Quem é Quem na Sustentabilidade
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QUEM É QUEM NA<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
I
QUEM É QUEM NA<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
I<br />
2022
Saiba mais em<br />
www.greensavers.pt<br />
A REVISTA QUE<br />
DÁ VOZ A TODOS<br />
OS QUE LUTAM POR<br />
UM MUNDO MAIS<br />
SUSTENTÁVEL
\\ EDITORIAL \\<br />
5<br />
LIDERANÇA PARA A<br />
<strong>Sustentabilidade</strong><br />
As empresas têm um papel fundamental no caminho para se alcançar um futuro mais sustentável<br />
e inclusivo para todos. A integração de crit<strong>é</strong>rios sustentáveis tor<strong>na</strong>-se cada vez mais relevante<br />
e implica mudanças <strong>na</strong>s organizações. Por isso, antes da realização de qualquer estrat<strong>é</strong>gia, <strong>é</strong><br />
importante perceber como <strong>é</strong> que esta afeta cada área da empresa e os benefícios que irão decorrer da sua<br />
implementação. A<strong>na</strong>lisar o ponto de partida e medir emissões, exami<strong>na</strong>r toda a cadeia de valor e reduzir<br />
impactos, investir nos processos e alocar recursos, envolver os colaboradores e criar dinâmicas inter<strong>na</strong>s,<br />
medir os progressos, reportar e certificar são passos fundamentais para uma estrat<strong>é</strong>gia integrada de negócio<br />
bem-sucedida.<br />
“Os líderes de sustentabilidade vão para al<strong>é</strong>m da visão que garante que as iniciativas de sustentabilidade são<br />
executadas”, refere Edward Cone, diretor editorial da Oxford Economics. “Comunicam com os principais<br />
grupos de interesse, dentro e fora das suas empresas, e utilizam tecnologias integradas para medir e acompanhar<br />
o desempenho de forma a favorecer a responsabilidade”, acrescenta o responsável da consultora. No<br />
entanto, ainda há obstáculos a ultrapassar. Segundo um estudo do MIT Sloan, embora 90% dos executivos<br />
achem que o tema <strong>é</strong> importante, ape<strong>na</strong>s 60% das empresas têm uma estrat<strong>é</strong>gia dedicada à sustentabilidade.<br />
Tendo em conta o actual contexto e a crescente preocupação dos líderes portugueses, preparámos uma revista<br />
especial composta por uma análise sobre os desafios e as oportunidades que vão marcar o sector da <strong>Sustentabilidade</strong><br />
em 2022, ao nível da Descarbonização, Economia Circular, Fi<strong>na</strong>nças Sustentáveis, Comunicação,<br />
Cidades, Tecnologia, Igualdade e Diversidade. Temos igualmente um Fórum de Líderes, onde as principais<br />
instituições de diversos setores e os respetivos responsáveis pela sustentabilidade no nosso país explicam a<br />
sua visão sobre o futuro: preservar os recursos <strong>na</strong>turais, contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável, promover a descarbonização, criar um impacto positivo e fazer parte da solução para atingir a<br />
neutralidade climática são metas claras. Da energia ao retalho, os responsáveis estão unidos por uma causa<br />
comum: gerar a mudança e contribuir para um futuro mais sustentável.<br />
Direção Editorial<br />
// FICHA TÉCNICA<br />
DIRETOR GERAL Rog<strong>é</strong>rio Junior • DIRETOR EDITORIAL António Sarmento • COLABORADORES E REDAÇÃO Alexandra Costa, Geórgia Gonçalves, Fer<strong>na</strong>nda M. Reis,<br />
Rita de Oliveira Grossinho, Teresa Cotrim • DIREÇÃO DE COMUNICAÇÃO Marisa Silvestre • DIREÇÃO DE ARTE Sofia Marques • IMAGENS Getty Images • PUBLICIDADE<br />
Mário Serra (mario.serra@greensavers.pt) • PERIODICIDADE Anual • TIRAGEM MÉDIA 15.000 exemplares • PROPRIEDADE | SEDE | EDITOR Green News Editora, LDA,<br />
Rua Cidade de Rabat, 41B, 1500-159 Lisboa, NIPC: 516292412, geral@greensavers.pt • IMPRESSÃO E ACABAMENTO Lidergraf - Sustai<strong>na</strong>ble Printing, Rua do Galhano,<br />
nº15 | 4480-089 Vila do Conde • Revista distribuída gratuitamente com a Green Savers nº 7
6 \\ ÍNDICE \\<br />
8<br />
BARÓMETRO<br />
O Barómetro Europeu do Consumo Cetelem<br />
2022 concluiu que um quarto dos<br />
europeus afirma saber exatamente o que<br />
significa o conceito economia circular.<br />
16<br />
CIDADES INTELIGENTES<br />
Portugal pode ser<br />
uma “Smart Nation“<br />
Temos cidades exemplo a nível europeu,<br />
massa crítica e capacidade tecnológica<br />
para nos destacarmos <strong>na</strong> União Europeia.<br />
24<br />
DESCARBONIZAÇÃO<br />
Podemos ser o país mais<br />
eficiente da União Europeia<br />
A pandemia ajudou a atingir bons resultados,<br />
mas ainda há muito a fazer nos<br />
transportes, indústria e energia.<br />
10<br />
ENTREVISTA<br />
Portugal fez um percurso muito<br />
meritório no que respeita à transição<br />
energ<strong>é</strong>tica<br />
Filipe Duarte Santos, Presidente do<br />
Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Ambiente e Desenvolvimento<br />
Sustentável<br />
20<br />
ECONOMIA CIRCULAR<br />
Aproveitar ao máximo<br />
os recursos<br />
Se <strong>na</strong>da for feito, at<strong>é</strong> 2050, serão precisos<br />
três planeta Terra para providenciar<br />
as necessidades de consumo mundial.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ ÍNDICE \\<br />
7<br />
28<br />
ANÁLISE<br />
Portugal, um país<br />
sustentável?<br />
O País definiu o turismo como prioridade.<br />
Mas precisa ir mais al<strong>é</strong>m, abarcar<br />
todos os setores, e, mais do que isso,<br />
passar da intenção à ação.<br />
36<br />
FÓRUM DE LÍDERES<br />
1<br />
Qual a importância da <strong>Sustentabilidade</strong><br />
2<br />
para a sua área/setor?<br />
O que a sua empresa está a fazer para tor<strong>na</strong>r<br />
Portugal um país mais sustentável?<br />
30<br />
TECNOLOGIA<br />
O papel da inovação no Desenvolvimento<br />
sustentável<br />
Ape<strong>na</strong>s com a adoção da tecnologia<br />
poderemos acelerar as transformações<br />
das empresas para práticas mais<br />
sustentáveis.<br />
52<br />
DIRETÓRIO<br />
32<br />
FINANÇAS<br />
Investimento sustentável<br />
aumenta em todo o mundo.<br />
Os fundos que cumprem crit<strong>é</strong>rios ambientais,<br />
sociais e de governo das sociedades<br />
(ESG) estão a crescer rapidamente<br />
a nível global e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
Compromisso com<br />
a sustentabilidade<br />
Num mundo em constante mudança, em que os recursos <strong>na</strong>turais estão a tor<strong>na</strong>r-se<br />
escassos e em que se começam a quantificar os impactos negativos das<br />
alterações climáticas, empresários e gestores ganham consciência para o tema<br />
da sustentabilidade e da responsabilidade social.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
8<br />
\\ BARÓMETRO \\<br />
BARÓMETRO<br />
O Barómetro Europeu do Consumo Cetelem 2022 concluiu que um<br />
quarto dos europeus afirma saber exatamente o que significa o conceito<br />
economia circular. E os dados apontam que um número ainda<br />
maior a considera bem desenvolvida no seu país, sublinhando o facto<br />
de estar a evoluir de forma positiva e ben<strong>é</strong>fica, tal como as práticas<br />
que engloba.<br />
Em Portugal, 26% dos inquiridos consideram que a economia circular<br />
está bem desenvolvida no país. Embora 36% dos inquiridos europeus<br />
tenham, em m<strong>é</strong>dia, tamb<strong>é</strong>m a mesma opinião, o número não reflete<br />
as significativas disparidades geográficas. Nos países do Norte <strong>é</strong><br />
onde encontramos aqueles que são mais rápidos a afirmar que a<br />
economia circular está bem desenvolvida nos seus países, nomeadamente,<br />
no Reino Unido e <strong>na</strong> Noruega, onde 1 em cada 2 inquiridos<br />
expressa esta opinião. Os inquiridos a Sul são menos propensos a fazê-lo,<br />
com os búlgaros a revelarem-se particularmente c<strong>é</strong>ticos (6%).<br />
66% 41% 41%<br />
DOS PORTUGUESES<br />
RECICLAM<br />
REDUZIRAM<br />
OS RESÍDUOS<br />
REUTILIZAM<br />
OS PRODUTOS<br />
1 EM CADA 2<br />
EUROPEUS DECLARA QUE RECICLA MAIS OS SEUS<br />
RESÍDUOS E QUE OS REDUZIU NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ BARÓMETRO \\<br />
9<br />
A REDUÇÃO DE RESÍDUOS<br />
TAMBÉM É PRATICADA COM<br />
FREQUÊNCIA, DE ACORDO COM<br />
41%<br />
DOS PORTUGUESES<br />
46%<br />
DOS EUROPEUS<br />
A consciencialização demonstrada pelos consumidores europeus em relação<br />
à economia circular <strong>é</strong> igualmente uma fonte de esperança para o<br />
seu desenvolvimento nos próximos anos, com 6 em cada 10 a acreditarem<br />
estar bem informados ou muito bem informados sobre o tema. No caso dos<br />
inquiridos em Portugal são 64% que dizem estar bem informados, colocando<br />
o país <strong>na</strong> m<strong>é</strong>dia europeia. Os três países nórdicos destacam-se como<br />
sendo claramente os mais conhecedores (7 em 10). Por sua vez, os países<br />
da Europa de Leste tamb<strong>é</strong>m formam um grupo bastante homog<strong>é</strong>neo, mas<br />
menos conscientes, com os búlgaros a emergir como os europeus menos<br />
informados (ape<strong>na</strong>s um pouco menos de 4 em 10). Surpreendentemente,<br />
vários países da Europa Ocidental pontuam abaixo da m<strong>é</strong>dia geral, nomeadamente,<br />
a Áustria e a França.<br />
Al<strong>é</strong>m de juntar duas palavras que têm um impacto<br />
positivo junto dos europeus, a economia<br />
circular tem levado cada vez mais cidadãos a<br />
comprometerem-se com a aplicação dos três R<br />
em que se baseia: Reciclar, Reduzir, Reutilizar.<br />
Quando a<strong>na</strong>lisamos as práticas observa-se,<br />
contudo, novamente uma divisão geográfica<br />
clara entre os países a Ocidente e a Norte, por<br />
um lado, e as <strong>na</strong>ções mais a Leste, por outro.<br />
Há tamb<strong>é</strong>m uma divisão<br />
geracio<strong>na</strong>l, ainda que menos acentuada, com<br />
os maiores de 50 anos geralmente mais comprometidos,<br />
independentemente do “R” em<br />
questão.<br />
26% 64%<br />
DOS PORTUGUESES<br />
CONSIDERAM QUE A<br />
ECONOMIA CIRCULAR<br />
ESTÁ BEM DESENVOL-<br />
VIDA NO PAÍS<br />
DOS PORTUGUESES<br />
CONSIDERAM QUE ES-<br />
TÃO BEM INFORMADOS<br />
SOBRE A ECONOMIA<br />
CIRCULAR<br />
>50 ANOS<br />
OS MAIORES DE 50 ANOS<br />
ESTÃO MAIS COMPROME-<br />
TIDOS COM A APLICAÇÃO<br />
DOS TRÊS R’S: RECICLAR,<br />
REDUZIR, E REUTILIZAR.<br />
O TERCEIRO R, A REUTILIZAÇÃO DE PRODUTOS, SEJA<br />
ATRAVÉS DA VENDA, DOAÇÃO OU REAPROVEITAMENTO,<br />
É REALIZADA REGULARMENTE POR<br />
41%<br />
DOS PORTUGUESES<br />
&<br />
46%<br />
DOS EUROPEUS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
10 \\ ENTREVISTA \\<br />
”<br />
Portugal fez um percurso<br />
muito meritório no que<br />
respeita à transição energ<strong>é</strong>tica<br />
MAIS DE METADE DA ENERGIA ELÉTRICA É GERADA COM ORIGEM EM FONTES DE ENERGIA<br />
RENOVÁVEIS. NO SUL DA EUROPA SOMOS DOS PAÍSES QUE FIZERAM UM ESFORÇO MAIOR.<br />
\\ Por Teresa Cotrim<br />
Filipe Duarte Santos, Presidente do Conselho Nacio<strong>na</strong>l de<br />
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Especialista Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
em Alterações Climáticas, defende que, mesmo<br />
que a Europa atinja, o que já deve ser difícil, as metas da descarbonização,<br />
serão ape<strong>na</strong>s 10% do problema global. É preciso que Chi<strong>na</strong>, EUA e<br />
Índia tamb<strong>é</strong>m o façam. O tema já não era fácil, agora com a guerra, a<br />
crise energ<strong>é</strong>tica e as sanções que colocam em causa o preço das mat<strong>é</strong>rias-primas,<br />
o assunto do clima passou para segundo plano.<br />
Em 2019, António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas<br />
(ONU), fez capa <strong>na</strong> revista Time devido ao aquecimento global, dizendo<br />
que era a “luta das nossas vidas”. Dois anos depois, durante a<br />
COP26, em Glasgow, repetiu o apelo, afirmando que era uma das<br />
últimas oportunidades para reverter este problema. Em vão?<br />
Tem havido muitos apelos para diminuir as emissões de gases com efeito<br />
de estufa para a atmosfera, sobretudo o dióxido de carbono, o metano<br />
e o oxido nitroso. Um número elevado de artigos científicos mostra que<br />
já se observam impactos muito gravosos das alterações climáticas. Em<br />
todo o mundo, com consequências mais negativas e, por vezes, dramáticas<br />
nos países em desenvolvimento. Apesar de todo este esforço dos<br />
cientistas, no sentido de alertarem para as consequências da alteração<br />
climática no presente e o seu agravamento no futuro, o facto <strong>é</strong> que a<br />
cadência a que se está a fazer a transição para as energias renováveis, e<br />
o ritmo com que se estão a diminuir as emissões de gases com efeito de<br />
estufa, <strong>é</strong> demasiado lento para cumprir o Acordo de Paris.<br />
Um dos principais objetivos do Acordo de Paris <strong>é</strong> que o aumento das<br />
temperaturas m<strong>é</strong>dias à superfície não ultrapasse os 1,5ºCelsius, para<br />
ficar equivalente ao período pr<strong>é</strong>-industrial. Ainda vamos a tempo de<br />
atingir estas metas?<br />
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou há dias que o<br />
objetivo de não ultrapassar os 1,5º C está nos cuidados intensivos. Está<br />
numa situação extremamente difícil. Portanto, <strong>é</strong> provável que já não se<br />
vá a tempo. É claro que <strong>é</strong> sempre possível inverter as coisas, mas seria<br />
necessário um esforço muito grande.<br />
Com a guerra e a dependência do gás <strong>na</strong>tural da Rússia por parte da<br />
Europa, será que não se darão passos atrás <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica?<br />
Há países como os Estados Unidos, onde tem havido uma enorme pressão<br />
por parte das petrolíferas para voltarem a fazer prospeção de novas<br />
jazidas de petróleo, o que está proibido em algumas propriedades federais,<br />
mas querem inverter essa legislação, o que não são boas notícias<br />
para a descarbonização dos Estados Unidos da Am<strong>é</strong>rica. Por outro lado,<br />
o Presidente dos EUA está a pressio<strong>na</strong>r as petrolíferas no sentido de<br />
aumentarem a produção para baixar os preços da gasoli<strong>na</strong> e do gasóleo.<br />
Na atual conjuntura como fica o tema do clima?<br />
É imprevisível. Estamos sempre mais focados nos problemas imediatos.<br />
São os que receberão mais atenção. Caso do aumento do custo de energia,<br />
que <strong>é</strong> muito prejudicial para o crescimento da economia. Isso será central.<br />
Depois, há os aspetos das sanções económicas que têm tendência a dese-<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ ENTREVISTA \\<br />
11<br />
quilibrar a economia mundial. Vivemos um período<br />
de incerteza. As questões de m<strong>é</strong>dio/longo prazo<br />
vão passar <strong>na</strong>turalmente para segundo plano.<br />
Aspetos que vão no sentido da redução das<br />
emissões – sobretudo <strong>na</strong> Europa que vai querer<br />
tor<strong>na</strong>r-se menos dependentes dos combustíveis<br />
fósseis importados da Rússia?<br />
Verdade. Mas, por outro lado, isto tem alguma<br />
perversidade porque a Europa vai importar mais<br />
gás <strong>na</strong>tural dos Estados Unidos, obtido a partir de<br />
uma tecnologia relativamente recente, que <strong>é</strong> o fracking,<br />
fraturamento hidráulico. Trata-se de extrair<br />
gás metano do subsolo, de formações de xisto, num<br />
processo de extração em que se injetam grandes<br />
quantidades de água a uma temperatura muito<br />
elevada, com produtos químicos e areia. Nesse<br />
processo liberta-se para a atmosfera metano que <strong>é</strong><br />
um poderoso gás com efeito de estufa.<br />
É tão poluente quanto o carvão?<br />
Há cientistas que dizem que as emissões em alguns<br />
casos são comparáveis. Enquanto o gás <strong>na</strong>tural<br />
que vem da Rússia não utiliza esta tecnologia,<br />
logo as emissões são menores.<br />
O problema do aquecimento global tem como<br />
vilão as energias fósseis. Portugal fechou as<br />
duas centrais de carvão, Sines e Pego, e apostou<br />
fortemente <strong>na</strong>s energias renováveis, nomeadamente<br />
eólica, fotovoltaica e hídrica. Agiu bem?<br />
Na minha opinião Portugal fez um percurso muito<br />
meritório no que respeita à transição energ<strong>é</strong>tica.<br />
Temos mais de metade da energia el<strong>é</strong>trica que<br />
<strong>é</strong> gerada com origem em fontes de energia renováveis.<br />
No Sul da Europa somos dos países que<br />
fizeram um esforço maior.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
12<br />
\\ ENTREVISTA \\<br />
Portugal está no bom caminho do hidrog<strong>é</strong>nio<br />
verde?<br />
Acho que foi uma boa decisão e pode ser eventualmente<br />
daqui a bastante tempo uma boa solução<br />
para o problema.<br />
O professor <strong>é</strong> físico e especialista em nuclear.<br />
Esta energia seria uma opção para Portugal?<br />
Não necessitamos de uma central nuclear portuguesa.<br />
Aliás, esta nem tem aceitação em Portugal,<br />
mas mesmo que tivesse, não se justificava<br />
porque as nossas necessidades energ<strong>é</strong>ticas são<br />
relativamente peque<strong>na</strong>s. Só faria sentido ter uma<br />
Apesar de Portugal ser um bom aluno <strong>na</strong> aplicação<br />
das energias renováveis, a verdade <strong>é</strong> que<br />
ainda não <strong>é</strong> autossuficiente e depende dos combustíveis<br />
fósseis para resolver o problema de<br />
intermitência e armaze<strong>na</strong>mento daquela energia...<br />
Todas as energias renováveis têm um problema<br />
de intermitência, mesmo a hídrica. Quando temos<br />
seca há uma competição entre o setor de<br />
abastecimento público e o da energia. A maneira<br />
de resolver isso <strong>é</strong> ter um backup, ou seja, ter uma<br />
fonte firme de energia que substitua.<br />
Que energia poderemos ter como alter<strong>na</strong>tiva?<br />
A nuclear?<br />
Pode ser nuclear ou armaze<strong>na</strong>r energia sob a forma<br />
de hidrog<strong>é</strong>nio verde. Portugal está a desenvolver<br />
essa fileira. O que se faz <strong>é</strong> a hidrólise da<br />
água. Aí separa-se o hidrog<strong>é</strong>nio do oxig<strong>é</strong>nio e essa<br />
hidrólise <strong>é</strong> feita com energia el<strong>é</strong>trica que pode ser<br />
de fonte renovável.<br />
Não tem <strong>na</strong>da de poluente, tem <strong>é</strong> o problema de<br />
o hidrog<strong>é</strong>nio poder ser explosivo, mas pode acautelar-se<br />
essa dificuldade. É uma coisa que se ultrapassa.<br />
central nuclear se fosse um investimento feito em<br />
cooperação com Espanha que tem experiência e<br />
t<strong>é</strong>cnicos especializados.<br />
O nuclear representa uma fração significativa<br />
da geração de energia a nível mundial.<br />
É uma peque<strong>na</strong> fração <strong>na</strong> ordem dos 5%. Não aumentará<br />
muito no futuro, mas atenção. quando<br />
se fala em 5% temos de ter em consideração que<br />
a procura de energia <strong>é</strong> crescente. A energia está<br />
<strong>na</strong> base do desenvolvimento socioeconómico do<br />
mundo. No atual modelo só <strong>é</strong> possível à escala<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ ENTREVISTA \\<br />
13<br />
global ter desenvolvimento económico consumindo<br />
grandes quantidades de energia. O bolo<br />
vai crescer, logo os 5%, a manter-se, vão ser mais<br />
centrais nucleares.<br />
Essas interligações são por terra e mar?<br />
Há uma interligação, por mar, no golfo da Biscaia,<br />
um cabo el<strong>é</strong>trico que permite a ligação entre Espanha<br />
e França, mas como disse está muito atrasada,<br />
do mundo. É outro problema que está relacio<strong>na</strong>do<br />
com a pegada huma<strong>na</strong> sobre o ambiente, com<br />
o aumento da população, e com hábitos alimentares<br />
que incluem cada vez mais a carne bovi<strong>na</strong>.<br />
Apesar de todo este esforço dos cientistas, no sentido<br />
de alertarem para as consequências da alteração climática<br />
no presente e o seu agravamento no futuro, o facto<br />
<strong>é</strong> que a cadência a que se está a fazer a transição para<br />
as energias renováveis, e o ritmo com que se estão a<br />
diminuir as emissões de gases com efeito de estufa, <strong>é</strong><br />
demasiado lento para cumprir o Acordo de Paris.<br />
Quanto tempo ficará Portugal ainda dependente<br />
energeticamente?<br />
É algo complexo porque a Península Ib<strong>é</strong>rica infelizmente<br />
<strong>é</strong> uma ilha energ<strong>é</strong>tica. É triste dizer<br />
que havia um acordo <strong>na</strong> União Europeia de se<br />
aumentar a interconectividade el<strong>é</strong>trica entre a<br />
Península Ib<strong>é</strong>rica e o resto da Europa, mas o facto<br />
<strong>é</strong> que isso não se fez. Havia três ligações el<strong>é</strong>tricas<br />
entre a Espanha e França, atrav<strong>é</strong>s dos Piren<strong>é</strong>us e<br />
do Golfo da Biscaia, para que toda a interconectividade<br />
entre os países da UE fosse de 10%, em<br />
2020 e de 15% em 2030, mas todo este processo<br />
não se concretizou. Está atrasado. Já estamos em<br />
2022 e nem os tais 10% atingiram. Se tiv<strong>é</strong>ssemos<br />
essa interconetividade, Portugal e Espanha poderiam<br />
exportar mais energia el<strong>é</strong>trica.<br />
Portugal já deu energia a custo zero.<br />
Houve uma altura em que exportávamos energia<br />
el<strong>é</strong>trica para Espanha a custo zero. De graça! De<br />
facto, fica-se perplexo como <strong>é</strong> que <strong>na</strong> União Europeia<br />
não se avançou com isto. O tema foi debatido<br />
no Conselho Europeu de 23 de outubro de<br />
2014 e, at<strong>é</strong> agora, não se avançou muito.<br />
e havia tamb<strong>é</strong>m duas interligações de gás <strong>na</strong>tural<br />
entre a Península Ib<strong>é</strong>rica e o resto da Europa,<br />
aproveitando o termi<strong>na</strong>l de Sines e seis termi<strong>na</strong>is<br />
de gás liquefeito em Espanha. Portanto, Portugal e<br />
Espanha podiam receber gás <strong>na</strong>tural e exportá-lo<br />
para a Europa, mas <strong>na</strong>da disso aconteceu.<br />
Então, o que aconteceu?<br />
Aconteceu o Nord Stream 2 que liga a Rússia à<br />
Alemanha.<br />
Voltando ao aquecimento global, se não houver<br />
um recuo as consequências serão terríveis,<br />
aliás já estão a ser: a ONU referiu que, devido<br />
às alterações climáticas, entre 3% e 14% das esp<strong>é</strong>cies<br />
terrestres estão ameaçadas de extinção,<br />
mesmo que o aumento das temperaturas m<strong>é</strong>dias<br />
não ultrapasse os 1,5ºC...<br />
É gravíssimo. As questões de biodiversidade são<br />
outra preocupação gigante que a humanidade<br />
tem. Mas a perda de biodiversidade não resulta<br />
ape<strong>na</strong>s da mudança antropog<strong>é</strong>nica do clima, depende<br />
tamb<strong>é</strong>m da perda de habitats, que resulta<br />
da extensão das áreas agrícolas em muitas regiões<br />
Outro flagelo anunciado pela ONU <strong>é</strong> que, at<strong>é</strong><br />
2050, mil milhões de pessoas poderão estar a<br />
viver em zo<strong>na</strong>s costeiras ameaçadas pela subida<br />
das águas do mar. Portugal corre esse risco?<br />
O mar pode vir a subir at<strong>é</strong> 80 cm ou mesmo<br />
um metro.<br />
Exatamente, mas depende muito daquilo que se<br />
fizer at<strong>é</strong> ao fi<strong>na</strong>l deste s<strong>é</strong>culo. Se ficarmos abaixo<br />
de 1,5º C as coisas serão de uma certa forma, a<br />
subida do nível m<strong>é</strong>dio do mar será mais lenta. De<br />
salientar, contudo, que o nível do mar subirá em<br />
qualquer cenário.<br />
Mesmo que parássemos completamente as<br />
emissões isso aconteceria?<br />
Sim, só que sobe mais caso se aumentem as emissões.<br />
E, se continuar assim no fim do s<strong>é</strong>culo, teremos<br />
esse crescimento que rondará os 80 cm<br />
ou mesmo um metro. O que <strong>é</strong> mais preocupante<br />
<strong>é</strong> que esta subida vai continuar. É um problema<br />
anunciado e que vai agravar-se lentamente. Nós,<br />
humanos, temos dificuldade em reagir a problemas<br />
distantes no tempo.<br />
O aquecimento global <strong>é</strong> precisamente um desses<br />
problemas. Andamos de crise em crise e<br />
olha-se para esse tema protelando-o para 2100,<br />
com metas para cumprir. Entretanto, novas<br />
crises vão aparecendo e essa fica para trás.<br />
Há um problema adicio<strong>na</strong>l. Esta transição energ<strong>é</strong>tica.,<br />
não nos podemos esquecer, <strong>é</strong> à escala mundial<br />
e nessa escala os combustíveis fósseis representam<br />
80% das fontes primárias de energia. Não<br />
<strong>é</strong> exagero dizer que estamos viciados em combustíveis<br />
fósseis. Desses 80%, aproximadamente 1/3 <strong>é</strong><br />
carvão, 1/3 <strong>é</strong> gás <strong>na</strong>tural e 1/3 petróleo.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
14<br />
\\ ENTREVISTA \\<br />
A produção de água dessalinizada está a aumentar<br />
muito em todo o mundo, sobretudo <strong>na</strong>s zo<strong>na</strong>s do M<strong>é</strong>dio<br />
Oriente, Espanha, EUA e Austrália. Este processo <strong>é</strong>,<br />
regra geral, feito em zo<strong>na</strong>s costeiras onde há escassez<br />
de água e o clima <strong>é</strong> seco com muito sol.<br />
90%<br />
PORTUGAL É UM DOS PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA<br />
EM QUE A PERCENTAGEM DE ÁREA FLORESTAL<br />
PRIVADA É SUPERIOR A 90%.<br />
58%<br />
OS QUATRO MAIORES EMISSORES DE GASES COM<br />
EFEITOS DE ESTUFA SÃO A CHINA, ESTADOS UNI-<br />
DOS, UNIÃO EUROPEIA E A ÍNDIA. E ESTES TODOS<br />
JUNTOS EMITEM 58% DAS EMISSÕES<br />
Em termos de emissões o carvão <strong>é</strong> o pior ...<br />
Para a mesma quantidade de energia gerada, o<br />
carvão emite mais C02 para a atmosfera do que<br />
o petróleo e este, por sua vez, mais do que o gás<br />
<strong>na</strong>tural. Quando um país faz a transição do carvão,<br />
ou do petróleo, para o gás <strong>na</strong>tural, diminui as<br />
emissões, mas o facto <strong>é</strong> que esta transição exige<br />
uma s<strong>é</strong>rie de elementos químicos que existem e<br />
que não são muito abundantes. Com a guerra e<br />
as sanções, alguns desses elementos, casos de níquel,<br />
lítio, plati<strong>na</strong> e cobalto, ficam mais caros e<br />
escassos, e isso <strong>é</strong> um entrave à transição energ<strong>é</strong>tica.<br />
Al<strong>é</strong>m de que licenciar mi<strong>na</strong>s para fazer a sua<br />
exploração leva muitos anos.<br />
Com o aquecimento global a zo<strong>na</strong> mediterrânica<br />
pode ser seriamente afetada a nível agrícola.<br />
Há números que indicam uma diminuição de<br />
17% at<strong>é</strong> 2050 caso os efeitos de estufa se mantenham<br />
elevados...<br />
A região mediterrânica <strong>é</strong> muito vulnerável. A<br />
razão <strong>é</strong> que há uma tendência de diminuição da<br />
precipitação. É preciso tamb<strong>é</strong>m lembrar que não<br />
temos uma precipitação baixa, agora falando do<br />
caso de Portugal. Temos uma precipitação acumulada<br />
por ano, que <strong>é</strong> comparável à de Berlim<br />
ou Paris, por exemplo, mas há uma diferença que<br />
caracteriza o clima mediterrânico. Não chove no<br />
verão. Portanto, as plantas estão sob um elevado<br />
stress nos meses de verão e a agricultura nestas<br />
circunstâncias <strong>é</strong> mais difícil e beneficia em recorrer<br />
ao regadio. Fala-se <strong>na</strong> Ucrânia onde a produção<br />
de trigo <strong>é</strong> muito elevada. É um dos celeiros<br />
do mundo e tem uma precipitação semelhante a<br />
Portugal, mas há uma nuance que faz toda a diferença.<br />
Lá chove em agosto. São climas continentais.<br />
Depois há a agricultura, os recursos hídricos,<br />
a biodiversidade e temos ainda a questão da sustentabilidade<br />
das florestas, sobretudo no aspeto<br />
dos incêndios florestais, tudo setores vulneráveis<br />
a um clima mais quente e seco.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ ENTREVISTA \\<br />
15<br />
Se Portugal avançar para essa solução terá<br />
energia então para fazer as centrais funcio<strong>na</strong>rem<br />
sem grande dificuldade?<br />
É perfeitamente possível. É preciso tomar decisões,<br />
fazer um debate e agir.<br />
Portugal tem sofrido muito com os incêndios<br />
florestais. Como mitigar este flagelo?<br />
O Governo tem feito um grande esforço de<br />
prevenção de incêndios florestais, colhendo<br />
frutos nos últimos dois anos. A extensão da<br />
área ardida foi relativamente baixa, mas estamos<br />
muito dependentes de ter um ano com<br />
condições meteorológicas que propiciem, ou<br />
tornem menos provável, a ocorrência de grandes<br />
fogos florestais. Caso contrário, se não<br />
houver uma resposta rápida, teremos situações<br />
análogas às que já registámos no passado e<br />
que são extremamente gravosas. At<strong>é</strong> trágicas.<br />
A floresta portuguesa tem uma especificidade<br />
muito própria.<br />
Portugal <strong>é</strong> um dos países da União Europeia em<br />
que a percentagem de área florestal privada <strong>é</strong><br />
superior a 90%. Temos uma propriedade muito<br />
dividida, muito fragmentada. Em Espanha houve<br />
um período em que os agricultores foram incentivados<br />
e at<strong>é</strong> de certo modo forçados ao emparcelamento,<br />
visando criar unidades maiores. O que<br />
se tor<strong>na</strong> muito mais fácil de gerir do ponto de<br />
vista económico e da prevenção de incêndios. O<br />
maior problema em Portugal <strong>é</strong> que muitas peque<strong>na</strong>s<br />
parcelas florestais estão abando<strong>na</strong>das. Não<br />
há um cadastro georreferenciado e completo da<br />
propriedade florestal em Portugal, algo que tem<br />
sido reconhecido governo após governo, mas a realidade<br />
<strong>é</strong> que ainda não foi feito. Tem-se tentado<br />
com um cadastro simplificado. Esperemos que se<br />
conclua em breve.<br />
O que acontece, então?<br />
Muitas dessas propriedades têm heranças e divisas,<br />
o que significa que podem pertencer a muitos<br />
proprietários e alguns estão espalhados pelo<br />
mundo. Como se gere uma coisa destas? É um<br />
grande desafio! Tem de haver uma certa solidariedade<br />
e compreensão para ajudar a resolver os<br />
problemas de incêndios nosso país. Tanto os florestais<br />
como os rurais.<br />
Falando agora da Seca que estamos a viver.<br />
Para minimizar os seus impactos não se deveria<br />
investir <strong>na</strong> dessalinização? Sendo que tamb<strong>é</strong>m<br />
esta tecnologia <strong>é</strong> uma grande consumidora<br />
energ<strong>é</strong>tica?<br />
A produção de água dessalinizada está a aumentar<br />
muito em todo o mundo, sobretudo<br />
<strong>na</strong>s zo<strong>na</strong>s do M<strong>é</strong>dio Oriente, Espanha, EUA e<br />
Austrália. Este processo <strong>é</strong>, regra geral, feito em<br />
zo<strong>na</strong>s costeiras onde há escassez de água e o clima<br />
<strong>é</strong> seco com muito sol. Podem utilizar-se as<br />
energias renováveis para alimentar as centrais de<br />
dessalinização com energia el<strong>é</strong>trica, seja a fotovoltaica,<br />
seja a eólica.<br />
A dessalinização não tem impacto a nível do<br />
aquecimento global se for movida pelas renováveis,<br />
mas tem outros senãos?<br />
Tem alguns problemas do ponto de vista ambiental,<br />
isto porque ficam grandes quantidades de salmoura,<br />
que são gerados no processo de osmose, e<br />
hoje em dia tem-se feito investigação no sentido<br />
de dar valor a esse produto <strong>na</strong> indústria. Outra<br />
maneira de dar um destino a essas salmouras <strong>é</strong><br />
devolvê-las ao mar, mas isso não <strong>é</strong> uma ideia muito<br />
boa se provocar uma salinidade elevada. Depois<br />
há ainda a captação da água do oceano para<br />
a central de dessalinização, se <strong>é</strong> feita à superfície<br />
do fundo do mar pode levar consigo imensos micro-organismos,<br />
por isso não <strong>é</strong> uma coisa boa.<br />
Pode fazer-se essa captação abaixo do fundo do<br />
mar. Há soluções que têm de ser adaptadas para<br />
minimizar o impacto sobre o meio ambiente. Há<br />
sempre impactos, pelo que temos de procurar soluções<br />
equilibradas.<br />
Para termi<strong>na</strong>r, Portugal tem sido muito bom aluno<br />
<strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica, mas a verdade <strong>é</strong> que<br />
somos muito pequenos e gravitam à nossa volta<br />
vários cábulas para usar a mesma metáfora...<br />
Sem dúvida. Os quatro maiores emissores de<br />
gases com efeitos de estufa são a Chi<strong>na</strong>, Estados<br />
Unidos, União Europeia e a Índia. E estes todos<br />
juntos emitem 58% das emissões.<br />
A Europa?<br />
Está <strong>na</strong> ordem dos 10%. Se a Europa descarbonizar<br />
