Jornal das Oficinas 202
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jornaldasoficinas.com | JORNAL INDEPENDENTE DA MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS LIGEIROS E PESADOS | DIRETOR | João Vieira
202
C
novembro 2022
PERIODICIDADE | MENSAL
ANO XVI | 3 EUROS CM
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NORMA EURO 7
FIM DO MOTOR
A COMBUSTÃO!
Pág. 06
Otimizar desempenho
Pág. 44 \\ As empresas precisam
de pessoal que trabalhe eficazmente
e isto significa que esse pessoal tem
de ser gerido. Como pode o ‘gestor
da empresa’ ser também um gestor
de pessoas eficaz?
Análise aftermarket
Pág. 20 \\ Enquanto membro da direção
da FIGIEFA, Joaquim Candeias tem sido
uma voz proeminente na defesa do IAM.
Numa apresentação clara e concisa,
falou sobre os temas quentes do setor
Maria Elo
Pág. 28 \\ Professora de Negócios
e Gestão da Universidade SDU,
na Dinamarca, é membro fundador
da Talents4AA, uma Associação que
tem como objetivo atrair e reter
talentos para o aftermarket
MANN+HUMMEL
Pág. 46 \\ Com as suas soluções,
a MANN+HUMMEL separa o útil
do prejudicial e desenvolve assim
tecnologias chave para abrir o caminho
para um planeta mais limpo
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Editorial
202
Novembro 2022
CONECTIVIDADE
Folha de serviço ......................................................... 04
DESTAQUE
Norma Euro 7 ............................................................... 06
COMPETIÇÃO
Melhor mecatrónico .................................................. 14
CAMPANHA
Reuse Aftermarket .................................................... 16
MERCADO
Desafios & Oportunidades ................................... 20
ENTREVISTAS
Hernán Marqués ........................................................ 24
Maria Elo ........................................................................ 28
NOTÍCIAS
Empresas ....................................................................... 32
Produto ........................................................................... 52
GESTÃO
Otimizar desempenho ............................................. 44
Ambiente trabalho .................................................... 58
EMPRESAS
MANN+HUMMEL ....................................................... 46
Convenção Pador ...................................................... 48
PRODUTO
Novidades Cautex ..................................................... 50
TÉCNICA & SERVIÇO
Vernizes de acabamento ....................................... 58
Ao longo dos últimos anos, os automóveis modernos tornaram-se centros de dados sobre
rodas. Comparar as linhas de código dos modernos automóveis conectados com as
dos aviões e computadores dá-nos uma ideia dos desafios que se colocam para tornar
estes veículos seguros.
Os automóveis nos dias de hoje possuem um poder computacional de cerca de 20 computadores,
incorporando mais de 100 milhões de linhas de códigos e gerando até 25
gigabytes de dados por hora. Até 2030, muitos observadores preveem que os mesmos tenham aproximadamente
300 milhões de linhas de código de software. Para colocar isto em perspetiva, um avião
de passageiros tem cerca de 15 milhões de linhas de código, um moderno avião de combate cerca de 25
milhões e um sistema operativo de um computador de comercialização em massa perto de 40 milhões.
Antigamente, os fabricantes de automóveis apenas se preocupavam com o veículo - o seu design, os seus
periféricos e sensores, a unidade de controlo e o interface de utilizador. Com a crescente necessidade
pela conectividade, os fabricantes necessitam de se focar mais no consumidor e assumir muitas mais
funções para operar de forma eficaz e vencer os concorrentes ao fornecer aos seus clientes uma fantástica
experiência de utilizador. Eles necessitam de gerir o fluxo de dados do veículo para as plataformas e para
as aplicações e necessitam de sistemas de comunicação fiáveis para transmitir os dados em segurança.
Também necessitam das infraestruturas certas, incluindo plataformas baseadas em cloud, para apoiar os
seus novos serviços e aplicações.
O carro conectado permite agora otimizar o seu próprio funcionamento e manutenção, assim como a
conveniência e conforto dos passageiros, utilizando sensores a bordo e conectividade de dados. Os automóveis
estão a ser mais do que apenas transportar pessoas e bens do ponto A ao ponto B, estão a tornar-
-se um centro de e-commerce para serviços que estão ligados ao automóvel tais como serviços de infotainment
e serviços de seguros baseados na utilização para monitorizar o comportamento do condutor.
A perceção do proprietário sobre uma boa experiência de condução vai agora além do motor do veículo,
incluindo a personalização do mesmo através dos serviços conetados.
Já lá vão os dias em que a indústria automóvel consistia principalmente de fabricantes de automóveis,
fornecedores e concessionários. Com o aumento de automóveis conetados e serviços de mobilidade, o
ecossistema expandiu-se para incluir fornecedores de tecnologia, prestadores de serviços, prestadores de
infraestruturas e muito mais. Na era da digitalização, o mundo tornou-se mais conetado, aproximando as
pessoas. A indústria automóvel está a sofrer a mesma transformação. Os fabricantes de automóveis estão
a formular parcerias estratégicas com prestadores de serviços e tecnologia com o objetivo de tornar o automóvel
um sistema conectado, tal como a nossa casa ou local de trabalho onde podemos ser produtivos
ou desfrutar de um tempo de lazer.
Para a indústria automóvel, a conetividade pode fornecer novas oportunidades de rendimentos. Implementá-la
de forma eficaz será uma tarefa desafiante e complicada, sendo necessário um nível profundo de
compreensão das necessidades dos clientes e uma vontade em trabalhar com novas abordagens e novos
parceiros. Para o aftermarket, este novo conceito de mobilidade vai trazer muitas mudanças, sendo necessário
as empresas adaptarem-se com rapidez aos novos modelos de negócio que vão surgir.
JOÃO VIEIRA | Diretor
DIRETOR JOÃO VIEIRA joao.vieira@apcomunicacao.com // DIRETOR COMERCIAL MÁRIO CARMO mario.carmo@apcomunicacao.com // GESTOR DE CLIENTES PAULO FRANCO paulo.franco@apcomunicacao.com
// JORNALISTA JOANA MENDES joana.mendes@apcomunicacao.com // WEBMASTER ANTÓNIO VALENTE // ARTE HÉLIO FALCÃO // SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E CONTABILIDADE financeiro@apcomunicacao.com
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- 9º18’22.61”W // © Copyright Nos termos legais em vigor, é totalmente interdita a utilização ou a reprodução desta publicação, no seu todo ou em parte, sem a autorização prévia e por escrito do JORNAL DAS OFICINAS
// IMPRESSÃO LISGRÁFICA - IMPRESSÃO E ARTES GRÁFICAS, S.A. Estrada Consiglieri Pedroso, 90 2730 - 053 Barcarena Tel. 214 345 400 // N.º DE REGISTO NA ERC 124.782 // DEPÓSITO LEGAL n.º: 201.608/03
TIRAGEM 10.000 exemplares
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EDIÇÃO AP COMUNICAÇÃO // PROPRIEDADE JOÃO VIEIRA // EMAIL geral@apcomunicacao.com
Consulte o Estatuto Editorial no site www.jornaldasoficinas.com
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 3
FOLHA
DE SERVIÇO
IPSIS
VERBIS
JOAQUIM CANDEIAS
MEMBRO DIREÇÃO FIGIEFA
O MVBER É UM REGULAMENTO
QUE DEFENDE O AFTERMARKET HÁ
VINTE ANOS, MAS INFELIZMENTE
É DO DESCONHECIMENTO
DA MAIOR PARTE DAS PESSOAS.
A FALTA DE CONHECIMENTO
DE CLIENTES E A DESINFORMAÇÃO
AOS CONSUMIDORES, VINDA DOS
FABRICANTES DE AUTOMÓVEIS,
É NOTÓRIA
MARIA ELO
PROFESSORA UNIVERSIDADE SDU
DINAMARCA
JO LANÇA CAMPANHA E-MOBILITY
E-Mobility é a chave para o transporte rodoviário
sustentável, cidades mais habitáveis e o
combate bem sucedido às alterações climáticas.
Graças aos avanços na eletromobilidade, o transporte
totalmente sustentável é agora um objetivo realista
– sem ter de comprometer a forma como vivemos,
nos deslocamos e trabalhamos. Este é o mote para
a Campanha “E-Mobility”, que o Jornal das Oficinas
lança em 2023. Iremos dinamizar esta campanha
através de artigos e multimédia, não só mensalmente
no Jornal das Oficinas em formato impresso e digital,
SEMÁFORO
mas também com a produção de diversos conteúdos,
a serem publicados no site www.jornaldasoficinas.
com, newsletters e no site oficial www.emobility.pt
A partilha desta informação nas redes sociais trará
à Campanha E-Mobility um grande alcance nacional
e internacional. Patrocinar a Campanha E-Mobility
significa estar a acompanhar as tendências da
eletrificação do transporte rodoviário, que deverá
aumentar nos próximos anos, devido à progressiva
redução do custo das baterias e à vontade de toda a
sociedade nesse sentido.
SE OUTROS SETORES E INDÚSTRIAS
CONSEGUEM OFERECER SALÁRIOS
MAIS ELEVADOS, MELHORES
CONDIÇÕES E CARREIRAS,
O AFTERMARKET PRECISA DE
REPENSAR A RAZÃO PELA QUAL
AS SUAS OPORTUNIDADES NÃO
SÃO PERCEBIDAS OU APRECIADAS
HERNÁN MARQUÉS
DIRETOR GERAL SAMPA IBÉRICA
O NOSSO PRINCIPAL OBJETIVO
É TORNAR A SAMPA O PRINCIPAL
FABRICANTE MUNDIAL DE PEÇAS
PARA VEÍCULOS PESADOS.
O INVESTIMENTO E A EXPANSÃO
DA PRODUÇÃO FARÃO DA SAMPA
UM FABRICANTE AUTO-SUFICIENTE
DE PRODUTOS ESTRATÉGICOS,
OFERECENDO OS PRODUTOS
QUE PRODUZIMOS DIRETAMENTE
AOS NOSSOS DISTRIBUIDORES
Barómetro de Pintura da MAPFRE
Várias associações do setor denunciam as
graves deficiências que, tanto nas suas
avaliações como na sua execução prática,
apresenta o barómetro de Pintura da
seguradora Mapfre. De acordo com um
estudo elaborado pelo departamento técnico
da ASETRA realizado em 140 operações reais
praticadas em todos os tipos de automóveis
de diferentes tamanhos e fabricantes, as
diferenças máximas na mão-de-obra no
que diz respeito ao barómetro Cesvimap
atingem -59%, enquanto em materiais de
pintura estas diferenças atingem -46,5%.
Para as associações, é evidente que estes
dados explicam a preocupação das oficinas
de reparação sobre o impacto que estas
reduções terão na sua demonstração de
rendimentos e na rentabilidade dos seus
negócios.
OE 2023 - Pouco arrojo fiscal
O Orçamento do Estado para 2023 mostra
pouca determinação no que toca à redução
estrutural da carga fiscal sobre as empresas
e sobre os recursos humanos, sobretudo
os mais qualificados, fatores essenciais
para a melhoria da produtividade e da
competitividade e da retenção e atração
de talento. A redução da fiscalidade sobre
o trabalho é a melhor forma de elevar o
rendimento líquido disponível das famílias
e apoiar a procura interna, face à relevância
do consumo privado na evolução do PIB,
tendo em conta o peso dominante desta
componente. Positivas são as medidas de
incentivos ao investimento, à capitalização
das empresas e ganhos de escala, à
redução dos custos da energia e de outros
custos de contexto, bem como à melhoria
do rendimento disponível das famílias.
Stellantis mais sustentável
A Stellantis criou uma Unidade de Negócio
dedicada à sustentabilidade que tem como
objetivo conseguir mais de 2 mil milhões
de euros em receitas até 2030 e conduzir o
plano de descarbonização da empresa de
atingir as zero emissões líquidas de carbono
até 2038. Esta aposta integra o plano
estratégico Dare Forward 2030, baseado na
estratégia dos 4R – Reconstruir, Reparar,
Reutilizar e Reciclar. Os principais objetivos
da Unidade de Negócios de Economia
Circular são prolongar a vida dos veículos e
dos componentes, assegurando que duram
o maior tempo possível, e devolver materiais
e veículos em fim de vida ao circuito
de produção para criar novos veículos e
produtos. O plano requer um aumento de
volumes e expansão para novos países,
assegurando uma inovação constante.
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Destaque
EURO 7: SENTENÇA DE MORTE
PARA OS MOTORES TÉRMICOS?
TUDO EM
ABERTO!
RUMO À NEUTRALIDADE CARBÓNICA,
A NORMA EURO 7 DEVERÁ SER A ÚLTIMA
ANTES DA MUDANÇA DEFINITIVA PARA
O AUTOMÓVEL ELÉTRICO. ESTÁ PREVISTO
QUE ENTRE EM VIGOR EM 2025, CONTUDO,
ATÉ AGORA AINDA NÃO HÁ UMA DEFINIÇÃO
CLARA DE QUAIS SERÃO AS EXIGÊNCIAS
PARA OS FABRICANTES E O TEMPO COMEÇA
A ESCASSEAR PARA QUE SE CUMPRA ESSA
DATA. TUDO PERMANECE EM ABERTO
Essenciais na nossa vida, os veículos tal como hoje os conhecemos
são uma preocupante fonte de poluição para o ambiente.
Por isso, há muito que vem a ser traçado um plano no sentido
da descarbonização dos mesmos na Europa. A próxima grande meta
é o Euro 7, norma que deveria ser implementada já em 2025, mas
os sucessivos atrasos na definição efetiva do regulamento estão a pôr
em causa o cumprimento do mesmo, o que poderá ter graves consequências
no que ao número de veículos poluentes a circular nas
estradas diz respeito. Além disso, os custos tecnológicos para fabricantes
e utilizadores poderão ser de tal modo elevados que se teme
que cheguem a inviabilizar a existência dos carros a combustão,
mesmo se apoiados por uma componente eletrificada, os híbridos.
Afinal, o que vai mudar? O que precisam os fabricantes de garantir
com a norma Euro 7? Será mesmo aplicada em 2025? Tentaremos
responder a estas e outras questões ao longo deste artigo.
Poluição automóvel
O grande problema dos carros com motores a combustão é o facto
de emitirem gases com efeitos de estufa, entre os quais o dióxido de
carbono, o monóxido de carbono, dióxido de enxofre e outros poluentes
que prejudicam a qualidade do ar que respiramos e que contribuem
não só para o aquecimento global, como podem ser nocivos
para a saúde, podendo resultar em diversas doenças. No entanto,
a poluição automóvel começa muito antes de ligarmos a ignição.
A produção de veículos consome muita energia, desde os minerais
usados na criação do metal para o corpo e motor, produtos químicos
para desenvolver plásticos, tintas, borrachas e vidros.
Por ano, a poluição do ar causa cerca de 400 mil mortes prematuras
nas cidades europeias, assim como inúmeras doenças graves como
problemas cardíacos, pulmonares e até cancro. Resulta em vários
problemas para o meio ambiente, como as chuvas ácidas (que originam
a acidificação da água, responsável, por exemplo, pela morte da
6 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
EMBORA ESTEJA CIENTIFICAMENTE
PROVADO QUE MUITAS DAS PARTÍCULAS
PREJUDICIAIS RESULTAM DA TRAVAGEM
E DO DESGASTE DOS PNEUS, OS
LEGISLADORES APONTAM PARA
GRANDES RESTRIÇÕES ÀS PARTÍCULAS
QUE SAEM PELO ESCAPE
EURO 7
A TECNOLOGIA NECESSÁRIA PARA REDUZIR as EMISSÕES POLUENTES
DOS VEÍCULOS SERÁ DEMASIADO CARA PARA todos E PODE MESMO
«matar» OS MOTORES A COMBUSTÃO, HÍBRIDOS INCLUÍDOS
vida marítima); a diminuição da camada
de ozono (que protege o planeta
de emissão de raios ultravioletas, que
aumenta o risco de desenvolver cancro
de pele ou o efeito estufa, responsável
pelo aumento da temperatura
média do planeta), entre outros.
Normas de emissões poluentes
A tomada de consciência do impacto
da poluição do meio ambiente por
parte dos veículos levou a que há muito
fossem criadas leis específicas para
regulamentar estas emissões. Em
1988 nascia o Euro 0 e, desde então,
as normas têm vindo a tornar-se cada
vez mais severas, com vista à almejada
neutralidade carbónica, de forma a
proteger a saúde pública. Desde 2014
que estamos na norma Euro 6 e as
emissões são cada vez mais limitadas.
Isto é conseguido graças ao grande
investimento realizado pela indústria
automotiva em novas tecnologias,
nomeadamente catalisadores, filtros
de partículas, SCR, e também, paralelamente,
restrições de tráfego nas
cidades de acordo com a propulsão
de cada veículo. Depois de várias versões
da norma, a Comissão Europeia
decidiu, integrado na iniciativa do
Pacto Verde Europeu (em dezembro
de 2019), assumir o compromisso da
União Europeia de acelerar a transição
para uma mobilidade sustentável.
Norma Euro 7
É aqui que surge a necessidade de dar
o salto para a norma Euro 7. Esta incluirá
a medição da emissão de gases
poluentes (NOx, partículas) – que
atualmente já se faz na Euro 6 – através
de ensaios em laboratórios e em
estrada, assim como outros gases
FIG. 1 - Evolução das normas de emissão da UE para automóveis
de passageiros movidos a gasóleo (mg/km)
FiG. 2 - A impressionante redução de emissões operada nos últimos anos
CO NOx PM HC+NOx
NOx (g/kWh)
Normas Europeias de Emissão para veículos pesados
Euro I
mg/Km
3000
2500
9
7
Euro II
2000
5
Euro III
1500
1000
3,5
Euro IV
500
0
Euro 1
(1992)
Euro 2
(1996)
Euro 3
(2000)
Euro 4
(2005)
Euro 5
(2009)
Euro 6
(2014)
2
0,5
Euro VI
Euro V
0,02 0,1 0,15 0,4
0,01
PM (g/kWh)
8 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
novos (Nmog, NH3, N2O, CH4…),
desta feita, medidos em tempo real
de forma remota através da tomada
OBD. O controlo das emissões será
feito ao longo de toda a vida útil do
veículo, fixada em 15 anos e 240 mil
quilómetros, para garantir que os limites
são cumpridos em todos os momentos.
A ideia é introduzir marcos
ainda mais restritivos do que os da
norma Euro 6 e refletir a contribuição
das tecnologias de combustíveis alternativos,
para reduzir as emissões em
toda a indústria automóvel.
balhar ombro a ombro com fabricantes,
instituições científicas, organizações
e partes interessadas, para a
definição das normas. As regras aplicam-se
a todos os carros vendidos na
União Europeia e no Reino Unido,
mesmo após o Brexit, o que significa
que qualquer fabricante que queira
vender um carro nestes países deve
cumprir as normas de emissões. Pela
primeira vez, a norma regulará em
simultâneo as emissões dos ligeiros
de passageiros, dos comerciais ligeiros,
dos autocarros e dos camiões.
PROPOSTAS PARA A NORMA EURO 7
pesar de ainda não existir uma proposta final, já se desenham várias ideias para a
A próxima norma:
• Que as emissões de óxido de azoto passariam a ser de 30 mg/km para todos os veículos, a
gasolina ou a gasóleo, por oposição aos atuais 60 mg/km (gasolina) e 80 mg/km (gasóleo);
• Que os novos lançamentos de veículos deveriam ter o limite de 10 mg/km;
• Também as emissões de monóxido de carbono (CO) poderiam baixar para 100-300mg, face aos
500-1000 mg da norma atual;
• Os carros novos teriam uma vida útil de pelo menos 15 anos ou 240 mil km de uso;
• Por último, espera-se um foco global na poluição, incluindo alguns poluentes que ainda não se
regulam, como as partículas ultrafinas (PN10), amoníaco (NH3) e óxidos nitrosos (N2O).
UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE GASES DE ESCAPE MAIS EFICAZ,
COMBINADO COM UMA MAIOR NECESSIDADE DE SUPORTE DE UMA SOLUÇÃO
HÍBRIDA, IRÁ TORNAR OS VEÍCULOS SUBSTANCIALMENTE MAIS ONEROSOS
Como até ao momento n≠ão foi
apresentada a proposta final de regulamentação,
mantém-se a expetativa
sobre o que será estabelecido, sendo
que a Comissão Europeia está a tra-
Um dossiê polémico
Onde nasce, então, a polémica em
torno da norma Euro 7? O dossiê
final esteve para ser apresentado
em junho de 2021, depois em abril
e julho de 2022, mas o facto é que
ainda não há qualquer certeza sobre
o tema, além de que irá ser muito difícil
que entre em vigor em 2025, podendo
a implementação ser adiada
até 2027. Isto tem levantado grande
celeuma junto dos ambientalistas,
que alertam para o facto de, ao longo
desse tempo, continuarem a ser fabricados
carros poluentes. Tendo em
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EURO 7
A COMISSÃO EUROPEIA PREPARA A NOVA NORMA DE EMISSÕES
EURO 7, QUE CONDUZIRÁ OS TRANSPORTES RODOVIÁRIOS RUMO
À NEUTRALIDADE CARBÓNICA. CONSTRUTORES ACUSAM DE PRETENDER
MATAR MOTORES DE COMBUSTÃO
conta que na Europa se produz cerca
de 1 milhão de carros por mês, um
atraso na implementação da norma
Euro 7 poderá significar mais 12 milhões
de veículos com motor térmico
a circular nas estradas. Se fizermos o
exercício com um atraso de dez anos
(de 2025 para 2035), serão cerca de
100 milhões de carros com motor a
combustão a mais a serem fabricados
antes mesmo de os motores elétricos
se tornarem obrigatórios. Por
outro lado, também os fabricantes
de veículos estão notoriamente preocupados
com este atraso, uma vez
que precisam de estabelecer os seus
FIG. 3 - Emissões acumuladas de NOx entre 2027-2050 ao abrigo das políticas atualmente adotadas e reduções
no âmbito de cenários divididos por HDV e LDV
Emissões acumuladas de NOx de 2027 a 2050
(milhões de toneladas)
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Camiões e
Autocarros
Carros e Vans
Políticas Adotadas
4,2 milhões de
toneladas de
NOx evitadas
devido a Euro
7/VII
Euro 7/VII
5 milhões de
toneladas de
NOx evitadas
devido ao Euro
7 + Alta adesão
de ZEV
Euro 7/VII + Alta
adesão ao ZEV
próprios programas de produção de
carros elétricos e é daqui que se levantam
as vozes mais discordantes,
pois esta normativa irá implicar alterações
fundamentais nas tecnologias
de propulsão: A ideia principal é que
os motores de combustão interna
sejam eliminados gradualmente, levando
a uma mudança na cadeia de
abastecimento e nos processos de
produção nas fábricas.
Para estabelecer limites de emissões
mais restritos, mas, ao mesmo
tempo, não prejudicar a indústria,
a Comissão Europeia pediu um estudo
prévio como base informativa
para futuras avaliações. Quando se
começaram a desenhar as primeiras
propostas para a norma Euro 7, em
outubro de 2020, a Associação Alemã
da Indústria Automotiva (VDA)
alertou que esta poderia significar
o desaparecimento dos motores de
combustão interna a partir de 2025,
temendo a perda de competitividade,
devido ao elevado custo tecnológico
e económico para cumprir os baixos
limites de emissões. Mais tarde, face
a uma versão revista da norma, por
parte do Grupo de Assessoria para
as Normas de Emissões de Veículos
(AGVES), a VDA acabou por suavizar
a sua postura. Já a indústria
francesa, através da associação que
representa os construtores locais,
a CCFA, foi mais comedida nas críticas,
esperando ainda que surjam
modificações às propostas iniciais,
pois considera que exigir uma redução
de 60 a 90% das emissões “não
é realista”.
Desde então, a indústria automóvel
tem feito notar que algumas das
imposições poderão ser impossíveis
10 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
de cumprir e pressionou a União
Europeia para ceder nos requisitos,
considerando-os, à partida, inviáveis
para serem cumpridos em apenas
três anos. Frans Timmersmans, o
responsável na Comissão Europeia
pelas políticas climáticas garantiu
que a decisão final não será tomada
sem dialogar com os construtores de
automóveis, ainda que tenha apontado
que a “indústria automóvel começa
sempre por dizer que é impossível,
mas depois cumpre os objetivos determinados”.
