Jornal Interface - ed. 57
Jornal Interface da SEL
Jornal Interface da SEL
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Engenharia & Serviços<br />
Experiência prática da<br />
TAESA mostra que é possível<br />
fazer retrofit de sincronizadores<br />
de fabricantes diferentes dos<br />
disjuntores, e diminuir os<br />
transitórios de manobra<br />
Mini Artigo<br />
Line Monitor:<br />
Aumente a disponibilidade das<br />
linhas de transmissão por meio<br />
da detecção e localização de<br />
defeitos em potencial<br />
Produtos e Soluções<br />
Matéria especial apresenta as<br />
soluções para indicadores de<br />
faltas em r<strong>ed</strong>es de distribuição,<br />
aéreas e subterrâneas<br />
ANO 16<br />
SETOR TÉCNICO<br />
Kits para retrofit de relés de proteção de motores agilizam<br />
substituição de equipamentos obsoletos e incluem<br />
recursos de alta tecnologia
Inovar para superar expectativas<br />
A SEL cria produtos que superam expectativas e exigências do<br />
mercado. As tecnologias e os recursos gerados inovam na<br />
forma de proteger o sistema elétrico. Este é o caso do projeto<br />
desenvolvido para a transmissora TAESA, matéria de capa<br />
desta <strong>ed</strong>ição. A iniciativa mostrou que é possível empregar<br />
sincronizadores de fabricantes diferentes dos disjuntores, uma<br />
atualização que, além dos benefícios inerentes à<br />
modernização, trouxe significativa diminuição de transitórios<br />
de equipamentos de manobra.<br />
Por falar em modernização, outro destaque desta <strong>ed</strong>ição fica<br />
para os kits de retrofit de relés de motor. Eles tornam mais fácil<br />
e ágil a substituição de equipamentos obsoletos, além de<br />
trazerem ferramentas como filtragem adaptativa e<br />
monitoramento pr<strong>ed</strong>itivo. Destaca-se também a matéria<br />
especial que apresenta os indicadores de falta da SEL: aéreos,<br />
com ou sem comunicação, luminosos e subterrâneos. Esses<br />
equipamentos são parceiros das equipes de manutenção ao<br />
mostrarem, visualmente, o caminho pelo qual uma falta<br />
passou, facilitando, sobremaneira, a tarefa de encontrar onde<br />
está um defeito na linha.<br />
Aumentar a disponibilidade das linhas de transmissão é o<br />
desejo de qualquer transmissora. Com o Line Monitor - LIMO,<br />
isto é possível! A partir da detecção de possíveis faltas, as<br />
empresas conseguem realizar a manutenção pr<strong>ed</strong>itiva das<br />
linhas, diminuindo a indisponibilidade e aumentando sua<br />
receita. Ainda sobre linhas de transmissão, confira as<br />
informações sobre o lançamento do SEL-411L-A, desenhado<br />
especificamente para atender linhas de subtransmissão, com<br />
custo otimizado quando comparado aos modelos SEL-411L-0<br />
e SEL-411L-1.<br />
Neste <strong>Interface</strong>, vale a pena, ainda, conferir como a SEL tem<br />
atuado no fomento de pesquisas acadêmicas no setor elétrico.<br />
A empresa é parceira de universidades brasileiras e do<br />
exterior, investindo, c<strong>ed</strong>endo equipamentos para subsidiar<br />
pesquisas e realizando projetos em conjunto. Sugestões de<br />
literatura técnica, como a do artigo que descreve uma nova<br />
metodologia para detecção de corrente de energização<br />
transitória (inrush) em transformadores com baixo conteúdo<br />
de harmônicos, e de eventos que serão promovidos pela SEL<br />
também estão nesta <strong>ed</strong>ição.<br />
Boa leitura!<br />
EDITORIAL<br />
Eduardo Zanirato, Gerente de Vendas e Atendimento ao Cliente da SEL<br />
Exp<strong>ed</strong>iente <strong>Interface</strong><br />
Publicação e Projeto Gráfico:<br />
Schweitzer Engineering Laboratories Comercial Ltda.<br />
Endereço: Avenida Pierre Simon de Laplace, 633<br />
Condomínio Techno Park - Campinas/SP CEP 13.069-320<br />
Tel: (19) 3515-2060 | marketing_br@selinc.com.br | www.selinc.com.br<br />
Editoria, r<strong>ed</strong>ação e diagramação:<br />
BRSA - Branding and Sales<br />
abertran@brsa.com.br<br />
Gráfica: Gráfica Mundo<br />
Tiragem: 8 mil exemplares<br />
ACONTECE<br />
Seminários da SEL exploram<br />
conteúdos técnicos e inovações<br />
Dois encontros, gratuitos para o cliente, foram realizados pela<br />
SEL em agosto: o Seminário Técnico de Proteção e<br />
Automação de Sistemas Elétricos Industriais, e o Seminário<br />
de Inovações na Proteção e no Controle para Plantas<br />
Renováveis.<br />
O primeiro seminário tratou das tecnologias e soluções<br />
voltadas ao segmento industrial, e abrangeu funcionalidades<br />
e inovações em proteção e automação. A parte de proteção<br />
inclui soluções para mitigar energia incidente, proteção de<br />
motores e recursos que minimizem os efeitos de saturação<br />
do Transformador de Corrente (TC). Em relação à<br />
automação, foram contemplados: a disponibilização de<br />
dados e integração de sistemas, requisitos de r<strong>ed</strong>es e boas<br />
práticas do segmento. Os engenheiros da SEL também<br />
apresentaram sistemas para prevenir, detectar e mitigar<br />
blecautes em plantas industriais.<br />
No segundo evento, o programa abordou soluções para<br />
proteger e localizar faltas na r<strong>ed</strong>e de média tensão de<br />
parques eólicos e solares, inovações na proteção da linha de<br />
conexão do parque de energia renovável à r<strong>ed</strong>e básica,<br />
registro de perturbações, monitoramento pr<strong>ed</strong>itivo e<br />
comunicação. Os requisitos de segurança cibernética do<br />
ONS, abordados na nova Rotina Operacional RO-CB.BR01,<br />
foram igualmente pautados, além de experiências de<br />
projetos de plantas renováveis, realizados pela equipe de<br />
Engenharia e Serviços da SEL.<br />
Assista aos webinars da SEL<br />
A SEL está com a agenda aberta para seus próximos<br />
webinars. As transmissões iniciam às 14h e têm 75 minutos<br />
de duração. Em nosso site também é possível assistir aos<br />
diversos webinars anteriores. As próximas apresentações<br />
serão nos dias:<br />
• 3 de outubro: detecção de inrush em transformadores<br />
com baixo conteúdo harmônico.<br />
• 21 de novembro: soluções para coleta automática de<br />
oscilografias SEL.<br />
• 5 de dezembro: simplifique a configuração de r<strong>ed</strong>es IEC<br />