completamente a sua economia são ape<strong>na</strong>s<br />
10% do problema global, portanto ou bem que se<br />
faz à escala global ou não fica resolvido.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
16 \\ CIDADES INTELIGENTES \\<br />
PORTUGAL PODE SER UMA<br />
SMART<br />
NATION<br />
TEMOS CIDADES EXEMPLO A NÍVEL EUROPEU, MASSA CRÍTICA E CAPACIDADE TECNOLÓGICA<br />
PARA NOS DESTACARMOS NA UNIÃO EUROPEIA.<br />
S\\ Por Teresa Cotrim<br />
omos um país pequeno, mas temos as condições ideais para ser<br />
um exportador de soluções de Smart Cities. “Temos massa crítica,<br />
capacidade tecnológica, e at<strong>é</strong> incentivos por parte do Plano<br />
de Recuperação e Resiliência (PRR) para que essa agenda seja<br />
tor<strong>na</strong>da realidade”, afirma Miguel Eiras Antunes, recentemente nomeado<br />
Global Smart Cities Leader da Deloitte Portugal, prometendo que, agora<br />
que tem um pouco mais de força, lutará pela ideia de que Portugal deveria<br />
ser uma Smart Nation. E explica porquê: “Ao nível estatal, está em curso o<br />
desenvolvimento da Estrat<strong>é</strong>gia Nacio<strong>na</strong>l de Smart Cities. Prevista no Plano<br />
de Ação para a Transição Digital, aprovado em abril de 2020, a Estrat<strong>é</strong>gia<br />
Nacio<strong>na</strong>l de Smart Cities tem como propósito o desenvolvimento de cidades<br />
inteligentes que proporcionem serviços mais centrados <strong>na</strong>s pessoas, inclusivos,<br />
sustentáveis e interoperáveis em todo o território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l”, refere.<br />
Para o partner da Deloitte há boas gestões municipais em todo o país.<br />
“Podemos destacar, a título de exemplo, Lisboa - com projetos focados <strong>na</strong><br />
mobilidade e redução da pegada de carbono; Porto - centrado <strong>na</strong> economia<br />
circular e transição energ<strong>é</strong>tica; e Cascais - que tem vindo a apostar no<br />
desenvolvimento tecnológico para uma gestão eficiente dos serviços prestados.<br />
Não são casos únicos, mas são bons exemplos de transformação integrada”,<br />
salienta.<br />
Mas, afi<strong>na</strong>l, o que <strong>é</strong> uma Smart City? Segundo a União Europeia, uma<br />
Cidade Inteligente <strong>é</strong> um conjunto de sistemas e de pessoas que interagem<br />
de forma inteligente, utilizando energia, materiais, serviços e recursos de<br />
modo sustentável para beneficiar os cidadãos e os negócios. Representam<br />
uma esp<strong>é</strong>cie de fusão entre os cidadãos e sistemas que se movimentam em<br />
sintonia, procurando assegurar o desenvolvimento sustentável dos espaços<br />
urbanos. O Smart City Index Portugal acrescenta: “São cidades inovadoras,<br />
sustentáveis, inclusivas, resilientes e conectadas, orientadas para promover<br />
a criação de negócios, emprego e melhorar a qualidade de vida. Operam<br />
como laboratórios vivos, palcos de desenvolvimento e experimentação de<br />
soluções urba<strong>na</strong>s em contexto real, numa lógica de inovação aberta e cocriação<br />
com o envolvimento dos cidadãos.”<br />
Segundo o índice IESE Cities in Motion, para uma cidade ser considerada<br />
inteligente <strong>é</strong> importante que utilize um grande número das seguintes soluções:<br />
tecnologias de informação, automatização e controlo de edifícios;<br />
planeamento urbano eficiente; mobilidade urba<strong>na</strong> e transportes públicos<br />
sustentáveis; gestão inteligente dos resíduos sólidos; melhoria da sustentabilidade<br />
ambiental; preocupação com o ambiente social; tecnologias aplicadas<br />
à educação e saúde; sistema de com<strong>é</strong>rcio eletrónico; transparência entre<br />
governos e cidadãos e dados compartilhados em Open Data.<br />
CIDADES PORTUGUESAS, EXEMPLOS LÁ PARA FORA<br />
Lisboa foi Capital Verde Europeia em 2020, galardão atribuído anualmente<br />
a uma cidade europeia com mais de 100 mil habitantes e que seja um<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ CIDADES INTELIGENTES \\<br />
17<br />
Segundo a União<br />
Europeia, uma Cidade<br />
Inteligente <strong>é</strong> um conjunto<br />
de sistemas e de<br />
pessoas que interagem<br />
de forma inteligente,<br />
utilizando energia,<br />
materiais, serviços<br />
e recursos de forma<br />
sustentável para beneficiar<br />
os cidadãos e os<br />
negócios.<br />
exemplo em termos de sustentabilidade ambiental,<br />
social e económica. Foi a primeira vez que uma<br />
capital do sul da Europa foi distinguida no âmbito<br />
desta iniciativa. A cidade das sete coli<strong>na</strong>s comprometeu-se<br />
a termi<strong>na</strong>r uma central fotovoltaica para<br />
abastecimento de frota el<strong>é</strong>trica da carris; continuar<br />
a trabalhar para atingir as metas de 2030: atingir os<br />
103 MW de produção de energia solar fotovoltaica<br />
oriunda de pain<strong>é</strong>is solares instalados em toda a<br />
cidade; conseguir edifícios 30% mais eficientes; reduzir<br />
em 60% as emissões de CO2 e atingir a neutralidade<br />
carbónica em 2050.<br />
A nível da água responsabilizou-se em instalar uma<br />
rede de distribuição de água para reutilização que<br />
entrará em funcio<strong>na</strong>mento, <strong>na</strong> sua totalidade, em<br />
2025, e poupar 25% de água, atrav<strong>é</strong>s de um programa<br />
de eficiência hídrica. Na área da mobilidade está<br />
a criar mais e melhores infraestruturas para a mobilidade<br />
pedo<strong>na</strong>l e ciclável, transferência do uso do automóvel<br />
para o transporte público <strong>na</strong>s 18 autarquias<br />
da Área Metropolita<strong>na</strong> de Lisboa, ajudando a atingir<br />
as metas de descarbonização. Promoveram-se<br />
tamb<strong>é</strong>m a diminuição de resíduos e o aumento da<br />
recolha seletiva, investindo numa economia circular.<br />
E, por fim, a meta de criar 350 hectares de novas<br />
áreas verdes e abertas ao público at<strong>é</strong> ao fi<strong>na</strong>l de 2022.<br />
No Porto, Valongo tamb<strong>é</strong>m subiu ao pódio em<br />
2022, ganhando o título de Folha Verde da Europa.<br />
Isto porque apostou <strong>na</strong> eficiência energ<strong>é</strong>tica, incrementou<br />
hortas biológicas urba<strong>na</strong>s, criou a recolha<br />
de resíduos porta a porta e desenvolveu o Porto<br />
Energy Hub. Quanto a Cascais, dispõe de projetos<br />
inovadores que usam a tecnologia ao serviço de<br />
todos, como as apps para telemóveis: a Mycascais<br />
(plataforma de serviços municipais eletrónicos); a<br />
FixCascais (plataforma que permite aos cidadãos<br />
reportar diferentes tipos de situações em espaços<br />
públicos); a Mobicascais (sistema de gestão de<br />
mobilidade) e a Citypoints que permite acumular<br />
pontos e ganhar pr<strong>é</strong>mios sempre que os cidadãos<br />
pratiquem “boas ações de cidadania” em prol do<br />
ambiente e da comunidade.<br />
Mas Portugal está repleto de bons exemplos. Atrav<strong>é</strong>s<br />
do programa 100 Intelligent Cities Challenge, a Comissão<br />
Europeia apoiou a aplicação de estrat<strong>é</strong>gias de<br />
inovação e desenvolvimento tecnológico em 124 cidades,<br />
e o Porto foi um dos exemplos escolhidos como<br />
referência. A cidade Invicta fez parte do grupo de<br />
dez Cidades Mentoras, juntamente com Barcelo<strong>na</strong>,<br />
Amesterdão, Antu<strong>é</strong>rpia e Singapura. Mas Guimarães<br />
e Valongo receberam igualmente a distinção “100<br />
Cidades Inteligentes” com o objetivo de transformar<br />
as suas políticas digitais. Guimarães pretende ser um<br />
laboratório de futuro e está a trabalhar em projetos<br />
transformadores em 12 setores desafiantes para as<br />
cidades: energia, água, mobilidade, futuro do trabalho,<br />
resíduos, habitação, entre outros. Aveiro tamb<strong>é</strong>m<br />
desenvolveu projetos inteligentes, casos do Smart<br />
Traffic e do Buga ou Bicicletas gratuitas. Já Loul<strong>é</strong> tem<br />
como objetivo acelerar a transição energ<strong>é</strong>tica e, al<strong>é</strong>m<br />
disso, dotou a cidade com rede Wi-Fi de acesso gratuito,<br />
instalando MUPIS para melhorar a comunicação<br />
com os munícipes. Mas Viseu, Penela, Águeda,<br />
Leiria e Torres Vedras tamb<strong>é</strong>m apostaram no 5G, <strong>na</strong><br />
promoção de veículos el<strong>é</strong>tricos, tecnologias para o<br />
turismo e aplicações de interação com os cidadãos.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
18 \\ CIDADES INTELIGENTES \\<br />
Prevista no Plano de Ação<br />
para a Transição Digital,<br />
aprovado em abril de<br />
2020, a Estrat<strong>é</strong>gia Nacio<strong>na</strong>l<br />
de Smart Cities tem<br />
como propósito o desenvolvimento<br />
de cidades inteligentes<br />
que proporcionem<br />
serviços mais centrados<br />
<strong>na</strong>s pessoas, inclusivos,<br />
sustentáveis e interoperáveis<br />
em todo o território<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
Cada cidade está a fazer o seu próprio caminho. Miguel<br />
Eiras Antunes refere que, para haver uma estrat<strong>é</strong>gia<br />
concertada, deveria existir uma política nesse<br />
sentido, que lançasse ideias agregadoras. “Poderia começar-se<br />
a organizar, talvez, a nível das entidades intermunicipais.<br />
Isto <strong>é</strong> um caminho, não <strong>é</strong> uma ciência<br />
exata em que se determi<strong>na</strong> ‘faz-se assim’. At<strong>é</strong> porque<br />
cada cidade tem o seu contexto, e não há nenhuma<br />
solução one size fits all. De forma transversal, a transição<br />
para cidades mais inteligentes e sustentáveis<br />
requer um compromisso fi<strong>na</strong>nceiro”, sublinha.<br />
QUAL A CIDADE MAIS INTELIGENTE DO MUNDO?<br />
O partner da Deloitte considera que a cidade mais<br />
inteligente do mundo <strong>é</strong> aquela que coloca o bem-<br />
-estar das pessoas, a criação de valor e a sustentabilidade<br />
no centro das suas preocupações. “Uma<br />
Smart City <strong>é</strong> um processo contínuo e não existe<br />
ainda nenhuma totalmente integrada, com todas<br />
as características, não obstante terem essa ambição<br />
e estarem dedicadas a essa transformação”, resume.<br />
Miguel Eiras Antunes aponta, contudo, como bons<br />
exemplos, citando o Smart City Rank 2021, Singapura,<br />
Zurique, Oslo e Taipei.<br />
Quando se mencio<strong>na</strong>m cidades inteligentes, não se<br />
fala ape<strong>na</strong>s de tecnologia. “As cidades podem desenvolver<br />
soluções em domínios bastante diversos,<br />
como a mobilidade, energia, ambiente, saúde, bem-<br />
-estar, educação, gover<strong>na</strong>nça, segurança, proteção e<br />
at<strong>é</strong> economia. A verdadeira distinção estabelece-se<br />
quando estas soluções são acompanhadas de uma<br />
mudança de paradigma: a gestão integrada de todos<br />
estes recursos com as necessidades do cidadão<br />
como preocupação central.” Miguel Eiras Antunes<br />
aponta ainda um estudo da Deloitte, realizado em<br />
100 cidades a nível mundial, onde identificaram<br />
várias tendências comuns às cidades inteligentes,<br />
como o trabalho em colaboração com os distintos<br />
atores do ecossistema, a existência de uma liderança<br />
clara com ligação direta a decisores políticos, ou at<strong>é</strong><br />
a existência de um quadro de regulação e de contratação<br />
pública que permita a inovação e a evolução.<br />
Um outro estudo desta consultora, o Urban Future<br />
With a Purpose, identifica 12 tendências que vão<br />
moldar o futuro dos ecossistemas urbanos e traçar<br />
um caminho para que estes sejam mais sustentáveis,<br />
resilientes e prósperos. “Dessas, destacamos as que<br />
podem ter um impacto mais imediato: o planeamento<br />
verde dos espaços urbanos, a cidade dos 15<br />
minutos, a economia circular e a produção local.”<br />
Uma coisa <strong>é</strong> certa: as cidades têm mesmo de mudar.<br />
Afi<strong>na</strong>l, at<strong>é</strong> 2030, 70% da população viverá em centros<br />
urbanos e a população irá aumentar. Segundo a<br />
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento<br />
Económico (OCDE), as cidades e as áreas metropolita<strong>na</strong>s<br />
são o motor do crescimento económico,<br />
contribuindo com 60% do Produto Interno Bruto<br />
Mundial (PIB), mas são tamb<strong>é</strong>m as mais geradoras<br />
de emissões de CO2, responsáveis por 75% das<br />
emissões de gases com efeito de estufa. Por isso, para<br />
viver bem e saudável, as cidades vão ter mesmo de<br />
ser inteligentes e dar a volta às estatísticas, sob pe<strong>na</strong><br />
de se tor<strong>na</strong>rem lugares tóxicos para habitar.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
19<br />
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uma visão global do país e do mundo.
20 \\ ECONOMIA CIRCULAR \\<br />
APROVEITAR AO MÁXIMO<br />
OS RECURSOS<br />
SE NADA FOR FEITO, ATÉ 2050, SERÃO PRECISOS TRÊS PLANETA TERRA<br />
PARA PROVIDENCIAR AS NECESSIDADES DE CONSUMO MUNDIAL. SÓ HÁ<br />
UMA SAÍDA: OLHAR PARA OS RESÍDUOS COMO UM VALOR.<br />
\\ Por Teresa Cotrim<br />
Aguerra <strong>na</strong> Ucrânia, o aumento do preço da energia e a escassez<br />
de mat<strong>é</strong>rias-primas podem dar um impulso à economia<br />
circular, onde o resíduo passa a ter valor. Segundo<br />
dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial,<br />
estima-se que, em 2050, existirão 9 mil milhões de pessoas <strong>na</strong> Terra,<br />
responsáveis anualmente por 4 mil milhões de toneladas de lixo urbano.<br />
Uma parte dos resíduos sólidos, ou vai para aterro, ou <strong>é</strong> incinerado, poluindo<br />
os ecossistemas e aumentando a pegada de carbono <strong>na</strong>s cidades.<br />
Segundo o Parlamento Europeu, o consumo mundial de mat<strong>é</strong>rias-primas,<br />
como a biomassa, os combustíveis fósseis, os metais e os minerais<br />
deverá duplicar nos próximos 40 anos, prevendo-se que a produção<br />
anual de resíduos aumente 70%, at<strong>é</strong> 2050. A este ritmo, mantendo o<br />
consumo atual, a procura irá exceder a oferta. Se continuarmos a explorar<br />
os recursos <strong>na</strong>turais como o fazemos agora, em 2050 necessitaremos<br />
de três planetas Terra para satisfazer o nosso estilo de vida consumista.<br />
Um estudo recente estimou que a aplicação dos princípios de economia<br />
circular à economia da União Europeia (UE) pode gerar um aumento<br />
adicio<strong>na</strong>l de 0,5% no seu PIB, criando cerca de 700 mil novos postos de<br />
trabalho. Outra vantagem <strong>é</strong> que as mat<strong>é</strong>rias-primas representam, em<br />
m<strong>é</strong>dia, cerca de 40% dos custos da produção industrial ou artesa<strong>na</strong>l e<br />
os circuitos fechados podem aumentar a rentabilidade das empresas e<br />
protegê-las das flutuações dos preços dos recursos. Portugal tem uma<br />
pegada ecológica de 2,75 planetas. Se usar esta estrat<strong>é</strong>gia, pode diminuir<br />
em 30% as necessidades de mat<strong>é</strong>rias-primas, gerando um impacto positivo<br />
no valor acrescentado bruto estimado em 3,3 milhões de euros. As<br />
contas estão feitas. Falta agir para contor<strong>na</strong>r o problema.<br />
APROVEITAR AO MÁXIMO OS RECURSOS<br />
Numa economia circular o valor do produto e dos materiais <strong>é</strong> mantido<br />
durante o maior tempo possível. A produção de resíduos e a utilização<br />
de recursos reduzem-se ao mínimo. Quando os produtos atingem o fi<strong>na</strong>l<br />
da sua vida útil, os recursos conservam-se <strong>na</strong> economia para serem<br />
reutilizados e voltarem a gerar valor. Já <strong>na</strong> economia linear, os bens são<br />
produzidos, utilizados e descartados. No contexto da União Europeia,<br />
a Comissão adotou, em dezembro de 2015, o primeiro plano de ação<br />
para a economia circular, visando garantir o crescimento sustentável da<br />
UE e estimular a Europa a fazer a transição de uma economia linear<br />
para uma circular. As metas da Comissão Europeia são ambiciosas: 80%<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ ECONOMIA CIRCULAR \\<br />
21<br />
Um estudo recente estimou<br />
que a aplicação<br />
dos princípios de economia<br />
circular à economia<br />
da União Europeia (UE)<br />
pode gerar um aumento<br />
adicio<strong>na</strong>l de 0,5% no<br />
seu PIB, criando cerca<br />
de 700 mil novos postos<br />
de trabalho.<br />
para a reciclagem de resíduos de embalagens at<strong>é</strong><br />
2030 e 65% para resíduos orgânicos at<strong>é</strong> 2025, entre<br />
outras.<br />
Susa<strong>na</strong> Fonseca, diretora da ZERO, Associação<br />
Sistema Terrestre Sustentável, diz que, quando se<br />
mencio<strong>na</strong> economia circular em Portugal, no máximo,<br />
fala-se em reciclagem. “A economia circular<br />
<strong>é</strong> muito mais do que isso. Em primeira linha <strong>é</strong> evitar<br />
a utilização de recursos. Nos casos em que têm<br />
de ser utilizados, procurar que o seu uso seja muito<br />
eficiente e o seu tempo de vida útil tão longo quanto<br />
possível, por exemplo, atrav<strong>é</strong>s da reutilização,<br />
reparação, venda em segunda mão e, em último<br />
caso, a reciclagem”, defende, colocando o dedo <strong>na</strong><br />
ferida: “É mais fácil defender a reciclagem porque<br />
permite que fique tudo <strong>na</strong> mesma. Isto <strong>é</strong>, que seja<br />
mantido o sistema de produção e consumo, que dá<br />
rendimento e poder a muitos, mas causa problemas<br />
tão graves como as alterações climáticas ou<br />
perda de biodiversidade”, acusa.<br />
Na ZERO defendem-se estrat<strong>é</strong>gias de prevenção.<br />
“Somos apologistas das soluções com tara, para<br />
promover a reutilização, mas que pode tamb<strong>é</strong>m<br />
servir como garantia <strong>na</strong> recolha de resíduos para<br />
reciclagem, como está previsto que aconteça, em<br />
breve, em Portugal. A ZERO não <strong>é</strong> apologista da<br />
substituição de soluções descartáveis em plástico<br />
fóssil por soluções descartáveis noutros materiais,<br />
dado que, do nosso ponto de vista, o maior problema<br />
está em ser descartável”, indica.<br />
Um estudo recente, realizado pelo European Environmental<br />
Bureau, demonstra que o ciclo completo<br />
dos smartphones da Europa <strong>é</strong> responsável<br />
por 14 milhões de toneladas de emissões (CO2)<br />
por ano, ou seja, cerca de 25% das emissões m<strong>é</strong>dias<br />
de Portugal, nos últimos anos. “Aumentar a vida<br />
útil destes equipamentos, em ape<strong>na</strong>s um ano, economizaria<br />
mais de dois milhões de toneladas de<br />
emissões, equivalendo em 2030 à retirada de um<br />
milhão de carros das estradas anualmente”, contabiliza<br />
a ambientalista. Este <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s um exemplo<br />
entre muitos outros. A responsável da ZERO<br />
tece críticas, dizendo que, para mudar o paradigma,<br />
precisamos de decisores políticos com visão e<br />
coragem para aplicar medidas de topo da hierarquia<br />
—redução, reutilização, reparação — e fazer<br />
pressão perante os “ganhadores” do sistema atual<br />
— legislação, regulamentos, incentivos às boas soluções,<br />
taxas sobre as más. Susa<strong>na</strong> Fonseca refere<br />
tamb<strong>é</strong>m ser importante que os cidadãos recebam<br />
os estímulos certos para a sustentabilidade estar<br />
presente <strong>na</strong>s suas ações.<br />
PACOTE DA COMISSÃO EUROPEIA<br />
A Comissão Europeia avançou com mais um pacote<br />
de medidas — que constituem a Iniciativa<br />
de Produtos Sustentáveis (Sustai<strong>na</strong>ble Products<br />
Initiative), no âmbito da concretização do Pacto<br />
Ecológico Europeu atrav<strong>é</strong>s da Economia Circular.<br />
O principal objetivo <strong>é</strong> fazer com que os produtos<br />
sustentáveis sejam a norma e que, desta forma, seja<br />
possível à Europa melhorar a gestão dos recursos<br />
(promovendo a sua maior independência de importações<br />
e de uso de mat<strong>é</strong>rias virgens).<br />
A abordagem abrange todo o ciclo produtivo, desde<br />
o design at<strong>é</strong> à produção, utilização, reparação/atualização/reutilização<br />
e mesmo o fim de vida. Para a<br />
concretizar foram preparados o Regulamento sobre<br />
Ecodesign para Produtos Sustentáveis (bem como<br />
o plano de trabalho de rotulagem energ<strong>é</strong>tica e ecodesign<br />
para 2022-2024), a Estrat<strong>é</strong>gia Europeia para<br />
os Têxteis Sustentáveis e Circulares, uma revisão do<br />
Regulamento sobre Produtos de Construção e uma<br />
proposta desti<strong>na</strong>da a Capacitar os Consumidores<br />
para a Transição Verde.<br />
No seu conjunto, pode dizer-se que a Iniciativa<br />
de Produtos Sustentáveis vem melhorar, de<br />
forma significativa, a política de produto <strong>na</strong> UE,<br />
aprofundando-a e alargando-a, tendo o potencial<br />
de ser aplicável a diferentes setores da economia.<br />
Contudo, há ainda muito em aberto. Por exemplo,<br />
<strong>é</strong> referido que, em “2030, uma parte significativa<br />
dos produtos disponibilizados aos consumidores<br />
será desenhada para ser durável e eficiente no uso<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
22<br />
\\ ECONOMIA CIRCULAR \\<br />
Para garantir o crescimento<br />
sustentável da<br />
UE, as metas são ambiciosas:<br />
80% para a reciclagem<br />
de resíduos de<br />
embalagens at<strong>é</strong> 2030 e<br />
65% para resíduos orgânicos<br />
at<strong>é</strong> 2025, entre<br />
outras.<br />
dos recursos e da energia, reparável, reciclável e,<br />
preferencialmente, contendo material reciclado”.<br />
Sendo uma frase muito interessante, a expressão<br />
“uma parte significativa” pode ter diferentes leituras”,<br />
aponta. Tamb<strong>é</strong>m ao nível da sustentabilidade<br />
social, <strong>na</strong> opinião da especialista, há lacu<strong>na</strong>s<br />
significativas que será importante colmatar no<br />
âmbito das discussões dos documentos no Parlamento<br />
Europeu e no Conselho. “É ainda de sublinhar<br />
que o documento refere a necessidade de<br />
melhorar o bem-estar, a resiliência e o impacto<br />
nos limites planetários, bem como de duplicar a<br />
circularidade no uso dos materiais at<strong>é</strong> 2030, mas<br />
continua a não haver uma ação clara para definir<br />
o objetivo de redução do consumo e uso de recursos<br />
em termos absolutos, um passo que consideramos<br />
fundamental para nos colocar no caminho<br />
da sustentabilidade”, salienta.<br />
A NÍVEL EMPRESARIAL O QUE FALHA?<br />
A Confederação Empresarial de Portugal (CIP),<br />
em parceria com a EY-Párthenon, braço de consultoria<br />
de estrat<strong>é</strong>gia global da Ernst & Young, fez<br />
um inqu<strong>é</strong>rito junto de 194 empresas portuguesas<br />
e 40% identificaram a legislação e o enquadramento<br />
regulamentar como o principal obstáculo<br />
à economia circular. As questões económico-fi<strong>na</strong>nceiras<br />
tamb<strong>é</strong>m foram apontadas por 35,6%,<br />
devido à necessidade de investimento a longo<br />
prazo (64%), e adoção de processos de gestão e<br />
planeamento mais dispendiosos em função da<br />
aplicação de práticas mais complexas (57%). No<br />
entanto, muitas empresas consideram a escassez<br />
de recursos <strong>na</strong>turais muito critica (41%) ou critica<br />
(25,3%) para o funcio<strong>na</strong>mento do negócio.<br />
Apesar destes números as empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />
estão atentas. No documento apresentado pela<br />
CIP há vários casos de empresas com boas práticas.<br />
A indústria têxtil e vestuário, por exemplo,<br />
uma das mais antigas e tradicio<strong>na</strong>is, que exporta<br />
quase 80% da sua produção, <strong>é</strong> considerada uma<br />
das mais poluidoras, mas está empenhada em diminuir<br />
a pegada ecológica atrav<strong>é</strong>s da economia<br />
circular e da sustentabilidade da produção. Para<br />
isso tende a incorporar fibras recicladas e orgânicas<br />
ou fibras sint<strong>é</strong>ticas biodegradáveis. As fiações<br />
procuram fios sustentáveis e com baixo impacto<br />
no ambiente. Há já tecidos a serem produzidos<br />
com reciclagem de resíduos das próprias fábricas.<br />
Outra fileira que está apostada em reduzir o impacto<br />
ambiental <strong>é</strong> a indústria da cerâmica, altamente<br />
dependente da energia, tendo feito investimentos<br />
significativos <strong>na</strong> produção sustentável e<br />
tecnologias eficientes energeticamente, incluindo<br />
recuperação de calor, cogeração e substituição de<br />
carvão por gás <strong>na</strong>tural. Está tamb<strong>é</strong>m a desenvolver<br />
t<strong>é</strong>cnicas de reciclagem que reduzem a dependência<br />
de mat<strong>é</strong>rias-primas. O setor metalúrgico<br />
e metalomecânico tamb<strong>é</strong>m se propôs reduzir o<br />
consumo de materiais <strong>na</strong> ordem dos 20%. São pequenos<br />
passos que podem moldar um novo caminho<br />
mais circular.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ ECONOMIA CIRCULAR \\<br />
23<br />
O DIAGRAMA DO SISTEMA<br />
DE ECONOMIA CIRCULAR<br />
CICLO BIOLÓGICO<br />
(ORGÂNICO)<br />
CICLO TÉCNICO<br />
(INDUSTRIAL)<br />
AGRICULTURA<br />
E COLETA<br />
RECURSOS<br />
RENOVÁVEIS<br />
RECURSOS<br />
FINITOS<br />
FABRICAÇÃO DOS<br />
COMPONENTES<br />
REGENERAÇÃO<br />
MATÉRIAS PRIMAS<br />
BIOQUÍMICAS<br />
MANUFATURA DOS PRODUTOS<br />
PROMOÇÃO DO SERVIÇO<br />
COMPARTILHAR<br />
REUTILIZAÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO<br />
REMANUFATURA<br />
RECICLAGEM<br />
APROVEITAMENTO<br />
EM CASCATA<br />
MANUTENÇÃO<br />
BIOGÁS<br />
DIGESTÃO<br />
ANAERÓBICA<br />
EXTRAÇÃO DE MATÉRIAS<br />
PRIMAS BIOQUÍMICA<br />
CONSUMO<br />
USO<br />
O diagrama do sistema de economia circular, conhecido como diagrama de borboleta,<br />
ilustra o fluxo contínuo de materiais numa economia circular. Existem dois<br />
ciclos principais – o ciclo t<strong>é</strong>cnico e o ciclo biológico. No ciclo t<strong>é</strong>cnico, os produtos<br />
e materiais são mantidos em circulação atrav<strong>é</strong>s de processos como reutilização,<br />
reparação, remanufatura e reciclagem. No ciclo biológico, os nutrientes dos materiais<br />
biodegradáveis são devolvidos à Terra para regenerar a <strong>na</strong>tureza.<br />
sabia que...<br />
A ECONOMIA CIRCULAR SURGIU COMO UMA NOVA<br />
FORMA DE PENSAR O FUTURO DO PLANETA E DE<br />
REINVENTAR A ECONOMIA, TORNANDO-A MAIS<br />
SUSTENTÁVEL E COMPETITIVA.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
24<br />
\\ DESCARBONIZAÇÃO \\<br />
PODEMOS SER O PAÍS<br />
MAIS EFICIENTE<br />
DA UNIÃO EUROPEIA<br />
A PANDEMIA AJUDOU A ATINGIR BONS RESULTADOS, MAS AINDA HÁ MUITO A FAZER<br />
NOS TRANSPORTES, INDÚSTRIA E ENERGIA. É PRECISO INVESTIR E CUMPRIR.<br />
\\ Por Teresa Cotrim<br />
Oprocesso de descarbonização da<br />
economia global, at<strong>é</strong> 2050, deve<br />
custar cerca de 9,2 mil milhões<br />
de dólares, contabiliza o estudo<br />
da Net-Zero Portugal – Caminhos de Portugal<br />
para a descarbonização, elaborado pela<br />
McKinsey & Company, com a colaboração do<br />
Conselho Empresarial para o Desenvolvimento<br />
Sustentável (BCSD Portugal). A boa notícia <strong>é</strong><br />
que temos um potencial de descarbonização de<br />
baixo custo relativamente a outros países europeus,<br />
podendo ser o mais eficiente da União<br />
Europeia. Mas não há bela sem senão. O mesmo<br />
estudo diz que isto terá um preço: “Exigirá<br />
a Portugal um investimento inicial que terá um<br />
peso de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) ao<br />
ano. O reverso da medalha <strong>é</strong> que mais tarde<br />
poderá criar oportunidades de crescimento do<br />
PIB entre 10% e 15%.”<br />
As estatísticas estão a nosso favor. Os dados<br />
mais recentes, publicados pela Agência Portuguesa<br />
do Ambiente em 2020, dizem que as<br />
emissões de gases com efeito de estufa (GEE),<br />
causadoras do aquecimento global e consequentes<br />
alterações climáticas, totalizaram 58 milhões<br />
de toneladas de dióxido de carbono, uma<br />
redução de 10% face ao ano anterior. Segundo a<br />
ZERO, Associação Sistema Terrestre, a pandemia<br />
foi decisiva para Portugal, em 2020, atingir<br />
as metas definidas no Plano Nacio<strong>na</strong>l de Energia<br />
e Clima (PNEC 2030), e que estão em linha<br />
com a neutralidade climática a atingir em 2050.<br />
Para S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee, Partner e líder dos<br />
setores Power, Utilities & Renewables e Oil,<br />
Gas & Chemicals da Deloitte, o modelo económico<br />
atual baseia-se <strong>na</strong> exploração de recursos<br />
com base <strong>na</strong> extração de combustíveis fósseis<br />
e mat<strong>é</strong>rias-primas. Desse modo, para atingir a<br />
meta traçada, e como identificado no Roteiro<br />
para a Neutralidade Carbónica 2050, Portugal<br />
deverá simultaneamente investir <strong>na</strong> redução<br />
da intensidade carbónica da eletricidade produzida,<br />
<strong>na</strong> substituição de combustíveis fósseis<br />
por eletricidade, assim como promover o recurso<br />
a fontes limpas de energia, <strong>na</strong> globalidade<br />
dos setores da economia.<br />
“Portugal terá de estar preparado para atrair e<br />
gerar investimentos que materializem esta trajetória,<br />
por exemplo, de fundos europeus ou de<br />
caráter privado, para incentivar iniciativas que<br />
promovam a modernização industrial, a mobilidade<br />
sustentável e o alargamento da capacidade<br />
produtiva de energia renovável centralizada<br />
e descentralizada”, afirma o partner da Deloitte.<br />
Na sua opinião deverão tamb<strong>é</strong>m promover-se<br />
atividades no domínio da investigação e inovação<br />
para o desenvolvimento de tecnologias que<br />
permitam e acelerem - de facto, a tecnologia <strong>é</strong><br />
apontada como um dos principais fatores promotores<br />
da descarbonização, de acordo com o<br />
estudo da Deloitte “The 2030 decarbonization<br />
c h a l l e n g e”.<br />
Por fim, S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee destaca a criação<br />
e contínua atualização de um quadro regulamentar,<br />
fiscal e de incentivos que, se bem-sucedido,<br />
contribuirá para a meta de descarbonização<br />
em duas vertentes: “A limitação do uso ou<br />
elimi<strong>na</strong>ção de incentivos a tecnologias, práticas<br />
ou recursos que impeçam a descarbonização e<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DESCARBONIZAÇÃO \\<br />
25<br />
Para S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee,<br />
Partner e líder dos setores<br />
Power, Utilities & Renewables<br />
e Oil, Gas & Chemicals<br />
da Deloitte, o modelo<br />
económico atual baseia-se<br />
<strong>na</strong> exploração de recursos<br />
com base <strong>na</strong> extração de<br />
combustíveis fósseis e mat<strong>é</strong>rias-primas.<br />
o incentivo à difusão de informação e adoção ou<br />
substituição por novas tecnologias, práticas e recursos<br />
que a promovam.”<br />
ENERGIA, TRANSPORTES E INDÚSTRIA<br />
O potencial de redução de emissões não <strong>é</strong> igual em<br />
todos os setores da economia, porque existem disparidades<br />
<strong>na</strong> tecnologia disponível e <strong>na</strong> sua relação<br />
custo-eficácia. A análise da Deloitte foca-se em<br />
três dos setores <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is mais relevantes, não só<br />
a nível económico, mas tamb<strong>é</strong>m pelo papel predomi<strong>na</strong>nte<br />
que assumem para alcançar os objetivos<br />
de descarbonização.<br />
Na opinião de S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee, o setor el<strong>é</strong>trico<br />
está bem preparado para esta transição, alicerçada<br />
em investimentos significativos no aumento<br />
da capacidade de geração de energia renovável (em<br />
particular energia eólica e fotovoltaica), em paralelo<br />
com o investimento em sistemas e mecanismos<br />
de gestão de infraestrutura de redes que permitam<br />
uma maior descentralização, flexibilidade e eficiência.<br />
“No contexto energ<strong>é</strong>tico, destacamos o armaze<strong>na</strong>mento<br />
de energia como um aspeto essencial a<br />
garantir para capturar em pleno todas as vantagens<br />
das energias renováveis, sendo relevante endereçar<br />
os desafios ambientais que tamb<strong>é</strong>m apresenta, por<br />
exemplo, ao nível da reciclagem de baterias.”<br />
Em paralelo, o setor dos transportes apresenta um<br />
desenvolvimento relevante ao nível da transição<br />
para a mobilidade el<strong>é</strong>trica, mas ainda enfrenta limitações<br />
significativas. É de realçar o investimento<br />
e desenvolvimento <strong>na</strong> rede de postos de carregamento<br />
e a criação de incentivos à compra de veículos<br />