«CLOVE» – Exigências
contestadas
A Comissão Europeia reuniu alguns
especialistas por toda a Europa, num
consórcio de engenheiros independentes
apelidado de CLOVE (Commission’s
Consortium for Ultra Low
Vehicle Emissions - Consórcio Para
Emissões Ultra Baixas de Veículos)
para fazerem a avaliação técnica do
que deveria mudar. Estes propuseram
que os motores de combustão
interna passem a ser equipados com
um super-catalisador de vários estágios.
Só para ter uma ideia, para um
veículo a gasolina, seria necessário
um catalisador aquecido eletricamente,
dois catalisadores convencionais
de três vias com um litro de
capacidade, um filtro de partículas
capaz de reter até dois litros e,
por fim, um catalisador de amónio
(NH3). Uma verdadeira central de
tratamento de gases de escape que,
segundo o CLOVE, faria com que
os motores a combustão estivessem
muito próximos de conseguir ter um
impacto inexistente em termos de
poluição.
Isto levou a que a Associação Europeia
de Construtores de Automóveis
(ACEA, em inglês) subisse o tom
da contestação, não só pelos custos
– impossíveis de acrescentar às
margens dos carros mais acessíveis
– como também pela dificuldade que
seria instalar um dispositivo com
esta complexidade e encaixá-lo nas
atuais arquiteturas dos veículos. Os
valores de emissões permitidos seriam
tão baixos, que a ACEA diz mesmo
que para os sistemas portáteis de
medição acoplados aos veículos de
teste em condições reais de utilização
(Real Driving Emissions) seria
muito complicado medi-los com precisão.
O CLOVE quer ainda que as
emissões sejam testadas em todas as
situações, mesmo as mais extremas,
como o funcionamento do motor a
frio, puxar um reboque, estar em para-arranca
na cidade, fazer subidas
íngremes com carga ou acelerar a
fundo. Exemplos que a ACEA considera
que não são representativos da
utilização geral a que os automóveis
são sujeitos e que, atualmente, são
descartados pelo padrão atual de homologação
de consumos e emissões
em vigor, o WLTP. É assumido que
este método peca por defeito, sendo
menos exigente do que a utilização
média que um condutor dá habitualmente
ao seu carro. A ACEA termina
dizendo que aumentar a exigência
do controlo de partículas emitidas
pelo escape não faz sentido quando a
maioria das partículas libertadas por
um automóvel tem origem nos pneus
e nos travões e não no motor.
Também a Bosch considera precipitada
a implementação da norma
Euro 7 e defende uma transição mais
gradual entre os diferentes motores.
Em entrevista ao Jornal Económico,
Carlos Ribas, representante da
Bosch em Portugal, salienta que a
empresa concorda com a necessidade
de legislar para “acabar com a
poluição dos motores automóveis,
movidos a combustíveis fósseis”, mas
admite que fazê-lo “a partir de 2025
pode ser um bocadinho apertado”,
pelo que pede mais cinco anos do
que o previsto para que as mudanças
possam acontecer de forma mais
“saudável”. Trava-se, portanto, neste
momento, uma luta de gigantes com
posições extremadas, entre a indústria,
que precisa de vender veículos,
e os governos, impelidos a baixar as
emissões poluentes nos seus países
Euro 7 vai aumentar
preço dos automóveis
Vamos agora à questão que deve estar
a colocar: esta alteração terá impacto
na sua vida? Se for um utilizador
de automóveis, sem dúvida que
sim. Com os custos tecnológicos de
produção dos veículos a aumentar
consideravelmente para fazer face a
estes requisitos do Euro 7, naturalmente
os fabricantes terão de reverter
as despesas para os consumidores,
por isso, é expetável que o preço
dos automóveis suba a breve trecho.
EMISSÕES DE EXAUSTÃO E NÃO-EXAUSTÃO
s emissões de partículas do transporte rodoviário estão divididas em duas fontes
A principais: Emissões de Exaustão e Não-Exaustão. As emissões de Exaustão são
produzidas por combustão dentro do motor. Um motor a gasolina produz muito menos massa
de partículas do que um motor diesel. No entanto, todos os motores diesel modernos estão
equipados com filtros de partículas altamente eficientes para que quase todas as partículas
sejam removidas. Os modernos motores a gasolina são também equipados com tecnologia de
filtro de partículas para cumprir os limites atuais do número de partículas As emissões
Não-Exaustão são produzidas por abrasão mecânica e estão presentes independentemente do
grupo motopropulsor do veículo. As principais fontes destas emissões são a abrasão entre a
estrada e os pneus e entre as superfícies de travagem. Se os veículos elétricos produzem
quantidades diferentes de emissões sem escape, em comparação com veículos convencionais
ainda está a ser estudado. As emissões de partículas dos sistemas de escape dos veículos
diminuíram drasticamente ao longo dos últimos 15 anos entre 2005 e 2020, e espera-se que
esta tendência continue. Apesar do aumento do número de carros a circular nas estradas, a
elevada eficiência de sistemas de controlo de partículas nos automóveis modernos continua a
resultar numa redução nestas emissões até 2030 e para além desta data. Até 2025, cerca de
75% de todas as emissões de partículas de transporte rodoviário são provenientes de fontes não
exaustoras e este valor aumenta para 87% em 2030 e 91% em 2035.
Kt/a
300
250
200
150
100
50
0
2005
Exaustão
Não-Exaustão
2010 2015 2020 2025 2030 2035
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 11
EURO 7
A INDÚSTRIA AUTOMÓVEL ACUSA A COMISSÃO DE PRETENDER
TORNAR OS MOTORES DE COMBUSTÃO INVIÁVEIS COM A PROPOSTA
ATUAL, E CHAMA A ATENÇÃO PARA O FACTO DA MORTE PREMATURA
DOS MOTORES DE COMBUSTÃO TORNAR MAIS DIFÍCIL A ADAPTAÇÃO
À MOBILIDADE ELÉTRICA
O CEO da Renault, Luca de Meo, foi
perentório ao afirmar que as propostas
que estão a ser equacionadas são
demasiado exigentes e que inviabilizarão
– sobretudo – os carros mais
pequenos. A seu ver, o preço a pagar
por um filtro de partículas capaz de
limpar convenientemente um motor
de combustão é demasiado elevado
para um cliente de veículos de modelos
pequenos, onde a única opção
que resta será a eletrificação total.
Tomas Schäfer, diretor executivo da
marca Volkswagen, vai mais longe,
vaticinando que o Euro 7 representará
um custo adicional por veículo
entre os 3.000 e os 5.000 €, o que
dificilmente compensará em carros
pequenos, e concorda com Luca de
Meo, ao acreditar que os automóveis
elétricos serão a solução, pois estes
já significam uma redução de custos
de utilização na ordem dos 25% por
comparação com um automóvel com
motor a gasóleo ou gasolina.
A Nissan já fez saber que não irá continuar
a produzir motores térmicos
na Europa, porque quando a norma
Euro 7 entrar em vigor, os clientes pagarão
mais por um automóvel a combustão
do que por um elétrico. Esta
parece ser a solução mais óbvia para
os fabricantes: deixar de produzir no
velho continente e deslocalizar as suas
fábricas para outros pontos do planeta
onde as regras contra as emissões
poluentes não sejam tão apertadas.
Um receio que o ministro alemão
dos transportes, Andreas Scheuer já
verbalizou, afirmando que “não podemos
perder a indústria automóvel na
Europa, porque senão irá para outro
0
lugar”. No fundo, o Euro 7 pretende
obrigar os consumidores a fazerem
a transição para os carros elétricos o
mais depressa possível, com os fabricantes
a «apontar agulhas» para o fabrico
de veículos elétricos ou híbridos,
mas isso implica que, no outro polo,
os governos dos estados-membros da
EU instalem à «velocidade da luz»
uma rede de carregadores ultrarrápidos.
E isso ainda não está a acontecer.
No fundo, para levar a norma adiante
na forma que pretende, a Comissão
Europeia teria de subsidiar os cons-
QUADRO I - GRÁFICO QUE ILUSTRA A DIMINUIÇÃO DAS EMISSÕES DE PARTÍCULAS
NO SETOR DOS TRANSPORTES AO LONGO DOS ANOS. SÃO MUITO
INFERIORES ÀS DO SETOR RESIDENCIAL
Kt/a
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
Agricultura / Silvicultura
Transformação de energia
Indústria manufactura
Residencial /Terciário
Tratamento centralizado resíduos
Transportes
UTCATF
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2019e
12 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
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MAIS CONVERSORES CataLÍTICOS E
MONITORIZAÇÃO CONSTANTE DAS EMISSÕES
implementação da norma Euro 7 em 2025, não se concentra apenas nas
A emissões de CO, mas tembém nas emissões de gases nocivos, tais como NOx
(óxidos de azoto, que não são exclusivos dos diesel), monóxido de carbono (CO) e
hidrocarbonetos não queimados, bem como partículas finas. Os fabricantes de
automóveis terão de cumprir esta norma a fim de homologar os seus novos automóveis
com motores de combustão. A norma Euro 7 mais restritiva visa reduzir os poluentes em
60-90% e limitar ou eliminar poluentes que anteriormente eram tolerados, tais como o
amoníaco (de filtros catalíticos SCR em diesel com AdBlue), metano e óxido nitroso. Todos
os automóveis novos terão de ser equipados com um sistema de diagnóstico integrado
que analisará as emissões a todo o momento e assegurará o cumprimento dos limites de
emissões durante pelo menos 200.000 km. O objetivo é impedir que um fabricante possa
enganar e disfarçar as emissões reais, como aconteceu no passado com os modelos
Volkswagen). Os veículos a gasolina terão de ser equipados, para além do sistema de
monitorização, com uma gama de novos equipamentos que incluem um conversor
catalítico elétrico que aquece o motor assim que este arranca (os conversores catalíticos
funcionam muito além dos 400°C, ou seja, após cerca de 15 km), dois conversores
catalíticos de três vias, um filtro de partículas e um sistema SCR para redução catalítica
seletiva da passagem do amoníaco, que é mais potente do que os atuais.
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trutores ou pagar os custos sociais
que o encerramento de fábricas
acarretaria. Custos, sem dúvida,
inferiores ao efeito da poluição na
saúde pública.
E entretanto?
Perante o impasse que se vive,
a União Europeia decidiu tirar
nova carta da manga. Se até agora
pensávamos que do Euro 6d
passaríamos diretamente para o
Euro 7, a verdade é que surgiu um
regulamento intermédio, o Euro
6e, que entra em vigor já a partir
do primeiro dia de 2023. Este
será muito mais restrito com os
motores a gasolina e a gasóleo, especialmente
nos arranques a frio,
pelo que os fabricantes terão de
procurar uma forma de conseguir
que os catalisadores SCR aqueçam
mais depressa. Se não for adiada
pela quarta vez, a proposta final
da norma Euro 7 deverá ser apresentada
a 12 de outubro de 2022
e a data prevista de implementação
arrasta-se de novo, agora para
2027. Em 2020, apenas 3,7% dos
carros novos vendidos na Europa
eram 100% elétricos. No entanto,
as metas da Comissão Europeia
são claras: a partir de 2035 já não
se deverão fabricar mais veículos
com motor de combustão interna
e a partir de 2050 estes serão
proibidos de circular na Europa.
Seremos capazes de cumprir? l
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COMPETIÇÃO MELHOR MECATRÓNICO 2022/23
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ESTE MÊS PUBLICAMOS O SEGUNDO QUESTIONÁRIO RELATIVO À FASE DE APURAMENTO DOS FINALISTAS
DA 5º COMPETIÇÃO MELHOR MECATRÓNICO. CONCORRA RESPONDENDO AO QUESTIONÁRIO ONLINE
E HABILITE-SE A SER UM DOS OITO CONCORRENTES SELECIONADOS PARA A GRANDE FINAL
O
Concurso Melhor Mecatrónico tem como
principais objetivos promover, anualmente,
a profissão de Mecânico Automóvel na
área da mecatrónica e, ao mesmo tempo, desafiar
os profissionais no ativo a colocarem à prova os
seus conhecimentos e competências nesta área.
Entendemos que esta profissão é cada vez mais
importante na atividade da reparação automóvel.
As oficinas têm de integrar nos seus quadros
mecatrónicos bem formados e competentes, para
poderem responder às exigências atuais e futuras
dos automóveis.
O Concurso terá como ponto alto a realização da
Grande Final Melhor Mecatrónico 2022/23, nos
dias 14, 15 e 16 de abril de 2023, no salão expo-
MECÂNICA. Irão ser três dias intensos, onde os
concorrentes terão de fazer valer os seus conhecimentos
e experiência para superar as diversas provas
da Competição.
O Júri será uma vez mais presidido por Carlos
Isidro, coordenador da área de Mecatrónica Automóvel
da ATEC, que conta com a colaboração de
oito experientes formadores que irão acompanhar
individualmente os concorrentes nos seus postos
de trabalho. Tudo, mas mesmo tudo, será avaliado.
Desde o conhecimento técnico, até ao manuseamento
das ferramentas, passando por hábitos de
limpeza. A avaliação será feita com base na resolução
dos vários exercícios e no tempo despendido.
Quem conseguir resolver mais avarias e tiver despendido
menos tempo no diagnóstico e reparação
dos veículos, será o vencedor.
Funcionamento da competição
Em traços gerais, na prova prática os concorrentes
terão de efetuar o diagnóstico a um veículo, detetar
as anomalias e corrigi-las. As anomalias serão
introduzidas previamente nos veículos utilizados
na prova e serão sempre as mesmas para todos os
veículos. A final da competição contempla três módulos,
de duas horas cada. O Módulo A será constituído
pelo Diagnóstico de Motor, o Módulo B pela
Reparação de Motor e o Módulo D pelo Diagnóstico
do Sistema Elétrico. Todos os materiais, ferramentas
e equipamentos serão fornecidos pela organização.
Os concorrentes apenas terão de trazer
os seus EPI’s (roupa de trabalho, botas, óculos). E,
claro, conhecimento, concentração e afinco para
dar o melhor. Até porque, além do título de Melhor
Mecatrónico 2022/23, o vencedor levará para
casa um valioso prémio e todos os participantes
receberão troféus e vário merchandising dos patrocinadores.
Todos os concorrentes levarão para
casa Diplomas de Participação e os três primeiros
vencedores Certificados que comprovam o seu excelente
desempenho durante a competição.
Subir a FASquia
Este ano, queremos melhorar ainda mais o Concurso,
que é já um evento incontornável do aftermarket
em Portugal. Para além da publicação dos
questionários, que vão servir para selecionar os
finalistas, iremos organizar um programa de eventos
para a Final do Concurso, onde o grande protagonista
será a profissão de mecatrónico automóvel
e todas as atividades que giram à sua volta. Vai ser
um acontecimento com muitos motivos de interesse
e que deve ser visitado por todos os que se interessam
pela reparação automóvel e gestão oficinal.
O setor está a atravessar uma fase de mudança, quer
no que diz respeito aos veículos que visitam as oficinas,
muito mais evoluídos tecnologicamente, quer
no que se refere ao modelo de negócio das próprias
oficinas. E o mecatrónico é uma peça fundamental
nas oficinas que querem evoluir num mercado em
mudança, onde já não chega ser bom, agora é necessário
ser excecional, em competência técnica e
nas relações com clientes e colegas. A competência,
disciplina e organização, ajudam a melhores níveis
de rentabilidade e esse é o caminho.
Para concorrer basta visitar o site
www.melhormecatronico.pt
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PROMOVER A PROFISSÃO DE MECÂNICO AUTOMÓVEL NA ÁREA DA MECATRÓNICA
E, AO MESMO TEMPO, DESAFIAR OS PROFISSIONAIS NO ATIVO A COLOCAREM
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PATROCINADORES >
SUSTENTABILIDADE NA AGENDA DAS EMPRESAS
UM NOVO SENTIDO
DE PROPÓSITO
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA, PERDA DE BIODIVERSIDADE, VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS, QUASE NÃO
PASSA UM DIA SEM QUE ALGUM ASPETO DA SUSTENTABILIDADE CHEGUE ÀS NOTÍCIAS. A SOCIEDADE
ESTÁ NUMA ENCRUZILHADA. O CAMINHO QUE DECIDIR TOMAR TERÁ IMPACTO NÃO SÓ NAS VIDAS DA
GERAÇÃO ATUAL, MAS TAMBÉM NAS DAS GERAÇÕES VINDOURAS
Nos últimos anos, a sustentabilidade
tem encontrado um lugar firme na
agenda das empresas. Algumas abraçaram
um caminho que vai para além
do cumprimento dos objetivos a curto
prazo das partes interessadas. Muitos outros
continuam com “tudo como sempre”. No entanto,
existem boas razões para as empresas embarcarem
numa viagem de sustentabilidade. A crescente
preocupação do público resultou num endurecimento
da regulamentação em muitas regiões em
áreas como as emissões de CO 2 e a reciclagem em
circuito fechado. Mas a pressão não para aí, pois
há muito que a sustentabilidade atingiu os mercados
financeiros, com os investidores a imporem às
empresas assumirem compromissos ambiciosos.
Existe oportunidade na sustentabilidade
Para surpresa de alguns observadores, a Geração Z
(pessoas nascidas no final dos anos 90 e nos anos
2000) está a revelar-se uma geração de ativistas,
espalhando rapidamente a sua mensagem através
dos meios de comunicação social e redes sociais. À
medida que entram na força de trabalho, as suas
vozes têm um peso cada vez maior quando se trata
de comportamento empresarial. Estão a forçar os
seus empregadores a desenvolver um novo sentido
de propósito. E como grupo de clientes, estão
a gastar o seu dinheiro escolhendo produtos e serviços
sustentáveis em vez de equivalentes menos
sustentáveis. Dececionados com os mecanismos
políticos tradicionais, canalizam o seu ativismo
através dos meios de comunicação social e organizações
não governamentais. Os peritos preveem
que o número de pessoas que apoiam as ONG em
todo o mundo irá crescer de 1,4 mil milhões em
2014 para 2,5 mil milhões em 2030. Com o crescente
apoio, e o crescente financiamento como resultado,
as ONG vão exigir uma participação cada
vez maior na tomada de decisões.
A Geração Z está agora a entrar na força de trabalho.
Consequentemente, as empresas têm de reforçar
o seu compromisso com a sustentabilidade,
tanto a nível interno como externo e tornar este
compromisso credível. A Geração Z espera que os
seus empregadores tenham uma missão social, um
sentido de propósito e que se envolvam ativamente
com o mundo exterior. Esperam um local de trabalho
diversificado em termos de género, etnia e
antecedentes educacionais.
No passado, a humanidade esteve frequentemente
em encruzilhadas como estas. A história mostra
que somos capazes de mudar o nosso comportamento.
Mas será que a revolução da sustentabilidade
virá suficientemente depressa? Neste artigo
baseado num estudo da Roland Berger, apresentamos
quatro cenários, imagens de como o mundo
poderá ser em 2050. Juntos, formam um panorama
da série de diferentes futuros possíveis no que
diz respeito à sustentabilidade. Analisamos os diferentes
cenários utilizando o quadro ESG (Environment,
Social, Corporate Governance), que analisa
as três dimensões centrais da sustentabilidade:
ambientais, sociais e de governação empresarial.
As implicações para as empresas diferem para
cada um dos cenários e afetam uma grande variedade
de áreas, da concorrência à diferenciação, da
inovação ao recrutamento.
O que estão as empresas a fazer?
Na análise realizada, dividimos as oportunidades
por dimensão e horizonte temporal do ESG. As
empresas podem tomar uma grande variedade
de medidas, tais como conseguir neutralidade de
CO 2, assegurar total transparência dos processos
produtivos e pôr em prática sistemas robustos de
denúncia de irregularidades. Qualquer estratégia
empresarial será bem vinda. A sustentabilidade é
uma questão que veio para ficar e as empresas que
não a abordarem nas suas estratégias poderão correr
riscos substanciais: o risco de prejudicar a sua
reputação, problemas nas suas cadeias de abastecimento,
riscos para o ambiente e assim por diante.
Pelo contrário, as empresas que optam por enfrentar
frontalmente a questão da sustentabilidade podem
descobrir que, ao fazê-lo, podem pagar grandes
recompensas.
Colocar a sustentabilidade
no centro das atenções
Não pode haver dúvidas de que a sustentabilidade é
uma das questões mais prementes que o mundo enfrenta
atualmente. É uma questão que afeta todos
os aspetos da vida, desde as nossas decisões quotidianas
até ao destino das gerações futuras, desde o
mundo da política até ao setor privado. A sustentabilidade
está a moldar a forma como o mundo está
a mudar - e continuará a fazê-lo no futuro. Para
compreender plenamente o que entendemos por
sustentabilidade, vale a pena analisar a forma como
o conceito se desenvolveu ao longo do tempo. Já na
década de 1970, os cientistas alertaram para os efeitos
ambientais do aquecimento global. A publicação
do relatório The Limits to Growth em 1972, assinalou
um marco significativo. Hoje, a sustentabilidade
também encontrou um lugar firme na agenda da estratégia
empresarial. Não menos importante desde
o escândalo Enron em 2001, as empresas começa-
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 17
ALGUMAS EMPRESAS JÁ ABANDONARAM A MENTALIDADE DE LUCRO A todos
OS CUSTOS QUE IMPULSIONAM OS SEUS NEGÓCIOS E ENCONTRARAM UM NOVO
SENTIDO DE PROPÓSITO PARA AS SUAS ATIVIDADES
ram a implementar, ou pelo menos, a
aspirar ao cumprimento e às normas
éticas. Antes de passarmos à questão
de como a sustentabilidade pode
moldar as próximas três décadas, vale
a pena perguntar porque é que isto
aconteceu. O que é que leva as empresas
a fazer da sustentabilidade uma
parte essencial da sua estratégia?
A sociedade está a mudar
Cada vez mais, é o público em geral
que está a liderar o debate sobre sustentabilidade.
Quer se trate de imagens
de ursos polares afetados pela
diminuição das calotas de gelo, ou
de ilhas de resíduos plásticos quatro
vezes maiores do que a Alemanha,
os problemas ambientais tornaram-
-se uma grande preocupação para
o público. Com a ajuda dos meios
de comunicação social, estas preocupações
espalharam-se pela sociedade,
atingindo mais pessoas e a
uma velocidade mais rápida do que
alguma vez foi possível no passado.
Movimentos como #MeToo e #BlackLivesMatter
demonstram a intensidade
do sentimento na sociedade
de hoje sobre a má conduta.
A regulamentação desempenha um
papel fundamental na criação do
quadro necessário para a sustentabilidade.
A luta para introduzir legislação
relevante tem sido longa e dura,
mas estamos agora a assistir a um
endurecimento das regras em muitas
regiões diferentes. As diferenças geográficas
são inevitáveis, é claro. Na
Europa, por exemplo, é provável que
as leis se concentrem nos ciclos de
vida dos produtos, nas emissões de
CO 2, na economia circular e na percentagem
de mulheres em posições
de liderança a avançar. As crescentes
preocupações sobre questões de
sustentabilidade estão também a ter
impacto nos mercados financeiros.
Os investidores esperam mais das
empresas no que diz respeito ao seu
desempenho em termos de sustentabilidade
e muitas empresas estão
a responder com fortes compromissos.
A recente carta da BlackRock
aos CEO sobre a crise climática e o
anúncio do seu desinvestimento em
empresas com riscos de sustentabilidade
é uma prova clara desta mudança.
Está também a mudar a mente
das empresas que anteriormente
consideravam a sustentabilidade
demasiado cara. A procura também
está a crescer para uma abordagem
comparável e normalizada dos relatórios
de sustentabilidade.
As empresas de todas as indústrias
aumentaram as suas aspirações em
relação à sustentabilidade e começaram
a anunciar objetivos mensuráveis.
Os compromissos para ter um
impacto de CO 2 negativo ou neutro e
os objetivos para a quota de materiais
reciclados utilizados já não são incomuns.
As empresas têm boas razões
para elevar a fasquia: Os clientes encaram
cada vez mais a sustentabilidade
como um critério fundamental
de compra. Em termos simples, estão
dispostos a pagar o verdadeiro custo
dos produtos e serviços. E como
se isso não fosse suficiente, as ONG
também responsabilizam as empresas
pelas suas limitações ambientais
- por exemplo, quando ativistas
da Greenpeace escalaram o Shard
de Londres para protestar contra os
planos de perfuração de petróleo e
gás da Shell no Ártico em 2013.
