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edição de 28 de novembro de 2022

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NeOOh ReVelA<br />

cRescimeNTO<br />

Em <strong>2022</strong>, a Neooh<br />

avançou 110% sobre<br />

2021. Para 2023, o objetivo<br />

é crescer 70%<br />

contra este ano, conta<br />

o CEO Leonardo<br />

Chebly. pág. 22<br />

cOpA DO mUNDO é TesTe pARA mARcAs<br />

Valores <strong>de</strong>fendidos por patrocinadores são<br />

confrontados diante da cultura do Catar. Restrição<br />

à cerveja é uma das polêmicas. pág. 24<br />

KOO ViVe BOOm cOm<br />

cRise DO TwiTTeR<br />

Profissionais divergem<br />

sobre êxito da re<strong>de</strong> indiana.<br />

Uns acham que<br />

é passageiro e outros,<br />

como Natália Oliveira,<br />

da MAP Brasil, que<br />

veio para ficar. pág. 32<br />

propmark.com.br ANO 58 - Nº 2922 - <strong>28</strong> <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>2022</strong> R$ 15,00<br />

Freepik<br />

Uso <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> com ví<strong>de</strong>o<br />

se mantém em alta<br />

Relatório global da Kantar, Tendências & Previsões <strong>de</strong> Mídia 2023 aborda o futuro da experiência<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o impacto da inflação, a importância crescente do uso <strong>de</strong> dados para a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias. No Brasil, a pesquisa mostra o protagonismo da<br />

comunicação por meio <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os, em televisão, plataformas <strong>de</strong> VOD, mídias sociais e cinema. 98% das<br />

pessoas foram expostas a conteúdos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o nos seus lares em <strong>2022</strong>, dos quais 79% em TV linear. pág. 40


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

tendências <strong>de</strong> mídia<br />

Não que seja uma novida<strong>de</strong>, mas esta é a hora e a vez dos ví<strong>de</strong>os.<br />

Conforme <strong>de</strong>monstram diversas pesquisas no mercado, a tendência<br />

<strong>de</strong> alta no consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os continua firme e forte, e não<br />

só entre os mais jovens. Não à toa, testemunhamos fenômenos como<br />

o TikTok, re<strong>de</strong> social <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os curtos que não para <strong>de</strong> crescer.<br />

E como a publicida<strong>de</strong> acompanha o consumidor em toda a sua jornada,<br />

não é <strong>de</strong> se admirar que a propaganda com ví<strong>de</strong>o concentra<br />

os investimentos e continua como a gran<strong>de</strong> tendência <strong>de</strong> mídia.<br />

O estudo global da Kantar Tendências & Previsões <strong>de</strong> Mídia 2023<br />

aborda o futuro da experiência <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o impacto<br />

dos aumentos globais <strong>de</strong> inflação, a importância crescente do uso<br />

<strong>de</strong> dados para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas<br />

tecnologias, além das questões relacionadas à sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

No Brasil, a pesquisa mostra o protagonismo da comunicação <strong>de</strong><br />

marketing por meio <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os, em televisão, plataformas <strong>de</strong> VOD<br />

(Vi<strong>de</strong>o On Demand), mídias sociais e cinema. 98% das pessoas<br />

foram expostas a conteúdos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o nos seus lares em <strong>2022</strong>, dos<br />

quais 79% em TV linear. 63% <strong>de</strong> todos os gastos com publicida<strong>de</strong><br />

no país utilizaram formatos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, consolidando as telas como<br />

extremamente importantes para a comunicação das marcas.<br />

“Vislumbramos muitas oportunida<strong>de</strong>s para marcas, indústria <strong>de</strong> mídia<br />

e produtores <strong>de</strong> conteúdo em 2023. O propósito do relatório Media<br />

Trends & Predictions 2023 é fomentar o mercado, abordando as tendências<br />

que <strong>de</strong>vem pautar os <strong>de</strong>safios ao longo do próximo ano. Esperamos<br />

que os insights contidos no estudo inspirem e apoiem nossos<br />

clientes no negócio cada vez mais dinâmico <strong>de</strong> mídia e comunicação”,<br />

<strong>de</strong>clara a executiva Melissa Vogel, CEO Brasil da Kantar Ibope Media.<br />

O estudo também traz visão abrangente sobre a TV conectada<br />

(CVT). Para Andrew Feigenson, CEO <strong>de</strong> advertising intelligence da<br />

Kantar & Numerator, consi<strong>de</strong>rar a logística migratória das audiências<br />

e dos inventários disponibilizados significa que os agentes precisam<br />

olhar para além da propaganda para compreen<strong>de</strong>r o futuro<br />

da tecnologia focada em mídia.<br />

“Com os espectadores <strong>de</strong> transmissões lineares migrando para<br />

o consumo sob <strong>de</strong>manda em gran<strong>de</strong> volume, o CTV parece cada<br />

vez mais atraente, particularmente porque há uma sensação <strong>de</strong><br />

continuida<strong>de</strong> – é muito parecido com o status quo, mas melhorado.<br />

Agora, seguindo os passos <strong>de</strong> plataformas como a HBO Max,<br />

que lançou seu plano apoiada por anúncios, o mercado terá em<br />

breve abordagens similares da Netflix e da Disney+. Acho que<br />

isto será enorme, e a indústria tem todos os motivos para estar<br />

animada”, disse ele.<br />

***<br />

Koo<br />

Um dos <strong>de</strong>staques <strong>de</strong>sta edição é a reportagem sobre a re<strong>de</strong> indiana<br />

Koo. A polêmica do suposto fim do Twitter movimentou o mercado<br />

nas últimas semanas, após Elon Musk adquirir a re<strong>de</strong> do passarinho<br />

azul, e uma série <strong>de</strong> trapalhadas tem levado os usuários a temerem<br />

o apagão da re<strong>de</strong> social. E, muito espertamente, a Koo atacou<br />

e espalhou sua jovem ave amarela pelo mundo, provocando ainda<br />

mais agitação. Não só pela novida<strong>de</strong>, como também pelo engraçado<br />

– para os brasileiros – nome, gerando milhares <strong>de</strong> memes.<br />

Publicitários ouvidos pelo PROPMARK opinam se essa é uma onda<br />

passageira ou se veio para ficar. Natália Oliveira, gerente <strong>de</strong> estratégia<br />

e criação da MAP Brasil, diz acreditar que a Koo possa vir a ser<br />

uma re<strong>de</strong> social alternativa. “Tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da forma que ela será<br />

investida daqui para frente, saber aproveitar as oportunida<strong>de</strong>s que<br />

os brasileiros estão criando por aqui vai <strong>de</strong>terminar o seu tempo <strong>de</strong><br />

vida no nosso dia a dia”.<br />

as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />

1ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

Veja os finalistas do<br />

ampro Globes awards<br />

A Ampro divulgou o shorlist do Ampro Globes Awards – ao<br />

todo, foram 131 cases finalistas <strong>de</strong> 29 agências, como BFerraz,<br />

Integer\Outpromo e Atenas Comunicação, entre outros.<br />

rZk assume publicida<strong>de</strong> em<br />

terminais <strong>de</strong> região sul <strong>de</strong> sp<br />

A RZK Digital assumiu a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>z terminais em<br />

São Paulo. Neste projeto, serão instaladas 200 telas em <strong>de</strong>z<br />

terminais, como o da Água Espraiada, Ban<strong>de</strong>ira, Capelinha etc.<br />

luciana Haguiara é<br />

promovida na Media.Monks<br />

Luciana Haguiara passou a respon<strong>de</strong>r também pela criação <strong>de</strong><br />

outros países da América Latina na Media.Monks. Com isso,<br />

a agora diretora-executiva <strong>de</strong> criação Brasil e América Latina<br />

supervisionará as equipes do México, Colômbia e Argentina.<br />

4ª<br />

Uma das apostas do iFood para a Copa do Mundo foi o território<br />

digital, on<strong>de</strong> a marca está fazendo ativações. A mais importante<br />

<strong>de</strong>las, talvez, seja o patrocínio das transmissões <strong>de</strong> Casimiro.<br />

5ª<br />

o que levou o iFood a apostar<br />

no digital para a copa do Mundo<br />

após polêmica com venda <strong>de</strong> cerveja,<br />

budweiser dará estoque ao campeão<br />

A Budweiser presenteará o campeão da Copa do Mundo<br />

com o estoque <strong>de</strong> cerveja que era <strong>de</strong>stinado ao evento,<br />

que teve a venda proibida nos estádios do Catar.<br />

4 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Índice<br />

Publicida<strong>de</strong> com<br />

ví<strong>de</strong>o domina<br />

cenário da mídia<br />

O estudo global da Kantar<br />

Tendências & Previsões <strong>de</strong> Mídia<br />

2023 traz insights para agências<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marcas diante<br />

do cenário <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> preços.<br />

cAPA<br />

40<br />

Freepik<br />

mARcAS<br />

itaú amplia escopo do<br />

inteligência Financeira<br />

O Grupo Globo assumiu a produção do título<br />

do banco. Lançado há cerca <strong>de</strong> um ano, o site<br />

registrou 1,2 milhão <strong>de</strong> visitantes únicos<br />

no último mês <strong>de</strong> outubro, revela o CEO da<br />

operação, o executivo Leandro Modé. pág. 27<br />

Fotos: Airbus e Divulgação<br />

mARcAS<br />

mÍdiA<br />

Rolling Stone mistura<br />

corrida e música<br />

A revista Rolling Stone Brasil realizou mais<br />

uma edição do seu tradicional Rolling Stone<br />

Music & Run. O evento mistura a força da<br />

corrida ao espírito do rock’n roll. Houve<br />

apresentação das bandas Ira! e Blitz. pág. 44<br />

mÍdiA<br />

Globo aborda o mês<br />

da consciência negra<br />

Intitulada Eu sou porque nós somos, a<br />

campanha <strong>de</strong>senvolvida pelo núcleo <strong>de</strong><br />

entretenimento e <strong>de</strong> marca e comunicação<br />

da emissora <strong>de</strong>staca o po<strong>de</strong>r do afeto<br />

e retrata a importância <strong>de</strong> referências<br />

positivas <strong>de</strong> negros na infância. pág. 39<br />

co-branding une<br />

disney, Azul e Airbus<br />

Lançamento global da aeronave Margarida<br />

nas Nuvens, apresentada em Toulouse, na<br />

fábrica da Airbus, encerra o projeto A frota<br />

mais mágica do mundo, que conta com<br />

quatro aviões inspirados nos personagens<br />

da Disney que vão voar os ceús do Brasil<br />

durante <strong>de</strong>z anos, pela Azul. pág. <strong>28</strong><br />

editorial ................................................................4<br />

conexões ...............................................................8<br />

curtas ....................................................................9<br />

Quem Fez ............................................................10<br />

Agências .............................................................11<br />

inspiração ..........................................................14<br />

We Love mKT ......................................................16<br />

eSG no mKT .........................................................18<br />

Opinião ................................................................20<br />

entrevista ...........................................................22<br />

mercado ..............................................................24<br />

marcas .................................................................27<br />

digital .................................................................32<br />

<strong>de</strong>sign .................................................................38<br />

mídia ...................................................................39<br />

Supercenas .........................................................45<br />

Última Página ....................................................46<br />

6 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


VEJA A<br />

RETROSPECTIVA<br />

DA NEOOH EM <strong>2022</strong><br />

ESTAMOS NA RETA<br />

FINAL DA NOSSA COPA!<br />

SOMOS A ÚNICA<br />

EMPRESA BRASILEIRA<br />

NA CATEGORIA<br />

A NEOOH avança a cada dia! Nossa indicação ao<br />

Caboré é uma conquista da habilida<strong>de</strong>, disposição e<br />

do empenho <strong>de</strong> todo o nosso time, formado por<br />

mais <strong>de</strong> 150 pessoas que vestem a camisa e fazem a<br />

diferença, hoje e sempre!<br />

NEOOH.COM.BR


conexões<br />

criativa top 1, sempre pronta a<br />

ajudar e colocar a mão na massa,<br />

e um coração querido e gentil!<br />

Inspiração para todos!<br />

Marc Schwarzberg<br />

última Hora<br />

LinkedIn<br />

Post: Luciana Haguiara é promovida<br />

na Media.Monks<br />

Parabéns, Luciana Haguiara! Você<br />

é uma estrela!<br />

Kate Richling<br />

Merecidíssimo! Uma superlí<strong>de</strong>r,<br />

dorinHo<br />

Parabéns, Lu!<br />

Camilla Massari<br />

Post: Heineken apresenta novo<br />

diretor da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios<br />

Fera <strong>de</strong>mais! Sucesso, meu amigo<br />

Eduardo Picarelli, muito merecido!<br />

Francesco Simeone<br />

Sucesso, Edu, mais ainda, né?<br />

Bruna Rodriguez<br />

Parabéns, Edu! Megaconquista<br />

merecida!<br />

Fernanda Safe<br />

Instagram<br />

Post: Diretora <strong>de</strong> criação da<br />

Publicis é homenageada por<br />

Mauricio <strong>de</strong> Sousa<br />

Orgulho!<br />

Publicis Brasil<br />

ENTRETENIMENTO<br />

Aventura, <strong>de</strong> Aniela Jordan (na foto acima com Claudio<br />

Botelho) e Luiz Calainho, marca a retomada da parceria<br />

com Charles Moeller e Botelho. Ele anunciam adaptações<br />

da Broadway para 2023: os musicais Mamma Mia, com<br />

clássicos do ABBA, com estreia no Teatro Multiplan, no Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, no dia 2 <strong>de</strong> fevereiro. O Jovem Frankenstein,<br />

inédito no Brasil, tem estreia prevista para o primeiro<br />

semestre, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Botelho e Moeller celebram<br />

45 espetáculos musicais, Mamma Mia!<br />

VAQUINHA<br />

Presente em 80 países e sucesso no Brasil, a Cow Para<strong>de</strong><br />

chega ao CEU da comunida<strong>de</strong> Paraisópolis, em São<br />

Paulo, cida<strong>de</strong> escolhida para o lançamento do programa<br />

CowPara<strong>de</strong> nas Escolas – Arte que Transforma. “Com<br />

o propósito <strong>de</strong> facilitar ainda mais o acesso à arte e à<br />

cultura, o programa leva a construção artística para <strong>de</strong>ntro<br />

das escolas, incentivando o intercâmbio entre alunos e<br />

artistas, e expan<strong>de</strong> seu alcance com exposições abertas ao<br />

público em geral”, comenta Catherine Duvignau, CEO da<br />

Toptrends, na foto acima com Mari Mats.<br />

ESTREIA<br />

A ex-BBB Thais Braz (foto abaixo) participou da campanha<br />

do app <strong>de</strong> busca da Magalu, a primeira da sua carreira, que<br />

integra o novo posicionamento do anunciante: Busca no<br />

Magalu. Criação é da N I<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Nizan Guanaes.<br />

8 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


curtas<br />

wk cria Filme Para nuBank<br />

arc amPlia equiPes da agência<br />

Heineken muda comando <strong>de</strong> área<br />

Produção é embalada pela Copa do Mundo<br />

No mesmo dia em que a seleção brasileira<br />

bateu a Sérvia por 2 a 0 na estreia<br />

da Copa do Mundo no Catar, na última<br />

quinta-feira (24), o Nubank lançou o seu<br />

principal esforço <strong>de</strong> mídia para ativar a<br />

presença da marca como apoiadora regional<br />

oficial do torneio da Fifa. Parte da campanha<br />

Acredita e vai, o filme criado pela<br />

Wie<strong>de</strong>n+Kennedy São Paulo convida os<br />

brasileiros a se inspirarem no Mundial para<br />

enfrentarem <strong>de</strong>safios. TV aberta, a cabo e<br />

digital, além <strong>de</strong> conteúdo específico para<br />

re<strong>de</strong>s sociais compõem o plano <strong>de</strong> mídia.<br />

A produção <strong>de</strong> imagem é da Iconoclast,<br />

com som da Quiet City.<br />

innova aatB contrata diretora<br />

Isabelle Figueiredo, Laura Pelegrini e André Falcão<br />

A agência <strong>de</strong> shopper marketing ARC,<br />

do Grupo Publicis, recebe a executiva <strong>de</strong><br />

negócios Isabelle Figueiredo e a estagiária<br />

Laura Pelegrini, na mesma área. Chega<br />

também o gerente <strong>de</strong> estratégia André<br />

Falcão, que ao longo <strong>de</strong> 16 anos <strong>de</strong> carreira<br />

conduziu planos para Nestlé, Ambev e<br />

P&G, entre outras marcas trabalhadas por<br />

agências como Hill & Knowlton Strategies,<br />

Pepper e Momentum Worldwi<strong>de</strong>. Outback,<br />

Bra<strong>de</strong>sco e Bodytech estão entre os<br />

clientes atendidos por Isabelle em agências<br />

como Grupo RAI e Leo Burnett Tailor<br />

Ma<strong>de</strong>, enquanto Laura cursa publicida<strong>de</strong> e<br />

propaganda na Faculda<strong>de</strong> Cásper Líbero.<br />

FcB reForça Projetos e data<br />

Eduardo Picarelli dirigiu marketing por <strong>de</strong>z anos<br />

A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios da Heineken será<br />

li<strong>de</strong>rada por Eduardo Picarelli, que dirigiu<br />

por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos o marketing <strong>de</strong> diversas<br />

marcas do grupo no Brasil. O executivo<br />

assume o cargo no mesmo momento em<br />

que chega ao Brasil a operação da le Pub,<br />

hot shop criativa do Publicis Groupe,<br />

que aten<strong>de</strong> a conta global da cervejaria.<br />

O Heineken Village, espaço montado para<br />

o Gran<strong>de</strong> Prêmio <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong> Fórmula<br />

1, e a microfloresta urbana no Parque Olímpico,<br />

pós Rock in Rio Brasil, são exemplos<br />

<strong>de</strong> experiências que Picarelli <strong>de</strong>ve erguer<br />

sob os pilares <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>, games e<br />

consumo responsável.<br />

Boticário tem nova vP<br />

Beatriz Jardim aten<strong>de</strong>rá Steck e Saint-Gobain<br />

A nova diretora <strong>de</strong> contas da Innova<br />

AATB é Beatriz Jardim. Ela será responsável<br />

pelo núcleo que aten<strong>de</strong> Steck, do<br />

grupo <strong>de</strong> materiais elétricos Schnei<strong>de</strong>r, e a<br />

francesa Saint-Gobain, dona da Telhanorte<br />

e Quartzolit, entre outras. Em passagens<br />

por agências como TV1 e Score Group,<br />

Beatriz soma projetos para Dasa, Carrefour<br />

e Nissan, entre outros. “Vejo como missão<br />

construir, junto com o time da Innova<br />

AATB, marcas fortes e <strong>de</strong>sejadas, que<br />

geram conexões com os públicos, além do<br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> ampliar nossa área <strong>de</strong> atuação<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses clientes”, <strong>de</strong>staca Bia, que<br />

tem cerca <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> carreira.<br />

Fabricio Gomes e Monique Oliveira<br />

Monique Oliveira chega à FCB Brasil<br />

como gerente <strong>de</strong> projetos e Fabricio Gomes<br />

ocupará o mesmo cargo <strong>de</strong> gerente, só que<br />

na área <strong>de</strong> data intelligence. Monique é<br />

publicitária e já esteve em agências como<br />

DM9DDB, Leo Burnett, Grey Brasil e iD\<br />

TBWA, on<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>u clientes como Samsung,<br />

P&G e Claro Empresas. Já Fabricio<br />

Gomes é estatístico e possui formação em<br />

gestão <strong>de</strong> negócios e inovação. Antes <strong>de</strong> ingressar<br />

na FCB Brasil, passou pela divisão<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do UOL. Anteriormente,<br />

trabalhou para clientes como Fiat, Gafisa,<br />

Governo Fe<strong>de</strong>ral e Cyrella. Participou ainda<br />

da área <strong>de</strong> inteligência da Whirlpool.<br />

Renata Gomi<strong>de</strong> ajudou a construir a marca Eudora<br />

Des<strong>de</strong> 2015 no Grupo Boticário, Renata<br />

Gomi<strong>de</strong> acaba <strong>de</strong> ser nomeada vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> consumer. A executiva ajudou<br />

a construir a marca Eudora e li<strong>de</strong>rou a<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> Quem Disse, Berenice?.<br />

Ela atuava como diretora-executiva<br />

<strong>de</strong> branding e comunicação das marcas <strong>de</strong><br />

consumo, e seguirá trabalhando para “ampliar<br />

o conceito do que é beleza, representando<br />

toda a nossa socieda<strong>de</strong>”, diz Renata.<br />

A marca O Boticário li<strong>de</strong>ra o ranking<br />

nacional <strong>de</strong> melhores marcas escolhidas<br />

pelos consumidores, segundo relatório da<br />

empresa britânica <strong>de</strong> pesquisas YouGov,<br />

divulgado no dia 16 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e<br />

jor na lis ta res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Janaina<br />

Langsdorff e Vinícius Novaes<br />

Editor especial: Pedro Yves<br />

Repórter: Carolina Vilela<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Edição <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />

Luz<br />

Diagramador Pleno: Lucas<br />

Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tamf@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas:<br />

assinaturas@propmark.com.br<br />

Tel.: (11) 2065.0737<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 2<strong>28</strong><br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 2<strong>28</strong> - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 9


quem fez<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

CELEBRAÇÃO<br />

Sem a presença do torcedor, na verda<strong>de</strong> o 12º<br />

jogador, a motivação compromete elenco dos<br />

gran<strong>de</strong>s clubes e das seleções. CBF está nos<br />

canais com ação <strong>de</strong>senvolvida pela agência<br />

Zoégas, do publicitário Paulo Zoéga, que diz:<br />

“Cada vez que um jogador da seleção brasileira<br />

entrar em campo, receberá toda a energia<br />

dos torcedores que apoiam o Brasil na Copa”.<br />

Zoégas<br />

Cbf<br />

fotos: Divulgação<br />

Título: Energia; criação e roteiro: Pepe Mendina<br />

e Henrique Yamagutt; trilha original: Lulu Santos;<br />

trilha adaptada da letra: Henrique Yamagutt;<br />

produtora: Yeap Films; diretor: Pepe Mendina;<br />

aprovação: Ednaldo Rodrigues (presi<strong>de</strong>nte<br />

da CBF).<br />

DECORAÇÃO<br />

Marca <strong>de</strong> tintas traz a médica ginecologista,<br />

apresentadora e influenciadora digital<br />

Marcela McGowan, conhecida por falar<br />

sobre sexualida<strong>de</strong> em seus canais, para<br />

embalar a criativida<strong>de</strong> na comunicação da<br />

campanha Prazer <strong>de</strong> Adulto. A criação conjunta<br />

é das agências da B&Partners.co, The<br />

Growth Network, BFerraz, Snack Content<br />

e Vitrio.<br />

BFerraZ<br />

suVinil<br />

Título: Prazer <strong>de</strong> Adulto; CCO: Enricco Benetti;<br />

diretor <strong>de</strong> criação: João Lovise; diretor <strong>de</strong> arte:<br />

Leonardo Breanza; redator: Caio Carvalho;<br />

mídia: Vitrio; head <strong>de</strong> casting: Fernanda Martinez;<br />

aprovação: Renato Firmiano.<br />

TIPOGRAFIA<br />

Agência, que é finalista do Brasil Design<br />

Award <strong>2022</strong>, assina a comunicação <strong>de</strong> lançamento<br />

oficial da fonte tipográfica Dupincel,<br />

com <strong>de</strong>sdobramentos para as re<strong>de</strong>s sociais.<br />

O filme trabalha o <strong>de</strong>sign e as possibilida<strong>de</strong>s<br />

da tipografia, que se apresenta como opção<br />

para diversos momentos <strong>de</strong> uma mesma trajetória.<br />

noo<br />

Plau Design<br />

Título: Dupincel; diretora <strong>de</strong> arte: Beatriz Andra<strong>de</strong>;<br />

produtora executiva: Kathlyn Giaccomini; diretor:<br />

Marcio Sal; roteiro: Gabriel Pardal e Giovanna<br />

Ferrari; animação: Fernando Villela, Miguel<br />

Duarte; animação: Fernando Villela, Miguel Duarte;<br />

aprovação: Rodrigo Saiani.<br />

10 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


aGências<br />

Galeria expan<strong>de</strong> atuação na mídia<br />

OOH com lançamento da Vitrine Play<br />

Plataforma respon<strong>de</strong> à crescente digitalização da mídia exterior, que<br />

ganha importância criativa e sofisticação no uso <strong>de</strong> dados e métricas<br />