el<strong>é</strong>tricos, com resultados positivos ao nível<br />
do transporte de automóveis ligeiros – segundo a<br />
Associação de Utilizadores de Veículos El<strong>é</strong>tricos<br />
(UVE), a variação homóloga de vendas de veículos<br />
el<strong>é</strong>tricos <strong>é</strong> positiva há mais de um ano, desde<br />
março de 2021, comprovando a tendência positiva<br />
e sustentada <strong>na</strong> adoção desta tecnologia. Por outro<br />
lado, o transporte rodoviário de longo curso, o<br />
transporte marítimo e o transporte a<strong>é</strong>reo apresentam<br />
claros desafios relativamente à maturidade e<br />
custos associados a tecnologias ou combustíveis<br />
alter<strong>na</strong>tivos. Adicio<strong>na</strong>lmente, segundo um estudo<br />
conjunto da Deloitte e da Shell (“Decarbonising<br />
Road Freight”), o desenvolvimento do e-commerce<br />
tem colocado maior pressão <strong>na</strong>s cadeias de<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
26<br />
\\ DESCARBONIZAÇÃO \\<br />
Segundo o Net Zero Economy Index 2021 da PWC,<br />
a taxa de descarbonização global tem de aumentar<br />
cinco vezes para os objetivos do Acordo de Paris<br />
serem alcançados.<br />
abastecimento, a nível de volume, rapidez de entrega<br />
e redução de custo, o que dificulta e limita<br />
o incentivo em adotar soluções com menores<br />
emissões de carbono.<br />
Francisco Ferreira, da ZERO, identifica o setor<br />
dos transportes como o principal vilão dos gases<br />
com efeito de estufa e acredita que ainda há muito<br />
a fazer, “apesar de uma redução considerável<br />
entre 2019 e 2020 <strong>na</strong> ordem dos 16%, <strong>é</strong> o setor<br />
que mais contrasta em termos de evolução desde<br />
1990 com a produção de eletricidade e calor.<br />
Enquanto as emissões do transporte rodoviário<br />
aumentaram 42% entre 1990 e 2020, as emissões<br />
da produção de eletricidade reduziram 43%”.<br />
Por isto, <strong>na</strong> sua opinião, deve investir-se nos<br />
transportes públicos, e remover definitivamente<br />
a dependência dos combustíveis fósseis. “É<br />
fundamental conquistar mais utilizadores para<br />
o transporte público e, al<strong>é</strong>m disso, deveria reforçar-se<br />
a integração de sistemas partilhados<br />
de mobilidade suave, por exemplo, sistemas de<br />
bicicletas partilhadas”, indica. A Associação Terrestre<br />
defende ainda que deveriam existir mais<br />
apoios para a eletrificação de frotas —sejam<br />
transportes públicos ou táxis, mas tamb<strong>é</strong>m veículos<br />
já em operação, como os TVDE e os transportes<br />
de mercadorias por conta de outrem,<br />
at<strong>é</strong> 3,5 toneladas. Outro ponto que destacam <strong>é</strong><br />
o carregamento de veículos el<strong>é</strong>tricos. Francisco<br />
Ferreira diz que este investimento já está previsto<br />
no Plano de Recuperação e Resiliência, mas<br />
<strong>na</strong> sua opinião deverá ser antecipado e alargado.<br />
A análise da Deloitte destaca ainda o setor da<br />
indústria, (onde se incluem setores como a produção<br />
de papel, vidro, cimento, ferro e indústria<br />
química), que em 2015 representava cerca de<br />
19% das emissões <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. “É um dos setores<br />
que enfrentam os maiores desafios, sobretudo<br />
pela profundidade da transformação necessária<br />
a nível de processos e instalações produtivas com<br />
elevados investimentos de capital associados”,<br />
afirma o partner da Deloitte. Por outro lado,<br />
refere tamb<strong>é</strong>m que o Plano de Recuperação e<br />
Resiliência dedica uma das componentes à Descarbonização<br />
da Indústria, encontrando-se as<br />
candidaturas abertas para apoios no valor de<br />
705 milhões de euros no âmbito de projetos que<br />
abranjam processos e tecnologias de baixo carbono,<br />
adoção de medidas de eficiência energ<strong>é</strong>tica<br />
e incorporação de energia de fonte renovável e<br />
armaze<strong>na</strong>mento de energia.<br />
Segundo S<strong>é</strong>rgio do Monte Lee, o sucesso <strong>na</strong> atribuição<br />
e aplicação destes apoios “pode ser um<br />
acelerador relevante para a descarbonização”,<br />
em conjunto com o papel dos subsetores industriais<br />
em desenvolver roteiros de descarbonização<br />
específicos, permitindo mitigar o risco de<br />
disrupção dos negócios e desenvolver vantagens<br />
competitivas, com base no posicio<strong>na</strong>mento estrat<strong>é</strong>gico<br />
focado <strong>na</strong> ação climática, como referido<br />
no Roteiro para a Neutralidade Carbónica.<br />
O ambientalista da ZERO sabe que a redução<br />
dos níveis de emissão foi um reflexo da diminuição<br />
da atividade induzida pela pandemia. “No<br />
entanto, a tendência de redução desde 2017,<br />
incluindo a retirada de produção das centrais<br />
t<strong>é</strong>rmicas a carvão fortemente poluidoras, que<br />
começou a ter lugar em 2020, e os investimentos<br />
em renováveis podem assegurar uma tendência<br />
de redução ao longo dos próximos anos. As medidas<br />
no setor dos transportes e a necessidade de<br />
aumentarmos a eficiência dos edifícios vão ser<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DESCARBONIZAÇÃO \\<br />
27<br />
absolutamente decisivas para Portugal antecipar a neutralidade<br />
climática e assegurar maior independência energ<strong>é</strong>tica em<br />
linha com a resposta à crise pand<strong>é</strong>mica e às consequências da<br />
guerra <strong>na</strong> Ucrânia”, defende.<br />
O transporte rodoviário de<br />
longo curso, o transporte marítimo<br />
e o transporte a<strong>é</strong>reo<br />
apresentam claros desafios<br />
relativamente à maturidade e<br />
custos associados a tecnologias<br />
ou combustíveis alter<strong>na</strong>tivos.<br />
A TAXA DE CARBONO<br />
Segundo o relatório do Tribu<strong>na</strong>l de Contas Europeu (TCE),<br />
Portugal <strong>é</strong> o s<strong>é</strong>timo país da União Europeia (UE) que mais taxa<br />
o dióxido carbono (CO2), a 23,8 euros por tonelada, abrangendo<br />
29% de gases com efeito de estufa dos setores de transportes<br />
e aquecimento, mas ainda não <strong>é</strong> suficientes para atingir<br />
metas verdes. Em declarações à Lusa, Viorel Stefan, membro<br />
do TCE e responsável pelo documento, refere haver países que<br />
estão muito baixo do valor <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, como a Polónia, que cobra<br />
0,10 euros por tonelada, mas tamb<strong>é</strong>m há outros muito acima<br />
- caso da Su<strong>é</strong>cia, que cobra 100 euros por tonelada de CO2.<br />
Este <strong>é</strong> um imposto que tem sido aplicado em vários países europeus.<br />
Neste momento são 14 os Estados-membros que estabelecem<br />
diretamente os preços para emissões, em 2008 eram ape<strong>na</strong>s<br />
sete. Por<strong>é</strong>m, de acordo com o Net Zero Economy Index 2021 da<br />
PWC, a taxa de descarbonização global tem de aumentar cinco<br />
vezes para os objetivos do Acordo de Paris serem alcançados.<br />
Francisco Ferreira sublinha que tem de haver uma reavaliação<br />
do congelamento da taxa de carbono em Portugal. “Esta foi<br />
congelada no fi<strong>na</strong>l do ano passado, com a medida a vigorar at<strong>é</strong><br />
31 de março, e agora foi prolongada. Isto afeta o Fundo Ambiental,<br />
que permite apoiar a mobilidade sustentável, colocando<br />
em causa projetos que poderiam ajudar Portugal a cumprir<br />
as metas a que se comprometeu e o aumento de receitas para<br />
apoio ao transporte público e aos investimentos <strong>na</strong> mobilidade<br />
sustentável”, alerta.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
28 \\ ANÁLISE \\<br />
PORTUGAL, UM PAÍS<br />
SUSTENTÁVEL?<br />
O PAÍS DEFINIU O TURISMO COMO PRIORIDADE. MAS PRECISA IR MAIS ALÉM, ABARCAR<br />
TODOS OS SETORES, E, MAIS DO QUE ISSO, PASSAR DA INTENÇÃO À AÇÃO.<br />
\\ Por Alexandra Costa<br />
Portugal como que assumiu a sustentabilidade como um<br />
imperativo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. E isso foi notório aquando da Presidência<br />
portuguesa da União Europeia, em que o turismo<br />
foi posicio<strong>na</strong>do <strong>na</strong> rota da sustentabilidade e da recuperação europeia.<br />
Muitas das iniciativas levadas a cabo durante aqueles seis meses<br />
tiveram por base a recuperação e a criação de emprego no setor do<br />
turismo, a definição de um caminho comum para um turismo mais<br />
sustentável, uma maior coorde<strong>na</strong>ção das medidas sobre a livre circulação<br />
de pessoas e a utilização eficiente dos megadados como fonte<br />
estatística de apoio à formulação de políticas públicas e à atividade<br />
económica.<br />
Mas essa posição terá sido suficiente? Ter-se-á concretizado em<br />
medidas específicas e concretas? Na opinião de Francisco Ferreira,<br />
presidente da Zero, apesar de ter sido assumido que o setor deveria<br />
ser apoiado para que se adapta-se à desejável transição ecológica, <strong>na</strong><br />
verdade os resultados são ainda muito t<strong>é</strong>nues. “Aliás a própria Agenda<br />
ainda não foi concluída não sendo ainda conhecidas as medidas<br />
de pormenor que serão priorizadas para a sua concretização”, refere.<br />
Independentemente disso a Zero espera que as iniciativas que venham<br />
a ser desenvolvidas contribuam para uma redução acentuada<br />
da atividade turística, nomeadamente a que está baseada <strong>na</strong> intensificação<br />
do uso do transporte a<strong>é</strong>reo; <strong>na</strong> adoção de medidas compensadoras<br />
de emissões ou <strong>na</strong> intensificação da racio<strong>na</strong>lização do uso de<br />
recursos e de ecossistemas de elevado importância <strong>na</strong>tural. Por outro<br />
lado há a expetativa de que o investimento no setor passe igualmente<br />
pela recuperação quer de espaços urbanos com relevância patrimonial<br />
em paralelo com a reabilitação da paisagem rural e florestal.<br />
Mas a economia de um país não vive ape<strong>na</strong>s do turismo. E o que acon-<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ ANÁLISE \\<br />
29<br />
tece com os outros setores? Haverá iniciativas que<br />
promovam a sustentabilidade? “A existência de<br />
estrat<strong>é</strong>gias, planos ou referenciais para a sustentabilidade<br />
não são por si só a garantia de que os<br />
setores estão a adotar praticas de sustentabilidade”,<br />
alerta Francisco Ferreira. Mais do que simplesmente<br />
criar medidas há que as implementar,<br />
colocá-las no terreno. Sobre isso o presidente da<br />
Zero acrescenta que a associação tem demonstrado<br />
que a industria de Biomassa queima troncos de<br />
madeira para produzir energia que supostamente<br />
não deveriam ser utilizados por esta fileira industrial;<br />
que o setor dos transportes exige uma redução<br />
no preço dos combustíveis, mas não exige uma<br />
sensibilização <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l intensa que apele ao uso<br />
do transporte público; que continua a ser priorizada<br />
uma subsidiação do regadio insustentável no<br />
Plano estrat<strong>é</strong>gico para a política portuguesa.<br />
Há ainda muito por fazer. Esta <strong>é</strong> a avaliação geral.<br />
Há a intenção. É verdade. Mas “falta preparar<br />
e demonstrar à sociedade que <strong>é</strong> possível manter<br />
elevados padrões de bem-estar e de qualidade de<br />
vida com uma menor utilização de recursos e uma<br />
menor produção de resíduos e emissões. Falta di<strong>na</strong>mizar<br />
uma economia baseada no bem-estar,<br />
<strong>na</strong> proximidade, nos ciclos curtos, <strong>na</strong> justiça social<br />
e que atenda à saúde e qualidade de vida das<br />
populações, rumo à neutralidade climática. Falta<br />
promover a integração dos efeitos das políticas<br />
sectoriais no objetivo de contrariar a evolução negativa<br />
da nossa condição ambiental. Entre outros<br />
aspetos”, conclui Francisco Ferreira.<br />
E isto traduz-se em todas as áreas. Incluindo <strong>na</strong><br />
diversidade de g<strong>é</strong>nero. No início do ano foi publicado<br />
o Gender Diversity Index que posicionou<br />
Portugal em 13º num ranking constituído por 19<br />
países europeus. O estudo refere mesmo que Portugal<br />
pontua abaixo da m<strong>é</strong>dia em todos os indicadores<br />
do Índice, exceto a percentagem de CFOs<br />
do sexo feminino. A pontuação <strong>é</strong> especialmente<br />
baixa para a percentagem de mulheres a nível executivo<br />
(14%), mais de 15 pontos percentuais atrás<br />
A existência de estrat<strong>é</strong>gias,<br />
planos ou referenciais<br />
para a sustentabilidade<br />
não são por si só a<br />
garantia de que os setores<br />
estão a adotar praticas de<br />
sustentabilidade.<br />
do país com a pontuação mais alta. O exemplo<br />
notório <strong>é</strong> o facto de que nenhuma das empresas<br />
portuguesas a<strong>na</strong>lisadas terem uma diretora executiva<br />
femini<strong>na</strong>. Em contraste, 6% tem uma mulher<br />
a presidir a direção. Mas nem tudo <strong>é</strong> mau.<br />
O relatório tamb<strong>é</strong>m constata que há 9 entidades<br />
portuguesas incluídas em ambos os conjuntos de<br />
dados de 2020 e 2021. Destes 6 melhoraram a sua<br />
pontuação ao longo do ano passado; 2 viram a sua<br />
pontuação diminuir desde 2020 e uma teve uma<br />
pontuação i<strong>na</strong>lterada. Um ponto importante: a<br />
melhoria mais considerável foi registada pela empresa<br />
Corticeira Amorim.<br />
Portugal, e nomeadamente o governo português,<br />
tem demonstrado não só estar a par da importância<br />
da sustentabilidade como reconhece ser este<br />
o caminho. Mas <strong>é</strong> preciso ir mais al<strong>é</strong>m. É preciso<br />
passar das intenções aos atos. E principalmente<br />
acompanhar o esforço que tem estado a ser feito<br />
pelo setor privado. Promover políticas de inclusão<br />
e de equidade. Mas tamb<strong>é</strong>m responder a desafios<br />
como a (ainda) utilização dos combustíveis fósseis<br />
e a não destruição de ecossistemas e da biodiversidade.<br />
Basicamente, como responder a desafios<br />
que “não intensifiquem a desigualdade social e<br />
económica”.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
30 \\ TECNOLOGIA \\<br />
O PAPEL DA INOVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO<br />
Sustentável<br />
APENAS COM A ADOÇÃO DA TECNOLOGIA PODEREMOS ACELERAR AS<br />
TRANSFORMAÇÕES DAS EMPRESAS PARA PRÁTICAS MAIS SUSTENTÁVEIS.<br />
\\ Por António Sarmento<br />
As empresas têm vindo a aproveitar a tecnologia para otimizar o<br />
seu desempenho ao longo de d<strong>é</strong>cadas. Mas como pode a disrupção<br />
digital ser aproveitada para não ape<strong>na</strong>s garantir, mas tamb<strong>é</strong>m<br />
incentivar práticas comerciais sustentáveis? Ao implementar medidas<br />
regulatórias, as empresas começaram a perceber os benefícios de uma abordagem<br />
sustentável: uma gestão de risco mais eficaz, relacio<strong>na</strong>mentos com as<br />
partes interessadas, economia de custos, criação de valor e melhor posicio<strong>na</strong>mento<br />
no mercado. O que se tor<strong>na</strong> claro <strong>é</strong> que, melhorando os padrões e<br />
práticas voluntariamente implementados, os negócios, a sociedade e o setor<br />
público podem apontar a um futuro mais sustentável.<br />
À medida que os conhecimentos de sustentabilidade se tor<strong>na</strong>m mais incorporados<br />
<strong>na</strong>s cadeias de valor, a tomada de decisões ambientais poderá integrar-<br />
-se no desenvolvimento de novos produtos e serviços, com possibilidades para<br />
criar novas oportunidades de negócio. “A tecnologia está e vai ser crucial para<br />
a passagem a um mundo mais sustentável a todos os níveis, como <strong>é</strong> em qualquer<br />
processo transformativo. Ape<strong>na</strong>s com a adoção da tecnologia poderemos<br />
acelerar as transformações das empresas para práticas mais sustentáveis, assim<br />
como proceder à sua correta avaliação ao nível da sustentabilidade”, explica<br />
Pedro Lino, economista e CEO da DIF Broker e da Optimize Investment.<br />
A tecnologia teve sempre o poder de funcio<strong>na</strong>r como um disruptor de comportamentos<br />
e de expetativas. A novidade está <strong>na</strong> rapidez desta mudança. No<br />
campo da sustentabilidade, o desenvolvimento da inteligência artificial e dos<br />
algoritmos permitem estimar de forma mais fidedig<strong>na</strong> as necessidades futuras<br />
de determi<strong>na</strong>da indústria. “Tomemos como exemplo a indústria do fast<br />
fashion, um dos setores mais poluidores do mundo. A inovação tecnológica<br />
permite às cadeias de produção ajustar a sua oferta à procura existente com<br />
base em algoritmos que permitem captar as preferências dos consumidores,<br />
produzindo ape<strong>na</strong>s o necessário (em quantidade e qualidade) e reduzindo em<br />
muito, os desperdícios da sobreprodução”, acrescenta Ri<strong>na</strong> Guerra, subdiretora<br />
de investimentos do Banco Carregosa.<br />
Outra evolução tecnológica desta indústria será a criação de guarda-roupas<br />
totalmente digitais, em que consumidores poderão ter acesso e visibilidade<br />
sobre os objetos detidos por outros consumidores, o que fomentará, de forma<br />
exponencial, a economia circular e modelos de negócio baseados <strong>na</strong> revenda,<br />
no aluguer ou <strong>na</strong> reparação de artigos de moda usados.<br />
A especialista aponta ainda a disrupção tecnológica no setor da saúde, que<br />
tem servido em muito para aumentar a qualidade de vida dos pacientes e a<br />
esperança m<strong>é</strong>dia de vida em geral, o que recai no segmento dos crit<strong>é</strong>rios sociais,<br />
nomeadamente <strong>na</strong> melhoria das condições de vida da população global.<br />
Para o consultor Marco Silva, a tecnologia <strong>é</strong> fundamental para se atingir<br />
maior sustentabilidade no sector empresarial. Por<strong>é</strong>m, nem tudo <strong>é</strong> positivo.<br />
“Na energia, mesmo sem o avanço da tecnologia não teríamos hoje o grau<br />
de energia “verde” que temos. Mas ainda assim o caminho <strong>é</strong> lento, propositadamente<br />
para a rentabilização gradual das diversas fases da tecnologia atrasando<br />
no processo o avanço civilizacio<strong>na</strong>l. É raríssimo haver um grande salto<br />
tecnológico. Passamos por inúmeros estágios, muitos desnecessários, onde em<br />
todos eles existe a rentabilização desse estágio antes de passar para o seguinte”,<br />
conclui o consultor.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ TECNOLOGIA \\<br />
31<br />
DE ACORDO COM A CONSULTORA MAZARS ESTAS SÃO AS CINCO PRINCIPAIS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS QUE<br />
SE ENCONTRAM A ACELERAR, AMPLIAR E PRIORIZAR A SUSTENTABILIDADE NO MUNDO ATUAL DOS NEGÓCIOS:<br />
BLOCKCHAIN<br />
O grande interesse pela tecnologia atualmente<br />
verificado teve já um impacto positivo em<br />
setores como a Energia e os Serviços Fi<strong>na</strong>nceiros,<br />
redefinindo sistemas e a segurança do<br />
consumidor. Mas a blockchain <strong>é</strong> um marco <strong>na</strong><br />
gestão da cadeia logística, permitindo maior<br />
transparência e eficiência. A complexidade e a<br />
opacidade de como as cadeias logísticas são<br />
hoje geridas são extraordinárias. A blockchain<br />
tem o potencial de permitir que empresas e<br />
consumidores acompanhem transações de<br />
forma mais segura e transparente, garantindo<br />
que os fornecedores aderem aos seus valores<br />
- seja a gestão com preocupações ambientais<br />
ou a produção sustentável.<br />
01<br />
DATA MINING<br />
Ter uma visão sobre os riscos e as oportunidades<br />
da Responsabilidade Social Corporativa<br />
(RSC) para uma empresa <strong>é</strong> cada vez mais importante,<br />
porque a informação se está a tor<strong>na</strong>r<br />
uma questão não negociável tanto para os<br />
reguladores, como para as restantes partes<br />
interessadas e o público em geral. A falta de<br />
dados homog<strong>é</strong>neos e de alta qualidade, representa<br />
um desafio real para empresas em busca<br />
de uma visão mais clara dos seus atributos<br />
de RSC. À medida que as ferramentas de data<br />
mining se tor<strong>na</strong>m cada vez mais avançadas -<br />
desde a aprendizagem e evolução de processos<br />
e dispositivos, ao reconhecimento ótico de<br />
caracteres – o seu desenvolvimento fornecerá<br />
acesso a dados e insights que não eram antes<br />
user friendly.<br />
02 03<br />
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)<br />
A IA não se limita ape<strong>na</strong>s a prever e modelar<br />
iniciativas sustentáveis, mas tem o potencial<br />
de transformar os processos de avaliação<br />
<strong>na</strong>s empresas associados à RSC. Enquanto<br />
a informação acerca de sustentabilidade<br />
flui para o mercado, a IA permite que as<br />
empresas a<strong>na</strong>lisem esses grandes conjuntos<br />
de dados a uma velocidade incomparável. À<br />
medida que o valor dos dados <strong>é</strong> melhor compreendido<br />
e cada vez mais exigido, a IA oferece<br />
uma oportunidade de a<strong>na</strong>lisar de forma<br />
inteligente quantidades massivas de dados<br />
dispersos, criando novos caminhos sustentáveis<br />
para o contexto de negócio.<br />
INTERNET OF THINGS (IOT)<br />
A IoT <strong>é</strong> um dos avanços tecnológicos mais significativos<br />
que irão afetar a economia global <strong>na</strong>s próximas d<strong>é</strong>cadas.<br />
Projetos que aproveitam o poder da IoT podem<br />
contribuir para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável da ONU, tendo um alcance global<br />
e possibilitando a conexão com pessoas e objetos que<br />
antes não eram completamente endereçados. Melhorando<br />
a qualidade de vida em áreas menos desenvolvidas<br />
do globo, a IoT pode impulsio<strong>na</strong>r o desenvolvimento<br />
sustentável - de cidades mais inteligentes a energia<br />
mais limpa - e, nesse aspeto, existe uma oportunidade<br />
real para as empresas contribuírem positivamente para<br />
estas metas globais.<br />
05 06<br />
ANÁLISE PREDITIVA<br />
A alta velocidade à qual os dados serão produzidos e a<strong>na</strong>lisados no futuro próximo significa que<br />
as empresas terão ferramentas de tomada de decisão aprimoradas e sistemas de apoio para<br />
criar a sua perceção e estruturar a sua gestão - particularmente quando se trata de questões<br />
relacio<strong>na</strong>das com RSC. Transformar esses dados em insights aplicáveis à estrat<strong>é</strong>gia e ao desenvolvimento<br />
sustentável de uma empresa <strong>é</strong> essencial não ape<strong>na</strong>s para criar valor, mas tamb<strong>é</strong>m<br />
para fornecer informações essenciais para todas as partes interessadas. As tecnologias a<strong>na</strong>líticas<br />
preditivas podem enfrentar esse desafio, identificando problemas de RSC, si<strong>na</strong>lizando riscos<br />
e comparando o desempenho de uma empresa com os restantes participantes do mercado. No<br />
mundo de hoje, a abundância de dados de RSC <strong>é</strong> monumental. Desenvolvimentos significativos a<br />
nível tecnológico têm o poder de permitir que as empresas agregam e a<strong>na</strong>lisam esses dados em<br />
níveis anteriormente impossíveis. O desafio passa agora por adotar essas tecnologias disruptivas<br />
para obter insights estrat<strong>é</strong>gicos e valiosos sobre o crescimento sustentável e de longo prazo de<br />
uma empresa.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
32 \\ FINANÇAS \\<br />
Investimento<br />
Sustentável<br />
AUMENTA EM TODO O MUNDO<br />
OS FUNDOS QUE CUMPREM CRITÉRIOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E DE GOVERNO DAS<br />
SOCIEDADES (ESG) ESTÃO A CRESCER RAPIDAMENTE A NÍVEL GLOBAL E NACIONAL.<br />
\\ Por António Sarmento<br />
Otema da sustentabilidade tornou-se incontornável no mundo<br />
fi<strong>na</strong>nceiro atual, tendência que foi acentuada pela pandemia.<br />
Um número crescente de instituições tem integrado crit<strong>é</strong>rios<br />
de sustentabilidade para a tomada de decisões de investimento. O investimento<br />
sustentável caracteriza-se pela tomada de consciência dos investidores<br />
<strong>na</strong> incorporação de fatores explícitos relacio<strong>na</strong>dos com o ambiente,<br />
com o meio social e com a gover<strong>na</strong>nça <strong>na</strong>s suas decisões, assim como do seu<br />
papel <strong>na</strong> sociedade, como proprietários ou credores, sempre com vista ao<br />
retorno sobre o capital no longo prazo.<br />
“Os detentores de ativos institucio<strong>na</strong>is como sejam os fundos de pensões, as<br />
empresas seguradoras, os fundos soberanos ou as family offices, geralmente<br />
investem em veículos de investimento com o objetivo de gerar retornos sobre<br />
esse capital e representam grande parte do fluxo de investimento global.<br />
O seu entendimento de como os fatores ESG podem influenciar os retornos<br />
fi<strong>na</strong>nceiros e o impacto do seu capital <strong>na</strong> economia real, tem sido um<br />
impulsio<strong>na</strong>dor importante para o investimento sustentável e responsável”,<br />
explica Ri<strong>na</strong> guerra, subdiretora de investimentos do Banco Carregosa.<br />
Segundo a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados,<br />
os ativos sob gestão dos fundos ESG <strong>na</strong> UE aumentaram 20% no primeiro<br />
semestre de 2021, para 1,5 biliões de euros. Apesar de estar ainda numa fase<br />
inicial, Portugal tem acompanhado esta tendência, tanto do lado da oferta,<br />
como da procura. Só em 2021, assistiu-se à emissão de quase 3000M€ em<br />
dívida com o cunho ESG, pelas grandes empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is (Grupo EDP<br />
2000M€, BCP 500M€, REN 300M€, Greenvolt 100M€), um ano recorde<br />
para este tipo instrumentos. Da mesma forma, segundo dados da CMVM,<br />
existiam em Portugal, 5 fundos ESG com 303M€ (versus 272M€ em 2019)<br />
de ativos sob gestão, em 2020, com tendência claramente crescente.<br />
O mercado português está a acompanhar esta nova tendência e espera-se<br />
que cada vez mais a oferta de fundos ESG aumente a longo prazo. “No que<br />
diz respeito à emissão de dívida, os emitentes de dívida verde consideram<br />
que <strong>é</strong> fundamental esta emergência com a preocupação dos crit<strong>é</strong>rios ESG<br />
e, de facto, tor<strong>na</strong>-se mais atrativo para as empresas que adotem este tipo de<br />
modelos mais sustentáveis, para que possam progredir com a sua atividade”,<br />
diz Henrique Tom<strong>é</strong>, a<strong>na</strong>lista XTB, à Green Savers.<br />
Reconhecer e integrar fatores ambientais, sociais e de gover<strong>na</strong>nça num negócio<br />
poderá diminuir os seus riscos e aumentar os seus retornos no longo<br />
prazo. Práticas sustentáveis numa empresa poderão melhorar a sua eficiência<br />
ao conservar recursos, reduzir custos e elevar a produtividade. “Por<br />
exemplo, uma melhor gestão dos recursos <strong>na</strong>turais como a água e energia,<br />
ou a minimização de desperdícios, poderão aumentar a eficiência operacio<strong>na</strong>l<br />
dos negócios. Por outro lado, as crescentes preocupações ambientais<br />
por parte dos governos e das autoridades supra<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, têm levado à promulgação<br />
de uma maior regulação para proteger o ambiente. Se a empresa<br />
integrar crit<strong>é</strong>rios de sustentabilidade no seu negócio para responder às exigências<br />
regulatórias, poderá, igualmente, evitar multas ou exter<strong>na</strong>lidades<br />
negativas, protegendo os seus lucros. Segundo a McKinsey, cerca de um terço<br />
dos lucros das empresas estará em risco devido a estes fatores”, acrescenta<br />
Ri<strong>na</strong> Guerra.<br />
As fi<strong>na</strong>nças sustentáveis são ben<strong>é</strong>ficas para o ambiente <strong>na</strong> medida em que<br />
existe preocupação por parte das empresas para seguirem modelos mais<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ FINANÇAS \\<br />
33<br />
HENRIQUE TOMÉ,<br />
ANALISTA XTB.<br />
RINA GUERRA,<br />
SUBDIRETORA DE<br />
INVESTIMENTOS DO<br />
BANCO CARREGOSA.<br />
sustentáveis que visem a redução das emissões. “No<br />
entanto, esta transição para modelos mais sustentáveis<br />
poderá prejudicar os níveis de produtividade<br />
em alguns setores, caso as empresas não consigam<br />
substituir determi<strong>na</strong>dos m<strong>é</strong>todos mais poluentes.<br />
Embora não se espere que ocorram grandes progressos<br />
a curto prazo, os setores que poderão registar<br />
a maior redução <strong>na</strong> intensidade das emissões,<br />
durante os próximos dois a três anos, são os das<br />
utilities, energia (oil & gas) produção industrial e de<br />
exploração de metais preciosos e industriais (alumínio<br />
por exemplo)”, afirma Henrique Tom<strong>é</strong>.<br />
E o que <strong>é</strong> necessário para estimular as fi<strong>na</strong>nças<br />
sustentáveis em Portugal? Do lado da entidade reguladora,<br />
a CMVM, os deveres de supervisão dos<br />
produtos fi<strong>na</strong>nceiros <strong>na</strong>scentes quer das empresas,<br />
quer das sociedades gestoras e a monitorização ao<br />
nível da divulgação de informação não fi<strong>na</strong>nceira<br />
(a par da fi<strong>na</strong>nceira) por parte das entidades emitentes,<br />
são primordiais para a promoção da estabilidade<br />
fi<strong>na</strong>nceira e proteção dos investidores. “Do<br />
lado dos emitentes, a divulgação de informação de<br />
elevada qualidade, transparente e consistente <strong>é</strong> essencial<br />
para fomentar o crescimento das fi<strong>na</strong>nças<br />
sustentáveis. Do lado do governo e das autoridades,<br />
<strong>é</strong> importante que promovam um enquadramento<br />
legal e fiscal atrativo para o desenvolvimento e bom<br />
funcio<strong>na</strong>mento deste mercado”, sublinha a subdiretora<br />
de investimentos do Banco Carregosa.<br />
“A criação de incentivos fiscais e apoios a nível de<br />
procedimentos que visem a adoção de modelos<br />
mais sustentáveis, são essenciais para estimular<br />
as fi<strong>na</strong>nças sustentáveis em Portugal. Não obstante,<br />
este tema pode tamb<strong>é</strong>m ser introduzido no<br />
meio acad<strong>é</strong>mico se o objetivo for, efetivamente,<br />
seguir com um modelo de fi<strong>na</strong>nças sustentáveis<br />
duradouras e viáveis a longo prazo”, refere o a<strong>na</strong>lista<br />
da XTB.<br />
Greenwashing<br />
O risco de “greenwashing”, isto <strong>é</strong>, produtos fi<strong>na</strong>nceiros<br />
com selo verde, mas que <strong>na</strong> verdade<br />
não o são, <strong>é</strong> elevado. Esta t<strong>é</strong>cnica de vendas em<br />
que as instituições ou marcas comunicam atrav<strong>é</strong>s<br />
de alegações erradas e, por vezes informações<br />
fraudulentas sobre as características e responsabilidades<br />
ambientais dos seus produtos e<br />
serviços, tem vindo a ser uma t<strong>é</strong>cnica utilizada<br />
por algumas marcas.<br />
“Apesar deste conceito não ser recente, os reguladores<br />
vão ter o desafio de manter a transparência<br />
e coerência no mercado, pelo que as<br />
fiscalizações deverão ser rigorosas, pelo menos<br />
durante os primeiros anos em que ainda não<br />
existem muitas empresas a respeitar tais responsabilidades”,<br />
alerta Henrique Tom<strong>é</strong>.<br />
Como em qualquer nova tendência que aparece<br />
no mercado, existem sempre participantes que<br />
tentam aproveitar-se i<strong>na</strong>dvertidamente e com<br />
intuito de lucro rápido. Mas a verdade <strong>é</strong> que se<br />
trata de um mercado que está a mudar muito<br />
rapidamente. Há alguns anos, ningu<strong>é</strong>m falava<br />
de ESG, que era uma forma de investimento de<br />
nicho. “Agora a realidade <strong>é</strong> diferente, já que investir<br />
responsavelmente passou a ser a norma,<br />
sendo que a sua rápida evolução coloca desafios<br />
ao regulador, mas tamb<strong>é</strong>m aos gestores de<br />
investimentos. Outro problema das estrat<strong>é</strong>gias<br />
“verdes” <strong>é</strong> que não há uma padronização nos<br />
crit<strong>é</strong>rios ESG, baseando-se, muitas vezes, em<br />
crit<strong>é</strong>rios subjetivos, o que dificulta o trabalho<br />
dos reguladores, havendo muitas vezes, entendimentos<br />
distintos por parte destes. O desafio<br />
<strong>é</strong> perceber quais as medidas a implementar,<br />
como fazê-lo para incentivar os detentores de<br />
capital a investir em projetos sustentáveis e<br />
responder à procura crescente por parte dos<br />
investidores. Ainda recentemente, a sociedade<br />
gestora do Deutsche Bank, a DWS, foi acusada<br />
