strong>nças pessoais<br />

e os seguros de forma consciente. Tamb<strong>é</strong>m deste<br />

modo, apoiamos os retalhistas no desenvolvimento<br />

de uma economia circular e sustentável,<br />

e promovemos meios e ferramentas que permitam<br />

aos clientes acederem a informação fi<strong>na</strong>nceira<br />

que dê origem a um consumo responsável.<br />

Reforçamos o compromisso da redução das nossas<br />

emissões de carbono, em consonância com<br />

o Acordo Climático de Paris de 2015. Para tal,<br />

diariamente agimos no sentido de rever e melhorar<br />

os nossos m<strong>é</strong>todos de trabalho, as compras e<br />

fornecedores, bem como adotamos boas práticas,<br />

mais sustentáveis. Privilegiamos tamb<strong>é</strong>m fontes<br />

sustentáveis de abastecimento, como <strong>na</strong> energia,<br />

onde 100% da nossa eletricidade <strong>é</strong> coberta por garantias<br />

de origem.<br />

Acreditamos que a transformação digital pode<br />

fortalecer as relações huma<strong>na</strong>s e <strong>é</strong> este o nosso<br />

objetivo. Queremos acompanhar esta transformação<br />

em benefício das relações com os colaboradores,<br />

clientes, consumidores e parceiros.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/Cr<strong>é</strong>dito, Cartões,<br />

/ Meios de pagamento<br />

/BNPL<br />

/ Seguros<br />

Dario Coffetti<br />

Diretor Geral<br />

Laurence Griseti<br />

Direção de Recrutamento Clientes e Parcerias<br />

Rúben Germano<br />

Direção de Engagement e Valorização<br />

Rúben Germano<br />

Direção de Marketing<br />

Christophe Demangeau<br />

Direção Administrativa e Fi<strong>na</strong>nceira<br />

Marlene Franco<br />

Direção de Recursos Humanos<br />

Pedro de Sousa Pinto<br />

Direção de Sistemas de Informação<br />

Francisco Figueiredo<br />

Direção de Risco<br />

Paula Fonseca<br />

Direção Cliente<br />

CONTACTOS<br />

Av. Jos<strong>é</strong> Gomes Ferreira 9,<br />

1495-139 Alg<strong>é</strong>s<br />

https://www.oney.pt/<br />

EDUCAÇÃO<br />

DE QUALIDADE<br />

PRODUÇÃO E<br />

CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

65<br />

BOARD<br />

A PERFORMANCE DE GESTÃO DAS EMPRESAS<br />

COMO MARCA DE SUSTENTABILIDADE<br />

TOP 5% MELHORES<br />

PME DE PORTUGAL<br />

São as empresas que, de<br />

acordo com o algoritmo<br />

de classificação económico-fi<strong>na</strong>nceira<br />

de empresas<br />

ScorePME® desenvolvido<br />

pela SCORING, estão<br />

entre as 5% melhores, em<br />

termos análise comparada<br />

de indicadores de<br />

desempenho económico (demonstração de resultados)<br />

e solidez fi<strong>na</strong>nceira (balanço). São todas empresas<br />

com lucro, com bons desempenhos operacio<strong>na</strong>is<br />

e com uma boa solidez fi<strong>na</strong>nceira, no curto<br />

e no m<strong>é</strong>dio prazo.<br />

Esta certificação permite às empresas projetarem-<br />

-se no mercado e gerarem confiança junto de clientes,<br />

colaboradores e todos os seus públicos em geral.<br />

A<br />

sustentabilidade não <strong>é</strong> só verde, tem muito<br />

mais cores! Falar de sustentabilidade <strong>é</strong>,<br />

acima de tudo, falar de futuro, onde cabe<br />

certamente a dimensão ambiental, mas tamb<strong>é</strong>m<br />

a dimensão social, a dimensão política, a<br />

dimensão económica, etc.<br />

E <strong>é</strong> aqui que entra a performance de gestão. Por<br />

um lado, empresas com melhor performance<br />

económico-fi<strong>na</strong>nceira, estão mais preparadas<br />

para o futuro e para satisfazer as expetativas dos<br />

seus vários públicos (colaboradores, clientes,<br />

fornecedores, etc). Por outro, resulta evidente<br />

que empresas mais sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente,<br />

como reflexo de boas práticas de gestão,<br />

profissio<strong>na</strong>lismo, motivação, qualidade dos serviços<br />

e produtos, estão em melhores condições<br />

para apostarem <strong>na</strong> sustentabilidade ambiental<br />

e social, do que aquelas que o são menos.<br />

Obter e manter a estabilidade económico-fi<strong>na</strong>nceira,<br />

<strong>é</strong> claramente uma marca de sustentabilidade<br />

das empresas que o conseguem. Na<br />

SCORING, procuramos dar visibilidade a estas<br />

empresas, atrav<strong>é</strong>s de certificações fi<strong>na</strong>nceiras<br />

independentes e com garantias de rigor e isenção.<br />

São já mais de 2.500 as empresas certificadas.<br />

TOP 10+<br />

SETORES / REGIÕES<br />

Existem duas diferenças<br />

fundamentais e uma semelhança,<br />

face à anterior.<br />

A semelhança, <strong>é</strong> que para<br />

uma empresa ser TOP<br />

10+, tem de estar enquadrada<br />

no grupo das 5%<br />

Melhores, ou seja, tem de<br />

apresentar um elevado índice<br />

de desempenho e solidez fi<strong>na</strong>nceira (IDS).<br />

As diferenças consistem em: primeiro, são empresas<br />

com um volume de negócios mínimo de 1 M€;<br />

segundo, as empresas são avaliadas de acordo com o<br />

seu setor/região e só são consideradas as 10 melhores<br />

de cada um. Esta certificação, mais exigente e exclusiva,<br />

permite às empresas certificadas afirmem-<br />

-se como referências nos seus setores ou regiões.<br />

Carlos Gouveia<br />

CEO Scoring<br />

Prof. Doutor António Soares Aguiar<br />

Prof. Doutor Nicolau Miguel Almeida<br />

Comissão Científica<br />

Joa<strong>na</strong> Cruz<br />

Marketing e Comunicação<br />

CONTACTOS<br />

Av. do Brasil, 1, Piso 4<br />

1700-062 Lisboa<br />

+351 210 162 502<br />

geral@scoring.pt<br />

2%PIB<br />

SOMA DO VOLUME DE<br />

NEGÓCIOS ANUAL DAS<br />

EMPRESAS IMPACTADAS<br />

PELA SCORING.<br />

CONHEÇA-AS EM<br />

www.scoring.pt/empresas<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


66 \\ DIRETÓRIO \\<br />

UMA EMPRESA COM PROPÓSITO<br />

BOARD<br />

João Amaral<br />

Country Ma<strong>na</strong>ger<br />

Portugal Voltalia<br />

A<br />

atuar no setor das renováveis como produtora de<br />

energia e prestadora de serviços, a Voltalia apresenta<br />

soluções de energia: solar, eólica, biomassa e<br />

hídrica, produzidas <strong>na</strong>s centrais que det<strong>é</strong>m.<br />

