Florestal_246 - Opps
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SUMÁRIO
NOVEMBRO 2022
50
EXCELÊNCIA
EM ATENDER
08 Editorial
10 Cartas
12 Bastidores
14 Notas
32 Coluna Cipem
34 Frases
36 Entrevista
48 Coluna
50 Principal
56 Minuto Floresta
58 Tecnologia
62 Proteção Ambiental
66 Prêmio REFERÊNCIA
72 Regulamentação
76 Economia
82 Pesquisa
88 Agenda
90 Espaço Aberto
58
72
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO
13 Agroceres
07 Bayer
11 BKT
17 Carrocerias Bachiega
57 Codornada Florestal
75 D’Antonio Equipamentos
92 Denis Cimaf
02 Dinagro
27 DRV Ferramentas
33 Emex
47 Engeforest
65 Expoforest
85 Feldermann Forest
81 Felipe Diesel
49 Fex
87 Fischer Máquinas
43 Flamar Implementos
45 Francio Soluções Florestais
41 J de Souza
09 Komatsu Forest
15 Liebherr
91 Log Max
25 Lufer Forest
23 Manos Implementos
61 Mill Indústrias
21 MSC Cargo
39 Neocert
04 Prêmio REFERÊNCIA
19 Rotary-Ax
35 Rotor Equipamentos
79 Shopping da Indústria
29 Tecmater
31 Vantec
37 WDS Pneumática
06 www.referenciaflorestal.com.br
EDITORIAL
Por pessoas,
para pessoas
A indústria de base florestal cada dia mais se torna um forte braço da
economia do país. Gera empregos, movimenta a economia interna e externamente,
com crescimento sustentável e protegendo o meio ambiente. E
é assim, pois é feito por pessoas compromissadas com o melhor para a sua
cidade ou Estado. São produtores de pequeno, médio e grande porte, que
através do trabalho de base florestal transformam a realidade de famílias e
consequentemente, de toda a população local. É uma indústria que movimenta
milhões graças ao trabalho e cuidado de cada par de mãos envolvido
na cadeia produtiva. Nessa edição o leitor confere o trabalho da Log Max,
que além de equipamentos de alto padrão, preza pelo atendimento e atenção
com o cliente como uma das chaves para os negócios, o crescimento
do setor de silvicultura no país, o importante trabalho de regulamentação
realizada em Minas Gerais, a lista completa com os vencedores do Prêmio
REFERÊNCIA 2022 e uma entrevista exclusiva com Mariana Schuchovski,
presidente da Rede Mulher Florestal, associação que promove discussões
sobre equidade de gênero no setor florestal. Ótima leitura!
2
1
Na capa desta edição a
Log Max, fabricante de
cabeçotes florestais que se
destaca pelo atendimento
ao cliente
BY THE PEOPLE, FOR THE PEOPLE
The forest-based industry is increasingly becoming a solid arm of the
Country’s economy. It generates jobs and income internally and externally,
with sustainable growth and protection of the environment. And so, it is
because it is managed by committed people with the best interests of their
city or state. They are small, medium, and large producers who, through
forest-based work, transform the reality of families and the entire local
population. Moreover, it is an industry that moves millions thanks to the
work and care of every pair of hands involved in the production chain. In
this issue, the reader can appraise the work of Log Max that in addition to
producing high-standard equipment, values customer service and attention
to one of the keys to its business; the growth of the Forestry Sector in the
Country; the vital work of regulating efforts in the State of Minas Gerais;
the complete list of the winners of the 2022 REFERENCIA AWARD; and an
exclusive interview with Mariana Schuchovski, President of the Forest Women’s
Network, an association that promotes discussions on gender equity in
the Forest-based Sector. Pleasant Reading.
Entrevista com
Mariana
Schuchovski
Confira os vencedores do
Prêmio REFERÊNCIA 2022
3
EXPEDIENTE
ANO XXIV - EDIÇÃO 246 - NOVEMBRO 2022
Diretor Comercial / Commercial Director
Fábio Alexandre Machado
fabiomachado@revistareferencia.com.br
Diretor Executivo / Executive Director
Pedro Bartoski Jr
bartoski@revistareferencia.com.br
Redação / Writing
Vinicius Santos
jornalismo@revistareferencia.com.br
Colunista
Cipem
Gabriel Dalla Costa Berger
Depto. de Criação / Graphic Design
Fabiana Tokarski - Supervisão
Crislaine Briatori Ferreira
Me Hua Bernardi
criacao@revistareferencia.com.br
Midias Sociais / Social Media
Andrew Holanda
Cainan Lucas
Tradução / Translation
John Wood Moore
Depto. Comercial / Sales Departament
Gerson Penkal - Carlos Felde
comercial@revistareferencia.com.br
fone: +55 (41) 3333-1023
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A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos
direitos autorais, exceto para fins didáticos.
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication
directed at the producers and consumers of the good and services of the
lumberz industry, research institutions, university students, governmental
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself
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signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited
without the written authorization of the holders of the authorial rights.
08 www.referenciaflorestal.com.br
CARTAS
Capa da Edição 245 da
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,
mês de outubro de 2022
CAPA
Por Márcia Cavalcante, Contagem (MG)
A história da empresa está diretamente ligada à produção dos formicidas no
Brasil e é um grande orgulho saber que temos pessoas com compromisso e
dedicação para a floresta produzir mais e melhor.
ENTREVISTA
Por Daniel Rezende, Palhoça (SC)
Esse tipo de trabalho fortalece o setor e coloca o produtor florestal na
vanguarda tecnológica. É importante mostrar que a base florestal está
conectada com o que há de melhor para o crescimento da produção.
Foto: divulgação
FEIRA
Por Joaquim Moreira, Caçador (SC)
Como é bom ver o setor se reunindo e movimentando depois do período
parado. Compartilhar experiências e encontrar com clientes e amigos é
chave para o crescimento.
Foto: Malinovski
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Revista Referência Florestal
@referenciaflorestal
E-mails, críticas e sugestões podem ser
enviados também para redação
jornalismo@revistareferencia.com.br
Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL
ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.
BASTIDORES
Revista
Foto: REFERÊNCIA
FEIRA
O diretor executivo da Revista
REFERÊNCIA FLORESTAL, Pedro
Bartoski Jr. ao lado do comercial da
Planalto Picadores, Édson Oliveira,
durante a Lignum Latin America.
SEM CHOQUE
Os funcionários
da Jota Editora se
mobilizaram e fizeram
uma ação para
lembrar o mês da
prevenção do câncer
de mama. “Um dia
muito especial, em
que os colaboradores
se mobilizaram para
lembrar desse mês
tão importante para
a saúde humana”,
resumiu Pedro
Bartoski Jr., diretor
executivo da empresa.
Fotos: REFERÊNCIA
ECONOMIA FORTE
ALTA
A previsão do mercado financeiro para o crescimento
da economia brasileira em 2022 subiu de 2,71% para
2,76%, segundo informações da Agência Brasil. Essa
nova estimativa foi publicada no boletim Focus, pesquisa
divulgada semanalmente pelo BC (Banco Central),
em Brasília (DF), com a projeção para os principais indicadores
econômicos. Para o próximo ano, a expectativa
para o PIB (Produto Interno Bruto) - a soma de todos os
bens e serviços produzidos no país - é de crescimento
de 0,63%. Em 2024 e 2025, o mercado projeta expansão
do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente. A previsão
para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo) - considerada a inflação oficial do país - também
variou para baixo, de 5,62% para 5,6% neste ano. É a
17ª redução consecutiva na projeção. Para 2023, a estimativa
de inflação ficou em 4,94%. Para 2024 e 2025, as
previsões são de 3,5% e 3%, respectivamente.
12 www.referenciaflorestal.com.br
NOVEMBRO 2022
CENSURA DA IMPRENSA
A imprensa livre é uma das bases da democracia e essa instituição
recebeu um duro golpe do judiciário. A licença para
realização de censura antes da realização do segundo turno
das eleições. Segundo a ministra Cármem Lúcia, é uma exceção
ao que o judiciário trabalha normalmente, mas que a situação
atual do país trouxe abertura para essa possibilidade. Esse tipo
de atitude é altamente danosa ao exercício da profissão de jornalistas,
que já têm uma opinião pública de julgamento, além
de legislações punitivas dentro do código civil. O precedente
aberto pela decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) produz
riscos irreparáveis, principalmente por possibilitar uma decisão
monocrática de algum juiz. A responsabilidade de julgamento
é do público e da justiça posteriormente ao trabalho feito e
não de maneira prévia e autoritária. Lutar por um país melhor
é também lutar pela liberdade de cada cidadão no exercício de
sua profissão e no direito total de se expressar.
BAIXA
NOTAS
Celebração no segmento
A APEF (Associação Paranaense de Engenheiros Florestais) completou 55 anos em 2022. A mais antiga associação
de engenheiros florestais do país celebrou com um jantar a história de muito trabalho para fortalecer e dar
apoio para os profissionais.
Marcelo Langer, tesoureiro da APEF, falou que o jantar foi uma grande celebração e uma oportunidade de reunir,
no melhor sentido da palavra, engenheiros florestais de gerações diferentes, que se formaram desde as primeiras
turmas de engenharia florestal do Paraná. “Pudemos homenagear fundadores, membros atuais, profissionais que
trabalharam para o fortalecimento da APEF e também mostrar para os estudantes que estavam lá a importância da
associação para o engenheiros”, celebrou Marcelo.
O tesoureiro comenta que a APEF vive um bom momento em relação a administração e hoje, além da tradição,
tem uma estrutura definida para garantir a continuidade do trabalho da entidade. “Hoje temos capacidade de interagir
com o legislativo, agrupamentos da sociedade civil e outros órgãos públicos para fortalecer a atividade do
engenheiro florestal”, destaca Marcelo.
Um dos trabalhos mais importantes feitos pela APEF é a luta contra o sombreamento de áreas de trabalho. Muitos
profissionais de áreas próximas da engenharia florestal, mas que não podem atuar dentro do segmento tomam
espaços de engenheiros no mercado de trabalho. “Biólogos ou agrônomos têm muito conhecimento em suas áreas,
mas planos de manejo, desenvolvimento de plantio florestal e tantas outras atividades que muitas vezes são solicitadas
são de responsabilidade do engenheiro florestal, e esse espaço é um que lutamos com muita ênfase”, defende
Marcelo.