61850 com switches SDN.<br />
Para inscrever-se, use o QR Code abaixo.<br />
Webinars<br />
2
LANÇAMENTO DE PRODUTO<br />
Proteção de linha na m<strong>ed</strong>ida certa<br />
Lançamento da SEL, o novo relé de proteção diferencial de linhas<br />
SEL-411L-A foi criado para ser uma versão com funcionalidades<br />
direcionadas às linhas de subtransmissão.<br />
ASEL trouxe para o mercado o novo relé SEL-411L-A,<br />
um dispositivo voltado à proteção completa de<br />
linhas de subtransmissão, incluindo funções<br />
de distância, direcional, diferencial, e capacidade de<br />
automação e controle.<br />
O equipamento é uma versão econômica do modelo<br />
SEL-411L, que faz parte da série de relés para proteção<br />
diferencial de linhas de transmissão.<br />
Segundo o Gerente Técnico Regional da SEL, Paulo Lima, o<br />
desenvolvimento foi pensado para ofertar ao mercado um<br />
equipamento contendo as funcionalidades necessárias às<br />
aplicações de linhas de subtransmissão que não necessitam<br />
dos mesmos recursos de proteção, automação e controle de<br />
linhas de extra alta tensão, especialmente nos casos de<br />
subestações com arranjo de disjuntor único.<br />
“Com essa versão mais enxuta, desenhada para aplicação<br />
específica em esquemas com disjuntor único, os clientes<br />
podem ter acesso a um relé com funções avançadas,<br />
capacidade de comunicação mais moderna e lógicas de<br />
monitoramento que antes, para poder utilizar, era preciso<br />
adquirir um equipamento preparado para linhas de extra<br />
alta tensão, em arranjos com dois disjuntores”, destaca Lima.<br />
Diversos recursos avançados continuam disponíveis no<br />
SEL-411L-A. A proteção fornecida pelo dispositivo é<br />
composta por uma lista ampla de funcionalidades, entre as<br />
quais se incluem: proteção diferencial de linhas, proteção de<br />
distância, direcional e esquemas de teleproteção, com<br />
elementos que oferecem alta sensibilidade e velocidade.<br />
Recursos avançados - como o sistema de monitoramento de<br />
disjuntores, monitoramento da tensão auxiliar Vcc,<br />
capacidade lógica e localização de faltas com dados de<br />
múltiplos terminais - continuam disponíveis da mesma forma<br />
que as versões disponíveis até então.<br />
Além disso, o equipamento possui as mesmas características<br />
intuitivas que os outros relés da linha, com um teclado que<br />
possibilita fácil navegação pelo display frontal, pontos<br />
configuráveis de tela, botões programáveis de operação, e<br />
um painel frontal que pode ser personalizado de acordo<br />
com as necessidades do usuário.<br />
O que é diferente na nova versão<br />
Para trazer aos clientes um equipamento de menor<br />
custo, comparado aos outros modelos, alguns<br />
recursos e funcionalidades não estão disponíveis<br />
no SEL-411L-A. O novo dispositivo voltado às linhas<br />
de subtransmissão suporta apenas um disjuntor,<br />
enquanto as demais versões são compatíveis com<br />
até dois disjuntores. Da mesma forma, funções<br />
associadas - como verificação de sincronismo e<br />
religamento automático - são aplicáveis para<br />
somente um disjuntor.<br />
Outras funções suprimidas neste relé são: a lógica<br />
para linhas com compensação capacitiva em série,<br />
elementos subcíclicos de distância e direcional, e<br />
protocolo de comunicação sincrofasorial. Como o<br />
modelo foi adaptado à aplicação em linhas de<br />
subtransmissão, também oferece suporte para o<br />
monitoramento de somente um sistema de bateria,<br />
e não duas. Desta forma, o equipamento fica<br />
apenas com as funções necessárias para a<br />
aplicação nestas linhas.<br />
Ainda que a versão seja r<strong>ed</strong>uzida, de acordo com<br />
Lima, entre os benefícios de adquiri-la está a<br />
possibilidade de realizar mudanças e acrescentar<br />
opções adicionais, caso o cliente queira converter<br />
o equipamento e ter acesso às funcionalidades<br />
presentes no SEL-411L-0 ou SEL-411L-1.<br />
O Gerente Regional da SEL relata que antes de o<br />
produto ser disponibilizado comercialmente no<br />
Brasil, no primeiro semestre deste ano já havia uma<br />
fila de p<strong>ed</strong>idos. Os clientes foram notificados sobre<br />
o lançamento e houve preferência pelo novo<br />
dispositivo, uma vez que o preço ficou mais<br />
acessível aos clientes, que querem proteger as<br />
linhas de subtransmissão com os benefícios e a<br />
tecnologia de ponta da SEL.<br />
3
EDUCAÇÃO E CARREIRA<br />
Pesquisa explora funcionalidades do<br />
SEL-400G para proteção seletiva de<br />
geradores<br />
Realizada por mestrando da UNIFEI, dissertação mostra<br />
eficácia do equipamento da SEL para garantir a seletividade<br />
nas aplicações de múltiplos geradores conectados em<br />
paralelo.<br />
A proteção para faltas à terra, no estator de geradores<br />
conectados em paralelo, é um dos grandes desafios da<br />
geração de energia, uma vez que esse tipo de conexão<br />
prejudica o funcionamento das tradicionais funções de<br />
proteção.<br />
Normalmente, conectado diretamente aos terminais de saída<br />
do gerador, há um transformador responsável por adequar a<br />
magnitude da tensão e da corrente geradas às necessidades da<br />
transmissão. Mas, devido ao seu custo e à não obrigatori<strong>ed</strong>ade<br />
de ter um transformador exclusivo para cada gerador, pode-se<br />
encontrar múltiplas unidades geradoras compartilhando o<br />
mesmo transformador. Isso cria dificuldades ao sistema de<br />
proteção, essencial para proteger e isolar o gerador diante da<br />
existência de falhas internas, sobretudo defeitos à terra.<br />
A SEL foi a primeira fabricante a propor uma metodologia para<br />
contornar o problema, e um artigo sobre o assunto motivou a<br />
pesquisa do mestrando Leonardo Rezende, da Universidade<br />
F<strong>ed</strong>eral de Itajubá (UNIFEI).<br />
A pesquisa consistiu na exploração da nova funcionalidade do<br />
relé SEL-400G, que usa tensões fundamentais e de terceiro<br />
harmônico para identificar o gerador com maior probabilidade<br />
de estar com defeito à terra. Antes, as estratégias disponíveis<br />