Galeria anuncia o lançamento<br />

da plataforma Vitri-<br />

A<br />

ne Play, que permite “<strong>de</strong>sburocratizar<br />

e melhorar as operações,<br />

evoluindo fluxo, agilida<strong>de</strong>,<br />

qualida<strong>de</strong>, eficiência e<br />

assertivida<strong>de</strong>, colaborando com<br />

toda a ca<strong>de</strong>ia”, diz Paulo Ilha,<br />

chief media officer da agência.<br />

Mais <strong>de</strong> 50 mil pontos <strong>de</strong> 50<br />

exibidoras <strong>de</strong> todo o país estão<br />

cadastrados na ferramenta i<strong>de</strong>alizada<br />

pela equipe <strong>de</strong> operações<br />

e transformação, li<strong>de</strong>rada<br />

pelo head Daniel Martins, em<br />

parceria com a Vivo. O Itaú Unibanco<br />

também já a<strong>de</strong>riu.<br />

“Não encontramos nenhuma<br />

Peça criada pela Galeria para a Vivo, que ajudou a i<strong>de</strong>alizar a plataforma Vitrine Play<br />

Divulgação<br />

solução que en<strong>de</strong>reçasse todas<br />

as funcionalida<strong>de</strong>s que o Vitrine<br />

Play traz. Partimos para uma<br />

construção do zero, utilizando<br />

as melhores práticas para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos<br />

digitais que vemos em startups<br />

e empresas <strong>de</strong> tecnologia. O resultado<br />

é uma plataforma mo<strong>de</strong>rna,<br />

robusta e integrada a um<br />

ecossistema dinâmico, que a<br />

realida<strong>de</strong> atual do OOH exige”,<br />

comenta Martins.<br />

A mídia exterior representa<br />

10,7% do total <strong>de</strong> R$ 8,3 bilhões<br />

aplicados em publicida<strong>de</strong> no<br />

primeiro semestre <strong>de</strong> 2021, segundo<br />

o Cenp-Meios.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 11


GIGANTES<br />

PELA PRÓPRIA NATUREZA<br />

7 DE DEZEMBRO, ÀS 19H30<br />

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LÍDER EM COMUNICAÇÃO DIGITAL<br />

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LÍDER EM E-COMMERCE<br />

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LÍDER EM CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

EDUARDO FISCHER<br />

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LÍDER EM EDUCAÇÃO<br />

DANIEL CASTANHO<br />

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LÍDER EM ENERGIA<br />

NICOLA COTUGNO<br />

ENEL<br />

LÍDER EM SIDERURGIA<br />

GUSTAVO WERNECK<br />

GERDAU<br />

LÍDER EM GRUPO ECONÔMICO<br />

JOSÉ AURIEMO NETO<br />

JHSF<br />

LÍDER EM FINTECH<br />

RICARDO DUTRA<br />

PAGBANK PAGSEGURO<br />

LÍDER EM INDÚSTRIA/CONSUMO<br />

JEAN JEREISSATI<br />

AMBEV<br />

LÍDER EM INFRAESTRUTURA<br />

BETO ABREU<br />

RUMO<br />

LÍDER EM SAÚDE -<br />

COMPLEXO HOSPITALAR<br />

SIDNEY KLAJNER<br />

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN<br />

LÍDER EM SAÚDE - SERVIÇOS<br />

PEDRO BUENO<br />

DASA<br />

LÍDER EM VAREJO<br />

MARCELO PIMENTEL<br />

GPA<br />

LÍDER EM SAÚDE -<br />

ASSISTÊNCIA/SEGURO<br />

ROBERTO SANTOS<br />

PORTO<br />

LÍDER EM SERVIÇOS<br />

BRUNO LASANSKY<br />

LOCALIZA<br />

LÍDER EM SETOR IMOBILIÁRIO<br />

THIAGO ALONSO DE OLIVEIRA<br />

JHSF<br />

LÍDER EM INDÚSTRIA FARMACÊUTICA<br />

MARCUS SANCHEZ<br />

EMS<br />

LÍDER EM EMPREENDEDORISMO<br />

SOCIAL<br />

EDUARDO LYRA<br />

GERANDO FALCÕES


inspiração<br />

algoritmos em evolução<br />

“Não geramos dados<br />

apenas quando<br />

postamos no TikTok,<br />

<strong>de</strong>scobrimos uma<br />

nova música no Spotify<br />

ou realizamos uma<br />

conferência no Zoom”<br />

Fotos: Arquivo Pessoal<br />

cARLOS cARREIRA<br />

Especial para o PROPMARK<br />

Des<strong>de</strong> a pan<strong>de</strong>mia, que acelerou a adoção<br />

do digital por consumidores e varejistas,<br />

e aqui, me refiro à escala fora dos gran<strong>de</strong>s<br />

comércios, muitos pequenos lojistas tiveram<br />

<strong>de</strong> remover o “s” da palavra “crise”<br />

para se reinventar, falar e ven<strong>de</strong>r para os<br />

mesmos consumidores ora atendidos por<br />

marcas e canais com linhas <strong>de</strong> investimento,<br />

fornecedores, tecnologias.<br />

O crescimento exponencial <strong>de</strong> novos negócios<br />

foi registrado já na pesquisa Panorama<br />

<strong>de</strong> Negócios Digitais Brasil 2020, promovida<br />

pela HeroSpark, que apontou que 54%<br />

dos empreen<strong>de</strong>dores digitais começaram<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia. Além disso, quase 90%<br />

das empresas do país aceleram seus projetos<br />

<strong>de</strong> transformação digital ainda no primeiro<br />

ano <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. E não foi necessária uma<br />

solução <strong>de</strong> comércio eletrônico, domínio<br />

em mídia <strong>de</strong> performance, gestão <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />

sociais ou qualquer outra disciplina crucial<br />

para quem é profissional <strong>de</strong>sse universo.<br />

Bastou o primeiro passo: a iniciativa. E, sinceramente,<br />

é isso que me apaixona no digital.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um ambiente em que, uma<br />

vez com acesso e o mínimo <strong>de</strong> recursos, já se<br />

abre um mundo <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s para quem<br />

se dispõe a fazer diferente, se permite errar<br />

e começar <strong>de</strong> novo, até que encontre o que<br />

<strong>de</strong>seja (ou o que jamais imaginou) buscar.<br />

Se a conversão ocorre por meio <strong>de</strong> áudio<br />

no WhatsApp, direct do Instagram, porque<br />

sou um dos 17 seguidores do meu vizinho no<br />

Twitter, ou mesmo porque fui lido em um<br />

comentário <strong>de</strong> um meme sobre secador <strong>de</strong><br />

cabelo em um grupo <strong>de</strong> mães no Facebook,<br />

é irrelevante. O que importa é que funciona,<br />

e mostra uma nova faceta do consumidor<br />

digital, que talvez <strong>de</strong>scobríssemos em décadas:<br />

ele também é suscetível a estratégias<br />

caseiras, convertendo e fi<strong>de</strong>lizando tão bem<br />

(naturalmente, nas <strong>de</strong>vidas proporções)<br />

quanto às refinadas estratégias <strong>de</strong> operações<br />

multibilionárias.<br />

“Ok, Carreira, mas aon<strong>de</strong> você quer chegar?”.<br />

Acho peculiar, em especial na propaganda,<br />

nos referirmos a algoritmos como<br />

um dispositivo óbvio, tal qual um monitor,<br />

teclado, carregador etc., e é justamente aqui<br />

que pretendo chegar. No contexto da informática,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer que algoritmo é uma<br />

série <strong>de</strong> comandos e procedimentos criados<br />

com o intuito <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a uma problemática,<br />

em outras palavras, um software,<br />

mesmo que seja programado em um microsensor<br />

exclusivamente para (<strong>de</strong>s)ligar uma<br />

lâmpada. Já no contexto da comunicação,<br />

é a forma que usamos para nos referirmos<br />

à inteligência artificial embarcada nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais, streamings e smartphones, entre<br />

outros.<br />

Mas vamos <strong>de</strong>ixar o tecniquês <strong>de</strong> lado e<br />

ir ao que interessa: dados. Sem eles, o que<br />

apresentei no início <strong>de</strong>ste artigo certamente<br />

seria diferente, pois o dado é a força motriz<br />

do que alguns estudiosos chamam <strong>de</strong> a nossa<br />

próxima fase da socieda<strong>de</strong>: a do conhecimento.<br />

Hoje, em nossos bolsos, temos um po<strong>de</strong>r<br />

computacional muito mais po<strong>de</strong>roso do que<br />

a NASA tinha quando mandou o primeiro<br />

astronauta à Lua, no fim dos anos 1960.<br />

Smartphones, smartwatches, smartbands,<br />

smartTVs e smartwhatevers nos dão conforto<br />

e, paralelo a isso, também nos monitoram.<br />

Particularmente, não acho invasivo,<br />

uma vez que, como bem disse Dora Kaufman,<br />

uma das maiores especialistas brasileiras<br />

em I. A.: “(...) não temos mais como<br />

discutir a privacida<strong>de</strong>, precisamos discutir a<br />

transparência”.<br />

Não geramos dados apenas quando postamos<br />

no TikTok, <strong>de</strong>scobrimos uma nova<br />

músic Zoom no Spotify ou realizamos uma<br />

conferência no Zoom. Esta respirada que<br />

você acabou <strong>de</strong> dar, aliás, po<strong>de</strong> ter virado<br />

um dado, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da autorização concedida<br />

ao seu smartband. É fato que o dado<br />

isolado dificilmente terá alguma utilida<strong>de</strong>, o<br />

que por si só já o torna inútil e, por consequência,<br />

obsoleto.<br />

Mas é aí que os cálculos estatísticos entram,<br />

pois são eles que trabalham com todos<br />

os valores para apontar a importância<br />

<strong>de</strong> uma ação pautada em probabilida<strong>de</strong> com<br />

base nas análises e eventos anteriores. Por<br />

isso, para mídia, muitas vezes é necessário<br />

dar o tempo que chamamos <strong>de</strong> aprendizagem<br />

para que a inteligência artificial colete<br />

informações da campanha em andamento,<br />

aprenda e se aperfeiçoe.<br />

Se <strong>de</strong> um lado temos um volume colossal<br />

<strong>de</strong> dados e, do outro, cálculos sofisticados<br />

que po<strong>de</strong>m dar significado às combinações<br />

distintas, o ingrediente final é a programação,<br />

que em parte é o algoritmo para conseguir<br />

trabalhar esse volume <strong>de</strong> dados em<br />

escala, realizando milhares <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagens<br />

em milésimos <strong>de</strong> segundos para respon<strong>de</strong>r a<br />

questões como, por exemplo: o que você vai<br />

querer assistir após ler o próximo post?<br />

O novo turbilhão <strong>de</strong> dados injetados nos<br />

algoritmos neste período <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, fomentado<br />

pela “nova” classe <strong>de</strong> comércio,<br />

em que lojas e consumidores se adaptaram<br />

para fazer negócios, vai exigir muito processamento<br />

do algoritmo para replicar a nossa<br />

brasilida<strong>de</strong> em reinvenção.<br />

Carlos Carreira é CPO da Audaz<br />

14 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


COMEÇOU A 10ª EDIÇÃO<br />

O QUE TEMOS PLANEADO<br />

PARA ESTE QUADRIMESTRE?<br />

INSCRIÇÕES<br />

JÁ ABERTAS!<br />

EARLY<br />

BIRD10%<br />

15 outubro - <strong>28</strong> outubro<br />

DATA FINAL<br />

INSCRIÇÕES<br />

30 NOVEMBRO<br />

EVENTO<br />

14 DEZEMBRO<br />

UCCLA<br />

União das Cida<strong>de</strong>s Capitais<br />

<strong>de</strong> Língua Portuguesa<br />

AV. DA ÍNDIA 110,<br />

1300-300 LISBOA<br />

PARCEIROS<br />

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DESTA EDIÇÃO<br />

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we<br />

mkt<br />

Khaled Ali/Unsplash<br />

A Gafisa, é, <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>,<br />

uma nova Gafisa...?<br />

“Despertador é bom para a gente se virar<br />

para o outro lado e dormir <strong>de</strong> novo”<br />

Mário Quintana<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

No ano em que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

comemorava seu quarto centenário,<br />

1954, nascia no Rio <strong>de</strong> Janeiro, pelas mãos,<br />

competência e com o nome <strong>de</strong> seu fundador,<br />

a Gomes <strong>de</strong> Almeida Fernan<strong>de</strong>s, anos<br />

<strong>de</strong>pois, Gafisa. Assim, é, seguramente, a<br />

melhor testemunha <strong>de</strong> tudo o que aconteceu<br />

no mercado imobiliário do país nos últimos<br />

quase 70 anos. Brilhou, ofuscou-se,<br />

construiu, ven<strong>de</strong>u, inovou, revolucionou,<br />

era a marca mais vista no topo dos edifícios<br />

pelos passageiros dos aviões que aterrissavam<br />

em Congonhas, e comprou um<br />

dos megassucessos do mercado imobiliário<br />

brasileiro, que foi Alphaville.<br />

De 20 anos para cá mergulhou em <strong>de</strong>cadência,<br />

e recentemente seu controle foi assumido<br />

por Nelson Tanure, 69 anos, baiano<br />

<strong>de</strong> Salvador, empresário e administrador<br />

<strong>de</strong> empresas, que se especializou em comprar<br />

empresas em dificulda<strong>de</strong>s e trazê-las,<br />

quase sempre, <strong>de</strong> volta à vida. Dentre as incursões<br />

<strong>de</strong> Tanure, os <strong>de</strong>staques vão para<br />

o estaleiro Emag, mais adiante o Verolme,<br />

<strong>de</strong>pois a Companhia Docas <strong>de</strong> Santos, em<br />

2001 assumiu o controle do Jornal do Brasil,<br />

também da Gazeta Mercantil, em 2013<br />

torna-se o principal acionista da petroleira<br />

HRT, que vira PetroRio, na sequência<br />

investe na Oi e arremata em leilão a Copel<br />

Telecom, em 2020. E <strong>de</strong> dois anos para cá<br />

concentrou sua artilharia na Gafisa, hoje<br />

sob seu controle.<br />

Há um ano, diante <strong>de</strong> uma enorme expectativa,<br />

informava, em anúncio <strong>de</strong> página<br />

dupla no Estadão, a Nova Gafisa: Gafisa,<br />

sua plataforma <strong>de</strong> soluções para morar, conviver<br />

e investir. E no final do anúncio dizia<br />

ser, a partir daquele momento: “O maior<br />

marketplace do mercado imobiliário. É<br />

assim que estamos construindo o futuro.<br />

Mais do que construir prédios, criamos encontros,<br />

fazemos história”. E com o velho<br />

logo na assinatura, no formato <strong>de</strong> triângulo,<br />

antes do naming Gafisa, e tendo embaixo<br />

as palavras: “Incorporadora, Construtora,<br />

Proprieda<strong>de</strong>, Viver bem, Capital”. De-<br />

finitivamente, um tudo que não era nada.<br />

A gran<strong>de</strong> expectativa que existia frustrou-<br />

-se. Seguiu sendo, pela generalida<strong>de</strong>, portanto,<br />

in<strong>de</strong>finição uma nau perdida num<br />

oceano <strong>de</strong> quase 70 anos <strong>de</strong> história, <strong>de</strong><br />

picos, vales, abismos, sem uma <strong>de</strong>finição<br />

clara do que verda<strong>de</strong>iramente pretendia<br />

ser e fazer.<br />

Em seu site, números exuberantes, tipo,<br />

já construiu o equivalente a 15% <strong>de</strong> toda a<br />

área da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Francisco, USA. O número<br />

<strong>de</strong> pessoas que hoje moram num Gafisa<br />

seria suficiente para encher 25 estádios<br />

<strong>de</strong> futebol ou lotar a Avenida Paulista, e por<br />

aí vai. E anos atrás, como comentei, chegou<br />

a ser dona no empreendimento Alphaville.<br />

Agora, um ano <strong>de</strong>pois do anúncio, nas palavras<br />

<strong>de</strong> seu novo CEO, Henrique Blecher,<br />

que chega à empresa <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Tanure<br />

comprar a empresa <strong>de</strong>le, Blecher, a BAIT,<br />

anuncia seus próximos movimentos.<br />

Ao mesmo tempo que corre atrás para<br />

cortar em 30% uma dívida <strong>de</strong> R$ 2 bilhões<br />

que a empresa vem carregando, Blecher<br />

promete concentrar todas as baterias da<br />

empresa no território do luxo. Apartamentos<br />

a partir <strong>de</strong> R$ 3 milhões, com 2/3 dos<br />

novos lançamentos concentrados no Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro. Em paralelo já fez um corte no<br />

quadro funcional <strong>de</strong> 15%, fechou dois escritórios<br />

na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, e preten<strong>de</strong><br />

alcançar um VGV em 2023 da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$<br />

3 bi. Dando sustentação a essa estratégia e<br />

reposicionamento, Blecher explica: “Nossa<br />

expectativa é que o Brasil vai melhorar.<br />

Com juros <strong>de</strong>clinantes a partir <strong>de</strong> maio ou<br />

junho. Confiando que o Congresso fará<br />

uma oposição qualificada, governo responsável<br />

em termos fiscais, e inflação sob controle”.<br />

Será?<br />

É assim que a Gafisa, a mais tradicional<br />

das incorporadoras brasileiras, ingressa em<br />

2023, em busca da mais que aguardada recuperação<br />

<strong>de</strong> uma construtora que brilhou<br />

intensamente e durante décadas no mercado<br />

<strong>de</strong> imóveis do país. Pergunta, a Gafisa é<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> uma nova Gafisa? Pelo retrospecto<br />

dos últimos anos, não.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

16 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Ação<br />

Promocional<br />

RICARDO<br />

ROMANO<br />

Cidadania<br />

MARIA PAULA<br />

FONSECA<br />

Estratégia no<br />

Ponto <strong>de</strong> Venda<br />

RAFAEL<br />

KLAFKE<br />

Inovação<br />

Disruptiva<br />

PATRICIA<br />

BORGES<br />

Profissional <strong>de</strong><br />

Marketing do Ano<br />

FRANK<br />

PFLAUMER<br />

TOK&STOK<br />

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JURADOS:<br />

APOIO:<br />

INFINITAS POSSIBILIDADES


ESG NO MKT<br />

Matthew TenBruggencate/Unsplash<br />

A COP 27 e o Brasil<br />

Temos imenso potencial <strong>de</strong> virar uma potência<br />

ver<strong>de</strong>, sendo beneficiários <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> CO2<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

As conhecidas COPs, Conferências das<br />

Nações Unidas sobre as Mudanças<br />

Climáticas, que acontecem todo ano, ganham<br />

importância crescente nas nossas<br />

vidas, não só na condição <strong>de</strong> habitantes<br />

<strong>de</strong>sse planeta ameaçado, mas como agentes<br />

<strong>de</strong> possíveis mudanças positivas para<br />

reverter o quadro dramático do aquecimento<br />

global.<br />

Na COP 21, realizada em Paris, em 2015,<br />

houve um gran<strong>de</strong> avanço, com a aprovação<br />

do famoso Acordo <strong>de</strong> Paris, quando<br />

195 países assinaram e 147 ratificaram (entre<br />

eles o Brasil) o acordo que tem como<br />

objetivo principal conter o aquecimento<br />

global em 1,5°C, tendo como base o período<br />

pré-industrial.<br />

Estima-se que já superamos 1°C <strong>de</strong> lá<br />

para cá, o que torna a situação ainda mais<br />

dramática. Os recentes fenômenos climáticos,<br />

com enchentes severas em partes do<br />

mundo e temperaturas nunca vistas em<br />

outras partes, resultando em incêndios <strong>de</strong><br />

proporções absurdas, <strong>de</strong>monstram claramente<br />

que o aquecimento global e a mudança<br />

climática <strong>de</strong>corrente na Terra é pra<br />

valer e po<strong>de</strong>, se não formos capazes <strong>de</strong> reverter,<br />

inviabilizar nosso planeta para as<br />

futuras gerações.<br />

Por isso, o assunto <strong>de</strong>ve interessar a<br />

todos. A COP 27, terminada dias atrás,<br />

iniciou-se sob efeito da guerra envolvendo<br />

diretamente a Rússia e a Ucrânia, mas<br />

com efeitos no mundo inteiro, principalmente<br />

na Europa, que vive uma crise<br />

energética, em função do bloqueio <strong>de</strong> fornecimento<br />

do gás russo, fonte importante<br />

<strong>de</strong> energia para aquele continente.<br />

Apesar do gran<strong>de</strong> avanço dos países<br />

europeus no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> energia<br />

alternativa renovável (eólica e solar, principalmente),<br />

ainda há uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência<br />

do gás, menos poluente do que o<br />

carvão mineral, ainda muito utilizado por<br />

lá e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> efeito poluidor.<br />

Portanto, a guerra e a crise climática<br />

<strong>de</strong>la <strong>de</strong>corrente foram um gran<strong>de</strong> contrapé<br />

nos compromissos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões<br />

<strong>de</strong> países europeus. Essa situação<br />

praticamente anulou a resolução da COP<br />

26, realizada em 2021 em Glasgow, Escócia,<br />

que <strong>de</strong>terminava “redução <strong>de</strong> energia<br />

a carvão sem captura <strong>de</strong> CO2 e a eliminação<br />

<strong>de</strong> subsídios aos combustíveis fósseis”.<br />

A Europa vai precisar do sujo carvão<br />

para suportar o inverno que já está começando<br />

por lá. De qualquer maneira, houve<br />

gran<strong>de</strong>s avanços no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

energias alternativas e prevê-se uma aceleração<br />

<strong>de</strong>sse processo.<br />

Ou seja, estamos na direção correta – só<br />

falta aumentar a velocida<strong>de</strong> para evitarmos<br />

um aquecimento que atinja um ponto<br />

<strong>de</strong> não retorno.<br />

As políticas climáticas têm três abordagens:<br />

1- Redução <strong>de</strong> GEE (gases <strong>de</strong> efeito<br />

estufa); 2- Transição/adaptação aos impactos<br />

<strong>de</strong>ssas emissões; e 3- Compensação<br />

aos países menos poluentes pelos<br />

mais poluentes. E o ponto positivo da COP<br />

27 po<strong>de</strong> beneficiar o Brasil, como beneficiário<br />

<strong>de</strong> uma compensação pela sua matriz<br />

energética exemplar (80% <strong>de</strong> energia<br />

renovável).<br />

Os 200 países participantes aprovaram<br />

um marco que vinha sendo trabalhado<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995. O acordo assinado prevê<br />

um fundo <strong>de</strong> perdas e danos para os países<br />

mais vulneráveis aos impactos climáticos.<br />

Em 2009, as nações ricas haviam prometido<br />

US$ 100 bilhões por ano, embora<br />

não tenham ultrapassado US$ 83 bilhões<br />

em nenhum ano. O avanço <strong>de</strong>ste ano está<br />

na admissão formal <strong>de</strong> suas responsabilida<strong>de</strong>s<br />

e na criação do fundo.<br />

Ainda não há a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> como os<br />

valores serão repassados, nem para quem.<br />

Mas já é um avanço para o Brasil, que certamente<br />

estará entre os beneficiados.<br />

Mas o que é mais promissor para nosso<br />

país é a postura do presi<strong>de</strong>nte eleito, que<br />

<strong>de</strong>ixa clara a intenção <strong>de</strong> intensificar uma<br />

política <strong>de</strong> proteção, restauração e mitigação<br />

<strong>de</strong> fontes poluidoras no Brasil.<br />

Temos um imenso potencial <strong>de</strong> nos tornarmos<br />

uma potência ver<strong>de</strong>, sendo beneficiários<br />

<strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> CO2 e produtores<br />

<strong>de</strong> energia alternativa para o mundo. Fomos<br />

pioneiros na produção <strong>de</strong> álcool para<br />

fins energéticos e, agora, po<strong>de</strong>mos li<strong>de</strong>rar<br />

a produção do hidrogênio ver<strong>de</strong>, tido como<br />

o combustível mais promissor para as<br />

próximas décadas. Quem viver, verá.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4<br />

alexis@criativista.com.br<br />

18 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


ASSOCIAÇÃO<br />

BRASILEIRA DE<br />

ANUNCIANTES<br />

Associação Brasileira <strong>de</strong> Empresas com Rotativa Offset


opinião<br />

Note Thanun/Unsplash<br />

A nova forma <strong>de</strong><br />

pensar e fazer<br />

publicida<strong>de</strong><br />

RobeRto touRinho<br />

transformação da publicida<strong>de</strong> promovida<br />

pelo avanço do digital impactou<br />

A<br />

não apenas o formato, o conteúdo e a forma<br />

<strong>de</strong> veicular um comercial, mas toda a<br />

estrutura da indústria da comunicação, o<br />

ecossistema, do qual as agências são parte,<br />

refletindo outras mudanças em curso no<br />

mundo, que passou a ser mais imediato,<br />

mais diverso e <strong>de</strong>scentralizado.<br />

Um dos movimentos mais representativos<br />

<strong>de</strong>ssa mudança ocorreu na própria<br />

estrutura e no perfil das agências. Boa parte<br />

daquelas tradicionalmente conhecidas<br />

como as gran<strong>de</strong>s criativas, sob a li<strong>de</strong>rança<br />