O tesoureiro comenta que a APEF trabalha também em relação à difusão de conhecimento e fortalecimento
dos departamentos acadêmicos, que precisam de atenção e investimento. “Oferecemos cursos e nos colocamos a
disposição de estudantes para sanar dúvidas sobre mercado de trabalho e sobre a atuação do engenheiro uma vez
formado”, explica Marcelo.
Fotos: APEF
14 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Investimento
que dá retorno
A FIEMT (Federação das Indústrias de Mato
Grosso), por meio do Observatório da Indústria,
junto com a PAGE (Parceria para Ação em Economia
Verde), instituição ligada à ONU (Organização
das Nações Unidas), realizaram o evento Valores
Enraizados – Indústria verde e o futuro de Mato
Grosso. Trata-se de um projeto inovador, dedicado
ao setor de base florestal, que aconteceu no início
de outubro, em Sinop (MT). O evento também é
uma oportunidade para promover a integração do
segmento.
Na ocasião, foram apresentados resultados
de um estudo inédito feito com empresários de
várias cidades mato-grossenses ligados ao setor.
A partir dele, foi realizado um mapeamento do
processo de produção real em todas as cadeias
de valor, bem como áreas protegidas (florestas),
áreas degradadas e agrícolas mais adequadas para
o desenvolvimento de segmento.
O presidente da FIEMT, Gustavo de Oliveira,
explica que durante o estudo foram ouvidos
empresários do setor com o intuito de conhecer a
realidade dos empreendedores, dos trabalhadores
e dos produtos. “Os resultados desses projetos demonstram
oportunidades de negócio que podem
transformar o setor de base florestal e promover
o desenvolvimento industrial verde em Mato Grosso”,
destacou Gustavo.
O estudo ainda apresenta opções de negócio
como o uso de MLC (madeira laminada colada)
de madeira nativa, que trata de uma tecnologia
aplicada agregando mais valor à produção da base
florestal. Além disso, contem informações da evolução
do manejo florestal e a conexão sustentável
com a indústria mato-grossense.
Segundo Pedro Máximo, gerente de economia
e do Observatório da Indústria, o estudo traz
opções de negócios para agregar valor ao setor e
o economista estima que um investimento médio
de R$ 18 milhões para a abertura de indústria de
MLC, sendo capaz de gerar R$ 71 milhões de impacto
direto e indireto na produção da economia.
“São R$ 40 milhões estimados em faturamento
anual e R$ 6 milhões estimados em ICMS anual”,
explicou Pedro.
Foto: divulgação
16 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Madeira catalogada
Foi apresentado ao público na 16ª Feira do Livro de Dom
Pedrito, o Livro Madeiras do Rio Grande Do Sul. A obra traz a
descrição microscópica de 34 espécies nativas, exóticas e tem
como autora a professora de Dom Pedrito, Anabela Silveira
de Oliveira e coautores Sidinei Rodrigues dos Santos e José
Newton Cardoso Marchiori. O livro dá continuidade a uma série
de publicações sobre a anatomia de espécies nativas e cultivadas
no Estado do Rio Grande Sul, iniciada em 2009, e que visa
compor um atlas microscópico abrangente sobre a flora lenhosa
regional. São apresentadas 34 espécies, salientando-se, entre
as exóticas, as bem conhecidas acácia-negra (Acacia mearnssi) e
acácia-mimosa (Acacia podaliriifolia). Entre as nativas incluem-se
algumas espécies arbustivas do gênero Baccharis, Heterothalamus,
Calliandra e Mimosa, que foram pouco investigados devido
ao escasso interesse econômico do lenho. O Rio Grande do Sul
é um importante produtor de madeira de reflorestamento, mas
também é muito rico em madeiras nativas, que se aproveitam do
clima mais frio e diferente do restante do país para se desenvolver.
Essa coletânea de infomações ajuda não somente no
trabalho de preservação, mas também abre a possibilidade para
que em um futuro próximo, atividades como o manejo florestal
possam ser feitos no Estado.
Imagem: reprodução
Foto: divulgação
Acácia negra em foco
Um compromisso selado entre o Banco do Brasil e a Tanac,
uma das líderes mundiais no plantio de acácia negra, pode impulsionar
a retomada do cultivo da espécie no Rio Grande do Sul.
Com sede em Montenegro e 23 mil ha (hectares) plantados com
florestas próprias no Estado – o equivalente a 2 mil árvores por
ha –, a empresa garante a compra de toda a produção dos que
investirem na cultura por meio dos financiamentos oferecidos
pela instituição bancária. A parceria, sacramentada ainda durante
a XLV Expointer, em Esteio (RS), visa ampliar a área plantada
com acácia negra após a espécie perder 47% de sua presença em
solo gaúcho, desde 2006, em razão, principalmente, do avanço
no plantio da soja. As plantas respondem, atualmente, por 7,3%
dos pouco mais de 1 milhão de ha de florestas plantadas no Estado.
A maior parte da área, segundo a AGEFLOR (Associação Gaúcha
de Empresas Florestais), é composta por eucaliptos (67,7%)
e por pinus (28%). Conforme o diretor presidente da Tanac, João
Carlos Ronchel Soares, a ideia é disponibilizar diferentes linhas
de custeio e investimento à produção, que leva até 7 anos para
chegar ao primeiro corte. Por esse motivo, salienta Soares, os
financiamentos contam com antecipação de recursos à compra
de insumos e prazos adequados ao retorno da plantação. “O
produtor não terá desembolso”, garante João.
18 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Reconhecimento
do setor
Indicada pela Câmara Especializada de Agronomia,
a Embrapa Florestas recebeu a Menção Honrosa
do CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura), durante o XLVIII Encontro Paranaense
de Entidades de Classe, em Foz do Iguaçu (PR).
Aprovada pela Comissão do Mérito e Plenário do
Conselho, a homenagem é entregue a profissionais
e instituições pelos relevantes serviços prestados ao
Sistema Confea/Crea. A unidade foi representada
pela engenheira agrônoma, Edina Regina Moresco,
chefe-adjunta de transferência de tecnologia.
Em seu discurso de agradecimento pela Embrapa
Florestas, Edina Moresco ressaltou o grande
número de embrapianos ligados, por sua formação,
ao CREA: “São quase a metade dos 155 funcionários
e 82% dos 63 pesquisadores na Embrapa Floresta.
Para nós é muito importante receber esse reconhecimento,
tão múltiplo, em nome do coletivo”,
afirmou Edina.
Citando a música: Tocando em frente; o presidente
do CREA (PR), engenheiro civil Ricardo Rocha,
destacou: “cada um tem o dom de ser, de ser capaz,
de ser feliz, de construir a sua história, e as histórias
aqui são exemplos e referências para nossas
profissões. Todos os homenageados honraram suas
profissões e aquilo que nosso conselho cuida. Em
nome do CREA agradeço muito por tudo o que têm
feito pelas suas profissões.”
Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas,
comenta que além de regular a vida profissional
de engenheiros, o CREA é um parceiro importante.
“Tem alto potencial para nos ajudar no levantamento
de demandas de pesquisa, perguntando para os
engenheiros quais são os problemas tecnológicos
do seu dia a dia, e de ser canal de transferência de
tecnologia, levando soluções tecnológicas para esses
mesmos engenheiros, principalmente por sua ligação
com instituições de classe”, descreveu Erich.
Também participaram da entrega das homenagens:
representando o Confea, o chefe de gabinete e
presidente de gestão anterior no Paraná, engenheiro
agrônomo Luiz Antonio Rossafa; o chanceler da
Comissão do Mérito, engenheiro eletricista Edson
Luiz Dalla Vecchia; e o diretor-geral da Mútua (PR),
engenheiro civil Julio Cesar Russi.
Foto: reprodução
20 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Da tela para o campo
Obras de ficção, as novelas brasileiras costumam apresentar em seus enredos boas pitadas de realidade. Na
recém encerrada Pantanal, uma das atividades retratadas nas fazendas do protagonista José Leôncio é também
uma tendência na atividade produtiva brasileira. É o sistema de ILPF (Integração entre Lavoura, Pecuária e Floresta).
Para representantes do setor florestal, o sistema é a bola da vez no agro.
Na vida real, o ILPF ganhou destaque principalmente pela possibilidade de gerar renda com o mercado de
carbono, algo que vem se desenhando como promissor no atual cenário. Roberto Giolo de Almeida, pesquisador
da Embrapa Gado de Corte, em seminário sobre o tema realizado durante a Expofeira de Pelotas, resume de
forma direta a importância desse sistema. “O carbono é a salvação da lavoura, da pecuária e do Brasil”, destacou
Roberto.
Na ocasião, o pesquisador apresentou dados de pesquisas que mostram o potencial de sequestro de carbono
das florestas plantadas: até 23 toneladas de gás carbônico por hectare ocupado com a pecuária — 20 vezes
mais do que o consórcio lavoura-pecuária. Outra vantagem apontada é a garantia de pastos de qualidade o ano
todo, inclusive em períodos de estiagem, e conforto térmico ao gado, por meio da geração de sombras.
Paulo Benemann, presidente da AGAFLOR (Associação Gaúcha de Florestadores), explica que o segmento
tem em mãos uma possibilidade imensa de sequestrar carbono. “Trabalhamos para melhorar a qualidade do
nosso clima e fazer com que o gado sofra menos e produza mais”, apontou Paulo. Estima-se que o sistema produtivo
ILPF (integração lavoura-pecuária-floresta) chegue a 17 milhões de ha (hectares) no Brasil, segundo a
AGAFLOR. O Rio Grande do Sul tem quase 999 mil ha de florestas plantadas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), mas não há dados específicos sobre a integração. No país, são 9,5 milhões de ha com
florestas plantadas. Na pesquisa, a Embrapa tem uma série de trabalhos sobre o tema, incluindo na unidade de
Bagé (RS).
Foto: divulgação
22 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Custos em discussão
Foto: divulgação
Os resultados dos levantamentos de custos de produção da silvicultura foram apresentados pela CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil), durante o circuito de lives do Projeto Campo Futuro. O presidente da Comissão Nacional de
Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA, Moacir Reis, conduziu o debate e afirmou que em 2022 foram realizados painéis de
eucalipto, pinus e borracha natural nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Bahia.
No início da live, a assessora técnica da CNA, Eduarda Lee, apresentou os resultados por atividade. Segundo ela, os principais
custos de produção do eucalipto em Campo Grande (MS), Ortigueira (PR) e Teixeira de Freitas (BA) estão relacionados
com fertilizantes e mecanização. “O gasto médio das três regiões com fertilizantes correspondeu a 31% do custo de implantação
e, com a mecanização, 29%. Todas elas registraram margem líquida e lucro positivos neste ano”, declarou Eduarda.
