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V O L U M E 1 0 1 5 6 • E D I Ç Ã O T A F 1 6
U M O L H A R
S O B R E . . .
Antibioterapia
C O N T
E Ú D O
P Á G I N A 1
INFEÇÕES
P Á G I N A 3
BACTÉRIAS
P Á G I N A 5
VÍRUS
P Á G I N A 7
FUNGOS
P Á G I N A 9
RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS
P Á G I N A 1 1
ENTREVISTA
I N F E Ç Õ E S
Joana Silva
"A infecção é a invasão de tecidos corporais de um organismo hospedeiro por parte
de organismos capazes de provocar doenças.
Uma doença infecciosa corresponde a qualquer doença clinicamente evidente que
seja o resultado de uma infeção, estando na presença e multiplicação de agentes
patogénicos no organismo hospedeiro.
As infecções são causadas por agentes infeciosos, como os vírus, as bactérias, os
fungos e outros. O hospedeiro, na grande maioria dos casos é capaz combater a
infeção através do seu sistema imunitário, desde que este não se encontre
comprometido.
Quando o organismo e as primeiras intervenções para tratamento não surtem efeito,
a infeção pode-se disseminar através da corrente sanguínea, levando a quadros mais
complicados, como uma septicemia e eventualmente morte.
O diagnostico de uma infeção geralmente é clínico e laboratorial, através do exame
cultural, onde é possível pesquisar o agente causador da infeção, bem como os
antibióticos que o conseguem eliminar.
Confirmada a infeção o tratamento passa por medicação oral, intravenosa ou
nalguns casos mais raros e complexos, por internamento em meio hospitalar."
P Á G I N A U M | I N F E Ç Õ E S
I N F E Ç Õ E S
As infeções podem ser classificadas como:
Infecção nosocomial: Infecção relacionada a procedimentos ou internamento
hospitalar;
Infecção subclínica: Infecção assintomática por um microrganismo patogénico,
apesar de produzir uma resposta imunológica;
Infecção oportunista: quando esta ocorre num indivíduo com o sistema imunitário
enfraquecido por outros fatores.
Infecção direta: infecção adquirida por contacto com um indivíduo doente.
Infecção endógena: infecção devido a um microrganismo já existente no organismo,
e que, por qualquer razão, se torna patogénico.
Infecção exógena: infecção provocada por microrganismos provenientes do
exterior.
Infecção secundária: infecção consecutiva a outra e provocada por um
microorganismo da mesma espécie.
Infecção séptica ou septicemia: infecção muito grave em que se verifica uma
disseminação generalizada por todo o organismo dos agentes infeciosos
P Á G I N A D O I S | I N F E Ç Õ E S
B A C T É R I A S
Juciana Nascimento
"As bactérias são organismos microscópicos unicelulares. Elas estão entre as formas
de vida mais primitivas da terra. Há milhares de tipos diferentes de bactérias, e elas
vivem em todos os ambientes concebíveis em todo o mundo.
Qual é a importância das bactérias?
A importância das bactérias é visível em diversos meios. Elas auxiliam:
tratamento de esgoto, produção de antibióticos, fabricação de laticínios etc. As
bactérias não são somente organismos causadores de doenças!
Como as bactérias se desenvolvem?
As bactérias apresentam como forma de reprodução a reprodução binária, também
chamada de cissiparidade ou bipartição. Neste processo de reprodução assexuada, a
bactéria duplica seu material genético e se divide em duas.
P Á G I N A T R Ê S | B A C T É R I A S
B A C T É R I A S
As bactérias podem ser transmitidas por contato próximo com uma pessoa
infectada, ou pelo contato com fluidos corporais ou em relações sexuais.
Doenças causadas por bactérias: Sífilis; Cólera; Hanseníase; Tuberculose; Difteria;
Tétano; Coqueluche; Pneumonia bacteriana; Meningite.
As doenças causadas por bactérias são tratadas principalmente com o uso de
antibióticos, que devem ser usados conforme a orientação do médico para evitar o
surgimento de bactérias multirresistentes, que são responsáveis por infeções mais
graves e de tratamento mais complicado."
P Á G I N A Q U A T R O | B A C T É R I A S
V Í R U S
Rute Pinho
"A palavra vírus deriva do latim vírus que significa “veneno” ou “toxina”. Estes
são organismos microscópicos, que têm uma dimensão que pode variar de 20 a
300 nM (Nano Moléculas). A título de ilustrar este tamanho, os vírus são menores
que o ribossoma - pequena estrutura celular responsável pela síntese de proteínas,
e por isso apenas é passível de ser visto com microscópio eletrónico.
Os vírus são, fundamentalmente, constituídos por material genético e cercados
por um revestimento proteico.
Para que os vírus se reproduzam necessitam sempre de parasitar uma célula.
Por este motivo, os vírus são chamados de parasitas intracelulares. Contudo, o
vírus possui material genético, na sua maioria, ou RNA ou o DNA.