18 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
PATROCINADORES >
O que é o ESG?
QUADRO DE SUSTENTABILIDADE QUE UTILIZA FATORES AMBIENTAIS, SOCIAIS E DE GOVERNAÇÃO EMPRESARIAL
G
Estrutura
e supervisão
Recursos naturais
e bem-estar animal
E
GOVERNAÇÃO
EMPRESARIAL
(CORPORATE
GOVERNANCE)
Política de
compensação
Eficiência
energética
MEIO AMBIENTE
(ENVIRONMENT)
Governação da cadeia
de abastecimento
Emissões
Conformidade
e ética empresarial
Poluição/resíduos
Transparência
Oportunidades de
inovação/ambiente
Responsabilidade
pelo produto
Sociedade
e comunidade
Diversidade
e oportunidades
Direitos Humanos
Bem-estar
dos funcionários
S
O QUADRO ESG
A crescente pressão da sociedade, reguladores e investidores levou
a uma forte procura de um quadro padronizado para medir
a responsabilidade empresarial. Existem dezenas destes quadros
de sustentabilidade em todo o mundo, tais como os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS), o Pacto
Global da ONU e as normas ISO para a proteção ambiental. Estes
quadros abrangem muitos aspetos da sustentabilidade. Mas também
têm algumas desvantagens, tais como serem difíceis de medir
e, em alguns casos, difíceis de traduzir em indicadores-chave
SOCIAL
(SOCIAL)
de desempenho (KPI) para as empresas.
Um quadro que não sofre com estas questões é o ESG, que representa
as três dimensões centrais da sustentabilidade: questões
ambientais, sociais e de governação empresarial. O quadro ESG
representa um compromisso entre os SDG, que são mais temáticos,
e as normas ISO. É colocada ao nível certo para permitir às
empresas desenvolver estratégias, estabelecer prioridades e gerir
a implementação. O quadro ESG tem uma série de vantagens
em relação a outras abordagens: É holístico, os seus três pilares
Fonte: Roland Berger
abrangem todos os aspetos da sustentabilidade empresarial; é
mensurável, uma vez que os critérios ESG podem ser quantificados
e utilizados para a definição de objetivos internos e orientação;
é personalizável para diferentes indústrias e empresas
individuais; e já atingiu massa crítica em certos sectores. Assim,
é geralmente aceite pelo mundo do investimento e é o quadro
preferido de instituições como a WFE (Federação Mundial de Bolsas
de Valores) e a EFFAS (Federação Europeia das Associações de
Analistas Financeiros).
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 19
Mercado
JOAQUIM CANDEIAS ANALISA AFTERMARKET
GRANDES DESAFIOS...
... ENORMES OPORTUNIDADES!
ENQUANTO MEMBRO DA DIREÇÃO DA FIGIEFA, JOAQUIM CANDEIAS TEM SIDO UMA VOZ PROEMINENTE NA
DEFESA DO IAM. NUMA APRESENTAÇÃO CLARA E CONCISA, O PRESIDENTE DA DPAI/ACAP FALOU SOBRE OS
TEMAS QUENTES ATUALMENTE EM DEBATE A NÍVEL EUROPEU
Atuando como interlocutor político do pós
‐venda Independente, em Bruxelas, a FI
GIEFA (Associação Independente dos Distribuidores
Aftermarket Automóvel) representa os
interesses de mais de 30.000 empresas e os seus
principais objetivos passam pela manutenção da
concorrência no pós venda e pela promoção da liberdade
de escolha do consumidor.
Joaquim Candeias explica o trabalho que tem vindo
a ser feito no sentido de assegurar e fortalecer
o aftermarket independente. São, essencialmente,
cinco pontos que devem ser acautelados para que
todos os players, quer OEM como IAM, possam ter
um acesso indiferenciado ao negócio, sem restrições
ou bloqueios. Está em causa o acesso remoto
aos dados e recursos do veículo; a certificação e
homologação de peças; o Regulamento MVBER; a
cibersegurança e, por fim, mas não menos importante,
a sustentabilidade.
Acesso remoto
AOS dados/recursos do veículo
Por um lado, é importante que o condutor possa
interagir com o software através da máquina,
com recurso a aplicações, “uma arquitetura com
base «sandbox», onde o utilizador tem bastante
controlo, autonomia e poder de decisão”, explicou
Joaquim Candeias. Por outro lado, o setor do aftermarket
precisa de ter acesso aos dados e recursos
do veículo, «ler» o que ele precisa e se for preciso
intervencionar. É fulcral que este acesso seja feito
sem intervenção de terceiros e sem que os fa
bricantes de automóveis detenham o monopólio
da informação que está no veículo. “É algo que
nós alertamos fortemente na FIGIEFA, junto do
Parlamento Europeu, defendendo o nosso setor:
Os objetivos são termos um melhor serviço para
o consumidor e proprietários de veículos na Europa,
através de uma opção de mercado único digital
para o serviço de setor automóvel, onde exista uma
plataforma a que toda a gente possa ter um acesso
indiferenciado”, disse o responsável, que não baixa
os braços no sentido de garantir as aptidões e direitos
iguais para todos os prestadores de serviços,
mesmo que isso envolva “muita legislação e um lobby
extremamente forte”.
“Com a transformação digital na mobilidade, a
inovação dos modelos de negócio e serviços, iniciativas
de segurança rodoviária e ambientais, e uma
concorrência adequada e justa, existirão muitos
benefícios para o consumidor final”, assinala Joaquim
Candeias.
Certificação/homolOGAção de peçAS
Com os fabricantes de automóveis a procurar
cada vez mais centralizar o negócio perto de si e
controlá lo, nasce a necessidade de certificação/
homologação das peças que sejam montadas nos
veículos. Estas peças devem ter um código QR
que o veículo consiga ler e que reconheça de modo
digital que foram montadas. Segundo Joaquim
Candeias, é preciso que esta certificação exista não
só por parte dos fabricantes de automóveis, como
dos fabricantes de aftermarket que, “na grande
maioria são de primeiro equipamento também”.
Ou seja, o construtor de automóveis deve homologar
as peças fabricadas por terceiros, para que
os fabricantes externos à marca possam também
construir e comercializar as suas peças. Tecnicamente,
a peça tem de ser específica e deve fazer se
acompanhar de informação que torne a sua aplicação
fácil. Por outro lado, também o fabricante
de ferramentas de diagnóstico terá de se sujeitar
à certificação / homologação, para que se possa
ter a certeza de que se faz o diagnóstico correto.
Assim, a distribuição de peças passará a ser mais
profissionalizada e muito mais técnica, havendo,
inclusivamente, a ideia de ter uma certificação na
cadeia de distribuição, para que esta seja adequada.
Por fim, o próprio reparador terá que ter uma
certificação própria, para que possa intervencionar
corretamente o veículo.
MVBER (Motor Vehicle Block Exemption
Regulation)
Existe desde 2002, foi renovado em 2010 com extensão
até 2023 e há de ter uma extensão por mais
cinco anos, de acordo com o Parlamento Europeu.
Em traços gerais, o MVBER significa que qualquer
veículo pode ser intervencionado desde o km zero
sem perder a garantia, “uma legislação que nos defende
há vinte anos, mas que infelizmente é do desconhecimento
da maior parte das pessoas. A falta
de conhecimento de clientes e a desinformação aos
consumidores, vinda dos fabricantes de automóveis,
é notória”, lamenta o presidente da Divisão do
O FAAS DEVE TER A AMBIÇÃO DE ACOMPANHAR O SETOR AUTOMÓVEL
INDEPENDENTE NA SUA TRANSIÇÃO ATRAVÉS DA UNIÃO CONJUNTA
DE TODOS OS PLAYERS, A FIM DE SE ALCANÇAR UM MERCADO PÓS-VENDA
INDEPENDENTE SUSTENTÁVEL
20 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
MERCADO
Quadro I // Sequência na cadeia de distribuição com o impacto da certificação/homologação das peças
FABRICO PEÇA
INDEPENDENTE
HOMOLOGAÇÃO /
CERTIFICAÇÃO
INFORMAÇÃO
TÉCNICA
FABRICO
DIAGNÓSTICO
Peças independentes fabricadas
de acordo como o regulamento
ISO/SAE 21434
Homologação / certificação
da peça pelos fabricantes
do veículo, antes de serem
comercializadas e instaladas
Informações técnicas de instalação
e configuração obrigatórias
para instalação das peças
independentes
Ferramenta de Diagnóstico
fabricadas de acordo com o
regulamento ISO/SAE 21434
HOMOLOGAÇÃO/
CERTIFICAÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
DE PEÇAS
DIAGNÓSTICO
DE VEÍCULOS
OPERAÇÃO
DE REPARAÇÃO
Ferramenta de Diagnóstico
obrigada a autenticação pelos
fabricantes dos veículos
Distribuição das Peças com
todas as informações técnicas
de reparação, garantindo
integridade na entrega
Inicio do Diagnóstico
ao veículo, identificando
o problema, com utilização
de ferramentas certificadas
e com acesso ao veículo
Lojas de reparação Certificadas
utilizando peças autenticadas
eletronicamente para serem
ativadas e integradas no sistema
do veículo
Fabricantes de peças Editores de informações técnicas Fabricantes de ferramentas diagnóstico Distribuidores de peças Lojas de reparação
IAM: Independent Aftermarket; UNECE:United Nations Economic Commission for Europe; ISO: International Organization for Standardization; SAE: Society of
Automotive Engineers; RMI: Repair and Maintenance Information; FIGIEFA: European Federation of the Automotive Aftermarket Distributors; VM: Vehicle
Manufacturer; CSMS: Cyber Security Management System
Pós ‐venda Automóvel Independente
da ACAP. Apesar disso, as dificuldades
no acesso à informação para a reparação
são contínuas, têm elevados
custos e consideráveis atrasos, porque
ainda que o fabricante seja obrigado
a conceder a informação, não
é explícita a janela temporal de que
dispõe para a fornecer, o que muitas
vezes torna a intervenção impossível
de realizar em tempo útil.
Joaquim Candeias advoga também a
uniformidade nos conteúdos fornecidos
na Informação à Manutenção
e Reparação, que devem ser “homogéneos
e iguais para todos. Isto tem
de ser devidamente legislado a fim de
defender o próprio consumidor final,
porque o que está em causa é ter direito
de escolher entre ir a um concessionário
de marca ou a um operador
independente”. A manutenção e
modernização deste regulamento é
necessária, a seu ver, para que exista
a garantia de que “podemos intervencionar
os veículos, ter acesso à
informação de um modo fácil e justo
e que não haja áreas de negócio que
tenham mais facilidades do que outras”.
A FIGIEFA já solicitou à Comissão
Europeia que introduza esclarecimentos
sobre o acesso a informações
técnicas clássicas e abusos de garantia,
assim como o pediu o princípio
da não discriminação, porque há
algumas lacunas na lei “onde é importante
ser específico para garantir
que temos o acesso a informações
técnicas e a certos dados do veículo”
e requereu também esclarecimentos
relativos à proteção jurídica dos operadores
independentes, que devem
ser devidamente salvaguardados e
defendidos. De acordo com Joaquim
Candeias, foi também solicitado que
se assegure o acesso efetivo a todos os
«inputs» que sejam necessários para
os operadores independentes poderem,
de facto, intervencionar os veículos.
É intenção da Federação Europeia
da Distribuição do Aftermarket
conseguir maior coordenação com a
AFCAR (Aliança para a Liberdade
de Reparação automóvel na UE);
analisar e reagir à proposta inicial da
DG ‐GROW (Direção Geral de Mercado
Interno, Indústria, Empreendedorismo
e PME’s, do Parlamento
Europeu, antes de ser submetida a
votação na comissão e ainda intensificar
a atividade jurídica, a fim de
conseguir atingir os objetivos.
Cibersegurança : Aftermarket
responsável e seguro
A cibersegurança é uma área vital
para garantir um aftermarket res‐
É FULCRAL QUE O ACESSO AOS DADOS E RECURSOS DO VEÍCULO
SEJA FEITO SEM INTERVENÇÃO DE TERCEIROS E SEM QUE
OS FABRICANTES DE AUTOMÓVEIS DETENHAM O MONOPÓLIO
DA INFORMAÇÃO QUE ESTÁ NO VEÍCULO
22 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
www.liqui-moly.com
@liquimoly
@liquimolyiberia
ENTRE OS OBJETIVOS DA
SUSTENTABILIDADE NO
AFTERMARKET ESTÃO Voltar À
POLÍTICA DA REMANUFACTURA
E REPARAÇÃO DAS PEÇAS,
ASSIM COMO A RECICLAGEM
OBRIGatÓRIA total DAS PEÇAS
E A REDUÇÃO DAS EMBALAGENS
ponsável e seguro na cadeia de
mobilidade. Uma vez que a tendência
não é de estabilização,
haverá cada vez mais questões
relacionadas com esta área, que
necessita de um desenvolvimento
seguro onde a instalação e a ativação
de peças seja possível via
ferramentas e diagnósticos multimarca.
Além do já falado acesso
à informação, é preciso que
o aftermarket seja reconhecido
“como parte legítima e autorizada,
como intervenção ou intervenientes
seguros na reparação
e no ecossistema da mobilidade.
Queremos ser agentes ou operadores
com toda a dignidade, respeitados
no futuro dentro desta
área da segurança, porque o fabricante
só procura defender os
seus interesses próprios”, afirma
Joaquim Candeias.
Neste sentido, a FIGIEFA está a
trabalhar para que a cibersegurança
e a instalação segura de peças
sejam incluídas no plano de
trabalho de 2022 da DG ‐GROW,
uma posição conjunta com outras
associações como a AFCAR (reparadores),
a CLEPA (fabricantes
de peças) ou a ETRMA (pneus).
A ideia é dar seguimento a este
grupo de trabalho, fazendo nova
reunião com estes «players», que
inclua também os produtores
independentes de peças e ainda
continuar a investigação sobre os
problemas de codificação de peças
e mais evidências necessárias
com a Comissão Europeia.
Sustentabilidade no
Aftermarket
Foi criado o FAAS (Forum on
Automotive Aftermarket Sustainaibility),
com a presença de
diversas federações, além das
promotoras FIGIEFA e CLEPA,
como a americana AUTOCARE,
a FIA, a ETRMA, a AIRC, ou a
APRA que pretendem defender
adequadamente a sustentabilidade
dentro do setor automóvel
independente.
Este Fórum quer acompanhar o
setor automóvel e independente
na sua transição, através da união
conjunta de todos os players,
para se alcançar um mercado de
pós ‐venda independente sustentável
e garantir a continuidade
do negócio.
É vital impulsionar a mudança
da cadeia de distribuição do pós‐
‐venda independente pela alta
qualidade de sinergias, criar
soluções para questões globais,
como mudanças climáticas, a
transição de energias, para baixar
o CO 2 e eliminar cada vez mais
resíduos e enfrentar a falta de
conhecimento do próprio setor e
fornecer as ferramentas necessárias
para que as empresas possam
evoluir nesta área.
Entre os objetivos, estão voltar à
política da remanufactura e reparação
das peças, assim como a
reciclagem obrigatória total das
peças e a redução das embalagens
por parte dos fabricantes.
Quer ‐se também a redução das
emissões de CO 2 pela otimização
e digitalização da cadeia de distribuição,
algo que já acontece,
por exemplo na Áustria, onde
há limites às entregas diárias, e
pretende ‐se que haja um método
de cálculo padronizado de pegada
de carbono dos produtos e
respetiva análise do ciclo de vida.
Além disso, claro, é preciso procurar
tecnologias e combustíveis
alternativos em que a produção
de CO 2 baixe consideravelmente,
para que a sustentabilidade mais
do que um objetivo, seja uma
forma de vida no setor do aftermarket.
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Entrevista
HERNÁN MARQUÉS, DIRETOR GERAL SAMPA IBÉRICA
O MERCADO PORTUGUÊS
RECEBEU-NOS MUITO BEM
PRESENTE NO MERCADO IBÉRICO DESDE 2021, A SAMPA IBÉRICA COMEÇOU A OPERAR EM PORTUGAL EM
JANEIRO DE 2022. À FRENTE DAS SUAS ATIVIDADES ESTÁ HERNÁN MARQUÉS, DIRETOR GERAL DA SAMPA
IBÉRICA, QUE NESTA ENTREVISTA FALOU SOBRE A ESTRATÉGIA DA SAMPA PARA O MERCADO PORTUGUÊS,
ONDE AMBICIONA ACRESCENTAR VALOR
A
Sampa tem as suas origens no ano de 1950,
na produção de peças para veículos. Com a
experiência adquirida no mercado de peças
para veículos pesados, expandiu as suas atividades
para o setor da distribuição, com uma forte
implementação no pós-venda e também como
fornecedor de primeiro equipamento, para diferentes
marcas de veículos pesados. A sua sede está
situada na província independente de Samsun,
às margens do Mar Negro, na Turquia. A origem
do seu nome Sampa, advém da justaposição das
palavras Samsun e Parts. Com uma dinâmica de
vendas e diversidade de produtos, a empresa tem
vindo a registar um crescimento robusto nos diversos
mercados onde se encontra presente. No
mercado ibérico, a Sampa estabeleceu a sua base
administrativa e operacional em Madrid, num
amplo e moderno armazém logístico localizado
no Polígono Empresarial de San Fernando de Henares,
próximo da M50, onde dispõe de uma área
coberta com mais de 5.000 m2.
A Sampa foi à Automechanika Frankfurt dizer que
quer ser um líder mundial a nível de peças para
veículos pesados. Que estratégia está
a ser implementada para atingir este objetivo?
A Sampa começou a desenvolver um plano estratégico
global que integra uma forte expansão com
uma presença mundial com as suas próprias unidades
de negócio (filiais), um grande investimento
para expandir a sua capacidade de produção e desenvolvimento
de produtos tanto para o mercado
de reposição como em projetos de equipamento
original, onde já tem uma longa história e presença.
Atualmente, a Sampa emprega mais de 2.500
pessoas, dispõe de uma área de produção acima
dos 150 mil m2 e conta com uma gama superior
aos 52 mil produtos, com diferentes aplicações e
referências, ajustadas ao vasto parque circulante
de viaturas comerciais, camiões e autocarros. Exporta
para mais de 90 países e possui escritórios
e armazéns próprios em 15 países. Com uma visão
global e moderna do mercado de peças de reposição
e também enquanto fornecedor de peças para
primeiro equipamento, a Sampa é uma marca que
fabrica 70% dos produtos que comercializa.
A Sampa também esteve presente nos Prémios
Automechanika Innovation, que reconheceram um
dos seus novos produtos, o “Auto-Lock Adjuster
for smart 5th Wheel”. Qual é a importância deste
prémio para a empresa?
É um reconhecimento e um prémio pelo contínuo
desenvolvimento e procura de melhorias que a empresa
está empenhada em implementar. A mensagem
é clara, Sampa não é apenas um fabricante
de peças, mas também uma empresa inovadora.
De referir que a Sampa recebeu da marca Ford
uma distinção Q1 como fornecedor de referência.
Qual é o balanço da participação da Sampa
nesta edição da Automechanika?
Foi uma experiência bem-sucedida e positiva,
compartilhada pelos nossos clientes e família
Sampa de todo o mundo. Ficamos muito satisfeitos
por ter tido esta oportunidade de trocar ideias
e inovações com todos os nossos clientes e potenciais
clientes, apresentando produtos de ponta, expandindo
oportunidades de networking e gerando
novos contatos comerciais. Com o stand decorado
com a sua campanha “Expectmore” a Sampa mostrava
com isso, não só, a sua enorme capacidade
produtiva e de desenvolvimento, como abordava
frontalmente os fortes investimentos que pretende
fazer ao nível da produção (duplicar o número de
fábricas) e a abertura de filiais e representações em
diversas partes do globo.
Como define a vossa campanha “Expectmore”
e quais são os seus objetivos?
“Expectmore” é uma campanha de comunicação
que o departamento de marketing concebeu, para
integrar no mesmo canal de comunicação tudo o
que a Sampa representa como empresa produtora,
O FABRICO E ABASTECIMENTO EFICIENTE DE 52.000 PEÇAS DE QUALIDADE
SOB 24 CATEGORIAS, TORNAM A SAMPA A TERCEIRA MAIOR MARCA
DE PEÇAS SOBRESSALENTES DO MUNDO PARA VEÍCULOS PESADOS
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 25
HERNÁN MARQUÉS
O DESENVOLVIMENTO E TESTE DE PEÇAS NA FÁBRICA COM INSTALAÇÕES
INTEGRADAS DE I&D COM MAIS DE DUZENTOS ENGENHEIROS, PERMITE
O CONTROLO TOTAL EM TODAS AS FASES DO PROCESSO DE FABRICO
inovadora para além da sua imagem
de marca e dos serviços que prestamos
à distribuição global.
Anunciou fortes investimentos ao
nível da produção, com o aumento
da capacidade das fábricas e a
abertura de filiais e representações
em várias partes do mundo.
Quais são os objetivos que pretende
atingir com estes investimentos?
O primeiro objetivo é tornar a Sampa
o principal fabricante especialista
mundial de peças para veículos pesados.
O investimento e a expansão
da produção farão da Sampa um
fabricante auto-suficiente de produtos
estratégicos, e através das nossas
filiais, conseguimos expandir a nossa
presença oferecendo os produtos que
produzimos diretamente aos nossos
distribuidores.
Quando foi criada a Sampa Ibérica e
como está constituída a nível
de recursos humanos?
A Sampa Iberia nasceu no final de
2020 como um projeto e em meados
de 2021 começámos a operar em Espanha.
Oficialmente em Janeiro de
2022, começámos a comercializar a
nossa marca em Portugal com envios
de 24/48 horas. O mercado ibérico
abriu-nos as portas com grande aceitação
dos nossos produtos e dispomos
de uma rede bem estabelecida
de especialistas no sector dos veículos
pesados dentro do mercado de reposição.
Contamos com uma equipa
de 16 pessoas, formada para prestar
o melhor serviço e atendimento aos
clientes e parceiros.
Como funciona o centro logístico
em San Fernando de Henares?
A escolha deste centro em San Fernando
de Henares, assenta em critérios
técnicos-operacionais, visto que
está instalada num moderno polígono
industrial, com facilidade de acessos.
Em termos de atuação, a Sampa Ibérica
quer crescer de forma sustentada,
dando passos seguros, e sem pressa em
fazer grandes números. A qualidade
dos seus produtos, o vasto portfólio, os
bons serviços e uma forte dinâmica de
vendas, são os pilares do crescimento
a nível ibérico. Compreendemos as
necessidades do mercado e assumimos
o papel de importador direto do
nosso produto, disponibilizando-o
ao distribuidor sem intermediários e
oferecendo toda a nossa gama, para
que seja o cliente a decidir quais os
produtos que quer vender. Temos um
armazém com mais de 5.000 m2, que
estamos gradualmente a encher e até à
data já temos mais de 12.500 referências
diferentes e um stock permanente
de cerca de 3 milhões de euros, um
valor que irá aumentar nos próximos
meses.
Qual é o tempo de resposta às
encomendas recebidas de Portugal?
Os clientes gerem as compras de
duas formas: compras programadas
e de stock e compras de emergência.
Para o material disponível, as nossas
entregas são praticamente imediatas,
mas aqui dependerá da urgência
do cliente. Podemos fazer entregas
em 24 e 48 horas e isso dependerá
sempre do nível de serviço das empresas
de transporte. Continuamos a
procurar melhorar este serviço com
estas empresas.
SAMPA IBÉRICA
Diretor geral Hernán Marqués
Morada Margarita Nelken, 16
Polígono Industrial El Triángulo
San Fernando de Henares 28830
Madrid
Telefone 00 34 910 884 556
Email hernan.marques@sampa.com
Site www.sampa.com
Quantos distribuidores tem
atualmente em Portugal e que apoio
lhes é dado em termos de formação
técnica, marketing, campanhas
e incentivos?