A empresa tem uma capacidade de geração, em operação<br />

e construção, de mais de 1,7 GW e um portefólio de projetos<br />

em desenvolvimento que representam uma capacidade<br />

total de 11,1 GW. O Grupo conta com mais de 1.300 colaboradores<br />

e está presente em 20 países de 3 continentes.<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> um dos compromissos integrante<br />

do ADN da Voltalia. Com a missão de “Melhorar o<br />

meio ambiente global, promovendo o desenvolvimento<br />

local”, a Voltalia, em 2021, tornou-se oficialmente<br />

uma empresa com propósito, para reforçar os seus<br />

compromissos ambientais e sociais.<br />

ECONOMIA VERDE<br />

A Voltalia <strong>é</strong> uma organização focada nos objetivos<br />

mundiais de alcançar uma economia verde e neutra em<br />

emissões de CO2. Como tal, acredita que um projeto de<br />

<strong>na</strong>tureza renovável, que terá uma longa duração, com<br />

amplitude por várias d<strong>é</strong>cadas, deverá ter sempre em<br />

conta os benefícios para o ambiente e meio envolvente.<br />

RUMO À DESCARBONIZAÇÃO<br />

As energias renováveis são o futuro e a Voltalia faz desse<br />

futuro o presente rumando à descarbonização, trabalhando<br />

diariamente para a transição energ<strong>é</strong>tica e ecológica,<br />

de forma integrada, atuando em toda a sua cadeia<br />

de valor. Nos projetos agrisolares tem inovado ao combi<strong>na</strong>r<br />

produção agrícola e/ou pecuária com a produção de<br />

eletricidade, disponibilizando campos onde os parques<br />

são instalados para que, em simbiose, animais de pasto<br />

se alimentem, sustentando a cadeia de valor local dessa<br />

comunidade. Integrar parques solares <strong>na</strong>s economias locais<br />

<strong>é</strong> um objetivo comum a todos os projetos da Voltalia.<br />

EM PORTUGAL<br />

A Voltalia está em Portugal desde 2015 e conta com mais<br />

de 240 colaboradores a atuar com amplitude mundial,<br />

trabalhando para o país e para outras geografias do grupo.<br />

Dos diversos projetos desenvolvidos, destacam-se o parque<br />

solar de Coruche, exemplo de referência, que une tecnologia<br />

e <strong>na</strong>tureza de forma harmoniosa, os mais de 20<br />

animais deste parque solar ajudam os t<strong>é</strong>cnicos a manter<br />

o controlo da vegetação e a reduzir as emissões de CO2<br />

provenientes da maqui<strong>na</strong>ria. Destacam-se tamb<strong>é</strong>m os<br />

projetos solares do Pessegueiro e no Cotovio.<br />

Este ano, a Voltalia participou no concurso público da<br />

conversão da Central Termoel<strong>é</strong>ctrica do Pego – e ainda<br />

com o Leilão Flutuante, organizado pelo Minist<strong>é</strong>rio do<br />

Ambiente e da Ação Climática, onde ganhou o projeto de<br />

uma nova central de energia solar flutuante que será instalada<br />

perto da Barragem do Cabril, Pedrogão Grande.<br />

CONTACTOS<br />

PORTUGAL<br />

OLIVEIRA DE FRADES (SEDE)<br />

Apartado 36, 3684-001<br />

Oliveira de Frades, Portugal<br />

PORTO<br />

Av. do Marechal Gomes da Costa,<br />

nº 1177<br />

4150-360 Porto, Portugal<br />

+351 220 191 000<br />

info.voltalia@voltalia.com<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

67<br />

POR UM TURISMO<br />

MAIS SUSTENTÁVEL<br />

A Biosphere Portugal iniciou a sua<br />

atividade em 2014, direcio<strong>na</strong>da para<br />

o setor do turismo, propondo a realização<br />

de planos de sustentabilidade e<br />

Certificação de Destinos e de empresas<br />

da cadeia de valor. Desde então<br />

já concretizou projetos em 5 regiões<br />

(Algarve; Alentejo e Ribatejo; Lisboa<br />

e Vale do Tejo; Centro e Norte de<br />

Portugal), 7 projetos à escala territorial,<br />

6 Destinos certificados ou em<br />

processo e 145 empresas certificadas<br />

e mais de 250 processos a decorrer.<br />

Alicerçada numa metodologia participativa,<br />

que privilegia os resultados<br />

co-criados e a satisfação do cliente,<br />

recorre a processos que se adaptam a<br />

cada realidade e apoia-se em pessoas<br />

que buscam permanentemente uma<br />

atualização dos seus conhecimentos<br />

e motivadas para tor<strong>na</strong>r o nosso<br />

ecossistema global mais sustentável.<br />

Ao longo da sua existência conseguiu<br />

parcerias com os mais importantes<br />

players <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> temática do turismo.<br />

Os resultados positivos permitiram<br />

que, de forma <strong>na</strong>tural, a marca<br />

Biosphere se estendesse a outras<br />

áreas, nomeadamente à área social<br />

e tamb<strong>é</strong>m ao setor agrícola, sempre<br />

com os valores da sustentabilidade<br />

bem presentes.<br />

Quanto ao futuro, a Biosphere Portugal<br />

pretende afirmar-se nos próximos<br />

dez anos com uma das marcas<br />

mais impactantes em Portugal <strong>na</strong><br />

dissemi<strong>na</strong>ção e concretização dos 17<br />

ODS das Nações Unidas, ajudando<br />

Portugal a afirmar-se como o Destino<br />

Mais Sustentável do Mundo.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

Turismo // Formação e Consultoria // Certificação em <strong>Sustentabilidade</strong><br />

