edição de 28 de novembro de 2022
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NeOOh ReVelA<br />
cRescimeNTO<br />
Em <strong>2022</strong>, a Neooh<br />
avançou 110% sobre<br />
2021. Para 2023, o objetivo<br />
é crescer 70%<br />
contra este ano, conta<br />
o CEO Leonardo<br />
Chebly. pág. 22<br />
cOpA DO mUNDO é TesTe pARA mARcAs<br />
Valores <strong>de</strong>fendidos por patrocinadores são<br />
confrontados diante da cultura do Catar. Restrição<br />
à cerveja é uma das polêmicas. pág. 24<br />
KOO ViVe BOOm cOm<br />
cRise DO TwiTTeR<br />
Profissionais divergem<br />
sobre êxito da re<strong>de</strong> indiana.<br />
Uns acham que<br />
é passageiro e outros,<br />
como Natália Oliveira,<br />
da MAP Brasil, que<br />
veio para ficar. pág. 32<br />
propmark.com.br ANO 58 - Nº 2922 - <strong>28</strong> <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>2022</strong> R$ 15,00<br />
Freepik<br />
Uso <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> com ví<strong>de</strong>o<br />
se mantém em alta<br />
Relatório global da Kantar, Tendências & Previsões <strong>de</strong> Mídia 2023 aborda o futuro da experiência<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o impacto da inflação, a importância crescente do uso <strong>de</strong> dados para a tomada<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias. No Brasil, a pesquisa mostra o protagonismo da<br />
comunicação por meio <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os, em televisão, plataformas <strong>de</strong> VOD, mídias sociais e cinema. 98% das<br />
pessoas foram expostas a conteúdos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o nos seus lares em <strong>2022</strong>, dos quais 79% em TV linear. pág. 40
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
tendências <strong>de</strong> mídia<br />
Não que seja uma novida<strong>de</strong>, mas esta é a hora e a vez dos ví<strong>de</strong>os.<br />
Conforme <strong>de</strong>monstram diversas pesquisas no mercado, a tendência<br />
<strong>de</strong> alta no consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os continua firme e forte, e não<br />
só entre os mais jovens. Não à toa, testemunhamos fenômenos como<br />
o TikTok, re<strong>de</strong> social <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os curtos que não para <strong>de</strong> crescer.<br />
E como a publicida<strong>de</strong> acompanha o consumidor em toda a sua jornada,<br />
não é <strong>de</strong> se admirar que a propaganda com ví<strong>de</strong>o concentra<br />
os investimentos e continua como a gran<strong>de</strong> tendência <strong>de</strong> mídia.<br />
O estudo global da Kantar Tendências & Previsões <strong>de</strong> Mídia 2023<br />
aborda o futuro da experiência <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o impacto<br />
dos aumentos globais <strong>de</strong> inflação, a importância crescente do uso<br />
<strong>de</strong> dados para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas<br />
tecnologias, além das questões relacionadas à sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
No Brasil, a pesquisa mostra o protagonismo da comunicação <strong>de</strong><br />
marketing por meio <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os, em televisão, plataformas <strong>de</strong> VOD<br />
(Vi<strong>de</strong>o On Demand), mídias sociais e cinema. 98% das pessoas<br />
foram expostas a conteúdos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o nos seus lares em <strong>2022</strong>, dos<br />
quais 79% em TV linear. 63% <strong>de</strong> todos os gastos com publicida<strong>de</strong><br />
no país utilizaram formatos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, consolidando as telas como<br />
extremamente importantes para a comunicação das marcas.<br />
“Vislumbramos muitas oportunida<strong>de</strong>s para marcas, indústria <strong>de</strong> mídia<br />
e produtores <strong>de</strong> conteúdo em 2023. O propósito do relatório Media<br />
Trends & Predictions 2023 é fomentar o mercado, abordando as tendências<br />
que <strong>de</strong>vem pautar os <strong>de</strong>safios ao longo do próximo ano. Esperamos<br />
que os insights contidos no estudo inspirem e apoiem nossos<br />
clientes no negócio cada vez mais dinâmico <strong>de</strong> mídia e comunicação”,<br />
<strong>de</strong>clara a executiva Melissa Vogel, CEO Brasil da Kantar Ibope Media.<br />
O estudo também traz visão abrangente sobre a TV conectada<br />
(CVT). Para Andrew Feigenson, CEO <strong>de</strong> advertising intelligence da<br />
Kantar & Numerator, consi<strong>de</strong>rar a logística migratória das audiências<br />
e dos inventários disponibilizados significa que os agentes precisam<br />
olhar para além da propaganda para compreen<strong>de</strong>r o futuro<br />
da tecnologia focada em mídia.<br />
“Com os espectadores <strong>de</strong> transmissões lineares migrando para<br />
o consumo sob <strong>de</strong>manda em gran<strong>de</strong> volume, o CTV parece cada<br />
vez mais atraente, particularmente porque há uma sensação <strong>de</strong><br />
continuida<strong>de</strong> – é muito parecido com o status quo, mas melhorado.<br />
Agora, seguindo os passos <strong>de</strong> plataformas como a HBO Max,<br />
que lançou seu plano apoiada por anúncios, o mercado terá em<br />
breve abordagens similares da Netflix e da Disney+. Acho que<br />
isto será enorme, e a indústria tem todos os motivos para estar<br />
animada”, disse ele.<br />
***<br />
Koo<br />
Um dos <strong>de</strong>staques <strong>de</strong>sta edição é a reportagem sobre a re<strong>de</strong> indiana<br />
Koo. A polêmica do suposto fim do Twitter movimentou o mercado<br />
nas últimas semanas, após Elon Musk adquirir a re<strong>de</strong> do passarinho<br />
azul, e uma série <strong>de</strong> trapalhadas tem levado os usuários a temerem<br />
o apagão da re<strong>de</strong> social. E, muito espertamente, a Koo atacou<br />
e espalhou sua jovem ave amarela pelo mundo, provocando ainda<br />
mais agitação. Não só pela novida<strong>de</strong>, como também pelo engraçado<br />
– para os brasileiros – nome, gerando milhares <strong>de</strong> memes.<br />
Publicitários ouvidos pelo PROPMARK opinam se essa é uma onda<br />
passageira ou se veio para ficar. Natália Oliveira, gerente <strong>de</strong> estratégia<br />
e criação da MAP Brasil, diz acreditar que a Koo possa vir a ser<br />
uma re<strong>de</strong> social alternativa. “Tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da forma que ela será<br />
investida daqui para frente, saber aproveitar as oportunida<strong>de</strong>s que<br />
os brasileiros estão criando por aqui vai <strong>de</strong>terminar o seu tempo <strong>de</strong><br />
vida no nosso dia a dia”.<br />
as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />
1ª<br />
2ª<br />
3ª<br />
Veja os finalistas do<br />
ampro Globes awards<br />
A Ampro divulgou o shorlist do Ampro Globes Awards – ao<br />
todo, foram 131 cases finalistas <strong>de</strong> 29 agências, como BFerraz,<br />
Integer\Outpromo e Atenas Comunicação, entre outros.<br />
rZk assume publicida<strong>de</strong> em<br />
terminais <strong>de</strong> região sul <strong>de</strong> sp<br />
A RZK Digital assumiu a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>z terminais em<br />
São Paulo. Neste projeto, serão instaladas 200 telas em <strong>de</strong>z<br />
terminais, como o da Água Espraiada, Ban<strong>de</strong>ira, Capelinha etc.<br />
luciana Haguiara é<br />
promovida na Media.Monks<br />
Luciana Haguiara passou a respon<strong>de</strong>r também pela criação <strong>de</strong><br />
outros países da América Latina na Media.Monks. Com isso,<br />
a agora diretora-executiva <strong>de</strong> criação Brasil e América Latina<br />
supervisionará as equipes do México, Colômbia e Argentina.<br />
4ª<br />
Uma das apostas do iFood para a Copa do Mundo foi o território<br />
digital, on<strong>de</strong> a marca está fazendo ativações. A mais importante<br />
<strong>de</strong>las, talvez, seja o patrocínio das transmissões <strong>de</strong> Casimiro.<br />
5ª<br />
o que levou o iFood a apostar<br />
no digital para a copa do Mundo<br />
após polêmica com venda <strong>de</strong> cerveja,<br />
budweiser dará estoque ao campeão<br />
A Budweiser presenteará o campeão da Copa do Mundo<br />
com o estoque <strong>de</strong> cerveja que era <strong>de</strong>stinado ao evento,<br />
que teve a venda proibida nos estádios do Catar.<br />
4 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
Índice<br />
Publicida<strong>de</strong> com<br />
ví<strong>de</strong>o domina<br />
cenário da mídia<br />
O estudo global da Kantar<br />
Tendências & Previsões <strong>de</strong> Mídia<br />
2023 traz insights para agências<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marcas diante<br />
do cenário <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> preços.<br />
cAPA<br />
40<br />
Freepik<br />
mARcAS<br />
itaú amplia escopo do<br />
inteligência Financeira<br />
O Grupo Globo assumiu a produção do título<br />
do banco. Lançado há cerca <strong>de</strong> um ano, o site<br />
registrou 1,2 milhão <strong>de</strong> visitantes únicos<br />
no último mês <strong>de</strong> outubro, revela o CEO da<br />
operação, o executivo Leandro Modé. pág. 27<br />
Fotos: Airbus e Divulgação<br />
mARcAS<br />
mÍdiA<br />
Rolling Stone mistura<br />
corrida e música<br />
A revista Rolling Stone Brasil realizou mais<br />
uma edição do seu tradicional Rolling Stone<br />
Music & Run. O evento mistura a força da<br />
corrida ao espírito do rock’n roll. Houve<br />
apresentação das bandas Ira! e Blitz. pág. 44<br />
mÍdiA<br />
Globo aborda o mês<br />
da consciência negra<br />
Intitulada Eu sou porque nós somos, a<br />
campanha <strong>de</strong>senvolvida pelo núcleo <strong>de</strong><br />
entretenimento e <strong>de</strong> marca e comunicação<br />
da emissora <strong>de</strong>staca o po<strong>de</strong>r do afeto<br />
e retrata a importância <strong>de</strong> referências<br />
positivas <strong>de</strong> negros na infância. pág. 39<br />
co-branding une<br />
disney, Azul e Airbus<br />
Lançamento global da aeronave Margarida<br />
nas Nuvens, apresentada em Toulouse, na<br />
fábrica da Airbus, encerra o projeto A frota<br />
mais mágica do mundo, que conta com<br />
quatro aviões inspirados nos personagens<br />
da Disney que vão voar os ceús do Brasil<br />
durante <strong>de</strong>z anos, pela Azul. pág. <strong>28</strong><br />
editorial ................................................................4<br />
conexões ...............................................................8<br />
curtas ....................................................................9<br />
Quem Fez ............................................................10<br />
Agências .............................................................11<br />
inspiração ..........................................................14<br />
We Love mKT ......................................................16<br />
eSG no mKT .........................................................18<br />
Opinião ................................................................20<br />
entrevista ...........................................................22<br />
mercado ..............................................................24<br />
marcas .................................................................27<br />
digital .................................................................32<br />
<strong>de</strong>sign .................................................................38<br />
mídia ...................................................................39<br />
Supercenas .........................................................45<br />
Última Página ....................................................46<br />
6 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
VEJA A<br />
RETROSPECTIVA<br />
DA NEOOH EM <strong>2022</strong><br />
ESTAMOS NA RETA<br />
FINAL DA NOSSA COPA!<br />
SOMOS A ÚNICA<br />
EMPRESA BRASILEIRA<br />
NA CATEGORIA<br />
A NEOOH avança a cada dia! Nossa indicação ao<br />
Caboré é uma conquista da habilida<strong>de</strong>, disposição e<br />
do empenho <strong>de</strong> todo o nosso time, formado por<br />
mais <strong>de</strong> 150 pessoas que vestem a camisa e fazem a<br />
diferença, hoje e sempre!<br />
NEOOH.COM.BR
conexões<br />
criativa top 1, sempre pronta a<br />
ajudar e colocar a mão na massa,<br />
e um coração querido e gentil!<br />
Inspiração para todos!<br />
Marc Schwarzberg<br />
última Hora<br />
LinkedIn<br />
Post: Luciana Haguiara é promovida<br />
na Media.Monks<br />
Parabéns, Luciana Haguiara! Você<br />
é uma estrela!<br />
Kate Richling<br />
Merecidíssimo! Uma superlí<strong>de</strong>r,<br />
dorinHo<br />
Parabéns, Lu!<br />
Camilla Massari<br />
Post: Heineken apresenta novo<br />
diretor da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios<br />
Fera <strong>de</strong>mais! Sucesso, meu amigo<br />
Eduardo Picarelli, muito merecido!<br />
Francesco Simeone<br />
Sucesso, Edu, mais ainda, né?<br />
Bruna Rodriguez<br />
Parabéns, Edu! Megaconquista<br />
merecida!<br />
Fernanda Safe<br />
Instagram<br />
Post: Diretora <strong>de</strong> criação da<br />
Publicis é homenageada por<br />
Mauricio <strong>de</strong> Sousa<br />
Orgulho!<br />
Publicis Brasil<br />
ENTRETENIMENTO<br />
Aventura, <strong>de</strong> Aniela Jordan (na foto acima com Claudio<br />
Botelho) e Luiz Calainho, marca a retomada da parceria<br />
com Charles Moeller e Botelho. Ele anunciam adaptações<br />
da Broadway para 2023: os musicais Mamma Mia, com<br />
clássicos do ABBA, com estreia no Teatro Multiplan, no Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro, no dia 2 <strong>de</strong> fevereiro. O Jovem Frankenstein,<br />
inédito no Brasil, tem estreia prevista para o primeiro<br />
semestre, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Botelho e Moeller celebram<br />
45 espetáculos musicais, Mamma Mia!<br />
VAQUINHA<br />
Presente em 80 países e sucesso no Brasil, a Cow Para<strong>de</strong><br />
chega ao CEU da comunida<strong>de</strong> Paraisópolis, em São<br />
Paulo, cida<strong>de</strong> escolhida para o lançamento do programa<br />
CowPara<strong>de</strong> nas Escolas – Arte que Transforma. “Com<br />
o propósito <strong>de</strong> facilitar ainda mais o acesso à arte e à<br />
cultura, o programa leva a construção artística para <strong>de</strong>ntro<br />
das escolas, incentivando o intercâmbio entre alunos e<br />
artistas, e expan<strong>de</strong> seu alcance com exposições abertas ao<br />
público em geral”, comenta Catherine Duvignau, CEO da<br />
Toptrends, na foto acima com Mari Mats.<br />
ESTREIA<br />
A ex-BBB Thais Braz (foto abaixo) participou da campanha<br />
do app <strong>de</strong> busca da Magalu, a primeira da sua carreira, que<br />
integra o novo posicionamento do anunciante: Busca no<br />
Magalu. Criação é da N I<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Nizan Guanaes.<br />
8 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
curtas<br />
wk cria Filme Para nuBank<br />
arc amPlia equiPes da agência<br />
Heineken muda comando <strong>de</strong> área<br />
Produção é embalada pela Copa do Mundo<br />
No mesmo dia em que a seleção brasileira<br />
bateu a Sérvia por 2 a 0 na estreia<br />
da Copa do Mundo no Catar, na última<br />
quinta-feira (24), o Nubank lançou o seu<br />
principal esforço <strong>de</strong> mídia para ativar a<br />
presença da marca como apoiadora regional<br />
oficial do torneio da Fifa. Parte da campanha<br />
Acredita e vai, o filme criado pela<br />
Wie<strong>de</strong>n+Kennedy São Paulo convida os<br />
brasileiros a se inspirarem no Mundial para<br />
enfrentarem <strong>de</strong>safios. TV aberta, a cabo e<br />
digital, além <strong>de</strong> conteúdo específico para<br />
re<strong>de</strong>s sociais compõem o plano <strong>de</strong> mídia.<br />
A produção <strong>de</strong> imagem é da Iconoclast,<br />
com som da Quiet City.<br />
innova aatB contrata diretora<br />
Isabelle Figueiredo, Laura Pelegrini e André Falcão<br />
A agência <strong>de</strong> shopper marketing ARC,<br />
do Grupo Publicis, recebe a executiva <strong>de</strong><br />
negócios Isabelle Figueiredo e a estagiária<br />
Laura Pelegrini, na mesma área. Chega<br />
também o gerente <strong>de</strong> estratégia André<br />
Falcão, que ao longo <strong>de</strong> 16 anos <strong>de</strong> carreira<br />
conduziu planos para Nestlé, Ambev e<br />
P&G, entre outras marcas trabalhadas por<br />
agências como Hill & Knowlton Strategies,<br />
Pepper e Momentum Worldwi<strong>de</strong>. Outback,<br />
Bra<strong>de</strong>sco e Bodytech estão entre os<br />
clientes atendidos por Isabelle em agências<br />
como Grupo RAI e Leo Burnett Tailor<br />
Ma<strong>de</strong>, enquanto Laura cursa publicida<strong>de</strong> e<br />
propaganda na Faculda<strong>de</strong> Cásper Líbero.<br />
FcB reForça Projetos e data<br />
Eduardo Picarelli dirigiu marketing por <strong>de</strong>z anos<br />
A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios da Heineken será<br />
li<strong>de</strong>rada por Eduardo Picarelli, que dirigiu<br />
por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos o marketing <strong>de</strong> diversas<br />
marcas do grupo no Brasil. O executivo<br />
assume o cargo no mesmo momento em<br />
que chega ao Brasil a operação da le Pub,<br />
hot shop criativa do Publicis Groupe,<br />
que aten<strong>de</strong> a conta global da cervejaria.<br />
O Heineken Village, espaço montado para<br />
o Gran<strong>de</strong> Prêmio <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong> Fórmula<br />
1, e a microfloresta urbana no Parque Olímpico,<br />
pós Rock in Rio Brasil, são exemplos<br />
<strong>de</strong> experiências que Picarelli <strong>de</strong>ve erguer<br />
sob os pilares <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>, games e<br />
consumo responsável.<br />
Boticário tem nova vP<br />
Beatriz Jardim aten<strong>de</strong>rá Steck e Saint-Gobain<br />
A nova diretora <strong>de</strong> contas da Innova<br />
AATB é Beatriz Jardim. Ela será responsável<br />
pelo núcleo que aten<strong>de</strong> Steck, do<br />
grupo <strong>de</strong> materiais elétricos Schnei<strong>de</strong>r, e a<br />
francesa Saint-Gobain, dona da Telhanorte<br />
e Quartzolit, entre outras. Em passagens<br />
por agências como TV1 e Score Group,<br />
Beatriz soma projetos para Dasa, Carrefour<br />
e Nissan, entre outros. “Vejo como missão<br />
construir, junto com o time da Innova<br />
AATB, marcas fortes e <strong>de</strong>sejadas, que<br />
geram conexões com os públicos, além do<br />
<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> ampliar nossa área <strong>de</strong> atuação<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses clientes”, <strong>de</strong>staca Bia, que<br />
tem cerca <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> carreira.<br />
Fabricio Gomes e Monique Oliveira<br />
Monique Oliveira chega à FCB Brasil<br />
como gerente <strong>de</strong> projetos e Fabricio Gomes<br />
ocupará o mesmo cargo <strong>de</strong> gerente, só que<br />
na área <strong>de</strong> data intelligence. Monique é<br />
publicitária e já esteve em agências como<br />
DM9DDB, Leo Burnett, Grey Brasil e iD\<br />
TBWA, on<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>u clientes como Samsung,<br />
P&G e Claro Empresas. Já Fabricio<br />
Gomes é estatístico e possui formação em<br />
gestão <strong>de</strong> negócios e inovação. Antes <strong>de</strong> ingressar<br />
na FCB Brasil, passou pela divisão<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do UOL. Anteriormente,<br />
trabalhou para clientes como Fiat, Gafisa,<br />
Governo Fe<strong>de</strong>ral e Cyrella. Participou ainda<br />
da área <strong>de</strong> inteligência da Whirlpool.<br />
Renata Gomi<strong>de</strong> ajudou a construir a marca Eudora<br />
Des<strong>de</strong> 2015 no Grupo Boticário, Renata<br />
Gomi<strong>de</strong> acaba <strong>de</strong> ser nomeada vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> consumer. A executiva ajudou<br />
a construir a marca Eudora e li<strong>de</strong>rou a<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> Quem Disse, Berenice?.<br />
Ela atuava como diretora-executiva<br />
<strong>de</strong> branding e comunicação das marcas <strong>de</strong><br />
consumo, e seguirá trabalhando para “ampliar<br />
o conceito do que é beleza, representando<br />
toda a nossa socieda<strong>de</strong>”, diz Renata.<br />
A marca O Boticário li<strong>de</strong>ra o ranking<br />
nacional <strong>de</strong> melhores marcas escolhidas<br />
pelos consumidores, segundo relatório da<br />
empresa britânica <strong>de</strong> pesquisas YouGov,<br />
divulgado no dia 16 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>.<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte e<br />
jor na lis ta res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Janaina<br />
Langsdorff e Vinícius Novaes<br />
Editor especial: Pedro Yves<br />
Repórter: Carolina Vilela<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Edição <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />
Luz<br />
Diagramador Pleno: Lucas<br />
Boccatto<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
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Ferrentini<br />
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O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />
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CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
IMPRESSO EM CASA<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 9
quem fez<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
CELEBRAÇÃO<br />
Sem a presença do torcedor, na verda<strong>de</strong> o 12º<br />
jogador, a motivação compromete elenco dos<br />
gran<strong>de</strong>s clubes e das seleções. CBF está nos<br />
canais com ação <strong>de</strong>senvolvida pela agência<br />
Zoégas, do publicitário Paulo Zoéga, que diz:<br />
“Cada vez que um jogador da seleção brasileira<br />
entrar em campo, receberá toda a energia<br />
dos torcedores que apoiam o Brasil na Copa”.<br />
Zoégas<br />
Cbf<br />
fotos: Divulgação<br />
Título: Energia; criação e roteiro: Pepe Mendina<br />
e Henrique Yamagutt; trilha original: Lulu Santos;<br />
trilha adaptada da letra: Henrique Yamagutt;<br />
produtora: Yeap Films; diretor: Pepe Mendina;<br />
aprovação: Ednaldo Rodrigues (presi<strong>de</strong>nte<br />
da CBF).<br />
DECORAÇÃO<br />
Marca <strong>de</strong> tintas traz a médica ginecologista,<br />
apresentadora e influenciadora digital<br />
Marcela McGowan, conhecida por falar<br />
sobre sexualida<strong>de</strong> em seus canais, para<br />
embalar a criativida<strong>de</strong> na comunicação da<br />
campanha Prazer <strong>de</strong> Adulto. A criação conjunta<br />
é das agências da B&Partners.co, The<br />
Growth Network, BFerraz, Snack Content<br />
e Vitrio.<br />
BFerraZ<br />
suVinil<br />
Título: Prazer <strong>de</strong> Adulto; CCO: Enricco Benetti;<br />
diretor <strong>de</strong> criação: João Lovise; diretor <strong>de</strong> arte:<br />
Leonardo Breanza; redator: Caio Carvalho;<br />
mídia: Vitrio; head <strong>de</strong> casting: Fernanda Martinez;<br />
aprovação: Renato Firmiano.<br />
TIPOGRAFIA<br />
Agência, que é finalista do Brasil Design<br />
Award <strong>2022</strong>, assina a comunicação <strong>de</strong> lançamento<br />
oficial da fonte tipográfica Dupincel,<br />
com <strong>de</strong>sdobramentos para as re<strong>de</strong>s sociais.<br />
O filme trabalha o <strong>de</strong>sign e as possibilida<strong>de</strong>s<br />
da tipografia, que se apresenta como opção<br />
para diversos momentos <strong>de</strong> uma mesma trajetória.<br />
noo<br />
Plau Design<br />
Título: Dupincel; diretora <strong>de</strong> arte: Beatriz Andra<strong>de</strong>;<br />