Temos atualmente uma rede de dez
especialistas em veículos pesados
em Portugal, com compras regulares
e mais alguns que fazem operações
específicas de reexportação de
produtos de Portugal. Em relação à
formação, marketing, etc., estamos a
reforçar os nossos laços para iniciar
campanhas onde podemos integrar
tudo isto através do nosso programa
Sampa Town onde levamos os nossos
distribuidores e os seus clientes a
receber formação 360º sobre o que é
Sampa, desde o desenvolvimento do
produto a partir dos nossos laboratórios,
para conhecer os processos e
técnicas de fabrico, até à logística de
entrega, de modo a terem uma
compreensão do potencial e desenvolvimento
futuro que a empresa
está a planear para os próximos anos.
Como funciona o seu serviço
HelpDesk e que tipo de assistência
técnica oferece aos seus clientes?
A partir da nossa sede, a Sampa oferece
um sistema de apoio permanente
a todos os clientes. A nível da filial
ibérica, já criámos o nosso departamento
de pós-venda onde tentamos
dar uma resposta rápida e eficiente a
26 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
A SAMPA IBÉRICA É A TERCEIRA FILIAL DA EMPRESA NO MERCADO
EUROPEU, TENDO SIDO ESTABELECIDA LOGO APÓS AS FILIAIS
DA INGLATERRA (MANCHESTER) E FRANÇA (LYON)
qualquer exigência técnica que possa
surgir da aplicação e desempenho
dos nossos produtos.
Qual é a oferta atual da Sampa?
Quantas gamas de produtos tem e
qual é o número total de referências?
Hoje oferecemos ao mercado duas
gamas de produtos, os derivados do
nosso próprio fabrico e produção
(suspensão, direção, amortecimento,
transmissão, produtos de borracha
e metal, etc...) e os produtos que comercializamos
para expandir e cobrir
todas as famílias de que os veículos
pesados necessitam. Temos uma
gama superior a 40 mil produtos,
com diferentes aplicações e referências,
ajustadas ao vasto parque circulante
de viaturas comerciais, camiões
e autocarros. 100% dos produtos que
são fabricados pela Sampa foram desenvolvidos
desde o nosso centro de
I&D até ao último processo de fabrico
e controlo de qualidade.
Têm peças para veículos mais antigos
e qual é a faixa etária que a Sampa
cobre para veículos pesados?
Nos últimos anos, a Sampa tem atualizado
o seu stock de peças para veículos
mais antigos. Temos um stock de material
de acordo com a procura por país
e frota de veículos. Os produtos que já
não estão disponíveis em alguns mercados
são deslocalizados para países
onde ainda têm potencial de vendas.
Temos componentes para veículos
com mais de 30 anos de idade.
Quais são as mais valias e vantagens
para a oficina quando trabalha com
produtos Sampa?
Os produtos da marca Sampa que
uma oficina pode adquirir através
dos distribuidores do Aftermarket
vêm das mesmas fábricas de onde
provêm os produtos que montam e
são fabricados para o equipamento
original, que é a nossa melhor carta
de apresentação.
Como está a ser o desempenho
da Sampa em Portugal?
O mercado português recebeu-nos
muito bem, embora a marca já tivesse
uma presença através de um importador
exclusivo no passado. Num
curto espaço de tempo conseguimos
expandir a nossa presença e já temos
uma quota de mercado significativa,
estando continuamente a reforçar a
nossa oferta de produtos. Somos o
exemplo de que a renovação neste
setor ainda é possível ocorrer, dentro
de um mercado onde muitos operadores
acreditavam que tal já não voltaria
a acontecer. l
O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO VIVEM
HISTORICAMENTE JUNTOS NESTE SECTOR
O mercado de pós-venda de veículos pesados está a tornar-se cada vez mais
desafiante tecnologicamente. Como é que o mercado enfrenta este desafio?
O mercado tem estado sempre em contínua adaptação à evolução tecnológica do sector, e o
mercado de reposição europeu e especialmente o Ibérico tem sido um exemplo quando se trata
da interpretação e adaptação do negócio às necessidades que o próprio mercado tem exigido.
Quais são as principais tecnologias que colocam mais problemas às oficinas de pesados?
Bem, as oficinas precisam de ser preparados em termos de ferramentas para se conectarem
às marcas, de modo a conseguirem gerir os diagnósticos e reparações. As redes de oficinas
estão a oferecer apoio para aqueles que querem continuar a evoluir e a adaptar-se ao mercado.
O desafio para o setor, e especialmente para a oficina, é que eles possam acompanhar o fluxo
de informação que os últimos veículos pesados transmitem quando estão a ser reparados.
O acesso à informação é vital.
É importante ter um helpdesk para apoiar as oficinas.
O apoio deve ser tão abrangente quanto possível, desde a oferta de um serviço de estrada,
assistência técnica e o fornecimento de quaisquer peças que o veículo necessite para ser
reparado.
Que tendências podem ser observadas na atual distribuição de peças de veículos
pesados na Península Ibérica?
Existe uma hegemonia em termos de distribuição e comercialização de produtos, que por vezes
depende das estações do ano, das campanhas de reparação programadas ou de incidentes
específicos que um veículo possa ter, pelo que temos ciclos que se vão cumprindo ao longo
do ano. Estamos num mercado maduro e muito profissional, onde o distribuidor e a oficina
conhecem o potencial e a oferta do produto Aftermarket.
Quais são as principais diferenças entre a distribuição de peças aftermarket
para camiões em Portugal e Espanha?
Portugal tem sido historicamente um país onde tem sido possível desenvolver mais
rapidamente uma marca ou um novo produto. Tem sido sempre um país mais aberto, enquanto
a Espanha é mais conservadora.
Os portugueses têm uma dinâmica de compras mais programada e os espanhóis gerem mais
no dia-a-dia em termos de abastecimento, mas isto também se deve à situação geográfica,
uma vez que a maioria dos centros logísticos das marcas estão localizados em Espanha.
Que papel devem desempenhar os distribuidores de peças como parceiros das oficinas?
A disponibilidade do produto é essencial, nunca sabemos quando o nosso cliente nos vai pedir
um material específico, mas todos os dias o distribuidor deve interpretar as necessidades
da oficina de uma forma ágil e eficaz, ter recursos suficientes e dar uma resposta imediata.
Hoje competimos com serviço e eficiência.
Quais são as principais mudanças que a distribuição de peças de pesados irá enfrentar
nos próximos anos?
As mudanças na propulsão dos veículos pesados é a grande incerteza, e isto trará mudanças
às quais todos nós (marcas, distribuidores e oficinas) teremos de nos adaptar. O desafio
mais importante é que quem conseguir adaptar o seu negócio o mais rapidamente possível,
poderá expandir a sua presença no sector. A formação e o acesso a fontes de informação serão
essenciais para continuar.
Como vê a evolução do mercado pós-venda de veículos pesados em Portugal?
Enquanto houver indústria, marketing e transporte, enquanto houver investimento, tanto
privado como público, o mercado de veículos pesados estará presente, pelo que o seu
crescimento também estará vinculado e ligado a nós, pois a certa altura os veículos modernos
tornar-se-ão um potencial negócio para o aftermarket. O passado, o presente e o futuro vivem
historicamente juntos neste sector.
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 27
Entrevista
MARIA ELO, PROFESSORA UNIVERSIDADE SDU DINAMARCA
O AFTERMARKET
É UM SECTOR
MULTIFACETADO
E FASCINANTE
MARIA ELO, PROFESSORA DE NEGÓCIOS
E GESTÃO DA UNIVERSIDADE SDU, NA
DINAMARCA, É MEMBRO FUNDADOR DA
TALENTS4AA, UMA ASSOCIAÇÃO SEM FINS
LUCRATIVOS, QUE TEM COMO OBJETIVO
ATRAIR E RETER TALENTOS PARA UM DOS
SETORES MAIS ATRATIVOS: O AFTERMARKET.
NESTA ENTREVISTA, EXPLICA O QUE ESTÁ
A SER FEITO PARA SOLUCIONAR A GRANDE
ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA
PARA O SETOR
Após dois anos de trabalho preliminar e intercâmbios
com múltiplos atores, incluindo
grupos internacionais, fabricantes de peças,
associações e outros, surgiu a Talents4AA, oficialmente
criada em março deste ano. O objetivo que
levou à sua constituição é muito claro: atrair e reter
talentos de todas as idades e origens, em todas
as profissões, para o aftermarket. Inegavelmente, o
Aftermarket é um sector multifacetado e fascinante
que oferece uma enorme escolha e gama de oportunidades
de carreira a todos os níveis, desde a oficina
à gestão de topo. No entanto, todos os operadores
– desde fabricantes de peças, distribuidores, retalhistas
e oficinas – enfrentam o mesmo desafio de
grande escassez de mão de obra qualificada e muita
dificuldade em atrair e reter talentos.
Maria Elo tem a experiência de ensinar estudantes
de negócios e gestão na Universidade SDU, do Sul
da Dinamarca e também na Alemanha. A perspetiva
do sector da educação foi claramente relevante
desde o primeiro dia do projeto, uma vez que é necessário
conhecimento para as pessoas evoluírem.
Atualmente coordena as atividades de investigação
do projeto relativamente ao desempenho dos estudantes
e jovens talentos que ainda se encontram
na fase de formação. Tem sido um membro ativo
na divulgação da Associação através de workshops,
eventos, seminários, palestras, exercícios em salas
de aula e conferências, para que os estudantes e
outros interessados tomem consciência do setor,
da sua importância para a sustentabilidade e para
a sociedade e possam ligar ‐se a ele.
A Talents4AA fez a sua primeira apresentação
pública na Automechanika Frankfurt deste ano.
Que balanço faz da participação neste salão
aftermarket?
A Automechanika Frankfurt 2022 foi um grande
evento e estamos muito gratos pelo apoio e colaboração
que tivemos da organização e dos visitantes.
Foi um excelente local para sensibilizar as pessoas
para o problema da falta de talentos no aftermarket
e levar os mais jovens a ver o que o setor tem realmente
para oferecer. Podemos demonstrar a relevância
que o aftermarket tem para a mobilidade das
sociedades, graças à sua capacidade de inovação,
conhecimento e competências, algo que tende a ser
ignorado. Ficamos também muito satisfeitos com a
adesão de novos membros e por ver o interesse crescente
dos principais players a este projeto.
O Aftermarket é um sector multifacetado e
fascinante que oferece uma enorme escolha e
gama de oportunidades de carreira a todos os
níveis, desde a oficina à gestão de topo. Então,
porque é que ainda há falta de profissionais
qualificados para trabalhar no sector?
Há uma escassez geral de profissionais qualificados
em muitos setores em vários países, não se trata
apenas de uma questão sectorial. Há muitas razões
para estas lacunas que estão também relacionadas
com o contexto. Uma razão simples é que a demografia
está a mudar e temos menos talento a entrar
no mercado de educação e de trabalho no total, nos
países ocidentais. Reconhecemos também a crescente
necessidade de mais pessoas com aptidões
e competências específicas, como mecânicos e informáticos.
Aqui, existem também questões regionais
e periféricas. Por exemplo, na Europa, temos
áreas que estão a diminuir em termos de pessoas
e empresas. É difícil encontrar novos talentos se
um local não for atrativo, por isso temos de olhar
para outros setores e ver o que estão a fazer para
captar novos talentos. Se outros setores e indústrias
forem considerados como oferecendo salários
mais elevados, melhores condições e carreiras, o
Aftermarket precisa de repensar a razão pela qual
as suas oportunidades não são percebidas ou apreciadas.
É uma questão de marketing, desde o nível
do setor em geral até às empresas.
Estudos confirmam que o mercado pós ‐venda é na
sua maioria desconhecido dos potenciais jovens
e, além disso, não é considerado suficientemente
atrativo. O que deve então ser feito para atrair mais
jovens para esta área profissional?
Nos nossos estudos também encontrámos este
problema de inconsciência e perceções erradas. O
Aftermarket não aparece realmente em materiais
didáticos ou manuais escolares, pelo que existe uma
falta de informação e compreensão do que é este
sector. Estudantes e jovens precisam de ser expostos
a esta informação desde cedo para desenvolverem a
sua própria perceção com base em dados e não em
ideias ultrapassadas. Estamos a ensinar inovação,
serviço, marketing e negócios internacionais, entre
outros, e poderíamos começar a incluir o mundo
real do trabalho muito mais cedo na formação dos
jovens para manter as nossas sociedades a funcionar.
O Aftermarket já está a tomar medidas, com
as empresas a irem diretamente às escolas para dar
a conhecer o setor. Tentamos ligar tópicos como a
sustentabilidade, economia circular ou refabricação
à educação para permitir um diálogo e intercâmbio
que promova a compreensão das possibilidades e
dos desafios reais. Em suma, todos precisamos de
fazer mais para partilhar informação e mostrar as
oportunidades. Por exemplo, levamos à Automechanika
dois estudantes de mestrado em engenharia
da SDU para participarem como jovens embaixadores
de talentos. Através deste envolvimento
podemos demonstrar todo o potencial deste setor,
para mulheres ou minorias que raramente são especificamente
abordadas como potencial de talento. É
tempo de esclarecer sobre os objetivos de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas e o impacto
positivo que o mercado pós ‐venda pode ter através
das suas várias atividades e soluções, uma vez que
muitos jovens estão profundamente preocupados
com o futuro e são movidos por um desejo de fazer
a diferença.
Que impacto real está a ter a falta de
trabalhadores qualificados nas empresas de pós‐
‐venda (distribuidores, retalhistas e oficinas)?
Esta é uma questão difícil de generalizar, uma vez
que existem diferentes tipos de atividades dentro
do aftermarket. No caso das oficinas, cada vez
mais necessitadas de mão de obra qualificada, estão
muito dependentes do facto das pessoas possuírem
as competências e certificações que a profissão exige
na atualidade. Os mecânicos ainda não são um
grupo de profissionais, como os enfermeiros, que
são oferecidos por diversas agências intermediárias
do estrangeiro. Assim, este problema necessita de
uma solução local de uma forma mais holística e
pró ‐ativa. Os retalhistas e distribuidores que tipicamente
empregam pessoas com formações profissionais
mais diversificadas são menos afetados devido
a soluções alternativas, como a possibilidade do teletrabalho.
Mas mais uma vez, isto depende do tipo
de necessidade que é preciso preencher. Empresas
em boas localizações, próximas de universidades e
instituições de ensino, podem ter melhor acesso aos
talentos necessários do que outras em cidades mais
pequenas ou áreas periféricas. Contudo, a concorrência
pode ser dura e, para atrair e reter talentos,
significa custos mais elevados.
Que ações e projetos estão a ser empreendidos
pela Talents4AAA e os seus membros para atrair
mais talentos para as empresas do aftermarket?
Temos diferentes níveis. Como iniciativa pretendemos
promover a consciência do sector e das suas
oportunidades e ligar as partes. Como já foi dito,
realizamos diversos eventos e trabalhamos sobre
os conceitos errados, em diferentes contextos.
Uma forma de o fazer é deixar os nossos jovens
embaixadores estudantis explorar e comunicar
as suas experiências diretamente nos meios de
comunicação social e nas universidades. Foi isto
que fizemos na Automechnika 2022. As empresas
A TALENTS4AA REALIZA VÁRIAS ATIVIDADES E TRABALHA
EM ESTREITA COLABORAÇÃO COM MEMBROS DA COMUNIDADE
DO AFTERMARKET PARA ESTABELECER, ENTRE OUTROS, A SUA PRESENÇA
NA IMPRENSA E NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 29
MARIA ELO
de sucessores e de novas empresas. O
empreendedorismo é também muito
necessário para manter as estruturas
a funcionar.
necedores beneficiam certamente de
competências transversais. No relacionamento
com o cliente, estas são
competências altamente relevantes.
membros têm naturalmente ações e
projetos a nível organizacional. As
associações e universidades são parceiros
importantes para compreender
os mercados e as necessidades
em termos de dados e investigação.
Todo este conhecimento adquirido
contribui para o desenvolvimento
futuro da iniciativa, tornando ‐a uma
espécie de centro de conhecimento.
No contexto académico, publicamos
também a investigação relacionada
com este tema que, mais uma vez,
flui para os estudantes e departamentos
de RH. Só através da SDU
acedemos a audiências em três países
e nas redes sociais com as nossas
sessões Talents4AA. Mas também
há numerosos projetos dos outros
membros.
Qual é a importância das novas
tecnologias, nomeadamente a
Internet e as redes sociais para a
Talents4AA?
As novas tecnologias são essenciais
para qualquer iniciativa deste tipo.
Em primeiro lugar, nós membros,
vimos de diferentes países, reunimo‐
‐nos regularmente e trabalhamos em
equipas virtuais. Isto é possibilitado
pela tecnologia, tornando ‐a eficiente
e barata. Em segundo lugar, uma
grande parte das atividades tem lugar
num ambiente digital. Nos países
nórdicos, realizamos workshops em
Zoom e atualmente estamos a preparar
uma plataforma que permite ligar
a oferta e a procura de talentos digitalmente,
de uma forma contínua.
Quais são as áreas do mercado
pós ‐venda onde há mais falta de
mão ‐de ‐obra qualificada?
É difícil de generalizar uma vez que
não existem estatísticas oficiais recolhidas
que apoiem quaisquer números
exatos. Estamos a trabalhar
na recolha destas estimativas. Atualmente
existe uma escassez de mecânicos
em vários países, mas também
são necessárias competências noutras
profissões. O envelhecimento da
força de trabalho é uma preocupação
que evolui em muitos grupos de profissionais.
Dependendo do contexto,
pode tornar ‐se um problema rapidamente.
Por exemplo, na Dinamarca,
existe falta de mecânicos. Há escassez
de engenheiros – e de mulheres
engenheiros em particular – mas o
mesmo problema é encontrado na
educação, uma vez que o número total
de jovens está a diminuir. Nesse
sentido, uma falta genérica de mão‐
‐de ‐obra qualificada é uma questão
para a qual nos temos de preparar.
Estamos também preocupados com
as zonas rurais e periféricas e com a
fuga de talentos destes meios. Outra
realidade que tende a ser esquecida
é a falta de pessoas empreendedoras,
Os trabalhadores valorizam cada
vez mais as oportunidades de
aprendizagem e requalificação.
Considera que este é um requisito
fundamental para que as empresas
retenham talentos?
A formação e a requalificação são aspetos
vitais nos programas de RH e
de gestão. Como o sector da educação
tem as suas próprias limitações
de recursos enquanto os mercados
e tecnologias se desenvolvem continuamente,
as empresas precisam de
intervir e oferecer formação atrativa,
programas de retenção de talentos,
e “futuro de carreira” para os seus
empregados. A maioria das empresas
têm uma longa tradição neste
domínio e continuam a desenvolver
ações de formação para aumentar as
competências e capacidades dos seus
empregados. Poderíamos também
repensar a forma como os funcionários
que vão para a reforma estão envolvidos
neste processo. Em muitos
países existem programas especiais
para estes funcionários.
Quais são então as principais
competências que um trabalhador
qualificado na reparação automóvel
deve ter?
Existem competências básicas e mais
especializadas. As aptidões e competências
especializadas são tipicamente
estabelecidas pelas instituições
para uma determinada tarefa. Um
exemplo poderia ser o certificado
para trabalhar com alta tensão. Geralmente,
as diferentes competências
técnicas e digitais estão a ganhar
uma atenção crescente à medida
que muitos aspetos do trabalho se
tornam menos mecânicos e mais
digitais ao longo do tempo, mesmo
nos armazéns e oficinas. Mas não
devemos esquecer as competências
transversais. As pessoas que trabalham
com clientes, parceiros e for‐
Equipas bem treinadas e motivadas,
alinhadas com os objetivos da
empresa, são elementos cruciais
para o sucesso. Como manter então
uma equipa motivada?
A motivação pode ser alimentada de
múltiplas formas, tipicamente falamos
de motivação intrínseca e extrínseca.
A motivação intrínseca pode
ser fomentada pela finalidade, por
exemplo, de pertencer àqueles que
moldam a mobilidade futura e contribuem
para um desenvolvimento
setorial melhor e mais sustentável. O
trabalho é muito importante e precisa
de ser comunicado e apreciado. A motivação
extrínseca relaciona ‐se com
dinâmicas de motivação que podem
ser influenciadas, por exemplo, pelo
salário, benefícios marginais, prémios
e outras questões motivacionais deste
tipo. Por exemplo, a equidade e a
avaliação do desempenho, a ausência
de diferenças salariais, pacotes atrativos
e perspetivas futuras são aspetos
importantes para atingir um objetivo.
Os jovens profissionais são
diferentes ou, pelo menos, distintos
da geração anterior. Como se define
o perfil desta nova geração de
profissionais?
Há muita discussão sobre as diferenças
geracionais. Eu evitaria tentar definir
um perfil para a nova geração. As
pessoas são hoje muito diversas, não
são grupos homogéneos. Os representantes
da “geração” que entram na
força de trabalho são naturalmente
diferentes em comparação com os que
vão para a reforma, mas muitos deles
estão preocupados com os seus salários
e não são móveis, mas instalam‐
‐se num só lugar. Está a haver mais
procura de colaboradores para estruturas
menos rígidas e mais flexíveis.
Contudo, um aspeto importante é o
dos valores, práticas e comportamentos
da empresa. Eles precisam de cor‐
O AFTERMARKET COMO SETOR EMPREGADOR, OFERECE GRANDES
OPORTUNIDADES AOS JOVENS TALENTOS PARA SE ENVOLVEREM
NUM MUNDO DESAFIANTE, COM EXCELENTES BENEFÍCIOS TANTO
PARA OS PROFISSIONAIS COMO PARA A SOCIEDADE EM GERAL
30 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
esponder ao candidato. Em geral, há
menos “fechar os olhos” para questões
como a lavagem verde, desigualdade
de género ou discriminação, e mais
críticas sobre todos os aspetos, questionando
mesmo porque é que algo
é feito em primeiro lugar. Estes elementos
podem ser frutuosos para refrescar
as abordagens organizacionais
e fazê ‐las avançar.
É necessário definir e criar as
condições de trabalho que levarão
estes novos profissionais a optar por
permanecer no seu país de origem.
O que deve ser feito para criar as
melhores condições de trabalho?
Há pessoas que gostam de trabalhar
em diferentes lugares com carreira
internacional e outras que não têm
plan≠os de ir a lado nenhum. Não
são apenas as empresas que formam
um mercado de trabalho atrativo,
mas também as instituições, a sociedade
civil e o sector privado como um
todo, até mesmo o clima e a educação
desempenham um papel importante.
Uma empresa pode fazer avançar a
sua própria organização na direção
certa, por exemplo, no que diz respeito
à regulamentação do local de
trabalho, tributação, educação, etc.
A segurança no local de trabalho é
uma grande questão nas economias
em desenvolvimento que necessita
de atenção. Nas economias desenvolvidas,
são equacionadas outras
condições, como tempo de trabalho
flexível, trabalho à distância, apoio à
guarda de crianças e outras que parecem
pequenas questões, mas que podem
na realidade ser grandes questões.
E a concorrência não dorme, as
pessoas qualificadas são arrastadas
para outras empresas e mesmo para
o estrangeiro se as suas necessidades
não forem satisfeitas.
Considera que a adoção de modelos
de vínculos contratuais menos
rígidos é uma boa estratégia ?
Os contratos são essenciais e a natureza
do trabalho está a mudar rapidamente.
Flexibilidade e autonomia são
aspetos altamente importantes a considerar,
uma vez que o estilo de vida
global nos países ocidentais mudou.
O grau de flexibilidade e de trabalho
online depende naturalmente da tarefa.
Independentemente da tarefa,
as condições de trabalho que podem
contribuir para o bem estar dos trabalhadores,
de uma forma mutuamente
benéfica e menos rígida, são
muito importantes. Por exemplo, os
empregados com filhos pequenos enfrentam
inúmeros desafios diários e,
muitas vezes, horários rígidos de acolhimento
de crianças e sistemas escolares.
Os pais modernos não desejam
comprometer os seus papéis como as
gerações anteriores fizeram. Poderão
os empregadores criar formas de lidar
em paralelo com a vida profissional e
familiar, modificando o sistema em
que o trabalho é realizado? Diferentes
formatos contratuais são discutidos,
mas também criticados. Num
setor tão competitivo, é necessário ter
muito cuidado para encontrar os melhores
resultados. O desenvolvimento
de soluções que promovam bons resultados
e autonomia é também uma
forma de reduzir a burocracia desnecessária.
Quais são os maiores desafios na
contratação de profissionais para
empresas de reparação automóvel?
Há desafios na identificação do talento
em falta, atraindo ‐o e retendo ‐o.