de “greenwashing” em vários fundos com suposto<br />
selo verde… Há ainda um longo caminho<br />
a percorrer pelos reguladores mundiais nesta<br />
mat<strong>é</strong>ria”, conclui Ri<strong>na</strong> Guerra.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
34 \\ ARTIGO \\<br />
PROGRESSO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
“<br />
Há cinquenta anos as Nações Unidas<br />
convocaram a histórica Conferência<br />
sobre o Meio Ambiente Humano<br />
aqui em Estocolmo.<br />
Os líderes mundiais reconheceram que temos a responsabilidade<br />
coletiva de proteger o ambiente para que a<br />
humanidade possa desfrutar de paz, prosperidade e<br />
progresso sustentável.<br />
E, de facto, ao longo desse tempo a humanidade progrediu.<br />
Mas hoje o bem-estar global está em perigo, em grande<br />
parte porque não cumprimos as nossas promessas sobre<br />
o ambiente.<br />
Sim, resgatamos a camada de ozono – um exemplo notável<br />
de cooperação multilateral que nos deve inspirar<br />
à medida que avançamos. Mas, à medida que nos tor<strong>na</strong>mos<br />
mais populosos e prósperos, a nossa pegada ambiental<br />
tornou-se insuportavelmente pesada.<br />
Os sistemas <strong>na</strong>turais da Terra não podem acompanhar<br />
as nossas demandas. Estamos a consumir a uma taxa de<br />
1,7 planetas por ano.<br />
Se o consumo global estivesse no nível dos países mais<br />
ricos do mundo, precisaríamos de mais de três planetas<br />
Terra.<br />
Enfrentamos uma tripla crise planetária.<br />
Uma emergência climática que está a matar e a deslocar<br />
cada vez mais pessoas a cada ano. Degradação de<br />
ecossistemas que estão a aumentar a perda de biodiversidade<br />
e a comprometer o bem-estar de mais de 3 mil<br />
milhões de pessoas. E uma onda crescente de poluição<br />
e lixo que está a custar cerca de 9 milhões de vidas por<br />
ano.<br />
Precisamos mudar de rumo – agora – e acabar com a<br />
nossa guerra sem sentido e suicida contra a <strong>na</strong>tureza.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ ARTIGO \\<br />
35<br />
Nós sabemos o que fazer. E, cada vez mais, temos<br />
as ferramentas para isso. Mas ainda nos falta liderança<br />
e cooperação.<br />
Por isso, hoje, apelo aos líderes de todos os setores:<br />
Conduzam-nos para fora desta confusão.<br />
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável<br />
e o Acordo de Paris mostram o caminho. Mas<br />
devemos agir de acordo com esses compromissos.<br />
Caso contrário, não passam de ar quente. E o ar<br />
quente está a matar-nos.<br />
Então deixem-me ser concreto sobre as novas<br />
oportunidades.<br />
Ainda este ano, os líderes fi<strong>na</strong>lizarão uma nova<br />
estrutura global de biodiversidade para reverter<br />
a perda da <strong>na</strong>tureza at<strong>é</strong> 2030. O trabalho está<br />
em andamento para estabelecer um tratado para<br />
combater a poluição por plásticos. E a Conferência<br />
dos Oceanos das Nações Unidas pode galvanizar<br />
os esforços para salvar os nossos oceanos.<br />
Mas há uma coisa que ameaça todo o nosso<br />
progresso.<br />
A crise climática.<br />
A menos que ajamos agora, não teremos um<br />
planeta habitável.<br />
Os cientistas relataram recentemente que há uma<br />
hipótese [50:50] de que possamos violar temporariamente<br />
o limite do Acordo de Paris de 1,5 graus<br />
Celsius nos próximos cinco anos. Não podemos<br />
deixar isso acontecer.<br />
Devemos reduzir as emissões de gases com efeito<br />
de estufa em 45% at<strong>é</strong> 2030 para atingir o zero líquido<br />
at<strong>é</strong> 2050.<br />
E as <strong>na</strong>ções desenvolvidas devem pelo menos duplicar<br />
o apoio aos países em desenvolvimento para<br />
que possam adaptar-se e construir resiliência à<br />
ruptura climática que já está a acontecer.<br />
Hoje, exorto os governos do G20 a desmantelar a<br />
infraestrutura de carvão, com uma elimi<strong>na</strong>ção total<br />
at<strong>é</strong> 2030 para os países da OCDE e 2040 para<br />
todos os outros.<br />
E peço a todos os atores fi<strong>na</strong>nceiros que abandonem<br />
o fi<strong>na</strong>nciamento de combustíveis fósseis e<br />
invistam em energia renovável. As tecnologias de<br />
energia renovável devem ser vistas como um bem<br />
público global. As mat<strong>é</strong>rias-primas necessárias<br />
devem estar disponíveis para todos.<br />
Devemos ampliar e diversificar as cadeias de suprimentos,<br />
reformar as burocracias para dar clareza<br />
aos investidores, acelerar autorizações para<br />
projetos de energia renovável e acelerar a modernização<br />
da rede, mudar os subsídios dos combustíveis<br />
fósseis para apoiar as pessoas vulneráveis <br />
e promover as energias renováveis. E triplicar os<br />
investimentos em energias renováveis.<br />
Al<strong>é</strong>m disso, devemos melhorar rápida e amplamente<br />
a eficiência energ<strong>é</strong>tica, reduzir a desflorestação e<br />
promover mais cobertura florestal at<strong>é</strong> 2030.<br />
Devemos intensificar amplamente os esforços<br />
para restaurar os ecossistemas costeiros e pelo menos<br />
mil milhões de hectares de terras degradadas<br />
<strong>na</strong> próxima d<strong>é</strong>cada.<br />
E tamb<strong>é</strong>m devemos triplicar os investimentos em<br />
soluções baseadas <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza.<br />
Se fizermos isso, podemos evitar a catástrofe climática,<br />
acabar com uma crescente crise humanitária<br />
e de desigualdade e promover o desenvolvimento<br />
inclusivo e sustentável.<br />
Hoje, exorto os países a abraçarem o direito humano<br />
a um ambiente limpo e saudável para todas<br />
as pessoas, em todos os lugares – especialmente as<br />
comunidades pobres; mulheres e meni<strong>na</strong>s; pessoas<br />
indíge<strong>na</strong>s; jovens e as gerações vindouras.<br />
Para resgatar o meio ambiente global – e o futuro<br />
da humanidade – devemos transformar os sistemas<br />
contábeis que recompensam a poluição e o<br />
desperdício. Devemos dar verdadeiro valor ao ambiente<br />
e ir al<strong>é</strong>m do PIB como medida de progresso<br />
e bem-estar humano. Não esqueçamos que quando<br />
destruímos uma floresta, estamos a criar PIB.<br />
Quando pescamos em excesso, estamos a criar<br />
PIB. O PIB não <strong>é</strong> uma forma de medir a riqueza<br />
<strong>na</strong> situação atual do mundo.<br />
Em vez disso, devemos mudar para uma<br />
economia circular e regenerativa.<br />
Isto exige um multilateralismo fortalecido e em<br />
rede baseado <strong>na</strong> confiança e <strong>na</strong> cooperação global<br />
– conforme previsto no nosso relatório da ONU<br />
sobre a Nossa Agenda Comum.<br />
Cada governo, empresa e indivíduo tem um<br />
papel a desempenhar.<br />
Ao longo da história, a humanidade mostrou<br />
que somos capazes de grandes coisas.<br />
Mas só quando trabalhamos juntos.<br />
Se queremos sobreviver e prosperar, vamos proteger<br />
e nutrir o nosso planeta, que <strong>é</strong> o nosso único lar.<br />
Recomecemos – em palavras e atos – ao espírito<br />
de responsabilidade consagrado <strong>na</strong> Declaração de<br />
Estocolmo de 1972.<br />
Porque existe ape<strong>na</strong>s um planeta Terra.”<br />
António Guterres<br />
Discurso de abertura da Conferência Estocolmo+50<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
36<br />
1<br />
2<br />
FÓRUM DE LÍDERES<br />
Qual a importância da<br />
<strong>Sustentabilidade</strong> para<br />
a sua área/setor?<br />
O que a sua empresa está a<br />
fazer para tor<strong>na</strong>r Portugal<br />
um país mais sustentável?<br />
O Acordo de Paris visa alcançar a descarbonização das economias<br />
mundiais e estabelece, como um dos seus objetivos<br />
de longo prazo, o limite do aumento da temperatura m<strong>é</strong>dia<br />
global a níveis abaixo dos 2 graus centígrados acima dos<br />
níveis pr<strong>é</strong>-industriais. Este acordo determi<strong>na</strong> ainda que se<br />
prossigam esforços para limitar o aumento da temperatura<br />
a 1,5 graus centígrados, reconhecendo que isso reduzirá significativamente<br />
os riscos e impactos das alterações climáticas,<br />
em linha com o Relatório do Painel Intergover<strong>na</strong>mental<br />
para as Alterações Climáticas, apresentado em 2019.<br />
De acordo com um relatório da BCG e da ANP|WWF,<br />
Portugal tem progredido no caminho para a neutralidade<br />
carbónica, sendo que em 2019 emitiu menos 30% de toneladas<br />
de equivalentes de CO2 (per capita do que a m<strong>é</strong>dia da<br />
União Europeia. Al<strong>é</strong>m disso, o nosso País está no top 10 dos<br />
países com maior utilização de energias renováveis a nível<br />
mundial. O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR),<br />
que prevê apoiar a descarbonização da indústria <strong>é</strong> destacado<br />
no relatório como uma das prioridades para as empresas<br />
portuguesas com vista ao objetivo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de alcançar a<br />
neutralidade carbónica em 2050.<br />
Outras prioridades passam pela compra de cr<strong>é</strong>ditos de carbono,<br />
ou investimentos diretos em projetos que mitiguem<br />
o impacto da atividade <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza e que acabem por reverter<br />
as suas emissões. Alinhados por padrões <strong>é</strong>ticos, sociais<br />
e ambientais, os líderes presentes neste Fórum estão<br />
unidos pelo compromisso de tor<strong>na</strong>r Portugal um País cada<br />
vez mais sustentável.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
37
38<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
1 2<br />
RUI NOBRE<br />
Diretor-geral Adjunto<br />
de Operações da DPD Portugal<br />
ANA TRIGO MORAIS<br />
CEO Sociedade Ponto Verde<br />
3<br />
MARIA REBELO<br />
Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong><br />
dos CTT<br />
1 1<br />
O transporte urbano <strong>é</strong> um dos principais responsáveis<br />
pela emissão de gases com efeitos de<br />
estufa, pelo que <strong>é</strong> crucial que as empresas deste<br />
setor levem a cabo uma estrat<strong>é</strong>gia verde que<br />
lhes permita deixar de fazer parte do problema<br />
para passarem a fazer parte da solução.<br />
Esta tem sido uma prioridade no negócio da<br />
DPD: guiar a nossa ação no sentido de contribuir<br />
para um planeta mais amigo do ambiente,<br />
em 300 cidades europeias escolhidas onde<br />
pretendemos reduzir, at<strong>é</strong> 2025, as emissões de<br />
CO2 em 89% face a 2020.<br />
2<br />
A DPD tem levado a cabo uma estrat<strong>é</strong>gia de<br />
negócio verde, baseada <strong>na</strong> utilização de tecnologias<br />
inovadoras para oferecer opções de<br />
entrega e recolha de encomendas sustentáveis,<br />
que sejam tamb<strong>é</strong>m flexíveis e convenientes<br />
para o consumidor, ajustando-se às suas necessidades<br />
do dia a dia.<br />
Temos sido pioneiros <strong>na</strong> apresentação de soluções<br />
como os lockers e a rede de lojas Pickup,<br />
que permitem reduzir recursos ao concentrar<br />
várias encomendas num só ponto de recolha.<br />
Desde 2021 que a DPD utiliza ape<strong>na</strong>s veículos<br />
el<strong>é</strong>tricos em Lisboa, uma medida que será alargada<br />
a mais cidades portuguesas ainda este ano,<br />
atrav<strong>é</strong>s de uma frota 100% descarbonizada.<br />
A <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> central <strong>na</strong> missão e atividade<br />
da SPV. Promovemos a hierarquia de<br />
gestão de resíduos assente nos 3R’s – Reduzir,<br />
Reutilizar, Reciclar -, com grande aposta<br />
<strong>na</strong> prevenção at<strong>é</strong> à reciclagem, procurando<br />
soluções que promovam a utilização e incorporação<br />
de mat<strong>é</strong>rias primas secundárias,<br />
contribuindo para os objetivos da economia<br />
circular e da neutralidade carbónica. Os impactos<br />
são tamb<strong>é</strong>m sentidos a nível social e<br />
económico, estimular o desenvolvimento de<br />
novas soluções para o setor, gera poupanças<br />
para as empresas e criação de emprego.<br />
2<br />
A promoção da Economia Circular <strong>é</strong> constante<br />
<strong>na</strong> nossa atividade. Para al<strong>é</strong>m do trabalho<br />
de educação ambiental que desenvolvemos<br />
junto da população atrav<strong>é</strong>s de campanhas de<br />
comunicação e de projetos como a Academia<br />
Ponto Verde, temos apostado em inovação,<br />
investigação e desenvolvimento, incentivando<br />
os nossos clientes a adotarem melhores práticas<br />
de ecodesign e de design for recycling. A<br />
plataforma digital Ponto Verde LAB e o programa<br />
de co-inovação Re-Source, são exemplos<br />
de projetos que materializam este compromisso,<br />
que beneficia os agentes da cadeia<br />
de valor das embalagens e a sua circularidade.<br />
1<br />
A <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> transversal a todos os setores.<br />
O propósito da sustentabilidade orienta<br />
cada vez mais as escolhas pessoais e gera valor<br />
para as empresas que o integram <strong>na</strong>s suas estrat<strong>é</strong>gias<br />
e para as suas partes interessadas.<br />
A indústria postal tem uma agenda alinhada<br />
com os objetivos de desenvolvimento sustentável<br />
das Nações Unidas e trabalha, há mais de<br />
uma d<strong>é</strong>cada, para gerir a sua pegada carbónica.<br />
Nos CTT orgulhamo-nos por ser distinguidos<br />
em posições de liderança em mat<strong>é</strong>ria de gestão<br />
carbónica e por inovar, há 500 anos, com o foco<br />
<strong>na</strong> proximidade à população.<br />
2<br />
Nos CTT trabalhamos diariamente para minimizar<br />
a nossa pegada ambiental e para superar<br />
as metas de redução carbónica que propomos<br />
atingir, alinhadas com a ambição de limitar o<br />
aquecimento global a 1,5ºC at<strong>é</strong> 2030. Reduzimos<br />
27% da nossa pegada carbónica global<br />
desde 2013. Instalámos os dois primeiros hubs<br />
100% el<strong>é</strong>tricos no início do ano e estamos focados<br />
<strong>na</strong> aceleração da eletrificação da nossa<br />
frota e no consumo responsável.<br />
Juntamos a esta agenda o reforço da proximidade<br />
às populações que servimos. Pretendemos<br />
contribuir para a resposta aos desafios da<br />
sociedade e para o bem-estar comum.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
39<br />
4<br />
ANTÓNIO EUSÉBIO<br />
Presidente da Águas<br />
do Algarve<br />
1 2<br />
A <strong>Sustentabilidade</strong> está intrinsecamente relacio<strong>na</strong>da<br />
e enraizada <strong>na</strong> área de negócio e<br />
de atuação da Águas do Algarve. Desenvolver<br />
soluções integradas de forma sustentada<br />
no abastecimento de água e no tratamento<br />
de águas residuais, que respondam aos desafios<br />
de desenvolvimento da região do Algarve<br />
sempre estiveram <strong>na</strong> g<strong>é</strong>nese da empresa.<br />
Tratando-se de um bem essencial à vida, <strong>é</strong><br />
imperativo gerir cuidadosamente o recurso<br />
água, contribuindo a Águas do Algarve para o<br />
desenvolvimento humano e económico e para<br />
a preservação do meio <strong>na</strong>tural, numa ótica de<br />
desenvolvimento sustentável, de modo que se<br />
possa satisfazer as gerações atuais sem colocar<br />
em causa o desenvolvimento de gerações<br />
futuras.<br />
Para a Águas do Algarve a <strong>Sustentabilidade</strong><br />
tem uma importância acrescida, pois da eficácia<br />
dos nossos sistemas e processos de tratamento,<br />
resulta uma melhoria ambiental a<br />
vários níveis, quer <strong>na</strong> qualidade e quantidade<br />
de água para o abastecimento público, quer<br />
no tratamento das águas residuais <strong>na</strong>s nossas<br />
ETAR, que desempenham um papel decisivo<br />
<strong>na</strong> melhoria da qualidade dos meios recetores<br />
e dos ecossistemas associados, incluindo a<br />
qualidade da água balnear, que <strong>é</strong> de excelência<br />
do Algarve.<br />
Após 21 anos de existência da empresa, continuamos<br />
a trabalhar <strong>na</strong> melhoria dos nossos sistemas,<br />
tor<strong>na</strong>ndo-os mais resilientes e mais robustos.<br />
Exemplos disso são os projetos de reforço da Interligação<br />
Barlavento Sotavento, da Captação do<br />
Volume morto da Barragem de Odeleite, da Captação<br />
de água no rio Guadia<strong>na</strong> e da Estação de<br />
Dessalinizadora.<br />
Outra área da maior importância, são os projetos<br />
e obras já em desenvolvimento para possibilitarem<br />
o uso de Água para Reutilização (ApR), desig<strong>na</strong>damente<br />
para a rega de campos de golfe, espaços<br />
verdes e terrenos agrícolas. A sua implantação,<br />
que se prevê tenha lugar at<strong>é</strong> 2025, permitirá que<br />
se reutilizem anualmente cerca de 8 milhões de<br />
m3 de ApR, ou seja 20% do efluente produzido <strong>na</strong><br />
região, permitindo aumentar as reservas hídricas<br />
da região.<br />
Para fazer face a estes e outros desafios emergentes,<br />
como sejam a necessidade de uma maior circularidade<br />
do setor, , as lamas das ETA e ETAR,<br />
que, potencialmente, podem dar origem a novos<br />
produtos, bem como maior eficiência, melhor capacidade<br />
de resposta a situações de emergência e<br />
eventos climáticos extremos, aumento da resiliência<br />
e neutralidade carbónica e energ<strong>é</strong>tica dos<br />
sistemas, que passa pela adoção de plataformas<br />
tecnológicas preditivas de apoio à sua gestão, com<br />
recurso a sistemas de telegestão, controlo e mo-<br />
delação, a Águas do Algarve tem desenvolvido e<br />
participado em diversos projetos estrat<strong>é</strong>gicos de<br />
Inovação, Desenvolvimento e Investigação (IDI),<br />
de uma forma pró-ativa, conjuntamente com os<br />
setores empresarial e científico, regio<strong>na</strong>l, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e com recurso a programas que<br />
cofi<strong>na</strong>nciem as atividades necessárias, sempre que<br />
possível.<br />
A criação e endogeneização de uma efetiva cultura<br />
IDI empresarial possibilita tamb<strong>é</strong>m uma maior<br />
partilha, tanto a nível dos vários setores internos<br />
da empresa e a nível dos recursos humanos que o<br />
integram, que são o nosso maior ativo, como junto<br />
das partes interessadas, motivando um maior<br />
envolvimento dos diversos atores, logo numa fase<br />
embrionária dos projetos.<br />
A inovação aprofunda o conhecimento e incrementa<br />
a capacitação da Águas do Algarve e dos seus<br />
colaboradores perante os desafios do sector, atuando<br />
como instrumento mobilizador e contribuindo<br />
para a visão holística empresarial, a nível do Ciclo<br />
Urbano da Água, em linha com os objetivos de desenvolvimento<br />
sustentável e políticas ambientais e<br />
de adaptação às alterações climáticas.<br />
A Águas do Algarve desempenha assim um papel<br />
basilar <strong>na</strong> economia regio<strong>na</strong>l e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, contribuindo<br />
para a gestão inteligente do recurso água<br />
que <strong>é</strong> único e finito, e cuja disponibilidade depende,<br />
tamb<strong>é</strong>m, do comportamento de cada um de nós!<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
40<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
1<br />
Apesar de estar atualmente em destaque <strong>na</strong> agenda pública, a<br />
preocupação com a sustentabilidade faz parte do nosso ADN. A<br />
título de exemplo, em 1985 – quando abrimos o 1º hipermercado,<br />
o atual Continente de Matosinhos - foi formado um grupo de<br />
trabalho que concedia apoio à administração da empresa sobre<br />
questões ambientais<br />
Enquanto retalhista líder, presente em todo o território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e<br />
com impacto <strong>na</strong> vida da maior parte das comunidades em que nos<br />
inserimos, das famílias que visitam as nossas lojas regularmente,<br />
sabemos que <strong>é</strong> nosso dever encontrar e implementar medidas que<br />
procurem minimizar o impacto da nossa atividade e que contribuam<br />
para o desenvolvimento sustentável. Acreditamos que a cada<br />
novo dia temos uma nova oportunidade para transformarmos a<br />
nossa ambição em ações concretas, em impacto e este <strong>é</strong> uma missão<br />
que não se esgota.<br />
2<br />
5<br />
MARIANA SILVA<br />
Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong><br />
da MC<br />
Na MC trabalhamos com a ambição de democratizar o acesso a<br />
uma cesta saudável e sustentável, mobilizando esforços para promover<br />
uma cadeia de abastecimento mais transparente e responsável<br />
e um consumo mais consciente, suportados <strong>na</strong> riqueza das<br />
nossas Equipas e <strong>na</strong> singularidade de cada uma das nossas Pessoas.<br />
Esta ambição representa um enorme estímulo para as nossas Equipas.<br />
Não só pelo desafio que está subjacente ao desenvolvimento<br />
de uma oferta alargada, distintiva e inovadora, de elevada qualidade<br />
a preços competitivos, mas tamb<strong>é</strong>m porque fazê-lo pressupõe<br />
desafiar o status quo, inovar e assumir um papel ativo <strong>na</strong> transformação<br />
do sistema alimentar. Uma mudança essencial para que se<br />
possa cumprir a agenda do desenvolvimento sustentável.<br />
1<br />
MIGUEL SETAS<br />
Administrador executivo da EDP<br />
Membro da administração da EDP responsável<br />
pela área de <strong>Sustentabilidade</strong> do grupo<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> um fator crítico de sucesso do negócio e, <strong>na</strong> EDP, isso <strong>é</strong> evidente<br />
<strong>na</strong> sua mais recente campanha: estamos a mudar, já hoje, o amanhã. O<br />
nosso modelo de negócio <strong>é</strong> o modelo de sustentabilidade e <strong>é</strong> absolutamente vital<br />
apostar <strong>na</strong>s melhores práticas, incluindo a descarbonização e a eletrificação do<br />
consumo, para que a energia que produzimos seja, cada vez mais, renovável.<br />
2<br />
6<br />
Enquanto líder da transição energ<strong>é</strong>tica, a EDP mant<strong>é</strong>m a ambição de continuar a<br />
crescer atrav<strong>é</strong>s de um modelo de negócio alinhado com os desafios da sustentabilidade.<br />
É nesse sentido, e com a meta de atingir a neutralidade carbónica e ser 100%<br />
verde at<strong>é</strong> 2030, que a estrat<strong>é</strong>gia da EDP passa por investir 24 mil milhões de euros<br />
at<strong>é</strong> 2025 com enfoque <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica, atrav<strong>é</strong>s da instalação de 20GW de<br />
renováveis e investimento de 3,5 mil milhões de euros no reforço das redes el<strong>é</strong>tricas.<br />
1<br />
7<br />
JOSÉ GRÁCIO<br />
CEO da TrustEnergy<br />
A sustentabilidade está no foco da TrustEnergy. A empresa defende que <strong>é</strong> sua responsabilidade<br />
usar e transformar os recursos <strong>na</strong>turais necessários às atividades de<br />
uma forma sustentada, desenvolvendo os subprodutos das mesmas de uma forma<br />
respeitosa para os ecossistemas e para a comunidade. Trabalhamos para produzir<br />
eletricidade com fiabilidade, com vista a limitar a emissão de gases de efeito estufa,<br />
garantir a segurança do abastecimento e preservar todo o meio ambiente.<br />
2<br />
Temos como objetivo trabalhar para a melhoria do ambiente, apostando em novas<br />
formas de energia renovável. Para al<strong>é</strong>m do reforço, cada vez mais empenhado, da<br />
atividade da TrustWind, com a sua energia eólica, a TrustEnergy tem em estudo e<br />
desenvolvimento, outros projetos para os seus ativos, como o projeto de produção e<br />
co-combustão de hidrog<strong>é</strong>nio <strong>na</strong> Central da Tapada do Outeiro da Turbogás.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
41<br />
8 9 10<br />
GABINETE DE<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
LUÍS FRAGOEIRO<br />
Responsável da Qualidade, Ambiente<br />
e Segurança da Iberlim<br />
ANA BARBOSA<br />
Responsável de <strong>Sustentabilidade</strong><br />
da IKEA Portugal<br />
1 1<br />
A sustentabilidade, o contribuir para colocar<br />
a Europa e, sobretudo, Portugal no primeiro<br />
bloco a conseguir a neutralidade climática at<strong>é</strong><br />
2050, <strong>é</strong> de total importância para a Daikin,<br />
que tem efetuado um grande investimento em<br />
I&D, de modo a oferecer produtos e soluções<br />
inovadoras e energicamente eficientes.<br />
2<br />
As bombas de calor são hoje a melhor opção<br />
no caminho da descarbonização para todos os<br />
tipos de edifícios. Mas, para que estas possam<br />
ser uma realidade <strong>é</strong> importante acabar com os<br />
incentivos para sistemas de aquecimento não<br />
renováveis.<br />
Na Daikin temos apoiado as entidades que<br />
representam e regulam o setor do AVAC em<br />
Portugal no sentido de ter legislação mais adequada.<br />
Simultaneamente, disponibilizamos ao<br />
mercado produtos e soluções energicamente<br />
eficientes, inovadoras e adequadas à realidade<br />
climática portuguesa.<br />
Do ponto de vista dos Recursos humanos, a<br />
Daikin tem apostado <strong>na</strong> formação de t<strong>é</strong>cnicos<br />
e de futuros t<strong>é</strong>cnicos, e dado apoio a projetistas,<br />
consultores e arquitetos (e at<strong>é</strong> a clientes fi<strong>na</strong>is)<br />
<strong>na</strong> delineação de soluções energicamente<br />
eficientes, quer seja <strong>na</strong> reabilitação, quer em<br />
obras novas.<br />
A sustentabilidade está cada vez mais <strong>na</strong> ordem<br />
do dia, o setor tem de fazer um longo<br />
caminho no sentido de influenciar os agentes<br />
económicos a contratar serviços com uma<br />
menor pegada ambiental, ainda que por vezes<br />
esta dimensão seja mais onerosa <strong>na</strong>s contas de<br />
exploração. A conscientização cada vez maior<br />
dos consumidores de serviços de limpeza e<br />
a pressão que estes fazem <strong>na</strong>s empresas leva<br />
a que a m<strong>é</strong>dio/longo prazo as empresas que<br />
não derem prioridade à sustentabilidade, <strong>na</strong>s<br />
suas diferentes dimensões, vão ficar para trás.<br />
Quando olhamos à nossa volta podemos ver<br />
que, quer seja por questões Higiene e Saúde,<br />
funcio<strong>na</strong>is ou est<strong>é</strong>ticas a Higiene & Limpeza<br />
está presente em todo o lado.<br />
2<br />
É para nós importante ter uma grande diversidade<br />
de produtos ecológicos EcoLabel<br />
e Cradle to Cradle e utilizá-los nos nossos<br />
clientes. Por outro lado, a implementação de<br />
soluções como a robotização e o recente projeto<br />
de Desinfeção por UV-C (Zhello), aliada<br />
ao investimento <strong>na</strong> frota el<strong>é</strong>trica e a processos<br />
de monotorização da atividade com apresentação<br />
permanentemente de KPI relevantes,<br />
permite reduzir o impacte que a nossa atividade<br />
tem no Ambiente.<br />
1<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> um pilar fundamental no<br />
negócio da IKEA e parte da nossa cultura e valores:<br />
queremos proporcio<strong>na</strong>r uma vida melhor e<br />
mais sustentável à maioria das pessoas, tanto <strong>na</strong>s<br />
suas casas, como no mundo. Procuramos soluções<br />
para continuar a ir ao encontro das necessidades<br />
dos nossos consumidores, sem comprometer as<br />
gerações futuras e respeitando os limites do nosso<br />
planeta. Para o fazer, investimos diariamente em<br />
novas formas de trabalhar e de inspirar os nossos<br />
clientes a adotarem novos hábitos.<br />
2<br />
Desde novembro de 2021, a IKEA em Portugal<br />
não usa combustíveis fósseis <strong>na</strong>s suas operações,<br />
asseguradas ape<strong>na</strong>s por eletricidade renovável, em<br />
parte produzida nos próprios edifícios. No Parque<br />
Eólico situado no Nordeste do país, <strong>é</strong> produzida<br />
energia equivalente à necessária para operar 30<br />
lojas. Destacamos ainda a transformação do serviço<br />
de entrega ao domicílio para 100% el<strong>é</strong>trico<br />
at<strong>é</strong> 2025, e a descontinuação de todas as pilhas<br />
alcali<strong>na</strong>s descartáveis desde 2022. At<strong>é</strong> 2030, todos<br />
os nossos produtos serão feitos com materiais<br />
reciclados ou renováveis. Em 2021 estávamos já<br />
a 73% deste objetivo. O trabalho com maior impacto<br />
passa por democratizar o acesso a soluções<br />
mais sustentáveis, para que todos possamos contribuir<br />
para um mundo melhor.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
42<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
11 12<br />
PEDRO NAZARETH<br />
CEO do Electrão<br />
FILIPA PIMENTEL<br />
Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong><br />
e Impacto Local do Pingo Doce<br />
1 1<br />
A gestão de resíduos e a economia circular são sectores directamente relacio<strong>na</strong>dos<br />
com a sustentabilidade, com particular relevância <strong>na</strong> dimensão ambiental.<br />
Aliás, o sector da gestão de resíduos <strong>é</strong> central <strong>na</strong> persecução de três<br />
dos objectivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações<br />
Unidades: Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11), Produção e Consumo<br />
Sustentáveis (ODS12) e Proteger a Vida Marinha (ODS14).<br />
Reciclar e tratar os resíduos que produzimos permite preservar recursos materiais,<br />
ao evitar o consumo de mat<strong>é</strong>rias primas virgens, e permite proteger a<br />
saúde pública e o ambiente, ao garantir o tratamento adequado de algumas<br />
mat<strong>é</strong>rias poluentes presentes nos produtos que consumimos. Uma economia<br />
mais circular, seja por extensão do tempo de vida dos produtos, seja por<br />
sistemas eficientes de reciclagem, significa tamb<strong>é</strong>m um contributo muito expressivo<br />
no quadro da principal e mais urgente questão ambiental do nosso<br />
tempo: a mitigação climática.<br />
2<br />
O Electrão <strong>é</strong> responsável pela gestão dos sistemas de reciclagem de embalagens,<br />
pilhas e equipamentos el<strong>é</strong>ctricos usados em Portugal, que são fundamentais<br />
para a sustentabilidade do país. Proteger o ambiente e a saúde pública<br />
significa mobilizar os Portugueses para a recolha selectiva destes resíduos,<br />
para que os sistemas de reciclagem possam cumprir o seu propósito. O Electrão<br />
tem promovido inúmeras campanhas de sensibilização ambiental com<br />
grande visibilidade, de que são exemplo o Quartel Electrão, a Escola Electrão,<br />
o Transformar, o Faz pelo Planeta, o Electrão empresas, entre outras.<br />
O Electrão tem tamb<strong>é</strong>m contribuído para a melhoria do desempenho ambiental<br />
e económico destes sistemas, atrav<strong>é</strong>s da promoção de produtos e<br />
embalagens mais sustentáveis, do aumento das sinergias operacio<strong>na</strong>is entre<br />
diferentes sistemas de reciclagem e de alguns projectos de investigação e desenvolvimento.<br />
Enquanto grande retalhista alimentar, com mais de 450 lojas por todo o<br />
país, temos a responsabilidade de influenciar práticas, processos, produtos<br />
e hábitos mais sustentáveis em toda a cadeia de valor, desde o produtor at<strong>é</strong><br />
ao consumidor. Essa mesma dimensão representa tamb<strong>é</strong>m uma oportunidade<br />
única de promover o bem-estar e um impacto positivo <strong>na</strong>s pessoas,<br />
no planeta e <strong>na</strong>s comunidades. Levamos esta consciência e responsabilidade<br />
com grande seriedade, mas tamb<strong>é</strong>m motivação para fazer melhor e<br />
influenciar pelo melhor todos os dias.<br />
2<br />
Desde logo com aquilo que <strong>é</strong> a nossa maior especialidade: a Comida! Estamos<br />
empenhados em promover a saúde atrav<strong>é</strong>s da alimentação. E, por<br />
isso, iniciámos há mais de 10 anos um trabalho de redução de sal, açúcar e<br />
gordura nos nossos produtos.<br />
Tamb<strong>é</strong>m a Descarbonização da Logística tem sido uma prioridade e as medidas<br />
já implementadas nesta área permitiram reduzir em mais de 40% as<br />
emissões de CO2. Um progresso distinguido com vários pr<strong>é</strong>mios <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />
e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />
E porque sustentabilidade <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m cuidar e promover o bem-estar <strong>na</strong><br />
comunidade, o Pingo Doce lançou o Bairro Feliz, um programa que dá a<br />
oportunidade a toda a população e entidades de fazerem algo com impacto<br />
positivo nos Bairros.<br />
Para reduzir o uso de plástico descartável, o Pingo Doce dispõe, em exclusivo,<br />
do serviço de água filtrada ECO em garrafas reutilizáveis atrav<strong>é</strong>s de<br />
Fontes de enchimento.<br />
Outros exemplos são o Programa de Ecodesign de Embalagens, que evitou<br />
