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Entrevista: Produção de pellets de madeira se expande pela região sul do país
TECNOLOGIA
E BIOMASSA
SETOR INDUSTRIAL REGISTRA
CRESCIMENTO RECORDE E PLANEJA
INVESTIMENTOS PARA 2023
PELO MUNDO
EMPRESA ALEMÃ INVESTE
EM ENERGIA RENOVÁVEL
LIGNUM LATIM AMERICA
FEIRA EM CURITIBA DESTACA A BIOMASSA NA
SEMANA INTERNACIONAL DA MADEIRA
GERADOR DE AR QUENTE PARA
SECAGEM DE PRODUTOS
INDÚSTRIA DE GERADORES DE CALOR LTDA.
HÁ UMA DÉCADA
TRANSFORMANDO BIOMASSA
EM ENERGIA TÉRMICA
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(47) 3534 - 0396 (47) 99935 - 8124
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SUMÁRIO
06 | EDITORIAL
Referência em secagem
08 | CARTAS
10 | NOTAS
18 | ENTREVISTA
22 | PRINCIPAL
28 | FEIRA
36 | ECONOMIA
Isenção fiscal
40 | PELO MUNDO
Energia renovável
Lignum 2022
46 | ENERGIA
50 | ARTIGO
56 | AGENDA
58 | OPINIÃO
Crise global gera oportunidades
para produção de alimentos
04 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL
Na capa deste mês, equipamentos da
MADEC, voltados à sustentabilidade e
aproveitamento de biomassa
REFERÊNCIA
EM SECAGEM
R
econhecida pelo país no ramo de secagem industrial, a MADEC vem ampliando seus
investimentos e inaugurou nova sede este ano, em Erechim (RS). A empresa também alçou
voos internacionais, diante da reconhecida qualidade de seus produtos e versatilidade dos
projetos – que abrangem nichos diversificados do mercado. Nesta edição, apresentamos
ainda um balanço da feira Lignum Latin America 2022, realizada em Curitiba (PR) dentro da programação
da Semana Internacional da Madeira, além de uma entrevista exclusiva com Fabiana Piovesan,
diretora da PIOMADE, e reportagens sobre mercado, negócios, máquinas e muito mais. Ótima leitura!
EXPEDIENTE
ANO IX - EDIÇÃO 53 - OUTUBRO 2022
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Fábio Alexandre Machado
(fabiomachado@revistabiomais.com.br)
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Redação
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independente, dirigida aos produtores e consumidores de
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geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa,
estudantes universitários, órgãos governamentais, ONG’s,
entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente
ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se
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criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente
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06 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CARTAS
PRINCIPAL
Conheço a Vetorial há muitos anos, o grupo é uma verdadeira potência no nosso Estado
do Mato Grosso do Sul. A reportagem da edição anterior foi muito interessante, até mesmo
para conhecermos o lado sustentável da Vetorial, que é reconhecida na mineração. Desejo
sucesso aos novos empreendimentos e na entrada do grupo no setor logístico em 2023.
Antonio Silvino – Corumbá (MS)
Foto: divulgação
ENTREVISTA
Tenho clientes no mercado de biomassa e posso atestar que o Brasil está em um momento favorável de procura,
ainda que a gente tenha poucos maciços florestais disponíveis e que o custo de operação seja alto, conforme apontou
Guilherme Elias, diretor da Enebra Energia.
Renato Silva – São Paulo (SP)
BIOMASSA
O Rio Grande do Sul contribui com empresas, produtos e serviços de alta qualidade para todo o Brasil. Mais um grato
exemplo é a Haas Madeiras, que pudemos conhecer na Biomais de agosto.
Graça Batista – Caxias do Sul (RS)
INOVAÇÃO
As mudanças climáticas e a preocupação de governos e empresas pelo mundo
com o chamado ESG (meio ambiente, social e governança) estão levando a um maior
estímulo da biomassa e das renováveis de energia. Muito interessante conhecer o
trabalho da Vantec, voltada a esse segmento do mercado.
Elisa Souza – Belo Horizonte (MG)
Foto: divulgação
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na
mí
energia
biomassa
dia informação
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Publicações Técnicas da JOTA EDITORA
08 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Aponte sua câmera e
veja como é o
funcionamento do
Piso Móvel Hyva!
NOTAS
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Apesar de seu enorme potencial, o Brasil está atrasado
em eficiência energética, na penúltima posição
no ranking internacional a respeito do tema entre as 16
maiores economias do mundo, à frente somente do México.
Para a Reymaster Materiais Elétricos, que completou
35 anos no mês de agosto, tal realidade ressalta a falta
de investimentos e a grande capacidade de economia do
setor elétrico brasileiro.
“O Programa de Eficiência Energética do governo federal
surgiu em 1985 por meio da Portaria Interministerial
n° 1.877, há exatos 37 anos. Nós nascemos cerca de 2
anos depois, já levantando a bandeira para pessoas físicas
e jurídicas fazerem mais com menos”, explica o fundador
da Reymaster Materiais Elétricos, Reynaldo Gabardo
Jr., que fundou a empresa paranaense com a família na garagem da casa onde residiam, em Curitiba (PR), iniciando as atividades com a
distribuição da primeira linha de fusíveis da Eletromec. A partir de 1989, eles passaram a comercializar e distribuir artigos de eletricidade
junto aos revendedores do mercado paranaense. Em 1996, graças ao crescimento contínuo, Marco A. Stoppa ingressou na sociedade
trazendo seus conhecimentos da área industrial e ajudando no crescimento da empresa. Aos poucos, a Família Reymaster foi ampliando
as linhas de distribuição, especializando-se cada vez mais em materiais elétricos para as indústrias de várias vertentes da economia,
tanto na construção civil, quanto nas fábricas químicas, metalúrgicas, automotivas, alimentícias, papeleiras, etc.
Em 2004, a empresa identificou a necessidade de novas instalações e, por isso, inaugurou sua nova sede, no bairro Vila Lindoia,
com 4 mil m2 (metros quadrados). Com o crescimento contínuo, a necessidade de espaço crescia e a empresa foi adquirindo terrenos
vizinhos. Hoje ocupa uma área de 10 mil m2. Além disso, de Curitiba, a Reymaster passou a atuar também em Joinville (SC). De dois
funcionários, no início, agora são 210, todos devidamente capacitados, prática interna que permite não só o desenvolvimento contínuo
dos colaboradores, mas que impacta diretamente na qualidade e na eficiência dos processos, bem como a relação com clientes e a lucratividade,
sendo reconhecida como uma das dez maiores revendas de materiais elétricos do país. “E as contratações não param: neste
momento, inclusive, a empresa está com vagas abertas para as áreas de promotoria técnica, vendas internas e externas, orçamentos e
conferência”, comenta Reynaldo.
A nova conquista é a inauguração da nova sede da filial em Joinville, com 6 mil m2. A melhoria é contínua e deve-se tudo isso ao
excelente time de colaboradores, aos clientes e aos fornecedores. Conforme explica o diretor Marco Stoppa: “Investir em eficiência energética
é vantajoso para todos, a começar pelo governo, que consegue minimizar as crises no setor. Do ponto de vista das empresas e
famílias, então, é a oportunidade perfeita para a redução de custos, que estão entre os mais pesados no orçamento mensal.”
Por isso, desde o início de sua trajetória, a Reymaster Materiais Elétricos sempre se preocupou em marcar presença nos principais
eventos do setor elétrico brasileiro. Como se não bastasse, desde o seu nascimento, ela vem contribuindo para a formação de estudantes
para o mercado de trabalho, promovendo palestras em universidades e facilitando o acesso a estágios, bem como, investindo na
educação profissional continuada, visto que a área elétrica está em constante transformação.
De acordo com dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a indústria brasileira responde por mais de 30% do consumo final de
energia e quase 40% da eletricidade consumida no Brasil. É claro que todo esse gasto é repassado ao consumidor final. “São os equipamentos
presentes nas instalações industriais, usados no dia a dia, muitas vezes ininterruptamente, como motores, bombas e compressores,
que impactam a demanda de energia, sendo os maiores vilões. Estamos trabalhando com afinco o conceito de que investir em
eficiência energética não é um gasto. Pelo contrário: é uma economia a pequeno, médio e longo prazo, a qual, inclusive, pode ajudar a
baratear produtos e serviços”, explica Stoppa.
Dessa forma, a Reymaster Materiais Elétricos, neste aniversário de 35 anos, relembra sua história de inovação, sem esquecer o passado
de sucesso, mas de olho em um futuro mais limpo e sustentável, privilegiando a conscientização sobre a importância de disseminar
a eficiência energética. “Portanto, nossa meta é continuar cada vez mais presente e contribuir para angariar os primeiros lugares no
ranking de eficácia energética. Trabalhar a ideia de que isso é para o bem de todos nós. Sempre buscaremos novas oportunidades de
se organizar e de construir uma trajetória para que as mais diversas tarefas e funções diárias continuem sendo realizadas, inclusive de
forma ainda mais rápida e eficiente, mas também de maneira mais econômica e sustentável”, ressalta Reynaldo Gabardo Jr.