eram: realizar o disparo de todas as máquinas ou um disparo<br />
sequencial. Na nova metodologia, a confiabilidade e a<br />
seletividade são mantidas: desconecta-se somente o gerador<br />
com defeito. “Isso permite que os demais geradores<br />
conectados em paralelo continuem em operação, r<strong>ed</strong>uzindo<br />
consideravelmente o prejuízo de uma parada total de<br />
processo, fruto da ausência de seletividade da proteção”,<br />
afirma Rezende.<br />
4<br />
Inicialmente, o mestrado esteve condicionado a um projeto<br />
de pesquisa e desenvolvimento sob orientação do professor<br />
Paulo Márcio da Silveira, Coordenador do Centro de Estudos<br />
em Qualidade da Energia e Proteção Elétrica da UNIFEI. A<br />
pesquisa foi primeiramente realizada nos Estados Unidos,<br />
entre setembro de 2021 e janeiro de 2022, na Universidade<br />
de Idaho, na cidade de Moscow, orientada pelo professor<br />
Brian K. Johnson. A proximidade com Pullman, cidade da<br />
matriz da SEL, facilitou o empréstimo de dois relés SEL-400G<br />
para a pesquisa. No retorno do pesquisador, o trabalho<br />
continuou em Itajubá (MG), a partir da obtenção de um<br />
SEL-400G pela UNIFEI (por meio da política de vendas da<br />
SEL para universidades, a um preço menor) e do<br />
empréstimo de um segundo, fornecido pela SEL.<br />
O sistema tem funções inovadoras para proteção contra<br />
faltas internas e condições anormais de operação de<br />
geradores, incluindo o caso da seletividade para máquinas<br />
operando em paralelo, situação em que era muito<br />
complicado distinguir, durante um defeito à terra, em qual<br />
das máquinas este se encontrava. “A proteção tem que ser<br />
seletiva. É preciso desligar apenas o gerador que está com<br />
defeito”, diz o professor Paulo Silveira.<br />
Doação para construir<br />
Centro de Inovação<br />
Dentro do papel de incentivo ao desenvolvimento da<br />
ciência, a SEL, seu fundador, Edmund O. Schweitzer III, e<br />
sua esposa Beatriz, doaram 20 milhões de dólares para a<br />
Washington State University – WSU. O recurso será<br />
empregado na construção de um novo centro no<br />
campus de Pullman, em que estudantes poderão<br />
desenvolver atividades de inovação e colaboração, com<br />
acesso a serviços de consultoria e tecnologia.<br />
Tenha acesso<br />
ao conteúdo completo<br />
por meio deste QR Code:
ENGENHARIA E SERVIÇOS<br />
Retrofit de sincronizadores diminui<br />
transitórios de manobra<br />
Projeto realizado pela SEL, para a Transmissora Aliança de<br />
Energia Elétrica S.A. (TAESA), mostrou que é possível utilizar<br />
sincronizadores e disjuntores de diferentes fabricantes, e<br />
atingir o resultado esperado.<br />
O chaveamento controlado de disjuntores é um método<br />
utilizado para minimizar os transitórios causados por<br />
manobras de equipamentos no sistema de potência. Os<br />
IEDs (Intelligent Electronic Devices) que realizam esta função<br />
devem garantir uma operação segura e confiável. Por isso, é<br />
importante trabalhar com equipamentos robustos. Um dos<br />
projetos realizados pela SEL atendeu justamente essa<br />
exigência, ao promover o retrofit de oito sincronizadores da<br />
TAESA, grupo privado de transmissão de energia elétrica que<br />
se d<strong>ed</strong>ica à construção, à operação e à manutenção de<br />
ativos de transmissão, e possui 97 subestações.<br />
A modernização – realizada com controlador de manobras<br />
SEL-352 – trouxe significativa diminuição dos transitórios de<br />
manobra, ainda que os disjuntores fossem de um fabricante<br />
diferente.<br />
Os transitórios, como o próprio termo diz, são variações que<br />
ocorrem no sistema de transmissão de energia elétrica,<br />
derivadas de eventos temporários e não desejados. As<br />
manobras podem levar a sobretensões e sobrecorrentes<br />
que, por sua vez, são capazes de acarretar intercorrências<br />
em outros equipamentos, diminuir a qualidade da energia<br />
ou, até mesmo, interferir na estabilidade do sistema elétrico.<br />
A realização de um retrofit para a instalação de<br />
equipamentos mais modernos também vai ao encontro de<br />
uma revisão da regulamentação do Operador Nacional do<br />
Sistema (ONS), publicada em junho de 2020, com os<br />
requisitos mínimos para as subestações e seus<br />
equipamentos. O documento está inserido no submódulo<br />
2.3, sob o número 884/20, e trata da exigência de que os<br />
disjuntores que fazem a energização de equipamentos<br />
como transformadores, reatores e bancos de capacitores<br />
possuam métodos de controle para que essa manobra<br />
impacte, o mínimo, o Sistema Interligado Nacional (SIN).<br />
Segundo o Engenheiro Especialista de Sistema Elétrico de<br />
Potência (SEP) da SEL, Fábio Lollo, esses são equipamentos<br />
que precisam ser manobrados por necessidade operativa do<br />
sistema elétrico. Devem ser desligados ou inseridos no<br />
sistema conforme o momento de carga, por exemplo.<br />
A modernização – realizada com controlador de manobras<br />
SEL-352 – trouxe significativa diminuição dos transitórios de<br />
manobra, ainda que os disjuntores fossem de um fabricante<br />
diferente.<br />
Os sincronizadores têm um papel importante para<br />
minimizar o nível desses transitórios durante as manobras do<br />
sistema, que, por sua vez, dependem diretamente do ponto<br />
da onda de tensão ou corrente em que a manobra é<br />
realizada. Eles controlam em que instante cada fase será<br />
aberta ou fechada durante a desenergização ou a<br />
energização de um equipamento. Para realizar essa função,<br />
exigem-se equipamentos estáveis e de alta precisão, como<br />
os relés que possuem saídas digitais de alta velocidade de<br />
operação, com tempo da ordem de microssegundos.<br />
De acordo com o Engenheiro de Transmissão Sênior da<br />
Gerência Executiva de Engenharia de Transmissão da<br />
TAESA, Arthur Augusto Pereira Cruz, a demanda por<br />
substituição dos sincronizadores das subestações escolhidas<br />
surgiu por conta de uma dor da empresa em relação ao<br />
equipamento anterior. “Os produtos instalados estavam<br />
apresentando falhas antes do fim do tempo de vida útil<br />
esperado, e enfrentávamos uma dificuldade muito grande<br />