<strong>de</strong> premiados publicitários<br />

que ajudaram a construir<br />

“À frente<br />

<strong>de</strong> todas as<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

uma agência,<br />

hoje, estão<br />

profissionais<br />

com uma nova<br />

forma <strong>de</strong> pensar”<br />

a história da publicida<strong>de</strong><br />

brasileira – e po<strong>de</strong>mos citar<br />

aí, como exemplos, nomes<br />

como Nizan Guanaes<br />

e o Grupo ABC; Washingon<br />

Olivetto e a W/Brasil;<br />

Fabio Fernan<strong>de</strong>z e a F/Nazca;<br />

Alexandre Gama e a<br />

Neogama, e muitas outras<br />

agências criativas como a<br />

NBS e a Lodduca – <strong>de</strong>ixaram<br />

<strong>de</strong> existir como resultado <strong>de</strong> fusões e<br />

aquisições ou se transformaram, ganhando<br />

um perfil alinhado aos novos tempos.<br />

A começar pelo processo criativo: hoje<br />

ele é o da cocriação, <strong>de</strong>senvolvido com<br />

a participação <strong>de</strong> várias áreas da agência<br />

e até mesmo da socieda<strong>de</strong> – nos casos em<br />

que é aberto à colaboração –, e essa participação<br />

<strong>de</strong> pessoas diversas se reflete na diversida<strong>de</strong><br />

maior, que é característica vital<br />

hoje da socieda<strong>de</strong> e dos consumidores com<br />

os quais as marcas buscam se conectar. O<br />

ritmo da criação dos conteúdos também se<br />

acelerou, e eles precisam ser criados rapidamente,<br />

e até são substituídos por outros<br />

se as métricas não confirmam seu engajamento.<br />

Aliás, as métricas passaram a orientar<br />

boa parte da publicida<strong>de</strong>, ganhando<br />

importância em relação às gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias,<br />

conforme expressou o próprio Olivetto, no<br />

ano passado, ao afirmar que a publicida<strong>de</strong><br />

brasileira “tem, muitas vezes, <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong><br />

lado as gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias – a base da melhor<br />

comunicação em qualquer tempo”. Sem<br />

entrar no mérito do que se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar<br />

como a melhor comunicação, o fato é que<br />

não basta mais ter gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias, elas precisam<br />

vir acompanhadas <strong>de</strong> resultados, e<br />

hoje tornou-se mais fácil mensurá-los.<br />

As marcas, por sua vez, buscam se comunicar<br />

com os consumidores baseadas<br />

não apenas nos atributos <strong>de</strong> seus produtos<br />

e serviços, mas em seus propósitos, que,<br />

cada vez mais, caminham lado a lado com<br />

a responsabilida<strong>de</strong> social e ambiental, e a<br />

diversida<strong>de</strong>. Além das marcas, várias li<strong>de</strong>ranças<br />

fundaram as próprias agências<br />

no mercado baseadas também<br />

em seus propósitos, sejam os<br />

mesmos fundamentados nos<br />

novos formatos <strong>de</strong> relação<br />

com os clientes, colaboradores<br />

e, principalmente, ancorados<br />

na diversida<strong>de</strong> e no ESG. Po<strong>de</strong>mos<br />

citar aqui Soko, Suno,<br />

Gut, Gana e Galeria, além <strong>de</strong><br />

várias outras com um perfil<br />

mais digital, que surgiram recentemente.<br />

À frente <strong>de</strong> todas<br />

as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma agência,<br />

hoje, estão profissionais com uma nova<br />

forma <strong>de</strong> pensar, mais engajados com<br />

as <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong>sse mundo em transformação,<br />

e isto se reflete na criação publicitária,<br />

na forma <strong>de</strong> se relacionar com os<br />

consumidores, fornecedores e os próprios<br />

colaboradores.<br />

Nesse contexto, cabe às entida<strong>de</strong>s que<br />

representam as agências e a ativida<strong>de</strong> publicitária<br />

refletirem essas mudanças em<br />

sua pauta <strong>de</strong> ações. O mundo é disruptivo,<br />

e a pauta associativa também <strong>de</strong>ve se<br />

transformar, para que se analise a extensão<br />

<strong>de</strong>ssas mudanças na própria estrutura<br />

das agências. As li<strong>de</strong>ranças do setor <strong>de</strong>vem<br />

promover, portanto, essa disrupção no próprio<br />

modo <strong>de</strong> pensar o setor, estimular a<br />

mudança no âmago das agências e se aproximar<br />

das novas agências que surgiram e<br />

vêm surgindo com os olhos voltados a essa<br />

nova forma <strong>de</strong> criar e fazer publicida<strong>de</strong>.<br />

Roberto Tourinho é<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte do Sinapro SP<br />

20 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Concurso Universitário <strong>de</strong> Campanhas Publicitárias<br />

Troféu Ricardo Ramos<br />

Inscrições : www.appbrasil.org.br<br />

Apoio<br />

Realização


enTrevisTa<br />

Leonardo chebLy<br />

CEO da Neooh<br />

TecnoLogia<br />

permiTe meLhor<br />

mensuração<br />

do ooh<br />

A<br />

Neooh foi lançada em março <strong>de</strong> 2020 e é<br />

uma das empresas do Grupo JChebly, que<br />

foi fundado em 1976. O processo evolutivo<br />

da empresa reflete as transformações<br />

pelas quais o segmento <strong>de</strong> mídia exterior passou<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Lei Cida<strong>de</strong> Limpa e que continua passando,<br />

por exemplo agora com programática no escopo.<br />

“Como o próprio nome já diz, a empresa foi criada<br />

justamente para trazer um novo conceito <strong>de</strong> OOH ao<br />

mercado. Des<strong>de</strong> seu lançamento, a empresa inova em<br />

projetos, ativos e em novas tecnologias integradas ao<br />

out of home”, <strong>de</strong>staca o executivo Leonardo Chebly,<br />

CEO da Neooh. Confira a sua entrevista.<br />

Paulo Macedo<br />

Qual é o tamanho do inventário? Po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>talhar os formatos das mídias?<br />

São mais <strong>de</strong> 12 mil telas e cerca<br />

<strong>de</strong> 80% <strong>de</strong>las são digitais. A<br />

Neooh trabalha com três principais<br />

focos para suas mídias<br />

estáticas e digitais, que são: primeiro,<br />

os gran<strong>de</strong>s formatos <strong>de</strong><br />

alto impacto; segundo, as telas<br />

sequenciais; e, terceiro, projetos<br />

especiais. Com estes três formatos<br />

diferenciados, criamos projetos<br />

icônicos e atraentes para a<br />

audiência, que geram impacto<br />

real e <strong>de</strong> resultado para os nossos<br />

clientes.<br />

Como observa o cenário da mídia<br />

OOH no mercado brasileiro após as<br />

leis que restringiram a ativida<strong>de</strong> e os<br />

benefícios <strong>de</strong>ssa mudança?<br />

Essas leis, introduzidas inicialmente<br />

na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

há 15 anos, foram importantes<br />

para padronizar e elevar a qualida<strong>de</strong><br />

do OOH do país em geral.<br />

A poluição visual <strong>de</strong> outrora <strong>de</strong>u<br />

espaço e <strong>de</strong>staque para aquelas<br />

empresas que investem em bons<br />

equipamentos e novas tecnologias.<br />

Movimento semelhante<br />

aconteceu na privatização dos<br />

aeroportos, pois os novos gestores<br />

valorizam os melhores projetos<br />

e propostas <strong>de</strong> trabalho. Foi<br />

justamente neste novo contexto<br />

<strong>de</strong> gestão pela iniciativa privada<br />

que a Neooh avançou muito e<br />

atingiu a li<strong>de</strong>rança consolidada<br />

no setor.<br />

Por isso já nasceu phygital?<br />

Nosso grupo já traz o conceito<br />

<strong>de</strong> phygital há muitos anos,<br />

com projetos <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong><br />

e espaços conceitos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

para bancos, operadoras <strong>de</strong><br />

telefonia celular, construtoras e<br />

montadoras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006. Sempre<br />

investimos em novas tecnologias<br />

e inovações para clientes<br />

corporativos. Quando criamos<br />

a Neooh, a i<strong>de</strong>ia foi justamente<br />

trazer o conceito phygital para o<br />

OOH, aumentando a interativida<strong>de</strong><br />

e a experiência <strong>de</strong> marca com<br />

a audiência.<br />

O sistema touch, como nos smartphones,<br />

ten<strong>de</strong> a crescer? Como funciona<br />

no ambiente <strong>de</strong> mídia proposto<br />

pela Neooh?<br />

O nosso sistema Phygital Touch<br />

faz com que o smartphone<br />

da audiência se transforme rapidamente<br />

e intuitivamente em<br />

um joystick que comanda os nossos<br />

LEDs. Dessa forma, criamos<br />

games elaborados sob medida<br />

para as marcas e permitimos que<br />

a audiência interaja com elas<br />

usando comandos no próprio<br />

smartphone. Pilotar um carro ou<br />

avião, bater um pênalti, respon<strong>de</strong>r<br />

a um quiz, tudo isto fica muito<br />

fácil e intuitivo com o Phygital<br />

Touch.<br />

Como a tecnologia ajuda a garantir a<br />

assertivida<strong>de</strong> dos investimentos dos<br />

anunciantes?<br />

Possibilita uma melhor mensuração<br />

das campanhas <strong>de</strong> OOH.<br />

Hoje, temos diversas ferramentas<br />

e métricas que permitem o<br />

melhor investimento no nosso<br />

meio. A mídia DOOH programática<br />

chega para aumentar ainda<br />

mais este controle por parte dos<br />

anunciantes.<br />

Como funciona o sistema <strong>de</strong> geolocalização<br />

com os smartphones?<br />

Iniciamos nosso Phygital OOH<br />

justamente conectando todas as<br />

campanhas <strong>de</strong> DOOH com a mídia<br />

mobile geolocalizada. Muitas<br />

pesquisas já comprovaram que<br />

uma campanha publicitária que<br />

faz um trabalho conjunto em digital<br />

e OOH tem muito mais engajamento<br />

e resultado. Desta forma,<br />

criamos uma house digital <strong>de</strong>ntro<br />

da Neooh para planejar e executar<br />

o retarget da nossa audiência<br />

<strong>de</strong> OOH. Mapeamos o público<br />

que é impactado e continuamos<br />

o diálogo nos smartphones <strong>de</strong>ssa<br />

audiência, através <strong>de</strong> banners e<br />

outros formatos <strong>de</strong> interação.<br />

A integração com o mobile mudou a<br />

perspectiva da mídia OOH antes meramente<br />

contemplativa?<br />

Des<strong>de</strong> a chegada dos smartphones,<br />

a mídia DOOH <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser<br />

usada apenas para construção<br />

<strong>de</strong> marcas e passou a oferecer<br />

mais produtos, serviços e promoções.<br />

A audiência é impactada<br />

pela mensagem do OOH e,<br />

em seguida, vai buscar mais in-<br />

formações sobre o produto ou<br />

serviço na tela <strong>de</strong> seus smartphones.<br />

O out of home e o digital<br />

se complementam, sendo que<br />

o OOH serve, muitas vezes, <strong>de</strong><br />

call to action para que as pessoas<br />

busquem mais informações no<br />

online.<br />

O universo gamer também está presente<br />

na nova realida<strong>de</strong> do OOH?<br />

Quando trazemos o conceito<br />

<strong>de</strong> phygital e interativida<strong>de</strong> para<br />

as nossas telas, juntamente com<br />

a produção <strong>de</strong> games personalizados<br />

para as marcas, um dos<br />

gran<strong>de</strong>s públicos que atingimos é<br />

justamente o <strong>de</strong> gamers.<br />

E o metaverso? Faz parte da estratégia<br />

da Neooh?<br />

No início <strong>de</strong> <strong>2022</strong>, adquirimos<br />

participação na Aioros Studios,<br />

empresa focada em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> games, realida<strong>de</strong> aumentada<br />

e realida<strong>de</strong> virtual. De<br />

lá para cá, temos avançado muito<br />

em novas formas <strong>de</strong> conexão e<br />

interação com as marcas. O metaverso,<br />

com certeza, faz parte<br />

<strong>de</strong> nossa estratégia e já iniciamos<br />

alguns mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> exploração<br />

<strong>de</strong>ssas possibilida<strong>de</strong>s. O começo<br />

foi ainda em 2021, quando a<br />

Neooh se tornou a primeira empresa<br />

<strong>de</strong> OOH do mundo a fazer<br />

campanhas no mundo “real” e<br />

também no virtual, dos games.<br />

Entregamos campanhas para<br />

nossos clientes em painéis e telas<br />

virtuais inseridas <strong>de</strong>ntro do ambiente<br />

e dos cenários dos jogos.<br />

Por exemplo, enquanto uma pessoa<br />

pilota um carro, os painéis do<br />

circuito virtual veiculam a campanha<br />

<strong>de</strong> um cliente da Neooh.<br />

Quais as oportunida<strong>de</strong>s para as<br />

marcas quando exibem publicida<strong>de</strong><br />

nos aeroportos?<br />

Os aeroportos são os equipamentos<br />

que impulsionam a economia<br />

<strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> um<br />

estado e do país, com seu gran<strong>de</strong><br />

público economicamente ativo.<br />

Sabemos disso, pois estamos presentes<br />

em cinco dos sete maiores<br />

terminais do país, que geram impacto<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong><br />

passageiros por ano. Neste ano,<br />

conquistamos ainda os 16 ativos<br />

administrados pela CCR Aeroportos,<br />

além <strong>de</strong> Viracopos (SP) e Porto<br />

Seguro (BA).<br />

22 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


E nos terminais rodoviários?<br />

Os terminais rodoviários apresentam<br />

algumas das características<br />

positivas dos aeroportos,<br />

como bom tempo <strong>de</strong> permanência<br />

e gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> pessoas.<br />

Possuem também a característica<br />

<strong>de</strong> viagens <strong>de</strong> negócios, com<br />

muitas pequenas e médias empresas<br />

utilizando-os como seu<br />

principal meio <strong>de</strong> transporte. Em<br />

paralelo, os terminais rodoviários<br />

complementam muitos dos trajetos<br />

não atingidos pelo transporte<br />

aéreo, permitindo que as pessoas<br />

se <strong>de</strong>sloquem melhor <strong>de</strong>ntro da<br />

malha <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> nacional.<br />

Prova <strong>de</strong>ssa interconexão é a recente<br />

pesquisa da Quaest, que<br />

mostra que 61% dos viajantes fizeram<br />

pelo menos uma viagem<br />

<strong>de</strong> ônibus nos últimos seis meses.<br />

Recentemente, conquistamos o<br />

circuito <strong>de</strong> mídia do Terminal<br />

Rodoviário <strong>de</strong> Belo Horizonte e<br />

o Novo Rio, na capital fluminense.<br />

Com isso, temos 62 terminais<br />

por todo o país, entre eles os três<br />

principais – com <strong>de</strong>staque para<br />

o Terminal do Tietê, em São Paulo,<br />

lí<strong>de</strong>r em estrutura e número<br />

<strong>de</strong> passageiros. O impacto é <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 135 milhões <strong>de</strong> passageiros<br />

por ano, o que <strong>de</strong>monstra<br />

bem essa força.<br />

Qual a experiência que os anunciantes<br />

po<strong>de</strong>m obter no ambiente lúdico<br />

dos parques?<br />

Com a mídia nos parques, a<br />

Neooh criou uma nova forma <strong>de</strong><br />

fazer OOH. Por estarmos no meio<br />

da natureza e em ambientes <strong>de</strong><br />

relaxamento e <strong>de</strong>scontração, tivemos<br />

<strong>de</strong> planejar os mínimos<br />

<strong>de</strong>talhes da operação. Iniciamos<br />

com a preocupação em oferecer<br />

um conteúdo rico <strong>de</strong> informações<br />

sobre os parques e também sobre<br />

o seu calendário <strong>de</strong> eventos. Em<br />

paralelo, veiculamos conteúdos<br />

para conscientização do público<br />

frequentador e, com isso, reduzimos<br />

drasticamente o número<br />

<strong>de</strong> banners e cartazes que antes<br />

eram espalhados pelos parques<br />

sem qualquer padrão. Também<br />

cuidamos do <strong>de</strong>sign leve e harmônico<br />

dos totens e até mesmo<br />

da luminosida<strong>de</strong> dos mesmos,<br />

que ficam mais suaves no período<br />

noturno. Para complementar,<br />

compensamos 100% da pegada<br />

<strong>de</strong> carbono <strong>de</strong> toda a nossa mídia,<br />

ação que foi ampliada para todos<br />

os projetos da Neooh. Como resultado<br />

<strong>de</strong>ste projeto, obtivemos<br />

“A reAlidA<strong>de</strong><br />

AumentAdA<br />

expAn<strong>de</strong> A<br />

fronteirA<br />

do ooH”<br />

Divulgação<br />

um gran<strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong> público e<br />

<strong>de</strong> crítica. Os anunciantes veiculam<br />

suas campanhas em um<br />

ambiente <strong>de</strong> calma, lazer e <strong>de</strong>scontração,<br />

on<strong>de</strong> o público permanece<br />

por horas se divertindo e<br />

se entretendo. E tudo isso já está<br />

sendo valorizado: em pesquisa<br />

recente realizada pela Prefeitura<br />

<strong>de</strong> São Paulo, os totens do Parque<br />

do Ibirapuera obtiveram 84% <strong>de</strong><br />

aprovação por parte do público.<br />

A realida<strong>de</strong> aumentada é aliada do<br />

DOOH? Como a Neooh aplica essa<br />

oferta?<br />

A realida<strong>de</strong> aumentada é uma<br />

das gran<strong>de</strong>s aliadas do OOH, pois<br />

possibilita criarmos campanhas<br />

que começam em nossas telas e<br />

se transformam em ferramentas<br />

úteis <strong>de</strong> informação, localização<br />

ou <strong>de</strong> cupons e prêmios. A realida<strong>de</strong><br />

aumentada expan<strong>de</strong> a fronteira<br />

do OOH e cria uma excelente<br />

experiência phygital <strong>de</strong> fusão<br />

do real com o virtual.<br />

A programática está no radar?<br />

A programática já é uma realida<strong>de</strong><br />

na Neooh, que está conectada<br />

e operando com diversas<br />

plataformas. Neste ano <strong>de</strong> <strong>2022</strong>,<br />

a nossa receita com programática<br />

começou a aumentar no segundo<br />

semestre e acreditamos que,<br />

em 2023, possa representar entre<br />

3% e 5%, com tendência <strong>de</strong> crescimento<br />

significativo nos próximos<br />

anos.<br />

E como preten<strong>de</strong> materializar a expansão<br />

do negócio?<br />

Nosso crescimento orgânico<br />

está muito acelerado. Somente<br />

neste ano, trouxemos mais <strong>de</strong> 180<br />

novos ativos para o nosso portfólio,<br />

entre aeroportos, terminais<br />

rodoviários, shoppings, parques<br />

e os <strong>de</strong>mais. Para 2023, temos<br />

espaço para continuar a expansão<br />

orgânica e para fazer novas aquisições,<br />

que também são parte<br />

<strong>de</strong> nossa estratégia <strong>de</strong> crescimento.<br />

Em <strong>2022</strong>, a Neooh cresceu<br />

“nosso<br />

objetivo é<br />

crescer, pelo<br />

menos, 70%”<br />

110% com relação a 2021. Para<br />

2023, o nosso objetivo é crescer,<br />

pelo menos, 70% em relação a<br />

este ano, o que vai <strong>de</strong>mandar<br />

continuarmos neste ritmo <strong>de</strong> expansão<br />

acelerada e aquisição <strong>de</strong><br />

empresas e novas tecnologias.<br />

E as agências especializadas em<br />

DOOH e OOH como a Rua Africa e<br />

a Galeria?<br />

Temos algumas agências excelentes<br />

que aten<strong>de</strong>m aos gran<strong>de</strong>s<br />

clientes com contratos <strong>de</strong><br />

exclusivida<strong>de</strong> e com ferramentas<br />

úteis, renomadas e estratégicas.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 23


MerCado<br />

Copa do Mundo no Catar <strong>de</strong>safia<br />

imagem <strong>de</strong> marcas patrocinadoras<br />

Estudo <strong>de</strong> universida<strong>de</strong> norte-americana aponta indícios <strong>de</strong> boicote<br />

ligados à violação <strong>de</strong> direitos humanos e leis contra cidadãos LGBTQIA+<br />

Fotos: Reprodução/Fifa<br />

Gianni Infantino, presi<strong>de</strong>nte da Fifa, que ameaçou punir com cartões amarelos os jogadores que insistirem em usar braça<strong>de</strong>iras com mensagem <strong>de</strong> apoio à comunida<strong>de</strong> LGBTQIA+<br />

Janaina Langsdorff<br />

país que recebe uma Copa<br />

do Mundo leva mais<br />

O<br />

que bola ao gol em solo nacional.<br />

O evento funciona como<br />

uma vitrine <strong>de</strong> hábitos e locais<br />

transformados em <strong>de</strong>stinos turísticos<br />

para visitantes <strong>de</strong> todo<br />

o mundo, <strong>de</strong>ixando um saldo<br />

cultural e econômico como herança.<br />

Mas no Catar, essa não<br />

tem sido a lógica do jogo. Para<br />

além das questões econômicas,<br />

pois certamente lucros virão,<br />

não é raro encontrar retaliações<br />

a comportamentos que<br />

vão <strong>de</strong> encontro aos esforços<br />

das próprias marcas em prol <strong>de</strong><br />

um mundo mais inclusivo.<br />

“A exposição e o alcance das<br />

marcas patrocinadoras da Copa<br />

é enorme. Só que, nos últimos<br />

anos, o consumidor ficou muito<br />

mais crítico, e não aceita incongruências”,<br />

adverte Juliana<br />

Morganti, diretora <strong>de</strong> estratégia<br />

IndícIos <strong>de</strong> boIcote<br />

foram sInalIzados<br />

por estudo da<br />

montclaIr state<br />

unIversIty (msu)<br />

da Mutato. Indícios <strong>de</strong> boicote<br />

foram sinalizados por estudo<br />

da Montclair State University<br />

(MSU), <strong>de</strong> Nova Jersey (EUA).<br />

Analisada entre outubro e <strong>novembro</strong>,<br />

uma amostra <strong>de</strong> 22 mil<br />

tweets com a hashtag boycottqatar<strong>2022</strong>,<br />

mais <strong>de</strong> 18 milhões<br />

<strong>de</strong> impressões e cerca <strong>de</strong> 43 milhões<br />

<strong>de</strong> pessoas atingidas indi-<br />

Presentear o campeão da Copa com estoque <strong>de</strong> cerveja foi a saída da Budweiser<br />

cou 92% <strong>de</strong> apoio a protestos ligados<br />

a direitos humanos e leis<br />

contra cidadãos LGBTQIA+.<br />

A homossexualida<strong>de</strong> é ilegal<br />

e passível <strong>de</strong> prisão no Catar.<br />

Algumas seleções europeias,<br />

como Alemanha e Inglaterra,<br />

anunciaram que seus capitães<br />

entrariam em campo com a frase<br />

One love escrita na braça<strong>de</strong>ira,<br />

mas <strong>de</strong>sistiram <strong>de</strong>pois que a<br />

Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>de</strong> Futebol<br />

(Fifa) ameaçou punir com<br />

cartões amarelos os jogadores<br />

que insistirem em manter a<br />

manifestação. Em represália,<br />

os atletas da seleção tetracampeã<br />

da Alemanha tiraram a foto<br />

oficial antes da partida contra<br />

o Japão, no estádio Internacional<br />

Khalifa, na quarta-feira (23),<br />

com a mão na boca.<br />

“Se por um lado, a primeira<br />

Copa do Mundo no Oriente<br />

Médio vai marcar pela beleza<br />

e pelo luxo, as questões trabalhistas<br />

e <strong>de</strong> mortes <strong>de</strong> emprega-<br />

24 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Amir Somoggi, da Sports Value: soft power é terrível<br />