BOARD<br />

Patrícia Araújo CEO // Nuno Lourenço CFO // Miguel Sanches COO<br />

CONTACTOS<br />

+351 232 418 463<br />

turismo@biosphere.pt<br />

LISTAGEM<br />

Abreu & Associados<br />

Sociedade de Advogados, SP, RL<br />

Avenida Infante Dom Henrique 26<br />

1149-096 Lisboa<br />

t. 217 231 800<br />

e. geral@abreuadvogados.com<br />

w. www.abreuadvogados.com<br />

Accenture<br />

Av. Eng. Duarte Pacheco Torre 1-16 piso<br />

1070-101 Lisboa<br />

t. 213 803 500<br />

e. info@accenture.com<br />

w. www.accenture.com<br />

Ageas Portugal<br />

Companhia de Seguros, S.A<br />

Praça Principe Perfeito, Nº 2<br />

1990-278 Lisboa<br />

t. 217 943 039<br />

e. geral@ageas.pt<br />

w. www.ageas.pt<br />

Agere , Empresa de Águas<br />

Efluentes e Resíduos de Braga E.M<br />

Praça Conde Agrolongo, 115<br />

4700-312 Braga<br />

t. 253 205 000<br />

e. agere@agere.pt<br />

w. agere.pt<br />

Águas de Portugal, EM<br />

Rua Visconde de Seabra, 3<br />

1700-421 Lisboa<br />

t. 212 469 400<br />

e. info@adp.pt<br />

w. www.adp.pt<br />

Águas do Algarve S.A<br />

Rua do Repouso, 10<br />

8000-302 Faro<br />

t. 289 899 070<br />

e. geral.ada@adp.pt<br />

w. www.aguasdoalgarve.pt<br />

Águas do Porto, EM<br />

Rua Barão de Nova Sintra, 285<br />

4300-367 Porto<br />

t. 220 100 220<br />

e. geral@aguasdoporto.pt<br />

w. www.aguasdoporto.pt<br />

Aldi Portugal<br />

Supermercados, Lda<br />

Rua Ponte dos Cavalos, 155<br />

2870-674 Montijo<br />

t. 800 420 800<br />

e. geral@aldi.pt<br />

w. www.aldi.pt<br />

Algebra Capital, Lda<br />

Av. da Liberdade, 110, 5.º & 7º floor<br />

1250-146 Lisboa<br />

t. 211 316 224<br />

e. algebra@algebracapital.pt<br />

w. www.algebracapital.pt<br />

Altice Portugal, S.a<br />

Avenida Fontes Pereira de Melo, 40<br />

1050-123 Lisboa<br />

t. 215 002 000<br />

e. sustentabilidade@telecom.pt<br />

w. www.telecom.pt<br />

Ambiosfera Lda<br />

Edifício Sines Tecnopolo Z.I.L II Lote<br />

122-A<br />

7520-309 Sines<br />

t. 215 873 741<br />

e. geral@ambiosfera.com<br />

w. www.ambiosfera.com<br />

AMBIRUMO, Projetos Inovação<br />

e Gestão Ambiental, Lda.<br />

Av. General Norton de Matos, 63 E<br />

1495-148 Alg<strong>é</strong>s<br />

t. 213 978 255<br />

e. geral@ambirumo.pt<br />

w. www.ambirumo.pt<br />

Amorim Cork Composites, SA<br />

Rua de Meladas, 260<br />

4536-902 Mozelos<br />

t. 227 475 300<br />

e. acc@amorim.com<br />

w. amorimcorkcomposites.com/pt<br />

A<strong>na</strong><br />

Aeroportos de Portugal S.A<br />

Edifício 120, Rua D - Aeroporto de Lisboa<br />

1700-008 Lisboa<br />

t. 218 413 500<br />

e. contactar@a<strong>na</strong>.pt<br />

w. www.a<strong>na</strong>.pt<br />

Apcer<br />

Associação Portuguesa de Certificação<br />

Rua António Bessa Leite, 1430, 1º Esq.<br />

4150-074 PORTO<br />

t. 229 993 600<br />

e. info@apcer.pt<br />

w. www.apcer.pt<br />

ASCENDI O&M, S.A<br />

Praça Mouzinho de Albuquerque 197<br />

4100-360 Porto<br />

t. 229 767 767<br />

e. info@ascendi.pt<br />

w. www.ascendi.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


68<br />

\\ DIRETÓRIO \\<br />

ENERGIA PARA O FUTURO<br />

A TrustEnergy <strong>é</strong> uma joint-venture<br />

(50%/50%) entre a ENGIE e a Marubeni.<br />

Com uma forte presença<br />

no sector da energia em Portugal,<br />

o Grupo TrustEnergy tem como<br />

objetivo produzir eletricidade de<br />

forma segura e eficiente, com o devido<br />

respeito pelo ambiente e a um<br />

preço competitivo. Para tal, baseia a<br />

sua atividade <strong>na</strong> produção de eletricidade<br />

atrav<strong>é</strong>s da exploração de um<br />

portfólio diversificado de fontes de<br />

energia, possuindo ativos com fiabilidade<br />

e desempenho comprovados.<br />

Com uma capacidade instalada total<br />

de cerca de 2 400 MW, o Grupo<br />

TrustEnergy <strong>é</strong> o segundo maior<br />

player no sector el<strong>é</strong>trico <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e<br />

uma referência no segmento eólico.<br />

A TrustEnergy encara o desafio de<br />

enfrentar as atuais necessidades<br />

crescentes de energia com a responsabilidade<br />

ambiental, garantindo<br />

a satisfação da procura de<br />

eletricidade, de uma forma segura,<br />

promovendo o consumo eficaz dos<br />

recursos e o combate às alterações<br />

climáticas.<br />

A empresa tem como objetivo produzir<br />

eletricidade, com vista a limitar<br />

a emissão de gases de efeito de<br />

estufa e a garantir a segurança do<br />

abastecimento, contribuindo assim<br />

para a melhoria do ambiente, apostando<br />

em novas formas de energia<br />

renovável.<br />

BOARD<br />

/ Jos<strong>é</strong> Grácio<br />

/ Pierre Guiollot<br />

/ Neil Anderson<br />

/ Ryota Kobayashi<br />

/ Tomoki Nishino<br />

/ Kazuma Fukumoto<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Produção de energia el<strong>é</strong>trica<br />