Com relação ao pinus, que é destinado à serraria e ao processo, Eduarda informou que o sistema de plantio em Jaguariaíva
(PR) é 100% manual, logo, 56% do custo de implantação da cultura é com mão de obra. A assessora da CNA também
apresentou as perspectivas do setor florestal para o próximo ano, com destaque para o aumento do consumo e demanda por
produtos florestais e competitividade de áreas de plantio com outras culturas como fatores altistas e incertezas nos campos
político e econômico e continuidade de alta nos preços de maquinários e insumos como fatores baixistas.
O diretor proprietário da CM Florestal, Celso Medeiros, participou do debate e disse que o setor florestal brasileiro passou
por momentos difíceis em relação à comercialização de seus ativos nos últimos 10 anos. “Os valores ofertados pelo metro
cúbico de madeira, toneladas de cavacos e carvão, foram muito baixos e não remuneravam os produtores”, destacou Celso.
Sobre o cenário atual, Celso afirmou que poucos estados possuem um levantamento preciso da sua disponibilidade de madeira.
“Existem vários relatórios de hectares plantados por Estados, porém a produtividade média é sempre muito abaixo da
capacidade de cada região, o que gera um déficit de madeira futura.” Em suas considerações finais, Medeiros pontuou que os
produtores e profissionais do setor florestal devem se preparar, pois muitas demandas novas virão. O mercado de crédito de
carbono, madeira serrada e certificada serão altíssimos, por exemplo.
24 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Simples e eficaz
Durante o mês de outubro, a IBÁ (Indústria
Brasileira de Árvores) lançou o material
de comunicação: Intensificação Sustentável
no Manejo Florestal; produzido com o apoio
do Comitê de Biotecnologia e Certificação.
Na oportunidade, o exemplar foi apresentado
em Bali, na Indonésia, na AGFSC (Assembleia
Geral do Conselho de Manejo Florestal, em
inglês).
É urgente otimizar a produção e o uso racional
de recursos naturais e, ao mesmo tempo,
conservar o meio ambiente, gerando valor
compartilhado. O infográfico intensificação
sustentável é uma solução que pode e deve
levar a uma relação ganha-ganha entre todos
os envolvidos: o meio ambiente, a sociedade e
a economia.
O manejo sustentável é uma das práticas
mais benéficas para a manutenção das florestas
brasileiras, uma vez que de maneira
sustentável e responsável, retira exemplares
selecionados de uma área e só retorna ao
mesmo local 25 anos depois, garantindo a
recuperação completa e dando oportunidade
para que outras árvores cresçam e substituam
as cortadas. O manejo auxilia no processo
natural da floresta, mas sem que a madeira
nobre e tão valorizada seja desperdiçada ou
mesmo perca seu valor comercial.
O material está disponível no site oficial
da IBÁ, na aba relatórios e infográficos. O
conteúdo explica de maneira simplificada e didática
como o Brasil pode ampliar a atividade
de manejo de maneira sustentável e gerando
riqueza para as comunidades locais. Além disso,
demonstra como há toda uma cadeia que
se beneficia desse trabalho. O conteúdo pode
ser acessado através do link: https://www.iba.
org/publicacoes/infograficos.
Foto: divulgação
26 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Protegendo o futuro
Há pouco menos de três meses para o início de 2023,
a REFLORES-MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores
e Consumidores de Florestas Plantadas) já inicia o
planejamento estratégico das ações de prevenção e combate
a incêndios para o próximo ano e, começa a organizar
a XI Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios. Na
tradicional reunião de fim de ano da associação haverá
um encontro do Grupo de Planejamento Estratégico de
Prevenção e Combate a Incêndios, junto com a reunião
de diretoria de finalização de ano. Nas duas reuniões
serão tratadas pautas que envolvem a campanha. O fogo
empobrece o solo, polui o ar que respiramos, pode causar
acidentes nas rodovias por meio de sua fumaça, pode
causar a morte de animais e pessoas e, trazer prejuízos
para o bolso dos produtores rurais. Estas são algumas das consequências sociais, ambientais e financeiras que os incêndios florestais
podem gerar. A campanha é realizada pela Reflore (MS) para levar conhecimento às populações urbanas e rurais, compartilhar
orientações sobre cuidados para evitar as chamas e alertar sobre as consequências dos incêndios. Em breve novas informações
sobre as ações serão divulgadas. Hoje o Mato Grosso do Sul é um dos principais produtores de celulose do Brasil e já foram iniciadas
as construções de duas novas fábricas no Estado, que devem gerar mais de 3000 mil empregos formais após a conclusão das obras.
Por isso, proteger as florestas do Estado é garantir que as indústrias tenham matéria-prima o suficiente para colocar o Brasil no topo
do mercado mundial de celulose.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Reconhecimento internacional
O presidente do C2ES (Center for Climate and Energy Solutions) e renomado
especialista climático global, Nat Keohane, elogiou as ações realizadas em
Mato Grosso no âmbito do desenvolvimento sustentável e afirmou que o Estado
é hoje um modelo de desenvolvimento econômico e proteção florestal. Este
modelo de proteção ambiental aliada à produção, com metas ousadas de redução
de carbono, será apresentado pelo governador Mauro Mendes na conferência
da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre Mudanças Climáticas de
2022 (COP-27), que ocorrerá em Sharm El-Sheikh, no Egito, nas próximas semanas.
Nat Keohane usou o Mato Grosso como exemplo de políticas ambientais
que visam a preservação das florestas tropicais, durante palestra na plataforma
TED (Technology, Entertainment and Design), que está disponível no youtube.
“Mato Grosso é um Estado brasileiro que é tão grande quanto o Texas e um
pedaço da Califórnia juntos, e um dos maiores produtores mundiais de carne
bovina e soja. Mato Grosso é hoje um modelo de desenvolvimento econômico
e proteção florestal”, destacou Nat.
PHD em Harvard, economista e assistente especial para Energia e Meio
Ambiente na Casa Branca no Governo Obama, Keohane mencionou que o Mato
Grosso, há algumas décadas, era um dos maiores poluidores de carbono do
mundo e conseguiu reverter o jogo, reduzindo em 85% o desmatamento ilegal.
Para o especialista, o Mato Grosso não reduziu as emissões paralisando a
agricultura, em vez disso intensificou a fiscalização e trabalhou para que o trabalho
realizado dentro da lei seja valorizado e recompensado. “Trabalhou com
produtores e comerciantes agrícolas em toda a cadeia de suprimentos para investir
em métodos de produção novos e mais sustentáveis.”, completou Nat.
28 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Certificação em pauta
A Assembleia Geral do FSC® Internacional, realizada no mês de outubro em Bali (Indonésia) apresentaram significativos
avanços. A Assembleia Geral, principal plataforma de tomada de decisões do FSC, ocorre a cada três anos e reúne membros
das três câmaras - econômica, social e ambiental - para votar as moções propostas e desenhar o futuro do sistema de certificação
e do manejo florestal responsável. Neste ano, as decisões tomadas pelo conselho têm impactos diretos na certificação
no Brasil.
Primeiro, depois de 12 anos de negociações, foi aprovada a certificação de áreas convertidas entre 1994 e o fim de 2020,
desde que satisfeitos critérios severos de compensação por danos ambientais e sociais. A decisão abre caminho para a expansão
do selo verde para novos territórios e fornece um incentivo para a restauração florestal em alinhamento com a década da
ONU (Organização das Nações Unidas) da Restauração de Ecossistemas. A nova regra também traz uma ferramenta de peso
para comunidades em busca de restituição por danos sociais atrelados ao desmatamento.
Segundo Rafael Benke, CEO da Proactiva Results, empresa de consultoria na área de ESG e direitos humanos, que participou
da assembleia geral, serão centenas de milhões de hectares que poderão integrar o sistema FSC. “Será um estímulo
comercial para a integração dessas áreas que, por consequência, vão gerar um impacto socioambiental positivo com as compensações’’,
destacou Rafael.
Outra novidade é a abordagem de paisagem no manejo das chamadas florestas intactas, viabilizando a extração responsável
de produtos florestais e a manutenção dos altos valores de conservação de florestas primárias. Lineu Siqueira Junior,
um dos fundadores do FSC e membro do Comitê de Políticas e Padrões, acredita que essas novas medidas devem ser muito
positivas para as comunidades que vivem das florestas e para as florestas em si. “Quando se agrega valor à floresta e, ao mesmo
tempo, se tem controle de seu modo de exploração, é possível mantê-la para sempre”, valorizou Lineu. Sob a antiga regra,
algumas empresas e comunidades que operam há anos de forma sustentável poderiam perder seus certificados. De imediato,
aqui no Brasil, a medida evitará a perda do selo FSC em produtos originários de 2,7 milhões de hectares na Amazônia.
Foto: divulgação
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COLUNA
MANEJO
FLORESTAL
Este processo de
regeneração natural tem
início com a abertura
de clareiras, a partir
da retirada das árvores
maduras, abrindo espaço
para que as árvores mais
jovens intensifiquem
seus processos
fotossintéticos,
absorvendo mais
carbono atmosférico
PERENIDADE DA FLORESTA E
RETENÇÃO DAS EMISSÕES DE CARBONO
As florestas têm papel fundamental para o ciclo do
carbono, pois contribuem para a retenção do excesso
de carbono atmosférico, contribuindo para
a regulação do clima, ao mesmo tempo em que
produz a madeira, um recurso natural verdadeiramente
renovável e com múltiplos usos.
Nesse sentido, o Manejo Florestal Sustentável atua como
um forte aliado, pois, ao realizar a colheita de árvores previamente
selecionadas e autorizadas pelo órgão ambiental competente,
esta colheita planejada acaba por acelerar um processo
natural das florestas, a regeneração natural que, por sua vez,
contribui para o ciclo de carbono.
Este processo de regeneração natural tem início com a
abertura de clareiras, a partir da retirada das árvores maduras,
abrindo espaço para que as árvores mais jovens intensifiquem
seus processos fotossintéticos, absorvendo mais carbono atmosférico.
Além disso, com a utilização da madeira, todo o carbono
absorvido pela árvore que poderia retornar para a atmosfera
devido à sua morte e apodrecimento na floresta, permanece
estocado por tempo indeterminado.