Foto: divulgação
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MERCADO COM
CRESCIMENTO DE 38%
Atendimento técnico, comercial
e consultoria
NOTAS
A MAIS RENOVÁVEL
Líder global em transformação digital e gerenciamento e automação de energia, a Schneider Electric foi reconhecida
como líder do setor no mercado de contratos de compra de energia renovável – também chamado de PPAs (Power Purchase
Agreements) – com a classificação de número 1 pela Guidehouse Insights 2022 PPA – tabela de classificação dos provedores
de soluções desse mercado. A posição obtida pela empresa é resultado de suas plataformas NEO Network e Zeigo, que simplificam
o processo de compra de tecnologia limpa, conectando membros a especialistas em projetos e tecnologias aliados a
uma inteligência de mercado exclusiva para acelerar decisões de transação.
“O ranking reflete nosso compromisso com a energia renovável como meio de descarbonização e estamos honrados em
colaborar para que organizações acelerem a transição para energia limpa”, enaltece Steve Wilhite, presidente do Sustainability
Business da Schneider Electric.
O relatório do Guidehouse Insights avalia o cenário competitivo das plataformas online de PPA que fornecem soluções,
serviços de consultoria e mercados. Dessa forma, ajuda os consumidores e participantes do mercado a entender a melhor tecnologia
disponível, alcance geográfico, portfólio de produtos e desempenho de produtos para os mercados de aquisição de
energia renovável. Mundialmente, a Schneider Electric atua em mais de 450 negociações de contratos de PPA, nas quais 300
já foram assinados e fornecem energia aos consumidores. No Brasil, onde a empresa está completando 75 anos de atuação, é
a única consultoria independente e global.
Anualmente, presta serviços de compra de energia para mais de 5 TW/h (Terawatts por hora) no país e para mais de 15
TW/h em todo o mundo. Segundo Mathieu Piccin, diretor de Sustainability Business da Schneider Electric na América Latina,
os contratos de compra e venda de energia renovável devem ganhar cada vez mais espaço no mercado. “O uso consciente da
eletricidade, em conjunto com o ganho de eficiência e independência, tem fortalecido a modalidade”, alerta o executivo.
Segundo a BNEF (BloombergNEF), em 2021, foram assinados e registrados 31,1 GW (Gigawatts) de capacidade em PPAs
corporativos de energia renovável mundialmente. Isso representa um salto de 24% no recorde do ano anterior, 2020, no qual
haviam sido anunciados 25,1 GW. Já no Brasil, de acordo com a consultoria Cela (Clean Energy Latina América), o aumento
foi de 2.6 GW (37%) entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022. A capacidade instalada desses projetos é de 10,7 GW, o que
equivale a 41% da capacidade instalada de energia eólica e solar no Brasil (26,1 GW).
A divisão de Sustainability Business da companhia oferece serviços de consultoria e software em gestão de energia e
sustentabilidade. Além disso, possui várias plataformas digitais e mais de 2.200 funcionários em todo o mundo. Os PPAs que a
empresa ajudou a aconselhar desde 2014 já representam mais de 14 GW.
Foto: divulgação
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NOTAS
MERCADO FOTOVOLTAICO
Foto: divulgação
Um dos maiores players do segmento de iluminação, a Ourolux, consolidou-se no mercado nos últimos 30 anos oferecendo
produtos inovadores que trazem economia, baixo consumo energético e preço acessível aos consumidores brasileiros. Pioneira
em práticas sustentáveis, a companhia redirecionou seus esforços nos últimos anos e investiu cerca de 100 milhões na criação de
uma nova divisão voltada ao setor fotovoltaico. Como consequência, a Ourolux estima crescer 2 dígitos ainda este ano, visando um
aumento de 30% no faturamento em função da linha destinada ao mercado solar.
De acordo com o Gerente Nacional de Vendas da Ourolux, Douglas Moraes, 2021 foi um ano estratégico para a companhia, que
manteve estabilidade na receita da divisão de iluminação e registrou crescimento expressivo no segmento solar, de mais de 300%.
Para 2022, o enfoque segue, especialmente, no mercado de fotovoltaico. “Continuamos com o objetivo principal de oferecer aos
clientes produtos sustentáveis e que promovem economia, como os geradores fotovoltaicos, verdadeiro benefício tanto para o
planeta, quanto para o bolso do consumidor”, explica.
Douglas ressalta, ainda, que ao longo de 2021, a Ourolux contratou um grande time para atuar com parcerias importantes neste
mercado e destinou investimentos para a ampliação das linhas de produtos. Para este ano, a empresa projeta manter sua cadeia de
atendimento, por meio da aliança com revendas distribuídas em todo o país. “Assim como na divisão de iluminação, no qual contamos
com uma estrutura consolidada e mais de mil revendas, temos expandido a divisão solar e, hoje, a área comercial já possui
mais de 50 representantes espalhados pelo Brasil”, esclarece.
“Sempre prezamos estabelecer parcerias com empresas de credibilidade. Além da nossa rede de revendas, temos distribuidores
de peso como a Canadian, referência mundial no setor fotovoltaico, que reforçam nossa preocupação em consolidar alianças com
companhias sérias e certificadas. A Canadian, por exemplo, recebeu recentemente uma certificação A+ em bancabilidade da DNV,
empresa líder mundial em certificações de produtos, gerenciamento de riscos e garantia, atestando a relevância da empresa no que
diz respeito a escala de risco em aportes financeiros e a sua alta confiabilidade no mercado”, comenta Douglas.
Já no mercado de iluminação, para manter sua liderança e ampliar o atual market share de 20%, a Ourolux segue focada em três
principais frentes: de materiais elétricos, de materiais de construção e o setor alimentar, o qual lidera pelo quarto ano consecutivo,
segundo pesquisa da ABRAS/Nielsen. Atualmente a empresa conta com cerca de 200 colaboradores e uma carteira de grandes
clientes como GPA, Atacadão, Carrefour, Leroy Merlin, Grupo Sonepar, Arcom, Cencosud, entre outros.
De acordo com Douglas, são mais de 60 milhões de unidades produzidas anualmente e 250 representantes comerciais em todo
o país. “O sucesso da Ourolux está diretamente atrelado aos nossos pilares centrais: menor consumo energético, maior potência e
segurança. A partir deles, desenvolvemos um portfólio de produtos inovadores, altamente reconhecido pelo mercado por meio de
premiações e rankings”, ressalta o executivo.
14 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS
Foto: Emanuel Caldeira
O Prêmio REFERÊNCIA 2022 está chegando e conforme foi destacado na última edição, o último participante do
Painel Sustentabilidade desse ano foi confirmado. Esse novo painelista se junta a Rafael Mason, presidente do CIPEM
(Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), Evaldo Muñoz Braz, pesquisador
da EMBRAPA Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Deryck Pantoja Martins, diretor técnico da
AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará).
O integrante que completa o elenco do painel é Paulo Pupo, superintendente da Abimci (Associação Brasileira da
Indústria de Madeira Processada Mecanicamente). Paulo será responsável por apresentar o tema: Mercado e tendências
para a madeira processada. Além do cargo na Abimci, Paulo é vice-presidente da FIEP (Federação das Indústrias do Estado
do Paraná) e Coordenador do Comitê Brasileiro de Madeira ABNT-CB31 (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
A presença de Paulo no painel reforça o papel do prêmio, que além de celebrar os grandes destaques do setor, serve
também como fonte de informação para vários focos de atuação no mercado, passando pela madeira manejada, as
exportações, a pesquisa e também a madeira de reflorestamento.
O Prêmio REFERÊNCIA 2022 é organizado pela Jota Editora, responsável pelas revistas REFERÊNCIA FLORESTAL, RE-
FERÊNCIA INDUSTRIAL DA MADEIRA, REFERÊNCIA CELULOSE&PAPEL, REFERÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA e REFERÊN-
CIA BIOMAIS. A edição deste ano conta com os patrocínios de: ACIMDERJ, AIMEX, CIPEM , DRV FERRAMENTAS, EFFISA,
INOX CONEXÕES, MONTANA QUÍMICA, MSM QUÍMICA e REMSOFT. A premiação será realizada no dia 29 de novembro, a
partir das 19h (horas), em Curitiba (PR). Além dos vencedores, e convidados, esse ano o evento é aberto para o público
em geral. Estão disponíveis alguns ingressos de um lote limitado de convites para os interessados em participar do
evento, que dará direito a participar de toda a programação da noite: Painel Sustentabilidade, Prêmio REFERÊNCIA e
do jantar que acontece logo após o término da cerimônia, com cardápio de massas especiais e bebidas não alcoólicas
liberadas. Para mais informações ou solicitações de convites, favor contactar o whatsapp: (41) 99968-4617.
16 www.REVISTABIOMAIS.com.br
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
Quem usa as
facas DRV,
está pronto para
picar todos os
tipos de madeira!
ENTREVISTA
Foto: divulgação
ENTREVISTA
FABIANE
PIOVESAN
Formação: Administração com
Especialização em Comércio Exterior na
UCS (Universidade de Caxias do Sul) com
pós-graduação em Negócios Internacionais
pela FGV (Fundação Getúlio Vargas)
Cargo: Diretora comercial da Piomade
PELLETS
EM EXPANSÃO
P
rodutora de painéis de madeira em pinus e eucalipto desde 1993, a Piomade Indústria
de Madeiras vem investindo na produção de pellets de madeira nos últimos
10 anos, em busca de agregar valor e inovação a produtos florestais. Essa forma de
biomassa é considerada uma das fontes renováveis de maior sustentabilidade no
mundo. Com sede em Farroupilha (RS), a empresa produz 60t (toneladas) por dia de pellets.