produtora executiva: Kathlyn Giaccomini; diretor:<br />
Marcio Sal; roteiro: Gabriel Pardal e Giovanna<br />
Ferrari; animação: Fernando Villela, Miguel<br />
Duarte; animação: Fernando Villela, Miguel Duarte;<br />
aprovação: Rodrigo Saiani.<br />
10 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
aGências<br />
Galeria expan<strong>de</strong> atuação na mídia<br />
OOH com lançamento da Vitrine Play<br />
Plataforma respon<strong>de</strong> à crescente digitalização da mídia exterior, que<br />
ganha importância criativa e sofisticação no uso <strong>de</strong> dados e métricas<br />
Galeria anuncia o lançamento<br />
da plataforma Vitri-<br />
A<br />
ne Play, que permite “<strong>de</strong>sburocratizar<br />
e melhorar as operações,<br />
evoluindo fluxo, agilida<strong>de</strong>,<br />
qualida<strong>de</strong>, eficiência e<br />
assertivida<strong>de</strong>, colaborando com<br />
toda a ca<strong>de</strong>ia”, diz Paulo Ilha,<br />
chief media officer da agência.<br />
Mais <strong>de</strong> 50 mil pontos <strong>de</strong> 50<br />
exibidoras <strong>de</strong> todo o país estão<br />
cadastrados na ferramenta i<strong>de</strong>alizada<br />
pela equipe <strong>de</strong> operações<br />
e transformação, li<strong>de</strong>rada<br />
pelo head Daniel Martins, em<br />
parceria com a Vivo. O Itaú Unibanco<br />
também já a<strong>de</strong>riu.<br />
“Não encontramos nenhuma<br />
Peça criada pela Galeria para a Vivo, que ajudou a i<strong>de</strong>alizar a plataforma Vitrine Play<br />
Divulgação<br />
solução que en<strong>de</strong>reçasse todas<br />
as funcionalida<strong>de</strong>s que o Vitrine<br />
Play traz. Partimos para uma<br />
construção do zero, utilizando<br />
as melhores práticas para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos<br />
digitais que vemos em startups<br />
e empresas <strong>de</strong> tecnologia. O resultado<br />
é uma plataforma mo<strong>de</strong>rna,<br />
robusta e integrada a um<br />
ecossistema dinâmico, que a<br />
realida<strong>de</strong> atual do OOH exige”,<br />
comenta Martins.<br />
A mídia exterior representa<br />
10,7% do total <strong>de</strong> R$ 8,3 bilhões<br />
aplicados em publicida<strong>de</strong> no<br />
primeiro semestre <strong>de</strong> 2021, segundo<br />
o Cenp-Meios.<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 11
GIGANTES<br />
PELA PRÓPRIA NATUREZA<br />
7 DE DEZEMBRO, ÀS 19H30<br />
PALÁCIO DOS BANDEIRANTES<br />
ASSISTA A TRANSMISSÃO EM: AOVIVO.LIDE.COM.BR<br />
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INICIATIVA
PREMIADOS <strong>2022</strong><br />
HOMENAGENS ESPECIAIS<br />
RUBENS OMETTO<br />
GRUPO COSAN<br />
ROBERTO CAMPOS NETO<br />
BANCO CENTRAL<br />
LÍDER EM INSTITUIÇÃO FINANCEIRA<br />
MILTON MALUHY FILHO<br />
ITAÚ UNIBANCO<br />
LÍDER EM LOGÍSTICA E TRANSPORTE<br />
FERNANDO SIMÕES<br />
JSL<br />
LÍDER EM MÁQUINA E EQUIPAMENTOS<br />
HARRY SCHMELZER JR<br />
WEG<br />
LÍDER EM MINERAÇÃO<br />
EDUARDO BARTOLOMEO<br />
VALE<br />
LÍDER EM PAPEL, PAPELÃO E CELULOSE<br />
CRISTIANO TEIXEIRA<br />
KLABIN<br />
LÍDER EM AGRONEGÓCIO<br />
GILBERTO TOMAZONI<br />
JBS<br />
LÍDER EM AUTOMOBILÍSTICO<br />
RAFAEL CHANG<br />
TOYOTA<br />
LÍDER EM VEÍCULOS PESADOS<br />
ROBERTO CORTES<br />
VOLKSWAGEN CAMINHÕES E ÔNIBUS<br />
LÍDER EM ELETROELETRÔNICOS<br />
KEVIN SEO<br />
SAMSUNG<br />
LÍDER EM TECNOLOGIA<br />
ADRIANA AROULHO<br />
SAP<br />
LÍDER EM TELECOM<br />
ALBERTO GRISELLI<br />
TIM<br />
LÍDER EM SERGURANÇA CIBERNÉTICA<br />
TÂNIA COSENTINO<br />
MICROSOFT<br />
LÍDER EM INDÚSTRIA DIGITAL<br />
RODOLFO ESCHENBACH<br />
ACCENTURE<br />
LÍDER EM COMUNICAÇÃO DIGITAL<br />
KIM FARRELL<br />
TIKTOK<br />
LÍDER EM COMUNICAÇÃO<br />
MARCOS QUINTELA<br />
VMLY&R<br />
LÍDER EM E-COMMERCE<br />
DANIEL MAZINI<br />
AMAZON BRASIL<br />
LÍDER EM CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
EDUARDO FISCHER<br />
MRV<br />
LÍDER EM EDUCAÇÃO<br />
DANIEL CASTANHO<br />
ÂNIMA<br />
LÍDER EM ENERGIA<br />
NICOLA COTUGNO<br />
ENEL<br />
LÍDER EM SIDERURGIA<br />
GUSTAVO WERNECK<br />
GERDAU<br />
LÍDER EM GRUPO ECONÔMICO<br />
JOSÉ AURIEMO NETO<br />
JHSF<br />
LÍDER EM FINTECH<br />
RICARDO DUTRA<br />
PAGBANK PAGSEGURO<br />
LÍDER EM INDÚSTRIA/CONSUMO<br />
JEAN JEREISSATI<br />
AMBEV<br />
LÍDER EM INFRAESTRUTURA<br />
BETO ABREU<br />
RUMO<br />
LÍDER EM SAÚDE -<br />
COMPLEXO HOSPITALAR<br />
SIDNEY KLAJNER<br />
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN<br />
LÍDER EM SAÚDE - SERVIÇOS<br />
PEDRO BUENO<br />
DASA<br />
LÍDER EM VAREJO<br />
MARCELO PIMENTEL<br />
GPA<br />
LÍDER EM SAÚDE -<br />
ASSISTÊNCIA/SEGURO<br />
ROBERTO SANTOS<br />
PORTO<br />
LÍDER EM SERVIÇOS<br />
BRUNO LASANSKY<br />
LOCALIZA<br />
LÍDER EM SETOR IMOBILIÁRIO<br />
THIAGO ALONSO DE OLIVEIRA<br />
JHSF<br />
LÍDER EM INDÚSTRIA FARMACÊUTICA<br />
MARCUS SANCHEZ<br />
EMS<br />
LÍDER EM EMPREENDEDORISMO<br />
SOCIAL<br />
EDUARDO LYRA<br />
GERANDO FALCÕES
inspiração<br />
algoritmos em evolução<br />
“Não geramos dados<br />
apenas quando<br />
postamos no TikTok,<br />
<strong>de</strong>scobrimos uma<br />
nova música no Spotify<br />
ou realizamos uma<br />
conferência no Zoom”<br />
Fotos: Arquivo Pessoal<br />
cARLOS cARREIRA<br />
Especial para o PROPMARK<br />
Des<strong>de</strong> a pan<strong>de</strong>mia, que acelerou a adoção<br />
do digital por consumidores e varejistas,<br />
e aqui, me refiro à escala fora dos gran<strong>de</strong>s<br />
comércios, muitos pequenos lojistas tiveram<br />
<strong>de</strong> remover o “s” da palavra “crise”<br />
para se reinventar, falar e ven<strong>de</strong>r para os<br />
mesmos consumidores ora atendidos por<br />
marcas e canais com linhas <strong>de</strong> investimento,<br />
fornecedores, tecnologias.<br />
O crescimento exponencial <strong>de</strong> novos negócios<br />
foi registrado já na pesquisa Panorama<br />
<strong>de</strong> Negócios Digitais Brasil 2020, promovida<br />
pela HeroSpark, que apontou que 54%<br />
dos empreen<strong>de</strong>dores digitais começaram<br />
durante a pan<strong>de</strong>mia. Além disso, quase 90%<br />
das empresas do país aceleram seus projetos<br />
<strong>de</strong> transformação digital ainda no primeiro<br />
ano <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. E não foi necessária uma<br />
solução <strong>de</strong> comércio eletrônico, domínio<br />
em mídia <strong>de</strong> performance, gestão <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />
sociais ou qualquer outra disciplina crucial<br />
para quem é profissional <strong>de</strong>sse universo.<br />
Bastou o primeiro passo: a iniciativa. E, sinceramente,<br />
é isso que me apaixona no digital.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um ambiente em que, uma<br />
vez com acesso e o mínimo <strong>de</strong> recursos, já se<br />
abre um mundo <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s para quem<br />
se dispõe a fazer diferente, se permite errar<br />
e começar <strong>de</strong> novo, até que encontre o que<br />
<strong>de</strong>seja (ou o que jamais imaginou) buscar.<br />
Se a conversão ocorre por meio <strong>de</strong> áudio<br />
no WhatsApp, direct do Instagram, porque<br />
sou um dos 17 seguidores do meu vizinho no<br />
Twitter, ou mesmo porque fui lido em um<br />
comentário <strong>de</strong> um meme sobre secador <strong>de</strong><br />
cabelo em um grupo <strong>de</strong> mães no Facebook,<br />
é irrelevante. O que importa é que funciona,<br />
e mostra uma nova faceta do consumidor<br />
digital, que talvez <strong>de</strong>scobríssemos em décadas:<br />
ele também é suscetível a estratégias<br />
caseiras, convertendo e fi<strong>de</strong>lizando tão bem<br />
(naturalmente, nas <strong>de</strong>vidas proporções)<br />
quanto às refinadas estratégias <strong>de</strong> operações<br />
multibilionárias.<br />
“Ok, Carreira, mas aon<strong>de</strong> você quer chegar?”.<br />
Acho peculiar, em especial na propaganda,<br />
nos referirmos a algoritmos como<br />
um dispositivo óbvio, tal qual um monitor,<br />
teclado, carregador etc., e é justamente aqui<br />
que pretendo chegar. No contexto da informática,<br />
po<strong>de</strong>mos dizer que algoritmo é uma<br />
série <strong>de</strong> comandos e procedimentos criados<br />
com o intuito <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a uma problemática,<br />
em outras palavras, um software,<br />
mesmo que seja programado em um microsensor<br />
exclusivamente para (<strong>de</strong>s)ligar uma<br />
lâmpada. Já no contexto da comunicação,<br />
é a forma que usamos para nos referirmos<br />
à inteligência artificial embarcada nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais, streamings e smartphones, entre<br />
outros.<br />
Mas vamos <strong>de</strong>ixar o tecniquês <strong>de</strong> lado e<br />
ir ao que interessa: dados. Sem eles, o que<br />
apresentei no início <strong>de</strong>ste artigo certamente<br />
seria diferente, pois o dado é a força motriz<br />
do que alguns estudiosos chamam <strong>de</strong> a nossa<br />
próxima fase da socieda<strong>de</strong>: a do conhecimento.<br />
Hoje, em nossos bolsos, temos um po<strong>de</strong>r<br />
computacional muito mais po<strong>de</strong>roso do que<br />
a NASA tinha quando mandou o primeiro<br />
astronauta à Lua, no fim dos anos 1960.<br />
Smartphones, smartwatches, smartbands,<br />
smartTVs e smartwhatevers nos dão conforto<br />
e, paralelo a isso, também nos monitoram.<br />
Particularmente, não acho invasivo,<br />
uma vez que, como bem disse Dora Kaufman,<br />
uma das maiores especialistas brasileiras<br />
em I. A.: “(...) não temos mais como<br />
discutir a privacida<strong>de</strong>, precisamos discutir a<br />
transparência”.<br />
Não geramos dados apenas quando postamos<br />
no TikTok, <strong>de</strong>scobrimos uma nova<br />
músic Zoom no Spotify ou realizamos uma<br />
conferência no Zoom. Esta respirada que<br />
você acabou <strong>de</strong> dar, aliás, po<strong>de</strong> ter virado<br />
um dado, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da autorização concedida<br />
ao seu smartband. É fato que o dado<br />
isolado dificilmente terá alguma utilida<strong>de</strong>, o<br />
que por si só já o torna inútil e, por consequência,<br />
obsoleto.<br />
Mas é aí que os cálculos estatísticos entram,<br />
pois são eles que trabalham com todos<br />
os valores para apontar a importância<br />
<strong>de</strong> uma ação pautada em probabilida<strong>de</strong> com<br />
base nas análises e eventos anteriores. Por<br />
isso, para mídia, muitas vezes é necessário<br />
dar o tempo que chamamos <strong>de</strong> aprendizagem<br />
para que a inteligência artificial colete<br />
informações da campanha em andamento,<br />
aprenda e se aperfeiçoe.<br />
Se <strong>de</strong> um lado temos um volume colossal<br />
<strong>de</strong> dados e, do outro, cálculos sofisticados<br />
que po<strong>de</strong>m dar significado às combinações<br />
distintas, o ingrediente final é a programação,<br />
que em parte é o algoritmo para conseguir<br />
trabalhar esse volume <strong>de</strong> dados em<br />
escala, realizando milhares <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagens<br />
em milésimos <strong>de</strong> segundos para respon<strong>de</strong>r a<br />
questões como, por exemplo: o que você vai<br />
querer assistir após ler o próximo post?<br />
O novo turbilhão <strong>de</strong> dados injetados nos<br />
algoritmos neste período <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, fomentado<br />
pela “nova” classe <strong>de</strong> comércio,<br />
em que lojas e consumidores se adaptaram<br />
para fazer negócios, vai exigir muito processamento<br />
do algoritmo para replicar a nossa<br />
brasilida<strong>de</strong> em reinvenção.<br />
Carlos Carreira é CPO da Audaz<br />
14 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
COMEÇOU A 10ª EDIÇÃO<br />
O QUE TEMOS PLANEADO<br />
PARA ESTE QUADRIMESTRE?<br />
INSCRIÇÕES<br />
JÁ ABERTAS!<br />
EARLY<br />
BIRD10%<br />
15 outubro - <strong>28</strong> outubro<br />
DATA FINAL<br />
INSCRIÇÕES<br />
30 NOVEMBRO<br />
EVENTO<br />
14 DEZEMBRO<br />
UCCLA<br />
União das Cida<strong>de</strong>s Capitais<br />
<strong>de</strong> Língua Portuguesa<br />
AV. DA ÍNDIA 110,<br />
1300-300 LISBOA<br />
PARCEIROS<br />
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DESTA EDIÇÃO<br />
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mkt<br />
Khaled Ali/Unsplash<br />
A Gafisa, é, <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>,<br />
uma nova Gafisa...?<br />
“Despertador é bom para a gente se virar<br />
para o outro lado e dormir <strong>de</strong> novo”<br />
Mário Quintana<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
No ano em que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />
comemorava seu quarto centenário,<br />
1954, nascia no Rio <strong>de</strong> Janeiro, pelas mãos,<br />
competência e com o nome <strong>de</strong> seu fundador,<br />
a Gomes <strong>de</strong> Almeida Fernan<strong>de</strong>s, anos<br />
<strong>de</strong>pois, Gafisa. Assim, é, seguramente, a<br />
melhor testemunha <strong>de</strong> tudo o que aconteceu<br />
no mercado imobiliário do país nos últimos<br />
quase 70 anos. Brilhou, ofuscou-se,<br />
construiu, ven<strong>de</strong>u, inovou, revolucionou,<br />
era a marca mais vista no topo dos edifícios<br />
pelos passageiros dos aviões que aterrissavam<br />
em Congonhas, e comprou um<br />
dos megassucessos do mercado imobiliário<br />
brasileiro, que foi Alphaville.<br />
De 20 anos para cá mergulhou em <strong>de</strong>cadência,<br />
e recentemente seu controle foi assumido<br />
por Nelson Tanure, 69 anos, baiano<br />
<strong>de</strong> Salvador, empresário e administrador<br />
<strong>de</strong> empresas, que se especializou em comprar<br />
empresas em dificulda<strong>de</strong>s e trazê-las,<br />
quase sempre, <strong>de</strong> volta à vida. Dentre as incursões<br />
<strong>de</strong> Tanure, os <strong>de</strong>staques vão para<br />
o estaleiro Emag, mais adiante o Verolme,<br />
<strong>de</strong>pois a Companhia Docas <strong>de</strong> Santos, em<br />
2001 assumiu o controle do Jornal do Brasil,<br />
também da Gazeta Mercantil, em 2013<br />
torna-se o principal acionista da petroleira<br />
HRT, que vira PetroRio, na sequência<br />
investe na Oi e arremata em leilão a Copel<br />
Telecom, em 2020. E <strong>de</strong> dois anos para cá<br />
concentrou sua artilharia na Gafisa, hoje<br />
sob seu controle.<br />
Há um ano, diante <strong>de</strong> uma enorme expectativa,<br />
informava, em anúncio <strong>de</strong> página<br />
dupla no Estadão, a Nova Gafisa: Gafisa,<br />
sua plataforma <strong>de</strong> soluções para morar, conviver<br />
e investir. E no final do anúncio dizia<br />
ser, a partir daquele momento: “O maior<br />
marketplace do mercado imobiliário. É<br />
assim que estamos construindo o futuro.<br />
Mais do que construir prédios, criamos encontros,<br />
fazemos história”. E com o velho<br />
logo na assinatura, no formato <strong>de</strong> triângulo,<br />
antes do naming Gafisa, e tendo embaixo<br />
as palavras: “Incorporadora, Construtora,<br />
Proprieda<strong>de</strong>, Viver bem, Capital”. De-<br />
finitivamente, um tudo que não era nada.<br />
A gran<strong>de</strong> expectativa que existia frustrou-<br />
-se. Seguiu sendo, pela generalida<strong>de</strong>, portanto,<br />
in<strong>de</strong>finição uma nau perdida num<br />
oceano <strong>de</strong> quase 70 anos <strong>de</strong> história, <strong>de</strong><br />
picos, vales, abismos, sem uma <strong>de</strong>finição<br />
clara do que verda<strong>de</strong>iramente pretendia<br />
ser e fazer.<br />
Em seu site, números exuberantes, tipo,<br />
já construiu o equivalente a 15% <strong>de</strong> toda a<br />
área da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Francisco, USA. O número<br />
<strong>de</strong> pessoas que hoje moram num Gafisa<br />
seria suficiente para encher 25 estádios<br />
<strong>de</strong> futebol ou lotar a Avenida Paulista, e por<br />
aí vai. E anos atrás, como comentei, chegou<br />
a ser dona no empreendimento Alphaville.<br />
Agora, um ano <strong>de</strong>pois do anúncio, nas palavras<br />
<strong>de</strong> seu novo CEO, Henrique Blecher,<br />
que chega à empresa <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Tanure<br />
comprar a empresa <strong>de</strong>le, Blecher, a BAIT,<br />
anuncia seus próximos movimentos.<br />
Ao mesmo tempo que corre atrás para<br />
cortar em 30% uma dívida <strong>de</strong> R$ 2 bilhões<br />
que a empresa vem carregando, Blecher<br />
promete concentrar todas as baterias da<br />
empresa no território do luxo. Apartamentos<br />
a partir <strong>de</strong> R$ 3 milhões, com 2/3 dos<br />
novos lançamentos concentrados no Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro. Em paralelo já fez um corte no<br />
quadro funcional <strong>de</strong> 15%, fechou dois escritórios<br />
na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, e preten<strong>de</strong><br />
alcançar um VGV em 2023 da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$<br />
3 bi. Dando sustentação a essa estratégia e<br />
reposicionamento, Blecher explica: “Nossa<br />
expectativa é que o Brasil vai melhorar.<br />
Com juros <strong>de</strong>clinantes a partir <strong>de</strong> maio ou<br />
junho. Confiando que o Congresso fará<br />
uma oposição qualificada, governo responsável<br />
em termos fiscais, e inflação sob controle”.<br />
Será?<br />
É assim que a Gafisa, a mais tradicional<br />
das incorporadoras brasileiras, ingressa em<br />
2023, em busca da mais que aguardada recuperação<br />
<strong>de</strong> uma construtora que brilhou<br />
intensamente e durante décadas no mercado<br />
<strong>de</strong> imóveis do país. Pergunta, a Gafisa é<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> uma nova Gafisa? Pelo retrospecto<br />
dos últimos anos, não.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
16 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
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Matthew TenBruggencate/Unsplash<br />
A COP 27 e o Brasil<br />
Temos imenso potencial <strong>de</strong> virar uma potência<br />
ver<strong>de</strong>, sendo beneficiários <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> CO2<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
As conhecidas COPs, Conferências das<br />
Nações Unidas sobre as Mudanças<br />
Climáticas, que acontecem todo ano, ganham<br />
importância crescente nas nossas<br />
vidas, não só na condição <strong>de</strong> habitantes<br />
<strong>de</strong>sse planeta ameaçado, mas como agentes<br />
<strong>de</strong> possíveis mudanças positivas para<br />
reverter o quadro dramático do aquecimento<br />
global.<br />
Na COP 21, realizada em Paris, em 2015,<br />
houve um gran<strong>de</strong> avanço, com a aprovação<br />
do famoso Acordo <strong>de</strong> Paris, quando<br />
195 países assinaram e 147 ratificaram (entre<br />
eles o Brasil) o acordo que tem como<br />
objetivo principal conter o aquecimento<br />
global em 1,5°C, tendo como base o período<br />
pré-industrial.<br />
Estima-se que já superamos 1°C <strong>de</strong> lá<br />
para cá, o que torna a situação ainda mais<br />
dramática. Os recentes fenômenos climáticos,<br />
com enchentes severas em partes do<br />
mundo e temperaturas nunca vistas em<br />
outras partes, resultando em incêndios <strong>de</strong><br />
proporções absurdas, <strong>de</strong>monstram claramente<br />
que o aquecimento global e a mudança<br />
climática <strong>de</strong>corrente na Terra é pra<br />
valer e po<strong>de</strong>, se não formos capazes <strong>de</strong> reverter,<br />
inviabilizar nosso planeta para as<br />
futuras gerações.<br />
Por isso, o assunto <strong>de</strong>ve interessar a<br />
todos. A COP 27, terminada dias atrás,<br />
iniciou-se sob efeito da guerra envolvendo<br />
diretamente a Rússia e a Ucrânia, mas<br />
com efeitos no mundo inteiro, principalmente<br />
na Europa, que vive uma crise<br />
energética, em função do bloqueio <strong>de</strong> fornecimento<br />
do gás russo, fonte importante<br />
<strong>de</strong> energia para aquele continente.<br />
Apesar do gran<strong>de</strong> avanço dos países<br />
europeus no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> energia<br />
alternativa renovável (eólica e solar, principalmente),<br />
ainda há uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência<br />
do gás, menos poluente do que o<br />
carvão mineral, ainda muito utilizado por<br />
lá e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> efeito poluidor.<br />
Portanto, a guerra e a crise climática<br />
<strong>de</strong>la <strong>de</strong>corrente foram um gran<strong>de</strong> contrapé<br />
nos compromissos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões<br />
<strong>de</strong> países europeus. Essa situação<br />
praticamente anulou a resolução da COP<br />
26, realizada em 2021 em Glasgow, Escócia,<br />
que <strong>de</strong>terminava “redução <strong>de</strong> energia<br />
a carvão sem captura <strong>de</strong> CO2 e a eliminação<br />
<strong>de</strong> subsídios aos combustíveis fósseis”.<br />
A Europa vai precisar do sujo carvão<br />
para suportar o inverno que já está começando<br />
por lá. De qualquer maneira, houve<br />
gran<strong>de</strong>s avanços no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
energias alternativas e prevê-se uma aceleração<br />
<strong>de</strong>sse processo.<br />
Ou seja, estamos na direção correta – só<br />
falta aumentar a velocida<strong>de</strong> para evitarmos<br />
um aquecimento que atinja um ponto<br />
<strong>de</strong> não retorno.<br />
As políticas climáticas têm três abordagens:<br />
1- Redução <strong>de</strong> GEE (gases <strong>de</strong> efeito<br />
estufa); 2- Transição/adaptação aos impactos<br />
<strong>de</strong>ssas emissões; e 3- Compensação<br />
aos países menos poluentes pelos<br />
mais poluentes. E o ponto positivo da COP<br />
27 po<strong>de</strong> beneficiar o Brasil, como beneficiário<br />
<strong>de</strong> uma compensação pela sua matriz<br />
energética exemplar (80% <strong>de</strong> energia<br />
renovável).<br />
Os 200 países participantes aprovaram<br />
um marco que vinha sendo trabalhado<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995. O acordo assinado prevê<br />
um fundo <strong>de</strong> perdas e danos para os países<br />
mais vulneráveis aos impactos climáticos.<br />
Em 2009, as nações ricas haviam prometido<br />
US$ 100 bilhões por ano, embora<br />
não tenham ultrapassado US$ 83 bilhões<br />
em nenhum ano. O avanço <strong>de</strong>ste ano está<br />
na admissão formal <strong>de</strong> suas responsabilida<strong>de</strong>s<br />
e na criação do fundo.<br />
Ainda não há a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> como os<br />
valores serão repassados, nem para quem.<br />
Mas já é um avanço para o Brasil, que certamente<br />
estará entre os beneficiados.<br />
Mas o que é mais promissor para nosso<br />
país é a postura do presi<strong>de</strong>nte eleito, que<br />
<strong>de</strong>ixa clara a intenção <strong>de</strong> intensificar uma<br />
política <strong>de</strong> proteção, restauração e mitigação<br />
<strong>de</strong> fontes poluidoras no Brasil.<br />
Temos um imenso potencial <strong>de</strong> nos tornarmos<br />
uma potência ver<strong>de</strong>, sendo beneficiários<br />
<strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> CO2 e produtores<br />
<strong>de</strong> energia alternativa para o mundo. Fomos<br />
pioneiros na produção <strong>de</strong> álcool para<br />
fins energéticos e, agora, po<strong>de</strong>mos li<strong>de</strong>rar<br />
a produção do hidrogênio ver<strong>de</strong>, tido como<br />
o combustível mais promissor para as<br />
próximas décadas. Quem viver, verá.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4<br />
alexis@criativista.com.br<br />