Concluindo, a atividade de Manejo Florestal Sustentável
atua em duas frentes no controle das emissões de CO2, pois ao
mesmo tempo que impulsiona a absorção deste gás pela fotossíntese,
também evita que novas emissões sejam feitas, ao utilizar
produtos de madeira que atuam como estoques de carbono.
https://cipem.org.br
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FRASES
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
A COP é uma oportunidade
para mostrarmos que estamos
produzindo. Temos uma equipe
trabalhando arduamente, focada
na sustentabilidade, para
mostrar, com muito clareza, que
o Brasil é o país que mais produz
e mais protege ambientalmente
Marcos Montes, ministro do MAPA (Ministério
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento),
durante o pré-COP (Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas)
“Isso ocorre porque, em média,
um hectare com florestas
plantadas contribui com a
redução de 128 toneladas de
CO2, valor bem superior a outras
tecnologias, como o sistema
de plantio direto e sistemas
integrados”
Jackson Brilhante, do DDPA (Departamento
de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária) da
SEAPDR (Secretaria de Agricultura, Pecuária e
Desenvolvimento Rural) em sua participação no
Seminário Gaúcho de Silvicultura sobre a ampliação
de florestas plantadas
“O Brasil é candidato a
se tornar um dos mais
importantes países
exportadores do mundo de
créditos de carbono e já existe
um interesse empresarial
italiano concreto, ainda que
eu tenha a impressão de que
as oportunidades não são
bem conhecidas de todos”
Francesco Azzarello, embaixador da Itália no Brasil,
em entrevista ao site/portal BOL
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ENTREVISTA
A vez e a voz
DELAS
Their turn and voice
Foto: divulgação
ENTREVISTA
A
s mulheres representam mais da metade da
população brasileira e tem conquistado espaços
mais significativos em todos os campos da sociedade.
No setor florestal não é diferente e a cada
dia vemos elas se destacando em um segmento
historicamente masculino. A RMF (Rede Mulher Florestal) atua
para o fortalecimento das mulheres na indústria florestal. Mariana
Schuchovski, presidente da RMF, apresenta o trabalho da
entidade, a realidade das mulheres no setor e perspectivas de
futuro.
W
omen represent more than half of the
Brazilian population and have conquered
more significant spaces in all fields of
society. In the Forest-based Sector, it is no
different, and every day we see them standing
out in a historically male segment. The Forest Women’s
Network (RMF) acts to strengthen women in the forest product
industry. Mariana Schuchovski, President of RMF, talks about
the entity’s work, the reality of women in the Sector, and the
plans for the future.
36 www.referenciaflorestal.com.br
Mariana
Schuchovski
ATIVIDADE/ ACTIVITY:
Presidente da Rede Mulher Florestal, Engenheira Florestal,
Mestre e Doutora em Ciências Florestais pela Universidade
Federal do Paraná e North Carolina State University (EUA).
Possui experiência nacional e internacional em Sustentabilidade,
Pesquisa & Desenvolvimento e Certificações de Manejo Florestal.
É fundadora da Verde Floresta, empresa de consultoria e
treinamentos em sustentabilidade. É professora convidada em
renomadas instituições de ensino superior, como FGV (Fundação
Getúlio Vargas) e UFPR (Universidade Federal do Paraná). É
membro do Advisory Board do Comitê de Sustentabilidade da
Amcham Brasil e da Cátedra Ozires Silva de Empreendedorismo
e Inovação Sustentáveis.
President of the Forest Women’s Network, Forestry Engineer,
and Masters and Ph.D. in Forest Sciences from the Federal University
of Paraná and North Carolina State University. She has
national and international experience in Sustainability, Research
& Development, and Certifications in Forest Management.
She is the founder of Verde Floresta, a consulting and training
company in sustainability. She is a guest professor at renowned
higher education institutions, such as the Getúlio Vargas Foundation
(FGV) and the Federal University of Paraná (Ufpr). She is
a member of the Advisory Board of the Sustainability Committee
of AmCham Brazil and holds the Ozires Silva Chair of Sustainable
Entrepreneurship and Innovation.
ENTREVISTA
>> Como foi sua caminhada dentro do setor florestal?
Sou Engenheira Florestal desde 2000, formada pela Escola
de Florestas de Curitiba (PR), a primeira do Brasil. Quando
entrei na faculdade, pertencia ao grupo da maioria, com
praticamente 60% de mulheres na turma. Mas, quando
me formei, já era minoria. E no mercado de trabalho, nas
empresas de base florestal, atuei quase que solitariamente.
As seguintes perguntas ecoavam na minha mente:
Onde estão as mulheres? Para onde foram minhas colegas
de faculdade e de profissão? Essas dúvidas só foram respondidas
em 2020, pelo Panorama de Gênero do Setor
Florestal, elaborado pela RMF (Rede Mulher Florestal), que
apresentou - em caráter pioneiro - dados e a evidência de
que pouquíssimas mulheres atuavam no setor florestal, e
menos ainda em posições de liderança.
>> Como foi sua chegada à presidência da RMF?
Atuo na RMF desde a sua fundação, em novembro de
2018, por acreditar que o setor florestal precisava ser mais
inclusivo e equitativo. Participei da primeira formação do
Conselho Diretor, na gestão de 2019 a 2021, realizando
trabalhos voluntários para promover a discussão e o alcance
da equidade de gênero no setor florestal, porque acredito
que o setor florestal pode e precisa ser mais inclusivo
e equitativo, com mais respeito à diversidade e à igualdade
de direitos e oportunidades. Desde dezembro de 2021,
ocupo a presidência do Conselho Diretor da RMF, com o
apoio da vice-presidente, Nathália Granato Loures e as demais
diretoras: Ana Flávia Neves Mendes, Bárbara Bomfim,
Giovanna Marcolin, Fernanda Rodrigues e Maria Harumi
Yoshioka. Ocupar a presidência da RMF é algo extremamente
honroso e, ao mesmo tempo, desafiador. Honroso,
pois entendo que o setor florestal só alcançará um espaço
de igualdade com a atuação coletiva de indivíduos e organizações,
e neste aspecto a Rede tem desempenhado
um papel crucial. E, desafiador, pois sei que as decisões e
encaminhamentos da RMF possuem grande impacto nas
organizações do setor florestal brasileiro, uma vez que representamos
os interesses de todas as nossas associações
PFs (Pessoas Físicas) e PJs (Pessoas Jurídicas), capazes de
promover a transformação que precisamos.
>> O que as empresas ou associações precisam fazer para
serem associadas à RMF?
A RMF é uma rede independente de mulheres do setor
florestal, profissionais e estudantes, sem fins lucrativos,
sem vinculação partidária e de caráter não governamental.
As empresas que queiram se associar podem preencher
um formulário disponível no nosso site www.redemulherflorestal.org.
Os valores de associação variam conforme
o número de pessoas empregadas. Atualmente temos 23
associações na categoria PJs, desde micro empresas até
multinacionais, além de associações e institutos. Estas
associações PJ não se restringem a organizações do setor
florestal, abrangendo várias que, de alguma forma, se re-
How did you first become associated with the Forest-based
Sector?
I graduated in Forestry Engineering in 2000 from the
Forestry School in Curitiba, the first in Brazil. When I got
into university, I was in the majority group, with nearly
60% of women in the class. But by the time I graduated,
I was already in the minority. And in the labor market, in
forest-based companies, I was almost the only woman.
So the following questions echoed in my mind: Where
are the women? Where did my college and professional
colleagues go? These questions were only answered in
2020 by the Panorama de Gênero do Setor Florestal (Forest
Sector Gender Overview), elaborated by the Forest
Women’s Network, which presented - on a pioneering
character - data and evidence that very few women work
in the Forest-based Sector, and even fewer in leadership
positions.
How did you become RMF President?
I have been active in RMF since its founding in November
2018, believing that the Forest-based Sector needs
to be more inclusive and equitable. I participated in
the formation of the first Board of Directors from 2019
to 2021, carrying out voluntary work to promote the
discussion and reach of gender equity in the Forest-based
Sector. I believe that the Forest-based Sector can and
needs to be more inclusive and equitable, with more
respect for diversity and equal rights and opportunities.
Since December 2021, I have been President of the Forest
Women’s Network Board of Directors, with the support
of the Vice-president, Nathália Granato Loures, and
the other directors: Ana Flávia Neves Mendes, Bárbara
Bomfim, Giovanna Marcolin, Fernanda Rodrigues, and
Maria Harumi Yoshioka. Holding the Presidency position
at RMF is an exceptional honor and, at the same time,
very challenging. It is an honor because I understand that
the Forest-based Sector will only reach equality with the
collective action of individuals and organizations. In this
aspect, the Network has played a crucial role. And challenging
because I know that RMF decisions and proposals
have significantly impacted organizations in the Brazilian
Forest-based Sector since we represent the interests of
all our individual and corporate members, capable of
promoting the transformation we need.
What do companies or associations need to do to be
associated with RMF?
The Forest Women’s Network is an independent network
of women in the Forest-based Sector, professionals and
students, non-profit, non-governmental, and without any
party affiliation. Companies that wish to join can fill out a
form on our site: www.redemulherflorestal.org. Membership
fees vary depending on the number of people
employed. Currently, we have 23 members in the corporate
category, from micro companies to multinationals,
38 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA
40 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA
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ENTREVISTA
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COLUNA
Supressão de árvores:
Corrente da motosserra
versus produtividade
Gabriel Dalla Costa Berger
Engenheiro Florestal e Segurança do Trabalho
Ms. em Manejo Florestal
gabrielberger.com.br
gabriel@gabrielberger.com.br
Foto: divulgação
Como otimizar o tempo de trabalho com a escolha da
corrente de motosserra certa
Aescolha da corrente da motosserra pode interferir
diretamente na produtividade do trabalho
de supressão de árvores. Com a corrente certa,
aliada à técnica correta de corte, a motosserra
pode proporcionar melhor desempenho, otimizando
o trabalho da equipe.
Escolher a melhor corrente não quer dizer optar pela mais
agressiva, mas sim por aquela com as melhores características
de corte em relação ao modelo da motosserra, intensidade
de uso e dureza da madeira a ser manejada. Usar somente
uma corrente com um cortador mais agressivo em relação à
potência da máquina não significa que haverá aumento do
desempenho de corte.
Para que fique mais claro, veja abaixo, de forma ampliada,
o protótipo de um cortador ou dente da corrente da motosserra:
1. Limitador/guia de profundidade: Determina a espessura
da lasca da madeira.
2. Ponta de ataque: Faz a penetração na madeira.
3. Fio de corte: Realiza/finaliza o corte.
exigência quanto à técnica e experiência do operador da máquina.
Além do cortador, a corrente ainda tem mais três elementos,
que são: rebite, elo de tração e elo de união. A distância
entre três rebites é o passo da corrente e é ele que vai determinar
o diâmetro da lima para realizar a afiação do cortador.