Uma questão a considerar é o ponto
de vista sobre como impulsionar o
crescimento das organizações, será
que as empresas estão realmente a envolver
e a potenciar o talento dos seus
empregados? Será que os empregados
sentem isto? As empresas de reparação
automóvel competem com muitas
outras empresas pelo talento. Temos
de perguntar: a imagem do empregador
é atrativa? Hoje em dia existem
também múltiplos instrumentos
para partilhar experiências entre os
empregados e potenciais candidatos.
Isto sugere que uma empresa patronal
deve gerir ativamente a sua repu‐
TALENTS4AA
Responsável Área educATiva:
Maria Elo
Morada 4 Square du Trocadéro,
75116 Paris – França
E ‐mail contact@talents4aa.com
Site www.talents4AA.com
Linkedin www.linkedin.com/
company/talents4aa/
tação e tomar conta das pessoas que
já estão contratadas. As suas experiências
são altamente valiosas para
atrair novos empregados. As opções
devem também ser vistas através da
diversidade, inclusão, igualdade, por
outras palavras, será que os processos
de contratação visam realmente todos
aqueles talentos orientados para
o crescimento que existem por aí ou
será que se cingem ao objetivo “mais
do mesmo”?
Concorda que as organizações
devem concentrar ‐se na formação
como um requisito fundamental para
construir talento onde ele é escasso?
Na nossa investigação vemos que a
oferta educativa do setor público – em
geral – não está realmente concebida
para cobrir todas as necessidades de
talento. A educação financiada pelo
Estado precisa de se concentrar, também
devido a limitações de recursos e
distribuição geográfica. Além disso, a
velocidade da inovação e da mudança
tecnológica nos negócios é elevada.
Assim, o setor privado é praticamente
obrigado a formar os seus colaboradores.
Além disso, a empresa inovadora
tem uma vantagem na formação,
pois possui o ambiente ideal e todo o
conhecimento relacionado com a atividade,
que as instituições públicas de
ensino não têm necessariamente. Na
minha opinião, deveríamos aumentar
a colaboração universidade-indústria
para diminuir estas lacunas, a fim de
produzir talento para as necessidades
do mercado. Outra opção é uma parceria
público ‐privada, com recursos
partilhados, mas para isso precisamos
de melhores diálogos e mais colaboração
em todo o sistema. Na Universidade
SDU na Dinamarca, introduzimos,
por exemplo, a Bosch na sala de
aula dos estudantes de mestrado em
engenharia para ligar a teoria à prática
e aos conhecimentos setoriais.
MEMBROS
DA TALENTS4AA
Fabricantes de peças: BorgWarner,
Bosch, Nissens, Schaeffler, TMD
Friction, ZF, Bilstein group,
Continental, Dinex, Gedore, Misfat,
NRF, NTN, SKF e Valeo
Grupos internacionais: Global One
Automotive, Nexus Automotive, Temot
International. ATR e AD International
Entidades profissionais: FIGIEFA, SBF,
Mobilion, SDU e Automechanika
Em Portugal, os mecânicos
automóvel continuam a ser mal
pagos. Acha que os baixos salários
podem desencorajar os jovens a
escolherem esta profissão?
Os salários baixos continuam a ser
uma questão importante. Sob a atual
situação de inflação, esta é uma questão
ainda maior. Descobrimos num
estudo que em Portugal os enfermeiros
emigram para outros países exatamente
devido a questões salariais.
Porque é que os mecânicos automóveis
devem agir de forma diferente se
encontram melhores oportunidades
noutros locais? O problema do salário
não é apenas um problema económico,
está também ligado a questões
sociais. A mecânica automóvel é
valorizada e os profissionais são respeitados
pela sociedade? A profissão
é apreciada pela família e amigos?
Que papel devem desempenhar
os centros de formação, escolas
e universidades para desenvolver
ainda mais as profissões
relacionadas com Aftermarket?
Um papel muito importante! Nós
na educação produzimos múltiplas
categorias de profissionais e desenvolvemos
continuamente programas
e cursos atualizados. A principal diferença
é que o nosso sistema fornece
uma qualificação que se aplica ao
desenvolvimento da carreira, como
um mestrado em engenharia ou negócios.
Em suma, nós, na educação,
produzimos a maior reserva de talentos
para a indústria. No entanto, na
minha opinião, há mais espaço para
a colaboração, uma vez que o setor
não tem muitos percursos educativos
específicos. A indústria e as associações
são aqui um ator vital para unir
forças com a educação para moldar
opções futuras para os jovens talentos,
mas também para as pessoas que
necessitam de requalificação ou de
aperfeiçoamento. Em alguns outros
setores, existem programas de reorientação-educação
que recolocam
mais pessoas em áreas necessárias
a partir de profissões adequadas
de uma forma muito eficiente para
preencher lacunas. l
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 31
NOTÍCIAS // DINÂMICA DO SETOR ESCREVE ‐SE DE A A Z
Empresas
A
FILTRON tem 40 anos e está a celebrar o
seu 40º aniversário com um sorteio de um
carro clássico, um Mercedes SL 500 ‘82. A
marca de filtros da MANN+HUMMEL convida os
amantes de carros clássicos a participar neste sorteio,
através do website www.40.filtron.eu/es/start-es/,
no qual 400 dos coletes e t-shirts da marca
também serão sorteados para celebrar o seu 40º
aniversário. Após 40 anos, a FILTRON destaca vários
marcos na sua história no mercado da filtração
desde que nasceu numa pequena oficina em Gostyń
e, quatro décadas depois, é uma marca de filtros automóveis
reconhecida em toda a Europa, com milhares
de empregados e mais de 2.700 tipos de filtros
na sua carteira. Tudo começou com a ideia de
regenerar o combustível usado e os filtros de óleo
para máquinas agrícolas. A procura de filtros era tão
elevada que Piotr Giermaziak, o “pai” da FILTRON,
teve de contratar novos empregados e expandir as
instalações apenas um ano após o início do negócio.
Nessa altura, tudo era feito manualmente, desde
o pregueamento do papel tissue até à extrusão dos
FILTRON CELEBRA 40º ANIVERSÁRIO
VASTA EXPERIÊNCIA DE FILTRAÇÃO
fundos dos filtros metálicos, o que exigia um grande
esforço por parte dos empregados. A empresa
salienta que, no final dos anos 80, um único trabalhador
era capaz de produzir cerca de 30 filtros
de painel durante um turno, enquanto que hoje,
graças a investimentos em tecnologia e inovação,
um único trabalhador pode produzir até 360 por
hora. Nos anos 90, as vendas anuais de filtros da
FILTRON ascenderam a 275.000 unidades, o que
exigiu a expansão do armazém e da área de vendas.
Isto permitiu à empresa expandir a sua presença
no mercado, orientada por uma estratégia de diferenciação
em relação à concorrência. Nesses anos,
também implementou um sistema de qualidade
em conformidade com a ISO, abriu um laboratório
de testes de filtros e patenteou o seu primeiro desenho
de filtro original. A partir daí, ao longo dos
anos, a FILTRON consolidou a sua posição, distinguindo-se
com uma vasta experiência de filtração.
A fábrica de produção em Gostyń é actualmente
um dos poucos locais no mundo onde quase todos
os tipos de filtros de automóveis de passageiros podem
ser concebidos e fabricados a partir do zero. A
fábrica também implementa muitas inovações na
indústria da filtração, tais como a tecnologia de filtro
de ar de cabine anti-alergia PROTECT+.
Atualmente, um dos aspetos chave do desenvolvimento
da FILTRON é a automatização dos seus
processos de fabrico. Atualmente, graças aos investimentos
em I&D e controlo de qualidade, a FIL-
TRON garante a qualidade das matérias-primas no
laboratório, que utiliza atualmente 60 métodos de
ensaio diferentes. Como resultado, “todos os produtos
FILTRON são fiáveis e satisfazem os mais
elevados padrões de segurança”, diz a empresa. Um
dos últimos marcos para a FILTRON foi juntar-se
ao Grupo MANN+HUMMEL, o líder mundial em
tecnologia de filtração automóvel, em 2016. Isto
permitiu ao departamento de design responsável
pela marca FILTRON colaborar com especialistas
de todo o mundo no desenvolvimento da tecnologia
de filtração. A partir de 2019, FILTRON passou
a ser comercializado em Espanha e Portugal pela
MANN+HUMMEL Ibérica.
32 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
REDE VALORCAR POSSUI 370 CENTROS DE RBA
No decorrer de 2022, foram admitidos na Rede Valorcar mais 57 centros de abate de Veículos
em Fim de Vida (VFV) e de recolha de Resíduos de Baterias e Acumuladores (RBA), e mais 21
centros de recolha de Resíduos de Baterias e Acumuladores (RBA). A Rede Valorcar passou
assim a ser constituída por 370 centros de recolha de Resíduos de Baterias e Acumuladores
(RBA), que se encontram espalhados por todos os distritos do continente (351) e pelas regiões
autónomas dos Açores (12) e da Madeira (7). Destes 370 centros, 318 são também centros de
abate de Veículos em Fim de Vida (VFV). Durante o primeiro semestre de 2022, os centros da
Rede Valorcar abateram 60.093 Veículos em Fim de Vida, valor que representa um aumento de
6,1% face ao período homólogo de 2021.
APRESENTA CALENDÁRIO DE FORMAÇÕES 2022
MONDEGOPEÇAS | A Mondegopeças apresentou o seu mais recente calendário de formações
para o segundo semestre do presente ano. As próximas formações serão “Osciloscópio”
a 5 de novembro e “Redes multiplexadas” a 25 e 26 de novembro (exclusiva ProfissionalPlus
e NexusAuto). A empresa Mondegopeças, retomou as formações para os seus clientes com
uma formação de motores de injeção direta a gasolina. Estas formações, coordenadas pela
SERVICENEXT e destinadas em exclusivo para os clientes pertencentes à rede ProfissionalPlus
e NexusAuto, contam com equipamentos de diagnóstico Autel e com um veículo com injeção
direta a gasolina, preparado para formações para profissionais da área. A Mondegopeças tem
o plano de formação definido para o 2º semestre e já se encontra a preparar o próximo ano
2023 com formações atuais e de acordo com o parque automóvel existente em Portugal.
PUB
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 33
NOTÍCIAS
EMPRESAS
No passado dia 1 de outubro, a Sotinar Leiria,
realizou um Open Day nas suas instalações
na Zona Industrial da Zicofa, que teve objetivo
apresentar as novidades ao mercado e fortalecer
SOTINAR REALIZA
PRIMEIRO OPEN DAY
as parcerias com os seus clientes. Destinado sobretudo
aos profissionais do acabamento de superfícies, a
empresa apresentou as suas mais recentes novidades
não só para a repintura automóvel, como para o ramo
da indústria. Mas as novidades não ficaram por aqui,
houve tempo para demonstrações técnicas, para algumas
promoções especiais e ainda para muita diversão,
num ambiente descontraído e animado.
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TITANIUM.
A EXPERIÊNCIA DA FIAMM
AO SERVIÇO DO SEU AUTOMÓVEL.
A FIAMM é a escolha de qualidade para o equipamento original
dos fabricantes de automóveis mais importantes do mundo:
a partir dessa experiência nasce um produto 100% italiano,
que garante a máxima fiabilidade, mesmo no mercado de
Aftermarket. As baterias da linha TITANIUM garantem alta potência
para as necessidades de energia dos carros mais modernos, não
precisam de manutenção e permitem uma fácil verificação do
nível de carga graças ao sistema Check Control (Olho Mágico).
www.polibaterias.com
geral@polibaterias.com
34 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
www.fiamm.com
NOTÍCIAS
EMPRESAS
SITE DISPONÍVEL EM PORTUGUÊS
AD PARTS | A AD Parts lançou um novo website com uma versão integral em língua portuguesa, com o objetivo de fornecer aos
seus clientes uma experiência cada vez mais completa e intuitiva. Com uma nova estrutura, a nova Web Page AD Parts, oferece uma
experiência de navegação melhorada, sendo agora mais completa e intuitiva, de acordo com as melhores práticas de web design. A
nova Web Page AD Parts, contém informação sobre a história do Grupo AD, a sua rede de distribuição, os seus fatores diferenciadores,
os serviços oferecidos pelo grupo e ainda informação completa acerca dos produtos AD, com possibilidade de realizar download de
catálogos digitais, tudo com o selo de qualidade AD.
O NOVO SERVIÇO DE FILTROS
PARTÍCULAS DA INTERESCAPE
IESERVICE: | A Interescape lançou a ieservice, uma marca
que presta serviços de limpeza de filtros de partículas a particulares
e empresas, com o propósito de não danificar o filtro original.
Através da marca ieservice, a Interescape presta serviços de
limpeza de filtros de partículas para empresas e particulares. No
entanto, diferente dos demais serviços disponíveis no mercado, a
ieservice desenvolveu internamente um procedimento tecnológico
que não danifica o filtro original e permite uma limpeza mais a
fundo. Assim, para além de proteger o filtro, a limpeza ieservice,
restaura o seu desempenho a 98% da sua capacidade original,
sendo a solução mais responsável a nível económico e ambiental.
A ieservice destaque-se no mercado não só pela qualidade dos
seus serviços, mas também porque se desafiou a desenvolver
processos para limpar filtros que os demais concorrentes consideram
irreparáveis. Um desses casos são os filtros danificados por
óleo. A tecnologia desenvolvida pela ieservice permite recuperar
o filtro original mesmo que este tenha sido inutilizado devido à
contaminação por óleo.
MFORCE INAUGURA
NOVA OFICINA EM AVEIRO
A
MForce abriu uma nova oficina em Aveiro, no Shopping Glicínias. Esta nova oficina é a 86ª
do grupo MForce em Portugal e a primeira na cidade de Aveiro. A localização num shopping
permite oferecer um serviço com horário alargado, 7 dias por semana para conveniência da
população de Aveiro. Com uma área de aproximadamente 250 m2 e uma equipa de 5 colaboradores
está disponível para assegurar o melhor serviço de manutenção aos seus cleintes. A MForce é a maior
Rede Nacional de oficinas próprias, suportada em mais de 80 oficinas que cobrem todo o território
português e tem mais de 500 colaboradores. As Oficinas MForce estão fortemente equipadas para
auxiliar qualquer tipo de veículo, incluindo os elétricos e híbridos, com uma receção mais inteligente
para um apoio personalizado e novos serviços adequados aos tempos em que estamos a viver – higienização
e e-services.
ABRE O PRIMEIRO
HIPERMERCADO DE PEÇAS
SOBRESSALENTES EM ESPANHA
A empresa chilena Implementos entra no mercado europeu
através de Espanha para expandir o seu negócio de hipermercados
para o sector de veículos pesados. Fá-lo depois de comprar o
distribuidor de Madrid Recambios y Servicios V-Truck, com sede
em Fuenlabrada e parceiro da URVI. Um modelo invulgar na
Península Ibérica, mas que reproduz o conceito de negócio que
a empresa gere com sucesso há 26 anos no país sul-americano,
onde tem 40 lojas. É um conceito de hipermercado, sem uma
oficina associada, onde o transportador pode comprar os produtos
e acessórios de que necessita para o seu camião. Este projeto
baseia-se principalmente na loja física, mas também nas vendas
por telefone e online. O cliente pode colocar uma encomenda no
website e ir buscá-la diretamente à loja. A Implementos V-Truck,
espera aumentar a sua presença em Espanha em tempo recorde,
uma vez que a empresa chilena pretende abrir até seis lojas
localizadas nas principais artérias de comunicação da Península
Ibérica nos próximos 18 meses.
36 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
DIESEL TECHNIC LANÇA
NOVO VÍDEO
PARTS
SPECIALISTS
No novo vídeo dos Parts Specialists,
do Grupo Diesel Technic, tudo gira
em torno do sistema de ar comprimido
dos camiões. A dupla oficinal não só
aborda o básico e as possíveis causas de
falhas, mas também dá dicas práticas sobre
como preveni-las. Por meio do suporte
técnico – o HelpDesk – os Parts Specialists
recebem com frequência solicitações e
sugestões de novos vídeos de oficina, além
de dúvidas sobre os produtos e serviços do
Grupo Diesel Technic. Este também é o
caso do sistema de ar comprimido do camião,
que os Parts Specialists se focam neste
episódio. Além desse tópico empolgante,
os espetadores também podem esperar um
novo rosto, pois o profissional da oficina
Niklas, foi substituído pelo seu colega Lars,
neste vídeo. Em conjunto com o Kevin, vai
explicando passo a passo o sistema de ar
comprimido do camião. Uma peça muitas
vezes ignorada quando se procura a origem
da falha é o filtro de ar. Para ver o vídeo basta
aceder ao YouTube da marca.
PUB
VICAUTO
PEÇAS PARA VIATURAS PESADAS, LDA.
anos
Mantemos o seu negócio em movimento!
FORNECEDOR GLOBAL DE MARCAS DE 1º EQUIPAMENTO
Suspensão
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 37
Air Springs
NOTÍCIAS
EMPRESAS
REÚNE ASSOCIADOS EM SESSÃO FORMAÇÃO
AEACA | No final de setembro, a AEACA - Associação Ibérica de Agentes Aftermarket,
reuniu um grande número dos seus associados para participar numa sessão
de formação de nove horas dividida em duas partes. Mais uma vez, a AEACA confiou
os trabalhos a Pedro de Gea Cánovas, um mentor profissional, que trabalha há mais de
12 anos em gestão e liderança. Nesta ocasião, a formação escolhida pelos parceiros foi
um workshop sobre Planeamento, Produtividade e NNTT ao serviço da organização e
planeamento do agente comercial. “Conseguimos colocar muitas das nossas atividades
diárias num contexto real, analisá-las utilizando o Teste de Produtividade Pessoal, uma
ferramenta que forneceu algumas das melhores ferramentas para nos ajudar a planear
as nossas atividades e corrigir erros comuns na gestão do tempo, os fatores que afetam
o nosso tempo e o nosso trabalho e mesmo uma valorização económica dos mesmos”,
referiu Javier Romero, responsável pela comunicação.
IX CONGRESSO SOB O LEMA
“O FUTURO É HOJE”
DP | Centrado no lema “O Futuro é hoje”, nos próximos dias 11 a 13
Novembro decorrerá o IX Congresso de Oficinas e Oficinas DP Dipart. Este
evento, será o primeiro congresso ibérico que reunirá a rede de Espanha
e Portugal. Será no Palacio de los Congresos de Málaga, que vai ter lugar
este congresso ibérico que reunirá mais de 325 pessoas, incluindo oficinas
que compõem a rede, parceiros, fornecedores e imprensa. “Serão
alguns dias de convivência que a Dipart anseia depois de não ter podido
comemorar o congresso em 2020 por causa da pandemia”, revelou o
departamento de comunicação da Dipart. A partir de sexta-feira, 11 de
novembro, vão começar a chegar os participantes do congresso, e até
domingo, dia 13, a agenda estará repleta de atividades, apresentações e
debates sobre a atualidade do setor e das oficinas. A DP Service, irá aproveitar
este congresso para apresentar todas as suas inovações, sempre
tendo em conta o objetivo de possuírem profissionais bem treinados
dentro da rede de Oficinas e Escritórios DP.
REDE TOP TRUCK CHEGA A SETÚBAL E VISEU
Seguindo o seu plano de expansão nacional, a rede TOP TRUCK passou a contar com dois novos pontos de assistência, um em
Setúbal e outro em Viseu, de forma a reforçar a aposta no estabelecimento de uma oferta consistente e dispersa no território nacional.
Com a abertura destas duas novas oficinas, a TOP TRUCK reforça o investimento na expansão da rede, mantendo também a
aposta numa relação mais próxima e dedicada às necessidades dos seus clientes. Em Setúbal, a rede TOP TRUCK conta agora com
um novo ponto de assistência: a oficina Auto 2019, especializada tanto na vertente de mecânica, quanto de colisão. Ao aderir à
rede, a oficina reforça-se assim com um apoio completo e exclusivo, de forma a dar melhor e mais rápida resposta aos veículos e
a integrar uma rede de parceiros a nível nacional e europeu. Já em Viseu, mais precisamente em Senhorim, a rede TOP TRUCK foi
reforçada com a experiente oficina Sintergouv, que também abrange as especializações de mecânica e colisão. A oficina conta
desde já com todos os principais benefícios da rede: Formação, Apoio Técnico, Assistência Europeia 24H, entre outros.
rodape_PBS 2022.pdf 3 17/10/2022 20:57
PUB
38 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
AUTOZITÂNIA E BRAGALIS REALIZAM
TEAM BUILDING EM TOMAR
A
Autozitânia/Bragalis realizou a sua 10ª
edição Team Building com os colaboradores
de ambas as empresas. O evento, teve
lugar na região de Tomar, no fim de semana de 24
e 25 de setembro. O evento criado para os seus colaboradores,
decorreu no Sábado em Tomar, com
momentos de lazer no Hotel dos Templários, e no
Domingo com provas de Kayak Paper e atividades
em equipa junto ao Castelo de Almourol. O
espírito de equipa, competitividade e entreajuda
foram evidentes em atividades como a prova de
Kayak, resolução de enigmas e provas de tiro com
arco e flecha. Durante este evento, existiram ainda
vários momentos de descontração, entre os quais
um cocktail e jantar de convívio, bem como um
memorável espetáculo de comédia e ilusionismo
protagonizado por Rafael Titonnely, que fez as
delícias dos presentes. O Team Building 2022 visou
promover o conhecimento e comunicação entre
Colaboradores da Autozitânia e Bragalis, bem
como cimentar a identidade de grupo, espírito de
equipa, cooperação, confiança e comunicação, valores
muito presentes nos colaboradores de ambas
as empresas.
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www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 39
NOTÍCIAS
EMPRESAS
LANÇA CONJUNTO DE VÍDEOS
“DO IT YOURSELF”
B-PARTS | Sob o mote “A mecânica automóvel pode ser para todos”,
a B-Parts lançou uma série de vídeos “do it yourself” (“faça você mesmo”)
com reparações e substituições de peças automóvel. Nos vídeos, a B-Parts
apresenta os principais passos para remover e instalar uma determinada
peça num automóvel. O conteúdo, que já conta com aproximadamente
duas mil visualizações, está disponível em cinco idiomas: português,
inglês, francês, alemão e espanhol. Para além de peças de carroçaria,
como o pára-choques traseiro, a B-Parts demonstra ainda como substituir
componentes de iluminação, eletrónicos e de interior do automóvel,
nomeadamente, por exemplo, a forra da porta, o farolim ou o auto-rádio.
Paralelamente, complementou os tutoriais em vídeo com artigos de
blogue explicativos. Nos artigos, o público pode consultar os passos para
a remoção e instalação da peça, bem como conhecer mais informações
sobre o componente automóvel e possíveis causas de avaria.
DELPHI INAUGURA
CENTRO DE TREINO EM ESPANHA
A
Delphi
Technologies, marca da BorgWarner Inc., abriu as portas do seu Centro de Treino,
em San Fernando de Henares. Este centro, tem como objetivo dar formação sobre
os seus produtos e serviços com o intuito de promover o conhecimento sobre as
tecnologias mais avançadas exigidas pelo mercado. Os alunos poderão receber formação em
diversas tecnologias, divididas em oito categorias: Veículos Híbridos e Elétricos, Equipamentos
de Diagnóstico e Oficina, Eletrónica de Veículos, Emissões e Pós-tratamento, Sistemas de
Combustível a Gasolina, Sistemas de Combustível Diesel, Sistemas de Chassis e Outros Sistemas.
A formação vai alternar-se sessões teóricas, onde se desenvolve o quadro de conhecimentos
preparatórios para a sua posterior aplicação, e práticas. Além da formação presencial, o
novo Centro de Treinamento oferece cursos online que permitem aos alunos aprimorar os seus
conhecimentos nessas inúmeras disciplinas, com a vantagem de horários flexíveis, diferentes
níveis de formação e as mesmas ferramentas da formação presencial.