Juliana Morganti, da Mutato: incongruências<br />

Roberto Kanter, da FGV: jogo <strong>de</strong> forças<br />

dos na construção dos estádios<br />

e a discussão em torno dos direitos<br />

humanos, em especial,<br />

ao movimento LGBTQIA+, também<br />

lembrarão a Copa”, frisa<br />

Fernando Trein, professor <strong>de</strong><br />

marketing esportivo da ESPM<br />

Porto Alegre. O sócio-diretor<br />

da Sports Value, Amir Somoggi,<br />

alerta que “o soft power é terrível<br />

porque consegue suavizar<br />

até o pior dos ditadores”.<br />

O consumo <strong>de</strong> cerveja também<br />

foi colocado em xeque. Às<br />

vésperas da abertura do Mundial,<br />

a Fifa e o Catar proibiram a<br />

venda <strong>de</strong> bebidas alcoólicas no<br />

entorno dos estádios, <strong>de</strong>cisão<br />

que inci<strong>de</strong> no patrocínio da Budweiser,<br />

da AB InBev, cerveja<br />

oficial do torneio.<br />

“Após discussões entre as<br />

autorida<strong>de</strong>s do país anfitrião<br />

e a Fifa, foi tomada a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> concentrar a venda <strong>de</strong> bebidas<br />

alcoólicas no Fifa Fan<br />

Festival, removendo os pontos<br />

<strong>de</strong> venda <strong>de</strong> cerveja dos perímetros<br />

do estádio da Copa do<br />

Mundo da Fifa <strong>2022</strong> no Catar”,<br />

escreveu a Fifa em nota. A Budweiser<br />

resolveu presentear o<br />

time campeão com o estoque<br />

<strong>de</strong> cerveja anteriormente <strong>de</strong>stinado<br />

ao evento.<br />

“Acho um absurdo países<br />

como Rússia e Catar, e outros<br />

que não são efetivamente uma<br />

<strong>de</strong>mocracia, que não têm alternância<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que controlam<br />

a mídia, limitam mulheres e<br />

homossexuais, serem consi<strong>de</strong>rados<br />

para gran<strong>de</strong>s eventos”,<br />

critica Somoggi. Na bola dividida,<br />

nem sempre o marketing<br />

ganha. “Embora estratégico, o<br />

marketing não é o único pilar.<br />

Essa situação traz um plano<br />

mais realista, do po<strong>de</strong>r do dinheiro,<br />

e do po<strong>de</strong>r político. E<br />

coloca o marketing no seu <strong>de</strong>vido<br />

tamanho. Chega um momento<br />

em que existe um jogo<br />

<strong>de</strong> forças e, normalmente, o<br />

dono do cofre ganha”, observa<br />

Roberto Kanter, especialista em<br />

marketing dos MBAs da FGV.<br />

O imbróglio é tratado no documentário<br />

Esquemas da Fifa,<br />

lançado pela Netflix.<br />

Para Kanter, a Budweiser<br />

per<strong>de</strong> no consumo local, mas<br />

a relevância permanece em<br />

mercados globais, que já são<br />

expressivos para o consumo<br />

da marca. “Não se trata nem <strong>de</strong><br />

“essa sItuação<br />

traz um plano<br />

maIs realIsta,<br />

do po<strong>de</strong>r do<br />

dInheIro, e do<br />

po<strong>de</strong>r polítIco”<br />

Filme da Hyundai para o Creta Nova Geração <strong>2022</strong> reforça os valores <strong>de</strong>fendidos pela marca, que é patrocinadora da Copa do Mundo<br />

um risco calculado. É um prejuízo<br />

que está <strong>de</strong>ntro da conta.<br />

Custaria muito mais não estar<br />

na Copa, e ce<strong>de</strong>r espaço para o<br />

concorrente”, acredita o professor.<br />

A tendência é <strong>de</strong> que<br />

a retomada tome o seu curso,<br />

resgatando pautas da agenda<br />

progressista.<br />

“No digital, todo mundo<br />

po<strong>de</strong> se predispor a boicotar,<br />

não cabe julgar os motivos e<br />

responsabilida<strong>de</strong>s, mas sim<br />

analisar o impacto, o quanto,<br />

na prática, isso tem um espelhamento”,<br />

reflete Kanter. De<br />

qualquer forma, o especialista<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> mais transparência.<br />

“As marcas po<strong>de</strong>riam explicar<br />

as suas posições, políticas e<br />

econômicas, frisando que credos,<br />

crenças e cores não importam<br />

no futebol”, sugere Kanter.<br />

Foi o que fez a Hyundai, outra<br />

patrocinadora da Copa. A<br />

montadora coreana exibiu nos<br />

intervalos dos jogos um filme<br />

que mostra a mãe ao volante <strong>de</strong><br />

um Creta Nova Geração <strong>2022</strong>, e<br />

a filha, no banco <strong>de</strong> trás. “Eu já<br />

posso apren<strong>de</strong>r a dirigir?”, pergunta<br />

a menina. “Mensagens<br />

<strong>de</strong> incentivo à diversida<strong>de</strong> e à<br />

inclusão são presença constante<br />

nas comunicações da Hyundai.<br />

Exemplos anteriores ao do<br />

Creta Nova Geração reforçam<br />

o compromisso da marca também<br />

com o empo<strong>de</strong>ramento<br />

feminino, como nos comerciais<br />

do HB20 em 2019”, lembra Jan<br />

Telecki, diretor <strong>de</strong> marketing e<br />

comunicação da Hyundai para<br />

as Américas Central e do Sul.<br />

A Hyundai usa a sua presença<br />

na Copa do Mundo no Catar<br />

para expressar os valores da<br />

empresa. Um dos exemplos é<br />

a campanha Goal of century,<br />

que traz mensagens <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong><br />

e sustentabilida<strong>de</strong><br />

ao lado <strong>de</strong> nomes do esporte e<br />

cultura. Além da comunicação<br />

visual, a marca disponibilizou<br />

veículos sustentáveis e inaugurou<br />

o Museu Fifa.<br />

Localmente, implementou<br />

a promoção Na Hyundai dá<br />

jogo, test drive com emissão<br />

<strong>de</strong> carbono zerada por meio do<br />

plantio <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> mil árvores<br />

da Mata Atlântica. “É possível<br />

usar o espaço <strong>de</strong> patrocinador<br />

para se posicionar, conforme os<br />

valores da marca. A neutralida<strong>de</strong><br />

não leva a nenhum lugar”,<br />

sublinha Juliana, da Mutato,<br />

que transformou o influenciador<br />

Luva <strong>de</strong> Pedreiro na voz do<br />

aplicativo Waze a fim <strong>de</strong> inserir<br />

a marca na conversa do futebol.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 25


merCado<br />

Freepik<br />

Comunicação interna <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser apenas um meio para transmitir informações; ela virou ferramenta estratégica para as empresas<br />

Comunicação interna ganha<br />

relevância <strong>de</strong>ntro das organizações<br />

A ferramenta ainda tem papel <strong>de</strong> difundir informações entre os<br />

colaboradores, mas também po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o senso <strong>de</strong> pertencimento<br />

Neusa spaulucci<br />

comunicação interna da<br />

A maioria das empresas <strong>de</strong>ixou<br />

<strong>de</strong> ser uma simples CI<br />

ou um memorando afixado<br />

no quadro <strong>de</strong> avisos para funcionários.<br />

Hugo Godinho, CEO<br />

da Dialog, acredita que comunicação<br />

interna ainda <strong>de</strong>sempenha<br />

o papel <strong>de</strong> difundir uma<br />

informação a todos os colaboradores<br />

<strong>de</strong> uma companhia,<br />

mas hoje essa não é sua única<br />

finalida<strong>de</strong>.<br />

Ele fala <strong>de</strong> uma pesquisa realizada<br />

pela Aberje (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Comunicação Empresarial)<br />

que mostra que 87%<br />

das empresas acreditam que<br />

os objetivos <strong>de</strong>ssa ferramenta<br />

estejam vinculados aos da organização,<br />

ou seja, a comunicação<br />

interna po<strong>de</strong> ter um papel<br />

muito estratégico.<br />

“Quando bem estruturada,<br />

ela <strong>de</strong>sperta o senso <strong>de</strong> pertencimento,<br />

consolida os valores<br />

corporativos, auxilia na retenção<br />

<strong>de</strong> talentos, contribui para<br />

as estratégias <strong>de</strong> employer<br />

branding e, é claro, fortalece a<br />

cultura organizacional”, diz.<br />

Para ele, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da comunicação interna com<br />

esse potencial transformador<br />

tem sido cada vez mais uma<br />

realida<strong>de</strong> nas empresas, que,<br />

diante <strong>de</strong> novos formatos <strong>de</strong><br />

trabalho, têm encontrado outras<br />

formas <strong>de</strong> promover a conexão<br />

entre os profissionais.<br />

“E essa conexão, em todos os<br />

seus aspectos, acontece a partir<br />

da comunicação, durante toda<br />

a jornada do colaborador”.<br />

Godinho acredita ainda que a<br />

comunicação interna po<strong>de</strong> contribuir<br />

muito para a construção<br />

<strong>de</strong> um clima organizacional<br />

positivo, que proporcione segurança<br />

e bem-estar a todas as<br />

pessoas envolvidas.<br />

“Quando um colaborador se<br />

sente acolhido no lugar on<strong>de</strong><br />

trabalha, isso <strong>de</strong>sperta nele o<br />

sentimento <strong>de</strong> satisfação e felicida<strong>de</strong><br />

– que, consequentemente,<br />

impulsiona sua <strong>de</strong>dicação<br />

no dia a dia. É um fato”, sentencia<br />

o executivo. Ele levanta<br />

dados <strong>de</strong> outro estudo, <strong>de</strong>sta<br />

“Quando bem<br />

estruturada,<br />

ela <strong>de</strong>sperta<br />

o senso <strong>de</strong><br />

pertencimento<br />

e consolida<br />

os valores<br />

corporativos”<br />

vez da Harvard Business Review,<br />

cujos resultados mostram<br />

que “colaboradores felizes são<br />

31% mais produtivos, 85% mais<br />

eficientes e 300% mais inovadores”.<br />

“Essa postura é extremamente<br />

positiva e agrega<br />

muito valor à marca. Ela retém<br />

talentos”, <strong>de</strong>clara o executivo<br />

da Dailog, startup que oferece<br />

aplicativo <strong>de</strong> comunicação interna<br />

e recursos humanos para<br />

empresas, que funciona como<br />

uma re<strong>de</strong> social corporativa.<br />

Ele lembra ainda que a comunicação<br />

interna, como qualquer<br />

outra área <strong>de</strong> uma empresa,<br />

precisa <strong>de</strong> planejamento e<br />

constância, pois é fundamental<br />

que ela seja <strong>de</strong>senvolvida para<br />

chegar a todas as pessoas, sem<br />

exceção. “Por isso é tão importante<br />

investir em um canal <strong>de</strong><br />

comunicação que garanta essa<br />

flexibilida<strong>de</strong> e envolva tanto<br />

o setor administrativo quanto<br />

o operacional. Quando o setor<br />

permite que ela possa ser acessada<br />

e cocriada por todas as<br />

pessoas, o engajamento vem <strong>de</strong><br />

forma orgânica”, revela.<br />

26 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


marcas<br />

Itaú fecha acordo com a Globo para<br />

produção do Inteligência Financeira<br />

Banco prefere fazer aposta em veículo próprio que, além do site, terá<br />

<strong>de</strong>sdobramentos no Valor Econômico e programetes na Globonews<br />

Paulo Macedo<br />

Os barões da mídia estão<br />

ganhando concorrência<br />

das marcas, dos produtos,<br />

dos serviços e das pessoas, ou<br />

os influencers. A profecia do<br />

educador cana<strong>de</strong>nse Marshal<br />

McLuhan <strong>de</strong> que o meio seria<br />

mensagem, não importa sua<br />

matriz, está se consolidando<br />

nesses tempos <strong>de</strong> transformação<br />

digital. Amazon já incorporou<br />

ao seu ecossistema o tradicional<br />

título The Washington<br />

Post; a Tesla, <strong>de</strong> Elon Musk,<br />

acaba <strong>de</strong> confirmar a compra<br />

da re<strong>de</strong> social Twitter; a revista<br />

econômica Exame foi adquirida<br />

pelo BTG Pactual e a XP tem no<br />

seu portfólio a prestigiosa InfoMoney.<br />

Agora é a vez do Itaú,<br />

que lançou há cerca <strong>de</strong> um ano<br />

o site Inteligência Financeira,<br />

que ganhou musculatura nesse<br />

período e já apresenta números<br />

robustos: 1,2 milhão <strong>de</strong> visitantes<br />

únicos no último mês <strong>de</strong><br />

outubro, que também contabilizou<br />

1,7 milhão <strong>de</strong> sessões, como<br />

informa o CEO da operação,<br />

o executivo Leandro Modé. Dá<br />

para perceber que não são mais<br />

newsletters editadas por assessorias<br />

<strong>de</strong> relações públicas,<br />

mas canais que buscam informação<br />

para dar respaldo para<br />

havy users das notícias do país<br />

e do mundo.<br />

O mo<strong>de</strong>lo do Itaú foi arquitetado,<br />

<strong>de</strong> acordo Modé, contemplando<br />

todas as opções<br />

disponíveis, inclusive a compra<br />

<strong>de</strong> uma marca <strong>de</strong> mídia. “Mas<br />

preferimos o caminho do meio,<br />

que dá mais trabalho por termos<br />

<strong>de</strong> começar do zero, mas<br />

também nos dá a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fazer algo customizado<br />

e com a qualida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>sejamos”,<br />

posiciona o CEO do IF.<br />

Modé conta com equipe interna<br />

<strong>de</strong> sete profissionais <strong>de</strong>dicados.<br />

Porém, <strong>de</strong>talha que a<br />

intenção não era ter uma redação<br />

interna para produção dos<br />

conteúdos. O projeto foi discutido<br />

com o Grupo Globo, que<br />

Leandro Modé é o CEO da plataforma Inteligência Financeira, startup <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong>ntro do gigante do segmento bancário, o Itaú<br />

Logomarca do projeto <strong>de</strong> conteúdo do banco Itaú<br />

assumiu a produção do título<br />

customizado com 20 jornalistas<br />

atuando para o IF. Eles ficam<br />

abrigados nas <strong>de</strong>pendênciaas<br />

da Editora Globo, em São Paulo.<br />

O pacote com o Grupo Globo<br />

inclui produção <strong>de</strong> podcasts.<br />

Por exemplo, já está disponível<br />

o Visão <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>r, sob a li<strong>de</strong>rança<br />

“Nosso<br />

projeto com a<br />

Globo eNvolve<br />

compra <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>”<br />

da âncora Anne Dias, que inaugurou<br />

a série com entrevista<br />

com a empresária Luiz Helena<br />

Trajano, do Magalu. Também<br />

tem programete na Globonews<br />

com apresentação do especialista<br />

Cauê Fabiano, além <strong>de</strong> extensões<br />

exclusivas nos portais<br />

dos jornais Valor Econômico, O<br />

Fotos: Divulgação<br />

Globo e no G1. Modé acrescenta<br />

que cada re<strong>de</strong> social terá conteúdo<br />

com sua característica <strong>de</strong><br />

linguagem e não uma simples<br />

reprodução. É o caso <strong>de</strong> Gabriel<br />

Navarro que tem mais <strong>de</strong> 1 milhão<br />

<strong>de</strong> seguidores no TikTok.<br />

Influencers, entre os quais Fernanda<br />

Mello, economista do<br />

Itaú, que está assumindo esse<br />

papel no IF. A produção audiovisual<br />

é feita pela BR Mídia.<br />

“Nosso projeto com a Globo<br />

também envolve a compra <strong>de</strong>pacote<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> para a<br />

plataforma. Para promover o IF<br />

e trazer mais audiência interessada<br />

em informação financeira<br />

relevante. Estamos investindo<br />

em um canal <strong>de</strong> mídia proprietário,<br />

mas não vamos aceitar<br />

publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terceiros. Apenas<br />

dos produtos do Itaú, principalmente<br />

por meio <strong>de</strong> links<br />

que direcionam o interessado<br />

para uma plataforma do seu interesse,<br />

como imobiliária, por<br />

exemplo”, finaliza Modé.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 27


mArCAs<br />

Fotos: Airbus e Divulgação<br />

O avião<br />

Margarida<br />

nas Nuvens<br />

faz parte do<br />

projeto A Frota<br />

mais mágica<br />

do mundo e foi<br />

apresentado<br />

em Toulouse<br />

Co-branding entre Disney, Azul e<br />

Airbus resulta em “frota mágica”<br />

Empresas se uniram para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> quatro aviões temáticos;<br />

aeronave Margarida nas Nuvens foi a última a ser entregue, em Toulouse<br />

kelly dores<br />

– <strong>de</strong> Toulouse<br />

Geralmente, um processo<br />

<strong>de</strong> co-branding entre empresas<br />

é pontual, com o lançamento<br />

<strong>de</strong> produtos limitados<br />

ou promoções sazonais. Não<br />

é o caso da parceria que uniu<br />

o Walt Disney World Resort, a<br />

Azul e a Airbus no projeto A frota<br />

mais mágica do mundo, com<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> quatro<br />

aviões inspirados nos icônicos<br />

personagens da Disney, que<br />

vão voar os céus do Brasil, por<br />

mais <strong>de</strong> 50 <strong>de</strong>stinos nacionais,<br />

durante <strong>de</strong>z anos.<br />

O projeto começou em outubro<br />

<strong>de</strong> 2021, em comemoração<br />

aos 50 anos do Walt Disney<br />

World, com o lançamento<br />

da primeira aeronave: Mickey<br />

Mouse nas Nuvens. Posteriormente,<br />

vieram Minnie Mouse<br />

nas Nuvens, Pato Donald nas<br />

Nuvens e, agora, Margarida nas<br />

Nuvens, que foi apresentada<br />

em evento realizado no último<br />

dia 17, na fábrica da Airbus, em<br />

Toulouse, na França. Airbus é a<br />

fabricante do mo<strong>de</strong>lo A320neo.<br />

“O nosso objetivo principal<br />

com a Azul é levar a magia do<br />

Walt Disney World por todo o<br />

Brasil. Esses quatro aviões da<br />

frota mais mágica do mundo<br />

voam somente pelo Brasil em<br />

mais <strong>de</strong> 50 <strong>de</strong>stinos diferentes.<br />

E, claro que no fim do dia, a<br />

gente quer, com certeza, realizar<br />

o sonho das pessoas e levar<br />

o máximo <strong>de</strong> famílias e adultos<br />

para nos visitar no Walt Disney<br />

World Resort, em Orlando”,<br />

<strong>de</strong>stacou Cinthia Serricchio<br />

Douglas, diretora <strong>de</strong> marketing<br />

e vendas para a América Latina<br />

da Disney Destinations.<br />

Vale explicar que quando um<br />

passageiro compra um bilhete<br />

da Azul não sabe <strong>de</strong> antemão se<br />

vai voar com um dos aviões temáticos.<br />

A i<strong>de</strong>ia é que as pessoas<br />

sejam surpreendidas. “É um<br />

fator surpresa para os viajantes,<br />

pois só quando eles embarcam<br />

é que se <strong>de</strong>param com a aeronave<br />

do personagem”.<br />

Segundo a diretora <strong>de</strong> marketing<br />

e vendas da Disney, o avião<br />

da Margarida encerra o projeto,<br />

“O nOssO ObjetivO<br />

principal cOm<br />

a azul é levar a<br />

magia dO Walt<br />

disney WOrld pOr<br />

tOdO O brasil”<br />

o que não quer dizer que outras<br />

ações não serão <strong>de</strong>senvolvidas<br />

com a própria frota. “Isso agora<br />

está no nosso futuro. As aeronaves<br />

ficam pintadas por até<br />

<strong>de</strong>z anos”, explicou Cinthia.<br />

Apesar <strong>de</strong> não divulgar números<br />

sobre o retorno do projeto,<br />

a executiva afirma que é<br />

possível medir o resultado pela<br />

repercussão nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

“A frota mais mágica do mundo<br />

é muito especial. O que a gente<br />

conseguiu fazer juntos é levar<br />

a magia <strong>de</strong> Walt Disney World<br />

pelo Brasil”, disse ela.<br />

Por sua vez, a Azul Viagens<br />

informa que atualmente ven<strong>de</strong><br />

três vezes mais pacotes para<br />

Orlando do que em 2019, um<br />

reflexo do lançamento dos aviões<br />

inspirados nos personagens<br />

da Disney.<br />

“A gente sabe que a Disney é<br />

uma marca que tem uma awareness<br />

espetacular e a Azul<br />

quer cada vez mais chegar ao<br />

top of mind do Brasil. E, óbvio,<br />

que estando ao lado da Disney<br />

ajuda muito a fazer esse trabalho.<br />

A nossa i<strong>de</strong>ia é conseguir<br />

trazer, não só para a experiência<br />

do voo, mas para toda a história<br />

que a Azul conta <strong>de</strong>ntro<br />

do cenário do céu azul, que é o<br />

nosso novo posicionamento <strong>de</strong><br />

marca, a frota mais mágica do<br />

mundo como apoio para fazer o<br />

aumento <strong>de</strong> brand awareness”,<br />

revelou Renata Lorenzini, gerente<br />

<strong>de</strong> marketing da Azul.<br />

O objetivo da companhia aérea<br />

é não só aumentar a venda<br />

<strong>de</strong> passagens, mas também trazer<br />

a informação para o cliente<br />

<strong>de</strong> que a Azul não trabalha só<br />

com voo, mas consegue entregar<br />

a experiência inteira, com<br />

venda <strong>de</strong> pacotes <strong>de</strong> viagem e<br />

<strong>28</strong> <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Cristina Yoshida e Renata Lorenzini, ambas da Azul<br />

Cinthia Douglas, diretora <strong>de</strong> marketing e vendas da Disney<br />

Agnete Oernsholt, <strong>de</strong>signer da The Walt Disney Company<br />

ingressos da Disney. “A i<strong>de</strong>ia é<br />

que as pessoas associem a Azul<br />

não só como companhia aérea,<br />

mas como uma solução completa<br />

para venda <strong>de</strong> ingressos<br />

dos parques e reservas <strong>de</strong> hotéis”,<br />

afirmou Cristina Yoshida,<br />

gerente-geral <strong>de</strong> negócios do<br />

TudoAzul e Azul Viagens.<br />

Alexandre Malfitani, CFO da<br />

Azul, lembra ainda sobre a paixão<br />

dos brasileiros pela Disney.<br />

“Nós estamos muito animados<br />

por termos sido escolhidos<br />

para participar como parcei-<br />

ros da celebração dos 50 anos<br />

do Walt Disney World Resort,<br />

que começou há um ano com<br />

o primeiro avião inspirado no<br />

Mickey, <strong>de</strong>pois Minnie, Donald<br />

e agora a Margarida se unindo<br />

à frota mais mágica do mundo.<br />

Os brasileiros amam a Disney,<br />

não somos os únicos, mas<br />

nos <strong>de</strong>stacamos nessa paixão.<br />

Nós estamos muito orgulhosos<br />

<strong>de</strong> inspirar esse sonho nas pessoas<br />

para conhecer a Disney voando<br />

com esses aviões pelo céu<br />

do Brasil”, ressaltou ele.<br />

Alexandre Malfitan, da Azul; Cinthia Douglas, da Disney; e Arturo Barreira, presi<strong>de</strong>nte da Airbus para América Latina e Caribe<br />

ProCesso CriAtivo<br />

Os <strong>de</strong>senhos dos aviões temáticos<br />

foram criados pela in-<br />

-house Disney Yellow Shoes.<br />

“O processo criativo foi maravilhoso.<br />

Nós <strong>de</strong>senhamos os<br />

quatro aviões ao mesmo tempo,<br />

ou seja, só nós sabíamos<br />

que seriam quatro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />

(risos). Desenhar os quatro<br />

aviões nos <strong>de</strong>u a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> criar um storytelling<br />

po<strong>de</strong>roso, para cada um <strong>de</strong>les.<br />

Durante o processo, nós sabíamos<br />

que o objetivo era promover<br />

o Walt Disney World<br />

Resort, <strong>de</strong>ntro das celebrações<br />

dos 50 anos, e também<br />

sabíamos que os aviões vão<br />

voar por <strong>de</strong>z anos. E como as<br />

comemorações duram 18 meses,<br />

nós tínhamos <strong>de</strong> pensar<br />

além do aniversário”, contou<br />

Agnete Oernsholt, diretora<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign na The Walt Disney<br />

Company.<br />

De acordo com Agnete, o<br />

objetivo é levar a magia e a<br />

emoção da Disney, e fazer as<br />

pessoas sorrirem e serem felizes.<br />

“Quando você proporciona<br />

emoção a elas, é um ótimo<br />

começo para as marcas. E<br />

conseguimos oferecer alguma<br />

coisa alegre e emocional com<br />

cada personagem”.<br />

Ela complementa: “O processo<br />

criativo durou cerca <strong>de</strong><br />

quatro meses e <strong>de</strong>senhamos<br />

os quatro aviões ao mesmo<br />

tempo porque precisávamos<br />

<strong>de</strong> consistência e assegurar<br />

as características dos personagens.<br />

O Mickey e a Minnie,<br />

por exemplo, têm mais roupas<br />

que o Donald e a Margarida”.<br />

A criativa <strong>de</strong>staca que essa foi<br />

a primeira vez na história que<br />

houve a chance <strong>de</strong> levar os<br />

personagens da Disney para<br />

os aviões com tantos <strong>de</strong>talhes.<br />

“Foi uma colaboração maravilhosa<br />

com a Azul e a Airbus”,<br />

finaliza Agnete.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 29


mArcAs<br />

Giuliana Flores aposta no WhatsApp<br />

para aumentar vendas em 2023<br />

Marketplace <strong>de</strong> flores e presentes terá também ajuda <strong>de</strong> seu aplicativo<br />

para alcançar o crescimento <strong>de</strong> 20% esperado para o próximo ano<br />