18 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
ASSOCIAÇÃO<br />
BRASILEIRA DE<br />
ANUNCIANTES<br />
Associação Brasileira <strong>de</strong> Empresas com Rotativa Offset
opinião<br />
Note Thanun/Unsplash<br />
A nova forma <strong>de</strong><br />
pensar e fazer<br />
publicida<strong>de</strong><br />
RobeRto touRinho<br />
transformação da publicida<strong>de</strong> promovida<br />
pelo avanço do digital impactou<br />
A<br />
não apenas o formato, o conteúdo e a forma<br />
<strong>de</strong> veicular um comercial, mas toda a<br />
estrutura da indústria da comunicação, o<br />
ecossistema, do qual as agências são parte,<br />
refletindo outras mudanças em curso no<br />
mundo, que passou a ser mais imediato,<br />
mais diverso e <strong>de</strong>scentralizado.<br />
Um dos movimentos mais representativos<br />
<strong>de</strong>ssa mudança ocorreu na própria<br />
estrutura e no perfil das agências. Boa parte<br />
daquelas tradicionalmente conhecidas<br />
como as gran<strong>de</strong>s criativas, sob a li<strong>de</strong>rança<br />
<strong>de</strong> premiados publicitários<br />
que ajudaram a construir<br />
“À frente<br />
<strong>de</strong> todas as<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
uma agência,<br />
hoje, estão<br />
profissionais<br />
com uma nova<br />
forma <strong>de</strong> pensar”<br />
a história da publicida<strong>de</strong><br />
brasileira – e po<strong>de</strong>mos citar<br />
aí, como exemplos, nomes<br />
como Nizan Guanaes<br />
e o Grupo ABC; Washingon<br />
Olivetto e a W/Brasil;<br />
Fabio Fernan<strong>de</strong>z e a F/Nazca;<br />
Alexandre Gama e a<br />
Neogama, e muitas outras<br />
agências criativas como a<br />
NBS e a Lodduca – <strong>de</strong>ixaram<br />
<strong>de</strong> existir como resultado <strong>de</strong> fusões e<br />
aquisições ou se transformaram, ganhando<br />
um perfil alinhado aos novos tempos.<br />
A começar pelo processo criativo: hoje<br />
ele é o da cocriação, <strong>de</strong>senvolvido com<br />
a participação <strong>de</strong> várias áreas da agência<br />
e até mesmo da socieda<strong>de</strong> – nos casos em<br />
que é aberto à colaboração –, e essa participação<br />
<strong>de</strong> pessoas diversas se reflete na diversida<strong>de</strong><br />
maior, que é característica vital<br />
hoje da socieda<strong>de</strong> e dos consumidores com<br />
os quais as marcas buscam se conectar. O<br />
ritmo da criação dos conteúdos também se<br />
acelerou, e eles precisam ser criados rapidamente,<br />
e até são substituídos por outros<br />
se as métricas não confirmam seu engajamento.<br />
Aliás, as métricas passaram a orientar<br />
boa parte da publicida<strong>de</strong>, ganhando<br />
importância em relação às gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias,<br />
conforme expressou o próprio Olivetto, no<br />
ano passado, ao afirmar que a publicida<strong>de</strong><br />
brasileira “tem, muitas vezes, <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong><br />
lado as gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias – a base da melhor<br />
comunicação em qualquer tempo”. Sem<br />
entrar no mérito do que se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar<br />
como a melhor comunicação, o fato é que<br />
não basta mais ter gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias, elas precisam<br />
vir acompanhadas <strong>de</strong> resultados, e<br />
hoje tornou-se mais fácil mensurá-los.<br />
As marcas, por sua vez, buscam se comunicar<br />
com os consumidores baseadas<br />
não apenas nos atributos <strong>de</strong> seus produtos<br />
e serviços, mas em seus propósitos, que,<br />
cada vez mais, caminham lado a lado com<br />
a responsabilida<strong>de</strong> social e ambiental, e a<br />
diversida<strong>de</strong>. Além das marcas, várias li<strong>de</strong>ranças<br />
fundaram as próprias agências<br />
no mercado baseadas também<br />
em seus propósitos, sejam os<br />
mesmos fundamentados nos<br />
novos formatos <strong>de</strong> relação<br />
com os clientes, colaboradores<br />
e, principalmente, ancorados<br />
na diversida<strong>de</strong> e no ESG. Po<strong>de</strong>mos<br />
citar aqui Soko, Suno,<br />
Gut, Gana e Galeria, além <strong>de</strong><br />
várias outras com um perfil<br />
mais digital, que surgiram recentemente.<br />
À frente <strong>de</strong> todas<br />
as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma agência,<br />
hoje, estão profissionais com uma nova<br />
forma <strong>de</strong> pensar, mais engajados com<br />
as <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong>sse mundo em transformação,<br />
e isto se reflete na criação publicitária,<br />
na forma <strong>de</strong> se relacionar com os<br />
consumidores, fornecedores e os próprios<br />
colaboradores.<br />
Nesse contexto, cabe às entida<strong>de</strong>s que<br />
representam as agências e a ativida<strong>de</strong> publicitária<br />
refletirem essas mudanças em<br />
sua pauta <strong>de</strong> ações. O mundo é disruptivo,<br />
e a pauta associativa também <strong>de</strong>ve se<br />
transformar, para que se analise a extensão<br />
<strong>de</strong>ssas mudanças na própria estrutura<br />
das agências. As li<strong>de</strong>ranças do setor <strong>de</strong>vem<br />
promover, portanto, essa disrupção no próprio<br />
modo <strong>de</strong> pensar o setor, estimular a<br />
mudança no âmago das agências e se aproximar<br />
das novas agências que surgiram e<br />
vêm surgindo com os olhos voltados a essa<br />
nova forma <strong>de</strong> criar e fazer publicida<strong>de</strong>.<br />
Roberto Tourinho é<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte do Sinapro SP<br />
20 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
Concurso Universitário <strong>de</strong> Campanhas Publicitárias<br />
Troféu Ricardo Ramos<br />
Inscrições : www.appbrasil.org.br<br />
Apoio<br />
Realização
enTrevisTa<br />
Leonardo chebLy<br />
CEO da Neooh<br />
TecnoLogia<br />
permiTe meLhor<br />
mensuração<br />
do ooh<br />
A<br />
Neooh foi lançada em março <strong>de</strong> 2020 e é<br />
uma das empresas do Grupo JChebly, que<br />
foi fundado em 1976. O processo evolutivo<br />
da empresa reflete as transformações<br />
pelas quais o segmento <strong>de</strong> mídia exterior passou<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Lei Cida<strong>de</strong> Limpa e que continua passando,<br />
por exemplo agora com programática no escopo.<br />
“Como o próprio nome já diz, a empresa foi criada<br />
justamente para trazer um novo conceito <strong>de</strong> OOH ao<br />
mercado. Des<strong>de</strong> seu lançamento, a empresa inova em<br />
projetos, ativos e em novas tecnologias integradas ao<br />
out of home”, <strong>de</strong>staca o executivo Leonardo Chebly,<br />
CEO da Neooh. Confira a sua entrevista.<br />
Paulo Macedo<br />
Qual é o tamanho do inventário? Po<strong>de</strong>ria<br />
<strong>de</strong>talhar os formatos das mídias?<br />
São mais <strong>de</strong> 12 mil telas e cerca<br />
<strong>de</strong> 80% <strong>de</strong>las são digitais. A<br />
Neooh trabalha com três principais<br />
focos para suas mídias<br />
estáticas e digitais, que são: primeiro,<br />
os gran<strong>de</strong>s formatos <strong>de</strong><br />
alto impacto; segundo, as telas<br />
sequenciais; e, terceiro, projetos<br />
especiais. Com estes três formatos<br />
diferenciados, criamos projetos<br />
icônicos e atraentes para a<br />
audiência, que geram impacto<br />
real e <strong>de</strong> resultado para os nossos<br />
clientes.<br />
Como observa o cenário da mídia<br />
OOH no mercado brasileiro após as<br />
leis que restringiram a ativida<strong>de</strong> e os<br />
benefícios <strong>de</strong>ssa mudança?<br />
Essas leis, introduzidas inicialmente<br />
na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />
há 15 anos, foram importantes<br />
para padronizar e elevar a qualida<strong>de</strong><br />
do OOH do país em geral.<br />
A poluição visual <strong>de</strong> outrora <strong>de</strong>u<br />
espaço e <strong>de</strong>staque para aquelas<br />
empresas que investem em bons<br />
equipamentos e novas tecnologias.<br />
Movimento semelhante<br />
aconteceu na privatização dos<br />
aeroportos, pois os novos gestores<br />
valorizam os melhores projetos<br />
e propostas <strong>de</strong> trabalho. Foi<br />
justamente neste novo contexto<br />
<strong>de</strong> gestão pela iniciativa privada<br />
que a Neooh avançou muito e<br />
atingiu a li<strong>de</strong>rança consolidada<br />
no setor.<br />
Por isso já nasceu phygital?<br />
Nosso grupo já traz o conceito<br />
<strong>de</strong> phygital há muitos anos,<br />
com projetos <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong><br />
e espaços conceitos <strong>de</strong>senvolvidos<br />
para bancos, operadoras <strong>de</strong><br />
telefonia celular, construtoras e<br />
montadoras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006. Sempre<br />
investimos em novas tecnologias<br />
e inovações para clientes<br />
corporativos. Quando criamos<br />
a Neooh, a i<strong>de</strong>ia foi justamente<br />
trazer o conceito phygital para o<br />
OOH, aumentando a interativida<strong>de</strong><br />
e a experiência <strong>de</strong> marca com<br />
a audiência.<br />
O sistema touch, como nos smartphones,<br />
ten<strong>de</strong> a crescer? Como funciona<br />
no ambiente <strong>de</strong> mídia proposto<br />
pela Neooh?<br />
O nosso sistema Phygital Touch<br />
faz com que o smartphone<br />
da audiência se transforme rapidamente<br />
e intuitivamente em<br />
um joystick que comanda os nossos<br />
LEDs. Dessa forma, criamos<br />
games elaborados sob medida<br />
para as marcas e permitimos que<br />
a audiência interaja com elas<br />
usando comandos no próprio<br />
smartphone. Pilotar um carro ou<br />
avião, bater um pênalti, respon<strong>de</strong>r<br />
a um quiz, tudo isto fica muito<br />
fácil e intuitivo com o Phygital<br />
Touch.<br />
Como a tecnologia ajuda a garantir a<br />
assertivida<strong>de</strong> dos investimentos dos<br />
anunciantes?<br />
Possibilita uma melhor mensuração<br />
das campanhas <strong>de</strong> OOH.<br />
Hoje, temos diversas ferramentas<br />
e métricas que permitem o<br />
melhor investimento no nosso<br />
meio. A mídia DOOH programática<br />
chega para aumentar ainda<br />
mais este controle por parte dos<br />
anunciantes.<br />
Como funciona o sistema <strong>de</strong> geolocalização<br />
com os smartphones?<br />
Iniciamos nosso Phygital OOH<br />
justamente conectando todas as<br />
campanhas <strong>de</strong> DOOH com a mídia<br />
mobile geolocalizada. Muitas<br />
pesquisas já comprovaram que<br />
uma campanha publicitária que<br />
faz um trabalho conjunto em digital<br />
e OOH tem muito mais engajamento<br />
e resultado. Desta forma,<br />
criamos uma house digital <strong>de</strong>ntro<br />
da Neooh para planejar e executar<br />
o retarget da nossa audiência<br />
<strong>de</strong> OOH. Mapeamos o público<br />
que é impactado e continuamos<br />
o diálogo nos smartphones <strong>de</strong>ssa<br />
audiência, através <strong>de</strong> banners e<br />
outros formatos <strong>de</strong> interação.<br />
A integração com o mobile mudou a<br />
perspectiva da mídia OOH antes meramente<br />
contemplativa?<br />
Des<strong>de</strong> a chegada dos smartphones,<br />
a mídia DOOH <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser<br />
usada apenas para construção<br />
<strong>de</strong> marcas e passou a oferecer<br />
mais produtos, serviços e promoções.<br />
A audiência é impactada<br />
pela mensagem do OOH e,<br />
em seguida, vai buscar mais in-<br />
formações sobre o produto ou<br />
serviço na tela <strong>de</strong> seus smartphones.<br />
O out of home e o digital<br />
se complementam, sendo que<br />
o OOH serve, muitas vezes, <strong>de</strong><br />
call to action para que as pessoas<br />
busquem mais informações no<br />
online.<br />
O universo gamer também está presente<br />
na nova realida<strong>de</strong> do OOH?<br />
Quando trazemos o conceito<br />
<strong>de</strong> phygital e interativida<strong>de</strong> para<br />
as nossas telas, juntamente com<br />
a produção <strong>de</strong> games personalizados<br />
para as marcas, um dos<br />
gran<strong>de</strong>s públicos que atingimos é<br />
justamente o <strong>de</strong> gamers.<br />
E o metaverso? Faz parte da estratégia<br />
da Neooh?<br />
No início <strong>de</strong> <strong>2022</strong>, adquirimos<br />
participação na Aioros Studios,<br />
empresa focada em <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> games, realida<strong>de</strong> aumentada<br />
e realida<strong>de</strong> virtual. De<br />
lá para cá, temos avançado muito<br />
em novas formas <strong>de</strong> conexão e<br />
interação com as marcas. O metaverso,<br />
com certeza, faz parte<br />
<strong>de</strong> nossa estratégia e já iniciamos<br />
alguns mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> exploração<br />
<strong>de</strong>ssas possibilida<strong>de</strong>s. O começo<br />
foi ainda em 2021, quando a<br />
Neooh se tornou a primeira empresa<br />
<strong>de</strong> OOH do mundo a fazer<br />
campanhas no mundo “real” e<br />
também no virtual, dos games.<br />
Entregamos campanhas para<br />
nossos clientes em painéis e telas<br />
virtuais inseridas <strong>de</strong>ntro do ambiente<br />
e dos cenários dos jogos.<br />
Por exemplo, enquanto uma pessoa<br />
pilota um carro, os painéis do<br />
circuito virtual veiculam a campanha<br />
<strong>de</strong> um cliente da Neooh.<br />
Quais as oportunida<strong>de</strong>s para as<br />
marcas quando exibem publicida<strong>de</strong><br />
nos aeroportos?<br />
Os aeroportos são os equipamentos<br />
que impulsionam a economia<br />
<strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> um<br />
estado e do país, com seu gran<strong>de</strong><br />
público economicamente ativo.<br />
Sabemos disso, pois estamos presentes<br />
em cinco dos sete maiores<br />
terminais do país, que geram impacto<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong><br />
passageiros por ano. Neste ano,<br />
conquistamos ainda os 16 ativos<br />
administrados pela CCR Aeroportos,<br />
além <strong>de</strong> Viracopos (SP) e Porto<br />
Seguro (BA).<br />
22 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
E nos terminais rodoviários?<br />
Os terminais rodoviários apresentam<br />
algumas das características<br />
positivas dos aeroportos,<br />
como bom tempo <strong>de</strong> permanência<br />
e gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> pessoas.<br />
Possuem também a característica<br />
<strong>de</strong> viagens <strong>de</strong> negócios, com<br />
muitas pequenas e médias empresas<br />
utilizando-os como seu<br />
principal meio <strong>de</strong> transporte. Em<br />
paralelo, os terminais rodoviários<br />
complementam muitos dos trajetos<br />
não atingidos pelo transporte<br />
aéreo, permitindo que as pessoas<br />
se <strong>de</strong>sloquem melhor <strong>de</strong>ntro da<br />
malha <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> nacional.<br />
Prova <strong>de</strong>ssa interconexão é a recente<br />
pesquisa da Quaest, que<br />
mostra que 61% dos viajantes fizeram<br />
pelo menos uma viagem<br />
<strong>de</strong> ônibus nos últimos seis meses.<br />
Recentemente, conquistamos o<br />
circuito <strong>de</strong> mídia do Terminal<br />
Rodoviário <strong>de</strong> Belo Horizonte e<br />
o Novo Rio, na capital fluminense.<br />
Com isso, temos 62 terminais<br />
por todo o país, entre eles os três<br />
principais – com <strong>de</strong>staque para<br />
o Terminal do Tietê, em São Paulo,<br />
lí<strong>de</strong>r em estrutura e número<br />
<strong>de</strong> passageiros. O impacto é <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> 135 milhões <strong>de</strong> passageiros<br />
por ano, o que <strong>de</strong>monstra<br />
bem essa força.<br />
Qual a experiência que os anunciantes<br />
po<strong>de</strong>m obter no ambiente lúdico<br />
dos parques?<br />
Com a mídia nos parques, a<br />
Neooh criou uma nova forma <strong>de</strong><br />
fazer OOH. Por estarmos no meio<br />
da natureza e em ambientes <strong>de</strong><br />
relaxamento e <strong>de</strong>scontração, tivemos<br />
<strong>de</strong> planejar os mínimos<br />
<strong>de</strong>talhes da operação. Iniciamos<br />
com a preocupação em oferecer<br />
um conteúdo rico <strong>de</strong> informações<br />
sobre os parques e também sobre<br />
o seu calendário <strong>de</strong> eventos. Em<br />
paralelo, veiculamos conteúdos<br />
para conscientização do público<br />
frequentador e, com isso, reduzimos<br />
drasticamente o número<br />
<strong>de</strong> banners e cartazes que antes<br />
eram espalhados pelos parques<br />
sem qualquer padrão. Também<br />
cuidamos do <strong>de</strong>sign leve e harmônico<br />
dos totens e até mesmo<br />
da luminosida<strong>de</strong> dos mesmos,<br />
que ficam mais suaves no período<br />
noturno. Para complementar,<br />
compensamos 100% da pegada<br />
<strong>de</strong> carbono <strong>de</strong> toda a nossa mídia,<br />
ação que foi ampliada para todos<br />
os projetos da Neooh. Como resultado<br />
<strong>de</strong>ste projeto, obtivemos<br />
“A reAlidA<strong>de</strong><br />
AumentAdA<br />
expAn<strong>de</strong> A<br />
fronteirA<br />
do ooH”<br />
Divulgação<br />
um gran<strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong> público e<br />
<strong>de</strong> crítica. Os anunciantes veiculam<br />
suas campanhas em um<br />
ambiente <strong>de</strong> calma, lazer e <strong>de</strong>scontração,<br />
on<strong>de</strong> o público permanece<br />
por horas se divertindo e<br />
se entretendo. E tudo isso já está<br />
sendo valorizado: em pesquisa<br />
recente realizada pela Prefeitura<br />
<strong>de</strong> São Paulo, os totens do Parque<br />
do Ibirapuera obtiveram 84% <strong>de</strong><br />
aprovação por parte do público.<br />
A realida<strong>de</strong> aumentada é aliada do<br />
DOOH? Como a Neooh aplica essa<br />
oferta?<br />
A realida<strong>de</strong> aumentada é uma<br />
das gran<strong>de</strong>s aliadas do OOH, pois<br />
possibilita criarmos campanhas<br />
que começam em nossas telas e<br />
se transformam em ferramentas<br />
úteis <strong>de</strong> informação, localização<br />
ou <strong>de</strong> cupons e prêmios. A realida<strong>de</strong><br />
aumentada expan<strong>de</strong> a fronteira<br />
do OOH e cria uma excelente<br />
experiência phygital <strong>de</strong> fusão<br />
do real com o virtual.<br />
A programática está no radar?<br />
A programática já é uma realida<strong>de</strong><br />
na Neooh, que está conectada<br />
e operando com diversas<br />
plataformas. Neste ano <strong>de</strong> <strong>2022</strong>,<br />
a nossa receita com programática<br />
começou a aumentar no segundo<br />
semestre e acreditamos que,<br />
em 2023, possa representar entre<br />
3% e 5%, com tendência <strong>de</strong> crescimento<br />
significativo nos próximos<br />
anos.<br />
E como preten<strong>de</strong> materializar a expansão<br />
do negócio?<br />
Nosso crescimento orgânico<br />
está muito acelerado. Somente<br />
neste ano, trouxemos mais <strong>de</strong> 180<br />
novos ativos para o nosso portfólio,<br />
entre aeroportos, terminais<br />
rodoviários, shoppings, parques<br />
e os <strong>de</strong>mais. Para 2023, temos<br />
espaço para continuar a expansão<br />
orgânica e para fazer novas aquisições,<br />
que também são parte<br />
<strong>de</strong> nossa estratégia <strong>de</strong> crescimento.<br />
Em <strong>2022</strong>, a Neooh cresceu<br />
“nosso<br />
objetivo é<br />
crescer, pelo<br />
menos, 70%”<br />
110% com relação a 2021. Para<br />
2023, o nosso objetivo é crescer,<br />
pelo menos, 70% em relação a<br />
este ano, o que vai <strong>de</strong>mandar<br />
continuarmos neste ritmo <strong>de</strong> expansão<br />
acelerada e aquisição <strong>de</strong><br />
empresas e novas tecnologias.<br />
E as agências especializadas em<br />
DOOH e OOH como a Rua Africa e<br />
a Galeria?<br />
Temos algumas agências excelentes<br />
que aten<strong>de</strong>m aos gran<strong>de</strong>s<br />
clientes com contratos <strong>de</strong><br />
exclusivida<strong>de</strong> e com ferramentas<br />
úteis, renomadas e estratégicas.<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 23
MerCado<br />
Copa do Mundo no Catar <strong>de</strong>safia<br />
imagem <strong>de</strong> marcas patrocinadoras<br />
Estudo <strong>de</strong> universida<strong>de</strong> norte-americana aponta indícios <strong>de</strong> boicote<br />
ligados à violação <strong>de</strong> direitos humanos e leis contra cidadãos LGBTQIA+<br />
Fotos: Reprodução/Fifa<br />
Gianni Infantino, presi<strong>de</strong>nte da Fifa, que ameaçou punir com cartões amarelos os jogadores que insistirem em usar braça<strong>de</strong>iras com mensagem <strong>de</strong> apoio à comunida<strong>de</strong> LGBTQIA+<br />
Janaina Langsdorff<br />
país que recebe uma Copa<br />
do Mundo leva mais<br />
O<br />
que bola ao gol em solo nacional.<br />
O evento funciona como<br />
uma vitrine <strong>de</strong> hábitos e locais<br />
transformados em <strong>de</strong>stinos turísticos<br />
para visitantes <strong>de</strong> todo<br />
o mundo, <strong>de</strong>ixando um saldo<br />
cultural e econômico como herança.<br />
Mas no Catar, essa não<br />
tem sido a lógica do jogo. Para<br />
além das questões econômicas,<br />
pois certamente lucros virão,<br />
não é raro encontrar retaliações<br />
a comportamentos que<br />
vão <strong>de</strong> encontro aos esforços<br />
das próprias marcas em prol <strong>de</strong><br />
um mundo mais inclusivo.<br />
“A exposição e o alcance das<br />
marcas patrocinadoras da Copa<br />
é enorme. Só que, nos últimos<br />
anos, o consumidor ficou muito<br />
mais crítico, e não aceita incongruências”,<br />
adverte Juliana<br />
Morganti, diretora <strong>de</strong> estratégia<br />
IndícIos <strong>de</strong> boIcote<br />
foram sInalIzados<br />
por estudo da<br />
montclaIr state<br />
unIversIty (msu)<br />
da Mutato. Indícios <strong>de</strong> boicote<br />
foram sinalizados por estudo<br />
da Montclair State University<br />
(MSU), <strong>de</strong> Nova Jersey (EUA).<br />
Analisada entre outubro e <strong>novembro</strong>,<br />
uma amostra <strong>de</strong> 22 mil<br />
tweets com a hashtag boycottqatar<strong>2022</strong>,<br />
mais <strong>de</strong> 18 milhões<br />
<strong>de</strong> impressões e cerca <strong>de</strong> 43 milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas atingidas indi-<br />
Presentear o campeão da Copa com estoque <strong>de</strong> cerveja foi a saída da Budweiser<br />
cou 92% <strong>de</strong> apoio a protestos ligados<br />
a direitos humanos e leis<br />
contra cidadãos LGBTQIA+.<br />
A homossexualida<strong>de</strong> é ilegal<br />
e passível <strong>de</strong> prisão no Catar.<br />
Algumas seleções europeias,<br />
como Alemanha e Inglaterra,<br />
anunciaram que seus capitães<br />
entrariam em campo com a frase<br />
One love escrita na braça<strong>de</strong>ira,<br />
mas <strong>de</strong>sistiram <strong>de</strong>pois que a<br />
Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>de</strong> Futebol<br />
(Fifa) ameaçou punir com<br />
cartões amarelos os jogadores<br />
que insistirem em manter a<br />
manifestação. Em represália,<br />
os atletas da seleção tetracampeã<br />
da Alemanha tiraram a foto<br />
oficial antes da partida contra<br />
o Japão, no estádio Internacional<br />
Khalifa, na quarta-feira (23),<br />
com a mão na boca.<br />
“Se por um lado, a primeira<br />
Copa do Mundo no Oriente<br />
Médio vai marcar pela beleza<br />
e pelo luxo, as questões trabalhistas<br />
e <strong>de</strong> mortes <strong>de</strong> emprega-<br />