o consumo de mais de 21 mil toneladas de materiais de embalagem e o lançamento<br />
de uma vasta gama de detergentes ECO em formato concentrado<br />
ou cápsulas solúveis.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
43<br />
13 14 15<br />
PLÁCIDO ALBUQUERQUE<br />
Diretor de Economia Circular<br />
da Mercado<strong>na</strong> em Portugal<br />
PEDRO CRUZ<br />
ESG Cordi<strong>na</strong>tor Partner<br />
da KPMG<br />
JOÃO AMARAL<br />
Country Ma<strong>na</strong>ger<br />
Portugal Voltalia<br />
1 1<br />
O setor da distribuição engloba vários processos<br />
que vão desde o fornecedor at<strong>é</strong> ao<br />
consumidor e que envolvem a produção dos<br />
produtos, o embalamento para a sua conservação,<br />
transporte, exposição em loja, etc.<br />
Por isso, <strong>é</strong> fundamental que todos os processos<br />
ao longo de toda a cadeia de montagem<br />
sejam sustentáveis existindo para isso um<br />
comprometimento da empresa para que todas<br />
as suas ações tenham o menor impacto<br />
possível para o meio ambiente e ainda que<br />
criem um impacto positivo <strong>na</strong> sociedade em<br />
que se inserem.<br />
2<br />
A Mercado<strong>na</strong> <strong>é</strong> uma empresa comprometida<br />
com o meio ambiente, que assume os desafios<br />
e as preocupações da sociedade e, por<br />
isso, dedica-se cada vez mais a continuar a<br />
cuidar do planeta. Deste modo a empresa<br />
conta com um Sistema de Gestão Ambiental<br />
próprio e aplica os princípios da Economia<br />
Circular, que concretiza ao promover<br />
uma Logísitica Sustentável, a Eficiência<br />
Energ<strong>é</strong>tica, a Gestão Responsável de Resíduos,<br />
a Produção Sustentável e a Redução<br />
de Plástico.<br />
Como empresa de serviços profissio<strong>na</strong>is, os<br />
desafios da sustentabilidade afetam todos os<br />
nossos clientes, independentemente do seu<br />
setor, e irão afetar a maioria dos serviços que<br />
atualmente prestamos, exigindo que incorporemos<br />
perspetivas ESG <strong>na</strong> maioria dos nossos<br />
serviços e invistamos <strong>na</strong> capacitação das nossas<br />
equipas. Para responder a este complexo desafio,<br />
a KPMG anunciou um investimento global<br />
de 1,5 mil milhões de USD para a implementação<br />
da agenda ESG e capacitação global das<br />
nossas pessoas, desenvolvendo um acelerador<br />
para a estrat<strong>é</strong>gia ESG, o KPMG IMPACT.<br />
2<br />
A KPMG Portugal criou uma equipa multidiscipli<strong>na</strong>r<br />
capacitada para ajudar os nossos<br />
clientes <strong>na</strong>s várias dimensões ESG, assegurando-lhes<br />
uma posição de “first movers” <strong>na</strong>s<br />
temáticas ESG. Estamos ainda a integrar os<br />
princípios ESG <strong>na</strong> forma como conduzimos o<br />
nosso negócio e como nos relacio<strong>na</strong>mos com<br />
os nossos clientes, os nossos colaboradores e a<br />
sociedade em geral. Neste contexto, assumimos<br />
um compromisso global com as nossas<br />
comunidades, patente nos ambiciosos objetivos<br />
definidos no âmbito do nosso “Impact<br />
Plan”, com destaque para a ambição de nos<br />
tor<strong>na</strong>rmos “Carbono Zero” at<strong>é</strong> 2030.<br />
1<br />
Como empresa de energias renováveis, <strong>na</strong> Voltalia<br />
trabalhamos diariamente <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica<br />
e ecológica, rumo à economia verde e neutra em<br />
emissões de CO2. Este compromisso para com a<br />
sustentabilidade está no ADN da Voltalia e a comprová-lo<br />
está o facto de em maio do ano passado<br />
termos sido reconhecidos uma “Empresa com<br />
Propósito”, título onde se inserem organizações que<br />
acreditam no impacto positivo em questões sociais<br />
e ambientais, mas mantendo a aposta <strong>na</strong> inovação<br />
e no desenvolvimento económico.<br />
2<br />
Portugal <strong>é</strong> uma geografia atrativa para as energias<br />
renováveis pelas suas condições climáticas,<br />
e por contar com stakeholders empenhados <strong>na</strong><br />
sustentabilidade. Não foi em vão que, em 2019,<br />
instalámos no Porto o Solar Hub, o centro operacio<strong>na</strong>l<br />
que monitoriza as nossas centrais solares<br />
<strong>na</strong> Europa, África e Am<strong>é</strong>rica Lati<strong>na</strong> e desde<br />
então já efetuamos uma expansão tecnológica,<br />
integrando as centrais a biomassa e hídricas do<br />
grupo. Temos vindo a contribuir para a energia<br />
verde no país em todos os projetos para terceiros,<br />
como <strong>é</strong> o caso da construção da Central Solar<br />
do Cotovio. Teremos um primeiro projeto<br />
de energia solar flutuante em Portugal que será<br />
inovador, a par da construção de várias deze<strong>na</strong>s<br />
de megawatts em centrais próprias.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
44<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
16 17<br />
GABINETE DE<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
RICARDO LOPES<br />
COO Hyundai Portugal<br />
1<br />
A The Navigator Company <strong>é</strong> responsável por<br />
produtos de base florestal que contribuem<br />
para o desenvolvimento sustentável e para o<br />
bem-estar da sociedade. O compromisso expresso<br />
no nosso propósito corporativo <strong>é</strong> revelador<br />
da ambição de Criar Valor e Crescimento<br />
Sustentável, uma vez que “são as pessoas, a<br />
sua qualidade de vida e o futuro do planeta<br />
que nos inspiram e nos movem”.<br />
Para a Navigator, a <strong>Sustentabilidade</strong> está,<br />
desde sempre, enraizada no nosso modelo de<br />
desenvolvimento do negócio porque as florestas<br />
plantadas, o pilar da nossa atividade, são<br />
cruciais para evoluir de uma economia linear<br />
e fóssil, baseada em recursos finitos, para uma<br />
bioeconomia circular sustentável, baseada<br />
em produtos florestais renováveis, recicláveis<br />
e biodegradáveis, favorável para a Natureza e<br />
neutra para o Clima.<br />
2<br />
A Navigator implementa estrat<strong>é</strong>gias de gestão<br />
sustentável das suas áreas florestais, compatibilizando<br />
os interesses de produção com funções<br />
de conservação e proteção da biodiversidade,<br />
protegendo <strong>na</strong>s suas florestas um total<br />
de mais de 1.000 esp<strong>é</strong>cies de fau<strong>na</strong> e flora.<br />
Foi tamb<strong>é</strong>m a primeira empresa portuguesa –<br />
e uma das primeiras a nível mundial – a assu-<br />
mir o compromisso em 2019, de antecipar em<br />
15 anos, face aos objetivos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e europeus,<br />
a neutralidade carbónica dos seus complexos<br />
industriais. Ao cumprir as metas do<br />
seu Roteiro para a Neutralidade Carbónica,<br />
a Navigator garante, at<strong>é</strong> 2035, uma redução<br />
de 86% das suas emissões de CO2. Em 2021,<br />
foi possível obter uma redução global de 57%<br />
das emissões de CO2 do complexo da Figueira<br />
da Foz, com a entrada em funcio<strong>na</strong>mento<br />
da nova caldeira de biomassa nesta unidade,<br />
tor<strong>na</strong>ndo-a <strong>na</strong> primeira fábrica integrada de<br />
pasta e papel do Grupo que produz eletricidade<br />
totalmente a partir de fontes renováveis.<br />
Os 14% que não são tecnicamente possíveis de<br />
elimi<strong>na</strong>r serão alvo de offset, atrav<strong>é</strong>s da plantação<br />
de floresta.<br />
Neste ponto, o eucalipto globulus que a empresa<br />
planta em Portugal desempenha um papel<br />
especialmente eficaz no sequestro de CO2, já<br />
que, anualmente e por hectare, sequestra em<br />
m<strong>é</strong>dia cerca de 11,3 toneladas de CO2, o valor<br />
mais elevado de todas as esp<strong>é</strong>cies presentes<br />
<strong>na</strong> floresta <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Dada esta eficiência, com<br />
20% de aumento de produtividade seria possível<br />
entregar 50% (cerca de dois milhões de toneladas)<br />
da ambição do aumento de sequestro<br />
da floresta <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l entre 2021 e 2030, definida<br />
pelo Plano Nacio<strong>na</strong>l de Energia e Clima.<br />
1<br />
Nos últimos anos, a área da sustentabilidade tem<br />
vindo a assumir uma importância central no setor<br />
automóvel, uma vez que os transportes são<br />
responsáveis por cerca de 20 por cento das emissões<br />
globais de CO2. Sendo um dos principais<br />
setores económicos, o impacto da pegada ecológica<br />
da cadeia de valor da própria indústria automóvel,<br />
tor<strong>na</strong>-a ainda mais relevante <strong>na</strong> discussão<br />
da sustentabilidade. A Hyundai tem, por isso, o<br />
desígnio de contribuir para uma mobilidade mais<br />
sustentável. Neste sentido, deixará de comercializar<br />
veículos com motores a combustão <strong>na</strong> Europa<br />
a partir de 2035. No ano passado, assumimos ainda<br />
o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica,<br />
em toda a cadeia de produção, at<strong>é</strong> 2045.<br />
2<br />
A Hyundai possui uma das gamas mais eletrificadas<br />
do mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. No ano passado,<br />
realizámos uma renovação completa do nosso<br />
line-up, com 14 lançamentos, introduzindo tecnologias<br />
ecológicas em cerca de 90% da nossa<br />
gama. Terminámos 2021 como a 4ª marca que<br />
mais viaturas 100% el<strong>é</strong>tricas vendeu em termos<br />
absolutos no mercado dos ligeiros passageiros.<br />
Paralelamente, temos contribuído para diversos<br />
projetos <strong>na</strong> área da proteção ambiental, em conjunto<br />
com os nossos parceiros ABAE (Associação<br />
Bandeira Azul da Europa)<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
45<br />
18 19<br />
CARLOS GOUVEIA<br />
CEO Scoring<br />
NUNO MOREIRA DA CRUZ<br />
Diretor do Center For Responsible<br />
Business and Leadership Católica-Lisbon<br />
1<br />
Primeiro, deixe-ma fazer uma ressalva: sustentabilidade<br />
não <strong>é</strong> só ambiental. Há mais sustentabilidade<br />
para al<strong>é</strong>m dessa vertente. Duma forma geral,<br />
sustentabilidade está intrinsecamente ligada<br />
à palavra futuro. Futuro do ambiente, futuro das<br />
pessoas, futuro das empresas, futuro do planeta.<br />
Tudo tem de ser pensado globalmente, porque<br />
todos têm de caminhar e de progredir, só assim<br />
o desenvolvimento sustentável pode acontecer.<br />
Como somos uma PME de serviços, com processos<br />
praticamente digitalizados a 100%, temos<br />
consciência que a nossa pegada ecológica <strong>é</strong> muito<br />
reduzida.<br />
A sustentabilidade para nós <strong>é</strong> fundamental,<br />
porque está no core dos serviços que prestamos.<br />
Avaliamos e certificamos a sustentabilidade fi<strong>na</strong>nceira<br />
das empresas, e portanto, a nossa sustentabilidade<br />
resulta de trabalhar a sustentabilidade<br />
das outras empresas.<br />
2<br />
A SCORING desenvolveu certificações fi<strong>na</strong>nceiras<br />
que, perante uma avaliação rigorosa das<br />
contas anuais das empresas, devidamente auditada<br />
por entidade exter<strong>na</strong>s, permite identificar<br />
as quais são sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente. Como<br />
já vamos <strong>na</strong> 3ª edição, num projeto que já conta<br />
com mais de 2.500 PME de norte a Sul do país<br />
e de praticamente todos os setores de atividade,<br />
temos vindo a constatar a importância crescente<br />
que as empresas estão a dar a este tema. Muitos<br />
dos empresários ligavam exclusivamente aos<br />
resultados e esqueciam o balanço. Com o nosso<br />
contributo, começam a dar mais a importância<br />
ao equilíbrio das contas da empresa: por um lado,<br />
capacidade de gerar resultados positivos, porque<br />
<strong>é</strong> o que mais valoriza uma empresa; mas tamb<strong>é</strong>m<br />
terem uma situação fi<strong>na</strong>nceira estável, que lhes<br />
permita suportar a atividade corrente, mas tamb<strong>é</strong>m<br />
assumirem os investimentos necessários<br />
para a sua modernização. É esta conjugação que<br />
faz as empresas sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente.<br />
Estamos certos de que desempenhamos, cada vez<br />
mais, um papel importante para tor<strong>na</strong>r Portugal<br />
mais sustentável. Por um lado, contribuímos<br />
para que as empresas mudem a sua atitude e que<br />
incorporem mais a palavra “futuro” <strong>na</strong> sua gestão,<br />
e isso contribui para a sua longevidade e estabilidade.<br />
Por outro, sabe-se que as empresas mais<br />
sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente, têm uma gestão<br />
mais rigorosa e estão mais aptas a implementarem<br />
projetos de sustentabilidade em outras áreas,<br />
como seja a social, a ambiental e outras. Outros<br />
exemplos são o Programa de Ecodesign de<br />
Embalagens, que evitou o consumo de mais de 21<br />
mil toneladas de materiais de embalagem e o lançamento<br />
de uma vasta gama de detergentes ECO<br />
em formato concentrado ou cápsulas solúveis.<br />
1<br />
Como escola de negócios a nossa principal missão <strong>é</strong><br />
preparar os nossos alunos (licenciaturas, mestrados<br />
e formação de executivos) para os grandes desafios<br />
a que terão <strong>na</strong>s suas carreiras. Neste sentido, a <strong>Sustentabilidade</strong><br />
<strong>é</strong> seguramente um dos temas centrais e<br />
as empresas (onde a esmagadora maioria dos nossos<br />
alunos desenvolverá as suas carreiras) necessitam entender<br />
esta dimensão no seu sentido holístico: preocupação<br />
com a sustentabilidade económica das empresas<br />
<strong>é</strong> essencial, mas há que entender tamb<strong>é</strong>m que<br />
no futuro isso dificilmente se conseguirá sem uma<br />
preocupação nuclear com o Planeta e as Pessoas.<br />
2<br />
A Educação <strong>é</strong> a base para sociedades mais prosperas<br />
e mais justas, e esta prosperidade e justiça passa<br />
necessariamente pelo desenvolvimento sustentável<br />
das mesmas. Daí que tenhamos clara, enquanto polo<br />
de investigação e ensino de referência em Portugal, a<br />
nossa obrigação de colocar a <strong>Sustentabilidade</strong> (sempre<br />
no sentido holístico) como uma das dimensões<br />
nucleares <strong>na</strong> dissemi<strong>na</strong>ção do conhecimento. Neste<br />
contexto temos várias cadeiras (licenciaturas, mestrados<br />
e formação de executivos) que versam o tema,<br />
produzimos investigação sobre temas ligados às várias<br />
dimensões da <strong>Sustentabilidade</strong>, organizamos<br />
diferentes tipos de seminários e conferencias para<br />
dissemi<strong>na</strong>r esse conhecimento, para alem de publicações<br />
sema<strong>na</strong>is sobre temas de atualidade.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
46<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
20<br />
SOFIA REIS JORGE<br />
Administradora de <strong>Sustentabilidade</strong>, Risco,<br />
Comunicação, Pessoas e Talento da Altri<br />
21<br />
RUI DE OLIVEIRA NEVES<br />
Sócio da Morais Leitão<br />
1<br />
A Altri reconhece a importância da sustentabilidade<br />
para a sua área de atuação como parte<br />
de uma ambição global comummente acordada<br />
para acabar com a pobreza, proteger o planeta e<br />
melhorar as vidas e perspetivas de todos.<br />
A pandemia global veio sublinhar a importância<br />
do trabalho da Altri sobre a agenda social, validando<br />
a nossa estrat<strong>é</strong>gia <strong>na</strong> garantia da saúde e<br />
segurança dos colaboradores, <strong>na</strong> promoção do<br />
bem-estar da comunidade, em cumprir com os<br />
nossos compromissos de negócio e a manter a<br />
nossa estrat<strong>é</strong>gia ambiental. A estrat<strong>é</strong>gia de sustentabilidade<br />
<strong>é</strong> de importância fundamental para<br />
assegurar o acesso a fornecimentos fiáveis de baixo<br />
custo e gerir proativamente os recursos <strong>na</strong>turais,<br />
assegurando que são aproveitadas todas as<br />
oportunidades de impactar nos custos e <strong>na</strong> produtividade,<br />
fazendo uma gestão mais eficiente.<br />
A divulgação de informação que a Altri realiza,<br />
nomeadamente atrav<strong>é</strong>s do seu Relatório de<br />
<strong>Sustentabilidade</strong>, sublinha a importância da<br />
transparência, da credibilidade, da responsabilidade,<br />
da proatividade e da interação com os seus<br />
stakeholders.<br />
2<br />
A Altri desenvolve a sua principal atividade<br />
produtiva em território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Sendo uma<br />
empresa de materiais renováveis, temos vindo<br />
a fazer progressos <strong>na</strong> nossa ambição estrat<strong>é</strong>gica<br />
de liderar <strong>na</strong> sustentabilidade não só em Portugal,<br />
mas como referência a nível mundial. Acreditamos<br />
que as nossas realizações fornecem um<br />
exemplo estelar de uma empresa que se esforça<br />
por um objetivo comum: conduzir crescimento<br />
sustentável. A sustentabilidade <strong>é</strong> a motivação<br />
para o desempenho, cultura da empresa e bem-<br />
-estar pessoal dos nossos colaboradores. A Altri<br />
passou por uma transformação de vários anos,<br />
partindo de uma empresa principalmente de<br />
pasta de papel, para se tor<strong>na</strong>r um Grupo global<br />
de diferentes segmentos de materiais renováveis,<br />
sendo a sua nova aposta as fibras têxteis de base<br />
celulósica, levando a sua estrat<strong>é</strong>gia al<strong>é</strong>m-fronteiras<br />
para industrializar a produção de produtos<br />
amigos do ambiente. O valor da nossa floresta<br />
não pode ser esquecido, onde temos mais de 9<br />
mil ha de floresta de conservação, nos mais de<br />
88 mil ha de floresta de gestão própria, totalmente<br />
certificada, servindo de stock de carbono<br />
em biomassa vegetal. Temos vários objetivos<br />
no nosso Compromisso 2030, nomeadamente<br />
de redução de Gases de Efeito de Estufa (GEE),<br />
redução do uso de água, aumento da energia renovável<br />
consumida e injetada <strong>na</strong> rede, igualdade<br />
de g<strong>é</strong>nero, valorização de resíduos, aumento da<br />
área de floresta certificada e de conservação e<br />
uma meta ambiciosa de zero acidentes.<br />
1<br />
Há várias dimensões <strong>na</strong> resposta a esta questão.<br />
A primeira, mais imediata, <strong>é</strong> sobre o que<br />
somos, enquanto firma e enquanto participante<br />
ativo e, sempre que possível, transformador<br />
do setor jurídico em que atuamos. Somos<br />
um negócio que vive da interação com<br />
os clientes e parceiros, que baseia a sua atuação<br />
nessa relação, ancorada em princípios<br />
<strong>é</strong>ticos. Num certo sentido, e muito pela nossa<br />
própria história e cultura inter<strong>na</strong>, orientámos<br />
sempre a nossa atividade para o serviço<br />
aos nossos stakeholders, em particular<br />
aos nossos clientes, colaboradores internos e<br />
tamb<strong>é</strong>m à própria comunidade.<br />
Num segundo sentido, agora sobre a nossa<br />
atuação enquanto advogados, temos evidentemente<br />
um papel fundamental <strong>na</strong> assessoria,<br />
aconselhamento e concretização dos<br />
objetivos de desenvolvimento e de sustentabilidade<br />
junto dos nossos clientes. Na verdade,<br />
somos agentes transformacio<strong>na</strong>is, porque<br />
ajudamos a estruturar os enquadramentos e<br />
modelos para a mudança, aportando valor à<br />
decisão estrat<strong>é</strong>gica e operacio<strong>na</strong>l dos nossos<br />
clientes, seja <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica e ambiental,<br />
seja no investimento sustentável,<br />
seja <strong>na</strong> reinterpretação da cadeia de valor e<br />
dos produtos subjacentes à transição climática<br />
e digital.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
47<br />
22 23<br />
PATRÍCIA ARAÚJO<br />
CEO Biosphere Portugal<br />
CÁTIA MARGARIDO<br />
Head of Environment <strong>na</strong><br />
VINCI Energies Portugal<br />
2<br />
Temos a dimensão inter<strong>na</strong>, de avaliação e<br />
diagnóstico da nossa realidade, reconhecendo<br />
as mat<strong>é</strong>rias em que podemos ir mais<br />
longe e em que temos vindo a definir m<strong>é</strong>tricas<br />
para balizar melhor o nosso próprio<br />
impacto e a promover uma mudança comportamental<br />
das nossas pessoas atrav<strong>é</strong>s de<br />
iniciativas concretas. Walk the talk, como<br />
se costuma dizer, <strong>na</strong>s diferentes valências<br />
da sustentabilidade. Estamos ainda particularmente<br />
empenhados em ajudar os nossos<br />
clientes <strong>na</strong> sua própria transformação,<br />
como parceiros ativos e com soluções concretas<br />
sobre como redefinir e repensar o seu<br />
papel numa economia mais interligada e<br />
sustentada. Temos um papel único de apoio<br />
à mudança e inovação <strong>na</strong> concretização dos<br />
objetivos de sustentabilidade, tor<strong>na</strong>ndo-os<br />
concretos e mensuráveis para os nossos<br />
clientes. A boa assessoria, aquela que realmente<br />
muda o tecido empresarial com que<br />
interagimos tem de estar um passo à frente<br />
da legislação vigente. Conhecemos as tendências,<br />
a forma como o mundo e o nosso<br />
país estão a mudar, e conseguimos antecipar<br />
as mudanças <strong>na</strong>s expectativas e <strong>na</strong> regulamentação<br />
futura, criando boas práticas que<br />
têm um impacto real e que preparam as empresas<br />
para os desafios de amanhã.<br />
1<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> crítica para o setor dos serviços e ainda mais<br />
para o Turismo. A pandemia veio reforçar que temos de encurtar o<br />
caminho e a concretização das metas da Agenda 2030. Já não temos<br />
espaço para hesitações e para estrat<strong>é</strong>gicas que não estejam focadas <strong>na</strong><br />
harmonização de necessidades e interesses das comunidades residentes<br />
e toda a envolvente <strong>na</strong>tural e cultural, com os nossos visitantes.<br />
Aliás, o ‘novo’ turista <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m cada vez mais aquele que procura esse<br />
respeito e que quer fazer parte de um ecossistema de respeito mútuo.<br />
Se os turistas estão dispostos a mudar os seus hábitos, tamb<strong>é</strong>m a indústria<br />
tem de reformular as suas práticas. A capacidade de recuperar<br />
o posicio<strong>na</strong>mento de liderança do País passa pela defesa da cultura<br />
da sustentabilidade. Mais que uma boa gestão ambiental, temos<br />
de atingir as metas de um trabalho decente, do apoio à comunidade,<br />
das compras responsáveis e da valorização do que <strong>é</strong> autêntico. É o<br />
momento dos agentes do turismo mostrarem o seu compromisso,<br />
de cuidar dos seus.<br />
2<br />
Trabalhamos para tor<strong>na</strong>r os destinos e as empresas da cadeia de valor<br />
do turismo mais sustentáveis. Já são quatro os destinos certificados,<br />
duas regiões em processo e mais de 200 as empresas certificadas<br />
em Portugal.Esperamos que ao longo dos próximos anos consigamos<br />
triplicar estes números. A procura tem vindo a intensificar-se,<br />
prova de que as empresas identificam que <strong>é</strong> com este tipo de reconhecimento<br />
e validação exter<strong>na</strong> do trabalho desenvolvido em prol<br />
da sustentabilidade que tamb<strong>é</strong>m se podem diferenciar e afirmar no<br />
mercado. Assumimos os 17 ODS <strong>na</strong> prática do nosso dia-a-dia, com<br />
compromissos internos para tor<strong>na</strong>mos o nosso planeta, a nossa vida<br />
e a vida dos outros, mais sustentável.<br />
1<br />
Somos by design comprometidos com<br />
esta demanda. Desenvolvemos green-<br />
-offers, com as nossas marcas especialistas,<br />
<strong>na</strong>s áreas da transformação digital e<br />
transição energ<strong>é</strong>tica. O Manifesto VIN-<br />
CI – que nos inspira enquanto VINCI<br />
Energies – convoca-nos para as bases da<br />
<strong>Sustentabilidade</strong>: a ambição ambiental, o<br />
desenvolvimento inclusivo, a promoção<br />
da saúde e da segurança, a ação para a cidadania<br />
e o respeito pelos princípios <strong>é</strong>ticos,<br />
são para nós condições essenciais de<br />
sucesso; impactando a longo prazo, servindo<br />
as pessoas e protegendo o planeta.<br />
2<br />
No setor público, banca e seguros, educação,<br />
energia e utilities, indústria, logística,<br />
telecomunicações, retalho, saúde,<br />
turismo, construção, entre outros setores;<br />
assumimo-nos como aceleradores da sustentabilidade<br />
do nosso país. Trabalhamos<br />
todos os dias para reduzir a pegada carbónica,<br />
aumentar a circularidade das nossas<br />
atividades e para potenciar o desempenho<br />
das nossas pessoas. A nossa ambição permanente<br />
<strong>é</strong> criar valor partilhado para os<br />
vários stakeholders, de olhos postos num<br />
futuro mais humano e sustentável.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
48<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
24<br />
DARIO COFFETTI<br />
Diretor Geral do Oney<br />
1<br />
Diria que <strong>é</strong> muita ou, pelo menos, assim deve<br />
ser! Porque o setor fi<strong>na</strong>nceiro e banca <strong>é</strong> fundamental<br />
para o consumo e para o desenvolvimento<br />
económico sustentável, e ambos têm<br />
que andar de mãos dadas com a sustentabilidade,<br />
porque, efetivamente não há um planeta B.<br />
Assim, <strong>é</strong> fundamental sabermos transformar<br />
e adaptar os modelos de negócio, de modo a<br />
que combinem a performance fi<strong>na</strong>nceira com<br />
a criação de valor sustentável para a sociedade,<br />
a criação de valor para o ambiente e neste<br />
sentido, as empresas do setor começaram já a<br />
repensar os seus planos estrat<strong>é</strong>gicos. Ou seja, a<br />
importância da sustentabilidade neste setor implicará<br />
juntar indicadores ambientais aos fi<strong>na</strong>nceiros,<br />
para que o negócio se desenvolva com este<br />
mindset.<br />
Sabemos que <strong>é</strong> imprescindível adaptarmos os<br />
negócios com enfoque <strong>na</strong> redução da pegada carbónica<br />
e aqui devemos trabalhar nessa direção,<br />
em conjunto.<br />
Por outro lado, em todos os setores, acreditamos<br />
que as empresas devem acompanhar e incentivar<br />
os seus colaboradores, parceiros, clientes e fornecedores<br />
nesta transição e neste caminho para a<br />
urgência da sustentabilidade, atrav<strong>é</strong>s de ações<br />
concretas e diárias, incorporando a R.S.E. em<br />
tudo o que fazemos. A mudança será sist<strong>é</strong>mica<br />
e por isso só será feita pensando no ecossistema.<br />
2<br />
Embora tenhamos vivido – e ainda estejamos a<br />
viver - tempos altamente desafiantes, afetados<br />
pela pandemia, vimos algumas conquistas alcançadas<br />
<strong>na</strong> nossa política de Responsabilidade Social<br />
Empresarial e, tamb<strong>é</strong>m por isso, tenho orgulho <strong>na</strong><br />
minha equipa e confiança no futuro! No Oney, a<br />
R.S.E. não <strong>é</strong> uma obrigação, mas sim algo <strong>na</strong>tural e<br />
uma prioridade no nosso modelo de negócio e em<br />
tudo o que pensamos e construímos. Compreendemos<br />
a urgência, talvez porque Lisboa será particularmente<br />
afetada pelo aquecimento global…<br />
Procurámos implementar a nossa gover<strong>na</strong>nce de<br />
R.S.E. como algo estrat<strong>é</strong>gico <strong>na</strong> empresa, como <strong>é</strong><br />
o caso dos nossos colaboradores-voluntários, que<br />
pelo 2º ano consecutivo, no projeto de educação fi<strong>na</strong>nceira<br />
que fazemos com a ONG ‘Sol Sem Fronteiras’,<br />
levam a cabo ações no terreno pelas escolas<br />
do país, com sessões sobre literacia fi<strong>na</strong>nceira. Este<br />
ano já chegámos a mais de 800 alunos.<br />
Outro exemplo consiste <strong>na</strong> iniciativa ‘Climes To<br />
Go’, que apoiámos no fi<strong>na</strong>l de 2021, numa ação<br />
conjunta organizada com outras empresas e<br />
ONGs, <strong>na</strong> qual se fez a viagem Portugal – Escócia<br />
com a menor pegada carbónica possível.<br />
As equipas chegaram à COP26 - era esse o objetivo<br />
– com mensagens muito claras sobre sustentabilidade<br />
ambiental e social, sobre o consumo e<br />
a produção e a pegada carbónica, e sobre o papel<br />
ativo que todos nós, empresas e particulares, te-<br />
mos – e devemos ter – nesta ambição de salvar<br />
o planeta e de que forma podemos agir de modo<br />
cada vez mais sustentável e responsável.<br />
Mas temos mais exemplos! Ao nível do negócio,<br />
em conjunto com o nosso parceiro Norauto criámos<br />
um seguro para a mobilidade verde, desti<strong>na</strong>do<br />
a equipamentos el<strong>é</strong>tricos ou tradicio<strong>na</strong>is sem<br />
pegada carbónica; focámo-nos em retalhistas com<br />
incentivo e práticas de consumo mais sustentáveis,<br />
ao nível de produtos reciclados e recondicio<strong>na</strong>dos.<br />
Esse <strong>é</strong> o nosso negócio e nosso forte poder de transformação.<br />
É atrav<strong>é</strong>s daquilo que fi<strong>na</strong>nciamos, que<br />
teremos maior impacto. Temos quase um milhão<br />
de clientes, imagine o nosso impacto para um consumo<br />
mais sustentável. É uma verdadeira rutura<br />
<strong>na</strong> forma de fazermos o nosso trabalho. Devemos<br />
ser úteis e as nossas soluções domi<strong>na</strong>ntes.<br />
Inter<strong>na</strong>mente quisemos tamb<strong>é</strong>m construir dinâmicas<br />
de partilha de boas práticas, tanto ao nível<br />
ambiental como social, e neste caso já realizámos<br />
ECO Talks sobre hábitos saudáveis, literacia fi<strong>na</strong>nceira,<br />
green IT, sobre equipamentos recondicio<strong>na</strong>dos,<br />
dicas de sustentabilidade no dia-a-dia…<br />
A nível global, no Grupo, alocámos mais de 260<br />
mil euros a trabalho comunitário/de interesse<br />
público e a campanhas de solidariedade.<br />
É um caminho que continuaremos a desbravar<br />
e estes são alguns dos contributos do Oney para<br />
conseguirmos todos ser mais sustentáveis.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
49<br />
ELSA DUARTE<br />
Landscape Architect & Interior<br />
Designer <strong>na</strong> Savills<br />
25<br />
NUNO FIDELES<br />
Sustai<strong>na</strong>bility Consultant<br />
<strong>na</strong> Savills<br />
26<br />
VICENTE HUERTAS<br />
CEO Minsait<br />
1 1<br />
É uma prioridade que está no topo das agendas de investidores e<br />
ocupantes. Na Europa, a utilização de edifícios tem um peso de<br />
40% do consumo de energia e de 36% das emissões CO2, considerando<br />
ape<strong>na</strong>s o seu impacto operacio<strong>na</strong>l. Com o compromisso<br />
assi<strong>na</strong>do por todos os Estados-Membros de redução de emissões<br />
de carbono at<strong>é</strong> 2030 que implica reorientações para a descarbonização<br />
do stock de edifícios, as políticas ESG & <strong>Sustentabilidade</strong> ganharam<br />
uma nova dimensão, passando de acessórias a prioritárias.<br />
No último ano temos observado um aumento significativo da<br />
procura e valorização, quer da parte dos investidores quer dos<br />
ocupantes, de edifícios que cumpram os crit<strong>é</strong>rios ESG & Sustai<strong>na</strong>bility,<br />
obrigando a uma mudança no mercado e qualidade<br />
da oferta.<br />
2<br />
A Savills Portugal está 100% alinhada com os objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável. Em 2021, tornou-se membro do BCSD<br />
Portugal, tendo assi<strong>na</strong>do a sua Carta de Princípios, que valorizam<br />
os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.<br />
Paralelamente, fazemos parte do grupo de 120 empresas que assi<strong>na</strong>ram<br />
o Pacto de Mobilidade Empresarial para a cidade de Lisboa,<br />
contribuindo para uma mobilidade mais sustentável.<br />
De salientar igualmente, que em todos os projetos desenvolvidos<br />
pela nossa Equipa de Arquitetura, assessoramos os nossos clientes<br />
numa melhoria das condições dos edifícios. O edifício onde<br />
estamos sedeados, o MB4 <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> CBD de Lisboa, <strong>é</strong> o perfeito<br />
show-case de um projeto de sucesso com uma aposta <strong>na</strong> sustentabilidade,<br />
reforçando o nosso compromisso com a proteção do<br />
ambiente e o bem-estar de todos os nossos colaboradores.<br />
A Minsait <strong>é</strong> uma empresa socialmente responsável empenhada no desenvolvimento<br />
sustentável, mas o nosso papel <strong>na</strong> luta contra as alterações climáticas vai muito al<strong>é</strong>m das<br />
políticas empresariais. Estamos empenhados em utilizar a tecnologia e a transformação<br />
digital de forma a viabilizar a transição ecológica e sustentável, razão pela qual estamos<br />
conscientes da responsabilidade que este papel desempenha no cumprimento dos Objetivos<br />