PARCEIROS ASER
REÚNEM-SE EM PORTUGAL
Reuniram-se no passado dia 24 de setembro os nove parceiros da ASER
Aftermarket em Portugal. Este encontro, teve como principal objetivo,
aproximar e fortalecer o grupo no país, para além de consolidar os
compromissos com fornecedores estratégicos, projetos internos de novas
soluções e desenvolvimento da rede oficinal AserAuto. Participaram
deste encontro os representantes dos retalhistas portugueses: Pedro
Soares (Primopeças), Miguel Batista (Samiparts), João Marques (NPeças),
Pedro Gandra (Formigosa), Manuel Magalhães (MPeças), Samuel Nunes
(Samiparts), José Luis Bravo (Aser), Paula Soares (Aser), Carlos Silva
(Silvaspeças), Miguel Brunido (Silvaspeças), Paulo Costa (ATM), António
Carvalho (Celparts), Agostinho Soares (Primopeças), João Lopes (Humberpeças)
e Pedro Moura (Humberpeças). O encontro presencial foi marcado
pela proximidade e comunicação para o fortalecimento do projeto do
grupo em Portugal.
NOVA IMAGEM DE MARCA
MCOUTINHO PEÇAS | A MCOUTINHO Peças avançou com o processo de rebranding da sua imagem corporativa. A última
alteração realizada à imagem do Grupo foi feita em 2016. A nova imagem, agora renovada, tem como objetivo acompanhar a
estratégia do Grupo MCOUTINHO e as tendências do setor automóvel, refletindo quatro eixos da evolução corporativa: dinamismo;
inovação; eletrificação e transição digital. Até ao final do ano o processo de rebranding do grupo, ficará concluído.
40 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
FUCHS ARRANCA COM LINHA DE PRODUÇÃO DE
ELETRÓLITOS
PARA BATERIAS
A
FUCHS
arrancou com a primeira linha de produção de eletrólitos
de elevada potência. Foi só em maio deste ano que
o Grupo FUCHS, que opera a nível global, anunciou a participação
na E-Lyte Innovations GmbH. Com este investimento, a
FUCHS entrou no mercado de eletrólitos, um mercado em rápido
crescimento que está a ganhar cada vez mais importância, sobretudo
na Europa, já que os eletrólitos são um componente-chave
das baterias de iões de lítio utilizadas em inúmeras aplicações,
como a mobilidade elétrica. Com esta instalação especificamente
desenvolvida para o dinâmico mercado das baterias, a FUCHS
consegue produzir e fornecer aos clientes da E-Lyte as mais variadas
formulações muito rapidamente e com a maior qualidade.
Com a implementação deste projeto, a E-Lyte é a primeira empresa
alemã capaz de oferecer ao mercado europeu das baterias
um dos componentes mais importantes a partir de uma base de
produção na Europa.
ATELIO AFTERMARKET INTERNATIONAL (AMI)
CONCEBIDO PARA AJUDAR
AS OFICINAS
Atelio Aftermarket International (AMI) é um catálogo de peças sobressalentes
e orçamentos dedicado aos reparadores automóveis e aos distribuidores
de componentes. O catálogo de peças sobressalentes e orçamentos para automóveis
Atelio Aftermarket International (AMI), aproxima o revendedor da oficina.
Enriquecido com uma funcionalidade de orçamentação, com a possibilidade
de consultar os planos de manutenção dos fabricantes e os tempos de mão-de-obra
programados, dá acesso às informações técnicas necessárias à substituição de peças.
Além disso, é inteiramente personalizável para estruturas em rede e grupos oficinais.
Ao contrário de outros catálogos de peças automóveis no mercado, o Atelio Aftermarket
International (AMI) foi concebido para ajudar o distribuidor a acelerar a
comunicação com o seu cliente mecânico.
PRIMEIRA PLATAFORMA DE PODCAST PARA O AFTERMARKET
TALKTOMOTIVE | Na Automechanika Frankfurt 2022, a OTB Drivers lançou a primeira plataforma de
podcast para o mercado pós-venda automóvel, 100% dedicada ao aftermarket. Criada em colaboração com
a Unit Plus, uma empresa italiana de comunicação aftermarket automóvel, a plataforma tem a ambição de
trazer novas soluções digitais aos parceiros dos meios de comunicação, fabricantes e associações de aftermarket
automóvel para divulgar a sua voz à comunidade automóvel global. A Talktomotive, www.talktomotive.com,
tem como objetivo fornecer notícias, conhecimentos e informações do aftermarket a qualquer pessoa em todo
o mundo. “O podcast é uma tendência que não podemos perder” disse Luna Paciucci, CEO e Fundadora da OTB
Drivers “nos EUA já existem muitos podcasts do mercado pós-venda automóvel e queremos trazer esta tendência
para a Europa. Também queremos criar um acesso fácil a qualquer tipo de informação proveniente da indústria,
e é por isso que queremos manter a plataforma livre para o público”.
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NOTÍCIAS
EMPRESAS
SCHAEFFLER
ESTÁ A ELETRIFICAR OS VEÍCULOS COMERCIAIS
A
Schaeffler está a desenvolver tecnologia
de alta voltagem para os veículos elétricos
comerciais do amanhã, tanto leves,
como pesados. No futuro, cada vez mais, veículos
comerciais movidos por eletropropulsão estarão
nas estradas, à medida que os fabricantes de camiões
estão a tomar medidas para atingir uma
redução de 15% nas emissões de CO 2 até 2025,
tal como exigido pela União Europeia. Os novos
motores elétricos de alto desempenho da Schaeffler
são escaláveis, eficientes e extremamente
robustos. É impressionante que estes motores
conseguem atingir um grau de eficiência de mais
de 97% e disponibilizar uma potência de acionamento
contínua de até 300 kW, características
que são possíveis graças ao inovador sistema de
arrefecimento a óleo desenvolvido pelos especialistas
em motores elétricos da Schaeffler. Outra
característica chave é a tecnologia de enrolamento
ondulado utilizada nos estatores. A Schaeffler
é uma das poucas empresas no mundo a dominar
esta nova tecnologia de enrolamento, que resulta
em motores elétricos com densidades de potência
muito elevadas.
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42 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
LANÇA CALENDÁRIO OFICINA 2023
FEBI | Em 2023, o calendário de oficina da febi será lançado novamente, pela primeira
vez desde o início da pandemia. As fotografias desta edição foram tiradas na Colômbia no
início do verão de 2022. Nos últimos dois anos, a Covid-19 impediu-nos de organizar esta
sessão de fotografias. A Colômbia oferece vários cenários deslumbrantes para fotografias.
Todas as fotografias foram tiradas na zona de Cartagena, uma cidade portuária na costa
das Caraíbas que, não só oferece ótimas praias e bares extraordinários, como também
locais exóticos com o charme dos tempos coloniais. Uma equipa de fotografia, liderada
por Christian Deutscher, que já tinha estado atrás da câmara em vários calendários de
oficina da febi, tirou milhares de fotografias em quatro locais diferentes – apenas as doze
melhores fazem parte do calendário. O que parece tão fácil nas fotografias nunca é uma
tarefa fácil, especialmente para as modelos, devido às temperaturas tropicais. Mas todos
os esforços valeram a pena: a 20ª edição do calendário de oficina da febi é, uma vez mais,
extremamente atraente!uma aula de introdução ao Golf no Driving Range do Vidago
Palace Hotel e uma atuação do Rancho Folclórico Santo Estêvão de Regadas de Fafe no
restaurante Casa de Souto Velho. “Reinou a boa disposição neste encontro da Auto Silva
Acessórios com os seus clientes já de longa data e onde foi possível uma conjugação
equilibrada de negócios e lazer”, revelou o departamento de comunicação da Auto Silva
Acessórios.
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AUTO SILVA ACESSÓRIOS E GRUPO DRIV
REALIZAM WORKSHOP
A Auto Silva Acessórios S.A. em parceria com o grupo Driv, organizou um evento, no
Vidago Palace Hotel, com cerca de 50 pessoas, nos passados dias 17 e 18 de setembro,
onde promoveram, em conjunto, um workshop técnico direcionado principalmente para
as marcas Ferodo e Monroe. O programa deste encontro foi composto por um workshop
técnico direcionado principalmente para as marcas Ferodo e Monroe realizado pelo
formador Carlos Colado; uma visita guiada a uma fonte do Vidago Palace Hotel com prova
da água termal; um passeio num autocarro de 1930 por Vidago;
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Gestão
OTIMIZAR O DESEMPENHO DA OFICINA
ESTRUTURAR,
GERIR E MOTIVAR
A MAIORIA DAS EMPRESAS PRECISA DE PESSOAL QUE TRABALHE EFICAZMENTE E ISTO SIGNIFICA
QUE ESSE PESSOAL TEM DE SER GERIDO. CONTUDO, O QUE SIGNIFICA REALMENTE ‘GERIR UMA EQUIPA’
E COMO PODE O ‘GESTOR DA EMPRESA’ SER TAMBÉM UM GESTOR DE PESSOAS EFICAZ?
Um bom gestor de pessoal deve conhecer
na íntegra as funções e
as responsabilidades de todos
os membros da equipa, mas em última
instância, cada um desses membros da
equipa deve ser melhor a desempenhar
as suas tarefas do que o gestor poderá
ser. Além disso, o gestor deve ser capaz
de conseguir o melhor da equipa que
tem ao dispor e apenas mudá-la quando
todas as outras hipóteses falharam’. Em
suma, o gestor precisa de saber estruturar,
gerir e motivar a sua equipa para otimizar
o seu desempenho. É bem conhecida
a expressão que diz que as pessoas
não deixam os empregos, e deixam sim
os chefes, mas na realidade isto significa
que essas pessoas deixam o emprego
porque o mesmo não é agradável, ou
porque os seus pontos fortes não estavam
a ser aproveitados ou porque não
estavam a evoluir nas carreiras. E quem
é responsável por isto? O chefe.
Uma gestão ineficaz tem um impacto negativo,
não só na retenção de pessoal, na
qualidade do trabalho e no ânimo, mas
também no serviço de apoio ao cliente e
na imagem da empresa. Isso não é bom,
nem para o pessoal nem para o resultado
final. Os melhores gestores sabem o
que fazem, qual o rumo dos respetivos
negócios, e garantem que têm as pessoas
certas nas funções cruciais para que tudo
possa resultar. De igual modo, comunicam
e delegam eficazmente no pessoal
que foi formado, apoiado e motivado
com vista ao cumprimento das respetivas
responsabilidades. As empresas com
funcionários competentes e que são bem
geridos são as que têm melhor desempenho
e que frequentemente resolvem os
problemas antes de estes se agravarem e
se tornarem situações realmente graves.
Posto isto, vamos analisar alguns dos
princípios orientadores fundamentais
para uma boa gestão de pessoas:
Construa relações sólidas
e baseadas no respeito
Não queira que gostem de si, mas queira
obter e manter o respeito da sua equipa.
Passe tempo a falar com os membros do
seu pessoal. Irá demonstrar que está interessado,
mas também será motivador e irá
permitir-lhe compreender melhor as opiniões
deles e quaisquer preocupações que
possam ter. Seja confiante, vigoroso e profissional,
mantendo-se simultaneamente
transparente, acessível e motivador.
Fortaleça as suas
competências de comunicação
A sua capacidade de ouvir e comunicar é
vital para o seu sucesso enquanto gestor
de pessoas. E isto não significa apenas
a sua capacidade de ouvir e de falar de
modo individual, mas também a sua capacidade
de captar a atenção das pessoas
de modo a expor as suas ideias, valores e
perspetivas, bem como a sua capacidade
de ouvir e respeitar as ideias, os valores
e as perspetivas dos outros. Isso é verdadeira
comunicação. Quer fale com uma
pessoa, ou faça uma apresentação para
um vasto conjunto de pessoas, competências
de comunicação sólidas são muito
importantes.
Desenvolva ativamente a sua
equipa e seja o líder da equipa
À medida que estabelece e fortalece relações
com a sua equipa, deve começar
a identificar os talentos, as capacidades
e os pontos fortes individuais dos seus
funcionários. Ter conhecimento deste
pormenor irá ajudá-lo a desenvolver a
sua equipa de modo a que toda a gente
tenha uma função na qual possa ter
sucesso e se destaque. Passe tempo a
comunicar com cada funcionário individualmente,
dado que, muito frequentemente,
os funcionários transmitirão
aquilo que julgam ser os seus próprios
pontos fortes e onde pretendem chegar.
Também podem dar ideias sobre como
fortalecer a sua equipa e o desempenho
da mesma como um todo. Por vezes,
ânimo e desempenho reduzidos podem
dever-se a falta de apoio e de formação.
Certifique-se de que toda a sua equipa se
mantém atualizada, com formação regular
adequada a cada função.
Saiba o que os seus funcionários
mais apreciam e valorizam
Para determinar o que os seus funcionários
realmente apreciam e valorizam,
ou para conhecer as necessidades de formação
e apoio dos mesmos, recorra a inquéritos,
avaliações individuais ou grupos
de discussão para falar de cada área
fundamental, de modo a identificar os
pontos positivos, as falhas de competências
ou as áreas que devem ser melhoradas.
É muito simples, apoie a sua equipa.
Seja transparente
Omitir coisas aos seus funcionários é
uma receita para o desastre. Lembre-se
de que passou tempo a estabelecer relações
com estas pessoas, relações baseadas
em respeito. Gerar confiança faz
também parte desse respeito mútuo.
Mantendo a transparência, a honestidade
e a confiança junto dos seus funcionários,
irá promover ainda mais o respeito
e a lealdade dos mesmos.
Assuma a responsabilidade
Isto pode muitas vezes ser difícil, mas é
sinal de uma gestão de pessoas verdadeiramente
excecional. Enquanto gestor,
líder ou responsável da sua empresa,
toda a responsabilidade deve incidir sobre
si. É o responsável pelo desempenho
dos seus funcionários. Lembre-se que
falhar não representa uma fraqueza; é
uma oportunidade de aprender, de se
fortalecer e de melhorar. Assuma a responsabilidade
pela sua equipa e esta irá
respeitá-lo mais por isso. Todos estes
princípios de gestão de pessoas são importantes
competências de gestão interna,
mas também serão tidos em conta
externamente por parte dos clientes, de
diversas formas, umas mais óbvias, outras
nem tanto.
Perceção positiva
do funcionamento da empresa
Quando os clientes contactam a sua empresa,
seja por telefone, e-mail ou através
de uma visita presencial, a sua perceção
será significativamente mais positiva se
sentirem que estão a lidar com uma empresa
bem gerida, que funciona bem, com
pessoal profissional e altamente motivado.
Muitas vezes é quase impercetível a
forma como isto pode ser detetado, mas
seguramente que, se o seu pessoal não
estiver a trabalhar num ambiente bem liderado
e motivador, isso irá refletir-se na
respetiva atitude em relação ao trabalho
e, frequentemente, em relação aos seus
clientes, de uma forma negativa. l
A REALIDADE É QUE OS BONS GESTORES NÃO SURGEM ESPONTANEAMENTE,
mas ADQUIREM as COMPETÊNCIAS COMO PARTE DA APRENDIZAGEM
SOBRE COMO COMPREENDER as PESSOAS ENQUanto INDIVÍDUOS
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 45
Empresa
MANN+HUMMEL APRESENTA ESTRATÉGIA ‘CARBONO ZERO’
TUDO PELO AMBIENTE!
O VERDE NÃO É APENAS A COR CORPORATIVA DA MANN+HUMMEL, MAS O VERDE É TAMBÉM O PRESENTE
E O FUTURO DESTE ESPECIALISTA EM FILTRAÇÃO. COM AS SUAS SOLUÇÕES, A EMPRESA COM SEDE
EM LUDWIGSBURG, NA ALEMANHA, SEPARA O ÚTIL DO PREJUDICIAL E DESENVOLVE ASSIM TECNOLOGIAS
CHAVE PARA ABRIR O CAMINHO PARA UM PLANETA MAIS LIMPO
Com o objetivo de conduzir um futuro sustentável
e minimizar a sua pegada de carbono,
a MANN+HUMMEL tornou pública
a sua estratégia “Carbono Zero”, que prevê a utilização
de energias renováveis em todas as fábricas
da MANN+HUMMEL a partir do próximo ano.
A estratégia afirma também que, até 2030, toda a
produção será neutra em CO 2; e, até 2050, toda a
cadeia de abastecimento. “Esta é a nossa missão:
separar o útil do prejudicial. Esta é a base do nosso
negócio e, ao mesmo tempo, a nossa responsabilidade.
Uma responsabilidade que levamos a sério,
não só fornecendo aos nossos clientes tecnologias
de ponta para os ajudar a tornarem-se mais sustentáveis,
mas também queremos ser nós próprios
mais sustentáveis. E a nossa neutralidade de CO 2
é um passo importante neste caminho”, diz Jean
Gangloff, Vice-Presidente de Qualidade, Saúde,
Segurança e Ambiente da empresa. As chaves para
alcançar estes objetivos incluem o aumento dos
níveis de eficiência energética da empresa, bem
como a utilização de energias renováveis. Além
disso, a MANN+HUMMEL prestará ainda mais
atenção à sustentabilidade da sua própria cadeia
de abastecimento, bem como ao processo de produção
dos seus produtos.
Menos resíduos da fábrica
A União Europeia estabeleceu um objetivo para os
estados membros de limitar os aterros a um máximo
de 10% dos resíduos até 2035. A nível dos cidadãos
ou das empresas, este objetivo implicará uma
maior procura de separação na fonte e de um tratamento
correto dos resíduos. A MANN+HUM-
MEL Ibérica têm vindo a trabalhar há anos no seu
plano “aterro zero”. “A nossa estratégia ambiental
para 2018-2023 visa alcançar a plena reciclabilidade
dos resíduos. Em 2019 já atingimos uma taxa
de reciclagem de quase 99%. Em 2020, apenas
2,05% dos nossos resíduos foram para aterro” refere
a MANN+HUMMEL Ibérica.
Durante o ano passado, a empresa sediada em Saragoça
registou uma redução de 15,5% no volume
de resíduos, o que implica uma melhoria na utilização
interna dos recursos. “A nossa percentagem
de resíduos continua ano após ano a avançar para
o objetivo estratégico de “Aterro Zero”, um objetivo
que esperamos alcançar até 2023. Para tal, procuramos
sempre a gestão mais sustentável possível
para cada tipo de resíduos, promover o consumo
responsável, a reutilização interna dos resíduos e
a reciclagem externa de tudo o que não possa ser
utilizado internamente. Dentro das opções de tratamento
sustentável (reciclagem ou recuperação
de energia), as opções de reciclagem são sempre
priorizadas se estiverem disponíveis”, afirma a
MANN+HUMMEL Iberica.
Além disso, como parte da sua estratégia para reduzir
as emissões de gases com efeito de estufa, a
MANN+HUMMEL Iberica continua empenhada
na compactação de resíduos (peças termoplásticas,
papel e cartão, e sólidos inertes). “2,3% dos resíduos
produzidos no nosso local de produção são considerados
perigosos e como tal são tratados por gestores
de resíduos especificamente autorizados para cada
tipo de resíduos. Em 2020, as máscaras cirúrgicas
utilizadas pelos empregados foram incluídas neste
tipo de resíduos para que possam ser tratadas adequadamente
e de uma forma amiga do ambiente”,
acrescentou a MANN+HUMMEL Ibérica.
Filtro contribui
para proteção do ambiente
Contribuir para a preservação da sustentabilidade
ambiental é uma das linhas de trabalho seguidas
pelo trabalho de I&D da MANN+HUMMEL na
conceção de novas soluções de filtração. É o caso
do sistema de filtragem de partículas de ar do novo
Mercedes-Benz Sustainer, constituído por dois
filtros, um à frente e outro no eixo traseiro, cuja
função é limpar o ar onde quer que este circule,
tornando possível compensar as emissões de partículas
PM10 em mais de 50% e, mesmo quando parado,
aspirar a poluição em redor do veículo - por
exemplo, durante o tempo de carregamento das
baterias de um veículo elétrico. Durante este processo,
o sistema consome apenas 160 watts, graças
à eficiência do ventilador e a uma queda de pressão
otimizada dos elementos filtrantes.
Outro filtro baseado no mesmo conceito, mas neste
caso, adaptável a qualquer veículo, é o filtro Pure
Air também desenvolvido pela MANN+HUMMEL,
que pode ser instalado no tejadilho do veículo, permitindo
opções de personalização para frotas, empresas,
etc.. O desenho da dupla entrada de ar tem
uma capacidade de aspiração de até 2.000 metros
cúbicos por hora. Outro exemplo é o filtro de partículas
de pó de travão, que remove até 80% das partículas
ultrafinas libertadas no ambiente durante a
travagem e é capaz de se adaptar a todas as formas
de mobilidade, desde veículos eléctricos e híbridos a
veículos convencionais a gasolina ou diesel.
Sustentabilidade ambiental
A MANN+HUMMEL também contribui para a
sustentabilidade ambiental através dos materiais
utilizados na conceção e fabrico da sua gama de
produtos. É o caso dos filtros de ar feitos de plástico
reciclado a partir de garrafas PET. Com o plástico
de duas garrafas de 1,5 litros, é possível obter
até um metro quadrado de meio filtrante. Além
disso, graças à elevada capacidade de retenção de
sujidade destes meios sintéticos, é necessária até
30% menos superfície de filtragem em comparação
com um filtro de celulose tradicional,
Combustíveis sintéticos são alternativa
O tráfego rodoviário é responsável por 38% das
emissões de CO 2 na União Europeia, de acordo
com os dados do Eurostat de 2019. Os combustíveis
sintéticos poderiam ser a chave para reduzir estas
emissões e cumprir os objetivos da UE em matéria
de emissões. A redução das emissões de CO 2 destinada
a combater as alterações climáticas está a levar
muitos fabricantes de veículos a concentrarem a sua
produção em veículos com motores de combustão
movidos a combustíveis sintéticos sem emissões de
carbono, permitindo assim a neutralização dos gases
com efeito de estufa nos motores convencionais
a diesel e a gasolina. A este respeito, a MANN-FIL-
TER, especialista em sistemas de filtragem automóvel,
desenvolveu uma série de filtros de combustível
especialmente concebidos para resistir aos combustíveis
sintéticos. “Os combustíveis sintéticos podem
ser agressivos para alguns tipos de elastómeros”, explica
a empresa, avisando que “como resultado, os
vedantes podem perder até dez por cento do seu volume
e, no pior dos casos, fazer com que o combustível
saia e que o filtro se solte enquanto se conduz.
Para o evitar, MANN-FILTER utiliza materiais de
selagem resistentes a esta degradação, que asseguram
uma retenção permanente e uma selagem
completa do filtro, cumprindo ao mesmo tempo todas
as normas de equipamento original relevantes
e todas as especificações exigidas pelos fabricantes
de automóveis.
A empresa afirma que “a mobilidade do futuro
será uma combinação de diferentes tecnologias
de propulsão e que os combustíveis serão necessários
durante muito tempo, pelo que trabalhar para
aumentar a utilização de combustíveis sintéticos
contribuirá grandemente para a luta contra as alterações
climáticas”. A MANN-FILTER já iniciou
a produção em série destes filtros de combustível
altamente eficientes para vários fabricantes de veículos
comerciais.
Automóveis a hidrogénio são solução
É evidente que o futuro da indústria automóvel será
eletrificado, especialmente se tivermos em conta a
recente regulamentação europeia e ainda mais a
futura entrada em vigor da Euro 7, que tornará a
aprovação de motores térmicos capazes de cumprir
os limites de emissão exigidos o mais rigoroso possível.
No entanto, a corrida ainda está em curso para
os fabricantes de automóveis encontrarem a fórmula
para alimentar estes automóveis de forma rápida
e sustentável. A MANN+HUMMEL Ibérica está
empenhada, entre outras soluções, na implementação
do hidrogénio como um método sustentável de
geração de energia para a propulsão de automóveis.
Uma fórmula que, além de contribuir para resolver
o problema das emissões de dióxido de carbono
para a atmosfera, também se torna uma das melhores
alternativas ao problema do carregamento das
atuais baterias dos veículos elétricos. “Com a célula
de combustível de hidrogénio seríamos capazes de
reduzir as emissões dos veículos, ao mesmo tempo
que ajudávamos a resolver as desvantagens dos veículos
elétricos plug-in em termos de alcance e tempo
de recarga”, acrescentou a empresa.
“A célula de combustível de hidrogénio consiste
num sistema inovador que faz com que o motor
gere a electriidade de que necessita para se deslocar
através de uma reação entre o ar aspirado da rua e o
hidrogénio armazenado no tanque. Por outro lado,
tanto a autonomia de cada tanque como o tempo
de reabastecimento são semelhantes ao que estamos
habituados com um motor térmico”, dizem. A
MANN+HUMMEL já está a trabalhar em soluções
de filtração para motores de células de hidrogénio
como uma alternativa de mobilidade limpa. l
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 47
Empresa
CONVENÇÃO PADOR AUTO SERVICE
OFICINAS MAIS FORTES!