Em entrevista exclusiva à Revista BIOMAIS, a diretora da Piomade, Fabiane Piovesan, detalha o
cenário de expansão no segmento e as perspectivas da empresa para 2023.
18 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Como foi a entrada da Piomade no ramo da
biomassa, com investimento no desenvolvimento
de pellets?
Determinada a inovar e agregar valor ao produto
florestal, a Piomade iniciou em 2012 a produção
do pellet de madeira, com investimentos em alta
tecnologia. Considerada uma fonte de energia totalmente
sustentável, o pellet é elaborado por meio
de resíduos prensados de madeira proveniente do
processo produtivo da própria empresa.
Em 30 anos de atuação, como a empresa
entrou no ramo madeireiro?
A Piomade foi criada em 1993, sempre focada
na qualidade e excelência de produtos renováveis.
Inicialmente, a empresa trabalhava apenas com a
secagem de madeira que era preparada em estufas
automatizadas para posterior fabricação de móveis
ou componentes para o setor mobiliário. Somos
uma empresa afiliada do grupo MADEM S/A, que
tem mais de 70 anos de história e está entre os
15 maiores grupos florestais do Brasil. O Grupo
MADEM é líder mundial na fabricação de bobinas
de madeira para indústrias de cabos elétricos. Com
sete unidades de produção no Brasil, Espanha,
Bahrein, EUA (Estados Unidos da América), México
e Colômbia, o grupo produz e exporta para mais
de 150 clientes, em 40 países. Em 1996, a Piomade
passou a produzir painéis em madeira de pinus,
proveniente de reflorestamentos de fornecedores
do sul do país. A partir deste ano, quando iniciou a
produção dos painéis de pinus, a Piomade segue
mantendo a busca por um aperfeiçoamento de seu
processo produtivo, adquirindo novas tecnologias,
ampliando seu parque fabril e investindo em sua
equipe de colaboradores.
Quais são os principais destinos dessa produção?
Atuamos no mercado interno e externo. No ano
de 1998, iniciamos a expansão para o mercado externo
e, desde então, mantemos a marca em países
como EUA, Canadá, França e Itália. Desde o início
dos trabalhos no exterior, a Piomade procura consolidar
seu nome no mercado mundial sustentado
na qualidade dos processos produtivos.
Na visão da empresa, o que mais mudou
nos últimos 10 anos, dentro desse segmento de
bioenergia?
O aumento do consumo de bioenergias, e
desenvolvimento e evolução das tecnologias para
produção e queima, principalmente o pellet.
O que mais mudou nas demandas do mercado
de biomassa?
O pellet de madeira é hoje a biomassa sólida
para fins energéticos mais negociada no mundo,
muito em função de seu apelo ecológico em comparação
aos outros combustíveis fósseis.
Atualmente, qual é a produção de pellets
por dia, em média?
A Piomade produz 60t (toneladas) de pellets
por dia. Soma-se a esse número a produção de
outras duas unidades produtivas do grupo, uma
instalada em Rio Negro (PR) e outra em Bahrein,
produzindo essas um total de 170t por dia. Ao
todo, o grupo produz 230t por dia.
A empresa atua dentro e fora do Brasil?
Quais são as principais regiões e clientes?
Atuamos principalmente na região sul do Brasil,
atendendo clientes do segmento alimentício, hoteleiro
e industrial, dentre outros.
Acreditamos no
potencial do setor
florestal brasileiro.
Investimos fortemente
para garantir o ciclo
de sustentabilidade
no processamento da
madeira de pinus
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
19
ENTREVISTA
Quais os principais investimentos feitos pela
Piomade este ano e as perspectivas para 2023?
Acreditamos no potencial do setor florestal brasileiro.
Dessa forma, estamos investindo fortemente
no setor florestal e na serraria, buscando principalmente
garantir o ciclo da sustentabilidade no
processamento da madeira de pinus, matéria essa
100% renovável. Da matéria-prima de florestas até
a renovação para os pellets, forma-se o chamado
ciclo do uso nobre da madeira. Nossos investimentos,
tanto em máquinas como em capital humano,
estão focados principalmente para atender um
rígido controle de qualidade de todo o processo
industrial, que obedece a critérios internacionais
na industrialização da madeira. Na produção dos
pellets, a Piomade foi a primeira empresa brasileira
a receber uma certificação internacional ENPLUS
A1, atestando, assim, a alta qualidade do pellet
produzido pela empresa.
Qual a influência que a guerra da Rússia e
Ucrânia teve em relação ao mercado, aos valores
e à demanda dos pellets?
Certamente, tivemos influência no aumento
das demandas e os preços acompanham a instabilidade
do mercado dos combustíveis versus a
demanda. O crescimento dos negócios, mesmo em
épocas difíceis da economia nacional e mundial, é
resultado do foco na excelência nos processos e a
dedicação da equipe.
Em relação à matéria-prima, a Piomade está
preparada para o momento e para o futuro?
Buscamos um crescimento linear em todos os
segmentos da nossa produção. Somos uma empresa
que une dedicação, compromisso e respeito em
prol da sustentabilidade.
O pellet de madeira é
hoje a biomassa sólida
para fins energéticos mais
negociada no mundo.
Dentro do grupo Madem,
somente a Piomade
produz 60 toneladas de
pellets por dia
20 www.REVISTABIOMAIS.com.br
18 ANOS DE TRADIÇÃO,
investindo constantemente em novas tecnologias
Trabalhamos com responsabilidade social e respeito ao meio ambiente,
superando desafios, promovendo o desenvolvimento sustentável e fornecendo
produtos e serviços adequados a necessidade de nossos clientes
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PRINCIPAL
SECAGEM EM
AMPLIAÇÃO
22 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ESPECIALIZADA EM SECAGEM INDUSTRIAL, A
MADEC PLANEJA AMPLIAR INVESTIMENTOS
EM SUA SEDE
FOTOS DIVULGAÇÃO
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
23
PRINCIPAL
F
undada em 2004, a MADEC Indústria de Máquinas
é uma empresa que atua de maneira sólida
no setor metal mecânico, destacando-se no cenário
nacional e internacional pela qualidade de
seus produtos e versatilidade dos projetos – que abrangem
nichos diversificados do mercado.
Instalada em Erechim, no norte do Rio Grande do Sul,
a empresa conta com um parque de equipamentos tecnológicos
de grande porte. Aliados a uma equipe de profissionais
qualificados e experientes, atendem o mercado
com produtos de qualidade. Na área de engenharia, a
MADEC entrega projetos que geram os resultados desejados
por seus clientes – que vão de frigoríficos, ervateiros,
máquinas de biomassa a equipamentos para tratamento
de efluentes.
“A MADEC é uma empresa que investe constantemente
em novos produtos e novas tecnologias, em busca
de uma melhor eficiência e da satisfação dos seus clientes.
Atuando em diversos segmentos, dispõe de uma variada
linha de produtos que vão de biocompostadores e
aceleradores de compostagem, até erva-mate, farinha de
penas, lodos e resíduos industriais, maravalha, recuperador
de cama bovina-RCB, serragem, cavaco e biomassa,
sistema de desidratação de esterco, e unidades de beneficiamento
de adubo orgânico e organomineral”, detalha
Clair Vilson Breitkreitz, sócio proprietário da MADEC.
Cliente da MADEC desde 1990, Ademir Gasperini,
diretor da INCOBIO, destaca a parceria de 30 anos. “A
relação da INCOBIO com a MADEC vai além de cliente e
fornecedor. A MADEC associa qualidade e preço como
nenhuma outra do segmento. Sua engenharia sempre
demonstrou pró-atividade em projetos ousados. Para a
INCOBIO, fazer negócios com a MADEC foi e será sempre,
motivo de satisfação, pois seus gestores sempre demostraram
seriedade, competência, transparência e honestidade”,
elogia Gasperini.
24
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AMPLIAÇÃO
Recentemente, a MADEC inaugurou sua nova e ampla
indústria com 2,7 mil m2 (metros quadrados) de área
construída na frente do Polo de Cultura, em Erechim. A
empresa investiu mais de R$ 6 milhões na construção
da nova sede e hoje tem 55 colaboradores diretos. Para
2023, segundo Clair Breitkreitz, o planejamento da empresa
é concluir as novas instalações.
“Para isso, faremos a conclusão e ampliação da cabine
de pintura, instalação de ponte rolante, além do investimento
em engenharia. Mas devido à grande demanda
de projetos em diversas áreas, não está descartado a ampliação
da área produtiva. Contudo, vamos analisar com
cautela, aguardar o desenrolar do cenário político, a situação
mundial e só então tomaremos as nossas decisões”,
pontua Clair.
Apesar da pandemia, a MADEC deverá ter um crescimento
de 30% com um faturamento que deve ultrapassar
os R$ 30 milhões em 2022, segundo dados da empresa.
“Nossa demanda de pedidos aumentou muito, em diversos
segmentos. A estimativa de crescimento, que era de
15%, acreditamos que vai ficar entre 25% e 30%”, celebra
o sócio proprietário.