Com a corrente correta escolhida, é hora do operador da
máquina e da equipe de manejo entrar em ação. O entrosamento,
o planejamento e a comunicação entre todos os membros
do grupo é fundamental para o sucesso do trabalho.
Com um conjunto de corte adequado, afiação e manutenção
da máquina em dia, técnica correta de corte e preparo
da equipe, o trabalho de supressão da vegetação pode ser
realizado em menos tempo e, principalmente, com mais segurança.
O perfil do cortador escolhido também é fundamental,
pois é ele que determina a velocidade de corte e, consequentemente,
o aumento da produtividade. À medida que o perfil
avança do redondo para o quadrado, conforme indica a figura
abaixo, tem-se como resultados: aumento da exigência do
nível de experiência do usuário na afiação, obtenção de uma
madeira sem intempéries, maior economia de combustível,
menor esforço do motor e melhor acabamento na madeira.
Dessa forma, podemos concluir que, quanto mais próximo
ao perfil quadrado, mais agressivo é o corte e há uma maior
48 www.referenciaflorestal.com.br
PRINCIPAL
EXCELÊNCIA
EM ATENDER
50 www.referenciaflorestal.com.br
Aliar qualidade de
equipamentos ao melhor em
atendimento e pós-venda é
o diferencial para marca de
cabeçotes florestais
Excellence
in service
Combining equipment quality with
the best in after-sales service is the
differential for a forest head brand
Fotos: Emanuel Caldeira e divulgação
M
áquinas e equipamentos florestais têm apresentado
desempenho e tecnologias que superam
limites constantemente e por isso, é necessário
oferecer algo que vá além de um equipamento
de alto padrão. Entender as necessidades e
conhecer seu cliente é chave para conseguir se diferenciar nesse
segmento, para ir além da venda e conseguir desenvolver um
relacionamento entre fornecedor e cliente. Esse tem sido um dos
pilares do trabalho da Log Max, fabricante de cabeçotes florestais,
que se estabeleceu como uma das líderes do mercado.
A Log Max é uma empresa sueca fundada em 1980 e que está
presente no Brasil há mais de duas décadas. Desde sua chegada ao
Brasil, a marca apresentou produtos de alto padrão e conquistou
o mercado nacional, se estabelecendo como uma referência no
setor de base florestal. Rodrigo Contesini, diretor da Log Max do
Brasil, ressalta que o atendimento ao cliente é muito importante
para a construção da reputação da empresa. “Acreditamos que
um pós-venda bem feito, em um mercado tão disputado e equilibrado,
é o que garante a fidelidade da marca”, valoriza Rodrigo.
Para o diretor, a forma com que cada fabricante dá esse suporte
ou atende o cliente é o diferencial do pós-venda que vai fazer
com que no futuro o cliente opte pela manutenção e renovação
do equipamento. “Sabemos que por se tratar de um equipamento
mecânico com alto índice de tecnologia agregada trabalhando em
um ambiente extremamente agressivo, o cabeçote precisará de
assistência ou ajustes ao longo do tempo e, por isso, trabalhamos
para atender o cliente com prontidão e velocidade na solução das
necessidades”, complementa Rodrigo. Nesse sentido, a empresa
presta a assistência completa, desde o primeiro contato com o
cliente e dá grande importância para a entrega dos equipamentos.
Cada cabeçote que chega ao comprador tem uma entrega técnica
específica, para garantir que o operador da máquina tenha todo
conhecimento para trabalhar e otimizar a operação do cabeçote
no campo. “Para nós a entrega técnica é o início do pós-venda,
pois ali é onde criamos o relacionamento com o cliente e nos colocamos
a disposição dele para garantir uma operação de campo
constante e eficiente”, destaca Rodrigo.
F
orest machines and equipment have presented
performance and technologies that constantly exceed
limits; therefore, offering something beyond
high-standard equipment is necessary. Knowing
your customer and understanding his needs is key
to differentiating yourself in this segment, going beyond the sale,
and succeeding in developing a relationship between supplier
and customer. This has been one of the pillars of the work of
Log Max, a manufacturer of forest heads, which has established
itself as one of the market leaders.
Log Max is a Swedish company founded in 1980 and has
been present in Brazil for over two decades. Since it arrived in
Brazil, the brand has presented high-end products and conquered
the domestic market, establishing itself as a reference in the
Forest-based Sector. Rodrigo Contesini, Managing Director of
Log Max do Brasil, points out that customer service was, and
is, very important for building the Company’s reputation. “We
believe that good after-sales service guarantees brand loyalty
in a so disputed and balanced market,” he values.
For the General Manager, how each manufacturer provides
this support or customer service is after-sales, which is the differential
that, in the future, will make the customer choose the
maintenance and equipment renewal. “We know that because
our products are mechanical equipment with a high index of
aggregate technology working in an extremely aggressive environment,
the head will need assistance or adjustments over time.
Therefore, we work to serve the customer with promptness and
speed in solving their needs,” he adds. In this sense, the Company
provides complete assistance from the first contact with the
customer giving importance to the delivery of the equipment.
Each head that reaches the buyer has a specific technical delivery
to ensure that the machine operator has all the necessary
knowledge to work and optimize the operation of the head in
the field. “For us, technical delivery is the beginning of after-sales
service because that’s where we create the relationship with the
customer and put ourselves at his disposal to ensure a constant
and efficient field operation,” points out Contesini.
Novembro 2022
51
PRINCIPAL
PEÇAS E SUPORTE
Juliano Lima, especialista em venda de peças da Log Max, informa
que hoje a empresa conta com amplo e abrangente número
de peças em estoque, que garantem a assistência técnica veloz
e efetiva. Juliano assinala que um dos diferenciais da Log Max é
a versatilidade das peças que aliada aos estoques presentes em
três regiões do Brasil, aperfeiçoam muito o trabalho das equipes
de campo. “Hoje a Log Max tem estoque de peças nos Estados
do Paraná, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, de São Paulo,
do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, onde se concentram a
maioria de nossos clientes e assim, ganhamos em velocidade no
atendimento”, aponta Juliano.
O especialista em vendas relata que a Log Max quebra alguns
paradigmas de mercado para melhorar o atendimento e reduzir o
período que a máquina pode ficar parada. Juliano menciona que
os vendedores são treinados para indicar quais peças o cliente
pode ter em estoque e assim, resolver situações de campo com
contatos via aplicativos de mensagens ou ligações. “Temos uma
maneira prática de atender, isso agiliza processos e gera ainda
mais confiança para nossos clientes diante do nosso trabalho”,
garante Juliano
Thiago Horst Souza, coordenador de suporte ao cliente, explica
que hoje a Log Max conta com 10 profissionais voltados ao
atendimento em campo, estrategicamente sediados em cidades
próximas às operações florestais no sul do Brasil para oferecer o
suporte necessário aos clientes no menor tempo possível. Segundo
o coordenador, no momento da instalação do cabeçote
na máquina base, já é feita a apresentação completa do equipamento,
na entrega técnica os técnicos de campo orientam sobre
PARTS AND SUPPORT
Juliano Lima, a Specialist in the sale of parts for Log Max,
states that today, the Company has a large and comprehensive
number of parts in stock, guaranteeing fast and effective
technical assistance. Furthermore, Lima points out that one
of the differentials of Log Max is the versatility of the parts
combined with the stocks present in three regions of Brazil,
which significantly improves the field teams’ work. “Today, Log
Max has parts stocks in the States of Paraná, Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, and Minas
Gerais, where most of our customers are concentrated, and
thus, we gain in speed in service.” points out Lima.
The Part Sales Specialist says that Log Max breaks some
market paradigms to improve service and reduce the time the
machine remains inoperative. Lima mentions that sales personnel
are trained to indicate what parts the customer should
have in stock and thus resolve field situations with contacts via
messaging applications or phone calls. “We have a practical
way to meet this demand which streamlines processes and
generates even more confidence for our customers in the face
of our work,” says Lima.
Thiago Horst Souza, Customer Support Coordinator,
explains that today, Log Max has ten professionals focused
on field service strategically based in cities close to Southern
Brazil’s forest operations, offering customers the necessary
support in the shortest possible time. According to the Coordinator,
Log Max, at the time of installation of a head on the base
machine, a complete presentation of the equipment is given in
the technical delivery where the field technicians advise on the
52 www.referenciaflorestal.com.br
Novembro 2022 53
Novembro 2022 55
MINUTO FLORESTA
Trabalho contínuo,
MELHORIA
CONTÍNUA
Programas voltados para boas
práticas no campo apresentam
resultados expressivos ao
longo de sua aplicação
O
s programas PEP (Programa de Excelência
em Pulverização) e o ABC (Acompanhamento
Bayer de Campo) criados pela Bayer,
são dois destaques da empresa nos últimos
anos. Voltados ao trabalho no campo,
coleta de dados e melhorias na aplicação de atividades
práticas, os resultados obtidos são de grande valor para
clientes e visíveis nas operações florestais. A união de
conhecimento teórico do time Bayer e trabalho empírico
dos profissionais de campo tem trazido benefícios para a
silvicultura nacional.
O PEP é uma consultoria oferecida pela Bayer aos seus
clientes, que trabalha com quatro pilares: Diagnóstico,
Recomendações, Relatório Final e Treinamentos e Acompanhamento.
Através desses processos, a Bayer auxilia na
otimização dos resultados de aplicação de defensivos nas
culturas. Já o ABC é a ferramenta para acompanhamento
diário, do time de promotores e gerentes da Bayer. Através
desse acompanhamento é possível verificar se as informações
e aprendizados trazidos pelo PEP estão sendo aplicadas.
O PEP e o ABC trabalham com sinergia para otimizar
os resultados constantemente.
A Bayer ressalta que a padronização da coleta de dados
cria uma base de dados cada vez maior e, ao mesmo tempo,
mas específica para os especialistas desenvolverem novas e
melhores práticas para o campo. Os dados dos resultados
são utilizados para se definir linhas de ação em relação aos
pontos críticos observados, envolvendo definição de prioridades,
prazos e cobranças junto aos prestadores envolvidos.
Paulo Coutinho, engenheiro agrônomo e consultor
do PEP há 12 anos, é especialista nesses programas e, de
acordo com os dados apresentados por ele, a Bayer conseguiu
realizar uma transformação cultural nas empresas
florestais e nas prestadoras, eliminando problemas básicos
de qualidade e avançando para um padrão de qualidade
mais robusto nos equipamentos e operações de aplicações.