com o suporte técnico para esta tecnologia”, conta.<br />
A transmissora apostou na modernização com a SEL, tendo<br />
em mente o benefício dessa substituição, mesmo<br />
considerando que o disjuntor e o sincronizador eram de<br />
diferentes fabricantes . “Criamos uma disrupção no conceito<br />
de que o fornec<strong>ed</strong>or do sincronizador deve ser o mesmo<br />
que o do disjuntor”, afirma Cruz.<br />
Lollo conta que foi oferecido à TAESA um sincronizador de<br />
manobras que atendia à necessidade da empresa e tinha<br />
características equivalentes às do equipamento que<br />
precisava ser trocado. No entanto, ainda era um desafio<br />
realizar a operação com um ativo de outro fabricante. A<br />
5
ENGENHARIA E SERVIÇOS<br />
modernização foi realizada de maneira a adequar os relés<br />
aos painéis já existentes, e toda a fiação foi aproveitada.<br />
“Defendemos o projeto e instalamos os sincronizadores em<br />
campo, nas subestações determinadas pela TAESA.<br />
Inclusive, já tivemos registro de testes mostrando que a<br />
solução funcionou corretamente”, afirma.<br />
Todo o projeto - incluindo contrato, assinatura, revisão dos<br />
diagramas elétricos e programação para intervenções -<br />
durou cerca de um ano: de outubro de 2019 a novembro de<br />
2020. Durante o período, de acordo com Cruz, as<br />
expectativas positivas da empresa em relação à SEL foram<br />
confirmadas. “Temos na SEL um parceiro que provém um<br />
produto de qualidade e um serviço de excelência. Ao longo<br />
do projeto, todas as tratativas foram muito bem conduzidas<br />
pelas equipes de engenharia. O suporte é uma referência<br />
para nós e tem sido assertivo, inclusive com tempo de<br />
resposta adequado”, conta.<br />
No total, foram instalados oito sincronizadores de manobras,<br />
em cinco diferentes subestações (SEs) consideradas<br />
estratégicas pela TAESA: SE Colinas, em Colinas do<br />
Tocantins (TO); Itacaiúnas, em Marabá (PA); Ribeiro<br />
Gonçalves, em Ribeiro Gonçalves (PI); São João do Piauí, em<br />
São João do Piauí (PI); e Sobradinho, em Sobradinho (BA).<br />
Os dispositivos foram empregados no controle da abertura<br />
de bancos de reatores das barras de 500 kV dessas<br />
subestações, e a compensação do tempo de disjuntor pelo<br />
nível da tensão auxiliar foi considerada, garantindo<br />
operações confiáveis mesmo nos casos de variação da<br />
tensão auxiliar. Um detalhe importante é que os disjuntores<br />
também atendiam aos requisitos necessários para atingir os<br />
resultados esperados, como serem aptos a realizar<br />
manobras monofásicas. Nos trifásicos, é possível escolher o<br />
ponto de atuação de apenas uma das fases, o que pode<br />
fazer com que o ponto de manobra das demais não seja o<br />
momento ótimo, ou seja, de menor transitori<strong>ed</strong>ade.<br />
Embora o equipamento seja adequado para atender à<br />
revisão da resolução do ONS, os disjuntores da empresa de<br />
transmissão já cumpriam esse requisito, conforme<br />
informação do Engenheiro da TAESA. “O principal motivo<br />
para a substituição foi, realmente, a obsolescência<br />
prematura dos equipamentos de controle de manobra<br />
usados anteriormente”, enfatiza.<br />
A experiência da TAESA, segundo informou Lollo, já foi<br />
replicada em outras concessionárias, como a State Grid e a<br />
COPEL-GT. Esses casos mostram que é possível provocar<br />
mudanças no mercado, como o oferecimento de garantia<br />
longa – dez anos é o praticado pela SEL – para<br />
equipamentos que não costumam ter suporte por esse<br />
período.<br />
O processo de retrofit e os resultados foram descritos em um<br />
artigo produzido por ambas as empresas, e apresentado no<br />
Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia<br />
Elétrica (SNPTEE), dentro do grupo de Estudo de<br />
Subestações e Equipamentos de Alta Tensão (GSE). Para<br />
Cruz, levar essa informação ao mercado também é uma<br />
tarefa importante. “Trata-se de um assunto de relevância<br />
para o setor, e pudemos trazer a visão e a experiência do<br />
cliente final, abrindo portas para que outras empresas<br />
pudessem seguir o mesmo caminho”, destaca o profissional.<br />
A produção do artigo teve a participação de Fernanda Lopes<br />
da Cunha, Engenheira de Projetos da SEL, que também<br />
atuou no projeto da transmissora.<br />
Solicitar o artigo via e-mail: eventos@selinc.com<br />
6
PRODUTOS E SOLUÇÕES<br />
Indicadores de falta otimizam trabalho da manutenção<br />
Equipamentos instalados em r<strong>ed</strong>es de distribuição, aéreas e subterrâneas, emitem sinais luminosos e podem ter comunicação sem fio<br />
Aessência dos indicadores de falta já está no próprio<br />
nome. Eles são responsáveis por mostrar às equipes,<br />
de forma visual, por quais pontos a falta passou,<br />
facilitando a identificação do defeito e a recomposição da<br />
r<strong>ed</strong>e. Também podem possuir comunicação e compartilhar<br />
a informação para sistemas de supervisão ou dispositivos de<br />
proteção. Aplicados amplamente pelas distribuidoras de<br />
energia, são equipamentos que ajudam na localização de<br />
faltas, levando a um restabelecimento mais rápido do<br />
fornecimento de energia aos consumidores.<br />
Diretamente relacionados à melhoria da qualidade do<br />
serviço, são dispositivos que impactam positivamente os<br />
indicadores coletivos de continuidade DEC (Duração<br />
Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e<br />
FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade<br />
Consumidora) das distribuidoras de energia. Como lembra o<br />
Engenheiro de Aplicação e Vendas da SEL, P<strong>ed</strong>ro Mendes,<br />
cada minuto de interrupção no fornecimento representa<br />
mais gastos com as penalidades impostas.<br />
O uso desses equipamentos também r<strong>ed</strong>uz custos<br />
relacionados ao deslocamento das equipes de manutenção.<br />
Sem a indicação luminosa, é preciso ir até a margem da<br />
estrada, se for na área rural, por exemplo, e tentar localizar<br />
visualmente o que e onde pode estar a causa da falta. “Pode<br />
ser uma árvore que caiu na linha, uma pipa enroscada e, até<br />