Com 18 anos de atuação,
a MADEC se destaca
no cenário nacional
e internacional pela
qualidade de seus
produtos e versatilidade
dos projetos
LEQUE DE CLIENTES
Por ser especializada em secagem industrial, o leque
de clientes da MADEC é bastante amplo. “As principais
demandas atualmente estão nas áreas de biomassa para
produção de pellets (serragem), biomassa para energia
térmica (cavaco), indústria para produção de maravalha
utilizada na cama de aviários, fertilizantes (plantas de
organomineral), resíduos industriais diversos (lodos industriais,
dejetos de aves poedeiras), resíduos de cereais,
entre outros”, explica Clair Breitkreitz.
A sustentabilidade se insere de forma orgânica no
negócio da empresa. “Restos de alimentos gerados em
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 25
PRINCIPAL
restaurantes e mercados, lixo orgânico residencial, podem
virar fertilizantes no sistema de biocompostador da
MADEC, lodos industriais, após o processo de secagem,
podem virar energia ou fertilizantes. Estes são só dois
exemplos de como pensamos e procuramos atuar no cenário
industrial, com aproveitamento de todos os resíduos
gerados e a convicção de que podemos fazer algo para
um mundo mais sustentável”, reitera Clair.
A MADEC se solidifica
cada vez mais no cenário
de secagem de biomassa
destinada a produção de
pellets
26 www.REVISTABIOMAIS.com.br
“Nossa demanda de
pedidos aumentou muito
em 2022, com faturamento
superior a R$ 30 milhões. A
estimativa de crescimento
era de 15%, mas deverá
ficar entre 25% e 30%”
Clair Vilson Breitkreitz, sócio
proprietário da MADEC
“Somos cliente da MADEC há cerca de 10 anos. Eles
nos atendem com máquinas de altíssima qualidade entregando
realmente o que vendem. Na nossa indústria,
temos máquinas que produzem maravalha, secador,
prensas, praticamente toda nossa linha de produção. A
equipe da MADEC é feita de pessoas fantásticas, sempre
prontos a nos atender. Além disso, mesmo com equipamentos
de alta qualidade, a parte da assistência e pós-
-venda é sensacional”, recomenda Volnei Felipetto, diretor
da Maravalhas Pinhomar. Segundo ele, o produto de
alta qualidade permitiu ainda que sua empresa atendesse
uma grande demanda do mercado, com a maravalha,
a partir dos equipamentos da MADEC.
NOVAS TECNOLOGIAS
A MADEC constantemente corre atrás da inovação.
“Dentre as frentes de novos produtos em que estamos
trabalhando, podemos destacar a fabricação do secador
horizontal (modelo esteira) para secagem de biomassa”,
enaltece o proprietário.
Clair Breitkreitz revela, ainda, que atualmente esta
tecnologia é importada da Europa. “A MADEC está fabricando
este sistema no Brasil em parceria com um cliente
deste setor produtor de biomassa, e com outra empresa
do setor metal mecânico, fabricante de geradores de calor.
O equipamento, destinado a secagem de serragem, já
está em produção e deverá entrar em operação no início
de 2023”, comemora.
Com esta nova tecnologia consolidada, a MADEC vai
se solidificar cada vez mais no cenário de secagem de biomassa
destinada a produção de pellets, disponibilizando
ao mercado secadores rotativos, que já contam com tecnologia
diferenciada. Além de secadores de esteira (cinta),
utilizando trocador de calor para geração da energia
de secagem, resultando em um produto final de qualidade
diferenciada, isento de impurezas da combustão.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
27
FEIRA
LIGNUM
2022
BIOENERGIA SE DESTACA
NA SEMANA DA MADEIRA
FOTOS REFERÊNCIA E MALINOVSKI
28 www.REVISTABIOMAIS.com.br
N
a primeira quinzena de setembro, o setor madeireiro
esteve reunido em Curitiba (PR) para os
eventos da Semana Internacional da Madeira. A
programação contou com os eventos técnicos
Woodtrade Brazil, Wood Protection e ProWood, além das
feiras Lignum Latin America e ENCAPP (Encontro da Cadeia
Produtiva da Porta). Com apoio master da Abimci (Associação
Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),
a Semana permitiu aos participantes debater pautas
essenciais para o desenvolvimento e avaliações do mercado,
abordou o suprimento de madeira, gargalos logísticos,
questões legais e oportunidades para os produtos madeireiros
brasileiros. Outro destaque tanto na programação,
quanto nos estandes, foi a presença de empresas voltadas à
bioenergia e biomassa.
Os dois eventos reuniram expositores que apresentaram
tecnologias e soluções para a cadeia produtiva da madeira.
Segundo a organização, estiveram presentes nos eventos
visitantes de 20 Estados da federação e de outros 14 países
(Argentina, Bahamas, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia,
Dinamarca, EUA - Estados Unidos da América -, Finlândia,
Itália, Japão, Paraguai, Portugal e Uruguai). “A quarta edição
da Semana Internacional da Madeira permitiu a integração
da cadeia produtiva. Encontros como este, que permitem
ampla troca de informações são essenciais para o momento
desafiador que vivemos, onde enfrentamos novas barreiras
comerciais, questionamentos sobre o abastecimento e suprimento
de matéria-prima, mudanças nas políticas públicas
e mais exigências em relação à certificação de produtos. A
Abimci acredita que as agendas tratadas são essenciais para
a definição das estratégias das empresas e servem como
base para a tomada de decisões”, avaliou o presidente da
Abimci, Juliano Vieira de Araujo.
Nesta quarta edição, a feira Lignum Latin America foi novamente
realizada no Centro de Eventos Positivo, no Parque
Barigui com 115 marcas expostas. O evento se consolida a
cada edição: na última edição, realizada em 2019, antes da
pandemia, estiveram presentes 101 empresas expositoras,
com 7.503 visitantes do Brasil e de outros 13 países.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
29
FEIRA
EMPRESAS
BENECKE
“Depois de tanto isolamento na pandemia, esse calor
humano aumenta ainda mais a nossa expectativa de bons
negócios”, comemorou Kurt Benecke, diretor da Benecke
Equipamentos, referência em estufas desde 1953, com sede
em Timbó (SC). A empresa participou da Lignum com estande
bastante movimentado. “É gratificante rever os amigos e
clientes de todo o país, que se reúnem em uma feira desse
porte, podendo transmitir as novidades, que desenvolvemos
nos últimos 2 anos. Afinal, quem vem para as feiras quer ver
novidade. A pandemia nos fez emergir da empresa e buscar
melhorias para todos nossos equipamentos. Então hoje
estamos com a linha de laminação nova no mercado, com
secador de lâmina, estufa e caldeira. Demos uma excelente
aprimorada”, enfatizou Kurt Benecke, antecipando que a empresa
está com o Projeto 70, em celebração as sete décadas
que a Benecke irá completar em 2023. “Chegaremos à data
com mais eficiência energética em nossos equipamentos.”
OS EVENTOS DA SEMANA DA MADEIRA REUNIRAM
EXPOSITORES QUE APRESENTARAM TECNOLOGIAS E
SOLUÇÕES PARA A CADEIA PRODUTIVA DA MADEIRA
BURNTECH
Diretor comercial da Burntech, Marcos Doering, contou
que as mudanças tecnológicas da empresa – especializada
em caldeiras e máquinas, com sede em Agrolândia (SC) –
foram apresentadas no estande da Lignum. “A Burntech,
como pioneira em caldeiras, fornalhas e aquecedores a
óleo térmico, sempre em busca de inovações no mercado.
Temos muitas melhorias de processo, fabricação e selos,
certificação europeia, diante das exigências dos clientes em
questões ambientais e processos. Fomos muito receptivos
quando recebemos o convite da feira, também pelo tempo
sem eventos presenciais e pelo contato com os clientes”,
relatou Marcos.
30 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NAZZARENO
Empresa especializada na produção de máquinas para
a transformação da biomassa em combustível e energia
renovável, a Costruzioni Nazzareno (CN) estava representada
em seu estande pelo diretor Francesco Stella, que elogiou o
movimento nos três dias de feira Lignum. “A feira está muito
boa, para retomarmos o contato com parceiros e clientes.
Esse foi um ano complicado, para os produtos e no cenário
geral, pelas eleições, mas estamos otimistas para 2023.
Nossa empresa segue investindo em novos cenários, a partir
das necessidades dos clientes, para oferecer as soluções
mais apropriadas”, enfatizou o diretor da empresa italiana,
Francesco Stella.
DRV
“Somos de Curitiba, essa é nossa feira”, exaltou Liliane
Cordeiro, diretora da DRV. A indústria de lâminas e máquinas
levou para a feira a nova linha CNC Flex, ideal para atender
empresas que utilizam facas menores de serraria e facas
de plaina. Diego Vieira, diretor da empresa, comentou que
esse foi um ano de grande crescimento, que abriu um novo
parque fabril no começo do ano e os resultados são ótimos.
“A fábrica de facas e peças de desgaste de picador já está a
todo vapor e com a nova fábrica de máquinas temos capacidade
total para fabricar as nossas afiadoras e retíficas CNC
de facas”, enalteceu Diego.