Janaina Langsdorff<br />

e-commerce Giuliana Flores<br />

vivenciou todas as fa-<br />

O<br />

ses <strong>de</strong> evolução da internet no<br />

Brasil. Da conexão discada ao<br />

surgimento das re<strong>de</strong>s sociais, o<br />

negócio que emergiu da explosão<br />

da bolha digital em meados<br />

dos anos 2000 assiste hoje ao<br />

crescente interesse das pessoas<br />

por fazer compras pelos aplicativos<br />

<strong>de</strong> mensageria. “Hoje,<br />

o WhatsApp ven<strong>de</strong> mais que<br />

televendas. Traz praticida<strong>de</strong> e<br />

receita. Já temos um time específico<br />

para esse canal”, atesta<br />

Clovis Souza, CEO e fundador<br />

da Giuliana Flores.<br />

Google, Facebook, Instagram,<br />

e-mail marketing e re<strong>de</strong>s<br />

sociais integram o composto <strong>de</strong><br />

marketing da marca, que aposta<br />

ainda no seu aplicativo. No ar<br />

há quatro anos, o app tem cerca<br />

<strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> e,<br />

com o WhatsApp, sustentará<br />

a estratégia <strong>de</strong> vendas traçada<br />

para 2023.<br />

A previsão é crescer 20% ante<br />

<strong>2022</strong>. O plano abrange a operação<br />

física, hoje com duas lojas,<br />

mais <strong>de</strong> 30 quiosques próprios<br />

e 800 floriculturas parceiras<br />

em todo o Brasil, que abastecem<br />

mais <strong>de</strong> 300 marketplaces.<br />

Há cerca <strong>de</strong> três anos, a Giuliana<br />

Flores foi a primeira marca<br />

fora do setor <strong>de</strong> alimentos<br />

a entrar no iFood, com cestas<br />

contendo mix <strong>de</strong> flores, bolos<br />

e chocolates. A marca está também<br />

no Rappi.<br />

“Sempre busquei associar<br />

o negócio a marcas consolidadas,<br />

ofertando produtos acessíveis<br />

às mais variadas faixas <strong>de</strong><br />

renda”, frisa Souza. O executivo<br />

lembra que ven<strong>de</strong>r flor não<br />

é tão simples quanto parece.<br />

Além <strong>de</strong> uma logística eficiente,<br />

a empresa precisa <strong>de</strong> um<br />

marketing ágil para lidar com<br />

um produto perecível. A Giuliana<br />

Flores garante essa rapi<strong>de</strong>z<br />

por meio <strong>de</strong> uma equipe interna,<br />

que trabalha para cobrir os<br />

mais diversos canais, fazendo<br />

Operação física possui duas lojas, mais <strong>de</strong> 30 quiosques próprios e 800 floriculturas, que abastecem mais <strong>de</strong> 300 marketplaces<br />

Clóvis Souza: WhatsApp supera televendas<br />

“O primeirO<br />

semestre<br />

cOrrespOn<strong>de</strong> a<br />

mais <strong>de</strong> 60% dO<br />

faturamentO<br />

dO anO”<br />

tual <strong>de</strong> flores transforma datas<br />

comemorativas, aniversários<br />

ou um simples ato <strong>de</strong> gentileza<br />

em suas principais ocasiões <strong>de</strong><br />

consumo. No Dia da Gentileza,<br />

em 13 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, a marca<br />

distribui mudas <strong>de</strong> plantas na<br />

Feirinha do Bem Mooca, e no<br />

Dia Nacional do Doador <strong>de</strong> San-<br />

Fotos: Divulgação<br />

com que a marca seja lembrada<br />

no momento em que a pessoa<br />

<strong>de</strong>seja celebrar um momento<br />

especial.<br />

Com frases como “Acessou,<br />

comprou, chegou, sorriu”,<br />

“Pra quem quer estar perto,<br />

mesmo <strong>de</strong> longe” e “Um gesto<br />

simples, diz muito”, a loja virgue,<br />

em 25 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, doou<br />

cem rosas vermelhas à Fundação<br />

Pró-Sangue <strong>de</strong> São Paulo.<br />

“O Dia das Mães é o meu Natal”,<br />

aponta Souza. A trilha <strong>de</strong><br />

vendas começa em fevereiro,<br />

seguida pelo Dia Internacional<br />

da Mulher, Páscoa, Dia das<br />

Mães e Dia dos Namorados. No<br />

Dia Internacional da Mulher<br />

<strong>de</strong>ste ano, a marca lançou campanha<br />

com fotos <strong>de</strong> bailarinas<br />

da Companhia <strong>de</strong> Dança <strong>de</strong> São<br />

Paulo e, no Dia dos Namorados,<br />

levou um casal para passear <strong>de</strong><br />

helicóptero.<br />

“O primeiro semestre correspon<strong>de</strong><br />

a mais <strong>de</strong> 60% do faturamento<br />

do ano”, calcula Souza,<br />

que aos oito anos começou<br />

a ven<strong>de</strong>r flores nas ruas e imediações<br />

<strong>de</strong> um cemitério da<br />

Zona Leste <strong>de</strong> São Paulo. Hoje,<br />

a Giuliana Flores estima uma<br />

participação <strong>de</strong> mercado da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 70%. A expectativa<br />

é fechar <strong>2022</strong> com cerca <strong>de</strong> um<br />

milhão <strong>de</strong> pedidos.<br />

30 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


maRcaS<br />

Rico dá nome à roda-gigante <strong>de</strong><br />

São Paulo, que inaugura no dia 9<br />

A corretora do Grupo XP Inc. é a <strong>de</strong>tentora dos naming rights da atração,<br />

que faz parte <strong>de</strong> programa do governo para revitalizar o Rio Pinheiros<br />

Rico, do Grupo XP Inc., é<br />

A a <strong>de</strong>tentora dos naming<br />

rights da roda-gigante <strong>de</strong> São<br />

Paulo, a maior da América<br />

Latina, que inaugura no próximo<br />

dia 9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. A Roda<br />

Rico está localizada em uma<br />

área <strong>de</strong> 4,5 mil metros quadrados,<br />

no Parque Cândido Portinari,<br />

ao lado do Parque Villa-<br />

-Lobos. A atração será gerida<br />

pela Interparques, empresa especializada<br />

em parques e atrações<br />

turísticas.<br />

O projeto integra o programa<br />

Novo Rio Pinheiros, conjunto<br />

<strong>de</strong> ações do governo para revitalizar<br />

a região. “Essa é uma<br />

parceria da iniciativa privada<br />

com o governo do estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo que vai valorizar a região<br />

e investir em melhorias <strong>de</strong> um<br />

dos lugares <strong>de</strong> maior movimen-<br />

Vivo coloca Relógio Canarinho para<br />

torcer pela seleção nas ruas <strong>de</strong> SP<br />

Projeto foi criado pela Galeria através do hub Vitrine, em parceria com a<br />

JCDecaux; a produção cenográfica e tecnológica é assinada pela Bizsys<br />

Vivo levou a mascote da<br />

A seleção brasileira, o Canarinho,<br />

para torcer com os brasileiros<br />

na Copa do Mundo por<br />

meio <strong>de</strong> uma ação <strong>de</strong> mídia out<br />

of home.<br />

O projeto, batizado <strong>de</strong> Relógio<br />

Canarinho, foi criado pela<br />

Galeria por meio do hub Vitrine,<br />

em parceria com a JCDecaux. A<br />

produção cenográfica e tecnológica<br />

é assinada pela Bizsys.<br />

Localizado no cruzamento<br />

da Avenida Paulista com a Alameda<br />

Ministro Rocha Azevedo,<br />

em São Paulo (SP), a atração traz<br />

a mascote mexendo os braços<br />

para cima e para baixo, como<br />

se estivesse torcendo, e, quando<br />

acontece um gol ou o jogo<br />

termina com vitória da seleção<br />

A Roda Rico está localizada no Parque Cândido Portinari, ao lado do Parque Villa-Lobos<br />

A atração traz a mascote mexendo os braços para cima e para baixo<br />

brasileira, o movimento muda<br />

parecendo uma comemoração.<br />

“Com o Relógio Canarinho<br />

inserimos a Vivo no clima da<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

Copa em uma das vias mais<br />

movimentadas da cida<strong>de</strong>, e<br />

reforçamos a marca como patrocinadora<br />

e torcedora oficial<br />

to na cida<strong>de</strong>, estando próximo<br />

a centros empresariais e com<br />

mercado imobiliário enriquecido”,<br />

afirma Cícero Fiedler, CEO<br />

da Interparques.<br />

“A Rico é uma marca jovem,<br />

inovadora e <strong>de</strong>scomplicada que<br />

faz parte do dia a dia dos seus<br />

clientes, para além dos investimentos.<br />

Queremos alcançar um<br />

público cada vez mais amplo e<br />

diverso, por isso apostamos em<br />

um projeto tão grandioso, com<br />

potencial <strong>de</strong> se tornar um dos<br />

principais cartões-postais da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo”, diz Lisandro<br />

Lopez, CMO da XP Inc.<br />

O passeio na Roda Rico tem<br />

duração <strong>de</strong> 25 a 30 minutos.<br />

Serão 42 cabines equipadas<br />

com ar-condicionado, monitoramento<br />

por câmeras, interfones<br />

e wi-fi.<br />

da seleção brasileira. Além <strong>de</strong><br />

possibilitar iniciativas inovadoras<br />

e interativas como essa, a<br />

mídia OOH inclui a marca com<br />

relevância e entretenimento no<br />

momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento do<br />

público”, explicou Paulo Ilha,<br />

chief media officer da Galeria.<br />

O Relógio Canarinho também<br />

vai informar o público quando<br />

sair um gol do Brasil, o placar<br />

final do jogo e quando é a próxima<br />

partida da seleção.<br />

“Apostamos em mais uma<br />

ação <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> OOH para<br />

ampliar a nossa proximida<strong>de</strong><br />

com o público e fortalecer a<br />

torcida em busca do sonho do<br />

hexa”, afirmou Marina Daineze,<br />

diretora <strong>de</strong> marca e comunicação<br />

da Vivo.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 31


na) que foi genial e chamou a atenção <strong>de</strong>le.<br />

“Em oportunida<strong>de</strong>s assim, a marca tem <strong>de</strong><br />

criar um conteúdo pontual e avulso para<br />

entrar na conversa, surfar o hype e engajar<br />

na comunida<strong>de</strong> viral”, avalia.<br />

Santos analisa também a situação do<br />

Twitter. Ele acha que uma nova li<strong>de</strong>rança<br />

implica em uma série <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong><br />

tecnologia, gestão, funcionalida<strong>de</strong>s e do<br />

objetivo daquele canal <strong>de</strong> comunicação.<br />

“Acredito que o Twitter ainda vai passar<br />

por muitas atualizações e toda mudança<br />

gera estranheza e argumentações da base.<br />

Mas estamos longe do fim do microblog.<br />

A chegada do Koo só nos faz ter certeza que<br />

a creator economy está girando e não <strong>de</strong>vemos<br />

ficar presos a uma plataforma exclusiva”,<br />

afirma.<br />

Já E<strong>de</strong>r Red<strong>de</strong>r, diretor nacional <strong>de</strong> conteúdo<br />

da Artplan e head do Artplan.influ,<br />

disse que o Koo teve sorte, porque, se não<br />

fosse o trocadilho do nome no Brasil, talvez<br />

não ganhasse a atenção que ganhou. “Apesar<br />

da oportunida<strong>de</strong>, à primeira vista, não<br />

me parece uma re<strong>de</strong> social que conquistará<br />

um público cativo. O timing coincidiu com<br />

o momento em que as pessoas procuram<br />

por um substituto para o Twitter”, <strong>de</strong>clara.<br />

Segundo ele, o que faz uma re<strong>de</strong> social<br />

conquistar e manter o público é a usabilidIgITal<br />

Indiana Koo gera memes, conquista<br />

Brasil e sugere apagão do Twitter<br />

Mercado avalia avanço surpreen<strong>de</strong>nte da re<strong>de</strong> da ave amarelinha para<br />

cima do passarinho azul; muitos acham o sucesso da re<strong>de</strong> passageiro<br />

Neusa spaulucci<br />

polêmica do suposto fim do Twitter<br />

A movimentou o mercado nas últimas<br />

semanas, após Elon Musk adquirir a re<strong>de</strong><br />

do passarinho azul, e uma série <strong>de</strong> trapalhadas<br />

têm levado os usuários a temerem<br />

o apagão da re<strong>de</strong> social. E muito espertamente<br />

a re<strong>de</strong> indiana Koo atacou e espalhou<br />

sua jovem ave amarela pelo mundo,<br />

provocando ainda mais agitação. Não só<br />

pela novida<strong>de</strong>, como também pelo engraçado<br />

– para os brasileiros – nome, gerando<br />

milhares <strong>de</strong> memes. Mas será que é apenas<br />

uma onda passageira?<br />

Para Flávio Santos, CEO e fundador da<br />

MField, todo gran<strong>de</strong> movimento nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais surge a partir <strong>de</strong> uma ação polêmica<br />

ou questionável. E o boom do Koo não<br />

foi diferente. “Após uma série <strong>de</strong> anúncios<br />

do novo dono do Twitter sobre as mudanças<br />

na plataforma, os usuários rapidamente<br />

buscaram criar um motim para evi<strong>de</strong>nciar a<br />

morte do Twitter e a procura <strong>de</strong> uma nova<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática que aten<strong>de</strong>sse às suas expectativas”,<br />

<strong>de</strong>screve.<br />

Segundo ele, o Koo já é uma re<strong>de</strong> social<br />

consolidada na Índia, mas para performar<br />

no Brasil ainda precisa <strong>de</strong> muita evolução,<br />

porque o comportamento dos usuários brasileiros<br />

nas re<strong>de</strong>s é atípico e diferente da<br />

população <strong>de</strong> todo o mundo. “O time <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>veloper da plataforma prontamente se<br />

colocou à disposição para fazer ajustes que<br />

aten<strong>de</strong>ssem ao Brasil, mas é necessário enten<strong>de</strong>r<br />

se teremos audiência e penetração,<br />

para aí, sim, traçar uma projeção <strong>de</strong> engajamento<br />

futuro”, analisa.<br />

Ele fala que enxerga o copo meio cheio<br />

quando o assunto é nome polêmico. Para<br />

ele, a re<strong>de</strong> social só se popularizou no país<br />

exatamente pelo nome aparentemente<br />

“feio”. “Foi o duplo sentido que fez a viralização<br />

<strong>de</strong> memes, o interesse das pessoas<br />

em conhecer o ‘app <strong>de</strong> nome estranho’, o<br />

engajamento orgânico dos influenciadores<br />

em fazer piadas e experimentar o novo, isso<br />

fez com que todos as timelines recebessem<br />

uma enxurrada <strong>de</strong> postagens. Com o nome<br />

na boca do povo, o resultado foi o cadastro<br />

<strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> pessoas em poucas horas”.<br />

O executivo da MField dá algumas dicas<br />

<strong>de</strong> como as marcas po<strong>de</strong>m tirar proveito <strong>de</strong><br />

tais oportunida<strong>de</strong>s. Segundo ele, na economia<br />

da influência, timing é tudo. Santos<br />

disse que viu na semana passada uma publicida<strong>de</strong><br />

com um corretor no Koo para a<br />

Espaçolaser (veja matéria na próxima pági-<br />

Re<strong>de</strong>s sociais ganham mais um concorrente, que agitou o mercado nas últimas semanas por conta do nome e memes<br />

Freepik<br />

“Foi o duplo sentido<br />

que Fez a viralização<br />

<strong>de</strong> memes, o interesse<br />

das pessoas em<br />

conhecer o ‘app<br />

<strong>de</strong> nome estranho’”<br />

da<strong>de</strong>. É alguma experiência diferenciada,<br />

oferecida pela re<strong>de</strong>. E, apesar <strong>de</strong> falarem <strong>de</strong><br />

uma possível substituição ao Twitter, não<br />

parece, para Red<strong>de</strong>r, que esta re<strong>de</strong> oferece<br />

uma experiência similar. “Acredito que seja<br />

algo passageiro, até porque já houve um<br />

problema <strong>de</strong> invasão <strong>de</strong> perfil, mostrando<br />

fragilida<strong>de</strong>. Entendo que seja mais uma<br />

brinca<strong>de</strong>ira do que uma nova tendência”.<br />

Na avaliação <strong>de</strong>le, hoje, é interessante<br />

<strong>de</strong>ixar o nome Koo. “Mais para frente,<br />

se <strong>de</strong> fato a re<strong>de</strong> pegar no Brasil, eu trocaria<br />

o nome, se fosse o CEO, porque a brinca<strong>de</strong>ira<br />

vai ser eterna e o nome será maior do<br />

que o próprio objetivo da ferramenta. Mas<br />

essa conjectura é <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um cenário positivo,<br />

se a re<strong>de</strong> social <strong>de</strong>r certo. O que eu<br />

não acredito. Porém, diante <strong>de</strong>ste boom <strong>de</strong><br />

popularida<strong>de</strong>, o Koo está certo <strong>de</strong> não me-<br />

32 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Vinicius Machado: imprevisível o futuro do Koo Henriques Rojas: “Falem bem ou mal, mas falem <strong>de</strong> mim” Natália Oliveira: Koo po<strong>de</strong> ser re<strong>de</strong> alternativa<br />

Espaçolaser brinca<br />

com trocadilho<br />

Espaçolaser não per<strong>de</strong>u tempo e realizou<br />

no fim <strong>de</strong> semana agitado pela<br />

A<br />

polêmica entre Twitter e Koo. A promoção<br />

relâmpago, #Koopom, brincou com o<br />

curioso nome e ofereceu uma quantida<strong>de</strong><br />

limitada <strong>de</strong> cupons que valiam o serviço <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pilação na região indicada pelo trocadilho.<br />

A ação é uma criação da Jotacom e foi a<br />

primeira estratégia <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> influência<br />

diretamente no Koo e a primeira da<br />

história da nova re<strong>de</strong> social no Brasil.<br />

A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>pilação a laser presenteou<br />

os 50 primeiros clientes que entraram no<br />

site da Espaçolaser com um pacote <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

sessões no “koo”. Brinca<strong>de</strong>iras à parte,<br />

Brunno Maceno, colí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> conteúdo da<br />

Jotacom, acredita que o burburinho em<br />

torno do Koo é e não é passageiro. Para<br />

ele a re<strong>de</strong> social indiana, apesar da piada<br />

inicial dos brasileiros, está se aprimorando<br />

rápido e ouvindo o feedback dos<br />

usuários constantemente. “Em menos<br />

<strong>de</strong> quatro dias já tem tradução, feed cronológico,<br />

contas verificadas, diversos influenciadores<br />

e marcas. É o momento do<br />

hype da piada, mas acredito que ela se<br />

tornará uma re<strong>de</strong> ‘auxiliar’ com base fi<strong>de</strong>lizada,<br />

assim como o Kwai e o Helo”, fala.<br />

Segundo ele, as marcas que têm uma<br />

maior inclinação a conversar com essa audiência<br />

po<strong>de</strong>m, sim, explorar esse novo<br />

canal <strong>de</strong> forma estratégica e mais duradoura,<br />

mas crê que não serão todas que<br />

vão conseguir sucesso nessa plataforma.<br />

Ele acredita ainda que, para o crescimento<br />

no Brasil, foi essencial assumir<br />

a brinca<strong>de</strong>ira com o nome e surfar na<br />

onda. “Somos um povo que não se leva<br />

a sério – e renegar esse movimento espontâneo<br />

seria uma burrada tremenda.<br />

Acho que é por isso que os brasileiros<br />

continuam entrando na re<strong>de</strong>, criando perfis<br />

e engajando, pois o Koo, assim como<br />

nós, soube rir <strong>de</strong> si mesmo. Apesar disso,<br />

marcas mais conservadoras po<strong>de</strong>m<br />

ter dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrar lá <strong>de</strong>ntro – exatamente<br />

pelo nome da re<strong>de</strong> e pelo público<br />

mais jovem que ela vem atraindo”.<br />

Para ele, abraçar a piada é a melhor<br />

forma <strong>de</strong> aproveitar a oportunida<strong>de</strong>, com<br />

irreverência e um pouquinho <strong>de</strong> ousadia.<br />

“Temos dois cases como exemplos:<br />

com Espaçolaser, fizemos a primeira ação<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> influência focada em <strong>de</strong>pilação<br />

íntima na re<strong>de</strong> e, em apenas um<br />

dia, ganhamos 2 mil seguidores e muitos<br />

leads qualificados. Mesmo preparando<br />

toda a equipe <strong>de</strong> plantão, o call center trabalhou<br />

bastante para suprir a <strong>de</strong>manda,<br />

que, segundo o próprio cliente, foi muito<br />

acima do normal. Já Duolingo é, com certeza,<br />

o nosso maior case: em apenas cinco<br />

dias <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, o aplicativo <strong>de</strong> idiomas já<br />

tem mais <strong>de</strong> 66 mil seguidores, ultrapassando<br />

até o Facebook. Hoje, Duolingo Brasil<br />

é a marca brasileira com mais número<br />

<strong>de</strong> seguidores do Koo inteiro”, conta.<br />

Ele fala ainda que as marcas que souberem<br />

adaptar seus discursos para conversar<br />

com a audiência mais jovem e “memeira”,<br />

presente na plataforma, têm gran<strong>de</strong>s<br />

chances <strong>de</strong> encontrar sucesso nesse canal.<br />

Sobre dicas criativas para se permanecer<br />

na nova re<strong>de</strong> social ele é taxativo: “O<br />

nome da re<strong>de</strong> já é… Koo. Neste início, não<br />

é muito legal se levar muito a sério. Brincar<br />

com a comunida<strong>de</strong>, postar uma piada<br />

<strong>de</strong> duplo sentido, inserir seu produto ou<br />

marca <strong>de</strong> forma inusitada são as melhores<br />

formas <strong>de</strong> marcar presença. Criar um canal<br />

no Koo só por criar e tratar ele como<br />

uma re<strong>de</strong> social qualquer é uma i<strong>de</strong>ia absolutamente<br />

ruim, que não trará nenhum<br />

retorno real para sua marca. A melhor dica<br />

para obter sucesso é simplesmente abraçar<br />

o meme”, conclui.<br />

Ns<br />

xer no nome <strong>de</strong> imediato”, afirma.<br />

BrIncadEIra<br />

Mas, surfar na onda e aproveitar o time é<br />

outra coisa para o executivo da Artplan. “Em<br />

relação a isso, eu sempre falo que é preciso<br />

analisar a pertinência da re<strong>de</strong> social, sobre<br />

entrar nessa história. Pelo posicionamento<br />

da marca, cabe uma brinca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>sse tipo?<br />

Se for para brincar, tem <strong>de</strong> ser conforme a<br />

moda que já pegou, ou seja, o trocadilho”.<br />

Porém, conforme ele, se a marca não faz<br />

esse tipo <strong>de</strong> trocadilho, e “só porque o outro<br />

está falando eu vou arrumar algum jeito<br />

<strong>de</strong> falar”, o executivo acha que não cola.<br />

Outra coisa que ele acha importante é sobre<br />

a pertinência que, quando a brinca<strong>de</strong>ira é<br />

só pela brinca<strong>de</strong>ira – sem achar qual a conexão<br />

com o produto ou serviço –, a construção<br />

é voltada ao meme e não à marca.<br />

“O legal é brincar quando há conexão entre<br />

marca/meme e, principalmente, se faz sentindo<br />

com o público”, esclarece.<br />

Red<strong>de</strong>r acha que ainda é cedo para falar<br />

em performance criativa porque não teve<br />

volume <strong>de</strong> uso para enten<strong>de</strong>r exatamente<br />

como o Koo funciona. “A plataforma nunca<br />

é exatamente aquilo que a re<strong>de</strong> se propõe a<br />

fazer. O público sempre dá novos significados”,<br />

afirma, lembrando que o TikTok é um<br />

exemplo. “Os i<strong>de</strong>alizadores não esperavam<br />

que as pessoas usariam a plataforma para<br />

conteúdo <strong>de</strong> ensinamento, <strong>de</strong> How to Do, e<br />

ela começasse a substituir o YouTube. Creio<br />

que eles pensaram muito mais na criação<br />

<strong>de</strong> uma plataforma <strong>de</strong> entretenimento”.<br />

Segundo ele, ao analisar o cenário atual, o<br />

TikTok se transforma a cada dia e o seu público<br />

é quem dá essas novas usabilida<strong>de</strong>s.<br />

“Temos <strong>de</strong> esperar e ver se vai pegar; sentir<br />

se terá movimentos <strong>de</strong> publicação para<br />

enten<strong>de</strong>r como, <strong>de</strong> fato, po<strong>de</strong>rá ser usada<br />

