Florestal_246 - Opps
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NOTAS<br />
Certificação em pauta<br />
A Assembleia Geral do FSC® Internacional, realizada no mês de outubro em Bali (Indonésia) apresentaram significativos<br />
avanços. A Assembleia Geral, principal plataforma de tomada de decisões do FSC, ocorre a cada três anos e reúne membros<br />
das três câmaras - econômica, social e ambiental - para votar as moções propostas e desenhar o futuro do sistema de certificação<br />
e do manejo florestal responsável. Neste ano, as decisões tomadas pelo conselho têm impactos diretos na certificação<br />
no Brasil.<br />
Primeiro, depois de 12 anos de negociações, foi aprovada a certificação de áreas convertidas entre 1994 e o fim de 2020,<br />
desde que satisfeitos critérios severos de compensação por danos ambientais e sociais. A decisão abre caminho para a expansão<br />
do selo verde para novos territórios e fornece um incentivo para a restauração florestal em alinhamento com a década da<br />
ONU (Organização das Nações Unidas) da Restauração de Ecossistemas. A nova regra também traz uma ferramenta de peso<br />
para comunidades em busca de restituição por danos sociais atrelados ao desmatamento.<br />
Segundo Rafael Benke, CEO da Proactiva Results, empresa de consultoria na área de ESG e direitos humanos, que participou<br />
da assembleia geral, serão centenas de milhões de hectares que poderão integrar o sistema FSC. “Será um estímulo<br />
comercial para a integração dessas áreas que, por consequência, vão gerar um impacto socioambiental positivo com as compensações’’,<br />
destacou Rafael.<br />
Outra novidade é a abordagem de paisagem no manejo das chamadas florestas intactas, viabilizando a extração responsável<br />
de produtos florestais e a manutenção dos altos valores de conservação de florestas primárias. Lineu Siqueira Junior,<br />
um dos fundadores do FSC e membro do Comitê de Políticas e Padrões, acredita que essas novas medidas devem ser muito<br />
positivas para as comunidades que vivem das florestas e para as florestas em si. “Quando se agrega valor à floresta e, ao mesmo<br />
tempo, se tem controle de seu modo de exploração, é possível mantê-la para sempre”, valorizou Lineu. Sob a antiga regra,<br />
algumas empresas e comunidades que operam há anos de forma sustentável poderiam perder seus certificados. De imediato,<br />
aqui no Brasil, a medida evitará a perda do selo FSC em produtos originários de 2,7 milhões de hectares na Amazônia.<br />
Foto: divulgação<br />
30 www.referenciaflorestal.com.br