GELL
Atuando em várias regiões do país e com grande tradição
no mercado, a Gell Techno Solutions levou para a EN-
CAPP suas soluções para facilitar os processos de ampliação
de valor dos produtos de madeira, com uma linha de produtos
mecânico-elétricas, que facilitam a produção e economizam
energia. Joel Rosa, gerente operacional da Gell Techno
Solutions, destaca a importância da feira para enaltecer
a indústria nacional. “Somos uma empresa nacional, que
oferece soluções genuinamente brasileiras e durante esse
evento pudemos apresentar nossos conceitos para novos
clientes nacionais e alguns internacionais”, apontou Joel.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
31
FEIRA
IMTAB
Reconhecida pelas soluções sustentáveis na transformação
de biomassa em energia térmica, a IMTAB esteve
presente na Lignum com suas caldeiras e equipamentos
industriais. Com sede em Agrolândia (SC), a empresa investe
para estar na vanguarda do mercado, como explica Joel Padilha,
diretor comercial da IMTAB. “A segurança operacional,
segurança de partida do equipamento e a sustentabilidade
são nossas maiores preocupações. Desenvolvemos todos os
equipamentos tendo como base a geração de energia térmica
com queima de resíduos. São dois problemas com uma só
solução, geração energética a partir de resíduos industriais”,
enaltece. Um dos modelos destacados pela IMTAB é a caldeira
Zeus, com capacidade de geração de 500 kg por hora.
“A grelha móvel permite a queima de combustíveis com alto
teor de umidade. Construída sobre um chassi metálico, a
caldeira evita obras civis onerosas.”
ESTIVERAM PRESENTES, NO
DECORRER DA SEMANA,
VISITANTES DE 20 ESTADOS
BRASILEIROS E DE MAIS DE
14 PAÍSES
MADEC
Referência em secagem industrial, a indústria de máquinas
MADEC, de Erechim (RS), veio para Curitiba em estande
na Lignum com as parceiras Planalto, Rosseti, Kahl e TMSA.
O movimento de visitantes nos três dias de feira surpreendeu
Clair Vilson Breitkreitz, sócio proprietário da MADEC.
“A gente precisou chegar mais cedo e sair mais tarde que
os horários previstos, o que foi um ótimo sinal. Nosso carro
chefe é a secagem, com o tradicional secador rotativo. Estamos
aplicando em várias partes do Brasil. O ano tem sido
fantástico para a MADEC, com a retomada após a pandemia,
mesmo diante do cenário desafiador da guerra na Europa. O
mercado mundial está ampliando cada vez mais a relevância
de produtos e serviços sustentáveis, pelo ESG (movimento
social, de sustentabilidade e governança, na sigla em inglês),
e nisso a biomassa sempre vai sair na frente”, reforçou Clair.
Leia mais sobre a MADEC na reportagem de capa desta
edição da REFERÊNCIA BIOMAIS.
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MILL
“Vimos uma grande procura por parte dos clientes e
isso é reflexo da falta de um evento como esse para o setor”,
afirmou Arno Murara, gerente comercial da Mill. A empresa
que já se estabeleceu como uma das referências do setor
levou seus equipamentos de ponta para a feira. Marcelo
Gobbi, gerente de negócios da Mill, destacou a modernização
da empresa, que tem trazido novidades tecnológicas
para atender os clientes. “Nosso parque fabril está sendo
modernizado para ampliarmos a variedade de produtos
oferecidos e também elevar nossa produção em quase 50%”,
exaltou Marcelo.
SUTIL MÁQUINAS
Especialista na fabricação de máquinas para madeiras,
biomassa, reciclagem, secagem, peneiramento e fertilizantes,
a Sutil Máquinas apresentou em seu estande na Lignum
uma linha completa de equipamentos para biomassa. “Somos
uma indústria que faz indústrias. Dentro desse objetivo,
oferecemos linha de recebimento, peneiramento, transportes
pneumáticos ou arrasto de esteiras, moagens, secagem,
enfardamento ou peletização em nossa linha Sutil Biomassa”,
explica o diretor Leandro Sutil. A sustentabilidade garantida
pela linha pellets, por exemplo, tem todos os equipamentos
produzidos pela empresa, da secagem à peletizadora,
segundo o diretor.
VANTEC
“Nesse evento temos grandes investidores da madeira
no Brasil e Curitiba tem se tornado a capital da madeira no
Brasil”, destacou Adriano Vanzin, diretor da Vantec. Adriano
comentou que o retorno da Lignum foi muito importante
para a empresa fortalecer sua marca e apresentar os equipamentos
para um público qualificado. “Trouxemos para a
feira uma máquina revolucionária, o torno laminador para
indústria 4.0, onde todo o trabalho realizado pela máquina
é transformado em um relatório acessível em qualquer lugar
diretamente do celular ou computador cadastrado”, descreveu
Adriano.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
33
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ECONOMIA
ISENÇÃO
FISCAL
36 www.REVISTABIOMAIS.com.br
COM MARCO LEGAL, CONSUMIDORES VÃO
PAGAR TARIFA PARA INJETAR ENERGIA NA REDE DA
CONCESSIONÁRIA A PARTIR DE JANEIRO DE 2023
FOTOS DIVULGAÇÃO
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
37
ECONOMIA
O
Marco Legal da Energia Solar trouxe
importantes avanços para o setor, como
a maior segurança jurídica dos diferentes
sistemas regulamentados pela ANEEL
(Agência Nacional de Energia Elétrica).
O Marco Legal (Lei 14.300) foi sancionado neste
ano e amplia as possibilidades para os consumidores,
como a divisão de energia gerada nas unidades consumidoras
por prioridade, transferência de créditos
para outras unidades com a mesma titularidade e a
compensação de créditos produzidos em meses de
menor produção.
Em contrapartida, os consumidores que desejam
colocar placas fotovoltaicas em suas residências após
6 de janeiro de 2023 vão passar a pagar componentes
tarifários para injeção da energia produzida na rede
da concessionária, até então livre de cobrança. Desse
modo, para aproveitar o período de vacância da lei,
que é de um ano, investir na geração própria dessa
fonte renovável em 2022 representa uma oportunidade
para os consumidores reduzirem os custos com a
conta de luz e ficarem isentos da tarifa até 2045, ano
que cessa o benefício.
Aqueles que não conseguirem se planejar para o
investimento neste ano também não sairão perdendo,
afinal, a tendência das tarifas de energia no
Brasil é só aumentar e a energia renovável continuará
sendo uma ótima opção com retorno rápido e baixo
custo de manutenção. Conforme dados da ABRACE
(Associação dos Grandes Consumidores Industriais de
Energia e de Consumidores Livres), o país apresenta
a segunda conta de luz mais cara do mundo, atrás
apenas da Colômbia. Com alta de 47% nos últimos 5
anos, os gastos com energia elétrica comprometem,
em média, 25% do orçamento familiar.
Lucas Cruz, CEO da Cruze, startup pioneira de
energia solar no Piauí, destaca cinco vantagens da
aplicação de placas fotovoltaicas na residência.
REDUÇÃO DO VALOR DA CONTA DE LUZ
Uma grande vantagem da energia solar é a
diferença que a sua utilização gera no bolso. Uma vez
que a luz solar é uma fonte gratuita e inesgotável, a
redução no valor da conta é de até 95% e imediato.
Além disso, quem tem esses sistemas instalados conseguem
produzir 100% da energia que consome.
38 www.REVISTABIOMAIS.com.br
RÁPIDO RETORNO DO INVESTIMENTO
O retorno do investimento em energia solar
ocorre, em média, entre 3 e 7 anos. Considerando que
os equipamentos têm uma vida útil de aproximadamente
25 anos, sobram ainda pelo menos 18 anos
para geração própria com investimento já pago, o que
representa um custo-benefício bem satisfatório.
BAIXA NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO
As placas fotovoltaicas requerem mínima manutenção,
bastando a limpeza, e a fiscalização do sistema
solar. Por serem sistemas de tecnologia simples,
os cuidados para manter o bom funcionamento são
mínimos e de valores pouco significativos. Os equipamentos
possuem vida útil longa e são fabricados para
funcionar de forma contínua.
ENERGIA SUSTENTÁVEL
Quando se investe em energia solar, investe-se em
uma fonte completamente limpa, sustentável e renovável.
É uma grande aliada na redução da mudança
climática, pois não polui o meio ambiente tal como a
termoelétrica com a liberação de dióxido de carbono,
por exemplo. O seu impacto é quase inexistente,
sendo a geração própria uma ótima medida para os
consumidores, que além de economizar com o boleto,
desejam contribuir positivamente para a preservação
do ecossistema.
CADA VEZ MAIS ACESSÍVEL
O investimento inicial para instalação das placas
fotovoltaicas ainda pode representar um obstáculo
para implementação do projeto. Entretanto, esse
valor tem variado muito e se tornado cada vez mais
acessível, com várias opções de financiamento, inclusive.
Gerar a própria energia, aos poucos, vai deixando
de ser um privilégio de alguns e passa a ser uma
realidade cada vez mais comum aos brasileiros. Com
isso, a ideia de que ter um sistema de energia solar em
casa economicamente inviável vai deixando de existir
e abrindo espaço para democratização dessa fonte
inesgotável.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
39
PELO MUNDO
RENOVÁVEL
MAIOR GERADORA ALEMÃ DE ENERGIA ADQUIRE
FRAÇÃO DE EMPRESA POR US$ 6,8 BILHÕES
FOTOS DIVULGAÇÃO
40 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
41
PELO MUNDO
A
RWE, maior geradora de energia da
Alemanha, concordou em comprar os
negócios renováveis da Con Edison
por US$ 6,8 bilhões, uma operação que
quase dobrará o portfólio de energias renováveis
da RWE nos EUA (Estados Unidos da América), o segundo
maior mercado desse segmento do mundo.