<strong>de</strong>pois do hype”, comenta.<br />

Para o executivo da Artplan, o frisson<br />

causado em torno da chegada <strong>de</strong> um aplicativo<br />

novo funciona bem para marcas que<br />

costumam ser pioneiras, que têm dinheiro<br />

para fazer ação em tudo quanto é lugar.<br />

“Como foi o ClubHouse, por exemplo, em<br />

que muita gente já queria estudar a ferramenta,<br />

saber como era, abrindo perfil, preparando<br />

e, no final, não vingou. Depois dis-<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 33


dIgITal<br />

Fotos: Divulgação<br />

Toni Fernan<strong>de</strong>s: “Koo nasceu como resposta ao Twitter” Luiz Zapatero: “O Twitter não vai acabar” Vilma Morais: “O Koo po<strong>de</strong>, sim, conquistar seu espaço”<br />

so, o Twitter criou o Spaces, ofereceu uma<br />

usabilida<strong>de</strong> parecida e aquilo que parecia<br />

ser uma nova re<strong>de</strong> social, que iria tomar<br />

conta, não vingou. Neste caso, ter um pouco<br />

<strong>de</strong> cautela não é ruim”, aconselha.<br />

A situação do Twitter, para ele, é uma incógnita,<br />

porque ainda não começou a ter os<br />

impactos <strong>de</strong> mexidas <strong>de</strong> algoritmo, <strong>de</strong> aumento<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> como o conteúdo<br />

vai se comportar a partir da diminuição <strong>de</strong><br />

filtros. “O que eu acho que acontece, imediatamente,<br />

é a saída <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s anunciantes,<br />

por conta da nova administração, ou<br />

algum possível conflito, como com as montadoras<br />

<strong>de</strong> automóveis, por exemplo. O fato<br />

é que as pessoas ainda não encontraram um<br />

substituto para o Twitter, que proporcione<br />

o mesmo tipo <strong>de</strong> experiência para uma conversa<br />

rápida, real time, fluida, da forma que<br />

a re<strong>de</strong> do passarinho faz”.<br />

BrEchas<br />

Já Natália Oliveira, gerente <strong>de</strong> estratégia<br />

e criação da MAP Brasil, diz não acreditar<br />

que a onda provocada pelo Koo seja passageira,<br />

mas que possa vir a ser uma re<strong>de</strong><br />

social alternativa. “Tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da forma<br />

que ela será investida daqui para frente, saber<br />

aproveitar as oportunida<strong>de</strong>s que os brasileiros<br />

estão criando por aqui vai <strong>de</strong>terminar<br />

o seu tempo <strong>de</strong> vida no nosso dia a dia”.<br />

Segundo ela, o que eles têm provado até<br />

agora é que se aproveitaram das brechas,<br />

são uma startup jovem, com menos <strong>de</strong> três<br />

anos, porém muito próspera. “Esse clima<br />

<strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira e piadas po<strong>de</strong> criar uma atmosfera<br />

mais leve neste formato miniblog.<br />

Além disso, há um movimento ativista por<br />

parte <strong>de</strong> uma parcela dos usuários do Twitter<br />

que não compactua com novos posicionamentos<br />

e i<strong>de</strong>ais da plataforma”, diz.<br />

Sobre o nome ser uma boa estratégia ou<br />

não, ela afirma que sem dúvida a melhor estratégia<br />

para manter o nome foi perguntar<br />

aos usuários se eles gostariam da mudança<br />

e sugerir outras opções, porém o “estilo<br />

quinta série” funciona muito bem no Brasil,<br />

pois os brasileiros são “os reis dos memes e<br />

“situação do twitter é<br />

uma incógnita, porque<br />

ainda não começou a ter<br />

os impactos <strong>de</strong> mexidas <strong>de</strong><br />

algoritmo, <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>”<br />

não seria diferente com o Koo”.<br />

“Não à toa nos tornamos o segundo país<br />

que mais acessa a plataforma, contabilizando<br />

2 milhões <strong>de</strong> usuários em menos <strong>de</strong> cinco<br />

dias, e isso já está estabelecido, não tem<br />

motivos para mudar <strong>de</strong> nome”, avalia.<br />

Para Natália, é fácil se i<strong>de</strong>ntificar com os<br />

indianos, pois eles amam o Brasil e até torcem<br />

pelos brasileiros na Copa, agora muito<br />

mais. “O que os criadores do Koo estão<br />

fazendo é olhar para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda<br />

dos brasileiros, e vale como referência. O<br />

próprio user do Koo no Twitter foi modificado<br />

para KooForBrazil, ou seja, há um<br />

olhar e um cuidado para essa forte pequena<br />

comunida<strong>de</strong>. As marcas <strong>de</strong>vem ser rápidas,<br />

porém estratégicas em apresentar<br />

uma linguagem que não perca a essência<br />

e a verda<strong>de</strong> já estabelecidas em sua comunicação,<br />

sabendo que lá vão encontrar um<br />

público muito mais <strong>de</strong>scontraído e disposto<br />

a interagir”. A sugestão que ela faz para as<br />

marcas é que estar mais próximo do público<br />

exige uma linguagem nativa, é quase parte<br />

do ritual brincar com o nome da plataforma.<br />

“A dica é não per<strong>de</strong>r a sua essência e<br />

verda<strong>de</strong> enquanto marca, e abrir conversas<br />

em seus respectivos territórios”.<br />

Sobre a situação do Twitter, ela também<br />

acha que é cedo para especulações. Mas, segundo<br />

ela, o que especialistas e ex-funcionários<br />

da re<strong>de</strong> contam é que a plataforma<br />

vem per<strong>de</strong>ndo profissionais importantes<br />

e operando com equipes muito reduzidas.<br />

Isso, no longo prazo, po<strong>de</strong> apresentar falhas,<br />

fazendo com que a plataforma perca<br />

credibilida<strong>de</strong>. “Os últimos acontecimentos<br />

apontam essa instabilida<strong>de</strong>, além das <strong>de</strong>missões<br />

em massa, projeto hardcore, testes<br />

irresponsáveis e a propagação <strong>de</strong> fake<br />

news. No dia 21, os próprios usuários já<br />

anunciavam o ‘fim’ por meio da #RipTwitter<br />

como um dos assuntos mais comentados.<br />

Vinicius Machado, CEO e fundador da<br />

Sotaq Creators, lembra que essa re<strong>de</strong> social<br />

já estava presente na web há um tempo, porém<br />

ela ganhou relevância no Brasil após<br />

a queda da credibilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> questões do<br />

Twitter em relação a Elon Musk. “Por conta<br />

disso, é muito imprevisível o futuro do<br />

Koo. Deve <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r diretamente <strong>de</strong> como<br />

os lí<strong>de</strong>res do Koo vão tratar <strong>de</strong>ssa explosão<br />

<strong>de</strong> popularida<strong>de</strong>. Eles têm a oportunida<strong>de</strong><br />

na mão, teremos <strong>de</strong> observar como vão<br />

aproveitá-la”, explica. Para ele o nome Koo<br />

foi um dos combustíveis para o ‘hype’ da<br />

re<strong>de</strong> social. Ele impulsionou inicialmente<br />

e po<strong>de</strong>, sim, ajudar a mantê-lo presente no<br />

imaginário das pessoas.<br />

Machado ainda avalia que talvez não seja<br />

o momento <strong>de</strong> as marcas estarem presentes<br />

no Koo, principalmente por causa da sua<br />

instabilida<strong>de</strong>. “Porém, pensando em uma<br />

estratégia <strong>de</strong> curto prazo, po<strong>de</strong> ser a saída<br />

para aproveitar a popularida<strong>de</strong> explosiva<br />

do novo rival do Twitter”.<br />

Ele acha que a força dos conteúdos do<br />

Koo é a mesma do Twitter. “Criativida<strong>de</strong><br />

para se tornar viral. A principal dica para<br />

ganhar relevância nessa re<strong>de</strong> social seria<br />

espelhar o que faz sucesso no Twitter <strong>de</strong><br />

uma forma criativa e inovadora, também<br />

não vale copiar exatamente o que já é sucesso<br />

na re<strong>de</strong> do pássaro azul”, <strong>de</strong>clara.<br />

Luiz Zapatero, atendimento premium da<br />

Banca Digital, acha que o burburinho em<br />

torno do Koo é passageiro. “O Twitter não<br />

vai acabar, e as pessoas não vão migrar para<br />

uma nova plataforma tão rápido assim por<br />

um período duradouro. Acho que é algo<br />

como um novo ClubeHouse, com burburinho<br />

efêmero”, analisa. Para ele, o nome<br />

Koo no Brasil foi um ótimo trocadilho para<br />

os bons memes que surgiram. E, por isso,<br />

34 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Luciano Mathias: “Koo não entrega tanto assim”<br />

não vê a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma mudança,<br />

<strong>de</strong>vido ao sucesso. “Per<strong>de</strong>ria um pouco a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>”, acredita. Segundo ele, o conteúdo<br />

inteligente e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> permanecerá<br />

sempre em evidência. “Alguns perfis já<br />

cresceram bastante na re<strong>de</strong> social <strong>de</strong>vido à<br />

expertise <strong>de</strong> criação, e isso é ótimo. Talvez<br />

seja um bom momento para os criadores <strong>de</strong><br />

conteúdo usarem a plataforma para crescer<br />

ainda mais com a Copa”.<br />

Engajados<br />

Henrique Rojas, sócio e CSO da Peppery,<br />

não tem dúvida que Koo é uma moda passageira.<br />

Não só porque os brasileiros que<br />

estão no Twitter são muito engajados na<br />

plataforma, mas também porque o Koo<br />

vem crescendo muito mais em cima dos<br />

memes do que da plataforma em si – que<br />

abriga diversos usuários <strong>de</strong> extrema-direita<br />

e está envolvida em um sério imbróglio por<br />

proteger o governo indiano. “Essas questões<br />

são, em parte, muito semelhantes às<br />

críticas feitas à ‘política <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>’ do<br />

novo Twitter.<br />

O nome para ele reflete a velha máxima:<br />

“Falem bem ou falem mal, mas falem<br />

<strong>de</strong> mim”. “O fato <strong>de</strong> o nome trazer consigo<br />

um duplo sentido que estimula a quinta série<br />

que habita <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> todos nós faz com<br />

que o awareness orgânico da plataforma<br />

seja enorme. Logo, pensando em uma marca<br />

que até outro dia era totalmente <strong>de</strong>sconhecida<br />

dos brasileiros, manter o nome faz<br />

todo o sentido”.<br />

Pensando somente no conteúdo e na<br />

forma que se consome a re<strong>de</strong> social hoje,<br />

para ele, surfar nessa onda parece uma boa<br />

estratégia, até porque nomes como Felipe<br />

Neto, Bruno Gagliasso, Claudia Leitte, Fernanda<br />

Paes Leme e mais 2 milhões <strong>de</strong> brasileiros<br />

já estão navegando na plataforma do<br />

pintinho amarelinho.<br />

Toni Fernan<strong>de</strong>s, sócio e lí<strong>de</strong>r criativo da<br />

monkey-land, encurta o assunto e vai logo<br />

ao ponto: “O Koo nasceu como uma resposta<br />

ao Twitter e às medidas adotadas pelo<br />

Elon Musk”, diz, acrescentando: “Virou<br />

Flávio Santis: “Copo meio cheio”<br />

“não é novida<strong>de</strong><br />

que uma das ações<br />

mais populares<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais<br />

brasileiras<br />

sejam os memes”<br />

assunto no próprio Twitter, Trend Topic,<br />

meme e atraiu algumas personalida<strong>de</strong>s,<br />

como Felipe Neto. Mas, apesar <strong>de</strong> todo o<br />

burburinho e trabalho do pessoal do Koo,<br />

que virou a noite para a plataforma ter a sua<br />

versão em português, o Koo parece ser o<br />

ClubHouse da vez”, comenta. O nome, para<br />

Fernan<strong>de</strong>s, é ótimo. “É uma re<strong>de</strong> social que<br />

já vem com um meme pronto. O humor e a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tirar sarro <strong>de</strong> si mesmo têm<br />

tudo a ver com o Brasil”, lembra.<br />

As marcas, para ele, <strong>de</strong>veriam correr<br />

atrás <strong>de</strong> todos os assuntos. “Fazer parte da<br />

conversa é importante, mas elas têm <strong>de</strong> fazer<br />

sentido para aquela marca. Fazer só por<br />

fazer não vai ajudar na construção <strong>de</strong> nada<br />

relevante”, fala Fernan<strong>de</strong>s sobre a ida dos<br />

anunciantes para a nova re<strong>de</strong> social.<br />

Vilma Morais, diretora-geral <strong>de</strong> mídia da<br />

R/GA, resgata a trajetória do Koo e lembra<br />

que a re<strong>de</strong> social indiana surgiu em março<br />

<strong>de</strong> 2020 e se tornou popular na Índia em<br />

2021. Cresceu à custa <strong>de</strong> turbulências geradas<br />

entre o Twitter e o governo indiano<br />

– <strong>de</strong> início o objetivo era alcançar indianos<br />

que não falavam inglês. Porém, segundo a<br />

própria plataforma, o Koo já alcançou mais<br />

<strong>de</strong> 100 países e soma mais <strong>de</strong> 50 milhões <strong>de</strong><br />

downloads. Des<strong>de</strong> o início, Koo foi alternativa<br />

para os insatisfeitos com o Twitter,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do motivo. “Por aqui,<br />

o motivo foi por conta do boato do fim do<br />

E<strong>de</strong>r Red<strong>de</strong>r: Koo teve sorte<br />

Twitter <strong>de</strong>vido às medidas pouco ortodoxas<br />

do novo proprietário, Elon Musk. E por ter<br />

funções bem semelhantes ao Twitter, como<br />

publicar textos com até 500 caracteres e<br />

po<strong>de</strong>r compartilhar fotos, ví<strong>de</strong>os e enquetes<br />

– até o símbolo é uma ave também, só<br />

que amarela –, o Koo po<strong>de</strong>, sim, conquistar<br />

o seu espaço no ringue das re<strong>de</strong>s sociais”.<br />

O nome da plataforma, para ela, já é a<br />

maior façanha da empresa entre o público<br />

brasileiro e conquistou vários usuários do<br />

passarinho azul <strong>de</strong>vido ao seu nome sugestivo.<br />

“Não é novida<strong>de</strong> que uma das ações<br />

mais populares nas re<strong>de</strong>s sociais brasileiras<br />

sejam os memes. O Koo já virou domínio<br />

público e seu alcance orgânico cresce a<br />

cada dia”, exemplifica.<br />

Luciano Mathias, CCO da Trio, também<br />

lembra do ClubHouse. Na época do lançamento,<br />

foi um hype gigantesco em cima<br />

da plataforma, hoje em dia quase ninguém<br />

mais fala sobre a re<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> alguns entusiastas<br />

ainda participarem <strong>de</strong> algumas<br />

salas. “Não sei ao certo se será passageiro,<br />

mas acredito que o Twitter seja muito forte<br />

para per<strong>de</strong>r toda a audiência, mesmo com<br />

os haters do Elon Musk <strong>de</strong>ixando a plataforma”,<br />

menciona, acrescentando: “O Koo<br />

é interessante, mas não entrega tanta coisa<br />

inovadora assim, um recurso aqui, outro<br />

ali. É mais um concorrente da mesma coisa,<br />

assim como o Kwai, que vem tentando <strong>de</strong>sbancar<br />

o TikTok, e o Instagram com o You-<br />

Tube, utilizando <strong>de</strong> ferramentas semelhantes.<br />

Se a plataforma indiana <strong>de</strong>senvolver<br />

aplicações mais inovadoras e interessantes,<br />

tem gran<strong>de</strong>s chances <strong>de</strong> se consolidar”.<br />

Para ele, as re<strong>de</strong>s sociais têm uma necessida<strong>de</strong><br />

“memética” <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolverem.<br />

“Hoje, quando temos moedas digitais e<br />

NFTs <strong>de</strong> memes, valem uma certa quantia<br />

<strong>de</strong> compra. Acredito que a estratégia fale<br />

a linguagem da internet, e o nome acabou<br />

virando motivo <strong>de</strong> piadas <strong>de</strong> forma natural.<br />

Se os memes são <strong>de</strong> bom tom e nada preconceituosos<br />

com ninguém, a estratégia<br />

me parece alinhada com os tempos atuais”,<br />

afirma Luciano.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 35


Think wiTh influencerS<br />

CONTEÚDO DE MARCA Think wiTh GooGle<br />

Sempre perto do consumidor:<br />

estratégias omnicanal que<br />

trouxeram gran<strong>de</strong>s resultados<br />

André PAlis*<br />

Especial para o Think with Google<br />

Toda empresa, marca ou<br />

negócio procura alcançar<br />

bons resultados e atingir<br />

suas metas. A pergunta<br />

que fazemos sempre é: como?<br />

Nos últimos anos, essa tarefa<br />

ganhou mais complexida<strong>de</strong> com<br />

operações online e offline andando<br />

juntas. É preciso estar presente<br />

em toda a jornada do consumidor,<br />

gerenciamento <strong>de</strong> feeds, mídia<br />

paga e outras possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Afinal, as pessoas não existem<br />

<strong>de</strong> forma isolada no plano online<br />

ou offline. Todos os dias, elas<br />

transitam entre os dois universos.<br />

A influência e o impacto da<br />

publicida<strong>de</strong> nas tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong>sses consumidores, muitas<br />

vezes, parecem estar além da nossa<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mensuração.<br />

Vou dar um exemplo prático. Um<br />

anúncio <strong>de</strong>ntro da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> display ou<br />

no YouTube, que impactou um usuário<br />

na segunda-feira, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> compra quando esse mesmo usuário<br />

vê a marca ao passear pelo shopping<br />

com a família ou amigos no sábado. De<br />

maneira análoga, quando impactamos<br />

uma pessoa com uma propaganda <strong>de</strong> um<br />

cliente na televisão ou com um outdoor<br />

em uma avenida movimentada, po<strong>de</strong>mos<br />

ter como resultado uma busca pelos<br />

produtos veiculados, o que, finalmente,<br />

resulta em conversão.<br />

Ter isso em mente na hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar<br />

a nossa estratégia é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância<br />

para planejar nosso share <strong>de</strong> investimento<br />

e buscar soluções <strong>de</strong> mensuração e atribuição.<br />

Acreditamos que, para impulsionar os<br />

negócios dos nossos clientes, precisamos<br />

contar com três pilares bem estruturados:<br />

dados, tecnologia e comunicação.<br />

Na Raccoon.Monks, nossos especialistas<br />

em marketing digital e tecnologia<br />

trazem esse olhar multidisciplinar para<br />

todos os projetos, usando o Google e todas<br />

as suas funcionalida<strong>de</strong>s a favor dos<br />

nossos clientes.<br />

Todas as marcas<br />

po<strong>de</strong>m se beneficiar<br />

das estratégias <strong>de</strong><br />

commerce, tanto<br />

as que trabalham<br />

somente online,<br />

como as offline<br />

36 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Colocamos gran<strong>de</strong> parte das nossas ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>ntro do conceito guarda-chuva<br />

<strong>de</strong> commerce — o velho <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> conectar<br />

oferta e <strong>de</strong>manda, agora encarado com a<br />

ajuda <strong>de</strong> recursos digitais. Tanto varejistas<br />

quanto outras marcas po<strong>de</strong>m se beneficiar<br />

das estratégias em commerce. Mesmo que<br />

uma indústria atue primordialmente online<br />

ou apenas no canal físico, a gestão omnichannel<br />

contribui para que se alcancem os<br />

melhores resultados.<br />

Planejamento estratégico e as agências<br />

Quando executivos e gestores estruturam<br />

um planejamento estratégico, eles <strong>de</strong>vem<br />

ter em mente os seguintes questionamentos:<br />

“Quais caminhos <strong>de</strong>vo seguir para garantir<br />

crescimento?” e “Como <strong>de</strong>vo me posicionar<br />

no mercado para alcançar a meta X?”.<br />

O olhar para cada setor vem <strong>de</strong>pois, buscando<br />

tangibilizar a visão macro inicial.<br />

Isso também vale para as nossas estratégias<br />

publicitárias. Elas nascem <strong>de</strong> um propósito<br />

maior, da missão <strong>de</strong> tornar realida<strong>de</strong> as ambições<br />

da marca como um todo.<br />

É preciso trabalhar em um ciclo constante<br />

<strong>de</strong> teste e aprendizado, apoiado em<br />

dados, tecnologia e comunicação, para que<br />

possamos seguir a jornada do usuário. Por<br />

on<strong>de</strong> ele escolhe seguir? Em que momento ele<br />

se separa do ecossistema construído, para a<br />

marca, <strong>de</strong>ntro das mídias?<br />

Precisamos enten<strong>de</strong>r como <strong>de</strong>vemos nos<br />

comunicar com o consumidor para que ele<br />

siga na jornada <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong>sejada. Garantir<br />

presença em múltiplos canais, com<br />

comunicação criativa, é fundamental para<br />

atrair potenciais clientes.<br />

Um tipo <strong>de</strong> campanha para cada objetivo<br />

Exemplo disso foi a parceria <strong>de</strong>senvolvida<br />

com a MRV. Maior construtora do Brasil<br />

no segmento <strong>de</strong> imóveis resi<strong>de</strong>nciais,<br />

a MRV tinha o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> elevar o uso dos<br />

canais digitais na geração <strong>de</strong> negócios para<br />

toda a empresa e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> otimizar os investimentos<br />

e ampliar os resultados do site,<br />

seu principal canal <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> leads.<br />

Para atingir esse objetivo, usamos came<br />

GDN, foi possível gerar um aumento <strong>de</strong><br />

173%, com custo por ação (CPA) 60% menor.<br />

Já no YouTube, em oito meses, as visualizações<br />

cresceram 326% 1 .<br />

Foi um trabalho diário ao lado do time da<br />

MRV para equilibrar questões como volume<br />

e qualificação <strong>de</strong> leads. Também colocamos<br />

na balança as necessida<strong>de</strong>s e características<br />

específicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas regiões do<br />

país, que variavam. Até chegarmos a uma<br />

estrutura eficiente, testamos e nos aprofundamos<br />

<strong>de</strong>ntro e fora das plataformas<br />

operadas, seguindo o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />

da empresa.<br />

Em tempos <strong>de</strong> ondas,<br />

remando e nadando<br />

Com a Leroy Merlin, o objetivo final era<br />

aumentar as visitas às lojas físicas. A empresa<br />

tinha também o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> manter<br />

seu crescimento, mesmo com os inventários<br />

mais caros <strong>de</strong>vido à concorrência, e<br />

<strong>de</strong>scobrir uma forma <strong>de</strong> alinhar a performance<br />

do digital com o offline.<br />

Diante das diferentes ondas da Covid, o<br />

número <strong>de</strong> acessos nos canais digitais oscilou.<br />

Por isso, foi estruturada uma campanha<br />

<strong>de</strong> mídia paga para tornar o site atraente<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong>ssa flutuação.<br />

O foco nas campanhas inteligentes <strong>de</strong><br />

Shopping e a solução <strong>de</strong> anúncios <strong>de</strong> inventário<br />

local nos permitiu alavancar as vendas<br />

no digital nos períodos <strong>de</strong> aumento das restrições<br />

e, ao mesmo tempo, exibir os produtos<br />

disponíveis nas lojas físicas, criando<br />

visibilida<strong>de</strong> para os momentos <strong>de</strong> abertura.<br />