Estes organismos são extremamente simples. Embora amplamente conhecidos
pelas doenças que causam aos seres humanos, há que saber que alguns são
inócuos para o ser humano.
P Á G I N A C I N C O | V Í R U S
V Í R U S
"A maioria dos sintomas das doenças causadas pelos vírus provocam febre, dores
de cabeça, dor no corpo, indisposição e falta de apetite (já se os sintomas de virose
são do foro gastrointestinal estarão associados os vómitos, cólicas, diarreia,
náuseas).
Exemplos de doenças causadas por vírus são: SIDA; Varicela; Dengue; Febre
Amarela; Gripe; Hepatite; Raiva; COVID-19; Rubéola; Sarampo, Poliomielite.
Para a maioria destas doenças não existem medicamentos específicos,
usualmente, sendo aconselhado o uso de medicamentos para atenuar os
sintomas da doença, tais como febre e dores, entre outros.
Existem diversas doenças que são causadas por vírus sendo impossível explanar,
aqui, todas as possibilidades de prevenção das mesmas. Algumas formas de
prevenção que ajudam a diminuir as hipóteses de contrair algumas destas doenças,
são: vacinar-se; ter uma boa higiene pessoal; evitar contacto com outros doentes;
alimentar-se bem, saudavelmente e hidratar-se muito, beber água, por exemplo."
P Á G I N A S E I S | V Í R U S
F U N G O S
Sara Martins
Os fungos são organismos eucarióticos, isto é, possuem material genético. Existem
em grande quantidade e têm várias espécies. No dia a dia os exemplos mais
comuns de fungos visíveis são os cogumelos e os bolores. Convivemos
normalmente com eles, mas em determinadas situações podemcausar infeções
na comunidade ou em meio hospitalar. Estas infeções podem ser locais, como na
pele, nas mucosas e pés ou sistémicas, afetando todo o organismo, em que a sua
disseminação ocorre através da corrente sanguínea.
Os fungos podem ser oportunistas, quando afetam pessoas com o sistema
imunitário enfraquecido, ou patogénicos, quando atingem a pessoa
independentemente do estado do seu sistema imunitário.
P Á G I N A N O V E | F U N G O S
F U N G O S
Entre os fungos mais conhecidos, encontramos a Candida e o Pityrosporum.
A infeção fúngica pode ser adquirida pela inalação ou pela precipitação sobre a
pele de fungos presentes no ambiente.
O diagnóstico é clínico e/ou laboratorial, através da cultura do fungo e respetivo
teste de sensibilidade a antifúngicos.
Confirmada a infeção fúngica, e o fungo em causa, é necessário proceder ao
tratamento, que pode ser tópico, oral ou em situações mais graves e raras em que
a infeção é sistémica, é necessário recorrer a tratamento intravenoso.
P Á G I N A D E Z | F U N G O S
R E S I S T Ê N C I A
A O S
A N T I B I Ó T I C O S
Marta Cunha
"Quando uma bactéria é suscetível a determinado antibiótico, esta é destruída por
ação do mesmo, mas por vezes, permanecem bactérias resistentes, que
continuam a proliferar. Assim, estas bactérias resistentes permanecerão no local
de infeção e tornam-se predominantes. O principal fator que favorece a
resistência aos antibióticos, é o uso intensivo, e muitas vezes excessivo, de
antibióticos, tanto em pessoas como em animais.
Cada vez mais, estão a surgir novos mecanismos de resistência, que ameaçam a
nossa capacidade de tratar doenças infeciosas comuns, o que resulta em doenças
prolongadas, incapacidade e morte. Sem antibióticos e antimicrobianos eficazes
para prevenir e tratar infeções, procedimentos médicos como transplante de
órgãos, quimioterapia, controle de diabetes e grandes cirurgias, tornam-se um risco
muito alto. Aumenta também o custo da atenção médica, hospitalizações mais
longas e necessidade de cuidados mais intensivos. Como as bactérias resistentes
podem ser transmitidas a outros indivíduos, quem nunca tomou antibiótico também
pode estar incluído.
Assim, o uso de antibióticos e a resistência podem afetar uma comunidade
inteira. Este problema ultrapassa ainda o domínio médico, pois estes são também
largamente utilizados na criação de gado, piscicultura, indústria alimentar, entre
outras atividades.
P Á G I N A O N Z E | R E S I S T Ê N C I A A O S A N T I B I Ó T I C O S
R E S I S T Ê N C I A
A O S
A N T I B I Ó T I C O S
Esta resistência constitui ainda um problema para o meio ambiente, já que,
quando o homem ou os animais tomam antibióticos, cerca de 80-90% do
antibiótico ingerido não é degradado e é expelido ainda intacto para meio
ambiente como resíduo. No solo ou na água, retém a sua capacidade para atuar nas
bactérias e promover resistências, como produtos residuais.
A resistência aos antibióticos é hoje uma realidade em todo o mundo e constitui um
problema sério no tratamento das doenças infeciosas. Estima-se que, a nível
mundial, o custo do tratamento de infeções causadas por bactérias com resistência
aos antibióticos é de muitos biliões de dólares por ano. Esta é assim uma ameaça
crescente à saúde pública mundial e requer ação de todos os setores do
governo e da sociedade.