de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A tecnologia desenvolvida pela Minsait<br />
contribui para a proteção das pessoas e gere o funcio<strong>na</strong>mento de infraestruturas críticas;<br />
facilita a mobilidade dos cidadãos; otimiza o funcio<strong>na</strong>mento da administração pública;<br />
ou contribui para o desenvolvimento de cidades sustentáveis. Na nossa perspetiva, os<br />
principais setores impactados por este compromisso são: a Energia e Serviços Públicos, a<br />
Administração Pública, os Processos Eleitorais, a Indústria e Consumidores, os Serviços<br />
Fi<strong>na</strong>nceiros e, claramente, as Cidades Inteligentes. A Minsait, <strong>é</strong> uma empresa da Indra,<br />
que há muitos anos defende e aplica as melhores práticas de sustentabilidade. A Indra foi<br />
reconhecida como empresa líder mundial no setor dos Serviços de TI do Índice Dow Jones<br />
de <strong>Sustentabilidade</strong> e “Gold Class” pelo segundo ano consecutivo no Anuário de <strong>Sustentabilidade</strong><br />
Standard & Poor’s, o mais prestigiado relatório de sustentabilidade.<br />
2<br />
Como uma das empresas líderes em tecnologia e consultoria, a Minsait tem soluções que<br />
desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de um modelo económico<br />
sustentável para o nosso país. No âmbito do desenvolvimento de tecnologias “verdes” e sociais,<br />
destacam-se soluções para promover a mobilidade sustentável, a gestão eficiente da<br />
energia e a utilização de energias renováveis, a atenuação das consequências das alterações<br />
climáticas e a gestão sustentável das cidades, reduzindo o seu impacto ambiental negativo,.<br />
Atualmente estamos a trabalhar num projeto para otimizar o tratamento de águas residuais,<br />
e a desenvolver esforços em cinco frentes com um forte impacto <strong>na</strong>s alterações climáticas,<br />
e que podem gerar resultados muito significativos a curto prazo: a transição para<br />
a energia verde; digitalização do setor energ<strong>é</strong>tico; cidades inteligentes; mobilidade inteligente<br />
e transportes sustentáveis; monitorização da terra e proteção dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
50<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
27<br />
PEDRO VASCONCELLOS<br />
ESG Director da Nhood<br />
Portugal<br />
28<br />
NELSON PIRES<br />
Diretor-geral e administrador da Jaba<br />
Recordati em Portugal e Palop´s<br />
29<br />
JÉSSICA BARRETO<br />
Coorde<strong>na</strong>dora de Projetos T<strong>é</strong>cnicos<br />
e <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>na</strong> Saint-Gobain<br />
Portugal – ISOVER, Placo®<br />
1 1<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> crucial no setor imobiliário,<br />
tanto em projetos concebidos de raiz, como de<br />
reabilitação urba<strong>na</strong>. Para a Nhood Portugal só faz<br />
sentido pensar projetos numa lógica de criação de<br />
valor atrav<strong>é</strong>s da geração de impacto positivo. A<br />
forma como pensamos os projetos dos clientes e<br />
como contribuímos para a transformação das cidades<br />
está sempre alinhada com a visão de tor<strong>na</strong>r os<br />
espaços mais sustentáveis, conscientes e acessíveis.<br />
Se partirmos da escuta ativa dos habitantes e das<br />
entidades locais, com as necessidades de um projeto<br />
sustentável presentes, conseguimos criar projetos<br />
com impacto ambiental, social e económico.<br />
2<br />
Na Nhood Portugal, acreditamos que a criação de<br />
um futuro sustentável passa inevitavelmente pela<br />
forma como as cidades vão evoluir. É por isso que,<br />
para nós, o futuro da transformação das cidades<br />
deve passar pelo conceito da Cidade dos 15 Minutos,<br />
onde o foco está <strong>na</strong> proximidade física entre as<br />
diferentes dimensões da vida dos habitantes – casa,<br />
trabalho, serviços, retalho, lazer – e o objetivo <strong>na</strong><br />
construção de cidades mais sustentáveis (com redução<br />
de deslocações diárias efetivas de carro que<br />
aumentam a pegada de carbono) mas, tamb<strong>é</strong>m, <strong>na</strong><br />
gestão mais eficiente do tempo por parte de cada<br />
habitante, com um maior foco nos eixos que contribuem<br />
para o seu bem-estar.<br />
Acrescentar mais e melhor vida <strong>é</strong> a missão da Recordati,<br />
não ape<strong>na</strong>s proporcio<strong>na</strong>ndo os melhores medicamentos,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m reconhecendo que o bem-estar<br />
das gerações atuais e futuras e a “saúde” do nosso<br />
planeta, estão interligadas. Portanto temos a consciência<br />
que em tudo o que fazemos, temos de preservar<br />
os recursos <strong>na</strong>turais, a biodiversidade e contribuir<br />
para lutar contra as alterações climáticas atrav<strong>é</strong>s de<br />
práticas eco-responsáveis (ESG) que minimizem o<br />
nosso impacto ambiental e a nossa pegada no planeta.<br />
É, portanto, fundamental para a Recordati!<br />
2<br />
A Recordati <strong>é</strong> reconhecida como uma empresa com<br />
as melhores práticas ESG, por isso foi incluída em<br />
outubro de 2021, no MIB ESG índex da Euronext e<br />
Bolsa italia<strong>na</strong>, bem como outros reconhecimentos de<br />
boas práticas (FTSE4GOOD índex em junho/21).<br />
Continuamos com objetivos ambiciosos como abastecer<br />
com 100% de energia renovável as nossas fábricas<br />
at<strong>é</strong> 2025.<br />
Temos consciência que os pequenos atos fazem a diferença,<br />
pelo que eliminámos a utilização de plástico<br />
nos nossos escritórios, minimizámos a utilização e<br />
impressão em papel, parte da nossa frota automóvel<br />
<strong>é</strong> híbrida, o dia de responsabilidade social inclui uma<br />
atividade eco-responsável… Para al<strong>é</strong>m de uma consciencialização<br />
coletiva di<strong>na</strong>mizada pela nossa academia<br />
inter<strong>na</strong>, atrav<strong>é</strong>s de formação.<br />
1<br />
Segundo as Nações Unidas, o setor da<br />
construção <strong>é</strong> responsável por 39% das<br />
emissões de CO2 em todo o mundo,<br />
por 40% do consumo total de energia <strong>na</strong><br />
Europa e pelo consumo de 1/3 das mat<strong>é</strong>rias-primas<br />
mundiais. Este <strong>é</strong> um dos<br />
setores mais poluentes da União Europeia,<br />
<strong>é</strong> por isso urgente implementar<br />
medidas que ajudem a reduzir a nossa<br />
pegada ambiental e permitam a Portugal<br />
cumprir o objetivo com que se comprometeu<br />
no Acordo de Paris – alcançar<br />
a neutralidade carbónica at<strong>é</strong> 2050.<br />
2<br />
Consciente desta necessidade, estamos<br />
empenhados em reduzir o impacto<br />
das suas atividades e em disponibilizar<br />
soluções mais sustentáveis para<br />
o setor da construção. Nesse sentido<br />
implementámos um plano de ações<br />
interno, garantindo o cumprimento<br />
dos objetivos de sustentabilidade:<br />
alcançar a descarbonização e dependência<br />
energ<strong>é</strong>tica, promover a transição<br />
de uma economia linear para uma<br />
economia circular e contribuir para a<br />
construção de edifícios mais saudáveis<br />
e confortáveis.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
51<br />
E<br />
S<br />
G<br />
Environmental Social Gover<strong>na</strong>nce<br />
POLUIÇÃO<br />
DO AR E ÁGUA<br />
GESTÃO<br />
DE RESÍDUOS<br />
PADRÕES NA CADEIA<br />
DE FORNECIMENTO<br />
SAÚDE E<br />
SEGURANÇA<br />
ÉTICA<br />
GOVERNANÇA<br />
CORPORATIVA<br />
IMPACTO NA<br />
BIODIVERSIDADE<br />
USO DE<br />
PLÁSTICOS<br />
DIREITOS DOS<br />
TRABALHADORES<br />
IMPACTO NA<br />
COMUNIDADE LOCAL<br />
DIVERSIDADE<br />
NA GESTÃO<br />
ESTRATÉGIA<br />
DE IMPOSTOS<br />
EFICIÊNCIA<br />
ENERGÉTICA<br />
IMPACTO CLIMÁTICO E<br />
COMPROMISSO ZERO LÍQUIDO<br />
DIREITOS<br />
HUMANOS<br />
PAGAMENTOS<br />
AOS EXECUTIVOS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
52<br />
DIRETÓRIO<br />
Compromisso com<br />
a sustentabilidade<br />
As empresas estão cada vez mais atentas a outros valores que vão al<strong>é</strong>m dos números<br />
fi<strong>na</strong>nceiros, como as receitas e os lucros. Num mundo em constante mudança, em<br />
que os recursos <strong>na</strong>turais estão a tor<strong>na</strong>r-se escassos e em que se começam a quantificar<br />
os impactos negativos das alterações climáticas, empresários e gestores ganham consciência<br />
para o tema da sustentabilidade e da responsabilidade social. As empresas podem utilizar os<br />
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) enquanto enquadramento global para moldar,<br />
orientar, comunicar e relatar as suas estrat<strong>é</strong>gias, objetivos e atividades, permitindo-lhes<br />
capitalizar um leque de benefícios tais como: identificar futuras oportunidades de negócio, em<br />
mercados em crescimento e que poderão beneficiar de soluções inovadoras, aumentar o valor da<br />
sustentabilidade corporativa atrav<strong>é</strong>s dos incentivos económicos a uma mais eficiente utilização<br />
de recursos e da inter<strong>na</strong>lização das exter<strong>na</strong>lidades ou fortalecer as relações com os stakeholders<br />
e acompanhar o ritmo do desenvolvimento das políticas públicas, antecipando a gestão de<br />
riscos legais e de reputação.<br />
Em Portugal, muitas empresas já estão a seguir este caminho e, atualmente, algumas já são reconhecidas<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente. Conheça alguns dos bons exemplos no diretório que lhe apresentamos<br />
nesta revista especial.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
53<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
ODS<br />
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />
Foi a 25 de setembro de 2015 que <strong>na</strong>sceu<br />
a Agenda 2030, uma agenda constituída<br />
por 17 Objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável (ODS), que integram 169<br />
metas, aprovada por 193 Estados-Membros da Organização<br />
das Nações Unidas (ONU), que se comprometeram<br />
a “não deixar ningu<strong>é</strong>m para trás”. Este<br />
plano de ação, intitulado “Transformando o Nosso<br />
Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento<br />
Sustentável”, foi definido durante a Cimeira das<br />
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,<br />
que decorreu em Nova Iorque, nos Estados<br />
Unidos, de 25 a 27 de setembro de 2015.<br />
Estes objetivos tiveram como inspiração os Objetivos<br />
de Desenvolvimento do Mil<strong>é</strong>nio, implementados<br />
de 2000 a 2015, e procuram substitui-los e<br />
ir mais longe <strong>na</strong> sua ambição. O seu principal objetivo<br />
<strong>é</strong> promover o desenvolvimento sustentável<br />
<strong>na</strong>s três dimensões económica, social e ambiental,<br />
contando para isso com a ação colaborativa de todos<br />
os países. Existem cinco eixos de atuação dos<br />
objetivos: Pessoas, ao erradicar todas as formas de<br />
pobreza e de fome e garantir dignidade e equidade;<br />
Planeta, ao proteger os recursos <strong>na</strong>turais e o clima<br />
do nosso planeta para as gerações futuras; Prosperidade,<br />
ao garantir vidas prósperas e ple<strong>na</strong>s em harmonia<br />
com a <strong>na</strong>tureza; Parcerias, ao implementar<br />
a agenda atrav<strong>é</strong>s de uma parceria global sólida; e<br />
Paz, ao promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas.<br />
Distinguem-se, assim, 17 Objetivos, cada<br />
qual com uma área de atuação:<br />
1. Erradicar a Pobreza;<br />
2. Erradicar a Fome;<br />
3. Saúde de Qualidade;<br />
4. Educação de Qualidade;<br />
5. Igualdade de G<strong>é</strong>nero;<br />
6. Água Potável e Saneamento;<br />
7. Energias Renováveis e Acessíveis;<br />
8. Trabalho Digno e Crescimento Económico;<br />
9. Indústria, Inovação e Infraestruturas;<br />
10. Reduzir as Desigualdades;<br />
11. Cidades e Comunidades Sustentáveis;<br />
12. Produção e Consumo Sustentáveis;<br />
13. Ação Climática;<br />
14. Proteger a Vida Marinha;<br />
15. Proteger a Vida Terrestre;<br />
16. Paz, Justiça e Instituições Eficazes;<br />
17. Parcerias para a Implementação dos Objetivos.<br />
Como referiu <strong>na</strong> <strong>é</strong>poca o antigo secretário-geral da<br />
ONU, Ban Ki-moon “Os 17 Objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável são a nossa visão comum<br />
para a Humanidade e um contrato social entre os<br />
líderes mundiais e os povos. São uma lista das coisas<br />
a fazer em nome dos povos e do planeta, e um<br />
plano para o sucesso”.<br />
Os progressos de cada Estado-Membro são avaliados<br />
e apresentados em relatórios, publicados a cada<br />
ano pela União Europeia, atrav<strong>é</strong>s da Eurostat.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
55<br />
17<br />
01<br />
15<br />
Proteger<br />
a vida<br />
terrestre<br />
16<br />
Paz, justiça<br />
e instituições<br />
eficazes<br />
Parcerias<br />
para a<br />
implementação<br />
dos objectivos<br />
Erradicar<br />
a pobreza<br />
Erradicar<br />
a fome<br />
02<br />
Saúde e<br />
qualidade<br />
03<br />
14<br />
Proteger<br />
a vida<br />
marinha<br />
SUSTAINABLE<br />
DEVELOPMENT<br />
Educação<br />
de qualidade<br />
04<br />
13<br />
Ação<br />
climática<br />
GOALS<br />
Igualdade<br />
de g<strong>é</strong>nero<br />
05<br />
12<br />
Produção<br />
e consumo<br />
sustentável<br />
11<br />
Cidades e<br />
comunidades<br />
sustentáveis<br />
Reduzir as<br />
desigualdades<br />
10<br />
Industria,<br />
Inovação e<br />
Infraestrutura<br />
09<br />
Crescimento<br />
económico<br />
08<br />
Energias<br />
renováveis e<br />
acessíveis<br />
Água<br />
potável<br />
e saneamento<br />
07<br />
06<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
56 \\ DIRETÓRIO \\<br />
MC ASSUME COMPROMISSO<br />
SÉRIO COM O AMANHÃ<br />
COM OS OLHOS POSTOS NO FUTURO, A MC ASSUME COMPROMISSOS DE LONGO<br />
PRAZO E TRABALHA JÁ HOJE PARA A CONSTRUÇÃO DE UM AMANHÃ SUSTENTÁVEL,<br />
QUE RESPEITA AS PESSOAS, AS COMUNIDADES E O PLANETA.<br />
Criar os produtos do amanhã <strong>é</strong> um enorme estímulo<br />
para as equipas da MC. Não só pelo<br />
desafio subjacente ao desenvolvimento de uma<br />
oferta alargada, de elevada qualidade a preços competitivos,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m porque fazê-lo pressupõe<br />
desafiar o status quo e assumir um papel ativo <strong>na</strong><br />
transformação do sistema alimentar.<br />
Contribuindo para a democratização do acesso a<br />
uma cesta saudável e sustentável, a MC tem vindo<br />
a desenvolver várias iniciativas com os seus fornecedores.<br />
Ações que fomentam a criação de redes de<br />
abastecimento mais transparentes e responsáveis, e<br />
que favorecem a proteção e preservação dos ecossistemas<br />
e a melhor utilização dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />
A empresa tem implementada uma estrat<strong>é</strong>gia de<br />
certificações de práticas produtivas com os seus fornecedores,<br />
que permite maior rastreabilidade, desde<br />
a produção ao momento de consumo. Em 2021, o<br />
Continente foi inclusivamente o primeiro retalhista<br />
do mundo a obter a certificação da sua cadeia de<br />
abastecimento de fruta e legumes pelo GLOBAL<br />
G.A.P. Em termos de produção animal, tamb<strong>é</strong>m<br />
nesse ano, a MC obteve a certificação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
em bem-estar animal em toda a cadeia de produção,<br />
segundo os Protocolos Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is ‘Welfare Quality’,<br />
para as carnes de bovino das marcas Aberdeen-<br />
-Angus Continente® e Limousine Continente®.<br />
Paralelamente, junto dos clientes, a MC fomenta<br />
padrões de consumo saudáveis e responsáveis e disponibiliza<br />
uma oferta com menor pegada e com um<br />
perfil nutricio<strong>na</strong>l mais equilibrado. Com o programa<br />
de revisão da composição nutricio<strong>na</strong>l, o Continente<br />
otimizou mais de 350 produtos de marca<br />
própria, reduzindo 1 305 toneladas de açúcar, sal e<br />
gordura. Al<strong>é</strong>m disso, a empresa <strong>é</strong> um agente ativo<br />
<strong>na</strong> consciencialização dos portugueses, promovendo<br />
comportamentos de cidadania ambiental. O<br />
Programa Escola Missão Continente <strong>é</strong> um veículo<br />
muito importante nesta mat<strong>é</strong>ria, promovendo o<br />
estilo de vida saudável em comunidades escolares,<br />
que vão desde o Pr<strong>é</strong>-Escolar ao 2.º Ciclo do Ensino<br />
Básico. Na sua 6ª edição (2021/2022), estão<br />
inscritos neste programa mais de 70 mil alunos de<br />
todo o país. Para vencer este desafio, são tamb<strong>é</strong>m<br />
relevantes os contributos da plataforma online do<br />
Continente À Roda da Alimentação (www.arodadaalimentacao.pt),<br />
que promove um estilo de vida<br />
mais equilibrado e consciente.<br />
NA LINHA DA FRENTE CONTRA O DESPERDÍCIO<br />
Transformar o sistema alimentar significa tamb<strong>é</strong>m<br />
endereçar o desperdício alimentar, um desafio social<br />
e ambientalmente premente, transversal a toda<br />
a cadeia de valor. Neste campo, as diferentes medidas<br />
que a MC tem em curso permitiram evitar<br />
mais de 37M€ de desperdício em 2021. A empresa<br />
tem vindo a di<strong>na</strong>mizar parcerias entre a produção,<br />
a indústria e o retalho, que permitem desenvolver<br />
projetos de inovação e circularidade, e combater o<br />
desperdício gerado <strong>na</strong> produção. Como exemplo, no<br />
último ano, o Continente transformou o excedente<br />
de produção das maçãs e peras IGP em s<strong>na</strong>cks de<br />
fruta desidratada e em sumos <strong>na</strong>turais, sem adição<br />
de açúcar ou água. Mais recentemente, a ‘Feira do<br />
Desperdício’ do Clube de Produtores Continente<br />
juntou 5 produtores de maçã de Alcobaça com um<br />
parceiro para produzir um produto de valor acrescentado<br />
(Vi<strong>na</strong>gre de Sidra Maçã de Alcobaça Continente),<br />
com fruta que seria descartada.<br />
Ao nível das operações, a MC implementou medidas<br />
que aceleram o escoamento de produtos e<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
57<br />
BOARD<br />
evitam toneladas de desperdício alimentar, ao mesmo<br />
tempo que oferecem produtos em excelentes<br />
condições de consumo a um preço mais convidativo.<br />
São exemplo, a desvalorização do P.V.P. em produtos<br />
próximos de atingir a validade e as Caixas Zer0%<br />
Desperdício, onde se disponibilizam, por ape<strong>na</strong>s<br />
2,5€, cabazes com 5kg de fruta e legumes perto de<br />
ultrapassar o ponto ótimo de consumo.<br />
O reaproveitamento e redistribuição de alimentos,<br />
atrav<strong>é</strong>s do programa de doações de excedentes<br />
alimentares, a instituições de solidariedade social e<br />
de apoio a animais tamb<strong>é</strong>m faz parte do dia a dia<br />
das lojas. As doações diárias ocorrem há mais de 27<br />
anos, <strong>na</strong>s mais de 300 lojas Continente no país. Só<br />
em 2021, a Missão Continente distribuiu cerca de<br />
19M€ em excedentes a mais de 1 400 instituições.<br />
Fi<strong>na</strong>lmente, pensar o amanhã dos produtos <strong>é</strong><br />
tamb<strong>é</strong>m repensar as embalagens. Nos últimos anos,<br />
a MC tem vindo a transformar as embalagens das<br />
suas marcas próprias, a partir dos princípios do eco<br />
design. A elimi<strong>na</strong>ção do uso desnecessário de materiais,<br />
a incorporação de reciclado e a conceção da embalagem<br />
para garantir a sua reutilização são dimensões<br />
trabalhadas pelas equipas, com o objetivo de<br />
assegurar que todas as embalagens de plástico serão<br />
recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis at<strong>é</strong> 2025.<br />
A MC tem vindo a sensibilizar tamb<strong>é</strong>m os clientes<br />
para a reciclagem, nomeadamente atrav<strong>é</strong>s da<br />
iconografia <strong>na</strong>s embalagens, que ilustra de forma<br />
simples os procedimentos a adotar. Para gerar mais<br />
envolvimento neste percurso, o Continente criou o<br />
projeto ‘Fora da Caixa’, uma plataforma que dá voz<br />
ao cliente e onde já se recolheram mais de 700 ideias<br />
para melhorar o packaging.<br />
O AMANHÃ DO PLANETA<br />
A MC, alinhada com a ambição do Acordo de Paris,<br />
pretende reduzir as suas emissões de Gases com<br />
Efeito de Estufa (GEE) em 55% at<strong>é</strong> 2030, e atingir a<br />
neutralidade carbónica das operações at<strong>é</strong> 2040. Para<br />
isso, tem um plano de ação que assenta em 4 grandes<br />
áreas de atuação: implementação de medidas de<br />
ecoeficiência com o objetivo de reduzir os consumos<br />
de energia; eletrificação dos consumos, com particular<br />
enfoque no last mile e <strong>na</strong>s viaturas de serviço e<br />
função; programa de alteração das centrais de frio;<br />
e investimento <strong>na</strong> produção e aquisição de energia<br />
produzida a partir de fontes renováveis.<br />
No último ano, a MC aumentou a capacidade de<br />
produção de energia el<strong>é</strong>trica a partir de fontes renováveis<br />
em 67%. Complementarmente, estabeleceu<br />
atrav<strong>é</strong>s da Elergone Energia, um acordo de compra<br />
(PPA offsite) a longo prazo, de cerca de 100 gigawatts-hora<br />
(GWh) anuais de energia renovável com a<br />
Shell Energy Europe Limited. Um marco relevante<br />
que, por si só, assegurará que cerca de 20% do consumo<br />
de eletricidade prov<strong>é</strong>m de origem renovável.<br />
No âmbito da gestão de resíduos, a MC assume a<br />
responsabilidade pelo encaminhamento dos resíduos<br />
gerados <strong>na</strong>s operações e pelos resíduos entregues<br />
pelos clientes em loja, promovendo a reciclagem e<br />
a cidadania ambiental. Al<strong>é</strong>m disso, o Continente<br />
integra um conjunto de projetos-piloto de preparação<br />
para o futuro Sistema de Depósito e Reembolso<br />
(SDR) de embalagens de bebidas, a implementar em<br />
Portugal. Atrav<strong>é</strong>s deste sistema, <strong>é</strong> possível assegurar<br />
a reciclagem de plástico de elevada qualidade e assegurar<br />
a sua reintrodução no sistema, maximizando<br />
a ‘circularidade dos materiais’.<br />
Isabel Barros<br />
Administradora Executiva da MC e Não<br />
Executiva da So<strong>na</strong>e Indústria<br />
Presidente do Grupo Consultivo de<br />
<strong>Sustentabilidade</strong> das empresas So<strong>na</strong>e<br />
Vice-presidente do BCSD Portugal<br />
(Conselho Empresarial para o Desenvolvimento<br />
Sustentável).<br />
Maria<strong>na</strong> Silva<br />
Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong> da MC<br />
CONTACTOS<br />
MCretail, SGPS, S.A.<br />
Rua João Mendonça, nº 529<br />
4464-501 Senhora da Hora,<br />
Matosinhos<br />
+351 229 561 899<br />
rpso<strong>na</strong>emc@so<strong>na</strong>emc.com<br />
PRODUÇÃO E<br />
CONSUMO SUSTENTÁVEIS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
58<br />
\\ DIRETÓRIO \\<br />
A TRANSIÇÃO<br />
ENERGÉTICA EM AÇÃO<br />
H<br />
á vários anos que nos deparamos com um mercado<br />
energ<strong>é</strong>tico cada vez mais volátil. Não só pelo facto<br />
de a procura de energia ter aumentado significativamente,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m pela necessidade de que essa energia<br />
seja cada vez mais limpa. O papel das empresas como a<br />
bp, ativas <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica, <strong>é</strong> crucial nesta jor<strong>na</strong>da.<br />
Ao atuar no sector da energia, a bp em Portugal tem<br />
ple<strong>na</strong> consciência do seu papel <strong>na</strong> transição energ<strong>é</strong>tica.<br />
Em linha com a ambição de se tor<strong>na</strong>r numa empresa<br />
com zero emissões líquidas de carbono at<strong>é</strong> 2050, ou antes,<br />
e ajudar o mundo a atingir o mesmo objetivo, a estrat<strong>é</strong>gia<br />
da empresa visa reformular o negócio à medida que<br />
descarboniza e diversifica, apostando em novas formas<br />
de energia, como as renováveis, os biocombustíveis e o<br />
hidrog<strong>é</strong>nio, aumentado o portefólio de baixo carbono.<br />
Uma das ações que todos podemos tomar desde já, enquanto<br />
o mundo procura encontrar formas de descarbonizar,<br />
foi lançada pela bp em Portugal em julho de<br />
2020 – uma iniciativa pioneira <strong>na</strong> indústria e em Portugal<br />
– desti<strong>na</strong>da a compensar as emissões de carbono<br />
dos combustíveis vendidos nos postos bp em Portugal.<br />
Desde o início do programa – agora novo Programa de<br />
Compensação Carbónica da bp Portugal - at<strong>é</strong> fevereiro<br />
de 2022, a bp já compensou mais de três milhões de<br />
toneladas de carbono, o equivalente a retirar mais de<br />
seiscentos mil veículos de passageiros das estradas portuguesas<br />
* .<br />
A bp em Portugal continua a compensar as emissões de<br />
carbono dos abastecimentos dos seus clientes atrav<strong>é</strong>s<br />
do bp Target Neutral, utilizando cr<strong>é</strong>ditos de carbono<br />
gerados a partir de projetos globais que reduzem emissões<br />
e que, em muitos casos, contribuem para melhorar<br />
a vida de milhões de pessoas atrav<strong>é</strong>s de melhor acesso à<br />
energia, saúde, educação e empregos.<br />
Adicio<strong>na</strong>lmente, desde 2018 que a bp em Portugal marca<br />
presença nos carregamentos el<strong>é</strong>tricos - área em que<br />
irá continuar a investir, expandindo a rede de pontos de<br />
carregamento el<strong>é</strong>trico e possibilitando aos condutores<br />
de veículos el<strong>é</strong>tricos o acesso a postos de abastecimento<br />
com vários equipamentos e ofertas.<br />
O Grupo bp tamb<strong>é</strong>m avançou <strong>na</strong>s energias renováveis<br />
em Portugal, atrav<strong>é</strong>s da Lightsource bp.<br />
Al<strong>é</strong>m do investimento no desenvolvimento de energia<br />
solar, estes projetos, que estarão em curso nos próximos<br />
30 anos, e uma vez operacio<strong>na</strong>lizados, irão contribuir<br />
para a criação de oportunidades de desenvolvimento<br />
económico de longo prazo, al<strong>é</strong>m da produção local de<br />
energia renovável.<br />
BOARD<br />
Sílvia Barata<br />
Head of Country<br />
& Head of Retail Operations<br />
CONTACTOS<br />
BP PORTUGAL<br />
COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEIS E<br />
LUBRIFICANTES, S. A.<br />
Lagoas Park, Edifícios 3,<br />
2740-244 Porto Salvo<br />
+351 213 891 000<br />
+351 213 891 600<br />
relacc@bp.com<br />
* mais informações sobre o Programa de Compensação Carbónica da bp Portugal em www.bp.pt<br />
DIRETOS<br />
BP TARGET NEUTRAL<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
ERRADICAR<br />
A FOME<br />
SAÚDE E<br />
QUALIDADE<br />
EDUCAÇÃO DE<br />
QUALIDADE<br />
IGUALDADE<br />
DE GÉNERO<br />
ACÇÃO<br />
CLIMÁTICA<br />
ÁGUA POTÁVEL<br />
E SANEAMENTO<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
TRABALHO DIGNO<br />
E CRESCIMENTO<br />
ECONÓMICO<br />
INDÚSTRIA,<br />
INOVAÇÃO E<br />
INFRAESTRUTURAS<br />
CIDADES E<br />
COMUNIDADES<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
ACÇÃO<br />
CLIMÁTICA<br />
PROTEGER<br />
A VIDA<br />
TERRESTRE<br />
PARCERIAS PARA<br />
A IMPLEMENTAÇÃO<br />
DE OBJECTIVOS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
59<br />
EL CORTE INGLÉS EM MOVIMENTO<br />
PELA SUSTENTABILIDADE<br />
O<br />
El Corte Ingl<strong>é</strong>s, Grandes Armaz<strong>é</strong>ns tem trabalhado,<br />
ao longo dos anos, para tor<strong>na</strong>r a sua atividade<br />
mais sustentável, minimizando ao máximo o impacto<br />
no ambiente e procurando um futuro melhor<br />
para todos. De forma a honrar o seu compromisso com<br />
a sociedade e com o ambiente, tem atuado em distintas<br />
frentes com o objetivo de desenvolver condições mais<br />
adequadas e mais responsáveis <strong>na</strong> cadeia de fornecimento,<br />
<strong>na</strong> operação e <strong>na</strong> gestão, de forma a reduzir o<br />
consumo de recursos e de resíduos.<br />
Com a aprovação do Plano Diretor de <strong>Sustentabilidade</strong><br />
e RSC 2021-2025, o Grupo definiu a sua estrat<strong>é</strong>gica<br />
para a sustentabilidade, comprometendo-se com<br />
uma atuação estreitamente ligada às metas criadas<br />
pela União Europeia, tais como as definidas pelo Pacto<br />
Ecológico Europeu e o seu objetivo de neutralidade em<br />
carbono em 2050, pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento<br />
Sustentável e pelo Acordo de Paris contra as<br />
Alterações Climáticas em 2050.<br />
Este plano está estruturado em cinco pilares principais<br />
sobre os quais trabalhamos em vários projetos específicos:<br />
Produção e Consumo Responsável, Digitalização<br />
verde, Ação pelo clima, com o objetivo de reduzir a pegada<br />
ecológica da nossa atividade.<br />
Das várias ações concretas, destacamos, em Portugal,<br />
a certificação com o selo de Resíduo Zero, que garante<br />
a valorização de mais de 95% dos resíduos resultantes<br />
da operação; o selo de entidade Empregadora Inclusiva,<br />
atribuído sucessivamente desde 2017 no âmbito do<br />
qual alcançámos a menção de excelência e os desenvolvimentos<br />
<strong>na</strong>s políticas corporativas de diversidade,<br />
igualdade e <strong>é</strong>tica e boa gover<strong>na</strong>nça.<br />
CONSUMO E PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL<br />
A promoção do consumo sustentável tem sido uma<br />
das bandeiras do Grupo El Corte Ingl<strong>é</strong>s, não só <strong>na</strong> sustentabilidade<br />
dos produtos que disponibiliza <strong>na</strong>s suas<br />
lojas mas tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong>s embalagens em que esses produtos<br />
são transportados. Por outro lado, temos a ambição<br />
de fazer um consumo de recursos mais responsável<br />
<strong>na</strong>s operações do Grupo, desde a redução da pegada de<br />
plástico nos supermercados, com a adesão à Iniciativa<br />
da Nova Economia do Plástico da Fundação Ellen MacArthur,<br />
e ainda ao compromisso Resíduo Zero.<br />
CADEIAS DE FORNECIMENTO<br />
SUSTENTÁVEIS E RESILIENTES<br />
Trabalhamos junto dos fornecedores, no sentido de aumentar<br />
não só a rastreabilidade dos nossos produtos,<br />
como a responsabilidade sobre os mesmos, para disponibilizar<br />
aos clientes um número crescente de produtos<br />
sustentáveis, seguros e de qualidade.<br />
VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO<br />
E O FUTURO DO TRABALHO<br />
Valorizamos a importância de cuidar e preparar as pessoas<br />
para eventuais mudanças <strong>na</strong>s metodologias de trabalho.<br />
Com uma equipa de mais de 4000 profissio<strong>na</strong>is, o<br />
ECIGA investe diariamente para ser um empregador de<br />
referência, procurando as melhores soluções para atrair<br />
e reter o seu talento, investindo <strong>na</strong> formação e atribuição<br />
de novas competências aos seus colaboradores.<br />
OS NOSSOS COMPROMISSOS<br />
Reaproveitar mais de 90% dos resíduos que se produzem<br />
nos Grandes Armaz<strong>é</strong>ns de Lisboa e Gaia/Porto e<br />
nos 2 Centro Logísticos e continuar a merecer o selo de<br />
Certificação de Resíduo Zero. Implementar o projeto<br />
Resíduo Zero nos Supercor at<strong>é</strong> 2024, reduzir em 30%<br />
a pegada de plástico at<strong>é</strong> 2025 e aumentar anualmente<br />
em 5% o número de referências sustentáveis, igualmente<br />
at<strong>é</strong> 2025.<br />
BOARD<br />
Enrique Hidalgo<br />
Diretor Geral<br />
El Corte Ingl<strong>é</strong>s Portugal<br />
CONTACTOS<br />
Av. António Augusto Aguiar, 31<br />
1069-413 Lisboa<br />
Portugal<br />
+351 213 711 700<br />
www.elcorteingles.pt<br />
ERRADICAR<br />
A POBREZA<br />
EDUCAÇÃO<br />
DE QUALIDADE<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
REDUZIR AS<br />
DESIGUALDADES<br />
ACÇÃO<br />
CLIMÁTICA<br />
SAÚDE E<br />
QUALIDADE<br />
IGUALDADE<br />
DE GÉNERO<br />
TRABALHO DIGNO<br />
E CRESCIMENTO<br />
ECONÓMICO<br />
PRODUÇÃO E<br />
CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
PARCERIAS PARA<br />
A IMPLEMENTAÇÃO<br />
DE OBJECTIVOS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
60<br />
\\ DIRETÓRIO \\<br />
BOARD<br />
NEUTRALIDADE ENERGÉTICA<br />
PARA A SUSTENTABILIDADE<br />
P<br />
orque a relação direta da água que produzimos<br />
e distribuímos com a energia consumida faz<br />
parte de um legado que remonta às origens da<br />
empresa, a EPAL tem em curso o programa 0%<br />
Energia cujo objetivo <strong>é</strong> atingir, at<strong>é</strong> 2025, a neutralidade<br />
energ<strong>é</strong>tica ao produzir toda a eletricidade que<br />
consome <strong>na</strong> sua atividade para, assim, potenciar a<br />
sustentabilidade das suas operações.<br />
O programa 0% Energia tem previsto um investimento<br />
<strong>na</strong> ordem dos 70 milhões de euros e compreende<br />
um conjunto de ações com vista à redução do<br />
consumo energ<strong>é</strong>tico a par do aumento da produção<br />