Em um ano <strong>de</strong> trabalho, conseguimos reduzir<br />

os CPAs em 26% e aumentar o fluxo em<br />

lojas físicas em 36% 2 .<br />

Atraindo a nova geração<br />

Para fechar, trago mais um exemplo <strong>de</strong><br />

parceria, <strong>de</strong>sta vez com a Natura. Os principais<br />

<strong>de</strong>safios da empresa eram crescer em<br />

um cenário <strong>de</strong> alta concorrência e diminuir<br />

os custos por lead, além <strong>de</strong> captar, digitalmente,<br />

mais consultores. A Natura também<br />

tinha como alvo atrair a nova geração.<br />

Reestruturamos as campanhas a partir<br />

<strong>de</strong> uma análise do perfil do usuário mais<br />

qualificado para a empresa, encontrando<br />

seus principais interesses e comportamentos<br />

<strong>de</strong> mercado. Com todas as informações<br />

em mãos, trabalhamos com targets<br />

mais jovens e com a diversificação da<br />

mensagem, tendo o cuidado <strong>de</strong> sempre<br />

trazer no grupo <strong>de</strong> anúncios a segmentação<br />

<strong>de</strong> pelo menos um criativo que remetesse<br />

a esse interesse específico.<br />

Esses públicos atuaram como um excelente<br />

gerador <strong>de</strong> tráfego qualificado, o que<br />

permitiu o crescimento das campanhas <strong>de</strong><br />

Display segmentadas para remarketing.<br />

Com uma estratégia <strong>de</strong> campanhas Display<br />

e Discovery, atingiu-se um crescimento<br />

<strong>de</strong> 163% no volume <strong>de</strong> cadastros <strong>de</strong> novos<br />

consultores e uma diminuição <strong>de</strong> 51% no<br />

custo por ação (CPA) das campanhas, comprovando<br />

o Google Ads como investimento<br />

competitivo essencial para a estratégia 3 .<br />

Transformação constante<br />

Esses três cases confirmam que existe<br />

um número diverso <strong>de</strong> ações e estratégias<br />

disponíveis no mercado para integrar<br />

as vendas on e offline. A mentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

testar e apren<strong>de</strong>r nunca foi tão necessária.<br />

Para adotar uma abordagem certeira,<br />

é preciso estar atento — e aberto — a um<br />

mercado em constante transformação. E,<br />

frente a esse <strong>de</strong>safio, encontrar parceiros<br />

arrojados para enten<strong>de</strong>r, acompanhar e<br />

encarar essas mudanças.<br />

* CEO Raccoon.Monks<br />

Fontes<br />

1 - Google Analytics, MRV, <strong>2022</strong>.<br />

2 - Google Analytics, Leroy Merlin, <strong>2022</strong>.<br />

3 - Google Analytics, Natura, <strong>2022</strong>.<br />

panhas <strong>de</strong> Pesquisa, YouTube Ads e Google<br />

Display (GDN) buscando expandir a presença<br />

do cliente no mercado digital. Somando<br />

todas as conversões geradas em Search<br />

Tenha acesso a mais dados<br />

e insights como esses<br />

no Think with Google<br />

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no Linkedin.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 37


<strong>de</strong>Sign<br />

Superunion cria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual do<br />

Amaparque, apresentado na COP27<br />

A concepção da marca partiu da observação da fauna e seus padrões gráficos por ângulos que perpassem as águas<br />

Divulgação<br />

A consultoria <strong>de</strong><br />

branding do WPP<br />

foi contratada pelo<br />

governo do Amapá<br />

Amaparque vai ter uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual<br />

própria criada pela Superunion<br />

O<br />

Brasil, consultoria <strong>de</strong> marca do Grupo WPP.<br />

Lançado na 27ª Conferência do clima da<br />

Organização das Nações Unidas (COP27),<br />

o projeto coloca o Amapá em evidência no<br />

circuito mundial <strong>de</strong> turismo sustentável.<br />

O convite para a Superunion <strong>de</strong>senvolver<br />

a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a comunicação do<br />

projeto ocorreu por meio <strong>de</strong> parceria com<br />

a Phytorestore Brasil e a empresa foi contratada<br />

pelo governo do estado do Amapá<br />

para ser responsável pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos estudos e projetos que embasam o<br />

Amaparque.<br />

“A marca fez muito sucesso na COP27<br />

com a comunida<strong>de</strong> internacional. Estamos<br />

muito orgulhosos”, afirmou Lilian Hengleng,<br />

diretora-comercial da Phytorestore<br />

do Brasil, que esteve presente no evento<br />

realizado no Egito.<br />

Segundo Marcelo Bicudo, CEO da Superunion<br />

Brasil, o projeto Amaparque é uma<br />

prova <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>sign, aplicado em diferentes<br />

escalas, cria um todo <strong>de</strong> sentido.<br />

“O Amaparque é um projeto que abraça a<br />

comunida<strong>de</strong> local, mas a insere ao mesmo<br />

tempo em uma lógica global por meio do<br />

respeito à natureza e ao ecoturismo. É emocionante<br />

ver como o <strong>de</strong>sign po<strong>de</strong> modificar<br />

realida<strong>de</strong>s, criando um mundo melhor e<br />

mais otimista”, explicou o CEO.<br />

Heitor Piffer, diretor <strong>de</strong> criação da Superunion,<br />

explicou que a concepção da marca<br />

partiu da observação da fauna e seus padrões<br />

gráficos por ângulos que perpassem<br />

as águas. Os elementos po<strong>de</strong>m ser utilizados<br />

como padronagem, supergráficos e<br />

máscaras. “Um buriti olhado <strong>de</strong> baixo para<br />

cima se mostra grandioso e expansivo, com<br />

suas folhas pontiagudas. Uma ninfeia, é<br />

cheia <strong>de</strong> veios e raízes que só po<strong>de</strong>m ser<br />

vistos sob as águas. Á água é um universo<br />

<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s e transformação do povo<br />

do Amapá”, afirmou Piffer.<br />

A expectativa é que os 660 mil habitantes<br />

que povoam a região sejam beneficiados<br />

pelo complexo ecológico e turístico, que<br />

prevê a criação <strong>de</strong> parques lineares e áreas<br />

<strong>de</strong> proteção. “O projeto vai trazer bem-<br />

-estar às comunida<strong>de</strong>s, gerar oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> emprego, criar renda, melhorar a saú<strong>de</strong>,<br />

a segurança e atrair turismo para a região”,<br />

complementou Lilian Hengleng.<br />

38 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


mídia<br />

Globo lança campanha que aborda o<br />

afeto no mês da Consciência Negra<br />

Eu sou porque nós somos mostra eventos e programas dos diferentes<br />

canais da emissora e retrata a importância <strong>de</strong> referências na infância<br />

Fotos: Divulgação<br />

Campanha <strong>de</strong>senvolvida pelo núcleo <strong>de</strong> entretenimento e <strong>de</strong> marca e comunicação da Globo tem narração <strong>de</strong> nomes como Paulo Vieira e Aline Midlej<br />

Em celebração ao mês que o<br />

marca o Dia da Consciência<br />

Negra, a Globo lançou uma<br />

campanha para <strong>de</strong>stacar o po<strong>de</strong>r<br />

do afeto, intitulada Eu sou<br />

porque nós somos.<br />

A campanha foi pensada e<br />

<strong>de</strong>senvolvida pelo núcleo <strong>de</strong><br />

entretenimento e <strong>de</strong> marca e<br />

comunicação da emissora.<br />

O filme mostra eventos e<br />

programas dos diferentes canais<br />

da Globo, passando por<br />

jornalismo, esporte, arte, dramaturgia<br />

e shows, e conta com<br />

narração <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s<br />

como Paulo Vieira, Aline Midlej,<br />

Stephanie Ribeiro, João<br />

Luiz Pedrosa, Kenya Sa<strong>de</strong>, Larissa<br />

Luz, Ryancarlos <strong>de</strong> Oliveira,<br />

Jennifer Nascimento,<br />

Karine Alves, Paulo Lins, Samuel<br />

Minervino, Luiz Teixeira,<br />

Lilian Ribeiro, Manoel Soares,<br />

Taís Araujo e Maju Coutinho.<br />

Resgatando a máxima da<br />

filosofia Ubuntu, a campanha<br />

retrata a importância das<br />

referências positivas <strong>de</strong> pessoas<br />

negras na infância como<br />

forma <strong>de</strong> potencializar o seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Representativida<strong>de</strong><br />

que po<strong>de</strong> partir da<br />

relação familiar, da vizinhança<br />

e até da mídia. O filme mostra<br />

como a presença negra é a<br />

concretização dos sonhos <strong>de</strong><br />

seus ancestrais e, agora, sua<br />

voz ecoa cada vez mais alto, na<br />

frente ou atrás das telas, permeando<br />

e pautando diálogos<br />

importantes.<br />

O trabalho simboliza, também,<br />

o curso que a companhia<br />

vem trilhando na valorização<br />

da diversida<strong>de</strong> e inclusão, que<br />

se consolidou com a divulgação<br />

<strong>de</strong> seus compromissos<br />

ESG, assumidos neste ano. Faz<br />

parte <strong>de</strong>ssa trajetória a organização<br />

<strong>de</strong> eventos proprietários<br />

como o Negritu<strong>de</strong>s 22, que reuniu<br />

mais <strong>de</strong> 200 pessoas em<br />

São Paulo em junho <strong>de</strong>ste ano<br />

para <strong>de</strong>bater o conteúdo audiovisual<br />

que po<strong>de</strong> e quer valorizar<br />

as negritu<strong>de</strong>s. E como<br />

forma <strong>de</strong> ocupar diferentes<br />

espaços e fomentar discussões<br />

relevantes, a empresa marca<br />

presença em eventos importantes<br />

como o Rec’n’Play <strong>2022</strong>,<br />

em Recife, o Festival Feira Pre-<br />

ta <strong>2022</strong>, em São Paulo, e o Festival<br />

Afropunk, em Salvador.<br />

Também como parte <strong>de</strong>sse<br />

processo, em 2021, a empresa<br />

lançou uma estratégia corporativa<br />

<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e dos grupos<br />

<strong>de</strong> afinida<strong>de</strong>, que já teve<br />

como resultado a contratação<br />

<strong>de</strong> 35% <strong>de</strong> mulheres e 23% <strong>de</strong><br />

negros e negras para cargos <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança. O movimento faz<br />

parte <strong>de</strong> um plano estratégico<br />

da Globo, que vem ampliando<br />

os seus esforços em diversida<strong>de</strong>,<br />

integrado à jornada ESG da<br />

empresa.<br />

O filme Eu sou porque nós<br />

somos será veiculado em todo<br />

ecossistema Globo, que envolve<br />

TV aberta, nos canais por<br />

assinatura e nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 39


MÍDIA<br />

Publicida<strong>de</strong> com ví<strong>de</strong>o soma 63%<br />

dos investimentos, aponta Kantar<br />

Televisão, plataformas <strong>de</strong> streaming, re<strong>de</strong>s sociais e cinema são as<br />

opções mais usuais das marcas para interagir com consumidores<br />

pAULO mACEDO<br />

Estudo global da Kantar,<br />

Tendências & Previsões <strong>de</strong><br />

Mídia 2023 traz insights para<br />

agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marcas<br />

diante <strong>de</strong> um cenário que<br />

contempla elevação <strong>de</strong> preços<br />

<strong>de</strong> produtos e serviços e, concomitantemente,<br />

condições metereológicas<br />

extremadas, como<br />

observa Chris Jansen, CEO do<br />

instituto. Porém, há motivos<br />

para se manter o otimismo. Ou<br />

seja, “a chance para um mundo<br />

mais seguro, mais ver<strong>de</strong> e mais<br />

estável alimentado por novas<br />

tecnologias, dados e maior conectivida<strong>de</strong>.<br />

Agora, enquanto<br />

as empresas se adaptam a essa<br />

nova realida<strong>de</strong>, buscando alcançar,<br />

engajar e reter o público<br />

a partir <strong>de</strong> investimentos na<br />

mídia, é crucial que elas realmente<br />

entendam as pessoas: a<br />

maneira como pensam e sentem,<br />

e como se comportam e se<br />

adaptam”, pon<strong>de</strong>ra Jansen.<br />

No Brasil, a pesquisa da Kantar<br />

traz como principal tendência<br />

o protagonismo da comunicação<br />

<strong>de</strong> marketing por meio <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>os: televisão, plataformas<br />

<strong>de</strong> VOD (Vi<strong>de</strong>o On Demand),<br />

mídias sociais e cinema. 98%<br />

das pessoas foram expostas a<br />

conteúdos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o nos seus<br />

lares em <strong>2022</strong>, dos quais 79%<br />

em TV linear. 63% <strong>de</strong> todos os<br />

gastos com publicida<strong>de</strong> no país<br />

em 2021 utilizaram formatos<br />

<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, consolidando as telas<br />

como extremamente importantes<br />

para a comunicação das<br />

marcas.<br />

“Vislumbramos muitas oportunida<strong>de</strong>s<br />

para marcas, indústria<br />

<strong>de</strong> mídia e produtores <strong>de</strong><br />

conteúdo em 2023. O propósito<br />

do relatório Media Trends<br />

& Predictions 2023 é fomentar<br />

o mercado, abordando as tendências<br />

que <strong>de</strong>vem pautar os<br />

<strong>de</strong>safios ao longo do próximo<br />

ano. Para citar algumas, falamos<br />

sobre o futuro da experiência<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o<br />

impacto dos aumentos globais<br />

40 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark<br />

“DemanDa por<br />

publiciDaDe na<br />

TV conTinua alTa,<br />

mas, com uma<br />

oferTa resTriTa<br />

De esToques”<br />

ca migratória das audiências e<br />

dos inventários disponibilizados<br />

significa que os agentes<br />

precisam olhar para além da<br />

propaganda para compreen<strong>de</strong>r<br />

o futuro da tecnologia focada<br />

em mídia.<br />

“Com os espectadores <strong>de</strong><br />

transmissões lineares migran-<br />

Fotos: D ivulgação/Kantar Ibope Media- Media Trends &Predictions<br />

<strong>de</strong> inflação, a importância crescente<br />

do uso <strong>de</strong> dados para a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novas tecnologias,<br />

além das questões relacionadas<br />

à sustentabilida<strong>de</strong>. Esperamos<br />

que os insights contidos no estudo<br />

inspirem e apoiem nossos<br />

clientes no negócio cada vez<br />

mais dinâmico <strong>de</strong> mídia e comunicação”,<br />

<strong>de</strong>clara a executiva<br />

Melissa Vogel, CEO Brasil da<br />

Kantar Ibope Media.<br />

A análise traz visão abrangente<br />

sobre a TV conectada<br />

(CVT). Na expressão <strong>de</strong> Andrew<br />

Feigenson, CEO <strong>de</strong> advertising<br />

intelligence da Kantar & Numerator,<br />

consi<strong>de</strong>rar a logístido<br />

para o consumo sob <strong>de</strong>manda<br />

em gran<strong>de</strong> volume, o CTV<br />

parece cada vez mais atraente,<br />

particularmente porque há<br />

uma sensação <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong><br />

– é muito parecido com o status<br />

quo, mas melhorado. Agora,<br />

seguindo os passos <strong>de</strong> plataformas<br />

como a HBO Max, que<br />

lançou seu plano apoiada por<br />

anúncios em junho <strong>de</strong> 2021, o<br />

mercado terá em breve abordagens<br />

similares da Netflix e<br />

da Disney+. Acho que isto será<br />

enorme, e a indústria tem todos<br />

os motivos para estar animada.<br />

Em primeiro lugar, expan<strong>de</strong><br />

o inventário em um mercado<br />

que clama por mais oferta, com


o VOD apoiado por anúncios<br />

fornecendo uma base para telespectadores<br />

<strong>de</strong> TV linear que<br />

ou não querem pagar tanto por<br />

assinaturas, ou simplesmente<br />

querem começar a assistir<br />

online os programas <strong>de</strong> suas<br />

emissoras favoritas. Em segundo<br />

lugar, a tecnologia em si<br />

oferece a chance <strong>de</strong> criar oportunida<strong>de</strong>s<br />

mais interessantes<br />

sobre um formato bem <strong>de</strong>finido,<br />

contextualmente fácil<br />

<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r, combinando o<br />

impacto da publicida<strong>de</strong> linear<br />

com as ferramentas aprimoradas<br />

<strong>de</strong> direcionamento da<br />

publicida<strong>de</strong> online”, esclarece<br />

Andrew Feigenson.<br />

A TV conectada permite a<br />

medição sem prece<strong>de</strong>ntes para<br />

que os anunciantes usem a tecnologia<br />

para estabelecer conversas<br />

sob medida com targets<br />

e ser mais eficaz nos pontos<br />

<strong>de</strong> contato. Feigeson prossegue:<br />

“CTV é uma oportunida<strong>de</strong><br />

tecnológica para melhorar<br />

a experiência publicitária para<br />

todos – o público, profissionais<br />

<strong>de</strong> marketing e media owners<br />

– e <strong>de</strong>vemos estar unidos em<br />

nossos esforços, trabalhando<br />

para este objetivo. Também<br />

será importante trabalhar em<br />

conjunto para garantir fluxos<br />

<strong>de</strong> trabalho sem atritos, dada<br />

a complexida<strong>de</strong> do mercado e<br />

as diferentes plataformas e dispositivos<br />

que o compõem. 2023<br />

<strong>de</strong>ve, portanto, ser um ano para<br />

experimentar, testar e apren<strong>de</strong>r.<br />

E quanto mais cedo todas<br />

as partes envolvidas o fizerem,<br />

mais cedo po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>sfrutar<br />

das capacida<strong>de</strong>s únicas e extensas<br />

do CTV”.<br />

FERRAMENTAS<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Chris Jansen,<br />

CEO da Kantar, o projeto<br />

Tendências e Previsões <strong>de</strong> Mídia<br />

2023 propicia “uma sensação<br />

tangível <strong>de</strong> otimismo e clareza<br />

à medida que <strong>de</strong>senvolve estratégias<br />

comerciais para um novo<br />

mundo”. Porém, fatores macroeconômicos<br />

exercem influência<br />

nas mudanças do consumidor<br />

em relação à publicida<strong>de</strong>.<br />

“A crise econômica está ajudando<br />

a estabelecer condições<br />

para mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios financiados<br />

pela publicida<strong>de</strong>, e<br />

os consumidores estão cada vez<br />

mais animados com a i<strong>de</strong>ia se<br />

ela lhes poupar dinheiro. A <strong>de</strong>manda<br />

por publicida<strong>de</strong> na TV<br />

continua alta, mas, com oferta<br />

restrita <strong>de</strong> estoques, os preços<br />

estão aumentando – in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> fatores macroeconômicos.<br />

Uma consequência<br />

tem sido uma mudança nas<br />

estratégias <strong>de</strong> planejamento<br />

“a míDia e o<br />

markeTing não<br />

escaparam<br />

Dos impacTos<br />

inflacionários”<br />

da mídia. Este ano, houve uma<br />

maior incorporação <strong>de</strong> players<br />

<strong>de</strong> VOD e ví<strong>de</strong>o online, particularmente<br />

para alcançar <strong>de</strong>mografias<br />

mais jovens. Antes da<br />

introdução <strong>de</strong> pacotes apoiados<br />

por anúncios, o fim <strong>de</strong> <strong>2022</strong><br />

também testemunhou a a<strong>de</strong>são<br />

da Netflix à Barb (Broadcasters’<br />

Audience Research Board), no<br />

Reino Unido; um claro sinal <strong>de</strong><br />

que as agências logo terão novas<br />

opções em seus planos <strong>de</strong><br />

mídia”, pon<strong>de</strong>ra a Kantar, que<br />

ratifica que o consumidor não<br />

se importa <strong>de</strong> ver anúncios nas<br />

plataformas <strong>de</strong> VOD “se isso<br />

tornar o serviço mais barato”.<br />

ROI é palavra-chave com a<br />

precisão cada vez maior dos<br />

dados. É o que a Kantar chama<br />

<strong>de</strong> planejamento holístico. “As<br />

agências <strong>de</strong> mídia precisarão<br />

se adaptar num cenário em que<br />

anunciantes buscam valorizar<br />

os seus investimentos em<br />

marketing, com crescentes custos<br />

inflacionados e audiências<br />

que se divi<strong>de</strong>m entre dispositivos<br />

e plataformas. Isto provavelmente<br />

significará mais<br />

investimento em skills digitais,<br />

com ênfase em tecnologia, dados,<br />

experiência analítica e matemática,<br />

e, potencialmente,<br />

reestruturação <strong>de</strong> equipes para<br />

adotar a abordagem holística<br />

necessária ao planejamento <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>o que combine transmissão<br />

linear e ví<strong>de</strong>o online. Também<br />

será necessário <strong>de</strong>scartar<br />

rivalida<strong>de</strong>s entre equipes digitais<br />

e audiovisuais e um fim<br />

do planejamento <strong>de</strong> canais em<br />

silos”, afirma.<br />

A exigência do retorno sobre<br />

recursos investidos em mídia<br />

faz sentido. Mas a Kantar adverte<br />

que a inflação interfere<br />

nas <strong>de</strong>cisões do consumidor e<br />

da mídia. “Enquanto os aumentos<br />

<strong>de</strong> preços globais impactam<br />

os gastos dos consumidores e<br />

os custos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, dados<br />

e insights po<strong>de</strong>m otimizar<br />

o planejamento <strong>de</strong> campanhas<br />

e fazer com que os orçamentos<br />

cheguem mais longe. De acordo<br />

com dados do Target Group<br />

In<strong>de</strong>x da Kantar, em maio <strong>de</strong><br />

<strong>2022</strong>, um terço dos adultos na<br />

Grã-Bretanha – on<strong>de</strong> a inflação<br />

chegou a dois dígitos – disse<br />

que estava tendo dificulda<strong>de</strong>s<br />

para lidar com sua renda atual.<br />

Este foi um aumento <strong>de</strong> 50%<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do ano – recor<strong>de</strong><br />

histórico <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os dados<br />

foram coletados pela primeira<br />

vez, em 2006”.<br />

Segundo o estudo da Kantar,<br />

“As contas <strong>de</strong> energia em particular<br />

têm sido uma verda<strong>de</strong>ira<br />

fonte <strong>de</strong> preocupação: 41% afirmam<br />

que se tornaram insustentáveis,<br />

com as pessoas mais<br />

jovens se sentindo especialmente<br />

sobrecarregadas. Custos<br />

crescentes também atingiram<br />

os preços dos conteúdos por assinatura.<br />

A Amazon, por exemplo,<br />

aumentou o preço <strong>de</strong> seu<br />

serviço Prime Vi<strong>de</strong>o em todo o<br />

mundo em setembro, citando<br />

como justificativa o ‘aumento<br />

da inflação e dos custos opera-<br />

cionais’, <strong>de</strong> acordo com um relatório<br />

da Reuters.15”.<br />

A pan<strong>de</strong>mia foi sintomática<br />

para a conjuntura econômica<br />

global. Mas a geopolítica e suas<br />

convulsões contribuem para a<br />

escassez alimentar e elevação<br />

<strong>de</strong> preços. “Após a invasão russa<br />

na Ucrânia, os preços globais<br />

<strong>de</strong> energia e dos alimentos também<br />

subiram acentuadamente.<br />

A partir daí, a inflação se espalhou<br />

para outros setores, particularmente<br />

em países on<strong>de</strong><br />

a <strong>de</strong>manda é suficientemente<br />

forte para que as empresas possam<br />

repassar custos mais altos.<br />

A mídia e o marketing não escaparam<br />

dos impactos inflacionários,<br />

e há três resultados claros:<br />

redução no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra do<br />

consumidor; aumento nos custos<br />

dos conteúdos por assinatura;<br />

e aumento dos custos <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> em certos canais”,<br />

consi<strong>de</strong>ra a Kantar.<br />

Com dados da Warc Global<br />

Ad Trends, o quadro sobre a<br />

majoração do custo <strong>de</strong> veiculação<br />

nas TVs lineares chegou<br />

a 31%. A Kantar também usa<br />

informação da Fe<strong>de</strong>ração Mundial<br />

<strong>de</strong> Anunciantes (WFA),<br />

que prevê uma inflação média<br />

<strong>de</strong> 10% para Advanced TV – incluindo<br />

streaming <strong>de</strong> TV en<strong>de</strong>reçável,<br />

conectada e VOD – nos<br />

Estados Unidos, o maior mercado<br />

<strong>de</strong> mídia, em <strong>2022</strong>. “Em<br />

comparação, a inflação para<br />

os canais <strong>de</strong> Advanced TV em<br />

2020 foi <strong>de</strong> 3%. A WFA também<br />

relata uma alta inflação para o<br />

social vi<strong>de</strong>o. Os CPMs <strong>de</strong> paid<br />

social também subiram acentuadamente<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da<br />