24 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Amir Somoggi, da Sports Value: soft power é terrível<br />
Juliana Morganti, da Mutato: incongruências<br />
Roberto Kanter, da FGV: jogo <strong>de</strong> forças<br />
dos na construção dos estádios<br />
e a discussão em torno dos direitos<br />
humanos, em especial,<br />
ao movimento LGBTQIA+, também<br />
lembrarão a Copa”, frisa<br />
Fernando Trein, professor <strong>de</strong><br />
marketing esportivo da ESPM<br />
Porto Alegre. O sócio-diretor<br />
da Sports Value, Amir Somoggi,<br />
alerta que “o soft power é terrível<br />
porque consegue suavizar<br />
até o pior dos ditadores”.<br />
O consumo <strong>de</strong> cerveja também<br />
foi colocado em xeque. Às<br />
vésperas da abertura do Mundial,<br />
a Fifa e o Catar proibiram a<br />
venda <strong>de</strong> bebidas alcoólicas no<br />
entorno dos estádios, <strong>de</strong>cisão<br />
que inci<strong>de</strong> no patrocínio da Budweiser,<br />
da AB InBev, cerveja<br />
oficial do torneio.<br />
“Após discussões entre as<br />
autorida<strong>de</strong>s do país anfitrião<br />
e a Fifa, foi tomada a <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> concentrar a venda <strong>de</strong> bebidas<br />
alcoólicas no Fifa Fan<br />
Festival, removendo os pontos<br />
<strong>de</strong> venda <strong>de</strong> cerveja dos perímetros<br />
do estádio da Copa do<br />
Mundo da Fifa <strong>2022</strong> no Catar”,<br />
escreveu a Fifa em nota. A Budweiser<br />
resolveu presentear o<br />
time campeão com o estoque<br />
<strong>de</strong> cerveja anteriormente <strong>de</strong>stinado<br />
ao evento.<br />
“Acho um absurdo países<br />
como Rússia e Catar, e outros<br />
que não são efetivamente uma<br />
<strong>de</strong>mocracia, que não têm alternância<br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que controlam<br />
a mídia, limitam mulheres e<br />
homossexuais, serem consi<strong>de</strong>rados<br />
para gran<strong>de</strong>s eventos”,<br />
critica Somoggi. Na bola dividida,<br />
nem sempre o marketing<br />
ganha. “Embora estratégico, o<br />
marketing não é o único pilar.<br />
Essa situação traz um plano<br />
mais realista, do po<strong>de</strong>r do dinheiro,<br />
e do po<strong>de</strong>r político. E<br />
coloca o marketing no seu <strong>de</strong>vido<br />
tamanho. Chega um momento<br />
em que existe um jogo<br />
<strong>de</strong> forças e, normalmente, o<br />
dono do cofre ganha”, observa<br />
Roberto Kanter, especialista em<br />
marketing dos MBAs da FGV.<br />
O imbróglio é tratado no documentário<br />
Esquemas da Fifa,<br />
lançado pela Netflix.<br />
Para Kanter, a Budweiser<br />
per<strong>de</strong> no consumo local, mas<br />
a relevância permanece em<br />
mercados globais, que já são<br />
expressivos para o consumo<br />
da marca. “Não se trata nem <strong>de</strong><br />
“essa sItuação<br />
traz um plano<br />
maIs realIsta,<br />
do po<strong>de</strong>r do<br />
dInheIro, e do<br />
po<strong>de</strong>r polítIco”<br />
Filme da Hyundai para o Creta Nova Geração <strong>2022</strong> reforça os valores <strong>de</strong>fendidos pela marca, que é patrocinadora da Copa do Mundo<br />
um risco calculado. É um prejuízo<br />
que está <strong>de</strong>ntro da conta.<br />
Custaria muito mais não estar<br />
na Copa, e ce<strong>de</strong>r espaço para o<br />
concorrente”, acredita o professor.<br />
A tendência é <strong>de</strong> que<br />
a retomada tome o seu curso,<br />
resgatando pautas da agenda<br />
progressista.<br />
“No digital, todo mundo<br />
po<strong>de</strong> se predispor a boicotar,<br />
não cabe julgar os motivos e<br />
responsabilida<strong>de</strong>s, mas sim<br />
analisar o impacto, o quanto,<br />
na prática, isso tem um espelhamento”,<br />
reflete Kanter. De<br />
qualquer forma, o especialista<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> mais transparência.<br />
“As marcas po<strong>de</strong>riam explicar<br />
as suas posições, políticas e<br />
econômicas, frisando que credos,<br />
crenças e cores não importam<br />
no futebol”, sugere Kanter.<br />
Foi o que fez a Hyundai, outra<br />
patrocinadora da Copa. A<br />
montadora coreana exibiu nos<br />
intervalos dos jogos um filme<br />
que mostra a mãe ao volante <strong>de</strong><br />
um Creta Nova Geração <strong>2022</strong>, e<br />
a filha, no banco <strong>de</strong> trás. “Eu já<br />
posso apren<strong>de</strong>r a dirigir?”, pergunta<br />
a menina. “Mensagens<br />
<strong>de</strong> incentivo à diversida<strong>de</strong> e à<br />
inclusão são presença constante<br />
nas comunicações da Hyundai.<br />
Exemplos anteriores ao do<br />
Creta Nova Geração reforçam<br />
o compromisso da marca também<br />
com o empo<strong>de</strong>ramento<br />
feminino, como nos comerciais<br />
do HB20 em 2019”, lembra Jan<br />
Telecki, diretor <strong>de</strong> marketing e<br />
comunicação da Hyundai para<br />
as Américas Central e do Sul.<br />
A Hyundai usa a sua presença<br />
na Copa do Mundo no Catar<br />
para expressar os valores da<br />
empresa. Um dos exemplos é<br />
a campanha Goal of century,<br />
que traz mensagens <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong><br />
e sustentabilida<strong>de</strong><br />
ao lado <strong>de</strong> nomes do esporte e<br />
cultura. Além da comunicação<br />
visual, a marca disponibilizou<br />
veículos sustentáveis e inaugurou<br />
o Museu Fifa.<br />
Localmente, implementou<br />
a promoção Na Hyundai dá<br />
jogo, test drive com emissão<br />
<strong>de</strong> carbono zerada por meio do<br />
plantio <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> mil árvores<br />
da Mata Atlântica. “É possível<br />
usar o espaço <strong>de</strong> patrocinador<br />
para se posicionar, conforme os<br />
valores da marca. A neutralida<strong>de</strong><br />
não leva a nenhum lugar”,<br />
sublinha Juliana, da Mutato,<br />
que transformou o influenciador<br />
Luva <strong>de</strong> Pedreiro na voz do<br />
aplicativo Waze a fim <strong>de</strong> inserir<br />
a marca na conversa do futebol.<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 25
merCado<br />
Freepik<br />
Comunicação interna <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser apenas um meio para transmitir informações; ela virou ferramenta estratégica para as empresas<br />
Comunicação interna ganha<br />
relevância <strong>de</strong>ntro das organizações<br />
A ferramenta ainda tem papel <strong>de</strong> difundir informações entre os<br />
colaboradores, mas também po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o senso <strong>de</strong> pertencimento<br />
Neusa spaulucci<br />
comunicação interna da<br />
A maioria das empresas <strong>de</strong>ixou<br />
<strong>de</strong> ser uma simples CI<br />
ou um memorando afixado<br />
no quadro <strong>de</strong> avisos para funcionários.<br />
Hugo Godinho, CEO<br />
da Dialog, acredita que comunicação<br />
interna ainda <strong>de</strong>sempenha<br />
o papel <strong>de</strong> difundir uma<br />
informação a todos os colaboradores<br />
<strong>de</strong> uma companhia,<br />
mas hoje essa não é sua única<br />
finalida<strong>de</strong>.<br />
Ele fala <strong>de</strong> uma pesquisa realizada<br />
pela Aberje (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Comunicação Empresarial)<br />
que mostra que 87%<br />
das empresas acreditam que<br />
os objetivos <strong>de</strong>ssa ferramenta<br />
estejam vinculados aos da organização,<br />
ou seja, a comunicação<br />
interna po<strong>de</strong> ter um papel<br />
muito estratégico.<br />
“Quando bem estruturada,<br />
ela <strong>de</strong>sperta o senso <strong>de</strong> pertencimento,<br />
consolida os valores<br />
corporativos, auxilia na retenção<br />
<strong>de</strong> talentos, contribui para<br />
as estratégias <strong>de</strong> employer<br />
branding e, é claro, fortalece a<br />
cultura organizacional”, diz.<br />
Para ele, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da comunicação interna com<br />
esse potencial transformador<br />
tem sido cada vez mais uma<br />
realida<strong>de</strong> nas empresas, que,<br />
diante <strong>de</strong> novos formatos <strong>de</strong><br />
trabalho, têm encontrado outras<br />
formas <strong>de</strong> promover a conexão<br />
entre os profissionais.<br />
“E essa conexão, em todos os<br />
seus aspectos, acontece a partir<br />
da comunicação, durante toda<br />
a jornada do colaborador”.<br />
Godinho acredita ainda que a<br />
comunicação interna po<strong>de</strong> contribuir<br />
muito para a construção<br />
<strong>de</strong> um clima organizacional<br />
positivo, que proporcione segurança<br />
e bem-estar a todas as<br />
pessoas envolvidas.<br />
“Quando um colaborador se<br />
sente acolhido no lugar on<strong>de</strong><br />
trabalha, isso <strong>de</strong>sperta nele o<br />
sentimento <strong>de</strong> satisfação e felicida<strong>de</strong><br />
– que, consequentemente,<br />
impulsiona sua <strong>de</strong>dicação<br />
no dia a dia. É um fato”, sentencia<br />
o executivo. Ele levanta<br />
dados <strong>de</strong> outro estudo, <strong>de</strong>sta<br />
“Quando bem<br />
estruturada,<br />
ela <strong>de</strong>sperta<br />
o senso <strong>de</strong><br />
pertencimento<br />
e consolida<br />
os valores<br />
corporativos”<br />
vez da Harvard Business Review,<br />
cujos resultados mostram<br />
que “colaboradores felizes são<br />
31% mais produtivos, 85% mais<br />
eficientes e 300% mais inovadores”.<br />
“Essa postura é extremamente<br />
positiva e agrega<br />
muito valor à marca. Ela retém<br />
talentos”, <strong>de</strong>clara o executivo<br />
da Dailog, startup que oferece<br />
aplicativo <strong>de</strong> comunicação interna<br />
e recursos humanos para<br />
empresas, que funciona como<br />
uma re<strong>de</strong> social corporativa.<br />
Ele lembra ainda que a comunicação<br />
interna, como qualquer<br />
outra área <strong>de</strong> uma empresa,<br />
precisa <strong>de</strong> planejamento e<br />
constância, pois é fundamental<br />
que ela seja <strong>de</strong>senvolvida para<br />
chegar a todas as pessoas, sem<br />
exceção. “Por isso é tão importante<br />
investir em um canal <strong>de</strong><br />
comunicação que garanta essa<br />
flexibilida<strong>de</strong> e envolva tanto<br />
o setor administrativo quanto<br />
o operacional. Quando o setor<br />
permite que ela possa ser acessada<br />
e cocriada por todas as<br />
pessoas, o engajamento vem <strong>de</strong><br />
forma orgânica”, revela.<br />
26 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
marcas<br />
Itaú fecha acordo com a Globo para<br />
produção do Inteligência Financeira<br />
Banco prefere fazer aposta em veículo próprio que, além do site, terá<br />
<strong>de</strong>sdobramentos no Valor Econômico e programetes na Globonews<br />
Paulo Macedo<br />
Os barões da mídia estão<br />
ganhando concorrência<br />
das marcas, dos produtos,<br />
dos serviços e das pessoas, ou<br />
os influencers. A profecia do<br />
educador cana<strong>de</strong>nse Marshal<br />
McLuhan <strong>de</strong> que o meio seria<br />
mensagem, não importa sua<br />
matriz, está se consolidando<br />
nesses tempos <strong>de</strong> transformação<br />
digital. Amazon já incorporou<br />
ao seu ecossistema o tradicional<br />
título The Washington<br />
Post; a Tesla, <strong>de</strong> Elon Musk,<br />
acaba <strong>de</strong> confirmar a compra<br />
da re<strong>de</strong> social Twitter; a revista<br />
econômica Exame foi adquirida<br />
pelo BTG Pactual e a XP tem no<br />
seu portfólio a prestigiosa InfoMoney.<br />
Agora é a vez do Itaú,<br />
que lançou há cerca <strong>de</strong> um ano<br />
o site Inteligência Financeira,<br />
que ganhou musculatura nesse<br />
período e já apresenta números<br />
robustos: 1,2 milhão <strong>de</strong> visitantes<br />
únicos no último mês <strong>de</strong><br />
outubro, que também contabilizou<br />
1,7 milhão <strong>de</strong> sessões, como<br />
informa o CEO da operação,<br />
o executivo Leandro Modé. Dá<br />
para perceber que não são mais<br />
newsletters editadas por assessorias<br />
<strong>de</strong> relações públicas,<br />
mas canais que buscam informação<br />
para dar respaldo para<br />
havy users das notícias do país<br />
e do mundo.<br />
O mo<strong>de</strong>lo do Itaú foi arquitetado,<br />
<strong>de</strong> acordo Modé, contemplando<br />
todas as opções<br />
disponíveis, inclusive a compra<br />
<strong>de</strong> uma marca <strong>de</strong> mídia. “Mas<br />
preferimos o caminho do meio,<br />
que dá mais trabalho por termos<br />
<strong>de</strong> começar do zero, mas<br />
também nos dá a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fazer algo customizado<br />
e com a qualida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>sejamos”,<br />
posiciona o CEO do IF.<br />
Modé conta com equipe interna<br />
<strong>de</strong> sete profissionais <strong>de</strong>dicados.<br />
Porém, <strong>de</strong>talha que a<br />
intenção não era ter uma redação<br />
interna para produção dos<br />
conteúdos. O projeto foi discutido<br />
com o Grupo Globo, que<br />
Leandro Modé é o CEO da plataforma Inteligência Financeira, startup <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong>ntro do gigante do segmento bancário, o Itaú<br />
Logomarca do projeto <strong>de</strong> conteúdo do banco Itaú<br />
assumiu a produção do título<br />
customizado com 20 jornalistas<br />
atuando para o IF. Eles ficam<br />
abrigados nas <strong>de</strong>pendênciaas<br />
da Editora Globo, em São Paulo.<br />
O pacote com o Grupo Globo<br />
inclui produção <strong>de</strong> podcasts.<br />
Por exemplo, já está disponível<br />
o Visão <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>r, sob a li<strong>de</strong>rança<br />
“Nosso<br />
projeto com a<br />
Globo eNvolve<br />
compra <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>”<br />
da âncora Anne Dias, que inaugurou<br />
a série com entrevista<br />
com a empresária Luiz Helena<br />
Trajano, do Magalu. Também<br />
tem programete na Globonews<br />
com apresentação do especialista<br />
Cauê Fabiano, além <strong>de</strong> extensões<br />
exclusivas nos portais<br />
dos jornais Valor Econômico, O<br />
Fotos: Divulgação<br />
Globo e no G1. Modé acrescenta<br />
que cada re<strong>de</strong> social terá conteúdo<br />
com sua característica <strong>de</strong><br />
linguagem e não uma simples<br />
reprodução. É o caso <strong>de</strong> Gabriel<br />
Navarro que tem mais <strong>de</strong> 1 milhão<br />
<strong>de</strong> seguidores no TikTok.<br />
Influencers, entre os quais Fernanda<br />
Mello, economista do<br />
Itaú, que está assumindo esse<br />
papel no IF. A produção audiovisual<br />
é feita pela BR Mídia.<br />
“Nosso projeto com a Globo<br />
também envolve a compra <strong>de</strong>pacote<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> para a<br />
plataforma. Para promover o IF<br />
e trazer mais audiência interessada<br />
em informação financeira<br />
relevante. Estamos investindo<br />
em um canal <strong>de</strong> mídia proprietário,<br />
mas não vamos aceitar<br />
publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terceiros. Apenas<br />
dos produtos do Itaú, principalmente<br />
por meio <strong>de</strong> links<br />
que direcionam o interessado<br />
para uma plataforma do seu interesse,<br />
como imobiliária, por<br />
exemplo”, finaliza Modé.<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 27
mArCAs<br />
Fotos: Airbus e Divulgação<br />
O avião<br />
Margarida<br />
nas Nuvens<br />
faz parte do<br />
projeto A Frota<br />
mais mágica<br />
do mundo e foi<br />
apresentado<br />
em Toulouse<br />
Co-branding entre Disney, Azul e<br />
Airbus resulta em “frota mágica”<br />
Empresas se uniram para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> quatro aviões temáticos;<br />
aeronave Margarida nas Nuvens foi a última a ser entregue, em Toulouse<br />
kelly dores<br />
– <strong>de</strong> Toulouse<br />
Geralmente, um processo<br />
<strong>de</strong> co-branding entre empresas<br />
é pontual, com o lançamento<br />
<strong>de</strong> produtos limitados<br />
ou promoções sazonais. Não<br />
é o caso da parceria que uniu<br />
o Walt Disney World Resort, a<br />
Azul e a Airbus no projeto A frota<br />
mais mágica do mundo, com<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> quatro<br />
aviões inspirados nos icônicos<br />
personagens da Disney, que<br />
vão voar os céus do Brasil, por<br />
mais <strong>de</strong> 50 <strong>de</strong>stinos nacionais,<br />
durante <strong>de</strong>z anos.<br />
O projeto começou em outubro<br />
<strong>de</strong> 2021, em comemoração<br />
aos 50 anos do Walt Disney<br />
World, com o lançamento<br />
da primeira aeronave: Mickey<br />
Mouse nas Nuvens. Posteriormente,<br />
vieram Minnie Mouse<br />
nas Nuvens, Pato Donald nas<br />
Nuvens e, agora, Margarida nas<br />
Nuvens, que foi apresentada<br />
em evento realizado no último<br />
dia 17, na fábrica da Airbus, em<br />
Toulouse, na França. Airbus é a<br />
fabricante do mo<strong>de</strong>lo A320neo.<br />
“O nosso objetivo principal<br />
com a Azul é levar a magia do<br />
Walt Disney World por todo o<br />
Brasil. Esses quatro aviões da<br />
frota mais mágica do mundo<br />
voam somente pelo Brasil em<br />
mais <strong>de</strong> 50 <strong>de</strong>stinos diferentes.<br />
E, claro que no fim do dia, a<br />
gente quer, com certeza, realizar<br />
o sonho das pessoas e levar<br />
o máximo <strong>de</strong> famílias e adultos<br />
para nos visitar no Walt Disney<br />
World Resort, em Orlando”,<br />
<strong>de</strong>stacou Cinthia Serricchio<br />
Douglas, diretora <strong>de</strong> marketing<br />
e vendas para a América Latina<br />
da Disney Destinations.<br />
Vale explicar que quando um<br />
passageiro compra um bilhete<br />
da Azul não sabe <strong>de</strong> antemão se<br />
vai voar com um dos aviões temáticos.<br />
A i<strong>de</strong>ia é que as pessoas<br />
sejam surpreendidas. “É um<br />
fator surpresa para os viajantes,<br />
pois só quando eles embarcam<br />
é que se <strong>de</strong>param com a aeronave<br />
do personagem”.<br />
Segundo a diretora <strong>de</strong> marketing<br />
e vendas da Disney, o avião<br />
da Margarida encerra o projeto,<br />
“O nOssO ObjetivO<br />
principal cOm<br />
a azul é levar a<br />
magia dO Walt<br />
disney WOrld pOr<br />
tOdO O brasil”<br />
o que não quer dizer que outras<br />
ações não serão <strong>de</strong>senvolvidas<br />
com a própria frota. “Isso agora<br />
está no nosso futuro. As aeronaves<br />
ficam pintadas por até<br />
<strong>de</strong>z anos”, explicou Cinthia.<br />
Apesar <strong>de</strong> não divulgar números<br />
sobre o retorno do projeto,<br />
a executiva afirma que é<br />
possível medir o resultado pela<br />
repercussão nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
“A frota mais mágica do mundo<br />
é muito especial. O que a gente<br />
conseguiu fazer juntos é levar<br />
a magia <strong>de</strong> Walt Disney World<br />
pelo Brasil”, disse ela.<br />
Por sua vez, a Azul Viagens<br />
informa que atualmente ven<strong>de</strong><br />
três vezes mais pacotes para<br />
Orlando do que em 2019, um<br />
reflexo do lançamento dos aviões<br />
inspirados nos personagens<br />
da Disney.<br />
“A gente sabe que a Disney é<br />
uma marca que tem uma awareness<br />
espetacular e a Azul<br />
quer cada vez mais chegar ao<br />
top of mind do Brasil. E, óbvio,<br />
que estando ao lado da Disney<br />
ajuda muito a fazer esse trabalho.<br />
A nossa i<strong>de</strong>ia é conseguir<br />
trazer, não só para a experiência<br />
do voo, mas para toda a história<br />
que a Azul conta <strong>de</strong>ntro<br />
do cenário do céu azul, que é o<br />
nosso novo posicionamento <strong>de</strong><br />
marca, a frota mais mágica do<br />
mundo como apoio para fazer o<br />
aumento <strong>de</strong> brand awareness”,<br />
revelou Renata Lorenzini, gerente<br />
<strong>de</strong> marketing da Azul.<br />
O objetivo da companhia aérea<br />
é não só aumentar a venda<br />
<strong>de</strong> passagens, mas também trazer<br />
a informação para o cliente<br />
<strong>de</strong> que a Azul não trabalha só<br />
com voo, mas consegue entregar<br />
a experiência inteira, com<br />
venda <strong>de</strong> pacotes <strong>de</strong> viagem e<br />
<strong>28</strong> <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
Cristina Yoshida e Renata Lorenzini, ambas da Azul<br />
Cinthia Douglas, diretora <strong>de</strong> marketing e vendas da Disney<br />
Agnete Oernsholt, <strong>de</strong>signer da The Walt Disney Company<br />
ingressos da Disney. “A i<strong>de</strong>ia é<br />
que as pessoas associem a Azul<br />
não só como companhia aérea,<br />
mas como uma solução completa<br />
para venda <strong>de</strong> ingressos<br />
dos parques e reservas <strong>de</strong> hotéis”,<br />
afirmou Cristina Yoshida,<br />
gerente-geral <strong>de</strong> negócios do<br />
TudoAzul e Azul Viagens.<br />
Alexandre Malfitani, CFO da<br />
Azul, lembra ainda sobre a paixão<br />
dos brasileiros pela Disney.<br />
“Nós estamos muito animados<br />
por termos sido escolhidos<br />
para participar como parcei-<br />
ros da celebração dos 50 anos<br />
do Walt Disney World Resort,<br />
que começou há um ano com<br />
o primeiro avião inspirado no<br />
Mickey, <strong>de</strong>pois Minnie, Donald<br />
e agora a Margarida se unindo<br />
à frota mais mágica do mundo.<br />
Os brasileiros amam a Disney,<br />
não somos os únicos, mas<br />
nos <strong>de</strong>stacamos nessa paixão.<br />
Nós estamos muito orgulhosos<br />
<strong>de</strong> inspirar esse sonho nas pessoas<br />
para conhecer a Disney voando<br />
com esses aviões pelo céu<br />
do Brasil”, ressaltou ele.<br />
Alexandre Malfitan, da Azul; Cinthia Douglas, da Disney; e Arturo Barreira, presi<strong>de</strong>nte da Airbus para América Latina e Caribe<br />
ProCesso CriAtivo<br />
Os <strong>de</strong>senhos dos aviões temáticos<br />
foram criados pela in-<br />
-house Disney Yellow Shoes.<br />
“O processo criativo foi maravilhoso.<br />
Nós <strong>de</strong>senhamos os<br />
quatro aviões ao mesmo tempo,<br />
ou seja, só nós sabíamos<br />
que seriam quatro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />
(risos). Desenhar os quatro<br />
aviões nos <strong>de</strong>u a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> criar um storytelling<br />
po<strong>de</strong>roso, para cada um <strong>de</strong>les.<br />
Durante o processo, nós sabíamos<br />
que o objetivo era promover<br />
o Walt Disney World<br />
Resort, <strong>de</strong>ntro das celebrações<br />
dos 50 anos, e também<br />
sabíamos que os aviões vão<br />
voar por <strong>de</strong>z anos. E como as<br />
comemorações duram 18 meses,<br />
nós tínhamos <strong>de</strong> pensar<br />
além do aniversário”, contou<br />
Agnete Oernsholt, diretora<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign na The Walt Disney<br />
Company.<br />
De acordo com Agnete, o<br />
objetivo é levar a magia e a<br />
emoção da Disney, e fazer as<br />
pessoas sorrirem e serem felizes.<br />
“Quando você proporciona<br />
emoção a elas, é um ótimo<br />
começo para as marcas. E<br />
conseguimos oferecer alguma<br />
coisa alegre e emocional com<br />
cada personagem”.<br />
Ela complementa: “O processo<br />
criativo durou cerca <strong>de</strong><br />
quatro meses e <strong>de</strong>senhamos<br />
os quatro aviões ao mesmo<br />
tempo porque precisávamos<br />
<strong>de</strong> consistência e assegurar<br />
as características dos personagens.<br />
O Mickey e a Minnie,<br />
por exemplo, têm mais roupas<br />
que o Donald e a Margarida”.<br />
A criativa <strong>de</strong>staca que essa foi<br />
a primeira vez na história que<br />
houve a chance <strong>de</strong> levar os<br />
personagens da Disney para<br />