de energia renovável com recurso a energia hídrica,<br />
eólica e fotovoltaica e da construção de infraestruturas<br />
de transporte de energia, microredes, interligando<br />
infraestruturas de produção/consumo de<br />
energia e digitalização.<br />
O inovador programa 0% Energia permitirá ainda a<br />
coprodução de hidrog<strong>é</strong>nio, cuja valorização se prevê,<br />
tendencialmente, <strong>na</strong> cadeia de valor da atividade<br />
da EPAL e <strong>na</strong> conversão de toda a energia renovável<br />
produzida em produtos de valor acrescentado,<br />
sem necessidade de injeção de excedente <strong>na</strong> rede<br />
el<strong>é</strong>trica, balanceando a disponibilidade de energia<br />
renovável e o consumo da mesma. São numerosas as<br />
vantagens e os benefícios obtidos com o desenvolvimento<br />
e implementação deste programa:<br />
Aumento de notoriedade <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
da EPAL e do setor da água português.<br />
O objetivo estrat<strong>é</strong>gico de neutralidade energ<strong>é</strong>tica <strong>é</strong><br />
uma oportunidade que queremos aproveitar para<br />
otimizar e reforçar a nossa eficiência energ<strong>é</strong>tica, integrando<br />
as várias competências e áreas da empresa,<br />
desde a operação, manutenção, sistemas de informação,<br />
gestão de energia e sustentabilidade.<br />
Hoje, e no futuro, a sustentabilidade da gestão energ<strong>é</strong>tica,<br />
economia circular, aumento da resiliência,<br />
adaptação às alterações climáticas e a inovação assumem<br />
cada vez maior relevância no “core” da atividade<br />
da empresa, com vantagens inegáveis a nível<br />
ambiental, económico e social, que passam tamb<strong>é</strong>m<br />
pelo reconhecimento do setor português por outros<br />
países o que poderá vir a ser um fator competitivo<br />
no setor da água e de exportação do nosso conhecimento<br />
e tecnologia. Foi com o intuito de responder<br />
ao desafio do mercado para o desenvolvimento de<br />
novas competências t<strong>é</strong>cnicas e de gestão em energias<br />
renováveis que a EPAL, atrav<strong>é</strong>s da sua Academia<br />
das Águas Livres, lançou, em 2019, o Programa<br />
Avançado Energias Renováveis no Setor da Água<br />
para preparar t<strong>é</strong>cnicos, quadros e trabalhadores<br />
para lidar com a transição energ<strong>é</strong>tica e a descarbonização<br />
do setor da água.<br />
Jos<strong>é</strong> Manuel Sardinha<br />
Presidente do Conselho<br />
de Administração<br />
Luísa Branco<br />
Vice-Presidente do Conselho<br />
de Administração<br />
Telma Correia<br />
Rui Lourenço<br />
Bar<strong>na</strong>b<strong>é</strong> Pisco<br />
Administradores do Conselho<br />
de Administração<br />
CONTACTOS<br />
Av. da Liberdade, 24<br />
1250-144 Lisboa<br />
+351 213 251 000<br />
Reforço da sustentabilidade da empresa e das tarifas;<br />
Redução de emissão de gases com efeito de estufa;<br />
Projeto modelo a nível mundial;<br />
Redução da exposição da empresa a oscilações do<br />
preço da energia no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l;<br />
Aproveitamento e desenvolvimento de competências<br />
e talentos internos, com mais-valia para a<br />
empresa e para os seus trabalhadores;<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
Conceber, construir, explorar e gerir os sistemas de<br />
abastecimento de água e de saneamento sob sua<br />
responsabilidade, envolvendo todas as atividades e<br />
negócios relacio<strong>na</strong>dos<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
INDÚSTRIA,<br />
INOVAÇÃO E<br />
INFRAESTRUTURAS<br />
PROTEGER<br />
A VIDA<br />
TERRESTRE<br />
CIDADES E<br />
COMUNIDADES<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
PRODUÇÃO E<br />
CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
61<br />
CONSTRUIR UMA SOCIEDADE MAIS<br />
PRÓSPERA, SUSTENTÁVEL E INCLUSIVA<br />
A<br />
Fidelidade segue uma estrat<strong>é</strong>gia human centric.<br />
É com base nestes pilares que gere toda a<br />
sua atividade: os produtos e serviços que disponibiliza,<br />
para bem proteger e cuidar; a preparação<br />
da sua rede comercial, para poder conhecer<br />
e perceber quais as verdadeiras necessidades de<br />
proteção dos seus clientes; a estrat<strong>é</strong>gia de comunicação<br />
que cria, coerente com os seus valores; os<br />
projetos sociais que desenvolve, para melhor servir<br />
a Comunidade Fidelidade (clientes, parceiros<br />
de negócio, fornecedores, colaboradores e terceiro<br />
setor); e as ações que desenvolve, assentes em<br />
pilares de valores maiores, para contribuir para a<br />
sustentabilidade do País a diversos níveis – social,<br />
ambiental, cultural.<br />
Há muito que o Grupo Fidelidade integra <strong>na</strong> gestão<br />
do seu negócio, <strong>na</strong> relação com as partes interessadas<br />
e <strong>na</strong> sua atuação de todos os dias, o desafio<br />
de contribuir para a construção de uma sociedade<br />
mais próspera, sustentável e inclusiva. Esta atitude<br />
(Wecare), que tanto distingue a forma como o<br />
Grupo encara e gere os seus desafios, está enquadrada<br />
<strong>na</strong> sua estrat<strong>é</strong>gia de negócio e <strong>na</strong> sua visão de<br />
criação de valor para o seu ecossistema.<br />
A missão da actividade seguradora confere-lhe,<br />
<strong>na</strong> verdade, a possibilidade de intervir em áreas<br />
tão diversificadas como as alterações climáticas,<br />
as catástrofes <strong>na</strong>turais, as questões referentes à<br />
saúde e prevenção, as problemáticas relacio<strong>na</strong>das<br />
com o aumento da longevidade, entre muitas<br />
outras, alavancando as mudanças de comportamentos<br />
ao nível dos indivíduos, mas tamb<strong>é</strong>m das<br />
empresas, influenciando as políticas públicas e<br />
sendo capaz, at<strong>é</strong>, de substituir, gradualmente, o<br />
papel social do Estado.<br />
Para responder de forma relevante às expetativas<br />
e necessidades dos stakeholders <strong>é</strong> fundamental<br />
revisitar as suas preocupações, rever o plano de<br />
ação e encontrar o melhor conjunto de projetos<br />
para um contributo significativo para a Agenda<br />
2030 – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável<br />
(ODS). A integração da <strong>Sustentabilidade</strong> no<br />
coração do negócio reflete-se <strong>na</strong> formação de atuação<br />
da Fidelidade: garantir que <strong>é</strong> capaz de construir<br />
sobre o seu capital, um capital ainda mais<br />
relevante para uma sociedade mais inclusiva e<br />
ecológica. Porque a razão de a Fidelidade existir<br />
<strong>é</strong> preparar o futuro, para que a vida não pare.<br />
ÁREA DE ATUAÇÃO<br />
/ Setor segurador<br />
BOARD<br />
Jorge Manuel Baptista Magalhães Correia<br />
Presidente do Conselho de Administração<br />
Jos<strong>é</strong> Manuel Alvarez Quintero<br />
Vice-presidente do Conselho de<br />
Administração<br />
Rog<strong>é</strong>rio Miguel Campos Henriques<br />
Presidente da Comissão Executiva<br />
Vasco Jorge Valdez Ferreira Matias<br />
Presidente do Conselho Fiscal<br />
CONTACTOS<br />
Largo do Calhariz, 30,<br />
1249-001 Lisboa, Portugal<br />
+351 217 948 800<br />
apoiocliente@fidelidade.pt<br />
www.fidelidade.pt<br />
SAÚDE E<br />
QUALIDADE<br />
IGUALDADE<br />
DE GÉNERO<br />
ACÇÃO<br />
CLIMÁTICA<br />
EDUCAÇÃO<br />
DE QUALIDADE<br />
PRODUÇÃO E<br />
CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
PAZ, JUSTIÇA E<br />
INSTITUIÇÕES<br />
EFICAZES<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
62 \\ DIRETÓRIO \\<br />
MINDSET DE INOVAÇÃO<br />
V<br />
ivemos tempos de mudança acelerada e de disrupção<br />
no setor energ<strong>é</strong>tico. Não <strong>é</strong> um novo ciclo,<br />
<strong>é</strong> uma nova era, e sabemos que só podemos<br />
vencer este desafio com um mindset de inovação,<br />
capacidade de adaptação ao novo e mente aberta.<br />
Toda a indústria energ<strong>é</strong>tica, a nível global, terá de<br />
abraçar uma profunda transformação para alcançar<br />
os objectivos traçados pelo Acordo de Paris.<br />
Essa preocupação existe e tem um impacto já muito<br />
concreto <strong>na</strong>s estrat<strong>é</strong>gias que estão a ser implementadas<br />
pela Galp.<br />
A empresa está a materializar os seus compromissos<br />
de descarbonização atrav<strong>é</strong>s da integração da<br />
transição energ<strong>é</strong>tica em todos os seus segmentos de<br />
negócio. Este <strong>é</strong> um movimento que permite alinhar<br />
o seu portefólio com a visão de neutralidade carbónica<br />
<strong>na</strong> Europa at<strong>é</strong> 2050 e que levou já a empresa a<br />
assumir o objetivo de reduzir a intensidade das suas<br />
atividades em pelo menos 15% at<strong>é</strong> 2030.<br />
A diversificação do portefólio tem sido evidente à<br />
luz destes compromissos. Dos exemplos recentes<br />
que materializam a resposta aos desafios do presente<br />
e que posicio<strong>na</strong>m a empresa como líder da transição<br />
energ<strong>é</strong>tica rumo a um mundo mais sustentável,<br />
destacam-se: a disponibilização de planos de eletricidade<br />
100% verde, a aposta <strong>na</strong> startup Flow para se<br />
constituir como um sistema operativo global para a<br />
mobilidade el<strong>é</strong>trica, a criação de uma empresa – a<br />
EI, Energia Independente – para a venda de pain<strong>é</strong>is<br />
solares que fomentem o autoconsumo de energia<br />
solar, o estudo de soluções para posicio<strong>na</strong>r a empresa<br />
<strong>na</strong>s cadeias de valor do hidrog<strong>é</strong>nio verde ou para<br />
a cadeia de valor das baterias el<strong>é</strong>tricas.<br />
O caminho para a transição energ<strong>é</strong>tica reflete-se<br />
<strong>na</strong> oferta de soluções que permitam aos clientes,<br />
sejam eles famílias ou empresas, reduzirem tamb<strong>é</strong>m<br />
a sua pegada ecológica. E os resultados destes<br />
esforços são constantemente aferidos pelas entidades<br />
mais credíveis nesta área. A título de exemplo,<br />
a Galp <strong>é</strong> a empresa mais sustentável do mundo no<br />
seu setor, de acordo com os crit<strong>é</strong>rios do Dow Jones<br />
Sustai<strong>na</strong>bility Indices de 2021, um dos principais<br />
índices de referência inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is sobre as melhores<br />
práticas <strong>na</strong>s dimensões ambiental, social e<br />
de governo em empresas líderes em sustentabilidade<br />
a nível global.<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Upstream<br />
/ Industrial & Energy Ma<strong>na</strong>gement<br />
/ Comercial<br />
/ Renováveis e Novos Negócios<br />
/ Galp Ventures<br />
BOARD<br />
Andy Brown<br />
CEO<br />
Filipe Crisóstomo Silva<br />
CFO<br />
Thore E. Kristianssen<br />
COO Productions & Operations<br />
Teresa Abecassis<br />
COO Comercial<br />
Georgios Papadimitriou<br />
COO Renewables & New Business<br />
CONTACTOS<br />
Rua Tomás da Fonseca - Torre C<br />
1600-209 Lisboa Portugal<br />
+351 217 242 500<br />
galp@galp.com<br />
MATERIAIS DIRETOS INDIRETOS<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
TRABALHO DIGNO<br />
E CRESCIMENTO<br />
ECONÓMICO<br />
SAÚDE E<br />
QUALIDADE<br />
ÁGUA POTÁVEL<br />
E SANEAMENTO<br />
ERRADICAR<br />
A POBREZA<br />
ERRADICAR<br />
A FOME<br />
INDÚSTRIA,<br />
INOVAÇÃO E<br />
INFRAESTRUTURAS<br />
PRODUÇÃO E<br />
CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
PROTEGER A<br />
VIDA MARINHA<br />
CIDADES E<br />
COMUNIDADES<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
EDUCAÇÃO DE<br />
QUALIDADE<br />
IGUALDADE<br />
DE GÉNERO<br />
ACÇÃO<br />
CLIMÁTICA<br />
PARCERIAS PARA<br />
A IMPLEMENTAÇÃO<br />
DE OBJECTIVOS<br />
PROTEGER<br />
A VIDA<br />
TERRESTRE<br />
PAZ, JUSTIÇA E<br />
INSTITUIÇÕES<br />
EFICAZES<br />
REDUZIR AS<br />
DESIGUALDADES<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
63<br />
MINSAIT<br />
TECNOLOGIA PARA DESCARBONIZAR A ECONOMIA<br />
BOARD<br />
A<br />
sustentabilidade <strong>é</strong> parte integrante da estrat<strong>é</strong>gia<br />
e da cultura da Minsait, uma empresa<br />
da Indra, empenhada <strong>na</strong> utilização da tecnologia<br />
e transformação digital como meio para<br />
uma transição ecológica e sustentável, para dar<br />
resposta aos desafios sociais e ambientais atuais<br />
e futuros. As nossas metas passam por ser uma<br />
empresa mais sustentável, converter-nos no<br />
parceiro tecnológico para a sustentabilidade dos<br />
nossos clientes, mas tamb<strong>é</strong>m causar um impacto<br />
positivo no planeta e <strong>na</strong>s pessoas, criando valor<br />
a longo-prazo para profissio<strong>na</strong>is, clientes e investidores.<br />
A criação do Comit<strong>é</strong> de <strong>Sustentabilidade</strong> do<br />
Conselho de Administração da Indra e o Plano<br />
Diretor de <strong>Sustentabilidade</strong> 2020-2030, inspirado<br />
nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável<br />
da ONU, foram fundamentais para acelerar<br />
o progresso da Indra e das suas empresas, nesta<br />
área.<br />
Nos últimos anos, a Indra adquiriu novos e exigentes<br />
compromissos, tais como as metas das<br />
Nações Unidas em mat<strong>é</strong>ria de alterações climáticas<br />
para reduzir as suas emissões de consumo<br />
de energia em 50% em 2030, atingir emissões<br />
zero do consumo de energia at<strong>é</strong> 2040 e ser totalmente<br />
neutra em carbono at<strong>é</strong> 2050, de acordo<br />
com metas baseadas <strong>na</strong> ciência SBTi.<br />
consultoria, tem soluções que já estão a desempenhar<br />
um papel fundamental <strong>na</strong> ação climática<br />
global.<br />
Prova do compromisso da Indra, e das suas<br />
empresas, com a sustentabilidade são o reconhecimento,<br />
pelo segundo ano consecutivo, da<br />
classificação “Gold Class” e pontuação obtida<br />
(a melhor) entre as empresas do setor dos Serviços<br />
de TI, no The Sustai<strong>na</strong>bility Yearbook, o<br />
relatório de sustentabilidade mais prestigiado<br />
do mundo, assim como os 16 anos de presença<br />
no Dow Jones Sustai<strong>na</strong>bility Index e cinco no<br />
FTSE4Good.<br />
COMO É QUE O VAMOS CONSEGUIR?<br />
Facilitando a transição para um sistema energ<strong>é</strong>tico<br />
mais limpo e verde; reduzindo o impacto<br />
ambiental das cidades; ajudando o governo<br />
e empresas a ser mais eficientes e sustentáveis;<br />
permitindo uma mobilidade mais sustentável;<br />
prevenindo e atenuando os efeitos das alterações<br />
climáticas.<br />
Vicente Huertas<br />
CEO<br />
CONTACTOS<br />
Alfrapark<br />
Edifício C - Piso 2<br />
Estr. do Seminário, 4 - Alfragide<br />
2610-171 Amadora<br />
+351 214 724 600<br />
www.indracompany.com<br />
www.minsait.com<br />
IGUALDADE<br />
DE GÉNERO<br />
TRABALHO DIGNO<br />
E CRESCIMENTO<br />
ECONÓMICO<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
INDÚSTRIA,<br />
INOVAÇÃO E<br />
INFRAESTRUTURAS<br />
LIDERAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />
ATRAVÉS DA TECNOLOGIA<br />
A Indra <strong>é</strong> uma empresa socialmente responsável<br />
empenhada no desenvolvimento sustentável,<br />
mas o seu papel <strong>na</strong> luta contra as alterações climáticas<br />
vai muito al<strong>é</strong>m das suas políticas empresariais.<br />
Como empresa líder em tecnologia e<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Transformação digital<br />
/ Tecnologias da Informação<br />
REDUZIR<br />
DESIGUALDADES<br />
ACÇÃO<br />
CLIMÁTICA<br />
PARCERIAS PARA<br />
A IMPLEMENTAÇÃO<br />
DE OBJECTIVOS<br />
PRODUÇÃO E<br />
CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
PAZ, JUSTIÇA<br />
E INSTITUIÇÕES<br />
EFICAZES<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
64 \\ DIRETÓRIO \\<br />
BOARD<br />
ALIÁMOS A SUSTENTABILIDADE<br />
AO NOSSO MODELO DE NEGÓCIO<br />
O<br />
Oney Bank <strong>é</strong> diferente e único porque <strong>na</strong>sceu<br />
do com<strong>é</strong>rcio e por isso aproveitamos o<br />
nosso posicio<strong>na</strong>mento e a nossa experiência<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, de quase 40 anos, para desenvolver<br />
soluções de pagamento e serviços fi<strong>na</strong>nceiros<br />
inovadores. Temos como missão ser parceiro<br />
<strong>na</strong> transformação sustentável do com<strong>é</strong>rcio,<br />
físico e online, bem como estamos focados em<br />
dar, a cada pessoa, o poder de melhorar o seu dia<br />
a dia e de consumir melhor. Já estamos presentes<br />
em Portugal há 28 anos, desde 1994, e criámos<br />
mais de 400 postos de trabalho.<br />
Assumimos a sustentabilidade como uma parte<br />
integrada no nosso modelo de negócio e para<br />
tal, criámos um comit<strong>é</strong> de CSR/R.S.E. transversal<br />
à empresa, com membros/colaboradores<br />
de diferentes áreas/direções. Para cumprir esta<br />
premissa, a nossa política de sustentabilidade<br />
foca-se em quatro eixos estrat<strong>é</strong>gicos que consistem<br />
<strong>na</strong> empregabilidade, <strong>na</strong> redução da pegada<br />
carbónica, no incentivo a consumir melhor e <strong>na</strong><br />
transformação digital huma<strong>na</strong>.<br />
A SUSTENTABILIDADE COMEÇA NO ONEY<br />
Começámos este trabalho em prol da sustentabilidade<br />
inter<strong>na</strong>mente, com os nossos colaboradores,<br />
para que tamb<strong>é</strong>m o seu caminho profissio<strong>na</strong>l<br />
seja mais sustentável. Queremos que<br />
tenham uma participação ativa e que desenvolvam<br />
os respetivos know-how e competências<br />
interpessoais. Promovemos o work-life balance<br />
e um ambiente de trabalho inclusivo, que estimule<br />
os talentos de cada um e que promove a<br />
diversidade - o Oney em Portugal tem 65% de<br />
mulheres em cargos de chefia.<br />
SUSTENTABILIDADE NA SOCIEDADE<br />
Com o objetivo de incentivar as pessoas a consumir<br />
e a comprar melhor, fazendo escolhas<br />
mais acertadas e mais responsáveis, procuramos<br />
desenvolver soluções e serviços que permitem<br />
aos consumidores gerir os seus orçamentos da<br />
melhor maneira, utilizando as fi<strong>na</strong>nças pessoais<br />
e os seguros de forma consciente. Tamb<strong>é</strong>m deste<br />
modo, apoiamos os retalhistas no desenvolvimento<br />
de uma economia circular e sustentável,<br />
e promovemos meios e ferramentas que permitam<br />
aos clientes acederem a informação fi<strong>na</strong>nceira<br />
que dê origem a um consumo responsável.<br />
Reforçamos o compromisso da redução das nossas<br />
emissões de carbono, em consonância com<br />
o Acordo Climático de Paris de 2015. Para tal,<br />
diariamente agimos no sentido de rever e melhorar<br />
os nossos m<strong>é</strong>todos de trabalho, as compras e<br />
fornecedores, bem como adotamos boas práticas,<br />
mais sustentáveis. Privilegiamos tamb<strong>é</strong>m fontes<br />
sustentáveis de abastecimento, como <strong>na</strong> energia,<br />
onde 100% da nossa eletricidade <strong>é</strong> coberta por garantias<br />
de origem.<br />
Acreditamos que a transformação digital pode<br />
fortalecer as relações huma<strong>na</strong>s e <strong>é</strong> este o nosso<br />
objetivo. Queremos acompanhar esta transformação<br />
em benefício das relações com os colaboradores,<br />
clientes, consumidores e parceiros.<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/Cr<strong>é</strong>dito, Cartões,<br />
/ Meios de pagamento<br />
/BNPL<br />
/ Seguros<br />
Dario Coffetti<br />
Diretor Geral<br />
Laurence Griseti<br />
Direção de Recrutamento Clientes e Parcerias<br />
Rúben Germano<br />
Direção de Engagement e Valorização<br />
Rúben Germano<br />
Direção de Marketing<br />
Christophe Demangeau<br />
Direção Administrativa e Fi<strong>na</strong>nceira<br />
Marlene Franco<br />
Direção de Recursos Humanos<br />
Pedro de Sousa Pinto<br />
Direção de Sistemas de Informação<br />
Francisco Figueiredo<br />
Direção de Risco<br />
Paula Fonseca<br />
Direção Cliente<br />
CONTACTOS<br />
Av. Jos<strong>é</strong> Gomes Ferreira 9,<br />
1495-139 Alg<strong>é</strong>s<br />
https://www.oney.pt/<br />
EDUCAÇÃO<br />
DE QUALIDADE<br />
PRODUÇÃO E<br />
CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
65<br />
BOARD<br />
A PERFORMANCE DE GESTÃO DAS EMPRESAS<br />
COMO MARCA DE SUSTENTABILIDADE<br />
TOP 5% MELHORES<br />
PME DE PORTUGAL<br />
São as empresas que, de<br />
acordo com o algoritmo<br />
de classificação económico-fi<strong>na</strong>nceira<br />
de empresas<br />
ScorePME® desenvolvido<br />
pela SCORING, estão<br />
entre as 5% melhores, em<br />
termos análise comparada<br />
de indicadores de<br />
desempenho económico (demonstração de resultados)<br />
e solidez fi<strong>na</strong>nceira (balanço). São todas empresas<br />
com lucro, com bons desempenhos operacio<strong>na</strong>is<br />
e com uma boa solidez fi<strong>na</strong>nceira, no curto<br />
e no m<strong>é</strong>dio prazo.<br />
Esta certificação permite às empresas projetarem-<br />
-se no mercado e gerarem confiança junto de clientes,<br />
colaboradores e todos os seus públicos em geral.<br />
A<br />
sustentabilidade não <strong>é</strong> só verde, tem muito<br />
mais cores! Falar de sustentabilidade <strong>é</strong>,<br />
acima de tudo, falar de futuro, onde cabe<br />
certamente a dimensão ambiental, mas tamb<strong>é</strong>m<br />
a dimensão social, a dimensão política, a<br />
dimensão económica, etc.<br />
E <strong>é</strong> aqui que entra a performance de gestão. Por<br />
um lado, empresas com melhor performance<br />
económico-fi<strong>na</strong>nceira, estão mais preparadas<br />
para o futuro e para satisfazer as expetativas dos<br />
seus vários públicos (colaboradores, clientes,<br />
fornecedores, etc). Por outro, resulta evidente<br />
que empresas mais sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente,<br />
como reflexo de boas práticas de gestão,<br />
profissio<strong>na</strong>lismo, motivação, qualidade dos serviços<br />
e produtos, estão em melhores condições<br />
para apostarem <strong>na</strong> sustentabilidade ambiental<br />
e social, do que aquelas que o são menos.<br />
Obter e manter a estabilidade económico-fi<strong>na</strong>nceira,<br />
<strong>é</strong> claramente uma marca de sustentabilidade<br />
das empresas que o conseguem. Na<br />
SCORING, procuramos dar visibilidade a estas<br />
empresas, atrav<strong>é</strong>s de certificações fi<strong>na</strong>nceiras<br />
independentes e com garantias de rigor e isenção.<br />
São já mais de 2.500 as empresas certificadas.<br />
TOP 10+<br />
SETORES / REGIÕES<br />
Existem duas diferenças<br />
fundamentais e uma semelhança,<br />
face à anterior.<br />
A semelhança, <strong>é</strong> que para<br />
uma empresa ser TOP<br />
10+, tem de estar enquadrada<br />
no grupo das 5%<br />
Melhores, ou seja, tem de<br />
apresentar um elevado índice<br />
de desempenho e solidez fi<strong>na</strong>nceira (IDS).<br />
As diferenças consistem em: primeiro, são empresas<br />
com um volume de negócios mínimo de 1 M€;<br />
segundo, as empresas são avaliadas de acordo com o<br />
seu setor/região e só são consideradas as 10 melhores<br />
de cada um. Esta certificação, mais exigente e exclusiva,<br />
permite às empresas certificadas afirmem-<br />
-se como referências nos seus setores ou regiões.<br />
Carlos Gouveia<br />
CEO Scoring<br />
Prof. Doutor António Soares Aguiar<br />
Prof. Doutor Nicolau Miguel Almeida<br />
Comissão Científica<br />
Joa<strong>na</strong> Cruz<br />
Marketing e Comunicação<br />
CONTACTOS<br />
Av. do Brasil, 1, Piso 4<br />
1700-062 Lisboa<br />
+351 210 162 502<br />
geral@scoring.pt<br />
2%PIB<br />
SOMA DO VOLUME DE<br />
NEGÓCIOS ANUAL DAS<br />
EMPRESAS IMPACTADAS<br />
PELA SCORING.<br />
CONHEÇA-AS EM<br />
www.scoring.pt/empresas<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
66 \\ DIRETÓRIO \\<br />
UMA EMPRESA COM PROPÓSITO<br />
BOARD<br />
João Amaral<br />
Country Ma<strong>na</strong>ger<br />
Portugal Voltalia<br />
A<br />
atuar no setor das renováveis como produtora de<br />
energia e prestadora de serviços, a Voltalia apresenta<br />
soluções de energia: solar, eólica, biomassa e<br />
hídrica, produzidas <strong>na</strong>s centrais que det<strong>é</strong>m.<br />
A empresa tem uma capacidade de geração, em operação<br />
e construção, de mais de 1,7 GW e um portefólio de projetos<br />
em desenvolvimento que representam uma capacidade<br />
total de 11,1 GW. O Grupo conta com mais de 1.300 colaboradores<br />
e está presente em 20 países de 3 continentes.<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> um dos compromissos integrante<br />
do ADN da Voltalia. Com a missão de “Melhorar o<br />
meio ambiente global, promovendo o desenvolvimento<br />
local”, a Voltalia, em 2021, tornou-se oficialmente<br />
uma empresa com propósito, para reforçar os seus<br />
compromissos ambientais e sociais.<br />
ECONOMIA VERDE<br />
A Voltalia <strong>é</strong> uma organização focada nos objetivos<br />
mundiais de alcançar uma economia verde e neutra em<br />
emissões de CO2. Como tal, acredita que um projeto de<br />
<strong>na</strong>tureza renovável, que terá uma longa duração, com<br />
amplitude por várias d<strong>é</strong>cadas, deverá ter sempre em<br />
conta os benefícios para o ambiente e meio envolvente.<br />
RUMO À DESCARBONIZAÇÃO<br />
As energias renováveis são o futuro e a Voltalia faz desse<br />
futuro o presente rumando à descarbonização, trabalhando<br />
diariamente para a transição energ<strong>é</strong>tica e ecológica,<br />
de forma integrada, atuando em toda a sua cadeia<br />
de valor. Nos projetos agrisolares tem inovado ao combi<strong>na</strong>r<br />
produção agrícola e/ou pecuária com a produção de<br />
eletricidade, disponibilizando campos onde os parques<br />
são instalados para que, em simbiose, animais de pasto<br />
se alimentem, sustentando a cadeia de valor local dessa<br />
comunidade. Integrar parques solares <strong>na</strong>s economias locais<br />
<strong>é</strong> um objetivo comum a todos os projetos da Voltalia.<br />
EM PORTUGAL<br />
A Voltalia está em Portugal desde 2015 e conta com mais<br />
de 240 colaboradores a atuar com amplitude mundial,<br />
trabalhando para o país e para outras geografias do grupo.<br />
Dos diversos projetos desenvolvidos, destacam-se o parque<br />
solar de Coruche, exemplo de referência, que une tecnologia<br />
e <strong>na</strong>tureza de forma harmoniosa, os mais de 20<br />
animais deste parque solar ajudam os t<strong>é</strong>cnicos a manter<br />
o controlo da vegetação e a reduzir as emissões de CO2<br />
provenientes da maqui<strong>na</strong>ria. Destacam-se tamb<strong>é</strong>m os<br />
projetos solares do Pessegueiro e no Cotovio.<br />
Este ano, a Voltalia participou no concurso público da<br />
conversão da Central Termoel<strong>é</strong>ctrica do Pego – e ainda<br />
com o Leilão Flutuante, organizado pelo Minist<strong>é</strong>rio do<br />
Ambiente e da Ação Climática, onde ganhou o projeto de<br />
uma nova central de energia solar flutuante que será instalada<br />
perto da Barragem do Cabril, Pedrogão Grande.<br />
CONTACTOS<br />
PORTUGAL<br />
OLIVEIRA DE FRADES (SEDE)<br />
Apartado 36, 3684-001<br />
Oliveira de Frades, Portugal<br />
PORTO<br />
Av. do Marechal Gomes da Costa,<br />
nº 1177<br />
4150-360 Porto, Portugal<br />
+351 220 191 000<br />
info.voltalia@voltalia.com<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
67<br />
POR UM TURISMO<br />
MAIS SUSTENTÁVEL<br />
A Biosphere Portugal iniciou a sua<br />
atividade em 2014, direcio<strong>na</strong>da para<br />
o setor do turismo, propondo a realização<br />
de planos de sustentabilidade e<br />
Certificação de Destinos e de empresas<br />
da cadeia de valor. Desde então<br />
já concretizou projetos em 5 regiões<br />
(Algarve; Alentejo e Ribatejo; Lisboa<br />
e Vale do Tejo; Centro e Norte de<br />
Portugal), 7 projetos à escala territorial,<br />
6 Destinos certificados ou em<br />
processo e 145 empresas certificadas<br />
e mais de 250 processos a decorrer.<br />
Alicerçada numa metodologia participativa,<br />
que privilegia os resultados<br />
co-criados e a satisfação do cliente,<br />
recorre a processos que se adaptam a<br />
cada realidade e apoia-se em pessoas<br />
que buscam permanentemente uma<br />
atualização dos seus conhecimentos<br />
e motivadas para tor<strong>na</strong>r o nosso<br />
ecossistema global mais sustentável.<br />
Ao longo da sua existência conseguiu<br />
parcerias com os mais importantes<br />
players <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> temática do turismo.<br />
Os resultados positivos permitiram<br />
que, de forma <strong>na</strong>tural, a marca<br />
Biosphere se estendesse a outras<br />
áreas, nomeadamente à área social<br />
e tamb<strong>é</strong>m ao setor agrícola, sempre<br />
com os valores da sustentabilidade<br />
bem presentes.<br />
Quanto ao futuro, a Biosphere Portugal<br />
pretende afirmar-se nos próximos<br />
dez anos com uma das marcas<br />
mais impactantes em Portugal <strong>na</strong><br />
dissemi<strong>na</strong>ção e concretização dos 17<br />
ODS das Nações Unidas, ajudando<br />
Portugal a afirmar-se como o Destino<br />
Mais Sustentável do Mundo.<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
Turismo // Formação e Consultoria // Certificação em <strong>Sustentabilidade</strong><br />
BOARD<br />
Patrícia Araújo CEO // Nuno Lourenço CFO // Miguel Sanches COO<br />
CONTACTOS<br />
+351 232 418 463<br />
turismo@biosphere.pt<br />
LISTAGEM<br />
Abreu & Associados<br />
Sociedade de Advogados, SP, RL<br />
Avenida Infante Dom Henrique 26<br />
1149-096 Lisboa<br />
t. 217 231 800<br />
e. geral@abreuadvogados.com<br />
w. www.abreuadvogados.com<br />
Accenture<br />
Av. Eng. Duarte Pacheco Torre 1-16 piso<br />
1070-101 Lisboa<br />
t. 213 803 500<br />
e. info@accenture.com<br />
w. www.accenture.com<br />
Ageas Portugal<br />
Companhia de Seguros, S.A<br />
Praça Principe Perfeito, Nº 2<br />
1990-278 Lisboa<br />
t. 217 943 039<br />
e. geral@ageas.pt<br />
w. www.ageas.pt<br />
Agere , Empresa de Águas<br />
Efluentes e Resíduos de Braga E.M<br />
Praça Conde Agrolongo, 115<br />
4700-312 Braga<br />
t. 253 205 000<br />
e. agere@agere.pt<br />
w. agere.pt<br />
Águas de Portugal, EM<br />
Rua Visconde de Seabra, 3<br />
1700-421 Lisboa<br />
t. 212 469 400<br />
e. info@adp.pt<br />
w. www.adp.pt<br />
Águas do Algarve S.A<br />
Rua do Repouso, 10<br />
8000-302 Faro<br />
t. 289 899 070<br />
e. geral.ada@adp.pt<br />
w. www.aguasdoalgarve.pt<br />
Águas do Porto, EM<br />
Rua Barão de Nova Sintra, 285<br />
4300-367 Porto<br />
t. 220 100 220<br />
e. geral@aguasdoporto.pt<br />
w. www.aguasdoporto.pt<br />
Aldi Portugal<br />
Supermercados, Lda<br />
Rua Ponte dos Cavalos, 155<br />
2870-674 Montijo<br />
t. 800 420 800<br />
e. geral@aldi.pt<br />
w. www.aldi.pt<br />
Algebra Capital, Lda<br />
Av. da Liberdade, 110, 5.º & 7º floor<br />
1250-146 Lisboa<br />
t. 211 316 224<br />
e. algebra@algebracapital.pt<br />
w. www.algebracapital.pt<br />
Altice Portugal, S.a<br />
Avenida Fontes Pereira de Melo, 40<br />
1050-123 Lisboa<br />
t. 215 002 000<br />
e. sustentabilidade@telecom.pt<br />
w. www.telecom.pt<br />
Ambiosfera Lda<br />
Edifício Sines Tecnopolo Z.I.L II Lote<br />
122-A<br />
7520-309 Sines<br />
t. 215 873 741<br />
e. geral@ambiosfera.com<br />
w. www.ambiosfera.com<br />
AMBIRUMO, Projetos Inovação<br />
e Gestão Ambiental, Lda.<br />
Av. General Norton de Matos, 63 E<br />
1495-148 Alg<strong>é</strong>s<br />
t. 213 978 255<br />
e. geral@ambirumo.pt<br />
w. www.ambirumo.pt<br />
Amorim Cork Composites, SA<br />
Rua de Meladas, 260<br />
4536-902 Mozelos<br />
t. 227 475 300<br />
e. acc@amorim.com<br />
w. amorimcorkcomposites.com/pt<br />
A<strong>na</strong><br />
Aeroportos de Portugal S.A<br />
Edifício 120, Rua D - Aeroporto de Lisboa<br />
1700-008 Lisboa<br />
t. 218 413 500<br />
e. contactar@a<strong>na</strong>.pt<br />
w. www.a<strong>na</strong>.pt<br />
Apcer<br />
Associação Portuguesa de Certificação<br />
Rua António Bessa Leite, 1430, 1º Esq.<br />
4150-074 PORTO<br />
t. 229 993 600<br />
e. info@apcer.pt<br />
w. www.apcer.pt<br />
ASCENDI O&M, S.A<br />
Praça Mouzinho de Albuquerque 197<br />
4100-360 Porto<br />
t. 229 767 767<br />
e. info@ascendi.pt<br />
w. www.ascendi.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
68<br />
\\ DIRETÓRIO \\<br />
ENERGIA PARA O FUTURO<br />
A TrustEnergy <strong>é</strong> uma joint-venture<br />
(50%/50%) entre a ENGIE e a Marubeni.<br />
Com uma forte presença<br />
no sector da energia em Portugal,<br />
o Grupo TrustEnergy tem como<br />
objetivo produzir eletricidade de<br />
forma segura e eficiente, com o devido<br />
respeito pelo ambiente e a um<br />
preço competitivo. Para tal, baseia a<br />
sua atividade <strong>na</strong> produção de eletricidade<br />
atrav<strong>é</strong>s da exploração de um<br />
portfólio diversificado de fontes de<br />
energia, possuindo ativos com fiabilidade<br />