“O trabalho vai muito além das inspeções de máquinas, mas
está baseado no fornecimento de informações técnicas e
discussões sobre os principais pontos de qualidade nas
aplicações”, aponta Paulo.
O consultor explica que os dados gerados nas avaliações
são transformados em relatórios individualizados de cada
equipamento, são disponibilizados na nuvem e através de
comparativos entres as informações são verificados os resultados
de cada operação. “Dessa forma, cria-se um ponto
de referência para se comparar com os anos anteriores e
entre unidades de empresas, norteando os gestores nas
tomadas de decisão e definição dos planos de qualidade
junto as prestadoras”, descreve Paulo.
A equipe da Bayer relata que os dados obtidos ao longo
dos anos tem apresentado um viés de crescimento constante
e padronizado onde o PEP e o ABC estão presentes. Para o
time responsável por esses programas, se forem levados em
conta os últimos 6 anos, é nítida e palpável a melhoria nos
equipamentos e nos resultados das aplicações realizadas.
O engenheiro vê com bons olhos os planos para o futuro
do ABC e do PEP, pois o aperfeiçoamento apresentado pelos
dados e resultados presentes até aqui mostram a melhoria
no campo. “A partir do momento que conseguimos eliminar
problemas básicos, passamos a caminhar na inserção de
novas tecnologias como aplicações localizadas Spot Spray,
inserção consistente do uso de controladores eletrônicos e
até mesmo injeção de defensivos na linha de pulverização”,
vislumbra Paulo.
Foto: divulgação
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TECNOLOGIA
VISTO
DE CIMA
Utilização de drones para controle de pragas
florestais é pauta em reunião de associações
do sul do país e órgão federal
Foto: divulgação
58 www.referenciaflorestal.com.br
AEMBRAPA Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), a ACR (Associação Catarinense
de Empresas Florestais), a APRE (Associação
Paranaense de Empresas de Base Florestal) e a
Ageflor realizaram reunião técnica, para apresentação,
às empresas vinculadas ao FUNCEMA (Fundo Nacional
de Controle de Pragas Florestais), do projeto sobre o uso de
drones no manejo de formigas cortadeiras. O projeto prevê
pesquisas para desenvolver e disponibilizar um protocolo para
o monitoramento e controle de formigas cortadeiras do gênero
Acromyrmex (quenquéns) em plantios florestais na região sul do
Brasil, utilizando diferentes ferramentas embarcadas em drones,
visando menor impacto ambiental, melhor eficiência e redução
dos custos das atividades.
Mais de 60 associadas, além dos diretores da ACR, Mauro
Murara Júnior, e da APRE, Ailson Lopes, participaram on-line.
Pela EMBRAPA, participaram Susete Penteado e Wilson Holler,
Wilson Reis, pela Epagri/EMBRAPA, Mariane Nickele, consultora
FUNCEMA/EMBRAPA Florestas e Elisiane Queiroz, laboratorista
FUNCEMA/EMBRAPA Florestas.
Na abertura da reunião, Reis destacou que o uso de drones
para aplicação de formicidas exige estudo de eficácia e o estabelecimento
de procedimentos para aplicação. “Será preciso
desenvolver um protocolo para aplicação levando em conta fatores
como altura, distância, tipos de iscas a serem embarcadas
- a granel ou encapsuladas”, descreveu Wilson. O pesquisador
comentou também sobre o uso de radar embarcado em drone
para a identificação dos ninhos de formigas: “Já existe estudo
conduzido em eucalipto para controle das formigas cortadeiras
do gênero Atta, as saúvas, porém, esses estudos ainda não foram
realizados para Acromyrmex, que apresentam ninhos bem
menores e são de difícil localização”, explicou Wilson.
Novembro 2022
59
TECNOLOGIA
60 www.referenciaflorestal.com.br
PROTEÇÃO AMBIENTAL
TECNOLOGIA CONTRA
DESMATAMENTO
Imagens de satélite são usadas para
fiscalizar áreas de desmatamento
Fotos: divulgação
62 www.referenciaflorestal.com.br
AOperação Mata Atlântica em Pé VI, de combate
ao desmatamento e de recuperação de áreas degradadas,
contou com uma participação especial
do IAT (Instituto Água e Terra). Pela primeira vez
houve fiscalização remota, além das convencionais
com fiscais em campo. Os responsáveis pelos desmatamentos,
verificados através da análise de imagens de satélite,
foram identificados e notificados com base nas informações
prestadas no CAR (Cadastro Ambiental Rural).
A gestão dos alertas e a confecção dos laudos é desenvolvido
pelo Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação do
Instituto IAT. Entre as irregularidades encontradas pelos técnicos
do IAT estão corte de floresta nativa do bioma Mata Atlântica
nos estágios inicial, médio e avançado, em RL (Reserva Legal)
e em APP (Áreas de Proteção Permanente). Também foram
identificadas atividades sem licenciamento ambiental e uso do
fogo para destruição da floresta.
A Operação Mata Atlântica em Pé é uma força-tarefa que
acontece todo ano. Em 2022 a Operação ocorreu simultaneamente
em 17 Estados que integram o bioma Mata Atlântica,
entre os dias 19 e 30 de setembro. Ela foi coordenada pelo
Ministério Público do Paraná, em articulação com os Ministérios
Públicos dos demais estados. No Paraná, além do IAT, participam
o Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde, IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) e Polícia Científica.
O secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo,
Everton Souza, lembrou que o IAT participa massivamente
de todas as forças-tarefas da Operação Mata Atlântica em Pé,
contribuindo para a identificações de crimes contra o meio
ambiente. “Nossos fiscais não medem esforços para combater
o desmatamento ilegal e em todas as forças tarefas e ações
que já fizemos no Paraná, essa prática sempre esteve no radar
do órgão ambiental”, destacou Everton. O secretário lembrou
que o IAT emitiu, desde 2019, Autos de Infração que somam R$
314,7 milhões em multas nas fiscalizações ambientais, sendo a
maior parte voltada ao desmatamento de vegetação nativa.
Novembro 2022
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PRÊMIO REFERÊNCIA
Fotos: Emanoel Caldeira
Conheça os vencedores da vigésima
edição da maior premiação
do setor de base florestal do Brasil
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O
Prêmio REFERÊNCIA chega à sua vigésima
edição e vai contemplar excepcionalmente
vinte representantes do setor que
mais se destacaram em 2022, em uma
celebração especial pelos 20 anos do
prêmio. A premiação organizada pela JOTA Editora, responsável
pela publicação das revistas: REFERÊNCIA FLO-
RESTAL, REFERÊNCIA INDUSTRIAL, REFERÊNCIA CELULOSE
& PAPEL, REFERÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA e REFE-
RÊNCIA BIOMAIS, já tornou um marco para o segmento e
atrai a cada ano mais indicados e interesse do público em
relação aos vencedores.
Os critérios para a seleção dos vencedores são
bastante exigentes, desde as indicações recebidas por
clientes, parceiros, anunciantes e personalidades do
setor, passando por pesquisas e avaliações realizadas
internamente pelos membros da organização do evento.
Muito além do prêmio, o objetivo é valorizar quem mais
trabalhou para o fortalecimento e crescimento da indústria
de base florestal e industrial. É um reconhecimento
dado para empresas ou associações, mas que reflete no
trabalho de todos os que fazem o setor mais forte e representativo
para a economia nacional.
Fábio Alexandre Machado, diretor comercial da JOTA
Editora, celebra o grande número de indicações recebidas
e a importância que o setor demonstra em relação
a premiação. “Para nós é uma grande alegria e o reconhecimento
do trabalho que realizamos há mais de duas
décadas em prol do fortalecimento da indústria de base
florestal nacional”, valoriza Fábio.
PRÊMIO REFERÊNCIA 2022
Data: 29/11/2022 - Horário: 19h (horas)
Local: Restaurante Porta Romana - Curitiba (PR)
Informações e ingressos para o evento: comercial@revistareferencia.com.br ou +55 (41) 99968-4617
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PRÊMIO REFERÊNCIA
ABAF
A ABAF (Associação Baiana das Empresas de Base Florestal) é uma das premiadas deste ano pelo trabalho feito para o fortalecimento
do setor florestal baiano. Além dos eventos e cursos promovidos pela associação, neste ano a ABAF ajudou a produzir
o Plano Bahia Florestal 2023-2033, que tem como foco atrair novos investimentos para ampliar e fortalecer a cadeia produtiva de
florestas plantadas no Estado, intensificando o que já é feito e buscando a maior inclusão dos pequenos e médios produtores e
processadores de madeira na Bahia nessa próxima década.
ABIMCI
A ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) comemora 50 anos em 2022 e, como reconhecimento
pelo extenso trabalho em prol da indústria madeireira e defesa dos interesses do setor, é uma das empresas que irá
receber o Prêmio REFERÊNCIA. A entidade é a principal fonte de informações para organismos governamentais brasileiros e estrangeiros,
referencial para a imprensa, universidades e entidades setoriais.
ADAMI
Para além do trabalho direto com a madeira, o setor de base florestal é feito de pessoas e a Adami é a premiada deste ano por
uma ação importante realizada na área de recursos humanos. Valorizar profissionais e trabalhar para gerar um bom ambiente de
trabalho é chave para que os colaboradores possam usufruir de condições favoráveis ao pleno desenvolvimento de suas atividades
e, por consequência, gerar resultados melhores para a empresa.
AGROSEPAC
Escolhido para receber o Prêmio REFERÊNCIA 2022, o grupo AGROSEPAC realiza desde os anos 1960 atividades florestais em
Mallet (PR), em uma das melhores e mais importantes regiões do Brasil para o plantio de pinus e erva-mate. Atualmente, a empresa
executa projetos na área de reflorestamento e operações florestais, com cerca de 2 milhões de mudas de pinus todos os anos,
gerando milhares de empregos diretos e indiretos.
B2 MADEIRAS
A B2 Madeiras trabalha com as melhores árvores que o Brasil pode oferecer. Madeiras nobres extraídas através de manejo
florestal sustentável são processadas na serraria para produzir produtos de madeira, que não só valorizam o ambiente onde estão,
mas também garantem a continuidade de uma prática tão positiva como o manejo florestal. A responsabilidade ambiental demonstrada
pela B2 Madeiras é uma das chaves para garantir a floresta em pé para gerações futuras.
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REGULAMENTAÇÃO
DA MANEIRA CERTA
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Indústria Florestal se une ao Ministério
Público do Trabalho para combater
trabalho irregular em Minas Gerais
Fotos: divulgação
AIndústria Florestal de Minas Gerais está engajada
em promover ações de combate ao trabalho
ilegal, infantil e em condições análogas à escravidão.