A compra será parcialmente financiada pela
RWE emitindo um título conversível de US$ 2,43
bilhões para uma unidade da Qatar Investment Authority,
por meio da qual a QIA se tornará acionista
de 9,1% da RWE.
Já a empresa norte-americana disse que o
acordo de venda permitirá que ela se concentre em
seu negócio principal de serviços públicos (utilities)
e na mudança de energia limpa de Nova York.
A transação quase dobrará o portfólio de
energias renováveis da RWE nos EUA, para mais
de 7 GW (Gigawatts), e aumentará seu pipeline de
projetos regionais para mais de 24 GW.
Após a aquisição, a energia solar representará
40% do portfólio da RWE nos EUA, acima dos 3%
atuais, segundo slides de apresentação da empresa.
O acordo, que deve ser concluído no primeiro
semestre de 2023, fará da RWE o quarto maior
player de energias renováveis no mercado dos EUA,
que desempenha um papel fundamental em sua
expansão verde.
A alemã RWE é responsável por 0,47% de todas
as emissões produzidas por pessoas na era industrial.
ORIENTE MÉDIO
Além disso, a distribuidora alemã RWE assinou
em setembro um acordo com a ADNOC (Abu Dhabi
National Oil Company) para enviar GNL (gás natural
42 www.REVISTABIOMAIS.com.br
liquefeito) à Alemanha até o final de dezembro,
segundo anúncio da RWE.
Embora a quantia inicial a ser entregue seja relativamente
pequena, a medida é um acordo politicamente
significativo para reforçar o fornecimento
de gás de fora da Rússia, uma vez que o chanceler
da Alemanha, Olaf Scholz, busca aprofundar os
laços com o Golfo e encontrar fontes alternativas
de energia.
O acordo, que inclui um memorando de entendimento
para fornecimentos plurianuais de GNL,
ocorre no segundo dia de uma viagem de dois dias
de Scholz à região do Golfo. “Precisamos garantir
que a produção de GNL no mundo avance até o
ponto em que a alta demanda existente possa ser
atendida sem precisar recorrer à capacidade de
produção existente na Rússia”, alertou Scholz, na
ocasião.
COM A AQUISIÇÃO, A
ENERGIA SOLAR VAI
REPRESENTAR 40% DO
PORTFÓLIO DA RWE NOS
EUA, MUITO ACIMA
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resistência dos nossos produtos reconhecidos
nacionalmente.
PELO MUNDO
A carga a ser enviada neste ano pela ADNOC
(Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi) será
de 137 mil m3 (metros cúbicos) de GNL e será o primeiro
GNL fornecido ao mercado de gás da Alemanha
por meio do terminal flutuante de importação
de GNL em Brunsbüttel, perto de Hamburgo.
A ADNOC reservou ainda um número não
especificado de cargas de gás natural liquefeito
para a Alemanha em 2023. Os dois novos terminais
flutuantes de GNL da Alemanha em planejamento
poderão receber até 12,5 bilhões de m3 de GNL por
ano, o equivalente a cerca de 13% do consumo de
gás do país em 2021, segundo dados da empresa
de pesquisa Enerdata.
“Isso representa um marco importante na construção
de uma infraestrutura de fornecimento de
GNL na Alemanha e na geração de fornecimento de
gás mais diversificado”, declarou a RWE.
44 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Autoridades alemãs esperam que uma série
de acordos, como o com a Abu Dhabi, ajudem
a diminuir os altos preços de energia. Além de
fornecer à RWE, a ADNOC também concordou em
vender amônia a empresas alemãs, incluindo Steag
e Aurubis. A companhia também fornecerá 250
mil toneladas de diesel por mês para a firma alemã
Hoyer.
O presidente dos EAU (Emirados Árabes
Unidos), Sheikh Mohammed bin Zayed al-Nahyan,
assinou um acordo com Scholz que abrange a aceleração
da segurança energética e do crescimento
industrial. Separadamente, a empresa de energia
renovável dos EAU, Masdar, explorará o desenvolvimento
de energia eólica na costa alemã.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
45
ENERGIA
ENERGIA
EÓLICA
MULTINACIONAL PORTUGUESA COMPRA
QUATRO PARQUES EÓLICOS NO RIO
GRANDE DO NORTE
FOTOS DIVULGAÇÃO
46 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
47
ENERGIA
O
CADE (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) acaba de validar a venda
da Ventos de Santo Antão para a multinacional
portuguesa de energia limpa,
GALP, que se tornará proprietária dos quatro parques
eólicos disponíveis no Rio Grande do Norte. Cada
conjunto eólico possui 50 MW (Megawatts). Junto
com o investimento, a GALP também será possuidora
do projeto greenfield, que foi desenvolvido e vendido
pela Casa dos Ventos.
Esse novo empreendimento da GALP faz parte da
sua estratégia de ampliação do seu portfólio de geração
de energia renovável, uma vez que a empresa
já é uma das principais produtoras de energia solar
fotovoltaica da Península Ibérica, com uma capacidade
instalada em operação de 1,2 GW (Gigawatts).
O objetivo principal da empresa com o investimento
feito é aumentar a sua capacidade de produção de
energias renováveis mundialmente para 4 GW até o
ano de 2025 e 12 GW até o ano de 2030.
Em solo brasileiro, a empresa portuguesa iniciou
suas atividades no setor nacional de geração de energias
renováveis, em outubro de 2021, através de um
acordo com a SER Energia para compra de 594 MW
em projetos solares em desenvolvimento na Bahia e
Rio Grande do Norte. No mês de maio de 2022, a empresa
fechou um novo acordo com a SER Energia para
a compra de projetos em desenvolvimento de energia
solar fotovoltaica, com uma capacidade máxima
total de 4,6 GW pico. Agora, o investimento da GALP
foi na Casa dos Ventos, para um cluster de 216 MW de
parques eólicos em desenvolvimento no nordeste.
VALOR TOTAL ESTIMADO
SUPERA R$ 1,9 BILHÃO.
É A PRIMEIRA VEZ QUE
A ES GÁS TERÁ OUTRO
FORNECEDOR, ALÉM DA
PETROBRAS
48 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A nova proprietária da Casa dos Ventos é também
a terceira maior produtora de petróleo e gás
do Brasil, por meio da Petrogal, a qual dirige em
sociedade com a empresa chinesa Sinopec. A petrolífera
portuguesa, sócia da Petrobras em campos do
pré-sal essenciais, como o Tupi, possui contratos de
10 anos, com Sergas (SE), Cegás (CE) e, desde setembro,
também com a distribuidora capixaba de gás
canalizado, a ES Gás, uma vez que no mesmo mês de
setembro a GALP assinou o seu terceiro contrato de
longo prazo para a venda de gás natural no mercado
brasileiro.
O contrato com a ES Gás, agora soma 912
milhões de m3 (metros cúbicos) de fornecimento
de gás até 2032, sendo que os volumes poderão ser
ampliados gradualmente, ao longo do prazo contratual.
O valor total estimado supera R$ 1,9 bilhão. É a
primeira vez que a ES Gás terá um outro fornecedor
de gás natural, além da Petrobras.
SOLUÇÕES PARA INDÚSTRIAS
CALDEIRAS | SECADORES DE MADEIRA
ARTIGO
BIOMASSA LIGNOCELULÓSICA
PARA A ENERGIA: contributo
para a descarbonização
e oportunidades
FOTOS DIVULGAÇÃO
LUÍS GIL
TERESA ALMEIDA
SÓNIA FIGO
JOÃO BERNARDO
Direção Geral de Energia e Geologia.
Centro da Biomassa para a Energia, Portugal
50 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
51
ARTIGO
RESUMO
N
este artigo, é feita uma abordagem ao contributo
da biomassa lignocelulósica na descarbonização
da economia via produção de energia, explorando-se
também algumas oportunidades de atuação
neste domínio. São apresentados alguns dados estatísticos e
abordadas algumas políticas públicas e europeias que definem
metas e traçam perspetivas de forma a se poderem definir
algumas oportunidades de intervenção de forma que o papel
da biomassa na transição energética seja otimizado.
Palavras-chave: Biomassa, energia, descarbonização
INTRODUÇÃO
Segundo dados da Direção Geral de Energia e Geologia, a
potência instalada dos centros eletroprodutores a biomassa
florestal em Portugal (sobretudo situados na zona Centro) é
atualmente (abril de 2022) 679 MW (Megawatts) - 440 MW em
cogeração e 240 MW dedicada -, com uma produção anual
de energia elétrica nos últimos anos superior a 3200 GWh
(Gigawatts por hora) e uma produção mensal na gama 246-
281 GWh, expressando assim a sua constância e estabilidade
sazonal. Em 2020 a contribuição das FER (Fontes de Energia
Renovável) no consumo de energia primária foi de 30%, sendo
que o principal contributo das FER foi alcançado pela biomassa
com 45%.
Saliente-se ainda que no setor do aquecimento e arrefecimento
e de acordo com o relatório: European Bioenergy
Outlook 2019 – Biomass for heat; 96% do calor de origem
renovável provém da biomassa, sendo que o setor industrial é
o principal responsável pelo consumo final de calor a partir de
biomassa (56% do total), seguindo-se o residencial (44%).