CONTACTOS<br />

Quinta da Fonte<br />

Edifício D. Maria I, Piso 2, Ala B<br />

2770-229 Paço d’Arcos - Portugal<br />

+351 214 403 200<br />

geral@trustenergy.pt<br />

www.trustenergy.pt<br />

Associação CECOLAB<br />

Collaborative Laboratory Towards<br />

Circular Economy<br />

Rua Nossa Sra. Da Conceição, nº 2<br />

3405-155 Oliveira do Hospital<br />

t. 238 011 400<br />

e. circular@cecolab.pt<br />

w. www.cecolab.pt<br />

AVALER, Associação Entidades de<br />

Valorização Energ<strong>é</strong>tica Resíduos<br />

Sólidos Urbanos<br />

Plataforma Ribeirinha da CP - Estação<br />

de Mercadorias da Bobadela<br />

2696-801 Loures<br />

t. 218 443 849<br />

e. avaler@avaler.pt<br />

w. www.avaler.pt<br />

Avenue Nre Real Estate, S.A<br />

Rua Serpa Pinto, 14A, 3º<br />

1200-445 Lisboa<br />

t. 215 989 523<br />

e. geral@avenue.pt<br />

w. www.avenue.pt<br />

Banco L. J. Carregosa, S.A<br />

Avenida da Boavista, N.º 1083<br />

4100-129 Porto<br />

t. 226 086 460<br />

e. info@bancocarregosa.com<br />

w. www.bancocarregosa.com<br />

Biorumo, Consultoria em Ambiente<br />

e <strong>Sustentabilidade</strong>, Lda.<br />

Rua do Carvalhido, 155<br />

4250-102 Porto<br />

t. 228 349 580<br />

e. geral@biorumo.com<br />

w. www.biorumo.com<br />

BioSmart, Soluções Ambientais, S.A.<br />

Rua de Tomar, n.º 80<br />

2495-185 Santa Catari<strong>na</strong> da Serra<br />

t. 244 749 100<br />

e. geral@biosmart.pt<br />

w. www.biosmart.pt<br />

BNP Paribas<br />

Rua Galileu Galilei, Nº2, 13º Piso<br />

1500-392 Lisboa<br />

t. 217 910 200<br />

e. geral@bnpparibas.pt<br />

w. www.bnpparibas.pt<br />

Bondalti Chemicals, S.A<br />

Lagoas Park-Edifício 6, 2º B<br />

2740-244 Porto Salvo<br />

t. 210 058 600<br />

e. bondalti@bondalti.com<br />

w. www.bondalti.com<br />

Bondstone Asset Ma<strong>na</strong>gement, Lda<br />

Rua Castilho, Nº 39, 10B<br />

1250-068 Lisboa<br />

t. 211 349 157<br />

e. info@bondstone.com<br />

w. www.bondstone.com<br />

Banco Bpi S.A<br />

Avenida da Boavista, 1117<br />

4100-129 Porto<br />

t. 707 020 500<br />

e. bancobpi@mail.bancobpi.pt<br />

w. www.bancobpi.pt<br />

Brisa Auto-Estradas de Portugal, S.A<br />

Quinta da Torre da Aguilha<br />

Edifício Brisa<br />

2789-522 São Domingos de Ra<strong>na</strong><br />

t. 210 730 300<br />

e. servico.cliente@brisa.pt<br />

w. www.brisa.pt<br />

Caixa Geral de Depositos S.A<br />

Avenida João Xxi, Nº 63<br />

1000-300 Lisboa<br />

t. 707 242 424<br />

e. cgd@cgd.pt<br />

w. www.cgd.pt<br />

Casais<br />

Engenharia e Construção, S.A<br />

R do Anjo 27<br />

4700-565 Mire de Tibães<br />

t. 218 959 014<br />

e. casais@casais.pt<br />

w. www.casais.pt<br />

CELPA<br />

Associação da Indústria Papeleira<br />

Rua Marquês Sá da Bandeira, 74 - 2.º<br />

1069-076 Lisboa<br />

t. 217 611 510<br />

e. celpa@celpa.pt<br />

w. www.celpa.pt<br />

Cimpor<br />

Indústria de Cimentos S.A<br />

Avª Jos<strong>é</strong> Malhoa, Nº22, Pisos 6 A 11<br />

1099-020 Lisboa<br />

t. 213 118 100<br />

e. geral@cimpor.com<br />

w. www.cimpor.pt<br />

Cms, Lda<br />

Rua do Pinhal Novo, Nº 49<br />

2845-256 Amora<br />

t. 210 958 100<br />

e. geral@@cmsportugal.com<br />

w. www.cms.law<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

69<br />

Deloitte Technology, S.A<br />

Avenida Engenheiro Duarte Pacheco,<br />

Nº 7<br />

1070-100 Lisboa<br />

t. 210 422 500<br />

e. pt@deloitte.com<br />

w. www2.deloitte.com<br />

E-CYCLE<br />

Associação de Produtores de EEE<br />

Rua dos Plátanos, 197, Ed. AIMMAP<br />

4100-414 Porto<br />

t. 934 750 131<br />

e. geral@e-cycle.pt<br />

w. www.e-cycle.pt<br />

A Altri integra o PSI da Bolsa de Valores<br />

de Lisboa, sendo um produtor<br />

europeu de referência no setor das<br />

fibras celulósicas, com 3 fábricas<br />

– Celbi, Caima e Biotek – com uma<br />

capacidade anual nomi<strong>na</strong>l superior<br />

a 1 milhão de toneladas. Atrav<strong>é</strong>s da<br />

cogeração industrial de base renovável<br />

<strong>é</strong> excedentária <strong>na</strong> produção<br />

de energia el<strong>é</strong>trica. Gere ainda cerca<br />

de 88.3 mil hectares de área florestal<br />

certificada, sendo que 10%<br />

são áreas de conservação.<br />

CONTACTOS<br />

BOARD<br />

Jos<strong>é</strong> Pi<strong>na</strong><br />

CEO<br />

Carlos Van Zeller<br />

Vice-CEO; COO<br />

Miguel Silva<br />

CFO<br />

João Pereira<br />

Administrador Comercial<br />

Miguel Silveira<br />

Administrador Florestal<br />

Sofia Reis Jorge<br />

Administradora <strong>Sustentabilidade</strong>,<br />

Risco, Comunicação, Pessoas e<br />

Talento<br />

Rua Manuel Pinto de Azevedo, 818 / 4100-320 Porto, Portugal<br />

+351 228 346 502<br />

E. sede@altri.pt<br />

Companhia das Lezirias S.A<br />

Largo 25 de Abril, 17<br />

2135-318 Samora Correia<br />

t. 263 650 600<br />

e. lezirias@cl.pt<br />

w. www.cl.pt<br />

Consulai, Consultoria Agro-Industrial<br />

Lda<br />

Rua Fer<strong>na</strong>ndo Namora, Nº 28, 1º Esq.<br />

7800-502 Beja<br />

t. 284 098 214<br />

e. mkt_team@consulai.com<br />

w. www.consulai.pt<br />

Cortadoria Nacio<strong>na</strong>l de Pêlo S.A<br />

Avenida 1º de Maio, 64<br />

3700-227 São João da Madeira<br />

t. 256 815 030<br />

e. mail@cortadoria.pt<br />

w. www.cortadoria.pt<br />

Cp - Comboios de Portugal, Epe<br />

Calçada do Duque, Nº 14<br />

1249-109 Lisboa<br />

t. 808 109 110<br />

e. cp@cp.pt<br />

w. www.cp.pt<br />

Cr<strong>é</strong>dito Agrícola, SGPS S.A<br />

Rua Castilho, Nº S 233/233-A<br />

1099-004 Lisboa<br />

t. 213 809 900<br />

e. geral@creditoagricola.pt<br />

w. www.creditoagricola.pt<br />

Ctt - Correios de Portugal S.A<br />

Avenida Dom João II, Nº 13<br />

1999-001 Lisboa<br />

t. 210 471 616<br />

e. geral@ctt.pt<br />

w. www.ctt.pt<br />

Cuf, S.A<br />

Av. do Forte, N.º 3, Ed. Su<strong>é</strong>cia III, Piso 2<br />

2790-071 Car<strong>na</strong>xide<br />

t. 211 527 866<br />

e. info@cuf.pt<br />

w. www.cuf.pt<br />

CVR - Centro para a Valorização de<br />

Resíduos<br />

Campus de Azur<strong>é</strong>m da Univ. do Minho<br />

4800-058 Guimarães<br />

t. 253 510 020<br />

e. geral@cvresiduos.pt<br />

w. www.cvresiduos.pt<br />

Delta Caf<strong>é</strong>s<br />

Avenida Calouste Gulbenkian, 15<br />

7370-025 Campo Maior<br />

t. 218 624 700<br />

e. ambiente@delta-cafes.pt<br />

w. www.grupo<strong>na</strong>beiro.com<br />

DLA Piper ABBC<br />

Largo de São Carlos, nº 3<br />

1200-410 Lisboa<br />

t. 213 583 620<br />

e. dlapiperabbc@dlapiper.com<br />

w. dlapiper.com<br />

Dstelecom, S.A<br />

Rua dos Pitancinhos<br />

4700-727 Braga<br />

t. 253 009 910<br />

e. euquerofibra@dstelecom.pt<br />

w. www.dstelecom.pt<br />

ECOGESTUS - Resíduos, Estudos e<br />

Soluções, Lda.<br />

Rua D. Afonso IV, 23<br />

3080-328 Figueira da Foz<br />

t. 233 109 034<br />

e. contacto@ecogestus.com<br />

w. www.ecogestus.com/pt<br />

Ecoib<strong>é</strong>ria - Reciclados Ib<strong>é</strong>ricos, SA<br />

Travessa Sebastião Fer<strong>na</strong>ndes, n.º 60 -<br />

Ribeirão<br />

4760-706 Vila Nova Famalicão<br />

t. 252 372 462<br />

e. info@ecoiberia.pt<br />

w. www.ecoiberia.pt/<br />

ECOMETAIS - Sociedade de Tratamento<br />

e Reciclagem, SA<br />

Avenida da Siderurgia Nacio<strong>na</strong>l, 1<br />

Edifício Sn<br />

2840-075 Aldeia de Paio Pires<br />

t. 212 275 500<br />

e. ecometais@ecometais.com<br />

w. www.valorcar.pt<br />

Ecosativa - Consultoria Ambiental, Lda<br />

Urbanização Pinhal do Moinho, Lote<br />

11 - 1º F<br />

7645-294 Vila Nova de Milfontes<br />

t. 283 959 906<br />

e. info@ecosativa.pt<br />

w. www.ecosativa.pt<br />

Edia - Empresa de Desenvolvimento<br />

e Infra-Estruturas do Alqueva S.A<br />

Rua Zeca Afonso, Nº 2<br />

7800-522 Beja<br />

t. 266 569 257<br />

e. edia@edia.pt<br />

w. www.edia.pt<br />

EDP<br />

Gestão da Produção da Energia, S.A<br />

Av. 24 de Julho, 12<br />