As ações são reforçadas porque, ao longo
das últimas décadas, a imagem do setor foi prejudicada
por flagrantes de condições irregulares de trabalho,
praticadas por criminosos, sobretudo em locais com produção
de carvão vegetal.
Nesse sentido, a AMIF (Associação Mineira da Indústria
Florestal), instituição que representa as 22 maiores empresas
produtoras de florestas plantadas de Minas Gerais, firmou
um Termo de Cooperação Técnica com o MPT-MG (Ministério
Público do Trabalho). De acordo com o documento, a AMIF
deverá fomentar junto às suas empresas associadas a manutenção
e a promoção de boas práticas trabalhistas em seus
ambientes de atuação, além de multiplicar boas condutas
respeitosas junto aos seus fornecedores.
O Termo foi publicado no DOU (Diário Oficial da União)
no início de setembro. A assinatura foi viabilizada em parceria
com o Procurador-Chefe da PRT (Procuradoria Regional do
Trabalho) da 3ª Região, Dr. Arlélio de Carvalho Lage.
De acordo com a presidente da AMIF, Adriana Maugeri, o
setor florestal que a Associação representa almeja contribuir
Novembro 2022
73
REGULAMENTAÇÃO
de maneira eficaz para erradicar o trabalho irregular em Minas
Gerais. Adriana enfatiza que o setor é vitrine da bioeconomia
no estado e necessita que condutas criminosas sejam
identificadas e devidamente punidas. Para a presidente, infelizmente,
ainda são recebidos muitos relatos de produtores
rurais, sobretudo de carvão vegetal, que mantêm trabalho
irregular, infantil e até mesmo análogo à escravidão. Adriane
afirma que essa situação precisa ser eliminada, pois essas
pessoas não são produtores rurais, são criminosos que merecem
punição exemplar, ao contrário do verdadeiro produtor
rural, que é uma pessoa séria, que luta para prosperar, que
atende ao nosso rigoroso arcabouço legal brasileiro e jamais
compactua com ações desumanas e indignas. “É inaceitável
assistir estas condutas em pleno 2022, por isso a intenção
da AMIF e de suas empresas associadas é contribuir com o
Ministério Público do Trabalho e com as forças policiais do
estado para acabar de vez com práticas criminosas que contaminam
o nosso honroso setor”, ressalta Adriana.
Essa é a primeira vez que a Indústria Florestal mineira se
une ao MPT (MG) em um acordo com previsão de duração
inicial de 60 meses. Para a vice-procuradora-chefe da PRT da
Terceira Região, Márcia Campos Duarte, o controle efetivo de
práticas de trabalho irregulares no setor é um dos exercícios
mais complexos e discutidos na última década por órgãos
fiscalizadores. Segundo a vide-procuradora, a parceria entre
AMIF e MPT é de extrema relevância para a efetividade das
ações de combate à submissão da pessoa humana ao trabalho
análogo à escravidão e está claro que uma conduta socialmente
responsável, que seja efetiva, perpassa todo o processo
de extração de matéria-prima e produção. “Esse acordo
estabelece bases para a promoção de uma cadeia produtiva
responsável, onde os participantes assumem o compromisso
de recusar quaisquer formas de exploração”, explica Márcia.
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DA ONU
Minas Gerais é o estado que possui a maior área com
florestas plantadas do Brasil. No total, são 2,3 milhões de ha
(hectares). Além disso, o setor que planta florestas em Minas
Gerais também conserva mais de 1 milhão de ha de vegetação
nativa.
A soma revela que são mais de 3,6 milhões de ha de vegetação
sob a responsabilidade da Indústria Florestal mineira, o
que representa mais de 6% da área total do Estado. Os plantios
florestais em Minas Gerais estão presentes em 803 municípios,
o que representa mais de 90% do território mineiro.
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ECONOMIA
Indústria florestal em
DESTAQUE
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Valor de produção da silvicultura e da extração
vegetal cresce 27,1% e bate recorde no país
Fotos: divulgação
Novembro 2022
77
ECONOMIA
Porém, em 2021, em termos
proporcionais, a silvicultura
até diminui 0,7% no valor
da produção; ao passo
que houve um aumento do
extrativismo que passou
a responder por 20,7% do
valor total
O
valor da produção florestal atingiu o
recorde de R$ 30,1 bilhões com alta
de 27, 1% e produção em 4.884 municípios.
O valor da produção da silvicultura
(florestas plantadas) continua
superando o da extração vegetal, o que ocorre desde
o ano 2000. A silvicultura manteve a trajetória de crescimento
retomada em 2020 (alta de 21,3% em relação
a 2019) com aumento de 26,1%, alcançando R$ 23,8
bilhões em 2021.
Já a extração vegetal avançou 31,5%, atingindo um
valor de produção de R$ 6,2 bilhões. Os dados são da
PEVS (Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura)
2021, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística). Carlos Alfredo Guedes, gerente
de Agropecuária do IBGE explica que os produtos
florestais valorizaram muito em 2021 e este aumento
está relacionado à alta do dólar e, também, à volta da
produção das indústrias. “A alta mais expressiva ocorreu
no valor de produção florestal (27,1%), desse valor,
grande parte (79,3%) vêm da silvicultura, ou florestas
plantadas, enquanto a extração vegetal responde por
20,7%”, analisa Carlos.
O gerente explica que, a cada ano, cresce a participação
da silvicultura no valor de produção do setor, e
cai a do extrativismo vegetal. O que não significa que a
extração vegetal esteja diminuindo e, sim, que o valor
dos produtos da silvicultura está crescendo. “Porém,
em 2021, em termos proporcionais, a silvicultura até
diminui 0,7% no valor da produção; ao passo que houve
um aumento do extrativismo que passou a responder
por 20,7% do valor total”, distingue Carlos.
Em 2021, houve redução de 1,4% nas áreas de
florestas plantadas no país, ou menos 138,9 mil ha
(hectares). A área total da silvicultura é de 9,5 milhões
de ha, dos quais, 7,3 milhões, ou 76,9% são de eucalipto,
usado na indústria de celulose. Juntos, eucalipto
e pinus foram responsáveis pela cobertura de 96,0%
das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins
comerciais no país.
O sudeste foi a única região com crescimento na
área plantada da silvicultura, em 2021, com aumento
de 30,7 mil ha (0,9%). O sul, onde estão 31,9% das
áreas de florestas plantadas com pinus e eucalipto no
país, houve redução de 2,7%. De acordo com dados da
SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério
da Economia, a celulose ocupou o nono lugar no ranking
das exportações totais do país em 2021 (2,4%). O
Brasil é o maior exportador mundial de celulose, com
16,2 milhões de toneladas em 2021.
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Novembro 2022 79
ECONOMIA
A participação dos produtos madeireiros segue
preponderante no setor, com 95,6% do valor da produção
florestal. O valor da produção dos produtos madeireiros
com origem em áreas plantadas cresceu 23,7%,
enquanto na extração vegetal o aumento foi de 37,9%.
“Esses resultados ratificam a tendência de crescimento
dos madeireiros oriundos da silvicultura e mostram
um grande aumento nos madeireiros da extração em
2021”, aponta Guedes.
Houve crescimento do valor da produção em todos
os grupos, sendo mais acentuado na madeira em tora
que aumentou 26,3%. O valor da produção da madeira
destinada à fabricação de papel e celulose cresceu
24,4%; o carvão vegetal, 21,8%; e a lenha, 16,2%.
Apesar da retração na série histórica, a extração
vegetal, teve alta no valor gerado em 2019 (6,9%),
2020 (6,3%) e em 2021 (31,5%). Enquanto os produtos
madeireiros respondem pela quase totalidade do valor
da produção da silvicultura, na extração vegetal esse
grupo representa 63,5%, seguido pelos alimentícios
(29,9%), ceras (4,7%), oleaginosos (1,3%) e outros
(0,5%).
MINAS GERAIS VALOROSA
Minas Gerais continua com o maior valor da produção
da silvicultura, que cresceu 22,5%, chegando a R$
7,2 bilhões em 2021, ou 30,2% do total da silvicultura.
O Estado é o maior produtor de carvão vegetal, com
90,0% do volume nacional.
O Paraná vem em segundo em valor de produção
de florestas plantadas, R$ 4,7 bilhões. É o maior produtor
de madeira em tora para papel e celulose, sendo
responsável por 17,6% da produção nacional. A produção
cresceu 4,1%, alcançando 15,7 milhões de m3
(metros cúbicos), e o valor da produção subiu 10,0%,
chegando a R$1,6 bilhão. A madeira em tora para outras
finalidades também foi destaque, atingindo 22,0
milhões de m3, crescimento de 1,0%, o que representa
37,0% do total nacional, mantendo-se como o maior
produtor do país.
Em área plantada, Minas Gerais também segue
com a maior área de florestas plantadas do país, com
2,1 milhões de ha, quase totalmente ocupados por
eucalipto. São Paulo detém a segunda maior área de
florestas plantadas, com 1,2 milhão de ha, dos quais
80,7% são plantios de eucalipto.
Entre os 10 municípios com as maiores áreas de
florestas plantadas do Brasil, cinco estão em Mato
Grosso do Sul, três em Minas Gerais, um no Rio Grande
do Sul e um na Bahia. Quatro municípios sul-mato-grossenses
ocupam as primeiras posições de área
plantada no país, sendo destaques Três Lagoas e Ribas
do Rio Pardo, que apresentaram as maiores áreas de
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A alta mais expressiva
ocorreu no valor de produção
florestal (27,1%), desse valor,
grande parte (79,3%) vêm
da silvicultura, ou florestas
plantadas, enquanto a extração
vegetal responde por 20,7%
florestas plantadas, com 237,3 mil ha e 196,8 mil ha,
respectivamente.
João Pinheiro (MG) é o município de maior área
plantada no estado, totalmente coberta com eucalipto.
Na Bahia, o destaque é Caravelas, enquanto no Rio
Grande do Sul, foi Encruzilhada do Sul, com suas áreas
praticamente divididas entre eucalipto e pinus.
PARANÁ LIDERA NA SILVICULTURA
Com 13,6 milhões de m3, ou 26,4% do total nacional,
o Paraná é líder na produção de lenha com origem
em florestas plantadas. O Rio Grande do Sul veio a seguir,
com uma produção de 11,3 milhões de m3, 22,0%
do total nacional. A região sul responde por 63,3% da
produção nacional de lenha.