TENDO COMO LEMA “LADO A LADO NO FUTURO”, REALIZOU-SE NO DIA 1 DE OUTUBRO, NO CASINO
DA FIGUEIRA DA FOZ, A CONVENÇÃO PADOR AUTO SERVICE, QUE CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DAS
OFICINAS ADERENTES A ESTE PROGRAMA CRIADO EM 2016 E QUE CONTA ATUALMENTE COM 65 PARCEIROS
Pensado especificamente para as oficinas multimarca
que se querem manter independentes,
mas que entendem não ser uma estratégia
adequada ficar isoladas sem qualquer suporte, o Pador
Auto Service tem ganho dimensão e mais valias a
nível de novas ferramentas que oferece aos parceiros.
Manuel Vicente, gerente da Rodapeças, deu início
à Convenção, destacando a qualidade dos oradores
convidados, que trouxeram temas muito atuais
e suscitaram o interesse dos participantes para os
grandes desafios que têm pela frente. Sobre a evolução
do Programa Pador Auto Service, este responsável
referiu que “a estratégia não é crescer em quantidade
de aderentes ao Programa. O nosso grande
objetivo é conseguir manter a elevadíssima qualidade
que este Programa já tem e continuar a conseguir
ir ao encontro das expetativas dos nossos clientes
que fazem parte do mesmo. É um Programa extremamente
inovador no nosso país, porque é flexível e
muito rico na oferta de serviços de suporte que tem.
As Oficinas podem beneficiar dum Call Center técnico,
de formação técnica e empresarial, de imagem
corporativa e ainda de suporte ao marketing. Tudo
isto, sem obrigações. A flexibilidade deste Programa,
permite a que todo o tipo de oficina possa usufruir
de suporte ao seu negócio”.
Formação é prioridade
A formação, que sempre foi um dos pontos forte do
programa Pador Auto Service, atingiu um número
recorde de 223 formandos em 2021 e para este ano
espera-se que este número seja ultrapassado. Para
isso, os responsáveis do programa vão dinamizar
o trabalho que está a ser desenvolvido pela Pador
Academy, com o objetivo de formar e capacitar as
oficinas aderentes com as melhores ferramentas
através de ações de formação focadas nas áreas mais
solicitadas. “Para nós é importante fazer formação
que vá ao encontro das necessidades das oficinas e
que acrescente valor ao seu negócio. Por isso criámos
um programa que inclui as áreas de formação
mais solicitadas pelos nossos parceiros e com um
calendário que permite as oficinas programarem os
seus dias de formação no período que lhes for mais
conveniente”, referiu Manuel Vicente. A forte adesão
dos parceiros aos diversos cursos de formação
realizados ao longo do ano e a avaliação positiva por
parte dos formandos e formadores, são motivos de
orgulho para os responsáveis da Rodapeças, que
prometem continuar a apostar nesta área.
Novo Call Center e Pador Tech Solutions
Como novidade foi apresentado o novo Call Center,
que passa a ter apoio técnico na Alemanha, recorrendo
a uma base de dados com mais de 300 mil
casos reais e ainda o acesso a portais técnicos dos fabricantes
de automóveis. Relativamente à plataforma
digital Pador Tech Solutions, foram divulgados
os novos módulos que já estão disponíveis, designadamente
de orçamentação, onde a oficina pode
fazer uma comparação entre os valores OE e IAM.
“Esta possibilidade permite mostrar de imediato
ao cliente as vantagens de optar por um orçamento
com peças de qualidade equivalente à origem, mas
mais económico e com a mesma garantia”, refere o
gerente. O Pador Tech Solutions possibilita também
o registo de toda a informação dos veículos, desde a
entrada na oficina, o tempo de reparação e o tipo de
manutenção ou reparação efetuada. Deste modo, o
responsável da oficina pode com facilidade consultar
online todo historial de serviço da oficina, as horas
despendidas em cada viatura e a rentabilidade
das operações.
Aposta na comunicação online
Ana Correia, diretora e marketing da Rodapeças,
apresentou a imagem corporativa dos Pador Auto
Service, a nível exterior e também interior, reforçando
a mais valia do Programa, que confere oportunidade
a qualquer oficina multimarca se tornar
um Pador Auto Service sem nunca perder a sua
própria identidade, mantendo a sua independência
e principalmente a sua autonomia. “Esta flexibilidade
com os aderentes é a nossa grande vantagem,
porque não queremos ter oficinas padronizadas,
mas sim oficinas fortes”, referiu Ana Correia, que
acrescentou “o digital está em crescimento constante
e por isso temos apostado cada vez mais nas
nossas redes sociais, onde divulgamos a imagem
institucional do Programa com várias publicações”.
E porque o futuro está na digitalização das oficinas,
o Programa Pador Auto Service vai apostar ainda
mais na receção ativa e no marketing oficinal, de
forma a posicionar-se na vanguarda da reparação
automóvel. Foi também anunciado o lançamento
de uma solução e crédito rápido para os clientes das
oficinas, que permite o pagamento faseado do valor
da reparação sem juros. O risco para a oficina é nulo
e permite-lhe aumentar a tesouraria.
Sustentabilidade e economia circular
Fábio Parente, responsável da Derasa, falou sobre
o tema da sustentabilidade e economia circular e
apresentou os serviços desta empresa do grupo Rodapeças,
que faz a gestão de resíduos, incluindo a
colocação de contentores identificados com códigos
LER nas oficinas e a recolha dos resíduos para reciclagem.
Com este suporte a oficina previne acidentes
ambientais, poupa recursos e melhora as condições
de higiene e segurança, para além de ficar em
conformidade com a legislação ambiental, evitando
assim as pesadas coimas por inconformidades.
Seguiu-se uma interessante apresentação de Joaquim
Candeias, presidente da DPAI/ACAP que abordou
alguns dos temas mais atuais do aftermarket na
Europa. Miguel Oliveira, Pedro Rua e Jorge Cancella
de Abreu foram outros dos oradores convidados que
abordaram temas igualmente interessantes, designadamente:
os desafios técnicos das oficinas no século
XXI; gestão das oficinas pelo método 5S e as dificuldades
das oficinas se atualizarem perante a mudança
acelerada que o setor está a viver. A Convenção encerrou
com uma palestra de Jorge Sequeira, um dos
mais importantes speakers motivacionais do país,
que contou algumas das melhores histórias incluídas
no seu recente livro “Dar ao pedal”. Não se trata de
um manual de ciclismo, mas antes um guia para ajudar
empresários e empreendedores a potenciar o seu
desempenho, seja qual for a sua área. l
48 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
A PADOR AUTO SERVICE CRIOU A PADOR ACADEMY, COM O OBJETIVO
DE REFORÇAR A VERTENTE FORMAÇÃO PARA AS OFICINAS DA REDE,
COM CURSOS TÉCNICOS E CURSOS DE FORMAÇÃO EMPRESARIAL
ADEQUADOS À REALIDADE E ÀS NECESSIDADES DAS OFICINAS PARCEIRAS
SPAIN
produto
GRUPO
CAUTEX LANÇA NOVIDADES E NOVO WEBSITE
TRÊS NOVAS FAMÍLIAS
PEÇAS DE PORTAS
A CAUTEX, UM FORNECEDOR COM 65 ANOS DE EXPERIÊNCIA NO MERCADO DE PEÇAS SOBRESSALENTES
DE BORRACHA E METAL PARA O SETOR AUTOMÓVEL, E PARTE DO GRUPO AMERICANO BBB INDUSTRIES,
LANÇOU TRÊS NOVAS FAMÍLIAS DE PEÇAS PARA PORTAS
A
Cautex lançou 685 novas referências e introduziu
3 novas famílias de peças de portas:
acionadores de portas de combustível
(de momento entra com 6 referências), dobradiças
de portas (que aparecem no catálogo com 221 novos
artigos), e puxadores de portas (apresentando 111
novas peças sobressalentes). Além disso, tem também
42 novas fechaduras e 21 novas guias de portas
deslizantes. Desta vez há uma macro-família com
grande destaque, a porta e as partes do corpo, com
um total de 412 referências. Para além destes, os novos
produtos incluem também os habituais artigos
de borracha e metal: sinoblocos, suportes de motor,
kits de fole de transmissão e polies da cambota.
O catálogo pode ser descarregado em formato PDF
a partir do site da marca, sendo um prático instrumento
de trabalho para os profissionais do sector.
Clicando no número de referência abre a loja online
Cautex onde pode ver a informação completa
sobre a peça e o seu stock. Todas as referências estão
disponíveis no TecDoc.
Este é o resumo das famílias mais importantes no
novo lançamento da Cautex:
• Silentblocs = 116 referências
• Montagens do motor = 60 referências
• Kits de fole de transmissão = 30 referências
• Polias de cambota = 24 referências
• Partes da porta e do corpo = 412 artigos
• Dobradiça da porta = 221 artigos
• Punho da porta = 111 referências
• Fechaduras = 42 referências
• Guia da porta deslizante = 21 referências
• Atuador da tampa de combustível = 6 referências
Com estes novos produtos, a Cautex continua a
aumentar a sua oferta e conta agora com mais de
14.500 referências em stock. Continua a crescer com
as máximas que sempre a caracterizaram: uma vasta
gama de produtos, um firme compromisso com a
qualidade, e um cuidadoso serviço ao cliente. l
NOVO WEBSITE EM PORTUGUÊS MAIS VISUAL E INTUITIVO
A Cautex lançou recentemente o seu novo website, que é mais
visual e intuitivo e visa facilitar a navegação aos seus utilizadores.
A facilidade de utilização do novo website permite aos utilizadores
consultar a vasta gama de produtos Cautex, conhecer todas as
políticas de qualidade da empresa e fazer encomendas através da
loja online, entre outras coisas.
Outra característica importante do novo portal é a sua funcionalidade
multilingue, passando das 3 línguas do antigo website para 5
línguas (espanhol, inglês, francês, italiano e português) e também
uma versão para o mercado latino-americano. Isto responde ao forte
processo de expansão internacional da empresa e ao seu objetivo de
penetrar em novos mercados. A Cautex está atualmente presente em
20 países. Neste sentido, o novo website reflete o importante trabalho
que a empresa está a realizar para fornecer aos distribuidores e
mecânicos de pós-venda as melhores soluções com um elevado nível
de qualidade.
Os utilizadores podem consultar os rigorosos controlos de qualidade
a que todos os produtos Cautex são submetidos, um facto que
garante uma elevada fiabilidade do produto, equivalente à do
equipamento original, mas a um custo mais competitivo. Na secção
de qualidade pode também encontrar a documentação para
procedimentos tais como garantias e devoluções. Outra das secções
destacadas do website é a secção de Downloads, onde pode aceder
a catálogos, lançamentos, brochuras e circulares técnicas. Tudo está
apenas a um clique de distância. Também merece uma menção
especial a nova secção completamente renovada das Notícias e
Eventos, um blog onde a Cautex partilha todas as notícias sobre
informação corporativa, produtos ou presença em feiras comerciais
para que os seus clientes estejam a par da atividade da empresa
sediada em Barcelona.
Outra novidade é uma janela pop-up que informa sobre o Serviço
Técnico como parte do Serviço de Atendimento ao Cliente. Este
departamento pode ser contactado por e-mail, cstecnico@cautex.
com, no telemóvel 616470752, ou no número de telefone geral
934225300, extensão 2006. O objetivo é comunicar com os utilizadores
de peças sobressalentes Cautex, resolvendo os seus problemas
e estando mais perto deles para os ajudar.
Graças a este novo departamento, os clientes da Cautex poderão
resolver um grande número de dúvidas técnicas, tais como saber
exatamente que número de referência necessitam para um modelo
de veículo específico, as especificações técnicas de uma peça sobressalente,
como utilizar o website e shop-online, como consultar
o catálogo PDF… e qualquer outra dúvida técnica que os clientes
necessitem de resolver. A Cautex continua a crescer com as máximas
que sempre a caracterizaram e agora também apoiada por um poderoso
instrumento de comunicação como o seu novo website. Para
visitar o novo website da Cautex consulte www.cautex.com
O NOVO WEBSITE DA CAUTEX REFLETE O IMPORTANTE TRABALHO
QUE A EMPRESA ESTÁ A REALIZAR PARA FORNECER AOS DISTRIBUIDORES
E MECÂNICOS DE PÓS-VENDA AS MELHORES SOLUÇÕES COM UM ELEVADO
NÍVEL DE QUALIDADE
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 51
NOTÍCIAS // PEÇAS E EQUIPAMENTOS À MEDIDA DE CADA NEGÓCIO
Produto
BOSCH COMEMORA 100 ANOS A DUPLICAR
DÉCADAS DE EXPERIÊNCIA E MELHORIA CONTÍNUA
A
Bosch está de parabéns! Comemora 100
anos a desenvolver velas de incandescência
e mais 100 anos de baterias. A Bosch apresenta
velas incandescentes para quase todos os
veículos a diesel, incluindo modelos mais antigos.
Quanto às baterias, é raro o modelo que a Bosch
não tenha. Robert Bosch percebeu muito cedo que
a excelente eficiência dos motores a diesel os tornava
adequados para uso em veículos motorizados. O
problema era que esses motores tinham uma grande
dificuldade em arrancar frio. As velas incandescentes
Bosch, que entraram em produção em 1922,
foram a solução, movendo o pré-aquecimento do
motor para o interior da câmara de combustão.
Foi também há cem anos que a Bosch começou a
produzir baterias de arranque em Feuerbach, Estugarda,
inicialmente para motociclos e, a partir
de 1927, para automóveis de passageiros.
Know How no fabrico de velas
A primeira vela de incandescência de polo único da
Bosch apresentava um isolador de mica com um
filamento aberto de fio. Hoje, a tecnologia Duraterm
e o aquecimento cerâmico com fases de pré-
-aquecimento curtas e fases de pós-aquecimento
longas garantem eficiência de combustível e uma
longa vida útil. Com a vela incandescente Bosch
DuraSpeed, que incorpora um elemento de aquecimento
em cerâmica, um arranque a frio demora
menos de dois segundos. Dar tempo ao motor
diesel para aquecer é agora uma coisa do passado.
Além disso, as velas de incandescência modernas
desempenham um papel importante na limpeza
do filtro de partículas, uma vez que o seu calor ajuda
na regeneração do filtro.
Ampla gama de baterias de arranque
Também quando se trata de baterias de arranque,
a Bosch tem 100 anos de experiência e know-how,
como mostram os seguintes marcos históricos. Na
década de 1960, a Bosch comercializava baterias
com invólucro de plástico e indicador de carga. As
baterias livres de manutenção para automóveis de
ligeiros foram introduzidas na década de 1980.
A partir da década de 1990, as grelhas de liga de
prata das baterias da Bosch garantiram longa vida
útil e alta potência no momento de arranque. Desde
2000, o portfólio da Bosch foi complementado
com baterias AGM de elevado desempenho para
veículos de ligeiros com sistemas start-stop e vários
consumidores elétricos. A duração da bateria
também tem vindo a ser continuamente melhorada.
Em 2016, a Bosch ganhou o Prémio de Inovação
Automechanika Frankfurt pela sua bateria de
íons de lítio para motocicletas. Em 2019 assistiu-
-se à estreia da Bosch TA AGM, uma bateria para
veículos comerciais com altos requisitos de energia
no exigente mercado de transporte de longa distância.
Além disso, desde o final de 2019 e para
equipamentos originais, a Bosch desenvolve e fabrica
baterias de 48 volts para hibridização leve. A
bateria de 48 volts armazena energia da travagem
e suporta o motor de combustão durante a aceleração.
Isso reduz o consumo de combustível e as
emissões de CO 2.
52 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
OSRAM ADICIONA
NOVOS MODELOS NA
GAMA LUZES INSPEÇÃO
Caracterizada por um design excecional, benefícios individuais
otimizados e características ideais para cada modelo, a gama
de luzes LEDinspect da OSRAM proporciona a luz certa para
as suas necessidades específicas. Adequadas para trabalhos de manutenção
e reparação, para uso profissional e privado, para mecânicos,
técnicos, entusiastas de automóveis e para qualquer pessoa que
precise de iluminação robusta e duradoura com produtos flexíveis
e ajustáveis, cada luz de inspeção OSRAM LEDinspect reflete uma
compreensão das aplicações profissionais e fornece luz exatamente
onde e quando for necessária. A gama é versátil e diversificada, permitindo
o uso preciso, eficiente e eficaz da luz. A OSRAM oferece 2
anos de garantia
NOVOS PRODUTOS
DE ILUMINAÇÃO
MAGNETI MARELLI | A Magneti Marelli Parts & Services
apresenta o lançamento de novos produtos na família Lighting.
O lançamento consiste em 43 referências, a maioria delas para
aplicações muito novas e mesmo algumas delas para a última
geração de veículos elétricos, como o Mercedes Benz EQS e EQE.
Outros destaques incluem o conjunto completo de lâmpadas,
projetores e luzes diurnas para o novo Fiat 500E e os projetores
matriciais LED para o Audi A8 MY21, o conjunto completo de
luzes traseiras para o Land Rover Discovery MY21 e Porsche
Panamera MY20. O lançamento inclui 28 faróis, todos eles LED
e alguns com função dinâmica ou matriz, 28 luzes traseiras
combinadas, algumas delas faróis de nevoeiro, e um conjunto
de luzes LED de funcionamento diurno.
SINNEK
REVOLUCIONA MERCADO
COM MÁQUINA DE DOSAGEM DE COR
A
SINNEK,
marca de tinta premium para carroçaria, apresenta uma nova revolução no mundo da
cor. É uma máquina de dosagem totalmente automatizada, uma solução altamente eficiente
para a produção de cor no sector da refinação. Uma máquina capaz de dosear tinta com uma
precisão de cor extremamente elevada. A máquina, que em breve estará à disposição dos clientes da
marca, foi apresentada ao público na feira EQUIP AUTO 2022 em Paris. Com este lançamento, a SIN-
NEK demonstra mais uma vez o seu claro empenho na dosagem automática de bases de cor. Não em
vão, em 2017 foi a primeira marca de pintura de carroçaria a apresentar tal equipamento como parte
da sua proposta de valor para os clientes. A máquina da série W6000 oferece alta produtividade no
processo de processamento de cor, graças à grande velocidade com que realiza a dosagem, com capacidade
para fazer 20 cores prontas a usar por hora. Outra das suas características distintivas é a sua alta
precisão, com uma capacidade de produzir cores a partir de 30 gramas, e uma precisão de até 4 casas
decimais.
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 53
Notícias
Produto
SPIES HECKER APRESENTA
DOIS VERNIZES
COM EFEITO MATE
A
Spies
Hecker lançou o seu novo sistema de
vernizes Permacron Matt Clear System, que
inclui dois produtos, o Permacron Matt System
Clear Coat 8185 e o Permacron Semi-Gloss System
Clear Coat 8170. Formulados especificamente
para serem usados como parte dos 280/285 Base
Coat e Permahyd Hi-TEC Base Coat 480 Systems e
com o Permacron Base Coat 293/295 ou pintura
original, são misturados para proporcionar acabamentos
mate de OEMs de alta qualidade e de todos
os níveis de brilho de forma rápida e mais fácil do
que nunca. Estes produtos inovadores utilizam uma
tecnologia de pigmentos mate significativamente
menores, que oferecem uma aparência muito menos
cinzenta e turva, garantindo uma aparência
homogénea, uniforme e sem irregularidades. Os
pintores podem identificar sempre a fórmula de cor
mate adequada com o espectrofotómetro Color Dialog
Phoenix e procurar o nível de brilho correspondente
para a sua fórmula de cor específica de forma
muito rápida e fácil com o avançado software de gestão
de cores digital.
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UMA REFERÊNCIA IBÉRICA
NA DISTRIBUIÇÃO
DE PNEUS
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COLABORADORES
MAIS DE 700 NOVAS REFERÊNCIAS
METALCAUCHO | A Metalcaucho está de volta com força e apresenta 714 novas peças
sobressalentes de 46 famílias diferentes. Entre os novos produtos, destaca-se a vasta gama
de rótulas que foram adicionadas ao catálogo: 182 rótulas de rótulas de ponta de tirantes,
40 rótulas de junta axial e 30 rótulas de suspensão. Além disso, existem também muitos
produtos novos nas famílias de bielas, termóstatos (atingindo quase 900 referências),
buchas (com mais de 500 códigos), e suportes de direção (uma família chave que continua
a crescer com mais 9 referências). As peças de reposição Metalcaucho são fabricadas com as
mesmas especificações do fabricante original, mas por vezes a sua experiência e conhecimentos
fazem-na melhorar os desenhos originais para os tornar mais duráveis. Em famílias
tais como juntas esféricas ou bielas, aumenta a espessura de certas peças, ou seleciona
materiais mais resistentes, com o objetivo de oferecer aos clientes produtos com uma vida
útil mais longa. Este lançamento inclui 24 referências com estas melhorias incorporadas.
CALIBRADOR DE CÂMARA
RETROVISORA PARA PESADOS
GONÇALTEAM | A Gonçalteam já dispõe da solução técnica para a calibração da
câmara retrovisora para os veículos pesados que possuem este sistema ADAS. A HAWEKA
SCC é o único sistema aprovado para calibrar os Mercedes Mirror Cams. O procedimento de
calibração do Mirror Cam com o SCC já está disponibilizado no software Mercedes XENTRY-
-Software. Também está aprovado o SAD500-MB, que permite à oficina da Mercedes Benz
calibrar os sistemas ADAS estaticamente. As vantagens da calibração estática incluem: operação
individual; calibração no interior da oficina; independente das influências climáticas;
independente de outros veículos a serem seguidos durante a calibração dinâmica. Como a
calibração estática com o HAWEKA SAD500-MB é muito mais rápida, a empresa não apenas
economiza tempo, mas também dinheiro, pois os AW (valores da mão de obra do serviço)
são especificados pela Mercedes.
RPA ACRESCENTA
DYS AO SEU PORTFÓLIO
DE MARCAS
A
RPA – Rui & Paulo Almeida introduziu a nova marca DYS no seu portfólio,
com o objetivo de se tornar o parceiro ideal dos profissionais do ramo automóvel.
O portfólio da RPA, conta agora com braços suspensão, pendurais,
rótulas direção/suspensão/axiais, “podendo ser expandido a qualquer momento a
toda a oferta da Marca DYS”, revelou o departamento de comunicação da RPA. A
DYS posiciona-se como fabricante líder tornando-se uma marca forte e com qualidade
garantida, imagem única capaz de competir com outras marcas do mercado
de aftermarket.
AUMENTA GAMA DE CAUDALÍMETROS
ALFA E-PARTS | A nova marca, da BBB Industries, a Alfa e-Parts já tem 122 sensores MAF na sua carteira
e incluirá mais de 100 novas referências no início de 2023. Alfa e-Parts, a nova marca da divisão europeia da
BBB Industries, com um novo e moderno conceito de componentes elétricos e eletrónicos para automóveis,
continua a aumentar a sua oferta. Lançou recentemente 137 referências, incluindo 93 novos caudalímetros ou
sensores MAF. Esta é uma família que tem atualmente 122 referências no seu catálogo. Além disso, anunciam
que no início de 2023 irão completar a sua oferta com mais de 100 novos caudalímetros. A Alfa e-Parts está
empenhada num produto 100% concebido, fabricado e testado sob rigorosos e exigentes testes de qualidade,
uma vasta gama que não deixará de crescer (cerca de 6.000 novas referências anuais), e um serviço que
responde às expectativas dos seus clientes, tirando partido da logística das marcas do grupo BBB Industries.
Relativamente aos caudalímetros, classificados dentro da oferta Alfa e-Parts na família de sensores e na
sub-família de gestão do motor, são testados e calibrados como as referências originais.