e desempenho comprovados.<br />
Com uma capacidade instalada total<br />
de cerca de 2 400 MW, o Grupo<br />
TrustEnergy <strong>é</strong> o segundo maior<br />
player no sector el<strong>é</strong>trico <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e<br />
uma referência no segmento eólico.<br />
A TrustEnergy encara o desafio de<br />
enfrentar as atuais necessidades<br />
crescentes de energia com a responsabilidade<br />
ambiental, garantindo<br />
a satisfação da procura de<br />
eletricidade, de uma forma segura,<br />
promovendo o consumo eficaz dos<br />
recursos e o combate às alterações<br />
climáticas.<br />
A empresa tem como objetivo produzir<br />
eletricidade, com vista a limitar<br />
a emissão de gases de efeito de<br />
estufa e a garantir a segurança do<br />
abastecimento, contribuindo assim<br />
para a melhoria do ambiente, apostando<br />
em novas formas de energia<br />
renovável.<br />
BOARD<br />
/ Jos<strong>é</strong> Grácio<br />
/ Pierre Guiollot<br />
/ Neil Anderson<br />
/ Ryota Kobayashi<br />
/ Tomoki Nishino<br />
/ Kazuma Fukumoto<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Produção de energia el<strong>é</strong>trica<br />
CONTACTOS<br />
Quinta da Fonte<br />
Edifício D. Maria I, Piso 2, Ala B<br />
2770-229 Paço d’Arcos - Portugal<br />
+351 214 403 200<br />
geral@trustenergy.pt<br />
www.trustenergy.pt<br />
Associação CECOLAB<br />
Collaborative Laboratory Towards<br />
Circular Economy<br />
Rua Nossa Sra. Da Conceição, nº 2<br />
3405-155 Oliveira do Hospital<br />
t. 238 011 400<br />
e. circular@cecolab.pt<br />
w. www.cecolab.pt<br />
AVALER, Associação Entidades de<br />
Valorização Energ<strong>é</strong>tica Resíduos<br />
Sólidos Urbanos<br />
Plataforma Ribeirinha da CP - Estação<br />
de Mercadorias da Bobadela<br />
2696-801 Loures<br />
t. 218 443 849<br />
e. avaler@avaler.pt<br />
w. www.avaler.pt<br />
Avenue Nre Real Estate, S.A<br />
Rua Serpa Pinto, 14A, 3º<br />
1200-445 Lisboa<br />
t. 215 989 523<br />
e. geral@avenue.pt<br />
w. www.avenue.pt<br />
Banco L. J. Carregosa, S.A<br />
Avenida da Boavista, N.º 1083<br />
4100-129 Porto<br />
t. 226 086 460<br />
e. info@bancocarregosa.com<br />
w. www.bancocarregosa.com<br />
Biorumo, Consultoria em Ambiente<br />
e <strong>Sustentabilidade</strong>, Lda.<br />
Rua do Carvalhido, 155<br />
4250-102 Porto<br />
t. 228 349 580<br />
e. geral@biorumo.com<br />
w. www.biorumo.com<br />
BioSmart, Soluções Ambientais, S.A.<br />
Rua de Tomar, n.º 80<br />
2495-185 Santa Catari<strong>na</strong> da Serra<br />
t. 244 749 100<br />
e. geral@biosmart.pt<br />
w. www.biosmart.pt<br />
BNP Paribas<br />
Rua Galileu Galilei, Nº2, 13º Piso<br />
1500-392 Lisboa<br />
t. 217 910 200<br />
e. geral@bnpparibas.pt<br />
w. www.bnpparibas.pt<br />
Bondalti Chemicals, S.A<br />
Lagoas Park-Edifício 6, 2º B<br />
2740-244 Porto Salvo<br />
t. 210 058 600<br />
e. bondalti@bondalti.com<br />
w. www.bondalti.com<br />
Bondstone Asset Ma<strong>na</strong>gement, Lda<br />
Rua Castilho, Nº 39, 10B<br />
1250-068 Lisboa<br />
t. 211 349 157<br />
e. info@bondstone.com<br />
w. www.bondstone.com<br />
Banco Bpi S.A<br />
Avenida da Boavista, 1117<br />
4100-129 Porto<br />
t. 707 020 500<br />
e. bancobpi@mail.bancobpi.pt<br />
w. www.bancobpi.pt<br />
Brisa Auto-Estradas de Portugal, S.A<br />
Quinta da Torre da Aguilha<br />
Edifício Brisa<br />
2789-522 São Domingos de Ra<strong>na</strong><br />
t. 210 730 300<br />
e. servico.cliente@brisa.pt<br />
w. www.brisa.pt<br />
Caixa Geral de Depositos S.A<br />
Avenida João Xxi, Nº 63<br />
1000-300 Lisboa<br />
t. 707 242 424<br />
e. cgd@cgd.pt<br />
w. www.cgd.pt<br />
Casais<br />
Engenharia e Construção, S.A<br />
R do Anjo 27<br />
4700-565 Mire de Tibães<br />
t. 218 959 014<br />
e. casais@casais.pt<br />
w. www.casais.pt<br />
CELPA<br />
Associação da Indústria Papeleira<br />
Rua Marquês Sá da Bandeira, 74 - 2.º<br />
1069-076 Lisboa<br />
t. 217 611 510<br />
e. celpa@celpa.pt<br />
w. www.celpa.pt<br />
Cimpor<br />
Indústria de Cimentos S.A<br />
Avª Jos<strong>é</strong> Malhoa, Nº22, Pisos 6 A 11<br />
1099-020 Lisboa<br />
t. 213 118 100<br />
e. geral@cimpor.com<br />
w. www.cimpor.pt<br />
Cms, Lda<br />
Rua do Pinhal Novo, Nº 49<br />
2845-256 Amora<br />
t. 210 958 100<br />
e. geral@@cmsportugal.com<br />
w. www.cms.law<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
69<br />
Deloitte Technology, S.A<br />
Avenida Engenheiro Duarte Pacheco,<br />
Nº 7<br />
1070-100 Lisboa<br />
t. 210 422 500<br />
e. pt@deloitte.com<br />
w. www2.deloitte.com<br />
E-CYCLE<br />
Associação de Produtores de EEE<br />
Rua dos Plátanos, 197, Ed. AIMMAP<br />
4100-414 Porto<br />
t. 934 750 131<br />
e. geral@e-cycle.pt<br />
w. www.e-cycle.pt<br />
A Altri integra o PSI da Bolsa de Valores<br />
de Lisboa, sendo um produtor<br />
europeu de referência no setor das<br />
fibras celulósicas, com 3 fábricas<br />
– Celbi, Caima e Biotek – com uma<br />
capacidade anual nomi<strong>na</strong>l superior<br />
a 1 milhão de toneladas. Atrav<strong>é</strong>s da<br />
cogeração industrial de base renovável<br />
<strong>é</strong> excedentária <strong>na</strong> produção<br />
de energia el<strong>é</strong>trica. Gere ainda cerca<br />
de 88.3 mil hectares de área florestal<br />
certificada, sendo que 10%<br />
são áreas de conservação.<br />
CONTACTOS<br />
BOARD<br />
Jos<strong>é</strong> Pi<strong>na</strong><br />
CEO<br />
Carlos Van Zeller<br />
Vice-CEO; COO<br />
Miguel Silva<br />
CFO<br />
João Pereira<br />
Administrador Comercial<br />
Miguel Silveira<br />
Administrador Florestal<br />
Sofia Reis Jorge<br />
Administradora <strong>Sustentabilidade</strong>,<br />
Risco, Comunicação, Pessoas e<br />
Talento<br />
Rua Manuel Pinto de Azevedo, 818 / 4100-320 Porto, Portugal<br />
+351 228 346 502<br />
E. sede@altri.pt<br />
Companhia das Lezirias S.A<br />
Largo 25 de Abril, 17<br />
2135-318 Samora Correia<br />
t. 263 650 600<br />
e. lezirias@cl.pt<br />
w. www.cl.pt<br />
Consulai, Consultoria Agro-Industrial<br />
Lda<br />
Rua Fer<strong>na</strong>ndo Namora, Nº 28, 1º Esq.<br />
7800-502 Beja<br />
t. 284 098 214<br />
e. mkt_team@consulai.com<br />
w. www.consulai.pt<br />
Cortadoria Nacio<strong>na</strong>l de Pêlo S.A<br />
Avenida 1º de Maio, 64<br />
3700-227 São João da Madeira<br />
t. 256 815 030<br />
e. mail@cortadoria.pt<br />
w. www.cortadoria.pt<br />
Cp - Comboios de Portugal, Epe<br />
Calçada do Duque, Nº 14<br />
1249-109 Lisboa<br />
t. 808 109 110<br />
e. cp@cp.pt<br />
w. www.cp.pt<br />
Cr<strong>é</strong>dito Agrícola, SGPS S.A<br />
Rua Castilho, Nº S 233/233-A<br />
1099-004 Lisboa<br />
t. 213 809 900<br />
e. geral@creditoagricola.pt<br />
w. www.creditoagricola.pt<br />
Ctt - Correios de Portugal S.A<br />
Avenida Dom João II, Nº 13<br />
1999-001 Lisboa<br />
t. 210 471 616<br />
e. geral@ctt.pt<br />
w. www.ctt.pt<br />
Cuf, S.A<br />
Av. do Forte, N.º 3, Ed. Su<strong>é</strong>cia III, Piso 2<br />
2790-071 Car<strong>na</strong>xide<br />
t. 211 527 866<br />
e. info@cuf.pt<br />
w. www.cuf.pt<br />
CVR - Centro para a Valorização de<br />
Resíduos<br />
Campus de Azur<strong>é</strong>m da Univ. do Minho<br />
4800-058 Guimarães<br />
t. 253 510 020<br />
e. geral@cvresiduos.pt<br />
w. www.cvresiduos.pt<br />
Delta Caf<strong>é</strong>s<br />
Avenida Calouste Gulbenkian, 15<br />
7370-025 Campo Maior<br />
t. 218 624 700<br />
e. ambiente@delta-cafes.pt<br />
w. www.grupo<strong>na</strong>beiro.com<br />
DLA Piper ABBC<br />
Largo de São Carlos, nº 3<br />
1200-410 Lisboa<br />
t. 213 583 620<br />
e. dlapiperabbc@dlapiper.com<br />
w. dlapiper.com<br />
Dstelecom, S.A<br />
Rua dos Pitancinhos<br />
4700-727 Braga<br />
t. 253 009 910<br />
e. euquerofibra@dstelecom.pt<br />
w. www.dstelecom.pt<br />
ECOGESTUS - Resíduos, Estudos e<br />
Soluções, Lda.<br />
Rua D. Afonso IV, 23<br />
3080-328 Figueira da Foz<br />
t. 233 109 034<br />
e. contacto@ecogestus.com<br />
w. www.ecogestus.com/pt<br />
Ecoib<strong>é</strong>ria - Reciclados Ib<strong>é</strong>ricos, SA<br />
Travessa Sebastião Fer<strong>na</strong>ndes, n.º 60 -<br />
Ribeirão<br />
4760-706 Vila Nova Famalicão<br />
t. 252 372 462<br />
e. info@ecoiberia.pt<br />
w. www.ecoiberia.pt/<br />
ECOMETAIS - Sociedade de Tratamento<br />
e Reciclagem, SA<br />
Avenida da Siderurgia Nacio<strong>na</strong>l, 1<br />
Edifício Sn<br />
2840-075 Aldeia de Paio Pires<br />
t. 212 275 500<br />
e. ecometais@ecometais.com<br />
w. www.valorcar.pt<br />
Ecosativa - Consultoria Ambiental, Lda<br />
Urbanização Pinhal do Moinho, Lote<br />
11 - 1º F<br />
7645-294 Vila Nova de Milfontes<br />
t. 283 959 906<br />
e. info@ecosativa.pt<br />
w. www.ecosativa.pt<br />
Edia - Empresa de Desenvolvimento<br />
e Infra-Estruturas do Alqueva S.A<br />
Rua Zeca Afonso, Nº 2<br />
7800-522 Beja<br />
t. 266 569 257<br />
e. edia@edia.pt<br />
w. www.edia.pt<br />
EDP<br />
Gestão da Produção da Energia, S.A<br />
Av. 24 de Julho, 12<br />
1249-800 Lisboa<br />
t. 210 012 500<br />
e. edpproducao@edp.pt<br />
w. www.edp.com<br />
Efacec Engenharia e Sistemas, S.A<br />
Parque Empresarial Arroteia Poente<br />
4466-952 S. Mamede de Infesta ·<br />
t. 229 562 300<br />
e. sgps@efacec.pt<br />
w. www.efacec.pt<br />
EGEO Tecnologia e Ambiente SA<br />
R. 25 de Abril 1, Qnt. da Francelha de Baixo<br />
2685-368 Prior Velho<br />
t. 211 556 000<br />
e. geral@egeo.pt<br />
w. www.egeo.pt<br />
Electrão<br />
Associação de Gestão de Resíduos<br />
Restelo Business Center, Bloco 5 - 4A<br />
Av. Ilha da Madeira, 35<br />
1400-203 Lisboa<br />
t. 214 169 020<br />
e. geral@electrao.pt<br />
w. www.electrao.pt<br />
Empresa Municipal de Ambiente do<br />
Porto, E.M., SA<br />
Rua de S. Dinis, 249<br />
4250-434 Porto<br />
t. 228 348 770<br />
e. geral@portoambiente.pt<br />
w. www.portoambiente.pt<br />
Endesa Energia S.A.<br />
Qnt. da Fonte, Ed. D. Manuel I, Piso 0, Ala B<br />
2770-203 Paço de Arcos<br />
t. 800 10 10 33<br />
e. geral@endesa.pt<br />
w. www.endesa.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
70 \\ DIRETÓRIO \\<br />
DAIKIN: UM FORTE ALIADO<br />
RUMO À DESCARBONIZAÇÃO<br />
A Daikin <strong>é</strong> o único fabricante envolvido<br />
em todas as vertentes do fabrico,<br />
vendas e assistência de uma<br />
vasta gama de soluções de AVAC&R.<br />
Com um portefólio completo de produtos<br />
e soluções, a Daikin responde<br />
às necessidades dos clientes sem<br />
esquecer o seu compromisso de desenvolver<br />
sistemas de aquecimento<br />
mais eficientes e sustentáveis com<br />
recurso a energias renováveis.<br />
Presença global 145 países<br />
Em Portugal desde novembro de 2004<br />
Colaboradores 104<br />
CONTACTOS<br />
ATIVIDADE BASE<br />
/ Fornecedor de soluções AVAC&R:<br />
aquecimento, ventilação, ar condicio<strong>na</strong>do,<br />
refrigeração e sistemas hidrónicos<br />
(chillers e ventiloconvectores)<br />
/ Prestador de Serviços: Aluguer de<br />
chillers, Sistemas de Gestão e Controlo,<br />
Manutenção & Assistência<br />
BOARD<br />
Yvonne Brierley<br />
Ma<strong>na</strong>ging Director Daikin Portugal<br />
Daikin Airconditioning Portugal S.A<br />
Sede Lisboa Edifício D. Maria I, Piso 0, Ala A/B - Quinta da Fonte, 2770-229 Paço de Arcos<br />
T. +351 214 268 700 // F. +351 214 262 294<br />
Deleg. Norte Rua B – Zo<strong>na</strong> Industrial da Varziela, Lote 50 e 51 - Árvore | 4480-620 V. do Conde<br />
T. +351 214 268 790<br />
Enhidrica, Consultores de Engenharia<br />
Ambiental, Lda<br />
Rua Dr. Carlos Pires Felgueiras, 98 - 3º E<br />
4470-157 Maia<br />
t. 229 414 445<br />
e. enhidrica@enhidrica.com<br />
w. www.enhidrica.com<br />
ERP Portugal<br />
Associação Gestora de Resíduos<br />
Rua D. Dinis Bordalo Pinheiro, 467 B<br />
2645-539 Alcabideche<br />
t. 219 119 630<br />
e. info@erp-portugal.pt<br />
w. www.erp-recycling.pt<br />
ESGRA<br />
Associação para a Gestão de Resíduos<br />
Rua Rodrigues Sampaio, 19 5º A<br />
1150 - 278 Lisboa<br />
t. 214 240 221<br />
e. geral@esgra.pt<br />
w. www.esgra.pt<br />
Eurest (Portugal)<br />
Av. da Quinta Grande, Ed. Prime 53, 6 º<br />
2610-156 Amadora<br />
t. 217 913 600<br />
e. geral@eurest.pt<br />
w. www.eurest.pt<br />
E. info@daikin.pt // W. www.daikin.pt<br />
Euro Separadora Environment and<br />
Recycling S.A.<br />
Rua das Fontainhas, 48<br />
4730-020 Braga<br />
t. 253 380 020<br />
e. geral@euroseparadora.pt<br />
w. www.euroseparadora.pt<br />
Euronext Lisbon - Sociedade Gestora<br />
De Mercados Regulamentados, S.A.<br />
Av. da Liberdade, n.º 196 - 7º<br />
1250-147 Lisboa<br />
t. 210 600 600<br />
e. geral@euronext.pt<br />
w. www.euronext.com<br />
Evertis Ib<strong>é</strong>rica, SA<br />
Quinta S. Vicente EN 246<br />
7300-436 Portalegre<br />
t. 245 339 200<br />
e. evertis@evertis.com<br />
w. www.evertis.com/pt<br />
Ernst & Young S.A<br />
Av Republica 90-3<br />
1649-024 Lisboa<br />
t. 217 957 590<br />
e. info@ey.com<br />
w. www.ey.com<br />
Fapil - Indústria, SA<br />
R. Alto do Matoutinho, n.º 5 - Apartado 8<br />
2669-909 Malveira<br />
t. 219 828 008<br />
e. geral@fapil.pt<br />
w. www.fapil.pt<br />
FEUP - Faculdade de Engenharia da<br />
Universidade do Porto<br />
Rua Dr. Roberto Frias<br />
4200-465 PORTO<br />
t. 225 081 411<br />
e. incoming@fe.up.pt<br />
w. www.fe.up.pt<br />
Finerge, S.A<br />
Avenida D. Afonso Henriques, 1345<br />
4450-017 Matosinhos<br />
t. 226 080 180<br />
e. info.geral@finerge.pt<br />
w. www.finerge.pt<br />
FLEXDEAL SIMFE S.A<br />
Rua Dr. Francisco Torres N.78<br />
4750-160 Barcelos<br />
t. 707 913 780<br />
e. INFO@FLEXDEAL.PT<br />
w. www.flexdeal.pt<br />
FREETILIZER, Com<strong>é</strong>rcio de Equipamentos<br />
e Serviços Integrados, Lda.<br />
Rua do Rio Novo, n.º 450<br />
4495-145 Póvoa de Varzim<br />
t. 252 240 490<br />
e. geral@pipemasters.pt<br />
w. www.pipemasters.pt<br />
Fujitsu Technology Solutions, Lda<br />
Avª. Col<strong>é</strong>gio Militar, Nº 37-F, 3º Piso<br />
1500-564 Lisboa<br />
t. 217 244 444<br />
e. info@fujitsu.com<br />
w. www.fujitsu.com/pt/<br />
Gestamp Aveiro, SA<br />
Zo<strong>na</strong> Industrial<br />
3701-905 Nogueira do Cravo<br />
t. 256 861 100<br />
e. gestampaveiro@gestamp.com<br />
w. gestamp.com<br />
Gintegral - Gestão Ambiental, SA<br />
Rua Avelino Barros, 282<br />
4490-479 Póvoa de Varzim<br />
t. 252 688 444<br />
e. geral.gintegral@gintegral.pt<br />
w. www.gintegral.pt<br />
Greenvolt - Energias Renováveis, S.A<br />
Rua Manuel Pinto de Azevedo, Nº 818<br />
4100-320 Porto<br />
t. 228 346 502<br />
e. sede@greenvolt.pt<br />
w. www.greenvolt.pt<br />
Grosvenor House Of Investments, Scr, S.A<br />
Avenida da Liberdade, 129-B, Sala 7<br />
1250-140 Lisboa<br />
t. 213 261 598<br />
e. customerenquiries@grosvenor.com<br />
w. www.grovesnor.com<br />
Hovione Farmaciência S.A<br />
Quinta São Pedro - Sete Casas<br />
2674-506 Loures<br />
t. 219 829 000<br />
e. hello@hovione.com<br />
w. www.hovione.com<br />
Hychem, Química Sustentável, S.A<br />
Rua Engenheiro Cl<strong>é</strong>ment Dumoulin<br />
2625-106 Póvoa de Santa Iria<br />
t. 219 534 000<br />
e. geral@hychem.com<br />
w. www.hychem.pt<br />
Indaver Portugal, SA<br />
Rua Central Park, Edifício 2 - 4º andar C<br />
2795-242 Linda-a-Velha<br />
t. 219 405 039<br />
e. info@indaver.pt<br />
w. www.indaver.pt<br />
Inspire IT - Invisiblepixel, Lda.<br />
Avenida do Cristo Rei, 7 - 7º Esq.<br />
2800-055 Almada<br />
t. 917 087 589<br />
e. info@inspireit.pt<br />
w. www.inspireit.pt<br />
Interecycling, Sociedade de Reciclagem,<br />
SA<br />
Zo<strong>na</strong> Industrial do Lajedo, Apartado 8<br />
3465-157 Santiago de Besteiros<br />
t. 232 857 040<br />
e. info@interecycling.com<br />
w. www.interecycling.com<br />
ISQ<br />
Instituto de Soldadura e Qualidade<br />
Av. Prof. Cavaco Silva, 33 Taguspark<br />
2740-120 Porto Salvo<br />
t. 214 228 100<br />
e. info@isq.pt<br />
w. www.isq.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
71<br />
FOCO NA INOVAÇÃO<br />
E RESPONSABILIDADE SOCIAL<br />
A Jaba Recordati <strong>é</strong> considerada<br />
uma das companhias mais inovadoras<br />
no mercado ambulatório. Todos<br />
os nossos colaboradores, estão<br />
comprometidos com a missão e<br />
partilham os nossos valores, desenvolvendo<br />
uma cultura de rigor <strong>é</strong>tico<br />
e científico, bem como de responsabilidade<br />
social, que confirma a<br />
nossa vocação como empresa de<br />
destaque no panorama da Indústria<br />
Farmacêutica. Em 2020 mudámos<br />
de instalações, de forma a ficarmos<br />
mais digitais e sustentáveis. Tamb<strong>é</strong>m<br />
as nossas iniciativas passaram<br />
para o plano digital, fruto do trabalho<br />
da Academia Recordati.<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Indústria farmacêutica<br />
BOARD<br />
Nelson Pires<br />
Diretor-geral e administrador da Jaba<br />
Recordati em Portugal e Palop´s<br />
Mercado<strong>na</strong><br />
Irmãdo<strong>na</strong> Supermercados, Lda.<br />
Avenida Padre Jorge Duarte, n.º 123<br />
4430-946 Vila Nova de Gaia<br />
t. 221 201 000<br />
e. sugestoes@mercado<strong>na</strong>.com<br />
w. www.mercado<strong>na</strong>.pt<br />
Metropolitano de Lisboa, E.P.E<br />
Avenida Fontes Pereia de Melo, 28<br />
1050-122 Lisboa<br />
t. 213 500 115<br />
e. atendimento@metrolisboa.pt<br />
w. www.metrolisboa.pt<br />
Millenium BCP<br />
Avenida Jos<strong>é</strong> Malhoa, N 27<br />
1070-157 Lisboa<br />
t. 918 272 424<br />
e. info@millenniumbcp.pt<br />
w. www.millenniumbcp.pt<br />
Novo Banco, S.A<br />
Avenida da Liberdade, Nº 195<br />
1250-142 Lisboa<br />
t. 213 501 000<br />
e. info@novobanco.pt<br />
w. www.novobanco.pt<br />
Novo Verde, Sociedade Gestora de<br />
Resíduos de Embalagem, SA<br />
Rua São Sebastião, n.º 16 - Cabra Figa<br />
2635-448 Rio de Mouro<br />
t. 219 119 630<br />
e. info@novoverde.pt<br />
w. www.novoverde.pt<br />
Ntt Data Portugal, S.A<br />
Edificio Atrium Saldanha, N.º 1, 10.º E/F<br />
1050-094 Lisboa<br />
t. 213 301 020<br />
e. info@nttdata.com<br />
w. www.nttdata.com<br />
CONTACTOS<br />
Av. Jacques Delors, Ed. Inovação 1.2<br />
Piso 0, Taguspark, 2740-122 Porto Salvo<br />
T. +351 214 329 500<br />
E. geral@jaba-recordati.pt // W. www.jaba-recordati.pt/<br />
Mota<br />
Engil, Engenharia e Construção S.A<br />
Casa da Calçada/L do Paço 6<br />
4600-032 Amarante<br />
t. 225 190 300<br />
e. geral@mota-engil.pt<br />
w. www.mota-engil.pt<br />
OVO Solutions, Soluções Ambientais SA<br />
Estrada dos Espanhóis S/N, CCI 7515,<br />
Venda do Alcaide<br />
2955-250 Pinhal Novo<br />
t. 212 328 760<br />
e. geral@ovosolutions.com<br />
w. www.ovosolutions.com<br />
Jerónimo Martins, SGPS, SA<br />
Rua Actor António Silva, 7<br />
1649-033 Lisboa<br />
t. 217 532 000<br />
e. provedoria@jeronimo-martins.pt<br />
w. www.jeronimomartins.com<br />
Kpmg & Associados - Sociedade<br />
de Revisores Oficiais de Contas S.A<br />
Av. Fontes Pereira de Melo, Nº 41, 15º<br />
1069-006 Lisboa<br />
t. 210 110 000<br />
e. info@home.kpmg<br />
w. home.kpmg<br />
LIPOR – Serviço Intermunicipalizado de<br />
Gestão de Resíduos do Grande Porto<br />
Rua da More<strong>na</strong>, 805<br />
4435-746 Baguim do Monte<br />
t. 229 770 100<br />
e. info@lipor.pt<br />
w. www.lipor.pt<br />
Maiambiente, EM<br />
Rua 5 de Outubro, 359<br />
4475-302 Milheirós<br />
t. 800 202 639<br />
e. geral@maiambiente.pt<br />
w. www.maiambiente.pt<br />
Neutroplast, Indústria de Embalagens, SA<br />
Z. Industrial, Casal da Espinheira, Lt. 10<br />
2590-057 Sobral Monte Agraço<br />
t. 261 940 100<br />
e. neutroplast@neutroplast.com<br />
w. www.neutroplast.com<br />
Nextbitteam<br />
Business Technologies, SA<br />
Rua Tierno Galvan Torre 3, 7º Piso<br />
1070-074 Lisboa<br />
t. 211 347 042<br />
e. info@nextbitt.com<br />
w. www.nextbitt.com<br />
PLMJ Advogados SP, RL<br />
Av. Fontes Pereira de Melo, 43<br />
1050-119 Lisboa<br />
t. 213 197 300<br />
e. plmjlaw@plmj.pt<br />
w. www.plmj.com/pt/<br />
Prio Energy, S.A<br />
Termi<strong>na</strong>l de Gra<strong>na</strong>is Líquidos, Lote B,<br />
Porto de Aveiro<br />
3834-908 Ílhavo<br />
t. 234 393 090<br />
e. info@prioenergy.com<br />
w. www.prioenergy.com<br />
Lactogal - Produtos Alimentares S.A<br />
R. do Campo Alegre, Nº 830, 4º A 7º<br />
4150-171 Porto<br />
t. 226 070 000<br />
e. geral@lactogal.pt<br />
w. www.lactogal.pt<br />
Manpowergroup Portugal SGPS, S.A<br />
Rua Tomás da Fonseca, Torre G, Piso 15<br />
1600-209 Lisboa<br />
t. 300 032 623<br />
e. info@manpowergroup.pt<br />
w. www.manpowergroup.pt<br />
Nhood Portugal<br />
R. Artilharia 1, nº 51, Páteo Bagatela Ed. 3<br />
1250-038 Lisboa<br />
t. 210 537 815<br />
e. news@nhood.pt<br />
w. www.nhood.pt<br />
Pwc<br />
Palácio SottoMayor, R. Sousa Martins, 1-3º<br />
1069-316 Lisboa<br />
t. 213 599 000<br />
e. www.pwc.pt<br />
w. www.pwc.pt<br />
Lidl & Companhia<br />
Rua P<strong>é</strong> de Mouro, n.º 18 - Linhó<br />
2714-510 Sintra<br />
t. 219 102 254<br />
e. sustentabilidade@lidl.pt<br />
w. www.lidl.pt<br />
Megasa, Com<strong>é</strong>rcio de Prod. Siderúrgicos Lda<br />
Estrada Nacio<strong>na</strong>l 10-2<br />
2840-075 Aldeia de Paio Pires<br />
t. 212 278 500<br />
e. info@megasa.com<br />
w. www.megasa.com<br />
Nos Comunicações, S.A<br />
Rua Actor António Silva, Nº 9<br />
1600-404, Lisboa<br />
t. 217 824 700<br />
e. geral@nos.pt<br />
w. www.nos.pt<br />
R3Natura, Lda.<br />
Rua do Monte, Centro de Neg. de Oleiros<br />
4730-325 Vila Verde<br />
t. 253 320 110<br />
e. info@r3<strong>na</strong>tura.pt<br />
w. www.r3<strong>na</strong>tura.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
72<br />
\\ DIRETÓRIO \\<br />
A REN estabeleceu uma estrat<strong>é</strong>gia<br />
alinhada com os 17 objetivos de desenvolvimento<br />
sustentável das Nações<br />
Unidas, que tem sido aplicada<br />
pela empresa em todas as suas áreas<br />
de atividade. Para al<strong>é</strong>m da proteção<br />
do ambiente, uma das faces visíveis<br />
das ações da REN, a empresa compromete-se<br />
com o bem-estar interno<br />
dos seus colaboradores, assim como<br />
o envolvimento e respeito por todas<br />
as partes interessadas que com ela<br />
operam e trabalham, aplicando as<br />
melhores práticas de <strong>é</strong>tica e gover<strong>na</strong>nça<br />
no dia-a-dia da empresa.<br />
BOARD<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Transporte de eletricidade em muito<br />
alta tensão e gestão t<strong>é</strong>cnica global do<br />
Sistema El<strong>é</strong>trico Nacio<strong>na</strong>l;<br />
/ Transporte de gás <strong>na</strong>tural em alta<br />
pressão e gestão t<strong>é</strong>cnica global do<br />
Sistema Nacio<strong>na</strong>l de Gás Natural, garantindo<br />
a receção, armaze<strong>na</strong>mento<br />
e regaseificação de GNL, e o armaze<strong>na</strong>mento<br />
subterrâneo de gás <strong>na</strong>tural.<br />
Rodrigo Costa Presidente da Comissão Executiva // João Faria Conceição<br />
Administrador Executivo // Gonçalo Morais Soares Administrador Executivo<br />
CONTACTOS<br />
Av. dos Estados Unidos da Am<strong>é</strong>rica, 55 - 1749-061 Lisboa, Portugal<br />
+351 210 013 500<br />
Rduz - Gestão Global de Resíduos, S.A<br />
Zo<strong>na</strong> Industrial Argvai Lotes 4, 5, 6 e 22<br />
4490-232 Póvoa de Varzim<br />
t. 252 622 495<br />
e. geral@rduz.pt<br />
w. www.rduz.pt<br />
Recivalongo - Gestão de Resíduos, Lda<br />
Vale da Cobra, S/N Apartado 54<br />
4440-339 Valongo<br />
t. 224 154 663<br />
e. recivalongo@recivalongo.pt<br />
w. www.recivalongo.pt<br />
Recypolym, Lda.<br />
Z.I.M. Adiça<br />
3460-070 Tondela<br />
t. 232 816 007<br />
e. info@recypolym.com<br />
w. www.recypolym.com<br />
Repsol Portuguesa, Lda<br />
Avenida Jos<strong>é</strong> Malhoa, Nº 16<br />
1099-091 Lisboa<br />
t. 213 119 000<br />
e. repsolmovept@repsol.com<br />
w. www.repsol.pt<br />
Residuos do Nordeste, Eim, S.A<br />
Rua Fundação Calouste Gulbenkian<br />
5370-340 Mirandela<br />
t. 278 201 570<br />
e. geral@residuosdonordeste.pt<br />
w. www.residuosdonordeste.pt<br />
Rovensa, S.A<br />
Alameda dos Oceanos, lote 1.06.1.1 D, 3.º A<br />
1990-207 Lisboa<br />
t. 213 222 750<br />
e. info@rovensa.com<br />
w. www.rovensa.com<br />
Sacentro - Com<strong>é</strong>rcio de Têxteis, SA<br />
Estr. Octácio Pato, Nº 177, Ed. A, Arm. 3<br />
2785-723 Cascais<br />
t. 210 046 870<br />
e. customercare@sacoor.com<br />
w. www.sacoor.com<br />
Saica Natur Portugal Lda.<br />
Rua da Bracieira, n.º 31 - Parque Industrial<br />
do Batel<br />
2890-161 Alcochete<br />
t. 212 348 800<br />
e. web.<strong>na</strong>tur@saica.com<br />
w. www.saica.com<br />
Saint - Gobain Portugal, S.A<br />
Rua da Carreira Branca, Zo<strong>na</strong> Industrial<br />
de Taboeira<br />
3800-055 Aveiro<br />
t. 234 101 010<br />
e. info.portugal@saint-gobain.com<br />
w. www.saint-gobain.pt<br />
Sair da Casca<br />
Praça Marquês de Pombal, nº14<br />
1250-162 Lisboa<br />
t. 213 558 296<br />
e. sdc@sairdacasca.com<br />
w. www.sairdacasca.com<br />
Santander Totta, S.A<br />
Rua Áurea, Nº 88<br />
1100-063 Lisboa<br />
t. 217 807 364<br />
e. netbancoparticulares@santander.pt<br />
w. www.santander.pt<br />
Savan<strong>na</strong>h<br />
Rua Jos<strong>é</strong> Eigenmann, 90 Nogueira<br />
4715 – 199 Braga<br />
t. 253 614 878<br />
e. joa<strong>na</strong>.prazeres@savan<strong>na</strong>hresources.pt<br />
w. mi<strong>na</strong>dobarroso.com<br />
Savills Portugal<br />
Mediação Imobiliária, Lda<br />
Avenida Miguel Bombarda, 4 - 7º Piso<br />
1000-208 Lisboa<br />
t. 213 139 000<br />
e. info@savills.pt<br />
w. www.savills.pt<br />
SAVINOR<br />
Sociedade Avícola do Norte, SA<br />
Rua Cancela Vermelha, 450<br />
4785-011 Trofa<br />
t. 229 865 250<br />
e. avinor.uts@sojadeportugal.pt<br />
w. www.savinoruts.pt<br />
Schneider Electric<br />
Av. do Forte nº 3 Edifício Su<strong>é</strong>cia III Piso 3<br />
2794-038 Car<strong>na</strong>xide<br />
t. 217 507 300<br />
e. info@se.com<br />
w. www.se.com/pt/pt/<br />
Schr<strong>é</strong>der Ilumi<strong>na</strong>ção S.A<br />
Rua da Fraternidade Operária 3 A<br />
2794-089 Car<strong>na</strong>xide<br />
t. 214 242 600<br />
e. comunicacao@schreder.pt<br />
w. pt.schreder.com<br />
SGS ICS Serviços Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de<br />
Certificação, Lda.<br />
Rua Cesi<strong>na</strong> Adães Bermudes, Lote 11,<br />
N.º 1<br />
1600-604 Lisboa<br />
t. 217 104 200<br />
e. pt.info@sgs.com<br />
w. www.sgs.pt<br />
Siemens S.A<br />
R Irmãos Siemens Nº 1-1 A Venteira<br />
2720-093 Amadora<br />
t. 214 178 000<br />
e. internetrequest.pt@siemens.com<br />
w. www.siemens.com<br />
Signinum, Gestão de Património<br />
Cultural Lda<br />
Rua do Lagar nº32<br />
4845-024, Rio Caldo<br />
t. 253 944 044<br />
e. signinum@signinum.pt<br />
w. www.signinum.pt<br />
Silvex Indústria de Plásticos<br />
e Pap<strong>é</strong>is, SA<br />
Quinta da Brasileira lote 10<br />
2130-999 Be<strong>na</strong>vente<br />
t. 263 519 180<br />
e. comercial@silvex.pt<br />
w. www.silvex.pt<br />
Sirplaste<br />
Sociedade Industrial de Recuperados<br />
de Plástico, SA<br />
Urbanização Industrial da Santeira, LT<br />
76, n.º 16 - Santeira<br />
2480-410 Porto de Mós<br />
t. 244 870 073<br />
e. sirplaste@sirplaste.pt<br />
w. www.sirplaste.pt<br />
Sogrape Vinhos, S.A<br />
Rua 5 de Outubro, 4527<br />
4430-809 Avintes<br />
t. 227 850 300<br />
e. sogrape@sogrape.com<br />
w. sogrape.com<br />
Soja de Portugal, SGPS, SA.<br />
EN 109 - Lugar da Pardala<br />
3880-728 São João OVR<br />
t. 256 581 100<br />
e. geral@sojadeportugal.pt<br />
w. www.sojadeportugal.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
\\ DIRETÓRIO \\<br />
73<br />
Somincor<br />
Sociedade Mineira de Neves-Corvo, S.A<br />
Santa Bárbara de Padrões, Apartado 12<br />
7780-409 Castro Verde<br />
t. 286 689 000<br />
e. geral.somincor@lundinmining.com<br />
w. somincor.com.pt<br />
SOPINAL - Indústria de Equipamentos e<br />
Contentores, S.A.<br />
Rua do Vale da Relva, 188, Relva, Vila Chã<br />
3730-657 Vale de Cambra<br />
t. 256 410 770<br />
e. sopi<strong>na</strong>l@sopi<strong>na</strong>l.pt<br />
w. www.sopi<strong>na</strong>l.pt<br />
SPV , Sociedade Gestora de Resíduos<br />
de Embalagens, SA<br />
Edifício Infante D. Henrique, Rua João<br />
Chagas, 53 - 1º Dto<br />
1495-764 Cruz Quebrada<br />
t. 210 102 400<br />
e. info@pontoverde.pt<br />
w. www.pontoverde.pt<br />
Stericycle Portugal Lda.<br />
Rua Fer<strong>na</strong>ndo Pessoa, n.º 8 C<br />
2560-241 Torres Vedras<br />
t. 261 320 300<br />
e. ambimed@ambimed.pt<br />
w. www.stericycleportugal.pt<br />
Super Bock Bebidas, S.A.<br />
Via Norte Leça do Balio - Apartado 1044<br />
4465-955 S. Mamede de Infesta<br />
t. 229 052 100<br />
e. apoio.clientes@superbockgroup.com<br />
w. www.superbock.pt<br />
Tabaqueira<br />
Empresa Industrial de Tabacos, S.A<br />
Avª Alfredo da Silva, Nº 35<br />
2639-002 Rio de Mouro<br />
t. 219 157 700<br />
e. tabaqueira@tabaqueira.pt<br />
w. www.tabaqueira.pt<br />
Tecnoplano<br />
Tecnologia e Planeamento S.A<br />
Av. João Crisóstomo, Nº 54 B<br />
1050-128 Lisboa<br />
t. 21 358 1960<br />
e. geral@tecnoplano.pt<br />
w. www.tecnoplano.pt<br />
The Navigator Company, S.A<br />
Av. Fontes Pereira de Melo, 27<br />
1050-117 Lisboa<br />
t. 219 017 300<br />
e. info@the<strong>na</strong>vigatorcompany.com<br />
w. www.the<strong>na</strong>vigatorcompany.com<br />
Tratolixo, Tratamento de Resíduos<br />
Sólidos, EIM, SA<br />
Ecoparque da Trajouce, Estr. 5 de Junho, nº 1<br />
2785-155 São Domingos de Ra<strong>na</strong><br />
t. 214 459 500<br />
e. residuos@tratolixo.pt<br />
w. www.tratolixo.pt<br />
Trivalor, Sociedade Gestora de<br />
Participações Sociais, S.A.<br />
Av. Infante Santo, 21 A<br />
1350-177 Lisboa<br />
t. 210 420 083<br />
e. trivalor@trivalor.pt<br />
w. www.trivalor.pt<br />
Universidade Católica Portuguesa<br />
(Porto)<br />
Rua Diogo de Botelho, 1327<br />
4169-005 Porto<br />
t. 226 196 200<br />
e. comunicacao@porto.ucp.pt<br />
w. www.porto.ucp.pt<br />
Universidade de Aveiro<br />
Campus Universitário de Santiago<br />
3810-193 Aveiro<br />
t. 234 370 200<br />
e. geral@ua.pt<br />
w. www.ua.pt<br />
Universidade de Coimbra<br />
Reitoria da Universidade<br />
de Coimbra, Paço das Escolas<br />
3004-531 Coimbra<br />
t. 234 370 200<br />
e. gbreitor@uc.pt<br />
w. www.uc.pt<br />
Universidade de Trás-os-Montes<br />
e Alto Douro<br />
Quinta de Prados<br />
5000-801 Vila Real<br />
t. 259 350 000<br />
e. reitor@utad.pt<br />
w. www.utad.pt<br />
Universidade do Minho<br />
Largo do Paço<br />
4704-553 Braga<br />
t. 253 601 106<br />
e. sec.reitor@reitoria.uminho.pt<br />
w. www.uminho.pt<br />
Valorcar, Sociedade de Gestão<br />
de Veículos em Fim de Vida, Lda.<br />
Av. Torre de Bel<strong>é</strong>m, 29<br />
1400-342 Lisboa<br />
t. 213 011 766<br />
e. valorcar@valorcar.pt<br />
w. www.valorcar.pt<br />
Valorpneu<br />
Sociedade de Gestão de<br />
Pneus Lda<br />
Avª Torre de Bel<strong>é</strong>m, 29<br />
1400-342 Lisboa<br />
t. 213 032 303<br />
e. valorpneu@valorpneu.pt<br />
w. www.valorpneu.pt<br />
Verallia Portugal, S.A.<br />
Rua da Vidreira, 68<br />
3090-641 Figueira da Foz<br />
t. 233 403 100<br />
e. info@verallia.com<br />
w. pt.verallia.com<br />
Vieira De Almeida e Associados,<br />
Sociedade de Advogados<br />
Rua D. Luís I, 28<br />
1200-151 Lisboa<br />
t. 213 113 400<br />
e. lisboa@vda.pt<br />
w. www.vda.pt<br />
Vinci Energies Portugal, S.A<br />
Edificio Atlantis, avenida D. João II,<br />
Nº 44 C, 5º Andar<br />
1990-095 Lisboa<br />
t. 214 258 000<br />
e. geral@vinci-energies.pt<br />
w. www.vinci-energies.pt<br />
Vitrus Ambiente EM SA<br />
Av. Cónego Gaspar Estaço n.º 606<br />
4810-266 Guimarães<br />
t. 253 424 740<br />
e. geral@vitrusambiente.pt<br />
w. www.vitrusambiente.pt<br />
Vodafone Portugal<br />
Comunicações Pessoais S.A<br />
Avenida Dom João II, Nº 36, 8º<br />
1998-017 Lisboa<br />
t. 911 691 300<br />
e. info@vodafone.pt<br />
w. www.vodafone.pt<br />
W2V, SA<br />
Rua das Alminhas, 900<br />
4810-608 Guimarães<br />
t. 253 092 334<br />
e. fcastro@w2v.pt<br />
w. w2v.pt<br />
Waste To Me Lda.<br />
Av. 25 Abril nº 61 C<br />
2840-400 Torre da Marinha<br />
t. 216 065 895<br />
e. geral@wastetome.com<br />
w. www.wastetome.com<br />
XZ Consultores SA<br />
Rua da Cruz, 3A, Loja J<br />
4705-406 Celeirós<br />
t. 253 257 007<br />
e. geral@xzconsultores.pt<br />
w. www.xzconsultores.pt<br />
Zor Thermal<br />
Advanced Products Portugal<br />
Rua Eng. Frederico Ulrich 3210<br />
Piso 2, Sala 214<br />
4470-605 Maia<br />
t. 229 538 567<br />
e. aa@zor-thermal.com<br />
w. zor-thermal.com<br />
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geral@greensavers.pt<br />
As informações deste diretório foram recolhidas pela Green Savers em maio de 2022. Somos alheios a alterações que possam ter ocorrido, ou venham a ocorrer.<br />
A listagem <strong>é</strong> representativa das companhias a operar em Portugal com forte foco <strong>na</strong> sustentabilidade, mas não inclui a totalidade das empresas existentes.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ 2022
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE<br />
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