que a equipe encontre esse ponto e solucione o problema,<br />
parte da r<strong>ed</strong>e permanece inoperante”, diz Mendes. A trilha<br />
de indicadores sensibilizados pela passagem da falta,<br />
normalmente localizados nas bifurcações da r<strong>ed</strong>e de<br />
distribuição, permite que a localização e o reparo sejam<br />
mais ágeis.<br />
O acionamento do indicador é realizado a partir da<br />
passagem de uma corrente acima do normal pelo<br />
equipamento. Ao ser sensibilizado pela corrente, o indicador<br />
emite um sinal luminoso. O Engenheiro pontua que o papel<br />
desse dispositivo é diferente do relé. “As tensões e correntes<br />
da subestação são lidas pelo relé, que, ao perceber uma<br />
falta, aciona o disjuntor para abrir e eliminá-la. O indicador<br />
não vai atuar ou isolar a falta, mas otimizar o trabalho das<br />
empresas no momento de localizar e reparar um defeito em<br />
campo.”<br />
Para atender às necessidades dos<br />
clientes, há diferentes tipos de<br />
indicadores. Veja quais são:<br />
Indicadores aéreos luminosos sem comunicação<br />
Os indicadores aéreos luminosos são acoplados aos<br />
cabos. Há duas soluções para isso: o SEL-AR360 e o<br />
SEL-AROH. Ambos possuem indicação luminosa e, por<br />
meio da m<strong>ed</strong>ição de corrente, piscam em padrões e<br />
cores diferentes para distintos tipos de falta: amarelo<br />
para temporárias, que se extinguem sem a intervenção<br />
humana; e vermelho e amarelo, alternadamente, para<br />
as permanentes. A diferença está no formato e na classe<br />
de tensão atendida por cada um deles: até 34,5 KV para<br />
o SEL-AR360, e até 69 KV para o SEL-AROH.<br />
Desenvolvidos para resistir às intempéries, ambos os<br />
7
PRODUTOS E SOLUÇÕES<br />
equipamentos são autoalimentados pela r<strong>ed</strong>e de<br />
distribuição, e utilizam bateria interna para a indicação<br />
luminosa enquanto a r<strong>ed</strong>e está desligada. A bateria<br />
possui vida útil prevista de 20 anos.<br />
A sigla AR dos indicadores é de Auto Ranger, tecnologia<br />
da SEL que seleciona, automaticamente, o limite de trip,<br />
de acordo com o nível de carga. “Se uma indústria nova<br />
vai ser ligada naquela r<strong>ed</strong>e, o indicador percebe que o<br />
aumento da carga não é uma falta e ajusta,<br />
automaticamente, o trip para um nível maior. Não é<br />
preciso adquirir um novo indicador. Com um mesmo<br />
equipamento, você pode proteger a r<strong>ed</strong>e, inclusive<br />
quando ocorrer uma mudança na carga”, destaca<br />
Mendes.<br />
Indicadores aéreos com comunicação<br />
Outro indicador aéreo é o Sistema Transmissor e<br />
Receptor de Falta e Carga (SEL-FLT e SEL-FLR), cuja<br />
característica distintiva é possuir comunicação. O<br />
concentrador SEL-FLR é capaz de se comunicar com até<br />
168 indicadores SEL-FLT. Cada um deles envia<br />
informações de falta e carga - carregamento da r<strong>ed</strong>e,<br />
número e tempo de desligamentos e m<strong>ed</strong>ições de<br />
corrente - para o SEL-FLR, que concentra esses dados e<br />
reporta as informações ao sistema Supervisory Control<br />
and Data Acquisition (SCADA), usando protocolo<br />
DNP3. Ele se integra com a r<strong>ed</strong>e Ethernet sem necessitar<br />
de equipamentos adicionais. Além de reportar as<br />
informações via comunicação, a indicação local<br />
luminosa também está disponível.<br />
Indicadores aéreos para esquemas de proteção<br />
A última classe de indicadores aéreos é própria para<br />
aplicação em esquemas de proteção. Também possui<br />
comunicação, mas não transmite m<strong>ed</strong>ições. É o sistema<br />
composto pelos dispositivos SEL-FT50 Transmissor de<br />
Faltas, SEL-RP50 Repetidor de Falhas e SEL-FR12<br />
Receptor de Falhas. Ele funciona da seguinte forma:<br />
quando o SEL-FT50 detecta uma falha, transmite<br />
rapidamente o seu status, via sinais sem fio de 900 MHz,<br />
diretamente para um SEL-FR12, ou por meio de vários<br />
repetidores SEL-RP50 para um SEL-FR12. O SEL-FR12<br />
fornece o status da falha diretamente a um relé de<br />
proteção ou ao controle do religador, a partir de<br />
comunicações Mirror<strong>ed</strong> Bits (protocolo nativo da SEL)<br />
de alta velocidade.<br />
“O que distingue esta classe das demais é a sua<br />
capacidade de indicar que houve uma falta com a<br />
velocidade de apenas seis milissegundos”, afirma P<strong>ed</strong>ro.<br />
Por isso, é voltado para esquemas de proteção e pode<br />
ser empregado, por exemplo, em esquemas de<br />
religamento seletivo para ramais com trechos<br />
subterrâneos e na melhoria dos esquemas de<br />
coordenação de religamento.<br />
Nas r<strong>ed</strong>es aéreas de distribuição, esse indicador pode<br />
ser empregado para fornecer informações valiosas sobre<br />
o ponto da falta para os controles de religadores,<br />
permitindo personalização das estratégias de salvar ou<br />
queimar fusíveis, de acordo com as características de<br />
cada ramal.<br />
Indicadores subterrâneos<br />
Realizar a identificação de defeitos em ramais<br />
subterrâneos também é um desafio, por conta da falta<br />
de contato visual com a r<strong>ed</strong>e. Portanto, as<br />
concessionárias podem se beneficiar dos indicadores. A<br />
classe voltada para linhas subterrâneas é composta por<br />
dois tipos de soluções: o SEL-ARU e o SEL-Radio Ranger.<br />
O SEL-ARU é formado por um sensor que fica abraçado<br />
aos cabos subterrâneos e um fio de fibra que vai do<br />
subsolo até um painel no nível da via. Esse fio está<br />
conectado a um mostrador do tipo display ou l<strong>ed</strong>.<br />
Quando o sensor é sensibilizado na parte subterrânea, o<br />
mostrador também será sensibilizado e, se for um<br />
display, girará e ficará em vermelho, ou piscará se for um<br />
l<strong>ed</strong>. Como essa conexão é física, ele não tem<br />
comunicação.<br />
O SEL-Radio Ranger é baseado no SEL-ARU, porém<br />
incorpora um sistema de comunicação via rádio. O<br />
indicador também fica acoplado aos cabos<br />
subterrâneos e, por meio de um fio, é conectado a um<br />
dispositivo central, o SEL-8300. Este, por seu turno, se<br />