1249-800 Lisboa<br />

t. 210 012 500<br />

e. edpproducao@edp.pt<br />

w. www.edp.com<br />

Efacec Engenharia e Sistemas, S.A<br />

Parque Empresarial Arroteia Poente<br />

4466-952 S. Mamede de Infesta ·<br />

t. 229 562 300<br />

e. sgps@efacec.pt<br />

w. www.efacec.pt<br />

EGEO Tecnologia e Ambiente SA<br />

R. 25 de Abril 1, Qnt. da Francelha de Baixo<br />

2685-368 Prior Velho<br />

t. 211 556 000<br />

e. geral@egeo.pt<br />

w. www.egeo.pt<br />

Electrão<br />

Associação de Gestão de Resíduos<br />

Restelo Business Center, Bloco 5 - 4A<br />

Av. Ilha da Madeira, 35<br />

1400-203 Lisboa<br />

t. 214 169 020<br />

e. geral@electrao.pt<br />

w. www.electrao.pt<br />

Empresa Municipal de Ambiente do<br />

Porto, E.M., SA<br />

Rua de S. Dinis, 249<br />

4250-434 Porto<br />

t. 228 348 770<br />

e. geral@portoambiente.pt<br />

w. www.portoambiente.pt<br />

Endesa Energia S.A.<br />

Qnt. da Fonte, Ed. D. Manuel I, Piso 0, Ala B<br />

2770-203 Paço de Arcos<br />

t. 800 10 10 33<br />

e. geral@endesa.pt<br />

w. www.endesa.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


70 \\ DIRETÓRIO \\<br />

DAIKIN: UM FORTE ALIADO<br />

RUMO À DESCARBONIZAÇÃO<br />

A Daikin <strong>é</strong> o único fabricante envolvido<br />

em todas as vertentes do fabrico,<br />

vendas e assistência de uma<br />

vasta gama de soluções de AVAC&R.<br />

Com um portefólio completo de produtos<br />

e soluções, a Daikin responde<br />

às necessidades dos clientes sem<br />

esquecer o seu compromisso de desenvolver<br />

sistemas de aquecimento<br />

mais eficientes e sustentáveis com<br />

recurso a energias renováveis.<br />

Presença global 145 países<br />

Em Portugal desde novembro de 2004<br />

Colaboradores 104<br />

CONTACTOS<br />

ATIVIDADE BASE<br />

/ Fornecedor de soluções AVAC&R:<br />

aquecimento, ventilação, ar condicio<strong>na</strong>do,<br />

refrigeração e sistemas hidrónicos<br />

(chillers e ventiloconvectores)<br />

/ Prestador de Serviços: Aluguer de<br />

chillers, Sistemas de Gestão e Controlo,<br />

Manutenção & Assistência<br />

BOARD<br />

Yvonne Brierley<br />

Ma<strong>na</strong>ging Director Daikin Portugal<br />

Daikin Airconditioning Portugal S.A<br />

Sede Lisboa Edifício D. Maria I, Piso 0, Ala A/B - Quinta da Fonte, 2770-229 Paço de Arcos<br />

T. +351 214 268 700 // F. +351 214 262 294<br />

Deleg. Norte Rua B – Zo<strong>na</strong> Industrial da Varziela, Lote 50 e 51 - Árvore | 4480-620 V. do Conde<br />

T. +351 214 268 790<br />

Enhidrica, Consultores de Engenharia<br />

Ambiental, Lda<br />

Rua Dr. Carlos Pires Felgueiras, 98 - 3º E<br />

4470-157 Maia<br />

t. 229 414 445<br />

e. enhidrica@enhidrica.com<br />

w. www.enhidrica.com<br />

ERP Portugal<br />

Associação Gestora de Resíduos<br />

Rua D. Dinis Bordalo Pinheiro, 467 B<br />

2645-539 Alcabideche<br />

t. 219 119 630<br />

e. info@erp-portugal.pt<br />

w. www.erp-recycling.pt<br />

ESGRA<br />

Associação para a Gestão de Resíduos<br />

Rua Rodrigues Sampaio, 19 5º A<br />

1150 - 278 Lisboa<br />

t. 214 240 221<br />

e. geral@esgra.pt<br />

w. www.esgra.pt<br />

Eurest (Portugal)<br />

Av. da Quinta Grande, Ed. Prime 53, 6 º<br />

2610-156 Amadora<br />

t. 217 913 600<br />

e. geral@eurest.pt<br />

w. www.eurest.pt<br />

E. info@daikin.pt // W. www.daikin.pt<br />

Euro Separadora Environment and<br />

Recycling S.A.<br />

Rua das Fontainhas, 48<br />

4730-020 Braga<br />

t. 253 380 020<br />

e. geral@euroseparadora.pt<br />

w. www.euroseparadora.pt<br />

Euronext Lisbon - Sociedade Gestora<br />

De Mercados Regulamentados, S.A.<br />

Av. da Liberdade, n.º 196 - 7º<br />

1250-147 Lisboa<br />

t. 210 600 600<br />

e. geral@euronext.pt<br />

w. www.euronext.com<br />

Evertis Ib<strong>é</strong>rica, SA<br />

Quinta S. Vicente EN 246<br />

7300-436 Portalegre<br />

t. 245 339 200<br />

e. evertis@evertis.com<br />

w. www.evertis.com/pt<br />

Ernst & Young S.A<br />

Av Republica 90-3<br />

1649-024 Lisboa<br />

t. 217 957 590<br />

e. info@ey.com<br />

w. www.ey.com<br />

Fapil - Indústria, SA<br />

R. Alto do Matoutinho, n.º 5 - Apartado 8<br />

2669-909 Malveira<br />

t. 219 828 008<br />

e. geral@fapil.pt<br />

w. www.fapil.pt<br />

FEUP - Faculdade de Engenharia da<br />

Universidade do Porto<br />

Rua Dr. Roberto Frias<br />

4200-465 PORTO<br />

t. 225 081 411<br />

e. incoming@fe.up.pt<br />

w. www.fe.up.pt<br />

Finerge, S.A<br />

Avenida D. Afonso Henriques, 1345<br />

4450-017 Matosinhos<br />

t. 226 080 180<br />

e. info.geral@finerge.pt<br />

w. www.finerge.pt<br />

FLEXDEAL SIMFE S.A<br />

Rua Dr. Francisco Torres N.78<br />

4750-160 Barcelos<br />

t. 707 913 780<br />

e. INFO@FLEXDEAL.PT<br />

w. www.flexdeal.pt<br />

FREETILIZER, Com<strong>é</strong>rcio de Equipamentos<br />

e Serviços Integrados, Lda.<br />

Rua do Rio Novo, n.º 450<br />

4495-145 Póvoa de Varzim<br />

t. 252 240 490<br />

e. geral@pipemasters.pt<br />

w. www.pipemasters.pt<br />

Fujitsu Technology Solutions, Lda<br />

Avª. Col<strong>é</strong>gio Militar, Nº 37-F, 3º Piso<br />

1500-564 Lisboa<br />

t. 217 244 444<br />

e. info@fujitsu.com<br />

w. www.fujitsu.com/pt/<br />

Gestamp Aveiro, SA<br />

Zo<strong>na</strong> Industrial<br />

3701-905 Nogueira do Cravo<br />

t. 256 861 100<br />

e. gestampaveiro@gestamp.com<br />

w. gestamp.com<br />

Gintegral - Gestão Ambiental, SA<br />

Rua Avelino Barros, 282<br />

4490-479 Póvoa de Varzim<br />

t. 252 688 444<br />

e. geral.gintegral@gintegral.pt<br />

w. www.gintegral.pt<br />

Greenvolt - Energias Renováveis, S.A<br />

Rua Manuel Pinto de Azevedo, Nº 818<br />

4100-320 Porto<br />

t. 228 346 502<br />

e. sede@greenvolt.pt<br />

w. www.greenvolt.pt<br />

Grosvenor House Of Investments, Scr, S.A<br />

Avenida da Liberdade, 129-B, Sala 7<br />

1250-140 Lisboa<br />

t. 213 261 598<br />

e. customerenquiries@grosvenor.com<br />

w. www.grovesnor.com<br />

Hovione Farmaciência S.A<br />

Quinta São Pedro - Sete Casas<br />

2674-506 Loures<br />

t. 219 829 000<br />

e. hello@hovione.com<br />

w. www.hovione.com<br />

Hychem, Química Sustentável, S.A<br />

Rua Engenheiro Cl<strong>é</strong>ment Dumoulin<br />

2625-106 Póvoa de Santa Iria<br />

t. 219 534 000<br />

e. geral@hychem.com<br />

w. www.hychem.pt<br />

Indaver Portugal, SA<br />

Rua Central Park, Edifício 2 - 4º andar C<br />

2795-242 Linda-a-Velha<br />

t. 219 405 039<br />

e. info@indaver.pt<br />

w. www.indaver.pt<br />

Inspire IT - Invisiblepixel, Lda.<br />

Avenida do Cristo Rei, 7 - 7º Esq.<br />

2800-055 Almada<br />

t. 917 087 589<br />

e. info@inspireit.pt<br />

w. www.inspireit.pt<br />

Interecycling, Sociedade de Reciclagem,<br />

SA<br />

Zo<strong>na</strong> Industrial do Lajedo, Apartado 8<br />

3465-157 Santiago de Besteiros<br />

t. 232 857 040<br />

e. info@interecycling.com<br />

w. www.interecycling.com<br />

ISQ<br />

Instituto de Soldadura e Qualidade<br />

Av. Prof. Cavaco Silva, 33 Taguspark<br />

2740-120 Porto Salvo<br />

t. 214 228 100<br />

e. info@isq.pt<br />

w. www.isq.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

71<br />

FOCO NA INOVAÇÃO<br />

E RESPONSABILIDADE SOCIAL<br />

A Jaba Recordati <strong>é</strong> considerada<br />

uma das companhias mais inovadoras<br />

no mercado ambulatório. Todos<br />

os nossos colaboradores, estão<br />

comprometidos com a missão e<br />

partilham os nossos valores, desenvolvendo<br />

uma cultura de rigor <strong>é</strong>tico<br />

e científico, bem como de responsabilidade<br />

social, que confirma a<br />

nossa vocação como empresa de<br />

destaque no panorama da Indústria<br />

Farmacêutica. Em 2020 mudámos<br />

de instalações, de forma a ficarmos<br />

mais digitais e sustentáveis. Tamb<strong>é</strong>m<br />

as nossas iniciativas passaram<br />

para o plano digital, fruto do trabalho<br />

da Academia Recordati.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Indústria farmacêutica<br />