João Pinheiro (MG) apresentou o maior valor da
silvicultura em 2021, com R$ 600,0 milhões, assumindo
a primeira posição no ranking nacional. A seguir,
vinha Telêmaco Borba (PR), com R$ 556,2 milhões,
destacando-se na produção de lenha, com 73,0 mil m3
Novembro 2022
81
PESQUISA
USO DE APLICATIVO
PARA SMARTPHONE
na determinação de
produtividade do carregamento
florestal de pequeno porte na
região centro-sul do Paraná
Fotos: divulgação
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LEON LUCAS MIERZVA
UFPR (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)
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83
PESQUISA
RESUMO
O
carregamento é uma etapa essencial
na logística florestal, pois é o elo entre
a extração e o transporte principal. Entretanto,
o tempo desprendido nessa
atividade pode afetar a eficiência do
transporte, sendo necessário um melhor planejamento
e controle logístico. Desta forma, o uso de aplicativos
em smartphones se tornou uma alternativa para melhorar
a eficiência operacional das operações envolvidas.
Nesse contexto, objetivou-se avaliar o desempenho
operacional do carregamento de toras de duas espécies
florestais, colhidas com diferentes sortimentos, e em
duas composições veiculares para transporte florestal,
utilizando dois aplicativos para otimizar a mensuração
das cargas de madeira. Para isso, o estudo foi conduzido
em três localidades na região centro-sul do Paraná, sendo
avaliados os povoamentos de Pinus taeda e Eucalyptus
dunnii, em corte raso. Inicialmente, realizou-se um
inventário florestal de pré-corte e a definição dos sortimentos
solicitados pelos clientes. Para o carregamento
foi utilizado um trator Valtra BM100 autocarregável
acoplado a um implemento de carregador florestal de
marca Implemater. Os veículos de transporte avaliados
foram dois caminhões trucados e um biminhão. As
cargas foram mensuradas em m3 (metros cúbicos) ou
st (estéreo), no campo, ou t (toneladas) mensurada na
balança da unidade consumidora, variando conforme
necessidade dos clientes. Para auxiliar nessa etapa,
dois aplicativos para android foram desenvolvidos. Por
meio de estudo de tempos, obteve-se o tempo total do
carregamento de cada veículo, sendo avaliados 20 ciclos
operacionais. Os tempos médios para o carregamento
dos dois tipos de veículos foram comparados pelo teste
t de Student (a = 0,05). Logo, verificou-se que houve diferenças
estatisticamente significativas entre os tempos
médios de carregamento do biminhão e dos caminhões
truck, uma vez que a caixa de carga do biminhão é o
dobro do caminhão truck. Os sortimentos tiveram pouca
influência no tempo de carregamento, assim como o
tipo de espécie também não teve diferenças significativas
no tempo médio de carregamento, além disso, os
aplicativos obtiveram resultados positivos em campo e
reduziram o tempo para realização da determinação do
volume das toras, em m³ e st, respectivamente.
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INTRODUÇÃO
No Brasil o setor florestal ocupa uma área de aproximadamente
9 milhões de ha (hectares) de áreas plantadas,
colocando-o em primeiro lugar no ranking mundial,
com uma produção média de 39 m3 ha-1 ano-1 de
eucalipto e 31 m3 ha-1 ano-1 de pinus. Essa colocação
se deve a melhor engenharia genética, produtividade,
prática de manejo e tecnologia. Esse setor tem grande
importância para nossa economia pois representa 1,2%
do PIB (Produto Interno Bruto) movimentando uma receita
de R$ 97,4 bilhões no ano de 2019 (IBÁ, 2020).
O setor florestal é amplo e diversificado, bem como
contribui para o desenvolvimento e a sustentabilidade
socioeconômica do país. As atividades florestais e as
cadeias produtivas a elas associadas caracterizam-se
pela diversidade de produtos, abrangendo uma gama
de atividades e segmentos, desde a produção até a conversão
de madeira natural em celulose, papel, pranchas
de madeira, pisos laminados, madeira serrada, carvão
e móveis, e produtos não-madeireiros (Machado et al.,
2011).
Esse setor tem grande
importância para nossa
economia pois representa
1,2% do PIB (Produto Interno
Bruto) movimentando uma
receita de R$ 97,4 bilhões no
ano de 2019
PESQUISA
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AGENDA
AGENDA2022
Simpos2022 -
Simpósio Brasileiro de Pós-Graduação
em Ciências Florestais
Data: 8 a 11
Local: Curitiba (PR)
https://simpos2022.galoa.com.br
Simpósio Florestas e Bem-Estar Humano
Data: 8 a 10
Local: Piracicaba (SP)
www.ipef.br/eventos/evento.aspx?id=523
CBH (Congresso Brasileiro de
Heveicultura)
Data: 10 a 12
Local: Piracicaba (SP)
https://www.congressodeborracha.com.br
NOVEMBRO
2022
NOVEMBRO
2022
NOVEMBRO
2022
NOV
2022
FEIRA FLORESTAL ARGENTINA
A Feria Forestal Argentina (Feira Florestal Argentina, em
português) será realizada na Fundação Parque Tecnológico
Misiones de Miguel Lanú. Apresentando as novidades
de empresas argentinas e internacionais relacionadas com
os setores da madeira, indústria florestal, indústria da
madeira, móveis, soluções tecnológicas, meio ambiente e
produtos de madeira. As empresas mais importantes da
região se encarregarão de apresentar máquinas e equipamentos
no evento mais importante do setor no país. A
última edição contou com mais de 500 expositores, 650
marcas, 120 mil visitantes e mais de US$ 22 milhões em
negócios, segundo a organização.
DEZ
2022
XV CODORNADA FLORESTAL
A Codornada Florestal iniciou como uma confraternização
de final de ano, com eventos sociais para as
crianças carentes. Já alavancou milhões em negócios
fechados e foi palco de lançamentos de máquinas e
novas tecnologias. Sua localização é um polo, onde se
concentram grandes empresas produtoras florestais e
cidades onde mais de 90% da economia é proveniente
do setor. É um evento que proporciona a experiência de
ver as máquinas em funcionamento, com área dinâmica
envolvendo o ciclo da madeira.
Imagem: reprodução Imagem: reprodução
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AGENDA2022
NOVEMBRO
2022
Feria Forestal Argentina
Data: 17 a 20
Local: Misiones (Argentina)
https://feriaforestal.com.ar/
NOVEMBRO
2022
Expocorma
Data: 23 a 25
Local: Santiago (Chile)
www.expocorma.cl
DEZEMBRO
2022
XV Codornada Florestal
Data: 7 e 8
Local: Curitibanos (SC)
https://codornadaflorestal.com/
Novembro 2022
89
Foto: divulgação
ESPAÇO ABERTO
Política e
INOVAÇÃO
Por Rodrigo Miranda,
Rodrigo Miranda é especialista em inovação,
graduado em engenharia elétrica (IPV-Portugal),
com MBA em Gestão Estratégica e Econômica
de Projetos (FGV), e é diretor de operações da
consultoria internacional G.A.C. Brasil.
Importância da escolha de
governantes em relação a
inovação e tecnologia pode
ditar crescimento do país
O
exercício da democracia nas eleições 2022 revelaram um
Brasil dividido não só entre direita e esquerda, mas, também,
parte da população (que soma os votos nos demais
candidatos, acrescidos de brancos, nulos e abstenções)
desmotivada pela polarização que tomou conta do país. Pensando no Brasil
como nação, a pergunta que ressoa é: o quanto a política de um governo
deveria afetar a política de inovação nacional?
Como a inovação é um empreendimento complexo e, geralmente,
com elevado grau de incerteza, é esperado, por parte dos empresários, a
continuidade das iniciativas desenvolvidas no MCTI (Ministério de Ciência,
Tecnologia e Inovações) como uma política de Estado, visando resultados
de curto, médio, mas, principalmente, de longo prazo. Ao se adotar ações
de governo - que podem ser alteradas radicalmente a cada 4 anos - gera-se
insegurança para as empresas na realização de investimentos em conhecimento
técnico científico, novas tecnologias e centros de pesquisa e desenvolvimento
nacionais.
Políticos de várias ideologias já perceberam a importância da inovação
para o crescimento econômico do Brasil, principalmente por conta da crise
socioeconômica resultante da pandemia e dos reflexos da crise internacional.
Além disso, estão cada vez mais cientes da importância da inovação
aberta, em que se combinam esforços de iniciativas empresariais, acadêmicas
e científicas, para que o desenvolvimento de produtos, processos e
serviços possa ser o mais bem sucedido possível.
Em 2020, por exemplo, 2.564 empresas nacionais investiram R$ 14
bilhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação e tiveram uma renúncia
fiscal de R$ 3,87 bilhões. Mas esse valor poderia se multiplicar se houvesse
realmente uma comunicação eficiente entre governo, iniciativa privada e
instituições de ensino e pesquisa. É o que se espera na próxima gestão, seja
lá quem ganhar as Eleições para presidir o país entre 2023 e 2026.
Considerando o momento atual e as possibilidades de impulsionar a
inovação no país, vem de Portugal um exemplo inspirador. Depois da crise
econômica da Europa deflagrada em 2008, o país passou a promover mais
o Sifide (Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação e ao Desenvolvimento
Empresarial, criado em 1997) - visando aumentar a competitividade das
empresas e apoiar o esforço em P,D&I através da dedução fiscal. Os resultados
colocaram o país em uma posição de destaque em termos de inovação.
Somente neste ano, por exemplo, a ANI (Agência Nacional de Inovação)
de Portugal vai analisar 3.438 projetos encaminhados pelas empresas, a fim
de receberem o benefício fiscal referente a 2021. Isso representa um investimento
em atividades de P,D&I superior a € 1,5 bilhão. Para um país que
tem pouco mais de 10 milhões de habitantes e extensão territorial 92 vezes
menor que o Brasil, é algo para se espelhar. Portugal ainda lançou inúmeros
programas de apoio às empresas, com incentivos à economia circular, Indústria
4.0, gás, empreendedorismo qualificado, inovação produtiva, entre
vários outros.
Dessa forma, entende-se que o fomento público da inovação interessa
ao Brasil como nação, devendo ser ponto de convergência entre direita,
esquerda e centro. O impacto da política governamental sobre a inovação,
especificamente, é amplamente apreciado - mas precisa ser promovido.
Se a estratégia de Lisboa visa transformar a Europa em uma economia do
conhecimento, a estratégia brasileira deverá estar apta a dar um salto de
qualidade em termos de tecnologia, processos e serviços.
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