A nível nacional, a produção de BFR (biomassa florestal residual)
está, em grande medida, relacionada com a exploração
florestal, representando os seus sobrantes uma fatia significativa
para a bioenergia. Tendo como base os povoamentos de
pinheiro bravo e de eucalipto, as duas espécies mais significativas
em termos de exploração florestal, por serem alvo de
intervenções silvícolas regulares que potenciam uma produção
contínua de biomassa florestal, pode-se estimar a biomassa
obtida. Assim, de acordo com as áreas de pinheiro bravo e de
eucalipto de 2015, disponibilizadas no Inventário Florestal
Nacional 6 – Principais resultados – relatório sumário, estima-se
que o potencial de produção de biomassa florestal residual,
correspondente aos sobrantes da exploração de povoamentos
de pinheiro e eucalipto, seja de aproximadamente 3 milhões
de ton/ano (peso verde). Porém, nem toda a biomassa pode ser
considerada disponível (condicionalismos: limitações ambientais,
físicas, logísticas, humanas e materiais).
No geral, o consumo de biomassa florestal para a produção
de energia apresenta a seguinte distribuição:
• Abastecimento direto de biomassa lenhosa, no qual se
incluem os desbastes e as desramações, os abates, detritos
de abates (copas, ramos, casca, cepos), resíduos de gestão de
incêndios e gestão paisagística (biomassa lenhosa de parques,
jardins, sebes, arbustos), outros resíduos florestais;
• Abastecimento indireto de biomassa lenhosa, no qual se
incluem os detritos (casca de eucalipto, outros), subprodutos
da indústria da celulose e do papel (licor negro, tall oil), lenha
transformada, madeira reciclada pós-consumo, outros resíduos
da fileira florestal industrial.
De acordo com o Plano de Ação para a Bioeconomia
Sustentável – Horizonte 2025, estima-se que a biomassa
residual da produção agrícola potencialmente disponível pode
ascender a 3 Mt por ano, sendo que 59% concerne a sobrantes
da poda de culturas permanentes, sobretudo vinha, olival e
pomares, e os restantes 41% a resíduos de culturas temporárias,
designadamente sobrantes do milho e do girassol, e palha do
arroz.
POLÍTICAS E METAS
A utilização da biomassa florestal deve obedecer a critérios
de sustentabilidade já estabelecidos a nível europeu e nacional,
como a Diretiva (UE) 2018/2001 (RED II).
A nova estratégia nacional para a biomassa florestal passa
por abandonar os apoios públicos à produção dedicada de
eletricidade e apoiar apenas projetos que envolvam também
energia térmica, situados em zonas com risco elevado de
incêndio (Decreto-Lei n.º 64/2017 de 12 de junho alterado pelo
Decreto-Lei n.º 120/2019 de 22 de agosto).
No Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030)
e no RNC 2050 (Roteiro para a Neutralidade Carbônica 2050),
o aproveitamento da biomassa para usos energéticos veio a
merecer acrescida relevância. Estes dois importantes documentos
estratégicos pretendem ser um guia para a redução dos
GEEs, definem contribuições, políticas e medidas para cumprir
compromissos internacionais, promovendo a penetração das
energias renováveis, e a contribuição da eficiência energética
e outras soluções. Metas ambiciosas foram estabelecidas de
forma a colocar Portugal na vanguarda de um desenvolvimento
sustentável e amigo do ambiente, sem perda de competitividade
e potenciando o aumento do bem-estar da população. Uma
síntese dessas medidas e outras iniciativas foi publicada no
artigo: An approach to energy and climate issues aiming a carbon
neutrality; publicado na Renewable Energy Focus. Verifica-se
que os principais instrumentos de política nacional para o clima
e a energia estão alinhados para as próximas décadas.
Em relação às metas para Portugal em termos de energia e
clima, o atingido em 2020 e o previsto para 2030, na generalidade
foram ultrapassadas as metas para 2020.
52 www.REVISTABIOMAIS.com.br
O PNEC 2030 destaca a valorização energética da biomassa
florestal como um elemento-chave na criação de valor no
setor florestal. Verifica-se também que no que se refere a novas
centrais a biomassa, a produção exclusiva de eletricidade será
tendencialmente abandonada (reduzida eficiência e baixa
rentabilidade). É atualmente promovido o recurso à instalação
de pequenas centrais térmicas descentralizadas a biomassa
que colocam menos pressão em termos de disponibilidade de
biomassa e no sistema energético.
No que se refere ao aproveitamento da biomassa, essencialmente
de base florestal, para usos energéticos, no PNEC 2030,
são de realçar os seguintes objetivos que têm linhas de atuação
e medidas de ações relacionadas preconizadas:
• Objetivo 3. Reforçar a aposta nas energias renováveis e
reduzir a dependência energética do país;
• Objetivo 6. Promover uma agricultura e floresta sustentáveis
e potenciar o sequestro de carbono;
• Objetivo 5. Promover a mobilidade sustentável;
• Objetivo 7. Desenvolver uma indústria inovadora e
competitiva.
Relativamente ao RNC 2050, no domínio da biomassa, existem
as seguintes expectativas/metas:
• Em 2030-2040 o uso da biomassa para a energia no setor
industrial quadruplicará;
• Em 2020-2050 o uso de biomassa no setor residencial
será de 25%.
Mais especificamente e ainda relacionado, no caso das
florestas temos:
1. Área ardida total: 64 a 91 mil ha/ano (2020-2030);
68 a 89 mil ha/ano (2030-2040); 68 a 87 mil ha/ano
(2040-2050);
2. Em 2040-2050, a florestação esperada é de 3,5 a 8 mil
ha/ano;
3. Espécies florestais em 2040-2050: sobreiro, 23%/25%;
eucalipto, 16%/20%; pinheiro, 22%/25%;
outras, 31%/37%.
Em termos de legislação e outra documentação relacionada
podem ser indicados alguns exemplos:
• DL n.º 5/2011 de 10 janeiro (alterado pelos DL’s n.º
179/2012, n.º 166/2015 e n.º 48/2019) - Medidas destinadas a
promover a produção e o aproveitamento de biomassa florestal;
• DL n.º 64/2017 de 12 de junho (alterado pelo DL n.º
120/2019 de 22 de agosto) -Aprova o regime para novas centrais
de biomassa florestal;
• RCM n.º 163/2017 de 31 de outubro – Aprova o Plano
Nacional para a Promoção de Biorrefinarias;
• RCM n.º 183/2021 de 28 de dezembro – Aprova o Plano de
Ação para a Bioeconomia Sustentável – Horizonte 2025;
• RAsRepública n.º 71/2018 de 19 de março – Recomenda
ao Governo que desenvolva um programa de promoção da
utilização de biomassa agroflorestal para autoconsumo;
• RAsRepública n.º 73/2018 de 20 de março – Recomenda
ao Governo a criação de um programa para redução e controle
da biomassa florestal;
• RAsRepública n.º 42/2021 de 3 de fevereiro – Recomenda
ao Governo a reformulação do modelo de apoios públicos a
atribuir às centrais de biomassa florestal em função da utilização
sustentável e ecológica da biomassa florestal residual,
condicionando a emissão de licença de exploração das novas
centrais ao cumprimento de rigorosos padrões ambientais e de
sustentabilidade.
A nível europeu, podem ser indicadas as seguintes Diretivas:
• Diretiva (UE) 2015/1513: define medidas que procuram
limitar a utilização de biocombustíveis de 1.ª geração e, visam
promover a utilização de biocombustíveis avançados, produzidos
a partir de matérias-primas alternativas, na sua maioria
matérias residuais, nas quais se incluem biomassas residuais
florestais e agrícolas;
• Diretiva (UE) 2018/2001: estabelece o regime jurídico relativo
à promoção das energias renováveis (REDII). A RED II.
DESAFIOS
Vários são os desafios que se colocam ao uso da biomassa
lignocelulósica para a energia como contributo para a descarbonização
da economia, independência energética, segurança
de abastecimento, através do seu uso diversificado para a
produção de energia, dos quais podemos destacar:
• Nem toda a BFR poderá ser aproveitada para produção
de energia devido às limitações ambientais, físicas, logísticas,
humanas e mesmo materiais. A viabilidade econômica para
o seu aproveitamento está diretamente relacionada com as
características da própria biomassa (exemplo: baixa densidade
e elevado teor de humidade), às condições orográficas do território
(limitações de acessibilidade, elevados custos de extração
e de transporte), à pequena dimensão da propriedade, maioritariamente
privada, de gestão fragmentada, com elevado grau
de abandono e sem economias de escala;
• Uma quantidade muito significativa desta biomassa já tem
escoamento para centrais termoelétricas a biomassa, dedicadas
e de cogeração, já instaladas, apontando-se assim, que a biomassa
utilizável (disponível para utilização) corresponda a uma
parte da biomassa florestal potencial;
• A utilização da biomassa florestal deve obedecer a
critérios de sustentabilidade já estabelecidos a nível europeu
e nacional (exemplo: Diretiva RED II), sendo importante que o
aproveitamento da biomassa seja realizado de modo sustentá-
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
53
ARTIGO
vel, sem comprometer as mais-valias ambientais associadas;
• No que toca à biomassa residual resultante da atividade
agrícola e da indústria agroalimentar, existem limitações para
a utilização energética devido à diversidade de matérias-primas,
à sazonalidade, às quantidades disponíveis, à localização
geográfica, e à densidade, entre outros aspectos;
• A dinamização do aproveitamento da biomassa residual
florestal deve considerar os principais intervenientes ao longo
da cadeia de abastecimento, sendo ainda necessário a dinamização
e a flexibilização de modelos de gestão agrupada, e uma
maior articulação entre todos os intervenientes;
• A logística de recolha, o transporte, o tratamento e a distribuição
da biomassa, são fatores a considerar em projetos de
valorização de biomassa para a produção de eletricidade nas
centrais, uma vez que as poderão inviabilizar;
• Necessidade de que a futura RED III acomode as especificidades
nacionais relativamente às condições de apoio dos
Estados Membros à energia produzida a partir de BFR, bem
como, assegurar a maior estabilidade possível no quadro legal
em desenvolvimento;
• A produção de biomassa deve, em primeiro lugar, não
colidir com a função alimentar, ser sustentável, evitar distorções
no mercado agroalimentar e, por último, a eficiência na sua
utilização deve ser garantida através da aplicação dos princípios
da economia circular e das melhores opções de utilização
em cascata;
• Existe um fator limitativo na utilização das renováveis em
geral que também se aplica na utilização da biomassa para a
energia: a reduzida disponibilidade de pontos de receção na
rede.