Tomar antibióticos apenas quando necessário, manter uma boa higiene, como
lavar as mãos com frequência, pode ajudar a prevenir a doença e, portanto, o uso de
antibióticos. Cozinhar bem os alimentos e ter cuidados de higiene na sua
confeção: previne as toxinfecções alimentares, e, portanto, o uso de antibióticos.
P Á G I N A D O Z E | R E S I S T Ê N C I A A O S A N T I B I Ó T I C O S
E N T R E V I S T A
Equipa
- Existem muitos pedidos de antibiótico sem receita?
"Nem por isso. Há cada vez menos pedidos de antibióticos (ATB) sem receita, pois os
utentes "já sabem" que não podemos dispensar sem trazerem primeiro a receita.
Mas também existem cada vez menos pedidos, pois ao longo dos anos temos
trabalhado no sentido de explicar que nem todas as situações se tratam com ATB,
existem "patamares" no uso da medicação e muitas vezes ao sugerirmos o uso de
medicamentos não sujeitos a receita médica consegue-se resolver a situação.
- Para que patologias pedem mais?
"Depende da época do ano, mas normalmente é para as Infeções Urinárias, "Dor de
Dentes" ou "Dor de Garganta".
- Quais são os antibióticos mais vendidos?
"Beta-lactamicos (Amox.+Ac.Clavulanico)"
- É muito comum os utentes irem primeiro à farmácia antes de irem ao médico?
"Sim, é bastante comum. Até porque há uma enorme dificuldade de conseguirem ter
consulta no Centro de Saúde, devido à falta de médicos. A ida a uma urgência no
hospital público, significa muitas vezes despender de um dia inteiro para ser
atendido, pelo que os utentes nos procuram com muita frequência...
P Á G I N A T R E Z E | E N T R E V I S T A
E N T R E V I S T A
As pessoas têm vergonha de falar sobre determinados sintomas de algumas
doenças e de comprar algum tipo de medicamentos? Quais os predominantes?
Ainda se notam alguns tabus, sobretudo na população mais idosa. Um exemplo é a
incontinência urinária: a mulher acha que é "normal" ir acontecendo "perder umas
pinguinhas" com o passar dos anos, pelo que muitas vezes nem falam disso ao
médico e a situação vai-se deteriorando.
Mas no geral, os utentes estão cada vez mais abertos a falarem connosco sem
pudores."
- Acha que os antibióticos são muito prescritos e ainda utilizados em demasia?
"Nos últimos anos temos assistido a uma diminuição do uso de ATB. Os médicos
estão mais contidos na prescrição, fazem-se mais testes rápidos para despistar se a
infeção é viral ou bacteriana e os utentes também já estão mais "educados" no uso
racional do ATB."
- Qual é o procedimento de troca de seringas dos utentes?
"A nossa farmácia não tem esse programa."
- Qual a situação mais caricata que lhe aconteceu?
"Uma das situações mais caricatas foi um utente perguntar se a farmácia "fazia
xisteres".
Ana Serrão- Será que quer dizer Clister?
Cliente-Sim, isso
Ana Serrão- Temos para venda, sim.
Cliente- Mas fazem cá?
Ana Serrão- Aqui na farmácia não! O clister tem de levar e fazer em casa!
Cliente- Ahh... mas eu queria fazer aqui..
Ana Serrão- Pois, mas na farmácia não é possível. Tem de fazer em sua casa.
O utente despede-se e vai em direção à saída, mas no último instante volta atrás e
pergunta:
Cliente- Olhe, e o xostrol? Fazem cá?- disse isto a apontar para o seu dedo indicador.
E aí fez-se luz...
Ana Serrão- Xostrol?? Será que quer dizer Colesterol?
Cliente- Isso!!- disse com um grande sorriso.
Ana Serrão- Ahhh! Quer fazer o teste do Colesterol e dos Triglicéridos?!
Cliente- Isso mesmo! Xostrol e Xister!! Fazem cá?"
Entrevista a Ana Serrão, de 43 anos, Licenciada em Ciências Farmacêuticas pela
Universidade de Lisboa, Farmacêutica Substituta na Farmácia do Casal Novo, Caneças
P Á G I N A Q U A T O R Z E | E N T R E V I S T A
DE ACORDO COM OS
CONCEITOS ESTUDADOS NA
UFCD 10156 ANTIBIOTERAPIA,
DECIDIMOS QUE A EDIÇÃO DO
MÊS DE DEZEMBRO DE UM
OLHAR SOBRE.. SERIA
TOTALMENTE DEDICADA AO
TEMA.
F O R M A D O R A : D R A . C L A R A
C A R V A L H O
E Q U I P A T É C N I C A D A R E V I S T A :
J O A N A S I L V A , J U C I A N A
N A S C I M E N T O , M A R T A C U N H A ,
R U T E P I N H O E S A R A M A R T I N S
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