BOARD<br />

Nelson Pires<br />

Diretor-geral e administrador da Jaba<br />

Recordati em Portugal e Palop´s<br />

Mercado<strong>na</strong><br />

Irmãdo<strong>na</strong> Supermercados, Lda.<br />

Avenida Padre Jorge Duarte, n.º 123<br />

4430-946 Vila Nova de Gaia<br />

t. 221 201 000<br />

e. sugestoes@mercado<strong>na</strong>.com<br />

w. www.mercado<strong>na</strong>.pt<br />

Metropolitano de Lisboa, E.P.E<br />

Avenida Fontes Pereia de Melo, 28<br />

1050-122 Lisboa<br />

t. 213 500 115<br />

e. atendimento@metrolisboa.pt<br />

w. www.metrolisboa.pt<br />

Millenium BCP<br />

Avenida Jos<strong>é</strong> Malhoa, N 27<br />

1070-157 Lisboa<br />

t. 918 272 424<br />

e. info@millenniumbcp.pt<br />

w. www.millenniumbcp.pt<br />

Novo Banco, S.A<br />

Avenida da Liberdade, Nº 195<br />

1250-142 Lisboa<br />

t. 213 501 000<br />

e. info@novobanco.pt<br />

w. www.novobanco.pt<br />

Novo Verde, Sociedade Gestora de<br />

Resíduos de Embalagem, SA<br />

Rua São Sebastião, n.º 16 - Cabra Figa<br />

2635-448 Rio de Mouro<br />

t. 219 119 630<br />

e. info@novoverde.pt<br />

w. www.novoverde.pt<br />

Ntt Data Portugal, S.A<br />

Edificio Atrium Saldanha, N.º 1, 10.º E/F<br />

1050-094 Lisboa<br />

t. 213 301 020<br />

e. info@nttdata.com<br />

w. www.nttdata.com<br />

CONTACTOS<br />

Av. Jacques Delors, Ed. Inovação 1.2<br />

Piso 0, Taguspark, 2740-122 Porto Salvo<br />

T. +351 214 329 500<br />

E. geral@jaba-recordati.pt // W. www.jaba-recordati.pt/<br />

Mota<br />

Engil, Engenharia e Construção S.A<br />

Casa da Calçada/L do Paço 6<br />

4600-032 Amarante<br />

t. 225 190 300<br />

e. geral@mota-engil.pt<br />

w. www.mota-engil.pt<br />

OVO Solutions, Soluções Ambientais SA<br />

Estrada dos Espanhóis S/N, CCI 7515,<br />

Venda do Alcaide<br />

2955-250 Pinhal Novo<br />

t. 212 328 760<br />

e. geral@ovosolutions.com<br />

w. www.ovosolutions.com<br />

Jerónimo Martins, SGPS, SA<br />

Rua Actor António Silva, 7<br />

1649-033 Lisboa<br />

t. 217 532 000<br />

e. provedoria@jeronimo-martins.pt<br />

w. www.jeronimomartins.com<br />

Kpmg & Associados - Sociedade<br />

de Revisores Oficiais de Contas S.A<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, Nº 41, 15º<br />

1069-006 Lisboa<br />

t. 210 110 000<br />

e. info@home.kpmg<br />

w. home.kpmg<br />

LIPOR – Serviço Intermunicipalizado de<br />

Gestão de Resíduos do Grande Porto<br />

Rua da More<strong>na</strong>, 805<br />

4435-746 Baguim do Monte<br />

t. 229 770 100<br />

e. info@lipor.pt<br />

w. www.lipor.pt<br />

Maiambiente, EM<br />

Rua 5 de Outubro, 359<br />

4475-302 Milheirós<br />

t. 800 202 639<br />

e. geral@maiambiente.pt<br />

w. www.maiambiente.pt<br />

Neutroplast, Indústria de Embalagens, SA<br />

Z. Industrial, Casal da Espinheira, Lt. 10<br />

2590-057 Sobral Monte Agraço<br />

t. 261 940 100<br />

e. neutroplast@neutroplast.com<br />

w. www.neutroplast.com<br />

Nextbitteam<br />

Business Technologies, SA<br />

Rua Tierno Galvan Torre 3, 7º Piso<br />

1070-074 Lisboa<br />

t. 211 347 042<br />

e. info@nextbitt.com<br />

w. www.nextbitt.com<br />

PLMJ Advogados SP, RL<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 43<br />

1050-119 Lisboa<br />

t. 213 197 300<br />

e. plmjlaw@plmj.pt<br />

w. www.plmj.com/pt/<br />

Prio Energy, S.A<br />

Termi<strong>na</strong>l de Gra<strong>na</strong>is Líquidos, Lote B,<br />

Porto de Aveiro<br />

3834-908 Ílhavo<br />

t. 234 393 090<br />

e. info@prioenergy.com<br />

w. www.prioenergy.com<br />

Lactogal - Produtos Alimentares S.A<br />

R. do Campo Alegre, Nº 830, 4º A 7º<br />

4150-171 Porto<br />

t. 226 070 000<br />

e. geral@lactogal.pt<br />

w. www.lactogal.pt<br />

Manpowergroup Portugal SGPS, S.A<br />

Rua Tomás da Fonseca, Torre G, Piso 15<br />

1600-209 Lisboa<br />

t. 300 032 623<br />

e. info@manpowergroup.pt<br />

w. www.manpowergroup.pt<br />

Nhood Portugal<br />

R. Artilharia 1, nº 51, Páteo Bagatela Ed. 3<br />

1250-038 Lisboa<br />

t. 210 537 815<br />

e. news@nhood.pt<br />

w. www.nhood.pt<br />

Pwc<br />

Palácio SottoMayor, R. Sousa Martins, 1-3º<br />

1069-316 Lisboa<br />

t. 213 599 000<br />

e. www.pwc.pt<br />

w. www.pwc.pt<br />

Lidl & Companhia<br />

Rua P<strong>é</strong> de Mouro, n.º 18 - Linhó<br />

2714-510 Sintra<br />

t. 219 102 254<br />

e. sustentabilidade@lidl.pt<br />

w. www.lidl.pt<br />

Megasa, Com<strong>é</strong>rcio de Prod. Siderúrgicos Lda<br />

Estrada Nacio<strong>na</strong>l 10-2<br />

2840-075 Aldeia de Paio Pires<br />

t. 212 278 500<br />

e. info@megasa.com<br />

w. www.megasa.com<br />

Nos Comunicações, S.A<br />

Rua Actor António Silva, Nº 9<br />

1600-404, Lisboa<br />

t. 217 824 700<br />

e. geral@nos.pt<br />

w. www.nos.pt<br />

R3Natura, Lda.<br />

Rua do Monte, Centro de Neg. de Oleiros<br />

4730-325 Vila Verde<br />

t. 253 320 110<br />

e. info@r3<strong>na</strong>tura.pt<br />

w. www.r3<strong>na</strong>tura.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