OPORTUNIDADES
Com base em tudo o que foi relatado atrás, podem ser perspectivadas
algumas oportunidades de otimização do papel da
biomassa na transição energética, que podem ser sintetizadas
como se segue:
• Ir ao encontro da nova estratégia para a biomassa de
substituição de apoios públicos à produção dedicada de
eletricidade e apoio apenas a projetos que envolvam também
energia térmica, em zonas com risco elevado de incêndio (DL
n.º 64/2017 de 12 de junho alterado pelo DL n.º 120/2019 de
22 de agosto), nomeadamente em zonas em que as linhas de
gás natural não existam, de forma a ajudar na descarbonização
dessas zonas;
• Considerar a instalação de sistemas híbridos que permitem
a complementaridade entre formas de energia (elevada
flexibilidade e melhor aproveitamento dos recursos), nomeadamente,
por exemplo, biomassa e energia solar: aumento
da produção anual de eletricidade por permitir um regime de
operação contínuo (24h) minimizando o número de arranques
e paragens da turbina a vapor, o que melhora a eficiência,
prolonga o ciclo de vida dos equipamentos e diminui os custos
de manutenção;
• No setor do aquecimento e arrefecimento, aproveitar o
incentivo do uso de tecnologias de elevado potencial e eficiência,
como caldeiras a biomassa, como complemento ao solar
térmico;
• Gestão do material combustível sob as linhas aéreas
de alta e média tensão, e as faixas de gestão de combustível
(instalação e manutenção obrigatória de faixa envolvente com
largura mínima >100m (metros) - exemplo parques e polígonos
industriais -;
• Peletização de cinzas de centrais de biomassa e reintrodução
na floresta (economia circular);
• Conversão da biomassa em produtos de alto valor acrescentado
(bioprodutos e biomateriais) e noutras formas de energia
com diferentes usos finais (biocombustíveis) se estratégico
para determinadas situações;
• Instalação de povoamentos de curta rotação com base em
espécies de elevada produção biomássica (exemplo: eucalipto,
salgueiros ou choupo) ou de culturas energéticas (exemplo:
cardo, miscanthus ou o capim-elefante) para fornecimento de
elevadas quantidades de biomassa a baixo custo se houver
54 www.REVISTABIOMAIS.com.br
viabilidade econômica e ambiental;
• Redesenhar as cadeias de abastecimento da biomassa
florestal (recolha, processamento e transporte) para redução
dos custos logísticos e aumento da quantidade e diversidade
de fontes de biomassa florestal;
• Aproveitamento da biomassa residual (florestal, agrícola
ou outra) como forma de oportunidade de valorização do mundo
rural e contribuição ativa para a redução dos riscos associados
à floresta (incêndios, pragas e doenças);
• Produção de metanol renovável a partir de matéria orgânica
proveniente de vários tipos de biomassa por fermentação
ou gaseificação obtendo-se um novo vetor energético de fácil
armazenamento e distribuição;
• Avançar para abordagens diversificadas e transetoriais e
monitorizar e melhorar a informação referente a todas as atividades
que utilizem biomassa florestal (RCM n.º 183/2021 de 28
de dezembro);
CONCLUSÕES
São muitos os desafios, mas são também muitas as oportunidades
identificadas para a valorização energética da biomassa
lignocelulósica e o seu contributo para a descarbonização.
Acresce ainda que o setor europeu de bioenergia é líder global
em tecnologias renováveis com mais de 800 mil empregos e
mais de 50 mil empresas em toda a cadeia de valor.
Verifica-se que existe uma nova estratégia para aproveitamento
energético da biomassa lignocelulósica: abandonar
apoios públicos à produção dedicada de eletricidade e apoiar
apenas projetos que envolvam também energia térmica e em
zonas com risco elevado de incêndio.
Tendo em consideração os recursos biomássicos, em particular
de biomassa de base florestal, a capacidade já instalada
em sistemas de valorização energética a biomassa, o desenvolvimento
de tecnologias emergentes e os instrumentos legais já
existentes e os previstos, é possível afirmar que estão reunidas
as condições para potenciar a utilização deste recurso como um
vetor importante na transição energética em Portugal.
Link de acesso:
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/41521/1/Biomassa
%20lenhocelul%C3%B3sica%20para%20a%20energia%20
-%20contributo%20para %20a%20descaboniza%C3%A7%-
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Informações: https://www.encontromercadolivre.com.br/
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DEZEMBRO 2022
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OPINIÃO
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CRISE GLOBAL GERA
OPORTUNIDADES PARA
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
D
iante de tantas crises globais, tão agudas e de
natureza tão diversa, temos ao mesmo tempo uma
enorme janela de oportunidades pela frente: precisamos
transformar as crises na proposição de um
novo diálogo, em um Pacto Global do Alimento, que defina
como os povos tropicais vão poder colaborar nas principais
agendas da humanidade enfrentadas hoje.
Isto é bem possível. Juntos já vencemos etapas importantes.
Superamos todas as expectativas ao deixar a condição
de importadores de alimentos para ser um player central da
segurança alimentar planetária. Alimentamos, hoje, quase 1
bilhão de pessoas. A miséria e a fome se agravaram. Temos as
tecnologias, mas é preciso fazer com que cheguem às mãos
de quem precisa. Existem 4,5 milhões de famílias ainda excluídas
dos avanços do conhecimento e das tecnologias. Não
temos o direito de esconder essa realidade no biombo dos
834 mil produtores altamente tecnificados, grande parte já
inseridos na agenda da sustentabilidade. Precisamos avançar.
Segundo Durval Dourado Neto, diretor da ESALQ/USP (Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP), que esteve
conosco no final de setembro no Fórum do Futuro, é possível
estruturar modelos de governança de políticas públicas e
privadas que permitam ao Brasil alimentar mais 1 bilhão de
pessoas sem desmatar. A intensificação do sistema produtivo
(fazer mais em um espaço de terra menor) é o grande segredo,
sendo que o foco seria organizar essa proposição numa
visão de Estado, de acordo com o especialista.
A ideia central é fazer um plano de ação de política pública
para atender a demanda mundial no que diz respeito à
segurança alimentar sem a necessidade de desmatar nenhum
hectare. Seguindo essa linha de raciocínio, o presidente do
CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico), Evaldo Vilela, também defende que o principal
desafio está em democratizar e disseminar o uso do conhecimento
e das ferramentas tecnológicas entre os produtores.
A questão da agricultura e da produção sustentável está ao
alcance de todas as universidades que, de alguma maneira,
contribuem para uma produção que respeita os biomas.
DESAFIOS
Diretor geral do Fórum do Futuro, Márcio Miranda, destacou
a difícil missão de articular todos os atores envolvidos no
sistema de produção alimentar brasileiro com a agenda ESG,
que pauta cada vez mais a governança dos negócios do setor.
“O mundo está em acelerada transformação ao mesmo tempo
em que vive crises no campo civilizatório que vão impactar
decididamente a forma como produzimos e consumimos
alimentos. As cadeias produtivas e os mercados serão cada
vez mais influenciados por estas pautas civilizatórias, nas
chamadas bio based societies”, afirmou Miranda.
Outro bom exemplo vem da UNIR (Universidade Federal
de Rondônia), que desenvolve ciências em prol de Rondônia e
região. Com projetos e trabalhos na perspectiva da agricultura
e do desenvolvimento sustentável local, a instituição possui
cerca de 26 programas de pós-graduação, que contribuem
para práticas mais sustentáveis na agropecuária, onde o Estado,
que é bastante forte nessa cadeia, enfrenta um problema
muito sério sobre a questão ambiental e unidades de preservação,
que estão sob ameaça.
Além da questão do reflorestamento, existe a dificuldade
de desenvolver tecnologias que permitam processos mais
sustentáveis nas cadeias produtivas. Sem dúvidas, é um
grande desafio para Rondônia, junto a universidade, que tem
tentado fortalecer as linhas de pesquisa para mostrar que
existem alternativas.
Por Alysson Paolinelli
Agrônomo e presidente do Instituto Fórum do Futuro. Foi ministro da Agricultura e
presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
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