comunica via rádio, portanto, sem fio, com um controle<br />
remoto que fica com o operador. É neste último<br />
equipamento, o SEL-8310 Radio Ranger, que se pode<br />
visualizar o estado dos indicadores subterrâneos. Se o<br />
l<strong>ed</strong> indicar a cor verde, significa que a corrente de falta<br />
não passou pelo ramal. Se for a cor vermelha, quer dizer<br />
que a corrente de falta passou naquele ponto. Até 12<br />
indicadores, divididos entre quatro ramais subterrâneos<br />
com as fases A, B e C, podem ser conectados em um<br />
mesmo controle remoto.<br />
8
SETOR TÉCNICO<br />
Kit retrofit facilita a<br />
substituição de relés obsoletos<br />
Conjuntos pré-projetados para relés de proteção de motor<br />
simplificam a modernização da proteção, o que<br />
proporciona diversos benefícios. Dentre estes, destacam-se<br />
a filtragem adaptativa e o monitoramento pr<strong>ed</strong>itivo<br />
disponível nos relés SEL.<br />
Modernizar um sistema com a troca de um relé antigo por<br />
um novo requer planejamento e, até mesmo, a parada da<br />
produção por um certo período. Para facilitar essa ação,<br />
pode-se usar o kit retrofit da SEL para relés obsoletos de<br />
proteção de motor. O conjunto de substituição não requer<br />
modificações no painel, o que diminui as chances de erro<br />
humano na troca, e pode ser instalado em poucas horas.<br />
O kit retrofit é específico e substitui, diretamente, três<br />
modelos de equipamentos: os relés GE Multilin 169, 269 e<br />
369. O conjunto de reposição é pré-projetado e<br />
corresponde às dimensões, aos blocos de terminais e à<br />
fiação dos relés de proteção de motor citados.<br />
O Engenheiro de Aplicação da SEL, Vinicius Ferrari, ressalta<br />
que os recursos para automação e comunicação em relés<br />
obsoletos são limitados. “A substituição moderniza e traz<br />
inúmeros benefícios: um equipamento robusto, confiável e<br />
com recursos tecnológicos de extrema importância, como<br />
suporte à IEC 61850 e oscilografia”. A existência de recursos<br />
para monitoramento pr<strong>ed</strong>itivo de motores nos relés<br />
modernos é outro fator destacado por ele.<br />
Para motores sem sensores de temperatura (RTDs), o kit<br />
pode ser montado com o relé SEL-849. Além do relé, o kit<br />
contempla a <strong>Interface</strong> Homem-Máquina (IHM) SEL-3421 e<br />
uma porta Ethernet na parte frontal. Os blocos de terminais<br />
para interface com a fiação existente ficam dispostos na<br />
parte traseira.<br />
Com relação aos motores com RTDs, o conjunto de<br />
substituição emprega o SEL-710 instalado na placa de<br />
montagem frontal. Os blocos de terminais para conexão de<br />
transformadores de corrente (TCs), de potencial (TPs), sinais<br />
de sensores de temperatura (RTDs) e a fonte alimentação<br />
são dispostos na parte traseira. “As chapas prontas contêm<br />
os blocos de conexão nos mesmos locais onde estavam os<br />
originais”, salienta Ferrari.<br />
Além do kit retrofit, a SEL disponibiliza diversas opções<br />
de molduras para substituição de relés eletromecânicos<br />
e relés digitais obsoletos. Estas molduras permitem que<br />
a substituição seja feita sem qualquer adaptação no<br />
painel, simplificando o processo de modernização. As<br />
molduras estão disponíveis em:<br />
https://selinc.com/app/<br />
mounting-selector/<br />
Manutenção Pr<strong>ed</strong>itiva<br />
Os modernos relés digitais fornecem diversas informações<br />
sobre a condição dos ativos da subestação, incluindo<br />
motores, transformadores, disjuntores, cabos, cubículos e<br />
sistema de alimentação auxiliar. Com base nessas<br />
informações, pode-se identificar potenciais problemas antes<br />
que se tornem uma falha permanente, r<strong>ed</strong>uzindo os custos<br />
de manutenção e migrando da manutenção preventiva e/ou<br />
corretiva para um plano de manutenção pr<strong>ed</strong>itiva baseado<br />
em dados consistentes. Dentre as diversas funções de<br />
monitoramento disponíveis, destacam-se:<br />
Motores: detecção de barras rompidas, monitoramento de<br />
vibração, estatísticas de operação e tendências de partidas.<br />
Disjuntores: tempos de operação e desgaste dos contatos.<br />
Transformadores: monitoramento térmico, estimativa de<br />
perda de vida útil, monitoramento da ventilação forçada e<br />
monitoramento de desgaste por faltas passantes.<br />
Serviço de alimentação auxiliar: nível da tensão auxiliar e<br />
registro em oscilografia com alta taxa de amostragem da<br />
tensão auxiliar.<br />
Filtragem Adaptativa<br />
Afora a agilidade para a troca do relé, o kit retrofit possibilita que<br />
os clientes contem com as funcionalidades dos relés SEL. Uma<br />
dessas funções é a filtragem adaptativa. Também chamado de<br />
elemento de sobrecorrente adaptativo, o recurso é padrão em<br />
quase 20 produtos da SEL. “Dependendo da condição do<br />
sistema, o TC pode saturar e a corrente secundária fica<br />
distorcida, gerando atrasos ou até mesmo inibindo a atuação da<br />
proteção”, conta Ferrari.<br />
Conforme o Engenheiro, isso pode gerar problemas de<br />
coordenação e danos ao equipamento que o relé está<br />
protegendo. A situação é ainda mais crítica quando se trata de<br />
proteção humana, pois qualquer atraso na proteção tem um<br />
impacto direto na energia incidente. A função de filtragem<br />
adaptativa identifica a saturação do TC através do nível de<br />
distorção da corrente e se adapta à esta condição, garantindo<br />
uma atuação rápida e segura.<br />
“Serve a qualquer nível de tensão, mas é especialmente<br />
interessante na média e baixa tensão, onde a corrente de<br />
curto-circuito tende a ser maior, aumentando a probabilidade<br />
de saturação do TC”, lembra Ferrari.<br />
9
LITERATURA TÉCNICA<br />
Artigo da SEL é premiado<br />
em grupo do SNPTEE<br />
Estudo de caso sobre detecção de inrush<br />
em transformadores foi desenvolvido por<br />
especialistas da SEL e empresas parceiras<br />
Um artigo da SEL foi classificado em segundo lugar, dentro<br />
do Grupo de Estudo de Proteção, M<strong>ed</strong>ição, Controle e<br />
Automação de Sistemas de Potência (GPC), no XXVI<br />
Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia<br />
Elétrica (SNPTEE), realizado no Rio de Janeiro, em maio<br />
deste ano. O trabalho abordou os desafios e as soluções<br />
para detecção de corrente de energização transitória<br />
(inrush) em transformadores com baixo conteúdo<br />
harmônico, característica mais comum naqueles com<br />
material do núcleo melhorado em termos de perdas.<br />
Segundo o estudo, essa identificação pode ser feita pelo<br />
reconhecimento da forma de onda, sem depender da<br />
presença ou não do componente harmônico. O novo<br />
método de detecção já está disponível no SEL-487E e pode<br />
ser habilitado em relés SEL-487E mais antigos, a partir de<br />
uma atualização gratuita do firmware.<br />
O trabalho foi realizado tendo como foco um problema<br />
comum que ocorre quando o transformador de potência<br />
usado nas subestações é colocado em operação e gera-se<br />
uma corrente de energização transitória (inrush). Essa<br />
corrente de alta magnitude pode ser confundida com uma<br />
corrente de defeito, fazendo com que a proteção diferencial<br />
de transformadores (87T) opere e leve ao desligamento<br />
destes. “O relé tem que reconhecer que é uma corrente de<br />
energização e não de defeito”, diz o Gerente Regional<br />
Técnico da SEL, Paulo Lima.<br />
Segundo ele, há décadas, os relés percebem que uma<br />
corrente elevada é de energização e não de defeito, e<br />
bloqueiam ou restringem a função de proteção diferencial,<br />
a partir da identificação do componente de segundo e<br />
quarto harmônicos, normalmente presentes na corrente de<br />
inrush. Porém, com a evolução do projeto dos<br />
transformadores, o comportamento da corrente de inrush<br />
pode ser diferente. Isso gera um obstáculo para os métodos<br />
tradicionais de detecção.<br />
“Sem reconhecer esses componentes harmônicos, o relé<br />
desliga o transformador quando se tenta energizá-lo,<br />
gerando indisponibilidade deste importante ativo. Para<br />
solucionar isso, a SEL desenvolveu uma nova função, que<br />
identifica a corrente de inrush não mais pela presença do<br />
harmônico, mas pela identificação da forma de onda”,<br />
relata Lima. A função é capaz de reconhecer os momentos<br />
em que as correntes ficam planas – comportamento<br />
denominado de Dwell-time –, o que é característico das<br />
correntes de inrush.<br />
No trabalho apresentado no XXVI SNPTEE, a SEL coletou<br />
eventos reais de clientes que procuraram a empresa<br />
relatando o problema, e testou este novo método, obtendo<br />
resultado satisfatório para detecção da corrente de<br />
energização transitória. Os dois casos foram analisados a<br />
partir da injeção de sinais de corrente de eventos de<br />
energização que levaram à operação do elemento<br />
diferencial 87T. Tanto na primeira situação, durante a<br />
energização de um transformador de 42 MVA, 69 kV/13,8<br />
kV, quanto na segunda, de um transformador de 83 MVA,<br />
230 kV/69 kV, constatou-se que o método baseado na forma<br />
de onda é seguro para detectar inrush e manter o bloqueio<br />
da função de proteção, evitando o desligamento indevido<br />
do transformador.<br />
Uma atuação imprópria, esclarece Lima, acarreta impactos à<br />
operação. É preciso ir até o transformador, investigar e<br />
analisar se realmente não há um defeito interno no<br />
equipamento. O transformador não pode ser posto em<br />
operação novamente sem que esse diagnóstico seja feito.<br />
“Isso leva tempo e, enquanto isso, o equipamento está<br />
indisponível, o que traz prejuízos financeiros para a empresa,<br />
impactando os índices de continuidade da concessionária”.<br />
O resultado deste trabalho é tema do artigo “Detecção de<br />
inrush em transformadores com baixo conteúdo de segundo<br />
harmônico”, escrito pela SEL em parceria com os<br />
Engenheiros Douglas de Oliveira Brunismann (SEL), Daniel<br />
Becker (CEEE-GT), Adilson Kotryk e Marcelo Bettega (ambos<br />
da Copel Distribuição).<br />
Solicitar o artigo via e-mail: eventos@selinc.com<br />
10
MINI ARTIGO<br />
Monitoramento de linhas de transmissão:<br />
um aliado da manutenção pr<strong>ed</strong>itiva<br />
Funcionalidade permite identificar precursores de<br />
falta e minimizar indisponibilidade de linhas<br />
O recurso de Monitoramento de Linha (LIMO – Line<br />
Monitor, na sigla em inglês) é um aliado das concessionárias.<br />
Ele identifica precursores de falta e pontos de atenção ao<br />
longo da linha de transmissão, permitindo que sejam<br />
realizadas manutenções pr<strong>ed</strong>itivas para evitar faltas<br />
permanentes que geram indisponibilidade na linha de<br />
transmissão.<br />
A finalidade do LIMO é identificar um potencial defeito e se<br />
antecipar a ele, afirma a Engenheira de Aplicação e Vendas<br />
da SEL, Camila Oliveira. Quando detecta um local com<br />
possível problema, o equipamento emite um alarme<br />
contendo a localização para o centro de operações, que<br />
inicia o processo de envio da equipe de manutenção até o<br />
local apontado para que providencie a ação corretiva, sem<br />
que a linha de transmissão seja desligada.<br />
Presente nos dispositivos SEL-T400L, SEL-T401L e SEL-TWFL,<br />
essa funcionalidade é responsável por identificar e localizar<br />
os precursores de falta, indícios que mostram que a linha<br />
pode estar sujeita a uma falta permanente em um<br />
determinado local no futuro, caso nenhuma ação<br />
preventiva seja tomada. Para a aplicação do LIMO, é<br />
preciso que um equipamento seja instalado em cada<br />
terminal da linha que se deseja monitorar. Os dispositivos<br />
trocam informações dos eventos de baixa energia e de faltas<br />
que ocorram na linha monitorada e, para isso, um canal de<br />
comunicação é necessário para dar suporte. Este pode ser<br />
estabelecido via fibra óptica d<strong>ed</strong>icada ou por meio de um<br />
canal multiplexado, normalmente disponível nas instalações<br />
de transmissão.<br />
A localização desses precursores é feita com a precisão de<br />
um vão de torre. Ou seja: se o LIMO indicar que há um<br />
defeito potencial em um determinado quilômetro da linha,<br />
os técnicos precisarão se deslocar por apenas um vão de<br />