os aviões com tantos <strong>de</strong>talhes.<br />
“Foi uma colaboração maravilhosa<br />
com a Azul e a Airbus”,<br />
finaliza Agnete.<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 29
mArcAs<br />
Giuliana Flores aposta no WhatsApp<br />
para aumentar vendas em 2023<br />
Marketplace <strong>de</strong> flores e presentes terá também ajuda <strong>de</strong> seu aplicativo<br />
para alcançar o crescimento <strong>de</strong> 20% esperado para o próximo ano<br />
Janaina Langsdorff<br />
e-commerce Giuliana Flores<br />
vivenciou todas as fa-<br />
O<br />
ses <strong>de</strong> evolução da internet no<br />
Brasil. Da conexão discada ao<br />
surgimento das re<strong>de</strong>s sociais, o<br />
negócio que emergiu da explosão<br />
da bolha digital em meados<br />
dos anos 2000 assiste hoje ao<br />
crescente interesse das pessoas<br />
por fazer compras pelos aplicativos<br />
<strong>de</strong> mensageria. “Hoje,<br />
o WhatsApp ven<strong>de</strong> mais que<br />
televendas. Traz praticida<strong>de</strong> e<br />
receita. Já temos um time específico<br />
para esse canal”, atesta<br />
Clovis Souza, CEO e fundador<br />
da Giuliana Flores.<br />
Google, Facebook, Instagram,<br />
e-mail marketing e re<strong>de</strong>s<br />
sociais integram o composto <strong>de</strong><br />
marketing da marca, que aposta<br />
ainda no seu aplicativo. No ar<br />
há quatro anos, o app tem cerca<br />
<strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> e,<br />
com o WhatsApp, sustentará<br />
a estratégia <strong>de</strong> vendas traçada<br />
para 2023.<br />
A previsão é crescer 20% ante<br />
<strong>2022</strong>. O plano abrange a operação<br />
física, hoje com duas lojas,<br />
mais <strong>de</strong> 30 quiosques próprios<br />
e 800 floriculturas parceiras<br />
em todo o Brasil, que abastecem<br />
mais <strong>de</strong> 300 marketplaces.<br />
Há cerca <strong>de</strong> três anos, a Giuliana<br />
Flores foi a primeira marca<br />
fora do setor <strong>de</strong> alimentos<br />
a entrar no iFood, com cestas<br />
contendo mix <strong>de</strong> flores, bolos<br />
e chocolates. A marca está também<br />
no Rappi.<br />
“Sempre busquei associar<br />
o negócio a marcas consolidadas,<br />
ofertando produtos acessíveis<br />
às mais variadas faixas <strong>de</strong><br />
renda”, frisa Souza. O executivo<br />
lembra que ven<strong>de</strong>r flor não<br />
é tão simples quanto parece.<br />
Além <strong>de</strong> uma logística eficiente,<br />
a empresa precisa <strong>de</strong> um<br />
marketing ágil para lidar com<br />
um produto perecível. A Giuliana<br />
Flores garante essa rapi<strong>de</strong>z<br />
por meio <strong>de</strong> uma equipe interna,<br />
que trabalha para cobrir os<br />
mais diversos canais, fazendo<br />
Operação física possui duas lojas, mais <strong>de</strong> 30 quiosques próprios e 800 floriculturas, que abastecem mais <strong>de</strong> 300 marketplaces<br />
Clóvis Souza: WhatsApp supera televendas<br />
“O primeirO<br />
semestre<br />
cOrrespOn<strong>de</strong> a<br />
mais <strong>de</strong> 60% dO<br />
faturamentO<br />
dO anO”<br />
tual <strong>de</strong> flores transforma datas<br />
comemorativas, aniversários<br />
ou um simples ato <strong>de</strong> gentileza<br />
em suas principais ocasiões <strong>de</strong><br />
consumo. No Dia da Gentileza,<br />
em 13 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, a marca<br />
distribui mudas <strong>de</strong> plantas na<br />
Feirinha do Bem Mooca, e no<br />
Dia Nacional do Doador <strong>de</strong> San-<br />
Fotos: Divulgação<br />
com que a marca seja lembrada<br />
no momento em que a pessoa<br />
<strong>de</strong>seja celebrar um momento<br />
especial.<br />
Com frases como “Acessou,<br />
comprou, chegou, sorriu”,<br />
“Pra quem quer estar perto,<br />
mesmo <strong>de</strong> longe” e “Um gesto<br />
simples, diz muito”, a loja virgue,<br />
em 25 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, doou<br />
cem rosas vermelhas à Fundação<br />
Pró-Sangue <strong>de</strong> São Paulo.<br />
“O Dia das Mães é o meu Natal”,<br />
aponta Souza. A trilha <strong>de</strong><br />
vendas começa em fevereiro,<br />
seguida pelo Dia Internacional<br />
da Mulher, Páscoa, Dia das<br />
Mães e Dia dos Namorados. No<br />
Dia Internacional da Mulher<br />
<strong>de</strong>ste ano, a marca lançou campanha<br />
com fotos <strong>de</strong> bailarinas<br />
da Companhia <strong>de</strong> Dança <strong>de</strong> São<br />
Paulo e, no Dia dos Namorados,<br />
levou um casal para passear <strong>de</strong><br />
helicóptero.<br />
“O primeiro semestre correspon<strong>de</strong><br />
a mais <strong>de</strong> 60% do faturamento<br />
do ano”, calcula Souza,<br />
que aos oito anos começou<br />
a ven<strong>de</strong>r flores nas ruas e imediações<br />
<strong>de</strong> um cemitério da<br />
Zona Leste <strong>de</strong> São Paulo. Hoje,<br />
a Giuliana Flores estima uma<br />
participação <strong>de</strong> mercado da<br />
or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 70%. A expectativa<br />
é fechar <strong>2022</strong> com cerca <strong>de</strong> um<br />
milhão <strong>de</strong> pedidos.<br />
30 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
maRcaS<br />
Rico dá nome à roda-gigante <strong>de</strong><br />
São Paulo, que inaugura no dia 9<br />
A corretora do Grupo XP Inc. é a <strong>de</strong>tentora dos naming rights da atração,<br />
que faz parte <strong>de</strong> programa do governo para revitalizar o Rio Pinheiros<br />
Rico, do Grupo XP Inc., é<br />
A a <strong>de</strong>tentora dos naming<br />
rights da roda-gigante <strong>de</strong> São<br />
Paulo, a maior da América<br />
Latina, que inaugura no próximo<br />
dia 9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. A Roda<br />
Rico está localizada em uma<br />
área <strong>de</strong> 4,5 mil metros quadrados,<br />
no Parque Cândido Portinari,<br />
ao lado do Parque Villa-<br />
-Lobos. A atração será gerida<br />
pela Interparques, empresa especializada<br />
em parques e atrações<br />
turísticas.<br />
O projeto integra o programa<br />
Novo Rio Pinheiros, conjunto<br />
<strong>de</strong> ações do governo para revitalizar<br />
a região. “Essa é uma<br />
parceria da iniciativa privada<br />
com o governo do estado <strong>de</strong> São<br />
Paulo que vai valorizar a região<br />
e investir em melhorias <strong>de</strong> um<br />
dos lugares <strong>de</strong> maior movimen-<br />
Vivo coloca Relógio Canarinho para<br />
torcer pela seleção nas ruas <strong>de</strong> SP<br />
Projeto foi criado pela Galeria através do hub Vitrine, em parceria com a<br />
JCDecaux; a produção cenográfica e tecnológica é assinada pela Bizsys<br />
Vivo levou a mascote da<br />
A seleção brasileira, o Canarinho,<br />
para torcer com os brasileiros<br />
na Copa do Mundo por<br />
meio <strong>de</strong> uma ação <strong>de</strong> mídia out<br />
of home.<br />
O projeto, batizado <strong>de</strong> Relógio<br />
Canarinho, foi criado pela<br />
Galeria por meio do hub Vitrine,<br />
em parceria com a JCDecaux. A<br />
produção cenográfica e tecnológica<br />
é assinada pela Bizsys.<br />
Localizado no cruzamento<br />
da Avenida Paulista com a Alameda<br />
Ministro Rocha Azevedo,<br />
em São Paulo (SP), a atração traz<br />
a mascote mexendo os braços<br />
para cima e para baixo, como<br />
se estivesse torcendo, e, quando<br />
acontece um gol ou o jogo<br />
termina com vitória da seleção<br />
A Roda Rico está localizada no Parque Cândido Portinari, ao lado do Parque Villa-Lobos<br />
A atração traz a mascote mexendo os braços para cima e para baixo<br />
brasileira, o movimento muda<br />
parecendo uma comemoração.<br />
“Com o Relógio Canarinho<br />
inserimos a Vivo no clima da<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
Copa em uma das vias mais<br />
movimentadas da cida<strong>de</strong>, e<br />
reforçamos a marca como patrocinadora<br />
e torcedora oficial<br />
to na cida<strong>de</strong>, estando próximo<br />
a centros empresariais e com<br />
mercado imobiliário enriquecido”,<br />
afirma Cícero Fiedler, CEO<br />
da Interparques.<br />
“A Rico é uma marca jovem,<br />
inovadora e <strong>de</strong>scomplicada que<br />
faz parte do dia a dia dos seus<br />
clientes, para além dos investimentos.<br />
Queremos alcançar um<br />
público cada vez mais amplo e<br />
diverso, por isso apostamos em<br />
um projeto tão grandioso, com<br />
potencial <strong>de</strong> se tornar um dos<br />
principais cartões-postais da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo”, diz Lisandro<br />
Lopez, CMO da XP Inc.<br />
O passeio na Roda Rico tem<br />
duração <strong>de</strong> 25 a 30 minutos.<br />
Serão 42 cabines equipadas<br />
com ar-condicionado, monitoramento<br />
por câmeras, interfones<br />
e wi-fi.<br />
da seleção brasileira. Além <strong>de</strong><br />
possibilitar iniciativas inovadoras<br />
e interativas como essa, a<br />
mídia OOH inclui a marca com<br />
relevância e entretenimento no<br />
momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento do<br />
público”, explicou Paulo Ilha,<br />
chief media officer da Galeria.<br />
O Relógio Canarinho também<br />
vai informar o público quando<br />
sair um gol do Brasil, o placar<br />
final do jogo e quando é a próxima<br />
partida da seleção.<br />
“Apostamos em mais uma<br />
ação <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> OOH para<br />
ampliar a nossa proximida<strong>de</strong><br />
com o público e fortalecer a<br />
torcida em busca do sonho do<br />
hexa”, afirmou Marina Daineze,<br />
diretora <strong>de</strong> marca e comunicação<br />
da Vivo.<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 31
na) que foi genial e chamou a atenção <strong>de</strong>le.<br />
“Em oportunida<strong>de</strong>s assim, a marca tem <strong>de</strong><br />
criar um conteúdo pontual e avulso para<br />
entrar na conversa, surfar o hype e engajar<br />
na comunida<strong>de</strong> viral”, avalia.<br />
Santos analisa também a situação do<br />
Twitter. Ele acha que uma nova li<strong>de</strong>rança<br />
implica em uma série <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong><br />
tecnologia, gestão, funcionalida<strong>de</strong>s e do<br />
objetivo daquele canal <strong>de</strong> comunicação.<br />
“Acredito que o Twitter ainda vai passar<br />
por muitas atualizações e toda mudança<br />
gera estranheza e argumentações da base.<br />
Mas estamos longe do fim do microblog.<br />
A chegada do Koo só nos faz ter certeza que<br />
a creator economy está girando e não <strong>de</strong>vemos<br />
ficar presos a uma plataforma exclusiva”,<br />
afirma.<br />
Já E<strong>de</strong>r Red<strong>de</strong>r, diretor nacional <strong>de</strong> conteúdo<br />
da Artplan e head do Artplan.influ,<br />
disse que o Koo teve sorte, porque, se não<br />
fosse o trocadilho do nome no Brasil, talvez<br />
não ganhasse a atenção que ganhou. “Apesar<br />
da oportunida<strong>de</strong>, à primeira vista, não<br />
me parece uma re<strong>de</strong> social que conquistará<br />
um público cativo. O timing coincidiu com<br />
o momento em que as pessoas procuram<br />
por um substituto para o Twitter”, <strong>de</strong>clara.<br />
Segundo ele, o que faz uma re<strong>de</strong> social<br />
conquistar e manter o público é a usabilidIgITal<br />
Indiana Koo gera memes, conquista<br />
Brasil e sugere apagão do Twitter<br />
Mercado avalia avanço surpreen<strong>de</strong>nte da re<strong>de</strong> da ave amarelinha para<br />
cima do passarinho azul; muitos acham o sucesso da re<strong>de</strong> passageiro<br />
Neusa spaulucci<br />
polêmica do suposto fim do Twitter<br />
A movimentou o mercado nas últimas<br />
semanas, após Elon Musk adquirir a re<strong>de</strong><br />
do passarinho azul, e uma série <strong>de</strong> trapalhadas<br />
têm levado os usuários a temerem<br />
o apagão da re<strong>de</strong> social. E muito espertamente<br />
a re<strong>de</strong> indiana Koo atacou e espalhou<br />
sua jovem ave amarela pelo mundo,<br />
provocando ainda mais agitação. Não só<br />
pela novida<strong>de</strong>, como também pelo engraçado<br />
– para os brasileiros – nome, gerando<br />
milhares <strong>de</strong> memes. Mas será que é apenas<br />
uma onda passageira?<br />
Para Flávio Santos, CEO e fundador da<br />
MField, todo gran<strong>de</strong> movimento nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais surge a partir <strong>de</strong> uma ação polêmica<br />
ou questionável. E o boom do Koo não<br />
foi diferente. “Após uma série <strong>de</strong> anúncios<br />
do novo dono do Twitter sobre as mudanças<br />
na plataforma, os usuários rapidamente<br />
buscaram criar um motim para evi<strong>de</strong>nciar a<br />
morte do Twitter e a procura <strong>de</strong> uma nova<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática que aten<strong>de</strong>sse às suas expectativas”,<br />
<strong>de</strong>screve.<br />
Segundo ele, o Koo já é uma re<strong>de</strong> social<br />
consolidada na Índia, mas para performar<br />
no Brasil ainda precisa <strong>de</strong> muita evolução,<br />
porque o comportamento dos usuários brasileiros<br />
nas re<strong>de</strong>s é atípico e diferente da<br />
população <strong>de</strong> todo o mundo. “O time <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>veloper da plataforma prontamente se<br />
colocou à disposição para fazer ajustes que<br />
aten<strong>de</strong>ssem ao Brasil, mas é necessário enten<strong>de</strong>r<br />
se teremos audiência e penetração,<br />
para aí, sim, traçar uma projeção <strong>de</strong> engajamento<br />
futuro”, analisa.<br />
Ele fala que enxerga o copo meio cheio<br />
quando o assunto é nome polêmico. Para<br />
ele, a re<strong>de</strong> social só se popularizou no país<br />
exatamente pelo nome aparentemente<br />
“feio”. “Foi o duplo sentido que fez a viralização<br />
<strong>de</strong> memes, o interesse das pessoas<br />
em conhecer o ‘app <strong>de</strong> nome estranho’, o<br />
engajamento orgânico dos influenciadores<br />
em fazer piadas e experimentar o novo, isso<br />
fez com que todos as timelines recebessem<br />
uma enxurrada <strong>de</strong> postagens. Com o nome<br />
na boca do povo, o resultado foi o cadastro<br />
<strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> pessoas em poucas horas”.<br />
O executivo da MField dá algumas dicas<br />
<strong>de</strong> como as marcas po<strong>de</strong>m tirar proveito <strong>de</strong><br />
tais oportunida<strong>de</strong>s. Segundo ele, na economia<br />
da influência, timing é tudo. Santos<br />
disse que viu na semana passada uma publicida<strong>de</strong><br />
com um corretor no Koo para a<br />
Espaçolaser (veja matéria na próxima pági-<br />
Re<strong>de</strong>s sociais ganham mais um concorrente, que agitou o mercado nas últimas semanas por conta do nome e memes<br />
Freepik<br />
“Foi o duplo sentido<br />
que Fez a viralização<br />
<strong>de</strong> memes, o interesse<br />
das pessoas em<br />
conhecer o ‘app<br />
<strong>de</strong> nome estranho’”<br />
da<strong>de</strong>. É alguma experiência diferenciada,<br />
oferecida pela re<strong>de</strong>. E, apesar <strong>de</strong> falarem <strong>de</strong><br />
uma possível substituição ao Twitter, não<br />
parece, para Red<strong>de</strong>r, que esta re<strong>de</strong> oferece<br />
uma experiência similar. “Acredito que seja<br />
algo passageiro, até porque já houve um<br />
problema <strong>de</strong> invasão <strong>de</strong> perfil, mostrando<br />
fragilida<strong>de</strong>. Entendo que seja mais uma<br />
brinca<strong>de</strong>ira do que uma nova tendência”.<br />
Na avaliação <strong>de</strong>le, hoje, é interessante<br />
<strong>de</strong>ixar o nome Koo. “Mais para frente,<br />
se <strong>de</strong> fato a re<strong>de</strong> pegar no Brasil, eu trocaria<br />
o nome, se fosse o CEO, porque a brinca<strong>de</strong>ira<br />
vai ser eterna e o nome será maior do<br />
que o próprio objetivo da ferramenta. Mas<br />
essa conjectura é <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um cenário positivo,<br />
se a re<strong>de</strong> social <strong>de</strong>r certo. O que eu<br />
não acredito. Porém, diante <strong>de</strong>ste boom <strong>de</strong><br />
popularida<strong>de</strong>, o Koo está certo <strong>de</strong> não me-<br />
32 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Vinicius Machado: imprevisível o futuro do Koo Henriques Rojas: “Falem bem ou mal, mas falem <strong>de</strong> mim” Natália Oliveira: Koo po<strong>de</strong> ser re<strong>de</strong> alternativa<br />
Espaçolaser brinca<br />
com trocadilho<br />
Espaçolaser não per<strong>de</strong>u tempo e realizou<br />
no fim <strong>de</strong> semana agitado pela<br />
A<br />
polêmica entre Twitter e Koo. A promoção<br />
relâmpago, #Koopom, brincou com o<br />
curioso nome e ofereceu uma quantida<strong>de</strong><br />
limitada <strong>de</strong> cupons que valiam o serviço <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>pilação na região indicada pelo trocadilho.<br />
A ação é uma criação da Jotacom e foi a<br />
primeira estratégia <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> influência<br />
diretamente no Koo e a primeira da<br />
história da nova re<strong>de</strong> social no Brasil.<br />
A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>pilação a laser presenteou<br />
os 50 primeiros clientes que entraram no<br />
site da Espaçolaser com um pacote <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
sessões no “koo”. Brinca<strong>de</strong>iras à parte,<br />
Brunno Maceno, colí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> conteúdo da<br />
Jotacom, acredita que o burburinho em<br />
torno do Koo é e não é passageiro. Para<br />
ele a re<strong>de</strong> social indiana, apesar da piada<br />
inicial dos brasileiros, está se aprimorando<br />
rápido e ouvindo o feedback dos<br />
usuários constantemente. “Em menos<br />
<strong>de</strong> quatro dias já tem tradução, feed cronológico,<br />
contas verificadas, diversos influenciadores<br />
e marcas. É o momento do<br />
hype da piada, mas acredito que ela se<br />
tornará uma re<strong>de</strong> ‘auxiliar’ com base fi<strong>de</strong>lizada,<br />
assim como o Kwai e o Helo”, fala.<br />
Segundo ele, as marcas que têm uma<br />
maior inclinação a conversar com essa audiência<br />
po<strong>de</strong>m, sim, explorar esse novo<br />
canal <strong>de</strong> forma estratégica e mais duradoura,<br />
mas crê que não serão todas que<br />
vão conseguir sucesso nessa plataforma.<br />
Ele acredita ainda que, para o crescimento<br />
no Brasil, foi essencial assumir<br />
a brinca<strong>de</strong>ira com o nome e surfar na<br />
onda. “Somos um povo que não se leva<br />
a sério – e renegar esse movimento espontâneo<br />
seria uma burrada tremenda.<br />
Acho que é por isso que os brasileiros<br />
continuam entrando na re<strong>de</strong>, criando perfis<br />
e engajando, pois o Koo, assim como<br />
nós, soube rir <strong>de</strong> si mesmo. Apesar disso,<br />
marcas mais conservadoras po<strong>de</strong>m<br />
ter dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrar lá <strong>de</strong>ntro – exatamente<br />
pelo nome da re<strong>de</strong> e pelo público<br />
mais jovem que ela vem atraindo”.<br />
Para ele, abraçar a piada é a melhor<br />
forma <strong>de</strong> aproveitar a oportunida<strong>de</strong>, com<br />
irreverência e um pouquinho <strong>de</strong> ousadia.<br />
“Temos dois cases como exemplos:<br />
com Espaçolaser, fizemos a primeira ação<br />
<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> influência focada em <strong>de</strong>pilação<br />
íntima na re<strong>de</strong> e, em apenas um<br />
dia, ganhamos 2 mil seguidores e muitos<br />
leads qualificados. Mesmo preparando<br />
toda a equipe <strong>de</strong> plantão, o call center trabalhou<br />
bastante para suprir a <strong>de</strong>manda,<br />
que, segundo o próprio cliente, foi muito<br />
acima do normal. Já Duolingo é, com certeza,<br />
o nosso maior case: em apenas cinco<br />
dias <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, o aplicativo <strong>de</strong> idiomas já<br />
tem mais <strong>de</strong> 66 mil seguidores, ultrapassando<br />
até o Facebook. Hoje, Duolingo Brasil<br />
é a marca brasileira com mais número<br />
<strong>de</strong> seguidores do Koo inteiro”, conta.<br />
Ele fala ainda que as marcas que souberem<br />
adaptar seus discursos para conversar<br />
com a audiência mais jovem e “memeira”,<br />
presente na plataforma, têm gran<strong>de</strong>s<br />
chances <strong>de</strong> encontrar sucesso nesse canal.<br />
Sobre dicas criativas para se permanecer<br />
na nova re<strong>de</strong> social ele é taxativo: “O<br />
nome da re<strong>de</strong> já é… Koo. Neste início, não<br />
é muito legal se levar muito a sério. Brincar<br />
com a comunida<strong>de</strong>, postar uma piada<br />
<strong>de</strong> duplo sentido, inserir seu produto ou<br />
marca <strong>de</strong> forma inusitada são as melhores<br />
formas <strong>de</strong> marcar presença. Criar um canal<br />
no Koo só por criar e tratar ele como<br />
uma re<strong>de</strong> social qualquer é uma i<strong>de</strong>ia absolutamente<br />
ruim, que não trará nenhum<br />
retorno real para sua marca. A melhor dica<br />
para obter sucesso é simplesmente abraçar<br />
o meme”, conclui.<br />
Ns<br />
xer no nome <strong>de</strong> imediato”, afirma.<br />
BrIncadEIra<br />
Mas, surfar na onda e aproveitar o time é<br />
outra coisa para o executivo da Artplan. “Em<br />
relação a isso, eu sempre falo que é preciso<br />
analisar a pertinência da re<strong>de</strong> social, sobre<br />
entrar nessa história. Pelo posicionamento<br />
da marca, cabe uma brinca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>sse tipo?<br />
Se for para brincar, tem <strong>de</strong> ser conforme a<br />
moda que já pegou, ou seja, o trocadilho”.<br />
Porém, conforme ele, se a marca não faz<br />
esse tipo <strong>de</strong> trocadilho, e “só porque o outro<br />
está falando eu vou arrumar algum jeito<br />
<strong>de</strong> falar”, o executivo acha que não cola.<br />
Outra coisa que ele acha importante é sobre<br />
a pertinência que, quando a brinca<strong>de</strong>ira é<br />
só pela brinca<strong>de</strong>ira – sem achar qual a conexão<br />
com o produto ou serviço –, a construção<br />
é voltada ao meme e não à marca.<br />
“O legal é brincar quando há conexão entre<br />
marca/meme e, principalmente, se faz sentindo<br />
com o público”, esclarece.<br />
Red<strong>de</strong>r acha que ainda é cedo para falar<br />
em performance criativa porque não teve<br />
volume <strong>de</strong> uso para enten<strong>de</strong>r exatamente<br />
como o Koo funciona. “A plataforma nunca<br />
é exatamente aquilo que a re<strong>de</strong> se propõe a<br />
fazer. O público sempre dá novos significados”,<br />
afirma, lembrando que o TikTok é um<br />
exemplo. “Os i<strong>de</strong>alizadores não esperavam<br />
que as pessoas usariam a plataforma para<br />
conteúdo <strong>de</strong> ensinamento, <strong>de</strong> How to Do, e<br />
ela começasse a substituir o YouTube. Creio<br />
que eles pensaram muito mais na criação<br />
<strong>de</strong> uma plataforma <strong>de</strong> entretenimento”.<br />
Segundo ele, ao analisar o cenário atual, o<br />
TikTok se transforma a cada dia e o seu público<br />
é quem dá essas novas usabilida<strong>de</strong>s.<br />
“Temos <strong>de</strong> esperar e ver se vai pegar; sentir<br />
se terá movimentos <strong>de</strong> publicação para<br />
enten<strong>de</strong>r como, <strong>de</strong> fato, po<strong>de</strong>rá ser usada<br />
<strong>de</strong>pois do hype”, comenta.<br />
Para o executivo da Artplan, o frisson<br />
causado em torno da chegada <strong>de</strong> um aplicativo<br />
novo funciona bem para marcas que<br />