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 55
Notícias
Produto
DUAS NOVas MESAS ELEVatÓRIAS
Nós damos uma mãozinha
CETRUS | A CETRUS acaba de lançar para o mercado duas novas mesas elevatórias bastante
úteis para oficinas de mecânica nomeadamente para serviços em viaturas elétricas. Estas
plataformas elevatórias são especialmente desenhadas para montar e desmontar baterias,
motores, caixas de velocidades, eixos de transmissão, reservatórios de combustível, suspensões,
etc. Estes elevadores portáteis permitem a regulação em comprimento, altura e inclinação
e a versão Premium permite ainda a deslocação lateral graças a sua mesa dupla. Ambos os
equipamentos contam com furos dedicados para fixação de suportes. O modelo mais económico
é acionado através de uma bomba pneumática, e o modelo Premium através de bomba elétrica
com comando para maior comodidade.
Não fazemos
manutenção automóvel,
mas fazemos a manutenção
da sua terminologia!
TRADUÇÃO E DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
Criamos e traduzimos manuais técnicos à melhor
relação qualidade/preço do mercado. Temos
profissionais especializados em várias áreas
da indústria e uma tecnologia que nos permite
criar projetos à medida de cada cliente.
ALARGA GAMA DE PRODUTOS
COM 8 NOVas REFERÊNCIAS
BGA | O fornecedor de aftermarket automóvel BGA (BG Automotive) expandiu a sua oferta
de produtos com 8 novas referências através de várias categorias de produtos - correntes de
distribuição, cárter, polias de cambotas e transmissão. A BGA desenvolve e lança mensalmente
novas referências de produtos para a indústria de pós-venda automóvel para assegurar que as
aplicações mais recentes estão a ser disponibilizadas para as oficinas independentes. Foi lançada
uma nova corrente de distribuição para a Mercedes, cobrindo modelos como o Mercedes Classe
A 2012 - 2018, Classe C 2013 - 2018, Classe E 2013 – 2016, num total de mais de 100.400
veículos. Duas novas referências foram acrescentadas à sua gama de transmissão cobrindo o Ford
Tourneo Custom 2015 em diante & Ford Transit 2014 - 2018 em diante.Uma junta homocinética
danificada pode ser totalmente reparada e restaurada de acordo com as especificações do equipamento
original, utilizando componentes de qualidade, como os kits de juntas homocinéticas
BGA, que contêm todos os componentes necessários para restaurar completamente um eixo de
transmissão.
CONHEÇA O PROGRAMA PARCEIRO JABA
Através da identificação e alinhamento de todas
as traduções antigas do parceiro JABA, é criada
uma base de dados que permite detetar todas
as repetições em novos projetos e baixar
consideravelmente o valor final do documento,
mantendo a terminilogia e o estilo
de comunicação já existentes. Um programa
criado a pensar em si!
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Vila Nova de Gaia | Telf: 227 729 455/6/7/8 | Fax: 227 729 459
Mail: portugal@jaba-translations.pt | Web: jaba-translations.pt
APOSTA EM NOVOS DISCOS CERÂMICOS ABRASIVOS
ZAPHIRO | A ZAPHIRO fez uma nova aposta no seu portfólio, desenvolveu novos discos cerâmicos
abrasivos, uma verdadeira recomendação para as oficinas que façam vários trabalhos de lixagem.
Este disco abrasivo não precisa ser trocado por um operador, graças ao seu maior desempenho de
corte, poupa tanto em tempo, como em material. O novo disco cerâmico oferece alta e rápida velocidade
de corte no trabalho de lixagem de materiais como primers, tintas ou compósitos. Além disso,
estes discos abrasivos são também adequados para vernizes cerâmicos e produtos de alta dureza.
Para além das vantagens mencionadas acima, os discos cerâmicos ZAPHIRO permitem também uma
maior duração do velcro das placas, pois o operador não precisa trocar as placas com tanta frequência
dos discos abrasivos. Por último, por serem discos abrasivos com suporte de papel, oferecem a opção
de trabalho à mão com menos entupimento.
COMERCIALIZA BOMBA PARA
FILTRO DE CARVÃO ATIVADO
MOTORSERVICE | A Motorservice, é o único fornecedor no mercado de pós-venda, que
disponibiliza uma bomba elétrica para a purificação do filtro de carvão ativado que foi desenvolvida
pela Pierburg, na Alemanha. A bomba para filtro de carvão ativado foi desenvolvida pela Pierburg,
na Alemanha, e lançada mundialmente no mercado em 2018. Desde então, tem sido cada vez mais
utilizada na produção em série por um grande número de fabricantes de automóveis de renome,
conferindo-lhe um potencial considerável no mercado de pós-venda. A bomba conduz os vapores
de combustível presentes no filtro de carvão ativado para o processo de combustão, reduzindo
assim a emissão de poluentes do veículo. Esta é composta por uma bomba de gás elétrica centrífuga
acionada por um motor monofásico e funciona com um caudal de até 50 litros por minuto a uma
pressão simultânea de apenas cerca de 0,1 bar. A sua resistência térmica é reforçada por uma função
de arrefecimento ativo inovadora integrada no sistema eletrónico. Tal garante que a bomba é capaz
de suportar as condições rigorosas do compartimento do motor.
TRIO DE LUBRIFICANTES COM ESPECIFICAÇÕES GM
VARTA AGM
É ESCOLHA
DOS VEÍCULOS ELÉTRICOS
As baterias AGM da VARTA estão preparadas para os veículos elétricos
e funcionam em perfeita sintonia com a bateria de alta tensão
para garantir um desempenho excecional. Para 2030, a União Europeia
tem por objetivo reduzir as emissões de CO 2 dos veículos em 40%.
Como consequência, os fabricantes de automóveis vêem-se obrigados a
produzir veículos com emissões zero e veículos com emissões inferiores a
50 g/km de CO 2. Em 2030, os veículos híbridos e elétricos a bateria já representarão
mais da metade dos novos registros na Europa. À medida que
o parque automóvel europeu se torna cada vez mais eletrificado, a VARTA
estará bem posicionada com a sua gama de baterias, que foi ampliada para
acompanhar a evolução dos veículos elétricos. Nestes veículos, a bateria de
íons de lítio de alta tensão fornece energia à transmissão. A bateria de 12
volts cuida do sistema elétrico interno do veículo, que inclui recursos de
conforto e segurança.
WOLF | A Wolf lançou um trio de novos lubrificantes precisamente formulados que seguem as
especificações mais recentes da General Motors (GM) - GM dexos1TM Gen3. Estas novas atualizações
melhoram o desempenho em várias áreas importantes e estão a chegar ao mercado num momento
crucial, uma vez que a GM implementou recentemente a transição obrigatória. Os engenheiros de
I&D da Wolf trouxeram ao mercado uma nova linha de óleos de motor que cumprem estes novos e
rigorosos requisitos. Esta linha melhorada inclui dois produtos oficialmente aprovados, WOLF ECOTE-
CH 0W20 SP/RC D1-3 e WOLF ECOTECH 5W30 SP/RC D1-3. Também inclui um produto que cumpre a
especificação, WOLF ECOTECH 5W20 SP/RC D1-3, mas a GM atualmente não suporta oficialmente o
grau de viscosidade 5W20. Todos os três produtos são compatíveis com as especificações anteriores
do Dexos1 e um ajuste perfeito para os veículos híbridos mais recentes, em conformidade com ILSAC
GF-6 A.
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 57
Técnica
&Serviço
Colaboração Centro ZARAGOZA
www.centro ‐zaragoza.com
VERNIZES DE ACABAMENTO
O TOQUE FINAL
OS VERNIZES SÃO A ÚLTIMA CAMADA DE PINTURA QUE REVESTE AS PEÇAS PINTADAS. A SUA FUNÇÃO
É DE EMBELEZAMENTO DA SUPERFÍCIE, DURABILIDADE E RESISTÊNCIA, PROTEGER AS CAMADAS
INFERIORES DE AGENTES EXTERNOS COMO A RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA, A HUMIDADE E O DESGASTE
MECÂNICO. NO MERCADO EXISTEM DIFERENTES TIPOS DE VERNIZES QUE SE ADEQUAM A DIFERENTES
TIPOS DE REPARAÇÕES, ACABAMENTOS OU NECESSIDADES ESPECÍFICAS
Atualmente, nos processos de
pintura de automóveis existem
três tipos de sistemas de
acabamento: monocamada, duplacamada
e triplacamada. No caso do
acabamento de monocamada, todas
as qualidades que devem possuir a
pintura de acabamento são conseguidas
com a aplicação de um único
produto, o esmalte monocamada ou
tinta de brilho direto, que contém
tanto a pigmentação que dá a cor
final, como as resinas que proporcionam
as qualidades de resistência
acima descritas. Estes acabamentos
de monocamada estão praticamente
em desuso, devido à maior exposição
dos pigmentos à radiação e porque
não oferecem a versatilidade de utilização
de pigmentos com efeitos diferentes
para além da cor e cobertura.
Nos acabamentos bicamada e tricamada,
o acabamento consiste em
uma ou duas camadas de base bicamada
respetivamente (ou base bicamada
e verniz de tintura em algumas
tricamadas), que contribuem para a
cor devido aos pigmentos que contêm
e uma última camada de verniz, que
contribui para o brilho final desejados
Vernizes HS e UHS
Os vernizes utilizados atualmente
devem cumprir com os regulamene
as qualidades de proteção e resistência
contra os agentes externos.
Devido à maior proteção dos pigmentos
e à versatilidade que oferece
o processo de bicamada e tricamada,
onde não possui apenas pigmentos
de cobertura convencionais, mas
também podem ser utilizados pigmentos
de diferentes efeitos como
metalizado ou perlado, torna este
tipo de acabamento maioritariamente
presente nos veículos de passageiros.
Por outro lado, o verniz pode
apresentar diferentes caraterísticas
tanto a nível dos efeitos de acabamento:
desde os acabamentos de
alto brilho até acabamentos acetinados
ou mate; como a nível das propriedades
técnicas, podendo oferecer
diferentes capacidades de resistência
a riscos.
Propriedades dos vernizes
Os vernizes consistem numa mistura
de resinas, geralmente em estado
líquido, com a adição de misturas de
diluentes, embora possam também
existir fórmulas em pó, utilizadas,
por exemplo, em pinturas de jantes
em oficinas especializadas. As resi‐
nas utilizadas nos vernizes aplicados
em automóveis são sintéticas e formuladas
especialmente para atingir
os padrões que cumprem com a
exigência dos trabalhos de repintura
automóvel.
Na hora de aplicar um verniz,
valorizam ‐se as qualidades como a
extensibilidade, facilidade de aplicação,
estabilidade vertical, tempos de
secagem, brilho, tempo de vida útil
e tempo e facilidade de polimento.
Tendo em vista a sua durabilidade e
resistência, são valorizadas qualidades
como a resistência a riscos e desgaste,
à radiação ultravioleta, aos impactos
de pedras, à humidade e aos
agentes químicos. A manutenção do
brilho original e das suas qualidades
de proteção dependerão desta resistência.
No mercado existem grandes
variedades de vernizes que se adaptam
às necessidades concretas de
cada reparação. De acordo com as
diferentes qualidades podemos retirar
as seguintes classificações:
tos relacionados com o conteúdo
máximo de componentes orgânicos
voláteis (VOCs), Diretiva 2004/42/
CE, sendo as fórmulas mais habituais
as que possuem a denominação
de “teor de sólidos elevado” ou
HS (High Solids) e os de teor de sólidos
ultra elevado, ou UHS (Ultra
High Solids). A fórmula destes produtos
com baixo teor de VOCs, para
além da redução da emissão para a
atmosfera de poluentes, permite obter
a camada de proteção desejada
através da aplicação de um número
menor de mãos, já que cada mão
aplicada contém maior proporção
das resinas que constituem a camada
definitiva do verniz.
Vernizes à base de água
Uma opção mais radical na diminuição
dos VOCs nas fórmulas de vernizes
para automóveis são os vernizes
de água, que substituem, ou na sua
totalidade, ou em grande parte, os
componentes orgânicos voláteis por
água como elemento que permite
manter em estado líquido a mistura
de resinas até ao momento da sua
aplicação. Este tipo de verniz vem
NA HORA DE APLICAR UM VERNIZ, VALORIZAM ‐SE as QUALIDADES
COMO A EXTENSIBILIDADE, FACILIDADE DE APLICAÇÃO, ESTABILIDADE
VERTICAL, TEMPOS DE SECAGEM, BRILHO, TEMPO DE VIDA ÚTIL
E FACILIDADE DE POLIMENTO
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 59
TÉCNICA
&SERVIÇO
TENDO EM VISTA A SUA DURABILIDADE E RESISTÊNCIA,
são VALorizadas QUALIDADES COMO A RESISTÊNCIA A RISCOS
E DESGASTE, À RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA, aos IMPACTOS DE PEDRAS,
À HUMIDADE E aos agenTES QUÍMICOS
completar um sistema de repintura
composto por produtos unicamente
à base de água, em conjunto com a
bicamada e os enchimentos e primários
à base de água. Contudo, hoje
em dia são poucos os fabricantes de
tintas de acabamento que dispõem
do mesmo, já que a procura por parte
do mercado é baixa.
Vernizes de secagem rápida
Em relação às reparações de pintura
relacionadas com danos extensos,
existe um número de casos em que
as reparações afetam apenas um número
limitado de peças, ou até apenas
uma. Para estes casos, os fabricantes
de tintas oferecem alguns tipos de
verniz cuja fórmula permite enfrentar
estas reparações otimizando o processo
de pintura. Estes são denominados
vernizes rápidos ou vernizes express,
que, embora apresentem um tempo
de vida útil ou tempo de mistura
relativamente reduzido, adaptam ‐se
perfeitamente às condicionantes de
aplicação de verniz em extensões limitadas
e também aceleram o processo
de secagem e endurecimento. Isto
permite agilizar o tráfego na oficina
deste tipo de reparações em que apenas
uma, ou um número reduzido de
peças, estejam danificadas.
Também são denominados como
vernizes de alta eficiência e para
além de secarem em 5 ‐10 minutos
a 60ºC, também podem ser secados
em estufa a 40ºC em 15 ‐20 minutos
ou mesmo ao ar livre em menos de
1 hora. Isto permite uma poupança
energética da oficina, na temperatura
e tempo, e maior rapidez no processo
completo de pintura que resulta
em menores tempos de ciclo.
Vernizes de secagem ao ar por
absorção de humidade
Com a filosofia de poupança ener‐
gética, foram desenvolvidos vernizes
de secagem ao ar por humidade, que
não necessitam da aplicação de calor
para a sua secagem. São vernizes de bi
componentes, geralmente com uma
relação de mistura 1:1, sem diluente,
que apenas precisam da ativação
da base de bicamada para garantir a
correta aderência e cujo tempo de secagem
é influenciado pela humidade
ambiente, ou seja, quanto maior a
humidade, menor tempo de secagem.
Vernizes de alto brilho
Estes tipos de vernizes foram desenhados
com o objetivo principal de
conseguir um trabalho de altíssima
qualidade, alcançando um brilho
muito elevado e com grande luminosidade.
São vernizes que apresentam
uma grande resistência contra
os agentes externos, proporcionando
uma grande durabilidade do alto
brilho obtido.
Vernizes com diferentes níveis
de brilho: mate e acetinado
Os gostos ou as modas são passageiras.
No que diz respeito aos acabamentos
automóveis, nos últimos
anos, os designers de automóveis
propuseram em alguns modelos
que os vernizes de acabamento em
vez de apresentarem um brilho caraterístico
e tradicional apresentassem
um aspeto diferente, como por
exemplo um acabamento acetinado
(ou de brilho intermédio), ou inclusive
acabamentos mate que aparentam
uma superfície aveludada. Para
dar resposta a estas necessidades na
reparação, existem também à disposição
das oficinas vernizes que proporcionam
este tipo de acabamentos
mates ou acetinados. Em alguns
casos é possível obter diferentes níveis
de brilho dependendo da mistura,
em diferentes proporções, de
dois vernizes de diferentes brilhos.
60 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
Vernizes flexíveis
Em qualquer processo de pintura
as camadas de tinta aplicadas sobre
qualquer tipo de peça devem possuir,
pelo menos, a mesma elasticidade
que a peça pintada pois, caso contrário,
as camadas de tinta irão quebrar
se a peça for flexível para além da capacidade
elástica das camadas de tinta.
No caso das pinturas automóveis,
uma vez que as especificações eram
determinadas pelas peças metálicas,
quando se começou a incorporar na
carroçaria peças de plástico como os
para ‐choques, tornou ‐se necessário
a adição de aditivos especiais, elastificantes,
que aumentam a elasticidade
dos vernizes aplicados nas peças
de plástico flexíveis. Na atualidade,
também existem vernizes de alta
elasticidade que podem ser aplicados
tanto em peças metálicas como plásticas,
o que permite realizar a aplicação
do verniz ao mesmo tempo nestas
peças, não sendo necessário, para
além disso, preparar dois vernizes ou
a limpeza de duas pistolas.
Vernizes anti riscos
A maior resistência ao desgaste e aos
riscos dos vernizes permite manter o
aspeto inicial durante mais tempo,
mantendo o mesmo brilho mesmo
quando, por exemplo, o veículo seja
submetido a lavagens frequentes (rolos,
fricção do pó depositado, etc.),
para manter um perfeito estado à
imagem do veículo. São já muitas as
marcas de fabricantes de veículos que
oferecem nos seus modelos os acabamentos
com vernizes destas prestações;
portanto, em caso de reparações,
também devem estar disponíveis este
tipo de vernizes nas oficinas de reparação.
Trata ‐se de vernizes denominados
como anti riscos, cerâmicos ou de
elevada resistência.
Outra opção para melhorar as prestações
do verniz em relação a danos
por riscos ou arranhões é, precisamente,
a contrária aos vernizes de
elevada resistência; trata ‐se de conseguir
uma camada de verniz suficientemente
elástica que permita
“autorregenerar” a superfície. Esta
regeneração superficial consegue ‐se
com o passar do tempo e acelera ‐se
quanto maior for a temperatura ambiente.
A realização dos processos de
matizar, lixar ou polir destes vernizes
podem requerer produtos específicos
para evitar necessitar de mais tempo
e materiais dos que seriam necessários
com um verniz convencional.
Vernizes de mono componentes
De forma geral, os vernizes apresentam
fórmulas de dois componentes
ou, “2K”, em que à resina base do verniz
é adicionada um segundo componente,
denominado de endurecedor
ou catalisador, e que se deve misturar
com a resina no momento anterior à
sua aplicação, visto que após serem
misturados inicia ‐se a reação química
entre ambos que os transformará na
película de verniz que irá proteger as
superfícies pintadas. Não obstante,
existem também no mercado vernizes
com fórmulas de 1 componente, ou
1K, geralmente em formato de aplicação
aerossol. Estes vernizes secam
apenas por evaporação dos dissolventes
e apresentam uma secagem rápida,
embora, necessitam de mais mãos
para alcançar as camadas necessárias,
apresentam menor capacidade de brilho
e a sua resistência e durabilidade
são inferiores em comparação com
os vernizes 2K. São utilizados para
pequenas aplicações, pinturas de pequenas
peças, de provetas para a confirmação
de cor, de interiores ou para
a pintura das óticas dos faróis.
Vernizes para faróis
Para a restauração das lentes dos faróis
existem também produtos específicos,
denominados de vernizes para faróis
ou vernizes para policarbonato, o material
plástico utilizado no fabrico das
óticas dos faróis. São vernizes tanto 1K
como 2K e aplicáveis tanto com pistola
como com spray. Apresentam boa aderência
sobre este material e uma alta
transparência e luminosidade para a
correta transmissão da luz. A aplicação
do verniz na restauração das óticas
de faróis é fundamental para garantir
a proteção, resistência e durabilidade
do policarbonato.
Vernizes versáteis
Por último, cabe ‐nos citar os vernizes
versáteis, que podem ser preparados
com endurecedores e diluentes lentos,
médios, rápidos e extrarrápidos
ou com agentes aceleradores para
adequar ‐se às diferentes circunstâncias
ou necessidades, modificando
tanto os tempos de evaporação e como
os de secagem, podendo aplicar ‐se
tanto a pequenas como grandes reparações
e podendo escolher a temperatura
de secagem entre 60ºC, 40-45ºC
ou secagem ao ar. l
A MANUTENÇÃO DO BRILHO ORIGINAL E DAS SUas QUalidades
DE PROTEÇÃO DEPENDERÃO DA RESISTÊNCIA DO VERNIZ A RISCOS
E DESGaste. NO MERCADO EXISTEM GRANDES Variedades DE VERNIZES
QUE SE adaptam ÀS NECESSIDADES CONCRETAS DE CADA REPARAÇÃO
www.jornaldasoficinas.com Novembro I 22 61
Gestão
AMBIENTE DE TRABALHO
CULTURA MOTIVACIONAL
NESTE ARTIGO ABORDAMOS COMO OS PROPRIETÁRIOS DE OFICINAS PODEM CRIAR UMA CULTURA
MOTIVACIONAL E ESTIMULANTE NO AMBIENTE DO LOCAL DE TRABALHO. A CULTURA CONSISTE EM TER
UM LOCAL DE TRABALHO ONDE CADA MEMBRO DA EQUIPA SE SENTE VALORIZADO E RESPEITADO
Não basta proporcionar aos
funcionários festas de Natal,
bónus de produtividade
ou pequenos almoços grátis. Estas
coisas são importantes, mas não são
suficientes. Precisa de analisar o lado
emocional da força de trabalho.
Tenha uma visão
Uma visão irá defini-lo, a sua paixão
e os seus valores, ao mesmo tempo
que dará a cada membro da equipa
a motivação para corresponder à sua
ética de trabalho e ao seu compromisso
para com os seus clientes. É
fundamental que tenha uma cultura
positiva da empresa se pretende que
a equipa dê o seu melhor. Ter uma visão
define os padrões.
Aprendizagem contínua
A reparação automóvel está a evoluir
rapidamente e ninguém pode dizer
que é totalmente qualificado. Há
sempre algo a aprender e é importante
certificar-se de que a sua equipa
compreende isso. Deve dar o seu
melhor para que os seus funcionários
continuem a aprender, dando-lhes
todas as oportunidades para receberem
formação e adquirirem novas
competências. Se necessário, deixe-
-os fazê-lo durante o seu tempo. Porque
não? Afinal, é para seu benefício.
Estipular parâmetros
e processos
Se não puder confiar em alguém para
fazer o trabalho para o qual foi contratado,
então tem a pessoa errada.
Contudo, assegure-se de que cria
condições que dão autonomia à equipa.
Poderia até pedir para que definam
os seus próprios objetivos. Esta
medida fortalece-os e a equipa terá
maior probabilidade de se empenhar
para alcançar os objetivos que eles
próprios definiram em vez de lhes ter
sido dito para o fazerem.
Escute sempre
A equipa desempenha as suas funções
diariamente. São os que têm o
melhor conhecimento dos processos
e, portanto, entendem o que está a
funcionar ou não. Deste modo, um
gestor deve escutar as suas opiniões
e admitir que nem sempre sabe o que
é melhor.
Aceite ideias e pontos de vista, permita
que a equipa alcança o seu pleno
potencial. Além de os fazer sentir
valorizados, permite também poupar
tempo e dinheiro no processo.
Comunique
Não existe comunicação em demasia.
É importante e motivador saber
como está o desempenho do negócio,
mesmo que não esteja a correr bem.
Caso contrário, a força de trabalho só
especulará. Além disso, agradeça! São
duas palavras curtas, mas que fazem
toda a diferença. Pequenos gestos,
como dizer “obrigado”, mostram que
é empático e acessível. É possível ficar
agradavelmente surpreendido com os
resultados destes simples passos.
Os erros acontecem
É natural que ocorram erros, mas é
a forma como lidamos com eles que
é crucial. Adote o conceito «Assumir
uma intenção positiva». Deseja que a
equipa tenha medo a ponto de tentar
encobrir os seus erros? A alternativa
é criar um ambiente positivo para os
seus funcionários serem abertos e
honestos acerca dos erros e assegure
que utilizem essas ocasiões como
oportunidades para aprender.
Confie nas pessoas
Alguns dos leitores poderão pensar
que tem funcionários que iriam
aproveitar-se. Isso pode acontecer,
mas ao possuírem uma boa cultura,
essas pessoas rapidamente
mostram quem são na verdade. A
verdadeira pergunta é: Quer um
membro da equipa que possui todas
as competências, mas que tem
uma abordagem negativa? Ou quer
um membro que se enquadra na
sua cultura? É possível aprender
novas competências, mas alterar a
mentalidade de uma pessoa, só ela
o pode fazer. l
62 Novembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
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