72<br />

\\ DIRETÓRIO \\<br />

A REN estabeleceu uma estrat<strong>é</strong>gia<br />

alinhada com os 17 objetivos de desenvolvimento<br />

sustentável das Nações<br />

Unidas, que tem sido aplicada<br />

pela empresa em todas as suas áreas<br />

de atividade. Para al<strong>é</strong>m da proteção<br />

do ambiente, uma das faces visíveis<br />

das ações da REN, a empresa compromete-se<br />

com o bem-estar interno<br />

dos seus colaboradores, assim como<br />

o envolvimento e respeito por todas<br />

as partes interessadas que com ela<br />

operam e trabalham, aplicando as<br />

melhores práticas de <strong>é</strong>tica e gover<strong>na</strong>nça<br />

no dia-a-dia da empresa.<br />

BOARD<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Transporte de eletricidade em muito<br />

alta tensão e gestão t<strong>é</strong>cnica global do<br />

Sistema El<strong>é</strong>trico Nacio<strong>na</strong>l;<br />

/ Transporte de gás <strong>na</strong>tural em alta<br />

pressão e gestão t<strong>é</strong>cnica global do<br />

Sistema Nacio<strong>na</strong>l de Gás Natural, garantindo<br />

a receção, armaze<strong>na</strong>mento<br />

e regaseificação de GNL, e o armaze<strong>na</strong>mento<br />

subterrâneo de gás <strong>na</strong>tural.<br />

Rodrigo Costa Presidente da Comissão Executiva // João Faria Conceição<br />

Administrador Executivo // Gonçalo Morais Soares Administrador Executivo<br />

CONTACTOS<br />

Av. dos Estados Unidos da Am<strong>é</strong>rica, 55 - 1749-061 Lisboa, Portugal<br />