costumam ser pioneiras, que têm dinheiro<br />
para fazer ação em tudo quanto é lugar.<br />
“Como foi o ClubHouse, por exemplo, em<br />
que muita gente já queria estudar a ferramenta,<br />
saber como era, abrindo perfil, preparando<br />
e, no final, não vingou. Depois dis-<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 33
dIgITal<br />
Fotos: Divulgação<br />
Toni Fernan<strong>de</strong>s: “Koo nasceu como resposta ao Twitter” Luiz Zapatero: “O Twitter não vai acabar” Vilma Morais: “O Koo po<strong>de</strong>, sim, conquistar seu espaço”<br />
so, o Twitter criou o Spaces, ofereceu uma<br />
usabilida<strong>de</strong> parecida e aquilo que parecia<br />
ser uma nova re<strong>de</strong> social, que iria tomar<br />
conta, não vingou. Neste caso, ter um pouco<br />
<strong>de</strong> cautela não é ruim”, aconselha.<br />
A situação do Twitter, para ele, é uma incógnita,<br />
porque ainda não começou a ter os<br />
impactos <strong>de</strong> mexidas <strong>de</strong> algoritmo, <strong>de</strong> aumento<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> como o conteúdo<br />
vai se comportar a partir da diminuição <strong>de</strong><br />
filtros. “O que eu acho que acontece, imediatamente,<br />
é a saída <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s anunciantes,<br />
por conta da nova administração, ou<br />
algum possível conflito, como com as montadoras<br />
<strong>de</strong> automóveis, por exemplo. O fato<br />
é que as pessoas ainda não encontraram um<br />
substituto para o Twitter, que proporcione<br />
o mesmo tipo <strong>de</strong> experiência para uma conversa<br />
rápida, real time, fluida, da forma que<br />
a re<strong>de</strong> do passarinho faz”.<br />
BrEchas<br />
Já Natália Oliveira, gerente <strong>de</strong> estratégia<br />
e criação da MAP Brasil, diz não acreditar<br />
que a onda provocada pelo Koo seja passageira,<br />
mas que possa vir a ser uma re<strong>de</strong><br />
social alternativa. “Tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da forma<br />
que ela será investida daqui para frente, saber<br />
aproveitar as oportunida<strong>de</strong>s que os brasileiros<br />
estão criando por aqui vai <strong>de</strong>terminar<br />
o seu tempo <strong>de</strong> vida no nosso dia a dia”.<br />
Segundo ela, o que eles têm provado até<br />
agora é que se aproveitaram das brechas,<br />
são uma startup jovem, com menos <strong>de</strong> três<br />
anos, porém muito próspera. “Esse clima<br />
<strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira e piadas po<strong>de</strong> criar uma atmosfera<br />
mais leve neste formato miniblog.<br />
Além disso, há um movimento ativista por<br />
parte <strong>de</strong> uma parcela dos usuários do Twitter<br />
que não compactua com novos posicionamentos<br />
e i<strong>de</strong>ais da plataforma”, diz.<br />
Sobre o nome ser uma boa estratégia ou<br />
não, ela afirma que sem dúvida a melhor estratégia<br />
para manter o nome foi perguntar<br />
aos usuários se eles gostariam da mudança<br />
e sugerir outras opções, porém o “estilo<br />
quinta série” funciona muito bem no Brasil,<br />
pois os brasileiros são “os reis dos memes e<br />
“situação do twitter é<br />
uma incógnita, porque<br />
ainda não começou a ter<br />
os impactos <strong>de</strong> mexidas <strong>de</strong><br />
algoritmo, <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>”<br />
não seria diferente com o Koo”.<br />
“Não à toa nos tornamos o segundo país<br />
que mais acessa a plataforma, contabilizando<br />
2 milhões <strong>de</strong> usuários em menos <strong>de</strong> cinco<br />
dias, e isso já está estabelecido, não tem<br />
motivos para mudar <strong>de</strong> nome”, avalia.<br />
Para Natália, é fácil se i<strong>de</strong>ntificar com os<br />
indianos, pois eles amam o Brasil e até torcem<br />
pelos brasileiros na Copa, agora muito<br />
mais. “O que os criadores do Koo estão<br />
fazendo é olhar para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda<br />
dos brasileiros, e vale como referência. O<br />
próprio user do Koo no Twitter foi modificado<br />
para KooForBrazil, ou seja, há um<br />
olhar e um cuidado para essa forte pequena<br />
comunida<strong>de</strong>. As marcas <strong>de</strong>vem ser rápidas,<br />
porém estratégicas em apresentar<br />
uma linguagem que não perca a essência<br />
e a verda<strong>de</strong> já estabelecidas em sua comunicação,<br />
sabendo que lá vão encontrar um<br />
público muito mais <strong>de</strong>scontraído e disposto<br />
a interagir”. A sugestão que ela faz para as<br />
marcas é que estar mais próximo do público<br />
exige uma linguagem nativa, é quase parte<br />
do ritual brincar com o nome da plataforma.<br />
“A dica é não per<strong>de</strong>r a sua essência e<br />
verda<strong>de</strong> enquanto marca, e abrir conversas<br />
em seus respectivos territórios”.<br />
Sobre a situação do Twitter, ela também<br />
acha que é cedo para especulações. Mas, segundo<br />
ela, o que especialistas e ex-funcionários<br />
da re<strong>de</strong> contam é que a plataforma<br />
vem per<strong>de</strong>ndo profissionais importantes<br />
e operando com equipes muito reduzidas.<br />
Isso, no longo prazo, po<strong>de</strong> apresentar falhas,<br />
fazendo com que a plataforma perca<br />
credibilida<strong>de</strong>. “Os últimos acontecimentos<br />
apontam essa instabilida<strong>de</strong>, além das <strong>de</strong>missões<br />
em massa, projeto hardcore, testes<br />
irresponsáveis e a propagação <strong>de</strong> fake<br />
news. No dia 21, os próprios usuários já<br />
anunciavam o ‘fim’ por meio da #RipTwitter<br />
como um dos assuntos mais comentados.<br />
Vinicius Machado, CEO e fundador da<br />
Sotaq Creators, lembra que essa re<strong>de</strong> social<br />
já estava presente na web há um tempo, porém<br />
ela ganhou relevância no Brasil após<br />
a queda da credibilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> questões do<br />
Twitter em relação a Elon Musk. “Por conta<br />
disso, é muito imprevisível o futuro do<br />
Koo. Deve <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r diretamente <strong>de</strong> como<br />
os lí<strong>de</strong>res do Koo vão tratar <strong>de</strong>ssa explosão<br />
<strong>de</strong> popularida<strong>de</strong>. Eles têm a oportunida<strong>de</strong><br />
na mão, teremos <strong>de</strong> observar como vão<br />
aproveitá-la”, explica. Para ele o nome Koo<br />
foi um dos combustíveis para o ‘hype’ da<br />
re<strong>de</strong> social. Ele impulsionou inicialmente<br />
e po<strong>de</strong>, sim, ajudar a mantê-lo presente no<br />
imaginário das pessoas.<br />
Machado ainda avalia que talvez não seja<br />
o momento <strong>de</strong> as marcas estarem presentes<br />
no Koo, principalmente por causa da sua<br />
instabilida<strong>de</strong>. “Porém, pensando em uma<br />
estratégia <strong>de</strong> curto prazo, po<strong>de</strong> ser a saída<br />
para aproveitar a popularida<strong>de</strong> explosiva<br />
do novo rival do Twitter”.<br />
Ele acha que a força dos conteúdos do<br />
Koo é a mesma do Twitter. “Criativida<strong>de</strong><br />
para se tornar viral. A principal dica para<br />
ganhar relevância nessa re<strong>de</strong> social seria<br />
espelhar o que faz sucesso no Twitter <strong>de</strong><br />
uma forma criativa e inovadora, também<br />
não vale copiar exatamente o que já é sucesso<br />
na re<strong>de</strong> do pássaro azul”, <strong>de</strong>clara.<br />
Luiz Zapatero, atendimento premium da<br />
Banca Digital, acha que o burburinho em<br />
torno do Koo é passageiro. “O Twitter não<br />
vai acabar, e as pessoas não vão migrar para<br />
uma nova plataforma tão rápido assim por<br />
um período duradouro. Acho que é algo<br />
como um novo ClubeHouse, com burburinho<br />
efêmero”, analisa. Para ele, o nome<br />
Koo no Brasil foi um ótimo trocadilho para<br />
os bons memes que surgiram. E, por isso,<br />
34 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Luciano Mathias: “Koo não entrega tanto assim”<br />
não vê a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma mudança,<br />
<strong>de</strong>vido ao sucesso. “Per<strong>de</strong>ria um pouco a<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>”, acredita. Segundo ele, o conteúdo<br />
inteligente e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> permanecerá<br />
sempre em evidência. “Alguns perfis já<br />
cresceram bastante na re<strong>de</strong> social <strong>de</strong>vido à<br />
expertise <strong>de</strong> criação, e isso é ótimo. Talvez<br />
seja um bom momento para os criadores <strong>de</strong><br />
conteúdo usarem a plataforma para crescer<br />
ainda mais com a Copa”.<br />
Engajados<br />
Henrique Rojas, sócio e CSO da Peppery,<br />
não tem dúvida que Koo é uma moda passageira.<br />
Não só porque os brasileiros que<br />
estão no Twitter são muito engajados na<br />
plataforma, mas também porque o Koo<br />
vem crescendo muito mais em cima dos<br />
memes do que da plataforma em si – que<br />
abriga diversos usuários <strong>de</strong> extrema-direita<br />
e está envolvida em um sério imbróglio por<br />
proteger o governo indiano. “Essas questões<br />
são, em parte, muito semelhantes às<br />
críticas feitas à ‘política <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>’ do<br />
novo Twitter.<br />
O nome para ele reflete a velha máxima:<br />
“Falem bem ou falem mal, mas falem<br />
<strong>de</strong> mim”. “O fato <strong>de</strong> o nome trazer consigo<br />
um duplo sentido que estimula a quinta série<br />
que habita <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> todos nós faz com<br />
que o awareness orgânico da plataforma<br />
seja enorme. Logo, pensando em uma marca<br />
que até outro dia era totalmente <strong>de</strong>sconhecida<br />
dos brasileiros, manter o nome faz<br />
todo o sentido”.<br />
Pensando somente no conteúdo e na<br />
forma que se consome a re<strong>de</strong> social hoje,<br />
para ele, surfar nessa onda parece uma boa<br />
estratégia, até porque nomes como Felipe<br />
Neto, Bruno Gagliasso, Claudia Leitte, Fernanda<br />
Paes Leme e mais 2 milhões <strong>de</strong> brasileiros<br />
já estão navegando na plataforma do<br />
pintinho amarelinho.<br />
Toni Fernan<strong>de</strong>s, sócio e lí<strong>de</strong>r criativo da<br />
monkey-land, encurta o assunto e vai logo<br />
ao ponto: “O Koo nasceu como uma resposta<br />
ao Twitter e às medidas adotadas pelo<br />
Elon Musk”, diz, acrescentando: “Virou<br />
Flávio Santis: “Copo meio cheio”<br />
“não é novida<strong>de</strong><br />
que uma das ações<br />
mais populares<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
brasileiras<br />
sejam os memes”<br />
assunto no próprio Twitter, Trend Topic,<br />
meme e atraiu algumas personalida<strong>de</strong>s,<br />
como Felipe Neto. Mas, apesar <strong>de</strong> todo o<br />
burburinho e trabalho do pessoal do Koo,<br />
que virou a noite para a plataforma ter a sua<br />
versão em português, o Koo parece ser o<br />
ClubHouse da vez”, comenta. O nome, para<br />
Fernan<strong>de</strong>s, é ótimo. “É uma re<strong>de</strong> social que<br />
já vem com um meme pronto. O humor e a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tirar sarro <strong>de</strong> si mesmo têm<br />
tudo a ver com o Brasil”, lembra.<br />
As marcas, para ele, <strong>de</strong>veriam correr<br />
atrás <strong>de</strong> todos os assuntos. “Fazer parte da<br />
conversa é importante, mas elas têm <strong>de</strong> fazer<br />
sentido para aquela marca. Fazer só por<br />
fazer não vai ajudar na construção <strong>de</strong> nada<br />
relevante”, fala Fernan<strong>de</strong>s sobre a ida dos<br />
anunciantes para a nova re<strong>de</strong> social.<br />
Vilma Morais, diretora-geral <strong>de</strong> mídia da<br />
R/GA, resgata a trajetória do Koo e lembra<br />
que a re<strong>de</strong> social indiana surgiu em março<br />
<strong>de</strong> 2020 e se tornou popular na Índia em<br />
2021. Cresceu à custa <strong>de</strong> turbulências geradas<br />
entre o Twitter e o governo indiano<br />
– <strong>de</strong> início o objetivo era alcançar indianos<br />
que não falavam inglês. Porém, segundo a<br />
própria plataforma, o Koo já alcançou mais<br />
<strong>de</strong> 100 países e soma mais <strong>de</strong> 50 milhões <strong>de</strong><br />
downloads. Des<strong>de</strong> o início, Koo foi alternativa<br />
para os insatisfeitos com o Twitter,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do motivo. “Por aqui,<br />
o motivo foi por conta do boato do fim do<br />
E<strong>de</strong>r Red<strong>de</strong>r: Koo teve sorte<br />
Twitter <strong>de</strong>vido às medidas pouco ortodoxas<br />
do novo proprietário, Elon Musk. E por ter<br />
funções bem semelhantes ao Twitter, como<br />
publicar textos com até 500 caracteres e<br />
po<strong>de</strong>r compartilhar fotos, ví<strong>de</strong>os e enquetes<br />
– até o símbolo é uma ave também, só<br />
que amarela –, o Koo po<strong>de</strong>, sim, conquistar<br />
o seu espaço no ringue das re<strong>de</strong>s sociais”.<br />
O nome da plataforma, para ela, já é a<br />
maior façanha da empresa entre o público<br />
brasileiro e conquistou vários usuários do<br />
passarinho azul <strong>de</strong>vido ao seu nome sugestivo.<br />
“Não é novida<strong>de</strong> que uma das ações<br />
mais populares nas re<strong>de</strong>s sociais brasileiras<br />
sejam os memes. O Koo já virou domínio<br />
público e seu alcance orgânico cresce a<br />
cada dia”, exemplifica.<br />
Luciano Mathias, CCO da Trio, também<br />
lembra do ClubHouse. Na época do lançamento,<br />
foi um hype gigantesco em cima<br />
da plataforma, hoje em dia quase ninguém<br />
mais fala sobre a re<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> alguns entusiastas<br />
ainda participarem <strong>de</strong> algumas<br />
salas. “Não sei ao certo se será passageiro,<br />
mas acredito que o Twitter seja muito forte<br />
para per<strong>de</strong>r toda a audiência, mesmo com<br />
os haters do Elon Musk <strong>de</strong>ixando a plataforma”,<br />
menciona, acrescentando: “O Koo<br />
é interessante, mas não entrega tanta coisa<br />
inovadora assim, um recurso aqui, outro<br />
ali. É mais um concorrente da mesma coisa,<br />
assim como o Kwai, que vem tentando <strong>de</strong>sbancar<br />
o TikTok, e o Instagram com o You-<br />
Tube, utilizando <strong>de</strong> ferramentas semelhantes.<br />
Se a plataforma indiana <strong>de</strong>senvolver<br />
aplicações mais inovadoras e interessantes,<br />
tem gran<strong>de</strong>s chances <strong>de</strong> se consolidar”.<br />
Para ele, as re<strong>de</strong>s sociais têm uma necessida<strong>de</strong><br />
“memética” <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolverem.<br />
“Hoje, quando temos moedas digitais e<br />
NFTs <strong>de</strong> memes, valem uma certa quantia<br />
<strong>de</strong> compra. Acredito que a estratégia fale<br />
a linguagem da internet, e o nome acabou<br />
virando motivo <strong>de</strong> piadas <strong>de</strong> forma natural.<br />
Se os memes são <strong>de</strong> bom tom e nada preconceituosos<br />
com ninguém, a estratégia<br />
me parece alinhada com os tempos atuais”,<br />
afirma Luciano.<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 35
Think wiTh influencerS<br />
CONTEÚDO DE MARCA Think wiTh GooGle<br />
Sempre perto do consumidor:<br />
estratégias omnicanal que<br />
trouxeram gran<strong>de</strong>s resultados<br />
André PAlis*<br />
Especial para o Think with Google<br />
Toda empresa, marca ou<br />
negócio procura alcançar<br />
bons resultados e atingir<br />
suas metas. A pergunta<br />
que fazemos sempre é: como?<br />
Nos últimos anos, essa tarefa<br />
ganhou mais complexida<strong>de</strong> com<br />
operações online e offline andando<br />
juntas. É preciso estar presente<br />
em toda a jornada do consumidor,<br />
gerenciamento <strong>de</strong> feeds, mídia<br />
paga e outras possibilida<strong>de</strong>s.<br />
Afinal, as pessoas não existem<br />
<strong>de</strong> forma isolada no plano online<br />
ou offline. Todos os dias, elas<br />
transitam entre os dois universos.<br />
A influência e o impacto da<br />
publicida<strong>de</strong> nas tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong>sses consumidores, muitas<br />
vezes, parecem estar além da nossa<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mensuração.<br />
Vou dar um exemplo prático. Um<br />
anúncio <strong>de</strong>ntro da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> display ou<br />
no YouTube, que impactou um usuário<br />
na segunda-feira, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o <strong>de</strong>sejo<br />
<strong>de</strong> compra quando esse mesmo usuário<br />
vê a marca ao passear pelo shopping<br />
com a família ou amigos no sábado. De<br />
maneira análoga, quando impactamos<br />
uma pessoa com uma propaganda <strong>de</strong> um<br />
cliente na televisão ou com um outdoor<br />
em uma avenida movimentada, po<strong>de</strong>mos<br />
ter como resultado uma busca pelos<br />
produtos veiculados, o que, finalmente,<br />
resulta em conversão.<br />
Ter isso em mente na hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar<br />
a nossa estratégia é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância<br />
para planejar nosso share <strong>de</strong> investimento<br />
e buscar soluções <strong>de</strong> mensuração e atribuição.<br />
Acreditamos que, para impulsionar os<br />
negócios dos nossos clientes, precisamos<br />
contar com três pilares bem estruturados:<br />
dados, tecnologia e comunicação.<br />
Na Raccoon.Monks, nossos especialistas<br />
em marketing digital e tecnologia<br />
trazem esse olhar multidisciplinar para<br />
todos os projetos, usando o Google e todas<br />
as suas funcionalida<strong>de</strong>s a favor dos<br />
nossos clientes.<br />
Todas as marcas<br />
po<strong>de</strong>m se beneficiar<br />
das estratégias <strong>de</strong><br />
commerce, tanto<br />
as que trabalham<br />
somente online,<br />
como as offline<br />
36 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
Colocamos gran<strong>de</strong> parte das nossas ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>ntro do conceito guarda-chuva<br />
<strong>de</strong> commerce — o velho <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> conectar<br />
oferta e <strong>de</strong>manda, agora encarado com a<br />
ajuda <strong>de</strong> recursos digitais. Tanto varejistas<br />
quanto outras marcas po<strong>de</strong>m se beneficiar<br />
das estratégias em commerce. Mesmo que<br />
uma indústria atue primordialmente online<br />
ou apenas no canal físico, a gestão omnichannel<br />
contribui para que se alcancem os<br />
melhores resultados.<br />
Planejamento estratégico e as agências<br />
Quando executivos e gestores estruturam<br />
um planejamento estratégico, eles <strong>de</strong>vem<br />
ter em mente os seguintes questionamentos:<br />
“Quais caminhos <strong>de</strong>vo seguir para garantir<br />
crescimento?” e “Como <strong>de</strong>vo me posicionar<br />
no mercado para alcançar a meta X?”.<br />
O olhar para cada setor vem <strong>de</strong>pois, buscando<br />
tangibilizar a visão macro inicial.<br />
Isso também vale para as nossas estratégias<br />
publicitárias. Elas nascem <strong>de</strong> um propósito<br />
maior, da missão <strong>de</strong> tornar realida<strong>de</strong> as ambições<br />
da marca como um todo.<br />
É preciso trabalhar em um ciclo constante<br />
<strong>de</strong> teste e aprendizado, apoiado em<br />
dados, tecnologia e comunicação, para que<br />
possamos seguir a jornada do usuário. Por<br />
on<strong>de</strong> ele escolhe seguir? Em que momento ele<br />
se separa do ecossistema construído, para a<br />
marca, <strong>de</strong>ntro das mídias?<br />
Precisamos enten<strong>de</strong>r como <strong>de</strong>vemos nos<br />
comunicar com o consumidor para que ele<br />
siga na jornada <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong>sejada. Garantir<br />
presença em múltiplos canais, com<br />
comunicação criativa, é fundamental para<br />
atrair potenciais clientes.<br />
Um tipo <strong>de</strong> campanha para cada objetivo<br />
Exemplo disso foi a parceria <strong>de</strong>senvolvida<br />
com a MRV. Maior construtora do Brasil<br />
no segmento <strong>de</strong> imóveis resi<strong>de</strong>nciais,<br />
a MRV tinha o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> elevar o uso dos<br />
canais digitais na geração <strong>de</strong> negócios para<br />
toda a empresa e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> otimizar os investimentos<br />
e ampliar os resultados do site,<br />
seu principal canal <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> leads.<br />
Para atingir esse objetivo, usamos came<br />
GDN, foi possível gerar um aumento <strong>de</strong><br />
173%, com custo por ação (CPA) 60% menor.<br />
Já no YouTube, em oito meses, as visualizações<br />
cresceram 326% 1 .<br />
Foi um trabalho diário ao lado do time da<br />
MRV para equilibrar questões como volume<br />
e qualificação <strong>de</strong> leads. Também colocamos<br />
na balança as necessida<strong>de</strong>s e características<br />
específicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas regiões do<br />
país, que variavam. Até chegarmos a uma<br />
estrutura eficiente, testamos e nos aprofundamos<br />
<strong>de</strong>ntro e fora das plataformas<br />
operadas, seguindo o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />
da empresa.<br />
Em tempos <strong>de</strong> ondas,<br />
remando e nadando<br />
Com a Leroy Merlin, o objetivo final era<br />
aumentar as visitas às lojas físicas. A empresa<br />
tinha também o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> manter<br />
seu crescimento, mesmo com os inventários<br />
mais caros <strong>de</strong>vido à concorrência, e<br />
<strong>de</strong>scobrir uma forma <strong>de</strong> alinhar a performance<br />
do digital com o offline.<br />
Diante das diferentes ondas da Covid, o<br />
número <strong>de</strong> acessos nos canais digitais oscilou.<br />
Por isso, foi estruturada uma campanha<br />
<strong>de</strong> mídia paga para tornar o site atraente<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong>ssa flutuação.<br />
O foco nas campanhas inteligentes <strong>de</strong><br />
Shopping e a solução <strong>de</strong> anúncios <strong>de</strong> inventário<br />
local nos permitiu alavancar as vendas<br />
no digital nos períodos <strong>de</strong> aumento das restrições<br />
e, ao mesmo tempo, exibir os produtos<br />
disponíveis nas lojas físicas, criando<br />
visibilida<strong>de</strong> para os momentos <strong>de</strong> abertura.<br />
Em um ano <strong>de</strong> trabalho, conseguimos reduzir<br />
os CPAs em 26% e aumentar o fluxo em<br />
lojas físicas em 36% 2 .<br />
Atraindo a nova geração<br />
Para fechar, trago mais um exemplo <strong>de</strong><br />
parceria, <strong>de</strong>sta vez com a Natura. Os principais<br />
<strong>de</strong>safios da empresa eram crescer em<br />
um cenário <strong>de</strong> alta concorrência e diminuir<br />
os custos por lead, além <strong>de</strong> captar, digitalmente,<br />
mais consultores. A Natura também<br />
tinha como alvo atrair a nova geração.<br />
Reestruturamos as campanhas a partir<br />
<strong>de</strong> uma análise do perfil do usuário mais<br />
qualificado para a empresa, encontrando<br />
seus principais interesses e comportamentos<br />
<strong>de</strong> mercado. Com todas as informações<br />
em mãos, trabalhamos com targets<br />
mais jovens e com a diversificação da<br />
mensagem, tendo o cuidado <strong>de</strong> sempre<br />
trazer no grupo <strong>de</strong> anúncios a segmentação<br />
<strong>de</strong> pelo menos um criativo que remetesse<br />
a esse interesse específico.<br />