pan<strong>de</strong>mia, 33% entre o quarto<br />

trimestre 2019 e 2021, <strong>de</strong> acordo<br />

com dados da plataforma<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 41


MÍDIA<br />

<strong>de</strong> marketing Skai, com expectativas<br />

<strong>de</strong> que eles permanecerão<br />

elevados a médio prazo. O<br />

alto custo da TV linear vem em<br />

meio a uma <strong>de</strong>manda crescente,<br />

com novas marcas, muitas<br />

vezes nascidas online, tentando<br />

o meio pela primeira vez.<br />

Com o público se fragmentando<br />

simultaneamente entre as telas<br />

e as plataformas, os preços foram<br />

impulsionados”.<br />

CONSUMO<br />

As mudanças no comportamento<br />

<strong>de</strong> compras apontam<br />

que 54% dos ouvidos passaram<br />

a adotar o comércio local na<br />

hora <strong>de</strong> fazer compras; 45% dos<br />

adultos passaram a fazer compras<br />

todos os dias nos supermercados;<br />

e 10% é o percentual<br />

do público adulto em busca <strong>de</strong><br />

promoções <strong>de</strong> comida e bebida.<br />

Segundo a Kantar, mo<strong>de</strong>los híbridos<br />

impulsionam o formato<br />

product placement.<br />

“Existe uma tendência <strong>de</strong><br />

aumento da atração <strong>de</strong> consumidores<br />

financeiramente<br />

conscientes através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />

mais baratos financiados por<br />

publicida<strong>de</strong> – mas, corre-se o<br />

risco <strong>de</strong> se criar um cenário <strong>de</strong><br />

mídia <strong>de</strong> dois níveis, no qual<br />

aqueles que po<strong>de</strong>m pagar para<br />

evitar a publicida<strong>de</strong> o fazem,<br />

<strong>de</strong>ixando, por outro lado, um<br />

público que é fortemente inclinado<br />

à publicida<strong>de</strong> sendo<br />

alienado pelo excesso <strong>de</strong> frequência<br />

<strong>de</strong> anúncios. Isto provavelmente<br />

levará a uma melhor<br />

integração <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

e conteúdo a partir <strong>de</strong> patrocínio,<br />

product placement e bran<strong>de</strong>d<br />

content, que po<strong>de</strong> alcançar<br />

todos os públicos. De fato, product<br />

placement – já esperado<br />

crescer exponencialmente por<br />

conta da internet e por tecnologias<br />

<strong>de</strong> product placement<br />

dinâmico – é uma área <strong>de</strong> alto<br />

crescimento, com a Amazon<br />

integrando produtos virtuais<br />

em shows como Bosch, Jack<br />

Ryan e Reacher. Assim como<br />

a publicida<strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçável, diferentes<br />

audiências po<strong>de</strong>riam,<br />

em teoria, ter diferentes marcas<br />

impulsionadas pelos dados disponíveis<br />

no momento. Ao contrário<br />

da publicida<strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçável,<br />

os product placements não<br />

po<strong>de</strong>m ser ignorados ou silenciados”,<br />

recomenda a Kantar.<br />

O cenário econômico preocupa,<br />

mas “marcas smart investirão”.<br />

A pon<strong>de</strong>ração da Kantar<br />

indica que 2023 terá novos <strong>de</strong>-<br />

“ao conTrário<br />

Da publiciDaDe<br />

enDereçáVel,<br />

os proDucT<br />

placemenTs<br />

não poDem ser<br />

ignoraDos”<br />

tivos – incluindo lucro, share<br />

e penetração – e quatro vezes<br />

e meio o crescimento anual da<br />

participação do que as que não<br />

o fazem. De fato, uma crise <strong>de</strong><br />

custo <strong>de</strong> vida requer que as<br />

empresas <strong>de</strong>monstrem valor, e<br />

isso, naturalmente, requer gastos<br />

<strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> direcionamento<br />

do público”.<br />

Segundo Louise Ainsworth,<br />

a crise <strong>de</strong> custos é uma oportunida<strong>de</strong>.<br />

“A crise do custo <strong>de</strong><br />

vida é um bom momento para<br />

que os anunciantes alcancem<br />

novos públicos. Por exemplo,<br />

sabemos pelos dados do TGI<br />

que o repertório <strong>de</strong> marcas para<br />

safios. “O relatório BrandZ <strong>de</strong><br />

<strong>2022</strong> confirma que as empresas<br />

que investem em suas marcas<br />

performam acima da média do<br />

mercado, e que o investimento<br />

em marketing continua sendo a<br />

forma mais po<strong>de</strong>rosa <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa<br />

em tempos <strong>de</strong> crise econômica.<br />

Marcas fortes simplesmente<br />

retêm mais valor econômico<br />

durante tempos difíceis, e se<br />

recuperam mais rapidamente<br />

quando as condições <strong>de</strong> mercado<br />

melhoram. Este foi o caso<br />

durante a crise global <strong>de</strong> 2008<br />

e, como mostra o relatório <strong>de</strong>ste<br />

ano, também é verda<strong>de</strong> hoje<br />

em dia em praticamente todas<br />

as categorias”, coloca o Tendências<br />

& Previsões <strong>de</strong> Mídia.<br />

O estudo avança sobre o<br />

comportamento <strong>de</strong> marcas<br />

inteligentes. Louise Ainsworth,<br />

CEO <strong>de</strong> mídia da Kantar na<br />

Europa, Oriente Médio e África,<br />

argumenta que esse perfil<br />

<strong>de</strong> anunciante vai crescer.<br />

“As marcas que o fazem têm<br />

<strong>de</strong>monstrado repetidamente<br />

registrar cinco vezes mais resultados<br />

comerciais significaitens<br />

alimentícios está aumentando,<br />

com os compradores se<br />

tornando mais sensíveis e táticos<br />

em suas compras. Marcas<br />

po<strong>de</strong>m capitalizar em momentos<br />

como esses. As marcas po<strong>de</strong>m<br />

até mesmo <strong>de</strong>sejar encontrar<br />

novos públicos através <strong>de</strong><br />

canais emergentes, particularmente<br />

se outros meios <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>manda se tornarem caros”.<br />

“Os games, por exemplo,<br />

certamente valem a pena serem<br />

explorados – eles estão se<br />

abrindo aos anunciantes <strong>de</strong><br />

novas maneiras, além do fato<br />

<strong>de</strong> que em períodos econômicos<br />

difíceis as pessoas ten<strong>de</strong>m<br />

a passar mais tempo com entretenimento<br />

em casa à medida<br />

que renunciam às noites <strong>de</strong><br />

folga mais caras. Sejam quais<br />

forem os caminhos tomados<br />

pelas marcas, é crucial que elas<br />

permaneçam focadas no longo<br />

prazo, investindo agora para a<br />

eventual retomada, e utilizando<br />

dados e insights para embasar<br />

<strong>de</strong>cisões informadas e econômicas<br />

sobre suas estratégias<br />

e investimentos. O futuro po<strong>de</strong><br />

42 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


parecer incerto, mas nossos<br />

planos não têm que operar às<br />

cegas”, encerra Louise.<br />

FIRST PARTY DATA<br />

O adiamento do fim dos<br />

cookies pelo Google para 2024,<br />

seguindo os passos do Safari,<br />

da Apple e do Firefox há cerca<br />

<strong>de</strong> uma década, <strong>de</strong> acordo<br />

com a Kantar, “é uma parte da<br />

Privacy Sandbox da plataforma,<br />

que vem experimentando<br />

formas <strong>de</strong> segmentar e medir<br />

anúncios no Chrome sem usar<br />

informações <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

pessoal”. Como será o mundo<br />

mercadológico sem cookies? 1)<br />

80% dos anunciantes querem<br />

as próprias segmentações internas<br />

para permitir o planejamento<br />

e a ativação <strong>de</strong> mídia; 2)<br />

54% acreditam que a integração<br />

<strong>de</strong> outras fontes <strong>de</strong> dados com<br />

a segmentação do público se<br />

tornará ainda mais importante;<br />

3) 78% <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empresas<br />

planejam fortalecer as plataformas<br />

<strong>de</strong> dados que utilizam<br />

para compreen<strong>de</strong>r e segmentar<br />

os consumidores; 4) 64% dos<br />

anunciantes acham que a qualida<strong>de</strong><br />

dos dados se tornará mais<br />

importante nos próximos anos.<br />

No radar da Kantar também<br />

está a <strong>de</strong>sconexão dos anunciantes<br />

com as preferências dos<br />

consumidores em <strong>2022</strong>. “Os<br />

estereótipos baseados apenas<br />

na ida<strong>de</strong> são frequentemente<br />

tão fortes em nosso imaginário<br />

que po<strong>de</strong>mos ser lentos a<br />

perceber as mudanças indicadas<br />

pelos dados – explicando<br />

por que tantos profissionais<br />

<strong>de</strong> marketing enten<strong>de</strong>m erroneamente<br />

os perfis etários dos<br />

consumidores <strong>de</strong> diferentes<br />

plataformas <strong>de</strong> mídia online,<br />

levando a mensagens <strong>de</strong> campanhas<br />

potencialmente mal direcionadas”.<br />

Quais são as atitu<strong>de</strong>s dos<br />

anunciantes em relação aos dados?,<br />

pergunta a Kantar. 82%<br />

querem ter mais controle sobre<br />

“o consenTimenTo<br />

será rei na<br />

Definição De<br />

TargeTs”<br />

seus gastos com mídia, com<br />

48% concordando fortemente<br />

com isso; 81% dos anunciantes<br />

estão procurando ativamente<br />

usar seus dados proprietários<br />

junto com pesquisas primárias;<br />

63% dos anunciantes acham<br />

difícil gerar insights sobre a<br />

ativida<strong>de</strong> da mídia dos concorrentes.<br />

A conclusão é da Kantar<br />

– Relatório Data Strategies for<br />

Brand Growth.<br />

Nessa configuração <strong>de</strong> proteção<br />

<strong>de</strong> dados com leis já em vigor<br />

(LGPD), “o consentimento<br />

será rei na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> targets”.<br />

Aliás, tornou-se comum pedir<br />

autorização para uso <strong>de</strong> dados.<br />

“Em um mundo <strong>de</strong> maior soberania<br />

<strong>de</strong> dados e legislação<br />

mais rigorosa, consentida, os<br />

painéis <strong>de</strong> medição baseados<br />

em pessoas serão ainda mais<br />

críticos para os media owners,<br />

agências e anunciantes enten<strong>de</strong>rem<br />

como os telespectadores<br />

se comportam em plataformas<br />

e dispositivos para consumir<br />

conteúdo e publicida<strong>de</strong>. Os painéis<br />

consentidos consolidarão<br />

seu papel como fonte fundamental<br />

para completar o quebra-cabeças<br />

<strong>de</strong> medição, juntamente<br />

com os dados dos media<br />

owners ou das plataformas, e os<br />

dados primários dos anunciantes<br />

sobre seus consumidores”.<br />

A Kantar exorta que uma<br />

saída para as marcas é o movimento<br />

em direção a sistemas<br />

<strong>de</strong> direcionamento baseados<br />

em proxy e publicida<strong>de</strong> contextual.<br />

“O direcionamento <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> ecossistemas fechados,<br />

nos quais os dados primários<br />

consentidos estão disponíveis,<br />

ainda será possível, mas<br />

o direcionamento transversal<br />

mais amplo atingiu a barreira<br />

da privacida<strong>de</strong> do consumidor.<br />

Haverá uma melhoria contínua<br />

nos próximos anos, mas o ecossistema<br />

hiperdirecionado que<br />

a internet uma vez prometeu<br />

parece cada vez mais inviável.<br />

Isto tem profundas implicações<br />

para a publicida<strong>de</strong> adressable:<br />

as suposições iniciais sobre a<br />

granularida<strong>de</strong> da segmentação<br />

fora dos ecossistemas fechados<br />

têm <strong>de</strong> ser reavaliadas. A longo<br />

prazo, os marqueteiros <strong>de</strong>vem<br />

antecipar um movimento em<br />

direção a sistemas <strong>de</strong> segmentação<br />

baseados em proxy e publicida<strong>de</strong><br />

contextual. Com o<br />

mercado contextual projetado<br />

para valer US$ 376 bilhões até<br />

2027, e com a ampla aprovação<br />

da ad execs, acompanhada <strong>de</strong><br />

saltos tecnológicos, é seguro<br />

prever que o direcionamento<br />

contextual se tornará uma<br />

estratégia <strong>de</strong> direcionamento<br />

dominante a médio e longo<br />

prazo”, diz o estudo <strong>de</strong> tendências<br />

<strong>de</strong> mídia da Kantar, que vê<br />

falha em adiar a formatação do<br />

first party data.<br />

“O Google po<strong>de</strong> ter dado<br />

mais tempo para o mercado se<br />

preparar, mas esse tempo não<br />

<strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sperdiçado. Não<br />

importa qual alternativa ao rastreamento<br />

<strong>de</strong> dados terciários<br />

que o setor adote – sejam clean<br />

rooms, Google Topics, publicida<strong>de</strong><br />

contextual ou ID unificado<br />

2.0 –, as empresas <strong>de</strong>vem<br />

garantir que suas estratégias <strong>de</strong><br />

dados primários sejam priorizadas<br />

juntamente com dados<br />

<strong>de</strong> painéis totalmente consentidos.<br />

E, sem uma única solução<br />

<strong>de</strong>finida para substituir os<br />

cookies, a eficácia das novas<br />

técnicas e tecnologias <strong>de</strong>ve ser<br />

urgentemente avaliada”, finaliza<br />

a Kantar.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 43


mídia<br />

Revista Rolling Stone investe em<br />

esporte e música e consolida marca<br />

A realização da 11ª edição do Rolling Stone Music & Run, por exemplo,<br />

se transformou em uma importante plataforma para o veículo no Brasil<br />

NeuSa Spaulucci<br />

revista Rolling Stone Brasil<br />

realizou no último dia<br />

A<br />

19 mais uma edição do seu tradicional<br />

Rolling Stone Music &<br />

Run, em São Paulo. O evento<br />

mistura a caminhada ou a força<br />

da corrida ao espírito do rock’n<br />

roll. Depois, os participantes<br />

são contemplados com música<br />

e open bar <strong>de</strong> cerveja. Neste<br />

ano as apresentações foram<br />

das bandas Ira! e Blitz. A banda<br />

Warriors também se apresentou<br />

com os clássicos do rock.<br />

Marcio Maffei Diegues, diretor-comercial<br />

da Rolling Stone,<br />

fala que a realização da 11ª<br />

edição do Rolling Stone Music &<br />

Run consolida o evento como<br />

uma plataforma importante e<br />

inovadora para a marca no Brasil.<br />

“Ao unir o esporte à música,<br />

ela promove a integração <strong>de</strong><br />

dois pilares da marca em uma<br />

experiência sem prece<strong>de</strong>ntes.<br />

A Rolling Stone, por analisar<br />

tendências, sempre uniu áreas,<br />

acreditando na confluência do<br />

comportamento”, comenta.<br />

Diegues lembra que a Rolling<br />

Stone Brasil, direcionada aos<br />

aficionados por cultura pop<br />

com recorte <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> que vai <strong>de</strong><br />

18 a 59 anos, entra em seu 16º<br />

ano no país <strong>de</strong> que em <strong>2022</strong>,<br />

além do Rolling Stone Music &<br />

Run, a marca focou no encontro<br />

com seu público a partir <strong>de</strong><br />

experiências acústicas. Segundo<br />

ele, foi quando teve início<br />

a parceria com o Blue Note SP<br />

para uma série <strong>de</strong> shows mensais<br />

dos projetos Rolling Stone<br />

Sessions e Rolling Stone Novas<br />

Vozes. “Esses pocket shows<br />

contaram com nomes como<br />

Jão, Carol Biazin, Paulo Netto,<br />

Di Ferrero, Zeeba e Filipe Catto<br />

e atraíram um público <strong>de</strong> 300<br />

pessoas por set no coração da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, a Avenida<br />

Paulista, em um edifício histórico,<br />

o Conjunto Nacional”,<br />

relata, acrescentando: “A próxima<br />

etapa do projeto é expandir<br />

o conceito para outras cida<strong>de</strong>s,<br />

Largada do Rolling Stone Music & Run, em São Paulo; evento mistura a caminhada ou a força da corrida ao espírito do rock’n roll<br />

Rolling Stone se firma como expert em cultura pop<br />

como o Rio <strong>de</strong> Janeiro, sempre<br />

primando pela proximida<strong>de</strong> do<br />

artista e audiência em espetáculos<br />

únicos”.<br />

O diretor-comercial da revista<br />

<strong>de</strong>clara que o Rolling Stone<br />

Music & Run tornou-se parte<br />

do calendário da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo e um asset importante<br />

“A próximA<br />

etApA do projeto<br />

é expAndir o<br />

conceito pArA<br />

outrAs cidA<strong>de</strong>s”<br />

Fotos: Divulgação<br />

para a marca conectar-se com<br />

seu público. Ele revela ainda<br />

que este ano tiveram cerca <strong>de</strong><br />

10 mil participantes.<br />

O executivo diz ainda que a<br />

marca também retomou seus<br />

especiais impressos (Rolling<br />

Stone 15 anos – retrospectiva <strong>de</strong><br />

reportagens icônicas <strong>de</strong> capa;<br />

Especial 40 anos do Rock – mapeamento<br />

do verão <strong>de</strong> 1982 no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro; e Especial Black<br />

Princess – curadoria em parceria<br />

<strong>de</strong> marcas que trouxe novos<br />

nomes da música contemporânea).<br />

A i<strong>de</strong>ia, segundo o<br />

diretor-comercial, é incentivar<br />

o surgimento <strong>de</strong> novos artistas.<br />

E criou para isso a Novas Vozes<br />

– lista <strong>de</strong> apostas com nomes<br />

que estão renovando gêneros<br />

musicais e repensando o mercado<br />

<strong>de</strong> música. “Firmando-se<br />

como expert em cultura pop,<br />

a marca lançou também séries<br />

<strong>de</strong> podcast no formato ‘música<br />

e papo’, em parceria editorial<br />

com o Spotify”, revela.<br />

44 <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

Rita Carreira, Bruna Lombardi e Marina Ruy Barbosa emprestam beleza para a campanha <strong>de</strong> Natal da marca L’Occitane en Provence, criação da agência Integer\OutPromo<br />

ENCANTO<br />

Desenvolvida pela Integer\OutPromo, inclusive o filme, a ação<br />

#OEncantodaProvence conta com a presença <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> peso:<br />

Marina Ruy Barbosa, Rita Carreira e Bruna Lombardi, da L’Occitane<br />

en Provence, marca francesa que gosta <strong>de</strong> trabalhar com ingredientes<br />

naturais nas suas fórmulas. A comunicação, já disponível<br />

nos canais do anunciante e com inserções em TV paga, <strong>de</strong>svenda o<br />

encanto que há por <strong>de</strong>ntro do presente, da caixa especial, da textura,<br />

do abraço e das melhores memórias. A campanha contempla<br />

filme, mídia digital e re<strong>de</strong>s sociais.<br />

FLORESTA<br />

Sabrina Duarte, da produtora Magma, foi convidada para dirigir<br />

um documentário. Objetivo foi acompanhar os projetos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

na região pela ONG, com a participação especial da população<br />

local do ecossistema amazônico. Foram quatro dias <strong>de</strong><br />

filmagem que mostram a produção artesanal <strong>de</strong> sabonetes das<br />

mulheres da associação Amuralha. “Gostaria que as pessoas conhecessem<br />

o trabalho que a ONG <strong>de</strong>senvolve, <strong>de</strong> abraçar causas<br />

tão importantes e fundamentais do Brasil”, diz a diretora.<br />

Rodinei, do Flamengo, está em ação <strong>de</strong>senvolvida pela AlmapBBDO para Habib’s<br />

Cenas com Bruna Linzmeyer foram captadas na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bela Cintra<br />

CASEIRA<br />

Em alta com a torcida rubro-negra, o lateral Rodinei foi convocado<br />

para ser a estrela da campanha do Habib’s para acompanhar<br />

os jogos da Copa do Mundo direto <strong>de</strong> casa, claro com o<br />

cardápio da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-food à mesa. Ele esteve relacionado na<br />

pré-lista <strong>de</strong> Tite. Se foi rejeitado pelo técnico, a acolhida da torcida<br />

melhora o astral do jogador, que na foto acima está companhado<br />

<strong>de</strong> Daniel Bontempo, diretor do filme Kors House; Daniel<br />

Oksenberg, diretor <strong>de</strong> criação (AlmapBBDO); Eduardo Kodjaoglanian,<br />

comunicação e branding (Habib’s); e Filipe Leonardos,<br />

head <strong>de</strong> comunicação e branding (Habib’s).<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 45


última página<br />

Julius Drost/Unsplash<br />

pensamento mágico<br />

flavio waiteman<br />

pensamento mágico é um fenômeno<br />

O antropológico, que envolve psicologia,<br />

ciência cognitiva e comunicação. Em tese,<br />

uma massa <strong>de</strong> pessoas po<strong>de</strong> acreditar profundamente<br />

em algo irreal, inverossímil, absurdo<br />

e realizar ações que saem do escopo do bom<br />

senso e do naturalmente aceitável. Isso sempre<br />

existiu, ganhou muita força com as re<strong>de</strong>s<br />

sociais. Na Ida<strong>de</strong> Média queimavam pessoas<br />

pressupondo que eram bruxas. Nos anos<br />

1970, 900 pessoas cometeram o suicídio li<strong>de</strong>rados<br />

por Jim Jones.<br />

Exemplos não faltam. Mas<br />

os casos atuais são mais preocupantes<br />

e complexos, pois<br />

as consequências do pensamento<br />

mágico têm envolvido<br />

não só o grupo <strong>de</strong> pessoas diretamente<br />

envolvido, mas toda<br />

a coletivida<strong>de</strong>. O mundo. E o<br />

que é mais preocupante, tudo<br />

isso tem a ver com dados <strong>de</strong><br />

audiência, tecnologia, likes, shares e verbas<br />

publicitárias.<br />

Note o caso do americano Alex Jones. Ele<br />

foi con<strong>de</strong>nado, no dia 10 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> agora,<br />

a pagar US$ 473 milhões às famílias <strong>de</strong> oito vítimas<br />

do massacre da escola primária <strong>de</strong> Sandy<br />

Hook, em Connecticut. No massacre morreram<br />

20 crianças e oito adultos. Mas quem<br />

puxou o gatilho do rifle e das duas pistolas<br />

não foi o cidadão exemplar Alex Jones.<br />

“Criar, espalhar e<br />

promover teorias<br />

Conspiratórias<br />

produz o<br />

pensamento<br />

mágiCo”<br />

Alex é um radialista e youtuber <strong>de</strong> 48 anos,<br />

ligado à extrema direita americana, que tem<br />

alegado falsamente, <strong>de</strong> lá para cá, que o massacre<br />

foi encenado pelo governo <strong>de</strong> Obama, e<br />

pelos familiares das vítimas. Essa teoria conspiratória<br />

mobilizou milhões <strong>de</strong> americanos<br />

que acreditaram nessa história durante anos.<br />

Mas por que Alex inventaria essa história? Por<br />

que mentir com algo tão improvável, cruel e<br />

absurdo? E por que continuar a espalhar mentiras,<br />

mesmo <strong>de</strong>pois do protesto das famílias<br />

que receberam ameaças <strong>de</strong> morte por essa<br />

hipótese completamente falsa? A resposta<br />

para a atitu<strong>de</strong> do Alex é exatamente a resposta<br />

para a extrema-direita que assalta o mundo<br />

hoje. Monetização. Interesse econômico.<br />

Vantagens comerciais que po<strong>de</strong>m advir <strong>de</strong> um<br />

cenário assim.<br />

Des<strong>de</strong> 2012, com a audiência vinda <strong>de</strong>ssa<br />

mentira, Alex faturou 240 milhões <strong>de</strong> dólares.<br />

É menos do que a pena que a Justiça americana<br />

lhe <strong>de</strong>u. Mas famílias, vidas e reputações<br />

foram <strong>de</strong>struídas por Alex, impiedosamente.<br />

Ganhos políticos vieram <strong>de</strong>ssas mentiras.<br />

Criar, espalhar e promover teorias conspiratórias<br />

produz o pensamento mágico.<br />

E o pensamento mágico<br />

hoje produz lucro. Muito lucro.<br />

Afinal, é sedutor você mudar a<br />

realida<strong>de</strong> a qualquer momento.<br />

É mágico.<br />

E a maior parte <strong>de</strong>sse lucro<br />

vem <strong>de</strong> anúncios <strong>de</strong> produtos<br />

legais, <strong>de</strong> empresas honestas e<br />

necessárias que têm a sua verba publicitária<br />

ligada a qualquer conteúdo que dê audiência.<br />

O responsável por essa perversida<strong>de</strong> seria o<br />

algoritmo <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, que não proíbem conteúdos<br />

mentirosos em nome da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão.<br />

Como as que Alex divulgava.<br />

Perguntas precisam ser feitas por quem<br />

atua com publicida<strong>de</strong>: a Justiça não po<strong>de</strong>ria<br />

ser mais rápida? Qualquer coisa é liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

expressão? E se o Alex não pu<strong>de</strong>r pagar a multa,<br />

as re<strong>de</strong>s que lucraram também, e muito<br />

mais do que ele, vão pagar a sua parte? O que<br />

é liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão? Quando vir multidões<br />

abraçando quartéis, batendo continência<br />

para pneu, paralisando rodovias e pedindo<br />

<strong>de</strong>sesperadamente para que a realida<strong>de</strong> se altere<br />

para a sua visão particular, saiba que tem<br />

alguém por trás disso, criando pensamentos<br />

mágicos para as massas, ganhando muito,<br />

muito dinheiro e apostando que o coelho só<br />

vai sair da cartola muitos anos <strong>de</strong>pois.<br />

Flavio Waiteman é CCO-foun<strong>de</strong>r da Tech and Soul<br />

flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />

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