+351 210 013 500<br />

Rduz - Gestão Global de Resíduos, S.A<br />

Zo<strong>na</strong> Industrial Argvai Lotes 4, 5, 6 e 22<br />

4490-232 Póvoa de Varzim<br />

t. 252 622 495<br />

e. geral@rduz.pt<br />

w. www.rduz.pt<br />

Recivalongo - Gestão de Resíduos, Lda<br />

Vale da Cobra, S/N Apartado 54<br />

4440-339 Valongo<br />

t. 224 154 663<br />

e. recivalongo@recivalongo.pt<br />

w. www.recivalongo.pt<br />

Recypolym, Lda.<br />

Z.I.M. Adiça<br />

3460-070 Tondela<br />

t. 232 816 007<br />

e. info@recypolym.com<br />

w. www.recypolym.com<br />

Repsol Portuguesa, Lda<br />

Avenida Jos<strong>é</strong> Malhoa, Nº 16<br />

1099-091 Lisboa<br />

t. 213 119 000<br />

e. repsolmovept@repsol.com<br />

w. www.repsol.pt<br />

Residuos do Nordeste, Eim, S.A<br />

Rua Fundação Calouste Gulbenkian<br />

5370-340 Mirandela<br />

t. 278 201 570<br />

e. geral@residuosdonordeste.pt<br />

w. www.residuosdonordeste.pt<br />

Rovensa, S.A<br />

Alameda dos Oceanos, lote 1.06.1.1 D, 3.º A<br />

1990-207 Lisboa<br />

t. 213 222 750<br />

e. info@rovensa.com<br />

w. www.rovensa.com<br />

Sacentro - Com<strong>é</strong>rcio de Têxteis, SA<br />

Estr. Octácio Pato, Nº 177, Ed. A, Arm. 3<br />

2785-723 Cascais<br />

t. 210 046 870<br />

e. customercare@sacoor.com<br />

w. www.sacoor.com<br />

Saica Natur Portugal Lda.<br />

Rua da Bracieira, n.º 31 - Parque Industrial<br />

do Batel<br />

2890-161 Alcochete<br />

t. 212 348 800<br />

e. web.<strong>na</strong>tur@saica.com<br />

w. www.saica.com<br />

Saint - Gobain Portugal, S.A<br />

Rua da Carreira Branca, Zo<strong>na</strong> Industrial<br />

de Taboeira<br />

3800-055 Aveiro<br />

t. 234 101 010<br />

e. info.portugal@saint-gobain.com<br />

w. www.saint-gobain.pt<br />

Sair da Casca<br />

Praça Marquês de Pombal, nº14<br />

1250-162 Lisboa<br />

t. 213 558 296<br />

e. sdc@sairdacasca.com<br />

w. www.sairdacasca.com<br />

Santander Totta, S.A<br />

Rua Áurea, Nº 88<br />

1100-063 Lisboa<br />

t. 217 807 364<br />

e. netbancoparticulares@santander.pt<br />

w. www.santander.pt<br />

Savan<strong>na</strong>h<br />

Rua Jos<strong>é</strong> Eigenmann, 90 Nogueira<br />

4715 – 199 Braga<br />

t. 253 614 878<br />

e. joa<strong>na</strong>.prazeres@savan<strong>na</strong>hresources.pt<br />

w. mi<strong>na</strong>dobarroso.com<br />

Savills Portugal<br />

Mediação Imobiliária, Lda<br />

Avenida Miguel Bombarda, 4 - 7º Piso<br />

1000-208 Lisboa<br />

t. 213 139 000<br />

e. info@savills.pt<br />

w. www.savills.pt<br />

SAVINOR<br />

Sociedade Avícola do Norte, SA<br />

Rua Cancela Vermelha, 450<br />

4785-011 Trofa<br />

t. 229 865 250<br />

e. avinor.uts@sojadeportugal.pt<br />

w. www.savinoruts.pt<br />

Schneider Electric<br />

Av. do Forte nº 3 Edifício Su<strong>é</strong>cia III Piso 3<br />

2794-038 Car<strong>na</strong>xide<br />

t. 217 507 300<br />

e. info@se.com<br />

w. www.se.com/pt/pt/<br />

Schr<strong>é</strong>der Ilumi<strong>na</strong>ção S.A<br />

Rua da Fraternidade Operária 3 A<br />

2794-089 Car<strong>na</strong>xide<br />

t. 214 242 600<br />

e. comunicacao@schreder.pt<br />

w. pt.schreder.com<br />

SGS ICS Serviços Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de<br />

Certificação, Lda.<br />

Rua Cesi<strong>na</strong> Adães Bermudes, Lote 11,<br />

N.º 1<br />

1600-604 Lisboa<br />

t. 217 104 200<br />

e. pt.info@sgs.com<br />

w. www.sgs.pt<br />

Siemens S.A<br />

R Irmãos Siemens Nº 1-1 A Venteira<br />

2720-093 Amadora<br />

t. 214 178 000<br />

e. internetrequest.pt@siemens.com<br />

w. www.siemens.com<br />

Signinum, Gestão de Património<br />

Cultural Lda<br />

Rua do Lagar nº32<br />

4845-024, Rio Caldo<br />

t. 253 944 044<br />

e. signinum@signinum.pt<br />

w. www.signinum.pt<br />

Silvex Indústria de Plásticos<br />

e Pap<strong>é</strong>is, SA<br />

Quinta da Brasileira lote 10<br />

2130-999 Be<strong>na</strong>vente<br />

t. 263 519 180<br />

e. comercial@silvex.pt<br />

w. www.silvex.pt<br />

Sirplaste<br />

Sociedade Industrial de Recuperados<br />

de Plástico, SA<br />

Urbanização Industrial da Santeira, LT<br />

76, n.º 16 - Santeira<br />

2480-410 Porto de Mós<br />

t. 244 870 073<br />

e. sirplaste@sirplaste.pt<br />

w. www.sirplaste.pt<br />

Sogrape Vinhos, S.A<br />

Rua 5 de Outubro, 4527<br />

4430-809 Avintes<br />

t. 227 850 300<br />

e. sogrape@sogrape.com<br />

w. sogrape.com<br />

Soja de Portugal, SGPS, SA.<br />

EN 109 - Lugar da Pardala<br />

3880-728 São João OVR<br />

t. 256 581 100<br />

e. geral@sojadeportugal.pt<br />

w. www.sojadeportugal.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


\\ DIRETÓRIO \\<br />

73<br />

Somincor<br />

Sociedade Mineira de Neves-Corvo, S.A<br />

Santa Bárbara de Padrões, Apartado 12<br />

7780-409 Castro Verde<br />

t. 286 689 000<br />

e. geral.somincor@lundinmining.com<br />

w. somincor.com.pt<br />

SOPINAL - Indústria de Equipamentos e<br />

Contentores, S.A.<br />

Rua do Vale da Relva, 188, Relva, Vila Chã<br />

3730-657 Vale de Cambra<br />

t. 256 410 770<br />

e. sopi<strong>na</strong>l@sopi<strong>na</strong>l.pt<br />

w. www.sopi<strong>na</strong>l.pt<br />

SPV , Sociedade Gestora de Resíduos<br />

de Embalagens, SA<br />

Edifício Infante D. Henrique, Rua João<br />

Chagas, 53 - 1º Dto<br />

1495-764 Cruz Quebrada<br />

t. 210 102 400<br />

e. info@pontoverde.pt<br />

w. www.pontoverde.pt<br />

Stericycle Portugal Lda.<br />

Rua Fer<strong>na</strong>ndo Pessoa, n.º 8 C<br />

2560-241 Torres Vedras<br />

t. 261 320 300<br />

e. ambimed@ambimed.pt<br />

w. www.stericycleportugal.pt<br />

Super Bock Bebidas, S.A.<br />

Via Norte Leça do Balio - Apartado 1044<br />

4465-955 S. Mamede de Infesta<br />

t. 229 052 100<br />

e. apoio.clientes@superbockgroup.com<br />

w. www.superbock.pt<br />

Tabaqueira<br />

Empresa Industrial de Tabacos, S.A<br />

Avª Alfredo da Silva, Nº 35<br />

2639-002 Rio de Mouro<br />

t. 219 157 700<br />

e. tabaqueira@tabaqueira.pt<br />

w. www.tabaqueira.pt<br />

Tecnoplano<br />

Tecnologia e Planeamento S.A<br />

Av. João Crisóstomo, Nº 54 B<br />

1050-128 Lisboa<br />

t. 21 358 1960<br />

e. geral@tecnoplano.pt<br />

w. www.tecnoplano.pt<br />

The Navigator Company, S.A<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 27<br />

1050-117 Lisboa<br />

t. 219 017 300<br />

e. info@the<strong>na</strong>vigatorcompany.com<br />

w. www.the<strong>na</strong>vigatorcompany.com<br />

Tratolixo, Tratamento de Resíduos<br />

Sólidos, EIM, SA<br />

Ecoparque da Trajouce, Estr. 5 de Junho, nº 1<br />

2785-155 São Domingos de Ra<strong>na</strong><br />

t. 214 459 500<br />

e. residuos@tratolixo.pt<br />

w. www.tratolixo.pt<br />

Trivalor, Sociedade Gestora de<br />

Participações Sociais, S.A.<br />

Av. Infante Santo, 21 A<br />

1350-177 Lisboa<br />

t. 210 420 083<br />

e. trivalor@trivalor.pt<br />

w. www.trivalor.pt<br />

Universidade Católica Portuguesa<br />

(Porto)<br />

Rua Diogo de Botelho, 1327<br />

4169-005 Porto<br />

t. 226 196 200<br />

e. comunicacao@porto.ucp.pt<br />

w. www.porto.ucp.pt<br />

Universidade de Aveiro<br />

Campus Universitário de Santiago<br />

3810-193 Aveiro<br />

t. 234 370 200<br />

e. geral@ua.pt<br />

w. www.ua.pt<br />

Universidade de Coimbra<br />

Reitoria da Universidade<br />

de Coimbra, Paço das Escolas<br />

3004-531 Coimbra<br />

t. 234 370 200<br />

e. gbreitor@uc.pt<br />

w. www.uc.pt<br />

Universidade de Trás-os-Montes<br />

e Alto Douro<br />

Quinta de Prados<br />

5000-801 Vila Real<br />

t. 259 350 000<br />

e. reitor@utad.pt<br />

w. www.utad.pt<br />

Universidade do Minho<br />

Largo do Paço<br />

4704-553 Braga<br />

t. 253 601 106<br />

e. sec.reitor@reitoria.uminho.pt<br />

w. www.uminho.pt<br />

Valorcar, Sociedade de Gestão<br />

de Veículos em Fim de Vida, Lda.<br />

Av. Torre de Bel<strong>é</strong>m, 29<br />

1400-342 Lisboa<br />

t. 213 011 766<br />

e. valorcar@valorcar.pt<br />

w. www.valorcar.pt<br />

Valorpneu<br />

Sociedade de Gestão de<br />

Pneus Lda<br />

Avª Torre de Bel<strong>é</strong>m, 29<br />

1400-342 Lisboa<br />

t. 213 032 303<br />

e. valorpneu@valorpneu.pt<br />

w. www.valorpneu.pt<br />

Verallia Portugal, S.A.<br />

Rua da Vidreira, 68<br />

3090-641 Figueira da Foz<br />

t. 233 403 100<br />

e. info@verallia.com<br />

w. pt.verallia.com<br />

Vieira De Almeida e Associados,<br />

Sociedade de Advogados<br />

Rua D. Luís I, 28<br />

1200-151 Lisboa<br />

t. 213 113 400<br />

e. lisboa@vda.pt<br />

w. www.vda.pt<br />

Vinci Energies Portugal, S.A<br />

Edificio Atlantis, avenida D. João II,<br />

Nº 44 C, 5º Andar<br />

1990-095 Lisboa<br />

t. 214 258 000<br />

e. geral@vinci-energies.pt<br />

w. www.vinci-energies.pt<br />

Vitrus Ambiente EM SA<br />

Av. Cónego Gaspar Estaço n.º 606<br />

4810-266 Guimarães<br />

t. 253 424 740<br />

e. geral@vitrusambiente.pt<br />

w. www.vitrusambiente.pt<br />

Vodafone Portugal<br />

Comunicações Pessoais S.A<br />

Avenida Dom João II, Nº 36, 8º<br />

1998-017 Lisboa<br />

t. 911 691 300<br />

e. info@vodafone.pt<br />

w. www.vodafone.pt<br />

W2V, SA<br />

Rua das Alminhas, 900<br />

4810-608 Guimarães<br />

t. 253 092 334<br />

e. fcastro@w2v.pt<br />

w. w2v.pt<br />

Waste To Me Lda.<br />

Av. 25 Abril nº 61 C<br />

2840-400 Torre da Marinha<br />

t. 216 065 895<br />

e. geral@wastetome.com<br />

w. www.wastetome.com<br />

XZ Consultores SA<br />

Rua da Cruz, 3A, Loja J<br />

4705-406 Celeirós<br />

t. 253 257 007<br />

e. geral@xzconsultores.pt<br />

w. www.xzconsultores.pt<br />

Zor Thermal<br />

Advanced Products Portugal<br />

Rua Eng. Frederico Ulrich 3210<br />

Piso 2, Sala 214<br />

4470-605 Maia<br />

t. 229 538 567<br />

e. aa@zor-thermal.com<br />

w. zor-thermal.com<br />

Gostava de ver<br />

a sua empresa<br />

aqui listada?<br />

Envie-nos as suas<br />

informações para<br />

geral@greensavers.pt<br />

As informações deste diretório foram recolhidas pela Green Savers em maio de 2022. Somos alheios a alterações que possam ter ocorrido, ou venham a ocorrer.<br />

A listagem <strong>é</strong> representativa das companhias a operar em Portugal com forte foco <strong>na</strong> sustentabilidade, mas não inclui a totalidade das empresas existentes.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022


QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE<br />

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