torre antes e um vão depois, para reconhecerem<br />
visualmente onde está o evento que causou o acionamento<br />
do alarme.<br />
“Como a remuneração dos agentes de transmissão está<br />
diretamente ligada à disponibilidade dessas linhas, detectar<br />
um precursor de falta antes que ela de fato ocorra é uma<br />
m<strong>ed</strong>ida que gera economia”, declara Oliveira. Se a linha tem<br />
algum defeito e fica fora de operação, a empresa receberá<br />
menos por ela, porque não houve 100% de disponibilidade.<br />
A transmissão é interrompida desde o momento em que a<br />
falta ocorre, passando pela localização e pelo deslocamento<br />
da equipe, até o reparo e a recomposição da linha. “Esse é<br />
o tempo de indisponibilidade dela. Quanto maior for,<br />
menos o agente receberá de receita por aquela linha.”<br />
A Engenheira explica que a empresa terá um abatimento em<br />
sua receita contratual, a partir desse índice de<br />
indisponibilidade, que é calculado dentro do repasse da<br />
Receita Anual Permitida (RAP) pela Agência Nacional de<br />
Energia Elétrica (Aneel). O índice é aplicado a todas as linhas<br />
de transmissão que compõem a r<strong>ed</strong>e básica, ou seja,<br />
aquelas com nível de tensão igual ou superior a 230 kV.<br />
“Uma manutenção corretiva gera indisponibilidade que<br />
custa dinheiro à concessionária”, diz. Utilizar o LIMO<br />
possibilita programar o reparo juntamente ao operador do<br />
sistema, evitando desligamentos não previstos. A Engenheira<br />
ressalta que, ao lançar mão deste recurso, o valor pago pela<br />
indisponibilidade será muito menor e há, inclusive, métodos<br />
que possibilitam fazer a manutenção em linha viva, sem<br />
precisar desligá-la.<br />
Esse benefício financeiro tem sido um dos impulsos para<br />
que mais clientes optem por utilizar os dispositivos SEL que<br />
contam com esta funcionalidade em suas linhas, reforça. Ela<br />
conta, ainda, que a funcionalidade tem sido bem-aceita no<br />
mercado, inclusive com clientes que já estão replicando o<br />
número de equipamentos dentro de sua concessão pelos<br />
bons resultados observados com a implementação dos<br />
primeiros dispositivos.<br />
A função LIMO divide a linha de transmissão em várias<br />
sessões, com cada uma delas representando um lote<br />
(conforme figura acima). Cada lote possui um contador,<br />
que acumula o número de eventos de baixa energia,<br />
localizados dentro desse lote. Quando um evento é<br />
detectado, a função complementar determina o local<br />
dele, e a função LIMO incrementa o contador associado<br />
ao lote onde o mesmo está localizado. A função LIMO<br />
emite um alarme quando o contador atinge um limite<br />
configurável.<br />
11
MINI ARTIGO<br />
Comprovação por dados reais<br />
Trabalho elaborado pela SEL, em parceria com usuário final,<br />
discutiu o conceito, o desenvolvimento e os benefícios da<br />
utilização do monitoramento para duas linhas de<br />
transmissão, uma de 230 kV e outra de 500 kV,<br />
pertencentes à empresa Terna Plus, no Brasil. A solução foi<br />
empregada em linhas com comprimento de 158 e 355<br />
quilômetros, respectivamente. Além de localizar faltas e<br />
enviar informações para o centro de controle, sem precisar<br />
de intervenção humana, também conta com o LIMO para<br />
auxiliar as equipes de manutenção.<br />
Com essa funcionalidade, a concessionária pode detectar<br />
pontos fracos, como isoladores sujos ou danificados, cabos<br />
com defeitos iminentes, vegetação que está se aproximando<br />
dos condutores ou incêndios próximos à linha. “Apenas uma<br />
falta permanente que o equipamento evite já é suficiente<br />
para dar o retorno de investimento”, afirma o Gerente<br />
Técnico Regional da SEL, Paulo Lima.<br />
Além do monitoramento pr<strong>ed</strong>itivo, os dispositivos contam<br />
com localização precisa de faltas, incluindo métodos<br />
baseados em ondas viajantes e em imp<strong>ed</strong>ância, garantindo<br />
uma ótima precisão na localização de faltas. Para a linha de<br />
230 kV analisada, uma r<strong>ed</strong>ução de 10 minutos no tempo de<br />
indisponibilidade, no caso de uma falta permanente devido<br />
ao sistema de localização de faltas do relé, já garante o<br />
retorno de investimento por meio do recurso economizado<br />
com penalidades impostas pela agência reguladora. Na<br />
linha de 500 kV, apenas uma r<strong>ed</strong>ução de 3 minutos no<br />
tempo de indisponibilidade já é suficiente para garantir o<br />
retorno do investimento.<br />
Tenha acesso<br />
ao conteúdo por meio<br />
deste QR Code:<br />
Conheça os relés que contam<br />
com a tecnologia LIMO<br />
A função LIMO está disponível nos seguintes dispositivos<br />
SEL:<br />
SEL-T400L – Proteção de Linhas no Domínio do Tempo.<br />
Este dispositivo utiliza ondas viajantes e grandezas<br />
incrementais para oferecer uma proteção de ultra-alta<br />
velocidade às linhas de transmissão que atuam entre 1 e<br />
4 milissegundos. O dispositivo também conta com uma<br />
taxa de amostragem de 1 MHz, e métodos de<br />
localização de faltas por ondas viajantes e por<br />
imp<strong>ed</strong>ância, que funcionam com ou sem comunicações,<br />
com uma precisão de um vão de torre.<br />
SEL-T401L – Relé de Linha de Ultra-alta Velocidade.<br />
Combina as proteções no domínio do tempo do<br />
SEL-T400L com as proteções fasoriais, apresenta tempos<br />
de operação de alta velocidade e funções de proteções<br />
primárias e de backup. Foi desenvolvido com filosofias<br />
simples de proteção e pode ser usado para várias<br />
aplicações. Assim como o SEL-T400L, possui também<br />
funções de localização de faltas, baseado em imp<strong>ed</strong>ância<br />
e ondas viajantes.<br />
SEL-TWFL – Localizador de Faltas por Ondas Viajantes<br />
Dual. Este dispositivo será lançado ainda em 2022,<br />
permitindo a aplicação das funções LIMO e de<br />
localização de faltas para até duas linhas de transmissão,<br />
em um mesmo dispositivo. Diferencia-se dos relés<br />
SEL-T400L e SEL-T401L por não possuir funções de<br />
proteção, apresentando-se como uma solução mais<br />
econômica.<br />
12