Esses públicos atuaram como um excelente<br />
gerador <strong>de</strong> tráfego qualificado, o que<br />
permitiu o crescimento das campanhas <strong>de</strong><br />
Display segmentadas para remarketing.<br />
Com uma estratégia <strong>de</strong> campanhas Display<br />
e Discovery, atingiu-se um crescimento<br />
<strong>de</strong> 163% no volume <strong>de</strong> cadastros <strong>de</strong> novos<br />
consultores e uma diminuição <strong>de</strong> 51% no<br />
custo por ação (CPA) das campanhas, comprovando<br />
o Google Ads como investimento<br />
competitivo essencial para a estratégia 3 .<br />
Transformação constante<br />
Esses três cases confirmam que existe<br />
um número diverso <strong>de</strong> ações e estratégias<br />
disponíveis no mercado para integrar<br />
as vendas on e offline. A mentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
testar e apren<strong>de</strong>r nunca foi tão necessária.<br />
Para adotar uma abordagem certeira,<br />
é preciso estar atento — e aberto — a um<br />
mercado em constante transformação. E,<br />
frente a esse <strong>de</strong>safio, encontrar parceiros<br />
arrojados para enten<strong>de</strong>r, acompanhar e<br />
encarar essas mudanças.<br />
* CEO Raccoon.Monks<br />
Fontes<br />
1 - Google Analytics, MRV, <strong>2022</strong>.<br />
2 - Google Analytics, Leroy Merlin, <strong>2022</strong>.<br />
3 - Google Analytics, Natura, <strong>2022</strong>.<br />
panhas <strong>de</strong> Pesquisa, YouTube Ads e Google<br />
Display (GDN) buscando expandir a presença<br />
do cliente no mercado digital. Somando<br />
todas as conversões geradas em Search<br />
Tenha acesso a mais dados<br />
e insights como esses<br />
no Think with Google<br />
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jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 37
<strong>de</strong>Sign<br />
Superunion cria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual do<br />
Amaparque, apresentado na COP27<br />
A concepção da marca partiu da observação da fauna e seus padrões gráficos por ângulos que perpassem as águas<br />
Divulgação<br />
A consultoria <strong>de</strong><br />
branding do WPP<br />
foi contratada pelo<br />
governo do Amapá<br />
Amaparque vai ter uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual<br />
própria criada pela Superunion<br />
O<br />
Brasil, consultoria <strong>de</strong> marca do Grupo WPP.<br />
Lançado na 27ª Conferência do clima da<br />
Organização das Nações Unidas (COP27),<br />
o projeto coloca o Amapá em evidência no<br />
circuito mundial <strong>de</strong> turismo sustentável.<br />
O convite para a Superunion <strong>de</strong>senvolver<br />
a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a comunicação do<br />
projeto ocorreu por meio <strong>de</strong> parceria com<br />
a Phytorestore Brasil e a empresa foi contratada<br />
pelo governo do estado do Amapá<br />
para ser responsável pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />
dos estudos e projetos que embasam o<br />
Amaparque.<br />
“A marca fez muito sucesso na COP27<br />
com a comunida<strong>de</strong> internacional. Estamos<br />
muito orgulhosos”, afirmou Lilian Hengleng,<br />
diretora-comercial da Phytorestore<br />
do Brasil, que esteve presente no evento<br />
realizado no Egito.<br />
Segundo Marcelo Bicudo, CEO da Superunion<br />
Brasil, o projeto Amaparque é uma<br />
prova <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>sign, aplicado em diferentes<br />
escalas, cria um todo <strong>de</strong> sentido.<br />
“O Amaparque é um projeto que abraça a<br />
comunida<strong>de</strong> local, mas a insere ao mesmo<br />
tempo em uma lógica global por meio do<br />
respeito à natureza e ao ecoturismo. É emocionante<br />
ver como o <strong>de</strong>sign po<strong>de</strong> modificar<br />
realida<strong>de</strong>s, criando um mundo melhor e<br />
mais otimista”, explicou o CEO.<br />
Heitor Piffer, diretor <strong>de</strong> criação da Superunion,<br />
explicou que a concepção da marca<br />
partiu da observação da fauna e seus padrões<br />
gráficos por ângulos que perpassem<br />
as águas. Os elementos po<strong>de</strong>m ser utilizados<br />
como padronagem, supergráficos e<br />
máscaras. “Um buriti olhado <strong>de</strong> baixo para<br />
cima se mostra grandioso e expansivo, com<br />
suas folhas pontiagudas. Uma ninfeia, é<br />
cheia <strong>de</strong> veios e raízes que só po<strong>de</strong>m ser<br />
vistos sob as águas. Á água é um universo<br />
<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s e transformação do povo<br />
do Amapá”, afirmou Piffer.<br />
A expectativa é que os 660 mil habitantes<br />
que povoam a região sejam beneficiados<br />
pelo complexo ecológico e turístico, que<br />
prevê a criação <strong>de</strong> parques lineares e áreas<br />
<strong>de</strong> proteção. “O projeto vai trazer bem-<br />
-estar às comunida<strong>de</strong>s, gerar oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> emprego, criar renda, melhorar a saú<strong>de</strong>,<br />
a segurança e atrair turismo para a região”,<br />
complementou Lilian Hengleng.<br />
38 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
mídia<br />
Globo lança campanha que aborda o<br />
afeto no mês da Consciência Negra<br />
Eu sou porque nós somos mostra eventos e programas dos diferentes<br />
canais da emissora e retrata a importância <strong>de</strong> referências na infância<br />
Fotos: Divulgação<br />
Campanha <strong>de</strong>senvolvida pelo núcleo <strong>de</strong> entretenimento e <strong>de</strong> marca e comunicação da Globo tem narração <strong>de</strong> nomes como Paulo Vieira e Aline Midlej<br />
Em celebração ao mês que o<br />
marca o Dia da Consciência<br />
Negra, a Globo lançou uma<br />
campanha para <strong>de</strong>stacar o po<strong>de</strong>r<br />
do afeto, intitulada Eu sou<br />
porque nós somos.<br />
A campanha foi pensada e<br />
<strong>de</strong>senvolvida pelo núcleo <strong>de</strong><br />
entretenimento e <strong>de</strong> marca e<br />
comunicação da emissora.<br />
O filme mostra eventos e<br />
programas dos diferentes canais<br />
da Globo, passando por<br />
jornalismo, esporte, arte, dramaturgia<br />
e shows, e conta com<br />
narração <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s<br />
como Paulo Vieira, Aline Midlej,<br />
Stephanie Ribeiro, João<br />
Luiz Pedrosa, Kenya Sa<strong>de</strong>, Larissa<br />
Luz, Ryancarlos <strong>de</strong> Oliveira,<br />
Jennifer Nascimento,<br />
Karine Alves, Paulo Lins, Samuel<br />
Minervino, Luiz Teixeira,<br />
Lilian Ribeiro, Manoel Soares,<br />
Taís Araujo e Maju Coutinho.<br />
Resgatando a máxima da<br />
filosofia Ubuntu, a campanha<br />
retrata a importância das<br />
referências positivas <strong>de</strong> pessoas<br />
negras na infância como<br />
forma <strong>de</strong> potencializar o seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento. Representativida<strong>de</strong><br />
que po<strong>de</strong> partir da<br />
relação familiar, da vizinhança<br />
e até da mídia. O filme mostra<br />
como a presença negra é a<br />
concretização dos sonhos <strong>de</strong><br />
seus ancestrais e, agora, sua<br />
voz ecoa cada vez mais alto, na<br />
frente ou atrás das telas, permeando<br />
e pautando diálogos<br />
importantes.<br />
O trabalho simboliza, também,<br />
o curso que a companhia<br />
vem trilhando na valorização<br />
da diversida<strong>de</strong> e inclusão, que<br />
se consolidou com a divulgação<br />
<strong>de</strong> seus compromissos<br />
ESG, assumidos neste ano. Faz<br />
parte <strong>de</strong>ssa trajetória a organização<br />
<strong>de</strong> eventos proprietários<br />
como o Negritu<strong>de</strong>s 22, que reuniu<br />
mais <strong>de</strong> 200 pessoas em<br />
São Paulo em junho <strong>de</strong>ste ano<br />
para <strong>de</strong>bater o conteúdo audiovisual<br />
que po<strong>de</strong> e quer valorizar<br />
as negritu<strong>de</strong>s. E como<br />
forma <strong>de</strong> ocupar diferentes<br />
espaços e fomentar discussões<br />
relevantes, a empresa marca<br />
presença em eventos importantes<br />
como o Rec’n’Play <strong>2022</strong>,<br />
em Recife, o Festival Feira Pre-<br />
ta <strong>2022</strong>, em São Paulo, e o Festival<br />
Afropunk, em Salvador.<br />
Também como parte <strong>de</strong>sse<br />
processo, em 2021, a empresa<br />
lançou uma estratégia corporativa<br />
<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e dos grupos<br />
<strong>de</strong> afinida<strong>de</strong>, que já teve<br />
como resultado a contratação<br />
<strong>de</strong> 35% <strong>de</strong> mulheres e 23% <strong>de</strong><br />
negros e negras para cargos <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rança. O movimento faz<br />
parte <strong>de</strong> um plano estratégico<br />
da Globo, que vem ampliando<br />
os seus esforços em diversida<strong>de</strong>,<br />
integrado à jornada ESG da<br />
empresa.<br />
O filme Eu sou porque nós<br />
somos será veiculado em todo<br />
ecossistema Globo, que envolve<br />
TV aberta, nos canais por<br />
assinatura e nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 39
MÍDIA<br />
Publicida<strong>de</strong> com ví<strong>de</strong>o soma 63%<br />
dos investimentos, aponta Kantar<br />
Televisão, plataformas <strong>de</strong> streaming, re<strong>de</strong>s sociais e cinema são as<br />
opções mais usuais das marcas para interagir com consumidores<br />
pAULO mACEDO<br />
Estudo global da Kantar,<br />
Tendências & Previsões <strong>de</strong><br />
Mídia 2023 traz insights para<br />
agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marcas<br />
diante <strong>de</strong> um cenário que<br />
contempla elevação <strong>de</strong> preços<br />
<strong>de</strong> produtos e serviços e, concomitantemente,<br />
condições metereológicas<br />
extremadas, como<br />
observa Chris Jansen, CEO do<br />
instituto. Porém, há motivos<br />
para se manter o otimismo. Ou<br />
seja, “a chance para um mundo<br />
mais seguro, mais ver<strong>de</strong> e mais<br />
estável alimentado por novas<br />
tecnologias, dados e maior conectivida<strong>de</strong>.<br />
Agora, enquanto<br />
as empresas se adaptam a essa<br />
nova realida<strong>de</strong>, buscando alcançar,<br />
engajar e reter o público<br />
a partir <strong>de</strong> investimentos na<br />
mídia, é crucial que elas realmente<br />
entendam as pessoas: a<br />
maneira como pensam e sentem,<br />
e como se comportam e se<br />
adaptam”, pon<strong>de</strong>ra Jansen.<br />
No Brasil, a pesquisa da Kantar<br />
traz como principal tendência<br />
o protagonismo da comunicação<br />
<strong>de</strong> marketing por meio <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>os: televisão, plataformas<br />
<strong>de</strong> VOD (Vi<strong>de</strong>o On Demand),<br />
mídias sociais e cinema. 98%<br />
das pessoas foram expostas a<br />
conteúdos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o nos seus<br />
lares em <strong>2022</strong>, dos quais 79%<br />
em TV linear. 63% <strong>de</strong> todos os<br />
gastos com publicida<strong>de</strong> no país<br />
em 2021 utilizaram formatos<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, consolidando as telas<br />
como extremamente importantes<br />
para a comunicação das<br />
marcas.<br />
“Vislumbramos muitas oportunida<strong>de</strong>s<br />
para marcas, indústria<br />
<strong>de</strong> mídia e produtores <strong>de</strong><br />
conteúdo em 2023. O propósito<br />
do relatório Media Trends<br />
& Predictions 2023 é fomentar<br />
o mercado, abordando as tendências<br />
que <strong>de</strong>vem pautar os<br />
<strong>de</strong>safios ao longo do próximo<br />
ano. Para citar algumas, falamos<br />
sobre o futuro da experiência<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o<br />
impacto dos aumentos globais<br />
40 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark<br />
“DemanDa por<br />
publiciDaDe na<br />
TV conTinua alTa,<br />
mas, com uma<br />
oferTa resTriTa<br />
De esToques”<br />
ca migratória das audiências e<br />
dos inventários disponibilizados<br />
significa que os agentes<br />
precisam olhar para além da<br />
propaganda para compreen<strong>de</strong>r<br />
o futuro da tecnologia focada<br />
em mídia.<br />
“Com os espectadores <strong>de</strong><br />
transmissões lineares migran-<br />
Fotos: D ivulgação/Kantar Ibope Media- Media Trends &Predictions<br />
<strong>de</strong> inflação, a importância crescente<br />
do uso <strong>de</strong> dados para a tomada<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> novas tecnologias,<br />
além das questões relacionadas<br />
à sustentabilida<strong>de</strong>. Esperamos<br />
que os insights contidos no estudo<br />
inspirem e apoiem nossos<br />
clientes no negócio cada vez<br />
mais dinâmico <strong>de</strong> mídia e comunicação”,<br />
<strong>de</strong>clara a executiva<br />
Melissa Vogel, CEO Brasil da<br />
Kantar Ibope Media.<br />
A análise traz visão abrangente<br />
sobre a TV conectada<br />
(CVT). Na expressão <strong>de</strong> Andrew<br />
Feigenson, CEO <strong>de</strong> advertising<br />
intelligence da Kantar & Numerator,<br />
consi<strong>de</strong>rar a logístido<br />
para o consumo sob <strong>de</strong>manda<br />
em gran<strong>de</strong> volume, o CTV<br />
parece cada vez mais atraente,<br />
particularmente porque há<br />
uma sensação <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong><br />
– é muito parecido com o status<br />
quo, mas melhorado. Agora,<br />
seguindo os passos <strong>de</strong> plataformas<br />
como a HBO Max, que<br />
lançou seu plano apoiada por<br />
anúncios em junho <strong>de</strong> 2021, o<br />
mercado terá em breve abordagens<br />
similares da Netflix e<br />
da Disney+. Acho que isto será<br />
enorme, e a indústria tem todos<br />
os motivos para estar animada.<br />
Em primeiro lugar, expan<strong>de</strong><br />
o inventário em um mercado<br />
que clama por mais oferta, com
o VOD apoiado por anúncios<br />
fornecendo uma base para telespectadores<br />
<strong>de</strong> TV linear que<br />
ou não querem pagar tanto por<br />
assinaturas, ou simplesmente<br />
querem começar a assistir<br />
online os programas <strong>de</strong> suas<br />
emissoras favoritas. Em segundo<br />
lugar, a tecnologia em si<br />
oferece a chance <strong>de</strong> criar oportunida<strong>de</strong>s<br />
mais interessantes<br />
sobre um formato bem <strong>de</strong>finido,<br />
contextualmente fácil<br />
<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r, combinando o<br />
impacto da publicida<strong>de</strong> linear<br />
com as ferramentas aprimoradas<br />
<strong>de</strong> direcionamento da<br />
publicida<strong>de</strong> online”, esclarece<br />
Andrew Feigenson.<br />
A TV conectada permite a<br />
medição sem prece<strong>de</strong>ntes para<br />
que os anunciantes usem a tecnologia<br />
para estabelecer conversas<br />
sob medida com targets<br />
e ser mais eficaz nos pontos<br />
<strong>de</strong> contato. Feigeson prossegue:<br />
“CTV é uma oportunida<strong>de</strong><br />
tecnológica para melhorar<br />
a experiência publicitária para<br />
todos – o público, profissionais<br />
<strong>de</strong> marketing e media owners<br />
– e <strong>de</strong>vemos estar unidos em<br />
nossos esforços, trabalhando<br />
para este objetivo. Também<br />
será importante trabalhar em<br />
conjunto para garantir fluxos<br />
<strong>de</strong> trabalho sem atritos, dada<br />
a complexida<strong>de</strong> do mercado e<br />
as diferentes plataformas e dispositivos<br />
que o compõem. 2023<br />
<strong>de</strong>ve, portanto, ser um ano para<br />
experimentar, testar e apren<strong>de</strong>r.<br />
E quanto mais cedo todas<br />
as partes envolvidas o fizerem,<br />
mais cedo po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>sfrutar<br />
das capacida<strong>de</strong>s únicas e extensas<br />
do CTV”.<br />
FERRAMENTAS<br />
Nas palavras <strong>de</strong> Chris Jansen,<br />
CEO da Kantar, o projeto<br />
Tendências e Previsões <strong>de</strong> Mídia<br />
2023 propicia “uma sensação<br />
tangível <strong>de</strong> otimismo e clareza<br />
à medida que <strong>de</strong>senvolve estratégias<br />
comerciais para um novo<br />
mundo”. Porém, fatores macroeconômicos<br />
exercem influência<br />
nas mudanças do consumidor<br />
em relação à publicida<strong>de</strong>.<br />
“A crise econômica está ajudando<br />
a estabelecer condições<br />
para mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios financiados<br />
pela publicida<strong>de</strong>, e<br />
os consumidores estão cada vez<br />
mais animados com a i<strong>de</strong>ia se<br />
ela lhes poupar dinheiro. A <strong>de</strong>manda<br />
por publicida<strong>de</strong> na TV<br />
continua alta, mas, com oferta<br />
restrita <strong>de</strong> estoques, os preços<br />
estão aumentando – in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> fatores macroeconômicos.<br />
Uma consequência<br />
tem sido uma mudança nas<br />
estratégias <strong>de</strong> planejamento<br />
“a míDia e o<br />
markeTing não<br />
escaparam<br />
Dos impacTos<br />
inflacionários”<br />
da mídia. Este ano, houve uma<br />
maior incorporação <strong>de</strong> players<br />
<strong>de</strong> VOD e ví<strong>de</strong>o online, particularmente<br />
para alcançar <strong>de</strong>mografias<br />
mais jovens. Antes da<br />
introdução <strong>de</strong> pacotes apoiados<br />
por anúncios, o fim <strong>de</strong> <strong>2022</strong><br />
também testemunhou a a<strong>de</strong>são<br />
da Netflix à Barb (Broadcasters’<br />
Audience Research Board), no<br />
Reino Unido; um claro sinal <strong>de</strong><br />
que as agências logo terão novas<br />
opções em seus planos <strong>de</strong><br />
mídia”, pon<strong>de</strong>ra a Kantar, que<br />
ratifica que o consumidor não<br />
se importa <strong>de</strong> ver anúncios nas<br />
plataformas <strong>de</strong> VOD “se isso<br />
tornar o serviço mais barato”.<br />
ROI é palavra-chave com a<br />
precisão cada vez maior dos<br />
dados. É o que a Kantar chama<br />
<strong>de</strong> planejamento holístico. “As<br />
agências <strong>de</strong> mídia precisarão<br />
se adaptar num cenário em que<br />
anunciantes buscam valorizar<br />
os seus investimentos em<br />
marketing, com crescentes custos<br />
inflacionados e audiências<br />
que se divi<strong>de</strong>m entre dispositivos<br />
e plataformas. Isto provavelmente<br />
significará mais<br />
investimento em skills digitais,<br />
com ênfase em tecnologia, dados,<br />
experiência analítica e matemática,<br />
e, potencialmente,<br />
reestruturação <strong>de</strong> equipes para<br />
adotar a abordagem holística<br />
necessária ao planejamento <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>o que combine transmissão<br />
linear e ví<strong>de</strong>o online. Também<br />
será necessário <strong>de</strong>scartar<br />
rivalida<strong>de</strong>s entre equipes digitais<br />
e audiovisuais e um fim<br />
do planejamento <strong>de</strong> canais em<br />
silos”, afirma.<br />
A exigência do retorno sobre<br />
recursos investidos em mídia<br />
faz sentido. Mas a Kantar adverte<br />
que a inflação interfere<br />
nas <strong>de</strong>cisões do consumidor e<br />
da mídia. “Enquanto os aumentos<br />
<strong>de</strong> preços globais impactam<br />
os gastos dos consumidores e<br />
os custos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, dados<br />
e insights po<strong>de</strong>m otimizar<br />
o planejamento <strong>de</strong> campanhas<br />
e fazer com que os orçamentos<br />
cheguem mais longe. De acordo<br />
com dados do Target Group<br />
In<strong>de</strong>x da Kantar, em maio <strong>de</strong><br />
<strong>2022</strong>, um terço dos adultos na<br />
Grã-Bretanha – on<strong>de</strong> a inflação<br />
chegou a dois dígitos – disse<br />
que estava tendo dificulda<strong>de</strong>s<br />
para lidar com sua renda atual.<br />
Este foi um aumento <strong>de</strong> 50%<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do ano – recor<strong>de</strong><br />
histórico <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os dados<br />
foram coletados pela primeira<br />
vez, em 2006”.<br />
Segundo o estudo da Kantar,<br />
“As contas <strong>de</strong> energia em particular<br />
têm sido uma verda<strong>de</strong>ira<br />
fonte <strong>de</strong> preocupação: 41% afirmam<br />
que se tornaram insustentáveis,<br />
com as pessoas mais<br />
jovens se sentindo especialmente<br />
sobrecarregadas. Custos<br />
crescentes também atingiram<br />
os preços dos conteúdos por assinatura.<br />
A Amazon, por exemplo,<br />
aumentou o preço <strong>de</strong> seu<br />
serviço Prime Vi<strong>de</strong>o em todo o<br />
mundo em setembro, citando<br />
como justificativa o ‘aumento<br />
da inflação e dos custos opera-<br />
cionais’, <strong>de</strong> acordo com um relatório<br />
da Reuters.15”.<br />
A pan<strong>de</strong>mia foi sintomática<br />
para a conjuntura econômica<br />
global. Mas a geopolítica e suas<br />
convulsões contribuem para a<br />
escassez alimentar e elevação<br />
<strong>de</strong> preços. “Após a invasão russa<br />
na Ucrânia, os preços globais<br />
<strong>de</strong> energia e dos alimentos também<br />
subiram acentuadamente.<br />
A partir daí, a inflação se espalhou<br />
para outros setores, particularmente<br />
em países on<strong>de</strong><br />
a <strong>de</strong>manda é suficientemente<br />
forte para que as empresas possam<br />
repassar custos mais altos.<br />
A mídia e o marketing não escaparam<br />
dos impactos inflacionários,<br />
e há três resultados claros:<br />
redução no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra do<br />
consumidor; aumento nos custos<br />
dos conteúdos por assinatura;<br />
e aumento dos custos <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> em certos canais”,<br />
consi<strong>de</strong>ra a Kantar.<br />
Com dados da Warc Global<br />
Ad Trends, o quadro sobre a<br />
majoração do custo <strong>de</strong> veiculação<br />
nas TVs lineares chegou<br />
a 31%. A Kantar também usa<br />
informação da Fe<strong>de</strong>ração Mundial<br />
<strong>de</strong> Anunciantes (WFA),<br />
que prevê uma inflação média<br />
<strong>de</strong> 10% para Advanced TV – incluindo<br />
streaming <strong>de</strong> TV en<strong>de</strong>reçável,<br />
conectada e VOD – nos<br />
Estados Unidos, o maior mercado<br />
<strong>de</strong> mídia, em <strong>2022</strong>. “Em<br />
comparação, a inflação para<br />
os canais <strong>de</strong> Advanced TV em<br />
2020 foi <strong>de</strong> 3%. A WFA também<br />
relata uma alta inflação para o<br />
social vi<strong>de</strong>o. Os CPMs <strong>de</strong> paid<br />
social também subiram acentuadamente<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da<br />
pan<strong>de</strong>mia, 33% entre o quarto<br />
trimestre 2019 e 2021, <strong>de</strong> acordo<br />
com dados da plataforma<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 41
MÍDIA<br />
<strong>de</strong> marketing Skai, com expectativas<br />
<strong>de</strong> que eles permanecerão<br />
elevados a médio prazo. O<br />
alto custo da TV linear vem em<br />
meio a uma <strong>de</strong>manda crescente,<br />
com novas marcas, muitas<br />
vezes nascidas online, tentando<br />
o meio pela primeira vez.<br />
Com o público se fragmentando<br />
simultaneamente entre as telas<br />
e as plataformas, os preços foram<br />
impulsionados”.<br />
CONSUMO<br />
As mudanças no comportamento<br />
<strong>de</strong> compras apontam<br />
que 54% dos ouvidos passaram<br />
a adotar o comércio local na<br />
hora <strong>de</strong> fazer compras; 45% dos<br />
adultos passaram a fazer compras<br />
todos os dias nos supermercados;<br />
e 10% é o percentual<br />
do público adulto em busca <strong>de</strong><br />
promoções <strong>de</strong> comida e bebida.<br />
Segundo a Kantar, mo<strong>de</strong>los híbridos<br />
impulsionam o formato<br />
product placement.<br />
“Existe uma tendência <strong>de</strong><br />
aumento da atração <strong>de</strong> consumidores<br />
financeiramente<br />
conscientes através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />
mais baratos financiados por<br />
publicida<strong>de</strong> – mas, corre-se o<br />
risco <strong>de</strong> se criar um cenário <strong>de</strong><br />
mídia <strong>de</strong> dois níveis, no qual<br />
aqueles que po<strong>de</strong>m pagar para<br />
evitar a publicida<strong>de</strong> o fazem,<br />
<strong>de</strong>ixando, por outro lado, um<br />
público que é fortemente inclinado<br />
à publicida<strong>de</strong> sendo<br />
alienado pelo excesso <strong>de</strong> frequência<br />
<strong>de</strong> anúncios. Isto provavelmente<br />
levará a uma melhor<br />
integração <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
e conteúdo a partir <strong>de</strong> patrocínio,<br />
product placement e bran<strong>de</strong>d<br />
content, que po<strong>de</strong> alcançar<br />
todos os públicos. De fato, product<br />
placement – já esperado<br />
crescer exponencialmente por<br />
conta da internet e por tecnologias<br />
<strong>de</strong> product placement<br />
dinâmico – é uma área <strong>de</strong> alto<br />
crescimento, com a Amazon<br />
integrando produtos virtuais<br />
em shows como Bosch, Jack<br />
Ryan e Reacher. Assim como<br />
a publicida<strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçável, diferentes<br />
audiências po<strong>de</strong>riam,<br />
em teoria, ter diferentes marcas<br />
impulsionadas pelos dados disponíveis<br />
no momento. Ao contrário<br />
da publicida<strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçável,<br />
os product placements não<br />
po<strong>de</strong>m ser ignorados ou silenciados”,<br />
recomenda a Kantar.<br />
O cenário econômico preocupa,<br />
mas “marcas smart investirão”.<br />
A pon<strong>de</strong>ração da Kantar<br />
indica que 2023 terá novos <strong>de</strong>-<br />
“ao conTrário<br />
Da publiciDaDe<br />
enDereçáVel,<br />
os proDucT<br />
placemenTs<br />
não poDem ser<br />
ignoraDos”<br />
tivos – incluindo lucro, share<br />
e penetração – e quatro vezes<br />
e meio o crescimento anual da<br />
participação do que as que não<br />
o fazem. De fato, uma crise <strong>de</strong><br />
custo <strong>de</strong> vida requer que as<br />
empresas <strong>de</strong>monstrem valor, e<br />
isso, naturalmente, requer gastos<br />
<strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> direcionamento<br />
do público”.<br />
Segundo Louise Ainsworth,<br />
a crise <strong>de</strong> custos é uma oportunida<strong>de</strong>.<br />
“A crise do custo <strong>de</strong><br />
vida é um bom momento para<br />
que os anunciantes alcancem<br />
novos públicos. Por exemplo,<br />
sabemos pelos dados do TGI<br />
que o repertório <strong>de</strong> marcas para<br />
safios. “O relatório BrandZ <strong>de</strong><br />
<strong>2022</strong> confirma que as empresas<br />
que investem em suas marcas<br />
performam acima da média do<br />
mercado, e que o investimento<br />
em marketing continua sendo a<br />
forma mais po<strong>de</strong>rosa <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa<br />
em tempos <strong>de</strong> crise econômica.<br />
Marcas fortes simplesmente<br />
retêm mais valor econômico<br />
durante tempos difíceis, e se<br />
recuperam mais rapidamente<br />
quando as condições <strong>de</strong> mercado<br />
melhoram. Este foi o caso<br />
durante a crise global <strong>de</strong> 2008<br />
e, como mostra o relatório <strong>de</strong>ste<br />
ano, também é verda<strong>de</strong> hoje<br />
em dia em praticamente todas<br />
as categorias”, coloca o Tendências<br />
& Previsões <strong>de</strong> Mídia.<br />
O estudo avança sobre o<br />
comportamento <strong>de</strong> marcas<br />
inteligentes. Louise Ainsworth,<br />
CEO <strong>de</strong> mídia da Kantar na<br />
Europa, Oriente Médio e África,<br />
argumenta que esse perfil<br />
<strong>de</strong> anunciante vai crescer.<br />
“As marcas que o fazem têm<br />
<strong>de</strong>monstrado repetidamente<br />
registrar cinco vezes mais resultados<br />
comerciais significaitens<br />
alimentícios está aumentando,<br />
com os compradores se<br />
tornando mais sensíveis e táticos<br />
em suas compras. Marcas<br />
po<strong>de</strong>m capitalizar em momentos<br />
como esses. As marcas po<strong>de</strong>m<br />
até mesmo <strong>de</strong>sejar encontrar<br />
novos públicos através <strong>de</strong><br />
canais emergentes, particularmente<br />
se outros meios <strong>de</strong> alta<br />
<strong>de</strong>manda se tornarem caros”.<br />
“Os games, por exemplo,<br />
certamente valem a pena serem<br />
explorados – eles estão se<br />
abrindo aos anunciantes <strong>de</strong><br />
novas maneiras, além do fato<br />
<strong>de</strong> que em períodos econômicos<br />
difíceis as pessoas ten<strong>de</strong>m<br />
a passar mais tempo com entretenimento<br />
em casa à medida<br />
que renunciam às noites <strong>de</strong><br />
folga mais caras. Sejam quais<br />
forem os caminhos tomados<br />
pelas marcas, é crucial que elas<br />
permaneçam focadas no longo<br />
prazo, investindo agora para a<br />
eventual retomada, e utilizando<br />
dados e insights para embasar<br />
<strong>de</strong>cisões informadas e econômicas<br />
sobre suas estratégias<br />
e investimentos. O futuro po<strong>de</strong><br />
42 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
parecer incerto, mas nossos<br />
planos não têm que operar às<br />
cegas”, encerra Louise.<br />
FIRST PARTY DATA<br />
O adiamento do fim dos<br />
cookies pelo Google para 2024,<br />
seguindo os passos do Safari,<br />
da Apple e do Firefox há cerca<br />
<strong>de</strong> uma década, <strong>de</strong> acordo<br />
com a Kantar, “é uma parte da<br />
Privacy Sandbox da plataforma,<br />
que vem experimentando<br />
formas <strong>de</strong> segmentar e medir<br />
anúncios no Chrome sem usar<br />
informações <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />
pessoal”. Como será o mundo<br />
mercadológico sem cookies? 1)<br />
80% dos anunciantes querem<br />
as próprias segmentações internas<br />
para permitir o planejamento<br />
e a ativação <strong>de</strong> mídia; 2)<br />
54% acreditam que a integração<br />
<strong>de</strong> outras fontes <strong>de</strong> dados com<br />
a segmentação do público se<br />
tornará ainda mais importante;<br />
3) 78% <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empresas<br />
planejam fortalecer as plataformas<br />
<strong>de</strong> dados que utilizam<br />
para compreen<strong>de</strong>r e segmentar<br />
os consumidores; 4) 64% dos<br />
anunciantes acham que a qualida<strong>de</strong><br />
dos dados se tornará mais<br />
importante nos próximos anos.<br />
No radar da Kantar também<br />
está a <strong>de</strong>sconexão dos anunciantes<br />
com as preferências dos<br />
consumidores em <strong>2022</strong>. “Os<br />
estereótipos baseados apenas<br />
na ida<strong>de</strong> são frequentemente<br />
tão fortes em nosso imaginário<br />
que po<strong>de</strong>mos ser lentos a<br />
perceber as mudanças indicadas<br />
pelos dados – explicando<br />
por que tantos profissionais<br />
<strong>de</strong> marketing enten<strong>de</strong>m erroneamente<br />
os perfis etários dos<br />
consumidores <strong>de</strong> diferentes<br />
plataformas <strong>de</strong> mídia online,<br />
levando a mensagens <strong>de</strong> campanhas<br />
potencialmente mal direcionadas”.<br />
Quais são as atitu<strong>de</strong>s dos<br />
anunciantes em relação aos dados?,<br />
pergunta a Kantar. 82%<br />
querem ter mais controle sobre<br />
“o consenTimenTo<br />
será rei na<br />
Definição De<br />
TargeTs”<br />
seus gastos com mídia, com<br />
48% concordando fortemente<br />
com isso; 81% dos anunciantes<br />
estão procurando ativamente<br />
usar seus dados proprietários<br />
junto com pesquisas primárias;<br />
63% dos anunciantes acham<br />
difícil gerar insights sobre a<br />
ativida<strong>de</strong> da mídia dos concorrentes.<br />
A conclusão é da Kantar<br />
– Relatório Data Strategies for<br />
Brand Growth.<br />
Nessa configuração <strong>de</strong> proteção<br />
<strong>de</strong> dados com leis já em vigor<br />
(LGPD), “o consentimento<br />
será rei na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> targets”.<br />
Aliás, tornou-se comum pedir<br />
autorização para uso <strong>de</strong> dados.<br />
“Em um mundo <strong>de</strong> maior soberania<br />
<strong>de</strong> dados e legislação<br />
mais rigorosa, consentida, os<br />
painéis <strong>de</strong> medição baseados<br />
em pessoas serão ainda mais<br />
críticos para os media owners,<br />
agências e anunciantes enten<strong>de</strong>rem<br />
como os telespectadores<br />
se comportam em plataformas<br />
e dispositivos para consumir<br />
conteúdo e publicida<strong>de</strong>. Os painéis<br />
consentidos consolidarão<br />
seu papel como fonte fundamental<br />
para completar o quebra-cabeças<br />
<strong>de</strong> medição, juntamente<br />
com os dados dos media<br />
owners ou das plataformas, e os<br />
dados primários dos anunciantes<br />
sobre seus consumidores”.<br />
A Kantar exorta que uma<br />
saída para as marcas é o movimento<br />
em direção a sistemas<br />
<strong>de</strong> direcionamento baseados<br />
em proxy e publicida<strong>de</strong> contextual.<br />
“O direcionamento <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> ecossistemas fechados,<br />
nos quais os dados primários<br />
consentidos estão disponíveis,<br />
ainda será possível, mas<br />
o direcionamento transversal<br />
mais amplo atingiu a barreira<br />
da privacida<strong>de</strong> do consumidor.<br />
Haverá uma melhoria contínua<br />
nos próximos anos, mas o ecossistema<br />
hiperdirecionado que<br />
a internet uma vez prometeu<br />
parece cada vez mais inviável.<br />
Isto tem profundas implicações<br />
para a publicida<strong>de</strong> adressable:<br />
as suposições iniciais sobre a<br />
granularida<strong>de</strong> da segmentação<br />
fora dos ecossistemas fechados<br />
têm <strong>de</strong> ser reavaliadas. A longo<br />
prazo, os marqueteiros <strong>de</strong>vem<br />
antecipar um movimento em<br />
direção a sistemas <strong>de</strong> segmentação<br />
baseados em proxy e publicida<strong>de</strong><br />
contextual. Com o<br />
mercado contextual projetado<br />
para valer US$ 376 bilhões até<br />
2027, e com a ampla aprovação<br />
da ad execs, acompanhada <strong>de</strong><br />
saltos tecnológicos, é seguro<br />
prever que o direcionamento<br />
contextual se tornará uma<br />
estratégia <strong>de</strong> direcionamento<br />
dominante a médio e longo<br />
prazo”, diz o estudo <strong>de</strong> tendências<br />
<strong>de</strong> mídia da Kantar, que vê<br />
falha em adiar a formatação do<br />
first party data.<br />
“O Google po<strong>de</strong> ter dado<br />
mais tempo para o mercado se<br />
preparar, mas esse tempo não<br />
<strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sperdiçado. Não<br />
importa qual alternativa ao rastreamento<br />
<strong>de</strong> dados terciários<br />
que o setor adote – sejam clean<br />
rooms, Google Topics, publicida<strong>de</strong><br />
contextual ou ID unificado<br />
2.0 –, as empresas <strong>de</strong>vem<br />
garantir que suas estratégias <strong>de</strong><br />
dados primários sejam priorizadas<br />
juntamente com dados<br />
<strong>de</strong> painéis totalmente consentidos.<br />
E, sem uma única solução<br />
<strong>de</strong>finida para substituir os<br />
cookies, a eficácia das novas<br />
técnicas e tecnologias <strong>de</strong>ve ser<br />
urgentemente avaliada”, finaliza<br />
a Kantar.<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 43
mídia<br />
Revista Rolling Stone investe em<br />
esporte e música e consolida marca<br />
A realização da 11ª edição do Rolling Stone Music & Run, por exemplo,<br />
se transformou em uma importante plataforma para o veículo no Brasil<br />
NeuSa Spaulucci<br />
revista Rolling Stone Brasil<br />
realizou no último dia<br />
A<br />
19 mais uma edição do seu tradicional<br />
Rolling Stone Music &<br />
Run, em São Paulo. O evento<br />
mistura a caminhada ou a força<br />
da corrida ao espírito do rock’n<br />
roll. Depois, os participantes<br />
são contemplados com música<br />
e open bar <strong>de</strong> cerveja. Neste<br />
ano as apresentações foram<br />
das bandas Ira! e Blitz. A banda<br />
Warriors também se apresentou<br />
com os clássicos do rock.<br />
Marcio Maffei Diegues, diretor-comercial<br />
da Rolling Stone,<br />
fala que a realização da 11ª<br />
edição do Rolling Stone Music &<br />
Run consolida o evento como<br />
uma plataforma importante e<br />
inovadora para a marca no Brasil.<br />
“Ao unir o esporte à música,<br />
ela promove a integração <strong>de</strong><br />
dois pilares da marca em uma<br />
experiência sem prece<strong>de</strong>ntes.<br />
A Rolling Stone, por analisar<br />
tendências, sempre uniu áreas,<br />
acreditando na confluência do<br />
comportamento”, comenta.<br />
Diegues lembra que a Rolling<br />
Stone Brasil, direcionada aos<br />
aficionados por cultura pop<br />
com recorte <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> que vai <strong>de</strong><br />
18 a 59 anos, entra em seu 16º<br />
ano no país <strong>de</strong> que em <strong>2022</strong>,<br />
além do Rolling Stone Music &<br />
Run, a marca focou no encontro<br />
com seu público a partir <strong>de</strong><br />
experiências acústicas. Segundo<br />
ele, foi quando teve início<br />
a parceria com o Blue Note SP<br />
para uma série <strong>de</strong> shows mensais<br />
dos projetos Rolling Stone<br />
Sessions e Rolling Stone Novas<br />
Vozes. “Esses pocket shows<br />
contaram com nomes como<br />
Jão, Carol Biazin, Paulo Netto,<br />
Di Ferrero, Zeeba e Filipe Catto<br />
e atraíram um público <strong>de</strong> 300<br />
pessoas por set no coração da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, a Avenida<br />
Paulista, em um edifício histórico,<br />
o Conjunto Nacional”,<br />
relata, acrescentando: “A próxima<br />
etapa do projeto é expandir<br />
o conceito para outras cida<strong>de</strong>s,<br />
Largada do Rolling Stone Music & Run, em São Paulo; evento mistura a caminhada ou a força da corrida ao espírito do rock’n roll<br />
Rolling Stone se firma como expert em cultura pop<br />
como o Rio <strong>de</strong> Janeiro, sempre<br />
primando pela proximida<strong>de</strong> do<br />
artista e audiência em espetáculos<br />
únicos”.<br />
O diretor-comercial da revista<br />
<strong>de</strong>clara que o Rolling Stone<br />
Music & Run tornou-se parte<br />
do calendário da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />
Paulo e um asset importante<br />
“A próximA<br />
etApA do projeto<br />
é expAndir o<br />
conceito pArA<br />
outrAs cidA<strong>de</strong>s”<br />
Fotos: Divulgação<br />
para a marca conectar-se com<br />
seu público. Ele revela ainda<br />
que este ano tiveram cerca <strong>de</strong><br />
10 mil participantes.<br />
O executivo diz ainda que a<br />
marca também retomou seus<br />
especiais impressos (Rolling<br />
Stone 15 anos – retrospectiva <strong>de</strong><br />
reportagens icônicas <strong>de</strong> capa;<br />
Especial 40 anos do Rock – mapeamento<br />
do verão <strong>de</strong> 1982 no<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro; e Especial Black<br />
Princess – curadoria em parceria<br />
<strong>de</strong> marcas que trouxe novos<br />
nomes da música contemporânea).<br />
A i<strong>de</strong>ia, segundo o<br />
diretor-comercial, é incentivar<br />
o surgimento <strong>de</strong> novos artistas.<br />
E criou para isso a Novas Vozes<br />
– lista <strong>de</strong> apostas com nomes<br />
que estão renovando gêneros<br />
musicais e repensando o mercado<br />
<strong>de</strong> música. “Firmando-se<br />
como expert em cultura pop,<br />
a marca lançou também séries<br />
<strong>de</strong> podcast no formato ‘música<br />
e papo’, em parceria editorial<br />
com o Spotify”, revela.<br />
44 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Fotos: Divulgação<br />
Rita Carreira, Bruna Lombardi e Marina Ruy Barbosa emprestam beleza para a campanha <strong>de</strong> Natal da marca L’Occitane en Provence, criação da agência Integer\OutPromo<br />
ENCANTO<br />
Desenvolvida pela Integer\OutPromo, inclusive o filme, a ação<br />
#OEncantodaProvence conta com a presença <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> peso:<br />
Marina Ruy Barbosa, Rita Carreira e Bruna Lombardi, da L’Occitane<br />
en Provence, marca francesa que gosta <strong>de</strong> trabalhar com ingredientes<br />
naturais nas suas fórmulas. A comunicação, já disponível<br />
nos canais do anunciante e com inserções em TV paga, <strong>de</strong>svenda o<br />
encanto que há por <strong>de</strong>ntro do presente, da caixa especial, da textura,<br />
do abraço e das melhores memórias. A campanha contempla<br />
filme, mídia digital e re<strong>de</strong>s sociais.<br />
FLORESTA<br />
Sabrina Duarte, da produtora Magma, foi convidada para dirigir<br />
um documentário. Objetivo foi acompanhar os projetos <strong>de</strong>senvolvidos<br />
na região pela ONG, com a participação especial da população<br />
local do ecossistema amazônico. Foram quatro dias <strong>de</strong><br />
filmagem que mostram a produção artesanal <strong>de</strong> sabonetes das<br />
mulheres da associação Amuralha. “Gostaria que as pessoas conhecessem<br />
o trabalho que a ONG <strong>de</strong>senvolve, <strong>de</strong> abraçar causas<br />
tão importantes e fundamentais do Brasil”, diz a diretora.<br />
Rodinei, do Flamengo, está em ação <strong>de</strong>senvolvida pela AlmapBBDO para Habib’s<br />
Cenas com Bruna Linzmeyer foram captadas na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bela Cintra<br />
CASEIRA<br />
Em alta com a torcida rubro-negra, o lateral Rodinei foi convocado<br />
para ser a estrela da campanha do Habib’s para acompanhar<br />
os jogos da Copa do Mundo direto <strong>de</strong> casa, claro com o<br />
cardápio da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-food à mesa. Ele esteve relacionado na<br />
pré-lista <strong>de</strong> Tite. Se foi rejeitado pelo técnico, a acolhida da torcida<br />
melhora o astral do jogador, que na foto acima está companhado<br />
<strong>de</strong> Daniel Bontempo, diretor do filme Kors House; Daniel<br />
Oksenberg, diretor <strong>de</strong> criação (AlmapBBDO); Eduardo Kodjaoglanian,<br />
comunicação e branding (Habib’s); e Filipe Leonardos,<br />
head <strong>de</strong> comunicação e branding (Habib’s).<br />
jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 45
última página<br />
Julius Drost/Unsplash<br />
pensamento mágico<br />
flavio waiteman<br />
pensamento mágico é um fenômeno<br />
O antropológico, que envolve psicologia,<br />
ciência cognitiva e comunicação. Em tese,<br />
uma massa <strong>de</strong> pessoas po<strong>de</strong> acreditar profundamente<br />
em algo irreal, inverossímil, absurdo<br />
e realizar ações que saem do escopo do bom<br />
senso e do naturalmente aceitável. Isso sempre<br />
existiu, ganhou muita força com as re<strong>de</strong>s<br />
sociais. Na Ida<strong>de</strong> Média queimavam pessoas<br />
pressupondo que eram bruxas. Nos anos<br />
1970, 900 pessoas cometeram o suicídio li<strong>de</strong>rados<br />
por Jim Jones.<br />
Exemplos não faltam. Mas<br />
os casos atuais são mais preocupantes<br />
e complexos, pois<br />
as consequências do pensamento<br />
mágico têm envolvido<br />
não só o grupo <strong>de</strong> pessoas diretamente<br />
envolvido, mas toda<br />
a coletivida<strong>de</strong>. O mundo. E o<br />
que é mais preocupante, tudo<br />
isso tem a ver com dados <strong>de</strong><br />
audiência, tecnologia, likes, shares e verbas<br />
publicitárias.<br />
Note o caso do americano Alex Jones. Ele<br />
foi con<strong>de</strong>nado, no dia 10 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> agora,<br />
a pagar US$ 473 milhões às famílias <strong>de</strong> oito vítimas<br />
do massacre da escola primária <strong>de</strong> Sandy<br />
Hook, em Connecticut. No massacre morreram<br />
20 crianças e oito adultos. Mas quem<br />
puxou o gatilho do rifle e das duas pistolas<br />
não foi o cidadão exemplar Alex Jones.<br />
“Criar, espalhar e<br />
promover teorias<br />
Conspiratórias<br />
produz o<br />
pensamento<br />
mágiCo”<br />
Alex é um radialista e youtuber <strong>de</strong> 48 anos,<br />
ligado à extrema direita americana, que tem<br />
alegado falsamente, <strong>de</strong> lá para cá, que o massacre<br />
foi encenado pelo governo <strong>de</strong> Obama, e<br />
pelos familiares das vítimas. Essa teoria conspiratória<br />
mobilizou milhões <strong>de</strong> americanos<br />
que acreditaram nessa história durante anos.<br />
Mas por que Alex inventaria essa história? Por<br />
que mentir com algo tão improvável, cruel e<br />
absurdo? E por que continuar a espalhar mentiras,<br />
mesmo <strong>de</strong>pois do protesto das famílias<br />
que receberam ameaças <strong>de</strong> morte por essa<br />
hipótese completamente falsa? A resposta<br />
para a atitu<strong>de</strong> do Alex é exatamente a resposta<br />
para a extrema-direita que assalta o mundo<br />
hoje. Monetização. Interesse econômico.<br />
Vantagens comerciais que po<strong>de</strong>m advir <strong>de</strong> um<br />
cenário assim.<br />
Des<strong>de</strong> 2012, com a audiência vinda <strong>de</strong>ssa<br />
mentira, Alex faturou 240 milhões <strong>de</strong> dólares.<br />
É menos do que a pena que a Justiça americana<br />
lhe <strong>de</strong>u. Mas famílias, vidas e reputações<br />
foram <strong>de</strong>struídas por Alex, impiedosamente.<br />
Ganhos políticos vieram <strong>de</strong>ssas mentiras.<br />
Criar, espalhar e promover teorias conspiratórias<br />
produz o pensamento mágico.<br />
E o pensamento mágico<br />
hoje produz lucro. Muito lucro.<br />
Afinal, é sedutor você mudar a<br />
realida<strong>de</strong> a qualquer momento.<br />
É mágico.<br />
E a maior parte <strong>de</strong>sse lucro<br />
vem <strong>de</strong> anúncios <strong>de</strong> produtos<br />
legais, <strong>de</strong> empresas honestas e<br />
necessárias que têm a sua verba publicitária<br />
ligada a qualquer conteúdo que dê audiência.<br />
O responsável por essa perversida<strong>de</strong> seria o<br />
algoritmo <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, que não proíbem conteúdos<br />
mentirosos em nome da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão.<br />
Como as que Alex divulgava.<br />
Perguntas precisam ser feitas por quem<br />
atua com publicida<strong>de</strong>: a Justiça não po<strong>de</strong>ria<br />
ser mais rápida? Qualquer coisa é liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
expressão? E se o Alex não pu<strong>de</strong>r pagar a multa,<br />
as re<strong>de</strong>s que lucraram também, e muito<br />
mais do que ele, vão pagar a sua parte? O que<br />
é liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão? Quando vir multidões<br />
abraçando quartéis, batendo continência<br />
para pneu, paralisando rodovias e pedindo<br />
<strong>de</strong>sesperadamente para que a realida<strong>de</strong> se altere<br />
para a sua visão particular, saiba que tem<br />
alguém por trás disso, criando pensamentos<br />
mágicos para as massas, ganhando muito,<br />
muito dinheiro e apostando que o coelho só<br />
vai sair da cartola muitos anos <strong>de</strong>pois.<br />
Flavio Waiteman é CCO-foun<strong>de</strong>r da Tech and Soul<br />
flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />
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